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a solução para o seu concurso!

EBSERH
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS
HOSPITALARES

Técnico em Enfermagem

EDITAL Nº 03 – EBSERH/NACIONAL – ÁREA


ASSISTENCIAL, DE 02 DE OUTUBRO DE 2023

CÓD: SL-039OT-23
7908433242802
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos. . ................................................................................................................................. 7
2. Tipologia textual e gêneros textuais. ......................................................................................................................................... 10
3. Ortografia oficial. ....................................................................................................................................................................... 16
4. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 18
5. Classes de palavras. ................................................................................................................................................................... 19
6. Uso do sinal indicativo de crase. ................................................................................................................................................ 27
7. Sintaxe da oração e do período.................................................................................................................................................. 28
8. Pontuação................................................................................................................................................................................... 30
9. Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................. 32
10. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 34
11. Significação das palavras............................................................................................................................................................. 36

Raciocínio Lógico
1. Noções de Lógica; Proposições lógicas simples e compostas; Conectivos Lógicos..................................................................... 45
2. Diagramas Lógicos: conjuntos e elementos ............................................................................................................................... 49
3. Lógica da argumentação ............................................................................................................................................................ 50
4. Tipos de Raciocínio..................................................................................................................................................................... 51
5. Elementos de teoria dos conjuntos, análise combinatória e probabilidade............................................................................... 51
6. Resolução de problemas com frações, conjuntos, porcentagens e sequências com números, figuras, palavras....................... 56

Legislação - EBSERH
1. Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011................................................................................................................... 61
2. Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011.......................................................................................................................... 63
3. Regimento Interno da Ebserh (Aprovado na 155ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração, realizada no dia
28 de março de 2023)................................................................................................................................................................. 67
4. Código de Ética e Conduta da Ebserh - Princípios Éticos e Compromissos de Conduta – Segunda Edição (2020).................... 88
5. estatuto Social da Ebserh (Aprovado na Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 24 de maio de 2023)..................... 91
6. Regulamento de Pessoal da Ebserh............................................................................................................................................ 104
7. Norma Operacional de Controle Disciplinar da Ebserh (atualizado em 17/01/2023, art. 1º ao art. 6º; art. 28 ao art. 45)........ 111
8. Regulamento de Licitações e Contratos da Ebserh 2.0............................................................................................................... 114
9. Lei 13.303/2016 (Estatuto jurídico da empresa pública)............................................................................................................ 153

Legislação - SUS
1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS)– princípios,
diretrizes e arcabouço legal........................................................................................................................................................ 175
2. Controle social no SUS................................................................................................................................................................ 182
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde................................................................................................................ 185
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ÍNDICE

4. Constituição Federal 1988, Título VIII - artigos de 194 a 200...................................................................................................... 187


5. Lei Orgânica da Saúde - Lei n º 8.080/1990................................................................................................................................ 190
6. Lei nº 8.142/1990....................................................................................................................................................................... 200
7. Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011............................................................................................................. 201
8. Determinantes sociais da saúde................................................................................................................................................. 204
9. Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................. 205
10. RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011 que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Servi-
ços de Saúde............................................................................................................................................................................... 210
11. Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto de 2017, que dispõe sobre a carta dos direitos e deveres da pessoa usuária da saú-
de................................................................................................................................................................................................ 214
12. RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras provi-
dências........................................................................................................................................................................................ 218
13. Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP).................................................................................................................... 220

Conhecimentos Específicos
Técnico em Enfermagem
1. Código de Ética em Enfermagem. Conduta ética dos profissionais da área de saúde................................................................ 227
2. Lei no 7.498, de 25 de junho de 1986......................................................................................................................................... 233
3. Decreto no 94.406, de 8 de junho de 1987................................................................................................................................ 234
4. Enfermagem no centro cirúrgico: recuperação da anestesia; central de material e esterilização; atuação nos períodos pré‐
operatório, trans-operatório e pós‐operatório; atuação durante os procedimentos cirúrgico‐anestésicos. materiais e equipa-
mentos básicos que compõem as salas de cirurgia e recuperação anestésica; rotinas de limpeza da sala de cirurgia; uso de
material estéril............................................................................................................................................................................ 236
5. manuseio de equipamentos: autoclaves; seladora térmica e lavadora automática ultrassônica............................................... 243
6. Noções de controle de infecção hospitalar................................................................................................................................. 243
7. Procedimentos de enfermagem: verificação de sinais vitais...................................................................................................... 248
8. oxigenoterapia, aerossolterapia................................................................................................................................................. 250
9. curativos..................................................................................................................................................................................... 257
10. Administração de medicamentos............................................................................................................................................... 259
11. Coleta de materiais para exames................................................................................................................................................ 269
12. Enfermagem nas situações de urgência e emergência. Conceitos de emergência e urgência. Estrutura e organização do pron-
to socorro. Atuação do técnico de enfermagem em situações de choque, parada cardiorrespiratória, politrauma, afogamen-
to, queimadura, intoxicação, envenenamento e picada de animais peçonhentos..................................................................... 280
13. Enfermagem em saúde pública.Política Nacional de Imunização ............................................................................................. 328
14. Controle de doenças transmissíveis, não transmissíveis e sexualmente transmissíveis............................................................. 333
15. Atendimento aos pacientes com hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, doença renal crônica,
hanseníase, tuberculose, dengue e doenças de notificações compulsória................................................................................ 345
16. Programa de assistência integrada à saúde da criança, mulher, homem, adolescente e idoso................................................. 385
17. Princípios gerais de segurança no trabalho................................................................................................................................ 463
18. Prevenção e causas dos acidentes do trabalho.......................................................................................................................... 474
19. Princípios de ergonomia no trabalho.......................................................................................................................................... 477
20. Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho. ......................................................................................... 480

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A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado severas.
evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual. afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores. adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual): Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015 Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
Português > Compreensão e interpretação de textos visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS.
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
Fato da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
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Como se classificam os tipos e os gêneros textuais tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos Conto
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto -lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
inserem em cada tipo textual: única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati-
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
e fábulas. contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir Fábula
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos alguma lição de moral.
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo Novela
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
abaixo-assinado. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de Crônica
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de
de instruções, entre outros. crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe-
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de entre outros.
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
Diário
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra- É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não
tivo há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
Romance objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem momentos desabafar. Veja um exemplo:
definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As “Domingo, 14 de junho de 1942
ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando
um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher, o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é
reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le-
(retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis- vantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
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quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a do artigo de opinião.
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre- Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
gando-se em minhas pernas.” a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
ões.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri- O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
tivo do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

Currículo Discurso Político


É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente per-
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
uma determinada pessoa. do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
Laudo e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias, e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
tanto em questões médicas como em questões técnicas. que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas- sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
sificados; etc. Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo- que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
sitivo Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
Resumos e Resenhas e sentimentos.
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine- O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra- do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
balho de forma resumida. cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese- onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de- na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
vido a suas críticas ou elogios. O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci-
dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos,
Verbete de dicionário recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor de sedução, através de recursos estéticos como certas construções,
conceitos e significados de palavras de uma língua. metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e
da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome-
Relatório Científico tendo o que pode ser feito.
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de
pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados. Requerimento
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri-
Conferência mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen-
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam- to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta-
bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado ção com vistas ao convencimento
assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc.
expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun-
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos tivo

Artigo de Opinião Bulas de remédio


É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen- instruções quanto ao seu uso.
te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-
-SIMPATICO 2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
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Manual de instruções as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa- (revista, jornal, rádio, etc.).
mento. Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti- Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
vos são: receitas culinárias, instruções em geral. em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri- em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
tivo formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
gular, ocupa lugar de destaque.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri-
tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos; Reportagem
receitas médicas, etc. Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
Outros Exemplos mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
Carta mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
intimidade. fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es- de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo todo texto jornalístico.
da carta e para finalizar a despedida. O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
Propaganda buindo para formar sua opinião.
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio- A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua- ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa- acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im-
claro e objetivo. pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os
fatos ou sua interpretação.3
Notícia
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua Gêneros Textuais e Gêneros Literários
linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor-
mar algo que aconteceu. Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis- rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada ferem apenas aos textos literários.
ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge- Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
ou revistas. rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, - Gênero lírico;
objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam - Gênero épico ou narrativo;
ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma - Gênero dramático.
vez que se trata de uma informação.
Gênero Lírico
Editorial É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa- ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com- ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
opinativos. função emotiva da linguagem.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar
certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam Elegia
os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi- te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa
cados, entre outros. 3 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam São Paulo, Atual Editora, 2000
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tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema Vilancete


melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
Shakespeare. nio e de maldizer); satíricas, portanto.

Epitalâmia Gênero Épico ou Narrativo


Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
Ode (ou hino) prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à a crônica, a fábula.
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom- Épico (ou Epopeia)
panhamento musical. Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
Idílio (ou écloga) gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais Ensaio
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
diálogos (muito rara). expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Sátira Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
tos políticos, ou pessoas de relevância social. caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
cke.
Acalanto
Canção de ninar. Gênero Dramático
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
Acróstico tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
mam uma palavra ou frase. Ex.: papéis das personagens nas cenas.

Amigos são Tragédia


Muitas vezes os É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
Irmãos que escolhemos. compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
Zelosos, eles nos presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
Ajudam e linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Eterna
https://www.todamateria.com.br/acrostico/ Farsa
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
Balada processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se engano.
destinam à dança.
Comédia
Canção (ou Cantiga, Trova) É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
Poema oral com acompanhamento musical. comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
lares.
Gazal (ou Gazel)
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio. Tragicomédia
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi-
Soneto cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
tos e dois tercetos.

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Poesia de cordel religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça.
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru-
realidade vivida por este povo. turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os
seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são
Discurso Religioso4 intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce-
lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda- interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie- Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e
dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação;
resultantes da estruturação social da linguagem que os consome uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura
e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original
potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin- (grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de
guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má-
substrato dessas estruturas sociais. ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor-
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon- mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso
tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o
religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a
verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como
cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR marca a intertextualidade.
de maneira globalizante.
Assim, temos: Discurso Jurídico5
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou-
vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico
plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to- e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação
talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos-
valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento. sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica,
Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis- e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin- (advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es-
tes, são mortais, efêmeros e finitos. tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le-
- Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de
fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma análises e críticas.
forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria-
os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a das para os participantes de textos legais são particularmente assi-
mistificação. métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu;
- O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm
discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi-
reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos
manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’. textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece
- A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas.
não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte- Além de relações de poder, os textos legais também expressam
mente para a monossemia”. relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen-
- Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu- te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado
mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte
Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão
para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja, masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le-
de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um
propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas
cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes
visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’. legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig-
- Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis, matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento
“os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de- social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico.
limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em
suas duas formações características: para os que creem, o discurso
4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/downloa-
d/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discur-
so%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20
espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores). 5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
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Discurso Técnico6 discurso são unidades complementares.


A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac- o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que
terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que “o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor
cada tipo textual carrega. é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os
são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin- procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação
destinam. da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun-
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con- do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva
cordam que ele apresenta as seguintes características: sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma
• Linguagem monossêmica; teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas
• Vocabulário específico ou léxico especializado; pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também
• Objetividade; pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe-
• Emprego de voz passiva; cífica.
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente. Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica-
ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen-
As características apontadas acima coadunam-se com o obje- tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o
tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí-
de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida- das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres-
de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza,
pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros.
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações. É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a
Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu- problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico
ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in- (DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da
terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela
dadas, numa forma de estratégia argumentativa.” designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu-
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa- nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a
rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo prova num programa de demonstração racional.”.
menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma- Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é
ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se
sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen-
imparcial. tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das
Percebe-se, então, que o texto técnico possui características ideias para estas se tornem mais convincentes.
que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma
deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni-
verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo-
uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para
que têm a função de modalizar o discurso. essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica-
A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma mente alguns deles.
implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa- O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia
recimento de construções específicas, tais como as nominalizações, uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas
a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi- sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná-
ções. lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado
pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos
Discurso Acadêmico/Científico7 autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia
pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob
O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin- estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis;
guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera- análise e interpretação das informações; conclusões e resultados.
ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos, No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica,
como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de
constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode-
produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor
que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa- /pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo
ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”, metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e
o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti-
6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/ nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá-
7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/ rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica;
MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?se- análise; conclusões e resultados.
quence=1&isAllowed=y No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/
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pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre decorrentes dessas funções, entre outros.  
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi- a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi- distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre- vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
tação das informações; conclusões e resultados. com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico. um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
Discurso Literário8 foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi- As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta- para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ- (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
procedimentos de linguagem. derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele- York.  
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite- do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex- regras:
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis- – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma abacaxi.  
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina- – Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro- mexerica.   
cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas
que diferenciam o texto literário de outros textos. s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen- – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural- verminose.
mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu- nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra burguês/burguesa.
viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen- – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
tativo do ser humano. Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.

Porque, Por que, Porquê ou Por quê?


– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
ORTOGRAFIA OFICIAL.
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
— Definições que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, porque/pois nada está molhado.  
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia cancelamento do show.  
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
8 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin- do show.  
guaPortuguesa/artigo12.pdf – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
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fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. Não recebem acento gráfico:
Por quê?   – As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
Parônimos e homônimos quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver lêem leem.
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
apreender (capturar). Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
demonstrativo).
Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
— Definição Ex.: caqui, urubu.
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas Acentuação das palavras Paroxítonas
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima
Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as
tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados
as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na abaixo. Observe as exceções:
língua portuguesa: – Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro. – Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.  
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, – Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
âncora, avô. grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com – Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba tônus.  
tônica! – Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de – Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a quórum, quóruns.  
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que – Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
exemplo semelhante é a palavra bênção.   Acentuação das palavras Proparoxítonas
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
— Monossílabas Tônicas e Átonas tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe tática, trânsito.
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos, Ditongos e Hiatos
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, Acentuam-se:
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como mausoléu, sóis, véus.
abaixo: – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.” um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
“Finalmente encontrei a chave do carro.” (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).

Recebem acento gráfico:   Não se acentuam:


– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); – A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs. moinho, rainha, bainha.
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, – As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
enjoo, magoo.
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O Novo Acordo Ortográfico


Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou em vigor
em 2009:

1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.


Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; vôo – voo; zôo – zoo.

2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.


Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; européia
– europeia.

3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.


Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taoismo.

4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que possuem -e tônico em hiato.


Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
revêem.

5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça –
linguiça.

6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo PARAR:
pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]

CLASSES DE PALAVRAS.

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

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Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado.

Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  

O gênero dos adjetivos


Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” / “Ana
é uma amiga leal.”  

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Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
travessa”. tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
O número dos adjetivos – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
Por concordarem com o número do substantivo a que se regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos;
formosos. vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda
conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
O grau dos adjetivos duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.

Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom — Pronome


quanto o anterior.”   O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
que Luciana.” e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
do que a equipe.”    ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
podendo ser: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” relativos.
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”
Pronomes pessoais
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
Pronome adjetivo um correspondente oblíquo.
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, CASO RETO CASO OBLÍQUO
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é Eu Me, mim, comigo.
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o Tu Te, ti, contigo.
substantivo comum professora).
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Locução adjetiva Nós Nos, conosco.
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
Vós Vos, convosco.
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
Exemplos:
– Criaturas da noite (criaturas noturnas). Observe os exemplos:
– Paixão sem freio (paixão desenfreada). – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
– Associação de comércios (associação comercial). é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
— Verbo “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em: Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las,
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  
têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
o exemplo do verbo “nutrir”:
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
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Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.
PRONOME USO ABREVIAÇÕES
Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
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Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.

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Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”

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Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

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— Numeral Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem


É a classe de palavra variável que exprime um número quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma unidades).
sequência. Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), – Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.
quarto) e multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos
aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, — Preposição
que tem três principais finalidades: Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
os numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
Parágrafo 10 (Parágrafo 10). as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que
Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. gera significado e sentido, esteja presente, possui um valor menor.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o
substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o Classificação das preposições
décimo utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua
século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis). propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a,
antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
Os tipos de numerais por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem,
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e sob, sobre, trás.
exprimem quantidades. Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.   ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
quinhentos/quinhentas). linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: conforme o contexto.
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
mas os dois/ambos foram reprovados. o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. valor estrutural (gramática).
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/ Classificação das preposições
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.   apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
Exemplo: A carne de segunda está na promoção.   durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
outras.
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
quartos (¾), 1/12 avos.   ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    Locuções prepositivas
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   prepositivas.
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.

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abaixo de de acordo junto a


acerca de debaixo de junto de USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.
acima de de modo a não obstante
a fim de dentro de para com Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial,
à frente de diante de por debaixo de em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a
antes de embaixo de por cima de (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) +
a respeito de em cima de por dentro de aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção
atrás de em frente de por detrás de das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos
através de em razão de quanto a
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal
com respeito a fora de sem embargo de inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno
de união representado pelo acento grave.
— Interjeição A crase pode ser a contração da preposição a com:
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que – O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma assistiu às aulas.”
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., – O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades – Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais “Retorne àquele mesmo local.”
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas – O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do quais devemos o maior respeito e consideração”.
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. construção sintática.
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!» Técnicas para o emprego da crase
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe
Os tipos de interjeição semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da
De acordo com as reações que expressam, as interjeições palavra feminina.
podem ser de: Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!” “Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!” “Irei ao evento / à festa.”
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!” chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!” ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
deve ser empregado.
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!” Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
DESEJO “Tomara!” “Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
DOR “Ai!”, “Ui!” “Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”

DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” 3 – Troque o termo regente da preposição a por um que
ESPANTO “Eita!”, “Ué!” estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
IMPACIÊNCIA pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO) Exemplos:
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” “Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!” de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!” filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
Gosto de você / Penso em você.”

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4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que contém verbo.


expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada 2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como como oração.
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos: Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma
“Tudo às avessas.” oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
“Barcos à deriva.” estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase: “Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
“moda de”, ficando somente o à explícito. ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
Exemplos: sintática diferente.
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
de horas especificadas e definidas: Exemplos: compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
“À uma hora.” Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
“Às cinco e quinze”. duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
noticiário”.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
Período
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. apresenta apenas um verbo.
Vejamos: – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo — Análise Sintática
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou estrutura de um período e das orações que compõem um período.
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, a seguir as especificidades de cada tipo.
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá respectivos exemplos a seguir:
ser compreendida pelo interlocutor. Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
Oração sobre o sujeito).
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O respectivos casos:
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fred fez um lindo discurso.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. “Um lindo discurso Fred fez.”
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não “Fez um lindo discurso, Fred.”
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– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
concordância verbal. um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. aula. Por isso, estavam contentes.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no 2 – Termos integrantes da oração
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
concordância do verbo o destaca de forma indireta. oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
determiná-lo. completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não
Esse sujeito pode aparecer com: exigindo preposição.
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
padeiro.”». seja compreendido.
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
estiver lá.” Quanto ao objeto direto, podemos ter:
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. acontecido.”
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos os aparelhos.»
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
“Choveu muito ontem”. – Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
“Era uma hora e quinze”. de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e os exemplos:
verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
também recebem sua classificação, conforme abaixo: “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante nominal.
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. –
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa “rapidamente” é advérbio de modo.
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e substantivo.
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim,
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por.
cair, mergulhar, correr. Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
– Verbo de ligação: servem para expressar características de passiva:
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome 3 – Termos acessórios da oração
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. para complementar a informação, exprimindo circunstância,
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é abaixo quais são eles:
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica “Dormimos muito.”
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
palavra substantivada. “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
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O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” – Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame
“Maria escreve bastante bem.” porque estudou bastante.”

O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. – Período composto por subordinação: são constituídos por
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
Os adjuntos adverbiais podem ser: apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
tempo). que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, queria que isso acontecesse.”
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
de escola.” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
– Sujeito: “jovem apaixonado” é que meus pais são saudáveis.”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os felizes que pulamos de alegria.”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
informação já completa. Observe os exemplos: – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” espero por você.»
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento como se ainda vivesse no interior.”
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
apelo. Observe: me exercito, mais tenho disposição.”
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” passou no concurso, mudou-se para o interior.”
“Vista o casaco, filha!” – Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
— Estudo da relação entre as orações
Os períodos compostos são formados por várias orações.
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
PONTUAÇÃO.
subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções — Visão Geral
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
individualmente porque apresentam sentidos completos. gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
doces.” em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
preparei os doces.” compreensão da frase.
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
preparo os doces.” – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, tipos textuais;
logo, passou no exame.” – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
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– Demarcar das unidades de um texto; 10 – Marcar a omissão de um termo:


– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. “Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”).
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
enunciado • Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
Vírgula “Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem 2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo ajudasse.”
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
empregada: principal:
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
• No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: 4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal:
ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida
atenção!
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção!
REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos! 5 – Separar as sentenças intercaladas:
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada. leito, até que você se recupere por completo.”

2 – Isolar o vocativo • Antes da conjunção “e”


“Crianças, venham almoçar!” 1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
“Quando será a prova, professora?” valores que não expressam adição, como consequência ou
diversidade, por exemplo.
3 – Separar apostos “Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
4 – Isolar expressões explicativas: alguma ideia, por exemplo:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
responsabilizado.” e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: “A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
funcionários do setor.” O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
“Estas alegações, não as considero legítimas.” apositiva nem se apresente inversamente).

8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas Ponto


por conjunções) 1 – Para indicar final de frase declarativa:
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.” “O almoço está pronto e será servido.”

9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: 2 – Abrevia palavras:


“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
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– “Dr.” (Doutor) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para


destacar o enunciado:
3 – Para separar períodos: “Não brinca, é sério?!”
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto de Exclamação
Ponto e Vírgula 1 – Após interjeição:
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou “Nossa Que legal!”
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
nossa amiga, de praticar esportes.” “Infelizmente!”

2 – Para separar os itens de uma sequência de itens: 3 – Após vocativo


“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: “Ana, boa tarde!”
Mercúrio;
Vênus; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Terra; “Entre já!”
Marte;
Júpiter; Parênteses
Saturno; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Urano; intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
Netuno.” a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
Dois Pontos sempre)
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, quem seria promovido.”
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores. Travessão
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela “O rapaz perguntou ao padre:
grande ofensa.” — Amar demais é pecado?”

2 – Para introduzirem citação direta: 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente “— Vou partir em breve.
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se — Vá com Deus!”
transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Ele gritava repetidamente: “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
– Sou inocente!”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Reticências “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
sintaticamente: Aspas
“Quem sabe um dia...” 1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
ainda.” “A reunião será feita ‘online’.”

3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o 2 – Para indicar uma citação direta:
objetivo de prolongar o raciocínio: “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas Assis)
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).

4 – Suprimem palavras em uma transcrição:


CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner).
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
Ponto de Interrogação estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
1 – Para perguntas diretas: – Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
“Quando você pode comparecer?” sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
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2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
flexionado para concordar com o sujeito. – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal ou por verbos transitivos indiretos:
concordância ocorre em gênero e pessoa – «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Casos específicos de concordância verbal Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado: paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
I – Quando houver um sujeito definido; – Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
forem distintos. a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
Observe os exemplos: ser empregada:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.” – “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos
“Isto é para nós solicitarmos.” entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão pessoas entenderam.”
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
imperativos. mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
Exemplos: – “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.” Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, – “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, – “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir: Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
nevar, amanhecer. se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» substantivo deve estar no plural:

– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas


Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
no singular ou no plural: singular:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos proibido circulação de pessoas não identificadas.”
do que ocorreria.” – “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
de crianças acompanhadas.”
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, Concordância nominal com menos: a palavra menos
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
permanece na 3a pessoa do singular: advérbio ou adjetivo:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» – “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
concorda com o termo que antecede o pronome:
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Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”

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convocação NÃO “Chame todos!”


“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.

Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das palavras e
também às relações de sentido estabelecidas entre elas.

Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das palavras.
Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”

No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.

Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um hipônimo,
palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.

Polissemia e monossemia
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o contexto em
que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
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– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não ( 1 ) narrativa;


tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. ( 2 ) dialogal;
( 3 ) argumentativa;
Sinonímia e antonímia ( 4 ) injuntiva;
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem ( 5 ) descritiva.
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras Está correta a alternativa:
expressam proximidade e contrariedade. (A) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = (B) 1 - 3 - 2 - 4 - 5.
veloz. (C) 2 - 1 - 4 - 5 - 3.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x (D) 4 - 3 - 2 - 5 - 1.
atrasado.
2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio-
Homonímia e paronímia teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho.
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de muitas vezes homicida,
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas foi ele quem levou o meu irmão.
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). É muito calmo o rio de minha terra.
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja Suas águas são feitas de argila e de mistérios.
os exemplos: Nas solidões das noites enluaradas
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo a maldição de Crispim desce
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). sobre as águas encrespadas.
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar O rio de minha terra é um deus estranho.
roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo para subir as poucas rampas do seu cais.
chorar) . Foi conhecendo o movimento da cidade,
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e a pobreza residente nas taperas marginais.
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação). Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
Mas ele prosseguiu indiferente,
carregando no seu dorso bois e gente,
QUESTÕES até roçados de arroz e de feijão.

Na sua obstinada e galopante caminhada,


1. PREFEITURA DE LUZIÂNIA-GO – PROFESSOR I – AROEIRA – destruiu paredes, casas, barricadas,
2021 deixando no percurso mágoa e dor.
Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de
diferentes tipologias textuais como base dos gêneros materializados Depois subiu os degraus da igreja santa
nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme o e postou-se horas sob os pés do Criador.
código de cada tipologia.
( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro E desceu devagarinho, até deitar-se
do Rio grande. --- Chama-se? --- Ele? Fonseca, ela, Maria Cora. --- O novamente no seu leito.
marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS, Machado
de Assis.Maria Cora.) Mas toda noite o seu olhar de rio
( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa, fica boiando sob as luzes da cidade.
entrou calado no quarto e dormiu. (Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
compaixão, a generosidade, a alegria e o otimismo.
( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas-
características físicas o cabelo liso, pele macia, olhos claros, nariz sifica-se como
fino. Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser fiel. (ALVES, (A) pronome.
André, Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto adaptado.) (B) preposição.
( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais (C) artigo.
negativos do que os traumas físicos. (D) advérbio.
(E) conjunção.
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3. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.

Texto 01

Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Acesso em: 18 set. 2022.

De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velocidade pelo vidro da frente” indica uma

(A) solução.
(B) alternativa.
(C) prevenção.
(D) consequência.
(E) precaução.

4. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal- “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos,
às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.

5. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Informação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo menos
do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada, um dicionário
muito mais maravilhoso.”
Depreende-se desse pensamento que seu autor:

(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;


(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.

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6. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.

Texto 01

Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-relacoes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.

A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com a norma para separar um

(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.

7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Médico Texto CG1A1


Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preocupar
com esse grupo.
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era conhe-
cido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da França,
teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Nacional
de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Impe-
rial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcionamento até
hoje! Essa mudança refletia o princípio de modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com suas discussões sobre
educação de surdos.
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhando
espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda defen-
diam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio de línguas
orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em
11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetividade
desse método na educação das pessoas surdas.
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras
continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais, e os
surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém, apenas
em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão
no país.
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)

Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas verbais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1.
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” (primeiro
período do quarto parágrafo) fosse eliminada.
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro parágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo aos sen-
tidos e à correção gramatical do texto.

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(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto 9. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o horas - Assinale o item que contém erro de ortografia.
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo (A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que inflinge as regras da lealdade.
estabeleceria concordância com o termo “Libras”. (B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro tiu-se frustrado.
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio- (C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
nada no plural. durante a sessão de terapia.
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul- (D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”. autoafirmação.

8. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - 10. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi-
Área Judiciária- A chama é bela nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale
as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso.
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma ( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente,
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do proparoxítona e oxítona.
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- ( ) “Nós” é uma palavra oxítona.
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam ( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona.
a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qual- ( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona.
quer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas ( ) “Café” é uma palavra paroxítona.
fixos como um programa televisivo. A sequência correta de cima para baixo é:
(A) F, V, V, F, V.
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- (B) V, V, F, V, F.
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz (C) V, F, V, F, V.
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar (D) V, V, V, F, F.
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de 11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos
obriga a imaginar coisas sem nome... A história da saúde não é a história da medicina, pois apenas
de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, e essa
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. Os outros
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- três determinantes da saúde são o comportamento, o ambiente e a
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- biologia – idade, sexo e genética. As histórias da medicina centradas
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- no atendimento à saúde não permitem uma compreensão global
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da da melhoria da saúde humana. A história dessa melhoria é uma his-
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é tória de superação. Antes dos primeiros progressos, a saúde huma-
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. na estava totalmente estagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil
anos, até meados do século XVIII, a expectativa de vida dos seres
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: humanos ocidentais não evoluíra de modo significativo. Estava pa-
Record, 2021, p. 54-55) ralisada na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que
o equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elementos
Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: alteraram esse contexto, provocando um aumento praticamente
(A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es- contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas detinham o re-
pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean- corde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em 2019, eram as
tes. japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com uma duração média
(B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu- de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar esse recorde, as popula-
tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó- ções dos países industrializados podem esperar viver atualmente
ricas. ao menos 80 anos. Desde 1750, cada geração vive um pouco mais
(C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida, do que a anterior e prepara a seguinte para viver ainda mais tempo.
pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la.
(D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver cada vez
insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo mais?
do fogo. Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 (com
(E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando, adaptações).
por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões
incendiárias.

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No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul- Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
gue o item seguinte. país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au- muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen- os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
tido original do texto. podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
( )CERTO máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
( )ERRADO um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu- atônita, estupefata.
alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se
mostra coerente. (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
(A) Avise-me se você não receber esta carta. cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca observadas em:
ocorreram.
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros. (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito. por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - falta a espontaneidade dos bons escritos.
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal, (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi- cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
minha vida. (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada? tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
( ) É proibido a entrada de animais na praia.
15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
(A) C - E - C. Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
(B) C - E - E. acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
(C) E - E - C. corretamente substituído em:
(D) E - C - E.
(A) inerentes à determinado momento
14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário (B) inerentes à regras de convivência
- Área Judiciária (C) inerentes à regulamentos anteriores
(D) inerentes à evidência de incorreções
O meu ofício
16. Assinale a frase com desvio de regência verbal.
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo.
Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo (A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas.
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra- (B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno-
ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho logia.
a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru- (C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico.
mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes (D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber.
em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín- (E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande
gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar cientista.
uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e 17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
surda como uma náusea dentro de mim. nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas,
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser-
Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo vância das normas da língua portuguesa:
mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im- ( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta.
porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre- ( ) Visitei a cidade onde você nasceu.
ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo ( ) É perigoso o local a que você se dirige.
sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo ( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram
nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen- milhões.
sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
ou furtadas aqui e ali. (A) E – E – E – C
(B) C – C – C – E
(C) C – E – E – E
(D) C – C – C – C
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18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi- centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam
nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba- sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro
tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista permaneceria
portuguesa, um desvio de: vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As late-
(A) Concordância nominal. rais da pista, locais em que motocicletas geralmente trafegam, não
(B) Concordância verbal. tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava no
(C) Regência verbal. padrão esperado.
(D) Regência nominal O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e
nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que pos-
19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de samos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobre-
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- vivência. Mas essas informações são salpicadas, incompletas e mu-
táveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses dados não é
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria
tes armadilha para nós mesmos, pois por vezes um ponto que deveria
ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo.
Luciano Melo E outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menospreza-
do, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto.
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atravessará de acidentes de carro.
e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela
via transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a ou- Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 20 abr.
tro a vigiar a pista quase livre. Finalmente não avista mais nenhum 2019. (texto adaptado)
veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de
dirigir, mas, no meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a
colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu veículo. ocorrência do acento grave é justificada
(A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver-
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi- bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação se- nome.
melhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria (B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que existe sobre nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de repente verbo.
somem ou aparecem em uma cena. (C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome,
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo.
perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alterações à (D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modi- verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
ficação no momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixa- nome.
mente para uma janela cheia de vasos de flores, poderemos assistir
à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos 20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
da janela, justamente no momento do tombo, é possível que nem nº 006
notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para A importância dos debates
mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente
entre uma olhada e outra. É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um limiar resse específico dos eleitores
atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração consi- O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
derada dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
o limiar não provocarão divergência da atenção e serão ignoradas. em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se estende vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de-
é limitada, mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
são. Não somos capazes de memorizar tudo instantaneamente à votados na primeira etapa.
nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa in- Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
trospecção da grandiosidade de nossa experiência visual confronta Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá-
com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma vivência rica, dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
gradiente entre o que é real e o que se presume, algo que favorece principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
os acidentes de trânsito. der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do das finanças públicas.
texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às partes
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Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir 12 B


no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro- 13 D
paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação 14 B
de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar 15 D
os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As 16 B
respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
17 D
prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade. 18 C
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público 19 D
que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go- 20 D
verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre-
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo ANOTAÇÕES
de interesse específico dos eleitores.
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus-
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa- ______________________________________________________
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e
______________________________________________________
menos passionalismo.
______________________________________________________
(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de 2018. Dis-
ponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 30 de agosto ______________________________________________________
de 2022)
______________________________________________________
No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu- ______________________________________________________
nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
______________________________________________________
eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há
ocorrência da crase. ______________________________________________________
Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a ______________________________________________________
alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
(A) cara a cara; às ocultas; à procura. ______________________________________________________
(B) face a face; às pressas; à deriva.
(C) à frente; à direita; às vezes. ______________________________________________________
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 C ______________________________________________________

2 D ______________________________________________________
3 D ______________________________________________________
4 E
______________________________________________________
5 D
6 A ______________________________________________________
7 D ______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 D
11 CERTO ______________________________________________________

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Proposições simples e compostas


NOÇÕES DE LÓGICA; PROPOSIÇÕES LÓGICAS SIMPLES E • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
COMPOSTAS; CONECTIVOS LÓGICOS nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Proposição Exemplos
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa- r: Thiago é careca.
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa- s: Pedro é professor.
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes. • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
Valores lógicos simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a Exemplo
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos P: Thiago é careca e Pedro é professor.
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica: ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não por duas proposições simples.
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é Exemplos:
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA 1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
existindo um terceiro caso. – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que – O valor de √4 + 3 = 7.
são: V ou F.” – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Classificação de uma proposição Há exatamente:
Elas podem ser: (A) uma proposição;
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi- (B) duas proposições;
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, (C) três proposições;
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas: (D) quatro proposições;
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? (E) todas são proposições.
– Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso! Resolução:
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a Analisemos cada alternativa:
televisão. (A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am- atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro (B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valo-
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1 res lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside- (D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também po-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica. demos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quan-
tidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou
F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores
lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclu-
v p ou q
siva

Disjunção Exclu-
v Ou p ou q
siva

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo: • Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-


2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- Tautologia e vice versa.
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
pectivamente. • Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q composta que não é tautologia e nem contradição.
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q Exemplos:
(E) p v q, ¬ q, p v q 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
Resolução: qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- P: Cometeu o crime A.
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma Q: Cometeu o crime B.
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
da pelo símbolo (→). regime fechado.
Resposta: B. S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
Tabela Verdade qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a que se segue.
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com- dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. falsas.
( ) Certo
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- ( ) Errado
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- Resolução:
guinte teorema: Considerando P e Q como V.
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- (V→V) ↔ ((F)→(F))
posições simples componentes contém 2n linhas.” (V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
Exemplo: (F→F) ↔ ((V)→(V))
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- (V) ↔ (V) = V
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Resposta: Certo.
(A) 2;
(B) 4; Equivalência
(C) 8; Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
(D) 16; do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
(E) 32. mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
Resolução: GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
exprimem que NEGAÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

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DIAGRAMAS LÓGICOS: CONJUNTOS E ELEMENTOS

Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-


mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:


ALGUM
O
A NÃO é B
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


A ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
AéB
não são B (enquanto que, no “Algum A é
Se um elemento pertence ao conjunto A, B”, a atenção estava sobre os que eram B,
então pertence também a B. ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
NENHUM (GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
E – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
AéB
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
Existe pelo menos um elemento que
(A) existem cinemas que não são teatros.
pertence a A, então não pertence a B, e
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
vice-versa.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Existe pelo menos um elemento co- Teatro = T
mum aos conjuntos A e B. Analisando as proposições temos:
Podemos ainda representar das seguin- - Todo cinema é uma casa de cultura
tes formas:
ALGUM
I
AéB

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- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.

(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos


nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo
Segundo as afirmativas temos: assunto.
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último No entanto, a construção desta argumentação não é
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação,
menos um dos cinemas é considerado teatro. e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras
falsas.

Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)


Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano
Logo Sócrates é mortal

Inferências: Argumentar através da dedução


Se Carlos for professor, haverá aula
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso
contrário, então Carlos não é professor

Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte


(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- específica
mo princípio acima. Roraima fica no Brasil
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, A moeda do Brasil é o Real
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos Logo, a moeda de Roraima é o Real
afirma isso
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma
parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico

Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades


universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma

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argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação Raciocínio verbal


resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
sofismo1. conclusões lógicas.
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
resultados falsos. Por exemplo: vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
A água do mar é feita de água e sal conhecimento por meio da linguagem.
A bolacha de água e sal é feita de água e sal Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
de bolacha) ções, selecionando uma das possíveis respostas:
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa. formações ou opiniões contidas no trecho)
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
de sofismo: formações ou opiniões contidas no trecho)
Queijo suíço tem buraco C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
Quanto mais queijo, mais buraco verdadeira ou falsa sem mais informações)
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?
ELEMENTOS DE TEORIA DOS CONJUNTOS, ANÁLISE COM-
BINATÓRIA E PROBABILIDADE
TIPOS DE RACIOCÍNIO
Teoria dos conjuntos
Raciocínio lógico matemático Um conteúdo matemático comum de ser associado com a
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- temática da lógica é a Teoria de Conjuntos. Veremos que podemos
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura mais nosso repertório de abordagem para as questões. Mas
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte primeiro devemos entender do que se trata um conjunto.
consiste nos seguintes conteúdos: Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou
– Operação com conjuntos. não seguir alguma lógica para se formarem. Podemos elencar um
– Cálculos com porcentagens. conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado
– Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- por parafuso, prego e uma chave de fenda), ou a partir de uma
tricos e matriciais. “lei” (conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda,
– Geometria básica. furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses
– Álgebra básica e sistemas lineares. objetos pertencentes a um conjunto iremos chamar de elemento.
– Calendários. Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos.
– Numeração. Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B,
– Razões Especiais. C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos por letras minúsculas
– Análise Combinatória e Probabilidade. (a, b, c, …).
– Progressões Aritmética e Geométrica.

Raciocínio lógico dedutivo


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
Argumentação.

Orientações espacial e temporal


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
vam os conteúdos:
– Lógica sequencial;
– Calendários. Fonte: autor
Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante
pertencem a esse conjunto A, enquanto Pente, Jeans e Acerola não
1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos pertencem.
movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa- seus elementos da seguinte forma:
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}.
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto União (∪)


dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde seus elementos É a “soma” entre dois ou mais conjuntos, unindo-os.
são alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e
obter um subconjunto com frutas amarelas. G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G ∪ F = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14; 16; 18; …}

Fonte: Autor
Representação da união entre conjuntos

Intersecção (∩)
Fonte: Autor
São os elementos comuns entre os conjuntos (há nos dois ao
mesmo tempo)
Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do
conjunto D.
G = conjunto dos números pares
Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro
F= conjunto dos números menores que 10
Y quando todos seus elementos de Y também são elementos de X,
G ∩ F = {2; 4; 6; 8}
mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá
fazem parte de D, mas milho e quindim não fazem parte de E).
Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada.
Para indicar que um elemento está no conjunto (que pertence ao
conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto
(quando não pertence), utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.

Pedra ∈ A (o elemento Pedra pertence ao conjunto A)


Jeans ∉ A (o elemento Jeans não pertence ao conjunto A)
Quindim ∉ D
Quindim ∉ E

E além de elementos, podemos fazer o mesmo para conjuntos,


através dos símbolos ⊂ (contido), ⊄ (não contido), ⊃ (contém) e ⊅
(não contém). Fonte: autor
Representação da intersecção entre conjuntos
D ⊃ E (o conjunto D contém o subconjunto E)
E ⊂ D (o conjunto E está contido em D) Diferença ( — )
A ⊅ D (o conjunto A não contém o conjunto D) São os elementos que um conjunto não tem em comum com
D ⊄ E (o conjunto D não está contido no conjunto E) outro. Nos nossos exemplos, G — F seria pensar o que há em G que
não há em F?, assim como F — G seria o que há em F que não há
Repare que os símbolos são muito próximos, sempre voltados em G?
ao “conjunto principal” que se referem. Mais uma vez, tanto os
símbolos de pertencimento quanto os de contenção fazem alusão G = conjunto dos números pares
a linguagem oral. F= conjunto dos números menores que 10
Além destes símbolos, temos também outros que, tais quais G — F = {10; 12; 14; 16; 18; …}
os conectivos lógicos, se assemelham a certas estruturas, são eles: F — G = {1; 3; 5; 7; 9}
união, intersecção e diferença.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Ou seja, em G — F, tirei os elementos de F de G (tirei os números Vimos então o quão prático é a representação de conjuntos
menores que 10 do conjunto de todos os números pares, tirando através de diagramas, fazendo ficar muito mais intuitivo as operações
assim os números 2; 4; 6 e 8. e estabelecer relações entre os elementos e os subconjuntos devido
ao apelo visual.

Por fim, iremos ver uma equação que nos será muito útil para
contar elementos de um conjunto quando ocorre uma união:
A∪B=A+B-A∩B

Lemos esta expressão como o número de elementos da união


entre A e B (A ∪ B) é igual a soma do número de elemento de A com
Fonte: autor o número de elementos de B - a intersecção entre A e B (A ∩ B).
À esquerda temos a representação de G-F, enquanto que à Pode parecer complicada esta equação, mas pense assim.
direita temos F-G. Quando somo os elementos de A com os de B, pode ser que
existam elementos repetidos entre estes conjuntos, estes elementos
Um tipo específico de conjuntos são os conjuntos numéricos, repetidos são justamente a intersecção. Quando a tiramos, tiramos
conjuntos os quais seus elementos são números (conjunto dos esta repetição e obtemos então o número exato de elementos da
números pares, conjunto dos números inteiros). união entre A e B.

Os principais conjuntos numéricos são: Análise Combinatória


A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos
Conjunto dos números naturais - números positivos problemas de contagem.
ℕ = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; …)
Princípio Fundamental da Contagem
Conjunto dos números inteiros - números positivos e negativos Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
ℤ = {...; -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …} um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2
Conjunto dos números racionais - números que podem ser pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se
escritos como uma fração (razão), ou seja, números com vírgulas, tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.
dízimas periódicas, números inteiros.
ℚ = {...; -½; …; -0,25; …; 0; 3; 0,222222222222…; …} Exemplo

Conjunto dos números irracionais - números que não podem


ser escritos como uma fração, ou seja, números que resultam em
dízimas não periódicas.
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …}

Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos


números racionais e dos números irracionais.
ℝ=𝕀∪ℚ

Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos


conjuntos numéricos, podendo assim fazer a seguinte representação
por diagrama destes conjuntos todos: O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
3(blusas)=6 maneiras

Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)

Arranjo Simples
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
sequência de p elementos distintos de E.

Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
Fonte: Autor algarismos distintos podemos formar?

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Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode-
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com
i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po-
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos.

Solução
Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
3 elementos tomados 2 a 2. Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p, tam-
Indica-se A3,2
bém é representado pelo número binomial .

Permutação Simples Binomiais Complementares


Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E. nominadores é igual ao numerador são iguais:
O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Pn = n!

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO? Relação de Stifel
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?

Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Como temos uma letra repetida, esse número será menor.

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Triângulo de Pascal Espaço Amostral


Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}

No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para


cima:
E={Ca,Co}

Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer


um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
para cima em três lançamentos de uma moeda.

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.
LINHA 0 1
LINHA 1 1 1 Solução
LINHA 2 1 2 1 a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
há duas possibilidades.
LINHA 3 1 3 3 1
LINHA 4 1 4 6 4 1 2x2x2=8
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
b)
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1 E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}

Binômio de Newton Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com


Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a + n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3
Eventos complementares
Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um evento
Pascal. de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.

Probabilidade

Experimento Aleatório Note que


Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

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55
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo Eventos Simultâneos


Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas. Sa- Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos-
be-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
seja vermelha.

Solução

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COM FRAÇÕES, CONJUNTOS,


PORCENTAGENS E SEQUÊNCIAS COM NÚMEROS, FIGU-
São complementares. RAS, PALAVRAS

A resolução de problemas envolve a aplicação de uma varie-


dade de recursos matemáticos, sendo que os princípios algébricos
se destacam como uma parte fundamental desse processo. Esses
Adição de probabilidades princípios são classificados de acordo com a complexidade e a abor-
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não dagem dos conteúdos.
vazio. Tem-se: A prática constante na resolução de questões desse tipo é o
que proporciona o desenvolvimento de habilidades cada vez maio-
res para enfrentar problemas dessa natureza.
Exemplos:

Exemplo 01. (EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA –


No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter IADES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5
um número par ou menor que 5, na face superior? pessoas. Cada uma recebeu

Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6 (A)

Sejam os eventos
(B)
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4
(C)

(D)

(E)

Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
Probabilidade Condicional então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:
evento B, definido por:

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
Resposta: B
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
02. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– FCC) Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não se inscreve-
ram nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento Básico. Sete
dos vereadores se inscreveram nas três comissões citadas. Doze
deles se inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde
e oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Sa-

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RACIOCÍNIO LÓGICO

neamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu em apenas


uma dessas comissões. O número de vereadores inscritos na comis-
são de Saneamento Básico é igual a
(A) 15.
(B) 21.
(C) 18.
(D) 27.
(E) 16.

Resolução:
De acordo com os dados temos: Resposta: B
7 vereadores se inscreveram nas 3.
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não 04. ( UPENET/IAUPE-PEDAGOGO-UPE) O oitavo termo da se-
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já quência 2, 6, 12, 20, 30, ... corresponde a
desconsidera os que se inscreveram nos três) Alternativas
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico. (A) 90
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões, pois (B) 40
13 dos 43 não se inscreveram. (C) 60
Portanto, 30 – 7 – 12 – 8 = 3 (D) 56
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores. (E) 72

Resolução:
Tomando n = {1,2,3,4,...}; e N = valor de cada termo da se-
quência.
Podemos ter o seguinte:
N = n + n²;
Logo, para n = 8, temos:
N = 8 + 8²;
N = 8 + 64;
N = 72.

Resposta: E

QUESTÕES

Em saneamento se inscreveram: 3 + 7 + 8 = 18 1. Conectivos lógicos são símbolos ou palavras usadas para co-
nectar duas ou mais sentenças de uma maneira gramaticalmente
Resposta: C válida. Com base nesta informação, leia a frase a seguir:
“Caíque gosta de estudar, mas não gosta de fazer as tarefas”
03.(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – Assinale a alternativa que apresenta um conectivo lógico que
ANALISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) substitua a palavra “mas” sem mudar o sentido da frase.
O departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio- Alternativas
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de (A) “ou”
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em (B) “e”
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra- (C) “se e somente se”
ção de estagiários é igual a (D) “se então”
(A) 1/5.
(B) 1/6. 2. Os conectivos lógicos são palavras ou símbolos utilizados
(C) 2/5. para conectar proposições de acordo com as regras da lógica for-
(D) 2/9. mal. A alternativa que apresenta uma disjunção, uma conjunção e
(E) 3/5. uma condicional, nessa ordem, é:
Alternativas
Resolução: (A) p → q, p ٧ q e p ٨ q
(B) p → q, p ٨ q e p ۷ q
(C) p ۷ q, p ٨ q e p → q
(D) p ٨ q, p ۷ q e p → q
(E) p ۷ q, p → q e p ۸ q

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57
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RACIOCÍNIO LÓGICO

3. Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da lingua- (D) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional
gem comum) ou símbolos (da linguagem formal) utilizados para co- de habilitação ou somente ensino médio completo ou somente
nectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. passaporte.
Assinale a alternativa que apresenta exemplos de conjunção, nega- (E) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional de
ção e implicação, respectivamente. habilitação ou somente ensino médio completo, mas não pos-
Alternativas suem passaporte.
(A) ¬ p, p v q, p ۸ q
(B) p ۸ q, ¬ p, p -> q 7. Uma área em uma universidade dispõe de 100 professores.
(C) p -> q, p v q, ¬ p Os professores são mestres ou doutores, contratados em regime de
(D) p v p, p -> q, ¬ q dedicação exclusiva ou parcial. Atualmente existem 35 professores
(E) p v q, ¬ q, p v q com dedicação exclusiva, 40 doutores em regime parcial e 45 mes-
tres. Quantos são os doutores com dedicação exclusiva?
4. Considere a proposição p x q, em que x representa um co- Alternativas
nectivo lógico. Sabe-se que a proposição p x q só é verdadeira quan- (A) 55
do as duas proposições simples são verdadeiras. Logo, podemos (B) 65
afirmar que o conectivo x é uma: (C) 60
Alternativas (D) 15
(A) disjunção. (E) 40
(B) conjunção.
(C) disjunção exclusiva. 8. Em uma pesquisa sobre transporte, uma empresa verificou
(D) contradição. que seus 140 funcionários (80 homens e 60 mulheres) são proprie-
(E) contingência. tários de 160 carros. De acordo com esses dados, é necessariamen-
te correto que
5. Determinado aluno resolveu definir um conectivo, para utili- Alternativas
zar em seus estudos com tabelas verdade, da seguinte forma: (A) ao menos uma funcionária mulher é proprietária de carro.
o conectivo * é tal que sua tabela verdade é idêntica à tabela (B) ao menos um funcionário da empresa possui mais do que
verdade da proposição “se p então não p ou q”. Em consequência, a um carro.
proposição p * r equivale à proposição (C) ao menos 20 funcionários da empresa possuem mais do
Alternativas que um carro.
(A) não p ou não r (D) cada funcionário homem possui, no máximo, dois carros.
(B) Se r então p (E) há algum funcionário que não possui carro.
(C) se p então r
(D) p e r 9. MPU – 1996
(E) p ou r Se Ana não é advogada, então Sandra é secretária. Se Ana é
advogada, então Paula não é professora. Ora, Paula é professora.
6. O diagrama abaixo representa no universo dos adolescentes Portanto:
os indivíduos que possuem carteira nacional de habilitação, ensino (A) Ana é advogada
médio completo e passaporte. (B) Sandra é secretária
(C) Ana é advogada, ou Paula não é professora
(D) Ana é advogada, e Paula é professora
(E) Ana não é advogada e Sandra não é secretária

10. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai


a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra um livro. Se Luís
compra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma,
logo:
(A) Celso compra um carro e Ana não vai à África
(B) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro
(C) Ana não vai à África e Luís compra um livro
(D) Ana vai à África ou Luís compra um livro
(E) Ana vai à África e Rui não vai a Roma
A alternativa que representa os indivíduos correspondentes às
regiões sombreadas é: 11. Ou A = B, ou B = C, mas não ambos. Se B = D, então A = D.
Alternativas Ora, B = D. Logo:
(A) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- (A) B v C
ção, ensino médio completo e passaporte. (B) B v A
(B) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- (C) C = A
ção, ensino médio completo ou passaporte. (D) C = D
(C) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- (E) D v A
ção e ensino médio completo, mas não possuem passaporte.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

12. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para 16. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) Uma
a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrência de D. determinada família é composta por pai, por mãe e por seis filhos.
Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e Eles possuem um automóvel de oito lugares, sendo que dois lugares
suficiente para a ocorrência de A Assim quando C ocorre, estão em dois bancos dianteiros, um do motorista e o outro do ca-
(A) D ocorre e B não ocorre rona, e os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
(B) D não ocorre ou A não ocorre automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um dos dois
(C) B e A ocorrem bancos dianteiros. O número de maneiras de dispor os membros da
(D) Nem B nem D ocorrem família nos lugares do automóvel é igual a:
(E) B não ocorre ou A não ocorre (A) 1440
(B) 1480
13. Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática. (C) 1520
Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina. Ora, (D) 1560
Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo, segue-se (E) 1600
necessariamente que:
(A) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina 17. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os al-
(B) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina garismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algarismos
(C) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medicina distintos podem ser formados?
(D) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática (A) 120.
(E) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia (B) 210.
(C) 360.
14. TRT – AM 2017 (D) 630.
Uma construtora convoca interessados em vagas de pedreiros (E) 840.
e de carpinteiros. No dia de apresentação, das 191 pessoas que se
interessaram, 113 disseram serem aptas para a função pedreiro e 18. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Em cada
144 disseram serem aptas para a função carpinteiro. A construtora um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1
contratou apenas as pessoas que se declararam aptas em apenas a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de
uma dessas funções. cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o produto
Agindo dessa maneira, o número de carpinteiros que a dos números obtidos seja um número ímpar é de:
construtora contratou a mais do que o número de pedreiros foi (A) 1/4.
igual a: (B) 1/3.
(A) 65 (C) 1/2.
(B) 47 (D) 2/3.
(C) 31 (E) 3/4.
(D) 19
(E) 12 19. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre
15. TJ – SP 2018 homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de se
Em um grupo de 100 esportistas que praticam apenas os sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à excursão?
esportes A, B ou C, sabe-se que apenas 12 deles praticam os três (A) 20
esportes. Em se tratando dos esportistas que praticam somente (B) 24
dois desses esportes, sabe-se que o número dos que praticam os (C) 28
esportes A e B é 2 unidades menor que o número dos que praticam (D) 32
os esportes A e C, e o número dos esportistas que praticam B e
C excede em 2 unidades o número de esportistas que praticam 20. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE NM
os esportes A e C. Sabe-se, ainda, que exatamente 26, 14 e 12 – AOCP) Considere dois conjuntos A e B, sabendo que assinale a
esportistas praticam, respectivamente, apenas os esportes A, B e C. alternativa que apresenta o conjunto B.
Dessa forma, o número total de esportistas que praticam o (A) {1;2;3}
esporte A é: (B) {0;3}
(A) 54 (C) {0;1;2;3;5}
(B) 60 (D) {3;5}
(C) 58 (E) {0;3;5}
(D) 56
(E) 62

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RACIOCÍNIO LÓGICO

21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO 25. Observe a sequência de nomes a seguir: ARLETE; ERICA,
– FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto ILMA, OLIVIA, …
de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com- Qual dos nome
pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em s a seguir completa esta sequência?
quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior (A) Humberto
ao de compra? (B) Elvira
(A) 67%. (C) Katiane
(B) 61%. (D) Úrsula
(C) 65%. (E) Amanda
(D) 63%.
(E) 69%.
GABARITO
22. Uma fração irredutível é uma fração que não pode ser mais
simplificada. Por exemplo, 2/3 é uma fração irredutível, mas 4/6
não é uma fração irredutível, pois pode ser simplificada para 2/3. 1 B
Qual é o produto do numerador e do denominador da fração irre- 2 C
dutível obtida através da soma dos números 1/3, 1/5 e 1/6?
Alternativas 3 B
(A) 70. 4 B
(B) 90.
(C) 110. 5 C
(D) 130. 6 D
7 D
23. Observe esta sequência de figuras formadas por triângulos
brancos e pretos: 8 B
9 B
10 A
11 A
12 C
13 A
14 C
Seguindo-se esse mesmo padrão, a 4ª figura terá: 15 B
(A) 12 triângulos pretos 16 A
(B) 12 triângulos brancos
(C) 18 triângulos pretos 17 C
(D) 18 triângulos brancos 18 A
(E) 27 triângulos pretos
19 C
24. Rafaela recebeu uma planilha Excel em que havia uma 20 E
sequência de cálculos utilizando as informações contidas nas
21 A
células. Observe, a seguir, os três primeiros termos dessa sequência:
22 A
1º termo: A1 23 E
2º termo: A1 + C4 24 C
25 D
3º termo: A1 + C4 + E7
Admitindo-se que o padrão apresentado até o 3º termo se ANOTAÇÕES
mantém, o 5º termo será:
(A) A1 + C4 + E7 + G10 ______________________________________________________
(B) A1 + C4 + E7 + H10
(C) A1 + C4 + E7 + G10 + I13 ______________________________________________________
(D) A1 + C4 + E7 + H10 + J12
(E) A1 + C4 + E7 + G10 + J12 ______________________________________________________

______________________________________________________

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LEGISLAÇÃO - EBSERH

nos privados de assistência à saúde, na forma estabelecida pelo art.


LEI FEDERAL Nº 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011 32 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, observados os valores
de referência estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suple-
mentar.
LEI Nº 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011. Art. 4º Compete à EBSERH:
I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar servi-
Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denomi- ços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diag-
nada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH; acres- nóstico e terapêutico à comunidade, no âmbito do SUS;
centa dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de II - prestar às instituições federais de ensino superior e a outras
1940 - Código Penal; e dá outras providências. instituições congêneres serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e
à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- campo da saúde pública, mediante as condições que forem fixadas
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: em seu estatuto social;
III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de ins-
Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa públi- tituições federais de ensino superior e de outras instituições con-
ca unipessoal, na forma definida no inciso II do art. 5º do Decreto- gêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com
-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no art. 5º do Decreto-Lei outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação,
nº 900, de 29 de setembro de 1969, denominada Empresa Brasi- em especial na implementação das residências médica, multiprofis-
leira de Serviços Hospitalares - EBSERH, com personalidade jurídica sional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões
de direito privado e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da estratégicas para o SUS;
Educação, com prazo de duração indeterminado. IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em
§1º A EBSERH terá sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários
poderá manter escritórios, representações, dependências e filiais federais e a outras instituições congêneres;
em outras unidades da Federação. V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hos-
§2º Fica a EBSERH autorizada a criar subsidiárias para o desen- pitais universitários e federais e a outras instituições congêneres,
volvimento de atividades inerentes ao seu objeto social, com as com implementação de sistema de gestão único com geração de
mesmas características estabelecidas no caput deste artigo, apli- indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de
cando-se a essas subsidiárias o disposto nos arts. 2º a 8º , no caput metas; e
e nos §§1º , 4º e 5º do art. 9º e, ainda, nos arts. 10 a 15 desta Lei. VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, nos
Art. 2º A EBSERH terá seu capital social integralmente sob a termos do seu estatuto social.
propriedade da União. Art. 5º É dispensada a licitação para a contratação da EBSERH
Parágrafo único. A integralização do capital social será realizada pela administração pública para realizar atividades relacionadas ao
com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da seu objeto social.
União, bem como pela incorporação de qualquer espécie de bens e Art. 6º A EBSERH, respeitado o princípio da autonomia univer-
direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro. sitária, poderá prestar os serviços relacionados às suas competên-
Art. 3º A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços cias mediante contrato com as instituições federais de ensino ou
gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio instituições congêneres.
diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às §1º O contrato de que trata o caput estabelecerá, entre outras:
instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres I - as obrigações dos signatários;
de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino- II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução
-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde públi- a serem observados pelas partes;
ca, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação,
autonomia universitária. contendo critérios e parâmetros a serem aplicados; e
§1º As atividades de prestação de serviços de assistência à saú- IV - a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no
de de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente cumprimento de metas de desempenho e observância de prazos
no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. pelas unidades da EBSERH, será usada para o aprimoramento de
§2º No desenvolvimento de suas atividades de assistência à pessoal e melhorias estratégicas na atuação perante a população e
saúde, a EBSERH observará as orientações da Política Nacional de as instituições federais de ensino ou instituições congêneres, visan-
Saúde, de responsabilidade do Ministério da Saúde. do ao melhor aproveitamento dos recursos destinados à EBSERH.
§3º É assegurado à EBSERH o ressarcimento das despesas com §2º Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por inter-
o atendimento de consumidores e respectivos dependentes de pla- médio dos sítios da EBSERH e da entidade contratante na internet.
Editora
61
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - EBSERH

§3º Consideram-se instituições congêneres, para efeitos desta 180 (cento e oitenta) dias de vigência dele.
Lei, as instituições públicas que desenvolvam atividades de ensino e §2º Os contratos temporários de emprego de que trata o caput
de pesquisa na área da saúde e que prestem serviços no âmbito do poderão ser prorrogados uma única vez, desde que a soma dos 2
Sistema Único de Saúde - SUS. (dois) períodos não ultrapasse 5 (cinco) anos.
Art. 7º No âmbito dos contratos previstos no art. 6º , os servi- Art. 12. A EBSERH poderá celebrar contratos temporários de
dores titulares de cargo efetivo em exercício na instituição federal emprego com base nas alíneas a e b do §2º do art. 443 da Con-
de ensino ou instituição congênere que exerçam atividades relacio- solidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº
nadas ao objeto da EBSERH poderão ser a ela cedidos para a realiza- 5.452, de 1º de maio de 1943, mediante processo seletivo simpli-
ção de atividades de assistência à saúde e administrativas. ficado, observado o prazo máximo de duração estabelecido no seu
§1º Ficam assegurados aos servidores referidos no caput os art. 445.
direitos e as vantagens a que façam jus no órgão ou entidade de Art. 13. Ficam as instituições públicas federais de ensino e ins-
origem. tituições congêneres autorizadas a ceder à EBSERH, no âmbito e
§2º A cessão de que trata o caput ocorrerá com ônus para o durante a vigência do contrato de que trata o art. 6º , bens e direitos
cessionário. (Revogado pela Lei nº 12.863, de 2013) necessários à sua execução.
Art. 8º Constituem recursos da EBSERH: Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão devol-
I - recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento vidos à instituição cedente.
da União; Art. 14. A EBSERH e suas subsidiárias estarão sujeitas à fiscaliza-
II - as receitas decorrentes: ção dos órgãos de controle interno do Poder Executivo e ao controle
a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto; externo exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal
b) da alienação de bens e direitos; de Contas da União.
c) das aplicações financeiras que realizar; Art. 15. A EBSERH fica autorizada a patrocinar entidade fechada
d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividen- de previdência privada, nos termos da legislação vigente.
dos e bonificações; e Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser
e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacio- feito mediante adesão a entidade fechada de previdência privada
nais e internacionais; já existente.
III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe Art. 16. A partir da assinatura do contrato entre a EBSERH e a
forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público instituição de ensino superior, a EBSERH disporá de prazo de até 1
ou privado; e (um) ano para reativação de leitos e serviço inativos por falta de
IV - rendas provenientes de outras fontes. pessoal.
Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido Art. 17. Os Estados poderão autorizar a criação de empresas
para atendimento do objeto social da empresa, excetuadas as par- públicas de serviços hospitalares.
celas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingência. Art. 18. O art. 47 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
Art. 9º A EBSERH será administrada por um Conselho de Admi- 1940 - Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V:
nistração, com funções deliberativas, e por uma Diretoria Executiva “Art. 47. .....................................................................
e contará ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo. .............................................................................................
§1º O estatuto social da EBSERH definirá a composição, as atri- V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame
buições e o funcionamento dos órgãos referidos no caput . públicos.” (NR)
§2º (VETADO). Art. 19. O Título X da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de
§3º (VETADO). 7 de dezembro de 1940 - Código Penal , passa a vigorar acrescido
§4º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho do seguinte Capítulo V:
Consultivo não será remunerada e será considerada como função
relevante. CAPÍTULO V
§5º Ato do Poder Executivo aprovará o estatuto da EBSERH. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Art. 10. O regime de pessoal permanente da EBSERH será o da Fraudes em certames de interesse público
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei ‘Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação complementar, con- beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
dicionada a contratação à prévia aprovação em concurso público certame, conteúdo sigiloso de:
de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas I - concurso público;
editadas pelo Conselho de Administração. II - avaliação ou exame públicos;
Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para o preen- III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
chimento de emprego no âmbito da EBSERH poderão estabelecer, IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
como título, o cômputo do tempo de exercício em atividades corre- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
latas às atribuições do respectivo emprego. §1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
Art. 11. Fica a EBSERH, para fins de sua implantação, autorizada qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações
a contratar, mediante processo seletivo simplificado, pessoal técni- mencionadas no caput .
co e administrativo por tempo determinado. §2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pú-
§1º Os contratos temporários de emprego de que trata o caput blica:
somente poderão ser celebrados durante os 2 (dois) anos subse- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
quentes à constituição da EBSERH e, quando destinados ao cumpri- §3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido
mento de contrato celebrado nos termos do art. 6º , nos primeiros por funcionário público.’ (NR)”
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - EBSERH

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. -se-á por meio da celebração de contrato específico para este fim,
Brasília, 15 de dezembro de 2011; 190º da Independência e pactuado de comum acordo entre a EBSERH e cada uma das insti-
123º da República. tuições de ensino ou instituições congêneres, respeitado o princípio
da autonomia das universidades.
§4º A EBSERH, no exercício de suas atividades, deverá estar
DECRETO Nº 7.661, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2011 orientada pelas políticas acadêmicas estabelecidas no âmbito das
instituições de ensino com as quais estabelecer contrato de presta-
ção de serviços.
DECRETO Nº 7.661, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2011 Art. 4º O prazo de duração da EBSERH é indeterminado.
Art. 5º A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das
Aprova o Estatuto Social da Empresa Brasileira de Serviços Hos- empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
pitalares -EBSERH, e dá outras providências. comerciais, trabalhistas e tributários.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe CAPÍTULO II


confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o dis- DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS
posto na Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011,
DECRETA: Art. 6º O capital social da EBSERH é de R$ 5.000.000,00 (cinco
Art. 1º Fica aprovado o Estatuto Social da Empresa Brasileira milhões de reais), integralmente sob a propriedade da União.
de Serviços Hospitalares - EBSERH, nos termos do Anexo, empresa Parágrafo único. O capital social da EBSERH poderá ser au-
pública federal, unipessoal, vinculada ao Ministério da Educação. mentado e integralizado com recursos oriundos de dotações con-
Art. 2º A constituição inicial do capital social da EBSERH será de signadas no orçamento da União, bem como pela incorporação de
R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), a ser integralizado pela qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em di-
União. nheiro.
Art. 3º O disposto no art. 1º , inciso II do caput, do Decreto nº Art. 7º Constituem recursos da EBSERH:
757, de 19 de fevereiro de 1993, não se aplica à EBSERH. I - as dotações que lhe forem consignadas no orçamento da
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. União;
Brasília, 28 de dezembro de 2011; 190º da Independência e II - as receitas decorrentes:
123º da República. a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto;
b) da alienação de bens e direitos;
ANEXO c) das aplicações financeiras que realizar;
ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividen-
HOSPITALARES S.A. - EBSERH dos e bonificações; e
e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacio-
CAPÍTULO I nais e internacionais;
DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe
forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público
Art. 1º A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, ou privado;
empresa pública dotada de personalidade jurídica de direito priva- IV - os oriundos de operações de crédito, assim entendidos os
do e patrimônio próprio, reger-se-á pelo presente Estatuto Social e provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos pela enti-
pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. dade; e
Parágrafo único. A EBSERH fica sujeita à supervisão do Ministro V - rendas provenientes de outras fontes.
de Estado da Educação. Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido
Art. 2º A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, para atendimento do objeto social da empresa, excetuadas as par-
e atuação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias, celas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingência.
sucursais, filiais ou escritórios e representações no país.
Art. 3º A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços CAPÍTULO III
gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio DA COMPETÊNCIA
diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação
às instituições públicas federais de ensino ou instituições congê- Art. 8º A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas fi-
neres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao nalidades, competindo-lhe, particularmente:
ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar servi-
pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição , a au- ços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diag-
tonomia universitária. nóstico e terapêutico à comunidade, integralmente disponibilizados
§1º As atividades de prestação de serviços de assistência à saú- ao Sistema Único de Saúde;
de de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente II - prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras
no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. instituições públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à
§2º No desenvolvimento de suas atividades de assistência à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de
saúde, a EBSERH observará as diretrizes e políticas estabelecidas pessoas no campo da saúde publica, em consonância com as dire-
pelo Ministério da Saúde. trizes do Poder Executivo;
§3º A execução das atividades mencionadas neste artigo dar- III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de insti-
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

tuições federais de ensino superior e de outras instituições públicas VII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade.
congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com §1º Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado in-
outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, tervir em operação em que, direta ou indiretamente, sejam inte-
em especial na implementação de residência médica ou multipro- ressadas sociedades de que detenham o controle ou participação
fissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regi- superior a cinco por cento do capital social.
ões estratégicas para o SUS; §2º O impedimento referido no §1º aplica-se, ainda, quando se
IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em tratar de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período
pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários imediatamente anterior à investidura na EBSERH, cargo de gestão.
federais e a outras instituições públicas congêneres;
V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hos- CAPÍTULO V
pitais universitários e federais e a outras instituições públicas con- DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
gêneres, com a implementação de sistema de gestão único com
geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabele- Art. 12. O órgão de orientação superior da EBSERH é o Con-
cimento de metas; e selho de Administração, composto por nove membros, nomeados
VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a seguinte com-
Art. 9º A EBSERH prestará os serviços relacionados às suas posição:
competências mediante contrato com as instituições federais de I - três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educa-
ensino ou instituições públicas congêneres, o qual conterá, obriga- ção, sendo que um será o Presidente do Conselho e outro substitu-
toriamente: to nas suas ausências e impedimentos;
I - as obrigações dos signatários; II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presi-
II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução dência do Conselho, ainda que interinamente;
a serem observados pelas partes; e III - um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planeja-
III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, mento, Orçamento e Gestão;
contendo critérios e parâmetros a serem aplicados. IV - dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde;
Parágrafo único. A EBSERH dará ampla publicidade aos contra- V - um representante dos empregados e respectivo suplente,
tos firmados, inclusive por meio de sítio na Internet. na forma da Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010 ; e
VI - um membro indicado pela Associação Nacional dos Diri-
CAPÍTULO IV gentes das Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES, sen-
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS do reitor de universidade federal ou diretor de hospital universitá-
rio federal.
Art. 10. São órgãos estatutários da EBSERH: §1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de Adminis-
I - o Conselho de Administração; tração será de dois anos contados a partir da data de publicação
II - a Diretoria Executiva; do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período.
III - o Conselho Fiscal; e §2º O representante dos empregados, de que trata o inciso V
IV - o Conselho Consultivo. deste artigo, e seu respectivo suplente, serão escolhidos dentre os
Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EBSERH, além dos empregados ativos da EBSERH, pelo voto direto de seus pares, em
impedidos por lei: eleição organizada pela empresa em conjunto com as entidades sin-
I - os que detenham controle ou participação relevante no capi- dicais que os representem, na forma da Lei nº 12.353, de 2010, e
tal social de pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe sua regulamentação.
tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse §3º O representante dos empregados não participará das dis-
impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em cussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações sin-
pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente dicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais
anterior à data da eleição ou nomeação; ou de previdência complementar, hipóteses em que fica configu-
II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de rado o conflito de interesse, sendo tais assuntos deliberados em
sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, reunião separada e exclusiva para tal fim.
de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé §4º A investidura dos membros do Conselho de Administração
pública, contra a propriedade ou que houverem sido condenados far-se-á mediante assinatura em livro de termo de posse.
a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a §5º Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-
cargos públicos; -se a partir da data do término do prazo de gestão anterior.
III - os declarados inabilitados para cargos de administração em §6º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Admi-
empresas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e nistração permanecerá no exercício da função até a investidura de
entidades da administração pública direta e indireta; substituto.
IV - os declarados falidos ou insolventes; §7º No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro, o
V - os que detiveram o controle ou participaram da administra- substituto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e ser-
ção de pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no perí- virá até a designação do novo representante, exceto no caso do re-
odo de cinco anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo presentante dos empregados.
na condição de síndico, comissário ou administrador judicial; §8º O suplente do representante dos empregados exercerá
VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou suas funções apenas no caso de vacância definitiva do seu titular.
afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administra- §9º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Ad-
ção, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; ministração farão jus a honorários mensais correspondentes a dez
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

por cento da remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, simples de votos dos presentes, respeitado o quorum do §1º , e re-
além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e esta- gistradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário,
da necessárias ao desempenho da função. o voto de qualidade.
§10. Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros
previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Con- CAPÍTULO VI
selho de Administração que, sem causa formalmente justificada, DA DIRETORIA
não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas,
no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito. Art. 15. A EBSERH será administrada por uma Diretoria Executi-
Art. 13. Compete ao Conselho de Administração: va, composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados
I - fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH; e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Presidente da República, por
II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da EBSERH, indicação do Ministro de Estado da Educação.
políticas gerais e programas de atuação a curto, médio e longo pra- §1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante
zo, em harmonia com a política de educação, com a política de saú- assinatura em livro de termo de posse.
de e com a política econômico-financeira do Governo Federal; §2º O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados den-
III - aprovar o regimento interno da EBSERH, que deverá conter, tre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
dentre outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis I - idoneidade moral e reputação ilibada;
de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de apro- II - notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção hos-
vação de operações; pitalar e do ensino em saúde; e
IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos e acom- III - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati-
panhar a sua execução; vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no
V - aprovar os contratos previstos no art. 6º da Lei nº 12.550, inciso anterior.
de 2011 ; Art. 16. Compete à Diretoria:
VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH
sobre os resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os princi- e decidir, por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas
pais projetos por esta apoiados; de coordenação, sobre operações de responsabilidade situadas no
VII - autorizar a contratação de auditores independentes; respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de
VIII - opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Administração;
Fazenda, por intermédio do Ministro de Estado da Educação: II - propor e implementar as linhas orientadoras da ação da EB-
a) o relatório de administração e as demonstrações contábeis SERH;
anuais da EBSERH; III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração o orça-
b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; mento e programa de investimentos da EBSERH;
c) a proposta de criação de subsidiárias; e IV - deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível de
d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;
envolva a EBSERH. V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis,
IX - deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social da exceto valores mobiliários, podendo estabelecer normas e delegar
EBSERH; poderes;
X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de Adminis-
a) o regulamento de licitação; tração propostas de aquisição, alienação e oneração de bens imó-
b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as veis e valores mobiliários;
normas sobre apuração de responsabilidade; VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua
c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas au- competência;
torizadas; e VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encerramento
d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras de exercício;
parcelas que componham a retribuição de seus empregados; IX - autorizar a realização de acordos, contratos e convênios
XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bens imó- que constituam ônus, obrigações ou compromissos para a EBSERH,
veis e valores mobiliários; exceto os constantes do art. 6º da Lei nº 12.550, de 2011; e
XII - autorizar a contratação de empréstimos no interesse da X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser sub-
EBSERH; metidas ao Conselho de Administração.
XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna, após Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por
aprovação da Controladoria Geral da União; e semana e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo Presi-
XIV - dirimir questões em que não haja previsão estatutária, dente da EBSERH, deliberando com a presença da maioria de seus
aplicando, subsidiariamente, a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de membros.
1976. §1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de
Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinaria- votos e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto
mente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre que for con- ordinário, o de qualidade.
vocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de, pelo §2º O Presidente poderá vetar as deliberações da Diretoria,
menos, quatro de seus membros. submetendo-as, neste caso, ao Conselho de Administração.
§1º O Conselho somente deliberará com a presença da maioria Art. 18. Compete ao Presidente:
absoluta dos seus membros. I - representar a EBSERH, em juízo ou fora dele, podendo dele-
§2º As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria gar essa atribuição, em casos específicos, e, em nome da entidade,
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - EBSERH

constituir mandatários ou procuradores; III - opinar sobre a modificação do capital social, planos de in-
II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria; vestimento ou orçamentos de capital, transformação, incorporação,
III - coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo fusão ou cisão;
delegar competência executiva e decisória e distribuir, entre os Di- IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os erros, frau-
retores, a coordenação dos serviços da empresa; des ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis;
IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais
serviços da EBSERH, de acordo com a organização interna e a res- demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela EB-
pectiva distribuição de competências estabelecidas pela Diretoria; SERH; e
V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamen-
compreendidos na administração de pessoal, de acordo com as nor- tária, podendo examinar livros e quaisquer outros documentos e
mas e critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, podendo requisitar informações.
delegar esta atribuição no todo ou em parte; §1º A Diretoria e o Conselho de Administração são obrigados a
VI - designar substitutos para os membros da Diretoria, em disponibilizar, por meio de comunicação formal, aos membros em
seus impedimentos temporários, que não possam ser atendidos exercício do Conselho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de
mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu suas reuniões e, dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias
preenchimento; e dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas pe-
VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administra- riodicamente, bem como dos relatórios de execução do orçamento.
ção relatório das atividades da EBSERH. §2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês
Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na direção e, extraordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente.
e coordenação das atividades da EBSERH e exercer as tarefas de §3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os
coordenação que lhe forem atribuídas em regimento ou delegadas membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus
pelo Presidente. suplentes, até a nomeação de novo membro.
Art. 20. Os contratos que a EBSERH celebrar ou em que vier a §4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros
intervir e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Con-
por parte da empresa serão assinados pelo Presidente, em conjunto selho Fiscal que, sem causa formalmente justificada, não compare-
com um Diretor. cer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de
§1º Os títulos ou documentos emitidos em decorrência de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito.
obrigações contratuais, bem como os cheques e outras obrigações
de pagamento serão assinados pelo Presidente, que poderá delegar CAPÍTULO VIII
esta atribuição. DO CONSELHO CONSULTIVO
§2º Na hipótese de delegação da atribuição referida no §1º , os
títulos, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da EBSERH
pelo menos, duas assinaturas. que tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Direto-
ria Executiva e ao Conselho de Administração, e é constituído pelos
CAPÍTULO VII seguintes membros:
DO CONSELHO FISCAL I- o Presidente da EBSERH, que o preside;
Art. 21. O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EBSERH, II - dois representantes do Ministério da Educação;
compõe-se de três membros efetivos e respectivos suplentes, no- III - um representante do Ministério da Saúde;
meados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo: IV - um representante dos usuários dos serviços de saúde dos
I - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, hospitais universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional
que exercerá a sua presidência; de Saúde;
II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e V - um representante dos residentes em saúde dos hospitais
III - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda universitários federais, indicado pelo conjunto de entidades repre-
como representante do Tesouro Nacional. sentativas;
§1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á me- VI - um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado pela
diante registro na ata da primeira reunião de que participarem. ANDIFES; e
§2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois VII - um representante dos trabalhadores dos hospitais univer-
anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, sitários federais administrados pela EBSERH, indicado pela respecti-
podendo ser reconduzidos por igual período. va entidade representativa.
§3º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal §1º Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bie-
farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da nalmente pelos respectivos órgãos e entidades e designados pelo
remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do re- Ministro de Estado da Educação, sendo sua investidura feita me-
embolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada neces- diante registro na ata da primeira reunião de que participarem.
sárias ao desempenho da função. §2º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho
Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal: Consultivo não será remunerada e será considerada como função
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos ad- relevante, assegurado o reembolso das despesas de locomoção e
ministradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estada necessárias ao desempenho da função.
estatutários; Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo:
II - opinar sobre o relatório anual da administração e demons- I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e es-
trações financeiras do exercício social; tratégias da EBSERH, orientando o Conselho de Administração e a
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

Diretoria Executiva no cumprimento de suas atribuições; casos em que não houver incompatibilidade com os interesses da
II - propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas empresa.
de atuação ou outras medidas, orientando para que a EBSERH atinja Parágrafo único. A defesa prevista no caput aplica-se, no que
os objetivos para a qual foi criada; couber, e a critério do Conselho de Administração, aos empregados
III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da ocupantes e ex-ocupantes de cargo ou de função de confiança.
EBSERH; e Art. 33. A EBSERH rege-se pela Lei nº 12.550, de 2011, pela Lei
IV - assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em suas nº 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que
funções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação das lhe sejam aplicáveis.
estratégias de ação da EBSERH.
Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo *(Revogado pelo Decreto nº 10.810, de 2021)
menos uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convo-
cado pelo presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conse-
lho de Administração, ou a pedido de um terço dos seus membros. REGIMENTO INTERNO DA EBSERH (APROVADO NA 155ª
REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO DE ADMINIS-
CAPÍTULO IX TRAÇÃO, REALIZADA NO DIA 28 DE MARÇO DE 2023)
DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
E DOS LUCROS

Art. 26. O exercício social da EBSERH coincidirá com o ano civil. REGIMENTO INTERNO DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DA
Art. 27. A EBSERH levantará demonstrações financeiras e pro- REDE EBSERH
cederá à apuração do resultado em 31 de dezembro de cada exer-
cício. CAPÍTULO I
Art. 28. Do resultado do exercício, feita a dedução para atender DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
a prejuízos acumulados e a provisão para imposto sobre a renda, o
Conselho de Administração proporá ao Ministro de Estado da Fa- Art. 1º A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),
zenda a sua destinação, observando a parcela de cinco por cento empresa pública de capital fechado, com personalidade jurídica de
para a constituição da reserva legal, até o limite de vinte por cento direito privado e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da
do capital social. Educação (MEC), regida pelo Estatuto Social, pela Lei 6.404, de 15
Parágrafo único. Os prejuízos acumulados devem, preferencial- de dezembro de 1976, pela Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de
mente, ser deduzidos do capital social. 2011, pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, pelo Decreto nº
8.945, de 27 de dezembro de 2016, reger-se-á pelas disposições le-
CAPÍTULO X gais que lhe forem aplicáveis e pelos dispositivos deste Regimento.
DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL Art. 2º A Rede Ebserh é composta pela Administração Central e
pelos Hospitais Universitários Federais (HUFs), sendo que, para os
Art. 29. A estrutura organizacional da EBSERH e a respectiva fins deste Regimento, considera-se:
distribuição de competências serão estabelecidas pelo Conselho de I. Administração Central: com foro em Brasília/DF, é constituí-
Administração, mediante proposta da Diretoria Executiva. da pelos Órgãos Sociais e Estatutários, pela Presidência, Vice-Presi-
Parágrafo único. O órgão de auditoria interna da EBSERH vincu- dência e Diretorias, juntamente com as suas áreas vinculadas, cuja
la-se diretamente ao Conselho de Administração. competência prioritária é a gestão da Rede Ebserh; e
Art. 30. Aplica-se ao pessoal da EBSERH o regime jurídico esta- II. Hospitais Universitários Federais (HUFs): também denomi-
belecido pela legislação vigente para as relações de emprego pri- nados como Filiais, são os hospitais geridos pela Ebserh, por meio
vado. de contrato de gestão especial firmado com as Universidades Fede-
Parágrafo único. O ingresso do pessoal far-se-á mediante con- rais, para a prestação de serviços de ensino, pesquisa e de atenção
curso público de provas ou de provas e títulos, observadas as nor- à saúde, sendo esse último exclusivamente no âmbito do Sistema
mas específicas expedidas pela Diretoria, respeitado o disposto no Único de Saúde (SUS), com o objetivo de oferecer assistência huma-
art. 10 da Lei nº 12.550, de 2011. nizada e de qualidade em média e alta complexidade, oferecer cam-
po de prática de excelência para a formação profissional, inovação
CAPÍTULO XI e conhecimento científico para o fortalecimento do SUS, por meio
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS de aplicação de boas práticas de gestão hospitalar e de governança
corporativa.
Art. 31. Os membros do Conselho de Administração, da Di-
retoria Executiva, do Conselho Fiscal e os ocupantes de cargos de CAPÍTULO II
confiança, direção, assessoramento ou chefia, ao assumirem suas DOS ÓRGÃOS SOCIAIS E ESTATUTÁRIOS
funções, apresentarão declaração de bens e renda, anualmente re- Art. 3º Para atendimento do objeto social da empresa, a Admi-
novada. nistração Central da Rede Ebserh terá Assembleia Geral e os seguin-
Art. 32. A EBSERH, na forma previamente definida pelo Conse- tes órgãos estatutários:
lho de Administração, assegurará aos integrantes e ex-integrantes I. Conselho de Administração;
dos Conselhos de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva II. Diretoria Executiva;
a defesa em processos judiciais e administrativos contra eles ins- III. Conselho Fiscal;
taurados pela prática de atos no exercício do cargo ou função, nos IV. Conselho Consultivo;
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V. Comitê de Auditoria; e c. Serviço de Planejamento Orçamentário – SPO;


VI. Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração. III. Coordenadoria de Contabilidade – CCONT:
Art. 4º São Unidades internas de governança da Ebserh: a. Serviço de Informações Gerenciais e Gestão de Custos – SIGC;
I. Auditoria Interna; b. Serviço de Contabilidade – SC.
II. Área de Controle Interno, Conformidade e Gerenciamento Art. 9º São áreas vinculadas à Diretoria de Gestão de Pessoas
de Riscos, denominada na Administração Central de Assessoria de – DGP:
Conformidade, Controle Interno e Gerenciamento de Riscos - AC- I. Assessoria de Planejamento da Diretoria de Gestão de Pes-
CIGR; e soas – APDGP;
III. Ouvidoria-Geral. II. Coordenadoria de Planejamento de Pessoal – CPP:
Art. 5º As competências e demais informações sobre a As- a. Serviço de Dimensionamento e Monitoramento de Pessoal
sembleia Geral, órgãos sociais e estatutários e unidades internas – SEDIMP; e b. Serviço de Seleção e Provimento de Pessoal – SESP;
de governança que compõem a estrutura da Administração Central III. Coordenadoria de Administração de Pessoal – CAP:
da Rede Ebserh constam do Estatuto Social da empresa e em seus a. Serviço de Documentação e Registro – SDR;
respectivos regimentos internos. b. Serviço de Pagamento de Pessoal – SPP; e
c. Serviço de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho –
CAPÍTULO III SSOST;
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E SUAS VINCULAÇÕES IV. Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas – CDP:
a. Serviço de Capacitação e Avaliação de Desempenho – SE-
Art. 6º São áreas vinculadas à Presidência – PRES: CAD; e
I. Chefia de Gabinete da Presidência – CG: b. Serviço de Relações de Trabalho – SERET.
a. Secretaria-Geral – SG; e Art. 10. São áreas vinculadas à Diretoria de Atenção à Saúde
b. Assessoria Técnica – ASTEC; – DAS:
II. Assessoria Parlamentar – ASPAR; I. Assessoria de Planejamento da Diretoria de Atenção à Saúde
III. Assessoria de Conformidade, Controle Interno e Gerencia- – APDAS;
mento de Riscos – ACCIGR; II. Coordenadoria de Gestão da Clínica – CGC:
IV. Assessoria – APRES; a. Serviço de Gestão do Cuidado Assistencial – SGCA;
V. Coordenadoria da Consultoria Jurídica – CONJUR; b. Serviço de Gestão da Qualidade – SGQ; e
a. Assessoria – ACONJUR; c. Serviço de Regulação Assistencial – SRA;
b. Assessoria de Inteligência de Dados e Apoio Administrativo III. Coordenadoria de Gestão da Atenção Hospitalar – CGAH:
– AIDA; a. Serviço de Contratualização Hospitalar – SCH;
c. Serviço Jurídico de Contencioso Geral – SCOG; b. Serviço de Gestão da Informação, Monitoramento e Avalia-
d. Serviço Jurídico de Contencioso Trabalhista – SCOT; ção – SGIMA;
e. Serviço Jurídico de Consultivo Administrativo – SCAD; e c. Serviço de Planejamento Assistencial – SPA; e
f. Serviço Jurídico de Consultivo Trabalhista – SCTR; d. Serviço de Planejamento de Insumos Assistenciais – SPIA.
VI. Coordenadoria da Corregedoria-Geral – COGER; Art. 11. São áreas vinculadas à Diretoria de Ensino, Pesquisa e
VII. Coordenadoria de Comunicação Social – CCS: Inovação – DEPI:
a. Serviço de Produção de Conteúdo – SPC; I. Assessoria de Planejamento da Diretoria de Ensino, Pesquisa
b. Serviço de Eventos e Promoção Institucional – SEPI; e e Inovação – APDEPI;
c. Serviço de Relacionamento com a Imprensa – SRI. II. Coordenadoria de Gestão do Ensino – CGEN:
Art. 7º São áreas vinculadas à Vice-Presidência – VP: a. Serviço de Gestão de Pós-Graduação – SGPOS; e
I. Chefia de Gabinete da Vice-Presidência; b. Serviço de Gestão da Graduação, Ensino Técnico e Extensão
II. Assessoria – AVP; – SGETE.
III. Coordenadoria de Gestão da Rede – CGR: III. Coordenadoria de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológi-
a. Supervisão de Contratos de Gestão – SCG; ca em Saúde – CGPITS:
b. Supervisão de Programas Governamentais – SPG; a. Serviço de Gestão da Inovação Tecnológica em Saúde –
c. Supervisão de Desempenho dos HUFs – SDHUF; e SGITS; e
d. Supervisão de Relacionamento dos HUFs – SRHUF; b. Serviço de Gestão da Pesquisa – SGPQ.
IV. Coordenadoria de Estratégia e Inovação Corporativa – CEIC: Art. 12. São áreas vinculadas à Diretoria de Administração e In-
a. Serviço de Gestão por Processos – SGPS; fraestrutura – DAI:
b. Serviço de Gestão Estratégica – SEGES e I. Assessoria de Planejamento da Diretoria de Administração e
c. Serviço de Gestão da Inovação Corporativa e do Conheci- Infraestrutura – APDAI;
mento – SGIC. II. Coordenadoria de Gestão de Suprimentos – CGS:
Art. 8º São áreas vinculadas à Diretoria de Orçamento e Finan- a. Serviço de Gestão de Estoque – SGE; e
ças – DOF: b. Serviço de Gestão de Patrimônio – SGPA;
I. Assessoria de Planejamento da Diretoria de Orçamento e Fi- III. Coordenadoria de Administração – CAD:
nanças – APDOF; a. Serviço de Contratos e Convênios – SCC;
II. Coordenadoria de Planejamento e Execução Orçamentária e b. Serviço de Compras e Licitações – SCL;
Financeira – CPEOF: a. Serviço de Execução Orçamentária e Finan- c. Serviço de Administração da Sede – SADS; e
ceira – SEOF; d. Serviço de Compras Centralizadas – SCCEN;
b. Serviço de Gestão Orçamentária e Financeira – SGOFI; e IV. Coordenadoria de Infraestrutura Hospitalar e Hotelaria –
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CIH: blicas relacionados ao ensino e à gestão hospitalar.


a. Serviço de Manutenção Predial, Projetos e Obras – SMPO; Parágrafo único. Poderão ser instituídos outros colegiados in-
b. Serviço de Engenharia Clínica – SEC; e ternos, além dos previstos nesse artigo, desde que não haja sobre-
c. Serviço de Hotelaria Hospitalar – SHH. posição e conflito de competências com os definidos neste Regi-
Art. 13. São áreas vinculadas à Diretoria de Tecnologia da In- mento Interno e atendam ao disposto no §1º do artigo 15.
formação – DTI: Art. 15. Os Colegiados Internos com atuação no âmbito da Ad-
I. Assessoria de Planejamento da Diretoria de Tecnologia da In- ministração Central serão instituídos por meio de portaria emitida
formação – APDTI; pela autoridade competente.
II. Serviço de Governança de Tecnologia da Informação – SGTI; §1º A portaria de instituição dos colegiados internos deverá
III. Coordenadoria de Sistemas da Informação – CDSI: conter, no mínimo, os seguintes itens:
a. Serviço de Desenvolvimento de Sistemas – SDS; I. objetivos e competências do colegiado;
b. Serviço de Arquitetura de Sistemas – SAS; e II. composição, com a indicação de nomes dos cargos e funções
c. Serviço de Saúde Digital e Inteligência de Dados – SDID; específicas que representem as áreas imprescindíveis à realização
IV. Coordenadoria de Infraestrutura, Suporte e Segurança de dos respectivos trabalhos, bem como previsão de substituição;
Tecnologia da Informação – CISTI: a. Serviço de Infraestrutura e Se- III. coordenador do colegiado interno;
gurança de Tecnologia da Informação – SISEG; e b. Serviço de Supor- IV. área organizacional a qual o colegiado interno terá vínculo
te de Tecnologia da Informação – STI. temático e de suporte ao seu funcionamento;
V. área(s) organizacional(is) ou gestor(es) ao qual o colegiado
CAPÍTULO IV interno deverá submeter os resultados da sua atuação;
DOS COLEGIADOS INTERNOS VI. prazo para início e, no caso de comissões temporárias e gru-
pos de trabalho, de encerramento das atividades com a previsão
Art. 14. Para fins deste Regimento Interno os Colegiados Inter- sobre a possibilidade de prorrogação;
nos serão constituídos para atender as necessidades explícitas e re- VII. órgão superior responsável pela aprovação do regimento
conhecidas como relevantes, cujos objetos de atuação não possam interno do colegiado, com exceção de colegiados temporários; e
ser resolvidos pelas áreas organizacionais isoladamente e podem VIII. previsão de participação de convidados.
organizar-se sob as seguintes formas: §2º A portaria de que trata o parágrafo anterior deverá ser
I. Câmara Técnica: de duração perene, atua de forma consultiva precedida por nota técnica que apresente as motivações para sua
no nível tático, composta por profissionais de referência na área de instituição.
atuação, analisando detalhadamente temas específicos e de grande §3º A participação nos colegiados internos não será remune-
amplitude, como padronizações técnicas e definições de melhores rada.
práticas; §4º Os comitês e comissões permanentes terão seus regimen-
II. Centro de Competência: de duração perene ou temporária, tos aprovados pela respectiva autoridade competente.
atua de forma consultiva no nível operacional, composta por equi-
pe multidisciplinar da Administração Central e dos HUFs da Rede CAPÍTULO V
Ebserh, analisando detalhadamente temas de tecnologia da infor- DAS COMPETÊNCIAS
mação e propondo padronizações técnicas e definições de melho-
res práticas, quanto a sistemas e a infraestrutura de TI; SEÇÃO I
III. Comissão: de duração perene ou temporária, atua de forma DAS COMPETÊNCIAS COMUNS
consultiva ou executiva no nível tático operacional, analisando de-
talhadamente temas específicos e de grande amplitude, procuran- Art. 16. São competências comuns à Presidência, Vice-Presi-
do aprofundar discussões técnicas ou administrativas; dência, Diretorias, Coordenadorias, Supervisões e Serviços:
IV. Comitê: de duração perene, atua de forma consultiva no ní- I. acompanhar e apoiar a evolução dos projetos relacionados
vel estratégico, formulando e avaliando políticas e diretrizes de na- ao Planejamento Estratégico Organizacional executados sob sua
tureza corporativa, planejando e coordenando ações transversais à responsabilidade;
organização com ampla abrangência, propondo soluções integradas II. coordenar a integração e articulação entre os processos sob
para problemas complexos; sua responsabilidade e destes com as demais áreas da Administra-
V. Escritório: de duração perene, atua de forma consultiva ou ção Central e dos HUFs da Rede Ebserh;
executiva no nível estratégico, tático e operacional, analisando de- III. cumprir e fazer cumprir os Instrumentos Normativos e Deci-
talhadamente temas específicos e de grande amplitude, com o ob- sórios de conteúdo técnico e administrativo necessários ao desen-
jetivo de disseminar, zelar, propor e apoiar padrões e práticas de volvimento dos processos sob sua responsabilidade; IV. estabelecer
gestão estabelecidos no âmbito da Rede Ebserh; diretrizes, bem como procedimentos internos e fluxos de trabalho
VI. Grupo de Trabalho: de duração temporária, atua de forma dentro da sua esfera de competência e em conformidade com os
consultiva ou executiva no nível técnico operacional, na execução normativos da Rede Ebserh; V. prestar suporte e orientações téc-
de ações ou projetos específicos, com prazo preestabelecido, pro- nicas, no âmbito de suas competências, às áreas responsáveis pela
pondo soluções para problemas determinados ou executando ações execução dos processos sob sua responsabilidade nos HUFs da
transversais que envolvam mais de uma área organizacional; e Rede Ebserh; VI. monitorar o desenvolvimento da integridade e
VII. Núcleo Técnico Operacional: de duração perene, atua de transparência nos processos executados sob sua responsabilidade;
forma consultiva ou executiva no nível técnico operacional, em te- VII. realizar a identificação e avaliação de eventos de riscos nos
mas específicos, instituídos em consonância com as orientações da processos executados sob sua responsabilidade, bem como esta-
Administração Central da Ebserh ou por normativos e políticas pú- belecer e monitorar atividades de controle interno e mitigação de
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riscos; X. trabalhar de maneira articulada com as demais Diretorias,


VIII. definir, registrar, monitorar, avaliar e compartilhar os resul- Vice-Presidência e Presidência, prestando o apoio necessário ao de-
tados dos processos e projetos executados sob sua responsabilida- senvolvimento da Rede Ebserh;
de, por meio da avaliação de indicadores e metas; IX. promover a XI. realizar articulação institucional com órgãos e entidades re-
gestão e melhoria contínua de processos sob sua responsabilidade, lacionadas à sua área de atuação; e
buscando a priorização daqueles que se alinham aos instrumentos XII. gerenciar processos e celebrar parcerias que não exigem
norteadores da Rede Ebserh; X. propor, acompanhar e apoiar os repasses financeiro, mediante a aprovação prévia da Diretoria Exe-
processos de planejamento de compras, seleção de fornecedores cutiva.
e fiscalização de contratos, das contratações realizadas sob sua res- Parágrafo único. A edição de normas que sejam afetas a mais
ponsabilidade no âmbito da Administração Central; de uma diretoria serão aprovadas em Diretoria Executiva.
XI. atuar na elaboração do plano anual de compras centrali- Art. 18. São competências comuns às Assessorias de Planeja-
zadas, planejamento da contratação e seleção de fornecedores de mento das Diretorias:
compras centralizadas das categorias de compras sob sua respon- I. assessorar a organização e o funcionamento da Diretoria;
sabilidade; II. proceder a articulação da Diretoria em suas relações admi-
XII. fornecer informações e relatórios gerenciais sobre todos nistrativas com as demais Diretorias, com os HUFs da Rede Ebserh,
os atos relacionados aos processos sob sua responsabilidade, para órgãos e entidades;
subsidiar a avaliação por parte de seus superiores e a elaboração III. elaborar e consolidar as pautas de assuntos a serem discuti-
de respostas institucionais aos órgãos de gestão, à coordenadoria dos e deliberados nas reuniões em que participe o Diretor;
da consultoria jurídica e aos órgãos de controle interno e externo; IV. preparar os expedientes a serem despachados ou assinados
XIII. propor, monitorar e apoiar a institucionalização e melhoria pelo Diretor; V. organizar a agenda de compromissos, eventos e reu-
de ferramentas de Tecnologia da Informação (TI) que suportem a niões da Diretoria; VI. organizar viagens e visitas institucionais do
execução dos processos sob sua responsabilidade; XIV. promover Diretor, promovendo as medidas necessárias para a sua realização;
ações de sustentabilidade na instituição, buscando a viabilidade VII. realizar o recebimento, registro, triagem, distribuição, con-
econômica/ambiental/social nos processos executados sob sua res- trole e arquivo de documentos e processos encaminhados à Dire-
ponsabilidade ou no âmbito das áreas gestoras sob sua responsa- toria;
bilidade; VIII. realizar a manutenção e organização de arquivos digitais e
XV. promover o desenvolvimento de estudos e coordenar ações físicos e demais materiais de interesse da Diretoria;
que visem à inovação, à racionalização e ao dimensionamento oti- IX. realizar estudos e pesquisas de interesse da Diretoria;
mizado dos serviços no âmbito de suas competências; X. elaborar e/ou consolidar os documentos técnicos de cará-
XVI. apoiar tecnicamente a Rede Ebserh em processos de ava- ter transversal da Diretoria; XI. conduzir o processo de solicitação e
liação de necessidades de aquisição de tecnologias em saúde, no concessão de diárias e passagens no âmbito da Diretoria;
âmbito das suas competências; XII. coordenar as ações relacionadas ao planejamento tático e
XVII. gerir colegiados internos especificados no artigo 14, rela- estratégico no âmbito da Diretoria; e
cionados aos temas sob sua responsabilidade; e XIII. assessorar o Diretor em outros assuntos que lhe forem de-
XVIII. identificar lacunas de conhecimento no âmbito da sua signados no âmbito da atuação da Diretoria.
área de atuação e propor, em conjunto com a Diretoria de Gestão Art. 19. São competências comuns às Coordenadorias e aos
de Pessoas (DGP), ações de capacitação da(s) equipe(s) de trabalho. Serviços:
Art. 17. São competências comuns às Diretorias: I. orientar tecnicamente os HUFs da Rede Ebserh nos assuntos
I. propor e gerir as políticas relacionadas à área de atuação da relacionados à sua área de atuação;
Diretoria; II. avaliar tecnicamente o planejamento, a execução e as revi-
II. elaborar e monitorar a execução do planejamento orçamen- sões dos planos de aplicação de recursos e do Contrato de Objetivos
tário da Administração Central no que tange as categorias de com- no que tange as categorias de compras sob sua responsabilidade;
pras sob sua responsabilidade; III. subsidiar a diretoria na elaboração e no monitoramento da
III. atuar na avaliação de pleitos assistenciais em relação a ava- execução do planejamento orçamentário da Administração Central
liação de alteração da oferta de serviços assistenciais nos HUFs da no que tange as categorias de compras sob sua responsabilidade;
Rede Ebserh, no que tange sua área de atuação; IV. contribuir com IV. propor e gerir as políticas relacionadas à área de atuação
a formulação e qualificação de políticas públicas relacionadas à sua da Diretoria;
área de atuação; V. propor normas e procedimentos administrativos e técnicos
V. fomentar ações de atualização e projetos voltados ao desen- relativos à sua área de atuação; e VI. realizar, no âmbito da área de
volvimento científico e incorporação de novas tecnologias vincula- atuação, atividades demandadas pela Diretoria à qual se encontram
das às áreas e temas de sua competência vinculados.
VI. editar normas e procedimentos administrativos e técnicos
relativos à sua área de atuação, em articulação com as demais Dire- SEÇÃO II
torias e a Consultoria Jurídica; DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
VII. apoiar a estruturação dos hospitais da Rede Ebserh para o
processo de certificação e de recertificação como hospital de ensi- SUBSEÇÃO I
no; DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA PRESIDÊNCIA
VIII. promover eventos institucionais relacionados aos temas
sob sua responsabilidade; IX. divulgar as atividades desenvolvidas Art. 20. São competências da Presidência – PRES:
no âmbito de sua atuação; I. dirigir os processos relacionados à comunicação social e ges-
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

tão documental; VIII. estudar e emitir parecer nos assuntos que lhe forem sub-
II. dirigir os processos relacionados gestão de órgãos colegia- metidos, para que contribuam com a tomada de decisões.
dos estatutários; Art. 25. São competências da Assessoria – APRES:
III. dirigir os processos relacionados a apuração de responsa- I. fazer a interlocução com as coordenadorias e serviços da Pre-
bilidade, ao relacionamento com órgãos de controle e à atuação sidência, sobre os assuntos afetos à Presidência;
jurídica da empresa; e II. auxiliar o Presidente na articulação com a Vice-Presidência,
IV. dirigir os processos relacionados à conformidade, controle Diretorias, equipes de governança dos HUFs da Rede Ebserh, órgãos
interno e gerenciamento de riscos. Art. 21. São competências da e entidades;
Chefia de Gabinete da Presidência – CG: III. estudar e emitir pareceres nos assuntos que lhe forem sub-
I. prestar assistência direta e imediata ao Presidente na prepa- metidos para apoio à tomada de decisão do Presidente;
ração, na análise e no despacho do expediente; IV. elaborar e/ou consolidar os documentos técnicos em articu-
II. coordenar os trabalhos da Secretaria-Geral e da Assessoria lação com as coordenadorias e assessorias da Presidência; e
Técnica; V. assessorar o Presidente em outros assuntos que lhe forem
III. organizar as agendas internas e externas que tenham parti- designados no âmbito da sua atuação.
cipação do Presidente; IV. subsidiar e auxiliar o Presidente na pre- Art. 26. São competências da Coordenadoria da Consultoria Ju-
paração de documentos para apresentação em eventos internos e rídica – CONJUR:
externos à Ebserh, com a participação da Coordenadoria de Gestão I. assessorar a Presidência, a Diretoria Executiva, o Conselho de
da Rede (CGR) da Vice-Presidência e da Coordenadoria de Comuni- Administração, o Conselho Fiscal, o Conselho Consultivo, os Cole-
cação Social (CCS), quando necessário; giados Executivos, as Superintendências e demais áreas da empresa
V. redigir, revisar, tramitar e organizar a correspondência e ou- em assuntos de natureza jurídica;
tros documentos da Presidência da Ebserh; II. realizar advocacia preventiva na Rede Ebserh;
VI. supervisionar o trabalho da Secretaria–Geral relativo à ges- III. avaliar a legalidade e a regularidade de atos e procedimen-
tão documental na empresa; e VII. supervisionar a operação dos tos submetidos à análise;
órgãos colegiados. IV. formular e supervisionar as teses jurídicas da Ebserh, a se-
Art. 22. São competências da Secretaria-Geral – SG: rem uniformemente seguidas em sua área de atuação;
I. gerir a operação dos órgãos colegiados e manter os registros V. defender os interesses da empresa em ações judiciais e pro-
das reuniões e resoluções; cedimentos extrajudiciais; VI. prestar informações em mandado de
II. organizar e participar das reuniões dos órgãos colegiados segurança, com subsídios prestados pelas áreas da empresa;
estatutários, bem como elaborar os documentos pertinentes rela- VII. Atuar em processos judiciais e extrajudiciais na defesa de
cionados às reuniões; gestor e ex-gestor nos casos autorizados, conforme Norma de Defe-
III. editar e publicar o Boletim de Serviço da Administração Cen- sa de Gestor da Ebserh;
tral; VIII. assistir ao Presidente no controle interno da legalidade
IV. orientar a gestão documental na empresa; e administrativa dos atos a serem por ele praticados ou já efetiva-
V. gerir o repositório dos atos administrativos publicados no dos, e daqueles oriundos de órgão ou entidade sob sua supervisão
Boletim de Serviço da Administração Central e os emitidos pelos jurídica;
órgãos sociais e estatutários da Ebserh. IX. recomendar, de ofício, providências de natureza jurídica a
Art. 23. São competências da Assessoria Técnica – ASTEC: serem adotadas em atendimento ao interesse público e às normas
I. dispensar assistência direta à Presidência; vigentes, mediante elaboração de manifestação jurídica própria; X.
II. assessorar a Presidência em viagens, promovendo e monito- editar portarias e atos normativos inerentes às suas atribuições;
rando as ações necessárias; XI. propor à gestão da empresa a criação ou alteração de nor-
III. contribuir com as atividades de expediente relativas à Pre- mas;
sidência; e XII. analisar e autorizar a não propositura de ações e a não in-
IV. exercer outras atividades que lhe sejam atribuídas pela Pre- terposição de recursos, assim como a estratégia de extinção das
sidência. ações em curso ou de desistência dos respectivos recursos judiciais,
Art. 24. São competências da Assessoria Parlamentar – ASPAR: nos termos da legislação vigente e normativos internos;
I. dispensar assistência direta e imediata ao Presidente em sua XIII. autorizar pagamento de custas processuais, depósitos
representação política; recursais, honorários periciais, condenações, multas e outras des-
II. acompanhar, junto ao Congresso Nacional, os projetos de lei pesas processuais, conforme alçadas estabelecidas em normativo
de interesse da empresa; próprio;
III. analisar e elaborar respostas a requerimentos de informa- XIV. coordenar o desenvolvimento do Plano de Ações de Riscos
ção de parlamentares; Jurídicos;
IV. acompanhar a Presidência em audiências com parlamenta- XV. controlar e monitorar os passivos contingentes prováveis,
res; possíveis e remotos da empresa; e XVI. realizar a projeção das des-
V. atender a parlamentares e assessores parlamentares; pesas judiciais passíveis de execução orçamentária e financeira em
VI. coordenar e acompanhar a captação de recursos orçamen- cada exercício.
tários por intermédio de emendas parlamentares para a adminis- Parágrafo único. A Coordenadoria da Consultoria Jurídica po-
tração central e para os hospitais universitários; derá, sem prejuízo do disposto nesse regimento interno, elaborar
VII. monitorar matérias de interesse da empresa relativas a regulamento próprio especificando as competências dos Serviços,
assuntos legislativos e orientar as ações da Ebserh, em articulação Divisões, Setores e Unidades que compõem a estrutura centralizada
com a Consultoria Jurídica; e de serviços dessa Coordenadoria.
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a solução para o seu concurso!
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Art. 27. São competências da Assessoria – ACONJUR: XI. submeter à deliberação superior conflito de competências,
I. assessorar o Consultor Jurídico nos assuntos de sua compe- positivo ou negativo, que envolva a sua área com outra não vincu-
tência; lada;
II. proceder a articulação da CONJUR em suas relações adminis- XII. estudar e propor medidas com vistas à prevenção e ao en-
trativas com as áreas assessoradas, cerramento de litígios judiciais e extrajudiciais;
III. coordenar a distribuição de processos e documentos recebi- XIII. propor treinamento e capacitação de sua equipe de tra-
dos no Gabinete da Consultoria Jurídica; balho;
IV. gerenciar a capacitação dos colaboradores da CONJUR; XIV. propor a implementação de novas ferramentas e tecnolo-
V. elaborar e consolidar as pautas de assuntos a serem discu- gias com vistas à otimização das rotinas administrativas da Consul-
tidos e deliberados nas reuniões em que participe o Consultor Ju- toria Jurídica; e
rídico; XV. desenvolver quaisquer outras atividades que lhe forem atri-
VI. preparar os expedientes a serem despachados ou assinados buídas pelos superiores hierárquicos.
pelo Consultor Jurídico; VII. realizar estudos e pesquisas de interes- Art. 30. São competências do Serviço Jurídico Contencioso Ge-
se da CONJUR; ral – SCOG:
VIII. coordenar as ações relacionadas ao planejamento tático e I. defender os interesses da empresa nas ações judiciais em trâ-
estratégico no âmbito da CONJUR; e mite na justiça comum e em procedimentos extrajudiciais;
IX. exercer outras funções delegadas pelo Consultor Jurídico e II. acompanhar ações de controle abstrato de constitucionali-
demais competências estabelecidas em regulamento próprio. dade e reclamações de interesse da Ebserh, nos temas de sua com-
Art. 28. São competências da Assessoria de Inteligência de Da- petência; e
dos e Apoio Administrativo – AIDA: III. coordenar a elaboração das informações a serem prestadas
I. coordenar a distribuição de processos e documentos destina- em mandado de segurança.
dos à Consultoria Jurídica; Art. 31. São competências do Serviço Jurídico de Contencioso
II. formular métodos, monitorar, otimizar e automatizar proces- Trabalhista – SCOT:
sos internos, visando o aumento da eficiência operacional da Con- I. defender os interesses da empresa nas ações judiciais em trâ-
sultoria Jurídica; mite na Justiça do Trabalho;
III. realizar análises descritivas e preditivas, dando suporte à II. acompanhar ações de controle abstrato de constitucionali-
Consultoria Jurídica em tomada de decisões e na advocacia preven- dade e reclamações de interesse da Ebserh, nos temas de sua com-
tiva; petência; e
IV. articular com outras áreas o desenho e estruturação de ban- III. coordenar a elaboração das informações a serem prestadas
co de dados e demais recursos tecnológicos; em mandado de segurança.
V. coordenar as atividades desenvolvidas pelo apoio adminis- Art. 32. São competências do Serviço Jurídico de Consultivo Ad-
trativo da Consultoria Jurídica; ministrativo – SCAD:
VI. gerenciar as atividades que envolvam análise contábil e ela- I. prestar assessoramento jurídico, elaborar manifestações jurí-
boração de cálculos em processos judiciais; dicas e realizar estudos em matérias administrativas ou finalísticas,
VII. exercer atividades de planejamento, elaboração e acompa- em especial:
nhamento do orçamento e despesas judiciais; e a. governança corporativa;
VIII. exercer outras funções delegadas pelo Consultor Jurídico e b. proteção de dados pessoais;
demais competências estabelecidas em regulamento próprio. c. orçamento público e assuntos relacionados ao direito tribu-
Art. 29. São competências comuns dos Serviços Jurídicos: tário e ao direito financeiro;
I. coordenar, supervisionar e orientar as respectivas áreas vin- d. assuntos relacionados ao direito constitucional, ao direito
culadas, nas matérias de suas competências, conforme especificado administrativo, ao direito empresarial, ao direito ambiental e ao
no Regulamento da Consultoria Jurídica; direito eleitoral;
II. elaborar ações de planejamento das atividades jurídicas de- e. contratos de gestão especial com as Instituições Federais de
senvolvidas pela área e suas vinculadas; Ensino Superior e protocolos de intenções;
III. auxiliar na elaboração da proposta de Plano de Gestão da f. assuntos relacionados ao Programa de Reestruturação dos
Consultoria Jurídica; IV. apresentar proposições normativas de apri- Hospitais Universitários Federais (Rehuf);
moramento ou atualização de interesse da Consultoria Jurídica e g. instrumentos formais de contratualização no âmbito do SUS;
da Ebserh; h. assuntos relacionados à gestão hospitalar e à assistência mé-
V. aprovar teses, modelos e manifestações, em matérias rele- dico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico
vantes de sua competência; à população;
VI. propor orientações normativas e pareceres referenciais nas i. biodireito;
matérias de sua competência; j. assuntos relacionados ao ensino, pesquisa, extensão, inova-
VII. submeter ao Consultor Jurídico propostas e recomenda- ção, propriedade intelectual e ao relacionamento com fundações
ções que impliquem criação ou alteração de normas da empresa; de apoio e startups;
VIII. avocar processos das áreas vinculadas sempre que julgar k. licitações, contratos, convênios e instrumentos congêneres;
necessário; e
IX. resolver divergências de entendimentos jurídicos entre as l. assuntos relacionados à doação, alienação, cessão e transfe-
áreas vinculadas; rência de bens ou serviços.
X. deliberar sobre conflito de competências, positivo ou negati- Art. 33. São competências do Serviço Jurídico de Consultivo
vo, entre áreas vinculadas; Trabalhista – SCTR:
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I. prestar assessoramento jurídico, elaborar manifestações Controladoria-Geral da União; e


jurídicas e realizar estudos sobre: a. matérias trabalhistas e previ- XIII. assessorar os membros da Diretoria Executiva e do Conse-
denciárias, quando não abrangidas pelas competências das demais lho de Administração em matérias inerentes à sua área de atuação.
áreas; Art. 35. São competências da Coordenadoria de Comunicação
b. matéria tributária, quando relacionada aos tributos decor- Social – CCS:
rentes do vínculo de empregatício; I. planejar, orientar, coordenar e supervisionar as atividades de
c. proposição legislativa de interesse da Ebserh que trate de comunicação da Ebserh, quanto a jornalismo, publicidade e rela-
matéria relacionada a pessoal; ções públicas, alinhadas às políticas de Comunicação do MEC;
d. procedimentos éticos e disciplinares; e II. elaborar, supervisionar e avaliar a execução do Plano Anual
e. Estatuto Social, Regimento Interno e outros normativos da de Comunicação;
Ebserh, exceto aqueles nos quais a matéria predominante esteja III. difundir objetivos, serviços, ações, imagem, papel e impor-
abrangida pelas competências das demais áreas. tância da Ebserh;
Art. 34. São competências da Coordenadoria da Corregedoria- IV. orientar tecnicamente as Unidades de Comunicação Social
-Geral – COGER: das filiais da Ebserh na execução de suas atividades;
I. coordenar, orientar e supervisionar a execução das ativida- V. intermediar o relacionamento da Ebserh com os veículos e
des inerentes à sua área de atuação, inclusive no que se refere às profissionais de imprensa;
ações preventivas, objetivando a melhoria do padrão de qualidade VI. produzir, organizar e divulgar, interna e externamente, ma-
no processo de gestão e, como consequência, na prestação de ser- terial de comunicação institucional relativo ao trabalho da empresa;
viços à sociedade; VII. subsidiar os órgãos de direção da Ebserh em relação ao
II. propor ao Conselho de Administração a redação e/ou revisão comportamento e à imagem da empresa na mídia, por meio de mo-
de normas relativas às atividades de apuração de responsabilidade nitoramento e avaliação das informações a respeito da instituição,
administrativa de agentes públicos e de pessoas jurídicas no âmbito divulgadas pelos veículos de imprensa;
da Ebserh; VIII. orientar os empregados porta–vozes da empresa sobre
III. editar resoluções administrativas correcionais para orientar como lidar adequadamente com a imprensa;
a aplicação das normas de apuração de responsabilidade e a ade- IX. assessorar a Presidência, as Diretorias e demais órgãos da
quação da Ebserh às instruções normativas da Controladoria–Geral Ebserh nas ações que envolvam comunicação social, promoção ins-
da União; titucional e realização de eventos institucionais;
IV. receber denúncias envolvendo desvio de conduta de agen- X. estabelecer e administrar processos e procedimentos para a
tes públicos em atuação na Ebserh e de pessoa jurídica, nos termos realização de solenidades e eventos institucionais, de acordo com
da Lei nº 12.846/2013, realizar o juízo de admissibilidade e adotar normas de Cerimonial e Protocolo;
os procedimentos correcionais cabíveis, nos termos das normas in- XI. desenvolver, regulamentar e monitorar o uso correto e pa-
ternas de apuração de responsabilidade; dronizado da marca e demais elementos relacionados à identidade
V. fiscalizar o andamento dos procedimentos correcionais pre- visual da empresa, disponibilizadas na intranet, internet, redes so-
vistos nas normas internas de apuração de responsabilidade e o ciais, banners, cartazes, folders e demais publicações institucionais;
preenchimento dos sistemas correcionais mantidos pela Controla- XII. coordenar, elaborar ou editar material gráfico ou audiovi-
doria–Geral da União no âmbito da Ebserh, podendo solicitar rela- sual com vistas à divulgação da empresa para o público interno ou
tórios periódicos dos Superintendentes; externo;
VI. coordenar, capacitar e orientar tecnicamente as comissões XIII. estabelecer, em parceria com os HUFs da Rede Ebserh, di-
internas de apuração de responsabilidade, podendo solicitar em- retrizes para envio de mensagens dos diversos setores da Ebserh
pregados públicos para compor comissões internas de apuração de aos empregados da Administração Central e das filiais;
responsabilidade referentes a fatos praticados em áreas distintas; XIV. planejar, gerenciar, propor e monitorar ações de comuni-
VII. encaminhar anualmente ao Conselho de Administração cação para meios digitais como internet, tecnologia móvel, redes
dados consolidados e sistematizados, relativos aos resultados pro- sociais e blogs, em parceria com a Diretoria de Tecnologia da Infor-
cedimentos de apuração de responsabilidade de agentes públicos; mação (DTI); e
VIII. avocar, em qualquer fase processual, os processos inves- XV. desenvolver a estratégia de imagem, prevenção e trata-
tigativos ou punitivos instaurados nos HUFs da Rede Ebserh, nos mento de crises em comunicação.
termos da norma interna de apuração de responsabilidade, quando Art. 36. São competências do Serviço de Produção de Conteú-
verificada a omissão da autoridade responsável ou devido à com- do – SPC:
plexidade e relevância da matéria; I. executar o mapeamento de pautas institucionais e, a partir
IX. examinar e instruir, a qualquer tempo antes da decisão final, do levantamento, produzir conteúdo jornalístico para a empresa;
processos de apuração de responsabilidade que lhe forem encami- II. planejar e executar conteúdo para as redes sociais da em-
nhados; presa;
X. julgar processos disciplinares em face de quaisquer empre- III. produzir e orientar os trabalhos para a produção de vídeos
gados públicos da Ebserh nas hipóteses de infração leve; institucionais e jornalísticos;
XI. encaminhar recursos em processos de apuração de respon- IV. produzir, gerenciar e alimentar o site institucional e a intra-
sabilidade de agentes públicos à Diretoria Executiva ou ao Presiden- net com conteúdos jornalísticos, mediante consulta às áreas res-
te para julgamento, nos termos da norma interna específica; ponsáveis;
XII. atuar como unidade Setorial do Sistema de Correição V. criar e produzir informativos internos dirigidos aos emprega-
do Poder Executivo Federal, conforme previsão do Decreto nº dos da empresa;
10.768/2021, zelando pelo cumprimento de atos normativos da VI. realizar cobertura jornalística e fotográfica de eventos ins-
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titucionais; e nismos internacionais;


VII. gerenciar a publicação de conteúdos administrativos no V. dirigir o planejamento para incorporação de novos HUFs à
site da internet e intranet. Rede Ebserh; VI. gerir os processos relacionados aos Contratos de
Art. 37. São competências do Serviço de Eventos e Promoção Gestão Especial;
Institucional – SEPI: VII. dirigir os processos de monitoramento, articulação e inte-
I. elaborar e implementar estratégias de relacionamento com gração da Rede Ebserh; e
os diversos públicos da Ebserh; VIII. coordenar o processo de Tomada de Contas Especial.
II. planejar e executar a gestão de eventos institucionais, in- Art. 42. São competências da Chefia de Gabinete da Vice-Pre-
cluindo as atividades de cerimonial e protocolo; sidência - CGVP:
III. definir as diretrizes táticas da comunicação organizacional I. auxiliar na condução da gestão interna e execuções das ativi-
em alinhamento com as diretrizes da governança corporativa e a dades administrativas vinculadas à Vice-Presidência da Ebserh em
comunicação institucional; articulação com as Assessorias de planejamento, Assessoria da Vi-
IV. desenvolver e avaliar o uso correto e padronizado da marca ce-Presidência e Chefia de Gabinete da Presidência;
da Ebserh; e II. auxiliar o Vice-Presidente em suas relações administrativas
V. produzir e orientar os trabalhos de editoração e produção com a Presidência, Diretorias, equipes de governança dos HUFs da
gráfica de materiais relacionados à Ebserh com vistas à divulgação Rede Ebserh, órgãos e entidades;
da empresa para o público interno ou externo. III. elaborar e consolidar as pautas de assuntos a serem discuti-
Art. 38. São competências do Serviço de Relacionamento com dos e deliberados nas reuniões em que participe o Vice-Presidente;
a Imprensa – SRI: IV. organizar os expedientes a serem despachados ou assinados
I. intermediar, assessorar, orientar e promover o relacionamen- pelo Vice-Presidente; V. gerir a agenda do Vice-Presidente;
to da Rede Ebserh com os veículos e profissionais de imprensa; VI. assistir ao Vice-Presidente em viagens e visitas, promoven-
II. responder demandas da imprensa sobre as atividades da Eb- do as medidas necessárias para a sua realização;
serh e dar apoio nas demandas dos HUFs da Rede Ebserh; VII. realizar o recebimento, registro, triagem, distribuição, con-
III. editar, produzir, organizar e divulgar para a imprensa ma- trole e arquivo de documentos e processos recebidos na Vice-Pre-
terial jornalístico relativo às ações da Ebserh e hospitais, mediante sidência; e
consulta às áreas responsáveis; VIII. realizar a manutenção e organização de arquivos digitais e
IV. monitorar, selecionar e avaliar as informações sobre a Eb- físicos e demais materiais de interesse da Vice-Presidência.
serh, divulgadas pelos veículos de imprensa, de forma a subsidiar Art. 43. São competências da Assessoria – AVP:
os gestores para a tomada de decisão e proteger a imagem da em- I. fazer a interlocução com as coordenadorias, supervisões e
presa; e serviços da Vice-Presidência, sobre os assuntos afetos à Vice-Pre-
V. gerir e monitorar crises de comunicação na imprensa. sidência;
Art. 39. As competências da Assessoria de Conformidade, Con- II. auxiliar o Vice-Presidente na articulação com a Presidência,
trole Interno e Gerenciamento de Riscos – ACCIGR estão previstas Diretorias, equipes de governança dos HUFs da Rede Ebserh, órgãos
no artigo 96 do Estatuto Social. e entidades;
III. estudar e emitir pareceres nos assuntos que lhe forem sub-
SUBSEÇÃO II metidos para apoio à tomada de decisão do Vice-Presidente;
DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA VICE-PRESIDÊNCIA IV. elaborar e/ou consolidar os documentos técnicos em articu-
lação com as coordenadorias da Vice Presidência; e
Art. 40. Sem prejuízo do disposto no artigo 57 do Estatuto So- V. assessorar o Vice-Presidente em outros assuntos que lhe fo-
cial da empresa, são atribuições do Vice-Presidente: rem designados no âmbito da sua atuação.
I. assistir ao Presidente na supervisão, coordenação, monitora- Art. 44. São competências da Coordenadoria de Gestão da
mento e avaliação das ações desenvolvidas pelas Diretorias e pelas Rede – CGR:
Filiais; I. coordenar os processos de planejamento para incorporação
II. substituir o Presidente em suas ausências e impedimentos; de novos HUFs à Rede Ebserh;
III. deliberar sobre pleitos de alteração da oferta de serviços II. coordenar os processos de formalização, alteração e moni-
assistenciais nos HUFs da Rede Ebserh; e toramento dos Contratos de Gestão Especial com as Instituições
IV. coordenar e articular a atuação dos(as) Diretores(as) para o Federais de Ensino Superior;
alcance dos resultados institucionais. Art. 41. São competências da III. coordenar os processos de monitoramento, articulação e in-
Vice-Presidência – VP: tegração da Rede Ebserh; IV. coordenar o processo de planejamen-
I. dirigir os processos relacionados à Estratégia Organizacional, to, avaliação e monitoramento da aplicação de recursos nos HUFs
Arquitetura Organizacional e Arquitetura de Processos da Rede Eb- da Rede Ebserh;
serh; V. coordenar a Comissão Permanente de Análise de Pleitos As-
II. dirigir a elaboração, revisão e implementação do Estatuto sistenciais na avaliação de alteração da oferta de serviços assisten-
Social e do Regimento Interno da Administração Central e dos HUFs ciais nos HUFs da Rede Ebserh;
da Rede Ebserh; VI. coordenar o processo de monitoramento de resultados dos
III. dirigir ações de implementação e fortalecimento da gestão HUFs da Rede Ebserh; e
por processos, de gestão da mudança, de gestão de projetos, de VII. coordenar a operacionalização do Programa de Reestrutu-
gestão da inovação corporativa e da gestão do conhecimento na ração dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf).
Rede Ebserh; Art. 45. São competências da Supervisão de Contratos de Ges-
IV. dirigir acordos e projetos de cooperação técnica com orga- tão – SCG:
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I. avaliar a viabilidade de incorporações de novos HUFs à Rede IV. conduzir iniciativas de gestão e melhoria contínua de pro-
Ebserh, em conjunto com as Diretorias da Administração Central; cessos priorizados no âmbito da Administração Central; e
II. conduzir o processo de formalização e alteração dos Con- V. orientar e monitorar a priorização de processos nos HUFs
tratos de Gestão Especial com as Instituições Federais de Ensino da Rede Ebserh, promovendo a articulação entre os HUFs, entre as
Superior; e Diretorias e os HUFs, e entre as Diretorias para potencializar inicia-
III. monitorar e avaliar o cumprimento das obrigações pactua- tivas de gestão por processos em rede.
das nos Contratos de Gestão Especial. Art. 51. São competências do Serviço de Gestão Estratégica –
Art. 46. São competências da Supervisão de Programas Gover- SEGES:
namentais – SPG: I. gerir a elaboração, revisão e implementação da Arquitetura
I. conduzir o processo de elaboração, formalização, monitora- Organizacional da Rede Ebserh;
mento, avaliação e alterações dos Planos de Aplicação de Recursos II. gerir a elaboração, revisão e implementação do Estatuto So-
e dos Contratos de Objetivos; cial e do Regimento Interno da Administração Central e dos HUFs
II. elaborar estudos e análises estratégicas acerca da execução da Rede Ebserh;
orçamentária da Rede Ebserh; e III. operacionalizar o Rehuf. III. conduzir a elaboração do Plano Estratégico da Rede Ebserh,
Art. 47. São competências da Supervisão de Desempenho dos promovendo sua revisão e atualização tempestivamente;
HUFs – SDHUF: IV. conduzir a priorização de projetos, indicadores e metas es-
I. promover a cultura de gestão por indicadores com vistas a tratégicas;
acompanhar os resultados da Rede Ebserh e fomentar o aprimora- V. monitorar e avaliar os indicadores e metas do Plano Estra-
mento da gestão; tégico;
II. orientar a Rede Ebserh na formulação e análise de indica- VI. orientar as Diretorias e os HUFs da Rede Ebserh quanto ao
dores; desdobramento da estratégia em seus Planos Diretores;
III. monitorar o desempenho dos HUFs da Rede Ebserh; e VII. monitorar e avaliar o alinhamento entre o Plano Estratégico
IV. consolidar informações gerenciais dos HUFs da Rede Ebserh da Rede Ebserh e os Planos Diretores Estratégicos (PDEs) dos HUFs
com o apoio das demais Diretorias para subsidiar a alta gestão da da Rede Ebserh.
Ebserh na avaliação e tomada de decisão. VIII. orientar e avaliar a elaboração dos projetos estratégicos e
Art. 48. São competências da Supervisão de Relacionamento dos projetos previstos nos PDEs;
dos HUFs – SRHUF: IX. monitorar e avaliar a execução dos projetos do Plano Estra-
I. acompanhar, em conjunto com as Diretorias, os HUFs da tégico da Rede Ebserh;
Rede Ebserh, identificando necessidades de suporte, orientação e X. monitorar a execução do portfólio dos projetos dos PDEs; e
atuação para aprimoramento da gestão; II. coordenar ações trans- XI. orientar a Rede Ebserh quanto à gestão de projetos e gestão
versais e integradas para atendimento de demandas dos hospitais da mudança.
priorizadas pela alta gestão da Ebserh; e Art. 52. São competências do Serviço de Gestão da Inovação
III. conduzir com o apoio das Diretorias o processo de planeja- Corporativa e do Conhecimento – SGIC:
mento da incorporação de novos HUFs à Rede Ebserh. I. gerir processos de inovação corporativa e gestão do conheci-
Art. 49. São competências da Coordenadoria de Estratégia e mento no âmbito da Administração Central;
Inovação Corporativa – CEIC: II. gerir o Escritório de Gestão do Conhecimento da Rede Eb-
I. coordenar os processos de elaboração, revisão e implemen- serh e orientar a estruturação e funcionamento dos Escritórios no
tação da Arquitetura Organizacional da Rede Ebserh; âmbito dos HUFs da Rede Ebserh;
II. coordenar a elaboração, revisão e implementação do Esta- III. prospectar parcerias e cooperações técnicas visando o al-
tuto Social e do Regimento Interno da Administração Central e dos cance dos objetivos estratégicos organizacionais;
HUFs da Rede Ebserh; IV. gerir os processos de elaboração, execução, monitoramen-
III. coordenar os processos de definição, desdobramento, mo- to e revisão dos projetos de cooperação técnica com organismos
nitoramento e revisão da estratégia organizacional da Rede Ebserh; internacionais;
IV. coordenar os processos de elaboração e revisão da Cadeia V. orientar a Rede Ebserh quanto à gestão do conhecimento,
de Valor e Arquitetura de Processos da Rede Ebserh; gestão da inovação corporativa e cooperações técnicas; e
V. coordenar as ações de implementação e fortalecimento da VI. orientar a elaboração dos projetos de cooperação técnica
gestão por processos, de gestão da mudança, de gestão de projetos, e parcerias firmadas pelas diretorias e pelos HUFs da Rede Ebserh.
de gestão da inovação corporativa e da gestão do conhecimento na
Rede Ebserh; e
VI. coordenar a elaboração, execução, monitoramento e revi- SUBSEÇÃO III
são dos projetos de cooperação técnica. DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA DIRETORIA DE ORÇA-
Art. 50. São competências do Serviço de Gestão por Processos MENTO E FINANÇAS
– SGPS:
I. gerir a elaboração e revisão da Cadeia de Valor e Arquitetura Art. 53. São competências da Diretoria de Orçamento e Finan-
de Processos da Rede Ebserh; ças – DOF:
II. gerir o Escritório de Processos da Administração Central e I. planejar, implementar e controlar as políticas e diretrizes de
orientar a estruturação e funcionamento dos Escritórios de Proces- gestão orçamentária, financeira e contábil no âmbito da Adminis-
sos no âmbito dos HUFs da Rede Ebserh; tração Central e filiais;
III. orientar a Rede Ebserh quanto à gestão e melhoria contínua II. apoiar e monitorar as filiais da Ebserh no planejamento, im-
de processos; plementação e controle de seus respectivos orçamentos e desem-
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penhos institucionais, de acordo com as características definidas no III. recepcionar e avaliar as demandas que promovam impacto
planejamento de cada HUF da Rede Ebserh; no orçamento, indicar a classificação e conceder a disponibilidade
III. planejar, gerenciar e monitorar a execução orçamentária e e, se necessário, descentralização de créditos no âmbito da Ebserh,
financeira da Rede Ebserh com as medidas necessárias à manuten- observando o planejamento e programação aprovados, os limites
ção da sustentabilidade orçamentária e financeira da empresa; orçamentários disponíveis, respeitadas as competências das de-
IV. disponibilizar para a Rede Ebserh informações gerenciais mais áreas responsáveis pelas solicitações;
atualizadas de natureza orçamentária, financeira e de desempenho IV. recepcionar e avaliar as demandas de descentralização de
com a finalidade de contribuir para a tomada de decisão nas diver- créditos no âmbito da Ebserh, observando o planejamento e pro-
sas instâncias de gestão e para a sustentabilidade da empresa; gramação aprovados, os limites orçamentários disponíveis, respei-
V. estabelecer diretrizes para a gestão de custos da empresa, tando as competências das demais áreas demandantes;
bem como monitorar e avaliar a implantação de sistemas e indica- V. elaborar e monitorar a programação financeira mensal da
dores de custos; e Ebserh;
VI. apresentar à Diretoria Executiva as Demonstrações Finan- VI. gerenciar o fluxo de caixa de recursos financeiros da Ebserh,
ceiras da empresa. monitorando os saldos de recursos a receber e a repassar e as dis-
Art. 54. São competências da Coordenadoria de Planejamento ponibilidades financeiras da empresa;
e Execução Orçamentária e Financeira – CPEOF: VII. apurar, gerenciar e monitorar o fluxo de receita de produ-
I. coordenar a elaboração e consolidação da programação e ção SUS da Rede Ebserh; e
reprogramação dos orçamentos anuais e plurianuais no âmbito da VIII. realizar apuração de contas contábeis para um adequado
Rede Ebserh; encerramento do exercício financeiro da Ebserh.
II. coordenar, analisar e acompanhar as atividades afetas ao Art. 57. São competências do Serviço de Planejamento Orça-
planejamento, programação, acompanhamento, controle e execu- mentário – SPO:
ção orçamentária no âmbito da Ebserh, resguardados os devidos I. promover, orientar, e consolidar o planejamento orçamentá-
limites de alçada das instâncias responsáveis em cada unidade ges- rio anual e plurianual da Ebserh;
tora (UG) vinculada à empresa; II. orientar e avaliar as demandas, justificar e elaborar a pro-
III. realizar a interlocução junto às demais áreas da empresa e posta, realizar o acompanhamento, monitoramento e as revisões
às setoriais dos órgãos superiores envolvidos, quanto às ações ne- do Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal, da Lei de Diretrizes
cessárias ao tratamento das questões relativas ao planejamento e a Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) no âmbito
execução do orçamento no âmbito da Rede Ebserh; da Ebserh;
IV. acompanhar, bem como fazer divulgar, e orientar com vistas III. realizar e consolidar, dentro dos seus limites de alçada, as
ao cumprimento das determinações, recomendações e orientações projeções e estudos necessários ao planejamento orçamentário
emanadas pelos órgãos de controle e órgãos setorial e central dos da Ebserh, incluindo despesas obrigatórias e discricionárias; e IV.
Sistemas de Planejamento, Orçamento e de Administração Finan- estruturar, controlar e monitorar as principais bases de dados orça-
ceira Federal, no que se refere à sua área de competência; mentárias da Diretoria.
V. avaliar, monitorar e controlar o fluxo das receitas dos HUFs Art. 58. São competências da Coordenadoria de Contabilidade
da Rede Ebserh no âmbito do SUS; VI. avaliar, monitorar, controlar – CCONT:
e apurar a necessidade de recursos financeiros a receber do Órgão I. coordenar, supervisionar, avaliar e propor melhorias às ativi-
Setorial, bem como do Fundo Nacional de Saúde/MS; e dades relacionadas à contabilidade e controle de custos;
VII. disciplinar os prazos e procedimentos para o encerramen- II. coordenar a elaboração das Demonstrações Financeiras, tri-
to de exercício financeiro. Art. 55. São competências do Serviço de mestrais e anuais, da empresa;
Execução Orçamentária e Financeira – SEOF: III. solicitar às demais áreas da empresa as informações neces-
I. controlar e realizar a execução orçamentária e financeira da sárias para a correta compatibilidade dos registros contábeis;
Administração Central, em todas as suas etapas; IV. acompanhar a regularidade da empresa nos órgãos fiscais
II. analisar a instrução de processos de solicitação de empenho, e comerciais;
emitir as notas de empenho e monitorar seus respectivos saldos; V. coordenar a elaboração e envio das declarações acessórias;
III. analisar a instrução de processos de solicitação de paga- VI. supervisionar e orientar as atividades de conformidade de
mento, realizar a liquidação da despesa e a emissão da ordem de gestão e contábil;
pagamento; e VII. coordenar, supervisionar e propor métodos de apuração e
IV. acompanhar o resultado dos pagamentos executados, man- mensuração da eficiência do gasto; e
ter interlocuções com as entidades envolvidas no processo, noti- VIII. disciplinar os prazos e procedimentos para o encerramen-
ficar as áreas demandantes e providenciar a regularização de in- to de exercício financeiro.
consistências, conforme orientação, no âmbito da Administração Art. 59. São competências do Serviço de Informações Geren-
Central. ciais e Gestão de Custos – SIGC:
Art. 56. São competências do Serviço de Gestão Orçamentária I. apurar, monitorar e analisar as informações de custos hospi-
e Financeira – SGOFI: talares da Rede Ebserh;
I. gerenciar as dotações orçamentárias no âmbito da Ebserh, II. propor e realizar, dentro de suas competências, estudos téc-
resguardados os devidos limites de alçada das instâncias respon- nicos e indicadores que contribuam para apuração do desempenho
sáveis; financeiro e mensuração da eficiência do gasto da empresa; e
II. realizar e monitorar os pedidos de alterações orçamentárias III. gerenciar plataforma de informações gerenciais de natureza
no âmbito da Ebserh, providenciado as articulações necessárias orçamentária, financeira e de desempenho da empresa.
com as demais áreas envolvidas; Art. 60. São competências do Serviço de Contabilidade – SC:
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I. elaborar e analisar relatórios e documentos pertinentes à XI. formular os programas de estágio não obrigatório e de jo-
contabilidade da Ebserh; vens aprendizes da Ebserh.
II. elaborar as Demonstrações Financeiras Consolidadas da Eb- Art. 62. São competências da Coordenadoria de Planejamento
serh; de Pessoal – CPP:
III. realizar registros Contábeis Patrimoniais e orientar a execu- I. coordenar os processos de solicitação e controle de vagas,
ção orçamentária e financeira, quando couber; dimensionamento, monitoramento, seleção e provimento da força
IV. realizar a conformidade contábil da Unidade no Sistema In- de trabalho própria e cedida da Ebserh, de acordo com as necessi-
tegrado de Administração Financeira (Siafi); dades de cada HUF da Rede Ebserh;
V. elaborar as declarações acessórias para os órgãos fazendá- II. planejar e gerir os processos de contratação de recursos hu-
rios; manos, através da realização de concursos públicos, processos sele-
VI. realizar e controlar os cadastros de usuários no Siafi, no Sis- tivos e contratação de estagiários e aprendizes;
tema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg) e de- III. coordenar processo de movimentação da força de trabalho;
mais sistemas oficiais na alçada da contabilidade; IV. desenvolver a integração dos empregados da Ebserh, em
VII. realizar e controlar os cadastros de pessoa jurídica da em- articulação com as demais Diretorias, os órgãos da Presidência e as
presa nos órgãos competentes; e Equipes de Governança das filiais; e
VIII. realizar conformidade de registro de gestão no Siafi. V. implantar e gerir os Programas de Estágio e Aprendizagem
da Rede Ebserh.
SUBSEÇÃO IV Art. 63. São competências do Serviço de Dimensionamento e
DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA DIRETORIA DE GESTÃO Monitoramento de Pessoal – SEDIMP:
DE PESSOAS I. realizar dimensionamento de pessoal, de acordo com o pla-
nejamento assistencial e os processos de trabalho, em articulação
Art. 61. São competências da Diretoria de Gestão de Pessoas com as demais áreas técnicas e equipe de governança dos HUFs da
– DGP: Rede Ebserh;
I. gerir e articular ações relativas aos processos de planejamen- II. instruir processo, em conjunto com as demais áreas técnicas,
to, administração, avaliação e desenvolvimento da força de traba- de solicitação de vagas junto aos órgãos competentes;
lho, com todas as instâncias de gestão da Ebserh e com outras enti- III. elaborar, validar e revisar metodologia de dimensionamento
dades públicas ou privadas; de pessoal;
II. dirigir e articular com as demais diretorias os processos de IV. gerir o quadro de vagas autorizadas;
gerenciamento de vagas, dimensionamento de pessoas, seleção e V. monitorar e orientar os HUFs da Rede Ebserh quanto a lota-
provimento, monitoramento de pessoas e decisão sobre contrata- ção dos colaboradores da empresa;
ções, observando as necessidades que garantam o pleno funciona- VI. acompanhar a tabela de Cargos da Rede Ebserh com o obje-
mento da Rede da Ebserh; tivo de sugerir a alteração, extinção e/ou criação de novos cargos/
III. dirigir as ações de Segurança e Medicina do Trabalho na especialidades, baseado em tendências e pesquisas;
Rede Ebserh, em articulação com as demais Diretorias e órgãos da VII. manter atualizado os dados e informações referentes à for-
Presidência; ça de trabalho da Rede Ebserh;
IV. articular, desenvolver e implementar, em conjunto com ou- VIII. monitorar, permanentemente, o quadro de pessoal da
tras entidades públicas ou privadas, projetos e ações, bem como Rede Ebserh, considerando todos os regimes e natureza de contra-
quaisquer outras contribuições que possibilitem melhoria dos pro- tação;
cessos de gestão de pessoas na Ebserh; IX. elaborar proposta com plano de ação visando a adequação
V. gerir o aperfeiçoamento dos Planos de Cargos, Carreiras e de serviços, realocação e/ou ampliação do quadro de pessoal em
Salários, de Benefícios e de Cargos em Comissão e Funções Gratifi- articulação com as demais áreas técnicas e equipe de governança
cadas para a Ebserh, em articulação com as demais Diretorias e os dos HUFs da Rede Ebserh; e
órgãos da Administração Pública Federal; X. pesquisar, estudar e buscar metodologias/técnicas utilizadas
VI. dirigir a formação, capacitação e a avaliação dos colabora- e/ou propostas para monitoramento de pessoal, considerando as
dores da Ebserh, em consonância com o presente Regimento Inter- necessidades da Rede Ebserh.
no e com o planejamento da instituição, bem como de acordo com Art. 64. São competências do Serviço de Seleção e Provimento
as necessidades institucionais da Ebserh; de Pessoal – SESP:
VII. implementar políticas de integração da força de trabalho, I. implementar processos de contratação de recursos humanos
em articulação com as demais Diretorias, Equipes de Governança para a Ebserh, incluindo concurso público e a realização de proces-
das filiais e órgãos da Administração Pública; VIII. gerir a divulgação sos seletivos para as diversas formas de provimento para cargos
de informações relativas à política de gestão de pessoas, bem como temporários, emergenciais ou comissionados;
sobre as atribuições, funções, direitos e deveres de empregados e II. executar a Política de movimentação de empregados na Rede
demais colaboradores no âmbito da Ebserh, em articulação com a Ebserh, propondo normativos e observando as legislações vigentes;
Coordenadoria de Comunicação Social; III. realizar a convocação de candidatos aprovados nos concur-
IX. articular, no âmbito de suas atribuições, com órgãos de clas- sos públicos e/ou processos seletivos acompanhando o provimento
se e sindicais, informações e condições relacionados ao trabalho na dos cargos.
Ebserh; IV. analisar a conformidade dos processos de provimento para
X. negociar acordos coletivos de trabalho da Ebserh com as en- os cargos e funções comissionadas de acordo com o normativo in-
tidades sindicais representativas dos empregados, mediante asses- terno;
soramento da Coordenadoria da Consultoria Jurídica; e V. executar o Programa de Estágio não obrigatório da Ebserh; e
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VI. executar o Programa Jovem aprendiz da Ebserh. Art. 68. São competências do Serviço de Saúde Ocupacional e
Art. 65. São competências da Coordenadoria de Administração Segurança do Trabalho – SSOST:
de Pessoal – CAP: I. gerir, no âmbito da Administração Central, e orientar e acom-
I. coordenar a elaboração da proposta orçamentária relativa à panhar, no âmbito dos HUFs da Rede Ebserh, os processos relacio-
folha de pagamento da Ebserh; nados à saúde e segurança do trabalho na Rede Ebserh;
II. manter atualizado o controle de cargos comissionados, fun- II. propor e acompanhar ações de vigilância em saúde, por
ções e gratificações do quadro de pessoal da Rede Ebserh; meio de estudos e análises epidemiológicas, indicadores de ava-
III. preparar atos de nomeação e exoneração de cargos efetivos liação e gerenciamento de dados sobre a saúde e segurança dos
e comissionados; colaboradores;
IV. coordenar a admissão e demissão dos empregados da Eb- III. receber e registrar as informações de licenças médicas e ou-
serh; tros afastamentos por motivos de saúde dos colaboradores da Ad-
V. coordenar os processos relativos à Segurança e Medicina do ministração Central e prestar orientações aos HUFs da Rede Ebserh
Trabalho e à Saúde e Segurança do Trabalho da Rede Ebserh; quanto ao tema;
VI. gerenciar a elaboração da política salarial e de concessão IV. gerir as ações e políticas de prevenção e promoção na área
de gratificações e benefícios, elaborando os estudos de impacto fi- de saúde e segurança dos trabalhadores desenvolvidas no âmbito
nanceiro; da Rede Ebserh;
VII. coordenar a execução da folha de pagamentos da empresa, V. desenvolver programas e ações de promoção de qualidade
conforme o Plano de Cargos, Carreiras, Salários e Plano de Vanta- de vida do trabalhador da Rede Ebserh;
gens e Benefícios; e VI. prestar orientações técnicas acerca da elaboração de Laudos
VIII. coordenar o cadastro, documentação e registro dos em- Técnicos de Insalubridade/ Periculosidade e de outros documentos
pregados efetivos, temporários e cedidos à Ebserh. técnicos relacionados à saúde e segurança do trabalho na Rede Eb-
Art. 66. São competências do Serviço de Documentação e Re- serh, bem como monitorar a aplicação dos referidos documentos;
gistro – SDR: VII. orientar, encaminhar e acompanhar os empregados da Ad-
I. gerir o cadastro dos empregados efetivos, temporários e ocu- ministração Central em demandas relativas ao Instituto Nacional
pantes de cargo em comissão ou função gratificada da Ebserh; de Seguridade Social (INSS), bem como orientar os HUFs da Rede
II. gerenciar os processos de cessão e requisição de emprega- Ebserh sobre como encaminhar e acompanhar demandas dessa na-
dos e servidores da Rede Ebserh e elaborar atos relativos à gestão tureza relativas aos empregados dos HUFs; e
de pessoas; VIII. desenvolver programas e ações de promoção de qualidade
III. manter e conservar o arquivo de documentos funcionais dos de vida do trabalhador da Rede Ebserh.
empregados e colaboradores da Ebserh; Art. 69. São competências da Coordenadoria de Desenvolvi-
IV. gerir processos relativos ao cadastro, concessão de férias, mento de Pessoas – CDP:
afastamentos funcionais não relacionados à saúde, frequência, I. gerir o processo de desenvolvimento de pessoas da Rede Eb-
banco de horas e escalas de trabalho; serh;
V. elaborar atos de pessoal, de nomeação, transferência, apos- II. planejar e coordenar o processo de Gestão do Desempenho
tilamentos, substituição e exoneração e controlar o provimento dos por Competências (GDC) dos colaboradores da Ebserh;
Cargos Comissionados e Funções Gratificadas; e VI. providenciar III. planejar e coordenar o processo de avaliação do período de
relatórios e declarações de dados cadastrais dos empregados efe- experiência dos novos empregados da Ebserh;
tivos, temporários e ocupantes de cargo em comissão ou função IV. monitorar a gestão do ambiente virtual de aprendizagem
gratificada da Rede Ebserh. (AVA) da Escola Ebserh de Educação Corporativa (3EC);
Art. 67. São competências do Serviço de Pagamento de Pessoal V. planejar e coordenar a gestão do Plano de Cargos, Carreiras e
– SPP: Salários e o Plano de Cargos Comissionados e Funções Gratificadas
I. gerir a folha de pagamento da Rede Ebserh; da Rede Ebserh;
II. gerir as atividades necessárias aos recolhimentos dos encar- VI. coordenar as ações referentes aos processos de afastamen-
gos sociais; to do país para capacitação dos empregados da Rede Ebserh;
III. analisar os documentos de cobrança e providenciar o res- VII. planejar e coordenar a política e o processo de negociações
sarcimento de salários e encargos sociais de servidores cedidos por coletivas da Rede Ebserh;
outros órgãos à Rede Ebserh; VIII. planejar e coordenar a execução de ações preventivas de
IV. efetuar a cobrança de salários e encargos sociais de empre- combate ao Assédio Moral e ao Assédio Sexual;
gados da EBSERH cedidos para outros órgãos; IX. planejar e coordenar ações referentes ao Clima Organizacio-
V. orientar as Divisões de Gestão de Pessoas (DivGPs) dos HUFS nal, em conjunto com as ações de Qualidade de Vida no Trabalho; e
da Rede Ebserh sobre procedimentos de cálculos e pagamento de X. monitorar a mediação dos conflitos de relação de trabalho
remuneração, utilização dos sistemas e aplicação da legislação, nor- junto aos HUFs da Rede Ebserh. Art. 70. São competências do Servi-
mativos e fluxos pertinentes às atividades e processos de pagamen- ço de Capacitação e Avaliação de Desempenho – SECAD:
to de pessoal; I. executar o processo de desenvolvimento de pessoas da Rede
VI. elaborar e executar as rotinas anuais referentes à Declara- Ebserh;
ção do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF); e II. propor e executar ações de capacitação para a Rede deman-
VII. elaborar projeção detalhada de gastos com pessoal para dadas pelas Diretorias ou identificadas na GDC;
inclusão e acompanhamento no Orçamento Anual, bem como fun- III. propor, implementar e monitorar o processo de GDC dos
damentar possíveis necessidades de suplementação de recursos colaboradores da Ebserh;
orçamentários e financeiros. IV. propor metodologia e gerir o processo de avaliação de perí-
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odo de experiência dos novos empregados, na Administração Cen- dados e informações relacionados à assistência, incluindo informa-
tral e acompanhar o processo nos HUFs da Rede Ebserh; ções dos prontuários médicos e seus correlatos, para fins de ensino,
V. gerir o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) da Escola pesquisa, desenvolvimento tecnológico e outros usos dos dados as-
Ebserh de Educação Corporativa (3EC); sistenciais de pacientes;
VI. gerir o Plano de Cargos, Carreiras e Salários - PCCS da Ebserh XIII. definir e promover o processo de monitoramento e avalia-
e o Plano de Cargos Comissionados e Funções Gratificadas - PCCFG ção do desempenho da atenção hospitalar da Rede Ebserh; e
da Ebserh; e XIV. estabelecer estratégias para a qualificação do registro das
VII. gerir o processo de afastamento do País para capacitação informações assistenciais.
dos empregados da Ebserh. Art. 73. São competências da Coordenadoria de Gestão da Clí-
Art. 71. São competências do Serviço de Relações de Trabalho nica – CGC:
– SERET: I. coordenar a integração, implantação e implementação de
I. identificar as entidades sindicais por categoria e região dos dispositivos de gestão da clínica;
empregados da Ebserh; II. coordenar ações estratégicas e as atividades multidisciplina-
II. organizar, supervisionar e gerenciar a Mesa Nacional de Ne- res com vistas a promover a integralidade do cuidado;
gociação Permanente da Ebserh - MNNP/Ebserh; III. coordenar a elaboração, padronização e implantação dos
III. promover ações referentes ao Clima Organizacional, em guias, instrutivos, manuais, protocolos clínicos assistenciais e di-
conjunto com as ações de Qualidade de Vida no Trabalho; retrizes terapêuticas e outros documentos normativos relativos à
IV. atuar na administração, mediação e negociação para o trata- assistência à saúde;
mento de conflitos decorrentes das relações de trabalho; IV. coordenar a implantação de instrumentos de apoio à deci-
V. propor, acompanhar e promover ações afirmativas e preven- são clínica a serem adotados pelos HUFs da Rede Ebserh;
tivas de combate ao assédio moral e ao assédio sexual; e V. coordenar os processos de organização e funcionamento das
VI. gerir e executar as ações relativas às relações de trabalho. comissões hospitalares obrigatórias relacionadas à gestão da clíni-
ca;
SUBSEÇÃO V VI. coordenar e monitorar as ações de regulação assistencial
DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA DIRETORIA DE ATEN- junto às filiais Ebserh, de maneira articulada ao gestor local do SUS;
ÇÃO À SAÚDE VII. coordenar a gestão da informação clínica em consonância
com a Política de Gestão Documental da Ebserh e com as legisla-
Art. 72. São competências da Diretoria de Atenção à Saúde – ções sanitária e arquivística vigentes;
DAS: VIII. coordenar a implementação de ações de gestão da quali-
I. promover a qualificação da assistência prestada nos HUFs da dade, segurança do paciente e humanização; e
Rede Ebserh; IX. propor, no âmbito de sua atuação, ações referentes à assis-
II. promover, em conjunto com a DAI e DTI, a modernização da tência hospitalar, à vigilância em saúde e no que se refere a eventos
estrutura para a assistência dos HUFs da Rede Ebserh; de importância em saúde pública.
III. propor modelo de avaliação da estrutura assistencial dos Art. 74. São competências do Serviço de Gestão do Cuidado
HUFs da Rede Ebserh; Assistencial – SGCA:
IV. estabelecer, em diálogo com a DEPI, princípios e diretrizes I. orientar e monitorar a implantação de dispositivos de gestão
para análise de mérito relativo à alteração de oferta de serviços as- do cuidado assistencial no âmbito da Rede Ebserh;
sistenciais em saúde no âmbito dos HUFs da Rede Ebserh; II. promover e monitorar a implantação de instrumentos de
V. definir diretrizes e apoiar a Rede Ebserh nos processos de apoio à decisão clínica a serem adotados pelos HUFs da Rede Eb-
negociação e pactuação da contratualização junto aos gestores do serh, em especial a classificação de risco;
SUS; III. orientar a definição e a implementação, bem como monito-
VI. promover a integração das ações assistenciais com o ensino, rar a estruturação de linhas de cuidado no âmbito da Rede Ebserh;
a pesquisa e a inovação tecnológica em saúde, em conjunto com a IV. promover e monitorar a implantação nas filiais Ebserh, dos
DEPI; protocolos clínico-assistenciais, diretrizes terapêuticas assistenciais,
VII. qualificar a atuação dos HUFs da Rede Ebserh junto à Rede guias, instrutivos e outras documentações assistenciais, a serem
de Atenção à Saúde, por meio de dispositivos de gestão da atenção adotados na Rede, visando qualificar os processos e a gestão do
hospitalar e de gestão da clínica; cuidado em saúde;
VIII. definir a utilização de protocolos assistenciais, diretrizes V. atuar de maneira articulada com o SPIA no desenvolvimento
terapêuticas e de tecnologias em saúde, alinhados com os Protoco- de dispositivos que assegurem a utilização de medicamentos e pro-
los Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde dutos para saúde padronizados nos protocolos clínicos e diretrizes
(MS), a serem adotados pelos HUFs da Rede Ebserh; terapêuticas;
IX. promover, em diálogo com a DEPI e DTI, o acesso da Rede VI. orientar os HUFs da Rede Ebserh na implementação, mo-
Ebserh às bases de dados de evidências científicas para o ensino, nitoramento e avaliação da farmácia clínica e dispensação farma-
pesquisa, inovação e assistência; cêutica;
X. propor ações referentes à assistência hospitalar e à vigilância VII. apoiar a gestão dos processos envolvidos no cuidado in-
em saúde, inclusive em eventos de importância em saúde pública; tegrado especializado no âmbito hospitalar, inclusive os mediados
XI. gerir os convênios e os instrumentos formais de contratuali- por tecnologias de telessaúde, relativos ao diagnóstico, tratamento,
zação estabelecidos com os gestores de saúde, considerando o seu prevenção e reabilitação;
caráter finalístico; VIII. apoiar a Rede na gestão dos processos de alta por óbitos,
XII. definir e autorizar, em diálogo com a DEPI, a utilização de busca ativa de doadores de órgãos e tecidos, e necrópsia;
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IX. apoiar a Rede na padronização do processamento de mate- cluindo formas de controle e padronização de formatação de acor-
riais hospitalares; do com a política de gestão documental da Ebserh.
X. apoiar a Rede na organização e gestão de estruturas de bio- Art. 76. São competências do Serviço de Regulação Assistencial
ética, de forma a mitigar conflitos e instrumentalizar as decisões – SRA:
difíceis na prática assistencial; e I. propor diretrizes para organização dos processos de gestão
XI. promover a implantação e gestão das comissões hospitala- da oferta de consultas, exames, leitos e cirurgias;
res obrigatórias relacionadas ao cuidado assistencial. II. promover o desenvolvimento de capacidades técnicas rela-
Art. 75. São competências do Serviço de Gestão da Qualidade tivas à elaboração, uso e aplicação de protocolos de regulação do
– SGQ: acesso;
I. estabelecer diretrizes e parâmetros para a gestão da quali- III. elaborar diretrizes para os processos de gestão da lista de
dade, da segurança do paciente, da humanização e das ações de espera cirúrgica (LEC);
vigilância em saúde, nos componentes epidemiológicos, controle IV. monitorar a gestão da informação relacionada à oferta de
de infecção hospitalar e gestão de riscos de tecnologias em saúde, consultas, internações, cirurgias e exames;
nas filiais Ebserh; V. promover os ciclos de melhoria dos processos regulatórios
II. gerir a implementação do Programa Ebserh de Gestão da assistenciais por meio do monitoramento e avaliação dos seus in-
Qualidade, do Programa Ebserh Gestão à Vista, do Programa Eb- dicadores;
serh de Segurança do Paciente e das ações de humanização, esta- VI. propor diretrizes para pactuação e gestão dos processos re-
belecendo indicadores e metas, incentivando a avaliação crítica dos lacionados a transferências internas, admissão e alta, referência e
dados e a realização dos ciclos de melhoria por meio da análise dos contrarreferência de pacientes;
planos de ação; VII. apoiar as filiais em discussões com gestores locais de saú-
III. gerir a execução do processo de avaliação externa do Pro- de, dentro do escopo da regulação assistencial; e
grama Ebserh de Gestão da Qualidade e Selo Ebserh da Qualidade; VIII. propor diretrizes e apoiar a gestão da informação clínica no
IV. orientar tecnicamente as filiais Ebserh para qualificação do âmbito da Rede Ebserh, incluindo as informações clínicas em meio
processo de gestão da informação relativa às doenças e agravos de físico, a digitalização de prontuários físicos e o prontuário eletrônico
notificação compulsória (DNC), bem como no controle de infecções do paciente.
relacionadas à assistência de saúde (IRAS); Art. 77. São competências da Coordenadoria de Gestão da
V. orientar tecnicamente as filiais Ebserh na estruturação e de- Atenção Hospitalar – CGAH:
senvolvimento de atividades de gestão de riscos e incidentes em I. coordenar o processo de planejamento e programação as-
saúde, incluindo os assistenciais e aqueles relacionados às tecnolo- sistencial e aqueles relacionados à contratualização hospitalar da
gias em saúde, como a farmacovigilância, tecnovigilância, hemovi- Rede Ebserh;
gilância e vigilância de produtos saneantes; II. validar os estudos de dimensionamento de serviços assisten-
VI. atuar de maneira articulada com o SPIA no desenvolvimen- ciais da Rede Ebserh; III. validar análises dos Instrumentos Formais
to de dispositivos que assegurem a qualidade dos medicamentos e de Contratualização (IFCs) e estabelecer medidas de apoio à imple-
produtos para saúde; mentação de processos de planejamento assistencial e contratuali-
VII. orientar tecnicamente as filiais Ebserh para qualificação do zação hospitalar;
processo de identificação, tratamento da informação e comunica- IV. coordenar o processo de padronização de medicamentos e
ção de riscos e incidentes em saúde; produtos para saúde para uso na Rede Ebserh;
VIII. gerir o sistema de Vigilância em Saúde e Gestão de Ris- V. coordenar o processo de monitoramento e avaliação do de-
cos Assistenciais Hospitalares (Vigihosp), o Painel de Indicadores de sempenho da atenção hospitalar da Rede Ebserh; e
Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente e demais sistemas VI. propor estratégias para qualificação do registro das infor-
de informação relacionados à gestão da qualidade, vigilância em mações assistenciais.
saúde, segurança do paciente e humanização, orientando e incen- Art. 78. São competências do Serviço de Contratualização Hos-
tivando a notificação e investigação de eventos adversos e queixas pitalar – SCH:
técnicas em sistema próprio e nas plataformas dos órgãos sanitários I. prestar apoio técnico aos HUFs da Rede Ebserh para a (re)
competentes; pactuação dos Instrumentos Formais de Contratualização (IFC) no
IX. identificar e avaliar o perfil de morbimortalidade hospitalar, âmbito do SUS, incluindo a construção das bases e estratégias de
auxiliando a análise de situação de saúde e o processo de melhorias negociação;
para subsidiar a tomada de decisão gerencial; II. monitorar e avaliar a situação de vigência dos IFC e o desem-
X. apoiar a implantação e atuação das Comissões Obrigatórias penho dos HUFs da Rede Ebserh no cumprimento de metas;
diretamente relacionadas à vigilância em saúde, à humanização, à III. fornecer subsídios técnicos aos HUFs da Rede Ebserh para o
qualidade e à segurança do paciente; monitoramento e a avaliação de desempenho dos IFC;
XI. monitorar e avaliar as ações de gestão da qualidade da as- IV. atuar na mediação de eventuais conflitos inerentes à contra-
sistência à saúde, segurança do paciente, humanização e vigilância tualização, entre os HUFs da Rede Ebserh e a gestão do SUS;
em saúde nas filiais Ebserh; V. representar a Ebserh perante os gestores de saúde; e
XII. orientar o desenvolvimento de capacidades técnicas em VI. atuar junto ao MS na resolução de problemas e/ou de regu-
gestão da qualidade da assistência à saúde, da segurança do pacien- larização de repasses de recursos, considerando os acordos e valo-
te, da humanização e das ações de vigilância em saúde no âmbito res estabelecidos nos instrumentos formais de contratualização dos
das filiais da Ebserh; e HUFs da Rede Ebserh.
XIII. orientar os HUFs da Rede Ebserh a respeito da elaboração Art. 79. São competências do Serviço de Gestão da Informação,
e gestão de documentos do sistema de Gestão da Qualidade, in- Monitoramento e Avaliação – SGIMA:
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I. desenvolver e operacionalizar metodologia de gestão da in- mento de dispositivos que assegurem a utilização de medicamen-
formação, incluindo monitoramento e avaliação de indicadores da tos e produtos para saúde padronizados nos protocolos clínicos e
atenção hospitalar na Rede Ebserh; diretrizes terapêuticas;
II. implementar ferramentas para o monitoramento e avaliação VIII. estruturar e implementar a forma e o conteúdo do Catálo-
dos indicadores da produção assistencial da Rede Ebserh definidos go de Padronização de Tecnologias em Saúde Nacional e dos HUFs
pela DAS; da Rede Ebserh; e
III. monitorar e avaliar o desempenho da atenção hospitalar da IX. definir em conjunto com a DOF as naturezas de despesa de
Rede Ebserh no âmbito dos sistemas de informação em saúde de medicamentos e produtos para saúde a serem utilizadas pela Rede
base nacional do SUS; Ebserh.
IV. subsidiar a gestão no processo de tomada de decisão com
o fornecimento de informações relativas à atenção hospitalar da SUBSEÇÃO VI
Rede Ebserh; DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA DIRETORIA DE ENSINO,
V. desenvolver e implementar estratégias de qualificação do PESQUISA E INOVAÇÃO
registro das informações assistenciais no âmbito dos sistemas de
informação em saúde de base nacional do SUS; Art. 82. São competências da Diretoria de Ensino, Pesquisa e
VI. subsidiar a integração do sistema de informação em saúde Inovação – DEPI:
da Rede Ebserh com os sistemas de informação em saúde de base I. estabelecer a política do ensino, da pesquisa e da inovação
nacional do SUS; e tecnológica em saúde;
VII. fornecer subsídios técnicos para a operacionalização de sis- II. promover a qualificação do ensino, da pesquisa e da inova-
temas de informação em saúde de base nacional do SUS. ção tecnológica em saúde;
Art. 80. São competências do Serviço de Planejamento Assis- III. promover a gestão das atividades do ensino, da pesquisa e
tencial – SPA: da inovação tecnológica em saúde realizadas na Rede Ebserh;
I. realizar estudos para a definição de perfil assistencial, a partir IV. promover, em conjunto com a DAI e DTI, a modernização da
da análise da situação de saúde, diagnóstico, projeção assistencial estrutura para ensino, pesquisa e inovação tecnológica em saúde
dos HUFs e estrutura organizacional das Gerências de Atenção à dos HUFs da Rede Ebserh;
Saúde (GAS) dos HUFs da Rede Ebserh; V. propor modelo de avaliação da estrutura de ensino, pesquisa
II. estabelecer parametrização de serviços assistenciais para o e inovação tecnológica em saúde dos HUFs da Rede Ebserh;
planejamento assistencial; VI. estabelecer, em diálogo com a DAS, princípios e diretrizes
III. fornecer subsídios técnicos aos HUFs da Rede Ebserh nos para análise de mérito relativo à alteração de oferta de serviços de
processos de planejamento e programação assistencial para defini- ensino, pesquisa e inovação de tecnologias em saúde no âmbito
ção de seu perfil assistencial; dos HUFs da Rede Ebserh;
IV. analisar o perfil assistencial dimensionado para o HUF da VII. promover, em conjunto com a DAS, a integração das ações
Rede Ebserh, a fim de subsidiar a tomada de decisões pela gestão; de ensino, pesquisa e inovação tecnológica com a assistência à saú-
V. orientar tecnicamente os HUFs da Rede Ebserh no processo de;
de habilitação de serviços assistenciais especializados no âmbito do VIII. definir estratégias para captação de recursos orçamentá-
SUS; rios e financeiros destinados ao ensino, à pesquisa e à inovação tec-
VI. monitorar as habilitações de serviços assistenciais especiali- nológica em saúde;
zados no âmbito do SUS; e IX. promover, em diálogo com a DAS e DTI, o acesso da Rede
VII. analisar e subsidiar a emissão de parecer de mérito assis- Ebserh às bases de dados de evidências científicas para o ensino,
tencial para as demandas de criação, ampliação, suspensão ou ex- pesquisa e inovação tecnológica em saúde;
tinção de serviços assistenciais no âmbito dos HUFs da Rede Ebserh. X. promover e apoiar os Núcleos de Avaliação de Tecnologias
Art. 81. São competências do Serviço de Planejamento de Insu- em Saúde (NATS) na Rede Ebserh;
mos Assistenciais - SPIA: XI. propor estratégias para o fortalecimento e a expansão das
I. definir o processo de seleção e padronização de medicamen- atividades de avaliação em tecnologias de saúde;
tos e produtos para saúde a serem adotados na Rede Ebserh; XII. promover e fortalecer as atividades de ensino, pesquisa e
II. padronizar medicamentos e produtos para saúde para uso inovação tecnológica em saúde;
pela Rede Ebserh; XIII. gerir os convênios relacionados às atividades de ensino,
III. definir em conjunto com a DAI os medicamentos e produtos pesquisa e inovação tecnológica em saúde;
para saúde para contratação centralizada em casos de desabasteci- XIV. participar da construção e gestão dos instrumentos for-
mento por cenários de mercado; mais de contratualização estabelecidos com os gestores de saúde
IV. propor diretrizes e atuar no âmbito das Comissões de Pa- no que concerne ao ensino, pesquisa e inovação tecnológica em
dronização de medicamentos e produtos para saúde para seu pleno saúde, em diálogo com a DAS;
funcionamento; XV. Apoiar a DAS na definição e autorização da utilização de
V. subsidiar a Rede Ebserh na identificação de necessidades dados e informações relacionados à assistência, incluindo informa-
quanto à incorporação, alteração ou exclusão de medicamentos e ções dos prontuários médicos e seus correlatos, para fins de ensino,
produtos para saúde em consonância com as diretrizes do SUS; VI. pesquisa, desenvolvimento tecnológico e outros usos dos dados as-
atuar de maneira articulada com o SGQ no desenvolvimento de dis- sistenciais de pacientes;
positivos que assegurem a qualidade dos medicamentos e produtos XVI. promover, em diálogo com a DAS, a integração das ações
para saúde; do ensino, da pesquisa e da inovação tecnológica em saúde da rede
VII. atuar de maneira articulada com o SGCA no desenvolvi- Ebserh em consonância com as Universidades, MEC e MS; XVII.
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Propor estratégias para a internacionalização do ensino, pesquisa e IX. participar da elaboração e gerenciamento do plano de ação
inovação tecnológica em saúde da Rede Ebserh; decorrente do desdobramento estratégico da Rede Ebserh na área
XVIII. Promover as atividades de ensino, pesquisa e inovação de ensino;
tecnológica em saúde em redes colaborativas. X. apoiar o desenvolvimento de atividades voltadas ao ensino
Art. 83. São competências da Coordenadoria de Gestão do En- em rede para a pós-graduação; e
sino – CGEN: XI. elaborar diretrizes e normas para realização das atividades
I. coordenar o planejamento da área de ensino da Rede Ebserh, de ensino da pós-graduação nos HUFs da Rede Ebserh.
coerente com as políticas e diretrizes gerais do MEC e do MS, ali- Art. 85. São competências do Serviço de Gestão da Graduação,
nhado ao Planejamentos Estratégico da empresa e suas respectivas Ensino Técnico e Extensão – SGETE:
Diretorias e áreas técnicas; I. apoiar os HUFs da Rede Ebserh na execução dos processos de
II. propor políticas, diretrizes e normativos para orientar os pro- gestão do campo de prática para atividades da graduação, ensino
cessos de gestão do campo de prática para o ensino; técnico e da extensão;
III. apoiar as Gerências de Ensino e Pesquisa (GEPs) para o de- II. monitorar o cumprimento dos normativos e diretrizes inter-
senvolvimento das condições técnicas necessárias para ações da nas voltados à Rede Ebserh, enquanto campo de prática das ativida-
área de ensino na Rede Ebserh; des de graduação, ensino técnico e extensão;
IV. monitorar e avaliar as atividades desenvolvidas pelas GEPs III. monitorar e avaliar as atividades desenvolvidas pelas GEPs
da Rede Ebserh no âmbito do ensino; V. apoiar o processo de arti- da Rede Ebserh no âmbito da graduação, ensino técnico e extensão;
culação dos HUFs da Rede Ebserh junto às instâncias acadêmicas IV. desenvolver modelo de avaliação do campo de prática das
das universidades; atividades de graduação, ensino técnico e extensão;
VI. articular, junto às instâncias gestoras, estratégias de apoio V. monitorar a implementação do modelo de atuação da pre-
e incentivo à adoção de metodologias pedagógicas inovadoras que ceptoria na Rede Ebserh; e
integrem as ações de atenção à saúde, ensino, pesquisa e extensão VI. elaborar diretrizes e normas para a realização das atividades
na Rede Ebserh; de ensino de graduação, ensino técnico e extensão nos HUFs da
VII. monitorar a estruturação dos HUFs da Rede Ebserh para o Rede Ebserh.
processo de certificação e de recertificação como hospital de ensi- Art. 86. São competências da Coordenadoria de Gestão da Pes-
no; quisa e Inovação Tecnológica em Saúde – CGPITS:
VIII. propor modelo de avaliação do campo de prática para o I. propor e gerir a política de inovação de tecnologia em saúde
ensino; e propriedade intelectual na Rede Ebserh;
IX. propor modelo de atuação da preceptoria na Rede Ebserh; II. apoiar a gestão da inovação tecnológica em saúde na Rede
X. coordenar programa de mobilidade em Rede para residen- Ebserh;
tes; III. apoiar as GEPs da Rede Ebserh para o desenvolvimento das
XI. apoiar a estruturação e gestão dos programas de residência condições técnicas necessárias para ações da área de pesquisa e
da Rede Ebserh; XII. realizar articulação institucional e interinstitu- inovação tecnológica em saúde na Rede Ebserh;
cional para o fortalecimento dos programas de residência na Rede IV. monitorar e avaliar as atividades desenvolvidas pelas GEPs
Ebserh; da Rede Ebserh no âmbito da pesquisa e inovação tecnológica em
XIII. promover o ensino baseado em competências e EPAs (Ati- saúde;
vidades Profissionais Confiáveis); V. apoiar o processo de articulação dos HUFs da Rede Ebserh
XIV. apoiar a implementação de práticas de ensino baseadas junto às instâncias acadêmicas das universidades;
em simulação; e VI. articular, junto às instâncias gestoras da Saúde e da Ciência,
XV. promover o desenvolvimento de atividades voltadas ao En- Tecnologia e Inovação, estratégias de apoio e incentivo às ações de
sino em Rede. pesquisa e inovação tecnológica em saúde com foco no fortaleci-
Art. 84. São competências do Serviço de Gestão de Pós-Gradu- mento do SUS;
ação – SGPOS: VII. estruturar e desenvolver processos que apoiem a Rede Eb-
I. orientar os HUFs da Rede Ebserh no planejamento das ativi- serh na certificação e recertificação dos HUFs da Rede Ebserh como
dades da pós-graduação e na gestão do campo de prática; hospitais de ensino;
II. monitorar o cumprimento dos normativos e diretrizes inter- VIII. propor e gerenciar modelo de captação de recursos para a
nos voltados à Rede Ebserh, enquanto campo de prática das ativi- pesquisa e inovação tecnológica em saúde;
dades de pós-graduação; IX. coordenar a estruturação e gestão da pesquisa, inovação
III. monitorar e avaliar as atividades desenvolvidas pelas GEPs tecnológica em saúde e dos Núcleos de Avaliação Tecnológica em
no âmbito do ensino da pós graduação; Saúde (NATS) da Rede Ebserh; e
IV. avaliar as atividades de estruturação dos HUFs da Rede Eb- X. participar do processo de análise e proposição de políticas
serh para a execução de processos de certificação e recertificação públicas relacionadas à pesquisa clínica, inovação em tecnologias
como hospital de ensino; em saúde e avaliação de tecnologias em saúde.
V. desenvolver modelo de avaliação do campo de prática para Art. 87. São competências do Serviço de Gestão da Inovação
o ensino; Tecnológica em Saúde – SGITS:
VI. apoiar as GEPs na implementação do modelo de atuação da I. gerir a política de inovação tecnológica em saúde na Rede
preceptoria na Rede Ebserh; VII. desenvolver e monitorar o progra- Ebserh;
ma de mobilidade em rede para residentes; II. apresentar propostas de inovação tecnológica aplicáveis à
VIII. monitorar a estruturação e gestão dos programas de resi- saúde no âmbito da Rede Ebserh;
dência da Rede Ebserh; III. realizar prospecção de inovação tecnológica em saúde para
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a Rede Ebserh; IV. identificar e propor a ampliação e diversificação SUBSEÇÃO VII


de fontes de recursos para o fortalecimento da inovação tecnológi- DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA DIRETORIA DE ADMI-
ca aplicáveis aos HUFs da Rede Ebserh; NISTRAÇÃO E INFRAESTRUTURA
V. identificar, prospectar, avaliar, articular e propor parcerias
para o desenvolvimento de soluções tecnológicas em saúde aplicá- Art. 89. São competências da Diretoria de Administração e In-
veis aos HUFs da Rede Ebserh; fraestrutura – DAI:
VI. propor e gerir programas, projetos, estratégias, soluções I. propor, implementar e monitorar as políticas de licitações,
tecnológicas inovadoras em saúde e realização de provas de concei- contratos e convênios, compras centralizadas, patrimonial, supri-
to no âmbito dos HUFs da Rede Ebserh; mentos, infraestrutura física, engenharia clínica, hotelaria no âmbi-
VII. avaliar e propor estratégias de implementação e escalona- to da Administração Central, e dos HUFs da Rede Ebserh, bem como
mento de soluções tecnológicas em saúde nos HUFs da Rede Eb- a logística administrativa da Administração Central;
serh; II. dirigir o planejamento das compras centralizadas de bens e
VIII. gerenciar e estimular registro de propriedade intelectual serviços necessários ao pleno funcionamento da Rede Ebserh;
(produtos e patentes); III. dirigir os procedimentos para o desenvolvimento das se-
IX. monitorar as atividades de inovação tecnológica em saúde guintes atividades na Rede Ebserh: a. compras regulares e compras
na Rede Ebserh e apoiar sua divulgação; centralizadas de bens e serviços;
X. promover e fomentar atividades de iniciação tecnológica b. gerenciamento e fiscalização de contratos e convênios;
aplicada aos HUFs da Rede Ebserh para estimular a transferência de c. planejamento e gerenciamento dos serviços de apoio hos-
inovações tecnológicas em saúde e formação de recursos humanos pitalares;
focados em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D); d. gestão patrimonial;
XI. estimular, acompanhar e orientar o processamento dos pe- e. planejamento e gestão de suprimentos;
didos de registro de propriedade intelectual na Rede Ebserh; e f. planejamento e gestão da infraestrutura física;
XII. realizar articulação institucional e interinstitucional para g. planejamento e gestão da engenharia clínica;
promover a ampliação e fortalecimento da Inovação Tecnológica h. planejamento e gestão da hotelaria hospitalar; e
em Saúde e Saúde Digital no âmbito da Rede Ebserh. i. logística administrativa no âmbito da Administração Central;
Art. 88. São competências do Serviço de Gestão da Pesquisa – IV. dirigir a gestão do almoxarifado, do patrimônio, da infraes-
SGPQ: trutura física e dos serviços administrativos da Administração Cen-
I. gerir a política de pesquisa e de avaliação de tecnologias em tral;
saúde na Rede Ebserh; V. orientar e supervisionar os processos relacionados à emissão
II. identificar a necessidade de capacitação de profissionais em de passagens e diárias no âmbito da Rede Ebserh; e
pesquisa clínica e no uso de bancos de dados para fins de pesquisa; VI. estabelecer parâmetros para o provimento de infraestrutu-
III. apoiar a gestão da pesquisa na Rede Ebserh; ra física e de engenharia clínica das filiais.
IV. monitorar e aprimorar o sistema de gestão de pesquisa e o Parágrafo único. As competências constantes da DAI e áreas
controle de acesso à plataforma de coleta de dados; correlacionadas não abrangem os convênios relacionados a ativida-
V. acompanhar os processos de gestão e modernização da es- des de inovação e pesquisa científica e tecnológica, convênios rela-
trutura para realização de pesquisa nos HUFs da Rede Ebserh; cionados a cooperações internacionais ou os instrumentos formais
VI. monitorar o registro de Grupos Temáticos e Pesquisadores de contratualização estabelecidos pelos gestores de saúde, consi-
que atuam na Rede Ebserh; derando o seu caráter finalístico.
VII. promover a realização de pesquisas multicêntricas de rele- Art. 90. São competências da Coordenadoria de Gestão de Su-
vância para o SUS na Rede Ebserh; primentos – CGS:
VIII. apoiar a captação de recursos para o desenvolvimento de I. coordenar o desenvolvimento do modelo de gestão de esto-
pesquisa na Rede Ebserh; que e de patrimônio da Ebserh;
IX. monitorar os resultados da produção científica na Rede Eb- II. monitorar a gestão de estoque e de patrimônio da Rede Eb-
serh e fomentar a sua divulgação; serh, de forma a propor melhorias nas políticas e diretrizes sobre
X. monitorar a execução de projetos de pesquisa com fomento o tema;
Ebserh; III. coordenar a prestação de suporte especializado aos gesto-
XI. fomentar atividades de iniciação científica nos HUFs da Rede res de estoque e de patrimônio da Rede Ebserh; e
Ebserh; IV. supervisionar o desenvolvimento de estudos e coordenar as
XII. monitorar e avaliar as condições técnicas e operacionais ações que visem à racionalização e ao dimensionamento otimizado
para a implantação e/ou aprimoramento dos Núcleos de Avaliação da gestão de estoque e de patrimônio.
de Tecnologias em Saúde (NATS); Art. 91. São competências do Serviço de Gestão de Estoque –
XIII. promover a instituição de uma rede colaborativa de avalia- SGE:
ções de tecnologias em saúde no âmbito da Rede Ebserh; e I. acompanhar e orientar as atividades relacionadas a registro
XIV. propor estratégias para o fortalecimento e a expansão das e controle de estoque, recebimento, armazenamento, movimenta-
atividades de avaliação em tecnologias em saúde. ção, distribuição e dispensação de produtos na Rede Ebserh;
II. desenvolver estudos e operacionalizar ações que visem à ra-
cionalização e ao dimensionamento otimizado de estoque;
III. fomentar o uso racional e sustentável dos materiais;
IV. orientar e monitorar a elaboração de relatórios gerenciais
de estoque na Rede Ebserh.
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V. acompanhar e avaliar os Relatórios Mensais de Movimenta- II. promover a designação dos responsáveis pela gestão e fisca-
ção de Almoxarifados, de composição analítica e sintética de Gestão lização dos contratos, convênios e demais instrumentos obrigacio-
de Estoque da Rede Ebserh; nais firmados pela Administração Central, observado o exposto no
VI. monitorar e orientar os processos relacionados à movimen- parágrafo único do art. 90 deste Regimento Interno;
tação de estoques entre os HUFs da Rede Ebserh; e III. instruir processos de solicitação de pagamento de despesas
VII. orientar, monitorar e consolidar o inventário geral de esto- contratadas pela Administração Central, após ateste dos documen-
ques da Rede Ebserh. tos hábeis;
Art. 92. São competências do Serviço de Gestão de Patrimônio IV. conduzir procedimentos de apuração de irregularidades co-
– SGPA: metidas por fornecedores na execução de contratos firmados pela
I. acompanhar e orientar as atividades de registro e controle Administração Central; e
patrimonial na Rede Ebserh; V. elaborar relatórios gerenciais sobre a execução de contra-
II. orientar e monitorar a elaboração de relatórios gerenciais de tos, convênios, atas de registro de preços e demais instrumentos
patrimônio na Rede Ebserh; obrigacionais firmados pela Rede Ebserh observado o exposto no
III. acompanhar e avaliar os Relatórios Mensais de Movimenta- parágrafo único do art. 90 deste Regimento Interno.
ção de Bens, de composição analítica e sintética de Gestão de Patri- Art. 95. São competências do Serviço de Compras e Licitações
mônio da Rede Ebserh; – SCL:
IV. elaborar relatórios consolidados de gestão patrimonial e de I. promover a designação e apoiar as equipes de planejamento
conciliação contábil da Rede Ebserh; das contratações da Administração Central;
V. orientar, monitorar e consolidar o inventário geral, avaliação II. instruir processos de contratação da Administração Central,
e classificação, testes de recuperabilidade (impairment test) e des- atuando como controle interno sobre a fase de planejamento das
fazimento dos bens na Rede Ebserh; contratações;
VI. conduzir as atividades de registro patrimonial da Adminis- III. conduzir a fase das contratações relacionada à seleção de
tração Central, bem como prestar informações sobre classificação fornecedores, na Administração Central; e
de bens às equipes de planejamento de contratações; IV. acompanhar as compras diretas e licitações conduzidas pela
VII. proceder com o registro de bens recebidos na Administra- Rede Ebserh. Art. 96. São competências do Serviço de Administra-
ção Central, após o seu recebimento definitivo pelas equipes de fis- ção da Sede – SADS:
calização dos contratos; e I. gerir os serviços logísticos gerais e a infraestrutura física ne-
VIII. elaborar os relatórios de composição analítica e sintética cessários ao funcionamento da Administração Central;
de ativo imobilizado e intangível da Administração Central. II. promover e monitorar o uso racional e sustentável dos re-
Art. 93. São competências da Coordenadoria de Administração cursos logísticos e da infraestrutura física da Administração Central;
– CAD: III. gerenciar e acompanhar a utilização e a destinação dos es-
I. coordenar o desenvolvimento do modelo de gestão das con- paços físicos da Administração Central;
tratações da Ebserh; IV. operacionalizar as atividades de protocolo e de arquivo cen-
II. coordenar o modelo de categorias de compras da Rede Eb- tral da Administração Central;
serh; V. operacionalizar as atividades do almoxarifado e do patrimô-
III. coordenar as atividades de compras centralizadas; nio da Administração Central;
IV. monitorar as contratações realizadas pela Rede Ebserh; VI. gerir o processo de trabalho da emissão de passagens e con-
V. propor e coordenar ações estruturantes para aprimorar o cessão de diárias na Rede Ebserh;
grau de maturidade da governança das aquisições da Ebserh; VII. operacionalizar a incorporação, a guarda, o controle e a dis-
VI. coordenar as atividades para realização das contratações da tribuição dos materiais do almoxarifado da Administração Central;
Administração Central da Ebserh; VIII. elaborar os Relatórios Mensais de Movimentação de Almo-
VII. coordenar as atividades de acompanhamento dos contra- xarifados, de composição analítica e sintética de Gestão de Estoque
tos, convênios, atas de registro de preços e demais instrumentos da Administração Central;
obrigacionais firmados pela Administração Central da Ebserh, ob- IX. recepcionar os bens móveis entregues por fornecedores na
servado o exposto no parágrafo único do art. 90 deste Regimento Administração Central, acionando as respectivas equipes de fiscali-
Interno; zação dos contratos para registro de seu recebimento provisório e
VIII. coordenar a gestão dos recursos logísticos e da infraestru- condução de demais trâmites de fiscalização contratual;
tura física necessários ao funcionamento da Administração Central; X. emitir os termos de responsabilidade, com a carga patrimo-
IX. coordenar a gestão do protocolo e do arquivo central da nial do material, nos processos de distribuição e movimentação de
Administração Central; bens, após a manifestação das áreas requisitantes dos bens;
X. coordenar a gestão do almoxarifado e do patrimônio da Ad- XI. comunicar formalmente às instâncias superiores sobre o ex-
ministração Central; e travio ou a identificação de danos sobre os bens móveis;
XI. coordenar a gestão do processo de trabalho de emissão de XII. conduzir o armazenamento provisório, a movimentação os
passagens e de concessão de diárias. processos de classificação, avaliação, desfazimento, testes de recu-
Art. 94. São competências do Serviço de Contratos e Convênios perabilidade e inventários de bens móveis e estoque da Administra-
– SCC: ção Central; e
I. formalizar e acompanhar os contratos, convênios, atas de re- XIII. promover a regularização imobiliária da Administração
gistro de preços e demais instrumentos obrigacionais firmados pela Central.
Administração Central, observado o exposto no parágrafo único do Art. 97. São competências do Serviço de Compras Centralizadas
art. 90 deste Regimento Interno; – SCCEN:
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I. gerir o modelo de categorias de compras da Rede Ebserh e de tão da Rede Ebserh.


câmaras técnicas de padronização nacional referentes às categorias Art. 100. São competências do Serviço de Engenharia Clínica
de compras; – SEC:
II. desenvolver estudos e operacionalizar ações que visem à I. elaborar, propor e promover orientações e diretrizes técnicas
implementação de estratégias e soluções inovadoras relativas às para a Rede Ebserh quanto ao planejamento e a gestão de serviços
contratações; da área de engenharia clínica;
III. planejar as compras centralizadas, fomentando a incorpora- II. desenvolver estudos e operacionalizar ações que visem à ra-
ção das necessidades e do conhecimento técnico dos HUFs da Rede cionalização e ao dimensionamento otimizado dos serviços no âm-
Ebserh; bito de sua competência;
IV. instruir os procedimentos de planejamento das compras III. Promover a qualificação das equipes de engenharia clínica
centralizadas, realizando estudos técnicos e prospecções de merca- da Rede Ebserh, bem como o compartilhamento do conhecimento
do, com suporte das áreas específicas das demais Diretorias; técnico e a integração das equipes;
V. monitorar a efetividade das compras centralizadas e seus in- IV. gerir o dimensionamento e monitorar o parque tecnológico
dicadores de eficiência e economicidade; de equipamentos médico hospitalares da Rede Ebserh;
VI. articular, com demais centrais de compras nacionais e inter- V. orientar e monitorar a Rede Ebserh acerca da atualização
nacionais, o desenvolvimento de ações colaborativas visando apri- tecnológica e dos planos de substituição de equipamentos médico
morar as compras centralizadas; hospitalares; e
VII. propor e manter atualizado o cronograma de compras cen- VI. orientar os HUFs da Rede Ebserh quanto à realização de trei-
tralizadas; e namentos e manutenções preventivas e programadas, relacionados
VIII. propor estratégias de profissionalização dos compradores aos equipamentos médico-hospitalares.
da Rede Ebserh. Art. 101. São competências do Serviço de Hotelaria Hospitalar
Art. 98. São competências da Coordenadoria de Infraestrutura – SHH:
Hospitalar e Hotelaria – CIH: I. propor, elaborar e divulgar orientações e diretrizes técnicas
I. avaliar e coordenar a implementação de diretrizes para o pla- para a Rede Ebserh que tratem sobre o planejamento e a gestão
nejamento e a gestão de serviços da área de infraestrutura física de serviços relacionados à produção e distribuição de dietas orais
hospitalar, engenharia clínica e hotelaria hospitalar no âmbito da e enterais, higienização hospitalar, reposição e uso do enxoval hos-
Rede Ebserh; pitalar, colchões hospitalares e travesseiros, transporte interno e
II. coordenar a prestação de suporte especializado aos gestores externo de pacientes, utilização de áreas de áreas de uso comum,
de infraestrutura física, engenharia clínica e hotelaria hospitalar da controle de pragas e vetores e gerenciamento de resíduos sólidos
Rede Ebserh; hospitalares;
III. supervisionar o desenvolvimento de estudos e coordenar II. desenvolver estudos e operacionalizar ações que visem à ra-
ações que visem à inovação, à racionalização e ao dimensionamen- cionalização e ao dimensionamento otimizado dos serviços no âm-
to otimizado dos serviços no âmbito de suas competências; bito de sua competência;
IV. coordenar iniciativas de compartilhamento do conhecimen- III. promover a qualificação das equipes de hotelaria hospitalar
to técnico e a integração das equipes de infraestrutura física, enge- da Rede Ebserh, bem como o compartilhamento do conhecimento
nharia clínica e hotelaria hospitalar da Rede Ebserh; técnico e a integração das equipes; e
V. coordenar ações estruturantes para aprimorar o grau de ma- IV. monitorar a gestão dos serviços da hotelaria hospitalar na
turidade da governança relacionada à infraestrutura física, enge- Rede Ebserh com vistas ao seu aprimoramento.
nharia clínica e hotelaria hospitalar da Rede Ebserh; e
VI. prover e subsidiar a DAI com informações técnicas sobre os SUBSEÇÃO VIII
projetos e ações de sua competência para a definição e execução de DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA DIRETORIA DE TECNO-
investimentos e demais atividades no âmbito da sua atuação. LOGIA DA INFORMAÇÃO
Art. 99. São competências do Serviço de Manutenção Predial,
Projetos e Obras – SMPO: Art. 102. São competências da Diretoria de Tecnologia da In-
I. elaborar, propor e promover orientações e diretrizes téc- formação – DTI:
nicas para a Rede Ebserh no planejamento e gestão dos serviços I. propor e gerir, em articulação com as demais Diretorias, Vi-
relacionados a estudos especializados e projetos de arquitetura e ce-Presidência e Presidência da Ebserh, o modelo de governança
engenharia, capacidade da infraestrutura física, serviços comuns de de Tecnologia da Informação (TI) da empresa, que permita a pa-
engenharia, obras e manutenção predial; dronização e o controle dos recursos de TI, além da implantação de
II. orientar e monitorar a Rede Ebserh quanto a elaboração, políticas, planos, metodologias, normas e regulamentos;
implementação, gestão e atualização do Plano Diretor Físico Hos- II. propor e apoiar, em articulação com as demais Diretorias,
pitalar (PDFH); Vice-Presidência e Presidência da Ebserh, soluções tecnológicas re-
III. promover ações para a adequação da infraestrutura física da lacionadas à transformação digital, no âmbito das atividades insti-
Rede Ebserh às diretrizes presentes nas normativas vigentes; tucionais, administrativas, de ensino, pesquisa e atenção à saúde,
IV. promover o compartilhamento do conhecimento técnico e inclusive promovendo e propondo parcerias, prospecção tecnológi-
a integração das equipes de infraestrutura física da Rede Ebserh; ca e intercâmbio de experiências e informações;
V. monitorar e avaliar a gestão de infraestrutura física dos HUFs III. propor, em articulação com as demais Diretorias, Vice-Presi-
da Rede Ebserh e a execução dos serviços a ela relacionados; e dência e Presidência da Ebserh, estratégias de inteligência de dados,
VI. gerir informações e indicadores de infraestrutura física da visando qualificar a governança e a gestão dos dados da Ebserh;
Rede Ebserh para subsidiar a tomada de decisões no âmbito da ges- IV. coordenar a elaboração, submeter à aprovação do Comitê
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Gestor de Tecnologia da Informação, gerir, e avaliar o Plano Estra- IV. apoiar a elaboração e executar o modelo de governança de
tégico de Tecnologia da Informação (PETI), que atenda à Adminis- TI em sua esfera de atuação;
tração Central e aos HUFs da Rede Ebserh, em consonância com o V. coordenar a elaboração de estratégias de inteligência de da-
planejamento estratégico institucional; dos visando a definição da arquitetura de tecnologia para a integra-
V. coordenar a elaboração, atualização e execução do Plano Di- ção de dados e de sistemas de informação no âmbito da Ebserh;
retor de Tecnologia da Informação (PDTI) da Administração Central VI. apoiar a elaboração e executar o PETI e o PDTI da Adminis-
da Ebserh, e submetê-lo à aprovação do Comitê Gestor de Tecnolo- tração Central, no que tange aos sistemas de informação;
gia da Informação, assim como orientar a elaboração e acompanhar VII. gerir a implantação das políticas e diretrizes de segurança
a execução do PDTI dos HUFs da Rede Ebserh; da informação, no que tange aos sistemas de informação;
VI. coordenar e promover a implantação de políticas e diretri- VIII. propor, avaliar, coordenar e monitorar a contratação e
zes de segurança cibernética e de segurança da informação; implantação de soluções de sistemas de informação, no âmbito da
VII. orientar a Rede Ebserh quanto às contratações e implanta- Administração Central da Ebserh;
ções de soluções de TI; VIII. coordenar o desenvolvimento, evolu- IX. coordenar o desenvolvimento, evolução e implantação do
ção, implantação e infraestrutura tecnológica do sistema de gestão sistema padronizado e único de gestão hospitalar, com módulos as-
hospitalar da Rede Ebserh; sistenciais e administrativos, para a Ebserh, com o apoio das demais
IX. prover, em articulação com as áreas interessadas, soluções Diretorias e dos HUFs da Rede Ebserh;
complementares aos sistemas de suporte assistencial e administra- X. acompanhar, coordenar e avaliar o desenvolvimento, a im-
tivo que não possuam funcionalidades concorrentes ao sistema de plantação, a manutenção, a disponibilidade e o suporte dos siste-
gestão hospitalar da Rede Ebserh; mas de informação e de inteligência de dados, com foco nos pro-
X. coordenar o desenvolvimento, implantação e manutenção cessos institucionais;
de sistemas de informações com foco nos processos institucionais; XI. coordenar a integração dos sistemas de informação da Ad-
XI. coordenar a integração, quando couber, dos sistemas de in- ministração Central da Ebserh com os sistemas de informação dos
formações da Ebserh com os sistemas de informações do SUS, de HUFs da Rede Ebserh e sistemas federais;
forma a qualificar os sistemas internos da instituição; XII. coorde- XII. coordenar os centros de competência de desenvolvimento
nar o alinhamento dos sistemas, da infraestrutura e da segurança de sistemas de informação; e
cibernética da Ebserh com as estratégias e as políticas públicas do XIII. promover a padronização e a modernização dos sistemas
Governo Federal; de informação.
XIII. coordenar a integração das redes de dados e de telecomu- Art. 105. São competências do Serviço de Desenvolvimento de
nicações entre a Administração Central e os HUFs da Rede Ebserh; Sistemas – SDS:
XIV. manter a segurança, a integridade e a confiabilidade das I. propor e executar ações de inovação no desenvolvimento e
bases de dados institucionais geridas pela Administração Central; e sustentação de sistemas de informação;
XV. gerir acesso lógico às bases de dados institucionais da Ad- II. propor, planejar e executar a contratação e implantação de
ministração Central, conforme regulamento específico ou, em sua soluções e serviços de desenvolvimento de sistemas de informação
ausência, conforme deliberação da Diretoria Executiva da Ebserh. no âmbito da Administração Central da Ebserh e apoiar a contrata-
Art. 103. São competências do Serviço de Governança de Tec- ção e implantação nos HUFs da Rede Ebserh;
nologia da Informação – SGTI: III. desenvolver, evoluir e sustentar sistema padronizado e úni-
I. propor o alinhamento das ações de TI ao planejamento estra- co de gestão hospitalar, com módulos assistenciais e administrati-
tégico da Ebserh; vos para a Rede Ebserh;
II. elaborar, monitorar e avaliar o modelo de governança de TI; IV. desenvolver, implantar, manter e integrar sistemas de infor-
III. propor, apoiar e monitorar políticas, normas e procedimen- mação com foco nos processos institucionais da Ebserh; e
tos relacionados à TI; V. definir e acompanhar aspectos tecnológicos do desenvolvi-
IV. elaborar e monitorar o PETI e o PDTI da Administração Cen- mento de sistemas de informação.
tral e orientar a elaboração dos PDTIs dos HUFs da Rede Ebserh; Art. 106. São competências do Serviço de Arquitetura de Sis-
V. prover informações relacionadas à DTI aos órgãos de contro- temas – SAS:
le internos e externos; I. propor e executar ações na arquitetura e nas integrações dos
VI. coordenar a elaboração e o acompanhamento do orçamen- sistemas de informação em conformidade com a Metodologia de
to anual da DTI e acompanhar a descentralização do orçamento dos Desenvolvimento de Sistemas (MDS);
HUFs da Rede Ebserh relacionados à TI; e II. implantar, manter e integrar sistemas de informação com
VII. apoiar o monitoramento das contratações de soluções de foco nos processos institucionais da Ebserh;
TI no âmbito da Administração Central. III. prover a gestão de configuração de ambientes de sistemas
Art. 104. São competências da Coordenadoria de Sistemas da de informação;
Informação – CDSI: IV. orientar aspectos tecnológicos de projetos de desenvolvi-
I. coordenar as ações de sistemas de informação assegurando mento de sistemas de informação;
seu alinhamento aos objetivos estratégicos e políticas institucionais V. garantir a implementação de padrões de identidade visual de
da Ebserh; sistemas de informação e portais; e
II. coordenar o alinhamento dos sistemas da Ebserh com as es- VI. propor, planejar e executar a contratação e implantação de
tratégias de saúde digital e políticas públicas correlatas do Governo sistemas de informação no âmbito da Administração Central da Eb-
Federal; serh e apoiar a contratação e implantação nos HUFs da Rede Ebserh.
III. apoiar ações de inovação em sistemas de informação, saúde Art. 107. São competências do Serviço de Saúde Digital e Inte-
digital e inteligência de dados; ligência de Dados – SDID:
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I. prospectar, prover e integrar sistemas de saúde digital e inte- VI. executar a gerência de configuração dos equipamentos e
ligência de dados no âmbito das atividades institucionais da Ebserh; serviços relacionados à infraestrutura e segurança cibernética;
II. atuar na governança de dados, elaborando a estratégia de VII. executar e monitorar a padronização e a modernização do
inteligência de dados, identificando e provendo fontes de dados ge- parque de equipamentos e serviços de infraestrutura e segurança
renciais para a Ebserh; cibernética; e
III. desenvolver, implantar e manter painéis de análise de da- VIII. propor e executar ações de inovação em infraestrutura e
dos, com foco nos processos institucionais, propondo padrões de segurança cibernética. Art. 110. São competências do Serviço de
implementação para a Rede Ebserh; Suporte de Tecnologia da Informação – STI:
IV. implantar sistema padronizado e único de gestão hospitalar, I. prover suporte técnico aos serviços e equipamentos de TI no
com módulos assistenciais e administrativos para Rede Ebserh, bem âmbito da Administração Central e orientar a prestação dos servi-
como outros sistemas de saúde digital com o apoio das demais Di- ços nos HUFs da Rede Ebserh;
retorias e dos HUFs da Rede Ebserh; e II. propor, planejar e executar a contratação e implantação de
V. definir e acompanhar aspectos tecnológicos do desenvolvi- equipamentos e soluções de suporte de TI, no âmbito da Adminis-
mento de sistemas para a saúde digital. tração Central e apoiar a contratação e implantação nos HUFs da
Art. 108. São competências da Coordenadoria de Infraestrutu- Rede Ebserh;
ra, Suporte e Segurança de Tecnologia da Informação – CISTI: III. executar a gerência de configuração dos equipamentos e
I. coordenar as ações de infraestrutura, suporte e segurança serviços relacionados ao suporte de TI;
cibernética, assegurando seu alinhamento com os objetivos estra- IV. promover a padronização e a modernização do parque de
tégicos e políticas institucionais da Ebserh; equipamentos e serviços de TI de acordo com a necessidade da
II. coordenar o alinhamento das iniciativas de infraestrutura, rede;
suporte e segurança cibernética da Ebserh com as estratégias e po- V. manter e atualizar o catálogo de serviços e o inventário de
líticas públicas correlatas do Governo Federal; equipamentos de TI; e
III. coordenar ações de infraestrutura de TI para sustentação VI. propor e executar ações de inovação em suporte de TI.
dos sistemas de informação da Ebserh; IV. apoiar a elaboração e
executar o modelo de governança de TI em sua esfera de atuação; CAPÍTULO VI
V. propor e executar políticas e diretrizes de segurança da informa- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ção no que tange à infraestrutura, suporte e segurança cibernética;
VI. apoiar a elaboração e executar o PETI e o PDTI da Adminis- Art. 111. Fica revogado o Regimento Interno da Ebserh, aprova-
tração Central, no que tange a infraestrutura, suporte e segurança do na 137 ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração,
cibernética; realizada no dia 14 junho de 2022.
VII. propor, avaliar, coordenar e monitorar a contratação e im- Art. 112. Até a publicação de regimentos internos próprios dos
plantação de soluções de infraestrutura, suporte e segurança ciber- HUFs da Rede Ebserh os atos de indicação, aprovação e nomeação
nética, no âmbito da Administração Central da Ebserh; de superintendentes e gerentes obedecerão aos seguintes critérios:
VIII. orientar o planejamento e acompanhar as contratações e I. os Superintendentes serão indicados pelo Reitor, conforme
implantações de equipamentos e serviços de infraestrutura, supor- critérios estabelecidos de titulação acadêmica e comprovada expe-
te e segurança cibernética na Rede Ebserh; riência em gestão pública no campo da saúde, definidos pela Eb-
IX. coordenar as ações de sustentação da infraestrutura de TI serh, nos termos do artigo 6º da Lei n°. 12.550, de 2011; e
para sistema padronizado e único de gestão hospitalar, com módu- II. as Gerências serão ocupadas por pessoas selecionadas por
los assistenciais e administrativos, para Rede Ebserh; uma comissão, composta por membros da Diretoria Executiva da
X. coordenar e monitorar as redes de dados da Administração Ebserh e pelo Superintendente do HUF, indicadas a partir de análise
Central e dos HUFs da Rede Ebserh; e curricular que comprove qualificação para o atendimento das com-
XI. promover a padronização e a modernização do parque de petências específicas de cada Gerência.
equipamentos e serviços de infraestrutura e segurança cibernética. Parágrafo único - A aprovação e a nomeação de Superintenden-
Art. 109. São competências do Serviço de Infraestrutura e Se- tes e Gerentes serão realizadas pelo Presidente da Ebserh.
gurança de Tecnologia da Informação – SISEG: Art. 113. Os casos omissos e as dúvidas referentes à aplicação
I. especificar, prover, integrar e administrar as soluções de in- deste Regimento Interno, não solucionadas no âmbito da Diretoria
fraestrutura e segurança cibernética relativas a redes de computa- Executiva, serão dirimidos pelo Conselho de Administração.
dores, seus serviços e aos demais equipamentos de TI; Art. 114. O presente Regimento Interno entra em vigor na data
II. prover orientação e suporte técnico aos serviços e equipa- da publicação de seu extrato no Diário Oficial da União (DOU) e da
mentos de infraestrutura e segurança cibernética; sua disponibilidade integral na página oficial da Ebserh.
III. propor e executar ações de segurança cibernética na Admi-
nistração Central e orientar tais ações no âmbito dos HUFs da Rede
Ebserh;
IV. promover e monitorar ações de segurança cibernética;
V. sustentar a infraestrutura de TI e zelar pela segurança ciber-
nética para o sistema padronizado e único de gestão hospitalar, com
módulos assistenciais e administrativos para a Rede Ebserh;

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Ebserh, pessoas físicas e jurídicas prestadoras de serviços à Ebserh,


CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA EBSERH - PRINCÍPIOS estagiários, estudantes, residentes e todos aqueles que, de forma
ÉTICOS E COMPROMISSOS DE CONDUTA – SEGUNDA EDI- individual ou coletiva, por força de lei, contrato ou qualquer outro
ÇÃO (2020) ato jurídico, prestem serviços à Empresa, de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
direta ou indiretamente.
CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA EBSERH CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS
PRINCÍPIOS ÉTICOS E COMPROMISSOS DE CONDUTA 2º EDI-
ÇÃO (2020) Art. 3º A Ebserh observará os princípios constantes no art. 37
da Constituição Federal, zelando pela predominância da probida-
APRESENTAÇÃO de administrativa, da integridade, da dignidade da pessoa humana,
da urbanidade, da transparência, da honestidade, da lealdade, do
O Código de Ética e Conduta da Empresa Brasileira de Serviços repúdio ao preconceito e ao assédio, do respeito à diversidade, da
Hospitalares (Ebserh), cuja validade é indeterminada, apresenta o responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável, do inte-
compromisso da Empresa no sentido de submeter seu conteúdo a resse público, do sigilo profissional, e dos demais princípios nortea-
processos de avaliação e revisão periódica, com vistas ao acompa- dores já consagrados da Administração Pública Federal.
nhamento das rápidas mudanças sociais, tecnológicas e administra- Art. 4º Os princípios éticos, tais como o decoro, o zelo, a eficá-
tivas compatíveis com a missão institucional da Ebserh de prestar cia e a consciência dos princípios morais, deverão ser considerados
serviços gratuitos de atenção à saúde e de prestar apoio ao ensino, em todas as decisões dos gestores, bem como em todos os rela-
à pesquisa e à extensão e à formação de pessoas no campo da saú- cionamentos empreendidos no âmbito da empresa, com o objetivo
de pública. de contribuir para a construção e a consolidação da identidade da
O Código de Ética e Conduta busca balizar os princípios e valo- Ebserh como uma instituição que preza pela preservação da ética
res requeridos de seus colaboradores. É o norteador principiológico em todos os seus atos e instâncias.
de ações, buscando assegurar, em um patamar superior de ética e
valores, a todas as categorias e níveis hierárquicos, uma conduta CAPÍTULO III – DOS COMPROMISSOS DE CONDUTA
íntegra no relacionamento com pacientes e seus familiares, colegas,
fornecedores e público em geral. Nesse sentido, trata-se de um do- Art. 5º O exercício da governança e os compromissos de condu-
cumento balizador das condutas pessoais e profissionais de todos ta constantes deste código estarão em conformidade e decorrerão
os empregados da Ebserh, independente do cargo ou da função que dos princípios e valores fundamentais indicados neste Código.
ocupem. §1º Os princípios e valores indicados devem estar refletidos
Em sintonia com o mapa estratégico da Empresa, este docu- nos relacionamentos nos âmbitos interno e externo à Empresa, em
mento tem como inspiração sua visão, sua missão e seus valores conformidade com o que dispõem os artigos 3° e 4° deste Código,
institucionais, e propugna de modo inarredável pelo que consta no sempre zelando pela imagem, reputação e integridade da Ebserh.
referido mapa: ‘A ética é inegociável’. Com todos os públicos com os §2º A marca da empresa e o conhecimento produzido interna-
quais a rede Ebserh se relaciona, a ética em suas diferentes dimen- mente no desenvolvimento de suas atividades ou em parceria são
sões deve estar entrelaçada nas condutas de seus agentes e parcei- patrimônios institucionais e devem ser sempre protegidos por to-
ros, sempre na busca por trabalho inovador e de excelência, boas dos os colaboradores.
práticas de governança corporativa e comunicação transparente. §3º A propriedade intelectual da empresa diz respeito ao seu
Busca-se, com este Código, a inibição de ações antiéticas e direito de proteção às ideias e criação desenvolvidas internamente
atitudes inapropriadas, mas mais do que isso, uniformizar o en- e inclui sua marca, patentes, direitos autorais, registro de software,
tendimento corporativo que possa balizar e realçar os princípios e dentre outros.
valores que são esperados dos colaboradores no exercício de suas §4º A marca e a propriedade intelectual serão protegidas do
atividades. Com isso, fica instituído um mecanismo de fortaleci- mau uso, de desvios ou da utilização para benefícios pessoais, ca-
mento institucional e de princípios éticos efetivos que representem bendo o mesmo zelo e respeito à propriedade intelectual de ter-
os valores preconizados pela Ebserh. ceiros.
§5º O acesso e o tratamento de dados pessoais deverão ser
CAPÍTULO I – DOS OBJETIVOS protegidos nos termos da Lei nº 13.709, de 14/08/2018, a Lei Geral
de Proteção de Dados, bem como dos dispositivos específicos das
Art. 1º O Código de Ética e Conduta da Empresa Brasileira de normas profissionais específicas que regem a proteção de dados
Serviços Hospitalares (Ebserh) tem por objetivo estruturar os princí- dos pacientes, incluindo as limitações de divulgação interna junto a
pios e valores que norteiam as ações e os compromissos de conduta outros colaboradores, bem como a terceiros.
institucionais, nas relações internas e externas à Rede Ebserh. Art. Art. 6º A preservação ambiental e iniciativas de sustentabilida-
2º Este Código de Ética e Conduta é de observância obrigatória por de serão levadas em consideração pela Ebserh nas ações, projetos e
todos os membros do Conselho de Administração, do Conselho Fis- relações de que seja parte.
cal, da Diretoria Executiva, profissionais do quadro permanente da Art. 7º As ações e recursos da Ebserh deverão estar alinhados
Empresa, ocupantes de cargos de confiança, profissionais ou servi- com o Propósito, Visão, Valores e Objetivos Estratégicos, bem como
dores requisitados ou cedidos de outros órgãos públicos, profissio- com a busca constante pela excelência na gestão.
nais de empresas prestadoras de serviços, servidores públicos que Art. 8º A atuação dos agentes da Ebserh deverá estar alinha-
encontram-se desempenhando suas atividades nas unidades da da com o interesse público, respeitadas as razões que motivaram a
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criação da Empresa, sem concessões à ingerência de interesses e fa- nheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta, colateral
vorecimentos particulares, partidários ou pessoais, tanto nas ações ou por afinidade, até o 3º grau;
e decisões gerenciais, quanto na ocupação de cargos. IV.utilizar o cargo ou função pública para captar clientes para
Art. 9º O agente público, no exercício da liberdade de expres- negócios privados de qualquer natureza;
são, deve utilizar adequadamente os canais formais mantidos pela V.atuar, com ganho financeiro ou não, em conflito com o desen-
empresa para manifestar opiniões, sugestões, reclamações, críticas volvimento das atividades da organização;
e denúncias, engajando-se na melhoria contínua dos processos e VI.aceitar, para benefício próprio, direta ou indiretamente,
procedimentos da Empresa, resguardando sua reputação e a de quaisquer tipos de brindes ou gratificações de qualquer pessoa fí-
seus colaboradores. sica ou jurídica com a qual a Ebserh mantenha ou pretenda manter
relação comercial, salvo nos casos protocolares, e quando não hou-
CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES E DEVERES DO ver valor comercial do objeto;
COLABORADOR VII.permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos
ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com usuários
Art. 10. São responsabilidades e deveres do colaborador: dos serviços ou colegas e superiores hierárquicos;
I.ter consciência de que sua atuação é regida por princípios VIII.assediar, de qualquer forma, outro colaborador ou, ainda,
éticos, efetivados na correta execução dos trabalhos realizados na compactuar com tal conduta;
Rede Ebserh; IX.fazer uso de quaisquer informações, dados ou conhecimen-
II.abster-se sempre de exercer sua função, seu poder ou sua tos pertinentes ao trabalho realizado na Ebserh em benefício pró-
autoridade com finalidade estranha ao interesse da Ebserh; prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
III.resistir, denunciar e não se submeter às pressões de cole- X.divulgar, sem expressa autorização do Superintendente, nos
gas, superiores hierárquicos e partes interessadas que visem obter hospitais, ou do vice-presidente, na Administração Central, em
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrên- qualquer meio, informações ou imagens dos bens móveis ou imó-
cia de ações imorais, ilegais ou antiéticas; veis, de profissionais e/ou de usuários dos hospitais da Rede, sejam
IV.comunicar às instâncias de gestão sobre convites para even- eles pacientes ou acompanhantes;
tos oferecidos por fornecedores ou empresas do setor privado; XI.manifestar-se, nos veículos de comunicação, redes sociais ou
V.declarar qualquer situação, com respeito ao seu envolvimen- grupos de trocas de mensagem, de forma a denegrir a imagem da
to em atividades profissionais, que constitua conflito de interesse empresa ou de seus colegas de trabalho e superiores hierárquicos,
real, aparente ou possível; bem como para incitar ações que vão contra o interesse público;
VI.cumprir as tarefas relativas ao seu cargo e aos trabalhos que XII.prover informações ou dados falsos com a finalidade de ser
lhe forem confiados, sempre com critério, segurança, agilidade e admitido em emprego, cargo, ou, ainda, obter promoção ou vanta-
confidencialidade, escolhendo, sempre, quando estiver diante de gem pessoal ou salarial;
duas opções, a que garanta a lisura de sua atuação na Ebserh; XIII.apropriar-se de bens que não lhe pertençam, assim como
VII.manter o sigilo de informações, dados e conhecimentos re- remover materiais e equipamentos das instalações da Rede Ebserh
cebidos em razão do seu cargo; sem observar os procedimentos necessários para tanto;
VIII.preservar a confidencialidade profissional mesmo após o XIV.consumir bebida alcóolica ou ter consigo, armazenar ou fa-
desligamento da instituição; zer uso de substâncias que comprometam a atividade laboral, nas
IX.atuar sempre de forma a observar as normas de segurança dependências da Rede Ebserh, bem como apresentar-se ao traba-
do trabalho e a não permitir que haja qualquer risco para si ou para lho sob efeito das mesmas;
terceiros nos serviços prestados, colaborando com os setores res- XV.interferir inadequadamente em quaisquer procedimentos
ponsáveis pela segurança institucional, informando ou reportando operacionais realizados no âmbito da Ebserh, ou tentar obstruí-los,
defeitos, falhas técnicas, atividades ou atitudes suspeitas que pos- especialmente aqueles relacionados à segurança;
sam colocar em risco a atuação da Empresa; XVI.lesar a Ebserh em qualquer de seus recursos patrimoniais,
X.ser cortês e ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- tanto tangíveis quanto intangíveis;
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos, sem XVII.manusear aparelho celular, para fins pessoais, de modo a
qualquer espécie de preconceito; comprometer a atividade laboral ou colocar em risco a segurança
XI.acolher pacientes e seus acompanhantes de forma huma- do paciente.
nizada, com profissionalismo, dedicação, cordialidade, presteza e
respeito. CAPÍTULO VI – DOS RELACIONAMENTOS NO ÂMBITO INTER-
NO
CAPÍTULO V – DAS VEDAÇÕES AO COLABORADOR
Art. 12. A Ebserh buscará adotar medidas para que não haja
Art. 11. É vedado ao colaborador: distinção de tratamento entre as pessoas que atuam na Empresa,
I.alegar desconhecimento deste Código para tentar defender- com respeito à hierarquia e ao desempenho das competências de
-se em caso de cometimento de infração; cada um, em conformidade com os princípios e valores fundamen-
II.utilizar pessoal ou recursos materiais da Ebserh na execução tais.
de atividades particulares ou para outros fins que não aqueles re- Art. 13. Todas as pessoas que atuam no âmbito da Ebserh deve-
lacionados aos objetivos da Empresa e às suas atividades profissio- rão contribuir para o estabelecimento e a manutenção de um am-
nais desempenhadas; biente de trabalho em que prevaleçam a cooperação, a eficiência, a
III.agir em benefício ou por interesse de pessoa jurídica de que dedicação, a iniciativa, a justiça, a responsabilidade, a transparência
participe o próprio colaborador ou seus sócios, cônjuge, compa- e a urbanidade.
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Art. 14. Todos os que atuam na Ebserh devem se comprometer CAPÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
no sentido de não serem coniventes com qualquer infração a este
Código, bem como aos demais atos normativos da Empresa. Art. 25. Constituem referências e devem ser utilizados conjunta
ou subsidiariamente na aplicação do Código de Ética e Conduta, os
CAPÍTULO VII – DOS RELACIONAMENTOS NO ÂMBITO EXTER- seguintes normativos.
NO I.Constituição Federal;
II.Código de Ética e Conduta Profissional do Servidor Público
Art. 15. A Ebserh se pautará, em suas relações externas, pelo Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171,
mais elevado padrão ético, bem como pelos princípios e valores de 1994;
fundamentais orientadores deste Código, assumindo o compromis- III.Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, insti-
so de regular tais relações por meio de procedimentos imparciais, tuído pelo Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007;
isonômicos, transparentes, idôneos e em conformidade com a le- IV.Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013;
gislação vigente. V.Código de Conduta da Alta Administração Federal, aprovado
Art. 16. A atuação da Ebserh se pautará pelo compromisso em 21 de agosto de 2000;
com os projetos e as políticas governamentais vigentes, buscando a VI.Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008, da Comissão
prestação de serviços de forma responsável e em consonância com de Ética Pública, da Presidência da República;
o interesse público, com foco no paciente, corpos docente e discen- VII.Códigos de Ética das categorias profissionais que atuam na
te e de pesquisadores. Ebserh;
Art. 17. A Ebserh atuará permanentemente na prevenção e re- VIII.Regulamento de Pessoal da Ebserh;
pressão ao surgimento e manutenção de práticas que possam resul- IX.Regimento Interno da Ebserh;
tar em vantagens ou benefícios pessoais que caracterizem conflito X.Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016;
de interesse para os envolvidos, bem como participação em práti- XI.Decreto 8.945, de 27 de dezembro de 2016.
cas ilegais, desleais ou contrárias aos princípios éticos. Art. 26. Compete à CEE a divulgação, implementação e atu-
Art. 18. A Ebserh deve nortear suas ações com intuito de pre- alização deste Código de Ética e Conduta, a resposta a consultas
servar o bom relacionamento com seus públicos, pautando-se sem- éticas, bem como a apuração de denúncias por transgressão ética.
pre pelo compromisso e satisfação no seu atendimento, preservan- §1º Qualquer pessoa poderá entrar em contato com a CEE, pe-
do o princípio da equidade. los canais de comunicação indicados na intranet e internet, sendo
Art.19. A Ebserh buscará prevenir corrupções e fraudes, bem assegurado total sigilo e confidencialidade das informações.
como o conflito entre o interesse público e os interesses privados §2º A CEE será composta, na forma do seu regimento interno,
de seus colaboradores. por três agentes públicos da Ebserh e respectivos suplentes, todos
Parágrafo único. Não serão tolerados quaisquer atos lesivos à designados pela Presidência da Empresa, contando com o apoio de
Administração Pública ou a qualquer outra instituição ou indivíduos representantes indicados pelos Colegiados Executivos nas filiais.
com os quais a Ebserh mantenha vínculo. Art. 27. A CEE possui competência para celebrar acordos de condu-
ta ética e aplicar sanção de censura.
CAPÍTULO VIII – DAS DENÚNCIAS §1º A censura ética é aplicável nos casos de descumprimento
ao que dispõe o presente Código de Ética e Conduta da Rede Ebserh
Art. 20. Os tratamentos de denúncias referentes às transgres- ou quando constatado desvio ético.
sões éticas serão feitos conforme disciplinados nos normativos re- §2º A censura ética não é publicizada, sendo consignada em
ferenciados no inciso VI do art. 25 deste Código, os editados pela parecer da CEE, encaminhado, conforme o caso, à área de gestão
Comissão de Ética Pública e no Regimento Interno da Comissão de de gestão da Ebserh ou à Comissão de Ética Pública, da Presidência
Ética da Ebserh (CEE). da República.
Art. 21. A denúncia de uma conduta contrária aos preceitos éti- Art. 28. Todas as pessoas que atuam no âmbito da Ebserh de-
cos poderá ser feita por qualquer cidadão, empregado da Ebserh ou vem tomar conhecimento e implementar as orientações estabele-
não, por meio dos canais adequados da Ouvidoria-Geral. cidas neste Código.
Art. 22. O denunciante deverá indicar o responsável ou os res- Art. 29. A Ebserh disponibilizará treinamento periódico, no mí-
ponsáveis pela possível transgressão ética, devendo a denúncia ser nimo anual, sobre o Código de Ética e Conduta, para empregados e
clara, objetiva, específica, e conter a apresentação dos elementos administradores.
de prova ou indicação de onde podem ser encontrados. Art. 30. No ato da contratação, será disponibilizado ao empre-
Art. 23. É garantido sigilo, confidencialidade e proteção insti- gado o acesso a este Código.
tucional ao denunciante de boa fé e aos integrantes da comissão Art. 31. Este Código entra em vigor na data de sua publicação.
responsável pelo processamento das denúncias de transgressões
éticas.
§1º É vedado à CEE divulgar informação sobre qualquer pro-
cesso instaurado.
§2º A Ebserh estabelecerá mecanismo de proteção que impeça
qualquer espécie de retaliação às pessoas que utilizem o canal de
denúncias.
Art. 24. Será assegurado ao investigado o direito à ampla defe-
sa e ao contraditório.

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vinculação com o campo da saúde pública torne necessária a co-


ESTATUTO SOCIAL DA EBSERH (APROVADO NA ASSEM- operação, em especial na implementação de residência médica,
BLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA NO DIA 24 DE uniprofissional ou multiprofissional, no campo da saúde, nas espe-
MAIO DE 2023) cialidades e regiões estratégicas para o SUS;
X- prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em
pesquisas básicas, clínicas e aplicadas, promovendo, estimulando,
ESTATUTO DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITA- coordenando, apoiando e executando atividades de pesquisa, de-
LARES senvolvimento e inovação, com o objetivo de produzir conhecimen-
tos e tecnologia para o desenvolvimento da saúde pública do País;
CAPÍTULO I XI- realizar, na forma fixada pela Diretoria Executiva e aprovada
DA RAZÃO SOCIAL, NATUREZA JURÍDICA, SEDE, REPRESENTA- pelo Conselho de Administração, aplicações não reembolsáveis ou
ÇÃO GEOGRÁFICA E PRAZO DE DURAÇÃO parcialmente reembolsáveis destinadas a apoiar projetos de ensi-
no, pesquisa, extensão e inovação na área de saúde;
Art. 1º. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - Ebserh, XII - atuar em projetos e programas de cooperação técnica na-
empresa pública de capital fechado, com personalidade jurídica de cional e internacional com vistas ao desenvolvimento de suas ati-
direito privado e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da vidades e ao aprimoramento da formação profissional e da saúde
Educação, é regida por este Estatuto Social, pela Lei nº 6.404, de pública;
15 de dezembro de 1976, pela Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de XIII- prestar serviços delegados pelo Governo Federal com vis-
2011, pelaLei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, pelo Decreto nº tas ao cumprimento do seu objeto social; e
8.945, de 27 de dezembro de 2016, e demais legislações aplicáveis. XIV- exercer outras atividades inerentes às suas finalidades.
Art. 2º. A Ebserh tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e §1º As atividades de prestação de serviços de assistência à saú-
pode criar escritórios, representações, dependências, filiais e subsi- de desenvolvidas pela Ebserh estarão inseridas integral e exclusiva-
diárias no País, para o desenvolvimento de atividades inerentes ao mente no âmbito do SUS.
seu objeto social, nos termos da Lei nº 12.550, de 2011. §2º No desenvolvimento de suas atividades de ensino, a Ebserh
Parágrafo único. A Rede Ebserh é composta pela Administração observará as orientações da Política Nacional de Educação, de res-
Central, pelos hospitais universitários federais geridos pela Ebserh, ponsabilidade do Ministério da Educação.
além de escritórios, representações, dependências, filiais e subsidi- §3º No desenvolvimento de suas atividades de assistência à
árias criadas pela empresa no País. saúde, a Ebserh observará as orientações da Política Nacional de
Art. 3º. O prazo de duração da Ebserh é indeterminado. Saúde, de responsabilidade do Ministério da Saúde.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DO OBJETO SOCIAL DO INTERESSE PÚBLICO

Art. 4º. Ebserh tem por objeto social: Art. 5º. A Ebserh poderá ter suas atividades, sempre que con-
I- prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, sentâneas com seu objeto social, orientadas pela União de modo a
ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à população, no contribuir para o interesse público que justificou a sua criação.
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); §1º No exercício da prerrogativa de que trata o caput deste arti-
II- administrar unidades hospitalares; go, a União somente poderá orientar a Ebserh a assumir obrigações
III- prestar serviços de apoio à gestão hospitalar, com otimiza- ou responsabilidades, incluindo a realização de projetos de investi-
ção de processos e serviços, implementação de sistema de gestão, mento e assunção de custos operacionais específicos, em condições
monitoramento de resultados, bem como o desenvolvimento de diversas às de qualquer outra sociedade do setor privado que atue
outras atividades afins; no mesmo mercado, quando:
IV- prestar serviços de consultoria e assessoria em sua área de I- estiver definida em lei ou regulamento, bem como prevista
atuação; em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o ente público com-
V- prestar a terceiros serviços secundários operacionais contí- petente para estabelecê-la, observada a ampla publicidade desses
nuos que sejam relacionados às atividades de assistência à saúde; instrumentos; e
VI- participar de iniciativas de promoção da inovação, como in- II- tiver seu custo e receitas discriminados e divulgados de for-
cubadoras, centros de inovação e aceleradoras de empresas; ma transparente, inclusive no plano contábil.
VII- prestar serviços de apoio ao ensino, pesquisa e extensão §2º Para fins de atendimento ao inciso II do caput, a adminis-
nas diversas áreas do conhecimento com vistas à inovação, ensino- tração da companhia deverá:
-aprendizagem e formação de pessoas no campo da saúde pública, I– evidenciar as obrigações ou responsabilidades assumidas em
inclusive mediante intermediação e apoio financeiro, observada, notas explicativas específicas das demonstrações contábeis de en-
nos termos do art. 207 da Constituição, a autonomia universitária cerramento do exercício; e,
e as políticas acadêmicas estabelecidas no âmbito das instituições II– descrevê-las em tópico específico do relatório de adminis-
de ensino; tração.
VIII- promover, estimular, coordenar, apoiar e executar progra- §3º O exercício das prerrogativas de que tratam os parágrafos
mas de formação profissional contribuindo para qualificação profis- anteriores será objeto da Carta Anual, subscrita pelos membros do
sional no campo da saúde pública no País; Conselho de Administração, prevista no art. 13, inciso I, do Decreto
IX- apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa, cuja nº 8.945, de 2016.

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CAPÍTULO IV respeitados os prazos previstos na legislação.


DO CAPITAL SOCIAL E RECURSOS Parágrafo único. As pautas das Assembleias Gerais serão cons-
tituídas, exclusivamente, dos assuntos constantes dos editais de
Art. 6º. O capital social da Ebserh é de R$ 681.560.045,66 (seis- convocação, não se admitindo a inclusão de assuntos gerais.
centos e oitenta e um milhões, quinhentos e sessenta mil, quarenta Art. 11. As deliberações serão registradas no livro de atas, que
e cinco reais e sessenta e seis centavos), integralmente sob a pro- podem ser lavradas na forma de sumário dos fatos ocorridos e se-
priedade da União. rão divulgadas em sítio eletrônico oficial atualizado.
Parágrafo único. O capital social poderá ser alterado nas hipó- Seção IV Competências
teses previstas em lei, vedada a capitalização direta do lucro sem Art. 12. A Assembleia Geral, além das matérias previstas na Lei
trâmite pela conta de reservas. nº 6.404, de 1976, e no Decreto nº 1.091, de 21 de março de 1994,
Art. 7º. Constituem recursos da Ebserh: e respeitadas às disposições da Lei nº 13.303, de 2016, e do Decreto
I - as dotações que lhe forem consignadas no orçamento da nº 8.945, de 2016, reunir-se-á para deliberar sobre alienação, no
União; todo ou em parte, de ações do capital social da Ebserh ou, quando
II - as receitas decorrentes: não competir ao Conselho de Administração, de suas controladas.
a)da prestação de serviços compreendidos em seu objeto;
b)da alienação de bens e direitos; CAPÍTULO VI
c)das aplicações financeiras que realizar; DAS REGRAS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA
d)dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividen-
dos e bonificações; e SEÇÃO I
e)dos acordos e convênios que realizar com entidades nacio- ÓRGÃOS SOCIAIS E ESTATUTÁRIOS
nais e internacionais.
III- doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe fo- Art. 13. A Ebserh terá Assembleia Geral e os seguintes órgãos
rem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público estatutários:
ou privado; I - Conselho de Administração;
IV- rendas provenientes de outras fontes. II - Diretoria Executiva;
Parágrafo único. A empresa poderá receber recursos dos orça- III - Conselho Fiscal;
mentos fiscal e da seguridade social da União para o pagamento de IV - Conselho Consultivo;
despesas com pessoal ou de custeio em geral, conforme expressa- V - Comitê de Auditoria;
mente autorizado pela Lei nº 12.550, de 2011. VI - Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração.
Art. 14. A Ebserh será administrada pelo Conselho de Adminis-
CAPÍTULO V tração e pela Diretoria Executiva, de acordo com as atribuições e
DA ASSEMBLEIA GERAL poderes conferidos pela legislação aplicável e pelo presente Esta-
SEÇÃO I tuto Social.
CARACTERIZAÇÃO Parágrafo único. Os administradores deverão orientar a execu-
ção das atividades da Ebserh com observância aos princípios e às
Art. 8º. A Assembleia Geral realizar-se-á ordinariamente, uma melhores práticas adotados e formulados por instituições e fóruns
vez por ano, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao encerra- nacionais e internacionais que sejam referência no tema da gover-
mento de cada exercício social, para deliberação das matérias pre- nança corporativa, observadas às legislações aplicáveis à adminis-
vistas em lei e extraordinariamente, sempre que os interesses so- tração pública indireta.
ciais, a legislação ou as disposições deste Estatuto Social exigirem.
SEÇÃO II
SEÇÃO II REQUISITOS E VEDAÇÕES PARA ADMINISTRADORES
COMPOSIÇÃO
Art. 15. Os administradores da Ebserh, inclusive o conselhei-
Art. 9º. A Assembleia Geral é composta pela União, represen- ro representante dos empregados, deverão atender aos requisitos
tada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, nos termos do obrigatórios e observar as vedações para o exercício de suas ativi-
Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967. dades previstos na Lei nº 6.404, de 1976, na Lei nº 13.303, de 2016
§1º Os trabalhos da Assembleia Geral serão dirigidos pelo pre- e no Decreto nº 8.945, de 2016.
sidente do Conselho de Administração da Ebserh ou pelo substituto Parágrafo único. É vedado o ingresso ou permanência no Con-
que esse vier a designar, que escolherá o secretário da Assembleia selho de Administração e na Diretoria Executiva, além dos impedi-
Geral. dos por lei, de ascendente, descendente ou parente colateral ou
§2º Fica assegurada a participação do Presidente da Ebserh nas afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administra-
reuniões da Assembleia Geral como convidado, sem direito a voto. ção, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal.
Art. 16. Sem prejuízo de outras condições a serem detalhadas
SEÇÃO III em Política de Indicação da Ebserh, será considerado cidadão com
CONVOCAÇÃO E DELIBERAÇÃO reputação ilibada aquele que:
a)não possuir contra si processos judiciais ou administrativos
Art. 10. A Assembleia Geral será convocada pelo Presidente do com acórdão desfavorável ao indicado, em segunda instância, ob-
Conselho de Administração ou pelo substituto que esse vier a de- servada a atividade a ser desempenhada;
signar, ressalvadas as exceções previstas na Lei nº 6.404, de 1976, b)não possuir falta grave relacionada ao descumprimento do
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Código de Ética e Conduta da Ebserh ou outros normativos inter- mediante assinatura de termo de posse lavrado no respectivo livro
nos, quando aplicável; de atas, entrando em exercício imediato.
c)não ter sofrido penalidade trabalhista ou administrativa na Art. 21. O Termo de Posse deverá conter, sob pena de nulidade:
Ebserh ou em outra pessoa jurídica de direito público ou privado a indicação de, pelo menos, um domicílio no qual o administrador
nos últimos 3 (três) anos em decorrência de apurações internas, receberá citações e intimações em processos administrativos e judi-
quando aplicável. ciais relativos a atos de sua gestão, as quais se reputarão cumpridas
Art. 17. Além dos requisitos legais obrigatórios aplicáveis aos mediante entrega no domicílio indicado, cuja modificação somente
administradores da Ebserh, aos membros da Diretoria Executiva será válida após comunicação por escrito à Ebserh, além da sujeição
será exigida a comprovação do exercício, nos últimos dez anos, de do administrador ao Código de Conduta e às políticas internas da
uma das experiências profissionais abaixo, sem prejuízos aos de- Ebserh.
mais requisitos estabelecidos na Política de Indicação da Ebserh: Art. 22. Os membros do Conselho Fiscal serão investidos em
I- cargos gerenciais relevantes em instituições que atuam na seus cargos independentemente da assinatura de termo de posse,
área da saúde ou educação, por, no mínimo, 2 (dois) anos; desde a data da respectiva eleição ou nomeação.
II- função gratificada ou cargo comissionado na Administração Parágrafo único. Os membros do Comitê de Auditoria serão in-
Central ou Unidades Hospitalares da Rede Ebserh, por, no mínimo, vestidos em seus cargos mediante assinatura do termo de posse,
2 (dois) anos; desde a data da respectiva eleição.
III- cargos estatutários ou cargos gerenciais relevantes em um Art. 23. Antes de entrar no exercício da função e ao deixar o
dos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos em em- cargo, cada membro estatutário deverá apresentar à Ebserh, que
presa de grande porte, por, no mínimo, quatro anos; zelará pelo sigilo legal, Declaração de Ajuste Anual do Imposto de
IV- cargos em comissão ou função de confiança equivalente a Renda Pessoa Física e das respectivas retificações apresentadas à
nível 4, ou superior, do Grupo Direção e Assessoramento Superio- Receita Federal do Brasil ou autorização de acesso às informações
res DAS, em órgãos ou entidades da administração pública, por, no nela contidas.
mínimo, 4 (quatro) anos. Parágrafo único. No caso dos Diretores, a declaração anual de
§1º Os membros da Diretoria Executiva deverão residir na mes- bens e rendas também deve ser apresentada à Comissão de Ética
ma cidade da Administração Central da Ebserh. Pública da Presidência da República - CEP/PR.
§2º A Ebserh divulgará o currículo profissional resumido dos
Administradores e dos membros dos Órgãos Estatutários, em sítio SEÇÃO V
eletrônico oficial atualizado, com acesso fácil e organizado, com PERDA DO CARGO PARA ADMINISTRADORES, CONSELHEIROS
atualização das informações sempre que houver modificação. FISCAIS, MEMBROS DO COMITÊ DE AUDITORIA E DEMAIS
Art. 18. O Conselho de Administração fará recomendação não COMITÊS DE ASSESSORAMENTO
vinculante de novos membros desse colegiado e perfis para apro-
vação da Assembleia Geral, sempre relacionadas aos resultados do Art. 24. Além dos casos previstos em lei, dar-se-á vacância do
processo de avaliação e às diretrizes da política de indicação e do cargo quando:
plano de sucessão. I- o membro do Conselho de Administração ou Fiscal ou do
Comitê de Auditoria ou de Comitês de Assessoramento deixar de
SEÇÃO III comparecer a duas reuniões consecutivas ou 3 (três) intercaladas,
DA VERIFICAÇÃO DOS REQUISITOS E VEDAÇÕES PARA ADMI- nas últimas 12 (doze) reuniões, sem justificativa; e
NISTRADORES II- o membro da Diretoria Executiva se afastar do exercício do
cargo por mais de 30 (trinta) dias consecutivos, salvo em caso de
Art. 19. Os requisitos e as vedações exigíveis para os Adminis- licença, inclusive férias, ou nos casos autorizados pelo Conselho de
tradores deverão ser respeitados em todas as nomeações e elei- Administração.
ções realizadas, inclusive em caso de recondução.
§1º Os requisitos deverão ser comprovados documentalmen- SEÇÃO VI
te, na forma exigida pelo formulário padronizado, aprovado pela REMUNERAÇÃO
Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais e
disponibilizado em seu sítio eletrônico. Art. 25. A remuneração dos membros estatutários e, quando
§2º A ausência dos documentos referidos no §1º importará em aplicável, dos demais comitês de assessoramento, será fixada anu-
rejeição do formulário pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Su- almente em Assembleia Geral, nos termos da legislação vigente,
cessão e Remuneração da empresa. sendo vedado o pagamento de qualquer forma de remuneração
§3º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remune- não prevista em Assembleia Geral.
ração deverá verificar se os requisitos e vedações estão atendidos, Parágrafo único. A Ebserh divulgará toda e qualquer remunera-
por meio da análise da autodeclaração apresentada pelo indicado e ção dos membros de órgãos estatutários.
sua respectiva documentação. Art. 26. Os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal,
Comitê de Auditoria e demais órgãos estatutários terão ressarcidas
SEÇÃO IV suas despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho
POSSE E RECONDUÇÃO da função, sempre que residentes fora da cidade em que for reali-
zada a reunião.
Art. 20 No prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da elei- Parágrafo único. Caso o membro resida na mesma cidade da
ção ou nomeação, os eleitos para o Conselho o Conselho de Ad- Administração Central da Ebserh, esta custeará as despesas de lo-
ministração e Diretoria Executiva serão investidos em seus cargos comoção e alimentação.
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Art. 27. A remuneração mensal devida aos membros dos Con- §1º Fica assegurado aos administradores e conselheiros fiscais,
selhos de Administração e Fiscal da Ebserh não excederá a dez por bem como aos ex-administradores e ex-conselheiros, o conheci-
cento da remuneração mensal média dos membros da Diretoria mento de informações e documentos constantes de registros ou de
Executiva, sendo vedado o pagamento de participação, de qualquer bancos de dados da Ebserh, indispensáveis à defesa administrativa
espécie, nos lucros da Ebserh. ou judicial, em ações propostas por terceiros, de atos praticados
Parágrafo único. A remuneração dos membros do Comitê de durante o seu prazo de gestão ou de atuação, conforme o caso.
Auditoria será fixada em Assembleia Geral em montante não infe- §2º O benefício previsto no caput aplica-se, no que couber e a
rior à remuneração dos Conselheiros Fiscais. critério do Conselho de Administração, aos membros dos comitês
estatutários e àqueles que figuram no polo passivo de processo ju-
SEÇÃO VII dicial ou administrativo, em decorrência de atos que tenham prati-
TREINAMENTO cado no exercício de competência delegada pelos Administradores.
§3º A forma da defesa em processos judiciais e administrativos
Art. 28. Os administradores e os conselheiros fiscais, inclusi- será definida pelo Conselho de Administração.
ve o representante de empregados, devem participar, na posse e §4º Na defesa em processos judiciais e administrativos, se be-
anualmente, de treinamentos específicos disponibilizados direta ou neficiário da defesa for condenado, em decisão judicial transitada
indiretamente pela Ebserh, conforme disposições da Lei nº 13.303, em julgado, com fundamento em violação de lei ou do Estatuto,
de 2016, e do Decreto nº 8.945, de 2016. ou decorrente de ato culposo ou doloso, ele deverá ressarcir à em-
Art. 29. É vedada a recondução do administrador ou do Con- presa todos os custos e despesas decorrentes da defesa feita pela
selheiro Fiscal que não participar de nenhum treinamento anual Ebserh, além de eventuais prejuízos causados.
disponibilizado pela Ebserh nos últimos dois anos.
SEÇÃO XI
SEÇÃO VIII SEGURO DE RESPONSABILIDADE
CÓDIGO DE CONDUTA
Art. 30. A Ebserh disporá de Código de Conduta e Integridade, Art. 34. A Ebserh poderá manter contrato de seguro de respon-
elaborado e divulgado na forma da Lei nº 13.303, de 2016, e do sabilidade civil permanente em favor dos Administradores e Conse-
Decreto nº 8.945 de 2016. lheiros Fiscais, na forma e extensão definidas pelo Conselho de Ad-
ministração, para cobertura das despesas processuais e honorários
SEÇÃO IX advocatícios de processos judiciais e administrativos instaurados
CONFLITO DE INTERESSES contra eles relativos às suas atribuições junto à empresa.

Art. 31. Nas reuniões dos órgãos colegiados, anteriormente à SEÇÃO XII
deliberação, o membro que não seja independente em relação à QUARENTENA PARA A DIRETORIA EXECUTIVA
matéria em discussão deve manifestar seu conflito de interesses ou
interesse particular, retirando-se da reunião. Art. 35. Os membros da Diretoria Executiva ficam impedidos
§1º Caso não o faça, qualquer outro membro poderá manifes- do exercício de atividades que configurem conflito de interesse, ob-
tar o conflito, caso dele tenha ciência, devendo o órgão colegiado servados a forma e o prazo estabelecidos na legislação pertinente.
deliberar sobre o conflito conforme seu Regimento e legislação apli- §1º Após o exercício da gestão, o ex-membro da Diretoria Exe-
cável. cutiva, que estiver em situação de impedimento, poderá receber re-
§2º Aos integrantes dos órgãos estatutários é vedado intervir muneração compensatória equivalente apenas ao honorário men-
em operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sal da função que ocupava, observados os §§2º e 3º deste artigo.
sociedades de que detenham o controle ou participação superior a §2º Não terá direito à remuneração compensatória, o ex-mem-
cinco por cento do capital social. bro da Diretoria Executiva que retornar, antes do término do perí-
§3º O impedimento referido no §2º aplica-se, ainda, quando odo de impedimento, ao desempenho da função que ocupava na
se tratar de empresa em que os integrantes dos órgãos estatutários administração pública ou privada anteriormente à sua investidura,
ocupem ou tenham ocupado cargos de administração ou controle, desde que não caracterize conflito de interesses.
em período de até 3 (três) anos anterior à investidura na Ebserh. §3º A configuração da situação de impedimento dependerá de
prévia manifestação da Comissão de Ética Pública da Presidência da
SEÇÃO X República.
DEFESA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO VII
Art. 32. Os Administradores e os Conselheiros Fiscais são res- DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
ponsáveis, na forma da lei, pelos prejuízos ou danos causados no
exercício de suas atribuições. SEÇÃO I
Art. 33. A Ebserh, por intermédio de seu órgão jurídico ou me- CARACTERIZAÇÃO
diante advogado especialmente contratado, deverá assegurar aos
integrantes e ex-integrantes da Diretoria Executiva e dos Conselhos Art. 36. O Conselho de Administração é órgão de deliberação
de Administração e Fiscal a defesa em processos judiciais e adminis- estratégica e colegiada da Ebserh e deve exercer suas atribuições
trativos contra eles instaurados, pela prática de atos no exercício do considerando os interesses de longo prazo da empresa, os impactos
cargo ou função, nos casos em que não houver incompatibilidade decorrentes de suas atividades na sociedade e no meio ambiente
com os interesses da Ebserh. e os deveres fiduciários de seus membros, em alinhamento ao dis-
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posto na Lei nº 13.303, de 2016. de membro do Conselho de Administração a esse colegiado ocorre-
rá após período equivalente a um prazo de gestão.
SEÇÃO II §3º O prazo de gestão dos membros do Conselho de Adminis-
COMPOSIÇÃO tração se prorrogará até a efetiva investidura dos novos membros.

Art. 37. O Conselho de Administração é composto por 9 (nove) SEÇÃO IV


membros, eleitos pela Assembleia Geral, obedecendo a seguinte VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO EVENTUAL
composição:
I- 3 (três) membros indicados pelo Ministro de Estado da Edu- Art. 39. Em caso de vacância do cargo de conselheiro de admi-
cação; nistração, o substituto será nomeado pelos conselheiros remanes-
II- o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presi- centes e servirá até a primeira Assembleia Geral subsequente.
dência do Conselho, ainda que interinamente; §1º Em caso de vacância da maioria dos cargos de conselheiros
III- 1 (um) membro indicado pelo Ministro de Estado da Eco- de administração, deverá ser convocada pelos conselheiros rema-
nomia; nescentes a Assembleia Geral para proceder nova eleição de mem-
IV - 2 (dois) membros indicados pelo Ministro de Estado da Saú- bros.
de; §2º No caso de vacância de todos os cargos do Conselho de
V- 1 (um) membro representante dos empregados, na forma da Administração, compete à Diretoria Executiva convocar a Assem-
Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e bleia Geral.
VI- 1 (um) membro indicado pela Associação Nacional dos Diri- Art. 40. Para o Conselho de Administração proceder à nome-
gentes das Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES, sen- ação de membros para o colegiado na forma do caput do Art. 39
do reitor de universidade federal. deste Estatuto, deverão ser verificados pelo Comitê de Pessoas, Ele-
§1º O Conselho de Administração deve ser composto por, no gibilidade, Sucessão e Remuneração todos os requisitos de elegibi-
mínimo, 02 (dois) membros independentes, sendo 1 (um) indicado lidade exigidos para eleição pela Assembleia Geral.
pelo Ministro de Estado da Educação e 1 (um) indicado pelo Minis- Art. 41. A função de Conselheiro de Administração é pessoal e
tro de Estado da Saúde. não admite substituto temporário ou suplente, inclusive para repre-
§2º Serão considerados, para o cômputo das vagas destinadas sentante dos empregados.
a membros independentes, aqueles que se enquadrarem nas hipó- Parágrafo único. No caso de ausências ou impedimentos even-
teses previstas no §1º do art. 22 da Lei nº 13.303, de 2016, bem tuais de qualquer membro do Conselho, o colegiado deliberará com
como no §1º do art. 36 do Decreto nº 8.945, de 2016. os remanescentes.
§3º O Presidente do Conselho de Administração e seu substi-
tuto serão escolhidos pelo colegiado, dentre os membros indicados SEÇÃO V
pelo Ministro de Estado da Educação, que não estejam na condição DA REUNIÃO
de membro independente.
§4º O representante dos empregados, de que trata o inciso V Art. 42. O Conselho de Administração se reunirá, com a presen-
deste artigo será escolhido dentre os empregados ativos da Ebserh, ça da maioria dos seus membros, ordinariamente, uma vez por mês
pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada pela empre- e extraordinariamente, sempre que necessário.
sa em conjunto com as entidades sindicais que os representem, na §1º O Conselho de Administração será convocado por seu Pre-
forma da Lei nº 12.353, 28 de dezembro de 2010, e sua regulamen- sidente ou pela maioria dos membros do colegiado.
tação. §2º As reuniões do Conselho de Administração podem ser
§5º Para o exercício do cargo, o conselheiro representante dos presenciais, virtuais ou mistas, com a participação de um ou mais
empregados está sujeito a todos os critérios, exigências, requisitos, membro por tele ou videoconferência.
impedimentos e vedações previstas na Lei nº 13.303, de 2016, e do §3º Em casos excepcionais, e a critério do Conselho de Adminis-
Decreto nº 8.945 de 2016. tração, poder-se- á convocar reuniões exclusivamente presenciais.
§6º O representante dos empregados não participará das dis- §4º A pauta da reunião e a respectiva documentação serão dis-
cussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações sin- tribuídas com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis, salvo
dicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais nas hipóteses justificadas e acatadas pelo colegiado.
ou de previdência complementar, hipóteses em que fica configu- Art. 43. As deliberações serão tomadas pelo voto da maioria
rado o conflito de interesse, sendo tais assuntos deliberados em dos membros presentes e serão registradas no livro de atas, poden-
reunião separada e exclusiva para tal fim. do ser lavradas de forma sumária.
§1º Nas deliberações colegiadas do Conselho de Administra-
SEÇÃO III ção, o Presidente terá o voto de desempate, além do voto pessoal.
PRAZO DE GESTÃO §2º Em caso de decisão não-unânime, a justificativa do voto
divergente será registrada, a critério do respectivo membro, obser-
Art. 38. O Conselho de Administração terá prazo de gestão uni- vado que se exime de responsabilidade o conselheiro dissidente
ficado de 2 (dois) anos, permitidas, no máximo, 3 (três) recondu- que faça consignar sua divergência em ata de reunião ou, não sen-
ções consecutivas. do possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao Conselho de
§1º No prazo estabelecido no caput serão considerados os pe- Administração.
ríodos anteriores de gestão, na Ebserh, ocorridos há menos de 2 §3º As atas do Conselho de Administração devem ser redigidas
(dois) anos. com clareza e registrar as decisões tomadas, as pessoas presentes,
§2º Atingido o limite a que se referem o caput e §1º, o retorno os votos divergentes e as abstenções.
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SEÇÃO VI de forma a garantir que a decisão a ser tomada pelo Colegiado seja
DAS COMPETÊNCIAS tecnicamente bem fundamentada;
XXI- eleger e destituir os membros de comitês de assessora-
Art. 44. Compete ao Conselho de Administração: mento ao Conselho de Administração, bem como do Comitê de Pes-
I - fixar a orientação geral dos negócios da Ebserh; soas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração;
II - avaliar, a cada 4 (quatro) anos, o alinhamento estratégico, XXII- atribuir formalmente a responsabilidade pelas áreas de
operacional e financeiro das participações da Companhia ao seu Controle Interno, Conformidade e Gerenciamento de Riscos a mem-
objeto social, devendo, a partir dessa avaliação, recomendar a sua bros da Diretoria Executiva;
manutenção, a transferência total ou parcial de suas atividades para XXIII- avaliar anualmente o desempenho do próprio Conselho
outra estrutura da administração pública ou o desinvestimento da de Administração e da Diretoria Executiva, individual e coletivamen-
participação; te, e dos membros de comitês de assessoramento ao Conselho de
III- eleger e destituir os membros da Diretoria Executiva da Eb- Administração, nos termos do inciso III do art. 13 da Lei 13.303,
serh, inclusive o Presidente, fixando-lhes as atribuições; de 2016, com o apoio metodológico e procedimental do Comitê de
IV- fiscalizar a gestão dos membros da Diretoria Executiva, exa- Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração;
minar, a qualquer tempo, os livros e papéis da empresa, solicitar XXIV- nomear e destituir os titulares da Auditoria Interna e,
informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e após, submeter a decisão à aprovação da Controladoria Geral da
quaisquer outros atos; União;
V- manifestar-se previamente sobre as propostas a serem sub- XXV- conceder afastamento e licença ao Presidente da Ebserh,
metidas à deliberação dos acionistas em assembleia; inclusive a título de férias;
VI- aprovar a inclusão de matérias no instrumento de convo- XXVI- aprovar o Regimento Interno do Conselho de Adminis-
cação da Assembleia Geral, não se admitindo a rubrica “assuntos tração, do Comitê de Auditoria e dos demais comitês de assesso-
gerais”; ramento, bem como o Código de Conduta e Integridade da Ebserh;
VII- convocar a Assembleia Geral; XXVII- aprovar e manter atualizado um plano de sucessão não-
VIII- manifestar-se sobre o relatório da administração e as con- -vinculante dos membros do Conselho de Administração e da Di-
tas da Diretoria Executiva; retoria Executiva, cuja elaboração deve ser coordenada pelo Presi-
IX- manifestar-se previamente sobre atos ou contratos relativos dente do Conselho de Administração;
à sua alçada decisória; XXVIII- aprovar as atribuições da Diretoria Executiva não previs-
X - autorizar a alienação de bens do ativo não circulante, a tas no Estatuto Social;
constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações XXIX - aprovar o Regulamento Interno de Licitações e Contra-
de terceiros; tos;
XI- autorizar e homologar a contratação de auditores indepen- XXX- aprovar a prática de atos que importem em renúncia,
dentes, bem como a rescisão dos respectivos contratos; transação ou compromisso arbitral, observada a política de alçada
XII- aprovar as Políticas de Controle Interno, Conformidade e da Ebserh;
Gerenciamento de Riscos, Participações Societárias, bem como ou- XXXI- discutir, deliberar e monitorar práticas de governança
tras políticas gerais da empresa; corporativa e relacionamento com partes interessadas;
XIII- aprovar e acompanhar o plano de negócios, estratégico XXXII- aprovar e divulgar a Carta Anual com explicação dos
e de investimentos, e as metas de desempenho, que deverão ser compromissos de consecução de objetivos de políticas públicas, na
apresentados pela Diretoria Executiva; forma prevista na Lei 13.303, de 2016;
XIV- analisar, ao menos trimestralmente, as demonstrações fi- XXXIII - aprovar e fiscalizar o cumprimento das metas e resul-
nanceiras elaboradas periodicamente pela empresa, sem prejuízo tados específicos a serem alcançados pelos membros da Diretoria
da atuação do Conselho Fiscal; Executiva;
XV- determinar a implantação e supervisionar os sistemas de XXXIV- promover anualmente análise das metas e resultados
gestão de riscos e de controle interno estabelecidos para a preven- na execução do plano de negócios e da estratégia de longo prazo,
ção e mitigação dos principais riscos a que está exposta a Ebserh, sob pena de seus integrantes responderem por omissão, devendo
inclusive os riscos relacionados à integridade das informações con- publicar suas conclusões e informá-las ao Congresso Nacional e ao
tábeis e financeiras e os relacionados à ocorrência de corrupção e Tribunal de Contas da União;
fraude; XXXV- propor à Assembleia Geral a remuneração dos adminis-
XVI- definir os assuntos e valores para sua alçada decisória e da tradores e dos membros dos demais órgãos estatutários da Ebserh;
Diretoria Executiva; XXXVI- executar e monitorar a remuneração de que trata o inci-
XVII - identificar a existência de ativos não de uso próprio da so XXXV deste artigo, dentro dos limites aprovados pela Assembleia
empresa e avaliar a necessidade de mantê-los; Geral;
XVIII- autorizar a alteração dos limites estabelecidos nos inci- XXXVII- autorizar a constituição de subsidiárias;
sos I e II do art. 29 da Lei 13.303, de 2016, que trata da realização XXXVIII- aprovar o Regulamento de Pessoal, bem como quanti-
de contratação por dispensa de licitação, para refletir a variação de tativo de pessoal próprio e de cargos em comissão, acordos coleti-
custos; vos de trabalho, plano de cargos e salários, plano de funções, bene-
XIX- aprovar o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna fícios de empregados e programa de desligamento de empregados;
- PAINT e o Relatório Anual das Atividades de Auditoria Interna - XXXIX - aprovar o patrocínio a plano de benefícios;
RAINT, sem a presença do Presidente da empresa; XL - estabelecer a Política de Seleção para os titulares das uni-
XX- criar comitês de assessoramento ao Conselho de Adminis- dades de auditoria interna, área de controle interno, conformidade
tração, para aprofundamento dos estudos de assuntos estratégicos, e gestão de riscos, e ouvidoria;
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XLI - estabelecer política de divulgação de informações visando transferência de Diretor para outra Diretoria da Ebserh.
a transparência, clareza e equidade; §2º Atingido o limite a que se refere o caput e o §1º, o retorno
XLII - autorizar a formalização dos contratos de gestão, previs- de membro da Diretoria Executiva para o cargo de Diretor da em-
tos no Art. 6º da Lei 12.550, de 2011; e presa só poderá ocorrer após decorrido período equivalente a um
XLIII – autorizar as tratativas e condições para a incorporação prazo de gestão.
de novas unidades hospitalares à Rede Ebserh. §3º O prazo de gestão dos membros da Diretoria Executiva se
Parágrafo único. Excluem-se da obrigação de publicação a que prorrogará até a efetiva investidura dos novos membros.
se refere o inciso XXXIV as informações de natureza estratégica cuja
divulgação possa ser comprovadamente prejudicial ao interesse da SEÇÃO IV
empresa. LICENÇA, VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO EVENTUAL

SEÇÃO VII Art. 50. Em caso de vacância, ausências ou impedimentos even-


COMPETÊNCIAS DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINIS- tuais de qualquer membro da Diretoria Executiva, o Presidente de-
TRAÇÃO signará o substituto dentre os membros da Diretoria Executiva.
§1º Em caso de vacância, ausência ou impedimentos eventuais,
Art. 45. Compete ao Presidente do Conselho de Administração: o Presidente da empresa será substituído pelo Vice-Presidente, o
I- presidir as reuniões do colegiado, observando o cumprimen- qual terá os mesmos deveres e atribuições.
to do Estatuto Social e do Regimento Interno; §2º Em caso de vacância, ausência ou impedimentos eventuais
II– interagir, isoladamente ou em conjunto com o Presidente do Presidente e do Vice-Presidente da empresa, excepcionalmente,
da Ebserh, com o ministério supervisor, e demais representantes do o Conselho de Administração designará o seu substituto dentre os
acionista controlador, no sentido de esclarecer a orientação geral membros da Diretoria Executiva.
dos negócios, assim como questões relacionadas ao interesse pú- §3º Em caso de vacância de todos os cargos da Diretoria Exe-
blico a ser perseguido pela Ebserh, observado o disposto no Art. 89 cutiva, o Conselho de Administração deverá imediatamente eleger,
da Lei nº 13.303, de 2016; entre seus membros, o Presidente interino para praticar, até a reali-
III- estabelecer os canais e processos para interação entre os zação de nova eleição, os atos urgentes de administração da Ebserh,
acionistas e o Conselho de Administração, especialmente no que após verificação pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e
tange às questões de estratégia, governança, remuneração, suces- Remuneração do atendimento de todos os requisitos de elegibili-
são e formação do Conselho de Administração, observado o dispos- dade exigidos neste Estatuto Social, na Lei nº 13.303, de 2016, e no
to no Art. 89 da Lei nº 13.303, de 2016. Decreto nº 8.945, de 2016.
Art. 51. Os membros da Diretoria Executiva farão jus, anual-
CAPÍTULO VIII mente, a 30 dias de licença-remunerada, que podem ser acumula-
DIRETORIA EXECUTIVA dos até o máximo de 2 (dois) períodos, sendo vedada sua conversão
em espécie e indenização.
SEÇÃO I
CARACTERIZAÇÃO SEÇÃO V
REUNIÃO
Art. 46. A Diretoria Executiva é o órgão gestor central de admi-
nistração e representação, cabendo-lhe assegurar o funcionamento Art. 52. A Diretoria Executiva se reunirá, com a presença da
regular da Ebserh em conformidade com a orientação geral traçada maioria dos seus membros, ordinariamente, uma vez por semana
pelo Conselho de Administração. e extraordinariamente, sempre que necessário.
§1º A Diretoria Executiva será convocada pelo Presidente da
SEÇÃO II Ebserh ou pela maioria dos membros do colegiado.
COMPOSIÇÃO E INVESTIDURA §2º As reuniões da Diretoria Executiva devem ser, preferencial-
mente, presenciais, admitindo, excepcionalmente, a reunião virtual
Art. 47. A Diretoria Executiva é composta pelo Presidente, pelo ou a participação de membro por tele ou videoconferência, me-
Vice-Presidente e por até 6 (seis) Diretores, todos eleitos pelo Con- diante justificativa aprovada pelo colegiado.
selho de Administração. §3º A pauta da reunião e a respectiva documentação serão
Art. 48. É condição para investidura em cargo da Diretoria Exe- distribuídas com antecedência 4 (quatro) dias, salvo nas hipóteses
cutiva da Ebserh a assunção de compromissos com metas e resul- justificadas e acatadas pelo colegiado.
tados específicos a serem alcançados, que deverão ser aprovados Art. 53. As deliberações serão tomadas pelo voto da maioria
pelo Conselho de Administração. dos membros presentes e serão registradas no livro de atas, poden-
do ser lavradas de forma sumária.
SEÇÃO III §1º Nas deliberações colegiadas da Diretoria Executiva, o Presi-
PRAZO DE GESTÃO dente terá o voto de desempate, além do voto pessoal.
§2º Em caso de decisão não-unânime, a justificativa do voto di-
Art. 49. O prazo de gestão da Diretoria Executiva será unificado vergente será registrada, a critério do respectivo membro, observa-
e de 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) recondu- do que se exime de responsabilidade o membro dissidente que faça
ções consecutivas. consignar sua divergência em ata de reunião ou, não sendo possí-
§1º No prazo estabelecido no caput serão considerados os pe- vel, dela dê ciência imediata e por escrito à Diretoria Executiva.
ríodos anteriores de gestão ocorridos há menos de 2 (dois) anos e a §3º Cabe à secretaria da Diretoria Executiva proceder ao regis-
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tro das deliberações tomadas em reuniões ordinárias e extraordi- anos;


nárias, que deverão constar em ata, a qual será assinada pelo Pre- XVI- propor a constituição de subsidiárias;
sidente, pelo Vice-Presidente, pelos Diretores e pelo representante XVII- realizar a avaliação anual de desempenho individual dos
da Consultoria Jurídica, quando presentes, que constará no mínimo: membros dos Colegiados Executivos dos hospitais universitários da
a)o dia, a hora e o local de sua realização e quem a presidiu; Rede Ebserh, observados os quesitos mínimos:
b)os nomes dos membros da Diretoria Executiva presentes, dos a)exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e
ausentes, consignando, a respeito destes, a justificativa da ausên- à eficácia da ação administrativa;
cia, se houver; b)contribuição para o resultado do exercício;
c)a presença das demais autoridades participantes; c)consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negócios
d)os fatos ocorridos; e e atendimento à estratégia de longo prazo.
e)a síntese da deliberação das matérias, os votos divergentes XVIII- convocar assembleia geral, nas hipóteses admitidas em
e as abstenções. lei.
Art. 54. A Diretoria Executiva poderá convidar agentes públicos
ou terceiros a prestarem informações ou assistirem às suas reuni- SEÇÃO VII
ões, sem direito a voto. ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE
Parágrafo único. É vedada a participação de agente público ou
terceiro estranho ao funcionamento da reunião, com exceção dos Art. 56. Sem prejuízo das demais atribuições da Diretoria Exe-
casos previstos no caput deste artigo. cutiva, compete especificamente ao Presidente da empresa:
I- dirigir, supervisionar, coordenar e controlar as atividades e a
SEÇÃO VI política administrativa da empresa;
COMPETÊNCIAS II- coordenar as atividades dos membros da Diretoria Executi-
va;
Art. 55. Compete à Diretoria Executiva, no exercício das suas III- interagir, isoladamente ou em conjunto com o Presidente do
atribuições e respeitadas as diretrizes fixadas pelo Conselho de Ad- Conselho de Administração, com o ministério supervisor, e demais
ministração: representantes do acionista controlador, no sentido de esclarecer a
I- gerir as atividades da empresa e avaliar os seus resultados; orientação geral dos negócios, assim como questões relacionadas
II- monitorar a sustentabilidade dos negócios, os riscos estra- ao interesse público a ser perseguido pela Ebserh, observado o dis-
tégicos e respectivas medidas de mitigação, elaborando relatórios posto no Art. 89 da Lei nº 13.303, de 2016;
gerenciais com indicadores de gestão; IV- representar a Empresa em juízo e fora dele, podendo, para
III- elaborar os orçamentos anuais e plurianuais da empresa e tanto, constituir procuradores “ad-negotia” e “ad-judicia”, especifi-
acompanhar sua execução; cando os atos que poderão praticar nos respectivos instrumentos
IV- definir a estrutura organizacional da empresa e a distribui- do mandato;
ção interna das atividades administrativas; V- assinar, com o Diretor da área competente, os atos que cons-
V- aprovar as normas internas de funcionamento da empresa; tituam ou alterem direitos ou obrigações da empresa, bem como
VI- promover a elaboração, em cada exercício, do relatório da aqueles que exonerem terceiros de obrigações para com ela, po-
administração e submetê- lo aos Conselhos de Administração e Fis- dendo, para tanto, delegar atribuições ou constituir procurador
cal e ao Comitê de Auditoria; para esse fim;
VII- promover a elaboração, em cada exercício, das demons- VI- expedir atos de admissão, designação, promoção, cessão,
trações financeiras e submetê-las à Auditoria Independente e aos transferência, dispensa, suspensão de contrato de trabalho e licen-
Conselhos de Administração e Fiscal e ao Comitê de Auditoria; ça de empregados;
VIII- autorizar previamente os atos e contratos relativos à sua VII- baixar as resoluções da Diretoria Executiva;
alçada decisória; VIII- criar e homologar os processos de licitação, podendo de-
IX- indicar os representantes da empresa nos órgãos estatutá- legar tais atribuições;
rios de suas participações societárias; IX- conceder afastamento e licenças aos demais membros da
X- submeter, instruir e preparar adequadamente os assuntos Diretoria Executiva, inclusive a título de férias;
que dependam de deliberação do Conselho de Administração, ma- X- designar os substitutos dos membros da Diretoria Executiva;
nifestando-se previamente quando não houver conflito de interes- XI - convocar e presidir as reuniões da Diretoria Executiva;
se; XII- manter o Conselho de Administração e Fiscal informados
XI- cumprir e fazer cumprir este Estatuto, as deliberações da As- das atividades da empresa; e
sembleia Geral e do Conselho de Administração, bem como avaliar XIII- exercer outras atribuições que lhe forem fixadas pelo Con-
as recomendações do Conselho Fiscal; selho de Administração.
XII - colocar à disposição dos outros órgãos sociais pessoal qua-
lificado para secretariá- los e prestar o apoio técnico necessário; SEÇÃO VIII
XIII- aprovar o seu Regimento Interno; ATRIBUIÇÕES DOS DEMAIS DIRETORES
XIV- deliberar sobre os assuntos que lhe submeta qualquer Di-
retor; Art. 57. São atribuições do Vice-Presidente e dos Diretores:
XV- apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de I - gerir as atividades da sua área de atuação;
Administração do ano anterior, plano de negócios para o exercício II- participar das reuniões da Diretoria Executiva, concorrendo
anual seguinte e estratégia de longo prazo atualizada com análise para a definição das políticas a serem seguidas pela Rede Ebserh e
de riscos e oportunidades para, no mínimo, os próximos (5) cinco relatando os assuntos da sua respectiva área de atuação;
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III- cumprir e fazer cumprir a orientação geral dos negócios da (dois) anos.
Rede Ebserh estabelecida pelo Conselho de Administração na ges- SEÇÃO IV
tão de sua área específica de atuação; e REQUISITOS
IV- auxiliar o Presidente na direção e coordenação das ativida-
des da Ebserh e exercer as tarefas de coordenação que lhe forem Art. 61. Os membros do Conselho Fiscal deverão atender aos
atribuídas em regimento ou delegadas pelo Presidente. requisitos obrigatórios e observar as vedações para exercício das
§1º Compete exclusivamente ao Vice-Presidente assistir ao suas atividades determinados pela Lei nº 6.404, de 1976, pela Lei
Presidente na supervisão, coordenação, monitoramento e avalia- nº 13.303, de 2016, pelo Decreto nº 8.945, de 2016, e por demais
ção das ações desenvolvidas pelas Diretorias e pelas Filiais, além de normas que regulamentem a matéria.
coordenar e articular a atuação dos(as) Diretores(as) para o alcance §1º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remune-
dos resultados institucionais. ração deverá opinar sobre a observância dos requisitos e vedações
§2º As demais atribuições e poderes de cada um dos membros para investidura dos membros no Conselho Fiscal.
daDiretoria Executiva serão detalhadas em Regimento Interno. §2º As vedações serão verificadas por meio da autodeclaração
apresentada pelo indicado nos moldes do formulário padronizado.
CAPÍTULO IX
CONSELHO FISCAL SEÇÃO V
VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO EVENTUAL
SEÇÃO I
CARACTERIZAÇÃO Art. 62. Os membros do Conselho Fiscal serão substituídos em
suas ausências ou impedimentos eventuais pelos respectivos su-
Art. 58. O Conselho Fiscal é órgão permanente de fiscalização plentes.
da Ebserh, de atuação colegiada e individual. Parágrafo único. Na hipótese de vacância, renúncia ou desti-
Parágrafo único. Além das normas previstas na Lei 13.303, de tuição do membro titular, o suplente assume até a eleição do novo
2016 e sua regulamentação, aplicam-se aos membros do Conselho titular.
Fiscal da empresa as disposições para esse colegiado previstas na
Lei 6.404, de 1976, inclusive aquelas relativas a seus poderes, de- SEÇÃO VI
veres e responsabilidades, a requisitos e impedimentos parainves- REUNIÃO
tidura e a remuneração.
Art. 63. O Conselho Fiscal se reunirá, com a presença da maio-
SEÇÃO II ria dos seus membros, ordinariamente, uma vez por mês e extraor-
DA COMPOSIÇÃO dinariamente, sempre que necessário.
§1º O Conselho Fiscal será convocado por seu Presidente ou
Art. 59. O Conselho Fiscal será composto de 3 (três) membros pela maioria dos membros do colegiado.
efetivos e respectivos suplentes, eleitos pela Assembleia Geral, sen- §2º As reuniões do Conselho Fiscal podem ser presenciais, vir-
do: tuais ou mistas, com a participação de um ou mais membro por tele
I - 1 (um) membro indicado pelo Ministro de Estado da Educa- ou videoconferência.
ção; II - 1 (um) membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; §3º Em casos excepcionais, e a critério do Conselho Fiscal, po-
e der-se-á convocar reuniões exclusivamente presenciais.
III - 1 (um) membro indicado pelo Ministro de Estado da Econo- §4º A pauta da reunião e a respectiva documentação serão dis-
mia, como representante do Tesouro Nacional. tribuídas com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis, salvo
§1º O membro representante do Ministério da Economia de- nas hipóteses justificadas e acatadas pelo colegiado.
verá ser servidor público com vínculo permanente com a adminis- Art. 64. As deliberações serão tomadas pelo voto da maioria
tração pública. dos membros presentes e serão registradas no livro de atas, poden-
§2º Na primeira reunião após a eleição, os membros do Conse- do ser lavradas de forma sumária.
lho Fiscal assinarão o termo de adesão ao Código de Ética e Conduta §1º Em caso de decisão não-unânime, a justificativa do voto
da Ebserh e outros normativos internos, assim como escolherão o divergente será registrada, a critério do respectivo membro, obser-
seu Presidente, ao qual caberá dar cumprimento às deliberações do vado que se exime de responsabilidade o conselheiro fiscal dissi-
órgão, com registro no livro de atas e pareceres do Conselho Fiscal. dente que faça consignar sua divergência em ata de reunião ou, não
sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao Conselho
SEÇÃO III Fiscal.
PRAZO DE ATUAÇÃO §2º As atas do Conselho Fiscal devem ser redigidas com clareza
e registrar as decisões tomadas, as pessoas presentes, os votos di-
Art. 60. O prazo de atuação dos membros do Conselho Fiscal vergentes e as abstenções.
será de 2 (dois) anos, permitidas, no máximo, 2 (duas) reconduções
consecutivas. SEÇÃO VII
§1º Atingido o limite a que se referem o caput, o retorno de COMPETÊNCIAS
membro do Conselho Fiscal a esse colegiado ocorrerá após período
equivalente a um prazo de gestão. Art. 65. Compete ao Conselho Fiscal:
§2º No prazo a que se refere o §1º deste artigo serão conside- I- fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos Admi-
rados os períodos anteriores de gestão ocorridos há menos de 2 nistradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e es-
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tatutários; função.
II- opinar sobre o relatório anual da administração e as de-
monstrações financeiras do exercício social; SEÇÃO III
III- manifestar-se sobre as propostas dos órgãos da administra- REUNIÃO
ção, a serem submetidas à Assembleia Geral, relativas à modifica-
ção do capital social e bônus de subscrição, planos de investimentos Art. 68. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo
ou orçamentos de capital, transformação, incorporação, fusão ou menos uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convo-
cisão; cado pelo Presidente da Ebserh, por sua iniciativa ou por solicitação
IV- denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de do Conselho de Administração.
administração e, se estes não adotarem as providências necessárias
para a proteção dos interesses da empresa, à Assembleia Geral, os SEÇÃO IV
erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências; COMPETÊNCIAS
V - convocar a Assembleia Geral Ordinária, se os órgãos da ad-
ministração retardarem por mais de um mês essa convocação, e a Art. 69. Compete ao Conselho Consultivo emitir pareceres opi-
Extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes; nativos, anualmente ou quando solicitado pelo Conselho de Admi-
VI- analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais nistração ou Diretoria Executiva, sobre as linhas gerais das políticas,
demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela empre- diretrizes e estratégias da Ebserh.
sa;
VII- fornecer, sempre que solicitadas, informações sobre maté- CAPÍTULO XI
ria de sua competência à União; COMITÊ DE AUDITORIA
VIII- exercer essas atribuições durante a eventual liquidação da
empresa; SEÇÃO I
IX - examinar o RAINT e PAINT; CARACTERIZAÇÃO
X- assistir às reuniões do Conselho de Administração ou da Di-
retoria Executiva em que se deliberar sobre assuntos que ensejam Art. 70. O Comitê de Auditoria é o órgão de assessoramento
parecer do Conselho Fiscal; ao Conselho de Administração, auxiliando este, entre outros, no
XI- aprovar seu Regimento Interno e seu plano de trabalho anu- monitoramento da qualidade das demonstrações financeiras, dos
al; controles internos, da conformidade, do gerenciamento de riscos e
XII- realizar a autoavaliação anual de seu desempenho, indivi- das auditorias interna e independente.
dual e coletiva; Parágrafo único. O Comitê de Auditoria terá autonomia ope-
XIII- acompanhar a execução patrimonial, financeira e orça- racional e dotação orçamentária, anual ou por projeto, dentro de
mentária, podendo examinar livros, quaisquer outros documentos limites aprovados pelo Conselho de Administração, para conduzir
e requisitar informações; e ou determinar a realização de consultas, avaliações e investigações
XIV- fiscalizar o cumprimento do limite de participação da em- dentro do escopo de suas atividades, inclusive com a contratação e
presa no custeio dos benefícios de assistência à saúde e de previ- utilização de especialistas externos independentes.
dência complementar.
SEÇÃO II
CAPÍTULO X COMPOSIÇÃO
CONSELHO CONSULTIVO
Art. 71. O Comitê de Auditoria, eleito e destituído pelo Conse-
SEÇÃO I lho de Administração, será integrado por 03 (três) membros.
CARACTERIZAÇÃO §1º É vedada a existência de membro suplente no Comitê de
Auditoria.
Art. 66. Conselho Consultivo é órgão permanente da Ebserh §2º Os membros do Comitê de Auditoria devem ser escolhidos,
que tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Direto- preferencialmente, entre pessoas residentes na cidade onde se si-
ria Executiva e ao Conselho de Administração. tua a Administração Central da Ebserh.
§3º Os membros do Comitê de Auditoria, em sua primeira reu-
SEÇÃO II nião, elegerão o seu Presidente, que deverá ser membro indepen-
COMPOSIÇÃO dente do Conselho de Administração, a quem caberá dar cumpri-
mento às deliberações do órgão, com registro no livro de atas.
Art. 67. O Conselho Consultivo é composto pelos seguintes Art. 72. São condições mínimas para integrar o Comitê de Au-
membros: ditoria as estabelecidas no Art. 25 da Lei nº 13.303, de 2016 e no
I - o Presidente da Ebserh, que o preside; Art. 39 do Decreto nº 8.945, de 2016, além das demais normas apli-
II - todos os ex-presidentes efetivos da Ebserh, desde que não cáveis.
estejam no exercício de função gratificada ou cargo em comissão §1º Os membros do Comitê de Auditoria Estatutário devem ter
na Empresa. experiência profissional ou formação acadêmica compatível com o
Parágrafo único. A atuação de membros do Conselho Consul- cargo, preferencialmente na área de contabilidade, auditoria ou no
tivo é considerada atividade de relevante interesse público, de ca- setor de atuação da Ebserh, sendo que pelo menos 1 (um) mem-
ráter voluntário e não remunerada, assegurado o reembolso das bro deve ter reconhecida experiência profissional em assuntos de
despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da contabilidade societária e ao menos 1 (um) deve ser conselheiro
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independente da Ebserh. avaliando sua independência, a qualidade dos serviços prestados e


§2º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remune- a adequação de tais serviços às necessidades da Ebserh;
ração deverá opinar sobre a observância dos requisitos e vedações III- supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de con-
para os membros do Comitê de Auditoria. trole interno, de auditoria interna e de elaboração das demonstra-
§3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser compro- ções financeiras da Ebserh;
vado por meio de documentação mantida na Administração Central IV- monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos de
da Ebserh pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado do último controle interno, das demonstrações financeiras e das informações
dia de mandato do membro do Comitê de Auditoria. e medições divulgadas pela Ebserh;
Art. 73. O Conselho de Administração poderá convidar mem- V- avaliar e monitorar exposições de risco da Ebserh, poden-
bros do Comitê de Auditoria para assistir suas reuniões, sem direito do requerer, entre outras, informações detalhadas sobre políticas e
a voto. procedimentos referentes a:
a)remuneração da administração;
SEÇÃO III b)utilização de ativos da Ebserh; e
MANDATO c)gastos incorridos em nome da Ebserh.
VI- avaliar e monitorar, em conjunto com a administração da
Art. 74. O mandato dos membros do Comitê de Auditoria será Ebserh e a área de auditoria interna, a adequação e o fiel cumpri-
de 3 (três) anos, não coincidente para cada membro, permitida uma mento das transações com partes relacionadas aos critérios esta-
única reeleição. belecidos na Política de Transações com Partes Relacionadas e sua
Parágrafo único. Para assegurar a não coincidência, os manda- divulgação;
tos dos primeiros membros do Comitê de Auditoria serão de um, VII- elaborar relatório anual com informações sobre as ativida-
dois e três anos, a ser estabelecido quando de sua eleição. des, os resultados, as conclusões e suas recomendações, registran-
Art. 75. Os membros do Comitê de Auditoria poderão ser des- do, se houver, as divergências significativas entre administração,
tituídos pelo voto justificado da maioria absoluta do Conselho de auditoria independente e o próprio Comitê de Auditoria em relação
Administração. às demonstrações financeiras.
Art. 81. Ao menos um dos membros do Comitê de Auditoria
SEÇÃO IV deverá participar das reuniões do Conselho de Administração que
VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO EVENTUAL tratem das demonstrações contábeis periódicas, da contratação do
auditor independente e do PAINT.
Art. 76. No caso de vacância de membro do Comitê de Audi- Art. 82. O Comitê de Auditoria deverá possuir meios para rece-
toria, o Conselho de Administração elegerá o novo membro para ber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à Ebserh, em
completar o mandato do membro anterior. matérias relacionadas ao escopo de suas atividades.
Art. 77. O cargo de membro do Comitê de Auditoria é pessoal e
não admite substituto temporário. CAPÍTULO XII
Parágrafo único. No caso de ausências ou impedimentos even- COMITÊ DE PESSOAS, ELEGIBILIDADE, SUCESSÃO E REMUNE-
tuais de qualquer membro do comitê, este deliberará com os rema- RAÇÃO
nescentes.
SEÇÃO I
SEÇÃO V CARACTERIZAÇÃO
REUNIÃO
Art. 83. A Ebserh disporá de Comitê de Pessoas, Elegibilidade,
Art. 78. O Comitê de Auditoria deverá realizar pelo menos 2 Sucessão e Remuneração que visará assessorar a União e o Con-
(duas) reuniões mensais, de modo que as informações contábeis selho de Administração nos processos de indicação, de avaliação,
sejam sempre apreciadas antes de sua divulgação. de sucessão e de remuneração dos administradores, conselheiros
Art. 79. A Ebserh deverá divulgar as atas de reuniões do Comitê fiscais e demais membros de órgãos estatutários.
de Auditoria em sítio eletrônico próprio.
§1º Na hipótese de o Conselho de Administração considerar SEÇÃO II
que a divulgação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da COMPOSIÇÃO
Ebserh, apenas o seu extrato será divulgado.
§2º A restrição de que trata o §1º não será oponível aos órgãos Art. 84 O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remu-
de controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas neração será constituído por 3 (três) membros integrantes do Con-
do Comitê de Auditoria, observada a transferência de sigilo. selho de Administração ou do Comitê de Auditoria, sem remunera-
ção adicional, observando-se os artigos 153 à 156 da Lei nº 6.404,
SEÇÃO VI de 1976.
COMPETÊNCIAS §1º Caso o Comitê seja constituído apenas por integrantes do
Conselho de Administração, a maioria deverá ser de conselheiros
Art. 80. Compete ao Comitê de Auditoria, sem prejuízo de ou- independentes.
tras competências previstas na legislação: §2º A remuneração dos membros do Comitê de Pessoas, Elegi-
I- opinar sobre a contratação e destituição de auditor indepen- bilidade, Sucessão e Remuneração será fixada em Assembleia Geral
dente; em montante não superior à remuneração dos Conselheiros Fiscais.
II- supervisionar as atividades dos auditores independentes, §3º Os integrantes do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Suces-
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são e Remuneração deverão possuir a qualificação e a experiência CAPÍTULO XIII


necessárias para o exercício de suas atividades. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

SEÇÃO III SEÇÃO I


COMPETÊNCIAS EXERCÍCIO SOCIAL

Art. 85. Compete ao Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Suces- Art. 86. O exercício social coincidirá com o ano civil e obedece-
são e Remuneração: rá, quanto às demonstrações financeiras, aos preceitos deste Esta-
I- opinar, de modo a auxiliar os acionistas na indicação de mem- tuto e da legislação pertinente.
bros do Conselho de Administração e conselheiros fiscais, sobre o Art. 87. A Ebserh deverá elaborar demonstrações financeiras
preenchimento dos requisitos e a ausência de vedações para as res- trimestrais e divulga-las em sítio eletrônico, observando as regras
pectivas eleições; de escrituração e elaboração de demonstrações financeiras conti-
II- opinar, de modo a auxiliar os membros do Conselho de Ad- das na Lei nº 6.404, de 1976, e nas normas da Comissão de Valores
ministração na indicação de diretores e membros do Comitê de Au- Mobiliários, inclusive quanto à obrigatoriedade de auditoria inde-
ditoria; pendente por auditor registrado naquela autarquia.
III- verificar a conformidade do processo de avaliação e dos Art. 88. Ao fim de cada exercício social, a Diretoria Executiva
treinamentos dos administradores e conselheiros fiscais; fará elaborar, com base na legislação vigente e na escrituração con-
IV- auxiliar o Conselho de Administração na elaboração e no tábil, as demonstrações financeiras aplicáveis às empresas de capi-
acompanhamento do plano de sucessão de administradores; tal aberto, discriminando com clareza a situação do patrimônio da
V- auxiliar o Conselho de Administração na avaliação das pro- Ebserh e as mutações ocorridas no exercício.
postas relativas à política de pessoal e no seu acompanhamento; e Parágrafo único. Outras demonstrações financeiras intermedi-
VI- auxiliar o Conselho de Administração na elaboração da pro- árias serão preparadas, caso necessárias ou exigidas por legislação
posta de remuneração dos administradores para submissão à As- específica.
sembleia Geral.
§1º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remune- SEÇÃO II
ração se reunirá sempre que necessitar deliberar assunto de sua DESTINAÇÃO DO LUCRO
competência, convocado pelo Presidente do Comitê e terá o seu
funcionamento e atribuições regulados em regimento interno apro- Art. 89. O lucro líquido da Ebserh será reinvestido para atendi-
vado pelo Conselho de Administração. mento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decor-
§2º Nas hipóteses dos incisos I e II deste artigo, o comitê deverá rentes da reserva legal e da reserva para contingência, conforme
se manifestar no prazo máximo de 8 (oito) dias úteis, a partir do disposto no Art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 12.550, de 2011.
recebimento de formulário padronizado da entidade da Adminis-
tração Pública responsável pelas indicações, sob pena de aprovação CAPÍTULO XIV
tácita e responsabilização de seus membros, caso se comprove o UNIDADES INTERNAS DE GOVERNANÇA
descumprimento de algum requisito.
§3º As manifestações do Comitê, que serão deliberadas por SEÇÃO I
maioria de votos com registro em ata, deverão ser lavradas na for- DESCRIÇÃO
ma de sumário dos fatos ocorridos, inclusive dissidências e protes-
tos, e conter a transcrição apenas das deliberações tomadas. Art. 90. A Ebserh terá Auditoria Interna, Área de Conformidade,
§4º A manifestação do Comitê referente à indicação de mem- Controle Interno e Gerenciamento de Riscos e Ouvidoria-Geral.
bro aos Conselhos de Administração e Fiscal será submetida a apre- Parágrafo único. O Conselho de Administração estabelecerá
ciação do Conselho de Administração, que o encaminhará para de- Política de Seleção para os titulares dessas unidades, com asses-
liberação da Assembleia Geral. soramento do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remu-
§5º O mesmo procedimento descrito no §4º deste artigo deve- neração.
rá ser observado na indicação de membros da Diretoria Executiva
e do Comitê de Auditoria, para deliberação do Conselho de Admi- SEÇÃO II
nistração. AUDITORIA INTERNA
§6º As atas das reuniões do Conselho de Administração que
deliberarem sobre os assuntos mencionados nos parágrafos ante- Art. 91. A Auditoria Interna deverá ser vinculada ao Conselho
riores deverão ser divulgadas. de Administração, diretamente ou por meio do Comitê de Audito-
§7º Na hipótese de o Comitê de Elegibilidade, Pessoas e Suces- ria.
são considerar que a divulgação da ata possa pôr em risco interesse Art. 92. À Auditoria Interna compete:
legítimo da Ebserh, apenas o seu extrato será divulgado. I- executar as atividades de auditoria de natureza contábil, fi-
§8º A restrição de que trata o §7º deste artigo não será opo- nanceira, orçamentária, administrativa, patrimonial e operacional
nível aos órgãos de controle, que terão total e irrestrito acesso ao da empresa;
conteúdo das atas do Comitê de Elegibilidade, Pessoas e Sucessão, II- propor as medidas preventivas e corretivas dos desvios de-
observada a transferência de sigilo. tectados;
III- verificar o cumprimento e a implementação pela empresa
das recomendações ou determinações da Controladoria-Geral da
União - CGU, do Tribunal de Contas da União – TCU e do Conselho
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Fiscal; SEÇÃO IV
IV- avaliar a adequação do controle interno, a efetividade do OUVIDORIA-GERAL
gerenciamento dos riscos e dos processos de governança e a con-
fiabilidade do processo de coleta, mensuração, classificação, acu- Art. 97. A Ouvidoria-Geral se vincula ao Conselho de Adminis-
mulação, registro e divulgação de eventos e transações, visando ao tração, ao qual deverá se reportar diretamente.
preparo de demonstrações financeiras; e Parágrafo único. As ouvidorias locais dos hospitais universitá-
V- outras atividades correlatas definidas pelo Conselho de Ad- rios da Rede Ebserh ficarão sujeitas à orientação normativa e à su-
ministração. pervisão técnica da Ouvidoria-Geral e terão suporte administrativo
Art. 93. Serão enviados relatórios trimestrais ao Comitê de das respectivas Superintendências, que proverão os meios e as con-
Auditoria sobre as atividades desenvolvidas pela área de Auditoria dições necessárias à execução das suas competências.
Interna. Art. 98. À Ouvidoria-Geral compete:
I - estabelecer diretrizes e procedimentos para a sistematização
SEÇÃO III e padronização das ações das ouvidorias no âmbito dos hospitais
ÁREA DE CONTROLE INTERNO, CONFORMIDADE E GERENCIA- universitários federais da Rede Ebserh;
MENTO DE RISCOS II - receber, analisar e responder as sugestões, reclamações,
elogios, solicitações e denúncias de cidadão;
Art. 94. À área de Controle Interno, Conformidade e Gerencia- III- propor metodologia e coordenar a realização de pesquisa
mento de Riscos, diretamente vinculada e conduzida pelo Presiden- de satisfação de usuário e da pesquisa de satisfação do residente
te da Ebserh, podendo ser conduzida por ele próprio ou por outro no âmbito da Rede Ebserh;
Diretor estatutário será assegurada a atuação independente. IV- promover a transparência passiva e ativa, nos termos da le-
Art. 95. A área de Controle Interno, Conformidade e Gerencia- gislação vigente;
mento de Riscos deverá se reportar diretamente ao Conselho de V- elaborar, anualmente, relatório de atividades, que deverá
Administração, em situações em que se suspeite do envolvimento consolidar as informações mencionadas no inciso II deste artigo, e,
do Presidente em irregularidades ou quando este se furtar à obri- com base nelas, apontar falhas e sugerir melhorias na prestação de
gação de adotar medidas necessárias em relação à situação a ele serviços públicos prestados pela Ebserh.
relatada. VI- outras atividades correlatas definidas pelo Conselho de Ad-
Art. 96. À área de Controle Interno, Conformidade e Gerencia- ministração.
mento de Riscos compete: Art. 99. A Ouvidoria-Geral deverá dar encaminhamento aos
I- propor políticas de Controle Interno, Conformidade e Geren- procedimentos necessários para a solução dos problemas suscita-
ciamento de Riscos para a empresa, as quais deverão ser periodi- dos e fornecer meios suficientes para os interessados acompanha-
camente revisadas e aprovadas pelo Conselho de Administração, e rem as providências adotadas.
comunicá-las a todo o corpo funcional da organização; Parágrafo único. As atribuições das ouvidorias locais dos hos-
II- verificar a aderência da estrutura organizacional e dos pro- pitais universitários federais da Rede Ebserh serão detalhadas no
cessos, produtos e serviços da empresa às leis, normativos, políticas Regimento Interno da Rede de Ouvidoria da Ebserh.
e diretrizes internas e demais regulamentos aplicáveis;
III- comunicar à Diretoria Executiva, aos Conselhos de Adminis- CAPÍTULO XV
tração e Fiscal e ao Comitê de Auditoria a ocorrência de ato ou con- PESSOAL
duta em desacordo com as normas aplicáveis à empresa;
IV- verificar a aplicação adequada do princípio da segregação Art. 100. A estrutura organizacional da Ebserh e a respectiva
de funções, de forma que seja evitada a ocorrência de conflitos de distribuição de competências serão estabelecidas no Regimento
interesse e fraudes; Interno da Ebserh, aprovado pelo Conselho de Administração, me-
V- verificar o cumprimento do Código de Conduta e Integri- diante proposta da Diretoria Executiva.
dade, conforme art. 18 do Decreto nº 8.945, de 2016, bem como Art. 101. Os empregados estarão sujeitos ao regime jurídico da
promover treinamentos periódicos aos empregados e dirigentes da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, à legislação complementar
empresa sobre o tema; e aos regulamentos internos da Ebserh.
VI- coordenar os processos de identificação, classificação e ava- §1° A admissão de empregados será realizada mediante prévia
liação dos riscos a que está sujeita a empresa; aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
VII- coordenar a elaboração e monitorar os planos de ação §2° Os requisitos para o provimento de cargos, exercício de
para mitigação dos riscos identificados, verificando continuamen- funções e respectivos salários, serão fixados em Plano de Cargos e
te a adequação e a eficácia da gestão de riscos; VIII - estabelecer Salários e Plano de Funções.
planos de contingência para os principais processos de trabalho da §3° Os cargos em comissão de livre nomeação e exoneração,
organização; aprovados pelo Conselho de Administração nos termos do inciso
IX- elaborar relatórios quadrimestrais de suas atividades, sub- XXXVIII do art. 44 deste Estatuto Social, serão submetidos, nos ter-
metendo-os à Diretoria Executiva, aos Conselhos de Administração mos da lei, à aprovação da Secretaria de Coordenação e Governan-
e Fiscal e ao Comitê de Auditoria; ça das Empresas Estatais - Sest, que fixará, também, o limite de seu
X- disseminar a importância do Controle Interno, Conformida- quantitativo.
de e do Gerenciamento de Riscos, bem como a responsabilidade §4º O empregado público efetivo da Ebserh que for eleito para
de cada área da empresa nestes aspectos; e XI - outras atividades ocupar cargo na Diretoria Executiva da Ebserh, terá o respectivo
correlatas definidas pela Presidência da Ebserh. contrato de trabalho suspenso, restando afastada, durante o perí-
odo de gestão, a subordinação jurídica inerente à relação de em-
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prego. instrumentos legais superiores:


Art. 102. Integram o quadro de pessoal da Ebserh:
I- os empregados públicos efetivos, admitidos sob o regime ce- 2.1 EMPREGADO
letista, mediante prévia aprovação em concurso público de provas Toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventu-
ou de provas e títulos; al à EBSERH, sob a dependência desta, mediante salário.
II- os ocupantes de cargo em comissão sem vínculo efetivo com
a Administração Pública; 2.2 QUADRO DE PESSOAL
III- os servidores, civis e militares, e empregados públicos a ela Conjunto de cargos, cargos em comissão e funções gratificadas
cedidos. necessárias à realização das finalidades da EBSERH.
Parágrafo único. Os empregados temporários, contratados na
forma do art. 11, 2.3 CARGO
§§1º e 2º, e do art. 12 da Lei nº 12.550, de 2011, não farão par- Composição de funções ou atividades e de atribuições de na-
te do quadro de pessoal próprio da Ebserh e não poderão integrar o tureza e requisitos semelhantes e que tem responsabilidades espe-
Plano de Cargos, Carreiras e Salários da empresa. cíficas a serem praticadas pelo empregado integrante do Plano de
Art. 103. As formas e requisitos para ingresso na Ebserh, a po- Cargos, Carreiras e Salários - PCCS.
lítica de desenvolvimento na carreira, as políticas de remuneração,
os benefícios e as demais relações funcionais e trabalhistas serão 2.4 CARGO EM COMISSÃO E FUNÇÃO GRATIFICADA
disciplinados pelos Regulamento de Pessoal; Plano de Cargos, Car- Conjunto de atividades específicas que se diferenciam das
reiras e Salários; Plano de Cargos em Comissão e Funções Gratifica- atribuições inerentes aos cargos, quanto à natureza e ao nível de
das e Plano de Benefícios da Ebserh. responsabilidade e complexidade, para ocupação em caráter tran-
sitório, na forma que se dispuser o Plano de Cargos em Comissão e
CAPÍTULO XVI Funções Gratificadas - PCCFG.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
2.5 CEDIDO
Art. 104. É incompatível com a participação nos órgãos de ad- Todo servidor pertencente à Administração Pública Federal,
ministração da Ebserh a candidatura a mandato público eletivo, de- suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de eco-
vendo o interessado requerer seu afastamento, sob pena de perda nomia mista, órgãos e entidades dos Poderes da União, Estados,
do cargo, a partir do momento em que tornar pública sua pretensão Distrito Federal e dos Municípios, que mediante processo de cessão
à candidatura. passe a exercer funções na EBSERH.
Parágrafo único. Durante o período de afastamento referido no
caput não serádevida qualquer remuneração ao membro do órgão 2.6 EMPREGADO CEDIDO
de administração, o qual perderá o cargo a partir da data do registro O empregado da EBSERH que, por interesse da Empresa for
da candidatura. cedido à Administração Pública direta, suas autarquias, fundações,
Art. 105. Os membros do Conselho de Administração, da Dire- empresas públicas, sociedades de economia mista, mediante pro-
toria Executiva, do Conselho Fiscal e os ocupantes de cargos comis- cesso de cessão.
sionados ou funções gratificadas prestarão declaração de bens ao
assumirem suas funções e ao deixarem o cargo, renovada anual- 2.7 CONTRATADO PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMIS-
mente durante o prazo de gestão ou atuação. SÃO
Art. 106. O Regimento Interno da Ebserh e os regimentos pre- A pessoa física contratada a termo e demissível ad nutum para,
vistos no art. 44, inciso XXVI, deverão ser elaborados ou revisados exclusivamente, exercer cargo em comissão.
pelas áreas respectivas e submetidos à aprovação do Conselho de
Administração em até 180 dias após a publicação deste Estatuto. 2.8 TRANSFERÊNCIA
Art. 107. Os casos omissos surgidos no cumprimento deste Es- A movimentação do empregado por necessidade do serviço,
tatuto serão resolvidos pelo Conselho de Administração. e no interesse das partes, da sede para filiais ou outras unidades
Art. 108. O presente Estatuto Social entra em vigor na data da descentralizadas e vice-versa, desde que haja mudança obrigatória
sua aprovação pela Assembleia Geral. de domicílio, respeitando-se o quantitativo do quadro de pessoal.

2.9 REMOÇÃO
REGULAMENTO DE PESSOAL DA EBSERH A movimentação do empregado, no âmbito da sede para filiais
ou unidades descentralizadas e vice-versa, que não caracterize ne-
cessidade de mudança de domicílio, não gere despesas a EBSERH e
1.FINALIDADE respeite o limite do quadro de pessoal.
1.1Disciplinar em âmbito geral os direitos, deveres, obrigações
e penalidades aplicáveis aos integrantes do quadro de pessoal da 2.10 AFASTAMENTOS
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, suas filiais e Ausências temporárias justificadas do empregado.
demais unidades descentralizadas.
2.11 ESTÁGIO
2.DEFINIÇÕES CONCEITUAIS É o ato educativo escolar supervisionado desenvolvido no am-
Para fins deste Regulamento considera-se as seguintes defini- biente de trabalho, que visa a preparação para trabalho produtivo
ções conceituais, além de outras que possam vir a ser definidas em de educandos que estejam frequentando o ensino regular em ins-
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tituições: - de educação superior; - de educação profissional; - de II– cargos em comissão, de livre provimento, assim denomina-
ensino médio; - da educação especial e - dos anos finais do ensino dos:
fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e a)para a sede: Coordenador, Assessor, Auditor Geral; Ouvidor
adultos. (Artigo 1º da Lei 11.788 de 25/09/2008). e Chefe
de Gabinete.
2.12 ESTÁGIO REMUNERADO b)Para as unidades hospitalares – Filiais: Superintendente, Ge-
Compreende o estágio não obrigatório, aquele desenvolvido rente, Ouvidor e Auditor Chefe.
como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obriga- III– funções gratificadas:
tória (art. 2º, §2º, da Lei 11.788/2008). a)para a sede: Auditor Adjunto; Supervisor Regional; Secretário
Geral
REGULAMENTO DE PESSOAL Chefe de Serviço; e
b)para unidades hospitalares: Chefe de Divisão, Chefe de Setor
CAPÍTULO I e Chefe de Unidade.
DO QUADRO DE PESSOAL §2º O cargo em comissão e a função gratificada, demissíveis
ad nutum, serão providos por ato do Presidente da Empresa ou seu
Art. 1º Para a sede, filiais ou outras unidades descentralizadas substituto legal, por meio de portaria publicada no boletim de ser-
administradas pela EBSERH haverá um Quadro de Pessoal definido viço disponível no sítio eletrônico da EBSERH.
pela Diretoria de Gestão de Pessoas, ouvidas as demais áreas, apro- §3º As funções gratificadas serão exercidas, exclusivamen-
vado pela Diretoria Executiva, pelo Conselho de Administração da te, por empregados admitidos na forma do artigo 10 da Lei nº
EBSERH, e autorizado pela Secretaria de Coordenação e Governan- 12.550/2011, ou por cedidos.
ça das Empresas Estatais, do Ministério da Economia - SEST / ME. §4º O cargo em comissão e a função gratificada possuem ta-
Parágrafo único. A alteração do Quadro de Pessoal poderá bela salarial específica descrita no Plano de Cargos em Comissão
ocorrer mediante a reavaliação dos objetivos, das metas e dos pro- e Funções Gratificadas, observada a competência da Secretaria de
cessos da Sede, filiais e outras unidades descentralizadas que justi- Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério da
fiquem a alteração pretendida. Economia - SEST / ME, sobre a matéria.
Art. 6º O cargo em comissão e a função gratificada exigem, para
CAPÍTULO II o seu exercício, comprovada qualificação profissional, adequada
DO PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS - PCCS para a área de atuação.
Art. 7º Ao ocupante de Cargo em Comissão ou Função Gratifi-
Art. 2º Serão definidos no PCCS: a composição da estrutura de cada não é permitido conceder:
cargos e carreiras, os critérios de admissão, os requisitos mínimos I.licença para trato de interesse particular;
para ocupação dos cargos e carreiras, as atribuições dos cargos, o II.cessão por outro órgão; e
sistema de remuneração, a estrutura salarial e a política de progres- III.outros afastamentos que gerem suspensão do contrato de
são funcional dos empregados da EBSERH. trabalho.
Parágrafo único. O PCCS deverá ser periodicamente reavaliado
e atualizado, sempre que necessário, observada a competência da CAPÍTULO IV
Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do DO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
Ministério da Economia - SEST / ME, sobre a matéria.
Art. 8º O recrutamento e a seleção de profissionais, nos termos
CAPÍTULO III dos artigos 10, 11 e 12, da Lei nº 12.550/2011, se dará por concurso
DOS CARGOS, CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFI- público ou processo seletivo simplificado, amplamente divulgado
CADAS na imprensa escrita e falada.
§1º A divulgação do concurso público ou do processo seletivo
Art. 3º Os cargos serão providos por concurso público, em cum- simplificado dar-se-á por meio de edital que especifique todos os
primento ao art. 10 da Lei nº 12.550/2011, na forma como se dis- procedimentos do certame.
puser o Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS, ou legislação §2º O concurso público de que trata o art. 10 da Lei nº
superior superveniente. 12.550/2011, será composto por provas ou provas e títulos.
Parágrafo único. Os cargos ocupados na forma dos artigos 11 e §3º O processo seletivo simplificado de que trata os art. 11 e
12 da Lei nº 12.550/2011, não integram o PCCS, tendo como refe- 12 da Lei nº 12.550/2011, será composto por provas ou provas e
rência remuneratória o primeiro nível salarial da respectiva carreira. títulos ou títulos.
Art. 4º Os cargos em comissão e as funções gratificadas para as §4º O processo de recrutamento e seleção para os ocupantes
estruturas da sede e das filiais têm a sua classificação, descrição e de Cargo em Comissão ou Função Gratificada será realizado por
atribuições apresentadas no Plano de Cargos em Comissão e Fun- meio de avalição de títulos e comprovação de experiência na área
ções Gratificadas – PCCFG. de atuação.
Art. 5º Os cargos em comissão e as funções gratificadas consti- §5º O concurso público destina-se ao provimento de cargos
tuem cargos de confiança e caracterizam-se por atividades de dire- efetivos vagos e dos que forem criados para a sede e unidades hos-
ção, assessoramento ou chefia. pitalares administradas pela EBSERH.
§1º Constituem-se cargos de confiança da EBSERH: §6º O processo seletivo simplificado se destina ao provimento
I– cargos estatutários: presidente e diretor, conforme descritos de vagas com contratos temporários, respeitado o quantitativo de
no Estatuto Social da Empresa. cargos previstos para a sede e unidades hospitalares administradas
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pela EBSERH. CAPÍTULO VI


§7º As vagas serão preenchidas em ordem rigorosa de classifi- DA REMUNERAÇÃO
cação, de acordo com a necessidade e a conveniência da EBSERH.
Art. 17 A Remuneração do empregado da EBSERH compreende:
CAPÍTULO V I)salário base fixado na Estrutura Salarial constante do Plano de
DA ADMISSÃO E CONTRATAÇÃO Cargos, Carreiras e Salários;
II)salário fixado do cargo em comissão e função gratificada, se
Art. 9º A vaga será provida por candidato aprovado em concur- for o caso, constante do Plano de Cargos em Comissão e Funções
so público ou processo seletivo simplificado. gratificadas;
§1º A admissão e contratação dos empregados dependerá de III)benefícios remuneratórios constantes do Plano de Benefí-
prévia inspeção médica e de atendimento aos pré-requisitos descri- cios;
tos no respectivo edital. IV)outras parcelas remuneratórias decorrentes da legislação
§2º A relação de emprego será estabelecida por meio de con- aplicável, de Acordo Coletivo de Trabalho ou de autorização da Di-
trato individual de trabalho em cumprimento ao artigo 442 da CLT. retoria Executiva, aprovada pelo Conselho de Administração, obser-
Art. 10 A Admissão de empregado ocorrerá na classe e nível vada a competência da Secretaria de Coordenação e Governança
salarial estabelecido para o cargo efetivo, e divulgado no edital que das Empresas Estatais, do Ministério da Economia - SEST / ME sobre
regula o certame de recrutamento e seleção, observados os requi- a matéria.
sitos estabelecidos para o provimento do cargo. §1º Salário Base é o valor percebido pelo empregado fixado no
Art. 11 A Admissão de empregado em cargo efetivo se dará, Plano de Cargos, Carreiras e Salários, sem vantagens pessoais ou
inicialmente, por período não superior a 90 (noventa) dias, consi- transitórias.
derado como prazo de experiência, sendo o contrato de trabalho §2º Remuneração é o valor total percebido pelo empregado,
automaticamente prorrogado por prazo indeterminado após o pe- resultante da soma de salário base, gratificações e outras vantagens
ríodo de experiência, desde que haja interesse na sua prorrogação remuneratórias permanentes e/ou transitórias.
por parte da Empresa e do empregado e avaliação de desempenho Art.18 A remuneração dos profissionais cedidos à EBSERH para
satisfatória. o exercício de cargo em comissão ou função gratificada terá como
Art.12 A contratação de profissional qualificado para o exercí- base a Tabela de Salários dos respectivos cargos, observados os ter-
cio exclusivo de cargo em comissão, de livre nomeação e exonera- mos do instrumento de cessão, obedecida a legislação aplicável em
ção se dará por meio de portaria. vigor, em especial o Decreto nº 9.144/2017 e atualizações, o art.
Parágrafo único. Entende-se como profissional qualificado 7º da Lei nº 12.550/2011, bem como as normas internas vigentes.
aquele que possua a habilitação que o cargo em comissão requeira Parágrafo único. O profissional cedido à EBSERH para ocupar
e atenda aos requisitos estabelecidos no Plano de Cargos em Co- cargo em comissão terá que optar: EBSERH;
missão e Funções Gratificadas – PCCFG, ou norma específica. a) pela remuneração do cargo em comissão ou função gratifi-
Art.13 O contrato temporário respeitará o prazo fixado no edi- cada da EBSERH;
tal do processo, conforme previsto no art. 11 da Lei nº 12.550/2011. b) pela remuneração do órgão de origem acrescida de 60 %
Art. 14 Poderá ocorrer a contratação na forma do art. 12 da (sessenta por cento) do cargo em comissão ou função gratificada
Lei nº 12.550/2011, com base nas alíneas “a” e “b” do §2º do art. da EBSERH.
443 da Consolidação das Leis do Trabalho, para suprir empregada Art. 19 Nas viagens a serviço da EBSERH, no país ou no exterior,
em licença maternidade ou nos afastamentos, não remunerados, de interesse da Empresa, haverá a concessão de passagens e diárias
superiores a 30 (trinta) dias. de viagem, correspondentes ao cargo efetivo, ao cargo em comis-
Art. 15 Para a realização de serviços técnicos especializados, são ou à função gratificada ocupada.
na forma de norma específica, poderá ser contratado, excepcional- Art.20 A periodicidade do pagamento de salários será mensal.
mente, na estrita necessidade desses serviços, a juízo da Diretoria Art. 21 (REVOGADO)
Executiva, pessoal técnico de alta qualificação, por prazo certo e
nunca superior ao previsto em lei, para os contratos de trabalho CAPÍTULO VII
por prazo determinado, desde que não possua a EBSERH, em seu DOS BENEFÍCIOS
Quadro de Pessoal, cargos efetivos, funções ou cargos em comissão
necessários para a sua execução, e nem utilize, para tanto, a contra- Art.22 Benefício é a vantagem “in natura” ou pecuniária, paga
tação indireta. diretamente ou indiretamente ao empregado, quando obedecidos
Art. 16 Será regulado em norma específica o Estágio remune- os critérios estabelecidos para sua concessão no Plano de Benefí-
rado, que deverá ser formalizado por contrato, tendo como forma cios aprovado para a EBSERH.
de ingresso, o recrutamento, via processo seletivo, de acordo com
Orientação nº 22 da ata da Coordenadoria Nacional de Combate CAPÍTULO VIII
às Irregularidades Trabalhistas na Administração Pública - Conap e DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
Portaria nº 567/2008 do Ministério Público da União.
Art.23 O desenvolvimento do empregado da EBSERH na carrei-
ra ocorrerá mediante progressões horizontal e vertical regulamen-
tadas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com base em crité-
rios específicos, incluída a avaliação de desempenho.
Parágrafo único. A progressão não acarreta mudança de cargo.
Art.24 Caberá à EBSERH, no âmbito de sua competência, insti-
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tuir programa permanente de capacitação destinado à formação, CAPÍTULO XI


qualificação e aperfeiçoamento profissional, visando à preparação DAS FÉRIAS
dos empregados para desempenharem atribuições de maior com-
plexidade e responsabilidade, para atendimento às finalidades da Art. 33 Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do
Empresa. contrato de trabalho o empregado adquirirá direito a férias, de
acordo com as disposições trabalhistas e regulamentares vigentes.
CAPÍTULO IX §1º As férias serão gozadas, obrigatoriamente, no decorrer dos
DA JORNADA DE TRABALHO 12 (doze) meses subsequentes à data de aquisição do direito, com a
anuência da Chefia Imediata.
Art. 25 A duração normal da jornada de trabalho do emprega- §2º Entre dois períodos de gozo de férias deverá haver um pe-
do da EBSERH é de 8 (oito) horas diárias, observado o máximo de 40 ríodo mínimo de 30 (trinta) dias de trabalho.
(quarenta) horas semanais e respeitadas as exceções estabelecidas §3º (REVOGADO)
em lei. §4º As férias dos cedidos observarão as regras do regime de
Art.26 O empregado da EBSERH com exercício nas filiais e ou- origem.
tras unidades descentralizadas, terá jornadas de trabalho de 4 (qua-
tro), 6 (seis) ou 8 (oito) horas diárias, observado o máximo de 40 CAPÍTULO XII
(quarenta) horas semanais e respeitadas as exceções estabelecidas DAS LICENÇAS E AFASTAMENTOS
em lei.
§1º. Em todas as situações que exigirem funcionamento contí- Art.34 Licença é o afastamento de empregado do serviço ativo
nuo do serviço nas 24 (vinte e quatro) horas para garantir o atendi- assegurado por lei ou autorizado pela Empresa.
mento ao público, será admitido o regime de 12 (doze) horas con- Art.35 O empregado poderá ser licenciado nas seguintes mo-
secutivas de trabalho e 36 (trinta e seis) horas de descanso (12x36) dalidades:
(doze por trinta e seis) para o turno da noite, respeitada a jornada I.licença médica ou odontológica;
de trabalho contratual dos empregados. II.licença por acidente de trabalho;
§2º Nas situações previstas no parágrafo anterior, será excep- III.licença paternidade de 5 (cinco) dias, consecutivos, a contar
cionalmente admitido o regime de 12 (doze) horas diurna para a da data do nascimento, ou adoção;
categoria de médicos. IV.licença maternidade de 120 (cento e vinte) dias consecu-
Art.27 O regime de trabalho dos empregados ou cedidos que tivos, a contar da data do nascimento ou adoção, prorrogada por
ocuparem cargos de confiança ou função gratificada será de dedi- mais 60 (sessenta) dias nos termos da Leinº11.770/2008 e atuali-
cação integral, com vista ao atendimento das necessidades da Em- zações. (Redação aprovada pela Resolução CA nº 125, de 26 de no-
presa. vembro de 2020).
Art. 28 O horário de trabalho do empregado deverá estar afi- V.licença gala de 8 (oito) dias consecutivos a contar da data do
xado em quadro específico, em cada posto de trabalho da EBSERH. casamento, ou da data do registro, em cartório, da União Estável;
Art. 29 Todo empregado terá direito ao repouso semanal remu- VI.licença por morte de familiar de:
nerado, em conformidade com as disposições legais e regulamen- a)8 (oito) dias consecutivos a contar da data do óbito de cônju-
tares vigentes. ge ou companheiro, pais, filhos, irmãos;
b)3 (três) dias consecutivos, a contar da data do óbito de avós,
CAPÍTULO X netos, sogros, noras, ou pessoa devidamente inscrita como sua de-
DO REGISTRO E CONTROLE DE FREQUÊNCIA E DE PRESENÇA pendente
VII.licença sem remuneração para tratar de interesse particular
Art. 30 O registro de frequência será eletrônico, em cumpri- pelo período de 2 (dois) anos, devidamente justificada e autoriza-
mento à Portaria nº 1.510/2009 do antigo Ministério do Trabalho e da pela chefia imediata, e aprovada por meio de portaria da DGP,
Emprego, e é obrigatório para todo o empregado da EBSERH, assim no caso da Sede, e pelo Superintendente, para os empregados das
como para os servidores cedidos à Empresa. Filiais, observados os 3 (três) anos de efetivo exercício na Empresa,
Art. 31 As variações de horário no registro de frequência do podendo ser prorrogada, uma única vez, por igual período, e inter-
empregado não excedentes de cinco minutos, observados o limite rompida, a qualquer tempo, a pedido do empregado ou no interes-
máximo de dez minutos diários não serão descontados nem com- se da Administração. (Redação aprovada pela Resolução CA nº 125,
putados como jornada extraordinária. (§1º, art. 58, CLT) de 26 de novembro de 2020).
Parágrafo único. O acúmulo diário de atrasos no registro de fre- Parágrafo único. Uma vez concedida a licença sem remunera-
quência ensejará averiguação e providências disciplinares por parte ção de que trata o Inciso VII, o empregado somente poderá solicitá-
da chefia imediata. -la novamente após transcorrido o prazo de efetivo exercício dispos-
Art. 32 Os ocupantes de cargos em comissão ou funções gratifi- to no mesmo inciso. (Redação aprovada pela Resolução CA nº 125,
cadas deverão registrar presença diária em instrumento específico de 26 de novembro de 2020).
para este fim. VIII.licença para acompanhamento de familiar, filhos menores
Parágrafo único. As ausências previstas de ocupantes de cargos ou pais maiores de 60 (sessenta) anos, conforme normativa a ser
em comissão ou função gratificada deverão ser devidamente noti- aprovada pela Diretoria Executiva.
ficadas pela chefia imediata à Coordenadoria de Administração de IX.licença para capacitação e estudos especializados, conforme
Pessoal da DGP ou à Chefia da Divisão de Gestão de Pessoas, nas normativa específica a ser aprovada pela Diretoria Executiva;
filiais, para fins de registro e cobertura de eventuais intercorrências. X.licença para exercício de mandato de cargo de direção em en-
tidade Sindical representativa dos empregados da EBSERH; (art.543,
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parágrafo 2º da CLT); tiva dentro e fora da Empresa, de modo a não comprometer o nome
XI.licença para atividade política; (Lei 7.664/88, artigo 25); da EBSERH e de seus empregados;
XII.outras ausências permitidas por lei ou em razão de Acordo XXII.observar o estabelecido no Código de Ética da EBSERH;
ou Convenção Coletiva. XXIII.reembolsar valores recebidos indevidamente, quaisquer
Art. 36 O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, que tenham sido as causas;
sem perda da remuneração, por motivo de: XXIV.efetuar ressarcimento de valores pela utilização de equi-
I - doação de sangue, por um dia em cada seis meses de traba- pamentos da Empresa, para uso pessoal, na forma regulada em
lho; II - alistamento eleitoral, até 2 (dois) dias, consecutivos ou não; norma específica;
III- depoimento em inquérito policial ou processo judicial; XXV.comunicar ao chefe imediato, com antecedência, a impos-
IV- convocação para o Júri, funções da Justiça Eleitoral desde sibilidade de comparecer ao serviço;
que amparada em lei, apresentação militar e outros serviços legal- XXVI.cientificar-se das obrigações e penalidades neste Regula-
mente obrigatórios; mento, Normas Internas, Resoluções, Circulares, Ordens de Serviço,
V- realização de provas de exame vestibular; Avisos, Comunicados e outras instruções expedidas pela Direção da
VI- participação em reuniões da Comissão de Negociação. Empresa;
XXVII.representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-
CAPÍTULO XIII der;
DOS DEVERES E PROIBIÇÕES XXVIII.compartilhar conhecimentos obtidos em cursos ou
eventos patrocinados pela Empresa;
Art.37 É dever do empregado: XXIX.cumprir regras de uso de equipamentos, recursos, ferra-
I.exercer com zelo e dedicação suas atribuições; mentas, softwares e material, observando as políticas de segurança
II.ser leal à Empresa; da informação e identidade visual da Empresa; e,
III.tratar a todos com urbanidade; XXX.defender os interesses da Empresa.
IV.cumprir as determinações dos superiores hierárquicos, exce- Art. 38 Além dos estabelecidos no artigo 37, são deveres dos
to quando reconhecidamente ilegais ou que afetem o princípio da empregados designados para exercer Cargo em Comissão ou Fun-
moralidade da Administração Pública, delas podendo divergir me- ção Gratificada:
diante manifesto formal dirigido à chefia imediata; I. zelar pela manutenção da disciplina e da ordem;
V.agir com prudência, discernimento e sensatez; II. zelar pelo fiel cumprimento das decisões emanadas pela Di-
VI.ressarcir despesas a que der causa, sem prévia autorização; reção da EBSERH;
VII.desempenhar com diligência e economicidade os trabalhos III. orientar seus subordinados na execução dos serviços;
que lhe forem atribuídos; IV. manter o grupo que dirige em ambiente de boas relações
VIII.guardar sigilo sobre informações de caráter restrito, de que pessoais;
tenha conhecimento em razão do cargo que exerce na EBSERH; V. fazer cumprir, nos locais de trabalho, as Normas e Instruções
IX.manter espírito de cooperação e solidariedade no grupo de da EBSERH;
trabalho a que pertence, guardando respeito mútuo e evitando VI. comunicar à área da gestão de pessoas qualquer irregulari-
comportamento capaz de conturbar o ambiente e prejudicar o bom dade sobre a frequência de seus subordinados; e
andamento do serviço; VII. propor medidas que visem a melhor execução e racionali-
X.comunicar à chefia imediata quaisquer fatos ou informações zação dos serviços.
que possam interessar aos serviços, bem como qualquer irregulari- Art. 39 Ao empregado é proibido, além do previsto na legisla-
dade de que tiver ciência; ção trabalhista:
XI.desempenhar todas as suas atividades de forma a produzir I.ausentar-se em horário de expediente, bem como sair anteci-
a menor degradação ambiental e, sempre que possível, adotar pos- padamente sem autorização da chefia imediata;
tura proativa na defesa do meio ambiente, independentemente de II.permanecer nas instalações da Empresa antes ou após o tér-
cargo, atividade ou setor de trabalho; mino da jornada de trabalho, sem prévia determinação ou autori-
XII.zelar pela boa conservação dos materiais e equipamentos zação;
que compõem o patrimônio da EBSERH; III.permitir que pessoas estranhas à EBSERH, fora dos casos
XIII.ser imparcial em suas informações e decisões, evitando previstos em lei, desempenhe atribuição que seja de sua respon-
preferências pessoais; sabilidade;
XIV.apresentar-se adequadamente trajado ou fazer uso de uni- IV.promover reuniões particulares, dentro ou fora do expedien-
forme específico, de acordo com a área em que estiver lotado; te, no recinto da Empresa, sem autorização;
XV.portar crachá de identificação ostensivamente; V.valer-se de sua condição funcional para lograr, direta ou indi-
XVI.conhecer e acatar as normas legais e regulamentares da retamente, qualquer proveito pessoal;
EBSERH; VI.receber favores, benefícios ou vantagens de quaisquer espé-
XVII.submeter-se aos exames médicos ocupacionais - admissio- cies, em razão de suas atribuições;
nal, periódico, para retorno ao trabalho e demissional - ou quando VII.exercer qualquer espécie de comércio nas dependências da
determinado pela EBSERH; Empresa;
XVIII.manter seus registros funcionais atualizados; VIII.trabalhar em outro local em horário coincidente com seu
XIX.cumprir o regime de trabalho que lhe for determinado; expediente na EBSERH;
XX.comunicar à área da gestão de pessoas quando do registro IX. fazer parte, como sócio ou dirigente, de empresa que preste
de sua candidatura a qualquer cargo eletivo; serviços e forneça bens para a EBSERH, ou que com ela transacione;
XXI.manter conduta compatível com a moralidade administra- X. dedicar-se a assuntos particulares durante o horário de tra-
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balho; pregado deverá restituir à Empresa documentos de identidade fun-


XI. adotar falsa identidade dentro ou fora das dependências da cionais, uniformes, bens e numerários sob sua guarda e responsa-
Empresa; bilidade, e apresentar a Carteira de Trabalho e Previdência Social
XII. portar armas nos locais de trabalho, salvo se exercer função – CTPS.
de vigilância e estiver devidamente autorizado;
XIII. dirigir-se de maneira depreciativa, ofensiva ou agressiva ao CAPÍTULO XV
corpo dirigente e funcional da EBSERH ou depreciar a imagem da DO REQUERIMENTO DE DIREITOS PELO EMPREGADO
Empresa;
XIV. retirar das dependências da EBSERH qualquer tipo de ma- Art. 43 É assegurado ao empregado o direito de requerer, re-
terial, equipamento ou documento, sem a devida autorização; correr e representar, dentro das normas de subordinação, disciplina
XV. registrar a frequência de outro empregado ou contribuir e urbanidade, junto à autoridade competente para decidir.
para fraudes no seu registro ou apuração; §1º A representação de que trata o artigo 37, inciso XXVII, será
XVI. organizar ou participar de quaisquer atividades político- encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su-
-partidárias nas dependências da EBSERH; perior àquela a qual é formulada, assegurando-se a ampla defesa.
XVII. fornecer informações a terceiros, bem como utilizar do- §2º O empregado poderá ser afastado preventivamente de
cumentos e papéis oficiais da EBSERH, sem estar devidamente au- suas funções em situações que assim sejam recomendadas, verifi-
torizado; cadas estas no processo de apuração de responsabilidade.
XVIII. receber presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos Art. 44 O recurso, quando cabível, será dirigido à autoridade
casos protocolares em que houver reciprocidade, não sendo consi- competente na matéria, imediatamente superior à que houver ex-
derados presentes, os brindes que não tenham valor comercial ou pedido o ato ou proferido a decisão, no prazo de até 10 (dez) dias
que forem distribuídos por entidades de qualquer natureza a títu- corridos, contados do dia seguinte ao da ciência do empregado.
lo de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de §1º O recurso objeto de matérias não disciplinares não terá
eventos especiais, ou datas comemorativas, que não ultrapassem o efeito suspensivo e a respectiva decisão retroagirá nos efeitos à
valor de R$ 100,00 (cem reais); data do ato impugnado, caso julgado procedente.
XIX. deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada; §2º O recurso terá efeito suspensivo, no que se refere à aplica-
XX. utilizar recursos materiais e humanos da EBSERH em servi- ção de penalidades, conforme disposto na Norma Operacional de
ço ou atividade particular; Controle Disciplinar da Ebserh. (Redação aprovada pela Resolução
XXI. afixar cartazes, comunicados, retratos ou avisos nas de- CA nº 125, de 26 de novembro de 2020).
pendências da Empresa, sem que esteja previamente autorizado §3º Da decisão proferida em recurso pelo Presidente, não ca-
pela área competente; berá novo recurso.
XXII. utilizar o serviço de correio eletrônico da EBSERH para as-
suntos particulares; CAPÍTULO XVI
XXIII. deixar de utilizar o crachá e o uniforme específico da EB- DA SUBSTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO
SERH, de acordo com a área em que estiver lotado; GRATIFICADA
XXIV. utilizar indevidamente dinheiro da EBSERH, bem como
deixar de apresentar, tempestivamente, prestação de contas; Art.45 Substituição é a designação para o exercício transitório
XXV. exorbitar de sua autoridade ou função; e de Cargo em Comissão ou Função Gratificada, em virtude de ausên-
XXVI. deixar de acusar o recebimento de qualquer importância cias ou impedimentos do titular, por empregado indicado previa-
indevidamente creditada em sua remuneração. mente pelo titular e designado pela autoridade competente.
§1º Durante o período de substituição por impedimento, o em-
CAPÍTULO XIV pregado que assumir o cargo em comissão ou a função gratificada,
DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO deverá cumprir a jornada de trabalho do titular, registrando a pre-
sença em folha específica.
Art. 40 A rescisão do contrato de trabalho verificar-se-á: §2º Nos casos de ausência, o substituto exercerá as atividades
I.por término do prazo contratado; do titular sem direito à remuneração - as ausências são caracteri-
II.por dispensa: zadas pela impossibilidade da ação do titular, decorrente de caso
a)a pedido do empregado; fortuito, incerto, casual ou acidental.
b)sem justa causa; §3º Nos casos de impedimento, o substituto exercerá as ativi-
c)com justa causa; dades do titular do Cargo em Comissão ou Gratificada, sem prejuízo
§1º O empregado será comunicado de seu desligamento por de suas obrigações correntes, e fará jus à gratificação correspon-
meio de notificação em observância à alínea “b”, §6º do art. 477 da dente ao cargo substituído na proporção dos dias de efetiva subs-
Consolidação das Leis do Trabalho; tituição, sendo vedada a percepção cumulativa de vencimentos,
§2º O ocupante de cargo em comissão e função gratificada será gratificações ou vantagens - os impedimentos são caracterizados
notificado de sua exoneração por meio da ciência em Portaria; pela impossibilidade legal, regulamentar ou contratual do titular do
Art.41 É assegurado o direito do retorno ao local de origem, cargo em exercer suas atividades, e tem caráter temporário.
ao empregado transferido para outra localidade por interesse da §4º Se o substituto já exercer Cargo em Comissão ou Função
EBSERH, que venha a ser dispensado, na forma regulada em norma Gratificada, fará jus à gratificação de maior valor, sem prejuízo de
específica, respeitado o prazo de até 24 (vinte e quatro) meses da suas obrigações correntes.
transferência. §5º A substituição perdurará durante todo o afastamento do
Art. 42 Por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, o em- substituído, salvo no caso de nomeação ou designação de outro
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ocupante para o cargo ou função objeto da substituição, ou, ainda, de âmbito federal, estadual ou municipal e dos Poderes Legislativo
no caso de nova designação de substituto. e Judiciário, ou empregados públicos de empresas estatais, para o
Art. 46 A comunicação de ausência de titular de Cargo em Co- exercício de cargos em comissão e funções gratificadas.
missão ou Função Gratificada para fins de substituição, deverá ser §2º O servidor cedido para a EBSERH poderá optar pelo Plano
feita à área de gestão de pessoas, no prazo máximo de 10 (dez) dias de Benefícios da Empresa ou de seu órgão de origem.
a contar da data da ausência do titular. §3º O empregado ou servidor público cedido à EBSERH, quan-
Art.47 Compete à área de gestão de pessoas o controle de au- do desligado da Empresa, deverá retornar ao órgão de origem, no
sência ou impedimento de titular de Cargo em Comissão ou Função prazo máximo de 15 (quinze) dias.
Gratificada, junto à chefia imediatamente superior.
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XVII DAS PENALIDADES
DA TRANSFERÊNCIA E REMOÇÃO
Art.54 O descumprimento e a inobservância da legislação de
Art. 48 Considera-se transferência a movimentação do empre- caráter geral ou especial, deste Regulamento, bem como dos de-
gado, profissional cedido à EBSERH ou contratado exclusivamente mais normativos da EBSERH, sujeitam o empregado à sanção dis-
para o exercício de Cargo em Comissão, da sede para filial ou congê- ciplinar.
nere e vice-versa, desde que haja mudança obrigatória de domicílio. Parágrafo único. A aplicação de penalidade disciplinar será
Art.49 Considera-se a remoção a movimentação do emprega- precedida de procedimento apuratório conforme estabelecido em
do, profissional cedido à EBSERH e contratado exclusivamente para norma específica.
o exercício de Cargo em Comissão, no âmbito da sede para filial Art.55 Segundo a gravidade da falta cometida, havendo ou não
ou congênere e vice-versa, que não caracterize necessidade de mu- reincidência, os empregados estarão sujeitos às penalidades a se-
dança de domicílio e não gere despesas para a EBSERH. guir descritas, observados os princípios da ampla defesa e do con-
Art. 50 A Transferência ou Remoção ocorrerá em decorrência traditório, na forma da lei.
de: I.advertência por escrito;
I - alteração regimental; II.suspensão por até 30 (trinta) dias; e
II- alteração no quadro de lotação; III.rescisão contratual por justa causa.
III- mudança de unidade organizacional; §1º Os dias de suspensão serão descontados da remuneração
IV - desligamentos; e do empregado e computados para efeito de férias e progressão fun-
V - cessões ou requisições. cional, sendo vedada a sua compensação com direitos funcionais
Art. 51 A Transferência ou a Remoção, em caráter definitivo ou ou a sua conversão em pecúnia.
provisório, da sede para filial ou congênere e vice-versa, deverá ser §2º A ausência do empregado em dia de feriados ou no dia que
formalizada conforme norma específica, e será autorizada quando o antecede ou subsequente, em que estiver designado para traba-
atendidas as seguintes condições: lhar, sem a comunicação prévia à chefia imediata para consequente
I- existência de vaga no local de destino; substituição, será passível de sanção disciplinar, com suspensão de
II- preenchimento, pelo empregado, dos requisitos mínimos 1 (um) dia.
exigidos para o exercício de suas atividades na nova lotação; §3º A penalidade prevista no parágrafo anterior será aplicada
III- prévia aprovação em exame médico ocupacional, quando também ao empregado que faltar injustificadamente 3 (três) dias
necessário; e, destino. de forma consecutiva ou intercalada no mesmo mês.
IV- prévia autorização da chefia imediata do local de origem e Art.56 No exercício regular de suas funções, o empregado é
do local de destino. responsável pelos danos que causar à Empresa ou a terceiros, fican-
do resguardado, na última hipótese, o direito regressivo da EBSERH.
CAPÍTULO XVIII Parágrafo único. A responsabilidade prevista neste item abran-
DA CESSÃO ge os atos e omissões resultantes de dolo ou culpa.
Art.57 Pelo exercício irregular de suas atribuições, os emprega-
Art. 52 Cessão é o ato discricionário do gestor, autorizado pela dos pertencentes ao Quadro de Pessoal da EBSERH e ocupantes de
Diretoria de Gestão de Pessoas e Diretoria Executiva ao empregado Cargo em Comissão ou Função Gratificada, estarão ainda sujeitos às
efetivo da EBSERH, para o exercício de Cargo em Comissão ou para sanções cíveis, criminais e administrativas.
atender situações previstas em leis específicas, em outro órgão ou Art.58 São competentes para aplicar as punições previstas no
entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e artigo 55 deste Regulamento:
dos Municípios, sem alteração do quadro de lotação da unidade de I.o Presidente, quanto aos incisos I, II, e III;
origem. (Redação aprovada pela Resolução CA nº 125, de 26 de no- II.o Diretor ou Superintendente, em sua área de competência,
vembro de 2020). quanto aos incisos I e II; e,
Art. 53 Poderão ser cedidos para a EBSERH os servidores titu- III.ao Coordenador, ao Gerente e Chefes de Serviço, Chefe de
lares de cargo efetivo em exercício na instituição federal de ensino Seção, Chefe de Divisão, Chefe de Setor e Chefe de Unidade, em
ou instituição congênere que formalizarem contrato com a EBSERH, suas áreas de competência, quanto ao inciso I.
conforme prevê o art. 7º da Lei nº 12.550/2011. Art. 59 As penalidades serão formalmente aplicadas por ato es-
§1º Poderá ser solicitada pela EBSERH, por ato discricionário pecífico, devendo o empregado, em todos os casos, dar o “ciente”
do gestor, autorizado pela Diretoria de Gestão de Pessoas a juízo da no original, ficando com uma cópia do documento.
Diretoria Executiva, a cessão de servidores de órgão ou entidade da §1º Caso o empregado se recuse a apor o “ciente”, este fato
Administração Pública direta, indireta, autárquica ou fundacional deverá ser registrado no original do documento, com a assinatura
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de 2 (duas) testemunhas. Art. 69 Os casos omissos serão dirimidos pela Diretoria de Ges-
§2º As penalidades aplicadas ao empregado deverão ser regis- tão de Pessoas.
tradas na sua ficha funcional. Art. 70 Este Regulamento de Pessoal entra em vigor a partir de
§3º Caso o empregado esteja em afastamento legal, a penali- sua aprovação pelo Conselho de Administração da EBSERH.
dade será aplicada no dia do seu retorno ao trabalho.
Art. 60 A gestão dos cedidos à EBSERH, quanto a direitos, de-
veres, proibições e penalidades, ficará sujeita ao tratamento disci- NORMA OPERACIONAL DE CONTROLE DISCIPLINAR DA
plinar da Empresa. EBSERH (ATUALIZADO EM 17/01/2023, ART. 1º AO ART. 6º;
ART. 28 AO ART. 45)
CAPÍTULO XX
DA RESPONSABILIDADE
NORMA OPERACIONAL DE CONTROLE DISCIPLINAR
Art.61 Pelo exercício irregular de suas atribuições, o emprega-
do responderá civil, penal e administrativamente. Dispõe sobre o procedimento apuratório para aplicação da pe-
§1º A responsabilidade civil decorrerá de procedimento doloso nalidade disciplinar, no âmbito da Empresa Brasileira de Serviços
ou de procedimento culposo, de que resulte dano ou prejuízo para Hospitalares-EBSERH.
a EBSERH ou para terceiros.
§2º A responsabilidade penal decorrerá de crime previsto na A Coordenadoria da Corregedoria-Geral da Ebserh no uso das
lei penal, praticado pelo empregado no exercício ou em decorrência atribuições que lhe confere o art. 33 do Regimento Interno da Ad-
do cargo ou função. ministração Central da Ebserh, RESOLVE: Divulgar Norma Operacio-
§3º A responsabilidade administrativa decorrerá de atos prati- nal que dispõe sobre o procedimento para investigação de irregula-
cados pelo empregado, por ação ou omissão, dolosa ou culposa, no ridade e aplicação de penalidade disciplinar, no âmbito da Empresa
exercício de cargo ou função, ou fora dele. Brasileira de Serviços Hospitalares - Ebserh.
Art. 62 Apurada a responsabilidade do empregado, deverá ser
providenciado, quando for o caso, o ressarcimento do prejuízo. CAPÍTULO I
§1º O prejuízo ou dano ocasionado à EBSERH ou a terceiros, DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
por dolo ou culpa do empregado, será composto em 48 horas, a
partir de sua exigibilidade. SEÇÃO I
§2º Não ocorrendo a composição do prejuízo ou dano, inten- OBJETIVO
tar-se-á, para o efetivo ressarcimento, a competente ação judicial,
precedida, se for o caso, de medidas cautelares, assecuratórias, ad- Art. 1º Esta Norma Operacional tem como objetivo estabelecer
ministrativas ou de outros meios admitidos em direito. os procedimentos relativos à apuração de possível irregularidade
§3º Inclui-se nas medidas administrativas previstas no item an- no âmbito da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh,
terior o desconto compulsório em folha de pagamento. tratando da análise e investigação de fato irregular e eventual impu-
§4º O ressarcimento do prejuízo não eximirá o empregado da tação de responsabilidade disciplinar aplicada a agentes públicos.
penalidade disciplinar cabível.
Art. 63 Tratando-se de crime, deverá ser providenciada a ins- SEÇÃO II
tauração do respectivo inquérito policial. ESCOPO DE APLICAÇÃO
Art. 64 Independem as cominações civis, penais e administra-
tivas. Art. 2º Esta norma é aplicável no âmbito da Ebserh para:
I - empregados públicos celetistas contratados pela Ebserh na
CAPÍTULO XXI forma do art. 10 e 12 da Lei nº 12.550/2011, inclusive os que se
DISPOSIÇÕES GERAIS encontrarem cedidos a outros órgãos;
II - agentes públicos cedidos ou em exercício na Ebserh;
Art. 65 As disposições contidas neste Regulamento serão disci- III - membros do corpo diretivo; e
plinadas, quando necessário, através de normas específicas baixa- IV - residentes e estudantes.
das pela Diretoria Executiva. Parágrafo único. A Ebserh, na aplicação da presente Norma
Art. 66 São assegurados à EBSERH os direitos de autoria refe- Operacional, obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalida-
rentes aos programas de computador, assim como artes, projetos de, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, mora-
e demais criações e informações elaboradas por empregado em lidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
razão do cargo ou função, desenvolvidos durante a vigência do con- público e eficiência.
trato de trabalho mantido com a Empresa.
Art. 67 Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos neste SEÇÃO III
Regulamento. DEFINIÇÕES
Parágrafo único. Não se computará no prazo o dia inicial, pror-
rogando-se o vencimento que incidir em dia em que não haja expe- Art. 3º Para os efeitos desta Norma, são estabelecidas as se-
diente para o primeiro dia útil subsequente. guintes definições:
Art. 68 A Sede e as Filiais contarão com programa de estágio I - ampla defesa e contraditório – direito de participação do
regulamentado em norma específica, de acordo com a legislação acusado no esclarecimento dos fatos investigados, por meio de
vigente. produção de provas, acesso à documentação juntada aos autos e
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apresentação de argumentos de defesa e prova; ria CGU nº 2.463/2020, que organiza as informações dos procedi-
II - antecedentes funcionais – são circunstâncias examinadas mentos administrativos correcionais e gera peças necessárias para
a partir dos dados registrados nos assentamentos do empregado a condução dos procedimentos disciplinares.
público, seja positiva ou negativamente. São exemplos de bons an- XIV - fato irregular – ilícito administrativo ou qualquer ação ou
tecedentes funcionais: os agradecimentos e elogios registrados nos omissão lesiva ao interesse público;
assentamentos do empregado ou qualquer outro documento que XV - Hospital Universitário Federal (HUF) – Hospital Universitá-
demonstre sua dedicação e comprometimento com o trabalho. São rio Federal filiado à Rede Ebserh;
exemplos de maus antecedentes funcionais: Termos de Ajustamen- XVI - infração leve – quaisquer das infrações disciplinares lis-
to de Conduta descumpridos ou qualquer outro documento que tadas no art. 112 desta norma, referenciados no Regulamento de
demonstre a falta de compromisso com o trabalho; Pessoal da Ebserh;
III - ato omissivo – não realização de um comportamento exigi- XVII - infração média – quaisquer das infrações disciplinares lis-
do, que o agente tenha o dever funcional de praticar no exercício de tadas no art. 113 desta norma, referenciados no Regulamento de
suas atribuições ou, não tendo o dever de praticar, deixa de promo- Pessoal da Ebserh;
ver-lhe a comunicação quando identifica o fato omissivo; XVIII - infração grave – quaisquer das infrações disciplinares lis-
IV - ato comissivo – aquele que se realiza mediante ação ou que tadas no art. 114 desta norma, referenciados no Regulamento de
se perpetua com o resultado da omissão; Pessoal da Ebserh e na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;
V - autoridade instauradora – autoridade com competência XIX - Investigação Preliminar (IP) - constitui procedimento ad-
para instaurar o procedimento disciplinar; ministrativo de caráter preparatório, informal e de acesso restrito,
VI - autoridade julgadora – autoridade com competência para que objetiva a coleta de elementos de informação para a análise
julgar o procedimento disciplinar; acerca da existência dos elementos de autoria e materialidade rele-
VII - circunstâncias agravantes – são situações relacionadas à vantes para a instauração de processo administrativo sancionador;
conduta e que podem atuar contra a defesa, majorando a penalida- XX - instauração – ato formal de constituição de Investigação
de a ser aplicada. São exemplos de aplicação: o registro de penali- Preliminar ou de Processo Administrativo Sancionador;
dade vigente no assentamento funcional; comprovado treinamento XXI - instrução – fase do Processo Administrativo Sancionador
na área técnica relacionada à infração; elevada experiência e tempo na qual a Comissão Apuradora ou o Comissário disponibiliza as pro-
de serviço na área; o fato de o agente exercer função gratificada ou vas instrutórias do processo, para exercício da ampla defesa e do
ocupar cargo em comissão; ter o agente cometido a irregularidade contraditório, e complementa com as diligências que entender per-
com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício tinentes;
ou profissão; ter o agente cometido a irregularidade em desfavor XXII - matriz de responsabilização – método de estruturação da
de criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grá- apuração feita em caráter inicial, que permite a sistematização das
vida, em ocasião de incêndio, inundação ou qualquer calamidade informações coletadas durante a fase de admissibilidade e tem por
pública; atuar em condições de infraestrutura física e operacional base os seguintes elementos: fato/conduta, agente, elementos de
de sua unidade que favoreçam o desempenho de suas atividades; informação, elementos faltantes e possível tipificação;
ter cometido o ato por motivo irrelevante; XXIII - notificação – comunicação emitida ao agente público
VIII - circunstâncias atenuantes – são situações relacionadas à com o objetivo de cientificálo sobre quaisquer atos processuais;
conduta e que podem atuar a favor da defesa, diminuindo a pena- XXIV - Processo Administrativo Sancionador (PAS) – procedi-
lidade a ser aplicada. São exemplos de aplicação: o agente ter pro- mento punitivo com contraditório, instaurado em desfavor de em-
curado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após a pregado público, que se destina a elucidar irregularidades na Eb-
infração, evitar ou minorar as consequências desta, ou ter, antes do serh, das quais possa resultar aplicação de penalidade disciplinar;
julgamento, reparado o dano; comprovada falta de treinamento ou XXV - reincidência - é verificada quando o empregado, com pe-
capacitação do empregado na área técnica relacionada ao ato irre- nalidade vigente no registro funcional, reitera na prática de infração
gular; problemas de ordem pessoal devidamente justificados e que disciplinar;
possam comprometer a rotina/desempenho do empregado; precá- XXVI - residente – profissional que, após concluir a graduação,
rias condições de infraestrutura física e operacional da Administra- cursa residência em hospital universitário federal filiado à Ebserh;
ção que sejam capazes de dificultar o desempenho do empregado; XXVII - tipificação – é o enquadramento da conduta do agente
os obstáculos, as reais dificuldades do gestor na previsibilidade do aos preceitos legais, administrativos e regulamentares vigentes à
resultado ou dano; a confissão espontânea; ter cometido o ato sob época do fato e/ou da prática do ato sob apuração;
domínio de violenta emoção; XXVIII - Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – procedimen-
IX - citação – comunicação formal ao empregado para ciência, a to administrativo voltado à resolução consensual de conflitos, por
partir da qual o agente se torna acusado no PAS; meio da assinatura de um instrumento, no qual o empregado públi-
X - comissão apuradora – comissão designada pela autoridade co interessado se compromete a ajustar sua conduta em observân-
instauradora e responsável pela condução do procedimento admi- cia aos deveres e proibições previstas na Consolidação das Leis do
nistrativo durante o período de vigência da portaria; Trabalho – CLT, no Regulamento de Pessoal da Ebserh e no Código
XI - comissário – empregado ou servidor público designado de Ética e Conduta da Ebserh.
pela autoridade instauradora para conduzir a Investigação Prelimi-
nar durante o período de vigência da portaria;
XII - e-Cor – Sistema de Procedimentos de Corregedoria da Eb-
serh;
XIII - e-Pad – Sistema desenvolvido pela Controladoria-Geral
da União, de preenchimento obrigatório, de acordo com a Porta-
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SEÇÃO IV de informação para a análise acerca de autoria e materialidade, vi-


APURAÇÃO DE FATO IRREGULAR sando ao preenchimento da matriz de responsabilização.
Art. 32. Após o encerramento da instrução, o comissário deverá
Art. 4º A Investigação Preliminar – IP deverá ser instaurada produzir o Relatório Conclusivo, o qual deverá conter, obrigatoria-
quando a apuração demandar previamente a coleta de elementos mente, o histórico do processo, a descrição dos atos de instrução, a
de informação para análise acerca da existência dos elementos de análise dos elementos da matriz de responsabilização e a sugestão
autoria e materialidade relevantes para a instauração do Processo final de:
Administrativo Sancionador – PAS. I- arquivamento da IP, se não houver indícios de autoria e/ou
Art. 5º A IP é o único procedimento cabível para apuração da de materialidade da infração;
conduta de: II- instauração de PAS, se houver indícios de autoria e de mate-
I - agentes públicos originariamente vinculados às Universida- rialidade da infração;
des Federais que estejam cedidos ou em exercício na Ebserh; III - celebração de Termo de Ajustamento de Conduta - TAC.
II - residentes e estudantes; Art. 33. A autoridade instauradora avaliará a IP em até 30 (trin-
III - ex-agentes públicos que tenham praticado irregularidade ta) dias.
durante o exercício da função ou cargo público. Parágrafo único. A autoridade instauradora poderá, motivada-
Art. 6º O processamento do fato irregular, nos casos em que mente, reconduzir a IP, mediante portaria publicada em boletim de
seja possível identificar na notícia de irregularidade todos os ele- serviço, caso as diligências realizadas pelo Comissário forem insufi-
mentos da matriz de responsabilização, poderá ser realizado direta- cientes para a análise de admissibilidade.
mente por meio de PAS. Art. 34. A identificação de indícios de autoria de agentes públi-
Parágrafo Único. A IP não poderá ser dispensada nos casos lis- cos vinculados às Universidades Federais que estejam cedidos ou
tados no art. 5º desta norma. em exercício na Ebserh, determina obrigatoriamente o encaminha-
mento da IP ao órgão de origem do referido agente.
( ) Art. 35. Nos casos em que houver identificação de irregularida-
CAPÍTULO III des praticadas por residentes, a IP deverá ser encaminhada à res-
PROCEDIMENTO INVESTIGATIVO pectiva Comissão de Residência Médica ou Comissão de Residência
Multiprofissional.
SEÇÃO I Parágrafo único. Nos casos em que houver identificação de irre-
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR - IP gularidades praticadas por estudantes, a IP deverá ser encaminha-
da à respectiva instituição com a qual possuir vínculo.
Art. 28. A IP constitui procedimento administrativo de caráter Art. 36. Se verificados indícios de ilícitos criminais, civis ou re-
preparatório, informal e de acesso restrito, que objetiva a coleta de ferente às normas de conselhos profissionais, independentemente
elementos de informação para a análise acerca da existência dos de repercussões disciplinares, o resultado da apuração deverá ser
elementos de autoria e materialidade relevantes para a instauração encaminhado para o respectivo órgão competente.
de processo administrativo sancionador.
Parágrafo único. Da IP não poderá resultar aplicação de sanção, CAPÍTULO IV
sendo dispensável a observância aos princípios do contraditório e PROCEDIMENTO ESPECIAL
da ampla defesa.
Art. 29. Será assegurada à IP o sigilo necessário para o esclare- SEÇÃO I
cimento do fato. Parágrafo único. Poderá ser concedido acesso ao TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA – TAC
processo, mediante requerimento do agente público mencionado
na denúncia ou de seu defensor legalmente constituído, desde que Art. 37. O TAC consiste em procedimento administrativo vol-
não prejudique o andamento das investigações. tado à resolução consensual de conflitos relativos à infração dis-
Art. 30. A IP será instaurada de ofício ou com base em notícia ciplinar de natureza leve e punível com advertência, devendo ser
de irregularidade recebida. proposto quando o investigado:
§1º A instauração da IP será feita por meio de portaria, publica- I- não tenha registro vigente de penalidade disciplinar em seus
da em Boletim de serviço, designando, no mínimo, um comissário. assentamentos funcionais;
§2º A IP deverá ser concluída no prazo de 60 (sessenta) dias, a II- não tenha firmado TAC nos últimos dois anos, contados des-
contar da data da publicação da portaria de instauração, podendo de a publicação do instrumento; e
haver prorrogação por igual período, mediante justificativa do co- III- tenha ressarcido, ou se comprometido a ressarcir, eventual
missário, a ser avaliada pela autoridade instauradora. dano causado à Administração Pública.
§3º A designação do agente público para atuar como comissá- Parágrafo Único O eventual ressarcimento ou compromisso de
rio de IP é encargo ressarcimento de dano causado à Administração Pública deve ser
obrigatório e irrecusável, que independe de prévia autorização comunicado à Divisão de Gestão de Pessoas (DivGP), no HUF, ou
da chefia imediata. 10 à Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP), na Administração Central.
§4º A omissão ou cumprimento indevido do encargo sujeitará Art. 38. Por meio do TAC o agente público interessado se com-
o comissário à promete a ajustar sua conduta e a observar os deveres e proibições
apuração de responsabilidade. previstos na legislação vigente.
Art. 31. O Comissário será responsável pela instrução do pro- Art. 39. A celebração do TAC será realizada pela autoridade
cedimento, mediante a coleta de provas ou informações, por qual- competente para instauração do respectivo procedimento acusa-
quer meio de diligência lícito, com o objetivo de reunir elementos tório.
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Parágrafo único. O empregado público poderá ser acompanha- §2º No caso de descumprimento do TAC, a chefia imediata in-
do de procurador devidamente constituído durante a celebração do formará imediatamente à autoridade competente para instauração
TAC. ou continuidade do respectivo processo punitivo, não cabendo re-
Art. 40. A proposta de TAC poderá: curso desta decisão.
I- ser oferecida de ofício pela autoridade competente para ins-
tauração do respectivo procedimento acusatório até o momento CAPÍTULO V
anterior ao julgamento do PAS; PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR (PAS)
II- ser sugerida pelo comissário responsável pela condução da
IP ou do PAS; ou Art. 44. A autoridade competente deverá instaurar o PAS se ve-
III - ser apresentada pelo agente público interessado. rificada a existência de todos os elementos da matriz de responsa-
§1º Em procedimentos disciplinares em curso, o pedido de TAC bilização, nas seguintes hipóteses:
poderá ser feito pelo interessado à autoridade instauradora em até I- infração disciplinar não sujeita a arquivamento ou instaura-
10 dias após o recebimento da citação. ção de IP, nos termos do art. 19 desta norma;
§2º O pedido de celebração de TAC apresentado pelo comis- II- recusa ou descumprimento de TAC, nos termos do art. 43,
sário responsável ou pelo interessado poderá ser, motivadamente, §2º, desta norma;
indeferido pela autoridade competente se não preenchidos os re- III - após apreciação de Relatório Conclusivo de IP.
quisitos constantes do art. 37 desta norma. Art. 45. O PAS compreende as seguintes fases:
§3º Quando oferecido de ofício, a autoridade competente con- I - instauração; I
cederá o prazo de 10 (dez) dias para manifestação do agente públi- I - instalação;
co interessado, interpretando-se o seu silêncio como recusa. III - citação;
Art. 41. O TAC deverá conter: IV - defesa escrita;
I- a qualificação do agente público envolvido; V - instrução;
II- os fundamentos de fato e de direito para sua celebração; VI- razões finais;
III - a descrição das obrigações assumidas; VII- relatório conclusivo;
IV - o prazo e o modo para o cumprimento das obrigações; e VIII - análise jurídica;
V - a forma de fiscalização das obrigações assumidas. IX - julgamento;
§1º As obrigações estabelecidas pela Administração devem ser X - recurso; e
proporcionais e adequadas à conduta praticada, visando mitigar a XI - julgamento recursal.
ocorrência de nova infração e compensar eventual dano. Parágrafo único. As fases descritas nos incisos V, VI e VIII deste
§2º As obrigações estabelecidas no TAC poderão compreender, artigo poderão ser dispensadas de acordo com os critérios estabe-
dentre outras: lecidos nesta norma.
I - reparação do dano causado;
II- retratação do interessado;
III- participação em cursos visando à correta compreensão dos REGULAMENTO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS DA EBSERH
seus deveres e proibições ou à melhoria da qualidade do serviço 2.0
desempenhado;
IV- acordo relativo ao cumprimento de horário de trabalho e
compensação de horas não trabalhadas; REGULAMENTO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS DA EMPRESA
V- cumprimento de metas de desempenho; BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES - EBSERH
VI- sujeição a controles específicos relativos à conduta irregular
praticada. TÍTULO I
§3º O prazo de cumprimento do TAC não poderá ser superior DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
a 2 (dois) anos.
§4º A inobservância das obrigações estabelecidas no TAC carac- Art. 1º Este regulamento tem por objetivo definir e disciplinar
teriza o descumprimento do dever de lealdade à empresa. 12 os procedimentos de contratação de bens, serviços e obras, de alie-
Art. 42. Após a celebração do TAC, será publicado extrato em nação de bens e de formalização de convênios no âmbito da Ebserh,
Boletim de serviço nos termos da Lei nº 13.303/2016 e do Decreto nº 8.945/2016.
da Administração Central ou do HUF, contendo o número do Art. 2º As contratações serão precedidas de licitação, ressal-
processo e a descrição genérica do fato. vados os casos previstos neste regulamento, e destinam-se a as-
§1º A celebração do TAC será comunicada à chefia imediata do segurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que se
agente público, com o envio de cópia do Termo, para acompanha- refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que se
mento do seu efetivo cumprimento. caracterize sobrepreço ou superfaturamento.
§2º O TAC será de acesso restrito até o seu efetivo cumprimen- Art. 3º Nos procedimentos de contratação devem ser observa-
to ou até a conclusão do processo punitivo decorrente de seu des- dos os princípios da impessoalidade, da legalidade, da moralidade,
cumprimento. da igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade adminis-
Art. 43. O TAC será registrado no assentamento funcional do trativa, da economicidade, do desenvolvimento nacional susten-
agente público. tável, da vinculação ao instrumento convocatório, da obtenção de
§1º Declarado o cumprimento das condições do TAC pela che- competitividade, do julgamento objetivo e do formalismo modera-
fia imediata do agente público, não será instaurado procedimento do.
disciplinar pelos mesmos fatos objeto do ajuste. Art. 4º As seguintes diretrizes devem ser observadas nas con-
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tratações conduzidas pela Ebserh: TÍTULO II


I- padronização dos objetos de contratação, dos instrumentos DOS PROCEDIMENTOS DE CONTRATAÇÃO
convocatórios, das minutas de contratos e dos demais artefatos que
compõem o processo de contratação; CAPÍTULO I
II- busca da maior vantagem competitiva, considerando cus- DAS NORMAS GERAIS
tos e benefícios diretos e indiretos de natureza econômica, social
e ambiental, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento Art. 6º As contratações de que trata este regulamento serão
de bens e resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros realizadas observando-se as seguintes fases:
fatores de igual relevância; I- Formalização da Demanda;
III- parcelamento do objeto, visando a ampliar a participação II- Planejamento da Contratação;
de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que não III - Seleção de Fornecedor;
atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 79, incisos IV - Gestão do Contrato.
I e II; §1º O nível de detalhamento da instrução processual e das in-
IV- adoção preferencial da modalidade de licitação denomina- formações necessárias para instruir cada fase da contratação deve-
da Pregão, na forma eletrônica, em portais de compras de acesso rá considerar a análise de riscos do objeto a ser contratado.
público na internet; §2º No caso de utilização da modalidade Pregão, as disposições
V- utilização de tecnologia e de recursos eletrônicos nos pro- da Lei nº 14.133/2021 acerca dos procedimentos para operação da
cessos e procedimentos de contratação, especialmente nas sele- sessão pública apenas serão aplicadas a partir de sua abertura até a
ções de fornecedores com etapas de lances; etapa de homologação.
VI- observância de políticas de compras sustentáveis, de rela- Art. 7º O valor estimado do procedimento licitatório será sigilo-
cionamento com fornecedores, de integridade, de transação com so, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e
partes relacionadas, de proteção de dados pessoais e outras políti- das demais informações necessárias para a elaboração das propos-
cas aprovadas no âmbito da Ebserh, que guardem pertinência com tas, facultando-se sua publicidade, mediante justificativa.
o objeto da contratação. §1º Para fins do disposto no caput, o valor estimado para a
Parágrafo único. É vedada a realização de licitações no forma- contratação será tornado público apenas após o encerramento da
to presencial, com exceção daquelas autorizadas previamente pela etapa de julgamento das propostas.
Diretoria Executiva, sendo facultada a adequação da etapa externa §2º Nas hipóteses em que forem adotados os critérios de julga-
dos procedimentos de seleção de fornecedor aos sistemas informa- mento por maior desconto ou por melhor técnica, a estimativa de
tizados de compras disponíveis, tais como dispensa eletrônica, pre- preços deverá constar do instrumento convocatório.
gão eletrônico, RDC eletrônico, dentre outros, sem que haja afronta Art. 8º Os contratos admitirão os seguintes regimes de execu-
às disposições deste regulamento, de forma a garantir o uso dos ção:
recursos eletrônicos. I- Contratação por Preço Unitário, nos casos em que não for
Art. 5º As contratações devem observar, no que couber para possível definir previamente as quantidades dos serviços a serem
cada tipo de objeto, as normas relativas à: posteriormente executados;
I- disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- II- Contratação por Preço Global, quando for possível definir
lidos gerados; previamente, com boa margem de precisão, as quantidades dos
II- mitigação dos danos ambientais por meio de medidas con- serviços a serem posteriormente executados;
dicionantes e de compensação ambiental, que serão definidas no III- Contratação por Tarefa, em contratações de profissionais
procedimento de licenciamento ambiental; autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços
III- utilização de produtos, equipamentos e serviços que, com- técnicos comuns e de curta duração;
provadamente, reduzam o consumo de energia e de recursos na- IV- Contratação por Empreitada Integral, nos casos em que o
turais; contratante necessite receber o objeto, normalmente de alta com-
IV- avaliação de impactos de vizinhança, observada a legislação plexidade, em condição de operação imediata;
urbanística; V- Contratação Semi-integrada, em caso de obra ou serviço de
V- proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e engenharia cuja execução possa ser realizada com diferentes meto-
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- dologias ou tecnologias, quando for possível definir previamente no
reto causado por investimentos realizados pela Ebserh; Projeto Básico as quantidades dos serviços a serem posteriormente
VI- acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi- executados na fase contratual;
lidade reduzida; VI- Contratação Integrada, em caso de obra ou serviço de enge-
VII- vigilância sanitária, proteção radiológica e demais normas nharia de natureza predominantemente intelectual e de inovação
técnicas relacionadas à garantia de qualidade e de disponibilidade tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com diferen-
sobre infraestrutura, equipamentos e suprimentos. tes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mercado.
Parágrafo único. A contratação da qual decorra impacto nega- Art. 9º Nas contratações Semi-integradas e Integradas, o instru-
tivo sobre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e mento convocatório deverá conter Matriz de Riscos, que conterá,
imaterial tombados dependerá de prévia autorização da esfera de no mínimo, as seguintes informações:
governo encarregada da proteção do respectivo patrimônio, deven- I- listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do
do o impacto ser compensado por meio de medidas determinadas contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da aven-
pela Diretoria Executiva, na forma da legislação aplicável. ça, e previsão de eventual necessidade de prolação de termo aditi-
vo quando de sua ocorrência;
II- estabelecimento preciso das frações do objeto em que ha-
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verá liberdade das contratadas para inovar em soluções metodo- membros de mais de uma unidade da empresa, cujo propósito en-
lógicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em termos de volve o desenvolvimento, a guarda e a promoção da padronização
modificação das soluções previamente delineadas no Anteprojeto das especificações técnicas sobre sua área temática para toda a
de Engenharia ou no Projeto Básico da licitação; Rede Ebserh.
III- estabelecimento preciso das frações do objeto em que não §3º As unidades organizacionais responsáveis por gerenciar as
haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções meto- categorias de compras serão denominadas Gestora da Categoria
dológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo haver de Compras, no caso da Administração Central e com abrangência
obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida nacional, e Responsável pela Categoria de Compras, no caso das
no Anteprojeto de Engenharia ou no Projeto Básico da licitação. unidades hospitalares e com abrangência local.
§1º Os riscos decorrentes de fatos supervenientes à contrata- §4º A Responsável pela Categoria de Compras atuará sempre
ção associados à escolha da solução pela contratante deverão ser alinhada às estratégias e orientações da Gestora da Categoria de
alocados como de sua responsabilidade na Matriz de Riscos. Compras, exceto nos casos em que ainda não haja definição formal
§2º A ferramenta da Matriz de Riscos poderá ser estendida sobre algum tema, situações em que a Responsável pela Categoria
aos demais regimes de execução e abranger outros objetos além de Compras poderá atuar com total autonomia, nos limites de sua
de obras e serviços de engenharia, quando compatível e no que competência, dentro de sua unidade hospitalar.
couber. Art. 14. Serão designadas formalmente as unidades organiza-
Art. 10. Na contratação de obras e serviços poderá ser estabe- cionais responsáveis por formalizar as demandas de cada categoria
lecida remuneração variável, vinculada ao desempenho do contra- ou subcategoria de compras.
tado, como base em metas, padrões de qualidade, critérios de sus- Parágrafo único. A unidade organizacional responsável por for-
tentabilidade ambiental e prazos de entrega definidos pela Ebserh malizar a demanda de contratação sobre uma categoria ou subcate-
no instrumento convocatório ou no contrato. goria de compras é denominada unidade requisitante.
Parágrafo único. A remuneração variável está condicionada à Art. 15. As unidades organizacionais que necessitam de bens,
demonstração de eficiência e vantajosidade e respeitará o limite or- serviços ou obras para entregar resultados sob sua responsabilida-
çamentário fixado pela Ebserh para a respectiva contratação, con- de são denominadas unidades demandantes, podendo atuar como
templando: unidade requisitante, se for o caso, ou solicitar às unidades requisi-
I - parâmetros escolhidos para aferir o desempenho do con- tantes que procedam com a formalização de demandas.
tratado; Parágrafo único. A solicitação de compra encaminhada pela
II - faixas de remuneração. unidade demandante à unidade requisitante deve contemplar, ao
Art. 11. Poderá ser celebrado mais de um contrato para exe- menos:
cutar serviço de mesma natureza, quando o objeto da contratação I- apresentação de necessidades, sempre que possível indican-
puder ser executado de forma concorrente e simultânea por mais do os objetivos estratégicos e as iniciativas impactadas pela contra-
de um contratado, desde que: tação pretendida;
I- haja justificativa expressa; II- expectativa de data para recebimento do objeto contratado.
II- não implique perda de economia de escala; Art. 16. As unidades requisitantes devem, antes de formalizar
III- seja mantido controle individualizado da execução do obje- uma demanda, levar em consideração as seguintes diretrizes:
to contratual relativamente a cada um dos contratados; I- levantamento das necessidades das unidades organizacionais
IV- o edital estabeleça os parâmetros objetivos para a alocação abrangidas por seu escopo de atuação, evitando o início de proce-
das atividades a serem executadas por cada contratado. dimentos de contratação que não contemplam a demanda existen-
te na unidade hospitalar ou na Administração Central, conforme o
CAPÍTULO II caso;
DA FORMALIZAÇÃO DA DEMANDA II- adequação das necessidades aos catálogos padronizados de
bens e serviços;
Art. 12. A Formalização da Demanda resulta do levantamento III- correspondência das necessidades com o planejamento or-
da necessidade de uma contratação em termos do negócio da or- çamentário da organização;
ganização, evitando a condução de procedimentos de contratação IV - racionalização dos recursos e estoques disponíveis e ado-
que não contribuam para o alcance dos resultados institucionais. ção de diretrizes sustentáveis;
Art. 13. As contratações realizadas pela Ebserh podem ser di- V - correlação das necessidades levantadas e da demanda a ser
vididas em categorias e subcategorias de compras, representando formalizada com a necessidade real da organização.
a diversidade de objetos contratados pela estatal e permitindo a Parágrafo único. É vedado o fracionamento de despesas, veri-
especialização temática das unidades organizacionais responsáveis ficado quando sobrevierem contratações sucessivas, representadas
por gerenciar cada categoria ou subcategoria. por objetos idênticos ou de natureza semelhante, que
§1º A Diretoria Executiva designará unidades organizacionais poderiam ter sido somadas e realizadas conjunta e concomi-
para atuarem, de forma local ou nacional, como referencial técnico tantemente, ou seja, dentro do mesmo exercício orçamentário,
e de gestão das categorias ou subcategorias de compras, permitin- especialmente quando leve à indevida utilização de contratações
do uma reflexão propositiva e em rede sobre o aprimoramento das diretas.
contratações e do uso de recursos da estatal, resultando no desen- Art. 17. A materialização da fase de Formalização da Demanda
volvimento de estratégias de compras. se dará por intermédio da elaboração, pela unidade requisitante,
§2º As unidades organizacionais gestoras das categorias ou do Documento de Formalização da Demanda – DFD, para aquisi-
subcategorias de compras deverão, sempre que viável, participar ções em geral, ou do Documento de Oficialização da Demanda –
das câmaras técnicas de padronização nacionais, compostas por DOD, para aquisições de soluções de Tecnologia da Informação e
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Comunicação - TIC. com as câmaras técnicas de padronização nacionais, quando for-


§1º O DFD ou o DOD deverá formalizar a abertura do processo malizadas;
administrativo de planejamento de contratação e, preferencialmen- II- apoiar a prestação de informações aos interessados na con-
te, deve ser acompanhado ou citar os documentos comprobatórios tratação, como respostas a esclarecimentos, impugnações e pedi-
da fase de Formalização da Demanda. dos de informação;
§2º O DFD deve contemplar: III- atuar na análise de documentação técnica e de amostras,
I- justificativa da necessidade da contratação, considerando o bem como participar de provas de conceito durante a fase de Sele-
Planejamento Estratégico, o Plano Anual de Compras - PAC e o pla- ção de Fornecedor;
nejamento orçamentário; IV- ampliar a multidisciplinariedade nas etapas de gerencia-
II- quantidade a ser contratada, conforme avaliação inicial, a mento de riscos prévias à contratação.
ser aprofundada nas etapas seguintes; Art. 19. Os colaboradores indicados para participação na EPC
III- previsão de data em que a contratação deve estar disponí- ou na Equipe Técnica de Suporte à EPC devem ser empregados,
vel para ser executada; servidores de cargo efetivo cedidos ou em exercício na Ebserh, e
IV- indicação de colaboradores para compor a Equipe de Pla- devem registrar ciência expressa de sua indicação, antes de serem
nejamento da Contratação - EPC como Integrantes Requisitantes; formalmente designados, observadas as atribuições constantes
V- indicação de coordenador da EPC, preferencialmente da deste Regulamento.
unidade requisitante, que ficará responsável por coordenar os tra- §1º O registro da ciência deverá ser feito no próprio corpo do
balhos da equipe, bem como elaborar cronograma de atividades, DFD ou DOD, por assinatura dos colaboradores indicados.
buscando a previsibilidade necessária à organização da agenda de §2º Em caso de necessidade de alteração dos integrantes da
licitações e contratações da organização; EPC ou na Equipe Técnica de Suporte à EPC, o pedido deverá ser
VI- aprovação da chefia da unidade responsável, respeitado o formalizado via ofício, com registro da ciência dos novos colabora-
disposto no art. 20 deste Regulamento. dores indicados no corpo do próprio documento.
§3º O DOD deve ser composto por: Art. 20. O DFD e o DOD serão divididos em documentos aparta-
I- justificativa da necessidade da contratação, considerando o dos e sequenciais, da seguinte forma:
Planejamento Estratégico, o Plano Diretor de Tecnologia da Infor- I- no caso de contratações de bens, serviços e obras:
mação e Comunicação - PDTIC, o PAC e o planejamento orçamen- a)DFD I: elaborado pela unidade requisitante, conforme art. 17,
tário; §2º;
II- explicitação da motivação e dos resultados a serem alcan- b)DFD II: elaborado pela área de compras, conforme art. 25.
çados com a contratação da solução de Tecnologia da Informação II- no caso de contratações de soluções de Tecnologia da Infor-
e Comunicação - TIC, conforme avaliação inicial, a ser aprofundada mação e Comunicação - TIC:
nas etapas seguintes; a)DOD I: elaborado pela unidade requisitante, conforme art.
III- previsão de data em que a contratação deve estar disponí- 17, §3º;
vel para ser executada; b)DOD II: elaborado pela área de tecnologia da informação,
IV- indicação da fonte dos recursos para a contratação, confor- conforme art. 22;
me planejamento orçamentário da unidade; c)DOD III: elaborado pela área de compras, conforme art. 25,
V- indicação de colaboradores para compor a Equipe de Plane- §1º.
jamento da Contratação - EPC; Art. 21. O DFD I deverá ser encaminhado à área de compras
VI- indicação de coordenador da EPC, preferencialmente da para que seja iniciada a fase de Planejamento da Contratação.
unidade requisitante, que ficará responsável por coordenar os tra- Parágrafo único. Caso o DFD I contemple demanda que atenda
balhos da equipe, bem como elaborar cronograma de atividades, a mais de uma unidade requisitante, deverão ser indicados repre-
buscando a previsibilidade necessária à organização da agenda de sentantes de todas as requisitantes envolvidas.
licitações e contratações da organização; Art. 22. O DOD I será enviado à área de tecnologia da infor-
VII- aprovação da chefia da unidade responsável, respeitado o mação, que avaliará o alinhamento da contratação ao PDTIC e ao
disposto no art. 20 deste Regulamento. PAC e indicará o Integrante Técnico para composição da EPC, com
§4º No caso de constituição de EPC Permanente, nos termos do formalização no DOD II.
art. 27, o DFD ou DOD deve indicar os integrantes responsáveis por §1º Após concluída a etapa prevista no caput, a área de tecno-
conduzir o planejamento daquela contratação específica, referen- logia da informação encaminhará o processo administrativo à área
ciando a portaria de constituição da EPC Permanente. de compras para início da fase de Planejamento da Contratação.
§5º O DFD ou o DOD referenciados nos §§2º e 3º poderão ser §2º O DOD II referenciado no caput poderá ser acompanha-
acompanhados da indicação dos colaboradores que irão compor a do da indicação dos colaboradores que irão compor a Equipe de
Equipe de Fiscalização dos Contratos - EFC, os quais poderão parti- Fiscalização dos Contratos como Fiscais Técnicos, os quais poderão
cipar da EPC. participar da EPC.
Art. 18. O DFD ou o DOD pode, ainda, indicar colaboradores
para compor a Equipe Técnica de Suporte à EPC, no caso de contra- CAPÍTULO III
tações envolvendo amostras, provas de conceito ou complexidades DO PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO
técnicas nas exigências de habilitação, que será informada pela EPC
sobre o andamento das etapas da contratação e poderá ser convo- Art. 23. As contratações serão antecedidas por planejamento
cada para: prévio e detalhado, com a finalidade de otimizar o desempenho da
I- robustecer o detalhamento das especificações técnicas, in- empresa, proteger o interesse público envolvido e promover trans-
clusive sobre requisitos da contratação, realizando interlocução parência e equidade, com vistas a maximizar seus resultados econô-
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micos e suas finalidades estatutárias. de Administração.


§1º As contratações de soluções de Tecnologia da Informação §2º É recomendada a indicação de Integrante Administrativo
e Comunicação – TIC deverão observar os normativos específicos para compor EPC nas seguintes situações:
expedidos pelo Ministério da Economia, no que não conflitar com I- aquisições envolvendo vultos significativos para a organiza-
este Regulamento. ção;
§2º As contratações de tecnologias em saúde deverão obser- II- aquisições com elevada criticidade e alto impacto nas entre-
var os normativos específicos expedidos pelo Ministério da Saúde e gas institucionais;
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, no que não III- demais integrantes percorrendo os estágios iniciais da curva
conflitar com este Regulamento. de aprendizagem sobre planejamento de contratações, quando os
Art. 24. O planejamento de cada nova contratação consistirá Integrantes Administrativos devem atuar inclusive na transferência
na instrução de processo administrativo contendo documentação de conhecimento sobre o tema.
capaz de materializar as seguintes etapas: Art. 26. A EPC é o conjunto de colaboradores que reúnem as
I - estudos técnicos preliminares; competências necessárias à completa execução das etapas de pla-
II - gerenciamento de riscos; nejamento da contratação, o que inclui conhecimentos sobre as-
III - elaboração de documentos contendo as especificações téc- pectos técnicos e de uso do objeto, licitações e contratos, dentre
nicas da contratação, como o Anteprojeto de Engenharia, o Termo outros.
de Referência ou o Projeto Básico, com suas respectivas pesquisas §1º A EPC deverá acompanhar as fases da contratação, atuan-
de preços. do, no caso de licitações, na pronta resposta a eventuais esclareci-
§1º Ficam dispensados a elaboração de estudos técnicos pre- mentos e impugnações durante o certame.
liminares e o gerenciamento de riscos, salvo na fase de Gestão do §2º Mediante justificativa, poderá ser formalizada EPC conten-
Contrato e diante da ocorrência de eventos relevantes, quando se do somente um integrante da unidade requisitante da contratação,
tratar de: ressalvado o disposto no §1º do art. 25.
I- contratações diretas de baixo valor, aquelas cujos valores se §3º A constituição da EPC ocorrerá por intermédio da desig-
enquadrem nos limites dos incisos I e II do art. 79 deste Regulamen- nação formal do Diretor de Administração e Infraestrutura ou pelo
to; ou Gerente Administrativo, divulgada em boletim de serviço.
II- contratações diretas emergenciais, previstas no inciso XV do §4º O ato de constituição da EPC deve prever um prazo para
art. 79 deste Regulamento. a conclusão de suas atividades, indicado pela área administrativa
§2º Podem ser aproveitados os documentos já elaborados na com base no PAC e na data prevista para início da execução da con-
fase de Planejamento da Contratação original, a serem inseridos em tratação, informada, pela unidade requisitante, na fase de Formali-
novo processo administrativo relacionado ao original, observadas zação da Demanda.
as disposições do art. 79, §§3º a 5º, no caso das seguintes contra- §5º Compete ao coordenador da EPC acompanhar e priorizar
tações diretas: as atividades da equipe, informando a autoridade competente caso
I- decorrente de licitação deserta, prevista no inciso III do art. seja necessário prorrogar o prazo inicialmente estabelecido.
79 deste Regulamento; §6º Encerrado o prazo previsto nos §4º e 5º sem a conclusão
II- decorrente de licitação fracassada, prevista no inciso IV do das atividades da EPC, a continuidade da fase de Planejamento da
art. 79 deste Regulamento; Contratação dependerá de reedição da portaria de constituição da
III - de remanescente, prevista no inciso VI do art. 79 deste Re- EPC, mediante solicitação fundamentada da Gerência ou Diretoria
gulamento. responsável pela unidade requisitante.
§3º Nas licitações desertas ou fracassadas, deve ser elaborado §7º Nos limites do seu conhecimento técnico ou administrativo
relatório pela EPC que contenha: sobre o tema, os membros da EPC responderão solidariamente por
I- avaliação dos motivos do insucesso da contratação, abordan- todos os atos praticados pela equipe, ressalvado o membro que ex-
do a adequação do preço estimado, o procedimento de seleção do pressar posição individual divergente devidamente fundamentada
fornecedor, número de licitantes e marcas ofertadas, possível con- e registrada em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada
centração de mercado, divergência de descritivos técnicos, dentre a decisão.
outros; Art. 27. No caso de objetos de contratação recorrentes, pre-
II- revisão do gerenciamento de riscos decorrente da etapa de vistos no Plano Anual de Compras, poderá ser constituída uma EPC
seleção do fornecedor; permanente, com as seguintes características:
III- conclusão pela reedição do procedimento licitatório ou re- I- designação por exercício;
alização de dispensa de licitação prevista no art. 79, III ou IV, opção II- definição prévia das categorias de compras abarcadas;
esta que deve conter a demonstração de que a repetição do certa- III- preferencialmente rotatividade periódica de ao menos um
me traria prejuízos à Ebserh, podendo ser aproveitados os docu- colaborador a cada recondução.
mentos já elaborados na fase de Planejamento da Contratação. Parágrafo único. No caso de EPC permanente constituída, o
Art. 25. A fase de Planejamento da Contratação se inicia com o DFD ou DOD deverá ser encaminhado à área de compras para que
recebimento, pela área de compras, do DFD I ou DOD II. haja, se necessário, indicação de colaboradores da área administra-
§1º Poderá ser indicado colaborador da área administrativa tiva para comporem a EPC como Integrantes Administrativos.
para compor a EPC como Integrante Administrativo, preferencial-
mente da área de compras, com a formalização do DFD II, sendo
obrigatória a indicação somente nos casos de contratação de obje-
tos de TIC, quando deverá ser formalizado o DOD III, ambos apro-
vados pelo Coordenador de Administração ou pelo Chefe do Setor
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SEÇÃO I tos nos incisos I, IV, V, VI, VII, IX, XIII e XIV e, quando não contemplar
DOS ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES os demais elementos do caput, apresentar as devidas justificativas
no próprio documento que o materializa.
Art. 28. O Estudo Técnico Preliminar - ETP, produzido e regis- §3º O ETP será assinado por todos os integrantes da EPC, sendo
trado no Sistema ETP digital pela EPC com base nas informações desnecessária a aprovação por autoridade superior.
consolidadas na fase de Formalização da Demanda, deverá conter: §4º No caso de contratação de solução de Tecnologia da Infor-
I- descrição da necessidade da contratação, considerado o pro- mação e Comunicação - TIC, o ETP será assinado pelos integrantes
blema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público; Técnico e Requisitante da EPC e aprovado pelo Diretor de Tecnolo-
II- descrição dos requisitos necessários e suficientes à escolha gia da Informação, no caso da Administração Central, ou pelo Setor
da solução, prevendo critérios e práticas de sustentabilidade; de Tecnologia da Informação e Saúde Digital, no caso das unidades
III- levantamento de mercado, que consiste na prospecção e hospitalares.
análise das alternativas possíveis de soluções, podendo, entre ou-
tras opções: SEÇÃO II
a)levar em consideração contratações similares feitas por ou- DAS PESQUISAS DE PREÇOS
tros órgãos e entidades, com objetivo de identificar a existência de
novas metodologias, tecnologias ou inovações que melhor aten- Art. 29. O planejamento de cada contratação conterá pesquisa
dam às necessidades da administração; de preços, empreendida pela EPC com a profundidade operacional
b)ser realizada consulta, audiência pública ou interlocução e metodológica necessária, conforme o caso, para determinar os
transparente com potenciais contratadas, registrada nos autos, referenciais de preços para as contratações.
para coleta de contribuições. Parágrafo único. Os procedimentos básicos para a realização de
IV- descrição da solução como um todo, inclusive das exigên- pesquisas de preços serão regulamentados por norma específica.
cias relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for Art. 30. A estimativa preliminar de valor da contratação ela-
o caso, acompanhada das justificativas técnica e econômica da es- borada no ETP pode ser substituída pela realização da pesquisa de
colha do tipo de solução; preços, realizada de forma antecipada, caso as condições e os requi-
V- estimativa das quantidades a serem contratadas, acompa- sitos da contratação elaborados até essa etapa permitam um levan-
nhada das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão su- tamento mais preciso do referencial de preços para a contratação.
porte, considerando a interdependência com outras contratações, Art. 31. O orçamento de referência do custo global de obras e
de modo a possibilitar economia de escala; serviços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos unitá-
VI- estimativa preliminar do valor da contratação, acompanha- rios de insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus
da dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Ín-
documentos que lhe dão suporte, que deverá ser apresentada em dices da Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em
processo administrativo ou anexo de acesso restritos até a conclu- geral, devendo ser observadas as peculiaridades geográficas.
são da etapa de julgamento das propostas, citando-se no ETP so- §1º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante
mente o número do processo ou anexo que contém tal informação, o disposto no caput, a estimativa de custo global poderá ser apura-
exceto se a Administração optar pela sua publicidade, de forma da por meio da utilização de dados contidos em tabela de referência
justificada; formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração
VII- justificativas para o parcelamento ou não da solução, se pública federal, em publicações técnicas especializadas, em banco
aplicável; de dados e sistema específico instituído para o setor ou em pesqui-
VIII - contratações correlatas e/ou interdependentes; sa de mercado.
IX- demonstração do alinhamento entre a contratação e o pla- §2º Os eventuais componentes de custo que não estejam pre-
nejamento da organização, identificando a previsão no PAC, PDTIC vistos no Sinapi ou outras tabelas citadas no §1º deverão ter seu
(contratação de soluções de Tecnologia da Informação e Comuni- referencial de preços estimado com base no procedimento básico
cação – TIC), ou, se for o caso, justificando a ausência de previsão; para realização de pesquisa de preços regulamentado por norma
X- resultados pretendidos, em termos de efetividade e de de- específica.
senvolvimento nacional sustentável; §3º As contratações de obras e serviços de engenharia devem,
XI- providências a serem adotadas pela administração previa- ainda, utilizar os critérios indicados em Decreto do Poder Executivo
mente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de Federal.
servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual
ou adequação do ambiente da organização; SEÇÃO III
XII- possíveis impactos ambientais e respectivas medidas de DO GERENCIAMENTO DE RISCOS
tratamento;
XIII- posicionamento conclusivo sobre a viabilidade e razoabili- Art. 32. O gerenciamento de riscos de cada contratação consis-
dade da contratação; te nas seguintes atividades:
XIV- avaliação da necessidade de classificação do ETP como si- I- identificação dos principais riscos que possam comprometer
giloso, nos termos da Lei nº 12.527/ 2011. a efetividade do planejamento da contratação, da seleção do forne-
§1º Caso, após o levantamento do mercado de que trata o in- cedor e da gestão contratual ou que impeçam o alcance dos resul-
ciso III, a quantidade de fornecedores for considerada restrita, de- tados que atendam às necessidades da contratação;
ve-se verificar se os requisitos que limitam a participação são real- II- avaliação dos riscos identificados, consistindo na mensura-
mente indispensáveis, flexibilizando-os sempre que possível. ção da probabilidade de ocorrência e do impacto de cada risco;
§2º O ETP deve obrigatoriamente conter os elementos dispos- III- tratamento dos riscos considerados inaceitáveis por meio
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da definição das ações para reduzir a probabilidade de ocorrência XV- garantia de execução (do contrato), se exigida;
dos eventos ou suas consequências; XVI- critérios de sustentabilidade ambiental, social e econômi-
IV- para os riscos que persistirem inaceitáveis após o tratamen- ca; XVII - critérios e índices de reajustes, conforme o caso;
to, definição das ações de contingência para o caso de os eventos XVIII - adequação orçamentária; XIX - subcontratação e consór-
correspondentes aos riscos se concretizarem; cios; XX - alteração subjetiva;
V- definição dos responsáveis pelas ações de tratamento dos XXI - matriz de riscos, se for o caso.
riscos e das ações de contingência. §1º Devem ser preferencialmente utilizados os modelos de TR
Parágrafo único. O gerenciamento de riscos será conduzido: padronizados, como aqueles:
I - pela EPC, durante a fase de Planejamento da Contratação e I- divulgados pelas gestoras das respectivas categorias de com-
de Seleção de Fornecedor; ou pras, preferencialmente com apoio das câmaras técnicas de padro-
II - pela EFC, durante a fase de Gestão do Contrato. nização nacionais; ou
Art. 33. O gerenciamento de riscos materializa-se no documen- II- aprovados pela Consultoria Jurídica.
to Mapa de Riscos. §2º Na ausência de modelos de TR disponíveis, deve ser avalia-
§1º O Mapa de Riscos deve ser confeccionado ao final da elabo- da a adoção das diretrizes de elaboração divulgadas pelo Ministério
ração do ETP e abarcar os possíveis riscos das fases de Planejamen- da Economia, por intermédio de Instruções Normativas ou Cader-
to da Contratação, Seleção de Fornecedor e Gestão do Contrato. nos de Logística, com as devidas adequações a este Regulamento.
§2º O Mapa de Riscos será atualizado, pelo menos: Art. 36. O Anteprojeto de Engenharia, elaborado pela EPC no
I- ao final da elaboração do Termo de Referência, do Projeto caso de contratação integrada, a partir do ETP e do gerenciamento
Básico ou do Anteprojeto de Engenharia; de riscos, deverá conter, no mínimo, o seguinte conteúdo:
II- após a fase de Seleção de Fornecedor; I- demonstração e justificativa do programa de necessidades,
III- caso haja eventos relevantes, durante a fase de Gestão do avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-econô-
Contrato. mico-social do empreendimento, visão global dos investimentos e
§3º Podem ser utilizados os modelos de Mapa de Riscos divul- definições relacionadas ao nível de serviço desejado;
gados nas Instruções Normativas do Ministério da Economia, caso a II- condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
Ebserh não disponha de modelo próprio. III - prazo de entrega;
Art. 34. Em contratações consideradas de elevada complexida- IV- estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou
de técnica e/ou tecnológica, é recomendado o aprofundamento da projeto da área de influência, quando cabível;
etapa de gerenciamento de riscos, atentando-se ainda mais para V- parâmetros de adequação ao interesse público, de economia
o disposto na Política de Gestão de Riscos e Controles Internos da na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e de
Ebserh para confeccionar um Mapa de Riscos diferenciado. acessibilidade;
VI- proposta de concepção da obra ou do serviço de engenha-
SEÇÃO IV ria;
DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA CONTRATAÇÃO VII- projetos anteriores ou estudos preliminares que embasa-
ram a concepção proposta;
Art. 35. O Termo de Referência – TR ou o Projeto Básico - PB, VIII - levantamento topográfico e cadastral;
elaborado pela EPC a partir do ETP e do gerenciamento de riscos, IX- pareceres de sondagem;
deverá conter, no mínimo, o seguinte conteúdo: X- memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
I- definição do objeto; ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
II- fundamentação e justificativa da contratação; estabelecer padrões mínimos para a contratação.
III- descrição da solução como um todo, contendo inclusive os Art. 37. Os TR ou Anteprojetos de Engenharia devem ser apro-
códigos dos catálogos de materiais e de serviços, observada a natu- vados de modo fundamentado por:
reza de despesa do objeto; I- Presidente, Vice-Presidente ou Diretor, no caso de contrata-
IV- requisitos da contratação; ção conduzida pela Administração Central, conforme suas compe-
V- regime de execução ou forma de fornecimento; tências temáticas;
VI- necessidade de formalização de termo de contrato ou ins- II- Superintendente ou Gerentes, no caso de contratação con-
trumento equivalente; duzida pela unidade hospitalar, conforme suas competências temá-
VII- modelos de execução do objeto e de gestão do contrato, ticas.
contendo inclusive a forma de controle e fiscalização contratual, §1º A competência prevista no caput poderá ser avocada por
bem como as condições de entrega, se for o caso; instância colegiada superior ou delegada, neste caso com delimita-
VIII- critérios de medição e pagamento, contendo inclusive as ção de alçadas.
condições de aceitação do objeto; §2º No caso de contratação de solução de tecnologia da infor-
IX - forma de seleção de fornecedor; mação, o TR, antes de ser aprovado, deve ser validado pelo Diretor
X- critérios de seleção de fornecedor, inclusive modo de dispu- de Tecnologia da Informação, no caso da Administração Central, ou
ta e intervalos entre lances, no caso de licitação, e razão de escolha pelo Setor de Tecnologia da Informação e Saúde Digital, no caso das
do fornecedor, no caso de contratação direta; unidades hospitalares.
XI- indicação do sigilo do orçamento ou, caso decidida a sua di- Art. 38. A fase de Planejamento da Contratação se encerra com
vulgação de forma justificada, as estimativas detalhadas dos preços; o envio dos processos de planejamento da contratação, após sua
XII- definição das responsabilidades das partes; completa instrução, à área de compras.
XIII - sanções administrativas;
XIV- garantia do produto ou serviço, se exigida;
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CAPÍTULO IV I- aquisições com valores iguais ou inferiores aos dos incisos I e


DA SELEÇÃO DE FORNECEDOR II do art. 79, caso haja minuta de contrato ou de outro instrumento
obrigacional não previamente padronizado pelo órgão de assesso-
Art. 39. A fase de Seleção de Fornecedor será conduzida com ramento jurídico da Ebserh;
base na documentação produzida durante o planejamento da con- II- aquisições com valores superiores aos dos incisos I e II do
tratação e poderá consistir em condução de licitação ou instrução art. 79.
de contratação direta. §1º No caso de reedição de procedimento licitatório ou contra-
Art. 40. A fase de Seleção de Fornecedor observará a seguinte tação direta decorrentes de licitação fracassada ou deserta, é dis-
sequência de etapas: pensável a remessa dos autos à análise jurídica, desde que tenham
I - preparação; sido observadas as mesmas condições do instrumento convocatório
II- divulgação; inicialmente aprovado.
III- apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de §2º Caso se opte pela contratação direta decorrente de licita-
disputa adotado; ção fracassada ou deserta sem nova remessa à análise jurídica, de-
IV - julgamento; ve-se ter especial atenção ao cumprimento do disposto no art. 24,
V - verificação de efetivação dos lances ou propostas; §3º, e art. 83 deste regulamento.
VI - negociação; Art. 44. Na elaboração de parecer jurídico, o órgão de assesso-
VII- habilitação; ramento jurídico deverá:
VIII- interposição de recursos e adjudicação do objeto; I- apreciar o processo de contratação conforme critérios objeti-
IX- homologação do resultado ou revogação do procedimento. vos prévios de atribuição de prioridade;
§1º A etapa de habilitação poderá, excepcionalmente, ante- II- redigir sua manifestação em linguagem simples e compre-
ceder as etapas referidas nos incisos III a VI do caput, desde que ensível e de forma clara e objetiva, com apreciação de todos os
justificado no processo e expressamente previsto no instrumento elementos indispensáveis à contratação e com exposição dos pres-
convocatório. supostos de fato e de direito levados em consideração na análise
§2º As contratações diretas seguirão as etapas previstas nos jurídica;
incisos I, VI, VII e IX do caput, podendo adotar as etapas dos inci- III- dar especial atenção à conclusão, que deverá ser aparta-
sos II a V, no que couber, caso seja utilizada a dispensa eletrônica da da fundamentação, a fim de permitir à autoridade consulente
ou o procedimento auxiliar de chamamento público de propostas sua fácil compreensão e atendimento e, se constatada ilegalidade,
comerciais. apresentar posicionamento conclusivo quanto à impossibilidade de
Art. 41. As eventuais irregularidades cometidas por empresas continuidade da contratação nos termos analisados, com sugestão
e demais interessados durante a fase de Seleção de Fornecedor se- de medidas que possam ser adotadas para adequá-la à legislação
rão apuradas conforme procedimento específico, regido por norma aplicável.
interna, pelo qual pode ser determinada a aplicação de penalidade Art. 45. O órgão de assessoramento jurídico da Ebserh pode-
de suspensão temporária de participação em licitação e impedi- rá homologar minutas-padrão de editais, de termos de contrato e
mento de contratar com a entidade sancionadora, por prazo não outros instrumentos obrigacionais, bem como aprovar pareceres
superior a 2 (dois) anos, bem como as sanções previstas na Lei nº referenciais sobre matérias recorrentes.
12.846/2013. §1º Havendo manifestação jurídica referencial, é dispensada a
análise individualizada do processo de contratação pelo órgão jurí-
SEÇÃO I dico, desde que a área de licitações ou de contratos ateste, de for-
DA PREPARAÇÃO ma expressa, que o caso concreto se amolda aos termos da citada
manifestação.
Art. 42. A etapa de preparação da contratação consiste na re- §2º A Diretoria Executiva ou o Colegiado Executivo, no âmbito
alização de instrução processual para viabilizar a condução da li- de sua competência e com base na avaliação da maturidade da ges-
citação ou a recomendação da efetivação da contratação direta, tão administrativa, poderá dispensar a análise jurídica de processos
compreendendo: em caso de utilização de minutas-padrão, desde que não haja alte-
I- realização de conformidade administrativa sobre o processo ração, inclusão ou exclusão de cláusulas gerais dos modelos homo-
de planejamento da contratação; logados.
II- elaboração das minutas dos instrumentos convocatórios, Art. 46. As licitações serão processadas e julgadas por Agente
dos termos de contrato, das atas de registro de preços e demais de Licitação, empregado, servidor de cargo efetivo cedido ou em
instrumentos obrigacionais; exercício na Ebserh, designado por ato do Diretor de Administração
III- classificação orçamentária da despesa, bem como registro e Infraestrutura, no caso da Administração Central, ou do Gerente
de disponibilidade orçamentária, quando for o caso; Administrativo, no caso das unidades hospitalares.
IV- apreciação do órgão de assessoramento jurídico, quando §1º O ato de designação de que trata o caput deve ser publica-
for o caso; do em boletim interno e terá validade até o final do respectivo exer-
V- avaliação, ratificação ou alteração da forma escolhida pelo cício, podendo haver inclusões ou destituições de colaboradores, a
TR para seleção de fornecedor; critério da autoridade signatária.
VI - instauração do procedimento licitatório, quando for o caso. §2º O Agente de Licitação poderá ser auxiliado por equipe de
Art. 43. Deverá haver submissão do processo administrativo de apoio e responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo
seleção de fornecedor à apreciação do órgão de assessoramento quando induzido a erro pela atuação dessa equipe.
jurídico da Ebserh, que realizará controle prévio de legalidade me- §3º Em licitações complexas, o Agente de Licitação poderá ser
diante análise jurídica da contratação, nos seguintes casos: substituído por Comissão de Licitação formada por, no mínimo, 3
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(três) membros, que responderão solidariamente por todos os atos recimentos ou impugnar edital de licitação por irregularidade na
praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar po- aplicação deste Regulamento e da legislação aplicável, devendo
sição individual divergente fundamentada e registrada em ata lavra- protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para
da na reunião em que houver sido tomada a decisão. a ocorrência do certame, assegurando o prazo de 3 (três) dias úteis
§4º A equipe de apoio ou a Comissão de Licitação deverá ser para o julgamento e resposta pela Administração e, na sequência, o
integrada por empregados, servidores de cargo efetivo cedidos ou prazo de 2 (dois) dias úteis para a apresentação das propostas pelos
em exercício na Ebserh, e será constituída seguindo a mesma rotina licitantes, se for o caso.
estabelecida no caput e §1º. §1º Na hipótese de aquisição de bens, caso se utilize prazo de
Art. 47. Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, publicidade do edital inferior a 15 (quinze) dias úteis, para que se
cujo objeto não seja rotineiramente contratado pela Ebserh, pode- viabilize o pedido de esclarecimento e a impugnação, o prazo do
rá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa ou caput será reduzido para 2 (dois) dias úteis antes da data fixada para
profissional especializado para assessorar os agentes públicos res- a ocorrência do certame, assegurando o prazo de 1 (um) dia útil
ponsáveis pela condução da licitação. para o julgamento e resposta pela Administração e, na sequência,
o prazo de 1 (um) dia útil para a apresentação das propostas pelos
SEÇÃO II licitantes, se for o caso.
DA DIVULGAÇÃO §2º O dia de abertura da licitação não é computado para a con-
tagem dos prazos referidos no caput e no §1º.
Art. 48. O aviso com o resumo do edital da licitação ou de cha-
mamento público de propostas para contratação direta deverá ser SEÇÃO III
publicado no Diário Oficial da União e no Portal da Ebserh. DA APRESENTAÇÃO DE LANCE OU PROPOSTA E DO MODO DE
§1º Caso se utilize a dispensa eletrônica, o aviso deverá ser pu- DISPUTA
blicado no Sistema de Compras do Governo Federal – Comprasnet
4.0 e no Portal da Ebserh. Art. 51. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou
§2º A autorização para divulgação compete ao Diretor de Ad- fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcelado, a
ministração e Infraestrutura, no caso da Administração Central, ou combinação de ambos.
ao Gerente Administrativo, no caso das unidades hospitalares. Art. 52. No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão
§3º Demais atos e procedimentos do processo serão divulga- lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme
dos exclusivamente por meio eletrônico, nos termos definidos no o critério de julgamento adotado.
instrumento convocatório. Parágrafo único. Quando for adotado o modo de disputa aber-
Art. 49. Serão observados os seguintes prazos mínimos para a to, poderão ser admitidos:
apresentação de propostas ou lances, contados a partir da divulga- I - a apresentação de lances intermediários, quais sejam:
ção do instrumento convocatório: a)iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o
I - para aquisição de bens: julgamento pelo critério da maior oferta;
a)5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de julga- b)iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados
mento o menor preço ou o maior desconto; os demais critérios de julgamento.
b)10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses. II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lan-
II - para contratação de obras e serviços: ce, para definição das demais colocações, quando existir diferença
a)15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de jul- de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o sub-
gamento o menor preço ou o maior desconto; sequente.
b)30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses. Art. 53. No modo de disputa fechado, as propostas apresenta-
III- 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação em que se das pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas
adote como critério de julgamento a melhor técnica ou a melhor para que sejam divulgadas.
combinação de técnica e preço, bem como para licitação em que
haja contratação Semi-integrada ou Integrada. SEÇÃO IV
IV- 10 (dez) dias úteis para alienação de bens. DO JULGAMENTO
§1º No caso de inversão de fases, os prazos mínimos citados no
caput devem ser utilizados como referência para a abertura da fase Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julga-
de habilitação. mento:
§2º No caso de dispensa eletrônica ou chamamento público de I - Menor Preço;
propostas para contratação direta, o prazo para apresentação de II- Maior Desconto;
propostas não será inferior a 3 (três) dias úteis, salvo justificativa III- Melhor Combinação de Técnica e Preço;
fundamentada. IV - Melhor Técnica;
§3º As modificações promovidas no instrumento convocatório V - Melhor Conteúdo Artístico;
serão objeto de divulgação nos mesmos termos e prazos dos atos VI - Maior Oferta de Preço;
e procedimentos originais, exceto quando a alteração não afetar a VII- Maior Retorno Econômico;
preparação das propostas. VIII- Melhor Destinação de Bens Alienados.
§4º No caso da vistoria prévia obrigatória prevista no art. 67, §1º Os critérios de julgamento serão expressamente identifi-
§2º, o prazo de divulgação de que trata o caput não poderá ser infe- cados no instrumento convocatório e poderão ser combinados na
rior a 20 (vinte) dias úteis. hipótese de parcelamento do objeto.
Art. 50. Qualquer cidadão é parte legítima para solicitar escla- §2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos
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III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propostas será do valor mínimo de arrematação.
efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, defini- §2º Na hipótese do parágrafo anterior, o licitante vencedor per-
dos no instrumento convocatório, destinados a limitar a subjetivi- derá a quantia em favor da Ebserh caso não efetue o pagamento
dade do julgamento. devido no prazo estipulado.
§3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas vanta- §3º Os bens e direitos a serem licitados pelo critério de maior
gens não previstas no instrumento convocatório. oferta serão previamente avaliados para fixação do valor mínimo
Art. 55. O critério de julgamento pelo menor preço ou maior de arrematação.
desconto considerará o menor dispêndio para a Ebserh, atendidos §4º Os bens e direitos arrematados serão pagos à vista, em até
os parâmetros mínimos de qualidade definidos no instrumento 1 (um) dia útil contado da data da assinatura da ata lavrada no local
convocatório. do julgamento ou da data de notificação, salvo se o instrumento
Parágrafo único. Os custos indiretos, relacionados às despesas convocatório previr de forma diferente.
de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto am- §5º O instrumento convocatório poderá prever que o paga-
biental, entre outros fatores, poderão ser considerados para a de- mento seja realizado mediante entrada em percentual não inferior
finição do menor dispêndio, sempre que objetivamente mensurá- a 5% (cinco por cento), no prazo referido no parágrafo anterior, com
veis, conforme parâmetros definidos no instrumento convocatório. pagamento do restante no prazo estipulado no mesmo instrumen-
Art. 56. O critério de julgamento por maior desconto terá como to, sob pena de perda, em favor da Ebserh, do valor já recolhido.
referência o preço global fixado no instrumento convocatório, es- §6º O instrumento convocatório estabelecerá as condições
tendendo-se o desconto oferecido nas propostas ou lances vence- para a entrega do bem ao arrematante.
dores a eventuais termos aditivos. Art. 60. No critério de julgamento pelo maior retorno econô-
§1º No caso de obras e serviços de engenharia, o desconto in- mico as propostas serão consideradas de forma a selecionar a que
cidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes do proporcionar a maior economia para a Ebserh decorrente da execu-
orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o ins- ção do contrato.
trumento convocatório. §1º O instrumento convocatório deverá prever parâmetros
§2º Para os demais objetos, o desconto linear, total ou parcial, objetivos de mensuração da economia gerada com a execução do
poderá ser exigido conforme definido no instrumento convocatório. contrato, que servirá de base de cálculo da remuneração devida ao
Art. 57. O critério de julgamento pela melhor combinação de contratado.
técnica e preço será utilizado quando a avaliação e a ponderação da §2º Quando não for gerada a economia prevista no lance ou
qualidade técnica das propostas que superarem os requisitos míni- propostas, a diferença entre a economia contratada e a efetivamen-
mos estabelecidos no instrumento convocatório forem relevantes te obtida será descontada da remuneração do contratado.
aos fins pretendidos. §3º Se a diferença entre a economia contratada e a efetivamen-
§1º No julgamento pelo critério de melhor combinação de téc- te obtida for superior à remuneração do contratado, será aplicada
nica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as propostas téc- sanção prevista em contrato.
nicas e de preço apresentadas pelos licitantes, segundo fatores de §4º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômi-
ponderação objetivos previstos no instrumento convocatório. co é o resultado da economia que se estima gerar com a execução
§2º O fator de ponderação mais relevante será limitado a 70% da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.
(setenta por cento). §5º Nas licitações que adotem o critério de julgamento pelo
§3º Poderão ser utilizados parâmetros de sustentabilidade am- maior retorno econômico, os licitantes apresentarão:
biental para a pontuação das propostas técnicas. I- proposta de trabalho, que deverá contemplar:
§4º O instrumento convocatório pode estabelecer pontuação a)as obras, serviços ou bens, com respectivos prazos de realiza-
mínima para as propostas técnicas, cujo não atingimento implicará ção ou fornecimento;
desclassificação. b)a economia que se estima gerar, expressa em unidade de
Art. 58. O critério de julgamento pela melhor técnica ou pelo medida associada à obra, bem ou serviço e expressa em unidade
melhor conteúdo artístico poderá ser utilizado para a contratação monetária.
de projetos e trabalhos de natureza técnica, científica ou artística, II- proposta de preço, que corresponderá a um percentual so-
incluídos os projetos arquitetônicos. bre a economia que se estima gerar durante determinado período,
§1º O critério de julgamento pela melhor técnica ou pelo me- expressa em unidade monetária.
lhor conteúdo artístico considerará exclusivamente as propostas Art. 61. Na implementação do critério melhor destinação de
técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes, segundo parâ- bens alienados, será obrigatoriamente considerada, nos termos do
metros objetivos inseridos no instrumento convocatório. respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio so-
§2º Poderão ser utilizados parâmetros de sustentabilidade am- cial, da finalidade para cujo atendimento o bem será utilizado pelo
biental para a pontuação das propostas nas licitações para contra- adquirente.
tação de projetos. Parágrafo único. O descumprimento da finalidade a que se re-
§3º O instrumento convocatório poderá estabelecer pontuação fere o caput deste artigo resultará na imediata restituição do bem
mínima para as propostas, cujo não atingimento implicará desclas- alcançado ao acervo patrimonial da Ebserh, vedado, nessa hipóte-
sificação. se, o pagamento de indenização em favor do adquirente.
Art. 59. O critério de julgamento pela maior oferta de preço
será utilizado no caso de contratos que resultem em receita para
a Ebserh.
§1º Poderá ser requisito de habilitação a comprovação do reco-
lhimento de quantia como garantia, limitada a 5% (cinco por cento)
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SEÇÃO V SEÇÃO VI
DA VERIFICAÇÃO DE EFETIVIDADE DOS LANCES OU PROPOS- DA NEGOCIAÇÃO
TAS
Art. 63. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que ob-
Art. 62. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será teve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que passe a
verificada a sua efetividade, promovendo-se a desclassificação da- ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra
queles que: que tenha obtido colocação superior, a Ebserh deverá negociar con-
I- contenham vícios insanáveis; dições mais vantajosas com quem o apresentou.
II- descumpram especificações técnicas constantes do instru- §1º Ainda que a proposta do primeiro classificado esteja abaixo
mento convocatório; do orçamento estimado, deverá haver negociação com o licitante
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis; para obtenção de condições ainda mais vantajosas.
IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a contra- §2º A negociação de que trata o §1º deverá ser feita com os de-
tação, quando for o caso; mais licitantes, segundo a ordem inicialmente estabelecida, quando
V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exi- o preço do primeiro colocado, mesmo após a negociação, permane-
gida; cer acima do orçamento estimado.
VI - apresentem desconformidade com outras exigências do §3º Se depois de adotada a providência referida no §2º deste
instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento estimado
seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudi- para a contratação, será revogada a licitação.
que a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes. Art. 64. No caso de contratação direta, deve ser registrada nos
§1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas pode- autos ao menos uma tentativa de negociação de condições mais
rá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas mais vantajosas sobre a melhor proposta apresentada.
bem classificados. Seção VII Da habilitação
§2º A Ebserh poderá realizar diligências para aferir a efetivida- Art. 65. Na habilitação a Ebserh deverá exigir a documenta-
de das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, ção apta a comprovar a possibilidade da aquisição de direitos e da
bem como para facultar a correção de vícios sanáveis, sem que se contração de obrigações por parte somente do licitante mais bem
prejudique a atribuição de tratamento isonômico entre os licitan- classificado, exceto quando a fase de habilitação anteceder a de jul-
tes. gamento, dividindo-se em:
§3º Para fins do disposto no §2º, são considerados vícios sa- I- jurídica, que visa a demonstrar a capacidade de o licitante
náveis, entre outros, os defeitos materiais atinentes à descrição exercer direitos e assumir obrigações, sendo que a documentação
do objeto da proposta e suas especificações técnicas, incluindo a ser apresentada limita-se à comprovação de existência jurídica da
aspectos relacionados à execução do objeto, às formalidades, aos pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercício da ativi-
requisitos de representação, às planilhas de composição de preços, dade a ser contratada;
à inexequibilidade ou ao valor excessivo de preços unitários quan- II- fiscal em nível federal, de seguridade social e trabalhista,
do o julgamento não é realizado sob o regime de empreitada por mediante a verificação dos seguintes documentos:
preço unitário e, de modo geral, aos documentos de conteúdo de- a)a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadas-
claratório sobre situações pré-existentes, desde que não alterem a tro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
substância da proposta. b)a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou muni-
§4º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, conside- cipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinen-
ram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferiores a te ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: c)a regularidade perante a Fazenda federal;
I- média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% d)a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que
(cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado para a con- demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
tratação; ou e)a regularidade perante a Justiça do Trabalho;
II- valor do orçamento estimado para a contratação. f)o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da
§5º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequi- Constituição Federal.
bilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos critérios de III- qualificação técnico-profissional e/ou técnico-operacional,
aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os quanti- restrita a parcelas do objeto técnica ou economicamente relevan-
tativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento con- tes, de acordo com parâmetros estabelecidos de forma expressa no
vocatório. instrumento convocatório, restringindo-se a:
§6º Ainda que as referências para identificação de possível a)apresentação de profissional, devidamente registrado no
inexequibilidade sejam alcançadas, a desclassificação do licitante conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
deverá ser precedida de realização de diligências, confirmação da atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
proposta e outros meios que confirmem a situação inicialmente vis- viço de características semelhantes, para fins de contratação;
lumbrada, que restarão juntadas ao processo de contratação. b)de certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo con-
selho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
como documentos comprobatórios complementares;
c)da indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare-
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
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licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- aprovada pela Administração.
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; §9º Nos casos de aquisições cujos valores se enquadrem nos
d)da prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- limites dos incisos I e II do art. 79, deverão ser exigidos os requisitos
cial, quando for o caso; de habilitação dos incisos I e II do caput, podendo haver dispensa
e)do registro ou inscrição na entidade profissional competente, dos requisitos indicados nos incisos III a V do caput.
quando for o caso; §10 Nos casos de aquisições de bens para pronta entrega e pa-
f)da declaração de que o licitante tomou conhecimento de to- gamento cujos valores sejam superiores aos limites estabelecidos
das as informações e das condições locais para o cumprimento das no inciso II do art. 79, poderá ser dispensado o requisito de habili-
obrigações objeto da licitação. tação indicado no inciso IV do caput, mediante prévia avaliação de
IV- capacidade econômico-financeira, visando a demonstrar riscos.
a aptidão econômica do licitante para cumprir as obrigações de- §11 Quando o critério de julgamento utilizado for a maior ofer-
correntes do futuro contrato, devendo ser comprovada de forma ta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capacidade
objetiva, por coeficientes e índices econômicos previstos no edital, econômico-financeira poderão ser dispensados.
devidamente justificados no processo licitatório, e será restrita à §12 Na hipótese do inciso V, reverterá a favor da Ebserh o valor
apresentação da seguinte documentação: de quantia eventualmente exigida no instrumento convocatório a
a)balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício título de adiantamento, caso o licitante não efetue o restante do
e demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios pagamento devido no prazo para tanto estipulado.
sociais; §13 Quando o requisito de informações sobre capacidade eco-
b)certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo dis- nômico-financeira estiver vinculado ao valor da contratação, o ins-
tribuidor da sede do licitante. trumento convocatório deverá indicar que a informação deverá se
V- recolhimento de quantia a título de adiantamento, no caso referir ao valor da proposta apresentada pelo licitante.
de licitação cujo critério de julgamento for o de maior oferta. §14 De forma excepcional e justificada, para fins de demons-
§1º Os documentos referidos nos incisos do caput poderão ser tração da capacidade econômico- financeira prevista no inciso IV é
substituídos ou supridos, no todo ou em parte, por outros meios admitida:
hábeis a comprovar a regularidade do licitante, inclusive por meio I- apresentação de declaração, assinada por profissional habi-
eletrônico. litado da área contábil, que ateste o atendimento pelo licitante dos
§2º As empresas estrangeiras que não funcionem no País deve- índices econômicos previstos no edital;
rão apresentar documentos equivalentes, na forma de regulamento II- exigência da relação dos compromissos assumidos pelo lici-
emitido pelo Poder Executivo federal. tante que importem em diminuição de sua capacidade econômico-
§3º A exigência de atestados constante do inciso III do caput -financeira, excluídas parcelas já executadas de contratos firmados;
será restrita às parcelas de maior relevância ou valor significativo III- o estabelecimento da exigência de capital mínimo ou de
do objeto da licitação, assim consideradas as que tenham valor in- patrimônio líquido mínimo equivalente a até 10% (dez por cento)
dividual igual ou superior a 4% (quatro por cento) do valor total do valor da proposta apresentada pelo licitante, nas compras para
estimado da contratação. entrega futura e na execução de obras e serviços;
§4º Observado o disposto no caput e no §3º, será admitida a IV- outros meios de comprovação da capacidade econômico-fi-
exigência de atestados com quantidades mínimas de até 50% (cin- nanceira condizentes com as especificidades do caso concreto.
quenta por cento) das parcelas de que trata o referido parágrafo, §15 Para fins de demonstração da capacidade econômico-fi-
vedadas limitações de tempo e de locais específicos relativas aos nanceira prevista no inciso IV é vedada a exigência de:
atestados, exceto se houver no ETP situação específica devidamen- I- valores mínimos de faturamento anterior e de índices de ren-
te fundamentada que justifique adoção de limitação temporal. tabilidade ou lucratividade;
§5º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, II- índices e valores não usualmente adotados para a avaliação
as exigências a que se referem as alíneas “a” e “b” do inciso III do de situação econômico- financeira suficiente para o cumprimento
caput, a critério da Administração, poderão ser substituídas por ou- das obrigações decorrentes da licitação.
tra prova de que o profissional ou a empresa possui conhecimento Art. 66. Após a entrega dos documentos para habilitação, não
técnico e experiência prática na execução de serviço de característi- será permitida a substituição ou a apresentação de novos docu-
cas semelhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis mentos, salvo em sede de diligência, para:
deverão ser previstas em norma específica. I- atestar condição pré-existente à abertura da sessão pública
§6º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis do certame;
emitidos por entidades estrangeiras quando acompanhados de tra- II- complementação de informações acerca dos documentos já
dução para o português, salvo se comprovada a inidoneidade da apresentados pelos licitantes e desde que necessária para apurar
entidade emissora. fatos existentes à época da abertura do certame;
§7º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir III- atualização de documentos cuja validade tenha expirado
certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha executa- após a data de recebimento das propostas.
do serviços similares ao objeto da licitação, em períodos sucessi- §1º Na análise dos documentos de habilitação, o Agente de Li-
vos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior a 3 citação ou a Comissão de Licitação poderá sanar erros ou falhas que
(três) anos. não alterem a substância dos documentos e sua validade jurídica,
§8º Os profissionais indicados pelo licitante na forma das alí- mediante despacho fundamentado registrado e acessível a todos,
neas “a” e “c” do inciso III do caput deverão participar da obra ou atribuindo-lhes eficácia para fins de habilitação e classificação.
serviço objeto da licitação, e será admitida a sua substituição por §2º Quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento e
profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que já tiver sido encerrada, não caberá exclusão de licitante por motivo
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relacionado à habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes pela empresa substituída para fins de habilitação do consórcio.
ou só conhecidos após o julgamento. Art. 69. Estará impedida de participar de licitações e de ser con-
Art. 67. Quando a avaliação prévia do local de execução for im- tratada pela Ebserh a empresa:
prescindível para o conhecimento pleno das condições e peculiari- I - suspensa no âmbito da Rede Ebserh;
dades do objeto a ser contratado, mediante justificativa no ETP, o II- declarada inidônea pela União, por Estado ou pelo Distrito
instrumento convocatório poderá prever, sob pena de inabilitação, Federal, enquanto perdurarem os efeitos da sanção;
a necessidade de o licitante atestar que conhece o local e as condi- III- impedida de licitar e de contratar com a União;
ções de realização da obra ou serviço, assegurado a ele o direito de IV- constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, im-
realização de vistoria prévia. pedida ou declarada inidônea;
§1º Para os fins previstos no caput, se os licitantes optarem por V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impedi-
realizar vistoria prévia, deverão ser disponibilizados data e horário da ou declarada inidônea;
diferentes para os eventuais interessados. VI- constituída por sócio que tenha sido sócio ou administrador
§2º Em situações excepcionais, devidamente motivadas e apro- de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período
vadas pela Diretoria Executiva ou pelo Colegiado Executivo, confor- dos fatos que deram ensejo à sanção;
me o âmbito da contratação, a vistoria prévia pode ser declarada VII- cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de
como requisito obrigatório de habilitação. empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período
§3º No caso da vistoria prévia obrigatória prevista no §2º, o dos fatos que deram ensejo à sanção;
prazo de divulgação de que trata o art. 49 não poderá ser inferior a VIII- que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que parti-
20 (vinte) dias úteis. cipou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa decla-
§4º Para os fins previstos no caput, o edital de licitação deve- rada inidônea;
rá prever a possibilidade de substituição da vistoria por declaração IX- cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cin-
formal assinada pelo responsável técnico do licitante acerca do co- co por cento) do capital social seja integrante de órgão estatutário,
nhecimento pleno das condições e peculiaridades da contratação, empregado, servidor cedido ou em exercício na Ebserh;
salvo nos casos em que a vistoria prévia tiver sido declarada como X- cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco
requisito obrigatório de habilitação, nos termos do §2º. por cento) do capital social seja integrante do Ministério da Edu-
Art. 68. Salvo vedação devidamente justificada no processo de cação ou de Instituições Federais de Ensino Superior e congêneres
contratação, pessoa jurídica poderá participar de licitação em con- signatárias de contratos de gestão com a Ebserh.
sórcio, observado o seguinte: §1º Aplica-se a vedação prevista no caput:
I- comprovação de compromisso público ou particular de cons- I- à contratação, como pessoa física ou em procedimentos lici-
tituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; tatórios, na condição de licitante, de integrante de órgão estatutá-
II- indicação de empresa líder do consórcio, que será responsá- rio, empregado, servidor cedido ou exercício na Ebserh, bem como
vel por sua representação perante a Administração; de integrante do Ministério da Educação ou de Instituições Federais
III- admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório de Ensino e congêneres signatários de contratos de gestão com a
dos quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação Ebserh;
econômico-financeira, do somatório dos valores de cada consorcia- II- a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau civil,
do; com:
IV- impedimento, na mesma licitação, de participação de em- a)integrantes de órgãos estatutários da Ebserh;
presa consorciada, isoladamente ou por meio de mais de um con- b)empregado, servidor cedido ou em exercício na Ebserh cujas
sórcio; atribuições envolvam a atuação na área responsável pela licitação
V- responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos prati- ou estejam envolvidos no respectivo processo de contratação;
cados em consórcio, tanto na fase de Seleção de Fornecedor quanto c)autoridade do Ministério da Educação;
na de Gestão do Contrato. d)autoridade das Instituições Federais de Ensino Superior e
§1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de congêneres signatárias de contratos de gestão com a Ebserh.
10% (dez por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido III- cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha ter-
de licitante individual para a capacidade econômico-financeira, sal- minado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a Ebserh
vo justificativa no ETP. há menos de 6 (seis) meses.
§2º O acréscimo previsto no §1º deste artigo não se aplica aos §2º A vedação prevista no caput também será aplicada ao li-
consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e pe- citante que atue em substituição a outra pessoa, física ou jurídica,
quenas empresas, assim definidas em lei. com o intuito de burlar a efetividade da sanção a ela aplicada, des-
§3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da ce- de que comprovado o ilícito ou a utilização fraudulenta da persona-
lebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos lidade jurídica do licitante.
termos do compromisso referido no inciso I do caput. §3º A aplicação das vedações previstas nos incisos IV a VIII do
§4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela autori- caput e no §2º deverá ser precedida de realização de diligências
dade competente, o edital de licitação poderá estabelecer limite para verificar se houve tentativa de fraude por parte das empresas
máximo ao número de empresas consorciadas. apontadas, por meio dos vínculos societários, linhas de fornecimen-
§5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente to similares, datas de abertura, dentre outros, sendo necessária a
autorizada pela unidade contratante e condicionada à comprovação convocação do fornecedor para manifestação previamente à sua
de que a nova empresa do consórcio possui, no mínimo, os mesmos desclassificação.
quantitativos para efeito de habilitação técnica e os mesmos valo- §4º O disposto nos §§2º e 3º deve ser observado quando da
res para efeito de capacidade econômico-financeira apresentados emissão de nota de empenho, formalização da contratação e pa-
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gamento. incontornável; ou
IV- homologar o procedimento e autorizar a celebração do con-
SEÇÃO VIII trato.
DA INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS E DA ADJUDICAÇÃO DO §1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera
OBJETO obrigação de indenizar, observado o disposto no §2º deste artigo.
§2º A nulidade da licitação induz à do contrato.
Art. 70. Após a declaração do licitante vencedor, será aberta §3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou pro-
fase recursal. postas, a revogação ou a anulação da licitação somente será efetiva-
Parágrafo único. Na ausência de interposição de recurso, o da quando assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa a
objeto será adjudicado pelo Agente de Licitação ou Comissão de ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Licitação. §4º A sistemática adotada para revogação ou anulação dos pro-
Art. 71. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento cedimentos licitatórios se aplica, no que couber, aos atos por meio
licitatório terá fase recursal única. Parágrafo único. Na hipótese de dos quais se determine a contratação direta.
inversão de fases, o prazo recursal será aberto: Art. 76. A homologação do resultado implica a constituição de
I- após a habilitação; direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante ven-
II- após o encerramento da verificação de efetividade dos lan- cedor, encerrando a fase de Seleção de Fornecedor.
ces ou propostas, abrangendo os atos decorrentes do julgamento. Art. 77. A Ebserh não poderá celebrar contrato com preterição
Art. 72. Os licitantes que desejarem recorrer em face dos atos da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos
da habilitação ou julgamento deverão manifestar a sua intenção de à licitação.
recorrer no prazo determinado no instrumento convocatório, que Art. 78. No caso de contratação direta, o encerramento da fase
será de no mínimo 30 (trinta) minutos, sob pena de preclusão do de Seleção de Fornecedor se materializa com a recomendação da
direito de recorrer. contratação e subsequente ratificação da dispensa ou inexigibilida-
Parágrafo único. A falta de manifestação do licitante quanto à de de licitação.
intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência §1º Compete ao Coordenador de Administração, no âmbito da
desse direito, ficando o Agente de Licitação ou Comissão de Licita- Administração Central, e ao Chefe da Divisão Administrativa Finan-
ção autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor. ceira, no âmbito da unidade hospitalar, recomendar a contratação
Art. 73. As razões dos recursos deverão ser apresentadas no direta.
prazo de 5 (cinco) dias úteis contados da manifestação de intenção §2º Compete ao Diretor de Administração e Infraestrutura, no
de recorrer. âmbito da Administração Central, e ao Gerente Administrativo, no
Parágrafo único. O prazo para apresentação de contrarrazões âmbito da unidade hospitalar, ratificar a dispensa ou inexigibilidade
será de 5 (cinco) dias úteis e começará imediatamente após o en- de licitação.
cerramento do prazo a que se refere o caput. §3º A dispensa ou inexigibilidade de licitação ratificada deverá
Art. 74. O recurso será recepcionado pelo Agente de Licitação ser registrada em sistema informatizado de compras, permitindo a
ou Comissão de Licitação, que apreciará sua admissibilidade, po- formalização das contratações decorrentes, sendo dispensada a pu-
dendo reconsiderar sua decisão ou encaminhar o recurso ao Diretor blicação de extrato no Diário Oficial da União, sem prejuízo de sua
de Administração e Infraestrutura, no caso da Administração Cen- divulgação no Portal da Ebserh.
tral, ou ao Gerente Administrativo, no caso das unidades hospitala-
res, que decidirá sobre o provimento ou não do recurso. SEÇÃO X
§1º O acolhimento de recurso implicará invalidação apenas dos DA CONTRATAÇÃO DIRETA
atos insuscetíveis de aproveitamento.
§2º Julgados os recursos, a adjudicação do objeto licitado será Art. 79. É dispensável a realização de licitação nas seguintes
realizada pelo Diretor de Administração e Infraestrutura, no caso da situações:
Administração Central, ou pelo Gerente Administrativo, no caso das I- para obras e serviços de engenharia de valor até R$
unidades hospitalares. 137.000,00 (cento e trinta e sete mil reais), desde que não se refi-
ram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e
SEÇÃO IX serviços de mesma natureza e no mesmo local que possam ser rea-
DA HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADO OU REVOGAÇÃO DO lizadas conjunta e concomitantemente, dentro do mesmo exercício
PROCEDIMENTO orçamentário; (Valor alterado pela Portaria - SEI nº 07, publicada no
Boletim de Serviço nº 1476, de 13.01.2023)
Art. 75. Após a adjudicação, o procedimento licitatório será II- para outros serviços e compras de valor até R$ 68.000,00
encerrado e os autos encaminhados ao Diretor de Administração (sessenta e oito mil reais), e para alienações, nos casos previstos
e Infraestrutura, no caso da Administração Central, ou ao Gerente neste regulamento, desde que não se refiram a parcelas de um
Administrativo, no caso das unidades hospitalares, que poderá: mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser
I- determinar o retorno dos autos para saneamento de vícios realizado de uma só vez, no mesmo local e dentro do mesmo exercí-
supríveis; cio orçamentário; (Valor alterado pela Portaria - SEI nº 07, publicada
II- anular o procedimento, no todo ou em parte, por ilegalidade no Boletim de Serviço nº 1476, de 13.01.2023)
de ofício ou por provocações de terceiros, salvo quando for viável a III- na hipótese de contratação decorrente de licitação que
convalidação do ato ou do procedimento viciado; resultou deserta, e essa, justificadamente, não puder ser repetida
III- revogar o procedimento por motivo de interesse público sem prejuízo, desde que mantidas as condições preestabelecidas e
decorrente de fato superveniente que constitua óbice manifesto observadas as disposições deste regulamento, em especial do art.
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24; biente produtivo e dá outras providências, observados os princípios


IV- quando todas as propostas apresentadas consignarem pre- gerais de contratação dela constantes;
ços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacio- XV- em situações de emergência, quando caracterizada ur-
nal, incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou acima do valor estimado para a contratação, mesmo após nego- ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa-
ciação com todos os licitantes, resultando em licitação fracassada, mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
também configurada no caso de inabilitação de todos os interes- bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para
sados durante o procedimento licitatório, e essa, justificadamente, as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
não puder ser repetida sem prejuízo, desde que mantidas as con- máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
dições preestabelecidas e observadas as disposições deste regula- contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos
mento, em especial do art. 24; respectivos contratos, observado o disposto no §6º deste artigo;
V- para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- XVI- na transferência de bens a órgãos e entidades da Adminis-
mento das finalidades precípuas da Ebserh, quando as necessida- tração Pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;
des de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, XVII- na doação de bens móveis para fins e usos de interesse
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segun- social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socio-
do avaliação prévia; econômica relativamente à escolha de outra forma de alienação;
VI- na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de XVIII- na compra e venda de ações, títulos de crédito e de dívi-
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, ainda que a da, bens produzidos ou comercializados pela Ebserh.
execução do contrato não tenha sido iniciada, desde que atendida §1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem
a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação do
condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, inclusive Conselho de Administração da Ebserh.
quanto ao preço, devidamente corrigido; §2º As dispensas previstas nos incisos I e II do caput deverão,
VII- na contratação de instituição brasileira incumbida regimen- preferencialmente, ser realizadas mediante procedimento de dis-
tal ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvi- pensa eletrônica, aplicando-se os procedimentos constantes do
mento institucional ou de instituição dedicada à recuperação social Sistema de Dispensa Eletrônica, e da Instrução Normativa da Secre-
do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputa- taria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão
ção ético-profissional e não tenha fins lucrativos; e Governo Digital do Ministério da Economia (IN SEGES/ME) n.º 67,
VIII- para a aquisição de componentes ou peças de origem na- de 8 de julho de 2021 e suas atualizações, que institui o referido
cional ou estrangeira necessários à manutenção de equipamentos sistema, somente quanto à fase de Seleção do Fornecedor.
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original §3º Nas dispensas decorrentes de licitações desertas ou fracas-
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in- sadas, conforme incisos III e IV do caput, deve ser avaliada a redu-
dispensável para a vigência da garantia; ção das quantidades inicialmente licitadas, como forma de viabilizar
IX- na contratação de associação de pessoas com deficiência o alcance imediato de parte do planejamento inicial, sendo o quan-
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a pres- titativo restante imediatamente incluído em novo procedimento
tação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o licitatório.
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; §4º Nas dispensas decorrentes de licitações fracassadas, con-
X- na contratação de concessionário, permissionário ou auto- forme inciso IV do caput, caso não se obtenham propostas de for-
rizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás necedores com valores inferiores ao estimado da licitação, é possí-
natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as nor- vel a realização de nova pesquisa de preços antes da efetivação da
mas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha contratação direta, reduzindo-se, nesse caso, as quantidades inicial-
pertinência com o serviço público; mente licitadas ao mínimo necessário ao atendimento das necessi-
XI- nas contratações entre a Ebserh e suas respectivas subsidia- dades até a realização de novo procedimento licitatório.
rias, para aquisição ou alienação de bens e prestação ou obtenção §5º Na dispensa de licitação sobre remanescente, prevista no
de serviços, desde que os preços sejam compatíveis com os prati- inciso VI do caput, na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a
cados no mercado e que o objeto do contrato tenha relação com a contratação nas condições e no preço do contrato encerrado, pode-
atividade da contratada prevista em seu estatuto social; rão ser convocados os licitantes remanescentes, na ordem de classi-
XII- na contratação de coleta, processamento e comercialização ficação, para a celebração do contrato nas condições ofertadas por
de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas estes durante a licitação, desde que o respectivo valor seja igual ou
com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quan-
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa to aos preços atualizados nos termos do instrumento convocatório.
renda que tenham como ocupação econômica a coleta de materiais §6º A dispensa de licitação emergencial, com base no inciso XV
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas do caput, não dispensará a responsabilização de quem, por ação
técnicas, ambientais e de saúde pública; ou omissão, tenha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no
XIII- para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou tocante ao disposto na Lei nº 8.429/1992.
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi- §7º As dispensas de licitação serão conduzidas preferencial-
dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão mente por dispensa eletrônica ou por intermédio de chamamentos
especialmente designada pela Diretoria Executiva da Ebserh; públicos de propostas, com prazo mínimo de 3 (três) dias úteis de
XIV- nas contratações visando ao cumprimento do disposto divulgação, cabendo às respectivas EPC justificar a não utilização
nos artigos 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973/2004, que dispõe sobre desses formatos.
incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no am- §8º No caso de dispensa de licitação emergencial, com base no
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inciso XV do caput, o prazo previsto no §7º poderá ser reduzido de §4º A contratação decorrente de diálogo competitivo é carac-
forma justificada. terizada como inexigibilidade de licitação, diante da inviabilidade
§9º Os valores constantes do art. 79, incisos I e II, serão atuali- de competição decorrente do fato de que a solução escolhida por
zados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial intermédio do procedimento contido no art. 95, caput, implica em
(IPCA-E) em 1º de janeiro de cada exercício, por ato do Presidente. características únicas e exclusivas, de propriedade do fornecedor
§10 Para fins do disposto no §9º, o valor resultante da atualiza- selecionado.
ção será arredondado, a menor, até a casa do milhar. Art. 82. Em qualquer dos casos de dispensa ou inexigibilidade
Art. 80. Os procedimentos internos e externos das licitações de licitação, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobre-
destinados à substituição dos contratos celebrados com fundamen- preço ou superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano
to em dispensa de licitação em razão de situação emergencial, nos causado quem houver decidido pela contratação direta, inclusive os
termos do art. 79, inciso XV, deste Regulamento, serão conduzidos responsáveis pelos subsídios à tomada de decisão, e o fornecedor
sob regime prioritário. ou o prestador de serviços.
Parágrafo único. Nos casos em que seja caracterizada a efetiva Art. 83. No processo de contratação direta, durante a instrução
situação de emergência, a Equipe de Planejamento da Contratação indicada no art. 24, devem ser destacados os seguintes elementos:
– EPC deverá iniciar os trabalhos para a realização de procedimento I- caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
licitatório juntamente com eventual procedimento de contratação justifique a dispensa, quando for o caso;
direta relativo ao mesmo objeto. II- razão da escolha do fornecedor ou do executante;
Art. 81. Será inexigível a licitação quando houver inviabilidade III - justificativa do preço.
de competição, em especial na hipótese de:
I- aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só CAPÍTULO V
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co- DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES
mercial exclusivo;
II- contração dos seguintes serviços técnicos especializados, Art. 84. São procedimentos auxiliares das contratações regidas
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a por este Regulamento:
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: I - pré-qualificação permanente;
a)estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe- II- cadastramento;
cutivos; III- Sistema de Registro de Preços (SRP);
b)pareceres, perícias e avaliações em geral; IV - catálogo eletrônico de padronização;
c)assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras V - credenciamento;
ou tributárias; VI- diálogo competitivo;
d)fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- VII- audiência e consulta públicas;
viços; VIII- Manifestação de Interesse Privado;
e)patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; IX- Acordos-Quadro e Mercado Eletrônico.
f)treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, incluindo a con- Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput pode-
tratação de professores, conferencistas ou instrutores, bem como rão, se necessário, ser detalhados em normativos específicos.
a inscrição de empregados, servidores cedidos ou em exercício na
Ebserh para participação de cursos abertos a terceiros; SEÇÃO I
g)restauração de obras de arte e bens de valor histórico. DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO PERMANENTE
III- objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
credenciamento. Art. 85. A pré-qualificação permanente é o procedimento des-
§1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a tinado a identificar:
Administração deverá demonstrar a inviabilidade de competição I- fornecedores que reúnam condições de habilitação e de qua-
mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade, de- lificação técnica exigidas para o fornecimento de bem ou a execu-
claração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de com- ção de serviço ou obra nos prazos, locais e condições previamente
provar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor, empresa estabelecidos;
ou representante comercial exclusivos, vedada a preferência por II- bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade es-
marca específica. tabelecidas pela Ebserh.
§2º Nos processos de planejamento de contratação em que se §1º O procedimento de pré-qualificação será público e perma-
identifique solução que só possa ser fornecida por produtor, em- nentemente aberto à inscrição de qualquer interessado.
presa ou representante comercial exclusivo, na forma do inciso I §2º Na pré-qualificação, a Ebserh poderá atribuir indicadores
do caput, além da comprovação da exclusividade, deverá haver no para classificação dos fornecedores com base em critérios objetivos
ETP a demonstração de que aquela solução é a que melhor atende de excelência operacional, sustentabilidade e melhoria da competi-
à Administração ou se mostre a única possível. tividade, entre outros.
§3º Considera-se de notória especialização o profissional ou a §3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou seg-
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga- §4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo al-
nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela- guns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessários
cionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação condições entre os concorrentes.
do objeto do contrato. §5º A pré-qualificação terá validade de até 1 (um) ano, poden-
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do ser atualizada a qualquer tempo. Gestoras vinculadas às Instituições Federais de Ensino Superior po-
§6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exigida dem aderir ao SRP da Ebserh durante o período de transição de
a comprovação de qualidade. gestão para a Unidade Gestora da Ebserh.
§7º É obrigatória a divulgação, no Portal da Ebserh, dos produ- §3º As licitações no âmbito do SRP serão preferencialmente
tos e dos interessados que forem pré-qualificados. precedidas do procedimento de Intenção de Registro de Preços -
§8º O edital de pré-qualificação estabelecerá os requisitos e IRP, com prioridade para participação de outras unidades hospita-
condições de participação, além do prazo e da forma de apresen- lares da Ebserh.
tação, pelos interessados, de questionamentos ou impugnações às §4º Após a formalização do ETP, a EPC deverá elaborar a minuta
suas disposições. do TR e solicitar apoio da área de compras para a abertura de IRP,
Art. 86. A Ebserh poderá exigir, para o procedimento de pré- avaliando e decidindo em seguida as eventuais manifestações de
-qualificação, a apresentação de amostras, a realização de prova de interesse e incluindo as informações consolidadas no TR definitivo.
conceito e a demonstração das exigências de habilitação, qualifica- §5º Os ETP com indicação de realização de licitação no âmbito
ção técnica e de aceitação de bens, conforme o caso, mediante a do SRP devem conter informações e justificativas sobre as eventuais
divulgação no Portal da Ebserh. dispensas do procedimento de abertura de IRP, bem como indicar
§1º Será fornecido certificado de pré-qualificação do fornece- e fundamentar se haverá previsão de adesão de outros órgãos ou
dor e do bem, renovável sempre que o registro for atualizado. entidades.
§2º Caberá recurso no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados Art. 90. Poderá ser utilizado o SRP de entidades federais cujas
a partir da data da divulgação do julgamento da pré-qualificação. licitações sejam regidas pela Lei nº 8.666/1993 ou pela Lei nº
Art. 87. A Ebserh poderá realizar licitação restrita aos fornece- 14.133/2021, mediante participação na origem ou adesão à ata de
dores ou produtos pré-qualificados, desde que: registro de preços, para aquisições:
I- conste na convocação para a pré-qualificação a informação I- de bens de pronta entrega e pagamento, desde que não re-
de que as futuras licitações poderão ser restritas aos pré-qualifi- sulte obrigações futuras, como assistência técnica, e não seja exigi-
cados; da a assinatura de termo de contrato; ou
II- os requisitos de qualificação técnica exigidos sejam compatí- II- capitaneadas pela Central de Compras do Ministério da Eco-
veis com o objeto a ser contratado. nomia, independentemente do objeto.
§1º A participação no SRP citada no caput dependerá de confe-
SEÇÃO II rência, pela unidade contratante, da inexistência dos impedimentos
DO CADASTRAMENTO constantes do art. 69, previamente à formalização da contratação.
§2º A assinatura de contrato de garantia, não se confundindo
Art. 88. A Ebserh poderá adotar registros cadastrais próprios com serviço de assistência técnica, não veda a participação em SRP
para a habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios e nos termos do inciso I do caput.
para anotações da atuação do licitante no cumprimento de obriga- §3º Durante a execução de contratações decorrentes da utiliza-
ções assumidas, os quais serão válidos por até 1 (um) ano, podendo ção do SRP citada no caput, deverão ser observadas as disposições
ser atualizados a qualquer tempo. da Lei nº 13.303/2016 e do presente Regulamento quanto a:
§1º A Ebserh utilizará o SICAF - Sistema de Cadastramento Uni- I - acréscimo e supressão do objeto contratual;
ficado de Fornecedores para a realização do registro cadastral de II - rescisão contratual;
fornecedores enquanto não houver a adoção de cadastro próprio III - aplicação de Sanções.
mantido pela Ebserh. §4º É necessário que o fornecedor seja previamente cientifica-
§2º O cadastramento será regulamentado por normativo es- do quanto ao disposto no parágrafo anterior, preferencialmente no
pecífico. momento da solicitação de autorização para adesão ou da forma-
lização da contratação quando se tratar de participação na origem
SEÇÃO III da licitação.
DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS Art. 91. Nas contratações em que a Ebserh for participante de
um SRP na origem da licitação ou aderir à ata de registro de pre-
Art. 89. O Sistema de Registro de Preços (SRP) será regido por ços, a EPC deverá instruir processo simplificado de planejamento de
decreto do Poder Executivo e observará, entre outras, as seguintes contratação, tendo em vista que a instrução do processo licitatório
condições: de forma ampla deverá ser realizada pelo órgão gerenciador.
I- realização prévia de ampla pesquisa de preços; §1º A formalização das contratações decorrentes de participa-
II- seleção de acordo com os procedimentos previstos no ins- ção na origem de um SRP ou adesão à ata de registro de preços,
trumento convocatório; previstas no caput, deverá respeitar a vantajosidade técnica e eco-
III - controle e atualização periódicos dos preços registrados; nômica, as condições de habilitação, os impedimentos e demais dis-
IV- definição da validade do registro; posições previstas neste Regulamento.
V- inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que §2º Nas contratações em que a unidade for aderir a um SRP, é
aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitan- necessário observar os seguintes requisitos:
te vencedor na sequência da classificação do certame. I- no caso de participação na origem:
§1º Poderá aderir ao sistema referido no caput, seja por partici- a)o processo simplificado de planejamento será constituído de
pação na origem da licitação ou adesão à ata de registro de preços, DFD, constituição de EPC e elaboração de ETP com as informações
qualquer órgão ou entidade responsável pela execução das ativida- dos incisos I, V, VI, VIII, IX, X, XI, XII, XIII e XIV do art. 28;
des contempladas no art. 1º da Lei nº 13.303/2016. b)o ETP deverá demonstrar a compatibilidade do planejamento
§2º As unidades hospitalares da Ebserh que operam Unidades da contratação com o Termo de Referência do órgão gerenciador.
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II- no caso de adesão, além dos requisitos citados no inciso I, as seguintes regras:
o processo simplificado de planejamento deverá conter pesquisa I- a Ebserh deverá disponibilizar, permanentemente, em sítio
de preços comprovando a vantajosidade econômica da contratação eletrônico oficial, instrumento convocatório de chamamento de in-
pretendida. teressados, de modo a permitir o cadastramento de novos interes-
§3º No caso de adesão à ata de registro de preços, a consulta sados a qualquer tempo;
ao fornecedor beneficiário da ata sobre a aceitação do fornecimen- II- na hipótese do inciso I do caput, quando o objeto não permi-
to deve conter a solicitação de informação sobre eventual direito a tir a contratação simultânea de todos os credenciados, deverão ser
reajuste ou revisão de preços sobre o contrato a ser firmado, decor- adotados critérios objetivos de distribuição da demanda;
rente de fatos ocorridos em momento anterior à consulta, sob pena III- o instrumento convocatório de chamamento de interessa-
de configuração de preclusão do respectivo direito, por se tratar de dos deverá prever as condições padronizadas de contratação e, nas
informação essencial à análise da vantajosidade quanto ao uso do hipóteses dos incisos I e II do caput, deverá definir o valor da con-
registro de preços. tratação;
Art. 92. A concessão de adesão a uma ata de registro de preços IV- na hipótese do inciso III do caput, a Ebserh deverá registrar
firmada pela Ebserh demanda a solicitação prévia de remessa de as cotações de mercado vigentes no momento da contratação;
estudo, elaborado pelo órgão ou entidade que pretende aderir à V- não será permitido o cometimento a terceiros do objeto con-
ata, demonstrando ganho de eficiência, viabilidade e economicida- tratado sem autorização expressa da Ebserh;
de nessa contratação. VI- será admitida a denúncia por qualquer das partes nos pra-
§1º A área de contratos deverá monitorar o recebimento de zos fixados no instrumento convocatório.
solicitações de adesão a atas de registro de preços firmadas pela
unidade da Ebserh, bem como realizar a interlocução com os ór- SEÇÃO VI
gãos ou entidades interessados para solicitar a remessa do estudo DO DIÁLOGO COMPETITIVO
previsto no caput.
§2º O estudo referido no caput deve ser avaliado e validado Art. 95. O diálogo competitivo, por convite ou amplo, é restrito
pela unidade da Ebserh gerenciadora do registro de preços, além de a contratações em que a Ebserh:
complementado com a manifestação prévia da equipe técnica res- I - vise a contratar objeto que envolva, pelo menos, uma das
ponsável pela execução das contratações oriundas da ata, relacio- seguintes condições:
nada ao eventual impacto da adesão e a certificação da adequada a)inovação tecnológica ou técnica;
execução dos contratos, quando for o caso. b)possibilidade de execução com diferentes metodologias; ou
c)possibilidade de execução com tecnologias de domínio res-
SEÇÃO IV trito no mercado;
DO CATÁLOGO ELETRÔNICO DE PADRONIZAÇÃO II- verifique a necessidade de definir e identificar os meios e
as alternativas que possam vir a satisfazer suas necessidades, com
Art. 93. A Ebserh poderá instituir catálogo eletrônico de padro- destaque para os seguintes aspectos:
nização de compras, serviços e obras, destinado a permitir a padro- a)a solução técnica mais adequada;
nização dos itens a serem adquiridos, por intermédio de sistema b)os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi-
informatizado de gerenciamento. nida; ou
Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser utili- c)a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
zado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor preço III- considere que os modos de disputa aberto e fechado não
ou o maior desconto e conterá: permitem apreciação adequada das variações entre propostas.
I- a especificação de bens, serviços ou obras; §1º Na hipótese de diálogo competitivo amplo, serão observa-
II- descrição de requisitos de habilitação de licitantes, confor- das as seguintes etapas:
me o objeto da licitação; I- divulgação de edital contendo os critérios empregados para
III- documentos considerados necessários ao procedimento de pré-seleção dos interessados;
licitação que possam ser padronizados. II- encaminhamento, às empresas selecionadas, de acordos de
confidencialidade para participação no processo;
SEÇÃO V III- envio de solicitações de informação (Request for Informa-
DO CREDENCIAMENTO tion - RFI) às empresas que responderem aos acordos de confiden-
cialidade, contendo as necessidades e as exigências já definidas
Art. 94. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hi- pela Ebserh;
póteses de contratação: IV- encaminhamento, às empresas que responderam aos acor-
I- paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa dos de confidencialidade, de solicitações de proposta (Request for
para a Ebserh a realização de contratações simultâneas em condi- Proposal - RFP) a serem apresentadas em Sessão de Avaliação, com
ções padronizadas; base em especificações técnicas atualizadas diante das informações
II- com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do recebidas;
contratado está a cargo do beneficiário direto da prestação; V- realização de Sessão de Avaliação com as empresas que re-
III- em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante tornarem as RFP, permitindo a defesa das propostas e a entrega da
do valor da prestação e das condições de contratação inviabiliza a documentação;
seleção de agente por meio do procedimento de licitação. VI- avaliação, pela EPC e por banca especialmente designada,
Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão das propostas apresentadas na Sessão de Avaliação, utilizando cri-
definidos nos respectivos instrumentos convocatórios, observadas térios objetivos e subjetivos para cada um dos objetos pretendidos;
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VII- ranqueamento das empresas, a partir dos escores obtidos ca com a participação do mercado fornecedor e demais interessa-
na etapa anterior; dos, sendo precedida de publicação na imprensa oficial e preferen-
VIII- caso reste alguma dúvida sobre qual a melhor solução cialmente registrada em gravação de áudio e vídeo.
apresentada, realização de uma rodada de refinamento das pro- §2º O prazo entre a publicação e a realização da audiência pú-
postas com número reduzido de empresas (Final Proposal Revision blica não pode ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
- FPR); §3º A consulta pública consiste na busca de informações e su-
IX- seleção da empresa com melhor escore obtido. gestões junto ao mercado fornecedor e demais interessados, utili-
§2º Na hipótese de diálogo competitivo por convite, adota- zando-se de ferramentas e divulgação em formatos eletrônicos.
do de forma excepcional e justificada, poderá haver a delimitação §4º O prazo da consulta pública não poderá ser inferior a 5 (cin-
do universo de empresas aptas a concorrerem ao certame, prefe- co) dias úteis.
rencialmente com base em fontes independentes, devendo o rito Art. 97. A EPC solicitará a realização de audiência ou consulta
subsequente seguir as etapas previstas para o diálogo competitivo públicas à área de compras, encaminhando pelo menos a descrição
amplo. do objeto, eventuais especificações técnicas a serem debatidas, os
§3º As seguintes diretrizes serão observadas nos diálogos com- prazos esperados para realização dos procedimentos e a lista de po-
petitivos: tenciais interessados.
I- quando da publicação do instrumento convocatório, a Ebserh Parágrafo único. As unidades organizacionais gestoras ou res-
divulgará apenas suas necessidades e as exigências já definidas; ponsáveis pelas categorias ou subcategorias de compras podem so-
II- é vedada a divulgação de informações de modo discrimina- licitar a realização de audiência ou consulta públicas para debater
tório que possa implicar vantagem para algum interessado; estudos, prospecções e especificações técnicas com os interessa-
III- a Ebserh não poderá revelar a outros interessados as so- dos.
luções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por um Art. 98. A área de compras tomará as providências para a di-
interessado sem o seu consentimento; vulgação de audiência ou consulta públicas, sendo responsável pelo
IV- o diálogo poderá ser mantido até que a Ebserh identifique a recebimento de questionamentos e sugestões dos interessados e
solução que atenda às suas necessidades; repasse aos solicitantes para manifestação, bem como posterior di-
V- o diálogo poderá prever a realização de fases sucessivas, vulgação das respectivas respostas, no caso da consulta pública, ou
caso em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propos- dos registros e gravações, no caso da audiência pública.
tas a serem discutidas; Art. 99. O chamamento público de propostas comerciais para
VI- a Ebserh abrirá prazo não inferior a 20 (vinte) dias para que contratação por dispensa de licitação é considerado uma espécie
os interessados apresentem suas propostas finais, que deverão con- de consulta pública, devendo seguir seus ritos, e somente admite a
ter todos os elementos necessários para a realização do projeto; entrega de propostas de forma eletrônica.
VII- a Ebserh poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes às pro-
postas apresentadas, desde que não impliquem discriminação ou SEÇÃO VIII
distorçam a concorrência entre as propostas; DA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PRIVADO
VIII- a Ebserh definirá a proposta vencedora de acordo com cri-
térios a serem divulgados a todos os interessados no momento da Art. 100. A Ebserh poderá adotar procedimento de Manifes-
abertura do prazo para apresentação de propostas; tação de Interesse Privado - MIP, a ser regulado em normativo
IX- o diálogo competitivo será conduzido por EPC composta de específico, para o recebimento de propostas e projetos de empre-
pelo menos 3 (três) colaboradores, entre empregados, servidores endimentos com vistas a atender necessidades previamente iden-
cedidos ou em exercício na Ebserh; tificadas.
X- a banca de avaliação será composta de pelo menos 5 (cinco) §1º O procedimento de MIP destina-se à apresentação de pro-
colaboradores, entre integrantes de órgão estatutário, emprega- jetos, levantamentos, investigações ou estudos por pessoa física ou
dos, servidores cedidos ou em exercício na Ebserh; jurídica de direito privado, espontaneamente ou a pedido da Eb-
XI- a Auditoria Interna e os órgãos de controle poderão acom- serh.
panhar e monitorar os diálogos. §2º A avaliação e a seleção de projetos, levantamentos, inves-
§4º A banca de avaliação poderá conter a participação adicio- tigações e estudos apresentados serão efetuadas por comissão de-
nal de empregados ou servidores públicos sem vínculo funcional signada pela Ebserh.
com a Ebserh, na proporção de 1 colaborador externo para cada 4 §3º O procedimento de MIP poderá ser restrito a startups, as-
membros internos, desde que possuam notória especialização no sim considerados os microempreendedores individuais, as micro-
objeto a ser contratado e não haja incidência das vedações do art. empresas e as empresas de pequeno porte, de natureza emergente
69 e conflito com a política de transações com partes relacionadas. e com grande potencial, que se dediquem à pesquisa, ao desenvol-
§5º A condução do procedimento de diálogo competitivo está vimento e à implementação de novos produtos ou serviços basea-
condicionada à autorização prévia da Administração Central. dos em soluções tecnológicas inovadoras que possam causar alto
impacto.
SEÇÃO VII Art. 101. O autor ou financiador do projeto poderá participar
DA AUDIÊNCIA E CONSULTA PÚBLICAS da licitação para a execução do objeto, podendo ser ressarcido pe-
los custos aprovados pela Ebserh caso não vença o certame, desde
Art. 96. Havendo necessidade de um conhecimento mais apu- que seja promovida a cessão de direitos.
rado do objeto licitado ou do mercado específico, poderá ser reali- Art. 102. A Ebserh não está obrigada a utilizar, licitar ou contra-
zada audiência ou consulta públicas por solicitação da EPC. tar objeto decorrente de projeto oriundo de procedimento de MIP,
§1º A audiência pública consiste na realização de reunião públi- nem será cobrada pelos projetos, levantamentos, investigações ou
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estudos apresentados. §2º Se o catálogo contiver o bem ou serviço pretendido, a uni-


dade atendida pelo Acordo-Quadro poderá adquiri-lo, devendo:
SEÇÃO IX I- abrir processo administrativo contendo a justificativa da de-
DOS ACORDOS-QUADRO E MERCADO ELETRÔNICO manda e das quantidades a serem adquiridas na aquisição preten-
dida, elaborada pela unidade requisitante, evitando o fracionamen-
Art. 103. As unidades encarregadas de compras centralizadas to de compras;
poderão realizar, de ofício ou a pedido de uma ou mais unidades II- certificar a disponibilidade orçamentária para a aquisição
compradoras atendidas, seleção de fornecedores para firmar Acor- pretendida;
do-Quadro para compra de bens e serviços. III- encaminhar os autos, via Gerência Administrativa, à unida-
§1º O Acordo-Quadro é um acordo entre uma ou mais unida- de centralizadora, respeitando o cronograma de pedidos de com-
des contratantes e um ou mais fornecedores, com natureza de pré- pras ao abrigo dos Acordos-Quadro;
-contrato, cujo objeto é a fixação dos termos dos contratos a serem IV- emitir os empenhos referentes à aquisição pretendida, após
possivelmente celebrados durante um determinado período, prin- receber autorização e orientação da Administração Central;
cipalmente em matéria de preços e, se necessário, das quantidades V- fiscalizar a execução dos empenhos emitidos ao abrigo dos
previstas. Acordos-Quadro, seguindo as regras de recebimento, liquidação e
§2º Cabe à Administração Central conduzir compras centraliza- pagamento previstas no instrumento convocatório.
das para firmar Acordos-Quadro ou autorizar a condução de etapas §3º A rotina de aquisição prevista no parágrafo anterior será
do processo de compras centralizadas por unidade hospitalar per- preferencialmente automatizada por intermédio de sistema de in-
tencente à estatal. formação.
§3º A seleção de fornecedores para firmar Acordos-Quadro Art. 109. No caso de aquisições por intermédio de um Acordo-
será realizada preferencialmente por licitação, sendo admitida as -Quadro, com valor total da compra maior que o limite estabelecido
hipóteses de contratação direta nas situações previstas neste Re- no art. 79, inciso II, serão solicitadas propostas aos fornecedores
gulamento. credenciados, por meio de procedimento de Grandes Compras.
Art. 104. O Acordo-Quadro firmado é de uso obrigatório pe-
las unidades atendidas, que deverão interagir com os fornecedores SUBSEÇÃO II
credenciados, conforme dinâmica de interação previamente pactu- GRANDES COMPRAS
ada.
§1º Após iniciada a vigência de um Acordo-Quadro, quando Art. 110. Nas aquisições acima do limite estabelecido no art.
as unidades atendidas ainda tiverem à disposição condições mais 79, inciso II, chamadas de Grandes Compras, as unidades devem
vantajosas em atas de registro de preços ou contratos vigentes, é comunicar, através do sistema de informação, a intenção de compra
permitida a contratação com base em tais instrumentos, vedada a a todos os fornecedores selecionados na respectiva categoria do
sua substituição. Acordo-Quadro.
§2º A Administração Central poderá autorizar as unidades aten- §1º A intenção de compra incluirá as condições especificas de
didas pelos Acordos-Quadro, de forma excepcional e emergencial, fornecimento pretendidas, concedendo prazo razoável para a apre-
a efetuar compras por outros instrumentos de contratação sobre o sentação de ofertas, que não pode ser inferior a 5 dias úteis a partir
mesmo objeto. da data de publicação.
Art. 105. Os Acordos-Quadro devem preferencialmente gerar §2º A intenção de compra indicará, no mínimo, a data da deci-
Mercados Eletrônicos de compras, contendo lista de bens e/ou ser- são de compra, os requisitos específicos da demanda, as condições
viços e suas correspondentes condições de contratação, através de e os critérios de entrega e os pesos aplicáveis à avaliação das ofer-
sistema de informação, disponíveis para as unidades compradoras. tas.
§3º A unidade deve selecionar a oferta mais conveniente de
SUBSEÇÃO I acordo com o resultado da tabela comparativa, que deve ser feita
MECANISMO DE OPERAÇÃO com base nos critérios de avaliação e ponderações definidos na co-
municação da intenção de compra, devendo a tabela ser anexada
Art. 106. As unidades centralizadoras de compras poderão re- à ordem de compra emitida e servir de base para a aprovação da
alizar processos para firmar Acordos- Quadro considerando, entre contratação.
outros elementos, os planejamentos anuais de compra das unida- Art. 111. Os fornecedores participantes do Acordo-Quadro são
des compradoras atendidas, bem como estudos de demandas mais obrigados a apresentar propostas nos procedimentos de Grandes
comuns e padronizáveis. Compras, respeitado o preço máximo ofertado no procedimento de
Art. 107. As unidades compradoras podem solicitar à respecti- seleção de fornecedores.
va centralizadora a realização de um Acordo-Quadro para objeto ou
conjunto de objetos específicos, ficando a cargo da centralizadora a SUBSEÇÃO III
avaliação de oportunidade e conveniência de atender à demanda. FORMALIZAÇÃO DOS ACORDOS-QUADRO
Art. 108. O Acordo-Quadro vigente será traduzido em um ca-
tálogo, que conterá uma descrição dos bens e serviços oferecidos, Art. 112. O processo de seleção de fornecedores para um Acor-
suas condições de contratação e a identificação dos fornecedores do-Quadro será realizado por intermédio de licitação, de acordo
credenciados. com este Regulamento.
§1º Cada unidade requisitante será obrigada a consultar o ca- Parágrafo único. Os preços ofertados pelos interessados duran-
tálogo antes de iniciar um procedimento de planejamento de con- te a etapa de seleção de fornecedores serão considerados preços
tratação. máximos.
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a solução para o seu concurso!
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Art. 113. O instrumento convocatório para Acordo-Quadro I- para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro de-
deve estabelecer os critérios de avaliação que a Administração con- corrente de caso fortuito ou força maior;
sidera relevantes para o contrato específico e, entre outras coisas, II- por necessidade de alteração do projeto ou das especifica-
deve levar em conta o preço, as condições comerciais, a experiência ções para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação,
dos concorrentes, a qualidade técnica, as considerações ambientais a pedido da Ebserh, desde que não decorrentes de erros ou omis-
e o frete. sões por parte da empresa contratada, observados os limites esta-
Parágrafo único. O instrumento convocatório previsto no caput belecidos neste regulamento;
deverá indicar preferencialmente o critério de menor preço. III- alterações de aspectos formais, sem impacto no objeto con-
Art. 114. Os Acordos-Quadro vigentes serão formalizados por tratado ou no valor do contrato. Art. 118. As contratações Semi-in-
intermédio de Contratos-Marco, compreendidos como pré-contra- tegradas e Integradas observarão os seguintes requisitos:
tos centralizados de execução descentralizada. I- o instrumento convocatório deverá conter:
§1º O prazo de vigência dos Contratos-Marco será de até qua- a)Anteprojeto de Engenharia, no caso de Contratação Integra-
tro anos. da, com elementos técnicos que permitam a caracterização da obra
§2º Os Contratos-Marco devem regulamentar os direitos e as ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica,
obrigações das partes, assim como orientar como a unidade cen- das propostas a serem ofertadas pelos particulares;
tralizadora manterá a supervisão adequada dos Acordos-Quadro. b)TR, nos casos de Contratação Semi-integrada;
§3º A formalização da execução descentralizada poderá ocor- c)documento técnico, com definição precisa das frações do
rer por intermédio de assinatura de contratos, por emissão de no- empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas ino-
tas de empenho ou por outro meio igualmente válido. varem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em termos
§4º Poderá ser admitido o reajuste de preços máximos nos de modificação das soluções previamente delineadas no Anteproje-
Contratos-Marco, nos termos previamente definidos pelo instru- to de Engenharia ou no Projeto Básico, seja em termos de detalha-
mento convocatório. mento dos sistemas e procedimentos construtivos previstos nessas
Art. 115. As falhas no cumprimento de suas obrigações sujei- peças técnicas;
tam os fornecedores às penalidades descritas neste Regulamento e d)matriz de riscos.
no Contrato-Marco. II- o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com
Parágrafo único. A ausência de apresentação de propostas nas base em valores de mercado, em valores pagos pela administração
intenções de compra durante os procedimentos de Grandes Com- pública em serviços e obras similares ou em avaliação do custo glo-
pras implica em apuração de irregularidade na execução contratual bal da obra, aferido mediante orçamento sintético ou metodologia
e sujeita o fornecedor a sanção administrativa. expedita ou paramétrica;
Art. 116. As rescisões antecipadas de Contratos-Marco devem III- o critério de julgamento a ser adotado será o de menor pre-
ser deliberadas pela unidade centralizadora e podem ser motivadas ço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na
por falhas no cumprimento de suas obrigações. avaliação técnica as vantagens e os benefícios que eventualmente
Parágrafo único. No caso de rescisões de Contratos-Marco, a forem oferecidos para cada produto ou solução;
unidade centralizadora deve avaliar a decisão de manutenção dos IV- na Contratação Semi-integrada, o TR poderá ser alterado,
Contratos-Marco restantes em cada Acordo-Quadro, de forma a desde que demonstrada a superioridade das inovações em termos
manter a competitividade da sistemática pela existência de um nú- de redução de custos, de aumento da qualidade, de redução do pra-
mero adequado de fornecedores. zo de execução e de facilidade de manutenção ou operação.
Art. 119. No caso dos orçamentos das Contratações Integradas:
CAPÍTULO VI I- sempre que o Anteprojeto de Engenharia da licitação, por
DAS NORMAS ESPECÍFICAS seus elementos mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço
devem se basear em orçamento tão detalhado quanto possível, de-
SEÇÃO I vendo a utilização de estimativas paramétricas e a avaliação apro-
DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA ximada baseada em outras obras similares ser realizadas somente
nas frações do empreendimento não suficientemente detalhadas
Art. 117. Nas licitações de obras e serviços de engenharia pode- no Anteprojeto de Engenharia da licitação, exigindo-se das contra-
rá ser utilizada a contratação integrada, desde que haja justificati- tadas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento em seus de-
vas técnicas e econômicas e quando o objeto envolver, pelo menos, monstrativos de formação de preços;
uma das seguintes condições: II- quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para
I- inovação tecnológica ou técnica; abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, considera-
II- possibilidade de execução com tecnologias de domínio res- das as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais técnicas esti-
trito no mercado; mativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de preço-base
III - possibilidade de execução com diferentes metodologias. a que viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se das lici-
§1º Na Contratação Integrada, a Ebserh elabora o Anteproje- tantes, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento na motivação
to de Engenharia, ficando sob a responsabilidade da empresa con- dos respectivos preços ofertados.
tratada a elaboração e o desenvolvimento do Projeto Básico e do Art. 120. No caso de licitação de obras e serviços de engenha-
Projeto Executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a ria, deverá ser utilizada a Contratação Semi-integrada, quando for
montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais possível definir previamente no TR as quantidades dos serviços a
operações necessárias e suficientes para entrega final do objeto. serem posteriormente executados na fase contratual, em obra ou
§2º É vedada a celebração de termos aditivos aos contratos serviço de engenharia que possa ser executado com diferentes me-
oriundos de Contratação Integrada, exceto nos seguintes casos: todologias ou tecnologias, podendo ser utilizadas outras modalida-
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des, desde que essa opção seja devidamente justificada. I- MIP, respeitado o disposto no art. 102 e seguintes;
§1º Na Contratação Semi-integrada a elaboração do TR é de II- participação da pessoa física e das pessoas jurídicas de que
responsabilidade da Ebserh, ficando sob a responsabilidade da em- tratam os incisos II e III em licitação ou em execução de contrato,
presa contratada a elaboração e o desenvolvimento do projeto exe- como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão
cutivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Ebserh.
a realização de testes, a pré-operação e todas as demais operações §2º Considera-se participação indireta a existência de vínculos
necessárias e suficientes para entrega final do objeto. de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhis-
§2º A ausência de TR não será admitida como justificativa para ta entre o autor do Projeto Básico, pessoa física ou jurídica, e o lici-
a adoção da modalidade de contratação integrada. tante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluin-
Art. 121. Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou do-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários, bem
serviços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de dis- como a participação de empregados incumbidos de levar a efeito
puta aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à Ebserh, atos e procedimentos realizados para a Ebserh no curso da licitação.
por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos quantitativos e
dos custos unitários, bem como do detalhamento das Bonificações SEÇÃO II
e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os res- DA AQUISIÇÃO DE BENS
pectivos valores adequados ao lance vencedor.
Art. 122. Nas contratações de obras e serviços de engenharia Art. 125. O planejamento de aquisição de bens deve considerar
de grande vulto, o instrumento convocatório poderá exigir a pres- a expectativa de consumo anual e observar o seguinte:
tação de garantia na modalidade seguro-garantia, na forma do art. I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do se-
144. e prever a obrigação de a seguradora, em caso de inadimple- tor privado;
mento pela empresa contratada, assumir a execução e concluir o II - processamento por meio de SRP, quando pertinente;
objeto do contrato, hipótese em que: III- determinação de unidades e quantidades a serem adquiri-
I- a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, das em função de consumo e utilização prováveis, cuja estimativa
como interveniente anuente e poderá: será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
a)ter livre acesso às instalações em que for executado o con- quantitativas, admitido o fornecimento contínuo;
trato principal; IV- condições de guarda e armazenamento que não permitam
b)acompanhar a execução do contrato principal; a deterioração do material;
c)ter acesso a auditoria técnica e contábil; V - atendimento aos princípios:
d)requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra a)da padronização, considerando a compatibilidade de especi-
ou pelo fornecimento. ficações estéticas, técnicas ou de desempenho;
II- a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem b)do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo-
ela indicar para a conclusão do contrato, será autorizada desde que micamente vantajoso;
demonstrada sua regularidade fiscal; c)da responsabilidade fiscal, mediante a verificação da despesa
III- a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, estimada com a prevista no planejamento orçamentário.
total ou parcialmente. §1º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às
§1º São considerados obra ou serviço de engenharia de grande aquisições de bens, devem ser considerados:
vulto aqueles com valor total acima de R$ 50.000.000,00 (cinquenta I- a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
milhões de reais). II- o aproveitamento das particularidades do mercado local, vi-
§2º Na hipótese de inadimplemento da empresa contratada, sando à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos
serão observadas as seguintes disposições: os parâmetros de qualidade;
I- caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, III- o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a
conforme atestado pela Ebserh, estará isenta da obrigação de pagar concentração de mercado.
a importância segurada indicada na apólice; §2º O parcelamento não será adotado quando:
II- caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pa- I- a economia de escala, a redução de custos de gestão de con-
gará a integralidade da importância segurada indicada na apólice. tratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a compra
Art. 123. É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras do mesmo item ou de vários itens do mesmo fornecedor;
e serviços de engenharia, independentemente do regime adotado. II- o objeto a ser contratado configurar sistema único e inte-
Art. 124. É vedada a participação direta ou indireta nas licita- grado e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pre-
ções relativas a obras e serviços de engenharia: tendido;
I- de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o Anteproje- III- o processo de padronização ou de escolha de marca levar a
to de Engenharia ou o TR da licitação; fornecedor exclusivo.
II- de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável Art. 126. O planejamento de aquisição de bens deverá consi-
pela elaboração do Anteprojeto de Engenharia ou do TR da licita- derar ainda:
ção; I- indicação do produto, a partir do catálogo definido como
III- de pessoa jurídica da qual o autor do Anteprojeto de En- padrão pela Administração, preferencialmente, ou a especificação
genharia ou do TR da licitação seja administrador, controlador, ge- completa do bem a ser adquirido;
rente, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último II- definição das unidades e das quantidades a serem adquiri-
caso quando a participação superar 5% (cinco por cento) do capital das;
votante. III - locais de entrega dos produtos;
§1º A vedação do caput não se aplica aos seguintes casos: IV - regras específicas para recebimento provisório e definitivo,
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quando for o caso; SEÇÃO IV


V - indicação das condições de manutenção, assistência técnica DAS CONTRATAÇÕES INTERNACIONAIS
e garantia exigidas;
VI - detalhamento de forma suficiente a permitir a elaboração Art. 129. Para participação de empresas estrangeiras nos pro-
da proposta, com características que garantam qualidade, rendi- cedimentos de contratação em que a execução do objeto se dê em
mento, compatibilidade, durabilidade e segurança. território nacional, o edital deverá observar as seguintes disposi-
Parágrafo único. Em relação à informação de que trata o inciso ções:
V do caput, desde que fundamentada no ETP, a Ebserh poderá exigir I- diretrizes de política monetária e comércio exterior dos ór-
que os serviços de manutenção e assistência técnica sejam presta- gãos competentes, quando cabíveis;
dos mediante deslocamento de equipe técnica ou disponibilidade II- exigências de habilitação mediante apresentação de docu-
em unidade de prestação de serviços localizada em distância com- mentos equivalentes àqueles exigidos da empresa nacional, quan-
patível com suas necessidades. do for possível;
Art. 127. A Ebserh, na licitação para aquisição de bens, poderá, III- necessidade de representação legal no Brasil, prevendo po-
de forma motivada: deres expressos para receber citação e responder administrativa ou
I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses: judicialmente.
a)em decorrência da necessidade de padronização do objeto; Parágrafo único. É possível dispensar a representação legal no
b)quando determinada marca ou modelo comercializado por Brasil no caso de fornecedor exclusivo de objeto cujo valor se en-
mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender o objeto quadre no limite estabelecido no inciso II do art. 79, mediante jus-
do contrato; tificativa fundamentada.
c)quando for necessária, para compreensão do objeto, a iden- Art. 130. Para a realização de obras, prestação de serviços ou
tificação de determinada marca ou modelo apto a servir como refe- aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou
rência, situação em que será obrigatório o acréscimo da expressão doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira, ban-
“ou similar ou de melhor qualidade”. co estrangeiro de fomento, organismo financeiro multilateral ou de-
II- exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimen- mais entidades públicas ou privadas de natureza de direito interna-
to de pré-qualificação ou na fase de julgamento das propostas ou cional, deverão ser admitidas as condições decorrentes de acordos,
de lances ou no período de vigência do contrato ou da ata de regis- protocolos, convenções, tratados e contratos internacionais.
tro de preços; §1º Na situação prevista no caput também serão admitidas as
III- solicitar a certificação, o laudo laboratorial ou documento normas e procedimentos operacionais daquelas entidades, desde
similar que possibilite a aferição da qualidade e da conformidade do que inexistam conflitos com os princípios que regem a Adminis-
produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto am- tração Pública, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta
biental, por instituição oficial competente ou entidade credenciada; mais vantajosa, o qual poderá contemplar, além do preço, outros
IV- vedar a contratação de marca ou produto, quando, median- fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção
te processo administrativo, parecer da Câmara Técnica de Padroni- do financiamento ou da doação.
zação Nacional e deliberação da Administração Central, §2º As normas e procedimentos operacionais citados no §1º
restar comprovado que produtos adquiridos e utilizados ante- deste artigo serão adotados em detrimento da legislação nacional
riormente não atendem a requisitos indispensáveis ao pleno adim- aplicável, observados os princípios deste regulamento quando com-
plemento da obrigação contratual. patível.
§1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade da Art. 131. Poderá ser editada norma operacional versando sobre
proposta, a adequação às normas da Associação Brasileira de Nor- os procedimentos de contratação em que a execução do objeto se
mas Técnicas (ABNT) ou a certificação da qualidade do produto por dê em território estrangeiro, respeitadas as diretrizes deste Regu-
instituição credenciada pelo Sistema Nacional de Metrologia, Nor- lamento.
malização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
§2º No interesse da Administração, as amostras poderão ser SEÇÃO V
examinadas por instituição com reputação ético-profissional na es- DA ALIENAÇÃO
pecialidade do objeto, previamente indicada no instrumento con-
vocatório. Art. 132. A alienação de bens pela Ebserh será precedida de:
§3º Para fins de fundamentação do disposto no inciso IV, po- I- avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hipóte-
derão ser utilizadas informações de fármaco e tecnovigilância, in- ses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 79;
cluindo a verificação de alertas da Agência Nacional de Vigilância II- licitação, ressalvado o previsto nos incisos I e II do art. 192.
Sanitária – Anvisa referentes a fabricante, produto, modelo ou lote/ §1º A avaliação formal será feita observando-se as normas re-
série, por meio de consulta no Portal da agência, e da existência de gulamentares aplicáveis, admitindo- se a aplicação de redutores
queixas técnicas ou eventos adversos nos sistemas nacionais e da sobre o valor de avaliação apurado ou apreciação como bem sem
Rede Ebserh. valor econômico, nos casos em que custos diretos e indiretos, de
natureza econômica, social, ambiental e operacional, bem como,
SEÇÃO III riscos físicos, sociais e institucionais os autorizem, tais como:
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS I- incidência de despesas que não justifiquem a sua manuten-
ção no acervo patrimonial da Ebserh;
Art. 128. A contratação de serviços observará o disposto neste II- classificação do bem como antieconômico, ou seja, de ma-
regulamento e em norma operacional específica, ressalvada a situ- nutenção onerosa ou que produza rendimento precário, em virtude
ação descrita no art. 225, §1º. de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;
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III- classificação do bem como irrecuperável, ou seja, aquele base no volume de inscrições a serem efetivadas;
que não pode ser utilizado para o fim a que se destina ou quando III- relatório de pesquisa de preços, comprovando que o preço
a recuperação ultrapassar 50 % (cinquenta por cento) de seu valor a ser praticado na contratação é igual ou inferior ao praticado pela
de mercado; empresa a ser contratada, podendo ser utilizado como parâmetro
IV- classificação do bem como ocioso, ou seja, aquele que apre- um preço público divulgado em sítio eletrônico ou outro meio de
senta condições de uso, mas não está sendo aproveitado, ou aque- comunicação amplo, desde que contenha a data de acesso;
le que, devido a seu tempo de utilização ou custo de transporte, IV- Termo de Referência.
não justifique o remanejamento para outra unidade ou, por último, Parágrafo único. A adoção do rito simplificado indicado no
aquele para o qual não há mais interesse; caput requer a formalização prévia de EPC permanente.
V- custo de carregamento no estoque;
VI- tempo de permanência do bem em estoque; SEÇÃO IX
VII- depreciação econômica gerada por decadência estrutural/ DAS LOCAÇÕES DE IMÓVEIS
física, desvirtuação irreversível como ocupações irregulares perpe-
tuadas pelo tempo, bem como depreciação gerada por alterações Art. 139. As contratações de locação de imóveis, inclusive na
ambientais no local em que o bem se localiza, como erosões, conta- hipótese prevista no art. 79, V, deste regulamento, devem observar
minações, calamidades, entre outros; os seguintes procedimentos adicionais:
VIII- custo de oportunidade do capital; I- formalização de EPC com, no mínimo, 3 (três) representantes
IX- outros fatores ou redutores de igual relevância. de unidades organizacionais distintas;
§2º O desfazimento, o reaproveitamento, a movimentação e II- elaboração de metodologia para seleção adequada do mo-
a alienação de materiais inservíveis serão regulados em normativo delo de locação a ser efetuado, considerando, ao menos, os custos
específico. com mudança e a restituição de imóveis, bem assim a demonstra-
Art. 133. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens in- ção do custo-benefício favorável no tocante à contratação de ser-
tegrantes do acervo patrimonial da Ebserh as normas da Lei nº viços condominiais inclusos nos contratos de locação imobiliária,
13.303/2016 aplicáveis à sua alienação, inclusive em relação às hi- quando aplicável;
póteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação. III- avaliação, no ETP, da vigência contratual a ser proposta, com
base na estratégia de ocupação de espaços da unidade e na Lei nº
SEÇÃO VI 8.245/1991;
DAS CONTRATAÇÕES DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA IV- vedação à restrição da locação a determinados bairros ou
regiões, salvo quando houver atendimento ao público, caso em que
Art. 134. As contratações de serviços de publicidade e propa- poderá ser privilegiada a localização do imóvel em razão da facilida-
ganda observarão as diretrizes e os procedimentos deste Regula- de de acesso do público-alvo, ou quando seu uso demandar logís-
mento e aqueles previstos em norma específica. tica diária de transporte de materiais ou documentos com impacto
direto na prestação de serviços assistenciais ou de apoio ao ensino
SEÇÃO VII e à pesquisa;
DAS CONTRATAÇÕES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E V- certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e dis-
COMUNICAÇÃO poníveis que atendam ao objeto;
VI- realização de chamamento público de propostas comer-
Art. 135. As contratações de soluções de tecnologia da infor- ciais, contendo anexo descritivo das necessidades e requisitos da
mação e comunicação deverão respeitar o Plano Diretor de Tecno- organização, fundamentadas no ETP elaborado na fase de Planeja-
logia da Informação e Comunicação - PDTIC e demais instrumentos mento da Contratação, no caso de dispensa de licitação prevista no
de gestão estratégica da empresa. art. 79, V;
Art. 136. Poderá ser editada norma específica para tratar das VII- emissão de parecer técnico fundamentado sobre as pro-
contratações de tecnologia da informação e comunicação, ressalva- postas recebidas, com avaliação objetiva baseada nos requisitos
da a situação descrita no art. 225, §1º. descritos;
VIII- a elaboração laudo de avaliação patrimonial do imóvel a
SEÇÃO VIII ser locado, para suportar as negociações de preços sobre a propos-
DAS CONTRATAÇÕES DE TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO ta do imóvel escolhido.
§1º As avaliações patrimoniais dos imóveis a serem locados,
Art. 137. As contratações de treinamento e capacitação ob- nos termos do inciso VIII do caput, devem ser realizadas:
servarão o planejamento anual de capacitação da Administração I - pela Caixa Econômica Federal, mediante contrato ou convê-
Central ou da unidade hospitalar, conforme caso, respeitando-se o nio específico;
enquadramento legal constante do art. 81, inciso II alínea “f”. II - por particulares habilitados, mediante celebração de con-
Art. 138. No caso de aquisição de inscrições em cursos abertos tratos;
ou in company, até o limite de valor do inciso II do art. 79, poderá III - por profissional devidamente habilitado com registro ativo
ser adotado um rito simplificado de formalização de demanda e de no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA ou no
planejamento de contratação, que consiste em: Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU.
I- DFD contendo a indicação e ciência dos membros da EPC fixa §2º As disposições deste artigo se aplicam, no que couber, à
que participarão do planejamento da respectiva contratação e se- compra de imóveis.
rão responsáveis pela elaboração dos documentos pertinentes; Art. 140. A Ebserh poderá firmar contratos de locação de imó-
II- registro de tentativa de negociação de preços, inclusive com veis nos quais o locador realiza prévia aquisição, construção ou
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reforma substancial, com ou sem aparelhamento de bens, por si ção exclusiva de mão de obra, os valores para o pagamento das fé-
mesmo ou por terceiros, do espaço físico especificado. rias, décimo terceiro salário e verbas rescisórias aos trabalhadores
Parágrafo único. O valor da locação a que se refere o caput não da contratada serão depositados pela Administração em conta vin-
poderá exceder, ao mês, 1% (um por cento) do valor do imóvel lo- culada específica, aberta em nome da contratada, com movimenta-
cado. ção somente por ordem da contratante;
XIII- o foro do contrato, e quando necessário, a legislação apli-
SEÇÃO X cável.
DAS CESSÕES DE USO DE ÁREAS E INSTALAÇÕES Parágrafo único. Poderá ser admitida adoção de mecanismos
de solução pacífica de conflitos relativos a direitos patrimoniais dis-
Art. 141. As cessões de uso de áreas e instalações, edificadas ou poníveis, observando-se as disposições da Lei nº 9.307/1996.
não edificadas, devem observar os dispositivos deste regulamento. Art. 144. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contrata-
§1º As cessões de uso de imóveis sob domínio ou posse da Eb- ções de obras, serviços e compras.
serh devem obedecer ao disposto nos contratos de gestão firmados §1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
com as Instituições Federais de Ensino Superior. lidades de garantia:
§2º Inexistindo vedação expressa no contrato de gestão, as ces- I - caução em dinheiro;
sões de uso de que trata o caput, a título gratuito ou oneroso, de II- seguro-garantia, emitido por instituição credenciada na Su-
áreas para exercício de atividades de apoio necessárias ao desem- perintendência de Seguros Privados - Susep;
penho da atividade da Ebserh não serão consideradas utilização em III- fiança bancária, emitida por banco ou instituição financei-
fim diverso do previsto no referido contrato. ra devidamente autorizada a operar no país pelo Banco Central do
§3º Quando destinadas a empreendimentos com fins lucrati- Brasil.
vos, as cessões de uso deverão ser sempre onerosas e, sempre que §2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cinco
houver condições de competitividade, deverá ser observado o pro- por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mes-
cedimento licitatório previsto neste regulamento. mas condições nele estabelecidas.
§3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
TÍTULO III volvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o li-
DOS CONTRATOS E CONVÊNIOS mite de garantia previsto no parágrafo segundo poderá ser elevado
para até 10% (dez por cento) do valor do contrato.
CAPÍTULO I §4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti-
DOS CONTRATOS tuída após a execução do contrato, devendo ser atualizada moneta-
riamente na hipótese do inciso I do parágrafo primeiro deste artigo.
Art. 142. Os contratos firmados pela Ebserh regulam-se pelas §5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens
normas aqui descritas, pelos preceitos de direito privado e pela Lei pela Ebserh, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da
nº 13.303/2016. garantia poderá ser acrescido o valor desses bens.
Art. 143. São cláusulas necessárias nos contratos: §6º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será
I- o objeto e seus elementos característicos; exigida garantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for
II- o regime de execução ou a forma de fornecimento; inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor do orçamento
III- o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data- estimado, equivalente à diferença entre esse último e o valor da
-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios proposta, sem prejuízo das demais garantias exigidas.
de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri- Art. 145. A Ebserh pode promover o pagamento antecipado
gações e a do efetivo pagamento; nas contratações em casos excepcionalíssimos, devidamente justifi-
IV- o cronograma de execução, com as respectivas entregas, cados, desde que essa medida:
quando for o caso, e de recebimento; I- represente condição indispensável para obter o bem ou asse-
V- a indicação dos recursos orçamentários que assegurem o pa- gurar a prestação do serviço; ou
gamento das obrigações, quando cabível; II- propicie significativa economia de recursos.
VI- as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do §1º Na hipótese de que trata o caput deste artigo, a Adminis-
objeto contratual, quando exigidas; tração deverá:
VII- os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações I- prever a antecipação de pagamento em edital ou em instru-
das infrações e as respectivas penalidades e valores das multas; mento formal de contratação direta;
VIII- os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para II- exigir a devolução integral do valor antecipado na hipótese
alteração de seus termos; de inexecução do objeto, atualizado monetariamente pela variação
IX- a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva lici- acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
tação ou ao termo que instruiu a contratação, bem como ao lance (IPCA), ou índice que venha a substituí-lo, desde a data do paga-
ou proposta do licitante vencedor ou do proponente, no caso de mento da antecipação até a data da devolução;
contratação direta; III- prever cautelas aptas a reduzir o risco de inadimplemento
X- a obrigação de o contratado manter, durante a execução do contratual, tais como:
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, a)a comprovação da execução de parte ou de etapa inicial do
as condições de habilitação e qualificação exigidas no curso do pro- objeto pelo contratado, para a antecipação do valor remanescente;
cedimento licitatório; b)a prestação de garantia nas modalidades de que trata o art.
XI- Matriz de Riscos, quando cabível; 144, de até 100% (cem por cento) do valor a ser adiantado, ainda
XII- a determinação de que, nos casos de contrato com dedica- que ultrapasse o percentual usual de garantia prestada;
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c)a emissão de título de crédito pelo contratado; dentro da vigência contratual.


d)o acompanhamento da mercadoria, em qualquer momento Art. 150. Os contratos regidos por este Regulamento somente
do transporte, por representante da Administração. poderão ser prorrogados por acordo entre as partes, vedando-se
§2º É vedado o pagamento antecipado pela Administração ajuste que resulte em violação da obrigação de licitar.
na hipótese de prestação de serviços com regime de dedicação §1º Os contratos poderão ter a sua duração prorrogada com
exclusiva de mão de obra, com exceção de parcelas referentes a vistas à manutenção de preços e condições mais vantajosas para a
investimentos em infraestrutura e equipamentos necessários para Ebserh, respeitado o disposto no art. 147.
a implantação dos serviços demandados, desde que cumpridos os §2º Na contratação por escopo, caso excepcionalmente e de
requisitos indicados no caput. forma justificada não tenha sido viabilizada a prorrogação de seu
Art. 146. Nas contratações de serviços contínuos com regime prazo de vigência por aditamento, poderá haver sua prorrogação
de dedicação exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumpri- automática quando seu objeto não for concluído no período firma-
mento pelo contratado de obrigações trabalhistas, previdenciárias do no contrato, por apostilamento, desde que registradas nos autos
e com o FGTS, a Ebserh, mediante previsão em edital ou contrato, as ocorrências supervenientes que ocasionaram a não conclusão do
deverá adotar, entre outras medidas, os seguintes controles inter- objeto, sem prejuízo de eventual apuração de responsabilidade.
nos: §3º Na hipótese do parágrafo anterior, quando a não conclusão
I- Conta-Depósito Vinculada - bloqueada para movimentação, no prazo decorrer de culpa da contratada, deverão ser aplicadas as
conforme disposto em Caderno de Logística, elaborado pela Secre- sanções administrativas cabíveis e/ou a rescisão do contrato, po-
taria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e dendo, nesse último caso, ser adotadas as medidas admitidas neste
Gestão, sem prejuízo da edição de norma interna pela Ebserh; ou Regulamento para a continuidade da execução contratual.
II- Pagamento pelo Fato Gerador, conforme disposto em Cader- Art. 151. A ausência de formalização contratual não exonera
no de Logística, elaborado pela Secretaria de Gestão do Ministério a Ebserh do dever de indenizar o contratado pelo que este houver
do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, sem prejuízo da edi- executado, apurando-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
ção de norma interna pela Ebserh. Art. 152. É dispensável a redução a termo do contrato, com sua
Art. 147. A duração dos contratos regidos por este Regulamen- substituição por documento equivalente:
to não excederá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebra- I- nas contratações por escopo de serviços cujos valores se en-
ção, exceto: quadrem no limite do inciso II do art. 79, desde que não resultem
I- para projetos contemplados no plano de negócios e investi- obrigações futuras, dentre as quais se inclui a assistência técnica;
mentos da Ebserh; II- nas contratações por escopo de bens das quais não resultem
II- nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) obrigações futuras, dentre as quais se inclui a assistência técnica,
anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo independentemente de seu valor;
inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio; III- nos casos em que a substituição por documento equivalen-
III- nas locações de imóveis; te seja prática de mercado.
IV- no contrato sob o regime de fornecimento e prestação de §1º Para efeito deste artigo, constituem documentos equiva-
serviço associado, que terá sua vigência máxima definida pela soma lentes a carta-contrato, a autorização de compra, a ordem de exe-
do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra com o cução de serviço, nota de empenho, ou qualquer outro documento
prazo relativo ao serviço de operação e manutenção, este limitado que comprove a efetivação da despesa.
a 5 (cinco) anos contados da data de recebimento do objeto inicial. §2º O disposto no caput não prejudicará o registro contábil
Art. 148. É vedado o contrato por prazo indeterminado. exaustivo dos valores despendidos e a exigência de recibo por parte
Parágrafo único. É admitido prazo de vigência indeterminado dos respectivos destinatários.
nos contratos em que a Ebserh seja usuária de serviços públicos Art. 153. Será convocado o licitante vencedor ou o destinatário
essenciais de energia elétrica, água e esgoto, dentre outros, assim de contratação para assinar o termo de contrato, observados o pra-
como de serviços postais monopolizados pela ECT (Empresa Brasi- zo e as condições estabelecidos, sob pena de decadência do direito
leira de Correios e Telégrafos), desde que no processo da contra- à contratação.
tação estejam explicitados os motivos que justificam a adoção do §1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez,
prazo indeterminado e comprovadas, a cada exercício financeiro, a por igual período.
estimativa de consumo e a existência de previsão de recursos orça- §2º É facultado à Ebserh, quando o convocado não assinar o
mentários. termo de contrato no prazo e nas condições estabelecidos:
Art. 149. O contrato terá sua duração definida de acordo com I- convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifica-
as seguintes formas de contratação: ção, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
I- contratação continuada, nas situações em que a necessidade pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados
permanente ou prolongada do objeto impõe à parte contratada o em conformidade com o instrumento convocatório;
dever de realizar uma conduta que se renova ou se mantém no de- II- revogar a licitação.
curso do tempo durante a vigência contratual; Art. 154. Os termos de contrato, termos aditivos e termos de
II- contratação por escopo, nas situações em que o fim contra- rescisão serão assinados pelas seguintes autoridades da Ebserh, ve-
tual almejado consiste na entrega de objeto certo e determinado, dada a subdelegação:
extinguindo-se a relação jurídica com o alcance do resultado con- I- na Administração Central, pelo Presidente em conjunto com
tratado. um Diretor;
§1º Os contratos firmados pela Ebserh deverão estabelecer, II- nas unidades hospitalares, pelo Superintendente em conjun-
expressamente, a data de início e encerramento de sua vigência. to com um Gerente.
§2º Eventuais alterações ou prorrogações deverão ser firmadas Parágrafo único. Os termos de apostilamento podem ser for-
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malizados somente pelo Diretor de Administração e Infraestrutura, CAPÍTULO II


no caso da Administração Central, ou pelo Gerente Administrativo, DA GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
no caso das unidades hospitalares.
Art. 155. Os termos de contratos, termos aditivos e termos de Art. 161. A execução dos contratos deverá ser acompanhada e
rescisão, após formalizados, deverão ser publicados no Diário Ofi- fiscalizada pela Ebserh com o objetivo de garantir a observância dos
cial da União e no Portal da Ebserh. direitos e o cumprimento das obrigações pactuadas, bem como a
Parágrafo único. As atas de registro de preços, como instru- obediência à legislação pertinente.
mentos pré-contratuais, devem ser publicadas somente no Portal §1º A execução dos contratos deverá ser acompanhada e fisca-
da Ebserh. lizada por representantes da Ebserh especialmente designados, ou
Art. 156. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa
o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou in- atribuição, desde que justificada a necessidade de assistência es-
correções resultantes da execução ou de materiais empregados, e pecializada.
responderá por danos causados diretamente a terceiros ou à Eb- §2º Na hipótese de contratação de terceiros prevista no §1º
serh, independentemente da comprovação de sua culpa ou dolo na deste artigo, deverão ser observadas as seguintes disposições:
execução do contrato. I- a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabi-
Art. 157. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis- lidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e
contrato. não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de representan-
§1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos traba- tes da Ebserh;
lhistas, fiscais e comerciais não transfere à Ebserh a responsabilida- II- a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade
de por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou dos representantes da Ebserh designados para controlar e fiscali-
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive zar os contratos, nos limites das informações recebidas do terceiro
perante o Registro de Imóveis. contratado.
§2º Será responsabilizado aquele que proceder com culpa no Art. 162. A empresa contratada deverá indicar preposto, aceito
cumprimento das obrigações previstas neste Regulamento, espe- pela Ebserh, para representá-la durante a execução do contrato.
cialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratu- Parágrafo único. O instrumento convocatório poderá exigir a
ais e legais da prestadora de serviço como empregadora, no caso de manutenção de preposto no local da obra ou do serviço.
serviço com dedicação exclusiva de mão de obra. Art. 163. As atividades de gestão e fiscalização da execução con-
Art. 158. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí- tratual competem aos gestores da execução dos contratos, auxilia-
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar dos pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em usuário, conforme o caso, de acordo com as seguintes disposições:
cada caso, pela Ebserh, conforme previsto no edital do certame. I- gestão do contrato: coordenação das atividades relacionadas
§1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação ao à fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuá-
objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técnica im- rio, bem como dos atos preparatórios à instrução processual e ao
postas ao licitante vencedor. encaminhamento da documentação pertinente à área de acom-
§2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que panhamento dos contratos para formalização dos procedimentos
tenha participado: quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, ree-
I - do procedimento licitatório do qual se originou a contrata- quilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos
ção; contratos, dentre outros;
II - direta ou indiretamente, da elaboração de Termo de Refe- II- fiscalização técnica: acompanhamento com o objetivo de
rência, Projeto Básico ou Projeto Executivo. avaliar a execução do objeto nos moldes contratados e, se for o
§3º As empresas de prestação de serviços técnicos especializa- caso, aferir se a quantidade, qualidade, tempo e modo da presta-
dos deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico execu- ção dos serviços ou fornecimento de bens estão compatíveis com
tem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas, quando os indicadores de níveis mínimos de desempenho estipulados no
a respectiva relação for apresentada em procedimento licitatório ato convocatório, para efeito de pagamento conforme o resultado;
ou em contratação direta. III- fiscalização administrativa de contratos com dedicação
Art. 159. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou ser- exclusiva de mão de obra: acompanhamento dos aspectos admi-
viços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais autô- nistrativos da execução dos serviços nos contratos com regime de
nomos ou por empresas contratadas passam a ser propriedade da dedicação exclusiva de mão de obra quanto às obrigações previ-
Ebserh, sem prejuízo da preservação da identificação dos respecti- denciárias, fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providências
vos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída. tempestivas nos casos de inadimplemento;
Art. 160. É possível à empresa contratada caucionar ou ceder IV- fiscalização administrativa de contratos de execução indire-
os créditos do contrato, para qualquer operação financeira, desde ta de obras públicas: acompanhamento mensal, por amostragem,
que haja prévia e expressa autorização da unidade contratante da do cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para
Ebserh. com o FGTS, em relação aos empregados da contratada que efetiva-
mente participarem da execução do contrato;
V- fiscalização administrativa de contratos sobre soluções de
tecnologia da informação e comunicação: acompanhamento dos
aspectos administrativos da execução dos contratos sobre soluções
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de tecnologia da informação quanto à verificação de aderência dos Registro de Preços, compreendendo as atividades de gestão e fis-
recebimentos realizados aos termos do contrato, bem como verifi- calização dos elementos de natureza pré-contratual e das contrata-
cação das regularidades fiscais, trabalhistas e previdenciárias, para ções decorrentes da ata de registro de preços.
fins de pagamento; Parágrafo único. Os elementos pré-contratuais sob gestão e
VI- fiscalização setorial: acompanhamento da execução do con- fiscalização da Equipe de Fiscalização de Ata de Registro de Preços
trato nos aspectos técnicos ou administrativos quando a prestação compreendem, inclusive, a troca ou substituição de marcas e pro-
dos serviços ou fornecimento de bens ocorrer concomitantemente dutos, a manifestação sobre a oportunidade de concessão de ade-
em setores distintos ou em unidades desconcentradas de um mes- são e os impactos sobre eventuais alterações de preços ou cancela-
mo órgão ou entidade; mento da ata, realizados com suporte da área de contratos.
VII- fiscalização pelo público usuário: acompanhamento da Art. 166. A EFC deve promover a abertura de processo adminis-
execução contratual por pesquisa de satisfação junto ao usuário, trativo específico, relacionado ao principal, para consolidar a docu-
com o objetivo de aferir os resultados da prestação dos serviços ou mentação referente à fiscalização contratual, viabilizando a juntada
fornecimento de bens, os recursos materiais e os procedimentos de documentos referentes à execução do contrato.
utilizados pela contratada, quando for o caso, ou outro fator deter- Art. 167. A EFC contará com o suporte das áreas de acompa-
minante para a avaliação dos aspectos qualitativos do objeto; nhamento e de fiscalização administrativa dos contratos, que atu-
VIII- Equipe de Fiscalização do Contrato - EFC: conjunto de co- arão para disseminar boas práticas entre as EFC e para apoiar a
laboradores responsáveis pela gestão e fiscalização contratual, na instituição de controles internos administrativos sobre a gestão e
qualidade de titulares ou substitutos. fiscalização contratual.
Art. 164. A Ebserh designará formalmente a EFC, por ato do §1º Os contratos deverão ser monitorados pelas instâncias in-
Diretor de Administração e Infraestrutura ou do Gerente Adminis- teressadas na organização por intermédio de processos de trabalho
trativo, conforme o caso, podendo conter a indicação de titulares e com incorporação de tecnologia da informação, como:
substitutos para as atividades elencadas. I- sistema eletrônico de processos administrativos, no qual
§1º Somente podem atuar na EFC colaboradores com vínculo ocorrerá a assinatura eletrônica de termos de contratos e demais
direto com a Administração Pública, seja celetista, comissionado ou instrumentos similares;
estatutário, indicados preferencialmente pela unidade requisitante, II- sistema de gestão de contratos, que conterá uma base de
com exceção dos fiscais administrativos. dados dos contratos em execução e deverá permitir ações de trans-
§2º O gestor e os fiscais deverão ser cientificados, expressa- parência ativa de informações e documentos.
mente, da indicação e respectivas atribuições antes da formalização §2º Os contratos devem ser classificados por categoria e sub-
do ato de designação. categoria de compras, conforme tipologia definida pela Administra-
§3º Os substitutos eventualmente designados atuarão nas au- ção Central.
sências e nos impedimentos eventuais e regulamentares dos titu- §3º Deverá haver uma classificação especial de contratos de ar-
lares. rendamento mercantil, cujos reflexos contábeis devem ser monito-
§4º Na ausência, a qualquer título, de gestor e fiscal(ais) do rados pelas áreas de contabilidade, conforme normativo específico.
contrato, as providências de suas alçadas ficarão a cargo da chefia
responsável pela unidade requisitante, que assumirá integralmente SEÇÃO I
as atividades e responsabilidades dos ausentes ou não designados. DO RECEBIMENTO DO OBJETO
§5º É admitida, de forma excepcional e principalmente no caso
de contratações de menor complexidade, a designação de EFC so- Art. 168. O objeto do contrato será recebido, conforme forma-
mente com dois membros, quais sejam, o gestor do contrato titu- lização em termos específicos:
lar e seu substituto, que acumularão todas as competências de EFC I- provisoriamente, pelo fiscal técnico do contrato, para verifi-
previstas neste Regulamento. cação da conformidade com as exigências contratuais;
§6º No caso de aquisições de bens em que haja ordem de for- II- definitivamente, pelo gestor do contrato, após validação dos
necimento com valor superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil re- demais integrantes da EFC, quando verificado o atendimento das
ais), a EFC deverá ser formada com pelo menos 3 (três) membros exigências contratuais.
titulares, sendo 1 (um) necessariamente representante da unidade §1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em
requisitante. parte, quando executado em desacordo com o contrato.
§7º Deve ser evitada a designação de integrantes da EFC que §2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a respon-
acumulem papéis de gestão na organização com maior alçada deci- sabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem
sória, a exemplo de membros da Diretoria Executiva e do Colegiado a responsabilidade ético-profissional pela perfeita execução do con-
Executivo, que podem, conforme o caso, exercer controles internos trato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
sobre a atuação das EFC sob sua supervisão. §3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimentos
§8º Aplica-se a recomendação do §7º aos dirigentes máximos provisório e definitivo serão definidos em norma ou no contrato.
da Auditoria Interna, da Corregedoria-Geral e da Ouvidoria-Geral, §4º Salvo disposição em contrário constante do instrumento
em razão de suas atividades de apoio à Alta Administração. convocatório, os ensaios, testes e demais provas para aferição da
§9º No caso de contratações por escopo enquadradas nos limi- boa execução do objeto do contrato exigidos por normas técnicas
tes dos incisos I e II do art. 79, é dispensada a designação de EFC, oficiais correm por conta da empresa contratada.
quando o encargo de gestão contratual ficará sob responsabilidade Art. 169. O recebimento definitivo do objeto contratado, repre-
da chefia responsável pela unidade requisitante da contratação. sentando o ateste da execução da despesa, é requisito para a instru-
Art. 165. No caso de formalização de ata de registro de preços, ção do processo de pagamento de despesas contratadas.
é recomendada a designação de Equipe de Fiscalização de Ata de Art. 170. A ocorrência de irregularidade fiscal, trabalhista ou
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de seguridade social da empresa contratada requer a abertura de lidade da contratada.


procedimento de apuração de irregularidade na execução contra- §4º A variação do valor contratual para fazer face a repactu-
tual, mas não autoriza a retenção de pagamentos sobre execução ação ou reajuste de preços previsto no próprio contrato e as atu-
contratual realizada, sob pena de enriquecimento ilícito. alizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes
Parágrafo único. No caso de contratos sobre serviços com de- das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho
dicação exclusiva de mão de obra ou de contratos de execução de de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor
obras públicas, caso não seja apresentada a documentação com- corrigido, não caracterizam alteração do contrato e podem ser re-
probatória do cumprimento das obrigações trabalhistas, previden- gistrados por termo de apostilamento, dispensada a celebração de
ciárias e para com o FGTS, a Ebserh: aditamento.
I- comunicará o fato à empresa contratada e reterá o pagamen- Art. 172. O reequilíbrio econômico-financeiro do contrato po-
to da fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até derá ocorrer por meio de:
que a situação seja regularizada; I - reajuste em sentido estrito;
II- não havendo quitação das obrigações por parte da contrata- II- repactuação;
da no prazo de quinze dias, a Ebserh poderá efetuar o pagamento III- revisão.
das obrigações diretamente aos empregados da empresa contra- §1º O reajuste em sentido estrito ou a repactuação serão con-
tada que tenham participado da execução dos serviços objeto do cedidos por termo de apostilamento e a revisão será formalizada
contrato, no limite dos valores retidos, situação na qual o sindicato por termo aditivo.
representante da categoria do trabalhador deverá ser notificado §2º O reajuste em sentido estrito pode ser concedido de ofício.
para acompanhar o pagamento das verbas. §3º Para a formalização do reajuste em sentido estrito ou da re-
pactuação não é necessária a concordância da empresa contratada
SEÇÃO II com os cálculos efetuados pela Administração.
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS §4º A empresa contratada pode interpor recurso administra-
tivo, sem efeito suspensivo, sobre os cálculos efetuados pela Ad-
Art. 171. Os contratos contarão com cláusula que estabeleça a ministração para a concessão de reequilíbrio econômico-financeiro.
possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, nos seguin- Art. 173. O reajuste em sentido estrito deve observar os dis-
tes casos: positivos previstos no instrumento convocatório ou, excepcio-
I- quando houver modificação do projeto ou das especifica- nalmente, a combinação de índice para o reajuste, o qual deverá
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; ser preferencialmente um índice setorial ou específico, e, apenas
II- quando necessária a modificação do valor contratual em de- na ausência de tal índice, um índice geral, que deverá ser o mais
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, conservador possível de forma a não onerar injustificadamente a
nos limites permitidos pelo art. 177; Administração.
III- quando conveniente a substituição da garantia de execução; §1º O reajuste deverá observar o interregno mínimo de um ano
IV- quando necessária a modificação do regime de execução da data limite para apresentação da proposta.
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face §2º Os reajustes subsequentes respeitarão o interregno míni-
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais mo de um ano, contado a partir dos efeitos do reajuste anterior.
originários; §3º Caso o contrato possua vigência superior a 12 (doze) me-
V- quando necessária a modificação da forma de pagamento, ses, deverá haver consulta formal ao contratado quanto à possível
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor renúncia ao direito ao reajuste a cada anualidade, ou redução do
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- percentual aplicável.
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- Art. 174. A repactuação de preços, como espécie de reajuste
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; contratual, deverá ser utilizada nas contratações de serviços con-
VI- para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- tinuados com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, des-
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- de que seja observado o interregno mínimo de um ano da data da
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, apresentação da proposta ou da data da última repactuação.
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- §1º A repactuação pode ser dividida em tantas parcelas quanto
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou forem necessárias, podendo ser realizada em momentos distintos
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou para discutir a variação de custos que tenham sua anualidade resul-
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força tante em datas diferenciadas, tais como os custos decorrentes da
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- mão de obra, quando deve ser considerada a data do acordo, con-
mica extraordinária e extracontratual. venção ou dissídio coletivo, e os custos decorrentes dos insumos
§1º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos necessários à execução do serviço, quando deve ser considerada a
ou encargos legais, bem como a superveniência de disposições le- data da apresentação da proposta.
gais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, §2º Quando a contratação envolver mais de uma categoria pro-
com comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a fissional, com datas-bases diferenciadas, a repactuação deve ser di-
revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. vidida em tantas quanto forem os acordos, dissídios ou convenções
§2º Em havendo alteração do contrato que aumente ou reduza coletivas das categorias envolvidas na contratação.
os encargos do contratado, a Ebserh deverá restabelecer, por adita- §3º A repactuação em razão de novo acordo, dissídio ou con-
mento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. venção coletiva deve repassar integralmente o aumento de custos
§3º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos da mão de obra decorrente desses instrumentos, inclusive novos
supervenientes alocados na Matriz de Riscos como de responsabi- benefícios não previstos na proposta original que tenham se torna-
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do obrigatórios por força deles. Art. 176. Desde que cumpridos todos os requisitos próprios
§4º O interregno mínimo de um ano para a primeira repactua- para a concessão de reajuste em sentido estrito, repactuação ou
ção será contado a partir: revisão em momento anterior à assinatura do termo de contrato,
I- da data limite para apresentação das propostas constante do este poderá ser firmado com valores reajustados ou revistos, con-
ato convocatório, em relação aos custos com a execução do serviço forme o caso.
decorrentes do mercado, tais como o custo dos materiais e equipa- Art. 177. O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições
mentos necessários à execução do serviço; ou contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem neces-
II- da data do Acordo, Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho sários nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
ou equivalente vigente à época da apresentação da proposta quan- cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular
do a variação dos custos for decorrente da mão de obra e estiver de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cin-
vinculada às datas-bases destes instrumentos. quenta por cento) para os seus acréscimos.
§5º Nas repactuações subsequentes à primeira, a anualidade §1º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
será contada a partir da data do fato gerador que deu ensejo à últi- estabelecidos no caput, salvo as supressões resultantes de acordo
ma repactuação. celebrado entre as partes.
§6º A repactuação deve ser precedida de solicitação da con- §2º Se no contrato não houver preços unitários para obras ou
tratada, acompanhada de demonstração analítica da alteração dos serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, res-
custos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação peitados os limites estabelecidos no caput.
de preços e do novo acordo, convenção ou dissídio coletivo que fun- §3º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o con-
damenta a repactuação, conforme for a variação de custos objeto tratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos tra-
da repactuação. balhos, esses materiais deverão ser ressarcidos pela Ebserh pelos
§7º A Ebserh não se vinculará às disposições contidas em acor- custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente
dos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tratem de corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventual-
matéria não trabalhista, de pagamento de participação dos traba- mente decorrentes da supressão, desde que regularmente compro-
lhadores nos lucros ou resultados do contratado, ou que estabele- vados.
çam direitos não previstos em lei, como valores ou índices obriga-
tórios de encargos sociais ou previdenciários, bem como de preços CAPÍTULO III
para os insumos relacionados ao exercício da atividade. DAS SANÇÕES E DA RESCISÃO DE CONTRATOS
§8º É vedado à Ebserh se vincular às disposições previstas nos
acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tratem SEÇÃO I
de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
a Administração Pública, na qualidade de tomadora de serviços.
§9º Os novos valores contratuais decorrentes das repactuações Art. 178. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Ebserh
terão suas vigências iniciadas da seguinte forma: poderá, garantido o regular processo administrativo, aplicar ao con-
I- a partir da ocorrência do fato gerador que deu causa à repac- tratado as seguintes sanções:
tuação, como regra geral; I - advertência, na forma prevista no instrumento convocatório
II- em data futura, desde que acordada entre as partes, sem ou no contrato;
prejuízo da contagem de periodicidade e para concessão das próxi- II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
mas repactuações futuras; ou no contrato;
III- em data anterior à ocorrência do fato gerador, exclusiva- III - suspensão temporária de participação em licitação e im-
mente quando a repactuação envolver revisão do custo de mão de pedimento de contratar com a Ebserh, por prazo não superior a 2
obra em que o próprio fato gerador, na forma de Acordo, Conven- (dois) anos.
ção ou Dissídio Coletivo de Trabalho, contemplar data de vigência §1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia presta-
retroativa, podendo esta ser considerada para efeito de compensa- da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen-
ção do pagamento devido, assim como para a contagem da anuali- ça, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos
dade em repactuações futuras. pela Ebserh ou cobrada judicialmente.
§10 Os efeitos financeiros da repactuação deverão ocorrer ex- §2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão ser
clusivamente para os itens que a motivaram e apenas em relação à aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa prévia do
diferença porventura existente. interessado, no respectivo processo, ser apresentada no prazo de
Art. 175. A revisão deve ser precedida de solicitação da empre- 10 (dez) dias úteis a contar da notificação da instauração do proces-
sa contratada, acompanhada de comprovação: so administrativo para apuração de descumprimento de obrigação
I- dos fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém com consequ- contratual.
ências incalculáveis; §3º Deverá ser emitida GRU - Guia de Recolhimento da União
II- da alteração de preços ou custos, por meio de notas fiscais, para pagamento da multa devida pela empresa contratada.
faturas, tabela de preços, orçamentos, notícias divulgadas pela im- §4º Caso não seja identificado o pagamento da GRU sobre a
prensa e por publicações especializadas e outros documentos per- multa, a Administração deverá proceder com o desconto de even-
tinentes, preferencialmente com referência à época da elaboração tuais créditos em benefício da empresa contratada e, caso não exis-
da proposta e do pedido de revisão; tam créditos disponíveis, executar a garantia contratual, restando
III- de demonstração analítica, por meio de planilha de custos possível a cobrança judicial dos valores devidos na hipótese de não
e formação de preços, sobre os impactos da alteração de preços ou quitação da multa após os procedimentos listados.
custos no total do contrato. §5º A sanção de suspensão temporária de participação em li-
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citação e impedimento de contratar poderá também ser aplicada à Art. 184. Constituem motivo para a rescisão unilateral do con-
empresa ou ao profissional que: trato:
I- tenha sofrido condenação definitiva por praticar, por meios I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações,
dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; projetos ou prazos;
II- tenha praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos II - a decretação de falência ou a instauração de insolvência ci-
da licitação; vil;
III- demonstre não possuir idoneidade para contratar com a Eb- III- o descumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da
serh em virtude de atos ilícitos praticados; Constituição Federal, que proíbe o trabalho noturno, perigoso ou
IV- convocado dentro do prazo de validade da sua proposta ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores de
da vigência da ata de registro de preços, não celebrar o contrato; 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
V- deixar de entregar a documentação exigida para o certame; IV- a prática de atos previstos na Lei nº 12.846/2013;
VI - apresentar documentação falsa exigida para o certame; V- a inobservância da vedação ao nepotismo, nos termos do
VII - ensejar o retardamento da execução do objeto da licita- Decreto nº 7.203/2010;
ção; VIII - não mantiver a proposta; VI- a prática de atos que prejudiquem ou comprometam a ima-
IX- falhar ou fraudar na execução do contrato; gem ou reputação das partes, direta ou indiretamente.
X- comportar-se de modo inidôneo, inclusive com a prática de §1º A rescisão decorrente dos motivos acima elencados será
atos lesivos à Administração Pública previstos na Lei nº 12.846/2013. efetivada após o regular processo administrativo.
Art. 179. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita- §2º A rescisão unilateral deverá ser precedida de comunicação
rá o contratado a multa de mora, na forma prevista no instrumento escrita e fundamentada da parte interessada e ser enviada à outra
convocatório ou no contrato. parte com antecedência mínima de 90 (noventa) dias.
§1º A aplicação de multa de mora não impedirá que a Ebserh §3º A critério da Ebserh, caso exista risco ao regular funciona-
a converta em compensatória e promova a extinção unilateral do mento da unidade, o prazo referido no parágrafo anterior poderá
contrato com a aplicação cumulada de outras sanções previstas ser reduzido ou ampliado.
neste Regulamento. §4º Os efeitos da rescisão do contrato serão operados a partir
§2º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia presta- da comunicação escrita sobre o julgamento do processo administra-
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- tivo, preferencialmente por meio eletrônico, ou, na impossibilidade
ça, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos de notificação do interessado, por meio de publicação no Diário
pela Ebserh ou cobrada judicialmente. Oficial da União.
Art. 180. A aplicação de sanções às empresas contratadas, após §5º Caso a imediata solução de continuidade do contrato tra-
o devido processo administrativo, será decidida: ga prejuízos à Ebserh, a comunicação citada no parágrafo anterior
I- na Administração Central, pelo Diretor de Administração e poderá prever que os efeitos da rescisão serão operados em data
Infraestrutura, em primeira instância, e pelo Presidente, em última futura.
instância;
II- nas unidades hospitalares, pelo Gerente Administrativo, em SEÇÃO III
primeira instância, e pelo Superintendente, em última instância. DOS RECURSOS
Parágrafo único. Não serão admitidos recursos hierárquicos de Art. 185. Caberá recurso, no prazo de 10 (dez) dias úteis a con-
sanções administrativas aplicadas pelos Superintendentes. tar da data da comunicação do ato, nos casos de aplicação de san-
Art. 181. No processo administrativo de apuração de indícios ções ou rescisão do contrato.
de irregularidades na execução contratual, a ser regido por norma §1º Os recursos referidos no caput não têm efeito suspensivo,
interna, serão garantidos o contraditório e a ampla defesa, não po- porém a autoridade competente para decidir sobre o recurso tem
dendo o prazo concedido para apresentação de defesa prévia ser poder para, motivadamente e presentes razões de interesse públi-
inferior a 10 (dez) dias úteis. co, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva.
Art. 182. Após o trânsito em julgado do processo, as sanções §2º A comunicação do ato para fins de contagem do prazo re-
administrativas aplicadas pela Ebserh deverão ser registradas e pu- cursal será feita, preferencialmente, na forma eletrônica, desde que
blicadas no SICAF. haja confirmação de recibo por parte da empresa contratada.
Parágrafo único. Quando a sanção aplicada decorrer de Proces-
so Administrativo de Responsabilização - PAR, os dados relativos à SEÇÃO IV
penalidade deverão ser incluídos no Cadastro Nacional de Empre- DOS CRIMES E DAS PENAS
sas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de que trata a Lei nº 12.846/2013.
Art. 186. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos por
SEÇÃO II este Regulamento as disposições do Capítulo II-B do Título XI da
DOS CASOS DE RESCISÃO DO CONTRATO Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848/1940 (Código Penal).

Art. 183. A rescisão do contrato se dará: CAPÍTULO IV


I- de forma unilateral, assegurada a prévia defesa com prazo DOS CONVÊNIOS
não inferior a 10 (dez) dias úteis;
II- por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo, Art. 187. Convênio é o instrumento destinado a formalizar a
desde que haja conveniência para a Ebserh e para a empresa con- comunhão de esforços entre a Ebserh e entidades privadas ou pú-
tratada; blicas para viabilizar o fomento ou a execução de atividades na pro-
III- por determinação judicial. moção de objetivos comuns.
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§1º Os seguintes critérios deverão ser cumulativamente obser- e entidades privadas ou públicas, para o atendimento de interesses
vados na formalização dos convênios: recíprocos, sem prejuízo de ser adotado, para o instrumento a ser
I - a convergência de interesses entre as partes; celebrado, nomenclatura prevista em legislação específica, desde
II - a execução em regime de mútua cooperação; que observado, no que couber, o disposto neste Regulamento.
III- o alinhamento com a função social de realização do interes- §4º As disposições do inciso II não se aplicam aos convênios
se coletivo; relacionados a atividades de inovação e pesquisa científica e tecno-
IV- a análise prévia da conformidade do convênio com a política lógica, convênios relacionados a cooperações internacionais ou os
de transações com partes relacionadas; instrumentos formais de contratualização estabelecidos pelos ges-
V- a análise prévia do histórico de envolvimento com corrupção tores de saúde, considerando o seu caráter finalístico.
ou fraude, por parte da instituição beneficiada, e da existência de Art. 189. O planejamento da formalização do convênio deverá
controles e políticas de integridade na instituição; ser acompanhado de adequada instrução processual, composta mi-
VI- a vedação de celebrar convênio com dirigente de partido nimamente de:
político, titular de mandato eletivo, empregado ou administrador I- manifestação de interesse subscrita pela área demandante
da empresa estatal, ou com seus parentes consanguíneos ou afins e aprovada pelo Diretor/Gerente a que estiver vinculada e/ou pela
até o terceiro grau, e também com pessoa jurídica cujo proprietário Presidência/Superintendência, com indicação do objeto pretendi-
ou administrador seja uma dessas pessoas. do;
§2º A formalização do instrumento contemplará documento II- realização de chamamento público para a definição do par-
anexo contendo detalhamento dos objetivos, das metas, resultados tícipe ou apresentação de justificativa para a seleção direta do par-
a serem atingidos, cronograma de execução, critérios de avaliação ceiro;
de desempenho, indicadores de resultados e a previsão de eventu- III- manifestação de interesse do(s) partícipe(s) selecionado (s),
ais receitas e despesas. assinado por autoridade competente;
§3º O prazo do instrumento deve ser estipulado de acordo com IV- plano de trabalho que contemple detalhamento dos objeti-
a natureza e complexidade do objeto, metas estabelecidas e prazo vos, das metas, dos resultados a serem atingidos, do cronograma de
de execução previsto no plano de trabalho. execução e, se aplicável, dos critérios de avaliação de desempenho,
§4º Aos convênios de patrocínio são aplicáveis os parâmetros dos indicadores de resultados e a previsão de eventuais receitas e
acima e as regras próprias previstas no Capítulo I do Título IV. despesas;
§5º Os convênios relacionados às atividades de inovação e V- minuta do instrumento de convênio;
pesquisa científica e tecnológica devem seguir norma específica, VI- manifestação das áreas técnicas envolvidas no ajuste ou em
podendo haver afastamento de dispositivos previstos neste Regu- relação as quais haja pertinência temática com o seu objeto, acerca
lamento, considerando o seu caráter finalístico. dos seus aspectos técnicos;
Art. 188. O procedimento de formalização de convênio obser- VII- parecer técnico (subscrito pela área demandante e apro-
vará as seguintes fases: vado pelo Diretor/Gerente a que estiver vinculada e/ou pela Presi-
I - planejamento da formalização do convênio; dência/Superintendência), que contextualize a parceria pretendida,
II - seleção do convenente; incluindo a demonstração de convergência de interesses entre as
III - gestão do convênio. partes, execução em regime de mútua cooperação e o alinhamento
§1º Aplicam-se, no que couber, as disposições do Título II des- com a função social de realização do interesse coletivo, bem como
te Regulamento ao procedimento de formalização de convênio, em demonstração de que o prazo do instrumento foi estipulado de
especial: acordo com a natureza e complexidade do objeto, metas estabele-
I- respeito à legislação específica e às boas práticas sobre a es- cidas e prazo de execução previsto no plano de trabalho;
pécie de convênio que será celebrada; VIII- juntada aos autos dos atos constitutivos do partícipe e
II- submissão do planejamento da formalização do convênio identificação de seus dirigentes;
à etapa de conformidade administrativa, que será realizada pela IX- análise prévia da conformidade com a Política de Transações
Diretoria de Administração e Infraestrutura, no âmbito da Sede, e com Partes Relacionadas da Ebserh;
pelas Gerências Administrativas no âmbito das filiais, incluindo-se a X- análise prévia do histórico de envolvimento com corrupção
indicação da programação orçamentária que autoriza e viabiliza a ou fraude, por parte da instituição beneficiada, e da existência de
celebração do ajuste, caso ele envolva receitas e despesas; controles e políticas de integridade na instituição;
III- envio do processo administrativo de formalização do convê- XI- declaração de que está sendo observada a vedação de cele-
nio à análise jurídica, na fase de seleção do convenente; brar convênio com dirigente de partido político, titular de mandato
IV- assinatura do convênio nos moldes da assinatura dos ter- eletivo, empregado ou administrador da empresa estatal, ou com
mos de contrato e a publicação de seu extrato no Diário Oficial da seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, e também
União e no Portal da Ebserh, neste último caso juntamente com a com pessoa jurídica cujo proprietário ou administrador seja uma
via assinada do termo de convênio; dessas pessoas.
V- designação de equipe de fiscalização do convênio - EFCONV. TÍTULO IV
§2º A celebração de convênio com entidades privadas deverá DOS MECANISMOS DE POSICIONAMENTO CONCORRENCIAL
ser preferencialmente precedida de chamamento público ou jus-
tificada a escolha direta do parceiro, desde que demonstrado que CAPÍTULO I
atende de forma mais eficaz à necessidade da Ebserh. DO PATROCÍNIO
§3º A denominação convênio, no âmbito da Ebserh, é utilizada
em seu sentido amplo, para abranger todos os instrumentos admi- Art. 190. Para realização de patrocínio, a Ebserh poderá cele-
nistrativos que formalizam a comunhão de esforços entre a estatal brar convênio ou contrato com pessoa física ou jurídica para pro-
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moção de atividades culturais, sociais, esportivas, educacionais e de §1º Para fins deste Regulamento, governança das aquisições
inovação tecnológica, desde que comprovadamente vinculadas ao é a condução dos atores, instituições, estruturas organizacionais,
fortalecimento de sua marca. instrumentos e processos relacionados com a função de compras
§1º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com pes- públicas em direção ao alcance de resultados coletivamente pac-
soas físicas ou jurídicas obedecerá, no que couber, as normas deste tuados e socialmente legitimados, considerando a geração de valor
Regulamento. público, a transparência, o accountability¸ a gestão do conhecimen-
§2º A realização de patrocínio poderá ser regulamentada por to e as dimensões formais e informais dos cenários, ambientes e
normativo específico. arranjos.
Art. 191. O patrocínio de inovação tecnológica tem por objetivo §2º Os colaboradores da Ebserh devem atuar, de forma colabo-
a procura, a descoberta, as experimentações, os desenvolvimentos, rativa, para promover o amadurecimento da governança das aqui-
a imitação ou a adoção de novos produtos, processos, formas de sições na estatal.
organização, metodologias, entre outros, cujo objetivo final possa Art. 194. São objetivos da estratégia de governança das aquisi-
agregar valor à Ebserh. ções da Ebserh:
Parágrafo único. O patrocínio de inovação tecnológica, conside- I- garantir a disponibilidade de estrutura e instituições adminis-
rado uma parceria para a inovação, poderá ser regulamentado por trativas capazes de sustentar a prestação de serviços de apoio ao
normativo específico. ensino e à pesquisa, por intermédio da oferta de assistência à saúde
com qualidade nas unidades hospitalares;
CAPÍTULO II II- viabilizar o planejamento integrado de aquisição de bens e
DA ATIVIDADE FINALÍSTICA E OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS serviços pela Rede Ebserh, fomentando a atuação de compras cen-
tralizadas, com incorporação de estratégia e inteligência de com-
Art. 192. Ressalvado, no que couber, o Capítulo IV - Dos Convê- pras;
nios, este Regulamento não se aplica: III- ampliar a transparência dos planos e atos decisórios relati-
I- à comercialização, prestação ou execução, de forma direta, vos à gestão de bens e serviços;
de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com IV- orientar as ações dos agentes públicos envolvidos nos pro-
o objeto social da Ebserh; cessos de aquisições aos padrões esperados de conduta e integri-
II- aos casos em que a escolha do parceiro esteja associada as dade;
suas características particulares, vinculadas às oportunidades de V- fornecer subsídios para definições de papéis e responsabili-
negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de proce- dades com o intuito de possibilitar a prestação de contas dos ges-
dimento competitivo; tores.
III- aos contratos de patrocínio de pesquisa clínica; Parágrafo único. A profissionalização dos agentes públicos en-
IV- aos instrumentos formais de contratualização estabelecidos volvidos com as contratações atuará como fundamento para alcan-
com os gestores de saúde, no âmbito da Política Nacional de Aten- ce dos objetivos da estratégia de governança das aquisições, pro-
ção Hospitalar (PNHOSP), cuja finalidade é a contratação de ações movendo ações estratégicas como:
e serviços de saúde ofertados pelas unidades hospitalares da Rede I- estruturação de trilhas de capacitação e de liderança em con-
Ebserh no âmbito do Sistema Único de Saúde, quando serão ob- tratações públicas, desenvolvendo talentos e habilidades em com-
servados regramentos próprios, especialmente as condições esta- pras;
belecidas pela Lei n.º 8.080/1990 e os normativos expedidos pelo II- criação da Jornada Ebserh de Licitações e Contratos, consti-
Ministério da Saúde; tuindo um programa anual de capacitação em logística e compras
V- aos contratos de gestão firmados com as Instituições Fede- públicas, compreendendo rodadas de debates e treinamentos es-
rais de Ensino Superior. pecíficos;
Parágrafo único. Consideram-se oportunidades de negócio a III- desenvolvimento de estudos sobre recrutamento e seleção
que se refere o inciso II do caput, a formação e a extinção de parce- de colaboradores e gestores das áreas diretamente envolvidas com
rias e outras formas associativas, societárias ou contratuais, a aqui- contratações com base nas diretrizes e objetivos da estratégia de
sição e a alienação de participação em sociedades e outras formas governança das aquisições.
associativas, societárias ou contratuais e as operações realizadas no
âmbito do mercado de capitais, respeitada a regulação pelo respec- CAPÍTULO I
tivo órgão competente. DA CENTRALIZAÇÃO DAS COMPRAS

TÍTULO V Art. 195. A Ebserh divulgará sua Política de Compras Centrali-


DA GOVERNANÇA DAS AQUISIÇÕES zadas, contendo seu modelo de atuação voltado ao estímulo das
Art. 193. A Diretoria Executiva e os Colegiados Executivos são compras conjuntas, com o intuito de viabilizar a captura de ganhos
re de eficiência operacional, como redução de custos e garantia de
sponsáveis pela governança das aquisições e devem implemen- abastecimento de suas unidades.
tar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles Parágrafo único. Para fins deste Regulamento, as compras cen-
internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitató- tralizadas são compras nas quais são agregadas, por um ponto focal,
rios e os respectivos contratos, com o intuito de alcançar os obje- informações, expertise, recursos ou volumes de compras de unida-
tivos deste Regulamento e promover um ambiente íntegro e confi- des da Rede Ebserh com o intuito de aprimorar suas performances,
ável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento em substituição aos métodos desconexos pelos quais cada unidade
estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efetivida- adquire individualmente o bem ou serviço requisitado.
de e eficácia em suas contratações. Art. 196. Cabe à Administração Central da Ebserh conduzir
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compras centralizadas para firmar instrumentos conjuntos de con- pras centralizadas, entre outros: I - contratos centralizados de exe-
tratação, bem como autorizar a condução de etapas do processo de cução centralizada;
compras centralizadas por unidade hospitalar pertencente à estatal. II - contratos centralizados de execução descentralizada;
Parágrafo único. As unidades hospitalares podem articular en- III - atas de registro de preços;
tre si a condução de processos de compras centralizadas em caráter IV - Acordos-Quadro, Contratos-Marco e Mercado Eletrônico.
regional, ficando a unidade gerenciadora responsável por informar
seu andamento à Administração Central. CAPÍTULO II
Art. 197. Compete às Superintendências das unidades hospita- DO PLANO ANUAL DE COMPRAS
lares a prática dos seguintes atos de gestão de compras centraliza-
das no âmbito da unidade hospitalar, objetivando a racionalização Art. 199. O Plano Anual de Compras - PAC é o documento que
de procedimentos e o melhor uso do poder de compra da empresa: materializa o plano anual de aquisições da Unidade Gestora.
I- apoiar e participar dos processos de compras centralizadas §1º A condução do processo de elaboração do PAC deve con-
conduzidos pela Administração Central ou por unidade responsável tar com participação das unidades requisitantes dos bens e servi-
pela realização de compra regional; ços contratados e das gestoras e responsáveis pelas categorias de
II- disponibilizar equipe técnica para formação de grupos de compras.
padronização de especificações e de análises técnicas durante os §2º O PAC deve ser aprovado pela Diretoria Executiva, no âmbi-
procedimentos de contratação, fomentando o uso do conhecimen- to da Administração Central, ou pelo Colegiado Executivo, no caso
to técnico disponível na rede; das unidades hospitalares.
III- encaminhar, quando solicitado, os dados sobre suas aquisi- §3º Os PAC devem ser publicados e mantidos atualizados no
ções para viabilizar a consolidação da demanda da rede, se respon- Portal da Ebserh, com o intuito de fomentar a atuação de compras
sabilizando pelas informações prestadas, as quais serão utilizadas conjuntas na aquisição de bens e serviços estratégicos, consideran-
para balizar os itens a serem adquiridos; do possíveis ganhos de escala, mitigação de riscos de desabaste-
IV- acompanhar o andamento dos processos de contratação, cimento dos estoques e padronização das especificações técnicas
prestando apoio às equipes da Administração Central ou de unida- com garantia de qualidade.
de responsável pela realização de compra regional quando solici- §4º Cabe à Superintendência, no caso das unidades hospita-
tado; lares, e à Vice-Presidência, no âmbito da Administração Central, o
V- promover o uso consciente dos recursos disponíveis e uma acompanhamento periódico da execução do plano, submetendo ao
gestão de demandas efetiva, capaz de estabelecer previsibilidade colegiado responsável por sua aprovação qualquer necessidade de
e adequabilidade na gestão dos insumos da unidade, facilitando a correção de desvios.
construção da demanda consolidada das compras centralizadas; Art. 200. O PAC deverá conter:
VI- mobilizar e fomentar a integração das equipes finalísticas e I- definição de unidades requisitantes dos bens e serviços, com
administrativas, garantindo a retroalimentação do ciclo de gestão base na distribuição das competências sobre as categorias de com-
de recursos logísticos e a exploração do potencial técnico disponível pras;
na unidade no apoio às compras centralizadas; II- estudo dos tempos médios de processamento das deman-
VII- avaliar, previamente à abertura de procedimento de con- das de aquisição entre o planejamento da contratação e a disponi-
tratação a ser conduzido pela unidade hospitalar, a existência de bilização do contrato para a execução, com diferenciação de fases e
processo de compra centralizada no qual a demanda da unidade de formatos de seleção de fornecedor;
está inserida, somente autorizando sua continuidade caso haja jus- III- materialização do planejamento anual, contendo, para cada
tificava nos autos, evitando duplicidade de cobertura de contrato contratação pretendida:
ou de outro instrumento obrigacional e consequente frustração da a)descrição sucinta do objeto, com quantidades estimadas de
demanda centralizada; itens;
VIII- priorizar as aquisições dos itens registrados pelas compras b)justificativa resumida da necessidade;
centralizadas, compreendendo a oportunidade de promover conti- c)valor estimado, obtido em verificação preliminar dos preços
nuidade e credibilidade aos processos centralizados. dos bens e serviços, não se confundindo com a pesquisa de preços
§1º As Superintendências podem promover a aquisição de conduzida no planejamento da contratação;
itens em contratações locais cujos preços sejam inferiores aos de d)identificação das unidades requisitantes;
compra centralizada com participação da unidade hospitalar, des- e)indicação do formato de seleção de fornecedor provável;
de que informem o feito à unidade gerenciadora da contratação f)data estimada para início de execução do contrato, conforme
e apoiem a identificação das razões pelas quais o preço obtido na expectativa inicial;
compra local foi inferior, subsidiando a reavaliação da inclusão da g)data na qual os documentos sobre o planejamento da con-
demanda da unidade nos próximos ciclos de planejamento da con- tratação devem ser recebidos na área de compras, com base nos
tratação e evitando uma nova frustração da demanda. tempos médios de processamento dos processos;
§2º Na análise da vantajosidade para realização de contrata- h)programa/ação suportado(a) pela aquisição;
ções locais, além do preço do produto ou serviço, deverão ser ava- i)objetivo(s) estratégico(s) apoiado(s) pela aquisição.
liados os custos administrativos decorrentes da instrução de pro- Art. 201. O PAC deve, sempre que possível, ser integrado aos
cesso de contratação independente. instrumentos de planejamento orçamentário, viabilizando uma ges-
§3º A permissão de contratações locais descrita no §1º não se tão integrada do custeio e dos investimentos da Unidade Gestora.
aplica a eventual reedição ou prorrogação quando o objeto de con-
tratação constar do planejamento de compras centralizadas.
Art. 198. São instrumentos obrigacionais de suporte às com-
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CAPÍTULO III IV - ações de divulgação, conscientização e capacitação.


DA LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL Art. 205. As práticas de sustentabilidade, responsabilidade so-
cial e racionalização do uso de materiais e serviços deverão abran-
Art. 202. As unidades da Ebserh devem adotar os seguintes ger, no mínimo, os seguintes temas:
atos de logística sustentável com reflexo em seus procedimentos I- material de consumo compreendendo, pelo menos, papel
de contratação: para impressão, copos descartáveis e cartuchos para impressão;
I- adotar práticas de racionalização com o objetivo de melhoria II- energia elétrica;
da qualidade do gasto público e contínua busca por economicidade III- água e esgoto;
e primazia na gestão dos processos; IV- coleta seletiva;
II- adotar práticas de sustentabilidade com o objetivo de cons- V- qualidade de vida no ambiente de trabalho;
truir um novo modelo de cultura institucional visando à inserção VI- compras e contratações sustentáveis, compreendendo,
de critérios de sustentabilidade nas atividades e contratações da pelo menos, obras, equipamentos, serviços de processamento de
unidade; roupas, de nutrição, de vigilância, de limpeza, de telefonia, de pro-
III- coordenar o fluxo de materiais, de serviços e de informa- cessamento de dados, de apoio administrativo e de manutenção
ções, do fornecimento ao desfazimento, considerando a proteção predial e de equipamentos, contemplando-se inclusive as respon-
ambiental, a justiça social e o desenvolvimento econômico equili- sabilidades do fornecedor pelo recolhimento e descarte do material
brado; utilizado;
IV- implementar estratégias que garantam a padronização dos VII- deslocamento de pessoal, considerando todos os meios de
processos de trabalho, como a implantação de protocolos assisten- transporte, com foco na redução de gastos e de emissões de subs-
ciais, procedimentos operacionais padrão e fluxos padronizados, tâncias poluentes.
visando à redução de custos e o desenvolvimento das dimensões Art. 206. Os PLS deverão ser formalizados em processos e, para
da qualidade; cada tema, deverão ser criados Planos de Ação com os seguintes
V- elaborar Plano de Gestão de Logística Sustentável - PLS no tópicos:
âmbito da unidade, instruindo e designando Comitê Gestor do Pla- I- objetivo do Plano de Ação;
no de Gestão de Logística Sustentável - CGPLS; II- detalhamento de implementação das ações;
VI- relatar à Administração Central da Ebserh as boas práticas III- unidades e áreas envolvidas pela implementação de cada
realizadas sob a diretriz da gestão sustentável para subsidiar a ela- ação e respectivos responsáveis;
boração do relatório anual de sustentabilidade da empresa. IV - metas anuais a serem alcançadas para cada ação;
Art. 203. O PLS é uma ferramenta de planejamento com obje- V- cronograma de implantação das ações;
tivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execu- VI- previsão de recursos financeiros, humanos, instrumentais,
ção e mecanismos de monitoramento e avaliação, que permite à entre outros, necessários para a implementação das ações.
unidade estabelecer práticas de sustentabilidade, responsabilidade Art. 207. Deverão ser observadas as orientações e boas práticas
social e racionalização de gastos e processos. de gestão do PLS socializadas pelo Poder Executivo Federal.
§1º A condução do processo de elaboração do PLS deve contar
com participação multidisciplinar e cabe a cada CGPLS. CAPÍTULO IV
§2º O PLS deve ser aprovado pela Diretoria Executiva, no âm- DA GESTÃO DE RISCOS DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO
bito da Administração Central, e no Colegiado Executivo, no âmbito
das unidades hospitalares. Art. 208. O Plano de Gestão de Riscos nas Aquisições - PGRA
§3º Os PLS devem ser publicados no Portal da Ebserh. é resultado da avaliação sistemática e periódica dos processos de
§4º Cabe a cada CGPLS o acompanhamento periódico da exe- trabalho de contratação, em ambiente colaborativo e pela busca da
cução do plano, sendo os resultados consolidados e submetidos ao melhoria contínua, aumentando a probabilidade de alcance dos ob-
colegiado responsável por sua aprovação. jetivos da Ebserh e reduzindo os riscos a níveis aceitáveis.
§5º O CGPLS será instituído e conduzido pelas seguintes unida- §1º Cabe à Diretoria de Administração e Infraestrutura apoiar a
des organizacionais: elaboração do PGRA da Rede Ebserh, com visão integrada dos desa-
I- na Administração Central: instituição pela Diretoria de Admi- fios, instituindo Plano de Ação para tratamento dos riscos comparti-
nistração e Infraestrutura e condução pelo Serviço de Administra- lhados, que deverão ser aprovados pela Diretoria Executiva.
ção da Sede, com apoio das demais áreas que suportam o funciona- §2º O PGRA deve ser reavaliado a cada dois anos, consolidando
mento da sede da empresa; as lições aprendidas pelo Plano anterior e propondo novas ações de
II- nas unidades hospitalares: instituição pela Superintendên- enfrentamento aos riscos persistentes.
cia e condução pela Divisão de Logística e Infraestrutura Hospitalar, §3º Cada Unidade Gestora pode elaborar um PGRA próprio, ali-
com apoio das demais áreas que suportam o funcionamento da uni- nhado ao da Rede Ebserh, resultado de reflexão participativa dos
dade hospitalar. colaboradores, de forma a transparecer sua estratégia interna de
Art. 204. O PLS deverá conter, no mínimo: gestão de riscos, que deverá ser aprovado por seu Colegiado Exe-
I- atualização do inventário de bens e materiais da unidade e cutivo.
identificação de similares de menor impacto ambiental para subs- Art. 209. O PGRA deverá se materializar em um Mapa de Ris-
tituição; cos contendo, no mínimo, as atividades previstas no art. 32 deste
II- práticas de sustentabilidade, responsabilidade social e de ra- Regulamento.
cionalização do uso de materiais e serviços; Art. 210. O PGRA da Rede Ebserh deve ser atualizado para re-
III- responsabilidades, metodologia de implementação e ava- fletir o apetite a risco definido pela Diretoria Executiva, permitindo
liação do plano; o desenvolvimento de uma visão de riscos de forma consolidada.
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Parágrafo único. A elaboração do PGRA da Rede Ebserh deverá Art. 216. Nas contratações com valores acima de R$
seguir as rotinas preconizadas pela Política de Gestão de Riscos e 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), o instrumento convo-
Controles Internos. catório deverá prever a obrigatoriedade de implantação de progra-
ma de integridade pela empresa vencedora do certame, no prazo
CAPÍTULO V de 6 (seis) meses, contado a partir da formalização do contrato.
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA Parágrafo único. A existência prévia de programa de integri-
dade na empresa vencedora do certame, seguida de apresentação
Art. 211. Os atos praticados nos processos de contratação são sobre sua construção, seus dispositivos e seus resultados no prazo
públicos, ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja citado no caput, supre o requisito deste Regulamento.
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, na forma da Art. 217. A Ebserh divulgará Política de Classificação de Contra-
lei. tos por Riscos de Fraude e Corrupção, visando a classificação dos
§1º A publicidade será diferida: contratos firmados conforme seu grau de exposição aos riscos de
I- quanto aos documentos do planejamento da contratação, fraude e corrupção, permitindo o estabelecimento de controles in-
até a publicação do instrumento convocatório ou da ratificação da ternos específicos por tipo de contrato.
contratação direta; Art. 218. Serão instituídos controles internos para evitar a ocor-
II- quanto ao orçamento estimado da contratação, até o encer- rência de contratações com preços inadequados, caracterizados
ramento da etapa de julgamento de propostas; como:
III- quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva aber- I- sobrepreço, quando os preços contratados são expressiva-
tura. mente superiores aos preços referenciais de mercado, podendo re-
§2º Os órgãos de controle interno e externo terão acesso ir- ferir-se ao valor unitário de um item, se a licitação ou a contratação
restrito aos processos de contratação, em qualquer fase ou etapa. for por preços unitários, ou ao valor global do objeto, se a licitação
Art. 212. As seguintes informações referentes às contratações, ou a contratação for por preço global ou por empreitada;
bem como a eventual íntegra de documentos ou dos processos ad- II- superfaturamento, quando houver dano ao patrimônio da
ministrativos que os fundamentaram, serão divulgadas no Portal da Ebserh caracterizado, por exemplo:
Ebserh: a)pela medição de quantidades superiores às efetivamente
I - mecanismos de participação de interessados, como audiên- executadas ou fornecidas;
cia e consulta públicas; b)pela deficiência na execução de obras e serviços de engenha-
II - editais de licitação e de chamamento público de propostas ria que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou da segu-
para contratação direta; rança das instalações;
III- resultados de licitações e das contratações diretas, conten- c)alterações no orçamento de obras e de serviços de engenha-
do preços unitários e quantitativos; ria que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato
IV- contratos, atas de registro de preços, convênios e instru- em favor da empresa contratada;
mentos congêneres firmados, bem como suas alterações e resci- d)outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebi-
sões; mentos contratuais antecipados sem justificativas adequadas, dis-
V- pagamentos efetuados sobre os contratos firmados; torção do cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada
VI- dados sobre colaboradores terceirizados disponibilizados do prazo contratual com custos adicionais para a Ebserh ou reajuste
por contratos de prestação de serviços com dedicação exclusiva de irregular de preços.
mão de obra, respeitada a legislação referente à proteção de dados Art. 219. É vedada aos agentes públicos envolvidos nas fases de
pessoais; Planejamento da Contratação e de Seleção de Fornecedor a prática
Parágrafo único. As informações constantes do inciso III serão de atos que frustrem o objetivo da contratação, a exemplo de:
disponibilizadas com a publicação de link de acesso a portal de I- admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situ-
compras e as dos incisos IV, V e VI do caput serão disponibilizadas ações que:
por intermédio de sistema de informação. a)comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo
Art. 213. A relação das aquisições de bens efetivadas será pu- do processo licitatório inclusive nos casos de participação de socie-
blicada pela área de licitações, semestralmente, no Portal da Eb- dades cooperativas;
serh, contendo as seguintes informações: b)estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e da ralidade, da sede ou do domicílio dos licitantes, sem justificativas
quantidade adquirida; robustas;
II - nome do fornecedor; c)sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico
III - valor total de cada aquisição. do contrato.
II- estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial,
CAPÍTULO VI legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas
DA INTEGRIDADE E DOS MECANISMOS ANTICORRUPÇÃO brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, mo-
dalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financia-
Art. 214. Os agentes públicos envolvidos nas contratações ob- mento de agência internacional;
jeto deste Regulamento respeitarão as políticas de ética e integri- III- opor resistência injustificada ao andamento dos processos
dade da Ebserh, como Código de Ética e Programa de Integridade. e, indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou
Art. 215. Os termos de contrato firmados pela Ebserh devem praticá-lo contra disposição expressa em lei.
conter cláusulas antinepotismo e anticorrupção, estando as even- Art. 220. É vedada aos agentes públicos envolvidos na fase de
tuais infrações cometidas sujeitas à apuração de responsabilidade. Gestão do Contrato a prática de atos de ingerência na administra-
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ção da empresa contratada, a exemplo de: cionais de que trata o caput para um de seus membros, que atuará
I- possibilitar ou dar causa a atos de subordinação, vinculação de forma monocrática, respeitada a definição de valor como limite
hierárquica, prestação de contas, aplicação de sanção e supervisão de alçada.
direta sobre os empregados da empresa contratada; §2º A aprovação prévia citada no caput pode ocorrer no iní-
II- exercer o poder de mando sobre os empregados da empre- cio da fase de Seleção de Fornecedor ou antes da formalização dos
sa contratada, devendo reportar-se somente aos prepostos ou res- contratos, termos aditivos e convênios que constituam ônus, obri-
ponsáveis por ela indicados, exceto quando o objeto da contratação gações ou compromissos para a Ebserh.
previr a notificação direta para a execução das tarefas previamente
descritas no contrato de prestação de serviços para a função espe- CAPÍTULO VIII
cífica, tais como nos serviços de recepção, apoio administrativo ou DO MODELO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA
ao usuário;
III- direcionar a contratação de pessoas para trabalhar nas em- Art. 224. O Modelo de Gestão Administrativa da Ebserh - MGAE
presas contratadas; é o caderno de processos e práticas contendo os fluxos processuais,
IV- promover ou aceitar o desvio de funções dos trabalhadores manuais de trabalho e modelos de documentos padronizados rela-
da empresa contratada, mediante a utilização destes em atividades cionados aos procedimentos de formalização de demanda, planeja-
distintas daquelas previstas no objeto da contratação e em relação mento de contratação, seleção de fornecedor e gestão e fiscalização
à função específica para a qual o trabalhador foi contratado; de contratos administrativos.
V- considerar os trabalhadores da empresa contratada como §1º Cabe à Diretoria de Administração e Infraestrutura o papel
colaboradores eventuais da própria unidade responsável pela con- de facilitador na construção coletiva e revisão periódica do MGAE,
tratação, especialmente para efeito de concessão de diárias e pas- cuja implementação é de responsabilidade de cada Unidade Ges-
sagens; tora.
VI- definir o valor da remuneração dos trabalhadores da em- §2º Cabe à Diretoria Executiva a aprovação do MGAE.
presa contratada para prestar os serviços, salvo nos casos específi-
cos em que se necessitam de profissionais com habilitação/experi- TÍTULO VI
ência superior a daqueles que, no mercado, são remunerados pelo DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
piso salarial da categoria, desde que justificadamente;
VII- conceder aos trabalhadores da empresa contratada direi- Art. 225. A Ebserh editará normativos internos para o detalha-
tos típicos de empregados e servidores públicos, tais como recesso, mento dos procedimentos disciplinados por este regulamento, bem
ponto facultativo, dentre outros. como manuais, com o objetivo de uniformizar procedimentos e di-
Art. 221. É vedada às empresas contratadas a contratação, vulgar eventuais recomendações de órgãos de controle.
como prestador de serviço terceirizado, de cônjuge, companheiro §1º Enquanto não houver a publicação dos normativos citados
ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro no caput, deverão ser observadas as normatizações federais perti-
grau, de dirigente da unidade contratante ou de agente público que nentes ao respectivo tema, em especial as Instruções Normativas
desempenhe funções em qualquer fase da contratação, nos termos do Ministério da Economia, no que não conflitar com as disposições
do Decreto n.º 7.203/2010. deste Regulamento.
Art. 226. Será editado normativo interno para reger a disponi-
CAPÍTULO VII bilização, concessão, aplicação, utilização e prestação de contas de
DOS LIMITES DE ALÇADA aquisições via adiantamento por Suprimento de Fundos, as quais
deverão preferencialmente ocorrer por intermédio de Cartão de
Art. 222. Os níveis de alçada decisória e tomada de decisão Pagamento do Governo Federal.
para aplicação dos procedimentos deste Regulamento são estabe- Art. 227. Aplicam-se às licitações as disposições sobre direito
lecidos em normativo interno da Ebserh, com observância das se- de preferência constantes dos artigos 42 a 49 da Lei Complementar
guintes premissas: nº 123/2006.
I- as competências serão estabelecidas, preferencialmente, de Art. 228. Aplica-se a Lei Complementar nº 182/2021 na con-
forma colegiada; tratação de pessoas físicas ou jurídicas, isoladamente ou em con-
II- os níveis de alçada serão definidos considerando-se os valo- sórcio, para o teste de soluções inovadoras por elas desenvolvidas
res envolvidos e a modalidade da contratação, com regras diferen- ou a ser desenvolvidas, com ou sem risco tecnológico, por meio de
ciadas para as licitações, as contratações diretas e as situações de licitação na modalidade especial regida por essa Lei Complementar.
oportunidade de negócios, conforme seja a necessidade de contro- Parágrafo único. No caso das contratações previstas no caput,
le identificada; os dispositivos deste Regulamento serão aplicados de forma subsi-
III- o regime de alçadas será submetido para aprovação da Di- diária, no que couber.
retoria Executiva, conforme as definições do Conselho de Adminis- Art. 229. Os colaboradores não podem recusar os encargos de
tração. integrante de EPC, de agente de licitação, de gestor e fiscal de con-
Art. 223. Compete à Diretoria Executiva, no âmbito da Admi- trato e de quaisquer outros papéis previstos neste Regulamento,
nistração Central, e o Colegiado Executivo, no âmbito da unidade devendo haver a exposição ao superior hierárquico das deficiências
hospitalar, o exame e a aprovação prévia dos contratos, termos adi- e limitações técnicas que possam dificultar o diligente cumprimen-
tivos e convênios que constituam ônus, obrigações ou compromis- to do exercício de suas atribuições, se for o caso.
sos para a Ebserh. Parágrafo único. Ocorrendo a situação de que trata o caput,
§1º O colegiado competente pode, por decisão unânime, dele- a Ebserh deverá providenciar a qualificação do colaborador para o
gar a competência de exame e aprovação dos instrumentos obriga- desempenho das atribuições, conforme a natureza e complexidade
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do objeto, ou designar outro colaborador com a qualificação reque- §3º No caso de eventual rescisão contratual antecipada de con-
rida. tratação regida pela Lei nº 8.666/1993, caso haja risco de paralisa-
Art. 230. Os colaboradores envolvidos nos procedimentos disci- ção das atividades da unidade, é permitida a condução de procedi-
plinados por este Regulamento deverão, nos limites das respectivas mento de contratação de remanescente, prevista no art. 79, inciso
atribuições, prestar informações com vistas a subsidiar manifesta- VI, desde que seguido o rito de compatibilização de legislações, a
ções no âmbito de ações judiciais, representações junto ao Tribunal exemplo do previsto no art. 90, §1º a 3º.
de Contas da União, inquéritos administrativos, notificações, pe- §4º É facultada a aplicação, no que couber, de disposições des-
tições, solicitações de auditoria ou ouvidoria e de procedimentos te Regulamento aos procedimentos citados no §1º, desde que não
análogos, atuando de modo cooperativo e responsável. haja reflexo na isonomia das respectivas fases de Seleção de For-
Art. 231. As despesas realizadas sem o devido processo de necedor.
contratação, nos termos dos normativos da Ebserh, deverão ser Art. 234. Fica revogado o Regulamento de Licitações e Contra-
quitadas por meio de reconhecimento ou confissão de dívida, após tos da Ebserh, versão 1.1, aprovado na 94ª Reunião do Conselho de
aprovação do Presidente, no âmbito da Administração Central, e do Administração.
Superintendente, no âmbito da unidade hospitalar. Art. 235. Este Regulamento entra em vigor em 1º de julho de
§1º A apuração da legitimidade da despesa deverá ocorrer em 2022.
processo administrativo específico que inclua relatório conclusivo
no qual conste, no mínimo: ANEXO I
I - o nome do credor e o valor do débito; DO GLOSSÁRIO DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
II - o histórico dos fatos;
III- a apresentação das justificativas para a realização da des- Ficam definidos os seguintes conceitos, para fins deste Regu-
pesa; lamento:
IV- a verificação sobre se o valor a ser pago está em conformi- I- Anteprojeto de Engenharia: peça técnica com todos os sub-
dade com os praticados pelo mercado; sídios necessários à elaboração do Projeto Básico, contendo os
V- a existência de atesto do efetivo recebimento dos bens ou da elementos técnicos que permitam a caracterização da obra ou do
prestação de serviços. serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica, das pro-
§2º Aprovado o reconhecimento ou confissão da dívida, deverá postas a serem ofertadas pelos particulares;
ser solicitada ao fornecedor a Nota Fiscal, bem como os documen- II- Área de acompanhamento dos contratos: unidade organiza-
tos que atestem a sua regularidade fiscal e trabalhista, nos termos cional responsável pela formalização e acompanhamento dos con-
deste Regulamento. tratos, representada conforme o arquétipo da unidade:
§3º O processo administrativo de reconhecimento ou confissão a)Administração Central: Serviço de Contratos e Atas;
dívida deverá ser instruído com declaração de disponibilidade orça- b)Hospital Tipo I, II e III: Unidade de Contratos;
mentária que ateste a existência de recursos orçamentários dispo- c)Hospital Tipo IV: Unidade de Licitações e Contratos.
níveis para cobertura das despesas realizadas. III- Área administrativa: unidade organizacional responsável
§4º Os colaboradores que deram causa ao reconhecimento ou pela supervisão do macroprocesso de contratações, representada
confissão de dívida ficam sujeitos à responsabilização por ilegali- conforme o arquétipo da unidade:
dades, irregularidades ou ainda por eventuais danos ou prejuízos a)Administração Central: Coordenadoria de Administração;
sofridos pela Ebserh. b)Hospital Tipo I, II, III e IV: Setor de Administração.
Art. 232. Na contagem dos prazos estabelecidos neste Regula- IV- Área de compras: unidade organizacional responsável pela
mento, exclui-se o dia do início e inclui-se o do vencimento. conformidade administrativa sobre o processo de planejamento de
Parágrafo único. Os prazos se iniciam e expiram exclusivamente contratação, representada conforme o arquétipo da unidade:
em dia útil da localidade da unidade da Ebserh responsável pela a)Administração Central: Serviço de Compras e Licitações;
contratação. b)Hospital Tipo I: Unidade de Planejamento de Compras;
Art. 233. Aplicam-se as regras deste Regulamento aos pro- c)Hospital Tipo II e III: Unidade de Compras e Licitações;
cedimentos licitatórios e de contratações que tenham sido inicia- d)Hospital Tipo IV: Unidade de Licitações e Contratos.
dos após sua entrada em vigor, permanecendo regidas pela Lei nº V- Área de contabilidade: unidade organizacional responsável
8.666/1993, pela Lei nº 14.133/2021 ou regulamentos anteriores as pela operacionalização de procedimentos contábeis, representada
demais contratações celebradas sob a égide desses normativos, até conforme o arquétipo da unidade:
sua completa finalização, inclusive eventuais prorrogações. a)Administração Central: Serviço de Contabilidade;
§1º Aplicam-se as regras da versão anterior do Regulamento b)Hospital Tipo I, II, III e IV: Setor de Contabilidade.
de Licitações e Contratos, aprovado na 94ª Reunião do Conselho de VI- Área de fiscalização administrativa dos contratos: unidade
Administração, às contratações em andamento que tiverem, até a organizacional responsável pela fiscalização administrativa dos con-
entrada em vigor deste Regulamento, a respectiva versão final do tratos, representada conforme o arquétipo da unidade:
Termo de Referência ou do Projeto Básico devidamente aprovada a)Administração Central: Serviço de Contratos e Atas;
pela autoridade competente. b)Hospital Tipo I, II e III: Unidade de Fiscalização Administrativa
§2º As contratações em andamento que, na data de entrada de Contratos;
em vigor deste Regulamento, ainda não tiverem a respectiva ver- c)Hospital Tipo IV: Unidade de Licitações e Contratos.
são final do Termo de Referência ou do Projeto Básico devidamente VII- Área de desenvolvimento de pessoas: unidade organiza-
aprovada pela autoridade competente, deverão ser adequadas a cional responsável pelo planejamento e gestão das ações de trei-
este Regulamento, sem prejuízo dos atos praticados que puderem namento e capacitação dos colaboradores da Ebserh, representada
ser aproveitados, desde que não haja conflito com o disposto neste. conforme o arquétipo da unidade:
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a)Administração Central: Serviço de Capacitação e Avaliação de cos, TR ou PB, estudo de mercado, pesquisa de preços, realização
Desempenho; de análises técnicas, além de outras atividades necessárias à instru-
b)Hospital Tipo I, II e III: Unidade de Desenvolvimento de Pes- ção do processo de compra;
soas; XX- Equipe Técnica de Suporte à Equipe de Planejamento da
c)Hospital Tipo IV: Divisão de Gestão de Pessoas. Contratação: equipe responsável por incorporar conhecimentos
VIII- Área de licitações: unidade organizacional responsável técnicos à contratação, por intermédio de prestação de suporte à
pela condução da fase de Seleção de Fornecedor, representada con- Equipe de Planejamento da Contratação, compreendida principal-
forme o arquétipo da unidade: mente por representantes das áreas demandantes e/ou áreas fina-
a)Administração Central: Serviço de Compras e Licitações; lísticas da organização;
b)Hospital Tipo I, II e III: Unidade de Licitações; XXI- Estratégias de compras: definição do formato mais ade-
c)Hospital Tipo IV: Unidade de Licitações e Contratos. quado de uma contratação, resultante de um processo estruturado
IX- Área de tecnologia da informação: unidade organizacional envolvendo análise sistêmica da situação atual; diagnóstico e análi-
responsável pela gestão de tecnologia da informação, representada se dos gastos; mapeamento da base de fornecedores; entendimen-
conforme o arquétipo da unidade: to dos processos e competências; avaliação dos cenários externo
a)Administração Central: Diretoria de Tecnologia da Informa- e interno e implantação de processos colaborativos entre equipes
ção; internas multidisciplinares e fornecedores;
b)Hospital Tipo I, II, III e IV: Setor de Tecnologia da Informação XXII- Gerenciamento de Riscos: processo de identificação, aná-
e Saúde Digital. lise, avaliação e tratamento de riscos, aplicado ao procedimento de
X- Câmara Técnica de Padronização Nacional: colegiado respon- contratação como forma de garantir o alcance dos objetivos institu-
sável, no âmbito de toda a Rede Ebserh, por desenvolver, guardar cionais, materializado no documento denominado Mapa de Riscos;
e promover a padronização das especificações técnicas de catego- XXIII- Gestora de categoria ou subcategoria de compras: uni-
rias de compras, interagindo com as comissões de padronização, de dade organizacional designada para atuar como referencial técnico
âmbito local; e de gestão das categorias ou subcategorias de compras na Admi-
XI- Categoria de compras: agrupamento de despesas que são nistração Central, com abrangência nacional, resultando no moni-
tecnicamente similares ou que possuem o mesmo tipo de mercado toramento da evolução da categoria ou subcategoria, na condução
fornecedor, podendo ser dividida em subcategorias de compras; do processo de padronização de especificações técnicas, na condu-
XII- Comissão de padronização: colegiado local responsável por ção de eventuais comissões de padronização ou câmaras técnicas
desenvolver, guardar e promover a padronização das especificações de padronização nacionais, no desenvolvimento de estratégias de
técnicas sobre sua área temática; compras e na atuação como ponto focal de relacionamento com o
XIII- Compra: iniciativa estatal de dispêndio de recursos orça- mercado para debater prospecções e incorporação de novas solu-
mentários diretamente, por intermédio de órgãos ou entidades da ções;
Administração Pública, visando contratar a prestação de serviços, a XXIV- Licitação deserta: licitação na qual não acudiram interes-
execução de obras ou o fornecimento de materiais com o objetivo sados;
de atender a uma demanda definida pela organização contratante XXV- Licitação fracassada: licitação na qual as propostas apre-
como necessária ao atendimento da sua missão institucional; sinô- sentadas consignarem preços manifestamente superiores aos prati-
nimo de contratação, aquisição; cados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos
XIV- Contrato: instrumento pelo qual a Administração firma órgãos oficiais competentes, também configurada no caso de inabi-
ajuste com o particular ou com outra entidade da Administração litação de todos os interessados durante o procedimento licitatório;
Pública, com vistas à regulação das relações jurídicas obrigacionais XXVI- Manifestação de Interesse Privado: procedimento desti-
recíprocas, para consecução de objetivos de interesse público, que nado à apresentação de projetos, levantamentos, investigações ou
pode ser formalizado por termo de contrato ou documento equi- estudos por pessoa física ou jurídica de direito privado, com a fina-
valente; lidade de subsidiar a construção de soluções para as necessidades
XV- Documento de Formalização de Demanda: documento que identificadas pela Ebserh;
materializa a fase de Formalização da Demanda, elaborado pela XXVII- Matriz de Riscos: cláusula contratual definidora de riscos
unidade requisitante; e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilí-
XVI- Documento de Oficialização de Demanda: documento que brio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus
materializa a fase de Formalização da Demanda de aquisições de financeiro decorrente de eventos supervenientes à contratação;
Tecnologia da Informação, elaborado pela unidade requisitante; XXVIII- Pesquisa de preços: processo de obtenção da estimativa
XVII- Equipe de Fiscalização da Ata de Registro de Preços: con- ou referência do valor da contratação, contendo registro em me-
junto de colaboradores responsáveis pela gestão dos elementos mórias de cálculo e documentos que lhe dão suporte; sinônimo de
pré-contratuais da ata de registro de preços e da gestão e fiscali- pesquisa de mercado;
zação dos contratos decorrentes da ata de registro de preços, na XXIX- Prática de mercado: situação identificada como corriquei-
qualidade de titulares ou substitutos; ra em organizações públicas ou privadas, utilizada como forma de
XVIII- Equipe de Fiscalização do Contrato: conjunto de colabo- atender às necessidades de maneira usual e recorrente, caracteriza-
radores responsáveis pela gestão e fiscalização contratual, na quali- da por documentos obtidos em sítios eletrônicos ou encaminhados
dade de titulares ou substitutos; pelas respectivas organizações;
XIX- Equipe de Planejamento de Contratação: equipe multidis- XXX- Projeto Básico: documento necessário para a contratação
ciplinar responsável por conduzir a fase de Planejamento da Contra- de obras e serviços de engenharia, contendo parâmetros e elemen-
tação e prestar suporte técnico na fase de Seleção de Fornecedor, tos descritivos para subsidiar as etapas de Seleção de Fornecedor e
sendo responsável pela elaboração do ETP, gerenciamento de ris- de Gestão do Contrato;
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XXXI- Projeto Executivo: conjunto de elementos necessários e descritivos para subsidiar as etapas de Seleção de Fornecedor e de
suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento das Gestão do Contrato.
soluções previstas no Projeto Básico, a identificação de serviços, de
materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, bem
como suas especificações técnicas, de acordo com as normas téc- LEI 13.303/2016 (ESTATUTO JURÍDICO DA EMPRESA PÚBLI-
nicas pertinentes; CA)
XXXII- Reajuste em sentido estrito: forma de manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na aplica-
ção do índice de correção monetária previsto no contrato, que deve LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016.
retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção
de índices específicos ou setoriais; Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da socie-
XXXIII- Repactuação: forma de manutenção do equilíbrio eco- dade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União,
nômico-financeiro de contrato utilizada para serviços contínuos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
com regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predomi-
nância de mão de obra, por meio da análise da variação dos custos O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de
contratuais, devendo estar prevista no edital com data vinculada à PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
apresentação das propostas, para os custos decorrentes do merca- decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
do, e com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dis-
sídio coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos TÍTULO I
decorrentes da mão de obra; DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS E ÀS SO-
XXXIV- Responsável pela categoria ou subcategoria de com- CIEDADES DE ECONOMIA MISTA
pras: unidade organizacional designada para atuar como referencial
técnico e de gestão das categorias ou subcategorias de compras nas CAPÍTULO I
unidades hospitalares, com abrangência local, resultando no moni- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
toramento da evolução da categoria ou subcategoria, na condução
do processo de padronização de especificações técnicas, na condu- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
ção de eventuais comissões de padronização ou câmaras técnicas pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
de padronização nacionais, no desenvolvimento de estratégias de abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de eco-
compras e na atuação como ponto focal de relacionamento com o nomia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
mercado para debater prospecções e incorporação de novas solu- cípios que explore atividade econômica de produção ou comercia-
ções. Atua em observância às estratégias e orientações emanadas lização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade
pela Gestora de categoria ou subcategoria de compras; econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja
XXXV- Revisão: forma de manutenção do equilíbrio econômi- de prestação de serviços públicos.
co-financeiro de contrato, que pode ocorrer a qualquer tempo, §1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º,
quando se está diante de fatos imprevisíveis ou previsíveis, mas de 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pública e à socie-
consequências incalculáveis, que venham a retardar ou impedir a dade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respec-
execução contratual; tivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional
XXXVI- Serviço com mão de obra dedicada de forma exclusiva: bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais).
serviços cujo modelo de execução contratual exige, entre outros re- §2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei apli-
quisitos, que: ca-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos termos
a)os empregados da empresa contratada fiquem à disposição do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
nas dependências do contratante para a prestação dos serviços; de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que a atividade
b)a empresa contratada não compartilhe os recursos humanos econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja
e materiais disponíveis de uma contratação para execução simultâ- de prestação de serviços públicos.
nea de outros contratos; §3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabele-
c)a empresa contratada possibilite a fiscalização pelo contra- çam regras de governança destinadas às suas respectivas empresas
tante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos hu- públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem na hi-
manos alocados aos seus contratos. pótese do §1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei.
XXXVII- Unidade demandante: unidade organizacional que ne- §4º A não edição dos atos de que trata o §3º no prazo de 180
cessita de bens, serviços ou obras para entregar resultados sob sua (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei submete as
responsabilidade, pertencentes a determinadas categorias ou sub- respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista às
categorias de compras que possuem outras unidades requisitantes regras de governança previstas no Título I desta Lei.
designadas, não possuindo competência regimental para elaborar §5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pú-
um Documento de Formalização de Demanda sobre esse objeto; blica e a sociedade de economia mista que participem de consórcio,
sinônimo de unidade beneficiária de bens, serviços ou obras; conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
XXXVIII- Unidade requisitante: unidade organizacional respon- de 1976 , na condição de operadora.
sável por formalizar a demanda de contratação sobre uma categoria §6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, in-
ou subcategoria de compras; clusive a de propósito específico, que seja controlada por empresa
XXXIX- Termo de Referência: documento necessário para a pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput .
contratação de bens e serviços, contendo parâmetros e elementos §7º Na participação em sociedade empresarial em que a em-
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presa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no de- Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de
ver de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada
à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do qual são por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
partícipes, considerando, para esse fim: a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito
I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
relatórios e informações produzidos por força de acordo de acionis- §1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia
tas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus interesses mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista contro-
na sociedade empresarial investida; lador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 ,
II - relatório de execução do orçamento e de realização de in- e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia,
vestimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao ali- respeitado o interesse público que justificou sua criação.
nhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de §2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de eco-
mercado; nomia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujei-
III - informe sobre execução da política de transações com par- ta-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .
tes relacionadas;
IV - análise das condições de alavancagem financeira da socie- CAPÍTULO II
dade; DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIE-
V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes DADE DE ECONOMIA MISTA
de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade;
VI - relatório de risco das contratações para execução de obras, SEÇÃO I
fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes para os DAS NORMAS GERAIS
interesses da investidora;
VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os in- Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a
teresses da investidora; forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, es-
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade, tará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos am- de 1976 .
bientais; Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de eco-
IX - avaliação das necessidades de novos aportes na socieda- nomia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de go-
de e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade esperada do vernança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de
negócio; gestão de riscos e de controle interno, composição da administra-
X - qualquer outro relatório, documento ou informação produ- ção e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos
zido pela sociedade empresarial investida considerado relevante constantes desta Lei.
para o cumprimento do comando constante do caput . Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias as dis-
exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia posições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas
mista e de suas subsidiárias. da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração
§1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de eco- de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de audi-
nomia mista dependerá de prévia autorização legal que indique, toria independente por auditor registrado nesse órgão.
de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de se- Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia mis-
gurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição ta deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de trans-
Federal . parência:
§2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiá- I - elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do Con-
rias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim selho de Administração, com a explicitação dos compromissos de
como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo consecução de objetivos de políticas públicas pela empresa públi-
objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos ca, pela sociedade de economia mista e por suas subsidiárias, em
do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal . atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo de segurança
§3º A autorização para participação em empresa privada pre- nacional que justificou a autorização para suas respectivas criações,
vista no §2º não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de com definição clara dos recursos a serem empregados para esse
ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Ad- fim, bem como dos impactos econômico-financeiros da consecução
ministração em linha com o plano de negócios da empresa pública, desses objetivos, mensuráveis por meio de indicadores objetivos;
da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias. II - adequação de seu estatuto social à autorização legislativa
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalida- de sua criação;
de jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com III - divulgação tempestiva e atualizada de informações relevan-
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela tes, em especial as relativas a atividades desenvolvidas, estrutura
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, comen-
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante per- tários dos administradores sobre o desempenho, políticas e práticas
maneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal de governança corporativa e descrição da composição e da remune-
ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a ração da administração;
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, IV - elaboração e divulgação de política de divulgação de in-
bem como de entidades da administração indireta da União, dos formações, em conformidade com a legislação em vigor e com as
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melhores práticas; de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e


V - elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz obrigacionais;
do interesse público que justificou a criação da empresa pública ou IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie
da sociedade de economia mista; de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias;
VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações finan- V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código
ceiras, dos dados operacionais e financeiros das atividades relacio- de Conduta e Integridade;
nadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de segurança VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre
nacional; Código de Conduta e Integridade, a empregados e administradores,
VII - elaboração e divulgação da política de transações com par- e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.
tes relacionadas, em conformidade com os requisitos de competi- §2º A área responsável pela verificação de cumprimento de
tividade, conformidade, transparência, equidade e comutatividade, obrigações e de gestão de riscos deverá ser vinculada ao diretor-
que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprovada pelo -presidente e liderada por diretor estatutário, devendo o estatuto
Conselho de Administração; social prever as atribuições da área, bem como estabelecer meca-
VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual de nismos que assegurem atuação independente.
governança corporativa, que consolide em um único documento §3º A auditoria interna deverá:
escrito, em linguagem clara e direta, as informações de que trata I - ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente ou
o inciso III; por meio do Comitê de Auditoria Estatutário;
IX - divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabi- II - ser responsável por aferir a adequação do controle inter-
lidade. no, a efetividade do gerenciamento dos riscos e dos processos de
§1º O interesse público da empresa pública e da sociedade de governança e a confiabilidade do processo de coleta, mensuração,
economia mista, respeitadas as razões que motivaram a autoriza- classificação, acumulação, registro e divulgação de eventos e tran-
ção legislativa, manifesta-se por meio do alinhamento entre seus sações, visando ao preparo de demonstrações financeiras.
objetivos e aqueles de políticas públicas, na forma explicitada na §4º O estatuto social deverá prever, ainda, a possibilidade de
carta anual a que se refere o inciso I do caput . que a área de compliance se reporte diretamente ao Conselho de
§2º Quaisquer obrigações e responsabilidades que a empresa Administração em situações em que se suspeite do envolvimento
pública e a sociedade de economia mista que explorem atividade do diretor-presidente em irregularidades ou quando este se furtar
econômica assumam em condições distintas às de qualquer outra à obrigação de adotar medidas necessárias em relação à situação a
empresa do setor privado em que atuam deverão: ele relatada.
I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem Art. 10. A empresa pública e a sociedade de economia mista
como previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o deverão criar comitê estatutário para verificar a conformidade do
ente público competente para estabelecê-las, observada a ampla processo de indicação e de avaliação de membros para o Conselho
publicidade desses instrumentos; de Administração e para o Conselho Fiscal, com competência para
II - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados de auxiliar o acionista controlador na indicação desses membros.
forma transparente, inclusive no plano contábil. Parágrafo único. Devem ser divulgadas as atas das reuniões do
§3º Além das obrigações contidas neste artigo, as sociedades comitê estatutário referido no caput realizadas com o fim de verifi-
de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliá- car o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisitos defi-
rios sujeitam-se ao regime informacional estabelecido por essa au- nidos na política de indicação, devendo ser registradas as eventuais
tarquia e devem divulgar as informações previstas neste artigo na manifestações divergentes de conselheiros.
forma fixada em suas normas. Art. 11. A empresa pública não poderá:
§4º Os documentos resultantes do cumprimento dos requisi- I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários,
tos de transparência constantes dos incisos I a IX do caput deverão conversíveis em ações;
ser publicamente divulgados na internet de forma permanente e II - emitir partes beneficiárias.
cumulativa. Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista
Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão:
adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e con- I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi-
trole interno que abranjam: nistradores;
I - ação dos administradores e empregados, por meio da imple- II - adequar constantemente suas práticas ao Código de Con-
mentação cotidiana de práticas de controle interno; duta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança
II - área responsável pela verificação de cumprimento de obri- corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei.
gações e de gestão de riscos; Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solu-
III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário. cionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e a
§1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e In- sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritá-
tegridade, que disponha sobre: rios, nos termos previstos em seu estatuto social.
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da socie- Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da
dade de economia mista, bem como orientações sobre a prevenção sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes e
de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção e fraude; restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da com-
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação panhia, em especial sobre:
do Código de Conduta e Integridade; I - constituição e funcionamento do Conselho de Administra-
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de de- ção, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número máximo
núncias internas e externas relativas ao descumprimento do Código de 11 (onze) membros;
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II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, cados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral
observado o número mínimo de 3 (três) diretores; e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação
III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de perio- ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alterna-
dicidade anual, dos administradores e dos membros de comitês, tivamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e,
observados os seguintes quesitos mínimos: cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III:
a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e I - ter experiência profissional de, no mínimo:
à eficácia da ação administrativa; a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atu-
b) contribuição para o resultado do exercício; ação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou
c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó- em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de
cios e atendimento à estratégia de longo prazo; direção superior; ou
IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exer- b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes car-
cerá suas atribuições de modo permanente; gos:
V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Es- 1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte
tatutário; ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da socieda-
VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Administra- de de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia supe-
ção e dos indicados para o cargo de diretor, que será unificado e rior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários
não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) mais altos da empresa;
reconduções consecutivas; 2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a
VII – (VETADO); DAS-4 ou superior, no setor público;
VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não su- 3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da
perior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções consecuti- empresa pública ou da sociedade de economia mista;
vas. c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em
atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da
SEÇÃO II empresa pública ou sociedade de economia mista;
DO ACIONISTA CONTROLADOR II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual
foi indicado; e
Art. 14. O acionista controlador da empresa pública e da socie- III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas
dade de economia mista deverá: nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº
I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicável 64, de 18 de maio de 1990 , com as alterações introduzidas pela Lei
à alta administração, a vedação à divulgação, sem autorização do Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010.
órgão competente da empresa pública ou da sociedade de econo- §1º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia
mia mista, de informação que possa causar impacto na cotação dos mista e de suas subsidiárias poderá dispor sobre a contratação de
títulos da empresa pública ou da sociedade de economia mista e seguro de responsabilidade civil pelos administradores.
em suas relações com o mercado ou com consumidores e forne- §2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e
cedores; para a diretoria:
II - preservar a independência do Conselho de Administração I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa pú-
no exercício de suas funções; blica ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro
III - observar a política de indicação na escolha dos administra- de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de
dores e membros do Conselho Fiscal. titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público,
Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da so- de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na
ciedade de economia mista responderá pelos atos praticados com administração pública, de dirigente estatutário de partido político
abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da
1976 . federação, ainda que licenciados do cargo;
§1º A ação de reparação poderá ser proposta pela socieda- II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses,
de, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de como participante de estrutura decisória de partido político ou em
1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, indepen- trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de cam-
dentemente de autorização da assembleia-geral de acionistas. panha eleitoral;
§2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática do III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;
ato abusivo, a ação a que se refere o §1º. IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como
fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou
SEÇÃO III serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrati-
DO ADMINISTRADOR va controladora da empresa pública ou da sociedade de economia
mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior
Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador de a 3 (três) anos antes da data de nomeação;
empresa pública e de sociedade de economia mista é submetido V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de con-
às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 . flito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora
Parágrafo único. Consideram-se administradores da empresa da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a
pública e da sociedade de economia mista os membros do Conse- própria empresa ou sociedade.
lho de Administração e da diretoria. §3º A vedação prevista no inciso I do §2º estende-se também
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indi- aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pesso-
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as nele mencionadas. de de economia mista ou de suas subsidiárias.


§4º Os administradores eleitos devem participar, na posse e Art. 21. (VETADO).
anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação societá- Parágrafo único. (VETADO).
ria e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle
interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 SEÇÃO V
(Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às atividades da DO MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE ADMINIS-
empresa pública ou da sociedade de economia mista. TRAÇÃO
§5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser dis-
pensados no caso de indicação de empregado da empresa pública Art. 22. O Conselho de Administração deve ser composto, no
ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de membros indepen-
como membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesi- dentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja decisão pelo exercício
tos mínimos: da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minoritários, nos
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na so- termos do art. 141 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .
ciedade de economia mista por meio de concurso público de provas §1º O conselheiro independente caracteriza-se por:
ou de provas e títulos; I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a socie-
II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho efeti- dade de economia mista, exceto participação de capital;
vo na empresa pública ou na sociedade de economia mista; II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o ter-
III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da ceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder Executivo, de Ministro
empresa pública ou da sociedade de economia mista, comprovan- de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de administra-
do sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos de dor da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
que trata o caput . III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de qual-
quer natureza com a empresa pública, a sociedade de economia
SEÇÃO IV mista ou seus controladores, que possa vir a comprometer sua in-
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO dependência;
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, emprega-
Art. 18. Sem prejuízo das competências previstas no art. 142 da do ou diretor da empresa pública, da sociedade de economia mis-
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e das demais atribuições ta ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária da empresa
previstas nesta Lei, compete ao Conselho de Administração: pública ou da sociedade de economia mista, exceto se o vínculo
I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas for exclusivamente com instituições públicas de ensino ou pesquisa;
de governança corporativa, relacionamento com partes interessa- V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de
das, política de gestão de pessoas e código de conduta dos agentes; serviços ou produtos da empresa pública ou da sociedade de eco-
II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão de riscos nomia mista, de modo a implicar perda de independência;
e de controle interno estabelecidos para a prevenção e mitigação VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou enti-
dos principais riscos a que está exposta a empresa pública ou a so- dade que esteja oferecendo ou demandando serviços ou produtos
ciedade de economia mista, inclusive os riscos relacionados à inte- à empresa pública ou à sociedade de economia mista, de modo a
gridade das informações contábeis e financeiras e os relacionados à implicar perda de independência;
ocorrência de corrupção e fraude; VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou
III - estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar risco da sociedade de economia mista além daquela relativa ao cargo de
de contradição entre informações de diversas áreas e as dos execu- conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de par-
tivos da empresa pública ou da sociedade de economia mista; ticipação no capital.
IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade de §2º Quando, em decorrência da observância do percentual
economia mista, nos termos do inciso III do art. 13, podendo con- mencionado no caput , resultar número fracionário de conselhei-
tar com apoio metodológico e procedimental do comitê estatutário ros, proceder-se-á ao arredondamento para o número inteiro:
referido no art. 10. I - imediatamente superior, quando a fração for igual ou supe-
Art. 19. É garantida a participação, no Conselho de Adminis- rior a 0,5 (cinco décimos);
tração, de representante dos empregados e dos acionistas mino- II - imediatamente inferior, quando a fração for inferior a 0,5
ritários. (cinco décimos).
§1º As normas previstas na Lei nº 12.353, de 28 de dezembro §3º Não serão consideradas, para o cômputo das vagas desti-
de 2010 , aplicam-se à participação de empregados no Conselho de nadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conse-
Administração da empresa pública, da sociedade de economia mis- lheiros eleitos por empregados, nos termos do §1º do art. 19.
ta e de suas subsidiárias e controladas e das demais empresas em §4º Serão consideradas, para o cômputo das vagas destinadas
que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conselheiros
social com direito a voto. eleitos por acionistas minoritários, nos termos do §2º do art. 19.
§2º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de eleger §5º (VETADO).
1 (um) conselheiro, se maior número não lhes couber pelo processo
de voto múltiplo previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de SEÇÃO VI
1976 . DA DIRETORIA
Art. 20. É vedada a participação remunerada de membros da
administração pública, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) con- Art. 23. É condição para investidura em cargo de diretoria da
selhos, de administração ou fiscal, de empresa pública, de socieda- empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção de
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compromisso com metas e resultados específicos a serem alcança- significativas entre administração, auditoria independente e Comitê
dos, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração, a de Auditoria Estatutário em relação às demonstrações financeiras;
quem incumbe fiscalizar seu cumprimento. VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se funda-
§1º Sem prejuízo do disposto no caput , a diretoria deverá mentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial dos
apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Adminis- planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quando a em-
tração do ano anterior, a quem compete sua aprovação: presa pública ou a sociedade de economia mista for patrocinadora
I - plano de negócios para o exercício anual seguinte; de entidade fechada de previdência complementar.
II - estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos e §2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) anos. para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à
§2º Compete ao Conselho de Administração, sob pena de seus empresa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias
integrantes responderem por omissão, promover anualmente aná- relacionadas ao escopo de suas atividades.
lise de atendimento das metas e resultados na execução do plano §3º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir quando
de negócios e da estratégia de longo prazo, devendo publicar suas necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que as informa-
conclusões e informá-las ao Congresso Nacional, às Assembleias ções contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua divulgação.
Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal ou às Câmaras §4º A empresa pública e a sociedade de economia mista de-
Municipais e aos respectivos tribunais de contas, quando houver. verão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria Estatu-
§3º Excluem-se da obrigação de publicação a que se refere o tário.
§2º as informações de natureza estratégica cuja divulgação possa §5º Caso o Conselho de Administração considere que a divul-
ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empresa pública gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da empresa pú-
ou da sociedade de economia mista. blica ou da sociedade de economia mista, a empresa pública ou a
sociedade de economia mista divulgará apenas o extrato das atas.
SEÇÃO VII §6º A restrição prevista no §5º não será oponível aos órgãos de
DO COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas
do Comitê de Auditoria Estatutário, observada a transferência de
Art. 24. A empresa pública e a sociedade de economia mista sigilo.
deverão possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria §7º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir auto-
Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao nomia operacional e dotação orçamentária, anual ou por projeto,
qual se reportará diretamente. dentro de limites aprovados pelo Conselho de Administração, para
§1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem prejuí- conduzir ou determinar a realização de consultas, avaliações e in-
zo de outras competências previstas no estatuto da empresa públi- vestigações dentro do escopo de suas atividades, inclusive com a
ca ou da sociedade de economia mista: contratação e utilização de especialistas externos independentes.
I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor inde- Art. 25. O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado por,
pendente; no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em sua maio-
II - supervisionar as atividades dos auditores independentes, ria independentes.
avaliando sua independência, a qualidade dos serviços prestados §1º São condições mínimas para integrar o Comitê de Auditoria
e a adequação de tais serviços às necessidades da empresa pública Estatutário:
ou da sociedade de economia mista; I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à nome-
III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de con- ação para o Comitê:
trole interno, de auditoria interna e de elaboração das demonstra- a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da empre-
ções financeiras da empresa pública ou da sociedade de economia sa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controladora,
mista; controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta ou
IV - monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos de indireta;
controle interno, das demonstrações financeiras e das informações b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qual-
e medições divulgadas pela empresa pública ou pela sociedade de quer outro integrante com função de gerência de equipe envolvi-
economia mista; da nos trabalhos de auditoria na empresa pública ou sociedade de
V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa públi- economia mista;
ca ou da sociedade de economia mista, podendo requerer, entre II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o
outras, informações detalhadas sobre políticas e procedimentos segundo grau ou por adoção, das pessoas referidas no inciso I;
referentes a: III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da em-
a) remuneração da administração; presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controla-
b) utilização de ativos da empresa pública ou da sociedade de dora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta
economia mista; ou indireta, que não seja aquela relativa à função de integrante do
c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou da socie- Comitê de Auditoria Estatutário;
dade de economia mista; IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo, ain-
VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a administração e a da que licenciado, ou de cargo em comissão da pessoa jurídica de
área de auditoria interna, a adequação das transações com partes direito público que exerça o controle acionário da empresa pública
relacionadas; ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze) meses anteriores à
VII - elaborar relatório anual com informações sobre as ativi- nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário.
dades, os resultados, as conclusões e as recomendações do Comi- §2º Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Auditoria
tê de Auditoria Estatutário, registrando, se houver, as divergências Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de con-
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tabilidade societária. TÍTULO II


§3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser com- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS, ÀS SOCIE-
provado por meio de documentação mantida na sede da empresa DADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS SUAS SUBSIDIÁRIAS QUE
pública ou sociedade de economia mista pelo prazo mínimo de 5 EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA DE PRODUÇÃO OU CO-
(cinco) anos, contado a partir do último dia de mandato do membro MERCIALIZAÇÃO DE BENS OU DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS,
do Comitê de Auditoria Estatutário. AINDA QUE A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTEJA SUJEITA AO
REGIME DE MONOPÓLIO DA UNIÃO OU SEJA DE PRESTAÇÃO
SEÇÃO VIII DE SERVIÇOS PÚBLICOS.
DO CONSELHO FISCAL
CAPÍTULO I
Art. 26. Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-se aos DAS LICITAÇÕES
membros do Conselho Fiscal da empresa pública e da sociedade de
economia mista as disposições previstas na Lei nº 6.404, de 15 de SEÇÃO I
dezembro de 1976 , relativas a seus poderes, deveres e responsa- DA EXIGÊNCIA DE LICITAÇÃO E DOS CASOS DE DISPENSA E DE
bilidades, a requisitos e impedimentos para investidura e a remu- INEXIGIBILIDADE
neração, além de outras disposições estabelecidas na referida Lei.
§1º Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas naturais, Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de
residentes no País, com formação acadêmica compatível com o serviços às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
exercício da função e que tenham exercido, por prazo mínimo de 3 inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação
(três) anos, cargo de direção ou assessoramento na administração de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo pa-
pública ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador em empre- trimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patri-
sa. mônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens,
§2º O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um) mem- serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as
bro indicado pelo ente controlador, que deverá ser servidor público hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.
com vínculo permanente com a administração pública. §1º Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das socie-
dades de economia mista as disposições constantes dos arts. 42 a
CAPÍTULO III 49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 .
DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE §2º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com pes-
DE ECONOMIA MISTA soas físicas ou jurídicas de que trata o §3º do art. 27 observará, no
que couber, as normas de licitação e contratos desta Lei.
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista te- §3º São as empresas públicas e as sociedades de economia
rão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendi- mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo
mento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento nas seguintes situações:
de autorização legal para a sua criação. I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta,
§1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou
deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômico e para obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos
a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela empre- sociais;
sa pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a
seguinte: suas características particulares, vinculada a oportunidades de ne-
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consu- gócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedi-
midores aos produtos e serviços da empresa pública ou da socieda- mento competitivo.
de de economia mista; §4º Consideram-se oportunidades de negócio a que se refe-
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para re o inciso II do §3º a formação e a extinção de parcerias e outras
produção e oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisição e a alie-
sociedade de economia mista, sempre de maneira economicamen- nação de participação em sociedades e outras formas associativas,
te justificada. societárias ou contratuais e as operações realizadas no âmbito do
§2º A empresa pública e a sociedade de economia mista de- mercado de capitais, respeitada a regulação pelo respectivo órgão
verão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade am- competente.
biental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas
mercado em que atuam. públicas e sociedades de economia mista:
§3º A empresa pública e a sociedade de economia mista po- I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$
derão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa fí- 100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas de
sica ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma
sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca, concomitantemente;
observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00
desta Lei. (cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta
Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma
só vez;
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III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa-
a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condi- bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para
ções preestabelecidas; as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; respectivos contratos, observado o disposto no §2º ;
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da adminis-
mento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades de tração pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;
instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava- social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socio-
liação prévia; econômica relativamente à escolha de outra forma de alienação;
VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que dívida e de bens que produzam ou comercializem. (Vide ADIN 5624)
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as (Vide ADIN 5846) (Vide ADIN 5924) (Vide ADIN 6029)
mesmas condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, §1º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; nos termos do inciso VI do caput , a empresa pública e a sociedade
VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi- de economia mista poderão convocar os licitantes remanescentes,
mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen- na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condi-
volvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação ções ofertadas por estes, desde que o respectivo valor seja igual ou
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quan-
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; to aos preços atualizados nos termos do instrumento convocatório.
VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem na- §2º A contratação direta com base no inciso XV do caput não
cional ou estrangeira necessários à manutenção de equipamentos dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omissão, te-
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original nha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao dis-
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in- posto na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 .
dispensável para a vigência da garantia; §3º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem
IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a pres- do Conselho de Administração da empresa pública ou sociedade
tação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o de economia mista, admitindo-se valores diferenciados para cada
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; sociedade.
X - na contratação de concessionário, permissionário ou auto- Art. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabili-
rizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás dade de competição, em especial na hipótese de:
natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as nor- I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só
mas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co-
pertinência com o serviço público. mercial exclusivo;
XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados,
economia mista e suas respectivas subsidiárias, para aquisição ou com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação:
os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe-
o objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada cutivos;
prevista em seu estatuto social; b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
XII - na contratação de coleta, processamento e comerciali- c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em ou tributárias;
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas viços;
de baixa renda que tenham como ocupação econômica a coleta de e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
as normas técnicas, ambientais e de saúde pública; g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou §1º Considera-se de notória especialização o profissional ou a
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi- empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga-
especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa públi- nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela-
ca ou da sociedade de economia mista; cionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é
XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de do objeto do contrato.
2004 , observados os princípios gerais de contratação dela cons- §2º Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dispen-
tantes; sa, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobrepreço ou
XV - em situações de emergência, quando caracterizada ur- superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado
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quem houver decidido pela contratação direta e o fornecedor ou o sa de mercado.


prestador de serviços. §4º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
§3º O processo de contratação direta será instruído, no que derão adotar procedimento de manifestação de interesse privado
couber, com os seguintes elementos: para o recebimento de propostas e projetos de empreendimentos
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que com vistas a atender necessidades previamente identificadas, ca-
justifique a dispensa, quando for o caso; bendo a regulamento a definição de suas regras específicas.
II - razão da escolha do fornecedor ou do executante; §5º Na hipótese a que se refere o §4º, o autor ou financiador
III - justificativa do preço. do projeto poderá participar da licitação para a execução do em-
preendimento, podendo ser ressarcido pelos custos aprovados pela
SEÇÃO II empresa pública ou sociedade de economia mista caso não vença
DISPOSIÇÕES DE CARÁTER GERAL SOBRE LICITAÇÕES E CON- o certame, desde que seja promovida a cessão de direitos de que
TRATOS trata o art. 80.
Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão
Art. 31. As licitações realizadas e os contratos celebrados por observadas as seguintes diretrizes:
empresas públicas e sociedades de economia mista destinam-se a I - padronização do objeto da contratação, dos instrumentos
assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que convocatórios e das minutas de contratos, de acordo com normas
se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que internas específicas;
se caracterize sobrepreço ou superfaturamento, devendo observar II - busca da maior vantagem competitiva para a empresa públi-
os princípios da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da ca ou sociedade de economia mista, considerando custos e benefí-
publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, da econo- cios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambien-
micidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vinculação tal, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e
ao instrumento convocatório, da obtenção de competitividade e do resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de
julgamento objetivo. igual relevância;
§1º Para os fins do disposto no caput , considera-se que há: III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a participação
I - sobrepreço quando os preços orçados para a licitação ou os de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que não
preços contratados são expressivamente superiores aos preços re- atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 29, incisos
ferenciais de mercado, podendo referir-se ao valor unitário de um I e II;
item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de ser- IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denomina-
viço, ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for da pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 ,
por preço global ou por empreitada; para a aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados
II - superfaturamento quando houver dano ao patrimônio da aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser ob-
empresa pública ou da sociedade de economia mista caracterizado, jetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usu-
por exemplo: ais no mercado;
a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente V - observação da política de integridade nas transações com
executadas ou fornecidas; partes interessadas.
b) pela deficiência na execução de obras e serviços de enge- §1º As licitações e os contratos disciplinados por esta Lei de-
nharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou da vem respeitar, especialmente, as normas relativas à:
segurança; I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de enge- lidos gerados pelas obras contratadas;
nharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do contra- II - mitigação dos danos ambientais por meio de medidas con-
to em favor do contratado; dicionantes e de compensação ambiental, que serão definidas no
d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem procedimento de licenciamento ambiental;
recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronograma III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que, com-
físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com provadamente, reduzam o consumo de energia e de recursos na-
custos adicionais para a empresa pública ou a sociedade de econo- turais;
mia mista ou reajuste irregular de preços. IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
§2º O orçamento de referência do custo global de obras e servi- urbanística;
ços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos unitários de V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus corres- imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
pondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da reto causado por investimentos realizados por empresas públicas e
Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou no sociedades de economia mista;
Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), no caso de obras VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi-
e serviços rodoviários, devendo ser observadas as peculiaridades lidade reduzida.
geográficas. §2º A contratação a ser celebrada por empresa pública ou so-
§3º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante ciedade de economia mista da qual decorra impacto negativo so-
o disposto no §2º, a estimativa de custo global poderá ser apurada bre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial
por meio da utilização de dados contidos em tabela de referência tombados dependerá de autorização da esfera de governo encar-
formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração regada da proteção do respectivo patrimônio, devendo o impacto
pública federal, em publicações técnicas especializadas, em banco ser compensado por meio de medidas determinadas pelo dirigente
de dados e sistema específico instituído para o setor ou em pesqui- máximo da empresa pública ou sociedade de economia mista, na
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forma da legislação aplicável. pedida ou declarada inidônea;


§3º As licitações na modalidade de pregão, na forma eletrôni- V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impedi-
ca, deverão ser realizadas exclusivamente em portais de compras da ou declarada inidônea;
de acesso público na internet. VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou administra-
§4º Nas licitações com etapa de lances, a empresa pública ou dor de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no pe-
sociedade de economia mista disponibilizará ferramentas eletrôni- ríodo dos fatos que deram ensejo à sanção;
cas para envio de lances pelos licitantes. VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de
Art. 33. O objeto da licitação e do contrato dela decorrente será empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período
definido de forma sucinta e clara no instrumento convocatório. dos fatos que deram ensejo à sanção;
Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela em- VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que parti-
presa pública ou pela sociedade de economia mista será sigiloso, cipou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa decla-
facultando-se à contratante, mediante justificação na fase de pre- rada inidônea.
paração prevista no inciso I do art. 51 desta Lei, conferir publicidade Parágrafo único. Aplica-se a vedação prevista no caput :
ao valor estimado do objeto da licitação, sem prejuízo da divulgação I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como pes-
do detalhamento dos quantitativos e das demais informações ne- soa física, bem como à participação dele em procedimentos licitató-
cessárias para a elaboração das propostas. rios, na condição de licitante;
§1º Na hipótese em que for adotado o critério de julgamento II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau
por maior desconto, a informação de que trata o caput deste artigo civil, com:
constará do instrumento convocatório. a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia
§2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prê- mista;
mio ou da remuneração será incluído no instrumento convocatório. b) empregado de empresa pública ou sociedade de economia
§3º A informação relativa ao valor estimado do objeto da lici- mista cujas atribuições envolvam a atuação na área responsável
tação, ainda que tenha caráter sigiloso, será disponibilizada a ór- pela licitação ou contratação;
gãos de controle externo e interno, devendo a empresa pública ou c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou so-
a sociedade de economia mista registrar em documento formal sua ciedade de economia mista esteja vinculada.
disponibilização aos órgãos de controle, sempre que solicitado. III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha ter-
§4º (VETADO). minado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a respecti-
Art. 35. Observado o disposto no art. 34, o conteúdo da pro- va empresa pública ou sociedade de economia mista promotora da
posta, quando adotado o modo de disputa fechado e até sua aber- licitação ou contratante há menos de 6 (seis) meses.
tura, os atos e os procedimentos praticados em decorrência desta Art. 39. Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação e os
Lei submetem-se à legislação que regula o acesso dos cidadãos às contratos disciplinados por esta Lei serão divulgados em portal es-
informações detidas pela administração pública, particularmente pecífico mantido pela empresa pública ou sociedade de economia
aos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . mista na internet, devendo ser adotados os seguintes prazos míni-
Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia mista mos para apresentação de propostas ou lances, contados a partir da
poderão promover a pré-qualificação de seus fornecedores ou pro- divulgação do instrumento convocatório:
dutos, nos termos do art. 64. I - para aquisição de bens:
Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de julga-
deverão informar os dados relativos às sanções por elas aplicadas mento o menor preço ou o maior desconto;
aos contratados, nos termos definidos no art. 83, de forma a man- b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses;
ter atualizado o cadastro de empresas inidôneas de que trata o art. II - para contratação de obras e serviços:
23 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 . a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de jul-
§1º O fornecedor incluído no cadastro referido no caput não gamento o menor preço ou o maior desconto;
poderá disputar licitação ou participar, direta ou indiretamente, da b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses;
execução de contrato. III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação
§2º Serão excluídos do cadastro referido no caput , a qualquer em que se adote como critério de julgamento a melhor técnica ou a
tempo, fornecedores que demonstrarem a superação dos motivos melhor combinação de técnica e preço, bem como para licitação em
que deram causa à restrição contra eles promovida. que haja contratação semi-integrada ou integrada.
Art. 38. Estará impedida de participar de licitações e de ser con- Parágrafo único. As modificações promovidas no instrumento
tratada pela empresa pública ou sociedade de economia mista a convocatório serão objeto de divulgação nos mesmos termos e pra-
empresa: zos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração
I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco não afetar a preparação das propostas.
por cento) do capital social seja diretor ou empregado da empresa Art. 40. As empresas públicas e as sociedades de economia
pública ou sociedade de economia mista contratante; mista deverão publicar e manter atualizado regulamento interno de
II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de economia licitações e contratos, compatível com o disposto nesta Lei, espe-
mista; cialmente quanto a:
III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito Fe- I - glossário de expressões técnicas;
deral ou pela unidade federativa a que está vinculada a empresa II - cadastro de fornecedores;
pública ou sociedade de economia mista, enquanto perdurarem os III - minutas-padrão de editais e contratos;
efeitos da sanção; IV - procedimentos de licitação e contratação direta;
IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, im- V - tramitação de recursos;
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VI - formalização de contratos; VIII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e su-


VII - gestão e fiscalização de contratos; ficientes, com nível de precisão adequado, para, observado o dis-
VIII - aplicação de penalidades; posto no §3º, caracterizar a obra ou o serviço, ou o complexo de
IX - recebimento do objeto do contrato. obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
Art. 41. Aplicam-se às licitações e contratos regidos por esta indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabi-
Lei as normas de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 da Lei nº lidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
8.666, de 21 de junho de 1993 . empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os
SEÇÃO III seguintes elementos:
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA OBRAS E SERVIÇOS a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a fornecer
visão global da obra e a identificar todos os seus elementos consti-
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por tutivos com clareza;
empresas públicas e sociedades de economia mista, serão observa- b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-
das as seguintes definições: talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
I - empreitada por preço unitário: contratação por preço certo de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e
de unidades determinadas; de realização das obras e montagem;
II - empreitada por preço global: contratação por preço certo c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais
e total; e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especifica-
III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos traba- ções, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre-
lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material; endimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
IV - empreitada integral: contratação de empreendimento em d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé-
sua integralidade, com todas as etapas de obras, serviços e instala- todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-
ções necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, execução;
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con- e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
dições de segurança estrutural e operacional e com as característi- obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri-
cas adequadas às finalidades para as quais foi contratada; mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a ela- cada caso;
boração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execução de f) (VETADO);
obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de tes- IX - projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e
tes, a pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas
para a entrega final do objeto, de acordo com o estabelecido nos técnicas pertinentes;
§§1º e 3º deste artigo; X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e
VI - contratação integrada: contratação que envolve a elabora- responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio
ção e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execu- econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus finan-
ção de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização ceiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, conten-
de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e sufi- do, no mínimo, as seguintes informações:
cientes para a entrega final do objeto, de acordo com o estabeleci- a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura
do nos §§1º, 2º e 3º deste artigo; do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da
VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com todos os ele- avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de termo
mentos de contornos necessários e fundamentais à elaboração do aditivo quando de sua ocorrência;
projeto básico, devendo conter minimamente os seguintes elemen- b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que ha-
tos: verá liberdade das contratadas para inovar em soluções metodoló-
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, gicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em termos de
visão global dos investimentos e definições relacionadas ao nível de modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto
serviço desejado; ou no projeto básico da licitação;
b) condições de solidez, segurança e durabilidade e prazo de c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não
entrega; haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções meto-
c) estética do projeto arquitetônico; dológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo haver
d) parâmetros de adequação ao interesse público, à economia obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida
na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais e no anteprojeto ou no projeto básico da licitação.
à acessibilidade; §1º As contratações semi-integradas e integradas referidas,
e) concepção da obra ou do serviço de engenharia; respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo restringir-
f) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram -se-ão a obras e serviços de engenharia e observarão os seguintes
a concepção adotada; requisitos:
g) levantamento topográfico e cadastral; I - o instrumento convocatório deverá conter:
h) pareceres de sondagem; a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação integra-
i) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com- da, com elementos técnicos que permitam a caracterização da obra
ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica,
estabelecer padrões mínimos para a contratação; das propostas a serem ofertadas pelos particulares;
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b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitário, por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos
de empreitada por preço global, de empreitada integral e de contra- em seus itens orçamentários;
tação semi-integrada, nos termos definidos neste artigo; II - empreitada por preço global, quando for possível definir
c) documento técnico, com definição precisa das frações do previamente no projeto básico, com boa margem de precisão, as
empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas ino- quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na
varem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em termos fase contratual;
de modificação das soluções previamente delineadas no antepro- III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais
jeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de detalha- autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços
mento dos sistemas e procedimentos construtivos previstos nessas técnicos comuns e de curta duração;
peças técnicas; IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante neces-
d) matriz de riscos; site receber o empreendimento, normalmente de alta complexida-
II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com de, em condição de operação imediata;
base em valores de mercado, em valores pagos pela administração V - contratação semi-integrada, quando for possível definir pre-
pública em serviços e obras similares ou em avaliação do custo glo- viamente no projeto básico as quantidades dos serviços a serem
bal da obra, aferido mediante orçamento sintético ou metodologia posteriormente executados na fase contratual, em obra ou serviço
expedita ou paramétrica; de engenharia que possa ser executado com diferentes metodolo-
III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor pre- gias ou tecnologias;
ço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de en-
avaliação técnica as vantagens e os benefícios que eventualmente genharia for de natureza predominantemente intelectual e de ino-
forem oferecidos para cada produto ou solução; vação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com
IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mer-
ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inova- cado.
ções em termos de redução de custos, de aumento da qualidade, §1º Serão obrigatoriamente precedidas pela elaboração de
de redução do prazo de execução e de facilidade de manutenção projeto básico, disponível para exame de qualquer interessado, as
ou operação. licitações para a contratação de obras e serviços, com exceção da-
§2º No caso dos orçamentos das contratações integradas: quelas em que for adotado o regime previsto no inciso VI do caput
I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elementos deste artigo.
mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço devem se basear §2º É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras e
em orçamento tão detalhado quanto possível, devendo a utilização serviços de engenharia.
de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas licitações
outras obras similares ser realizadas somente nas frações do em- para obras e serviços de engenharia de que trata esta Lei:
preendimento não suficientemente detalhadas no anteprojeto da I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o antepro-
licitação, exigindo-se das contratadas, no mínimo, o mesmo nível jeto ou o projeto básico da licitação;
de detalhamento em seus demonstrativos de formação de preços; II - de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável
II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para pela elaboração do anteprojeto ou do projeto básico da licitação;
abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, considera- III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do
das as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais técnicas esti- projeto básico da licitação seja administrador, controlador, geren-
mativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de preço-base te, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último caso
a que viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se das lici- quando a participação superar 5% (cinco por cento) do capital vo-
tantes, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento na motivação tante.
dos respectivos preços ofertados. §1º A elaboração do projeto executivo constituirá encargo do
§3º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos contratado, consoante preço previamente fixado pela empresa pú-
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à blica ou pela sociedade de economia mista.
escolha da solução de projeto básico pela contratante deverão ser §2º É permitida a participação das pessoas jurídicas e da pes-
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos. soa física de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo em
§4º No caso de licitação de obras e serviços de engenharia, as licitação ou em execução de contrato, como consultor ou técnico,
empresas públicas e as sociedades de economia mista abrangidas nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusi-
por esta Lei deverão utilizar a contratação semi-integrada, prevista vamente a serviço da empresa pública e da sociedade de economia
no inciso V do caput , cabendo a elas a elaboração ou a contrata- mista interessadas.
ção do projeto básico antes da licitação de que trata este parágrafo, §3º Para fins do disposto no caput , considera-se participação
podendo ser utilizadas outras modalidades previstas nos incisos do indireta a existência de vínculos de natureza técnica, comercial,
caput deste artigo, desde que essa opção seja devidamente justifi- econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto bási-
cada. co, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos servi-
§5º Para fins do previsto na parte final do §4º, não será admi- ços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens
tida, por parte da empresa pública ou da sociedade de economia e serviços a estes necessários.
mista, como justificativa para a adoção da modalidade de contrata- §4º O disposto no §3º deste artigo aplica-se a empregados in-
ção integrada, a ausência de projeto básico. cumbidos de levar a efeito atos e procedimentos realizados pela
Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços empresa pública e pela sociedade de economia mista no curso da
de engenharia admitirão os seguintes regimes: licitação.
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, Art. 45. Na contratação de obras e serviços, inclusive de enge-
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nharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao Art. 50. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens integran-
desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qua- tes do acervo patrimonial de empresas públicas e de sociedades
lidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega de economia mista as normas desta Lei aplicáveis à sua alienação,
definidos no instrumento convocatório e no contrato. inclusive em relação às hipóteses de dispensa e de inexigibilidade
Parágrafo único. A utilização da remuneração variável respeita- de licitação.
rá o limite orçamentário fixado pela empresa pública ou pela socie-
dade de economia mista para a respectiva contratação. SEÇÃO VI
Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não impli- DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO
que perda de economia de escala, poderá ser celebrado mais de
um contrato para executar serviço de mesma natureza quando o Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte
objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e sequência de fases:
simultânea por mais de um contratado. I - preparação;
§1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido II - divulgação;
controle individualizado da execução do objeto contratual relativa- III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de
mente a cada um dos contratados. disputa adotado;
§2º (VETADO). IV - julgamento;
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
SEÇÃO IV VI - negociação;
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS VII - habilitação;
VIII - interposição de recursos;
Art. 47. A empresa pública e a sociedade de economia mista, na IX - adjudicação do objeto;
licitação para aquisição de bens, poderão: X - homologação do resultado ou revogação do procedimento.
I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses: §1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcio-
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; nalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput , desde
b) quando determinada marca ou modelo comercializado por que expressamente previsto no instrumento convocatório.
mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender o objeto §2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumera-
do contrato; das no caput praticados por empresas públicas, por sociedades de
c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a iden- economia mista e por licitantes serão efetivados preferencialmente
tificação de determinada marca ou modelo apto a servir como refe- por meio eletrônico, nos termos definidos pelo instrumento con-
rência, situação em que será obrigatório o acréscimo da expressão vocatório, devendo os avisos contendo os resumos dos editais das
“ou similar ou de melhor qualidade”; licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser previamente pu-
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação blicados no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município e na
e na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde que jus- internet.
tificada a necessidade de sua apresentação; Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou
III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do pro- fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcelado, a
cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por institui- combinação de ambos, observado o disposto no inciso III do art.
ção previamente credenciada. 32 desta Lei.
Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição de acei- §1º No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão lan-
tabilidade da proposta, a adequação às normas da Associação Bra- ces públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o
sileira de Normas Técnicas (ABNT) ou a certificação da qualidade critério de julgamento adotado.
do produto por instituição credenciada pelo Sistema Nacional de §2º No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro) . pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas para
Art. 48. Será dada publicidade, com periodicidade mínima se- que sejam divulgadas.
mestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irrestrito, à Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, pode-
relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas públicas rão ser admitidos:
e pelas sociedades de economia mista, compreendidas as seguintes I - a apresentação de lances intermediários;
informações: II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lan-
I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e da ce, para definição das demais colocações, quando existir diferença
quantidade adquirida; de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o sub-
II - nome do fornecedor; sequente.
III - valor total de cada aquisição. Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances:
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o
SEÇÃO V julgamento pelo critério da maior oferta;
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA ALIENAÇÃO DE BENS II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados
os demais critérios de julgamento.
Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por socie- Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julga-
dades de economia mista será precedida de: mento:
I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hipó- I - menor preço;
teses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29; II - maior desconto;
II - licitação, ressalvado o previsto no §3º do art. 28. III - melhor combinação de técnica e preço;
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IV - melhor técnica; II - descumpram especificações técnicas constantes do instru-


V - melhor conteúdo artístico; mento convocatório;
VI - maior oferta de preço; III - apresentem preços manifestamente inexequíveis;
VII - maior retorno econômico; IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a contra-
VIII - melhor destinação de bens alienados. tação de que trata o §1º do art. 57, ressalvada a hipótese prevista
§1º Os critérios de julgamento serão expressamente identifi- no caput do art. 34 desta Lei;
cados no instrumento convocatório e poderão ser combinados na V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exi-
hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto no inci- gido pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista;
so III do art. 32. VI - apresentem desconformidade com outras exigências do
§2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a
III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propostas será seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudi-
efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, defini- que a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes.
dos no instrumento convocatório, destinados a limitar a subjetivi- §1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas pode-
dade do julgamento. rá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas mais
§3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas vanta- bem classificados.
gens não previstas no instrumento convocatório. §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
§4º O critério previsto no inciso II do caput : rão realizar diligências para aferir a exequibilidade das propostas ou
I - terá como referência o preço global fixado no instrumento exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na forma do inciso V
convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas propostas do caput .
ou lances vencedores a eventuais termos aditivos; §3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, conside-
II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto in- ram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferiores a
cidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes do 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o ins- I - média aritmética dos valores das propostas superiores a 50%
trumento convocatório. (cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela empre-
§5º Quando for utilizado o critério referido no inciso III do sa pública ou sociedade de economia mista; ou
caput , a avaliação das propostas técnicas e de preço considerará o II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou so-
percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% (setenta ciedade de economia mista.
por cento). §4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequi-
§6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do bilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos critérios de
caput , os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os quanti-
economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista, tativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento con-
por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando-se vocatório.
o licitante vencedor com base em percentual da economia de re- Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que ob-
cursos gerada. teve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que passe a
§7º Na implementação do critério previsto no inciso VIII do ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra
caput deste artigo, será obrigatoriamente considerada, nos termos que tenha obtido colocação superior, a empresa pública e a socie-
do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio dade de economia mista deverão negociar condições mais vantajo-
social, da finalidade para cujo atendimento o bem será utilizado sas com quem o apresentou.
pelo adquirente. §1º A negociação deverá ser feita com os demais licitantes, se-
§8º O descumprimento da finalidade a que se refere o §7º gundo a ordem inicialmente estabelecida, quando o preço do pri-
deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado ao meiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima do
acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de econo- orçamento estimado.
mia mista, vedado, nessa hipótese, o pagamento de indenização em §2º (VETADO).
favor do adquirente. §3º Se depois de adotada a providência referida no §1º deste
Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, serão uti- artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento estimado
lizados, na ordem em que se encontram enumerados, os seguintes para a contratação, será revogada a licitação.
critérios de desempate: Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a partir
I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apre- dos seguintes parâmetros:
sentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerramento I - exigência da apresentação de documentos aptos a compro-
da etapa de julgamento; var a possibilidade da aquisição de direitos e da contração de obri-
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, gações por parte do licitante;
desde que exista sistema objetivo de avaliação instituído; II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técnica ou
III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 economicamente relevantes, de acordo com parâmetros estabele-
de outubro de 1991 , e no §2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de cidos de forma expressa no instrumento convocatório;
junho de 1993 ; III - capacidade econômica e financeira;
IV - sorteio. IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tratan-
Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será do-se de licitações em que se utilize como critério de julgamento a
promovida a verificação de sua efetividade, promovendo-se a des- maior oferta de preço.
classificação daqueles que: §1º Quando o critério de julgamento utilizado for a maior ofer-
I - contenham vícios insanáveis; ta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capacidade
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econômica e financeira poderão ser dispensados. II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade da
§2º Na hipótese do §1º, reverterá a favor da empresa pública administração pública.
ou da sociedade de economia mista o valor de quantia eventual- §1º O procedimento de pré-qualificação será público e perma-
mente exigida no instrumento convocatório a título de adiantamen- nentemente aberto à inscrição de qualquer interessado.
to, caso o licitante não efetue o restante do pagamento devido no §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
prazo para tanto estipulado. rão restringir a participação em suas licitações a fornecedores ou
Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em regula-
licitatório terá fase recursal única. mento.
§1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dias §3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou seg-
úteis após a habilitação e contemplarão, além dos atos praticados mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
nessa fase, aqueles praticados em decorrência do disposto nos inci- §4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo al-
sos IV e V do caput do art. 51 desta Lei. guns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessários
§2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no §1º à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de
será aberto após a habilitação e após o encerramento da fase pre- condições entre os concorrentes.
vista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo prazo §5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no máximo,
também atos decorrentes da fase referida no inciso IV do caput do podendo ser atualizada a qualquer tempo.
art. 51 desta Lei. §6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exigida
Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição de a comprovação de qualidade.
direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante ven- §7º É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interessados
cedor. que forem pré-qualificados.
Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista Art. 65. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para efei-
não poderão celebrar contrato com preterição da ordem de classifi- to de habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios e se-
cação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação. rão válidos por 1 (um) ano, no máximo, podendo ser atualizados a
Art. 62. Além das hipóteses previstas no §3º do art. 57 desta qualquer tempo.
Lei e no inciso II do §2º do art. 75 desta Lei, quem dispuser de com- §1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e fi-
petência para homologação do resultado poderá revogar a licitação carão permanentemente abertos para a inscrição de interessados.
por razões de interesse público decorrentes de fato superveniente §2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos previstos
que constitua óbice manifesto e incontornável, ou anulá-la por ile- em regulamento.
galidade, de ofício ou por provocação de terceiros, salvo quando for §3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assu-
viável a convalidação do ato ou do procedimento viciado. midas será anotada no respectivo registro cadastral.
§1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera §4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can-
obrigação de indenizar, observado o disposto no §2º deste artigo. celado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências
§2º A nulidade da licitação induz à do contrato. estabelecidas para habilitação ou para admissão cadastral.
§3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou pro- Art. 66. O Sistema de Registro de Preços especificamente desti-
postas, referida no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a revoga- nado às licitações de que trata esta Lei reger-se-á pelo disposto em
ção ou a anulação da licitação somente será efetivada depois de se decreto do Poder Executivo e pelas seguintes disposições:
conceder aos licitantes que manifestem interesse em contestar o §1º Poderá aderir ao sistema referido no caput qualquer órgão
respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao ou entidade responsável pela execução das atividades contempla-
contraditório e à ampla defesa. das no art. 1º desta Lei.
§4º O disposto no caput e nos §§1º e 2º deste artigo aplica-se, §2º O registro de preços observará, entre outras, as seguintes
no que couber, aos atos por meio dos quais se determine a contra- condições:
tação direta. I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
SEÇÃO VII gulamento;
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e atuali-
zação periódicos dos preços registrados;
Art. 63. São procedimentos auxiliares das licitações regidas por IV - definição da validade do registro;
esta Lei: V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que
I - pré-qualificação permanente; aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitan-
II - cadastramento; te vencedor na sequência da classificação do certame, assim como
III - sistema de registro de preços; dos licitantes que mantiverem suas propostas originais.
IV - catálogo eletrônico de padronização. §3º A existência de preços registrados não obriga a administra-
Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput deste ção pública a firmar os contratos que deles poderão advir, sendo
artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu- facultada a realização de licitação específica, assegurada ao licitante
lamento. registrado preferência em igualdade de condições.
Art. 64. Considera-se pré-qualificação permanente o procedi- Art. 67. O catálogo eletrônico de padronização de compras, ser-
mento anterior à licitação destinado a identificar: viços e obras consiste em sistema informatizado, de gerenciamento
I - fornecedores que reúnam condições de habilitação exigidas centralizado, destinado a permitir a padronização dos itens a serem
para o fornecimento de bem ou a execução de serviço ou obra nos adquiridos pela empresa pública ou sociedade de economia mista
prazos, locais e condições previamente estabelecidos; que estarão disponíveis para a realização de licitação.
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Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser utili- co por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas
zado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor preço mesmas condições nele estabelecidas, ressalvado o previsto no §3º
ou o maior desconto e conterá toda a documentação e todos os deste artigo.
procedimentos da fase interna da licitação, assim como as espe- §3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
cificações dos respectivos objetos, conforme disposto em regula- volvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o limi-
mento. te de garantia previsto no §2º poderá ser elevado para até 10% (dez
por cento) do valor do contrato.
CAPÍTULO II §4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti-
DOS CONTRATOS tuída após a execução do contrato, devendo ser atualizada moneta-
riamente na hipótese do inciso I do §1º deste artigo.
SEÇÃO I Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não exce-
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS derá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebração, exceto:
I - para projetos contemplados no plano de negócios e inves-
Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas timentos da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direito II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco)
privado. anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio.
por esta Lei: Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado.
I - o objeto e seus elementos característicos; Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão ser
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data- em violação da obrigação de licitar.
-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispensada
de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri- no caso de pequenas despesas de pronta entrega e pagamento das
gações e a do efetivo pagamento; quais não resultem obrigações futuras por parte da empresa públi-
IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de conclu- ca ou da sociedade de economia mista.
são, de entrega, de observação, quando for o caso, e de recebimen- Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o registro
to; contábil exaustivo dos valores despendidos e a exigência de recibo
V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do por parte dos respectivos destinatários.
objeto contratual, quando exigidas, observado o disposto no art. Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimento
68; dos termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada de seu
VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações inteiro teor ou de qualquer de suas partes, admitida a exigência de
das infrações e as respectivas penalidades e valores das multas; ressarcimento dos custos, nos termos previstos na Lei nº 12.527, de
VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para 18 de novembro de 2011 .
alteração de seus termos; Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista
VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva convocarão o licitante vencedor ou o destinatário de contratação
licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como ao com dispensa ou inexigibilidade de licitação para assinar o termo
lance ou proposta do licitante vencedor; de contrato, observados o prazo e as condições estabelecidos, sob
IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execução pena de decadência do direito à contratação.
do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumi- §1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez,
das, as condições de habilitação e qualificação exigidas no curso do por igual período.
procedimento licitatório; §2º É facultado à empresa pública ou à sociedade de economia
X - matriz de riscos. mista, quando o convocado não assinar o termo de contrato no pra-
§1º (VETADO). zo e nas condições estabelecidos:
§2º Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou ser- I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifi-
viços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de dispu- cação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propos-
ta aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à empresa tas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualiza-
pública ou à sociedade de economia mista e às suas respectivas dos em conformidade com o instrumento convocatório;
subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos II - revogar a licitação.
quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamento Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,
das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
(ES), com os respectivos valores adequados ao lance vencedor, para objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
fins do disposto no inciso III do caput deste artigo. reções resultantes da execução ou de materiais empregados, e res-
Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contrata- ponderá por danos causados diretamente a terceiros ou à empresa
ções de obras, serviços e compras. pública ou sociedade de economia mista, independentemente da
§1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda- comprovação de sua culpa ou dolo na execução do contrato.
lidades de garantia: Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis-
I - caução em dinheiro; tas, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
II - seguro-garantia; §1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos tra-
III - fiança bancária. balhistas, fiscais e comerciais não transfere à empresa pública ou à
§2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cin- sociedade de economia mista a responsabilidade por seu pagamen-
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to, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regula- VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
rização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
de Imóveis. tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
§2º (VETADO). objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de economia maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
mista, conforme previsto no edital do certame. mica extraordinária e extracontratual.
§1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação ao §1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições con-
objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técnica im- tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, ser-
postas ao licitante vencedor. viços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
§2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício
tenha participado: ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para
I - do procedimento licitatório do qual se originou a contrata- os seus acréscimos.
ção; §2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico estabelecidos no §1º, salvo as supressões resultantes de acordo ce-
ou executivo. lebrado entre os contratantes.
§3º As empresas de prestação de serviços técnicos especializa- §3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços
dos deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico execu- unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acor-
tem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas, quando do entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §1º.
a respectiva relação for apresentada em procedimento licitatório §4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o con-
ou em contratação direta. tratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos traba-
Art. 79. Na hipótese do §6º do art. 54, quando não for gera- lhos, esses materiais deverão ser pagos pela empresa pública ou so-
da a economia prevista no lance ou proposta, a diferença entre a ciedade de economia mista pelos custos de aquisição regularmente
economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeni-
remuneração do contratado. zação por outros danos eventualmente decorrentes da supressão,
Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada e desde que regularmente comprovados.
a efetivamente obtida for superior à remuneração do contratado, §5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos
será aplicada a sanção prevista no contrato, nos termos do inciso VI ou encargos legais, bem como a superveniência de disposições le-
do caput do art. 69 desta Lei. gais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta,
Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou ser- com comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a
viços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais au- revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
tônomos ou por empresas contratadas passam a ser propriedade §6º Em havendo alteração do contrato que aumente os encar-
da empresa pública ou sociedade de economia mista que os tenha gos do contratado, a empresa pública ou a sociedade de economia
contratado, sem prejuízo da preservação da identificação dos res- mista deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
pectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída. -financeiro inicial.
§7º A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
SEÇÃO II te de preços previsto no próprio contrato e as atualizações, com-
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos inci- orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido,
sos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a possibili- não caracterizam alteração do contrato e podem ser registrados por
dade de alteração, por acordo entre as partes, nos seguintes casos: simples apostila, dispensada a celebração de aditamento.
I - quando houver modificação do projeto ou das especifica- §8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de responsabi-
II - quando necessária a modificação do valor contratual em lidade da contratada.
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
nos limites permitidos por esta Lei; SEÇÃO III
III - quando conveniente a substituição da garantia de execu-
ção; DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
IV - quando necessária a modificação do regime de execução Art. 82. Os contratos devem conter cláusulas com sanções ad-
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face ministrativas a serem aplicadas em decorrência de atraso injustifi-
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais cado na execução do contrato, sujeitando o contratado a multa de
originários; mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no con-
V - quando necessária a modificação da forma de pagamento, trato.
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor §1º A multa a que alude este artigo não impede que a empresa
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- pública ou a sociedade de economia mista rescinda o contrato e
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; §2º A multa, aplicada após regular processo administrativo,
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

será descontada da garantia do respectivo contratado. e acordos constitutivos.


§3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia presta- Art. 86. As informações das empresas públicas e das socieda-
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- des de economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive
ça, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de da-
pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou, ain- dos eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos
da, quando for o caso, cobrada judicialmente. de controle competentes.
Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a empresa §1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública
pública ou a sociedade de economia mista poderá, garantida a pré- e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas no sítio
via defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em
I - advertência; formato eletrônico editável.
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou §2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordi-
no contrato; nárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração ou fiscal
III - suspensão temporária de participação em licitação e impe- das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclu-
dimento de contratar com a entidade sancionadora, por prazo não sive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibili-
superior a 2 (dois) anos. zados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito
§1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia presta- dos trabalhos de auditoria.
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- §3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas
ça, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos no caput e no §2º será restrito e individualizado.
pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou co- §4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário,
brada judicialmente. estratégico, comercial ou industrial serão assim identificadas, res-
§2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão ser pondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos
aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa prévia causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a
do interessado, no respectivo processo, ser apresentada no prazo seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida.
de 10 (dez) dias úteis. §5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado
Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos em
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em ra- regulamento.
zão dos contratos regidos por esta Lei: Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente,
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e
da licitação; as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos ter-
empresa pública ou a sociedade de economia mista em virtude de mos da Constituição.
atos ilícitos praticados. §1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto-
CAPÍTULO III colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade
Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) es- prevista no §2º.
feras de governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades §2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domicilia- poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes
das no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação
da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, finan- desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
ceiro, operacional e patrimonial. §3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema
§1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer tem-
caput , os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos do- po, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, pa-
cumentos e às informações necessários à realização dos trabalhos, trimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de
inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obri-
ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei nº 12.527, gando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas per-
de 18 de novembro de 2011 . tinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.
§2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia
públicas e sociedades de economia mista no ato de entrega dos do- mista deverão disponibilizar para conhecimento público, por meio
cumentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de con- eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a
trole com o qual foi compartilhada a informação sigilosa correspon- execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se re-
sável pela manutenção do seu sigilo. tardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações.
§3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítu- §1º A disponibilização de informações contratuais referentes a
lo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às sociedades de operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto segredo
economia mista de caráter e constituição transnacional no que se industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir
refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, indepen- confidencialidade.
dentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos §2º O disposto no §1º não será oponível à fiscalização dos ór-
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

gãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo da 12.846, de 1º de agosto de 2013 , salvo as previstas nos incisos II,
responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der III e IV do caput do art. 19 da referida Lei .
causa à eventual divulgação dessas informações. Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 deverá
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da data de publica-
pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão a que se ção da presente Lei.
vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia Art. 96. Revogam-se:
conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade I - o §2º do art. 15 da Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961 ,
supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem au- com a redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.943, de 28 de maio
toriza a ingerência do supervisor em sua administração e funciona- de 2009;
mento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação II - os arts. 67 e 68 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 .
aplicável. Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle Brasília, 30 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º
não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas da República.
e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerên-
cia no exercício de suas competências ou na definição de políticas
públicas. QUESTÕES

TÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 1. IBFC - 2022 - EBSERH - Técnico de Enfermagem

Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista No que se refere às unidades internas de governança da Em-
constituídas anteriormente à vigência desta Lei deverão, no prazo presa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), analise as afir-
de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações necessárias mativas abaixo:
à adequação ao disposto nesta Lei. I. A área de Controle Interno, Conformidade e Gerenciamento
§1º A sociedade de economia mista que tiver capital fechado de Riscos se vincula diretamente ao Presidente, podendo ser con-
na data de entrada em vigor desta Lei poderá, observado o prazo duzida por ele próprio ou por outro Diretor estatutário.
estabelecido no caput , ser transformada em empresa pública, me- II. À Auditoria Interna compete, dentre outras funções, propor
diante resgate, pela empresa, da totalidade das ações de titularida- as medidas preventivas e corretivas dos desvios detectados.
de de acionistas privados, com base no valor de patrimônio líquido III. À Ouvidoria-Geral compete, dentre outras funções, receber,
constante do último balanço aprovado pela assembleia-geral. analisar e responder as sugestões, reclamações, elogios, solicita-
§2º (VETADO). ções e denúncias de cidadão.
§3º Permanecem regidos pela legislação anterior procedimen-
tos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados até o final do pra- Assinale a alternativa correta.
zo previsto no caput . (A) As afirmativas I, II e III estão corretas
Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Ativida- (B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
des Afins manterá banco de dados público e gratuito, disponível na (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
internet, contendo a relação de todas as empresas públicas e as (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
sociedades de economia mista. (E) Apenas a afirmativa I está correta
Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência
voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios 2. IBFC - 2022 - EBSERH - Médico - Clínica Médica
que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mercantis e Acerca dos recursos da Empresa Brasileira de Serviços Hospita-
Atividades Afins as informações relativas às empresas públicas e às lares (EBSERH), segundo o disposto na Lei nº 12.550/2011, analise
sociedades de economia mista a eles vinculadas. as afirmativas abaixo:
Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da empresa I. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para atendimento
pública e da sociedade de economia mista não ultrapassarão, em do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decorrentes da
cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por cento) da receita reserva legal e da reserva para contingência.
operacional bruta do exercício anterior. II. Constituem recursos da EBSERH os oriundos de dotações
§1º O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o limi- consignadas no orçamento da União.
te de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício anterior, por III. Constituem recursos da EBSERH as receitas decorrentes das
proposta da diretoria da empresa pública ou da sociedade de eco- aplicações financeiras que realizar.
nomia mista justificada com base em parâmetros de mercado do
setor específico de atuação da empresa ou da sociedade e aprovada Assinale a alternativa correta.
pelo respectivo Conselho de Administração. (A) As afirmativas I, II e III estão corretas
§2º É vedado à empresa pública e à sociedade de economia (B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
mista realizar, em ano de eleição para cargos do ente federativo a (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio que (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos anos que antece- (E) Apenas a afirmativa I está correta
dem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à eleição.
Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de eco-
nomia mista e às suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº
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LEGISLAÇÃO - EBSERH

3. IBFC - 2022 - EBSERH - Médico - Clínica Médica Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo.
Acerca das disposições da Lei nº 12.550/2011 sobre a Empresa (A) V - V - V
Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), assinale a alternativa (B) V - F - V
incorreta: (C) F - F - V
(A) A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal (D) V - V - F
(B) A EBSERH pode manter escritórios, representações, depen- (E) F - F - F
dências e filiais em outras unidades da Federação
(C) A EBSERH está autorizada pela lei a criar subsidiárias para o 6. IBFC - 2022 - EBSERH - Técnico em Contabilidade
desenvolvimento de atividades inerentes ao seu objeto social
(D) A EBSERH tem seu capital social dividido entre pessoas de No que se refere aos Órgãos Sociais e Estatutários da Empresa
direito público e privado que comprovem o desenvolvimento Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), segundo dispõe seu
de ações na área da saúde Estatuto Social, assinale a alternativa que apresente incorretamen-
(E) É dispensada a licitação para a contratação da EBSERH pela te um órgão estatutário da EBSERH.
administração pública para realizar atividades relacionadas ao (A) Conselho de Administração
seu objeto social (B) Conselho Nacional de Fiscalização Sanitária
(C) Comitê de Auditoria
4. IBFC - 2022 - EBSERH - Médico - Clínica Médica A Lei nº (D) Conselho Fiscal
12.550/2011 aborda as competências da Empresa Brasileira de Ser- (E) Diretoria Executiva
viços Hospitalares (EBSERH). Sobre o assunto, assinale a alternativa
que apresente incorretamente uma competência da EBSERH: 7. IBFC - 2022 - EBSERH - Técnico em Contabilidade

(A) Administrar unidades hospitalares, bem como prestar ser- No que se refere à Assembleia Geral da Empresa Brasileira de
viços de assistência médicohospitalar, ambulatorial e de apoio Serviços Hospitalares (EBSERH), leia abaixo o artigo 8º do Estatuto
diagnóstico e terapêutico à comunidade, no âmbito do SUS Social da EBSERH:
(B) Prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em Art. 8º. A Assembleia Geral realizar-se-á ordinariamente, uma
pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitá- vez por ano, nos ______ primeiros meses seguintes ao encerramen-
rios federais e a outras instituições congêneres to de cada exercício social, para deliberação das matérias previstas
(C) Homologar acordos visando à transformação de penalida- em lei e extraordinariamente, sempre que ______, ______ ou as
des pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse disposições deste Estatuto Social exigirem. Capítulo V, Seção I, Arti-
para a proteção ambiental e sanitária go 8º do Estatuto Social da EBSERH.
(D) Prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospi- Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
tais universitários e federais e a outras instituições congêneres, as lacunas.
com implementação de sistema de gestão único com geração (A) 5 (cinco) / o Poder Público / a sociedade
de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabeleci- (B) 4 (quatro) / o Poder Público / a sociedade
mento de metas (C) 6 (seis) / a sociedade / a legislação
(E) Prestar às instituições federais de ensino superior e a outras (D) 4 (quatro) / os interesses sociais / a legislação
instituições congêneres serviços de apoio ao ensino, à pesquisa (E) 6 (seis) / os interesses sociais / a legislação
e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas
no campo da saúde pública, mediante as condições que forem 8. IBFC - 2019 - Emdec - Advogado Jr
fixadas em seu estatuto social
A respeito dos conceitos de Empresa Pública e Sociedade de
5. IBFC - 2022 - EBSERH - Pedagogo Economia Mista estabelecidos pela Lei n° 13.303/2016, assinale a
alternativa correta.
Acerca do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de (A) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de per-
Serviços Hospitalares (EBSERH), segundo seu Estatuto Social, anali- sonalidade jurídica de direito público, criada por lei, sob a for-
se as afirmativas abaixo e dê valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F). ma de sociedade anônima, cujo capital social é integralmente
( ) O Conselho de Administração é órgão de deliberação estra- detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
tégica e colegiada da EBSERH e deve exercer suas atribuições con- Municípios
siderando os interesses de longo prazo da empresa, os impactos (B) Empresa pública é a entidade dotada de personalidade ju-
decorrentes de suas atividades na sociedade e no meio ambiente e rídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
os deveres fiduciários de seus membros. patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido
( ) O Conselho de Administração é composto por 9 (nove) pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Mu-
membros, eleitos pela Assembleia Geral. nicípios
( ) Na composição do Conselho de Administração há 4 (qua- (C) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de perso-
tro) membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, 3 nalidade jurídica de direito privado, criada por lei, sob qualquer
(três) membros indicados pelo Ministro de Estado da Economia e; 2 forma societária, cujas ações com direito a voto pertençam
(dois) membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde. pelo menos um terço à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios ou a entidade da administração indireta

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(D) Empresa pública é a entidade dotada de personalidade ju-


rídica de direito público, com criação autorizada por lei, cujo GABARITO
capital social seja, pelo menos, um terço pertencente à União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios

9. IBFC - 2022 - AFEAM - Especialista de Fomento - Adminis- 1 A


tração 2 A
3 D
A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão
possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria Estatutá- 4 C
rio como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao qual se 5 D
reportará diretamente. Acerca do Comitê de Auditoria Estatutário
e das disposições da Lei nº 13.303/2016, assinale a alternativa in- 6 B
correta. 7 D
(A) O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas 8 B
à empresa pública ou à sociedade de economia mista, em ma- 9 C
térias relacionadas ao escopo de suas atividades 10 D
(B) O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir quan-
do necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que as
informações contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua
divulgação
ANOTAÇÕES
(C) A empresa pública e a sociedade de economia mista deve- ______________________________________________________
rão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria Esta-
tutário, sendo vedado publicar apenas o extrato das atas em ______________________________________________________
qualquer hipótese
(D) Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Auditoria ______________________________________________________
Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de
contabilidade societária ______________________________________________________

______________________________________________________
10. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil
______________________________________________________
A Lei nº 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico da em-
presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidi- ______________________________________________________
árias e traz disposições sobre o Comitê de Auditoria Estatutário.
Sobre o assunto, analise as afirmativas abaixo e dê valores de Ver- ______________________________________________________
dadeiro (V) ou Falso (F).
( ) A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão ______________________________________________________
possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria Estatutário
como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao qual se re- ______________________________________________________
portará diretamente.
______________________________________________________
( ) O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios para
receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à empre- ______________________________________________________
sa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias relacio-
nadas ao escopo de suas atividades. ______________________________________________________
( ) O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir quando
necessário, no mínimo anualmente, de modo que as informações ______________________________________________________
contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua divulgação.
______________________________________________________
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
______________________________________________________
cima para baixo.
(A) V - V - V ______________________________________________________
(B) V - F - V
(C) F - F - V ______________________________________________________
(D) V - V - F
(E) F - V - F ______________________________________________________

______________________________________________________

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Secretaria Estadual de Saúde (SES)


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE Participa da formulação das políticas e ações de saúde, pres-
SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO ta apoio aos municípios em articulação com o conselho estadual e
DE SAÚDE (SUS)– PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ARCABOUÇO participa da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para aprovar e
LEGAL implementar o plano estadual de saúde.

Secretaria Municipal de Saúde (SMS)


O que é o Sistema Único de Saúde (SUS)? Planeja, organiza, controla, avalia e executa as ações e serviços
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais com- de saúde em articulação com o conselho municipal e a esfera esta-
plexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o dual para aprovar e implantar o plano municipal de saúde.
simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio
da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo aces- Conselhos de Saúde
so integral, universal e gratuito para toda a população do país. Com O Conselho de Saúde, no âmbito de atuação (Nacional, Esta-
a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema dual ou Municipal), em caráter permanente e deliberativo, órgão
público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e colegiado composto por representantes do governo, prestadores
não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação
todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco de estratégias e no controle da execução da política de saúde na
na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e fi-
da saúde. nanceiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e legalmente constituído em cada esfera do governo.
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados Cabe a cada Conselho de Saúde definir o número de membros,
e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tan- que obedecerá a seguinte composição: 50% de entidades e movi-
to ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, mentos representativos de usuários; 25% de entidades representa-
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a tivas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de representação
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológi- de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem
ca, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. fins lucrativos.

AVANÇO: Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
“Saúde é direito de todos e dever do Estado”. No período anterior a Foro de negociação e pactuação entre gestores federal, estadu-
CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos al e municipal, quanto aos aspectos operacionais do SUS
trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente
30 milhões de pessoas com acesso aos serviços hospitalares, caben- Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
do o atendimento aos demais cidadãos às entidades filantrópicas. Foro de negociação e pactuação entre gestores estadual e mu-
nicipais, quanto aos aspectos operacionais do SUS
Estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS)
O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pelo Ministério da Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass)
Saúde, Estados e Municípios, conforme determina a Constituição Entidade representativa dos entes estaduais e do Distrito Fede-
Federal. Cada ente tem suas co-responsabilidades. ral na CIT para tratar de matérias referentes à saúde

Ministério da Saúde Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Co-


Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza, monitora nasems)
e avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho Nacional Entidade representativa dos entes municipais na CIT para tratar
de Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de matérias referentes à saúde
para pactuar o Plano Nacional de Saúde. Integram sua estrutura:
Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito hospitais Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems)
federais. São reconhecidos como entidades que representam os entes
municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes
à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
forma que dispuserem seus estatutos.

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Responsabilidades dos entes que compõem o SUS viços voltada para a atenção primária à saúde, com hierarquização,
descentralização e universalização, iniciando-se já a partir do Pro-
União grama de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS),
A gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério da em 1976.
Saúde. O governo federal é o principal financiador da rede pública Em 1980, foi criado o Programa Nacional de Serviços Básicos
de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica metade de de Saúde (PREV-SAÚDE) - que, na realidade, nunca saiu do papel -,
todos os recursos gastos no país em saúde pública em todo o Brasil, logo seguida pelo plano do Conselho Nacional de Administração da
e estados e municípios, em geral, contribuem com a outra meta- Saúde Previdenciária (CONASP), em 1982 a partir do qual foi imple-
de dos recursos. O Ministério da Saúde formula políticas nacionais mentada a política de Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983.
de saúde, mas não realiza as ações. Para a realização dos projetos, Essas constituíram uma estratégia de extrema importância para o
depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs, fundações, processo de descentralização da saúde.
empresas, etc.). Também tem a função de planejar, elabirar nor- A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de
mas, avaliar e utilizar instrumentos para o controle do SUS. 1986, considerada um marco histórico, consagra os princípios pre-
conizados pelo Movimento da Reforma Sanitária.
Estados e Distrito Federal Em 1987 é implementado o Sistema Unificado e Descentrali-
Os estados possuem secretarias específicas para a gestão de zado de Saúde (SUDS), como uma consolidação das Ações Integra-
saúde. O gestor estadual deve aplicar recursos próprios, inclusive das de Saúde (AIS), que adota como diretrizes a universalização e
nos municípios, e os repassados pela União. Além de ser um dos a equidade no acesso aos serviços, à integralidade dos cuidados,
parceiros para a aplicação de políticas nacionais de saúde, o estado a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distri-
formula suas próprias políticas de saúde. Ele coordena e planeja o tos sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvi-
SUS em nível estadual, respeitando a normatização federal. Os ges- mento de instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de
tores estaduais são responsáveis pela organização do atendimento uma política de recursos humanos.
à saúde em seu território. O capítulo dedicado à saúde na nova Constituição Federal, pro-
mulgada em outubro de 1988, retrata o resultado de todo o proces-
Municípios so desenvolvido ao longo dessas duas décadas, criando o Sistema
São responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde Único de Saúde (SUS) e determinando que “a saúde é direito de
no âmbito do seu território. O gestor municipal deve aplicar recur- todos e dever do Estado” (art. 196).
sos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O município Entre outros, a Constituição prevê o acesso universal e igua-
formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos par- litário às ações e serviços de saúde, com regionalização e hierar-
ceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saú- quização, descentralização com direção única em cada esfera de
de. Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a governo, participação da comunidade e atendimento integral, com
normatização federal. Pode estabelecer parcerias com outros mu- prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
nicípios para garantir o atendimento pleno de sua população, para assistenciais.
procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles que A Lei nº 8.080, promulgada em 1990, operacionaliza as disposi-
pode oferecer. ções constitucionais. São atribuições do SUS em seus três níveis de
governo, além de outras, “ordenar a formação de recursos huma-
História do sistema único de saúde (SUS) nos na área de saúde” (CF, art. 200, inciso III).
As duas últimas décadas foram marcadas por intensas transfor-
mações no sistema de saúde brasileiro, intimamente relacionadas Princípios do SUS
com as mudanças ocorridas no âmbito político-institucional. Simul- São conceitos que orientam o SUS, previstos no artigo 198 da
taneamente ao processo de redemocratização iniciado nos anos 80, Constituição Federal de 1988 e no artigo 7º do Capítulo II da Lei n.º
o país passou por grave crise na área econômico-financeira. 8.080/1990. Os principais são:
No início da década de 80, procurou-se consolidar o processo Universalidade: significa que o SUS deve atender a todos, sem
de expansão da cobertura assistencial iniciado na segunda metade distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária,
dos anos 70, em atendimento às proposições formuladas pela OMS sem qualquer custo;
na Conferência de Alma-Ata (1978), que preconizava “Saúde para Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária à saú-
Todos no Ano 2000”, principalmente por meio da Atenção Primária de da população, promovendo ações contínuas de prevenção e tra-
à Saúde. tamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis de
Nessa mesma época, começa o Movimento da Reforma Sa- complexidade;
nitária Brasileira, constituído inicialmente por uma parcela da in- Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com
telectualidade universitária e dos profissionais da área da saúde. justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando
Posteriormente, incorporaram-se ao movimento outros segmentos maior atenção aos que mais necessitam;
da sociedade, como centrais sindicais, movimentos populares de Participação social: é um direito e um dever da sociedade par-
saúde e alguns parlamentares. ticipar das gestões públicas em geral e da saúde pública em par-
As proposições desse movimento, iniciado em pleno regime ticular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa
autoritário da ditadura militar, eram dirigidas basicamente à cons- participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; e
trução de uma nova política de saúde efetivamente democrática, Descentralização: é o processo de transferência de responsabi-
considerando a descentralização, universalização e unificação como lidades de gestão para os municípios, atendendo às determinações
elementos essenciais para a reforma do setor. constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de atribui-
Várias foram às propostas de implantação de uma rede de ser- ções comuns e competências específicas à União, aos estados, ao
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Distrito Federal e aos municípios. das no Plano Municipal de Saúde;


- planejamento, organização, coordenação, controle e avalia-
Principais leis ção das ações e dos serviços de saúde sob gestão municipal; e
Constituição Federal de 1988: Estabelece que “a saúde é direi- - participação no processo de integração ao SUS, em âmbito
to de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais regional e estadual, para assegurar a seus cidadãos o acesso a servi-
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros ços de maior complexidade, não disponíveis no município.
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
para sua promoção, proteção e recuperação”. Determina ao Poder Responsabilização Microssanitária
Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, que as ações É determinante que cada serviço de saúde conheça o território
e os serviços da saúde “integram uma rede regionalizada e hierar- sob sua responsabilidade. Para isso, as unidades da rede básica de-
quizada e constituem um sistema único”; define suas diretrizes, vem estabelecer uma relação de compromisso com a população a
atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como deve se dar a ela adstrita e cada equipe de referência deve ter sólidos vínculos te-
participação da iniciativa privada. rapêuticos com os pacientes e seus familiares, proporcionando-lhes
abordagem integral e mobilização dos recursos e apoios necessá-
Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/1990: Regulamen- rios à recuperação de cada pessoa. A alta só deve ocorrer quando
ta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece as da transferência do paciente a outra equipe (da rede básica ou de
diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha as outra área especializada) e o tempo de espera para essa transfe-
competências de cada esfera governamental. Enfatiza a descentra- rência não pode representar uma interrupção do atendimento: a
lização político-administrativa, por meio da municipalização dos equipe de referência deve prosseguir com o projeto terapêutico,
serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, com- interferindo, inclusive, nos critérios de acesso.
petências e recursos, em direção aos municípios. Determina como
competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade Instâncias de Pactuação
dos serviços. Trata da gestão financeira; define o Plano Municipal São espaços intergovernamentais, políticos e técnicos onde
de Saúde como base das atividades e da programação de cada nível ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das po-
de direção do SUS e garante a gratuidade das ações e dos serviços líticas de saúde pública. As decisões se dão por consenso (e não
nos atendimentos públicos e privados contratados e conveniados. por votação), estimulando o debate e a negociação entre as partes.
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Atua na direção nacio-
Lei n.º 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a participação das nal do SUS, formada por composição paritária de 15 membros, sen-
comunidades na gestão do SUS, sobre as transferências de recursos do cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo Conselho
financeiros entre União, estados, Distrito Federal e municípios na Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco pelo
área da saúde e dá outras providências. Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de participa- A representação de estados e municípios nessa Comissão é, por-
ção social em cada esfera de governo. tanto regional: um representante para cada uma das cinco regiões
existentes no País.
Responsabilização Sanitária
Desenvolver responsabilização sanitária é estabelecer clara- Comissões Intergestores Bipartites (CIB): São constituídas pa-
mente as atribuições de cada uma das esferas de gestão da saú- ritariamente por representantes do governo estadual, indicados
de pública, assim como dos serviços e das equipes que compõem pelo Secretário de Estado da Saúde, e dos secretários municipais
o SUS, possibilitando melhor planejamento, acompanhamento e de saúde, indicados pelo órgão de representação do conjunto dos
complementaridade das ações e dos serviços. Os prefeitos, ao as- municípios do Estado, em geral denominado Conselho de Secretá-
sumir suas responsabilidades, devem estimular a responsabilização rios Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários municipais de
junto aos gerentes e equipes, no âmbito municipal, e participar do Saúde costumam debater entre si os temas estratégicos antes de
processo de pactuação, no âmbito regional. apresentarem suas posições na CIB. Os Cosems são também ins-
tâncias de articulação política entre gestores municipais de saúde,
Responsabilização Macrossanitária sendo de extrema importância a participação dos gestores locais
O gestor municipal, para assegurar o direito à saúde de seus nesse espaço.
munícipes, deve assumir a responsabilidade pelos resultados, bus-
cando reduzir os riscos, a mortalidade e as doenças evitáveis, a Espaços regionais: A implementação de espaços regionais de
exemplo da mortalidade materna e infantil, da hanseníase e da tu- pactuação, envolvendo os gestores municipais e estaduais, é uma
berculose. Para isso, tem de se responsabilizar pela oferta de ações necessidade para o aperfeiçoamento do SUS. Os espaços regionais
e serviços que promovam e protejam a saúde das pessoas, previ- devem-se organizar a partir das necessidades e das afinidades espe-
nam as doenças e os agravos e recuperem os doentes. A atenção cíficas em saúde existentes nas regiões.
básica à saúde, por reunir esses três componentes, coloca-se como
responsabilidade primeira e intransferível a todos os gestores. O Descentralização
cumprimento dessas responsabilidades exige que assumam as atri- O princípio de descentralização que norteia o SUS se dá, espe-
buições de gestão, incluindo: cialmente, pela transferência de responsabilidades e recursos para
- execução dos serviços públicos de responsabilidade munici- a esfera municipal, estimulando novas competências e capacidades
pal; político-institucionais dos gestores locais, além de meios adequa-
- destinação de recursos do orçamento municipal e utilização dos à gestão de redes assistenciais de caráter regional e macror-
do conjunto de recursos da saúde, com base em prioridades defini- regional, permitindo o acesso, a integralidade da atenção e a ra-
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cionalização de recursos. Os estados e a União devem contribuir base nacional, que podem ser acessados no site do Datasus. Nesse
para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e processo, a implantação do Cartão Nacional de Saúde tem papel
financeira para o processo de municipalização. central. Cabe aos prefeitos conhecer e monitorar esse conjunto de
informações essenciais à gestão da saúde do seu município.
Regionalização: consensos e estratégias - As ações e os ser-
viços de saúde não podem ser estruturados apenas na escala dos Níveis de atenção à saúde: O SUS ordena o cuidado com a saú-
municípios. Existem no Brasil milhares de pequenas municipalida- de em níveis de atenção, que são de básica, média e alta complexi-
des que não possuem em seus territórios condições de oferecer dade. Essa estruturação visa à melhor programação e planejamento
serviços de alta e média complexidade; por outro lado, existem das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve, porém,
municípios que apresentam serviços de referência, tornando-se desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a atenção à
polos regionais que garantem o atendimento da sua população e saúde deve ser integral.
de municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais, são fre- A atenção básica em saúde constitui o primeiro nível de aten-
quentes os intercâmbios de serviços entre cidades próximas, mas ção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que engloba
de estados diferentes. Por isso mesmo, a construção de consensos promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. De-
e estratégias regionais é uma solução fundamental, que permitirá senvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democrá-
ao SUS superar as restrições de acesso, ampliando a capacidade de ticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas
atendimento e o processo de descentralização. a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem res-
ponsabilidade.
O Sistema Hierarquizado e Descentralizado: As ações e servi- Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade,
ços de saúde de menor grau de complexidade são colocadas à dis- objetivando solucionar os problemas de saúde de maior frequência
posição do usuário em unidades de saúde localizadas próximas de e relevância das populações. É o contato preferencial dos usuários
seu domicílio. As ações especializadas ou de maior grau de comple- com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua singu-
xidade são alcançadas por meio de mecanismos de referência, or- laridade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, além de
ganizados pelos gestores nas três esferas de governo. Por exemplo: buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de do-
O usuário é atendido de forma descentralizada, no âmbito do mu- enças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam compro-
nicípio ou bairro em que reside. Na hipótese de precisar ser atendi- meter suas possibilidades de viver de modo saudável.
do com um problema de saúde mais complexo, ele é referenciado, As Unidades Básicas são prioridades porque, quando as Unida-
isto é, encaminhado para o atendimento em uma instância do SUS des Básicas de Saúde funcionam adequadamente, a comunidade
mais elevada, especializada. Quando o problema é mais simples, o consegue resolver com qualidade a maioria dos seus problemas de
cidadão pode ser contrarreferenciado, isto é, conduzido para um saúde. É comum que a primeira preocupação de muitos prefeitos
atendimento em um nível mais primário. se volte para a reforma ou mesmo a construção de hospitais. Para o
SUS, todos os níveis de atenção são igualmente importantes, mas a
Plano de saúde fixa diretriz e metas à saúde municipal prática comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária,
É responsabilidade do gestor municipal desenvolver o processo porque possibilita melhor organização e funcionamento também
de planejamento, programação e avaliação da saúde local, de modo dos serviços de média e alta complexidade.
a atender as necessidades da população de seu município com efici-
ência e efetividade. O Plano Municipal de Saúde (PMS) deve orien- Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos so-
tar as ações na área, incluindo o orçamento para a sua execução. corros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso
Um instrumento fundamental para nortear a elaboração do PMS é indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque
o Plano Nacional de Saúde. Cabe ao Conselho Municipal de Saúde os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas
estabelecer as diretrizes para a formulação do PMS, em função da Unidades Básicas de Saúde, deixando os ambulatórios de especiali-
análise da realidade e dos problemas de saúde locais, assim como dades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta
dos recursos disponíveis. No PMS, devem ser descritos os princi- em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos re-
pais problemas da saúde pública local, suas causas, consequências cursos existentes.
e pontos críticos. Além disso, devem ser definidos os objetivos e
metas a serem atingidos, as atividades a serem executadas, os cro- Saúde da Família: é a saúde mais perto do cidadão. É parte
nogramas, as sistemáticas de acompanhamento e de avaliação dos da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério da Saúde para
resultados. reorganização da atenção básica no País, com recursos financeiros
específicos para o seu custeio. Cada equipe é composta por um con-
Sistemas de informações ajudam a planejar a saúde: O SUS junto de profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de enferma-
opera e/ou disponibiliza um conjunto de sistemas de informações gem e agentes comunitários de saúde, podendo agora contar com
estratégicas para que os gestores avaliem e fundamentem o pla- profissional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situação de
nejamento e a tomada de decisões, abrangendo: indicadores de saúde de determinada área, cuja população deve ser de no mínimo
saúde; informações de assistência à saúde no SUS (internações 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa população deve ser cadas-
hospitalares, produção ambulatorial, imunização e atenção básica); trada e acompanhada, tornando-se responsabilidade das equipes
rede assistencial (hospitalar e ambulatorial); morbidade por local atendê-la, entendendo suas necessidades de saúde como resultado
de internação e residência dos atendidos pelo SUS; estatísticas também das condições sociais, ambientais e econômicas em que
vitais (mortalidade e nascidos vivos); recursos financeiros, infor- vive. Os profissionais é que devem ir até suas casas, porque o objeti-
mações demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas. Cami- vo principal da Saúde da Família é justamente aproximar as equipes
nha-se rumo à integração dos diversos sistemas informatizados de das comunidades e estabelecer entre elas vínculos sólidos.
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A saúde municipal precisa ser integral. O município é respon- infantil e materna; execução das ações básicas de vigilância sanitá-
sável pela saúde de sua população integralmente, ou seja, deve ria; gestão e/ou gerência dos sistemas de informação epidemioló-
garantir que ela tenha acessos à atenção básica e aos serviços espe- gica, no âmbito municipal; coordenação, execução e divulgação das
cializados (de média e alta complexidade), mesmo quando localiza- atividades de informação, educação e comunicação de abrangência
dos fora de seu território, controlando, racionalizando e avaliando municipal; participação no financiamento das ações de vigilância
os resultados obtidos. em saúde e capacitação de recursos.
Só assim estará promovendo saúde integral, como determina
a legislação. É preciso que isso fique claro, porque muitas vezes o Desafios públicos, responsabilidades compartilhadas: A legis-
gestor municipal entende que sua responsabilidade acaba na aten- lação brasileira – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e legislação
ção básica em saúde e que as ações e os serviços de maior comple- sanitária, incluindo as Leis n.º 8.080/1990 e 8.142/1990 – estabe-
xidade são responsabilidade do Estado ou da União – o que não é lece prerrogativas, deveres e obrigações a todos os governantes. A
verdade. Constituição Federal define os gastos mínimos em saúde, por es-
A promoção da saúde é uma estratégia por meio da qual os fera de governo, e a legislação sanitária, os critérios para as trans-
desafios colocados para a saúde e as ações sanitárias são pensa- ferências intergovernamentais e alocação de recursos financeiros.
dos em articulação com as demais políticas e práticas sanitárias e Essa vinculação das receitas objetiva preservar condições mínimas
com as políticas e práticas dos outros setores, ampliando as pos- e necessárias ao cumprimento das responsabilidades sanitárias e
sibilidades de comunicação e intervenção entre os atores sociais garantir transparência na utilização dos recursos disponíveis. A res-
envolvidos (sujeitos, instituições e movimentos sociais). A promo- ponsabilização fiscal e sanitária de cada gestor e servidor público
ção da saúde deve considerar as diferenças culturais e regionais, deve ser compartilhada por todos os entes e esferas governamen-
entendendo os sujeitos e as comunidades na singularidade de suas tais, resguardando suas características, atribuições e competências.
histórias, necessidades, desejos, formas de pertencer e se relacio- O desafio primordial dos governos, sobretudo na esfera municipal,
nar com o espaço em que vivem. Significa comprometer-se com os é avançar na transformação dos preceitos constitucionais e legais
sujeitos e as coletividades para que possuam, cada vez mais, auto- que constituem o SUS em serviços e ações que assegurem o direi-
nomia e capacidade para manejar os limites e riscos impostos pela to à saúde, como uma conquista que se realiza cotidianamente em
doença, pela constituição genética e por seu contexto social, polí- cada estabelecimento, equipe e prática sanitária. É preciso inovar
tico, econômico e cultural. A promoção da saúde coloca, ainda, o e buscar, coletiva e criativamente, soluções novas para os velhos
desafio da intersetorialidade, com a convocação de outros setores problemas do nosso sistema de saúde. A construção de espaços de
sociais e governamentais para que considerem parâmetros sanitá- gestão que permitam a discussão e a crítica, em ambiente demo-
rios, ao construir suas políticas públicas específicas, possibilitando a crático e plural, é condição essencial para que o SUS seja, cada vez
realização de ações conjuntas. mais, um projeto que defenda e promova a vida.
Muitos municípios operam suas ações e serviços de saúde em
Vigilância em saúde: expande seus objetivos. Em um país com condições desfavoráveis, dispondo de recursos financeiros e equi-
as dimensões do Brasil, com realidades regionais bastante diver- pes insuficientes para atender às demandas dos usuários, seja em
sificadas, a vigilância em saúde é um grande desafio. Apesar dos volume, seja em complexidade – resultado de uma conjuntura so-
avanços obtidos, como a erradicação da poliomielite, desde 1989, cial de extrema desigualdade. Nessas situações, a gestão pública
e com a interrupção da transmissão de sarampo, desde 2000, con- em saúde deve adotar condução técnica e administrativa compa-
vivemos com doenças transmissíveis que persistem ou apresentam tível com os recursos existentes e criativa em sua utilização. Deve
incremento na incidência, como a AIDS, as hepatites virais, as me- estabelecer critérios para a priorização dos gastos, orientados por
ningites, a malária na região amazônica, a dengue, a tuberculose análises sistemáticas das necessidades em saúde, verificadas junto
e a hanseníase. Observamos, ainda, aumento da mortalidade por à população. É um desafio que exige vontade política, propostas
causas externas, como acidentes de trânsito, conflitos, homicídios e inventivas e capacidade de governo.
suicídios, atingindo, principalmente, jovens e população em idade
produtiva. Nesse contexto, o Ministério da Saúde com o objetivo de A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios compar-
integração, fortalecimento da capacidade de gestão e redução da tilham as responsabilidades de promover a articulação e a interação
morbimortalidade, bem como dos fatores de risco associados à saú- dentro do Sistema Único de Saúde – SUS, assegurando o acesso uni-
de, expande o objeto da vigilância em saúde pública, abrangendo as versal e igualitário às ações e serviços de saúde.
áreas de vigilância das doenças transmissíveis, agravos e doenças O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquizado,
não transmissíveis e seus fatores de riscos; a vigilância ambiental que integra o conjunto das ações de saúde da União, Estados, Distri-
em saúde e a análise de situação de saúde. to Federal e Municípios, onde cada parte cumpre funções e compe-
tências específicas, porém articuladas entre si, o que caracteriza os
Competências municipais na vigilância em saúde níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais.
Compete aos gestores municipais, entre outras atribuições, as Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela
atividades de notificação e busca ativa de doenças compulsórias, Lei nº 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, e pela Lei
surtos e agravos inusitados; investigação de casos notificados em nº 8.142/90, que trata da participação da comunidade na gestão
seu território; busca ativa de declaração de óbitos e de nascidos vi- do Sistema e das transferências intergovernamentais de recursos
vos; garantia a exames laboratoriais para o diagnóstico de doenças financeiros, o SUS tem normas e regulamentos que disciplinam as
de notificação compulsória; monitoramento da qualidade da água políticas e ações em cada Subsistema.
para o consumo humano; coordenação e execução das ações de A Sociedade, nos termos da Legislação, participa do planeja-
vacinação de rotina e especiais (campanhas e vacinações de blo- mento e controle da execução das ações e serviços de saúde. Essa
queio); vigilância epidemiológica; monitoramento da mortalidade participação se dá por intermédio dos Conselhos de Saúde, presen-
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tes na União, nos Estados e Municípios. Em 1990, foi editada a Lei n. 8.080/90 que, em seus arts. 5º e
6º, cuidou dos objetivos e das atribuições do SUS, tentando melhor
Níveis de Gestão do SUS explicitar o art. 200 da CF (ainda que, em alguns casos, tenha repe-
Esfera Federal - Gestor: Ministério da Saúde - Formulação de tido os incisos daquele artigo, tão somente).
políticas nacionais de saúde, planejamento, normalização, avalia- São objetivos do SUS:
ção e controle do SUS em nível nacional. Financiamento das ações a) a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e de-
e serviços de saúde por meio da aplicação/distribuição de recursos terminantes da saúde;
públicos arrecadados. b) a formulação de políticas de saúde destinadas a promover,
Esfera Estadual - Gestor: Secretaria Estadual de Saúde - Formu- nos campos econômico e social, a redução de riscos de doenças e
lação da política estadual de saúde, coordenação e planejamento outros agravos; e
do SUS em nível Estadual. Financiamento das ações e serviços de c) execução de ações de promoção, proteção e recuperação
saúde por meio da aplicação/distribuição de recursos públicos ar- da saúde, integrando as ações assistenciais com as preventivas, de
recadados. modo a garantir às pessoas a assistência integral à sua saúde.
Esfera Municipal - Gestor: Secretaria Municipal de Saúde - For-
mulação da política municipal de saúde e a provisão das ações e O art. 6º, estabelece como competência do Sistema a execução
serviços de saúde, financiados com recursos próprios ou transferi- de ações e serviços de saúde descritos em seus 11 incisos.
dos pelo gestor federal e/ou estadual do SUS. O SUS deve atuar em campo demarcado pela lei, em razão do
disposto no art. 200 da CF e porque o enunciado constitucional de
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE que saúde é direito de todos e dever do Estado, não tem o condão
Pela dicção dos arts. 196 e 198 da CF, podemos afirmar que de abranger as condicionantes econômico-sociais da saúde, tam-
somente da segunda parte do art. 196 se ocupa o Sistema Único de pouco compreender, de forma ampla e irrestrita, todas as possíveis
Saúde, de forma mais concreta e direta, sob pena de a saúde, como e imagináveis ações e serviços de saúde, até mesmo porque haverá
setor, como uma área da Administração Pública, se ver obrigada a sempre um limite orçamentário e um ilimitado avanço tecnológico
cuidar de tudo aquilo que possa ser considerado como fatores que a criar necessidades infindáveis e até mesmo questionáveis sob o
condicionam e interferem com a saúde individual e coletiva. Isso ponto de vista ético, clínico, familiar, terapêutico, psicológico.
seria um arrematado absurdo e deveríamos ter um super Ministério Será a lei que deverá impor as proporções, sem, contudo, é ob-
e super Secretarias da Saúde responsáveis por toda política social e vio, cercear o direito à promoção, proteção e recuperação da saú-
econômica protetivas da saúde. de. E aqui o elemento delimitador da lei deverá ser o da dignidade
Se a Constituição tratou a saúde sob grande amplitude, isso humana.
não significa dizer que tudo o que está ali inserido corresponde a Lembramos, por oportuno que, o Projeto de Lei Complementar
área de atuação do Sistema Único de Saúde. n. 01/2003 -- que se encontra no Congresso Nacional para regu-
Repassando, brevemente, aquela seção do capítulo da Seguri- lamentar os critérios de rateio de transferências dos recursos da
dade Social, temos que: -- o art. 196, de maneira ampla, cuida do União para Estados e Municípios – busca disciplinar, de forma mais
direito à saúde; -- o art. 197 trata da relevância pública das ações e clara e definitiva, o que são ações e serviços de saúde e estabelecer
serviços de saúde, públicos e privados, conferindo ao Estado o direi- o que pode e o que não pode ser financiado com recursos dos fun-
to e o dever de regulamentar, fiscalizar e controlar o setor (público dos de saúde. Esses parâmetros também servirão para circunscre-
e privado); -- o art. 198 dispõe sobre as ações e os serviços públicos ver o que deve ser colocado à disposição da população, no âmbito
de saúde que devem ser garantidos a todos cidadãos para a sua do SUS, ainda que o art. 200 da CF e o art. 6º da LOS tenham defini-
promoção, proteção e recuperação, ou seja, dispõe sobre o Sistema do o campo de atuação do SUS, fazendo pressupor o que são ações
Único de Saúde; -- o art. 199, trata da liberdade da iniciativa priva- e serviços públicos de saúde, conforme dissemos acima. (O Conse-
da, suas restrições (não pode explorar o sangue, por ser bem fora lho Nacional de Saúde e o Ministério da Saúde também disciplina-
do comércio; deve submeter-se à lei quanto à remoção de órgãos ram o que são ações e serviços de saúde em resoluções e portarias).
e tecidos e partes do corpo humano; não pode contar com a parti-
cipação do capital estrangeiro na saúde privada; não pode receber O QUE FINANCIAR COM OS RECURSOS DA SAÚDE?
auxílios e subvenções, se for entidade de fins econômicos etc.) e a De plano, excetuam-se da área da saúde, para efeito de finan-
possibilidade de o setor participar, complementarmente, do setor ciamento, (ainda que absolutamente relevantes como indicadores
público; -- e o art. 200, das atribuições dos órgãos e entidades que epidemiológicos da saúde) as condicionantes econômico-sociais.
compõem o sistema público de saúde. O SUS é mencionado somen- Os órgãos e entidades do SUS devem conhecer e informar à socie-
te nos arts. 198 e 200. dade e ao governo os fatos que interferem na saúde da população
A leitura do art. 198 deve sempre ser feita em consonância com com vistas à adoção de políticas públicas, sem, contudo, estarem
a segunda parte do art. 196 e com o art. 200. O art. 198 estatui que obrigados a utilizar recursos do fundo de saúde para intervir nessas
todas as ações e serviços públicos de saúde constituem um único causas.
sistema. Aqui temos o SUS. E esse sistema tem como atribuição ga- Quem tem o dever de adotar políticas sociais e econômicas que
rantir ao cidadão o acesso às ações e serviços públicos de saúde visem evitar o risco da doença é o Governo como um todo (políticas
(segunda parte do art. 196), conforme campo demarcado pelo art. de governo), e não a saúde, como setor (políticas setoriais). A ela,
200 e leis específicas. saúde, compete atuar nos campos demarcados pelos art. 200 da CF
O art. 200 define em que campo deve o SUS atuar. As atribui- e art. 6º da Lei n. 8.080/90 e em outras leis específicas.
ções ali relacionadas não são taxativas ou exaustivas. Outras pode- Como exemplo, podemos citar os servidores da saúde que de-
rão existir, na forma da lei. E as atribuições ali elencadas dependem, vem ser pagos com recursos da saúde, mas o seu inativo, não; não
também, de lei para a sua exequibilidade. porque os inativos devem ser pagos com recursos da Previdência
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Social. Idem quanto as ações da assistência social, como bolsa-a- fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
limentação, bolsa-família, vale-gás, renda mínima, fome zero, que g) vigilância em saúde, especialmente quanto às drogas, medi-
devem ser financiadas com recursos da assistência social, setor ao camentos e alimentos;
qual incumbe promover e prover as necessidades das pessoas ca- h) pesquisa científica e tecnológica na área da saúde.
rentes visando diminuir as desigualdades sociais e suprir suas ca-
rências básicas imediatas. Isso tudo interfere com a saúde, mas não Ao Ministério da Saúde compete a vigilância sobre alimentos
pode ser administrada nem financiada pelo setor saúde. (registro, fiscalização, controle de qualidade) e não a prestação de
O saneamento básico é outro bom exemplo. A Lei n. 8.080/90, serviços que visem fornecer alimentos às pessoas de baixa renda.
em seu art. 6º, II, dispõe que o SUS deve participar na formulação O fornecimento de cesta básica, merenda escolar, alimentação
da política e na execução de ações de saneamento básico. Por sua a crianças em idade escolar, idosos, trabalhadores rurais temporá-
vez, o §3º do art. 32, reza que as ações de saneamento básico que rios, portadores de moléstias graves, conforme previsto na Lei do
venham a ser executadas supletivamente pelo SUS serão financia- Estado do Rio de Janeiro, são situações de carência que necessitam
das por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, de apoio do Poder Público, sem sombra de dúvida, mas no âmbito
DF e Municípios e não com os recursos dos fundos de saúde. da assistência social ou de outro setor da Administração Pública e
Nesse ponto gostaríamos de abrir um parêntese para comentar com recursos que não os do fundo de saúde. Não podemos mais
o Parecer do Sr. Procurador Geral da República, na ADIn n. 3087- confundir assistência social com saúde. A alimentação interessa à
6/600-RJ, aqui mencionado. saúde, mas não está em seu âmbito de atuação.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, pela Lei n. 4.179/03, Tanto isso é fato que a Lei n. 8.080/90, em seu art. 12, estabe-
instituiu o Programa Estadual de Acesso à Alimentação – PEAA, leceu que “serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacio-
determinando que suas atividades correrão à conta do orçamento nal, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos
do Fundo Estadual da Saúde, vinculado à Secretaria de Estado da Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas
Saúde. O PSDB, entendendo ser a lei inconstitucional por utilizar da sociedade civil”, dispondo seu parágrafo único que “as comissões
recursos da saúde para uma ação que não é de responsabilidade intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas
da área da saúde, moveu ação direta de inconstitucionalidade, com de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não com-
pedido de cautelar. preendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde”. Já o seu art. 13,
O Sr. Procurador da República (Parecer n. 5147/CF), opinou destaca, algumas dessas atividades, mencionando em seu inciso I a
pela improcedência da ação por entender que o acesso à alimenta- “alimentação e nutrição”.
ção é indissociável do acesso à saúde, assim como os medicamen- O parâmetro para o financiamento da saúde deve ser as atri-
tos o são e que as pessoas de baixa renda devem ter atendidas a buições que foram dadas ao SUS pela Constituição e por leis espe-
necessidade básica de alimentar-se. cíficas e não a 1º parte do art. 196 da CF, uma vez que os fatores
Infelizmente, mais uma vez confundiu-se “saúde” com “assis- que condicionam a saúde são os mais variados e estão inseridos
tência social”, áreas da Seguridade Social, mas distintas entre si. nas mais diversas áreas da Administração Pública, não podendo ser
A alimentação é um fator que condiciona a saúde tanto quanto o considerados como competência dos órgãos e entidades que com-
saneamento básico, o meio ambiente degradado, a falta de renda põe o Sistema Único de Saúde.
e lazer, a falta de moradia, dentre tantos outros fatores condicio-
nantes e determinantes, tal qual mencionado no art. 3º da Lei n. DA INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA
8.080/90. Vencida esta etapa, adentramos em outra, no interior do setor
A Lei n. 8.080/90 ao dispor sobre o campo de atuação do SUS saúde - SUS, que trata da integralidade da assistência à saúde. O
incluiu a vigilância nutricional e a orientação alimentar, atividades art. 198 da CF determina que o Sistema Único de Saúde deve ser
complexas que não tem a ver com o fornecimento, puro e simples, organizado de acordo com três diretrizes, dentre elas, o atendimen-
de bolsa-alimentação, vale-alimentação ou qualquer outra forma to integral que pressupõe a junção das atividades preventivas, que
de garantia de mínimos existenciais e sociais, de atribuição da assis- devem ser priorizadas, com as atividades assistenciais, que também
tência social ou de outras áreas da Administração Pública voltadas não podem ser prejudicadas.
para corrigir as desigualdades sociais. A vigilância nutricional deve A Lei n. 8.080/90, em seu art. 7º (que dispõe sobre os princípios
ser realizada pelo SUS em articulação com outros órgãos e setores e diretrizes do SUS), define a integralidade da assistência como “o
governamentais em razão de sua interface com a saúde. São ativi- conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
dades que interessam a saúde, mas as quais, a saúde como setor, curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos
não as executa. Por isso a necessidade das comissões intersetoriais os níveis de complexidade do sistema”.
previstas na Lei n. 8.080/90.
A própria Lei n. 10.683/2003, que organiza a Presidência da Re- A integralidade da assistência exige que os serviços de saúde
pública, estatuiu em seu art. 27, XX ser atribuição do Ministério da sejam organizados de forma a garantir ao indivíduo e à coletividade
Saúde: a proteção, a promoção e a recuperação da saúde, de acordo com
a) política nacional de saúde; as necessidades de cada um em todos os níveis de complexidade
b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde; do sistema.
c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recupe- Vê-se, pois, que a assistência integral não se esgota nem se
ração da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores completa num único nível de complexidade técnica do sistema,
e dos índios; necessitando, em grande parte, da combinação ou conjugação de
d) informações em saúde; serviços diferenciados, que nem sempre estão à disposição do cida-
e) insumos críticos para a saúde; dão no seu município de origem. Por isso a lei sabiamente definiu
f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de a integralidade da assistência como a satisfação de necessidades
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individuais e coletivas que devem ser realizadas nos mais diversos seu encargo no seu plano de saúde que, por sua vez, deve guardar
patamares de complexidade dos serviços de saúde, articulados pe- consonância com os pactos da regionalização, consubstanciados
los entes federativos, responsáveis pela saúde da população. em instrumentos jurídicos competentes .
Nesse ponto, temos ainda a considerar que, dentre as atribui-
A integralidade da assistência é interdependente; ela não se ções do SUS, uma das mais importantes -- objeto de reclamações e
completa nos serviços de saúde de um só ente da federação. Ela ações judiciais -- é a assistência terapêutica integral. Por sua indivi-
só finaliza, muitas vezes, depois de o cidadão percorrer o caminho dualização, imediatismo, apelo emocional e ético, urgência e emer-
traçado pela rede de serviços de saúde, em razão da complexidade gência, a assistência terapêutica destaca-se dentre todas as demais
da assistência atividades da saúde como a de maior reivindicação individual. Fale-
E para a delimitação das responsabilidades de cada ente da fe- mos dela no tópico seguinte.
deração quanto ao seu comprometimento com a integralidade da
assistência, foram criados instrumentos de gestão, como o plano de
saúde e as formas de gestão dos serviços de saúde. CONTROLE SOCIAL NO SUS
Desse modo, devemos centrar nossas atenções no plano de
saúde, por ser ele a base de todas as atividades e programações da
saúde, em cada nível de governo do Sistema Único de Saúde, o qual Participação e Controle Social no SUS
deverá ser elaborado de acordo com diretrizes legais estabelecidas Os movimentos sociais ocorridos durante a década de 80 na
na Lei n. 8.080/90: epidemiologia e organização de serviços (arts. 7º busca por um Estado democrático aos serviços de saúde impulsio-
VII e 37). O plano de saúde deve ser a referência para a demarcação naram a modificação do modelo vigente de controle social da época
de responsabilidades técnicas, administrativas e jurídicas dos entes que culminou com a criação do SUS a partir da Constituição Fede-
políticos. rativa de 1988.
Sem planos de saúde -- elaborados de acordo com as diretri- O objetivo deste texto é realizar uma análise deste modelo de
zes legais, associadas àquelas estabelecidas nas comissões intergo- participação popular e controle social no SUS, bem como favorecer
vernamentais trilaterais, principalmente no que se refere à divisão reflexões aos atores envolvidos neste cenário, através de uma pes-
de responsabilidades -- o sistema ficará ao sabor de ideologias e quisa narrativa baseada em publicações relevantes produzidas no
decisões unilaterais das autoridades dirigentes da saúde, quando Brasil nos últimos 11 anos.
a regra que perpassa todo o sistema é a da cooperação e da conju-
gação de recursos financeiros, tecnológicos, materiais, humanos da É insuficiente o controle social estar apenas na lei, é preciso
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em redes que este aconteça na prática. Entretanto, a sociedade civil, ainda
regionalizadas de serviços, nos termos dos incisos IX, b e XI do art. não ocupa de forma efetiva esses espaços de participação.
7º e art. 8º da Lei n. 8.080/90. O processo de criação do SUS teve início a partir das defini-
Por isso, o plano de saúde deve ser o instrumento de fixação ções legais estabelecidas pela nova Constituição Federal do Brasil
de responsabilidades técnicas, administrativas e jurídicas quanto de 1988, sendo consolidado e regulamentado com as Leis Orgânicas
à integralidade da assistência, uma vez que ela não se esgota, na da Saúde (LOA), n° 8080/90 e n° 8.142/90, sendo estabelecidas nes-
maioria das vezes, na instância de governo-sede do cidadão. Ressal- tas as diretrizes e normas que direcionam o novo sistema de saúde,
te-se, ainda, que o plano de saúde é a expressão viva dos interesses bem como aspectos relacionados a sua organização e funcionamen-
da população, uma vez que, elaborado pelos órgãos competentes to, critérios de repasses para os estados e municípios além de disci-
governamentais, deve ser submetido ao conselho de saúde, repre- plinar o controle social no SUS em conformidade com as represen-
sentante da comunidade no SUS, a quem compete, discutir, aprovar tações dos critérios estaduais e municipais de saúde (FINKELMAN,
e acompanhar a sua execução, em todos os seus aspectos. 2002; FARIA, 2003; SOUZA, 2003).
Lembramos, ainda, que o planejamento sendo ascendente, O SUS nos trouxe a ampliação da assistência à saúde para a
iniciando-se da base local até a federal, reforça o sentido de que coletividade, possibilitando, com isso, um novo olhar às ações, ser-
a integralidade da assistência só se completa com o conjunto arti- viços e práticas assistenciais. Sendo estas norteadas pelos princí-
culado de serviços, de responsabilidade dos diversos entes gover- pios e diretrizes: Universalidade de acesso aos serviços de saúde;
namentais. Integralidade da assistência; Equidade; Descentralização Político-
Resumindo, podemos afirmar que, nos termos do art. 198, II, -administrativa; Participação da comunidade; regionalização e hie-
da CF, c/c os arts. 7º, II e VII, 36 e 37, da Lei n. 8.080/90, a integra- rarquização (REIS, 2003). A participação popular e o controle social
lidade da assistência não é um direito a ser satisfeito de maneira em saúde, dentre os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS),
aleatória, conforme exigências individuais do cidadão ou de acordo destacam-se como de grande relevância social e política, pois se
com a vontade do dirigente da saúde, mas sim o resultado do plano constituem na garantia de que a população participará do processo
de saúde que, por sua vez, deve ser a consequência de um planeja- de formulação e controle das políticas públicas de saúde.
mento que leve em conta a epidemiologia e a organização de ser- No Brasil, o controle social se refere à participação da comu-
viços e conjugue as necessidades da saúde com as disponibilidades nidade no processo decisório sobre políticas públicas e ao contro-
de recursos , além da necessária observação do que ficou decidido le sobre a ação do Estado (ARANTES et al., 2007). Nesse contex-
nas comissões intergovernamentais trilaterais ou bilaterais, que to, enfatiza-se a institucionalização de espaços de participação da
não contrariem a lei. comunidade no cotidiano do serviço de saúde, através da garantia
Na realidade, cada ente político deve ser eticamente respon- da participação no planejamento do enfrentamento dos problemas
sável pela saúde integral da pessoa que está sob atenção em seus priorizados, execução e avaliação das ações, processo no qual a par-
serviços, cabendo-lhe responder civil, penal e administrativamente ticipação popular deve ser garantida e incentivada (BRASIL, 2006).
apenas pela omissão ou má execução dos serviços que estão sob
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Sendo o SUS a primeira política pública no Brasil a adotar cons- A participação popular na gestão da saúde é prevista pela Cons-
titucionalmente a participação popular como um de seus princí- tituição Federal de 1998, em seu artigo 198, que trata das diretrizes
pios, esta não somente reitera o exercício do controle social sob as do SUS: descentralização, integralidade e a participação da comuni-
práticas de saúde, mas também evidencia a possibilidade de seu dade. Essas diretrizes orientam a organização e o funcionamento do
exercício através de outros espaços institucionalizados em seu arca- sistema, com o intuito de torná-lo mais adequado a atender às ne-
bouço jurídico, além dos reconhecidos pela Lei Orgânica de saúde cessidades da população brasileira (BRASIL, 2006; WENDHAUSEN;
de n° 8.142/90, os conselhos e as conferências de saúde. Destaca, BARBOSA; BORBA, 2006; OLIVEIRA, 2003).
ainda, as audiências públicas e outros mecanismos de audiência da A discussão com ênfase dada ao controle social na nova Cons-
sociedade, de usuários e de trabalhadores sociais (CONASS, 2003; tituição se expressa em novas diretrizes para a efetivação deste por
BARBOSA, 2009; COSSETIN, 2010). meio de instrumentos normativos e da criação legal de espaços ins-
Ademais, a Lei Orgânica da Saúde n.º 8.080/1990 estabelece titucionais que garantem a participação da sociedade civil organiza-
em seu art. 12 a criação de comissões intersetoriais subordinadas da na fiscalização direta do executivo nas três esferas de governo.
ao Conselho Nacional de Saúde, com o objetivo de articular as Na atualidade, muitas expressões são utilizadas corriqueiramente
políticas públicas relevantes para a saúde. Entretanto, é a Lei n.° para caracterizar a participação popular na gestão pública de saú-
8.142/1990 que dispõe sobre a participação social no SUS, definin- de, a que consta em nossa Carta Magna e o termo ‘participação da
do que a participação popular estará incluída em todas as esferas comunidade na saúde’. Porém, iremos utilizar aqui o termo mais
de gestão do SUS. Legitimando assim os interesses da população no comum em nosso meio: ‘controle social’. Sendo o controle social
exercício do controle social (BRASIL, 2009). uma importante ferramenta de democratização das organizações,
Essa perspectiva é considerada uma das formas mais avança- busca-se adotar uma série de práticas que efetivem a participação
das de democracia, pois determina uma nova relação entre o Es- da sociedade na gestão (GUIZARDI et al ., 2004).
tado e a sociedade, de maneira que as decisões sobre as ações na
saúde deverão ser negociadas com os representantes da sociedade, Embora o termo controle social seja o mais utilizado, consi-
uma vez que eles conhecem a realidade da saúde das comunidades. deramos que se trata de um reducionismo, uma vez que este não
Amiúde, as condições necessárias para que se promova a de- traduz a amplitude do direito assegurado pela nova Constituição
mocratização da gestão pública em saúde se debruça com a discus- Federal de 1988, que permite não só o controle e a fiscalização
são em torno do controle social em saúde. permanente da aplicação de recursos públicos. Este também se
O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise do manifesta através da ação, onde cidadãos e políticos têm um papel
modelo vigente de participação popular e controle social no SUS e social a desempenhar através da execução de suas funções, ou ain-
ainda elucidar questões que permitirão entender melhor a partici- da através da proposição, onde cidadãos participam da formulação
pação e o controle social, bem como favorecer algumas reflexões a de políticas, intervindo em decisões e orientando a Administração
todos os atores envolvidos no cenário do SUS. Pública quanto às melhores medidas a serem adotadas com objeti-
vo de atender aos legítimos interesses públicos (NOGUEIRA, 2004;
Participação e Controle Social BRASIL, 2011b; MENEZES, 2010).
Após um longo período no qual a população viveu sob um es-
tado ditatorial, com a centralização das decisões, o tecnicismo e Fonte: http://cebes.org.br/2013/05/participacao-popular-e-o-controle-
o autoritarismo, durante a década de 1980 ocorreu uma abertura -social-como-diretriz-do-sus-uma-revisao-narrativa/
democrática que reconhece a necessidade de revisão do modelo
de saúde vigente na época, com propostas discutidas em ampliar a Estratégias operacionais e metodológicas para o controle so-
participação popular nas decisões e descentralizar a gestão pública cial
em saúde, com vistas a aproximar as decisões do Estado ao cotidia- Recomenda-se que o processo de educação permanente para
no dos cidadãos brasileiros (DALLARI, 2000; SCHNEIDER et al., 2009; o controle social no SUS ocorra de forma descentralizada, respei-
VANDERLEI; ALMEIDA, 2007). tando as especifi cidades e condições locais a fim de que possa ter
Nessa perspectiva, a dimensão histórica adquire relevância es- maior efetividade.
sencial para a compreensão do controle social, o que pode provocar Considerando que os membros do Conselho de Saúde reno-
reações contraditórias. De fato, o controle social foi historicamente vam-se periodicamente e outros sujeitos sociais alternam-se em
exercido pelo Estado sobre a sociedade durante muitos anos, na suas representações, e o fato de estarem sempre surgindo novas
época da ditadura militar. demandas oriundas das mudanças conjunturais, torna-se necessá-
É oportuno destacar que a ênfase ao controle social que aqui rio que o processo de educação permanente para o controle social
será dada refere-se às ações que os cidadãos exercem para moni- esteja em constante construção e atualização.
torar, fiscalizar, avaliar, interferir na gestão estatal e não o inverso. A operacionalização do processo de educação permanente
Pois, como vimos, também denominam-se controle social as ações para o controle social no SUS deve considerar a seleção, preparação
do Estado para controlar a sociedade, que se dá por meio da legisla- do material e a identifi cação de sujeitos sociais que tenham condi-
ção, do aparato institucional ou mesmo por meio da força. ções de transmitir informações e possam atuar como facilitadores
A organização e mobilização popular realizada na década de 80, e incentivadores das discussões sobre os temas a serem tratados.
do século XX, em prol de um Estado democrático e garantidor do Para isso é importante:
acesso universal aos direitos a saúde, coloca em evidência a possibi- • identificar as parcerias a serem envolvidas, como: universida-
lidade de inversão do controle social. Surge, então, a perspectiva de des, núcleos de saúde, escolas de saúde pública, técnicos e especia-
um controle da sociedade civil sobre o Estado, sendo incorporada listas autônomos ou ligados a instituições, entidades dos segmentos
pela nova Constituição Federal de 1988 juntamente com a criação sociais representados nos Conselhos, Organização Pan-Americana
do SUS (CONASS, 2003). da Saúde (Opas), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Uni-
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cef), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e tivas Medidas Provisórias;
a Cultura (Unesco), Instituto Brasileiro de Administração Municipal • Relatórios das Conferências Nacionais de Saúde;
(Ibam), Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva • Normas Operacionais do SUS;
(Abrasco) e outras organizações da sociedade que atuem na área • Princípios e Diretrizes para a Gestão do Trabalho (NOB/ RH
de saúde. Na identifi cação e articulações das parcerias, deve fi car – SUS), 2005 (BRASIL, 2005), Diretrizes e Competências da Comis-
clara a atribuição dos conselhos, conselheiros e parceiros; são Intergestora Tripartite (CIT), Comissões Intergestoras Bipartites
• realizar as atividades de educação permanente para os con- (CIBs) e das Condições de Gestão dos Estados e Municípios;
selheiros e os demais sujeitos sociais de acordo com a realidade • Constituição do Estado e Leis Orgânicas do Estado, do Distrito
local, garantindo uma carga horária que possibilite a participação e Federal e Município;
a ampla discussão dos temas, democratização das informações e a • Seleção de Deliberações do Conselho Estadual de Saúde
utilização de técnicas pedagógicas para o controle social que facili- (CES), Conselho Municipal de Saúde (CMS) e pactuações das Comis-
tem a construção dos conteúdos teóricos e, também, a interação do sões Intergestoras Tripartite e Bipartite;
grupo. Sugere-se que as atividades de educação permanente para • Resoluções e deliberações do Conselho de Saúde relaciona-
o controle social no SUS sejam enfocadas em dois níveis: um geral, das à Gestão em Saúde: Plano de Saúde, Financiamento, Normas,
garantindo a representação de todos os segmentos, e outro específi Direção e Execução, Planejamento – que compreende programa-
co, que poderá ser estruturado e oferecido de acordo com o inte- ção, orçamento, acompanhamento e avaliação;
resse ou a necessidade dos segmentos que compõem os Conselhos • Resolução do Conselho Nacional de Saúde n.º 333/2003
de Saúde e os demais órgãos da sociedade. (BRASIL, 2003c), Resolução n.º 322/2003 (BRASIL, 2003b), Resolu-
ção n.º 196/96 (BRASIL, 1996) e outras correspondentes com mes-
Para promover o alcance dos objetivos do processo de edu- mo mérito, e deliberações no campo do controle social – formula-
cação permanente para o controle social no SUS, recomenda-se a ção de estratégias e controle da execução pelos Conselhos de Saúde
utilização de metodologias que busquem a construção coletiva de e pela sociedade.
conhecimentos, baseada na experiência do grupo, levando-se em
consideração o conhecimento como prática concreta e real dos su- A definição dos conteúdos básicos de educação permanente
jeitos a partir de suas vivências e histórias. Metodologias essas que para o controle social no SUS deve ser objeto de deliberação pelos
ultrapassem as velhas formas autoritárias de lidar com a aprendiza- plenários dos Conselhos de Saúde nas suas respectivas esferas go-
gem e muitas vezes utilizadas como, por exemplo, a da comunica- vernamentais.
ção unilateral, que transforma o indivíduo num mero receptor de Recomenda-se que, para esse processo, seja prevista a criação
teorias e conteúdos. de instrumentos de acompanhamento e avaliação dos resultados
Recomenda-se, também, a utilização de dinâmicas que propi- das atividades
ciem um ambiente de troca de experiências, de refl exões pertinen-
tes à atuação dos Conselheiros de Saúde e dos sujeitos sociais e de Responsabilidades
técnicas que favoreçam a sua participação e integração, como, por
exemplo, reuniões de grupo, plenárias, estudos dirigidos, seminá- Esferas governamentais
rios, ofi cinas, todos envolvendo debates. Compete ao Estado, nas três esferas do governo:
A 12.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005) a) Oferecer todas as condições necessárias para que o processo
recomendou a realização de ações para educação permanente e de educação permanente para o controle social ocorra, garantindo
propôs que as atividades do Conselheiro de Saúde fossem consi- o pleno funcionamento dos Conselhos de Saúde e a realização das
deradas de relevância pública. Essa proposição foi contemplada na ações para a educação permanente e controle social dos demais
Resolução n.º 333/2003 (BRASIL, 2003c), aprovada pelo Conselho sujeitos sociais.
Nacional de Saúde, que garante ao Conselheiro de Saúde a dis- b) Promover o apoio à produção de materiais didáticos desti-
pensa, sem prejuízo, do seu trabalho, para participar das reuniões, nados às atividades de educação permanente para o controle social
eventos, capacitações e ações específi cas do Conselho de Saúde. no SUS, ao desenvolvimento e utilização de métodos, técnicas e fo-
Assim, o processo proposto, especialmente, no que diz respei- mento à pesquisa que contribuam para esse processo.
to aos Conselhos de Saúde deve dar conta da intensa renovação de
Conselheiros de Saúde, que ocorre em razão do final dos manda- Ministério da Saúde
tos, ou por decisão da instituição ou entidade de substituir o seu a) Incentivar e apoiar, inclusive nos aspectos fi nanceiros e téc-
representante. Isto requer, no mínimo, a oferta de material básico nicos, as instâncias estaduais, municipais e do Distrito Federal para
informativo, uma capacitação inicial promovida pelo Conselho de o processo de elaboração e execução da política de educação per-
Saúde e a garantia de mecanismos que disponibilizem informações manente para o controle social no SUS;
aos novos Conselheiros. b) Manter disponível e atualizado o acervo de referências sobre
saúde e oferecer material informativo básico e audiovisual que pro-
Sugestões de material de apoio: picie a veiculação de temas de interesse geral em saúde, tais como:
• Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU); legislação, orçamento, direitos em saúde, modelo assistencial, mo-
• Declaração dos Direitos da Criança e Adolescente (Unicef); delo de gestão e outros.
• Declaração de Otawa, Declaração de Bogotá e outras;
• Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2003) – Capítulo da
Ordem Social;
• Leis Federais: 8.080/90 (BRASIL, 1990a), 8.142/90 (BRASIL,
1990b), 8.689/93 (BRASIL, 1993), 9.656/98 (BRASIL, 1998) e respec-
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DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE


RESOLUÇÃO 453/2012 DO CONSELHO NACIONAL DA SAÚ- SAÚDE
DE
Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é esta-
belecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal,
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 obedecida a Lei no 8.142/90.
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentési- de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da demo-
ma Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 cracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas
de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais e atri- Conferências de Saúde, e em consonância com a legislação.
buições conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990,
e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto no A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
5.839, de 11 de julho de 2006, e
Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, ga-
nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de rantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância
Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, delibera-
nas 9a, 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferên- ção, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde,
cias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde; inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação
Considerando a experiência acumulada do Controle Social da estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação
Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da Saú- ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de
de no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Es- Saúde será composto por representantes de entidades, instituições
taduais e Municipais referentes às propostas de composição, orga- e movimentos representativos de usuários, de entidades represen-
nização e funcionamento, conforme o §5o inciso II art. 1o da Lei no tativas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de entida-
8.142, de 28 de dezembro de 1990; des representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o
Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião
333/92 realizada nos espaços de Controle Social, entre os quais se plenária. Nos Municípios onde não existem entidades, instituições
destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; e movimentos organizados em número suficiente para compor o
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar Conselho, a eleição da representação será realizada em plenária no
e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio Município, promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla
dos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências de e democrática.
Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde; I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de
Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela Saúde e constituído em lei.
efetiva participação da sociedade civil organizada, representam po- II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03
los de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esferas do CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a Confe-
da ação do Estado; e rências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da
Considerando o que disciplina a Lei Complementar no 141, de seguinte forma:
13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de a)50% de entidades e movimentos representativos de usuários;
2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde, resolve: b)25% de entidades representativas dos trabalhadores da área
de saúde;
Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, c)25% de representação de governo e prestadores de serviços
reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde: privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE PRIMEIRA DIRETRIZ: terá como critério a representatividade, a abrangência e a comple-
mentaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do
o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, apli-
permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de cando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras,
Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da as seguintes representações:
Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos a)associações de pessoas com patologias;
Municípios, com composição, organização e competência fixadas b)associações de pessoas com deficiências;
na Lei no 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização c)entidades indígenas;
da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, Conse- d)movimentos sociais e populares, organizados (movimento
lhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos negro, LGBT...);
dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos e)movimentos organizados de mulheres, em saúde;
Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos f)entidades de aposentados e pensionistas;
de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade g)entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, con-
nas políticas públicas e na administração da saúde. federações e federações de trabalhadores urbanos e rurais;
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Con- h)entidades de defesa do consumidor;
selho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias e i)organizações de moradores;
no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus j)entidades ambientalistas;
aspectos econômicos e financeiros. k)organizações religiosas;
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l)trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de
conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos, Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão;
obedecendo as instâncias federativas; III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento;
m)comunidade científica; IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a
n)entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como
campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reu-
o)entidades patronais; niões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência
p)entidades dos prestadores de serviço de saúde; e mínima de 10 (dez) dias;
q)governo. V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas
IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conse- ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibi-
lho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme litem a participação da sociedade;
processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o
instituições e de acordo com a sua organização, com a recomenda- funcionamento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais,
ção de que ocorra renovação de seus representantes. estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões inter-
V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de repre- setoriais e grupos de trabalho de conselheiros para ações transitó-
sentações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao rias.As comissões poderão contar com integrantes não conselhei-
seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas ros;
entidades representativas. VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita
VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autôno- em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução;
ma em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho, VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas me-
por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na diante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes, res-
gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode salvados os casos regimentais nos quais se exija quórum especial,
ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as). ou maioria qualificada de votos;
VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediata-
na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada mente superior à metade dos membros presentes;
como possível impedimento da representação de Usuário(a) e Tra- b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediata-
balhador( a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição do mente superior à metade de membros do Conselho;
Conselheiro( a). c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, de membros do Conselho;
representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde
conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. preservará o que está garantido em lei e deve ser proposta pelo
IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum quali-
atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde as- ficado, para depois ser alterada em seu Regimento Interno e homo-
sumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da logada pelo gestor da esfera correspondente;
Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objeti- X - a cada três meses, deverá constar dos itens da pauta o pro-
vos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo nunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, para
será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre an-
Conselho damento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos re-
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão cursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como
remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância públi- a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, con-
ca e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o tratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei no 8.689/93
conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades e com a Lei Complementar no 141/2012;
competentes e instituições, o Conselho de Saúde emitirá declara- XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão
ção de participação de seus membros durante o período das reuni- auditorias externas e independentes sobre as contas e atividades
ões, representações, capacitações e outras atividades específicas. do Gestor do SUS; e
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por
seus atos conforme legislação vigente. meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos delibe-
rativos.
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe
do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão auto- 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo
nomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de mencionado e não sendo homologada a resolução e nem enviada
Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e organização justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta de al-
da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio téc- teração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entida-
nico: des que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estru- das resoluções, recorrendo à justiça e ao Ministério Público, quan-
tura administrativa e o quadro de pessoal; do necessário. Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional,
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm competências
coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte definidas nas leis federais, bem como em indicações advindas das
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Conferências de Saúde, compete: XIX - examinar propostas e denúncias de indícios de irregula-


I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobi- ridades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos per-
lizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos tinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar re-
princípios constitucionais que fundamentam o SUS; cursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respectivas
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas instâncias;
de funcionamento; XX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou
das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o
IV - atuar na formulação e no controle da execução da política respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde
de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e correspondente, convocar a sociedade para a participação nas pré-
propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e pri- -conferências e conferências de saúde;
vado; XXI - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos
V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e de- de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas e
liberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações epide- privadas para a promoção da Saúde;
miológicas e a capacidade organizacional dos serviços; XXII - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do relató- assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento
rio de gestão; do Sistema Único de Saúde (SUS);
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompanha- XXIII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incorpo-
mento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, ração científica e tecnológica, observados os padrões éticos compa-
a exemplo dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, educa- tíveis com o desenvolvimento sociocultural do País;
ção, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e outros; XXIV - estabelecer ações de informação, educação e comuni-
VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde; cação em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho
IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação, in-
a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de cluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões e
critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os dos eventos;
face ao processo de incorporação dos avanços científicos e tecnoló- XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação perma-
gicos na área da Saúde; nente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a Política
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o Nacional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS;
pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, XXVI - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemático
para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e Legis-
andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, rela- lativo, meios de comunicação, bem como setores relevantes não
tório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação representados nos conselhos;
dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem XXVII - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em pes-
como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, quisas aprovadas pelo CNS;
contratada ou conveniada, de acordo com a Lei Complementar no XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão do
141/2012. Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o XXIX - acompanhar a implementação das propostas constantes
funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS; do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios, XXX - atualizar periodicamente as informações sobre o Conse-
conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do lho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de
Distrito Federal e Municipais; Saúde (SIACS).
XIII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado cre- Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novembro
denciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; de 2003.
XIV - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, observado o princípio do processo de planejamento CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988, TÍTULO VIII - ARTIGOS DE
e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente; 194 A 200
XV - propor critérios para programação e execução financeira e
orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação
e destino dos recursos; O Título VIII da Constituição cuida da Ordem Social, elencada
XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de em seus artigos 193 a 232.
movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde
e os recursos transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito – Chamamos a atenção para o fato de que referente ao assunto
Federal e da União, com base no que a lei disciplina; supracitado, os concursos públicos cobram do candidato a literali-
XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a dade do texto legal, portanto, é importante conhecer bem todos os
prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tem- artigos deste capítulo em sua integralidade!
po hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessoramento;
XVIII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações
e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos
órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente;
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LEGISLAÇÃO - SUS

TÍTULO VIII ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste ser-
DA ORDEM SOCIAL viço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
CAPÍTULO I c) o lucro;
DISPOSIÇÃO GERAL II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência so-
cial, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdên-
Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamen- cia Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
to das políticas sociais, assegurada, na forma da lei, a participação 2019)
da sociedade nos processos de formulação, de monitoramento, III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
de controle e de avaliação dessas políticas. (Incluído pela Emenda IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
Constitucional nº 108, de 2020) a lei a ele equiparar.
§1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
No tocante à Seguridade Social, segue um processo mnemô- pios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orça-
nico para ser utilizado como técnica de auxílio no processo de me- mentos, não integrando o orçamento da União.
morização: §2º A proposta de orçamento da seguridade social será ela-
borada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,
Seguridade Social previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, asse-
P Previdência Social gurada a cada área a gestão de seus recursos.
A Assistência Social §3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da segurida-
de social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o
S Saúde Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
CAPÍTULO II §4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
DA SEGURIDADE SOCIAL manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o dispos-
to no art. 154, I.
SEÇÃO I §5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá
DISPOSIÇÕES GERAIS ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto inte- §6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
à assistência social. disposto no art. 150, III, «b».
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, §7º São isentas de contribuição para a seguridade social as en-
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: tidades beneficentes de assistência social que atendam às exigên-
I - universalidade da cobertura e do atendimento; cias estabelecidas em lei.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às po- §8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e
pulações urbanas e rurais; o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exer-
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios çam suas atividades em regime de economia familiar, sem empre-
e serviços; gados permanentes, contribuirão para a seguridade social median-
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; te a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização
V - equidade na forma de participação no custeio; da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em §9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste
rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as des- artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade
pesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da
preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sen-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) do também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, apenas no caso das alíneas «b» e «c» do inciso I do caput. (Redação
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado- dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos §10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para
colegiados. o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socie- os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recur- Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
sos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito §11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo su-
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: perior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea
na forma da lei, incidentes sobre: «a» do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos Constitucional nº 103, de 2019)
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§12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os §1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos
quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da
caput, serão não-cumulativas. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de
§13. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) outras fontes.
§14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de §2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde
cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima men- recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
sal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de con- sobre:
tribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por
Saúde cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
A saúde é direito de todos e dever do Estado. Segundo o artigo II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar-
197, da Constituição, as ações e os serviços de saúde devem ser recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de
executados diretamente pelo poder público ou por meio de tercei- que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas
ros, tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
A responsabilidade em matéria de saúde é solidária entre os III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da
entes federados. arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §3º.
– Diretrizes da Saúde §3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada
De acordo com o Art. 198, da CF, as ações e os serviços públicos cinco anos, estabelecerá:
de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons- I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §2º; (Reda-
tituem um sistema único – o SUS –, organizado de acordo com as ção dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
seguintes diretrizes: II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
I – descentralização, com direção única em cada esfera de go- saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
verno; e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivan-
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades do a progressiva redução das disparidades regionais;
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despe-
III – participação da comunidade. sas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
IV - (revogado).
– A Saúde e a Iniciativa Privada §4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
Referente ao Artigo 199, da CF, a assistência à saúde é livre à admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate
iniciativa privada e instituições privadas poderão participar de for- às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
ma complementar do SUS, segundo diretrizes deste, mediante con- com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
trato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades específicos para sua atuação.
filantrópicas e as sem fins lucrativos. §5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
– Atribuições Constitucionais do SUS regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
Por fim, o Artigo 200 da CF, elenca quais atribuições são de agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
competência do SUS. da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
SEÇÃO II piso salarial.
DA SAÚDE §6º Além das hipóteses previstas no §1º do art. 41 e no §4º
do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá- descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o
rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. seu exercício.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- §7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua agentes de combate às endemias fica sob responsabilidade da
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa estabelecer, além de outros consectários e vantagens, incentivos,
física ou jurídica de direito privado. auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma desses profissionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120,
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, de 2022)
organizado de acordo com as seguintes diretrizes: §8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go- dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às
verno; endemias serão consignados no orçamento geral da União com
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades dotação própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; nº 120, de 2022)
III - participação da comunidade. §9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
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agentes de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salários de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros in-
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de sumos;
2022) II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
§10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de bem como as de saúde do trabalhador;
combate às endemias terão também, em razão dos riscos inerentes III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
às funções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado IV - participar da formulação da política e da execução das
aos seus vencimentos, adicional de insalubridade. (Incluído pela ações de saneamento básico;
Emenda Constitucional nº 120, de 2022) V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
§11. Os recursos financeiros repassados pela União aos científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para pagamento Constitucional nº 85, de 2015)
do vencimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias não de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
serão objeto de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa humano;
com pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022) VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
§12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de tóxicos e radioativos;
enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen-
de direito público e de direito privado. (Incluído pela Emenda dido o do trabalho.
Constitucional nº 124, de 2022)
§13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
até o final do exercício financeiro em que for publicada a lei de que LEI ORGÂNICA DA SAÚDE - LEI N º 8.080/1990
trata o §12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou
dos respectivos planos de carreiras, quando houver, de modo a
atender aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional. LEI FEDERAL N° 8.080/1990
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022)
§14. Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos prestadores correspondentes e dá outras providências.
de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60%
(sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
saúde, para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o §12 cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022)
§15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações
prestadores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca-
60% (sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de
saúde, para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o §12 direito Público ou privado.
deste artigo serão consignados no orçamento geral da União com
dotação própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional TÍTULO I
nº 127, de 2022) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§1º As instituições privadas poderão participar de forma Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo exercício.
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. §1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formula-
§2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou ção e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redu-
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. ção de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento
§3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações
capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
previstos em lei. §2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das
§4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que empresas e da sociedade.
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicio-
fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bási-
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo co, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte,
vedado todo tipo de comercialização. o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras da população expressam a organização social e econômica do País.
atribuições, nos termos da lei: Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicio-
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nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bá- IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
sico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati-
física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. vos, tóxicos e radioativos;
(Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013) X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, científico e tecnológico;
por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às XI - a formulação e execução da política de sangue e seus de-
pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e rivados.
social. §1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir
TÍTULO II nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produ-
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde, abrangendo:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-
te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por processos, da produção ao consumo; e
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta
Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Po- ou indiretamente com a saúde.
der Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). §2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de
§1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições pú- ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção
blicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de san- de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
gue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de §3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei,
Saúde (SUS), em caráter complementar. um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigi-
lância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção
CAPÍTULO I da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabi-
DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES litação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho, abrangendo:
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e de- ou portador de doença profissional e do trabalho;
terminantes da saúde; II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
nos campos econômico e social, a observância do disposto no §1º riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de tra-
do art. 2º desta lei; balho;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promo- III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único
ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das con-
das ações assistenciais e das atividades preventivas. dições de produção, extração, armazenamento, transporte, distri-
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema buição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de
Único de Saúde (SUS): equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
I - a execução de ações: IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
a) de vigilância sanitária; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindi-
b) de vigilância epidemiológica; cal e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença
c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei nº 14.572, profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações,
de 2023) avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;
e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023) VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos
II - a participação na formulação da política e na execução de serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú-
ações de saneamento básico; blicas e privadas;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas
saúde; no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; das entidades sindicais; e
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compre- VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao
endido o do trabalho; órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
participação na sua produção; §4º Entende-se por saúde bucal o conjunto articulado de ações,
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substân- em todos os níveis de complexidade, que visem a garantir promo-
cias de interesse para a saúde; ção, prevenção, recuperação e reabilitação odontológica, individual
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas e coletiva, inseridas no contexto da integralidade da atenção à saú-
para consumo humano; de. (Incluído pela Lei nº 14.572, de 2023)
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CAPÍTULO II Saúde ou órgão equivalente.


DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para de-
senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri- correspondam.
vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único §1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes pre- princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos dispo-
vistas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos rão sobre sua observância.
seguintes princípios: §2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), po-
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os derá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recur-
níveis de assistência; sos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar- saúde.
ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, Art. 11. (Vetado).
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacio-
de complexidade do sistema; nal, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas
integridade física e moral; da sociedade civil.
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou pri- Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade
vilégios de qualquer espécie; de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi- Único de Saúde (SUS).
ços de saúde e a sua utilização pelo usuário; Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ati-
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; vidades:
VIII - participação da comunidade; I - alimentação e nutrição;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única II - saneamento e meio ambiente;
em cada esfera de governo: III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; IV - recursos humanos;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú- V - ciência e tecnologia; e
de; VI - saúde do trabalhador.
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio am- Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de inte-
biente e saneamento básico; gração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profis-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate- sional e superior.
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finali-
Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po- dade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e
pulação; educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à
de assistência; e pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar dupli- Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são
cidade de meios para fins idênticos. reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gesto-
XIV – organização de atendimento público específico e especia- res, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde
lizado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipar-
e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº tite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de
12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, 2011).
de 2017) I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e admi-
nistrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com
CAPÍTULO III a definição da política consubstanciada em planos de saúde, apro-
DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO vados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de
2011).
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermu-
Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação nicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de
complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma re- saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à
gionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de Lei nº 12.466, de 2011).
acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário,
exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: integração de territórios, referência e contrarreferência e demais
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde en-
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva tre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co-
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de nass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
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(Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos ção e recuperação da saúde;
entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do
à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função exercício profissional e outras entidades representativas da socie-
social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de dade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pes-
2011). quisa, ações e serviços de saúde;
§1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;
geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscaliza-
convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). ção inerentes ao poder de polícia sanitária;
§2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos es-
são reconhecidos como entidades que representam os entes mu- tratégicos e de atendimento emergencial.
nicipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à
saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na SEÇÃO II
forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, DA COMPETÊNCIA
de 2011).
Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação dada
CAPÍTULO IV pela Lei nº 14.572, de 2023)
DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
SEÇÃO I a) de controle das agressões ao meio ambiente;
DAS ATRIBUIÇÕES COMUNS b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios III - definir e coordenar os sistemas:
exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação b) de rede de laboratórios de saúde pública;
e de fiscalização das ações e serviços de saúde; c) de vigilância epidemiológica; e
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros d) vigilância sanitária;
destinados, em cada ano, à saúde; IV - participar da definição de normas e mecanismos de con-
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele
da população e das condições ambientais; decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
IV - organização e coordenação do sistema de informação de V - participar da definição de normas, critérios e padrões para
saúde; o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa- a política de saúde do trabalhador;
drões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a as- VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância
sistência à saúde; epidemiológica;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa- VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de
drões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple-
VII - participação de formulação da política e da execução das mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recupera- VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con-
ção do meio ambiente; trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; consumo e uso humano;
IX - participação na formulação e na execução da política de IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fis-
formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; calização do exercício profissional, bem como com entidades repre-
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de sentativas de formação de recursos humanos na área de saúde;
Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução
XI - elaboração de normas para regular as atividades de servi- da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a
ços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência
interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e à saúde;
transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de ca- XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
lamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade com- cias de interesse para a saúde;
petente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao
bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo- Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua
-lhes assegurada justa indenização; (Vide ADIN 3454) atuação institucional;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componen- XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema
tes e Derivados; Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assis-
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos tência à saúde;
internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, prote- e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectiva-
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mente, de abrangência estadual e municipal; XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o con-
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacio- trole e avaliação das ações e serviços de saúde;
nal de Sangue, Componentes e Derivados; XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple-
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de mentar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos
saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; e substâncias de consumo humano;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária
do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Dis- de portos, aeroportos e fronteiras;
trito Federal; XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indica-
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a dores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional Art. 18. À direção municipal do SUS compete: (Redação dada
em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede- pela Lei nº 14.572, de 2023)
ral. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995) I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços
XX - definir as diretrizes e as normas para a estruturação física de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;
e organizacional dos serviços de saúde bucal. (Incluído pela Lei nº II - participar do planejamento, programação e organização
14.572, de 2023) da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde
§1º A União poderá executar ações de vigilância epidemioló- (SUS), em articulação com sua direção estadual;
gica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência III - participar da execução, controle e avaliação das ações refe-
de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da rentes às condições e aos ambientes de trabalho;
direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que repre- IV - executar serviços:
sentem risco de disseminação nacional. (Renumerado do parágrafo a) de vigilância epidemiológica;
único pela Lei nº 14.141, de 2021) b) vigilância sanitária;
§2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergên- c) de alimentação e nutrição;
cia em saúde pública, poderá ser adotado procedimento simplifica- d) de saneamento básico; (Redação dada pela Lei nº 14.572,
do para a remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do de 2023)
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021) e) de saúde do trabalhador;
§3º Os benefícios resultantes da exploração econômica de pro- f) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)
duto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patri- V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e
mônio genético de que trata o §2º deste artigo serão repartidos nos equipamentos para a saúde;
termos da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente
nº 14.141, de 2021) que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para contro-
compete: lá-las;
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
e das ações de saúde;. VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilân-
Sistema Único de Saúde (SUS); cia sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e execu- X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contra-
tar supletivamente ações e serviços de saúde; tos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
serviços: XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços priva-
a) de vigilância epidemiológica; dos de saúde;
b) de vigilância sanitária; XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públi-
c) de alimentação e nutrição; (Redação dada pela Lei nº 14.572, cos de saúde no seu âmbito de atuação.
de 2023) Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reserva-
d) de saúde do trabalhador; das aos Estados e aos Municípios.
e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra- CAPÍTULO V
vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
VI - participar da formulação da política e da execução de ações (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o aten-
e dos ambientes de trabalho; dimento das populações indígenas, em todo o território nacional,
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (In-
e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; cluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indí-
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadu- gena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e defi-
al e regional; nido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº
e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua orga- 9.836, de 1999)
nização administrativa; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, finan-
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ciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei CAPÍTULO VI


nº 9.836, de 1999) DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICI-
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema insti- LIAR
tuído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governa- Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de
mentais e não-governamentais poderão atuar complementarmen- Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído
te no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de pela Lei nº 10.424, de 2002)
1999) §1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação
§1º A União instituirá mecanismo de financiamento específi- domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médi-
co para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que cos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência
houver necessidade de atenção secundária e terciária fora dos ter- social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes
ritórios indígenas. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§2º Em situações emergenciais e de calamidade pública: (Inclu- §2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados
ído pela Lei nº 14.021, de 2020) por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina
I - a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não preventiva, terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424,
previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais In- de 2002)
dígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena; (Inclu- §3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser
ído pela Lei nº 14.021, de 2020) realizados por indicação médica, com expressa concordância do pa-
II - deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos pla- ciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
nos emergenciais para atendimento dos pacientes graves das Secre-
tarias Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as CAPÍTULO VII
referências para o atendimento em tempo oportuno. (Incluído pela DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRA-
Lei nº 14.021, de 2020) BALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas
e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde -
se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contem- SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a
plando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nu- presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante
trição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
1999) §1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado. §2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos di-
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) reitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a
§1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído
base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 11.108, de 2005)
9.836, de 1999) §3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em
§1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro local visível de suas dependências, aviso informando sobre o direito
e a notificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identi- estabelecido no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de
ficação de todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de 2013)
saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da
rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indí- CAPÍTULO VIII
gena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE
Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações TECNOLOGIA EM SAÚDE”
na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as po-
pulações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere
necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº
Lei nº 9.836, de 1999) 12.401, de 2011)
§3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para
SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acor- a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes
do com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agra-
secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) vo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domi-
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de ciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas
Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no
o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.
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Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adota- objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o regis-
das as seguintes definições: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) tro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
coletoras e equipamentos médicos; (Incluído pela Lei nº 12.401, de custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que
2011) se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar,
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que quando cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à §3º As metodologias empregadas na avaliação econômica a
saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais que se refere o inciso II do §2º deste artigo serão dispostas em regu-
produtos apropriados, quando couber; as posologias recomenda- lamento e amplamente divulgadas, inclusive em relação aos indica-
das; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e dores e parâmetros de custo-efetividade utilizados em combinação
a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos com outros critérios. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se re-
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas de- fere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de proces-
verão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas so administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cen-
diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que to e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido,
tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando
e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, pro- as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
vocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira §1º O processo de que trata o caput deste artigo observará, no
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou pro- as seguintes determinações especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401,
dutos de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados de 2011)
quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível,
para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde das amostras de produtos, na forma do regulamento, com infor-
de que trata o protocolo. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) mações necessárias para o atendimento do disposto no §2º do art.
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêu- 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
tica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
2011) III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecno-
gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas logias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na IV - realização de audiência pública, antes da tomada de deci-
Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de são, se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei
2011) nº 12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma V - distribuição aleatória, respeitadas a especialização e a com-
suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas petência técnica requeridas para a análise da matéria; (Incluído
pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo forneci- pela Lei nº 14.313, de 2022)
mento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído VI - publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 12.401, de 2011) 14.313, de 2022)
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com §2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores mu- Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
nicipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactu- Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
ada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
de 2011) I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medica-
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS mento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental,
de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sani-
constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz tera- tária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembol-
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluí- so de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro
do pela Lei nº 12.401, de 2011) na Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: (Incluí-
SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, do pela Lei nº 14.313, de 2022)
contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo I - medicamento e produto em que a indicação de uso seja dis-
Conselho Nacional de Saúde, de 1 (um) representante, especialista tinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde que seu uso
na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina e de 1 (um) re- tenha sido recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação
presentante, especialista na área, indicado pela Associação Médica de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas
Brasileira. (Redação dada pela Lei nº 14.655, de 2023) as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e
§2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tec- a segurança, e esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo
nologias no SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluí- Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
do pela Lei nº 12.401, de 2011) II - medicamento e produto recomendados pela Conitec e ad-
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efeti- quiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais,
vidade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento para uso em programas de saúde pública do Ministério da Saúde e
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suas entidades vinculadas, nos termos do §5º do art. 8º da Lei nº direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no
9.782, de 26 de janeiro de 1999. (Incluído pela Lei nº 14.313, de Conselho Nacional de Saúde.
2022) §1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacio-
medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimen- nal do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato
tos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Interges- em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qua-
tores Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) lidade de execução dos serviços contratados.
§2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técni-
TÍTULO III cas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do
contrato.
CAPÍTULO I §3° (Vetado).
DO FUNCIONAMENTO §4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entida-
des ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracteri- função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
zam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais,
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na TÍTULO III-A
promoção, proteção e recuperação da saúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. DA TELESSAÚDE
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saú-
de, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços
pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamenta-
condições para seu funcionamento. das pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal e obede-
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusi- cerá aos seguintes princípios: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
ve controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência I - autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela Lei nº
à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 14.510, de 2022)
2015) II - consentimento livre e informado do paciente;
I - doações de organismos internacionais vinculados à Orga- III - direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaú-
nização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de, com a garantia do atendimento presencial sempre que solicita-
de financiamento e empréstimos; (Incluído pela Lei nº 13.097, de do; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
2015) IV - dignidade e valorização do profissional de saúde; (Incluído
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou pela Lei nº 14.510, de 2022)
explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) V - assistência segura e com qualidade ao paciente; (Incluído
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, pela Lei nº 14.510, de 2022)
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e (Incluído pela Lei VI - confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei nº 14.510,
nº 13.097, de 2015) de 2022)
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído pela VII - promoção da universalização do acesso dos brasileiros às
Lei nº 13.097, de 2015) ações e aos serviços de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por VIII - estrita observância das atribuições legais de cada profis-
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, são; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
sem qualquer ônus para a seguridade social; e (Incluído pela Lei nº IX - responsabilidade digital. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
13.097, de 2015) 2022)
IV - demais casos previstos em legislação específica. (Incluído Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a moda-
pela Lei nº 13.097, de 2015) lidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da
utilização das tecnologias da informação e da comunicação, que en-
CAPÍTULO II volve, entre outros, a transmissão segura de dados e informações
DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas
adequadas. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando pra-
para garantir a cobertura assistencial à população de uma deter- ticados na modalidade telessaúde, terão validade em todo o terri-
minada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos tório nacional. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
serviços ofertados pela iniciativa privada. Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a liberdade
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços e a completa independência de decidir sobre a utilização ou não da
privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observa- telessaúde, inclusive com relação à primeira consulta, atendimento
das, a respeito, as normas de direito público. ou procedimento, e poderá indicar a utilização de atendimento pre-
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantró- sencial ou optar por ele, sempre que entender necessário. (Incluído
picas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do pela Lei nº 14.510, de 2022)
Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização do
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços exercício profissional a normatização ética relativa à prestação dos
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela serviços previstos neste Título, aplicando-se os padrões normati-
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vos adotados para as modalidades de atendimento presencial, no entidades profissionais correspondentes.


que não colidirem com os preceitos desta Lei. (Incluído pela Lei nº
14.510, de 2022) TÍTULO V
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão ob- DO FINANCIAMENTO
servadas as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento, CAPÍTULO I
observada a competência dos demais órgãos reguladores. (Incluído DOS RECURSOS
pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema
de serviço de telessaúde deverá demonstrar a imprescindibilidade Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos
da medida para que sejam evitados danos à saúde dos pacientes. necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguintes de- da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as me-
terminações: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) tas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido do pa- Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos prove-
ciente, ou de seu representante legal, e sob responsabilidade do nientes de:
profissional de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) I - (Vetado)
II - prestar obediência aos ditames das Leis nºs 12.965, de 23 II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis-
de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho tência à saúde;
de 2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
Geral de Proteção de Dados), 8.078, de 11 de setembro de 1990 IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
(Código de Defesa do Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
ditames da Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018 (Lei do Pron- no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
tuário Eletrônico). (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou complemen- §1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita
tar do profissional de saúde que exercer a profissão em outra juris- de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual
dição exclusivamente por meio da modalidade telessaúde. (Incluído será destinada à recuperação de viciados.
pela Lei nº 14.510, de 2022) §2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimen-
TÍTULO IV tadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
DOS RECURSOS HUMANOS §3º As ações de saneamento que venham a ser executadas su-
pletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Dis-
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas trito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: Habitação (SFH).
I - organização de um sistema de formação de recursos huma- §4º (Vetado).
nos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além §5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de
pessoal; Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de
II - (Vetado) recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem
III - (Vetado) externa e receita própria das instituições executoras.
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema §6º (Vetado).
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema CAPÍTULO II
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e DA GESTÃO FINANCEIRA
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente
com o sistema educacional. Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessora- (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
mento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse-
exercidas em regime de tempo integral. lhos de Saúde.
§1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou §1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabe- Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União,
lecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saú-
§2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos ser- de, através do Fundo Nacional de Saúde.
vidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes §2º (Vetado).
de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. §3º (Vetado).
Art. 29. (Vetado). §4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu siste-
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço ma de auditoria, a conformidade à programação aprovada da apli-
sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, insti- cação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada
tuída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Mi-
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nistério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxí-
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da re- lios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade
ceita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao lucrativa.
Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo
único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às do- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
tações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos
e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Art. 39. (Vetado).
Saúde (SUS). §1º (Vetado).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da §2º (Vetado).
Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa §3º (Vetado).
prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. §4º (Vetado).
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos §5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps
a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combina- para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita
ção dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
e projetos: §6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventa-
I - perfil demográfico da região; riados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
na área; pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se encontrem,
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período mediante simples termo de recebimento.
anterior; §7º (Vetado).
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos esta- §8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados,
duais e municipais; mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao pro-
outras esferas de governo. cesso de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das
§1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
Lei nº 8.142, de 1990) médico-hospitalares.
§2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório pro- Art. 40. (Vetado)
cesso de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras
serão ponderados por outros indicadores de crescimento popula- Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela
cional, em especial o número de eleitores registrados. direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
§3º (Vetado). como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
§4º (Vetado). humanos e para transferência de tecnologia.
§5º (Vetado). Art. 42. (Vetado).
§6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preser-
dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de pe- vada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas
nalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades priva-
na gestão dos recursos transferidos. das.
Art. 44. (Vetado).
CAPÍTULO III Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de
DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesqui-
Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, sa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que este-
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessi- jam vinculados.
dades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em §1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais
planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente
da União. do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação,
§1º Os planos de saúde serão a base das atividades e progra- bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
mações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), §2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os servi-
e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamen- ços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema
tária. Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para
§2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento esse fim, for firmado.
de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanis-
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. mos de incentivos à participação do setor privado no investimento
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire- em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia
trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
função das características epidemiológicas e da organização dos nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
serviços em cada jurisdição administrativa. Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis es-
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taduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, micos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe
no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saú- do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
de, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões §3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
epidemiológicas e de prestação de serviços. Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
Art. 48. (Vetado). terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
Art. 49. (Vetado). §4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais seg-
celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentrali- mentos.
zados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for §5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão
sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). sua organização e normas de funcionamento definidas em regimen-
Art. 51. (Vetado). to próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui cri- Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
me de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Pe- alocados como:
nal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus
de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
Art. 53. (Vetado). II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as ati- Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
vidades de apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério
pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento da Saúde;
de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem imple-
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são mentados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste arti-
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) go destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei
1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições serão repassados de forma regular e automática para os Municí-
em contrário. pios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
102º da República. §1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios
previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990,
será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério
LEI Nº 8.142/1990 estabelecido no §1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
§2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo
menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. aos Estados.
§3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execu-
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sis- ção de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas
tema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergoverna- de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
mentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras pro- Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta
vidências. lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar
com:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- I - Fundo de Saúde;
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo
com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° III - plano de saúde;
8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de go- IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata
verno, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as se- o §4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
guintes instâncias colegiadas: V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orça-
I - a Conferência de Saúde; e mento;
II - o Conselho de Saúde. VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Sa-
§1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com lários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situa- Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos
ção de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste
saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam adminis-
ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. trados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.
§2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e delibe- Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro
rativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na lei.
formulação de estratégias e no controle da execução da política de Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econô- Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
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Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e produtos apropriados, quando couber; as posologias recomenda-
102° da República. das; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e
a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
gestores do SUS.
DECRETO PRESIDENCIAL Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.
Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e ser-
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para viços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o pla- pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a
nejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfe- participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado
derativa, e dá outras providências. de forma regionalizada e hierarquizada.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe SEÇÃO I


confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o dis- DAS REGIÕES DE SAÚDE
posto na Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990,
DECRETA: Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em
articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pac-
CAPÍTULO I tuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES inciso I do art. 30.
§1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais,
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de se- compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respec-
tembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único tivos Estados em articulação com os Municípios.
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a §2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de
articulação interfederativa. fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem
Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se: as relações internacionais.
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no
por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de mínimo, ações e serviços de:
identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunica- I - atenção primária;
ção e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalida- II - urgência e emergência;
de de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações III - atenção psicossocial;
e serviços de saúde; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo V - vigilância em saúde.
de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará
de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regio- cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
nalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indi- Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as transferên-
cadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, cias de recursos entre os entes federativos.
recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no
e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonân-
implementação integrada das ações e serviços de saúde; cia com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores .
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes
do usuário no SUS; elementos em relação às Regiões de Saúde:
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consen- I - seus limites geográficos;
sual entre os entes federativos para definição das regras da gestão II - população usuária das ações e serviços;
compartilhada do SUS; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo escala para conformação dos serviços.
SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instala-
da existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos SEÇÃO II
indicadores de saúde do sistema; DA HIERARQUIZAÇÃO
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços
de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e
finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se com-
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde pleta na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a com-
específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo plexidade do serviço.
ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à I - de atenção primária;
saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais II - de atenção de urgência e emergência;
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III - de atenção psicossocial; e nal, estadual e nacional.


IV - especiais de acesso aberto. Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos
o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos po- entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas
derão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, de saúde.
considerando as características da Região de Saúde. Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos
especializados, entre outros de maior complexidade e densidade Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde.
tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de
trata o art. 9º . que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços prazos do planejamento municipal em consonância com os planeja-
de saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado mentos estadual e nacional.
na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério
cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas CAPÍTULO IV
com proteção especial, conforme legislação vigente. DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Parágrafo único. A população indígena contará com regramen-
tos diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se
e com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento
com disposições do Ministério da Saúde. do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado Comissões Intergestores.
em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e
em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva SEÇÃO I
região. DA RELAÇÃO NACIONAL DE AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE -
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as re- RENASES
gras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde na
respectiva área de atuação. Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RE-
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário NASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao
e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.
federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactua- Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em
das pelas Comissões Intergestores: âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde conso-
acesso às ações e aos serviços de saúde; lidará e publicará as atualizações da RENASES.
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
saúde; pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as suas respon-
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e sabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes da RE-
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. NASES.
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretri- Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
zes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes federa- adotar relações específicas e complementares de ações e serviços
tivos no cumprimento das atribuições previstas no art. 13. de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as respon-
sabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pac-
CAPÍTULO III tuado nas Comissões Intergestores.
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
SEÇÃO II
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente DA RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS -
e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Con- RENAME
selhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas
de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RE-
§1º O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públi- NAME compreende a seleção e a padronização de medicamentos
cos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito
§2º A compatibilização de que trata o caput será efetuada no do SUS.
âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do planeja- Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário
mento integrado dos entes federativos, e deverão conter metas de Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensa-
saúde. ção e o uso dos seus medicamentos.
§3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dis-
serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo por sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêu-
com as características epidemiológicas e da organização de serviços ticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela
nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. CIT.
Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e Parágrafo único. O Ministério da Saúde consolidará e publicará
as ações prestados pela iniciativa privada, de forma complementar as atualizações: (Redação dada pelo Decreto nº 11.161, de 2022)
ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regio- Vigência
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I - da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará, nesse prazo, cretarias Municipais de Saúde - COSEMS.
a lista de tecnologias incorporadas, excluídas e alteradas pela CONI- Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:
TEC e com a responsabilidade de financiamento pactuada de forma I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da ges-
tripartite, até que haja a consolidação da referida lista; (Incluído tão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da política de
pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de
II - do FTN, à medida que sejam identificadas novas evidências saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de saúde;
sobre as tecnologias constantes na RENAME vigente; e (Incluído II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limi-
pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência tes geográficos, referência e contrarreferência e demais aspectos
III - de protocolos clínicos ou de diretrizes terapêuticas, quando vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os en-
da incorporação, alteração ou exclusão de tecnologias em saúde no tes federativos;
SUS e da existência de novos estudos e evidências científicas identi- III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interes-
ficados a partir de revisões periódicas da literatura relacionada aos tadual, a respeito da organização das redes de atenção à saúde,
seus objetos. (Incluído pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão ado- ações e serviços dos entes federativos;
tar relações específicas e complementares de medicamentos, em IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Aten-
consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos ção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desen-
entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o pac- volvimento econômico-financeiro, estabelecendo as responsabili-
tuado nas Comissões Intergestores. dades individuais e as solidárias; e
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêu- V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de
tica pressupõe, cumulativamente: atenção à saúde para o atendimento da integralidade da assistên-
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do cia.
SUS; Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pac-
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, tuação:
no exercício regular de suas funções no SUS; I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e ser-
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação es- viços de saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento
pecífica complementar estadual, distrital ou municipal de medica- da gestão; e
mentos; e III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela di- operacionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com ou-
reção do SUS. tros países, respeitadas, em todos os casos, as normas que regem
§1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário as relações internacionais.
à assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o
justifiquem. SEÇÃO II
§2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferen- DO CONTRATO ORGANIZATIVO DA AÇÃO PÚBLICA DA SAÚDE
ciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar es- Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos
tadual, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão para a organização da rede interfederativa de atenção à saúde será
conter produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sa- firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saú-
nitária - ANVISA. de.
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da
CAPÍTULO V Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços de
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma Região
de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistên-
SEÇÃO I cia aos usuários.
DAS COMISSÕES INTERGESTORES Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos entes fede-
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e rativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as
o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em re- pactuações estabelecidas pela CIT.
des de atenção à saúde, sendo: Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde de-
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde finirá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes fede-
para efeitos administrativos e operacionais; rativos com relação às ações e serviços de saúde, os indicadores
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual e as metas de saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os
de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e recursos financeiros que serão disponibilizados, a forma de controle
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regio- e fiscalização da sua execução e demais elementos necessários à
nal, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos adminis- implementação integrada das ações e serviços de saúde.
trativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. §1º O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de ga-
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de rantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS,
saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional de Secre- a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
tários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias §2º O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais
Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Se- de garantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do
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desempenho da prestação das ações e dos serviços definidos no Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em todas as Regi- em saúde organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao
ões de Saúde, considerando-se as especificidades municipais, regio- respectivo Conselho de Saúde para monitoramento.
nais e estaduais.
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde con- CAPÍTULO VI
terá as seguintes disposições essenciais: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais;
II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promo- Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Minis-
ção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter- tério da Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo:
-regional; I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na
III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos pe- prestação de ações e serviços de saúde e de outras obrigações pre-
rante a população no processo de regionalização, as quais serão vistas neste Decreto;
estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o perfil, a II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o
organização e a capacidade de prestação das ações e dos serviços inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990 ;
de cada ente federativo da Região de Saúde; III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos finan-
IV - indicadores e metas de saúde; ceiros; e
V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde; IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento.
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de monitora- Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações
mento permanente; e serviços de saúde que na data da publicação deste Decreto são
VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes federados, de
em relação às atualizações realizadas na RENASES; forma direta ou indireta.
VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas respon- Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretri-
sabilidades; e zes de que trata o §3º do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada partir da publicação deste Decreto.
um dos partícipes para sua execução. Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da Independência e 123º
de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das da República.
ações e serviços de saúde.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde ob-
servará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da ges- DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
tão participativa:
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação
do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta de sua me- Os determinantes sociais em saúde são as condições sociais,
lhoria; econômicas, culturais, políticas e ambientais que influenciam a
II - apuração permanente das necessidades e interesses do usu- saúde e o bem-estar das pessoas e das populações. Eles são os
ário; e fatores que determinam as diferenças existentes na saúde entre
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em diferentes grupos populacionais, incluindo as desigualdades em
todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas morbidade, mortalidade e expectativa de vida.
que dele participem de forma complementar. Os determinantes sociais em saúde incluem a renda e a
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator distribuição de renda, a educação, o trabalho, o ambiente físico, o
determinante para o estabelecimento das metas de saúde previstas acesso aos serviços de saúde, a cultura, o gênero, a raça, a etnia
no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. e as políticas públicas, entre outros. Esses fatores interagem e
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Organi- influenciam a saúde de forma complexa e multifatorial.
zativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo Assim, entender e atuar sobre os determinantes sociais em
à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua implementação. saúde é fundamental para promover a saúde e a equidade, já que
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, eles afetam a saúde de forma mais profunda e duradoura do que
por meio de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do as intervenções baseadas somente no tratamento das doenças e
Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde. sintomas. Políticas e ações que visem a melhoria dos determinantes
§1º O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º sociais em saúde são importantes para reduzir as desigualdades na
da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção espe- saúde e garantir o acesso universal e equitativo aos serviços de
cífica relativa aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato saúde e à qualidade de vida.
Organizativo de Ação Pública de Saúde. Os determinantes sociais em saúde têm um papel fundamental
§2º O disposto neste artigo será implementado em conformi- no desenvolvimento de políticas públicas, pois eles influenciam
dade com as demais formas de controle e fiscalização previstas em diretamente as condições de vida e de saúde das populações.
Lei. Entender os determinantes sociais em saúde é essencial para
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução identificar as causas das desigualdades em saúde e para orientar a
do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação elaboração de políticas e intervenções que promovam a equidade
ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à em saúde.
aplicação dos recursos disponibilizados. Ao levar em conta os determinantes sociais em saúde, as
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato políticas públicas podem abordar as causas fundamentais das
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doenças e das desigualdades em saúde, em vez de apenas tratar outras ações frequentemente realizadas. Também influencia favo-
seus sintomas. Dessa forma, é possível promover a prevenção e ravelmente na área gerencial, disponibilizando em curto espaço de
a promoção da saúde em diversos níveis, desde a melhoria das tempo informações atualizadas de diversas naturezas que subsi-
condições de vida e de trabalho até a ampliação do acesso aos diam as ações administrativas, como recursos humanos existentes
serviços de saúde. e suas características, dados relacionados a recursos financeiros e
Além disso, as políticas públicas que consideram os orçamentários, recursos materiais (consumo, estoque, reposição,
determinantes sociais em saúde têm o potencial de reduzir as manutenção de equipamentos e fornecedores), produção (número
disparidades na saúde entre diferentes grupos populacionais, como de atendimentos e procedimentos realizados) e aqueles relativos à
as desigualdades entre ricos e pobres, entre homens e mulheres, taxa de nascimentos, óbitos, infecção hospitalar, média de perma-
entre diferentes raças e etnias, entre áreas urbanas e rurais, entre nência, etc.
outros. Essas políticas também podem melhorar a qualidade de As informações do paciente, geradas durante seu período de
vida e o bem-estar da população como um todo. internação, constituirão o documento denominado prontuário,
Portanto, é importante que as políticas públicas sejam o qual, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº
baseadas em uma abordagem de determinantes sociais em saúde, 1.331/89), consiste em um conjunto de documentos padronizados
integrando diferentes setores e áreas de atuação para promover a e ordenados, proveniente de várias fontes, destinado ao registro
saúde e a equidade de forma mais ampla e sustentável. dos cuidados profissionais prestados ao paciente.
Os principais determinantes sociais em saúde são: O prontuário agrega um conjunto de impressos nos quais são
1 – Renda e distribuição de renda: a pobreza e a desigualdade registradas todas as informações relativas ao paciente, como histó-
socioeconômica são fatores que afetam negativamente a saúde, rico da doença, antecedentes pessoais e familiares, exame físico,
aumentando a exposição a riscos ambientais, a falta de acesso a diagnóstico, evolução clínica, descrição de cirurgia, ficha de anes-
serviços de saúde adequados e a uma alimentação saudável. tesia, prescrição médica e de enfermagem, exames complemen-
tares de diagnóstico, formulários e gráficos. É direito do paciente
2 – Educação: a falta de acesso à educação e a baixa ter suas informações adequadamente registradas, como também
escolaridade estão associados a piores indicadores de saúde, como acesso - seu ou de seu responsável legal - às mesmas, sempre que
maior incidência de doenças crônicas, menor expectativa de vida e necessário.
maior taxa de mortalidade. Legalmente, o prontuário é propriedade dos estabelecimentos
3 – Ambiente físico: a qualidade do ambiente em que as pessoas de saúde e após a alta do paciente fica sob os cuidados da institui-
vivem, incluindo a poluição do ar e da água, a falta de saneamento ção, arquivado em setor específico. Quanto à sua informatização,
básico e a exposição a desastres naturais, pode afetar a saúde de há iniciativas em andamento em diversos hospitais brasileiros, haja
forma significativa. vista que facilita a guarda e conservação dos dados, além de agilizar
4 – Acesso aos serviços de saúde: o acesso a serviços de saúde informações em prol do paciente. Devem, entretanto, garantir a pri-
de qualidade, incluindo a prevenção, diagnóstico e tratamento de vacidade e sigilo dos dados pessoais.
doenças, é fundamental para a promoção da saúde e prevenção de
doenças. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Sistema de In-
5 – Gênero: fatores sociais e culturais relacionados ao formação em Saúde (SIS):
gênero podem afetar a saúde, incluindo a violência de gênero, a “ ….. é um conjunto de componentes que atuam de forma inte-
discriminação e a falta de acesso a serviços de saúde. grada por meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e
6 – Raça e etnia: a discriminação racial e étnica pode levar a transmissão da informação necessária e oportuna para implemen-
piores indicadores de saúde, incluindo maior incidência de doenças tar processos de decisões no Sistema de Saúde. Seu propósito é
crônicas e menor expectativa de vida. selecionar dados pertinentes e transformá-los em informações para
7 – Condições de trabalho: o ambiente de trabalho pode afetar aqueles que planejam, financiam, proveem e avaliam os serviços de
a saúde, incluindo a exposição a substâncias tóxicas, o estresse e a saúde” (OMS, 1981:42).
falta de acesso a direitos trabalhistas e à proteção social. Informação Oportuna: disponível no local e hora necessários
para tomada de decisão
Informação de Qualidade: atualizada, pertinente e consistente.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
Funções:
- Respaldar a operação diária e a gestão da atenção à saúde;
Sistema de informação em saúde - Conhecer e monitorar o estado de saúde da população e as
Um sistema de informação representa a forma planejada de re- condições sócio-ambientais;
ceber e transmitir dados. Pressupõe que a existência de um número - Facilitar o planejamento, a supervisão e o controle e avaliação
cada vez maior de informações requer o uso de ferramentas (inter- de ações e serviços;
net, arquivos, formulários) apropriadas que possibilitem o acesso - Subsidiar os processos decisórios nos diversos níveis de deci-
e processamento de forma ágil, mesmo quando essas informações são e ação;
dependem de fontes localizadas em áreas geográficas distantes. - Apoiar a produção e utilização de serviços de saúde;
No hospital, a disponibilidade de uma rede integrada de infor- - Disponibilizar informações para as atividades de diagnóstico
mações através de um sistema informatizado é muito útil porque e tratamento;
agiliza o atendimento, tornando mais rápido o processo de ad- - Monitorar e avaliar as intervenções, resultados e impactos;
missão e alta de pacientes, a marcação de consultas e exames, o - Subsidiar educação e a promoção da saúde;
processamento da prescrição médica e de enfermagem e muitas - Apoiar as atividades de pesquisa e produção de conhecimen-
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tos

SIS (Sistema de Informação em Saúde)


- Coleta
- Processamento
- Análise
- Transmissão da Informação

Sistemas de Informação e Banco de Dados

Sistema de informação:
É o processo de produção de informação e sua comunicação a atores, possibilitando sua análise com vistas à geração de conhecimen-
tos.

Banco de dados:
É um dos principais componentes do sistema, sendo um agrupamento organizado de dados que pode ser utilizado por vários sistemas.

Sistemas de Informação em Saúde


Componentes que atuam de forma integrada e articulada para obter e selecionar dados e transformá-los em informação:

Principais Sistemas de Informação em Saúde

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SIAB
- O Sistema de Informação da Atenção Básica foi implantado para o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades
realizadas pela Estratégia de Saúde da Família - ESF. O SIAB foi desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde e
incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária.

- Através dele obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, condições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e
composição das equipes de saúde. Principal instrumento de monitoramento das ações do Programa Saúde da Família, tem sua gestão na
Coordenação de Acompanhamento e Avaliação do Departamento de Atenção Básica / SAS.

Benefícios:
Micro-espacialização de problemas de saúde e de avaliação de intervenções;
Utilização mais ágil e oportuna da informação;
Produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organização das ações de saúde;
Consolidação progressiva da informação partindo de níveis menos agregados para mais agregados.

Funcionalidades
• Cadastros de famílias;
• Condições de moradia e saneamento;
• Situação de saúde;
• Produção e marcadores; Composição das Equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde.1

E-SUS
O Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) tem por finalidade fornecer de forma prática, ágil, atualizada, completa e de fácil
manipulação, instrumentos de controle e planejamento, além de possibilitar a socialização das informações de saúde.

O SIAB apresenta também como objetivo, avaliar a adequação dos serviços oferecidos e readequá-los, sempre que necessário e, por
fim, melhorar a qualidade dos serviços de saúde.

Isso também é válido para a análise das prioridades políticas a partir dos perfis epidemiológicos de determinada localidade e, princi-
palmente, para a fiscalização da aplicação dos recursos públicos destinados à área social, conformando-se numa estratégia para a opera-
cionalização do Sistema Único de Saúde.
O SIAB tem como lógica central de seu funcionamento a referência a uma determinada base populacional. O Ministério da Saúde (MS)
em 1998, por meio da Coordenadoria de Saúde da Comunidade, editou um manual que descreve os conceitos e procedimentos básicos
que compõem o SIAB, bem como as orientações gerais para seu preenchimento e operacionalização.
1 Fonte: https://www.enfconcursos.com/Fonte: http://www.saude.gov.br
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O SIAB baseia-se nos conceitos de modelo de atenção, família, Quanto ao cadastramento das famílias, é um bom indicador
domicílio, área, micro área e território. O Ministério da Saúde orien- para acompanhamento do planejamento de implantação e imple-
ta que o SIAB seja informatizado. Caso o município não disponha do mentação da Equipe de Saúde da Família (ESF), pois permite deter-
programa, este deve procurar o DATASUS ou a Coordenação Esta- minar com garantia quanto de cobertura da população do municí-
dual do PSF para que estes instalem (gratuitamente) o programa. pio e de cobertura das famílias estimadas já foram realizadas.

O SIAB é um sistema idealizado para agregar e para processar Ainda são possíveis determinar a estrutura familiar, o núme-
as informações sobre a população visitada. Estas informações são ro de pessoas e a idade por família. Em relação ao saneamento,
recolhidas em fichas de cadastramento e de acompanhamento e o instrumento revela-se como suficiente e de fácil manuseio para
analisadas a partir dos relatórios de consolidação dos dados. avaliação das informações, além de proporcionar uma ferramenta
para divulgação, planejamento e possibilitar a indicação de serviços
O preenchimento das fichas é tarefa do agente comunitário, e ainda avaliar a prestação de serviço público e mecanismo de au-
a partir de suas visitas domiciliares. Elas devem ser atualizadas toproteção.2
sempre que necessário, ou seja, mediante ocorrência de eventos,
como: óbito, nascimento, inclusão de parente ou agregado ao gru- E-SUS AB
po familiar, etc. O e-SUS AB é uma estratégia do Departamento de Atenção Bá-
sica (DAB) para reestruturar as informações da Atenção Básica (AB)
Assim, registrar corretamente os dados com maior fidedigni- em nível nacional. Esta ação está alinhada com a proposta mais ge-
dade possível é responsabilidade do Agente comunitário. As fichas ral de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) do
são instrumentos de trabalho do PSF, pois permitem o planejamen- Ministério da Saúde (MS), entendendo que a qualificação da gestão
to das atividades da equipe, tendo como base o conhecimento do da informação é fundamental para ampliar a qualidade no atendi-
diagnóstico de necessidades da população a que assiste. mento à população.
A Estratégia e-SUS AB faz referência ao processo de informati-
São instrumentos de coleta de dados: zação qualificada do Sistema Único de Saúde (SUS) em busca de um
• Ficha A – cadastramento das famílias; SUS eletrônico (e-SUS) e tem como objetivo concretizar um novo
• Ficha B-GES – acompanhamento de gestantes; modelo de gestão de informação que apoie os municípios e os ser-
• Ficha B-HÁ – acompanhamento de hipertensos; viços de saúde na gestão efetiva da AB e na qualificação do cuidado
• Ficha B-DIA – acompanhamento de diabéticos; dos usuários. Esse modelo nacional de gestão da informação na AB
• Ficha B-TB – acompanhamento de pacientes com tubercu- é definido a partir de diretrizes e requisitos essenciais que orientam
lose; e organizam o processo de reestruturação do sistema de informa-
• Ficha B-HAN – acompanhamento de pacientes com hanse- ção, instituído o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção
níase; Básica (SISAB), por meio da Portaria GM/MS Nº 1.412, de 10 de
• Ficha C (cartão da criança) – acompanhamento de crianças; julho de 2013, e a Estratégia e-SUS AB para sua operacionalização.
• Ficha D – registro de atividades, procedimentos e notifica- A Estratégia e-SUS AB preconiza:
ções. ● Individualizar o registro: registro individualizado das infor-
mações em saúde, para o acompanhamento dos atendimentos aos
São instrumentos de consolidação de dados: cidadãos;
• Relatórios A1, A2, A3 e A4 – relatório de consolidado anual ● Integrar a informação: integração dos diversos sistemas de
das famílias cadastradas; informação oficiais existentes na AB, a partir do modelo de infor-
• Relatórios SSA2 e SSA4 – relatório de situação de saúde e mação;
acompanhamento das famílias; ● Reduzir o retrabalho na coleta de dados: reduzir a necessida-
• Relatórios PMA2 e PMA4 – relatórios de produção e marca- de de registrar informações similares em mais de um instrumento
dores para avaliação. (fichas/sistemas) ao mesmo tempo;
● Informatizar as unidades: desenvolvimento de soluções tec-
O dado, após coletado, deve ser selecionado, processado, ana- nológicas que contemplem os processos de trabalho da AB, com
lisado e transformado em informação pela equipe de PSF. Este se recomendações de boas práticas e o estímulo à informatização dos
conforma como um produto das relações entre os vários atores en- serviços de saúde;
volvidos (médico, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem, ● Gestão do cuidado: introdução de novas tecnologias para oti-
agentes comunitários, famílias, etc.). mizar o trabalho dos profissionais na perspectiva de fazer gestão
O SIAB gera relatórios de uma determinada base populacional, do cuidado
população coberta pelas equipes de saúde da família, a partir da ● Coordenação do cuidado: a qualificação do uso da informa-
ficha de cadastramento da família denominada Ficha A, cadastra- ção na gestão e no cuidado em saúde na perspectiva de integração
mento este realizado pelos agentes comunitários de saúde e que dos serviços de saúde.
produz informações relativas às condições demográficas, sanitárias
e sociais. Além de possibilitar traçar alguns aspectos da situação de A estratégia é composta por dois sistemas:
saúde referida da população. ● SISAB, sistema de informação nacional, que passa a ser o
Apesar de fornecer algumas informações essenciais para as sistema de informação vigente para fins de financiamento, moni-
equipes do Programa de Saúde da Família esse instrumento de co- toramento, acompanhamento do cuidado em saúde e de adesão
leta e o seu produto são passíveis de crítica. 2 Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/
sistema-de-informacao-de-atencao-basica-siab-o-que-e/37938
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aos programas e estratégias da Política Nacional de Atenção Básica humanos disponíveis para esse fim. Em especial, contemplando os
(PNAB), e diferentes cenários de implantação, como visto no Manual de Im-
● Sistema e-SUS AB, composto por dois softwares para cole- plantação da Estratégia e-SUS AB, o fluxo deve estar adequado a
ta dos dados: ○ Sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS), cada realidade.
sistema de transição/contingência, que apoia o processo de coleta
de dados por meio de fichas e sistema de digitação; ○ Sistema com O Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) tem por fi-
Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), sistema com prontuário nalidade fornecer de forma prática, ágil, atualizada, completa e de
eletrônico, que tem como principal objetivo apoiar o processo de fácil manipulação, instrumentos de controle e planejamento, além
informatização das UBS. de possibilitar a socialização das informações de saúde.

Durante o texto, os softwares do Sistema e-SUS AB também são O SIAB apresenta também como objetivo, avaliar a adequação
referidos como Sistema com CDS e Sistema com PEC ou simples- dos serviços oferecidos e readequá-los, sempre que necessário e,
mente, CDS e PEC. por fim, melhorar a qualidade dos serviços de saúde.

Fichas de Coleta de Dados Simplificada Isso também é válido para a análise das prioridades políticas a
O Sistema com CDS é um dos componentes da estratégia e-SUS partir dos perfis epidemiológicos de determinada localidade e, prin-
AB, adequada para UBS não informatizadas, ou quando o acesso a cipalmente, para a fiscalização da aplicação dos recursos públicos
informatização está temporariamente indisponível devido a falta de destinados à área social, conformando-se numa estratégia para a
energia elétrica, problemas com o computador, acesso a internet, operacionalização do Sistema Único de Saúde.
entre outros. O SIAB tem como lógica central de seu funcionamento a re-
O objetivo é ser uma estratégia de coleta de dados por meio ferência a uma determinada base populacional. O Ministério da
de instrumentos com questões estruturadas, na qual a maioria das Saúde (MS) em 1998, por meio da Coordenadoria de Saúde da Co-
perguntas são fechadas. munidade, editou um manual que descreve os conceitos e proce-
Os instrumentos são denominados “Fichas de Coleta de Dados dimentos básicos que compõem o SIAB, bem como as orientações
Simplificada” para a obtenção de dados de cadastros da população gerais para seu preenchimento e operacionalização.
do território adstrito às UBS, das visitas domiciliares, atendimentos O SIAB baseia-se nos conceitos de modelo de atenção, família,
e atividades desenvolvidas pelos profissionais das equipes de AB. domicílio, área, micro área e território. O Ministério da Saúde orien-
Esses dados devem ser digitados no CDS off-line ou PEC e, poste- ta que o SIAB seja informatizado. Caso o município não disponha do
riormente, enviados para o SISAB por meio do PEC com conectivi- programa, este deve procurar o DATASUS ou a Coordenação Esta-
dade à internet. dual do PSF para que estes instalem (gratuitamente) o programa.
A Coleta de Dados Simplificada utilizada pela equipe de Aten-
ção Básica é composta por dez fichas a seguir: O SIAB é um sistema idealizado para agregar e para processar
1. Cadastro Individual; as informações sobre a população visitada. Estas informações são
2. Cadastro Domiciliar; recolhidas em fichas de cadastramento e de acompanhamento e
3. Ficha de Atendimento Individual; analisadas a partir dos relatórios de consolidação dos dados.
4. Ficha de Procedimentos;
5. Ficha de Atendimento Odontológico Individual; O preenchimento das fichas é tarefa do agente comunitário,
6. Ficha de Atividade Coletiva; a partir de suas visitas domiciliares. Elas devem ser atualizadas
7. Ficha de Vacinação (nova); sempre que necessário, ou seja, mediante ocorrência de eventos,
8. Ficha de Visita Domiciliar; como: óbito, nascimento, inclusão de parente ou agregado ao gru-
9. Marcadores de Consumo Alimentar; po familiar, etc.
10. Ficha Complementar,
Assim, registrar corretamente os dados com maior fidedigni-
A Coleta de Dados Simplificada ainda conta com mais duas fichas dade possível é responsabilidade do Agente comunitário. As fichas
de uso exclusivo das equipes do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): são instrumentos de trabalho do PSF, pois permitem o planejamen-
1. Ficha de Avaliação de Elegibilidade, to das atividades da equipe, tendo como base o conhecimento do
2. Ficha de Atenção Domiciliar. diagnóstico de necessidades da população a que assiste.

A estratégia avança ao permitir a entrada dos dados orientada São instrumentos de coleta de dados:
pelo curso natural do atendimento e não ser focada na situação- • Ficha A – cadastramento das famílias;
-problema de saúde. A entrada de dados individualizados por cida- • Ficha B-GES – acompanhamento de gestantes;
dão abre caminho para a gestão do cuidado e aproximação desses • Ficha B-HÁ – acompanhamento de hipertensos;
dados ao processo de planejamento da equipe. • Ficha B-DIA – acompanhamento de diabéticos;
Dessa forma, este manual foi elaborado com a finalidade de • Ficha B-TB – acompanhamento de pacientes com tuberculose;
orientar os profissionais de saúde e gestores da Atenção Básica a • Ficha B-HAN – acompanhamento de pacientes com hanse-
operar o Sistema e-SUS AB com CDS, tendo em vista, o preenchi- níase;
mento adequado das fichas do CDS e a consequente digitação dos • Ficha C (cartão da criança) – acompanhamento de crianças;
dados no sistema. • Ficha D – registro de atividades, procedimentos e notifica-
O processo de digitação deve ser definido no âmbito da ges- ções.
tão municipal, considerando os aspectos logísticos e os recursos
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São instrumentos de consolidação de dados: Diretora- Presidente Substituta, determino a sua publicação:
• Relatórios A1, A2, A3 e A4 – relatório de consolidado anual Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico que estabelece
das famílias cadastradas; os Requisitos de Boas Práticas para Funcionamento de Serviços de
• Relatórios SSA2 e SSA4 – relatório de situação de saúde e Saúde, nos termos desta Resolução.
acompanhamento das famílias;
• Relatórios PMA2 e PMA4 – relatórios de produção e marca- CAPÍTULO I
dores para avaliação. DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

O dado, após coletado, deve ser selecionado, processado, ana- SEÇÃO I


lisado e transformado em informação pela equipe de PSF. Este se OBJETIVO
conforma como um produto das relações entre os vários atores en-
volvidos (médico, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem, Art. 2º Este Regulamento Técnico possui o objetivo de estabe-
agentes comunitários, famílias, etc.). lecer requisitos de Boas Práticas para funcionamento de serviços de
O SIAB gera relatórios de uma determinada base populacional, saúde, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção
população coberta pelas equipes de saúde da família, a partir da e gestão, e na redução e controle de riscos aos usuários e meio am-
ficha de cadastramento da família denominada Ficha A, cadastra- biente.
mento este realizado pelos agentes comunitários de saúde e que
produz informações relativas às condições demográficas, sanitárias SEÇÃO II
e sociais. Além de possibilitar traçar alguns aspectos da situação de ABRANGÊNCIA
saúde referida da população.
Art. 3º Este Regulamento Técnico se aplica a todos os serviços
Apesar de fornecer algumas informações essenciais para as de saúde no país, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis
equipes do Programa de Saúde da Família esse instrumento de co- ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pes-
leta e o seu produto são passíveis de crítica. quisa.
Quanto ao cadastramento das famílias, é um bom indicador
para acompanhamento do planejamento de implantação e imple- SEÇÃO III
mentação da Equipe de Saúde da Família (ESF), pois permite deter- DEFINIÇÕES
minar com garantia quanto de cobertura da população do municí-
pio e de cobertura das famílias estimadas já foram realizadas. Art. 4º Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as
Ainda são possíveis determinar a estrutura familiar, o núme- seguintes definições:
ro de pessoas e a idade por família. Em relação ao saneamento, I - garantia da qualidade: totalidade das ações sistemáticas ne-
o instrumento revela-se como suficiente e de fácil manuseio para cessárias para garantir que os serviços prestados estejam dentro
avaliação das informações, além de proporcionar uma ferramenta dos padrões de qualidade exigidos, para os fins a que se propõem;
para divulgação, planejamento e possibilitar a indicação de serviços II - gerenciamento de tecnologias: procedimentos de gestão,
e ainda avaliar a prestação de serviço público e mecanismo de au- planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas,
toproteção. normativas e legais, com o objetivo de garantir a rastreabilidade,
qualidade, eficácia, efetividade, segurança e em alguns casos o de-
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ sempenho das tecnologias de saúde utilizadas na prestação de ser-
enfermagem/sistema-de-informacao-de-atencao-basica-siab-o-que- viços de saúde, abrangendo cada etapa do gerenciamento, desde
-e/37938 o planejamento e entrada das tecnologias no estabelecimento de
saúde até seu descarte, visando à proteção dos trabalhadores, a
preservação da saúde pública e do meio ambiente e a segurança
RDC Nº 63, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011 QUE DISPÕE do paciente;
SOBRE OS REQUISITOS DE BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONA- III - humanização da atenção e gestão da saúde: valorização da
MENTO PARA OS SERVIÇOS DE SAÚDE dimensão subjetiva e social, em todas as práticas de atenção e de
gestão da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do
cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia,
RESOLUÇÃO-RDC Nº 63, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011 raça, orientação sexual e às populações específicas, garantindo o
acesso dos usuários às informações sobre saúde, inclusive sobre
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento os profissionais que cuidam de sua saúde, respeitando o direito a
para os Serviços de Saúde acompanhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha),
e a valorização do trabalho e dos trabalhadores;
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitá- IV - licença atualizada: documento emitido pelo órgão sanitário
ria, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11, do competente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios, con-
Regulamento aprovado pelo Decreto no- . 3.029, de 16 de abril de tendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos que
1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos § § 1o- e 3o- do exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária;
art. 54 do Regimento Interno nos termos do Anexo I da Portaria V - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
no- . 354 da Anvisa, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU (PGRSS): documento que aponta e descreve as ações relativas
de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 24 de novembro ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características
de 2011, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, e riscos, no âmbito dos estabelecimentos de saúde, contemplando
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os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, c) equipamentos, materiais e suporte logístico; e


coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, d) procedimentos e instruções aprovados e vigentes.
bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambien- III - as reclamações sobre os serviços oferecidos devem ser exa-
te. minadas, registradas e as causas dos desvios da qualidade, investi-
VI - política de qualidade: refere-se às intenções e diretrizes gadas e documentadas, devendo ser tomadas medidas com relação
globais relativas à qualidade, formalmente expressa e autorizada aos serviços com desvio da qualidade e adotadas as providências no
pela direção do serviço de saúde. sentido de prevenir reincidências.
VII - profissional legalmente habilitado: profissional com forma-
ção superior ou técnica com suas competências atribuídas por lei; SEÇÃO II
VIII - prontuário do paciente: documento único, constituído de DA SEGURANÇA DO PACIENTE
um conjunto de informações, sinais e imagens registrados, gerados
a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do pa- Art. 8º O serviço de saúde deve estabelecer estratégias e ações
ciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e cien- voltadas para Segurança do Paciente, tais como:
tífico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe mul- I. Mecanismos de identificação do paciente;
tiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo; II. Orientações para a higienização das mãos;
IX - relatório de transferência: documento que deve acompa- III. Ações de prevenção e controle de eventos adversos relacio-
nhar o paciente em caso de remoção para outro serviço, contendo nadaà assistência à saúde;
minimamente dados de identificação, resumo clínico com da- IV. Mecanismos para garantir segurança cirúrgica;
dos que justifiquem a transferência e descrição ou cópia de laudos V. Orientações para administração segura de medicamentos,
de exames realizados, quando existentes; sangue e hemocomponentes;
X - responsável técnico - RT: profissional de nível superior legal- VI. Mecanismos para prevenção de quedas dos pacientes;
mente habilitado, que assume perante a vigilância sanitária a res- VII. Mecanismos para a prevenção de úlceras por pressão;
ponsabilidade técnica pelo serviço de saúde, conforme legislação VIII. Orientações para estimular a participação do paciente na
vigente; assistência prestada.
XI - segurança do Paciente: conjunto de ações voltadas à prote-
ção do paciente contra riscos, eventos adversos e danos desneces- SEÇÃO III
sários durante a atenção prestada nos serviços de saúde. DAS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS
XII - serviço de saúde: estabelecimento de saúde destinado a
prestar assistência à população na prevenção de doenças, no trata- Art. 9º O serviço de saúde deve possuir regimento interno ou
mento, recuperação e na reabilitação de pacientes. documento equivalente, atualizado, contemplando a definição e a
descrição de todas as suas atividades técnicas, administrativas e as-
CAPÍTULO II sistenciais, responsabilidades e competências.
DAS BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO Art. 10. Os serviços objeto desta resolução devem possuir li-
cença atualizada de acordo com a legislação sanitária local, afixada
SEÇÃO I em local visível ao público.
DO GERENCIAMENTO DA QUALIDADE Parágrafo único. Os estabelecimentos integrantes da Adminis-
tração Pública ou por ela instituídos independem da licença para
Art. 5º O serviço de saúde deve desenvolver ações no senti- funcionamento, ficando sujeitos, porém, às exigências perti-
do de estabelecer uma política de qualidade envolvendo estrutura, nentes às instalações, aos equipamentos e à aparelhagem adequa-
processo e resultado na sua gestão dos serviços. da e à assistência e responsabilidade técnicas, aferidas por meio de
Parágrafo único. O serviço de saúde deve utilizar a Garantia da fiscalização realizada pelo órgão sanitário local.
Qualidade como ferramenta de gerenciamento. Art. 11. Os serviços e atividades terceirizadas pelos estabeleci-
Art. 6º As Boas Práticas de Funcionamento (BPF) são os com- mentos de saúde devem possuir contrato de prestação de serviços.
ponentes da Garantia da Qualidade que asseguram que os serviços § 1º Os serviços e atividades terceirizados devem estar regula-
são ofertados com padrões de qualidade adequados. rizados perante a autoridade sanitária competente, quando couber.
§ 1º As BPF são orientadas primeiramente à redução dos riscos § 2º A licença de funcionamento dos serviços e atividades
inerentes a prestação de serviços de saúde. terceirizados deve conter informação sobre a sua habilitação para
§ 2º Os conceitos de Garantia da Qualidade e Boas Práticas de atender serviços de saúde, quando couber.
Funcionamento (BPF) estão inter-relacionados estando descritos Art. 12. O atendimento dos padrões sanitários estabelecidos
nesta resolução de forma a enfatizar as suas relações e sua impor- por este regulamento técnico não isenta o serviço de saúde do cum-
tância para o funcionamento dos serviços de saúde. primento dos demais instrumentos normativos aplicáveis.
Art. 7º As BPF determinam que: Art. 13. O serviço de saúde deve estar inscrito e manter seus
I- o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços dentro dados atualizados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
dos padrões de qualidade exigidos, atendendo aos requisitos das Saúde - CNES.
legislações e regulamentos vigentes. Art. 14. O serviço de saúde deve ter um responsável técnico
II - o serviço de saúde deve fornecer todos os recursos neces- (RT) e um substituto.
sários, incluindo: Parágrafo único. O órgão sanitário competente deve ser noti-
a) quadro de pessoal qualificado, devidamente treinado e iden- ficado sempre que houver alteração de responsável técnico ou de
tificado; seu substituto.
b) ambientes identificados; Art. 15. As unidades funcionais do serviço de saúde devem ter
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um profissional responsável conforme definido em legislações e re- SEÇÃO IV


gulamentos específicos. DO PRONTUÁRIO DO PACIENTE
Art. 16. O serviço de saúde deve possuir profissional legalmen-
te habilitado que responda pelas questões operacionais durante o Art. 24. A responsabilidade pelo registro em prontuário cabe
seu período de funcionamento. aos profissionais de saúde que prestam o atendimento.
Parágrafo único. Este profissional pode ser o próprio RT ou téc- Art. 25. A guarda do prontuário é de responsabilidade do servi-
nico designado para tal fim. ço de saúde devendo obedecer às normas vigentes.
Art. 17. O serviço de saúde deve prover infraestrutura física, § 1º O serviço de saúde deve assegurar a guarda dos prontuá-
recursos humanos, equipamentos, insumos e materiais necessários rios no que se refere à confidencialidade e integridade.
à operacionalização do serviço de acordo com a demanda, modali- § 2º O serviço de saúde deve manter os prontuários em local
dade de assistência prestada e a legislação vigente. seguro, em boas condições de conservação e organização, permitin-
Art. 18. A direção e o responsável técnico do serviço de saúde do o seu acesso sempre que necessário.
têm a responsabilidade de planejar, implantar e garantir a qualida- Art. 26. O serviço de saúde deve garantir que o prontuário con-
de dos processos. tenha registros relativos à identificação e a todos os procedimentos
Art. 19. O serviço de saúde deve possuir mecanismos que ga- prestados ao paciente.
rantam a continuidade da atenção ao paciente quando houver ne- Art. 27. O serviço de saúde deve garantir que o prontuário seja
cessidade de remoção ou para realização de exames que não exis- preenchido de forma legível por todos os profissionais envolvidos
tam no próprio serviço. diretamente na assistência ao paciente, com aposição de assinatura
Parágrafo único. Todo paciente removido deve ser acompanha- e carimbo em caso de prontuário em meio físico.
do por relatório completo, legível, com identificação e assinatura do Art. 28. Os dados que compõem o prontuário pertencem ao
profissional assistente, que deve passar a integrar o prontuário no paciente e devem estar permanentemente disponíveis aos mesmos
destino, permanecendo cópia no prontuário de origem. ou aos seus representantes legais e à autoridade sanitária quando
Art. 20. O serviço de saúde deve possuir mecanismos que ga- necessário.
rantam o funcionamento de Comissões, Comitês e Programas esta-
belecidos em legislações e normatizações vigentes. SEÇÃO V
Art. 21. O serviço de saúde deve garantir mecanismos para o DA GESTÃO DE PESSOAL
controle de acesso dos trabalhadores, pacientes, acompanhantes
e visitantes. Art. 29. As exigências referentes aos recursos humanos do ser-
Art. 22. O serviço de saúde deve garantir mecanismos de iden- viço de saúde incluem profissionais de todos os níveis de escolari-
tificação dos trabalhadores, pacientes, acompanhantes e visitantes. dade, de quadro próprio ou terceirizado.
Art. 23. O serviço de saúde deve manter disponível, segundo o Art. 30. O serviço de saúde deve possuir equipe multiprofissio-
seu tipo de atividade, documentação e registro referente à: nal dimensionada de acordo com seu perfil de demanda.
I - Projeto Básico de Arquitetura (PBA) aprovado pela vigilância Art.31. O serviço de saúde deve manter disponíveis registros de
sanitária competente. formação e qualificação dos profissionais compatíveis com as fun-
II - controle de saúde ocupacional; ções desempenhadas.
III - educação permanente; Parágrafo único. O serviço de saúde deve possuir documenta-
IV - comissões, comitês e programas; ção referente ao registro dos profissionais em conselhos de classe,
V - contratos de serviços terceirizados; quando for o caso.
VI - controle de qualidade da água; Art. 32. O serviço de saúde deve promover a capacitação de
VII - manutenção preventiva e corretiva da edificação e insta- seus profissionais antes do início das atividades e de forma perma-
lações; nente em conformidade com as atividades desenvolvidas.
VIII - controle de vetores e pragas urbanas; Parágrafo único. As capacitações devem ser registradas conten-
IX - manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos e do data, horário, carga horária, conteúdo ministrado, nome e a
instrumentos; formação ou capacitação profissional do instrutor e dos traba-
X - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde; lhadores envolvidos.
XI - nascimentos; Art. 33. A capacitação de que trata o artigo anterior deve ser
XII - óbitos; adaptada à evolução do conhecimento e a identificação de novos
XIII - admissão e alta; riscos e deve incluir:
XIV - eventos adversos e queixas técnicas associadas a produ- I - os dados disponíveis sobre os riscos potenciais à saúde;
tos ou serviços; II - medidas de controle que minimizem a exposição aos agen-
XV - monitoramento e relatórios específicos de controle de in- tes;
fecção; III - normas e procedimentos de higiene;
XVI - doenças de Notificação Compulsória; IV - utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual
XVII - indicadores previstos nas legislações vigentes; e vestimentas de trabalho;
XVIII - normas, rotinas e procedimentos; V - medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;
XIX - demais documentos exigidos por legislações específicas VI - medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de
dos estados, Distrito Federal e municípios. ocorrência de acidentes e incidentes;
VII - temas específicos de acordo com a atividade desenvolvida
pelo profissional.

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SEÇÃO VI obstétricos, nas unidades de tratamento intensivo, nas unidades de


DA GESTÃO DE INFRAESTRUTURA isolamento e centrais de material esterilizado.
Art. 47. O serviço de saúde deve garantir mecanismos de pre-
Art. 34. O serviço de saúde deve ter seu projeto básico de ar- venção dos riscos de acidentes de trabalho, incluindo o forneci-
quitetura atualizado, em conformidade com as atividades desenvol- mento de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, em número
vidas e aprovado pela vigilância sanitária e demais órgãos compe- suficiente e compatível com as atividades desenvolvidas pelos tra-
tentes. balhadores.
Art. 35. As instalações prediais de água, esgoto, energia elétri- Parágrafo único. Os trabalhadores não devem deixar o local de
ca, gases, climatização, proteção e combate a incêndio, comunica- trabalho com os equipamentos de proteção individual
ção e outras existentes, devem atender às exigências dos códigos de Art. 48. O serviço de saúde deve manter registro das comunica-
obras e posturas locais, assim como normas técnicas pertinentes a ções de acidentes de trabalho.
cada uma das instalações. Art. 49. Em serviços de saúde com mais de vinte trabalhado-
Art. 36. O serviço de saúde deve manter as instalações físicas resé obrigatória a instituição de Comissão Interna de Prevenção de
dos ambientes externos e internos em boas condições de conserva- Acidentes - CIPA.
ção, segurança, organização, conforto e limpeza. Art. 50. O Serviço de Saúde deve manter disponível a todos os
Art. 37. O serviço de saúde deve executar ações de gerencia- trabalhadores:
mento dos riscos de acidentes inerentes às atividades desenvolvi- I - Normas e condutas de segurança biológica, química, física,
das. ocupacional e ambiental;
Art. 38 O serviço de saúde deve ser dotado de iluminação e II - Instruções para uso dos Equipamentos de Proteção Indivi-
ventilação compatíveis com o desenvolvimento das suas atividades. dual - EPI;
Art. 39. O serviço de saúde deve garantir a qualidade da água III - Procedimentos em caso de incêndios e acidentes;
necessária ao funcionamento de suas unidades. IV - Orientação para manuseio e transporte de produtos para
§ 1º O serviço de saúde deve garantir a limpeza dos reservató- saúde contaminados.
rios de água a cada seis meses.
§ 2º O serviço de saúde deve manter registro da capacidade e SEÇÃO VIII
da limpeza periódica dos reservatórios de água. DA GESTÃO DE TECNOLOGIAS E PROCESSOS
Art. 40. O serviço de saúde deve garantir a continuidade do
fornecimento de água, mesmo em caso de interrupção do forneci- Art. 51. O serviço de saúde deve dispor de normas, procedi-
mento pela concessionária, nos locais em que a água é considerada mentos e rotinas técnicas escritas e atualizadas, de todos os seus
insumo crítico. processos de trabalho em local de fácil acesso a toda a equipe.
Art. 41. O serviço de saúde deve garantir a continuidade do Art. 52. O serviço de saúde deve manter os ambientes limpos,
fornecimento de energia elétrica, em situações de interrupção do livres de resíduos e odores incompatíveis com a atividade, devendo
fornecimento pela concessionária, por meio de sistemas de energia atender aos critérios de criticidade das áreas.
elétrica de emergência, nos locais em que a energia elétrica é con- Art. 53. O serviço de saúde deve garantir a disponibilidade dos
siderada insumo crítico. equipamentos, materiais, insumos e medicamentos de acordo com
Art. 42. O serviço de saúde deve realizar ações de manutenção a complexidade do serviço e necessários ao atendimento da de-
preventiva e corretiva das instalações prediais, de forma própria ou manda.
terceirizada. Art. 54. O serviço de saúde deve realizar o gerenciamento de
suas tecnologias de forma a atender as necessidades do serviço
SEÇÃO VII mantendo as condições de seleção, aquisição, armazenamento,
DA PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR instalação, funcionamento, distribuição, descarte e rastreabilidade.
Art. 55. O serviço de saúde deve garantir que os materiais e
Art. 43. O serviço de saúde deve garantir mecanismos de orien- equipamentos sejam utilizados exclusivamente para os fins a que
tação sobre imunização contra tétano, difteria, hepatite B e contra se destinam.
outros agentes biológicos a que os trabalhadores possam estar ex- Art. 56. O serviço de saúde deve garantir que os colchões, col-
postos. chonetes e demais mobiliários almofadados sejam revestidos de
Art. 44. O serviço de saúde deve garantir que os trabalhadores material lavável e impermeável, não apresentando furos, rasgos,
sejam avaliados periodicamente em relação à saúde ocupacional sulcos e reentrâncias.
mantendo registros desta avaliação. Art. 57. O serviço de saúde deve garantir a qualidade dos pro-
Art. 45. O serviço de saúde deve garantir que os trabalhadores cessos de desinfecção e esterilização de equipamentos e materiais.
com agravos agudos à saúde ou com lesões nos membros superio- Art. 58. O serviço de saúde deve garantir que todos os usuários
res só iniciem suas atividades após avaliação médica. recebam suporte imediato a vida quando necessário.
Art. 46. O serviço de saúde deve garantir que seus trabalha- Art. 59. O serviço de saúde deve disponibilizar os insumos, pro-
dores com possibilidade de exposição a agentes biológicos, físicos dutos e equipamentos necessários para as práticas de higienização
ou químicos utilizem vestimentas para o trabalho, incluindo de mãos dos trabalhadores, pacientes, acompanhantes e visitantes.
calçados, compatíveis com o risco e em condições de conforto. Art. 60. O serviço de saúde que preste assistência nutricional
§ 1º Estas vestimentas podem ser próprias do trabalhador ou ou forneça refeições deve garantir a qualidade nutricional e a segu-
fornecidas pelo serviço de saúde. rança dos alimentos.
§ 2º O serviço de saúde é responsável pelo fornecimento e pelo Art. 61. O serviço de saúde deve informar aos órgãos compe-
processamento das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e tentes sobre a suspeita de doença de notificação compulsória con-
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forme o estabelecido em legislação e regulamentos vigentes. Considerando a Lei nº 9.836, de 23 de setembro de 1999, que
Art. 62. O serviço de saúde deve calcular e manter o registro acrescenta dispositivos à Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
referente aos Indicadores previstos nas legislações vigentes. que institui o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;
Considerando a Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, que ins-
SEÇÃO IX titui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
DO CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS da Pessoa com Deficiência);
Considerando a Lei nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação), de
Art. 63. O serviço de saúde deve garantir ações eficazes e con- 18 de novembro de 2011;
tínuas de controle de vetores e pragas urbanas, com o objetivo de Considerando a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017, que
impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação dos mes- dispõe sobre a participação, a proteção e a defesa dos direitos do
mos. usuário dos serviços públicos da administração pública;
Parágrafo único. O controle químico, quando for necessário, Considerando o Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007,
deve ser realizado por empresa habilitada e possuidora de licença que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
sanitária e ambiental e com produtos desinfestantes regularizados Povos e Comunidades Tradicionais;
pela Anvisa. Considerando a Portaria nº 992, de 13 de maio de 2009, que
Art. 64. Não é permitido comer ou guardar alimentos nos pos- institui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra;
tos de trabalho destinados à execução de procedimentos de saúde. Considerando a Portaria nº 2.836, de 1º de dezembro de 2011,
que institui a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
CAPÍTULO III Bissexuais, Travestis e Transexuais;
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Considerando a Portaria nº 2.866, de 02 de dezembro de 2011,
que institui a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do
Art. 65. Os estabelecimentos abrangidos por esta resolução te- Campo e da Floresta;
rão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados a partir da data Considerando as Diretrizes estabelecidas na Política Nacional
de sua publicação para promover as adequações necessárias ao Re- de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS, de 2003;
gulamento Técnico. Considerando a Política Nacional de Gestão Estratégica e Par-
Parágrafo único. A partir da publicação desta resolução, os no- ticipativa no SUS, Portaria nº 3.027, de 26 de novembro de 2007;
vos estabelecimentos e aqueles que pretendam reiniciar suas ativi- Considerando a Política Nacional de Educação Popular em Saú-
dades, devem atender na íntegra às exigências nela contidas. de no âmbito do SUS (PNEPS-SUS), Portaria nº 2.761, de 19 de no-
Art. 66. O descumprimento das disposições contidas nesta re- vembro de 2013;
solução e no regulamento por ela aprovado constitui infração sani- Considerando a Política Nacional de Educação Permanente
tária, nos termos da Lei no- . 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem para o Controle Social no SUS, Resolução CNS nº 363, de 11 de agos-
prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis. to de 2006;
Art. 67. Esta resolução entra em vigor na data de sua publica- Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006,
ção. que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Comple-
mentares no SUS (PNPIC);
Considerando as diretrizes estabelecidas nas Conferências de
RESOLUÇÃO CNS Nº 553, DE 9 DE AGOSTO DE 2017, QUE Saúde, nas esferas Municipal, Estadual e Nacional, e no Conselho
DISPÕE SOBRE A CARTA DOS DIREITOS E DEVERES DA PES- Nacional de Saúde, em defesa do SUS e dos seus princípios;
SOA USUÁRIA DA SAÚDE. Considerando as proposições do Grupo de Trabalho do Conse-
lho Nacional de Saúde, que elaborou propostas e sistematizou as
contribuições da Consulta à Sociedade, realizada de maio a junho
RESOLUÇÃO Nº 553, DE 09 DE AGOSTO DE 2017 de 2017, para atualização da Carta dos Direitos dos Usuários da
Saúde; e
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua 61ª Reu- Considerando que compete ao Conselho Nacional de Saúde o
nião Extraordinária, realizada no dia 9 de agosto de 2017, no uso de fortalecimento da participação e do controle social no SUS (artigo
suas atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 10, IX da Resolução nº 407, de 12 de setembro de 2008).
1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e pelo Decre- Resolve:
to nº 5.839, de 11 de julho de 2006, cumprindo as disposições da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, da legisla- Aprovar a atualização da Carta dos Direitos e Deveres da Pes-
ção brasileira correlata; e soa Usuária da Saúde, que dispõe sobre as diretrizes dos Direitos e
Considerando a necessidade de atualização da Carta dos Direi- Deveres da Pessoa Usuária da Saúde anexa a esta Resolução.
tos dos Usuários da Saúde, publicada por meio da Portaria nº 1.820,
de 13 de agosto de 2009, a partir da legislação e avanços do Sistema ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 553, DE 9 DE AGOSTO DE 2017
Único de Saúde (SUS);
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que Primeira diretriz: toda pessoa tem direito, em tempo hábil, ao
dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a recupe- acesso a bens e serviços ordenados e organizados para garantia da
ração da saúde a organização e funcionamento dos serviços corres- promoção, prevenção, proteção, tratamento e recuperação da saú-
pondentes; de.
Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que I- Cada pessoa possui direito de ser acolhida no momento em
dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS; que chegar ao serviço e conforme sua necessidade de saúde e espe-
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cificidade, independentemente de senhas ou procedimentos buro- i)partes do corpo afetadas pelos procedimentos, instrumental
cráticos, respeitando as prioridades garantidas em Lei. a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou consequências indese-
II- A promoção e a proteção da saúde devem estar relacionadas jáveis;
com as condições sociais, culturais e econômicas das pessoas, inclu- j)duração prevista dos procedimentos e tempo de recuperação;
ídos aspectos como: k)evolução provável do problema de saúde;
a)segurança alimentar e nutricional; l)informações sobre o custo das intervenções das quais a pes-
b)saneamento básico e ambiental; soa se beneficiou;
c)tratamento às doenças negligenciadas conforme cada região m)outras informações que forem necessárias;
do País; I- que toda pessoa tem o direito de decidir se seus familiares e
d)iniciativas de combate às endemias e doenças transmissíveis; acompanhantes deverão ser informados sobre seu estado de saú-
e)combate a todas as formas de violência e discriminação; de;
f)educação baseada nos princípios dos Direitos Humanos; II- o registro atualizado e legível no prontuário, das seguintes
g)trabalho digno; e informações:
h)acesso à moradia, transporte, lazer, segurança pública e pre- a)motivo do atendimento ou internação;
vidência social. b)dados de observação e da evolução clínica;
§1º O acesso se dará preferencialmente nos serviços de Aten- c)prescrição terapêutica;
ção Básica. d)avaliações dos profissionais da equipe;
§2º Nas situações de urgência e emergência, qualquer serviço e)procedimentos e cuidados de enfermagem;
de saúde deve receber e cuidar da pessoa bem como encaminhá-la f)quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anestésicos,
para outro serviço no caso de necessidade. odontológicos, resultados de exames complementares laboratoriais
§3º Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser assegu- e radiológicos;
rada a remoção do usuário, em tempo hábil e em condições seguras g)a quantidade de sangue recebida e dados que garantam a
para um serviço de saúde com capacidade para resolver seu tipo de qualidade do sangue, como origem, sorologias efetuadas e prazo
problema. de validade;
§4º O encaminhamento às especialidades e aos hospitais, h)identificação do responsável pelas anotações;
pela Atenção Básica, será estabelecido em função da necessidade i)data e local e identificação do profissional que realizou o aten-
de saúde e indicação clínica, levando-se em conta a gravidade do dimento;
problema a ser analisado pelas centrais de regulação, com trans- j)outras informações que se fizerem necessárias;
parência. I- o acesso à anestesia em todas as situações em que for indi-
§5º Quando houver alguma dificuldade temporária para aten- cada, bem como a medicações e procedimentos que possam aliviar
der as pessoas é da responsabilidade da direção e da equipe do a dor e o sofrimento;
serviço, acolher, dar informações claras e encaminhá-las sem discri- II- o recebimento das receitas e prescrições terapêuticas, de-
minação e privilégios. verão conter:
Segunda diretriz: toda pessoa tem direito ao atendimento inte- a)o nome genérico das substâncias prescritas;
gral, aos procedimentos adequados e em tempo hábil a resolver o b)clara indicação da dose e do modo de usar;
seu problema de saúde, de forma ética e humanizada. c)escrita impressa, datilografada ou digitada, ou em caligrafia
Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento adequado, legível;
inclusivo e acessível, com qualidade, no tempo certo e com garantia d)textos sem códigos ou abreviaturas;
de continuidade do tratamento, e para isso deve ser assegurado: e)o nome legível do profissional e seu número de registro no
I- atendimento ágil, com estratégias para evitar o agravamento, conselho profissional; e
com tecnologia apropriada, por equipe multiprofissional capacitada f)a assinatura do profissional e a data;
e com condições adequadas de atendimento; I- o recebimento dos medicamentos, quando prescritos, que
II- disponibilidade contínua e acesso a bens e serviços de imu- compõem a farmácia básica e, nos casos de necessidade de me-
nização conforme calendário e especificidades regionais; dicamentos de alto custo, deve ser garantido o acesso conforme
II- espaços de diálogo entre usuários e profissionais da saúde, protocolos e normas do Ministério da Saúde;
gestores e defensoria pública sobre diferentes formas de tratamen- II- a garantia do acesso à continuidade da atenção no domicílio,
tos possíveis. quando pertinente, com estímulo e orientação ao autocuidado que
III- informações sobre o seu estado de saúde, de forma objeti- fortaleça sua autonomia e a garantia de acompanhamento em qual-
va, respeitosa, compreensível, e em linguagem adequada a atender quer serviço que for necessário, extensivo à rede de apoio;
a necessidade da usuária e do usuário, quanto a: III- o encaminhamento para outros serviços de saúde deve ser
a)possíveis diagnósticos; por meio de um documento que contenha:
b)diagnósticos confirmados; a)caligrafia legível ou datilografada ou digitada ou por meio
c)resultados dos exames realizados; eletrônico;
d)tipos de exames solicitados, as justificativas e riscos; b)resumo da história clínica, possíveis diagnósticos, tratamento
e)objetivos, riscos e benefícios de procedimentos diagnósticos, realizado, evolução e o motivo do encaminhamento;
cirúrgicos, preventivos ou de tratamento; c)linguagem clara evitando códigos ou abreviaturas;
f)duração prevista do tratamento proposto; d)nome legível do profissional e seu número de registro no
g)quanto a procedimentos diagnósticos e tratamentos invasi- conselho profissional, assinado e datado; e
vos ou cirúrgicos; e)identificação da unidade de saúde que recebeu a pessoa, as-
h)a necessidade ou não de anestesia e seu tipo e duração; sim como da Unidade a que está sendo encaminhada.
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Terceira diretriz: toda pessoa tem direito ao atendimento inclu- consultas e exames;
sivo, humanizado e acolhedor, realizado por profissionais qualifica- III - o direito a acompanhante, nos casos de internação, nas si-
dos, em ambiente limpo, confortável e acessível. tuações previstas em lei, assim como naqueles em que a autonomia
§1º Nos serviços de saúde haverá igual visibilidade aos direi- da pessoa estiver comprometida, com oferta de orientação especí-
tos e deveres das pessoas usuárias e das pessoas que trabalham no fica e adequada para os acompanhantes;
serviço de saúde. IV - o direito a visita diária não inferior a duas horas, preferen-
§2º A Rede de Serviços do SUS utilizará as tecnologias disponí- cialmente, abertas em todas as unidades de internação, ressalvadas
veis para facilitar o agendamento de procedimentos nos serviços de as situações técnicas não indicadas;
saúde em todos os níveis de complexidade. V - a continuidade das atividades escolares, bem como o es-
§3º Os serviços de saúde serão organizados segundo a deman- tímulo à recreação, em casos de internação de criança ou adoles-
da da população, e não limitados por produção ou quantidades de cente;
atendimento pré-determinados. VI - a informação a respeito de diferentes possibilidades tera-
§4º A utilização de tecnologias e procedimentos nos serviços pêuticas de acordo com sua condição clínica, baseado em evidên-
deverá proporcionar celeridade na realização de exames e diagnós- cias e a relação custo-benefício da escolha de tratamentos, com
ticos e na disponibilização dos resultados. direito à recusa, atestado pelo usuário ou acompanhante;
§5º Haverá regulamentação do tempo de espera em filas de VII - a escolha do local de morte;
procedimentos. VIII - o direito à escolha de tratamento, quando houver, inclusi-
§6º A lista de espera de média e alta complexidade deve consi- ve as práticas integrativas e complementares de saúde, e à conside-
derar a agilidade e transparência. ração da recusa de tratamento proposto;
§7º As medidas para garantir o atendimento incluem o cum- IX - o recebimento de visita, quando internado, de outros pro-
primento da carga horária de trabalho dos profissionais de saúde. fissionais de saúde que não pertençam àquela unidade hospitalar
§8º Nas situações em que ocorrer a interrupção temporária da sendo facultado a esse profissional o acesso ao prontuário;
oferta de procedimentos como consultas e exames, os serviços de- X - a opção de marcação de atendimento pessoalmente, por
vem providenciar a remarcação destes procedimentos e comunicar telefone e outros meios tecnológicos disponíveis e acessíveis;
aos usuários. XI - o recebimento de visita de religiosos de qualquer credo,
§9º As redes de serviço do SUS deverão se organizar e pactuar sem que isso acarrete mudança da rotina de tratamento e do es-
no território a oferta de plantão de atendimento 24 horas, inclusive tabelecimento e ameaça à segurança ou perturbações a si ou aos
nos finais de semana. outros;
§10 Cada serviço deverá adotar medidas de manutenção per- XII - a não-limitação de acesso aos serviços de saúde por barrei-
manente dos equipamentos, bens e serviços para prevenir interrup- ras físicas, tecnológicas e de comunicação;
ções no atendimento. XIII - a espera por atendimento em lugares protegidos, limpos
§11 É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter aten- e ventilados, tendo a sua disposição água potável e sanitários, e
dimento humanizado, acolhedor, livre de qualquer discriminação, devendo os serviços de saúde se organizarem de tal forma que seja
restrição ou negação em virtude de idade, raça, cor, etnia, religião, evitada a demora nas filas;
orientação sexual, identidade de gênero, condições econômicas ou XIV - soluções para que não haja acomodação de usuários em
sociais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou deficiência, ga- condições e locais inadequados.
rantindo-lhe: Quarta diretriz: toda pessoa deve ter seus valores, cultura e di-
I- identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo existir reitos respeitados na relação com os serviços de saúde.
em todo documento do usuário e usuária um campo para se regis- Parágrafo único: os direitos do caput serão garantidos por meio
trar o nome social, independente do registro civil, sendo assegura- de:
do o uso do nome de preferência, não podendo ser identificado por I- escolha do tipo de plano de saúde que melhor lhe convier,
número, nome ou código da doença ou outras formas desrespeito- de acordo com as exigências mínimas constantes da legislação e a
sas ou preconceituosas; informação pela operadora sobre a cobertura, custos e condições
II- a identificação dos profissionais, por crachás visíveis, legíveis do plano que está adquirindo;
e por outras formas de identificação de fácil percepção; II- sigilo e a confidencialidade de todas as informações pesso-
III- nas consultas, nos procedimentos diagnósticos, preventi- ais, mesmo após a morte, salvo nos casos de risco à saúde pública;
vos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o seguinte: III- acesso da pessoa ao conteúdo do seu prontuário ou de pes-
a) integridade física; soa por ele autorizada e a garantia de envio e fornecimento de có-
b) a privacidade e ao conforto; pia, em caso de encaminhamento a outro serviço ou mudança de
c) a individualidade; domicílio;
d) aos seus valores éticos, culturais, religiosos e espirituais; IV- obtenção de laudo, relatório e atestado sempre que justifi-
e) a confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal; cado por sua situação de saúde;
f) a segurança do procedimento; V- consentimento livre, voluntário e esclarecido, a quaisquer
g) o bem-estar psíquico e emocional; procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos, salvo nos
h) a confirmação do usuário sobre a compreensão das ques- casos que acarretem risco à saúde pública, considerando que o con-
tões relacionadas com o seu atendimento e possíveis encaminha- sentimento anteriormente dado poderá ser revogado a qualquer
mentos. instante, por decisão livre e esclarecida, sem que sejam imputadas
I - o atendimento agendado nos serviços de saúde, preferen- à pessoa sanções morais, financeiras ou legais;
cialmente com hora marcada; VI- pleno conhecimento de todo e qualquer exame de saúde
II - o direito a acompanhante, pessoa de sua livre escolha, nas admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de fun-
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ção, ou demissional realizado e seus resultados; sentá-los aos profissionais dos serviços de saúde;
VII- a indicação de sua livre escolha, a quem confiará a tomada IX- ter em mão seus documentos e, quando solicitados, os re-
de decisões para a eventualidade de tornar-se incapaz de exercer sultados de exames que estejam em seu poder;
sua autonomia; X- cumprir as normas dos serviços de saúde que devem res-
VIII- o recebimento ou a recusa à assistência religiosa, espiritu- guardar todos os princípios desta Resolução;
al, psicológica e social; XI- adotar medidas preventivas para situações de sua vida coti-
IX- a liberdade, em qualquer fase do tratamento, de procurar diana que coloquem em risco a sua saúde e da comunidade;
segunda opinião ou parecer de outro profissional ou serviço sobre XII- comunicar aos serviços de saúde, às ouvidorias ou à vigi-
seu estado de saúde ou sobre procedimentos recomendados; lância sanitária irregularidades relacionadas ao uso e à oferta de
X- a não-participação em pesquisa que envolva ou não trata- produtos e serviços que afetem a saúde em ambientes públicos e
mento experimental sem que tenha garantias claras da sua liber- privados;
dade de escolha e, no caso de recusa em participar ou continuar XIII- desenvolver hábitos, práticas e atividades que melhorem a
na pesquisa, não poderá sofrer constrangimentos, punições ou san- sua saúde e qualidade de vida;
ções pelos serviços de saúde, sendo necessário, para isso: XIV- comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de
a)que o dirigente do serviço cuide dos aspectos éticos da pes- caso de doença transmissível, quando a situação requerer o isola-
quisa e estabeleça mecanismos para garantir a decisão livre e escla- mento ou quarentena da pessoa ou quando a doença constar da
recida da pessoa; relação do Ministério da Saúde; e
b)que o pesquisador garanta, acompanhe e mantenha a inte- XV- não dificultar a aplicação de medidas sanitárias, bem como
gridade da saúde dos participantes de sua pesquisa, assegurando- as ações de fiscalização sanitária.
-lhes os benefícios dos resultados encontrados; e Sexta diretriz: toda pessoa tem direito à informação sobre os
c)que a pessoa assine o termo de consentimento livre e escla- serviços de saúde e aos diversos mecanismos de participação.
recido; §1º A educação permanente em saúde e a educação perma-
XI- o direito de se expressar e ser ouvido nas suas queixas, de- nente para o controle social devem estar incluídas em todas as ins-
núncias, necessidades, sugestões e outras manifestações por meio tâncias do SUS, e envolver a comunidade.
das ouvidorias, urnas e qualquer outro mecanismo existente, sendo §2º As unidades básicas de saúde devem constituir conselhos
sempre respeitado na privacidade, no sigilo e na confidencialidade; locais de saúde com participação da comunidade.
e §3º As ouvidorias, Ministério Público, audiências públicas e ou-
XII- a participação nos processos de indicação e eleição de seus tras formas institucionais de exercício da democracia garantidas em
representantes nas Conferências, nos Conselhos de Saúde e nos lei, são espaços de participação cidadã.
Conselhos Gestores da Rede SUS. §4º As instâncias de controle social e o poder público devem
Quinta diretriz: toda pessoa tem responsabilidade e direitos promover a comunicação dos aspectos positivos do SUS.
para que seu tratamento e recuperação sejam adequados e sem §5º Devem ser estabelecidos espaços para as pessoas usuárias
interrupção. manifestarem suas posições favoráveis ao SUS e promovidas estra-
Parágrafo único. Para que seja cumprido o disposto no caput tégias para defender o SUS como patrimônio do povo brasileiro.
deste artigo, as pessoas deverão: §6º O direito previsto no caput deste artigo, inclui a informa-
I- prestar informações apropriadas nos atendimentos, nas con- ção, com linguagem e meios de comunicação adequados sobre:
sultas e nas internações sobre: I- o direito à saúde, o funcionamento dos serviços de saúde e
a)queixas; o SUS;
b)enfermidades e hospitalizações anteriores; II- os mecanismos de participação da sociedade na formulação,
c)história de uso de medicamentos, drogas, reações alérgicas, acompanhamento e fiscalização das políticas e da gestão do SUS;
exames anteriores; III- as ações de vigilância à saúde coletiva compreendendo a
d)demais informações sobre seu estado de saúde. vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental; e
II- expressar se compreendeu as informações e orientações re- IV- a interferência das relações e das condições sociais, econô-
cebidas e, caso ainda tenha dúvidas, solicitar esclarecimento sobre micas, culturais, e ambientais na situação da saúde das pessoas e
elas; da coletividade.
III- seguir o plano de tratamento proposto pelo profissional ou §7º Os órgãos de saúde deverão informar as pessoas sobre a
pela equipe de saúde responsável pelo seu cuidado, que deve ser rede SUS mediante os diversos meios de comunicação, bem como
compreendido e aceito pela pessoa que também é responsável pelo nos serviços de saúde que compõem essa rede de participação po-
seu tratamento; pular, em relação a:
IV- informar ao profissional de saúde ou à equipe responsável I- endereços;
sobre qualquer fato que ocorra em relação a sua condição de saúde; II- telefones;
V- assumir a responsabilidade formal pela recusa a procedi- III- horários de funcionamento; e
mentos, exames ou tratamentos recomendados e pelo descumpri- IV- ações e procedimentos disponíveis.
mento das orientações do profissional ou da equipe de saúde; §8º Em cada serviço de saúde deverá constar, em local visível e
VI- contribuir para o bem-estar de todas e todos nos serviços acessível à população:
de saúde, evitar ruídos, uso de fumo e derivados do tabaco e bebi- I- nome do responsável pelo serviço;
das alcoólicas, colaborar com a segurança e a limpeza do ambiente; II- nomes dos profissionais;
VII- adotar comportamento respeitoso e cordial com as demais III- horário de trabalho de cada membro da equipe, inclusive do
pessoas que usam ou que trabalham no estabelecimento de saúde; responsável pelo serviço e;
VIII- realizar exames solicitados, buscar os resultados e apre- IV- ações e procedimentos disponíveis.
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§9º As informações prestadas à população devem ser claras,


para propiciar a compreensão por toda e qualquer pessoa. RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013 QUE INSTITUI AÇÕES
§10. Os Conselhos de Saúde deverão informar à população so- PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇOS DE SAÚ-
bre: DE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
I- formas de participação;
II- composição do Conselho de Saúde;
III- regimento interno dos Conselhos; RESOLUÇÃO - RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013
IV- Conferências de Saúde;
V- data, local e pauta das reuniões; e Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saú-
VI- deliberações e ações desencadeadas. de e dá outras providências.
§11. O direito previsto no caput desse artigo inclui a participa-
ção de Conselhos e Conferências de Saúde, o direito de representar A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sani-
e ser representado em todos os mecanismos de participação e de tária, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos III e IV, do
controle social do SUS. art. 15 da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999, o inciso II, e §§
Sétima diretriz: toda pessoa tem direito a participar dos Conse- 1° e 3° do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do
lhos e Conferências de Saúde e de exigir que os gestores cumpram Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006,
os princípios anteriores. republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, e suas atualizações,
§1º As Conferências Municipais de Saúde são espaços de ampla tendo em vista o disposto nos incisos III, do art. 2º, III e IV, do art.
e aberta participação da comunidade, complementadas por Confe- 7º da Lei n.º 9.782, de 1999, e o Programa de Melhoria do Processo
rências Livres, distritais e locais, além das de plenárias de segmen- de Regulamentação da Agência, instituído por meio da Portaria nº
tos. 422, de 16 de abril de 2008, em reunião realizada em 23 de julho
§2º Respeitada a organização da democracia brasileira, toda de 2013, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu,
pessoa tem direito a acompanhar dos espaços de controle social, Diretor-Presidente , determino a sua publicação:
como forma de participação cidadã, observando o Regimento Inter-
no de cada instância. CAPÍTULO I
§3º Os gestores do SUS, das três esferas de governo, para ob- DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
servância dessas diretrizes, comprometem-se a:
I- promover o respeito e o cumprimento desses direitos e de- SEÇÃO I
veres, com a adoção de medidas progressivas, para sua efetivação; OBJETIVO
II- adotar as providências necessárias para subsidiar a divulga-
ção desta Resolução, inserindo em suas ações as diretrizes relativas Art. 1º Esta Resolução tem por objetivo instituir ações para a
aos direitos e deveres das pessoas; promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos
III- incentivar e implementar formas de participação dos traba- serviços de saúde.
lhadores e usuários nas instâncias e participação de controle social
do SUS; SEÇÃO II
IV- promover atualizações necessárias nos regimentos e estatu- ABRANGÊNCIA
tos dos serviços de saúde, adequando-os a esta Resolução;
V- adotar estratégias para o cumprimento efetivo da legislação Art. 2º Esta Resolução se aplica aos serviços de saúde, sejam
e das normatizações do SUS; eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo
VI- promover melhorias contínuas, na rede SUS, como a infor- aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa.
matização para implantar o Cartão SUS e o Prontuário Eletrônico Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta Resolução os con-
com os objetivos de: sultórios individualizados, laboratórios clínicos e os serviços móveis
a)otimizar o financiamento; e de atenção domiciliar.
b)qualificar o atendimento aos serviços de saúde;
c)melhorar as condições de trabalho; SEÇÃO III
d)reduzir filas; e DEFINIÇÕES
e)ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços de saúde.
Oitava diretriz: Os direitos e deveres dispostos nesta Resolução Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes
constituem a Carta dos Direitos Usuária da Saúde. definições:
Parágrafo único. A Carta dos Direitos e Deveres da Pessoa Usu- I - boas práticas de funcionamento do serviço de saúde: com-
ária da Saúde será disponibilizada nos serviços do SUS e conselhos ponentes da garantia da qualidade que asseguram que os serviços
de saúde por meios acessíveis e na internet, em http://www.conse- são ofertados com padrões de qualidade adequados;
lho.saude.gov.br. II - cultura da segurança: conjunto de valores, atitudes, compe-
tências e comportamentos que determinam o comprometimento
Publicada no DOU em 15/01/2018 – Ed. 10, Seção 1, Pag. 41-44 com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a
punição pela oportunidade de aprender com as falhas e melhorar
a atenção à saúde;
III - dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo
e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo doenças, lesão, sofri-
mento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físi-
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - SUS

co, social ou psicológico; risco;


IV - evento adverso: incidente que resulta em dano à saúde; IV - A garantia das boas práticas de funcionamento do serviço
V - garantia da qualidade: totalidade das ações sistemáticas ne- de saúde.
cessárias para garantir que os serviços prestados estejam dentro Art.7º Compete ao NSP:
dos padrões de qualidade exigidos para os fins a que se propõem; I - promover ações para a gestão de risco no serviço de saúde;
VI - gestão de risco: aplicação sistêmica e contínua de políticas, II - desenvolver ações para a integração e a articulação multi-
procedimentos, condutas e recursos na identificação, análise, ava- profissional no serviço de saúde;
liação, comunicação e controle de riscos e eventos adversos que III - promover mecanismos para identificar e avaliar a existência
afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o de não conformidades nos processos e procedimentos realizados e
meio ambiente e a imagem institucional; na utilização de equipamentos, medicamentos e insumos propondo
VII - incidente: evento ou circunstância que poderia ter resulta- ações preventivas e corretivas;
do, ou resultou, em dano desnecessário à saúde; IV - elaborar, implantar, divulgar e manter atualizado o Plano de
VIII - núcleo de segurança do paciente (NSP): instância do ser- Segurança do Paciente em Serviços de Saúde;
viço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de V - acompanhar as ações vinculadas ao Plano de Segurança do
ações voltadas à segurança do paciente; Paciente em Serviços de Saúde;
IX - plano de segurança do paciente em serviços de saúde: do- VI - implantar os Protocolos de Segurança do Paciente e realizar
cumento que aponta situações de risco e descreve as estratégias e o monitoramento dos seus indicadores;
ações definidas pelo serviço de saúde para a gestão de risco visando VII - estabelecer barreiras para a prevenção de incidentes nos
a prevenção e a mitigação dos incidentes, desde a admissão até a serviços de saúde;
transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço de saúde; VIII - desenvolver, implantar e acompanhar programas de ca-
X - segurança do paciente: redução, a um mínimo aceitável, do pacitação em segurança do paciente e qualidade em serviços de
risco de dano desnecessário associado à atenção à saúde; saúde;
XI - serviço de saúde: estabelecimento destinado ao desenvol- IX - analisar e avaliar os dados sobre incidentes e eventos ad-
vimento de ações relacionadas à promoção, proteção, manutenção versos decorrentes da prestação do serviço de saúde;
e recuperação da saúde, qualquer que seja o seu nível de complexi- X - compartilhar e divulgar à direção e aos profissionais do ser-
dade, em regime de internação ou não, incluindo a atenção realiza- viço de saúde os resultados da análise e avaliação dos dados sobre
da em consultórios, domicílios e unidades móveis; incidentes e eventos adversos decorrentes da prestação do serviço
XII - tecnologias em saúde: conjunto de equipamentos, medi- de saúde;
camentos, insumos e procedimentos utilizados na atenção à saúde, XI - notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária os
bem como os processos de trabalho, a infraestrutura e a organiza- eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde;
ção do serviço de saúde. XII- manter sob sua guarda e disponibilizar à autoridade sanitá-
ria, quando requisitado, as notificações de eventos adversos;
CAPÍTULO II XIII - acompanhar os alertas sanitários e outras comunicações
DAS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS de risco divulgadas pelas autoridades sanitárias.

SEÇÃO I SEÇÃO II
DA CRIAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE DO PLANO DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇOS DE
SAÚDE
Art. 4º A direção do serviço de saúde deve constituir o Núcleo
de Segurança do Paciente (NSP) e nomear a sua composição, con- Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde
ferindo aos membros autoridade, responsabilidade e poder para (PSP), elaborado pelo NSP, deve estabelecer estratégias e ações de
executar as ações do Plano de Segurança do Paciente em Serviços gestão de risco, conforme as atividades desenvolvidas pelo serviço
de Saúde. de saúde para:
§ 1º A direção do serviço de saúde pode utilizar a estrutura de I - identificação, análise, avaliação, monitoramento e comuni-
comitês, comissões, gerências, coordenações ou núcleos já existen- cação dos riscos no serviço de saúde, de forma sistemática;
tes para o desempenho das atribuições do NSP. II - integrar os diferentes processos de gestão de risco desen-
§ 2º No caso de serviços públicos ambulatoriais pode ser cons- volvidos nos serviços de saúde;
tituído um NSP para cada serviço de saúde ou um NSP para o con- III - implementação de protocolos estabelecidos pelo Ministé-
junto desses, conforme decisão do gestor local do SUS. rio da Saude;
Art. 5º Para o funcionamento sistemático e contínuo do NSP a IV - identificação do paciente;
direção do serviço de saúde deve disponibilizar: V - higiene das mãos;
I - recursos humanos, financeiros, equipamentos, insumos e VI - segurança cirúrgica;
materiais; VII - segurança na prescrição, uso e administração de medica-
II - um profissional responsável pelo NSP com participação nas mentos;
instâncias deliberativas do serviço de saúde. VIII - segurança na prescrição, uso e administração de sangue e
Art. 6º O NSP deve adotar os seguintes princípios e diretrizes: hemocomponentes;
I - A melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de IX - segurança no uso de equipamentos e materiais;
tecnologias da saúde; X - manter registro adequado do uso de órteses e próteses
II - A disseminação sistemática da cultura de segurança; quando este procedimento for realizado;
III - A articulação e a integração dos processos de gestão de XI - prevenção de quedas dos pacientes;
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XII - prevenção de úlceras por pressão; De forma integrada aos demais pontos de atenção da Rede de
XIII - prevenção e controle de eventos adversos em serviços de Atenção à Saúde (RAS) e com outras políticas intersetoriais, a Assis-
saúde, incluindo as infecções relacionadas à assistência à saúde; tência tem como objetivo garantir resolutividade da atenção e con-
XIV- segurança nas terapias nutricionais enteral e parenteral; tinuidade do cuidado, assegurando a equidade e a transparência,
XV - comunicação efetiva entre profissionais do serviço de saú- sempre de forma pactuada com os Colegiados do SUS. A Política
de e entre serviços de saúde; Nacional de Atenção Hospitalar resultou da necessidade de reorga-
XVI - estimular a participação do paciente e dos familiares na nizar e qualificar a atenção hospitalar no âmbito do SUS.
assistência prestada. A Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âm-
XVII - promoção do ambiente seguro bito do SUS está instituída na Portaria de Consolidação nº 2, de
28/07/2017, que instituiu a Consolidação das normas sobre as po-
CAPÍTULO III líticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde, Capítulo II
DA VIGILÂNCIA, DO MONITORAMENTO E DA NOTIFICAÇÃO - Das Políticas de Organização da Atenção à Saúde, Seção I - Das
DE EVENTOS ADVERSOS Políticas Gerais de Organização da Atenção à Saúde, Art. 6º - inciso
IV, Anexo XXIV, estabelecendo as diretrizes para a organização do
Art. 9º O monitoramento dos incidentes e eventos adversos componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde (RAS).
será realizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente - NSP. A PNHOSP, em seu art. 6º, inciso IV, define e recomenda a cria-
Art. 10 A notificação dos eventos adversos, para fins desta Re- ção do Núcleo Interno de Regulação (NIR) nos hospitais, de forma
solução, deve ser realizada mensalmente pelo NSP, até o 15º (déci- a realizar a interface com as Centrais de Regulação, delinear o perfil
mo quinto) dia útil do mês subsequente ao mês de vigilância, por de complexidade da assistência no âmbito do SUS, bem como per-
meio das ferramentas eletrônicas disponibilizadas pela Anvisa. mitir o acesso de forma organizada e por meio do estabelecimen-
Parágrafo único - Os eventos adversos que evoluírem para óbi- to de critérios de gravidade e disponibilizar o acesso ambulatorial,
to devem ser notificados em até 72 (setenta e duas) horas a partir hospitalar, de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, além de
do ocorrido. critérios pré-estabelecidos, como protocolos que deverão ser ins-
Art. 11 Compete à ANVISA, em articulação com o Sistema Na- tituídos em conjunto pelo NIR e a gestão da Regulação, além de
cional de Vigilância Sanitária: permitir a busca por vagas de internação e apoio diagnóstico/ te-
I - monitorar os dados sobre eventos adversos notificados pelos rapêutico fora do próprio estabelecimento para os pacientes que
serviços de saúde; requeiram serviços não disponíveis, sempre que necessário, confor-
II - divulgar relatório anual sobre eventos adversos com a análi- me pactuação na Rede de Atenção à Saúde (RAS).
se das notificações realizadas pelos serviços de saúde;
III - acompanhar, junto às vigilâncias sanitárias distrital, esta- NIR para regulação de leitos intra-hospitalares
dual e municipal as investigações sobre os eventos adversos que O NIR é uma unidade técnico-administrativa que realiza o mo-
evoluíram para óbito. nitoramento do paciente, a partir de seu ingresso no hospital, sua
movimentação interna e externa até a alta hospitalar. É uma estru-
CAPÍTULO IV tura ligada diretamente à direção geral do hospital e deve ser legiti-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS mada, com papel e função definidos.
É oportuno apresentar um modelo que subsidie o gestor hospi-
Art. 12 Os serviços de saúde abrangidos por esta Resolução te- talar a implantar o (NIR) para apoio a realização da gestão de leitos
rão o prazo de 120 (cento e vinte) dias para a estruturação dos NSP e interface com a regulação de acesso por meio, da elaboração de
e elaboração do PSP e o prazo de 150 (cento e cinquenta) dias para diretrizes que norteiem os gestores na implantação e/ou imple-
iniciar a notificação mensal dos eventos adversos, contados a partir mentação do NIR e orientação para constituição da equipe do NIR.
da data da publicação desta Resolução. A implantação e/ou implementação do NIR deve ser entendida
Art. 13 O descumprimento das disposições contidas nesta Re- como projeto importante e permanente dentro do planejamento
solução constitui infração sanitária, nos termos da Lei n. 6.437, de estratégico das unidades hospitalares, tendo em vista que os hospi-
20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, ad- tais são instituições complexas e com rotinas e culturas organizacio-
ministrativa e penal cabíveis. nais que necessitam ser aprimoradas para melhorar qualidade da
Art. 14 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica- assistência prestada aos usuários do SUS.
ção. O NIR possui as seguintes funções:
— Permite o conhecimento da necessidade de leitos, por espe-
cialidades e patologias;
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO HOSPITALAR (PNHOSP) — Subsidia discussões tanto internas, como externas (na rede
de atenção à saúde), que permitam o planejamento da ampliação
e/ou readequação do perfil de leitos hospitalares ofertados;
Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP)3 — Otimiza a utilização dos leitos hospitalares, para redução
A assistência hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS) é or- da Taxa de Ocupação, Tempo Médio de Permanência, nos diversos
ganizada a partir das necessidades da população, a fim de garantir setores do hospital, além de ampliar o acesso aos leitos, tanto no
o atendimento aos usuários, com apoio de uma equipe multiprofis- âmbito intra-hospitalar, quanto para outros serviços disponibiliza-
sional, que atua no cuidado e na regulação do acesso, na qualidade dos pela RAS;
da assistência prestada e na segurança do paciente. — Promove o uso dinâmico dos leitos hospitalares, por meio
3 https://antigo.saude.gov.br/atencao-especializada-e-hospitalar/as- do aumento de rotatividade e monitoramento das atividades de
sistencia-hospitalar/politica-nacional-de-atencao-hospitalar-pnhosp gestão da clínica desempenhadas pelas equipes assistenciais;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - SUS

— Permite e aprimora a interface entre a gestão interna hospi- profissionais da equipe de forma multiprofissional, a fim de pa-
talar e a regulação; dronizar a metodologia de investigação diagnóstica e das condutas
— Qualifica os fluxos de acesso aos serviços e as informações terapêuticas em todos os setores da unidade hospitalar, o que di-
no ambiente hospitalar; minui gastos desnecessários, evita a duplicação ou superposição de
— Otimiza os recursos existentes e aponta necessidades de in- exames, proporciona mais agilidade ao tratamento, previne a subs-
corporação de tecnologias no âmbito hospitalar; tituição precoce de drogas e diminui a ocorrência de complicações
— Promove a permanente articulação do conjunto das espe- evitáveis e iatrogenias nos pacientes.
cialidades clínicas e cirúrgicas, bem como das equipes multiprofis- Outro ponto crucial na diminuição da permanência refere-se
sionais garantindo a integralidade do cuidado, no âmbito intra-hos- à agilidade nas respostas aos exames subsidiários ao diagnóstico.
pitalar; Assim, pactuações com os serviços de apoio diagnóstico para a prio-
— Aprimora e apoia o processo integral do cuidado ao usuário rização e hierarquização dos exames da emergência, assim como da
dos serviços hospitalares visando o atendimento mais adequado às UTI, são fundamentais para esse processo.
suas necessidades; É muito importante a possibilidade de tornar os processos in-
— Apoia as equipes na definição de critérios para internação formatizados, por meio de prontuários eletrônicos e a disponibili-
e alta; zação, na rede interna, dos resultados de exames, o que garante
— Fornece subsídios às Coordenações Assistenciais para que agilidade e redução de custos.
façam o gerenciamento dos leitos, sinalizando contingências locais É necessário que a equipe do NIR assegure e tenha o papel de
que possam comprometer a assistência; intermediadora da boa comunicação, além de mediar conflitos e
— Estimula o Cuidado Horizontal dentro da instituição; diminuir riscos de ruídos entre os setores do hospital. A boa relação
— Subsidia a direção do hospital para a tomada de decisão in- entre os setores torna mais fácil e deixa mais clara a definição de
ternamente; critérios de acesso a estas áreas e diminui a disputa por recursos,
— Colabora tecnicamente, com dados de monitoramento na muitas vezes escassos.
proposição e atualização de protocolos de diretrizes clínicas e tera- No caso da gestão de leitos realizada pelo NIR em conjunto com
pêuticas e administrativos. as demais equipes da unidade hospitalar, a viabilização das ações
propostas para a diminuição das médias de permanência, aumen-
No geral, as estruturas hospitalares têm mantido, muito alto, o to da rotatividade e diminuição da superlotação, tanto no setor de
tempo médio de permanência em suas enfermarias, traduzindo-se Urgência e Emergência, quanto nos outros setores do hospital, pre-
em um excedente de usuários que fica represado nas emergências, cede da implementação de algumas “ferramentas tecnológicas”, do
causando também elevadas médias de permanência nesses locais, campo da gestão da clínica e que serão sugeridas no manual.
que por falta de estrutura ou mesmo por terem sua capacidade ins- Em face ao exposto, fica evidente que as atividades desenvol-
talada suplantada tem que ficar mal acomodados, ou em situações vidas pelo NIR favorecem a melhoria dos processos institucionais, a
de improviso e precariedade. racionalização dos recursos, de acordo com a capacidade instalada,
A melhora de indicadores, como a Média de Permanência, leva propicia o aumento da rotatividade dos leitos na unidade hospitalar
em conta a necessidade de adequação e/ou aprimoramento das com consequente ampliação do acesso, além de promover práticas
unidades de saúde em relação a todos os fatores apontados acima. assistenciais seguras, mediante a utilização de protocolos clínicos e
Mas como só está na governabilidade do hospital temas internos a instrumentos de boas práticas para elevar a qualidade do atendi-
instituição é necessário que seja feito uma reavaliação dos proces- mento prestado ao usuário.
sos da rede de atenção à saúde como um todo. Portanto, o NIR deve estar empoderado e legitimado de prefe-
Nessa perspectiva, é importante um olhar para dentro da rência como uma instância colegiada ligada diretamente à direção
instituição com vistas a diminuição das médias de permanência e do hospital.
adoção de processo de cuidado pautado na gestão da clínica e na
pactuação com as equipes do hospital e dos serviços de apoio, no
sentido de mobilizar e viabilizar os acordos internos. QUESTÕES
Um ponto muito relevante para a gestão de vagas é a necessi-
dade de compatibilização da demanda com os recursos disponíveis
no serviço, por meio da definição de perfil e identificação da cartei- 1. IBFC - 2022 - SES-DF - Médico - Clínica Médica
ra de serviços ofertada pela instituição.
Dentre as estratégias importantes estão a definição de um res- Relativamente ao tema da “Evolução histórica da organização
ponsável pela coordenação do Projeto Terapêutico tanto nos seto- do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de
res de emergência, como também em outros setores, uma vez que Saúde (SUS)”, assinale a alternativa incorreta.
uma unidade é reflexo da outra em sequência. (A) Até a criação do Sistema Único de Saúde – SUS, a atuação
Como já ocorre nas Unidades de Terapia Intensiva, onde a con- na área de assistência à saúde era prestada à parcela da popu-
dução do projeto terapêutico cabe ao intensivista, no ambiente da lação definida como “indigente” por alguns Municípios e Esta-
emergência também se propõe que seja dada, ao coordenador clí- dos e, principalmente, por instituições de caráter filantrópico
nico do setor, a função de coordenar esse processo, sendo o espe- (B) Com a crise de financiamento da Previdência a partir de
cialista incorporado à equipe terapêutica, mas sob a coordenação meados da década de 70, o INAMPS adota várias providên-
de um profissional emergencista ou clínico que trabalha em escala cias para racionalizar suas despesas e começa, na década de
horizontal acompanhando diariamente a situação dos usuários e 80, a “comprar” serviços do setor público (redes de unidades
apoiando as decisões de conduta de forma linear. das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde), inicialmente
Também é fundamental a pactuação de protocolos entre os através de convênios. A assistência à saúde prestada pela rede
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LEGISLAÇÃO - SUS

pública, mesmo com o financiamento do INAMPS apenas para Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
os seus beneficiários, preservava o seu caráter de universalida- cima para baixo.
de da clientela (A) F, V, V
(C) Até a criação do Sistema Único de Saúde - SUS, o Ministé- (B) V, F, V
rio da Saúde, apoiado por Estados e Municípios, desenvolveu (C) V, F, F
basicamente ações de promoção da saúde e de prevenção de (D) F, F, V
doenças, merecendo destaque as campanhas de vacinação e (E) V, V, V
controle de endemias
(D) Na década de 80, o INAMPS adota uma série de medidas 4. IBFC - 2022 - SES-DF - Médico - Clínica Médica
que o aproximam ainda mais de uma cobertura universal de
clientela, dentre as quais se destaca o início da exigência da Em conformidade com o disposto na Resolução n° 453 de 10 de
Carteira de Segurado do INAMPS para o atendimento nos hos- maio de 2012, a qual dispõe sobre os Conselhos de Saúde, assinale
pitais próprios e conveniados da rede pública a alternativa incorreta.
(E) A Constituição previu a competência concorrente dos entes (A) Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde o Po-
federados para legislar sobre a “defesa da saúde” der Executivo, respeitando os princípios da democracia, deve
acolher as demandas da população aprovadas nas Conferên-
2. IBFC - 2020 - EBSERH - Técnico em Contabilidade cias de Saúde, e em consonância com a legislação
(B) Nos Municípios onde não existem entidades, instituições e
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) representou um movimentos organizados em número suficiente para compor
marco importante para a saúde pública do Brasil, pois apresenta o Conselho, a eleição da representação deve ser realizada em
um arcabouço jurídico-institucional no campo das políticas públicas plenária no respectivo Estado, promovida pelo Conselho Esta-
de saúde. Sobre a evolução histórica do SUS, analise as afirmativas dual de maneira ampla e democrática
abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). (C) O processo bem-sucedido de descentralização da saúde
( ) O marco da reforma do sistema de saúde brasileiro foi a 8a promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos
Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em março de 1988 e Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos
teve como lema “Saúde, Direito de Todos, e Dever do Estado”. dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação
( ) Os princípios e diretrizes do SUS foram contemplados na Lei dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os
Orgânica da Saúde, Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990. Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da
( ) O SUS, portanto, não é composto somente por serviços comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde
públicos; é integrado também por uma rede de serviços privados, (D) A participação da sociedade organizada, garantida na legis-
principalmente hospitais e unidades de diagnose e terapia, que são lação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada
remunerados por meio dos recursos públicos destinados à saúde. na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, ava-
liação e fiscalização da implementação da Política de Saúde,
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros
cima para baixo. (E) A representação nos segmentos deve ser distinta e autôno-
(A) F, V, V ma em relação aos demais segmentos que compõem o Con-
(B) V, F, V selho, por isso, um profissional com cargo de direção ou de
(C) V, F, F confiança na gestão do SUS, ou como prestador de serviços de
(D) F, F, V saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de
(E) V, V, V Trabalhadores(as)

3. IBFC - 2020 - EBSERH - Técnico em Contabilidade 5. IBFC - 2022 - SESACRE - Agente Administrativo

Após a publicação das Leis de n° 8.080/1990, e de n° Acerca das disposições da Resolução nº 453/2012 do Conselho
8.142/1990, a atuação da sociedade no sistema de saúde tomou Nacional de Saúde, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verda-
outras dimensões, pois a partir daí, a participação social foi amplia- deiro (V) ou Falso (F).
da, democratizada e passou a ser qualificada pelo Controle Social. ( ) Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saú-
Em relação ao Controle Social, analise as afirmativas abaixo e dê de atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econô-
( ) “A partir do controle social, a sociedade começou, efetiva- micos e financeiros.
mente, a participar da gestão do sistema de saúde.” ( ) Não há, nos Conselhos de Saúde, participação das entidades
( ) “A população, por meio dos Conselhos de Saúde, passou a representativas dos trabalhadores da área da saúde.
exercer o controle social.” ( ) As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conse-
( ) “O controle social ocorre por meio da participação da popu- lho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme
lação no planejamento das políticas públicas, fiscalizando as ações processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e
do governo, verificando o cumprimento das leis relacionadas ao instituições e de acordo com a sua organização, com a recomenda-
SUS e analisando as aplicações financeiras realizadas pelo municí- ção de que ocorra renovação de seus representantes.
pio ou pelo estado no gerenciamento da saúde.”

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - SUS

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo. cima para baixo.
(A) V - V - V (A) V - V - V
(B) V - F - V (B) V - F - V
(C) F - F - V (C) F - F - V
(D) V - V - F (D) V - V - F

6. IBFC - 2022 - SESACRE - Agente Administrativo 9. IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Assistente Social

As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regio- A Lei Federal nº 8.080/1990 regulamenta as ações e serviços
nalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, conforme de Saúde em todo o território nacional e em seu artigo 16º indica
dispõe a Constituição Federal de 1988. Acerca do assunto, assinale como competência da Direção Nacional do Sistema Único de Saúde:
a alternativa que não apresenta uma diretriz do sistema único. I. Colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância
(A) Participação da comunidade sanitária de portos, aeroportos e fronteiras.
(B) Atendimento integral, com prioridade para as atividades II. Promover a descentralização para os Municípios dos serviços
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais e das ações de saúde.
(C) Descentralização, com direção única em cada esfera de go- III. Participar da definição de normas, critérios e padrões para o
verno controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a
(D) Equidade na forma de participação no custeio política de saúde do trabalhador.
IV. Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutri-
7. IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Psicólogo ção.

Sobre o atendimento e a internação domiciliar, assinale a al- Estão corretas as afirmativas:


ternativa incorreta em relação ao que é proposto pela Lei 8.080 de (A) I e III apenas
1990, no Sistema Único de Saúde brasileiro. (B) II e III apenas
(A) Na modalidade de assistência de atendimento domiciliar (C) III e IV apenas
incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de en- (D) I e II apenas
fermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência so-
cial, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes 10. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE -
em seu domicílio Enfermeiro Diarista e Plantonista
(B) A internação domiciliar deve ser realizada por equipes mul-
tidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina tanto pre- De acordo com a Lei nº 8142/1990, o Sistema Único de Saúde
ventiva, quanto terapêutica e reabilitadora (SUS) de que trata a Lei nº 8080/1990, contará, em cada esfera de
(C) Tanto o atendimento quanto a internação domiciliar só po- governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as se-
derá ser realizada por indicação médica, com expressa concor- guintes instâncias colegiadas: _____ e _____.
dância do paciente e de sua família Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
(D) A modalidade de assistência de atendimento domiciliar é as lacunas.
preconizada pelo Sistema Único de Saúde, e a modalidade de (A) Estado / Município
assistência de internação domiciliar não é preconizada por esse (B) Conferência de Saúde / Conselho de Saúde
Sistema de Saúde (C) Ouvidoria / Assistência Social
(D) Educação / Município
8. IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Agente de Saúde /
Agente de Call Center 11. IBFC - 2020 - EBSERH - Assistente Administrativo

Acerca das disposições da Lei nº 8080/1990, conhecida como Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) abordam, de forma
Lei Orgânica da Saúde, analise as afirmativas a seguir e dê valores geral, as condições de vida e condições de trabalho dos indivíduos
Verdadeiro (V) ou Falso (F). que de alguma forma condicionam sua saúde. Com base na Comis-
( ) A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo são Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), as-
o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. sinale a alternativa correta.
( ) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formula- (A) Fatores psicológicos não fazem parte dos DSS
ção e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redu- (B) Fatores comportamentais não fazem parte dos DSS
ção de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento (C) Fatores étnico/raciais não fazem parte dos DSS
de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações (D) Fatores culturais e Sociais não fazem parte dos DSS
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. (E) Fatores ambientais, como poluição do ar, da terra e dos ali-
( ) O dever do Estado exclui o das pessoas, da família, das em- mentos, não fazem parte dos DSS
presas e da sociedade.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO - SUS

12. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - (C) A direção do serviço de saúde deve constituir o Núcleo de
Enfermeiro Diarista e Plantonista Segurança do Paciente (NSP) e nomear a sua composição, con-
ferindo aos membros autoridade, responsabilidade e poder
Os Sistemas de Informação em Saúde são sistemas que instru- para executar as ações do Plano de Segurança do Paciente em
mentalizam e apoiam a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), Serviços de Saúde
em todas as esferas, nos processos de planejamento, programação, (D) Por segurança do paciente, deve-se compreender a maximi-
regulação, controle, avaliação e auditoria. Diante disto, analise as zação a um máximo aceitável, do risco de dano desnecessário
afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). associado à atenção à saúde
( ) O sistema CNES significa Cadastro Nacional de Estabeleci-
mentos de Saúde. 15. IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Desenvolvimento
( ) O sistema SIA significa Sistema de Informações Ambulato- de Recursos Humanos na Saúde
riais do SUS.
( ) O sistema SIGTAP é um sistema de tabulação apenas para a De acordo com Santos et al. (2020), os marcos históricos de-
tabela da Associação Médica Brasileira (AMB). terminantes para a política de atenção hospitalar foram o Plano da
( ) O sistema SISMAC é um sistema de controle financeiro de Reforma da Atenção Hospitalar Brasileira e a Política Nacional de
todas as complexidades de ações e serviços ambulatoriais. Atenção Hospitalar - PNHOSP, pois determinaram o período entre
2003 e 2013 como oportuno para a reestruturação deste nível de
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de atenção no Sistema Único de Saúde - SUS. Sobre as formas de ges-
cima para baixo. tão de saúde no SUS, conforme os autores, assinale a alternativa
(A) F, V, V, F incorreta.
(B) V, V, F, F (A) O SUS, no tocante à atenção hospitalar, tem como poten-
(C) V, F, F, V cialidade um modelo que foge dos padrões hospitalocêntricos
(D) F, F, V, V e tem tido avanços significativos na implementação da concep-
ção sistêmica e participativa em sua forma de gestão
13. IBFC - 2022 - SES-DF - Médico - Clínica Médica (B) Hoje, a forma de gestão SUS, aponta nova institucionalida-
de jurídica da atenção hospitalar no SUS e mostra o quanto é
Em atenção ao disposto na Resolução-RDC nº 63 de 2011, a centrada no gestor estadual, pactuada com os níveis federal e
qual dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento municipal/regional e contratualizada com modelos alternativos
para os Serviços de Saúde, assinale a alternativa incorreta. de gestão indireta
(A) O serviço de saúde deve possuir mecanismos que garantam (C) O período iniciado em 2003, teve como principais desafios
a continuidade da atenção ao paciente quando houver neces- relacionados com a categoria Política de Saúde, a influência das
sidade de remoção ou para realização de exames que não exis- ideias ancoradas no projeto neoliberal e a regionalização
tam no próprio serviço (D) Para concretizar proposta de atenção hospitalar em confor-
(B) As Boas Práticas de Funcionamento (BPF) são os componen- midade com as Redes de Atenção à Saúde - RAS, dever-se-ia
tes da Garantia da Qualidade que asseguram que os serviços enfrentar os desafios da fragmentação sistêmica, complexa go-
são ofertados com padrões de qualidade adequados vernança regional, problemas de acesso aos serviços de média
(C) O serviço de saúde deve utilizar a Garantia da Qualidade complexidade e da necessidade de articulação política
como ferramenta de gerenciamento
(D) A licença de funcionamento dos serviços e atividades ter-
ceirizados deve conter informação sobre a sua habilitação para GABARITO
atender serviços de saúde, quando couber
(E) O serviço de saúde deve garantir mecanismos para o contro-
le de acesso dos trabalhadores e pacientes, vedado tal registro
1 D
para acompanhantes e visitantes
2 A
14. IBFC - 2022 - Prefeitura de Contagem - MG - Advogado 3 E
Em conformidade com as disposições da Resolução - RDC Nº 4 B
36, que institui ações para a segurança do paciente em serviços de 5 B
saúde, assinale a alternativa incorreta.
(A) Compete ao Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) acom- 6 D
panhar as ações vinculadas ao Plano de Segurança do Paciente 7 D
em Serviços de Saúde 8 D
(B) O Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde
(PSP), elaborado pelo NSP, deve estabelecer estratégias e ações 9 C
de gestão de risco, conforme as atividades desenvolvidas pelo 10 B
serviço de saúde
11 E
12 B

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13 E ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Técnico em Enfermagem

2003, que estabelece a notificação compulsória, no território na-


CÓDIGO DE ÉTICA EM ENFERMAGEM. CONDUTA ÉTICA cional, nos casos de violência contra a mulher que for atendida em
DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE serviços de saúde públicos e privados;
CONSIDERANDO a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que
dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente;
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM CONSIDERANDO a Lei nº. 10.741, de 01 de outubro de 2003,
que dispõe sobre o Estatuto do Idoso;
RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017 CONSIDERANDO a Lei nº. 10.216, de 06 de abril de 2001, que
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enferma- transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
gem mental;
O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atri- CONSIDERANDO a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que
buições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recupera-
de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução ção da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços cor-
Cofen nº 421, de 15 de fevereiro de 2012, e respondentes;
CONSIDERANDO que nos termos do inciso III do artigo 8º da Lei CONSIDERANDO as sugestões apresentadas na Assembleia Ex-
5.905, de 12 de julho de 1973, compete ao Cofen elaborar o Código traordinária de Presidentes dos Conselhos Regionais de Enferma-
de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário, ou- gem, ocorrida na sede do Cofen, em Brasília, Distrito Federal, no dia
vidos os Conselhos Regionais; 18 de julho de 2017, e
CONSIDERANDO que o Código de Deontologia de Enfermagem CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do Conselho Fede-
deve submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes; ral de Enfermagem em sua 491ª Reunião Ordinária,
CONSIDERANDO a Declaração Universal dos Direitos Humanos, RESOLVE:
promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948) e ado- Art. 1º Aprovar o novo Código de Ética dos Profissionais de En-
tada pela Convenção de Genebra (1949), cujos postulados estão fermagem, conforme o anexo desta Resolução, para observância e
contidos no Código de Ética do Conselho Internacional de Enfer- respeito dos profissionais de Enfermagem, que poderá ser consulta-
meiras (1953, revisado em 2012); do através do sítio de internet do Cofen (www.cofen.gov.br).
CONSIDERANDO a Declaração Universal sobre Bioética e Direi- Art. 2º Este Código aplica-se aos Enfermeiros, Técnicos de En-
tos Humanos (2005); fermagem, Auxiliares de Enfermagem, Obstetrizes e Parteiras, bem
CONSIDERANDO o Código de Deontologia de Enfermagem do como aos atendentes de Enfermagem.
Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Pro- Art. 3º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Fede-
fissionais de Enfermagem (1993, reformulado em 2000 e 2007), as ral de Enfermagem.
normas nacionais de pesquisa (Resolução do Conselho Nacional de Art. 4º Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal
Saúde – CNS nº 196/1996), revisadas pela Resolução nº 466/2012, e de Enfermagem, por proposta de 2/3 dos Conselheiros Efetivos do
as normas internacionais sobre pesquisa envolvendo seres humanos; Conselho Federal ou mediante proposta de 2/3 dos Conselhos Re-
CONSIDERANDO a proposta de Reformulação do Código de gionais.
Ética dos Profissionais de Enfermagem, consolidada na 1ª Confe- Parágrafo Único. A alteração referida deve ser precedida de
rência Nacional de Ética na Enfermagem – 1ª CONEENF, ocorrida ampla discussão com a categoria, coordenada pelos Conselhos Re-
no período de 07 a 09 de junho de 2017, em Brasília – DF, realizada gionais, sob a coordenação geral do Conselho Federal de Enferma-
pelo Conselho Federal de Enfermagem e Coordenada pela Comis- gem, em formato de Conferência Nacional, precedida de Conferên-
são Nacional de Reformulação do Código de Ética dos Profissionais cias Regionais.
de Enfermagem, instituída pela Portaria Cofen nº 1.351/2016; Art. 5º A presente Resolução entrará em vigor 120 (cento e vin-
CONSIDERANDO a Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei te) dias a partir da data de sua publicação no Diário Oficial da União,
Maria da Penha) que cria mecanismos para coibir a violência do- revogando-se as disposições em contrário, em especial a Resolução
méstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 Cofen nº 311/2007, de 08 de fevereiro de 2007.
da Constituição Federal e a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de
Brasília, 6 de novembro de 2017.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANEXO DA RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017 Art. 2º Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos
e danos e violências física e psicológica à saúde do trabalhador, em
PREÂMBULO respeito à dignidade humana e à proteção dos direitos dos profis-
sionais de enfermagem.
O Conselho Federal de Enfermagem, ao revisar o Código de Art. 3º Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa da dig-
Ética dos Profissionais de Enfermagem – CEPE, norteou-se por prin- nidade profissional, do exercício da cidadania e das reivindicações
cípios fundamentais, que representam imperativos para a conduta por melhores condições de assistência, trabalho e remuneração,
profissional e consideram que a Enfermagem é uma ciência, arte e observados os parâmetros e limites da legislação vigente.
uma prática social, indispensável à organização e ao funcionamento Art. 4º Participar da prática multiprofissional, interdisciplinar e
dos serviços de saúde; tem como responsabilidades a promoção e a transdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade, ob-
restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças e o alívio servando os preceitos éticos e legais da profissão.
do sofrimento; proporciona cuidados à pessoa, à família e à cole- Art. 5º Associar-se, exercer cargos e participar de Organiza-
tividade; organiza suas ações e intervenções de modo autônomo, ções da Categoria e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional,
ou em colaboração com outros profissionais da área; tem direito a atendidos os requisitos legais.
remuneração justa e a condições adequadas de trabalho, que possi- Art. 6º Aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, éti-
bilitem um cuidado profissional seguro e livre de danos. Sobretudo, co-políticos, socioeducativos, históricos e culturais que dão susten-
esses princípios fundamentais reafirmam que o respeito aos direi- tação à prática profissional.
tos humanos é inerente ao exercício da profissão, o que inclui os Art. 7º Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, famí-
direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segu- lia e coletividade, necessárias ao exercício profissional.
rança pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distin- Art. 8º Requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, de for-
ção de classe social, geração, etnia, cor, crença religiosa, cultura, in- ma fundamentada, medidas cabíveis para obtenção de desagravo
capacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional
sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou condição social. ou que atinja a profissão.
Inspirado nesse conjunto de princípios é que o Conselho Fede- Art. 9º Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, de for-
ral de Enfermagem, no uso das atribuições que lhe são conferidas ma fundamentada, quando impedido de cumprir o presente Códi-
pelo Art. 8º, inciso III, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, apro- go, a Legislação do Exercício Profissional e as Resoluções, Decisões
va e edita esta nova revisão do CEPE, exortando os profissionais de e Pareceres Normativos emanados pelo Sistema Cofen/Conselhos
Enfermagem à sua fiel observância e cumprimento. Regionais de Enfermagem.
Art. 10 Ter acesso, pelos meios de informação disponíveis,
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS às diretrizes políticas, normativas e protocolos institucionais, bem
como participar de sua elaboração.
A Enfermagem é comprometida com a produção e gestão do Art. 11 Formar e participar da Comissão de Ética de Enferma-
cuidado prestado nos diferentes contextos socioambientais e cultu- gem, bem como de comissões interdisciplinares da instituição em
rais em resposta às necessidades da pessoa, família e coletividade. que trabalha.
O profissional de Enfermagem atua com autonomia e em Art. 12 Abster-se de revelar informações confidenciais de que
consonância com os preceitos éticos e legais, técnico-científico e tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional.
teórico-filosófico; exerce suas atividades com competência para Art. 13 Suspender as atividades, individuais ou coletivas, quan-
promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os do o local de trabalho não oferecer condições seguras para o exer-
Princípios da Ética e da Bioética, e participa como integrante da cício profissional e/ou desrespeitar a legislação vigente, ressalvadas
equipe de Enfermagem e de saúde na defesa das Políticas Públicas, as situações de urgência e emergência, devendo formalizar imedia-
com ênfase nas políticas de saúde que garantam a universalidade tamente sua decisão por escrito e/ou por meio de correio eletrôni-
de acesso, integralidade da assistência, resolutividade, preservação co à instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem.
da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierar- Art. 14 Aplicar o processo de Enfermagem como instrumento
quização e descentralização político-administrativa dos serviços de metodológico para planejar, implementar, avaliar e documentar o
saúde. cuidado à pessoa, família e coletividade.
O cuidado da Enfermagem se fundamenta no conhecimento Art. 15 Exercer cargos de direção, gestão e coordenação, no
próprio da profissão e nas ciências humanas, sociais e aplicadas e é âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou indiretamente rela-
executado pelos profissionais na prática social e cotidiana de assis- cionada ao exercício profissional da Enfermagem.
tir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar. Art. 16 Conhecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão
que envolvam pessoas e/ou local de trabalho sob sua responsabili-
CAPÍTULO I dade profissional.
DOS DIREITOS Art. 17 Realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa e
extensão, respeitando a legislação vigente.
Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança téc- Art. 18 Ter reconhecida sua autoria ou participação em pesqui-
nica, científica e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discrimi- sa, extensão e produção técnico-científica.
nação de qualquer natureza, segundo os princípios e pressupostos Art. 19 Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias sociais
legais, éticos e dos direitos humanos. e meios eletrônicos para conceder entrevistas, ministrar cursos,
palestras, conferências, sobre assuntos de sua competência e/ou
divulgar eventos com finalidade educativa e de interesse social.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 20 Anunciar a prestação de serviços para os quais detenha Art. 38 Prestar informações escritas e/ou verbais, completas e
habilidades e competências técnico-científicas e legais. fidedignas, necessárias à continuidade da assistência e segurança
Art. 21 Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em mí- do paciente.
dias sociais durante o desempenho de suas atividades profissionais. Art. 39 Esclarecer à pessoa, família e coletividade, a respeito
Art. 22 Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistên-
competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam cia de Enfermagem.
segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade. Art. 40 Orientar à pessoa e família sobre preparo, benefícios,
Art. 23 Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da relação riscos e consequências decorrentes de exames e de outros proce-
profissional/usuários quando houver risco à sua integridade física dimentos, respeitando o direito de recusa da pessoa ou de seu re-
e moral, comunicando ao Coren e assegurando a continuidade da presentante legal.
assistência de Enfermagem. Art. 41 Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação
de qualquer natureza.
CAPÍTULO II Art. 42 Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa
DOS DEVERES ou de seu representante legal na tomada de decisão, livre e esclare-
cida, sobre sua saúde, segurança, tratamento, conforto, bem-estar,
Art. 24 Exercer a profissão com justiça, compromisso, equida- realizando ações necessárias, de acordo com os princípios éticos e
de, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, ho- legais.
nestidade e lealdade. Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da pessoa
Art. 25 Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no que concerne às decisões sobre cuidados e tratamentos que de-
no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição seja ou não receber no momento em que estiver incapacitado de
ideológica. expressar, livre e autonomamente, suas vontades.
Art. 26 Conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade da pes-
Profissionais de Enfermagem e demais normativos do Sistema Co- soa, em todo seu ciclo vital e nas situações de morte e pós-morte.
fen/Conselhos Regionais de Enfermagem. Art. 44 Prestar assistência de Enfermagem em condições que
Art. 27 Incentivar e apoiar a participação dos profissionais de En- ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades
fermagem no desempenho de atividades em organizações da categoria. profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria.
Art. 28 Comunicar formalmente ao Conselho Regional de En- Parágrafo único. Será respeitado o direito de greve e, nos casos
fermagem e aos órgãos competentes fatos que infrinjam dispositi- de movimentos reivindicatórios da categoria, deverão ser prestados
vos éticos-legais e que possam prejudicar o exercício profissional e os cuidados mínimos que garantam uma assistência segura, confor-
a segurança à saúde da pessoa, família e coletividade. me a complexidade do paciente.
Art. 29 Comunicar formalmente, ao Conselho Regional de En- Art. 45 Prestar assistência de Enfermagem livre de danos de-
fermagem, fatos que envolvam recusa e/ou demissão de cargo, correntes de imperícia, negligência ou imprudência.
função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em Art. 46 Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e Mé-
cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional. dica na qual não constem assinatura e número de registro do pro-
Art. 30 Cumprir, no prazo estabelecido, determinações, notifi- fissional prescritor, exceto em situação de urgência e emergência.
cações, citações, convocações e intimações do Sistema Cofen/Con- § 1º O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a execu-
selhos Regionais de Enfermagem. tar prescrição de Enfermagem e Médica em caso de identificação de
Art. 31 Colaborar com o processo de fiscalização do exercício erro e/ou ilegibilidade da mesma, devendo esclarecer com o pres-
profissional e prestar informações fidedignas, permitindo o acesso critor ou outro profissional, registrando no prontuário.
a documentos e a área física institucional. § 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o cumprimento
Art. 32 Manter inscrição no Conselho Regional de Enfermagem, de prescrição à distância, exceto em casos de urgência e emergên-
com jurisdição na área onde ocorrer o exercício profissional. cia e regulação, conforme Resolução vigente.
Art. 33 Manter os dados cadastrais atualizados junto ao Conse- Art. 47 Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competen-
lho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. tes, ações e procedimentos de membros da equipe de saúde, quan-
Art. 34 Manter regularizadas as obrigações financeiras junto ao do houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e
Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e
Art. 35 Apor nome completo e/ou nome social, ambos legíveis, coletividade.
número e categoria de inscrição no Conselho Regional de Enferma- Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qua-
gem, assinatura ou rubrica nos documentos, quando no exercício lidade de vida à pessoa e família no processo do nascer, viver, mor-
profissional. rer e luto.
§ 1º É facultado o uso do carimbo, com nome completo, núme- Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis e ter-
ro e categoria de inscrição no Coren, devendo constar a assinatura minais com risco iminente de morte, em consonância com a equipe
ou rubrica do profissional. multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis
§ 2º Quando se tratar de prontuário eletrônico, a assinatura para assegurar o conforto físico, psíquico, social e espiritual, respei-
deverá ser certificada, conforme legislação vigente. tada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
Art. 36 Registrar no prontuário e em outros documentos as Art. 49 Disponibilizar assistência de Enfermagem à coletividade
informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de em casos de emergência, epidemia, catástrofe e desastre, sem plei-
forma clara, objetiva, cronológica, legível, completa e sem rasuras. tear vantagens pessoais, quando convocado.
Art. 37 Documentar formalmente as etapas do processo de En-
fermagem, em consonância com sua competência legal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 50 Assegurar a prática profissional mediante consentimen- CAPÍTULO III


to prévio do paciente, representante ou responsável legal, ou deci- DAS PROIBIÇÕES
são judicial.
Parágrafo único. Ficam resguardados os casos em que não haja Art. 61 Executar e/ou determinar atos contrários ao Código de
capacidade de decisão por parte da pessoa, ou na ausência do re- Ética e à legislação que disciplina o exercício da Enfermagem.
presentante ou responsável legal. Art. 62 Executar atividades que não sejam de sua competência
Art. 51 Responsabilizar-se por falta cometida em suas ativida- técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao
des profissionais, independentemente de ter sido praticada indi- profissional, à pessoa, à família e à coletividade.
vidual ou em equipe, por imperícia, imprudência ou negligência, Art. 63 Colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou ju-
desde que tenha participação e/ou conhecimento prévio do fato. rídicas que desrespeitem a legislação e princípios que disciplinam o
Parágrafo único. Quando a falta for praticada em equipe, a res- exercício profissional de Enfermagem.
ponsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s) praticado(s) Art. 64 Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso diante de
individualmente. qualquer forma ou tipo de violência contra a pessoa, família e cole-
Art. 52 Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em tividade, quando no exercício da profissão.
razão da atividade profissional, exceto nos casos previstos na legis- Art. 65 Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência
lação ou por determinação judicial, ou com o consentimento escrito de fatos que envolvam recusa ou demissão motivada pela necessi-
da pessoa envolvida ou de seu representante ou responsável legal. dade do profissional em cumprir o presente código e a legislação do
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conheci- exercício profissional; bem como pleitear cargo, função ou emprego
mento público e em caso de falecimento da pessoa envolvida. ocupado por colega, utilizando-se de concorrência desleal.
§ 2º O fato sigiloso deverá ser revelado em situações de amea- Art. 66 Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal
ça à vida e à dignidade, na defesa própria ou em atividade multipro- de qualquer instituição ou estabelecimento congênere, quando,
fissional, quando necessário à prestação da assistência. nestas, não exercer funções de enfermagem estabelecidas na le-
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha gislação.
deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar Art. 67 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa,
suas razões éticas para manutenção do sigilo profissional. família e coletividade, além do que lhe é devido, como forma de
§ 4º É obrigatória a comunicação externa, para os órgãos de garantir assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de
responsabilização criminal, independentemente de autorização, de qualquer natureza para si ou para outrem.
casos de violência contra: crianças e adolescentes; idosos; e pes- Art. 68 Valer-se, quando no exercício da profissão, de mecanis-
soas incapacitadas ou sem condições de firmar consentimento. mos de coação, omissão ou suborno, com pessoas físicas ou jurídi-
§ 5º A comunicação externa para os órgãos de responsabili- cas, para conseguir qualquer tipo de vantagem.
zação criminal em casos de violência doméstica e familiar contra Art. 69 Utilizar o poder que lhe confere a posição ou cargo, para
mulher adulta e capaz será devida, independentemente de autori- impor ou induzir ordens, opiniões, ideologias políticas ou qualquer
zação, em caso de risco à comunidade ou à vítima, a juízo do profis- tipo de conceito ou preconceito que atentem contra a dignidade da
sional e com conhecimento prévio da vítima ou do seu responsável. pessoa humana, bem como dificultar o exercício profissional.
Art. 53 Resguardar os preceitos éticos e legais da profissão Art. 70 Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para pra-
quanto ao conteúdo e imagem veiculados nos diferentes meios de ticar atos tipificados como crime ou contravenção penal, tanto em
comunicação e publicidade. ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles em que não a
Art. 54 Estimular e apoiar a qualificação e o aperfeiçoamento exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais.
técnico-científico, ético-político, socioeducativo e cultural dos pro- Art. 71 Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e difa-
fissionais de Enfermagem sob sua supervisão e coordenação. mação de pessoa e família, membros das equipes de Enfermagem
Art. 55 Aprimorar os conhecimentos técnico-científicos, ético- e de saúde, organizações da Enfermagem, trabalhadores de outras
-políticos, socioeducativos e culturais, em benefício da pessoa, fa- áreas e instituições em que exerce sua atividade profissional.
mília e coletividade e do desenvolvimento da profissão. Art. 72 Praticar ou ser conivente com crime, contravenção pe-
Art. 56 Estimular, apoiar, colaborar e promover o desenvolvi- nal ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais, no
mento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, devidamente exercício profissional.
aprovados nas instâncias deliberativas. Art. 73 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a
Art. 57 Cumprir a legislação vigente para a pesquisa envolven- interromper a gestação, exceto nos casos permitidos pela legislação
do seres humanos. vigente.
Art. 58 Respeitar os princípios éticos e os direitos autorais no Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o pro-
processo de pesquisa, em todas as etapas. fissional deverá decidir de acordo com a sua consciência sobre sua
Art. 59 Somente aceitar encargos ou atribuições quando se jul- participação, desde que seja garantida a continuidade da assistên-
gar técnica, científica e legalmente apto para o desempenho seguro cia.
para si e para outrem. Art. 74 Promover ou participar de prática destinada a antecipar
Art. 60 Respeitar, no exercício da profissão, a legislação vigente a morte da pessoa.
relativa à preservação do meio ambiente no gerenciamento de resí- Art. 75 Praticar ato cirúrgico, exceto nas situações de emergên-
duos de serviços de saúde. cia ou naquelas expressamente autorizadas na legislação, desde
que possua competência técnica-científica necessária.
Art. 76 Negar assistência de enfermagem em situações de ur-
gência, emergência, epidemia, desastre e catástrofe, desde que não
ofereça risco a integridade física do profissional.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 77 Executar procedimentos ou participar da assistência à Art. 94 Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel,
saúde sem o consentimento formal da pessoa ou de seu represen- público ou particular, que esteja sob sua responsabilidade em razão
tante ou responsável legal, exceto em iminente risco de morte. do cargo ou do exercício profissional, bem como desviá-lo em pro-
Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer indicação, veito próprio ou de outrem.
ação da droga, via de administração e potenciais riscos, respeitados Art. 95 Realizar ou participar de atividades de ensino, pesqui-
os graus de formação do profissional. sa e extensão, em que os direitos inalienáveis da pessoa, família e
Art. 79 Prescrever medicamentos que não estejam estabeleci- coletividade sejam desrespeitados ou ofereçam quaisquer tipos de
dos em programas de saúde pública e/ou em rotina aprovada em riscos ou danos previsíveis aos envolvidos.
instituição de saúde, exceto em situações de emergência. Art. 96 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e seguran-
Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer na- ça da pessoa, família e coletividade.
tureza que comprometam a segurança da pessoa. Art. 97 Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem
Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem a ou- como usá-los para fins diferentes dos objetivos previamente esta-
tro profissional, exceto em caso de emergência, ou que estiverem belecidos.
expressamente autorizados na legislação vigente. Art. 98 Publicar resultados de pesquisas que identifiquem o
Art. 82 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profis- participante do estudo e/ou instituição envolvida, sem a autoriza-
sionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da le- ção prévia.
gislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização Art. 99 Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-
humana, reprodução assistida ou manipulação genética. -científica ou instrumento de organização formal do qual não tenha
Art. 83 Praticar, individual ou coletivamente, quando no exer- participado ou omitir nomes de coautores e colaboradores.
cício profissional, assédio moral, sexual ou de qualquer natureza, Art. 100 Utilizar dados, informações, ou opiniões ainda não pu-
contra pessoa, família, coletividade ou qualquer membro da equi- blicadas, sem referência do autor ou sem a sua autorização.
pe de saúde, seja por meio de atos ou expressões que tenham por Art. 101 Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas,
consequência atingir a dignidade ou criar condições humilhantes e das quais tenha ou não participado como autor, sem concordância
constrangedoras. ou concessão dos demais partícipes.
Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título Art. 102 Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer cons-
que não possa comprovar. tar seu nome como autor ou coautor em obra técnico-científica.
Art. 85 Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patri-
mônio das organizações da categoria. CAPÍTULO IV
Art. 86 Produzir, inserir ou divulgar informação inverídica ou de DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
conteúdo duvidoso sobre assunto de sua área profissional.
Parágrafo único. Fazer referência a casos, situações ou fatos, e Art. 103 A caracterização das infrações éticas e disciplinares,
inserir imagens que possam identificar pessoas ou instituições sem bem como a aplicação das respectivas penalidades regem-se por
prévia autorização, em qualquer meio de comunicação. este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispo-
Art. 87 Registrar informações incompletas, imprecisas ou inve- sitivos legais.
rídicas sobre a assistência de Enfermagem prestada à pessoa, famí- Art. 104 Considera-se infração ética e disciplinar a ação, omis-
lia ou coletividade. são ou conivência que implique em desobediência e/ou inobser-
Art. 88 Registrar e assinar as ações de Enfermagem que não vância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfer-
executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por magem, bem como a inobservância das normas do Sistema Cofen/
outro profissional. Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 89 Disponibilizar o acesso a informações e documentos a Art. 105 O(a) Profissional de Enfermagem responde pela infra-
terceiros que não estão diretamente envolvidos na prestação da ção ética e/ou disciplinar, que cometer ou contribuir para sua prá-
assistência de saúde ao paciente, exceto quando autorizado pelo tica, e, quando cometida(s) por outrem, dela(s) obtiver benefício.
paciente, representante legal ou responsável legal, por determina- Art. 106 A gravidade da infração é caracterizada por meio da
ção judicial. análise do(s) fato(s), do(s) ato(s) praticado(s) ou ato(s) omissivo(s),
Art. 90 Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações e do(s) resultado(s).
sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho Re- Art. 107 A infração é apurada em processo instaurado e con-
gional de Enfermagem e/ou Comissão de Ética de Enfermagem. duzido nos termos do Código de Processo Ético-Disciplinar vigente,
Art. 91 Delegar atividades privativas do(a) Enfermeiro(a) a ou- aprovado pelo Conselho Federal de Enfermagem.
tro membro da equipe de Enfermagem, exceto nos casos de emer- Art. 108 As penalidades a serem impostas pelo Sistema Cofen/
gência. Conselhos Regionais de Enfermagem, conforme o que determina o
Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades privativas a art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:
outros membros da equipe de saúde. I – Advertência verbal;
Art. 92 Delegar atribuições dos(as) profissionais de enferma- II – Multa;
gem, previstas na legislação, para acompanhantes e/ou responsá- III – Censura;
veis pelo paciente. IV – Suspensão do Exercício Profissional;
Parágrafo único. O dispositivo no caput não se aplica nos casos V – Cassação do direito ao Exercício Profissional.
da atenção domiciliar para o autocuidado apoiado. § 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator,
Art. 93 Eximir-se da responsabilidade legal da assistência pres- de forma reservada, que será registrada no prontuário do mesmo,
tada aos pacientes sob seus cuidados realizados por alunos e/ou na presença de duas testemunhas.
estagiários sob sua supervisão e/ou orientação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 II – Ter bons antecedentes profissionais;


(um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional III – Realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave amea-
à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento. ça;
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas IV – Realizar atos sob emprego real de força física;
publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de En- V – Ter confessado espontaneamente a autoria da infração;
fermagem e em jornais de grande circulação. VI – Ter colaborado espontaneamente com a elucidação dos
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissio- fatos.
nal da Enfermagem por um período de até 90 (noventa) dias e será Art. 113 São consideradas circunstâncias agravantes:
divulgada nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Re- I – Ser reincidente;
gionais de Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada II – Causar danos irreparáveis;
aos órgãos empregadores. III – Cometer infração dolosamente;
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da IV – Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
Enfermagem por um período de até 30 anos e será divulgada nas V – Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunida-
publicações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem de ou a vantagem de outra infração;
e em jornais de grande circulação. VI – Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no pron- VII – Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação
tuário do infrator. do dever inerente ao cargo ou função ou exercício profissional;
§ 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o profissional VIII – Ter maus antecedentes profissionais;
terá sua carteira retida no ato da notificação, em todas as categorias IX – Alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a desconstru-
em que for inscrito, sendo devolvida após o cumprimento da pena ção de fato que se relacione com o apurado na denúncia durante a
e, no caso da cassação, após o processo de reabilitação. condução do processo ético.
Art. 109 As penalidades, referentes à advertência verbal, mul-
ta, censura e suspensão do exercício profissional, são da responsa- CAPÍTULO V
bilidade do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES
no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de cassação
do direito ao exercício profissional é de competência do Conselho Art. 114 As penalidades previstas neste Código somente pode-
Federal de Enfermagem, conforme o disposto no art. 18, parágrafo rão ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a mais
primeiro, da Lei n° 5.905/73. de um artigo.
Parágrafo único. Na situação em que o processo tiver origem Art. 115 A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de
no Conselho Federal de Enfermagem e nos casos de cassação do infrações ao que está estabelecido nos artigos:, 26, 28, 29, 30, 31,
exercício profissional, terá como instância superior a Assembleia de 32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 46, 48, 47, 49, 50, 51, 52,
Presidentes dos Conselhos de Enfermagem. 53, 54, 55, 56, 57,58, 59, 60, 61, 62, 65, 66, 67, 69, 76, 77, 78, 79,
Art. 110 Para a graduação da penalidade e respectiva imposi- 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 98, 99, 100,
ção consideram-se: 101 e 102.
I – A gravidade da infração; Art. 116 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao
II – As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração; que está estabelecido nos artigos: 28, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 38, 39,
III – O dano causado e o resultado; 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67,
IV – Os antecedentes do infrator. 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85,
Art. 111 As infrações serão consideradas leves, moderadas, gra- 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101 e 102.
ves ou gravíssimas, segundo a natureza do ato e a circunstância de Art. 117 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações
cada caso. ao que está estabelecido nos artigos: 31, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51,
§ 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a inte- 52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67,68, 69, 70, 71, 73, 74, 75,
gridade física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88, 90, 91, 92, 93, 94, 95,
debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações da ca- 97, 99, 100, 101 e 102.
tegoria ou instituições ou ainda que causem danos patrimoniais ou Art. 118 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicá-
financeiros. vel nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 32,
§ 2º São consideradas infrações moderadas as que provoquem de- 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 59, 61, 62, 63, 64, 68, 69, 70, 71, 72, 73,
bilidade temporária de membro, sentido ou função na pessoa ou ainda 74, 75, 76, 77, 78,79, 80, 81, 82, 83, 85, 87, 89, 90, 91, 92, 93, 94 e 95.
as que causem danos mentais, morais, patrimoniais ou financeiros. Art. 119 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional
§ 3º São consideradas infrações graves as que provoquem pe- é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos arti-
rigo de morte, debilidade permanente de membro, sentido ou fun- gos: 45, 64, 70, 72, 73, 74, 80, 82, 83, 94, 96 e 97.
ção, dano moral irremediável na pessoa ou ainda as que causem
danos mentais, morais, patrimoniais ou financeiros.
§ 4º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem
a morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função,
dano moral irremediável na pessoa.
Art. 112 São consideradas circunstâncias atenuantes:
I – Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua es-
pontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as conse-
quências do seu ato;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem:


LEI NO 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986 I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido
por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão
competente;
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL: LEI Nº 7498, DE 1986 II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de
junho de 1956;
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso
III do Art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido
A Lei do Exercício profissional salienta as especificidades quan- até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
to as classes na área da enfermagem, o que cada um pode e deve IV – o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de
fazer ou participar dentro de uma equipe. Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscaliza-
Costuma ser cobrado em concursos ações privativas dos profis- ção da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão
sionais e ações cotidianas onde eles são inseridos na equipe. congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos
O Decreto 94.406/1987 regulamenta a Lei 7.498/1986 (Lei do termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do De-
Exercício Profissional) creto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e de outubro de 1959;
dá outras providências. V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos
O presidente da República. termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou
seguinte Lei: curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de
Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certifi-
nacional, observadas as disposições desta Lei. cado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente Art. 9º – São Parteiras:
podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas I – a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei nº
no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº
ocorre o exercício. 3.640, de 10 de outubro de 1959;
Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo II – a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equiva-
Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enferma- lente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do
gem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado
Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições e no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta Lei, como certi-
serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfer- ficado de Parteira.
magem. Art. 10 – (vetado)
Art. 4º – A programação de Enfermagem inclui a prescrição da Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enferma-
assistência de Enfermagem. gem, cabendo-lhe:
Art. 5º – (vetado) I – privativamente:
§ 1º (vetado) a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura bá-
§ 2º (vetado) sica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e
Art. 6º – São enfermeiros: de unidade de enfermagem;
I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição
de ensino, nos termos da lei; b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de
II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfer- suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras
meira obstétrica, conferidos nos termos da lei; desses serviços;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular c) planejamento, organização, coordenação, execução e avalia-
do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ção dos serviços da assistência de enfermagem;
ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do d) (VETADO);
país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou e) (VETADO);
revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira f) (VETADO);
Obstétrica ou de Obstetriz; g) (VETADO);
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obti- h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria
verem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea “”d”” do de enfermagem;
Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. i) consulta de enfermagem;
Art. 7º – São técnicos de Enfermagem: j) prescrição da assistência de enfermagem;
I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfer- l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com ris-
magem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo ór- co de vida;
gão competente; m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de to-
por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo mar decisões imediatas;
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de II – como integrante da equipe de saúde:
Técnico de Enfermagem. a) participação no planejamento, execução e avaliação da pro-
gramação de saúde;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos Art. 21 – (vetado)


assistenciais de saúde; Art. 22 – (vetado)
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas Art. 23 – O pessoal que se encontra executando tarefas de En-
de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; fermagem, em virtude de carência de recursos humanos de nível
d) participação em projetos de construção ou reforma de uni- médio nesta área, sem possuir formação específica regulada em lei,
dades de internação; será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de atividades elementares de Enfermagem, observado o disposto no
doenças transmissíveis em geral; Art. 15 desta Lei.
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser Parágrafo único – A autorização referida neste artigo, que obe-
causados à clientela durante a assistência de enfermagem; decerá aos critérios baixados pelo Conselho Federal de Enferma-
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puér- gem, somente poderá ser concedida durante o prazo de 10 (dez)
pera; anos, a contar da promulgação desta Lei.
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; Art. 24 – (vetado)
i) execução do parto sem distocia; Parágrafo único – (vetado)
j) educação visando à melhoria de saúde da população. Art. 25 – O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação.
desta lei incumbe, ainda: Art. 26 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
a) assistência à parturiente e ao parto normal; Art. 27 – Revogam-se (vetado) as demais disposições em con-
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de provi- trário.
dências até a chegada do médico;
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anes-
tesia local, quando necessária. DECRETO NO 94.406, DE 8 DE JUNHO DE 1987
Art. 12 – O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível
médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de
Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da DECRETO N° 94.406, DE 8 DE JUNHO DE 1987
assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
§ 1º Participar da programação da assistência de Enfermagem; Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dis-
§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as pri- põe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências.
vativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe
Art. 11 desta Lei; confere o artigo 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o dis-
§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfer- posto no artigo 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
magem em grau auxiliar; DECRETA:
§ 4º Participar da equipe de saúde. Art. 1º O exercício da atividade de enfermagem, observadas as
Art. 13 – O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível mé- disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados
dio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enferma- os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfer-
gem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução magem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao
simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente: profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da res-
§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; pectiva Região.
§ 2º Executar ações de tratamento simples; Art. 2º As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade
§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; de enfermagem no seu planejamento e programação.
§ 4º Participar da equipe de saúde. Art. 3º A prescrição da assistência de enfermagem é parte inte-
Art. 14 – (vetado) grante do programa de enfermagem.
Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, Art. 4º São Enfermeiros:
quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição
em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob de ensino, nos termos da lei;
orientação e supervisão de Enfermeiro. II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfer-
Art. 16 – (vetado) meira Obstétrica, conferido nos termos da lei;
Art. 17 – (vetado) III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular
Art. 18 – (vetado) do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obste-
Parágrafo único. (vetado) triz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as
Art. 19 – (vetado) respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio
Art. 20 – Os órgãos de pessoal da administração pública dire- cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de
ta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
Territórios observarão, no provimento de cargos e funções e na con- IV - aqueles que, não abrangidos pelos itens anteriores, obtive-
tratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os preceitos ram título de Enfermeiro conforme o disposto na letra d do art. 3º
desta Lei. do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
Parágrafo único – Os órgãos a que se refere este artigo pro- Art. 5º São Técnicos de Enfermagem:
moverão as medidas necessárias à harmonização das situações já I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfer-
existentes com as diposições desta Lei, respeitados os direitos ad- magem, expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão
quiridos quanto a vencimentos e salários. competente;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em


por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de de saúde;
Técnico de Enfermagem. d) participação em projetos de construção ou reforma de uni-
Art. 6º São auxiliares de Enfermagem: dades de internação;
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, in-
por instituição de ensino, nos termos da lei, e registrado no órgão clusive como membro das respectivas comissões;
competente; f) participação na elaboração de medidas de prevenção e con-
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de trole sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes
junho de 1956; durante a assistência de enfermagem;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III g) participação na prevenção e controle das doenças transmis-
do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até síveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica;
a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, partu-
IV - o titular do certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de riente, puérpera e ao recém-nascido;
Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscaliza- i) participação nos programas e nas atividades de assistência
ção da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente
congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos daqueles prioritários e de alto risco;
termos do Decreto nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decre- j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
to-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência
de outubro de 1959; e execução do parto sem distocia;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos m) participação em programas e atividades de educação sa-
termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; nitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou população em geral;
curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de n) participação nos programas de treinamento e aprimoramen-
acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certifi- to de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educa-
cado de Auxiliar de Enfermagem. ção continuada;
Art. 7º São Parteiros: o) participação nos programas de higiene e segurança do tra-
I - o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº balho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do
8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº trabalho;
3.640, de 10 de outubro de 1959; p) participação na elaboração e na operacionalização do sis-
II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalen- tema de referência e contra-referência do paciente nos diferentes
te, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respecti- níveis de atenção à saúde;
vas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada
no Brasil até 26 de junho de 1988, como certificado de Parteiro. à assistência de saúde;
Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe: r) participação em bancas examinadoras, em matérias especí-
I - privativamente: ficas de enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura bá- contratação de Enfermeiro ou pessoal técnico e Auxiliar de Enfer-
sica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço magem.
e de unidade de enfermagem; Art. 9º Às profissionais titulares de diploma ou certificados de
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses trata o artigo precedente, incumbe:
serviços; I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avalia- II - identificação das distocias obstétricas e tomada de provi-
ção dos serviços da assistência de enfermagem; dência até a chegada do médico;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria III - realização de episiotomia e episiorrafia, com aplicação de
de enfermagem; anestesia local, quando necessária.
e) consulta de enfermagem; Art. 10. O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxi-
f) prescrição da assistência de enfermagem; liares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem,
g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com ris- cabendo-lhe:
co de vida; I - assistir ao Enfermeiro:
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das
que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de atividades de assistência de enfermagem;
tomar decisões imediatas; b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacien-
II - como integrante de equipe de saúde: tes em estado grave;
a) participação no planejamento, execução e avaliação da pro- c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral
gramação de saúde; em programas de vigilância epidemiológica;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos d) na prevenção e no controle sistemático da infecção hospi-
assistenciais de saúde; talar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que
possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do item Art. 15. Na administração pública direta e indireta, federal, es-
II do art. 8º; tadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios será exigida
II - executar atividades de assistência de enfermagem, exce- como condição essencial para provimento de cargos e funções e con-
tuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no art. 9º deste tratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, a prova de
Decreto; inscrição no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
III - integrar a equipe de saúde. Parágrafo único. Os órgãos e entidades compreendidos nes-
Art. 11. O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxi- te artigo promoverão, em articulação com o Conselho Federal de
liares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, caben- Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já
do-lhe: existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os direi-
I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos; tos adquiridos quanto a vencimentos e salários.
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
de sua qualificação; Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de ro-
tina, além de outras atividades de enfermagem, tais como:
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral; ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO: RECUPERAÇÃO
b) realizar controle hídrico; DA ANESTESIA; CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO;
c) fazer curativos; ATUAÇÃO NOS PERÍODOS PRÉ‐OPERATÓRIO, TRANS-OPE-
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e RATÓRIO E PÓS‐OPERATÓRIO; ATUAÇÃO DURANTE OS
calor ou frio; PROCEDIMENTOS CIRÚRGICO‐ANESTÉSICOS. MATERIAIS
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de va- E EQUIPAMENTOS BÁSICOS QUE COMPÕEM AS SALAS DE
cinas; CIRURGIA E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA; ROTINAS DE
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doen- LIMPEZA DA SALA DE CIRURGIA; USO DE MATERIAL
ças transmissíveis; ESTÉRIL
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diag-
nóstico;
h) colher material para exames laboratoriais; Enfermagem no Centro Cirúrgico e na Recuperação Anestésica
i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios; A sala de cirurgia deve ser equipada com esfigmomanôme-
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar; tro, monitor de eletrocardiograma, material para entubação traqueal,
l) executar atividades de desinfecção e esterilização; equipamentos para ventilação e oxigenação, aspirador de secreções,
IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar oxímetro de pulso e outros aparelhos especializados. Os equipamen-
por sua segurança, inclusive: tos auxiliares são aqueles que podem ser movimentados pela sala, de
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se; acordo com a necessidade: suporte de hamper e bacia, mesas auxilia-
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e res, bisturi elétrico, foco auxiliar, banco giratório, escada, estrado, balde
de dependências de unidades de saúde; inoxidável com rodinhas ou rodízios, carros ou prateleiras para mate-
V - integrar a equipe de saúde; riais estéreis, de consumo e soluções antissépticas.
VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive: Também são necessários diversos pacotes esterilizados conten-
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumpri- do aventais, “opa” (avental com abertura para a frente), luvas de
mento das prescrições de enfermagem e médicas; Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformi-
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execu- dade externa e/ou interna com o objetivo de reparar, corrigir ou
ção dos programas de educação para a saúde; aliviar um problema físico.
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pa- É realizada na sala de cirurgia do hospital e em ambulatório
cientes; ou consultório, quando o procedimento for considerado simples”1 .
VIII - participar dos procedimentos pós-morte. Dependendo do risco de vida, a cirurgia pode ser de emergên-
Art. 12. Ao Parteiro incumbe: cia, urgência, programada ou opcional. Por exemplo: nos casos de
I - prestar cuidados à gestante e à parturiente; hemorragia interna, a cirurgia é sempre de emergência pois deve
II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e ser realizada sem demora; no abdome agudo, o tratamento cirúr-
III - cuidar da puérpera e do recém-nascido. gico é de urgência, por requerer pronta atenção, podendo-se, en-
Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo são exer- tretanto, aguardar algumas horas para melhor avaliação do cliente;
cidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em as cirurgias programadas ou eletivas, como no caso de varizes de
instituições de saúde, e, sempre que possível, sob controle e su- membros inferiores, são realizadas com data pré-fixada, enquanto
pervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio ou que a maioria das cirurgias plásticas são optativas por serem de pre-
onde se fizerem necessárias. ferência pessoal do cliente.
Art. 13. As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente A cirurgia também é classificada de acordo com a finalidade: diag-
poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de En- nóstica ou exploratória, quando utilizada para se visualizar as partes
fermeiro. internas e/ou realizar biópsias (laparotomia exploradora); curativa,
Art. 14. Incumbe a todo o pessoal de enfermagem: quando se corrige alterações orgânicas (retirada da amígdala inflama-
I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfer- da);reparadora, quando da reparação de múltiplos ferimentos (enxerto
magem;
II - quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as ativi-
dades da assistência de enfermagem, para fins estatísticos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de pele); reconstrutora ou cosmética, quando se processa uma reconstituição (plástica para modelar o nariz, por exemplo); e paliativa, quando
se necessita corrigir algum problema, aliviando os sintomas da enfermidade, não havendo cura (abertura de orifício artificial para a saída de fezes
sem ressecção do tumor intestinal, por exemplo).
As cirurgias provocam alterações estruturais e funcionais no organismo do cliente, que precisará de algum tempo para se adaptar às
mesmas.
É comum o tratamento cirúrgico trazer benefícios à qualidade de vida da pessoa, mas é importante compreendermos que o tratamen-
to cirúrgico sempre traz um impacto (positivo ou negativo) tanto no aspecto físico como nos aspectos psicoemocionais e sociais.
Com esta compreensão, temos maior chance de realizar uma comunicação interpessoal mais individualizada e prestar ao cliente
orientações mais adequadas.
As reações emocionais guardam relação direta com o “significado” que o cliente e familiares atribuem à cirurgia, sendo a ansiedade
pré-operatória a mais freqüente.
Por isso, a cirurgia e os procedimentos diagnósticos podem representar uma invasão física, emocional e psicológica - e em algumas
cirurgias (amputação da perna) uma invasão social, obrigando mudanças no estilo de vida. A aceitação ao tratamento cirúrgico, apesar do
medo da anestesia, da dor, da morte, do desconhecido e da alteração da imagem corporal, está geralmente relacionada à confiança que
o cliente deposita na equipe profissional e na estrutura hospitalar, daí a importância de estarmos atentos ao tipo de relação interpessoal
que especificamente temos com este cliente.
O atendimento do cliente cirúrgico é feito por um conjunto de setores interligados, como o pronto-socorro, ambulatório, enfermaria
clínica ou cirúrgica, centro cirúrgico (CC) e a recuperação pós-anestésica (RPA).
Todos estes setores devem ter um objetivo comum: proporcionar uma experiência menos traumática possível e promover uma recu-
peração rápida e segura ao cliente. O ambulatório ou pronto-socorro realiza a anamnese, o exame físico, a prescrição do tratamento clínico
ou cirúrgico e os exames diagnósticos.
A decisão pela cirurgia, muitas vezes, é tomada quando o tratamento clínico não surtiu o efeito desejado. O cliente pode ser internado
um ou dois dias antes da cirurgia, ou no mesmo dia, dependendo do tipo de preparo que a mesma requer.
O cliente do pronto-socorro é diretamente encaminhado ao centro cirúrgico, devido ao caráter, geralmente, de emergência do ato
cirúrgico
O centro cirúrgico é o setor destinado às intervenções cirúrgicas e deve possuir a recuperação pós-anestésica para prestar a assistência
pós-operatória imediata.
Após a recuperação anestésica, o cliente é encaminhado à unidade de internação, onde receberá os cuidados pós-operatórios que
visam prevenir a ocorrência de complicação.

Classificação da cirurgia por potencial de contaminação


O número de microrganismos presentes no tecido a ser operado determinará o potencial de contaminação da ferida cirúrgica. De
acordo com a Portaria nº 2.616/98, de 12/5/98, do Ministério da Saúde, as cirurgias são classificadas em:
• limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local, sem penetração nos
tratos digestório, respiratório ou urinário, em condições ideais de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovário;
• potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração
nos tratos digestório, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Exemplo: redução de fratura exposta;
• contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de difícil descontaminação, com processo inflamatório
mas sem supuração. Exemplo: apendicite supurada;
• infectadas: realizadas em tecido com supuração local, tecido necrótico, feridas traumáticas sujas. Exemplo: cirurgia do reto e ânus
com pus.

Nomenclatura cirúrgica.
A nomenclatura ou terminologia cirúrgica é o conjunto de termos usados para indicar o procedimento cirúrgico.
• nome da cirurgia é composto pela raiz que identifica a parte do corpo a ser submetida à cirurgia, somada ao prefixo ou ao sufixo.
Alguns exemplos de raiz: angio (vasos sangüíneos), flebo (veia), traqueo (traquéia), rino (nariz), oto (ouvido), oftalmo (olhos), hister(o)
(útero), laparo (parede abdominal), orqui (testículo), etc.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Além desses termos, existem as denominações com o nome do cirurgião que introduziu a técnica cirúrgica (Billroth: tipo de cirurgia
gástrica) ou, ainda, o uso de alguns termos específicos (exerese: remoção de um órgão ou tecido)
Estrutura do centro cirúrgico (CC) A unidade de centro cirúrgico destina-se às atividades cirúrgicas e de recuperação anestésica, sendo
considerada área critica no hospital por ser um ambiente onde se realizam procedimentos de risco e que possue clientes com sistema de
defesa deficiente e maior risco de infecção.
A equipe do CC é composta por diversos profissionais: anestesistas, cirurgiões, instrumentador cirúrgico, enfermeiro, técnico e auxiliar
de enfermagem, podendo ou não integrar a equipe o instrumentador cirúrgico e o auxiliar administrativo. Para prevenir a infecção e pro-
piciar conforto e segurança ao cliente e equipe cirúrgica, a planta física e a dinâmica de funcionamento possuem características especiais.
Assim, o CC deve estar localizado em área livre de trânsito de pessoas e de materiais. Devido ao seu risco, esta unidade é dividida em áreas:
- Não-restrita - as áreas de circulação livre são consideradas áreas não-restritas e compreendem os vestiários, corredor de entrada
para os clientes e funcionários e sala de espera de acompanhantes. O vestiário, localizado na entrada do CC, é a área onde todos devem
colocar o uniforme privativo: calça comprida, túnica, gorro, máscara e propés.
-Semi-restritas - nestas áreas pode haver circulação tanto do pessoal como de equipamentos, sem contudo provocarem interferência
nas rotinas de controle e manutenção da assepsia. Como exemplos temos as salas de guarda de material, administrativa, de estar para os
funcionários, copa e expurgo. A área de expurgo pode ser a mesma da Central de Material Esterilizado, e destina-se a receber e lavar os
materiais utilizados na cirurgia.
-Restrita - o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação (SO) são consideradas áreas restritas dentro do CC;
para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e materiais.

A sala de cirurgia ou operação deve ter cantos arredondados para facilitar a limpeza; as parede, o piso e as portas devem ser laváveis e
de cor neutra e fosca. O piso, particularmente, deve ser de material condutivo, ou seja, de proteção contra descarga de eletricidade estáti-
ca; as tomadas devem possuir sistema de aterramento para prevenir choque elétrico e estar situadas a 1,5m do piso. As portas devem ter
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

visor e tamanho que permita a passagem de macas, camas e equi- Prevenindo infecção
pamentos cirúrgicos. As janelas devem ser de vidro fosco, teladas e Em vista da maior incidência de infecções hospitalares nos
fechadas quando houver sistema de ar condicionado. A iluminação clientes cirúrgicos, o pessoal de enfermagem pode contribuir para
do campo operatório ocorre através do foco central ou fixo e, quan- sua prevenção utilizando uniformes limpos e unhas curtas e limpas,
do necessário, também pelo foco móvel auxiliar. lavando as mãos antes e após cada procedimento, respeitando as
O lavabo localiza-se em uma área ao lado da SO e é o local técnicas assépticas na execução dos cuidados, oferecendo ambien-
onde a equipe cirúrgica faz a degermação das mãos e antebraços te limpo e observando os sinais iniciais de infecção.
com o uso de substâncias degermantes antissépticas, com a ação A ocorrência ou não de infecção no pós-operatório depende de
mecânica da escovação. As torneiras do lavabo devem abrir e fe- vários fatores, mas principalmente da quantidade e virulência dos
char automaticamente ou através do uso de pedais, para evitar o microrganismos e da capacidade de defesa do cliente.
contato das mãos já degermadas. Acima do lavabo localizam-se os O uso de esteróides, desnutrição, neoplasias com alterações
recipientes contendo a solução degermante e um outro, contendo imunológicas e clientes idosos ou crianças pequenas são fatores de
escova esterilizada. risco de infecção no pós-operatório devido à redução na capacida-
Após a passagem pelo SO, o cliente é encaminhado à sala de de imunológica.
RPA – a qual deve estar localizada de modo a facilitar o transporte Outros fatores são o diabetes mellitus, que dificulta o processo
do cliente sob efeito anestésico da SO para a RPA, e desta para a de cicatrização; a obesidade, em vista da menor irrigação sangüínea
SO, na necessidade de uma reintervenção cirúrgica; deve possibi- do tecido gorduroso; o período pré-operatório prolongado, que faz
litar, ainda, o fácil acesso dos componentes da equipe que operou com que o cliente entre em contato maior com a flora hospitalar;
o cliente. e infecções no local ou fora da região cirúrgica, que podem causar
Considerando-se a necessidade de se ter materiais em condi- contaminação da ferida operatória.
ções para pronto uso bem como evitar a circulação desnecessária O risco de infecção cirúrgica pode ser diminuído quando se tra-
de pessoal e equipamentos dentro e fora da área do CC, recomen- ta ou compensa as doenças e os agravos que favorecem a infecção,
da-se a existência de salas específicas para a guarda de medicamen- tais como a obesidade, focos infecciosos, presença de febre e ou-
tos, materiais descartáveis, esterilizados, de anestesia e de limpeza, tros.
aparelhos e equipamentos e roupa privativa. Também no pré-operatório imediato alguns cuidados são im-
plementados, tais como o banho com antissépticos específicos (clo-
Dependendo do tamanho do CC, é também recomendável que rexidine ou solução de iodo PVPI) na noite anterior e no dia da ci-
haja uma sala administrativa, sala de espera para familiares e/ou rurgia, tricotomia, lavagem intestinal, retirada de objetos pessoais,
acompanhantes, sala de estar para funcionários e copa. próteses e outros.

Materiais e equipamentos da sala de operação (SO) Assistência Pré Operatória


Para que o processo cirúrgico transcorra sem intercorrências e A cirurgia, seja ela eletiva ou de emergência, é um evento es-
de forma planejada, as salas cirúrgicas são equipadas com foco cen- tressante e complexo para o paciente. Muitos dos procedimentos
tral, negatoscópio, sistema de canalização de ar e gases, prateleiras cirúrgicos são realizados na sala de operação do hospital, embora
(podem estar ou não presentes), mesa cirúrgica manual ou auto- muitos procedimentos simples que não precisam de hospitalização
mática com colchonete de espuma, perneiras diferentes tamanhos, sejam feitos em centros cirúrgicos e unidades ambulatoriais de ci-
campos duplos, campos simples, compressas grandes e pequenas, rurgia. Pacientes com problemas de saúde que cujo tratamento en-
gazes, impermeável (para forrar a mesa do instrumentador), cúpu- volve uma intervenção cirúrgica, geralmente se submetem a uma
las grandes e pequenas, cubarim, bacia, sondas e drenos diversos, cirurgia. Tal procedimento envolve a administração de anestesia
cabo com borracha para aspirador e cabo de bisturi elétrico (pode local, regional ou geral, aumentando assim o grau de ansiedade
vir acondicionado em caixas). do paciente o que provoca alterações emocionais decorrentes do
. Outros materiais esterilizados são as caixas de instrumentais, anúncio do diagnóstico cirúrgico. Isto causa, portanto situações de-
o estojo de material cortante (pode estar acondicionado dentro da sagradáveis no estado biópsico sócio espiritual do paciente, acarre-
caixa de instrumentais), bandeja de material para anestesia e fios tando problemas graves podendo chegar à suspensão da cirurgia ou
de sutura de diferentes números e tipos . até mesmo óbito do paciente.
Como materiais complementares: a balança para pesar com- Com o aumento considerável de complicações no préoperató-
pressas e gazes, as soluções antissépticas, esparadrapo, ataduras, rio é exigido da enfermagem um sólido conhecimento sobre todos
pomada anestésica, medicamentos anestésicos e de emergência, os aspectos do cuidado do paciente cirúrgico. Não mais o conhe-
soluções endovenosas do tipo glicosada, fisiológica, bicarbonato de cimento sobre a enfermagem préoperatória e pósoperatória é su-
sódio, solução de álcool hexa-hídrico (Manitol®), de Ringer® e de ficiente devendose ter uma compreensão plena sobre a atividade
Ringer Lactato®. intraoperatória. Surge a visita préoperatória (VPO) de enfermagem
Como no CC existem materiais inflamáveis e explosivos, a equi- do Centro Cirúrgico, que consiste em acompanhar o paciente não
pe do CC deve tomar todas as precauções contra acidentes que só no Centro Cirúrgico, mas durante toda a sua estadia no hospital
possam gerar explosões e incêndio. Para preveni-los, recomenda- desde a sua internação à alta após a cirurgia, devendo a enferma-
-se evitar que alguns agentes anestésicos (óxido nitroso) e soluções gem ficar atenta a todas as alterações que poderão surgir e atuar na
como éter e/ou benzina entrem em contato com descargas elétri- recuperação plena do paciente.
cas; dar preferência ao uso de tecidos de algodão ao invés de sin-
téticos, que acumulam carga elétrica; e testar diariamente todos os
equipamentos elétricos, bem como conferir a aterragem dos apare-
lhos elétricos através de fio-terra.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assistência de Enfermagem perioperatória Assistência de enfermagem em centro cirúrgico e centro de


O termo Peri operatório é empregado para descrever todo o material esterilizado
período da cirurgia, incluindo antes e após a cirurgia em si. As três Os cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico variam de
fases dos cuidados Peri operatórios são: Pré-operatório, Transope- acordo com o tipo de cirurgia e de paciente para paciente, aten-
ratório e Pós-operatório. dendo suas necessidades básicas e suas reações psíquicas e físicas
Pré-Operatório: esse período tem início desde o momento em manifestadas durante este período. Neste capítulo iremos abordar
que o paciente recebe a indicação da operação e se estende até os cuidados gerais indispensáveis a todos os tipos de cirurgia e os
a sua entrada no centro cirúrgico. Esse período se divide em duas cuidados específicos voltados para cirurgias de mão e membro su-
fases: pré-operatório mediato e pré-operatório imediato. perior e de pé e membro inferior.
Pré-operatório Mediato: começa no momento da indicação da A assistência pré-operatória tem como objetivo proporcionar
operação e termina 24 horas antes do seu início. Geralmente, nesse uma recuperação pós-operatória mais rápida, reduzir complica-
período o paciente ainda não se encontra internado. ções, diminuir o custo hospitalar e o período de hospitalização que
Neste período mediato, sempre que possível, o cirurgião faz uma se inicia na admissão e termina momentos antes da cirurgia, devol-
avaliação do estado geral do paciente através de exame clínico deta- vendo o paciente o mais rápido possível ao meio familiar.
lhado e dos resultados de exames de sangue, urina, raios X, eletrocar-
diograma, entre outros. Essa avaliação tem o objetivo de identificar e 1- Assistência de enfermagem pré-cirúrgica geral: abrange o
corrigir distúrbios que possam aumentar o risco cirúrgico. preparo sócio-psíquico-espiritual e o preparo físico.
Tratando-se de cirurgias eletivas, onde há previsão de trans-
fusão sanguínea, muitas vezes é solicitado ao paciente para provi- Preparo sócio-psíquico-espiritual:
denciar doadores saudáveis e compatíveis com seu tipo sanguíneo. • Providenciar a assinatura do termo de responsabilidade, au-
Com essa medida pretende-se melhorar a qualidade do sangue dis- torizando o hospital a realizar o procedimento
ponível e aumentar a quantidade de estoque existente nos hemo- • Explicar aos familiares sobre a cirurgia proposta, como o pa-
centros, evitando sua comercialização. ciente retornará da sala operatória e a importância em apoiá-lo
Os cuidados de enfermagem aqui neste período compreendem nesse período;
os preparos psicoespiritual e o preparo físico. • Explicar ao paciente sobre a cirurgia, o tipo de anestesia, e os
Consentimento cirúrgico: Antes da cirurgia, o paciente deve as- exames que porventura forem necessários, salientar a importância
sinar um formulário de consentimento cirúrgico ou permissão para de sua colaboração durante os procedimentos;
realização da cirurgia. Quando assinado, esse formulário indica que • Tranqüilizá-lo em caso de ansiedade, medo do desconhecido
o paciente permite a realização do procedimento e compreende e de destruição da auto-imagem, ouvir atentamente seu discurso,
seus riscos e benefícios, explicados pelo cirurgião. Se o paciente dar importância às queixas e seus relatos;
não compreender as explicações, o enfermeiro notifica ao cirurgião - Explicar as condições que irá retornar do centro cirúrgico (se
antes que o paciente assine o formulário de consentimento. acordado, com ou sem gesso, etc.) e assegurar que terá sempre um
Os pacientes devem assinar um formulário de consentimento profissional da enfermagem para atendê-lo;
para qualquer procedimento invasivo que exija anestesia e compor- - Promover o entrosamento do paciente com o ambiente hos-
te risco de complicações. pitalar, esclarecer sobre normas e rotinas do local, e proporcionar
Quando um paciente adulto está confuso, inconsciente ou não um ambiente calmo e tranqüilo e
é mentalmente competente, um familiar ou um tutor deve assinar - Providenciar ou dar assistência religiosa, caso seja solicitada.
o formulário de consentimento. Quando o paciente tem menos de
18 anos de idade, um dos pais ou um tutor legal deve assinar o Preparo físico:
formulário. Pessoas com menos de 18 anos de idade, que vivem • Realizar a consulta de enfermagem, atentando para as con-
longe de casa e sustentam-se por conta própria, são considerados dições que podem atuar negativamente na cirurgia e reforçando as
menores emancipados e assinam o formulário de consentimento. positivas;
Numa emergência, o cirurgião pode ter que operar sem consenti- - Providenciar e/ou preparar o paciente para exames laborato-
mento. No entanto, a equipe de saúde deve se esforçar ao máximo riais e outros exames auxiliares no diagnóstico;
para obter o consentimento por telefone, telegrama ou fax. Todo • Iniciar o jejum após o jantar ou ceia;
enfermeiro deve estar familiarizado com as normas da instituição e - Verificar sinais vitais, notificar ao médico responsável se ocor-
com as leis estatais relacionadas aos formulários de consentimento reram sinais ou sintomas de anormalidade ou alteração dos sinais
cirúrgico. vitais;
Os pacientes devem assinar o formulário de consentimento an- - Encaminhar ao banho para promover higiene, trocar de rou-
tes que lhes seja administrado qualquer sedativo pré-operatório. pa, cortar as unhas e mantê-las limpas e fazer a barba;
Quando o paciente ou a pessoa designada tiver assinado a permis- • Administrar medicação pré-anestésica, se prescrita;
são, uma testemunha adulta também assina para confirmar que o • Realizar a tricotomia do membro a ser operado, lavar com
paciente ou o indivíduo designado assinou voluntariamente. Em água e sabão, passar anti-séptico local e enfaixar (se necessário)
geral, a testemunha é um membro da equipe de saúde ou um em- com bandagens estéreis;
pregado do setor de admissão. É responsabilidade do enfermeiro - Remover próteses, jóias, lentes de contato ou óculos, prende-
assegurar que todas as assinaturas necessárias figurem no formu- dores de cabelo e roupas íntimas;
lário de consentimento, e que este se encontre no prontuário do - Promover esvaziamento vesical, colocar roupa cirúrgica apro-
paciente antes que ele seja encaminhado ao centro cirúrgico (CC). priada (camisola, toucas),transportá-lo na maca até o centro cirúrgi-
co com prontuário e exames realizados (inclusive Raios-X).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assistência pré-cirúrgica específica de mão, membro superior • Observar edema, palidez, cianose ou alteração da temperatu-
e pé: ra em extremidades das mãos;
• Exame físico minucioso, atentando para a qualidade e integri- • Realizar limpeza dos artelhos, secando bem os espaços inter-
dade da pele (deverá estar hidratada e lubrificada); digitais
• Observar sinais de infecção, inflamação, alergias ou reações - Realizar curativos a cada dois dias em incisão cirúrgica: lim-
hansênicas; peza com solução fisiológica a 0,9%, aplicação tópica de rifocina
• Se houver lesões abertas, promover limpeza com solução fi- spray e oclusão com gaze e atadura. No caso de cirurgia de enxerto
siológica ou água e sabão e ocluir com gaze e atadura de crepe. cutâneo, a frequência da troca do curativo da área doadora será es-
• Observar perfusão periférica do membro a ser operado; tabelecida conforme a necessidade, isto é, quando houver extrava-
- No caso de cirurgia com enxerto, a pele da região doadora samento de secreção, que varia em torno de dois a cinco dias. O da
deverá estar hidratada e lubrificada. Este procedimento inicia-se área receptora será realizado pelo médico responsável, geralmente
alguns dias antes, sendo que, horas antes da cirurgia, realizar a após cinco dias, conforme seu critério, utilizando-se algum produto
tricotomia e limpeza da pele. Durante o período trans-cirúrgico, o não aderente;
quarto do paciente deverá estar pronto para recebê-lo, equipado • Estando com tala gessada ou somente enfaixado, retirar a tala
com materiais suficientes como: suporte de soro e bomba de infu- ou faixa para curativos, tomando o cuidado de manter o mesmo
são, travesseiros para elevação do membro operado, cobertores, alinhamento do membro superior e mão durante o procedimento e
comadre ou papagaio, esfigmo e manômetro, termômetro, e de- recolocar a tala ou a bandagem, obedecendo-se a ordem de início
mais equipamentos necessários. da região distal para a proximal;
• Movimentar passivamente e delicadamente as articulações
2 - Assistência pós-cirúrgica geral: não gessadas;
Inicia-se no momento em que o paciente sai do centro cirúrgico • Caso esteja com aparelho gessado, mantê-lo limpo; não mo-
e retorna à enfermaria. Esta assistência tem como objetivo detectar lhá-lo (durante o banho, protegê-lo coin material plástico, um sani-
e prevenir a instalação de complicações pós-operatória e conse- to, por exemplo, e orientá-lo a não deixar entrar água pelo bordo
quentemente obter urna rápida recuperação superior); observar sinais de garroteamento como edema e palidez
. A assistência pós-cirúrgica consiste em: ou gesso apertado; ausência ou diminuição da sensibilidade ou mo-
• Transferir o paciente da maca para a cama, posicioná-lo de tricidade, sinais de hemorragia como presença de sangramento no
acordo com o tipo de cirurgia a que foi submetido e com o membro aparelho gessado e odor desagradável;
operado elevado; • Orientar o paciente a não introduzir objetos em caso de pru-
• Aquecê-lo, se necessário; rido e não retirar algodão do gesso
• Manter a função respiratória;
• Observar nível de consciência, estado geral, quadro de agita- Assistência Pós-cirúrgica específica para os membros inferio-
ção e outros comprometimentos neurológicos; res:
• Verificar anormalidades no curativo, como: secreção e pre- • Realizar cuidados acima citados
sença de sangramento; • Manter repouso absoluto do membro inferior e posicionamen-
• Observar o funcionamento de sondas, drenos, cateteres e co- to elevado, geralmente acima do nível do corpo. Ao encaminhá-lo ao
nectá-los às extensões; banho ou para deambulação, andar com apoio ou cadeiras adequadas;
• Controlar e anotar sinais vitais, bem como gotejamento de • Se o membro estiver gessado e com salto, aguardar a seca-
soro, sangue ou derivados; - Verificar anotações do centro cirúrgico) gem adequada e a liberação para a deambulação, conforme orien-
e executar a prescrição médica; tação médica, alternando a deambulação e o repouso com elevação
• Promover conforto e segurança através de meio ambiente do membro inferior gessado. Caso o aparelho gessado não conte-
adequado, uso de grades na cansa, imobilização de mãos (se agi- nha salto, isso é indicativo de que a deambulação é proibida;
tado); • Não fletir o membro durante a secagem do gesso;
• Observar funcionamento e controlar, quando necessário, os • Proceder a retirada de pontos cirúrgicos entre sete a dez dias
líquidos eliminados por sondas, drenos, etc; - Realizar mudança de ou depois da retirada do aparelho gessado.
decúbito de acordo com a evolução clínica;
• Forçar ingesta líquida e sólida assim que a dieta for liberada; Assistência Pós-cirúrgica especifica em amputação de mem-
• Promover movimentação ativa, passiva e deambulação precoces bro inferior:
se forem permitidas e houver condições físicas; - Promover o alívio da dor se houver;
- Trocar curativos; • Os amputados experimentam com freqüência dor fantasma
- Orientar paciente e a família para a alta, quanto à importância ou sensação fantasma. Tais sensações são reais e devem ser aceitas
do retomo médico para controle e cuidados a serem dispensados pelo paciente e pelas pessoas que lhe prestam assistência.
no domicílio como gesso, repouso, limpeza adequada; • Apesar da amputação ser uni procedimento de reconstrução,
- Proporcionar recreação, por exemplo, revistas e TV a mesma altera a imagem corporal do paciente. O enfermeiro deve-
rá estabelecer uma relação de confiança, com a qual encorajará o
Assistência Pós-cirúrgica específica para o membro superior: paciente a olhar, sentir e a cuidar do membro residual, tornando-o
- Posicionar o membro operado em elevação, entre 60 e 90 apto e participante ativo no autocuidado;
graus, apoiados em travesseiros, quando estiver em decúbito hori- • Observar sinais de secreções hemáticas em incisão cirúrgicas,
zontal e, ao deambular, mantê-lo corar tipóia e mão elevada acima coloração, temperatura e aspecto da cicatrização;
do tórax;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Evitar o edema enfaixando-o sem compressão exagerada e Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua
não deixar o membro residual pendurado. A pressão excessiva so- função:
bre o membro residual deve ser evitada, pois pode comprometer a - diérese - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesouras,
cicatrização da incisão cirúrgica; trépano;
• O membro residual não deverá ser apoiado sobre o traves- - hemostáticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como
seiro, o que pode resultarem contratura e flexão do quadril. Uma as pinças de Kelly, Kocher, Rochester;
contratura da próxima articulação acima da amputação constitui - síntese cirúrgica - geralmente utilizados para fechamento de
complicação freqüente. De acordo com a preferência do cirurgião, o cavidades e incisões, sendo o mais comum a agulha de sutura pre-
membro residual poderá ser posicionado em extensão ou elevação sa no porta-agulha; ! apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o
por curto período de tempo após a cirurgia. Deve-se desestimular a uso de outros grupos de instrumentais, destacando-se o afastador
posição sentada por períodos prolongados para evitar as contratu- Farabeuf para afastar os tecidos e permitir uma melhor visualização
ras em flexão de quadril e de joelho; do campo operatório e a pinça anatômica para auxiliar na dissecção
• Estimular e ajudar nos exercícios precoces de amplitude. O do tecido; especiais - aqueles específicos para cada tipo de cirurgia,
paciente pode utilizar um trapézio acima da cabeça ou um lençol como, por exemplo, a pinça gêmea de Abadie, utilizada nas cirurgias
amarrado na cabeceira do leito para ajudar a mudá-lo de posição do trato digestivo. Os fios cirúrgicos apresentam-se com ou sem
e fortalecer o bíceps. Solicitar orientação ao serviço de fisioterapia agulhas, e sua numeração varia de 1 a 5 e de 0-0 a 12-0 (doze-zero).
sobre a adequação dos exercícios ao paciente. São classificados em absorvíveis e não-absorvíveis.

O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO TRANS-OPERATÓRIO Pós operatório


O período trans-operatório compreende o momento de recep- O pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala
ção do cliente no CC e o intra-operatório realizado na SO. de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se em
pósoperatório imediato (POI), até às 24 horas posteriores à cirurgia;
Montagem da sala cirúrgica mediato, após as 24 horas e até 7 dias depois; e tardio, após 7 dias
O auxiliar de enfermagem desempenha a função de circulante do recebimento da alta. Nesta fase, os objetivos do atendimento
da sala cirúrgica, que também pode ser exercida pelo técnico em ao cliente são identificar, prevenir e tratar os problemas comuns
enfermagem, quando necessário. Ao receber a lista de cirurgia, o aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite
circulante da sala verifica os materiais, aparelhos ou solicitações es- pós- entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, fle-
peciais à mesma. Para prevenir a contaminação e infecção cirúrgica, bite pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o seu
é importante manter a sala em boas condições de limpeza, observar equilíbrio
se o lavabo está equipado para uso e lavar as mãos. Portanto, antes Idealmente, todos os clientes em situação de POI devem ser
de equipar a sala, o circulante limpa os equipamentos com álcool encaminhados da SO para a RPA e sua transferência para a enferma-
etílico a 70% ou outro desinfetante recomendado, deixando-os ria ou para a UTI só deve ocorrer quando o anestesista considerar
prontos para a recepção do cliente e equipe cirúrgica. ambiente do sua condição clínica satisfatória.
CC oferece ao mesmo, já submetido a um estresse físico e exposi- A RPA é a área destinada à permanência preferencial do cliente
ção dos órgãos e tecidos ao meio externo; daí a importância do uso imediatamente após o término do ato cirúrgico e anestésico, onde
de técnicas assépticas rigorosas. ficará por um período de uma a seis horas para prevenção ou trata-
mento de possíveis complicações
Tempo cirúrgico . Neste local aliviará a dor pós-operatória e será assistido até a
Abrange, de modo geral, a seqüência dos quatro procedimen- volta dos seus reflexos, normalização dos sinais vitais e recuperação
tos realizados pelo cirurgião durante o ato operatório. Inicia-se pela da consciência. Considerando tais circunstâncias, este setor deve
diérese, que significa dividir, separar ou cortar os tecidos através do possuir equipamentos, medicamentos e materiais que atendam a
bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra ou laser; em seguida, se faz qualquer situação de emergência, tais como:
a hemostasia, através de compressão direta com os dedos, uso de - equipamentos básicos: cama/maca com grades laterais de
pinças, bisturi elétrico (termocautério) ou sutura para prevenir, de- segurança e encaixes para suporte de solução, suporte de solução
ter ou impedir o sangramento. Ao se atingir a área comprometida, fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar comprimido, as-
faz-se a exérese, que é a cirurgia propriamente dita. A etapa final é pirador a vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor cardíaco,
a síntese cirúrgica, com a aproximação das bordas da ferida opera- oxímetro de pulso, esfigmomanômetro, ventiladores mecânicos,
tória através de sutura, adesivos e/ou ataduras. carrinho com material e medicamentos de emergência;
- Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, sondas
Instrumentais e fios cirúrgicos de aspiração, luvas esterilizadas, luvas de procedimentos, medica-
Auxiliam a equipe cirúrgica durante a operação, mas para isso mentos, frascos de solução, equipos de solução e de transfusão san-
é necessário que a equipe de enfermagem ofereça-os em perfeitas güínea, equipos de PVC (pressão venosa central), material para son-
condições de uso e no tamanho correto. O instrumentador cirúrgi- dagem vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras, termômetro,
co é o profissional responsável por prever os materiais necessários material de coleta para exames e outros porventura necessários.
à cirurgia, bem como preparar a mesa com os instrumentais, fios
cirúrgicos e outros materiais necessários, ajudar na colocação de Cuidados de enfermagem no pós-operatório imediato (POI)
campos operatórios, fornecer os instrumentais e materiais à equipe Este período é considerado crítico, considerando-se que o
cirúrgica e manter a limpeza e proteção dos instrumentais e mate- cliente estará, inicialmente, sob efeito da anestesia geral, raquia-
riais contra a contaminação. nestesia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-se
bastante vulnerável às complicações. Assim, é fundamental que a
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

equipe de enfermagem atue de forma a restabelecer-lhe as funções A lavadora ultrassônica é capaz de aquecer o líquido no qual os
vitais, aliviar-lhe a dor e os desconfortos pós-operatório (náuseas, instrumentos laboratoriais estão contidos quando o modelo adqui-
vômitos e distensão abdominal), manter-lhe a integridade da pele e rido for composto pela função de aquecimento.
prevenir a ocorrência de infecções. O fenômeno denominado cavitação é o responsável pela lim-
peza destes utensílios de laboratório.

MANUSEIO DE EQUIPAMENTOS: AUTOCLAVES; SELADORA ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CENTRAL DE MATERIAL E ES-


TÉRMICA E LAVADORA AUTOMÁTICA ULTRASSÔNICA TERILIZAÇÃO: Processamento de produtos para a saúde. Atuação
do técnico de enfermagem na unidade de Centro de Material e
Esterilização.
Uso de autoclaves requer cuidados especiais
O uso de autoclaves, aparelhos muito utilizados em laborató- Processamento de produtos para a saúde. Atuação do técnico
rios de pesquisas e hospitais para a esterilização de materiais, re- de enfermagem na unidade de Centro de Material e Esterilização.
quer vários cuidados. O usuário deve atentar-se aos recursos dis- A CME é uma unidade de apoio técnico dentro do estabele-
poníveis nos equipamentos oferecidos pelo mercado, às dimensões cimento de saúde destinada a receber material considerado sujo
internas – que devem ser compatíveis com o volume de materiais a e contaminado, descontaminá-los, prepará-los e esterilizá-los, bem
serem esterilizados – e às dimensões externas dos equipamentos, como, preparar e esterilizar as roupas limpas oriundas da lavande-
que devem ser compatíveis com a área onde serão instalados. ria e armazenar esses artigos para futura distribuição. No quadro
Especificamente sobre as autoclaves por esterilização por va- atual, a CME não atende às normas necessárias para um funciona-
por d’água, sugere-se procurar um fabricante que cumpra as nor- mento eficaz.
mas de fabricação, desempenho e principalmente de segurança, já Na busca por racionalizar os gastos e otimizar os recursos dos
que se trata de um vaso de pressão. Os cuidados a serem tomados serviços decorrentes do custo x benefício de equipamentos, pessoal
iniciam-se nos requisitos de uso, em que é necessário pormenorizar e investimento na estrutura física, a CME do HRFS se transformará
os detalhes dos produtos a serem esterilizados e dados de volume, numa Central de Materiais de esterilização da Microrregião aten-
peso, quantidade, etc. dendo a um total de 173 leitos, prestando apoio técnico ao centro
Os cuidados devem prosseguir nas etapas de validação, como cirúrgico, obstétrico, ambulatório, semi-intensivo e ao atendimento
qualificação de instalação, qualificação de operação e qualificação de ência deste estabelecimento de saúde, além dos serviços solici-
de desempenho. Com o equipamento em operação deve-se cum- tados pelo SAMU-192, que na proposta, terá uma base descentra-
prir à risca as instruções de manutenção previstas pelo fabricante e lizada.
também da legislação de trabalho e saúde. A partir do processo de estruturação do HRFS, propõe-se um
O uso do agente esterilizante vapor é peça-chave para um bom novo espaço para a CME, contendo os fluxos necessários para um
processo, por ser o principal portador do calor para a indústria que bom funcionamento do setor e, após sua concretização, a amplia-
se utiliza deste processo. Os níveis de qualidade exigidos por nor- ção do atendimento a outros serviços de saúde. Para tanto, foram
matização não somente na indústria farmacêutica, bem como na pesquisados livros e manuais, sites, bem como, foram realizadas
alimentícia, biotecnologia, foram aumentados. Processos em que visitas e entrevistas ao hospital em questão e ao setor da CME de
no passado recente eram aceitáveis o uso de vapor industrial (con- outros hospitais.
taminados com produtos químicos nocivos na água de alimentação,
particulados e incrustações, bem como corrosões), agora exigem
um vapor com grau de pureza extremamente puro. Por isso é im- NOÇÕES DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
portante conhecer as qualidades de pureza de vapor que é possível
usar nos processos, o quanto adequado cada tipo de vapor é, e que
tipo de normativa o regula para tal processo. INFECÇÃO HOSPITALAR
Há também cuidados relativos aos testes de bowie-dick, que Infecção Hospitalar é aquela adquirida no hospital, mesmo
seriam importantes para a eficiência do sistema, assim como os quando manifestada após a alta do paciente. Alguns autores são
testes de comprovação de eliminação bacteriana trariam segurança mais exigentes, incluindo também aquela que não tenha sido diag-
aos usuários e no processo de esterilização como um todo. nosticada na admissão do paciente, por motivos vários, como pro-
longado período de incubação ou ainda por dificuldade diagnostica.
LAVADORA ULTRASSÔNICA O Serviço de Enfermagem representa um papel relevante no
O uso da lavadora ultrassônica é recomendado para a limpe- controle de infecções por ser o que mais contatos mantém com
za de instrumentos de laboratório sensíveis a limpeza manual. Por os pacientes e por representar mais de 50% do pessoal hospitalar.
possuir frequência ultrassônica, é indicada sua utilização tanto para Colaboram também com destaque, na redução de infecções hos-
limpezas pesadas, quanto para limpezas finas, já que é possível pitalares, os Serviços Médicos, de Limpeza, Nutrição e Dietética,
escolher modelos com frequência maior ou menor. Utilizadas em Lavandaria e de Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento. O apoio
segmentos das áreas médica hospitalar, limpeza de utensílios de la- da Administração Superior do Hospital e a colaboração dos demais
boratório, entre outros. servidores, em toda a escala hierárquica, desde o Administrador até
Limpeza e desinfecção de instrumentos hospitalares e de labo- o Servente, fazem-se indispensáveis.
ratório, dissolução de amostras, e também em testes de sujidades Afora o esforço permanente e sistematizado de todo o pessoal
de peças, limpeza profunda em qualquer tipo de peças, entre ou- hospitalar, muito do bom êxito na execução de medidas de preven-
tras aplicações. ção e controle de infecções vai depender da planta física, equipa-
mentos, instalações e da capacidade do pessoal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES CAUSAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR


Independente do bom atendimento dos pacientes, a adoção
de medidas preventivas contra as infecções é dificultada pelas defi- Uso inadequado de antibióticos
ciências encontradas na planta física de nossos hospitais, tais como Na literatura consultada encontra-se como uma das causas de
a localização dos ambulatórios, o controle do acesso de pacientes aumento de incidência de infecção o uso indiscriminado de antibió-
externos ao Centro Obstétrico, Centro Cirúrgico, Berçário, Lactário, ticos que fizeram surgir raças resistentes a esses agentes antimicro-
Unidade de Queimados, etc. O número deficiente de elevadores bianos entre os germes sensíveis.
obriga a permissão do transporte promíscuo de pacientes, de car-
ros térmicos de alimentação, de roupa limpa e suja, de visitantes e Manipulação diagnostica
de pessoal hospitalar. Dependências físicas com áreas deficientes A atuação do pessoal de enfermagem nas medidas diagnosti-
dificultam a execução de técnicas médicas e de enfermagem, assim cas tais como cateterismo cardíaco, arteriografias, biópsias por pun-
como as grandes enfermarias onde a superlotação concorre para ção, aspiração de líquidos (cerebral, pleural, peritonial, sinovial), etc
o aumento de infecções cruzadas. A falta de quartos individuais, quando deixa de atender os princípios de esterilização, pode ofere-
com sanitários próprios em cada unidade de internação, não facilita cer risco de contaminação e posterior infecção.
a montagem de isolamento para pacientes portadores de doenças Pessoal
infecto-contagiosas e para os suspeitos. A simples, enfatizada e in- Sabe-se que o elemento humano é a principal fonte de infecção
dispensável lavagem constante das mãos do pessoal hospitalar, na no hospital e um “check-up” da saúde individual do pessoal hospita-
prevenção de infecções, afigura-se, às vezes, de difícil adoção pelo lar, na sua admissão, é uma medida adotada pelos nossos hospitais,
número reduzido de lavatórios e pelo seu tipo inadequado. A lo- embora ainda não tenham estabelecido a freqüência e os tipos de
calização inconveniente de certos setores que devem ser próximos exames clínicos, laboratoriais, imunizações, segundo uma escala de
entre si, como o Centro Obstétrico e Berçário à Unidade de Inter- prioridade e de acordo com as atividades exercidas pelo pessoal,
nação Obstétrica, as Salas de Operações à Unidade de Recuperação nos mais diferentes setores do hospital. Assim, para o pessoal que
Pós-Anestésica e esta à Unidade de Tratamento Intensivo, como as trabalha em áreas críticas como Berçário, Lactário, Centro Cirúrgi-
construções de material de má qualidade, permitindo a infiltração co, Centro Obstétrico, Unidade de Tratamento Intensivo, Unidade
de água e a falta de incineradores de lixo, são critérios muitas ve- de Recuperação Pós-Anestésica, Pediatria, Lavandaria, Serviço de
zes não observados pelos responsáveis pelas construções de nossos Nutrição e Dietética e Radiologia, os exames devem ser mais minu-
hospitais. ciosos e os prazos menores.
Outros fatores contribuem para um maior índice de infecção, Houve unanimidade nos 16 hospitais quanto à exigência do
seja pela maior exposição dos pacientes aos germes ,seja pela alte- exame clínico, abreugrafia e imunizações anti-variólica e anti-tífica,
ração de suas resistências naturais: longa permanência no hospital, para a admissão de pessoal hospitalar.
grandes cirurgias, anestesia prolongada, deambulação precoce, o Cada hospital deve estabelecer as prioridades e a freqüência
emprego mais freqüente de transfusões de sangue, o emprego de dos exames que julgar necessários ao controle sanitário do seu
medicamentos que afetam a resposta imunológica, tratamentos re- pessoal hospitalar, levando em consideração também as fontes de
laxantes musculares e hipotérmicos. infecção identificadas e as possibilidades dos recursos materiais e
humanos do Serviço de Análises Clínicas. Essa medida visa à prote-
Qual é o índice de infecção de nossos hospitais? ção do pessoal e dos pacientes pelo afastamento do trabalho dos
Pouquíssimos hospitais estão em condições de informar seu portadores de infecções, aparentes ou não. O controle sanitário de
índice de infecção já que não existe obrigatoriedade, por parte dos todo o pessoal hospitalar, após a admissão, está por receber de nos-
médicos ou de outros profissionais da equipe de saúde, de notifica- sos hospitais a atenção que merece. Apenas 18,75% dos hospitais
ção, a um órgão central, das infecções diagnosticadas na admissão se mostram interessados em manter uma vigilância epidemiológica
e durante a permonência dos pacientes no hospital. No nosso caso de seu pessoal, o que é de se lamentar.
93,75 dos hospitais não informaram seu índice de infecção.
O grupo responsável pelo controle de infecções do hospital Pacientes, familiares e visitantes
deve elaborar os critérios pelos quais os membros da equipe de A prevenção de propagação de infecções decorrentes dos pa-
saúde concluirão pela necessidade de isolamento do paciente, já cientes, familiares e visitantes repousa na educação sanitária des-
que é um assunto controvertido. A elaboração do relatório diário tes. A supressão do simples aperto de mãos entre pacientes, fami-
do índice de infecção o que pode ficar sob a responsabilidade do liares e visitantes, o sentar na cama dos pacientes, o trânsito por
médico ou da enfermeira do paciente. O registro das infecções hos- outras áreas do hospital, as visitas entre os pacientes e a redução
pitalares é importantíssimo para o estudo das fontes de infecção. do número e a proibição de visitas de crianças menores de 12 anos
Compreende-se que a infecção hospitalar seja indesejável por e de pessoas convalescentes, são algumas das recomendações que,
todos os responsáveis por um bom padrão de atendimento aos pa- por certo, concorrerão para a prevenção de infecções no ambiente
cientes internados; o que não se compreende é que os casos de hospitalar. Os pacientes devem ser também orientados quanto às
infecção hospitalar sejam ignorados ou mesmo negados por te- medidas de higiene e proteção que devem tomar, em relação ao
mor que estes fatos, dados a conhecer, desprestigiem o hospital. contágio da doença de que é portador.
Tais atitudes impedem que se executem medidas de isolamento,
de limpeza concorrente e desinfecção terminal, de modo a evitar a Atos cirúrgicos
propagação de infecção, mesmo dispondo de instalações adequa- É comum atribuírem o aparecimento de infecção pós-operató-
das, material necessário e de pessoal capacitado para o combate ria a falhas na esterilização do material cirúrgico que, embora seja
à infecção. um fator crítico, não é o único responsável pelas infecções em ci-
rurgias. Há necessidades de se investigar em qual tempo operató-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

rio a infecção se originou, isto é, no trans-operatório, por falhas no diversos tratamentos prestados ao mesmo paciente com emulsão
Centro Cirúrgico ou no pré e pós-operatório, por falhas nas medidas detergente bacteriostática e enxutas com ar quente ou com toalhas
de diagnóstico, de tratameento médico e nos cuidados de enferma- de papel se constitui em método eficiente para evitar a propagação
gem executados nas unidades de internação. de germes. As bactérias transientes das mãos são facilmente elimi-
As infecções no trans-operatório podem decorrer de vários nadas com o uso de antissépticos adequados o que não acontece
fatores: falhas nas técnicas de esterilização de instrumental cirúrgico, com o uso do sabão comum que exige uma lavagem de 5 a 10 minu-
roupas, outros materiais e utensílios em geral; mau funcionamento dos tos para eliminar os microorganismos presentes.
aparelhos de esterilização; a manipulação incorreta do material estéril; a Y. Hara,(3)realizou uma pesquisa no hospital de Clínicas da
antissepsia deficiente das mãos e antebraços da equipe cirúrgica; o des- FMUSP para comprovar a contaminação das mãos e a presença de
conhecimento ou a displicência na conduta e na indumentária preconi- germes patogênicos antes e após a arrumação de camas de pacien-
zada a toda a equipe envolvida no ato cirúrgico; dependências do Centro tes ambulantes e acamados; além de germes saprófitas constatou a
Cirúrgico fora dos padrões recomendáveis e a não observância de outras presença de Estafilococo Dourado mesmo na arrumação de camas
normas que impeçam a contaminação dos pacientes e do ambiente. de pacientes ambulantes, onde a contaminação foi menor do que
A avaliação bacteriológica do instrumental cirúrgico, de outros na cama de pacientes acamados.
materiais e do ambiente hospitalar deve merecer mais interesse Por desempenhar um papel importante na disseminação de
por parte do pessoal de enfermagem que, com a colaboração do doenças, U. Zanon(13)aconselha que «as mãos do pessoal de unida-
Serviço de Análises Clínicas ou da Comissão de Infecção, deve fazer- des de internação sejam testadas uma vez por mês e as mãos dos
-se representar para o estabelecimento dos métodos de controle responsáveis pelo preparo das mamadeiras uma vez por semana.
bacteriológico e sua freqüência. No Lactário, as mamadeiras e os bicos devem ser testados
Não é demasiado insistir na necessidade de um maior interesse diariamente, inclusive o conteúdo da mamadeira logo após o seu
científico na avaliação bacteriológica freqüente dos veículos e fômi- preparo e 24 horas após a estocagem, a fim de detectar possíveis
tes no meio hospitalar. contaminações. A água de beber deve ser fervida e examinada uma
vez por semana, assim como a água dos umidificadores de oxigênio
Tratamento e a das incubadoras.
Constituem poderosas armas no combate às infecções decor- Em estudo comparativo realizado por M. I. Teixeira(10)sobre as
rentes de falhas nas unidades de internação e demais áreas do hos- condições bacteriológicas do Berçário, Centro Cirúrgico e Sala de
pital, o ensino e a supervisão do pessoal que trabalha no hospital, Parto, durante três meses, num hospital do Rio de Janeiro e cons-
para adoção de medidas preventivas para execução de técnicas de tatou 490 colônias no Berçário, 233 no Centro Cirúrgico e 191 na
combate à infecção hospitalar. Sala de Parto. No que se relaciona com os germes isolados em cada
Através da leitura da anamnese completa, por ocasião da ad- dependência, a situação foi desfavorável ao Berçário onde foram
missão e da interpretação dos resultados dos exames complemen- identificadas 26 amostras de Estafilococos patogênicos (coagulase
tares e baseados nos critérios de infecção estabelecidos, o pessoal positiva), enquanto no Centro Cirúrgico foram encontradas 8 e na
de enfermagem pode constantar pacientes infectados, a fim de se Sala de Parto 4.
tomarem as medidas de isolamento, estas medidas, aliadas à hi- Dentre os setores do hospital sobresai-se o Berçário em face da
gienização completa dos pacientes na admissão, durante sua hos- alta mortalidade do recém-nascido, por causa de sua suscetibilidade.
pitalização e principalmente antes de serem levados à cirurgia e a É insistentemente destacada na literatura a importância da
limpeza de sua unidade, se constituem em importantes medidas na lavagem freqüente das mãos com antissépticos adequados e a
redução de infecções decorrentes dos pacientes, nas unidades de necessidade de comprovação científica da eficiência das rotinas e
internação. procedimentos médicos e de enfermagem sob as nossas condições
O isolamento do paciente infectado embora não deva ser negli- ambientais, humanas e materiais.
genciado o que se vê na maioria das vezes, em relação ao isolamen- Os Serviços de Limpeza e Lavandaria são responsáveis por ati-
to de pacientes em unidades de internação comuns, são medidas vidades importantes na redução de infecções pela remoção do pó
que se resumem na transferência do paciente para um quarto in- e a correta desinfecção das roupas, atividades que devem ser coor-
dividual e na colocação do avental sobre a roupa daqueles que vão denadas por pessoas com suficiente preparo básico. Não se estaria
entrar em contato com o paciente. exigindo demasiado se o Coordenador do Serviço de Limpeza pos-
A orientação do pessoal hospitalar, no desempenho de técnicas suísse instrução equivalente ao 1.º grau completo; conhecimentos
de limpeza, de desinfecção e de assepsia deve ser contínua, formal científicos relacionados à higiene, à limpeza e à desinfecção; inte-
e informal. resse em progredir na sua área de trabalho e habilidade para trei-
Precisa ser intensificado o desenvolvimento de programas de nar e supervisionar o seu pessoal. As exigências para o cargo de
atualização no que concerne à prevenção, combate e controle de Coordenador do Serviço de Lavandaria devem ser também maiores,
infecções hospitalares extensivos a todo o pessoal hospitalar, prin- pela importância de suas atividades na segurança e bem-estar dos
cipalmente àqueles que mantêm contatos com os pacientes e os pacientes.
seus fomites. O Serviço de Enfermagem se preocupa em 33,33%
com a atualização dos conhecimentos de seu pessoal no desempe- COMISSÃO DE INFECÇÃO
nho de suas atribuições, porém, necessita dar continuidade e realce Apenas 37,50% de nossos hospitais possuem uma Comissão de
aos conteúdos programáticos relacionados com a prevenção de in- Infecção ou um pessoa com atribuições definidas para o controle
fecções e atenção de enfermagem aos pacientes infectados. de infecções que, além de outras responsabilidade tão bem enu-
A maioria das infecções hospitalares é transmitida pelo con- meradas por C. G. Melo,(4)é o órgão responsável pela indicação dos
tágio direto, através de mãos contaminadas. A lavagem das mãos diversos produtos químicos utilizados no hospital. Muitos de nossos
antes e depois de cuidar de cada paciente e às vezes no decurso de hospitais (68,75%) deixam a critério do Serviço de Enfermagem a
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

indicação dos antissépticos e desinfetantes e, para esta responsasa- - permitam a compra de antissépticos e desinfectantes utiliza-
bilidade complexa, deve preparar-se para estar em condições de es- dos para os diversos fins no hospital quando justificada por critérios
tabelecer os critérios técnicos para a escolha dos mesmos, realizar técnicos.
ou colaborar nos testes bacteriológicos e na avaliação dos produtos
químicos que indica para os diversos fins no hospital. II - Serviços de Enfermagem:
Segundo U. Zanond(14)os critérios técnicos para a escolha de - Valorizem e realizem, sistematicamente, avaliação bacterioló-
germicidas hospitalares são: o registro no Serviço Nacional de Fis- gicas da desinfecção e esterilização do material hospitalar assesso-
calização de Medicina e Farmácia, o estudo da composição química rados por técnicos no assunto;
e sua adequação às finalidades do produto e a comprovação bacte- - supervisionem o seu pessoal na desinfecção e esterilização de
riológica da atividade germicida. material e do ambiente, no tratamento e no processo de atenção de
O pessoal de enfermagem deve usar os desinfetantes e antissépti- enfermagem ao paciente infectado;
cos baseado em resultados de sua própria experiência, tendo em vista - desenvolvam cursos para o seu pessoal dando realce aos con-
os germes responsáveis pelas infecções no hospital onde trabalha. teúdos relacionados com a atenção de enfermagem a pacientes in-
A criação de Comissão de Infecção é justificada e recomenda- fectados e à prevenção de infecções;
da, e deve constituir-se em órgão coordenador de atividades de in- - se façam representar na Comissão de Infecção designando
vestigação, prevenção e controle de infecções. uma enfermeira, em tempo integral, como coordenadora da execu-
A constituição de uma Comissão de Infecção pode variar segundo ção de sua parte no programa de controle de infecções no hospital;
o tamanho do hospital, não deixando, porém, de ter um representante - procurem ampliar seus conhecimentos sobre antissépticos e
do Serviço de Enfermagem, em tempo integral, para atuar como um desinfetantes muito especialmente quando se responsabilizar pela
dos membros executivos das normas baixadas pela Comissão. indicação dos mesmos para os diversos fins no hospital.
Reduzir infecções no hospital é um trabalho gigantesco que exi-
ge a colaboração contínua e eficiente de todo o pessoal hospitalar Prevenção e Controle de Infecção

RECOMENDAÇÕES O QUE É?
Considerando a importância que tem a redução de infecções A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é aquela ad-
nos hospitais para a diminuição do risco de morbidade e mortali- quirida em função dos procedimentos necessários à monitorização
dade, do custo do tratamento e da média de permanência dos pa- e ao tratamento de pacientes em hospitais, ambulatórios, centros
cientes nos hospitais que resulta numa maior utilização de leitos diagnósticos ou mesmo em assistência domiciliar (home care).
hospitalares, recomenda-se que os: O diagnóstico das IRAS é feito com base em critérios definidos
I - Administradores de Hospital: por agências de saúde nacionais e estrangeiras, como o Centro de
- Possibilitem aos Serviços do Hospital condições materiais e Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde
humanas para a montagem de isolamento de pacientes infectados de São Paulo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
e suspeitos e para a adoção das demais medidas preventivas e de os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados
controle de infecções; Unidos.
- se assessorarem de pessoal capacitado nas construções e re- Mesmo quando se adotam todas as medidas conhecidas para
formas de hospitais a fim de que a planta física não venha a dificul- prevenção e controle de IRAS, certos grupos apresentam maior ris-
tar a adoção das medidas de redução de infecções; co de desenvolver uma infecção. Entre esses casos estão os pacien-
- tornem compulsória, por parte dos profissionais da equipe da tes em extremos de idade, pessoas com diabetes, câncer, em tra-
saúde, a notificação a um órgão central das infecções hospitalares tamento ou com doenças imunossupressoras, com lesões extensas
e não hospitalares; de pele, submetidas a cirurgias de grande porte ou transplantes,
- mantenham um serviço de vigilância sanitária para o pessoal obesas e fumantes.
hospitalar; O monitoramento das IRAS permite que os processos assisten-
- ofereçam ao grupo ou à pessoa responsável pelo controle de ciais sejam aprimorados e que o risco dessas infecções possa ser
infecções os Serviços de Análises Clínicas para a identificação dos reduzido.
agentes etiológicos; Nesse sentido, a higienização das mãos é um procedimento es-
- incentivem a realização de cursos de atualização de conheci- sencial. O nosso processo é baseado nas recomendações da OMS,
mentos no que concerne a prevenção e controle de infecções para que considera a necessidade de higienização das mãos, por todos
todo o pessoal que mantenha contatos diretos e indiretos com os os profissionais de saúde, em cinco momentos diferentes, incluindo
pacientes; antes e depois de qualquer contato com o paciente, conforme mos-
- estimulem os serviços Médicos, de Enfermagem, Nutrição e tra a figura abaixo.
Dietética, Lavandaria, Limpeza e Auxiliares de Diagnóstico e Trata-
mento a elaborarem normas para o seu pessoal referentes à pre-
venção e controle de infecções;
- estabeleçam critérios mais exigentes para a indicação dos res-
ponsáveis pelos Serviços de Limpeza e de Lavandaria de modo a se
ter pessoal mais qualificado para o desempenho de atividades que
muito concorrem para a redução de infecções;
- criem a Comissão de Infecção ou designem uma pessoa com
atribuições definidas para reduzir ao mínimo as infecções hospitalares;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Entre as infecções sistematicamente monitoradas pela instituição estão as de corrente sanguínea (ICS) associada ao cateter venoso
central (CVC) e as que acontecem após cirurgias.

Infecção da corrente sanguínea associada ao cateter venoso central (CVC)

O que é?
A infecção de corrente sanguínea (ICS) associada ao cateter venoso central (CVC) ocorre quando bactérias ou fungos entram no san-
gue por meio do cateter e se manifesta normalmente com febre e calafrios.
Procedimentos padronizados baseados em conhecimentos científicos, treinamento dos profissionais e uso de produtos de boa quali-
dade são estratégias que nós utilizamos no processo de prevenção dessa infecção.

O que medimos?
No indicador, consideramos o número de episódios de infecções associadas ao uso de cateter venoso central em pacientes internados
em unidades críticas.

Infecção de sítio cirúrgico (ISC) em cirurgias limpas

O que é?
Esse tipo de infecção ocorre após a cirurgia, na parte do corpo onde foi realizado o procedimento. Estudos estimam de um a dois casos
de infecção a cada 100 cirurgias realizadas. Os sintomas mais comuns envolvem vermelhidão e dor ao redor da área operada, drenagem
de líquido turvo no local e febre. A maioria dessas infecções pode ser tratada com antibióticos, selecionados pelo médico de acordo com
o agente causador da infecção. Eventualmente, outra cirurgia pode ser necessária para o tratamento da infecção.
Procedimentos padronizados e baseados em boas práticas internacionais, treinamento e atualização dos profissionais e uso de produ-
tos de boa qualidade são estratégias que nós utilizamos para prevenção dessas infecções.

O que medimos?
No indicador, consideramos o número de episódios de infecção no local cirúrgico após cirurgias limpas, conforme mostra o gráfico
abaixo. A meta estabelecida de 0,89% é baseada em dados de série histórica institucional e os dados deste indicador referem-se ao 3º
trimestre de 2018, visto que as infecções de sítio cirúrgico podem ocorrer até 90 dias após o procedimento cirúrgico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Observação: o volume de cada batimento cardíaco é igual em


PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM: VERIFICAÇÃO DE SI- condições normais. Quando se exerce uma pressão moderada so-
NAIS VITAIS bre a artéria e há certa dificuldade de obliterar a artéria, o pulso
é denominado de cheio. Porém se o volume é pequeno e a artéria
fácil de ser obliterada tem-se o pulso fino ou filiforme.
Sinais Vitais
Tensão ou compressibilidade das artérias
Pulso Macio – fraco
São sinais de vida: Normalmente, a temperatura, pulso e respi- Duro – forte
ração permanecem mais ou menos constantes. São chamados “Si-
nais Vitais”, porque suas variações podem indicar enfermidade. De- Terminologia:
vido à importância dos mesmos a enfermagem deve ser bem exata - Nomocardia: frequência normal
na sua verificação e anotação. - Bradicardia: frequência abaixo do normal
- Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico
Pulso: É o nome que se dá à dilatação pequena e sensível das - Taquicardia: frequência acima do normal
artérias, produzida pela corrente circulatória. Toda vez que o san- - Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico
gue é lançado do ventrículo esquerdo para a aorta, a pressão e o
volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da pa- Material para verificação do pulso:
rede arterial, evidenciadas quando se comprime moderadamente a - Relógio com ponteiro de segundos.
artéria contra uma estrutura dura.
Locais onde pode ser verificado: Normalmente, faz-se a verificação Procedimento:
do pulso sobre a artéria radial. Quando o pulso radial se apresenta muito - Lavar as mãos;
filiforme, artérias mais calibrosas como a carótida e femoral poderão fa- - Explicar o procedimento ao paciente;
cilitar o controle. Outras artérias, como a braquial, poplítea e a do dorso - Colocá-lo em posição confortável, de preferência deitado ou
do pé (artéria pediosa) podem também ser utilizadas para a verificação. sentado com o braço apoiado e a palma da mão voltada pra baixo.
- Colocar as polpas dos três dedos médios sobre o local escolhi-
Frequência Fisiológica: do pra a verificação;
Homem 60 a 70 - Pressionar suavemente até localizar os batimentos;
Mulher 65 a 80 - Procurar sentir bem o pulso, pressionar suavemente a artéria
Crianças 120 a 125 e iniciar a contagem dos batimentos;
Lactentes 125 a 130 - Contar as pulsações durante um minuto (avaliar frequência,
Observação: Existem fatores que alteram a frequência normal tensão, volume e ritmo);
do pulso: - Lavar as mãos;
- Registrar, anotar as anormalidades e assinar.
Fatores Fisiológicos:
Emoções - digestão - banho frio - exercícios físicos (aceleram) Pulso apical: Verifica-se o pulso apical no ápice do coração à
Certas drogas como a digitalina (diminuem) altura do quinto espaço intercostal.

Fatores Patológicos: Observações importantes:


Febre - doenças agudas (aceleram) - Evitar verificar o pulso em membros afetados de paciente com
Choque - colapso (diminuem) lesões neurológicas ou vasculares;
- Não verificar o pulso em membro com fístula arteriovenosa;
Regularidade: - Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode confun-
Rítmico - bate com regularidade dir a sua pulsação com a do paciente;
Arrítmico - bate sem regularidade - Nunca verificar o pulso com as mãos frias;
O intervalo de tempo entre os batimentos em condições nor- - Em caso de dúvida, repetir a contagem;
mais é igual e o ritmo nestas condições é denominado normal ou - Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir
sinusal. O pulso irregular é chamado arrítmico. de sentir o batimento do pulso.
Tipos de Pulso:
Bradisfigmico – lento Temperatura
Taquisfígmico – acelerado A temperatura corporal é proveniente do calor produzido pela
Dicrótico - dá a impressão de dois batimentos atividade metabólica. Vários processos físicos e químicos promo-
vem a produção ou perda de calor, mantendo o nosso organismo
Volume: cheio ou filiforme. com temperatura mais ou menos constante, independente das va-
riações do meio externo. O equilíbrio entre a produção e a perda
de calor é controlado pelo hipotálamo: quando há necessidade de
perda de calor, impulsos nervosos provocam vasodilatação perifé-
rica com aumento do fluxo sanguíneo na superfície corporal e esti-
mulação das glândulas sudoriporas, promovendo a saída de calor.
Quando há necessidade de retenção de calor, estímulos nervosos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

provocam vaso constrição periférica com diminuição do sangue cir- - ortopneia: respiração facilitada em posição vertical;
culante local e, portanto, menor quantidade de calor é transporta- - apneia: parada respiratória;
da e perdida na superfície corpórea. - respiração de Cheyne Stokes: caracteriza-se por aumento gra-
dual na profundidade, seguido por decréscimo gradual na profundi-
Alterações Fisiológicas da Temperatura dade das respirações e, após, segue-se um período de apneia.
Fatores que reduzem ou aumentam a taxa metabólica levam - respiração estertorosa: respiração ruidosa.
respectivamente a uma diminuição ou aumento da temperatura
corporal: Pressão Arterial
- sono e repouso A pressão arterial reflete a tensão que o sangue exerce nas
- idade paredes das artérias. A medida da pressão arterial compreende a
- exercícios físicos verificação da pressão máxima ou sistólica e a pressão mínima ou
- emoções diastólica.
- fator hormonal A pressão sistólica é a maior força exercida pelo batimento car-
- em jovens, observam-se níveis aumentados de hormônios. díaco; e a diastólica, a menor.
- desnutrição
- banhos a temperaturas muito quentes ou frias podem provo- A Pressão Arterial depende de:
car alterações transitórias da temperatura - Débito cardíaco: representa a quantidade de sangue ejetado
- agasalhos do ventrículo esquerdo para o leito vascular em um minuto.
- fator alimentar - Resistência vascular periférica: determinada pelo lúmen (cali-
bre), pela elasticidade dos vasos e pela viscosidade sanguínea.
Temperatura Corporal Normal: Em média, considera-se a tem- - Viscosidade do sangue: decorre das proteínas e elementos
peratura oral como a normal 37ºC, sendo a temperatura axilar figurados do sangue.
0,6ºC mais baixa e a temperatura retal 0,6ºC mais alta. A pressão sanguínea varia ao longo do ciclo vital, assim como
ocorre com a respiração, temperatura e pulso.
Terminologia:
Hipotermia: temperatura abaixo do valor normal. Caracteriza- Valores Normais
-se por pele e extremidades frias, cianoses e tremores; Em indivíduo adulto, são considerados normais os seguintes
parâmetros:
Hipertermia: aumento da temperatura corporal. É uma condi- - pressão sistólica: de 90 a 140 mmhg
ção em que se verifica: pele quente e seca, sede, secura na boca, - pressão diastólica: de 60 a 90 mmhg
calafrios, dores musculares generalizadas, sensação de fraqueza, Terminologia
taquicardia, taquipneia, cefaleia, delírios e até convulsões. - hipertensão arterial: significa pressão arterial elevada;
Avaliação da Temperatura Corporal: O termômetro deve ser - hipotensão arterial: pressão arterial abaixo do normal
colocado em local onde existam rede vascular intensa ou grandes
vasos sanguíneos, e mantido por tempo suficiente para a correta Locais para verificação da Pressão Arterial
leitura da temperatura. Os locais habitualmente utilizados para a - nos membros superiores, através da artéria braquial;
verificação são: cavidade oral, retal e a região axilar. - nos membros inferiores, através da artéria poplítea.
Tempo de Manutenção do Termômetro no Paciente
- oral: 3 minutos Mensuração da Altura e do Peso
- axilar: 03 a 05 minutos A altura e o peso normalmente são verificados quando existe
- retal: 3 minutos solicitação médica, não sendo incluídos como medidas de rotina na
maioria das unidades de internação. A verificação da altura e do
Respiração peso é muito importante, em pediatria, endocrinologia, nefrologia.
Por meio da respiração é que se efetua a troca de gases dos Em certas condições patológicas, como no edema, o controle de
alvéolos, transformando o sangue venoso rico em dióxido de carbo- peso é fundamental para subsidiar a conduta terapêutica.
no e o sangue arterial rico em oxigênio. O tronco cerebral é a sede
do controle da respiração automática, porém recebe influencias Terminologia
do córtex cerebral, possibilitando também, em parte, um controle Obesidade: aumento de tecido adiposo devido ao excessivo ar-
voluntário. Certos fatores, como exercícios físicos, emoções, choro, mazenamento de gordura;
variações climáticas, drogas podem provocar alterações respirató- - caquexia: estado de extrema magreza, desnutrição.
rias. Observações
- pesar, de preferência sempre no mesmo horário;
Valores Normais - pesar com mínimo de roupa;
Recém nascido: 30 a 40 por minuto - pesar, se possível, antes do desjejum.
Adulto: 14 a 20 por minuto
Sinais Iminentes de Falecimentos:
Terminologia - Sistema Circulatório: hipotensão, extremidades frias, pulso ir-
- bradpneia: frequência respiratória abaixo do normal; regular, pele fria e úmida, hipotermia, cianose, sudorese, sudorese
- taquipneia: frequência respiratória acima do normal; abundante;
- dispneia: dificuldade respiratória;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Sistema Respiratório: dificuldade para respirar, a respiração


torna-se ruidosa (estertor da morte), causada pelo acúmulo de se- OXIGENOTERAPIA, AEROSSOLTERAPIA
creção;
- Sistema Digestório: diminuição das atividades fisiológicas e
do reflexo de deglutição para o perigo de regurgitação e aspiração, OXIGENOTERAPIA
incontinência fecal e constipação. Consiste na administração de oxigênio numa concentração de
- Sistema Locomotor: ausência total da coordenação dos mo- pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir
vimentos; e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.
- Sistema Urinário: retenção ou incontinência urinária; - O oxigênio é um gás inodoro, insípido, transparente e ligeira-
- Sistema Neurológico: diminuição dos reflexos até o desapare- mente mais pesado do que o ar;
cimento total, sendo que a audição é o último a desaparecer. - O oxigênio alimenta a combustão;
- Face: pálida ou cianótica, olhos e olhar fixo, presença de lágri- - O oxigênio necessita de um fluxômetro e um regulador de
ma, que significa perda do tônus muscular. pressão para ser liberado;
- A determinação de gases arteriais é o melhor método para
Sinais Evidentes: averiguar a necessidade e a eficácia da oxigenoterapia;
Talvez seja mais sensato caracterizar a morte pelo somatório de - Podem ou não existir outros sinais de hipóxia como a cianose.
uma série de fenômenos:
- Perda da consciência; Avaliação Clínica do Paciente
- Ausência total de movimentos; Sinais de hipóxia são:
- Parada Cardíaca e respiratória sem possibilidades de ressus- - Sinais respiratórios: taquipneia, respiração laboriosa (retração
citação; intercostal, batimento de asa do nariz), cianose progressiva;
- Perda da ação reflexiva a estímulos; - Sinais cardíacos: taquicardia (precoce), bradicardia, hipoten-
- Parada das funções cerebrais; são e parada cardíaca (subsequentes ao 1°);
- Pupilas dilatadas (midríase) não reagindo à presença da luz. - Sinais neurológicos: inquietação, confusão, prostração, con-
vulsão e coma;
Como esses fatos podem ocorrer isoladamente é fundamental - Outros: palidez.
a coincidência deles para se confirmar à morte. Como após a morte,
alguns tecidos podem manter a vitalidade e mesmo servirem para Métodos de Administração de Oxigênio
transplantes, exige-se hoje, como prova clínica definitiva da morte, Cânula Nasal - é empregado quando o paciente requer uma
a parada definitiva das funções cerebrais, documentada clinicamen- concentração média ou baixa de O2. É relativamente simples e per-
te e por eletroencefalograma. mite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de O2.

A tanatologia é o ramo da patologia que estuda a morte. Vantagens


Morte Aparente: O termo morte aparente é a denominação - Conforto maior que no uso do cateter;
aplicada ao corpo, o qual parece morto, mas tem condições de ser - Economia, não necessita ser removida;
reanimado. - Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
Alterações cadavéricas: São alterações que ocorrem após a - Facilidade de manter em posição.
constatação da sua morte clínica. Após a morte existe uma série
de alterações sequenciais previstas que podem ser modificadas nas Desvantagens
dependências das condições fisiológicas pré-morte, das condições - Não pode ser usada por pacientes com problemas nos con-
ambientais e do tipo morte, se intencional, natural ou acidental. dutos nasais;
Algor mortis (frigor mortis, frio da morte): é o resfriamento - Concentração de O2 inspirada desconhecida;
do corpo em função da parada dos processos metabólicos e perda - De pouca aceitação por crianças pequenas;
progressiva das fontes energéticas. - Não permite nebulização.
Livor Mortis (livores ou manchas cadavéricas): é o apareci-
mento de manchas inicialmente rosadas ou violetas pálidas, tor-
nando-se progressivamente arroxeadas.
Putrefação: Estado de grande proliferação bacteriana (putrefa-
ção). Há liberação de enzimas proteolíticas produzidas pelas bacté-
rias. Os órgãos irão apresentar como uma massa semissólida, odor
muito forte e mudanças de coloração.
Redução esquelética: nela há a completa destruição da pele e
musculatura, ficando somente ossos.
Assistência de enfermagem a pacientes graves e agonizantes:
A assistência de enfermagem são as mesmas medidas do paciente
em estado de coma.

Cateter Nasal - visa administrar concentrações baixas a mode-


radas de O2. É de fácil aplicação, mas nem sempre é bem tolerada
principalmente por crianças.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vantagens
- Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
- Facilidade de aplicação.

Desvantagens
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto pro-
duzido;
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
- Facilidade no deslocamento do cateter;
- Não permite nebulização;
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.

Máscara de Venturi - constitui o método mais seguro e exato


para liberar a concentração necessária de oxigênio, sem considerar Tenda Facial
a profundidade ou frequência da respiração. Máscara de Aerosol

Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2


- Em pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica - DPOC, a administração de altas concentrações de O2 elimi-
nará o estímulo respiratório - apneia;
- Resseca a mucosa do sistema respiratório;
- Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolon-
gado ocasionam alterações pulmonares (atelectasias, hemorragia e
outros);
- Altas concentrações de O2 (acima de 100%) há ação tóxica so-
bre os vasos da retina, determinando a fibroplasia retrolenticular.

Cuidados com o O2 e com sua administração


- Não o administras sem o redutor de pressão e o fluxômetro;
- Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o
nível indicado;
- Colocar aviso de “Não Fumar” na porta do quarto do paciente;
- Controlar a quantidade de litros por minutos;
- Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em
bom funcionamento;
- Dar apoio psicológico ao paciente;
- Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e ou-
tros equipamentos expostos à umidade;
- Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente obser-
vando o volume de água do umidificador e a quantidade de litros
por minuto;
- Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao
Máscara de Aerossol, Tendas Faciais - são utilizadas com dis- paciente e acompanhantes e pedir para não fumar;
positivo de aerossol, que podem ser ajustadas para concentrações - Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento
que variam de 27% a 100%. de distensão;
- Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter);
- Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de
hipóxia e anotar e dar assistência adequada;
- Manter vias aéreas desobstruídas;
- Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elé-
tricos e de fontes de calor;
- Controlar sinais vitais.

O oxigênio é responsável direto pela nutrição dos tecidos, o


que traduz uma função importantíssima paro todo o organismo. A
utilização da oxigenoterapia deve ser feita de modo criterioso, con-
siderando seus efeitos fisiológicos e deletérios, assim como suas in-
dicações e contraindicações. O principal objetivo da oxigenoterapia

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

é obter uma saturação de oxigênio (Sat02) superior a 90% de forma - 48 - 60 horas: inativação do surfactante, edema alveolar por
que a PaO2 esteja acima de 60mmHg, afim de favorecer o metabo- aumento da permeabilidade
lismo aeróbico. - Acima de 60 horas: sara e morte.

Indicações da Oxigenoterapia Formas de Administração de Oxigenoterapia


Tem como objetivo manter a pressão parcial de oxigênio no - Sistema de baixo fluxo: fornecem oxigênio por meio de um
sangue arterial em valores normais ou próximos ao normal. É im- fluxo inferior à demanda do paciente. Desta forma, ocorre diluição
portante lembrar que a indicação da oxigenoterapia deve ter metas, do O2 fornecido com o gás inspirado.
logo devem ser definidos: o sistema de administração do O2, o tem-
po da aplicação da técnica e a porcentagem do fluxo (O2) ofertado. O sistema de baixo fluxo compreendem:
A indicação da oxigenoterapia deve ser feita, primariamente, quan- - O cateter nasal;
do existir: hipoxemia-PaO2 menor que 60mmHg e/ou SatO2 menor - Máscara facial simples e transtraqueal.
que 88-90% em ar ambiente (FiO2 21%).
- Sistema do alto fluxo: suplantam a demanda inspiratória do
Indicações paciente, podendo regular a FiO2 de acordo com as necessidades
- Correção da Hipoxemia e melhorar a oferta de O2 aos tecidos; terapêuticas. É importante que neste sistema, não é possível man-
- Melhorar a oxigenação tissular, no caso de deficiência do ter valor fixo da FiO2 que vai variar em função do Volume minuto
transporte de O2; do paciente.
- Reduzir a sobrecarga cardíaca; E é composto por:
- Insuficiência respiratória (aguda ou crônica); - Máscara com sistema reservatório;
- Apneia obstrutiva do sono. - Máscara com sistema de Venturi;
- Tenda facial (máscara de Hudson ou macronebulização);
Pacientes retentores crônicos de CO2 podem apresentar hiper- - Máscara/colar para traqueostomia;
capnia durante a aplicação de O2 porque o estímulo da respiração, - Peça T (tubo T).
no SNC, depende, basicamente, da hipoxemia e como ela é corrigi-
da com a aplicação da oxigenoterapia a tendência será reter mais Oxigenoterapia no DPOC
CO2, podendo gerar desorientação, sudorese, cefaleia, taquicardia.
Vantagens e Desvantagens
Efeitos fisiológicos do O2 A desvantagem é que o paciente pode desenvolver um quadro
- Melhora da troca gasoso pulmonar- Vasodilatação arterial de hipercapnia grave com necessidade de ventilação mecânica.
pulmonar; A grande vantagem, porém, é que o benefício da correção da
- Diminuição da resistência arterial pulmonar; hipoxemia é maior que o risco de desenvolvimento de hipercapnia.
- Diminuição da pressão arterial pulmonar; A hipoxemia acentuada leva o paciente a um risco imediato de vida.
- Melhora do débito cardíaco; Se ficarmos atentos à administração do oxigênio em baixos fluxos,
- Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca; ou seja, 2 a 3l/minuto, o que geralmente é suficiente para corrigir a
- Vasoconstrição sistêmica. hipoxemia existente no paciente com DPOC agudizada, trazendo a
saturação de oxigênio para níveis entre 90 e 93% e a PaO2 para 60 a
Efeitos tóxicos do O2: o tempo e as concentrações de O2 depen- 70mmHg, minimizaremos em muito a possibilidade do aparecimen-
dendo da forma administrada, podem levar a disfunções pulmona- to de hipercapnia.
res devido a alterações no SNC, cardiovascular, pela liberação de É muito difundida no meio médico a ideia de que se dermos
radicais livres e até mesmo por efeitos citotóxicos. oxigênio para um paciente respiratório crônico, no qual a hipoxemia
colabora para a manutenção da ventilação, estaremos suprimindo
Efeitos deletérios o estímulo hipoxêmico do centro respiratório e levando o paciente
- Depressão do sistema respiratório e aumento da PCO2; à hipoventilação, com aparecimento de hipercapnia ou acentuação
- Atelectasia por absorção; de quadro preexistente.
- Diminuição da capacidade vital, pela redução ao estímulo res- Embora possa haver participação variável desse mecanismo
piratório; acredita-se que a hipercapnia se desenvolva principalmente em
- Aumento do efeito shunt; função de alterações da relação ventilação-perfusão, por redução
- Alteração da relação V/Q; do estímulo vasoconstritor hipoxêmico levando a redução dessa
- Redução do surfactante; relação que, quando intensa, é funcionalmente equivalente a um
- Desidratação das mucosas. aumento do espaço morto.
Na realidade não ocorre redução significativa do comando res-
Toxidade do O2 em relação ao tempo de exposição (FiO2 100%) piratório nestes pacientes. Alguns pacientes respondem ao aumen-
- Lesões agudas: to do espaço morto e do conteúdo de CO2 com aumento do volu-
- 12 - 24 horas: traqueobronquite, tosse seca, redução da CV, me minuto. Outros, porém não são capazes de responder a este
dor subesternal, diminuição da atividade mucociliar. aumento da demanda respiratória e desenvolvem um quadro de
- 24 - 36 horas: parestesias, náuseas, vômitos, diminuição acen- fadiga respiratória e de hipercapnia.
tuada da CV, alteração da síntese proteica nas células endoteliais.
- 36 - 48 horas: diminuição da complacência pulmonar, capaci-
dade de difusão e aumento de diferença artéria alveolar de O2
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A maioria dos pacientes com DPOC agudizada que recebem - Relacionados com a difusão dos gases entre alvéolos e san-
oxigenoterapia em baixos fluxos não desenvolve hipercapnia. Den- gue;
tre os pacientes que evoluem com hipercapnia podemos observar - Hipoxemia;
dois padrões evolutivos. - Hipercapnia;
Um primeiro grupo de pacientes fica sonolento, após o uso do - Consolidação pulmonar (pneumonia, tumor, edema agudo de
oxigênio, mas é facilmente acordado e coopera com o tratamento. pulmão - EAP);
Nestes pacientes a PaCO2 geralmente sobe lentamente e no má- - Níveis elevados de O2 (hiperóxia);
ximo 20 mmHg em relação ao nível pré-oxigênio, se estabilizando - Relacionados com o transporte de gases;
após 12 horas. A conduta é conservadora, podendo ser usada a ven- - Relacionados com o sangue;
tilação não-invasiva quando disponível. - Problemas cardíacos (bombeamento insuficiente);
Um segundo grupo, após a administração de oxigênio, fica ra- - Problemas vasculares (coronariopatias, Acidente Vascular Ce-
pidamente inconsciente, sem capacidade de tossir e a PaCO2 sobe rebral - AVC);
a uma taxa igual ou superior a 30mmHg por hora. Neste grupo está - Relacionados com a regulação do suprimento O2;
indicada a intubação traqueal e início de ventilação mecânica. Nos - Problemas que comprometam o funcionamento do bulbo;
dois grupos não está indicada a suspensão da oxigenoterapia para - Problemas de condução nervosa do coração.
evitar a hipercapnia.
Como uma orientação geral, clínica, podemos recomendar que Avaliação de Enfermagem
o desenvolvimento de sonolência acentuada após o início da oxi-
genoterapia é sinal de hipercapnia importante, que deve ser docu- Subjetiva
mentada com gasometria arterial. - Queixas: dispneia, fadiga, tosse, espirro, sibilo, soluço, suspi-
ro, desmaio, tontura, dor torácica;
Atendimento Necessidade de Oxigenação - História familiar;
Respiração: troca de oxigênio e dióxido de carbono entre a at- - Natureza e extensão do desconforto respiratório;
mosfera e as células do organismo. O ar passa através das fossas - Fatores desencadeantes e fatores que aliviam o desconforto;
nasais, faringe, laringe, traqueia brônquios, bronquíolos e alvéolos - Uso de medicações;
pulmonares. Envolve os sistemas pulmonar e cardiovascular. - Estilo de vida: fumo;
- Ocupação: atividades no trabalho;
Fisiologia da Respiração - Patologias associadas aos sistemas respiratório e cardiovascular.
Ventilação: provisão de oxigênio da atmosfera; Mecanismos
que regulam o processo respiratório - centro respiratório, localizado Objetiva
no bulbo raquidiano; - Padrão respiratório do paciente;
Difusão: passagem do ar da atmosfera para os alvéolos pulmo- - Cor da pele e mucosas;
nares e dos alvéolos para a atmosfera - ventilação; Difusão de oxi- - Comportamento;
gênio e de dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue e entre - Presença de dor, tosse, expectoração, sibilo ou ronco;
o sangue e as células dos tecidos do organismo; - Estado físico geral;
Perfusão: transporte de oxigênio para as células e o de dióxido - Frequência, ritmo e profundidade da respiração.
de carbono para fora delas pela corrente circulatória.
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Fatores que Afetam o Funcionamento Respiratório - Uso de músculos acessórios, dilatação das narinas, distensão
- Anemia; das veias cervicais;
- Inalante tóxico; - Cianose de lábios, lóbulo das orelhas, parte inferior da língua,
- Obstrução das vias aéreas; leito ungueal;
- Altitude elevada; - Hemoptise: expectoração oral sanguinolenta;
- Febre; - Inquietação, fadiga E ansiedade;
- Diminuição do movimento da parede torácica; - Gráfico de sinais vitais: Tensão Arterial - TA e respiração;
- Hipovolemia; - Comprometimento da função cerebral: falta de discernimen-
- Aumento da taxa metabólica; to, confusão mental, desorientação, vertigem, síncope e torpor.
- Gestação;
- Obesidade; Provas Diagnósticas e Exames
- Anormalidades musculoesqueléticas; - Exame físico;
- Alterações no Sistema Nervoso Central - SNC. - Exames de bioimagem: RX, cintilografia;
- Exames laboratório: escarro e secreções;
Fatores comportamentais: nutrição; exercício; tabagismo; an- - Toracocentese: aspiração de líquidos da cavidade pleural.
siedade; abuso de substâncias. Problemas Comuns
- Dispneia: causada por:
Relacionados com a ventilação - Obstrução das vias aéreas;
- Obstrução; - Ventilação inadequada dos pulmões;
- Atelectasia; - Insuficiente teor de oxigênio na atmosfera;
- Problemas físicos (tórax e pulmões); - Eficiência circulatória alterada;
- Aumento das exigências de oxigênio no organismo;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Pressão ou trauma do centro respiratório bulbar; Técnica: Administração de Oxigênio por Cateter
- Ansiedade - fortes emoções.
- Tosse: mecanismo pelo qual o organismo liberta o trato res- Materiais
piratório das irritações e obstrução das vias respiratórias mediante - Fonte de oxigênio (unidade fixa na parede ou cilindro);
expiração explosiva; - Fluxômetro;
- Espirro: mecanismo similar, confinado ao nariz; - Umidificador;
- Sibilo: indica que o ar nas vias aéreas passa através de luz - Cateter nasal;
estreita; - Gaze;
- Soluço: contração espasmódica do diafragma, causada por ir- - Éter ou tintura de benjoin;
ritação do sistema respiratório ou digestivo; - Esparadrapo;
- Suspiro: inspiração ou expiração demoradas; - Extensão de oxigênio;
- Bocejo: profunda e longa inspiração, causada pelo cansaço fí- - Água destilada estéril ou SF a 0.9% (100ml).
sico ou mental. Mecanismo pelo qual o organismo tenta aumentar
a quantidade de oxigênio captado pelos pulmões; Técnica
- Expectoração: produzida pela maior quantidade de secreções - Avaliar o paciente observando a existência de sinais e sinto-
nos pulmões; mas de hipóxia ou presença de secreções nas vias aéreas (1);
- Fadiga e fraqueza muscular: devidas à inadequada oxigenação - Verificar a prescrição médica identificando o percentual de
do tecido muscular; oxigênio a ser administrado (2);
- Vertigem, desmaio, ou distúrbios dos processos mentais por - Reunir os materiais e equipamentos necessários, citados a cima (3);
causa da adequada oxigenação cerebral; - Explicar ao paciente e aos familiares o procedimento e a sua
- Dor torácica: causada por inflamação, compressão por tumo- necessidade (4);
res, excessiva atividade muscular na respiração ou traumatismos. - Lavar as mãos (5);
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio e o frasco umidifi-
Intervenção de Enfermagem cador ao fluxômetro (6);
- Administrar soro fisiológico no umidificador de acordo com o
Manter vias aéreas desobstruídas nível indicado no frasco (7);
- Aspiração de secreções; - Testar o funcionamento do sistema;
- Respiração artificial: intubação (cânula - faringe - traqueia). - Posicionar o cliente em posição de semi-fowler;
Introdução de cânula na garganta do paciente para manter a língua - Retirar a oleosidade da pele com gaze úmida com éter ou ben-
para a frente, mantendo as vias aéreas abertas. joim para fixação do cateter;
- Conectar o cateter nasal a extensão de oxigênio e a fonte de
Aumentar a eficiência ventilatória oxigênio umidificada;
- Posicionamento adequado: posição supina, sem travesseiro e - Mensurar a distância para introdução do cateter entre a ponta
com a mandíbula projetada para frente e para cima (evita a queda do nariz e o lóbulo inferior da orelha e marcar com esparadrapo;
de língua e drenar líquidos da boca); - Usar gaze para manipular o cateter;
- Estimular respiração profunda; - Introduzir o cateter em uma das narinas;
- Alivio da dor ou desconforto associados à respiração; - Observar as reações do paciente;
- Administrar antitussígenos, conforme prescrição médica; - Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio prescrito;
- Estimular movimentação ativa ou fazer passiva; - Fixar o cateter na face lateralmente atentando para não lesar
- Prevenir distensão abdominal: alimentação apropriada (leve a narina do cliente;
e fracionada); - Registrar a data e o horário do procedimento;
- Assegurar um adequado suprimento de oxigênio; - Verificar o cateter a cada 8 horas;
- Drenagem postural; - Lavar as mãos;
- Oxigenoterapia; - Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipó-
- Nebulização. xia desapareceram;
- Manter o recipiente do umidificador sempre com água desti-
Reduzir as demandas de oxigênio do organismo lada ou SF - 0,9%;
- Manter repouso relativo; - Observar as narinas quanto a laceração da pele;
- Evitar esforços desnecessários; - Registrar no prontuário: o método de administração de oxigê-
- Minimizar a ansiedade do paciente. nio, taxa do fluxo, permeabilidade do cateter, reação do paciente e
avaliação respiratória.
Finalidades: reduzir o esforço ventilatório. Nas situações como Observações: em clientes traqueostomizados usar materiais
a atelectasia que prejudica a difusão, ou quando os volumes pulmo- estéreis e técnica asséptica. O oxigênio sobre a membrana muco-
nares estão diminuídos devido a hipoventilação alveolar, este pro- sa do trato respiratório tem efeito irritante tornando-a seca se não
cedimento aumenta os níveis de oxigênio nos alvéolos. Alcançar o umidificado. O ar ambiente fornece 21% do oxigênio ao nível do
volume elevado de trabalho do miocárdio conforme o coração tenta mar, e o oxigênio canalizado distribuído pela oxigenoterapia forne-
a compensação para a hipoxemia. Nas situações de infarto do mio- ce 4% por litro de oxigênio.
cárdio ou em uma arritmia cardíaca, a administração de oxigênio é
necessária para um paciente cujo miocárdio já está comprometido.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Administração de Oxigênio por Máscara Aspiração de Secreções


Finalidades: a finalidade de empregar a técnica de aspiração
Materiais consiste em eliminar as secreções do paciente sempre que não con-
- Fonte de oxigênio (unidade fixa na parede ou cilindro); seguir eliminar as secreções das vias aéreas através da tosse.
- Fluxômetro;
- Umidificador ou adaptador de saída de oxigênio; Tipos
- Cateter nasal; Existem três técnicas de aspiração de secreção quanto à locali-
- Gaze; zação da aspiração:
- Extensão de oxigênio se necessário; - Aspiração orofaríngea e nasofaríngea;
- Hidratante para os lábios. - Aspiração orotraqueal e nasotraqueal;
- Aspiração do tubo endotraqueal.
Técnica
- Repetir as intervenções dos itens 1 ao 7 da técnica de adminis- A ordem de aspiração
tração de oxigênio por cateter; - Primeiro o tubo endotraqueal;
- Testar o funcionamento do sistema; - Segundo a cavidade nasal;
- Conectar a extensão de oxigênio da máscara ao umidificador - Terceiro a cavidade oral, quando se trata de utilizar a mesma
ou adaptador; sonda de aspiração.
- Colocar a máscara na face do paciente ajustando a fita elás-
tica na fronte até que a máscara esteja perfeitamente adaptada e Aspiração de orofaríngea e nasofaríngea
confortável; A aspiração da nasofaringe ou orofaringe é indicada no pacien-
- Observar as reações do paciente; te que consegue tossir normalmente, mas que não consegue eli-
- Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio pres- minar as secreções por deglutição ou expectoração. A aspiração é
crito; realizada após tosse do paciente.
- Registrar a data e o horário do procedimento;
- Verificar a máscara facial a cada 8 horas; Aspiração de orofaringe e nasofaringe
- Lavar as mãos; Aspiração de orofaringe e nasofaríngea é indicada no paciente
- Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipó- que apresenta secreções pulmonares, capacidade de tossir diminu-
xia desapareceram; ída e ausência do tubo endotraqueal. A sonda é introduzida até a
- Observar a superfície superior de ambas cavidades auditivas traqueia pela cavidade oral ou, através da narina preferencialmen-
quanto a laceração da pele e o ressecamento da mucosa e lábios na te. Este procedimento não deve ultrapassar 15 segundos, pois os
cavidade oral; pulmões não recebem Oxigênio em quantidade adequada durante
- Hidratar os lábios do paciente com chumaço de água com al- a aspiração.
godão ou hidratante para os lábios a cada 4 horas;
- Registrar no prontuário: o método de administração de oxigê- Tubo Respiratório
nio, taxa do fluxo, reação do paciente e avaliação respiratória. O tubo respiratório pode ser oral ou traqueal. É indicado nos
casos de diminuição do estado de consciência, obstrução das vias
Observações: a máscara de Venturi é utilizada quando há uma aéreas, ventilação mecânica e remoção das secreções acumuladas
demanda de oxigênio elevada. Usa-se o diluidor de acordo com o na traqueia.
adaptador de código de cores ou o conector universal. O oxigênio é O tubo oral (Cânula de Guedel) é o tipo de via aérea artificial
seco na necessidade de máscara reinalatória, na situação de oferta mais simples. Indicado no paciente inconsciente para impedir o
de 100% de oxigênio. deslocamento da língua para a orofaringe possibilite a obstrução
das vias aéreas. Bastante usado no pós-operatório de anestesia ge-
Aerossolterapia ral. Facilita a aspiração orotraqueal do paciente inconsciente, tor-
A aerossolterapia consiste na administração de partículas de água nando mais fácil o acesso da sonda á traqueia.
nas vias respiratórias. Essas partículas de água podem conter algum tipo O tubo traqueal pode ser endotraqueal, nasotraqueal ou tra-
de medicação ou não. Este processo ocorre através da nebulização e por queal. Estes tubos permitem o acesso à traqueia do paciente para
isso também é conhecido por esse nome. É muitas vezes usado em pes- a aspiração traqueal profunda. A retirada das secreções da traqueia
soas com problemas respiratórios, como por exemplo, bronquite. precisa ser asséptica, atraumática e eficaz. A secreção deve ser as-
Este procedimento serve para hidratar as vias respiratórias ou pirada durante a saída da sonda de aspiração.
para auxiliar na eliminação de excreções viscosas ou em casos de
inflamações. Materiais
No tratamento de aerossolterapia, podem ser aplicados medi- - Aspirador portátil ou de parede;
camentos como: antibióticos (para combater infeções), mucolíticos - Frasco grande para acondicionar secreções aspiradas;
(para dissolver secreções), anti-inflamatórios e broncodilatadores - Duas extensões de aspiração de dois metros estéreis;
(ajudam a abrir os brônquios, facilitando a captação de oxigênio - Fluxômetro (com frasco menor adaptado);
nos pulmões). - Sonda de aspiração estéril;
- Recipiente com água;
- Luva de procedimento estéril (para aspiração traqueal);
- Luva de procedimento não estéril;
- Toalha de papel;
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255
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Sonda nasal ou oral (Cânula de Guedel), conforme a indicação; - Registrar o aspecto da secreção quanto a quantidade, odor,
- Xilocaína a 2% sem vasoconstrictor. cor e consistência, além das reações do paciente, a presença de tos-
se, o estado funcional do seu aparelho respiratório antes e após a
Técnica aspiração.
- Observar a presença de sinais e sintomas demonstradores de
secreção nas vias aéreas superiores, respiração ruidosa, salivação, Observações: é necessário que o frasco de aspiração seja tro-
agitação; cado com todas as técnicas de desinfecção de 24 em 24h ou sempre
- Explicar ao paciente que a aspiração de secreção o ajudará a que estiver cheio. Todo o sistema de aspiração deve ser esterilizado.
desobstruir as vias aéreas; Dispõe-se no mercado de sistemas de aspiração de secreção des-
- Explicar que é normal tossir, espirrar e sentir o reflexo do vô- cartável, o que possibilita um melhor controle de infecções. Apli-
mito durante a manobra; cando o Processo de Enfermagem na Prática.
- Preparar o equipamento e os materiais apropriados, citados
acima; Inalação
- Adaptar as extensões no aparelho de aspiração portátil ou na Inalação (também conhecida como inspiração) é o movimento
parede ao fluxômetro. A extensão que sai do fluxômetro deve ser do ar do ambiente externo, através das vias respiratórias para den-
colocada ao frasco maior e deste sai outra extensão para o acopla- tro dos alvéolos pulmonares durante a respiração. Inalação inicia
mento da sonda de aspiração; na contração do diafragma, que resulta na expansão do espaço in-
- Testar o aparelho, verificando que a pressão é de 110 a trapleural e um aumento na pressão negativa de acordo com a Lei
150mmHg no adulto e na criança 95 a 110 a mmHg. de Boyle.
Esta pressão negativa provoca um fluxo de ar devido a diferen-
Posicionar o paciente adequadamente ça de pressão entre a atmosfera e os alvéolos. O ar entra no orga-
- Para o paciente consciente com o reflexo de tosse presente nismo, inflando os pulmões, passando através do nariz e da boca,
deverá ser aspirado em posição de semi-Fowler, com cabeça volta- seguindo pela faringe e traquéia e em fim entrando nos alvéolos.
da para o lado;
- Para o paciente inconsciente, colocá-lo em decúbito lateral; Inaloterapia: é uma modalidade de tratamento na qual há a
- Colocar um papel toalha sob um travesseiro e abaixo do quei- administração de medicações ou soluções por via inalatória, isto é
xo; diretamente nas vias aéreas.
- Lavar as mãos;
- Colocar água no recipiente para após técnica aspirar a sonda; Material
- Calçar a mão dominante com luvas estéril; - Fluxômetro; micronebulizador, com máscara e extensão; 10ml
- Ligar a conexão ao aspirador; de SF ou água destilada esterilizada; medicamento; etiqueta; gaze
- Avaliar a distância entre o lóbulo da orelha do paciente e a esterilizada; folha de anotações.
ponta de seu nariz, colocar o polegar e indicador da mão enluvada
neste ponto; Procedimento
- Umedecer 6 a 8cm da ponta da sonda com SF 0,9% ou com - Instalar o fluxômetro na rede de Oxigênio ou ar comprimido
xilocaína; e testá-lo;
- Ao aspirar a orofaringe, penetrar a sonda delicadamente no - Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
ângulo da cavidade oral e deslizá-la até a orofaringe; - Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento,
- Ao aspirar a nasofaringe introduzir a sonda delicadamente em fechar e conectar ao fluxômetro;
uma das narinas. Penetrar a sonda junto à linha mediana e próxi- - Conectar a máscara ao micronebulizador;
ma ao assoalho da cavidade nasal. Não forçar a sonda e uma das - Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
narinas não estiver permeável, tentar a outra. Não se deve aspirar - Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o
durante a penetração da sonda; nariz e a boca, solicitando que respire com os lábios entreabertos;
- Aspirar intermitentemente, fechando o orifício com o polegar. - Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por
Ao retirar girar a sonda cuidadosamente. A duração desta manobra 5 minutos, ou até terminar a solução (quando possível orientá-lo a
não deve ultrapassar 15 segundos; fazê-lo sozinho);
- Escovar a sonda com água; - Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
- Desprezar a sonda enrolando-a sobre a mão calçada com a - Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
luva e puxar a luva sobre a sonda. Não esquecer de proteger a ex- - Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na ca-
tremidade da extensão de aspiração com outra sonda; beceira do paciente.
- Permitir o descanso do paciente entre aspirações por 20 a 30 - Trocar o nebulizador a cada 48 horas.
segundos no mínimo; Descrição do Processo
- Se possível solicitar para o paciente tossir e respirar profunda- É de responsabilidade do profissional da sala de inalação:
mente entre as aspirações; 1. Organizar a sala;
- Aspirar as secreções acumuladas na cavidade oral depois de 2. Realizar limpeza concorrente (com água e sabão nas superfí-
aspirar a orofaringe ou a nasofaringe; cies e após realizar desinfecção com álcool a 70%) no início de cada
- Lavar as mãos; plantão;
- Atentar se o paciente está livre das secreções das vias aéreas, 3. Solicitar ao zelador que realize diariamente limpeza concor-
se está agitado ou se aparecem secreções na cavidade oral; rente e semanalmente limpeza terminal;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4. Checar o funcionamento do compressor, chamando a ma- Nebulização de Horário


nutenção se necessário e comunicando o enfermeiro; proceder a
sangria do sistema ao final de cada dia; Materiais
5. Preparar material necessário para o plantão, trocar o soro - Fluxômetro;
fisiológico utilizado no procedimento a cada 24 horas; - Rede de oxigênio ou ar comprimido;
6. Executar os procedimentos conforme prescrição médica e/ - Micronebulizador estéril;
ou do enfermeiro, anotando no verso na própria receita com letra - Água destilada;
legível a data, horário, nome e COREN, preenchendo boletim de - Soro fisiológico 0,9% e /ou medicamento conforme prescrição
produção; médica.
7. Lavar criteriosamente os inaladores logo após o uso com
água e sabão os materiais, retirando os resíduos, em seguida enxa- Técnica
guá-los em água corrente e colocá-los sobre um campo limpo; - Verificar a prescrição da nebulização no prontuário;
8. Secar o material com pano limpo; - Lavar as mãos;
9. Observar durante a lavagem e secagem as condições de uso - Organizar o material;
dos materiais e comunicar ao enfermeiro necessidade de reposição; - Explicar o procedimento ao cliente;
10. Colocar o material seco em imersão no hipoclorito à 1% - Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio;
- em caixa fechada - por 30 minutos, registrando em formulário o - Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou ou-
horário de início do processo; tra medicação conforme prescrita médica;
11. Enxaguar o material em água corrente, secar e armazenar - Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro;
em local fechado e limpo; - Conectar o micronebulizador na máscara;
12. Manter a sala limpa, organizada e abastecida, verificando - Testar o fluxômetro se houver névoa, o fluxômetro está fun-
diariamente a validade dos medicamentos; cionando;
13. Ao final do expediente retirar os extensores e proceder a - Regular o fluxômetro em litros / minutos conforme prescrição
limpeza e desinfecção conforme rotina das máscaras de inalação, médica;
desprezar o hipoclorito de sódio e lavar a caixa; - Colocar a máscara na face do cliente;
14. Anotar a validade do hipoclorito. - Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição
médica;
Nebulização - Manter a unidade em ordem;
- Manter a unidade arrumada;
Finalidades - Registrar o procedimento de enfermagem.
- Ajudar na higiene brônquica através da restauração e manu-
tenção da continuidade da cobertura mucosa;
- Hidratar as secreções secas e retidas; CURATIVOS
- Umidificar o oxigênio inspirado e possibilitando a administra-
ção de medicações.
CURATIVOS
Nebulização Contínua
Os fatores que influenciam a cicatrização de lesões são:
Materiais Idade: a circulação sanguínea e a concentração de oxigênio no
- Fluxômetro; local da lesão são prejudicadas pelo envelhecimento, e o risco de
- Nebulizador; infecção é maior.
- Extensão (traqueia); Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às infecções
- Soro fisiológico a 0,9% e / ou medicamentos prescritos. dependem de uma dieta equilibrada e a episódios como cirurgias,
traumas graves, infecções e deficiências nutricionais pré-operató-
Técnica rias aumentam as exigências nutricionais;
- Verificar a prescrição da nebulização no prontuário; Obesidade: O suprimento sanguíneo menos abundante dos te-
- Lavar as mãos; cidos adiposos impede o envio de nutrientes e elementos celulares
- Organizar o material; necessários à cicatrização normal;
- Explicar o procedimento ao cliente; Extensão da lesão: lesões mais profundas, envolvendo maior
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio; perda de tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda in-
- Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou ou- tenção, sendo susceptíveis a infecções; imunossupressão.
tra medicação conforme prescrita médica; Redução da defesa imunológica contribui para uma cicatriza-
- Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro; ção deficiente;
- Testar o fluxômetro se borbulhar, está funcionando; Diabetes: o paciente portador de diabetes tem alteração vas-
- Adaptar a máscara na face do cliente; cular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua oxigenação; além
- Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição disso, a glicemia aumentada altera o processo de cicatrização, ele-
médica; vando o risco de infecção.
- Manter a unidade em ordem;
- Manter a unidade arrumada;
- Registrar o procedimento de enfermagem.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Curativo: É o tratamento utilizado para promover a cicatrização Carvão ativado


de ferida, proporcionando um meio adequado para este processo. Cobertura composta por tecido de carvão ativado, impregnado com
Sua escolha dependerá do tipo e condições clínicas da ferida. Os prata - que exerce ação bactericida e envolto por uma camada de não-teci-
critérios para o curativo ideal foram definidos por Turner, citado por do, selada em toda a sua extensão. Muito eficaz em feridas com mau odor,
Dealey: é indicada para cobertura das feridas infectadas exsudativas, com ou sem
- Manter alta umidade entre a ferida e o curativo, o que pro- odor. Também necessita de cobertura secundária com gaze e fita adesiva.
move epitelização mais rápida, diminuição significativa da dor e au-
mento do processo de destruição natural dos tecidos necrosados. Hidrocolóide
-Remover o excesso de exsudação, objetivando evitar a mace- As coberturas de hidrocoloides são impermeáveis à água e às
ração de tecidos circunvizinhos; bactérias e isolam o leito da ferida do meio externo. Evitam o resse-
-Permitir troca gasosa ressalte-se que a função do oxigênio em camento, a perda de calor e mantêm um ambiente úmido ideal para
relação às feridas ainda não está muito esclarecida; a migração de células. Indicada para feridas com pouca ou modera-
-Fornecer isolamento térmico, pois a manutenção da tempera- da exsudação, podendo ficar até 7 dias.
tura constante a 37ºC estimula a atividade da divisão celular duran-
te o processo de cicatrização; Hidrogel
-Ser impermeável às bactérias, funcionando como uma barrei- Proporciona um ambiente úmido oclusivo favorável para o pro-
ra mecânica entre a ferida e o meio ambiente. cesso de cicatrização, evitando o ressecamento do leito da ferida e
-Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminado- aliviando a dor. Indicada para uso em feridas limpas e não infecta-
ras de feridas, o que pode renovar ou prolongar a reação inflamató- das, tem poder de desbridamento nas áreas de necrose.
ria, afetando a velocidade de cicatrização;
-Permitir a retirada sem provocar traumas, os quais com fre- Filmes
quência ocorrem quando o curativo adere à superfície da ferida; Tipo de cobertura de poliuretano. Promove ambiente de cica-
nessas condições, a remoção provoca uma ruptura considerável de trização úmido, mas não apresenta capacidade de absorção. Não
tecido recém-formado, prejudicando o processo de cicatrização. deve ser utilizado em feridas infectadas.
O curativo aderido à ferida deve ser retirado após umedeci-
mento com solução fisiológica (composta por água e cloreto de só- Papaína
dio), sem esfregá-la ou atritá-la. A papaína é uma enzima proteolítica proveniente do látex das
Desbridamento - retirada de tecido necrosado, sem vitalidade, folhas e frutos do mamão verde adulto. Agem promovendo a limpe-
utilizando cobertura com ação desbridante ou retirada mecânica za das secreções, tecidos necróticos, pus e microrganismos às vezes
com pinça, tesoura ou bisturi. presentes nos ferimentos, facilitando o processo de cicatrização. In-
Exsudação - é o extravasamento de líquido da ferida, devido ao dicada para feridas abertas, com tecido desvitalizado e necrosado.
aumento da permeabilidade capilar.
Maceração - refere-se ao amolecimento da pele que geralmen- Ácidos Graxos Essenciais (AGE)
te ocorre em torno das bordas da ferida, no mais das vezes devido Produto à base de óleo vegetal possui grande capacidade de
à umidade excessiva. promover a regeneração dos tecidos, acelerando o processo de ci-
A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície catrização. Indicada para prevenção de úlcera de pressão e para to-
em vários graus. Por isso, as feridas não devem ser limpas com so- dos os tipos de feridas, apresentando melhores resultados quando
luções frias e nem permanecerem expostas por longos períodos de há desbridamento prévio das lesões.
tempo. Um curativo encharcado ou vazando favorece o movimento
das bactérias em ambas as direções, ferida e meio ambiente, de- Antissépticos
vendo, portanto, ser trocado imediatamente. Não se deve usar al- São formulações cuja função é matar os microrganismos ou
godão ou qualquer gaze desfiada. inibir seu crescimento quando aplicadas em tecidos vivos. Os antis-
sépticos recomendados são álcool a 70%, clorexidina tópica e PVP-
Tipos de Curativos -I tópico. Atualmente, não são recomendados o hexaclorofeno, os
Atualmente, existem muitos curativos com formas e proprie- mercuriais orgânicos, o quaternário de amônia, o líquido de Dakin,
dades diferentes. Para se escolher um curativo faz-se necessário, a água oxigenada e o éter.
primeiramente, avaliar a ferida, aplicando o que melhor convier ao
estágio em que se encontra, a fim de facilitar a cura. Deve-se limpar Realizando Curativo Através de Irrigação com Solução Fisio-
as feridas antes da colocação de cobertura com solução fisiológica lógica
a 0,9%, morna, aplicada sob pressão. Algumas coberturas podem Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de feridas
permanecer por vários dias e as trocas dependerão da indicação do através de irrigação com solução fisiológica morna e sob pressão,
fabricante e evolução da ferida. utilizando-se seringa de 20 ml conectada à agulha de 40 x 12, o que
fornece uma pressão capaz de remover partículas, bactérias e exsu-
Alginatos datos.
São derivados de algas marinhas e, ao interagirem com a ferida, so- Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais próximo
frem alteração estrutural: as fibras de alginato transformam-se em um possível da ferida. Após a limpeza por esse método, deve-se secar
gel suave e hidrófilo à medida que o curativo vai absorvendo a exsuda- apenas a pele íntegra das bordas e aplicar a cobertura indicada no
ção. Esse tipo de cobertura é indicado para feridas com alta ou moderada leito da ferida, usando técnica asséptica.
exsudação e necessita de cobertura secundária com gaze e fita adesiva.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Realizando Curativo com Pinças


Material necessário: bandeja, pacote de curativo composto por pinças anatômicas e Kely estéreis, gazes estéreis, adesivos (micropore,
esparadrapo ou similar), cuba-rim, solução fisiológica morna, cobertura ou solução prescrita, luvas de procedimento (devido à presença
de secreção, sangue.).
Executar o procedimento em condições ambientais favoráveis (com privacidade, boa iluminação, equipamentos e acessórios dispo-
níveis, material devidamente preparado, dentre outros), que evitem a disseminação de microrganismos. Preparar o paciente e orientá-lo
sobre o procedimento.
No desenvolvimento de um curativo, observar o princípio de assepsia, executando a limpeza da lesão a partir da área menos conta-
minada e manuseando o material (pacote de curativo, pinças, luvas estéreis) com técnica asséptica. Ao realizar curativo com pinça, utilizar
luvas estéreis se a ferida for extensa ou apresentar muita secreção ou sangue.
Para realizar um curativo de ferida limpa, inicie a limpeza de dentro para fora (bordas); para um curativo de ferida contaminada o
procedimento é inverso, ou seja, de fora para dentro.
Orientar o paciente quanto à técnica de realização do curativo e suas possíveis adaptações no domicílio é imprescindível à continuida-
de de seu tratamento e estimula o autocuidado.
Quando do registro do procedimento, o profissional deve caracterizar a reação do paciente, condições da pele, aspectos da ferida e
tipo de curativo aplicado, destacando as substâncias utilizadas.

Realizando o Curativo com Luva Estéril


O material a ser utilizado é o mesmo do curativo com pinça, excluindo – se o pacote de curativo.
Utilizando-se a luva de procedimento, retirar a cobertura do curativo. Em seguida, abrir utilizá-lo como campo estéril. Calçar a luva
estéril, mantendo a mão predominante para manipular a gaze e a área da ferida, seguindo rigorosamente os princípios de assepsia. Com a
outra mão, manipular o material e a solução.o pacote de gaze cuidadosamente, para não contaminar seu interior.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Fundamentos teóricos e práticos de enfermagem

Métodos, cálculos, vias e cuidados na administração de medicamentos, hemocomponentes, hemoderivados e soluções

Medicamentos
Uma as principais funções da equipe de Enfermagem no cuidado aos pacientes é a administração de medicamentos. Exige dos profis-
sionais: responsabilidade, conhecimentos e habilidades, estes fatores garantem a segurança do paciente. Constitui-se de várias etapas e
envolve vários profissionais,o risco de ocorrência de erros é elevado.

Fármaco
Substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. Sinônimo de princípio ativo.

Nove Certezas
1. usuário certo;
2. dose certa;
3. medicamento certo;
4. hora certa;
5. via certa;
6. anotação certa;
7. orientação ao paciente;
8. compatibilidade medicamentosa;
9. o direito do paciente em recusar a medicação.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Farmacocinética: Ação do Organismo no Fármaco

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Absorção de Medicamentos
“refere-se a velocidade com que uma droga deixa o seu local de administração e a extensão com que isso ocorre.” • “ biodisponibili-
dade: a extensão com que uma droga atinge seu local de ação”.
Farmacocinética – Distribuição
O medicamento será distribuído pelo sistema circulatório, chegando aos tecidos e células para que ocorra ação. • O fármaco circula
ligado a proteínas plasmáticas
• Mas antes ele será matabolizado

Farmacocinética – Metabolização
• É a biotransformação que ocorre no fígado principalmente
• É uma reação química catalizada por enzimas que transformam o fármaco em ATIVO, ou INATIVO
• A fração ativa, circulará livre ou ligada as proteínas plasmáticas até o receptor para fazer seu efeito.

Vias de Administração

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Farmacodinâmica
Estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação.
• Só a droga livre se liga ao receptor para fazer efeito
• Absorção
• Distribuição
• Metabolização
• Excreção Interferem na quantidade livre para se ligar aos receptores.

Só neste momento é que começa a fazer efeito farmacológico


A análise dos erros, ocorridos nos Estados Unidos pela FDA (MedWatch Program) e USP-ISMP (Medication Errors Reporting Errors),
mostra que as causas dos erros são multifatoriais. Dentre as principais causas estão:
• falta de conhecimento sobre os medicamentos;
• falta de informação sobre os pacientes;
• violação de regras, deslizes e lapsos de memória;
• erros de transcrição;
• falhas na interação com outros serviços;
• falhas na conferência das doses;
• problemas relacionados à bombas e dispositivos de infusão de medicamentos;
• inadequado monitoramento do paciente;
• erros de preparo e falta de padronização dos medicamentos.

Prejuízos e Danos Medicamentos administrados erroneamente podem causar prejuízos/danos ao cliente devido a fatores como:
• Incompatibilidade farmacológica
• Reações indesejadas
• Interações farmacológicas

Interação Medicamentosa

O que é interação medicamentosa?


•Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a interação medicamentosa é definida como uma resposta farmacológi-
ca ou clínica à administração de uma combinação de medicamentos, diferente dos efeitos de dois agentes administrados individualmente.
•Existem interações medicamentosas do tipo medicamentomedicamento, medicamento-alimento, medicamento-bebida alcoólica e
medicamento-exames laboratoriais. As interações medicamentosas podem ocorrer entre medicamentos sintéticos, fitoterápicos, chás e
ervas medicinais.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Interação medicamentosa do tipo medicamento-medicamen- • Nome: Keflin


to • Apresentação: 1gr + água destilada 4ml
Um exemplo comum de interação entre dois medicamentos di- • Reconstituição: Próprio diluente (AD)
ferentes é a aquela ocorrida entre antiácidos e anti-inflamatórios. • Diluentes/Volumes: Água Destilada 10ml
Os medicamentos antiácidos podem diminuir a absorção dos antiin- • Tempo mínimo de infusão: 1 minuto
flamatórios, reduzindo o seu efeito terapêutico. Quando o paciente • Forma de administração: Seringa
for iniciar um tratamento com anti-inflamatórios, verifique todos os
medicamentos que utiliza, inclusive os antiácidos. Observações:
• A ação de administrar medicamentos é uma tarefa complexa
Interação medicamentosa do tipo medicamento-alimento que envolve conhecimento de diversas áreas e a sua prática deve
O leite e os alimentos lácteos podem reduzir a absorção das te- ser cercada de cuidados e de obediência aos princípios gerais.
traciclinas e, consequentemente, diminuir o seu efeito terapêutico. • É importante que a enfermagem desenvolva pesquisas de
Oriente que o paciente faça a ingestão desses alimentos uma hora competência de sua atuação e atualize-se com pesquisas relacio-
depois ou duas horas antes da administração das tetraciclinas. nadas a medicamentos, desenvolvidas por outros profissionais, es-
tando atenta, também, aos medicamentos novos e às formas de
Interação medicamentosa do tipo medicamento-bebida alco- apresentação das drogas com diferentes métodos de introdução no
ólica organismo que, continuamente, são lançadas no mercado.
As bebidas alcoólicas podem aumentar a toxicidade hepática • A falta de conhecimentos e de atualização na temática “ad-
do paracetamol, provocando problemas no fígado do paciente. ministração de medicamentos” tem possibilitado a ocorrência de
Oriente para o paciente não usar bebidas alcoólicas enquanto esti- erros no processo da administração levando às IATROGENIAS.
ver em tratamento com paracetamol. • Educação permanente: educação e supervisão contínua, rea-
lizada pelo enfermeiro em seus diversos ambientes de trabalho +
Interação medicamentosa do tipo medicamento-exame labo- pesquisa são práticas altamente fecundas.
ratorial • Elaboração de “protocolos” sobre medicamentos pode auxi-
Durante o tratamento com amoxicilina, o exame de urina pode liar significativamente a assistência de enfermagem livre de riscos.
encontrar-se alterado, indicando uma falsa presença de glicose na
urina. Sempre que for coletar algum tipo de exame laboratorial, ve- Hemocomponentes, Hemoderivados e soluções.
rifique se o pacientes não estiver utilizando o medicamento. Para entendimento sobre a hemoterapia é necessário com-
preender a diferença entre Hemocomponentes e Hemoderivados;
Prejuízos e danos neste caso, o Ministério da Saúde (2008, p. 15) esclarece:
Prejuízos e Danos Estudo feito em instituições hospitalares Hemocomponentes e hemoderivados são produtos distintos.
americanas demonstrou que erros potencialmente perigosos acon- Os produtos gerados um a um nos serviços de hemoterapia, a partir
tecem mais de 40 vezes/dia em hospital e que um paciente está do sangue total, por meio de processos físicos (centrifugação, con-
sujeito, em média, a dois erros/dia. Mais de 770.000 pacientes hos- gelamento) são denominados hemocomponentes. Já os produtos
pitalizados sofrem algum tipo de dano ou morte a cada ano por um obtidos em escala industrial, a partir do fracionamento do plasma
evento medicamentoso adverso. por processos físico-químicos são denominados hemoderivados.
Dessa forma, é possível concluir que tanto os hemocomponen-
Controle na Administração Medicamento tes como os hemoderivados são os produtos possíveis resultantes
Ação do profissional de Enfermagem: consciência, segurança, do sangue. Existem duas formas possíveis de obtenção de hemo-
conhecimentos ou acesso às informações necessárias. componentes, a mais comum é por meio da coleta de sangue total,
Dúvidas, incerteza e insegurança: fatores de risco para a ocor- e a outra mais específica é pela aférese (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
rência de erros no processo de administração de medicamentos. 2008).
Enfermeiro: supervisão das atividades de Enfermagem durante A aférese pode ser compreendida como:
o preparo e administração de medicamentos (formação com conhe- [...] procedimento caracterizado pela retirada do sangue do
cimentos suficientes para conduzir tal prática de modo seguro). doador, seguida da separação de seus componentes por um equi-
pamento próprio, retenção da porção do sangue que se deseja re-
Controle na Administração Medicamento tirar na máquina e devolução dos outros componentes ao doador
• Ação do profissional de Enfermagem: consciência, segurança, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008, p. 15).
conhecimentos ou acesso às informações necessárias. O sangue total: a centrifugação é um dos procedimentos que
• Dúvidas, incerteza e insegurança: fatores de risco para a ocor- facilita a separação do sangue total, o que permite a formação de
rência de erros no processo de administração de medicamentos. camadas. Após sofrer o processo de centrifugação o sangue total
• Enfermeiro: supervisão das atividades de Enfermagem duran- fica separado em basicamente três camadas, denominadas, plas-
te o preparo e administração de medicamentos (formação com co- ma, buffy-coat e hemácias.
nhecimentos suficientes para conduzir tal prática de modo seguro). Contudo, como é possível que não ocorra a coagulação do san-
gue? Como já foi descrito anteriormente, a conservação dos produ-
Diluição de Medicamentos tos sanguíneos é realizada por meio de soluções anticoagulantes-
• As informações sobre diluição de medicamentos no dia a dia -preservadoras e soluções aditivas, conforme descreve o Ministério
não estão disponíveis de forma simples e prática, é necessário pro- da Saúde (2008, p. 17):
tocolo de diluição de medicamentos
• Exemplo (1):
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Soluções anticoagulantes-preservadoras e soluções aditivas Sobre a indicação de concentrado de hemácias o Ministério da


são utilizadas para a conservação dos produtos sanguíneos, pois im- Saúde (2008, p. 29) alerta:
pedem a coagulação e mantêm a viabilidade das células do sangue A transfusão de concentrado de hemácias (CH) deve ser reali-
durante o armazenamento. A depender da composição das solu- zada para tratar, ou prevenir iminente e inadequada liberação de
ções anticoagulantes-preservadoras, a data de validade para a pre- oxigênio (O2) aos tecidos, ou seja, em casos de anemia, porém nem
servação do sangue total e concentrados de hemácias pode variar. todo estado de anemia exige a transfusão de hemácias. Em situa-
A cada doação são coletados cerca de 450 ml de sangue total. ções de anemia, o organismo lança mão de mecanismos compen-
Cada coleta poderá ser desdobrada em: satórios, tais como a elevação do débito cardíaco e a diminuição
• 1 unidade de Concentrado de Hemácias; da afinidade da Hb pelo O2, o que muitas vezes consegue reduzir o
• 1 unidade de Concentrado de Plaquetas; nível de hipóxia tecidual.
• 1 unidade de Plasma; Em algumas ocasiões a transfusão não é indicada, como no
• 1 unidade crioprecipitada. caso de anemia por perda sanguínea crônica, anemia por insuficiên-
cia renal crônica, anemia hemolítica constitucional, Doença Falci-
Assim, são beneficiados, potencialmente, pelo menos quatro forme, Talassemias, etc.
pacientes. O sangue fresco total é considerado o sangue coletado Não se deve valorizar somente os valores de Ht e Hb, pois em
há no máximo quatro horas. Para a coleta de sangue podem ser casos de anemia hemolítica autoimune, em geral, não é encontrado
usadas bolsas adequadas contendo anticoagulantes adicionados ou sangue compatível e todo sangue que for transfundido é hemolisa-
conservastes para hemácias. do, indicado imunossupressão imediata. Transfusão sanguínea, nes-
Quando o volume é pequeno, o sangue pode também ser co- ses casos, somente com grande risco de vida. Solicitando sempre
lhido em seringas heparinizadas. O sangue total armazenado pode acompanhamento de um médico Hematologista/Hemoterapeuta.
ser usado para fornir hemácias, proteínas plasmáticas e fatores de Portanto, a indicação do CH segue critérios médicos, já que é
coagulação estáveis como o fibrinogênio. este profissional que realiza a prescrição e indicação da transfusão,
O sangue fresco total pode ser separado em papa de hemácias por este motivo este item não será abordado amplamente, pois
e plasma por centrifugação ou sedimentação. Depois de separado, existem protocolos médicos que especificam quais são as situações
a papa de hemácias precisa ser posta a uma temperatura que varia nas quais é indicada a terapia com CH e as contraindicações.
entre 1 e 6°C, o mais rápido possível. É necessário que se utilize so- Outra questão importante é a dose a ser infundida no pacien-
lução salina 0,9% para ressuspender as hemácias, não sendo acon- te, que também é realizada pela avaliação médica. Quanto a isto, o
selhado outro tipo de solução (REICHMANN; DEARO, 2001). Ministério da Saúde (2008, p. 32) descreve:
Se o sangue total não for processado ligeiramente e o plasma Deve ser transfundida a quantidade de hemácias suficiente
for congelado depois de seis horas da colheita, ele é denominado para a correção dos sinais/sintomas de hipóxia, ou para que a Hb
plasma congelado. O plasma congelado mantém concentrações atinja níveis aceitáveis. Em indivíduo adulto de estatura média, a
ajustadas somente dos fatores de coagulação dependentes de vita- transfusão de uma unidade de CH normalmente eleva o Hct em 3%
mina K (II, VII, IX, X) e também de imunoglobulinas (Ig). e a Hb em 1 g/dl. Em recém-nascidos, o volume a ser transfundido
O plasma fresco congelado pode também ser processado em não deve exceder 10 a 15ml/kg/hora.
crioprecipitado e crioplasma pobre. O crioprecipitado é o precipi- O modo de administração é de suma importância e neste a
tado adquirido depois do descongelamento parcial (a temperaturas enfermagem envolve-se diretamente, por isso é necessário ter co-
entre 1 e 6°C) do plasma fresco congelado e tem alta concentração nhecimento. A este respeito o Ministério da Saúde (2008, p. 32)
do fator de coagulação VIII, do fator de Von Willebrand e de fibri- esclarece:
nogênio. O tempo de infusão de cada unidade de CH deve ser de 60 min
Este componente precisa ser sustentado a -18°C, apresentando a 120 minutos (min) em pacientes adultos. Em pacientes pediá-
assim validade de um ano após a colheita. Depois da preparação tricos, não exceder a velocidade de infusão de 20-30ml/kg/hora.
do crioprecipitado, o produto remanescente é denominado de crio- A avaliação da resposta terapêutica à transfusão de CH deve ser
plasma pobre. Este componente possui albumina e imunoglobuli- feita através de nova dosagem de HB ou HT 1-2 horas (hs) após a
nas e pode ser armazenado por até um ano a -18°C. transfusão, considerando também a resposta clínica. Em pacientes
O plasma rico em plaquetas também pode ser obtido por cen- ambulatoriais, a avaliação laboratorial pode ser feita 30min após o
trifugação diferenciada do plasma fresco. Este precisa ser guardado término da transfusão e possui resultados comparáveis.
a uma temperatura que varie entre 20 e 24°C e em movimentação Concentrado de plaquetas: as plaquetas são decorrentes dos
constante durante até cinco dias. megacariócitos, que se localizam na medula óssea. Elas operam na
Concentrado de Hemáceas: é adquirido pela centrifugação do fase primária da coagulação e são conseguidas pela centrifugação
sangue total. Segundo o Ministério da Saúde (2008), a sobrevida do plasma. Precisam ser estocadas à temperatura de 22º C, em agi-
varia de acordo com a solução preservativa: de 35 a 42 dias. O ar- tação contínua.
mazenamento deve ser de 2ºC a 6º C. A indicação para a utilização de concentrado de plaquetas (CP)
Seu volume varia entre 220 e 280 ml. Então, uma bolsa de san- depende igualmente ao CH de avaliação e protocolos médicos, en-
gue total (ST) é submetida à centrifugação, remoção da maior parte tretanto é possível ressaltar:
do plasma e como consequência obtém-se 220 a 280 ml de concen- Basicamente, as indicações de transfusão de CP estão associa-
trado de hemácias (CH). das às plaquetopenias desencadeadas por falência medular, rara-
A indicação para que seja realizada a transfusão de concen- mente indicamos a reposição em plaquetopenias por destruição
trado de hemácias, deve ser criteriosa e individual, de acordo com periférica ou alterações congênitas de função plaquetária (MINIS-
o fator determinante: estado hemodinâmico do paciente, anemia TÉRIO DA SAÚDE, 2008, p. 32).
aguda, classificação de Baskett.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A dose indicada é estabelecida por meio do critério de uma Crioprecipitado: é a parte insolúvel do plasma, obtido por meio
unidade de CP para cada 7 a 10 Kg de peso do paciente. Todavia, o do procedimento de congelamento rápido, descongelamento e
médico poderá avaliar também a contagem plaquetária do paciente centrifugação do plasma. É rico em fator VIII: c (atividade pró-coa-
para, posteriormente, realizar a prescrição de dosagem. O tempo gulante), Fator VIII:Vwf (Fator von Willebrand), Fibrinogênio, Fator
de infusão a ser seguido para administração de CP é: XIII e Fibronectina.
Conforme o Ministério da Saúde (2008, p. 45), as indicações
O tempo de infusão da dose de CP deve ser de aproximada- para a utilização do crioprecipitado são:
mente 30min em pacientes adultos ou pediátricos, não excedendo [...] tratamento de hipofibrinogenemia congênita ou adquirida
a velocidade de infusão de 20-30ml/kg/hora. A avaliação da res- (<100mg/dl), disfibrinogenemia ou deficiência de fator XIII. A hi-
posta terapêutica a transfusão de CP deve ser feita através de nova pofibrinogenemia adquirida pode ser observada após tratamento
contagem das plaquetas 1 hora após a transfusão, porém a resposta trombolítico, transfusão maciça ou coagulação intravascular dis-
clínica também deve ser considerada. Em pacientes ambulatoriais, seminada (CID). Somente 50% do total dos 200mg de fibrinogênio
a avaliação laboratorial 10min após o término da transfusão pode administrados/bolsa no paciente com complicações devido à trans-
facilitar a avaliação da resposta e possui resultados comparáveis fusão maciça são recuperados por meio intravascular.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998, p. 37). E também nos seguintes casos:
Plasma fresco congelado: é obtido depois do fracionamento a) Repor fibrinogênio em pacientes com hemorragia e deficiên-
do sangue total, congelar até oito horas depois da coleta. Deve ser cia isolada congênita ou adquirida de fibrinogênio, quando não se
guardado a uma temperatura de, no mínimo, -20º C, tendo validade dispuser do concentrado de fibrinogênio industrial.
de doze meses. b) Repor fibrinogênio em pacientes com coagulação intravascu-
O plasma fresco congelado (PFC) possui albumina, globulina, lar disseminada-CID e graves hipofibrinogenemias.
fibrinogênia e fatores de coagulação sanguínea. Uma vez que é des- c) Repor Fator XIII em pacientes com hemorragias por deficiên-
congelado precisa ser usado em até quatro horas. cia deste fator, quando não se dispuser do concentrado de Fator XIII
A indicação de utilização do Plasma Fresco Congelado é, como industrial.
nos casos anteriores, dependente da avaliação médica, cabe res- d) Repor Fator de von Willebrand em pacientes que não têm
saltar o que é preconizado pelo Ministério da Saúde (2008, p. 38): indicação de DDAVP ou não respondem ao uso de DDAVP, quando
As indicações para o uso do plasma fresco congelado são restri- não se dispuser de concentrados de Fator de von Willebrand ou de
tas e correlacionadas a sua propriedade de conter as proteínas da concentrados de Fator VIII ricos em multímeros de von Willebrand.
coagulação. O componente deve ser usado, portanto, no tratamen- O crioprecipitado antes de ser infundido deve ser descongela-
to de pacientes com distúrbio da coagulação, particularmente na- do em uma temperatura de 30ºC a 35ºC no prazo máximo de quinze
queles em que há deficiência de múltiplos fatores e apenas quando minutos, podendo ser feito por meio de banho-maria.
não estiverem disponíveis produtos com concentrados estáveis de A transfusão após o descongelamento deve ser imediata, mas
fatores da coagulação e menor risco de contaminação viral. poderá também ficar estocado por até seis horas em temperatura
A dose volume a ser transfundida em um paciente vai depen- ambiente e entre 20º e 24º C ou por até quatro horas quando o
der do peso e das condições hemodinâmicas do paciente, esta ava- sistema for aberto.
liação será feita pelo médico. É importante ressaltar que o uso de Uma das formas para se calcular a dosagem a ser administrada
10-20 ml de PFC por Kg aumenta de 20 a 30% os níveis dos fatores de crioprecipitado é 1.0 a 1.5 bolsas de Criopreciptado para cada 10
de coagulação do paciente. Kg de peso do paciente, sendo a intenção de se atingir níveis de fi-
brinogênio de 100mg/dl com reavaliação a cada três ou quatro dias.
Os cuidados antes da administração do PFC devem ser seguidos
rigorosamente para impedir intercorrências, são eles: Princípios da administração de medicamentos e Cálculo de
• Antes da transfusão deve ser completamente descongelado, Medicacão
para isto pode-se utilizar o banho-maria a 37ºC ou equipamento A administração de medicamentos é uma das atividades que
específico; o auxiliar de enfermagem desenvolve com muita frequência, re-
• Após ser descongelado deve ser utilizado o mais rápido pos- querendo muita atenção e sólida fundamentação técnico-científica
sível, no máximo seis horas após o congelamento em temperatura para subsidiá-lo na realização de tarefas correlatas, pois envolve
ambiente ou 24 horas após refrigeração; uma sequência de ações que visam a obtenção de melhores resul-
• Depois de ser descongelado não pode mais ser congelado; tados no tratamento do paciente, sua segurança e a da instituição
• É importante observar atentamente o aspecto das bolsas an- na qual é realizado o atendimento.
tes de iniciar a transfusão, pois vazamentos e alterações de cor são
alertas para não administração. Assim, é importante compreender que o uso de medicamen-
tos, os procedimentos envolvidos e as próprias respostas orgânicas
Também é importante seguir a seguinte orientação: decorrentes do tratamento envolvem riscos potenciais de provocar
Na transfusão de plasma, todos os cuidados relacionados à danos ao paciente, sendo imprescindível que o profissional esteja
transfusão de hemocomponentes devem ser seguidos criteriosa- preparado para assumir as responsabilidades técnicas e legais de-
mente. A conferência da identidade do paciente e rótulo da bolsa correntes dos erros que possa vir a incorrer.
antes do início da infusão e uso de equipo com filtro de 170 a 220 Geralmente, os medicamentos de uma unidade de saúde são
nm são medidas obrigatórias. O tempo máximo de infusão deve ser armazenados em uma área específica, dispostos em armários ou
de 1 hora (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998, p. 45). prateleiras de fácil acesso e organizados e protegidos contra poeira,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

umidade, insetos, raios solares e outros agentes que possam alterar de prepará-la; deixar o local de preparo de medicação em ordem
seu estado ressalte-se que certos medicamentos necessitam ser ar- e limpo, utilizando álcool a 70% para desinfetar a bancada; utilizar
mazenados e conservados em refrigerador. bandeja ou carrinho de medicação devidamente limpos e desinfe-
Os recipientes contendo a medicação devem possuir tampa e tados com álcool a 70%; quando da preparação de medicamentos
rótulo, identificados com nome (em letra legível) e dosagem do fár- para mais de um paciente, é conveniente organizar a bandeja dis-
maco. pondo-os na seqüência de administração.
A embalagem com dose unitária, isto é, separada e rotulada Similarmente, seguem-se as orientações relativas à fase de ad-
em doses individuais, cada vez mais vem sendo adotada em gran- ministração: manter a bandeja ou o carrinho de medicação sempre
des centros hospitalares como meio de promover melhor controle à vista durante a administração, nunca deixando-os, sozinhos, junto
e racionalização dos medicamentos. ao paciente; antes de administrar o medicamento, esclarecer o pa-
Os pacientes e/ou familiares necessitam ser esclarecidos quan- ciente sobre os medicamentos que irá receber, de maneira clara e
to à utilização dos medicamentos receitados pelo médico, e orienta- compreensível, bem como conferir cuidadosamente a identidade
dos em relação ao seu armazenamento e cuidados - principalmente do mesmo, para certificar-se de que está administrando o medica-
se houver crianças em casa, visando evitar acidentes domésticos. mento à pessoa certa, verificando a pulseira de identificação e/ou
Os entorpecentes devem ser controlados a cada turno de trabalho e pedindo-lhe para dizer seu nome, sem induzi-lo a isso; permanecer
sua utilização feita mediante prescrição médica e receita contendo junto ao paciente até que o mesmo tome o medicamento.
nome do paciente, quantidade e dose, além da data, nome e assina- Deixar os medicamentos para que tome mais tarde ou permitir
tura do médico responsável. Ao notar a falta de um entorpecente, que dê medicação a outro são práticas indevidas e absolutamente
notifique tal fato imediatamente à chefia. condenáveis; efetuar o registro do que foi fornecido ao paciente,
A administração de medicamentos segue normas e rotinas que após administrá-los.
uniformizam o trabalho em todas as unidades de internação, facili-
tando sua organização e controle. Para preparar os medicamentos, Administrando medicamentos por via oral e sublingual:
faz-se necessário verificar qual o método utilizado para se aviar a Material necessário:
prescrição - sistema de cartão, receituário, prescrição médica, folha -bandeja
impressa em computador. - copinhos descartáveis
Visando administrar medicamentos de maneira segura, a en- - fita adesiva para identificação
fermagem tradicionalmente utiliza a regra de administrar o medi- - material acessório: seringa, gazes, conta-gotas, etc.
camento certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a hora - água, leite, suco ou chá trar o medicamento.
certa.
Durante a fase de preparo, o profissional de enfermagem deve Administrando medicamentos por via retal
ter muita atenção para evitar erros, assegurando ao máximo que Material necessário:
o paciente receba corretamente a medicação. Isto justifica porquê bandeja
o medicamento deve ser administrado por quem o preparou, não luvas de procedimento
sendo recomendável a administração de medicamentos preparados forro de proteção
por outra pessoa. gazes
As orientações a seguir compreendem medidas de organizati- medicamento sólido ou líquido
vas e de assepsia que visam auxiliar o profissional nesta fase do tra- comadre (opcional)
balho: lavar sempre as mãos antes do preparo e administração de
medicamentos, e logo após; preparar o medicamento em ambiente Administrando medicamentos tópicos por via cutânea, ocular,
com boa iluminação; concentrar-se no trabalho, evitando distrair nasal,
a atenção com atividades paralelas e interrupções que podem au- -otológica e vaginal
mentar a chance de cometer erros; Material necessário:
Ler e conferir o rótulo do medicamento três vezes: ao pegar - bandeja
o frasco, ampola ou envelope de medicamento; antes de colocar - espátula, conta-gotas, aplicador
o medicamento no recipiente próprio para administração e ao re- - gaze
colocar o recipiente na prateleira ou descartar a ampola/frasco ou - luvas de procedimento
outra embalagem. -medicamento
Um profissional competente não se deixa levar por comporta-
mentos automatizados, pois tem a consciência de que todo cuidado Administrando medicamentos por via parenteral
é pouco quando se trata de preparar e administrar medicamentos; A via parenteral é usualmente utilizada quando se deseja uma
Realizar o preparo somente quando tiver a certeza do medica- ação mais imediata da droga, quando não há possibilidade de admi-
mento prescrito, dosagem e via de administração; as medicações nistrá-la por via oral ou quando há interferência na assimilação da
devem ser administradas sob prescrição médica, mas em casos de droga pelo trato gastrintestinal.
emergência é aceitável fazê-las sob ordem verbal (quando a situa- A enfermagem utiliza comumente as seguintes formas de ad-
ção estiver sob controle, todas as medicações usadas devem ser ministração parenteral: intradérmica, subcutânea, intramuscular e
prescritas pelo médico e checadas pelo profissional de enfermagem endovenosa.
que fez as aplicações;
Identificar o medicamento preparado com o nome do pacien-
te, número do leito, nome da medicação, via de administração e
horário; observar o aspecto e características da medicação, antes
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Material necessário: Após a introdução da agulha no tecido e antes de pressionar o


- Bandeja ou cuba-rim êmbolo da seringa para administrar o medicamento pelas vias sub-
-Seringa cutânea e intramuscular, deve-se aspirar para ter a certeza de que
- Agulha não houve punção de vaso sangüíneo.
- Algodão Caso haja retorno de sangue, retirar a punção, preparar nova-
- Álcool a 70% mente a medicação, se necessário, e repetir o procedimento. Des-
-garrote (aplicação endovenosa) prezar a seringa, com a agulha junta, em recipiente próprio para
- Medicamento (ampola, frasco-ampola) materiais perfurocortantes.

A administração de medicamento por via parenteral exige pré- Via intradérmica


vio preparo com técnica asséptica e as orientações a seguir enun- É a administração de medicamentos na derme, indicada para
ciadas visam garantir uma maior segurança e evitar a ocorrência de a aplicação de vacina BCG e como auxiliar em testes diagnósticos e
contaminação. de sensibilidade
Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo de validade, Para testes de hipersensibilidade, o local mais utilizado é a região
o aspecto da solução ou pó e a integridade do frasco. escapular e a face interna do antebraço; para aplicação de BCG, a
Certificar-se de que todo o medicamento está contido no corpo região deltóide do braço direito. Esticar a pele para inserir a agulha, o
da ampola, pois muitas vezes o estreitamento do gargalo faz com que facilita a introdução do bisel, que deve estar voltado para cima;
que parte do medicamento fique retida. Observar a integridade dos visando atingir somente a epiderme, formar um ângulo de 15º com a
invólucros que protegem a seringa e a agulha; colocar a agulha na agulha, posicionando-a quase paralela à superfície da mesma.
seringa com cuidado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a Não se faz necessário realizar aspiração, devido à ausência de
parte interna do corpo da seringa e sua ponta. vaso sangüíneo na epiderme. O volume a ser administrado não
Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool deve ultrapassar a 0,5ml, por ser um tecido de pequena expansi-
a 70%, destacando o gargalo no caso de frasco-ampola, levantar a bilidade, sendo utilizada seringa de 1ml e agulha 10x5 e 13x4,5.
tampa metálica e desinfetar a borracha. Quando a aplicação é correta, identifica-se a formação de pápula,
Proteger os dedos com algodão embebido em álcool a 70% na caracterizada por pequena elevação da pele no local onde o medi-
hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa metálica do frasco- camento foi introduzido.
ampola.
Para aspirar o medicamento da ampola ou frasco ampola, segu- Via subcutânea
rá-lo com dois dedos de uma das mãos, mantendo a outra mão livre É a administração de medicamentos no tecido subcutâneo,
para realizar, com a seringa, a aspiração da solução. cuja absorção é mais lenta do que a da via intramuscular. Doses
No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, introduzi-lo den- pequenas são recomendadas, variando entre 0,5ml a 1ml. Também
tro do frasco e deixar que a força de pressão interna desloque o ar conhecida como hipodérmica, é indicada principalmente para vaci-
para o interior da seringa. nas (ex. anti-rábica), hormônios (ex. insulina), anticoagulantes (ex.
Homogeneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e heparina) e outras drogas que necessitam de absorção lenta e con-
aspirar. Para aspirar medicamentos de frasco de dose múltipla, inje- tínua. Seus locais de aplicação são a face externa do braço, região
tar um volume de ar equivalente à solução e, em seguida, aspirá-lo. glútea, face anterior e externa da coxa, região periumbilical, região
O procedimento de introduzir o ar da seringa para o interior escapular, região inframamária e flanco direito ou esquerdo.
do frasco visa aumentar a pressão interna do mesmo, retirando fa-
cilmente o medicamento, haja vista que os líquidos movem-se da Via intramuscular
uma área de maior pressão para a de menor pressão. Portanto, ao A via intramuscular é utilizada para administrar medicamentos
aspirar o medicamento, manter o frasco invertido irritantes, por ser menos dolorosa, considerando-se que existe me-
Após a remoção do medicamento, retirar o ar com a agulha nor número de terminações nervosas no tecido muscular profundo.
e a seringa voltadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o A absorção ocorre mais rapidamente que no caso da aplicação sub-
êmbolo, para remover a solução contida na agulha, visando evitar cutânea, devido à maior vascularização do tecido muscular. O volu-
seu respingo quando da remoção do ar me a ser administrado deve ser compatível com a massa muscular,
A agulha deve ser protegida com o protetor e o êmbolo da se- que varia de acordo com a idade, localização e estado nutricional.
ringa com o próprio invólucro. Considerando-se um adulto com peso normal, o volume mais
Identificar o material com fita adesiva, na qual deve constar o adequado de medicamento em aplicação no deltóide é de aproxi-
nome do paciente, número de leito/quarto, medicamento, dose e madamente 2ml; no glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora exis-
via de administração. tam autores que admitam volumes maiores. De qualquer maneira,
As precauções para administrar medicamentos pela via paren- quantidades maiores que 3ml devem ser sempre bem avaliadas
teral são importantes para evitar danos muitas vezes irreversíveis pois podem não ter uma adequada absorção3
ao paciente. Antes da aplicação, fazer antissepsia da pele, com ál- Para aplicação em adulto eutrófico, as agulhas apropriadas são
cool a 70%. 25x7, 25x8, 30x7 e 30x8. No caso de medicamentos irritantes, a
É importante realizar um rodízio dos locais de aplicação, o que agulha que aspirou o medicamento deve ser trocada, visando evitar
evita lesões nos tecidos do paciente, decorrentes de repetidas apli- a ocorrência de lesões teciduais.
cações. Orientar o paciente para que adote uma posição confortável,
Observar a angulação de administração de acordo com a via e relaxando o músculo, processo que facilita a introdução do líquido,
comprimento da agulha, que deve ser adequada à via, ao tipo de evita extravasamento e minimiza a dor.
medicamento, à idade do paciente e à sua estrutura física.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Evite a administração de medicamentos em áreas inflamadas, Venóclise


hipotróficas, com nódulos, paresias, plegias e outros, pois podem Venóclise é a administração endovenosa de regular quantidade
dificultar a absorção do medicamento. Num movimento único e de líquido através de gotejamento controlado, para ser infundido
com impulso moderado, mantendo o músculo com firmeza, intro- num período de tempo pré-determinado. É indicada principalmen-
duzir a agulha num ângulo de 90º, puxar o êmbolo e, caso não haja te para repor perdas de líquidos do organismo e administrar medi-
retorno de sangue administrar a solução. camentos.
Após a introdução do medicamento, retirar a agulha - também As soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a
num único movimento - e comprimir o local com algodão molhado fisiológica a 0,9%. Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve
com álcool a 70%. ser esclarecido sobre o período previsto de administração, corre-
Os locais utilizados para a administração de medicamentos são lacionando-o com a importância do tratamento e da necessidade
as regiões do deltóide, dorsoglútea, ventroglútea e antero-lateral de troca a cada 72 horas. O profissional deve evitar frases do tipo
da coxa. A região dorsoglútea tem o inconveniente de situar-se pró- não dói nada, pois este é um procedimento dolorido que muitas ve-
xima ao nervo ciático, o que contra-indica esse tipo de aplicação zes requer mais de uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se
em crianças. enganado e coloque em cheque a competência técnica de quem
A posição recomendada é o decúbito ventral, com os pés vol- realiza o procedimento.
tados para dentro, facilitando o relaxamento dos músculos glúteos; Material necessário: o mesmo utilizado na aplicação endoveno-
caso não seja possível, colocar o paciente em decúbito lateral. O sa, acrescentando-se frasco com o líquido a ser infundido, suporte,
local indicado é o quadrante superior externo, cerca de 5cm abaixo medicamentos, equipo, garrote, cateter periférico como escalpe,
do ápice da crista ilíaca. gelco ou similar, agulha, seringa, adesivo (esparadrapo, micropore
Outra maneira de identificar o local de aplicação é traçando ou similar), cortado em tiras e disposto sobre a bandeja, acessórios
uma linha imaginária da espinha ilíaca póstero-superior ao trocan- como torneirinha e bomba de infusão, quando necessária.
ter maior do fêmur; a injeção superior ao ponto médio da linha
também é segura.
Para a aplicação de injeção no deltóide, recomenda-se que o COLETA DE MATERIAIS PARA EXAMES
paciente esteja em posição sentada ou deitada
Medir 4 dedos abaixo do ombro e segurar o músculo durante
a introdução da agulha ) . O músculo vasto lateral encontra-se na COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES LABORATORIAIS
região antero-lateral da coxa. Indica-se a aplicação intramuscular no Amostras Biológicas: São consideradas amostras biológicas de
terço médio do músculo, em bebês, crianças e adultos material humano para exames laboratoriais: sangue urina, fezes,
A região ventroglútea, por ser uma área desprovida de gran- suor, lágrima, linfa (lóbulo do pavilhão auricular, muco nasal e le-
des vasos e nervos, é indicada para qualquer idade, principalmente são cutânea), escarro, esperma, secreção vaginal, raspado de lesão
para crianças. Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo epidérmico (esfregaço) mucoso oral, raspado de orofaringe, secre-
indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e, com a palma da ção de mucosa nasal (esfregaço), conjuntiva tarsal superior (esfre-
mão sobre a cabeça do fêmur (trocanter), em seguida desliza-se o gaço), secreção mamilar (esfregaço), secreção uretral (esfregaço),
adjacente (médio) para formar um V. A injeção no centro do V al- swab anal, raspados de bubão inguinal e anal/perianal, coleta por
cança os músculos glúteos essos, necrose e lesões de nervo. escarificação de lesão seca/swab em lesão úmida e de pelos e de
qualquer outro material humano necessário para exame diagnósti-
Via endovenosa co. Atualmente a maioria dos procedimentos de coleta são realiza-
A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma ação rápida dos nas próprias Unidades Assistenciais de Saúde da Rede Pública
do medicamento ou quando outras vias não são propícias. Sua ad- Municipal.
ministração deve ser feita com muito cuidado, considerando-se que
a medicação entra diretamente na corrente sangüínea, podendo Laboratórios de Análises: São estabelecimentos destinados à
ocasionar sérias complicações ao paciente caso as recomendações coleta e ao processamento de material humano visando a realiza-
preconizadas não sejam observadas. As soluções administradas por ção de exames e testes laboratoriais, que podem funcionar em se-
essa via devem ser cristalinas, não-oleosas e sem flocos em suspen- des próprias independentes ou, ainda, no interior ou anexadas a
são. Para a administração de pequenas quantidades de medicamen- estabelecimentos assistenciais de saúde, cujos ambientes e áreas
tos são satisfatórias as veias periféricas da prega (dobra) do cotove- específicas obrigatoriamente devem constituir conjuntos individua-
lo, do antebraço e do dorso das mãos. A medicação endovenosa lizados do ponto de vista físico e funcional.
pode ser tam bém aplicada através de cateteres intravenosos de
curta/longa permanência e flebotomia. O medicamento pode ainda Procedimentos Técnicos Especiais:
ser aplicado nas veias superficiais de grande calibre: região cubital, - A execução de procedimentos de coleta de material humano
dorso da mão e antebraço. Material necessário: bandeja bolas de que exijam a prévia administração, por via oral, de quaisquer subs-
algodão álcool a 70% fita adesiva hipoalergênica garrote escalpe(s) tâncias ou medicamentos, deverá ser supervisionada, “in loco”, por
adequado(s) ao calibre da veia do paciente) seringa e agulh profissionais de nível superior pertencentes aos quadros de recur-
sos humanos dos estabelecimentos.
- Os procedimentos de que trata o item anterior, que sejam de
longa duração e que exijam monitoramento durante os processos
de execução, deverão ser supervisionados, “in loco”, por profissio-
nais médicos pertencentes aos quadros de recursos humanos dos
estabelecimentos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- O Setor de Coleta deverá ter acesso aos equipamentos de - Número necessário de braçadeiras para realização de coletas
emergência visando propiciar o atendimento de eventuais intercor- = 1 para 15 coletas/hora.
rências clínicas. - Para revestir as paredes e pisos do box de coleta e técnica em
- O emprego de técnicas de sondagem é permitido, mediante geral, deve-se utilizar material de fácil lavagem, manutenção e sem
indicação médica, e somente para casos em que seja realmente ne- frestas.
cessária, a adoção de tal conduta para viabilizar a coleta de amos- - Insumos para coleta deverão estar disponibilizados em quan-
tras de material dos usuários. tidade suficiente e de forma organizada.

Coleta nas Unidades de Saúde: Os procedimentos de coleta dos Biossegurança: Entende-se como incorporação do princípio
exames laboratoriais nos ambulatórios são executados por profis- da biossegurança, a adoção de um conjunto de medidas voltadas
sionais médicos, assim como por profissionais de saúde componen- para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes
tes de equipes multiprofissionais, com finalidades de investigação às atividades de prestação de serviços, produção, ensino, pesquisa
clínica e epidemiológica, de diagnose ou apoio diagnóstico, de ava- e desenvolvimento tecnológico, que possam comprometer a saúde
liação pré-operatória, terapêutica e de acompanhamento clínico. do homem, o meio ambiente e, ainda, a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos.
Recursos Humanos: O Setor de Coleta obrigatoriamente conta- Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI e Equipamento
rá com pelo menos 01 (um) dos seguintes profissionais de nível uni- de Proteção Coletiva – EPC, destinam-se a proteger os profissionais
versitário: médico, enfermeiro, farmacêutico, biomédico ou biólogo durante o exercício das suas atividades, minimizando o risco de con-
que tenha capacitação para execução das atividades de coleta. Os tato com sangue e fluidos corpóreos.
profissionais de nível universitário do Posto de Coleta deverão estar São EPI: óculos, gorros, máscaras, luvas, aventais impermeáveis
presentes, diariamente, no interior de suas dependências durante e sapatos fechados e, são EPC: caixas para material perfurocortan-
o período de funcionamento da coleta destes estabelecimentos. Os te, placas ilustrativas, fitas antiderrapante, etc... .
procedimentos de coleta de material humano poderão ser executa- Os técnicos dos postos de coleta devem usar avental, luvas e
dos pelos seguintes profissionais legalmente habilitados: outros EPI que devem ser removidos e quando passiveis de este-
- De nível universitário: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, rilização, guardados em local apropriado antes de deixar a área de
biomédicos, biólogos e químicos que no curso de graduação, e/ou trabalho.
em caráter extracurricular, frequentaram disciplinas que lhes confe- Deve-se usar luvas de procedimentos, adequadas ao trabalho
riram capacitação para execução das atividades de coleta. em todas as atividades que possam resultar em contato acidental
- De nível técnico: técnicos de enfermagem, assim como técni- direto com sangue e materiais biológicos. Depois de usadas as luvas
cos de laboratório, técnicos em patologia clínica e demais profissio- devem ser descartadas.
nal legalmente habilitados que concluíram curso em nível de ensino
médio que no curso de graduação, e /ou em caráter extracurricular Atenção:
frequentaram disciplinas que lhes conferiram capacitação para exe- - Observar a integridade do material; quando alterada solicitar
cução das atividades de coleta. substituição.
- De nível intermediário: auxiliares de enfermagem, assim como - Manter cabelos presos e unhas curtas.
profissionais legalmente habilitados que concluíram curso em nível - Não usar adornos (pulseiras, anel, relógio, etc...).
de ensino de fundamental que no curso de graduação, e /ou em ca- - Observar a obrigatoriedade da lavagem das mãos.
ráter extracurricular, frequentaram disciplinas que lhes conferiram
capacitação para a execução das atividades de coleta. Quando houver um acidente com material biológico envolven-
do face, olhos e mucosas deve-se lavar imediatamente todas as par-
Espaço Físico tes atingidas com água corrente.
Sala para coleta de material biológico: De uma forma geral, os
estabelecimentos que são dotados de um único ambiente de coleta Fases que envolvem a realização dos exames:
deverão contar com sala específica e exclusiva no horário de coleta Unidades de saúde: Fase pré - analítica do exame na unidade
para esta finalidade, com dimensão mínima de 3,6 metros quadra- de saúde:
dos, ter pia para lavagem das mãos, mesa, bancada, etc. para apoiar - Requisição do exame
o material para coleta e o material coletado. O ambiente deve ter - Orientação e preparo para a coleta
janelas, ser arejado, com local para deitar ou sentar o usuário, as - Coleta
superfícies devem ser laváveis. De acordo com a RDC 50/2002 AN- - Identificação (Solicitar que o usuário realize a conferência dos
VISA/MS, as dimensões físicas e capacidade instalada são as seguin- seus dados): nome, idade, sexo).
tes: - Preparação da amostra
- Box de coleta = 1,5 metros. Caso haja apenas um ambiente de - Acondicionamento
coleta, este deve ser do tipo sala, com 3,6 metros quadrados. - Transporte
- Um dos boxes deve ser destinado à maca e com dimensões
para tal. Laboratório:
- Os estabelecimentos que contarem com 02 (dois) Boxes de Fase pré-analítica do exame no laboratório:
Coleta, obrigatoriamente, possuirão no mínimo, 01 (um) lavatório - Recepção
localizado o mais próximo possível dos ambientes de coleta. - Triagem
- Área para registro dos usuários. - Preparação da Amostra
- Sanitários para usuários.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Fase analítica do exame no laboratório: Fumo: Orientar o usuário a não fumar no dia da coleta. O ta-
- Análise da Amostra bagismo crônico altera vários exames como: leucócitos no sangue,
lipoproteínas, atividades de várias enzimas, hormônios, vitaminas,
Fase pós - analítica do exame no laboratório: marcadores tumorais e metais pesados.
- Conferência Bebida Alcoólica: Recomenda-se não ingerir bebidas alcoólicas
- Emissão e Remessa de Laudo durante pelo menos 3 (três) dias antes dos exames. O álcool, entre
Unidades de Saúde: outras alterações, afeta os teores de enzimas hepáticas, testes de
coagulação, lipídios e outros.
Fase pós - analítica do exame na unidade de saúde: Data da menstruação ou tempo de gestação: Devem ser infor-
- Recepção dos Resultados mados na solicitação de exames ao laboratório, pois, dependendo
- Conferência da fase do ciclo menstrual ou da gestação ocorrem variações fisioló-
- Arquivamento dos Laudos gicas que alteram a concentração de várias substâncias no organis-
mo, como os hormônios e algumas proteínas séricas. Para a coleta
Orientações ao usuário quanto ao preparo e realização do exa- de urina o ideal é realizá-la fora do período menstrual, mas se for
me: É importante esclarecer com instruções simples e definidas, as urgente, a urina poderá ser colhida, adotando-se dois cuidados: as-
recomendações gerais para o preparo dos usuários para a coleta de sepsia na hora do exame e o uso de tampão vaginal para o sangue
exames laboratoriais, a fim de evitar o mascaramento de resultados menstrual não se misturar à urina.
laboratoriais.
Relações Sexuais: Para alguns exames como, por exemplo, es-
Importante informar e fornecer: permograma e PSA, há necessidade de determinados dias de absti-
- Dias e horário de coleta da unidade nência sexual. Para outros exames, até mesmo urina, recomenda-se
- Preparos necessários quanto à necessidade ou não de: jejum, 24 horas de abstinência sexual.
dieta, abstinência sexual, atividade física, medicamentos.
- Em casos de material colhido no domicilio a unidade deverá Ansiedade e Stress: O paciente deverá relaxar antes da realiza-
fornecer os frascos com identificação do material a ser colhido ção do exame. O stress afeta não só a secreção de hormônio adre-
- Certificar-se de que o usuário entendeu a orientação e anexá- nal como de outros componentes do nosso organismo. A ansiedade
-la ao pedido de exame. conduz à distúrbios no equilíbrio ácido-básico, aumenta o lactato
sérico e os ácidos gordurosos plasmáticos livres, entre outras subs-
Fatores que podem influenciar nos resultados: tâncias.

Jejum Observações Importantes:


- Para a maioria dos exames um determinado tempo de jejum é - Quando possível as amostras devem ser coletadas entre 7 e 9
necessário e pode variar de acordo com o exame solicitado deven- horas da manhã, pois a concentração plasmática de várias substân-
do - consultar o quadro: “Exames de sangue solicitados nas unida- cias tendem a flutuar no decorrer do dia. Por esta razão, os valores
des de saúde sms”. de intervalos de referência, são normalmente obtidos entre estes
- Vale lembrar também, que o jejum prolongado (mais que 12 horários. O ritmo biológico também pode ser influenciado pelo rit-
horas para o adulto), pode levar à alterações nos exames, além de mo individual, no que diz respeito à alimentação, exercícios e horas
ser prejudicial à saúde. Água pode ser tomada com moderação. O de sono.
excesso interfere nos exames de urina. - No monitoramento dos medicamentos considerar o pico an-
tes a administração do medicamento e o estágio da fase constante
Dieta: Alguns exames requerem a uma dieta especial antes da depois da próxima dose.
coleta de amostra (ex: pesquisa de sangue oculto), caso contrário - Sempre anotar da coleta no pedido o exato momento.
os hábitos alimentares devem ser mantidos para que os resultados
possam refletir o estado do paciente no dia-a-dia. A coleta da amostra feita no momento errado é pior do que a
Atividades Físicas: Não se deve praticar exercícios antes dos não coleta.
exames, exceto quando prescrito. Eles alteram os resultados de Rotina do setor de coleta de exames laboratoriais: É importan-
muitas provas laboratoriais, principalmente provas enzimáticas e te a padronização de uma rotina para a coleta dos exames laborato-
bioquímicas. Por isso, recomenda-se repouso e o paciente deve fi- riais, devendo todos os profissionais envolvidos no processo estar
car 15 minutos descansando antes da coleta. cientes da rotina estabelecida. Basicamente os funcionários da co-
Medicamentos: A Associação Americana de Química Clínica, leta devem estar orientados para:
além de alguns outros pesquisadores brasileiros, mantém publi- - Atender os usuários com cortesia.
cações completas em relação às interferências de medicamentos - Manter o box de atendimento dos pacientes sempre em or-
sobre os exames. Por outro lado, alguns pacientes, não podem sus- dem.
pender as medicações devido a patologias específicas. - Manter todos os materiais necessários para o atendimento de
forma organizada.
O médico deverá orientar sobre a possibilidade, ou não, de sus- - Trajar-se convenientemente (sem adornos pendurados e usar
pensão temporária do medicamento. O usuário NUNCA poderá in- sapato), atendendo às normas de biossegurança.
terromper voluntariamente o uso de medicamentos. Informar sem- - Usar luvas e avental durante todo o processo de coleta.
pre na solicitação do exame ao laboratório todos os medicamentos
que o usuário fez uso nos 10 dias que antecederam a coleta.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Requisição de exame: Existem impressos próprios (anexá-los) - Todas as solicitações de exames devem ser devidamente
que são definidos conforme o tipo de exame solicitado. O impresso acondicionadas em envelope plástico com a identificação da unida-
deverá estar totalmente preenchido com letra legível: de e fixadas na parte externa da caixa.
- Nome da unidade solicitante; - Realizar os procedimentos acima sempre paramentados.
- Nome do usuário;
- Nº prontuário; Acondicionamento e transporte de material biológico
- Idade: muitos valores de referência variam conforme a idade; Objetivo: Garantir o acondicionamento, conservação e trans-
- Sexo: muitos valores de referência variam conforme o sexo; porte do material até a recepção pelo laboratório executor dos
- Indicação clínica; exames. As amostras de sangue deverão ser acondicionadas em
- Medicamentos em uso; recipientes rígidos, constituídos de materiais apropriados para tal
- Data da última menstruação (DUM), quando for o caso; finalidade, dotados de dispositivos pouco flexíveis e impermeáveis
- Assinatura e carimbo do solicitante; para fechamento sob pressão. O acondicionamento do material co-
- Nome do responsável pela coleta; letado deverá ser tecnicamente apropriado, segundo a natureza de
cada material a ser transportado, de forma a impedir a exposição
A informação é fundamental para garantir a qualidade do re- dos profissionais da saúde, assim como dos profissionais da frota
sultado laboratorial. Devem ser utilizadas para fins de análise de que transportam o material.
consistência do resultado laboratorial, e portanto, necessitam ser - Estantes e grades são recipientes de suporte utilizados para
repassadas aos responsáveis pelas fases analítica e pós-analítica. acondicionar tubos e frascos coletores contendo amostras biológicas;
deverão ser rígidas e resistentes, não quebráveis, que permitam a fi-
Procedimento de coleta: xação em posição vertical, com a extremidade de fechamento (tam-
- Conferir o nome do usuário com a requisição do exame. pa) voltada para cima e que impeçam o tombamento do material.
- Indagar sobre o preparo seguido pelo usuário (jejum, dieta e - Tubete ou Caixa são recipientes utilizados para acondicionamento
medicação). de lâminas dotadas internamente de dispositivo de separação (ranhura)
- Separar o material para a coleta conforme solicitação, quanto e externamente de dispositivo de fechamento (tampa ou fecho).
ao tipo de tubo e volume necessário. - Caixas Térmicas são recipientes de segurança para transporte,
- Os insumos para coleta deverão estar disponibilizados de for- destinados à acomodação das estantes e grades com tubos, frascos
ma organizada, em cada Box, no momento da coleta. e tubetes contendo as amostras biológicas.
- Preencher as etiquetas de identificação do material com
nome, nº do registro, no Com os tubos todos identificados, proce- Estas caixas térmicas devem obrigatoriamente ser rígidas, re-
der à coleta propriamente dita (os tubos com aditivos tipo gel ou sistentes e impermeáveis, revestidas internamente com material
anticoagulantes, devem ser homogeneizados por inversão de 5 a lisos, duráveis, impermeáveis, laváveis e resistentes às soluções de-
8 vezes). sinfetantes devendo, ainda ser, dotadas externamente de dispositi-
- Profissional responsável pela coleta deve assinar o pedido e vos de fechamento externo. Como medida de segurança na parte
colocar a data da coleta. externa das Caixas Térmicas para transporte, deverá ser fixado o
símbolo de material infectante e inscrito, com destaque, o título de
Conferência das amostras colhidas: Reservar os 15 minutos fi- identificação: Material Infectante. Na parte externa da Caixa Térmi-
nais do período da coleta para verificar se as amostras estão bem ca, também deverá ser inscrito o desenho de seta indicativa vertical
tampadas e estão corretamente identificadas. Conferir os pedidos apontada para cima, de maneira a caracterizar a disposição vertical,
com os frascos. Realizar este procedimento sempre paramentado. com as extremidades de fechamento voltadas para cima.
Preencher a folha de controle (ou planilha de encaminhamen- Nas inscrições do símbolo de material infectante, do título de
to) em duas vias: Relacionar na planilha os nomes de todos os usuá- identificação e da frase de alerta, deverão ser empregadas tecno-
rios atendidos, o nº do registro e os exames solicitados. Não esque- logias ou recursos que possibilitem a higienização da parte externa
cer de preencher a data da coleta e o nome da unidade. Uma via é destes recipientes e garantam a legibilidade permanente das ins-
encaminhada ao laboratório acompanhando o material, os pedidos crições. É vedado, em qualquer hipótese, transportar amostras de
e a outra via fica na unidade para controle do retorno dos resulta- material humano, bem como recipientes contendo resíduos infec-
dos e relatório estatístico. tantes, no compartimento dianteiro dos veículos automotores.
Acondicionamento do material nas caixas de transporte: - É importantes a perfeita sintonia entre remetente, transporta-
- A unidade deverá manter, no mínimo 2 jogos de caixas para dora e laboratório de destino, a fim de garantir o transporte seguro do
transporte para facilitar a higienização e trocas. material e chegada do mesmo em tempo hábil e em boas condições.
- Um jogo de caixa de transporte = 1 cx para transportar sangue - Quaisquer acidentes durante o transporte devem ser comu-
e 1 cx para transportar fezes/urina/escarro. nicados ao remetente, a fim de que providências possam ser to-
- Colocar os tubos nas grades seguindo a ordem de coleta e madas, com o objetivo de propiciar medidas de segurança aos dife-
organizar as requisições também seguindo o mesmo critério, para rentes contactuantes. Nunca afixar qualquer guia ou formulário ao
facilitar a conferência. material biológico
- Verificar se os frascos de urina, fezes e escarro estão com a - Também não poderão ser transportados dentro da caixa tér-
tampa de rosca bem fechada. mica, devendo ser colocados em sacos, pastas ou envelopes e fixa-
- Colocar o sangue em caixas de transporte separadas, dos po- dos na parte superior externa da caixa.
tes de urina/fezes/escarro. - Os funcionários da unidade que conferem e acondicionam os
- Certificar-se de que o material não tombará durante o trans- materiais, devem verificar se os frascos coletores, tubos, demais re-
porte (colocar calço ou fixar com fita adesiva). cipientes, estão firmemente fechados.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Laudos Técnicos: Os resultados dos exames e testes realizados, do paciente por mais de um minuto. Deve-se retirar ou afrouxar o
obrigatoriamente, serão emitidos em impressos próprios para Lau- garrote logo após a venipunção, pois o garroteamento prolongado
dos Técnicos que deverão conter os seguintes registros: pode acarretar alterações nas análises (por exemplo: cálcio).
- Identificação clara, precisa e completa dos usuários e estabe- Seleção da região de punção: A regra básica para uma punção
lecimentos responsáveis pelas análises clínico-laboratoriais; bem sucedida é examinar cuidadosamente o braço do paciente. As
- Data da coleta ou do recebimento das amostras, data da emis- características individuais de cada um poderão ser reconhecidas
são dos Laudos Técnicos e o nome dos profissionais que os assinam através de exame visual e/ou apalpação das veias. Deve-se sempre
e seus respectivos números de inscrições nos Conselhos Regionais que for realizar uma venipunção, escolher as veias do braço para
de Exercício Profissional do Estado de São Paulo; a mão, pois neste sentido encontram-se as veias de maior calibre
- Nomes do material biológico analisado, do exame realizado e e em locais menos sensíveis a dor. As veias são tubos nos quais o
do método utilizado; sangue circula, da periferia para o centro do sistema circulatório,
- Valores de referência normais e respectivas unidades. que é o coração. As veias podem ser classificadas em: veias de gran-
de, médio e pequeno calibre, e vênulas. De 1 acordo com a sua
Intervalo/valores de referência: Define 95% dos valores limites localização, as veias podem ser superficiais ou profundas. As veias
obtidos de uma população definida. superficiais são subcutâneas e com frequência visível por transpa-
- Valores dos resultados dos exames ou testes laboratoriais e rência da pele, sendo mais calibrosas nos membros. Devido à sua
respectivas unidades. situação subcutânea permitir visualização ou sensação táctil, são
- Deverão ser devidamente assinados pelos seus Responsáveis nessas veias que se fazem normalmente à coleta de sangue.
Técnicos e/ou por profissionais legalmente habilitados, de nível su- As veias mais usuais para a coleta de sangue são: Veia Cefálica /
perior, pertencente aos quadros de recursos humanos destes esta- Veia mediana cubital / Veia mediana cefálica / Veia longitudinal (ou
belecimentos. antebraquial) / Veia mediana basílica / Veia do dorso da mão / Veia
- Deverão ser entregues diretamente aos usuários ou seus re- marginal da mão / Veia basílica
presentantes legais, se for o caso, e, ainda, indiretamente, através
dos profissionais de estabelecimentos de saúde, no caso de Postos Escolher uma região de punção envolve algumas considera-
de Coleta. Podem ainda ser entregues: utilizando-se equipamento ções:
de fax-modem e meios de comunicação on line, quando autorizada - Selecionar uma veia que é facilmente palpável;
por escrito pelos próprios usuários e/ou requerida pelos médicos - Não selecionar um local no braço ao lado de uma mastecto-
ou cirurgiões-dentistas solicitantes. No entanto, isto não eximirá os mia;
Responsáveis Técnicos pelos estabelecimentos de garantir a guarda - Não selecionar um local no braço onde o paciente foi subme-
dos Laudos Técnicos originais. tido a uma infusão intravenosa;
- Os Responsáveis Técnicos pelos Laboratórios Clínicos deverão - Não selecionar um local com hematoma, edema ou contusão;
garantir a privacidade dos cidadãos, através da implantação de me- - Não selecionar um local com múltiplas punções.
didas eficazes que confiram caráter confidencial a quaisquer resul- Tente isto, se tiver dificuldade em localizar uma veia:
tados de exames e testes laboratoriais. - Recomenda-se utilizar uma bolsa de água quente por mais ou
menos cinco minutos sobre o local da punção e em seguida garro-
Os Responsáveis Técnicos pelos Laboratórios Clínicos Autôno- tear;
mos e Unidades de Laboratórios Clínicos que executem exames e - Nos casos mais complicados, colocar o paciente deitado com
testes microbiológicos e sorológicos informarão os resultados de o braço acomodado ao lado do corpo e garrotear com o esfigmoma-
exames e testes laboratoriais sugestivos de doenças de notificação nômetro (em P.A. média) por um minuto.
compulsória e de agravos à saúde, em conformidade com as orien- - Nunca aplicar tapinhas no local a ser puncionado, principal-
tações específicas das autoridades sanitárias responsáveis pelo Sis- mente em idosos, pois se forem portadores de ateroma poderá
tema de Vigilância. haver deslocamentos das placas acarretando sérias consequências.

Exames Laboratoriais Técnica para coleta de sangue a vácuo: Antes de iniciar uma ve-
nipunção, certificar-se de que o material abaixo será de fácil acesso:
Coleta de Sangue em crianças maiores e adultos - Tubos necessários à coleta;
Posicionamento do braço: O braço do paciente deve ser posi- - Etiqueta para identificação do paciente;
cionado em uma linha reta do ombro ao punho, de maneira que as - Luvas;
veias fiquem mais acessíveis e o paciente o mais confortável possí- - Swabs ou mecha de algodão embebida em álcool etílico a
vel. O cotovelo não deve estar dobrado e a palma da mão voltada 70%;
para cima. - Gaze seca e estéril;
- Agulhas múltiplas;
Garroteamento: O garrote é utilizado durante a coleta de san- - Adaptador para coleta a vácuo;
gue para facilitar a localização das veias, tornando-as proeminen- - Garrote;
tes. O garrote deve ser colocado no braço do paciente próximo ao - Bandagem, esparadrapo;
local da punção (4 a 5 dedos ou 10 cm acima do local de punção), - Descartador de agulhas.
sendo que o fluxo arterial não poderá ser interrompido. Para tal,
basta verificar a pulsação do paciente. Mesmo garroteado, o pulso Após o material estar preparado, iniciar a venipunção:
deverá continuar palpável. O garrote não deve ser deixado no braço - Verificar quais os exames a serem realizados;
- Lavar e secar as mãos;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Calçar luvas; Coleta em criança: A coleta de sangue em criança e neonato é


- Fazer antissepsia do local da punção; Primeiro, do centro do frequentemente problemática e difícil, para o coletador, acompa-
local de perfuração para fora, em sentido espiral; e após, de baixo nhante e criança. No momento em que a criança é convocada para
para cima, forçando uma vascularização local; o procedimento de coleta, deve-se orientar o acompanhante das
- Nunca toque o local da punção após antissepsia, exceto com situações que podem ocorrer:
luvas estéreis. - A criança pode se debater e ter que ser contida;
- Conectá-la ao adaptador. Estar certo de que a agulha esteja - A maioria das crianças choram muito;
firme para assegurar que não Solte durante o uso Remover a capa - Em casos de crianças rebeldes e/ou de veias difíceis, há proba-
superior da agulha múltipla, mantendo o bisel voltado para cima; bilidade de se ter que fazer mais de uma punção;
- Colocar o garrote; - Probabilidade do retorno para uma segunda coleta por neces-
- O sistema agulha-adaptador deve ser apoiado na palma da sidade técnica ou diagnóstica.
mão e seguro firmemente entre o indicador e o polegar;
- No ato da punção, com o indicador ou polegar de uma das A criança deve ser preparada psicologicamente para a coleta,
mãos esticar a pele do paciente firmando a veia escolhida e com cabendo ao coletador conseguir a confiança da criança. Isto pode
o sistema agulha-adaptador na outra mão, puncionar a veia com ser obtido observando o comportamento da criança na sala de es-
precisão e rapidez (movimento único); pera, verificando se ela traz algum brinquedo ou livro de estórias, e
- O sistema agulha-adaptador deve estar em um ângulo de co- qual o nível de relacionamento com o acompanhante. Caso a crian-
leta de 15º em relação ao braço do paciente; ça traga algum brinquedo, este deve ser mantido com ela sempre
- Segurando firmemente o sistema agulha adaptador com uma que possível, mas sem que haja comprometimento da coleta. Sem-
das mãos, com a outra pegar o tubo de coleta a ser utilizado e conec- pre que possível evitar que a criança assista a punção.
tá-lo ao adaptador.Sempre que possível, a mão que estiver puncio- O posicionamento de coleta para crianças maiores do que um
nando deverá controlar o sistema, pois durante a coleta, a mudança ano dependerá muito do nível de entendimento que elas possam
de mão poderá provocar alteração indevida na posição da agulha; ter. Como regra básica sugere-se:
- Com o tubo de coleta dentro do adaptador, pressione-o com - Neonatos e bebês devem ser colocados deitados em maca
o polegar, até que a tampa tenha sido penetrada. Sempre manter própria, solicitando a ajuda de outro profissional para garantir que a
o tubo pressionado pelo polegar assegurando um ótimo preenchi- coleta aconteça sem dificuldades. Não é aconselhável que o acom-
mento; panhante participe da coleta, pois o mesmo esta envolvido psicolo-
- Tão logo o sangue flua para dentro do tubo coletor, o garrote gicamente com a criança. O auxiliar deve posicionar-se na cabeceira
deve ser retirado. Porém, se a veia for muito fina o garrote poderá da maca no mesmo lado que o coletador, ficando um de frente para
ser mantido; o outro. Com uma das mãos conter o braço da criança segurando-a
- Quando o tubo estiver cheio e o fluxo sanguíneo cessar, remo- próximo ao pulso e com a outra próximo ao garrote, apoiando o
va-o do adaptador trocando-o pelo seguinte; antebraço no peito ou ombro da criança. O coletador de frente para
- Acoplar o tubo subsequente em ordem específica a cada um dos o auxiliar faz a venipunção seguindo os mesmos passos utilizados
exames solicitados, sempre seguindo a sequência correta de coleta; para a punção em adulto;
- À medida que forem preenchidos os tubos, homogeneizá-los - Crianças maiores, de forma geral, colaboram para que possa
gentilmente por inversão (4 a 6 vezes); Nota: Agitar vigorosamente fazer uma venipunção sentada. Existem duas maneiras confortáveis
pode causar espuma ou hemólise; Não homogeneizar ou homoge- de se posicionar uma criança.
neizar insuficientemente os tubos de Sorologia pode resultar em
uma demora na coagulação; Nos tubos com anticoagulante, homo- Uma delas é colocar a criança de lado, no colo do acompanhan-
geneização inadequada pode resultar em agregação plaquetária e/ te, ficando de lado para o coletador. Um dos braços da criança ficará
ou microcoágulos. abraçando o acompanhante e o outro posicionado para o coletador.
- Tão logo termine a coleta do último tubo retirar à agulha; Dessa forma, o acompanhante desviará a atenção da criança para si
- Com uma mecha de algodão exercer pressão sobre o local da segurando o rosto da mesma com uma das mãos. O auxiliar ficará
punção, sem dobrar o braço, até parar de sangrar; posicionado ao lado do coletador onde com uma das mãos segurará
- Uma vez estancado o sangramento aplicar uma bandagem; o braço da criança próximo ao garrote e com a outra mão próximo
- A agulha deve ser descartada em recipiente próprio para ma- ao pulso. O coletador de frente para a criança faz a venipunção se-
teriais infecto contaminantes; guindo os mesmos passos utilizados para a punção em adulto;
A outra, é colocar a criança no colo do acompanhante, de fren-
Coleta de Sangue Infantil te para ele com as pernas abertas e entrelaçadas a seu corpo, na
Sala de espera: A sala de espera é um local próprio para que o altura da cintura. O acompanhante estará abraçado a criança e de
paciente repouse, mantendo sua fisiologia estável, enquanto aguar- costas ou de lado para o coletador. O braço da criança ficará es-
da ser chamado para o procedimento de coleta. Por essa razão, é tendido na direção do coletador sob o braço do acompanhante. O
conveniente que a criança tenha um ambiente próprio de espera, auxiliar ficará posicionado ao lado do coletador onde com uma das
ou seja, sala de espera infantil. Um ambiente agradável com algum mãos segurará o braço da criança próximo ao garrote e com a outra
tipo de entretenimento (televisão, revistas, brinquedos) pode ser mão próximo ao pulso. O coletador de frente para a criança faz a
providenciado, quando possível, de forma que a criança desvie a venipunção seguindo os mesmos passos utilizados para a punção
atenção da situação que a levou até lá. em adulto

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cuidados Básicos com o Paciente após a Coleta a coleta de sangue a vácuo não seja possível em neonatos e bebês
- Pacientes idosos ou em uso de anticoagulantes, devem man- deve-se recorrer ao sistema de microcoleta. A microcoleta pode ser
ter pressão sobre o local de punção por cerca de 3 minutos ou até realizada de várias formas:
parar o sangramento. - amostra capilar com microtubos e funil;
- Orientar para não carregar peso imediatamente após a coleta. - amostra capilar com microtubos e tubo capilar;
- Observar se não está usando relógio, pulseira ou mesmo ves- - amostra venosa com escalpe (butterfly);
timenta que possa estar garroteando o braço puncionado. - amostra venosa com cânula-Luer.
- Orientar para não massagear o local da punção enquanto
pressiona o local. A Técnica para microcoleta de sangue capilar: Antes de iniciar
- A compressão do local de punção é de responsabilidade do uma microcoleta, certificar-se de que o material abaixo será de fácil
coletor. Se não puder executá-lo, deverá estar atento à maneira do acesso:
paciente fazê-lo. - Microtubos necessários à coleta;
- Etiquetas para identificação do paciente;
Dificuldades na Coleta: Algumas dificuldades podem surgir pela - Luvas;
inexperiência do uso do sistema a vácuo, sendo a mais frequente a - Swabs de algodão embebida em álcool etílico a 70%;
falta de fluxo sanguíneo para dentro do tubo. Possíveis causas: - Gaze seca e estéril;
- A punção foi muito profunda e transfixou a veia. Solução: re- - Lancetas;
trair a agulha. - Bandagem, esparadrapo;
- A agulha se localizou ao lado da veia, sem atingir a luz do vaso. - Descartador de material perfurocortante.
Solução: apalpar a veia, localizar sua trajetória e corrigir o posicio-
namento da agulha, aprofundando-a. Antes de iniciar a punção:
- Aderência do bisel na parede interna da veia. Solução: des- - Acoplar o microtubo ao tubo carregador ou de transporte.
conectar o tubo, girar suavemente o adaptador, liberando o bisel e - Manter o microtubo conectado ao tubo carregador numa es-
reiniciar a coleta. tante de sustentação.
- Colabamento da veia. Solução: diminuir a pressão do garrote. - Introduzir o funil ou tubo capilar através da tampa de borra-
cha.
Outras situações podem ser criadas no momento da coleta, di-
ficultando-a: Após o material estar preparado, iniciar a punção:
- Agulha de calibre incompatível com a veia. - Verificar quais os exames a serem realizados;
- Estase venosa devido a garroteamento prolongado. - Aquecer a falange distal ou o calcanhar a ser puncionado
- Bisel voltado para baixo. usando uma bolsa de água-quente ou friccionando o local da pun-
Microcoleta de sangue capilar e venoso para neonatos e bebês ção para estimular a vascularização;
- Lavar e secar as mãos;
A microcoleta é um processo de escolha para obtenção de san- - Calçar luvas;
gue venoso ou periférico, especialmente em pacientes pediátricos, - Fazer antissepsia do local com algodão embebido em álcool
quando o volume a ser coletado é menor que o obtido através de etílico a 70%;
tubos a vácuo convencionais. O sangue obtido de punção capilar é - Secar o local da punção com uma gaze estéril;
composto por uma mistura de sangue de arteríola e vênulas além - Selecionar a lanceta;
de fluidos intercelular e intersticial. O sangue capilar pode ser assim - Segurar firmemente o neonato ou bebê, para evitar movi-
obtido: punção digital - através de perfuração com lanceta na face mentos imprevistos.
palmar interna da falange distal do dedo médio. Punção digital: Posicionar o dedo e introduzir a lanceta de for-
Punção de calcanhar - através de perfuração com lanceta na ma perpendicular na face lateral interna da falange.
face lateral plantar do calcanhar. Há uma relação linear entre o volu-
me de sangue coletado e a profundidade da perfuração no local da Punção no calcanhar: Posicionar o calcanhar entre o polegar e
punção. Portanto, a lanceta, deverá ser selecionada de acordo com o indicador e introduzir a lanceta de forma perpendicular na face
o local a ser puncionado e a quantidade de sangue necessária. Em lateral interna ou externa do calcanhar, evitando a região central.
neonatos e bebês, a profundidade da incisão é crítica, não devendo A punção deve ser feita perpendicularmente à superfície da pele e
ultrapassar 2.4 mm., caso contrário, haverá a possibilidade de cau- não de outra forma, pois poderá causar inflamações.
sar sérias lesões no osso calcâneo e falange. Isto pode ser evitado
usando lancetas de aproximadamente 2 - 2.25 mm. de profundi- - Desprezar a primeira gota, por conter maior quantidade de
dade, com disparo semiautomático com dispositivo de segurança; fluidos celulares do que sangue. Colher a amostra a partir da se-
gunda gota. Nem sempre os neonatos sangram imediatamente; se
Utilização do Método Microcoleta: A coleta de sangue em be- a gota de sangue não fluir livremente, efetuar uma massagem leve
bês e neonatos é frequentemente problemática e difícil, necessi- para se obter uma gota bem redonda (esta massagem no local da
tando um profissional experiente e capacitado. O sistema de mi- punção não deve ser firme e nem causar pressão, pois pode ocorrer
crocoleta facilita muito o trabalho, contribuindo para que a coleta contaminação).
possa ser mais fácil, segura e eficiente. Dessa forma é possível cole- - As gotas de sangue são captadas pelo funil ou tubo-capilar;
tar sangue capilar e venoso. Desde que o método tradicional para - Quando o microtubo estiver com o seu volume completo, tro-
que-o pelo subsequente, na sequência correta de coleta. Atenção:
ao coletar amostras com capilar, o tubo de EDTA sempre deve ser o
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

primeiro e em seguida o de sorologia (Esta sequência é oposta ao Crianças muito pequenas: A coleta pode ser realizada no labo-
da coleta tradicional para sangue venoso, mas minimiza o efeito de ratório, onde haverá troca de coletores e assepsia a cada 30 minu-
influência da coagulação nos resultados de análise). tos, realizada pela Equipe. Ou pode trazer a Urina colhida em casa,
- Após a coleta do último microtubo, o funil ou tubo-capilar em coletores fornecidos pelos laboratórios. Mas deve-se fazer uma
deve ser removido e descartado. Agora o microtubo pode ser gen- higiene intima rigorosa na criança, antes de colocar o coletor.
tilmente homogeneizado. Nota: Agitar vigorosamente pode causar
espuma e hemólise. Nos microtubos com anticoagulante, homoge- Como coletar Fezes: Procedimento básico.
neização inadequada pode resultar em agregação plaquetária e/ou - Utilizar o kit fornecido pelo laboratório com instruções espe-
microcoágulos. cíficas.
- Após a coleta, pressionar o local da punção com gaze seca - Colher fezes em recipiente limpo de boca larga, tomando cui-
estéril até parar o sangramento. dado de não contaminar as fezes com a urina ou água do vaso sa-
- Descartar todo o material utilizado na coleta nos descartado- nitário.
res apropriados. Usando uma pazinha, colher uma porção de fezes do tamanho
Técnica para microcoleta de sangue venoso: Os locais de pun- de uma noz e colocar no frasco coletor. Se for observado presença
ção em bebês e neonatos, geralmente são as veias na cabeça, dorso de muco ou sangue, colher também esta porção “feia” das fezes,
das mãos e dos pés, e do braço. A área escolhida para ser punciona- sendo muito importante para análise. Tampar bem o frasco e iden-
da deve ser mantida imobilizada onde a visualização da veia pode tificar com seu nome completo e encaminhar ao laboratório.
ser melhorada aplicando um garroteamento por poucos segundos
e/ou aquecendo ou friccionando a área. Tipos de exames de Fezes
- Antes de iniciar a punção: acoplar o microtubo ao tubo car- Exame parasitológico simples: Pode ser colhida em qualquer
regador ou de transporte. Introduzir o funil através da tampa de horário do dia. Enviar ao laboratório em até 2 horas após a coleta,
borracha. se em temperatura ambiente, caso não seja possível, conservá-la
- Puncionar a veia utilizando um butterfly ou cânula luer. em geladeira no máximo 14 horas até a entrega ao laboratório.
- Deixar que o sangue goteje para dentro do microtubo até Exame parasitológico com conservante: Paciente irá receber
completar o volume. um kit contendo 3 frascos coletores (2 com líquido conservante e 1
- Remova a cânula ou butterfly, retire o funil e descarte todo o sem conservante). Seguir o procedimento básico de coleta de fezes
material utilizado na coleta no descartador apropriado. porém a coleta deverá ser realizada em dias alternados, pelo menos
- Inverter os microtubos de 4-6 vezes, para uma homogeneiza- 1 dia de intervalo entre as coletas. Coletar uma amostra em cada
ção perfeita. frasco, fechar e agitar para dissolver as fezes no líquido. Conser-
var em geladeira a medida em que forem sendo coletadas. A últi-
Como coletar Urina ( amostra ocasional): Procedimento Básico. ma amostra deve ser colocada no frasco sem conservante. Tampar
Utilizar o kit fornecido pelo laboratório gratuitamente com instru- bem, identificar com nome completo e encaminhar ao laboratório.
ções específicas.- Fazer uma higiene íntima rigorosa em sua casa, Encaminhar ao laboratório em até 2 horas após a última coleta, se
usando sabonete e água; enxaguar bem com água abundante e se- em temperatura ambiente, ou no máximo 14 horas se refrigerada.
car bem com uma toalha limpa.- Coletar a primeira urina da manhã Exame parasitológico seriado: Você vai receber 3 frascos cole-
ou 2 horas após a última micção.- Desprezar o primeiro jato da urina tores sem conservante. Seguir o procedimento básico de coleta de
no vaso sanitário, coletar no copo descartável o jato do meio, mais fezes. Colher as fezes em dias alternados. A cada coleta encaminhar
ou menos ( até a metade do copo) desprezando o restante da mic- a amostra ao laboratório em até 2 horas em temperatura ambiente
ção no vaso sanitário.- Imediatamente, passar a urina do copo para ou no máximo 14 horas se refrigerada.
o tubo, até preencher totalmente, fechar e muito bem e identificar
com seu nome completo e ou etiquetar com etiqueta própria do Cultura de Fezes: Seguir o procedimento básico de coleta de fe-
laboratório. zes. Após a coleta, encaminhar ao laboratório em até 3 horas, se em
temperatura ambiente ou em até 6 horas se refrigerada. Caso esteja
Cuidados para realizar a coleta de Urina: Jejum: não é necessá- usando antibióticos, esperar 7 dias após o término do medicamento
rio. Retenção Urinária: pode ser a primeira da manhã ou o tempo para colher as fezes. Caso seja necessário o uso de laxantes, são
mínimo de 2 horas de retenção. Evite a ingestão excessiva de líqui- permitidos apenas os à base de sulfato de magnésio. Consulte seu
dos. Para crianças muito pequenas: usar coletor infantil fornecido médico.
pelo laboratório coleta realizada de acordo com o laboratório.
Crianças muito pequenas: Não utilizar as fezes da fralda quando
Tipos de exames de Urina: Exame de Urina tipo I de material estiverem diarreicas ou líquidas, solicitar coletores infantis forneci-
enviado (o procedimento básico de urina deverá ser realizado no dos. No caso de fezes consistentes, encaminhar condicionalmente
laboratório de acordo com a solicitação médica). Realizar o proce- para o responsável do setor analisar se a quantidade é suficiente.
dimento básico de coleta em sua própria residência. Encaminhar Encaminhar ao laboratório em até 3 horas se em temperatura am-
ao laboratório até 2 horas após a coleta. Exame de Urina tipo I com biente ou em até 6 horas se refrigerada.
assepsia- Cultura de Urina. O procedimento básico de coleta de Uri-
na deverá ser realizado no laboratório, de acordo com a solicitação Coleta para pesquisa de sangue oculto: Fazer dieta prévia de 3
médica. dias e no dia da coleta do material; Dieta deve ser com exclusão de:
Carne (vermelha e branca); Vegetais (rabanete, nabo, couve-flor,
brócolis e beterraba);Leguminosas (soja, feijão, ervilha, lentilha,
grão-de-bico e milho); Azeitona, amendoim, nozes, avelã e casta-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nha; Não usar medicamentos irritantes da mucosa gástrica (Aspi- Apesar de grande aplicabilidade a RNM tem algumas desvantagens.
rina, anti-inflamatórios, corticoides...). Se utilizar, informar ao La- Por utilizar campos magnéticos de altíssima magnitude, é poten-
boratório no momento da entrega do material; Evitar sangramento cialmente perigosa para aqueles pacientes que possuem implantes
gengival (com escova de dente, palito...). metálicos em seus organismos, sejam marcapassos, pinos ósseos de
Se ocorrer, informar ao Laboratório no momento da entrega do sustentação, clips vasculares e etc. Esses pacientes devem ser minu-
material. Manter refrigerado por no máximo 14 horas. ciosamente interrogados e advertidos dos riscos de aproximarem-
Os exames complementares fornecem informações necessá- -se de um magnético e apenas alguns casos, com muita observação,
rias para a realização do diagnóstico de uma determinada alteração podem ser permitidos. Outra desvantagem está na pouca definição
ou doença. Vale ressaltar que a realização ou solicitação de um exa- de imagem que a RNM tem de tecidos ósseos normais, se compara-
me complementar devem ser direcionar levando-se em considera- da à TC, pois esses emitem pouco sinal.
ção os dados obtidos através da anamnese e exame físico, sabendo
exatamente o que pretende-se obter e conhecendo corretamente o Exames Laboratoriais
valor e limitações do exame solicitado. Exames Hematológicos: A maioria das doenças hematológicas
determina o aparecimento de significativas manifestações bucais.
Exames de Imagem Muitas vezes estas são as primeiras manifestações clínicas da doen-
Radiografia: É de uso comum em todas as especialidades e de ça fazendo com que, em muitas ocasiões, o dentista seja o primeiro
uso frequente em odontologia. Para avaliação de lesões bucais é profissional a suspeitar ou mesmo diagnosticar graves doenças sis-
principalmente utilizada quando afetam tecido ósseo, principal- têmicas de natureza hematológica. Na anamnese, o dentista deve
mente maxila e mandíbula. Em determinadas situações, a radiogra- interrogar sobre a ocorrência de hemorragias, analisando fatores
fia será conclusiva, como na detecção de corpos estranhos, dentes importantes como: local, duração e a gravidade da perda de san-
retidos, anedotas parciais, fraturas radiculares e anomalias de po- gue, causa aparente de hemorragia, aparecimento de hematoma e
sição. os antecedentes familiares de hemorragia. Ao suspeitar de condi-
Sialografia: É o exame radiográfico das glândulas salivares ção hemorrágica, o profissional deverá solicitar os exames adequa-
maiores após a injeção de substância como meio de contraste, re- dos. Caso os exames revelem alterações de normalidade, o pacien-
velando detalhadamente o seu sistema excretor. É usada no estudo te deve ser encaminhado ao hematologista para que o tratamento
anatômico e funcional das glândulas parótidas e submandibulares seja efetuado.
com suspeita de anomalias como síndrome de Sjögren, sialoadeni- A nível odontológico, a verificação do tempo de coagulação
tes crônicas e tumores. (TC), tempo de sangramento (TS) e realização do teste de fragilida-
de capilar (FC), são exames simples, realizáveis no próprio consultó-
Ultrassonografia: A ultrassonografia (US) ou ecografia é um mé- rio, de fácil interpretação e suficientes para verificar a presença de
todo exclusivamente anatômico, propiciando a realização da “ma- alterações significativas na hemostasia.
croscópica patológica” in vivo através de vibrações de alta frequên- O hemograma é uma bateria de exames complementares. Con-
cia 7-10MHz que se refletem nas interfaces de tecidos de diferentes siste na contagem de glóbulos vermelhos e brancos, dosagem de
densidades. Nas intensidades utilizadas para fins diagnósticos não hemoglobina, determinação do valor globular médio, contagem es-
produz alterações nos tecidos que atravessa. A ultrassonografia é pecífica de leucócitos e, eventualmente, na contagem de plaquetas.
utilizada principalmente nas patologias das glândulas tireoide e pa- O hemograma está indicado nos processos infecciosos agudos, nos
ratireoide, glândulas salivares e massas cervicais. infecciosos supurativos ou não, nos alérgicos específicos, nas molés-
tias leucopênicas e nas moléstias próprias do aparelho hematopoié-
Tomografia Computadorizada: A tomografia computadorizada tico. A interferência na série vermelha é pequena nestes processos.
(TC) foi descoberta em 1972 na Inglaterra por Godfrey Hounsfield Entretanto, o hemograma fornece informações precisas nos estados
e James Ambrose. O aparelho de TC consiste basicamente de um anêmicos, evidenciando o número, forma, tamanho e coloração das
tubo de raios X que emite raios em intervalos, enquanto roda 180o hemácias, proporcionando melhor identificação das anemias.
em torno da cabeça do paciente. A grande vantagem da TC sobre os
outros métodos radiográficos é que num mesmo estudo avalia as Exame de Urina: A urina é o resultado da filtração de plasma
estruturas ósseas e os componentes de partes moles, usando dose pelo glomérulo e dos processos de reabsorção e excreção exerci-
de irradiação menor para o paciente do que uma planigrafia linear dos pelos túbulos renais. O exame de urina é outro componente
ou multidirecional. laboratorial valioso na rotina do complexo pré-operatório. É um dos
demonstradores das numerosas manifestações de doenças sistêmi-
Ressonância Nuclear Magnética: É considerada com um dos cas. Os elementos de maior importância no exame de urina e que
maiores avanços da medicina em matéria de diagnóstico por ima- devem ser analisados são: densidade, volume, cor, aspecto, pH, gli-
gem neste século. Seus princípios são bastante complexos e envol- cosúria, acetonúria, piúria, hematúria e bile.
vem conhecimentos nas mais diversas áreas das ciências exatas. A
grande vantagem da RNM está segurança, já que não usa radiação Outros Exames
ionizante. Os prótons dos tecidos são submetidos a um campo mag- O dentista pode ainda solicitar outros tipos de exames labora-
nético e tendem a alinharem-se contra ou a favor desse campo. O toriais como: reação do Machado-Guerreiro, na doença de Chagas;
Contraste da imagem em RNM é baseado nas diferenças de sinal reação de Montenegro, que é uma prova intradérmica, para diag-
entre distintas áreas ou estruturas que comporão a imagem. nóstico de Leishmaniose brasiliense; reação de Sabin e Feldman,
A RNM tem a capacidade de mostrar características dos dife- na toxoplasmose; reação de Mantoux, na tuberculose; reação de
rentes tecidos do corpo com um contraste superior a Tomografia Mitsuda na hanseníase (lepra).
Computadorizada (TC) na resolução de tecidos ou partes moles.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Além dos anteriormente mencionados, podem ter aplicação na Limitações


clínica odontológica a taxa de glicemia e exames sorológicos para - evidencia apenas lesões superficiais;
lues. São bem conhecidos os problemas que podem aparecer no - o diagnóstico geralmente não é fundamentado num resultado
tratamento odontológico de um paciente diabético. O dentista deve positivo para malignidade, pois neste caso a biópsia será indispen-
estar sempre atento, a fim de detectar sinais e sintomas que pos- sável para confirmação definitiva;
sam sugerir a presença de tal afecção. A dificuldade de cicatrização, - em caso de malignidade sempre indica a necessidade de uma
hálito cetônico, xerostomia, história de poliúria e sede excessiva são biópsia, e em caso de resultado negativo pode permanecer a dúvi-
dados que indicam a requisição da determinação da taxa de glice- da.
mia. Se esta apresentar alta dosagem, estará confirmada a hipótese
clínica de diabetes e o paciente deve ser encaminhado ao médico Indicações
para tratamento. A presença de úlceras e placas na mucosa bucal, o - infecções fúngicas (candidose, paracoccidioidomicose);
clínico deve pensar na possibilidade de etiologia luética e requisitar, - doenças autoimunes (pênfigo);
quando julgar necessário, os exames complementares específicos - infecções virais (herpes primária, herpes recorrente).
que irão ou não confirmar tal suspeita.
Citologia Esfoliativa: É um método laboratorial que consiste Contraindicações
basicamente na análise de células que descamam fisiologicamente - lesões profundas cobertas por mucosa normal;
da superfície. Não é um método recente e sua utilização é ante- - lesões com necrose superficial;
rior à metade do século XIX. Deve-se a Papanicolau & Traut, em - lesões ceratóticas.
1943, com a apresentação e valorização dos achados citológicos em
colpocitologia, a aceitação universal do método no diagnóstico do Procedimento
câncer da genitália feminina. Em 1951, Muller e col. utilizaram a O exame fundamenta-se na raspagem das células superficiais
citologia na mucosa bucal. Folson e col., em 1972, justificaram bem de uma determinada lesão, confecção do esfregaço sobre a lâmina
a razão do método útil e válido: de vidro, fixação, coloração e exame microscópico. O resultado da
-sob condições normais, existe uma forte aderência entre as citologia esfoliativa é fornecido de acordo com o código de classifi-
camadas mais profundas do epitélio, o que dificulta a sua remoção. cação de esfregaço apresentado por Papanicolau & Traut e modifi-
- nas lesões malignas e em alguns processos benignos, essa cado por Folson e col.
aderência ou coesão celular é bastante frágil, o que permite facil- classe 0 - material inadequado ou insuficiente para exame.
mente sua remoção. classe I - células normais.
- nos processos malignos, as células apresentam alterações ca- classe II - células atípicas, mas sem evidências de malignidade.
racterísticas especiais que as diferenciam das células normais, tais classe III - células sugestivas, mas não conclusivas de maligni-
como: núcleos irregulares e grandes, bordas nucleares irregulares e dade.
proeminentes, hipercromatismo celular, perda da relação núcleo- classe IV - células fortemente sugestivas de malignidade.
citoplasma, nucléolos proeminentes e múltiplos, discrepância de classe V - células indicando malignidade.
maturação em conjunto de células, mitoses anormais e pleomor-
fismo celular. Sempre que o resultado estiver enquadrado nas classes III, IV e
- cerca de 90% dos tumores malignos de boca são de origem V se faz necessária a biópsia para confirmar resultado. Atualmente
epitelial, o que vem favorecer o uso de citologia esfoliativa. os patologistas preferem descrever a alteração, isto é, presença ou
ausência de células malignas.
A fidelidade da citologia esfoliativa na detecção do câncer bu- A citologia esfoliativa da mucosa bucal não teve um desenvolvi-
cal foi demonstrada em diversos trabalhos. Entre eles, ressalta o mento acentuado, talvez em decorrência do número de resultados
resultado de um estudo citológico e histopatológico realizado com falsos negativos que podem ocorrer, principalmente pela deficiên-
118.194 indivíduos no programa “Oral Exfoliative Cytology Vetera- cia, na coleta do material e de citopatologistas experientes.
nis Administration Cooperative Study, Washington, D.C.” publicados Considera-se que a citologia esfoliativa não é um método que
por Sandler em 1963. Em 592 lesões encontradas na amostra, os re- propicie o diagnóstico definitivo de uma lesão mas, é de grande va-
sultados citológicos e histopatológicos foram semelhantes em 577 lia para orientação diagnóstica, o que equivale a afirmar que deve
casos, o que conferiu à citologia uma fidelidade de 97%. ser feita, mas nunca em detrimento da análise histopatológica.
Valor de citologia esfoliativa no diagnóstico de lesões benignas
de boca, é revelado por sua aplicação na confirmação de diagnósti- Biópsia: É um procedimento cirúrgico simples, rápido e segu-
co de outras entidades como pênfigos, herpes, paracoccidioidomi- ro, em que parte da lesão ou toda a lesão de tecido mole ou ós-
cose, candidose, lesões císticas por aspiração do conteúdo líquido e seo é removida, para estudo de suas características microscópicas.
esfregaço do material obtido. A biópsia permite fazer uma correlação entre os achados clínicos
e histopatológicos determinando, na grande maioria dos casos, o
Vantagens diagnóstico definitivo.
- método simples e praticado sem anestesia;
- rápida execução; Indicações
- não leva paciente ao estado de ansiedade provocado, às vezes - toda lesão cuja história e características clínicas não permitam
pela biópsia; elaboração do diagnóstico e que não apresente evidência de cura
- barato. dentro de um período não superior a duas semanas;
- em tecidos retirados cirurgicamente, quando ainda não se
tem um diagnóstico prévio;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- lesões intraósseas que não possam ser positivamente identifi- - fixação inadequada;
cadas através de exames de imagem. - introdução de anestésico sobre a lesão;
Contraindicações - uso de substâncias antissépticas corantes;
- tumores encapsulados (para não provocar difusão para teci- - informações deficientes;
dos vizinhos). Ex: Adenoma pleomórfico em glândula parótida; - troca de material pelo clínico ou pelo laboratório
- em lesões angiomatosas (Ex. hemangioma), a indicação de
biópsia deve ser criteriosa e quando realizada deve seguir normas Biópsia Aspirativa com Agulha Fina: É um método utilizado para
de segurança evitando complicações, principalmente hemorragia. análise citológica de material obtido através da aspiração por agulha
fina. Exige preparação para a realização do procedimento e principal-
A realização de biópsia em lesões pigmentadas da mucosa oral mente para a interpretação do material colhido. A coleta do material é
não necessita de margem de segurança. Atualmente sabe-se que realizada a nível ambulatorial dispensando a internação do paciente,
uma lesão pigmentada que foi biopsiada e diagnosticada como me- com o mínimo de desconforto e sem a necessidade de anestesia em
lanoma não tem seu prognóstico alterado por ter sido biopsiada lesões superficiais. Em lesões profundas pode ser realizada anestesia
previamente à cirurgia. somente na área onde a agulha será introduzida. A principal indicação
Não biopsiar áreas de necrose porque não há detalhes celula- é para diferenciar tumores benignos de malignos. No entanto, em vá-
res. rias situações o diagnóstico final pode ser estabelecido. De acordo com
estudos estatísticos, a punção é concordante com o diagnóstico final
Tipos de biópsia em 85 a 100% das histologias, sendo utilizada em alguns casos como
Biópsia incisional: apenas parte da lesão é removida. É indicada único recurso diagnóstico para planejamento do tratamento.
em caso de lesões extensas ou de localização de difícil acesso. A punção pode ser utilizada em praticamente todas as regiões
Biópsia excisional: toda a lesão é removida. É indicada em le- do corpo. Entretanto, tem maior indicação em locais de difícil aces-
sões pequenas e de fácil acesso. so, onde a biópsia convencional provocaria maior dificuldade para
A amostra deve ser enviada ao laboratório para exame histo- realização. A tireoide e a mama são os dois principais órgãos que
patológico sempre acompanhada de um relatório onde são discri- mais são investigados pela técnica da punção aspirativa, pois fre-
minados os seguintes dados: data da biópsia, nome, idade e sexo quentemente apresentam tumorações com aumento de volume.
do paciente, nome do operador, local da biópsia, descrição breve Na região de cabeça e pescoço, além da tireoide, é utilizada princi-
dos aspectos clínicos da lesão e hipóteses diagnósticas. Em caso de palmente em massas cervicais e glândulas salivares maiores..
biópsia óssea enviar radiografia. Em algumas situações, lesões pequenas não palpáveis, são ob-
servadas apenas através de exames de imagem como ultrassono-
Sequência de biópsia grafia, mamografia e tomografia computadorizada.
- infiltração da solução anestésica na periferia da lesão ou usar- Nestes casos, a biópsia aspirativa dirigida por ultrassom ou tomo-
-se de anestesia regional. grafia é muito importante. Nos órgãos internos como pulmão, fígado e
- incisão do tecido a ser biopsiado (bisturi ou punch); próstata, a punção também pode ser guiada por exames de imagem,
- preensão da peça com pinça “dente de rato”; principalmente a ultrassonografia e tomografia computadorizada.
- corte ou remoção da peça com tesoura ou mesmo bisturi; Para a realização do exame utiliza-se o cito-aspirador, que é um apare-
- colocação do tecido removido em vidro com formol 10%; lho onde acopla- se uma seringa de l 0 ml com uma agulha de 2,0 cm, calibre
- sutura da região quando necessário; 24. Após a fixação do nódulo a agulha é introduzida e movimentada rapida-
- relatório do espécime e envio ao laboratório mente com pressão negativa. O material aspirado é colocado em laminas
de vidro que posteriormente serão examinadas. O exame praticamente não
Biópsia incisional com uso de punch: O punch é um instrumento provoca nenhum dano tecidual importante e as complicações são raras, limi-
cilíndrico oco, de extremidade afiada, biselada, com vários diâme- tando-se a pequenos hematomas e discreta dor local que cessa em geral em
tros, sendo os mais utilizados de 4,5 e 6 mm. A outra extremidade é algumas horas. Nos casos de biópsia de lesões profundas em órgãos como
o cabo que irá auxiliar a pressão e a rotação do instrumento sobre fígado, pâncreas, pulmões, onde se utiliza agulha mais longa e mais calibro-
o tecido a ser biopsiado. A peça em forma cilíndrica é liberada sec- sa, torna-se necessária observação médica e repouso.
cionando-se com um tesoura e tracionando-a com auxílio de uma
pinça “dente de rato”. Os espécimes são de muita boa qualidade, Exame de Congelação
não macerados, facilitando o trabalho do patologista. É realizado durante o ato cirúrgico quando houver a necessidade
de se definir a natureza da lesão (benigna ou maligna) ou para avaliar
Biópsia incisional com uso de saca-bocados: Os saca-bocados se as margens de ressecção cirúrgica estão livres ou comprometidas
são pinças com parte ativa em ângulo e com a ponta em forma de pela neoplasia. É realizado através do congelamento do fragmento a
concha que ao ser fechada corta o fragmento de tecido. Por mace- ser analisado, que é cortado e corado em uma lâmina de vidro que
rarem demasiadamente os tecidos, esses instrumentos são empre- será estudada pelo patologista para obter as informações necessá-
gados com muita raridade. São utilizados em lesões de difícil acesso, rias. Este é um procedimento preliminar com indicações precisas uma
especialmente na borda lateral posterior da língua e na orofaringe. vez que apresenta restrições devido a limitações próprias do método.
Complicações das biópsias. Variam de acordo com localização, Exames Complementares – Objetivos
tamanho e relação destas com órgãos vizinhos. As complicações - Comentar o emprego dos exames complementares no diag-
mais frequentes são: hemorragias, infecções e má cicatrização. nóstico de lesões.
Principais causas de erros e falhas das biópsias:
- falta de representatividade do material colhido;
- manipulação inadequada da peça;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Discutir o emprego de exames de imagens radiográficas, sia- de Baixo Risco” - 1986; “Capacitação do Instrutor/Supervisor/Enfer-
lográficas, tomografias computadorizadas, ressonância nuclear meiro na área de controle da Hanseníase” - 1988; “Procedimento
magnética e ultrassonografia, utilizados no diagnóstico de lesões para atividade e controle da Tuberculose”- 1989; “Normas Técnicas
buco-maxilo-faciais. e Procedimentos para utilização dos esquemas Poliquimioterapia
- Discutir o emprego de exames hematológicos e de urina no no tratamento da Hanseníase”- 1990; “Guia de Controle de Hanse-
diagnóstico de lesões de interesse odontológico. níase” - 1994; “Normas de atenção à Saúde Integral do Adolescen-
- Discutir o emprego de outros exames laboratoriais solicitados te” - 1995;
pelo C.D. no diagnóstico de lesões bucais. Considerando o Manual de Treinamento em Planejamento Fa-
- Conceituar citologia esfoliativa. miliar para Enfermeiro da Associação Brasileira de Entidades de Pla-
- Descrever as vantagens e limitações da C.E. nejamento Familiar (ABEPF);
- Citar as indicações de C.E. Considerando que a não solicitação de exames de rotina e com-
- Comentar as contraindicações da C.E. plementares quando necessários para a prescrição de medicamen-
- Descrever a técnica empregada para obtenção da amostra te- tos é agir de forma omissa, negligente e imprudente, colocando em
cidual na C.E. risco seu cliente (paciente); e,
- Demonstrar conhecimento do código de classificação de es- Considerando o contido nos PADs COFEN nº 166 e 297/91,
fregaço de C.E. Resolve:
- Conceituar biópsias. Art. 1º - O Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e com-
- Classificar biópsias. plementares quando no exercício de suas atividades profissionais.
- Explicar as indicações e contraindicações da biópsia. Art. 2º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua
- Descrever os tipos de biópsias empregados no diagnóstico de publicação.
lesões bucais.
- Descrever a sequência da biópsia para a obtenção de amostra
tecidual. ENFERMAGEM NAS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊN-
- Demonstrar conhecimentos no emprego das biópsias incisio- CIA. CONCEITOS DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA. ESTRUTU-
nais dos tipos punch e saca- bocados. RA E ORGANIZAÇÃO DO PRONTO SOCORRO. ATUAÇÃO DO
- Demonstrar conhecimentos no emprego de biópsias do tipo TÉCNICO DE ENFERMAGEM EM SITUAÇÕES DE CHOQUE,
excisional. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA, POLITRAUMA, AFOGA-
- Descrever as principais causas de erros e falhas de biópsias. MENTO, QUEIMADURA, INTOXICAÇÃO, ENVENENA-
- Conceituar biópsia aspirativa por agulha fina. MENTO E PICADA DE ANIMAIS PEÇONHENTOS
- Descrever as indicações da biópsia aspirativa por agulha fina.
- Conceituar exame de congelação.
- Descrever as indicações do exame de congelação. Enfermagem em emergência e cuidados intensivos:

RESOLUÇÃO COFEN-195/1997 a. Assistência de enfermagem em situações de urgência e


emergência:
Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complemen- A urgência é caracterizada como um evento grave, que deve ser
tares por Enfermeiro. resolvido urgentemente, mas que não possui um caráter imedia-
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso das atri- tista, ou seja, deve haver um empenho para ser tratada e pode ser
buições previstas no artigo 8º, incisos IX e XIII da Lei nº 5.905, de planejada para que este paciente não corra risco de morte.
12 de julho de 1973, no artigo 16, incisos XI e XIII do Regimento A emergência é uma situação gravíssima que deve ser tratada
da Autarquia aprovado pela Resolução COFEN-52/79 e cumprindo imediatamente, caso contrário, o paciente vai morrer ou apresenta-
deliberação do Plenário em sua 253ª Reunião Ordinária, rá uma sequela irreversível.
Considerando a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, no seu Neste contexto, a enfermagem participa de todos os processos,
artigo 11, incisos I alíneas “i” e “j” e II, alíneas “c”, “f” , “g”, “h” e “i”; tanto na urgência quanto na emergência. São diversos locais onde
Considerando o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, no os profissionais de enfermagem podem atuar como, por exemplo:
artigo 8º, incisos I, alíneas “e” e “f” e II, alíneas “c”, “g” , “h”, “i” e “p”; • Unidades de atendimento pré-hospitalar;
Considerando as inúmeras solicitações de consultas existentes • Unidades de saúde 24 horas;
sobre a matéria; • Pronto socorro;
Considerando que para a prescrição de medicamentos em pro- • Unidades de terapia intensiva;
grama de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de • Unidades de dor torácica;
saúde, o Enfermeiro necessita solicitar exame de rotina e comple- • Unidade de terapia intensiva neo natal
mentares para uma efetiva assistência ao paciente sem risco para • E até mesmo em unidades de internação.
o mesmo;
Considerando os programas do Ministério da Saúde: “DST/ Os profissionais de enfermagem devem estar atentos e prepara-
AIDS/COAS”; “Viva Mulher”; “Assistência Integral e Saúde da Mu- dos para atuarem em situações de urgência e emergência, pois a ca-
lher e da Criança (PAISMC)”; “Controle de Doenças Transmissíveis” pacitação profissional, a dedicação e o conhecimento teórico e prático,
dentre outros, irão fazer a diferença no momento crucial do atendimento ao paciente.
Considerando Manuais de Normas Técnicas publicadas pelo
Ministério da Saúde: “Capacitação de Enfermeiros em Saúde Pú-
blica para SUS - Controle das Doenças Transmissíveis”; “Pré-Natal
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Muitas vezes estas habilidades não são treinadas e quando ocorre Por isso, o enfermeiro vai se deparar com vítimas de trauma
a situação de emergência, o que vemos são profissionais correndo de nas urgências e emergências e deverá estar habilitado a agir de
uma lado para outro sem objetividade, com dificuldades para atender acordo com os protocolos de Atendimento Pré-Hospitalar e Hospi-
o paciente e ainda com medo de aproximar-se da situação. talar ao Trauma.
Por outro lado, quando temos uma equipe treinada, capacitada
e motivada, o atendimento é realizado muito mais rapidez e eficiên- 4. Assistência ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e ao Aci-
cia, podendo na maioria das vezes, salvar muitas vidas. dente Vascular Encefálico (AVE)
A enfermagem trabalha diariamente com pacientes em risco As doenças cardiovasculares representam uma das maiores
de morte e que dependem deste cuidado para que mantenham causas de mortalidade em todo o mundo e O IAM é uma das princi-
suas vidas. As ações da equipe de enfermagem visam sempre à as- pais manifestações clínicas da doença arterial coronária5.
sistência ao paciente da melhor forma possível, expressando assim, O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das maiores causas
a qualidade e a importância da nossa profissão. de morte e incapacidade adquirida em todo o mundo. Estatísticas
Estudar, capacitar, praticar são ações essenciais para o desen- brasileiras indicam que o AVC é a causa mais frequente de óbito na
volvimento profissional de enfermeiros, técnicos e auxiliares de en- população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10%
fermagem, portanto estar preocupado com as ações desenvolvidas das internações hospitalares públicas. O Brasil apresenta a quarta
no dia a dia de trabalho é fundamental. taxa de mortalidade por AVC entre os países da América Latina e
Os serviços de Urgência e Emergência podem ser fixos a exem- Caribe.
plo da Unidades de Pronto Atendimento e as emergências de hospi- Então, o Enfermeiro precisa estar apto a realização da avaliação
tais ou móveis como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência clínica para identificação e atendimento precoce do IAM e AVE ou
(SAMU). Ainda, podem ter diferentes complexidades para atendi- AVC e prevenção de complicações.
mento de demandas urgentes e emergentes clínicas e cirúrgicas
em geral ou específicas como unidades cardiológicas, pediátricas e 5. Assistência às Emergências Obstétricas
traumatológicas. As principais causas de morte materna no Brasil são por he-
O importante é que, independente da complexidade ou da morragias e hipertensão7. O Enfermeiro precisa saber como identi-
classificação do serviço, existem 5 coisas imprescindíveis que todo ficar precocemente a pré-eclâmpsia e eclampsia, bem como as he-
Enfermeiro de Urgência e Emergência deve saber. morragias gestacionais e uterinas, pois é uma demanda constante
dos serviços de urgência e emergência e até mesmo os que não são
1. Acolhimento e Classificação de Risco: referência em atendimento gestacional.
O acolhimento do paciente e família na prática das ações de
atenção e gestão nas unidades de saúde tem sido importante para 1) suporte de vida em situações de traumatismos em geral;
uma atenção humanizada e resolutiva. Tem por objetivo identificar graves lesões e instituir medidas
A classificação de risco vem sendo utilizada em diversos países, terapêuticas e emergenciais que controlem e restabeleçam a vida.
inclusive no Brasil. Para essa classificação foram desenvolvidos di- Consiste em:
versos protocolos, que objetivam, em primeiro lugar, não demorar - Preparação
em prestar atendimento àqueles que necessitam de uma conduta - Triagem
imediata. Por isso, todos eles são baseados na avaliação primária do - Avaliação primária
paciente, já bem desenvolvida para o atendimento às situações de - Reanimação
catástrofes e adaptada para os serviços de urgência¹. O Enfermeiro - Avaliação secundária
deve estar além de acolher o paciente e família, estar habilitado a - Monitorização e reavaliação contínua
atendê-los utilizando os protocolos de classificação de risco. - Tratamento definitivo

2. Suporte Básico (SBV) e Avançado de Vida (SAV) Triagem


A parada cardiorrespiratória é um dos eventos que requerem É utilizado para classificar a gravidade dos problemas. Existe
atenção imediata por parte da equipe de saúde e o Enfermeiro tan- um método de cores para definir:
to dos serviços móveis quanto dos fixos de urgência e emergência -VERMELHO
devem estar aptos. - LARANJA
O protocolo American Heart Association (AHA) é a referência - AMARELO
de SBV e SAV utilizado no Brasil. A AHA enfatiza nessa nova diretriz - VERDE
sobre a RCP de alta qualidade e os cuidados Pós-PCR². O SBV é uma - AZUL
sequência de etapas de atendimento ao paciente em risco iminen-
te de morte sem realização de manobras invasivas e o SAV requer * Indica-se sempre do paciente/cliente mais grave para o me-
procedimentos invasivos e de suporte ventilatório e circulatório³. nos grave.
No caso com ônus de muitos acidentados e pouca equipe/pro-
3. Atendimento à Vítima de Trauma fissional; dar-se a preferência aos graves com maior chance de vida,
Os acidentes automobilísticos e a violência são as maiores cau- dentre estes o que menos utilizará material, tempo, equipamento
sas de morte de indivíduos entre 15 e 49 anos na população das e pessoal.
regiões metropolitanas, superando as doenças cardiovasculares e
neoplasias.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Avaliação Primária
Tem por finalidade verificar o estado da vitima e suas condições físicas /emocionais/ neurológicas.
Verifica-se:
- Obstrução das vias aéreas
- Insuficiência Respiratória
- Alterações Hemodinâmicas
- Déficit Neurológico

Usam-se os métodos das seguintes formas: A, B, C, D e E (casos sem comprometimento circulatório).


C, A, B, D e E (casos com comprometimentos circulatórios).

Significados:
A- Vias aéreas e proteção da coluna cervical
B- Respiração e ventilação
C- Circulação
D- Incapacidade neurológica
E- Exposição e controle da temperatura

Letra A: Deve-se aproximar da vitima e verificar se há alguma obstrução das vias aéreas, “a melhor forma é verbalmente, quando você
conversa e a vitima consegui te responder”. Em caso contrário deve fazer da seguinte maneira:
1- Elevação do queixo
2- Elevação da mandíbula
3- Elevação da testa (somente em casos sem trauma)

Existe uma forma mais segura e eficaz, que consiste em realizar a inspeção com cânulas (Guedell) (nasofaringe ou orofaringe).
Deve se atentar quanto o risco de lesão na coluna cervical, faça a devida imobilização.

Letra B: Manter a oxigenação adequada. Pode ser necessário de apoio:


1- Máscara facial ou tubo endotraqueal e insuflador manual.
2 - Ventilação Mecânica
Em caso de dificuldade considerar:
. Obstrução de via aérea – considerar cricotireoidotomia se outras opções falharem.
. Pneumotórax: drenar rapidamente em caso de compromisso respiratório.
. Hemotórax (ver protocolo: trauma torácico)
. Retalho costal: imobilizar rapidamente (ver protocolo: trauma torácico)
. Lesão diafragmática com herniação.

Letra C: Avaliar:
- Pulso: valorizar taquicardia como sinal precoce de hipovolemia
- Temperatura e coloração da pele: hipotermia, sudorese e palidez.
- Preenchimento capilar: leito ungueal
- Pressão arterial: inicialmente estará normotenso
- Estado da consciência: agitação como sinal de hipovolémia
Considerar relação entre % de hemorragia e sinais clínicos:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Atuação:
1- RCP, se necessário.
2- Controle de hemorragia com compressão externa.
3- Reposição de volume, sendo necessários adequados acessos venosos, O traumatizado deve ter 2 acessos e com catéteres G14,
«nunca» com menos do que G16. Eventualmente, poderá ser colocado um catéter numa jugular externa ou utilizada a via intra-¬óssea (a
considerar também no adulto).
4- Em caso de trauma torácico ou abdominal grave: um acesso acima e outro abaixo do diafragma.
5- A escolha entre cristalóides e colóides não deve basear-se necessariamente no grau de choque, não estando provada qualquer
diferença de prognóstico na utilização de um ou outro. O volume a infundir relaciona-se com as perdas e a resposta clínica. Uma relação
de 1:3 e 1:1 no caso de perdas/cristalóides a administrar e perdas/colóides a administrar, respectivamente.
6- Atenção aos TCE, TVM e grávida Politraumatizada sendo à partida, ainda que discutível, de privilegiar colóides.
7- Regra geral, não utilizar soros glicosados no traumatizado, existindo apenas interesse destes no diabético ou na hipoglicemia. Por
norma, os soros administrados na fase pré-hospitalar num adulto politraumatizado não são suficientes para originar um edema pulmonar,
mesmo em doentes cardíacos. Não se deve insistir tanto na recomendação de cuidado com a possibilidade de sobrecarga numa situação
de hipovolémia, mas sim tratar esta última agressivamente.
8- Vigiar estado da consciência e perfusão cutânea, avaliando parâmetros vitais de forma seriada.
Letra D: Normalmente corrido em trauma direto no crânio ou estado de choque.

Avaliar:
- GCS (Escala Coma Glasgow) de uma forma seriada
- Tamanho simetria/assimetria pupilar e reatividade à luz
- Função motora (estímulo à dor)
Atuação:
1- Administrar Oxigênio 10 -12 l/min e atuação de acordo com protocolo específico.
2-Imobilização da coluna vertebral com colar cervical, imobilizadores laterais da cabeça, com plano duro ou maca de vácuo.

Letra E:
1- Despir e avaliar possíveis lesões que possam ter passado despercebidas, mantendo cuidados de imobilização da coluna vertebral.
Utilizar técnicas de rolamento.
2- Evitar a hipotermia. Utilizar manta isotérmica.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Manter: Tratamento Definitivo


1- Vigilância parâmetros vitais e imobilização. Caracterizado pela estabilização do paciente/ cliente/ vitima,
2- Analgesia de acordo com as necessidades. será procedido se necessário tratamento após diagnóstico médico
Reanimação = ações para restabelecer as condições vitais do e controle de todos os sinais vitais.
paciente.
2) suporte de vida em situações de queimaduras;
Avaliação secundária O queimado necessita boa assistência de enfermagem para
Exploração detalhada da cabeça aos pés, antecedentes pes- que tenha uma recuperação física, funcional e psico-social, precoce
soais se possível. Esta deverá ser completada no hospital com rea- A equipe de enfermagem trabalhando paralelamente à equipe
valiação e exames radiológicos pertinentes. médica, deve ter conhecimentos especializados sobre cuidados a
Muito importante: Pesquisar e presumir lesão associada em serem prestados aos queimados.
função do mecanismo da lesão, ex. queda sobre calcâneo com fra- Esses cuidados iniciam-se com atitude correta ao receber os
tura da coluna vertebral. pacientes que chegam agitados devido à dor ou ao trauma psíquico,
devendo continuar no decorrer de todo o tratamento até a ocasião
Tipos de trauma da alta, quando os doentes e familiares são orientados quanto aos
O trauma pode ser classificado de acordo com seu mecanis- cuidados a serem seguidos.
mo, este pode ser contuso ou penetrante, mas a transferência de
energia e a lesão produzida são semelhantes em ambos os tipos de Assistência Imediata
trauma. A única diferença é a perfuração da pele. A assistência inicial deve ser prestada em ambiente que pro-
Alguns exemplos: porcione condições perfeitas de assepsia, tal como uma sala cirúr-
. Trauma crânio encefálico (TCE) . Trauma Abdominal gica, tendo sempre presente a importância do problema do contro-
. Trauma Raquimedular (medula) . Pneumotórax le da infecção, desde o início e no decorrer do tratamento. Para o
. Trauma Facial primeiro atendimento, um mínimo de material e equipamento se
. Trauma Torácico (pneumotórax) fazem necessários na sala:

Trauma contuso (fechado): EQUIPAMENTO E MATERIAL PERMANENTE:


O trauma contuso ocorre quando há transferência de energia - Torpedo de oxigênio, se não contar com o sistema canalizado.
em uma superfície corporal extensa, não penetrando a pele. Exis- - Aspirador de secreção.
tem dois tipos de forças envolvidas no trauma contuso: cisalhamen- - Mesa estofada ou com coxim para receber o paciente.
to e compressão. - Mesa auxiliar para colocar material de curativo (tipo Mayo).
- Suporte de soro.
O cisalhamento acontece quando há uma mudança brusca de - Caixa com material de pequena cirurgia.
velocidade, deslocando uma estrutura ou parte dela, provocando - Caixa com material de traqueostomia.
sua laceração. É mais encontrado na desaceleração brusca do que - Caixa com material de dissecção de veia.
na aceleração brusca. - Material para intubação endotraqueal.
A compressão é quando o impacto comprime uma estrutura - Aparelho ressuscitador “Air-viva”.
ou parte dela sobre outra região provocando a lesão. É freqüente- - Pacotes de curativo (com tesoura, pinça anatômica, pinça
mente associada a mecanismos que formam cavidade temporária. dente de rato e pinça de Kocher).

Trauma penetrante (aberto): MATERIAL DE CONSUMO


O trauma penetrante tem como característica a transferência - Compressa de gaze de 7,5 cm x 7,5 cm.
de energia em uma área concentrada, com isso há pouca dispersão - Atadura de gaze de 90 x 120 cm com 8 dobras longitudinais.
de energia provocando laceração da pele. - Ataduras de rayon e morim.
Podemos encontrar objetos fixados no trauma penetrante, as - Atadura de gaze de malha fina impregnada em vaselina.
lesões não incluem apenas os tecidos na trajetória do objeto, de- - Algodão hidrófilo.
ve-se suspeitar de movimentos circulares do objeto penetrante. As - Ataduras de crepe.
lesões provocadas por transferência de alta energia, por exemplo, - Luvas.
arma de fogo, não se resumem apenas na trajetória do PAF (projétil
de arma de fogo), mas também nas estruturas adjacentes que so- Pacotes de campos cirúrgicos e aventais.
freram um deslocamento temporário. - Fita adesiva e esparadrapo.
- Máscara e gorro.
VERIFICAR ANTES DE TRANSPORTAR - Medicamentos de emergência.
• Via aérea com imobilização cervical - Antissépticos.
• Ventilação (com tubo orotraqueal se GCS <8) e oxigenação - Seringas de vários tamanhos.
• Acessos venosos e fluidoterapia EV (soro não glicosado) - Agulhas e catéteres de vários calibres.
• Avaliação seriada da GCS - Tubos para tipagem de sangue e outras análises laboratoriais.
• Equipamentos necessários na ambulância. - Frascos de soro fisiológico.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

PROCEDIMENTO DA ENFERMAGEM - Higiene: proceder a limpeza diária das áreas não lesadas, com
água e sabão neutro. Manter o couro cabeludo limpo e cortar os
Na Sala de Cirurgia: cabelos, principalmente em caso de queimadura na cabeça.Aparar
Aplicar imediatamente sedativo sob prescrição médica, com a as unhas e mantê-las limpas.A tricotomia pubiana e axilar deve ser
finalidade de diminuir a dor, de preferência por via intra-venosa. feita semanalmente, como medida de higiene.
Ao aplicar o medicamento por esta via, deve-se aproveitar para
colher amostra de sangue para tipagem, assim como procurar man- Cuidados Especiais Dependentes da Localização da Queima-
ter a veia com perfusão de soro fisiológico para posterior transfusão dura:
de sangue ou outros líquidos.
Retirar a roupa do paciente e colocá-lo na mesa sobre campos CABEÇA:
esterilizados e cobrir as lesões também com campos esterilizados. - Crânio: proceder a tricotomia total do couro cabeludo.
Preparar material para dissecção de veia ou cateterismo trans- - Face: proceder a tricotomia do couro cabeludo, nas áreas pró-
cutâneo “intra-cat”, e auxiliar o médico nestas operações. ximas às lesões. Manter decúbito elevado, para auxiliar a regressão
Auxiliar ou executar com supervisão médica, tratamento local do edema.
de remoção de tecidos desvitalizados, limpeza sumária das áreas - Olhos: limpar com “cotonetes” umedecidos em água boricada
queimadas, oclusão das lesões, ou ainda, preparo das mesmas para a 3% e após proceder a instilação de colírio antibiótico.
mantê-las expostas (método de exposição). - Ouvidos: limpar conduto auditivo externo com “cotonetes” e
soro fisiológico.
Unidade de Internação: - Orelhas: utilizar travesseiro baixo e não muito macio para não
- Colocar o paciente no leito preparado com campos e arcos de comprimir as cartilagens a fim de prevenir deformidades.
proteção esterilizados, e também sobre coxim preparado com vá- - Narinas: limpar com “cotonetes” e soro fisiológico.
rias camadas de ataduras de gaze e revestido com rayon, conforme - Boca: limpar com espátula montada com algodão ou gaze em-
a localização das queimaduras. Isto quando o método de tratamen- bebida em água bicarbonatada a 2%.
to é o de exposição. - Lábios: passar vaselina para remoção de crostas.
Controle de diurese e outras perdas de líquidos: executar cate-
terismo vesical com sonda de demora (sonda de Foley), anotando o - PESCOÇO:
volume urinário. Esta sonda é mantida ocluída, sendo aberta a cada Manter em extensão, com auxílio de coxim no dorso. A presen-
hora para verificar o aspecto, volume e densidade de urina. Além ça de necrose seca ou lesões profundas, poderá provocar compres-
da diurese, controlar as demais perdas líquidas, tais como: vômito, são e garroteamento, com perturbações respiratórias. Nestes casos
sudorese, exsudatos e evacuações, observando em cada caso o as- o médico executará a escarotomia.
pecto, a freqüência e o volume. - MEMBROS SUPERIORES:
Os curativos oclusivos dos membros superiores, têm a finali-
Esses dados devem ser anotados em folha especial do prontuá- dade de proporcionar conforto ao paciente e facilitar atuação de
rio do paciente (Anexo I). enfermagem. Os membros devem ser mantidos em abdução parcial
- Controle de Sinais Vitais: a temperatura, o pulso, a respiração, e em ligeira elevação.
devem ser controlados e anotados cada 4 horas ou mais freqüente-
mente se o caso exigir. - TRONCO:
Num grande queimado, dificilmente conseguimos adaptar o Visando evitar os fatores mecânicos, que possam reduzir a
manguito do aparelho de pressão, mas esta, deve ser determinada, expansibilidade do tórax, o método mais indicado é a posição de
sempre que possível. Fowler e semi-Fowler. Entretanto a escolha de decúbito será feita
Além desses sinais vitais, a pressão venosa central, deve ser também de acordo com a área menos atingida. Se a lesão for prin-
controlada através do cateter venoso. cipalmente face posterior, o decúbito será ventral, sobre um coxim,
- Controle de Administração Parenteral de Líquidos: deve ser que será trocado todas as vezes que se fizer necessário.
exercida vigilância constante da permeabilidade da veia, do goteja-
mento e da quantidade dos líquidos em perfusão. - PERÍNEO:
O paciente deve receber exatamente as soluções prescritas Para as lesões desta região, o tratamento por exposição é uti-
dentro dos horários estabelecidos. Este controle, é facilitado pelo lizado sistematicamente, devendo as coxas serem mantidas em ab-
uso do esquema adotado pelo Serviço de Queimados do H. C. da dução parcial. A higiene íntima deve ser feita com água morna e
F.M.U.S.P. (Anexo II). sabão neutro, ou com solução oleosa. Em nosso serviço utilizamos
- Alimentação: não havendo contra-indicação, oferecer ao pa- a seguinte fórmula de solução oleosa:
ciente uma dieta fracionada, iniciando com líquido em pequena -Cloroxilenol 0.1%.
quantidade. Se o paciente não apresentar vômitos, aumentar gra- -Essência de alfazema 1%.
dativamente a quantidade. Os líquidos podem ser oferecidos em -Óleo de amendoim q.s.p. 100 ml.
forma de suco, caldo de carne e dieta especial de soja (leite, ovos,
caseinato de cálcio e farinha de soja). Desde que haja tolerância por - MEMBROS INFERIORES:
parte do paciente, passar a oferecer progressivamente dietas mais Manter os membros em posição anatômica, evitar a rotação
consistentes até chegar à dieta geral. das pernas, e prevenir o pé eqüino.
Também nos membros inferiores o curativo oclusivo é freqüen-
temente utilizado, visando facilitar a movimentação do paciente e
atuação da enfermagem.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um dos cuidados fundamentais de enfermagem é a mobiliza- ternar também os pacientes com suspeita clínica de isquemia mio-
ção do doente no leito, mudança repetida de decúbito, qualquer cárdica aguda. O resultado desta atitude mais liberal foi que mais da
que seja a localização das lesões. metade dos pacientes internados nas unidades coronarianas não ti-
nham, na verdade, síndrome coronariana aguda. Conseqüentemen-
Cuidado Relacionado ao Ambiente: te, esses leitos de alta complexidade e alto custo passaram a ser
ocupados também por pacientes de baixa probabilidade de doença
- UNIDADE DO PACIENTE E MATERIAIS DE USO PRIVATIVO: e baixo risco, resultando não somente em aumento da demanda
Limpar diariamente a unidade do paciente (cama, colchão, cria- desses leitos, com conseqüente saturação das unidades coronaria-
do mudo e cadeira) com água, sabão, solução de-sinfetante (hipoclo- nas, mas também numa utilização sub-ótima dos recursos.
rito de sódio a 3%) e solução aromatizante (álcool, essência de pinho As Unidades de Dor Torácica foram criadas em 1982, e desde
1%, essência de alfazema a 1% e essência de lavanda 1%). Esterilizar então vêm sendo reconhecidas como um aprimoramento da assis-
semanalmente todos os materiais de uso pessoal do paciente, tais tência emergencial. Essas unidades visam a: 1) prover acesso fácil
como: comadre, bacia, cuba rim, copos, garrafas, e outros. e prioritário ao paciente com dor torácica que procura a sala de
emergência; e 2) fornecer uma estratégia diagnóstica e terapêutica
- PISO: organizada na sala de emergência, objetivando rapidez, alta quali-
O único tipo de limpeza permitido é a limpeza úmida. Esta é dade de cuidados, eficiência e contenção de custos.
facilitada quando o piso é de material lavável. Se o piso for de ma- As Unidades de Dor Torácica podem estar localizadas dentro ou
deira, deve ser feita a lavagem semanal, após a qual deve-se proce- adjacente à Sala de Emergência, com uma verdadeira área física e
der a aplicação de vaselina, para a fixação das partículas de poeira leitos demarcados, ou somente como uma estratégia operacional
no chão. padronizada, utilizando protocolos assistenciais específicos, algo-
ritmos sistematizados ou árvores de decisão clínica por parte da
- JANELAS: equipe dos médicos emergencistas. Entretanto, é necessário que a
As janelas devem ser amplas para possibilitar iluminação e ae- equipe de médicos e enfermeiros esteja treinada e habituada com
ração natural, protegidas com telas para prevenir penetração de in- o manejo das urgências e emergências cardiovasculares.
setos. Devem ser lavadas semanalmente com água, sabão e solução
desinfetante. Diagnóstico

- RESÍDUOS E ROUPAS SUJAS: Causas de dor torácica e diagnóstico diferencial


Devem ser embalados em sacos e transportados em carros fe- A variedade e possível gravidade das condições clínicas que se
chados. manifestam com dor torácica faz com que seja primordial um diag-
nóstico rápido e preciso das suas causas. Esta diferenciação entre
Medidas Gerais para o Controle de Infecção: as doenças que oferecem risco de vida (dor torácica com potencial
- Pesquisa de germens do ambiente, e uso de desinfetantes es- de fatalidade), ou não, é um ponto crítico na tomada de decisão do
pecíficos. médico emergencista para definir sobre a liberação ou admissão do
- Controle de focos de infecção do pessoal da unidade (médi- paciente ao hospital e de iniciar o tratamento, imediatamente.
cos, enfermeiros e outros). Como a síndrome coronariana aguda (infarto agudo do mio-
- Rigoroso controle de circulação do pessoal (parentes e visi- cárdico e angina instável) representa quase 1/5 das causas de dor
tantes). torácica nas salas de emergência, e por possuir uma significativa
- Utilização de aventais como meio de proteção ao paciente e morbi-mortalidade, a abordagem inicial desses pacientes é sempre
visitantes. feita no sentido de confirmar ou afastar este diagnóstico.
- Supervisão e controle do uso da técnica asséptica. Vários estudos têm sido realizados para determinar a acurácia
diagnóstica e a utilidade da história clínica e do ECG em pacientes
Portanto, o atendimento imediato do paciente queimado, visa admitidos na sala de emergência com dor torácica para o diagnós-
primeiramente, salvar a sua vida, e concomitantemente, deve-se tico de infarto agudo do. A característica anginosa da dor torácica
trabalhar com o objetivo de evitar infecções, deformidades e mi- tem sido identificada como o dado com maior poder preditivo de
norar os traumas psíquicos. Estes objetivos devem estar sempre doença coronariana aguda.
presentes em todos os momentos. O primeiro consegue-se com O exame físico no contexto da doença coronariana aguda não é
a presença de espírito, presteza, controle e eficiência. O segundo, expressivo. Entretanto, alguns achados podem aumentar a sua pro-
trabalhando sempre com técnica asséptica. O terceiro, pensando babilidade, como a presença de uma 4ª bulha, um sopro de artérias
na recuperação dos movimentos normais do paciente, os quais ele carótidas, uma diminuição de pulsos em membros inferiores, um
necessitará para a sua futura reintegração à sociedade. E o último, aneurisma abdominal e os achados de seqüela de acidente vascular
dando-lhe ânimo, carinho e apoio encefálico. Da mesma forma, doenças não-coronarianas causado-
ras de dor torácica podem ter o seu diagnóstico suspeitado pelo
3) suporte de vida em situações de dores torácica-abdomi- exame físico, como é o caso do prolapso da válvula mitral, da peri-
nais; cardite, da embolia pulmonar, etc.
Desde os anos 60 que as unidades coronarianas tornaram-se o
local ideal para investigar e tratar os pacientes com IAM. Os exce-
lentes resultados observados nestas unidades, em especial através
do reconhecimento precoce e do tratamento eficaz das arritmias e
da parada cardíaca, fizeram com que os médicos começassem a in-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A figura 1 descreve as principais causas de dor torácica e que devem ser consideradas no seu diagnóstico diferencial, na dependência
das informações da história clínica, do exame físico e dos dados laboratoriais.

A descrição clássica da dor torácica na síndrome coronariana aguda é a de uma dor ou desconforto ou queimação ou sensação opres-
siva localizada na região precordial ou retroesternal, que pode ter irradiação para o ombro e/ou braço esquerdo, braço direito, pescoço
ou mandíbula, acompanhada frequentemente de diaforese, náuseas, vômitos, ou dispnéia. A dor pode durar alguns minutos (geralmente
entre 10 e 20) e ceder, como nos casos de angina instável, ou mais de 30min, como nos casos de infarto agudo do miocárdio. O paciente
pode também apresentar uma queixa atípica como mal estar, indigestão, fraqueza ou apenas sudorese, sem dor. Pacientes idosos e mu-
lheres frequentemente manifestam dispnéia como queixa principal no infarto agudo do miocárdio, podendo não ter dor ou mesmo não
valorizá-la o suficiente.
A dissecção aguda da aorta ocorre mais frequentemente em hipertensos, em portadores de síndrome de Marfan ou naqueles que
sofreram um traumatismo torácico recente. Estes pacientes se apresentam com dor súbita, descrita como “rasgada”, geralmente inician-
do-se no tórax anterior e com irradiação para dorso, pescoço ou mandíbula. No exame físico podemos encontrar um sopro de regurgitação
aórtica. Pode haver um significativo gradiente de amplitude de pulso ou de pressão arterial entre os braços.
A embolia pulmonar apresenta manifestações clínicas muito variáveis e por isso nem sempre típicas da doença. O sintoma mais co-
mumente encontrado é a dispnéia, vista em 73% dos pacientes, sendo a dor torácica (geralmente súbita) encontrada em 66% dos casos.
Ao exame clínico, o paciente pode apresentar dispnéia, taquipnéia e cianose.
A dor torácica no pneumotórax espontâneo geralmente é localizada no dorso ou ombros e acompanhada de dispnéia. Grande pneu-
motórax pode produzir sinais e sintomas de insuficiência respiratória e/ ou colapso cardiovascular (pneumotórax hipertensivo). Ao exame
físico podemos encontrar dispnéia, taquipnéia e ausência de ruídos ventilatórios na ausculta do pulmão afetado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O sintoma clínico mais comum da pericardite é a dor torá- O papel do eletrocardiograma e do monitor de tendência do
cica, geralmente de natureza pleurítica, de localização retroes- segmento ST
ternal ou no hemitórax esquerdo, mas que, diferentemente da O eletrocardiograma - O eletrocardiograma (ECG) exerce papel
isquemia miocárdica, piora quando o paciente respira, deita ou fundamental na avaliação de pacientes com dor torácica, tanto pelo
deglute, e melhora na posição sentada e inclinada para frente. seu baixo custo e ampla disponibilidade como pela relativa simplici-
No exame físico podemos encontrar febre e um atrito pericárdi- dade de interpretação.
co (que é um dado patognomônico). Um ECG absolutamente normal é encontrado na maioria dos
O prolapso da válvula mitral é uma das causas de dor torácica fre- pacientes que se apresenta com dor torácica na sala de emergência.
qüentemente encontrada no consultório médico e, também, na sala de A incidência de síndrome coronariana aguda nesses pacientes é de
emergência. A dor tem localização variável, ocorrendo geralmente em cerca de 5%..
repouso, sem guardar relação nítida com os esforços, e descrita como Diversos estudos têm demonstrado que a sensibilidade do ECG
pontadas, não apresentando irradiações. O diagnóstico é feito através de admissão para infarto agudo do miocárdio varia de 45% a 60%
da ausculta cardíaca típica, na qual encontramos um clique meso ou quando se utiliza o supradesnível do segmento ST como critério
telessistólico seguido de um sopro regurgitante mitral e/ou tricúspide. diagnóstico, indicando que perto da metade dos pacientes com
A estenose aórtica também produz dor torácica cujas caracte- infarto agudo do miocárdio não são diagnosticados com um único
rísticas se assemelham à da doença coronariana. A presença de um ECG realizado à admissão. Esta sensibilidade poderá ser aumentada
sopro ejetivo aórtico e hipertrofia ventricular esquerda no ECG indi- para 70%-90% se utilizarmos as alterações de infradesnível de ST
ca a presença da estenose aórtica mas não afasta a possibilidade de e/ou alterações isquêmicas de onda T, e para até 95% quando se
síndrome coronariana aguda. realizam ECGs seriados com intervalos de 3-4h nas primeiras 12h
Na miocardiopatia hipertrófica a dor torácica ocorre em 75% pós-chegada ao hospital.
dos pacientes sintomáticos, e pode ter características anginosas. No A especificidade do ECG de admissão para ausência de IAM va-
exame físico podemos encontrar uma 4 bulha e um sopro sistólico ria de 80 a 95% 15,31,47-49. Seu valor preditivo positivo para IAM
ejetivo aórtico. O diagnóstico é feito pelo ecocardiograma transto- está ao redor de 75-85% quando se utiliza o supradesnível do seg-
rácico. O ECG geralmente mostra hipertrofia ventricular esquerda, mento de ST como critério diagnóstico, e o valor preditivo negativo
com ou sem alterações de ST-T. é de cerca de 85-95%. Embora a probabilidade de infarto agudo do
As doenças do esôfago podem mimetizar a doença coronariana miocárdio em pacientes com ECG normal seja pequena (5%), o diag-
crônica e aguda. Pacientes com refluxo esofagiano podem apresen- nóstico de angina instável é um fato possível (e estes pacientes têm
tar desconforto torácico, geralmente em queimação (pirose), mas uma taxa de 5 a 20% de evolução para infarto agudo do miocárdio
que às vezes é definido como uma sensação opressiva, localizada ou morte cardíaca ao final de 1 ano).
na região retroesternal ou subesternal, podendo se irradiar para Se o método não tem acurácia diagnóstica suficiente para IAM
o pescoço, braços ou dorso, às vezes associada à regurgitação ali- ou angina instável, ele por si só é capaz de discriminar os pacien-
mentar, e que pode melhorar com a posição ereta ou com o uso de tes de alto risco daqueles de não-alto risco de complicações car-
antiácidos, mas também com nitratos, bloqueadores dos canais de díacas, inclusive em pacientes com síndrome coronariana aguda
cálcio ou repouso. sem supradesnível de ST. Mesmo em pacientes com supradesnível
A dor da úlcera péptica geralmente se localiza na região epigástri- do segmento ST na admissão, subgrupos de maior risco podem ser
ca ou no andar superior do abdômen mas às vezes pode ser referida na identificados pelo ECG.
região subesternal ou retroesternal. Estas dores geralmente ocorrem Monitorização da tendência do segmento ST - Em virtude da na-
após uma refeição, melhorando com o uso de antiácidos. Na palpação tureza dinâmica do processo trombótico coronariano, a obtenção de
abdominal geralmente encontramos dor na região epigástrica. um único ECG geralmente não é suficiente para avaliar um paciente
A ruptura do esôfago é uma doença grave e rara na sala de emer- no qual haja forte suspeita clínica de isquemia aguda do miocárdio.
gência. Pode ser causada por vômitos incoersíveis, como na síndrome O recente desenvolvimento e adoção da monitorização contínua da
de Mallory-Weiss. Encontramos dor excruciante em 83% dos casos, tendência do segmento ST têm sido demonstrados como de valiosa
de localização retroesternal ou no andar superior do abdômen, ge- importância na identificação precoce de isquemia de repouso.
ralmente acompanhada de um componente pleurítico à esquerda. Em pacientes com dor torácica, sua sensibilidade para detectar
Apresenta alta morbi-mortalidade e é de evolução fatal se não tra- pacientes com IAM foi significativamente maior do que a do ECG
tada. O diagnóstico é firmado quando encontramos à radiografia de de admissão (68% vs 55%, p<0,0001), com uma elevadíssima es-
tórax um pneumomediastino, ou um derrame pleural à esquerda de pecificidade (95%), o mesmo se observando para o diagnóstico de
aparecimento súbito. Enfisema subcutâneo é visto em 27% dos casos. síndrome coronariana aguda (sensibilidade = 34%, especificidade
Em avaliação prospectiva em pacientes com dor torácica não = 99,5%).
relacionada a trauma, febre ou malignidade, 30% tiveram o seu A acurácia diagnóstica do monitor de ST também tem se mos-
diagnóstico firmado como decorrente de costo-condrites. Geral- trado muito boa para detectar reoclusão coronariana pós-terapia
mente esta dor tem características pleuríticas por ser desencadeada de reperfusão, com sensibilidade de 90% e especificidade de 92%.
ou exacerbada pelos movimentos dos músculos e/ou articulações Além disso, a demonstração de estabilidade do segmento ST mos-
produzidos pela respiração. Palpação cuidadosa das articulações ou trou 100% de sensibilidade e especificidade para detecção de obs-
músculos envolvidos quase sempre reproduz ou desencadeia a dor. trução coronariana subtotal em relação à obstrução total.
A dor psicogênica não tem substrato orgânico, sendo gerada O monitor de ST também tem-se mostrado como método de
por mecanismos psíquicos, tendendo a ser difusa e imprecisa . Ge- grande utilidade para estratificação de risco em pacientes com angi-
ralmente os sinais de ansiedade são detectáveis e com freqüência na instável ou mesmo com dor torácica de baixo risco e de etiologia
se observa utilização abusiva e inadequada de medicações analgé-
sicas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a ser esclarecida, constituindo-se num preditor independente e al- Creatinofosfoquinase-MB (CK-MB) - A creatinofosfoquinase é
tamente significativo de morte, infarto agudo do miocárdio não-fa- uma enzima que catalisa a formação de moléculas de alta energia
tal ou isquemia recorrente. e, por isso, encontrada em tecidos que as consomem (músculos car-
Assim é recomendado: díaco e esquelético e tecido nervoso).
1) Todo paciente com dor torácica visto na sala de emergência A sensibilidade de uma única CK-MB obtida imediatamente na
deve ser submetido imediatamente a um ECG, o qual deverá ser chegada ao hospital em pacientes com dor torácica para o diagnós-
prontamente interpretado (Grau de Recomendação I, Nível de Evi- tico de IAM é baixa (30-50%). Já a sua utilização dentro das primei-
dência B e D); ras 3h de admissão aumenta esta sensibilidade para cerca de 80 a
2) Um novo ECG deve ser obtido no máximo 3h após o 1º em 85%, alcançando 100% quando utilizada de forma seriada, a cada
pacientes com suspeita clínica de síndrome coronariana aguda ou 3-4h, desde a admissão até a 9ª hora (ou 12h após o início da oclu-
qualquer outra doença cardiovascular aguda, mesmo que o ECG ini- são coronariana) 17,63-66.
cial tenha sido normal, ou a qualquer momento em caso de recor- Da mesma forma, o valor preditivo negativo da CK-MB obtida
rência da dor torácica ou surgimento de instabilidade clínica (Grau até a 3ª hora pós-admissão ainda é sub-ótimo (95%), apesar de
de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); subgrupos de pacientes com baixa probabilidade de IAM já terem
3) Devido à sua baixa sensibilidade para o diagnóstico de sín- este valor preditivo ³ 97% neste momento 16,17,66. Pacientes com
drome coronariana aguda, o ECG nunca deve ser o único exame média e alta probabilidade só alcançam 100% de valor preditivo
complementar utilizado para confirmar ou afastar o diagnóstico negativo ao redor da 9 à 12ª hora. Estes dados apontam para a ne-
da doença, necessitando de outros testes simultâneos, como mar- cessidade de uma avaliação por pelo menos 9h para confirmar ou
cadores de necrose miocárdica, monitor do segmento ST, ecocar- afastar o diagnóstico de IAM nestes pacientes. A especificidade da
diograma e testes de estresse (Grau de Recomendação I, Nível de CK-MB de 95% decorre de alguns resultados falso-positivos encon-
Evidência B e D); trados principalmente quando a metodologia é a da atividade da
4) Se disponível, o monitor de tendência do segmento ST deve CK-MB e não da massa.
ser utilizado, simultaneamente, ao ECG em pacientes com dor torá-
cica e suspeita clínica de síndrome coronariana aguda sem supra- Troponina - As troponinas cardíacas são proteínas do comple-
desnível do segmento ST para fins diagnóstico e prognóstico (Grau xo miofibrilar encontradas somente no músculo cardíaco. Devido
de Recomendação I , Nível de Evidência B); à sua alta sensibilidade, discretas elevações são compatíveis com
5) Para pacientes com IAM com supradesnível do segmento ST pequenos (micro) infartos, mesmo em ausência de elevação da
que tenham recebido terapia de reperfusão coronariana o monitor CK-MB. Por este motivo tem-se recomendado que as troponinas
do segmento ST poderá ser utilizado para detectar precocemente a sejam atualmente consideradas como o marcador padrão-ouro
ocorrência de recanalização ou o fenômeno de reoclusão coronaria- para o diagnóstico de IAM. Entretanto, é preciso frisar que a tro-
na (Grau de Recomendação IIb, Nível de Evidência ponina miocárdica pode ser também liberada em situações clínicas
não-isquêmicas, que causam necrose do músculo cardíaco, como
Papel diagnóstico e prognóstico dos marcadores de necrose miocardites, cardioversão elétrica e trauma cardíaco. Além disso, as
miocárdica troponinas podem se elevar em doenças não-cardíacas, tais como
Os marcadores de necrose miocárdica têm um papel importan- as miosites, a embolia pulmonar e a insuficiência renal.
te não só no diagnóstico como também no prognóstico da síndrome A técnica mais apropriada para a dosagem quantitativa das tro-
coronariana aguda. poninas cardíacas é o imunoensaio enzimático (método ELISA) mas
Mioglobina - Esta é uma proteína encontrada tanto no múscu- técnicas qualitativas rápidas usadas à beira do leito também têm
lo cardíaco como no esquelético, que se eleva precocemente após sido utilizadas com boa acurácia diagnóstica.
necrose miocárdica, podendo ser detectada no sangue de vários A sensibilidade global das troponinas para o diagnóstico de
pacientes, já na primeira hora pós-oclusão coronariana. IAM depende do tipo de paciente estudado e da sua probabilidade
A mioglobina tem uma sensibilidade diagnóstica para o IAM pré-teste de doença, da duração do episódio doloroso e do ponto
significativamente maior, que a da creatinofosfoquinase-MB (CK- de corte de anormalidade do nível sérico estipulado, variando de
-MB) nos pacientes que procuram a sala de emergência com me- 85 a 99%.
nos de 4h de início dos sintomas. Estudos têm demonstrado uma Como as troponinas são os marcadores de necrose miocárdica
sensibilidade para a mioglobina de 60-80% imediatamente após a mais lentos para se elevarem após a oclusão coronariana, sua sen-
chegada do paciente ao hospital 60-62. Sua relativamente baixa es- sibilidade na admissão é muito baixa (20-40%), aumentando lenta e
pecificidade (80%), resultante da alta taxa de resultados falso-posi- progressivamente nas próximas 12h. Sua especificidade global varia
tivos, encontrados em pacientes com trauma muscular, convulsões, de 85 a 95%, e o seu valor preditivo positivo de 75 a 95%. Os resul-
cardioversão elétrica ou insuficiência renal crônica, limitam o seu tados falso-positivos encontrados nesses estudos decorrem da não
uso isoladamente. Entretanto, um resultado positivo obtido 3-4h classificação de angina instável de alto risco, como IAM, de níveis
após a chegada ao hospital sugere fortemente o diagnóstico de IAM de corte inapropriadamente baixos e de outras doenças que afe-
(valor preditivo positivo ³ 95%). Da mesma forma, um resultado ne- tam sua liberação e/ou metabolismo. Devido à baixa sensibilidade
gativo obtido 3-4h após a chegada torna improvável o diagnóstico das troponinas nas primeiras horas do infarto, o seu valor preditivo
de infarto (valor preditivo negativo ³ 90%), principalmente em pa- negativo na chegada ao hospital também é baixo (50-80%), não per-
ciente com baixa probabilidade pré-teste de doença (valor preditivo mitindo que se afaste o diagnóstico na admissão.
negativo ³ 95%). Além da sua importância diagnóstica, as troponinas tem sido
identificadas como um forte marcador de prognóstico imediato e
tardio em pacientes com síndrome coronariana aguda sem supra-
desnível do segmento ST. Esta estratificação de risco tem importân-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cia também para definir estratégias terapêuticas médicas e/ou in- inexistência de dor recorrente, na ausência de alterações eletrocar-
tervencionistas mais agressivas a serem utilizadas nestes pacientes. diográficas e de elevação de marcadores de necrose miocárdica à
A baixa sensibilidade diagnóstica da troponina obtida nas primeiras admissão e durante o período de observação.
horas também não permite a avaliação do risco destes pacientes na
admissão hospitalar, além do que resultados negativos não excluem Teste ergométrico - No modelo das Unidades de Dor Torácica o
a ocorrência de eventos imediatos. teste ergométrico tem sido o mais recomendado e utilizado devido
Assim sendo, esta diretriz recomenda: a seu baixo custo e sua ampla disponibilidade nos hospitais, quando
1) Marcadores bioquímicos de necrose miocárdica devem ser comparado aos outros métodos. Além disso, a segurança do exame
mensurados em todos os pacientes com suspeita clínica de síndro- é muito boa quando realizado em uma população de pacientes cli-
me coronariana aguda, obtidos na admissão à sala de emergência nicamente estáveis e de baixo a moderado risco, apresentando bai-
ou à Unidade de Dor Torácica e repetidos, pelo menos, uma vez nas xíssima taxa de complicações. Um grupo tem inclusive preconizado
próximas 6 a 9h (Grau de Recomendação Classe I e Nível de Evi- o seu uso já na primeira hora após a chegada ao hospital em pa-
dência B e D). Pacientes com dor torácica e baixa probabilidade de cientes com baixa probabilidade de doença coronariana, até mes-
doença podem ter o seu período de investigação dos marcadores mo sem a avaliação prévia de marcadores bioquímicos de necrose
séricos reduzido a 3h (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidên- miocárdica 86. Para estes pacientes a sensibilidade do teste para
cia B); diagnóstico de doença é pequena (baixa probabilidade pré-teste)
2) CK-MB massa e/ou troponinas são os marcadores bioquími- mas o valor preditivo negativo é elevadíssimo (³ 98%).
cos de escolha para o diagnóstico definitivo de necrose miocárdica Além da sua importância na exclusão de doença coronariana,
nesses pacientes (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); o principal papel do teste ergométrico é estabelecer o prognóstico
3) Embora a elevação de apenas um dos marcadores de ne- dos pacientes onde diagnósticos de IAM e angina instável de alto
crose citado seja suficiente para o diagnóstico de IAM, pelo menos risco já foram afastados durante a investigação na Unidade de Dor
dois marcadores devem ser utilizados no processo investigativo: um Torácica. A sensibilidade e a especificidade do teste positivo ou
marcador precoce (com melhor sensibilidade nas primeiras 6h após inconclusivo para eventos cardíacos está em torno de 75%, sendo
o início da dor torácica, como é o caso da mioglobina ou da CK-MB) que estes resultados identificam um subgrupo de pacientes com
e um marcador definitivo tardio (com alta sensibilidade e especifici- maior risco de IAM, necessidade de revascularização miocárdica e
dade global, a ser medido após 6h _ como é o caso da CK-MB ou das de readmissão hospitalar 5,50,88,89. O valor preditivo negativo do
troponinas) (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); teste para eventos também é elevadíssimo (³ 98%).
4) Idealmente, a CK-MB deve ser determinada pelo método Embora o uso do teste ergométrico possa abreviar o tempo de
que mede sua massa (e não a atividade) enquanto a troponina deve hospitalização de pacientes com dor torácica ao identificar aqueles
ser pelo método quantitativo imunoenzimático (e não qualitativo) de baixo risco (ausência de isquemia miocárdica) a relativamente
(Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência B e D); alta taxa de resultados falso-positivos nesta população pode levar à
5) As amostras de sangue devem ser referenciadas em relação realização de outros exames para confirmar a positividade, encare-
ao momento da chegada do paciente ao hospital e, idealmente, ao cendo o processo diagnóstico.
momento do início da dor torácica (Grau de Recomendação I, Nível
de Evidência D); Cintilografia miocárdica de repouso - A cintilografia de perfu-
6) O resultado de cada dosagem dos marcadores de necrose são miocárdica de repouso, realizada imediatamente após a chega-
miocárdica deve estar disponível e ser comunicado ao médico do da à sala de emergência, também tem se mostrado uma ferramenta
paciente poucas horas após a colheita do sangue para que sejam importante na avaliação dos pacientes com dor torácica e ECG não-
tomadas as medidas clínicas cabíveis (Grau de Recomendação I, Ní- -diagnóstico, com sensibilidade variando entre 90 e 100% e espe-
vel de Evidência B e D); cificidade entre 65 e 80% para IAM. Uma cintilografia de repouso
7) Em pacientes com dor torácica e supradesnivelamento do negativa praticamente exclui este diagnóstico nestes pacientes com
segmento ST na admissão a coleta de marcadores de necrose mio- baixa probabilidade de doença (valor preditivo negativo ³ 98%).
cárdica é desnecessária para fins de tomada de decisão terapêutica Além da excelente acurácia diagnóstica a cintilografia fornece im-
(p. ex., quando se vai utilizar fibrinolítico ou não) (Grau de Reco- portantes informações prognósticas. Aqueles pacientes com perfusão
mendação I, Nível de Evidência B). miocárdica normal apresentam baixíssima probabilidade de desenvol-
vimento de eventos cardíacos sérios nos próximos meses 45,91.
O papel de outros métodos diagnósticos e prognósticos A larga utilização da cintilografia miocárdica imediata de repou-
Os métodos diagnósticos acessórios, disponíveis nas salas de so é limitada pela indisponibilidade do método nas salas de emer-
emergência para a avaliação de pacientes com dor torácica, são o gência, pela demora na sua realização após um episódio de dor to-
teste ergométrico, a cintilografia miocárdica e o ecocardiograma. rácica e pelos seus custos. Entretanto, alguns grupos têm preconizado a
Estes testes são usados com finalidade diagnóstica - para identifi- realização do exame para pacientes com média ou baixa probabilidade
car os pacientes que ainda não têm seu diagnóstico estabelecido de IAM, já que um exame negativo praticamente afasta este diagnósti-
na admissão ou que tiveram investigação negativa para necrose e co 45,93, permitindo a liberação imediata destes pacientes com conse-
isquemia miocárdica de repouso, mas que podem ter isquemia sob qüente redução dos custos hospitalares 94,95.
estresse - e também prognóstica.
Os protocolos ou algoritmos que recomendam o uso de mé- Ecocardiograma - O papel do ecocardiograma de repouso na
todos de estresse precocemente, antes da alta hospitalar, o fazem avaliação de pacientes na sala de emergência com dor torácica se
para um subgrupo de pacientes com dor torácica considerados de alicerça em poucos estudos publicados. Para o diagnóstico de IAM
baixo a moderado risco. A seleção destes pacientes baseia-se na

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a sensibilidade varia de 70 a 95%, mas a grande taxa de resultados As alterações radiológicas mais freqüentemente encontradas na
falso-positivos torna o valor preditivo positivo baixo. Já o valor pre- embolia pulmonar são as áreas de atelectasia, a elevação da hemicú-
ditivo negativo varia de 85 a 95%. pula diafragmática, o derrame pleural e a dilatação do tronco e dos
Quando se busca também o diagnóstico de angina instável ramos da artéria pulmonar. Áreas de hipofluxo pulmonar segmentar
(além de infarto) em pacientes com dor torácica e ECG inconclusivo, a (sinal de Westmark) e infiltrado pulmonar de forma triangular com a
sensibilidade do ecocardiograma passa a variar de 40 a 90%, sendo que base voltada para a pleura (sinal de Hampton) são os achados mais es-
o valor preditivo negativo fica entre 50 e 99%. Nesses pacientes, um pecíficos da embolia pulmonar mas, infelizmente, são pouco sensíveis.
ecocardiograma normal não parece agregar informações diagnósticas A ecocardiografia pode contribuir com importantes informa-
significativas, além daquelas já fornecidas pela história e ECG. ções na suspeita de embolia pulmonar 105. O ecocardiograma
Estudos sobre a utilização do ecocardiograma de estresse com transtorácico informa o tamanho das cavidades cardíacas, a função
dobutamina na avaliação de uma população heterogênea com dor ventricular direita e esquerda, e a presença de hipertensão pulmonar.
torácica ainda são pequenos e escassos. Sua sensibilidade para o O ecocardiograma transesofágico, ao permitir visualizar o trombo na
diagnóstico de doença coronariana ou isquemia miocárdica detec- artéria pulmonar, é capaz de estabelecer o diagnóstico. Sua sensibilida-
tada por outros métodos é de 90%, com especificidade variando de de nesta situação é de 80% para pacientes com trombo localizado em
80 a 90% e valor preditivo negativo de 98%. Para fins prognósticos, tronco da artéria pulmonar e/ou seu ramo direito, com especificidade
a sensibilidade do teste para a ocorrência de eventos cardíacos tar- de 100% 105. É considerado o método de escolha para a avaliação ini-
dios em pacientes com dor torácica varia de 40 a 90%, mas o valor cial dos pacientes hemodinamicamente instáveis.
preditivo negativo é excelente (97%) 101,102, conferindo segurança A cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão é o método
ao médico emergencista em dispensar a realização de outros testes não-invasivo, classicamente utilizado para a estratificação da proba-
e liberar imediatamente o paciente para casa. bilidade de embolia pulmonar ao analisar o número de segmentos
Deste modo, recomenda-se: pulmonares acometidos, permitindo classificar a probabilidade de
1) Nos pacientes com dor torácica inicialmente suspeita de etio- doença em ausente (normal), baixa, média ou alta 106. Pacientes
logia isquêmica, que foram avaliados na sala de emergência e nos com alta probabilidade à cintilografia e alta suspeita clínica devem
quais já se excluem as possibilidades de necrose e de isquemia mio- ser tratados como tendo embolia pulmonar, pois essa associação
cárdica de repouso, um teste diagnóstico pré-alta deverá ser reali- apresenta uma sensibilidade de 96%. A cintilografia normal prati-
zado para afastar ou confirmar a existência de isquemia miocárdica camente afasta o diagnóstico de embolia pulmonar em face de seu
esforço-induzida (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); valor preditivo negativo ser muito alto (pouquíssimos casos falso-
2) Por ser um exame de ampla disponibilidade, fácil execução -negativos). O grupo de pacientes com baixa e intermediária proba-
seguro e de baixo custo, o teste ergométrico é o método de estres- bilidade necessita da realização de outro método de imagem para
se de escolha para fins diagnóstico e/ou prognóstico em pacientes definição do diagnóstico.
com dor torácica e com baixa/média probabilidade de doença coro- A angiotomografia computadorizada do tórax tem mostrado
nária (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D); boa acurácia diagnóstica para a embolia pulmonar, com sensibilida-
3) O ecocardiograma de estresse ou a cintilografia de estresse de de 90% e especificidade de 80% 107. Entretanto, o método não
poderá ser realizado em pacientes nos quais o teste ergométrico foi apresenta boa acurácia diagnóstica, quando a embolia acomete
inconclusivo ou quando não se pôde realizá-lo (incapacidade moto- somente vasos pulmonares de menor diâmetro (subsegmentares).
ra, distúrbios da condução no ECG, etc) (Grau de Recomendação I, Apesar dos recentes avanços no diagnóstico da embolia pul-
Nível de Evidência B e D); monar, a arteriografia pulmonar permanece como método padrão-
4) A cintilografia miocárdica imediata de repouso poderá ser -ouro; entretanto, sua indicação deve ser reservada para pacientes
realizada em pacientes com dor torácica com baixa probabilidade cujos testes diagnósticos não-invasivos foram inconclusivos 106. O
de doença coronariana com o objetivo de identificar ou afastar IAM, exame permite uma adequada visualização das artérias pulmonares
sendo que aqueles com teste negativo poderão ser liberados para e seus ramos, apresentando baixa taxa de morbimortalidade, e é
casa sem necessidade de dosagem seriada de marcadores bioquí- custo-eficiente quando outras estratégias diagnósticas não conse-
micos de necrose miocárdica (Grau de Recomendação IIa, Nível de guem definir a suspeita clínica.
Evidência B). Desta forma, recomendações para a realização de métodos de
imagem para o diagnóstico da embolia pulmonar são:
O papel dos métodos de imagem na dor torácica de origem 1) A radiografia de tórax deve ser solicitada a todos os pacien-
não-coronariana tes com suspeita clínica de embolia pulmonar.
Esta Diretriz somente contemplará a embolia pulmonar e a dissec- 2) O ecocardiograma transtorácico deve ser solicitado a todos
ção aguda da aorta no diagnóstico da dor torácica de origem não-co- os pacientes com suspeita clínica com os objetivos de avaliação da
ronariana devido às suas elevadas mortalidades, apesar da baixíssima função do ventrículo direito e para a possível visualização do trombo.
incidência em pacientes com dor torácica na sala de emergência. 3) Os pacientes clinicamente estáveis podem ser submetidos à
3.5.1 Embolia pulmonar - Em virtude das múltiplas formas de cintilografia pulmonar de ventilação/perfusão, tomografia compu-
apresentação clínica da embolia pulmonar, da variabilidade da acu- tadorizada ou ressonância magnética para definição diagnóstica, na
rácia diagnóstica dos vários métodos de imagem (de acordo com a dependência da sua disponibilidade na instituição.
forma de apresentação) e da complexidade de realização da arte- 4) Nos pacientes clinicamente instáveis, particularmente naqueles
riografia pulmonar (método padrão-ouro), esta diretriz não classifi- em suporte ventilatório mecânico, o ecocardiograma transesofágico
cará os graus de recomendação e seus respectivos níveis de evidên- deve ser realizado em face de sua alta acurácia diagnóstica, principal-
cia para a realização destes métodos. mente naqueles cuja possibilidade de trombo central é elevada.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5) A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são A angiorressonância tem alta acurácia diagnóstica para detec-
utilizados preferencialmente em pacientes estáveis, havendo limitação ção de todas as formas de dissecção aórtica, com sensibilidade e
diagnóstica para trombos localizados nos ramos subsegmentares. especificidade em torno de 100%. Seu uso é limitado pela presença
6) A indicação de arteriografia pulmonar fica reservada para de instabilidade hemodinâmica e agitação psicomotora devido ao
pacientes com alta suspeita clínica onde os métodos diagnósticos tempo prolongado para aquisição de imagens.
não-invasivos foram inconclusivos. A aortografia, apesar de ter sido considerada classicamente
como o método padrão-ouro para diagnosticar dissecção aórtica,
Estas estratégias, excetuando-se a radiografia de tórax, visam com especificidade > 95%, tem sido menos utilizada nos últimos
exclusivamente à confirmação da existência de trombo na circula- anos em virtude dos novos métodos não-invasivos apresentarem
ção pulmonar, não se contemplando nesta diretriz os métodos in- maior sensibilidade para o diagnóstico definitivo. Atualmente, com
diretos, como o Doppler venoso de membros inferiores, a dosagem a tendência de utilização das endopróteses vasculares na fase agu-
do D-dímero e a gasometria arterial. Uma abordagem diagnóstica da da dissecção, sua importância diagnóstica está sendo reavaliada.
mais abrangente de embolia pulmonar poderá ser encontrada na Assim, recomenda-se para pacientes com suspeita clínica de
diretriz da SBC sobre este tema. dissecção aguda da aorta e que estejam estáveis o uso da angio-
Dissecção aguda da aorta - Quando há suspeita clínica de dis- tomografia computadorizada helicoidal ou da angiorressonância
secção aguda da aorta a confirmação diagnóstica deve ser rápida e magnética como o exame padrão-ouro (Grau de Recomendação I,
precisa já que a doença tem elevada mortalidade imediata e o trata- Nível de Evidência C e D). Para pacientes instáveis recomenda-se o
mento definitivo é, geralmente, cirúrgico. A decisão de utilização de uso do ecocardiograma transesofágico (Grau de Recomendação I,
um determinado método de imagem na dissecção aguda da aorta Nível de Evidência C e D).
deve ser baseada não só na sua acurácia diagnóstica mas também
na sua disponibilidade imediata e na experiência dos emergencistas Árvores neurais e fluxogramas diagnósticos
e ecocardiografistas/radiologistas com este(s) método(s). Algoritmos diagnósticos computadorizados, modelos matemá-
O alargamento do mediastino superior é o achado mais freqüen- ticos probabilísticos usando regressão logística, árvores de decisão
temente encontrado na radiografia de tórax (60 a 90% dos casos). No clínica e redes neurais são metodologias atualmente disponíveis
entanto é importante frisar que a normalidade deste exame não exclui aos médicos e que têm aumentado a sensibilidade e a especifici-
o diagnóstico de dissecção aórtica (valor preditivo negativo de 88%). dade diagnóstica na avaliação de pacientes que se apresentam na
A aortografia já foi considerada como método padrão-ouro sala de emergência com dor torácica. Alguns desses instrumentos
para confirmação do diagnóstico da dissecção aguda da aorta. Com têm sido validados prospectivamente, mostrando uma redução nas
o aparecimento dos métodos de imagem não-invasivos, como a internações nas unidades coronarianas de até 30%. Por outro lado,
ecocardiografia transtorácica e transesofágica, a angiotomografia e trabalhos indicam que programas computadorizados validados
a angiorressonância de tórax, a estratégia diagnóstica desta doença retrospectivamente se comparam, quando aplicados prospectiva-
vem mudando. Com eles procuramos confirmar o diagnóstico, clas- mente, à alta sensibilidade e especificidade dos médicos 122.
sificar o tipo da dissecção, diferenciar a verdadeira e a falsa luz aór- Além disso, sistematizações das condutas médicas (protocolos
tica, localizar os sítios de entrada e reentrada, distinguir dissecção assistenciais), sejam elas diagnósticas ou terapêuticas, quando apli-
comunicante e não-comunicante, avaliar o envolvimento dos ramos cadas de maneira lógica e coerente, em casos previamente defini-
aórticos, detectar e graduar a regurgitação valvar aórtica, e avaliar dos, resultam num poderoso e eficiente instrumento de otimização
a existência de extravasamento sangüíneo para pericárdio, pleura, da qualidade e da relação custo-benefício.
mediastino e estruturas peri-aórticas. Esta diretriz apresenta os principais modelos diagnósticos pre-
A utilização do ecocardiograma transtorácico para o diagnósti- conizados para pacientes com dor torácica na sala de emergência e
co da dissecção aguda da aorta está limitada pela sua baixa sensibili- que podem ser utilizados de acordo com a sua adequação às carac-
dade (60%) e especificidade (70%). Devido à alta taxa de resultados terísticas assistenciais de cada instituição.
falso-positivos e falso-negativos, este método não é utilizado para O modelo Heart ER do Centro Médico da Universidade de Cin-
estabelecer o diagnóstico final, apesar de informar acuradamente a cinnati é utilizado para pacientes com dor torácica considerados de
presença de insuficiência aórtica e a função sistólica do ventrículo baixa a média probabilidade de síndrome coronariana aguda (dor
esquerdo. O ecocardiograma transesofágico mostra sensibilidade suspeita e ECG não-diagnóstico). A avaliação diagnóstica consiste na
de 99%, especificidade de 90%, valor preditivo positivo de 90% e realização de cintilografia miocárdica imediata de repouso com SES-
negativo de 99%, entretanto seu uso é limitado pela dificuldade de TAMIBI naqueles pacientes em que a dor ainda esteja presente e haja
visualização de pequenos segmentos de dissecção na parte distal da condição de se administrar o fármaco radionúcleo imediatamente na
aorta ascendente e na porção anterior do arco aórtico. sala de emergência. Se o mapeamento no laboratório de medicina
A angiotomografia computadorizada helicoidal possui sensibi- nuclear for negativo para isquemia miocárdica, o paciente é libera-
lidade > 90% e especificidade > 85%. Determina a extensão, locali- do para casa sem mesmo realizar dosagens seriadas dos marcado-
zação e envolvimento dos ramos arteriais na dissecção aórtica. Tem res de necrose miocárdica. Se o resultado for positivo, o paciente é
como limitações a impossibilidade de detectar o envolvimento das hospitalizado e tratado apropriadamente. Se o exame cintilográfico
artérias coronárias pela dissecção, além de não poder ser utilizada não puder ser realizado, o paciente é investigado na Unidade de Dor
em pacientes com intolerância ao contraste iodado. Torácica através da determinação de níveis plasmáticos de CK-MB e
de troponina I obtidos na chegada, na 3ª e 6ª horas seguintes, en-
quanto o paciente é mantido sob monitorização eletrocardiográfica
contínua da tendência do segmento ST. Teste ergométrico ou cintilo-
grafia miocárdica de esforço com SESTAMIBI são realizados naqueles
sem evidência de necrose ou isquemia miocárdica persistente (fig. 2).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SINTOMAS SUSPEITOS DE SINDROME CORONARIANA AGUDA


ALTERAÇÕES DE IAM OU AL NO ECG ECG NÃO-DIAGNÓSTICO



CONSIDERAR CINTILOGRAFIA DE
POSITIVO
HOSPITALIZAR E TRATAR REPOUSO EM PACIENTE PASSIVEL
DE SER INJETADO DURANTE DOR
NEGATIVO


ALTA E SEGUIMENTO


INVESTIGAR POR 6H NA UDT
POSITIVO
• MNM SERIADOS (0-3-6H)
• MONITOR ST

NEGATIVO


POSITIVO
TESTE ERGOMÉTRICO
NEGATIVO


ALTA

O modelo sistematizado de atendimento de pacientes com dor torácica da Clínica Mayo 124 classifica inicialmente os pacientes
em subgrupos de probabilidade baixa, moderada e alta para doença coronariana aguda, de acordo com as diretrizes da Agency of
Health Care Policy Research (AHC PR) 125. Os pacientes de risco moderado são avaliados através de dosagens de CK-MB na chegada,
2 e 4h depois, enquanto são submetidos à monitorização contínua do segmento ST e ficam em observação durante 6h na Unidade
de Dor Torácica. Se a avaliação resultar negativa, é realizado teste ergométrico, cintilografia de estresse ou ecocardiograma de es-
tresse. Pacientes com resultado positivo ou inconclusivo são internados, enquanto os que têm avaliação negativa são liberados para
a residência com acompanhamento em 72h (fig. 3).

AVALIAÇÃO DE ACORDO COM A DIRETRIZ DA AHCPR



BAIXO RISCO MÉDIO RISCO ALTO RISCO



ALTO • CK-MB SERIADA (0-2-4H) HOSPITALIZAR


• MONITOR ST
• OBSERVAÇÃO POR 6H

NEGATIVO

POSITIVO TESTE DE ESTRESSE


NEGATIVO



POSITIVO
HOSPITALIZAR ALTA SEGUIMENTO
EM 72H

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O modelo diagnóstico da Faculdade de Medicina da Virgínia estratifica inicialmente os pacientes com dor torácica na sala de emer-
gência em cinco níveis distintos de risco. Os pacientes do nível 1 apresentam elevadíssima probabilidade de IAM pelo critério do ECG, ao
passo que os do nível 5 têm desconforto no peito de origem nitidamente não-cardíaca. Os pacientes dos níveis 2, 3 e 4 correspondem
aos de probabilidade pré-teste de doença alto, médio e baixo, respectivamente. Pacientes com alta probabilidade de angina instável ou
baixa probabilidade de IAM (nível 3) passam por dosagens seriadas de biomarcadores de necrose miocárdica ou são submetidos a uma
cintilografia miocárdica imediata de repouso com SESTAMIBI. Pacientes com média ou baixa probabilidade de angina instável (nível 4) são
submetidos somente à cintilografia imediata de repouso que, se negativa, determina a alta do paciente para casa (fig. 4).

DOR TORÁCICA

HISTÓRIA E ECG

NIVEL 1 NIVEL 2 NIVEL 3 NIVEL 4 NIVEL 5




•CRITÉRIO ECG •Alta • Alta • Baixa a •Dor não- car-
DE IAM probabilidade probabilidade moderada diaca
•REPERFUSÃO pré-teste de pré-teste AI probabilidade •Diagnóstic
•UC IAM-NQ e AI • Baixa pré-teste de AI o claro de
• Infradenivel p ro b a b i l i d a d e • Dor típica doença não-
de ST ou pré-teste de <30 min ou dor cardiaca
inversão de T IAM-NQ atípica • Alta
sintomas •Dor tipica prolongada.
tipicos >30 min. ECG nao
•Heparina, ECG não- diagnóstico
aspirina, diagnóstico, sem DAC
nitrato sem DAC prévia
• UC prévia • Cintilografia
de repouso
imediata
• Alta e teste
ergométrico
ambulatorial

AL = ANGINA INSTÁVEL; DAC = DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA; ECG = ELETROCARDIOGRAMA; IAM=


INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: NQ=SEMONDA Q; UC=UNIDADE CORONARIANA

FIGURA 4 - ESTRATÉGIA DO MODELO DIAGNÓSTICO DA FACULDADE DE MEDICINA DA VIRGINIA (ADAPTADO DA REFS.45, 126).

O modelo diagnóstico do Hospital Pró-Cardíaco usado em sua Unidade de Dor Torácica estratifica a probabilidade pré-teste de síndro-
me coronariana aguda de acordo com o tipo de dor torácica e o ECG de admissão. A dor é classificada em 4 tipos: definitivamente e prova-
velmente anginosa, e provavelmente e definitivamente não-anginosa. Além disso, para pacientes com bloqueio de ramo esquerdo no ECG,
procura-se avaliar se a dor tem ou não características de IAM. A classificação do tipo de dor teve uma sensibilidade e um valor preditivo ne-
gativo para IAM de 94% e 97%, respectivamente, valores estes significativamente melhores que os do ECG (49% e 86%, respectivamente).
A associação do tipo de dor torácica e do ECG de admissão permite a estratificação da probabilidade pré-teste de síndrome coronariana
aguda e a alocação dos pacientes em diferentes rotas diagnósticas (fig. 5). Enquanto os da rota 1 têm elevadíssima probabilidade de IAM
(75%) os da rota 5 têm dor não-cardíaca e são liberados. Os pacientes das rotas 2 e 3 têm probabilidade de síndrome coronariana aguda
de 60% e 10%, respectivamente 15 e são avaliados com dosagens de CK-MB seriadas e de troponina I: na rota 2, por 9h; na rota 3, por 3h.
O teste ergométrico é o método de estresse utilizado para avaliação de pacientes sem evidência de necrose miocárdica ou isquemia de
repouso.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

DOR TORÁCICA (DT) A/B/C/D

ECG: ECG: ECG: ECG:


ST: ↑ BRE ST↓/T↓ NL/NS

DT: DT: DT: DT: DT:


IAM NÃO -lAM A/B C D

▶ ▶



Rota 1 ▶ Rota 2 Rota 3 Alta


UC/Cat PROTOCOLO UDT 9H MNM SERIADO PROTOCOLO UDT 3H


0-3-9H. ECO .MNM SERIADO 0-3H

POSITIVO ECG SERIADO .ECG SERIADO

POSITIVO POSITIVO
NEGATIVO
NEGATIVO POSITIVO



Ergo tardia UC
Ergo imediata
NEGATIVO ▶
▶ Alta
NEGATIVO
DT-A=DOR TORÁCICA DEFINITIVAMENTE ANGINOSA; DT-B=DOR TORÁCICA PROVAVELMENTE ANGINOSA; DT-C=
DOR TORÁCICA PROVAVELMENTE NÃO-ANGINOSA; DT-D=DOR TORÁCICA DEFINITIVAMENTE NÃO-ANGINOSA

A árvore neural de Goldman é um algoritmo diagnóstico criado para identificar pacientes com IAM utilizando características da dor
torácica e do ECG, que estratifica os pacientes em probabilidades de doença (variando de 1% a 77%) e apresenta sensibilidade e especifici-
dade de 90% e 50-95%, respectivamente, com um valor preditivo negativo > 98%, quando se aplica um ponto de corte de 7% na probabili-
dade do paciente ter ou não IAM. Entretanto, o modelo não faz recomendações quanto às estratégias diagnósticas a serem utilizadas nos
diversos subgrupos probabilísticos de doença.
Todos estes protocolos ou modelos diagnósticos e de sistematização estratégica trazem um grande benefício para a prática médica
emergencial no manejo de pacientes com dor torácica, devendo por isso serem implantados em todas as salas de emergência, com ou sem
Unidades de Dor Torácica (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência
A escolha do modelo a ser utilizado dependerá das características funcionais de cada instituição.

Tratamento

Tratamento inicial da síndrome coronariana aguda


A abordagem do paciente com suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA) na sala de emergência inicia-se pela rápida avaliação
das características da dor torácica e de outros sintomas concomitantes, pelo exame físico e pela imediata realização do ECG (em 5-10min
após a chegada ao hospital).
Se o paciente estiver em vigência de dor e o ECG evidenciar supradesnível do segmento ST deve-se iniciar imediatamente um dos
processos de recanalização coronariana: trombolítico ou angioplastia primária. Se o ECG não evidenciar supradesnível do segmento ST mas
apresentar alguma alteração compatível com isquemia miocárdica iniciamos o tratamento anti-isquêmico usual e estratificamos o risco de
complicações, que orientará o tratamento adequado a seguir.
Se o ECG for normal ou inespecífico, mas a dor torácica for sugestiva ou suspeita de isquemia miocárdica, o tratamento anti-isquêmico
pode ser iniciado ou então protelado (principalmente se a dor não mais estiver presente na admissão), mas o uso de aspirina está indicado.
O tratamento inicial tem como objetivo agir sobre os processos fisiopatológicos que ocorrem na SCA e suas conseqüências, e com-
preende:
1) contenção ou controle da isquemia miocárdica;
2) recanalização coronariana e controle do processo aterotrombótico.

Esta diretriz somente abordará os primeiros passos terapêuticos a serem tomados na sala de emergência. Para condutas seguintes,
realizadas geralmente na unidade coronariana, o leitor deve se dirigir à diretriz de IAM ou de síndrome coronariana aguda da SBC.

Contenção ou controle da isquemia miocárdica


Oxigenioterapia - Pacientes com SCA em vigência de dor ou sintomas e sinais de insuficiência respiratória devem receber oxigênio
suplementar, principalmente se medidas objetivas da saturação de O2(oximetria de pulso ou gasometria arterial) forem < 90% 129-133.
(Grau de Recomendação I, Nível de Evidência C e D).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Analgesia e sedação - Para o controle da dor (se a mesma já Diversos estudos já demonstraram que quanto mais preco-
não foi aliviada com o uso de nitrato sublingual ou endovenoso) cemente a terapêutica fibrinolítica é iniciada em relação ao início
e sedação utiliza-se o sulfato de morfina EV na dose de 1 a 5mg, da dor (e, conseqüentemente, do fenômeno oclusivo coronariano)
podendo-se repetir 5-30min após se não houver alívio (Grau de Re- maiores são os benefícios em relação à taxa de recanalização, de
comendação I, Nível de Evidência C e D). preservação do miocárdio agudamente isquêmico, de redução de
Nitratos - O uso dos nitratos baseia-se não só no seu mecanis- mortalidade hospitalar e tardia, e de complicações intra-hospitala-
mo de ação e experiência clínica mas também numa meta-análise res. Pacientes tratados dentro da 1ª hora obtêm uma redução da
de 22 estudos (incluindo o ISIS-4 e o GISSI-3) que demonstrou uma mortalidade hospitalar ao redor de 50%.
redução significativa de 5,5% na mortalidade hospitalar. Existem Na sala de emergência os pacientes devem ser rapidamente
poucos e pequenos estudos clínicos comprovando seu benefício no avaliados quanto aos critérios de inclusão e exclusão para o uso
alívio dos sintomas. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência de fibrinolíticos, principalmente os relacionados às complicações
A e D). hemorrágicas atribuídas às drogas. Pacientes com mais de 12h de
A dose é de 5mg do dinitrato de isossorbida por via SL, poden- início da dor ininterrupta geralmente não se beneficiam do uso de
do ser repetido 5-10min após se não houver alívio da dor, até o fibrinolíticos. O tratamento deve ser iniciado na própria sala de
máximo de 15mg. Para a nitroglicerina, pode-se utilizar o spray na- emergência (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A e D).
sal, ou a via parenteral na dose de 10 a até 200 microgramas/min A droga de escolha (pela maior rapidez de ação e mais eleva-
em infusão contínua EV, ajustando-se a mesma a cada 5-10min de da taxa de recanalização) é o rt-PA, usada na dose de 15mg EV em
acordo com a pressão arterial. Para o mononitrato de isossorbida a bolus seguida de infusão inicial de 0,75mg/kg (máximo de 50mg)
dose é de 2,5 mg/kg/dia em infusão contínua. durante 30min, e de outra infusão de 0,50mg/kg (máximo de 35mg)
Betabloqueadores - Existem alguns grandes ensaios clínicos durante 60min. Heparinização plena concomitante é necessário por
randomizados que demonstraram o benefício da utilização imedia- 48h. A outra droga disponível é a estreptoquinase, administrada na
ta dos betabloqueadores no IAM com supradesnível do segmento dose de 1,5 milhão de unidades em infusão EV durante 30 a 60min,
ST (redução de mortalidade imediata e tardia, de reinfarto e de is- não requerendo uso concomitante de heparina.
quemia recorrente) 138-140. São utilizados na SCA sem suprades-
nível do segmento ST baseados em pequenos estudos e numa me- Angioplastia coronariana percutânea primária - Com o aperfei-
ta-análise. (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência A e D). çoamento da técnica e dos stents coronarianos, não parece haver
Os betabloqueadores não podem ser utilizados em pacientes maiores dúvidas de que a angioplastia coronariana percutânea é o
com sinais e/ou sintomas de insuficiência ventricular esquerda método de eleição para a recanalização coronariana em pacientes
(mesmo incipiente), com bloqueio AV, com broncoespasmo ou his- com IAM com supradesnível do segmento ST, desde que o procedi-
tória de asma brônquica. mento possa ser realizado dentro dos primeiros 60 a 90min após
Metoprolol é dado na dose de 5mg EV em 1 a 2min e repetido, a chegada do paciente à sala de emergência e por uma equipe ex-
se necessário, a cada 5min até completar 15mg (objetivando alcan- periente 129,155. Fator tempo que deve ser cuidadosamente con-
çar uma freqüência cardíaca 60), passando-se a seguir para a dose siderado pelo médico emergencista na tomada de decisão quanto
oral de 25 a 50mg de 12/12h. O atenolol é administrado na dose ao uso de uma estratégia alternativa de recanalização coronariana
de 5mg EV e repetido em 5min (completando 10mg), seguido da (fibrinolíticos) na eventualidade da indisponibilidade ou inexistên-
dose oral de 50-100mg/dia. Quando administrado por via EV é im- cia do laboratório de cateterismo cardíaco em seu hospital (Grau de
prescindível uma cuidadosa monitorização da freqüência cardíaca, Recomendação I e Nível de Evidência A e D).
pressão arterial, ausculta pulmonar e ECG. Para pacientes com SCA sem supradesnível de ST uma condu-
Antagonistas dos canais de cálcio - Os benzotiazepínicos (diltia- ta invasiva imediata (cinecoronariografia seguida de recanalização
zem) parecem ter um efeito benéfico no IAM com e sem supradesní- ou desobstrução) ainda permanece como uma questão em aberto
vel do segmento ST e sem insuficiência cardíaca (redução de morta- devido aos resultados divergentes dos 4 ensaios clínicos e um regis-
lidade e reinfarto) e na angina instável, o mesmo se observando com tro disponíveis 83,157-160 mas parece haver um certo consenso de
as fenilalquilaminas (verapamil) 145,147,151,152. Já os dihidropiridí- que pacientes classificados como de alto risco de eventos 161,162
nicos (nifedipina, amlodipina) só podem ser utilizados concomitan- devem ser submetidos à estratégia invasiva imediata enquanto que
temente com os betabloqueadores, pois isoladamente aumentam o os de baixo risco devem ser submetidos à estratégia conservadora
consumo de O2 miocárdico e causam roubo coronariano. (Grau de (tratamento farmacológico seguido de avaliação funcional de exis-
recomendação IIb, Nível de Evidência A). Podem ser uma alternativa tência de isquemia miocárdica residual) 130,131,163 (Grau de Re-
quando houver contra-indicação ao uso de betabloqueador ou nitra- comendação IIa e Nível de Evidência A e D).
to (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência B e D).
As doses a serem utilizadas são de 60mg via oral 3 a 4 vezes/ Aspirina - Não havendo contra-indicação (alergia, intolerância
dia para o diltiazem e 80mg via oral 3 vezes/dia para o verapamil. gástrica, sangramento ativo, hemofilia ou úlcera péptica ativa) a as-
pirina deve ser sempre utilizada em pacientes com suspeita de SCA
Recanalização coronária e controle do processo aterotrombó- imediatamente após a chegada na sala de emergência. Tem com-
tico provação de seu benefício na redução da mortalidade imediata e
Fibrinolíticos - Pacientes com dor torácica prolongada sugestiva tardia, infarto e reinfarto na SCA através de vários estudos clínicos
de isquemia miocárdica aguda e que apresentam supradesnível do randomizados. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A e D).
segmento ST no ECG (ou um padrão de bloqueio de ramo esquer- A dose inicial é de 200-300mg por via oral mastigada, seguida
do) são candidatos à terapia de recanalização coronariana visto que de uma dose de manutenção de 100 a 200mg/dia.
mais de 75% desses pacientes têm IAM e mais de 85% têm oclusão
de uma artéria coronária.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tienopiridínicos (clopidogrel, ticlopidina) - Até recentemente O tirofiban é administrado na dose de 0,4 microgramas/kg/min
a ticlopidina era o antiplaquetário recomendado em caso de con- EV por 30min, seguida de 0,1 microgramas/kg/min por 48 a 96h. O
tra-indicação para o uso da aspirina ou na intervenção coronária abciximab é administrado em bolus EV na dose de 0,25mg/kg, se-
percutânea 168. guida de 0,125 microgramas/kg/min (máximo de 10 microgramas/
Atualmente, o clopidogrel é a droga de primeira escolha na min) por 12 a 24h.
substituição ou no uso concomitante com a aspirina em pacientes
com SCA sem supradesnível do segmento ST que irão ou não à in- Tratamento inicial da embolia pulmonar
tervenção coronariana percutânea, devendo ser iniciada logo após Uma vez diagnosticada a embolia pulmonar ou havendo evi-
a chegada ao hospital ou quando o diagnóstico de SCA for estabele- dências consistentes de sua provável existência, o tratamento deve
cido. (Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A). ser iniciado imediatamente devido à sua elevada mortalidade hos-
Para o clopidogrel, a dose inicial é de 300-600mg VO, seguida pitalar - cerca de 1/3 para os não tratados e de 10% para os trata-
da dose de manutenção de 75mg/dia. Para a ticlopidina, a dose ini- dos.
cial é de 500mg VO, seguida de dose de manutenção de 250mg de A terapêutica inicial visa a estabilidade clínica oferecendo, se
12/12h. necessário, suporte hemodinâmico e ventilatório. O tratamento es-
sencial da embolia pulmonar é feito com o uso do anticoagulante
Anticoagulantes (heparina não-fracionada, heparina de baixo venoso, heparina. Tem como objetivo prevenir a formação de no-
peso molecular). vos trombos e diminuir a ação de substâncias vasoativas, como a
Vários ensaios clínicos e metanálises demonstram o indiscutí- serotonina e o tromboxane-A2, liberadas pelas plaquetas ativadas
vel benefício do uso das heparinas na SCA. encontradas no trombo original. A dose de ataque da heparina
não-fracionada é de 80 U/kg em bolus EV seguida por uma infusão
A heparina não-fracionada requer monitorização laboratorial contínua de 18 U/kg/h por 5 a 7 dias, incluindo o período de uso
constante do tempo de tromboplastina parcial ativado (PTTa), de- combinado com o anticoagulante oral (Grau de Recomendação I,
vendo ser utilizados regimes terapêuticos ajustados ao peso do pa- Nível de Evidência C e D)
ciente. Já as heparinas de baixo peso molecular não necessitam de A utilização das heparinas de baixo peso molecular na embo-
controle do PTTa. lia pulmonar vem se ampliando nos últimos anos, possuindo uma
A heparina não-fracionada é administrada como bolus EV de maior ação sobre o fator de coagulação Xa do que sobre o fator IIa
60-70 U/kg (máximo de 5.000 U) seguido de infusão de 12-15 U/ quando comparada com a heparina não-fracionada e possibilitando
kg/h (máximo de 1.000 U/h), mantendo-se o PTTa entre 1,5-2 vezes maior atividade antitrombótica com menor risco de sangramentos.
o controle. A enoxaparina deve ser usada por via subcutânea na dose de 1 mg/
As heparinas de baixo peso molecular não equivalem entre si kg a cada 12h ou 1,5 mg/kg, uma vez ao dia; a nadroparina na dose
em relação às doses. Assim, a enoxaparina é administrada na dose de 85 U/kg a cada 12h ou 170 U/kg, uma vez ao dia; e a daltepari-
de 1mg/kg SC de 12/12h ou 1,5mg/kg uma vez ao dia; a dalteparina na na dose de 200 U/kg/dia. (Grau de Recomendação IIa, Nível de
na dose de 200 U/kg/dia SC; e a nadroparina na dose de 85U/kg SC Evidência C).
de 12/12 h ou 170 U/kg uma vez ao dia. Nos pacientes clinicamente instáveis, nos quais a probabilidade
Tanto a heparina não-fracionada como as heparinas de baixo de embolia pulmonar maciça é grande, deve-se utilizar as drogas
peso molecular têm Grau de Recomendação I e Nível de Evidência trombolíticas que permitam lise mais rápida do trombo, promoven-
A e D para uso na SCA. do uma melhora clínica mais efetiva. Utiliza-se a estreptoquinase
por via EV na dose de 250.000 U em bolus seguida de uma infusão
Bloqueadores dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa (abcixi- de 100.000 U/h durante 24 a 72h, ou o rt-PA na dose de 100 U EV
mab, tirofiban) - Diversos ensaios clínicos têm demonstrado efei- em infusão durante 2h (Grau de Recomendação I, Nível de Evidên-
tos benéficos com o uso dos bloqueadores da glicoproteína IIb-II- cia C). A trombólise na embolia pulmonar, como em qualquer ou-
Ia em pacientes com SCA em relação à redução de IAM, reinfarto, tra situação clínica, apresenta uma série de contra-indicações que
isquemia miocárdica recorrente e necessidade de revascularização devem ser respeitadas. Além dos pacientes clinicamente instáveis,
miocárdica, não se observando, entretanto, redução da mortalida- um subgrupo de pacientes com estabilidade hemodinâmica e venti-
de 182-188. Firma-se a indicação do tirofiban quando não há uma latória, porém com disfunção do ventrículo direito ao ecocardiogra-
atitude invasiva planejada em pacientes com alto ou médio risco, ma, pode também se beneficiar do uso de trombolíticos. (Grau de
ou seja, com persistência da isquemia, troponina elevada outras Recomendação IIa, Nível de Evidência C).
variáveis de risco (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência
A). Já o abciximab parece ser melhor indicado quando houver uma Tratamento inicial da dissecção aguda da aorta
atitude invasiva imediata planejada, independentemente do risco No caso de suspeita clínica de dissecção aguda da aorta a te-
(Grau de Recomendação I, Nível de Evidência A). Os pacientes que rapêutica farmacológica deve ser instituída o mais rápido possível
inicialmente utilizarem o tirofiban e na evolução optar pela conduta com objetivo de estabilizar a dissecção e evitar complicações ca-
invasiva, deverão continuar seu uso durante e após o cateterismo tastróficas, como a ruptura da aorta. Para isso o tratamento padrão
ou intervenção (Grau de Recomendação IIa, Nível de Evidência A). é feito através do uso de vasodilatadores, como o nitroprussiato
Os benefícios obtidos com o uso destas drogas devem ser sempre de sódio, em associação com betabloqueadores (propranolol, me-
analisados diante de seu alto custo. toprolol, esmolol ou atenolol) (preferencialmente venoso), visando
Os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa podem ser usados, con- a redução do cronotropismo e do inotropismo, ou utilizar o labeta-
comitantemente, com a aspirina, o clopidogrel e a heparina. lol que possui ambos os efeitos (Grau de Recomendação I e Nível
de Evidência C e D). Nos pacientes com contra-indicação ao uso de
betabloqueadores podemos utilizar o enalaprilato venoso. O con-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trole da dor deve ser feito com sulfato de morfina, que também sas mais comuns a insuficiência cardíaca esquerda ou doença valvu-
auxilia na redução da pressão arterial e estabilização da dissecção. lar mitral com consequente aumento na pressão capilar pulmonar e
Os pacientes deverão ser submetidos à monitorização oxi-dinâmica, inundação dos espaços intersticiais e alveolares. Também a lesão da
do débito urinário e da pressão arterial, e encaminhados à unida- membrana dos capilares pulmonares, causada por infecções como
de de terapia intensiva e/ou ao centro cirúrgico tão logo indicado pneumonias ou pela inalação de substâncias nocivas como os gases
e possível. Aqueles com instabilidade hemodinâmica deverão ser cloro ou dióxido de enxofre, acarreta a rápida saída de líquido e
colocados em suporte ventilatório e submetidos a monitorização de proteínas plasmáticas de dentro dos capilares. (GUYTON, 2006).
invasiva da pressão arterial e das pressões do coração direito para
melhor controle das pressões de enchimento e do débito cardíaco, EDEMA AGUDO DE PULMÃO
além das variáveis de oxigenação tissular. O edema pulmonar uma condição definida pelo acúmulo anor-
O tratamento cirúrgico imediato é reservado para as dissecções mal de líquido no tecido pulmonar, no espaço alveolar ou em am-
agudas que envolvam a aorta ascendente ou o arco aórtico (tipo bos, se apresentando como uma condição grave. Ocorre, na maioria
A de DeBakey) e para dissecções distais complicadas (oclusão de dos casos, em consequência do aumento da pressão microvascular
um ramo aórtico importante, extensão da dissecção e evidências proveniente da função ventricular esquerda inadequada, o que leva
de ruptura aórtica) ou não estabilizadas com o tratamento clínico. ao refluxo de sangue para dentro da vasculatura pulmonar (BRUN-
(Grau de Recomendação I e Nível de Evidência C e D). Em pacien- NER &SUDDARTH, 2009).
tes com dissecção não complicada que poupem a aorta ascendente
(tipo B) e com dissecção crônica da aorta o tratamento clínico é o PRINCIPAIS SINTOMAS
passo inicial. (Grau de Recomendação I e Nível de Evidência C e D). As principais manifestações clínicas do edema agudo de pul-
mão são: dispnéia intensa, ortopnéia, tosse, escarro cor de rosa e
4) suporte de vida em situações de edema agudo de pulmão; espumoso. Em geral o paciente apresenta-se ansioso, agitado,sen-
O edema agudo de pulmão (EAP) é um evento que acontece e tado com membros inferiores pendentes e utilizando intensamente
forma clínica, e que é caracterizado por um acúmulo súbito e anormal a musculatura respiratória acessória. Há dilatação das asas do nariz,
de líquido nos espaços extra vasculares do pulmão, que representa retração intercostal e da fossa supraclavicular. A pele e as mucosas
uma das mais dolorosas e dramáticas síndromes cardiorrespiratórias, tornam-se frias, acinzentadas, às vezes pálidas e cianóticas, com
e que ocorre de maneira muito frequente nas unidades de emer- sudorese fria sistêmica. Pode haver referência de dor subesternal
gência e de terapia intensiva. Na maioria das vezes é consequência irradiada para o pescoço, mandíbula ou face medial do braço es-
da insuficiência cardíaca esquerda, onde a elevação da pressão no querdo em casos de isquemia miocárdica ou IAM. No exame físico,
átrio esquerdo e capilar pulmonar é o principal fator responsável pela pode-se constatar taquicardia, ritmo de galope, B2hiperfonética,
transpiração de líquido para o interstício e interior dos alvéolos, com pressão arterial elevada ou baixa (IAM, choque cardiogênico), es-
interferência nas trocas gasosas pulmonares e redução da pressão tertores subcreptantes inicialmente nas bases, tornando-se difusos
parcial de oxigênio no sangue arterial (TARANTINO, 2007). com a evolução do quadro. Roncos e sibilos difusos indicam qua-
O fluxo aumentado de líquidos, que são provenientes dos capi- se sempre broncoespasmo secundário. O quadro clínico agrava-se
lares pulmonares para o espaço intersticial e alvéolos, que se acu- progressivamente, culminando com insuficiência respiratória, hipo-
mulam nessas regiões ao ultrapassarem a capacidade de drenagem ventilação, confusão mental e morte por hipoxemia (PORTO, 2005).
dos vasos linfáticos, promovendo uma troca alvéolo-capilar de for- Deve-se basear no achado das seguintes alterações: pacien-
ma inadequada (FARIA ET AL, 2010). te com queixa de dispnéia, geralmente de início súbito, associada
Com base nestes contextos, analisar a participação da equipe à tosse e a sinais de liberação adrenérgica (taquicardia, palidez
de enfermagem no sentido de reabilitação do paciente no decorrer cutânea, sudorese fria, hipertensão e ansiedade). Sinais de esfor-
deste acontecimento que ocorre de forma frequente, embora seja ço da musculatura inspiratória, com uso dos músculos acessórios
ele um evento que requer cuidados minuciosos é imprescindível. da respiração, tiragem intercostal e batimento de asas de nariz.
Segundo Marsella (2012), as principais patologias que determinam Taquipnéia e expiração forçada, inclusive com presença de respira-
o EAP são: Isquemia miocárdica aguda (com ou sem infarto prévio), ção abdominal. Ausculta pulmonar variada, podendo-se encontrar,
hipertensão arterial sistêmica, doença valvar, doença miocárdica mais comumente, estertores inspiratórios e expiratórios de médias
primária, cardiopatias congênitas e arritmias cardíacas, principal- e grossas bolhas. Também é comum o encontro de murmúrio vesi-
mente as de frequência muito elevada. cular mais rude, com roncos e sibilos. Outros achados que podem
Sallum (2013) salienta que a causa mais comum do EAP é in- ajudar a definir etiologia do EAP são: presença de dor torácica com-
suficiência ventricular esquerda, onde há uma incapacidade desta patível com insuficiência coronariana, galope cardíaco (B3 e/ou B4),
cavidade em bombear o sangue para fora do coração. Esta pode sopros cardíacos e deslocamento da posição do ictus cardíaco (sinal
ocorrer por diversos motivos, entre eles estão à hipertensão arte- de aumento da área cardíaca) (MASELLA, 2012).
rial, doenças das válvulas cardíacas, doenças do músculo cardíaco,
arritmias cardíacas e distúrbios da condução elétrica do coração, ACHADOS DIAGNÓSTICOS
entre outras doenças cardíacas. Sendo que em algumas situações, a Através da ausculta pulmonar revela-se presença de estertores
infusão excessiva de líquidos, pode acarretar um quadro de edema nas bases pulmonares, que progridem para os ápices dos pulmões,
agudo de pulmão. sendo estes causados pela movimentação de ar através do líqui-
A formação de edema nos pulmões ocorre do mesmo modo do alveolar. Pode ocorrer de o paciente apresentar taquicardia, e
que em outras partes do corpo. Qualquer fator que faça com que a queda nos valores da oximetria de pulso, e quando analisada a ga-
pressão do líquido intersticial pulmonar passe de negativa para po- sometria verifica-se o agravamento da hipoxemia (BRUNNER &SU-
sitiva, provoca uma súbita inundação dos espaços intersticiais e dos DDARTH, 2009).
alvéolos, com grande quantidade de líquido livre, tendo como cau-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TRATAMENTO hipertensão arterial. Alguns autores acreditam que a ativação do


Consiste de medidas medicamentosas como a oxigenioterapia sistema renina-angiotensina esteja envolvida no desenvolvimento
para melhora da saturação de oxigênio, de diuréticos (como a furo- das emergências hipertensivas, assim a redução do volume circu-
semida) que é fundamental na redução da pré-carga, opióides (sen- lante causada, entre outros motivos, pela ação de diuréticos de alça
do o mais utilizado a morfina) sendo de extrema eficácia na redução – como a furosemida – pode estar associada a elevações abruptas
do retorno venoso e na diminuição no consumo de oxigênio pelo de pressão arterial e à lesão endotelial dos quadros de emergência
miocárdio, vasodilatador coronariano (dobutamina normalmente é hipertensiva.
a droga de escolha) pelo efeito inotrópico positivo, vasodilatador Uma vez iniciado o processo lesivo vascular, surge um ciclo vi-
venoso e arterial (como o nitroprussiato de sódio) oferece rápida cioso com secreção de substâncias vasoconstritoras e vasotóxicas,
e segura redução da pressão arterial, e medidas mecânicas como a como o TNFa, que perpetuam o processo.
ventilação mecânica invasiva e não invasiva e a intubação (SALLUM
E PARANHOS, 2013). Sintomas e sinais de alerta na crise hipertensiva
Porém Carvalho (2008), demonstra que o tratamento de EAP Neurológicos: Relaxamento da Consciência, Sinais Focais (loca-
busca diminuir a pressão de preenchimento ventricular e melhorar lizatórios), Cefaleia Súbita Intensa, Presença de Sinais Meníngeos e
o fornecimento de oxigênio, baseando-se na administração de ni- Alterações agudas no fundo do olho;
tratos, diuréticos e oxigênio. Cardiológicos: Dor Torácica Isquêmica, Dor Torácica Intensa,
Congestão Pulmonar e Presença de 3ª Bulha;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM Renais: Presença de edema recente, diminuição do volume uri-
Conforme Sallum e Paranhos (2013) as ações de enfermagem nário, hematúria, proteinúria e elevação dos níveis de creatinina;
incluem organização e provimento de recursos materiais e huma- Na abordagem do paciente hipertenso grave na emergência
nos, mas também descrevem outros cuidados como: médica é necessária uma história e um exame físico direcionados,
Posicionar o paciente sentado, elevando a cabeceira a 60° ou porém acurados na busca da presença de lesão de órgão-alvo, par-
90° deixando os membros inferiores pendentes, assim reduzindo ticularmente na busca de sintomas e sinais de alerta, são cruciais
retorno venoso e propiciando máxima expansão pulmonar; para a segurança do paciente e para a boa prática clínica; a história
Posicionar em Fowler alto. deve investigar as características dos sintomas do paciente. Muitos
Instalar máscara facial de oxigênio com reservatório, selecio- pacientes apresentam-se na emergência apenas após a constata-
nando um fluxo de 10 L/min; ção da elevação dos níveis pressóricos em uma medida rotineira de
Aspirar às secreções se necessário para manter as vias aéreas pressão arterial.
permeáveis; O exame físico deve incluir a pesquisa da presença de sinais
de irritação meníngea, fundo de olho para buscar edema de papi-
5) suporte de vida em situações de crise hipertensiva; la, hemorragias e exsudatos; o exame neurológico deve procurar a
Crise Hipertensiva é uma condição clínica caracterizada por presença de rebaixamento de nível de consciência, confusão men-
elevação aguda ou crônica da PA (Níveis de Pressão Diastólica su- tal ou agitação psicomotora, presença de sinais neurológicos focais,
perior a 130 mmHg) em associação ou não com manifestações de particularmente os sinais deficitários; a ausculta cardíaca deve bus-
comprometimento de órgãos-alvo (cardiovasculares, neurológicas car a presença de 3ª ou 4ª bulha e sopro de insuficiência aórtica; a
e renais). As manifestações clínicas das crises hipertensivas depen- ausculta pulmonar deve procurar a presença de sinais de congestão
dem do grau de disfunção dos órgãos-alvo. Os níveis pressóricos pulmonar; o exame físico deve incluir, ainda, a palpação da aorta
absolutos podem não ter importância, mas sim a velocidade de ele- abdominal e a pesquisa de pulsos periféricos, incluindo o pulso ca-
vação que esta ocorreu. rotídeo.
Pacientes com hipertensão de longa data podem tolerar pres-
sões sistólicas de 200 mm Hg e diastólicas superiores a 150 mm É importante avaliar a presença de deterioração da função re-
Hg, entretanto crianças ou gestantes podem desenvolver encefa- nal, buscando a presença de edema, diminuição de volume urinário
lopatia com pressões diastólicas de 100 mm Hg. Cerca de 10 a 20% e hematúria; em pacientes com pressão arterial diastólica superior
da população adulta em nosso país apresenta Hipertensão Arterial a 130 mmHg, impõe-se a dosagem de creatinina sérica e a análise
Sistêmica; estudos mostram que emergências hipertensivas ocor- urinária para pesquisar a presença de hematúria e proteinúria; a
rem em menos de 1% dos pacientes hipertensos, esses pacientes estratificação de risco desses pacientes está na confirmação ou na
desenvolverão um ou mais episódio de emergência hipertensiva. exclusão de existência de lesão aguda (em curso) de um órgão-alvo.
O mecanismo responsável pela elevação da PA não é clara- Caso não seja possível excluir a existência de lesão, deve-se assumir
mente conhecido, no entanto, elevações dos níveis de renina, adre- a presença de lesão aguda e tratar conforme o órgão lesado.
nomodulina e peptídeo atrial natriurético foram encontrados em
alguns pacientes com emergências hipertensivas. Uma elevação A Crise Hipertensiva é dividida em urgência hipertensiva e
súbita da PA secundária a um aumento da resistência vascular peri- emergência hipertensiva:
férica parece estar envolvida nos momentos iniciais; o fumo, possi- • Urgência Hipertensiva: não existe o comprometimento ins-
velmente mediando lesão endotelial, é um antigo suspeito de estar talado dos órgãos-alvo (coração, artérias, cérebro e rins). Após a
envolvido na gênese das emergências hipertensivas (fumantes têm avaliação médica o paciente geralmente recebe medicações por via
5x mais chances de desenvolver hipertensão maligna); fatores ge- oral ou sublingual e é tratado ambulatorialmente e em domicílio; o
néticos e imunológicos também podem ter papel importante. controle da Pressão Arterial é feito em até 24 horas;
Os pacientes portadores de feocromocitoma ou hipertensão • Emergência Hipertensiva: existe o comprometimento insta-
renovascular apresentam uma incidência de elevações abruptas de lado e iminente dos órgãos-alvo (coração, artérias, cérebro e rins);
pressão arterial mais alta do que o esperado para outras causas de após a avaliação médica é indicado tratamento hospitalar em CTI’s
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e administração de vasodilatadores endovenosos. Essa crise é • Controle da pressão arterial do paciente (algumas bibliogra-
acompanhada por sinais que indicam as lesões nos órgãos-alvo, tais fias indicam controle a cada cinco minutos, outras a cada 15 a 30
como: encefalopatia hipertensiva, edema agudo de pulmão, aci- minutos. É importante seguir as orientações do enfermeiro na ob-
dente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio ou dissecção servação e aferição da pressão arterial, uma vez que nas primeiras
aguda da aorta, nestes casos há o risco iminente de morte; horas de infusão da medicação será necessária a verificação em in-
tervalos menores e/ou conforme a apresentação de sinais e sinto-
Segundo Uenishi (1994), os principais cuidados de enferma- mas no paciente); o mais indicado é que o paciente esteja monito-
gem no tratamento das crises hipertensivas são: rizado com monitor multiparâmetros, que verifica constantemente
• Manter o paciente em ambiente calmo e tranquilo; o pulso, pressão arterial e oximetria;
• Puncionar veia periférica;
• Monitorizar adequadamente (PA, ECG e Débito Urinário); Observação: todos os sinais e resultados obtidos devem obri-
• Instalar medicação prescrita anti-hipertensiva em bombas de gatoriamente ser anotados no prontuário do paciente, bem como
infusão; os horários de instalação da medicação e possíveis mudanças em
• Para pacientes com infusão intravenosa de vasodilatadores, gotejamentos, conforme a orientação médica.
obter parâmetros de sinais vitais a cada cinco minutos até a redu-
ção desejada da pressão arterial. 6) suporte de vida em situações de infarto agudo do miocár-
dio;
Um dos principais medicamentos vasodilatadores utilizados As doenças cardiovasculares (DCV) atualmente estão entre as
nas emergências hipertensivas é o nitroprussiato de sódio, que é principais causas de morbidade, incapacidade e morte no Brasil e
um potente vasodilatador. Sua ação é semelhante ao nitrito, que no mundo, sendo responsáveis por 39% das mortes registradas em
atua diretamente sobre o músculo liso dos vasos sanguíneos, pro- 2008. Os gastos com estes pacientes totalizaram 1,2 milhões em
vavelmente por causa da porção nitrosa. O metabolismo inicial do 2009 e, com envelhecimento da população e mudança dos hábitos
nitroprussiato envolve a liberação não enzimática de cianogênio, o de vida, a prevalência desta doença tende a aumentar ainda mais
qual é rapidamente convertido em tiocinato, por meio de uma ação futuramente (BRASIL, 2008). A Organização Pan-americana de Saú-
catalisadora por enzima hepática. de (OPAS) reconhece a necessidade de uma ação integrada contra
Embora essa reação seja irreversível, o tiocinato pode ser de as Doenças cardíacas e irá propor aos países membros que estabe-
forma lenta convertido em cianeto pela ação de uma tiocinato oxi- leçam a meta global de reduzir a taxa de mortalidade por esta em
dase presente nos eritrócitos. (GUERRA et al.,1988). Muitos dos 20% na década de 2011-2020 em relação à década precedente. En-
efeitos tóxicos que se observam durante o uso do nitroprussiato são tre as causas de morte e hospitalização, destacam-se as síndromes
notados em envenenamento por cianeto e tem sido sugerido que coronarianas agudas (SCA), incluindo o infarto agudo do miocárdio
esse último composto seria responsável pelos efeitos tóxicos pelo (IAM) e a angina instável (AI) (ESCOSTEGUY et al., 2005). Em situa-
uso prolongado da droga em pacientes. O início da ação do nitro- ções de emergências, ao admitir um paciente grave, o enfermeiro
prussiato de sódio é imediato e persiste enquanto perdura a infusão é o profissional que realizará a triagem em serviço de emergência,
da droga, atua tanto nos vasos de capacitância como nos vasos de cabe a ele avaliar o paciente, determinar as necessidades de prio-
resistência. Produz redução muito rápida nas pressões arterial e ve- ridade e encaminhá-lo para a área de tratamento. Sendo assim, o
nosa central e um aumento moderado na frequência cardíaca. enfermeiro é o profissional da equipe de emergência a ter o primei-
Também é potente vasodilatador cerebral, causando aumento ro contato com o paciente, cabendo-lhe o papel de orientador nos
da pressão intracraniana responsável pela cefaleia pulsátil experi- procedimentos que serão prestados.
mentada por alguns pacientes. Os vasos da retina podem relaxar-se
e aumentar a pressão intraocular, o que favorece a crise aguda do Importância dos atendimentos de emergência
glaucoma. O nitroprussiato de sódio é indicado nas crises hiperten- A emergência é uma propriedade que uma dada situação as-
sivas e também é útil para produzir hipotensão em alguns procedi- sume quando um conjunto de circunstâncias a modifica. A assis-
mentos cirúrgicos, assim como para diminuir a resistência periférica tência em situações de emergência e urgência se caracteriza pela
em pacientes com infarto do miocárdio, ocasionando melhora no necessidade de um paciente ser atendido em um curtíssimo espa-
desempenho cardíaco, que é acompanhado pelo aumento do volu- ço de tempo. A emergência é caracterizada como sendo a situação
me urinário e excreção de sódio. onde não pode haver uma protelação no atendimento, o mesmo
A toxidade aguda do Nitroprussiato é secundária à vasodila- deve ser imediato (CINTRA, 2003). Ressalta este autor, que neces-
tação excessiva e à hipotensão. Podem ocorrer náuseas, vômitos, sidade da formação do enfermeiro em atuação nas unidades emer-
sudorese, agitação, cefaleia, palpitação, apressão subesternal e sín- genciais apresenta a importância dos procedimentos teóricos que
cope, devido ao deslocamento da massa sanguínea para as áreas aprendemos como enfermeiros que o socorro nos momentos após
esplênicas e periféricas, com possível hipóxia cerebral. um acidente, principalmente as duas primeiras horas são os mais
importantes para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das
.Os principais cuidados de enfermagem na administração desta pessoas feridas.
medicação são: Os casos de urgência se caracterizam pela necessidade de tra-
• Preparo e diluição da medicação conforme padronização e/ tamento especifico, o paciente será encaminhado para a especiali-
ou prescrição médica (geralmente é diluído em 250 ml de solução dade necessária, ortopedia, cirurgia geral, neurologia e clínica mé-
fisiológica ou glicose 5%); dica. Neste caso o risco de vida é pouco provável. Quanto à atenção
• Controle rigoroso de gotejamento, instalar preferencialmente hospitalar às vítimas de acidentes e violências reúne-se de forma
em bomba de infusão e verificar continuamente a infusão correta complexa a estrutura física, a disponibilidade de insumos, o aporte
do medicamento; tecnológico e os recursos humanos especializados para intervir nas
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

situações de emergência decorrentes dos acidentes e violências. Contudo, há de ser levado em consideração que existem em
As emergências são as principais portas de entrada desses pacien- muitos indivíduos um componente genético importante na susce-
tes no hospital; considerando a gravidade das lesões, a assistência tibilidade individual para o desenvolvimento da arteriosclerose,
demandará ações de diferentes serviços e poderá exigir um tempo embora sua natureza até o momento não seja entendida, essa sus-
considerável de internação, acarretando um custo elevado. cetibilidade genética pode interferir nas características bioquímicas
e fisiológicas, acelerando o processo da doença. Esse componente
Os autores Tacsi e Vendruscolo (2004) consideram que o en- genético é definido como herança genética ou características não
fermeiro no setor de emergência deve adotar estilos de liderança modificáveis.
participativa e compartilhar e/ou delegar funções. São as principais A assistência da equipe de enfermagem no atendimento à ví-
habilidades, para o gerenciamento da assistência: a comunicação, o tima de infarto agudo do miocárdio O enfermeiro tem um papel
ao paciente, em casos de emergência, seja direcionado, planejado importante na assistência, tem sido discutido políticas e estratégias
e livre de quaisquer danos. de saúde em relação a doenças cardiovasculares, para que a en-
O Infarto do Miocárdio Segundo Lima (2007), o termo infarto fermagem atue na promoção e recuperação da saúde através de
designa a necrose do miocárdio que se instala secundariamente à intervenções as quais objetiva alcançar os resultados esperados, es-
interrupção aguda do fornecimento de sangue através das coroná- tabelecendo protocolos que consiste em passos a serem dados para
rias. A destruição do músculo do coração é motivada, geralmente, a realização de suas ações sistemática na sequência que devem ser
por depósitos de placas de ateroma nas artérias coronárias. executado. O enfermeiro, por meio de seus cuidados, é um profis-
Desse modo, essas placas nada mais são do que o amontoado de sional essencial na assistência e recuperação da saúde da vítima de
células no interior dos vasos sanguíneos. Lesões dos próprios vasos, IAM (BRANDÃO, 2003).
assim como depósitos de gordura que vão desenvolvendo-se com o O atendimento de emergência nas Unidades Hospitalares tem
tempo, constituem-se verdadeiras “rolhas” no interior das artérias importante papel na recuperação e manutenção da saúde do indi-
do coração. O infarto do miocárdio está mais repetidamente unido víduo. Recuperar a saúde e mantê-la se estabelece com uma assis-
a uma causa mecânica, ou seja, suspensão do fluxo sanguíneo para tência à saúde de qualidade e equipe multidisciplinar voltada para
uma área específica por causa da obstrução total parcial da artéria o indivíduo como um todo na sua integralidade, atentando para as-
coronária responsável por sua irrigação. A dimensão da necrose de- pectos que envolvem a atuação eficaz, eficiente, rápida e com bom
pende de muitos fatores que possam ter ocorrido tais como o tama- conhecimento clínico e científico. A atuação do enfermeiro encaixa-
nho da artéria lesada, tempo de desenvolvimento da obstrução e de- -se naquela equipe supracitada e é primordial para os serviços de
senvolvimento da circulação colateral (CHIAVENATO, 2010). saúde no tocante à promoção à saúde dos clientes/pacientes que
O infarto significa a morte de uma parte do músculo cardía- são assistidos em serviços de Urgência e Emergência.
co (miocárdio), por falta de oxigênio e irrigação sanguínea. A oxi-
genação necessária ao funcionamento do coração sucede por um 7. suporte de vida em situações de acidente vascular encefá-
conjunto de vasos sanguíneos, as chamadas artérias coronárias. lico;
Quando uma dessas artérias que irrigam o coração impede o abas- As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem a
tecimento de sangue e oxigênio ao músculo, redundando em um primeira causa de mortalidade na população mundial (CRUZ, 2015).
processo de destruição irreversível, podem ocasionar parada car- São responsáveis por um elevado número de mortes prematuras,
díaca (morte súbita), morte tardia ou insuficiência cardíaca com sé- diminuição da qualidade de vida e impactos socioe¬conômicos, en-
rias limitações de atividades físicas (TEIXEIRA, 2010). volvendo a taxa de mortalidade, os custos do tratamento, déficit
Os pacientes que passam por um infarto, são comumente do motor e redução cognitiva dos pacientes (STONE, 2013; MALTA et
sexo masculino, pois são mais facilmente vulneráveis que as mulhe- al., 2015).
res. Isso porque, acredita-se que as mulheres possuam uma eficácia As DCNT incluem neoplasias, doenças respiratórias crônicas,
protetora que é a produção de hormônios (estrógeno), tanto que diabetes mellitus e doenças do aparelho circulatório. O Acidente
após a menopausa, pela falta de produção desse hormônio, a circuns- Vascular Encefálico (AVE) é classificado nesta última, sendo um dis-
tância de infarto na mulher cresce de sobremaneira (SILVEIRA, 2006). túrbio neurológico no qual ocorre perda da função ence¬fálica em
O infarto do miocárdio pode também ocorrer em pessoas que decorrência da ruptura do aporte sanguíneo para uma região do
têm as artérias coronárias normais. Isso acontece quando as coroná- encéfalo com instalação súbita de causa vascular (CARNEIRO et al.,
rias apresentam um espasmo, contraindose violentamente e também 2015; OLIVEIRA et al., 2016).
produzindo um déficit parcial ou total de oferecimento de sangue ao O AVE é mais frequente após os 60 anos, sendo responsável por
músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído (MALVESTIO, 2002). 847.694 interna¬ções hospitalares no Brasil nos últimos cinco anos,
por 27,6% (234.326) na região Nordeste do país e 0,46% (3.969) em
Segundo o autor acima os sinais e sintomas do IAM: Sergipe (BRASIL, 2016). Nos anos de 2012, 2013 e 2014 corres¬pon-
• Dor intensa e prolongada no peito; deu a 249.470 óbitos no Brasil, 28,5% (71.279) na região Nordeste e
• Dor que se irradia do peito para os ombros, pescoço ou bra- 1,02% (2.565) em Sergipe (BRASIL, 2016). Dos sobreviventes, cerca
ços; de 50% necessitam de cuidados espe¬ciais e auxílios para desenvol-
• Dor prolongada na “boca do estômago”; vimento de suas atividades em longo prazo (CRUZ, 2015).
• Desconforto no tórax e sensação de enfraquecimento; O Ministério da Saúde (MS), baseado na linha do cuidado do
• Respiração curta mesmo no estado de repouso; AVC, instituída pela Portaria MS/GM nº 665 de 12 de abril de 2012,
• Sentir tonteira; instituiu o Manual de rotinas de atenção ao AVE, o qual tem como
• Náusea, vômito e intensa sudorese; objetivo apresentar protocolos, escalas e orientações aos profissio-
• Ataques de dor no peito que não são causados por exercício
físico.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nais de saúde no manejo clínico ao paciente acometido pela doen- Atuação do enfermeiro no manejo do AVE
ça, garan¬tindo assistência de qualidade nos serviços de saúde na- Durante o período de permanência em internação hospitalar,
cionais (BRASIL, 2013). o paciente acometido por AVE recebe a assistência de uma equipe
A utilização de protocolos institucionais pré-definidos de aten- multidisciplinar que desenvolve ações com o objetivo de melhorar
dimento a pa¬cientes com AVE requer a participação de uma equipe o estado de saúde e consequente alta hospitalar. O enfermeiro,
multidisciplinar. Nesta, o en¬fermeiro está inserido como respon- du¬rante o seu turno de trabalho, é o profissional que possui maior
sável direto na assistência prestada, permitindo o reconhecimento contato com o paciente, sendo responsável pela maior parte dos
precoce de sinais e sintomas sugestivos da doença e uma conduta cuidados e procedimentos (SOUZA et al., 2014).
diagnóstica ou terapêutica de forma segura (MONTEIRO, 2015). No processo de cuidado ao paciente com AVE, o enfermeiro deve atuar
Em estudo realizado por Donnellan, Sweetman e Shelley com o objetivo de minimizar as sequelas provenientes da doença, além de
(2013a), no qual foi avaliada a implementação de diretrizes nacio- desenvolver uma assistência com foco no estado físico, espiritual e mental.
nais de AVE, foi observado que o instru¬mento consiste em um Para isso, esse profissional deve identificar as principais necessidades do
conjunto de orientações específicas à conduta terapêutica, con- paciente, elaborar um plano de cuida¬dos individualizado e garantir que o
templando o que, quem, quando, onde e como a assistência deve mesmo seja implementado de maneira eficaz (BARCELOS et al., 2016).
ser realizada, porém ressalta que deverá ser adaptado ao uso no Hinkle (2014) destaca que estes profissionais devem realizar e
ambiente clínico. registrar um exame físico eficiente pactuado na escala de AVE dos
Os resultados encontrados por Oostema e outros autores Institutos Nacionais de Saúde (NIHSS). Afirma ainda que este ins-
(2014) dão suporte às afirmativas da literatura. Os autores obser- trumento deva ser empregado continuamente na fase aguda do
varam que a eficiência dos cuidados hos¬pitalares aos pacientes AVEi, em pacientes pós-AVEh ou com suspeita de Ataque Isquêmico
esteve relacionada à utilização das recomendações das dire¬trizes Transitório (AIT) a fim de identificar o estado neurológico, avaliar
nacionais, visto que proporcionou chegada em cena precoce, ava- eficácia do trata¬mento e prever um desfecho para conduta clínica.
liação mais rápida, utilização aumentada da terapia trombolítica e A escassez de neurologistas prontamente disponíveis em servi-
a tempos de porta-agulha re¬duzidos para a administração trom- ços hospitalares dos Estados Unidos favoreceu o desenvolvimento
bolítica. de práticas avançadas de enferma¬ gem. Estas práticas evidencia-
Ao ser admitido no serviço de emergência, o paciente deve ser das pelo autor contemplam a atuação dos enfermeiros na identifi-
avaliado com base em protocolos que definem as principais ma- cação, tomada de decisão de tratamento e gestão contínua de pa-
nifestações clínicas da doença e indicam o melhor tratamento no cientes com AVE (BRETHOUR, 2012).
melhor tempo resposta, reduzindo as complicações provenientes Em estudo de Blomberg e colaboradores (2014) foi avaliado o
do AVE e melhorando o prognóstico do paciente (SANDER, 2013). nível de con¬cordância entre enfermeiros e médicos na condução
Blomberg e outros autores (2014) constataram que a utiliza- clínica do AVE, evidenciando similaridade entre os profissionais de
ção de algoritmo específico no atendimento pré-hospitalar (APH) 78% na decisão de monitorização e intervenção precoce e 74% na
permitiu uma alta precisão no diag¬nóstico do AVE e eficácia na realização da Tomografia Computadorizada (TC) de crânio, porém
corrente de sobrevivência. Destacaram a utilização de intervenções os enfermeiros apresentaram nível de precisão em 84%.
específicas, incluindo suporte de oxigênio, inserção de cateteres ve- Bergman e outros autores (2012) defendem que os enfermeiros
no¬sos periféricos, exame neurológico e reação pupilar, transporte devem ser ca¬pacitados para reconhecer as manifestações clínicas de
imediato com elevada prioridade médica e comunicação precoce à um AVE, visto que esses pro¬fissionais, na maioria das vezes, são res-
instituição que receberá o paciente. ponsáveis pelo acolhimento e avaliação pri¬mária desses pacientes no
As diretrizes da Associação Americana de AVE recomendam serviço de urgência. O reconhecimento precoce e escolha da terapêuti-
que a avaliação e o diagnóstico rápidos dos pacientes devem pro- ca adequada são fatores positivos para o prognóstico do paciente.
porcionar um tempo de porta-agulha não superior a 60 minutos Yang e outros autores (2015), ao questionarem 331 enfermei-
(BRETHOUR, 2012). Associado a isto, o autor evidenciou que a ad- ros e médicos sobre a capacidade de reconhecimento de um AVE,
ministração do t-PA dentro das primeiras 3 horas do início do qua- 48% referiram aptidão para reconhecer e gerenciar a situação. Em
dro em uma dose de 0,9 mg/kg proporciona melhora na perfusão seu estudo, Adelman e colaboradores (2014), ao entrevis¬tarem 875
cerebral e reduz significati¬vamente a incapacidade sem aumento enfermeiros sobre os sinais de alerta para o AVE, evidenciaram que
no risco de morte do paciente. 87% dos entrevistados reconheceram dois ou mais sinais da doença.
As princiais dificuldades para implementação de protocolos Conforme afirmam Barcelos e outros autores (2016), as limi-
são: falta de adesão pela equipe multiprofissional, conhecimento tações físicas e cog¬nitivas impostas pelo AVE são agravantes que
deficiente, ausência de estrutura física no ambiente de assistência podem interferir durante a realização dos cuidados pelo enfermeiro
e falta de investimento em equipamentos e tecnologia avançada aos pacientes. Por este motivo, o profissional deve ser capacitado
(FRANGIONE-EDFORT, 2014). para atuar diante das dificuldades que podem surgir durante a as-
Moura e Casulari (2015) defendem que o uso de protocolos no sistência, utilizando estratégias de cuidado que visem proporcionar
atendimento ao paciente com AVE melhora o atendimento signi- uma comunicação tera-pêutica efetiva.
ficativamente. Corroborando com a afirmativa, Donnellan, Sweet- Souza e outros autores (2014) evidenciaram em estudo a im-
man e Shelley (2013b) afirmam que a adesão aos proto¬colos é as- portância da comu¬nicação verbal e não verbal entre o enfermeiro
sociada a desfechos favoráveis no tratamento ao AVE, aumentando e o paciente afásico, a fim de manter uma relação de confiança. No
a sobre¬vida e reduzindo os custos hospitalares. estudo, os enfermeiros relataram usar os gestos (100%), comunica-
ção verbal (33,3%), comunicação escrita (29,6%) e toque (18,5%).
Nesta pers¬pectiva, é essencial que o enfermeiro esteja preparado
para realizar uma comunicação terapêutica efetiva, com o objetivo
de prestar assistência adequada e de qualidade.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

8) suporte de vida em situações de estados de choque; - Reparar a causa originária da perda de líquido ao lado da equi-
pe médica tão logo for possível.
Para restaurar a saúde do paciente, a atuação da enfermagem
consiste em avaliação sistemática do paciente, seja monitorando os
índices glicêmicos ou realizando exames periodicamente. O enfer-
meiro é, ainda, o profissional que executa o tratamento prescrito,
monitora o paciente e o protege de eventuais complicações.
Ao longo da rotina, o profissional deve conservar a atuação
humanizada, que considera a questão emocional como parte inte-
grante do processo de cuidar. Vale ressaltar que a assistência da
enfermagem não se resume à saúde física.
A atuação do enfermeiro no estado de choque deve ser capaz
de promover o bem-estar integral do paciente. Além disso, a apro-
ximação com o enfermo potencializa o próprio tratamento, propi-
ciando controle e monitorização constantes.

9) suporte de vida em situações de parada cardiorrespiratória;


Parada cardiorrespiratória (PCR) consiste na cessação de ativi-
dades do coração, da circulação e da respiração, reconhecida pela
ausência de pulso ou sinais de circulação, estando o paciente in-
Tipos de choque consciente (SILVA; ARAÚJO E ALMEIDA, 2017). Para Nasser e Barbie-
- Hipovolêmico – depleção do volume intravascular efetivo. ri (2015), a parada cardiopulmonar ou parada cardiorrespiratória
- Cardiogênico – falha primária da função cardíaca. (PCR) é definida como a ausência de atividade mecânica cardíaca,
- Distributivo – alterações do tônus/permeabilidade vascular. que é confirmada por ausência de pulso detectável, ausência de
- Obstrutivo – obstrução mecânica ao enchimento do coração. responsividade e apneia ou respiração agônica, ofegante.
Já para Zanini, Nascimento e Barra (2006), a PCR é definida como o
O paciente em estado de choque exige atenção total da equi- súbito cessar da atividade miocárdica ventricular útil, associada à ausên-
pe médica, devido ao risco iminente de morte. Em casos assim, a cia de respiração. Como podemos observar diferentes autores se comu-
intervenção deve ser imediata. Isso porque o tempo de ação e de nicam com a mesma definição para PCR, utilizam palavras diferentes com
resposta exerce influência direta na recuperação do paciente. mesmos significados. De acordo com Silva (2004) arada cardiorrespiratória
O procedimento vai na contramão da premissa básica da enfer- (PCR) é a cessação súbita e inesperada das funções cardíaca e respiratória.
magem, que preza sempre a prevenção primária. No atendimento Também pode ser descrita como a inadequação do débito cardíaco que
ao estado de choque, entretanto, o profissional é impelido a agir resulta em um volume sistólico insuficiente para a perfusão tecidual decor-
rapidamente, a fim de evitar danos estruturais ao enfermo. rente da interrupção súbita da atividade mecânica ventricular .
Caracterizado por uma síndrome que ocasiona a redução da per- Para Guimarães (2005) a RCP é o conjunto de procedimentos
fusão tecidual sistêmica, o choque leva o corpo a uma disfunção orgâni- destinados a manter a circulação de sangue oxigenado ao cérebro e a
ca. Os órgãos deixam de receber suporte, podendo entrar em falência. outros órgãos vitais, permitindo a manutenção transitória das funções
Nesse cenário, a atuação da enfermagem tem papel funda- sistêmicas até que o retorno da circulação espontânea possibilite o res-
mental, sendo importante desde a assistência emergencial até a tabelecimento da homeostase. A PCR ocorre com maior frequência em
execução do plano de cuidados. UTI, uma vez que essas unidades assistem pacientes gravemente enfer-
mos. Os profissionais de Enfermagem devem estar aptos para reconhe-
A abordagem do enfermeiro inclui, pelo menos, sete procedimentos: cer quando um paciente está em PCR ou prestes a desenvolver uma.
- Controlar a glicemia capilar A avaliação do paciente não deve levar mais de 10 segundos
- Verificar o monitor multiparamêtrico (ZANINI; NASCIMENTO E BARRA, 2006). Vários estudos têm de-
- Coletar exames laboratoriais monstrado que quanto menor o tempo entre a parada cardiorres-
- Realizar oxigenoterapia piratória e o atendimento, maior a chance de sobrevida da vítima
- Verificar a dor e realizar o controle (GOMES et al., 2005 apud MADEIRA E GUEDES, 2010).
- Determinar o decúbito, sempre de acordo com o tipo de cho- Para que o Suporte Básico de Vida (SBV) seja concretizado com efi-
que (hipovolêmico, cardiogênico e circulatório) ciência é necessário o reconhecimento rápido e a realização das mano-
- Realizar acesso venoso calibroso bras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), utilizando de compres-
sões torácicas de boa qualidade (SILVA; ARAÚJO E ALMEIDA, 2017).
No choque hipovolêmico, que é o tipo mais frequente, há uma Com o objetivo de reverter este colapso foi desenvolvido o mé-
diminuição no volume intravascular. O problema pode ser ocasio- todo de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) que refere-se à ten-
nado pela perda de líquido externa ou, ainda, por deslocamento de tativas de recuperar a circulação espontânea, sendo sua aplicação
líquidos internos. Aqui, os objetivos da enfermagem no tratamento universal (o que independe da causa base da PCR), com atualiza-
concentram-se em três etapas: ções protocolares sistemáticas (SILVA; ARAÚJO E ALMEIDA, 2017).
- Restaurar o volume intravascular A reanimação cardiopulmonar (RCP) é definida como o conjun-
- Redistribuir o volume de líquidos corporais to de manobras realizadas após uma PCR com o objetivo de manter
artificialmente o fluxo arterial ao cérebro e a outros órgãos vitais,
até que ocorra o retorno da circulação espontânea (RCE) (NASSER
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

E BARBIERI, 2015). Para Madeira e Guedes (2010), a reanimação cardiorrespiratória cerebral é definida pelo conjunto de medidas diag-
nósticas e terapêuticas que tem o objetivo de reverter a parada cardiorrespiratória. A RCP tem por finalidade fazer com que o coração e o
pulmão voltem a funcionar de acordo com seu padrão de normalidade, e por ser entendida como um conjunto de manobras destinadas a
garantir a oxigenação para todos os órgãos e tecidos, principalmente ao coração e cérebro.
O enfermeiro é vital nos esforços para reanimar um paciente, sendo ele, frequentemente, quem avalia primeiro o paciente e inicia as manobras
de RCP e aciona a equipe (ARAÚJO et al., 2012). Cabe ao enfermeiro e sua equipe assistir esses pacientes, oferecendo circulação e ventilação até
a chegada da assistência médica, para tanto esses profissionais devem adquirir habilidades para prestar adequadamente a assistência necessária.
A enfermagem tem papel extremamente importante no atendimento à PCR, evento em que são imprescindíveis a organização, o equilíbrio emocio-
nal, o conhecimento teóricoprático da equipe, bem como a correta distribuição das funções por parte destes profissionais, que representam, muitas ve-
zes, a maior parte da equipe nos atendimentos de RCP (SILVA, 2006). Silva (2006) relata que na maioria das vezes, o enfermeiro é o membro da equipe de
saúde que primeiro se depara com o paciente/cliente em situação de PCR, devendo, portanto estar preparado para concentrar esforços e atuar nos acon-
tecimentos que precedem o evento da PCR, e consequentemente, na sua identificação precoce, no seu atendimento e nos cuidados pós-reanimação.
Para Silva (2017), se a manobra não for realizada corretamente, poderá haver uma necrose nos tecidos musculares do coração, a dimi-
nuição ou ausência de oxigenação no cérebro, levando assim o paciente a óbito ou até lesões irreversíveis cerebrais.

Segundo a American Heart Association 2015, o atendimento à PCR em Suporte Básico de Vida (SBV), compreende:
Um conjunto de técnicas sequenciais caracterizadas por compressões torácicas, abertura das vias aéreas, respiração artificial e desfibrila-
ção ao considerar a PCR como uma emergência clínica, na qual o objetivo do tratamento consiste em preservar a vida, restabelecer a saúde,
aliviar o sofrimento e diminuir incapacidades, o atendimento deve ser realizado por equipe competente, qualificada e apta para realizar tal
tarefa. Neste contexto destaca-se a figura do enfermeiro, profissional muitas vezes responsável por reconhecer a PCR, iniciar o SBV.
De acordo com as novas recomendações da American Heart Association o correto é que os socorristas aplique uma frequência mínima de 100
a 120 compressões torácicas por minutos (AHA, 2015). Sendo este um fator determinante do retorno da circulação espontânea. Desta forma, a
pesquisa tem o intuito de identificar a frequência com que os profissionais se atualizam quanto as novas recomendações da AHA em relação a PCR
e aos métodos de RCP, contribuindo para a formulação de estratégias eficazes de incentivos a capacitação em saúde aos profissionais enfermeiros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

10) suporte de vida em situações de intoxicações exógenas; e


Intoxicação é o prejuízo causado em sistemas orgânicos (nervoso, respiratório, cardiovascular, etc.) devido à absorção de alguma subs-
tância nociva. “Todas as coisas são venenosas, é a dose que transforma algo em veneno”. (Paracelso, século XVI)
• A maior parte das intoxicações ocorre na faixa-etária de 1 – 4 anos.
• Adultos – medicamentos e drogas lícitas/ilícitas.

Conduta:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Estado geral
• ABCDE
• Sinais Vitais
• Anamnese – 5 Ws (Quem, o que, onde, quando, por que?)
• Antídoto
• Diluição?
• Êmese
• Lavagem Gástrica

Diluição:
Imediatamente
- Álcalis
- Ácidos fracos
- Hidrocarbonetos

Nunca
- Ácidos concentrados
- Substâncias cáusticas
- Inconsciência
- Reflexo da deglutição diminuído
- Depressão respiratória
- Dor abdominal

Lavagem Gástrica:
• Recém-Nascido: 500 ml
• Lactentes: 2 a 3 litros
• Pré-Escolares: 4 a 5 litros
• Escolares: 5 a 6 litros
• Adultos: 6 a 10 litros.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Solução utilizada: Soro Fisiológico a 0,9%.


• Volume por Vez
Crianças: 5ml/Kg Adultos: 250ml.

Carvão ativado
• Crianças < 12 anos = 1g/kg
• Adultos até 1g/kg
• Dose de ataque = 50 a 60g em 250ml SF
• Manutenção = 0,5g/kg – 4 a 6h

Monóxido de Carbono
• Gás inodoro
• Incolor.
• Tem de 200 a 300 vezes mais afinidade pela hemoglobina que o oxigênio.
• Satura a hemoglobina, impede a chegada de oxigênio em nível celular.

Conduta:
• Retirar do ambiente nocivo
• O2 em alta concentração
- O2 a 100% diminui a meia vida da COHb em cerca de 4 vezes em pressão atmosférica normal - Câmara hiperbárica a 3 atm diminui
a meia vida da COHb em cerca de 13 vezes.

Meia vida da COHb = 5 horas


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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11) suporte de vida em situações de acidente ofídico. tenção dos dados vitais e manobras de suporte básico. Os cuidados
Acidente por animais por animais peçonhentos é considerado gerais do local da ferida são recomendados. Sendo a reposição hi-
um problema de saúde pública em países tropicais. O aumento do droeletrolítica, monitorização e observação da função neurológica
número de notificações tem sido registrado pelo Sistema de Infor- imprescindível em casos graves. A antibioticoterapia não é usual,
mação de Agravos de Notificação (SINAN). Animais peçonhentos mas pode ser utilizada em acidentes botrópico ou laquético com
são descritos pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farma- presença de necrose extensa, podendo por optar por penicilina G
cológicos (SINTOX) como o segundo maior agente de intoxicação ou Oxacilina. O atendimento deve incluir a avaliação cardiorrespi-
humana no Brasil, suplantado apenas por medicamentos1 . Animais ratória e identificação de fatores de risco, reconhecendo precoce-
peçonhentos são caracterizados como aqueles que possuem glân- mente a gravidade e agir de forma rápida para garantir a sobrevida.
dulas produtoras de veneno ou substância tóxica e um aparelho Concluímos que o intervalo de tempo entre o acidente por animal
especializado utilizado na inoculação do veneno. Dessa forma, no peçonhento e o atendimento de um acidente é um fator relacionado
mundo existem cerca de 100.000 espécies peçonhentas. Sendo que a gravidade e prognóstico. Dessa forma, medidas como a soroterapia
no Brasil os animais peçonhentos mais comuns são escorpiões, ara- devem ser instituídas o mais precoce possível. No atendimento pré-
nhas, abelhas, arraias, serpentes e vespas. O atendimento médico -hospitalar pode ser realizado a monitorização dos dados vitais, classi-
pré-hospitalar foi criado devido ao aumento exacerbado de enfer- ficação da gravidade, medidas gerais da ferida, identificação do tipo de
midades relacionados a situações de urgência e emergência, com o acidente e principalmente a administração precoce da soroterapia para
objetivo de uma intervenção precoce uma melhor sobrevida. Os acidentes por animais ofídicos apresentam
A atenção primária às urgências e emergências era considera- maiores taxas de casos com o intervalo mais longo entre o acidente
da um problema para o SUS, devido a isso, em 2000 foi instituída a e o atendimento, esse tipo de acidente também foi o que mais apre-
Política Nacional de Atendimento às Urgências (PNAU), tendo como sentou classificação de gravidade com taxa moderada e grave. Dessa
componente o Serviço Móvel de Urgência (SAMU) que foi instituído forma, com o tratamento instituído no atendimento préhospitalar mó-
pela portaria n. 1.863/03 sendo posteriormente fonte da portaria vel pode proporcionar menor taxa do intervalo entre o acidente e o
1.864/0. Os pilares da PNAU foram fundamentados na promoção da atendimento e, consequentemente, menores índice de notificações
qualidade de vida, operação de centrais de regulação, capacitação de classificação de gravidade moderada e grave. Maiores estudos são
e educação continuada, humanização da atenção e organização em necessários para avaliar a significância dessa relação e se zonas rurais
rede. As intoxicações representam grande volume dos atendimen- e urbanas influenciam no tempo entre o acidente e o atendimento.
tos da emergência tanto de adultos quanto pediátricos.
Os acidentes por animais peçonhentos também são descritos Atuação do Enfermeiro no atendimento pré-hospitalar
como acidentes domésticos em que crianças constituem a parce- O atendimento pré-hospitalar (APH) é destinado às vítimas de
la da população mais acometida de acordo com Mota e Andrade trauma, violência urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos. Visa
(2014). Pacientes que sofreram acidentes por animais peçonhentos estabilizar o paciente de forma eficaz, rápida e com equipe prepa-
devem ser atendidos por unidade especializada em urgência clínica rada para atuar em qualquer ambiente e remover o paciente para
devido à necessidade de rapidez para neutralização das toxinas ino- uma unidade hospitalar.
culadas durante o acidente e introdução de medidas de sustentação Em 2002, tendo em vista o crescimento da demanda por ser-
das condições. O tempo decorrido entre o acidente e o atendimen- viços de urgência e emergência e ao real aumento do número de
to médico é condicionante para a recuperação das vítimas e deter- acidentes e da violência urbana, o Ministério da Saúde aprovou
mina a evolução para um quadro mais leve ou mais grave.. Ainda a regulamentação técnica dos sistemas estaduais de Urgência e
há um déficit em relação à presença de um perfil nacional confiável Emergência, por meio da Portaria 2048, ratificando que esta área
devido ao grande número de subnotificações. Dessa forma, a admi- constitui-se em um importante componente da assistência à saúde.
nistração da soroterapia é necessária ser realizada o mais precoce No ano seguinte, a Portaria1864/GM deu início à implantação do
possível. Para que isso ocorra é imprescindível o conhecimento da Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) nas mo-
forma de identificação do animal peçonhento principalmente pelos dalidades suporte básico e avançado de vida, atuação desenvolvi-
profissionais de atendimento préhospitalar móvel, que tem o con- da em todo o território brasileiro pelos Estados em parceria com o
tato mais precoce com esse paciente. Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde. A Enfer-
magem ainda conta com a Resolução Cofen 375/2011, que dispõe
Atendimento Pré Hospitalar sobre a presença do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e
O intervalo de tempo entre o acidente e o atendimento é Inter-Hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido.
descrito como estar relacionado diretamente com a gravidade e No Brasil, o APH envolve o Corpo de Bombeiros, o SAMU (Ser-
prognóstico do acidente . O acidente ofídico apresenta maior pre- viço de Atendimento Móvel de Urgência) e também as empresas
valência de complicações entre os tipos de acidentes peçonhentos, particulares. A enfermagem participa em todas essas vertentes e
dependendo do quadro do paciente, pode evoluir com complica- como em qualquer outra área do cuidar, deve estar alicerçada em
ções como, necrose tecidual, síndrome compartimental, insuficiên- conhecimento, capacitação técnica e humanização.
cia renal aguda, choque. Estudo realizado por Ribeiro et al. (1998). A enfermeira Adriana Mandelli Garcia tem em seu currículo a
Ao analisar os óbitos evidenciou que foram pacientes atendidos experiência em atendimento a vítimas de urgências clínicas e trau-
mais tardiamente. A soroterapia é o único tratamento indicado para máticas. Em mais de uma década de atuação no APH, é ela quem
neutralizar a ação dos venenos dos animais peçonhentos, o soro nos relata nessa entrevista a atividade prestada pela enfermagem,
contém anticorpos específicos para cada tipo de acidente. Quando a importância da equipe nas ruas e os avanços neste serviço. Hoje,
aplicados corretamente e em tempo hábil pode evitar e até reverter Adriana Mandelli é enfermeira do Corpo de Bombeiros do Estado de
a maioria dos efeitos dos envenenamentos por esses animais. No São Paulo e também é gerente de Enfermagem da BEM Emergências
atendimento dessa urgência clínica tem que ser realizada a manu- Médicas, estando diariamente no serviço público e privado do APH.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No que consiste o serviço de atendimento pré-hospitalar Como é dividido o atendimento?


(APH)? Básico e avançado. O atendimento básico envolve as mano-
O nome pré-hospitalar caracteriza-se pelo atendimento à víti- bras/técnicas iniciais de atendimento necessárias e fundamentais
ma antes da mesma chegar ao hospital, podendo ser em locais ha- até que se determine a necessidade ou não de acessar o paciente
bitados normalmente (ruas, residências, comércios etc.), locais de com maior “invasão”, seja ela intubação, acesso venoso, adminis-
difícil acesso como buracos, galerias fluviais, escombros e outros, tração de drogas e outras que se fazem necessárias para um bom
além do atendimento aquático; logicamente, para isso, a equipe prognóstico. Todos os estados brasileiros deveriam proporcionar à
requer treinamento. Nestes locais iniciamos a prestação do serviço população as duas opções, porém a realidade atual não é esta. Qual
de saúde básico ou avançado. Após estabilização, a vítima é encami- serviço será enviado ao local de atendimento é determinado no
nhada para o hospital por meio do melhor recurso disponível, entre momento da triagem, diante da gravidade da situação e o número
eles ambulância, helicóptero ou lancha. de vítimas envolvidas. Assim, feita a triagem, determina-se o me-
lhor recurso a ser enviado, se o básico ou o avançado.
Quais as principais atribuições do enfermeiro que atua nesta
área? Existe um protocolo nacional de atendimento?
A atribuição do enfermeiro dependerá da unidade em que ele O Brasil segue é o modelo americano, criado em 1990 por repre-
estiver atuando, porém, para que os internautas do Portal tenham sentantes da American Heart Association (AHA), da European Resusci-
uma ideia do que o enfermeiro desenvolve na área de APH, apre- tation Council (ERC), da Heart and Stroke Foundation of Canada (HSFC)
sento algumas atribuições da minha vivência. e da Australian Resuscitation Council (ARC). Ele nasceu da necessidade
- Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no de se criar nomenclatura na ressuscitação e pela falta de padroniza-
atendimento Pré-Hospitalar Móvel; ção de linguagem nos relatórios relativos à parada cardíaca em adultos
- Prestar cuidados de enfermagem de qualquer complexidade téc- em ambiente extra-hospitalar. Em 1992, durante a conferência inter-
nica a pacientes com ou sem risco de vida, que exijam conhecimentos nacional “Resuscitation 92”, Brighton, na Inglaterra, propôs-se uma
científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; cooperação internacional contínua por meio de um comitê de ligação
- Ministrar treinamento e/ou participar dos programas de trei- permanente, multidisciplinar, para diretrizes na área. Assim, ficou de-
namento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências e terminado que o “LS” life support seria a maneira de disseminar e pa-
emergências; dronizar os atendimentos no APH. Nos dias atuais são esses protocolos
- Fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos direcio- que vigoram pelas Américas e Europa, claro que cada local com suas
nados a pessoas e equipamentos inerentes à profissão, estabele- peculiaridades. No Brasil, em 1976, o médico Ari Timerman desper-
cendo e controlando indicadores. tou interesse sobre ressuscitação e teve acesso aos protocolos da AHA.
Logo depois, John Cook Lane trouxe ao Brasil os primeiros cursos de
Dentro da área de APH, quais os segmentos possíveis de atu- ressuscitação e publicou os primeiros livros na língua portuguesa. Em
ação do profissional de enfermagem? seguida, os cursos começaram a ser ministrados no Brasil em parceria
O mercado de trabalho está cada vez mais diversificado e ele com o Hospital Albert Einstein. Os protocolos estão disponíveis para
pode atuar em transporte aéreo, terrestre - que são os mais comuns - acesso no site da AHA - www.heart.org .
além de estádio esportivo, shopping center, academia, resort, parque
de diversões, grupo de turismo de aventura com rafting, arvorismo, Como é realizado o registro de Enfermagem dos atendimentos
escaladas, além de comunidades desenvolvendo o treinamento da prestados?
pessoa leiga que gostaria de ser treinada para iniciar o atendimento Ao final do atendimento o registro deve ser feito por todos os
de uma vítima, até mesmo em companhias aéreas para desenvolvi- profissionais envolvidos no caso. Durante a entrega do paciente,
mento da equipes de voo. Ressalto ainda a importância da presença orienta-se colher assinatura do profissional que dará continuidade
do APH em eventos futebolísticos. A Lei 10671/03, conhecida como ao atendimento à vítima. Este prontuário deve ser preenchido em
Estatuto do Torcedor, determina a presença de dois enfermeiros e um duas vias, no mínimo, permitindo que uma fique para a instituição
médico presentes no local de jogo a cada dez mil torcedores. de APH e a segunda via siga para o destino do paciente.
Com relação aos pertences do paciente, vale acrescentar que
Como acontece o chamado do APH? documentos, dinheiro, joias etc. deverão ser relacionados e trans-
O fluxo basicamente parte do solicitante, que liga para uma feridos a um familiar ou à enfermagem que irá receber o paciente.
central (192 ou 193) contando o motivo e descrevendo a localização No momento do socorro o enfermeiro é o responsável em cuidar
do atendimento a ser prestado. No momento do contato com a cen- dos pertences do paciente e esse “rol de valores” deve ser feito por
tral segue-se um questionário de perguntas necessárias para enviar duas pessoas, o profissional da enfermagem e uma testemunha.
o recurso mais indicado. Simultaneamente, um médico poderá ini-
ciar uma conversar com o solicitante, em paralelo ao serviço indica- Como deve ser composta uma unidade de APH?
do estar a caminho do atendimento. A primeira equipe a chegar ao O mínimo que a unidade deve ter é o que está previsto na
local posiciona a central sobre a atual realidade e as necessidades Portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde, e serve para todas as
para o bom andamento (seja para a suspensão de luz no local, por modalidades, o que difere é a tipo de ambulância que determina o
exemplo, ou uma solicitação de policiamento ou mesmo de trânsi- que a mesma deve conter, sendo Ambulância de Transporte (Tipo
to). A partir daí, inicia-se o atendimento da vítima determinando à A), Ambulância de Suporte Básico (Tipo B), Ambulância de Resgate
central qual o recurso necessário, se hospital primário ou terciário, (Tipo C), Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D), Aeronave de
de acordo com a condição e necessidade da mesma. Transporte Médico (Tipo E), Embarcação de Transporte (Tipo F).
“A primeira equipe a chegar ao local posiciona a central sobre a
atual realidade e as necessidades para o bom andamento”
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Porém, existem peculiaridades tanto no perfil de pacientes que to físico para transpor as barreiras encontradas. No destino final do
atendemos como em inovações da indústria farmacológica, de ma- paciente, encontramos dificuldades no treinamento das equipes,
teriais em saúde e tecnologias que facilitam as técnicas aplicadas disponibilidades de leitos e recebimento adequado do paciente.
e garantem maior segurança para ambos os lados, agregando na
eficácia e no sucesso do atendimento. O que de novidade e inovação está surgindo direcionado ao
atendimento de emergência?
Como você iniciou a sua atividade profissional e por que par- As máscaras laríngeas são dispositivos que agregam no aten-
tiu para esta especialização? dimento, o DEA (desfibrilador externo automático) está cada vez
A formação de enfermeira foi praticamente uma escolha dos mais sedimentado no mercado, e as drogas, como a vasopressi-
meus pais. Realizei teste de aptidão e também segui a opinião deles. na, que têm um efeito espetacular na parada cardiorrespiratória,
Finalizei a graduação ainda muito nova e iniciei na área hospitalar. além de materiais hemostáticos e dispositivos tecnológicos que
Certa vez, fui com minha mãe em uma consulta médica e no meio facilitam a comunicação.
da consulta, o médico deixou de nos atender e iniciou o socorro a
uma paciente de parada cardiorrespiratória. Como a equipe estava Como é a relação e a atuação da equipe de atendimento pré-
um tanto atrapalhada, eu me ofereci para ajudar. Coincidentemente, -hospitalar e intra-hospitalar?
a paciente voltou a viver. Eu me senti extremamente satisfeita e sur- Infelizmente, não é muito boa. Os motivos são diversos, e de
presa, pois eu ainda não havia passado por esta situação. Decidi, aí, ambos os lados. Creio que o maior ‘tendão de Aquiles’ seja a lota-
que queria atuar em pronto-socorro. Fui em busca do meu desejo. ção dos hospitais públicos e falta de mão-de-obra para atender toda
Após alguns anos nesta atividade, percebi que eu queria mais do que a demanda. Acredito que melhor remuneração, redução da jornada
esperar, eu queria chegar na pior situação em que um indivíduo pos- e melhores condições de trabalho no serviço público são fatores
sa estar. Conclui mestrado na USP voltado para parada cardiorrespi- que podem, e muito, contribuir para um atendimento público de
ratória e busquei, incansavelmente, o concurso do GRAU (vinculado maior qualidade e melhor entrosamento entre os serviços.
ao Corpo de Bombeiros), cujo trabalho faço há oito anos. Além disso,
também atuo junto à BEM Emergências Médicas há 13 anos. Os riscos ocupacionais estão muito presentes no cotidiano in-
“percebi que eu queria mais do que esperar, eu queria chegar tra e extra-hospitalar. Como evitar possíveis riscos no APH?
na pior situação em que um indivíduo possa estar” Quanto aos riscos, realmente são muitos. As instituições de-
senvolvem treinamentos relacionados e orientações formais, além,
Como está a especialização em Emergência atualmente no é claro, da entrega do equipamento quando o mesmo é individual.
Brasil? Você considera esta uma área promissora? As medidas de segurança na saúde estão contempladas na NR-32,
As universidades estão evoluindo e este tema atualmente é de- e em situações específicas, como salvamento na água, devemos
senvolvido em sua maioria. Existem já muitos cursos lato sensu de contar com equipamentos próprios de segurança, como apito, boia,
especialização na área. Inclusive os enfermeiros já se mobilizaram e corda etc. Outro exemplo, para salvamento em altura, é necessário
criaram uma associação específica que se chama COBEEM – Colégio contar com mosquetões, cordas, fita, baudrier(cadeirinha), descen-
Brasileiro de Enfermagem em Emergência, da qual fui presidente. sor etc.
Noto que aumentou a procura pelo campo de estágio nesta área e
há muitos profissionais que se identificam com a atuação no APH. O Após um resgate, é necessário reposição do material, limpeza
Brasil tem se adaptado rotineiramente aos protocolos americanos, e higienização do veículo. Como se dá este processo?
temos legislação aplicável, relativamente atualizada, e órgãos de Esse processo geralmente tem início no hospital de destino
fiscalizações atuantes neste mercado. do paciente. Ele é executado pela equipe da ambulância. A repo-
sição é necessária e fundamental para que o veículo esteja no QRV
Quais são os principais cursos que enfermeiros e técnicos em (linguagem de rádio que caracteriza que a equipe está pronta para
Enfermagem devem ter em seus currículos? próximo atendimento). A limpeza geralmente é realizada pela en-
Os cursos para enfermeiros mais recomendados para APH e co- fermagem, porém o motorista e o médico muitas vezes colaboram.
nhecidos pela sua qualidade são os LS (life support): BLS (basic life A técnica utilizada é a mesma praticada em hospitais e os produtos
support), ACLS (Advanced life support), PHTLS (pré-hospital life su- também são os mesmos. Nós seguimos o procedimento conforme
pport) e PALS (pediatric advanced life support). Eles são desenvol- Portaria 2048 do Ministério da Saúde, que diz:
vidos em vários sítios de treinamento e na sua maioria em grandes
hospitais como o Albert Einstein, Sírio Libanês, HCor, em São Paulo, Limpeza e desinfecção da Ambulância:
por exemplo, e em universidades como Anhembi Morumbi e outras
instituições que se vincularam a AHA, pois é ela quem controla a Limpeza
qualidade dos cursos. O Funcor, por exemplo, que é credenciado na a) Remover todos os materiais utilizados no atendimento ao
AHA, oferece esses cursos. paciente;
b) Desprezar gazes, ataduras úmidas e contaminadas com san-
Quais são as dificuldades vivenciadas pelo serviço? gue e/ou outros fluídos corporais em sacos plásticos branco, des-
Elas se iniciam, em algumas vezes, no próprio endereço da ví- cartando o mesmo no lixo hospitalar;
tima, devido ao crescimento descontrolado, prejudicando o plane- c) Materiais perfurocortante eventualmente utilizados devem
jamento viário e, consequentemente, retardando a chegada do so- ser desprezados em recipiente adequado;
corro no endereço. Outra dificuldade é o acesso à vítima em locais
inóspitos, onde lançamos mão de equipamentos para salvamento
em altura ou água, ou mesmo necessitamos ter um condicionamen-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Sangue e demais fluídos devem ser cobertos com uma ca- SEÇÃO II
mada de organoclorado em pó, removendo-se, após 10 minutos de ABRANGÊNCIA
contato, com papel toalha;
e) Lavar as superfícies internas com água e sabão neutro ini- Art. 3º Esta Resolução se aplica a todas as Unidades de Terapia
ciando sempre pelo teto, indo para as paredes, mobílias e piso, da Intensiva gerais do país, sejam públicas, privadas ou filantrópicas;
frente do compartimento de transporte de pacientes em direção à civis ou militares.
porta traseira. Parágrafo único. Na ausência de Resolução específica, as UTI
especializadas devem atender os requisitos mínimos dispostos nes-
Desinfecção te Regulamento, acrescentando recursos humanos e materiais que
a) Friccionar, por três vezes, álcool etílico 70% nas superfícies se fizerem necessários para atender, com segurança, os pacientes
não sujeitas à corrosão, exceto superfícies acrílicas ou envernizadas, que necessitam de cuidados especializados.
ou utilizar outro produto disponível para a completa desinfecção;
b) Periodicamente a cada sete dias realizar uma limpeza e des- SEÇÃO III
contaminação mais ampla; DEFINIÇÕES
c) Quando efetuar o transporte de pacientes com doenças
infectocontagiosas (Aids, hepatite, Tuberculose, Meningites etc) Art. 4º Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes
realizar, obrigatoriamente, a completa desinfecção da ambulância, definições:
materiais e equipamentos utilizados. I – Alvará de Licenciamento Sanitário: documento expedido
pelo órgão sanitário competente Estadual, do Distrito Federal ou
Quais competências devem ter os profissionais que estão co- Municipal, que libera o funcionamento dos estabelecimentos que
meçando a atuar em APH? exerçam atividades sob regime de Vigilância Sanitária.
Eles devem ter competências de aspecto cognitivo, técnico, so- II – Área crítica: área na qual existe risco aumentado para de-
cial e afetivo necessários para a execução desta atividade, além de senvolvimento de infecções relacionadas à assistência à saúde, seja
equilíbrio emocional e autocontrole para atuar frente aos desafios. pela execução de processos envolvendo artigos críticos ou material
O enfermeiro, principalmente, para liderar uma equipe em APH, biológico, pela realização de procedimentos invasivos ou pela pre-
em minha opinião, deve ser participativo, presente e flexível, mas sença de pacientes com susceptibilidade aumentada aos agentes
não perder o foco dos resultados qualitativos e quantitativos, bem infecciosos ou portadores de microrganismos de importância epi-
como utilizar criatividade para inovar e se atualizar. demiológica.
III – Centro de Terapia Intensiva (CTI): o agrupamento, numa
c. Assistência de Enfermagem em Unidades de Terapia Inten- mesma área física, de mais de uma Unidade de Terapia Intensiva.
siva. IV – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH: de
acordo com o definido pela Portaria GM/MS nº 2616, de 12 de maio
RESOLUÇÃO ANVISA Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010 de 1998.
DOU 25.02.2010 V – Educação continuada em estabelecimento de saúde: pro-
cesso de permanente aquisição de informações pelo trabalhador,
Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de de todo e qualquer conhecimento obtido formalmente, no âmbito
Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. institucional ou fora dele.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitá- VI – Evento adverso: qualquer ocorrência inesperada e indese-
ria, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do Art.11 do Re- jável, associado ao uso de produtos submetidos ao controle e fisca-
gulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, lização sanitária, sem necessariamente possuir uma relação causal
e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do Art. 54 com a intervenção.
do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria VII – Gerenciamento de risco: é a tomada de decisões relativas
nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no D.O.U., aos riscos ou a ação para a redução das conseqüências ou probabi-
de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 22 de fevereiro lidade de ocorrência.
de 2010; adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, VIII – Hospital: estabelecimento de saúde dotado de interna-
Diretor-Presidente, determino sua publicação: ção, meios diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar
Art. 1º Ficam aprovados os requisitos mínimos para funcionamen- assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de
to de Unidades de Terapia Intensiva, nos termos desta Resolução. atividades de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de
urgência/emergência e de ensino/pesquisa.
CAPÍTULO I IX – Humanização da atenção à saúde: valorização da dimen-
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS são subjetiva e social, em todas as práticas de atenção e de gestão
da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão,
SEÇÃO I destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, reli-
OBJETIVO gião, cultura, orientação sexual e às populações específicas.
X – Índice de gravidade ou Índice prognóstico: valor que reflete
Art. 2º Esta Resolução possui o objetivo de estabelecer padrões o grau de disfunção orgânica de um paciente.
mínimos para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva, XI – Médico diarista/rotineiro: profissional médico, legalmente
visando à redução de riscos aos pacientes, visitantes, profissionais habilitado, responsável pela garantia da continuidade do plano as-
e meio ambiente. sistencial e pelo acompanhamento diário de cada paciente.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XII – Médico plantonista: profissional médico, legalmente habi- XXVI – Unidade de Terapia Intensiva (UTI): área crítica destina-
litado, com atuação em regime de plantões. da à internação de pacientes graves, que requerem atenção pro-
XIII – Microrganismos multirresistentes: microrganismos, pre- fissional especializada de forma contínua, materiais específicos e
dominantemente bactérias, que são resistentes a uma ou mais tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia.
classes de agentes amtimicrobianos. Apesar das denominações de XXVII – Unidade de Terapia Intensiva – Adulto (UTI-A): UTI des-
alguns microrganismos descreverem resistência a apenas algum tinada à assistência de pacientes com idade igual ou superior a 18
agente (exemplo MRSA – Staphylococcus aureus resistente à Oxaci- anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido nas
lina; VRE – Enterococo Resistente à Vancomicina), esses patógenos normas da instituição.
frequentemente são resistentes à maioria dos agentes antimicro- XXVIII – Unidade de Terapia Intensiva Especializada: UTI des-
bianos disponíveis. tinada à assistência a pacientes selecionados por tipo de doença
XIV – Microrganismos de importância clínico-epidemiológica: ou intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, entre
outros microrganismos definidos pelas CCIH como prioritários para outras.
monitoramento, prevenção e controle, com base no perfil da mi- XXIX – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): UTI des-
crobiota nosocomial e na morbi-mortalidade associada a tais mi- tinada à assistência a pacientes admitidos com idade entre 0 e 28
crorganismos. Esta definição independe do seu perfil de resistência dias.
aos antimicrobianos. XXX – Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI des-
XV – Norma: preceito, regra; aquilo que se estabelece como tinada à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18
base a ser seguida. anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas da ins-
XVI – Paciente grave: paciente com comprometimento de um tituição.
ou mais dos principais sistemas fisiológicos, com perda de sua auto- XXXI – Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm):
regulação, necessitando de assistência contínua. UTI destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátri-
XVII – Produtos e estabelecimentos submetidos ao controle e cos numa mesma sala, porém havendo separação física entre os
fiscalização sanitária: bens, produtos e estabelecimentos que envol- ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal.
vam risco à saúde pública, descritos no Art.8º da Lei nº. 9782, de 26
de janeiro de 1999. CAPÍTULO II
XVIII – Produtos para saúde: são aqueles enquadrados como DAS DISPOSIÇÕES COMUNS A TODAS AS UNIDADES DE
produto médico ou produto para diagnóstico de uso “in vitro”. TERAPIA INTENSIVA
XIX – Queixa técnica: qualquer notificação de suspeita de al-
teração ou irregularidade de um produto ou empresa relacionada SEÇÃO I
a aspectos técnicos ou legais, e que poderá ou não causar dano à ORGANIZAÇÃO
saúde individual e coletiva.
XX – Regularização junto ao órgão sanitário competente: com- Art. 5º A Unidade de Terapia Intensiva deve estar localizada em
provação que determinado produto ou serviço submetido ao con- um hospital regularizado junto ao órgão de vigilância sanitária mu-
trole e fiscalização sanitária obedece à legislação sanitária vigente. nicipal ou estadual.
XXI – Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um Parágrafo único. A regularização perante o órgão de vigilância
dano e a gravidade de tal dano. sanitária local se dá mediante a emissão e renovação de alvará de
XXII – Rotina: compreende a descrição dos passos dados para licenciamento sanitário, salvo exceções previstas em lei, e é condi-
a realização de uma atividade ou operação, envolvendo, geralmen- cionada ao cumprimento das disposições especificadas nesta Reso-
te, mais de um agente. Favorece o planejamento e racionalização lução e outras normas sanitárias vigentes.
da atividade, evitam improvisações, na medida em que definem Art. 6º O hospital no qual a Unidade de Terapia Intensiva está
com antecedência os agentes que serão envolvidos, propiciando- localizada deve estar cadastrado e manter atualizadas as informa-
-lhes treinar suas ações, desta forma eliminando ou minimizando ções referentes a esta Unidade no Cadastro Nacional de Estabeleci-
os erros. Permite a continuidade das ações desenvolvidas, além de mentos de Saúde (CNES).
fornecer subsídios para a avaliação de cada uma em particular. As Art. 7º A direção do hospital onde a UTI está inserida deve ga-
rotinas são peculiares a cada local. rantir:
XXIII – Sistema de Classificação de Necessidades de Cuidados I – o provimento dos recursos humanos e materiais necessá-
de Enfermagem: índice de carga de trabalho que auxilia a avaliação rios ao funcionamento da unidade e à continuidade da atenção, em
quantitativa e qualitativa dos recursos humanos de enfermagem conformidade com as disposições desta RDC;
necessários para o cuidado. II – a segurança e a proteção de pacientes, profissionais e visi-
XXIV – Sistema de Classificação de Severidade da Doença: sis- tantes, inclusive fornecendo equipamentos de proteção individual
tema que permite auxiliar na identificação de pacientes graves por e coletiva.
meio de indicadores e índices de gravidade calculados a partir de Art. 8º A unidade deve dispor de registro das normas institucio-
dados colhidos dos pacientes. nais e das rotinas dos procedimentos assistenciais e administrativos
XXV – Teste Laboratorial Remoto (TRL): Teste realizado por realizados na unidade, as quais devem ser:
meio de um equipamento laboratorial situado fisicamente fora da I – elaboradas em conjunto com os setores envolvidos na assis-
área de um laboratório clínico. Também chamado Teste Laboratorial tência ao paciente grave, no que for pertinente, em especial com a
Portátil – TLP, do inglês Point-of-care testing – POCT. São exemplos Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
de TLR: glicemia capilar, hemogasometria, eletrólitos sanguíneos, II – aprovadas e assinadas pelo Responsável Técnico e pelos
marcadores de injúria miocárdia, testes de coagulação automatiza- coordenadores de enfermagem e de fisioterapia;
dos, e outros de natureza similar.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – revisadas anualmente ou sempre que houver a incorpora- III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10
ção de novas tecnologias; (dez) leitos ou fração, em cada turno;(NR)
IV – disponibilizadas para todos os profissionais da unidade.
Art. 9º A unidade deve dispor de registro das normas institucio- IV – Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) lei-
nais e das rotinas relacionadas a biossegurança, contemplando, no tos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazen-
mínimo, os seguintes itens: do um total de 18 horas diárias de atuação;
I – condutas de segurança biológica, química, física, ocupacio- V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02
nal e ambiental; (dois) leitos em cada turno;(NR)
II – instruções de uso para os equipamentos de proteção indivi- VI – Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo
dual (EPI) e de proteção coletiva (EPC); da unidade;
III – procedimentos em caso de acidentes; VII – Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unida-
IV – manuseio e transporte de material e amostra biológica. de, em cada turno.
Art. 15 Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisio-
SEÇÃO II terapeutas e técnicos de enfermagem devem estar disponíveis em
INFRAESTRUTURA FÍSICA tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI,
durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI.
Art. 10 Devem ser seguidos os requisitos estabelecidos na RDC/ Art. 16 Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados
Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. contra tétano, difteria, hepatite B e outros imunobiológicos, de
Parágrafo único. A infraestrutura deve contribuir para manu- acordo com a NR 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços
tenção da privacidade do paciente, sem, contudo, interferir na sua de Saúde estabelecida pela Portaria MTE/GM n.º 485, de 11 de no-
monitorização. vembro de 2005.
Art. 11 As Unidades de Terapia Intensiva Adulto, Pediátricas e Art. 17 A equipe da UTI deve participar de um programa de
Neonatais devem ocupar salas distintas e exclusivas. educação continuada, contemplando, no mínimo:
§ 1º Caso essas unidades sejam contíguas, os ambientes de I – normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade;
apoio podem ser compartilhados entre si. II – incorporação de novas tecnologias;
§ 2º Nas UTI Pediátricas Mistas deve haver uma separação físi- III – gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvol-
ca entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal. vidas na unidade e segurança de pacientes e profissionais.
IV – prevenção e controle de infecções relacionadas à assistên-
SEÇÃO III cia à saúde.
RECURSOS HUMANOS § 1º As atividades de educação continuada devem estar regis-
tradas, com data, carga horária e lista de participantes.
Art. 12 As atribuições e as responsabilidades de todos os pro- § 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber
fissionais que atuam na unidade devem estar formalmente desig- capacitação para atuar na unidade.
nadas, descritas e divulgadas aos profissionais que atuam na UTI.
Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável Téc- SEÇÃO IV
nico médico, um enfermeiro coordenador da equipe de enferma- ACESSO A RECURSOS ASSISTENCIAIS
gem e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia,
assim como seus respectivos substitutos. Art. 18 Devem ser garantidos, por meios próprios ou terceiriza-
§ 1º O Responsável Técnico médico, os coordenadores de en- dos, os seguintes serviços à beira do leito:
fermagem e de fisioterapia devem ter título de especialista, confor- I – assistência nutricional;
me estabelecido pelos respectivos conselhos de classe e associa- II – terapia nutricional (enteral e parenteral);
ções reconhecidas por estes para este fim. (NR) III – assistência farmacêutica;
§ 2º Revogado” IV – assistência fonoaudiológica;
§ 3º É permitido assumir responsabilidade técnica ou coorde- V – assistência psicológica;
nação em, no máximo, 02 (duas) UTI. VI – assistência odontológica;
Art. 14 Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser de- VII – assistência social;
signada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual VIII – assistência clínica vascular;
deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo IX – assistência de terapia ocupacional para UTI Adulto e Pe-
com o perfil assistencial, a demanda da unidade e legislação vigen- diátrica
te, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os se- X – assistência clínica cardiovascular, com especialidade pediá-
guintes profissionais: trica nas UTI Pediátricas e Neonatais;
I – Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos XI – assistência clínica neurológica;
ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especia- XII – assistência clínica ortopédica;
lista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação XIII – assistência clínica urológica;
em Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; XIV – assistência clínica gastroenterológica;
título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neona- XV – assistência clínica nefrológica, incluindo hemodiálise;
tologia para atuação em UTI Neonatal; XVI – assistência clínica hematológica;
II – Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 XVII – assistência hemoterápica;
(dez) leitos ou fração, em cada turno. XVIII – assistência oftalmológica;
XIX – assistência de otorrinolaringológica;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XX – assistência clínica de infectologia; IV – promoção de ambiência acolhedora;


XXI – assistência clínica ginecológica; V – incentivo à participação da família na atenção ao paciente,
XXII – assistência cirúrgica geral em caso de UTI Adulto e cirur- quando pertinente.
gia pediátrica, em caso de UTI Neonatal ou UTI Pediátrica; Art. 25 A presença de acompanhantes em UTI deve ser norma-
XXIII – serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e tizada pela instituição, com base na legislação vigente.
hemogasometria; Art. 26 O paciente consciente deve ser informado quanto aos
XXIV – serviço de radiografia móvel; procedimentos a que será submetido e sobre os cuidados requeri-
XXV – serviço de ultrassonografia portátil; dos para execução dos mesmos.
XXVI – serviço de endoscopia digestiva alta e baixa; Parágrafo único. O responsável legal pelo paciente deve ser in-
XXVII – serviço de fibrobroncoscopia; formado sobre as condutas clínicas e procedimentos a que o mes-
XXVIII – serviço de diagnóstico clínico e notificação compulsória mo será submetido.
de morte encefálica. Art. 27 Os critérios para admissão e alta de pacientes na UTI
Art. 19 O hospital em que a UTI está inserida deve dispor, na devem ser registrados, assinados pelo Responsável Técnico e divul-
própria estrutura hospitalar, dos seguintes serviços diagnósticos e gados para toda a instituição, além de seguir legislação e normas
terapêuticos: institucionais vigentes.
I – centro cirúrgico; Art. 28 A realização de testes laboratoriais remotos (TLR) nas
II – serviço radiológico convencional; dependências da UTI está condicionada ao cumprimento das dispo-
III – serviço de ecodopplercardiografia. sições da Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC nº 302,
Art. 20 Deve ser garantido acesso aos seguintes serviços diag- de 13 de outubro de 2005.
nósticos e terapêuticos, no hospital onde a UTI está inserida ou em
outro estabelecimento, por meio de acesso formalizado: SEÇÃO VI
I- cirurgia cardiovascular, TRANSPORTE DE PACIENTES
II – cirurgia vascular;
III – cirurgia neurológica; Art. 29 Todo paciente grave deve ser transportado com o acom-
IV – cirurgia ortopédica; panhamento contínuo, no mínimo, de um médico e de um enfer-
V – cirurgia urológica; meiro, ambos com habilidade comprovada para o atendimento de
VI – cirurgia buco-maxilo-facial; urgência e emergência.
VII – radiologia intervencionista; Art. 30 Em caso de transporte intra-hospitalar para realização
VIII – ressonância magnética; de algum procedimento diagnóstico ou terapêutico, os dados do
IX – tomografia computadorizada; prontuário devem estar disponíveis para consulta dos profissionais
X – anatomia patológica; do setor de destino.
XI – exame comprobatório de fluxo sanguíneo encefálico. Art. 31 Em caso de transporte inter-hospitalar de paciente gra-
ve, devem ser seguidos os requisitos constantes na Portaria GM/MS
SEÇÃO V n. 2048, de 05 de novembro de 2002.
PROCESSOS DE TRABALHO Art. 32 Em caso de transferência inter-hospitalar por alta da
UTI, o paciente deverá ser acompanhado de um relatório de trans-
Art. 21 Todo paciente internado em UTI deve receber assistên- ferência, o qual será entregue no local de destino do paciente;
cia integral e interdisciplinar. Parágrafo único. O relatório de transferência deve conter, no
Art. 22 A evolução do estado clínico, as intercorrências e os cui- mínimo:
dados prestados devem ser registrados pelas equipes médica, de I – dados referentes ao motivo de internação na UTI e diagnós-
enfermagem e de fisioterapia no prontuário do paciente, em cada ticos de base;
turno, e atendendo as regulamentações dos respectivos conselhos II – dados referentes ao período de internação na UTI, incluindo
de classe profissional e normas institucionais. realização de procedimentos invasivos, intercorrências, infecções,
Art. 23 As assistências farmacêutica, psicológica, fonoaudioló- transfusões de sangue e hemoderivados, tempo de permanência
gica, social, odontológica, nutricional, de terapia nutricional enteral em assistência ventilatória mecânica invasiva e não-invasiva, reali-
e parenteral e de terapia ocupacional devem estar integradas às zação de diálise e exames diagnósticos;
demais atividades assistenciais prestadas ao paciente, sendo discu- III – dados referentes à alta e ao preparatório para a transferên-
tidas conjuntamente pela equipe multiprofissional. cia, incluindo prescrições médica e de enfermagem do dia, especi-
Parágrafo único. A assistência prestada por estes profissionais ficando aprazamento de horários e cuidados administrados antes
deve ser registrada, assinada e datada no prontuário do paciente, da transferência; perfil de monitorização hemodinâmica, equilíbrio
de forma legível e contendo o número de registro no respectivo ácido-básico, balanço hídrico e sinais vitais das últimas 24 horas.
conselho de classe profissional.
Art. 24 Devem ser assegurados, por todos os profissionais que SEÇÃO VII
atuam na UTI, os seguintes itens: GERENCIAMENTO DE RISCOS E NOTIFICAÇÃO DE EVEN-
I – preservação da identidade e da privacidade do paciente, as- TOS ADVERSOS
segurando um ambiente de respeito e dignidade;
II – fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, Art. 33 Deve ser realizado gerenciamento dos riscos inerentes
quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a às atividades realizadas na unidade, bem como aos produtos sub-
assistência a ser prestada desde a admissão até a alta; metidos ao controle e fiscalização sanitária.
III – ações de humanização da atenção à saúde;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 34 O estabelecimento de saúde deve buscar a redução e § 1º Os lavatórios para higienização das mãos devem estar dis-
minimização da ocorrência dos eventos adversos relacionados a: ponibilizados na entrada da unidade, no posto de enfermagem e
I – procedimentos de prevenção, diagnóstico, tratamento ou em outros locais estratégicos definidos pela CCIH e possuir dispen-
reabilitação do paciente; sador com sabonete líquido e papel toalha.
II – medicamentos e insumos farmacêuticos; § 2º As preparações alcoólicas para higienização das mãos de-
III – produtos para saúde, incluindo equipamentos; vem estar disponibilizadas na entrada da unidade, entre os leitos e
IV – uso de sangue e hemocomponentes; em outros locais estratégicos definidos pela CCIH.
V – saneantes; Art. 47 O Responsável Técnico e os coordenadores de enfer-
VI – outros produtos submetidos ao controle e fiscalização sa- magem e de fisioterapia devem estimular a adesão às práticas de
nitária utilizados na unidade. higienização das mãos pelos profissionais e visitantes.
Art. 35 Na monitorização e no gerenciamento de risco, a equipe
da UTI deve: SEÇÃO IX
I – definir e monitorar indicadores de avaliação da prevenção AVALIAÇÃO
ou redução dos eventos adversos pertinentes à unidade;
II – coletar, analisar, estabelecer ações corretivas e notificar Art. 48 Devem ser monitorados e mantidos registros de avalia-
eventos adversos e queixas técnicas, conforme determinado pelo ções do desempenho e do padrão de funcionamento global da UTI,
órgão sanitário competente. assim como de eventos que possam indicar necessidade de melho-
Art. 36 Os eventos adversos relacionados aos itens dispostos no ria da qualidade da assistência, com o objetivo de estabelecer me-
Art. 35 desta RDC devem ser notificados à gerência de risco didas de controle ou redução dos mesmos.
ou outro setor definido pela instituição, de acordo com as normas § 1º Deve ser calculado o Índice de Gravidade / Índice Prognós-
institucionais. tico dos pacientes internados na UTI por meio de um Sistema de
Classificação de Severidade de Doença recomendado por literatura
SEÇÃO VIII científica especializada.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS § 2º O Responsável Técnico da UTI deve correlacionar a morta-
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE lidade geral de sua unidade com a mortalidade geral esperada, de
acordo com o Índice de gravidade utilizado.
Art. 37 Devem ser cumpridas as medidas de prevenção e con- § 3º Devem ser monitorados os indicadores mencionados na
trole de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) defini- Instrução Normativa nº 4, de 24 de fevereiro de 2010, da ANVISA
das pelo Programa de Controle de Infecção do hospital. §4º Estes dados devem estar em local de fácil acesso e ser dis-
Art. 38 As equipes da UTI e da Comissão de Controle de Infec- ponibilizados à Vigilância Sanitária durante a inspeção sanitária ou
ção Hospitalar – CCIH – são responsáveis pelas ações de prevenção quando solicitado.
e controle de IRAS. Art. 49 Os pacientes internados na UTI devem ser avaliados por
Art. 39 A CCIH deve estruturar uma metodologia de busca ativa meio de um Sistema de Classificação de Necessidades de Cuidados
das infecções relacionadas a dispositivos invasivos, dos microrga- de Enfermagem recomendado por literatura científica especializa-
nismos multirresistentes e outros microrganismos de importância da.
clínico-epidemiológica, além de identificação precoce de surtos. §1º O enfermeiro coordenador da UTI deve correlacionar as
Art. 40 A equipe da UTI deve colaborar com a CCIH na vigilância necessidades de cuidados de enfermagem com o quantitativo de
epidemiológica das IRAS e com o monitoramento de microrganis- pessoal disponível, de acordo com um instrumento de medida uti-
mos multirresistentes na unidade. lizado.
Art. 41 A CCIH deve divulgar os resultados da vigilância das in- §2º Os registros desses dados devem estar disponíveis mensal-
fecções e perfil de sensibilidade dos microrganismos à equipe mul- mente, em local de fácil acesso.
tiprofissional da UTI, visando a avaliação periódica das medidas de
prevenção e controle das IRAS. SEÇÃO X
Art. 42 As ações de prevenção e controle de IRAS devem ser RECURSOS MATERIAIS
baseadas na avaliação dos indicadores da unidade.
Art. 43 A equipe da UTI deve aderir às medidas de precaução Art. 50 A UTI deve dispor de materiais e equipamentos de acor-
padrão, às medidas de precaução baseadas na transmissão (conta- do com a complexidade do serviço e necessários ao atendimento
to, gotículas e aerossóis) e colaborar no estímulo ao efetivo cumpri- de sua demanda.
mento das mesmas. Art. 51 Os materiais e equipamentos utilizados, nacionais ou
Art. 44 A equipe da UTI deve orientar visitantes e acompanhan- importados, devem estar regularizados junto à ANVISA, de acordo
tes quanto às ações que visam a prevenção e o controle de infec- com a legislação vigente.
ções, baseadas nas recomendações da CCIH. Art. 52 Devem ser mantidas na unidade instruções escritas
Art. 45 A equipe da UTI deve proceder ao uso racional de anti- referentes à utilização dos equipamentos e materiais, que podem
microbianos, estabelecendo normas e rotinas de forma interdisci- ser substituídas ou complementadas por manuais do fabricante em
plinar e em conjunto com a CCIH, Farmácia Hospitalar e Laboratório língua portuguesa.
de Microbiologia. Art. 53 Quando houver terceirização de fornecimento de equi-
Art. 46 Devem ser disponibilizados os insumos, produtos, equi- pamentos médico-hospitalares, deve ser estabelecido contrato for-
pamentos e instalações necessários para as práticas de higienização mal entre o hospital e a empresa contratante.
de mãos de profissionais de saúde e visitantes. Art. 54 Os materiais e equipamentos devem estar íntegros, lim-
pos e prontos para uso.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 55 Devem ser realizadas manutenções preventivas e corre- XIII – equipamento para ventilação pulmonar mecânica não
tivas nos equipamentos em uso e em reserva operacional, de acor- invasiva: 01(um) para cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador pul-
do com periodicidade estabelecida pelo fabricante ou pelo serviço monar mecânico microprocessado não possuir recursos para reali-
de engenharia clínica da instituição. zar a modalidade de ventilação não invasiva;
Parágrafo único. Devem ser mantidas na unidade cópias do ca- XIV – materiais de interface facial para ventilação pulmonar
lendário de manutenções preventivas e o registro das manutenções não invasiva 01 (um) conjunto para cada 05 (cinco) leitos;
realizadas. XV – materiais para drenagem torácica em sistema fechado;
XVI – materiais para traqueostomia;
CAPÍTULO III XVII – foco cirúrgico portátil;
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UNIDADES DE TERA- XVIII – materiais para acesso venoso profundo;
PIA INTENSIVA ADULTO XIX – materiais para flebotomia;
XX – materiais para monitorização de pressão venosa central;
SEÇÃO I XXI – materiais e equipamento para monitorização de pressão
RECURSOS MATERIAIS arterial invasiva: 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos,
com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10
Art. 56 Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI (dez) leitos;
Adulto, materiais e equipamentos de acordo com a faixa etária XXII – materiais para punção pericárdica;
e biotipo do paciente. XXIII – monitor de débito cardíaco;
Art. 57 Cada leito de UTI Adulto deve possuir, no mínimo, os XXIV – eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) equipamento para
seguintes equipamentos e materiais: cada 10 (dez) leitos;
I – cama hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e ro- XXV – kit (“carrinho”) contendo medicamentos e materiais para
dízios; atendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos
II – equipamento para ressuscitação manual do tipo balão au- ou fração;
to-inflável, com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com XXVI – equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria:
reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois) leitos; 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos;
III – estetoscópio; XXVII – marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador:
IV – conjunto para nebulização; 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos;
V – quatro (04) equipamentos para infusão contínua e contro- XXVIII – equipamento para aferição de glicemia capilar, especí-
lada de fluidos (“bomba de infusão”), com reserva operacional de fico para uso hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos;
01 (um) equipamento para cada 03 (três) leitos: XXIX – materiais para curativos;
VI – fita métrica; XXX – materiais para cateterismo vesical de demora em sistema
VII – equipamentos e materiais que permitam monitorização fechado;
contínua de: XXXI – dispositivo para elevar, transpor e pesar o paciente;
a) freqüência respiratória; XXXII – poltrona com revestimento impermeável, destinada à
b) oximetria de pulso; assistência aos pacientes: 01 (uma) para cada 05 leitos ou fração.
c) freqüência cardíaca; XXXIII – maca para transporte, com grades laterais, suporte
d) cardioscopia; para soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio: 1
e) temperatura; (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
f) pressão arterial não-invasiva. XXXIV – equipamento(s) para monitorização contínua de múlti-
Art. 58 Cada UTI Adulto deve dispor, no mínimo, de: plos parâmetros (oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva;
I – materiais para punção lombar; cardioscopia; freqüência respiratória) específico(s) para transporte,
II – materiais para drenagem liquórica em sistema fechado; com bateria: 1 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
III – oftalmoscópio; XXXV – ventilador mecânico específico para transporte, com
IV – otoscópio; bateria: 1(um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
V – negatoscópio; XXXVI – kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pa-
VI – máscara facial que permite diferentes concentrações de cientes graves, contendo medicamentos e materiais para atendi-
Oxigênio: 01 (uma) para cada 02 (dois) leitos; mento às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
VII – materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e XXXVII – cilindro transportável de oxigênio;
fechado; XXXVIII – relógios e calendários posicionados de forma a permi-
VIII – aspirador a vácuo portátil; tir visualização em todos os leitos.
IX – equipamento para mensurar pressão de balonete de tubo/ XXXIX – refrigerador, com temperatura interna de 2 a 8°C, de
cânula endotraqueal (“cuffômetro”); uso exclusivo para guarda de medicamentos, com monitorização e
X – ventilômetro portátil; registro de temperatura.
XI – capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos; Art. 59 Outros equipamentos ou materiais podem substituir os
XII – ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um) listados neste regulamento técnico, desde que tenham comprovada
para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equi- sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela
pamento para cada 05 (cinco) leitos, devendo dispor, cada equipa- Anvisa.
mento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 60 Os kits para atendimento às emergências, referidos nos IX – capacetes ou tendas para oxigenoterapia;
incisos XXV e XXXVI do Art 58, devem conter, no mínimo: ressusci- X – máscara facial que permite diferentes concentrações de
tador manual com reservatório, cabos e lâminas de laringoscópio, Oxigênio: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos;
tubos/cânulas endotraqueais, fixadores de tubo endotraqueal, câ- XI – materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e
nulas de Guedel e fio guia estéril. fechado;
§1º Demais materiais e medicamentos a compor estes kits XII – aspirador a vácuo portátil;
devem seguir protocolos assistenciais para este fim, padronizados XIII – equipamento para mensurar pressão de balonete de
pela unidade e baseados em evidências científicas. tubo/cânula endotraqueal (“cuffômetro”);
§2º A quantidade dos materiais e medicamentos destes kits XIV – capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos;
deve ser padronizada pela unidade, de acordo com sua demanda. XV – ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um)
§3º Os materiais utilizados devem estar de acordo com a faixa para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equi-
etária e biotipo do paciente (lâminas de laringoscópio, tubos endo- pamento para cada 05 (cinco) leitos, devendo dispor cada equipa-
traqueais de tamanhos adequados, por exemplo); mento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos.
§4º A unidade deve fazer uma lista com todos os materiais e XVI – equipamento para ventilação pulmonar não-invasiva:
medicamentos a compor estes kits e garantir que estejam sempre 01(um) para cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador pulmonar mi-
prontos para uso. croprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de
ventilação não invasiva;
CAPÍTULO IV XVII – materiais de interface facial para ventilação pulmonar
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UNIDADES DE TERA- não-invasiva: 01 (um) conjunto para cada 05 (cinco) leitos;
PIA INTENSIVA PEDIÁTRICAS XVIII – materiais para drenagem torácica em sistema fechado;
XIX – materiais para traqueostomia;
SEÇÃO I XX – foco cirúrgico portátil;
RECURSOS MATERIAIS XXI – materiais para acesso venoso profundo, incluindo catete-
rização venosa central de inserção periférica (PICC);
Art. 61 Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI XXII – material para flebotomia;
Pediátrica, materiais e equipamentos de acordo com a faixa XXIII – materiais para monitorização de pressão venosa central;
etária e biotipo do paciente. XXIV – materiais e equipamento para monitorização de pressão
Art. 62 Cada leito de UTI Pediátrica deve possuir, no mínimo, os arterial invasiva: 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos,
seguintes equipamentos e materiais: com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10
I – berço hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e (dez) leitos;
rodízios; XXV – materiais para punção pericárdica;
II – equipamento para ressuscitação manual do tipo balão au- XXVI – eletrocardiógrafo portátil;
to-inflável, com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com XXVII – kit (“carrinho”) contendo medicamentos e materiais
reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois) leitos; para atendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco) lei-
III – estetoscópio; tos ou fração;
IV – conjunto para nebulização; XXVIII – equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria,
V – Quatro (04) equipamentos para infusão contínua e contro- na unidade;
lada de fluidos (“bomba de infusão”), com reserva operacional de XXIX – marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador:
01 (um) para cada 03 (três) leitos; 01 (um) equipamento para a unidade;
VI – fita métrica; XXX – equipamento para aferição de glicemia capilar, específico
VII – poltrona removível, com revestimento impermeável, des- para uso hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos ou fração;
tinada ao acompanhante: 01 (uma) por leito; XXXI – materiais para curativos;
VIII – equipamentos e materiais que permitam monitorização XXXII – materiais para cateterismo vesical de demora em siste-
contínua de: ma fechado;
a) freqüência respiratória; XXXIII – maca para transporte, com grades laterais, com suporte
b) oximetria de pulso; para equipamento de infusão controlada de fluidos e suporte para
c) freqüência cardíaca; cilindro de oxigênio: 01 (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
d) cardioscopia; XXXIV – equipamento(s) para monitorização contínua de múlti-
e) temperatura; plos parâmetros (oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva;
f) pressão arterial não-invasiva. cardioscopia; freqüência respiratória) específico para transporte,
Art. 63 Cada UTI Pediátrica deve dispor, no mínimo, de: com bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
I – berço aquecido de terapia intensiva: 1(um) para cada 5 (cin- XXXV – ventilador pulmonar específico para transporte, com
co) leitos; bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
II – estadiômetro; XXXVI – kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pa-
III – balança eletrônica portátil; cientes graves, contendo medicamentos e materiais para atendi-
IV – oftalmoscópio; mento às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
V – otoscópio; XXXVII – cilindro transportável de oxigênio;
VI – materiais para punção lombar; XXXVIII – relógio e calendário de parede;
VII – materiais para drenagem liquórica em sistema fechado;
VIII – negatoscópio;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXXIX – refrigerador, com temperatura interna de 2 a 8°C, de c) freqüência cardíaca;


uso exclusivo para guarda de medicamentos, com monitorização e d) cardioscopia;
registro de temperatura. e) temperatura;
Art. 64 Outros equipamentos ou materiais podem substituir os f) pressão arterial não-invasiva.
listados neste regulamento técnico, desde que tenham comprovada Art. 69 Cada UTI Neonatal deve dispor, no mínimo, de:
sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela I – berços aquecidos de terapia intensiva para 10% dos leitos;
Anvisa. II – equipamento para fototerapia: 01 (um) para cada 03 (três)
Art. 65 Os kits para atendimento às emergências, referidos nos leitos;
incisos XXVII e XXXVI do Art 63, devem conter, no mínimo: ressusci- III – estadiômetro;
tador manual com reservatório, cabos e lâminas de laringoscópio, IV – balança eletrônica portátil: 01 (uma) para cada 10 (dez)
tubos/cânulas endotraqueais, fixadores de tubo endotraqueal, câ- leitos;
nulas de Guedel e fio guia estéril. V – oftalmoscópio;
§1º Demais materiais e medicamentos a compor estes kits VI – otoscópio;
devem seguir protocolos assistenciais para este fim, padronizados VII – material para punção lombar;
pela unidade e baseados em evidências científicas. VIII – material para drenagem liquórica em sistema fechado;
§2º A quantidade dos materiais e medicamentos destes kits IX – negatoscópio;
deve ser padronizada pela unidade, de acordo com sua demanda. X – capacetes e tendas para oxigenoterapia: 1 (um) equipa-
§3º Os materiais utilizados devem estar de acordo com a faixa mento para cada 03 (três) leitos, com reserva operacional de 1 (um)
etária e biotipo do paciente (lâminas de laringoscópio, tubos endo- para cada 5 (cinco) leitos;
traqueais de tamanhos adequados, por exemplo); XI – materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e
§4º A unidade deve fazer uma lista com todos os materiais e fechado;
medicamentos a compor estes kits e garantir que estejam sempre XII – aspirador a vácuo portátil;
prontos para uso. XIII – capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos;
XIV – ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um)
SEÇÃO II para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equi-
UTI PEDIÁTRICA MISTA pamento para cada 05 (cinco) leitos devendo dispor cada equipa-
mento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos.
Art. 66 As UTI Pediátricas Mistas, além dos requisitos comuns XV – equipamento para ventilação pulmonar não-invasiva:
a todas as UTI, também devem atender aos requisitos relacionados 01(um) para cada 05 (cinco) leitos, quando o ventilador pulmonar
aos recursos humanos, assistenciais e materiais estabelecidos para microprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade
UTI pediátrica e neonatal concomitantemente. de ventilação não invasiva;
Parágrafo único. A equipe médica deve conter especialistas em XVI – materiais de interface facial para ventilação pulmonar
Terapia Intensiva Pediátrica e especialistas em Neonatologia. não invasiva (máscara ou pronga): 1 (um) por leito.
XVII – materiais para drenagem torácica em sistema fechado;
CAPÍTULO V XVIII – material para traqueostomia;
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UNIDADES DE TERA- XIX – foco cirúrgico portátil;
PIA INTENSIVA NEONATAIS XX – materiais para acesso venoso profundo, incluindo catete-
rização venosa central de inserção periférica (PICC);
SEÇÃO I XXI – material para flebotomia;
RECURSOS MATERIAIS XXII – materiais para monitorização de pressão venosa central;
XXIII – materiais e equipamento para monitorização de pressão
Art. 67 Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI Neo- arterial invasiva;
natal, materiais e equipamentos de acordo com a faixa etária e bio- XXIV – materiais para cateterismo umbilical e exsanguíneo
tipo do paciente. transfusão;
Art. 68 Cada leito de UTI Neonatal deve possuir, no mínimo, os XXV – materiais para punção pericárdica;
seguintes equipamentos e materiais: XXVI – eletrocardiógrafo portátil disponível no hospital;
I – incubadora com parede dupla; XXVII – kit (“carrinho”) contendo medicamentos e materiais
II – equipamento para ressuscitação manual do tipo balão au- para atendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco) lei-
to-inflável com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com tos ou fração;
reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois) leitos; XXVIII – equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria,
III – estetoscópio; na unidade;
IV – conjunto para nebulização; XXIX – equipamento para aferição de glicemia capilar, específi-
V – Dois (02) equipamentos tipo seringa para infusão contínua co para uso hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos ou fração,
e controlada de fluidos (“bomba de infusão”), com reserva opera- sendo que as tiras de teste devem ser específicas para neonatos;
cional de 01 (um) para cada 03 (três) leitos; XXX – materiais para curativos;
VI – fita métrica; XXXI – materiais para cateterismo vesical de demora em siste-
VII – equipamentos e materiais que permitam monitorização ma fechado;
contínua de: XXXII – incubadora para transporte, com suporte para equipa-
a) freqüência respiratória; mento de infusão controlada de fluidos e suporte para cilindro de
b) oximetria de pulso; oxigênio: 01 (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXXIII – equipamento(s) para monitorização contínua de múlti- d. Condutas de enfermagem para o paciente grave e em fase
plos parâmetros (oximetria de pulso, cardioscopia) específico para terminal.
transporte, com bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; Mesmo sabendo que a morte é algo que faz parte do ciclo na-
XXXIV – ventilador pulmonar específico para transporte, com tural de vida, os mesmo ainda não conseguem lidar com isso no
bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; dia-a-dia. Os profissionais de saúde sentem-se responsáveis pela
XXXV – kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pacien- manutenção da vida de seus pacientes, e acabam por encarar a
tes graves, contendo medicamentos e materiais para atendimento morte como resultado acidental diante do objetivo da profissão,
às emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração. sendo esta considerada como insucesso de tratamentos, fracasso
XXXVI – cilindro transportável de oxigênio; da equipe, causando angústia àqueles que a presenciam.A sensa-
XXXVII – relógio e calendário de parede; ção de fracasso diante da morte não é atribuída apenas ao insuces-
XXXVIII – poltronas removíveis, com revestimento impermeá- so dos cuidados empreendidos, mas a uma derrota diante da morte
vel, para acompanhante: 01 (uma) para cada 05 leitos ou fração; e da missão implícita das profissões de saúde: salvar o indivíduo,
XXXIX – refrigerador, com temperatura interna de 2 a 8°C, de diminuir sua dor e sofrimento, manter-lhe a vida.
uso exclusivo para guarda de medicamentos: 01 (um) por unidade, Não podemos falar da morte, da formação de um cadáver, sem
com conferência e registro de temperatura a intervalos máximos antes entendermos claramente sobre o que seja a vida.
de 24 horas. O conhecimento de vida pressupõe processos químicos com-
Art. 70 Outros equipamentos ou materiais podem substituir os plicados, processos que se desenrolam nos limites de uma cela,
listados neste regulamento técnico, desde que tenham comprovada perfeitamente organizada. No centro desses processos acham-se
sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela as substâncias protéicas; a seguir vêm os elementos graxos e os
ANVISA. hidratos de carbonos. Toda vida tem por condição indispensável
Art. 71 Os kits para atendimento às emergências referidos nos que na célula se desenvolvam determinadas alterações químicas,
incisos XXVII e XXXV do Art 69 devem conter, no mínimo: ressusci- os verdadeiros fenômenos bioquímicos; essas alterações, por usa
tador manual com reservatório, cabos e lâminas de laringoscópio, vez se combinam com o consumo de oxigênio, pois que há dentro
tubos/cânulas endotraqueais, fixadores de tubo endotraqueal, câ- da célula um “combustão”. Contudo, a célula não morre no decorrer
nulas de Guedel e fio guia estéril. desse processo, porque de fora se recebem continuamente novas
§1º Demais materiais e medicamentos a compor estes kits substâncias que se transformam em substância celular no pequeno
devem seguir protocolos assistenciais para este fim, padronizados laboratório da própria célula. Desta maneira, há no interior da cé-
pela unidade e baseados em evidências científicas. lula um perene metabolismo: as substâncias vivas da célula desin-
§2º A quantidade dos materiais e medicamentos destes kits tegram-se por combustão e eliminam-se os produtos metabólicos;
deve ser padronizada pela unidade, de acordo com sua demanda. do exterior, recebe a célula, novas substâncias que servem de subs-
§3º Os materiais utilizados devem estar de acordo com a faixa tituto. Toda vida, movimento, alimentação, propagação, o sentir e
etária e biotipo do paciente (lâminas de laringoscópio, tubos endo- o pensar, se ligam intimamente ao metabolismo; assim. A biologia
traqueais de tamanhos adequados, por exemplo); deve desvendar o problema do metabolismo das células.
§4º A unidade deve fazer uma lista com todos os materiais e Ora, se toda vida está ligada ao metabolismo da célula viva,
medicamentos a compor estes kits e garantir que estejam sempre a morte da célulaou o aniquilamento de sua vida significa, indubi-
prontos para uso. tavelmente, a cessação do metabolismo da célula. Um cadáver é
portanto, uma célula que deixou de revelar o metabolismo caracte-
CAPÍTULO VI rístico. (LIPSCHUTZ 1933).
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Para caracterizar o cadáver, é oportuno falar de algumas expe-
riências que nos permitem um olhar mais fundo em tudo quanto se
Art. 72 Os estabelecimentos abrangidos por esta Resolução relaciona com a morte e o cadáver.
têm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados a partir da data Tiramos de um aquário uma gota de água com alguns Infusó-
de sua publicação para promover as adequações necessárias do rios, minúsculos microscópios seres de uma única célula. Coloca-
serviço para cumprimento da mesma. mos essa gota numa placa de cristal dentro de uma câmara decristal
§1º Para cumprimento dos artigos 13, 14 e 15 da Seção III – Re- por sob o microscópio. Em seguida, fazemos passar sobre a gota
cursos Humanos, assim como da Seção I – Recursos Materiais dos vapores de álcool. Os animálculos unicelulares, que até então se
Capítulos III, IV e V, estabelece-se o prazo de 03 anos, ressalvados os agitavam em vivíssimo movimento, correndo para todos os lados
incisos III e V do art. 14, que terão efeitos imediatos. (NR) como flechas, ao cabo de poucos minutos detêm-se. Logo se imo-
§ 2º A partir da publicação desta Resolução, os novos estabele- bilizam, estão paralisados, entretanto, não se acham mortos; basta
cimentos e aqueles que pretendem reiniciar suas atividades devem que se deixe penetrar ar fresco na câmara, para que de novo voltem
atender na íntegra às exigências nela contidas, previamente ao iní- os Infusórios á atividade anterior.
cio de seu funcionamento. Acontece, pois que envenenamos ou narcotizamos os bichi-
Art. 73 O descumprimento das disposições contidas nesta Re- nhos com álcool. Devemos supor que a intoxicação consiste num
solução constitui infração sanitária, nos termos da Lei n. 6.437, de transtorno do metabolismo. O sintoma exterior dessa perturbação
20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, ad- do metabolismo é a paralisação da célula, porém se, como vimos, essa
ministrativa e penal cabíveis. paralisação tem em certas condições experimentais, um efeito apenas
Art. 74 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica- transitório, é de supor que o metabolismo sob a influência do álcool
ção. não se extinguiria; apenas sofrerá uma alteração, talvez um desvio do

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

seu curso normal. Assim justamente é que podemos distinguir a narco- profissionais de enfermagem. Neste contexto, devido à necessidade
se de que acabamos de falar, da morte: o primeiro caso pode-se repa- de melhor compreender este fenómeno com que os enfermeiros
rar o mal, ao passo que no segundo já não há remédio. se confrontam no quotidiano, realizou-se um estudo de investiga-
De maneira ainda mais clara se nos revelam as coisas em outro ção relacionado com as atitudes do enfermeiro perante a morte e
exemplo, Lipschutz e Veshnjakoff fizeram estudos sobre o metabolis- circunstâncias determinantes, com vista a uma reflexão acerca do
mo do ovário dos mamíferos fora do organismo, a várias temperaturas. tema e consequentemente a uma melhor prática profissional.
Ao examinar o consumo de oxigênio do tecido ovariano do por- Para melhor entendimento dos vários fatores que interferem
quinho das índias á temperatura de 38,5 graus, que é a temperatura no enfrentamento da morte/morrer, tanto pelos profissionais quan-
normal nessa espécie, é a 1 grau e até abaixo disso, verificaram que to pacientes e familiares, é preciso que antes saibamos um pouco
o tecido continuava a consumir oxigênio no frio, porém, a tão baixa mais sobre as fases da morte e suas possíveis reações causadas pelo
temperatura, o tecido ovariano consome vinte mesmo quarenta ve- impacto da notícia.
zes menos oxigênio do que a 38,5 graus. A temperaturabaixa, pois o Kübler-Ross (1994), em seu livro Sobre a Morte e o Morrer, rea-
metabolismo é diminuído de um modo assombroso. Não obstante, lizou um trabalho com pacientes terminais onde analisou os senti-
essa diminuição do metabolismo é responsável. Basta trasladar o mentos do paciente e da família no processo e morrer. Ele esclarece
mesmo tecido para uma câmara com a temperatura do corpo, para que passamos por vários estágios quando nos deparamos com a
constatar-se imediatamente que o seu consumo de oxigênio cres- morte, sendo que a negação é o primeiro estágio.
ce de novo. Mas, setraslada o tecido por alguns minutos para uma A 1° faseé a negação – é caracterizada como defesa temporária,
câmara com temperatura de alguns graus abaixo de zero para ser onde a maioria das vezes o discurso pronunciado é “isso não está acon-
examinado depois á temperatura do corpo, então já não se resta- tecendo comigo” ou “não pode ser verdade”. Outro comportamento
belece mais, nunca mais, o metabolismo primitivo, o tecido morreu comum nessa fase é o agir como se nada estivesse acontecendo.
por refrigeração. A uma temperatura de alguns décimos de grau “Evidentemente, se negamos a morte, se nos recusarmos a en-
acima de zero, o metabolismo alterou-se de maneira reparável; trar em contato com nossos sentimentos, o luto será mal elaborado
a uma temperatura abaixo de zero, o metabolismo alterou-se de e teremos uma chance maior de adoecermos e cairmos em me-
maneira irreparável.Muito interessante é o fato de que, em certos lancolia ou em outros processos substitutivos.” (CASSAROLA 1991).
animais, se observa uma vida latente em que permanecem anos Outros mecanismos de defesa que utilizamos inconsciente-
e anos, como nos tardígrados e outras espécies estudadas já por mente ainda citando Kübler-Ross (1994), são:
Leuwenhook e Spallanzani no século XVIII. A 2° fase, a ira – nesta fase prevalece a revolta, o ressentimen-
Não podemos falar da morte sem antes tentar conceituá-la. to, e o doente passa a atacar a equipe de saúde e as pessoas mais
Para Vieira (2006, p.21) “a pergunta ‘o que é morte’ tem múltiplas próximas a ele. Questionam procedimentos e tratamentos e a per-
respostas e nenhuma delas conclusiva, pois a questão transcende gunta mais comum é “porque eu?” .Podem ainda nesta fase, surgir
os aspectos naturais ou materialistas e, até biologicamente, é difícil períodos de total descrença.
uma resposta unânime”. A 3° fase é a barganha – o doente faz acordos em troca de mais
Morrer, cientificamente, é deixar de existir; quando o corpo um tempo de vida. Nessa fase são comuns as promessas, Deus se
acometido por uma patologia ou acidente qualquer tem a falência torna presente em sua vida, faz promessas de mudança se for curado.
de seus órgãos vitais, tendo uma parada progressiva de toda ati- A depressão – após a fase da barganha, o doente percebe sua
vidade do organismo, podendo ser de uma forma súbita (doenças doença como incurável e ciente da impossibilidade ou dificuldade
agudas, acidentes) ou lenta (doenças crônico-degenerativas), segui- de cura, deprime-se, sente-se vazio e deixa de intervir no tratamen-
da de uma degeneração dos tecidos.MOREIRA (2006), to, relaciona-se pouco com outras pessoas.
“A situação de óbito hospitalar, ocorrência na qual se dá a ma- A 4° fase é a depressão – após a fase da barganha, o doente
terialização do processo de morrer e da morte, é, certamente, uma percebe sua doença como incurável e ciente da impossibilidade ou
experiência impregnada de significações cientificas, mas também dificuldade de cura, deprime-se, sente-se vazio e deixa de intervir
de significações sociais, culturais e principalmente subjetivas.” (DO- no tratamento, relaciona-se pouco com outras pessoas.
MINGUES DO NASCIMENTO, 2006) A 5° fase é a aceitação – o paciente entende e aceita sua situa-
Reforça-se ainda que a morte não é somente um fato biológico, ção e tenta dar um sentido para sua vida.
mas um processo construído socialmente, que não se distingue das Segundo Bosco (2008), esses são estágios que sucedem, porém
outras dimensões do universo das relações sociais. Assim, a morte podem não aparecer necessariamente nessa ordem ou alguns indiví-
está presente em nosso cotidiano e, independente de suas causas duos não passam por todos eles. Podem inclusive voltar a qualquer
ou formas, seu grande palco continua sendo os hospitais e institui- fase mais de uma vez. É um processo particular, onde muitos senti-
ções de saúde. BRETAS (2006) mentos estão envolvidos e que dependem de vários fatores, como re-
A morte propriamente dita é a cessação dos fenômenos vitais, ligiosidade, estrutura familiar, cultura, por exemplo. As atitudes face à
por parada das funções cerebral, respiratória e circulatórias, com morte diferem de cultura para cultura, de país para país, de região para
surgimento dos fenômenos abióticos, lentos e progressivos, que região e, até, de pessoa para pessoa. Tal facto, permite concluir que a
causam lesões irreversíveis nos órgãos e tecidos. forma como reagimos à morte está dependente de uma multiplicidade
É um tema controverso que suscita nos enfermeiros sentimen- de factores que se relacionam principalmente com aspectos pessoais,
tos e atitudes diversas. Embora faça parte do ciclo natural da vida, educacionais, sócio-económicos e espacio-temporais.
a morte é, ainda, nos dias de hoje, um assunto polémico, por vezes Os profissionais da saúde, nomeadamente os enfermeiros, en-
evitado e por muitos não compreendido, gerando medo e ansieda- frentam todos os dias a morte e, independentemente da experiência
de. Uma vez que a enfermagem tem nos seus ideais o compromisso profissional e de vida, quase todos a encaram com um certo sentimen-
com a vida, lidar com a morte pode torna-se um acontecimento difí- to de incerteza, desespero e angústia. Incerteza porque não sabe se
cil e penoso, gerando uma multiplicidade de atitudes por parte dos está a prestar todos os cuidados possíveis para o bem-estar do doente,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para lhe prolongar a vida e para lhe evitar a morte; desespero porque que está na UTI, expressa o vazio existencial através de sentimentos
se sente impotente para fazer algo que o conserve vivo; angústia por- como: tristeza, frustração, pessimismo, desorientação, angústia e
que não sabe como comunicar efectivamente com o doente e seus fa- falta de sentido para viver.
miliares. Todos estes factores oneram severamente o enfermeiro que Para entender a tríade, é necessário definir cada familiar do pa-
procura cuidar aqueles cuja morte está eminente. ciente crítico como uma pessoa constituída de unidade e totalidade
“Oenfermeiro reage a estes sentimentos desligando-se do em três dimensões: corpo, alma e espírito. (LIMA 2008).
doente e da própria morte e, consciente ou inconscientemente, Alguns sentimentos como empatia e afeto são necessário para
concentra a sua atenção no seu trabalho, no material, no processo que ao entrar em contato comopaciente e sua família, seja possível
da doença, talvez até em conversas superficiais, com o intuito de abordá-lo e compreendê-lo com a sua doença em toda sua peculia-
afastar expressões de temor e de morte”. Outras vezes, o enfermei- ridade. Também consideramos ser de fundamental que na interdis-
ro perante o processo de morte decide evitar todo e qualquer con- ciplinaridade haja o psicólogo para estruturar o trabalho de psicote-
tacto com o doente. Nesta perspectiva, o mesmo autor afirma que rapia breve, enfatizando-se o momento, na busca de proporcionar
“afastando-se do doente através de subterfúgios, o que o enfermei- um espaço de reflexão e expressão dos sentimentos, angústias, me-
ro faz é escudar-se contra sentimentos que lhe lembrem a morte e dos, fantasias, a fim de minimizar o impacto emocional e o estresse
que lhe causem mal-estar”. Rees (1983), vivenciado pelos familiares, pacientes e outros profissionais nesse
Deste modo, sendo a morte inevitável e frequente nos serviços momento da internação. Aprendemos que, o momento de hospita-
de saúde, nem todos os enfermeiros a compreendem, a acolhem e lização significa uma crise para a família, o que causa uma ruptura
reagem a ela da mesma maneira.Confrontados com a doença grave daquilo que é esperado na dinâmica familiar. Tanto a família quanto
e com a morte, os enfermeiros tentam proteger-se da angústia que o paciente que entra no hospital para qualquer tipo de intervenção,
estas situações geram, adoptando estratégias de adaptação, cons- não serão mais os mesmo após a sua alta. Eles tomam contato com
cientes ou inconscientes designadas: mecanismos de defesa. seu limite, com sua fragilidade, com sua impotência, mas também
De acordo com Rosado (1991), do confronto com a morte sur- é um momento que poderá emergir a sua força e capacidade.Não
gem frequentemente mais problemas psicológicos do que físicos. podemos negar que aprendemos muito sobre a vida, doença e mor-
Entre os últimos, fadiga, enxaqueca, dificuldades respiratórias, te com nossos pacientes, pois a cada momento vamos aos leito ao
insónias e anorexia são alguns dos reconhecidos. No entanto, os encontro de pessoas diferentes, o que acaba por exigir criatividade
mais citados são: pensamentos involuntários dedicados ao doente, em nossa prática diária. Cada casa é um casa e vem revestido de
sentimentos de impotência, choro e sensação de abatimento, sen- particularidades e, é este o nosso lugar, nosso espaço e nossa fun-
timento de choque e de incredibilidade perante a perda, dificulda- ção na equipe que requer um exercício de criatividade contínua e,
des de concentração, cólera, ansiedade e irritabilidade. Decorren- especialmente, de escuta. Em cada leito com cada doente, com as
tes destas atitudes, registam-se: absentismo, desejo de mudança diferentes doenças e com as diversas famílias, podemos dizer que
de serviço, isolamento, entre outras práticas e atitudes revelado- crescemos.
ras da situação e de insegurança.Para que o fenômeno da Morte A diferença do outro, de cada indivíduo, relança uma nova pos-
seja encarado com serenidade pelo enfermeiro, este deve prevê-la tura de percepção do mundo, pela qual o nosso convívio e aprendi-
como inevitável. Assim deve ter como atitudes, como: comunicar a zado mútuo são capazes de reconstruir nossas próprias percepções
situação terminal do doente, conforme a vontade e capacidade de e, conseqüentemente nossas representações. (VALENTE 2008)
aceitação do doente, ter respeito pela diferença, cada doente têm o
seu modo de estar na vida, o doente raramente esta isolado, os fa- e. Atendimento de urgência e emergência em desastres na-
miliares podem ajudar ou perturbar, compartilhar, deixar a pessoa turais e catástrofes.
expressar os seus temores e desejos, diminuir a dor, o sofrimento e Vários eventos que ocorreram no Brasil e no mundo, como o
a angustia, auxiliar corretamente o doente a assumir a morte como ataque com armas químicas na Síria, o tornado no interior do esta-
experiência que só ele pode viver, toda a equipa deve ter um com- do de São Paulo e o incêndio numa fábrica de fertilizantes em Santa
portamento idêntico, linguagem, em relação à informação dada ao Catarina, que produziu uma volumosa fumaça tóxica, surgem ques-
doente para não existir contradições, promover a vivência da fase tionamentos sobre a atuação dos profissionais de saúde nestes ca-
final de vida no domicilio sempre que possível. sos emergenciais e diferenciados, por sua natureza e repercussão.
O apoio da família também é muito importante Apoio da famí- Acidentes em massa podem ter variadas causas, por fenôme-
lia, já que a família sempre está presente. A definição de família tem nos naturais como, inundações, tornados, terremotos, avalanches,
evoluído ao longo dos tempos, de acordo com vários paradigmas, erupções vulcânicas, entre outros; por ação humana em forças na-
no entanto aqui adaptar-se-á a definição de“ Família refere-se a turais ou materiais como, acidentes rodoviários, ferroviários, aero-
dois ou mais indivíduos que dependem um do outro para dar apoio viários e marítimos, por radiação nuclear, desabamentos, incêndios
emocional, físico e econômico. Os membros da família são auto- e explosões, eletrocussão, entre demais exemplos; e outras origens
-definidos.” (Hanson, 2005). A família é, ou devia de ser, a unidade como, causas combinadas e pânico generalizado com pisoteamen-
primária dos cuidados de saúde. to.
Além de proporcionar o acompanhamento adequado ao doen- A preocupação com tais situações torna-se emergente, me-
te em fase terminal, deve se insere a família neste processode apoio diante os fatos ocorridos recentemente e os grandes eventos que
para que assim o doente possa usufruir de uma melhor qualidade estão programados para os próximos meses no Brasil.
de vida, do ponto emocional e afetivo, assim como na diminuição Os profissionais e instituições de saúde brasileiros estão pron-
da dor e angústia. O familiar do paciente crítico ao ter consciência tos para agir com eficácia e rapidez em casos com estas naturezas
da situação concreta e da possibilidade de morte do seu enfermo e magnitudes?
O papel dos Enfermeiros é indispensável e crucial nestes casos,
considerando as especificidades que competem a sua profissão.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nestas situações de desastre, com envolvimento de muitas vítimas, um plano de emergência diferenciado precisa ser implementado.

O ideal é que as instituições de saúde construam e treinem seus funcionários, para que nestes casos cada profissional saiba como
atuar e gerenciar.
Em situações de desastre com múltiplas vítimas, o cliente com alta prioridade no atendimento é diferente do cliente prioritário de
situações emergenciais. Em acidentes catastróficos os insumos e recursos podem ter disponibilidade limitada, fazendo com que a triagem
e classificação das prioridades mudem. As decisões baseiam-se na probabilidade da sobrevida e no consumo dos recursos disponíveis. O
princípio fundamental que direciona o uso dos recursos é o bem máximo para o máximo de pessoas.
A triagem deve ser rapidamente realizada na cena do desastre, sendo imediatamente identificadas as vítimas prioritárias e iniciadas
as intervenções necessárias, com posterior encaminhamento para as unidades de emergência.
Nos Estados Unidos é utilizado um sistema de triagem com cores para classificação da prioridade de atendimento das pessoas aci-
dentadas (Tabela 1). Conforme a classificação, as pessoas recebem uma pulseira colorida que identifica seu nível de atenção e facilita a
implementação das medidas de preservação da vida.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Enfermeiro pode desempenhar diferentes funções em eventos WOBJETIVOS


catastróficos, sendo seu papel definido mediante as necessidades es- •Escuta qualificada do cidadão que procura os serviços de ur-
pecíficas que a instituição de saúde e equipes de trabalho apresentam, gência/emergência;
bem como as particularidades que o desastre gerou. Por exemplo, o • Classificar, mediante protocolo, as queixas dos usuários que
Enfermeiro pode atuar na triagem principal das vítimas, realizar proce- demandam os serviços de urgência/emergência, visando identificar
dimentos avançados, caso possua capacitação para tal e respaldo da ins- os que necessitam de atendimento médico mediato ou imediato;
tituição, dar assistência no luto as famílias com a identificação dos entes • Construir os fluxos de atendimento na urgência/emergência
queridos, gerenciar e/ou fornecer as atividades de cuidado em hospitais considerando todos os serviços da rede de assistência à saúde;
de campanha (provisórios) ou mesmo coordenar a distribuição dos re- • Funcionar como um instrumento de ordenação e orientação
cursos materiais e humanos entre as equipes de atendimento. da assistência, sendo um sistema de regulação da demanda dos ser-
Estes são apenas alguns exemplos das atividades que podem viços de urgência/emergência
ser realizadas, mas não contemplam todas as atividades desempe-
nhadas nestes eventos. Há ainda as ações voltadas para o controle EQUIPE
e divulgação de informações à mídia e às famílias, o gerenciamento Equipe multiprofissional: enfermeiro, auxiliar de enfermagem,
de possíveis conflitos internos, como o uso dos recursos disponí- serviço social, equipe médica, profissionais da portaria/recepção e
veis; de origem étnica/cultural, referente aos hábitos e costumes estagiários.
particulares dos acidentados e familiares; e de cunho religioso, re-
lacionado às crenças e costumes específicos das vítimas envolvidas, PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO
principalmente nos casos de óbito. É a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção
Estes exemplos ilustram algumas situações possíveis em casos médica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de
de acidentes em massa, devendo ser considerados pelos profissio- risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, usando um processo de
nais de saúde das equipes de atendimento. São casos que podem escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e aliada
acontecer em eventos que envolvam um grande número de turis- à capacidade de julgamento crítico e experiência do enfermeiro. A -
tas, sendo do próprio país ou estrangeiros. Usuário procura o serviço de urgência. B - É acolhido pelos funcionários
Concluindo esta primeira parte do artigo, os Enfermeiros devem da portaria/recepção ou estagiários e encaminhado para confecção da
estar preparados para atuar em novos ambientes e em papéis atípicos ficha de atendimento. C - Logo após é encaminhado ao setor de Classi-
em casos de desastre. O princípio que deve nortear suas ações é o de ficação de Risco, onde é acolhido pelo auxiliar de enfermagem e enfer-
fazer o bem ao maior número de pessoas que for possível. meiro que, utilizando informações da escuta qualificada e da tomada
de dados vitais, se baseia no protocolo e classifica o usuário.
f. Acolhimento com avaliação e classificação de risco
A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
unidades de atendimento de urgências o acolhimento e a “triagem clas- 1 - Apresentação usual da doença;
sificatória de risco”. De acordo com esta Portaria, este processo “deve ser 2 - Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, des-
realizado por profissional de saúde, de nível superior, mediante treina- maio ou perda da consciência, desorientação, tipo de dor, etc.);
mento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e tem por 3 - Situação – queixa principal;
objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando- 4 - Pontos importantes na avaliação inicial: sinais vitais – Sat. de
-os em ordem de prioridade para o atendimento” (BRASIL, 2002). O2 – escala de dor - escala de Glasgow – doenças preexistentes – ida-
O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR - se mostra de – dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental, etc.);
como um instrumento reorganizador dos processos de trabalho na 5 - Reavaliar constantemente poderá mudar a classificação.
tentativa de melhorar e consolidar o Sistema Único de Saúde. Vai
estabelecer mudanças na forma e no resultado do atendimento do AVALIAÇÃO DO PACIENTE (Dados coletados em ficha de aten-
usuário do SUS. Será um instrumento de humanização. A estratégia dimento)
de implantação da sistemática do Acolhimento com Classificação • Queixa principal
de Risco possibilita abrir processos de reflexão e aprendizado ins- • Início – evolução – tempo de doença
titucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e construir • Estado físico do paciente
novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas e com- • Escala de dor e de Glasgow
partilhadas, pois necessariamente é um trabalho coletivo e coopera- • Classificação de gravidade
tivo. Possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar critérios • Medicações em uso, doenças preexistentes, alergias e vícios
de avaliação de riscos, que levam em conta toda a complexidade dos • Dados vitais: pressão arterial, temperatura, saturação de O2
fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos usuários e seus
familiares, a priorização da atenção no tempo, diminuindo o número
de mortes evitáveis, sequelas e internações. A Classificação de Risco
deve ser um instrumento para melhor organizar o fluxo de pacientes
que procuram as portas de entrada de urgência/emergência, gerando
um atendimento resolutivo e humanizado.
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
1 - Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um
melhor acesso aos serviços de urgência/emergência;
2 - Humanizar o atendimento;
3 - Garantir um atendimento rápido e efetivo.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

g. Captação, Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos.

O que é doação de órgãos?

Doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou
a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. É preciso que a população se conscientize da importância do ato
de doar um órgão. Hoje é com um desconhecido, mas amanhã pode ser com algum amigo, parente próximo ou até mesmo você. Doar
órgãos é doar vida.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim)
ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

O que é morte encefálica?


A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções encefálicas (cerebrais), definida pela cessação das funções corticais
e de tronco cerebral, portanto, é a morte de uma pessoa.
Após a parada cardiorrespiratória, pode ser realizada a doação de tecidos (córnea, pele, musculoesquelético, por exemplo). A Lei
9.434 estabelece que doação de órgãos pós morte só pode ser feita quando for constatada a morte encefálica.

Como é feito o diagnóstico de morte encefálica?


O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Em 2017, o CFM retirou a exigência do médi-
co especialista em neurologia para diagnóstico de morte encefálica, assunto amplamente debatido e acordado com as entidades médicas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Deste modo, a constatação da morte encefálica deverá ser feita Estatísticas


por médicos com capacitação específica, observando o protocolo As estatísticas do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) são a
estabelecido. Para o diagnóstico de morte encefálica, são utilizados consolidação dos dados sobre transplantes, com informações cole-
critérios precisos, padronizados e passiveis de serem realizados em tadas das diversas partes que compõem o SNT. O fornecimento dos
todo o território nacional. dados é de responsabilidade das secretarias de saúde dos estados e
do Distrito Federal. Os dados estatísticos são essenciais para que o
Quero ser doador de órgãos. O que fazer? Ministério da Saúde possa tomar conhecimento, registrar e divulgar
Se você quer ser doador de órgãos, primeiramente avise a sua a produção das cirurgias realizadas, bem como sistematizar índices
família. Os principais passos para doar órgãos são: que demonstrem o desempenho do setor nas unidades federativas,
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o regiões e no país como um todo.
seu desejo de ser doador e deixar claro que eles, seus familiares,
devem autorizar a doação de órgãos. Quais são os primeiros socorros em caso de afogamento?
No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização Em caso de afogamento, a primeira coisa a fazer é tirar a vítima
familiar. da água.
Pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a O ideal é socorrer a pessoa que está se afogando sem entrar na
vontade do doador, no entanto, observa-se que, na grande maioria água, utilizando uma boia, tábua, colete salva-vidas, corda, galho
dos casos, quando a família tem conhecimento do desejo de doar ou qualquer outro objeto que a faça flutuar ou lhe permita agarrar
do parente falecido, esse desejo é respeitado. Por isso a informação para não afundar.
e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessá- A seguir, providencie um cabo para rebocar a vítima no objeto
rios. Essa é a modalidade de consentimento que mais se adapta à flutuante. O cabo deve ter um laço para que a pessoa possa prendê-
realidade brasileira. A previsão legal concede maior segurança aos -lo ao corpo, já que a correnteza pode impedi-la de segurar no cabo.
envolvidos, tanto para o doador quanto para o receptor e para os Após retirá-la da água, mantenha-a aquecida e peça ajuda li-
serviços de transplantes. gando para o número 193. Se a vítima estiver consciente, deixe-a
A vontade do doador, expressamente registrada, também pode sentada enquanto aguarda pela chegada da ambulância. Se estiver
ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido. Em razão disso inconsciente, siga os seguintes primeiros socorros:
tudo, orienta-se que a pessoa que deseja ser doador de órgãos e 1) Deite a vítima de lado e mantenha-a aquecida;
tecidos comunique sua vontade aos seus familiares. 2) Observe se ela está respirando;
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um 3) Ligue e siga as instruções dadas pelo atendente do 193 (leve
transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central a vítima ao hospital ou espere pela chegada do socorro).
de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada Se a pessoa não estiver respirando, é necessário fazer a reani-
pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). mação cardiopulmonar:
1) Posicione a vítima deitada de barriga para cima sobre uma
Existem dois tipos de doador. superfície plana e firme (a cabeça não deve estar mais alta que os
1 - O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que pés para não prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral);
concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria 2) Ajoelhe-se ao lado da vítima, de maneira que os seus ombros
saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, par- fiquem diretamente sobre o meio do tórax dela;
te da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o 3) Com os braços esticados, coloque as mãos bem no meio do
quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com tórax da pessoa (entre os dois mamilos), apoiando uma mão sobre a
autorização judicial. outra;
2 - O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com mor- 4) Inicie as compressões torácicas, que devem ser fortes, ritma-
te encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como das e não podem ser interrompidas;
traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). 5) Evite a respiração boca a boca se estiver sozinho, não inter-
rompa as compressões cardíacas;
Qual tempo de isquemia de cada órgão? 6) O melhor é revezar nas compressões com outra pessoa, mas
O tempo de isquemia é o tempo de retirada de um órgão e a troca não deve demorar mais de 1 segundo;
transplante deste em outra pessoa. A tabela abaixo demonstra o 7) A reanimação cardiorrespiratória só deve ser interrompida
tempo de isquemia aceitável para cada órgão a ser considerado com a chegada do socorro especializado ou com a reanimação da
para transplante: vítima.

Órgão Tempo de isquemia


Coração 04 horas
Pulmão 04 a 06 horas
Rim 48 horas
Fígado 12 horas
Pâncreas 12 horas

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Não tente fazer a ressuscitação dentro da água. Sempre que possível, retire a vítima da água na posição horizontal.
Nunca tente salvar uma vítima de afogamento se não tiver condições para o fazer, mesmo que saiba nadar. É preciso ser um bom
nadador e estar preparado para salvar indivíduos em pânico.

Principais causas de afogamentos


Os afogamentos são comuns durante o verão, época em que as pessoas mais frequentam áreas de rios e mares. Desconhecimento das
condições do local e falta de habilidade do nadador estão entre as principais causas de afogamento.
Além disso, podemos citar como causas de afogamento o mergulho em áreas rasas, que pode levar a traumatismo seguido da aspira-
ção de água, ingestão de bebidas alcoólicas, crises convulsivas, doenças cardiorrespiratórias e câimbras. Em afogamentos em residências,
destacam-se os de crianças que se afogam em banheiras e outros recipientes com água por ficarem sem a supervisão de um adulto.
Denominamos de afogamento primário aquele em que não se observa nenhum fator que levou ao afogamento. Este ocorre natural-
mente em virtude da falta de habilidade da vítima, por exemplo. Já o secundário está relacionado com alguma patologia que dificulte que
a vítima mantenha-se na superfície.

Como ocorre o afogamento?


Quando uma pessoa entra em contato com a água e percebe que sofrerá o afogamento, ela geralmente se desespera e inicia uma luta
para manter-se na superfície. Quando ocorre a submersão, instantaneamente a pessoa prende a respiração. Essa parada da respiração
depende da capacidade física de cada indivíduo.
Quando a pessoa não consegue mais segurar a respiração, uma aspiração de líquido pode ocorrer. Em algumas pessoas, isso é um
estímulo para que haja um reflexo natural que contrai as vias respiratórias e impede que mais água entre no organismo. Essa contração
pode levar à morte por asfixia, um caso que chamamos de afogamento do tipo seco.
Na maioria das pessoas, no entanto, não ocorre esse reflexo e o que acontece é uma grande aspiração de água por causa de movimen-
tos respiratórios involuntários. Isso faz com que a água chegue aos pulmões, levando à perda da substância que promove a abertura dos
alvéolos (surfactante), mudanças na permeabilidade dos capilares e surgimento de edema pulmonar. Com o tempo, o pulmão enche-se
completamente de água, o indivíduo perde a consciência, sofre parada respiratória e morre.

Primeiros socorros em caso de afogamento


Em casos de afogamento, é importante ser muito cauteloso ao tentar salvar a vítima. Quando uma pessoa está se afogando, sua ten-
dência é desesperar-se e segurar na pessoa que está tentando salvá-la, podendo ocasionar outro afogamento. Nesses casos, portanto, é
fundamental jogar algo para que ela se segure, como boias e pneus.
Nesses casos, é fundamental também chamar bombeiros ou uma ambulância, pois a vítima terá atendimento especializado. Em pes-
soas desacordadas e sem sinais de respiração, recomenda-se a respiração boca a boca e, quando estiver sem pulso, a massagem cardíaca.
Quando acordada, é importante manter a vítima deitada de lado e aquecida.

O que fazer em caso de choque elétrico?


Em caso de choque elétrico, os primeiros socorros devem ser prestados rapidamente, pois os primeiros 3 minutos após o choque são
vitais para socorrer e salvar a vítima.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A primeira coisa a fazer é interromper o contato da pessoa com a população à unidade de saúde para iniciar ou completar o esque-
a fonte de eletricidade sem encostar diretamente nela. O ideal é ma vacinal, conforme os calendários de vacinação. É fundamental
desligar a chave geral de força. Se não for possível, afaste a vítima que haja integração entre a equipe da sala de vacinação e as de-
utilizando algum material que não conduza corrente elétrica, como mais equipes de saúde, no sentido de evitar as oportunidades per-
objetos de borracha ou madeira. didas de vacinação, que se caracterizam pelo fato de o indivíduo
ser atendido em outros setores da unidade de saúde sem que seja
A seguir, chame o resgate através do número 192 e verifique verificada sua situação vacinal ou haja encaminhamento à sala de
se a pessoa está respirando, se consegue se mexer ou emitir algum vacinação.
som. Caso não verifique nenhum desses sinais, é provável que a
vítima tenha sofrido uma parada cardíaca ou cadiorrespiratória. Calendário Nacional de Vacinação
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são defi-
Nesse caso, inicie imediatamente a reanimação cardíaca, en- nidas nos calendários de vacinação, nos quais estão estabelecidos:
quanto espera pela ambulância: • os tipos de vacina;
• o número de doses do esquema básico e dos reforços;
Reanimação cardíaca: • a idade para a administração de cada dose; e
Deite a vítima em local seguro, com a barriga para cima; • o intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico
Com uma mão sobre a outra, faça 30 compressões fortes e rit- cuja proteção exija mais de uma dose.
madas no meio do tórax da vítima. Em cada compressão, o peito da
vítima deve afundar cerca de 5 cm. Para isso, recomenda-se usar o Considerando o risco, a vulnerabilidade e as especificidades
peso do próprio corpo para fazer a compressão; sociais, o PNI define calendários de vacinação com orientações es-
Tentando manter um ritmo de aproximadamente 100 a 120 pecíficas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e
compressões por minuto indígenas. As vacinas recomendadas para as crianças têm por objeti-
Após as 30 compressões observe se a pessoa está respondendo vo proteger esse grupo o mais precocemente possível, garantindo o
ou se encontra algum pulso, no punho ou pescoço da vítima; se não esquema básico completo no primeiro ano de vida e os reforços e as
volte às compressões; demais vacinações nos anos posteriores.
Se houver mais alguém, o mais adequado é revezar a massa-
gem a cada 2 minutos, para manter uma compressão eficaz e me- Os calendários de vacinação estão regulamentados pela Por-
lhor resultado; taria ministerial nº 1.498, de 19 de julho de 2013, no âmbito do
Mantenha as compressões até a pessoa retomar a consciência Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território na-
ou até à chegada do socorro. cional, sendo atualizados sistematicamente por meio de informes e
Quanto mais rápido for o atendimento à vítima de uma parada notas técnicas pela CGPNI. Nas unidades de saúde, os calendários e
cardiorrespiratória, por choque elétrico, menores são os danos cau- os esquemas vacinais para cada grupo-alvo devem estar disponíveis
sados ao organismo. para consulta e afixados em local visível.
Estudos recentes comprovam que a realização de massagem
cardíaca nos primeiros socorros, possibilita a manutenção do fluxo Fatores que influenciam a resposta imune
sanguíneo e, portanto, oxigenação dos tecidos, inclusive pulmonar
e cerebral, mesmo sem mais a indicação de respiração boca-a-boca, Fatores relacionados ao vacinado
salvado muitas vidas. -Idade
Se o choque elétrico provocar queimaduras, lave a área afetada -Gestação
com água corrente à temperatura ambiente, até esfriar o local. Se -Amamentação
puder mergulhar a queimadura na água, melhor. -Reação Anafilática
-Paciente Imunodeprimido
-Uso de Antitérmico Profilático.
ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA.POLÍTICA NACIONAL
DE IMUNIZAÇÃO Equipe de vacinação e funções básicas
As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas pela equi-
pe de enfermagem treinada e capacitada para os procedimentos de
Programa Nacional de Imunização manuseio, conservação, preparo e administração, registro e descar-
te dos resíduos resultantes das ações de vacinação.
Vacinação e atenção básica A equipe de vacinação é formada pelo enfermeiro e pelo téc-
A Política Nacional de Atenção Básica, estabelecida em 2006, nico ou auxiliar de enfermagem, sendo ideal a presença de dois
caracteriza a atenção básica como “um conjunto de ações de saúde, vacinadores para cada turno de trabalho. O tamanho da equipe
no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a prote- depende do porte do serviço de saúde, bem como do tamanho da
ção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, população do território sob sua responsabilidade.
a reabilitação e a manutenção da saúde”. A Estratégia de Saúde da Tal dimensionamento também pode ser definido com base na
Família (ESF), implementada a partir de 1994, é a estratégia adota- previsão de que um vacinador pode administrar com segurança cer-
da na perspectiva de organizar e fortalecer esse primeiro nível de ca de 30 doses de vacinas injetáveis ou 90 doses de vacinas adminis-
atenção, organizando os serviços e orientando a prática profissional tradas pela via oral por hora de trabalho.
de atenção à família. No contexto da vacinação, a equipe da ESF
realiza a verificação da caderneta e a situação vacinal e encaminha
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A equipe de vacinação participa ainda da compreensão da si- Cuidados com os resíduos da sala de vacinação
tuação epidemiológica da área de abrangência na qual o serviço de O resíduo infectante deve receber cuidados especiais nas fases
vacinação está inserido, para o estabelecimento de prioridades, a de segregação, acondicionamento, coleta, tratamento e destino fi-
alocação de recursos e a orientação programática, quando neces- nal. Para este tipo de resíduo, o trabalhador da sala de vacinação
sário. deve:
O enfermeiro é responsável pela supervisão ou pelo monito- • Acondicionar em caixas coletoras de material perfurocortan-
ramento do trabalho desenvolvido na sala de vacinação e pelo pro- te os frascos vazios de imunobiológicos, assim como aqueles que
cesso de educação permanente da equipe. devem ser descartados por perda física e/ou técnica, além dos ou-
tros resíduos perfurantes e infectantes (seringas e agulhas usadas).
Organização e funcionamento da sala de vacinação O trabalhador deve observar a capacidade de armazenamento da
caixa coletora, definida pelo fabricante, independentemente do nú-
Especificidades da sala de vacinação mero de dias trabalhados.
A sala de vacinação é classificada como área semicrítica. Deve • Acondicionar as caixas coletoras em saco branco leitoso.
ser destinada exclusivamente à administração dos imunobiológicos, • Encaminhar o saco com as caixas coletoras para a Central de
devendo-se considerar os diversos calendários de vacinação exis- Material e Esterilização (CME) na própria unidade de saúde ou em
tentes. Na sala de vacinação, é importante que todos os procedi- outro serviço de referência, conforme estabelece a Resolução nº
mentos desenvolvidos promovam a máxima segurança, reduzindo 358/2005 do Conama, a fim de que os resíduos sejam inativados
o risco de contaminação para os indivíduos vacinados e também • A Rede de Frio refere-se à estrutura técnico-administrativa
para a equipe de vacinação. Para tanto, é necessário cumprir as se- (normatização, planejamento, avaliação e financiamento) direcio-
guintes especificidades e condições em relação ao ambiente e às nada para a manutenção adequada da Cadeia de Frio. Esta, por sua
instalações: vez, representa o processo logístico (recebimento, armazenamento,
• Sala com área mínima de 6 m2 . Contudo, recomenda-se uma distribuição e transporte) da Rede de Frio. A sala de vacinação é a
área média a partir de 9 m2 para a adequada disposição dos equi- instância final da Rede de Frio, onde os procedimentos de vacina-
pamentos e dos mobiliários e o fluxo de movimentação em condi- ção propriamente ditos são executados mediante ações de rotina,
ções ideais para a realização das atividades. campanhas e outras estratégias. • Na sala de vacinação, todas as va-
• Piso e paredes lisos, contínuos (sem frestas) e laváveis. cinas devem ser armazenadas entre +2ºC e +8ºC, sendo ideal +5ºC.
• Portas e janelas pintadas com tinta lavável. Organização dos imunobiológicos na câmara refrigerada
• Portas de entrada e saída independentes, quando possível. O estoque de imunobiológicos no serviço de saúde não deve
• Teto com acabamento resistente à lavagem. ser maior do que a quantidade prevista para o consumo de um mês,
• Bancada feita de material não poroso para o preparo dos in- a fim de reduzir os riscos de exposição dos produtos a situações que
sumos durante os procedimentos. possam comprometer sua qualidade. Os imunobiológicos devem
• Pia para a lavagem dos materiais. ser organizados em bandejas sem que haja a necessidade de dife-
• Pia específica para uso dos profissionais na higienização das renciá-los por tipo ou compartimento, uma vez que a temperatura
mãos antes e depois do atendimento ao usuário. se distribui uniformemente no interior do equipamento. Entretan-
• Nível de iluminação (natural e artificial), temperatura, umida- to, os produtos com prazo de validade mais curto devem ser dispos-
de e ventilação natural em condições adequadas para o desempe- tos na frente dos demais frascos, facilitando o acesso e a otimização
nho das atividades. da sua utilização. Orientações complementares sobre a organização
• Tomada exclusiva para cada equipamento elétrico dos imunobiológicos na câmara refrigerada constam no Manual de
• Equipamentos de refrigeração utilizados exclusivamente para Rede de Frio (2013). Abra o equipamento de refrigeração com a
conservação de vacinas, soros e imunoglobulinas, conforme as nor- menor frequência possível.
mas do PNI nas três esferas de gestão.
• Equipamentos de refrigeração protegidos da incidência de luz Procedimentos segundo as vias de administração dos imuno-
solar direta. biológicos
• Sala de vacinação mantida em condições de higiene e lim- Os imunobiológicos são produtos seguros, eficazes e bastante
peza. custo-efetivos em saúde pública. Sua eficácia e segurança, entretan-
to, estão fortemente relacionadas ao seu manuseio e à sua adminis-
Administração dos imunobiológicos tração. Portanto, cada imunobiológico demanda uma via específica
Na administração dos imunobiológicos, adote os seguintes pro- para a sua administração, a fim de se manter a sua eficácia plena.
cedimentos:
• Verifique qual imunobiológico deve ser administrado, confor- Via oral A via oral é utilizada para a administração de substân-
me indicado no documento pessoal de registro da vacinação (cartão cias que são absorvidas no trato gastrintestinal com mais facilidade
ou caderneta) ou conforme indicação médica. e são apresentadas, geralmente, em forma líquida ou como drá-
• Higienize as mãos antes e após o procedimento geas, cápsulas e comprimidos. O volume e a dose dessas substân-
Examine o produto, observando a aparência da solução, o esta- cias são introduzidos pela boca. São exemplos de vacinas adminis-
do da embalagem, o número do lote e o prazo de validade. tradas por tal via: vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada) e vacina
rotavírus humano G1P1[8] (atenuada).

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Via parenteral A maior parte dos imunobiológicos ofertados tramuscular devem estar distantes dos grandes nervos e de vasos
pelo PNI é administrada por via parenteral. As vias de administração sanguíneos, sendo que o músculo vasto lateral da coxa e o músculo
parenterais diferem em relação ao tipo de tecido em que o imuno- deltoide são as áreas mais utilizadas.
biológico será administrado. Tais vias são as seguintes: intradérmi-
ca, subcutânea, intramuscular e endovenosa. Notas:
Esta última é exclusiva para a administração de determinados • A região glútea é uma opção para a administração de deter-
tipos de soros. Para a administração de vacinas, não é recomendada minados tipos de soros (antirrábico, por exemplo) e imunoglobuli-
a assepsia da pele do usuário. Somente quando houver sujidade nas (anti-hepatite B e varicela, como exemplos).
perceptível, a pele deve ser limpa utilizando-se água e sabão ou • A área ventroglútea é uma região anatômica alternativa para
álcool a 70%, no caso de vacinação extramuros e em ambiente hos- a administração de imunobiológicos por via intramuscular, devendo
pitalar ser utilizada por profissionais capacitados.

Nota: Calendário Nacional de Vacinação


• Quando usar o álcool a 70% para limpeza da pele, friccione o
algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, espere mais 30 Criança
segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestí-
gios do produto, de modo a evitar qualquer interferência do álcool
no procedimento.

A administração de vacinas por via parenteral não requer para-


mentação especial para a sua execução. A exceção se dá quando o
vacinador apresenta lesões abertas com soluções de continuidade
nas mãos. Excepcionalmente nesta situação, orienta-se a utilização
de luvas, a fim de se evitar contaminação tanto do imunobiológico
quanto do usuário.
Para vacinar, basta levar a criança a um posto ou Unidade Bási-
ca de Saúde (UBS) com o cartão/caderneta da criança. O ideal é que
Nota:
cada dose seja administrada na idade recomendada. Entretanto, se
• A administração de soros por via endovenosa requer o uso de
perdeu o prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de
luvas, assim como a assepsia da pele do usuário.
saúde para atualizar as vacinas. A maioria das vacinas disponíveis
no Calendário Nacional de Vacinação é destinada a crianças. São 15
Via intradérmica (ID) Na utilização da via intradérmica, a vacina
vacinas, aplicadas antes dos 10 anos de idade.
é introduzida na derme, que é a camada superficial da pele. Esta
via proporciona uma lenta absorção das vacinas administradas. O
Ao nascer
volume máximo a ser administrado por esta via é 0,5 mL. A vacina
BCG (Bacilo Calmette-Guerin) – (previne as formas graves de
BCG e a vacina raiva humana em esquema de pré-exposição, por
tuberculose, principalmente miliar e meníngea) - dose única - dose
exemplo, são administradas pela via intradérmica. Para facilitar a
única
identificação da cicatriz vacinal, recomenda-se no Brasil que a vaci-
Hepatite B–(previne a hepatite B) - dose ao nascer
na BCG seja administrada na inserção inferior do músculo deltoide
direito. Na impossibilidade de se utilizar o deltoide direito para tal
2 meses
procedimento, a referida vacina pode ser administrada no deltoide
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infec-
esquerdo.
ções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 1ª dose
Via subcutânea (SC) Na utilização da via subcutânea, a vacina é
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) (previne a polio-
introduzida na hipoderme, ou seja, na camada subcutânea da pele.
mielite) – 1ª dose
O volume máximo a ser administrado por esta via é 1,5 mL. São
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne a pneumonia,
exemplos de vacinas administradas por essa via: vacina sarampo,
otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1ª
caxumba e rubéola e vacina febre amarela (atenuada). Alguns locais
dose
são mais utilizados para a vacinação por via subcutânea: a região do
Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose
deltoide no terço proximal; a face superior externa do braço; a face
anterior e externa da coxa; e a face anterior do antebraço.
3 meses
Via intramuscular (IM) Na utilização da via intramuscular, o
Meningocócica C (conjugada) - (previne Doença invasiva causa-
imunobiológico é introduzido no tecido muscular, sendo apropria-
da pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – 1ª dose
do para a administração o volume máximo até 5 mL. São exemplos
de vacinas administradas por essa via: vacina adsorvida difteria,
4 meses
tétano, pertussis, Haemophilus influenzae b (conjugada) e hepa-
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infec-
tite B (recombinante); vacina adsorvida difteria e tétano adulto;
ções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 2ª dose
vacina hepatite B (recombinante); vacina raiva (inativada); vacina
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) (previne a polio-
pneumocócica 10 valente (conjugada) e vacina poliomielite 1, 2 e
mielite) – 2ª dose
3 (inativada). As regiões anatômicas selecionadas para a injeção in-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne pneumonia, HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e
otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 2ª verrugas genitais) - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses)
dose
Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) – 2ª dose Meninos 11 a 14 anos
HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e
5 meses verrugas genitais) - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses)
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada
pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – 2ª dose 11 a 14 anos
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada
6 meses por Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – Dose única ou reforço
Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infec- (a depender da situação vacinal anterior)
ções causadas pelo Haemophilus influenzae B) – 3ª dose
Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP) - (previne polio- 10 a 19 anos
mielite) – 3ª dose Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior)
9 meses Febre Amarela – 1 dose (a depender da situação vacinal ante-
Febre Amarela – uma dose (previne a febre amarela) rior)
Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada
12 meses 10 anos
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2 doses
Pneumocócica 10 Valente (conjugada) - (previne pneumonia, (de acordo com a situação vacinal anterior)
otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, menin-
Reforço gite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose (a de-
Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada pender da situação vacinal anterior) - (está indicada para população
pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – Reforço indígena e grupos-alvo específicos)

15 meses Adulto
DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche) – 1º reforço
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) (VOP) - (previne poliomie-
lite) – 1º reforço
Hepatite A – uma dose
Tetra viral – (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/ca-
tapora) - Uma dose

4 anos
DTP (Previne a difteria, tétano e coqueluche) – 2º reforço
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) (VOP) – (previne poliomie-
lite) - 2º reforço É muito importante que os adultos mantenham suas vacinas
Varicela atenuada (previne varicela/catapora) – uma dose em dia. Além de se proteger, a vacina também evita a transmissão
Atenção: Crianças de 6 meses a 5 anos (5 anos 11 meses e 29 para outras pessoas que não podem ser vacinadas. Imunizados, fa-
dias) de idade deverão tomar uma ou duas doses da vacina influen- miliares podem oferecer proteção indireta a bebês que ainda não
za durante a Campanha Anual de Vacinação da Gripe. estão na idade indicada para receber algumas vacinas, além de ou-
tras pessoas que não estão protegidas. Veja lista de vacinas disponi-
Adolescente bilizadas a adultos de 20 a 59 anos:

20 a 59 anos
Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior)
Febre Amarela – dose única (a depender da situação vacinal
anterior)
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – Verificar
a situação vacinal anterior, se nunca vacinado: receber 2 doses (20
a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos);
Dupla adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada
A caderneta de vacinação deve ser frequentemente atualiza- 10 anos
da. Algumas vacinas só são administradas na adolescência. Outras Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, menin-
precisam de reforço nessa faixa etária. Além disso, doses atrasadas gite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose (Está
também podem ser colocadas em dia. Veja as vacinas recomenda- indicada para população indígena e grupos-alvo específicos)
das a adolescentes:

Meninas 9 a 14 anos

Editora
331
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Idoso Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas

Criança

São quatro as vacinas disponíveis para pessoas com 60 anos ou


mais, além da vacina anual contra a gripe:

60 anos ou mais Ao nascer


Hepatite B - 3 doses (verificar situação vacinal anterior) BCG – dose única - (previne as formas graves de tuberculose,
Febre Amarela – dose única (verificar situação vacinal anterior) principalmente miliar e meníngea)
Dupla Adulto (dT) - (previne difteria e tétano) – Reforço a cada Hepatite B – dose única
10 anos
Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, menin- 2 meses
gite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – reforço (a de- Pentavalente (Previne Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B
pender da situação vacinal anterior) - A vacina está indicada para e Meningite e infecções por HiB) – 1ª dose
população indígena e grupos-alvo específicos, como pessoas com Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (poliomielite ou paralisia in-
60 anos e mais não vacinados que vivem acamados e/ou em insti- fantil) – 1ª dose
tuições fechadas. Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningi-
Influenza – Uma dose (anual) te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1ª dose
Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose
Gestante
3 meses
Meningocócica C (previne a doença meningocócica C) – 1ª dose

4 meses
Pentavalente (previne difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B
e Meningite e infecções por Haemóphilus influenzae tipo B) – 2ª
dose
Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (Poliomielite ou paralisia in-
fantil) – 2ª dose
Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningi-
A vacina para mulheres grávidas é essencial para prevenir doenças te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 2ª dose
para si e para o bebê. Veja as vacinas indicadas para gestantes. Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – 2ª dose
Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior)
Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – 3 doses (a de- 5 meses
pender da situação vacinal anterior) Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – 2ª dose
dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – (previne dif-
teria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada gestação a partir da 6 meses
20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto). Pentavalente (previne Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B
Influenza – Uma dose (anual) e meningite e infecções por HiB) – 3ª dose
Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (Poliomielite ou paralisia in-
fantil) – 3ª dose

9 meses
Febre Amarela – dose única (previne a febre amarela)

12 meses
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose
Pneumocócica 10 valente (previne pneumonia, otite, meningi-
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – Reforço
Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – reforço

15 meses
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332
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

DTP (Difteria, tétano e coqueluche) – 1º reforço Febre Amarela (previne febre amarela) – dose única, verificar
Vacina Oral Poliomielite (VOP) - (poliomielite ou paralisia infan- situação vacinal
til) – 1º reforço Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – se nunca
Hepatite A – dose única vacinado: 2 doses (20 a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos);
Tetra viral ou tríplice viral + varicela – (previne sarampo, rubéo- Pneumocócica 23 valente (previne pneumonia, otite, meningi-
la, caxumba e varicela/catapora) - Uma dose te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose a depen-
der da situação vacinal
4 anos Dupla adulto (DT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada
DTP (previne difteria, tétano e coqueluche) – 2º reforço 10 anos
Vacina Oral Poliomielite (VOP) – (poliomielite ou paralisia in-
fantil) - 2º reforço Idoso
Varicela atenuada (varicela/catapora) – uma dose

5 anos
Pneumocócica 23 v – uma dose – A vacina está indicada para
grupos-alvo específicos, como a população indígena a partir dos 5
(cinco) anos de idade

9 anos
HPV (Papiloma vírus humano que causa cânceres e verrugas
genitais) – 2 doses (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14
anos) 60 anos ou mais
Hepatite B (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a si-
Adolescente tuação vacinal
Febre Amarela (previne febre amarela) – dose única, verificar
situação vacinal
Pneumocócica 23 valente (previne pneumonia, otite, meningi-
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – reforço a depen-
der da situação vacinal - A vacina está indicada para grupos-alvo
específicos, como pessoas com 60 anos e mais não vacinados que
vivem acamados e/ou em instituições fechadas.
Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10
anos

Gestante
10 e 19 anos
Meningocócica C (doença invasiva causada por Neisseria me-
ningitidis do sorogrupo C) – 1 reforço ou dose única de 12 a 13 anos
- verificar a situação vacinal
Febre Amarela – dose única (verificar a situação vacinal)
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2 doses, a
depender da situação vacinal anterior
HPV (Papiloma vírus humano que causa cânceres e verrugas
genitais) – 2 doses (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14
anos) Hepatite B (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a si-
Pneumocócica 23 valente (previne pneumonia, otite, meningi- tuação vacinal
te e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose a depen- Dupla Adulto (DT) (previne difteria e tétano) – 3 doses, de acor-
der da situação vacinal do com a situação vacinal
Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 dTpa (previne difteria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada
anos gestação a partir da 20ª semana
Hepatite B – (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a
situação vacinal

Adulto

20 a 59 anos
Hepatite B (previne hepatite B) - 3 doses, de acordo com a si-
tuação vacinal

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333
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tétano: doença infecciosa aguda, cujo bacilo desenvolve-se


CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS, NÃO TRANS- no local do ferimento e produz uma neurotoxina que, ao atingir
MISSÍVEIS E SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS o SNC, provoca os sinais e sintomas da doença. Agente Etiológico:
Clostridium Tetanii. Modo de Transmissão: Objetos contaminados
que penetram em feridas, ferimentos insignificantes, queimaduras,
De acordo1 com a organização Pan-americana de saúde doen- coto umbilical, etc. Sinais e Sintomas: Trismo, rigidez da nuca, con-
ça transmissível é: “qualquer doença causada por um agente infec- traturas e espasmos musculares, mialgia intensa; posição de opistó-
cioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela tomo; riso sardônico, febre e sudorese intensa. Diagnóstico: Exame
transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou clínico e físico. Tratamento: Debridamento da ferida; antibióticos;
animal infectado ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível, soro antitetânico (SAT); vacinas; miorrelaxantes; sedativos; ambien-
direta ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, te isento de barulhos e iluminação excessiva.
de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente
inanimado”. Febre Tifoide: doença infecciosa causada pelo bacilo de Eberth.
A expressão doença transmissível pode ser sintetizada como Agente Etiológico: Bacilo de Eberth ou Salmonella Typhi. Modo de
doença cujo agente etiológico é vivo e é transmissível. Doenças Transmissão: Por contato direto (com fezes ou urina do portador)
transmissíveis são aquelas em que o organismo parasitante pode ou indireto (com água e alimentos contaminados). Sinais e Sinto-
migrar do parasitado para o sadio, havendo ou não uma fase inter- mas: Hipertermia progressiva, astenia, anorexia, náuseas, vômitos,
mediária de desenvolvimento no ambiente. esplenomegalia, leucopenia, constipação alternada com crises de
A maioria das doenças infecciosas está associada à pobreza e diarreia (fezes líquidas esverdeadas e fétidas). Diagnóstico: Exame
ao subdesenvolvimento, posto isso abordaremos a seguir as princi- clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Antibioticoterapia e profi-
pais considerações sobre o assunto. laxia com saneamento básico, fiscalização sanitária e vigilância epi-
demiológica.
Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP)2
São doenças causadas por seres vivos ou seus produtos. Quan- Difteria: doença aguda, caracterizada por quadro tóxico-infec-
do o ser vivo que causa a doença vive às custas de outro ser vivo cioso, com duração variável podendo apresentar desde sintomato-
que o abriga este são chamados respectivamente de parasita e hos- logia leve até fatal. Agente Etiológico: Bacilo de Klebs loeffler ou
pedeiro. bacilo Corynebacterium diphtheriae. Modo de Transmissão: Por
Os germes3 ou parasitos patogênicos para o homem são ca- contato físico direto; por gotículas de secreção dispersas no ar ou
pazes de causar doenças infecciosas e parasitárias pelos seguintes por meio de objetos contaminados. Sinais e Sintomas: Placas com
mecanismos gerais: abundante exsudação na faringe, provocando sintomas de asfixia,
• Invasão e destruição dos tecidos por ação mecânica, por rea- agitação, batimentos da asa do nariz, cianose, contrações dos mús-
ção inflamatória ou por ação de substancias líticas (lisinas); culos intercostais devido à dificuldade respiratória. Pode ocorrer
• Ação de toxinas específicas produzidas pelos germes infec- parada respiratória. Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial.
tantes e parasitos, capazes de causar danos locais e a distância nas Tratamento: Manter o paciente em isolamento respiratório; anti-
células do hospedeiro; bioticoterapia; soro antidiftérico (SAD); cirúrgico. Fazer profilaxia
• Indução de reação de hipersensibilidade no hospedeiro como com vacinação.
resposta imune, sendo capaz de produzir lesões em suas próprias
células e tecidos. Cólera: doença infecciosa aguda e grave, transmitida princi-
palmente pela contaminação fecal da água, alimentos e ouros pro-
Muitas vezes as DIP2 são confundidas com as doenças conta- dutos que vão a boca. Agente Etiológico: Víbrio Cholerae (vibrião
giosas, mas nem todas as DIPs são contagiosas (p.ex. o tétano não é colérico). Modo de Transmissão: Água, alimentos ou fômites conta-
contagioso). A especialidade DIP, no Brasil, se originou da tradicio- minados pelas fezes e vômitos dos indivíduos infectados, sintomáti-
nal Medicina Tropical que trata das grandes doenças que assolam cos ou não. Sinais e Sintomas: Diarreia líquida súbita e intensa com
e assolaram o Brasil e o Mundo durante séculos (como a malária). aspecto de água de arroz; desidratação; cãibras; hipotensão; cho-
Essa especialidade procura (mas nem sempre consegue) se concen- que hipovolêmico. Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial.
trar em questões urbanas como as infecções hospitalares, a síndro- Tratamento: Antibioticoterapia; hidratação; Isolamento.
me da imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS), as endocardites in-
fecciosas, as infecções transfusionais, etc. Coqueluche: doença bacteriana que afeta a traqueia, os brôn-
Uma doença infecciosa é qualquer doença causada pelo cresci- quios e os bronquíolos. Agente Etiológico: Bordetella pertussis.
mento de patogênicos como bactérias, fungos, vírus, protozoários Modo de Transmissão: Contato direto (por meio de gotículas de
que pode ser transmissível. muco e saliva eliminados pelo indivíduo contaminado) ou indireto
(pelo contato com objetos recentemente contaminados). Sinais e
Algumas Doenças Transmitidas por Bactérias4 Sintomas: Período catarral: coriza, espirros, lacrimejamento. Perío-
do paroxístico: crise de tosse, expectoração, cianose. Período de
1 http://www.inf.furb.br/sias/saude/Textos/doencas_transmissiveis. convalescença: os sintomas vão desaparecendo gradativamente.
htm Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Anti-
2 http://www.hse.rj.saude.gov.br/cidadao/clin/dip/dip1faq.asp bioticoterapia, Isolamento respiratório, antitussígenos.
3 COURA, José Rodrigues. Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias. 2ª Ed. Algumas Doenças Transmitidas por Vírus
Guanabara Koogan.
4 https://pt.slideshare.net/ClebsonReinaldo/assistncia-de-enfermagem-aos-paciente-por- tadores-de-doenas-infecciosas-aula-quarta-dia-06-de-janeiro-de-2016
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Caxumba: doença infecciosa aguda de início súbito, caracteri- los respiratórios. Diagnóstico: exame clínico e físico. Tratamento:
zado pela tumefação das glândulas salivares, geralmente das paró- Não existe tratamento específico. O cliente necessita de cuidados
tidas e, às vezes das sublinguais. Agente Etiológico: Vírus parotidite. especiais em UTI, sedativos, antitérmicos e medidas de controle das
Modo de Transmissão: Contato direto (por meio de gotículas de complicações.
muco e saliva eliminados pelo indivíduo contaminado) ou indire-
to (pelo contato com objetos recentemente contaminados). Sinais Agora abordaremos duas doenças infecciosa de grande impor-
e Sintomas: Febre, calafrios discretos, dores pelo corpo, principal- tância para a saúde pública, a tuberculose e a hanseníase.
mente na região da tumefação, orquite, ooforite. Diagnóstico: Exa-
me clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Analgésicos e antitér- Tuberculose5
micos; corticosteróides e repouso no leito. A profilaxia é a vacina da A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada
tríplice viral (MMR). por um microrganismo denominado Mycobacterium tuberculosis,
também denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga atra-
Rubéola: doença exantemática em geral benigna, que ocorre vés do ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por
predominantemente na infância e adolescência. Agente Etiológico: um doente com tuberculose (TB) pulmonar ao tossir, espirrar ou
vírus do grupo togavírus L. rubellus. Modo de Transmissão: Contato falar em voz alta. Quando estas gotículas são inaladas por pessoas
direto (por meio das secreções nasofaríngeas). Sinais e Sintomas: sadias, provocam a infecção tuberculosa e o risco de desenvolver a
Período Podrômico: febre, calafrios discretos, dores no corpo. Pe- doença.
ríodo Exantemático: surge exantemas na face, couro cabeludo. Pe- A propagação da tuberculose está intimamente ligada às condi-
ríodo de descamação: pele ressecada com prurido intenso. Diagnós- ções de vida da população. Prolifera, como todas as doenças infec-
tico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Analgésicos e ciosas, em áreas de grande concentração humana, com precários
antitérmicos; banhos com antisséptico. Vacinação: A mulher deve serviços de infraestrutura urbana, como saneamento e habitação,
evitar gravidez durante 3 meses após a vacinação. onde coexistem a fome e a miséria. Por isto, a sua incidência é
maior nas periferias das grandes cidades, podendo, porém, acome-
Sarampo: doença infecciosa aguda, extremamente contagiosa, ter qualquer pessoa mesmo em áreas rurais.
caracterizada por febre e exantema máculo-papular. Agente Etioló-
gico: Vírus do grupo paramixovírus. Modo de Transmissão: Contato A infecção pelo bacilo da tuberculose pode ocorrer em qual-
direto (por meio das secreções nasais e da garganta do doente) ou quer idade, mas no Brasil geralmente acontece na infância. Nem
indireto (por meio de objetos contaminados). Sinais e Sintomas: todas as pessoas expostas ao bacilo da tuberculose se tornam infec-
Febre alta, exantemas máculo-papular, tosse, coriza e conjuntivite. tadas. A probabilidade que a TB seja transmitida depende de alguns
Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Sinto- fatores:
mático, conforme as manifestações de cada caso. - Da contagiosidade do caso índice (doente bacilífero fonte da
infecção);
Varicela ou Catapora: doença infecciosa amplamente dissemi- - Do tipo de ambiente em que a exposição ocorreu;
nada que ocorre particularmente em crianças. Agente Etiológico: - Da duração da exposição.
Vírus da varicela; herpes-vírus ou vírus varicela-zoster. Modo de
Transmissão: Contato direto (por meio de secreções nasais e da gar- Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de
ganta do doente ou contato com as lesões cutâneas) ou indireto Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (garganta e
(por meio de objetos contaminados). Sinais e Sintomas: Febre alta, nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. Contudo, quando
calafrios, mialgia e adenomegalias, erupções cutâneas inicialmente os bacilos atingem os alvéolos a infecção pode se iniciar.
máculas que evoluem para pápulas e por fim, vesículas; estas evo- Em primeiro lugar, os bacilos multiplicam-se nos alvéolos e um
luem e secam formando crostas. Diagnóstico: exame clínico, físico e pequeno número entra na circulação sanguínea disseminando-se
laboratorial. Tratamento: Sintomático: repouso, analgésico, banhos por todo o corpo.
com antissépticos. Dentro de 2 a 10 semanas, no entanto, o sistema imune usual-
mente intervém, impedindo que os bacilos continuem a se multipli-
Poliomielite: doença viral aguda, cuja expressão clínica varia car, prevenindo disseminação posterior.
desde uma infecção inaparente até paralisias. Agente Etiológico: A infecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos
poliovírus. Modo de Transmissão: secreções orofaríngeas e nas fe- estão no corpo da pessoa, mas o sistema imune os está mantendo
zes. Sinais e Sintomas: as manifestações clínicas da infecção pelo sob controle. O sistema imune faz isto produzindo células chama-
poliovírus são muito variáveis, desde infecção inaparente até qua- das macrófagos que fagocitam os bacilos e formam uma barreira, o
dros de paralisia grave, levando a morte. Diagnóstico: exame clínico granuloma, que mantém os bacilos sob controle.
e físico. Tratamento: Sintomático: o principal meio de prevenção e A infecção tuberculosa é detectada apenas pela prova tubercu-
erradicação é a vacina Sabin/Anti-poliomielite. línica. As pessoas infectadas e que não estão doentes não transmite
o bacilo.
Raiva ou Hidrofobia: doença infecciosa aguda de prognósti- Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose
co fatal em todos os casos, causada por vírus que se propaga pelo doença em qualquer fase da vida. Isto acontece quando o sistema
SNC. Agente Etiológico: vírus da raiva Rhabdovirus. Modo de Trans- imune não pode mais manter os bacilos sob controle e eles se mul-
missão: Mordedura de animais que contenham o agente na saliva. tiplicam rapidamente.
Sinais e Sintomas: mal-estar, anorexia, náuseas, insônia, distúrbios
psíquicos e respiratórios, dor e parestesia no local do ferimento,
espasmos, delírios, convulsões e morte por paralisias dos múscu- 5 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_controle_tuberculose.pdf
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Todos os órgãos podem ser acometidos pelo bacilo da tuber- Tratamento


culose, porém, ocorre mais frequentemente nos pulmões, gânglios, O tratamento é feito com quatro drogas que estão todas no
pleura, rins, cérebro e ossos. mesmo comprimido – rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etam-
Denomina-se “caso de tuberculose” todo indivíduo com diag- butol. Nos primeiros dois meses - fase intensiva do tratamento -, a
nóstico confirmado por baciloscopia ou cultura e aquele em que o pessoa usa essas quatro drogas. Na fase de manutenção, que dura
médico, com base nos dados clínico-epidemiológicos e no resultado quatro meses, a pessoa usará apenas duas drogas - a rifampicina e
de exames complementares, firma o diagnóstico de tuberculose. a isoniazida.
“Caso novo” é o doente com tuberculose que nunca se subme- Quando esse tratamento de seis meses é bem feito, a maioria
teu à quimioterapia antituberculosa, fez uso de tuberculostáticos das pessoas ficam curadas da infecção. É importante que se divul-
por menos de 30 dias, ou submeteu-se ao tratamento para tuber- gue que o tratamento pode e deve ser realizado nas unidades de
culose há cinco anos ou mais. saúde do bairro. Apenas alguns casos mais complexos e graves exi-
girão internação hospitalar.
As ações para a procura de casos devem estar voltadas para os
grupos com maior probabilidade de apresentar tuberculose. Deve- Hanseníase7
-se realizar a busca ativa de casos entre: A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo
- Os sintomáticos respiratórios: a equipe de saúde deve estar de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório, com afinida-
preparada para realizar a busca sistemática de sintomáticos respi- de por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, que se
ratórios, ou seja, das pessoas maiores de 15 anos que procuram os instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar.
serviços de saúde por qualquer motivo e apresentam queixas de O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em mé-
tosse e expectoração por três semanas ou mais. Entre esses, deve- dia, de 11 a 16 dias.
-se procurar o doente com tuberculose pulmonar bacilífera, fonte Conforme traz a Portaria Conjunta nº 125, de 26 de março de
de infecção” para outros indivíduos; 2009 que define ações de controle da hanseníase, o Programa Na-
- Contatos de casos de tuberculose: toda pessoa, parente ou cional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde desenvol-
não, que coabita com um doente de tuberculose; ve um conjunto de ações que visam orientar a prática em serviço
Atenção especial deve ser dada às populações de maior risco em todas as instâncias e diferentes complexidades, de acordo com
de adoecimento como os residentes em comunidades fechadas os princípios do SUS, fortalecendo as ações de vigilância epidemio-
como presídios, manicômios, abrigos e asilos e os indivíduos eti- lógica da hanseníase, promoção da saúde com base na educação
listas, usuários de drogas, mendigos, imunodeprimidos por uso de permanente e assistência integral aos portadores deste agravo.
medicamentos ou por doenças imunossupressoras (aids, diabetes) A atenção à pessoa com hanseníase, suas complicações e se-
e ainda os trabalhadores em situações especiais que mantêm con- quelas, deve ser oferecida em toda a rede do Sistema Único de Saú-
tato próximo com doente com TB pulmonar bacilífera. de, de acordo com a necessidade de cada caso.
A procura de casos deve ser feita ainda entre os suspeitos ra-
diológicos (pacientes com imagens suspeitas de TB que chegam ao Considera-se um caso de hanseníase, a pessoa que apresenta
serviço de saúde). um ou mais dos seguintes sinais cardinais e que necessita de trata-
As equipes do PSF, os agentes comunitários de saúde e os pro- mento poliquimioterápico:
fissionais de saúde responsáveis pela vigilância epidemiológica no a) Lesão (ões) e/ou área (s) da pele com diminuição ou altera-
município devem mobilizar a comunidade para identificar os tossi- ção de sensibilidade;
dores crônicos, nas famílias, clubes, igrejas, e comunidades fecha- b) Acometimento de nervo (s) periférico (s) com ou sem es-
das referidas acima, com o objetivo de encaminhá-los para fazer pessamento associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou
exame de escarro. autonômicas; e
Essas unidades devem contar com o apoio de uma unidade de c) Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico.
referência, de média complexidade. Porém do ponto de vista de sua
atuação no Programa de Controle da Tuberculose, as UBS devem O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico
manter a sua autonomia na descoberta e no tratamento de casos e epidemiológico, realizado por meio da análise da história e con-
de tuberculose. dições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico para
identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade
Prevenção6 e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/
A prevenção é feita através da vacina BCG, recomendada para ou autonômico).
aplicação no primeiro mês de vida da criança. A vacina diminui as O comprometimento dos nervos periféricos é a característica
chances de desenvolver formas graves da doença, como a menin- principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar
gite tuberculosa, mas não é eficaz contra a tuberculose pulmonar. incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformi-
Outra forma é através da prevenção secundária com isoniazi- dades.
da. A proteção é recomendada para as pessoas que convivem com Estas incapacidades e deformidades podem acarretar alguns
a pessoa doente, seja na casa ou no trabalho. Essa proteção só é problemas, tais como diminuição da capacidade de trabalho, limita-
recomendada após a avaliação do teste PPD e do raio-X de tórax de ção da vida social e problemas psicológicos. São responsáveis, tam-
todos os contatos próximos. Objetivamente, a forma mais eficaz é bém, pelo estigma e preconceito contra a doença.
a descoberta das pessoas doentes e o início rápido do tratamento. Por isso mesmo ratifica-se que a hanseníase é doença curável,
e quanto mais precocemente diagnostica e tratada mais rapida-
6 https://portal.fiocruz.br/noticia/tuberculose-medica-explica-os-sintomas-o-diagnostico- mente se cura o paciente.
-e-como-se-prevenir 7 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O M. leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto PAUCIBACILAR (PB) - Casos Com Até Cinco Lesões de Pele
é, infecta muitas pessoas, no entanto só poucas adoecem. Formas Clínicas:
O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reser- - Indeterminada (HI): áreas de hipo ou anestesia, parestesias,
vatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente manchas hipocrômicas e/ou eritemohipocrômicas, com ou sem di-
infectados. minuição da sudorese e rarefação de pelos.
O contágio dá-se através de uma pessoa doente, portadora do - Tuberculóide (HT): placas eritematosas, eritemato-hipocrô-
bacilo de Hansen, não tratada, que o elimina para o meio exterior, micas, até 5 lesões de pele bem delimitadas, hipo ou anestésicas,
contagiando pessoas susceptíveis. podendo ocorrer comprometimento de nervos.
A principal via de eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente
de hanseníase, e a mais provável porta de entrada no organismo MULTIBACILAR (MB) - Casos com mais de Cinco Lesões de Pele
passível de ser infectado são as vias aéreas superiores, o trato res- Formas Clínicas:
piratório. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é - Dimorfa (HD): lesões pré-foveolares (eritematosas planas
necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada. com o centro claro). Lesões foveolares (eritematopigmentares de
O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo, e tonalidade ferruginosa ou pardacenta), apresentando alterações de
suas diferentes manifestações clínicas, dependem dentre outros fa- sensibilidade.
tores, da relação parasita/hospedeiro e pode ocorrer após um lon- - Virchowiana (HV): eritema e infiltração difusos, placas erite-
go período de incubação, de 2 a 7 anos. matosas de pele, infiltradas e de bordas mal definidas, tubérculos
Além das condições individuais, outros fatores relacionados e nódulos, madarose, lesões das mucosas, com alteração de sensi-
aos níveis de endemia e às condições socioeconômicas desfavorá- bilidade.
veis, assim como condições precárias de vida e de saúde e o elevado
número de pessoas convivendo em um mesmo ambiente, influem A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando dispo-
no risco de adoecer. nível, deve ser utilizada como exame complementar para a classifi-
Dentre as pessoas que adoecem, algumas apresentam resis- cação dos casos em PB ou MB.
tência ao bacilo, constituindo os casos Paucibacilares (PB), que A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independen-
abrigam um pequeno número de bacilos no organismo, insuficiente temente do número de lesões.
para infectar outras pessoas. Os casos Paucibacilares, portanto, não
são considerados importantes fontes de transmissão da doença de- Atenção: o resultado negativo da baciloscopia não exclui o
vido à sua baixa carga bacilar. Algumas pessoas podem até curar-se diagnóstico de hanseníase.
espontaneamente.
Um número menor de pessoas não apresenta resistência ao Tratamento da Hanseníase
bacilo, que se multiplica no seu organismo passando a ser elimi-
nado para o meio exterior, podendo infectar outras pessoas. Estas Apresentação: Duração: 12 meses
pessoas constituem os casos Multibacilares (MB), que são a fonte
de infecção e manutenção da cadeia epidemiológica da doença. FAIXA CARTELA PB CARTELA MB
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem le-
são cutânea, (suspeita de hanseníase neural pura) e aqueles que Rifampicina (RFM): Rifampicina (RFM): cápsu-
apresentam área (s) com alteração sensitiva e/ou autonômica du- cápsula de 300mg (2) la de 300mg (2)
vidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados Dapsona (DDS): com-
Dapsona (DDS): comprimi-
para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação primido de 100mg
Adulto do de 100mg (28)
diagnóstica. Recomenda-se que nessas unidades os mesmos sejam (28)
submetidos novamente ao exame dermatoneurológico criterioso, Clofazimina (CFZ): cápsula
à coleta de material (baciloscopia ou histopatologia cutânea ou de - de 100mg (3) e cápsula de
nervo periférico sensitivo), a exames eletrofisiológicos e/ou outros 50mg (27)
mais complexos para identificar comprometimento cutâneo ou Rifampicina (RFM):
Rifampicina (RFM): cápsu-
neural discreto e para diagnóstico diferencial com outras neuropa- cápsula de 150mg (1)
la de 150mg (1) e cápsula
tias periféricas. e cápsula de 300mg
de 300mg (1)
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige exame criterio- (1)
Criança
so, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de Dapsona (DDS): com- Dapsona (DDS): comprimi-
sensibilidade. primido de 50mg (28) do de 50mg (28)
O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo seme- Clofazimina (CFZ): cápsula
lhante ao de outras doenças curáveis, se vier a causar impacto psi- de 50mg (16)
cológico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares ou pessoas
de sua rede social, esta situação requererá uma abordagem apro- Nota: A gravidez e o aleitamento não contraindicam o trata-
priada pela equipe de saúde que permita a aceitação do problema, mento PQT.
superação das dificuldades e maior adesão aos tratamentos.
A classificação operacional do caso de hanseníase, visando o Esquemas Terapêuticos
tratamento com poliquimioterapia é baseada no número de lesões Os esquemas terapêuticos deverão ser utilizados de acordo
cutâneas de acordo com os seguintes critérios: com a classificação operacional:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - PAUCIBACILAR: 6 cartelas durante o acompanhamento do caso e após a alta, com o propósito


de prevenir incapacidades e deformidades físicas decorrentes da
Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg (2 cápsu- hanseníase.
las de 300mg) com administração supervisionada.
ADULTO A descoberta de caso é feita por meio da detecção:
Dapsona (DDS): dose mensal de 100mg supervisio-
nada e dose diária de 100mg auto administrada. - Ativa (investigação epidemiológica de contatos, e exame de
Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg (1 cápsu- coletividade como inquéritos e campanhas);
la de 150mg e 1 cápsula de 300mg) com administra- - Passiva (demanda espontânea e encaminhamento).
CRIANÇA ção supervisionada.
Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg supervisiona- A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em
da e dose diária de 50mg auto administrada. todo território nacional e de investigação obrigatória. Cada caso
diagnosticado deve ser notificado na semana epidemiológica de
Duração: 6 doses. Seguimento dos casos: comparecimento ocorrência do diagnóstico, utilizando-se a ficha de notificação e
mensal para dose supervisionada. Critério de alta: o tratamen- investigação do Sistema de Informação de Notificação de Agravos
to estará concluído com seis (6) doses supervisionadas em até (SINAN).
9 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao A notificação deve ser enviada em meio físico, magnético ou
exame dermatológico, avaliação neurológica simplificada e do virtual ao órgão de vigilância epidemiológica hierarquicamente su-
grau de incapacidade física e receber alta por cura. perior, permanecendo uma cópia no prontuário. As fichas de notifi-
cação dos casos devem ser preenchidas por profissionais das unida-
II - MULTIBACILAR: 12 cartelas des de saúde onde o (a) paciente foi diagnosticado (a).
A notificação de casos de recidiva deverá ser realizada pelo ser-
Duração: 24 doses. viço de referência que procedeu a confirmação diagnóstica. Após
avaliação, os casos confirmados e sem complicação, deverão ser
Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg (2 cápsu- contra referenciados para tratamento e acompanhamento na uni-
las de 300mg) com administração supervisionada. dade básica.
Dapsona (DDS): dose mensal de 100mg supervisiona- A investigação epidemiológica tem por finalidade a descoberta
ADULTO da e uma dose diária de 100mg auto administrada. de casos entre aqueles que convivem ou conviveram com o doente
Clofazimina (CFZ): dose mensal de 300mg (3 cápsulas e suas possíveis fontes de infecção. Para fins operacionais conside-
de 100mg) com administração supervisionada e uma ra-se contato intradomiciliar toda e qualquer pessoa que resida ou
dose diária de 50mg auto administrada. tenha residido com o doente de hanseníase nos últimos 5 (cinco)
Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg (1 cápsula anos.
de 150mg e 1 cápsula de 300 mg) com administração
supervisionada. Atenção: todo contato de hanseníase deve receber orientação
CRIAN- Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg supervisiona- de que a BCG não é uma vacina específica para este agravo e neste
ÇA da e uma dose diária de 50mg auto administrada. grupo, é destinada, prioritariamente, aos contatos intradomicilia-
Clofazimina (CFZ): dose mensal de 150mg (3 cápsulas res.
de 50mg) com administração supervisionada e uma
dose de 50mg auto administrada em dias alternados. É de responsabilidade da unidade básica de saúde dispor do
Duração: 12 doses. Seguimento dos casos: comparecimento tratamento completo para cada caso, conforme faixa etária e clas-
mensal para dose supervisionada. Critério de alta: o tratamen- sificação operacional, na forma de esquema de Poliquimioterapia
to estará concluído com doze (12) doses supervisionadas em (PQT/OMS). A programação deverá ser de acordo o número de ca-
até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser submeti- sos PB e MB.
dos ao exame dermatológico, avaliação neurológica simplifica- O Ministério da Saúde é responsável pela programação, aquisi-
da e do grau de incapacidade física e receber alta por cura. Os ção e distribuição nacional dos medicamentos, com a participação
pacientes MB que não apresentarem melhora clínica ao final das Secretarias Estaduais de Saúde. Cabe às Secretarias Estaduais e
do tratamento preconizado de 12 doses (cartelas) deverão ser Municipais de Saúde a gestão da distribuição às unidades de saúde
encaminhados para avaliação nas unidades de maior comple- aonde são dispensados, zelando para que não haja descontinuida-
xidade para verificar a necessidade de um segundo ciclo de de na oferta desse insumo.
tratamento com 12 doses.
A comunicação e educação em saúde é um dos componentes
estruturantes do Programa Nacional de Controle da Hanseníase
A principal forma de prevenir a instalação de deficiências e in-
compreende três eixos:
capacidades físicas é o diagnóstico precoce.
- Ações de comunicação em saúde;
- Educação permanente;
A prevenção das incapacidades físicas é realizada através de
- Mobilização social.
técnicas simples e de orientação ao paciente para a prática regular
de autocuidado. Técnicas simples são procedimentos a serem apli-
cados e ensinados ao (à) paciente nas unidades básicas de saúde

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Estas ações devem ser conduzidas sempre em consonância mantenham convívio mais próximo, mesmo sem vínculo familiar,
com as políticas vigentes. Nesse processo deve-se promover a par- sobretudo, aqueles que frequentem o domicílio do doente ou te-
ticipação de diferentes atores sociais no planejamento, execução e nham seus domicílios frequentados por ele.
avaliação, favorecendo a democratização e a descentralização des- - Contato social: toda e qualquer pessoa que conviva ou tenha
sas ações. convivido em relações sociais (familiares ou não), de forma próxi-
As ações de comunicação são fundamentais à divulgação das ma e prolongada com o caso notificado. Os contatos sociais, que
informações sobre hanseníase dirigidas à população em geral, e em incluem vizinhos, colegas de trabalho e de escola, entre outros, de-
particular, aos profissionais de saúde e pessoas atingidas pela doen- vem ser investigados de acordo com o grau e tipo de convivência,
ça e de sua convivência. Essas ações devem ser realizadas de forma ou seja, aqueles que tiveram contato muito próximo e prolongado
integrada à mobilização social. com o paciente não tratado.
As práticas de educação em saúde para controle da hanseníase
devem basear-se na política de educação permanente e na política DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT)9
nacional de promoção da saúde. Essas atividades devem compreen- Doenças Crônicas são aquelas doenças que possuem evolução
der, pelo menos, atenção integral, estímulo à investigação e ao au- lenta e de longa duração, ou seja, não se resolve em um curto es-
toexame dos contatos intradomiciliares, autocuidado, prevenção e paço de tempo.
tratamento de incapacidades físicas e suporte psicológico durante As DCNT são consideradas multifatoriais, já que possuem di-
e após o tratamento. versos fatores determinantes, dentre as principais temos, as doen-
A educação permanente em saúde, ao proporcionar a forma- ças cardiovasculares, as doenças respiratórias crônicas, o diabetes
ção dos profissionais de saúde, gestores e usuários, é uma estra- mellitus e as neoplasias, todas possuem quatro fatores de risco em
tégia essencial à atenção integral humanizada e de qualidade, ao comum: o tabaco, a alimentação não saudável, a inatividade física
fortalecimento do SUS e à garantia de direitos e da cidadania. Para e o consumo nocivo de álcool. Abordaremos a seguir as principais
tanto, faz-se necessário estabelecer ações intersetoriais envolven- DCNT.
do a educação e a saúde, de acordo com as diretrizes para imple-
mentação da política nacional de educação permanente em saúde. Doenças Cardiovasculares10
Recomenda-se que a educação permanente em saúde con-
temple - na hanseníase - a reorientação das práticas de formação, Acidente Vascular Cerebral
atenção, gestão, formulação de políticas e controle social e seja O acidente vascular encefálico (AVE) é o principal distúrbio vas-
realizada de forma intersetorial com outras áreas governamentais, cular encefálico, pois se refere a uma anormalidade funcional do
sociedades científicas, conselhos reguladores e órgãos formadores sistema nervoso central (SNC), quando ocorre há interrupção da ir-
de profissionais da saúde e entidades não governamentais. rigação sanguínea para o encéfalo. O AVE pode ser classificado em
De acordo com as recomendações do Pacto pela Saúde cabe- duas categorias principais: isquêmico e hemorrágico.
rá às três esferas de governo trabalhar em parceria com as demais
instituições e entidades da sociedade civil para a divulgação de Acidente Vascular Encefálico Isquêmico
informações atualizadas sobre a hanseníase e atenção integral ao No acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico ocorre uma
portador de hanseníase ou de suas sequelas. interrupção do fluxo sanguíneo cerebral, dada a obstrução de um
vaso sanguíneo. Essa interrupção do fluxo sanguíneo desencadeia
Importante: quando a pessoa doente inicia o tratamento qui- uma complexa série de eventos metabólicos celulares, conhecidos
mioterápico, ela deixa de ser transmissora da doença, pois as pri- como cascata isquêmica.
meiras doses da medicação matam os bacilos, torna-os incapazes
de infectar outras pessoas. Manifestações Clínicas
Um AVE isquêmico pode causar ampla variedade de déficits
Prevenção8 neurológicos, dependendo da localização da lesão (quais os vasos
O ambiente domiciliar é apontado como importante espaço de sanguíneos que estão obstruídos), do tamanho da área de perfusão
transmissão da doença, sendo a investigação epidemiológica nesse inadequada e da quantidade fluxo sanguíneo colateral (secundário
espaço fundamental na descoberta de casos entre aqueles que con- ou acessório).
vivem ou conviveram com o doente como estratégia para a redução
da carga da doença. O cliente pode apresentar qualquer um dos seguintes sinais e
sintomas:
Para fins operacionais, define-se como: • Dormência ou fraqueza da face, do braço ou da perna, parti-
- Contato domiciliar: toda e qualquer pessoa que resida ou cularmente em um lado do corpo;
tenha residido, conviva ou tenha convivido com o doente de han- • Confusão ou alteração do estado mental;
seníase, no âmbito domiciliar, nos últimos cinco anos anteriores • Dificuldade de falar ou de compreender a fala;
ao diagnóstico da doença, podendo ser familiar ou não. Atenção • Distúrbios visuais;
especial deve ser dada aos familiares do caso notificado, por apre- • Dificuldade de caminhar, tontura ou perda do equilíbrio ou
sentarem maior risco de adoecimento, mesmo não residindo no da coordenação;
domicílio do caso. Devem ser incluídas, também, as pessoas que • Cefaleia intensa e súbita.

9 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
8 http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase/medidas-de-prevencao-e-con- 10 CHEEVER, Kerry H; BRUNNER, Lillian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith. Tratado de Enfer-
trole magem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Prevenção Podem estar presentes dor e rigidez da parte posterior do pes-


A prevenção primária do AVE isquêmico continua sendo um coço (rigidez de nuca) e da coluna vertebral, em decorrência de irri-
estilo de vida saudável, incluindo não fumar, manter um peso sau- tação meníngea. Ocorrem distúrbios visuais (perda visual, diplopia,
dável, seguir uma dieta saudável (inclusive consumo modesto de ptose) se o aneurisma for adjacente ao nervo oculomotor. Além dis-
bebidas alcoólicas) e exercícios regulares. A idade, o gênero e a raça so, pode haver zumbidos, tontura e hemiparesia.
constituem fatores de risco não modificáveis bem conhecidos para A hemorragia subaracnóidea em consequência de aneurisma
o AVE. Os grupos de alto risco incluem pessoas com mais de 55 anos é um evento catastrófico, com morbidade e mortalidade significa-
de idade. tivas.
Outro grupo de alto risco é o dos afrodescendentes a incidên-
cia do primeiro AVE nesses indivíduos é quase duas vezes maior que Prevenção
a de pessoas de raça branca. São muitos os fatores de risco para o A prevenção primária do AVE hemorrágico é o melhor método
AVE isquêmico, para pessoas que correm alto risco, intervenções e consiste no manejo da hipertensão e na melhora de outros fato-
que alterem os fatores modificáveis, como tratamento da hiperten- res de risco significativos. O controle da hipertensão pode reduzir
são arterial e da hiperglicemia e suspensão do tabagismo, reduzem o risco de AVE hemorrágico, outros fatores de risco incluem idade
o risco de AVE. avançada, gênero masculino e consumo excessivo de bebidas alcoó-
licas.
Tratamento As triagens para risco de AVE proporcionam uma oportunidade
São utilizados agentes trombolíticos para tratar o AVE isquê- ideal para reduzir o risco de AVE hemorrágico ao identificar pessoas
mico por meio de dissolução do coágulo sanguíneo que está blo- ou grupos de alto risco e ao fornecer orientação aos clientes e à
queando o fluxo sanguíneo para o encéfalo. comunidade sobre seu reconhecimento e prevenção.
Embora o tempo disponível para iniciar o tratamento tenha
sido estendido em alguns centros, é necessária urgência por parte Infarto Agudo do Miocárdio ou Síndromes Coronarianas Agu-
do público e dos profissionais de saúde para o rápido transporte das (SCA)11
do cliente a um hospital para avaliação e administração do medica- Trata-se de um processo de morte do tecido (necrose) de parte
mento e o tempo recomendado é de 3 horas. do músculo cardíaco por falta de oxigênio, devido à obstrução da
artéria coronária, geralmente ocorre pela formação de um coágulo
Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico sobre uma área previamente comprometida por aterosclerose (pla-
Os AVE hemorrágicos são causados principalmente por hemor- ca de gordura), causando estreitamentos dos vasos sanguíneos do
ragia intracraniana ou subaracnóidea, tendo como origem um san- coração.
gramento dentro do tecido cerebral, nos ventrículos ou no espaço
subaracnóideo. Fatores de Risco
A hemorragia intracerebral primária em consequência de uma Os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças car-
ruptura espontânea de pequenos vasos, e é motivada principal- diovasculares são classificados como não-modificáveis (idade, he-
mente pela hipertensão não controlada. A hemorragia subaracnói- reditariedade, sexo e raça), modificáveis (tabagismo, dislipidemia,
dea resulta da ruptura de um aneurisma intracraniano. hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade e dibetes mellitus) e
Outra causa comum de hemorragia intracerebral no indivíduo contribuintes (estresse, hormonal, uso de pílulas anticoncepcionais,
idoso é a angiopatia amiloide cerebral, que envolve uma lesão cau- etilismo e homocisteína).
sada pelo depósito de proteína beta-amiloide nos vasos sanguíneos
de pequeno e de médio calibre do encéfalo. Manifestações Clínicas
A hemorragia intracerebral secundária está associada a malfor- A descrição clássica da dor torácica na SCA é um desconforto,
mações arteriovenosas (MAV), aneurismas intracranianos, neopla- uma queimação ou uma sensação opressiva localizada na região
sias intracranianas ou determinados medicamentos. precordial ou retroesternal, que pode ter irradiação para o ombro
ou braço esquerdo, braço direito, pescoço ou mandíbula, acompa-
Manifestações Clínicas nhada frequentemente de diaforese, náuseas, vômitos ou dispneia.
O cliente com AVE hemorrágico pode apresentar ampla varie- A dor pode durar alguns minutos (geralmente entre 10 e 20
dade de déficits neurológicos, quando consciente consegue relatar min) e ceder, como nos casos de angina instável, ou mais de 30 min,
a ocorrência de cefaleia intensa. Outros sintomas que podem ser como nos casos de infarto agudo do miocárdio. O paciente também
observados com mais frequência em clientes com hemorragia intra- pode apresentar queixas atípicas como mal-estar, indigestão, fra-
cerebral aguda (em comparação com o AVE isquêmico) consistem queza ou apenas sudorese sem dor.
em vômitos, alteração precoce e súbita do nível de consciência e,
possivelmente, convulsões focais, dado o comprometimento fre- Tratamento
quente do tronco encefálico. Tratamento farmacológico: o objetivo do tratamento inicial é
Além dos déficits neurológicos (semelhantes aos observados agir sobre os processos fisiopatológicos que ocorrem na SCA e suas
no AVE isquêmico), o cliente com aneurisma intracraniano ou MAV consequências, visando, portanto, à contenção ou ao controle da
pode apresentar algumas manifestações clínicas singulares. A rup- isquemia miocárdica, à recanalização coronariana e ao controle do
tura de aneurisma ou MAV produz habitualmente cefaleia súbita e processo aterotrombótico.
extremamente intensa e, com frequência, perda da consciência por
um período variável.
11 BARBOSA, Dulce Aparecida; VIANNA, Lucila Amaral Carneiro. Enfermagem Ambulato-
rial e Hospitalar. Manole, 2010.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tratamento cirúrgico: quando as demais terapêuticas falham Fatores de Risco


ou não são indicadas, é necessária a realização do tratamento cirúr- - Fatores de risco ambientais (tabagismo ativo e passivo) e
gico para a revascularização pelo implante de enxertos. Os condu- exposição prolongada e intensa a poeiras e substâncias químicas
tos mais utilizados são a artéria torácica interna (mamária) e a veia ocupacionais e poluição do ar em ambientes fechados e do ar am-
safena magna. biente.

Doenças Respiratórias Crônicas Prevenção


Doenças respiratórias crônicas (DRC) são doenças crônicas das A prevenção é parar definitivamente com o cigarro é a medida
vias aéreas superiores e inferiores. A DRC mais comuns são: a asma, mais eficaz, pessoas saudáveis que não desejam ter a doença e para
a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), aqueles que já foram diagnosticados e querem reduzir os sintomas.
veremos a seguir as características das DRC. A maioria das pessoas afetadas pela DPOC não sabem que têm
a doença, somente quando são diagnosticadas e muitas vezes tar-
Asma diamente afetando assim as medidas de prevenção.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respirató-
rias, que provoca hiper-reatividade, edema da mucosa (excesso de Rinite12
líquido acumulado) e produção de muco. Essa inflamação acaba Rinite é uma reação inflamatória que ocorre na mucosa nasal
resultando em episódios recorrentes de sinais/sintomas de asma: consequente a fatores alérgicos ou não. Clinicamente, é definida
tosse, sensação de constrição no tórax, sibilos e dispneia. como a somatória dos sintomas: rinorreia (corrimento excessivo de
Os clientes com asma podem apresentar períodos assintomáti- muco nasal), obstrução nasal, prurido e/ou espirros.
cos alternando com exacerbações agudas de poucos minutos a vá- Pode-se classificar como alérgica ou não alérgica e desta infec-
rias horas ou dias de duração. Seus fatores de risco incluem história ciosa ou não infecciosa. Sendo que a não infecciosa pode ser viral,
familiar, alergia (o fator mais forte) e exposição crônica a irritantes bacteriana ou fúngica. A rinite não alérgica é um diagnóstico de ex-
das vias respiratórias ou alérgenos. Os deflagradores comuns dos si- clusão, e os quadros principais são: rinite eosinofílica não alérgica
nais/sintomas e das exacerbações da asma consistem em irritantes (rena), idiopática, ocupacional, do idoso, gestacional, do esporte,
das vias respiratórias, alimentos, exercícios físicos, estresse, fatores gustativa, medicamentosa e por fármacos.
hormonais, medicamentos, infecções virais das vias respiratórias e
refluxo gastresofágico. Prevenção
A renite representa uma das afecções mais frequentes na es-
Prevenção pécie humana, e pode apresentar grande impacto na qualidade de
A avaliação do comprometimento e a realização de testes para vida, portanto o controle do ambiente de convívio do paciente é
identificar possíveis causas, incluindo exposições no local de traba- essencial e, muitas vezes, suficiente para o controle dos sintomas
lho, constituem os métodos essenciais para assegurar o controle de rinite alérgica. Entre os alérgenos de ambiente fechado mais
em clientes com asma recorrente. comuns no Brasil, encontra-se o ácaro como principal fator causal.
O tratamento imediato visa remover ou diminuir a exposição Por isso, evitar objetos que acumulem poeira e ambientes muito
no ambiente do cliente, e este tem acompanhamento contínuo. São úmidos são de grande valia.
prescritos medicamentos padrão para asma a fim de minimizar a
broncoconstrição e a inflamação das vias respiratórias. Metas Nacionais Propostas para o Enfrentamento das Doen-
ças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) 13
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) - Reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT
A DPOC caracteriza-se por limitação do fluxo de ar, que não é em 2% ao ano;
totalmente reversível, geralmente progressiva e associada à respos- - Reduzir a prevalência de obesidade em crianças;
ta inflamatória do pulmão a partículas ou gases nocivos. A limitação - Reduzir a prevalência de obesidade em adolescentes;
ao fluxo de ar resulta em estreitamento das vias respiratórias, hi- - Deter o crescimento da obesidade em adultos;
persecreção de muco e alterações na vascularização pulmonar. - Reduzir a prevalência de consumo nocivo de álcool;
Outras doenças, tais como fibrose cística, bronquiectasia (dila- - Aumentar a prevalência de atividade física no lazer;
tação irreversível de porções dos ductos respiratórios) e asma, que - Aumentar o consumo de frutas e hortaliças;
eram classificadas como tipos de DPOC, são atualmente classifica- - Reduzir o consumo médio de sal;
das como distúrbios pulmonares crônicos, embora possa haver so- - Reduzir a prevalência de tabagismo;
breposição dos sintomas com aqueles observados na DPOC. - Implantar o Programa Nacional de Qualidade em Mamografia
O tabagismo, a poluição do ar ambiente e a exposição ocu- nos serviços que realizam esse tipo de exame;
pacional constituem fatores de risco importantes que contribuem - Implantar o Programa de Gestão da Qualidade de Citopatolo-
para o desenvolvimento da DPOC, que pode se estender por um gia nos laboratórios que realizam esse tipo de exame;
período de 20 a 30 anos. As complicações da DPOC variam, mas - Ampliar e/ou manter a cobertura de exame citopatológico do
incluem insuficiência e falência respiratórias (principais complica- câncer do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos, em todas as
ções) e pneumonia, atelectasia (colapso do tecido pulmonar com regiões do país;
perda de volume) e pneumotórax (presença de ar entre as duas ca- - Ampliar a cobertura de mamografia em mulheres de 50 a 69
madas da pleura). anos;
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é passível de 12 MARTINS, Milton de Arruda; CARRILHO, Flair José; ALVES, Venâncio Avancini Ferreira;
prevenção e tratamento, com alguns efeitos extrapulmonares sig- CASTILHO, Euclid. Clínica Médica. Manole, 2016.
nificativos. 13 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Garantir tratamento de mulheres com diagnóstico de lesões • Testes sorológicos, como testes não treponêmicos ou de rea-
precursoras de câncer do colo do útero. gina (Venereal Disease Research Laboratory [VDRL] ou o teste em
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS14 cartão da reagina plasmática rápida [RPR-CT]); testes treponêmi-
A doença sexualmente transmissível, ou infecção sexualmente cos, como o teste do anticorpo anti treponêmico fluorescente (FTA-
transmissível (IST) é um termo para descrever doenças adquiridas -ABS) e o teste de microhemaglutinação (MHA-TP).
por meio de contato sexual com uma pessoa infectada. As ISTs têm
graves consequências para a saúde e podem evoluir sem sintomas, Tratamento
porém qualquer retardo no diagnóstico e no tratamento é poten- O tratamento clínico inclui tratar com antibióticos tanto o clien-
cialmente prejudicial, visto que o risco de complicações para o in- te quanto os contatos sexuais do cliente. Como a sífilis é uma doen-
divíduo infectado (e o risco de transmissão para outras pessoas) ça contagiosa notificável, é necessário comunicar os clientes com
aumenta com o decorrer do tempo. diagnóstico de sífilis ao serviço de saúde pública estadual ou muni-
As portas de entrada dos microrganismos que causam IST e os cipal para garantir acompanhamento na comunidade.
locais de infecção incluem a pele e o revestimento mucoso da: ure-
tra, colo do útero, vagina, reto e orofaringe, mas as ISTs podem ser Terapia Farmacológica
adquiridas in utero, a partir da mãe infectada. • São utilizados antibióticos para o tratamento de todos os es-
A orientação sobre prevenção das ISTs inclui a discussão dos tágios da sífilis;
fatores de risco e dos comportamentos que podem levar à infecção. • A penicilina G benzatina por via intramuscular em dose única
As estratégias de orientação mais recomendadas envolvem uma lin- constitui o medicamento de escolha para sífilis inicial ou sífilis laten-
guagem direta e grupos de orientação em saúde para públicos-alvo te inicial com menos de 1 ano de duração; pode ser substituída pela
em diferentes cenários. Destacando, que tem sido amplamente di- doxiciclina se o cliente for alérgico à penicilina;
vulgado, o uso de preservativos como forma de barreira protetora • A sífilis latente tardia ou a sífilis latente de duração desconhe-
contra microrganismos relacionados às ISTs. cida deve ser tratada com três injeções de antibiótico, a intervalos
Posto isso, abordaremos a seguir as principais ISTs e suas ca- de 1 semana.
racterísticas.
Infecção por Chlamydia e Gonorreia
Sífilis Clientes infectados por N. gonorrhoeae frequentemente tor-
A sífilis é uma doença infecciosa aguda e crônica causada pela nam-se infectados por C. trachomatis, sendo a infecção por Chlamy-
espiroqueta Treponema pallidum. Os estágios primário, secundário dia mais comumente observada em indivíduos jovens e sexual-
e terciário refletem o intervalo de tempo entre a infecção e as ma- mente ativos com mais de um parceiro e é transmitida por relação
nifestações clínicas observadas nesse período; esses estágios cons- sexual.
tituem a base para as decisões de tratamento. Maior risco de infecção por C. trachomatis é observado em
• A sífilis primária ocorre em 2 a 3 semanas após a inoculação mulheres jovens entre 15 e 19 anos de idade e pode resultar em
inicial. Surge uma lesão indolor no local de infecção, denominada graves complicações, incluindo infecção pélvica, risco aumentado
cancro, que habitualmente desaparece em 3 a 12 semanas; de gravidez ectópica e infertilidade. A gonorreia também constitui
• A sífilis secundária ocorre quando a disseminação hemato- importante causa de doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade
gênica dos microrganismos a partir do cancro original leva a uma tubária, gravidez ectópica e dor pélvica crônica.
infecção generalizada. O exantema (erupção cutânea) da sífilis se-
cundária surge cerca de 2 a 8 semanas após o cancro e acomete o Manifestações Clínicas
tronco e os membros, incluindo as palmas das mãos e as plantas • O cliente pode ser assintomático;
dos pés. Os sinais generalizados de infecção podem incluir linfade- • Os sintomas mais frequentes de infecção por Chlamydia em
nopatia (qualquer alteração no tamanho e na consistência dos lin- mulheres incluem cervicite mucopurulenta com exsudatos (fluido
fonodos), artrite, meningite, queda dos cabelos, febre, mal-estar e proveniente de uma ferida) no canal endocervical; além disso, po-
perda de peso; dem apresentar dispareunia (é a dor sentida ao se tentar a relação
• A sífilis terciária é o estágio final da história natural da doen- sexual ou outra atividade sexual que envolva penetração ou a dor
ça; entre 20 e 40% dos indivíduos acometidos não apresentam sentida durante essas atividades), disúria, sangramento ou sinto-
sintomas. A sífilis terciária manifesta-se na forma de uma doença mas de infecção urinária ou vaginite;
inflamatória lentamente progressiva, com potencial de acometer • Quando acomete nos homens, os sintomas podem consistir
múltiplos órgãos. As manifestações mais comuns nesse nível con- em secreção peniana e sensação de ardência durante a micção; o
sistem em aortite (inflamação da aorta) e neurossífilis, conforme cliente também pode relatar testículos dolorosos e edemaciados na
evidenciado pela ocorrência de demência, psicose, paresia, aciden- ocorrência de infecção por N. gonorrhoeae.
te vascular encefálico ou meningite.
Complicações
Avaliação e Achados Diagnósticos • Nas mulheres, podem ocorrer DIP, gravidez ectópica, endo-
• História clínica e exame físico; metrite e infertilidade; o colo do útero inflamado por Chlamydia
• Avaliações laboratoriais: são importantes, uma vez que a sífi- pode tornar a mulher mais vulnerável à transmissão do HIV por
lis pode simular outras doenças; um parceiro infectado. Outras complicações incluem conjuntivite e
• Identificação direta da espiroqueta obtido de um cancro; peri-hepatite. Se uma mulher grávida for infectada por Chlamydia,
podem ocorrer natimorto, morte neonatal e trabalho de parto pre-
14 BRUNNER, Lilian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith. Manual de Enfermagem. Guanabara maturo;
Koogan, 2015.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Nos homens, a epididimite, uma doença dolorosa que pode pode manifestar-se como uma infecção primária ou recorrente. Os
levar à infertilidade, pode resultar de infecção por qualquer uma principais sintomas incluem febre; dor de garganta; vesículas dolo-
dessas bactérias; rosas; e úlceras na língua, palato, gengiva, mucosa bucal e lábios.
• Em indivíduos de ambos os sexos, a artrite e a infecção da A infecção primária resulta na produção de anticorpos para o
corrente sanguínea podem ser causadas por N. gonorrhoeae. vírus de modo que infecções recorrentes são mais localizadas e me-
nos graves. Depois de uma infecção inicial, o vírus do herpes per-
Avaliação e Achados Diagnósticos siste nos gânglios trigeminais e em outras raízes dorsais no estado
Avaliar o cliente quanto à ocorrência de febre, secreção (ure- latente, sendo reativado periodicamente nas infecções recorrentes.
tral, vaginal ou retal) e sinais de artrite. A reativação de uma infecção por herpes pode ocorrer tanto no
• Para N. gonorrhoeae: coloração pelo gram (apenas apropria- gânglio da raiz dorsal quanto localmente (o vírus já foi encontrado
da para amostras de uretra masculina), cultura e testes de amplifi- na epiderme e em outros órgãos).
cação de ácido nucleico (NAT); Os sintomas de uma infecção primária por HSV-1 mais frequen-
• Para C. trachomatis: são obtidas amostras do canal anal e fa- temente ocorrem em crianças pequenas (1 a 5 anos de idade). É
ringe de ambos os sexos, amostras endocervicais nas mulheres e provável que muitos adultos tenham sido expostos ao HSV-1 du-
amostras uretrais nos homens; coloração de gram, teste do anticor- rante a infância e, portanto, apresentem anticorpos para o vírus. As
po fluorescente direto e NAT; lesões recorrentes do HSV-1 geralmente começam com uma sensa-
• Recomendação do Centers for Diseases Control and Preven- ção de queimação ou formigamento. Seguem-se vesículas umbilica-
tion (CDC): teste anual para Chlamydia em todas as mulheres grávi- das e eritema, que progridem para pústulas, úlceras e crostas antes
das, sexualmente ativas com menos de 25 anos de idade e mulheres de cicatrizar.
de mais idade com novo parceiro sexual ou com múltiplos parceiros. As lesões são mais comuns nos lábios, face, boca, septo nasal
e nariz. Quando uma lesão está ativa, libera o HSV-1, e há o risco
Manejo Clínico de transmissão do vírus a outras pessoas. A dor é comum, e a cura
Como os clientes frequentemente estão coinfectados por N. ocorre dentro de 10 a 14 dias. Fatores precipitantes podem ser o
gonorrhoeae e C. trachomatis, o CDC recomenda terapia dupla, estresse, a menstruação ou ferimentos. Em particular, a exposição
mesmo se apenas a gonorreia foi comprovada nos exames labora- ao UVB parece ser um gatilho comum para a recorrência.
toriais. As diretrizes do CDC devem ser usadas para determinar uma Não há cura para o herpes orofaríngeo. A maior parte das me-
terapia alternativa para a cliente grávida, clientes com alergia ou didas de tratamento é paliativa. O penciclovir em creme ou doco-
que apresentam infecção complicada por Chlamydia. sanol em creme, agentes antivirais tópicos aplicados ao primeiro
O CDC atualiza, regularmente, as recomendações para trata- sintoma e, em seguida, várias vezes ao dia, reduzem a duração de
mento das IST, em razão dos problemas crescentes de padrões de uma crise. A aplicação de preparações tópicas de venda livre con-
resistência bacteriana aos antibióticos e escassez de medicamen- tendo agentes anti-histamínicos, antipruriginosos e anestésicos jun-
tos. Os testes sorológicos para sífilis e HIV devem ser oferecidos a tamente com ácido acetilsalicílico ou paracetamol pode ser utiliza-
clientes com gonorreia e infecção por Chlamydia, visto que qual- da para aliviar a dor.
quer IST aumenta o risco de outras IST. O aciclovir oral, um fármaco antiviral que inibe a replicação
do vírus do herpes, pode ser utilizado profilaticamente para evitar
Manejo de Enfermagem recidivas. Os fármacos antivirais valaciclovir e fanciclovir também
• Assegurar que os clientes com diagnóstico de gonorreia e in- podem ser utilizados para a profilaxia.
fecção por Chlamydia sejam notificados ao serviço de saúde pública Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – Infecção pelo HIV
apropriado; orientar o cliente sobre a necessidade de tratar todos A infecção pelo vírus da Imunodeficiência humana (HIV) é uma
os parceiros sexuais; infecção viral e pode provocar a Síndrome da Imunodeficiência Ad-
• Orientar adolescentes e adultos jovens sobre a saúde sexual, quirida (AIDS), o HIV pertence a um grupo de vírus conhecidos como
reforçando a importância da abstinência sexual, limitando o núme- retrovírus. Esses vírus transportam seu material genético na forma
ro de parceiros sexuais e utilizando preservativos para proteção por de ácido ribonucleico (RNA), em lugar do ácido desoxirribonucleico.
barreira. Ocorre infecção pelo HIV quando o vírus entra na célula (T) CD4
do hospedeiro e induz a célula a replicar o RNA e proteínas virais,
Herpes Simples15 que, por sua vez, invadem outras células CD4.
As infecções da pele e mucosas pelo herpes-vírus simples (HSV) O estágio da doença pelo HIV baseia-se na história clínica, no
são comuns existem dois tipos de HSV que infectam os seres huma- exame físico, nas evidências laboratoriais de disfunção imune, nos
nos: tipo 1 e tipo 2. O HSV-1 geralmente está associado às infecções sinais e sintomas e em infecções e neoplasias malignas. A definição
da orofaringe, e o microrganismo é transmitido por gotículas res- de caso padrão da AIDS pelos Centers for Disease Control and Pre-
piratórias ou pelo contato direto com a saliva infectada. O HSV-1 vention (CDC) categoriza a infecção pelo HIV e a AIDS em adultos e
também pode ser transmitido para outras partes do corpo pelo con- adolescentes com base nas condições clínicas associadas à infecção
tato com a pele na prática de esportes, como atletismo, e durante a pelo HIV e contagens de células T CD4+. Foram reconhecidos três
prática odontológica e clínica. estágios de estados infectados.
O herpes genital geralmente é causado pelo HSV-2. As infec- • Estágio 1 ou infecção primária: infecção aguda/recente pelo
ções genitais causadas pelo HSV-1 e as infecções orais causadas HIV, síndrome do HIV aguda: acentuada queda das contagens de
pelo HSV-2 estão se tornando mais comuns. A infecção pelo HSV-1 linfócitos T CD4+ para > 500;
• Estágio 2: HIV sintomático: 200 a 499 linfócitos T CD4+/mm3;
• Estágio 3: AIDS: menos de 200 linfócitos T CD4+/mm3.
15 GROSSMAN, Sheila C; PORTH, Carol Matton. Fisiopatologia. Guanabara Koogan, 2016.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Transmissão do HIV • Pode ocorrer câncer cervical invasivo.


O HIV é transmitido nos líquidos corporais por meio de com- Avaliação e Achados Diagnósticos
portamentos de alto risco, como relação sexual com um parceiro A confirmação da existência de anticorpos anti-HIV é obtida uti-
infectado pelo HIV e uso de substâncias IV ou injetáveis. lizando-se o imunoensaio enzimático (anteriormente ensaio imu-
As pessoas que receberam transfusões de sangue ou de hemo- noabsorvente ligado à enzima), o ensaio Western blot e testes de
derivados contaminados com o vírus HIV, as crianças nascidas de carga viral como métodos de amplificação de alvos. Além desse en-
mães com infecção pelo HIV que não fizeram tratamento pré-natal, saio para anticorpos HIV-1, dispõe-se, atualmente, de duas técnicas
os lactentes amamentados por mães infectadas pelo HIV e os pro- adicionais: o teste da saliva OraSure e o teste para anticorpo HIV-1
fissionais de saúde expostos à lesão perfuro cortante associada ao OraQuick Rapid.
cliente infectado também correm risco.
Diagnósticos de Enfermagem
Manifestações Clínicas • Integridade da pele prejudicada relacionada com as manifes-
Os sintomas são disseminados e podem acometer qualquer tações cutâneas da infecção pelo HIV, escoriações e diarreia;
sistema de órgãos. As manifestações incluem desde anormalidades • Diarreia relacionada com patógenos entéricos ou infecção
leves na resposta imune, sem sinais e sintomas francos, até imu- pelo HIV;
nossupressão profunda, infecção potencialmente fatal, neoplasia • Risco de infecção relacionado com imunodeficiência;
maligna e o efeito direto do HIV sobre os tecidos corporais. • Intolerância à atividade relacionada com fraqueza, fadiga,
desnutrição, comprometimento do equilíbrio hidroeletrolítico e hi-
Manifestações Respiratórias póxia caracterizada por infecções pulmonares;
• Falta de ar, dispneia, tosse, dor torácica e febre estão associa- • Confusão mental relacionada com redução do tempo de
das a infecções oportunistas, como aquelas causadas por Pneumo- atenção, comprometimento da memória e desorientação associada
cystis jiroveci (pneumonia por Pnemocystis [PPC], a infecção mais à encefalopatia pelo HIV;
comum), Mycobacterium avium-intracellulare, citomegalovírus • Troca de gases prejudicada relacionada com infecção, aumen-
(CMV) e espécies de Legionella; to das secreções brônquicas e capacidade diminuída de tossir em
• Tuberculose associada ao HIV ocorre precocemente na evolução consequência de fraqueza e fadiga;
da infecção pelo HIV, precedendo com frequência o diagnóstico de AIDS. • Dor aguda e crônica relacionada com o comprometimento
da integridade da pele perianal em consequência de diarreia, SK e
Manifestações Gastrintestinais (GI) neuropatia periférica;
• Perda de apetite; • Nutrição desequilibrada: aporte menor do que as necessida-
• Náuseas e vômitos; des corporais, relacionada com a diminuição do aporte oral;
• Candidíase oral e esofágica (placas esbranquiçadas, degluti- • Interação social prejudicada relacionada com o estigma da
ção dolorosa, dor retroesternal e, possivelmente, lesões orais); doença, esquiva dos sistemas de apoio, procedimentos de isola-
• Diarreia crônica, possivelmente com efeitos devastadores (p. ex., mento e medo de infectar outras pessoas;
perda de peso profunda, desequilíbrios hidroeletrolíticos, escoriação da • Conhecimento deficiente relacionado com a infecção pelo
pele perianal, fraqueza e incapacidade de realizar as atividades da vida HIV, meios de evitar a transmissão do HIV e autocuidado.
diária).
Manejo Clínico
Síndrome Consumptiva (Caquexia) Tratamento das infecções oportunistas.
• Desnutrição energético-proteica multifatorial; As diretrizes para o tratamento das infecções oportunistas de-
• Perda de peso involuntária e pronunciada, de mais de 10% do vem ser consultadas para as recomendações mais atuais. A função
peso corporal basal; imune deve melhorar com o início da terapia antirretroviral alta-
• Diarreia crônica (de mais de 30 dias de duração) ou fraqueza mente ativa, levando a uma resolução mais rápida da infecção opor-
crônica e febre intermitente ou constante documentada, na ausên- tunista.
cia de qualquer doença concomitante;
• Anorexia, diarreia, má absorção gastrintestinal (GI), falta de Tratamento
nutrição e, em alguns clientes, estado hipermetabólico. Não há cura para a infecção pelo HIV. Os medicamentos atual-
mente disponíveis para tratar a infecção pelo HIV diminuem a quan-
Manifestações Oncológicas tidade de vírus no organismo, mas não erradicam o HIV. O trata-
Determinados tipos de câncer ocorrem frequentemente em pes- mento da infecção pelo HIV mudou drasticamente desde meados
soas com AIDS e são considerados condições que definem a AIDS. dos anos 1990. Esta mudança se deve à melhor compreensão da
• O sarcoma de Kaposi (SK) é a neoplasia maligna mais comum patogênese do HIV, ao surgimento de testes de carga viral e ao au-
relacionada com HIV, que acomete a camada endotelial dos vasos mento do número de medicamentos disponíveis para combater o
sanguíneos e linfáticos (exibindo uma evolução variável e agressiva, vírus.
incluindo desde lesões cutâneas localizadas até doença dissemina- Após a confirmação da infecção pelo HIV, deve ser feita uma
da acometendo múltiplos sistemas orgânicos); avaliação de linha de base. Esta avaliação deve englobar o histórico
• Os linfomas de células B constituem a segunda neoplasia ma- completo e exames físicos e laboratoriais iniciais, assim como um
ligna mais comum, tendem a se desenvolver fora dos linfonodos, hemograma completo com diferencial.
mais comumente no cérebro, na medula óssea e no trato GI. Geral- Os cuidados de rotina de acompanhamento de uma pessoa es-
mente esses tipos de linfoma são de grau mais alto, indicando um tável e assintomática infectada com o HIV devem incluir o histórico
crescimento agressivo e resistência ao tratamento; e o exame físico, juntamente com a contagem de células CD4+ e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

carga viral, que deve ser testada a cada 3 ou 4 meses. Indivíduos mente no corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco
sintomáticos podem precisar de acompanhamento mais frequen- para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma
temente. arterial e insuficiência renal e cardíaca.
As intervenções terapêuticas devem ser determinadas de acor- O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vá-
do com o nível de atividade da doença, com base na carga viral; o rios fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os
grau de imunodeficiência, com base na contagem de células CD4+; hábitos de vida do indivíduo.
e o aparecimento de infecções oportunistas específicas.
Causas da pressão alta
Papilomavírus humana (HPV)16 Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vá-
O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas causando verru- rios fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre
ga genital, ou popularmente chamado crista de galo, são conheci- eles:
dos vinte tipos de papilomavírus que podem infectar o trato genital, • Fumo
o período de incubação da doença varia entre 4 e 6 semanas, mas • Consumo de bebidas alcoólicas
pode levar anos. • Obesidade
• Estresse
Transmissão • Elevado consumo de sal
É uma doença de transmissão frequentemente sexual (vaginal, • Níveis altos de colesterol
anal e oral), entretanto, o contato com superfícies contaminadas é • Falta de atividade física;
capaz de transmitir a doença, e, eventualmente, uma criança pode
ser infectada pela mãe doente, durante o parto. Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência da pressão
alta é maior na raça negra, em diabéticos, e aumenta com a idade.
Sinais e Sintomas
Algumas infecções são assintomáticas, entretanto podem ma- Sintomas da pressão alta
nifestar-se como lesões exofíticas (que se desenvolve ou está do Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente
lado externo de um órgão) ou assumir uma forma subclínica. De- quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor
pendendo do tamanho e da localização das lesões, os condilomas de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada
podem ser dolorosos e pruriginosos. As lesões podem ser únicas ou e sangramento nasal.
múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho variável, podendo
estar presentes no colo uterino, vagina, uretra e ânus. Tratamento
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser
Diagnóstico e Tratamento controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor méto-
O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exa- do para cada paciente.
mes clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medi-
ou subclínica. camentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo programa
Lesões clínicas: podem ser diagnosticadas, por meio do exame Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentar um
clínico urológico (pênis), ginecológico (vulva/vagina/colo uterino) e documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do
dermatológico (pele). prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tan-
Lesões subclínicas: podem ser diagnosticadas por exames labo- to por um profissional do SUS quanto por um médico que atende
ratoriais, como: o exame preventivo Papanicolaou (citopatologia), em hospitais ou clínicas privadas.
colposcopia, peniscopia e anuscopia, e também por meio de biop-
sias e histopatologia para distinguir as lesões benignas das malig- Diagnóstico
nas. Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosti-
car a hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir
a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas
ATENDIMENTO AOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO AR- com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes
TERIAL, DIABETES, DOENÇAS CARDIOVASCULARES, OBE- por ano.
SIDADE, DOENÇA RENAL CRÔNICA, HANSENÍASE, TU-
BERCULOSE, DENGUE E DOENÇAS DE NOTIFICAÇÕES Prevenção
COMPULSÓRIA Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescin-
dível adotar um estilo de vida saudável:
• Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos
Hipertensão e Diabetes alimentares;
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica • Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam
caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas arté- o sabor dos alimentos;
rias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima • Praticar atividade física regular;
são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão • Aproveitar momentos de lazer;
alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do • Abandonar o fumo;
que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído correta- • Moderar o consumo de álcool;
16 BRETAS, Ana Cristina Passarella; GAMBA, Mônica Antar. Enfermagem e Saúde do • Evitar alimentos gordurosos;
Adulto. Manole, 2006. • Controlar o diabetes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pressão alta na gravidez Diabetes


As alterações hipertensivas da gestação estão associadas a Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou
complicações graves fetais e maternas e a um risco maior de mor- má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue
talidade materna e perinatal. Nos países em desenvolvimento, a hi- e garante energia para o organismo.
pertensão gestacional é a principal causa de mortalidade materna, O diabetes é uma doença crônica onde o pâncreas não produz
sendo responsável por um grande número de internações em cen- insulina suficiente ou quando o corpo não consegue utilizá-la de
tros de tratamento intensivo. maneira eficaz.
A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as mo-
Prevenção leculas de glicose transformando-a em energia para manutenção
Em mulheres com pressão alta, a avaliação pré-concepcional das células do nosso organismo.
permite a exclusão de hipertensão arterial secundária, aferição dos Altas taxas de glicose podem levar a complicações no coração,
níveis pressóricos, discussão dos riscos de pré-eclâmpsia e orienta- nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves,
ções sobre necessidade de mudanças de medicações no primeiro o diabetes pode levar à morte.
trimestre de gravidez. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem
Mulheres com hipertensão dentro da meta pressórica e com atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com
acompanhamento regular geralmente apresentam um desfecho a doença, o que representa 6,9% da população nacional.
favorável. Por outro lado, mulheres com controle pressórico insa- A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas re-
tisfatório no primeiro trimestre de gravidez têm um risco conside- gularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando con-
ravelmente maior de morbimortalidade materna e fetal (JAMES; sumo de álcool, tabaco e outras drogas.
NELSON-PIERCY et al., 2004). Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes,
mas outras doenças crônicas, como o câncer.
Tratamento
O tratamento da pressão alta leve na grávida deve ser focado Tipos de diabetes
em medidas não farmacológicas, já nas formas moderada e grave O diabetes mellitus pode se apresentar de diversas formas e
pode-se optar pelo tratamento usual recomendado para cada con- possui diversos tipos diferentes. Independente do tipo de diabetes,
dição clínica específica. com aparecimento de qualquer sintoma é fundamental que o pa-
Independente da etiologia da hipertensão arterial na gestação, ciente procure com urgência o atendimento médico especializado
é fundamental que a equipe de Saúde esteja atenta ao controle para dar início ao tratamento.
pressórico e avalie a possibilidade de encaminhamento ao serviço Diabetes Tipo 1: A causa desse tipo de diabetes ainda é des-
de pré-natal de alto risco. conhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida
saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, tabaco
Profissionais de saúde e outras drogas).
Diabetes Tipo 2: Ocorre quando o corpo não aproveita ade-
Atenção Especializada quadamente a insulina produzida. Esse tipo de diabetes está dire-
O cuidado ao indivíduo portador de pressão alta, com exames e tamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo e hábitos alimen-
procedimentos mais complexos a complicações provenientes dessa tares inadequados.
doença, é realizado no âmbito da média e alta complexidade do Pessoas com diabetes tipo 1 devem administrar insulina diaria-
SUS. Estes indivíduos deverão ser encaminhados para pontos de mente para regular a quantidade de glicose no sangue.
atenção de densidade tecnológica equivalente e com equipes de O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adoles-
saúde preparadas para a abordagem. cência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Pessoas
Os métodos diagnósticos e terapêuticos para os quais há evi- com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer
dências de eficácia e segurança são ofertados pelos SUS, mediante exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue.
organização da rede pelo gestor local e financiamento via teto de Sabe-se que, via de regra, é uma doença crônica não transmis-
Média e Alta Complexidade, e estão disponíveis no Sistema de Ge- sível genética, ou seja, é hereditária, que concentra entre 5% e 10%
renciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Proce- do total de diabéticos no Brasil. Cerca de 90% dos pacientes diabé-
dimentos e OPM do SUS (SIGTAP). ticos no Brasil têm esse tipo. Ele se manifesta mais frequentemente
em adultos, mas crianças também podem apresentar.
Protocolos e Diretrizes Terapêuticas Dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade
Além disso, as complicações provenientes da pressão alta, física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de
como Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral, insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
possuem Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que Pré-Diabetes: A Pré-diabetes é caracterizada quando os níveis
são documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ain-
doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os da não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente
posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos
acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a se- lipídios.
rem seguidos pelos gestores do SUS. Estes são baseados em evidên- Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do
cia científica e leva em consideração critérios de eficácia, seguran- diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da
ça, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas. doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No entanto, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré- Tratamento


-diabetes, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvol- Diabetes do Tipo 1 - Os pacientes que apresentam diabetes do
vem a doença. Tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para manterem a
A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os glicose no sangue em valores considerados normais.
principais fatores de sucesso para o controle. Para essa medição, é aconselhável ter em casa um aparelho,
Diabetes gestacional: Ocorre temporariamente durante a gra- chamado glicosímetro, que será capaz de medir a concentração
videz. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas exata de glicose no sangue durante o dia-a-dia do paciente.
ainda abaixo do valor para ser classificada como diabetes tipo 2. Os médicos recomendam que a insulina deva ser aplicada di-
Toda gestante deve fazer o exame de diabetes, regularmente, retamente na camada de células de gordura, logo abaixo da pele.
durante o pré-natal. Mulheres com a doença têm maior risco de Os melhores locais para a aplicação de insulina são barriga, coxa,
complicações durante a gravidez e o parto. braço, região da cintura e glúteo.
Esse tipo de diabetes afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e IMPORTANTE: Além de prescrever injeções de insulina para
implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes baixar o açúcar no sangue, alguns médicos solicitam que o pacien-
para a mãe e o bebê. te inclua, também, medicamentos via oral em seu tratamento, de
Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA): Atinge basica- acordo com a necessidade de cada caso.
mente os adultos e representa um agravamento do diabetes tipo 2. Diabetes Tipo 2 - Já para os pacientes que apresentam Diabetes
Caracteriza-se, basicamente, no desenvolvimento de um pro- Tipo 2, o tratamento consiste em identificar o grau de necessidade
cesso autoimune do organismo, que começa a atacar as células do de cada pessoa e indicar, conforme cada caso, os seguintes medica-
pâncreas. mentos/técnicas:
• Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção
Sintomas de carboidratos no intestino.
• Fome excessiva. • Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina
• Sede excessiva. pelas células.
• Cansaço • Glinidas: agem também estimulando a produção de insulina
• Fraqueza. pelo pâncreas.
• Fadiga.
• Nervosismo. O Diabetes Tipo 2 normalmente vem acompanhado de outros
• Mudanças de humor. problemas de saúde, como obesidade, sobrepeso, sedentarismo,
• Náusea e vômito. triglicerídios elevados e hipertensão.
• Perda de peso rápida e involuntária; Por isso, é essencial manter acompanhamento médico para
• Hálito modificado; tratar, também, dessas outras doenças, que podem aparecer junto
• Visão embaçada; com o diabetes.
• Vontade de urinar várias vezes ao dia. Para tratar o diabetes, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece
• Frequentes Infecções na bexiga, rins e pele. medicamentos de graça pelo programa Farmácia Popular. São seis
• Feridas que demoram para cicatriza. medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde e liberados nas
• Alteração visual. farmácias credenciadas.
• Formigamento nos pés e mãos. Além disso, os pacientes portadores da doença são acompa-
nhados pela Atenção Básica e a obtenção do medicamento para o
Fatores de risco para o diabetes tratamento tem sido fundamental para reduzir os desfechos mais
A ausência de hábitos saudáveis são os principais fatores de graves da doença.
risco, além da genética. Os principais fatores são: Desta forma, os doentes têm assegurado gratuitamente o tra-
• Diagnóstico de pré-diabetes. tamento integral no Sistema Único de Saúde, que fornece à população
• Pressão alta. as insulinas humana NPH – suspensão injetável 1 e insulina humana
• Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no san- regular, além de outros três medicamentos que ajudam a controlar o
gue. índice de glicose no sangue: Glibenclamida, Metformida e Glicazida.
• Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada
em volta da cintura. Em março de 2017, a Comissão Nacional de Incorporação de
• Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes. Tecnologias no SUS (CONITEC) incorporou ao SUS duas novas tec-
• Doenças renais crônicas. nologias para o tratamento do diabetes.
• Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg. • A caneta para injeção de insulina, para proporcionar a melhor
• Diabetes gestacional. comodidade na aplicação, facilidade de transporte, armazenamen-
• Síndrome de ovários policísticos. to e manuseio e maior assertividade no ajuste da dosagem.
• Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, de- • Insulina análoga de ação rápida, que são insulinas semelhan-
pressão, transtorno bipolar. tes às insulinas humanas, porém com pequenas alterações nas mo-
• Apneia do sono. léculas, que foram feitas para modificar a maneira como as insulinas
• Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides. agem no organismo humano, especialmente em relação ao tempo
para início de ação e duração do efeito.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para os que já têm diagnóstico de diabetes, o Sistema Único Se você for passar um período extenso ao ar livre, em dias mui-
de Saúde (SUS) oferta gratuitamente, já na atenção básica, atenção to frios ou quentes, deve armazenar a insulina em um isopor bolsa
integral e gratuita, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, térmica, podendo eventualmente conter placas de gelo, desde que
controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. este não tenha contato direto com a insulina.
Para monitoramento do índice glicêmico, também está dispo-
nível nas Unidades Básicas de Saúde reagentes e seringas. O pro- Prevenção do diabetes
grama Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e
com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. O
distribui medicamentos gratuitos, entre eles o cloridrato de metfor- Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o
mina, glibenclamida e insulinas. crescimento do excesso de peso e obesidade no país.
O País assumiu como compromisso deter o crescimento da obe-
Como aplicar a insulina? sidade na população adulta até 2019, por meio de políticas interseto-
Durante o tratamento de diabetes com insulina, é necessário riais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo
checar periodicamente os níveis de glicose no sangue. Essa medida regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na popu-
é fundamental para avaliar o tratamento e verificar se as metas es- lação adulta, até 2019; e ampliar pelo menos 17,8% o percentual de
tabelecidas pelo profissional de saúde, conforme cada caso, estão adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.
sendo alcançadas. Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a pu-
O ‘ajuste fino’ dessas metas e das doses de insulina e medica- blicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconheci-
mentos leva algum tempo e é afetado pelo estilo de vida e, even- da mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição
tualmente, por outras doenças. Uma boa notícia é que os equi- adequada, a publicação orienta a população com recomendações
pamentos mais novos, com agulhas menores, estão tornando a sobre alimentação saudável e para fazer de alimentos in natura ou
aplicação de insulina cada vez mais fácil. minimamente processados a base da alimentação.
As canetas podem ser reutilizáveis, em que se compra o refil O Governo Federal também incentiva a prática de atividades
de 3 mL de insulina para se carregar na caneta. Neste caso é impor- físicas por meio do Programa Academia da Saúde, com aproximada-
tante observar que as canetas são específicas para cada fabricante mente 4 mil polos habilitados e 2.012 com obras concluídos.
de refil. Pratique hábitos saudáveis. Esta é a melhor forma de preven-
Há também canetas descartáveis, que já vêm carregadas com ção!
insulina e ao terminar seu uso são dispensadas e pega-se uma nova
caneta, dispensa portanto a troca de refis, tornando o uso ainda Manter hábitos saudáveis ajudam a prevenir o diabetes e diver-
mais simples. sas outras doenças.
As seringas têm, atualmente, agulhas muito menores, até de • Comer diariamente verduras, legumes e, pelo menos, três
6 mm. Elas permitem aplicação com mínima dor. Se você precisa porções de frutas.
tomar dois tipos de insulina no mesmo horário e elas estão disponí- • Reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras.
veis em frascos, pode-se misturar os dois tipos e aplicar apenas uma • Parar de fumar.
aplicação na mesma seringa. • Praticar exercícios físicos regularmente, (pelo menos 30 mi-
Ao se fazer isso deve-se estar atento à dose de cada compo- nutos todos os dias).
nente de insulina, aspirando primeiro a insulina Regular e depois a • Manter o peso controlado.
insulina N, nesta ordem.
Bombas de insulina são um modo seguro e eficiente de for- Hipoglicemia
necer insulina para o corpo. Elas são usadas com mais frequência A hipoglicemia é literalmente nível muito baixo de glicose no
por pessoas que precisam de múltiplas injeções ao longo do dia. O sangue e é comum em pessoas com diabetes. Para evitar a hipogli-
equipamento inclui um pequeno cateter, que é inserido sob a pele. cemia, além das complicações do diabetes, o segredo é manter os
A ‘bomba’ propriamente dita é usada externamente. Ela tem o níveis de glicose dentro da meta estabelecida pelo profissional da
tamanho dos antigos ‘pagers’, ou seja, é menor que um smartpho- saúde para cada paciente. Essa meta varia de acordo com a idade,
ne. Seu médico vai indicar qual a melhor opção para você. condições gerais de saúde e outros fatores de risco, além de situa-
ções como a gravidez.
Armazenamento da insulina Durante o tratamento, é essencial manter hábitos saudáveis e
A insulina que ainda não foi aberta deve ser guardada na geladei- estilo de vida ativo, além de seguir as orientações medicamentosas
ra entre 2 e 8ªC. Depois de aberta, pode ser deixada à temperatura recomendadas pelo profissional de saúde para manter a meta de
ambiente (menor do que 30°C) por 30 dias, com exceção da detemir glicose, evitando a hipoglicemia e a hiperglicemia.
(Levemir), que pode ficar em temperatura ambiente por até 42 dias. O que pode causar hipoglicemia em pacientes diabéticos
É importante manter todos os tipos de insulina longe da luz e • Aumentar quantidade de exerícios físicos sem orientação ou
do calor. Descarte a insulina que ficou exposta a mais de 30°C ou sem ajuste correspondente na alimentação/medicação.
congelada. Não use medicamentos após o fim da data de validade. • Pular refeições e os horários de refeições.
• Comer menos do que o necessário.
Para ajudar a acompanhar a data, o usuário pode anotar no • Exagerar na medicação (essa conduta não traz controle me-
rótulo o dia em que abriu o frasco ou colocar um pedaço de espara- lhor do diabetes, pelo contrário).
drapo colado com a data em que foi aberta a insulina pela primeira • Ingestação de álcool.
vez.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em situações extremas, a hipoglicemia pode causar desmaios Complicações do Diabetes


ou crises convulsivas e necessitam de intervenção médicas imedia- O diabetes, quando não tratado corretamente, pode evoluir
ta. Tenha cuidado com sua saúde e siga à risca as orientaões mé- para formas mais graves e apresentar diversas complicações, além
dicas. Diabetes e hipoglicemia severa podem causar acidentes, le- de outros problemas de saúde, que vão comprometer diretamente
sões, levar ao estado de coma e até à morte. a qualidade de vida da pessoa. Algumas situações são críticas e po-
dem levar à morte. Manter hábitos e estilos de vida saudáveis são a
Sintomas da hipoglicemia: melhor forma de controlar e prevenir a doença.
• Tremedeira.
• Nervosismo e ansiedade. Neuropatia Diabética
• Suores e calafrios. Você sabe o que são nervos periféricos? Eles carregam as in-
• Irritabilidade e impaciência. formações que saem do cérebro e as que chegam até ele, além de
• Confusão mental e até delírio. sinais da medula espinhal para o resto do corpo. Os danos a esses
• Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal. nervos, condição chamada de neuropatia periférica, fazem com que
• Tontura ou vertigem. esse mecanismo não funcione bem. A neuropatia pode afetar um
• Fome e náusea. único nervo, um grupo de nervos ou nervos no corpo inteiro.
• Sonolência. A neuropatia costuma vir acompanhada da diminuição da
• Visão embaçada. energia, da mobilidade, da satisfação com a vida e do envolvimento
• Sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na lín- com as atividades sociais.
gua. Tanto as alterações nos vasos sanguíneos quanto as alterações
• Dor de cabeça. no metabolismo podem causar danos aos nervos periféricos. A
• Fraqueza e fadiga. glicemia alta reduz a capacidade de eliminar radicais livres e com-
• Raiva ou tristeza. promete o metabolismo de várias células, principalmente as dos
• Falta de coordenação motora. neurônios.
• Pesadelos, choro durante o sono. Importantíssimo: O diabetes é a causa mais comum da neuro-
• Convulsões. patia periférica e merece especial atenção porque a neuropatia é a
• Inconsciência. complicação crônica mais comum e mais incapacitante do diabetes.
Ela é responsável por cerca de dois terços das amputações não-trau-
O chamado ‘fenômeno do alvorecer’ Todas as pessoas passam máticas (que não são causadas por acidentes e fatores externos).
por essa condição, tenham ou não diabetes. É uma onda de hor- Essa complicação pode ser silenciosa e avançar lentamente,
mônios que o corpo produz entre 4h e 5h da manhã, todos os dias, confundindo-se com outras doenças. O controle inadequado da
que provocam uma reação do fígado, com liberação de glicose e glicose, nível elevado de triglicérides, excesso de peso, tabagismo,
preparação do organismo para mais um dia de atividades. O corpo pressão alta, o tempo em que de convivência com o diabetes e a
produz menos insulina e mais glucagon (hormônio que aumenta a presença de retinopatia e doença renal são fatores que favorecem a
glicose no sangue), mas as pessoas com diabetes não têm respostas progressão da neuropatia.
normais de insulina para regular essa onda e a glicemia de jejum
pode subir consideravelmente. Os principais sintomas da neuropatia são:
Para evitar essa condição, valem as dicas: jantar no início da • Dor contínua e constante.
noite, fazer uma caminhada leve após o jantar, perguntar ao médico • Sensação de queimadura e ardência.
sobre medicamentos específicos ou ajuste do tratamento do diabe- • Formigamento.
tes, seja insulina ou outros medicamentos. • Dor espontânea que surge de repente, sem uma causa apa-
rente.
Sintomas da hiperglicemia • Dor excessiva diante de um estímulo pequeno, por exemplo,
Os principais sintomas da hiperglicemia são: uma picada de alfinete.
• Boca seca. • Dor causada por toques que normalmente não seriam dolo-
• Muita Sede. rosos, como encostar no braço de alguém.
• Muita urina. • Ao mesmo tempo, em uma segunda etapa dessa complica-
• Muita fome. ção, pode haver redução da sensibilidade protetora. As dores, que
• Cansaço. antes eram intensas demais mesmo com pouco estímulo, passam a
• Dor de cabeça. ser menores do que deveriam. Nesses casos há o risco, por exem-
• Enjoo. plo, de haver uma queimadura e a pessoa não perceber.
• Sonolência. • É comum também que o suor diminua e a pele fique mais
• Dificuldade para respirar. seca. O diagnóstico da neuropatia pode ser feito por exames espe-
• Hálito de maçã ou acetona. cíficos e muito simples nos pés.

Tabagismo e diabetes Destaque: Essa redução da sensibilidade está diretamente liga-


O tabagismo é a maior causa de morte evitável do mundo. Pa- da ao risco de amputação.
rar de furmar é a medida isolada mais efetiva para reduzir o risco
de complicações do diabetes. Por isso, se você fuma, pare imediata-
mente. Pratique hábitos saudáveis, isso ajudará a controlar e a pre-
venir diversas doenças e problemas de saúde, incluindo o diabetes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Diabetes e amputações • Controlar os níveis de açúcar no sangue ajuda a prevenir e a


Muitas pessoas com diabetes têm a doença arterial periférica, tratar as úlceras nos pés.
que reduz o fluxo de sangue para os pés. Além disso, pode haver • Procure um profissional de saúde caso perceba “dormência”
redução de sensibilidade devido aos danos que a falta de controle ou ferida nos pés.
da glicose causa aos nervos. Essas duas condições fazem com que
seja mais fácil sofrer com úlceras e infecções, que podem levar à Pele e calos
amputação. Uma alteração comum é a pele dos pés, que pode ficar muito
No entanto, a maioria das amputações são evitáveis, com cui- seca e favorecer o aparecimento de feridas (rachaduras). Isso acon-
dados regulares e calçados adequados. Cuidar bem de seus pés e tece porque os nervos que controlam a produção de óleo e umida-
visitar o seu médico imediatamente, assim que observar alguma de estão danificados. É importante massagear os pés com um bom
alteração, é muito importante. Pergunte sobre sapatos adequados creme após o banho e sempre que sentir a pele desidratada. Evite
e considere seriamente um plano estratégico, caso seja fumante: passar creme entre os dedos, porque a umidade extra favorece a
pare de fumar imediatamente! O tabagismo tem sério impacto nos proliferação de micro-organismos e infecções.
pequenos vasos sanguíneos que compõem o sistema circulatório,
causando ainda mais diminuição do fluxo de sangue para os pés. As úlceras ocorrem mais frequentemente na planta do pé ou
embaixo do dedão. Quando aparecem nas laterais, geralmente é
Doença renal o sapato que está inadequado. O tratamento pode ser feito com a
Os rins são uma espécie de filtro, compostos por milhões de va- limpeza e o uso de proteções especiais para os pés, mas pode exigir
sinhos sanguíneos (capilares), que removem os resíduos do sangue. também a ação de um cirurgião vascular, caso a circulação esteja
O diabetes pode trazer danos aos rins, afetando sua capacidade de muito ruim.
filtragem. O processo de digestão dos alimentos gera resíduos. Es- Em pessoas com diabetes, os calos aparecem com mais fre-
sas substâncias que o corpo não vai utilizar geralmente têm molé- quência, porque há áreas de alta pressão nessa parte do corpo, que
culas bem pequenas, que passam pelos capilares e vão compor a aguenta o peso o dia inteiro. Calos não-tratados podem transfor-
urina. As substâncias úteis, por sua vez, a exemplo das proteínas, mar-se em úlceras (feridas abertas). Por isso, uma dica super impor-
têm moléculas maiores e continuam circulando no sangue. tante: não corte os calos você mesmo, nem use agentes químicos,
O problema é que os altos níveis de açúcar fazem com que os que podem queimar a pele. Também não deixe que a pedicure ‘dê
rins filtrem muito sangue, sobrecarregando os órgãos e fazendo um jeitinho’. A avaliação médica e a indicação de um bom podólogo
com moléculas de proteína acabem sendo perdidas na urina. A pre- é a postura mais indicada.
sença de pequenas quantidades de proteína na urina é chamada de Sabe-se que o diabetes pode prejudicar a circulação, mas esse
microalbuminúria. Quando a doença renal é diagnosticada precoce- problema se agrava ainda mais com o uso de cigarro, pressão alta
mente, durante a microalbuminúria, diversos tratamentos podem e desequilíbrio nos níveis de colesterol. E a má circulação, por sua
evitar o agravamento. vez, prejudica o combate às infecções e atrapalha a recuperação das
Quando é detectada mais tarde, já na fase da macroalbuminú- úlceras nos pés.
ria, a complicação já é chamada de doença renal terminal. Com Algumas feridas não doem, mas devem ser avaliadas imedia-
o tempo, o estresse da sobrecarga faz com que os rins percam a tamente. Desprezá-las pode abrir as portas para infecções – e elas
capacidade de filtragem. Os resíduos começam a acumular-se no podem levar até à perda de um membro.
sangue e, finalmente, os rins falham. Uma pessoa com doença renal
terminal vai precisar de um transplante ou de sessões regulares de Problemas nos olhos
hemodiálise. Se você gerencia bem a taxa de glicemia, é bem provável que
Atenção: Nem todas as pessoas que têm diabetes desenvolvem apresente problemas oculares de menor gravidade ou nem apre-
a doença renal. Fatores genéticos, baixo controle da taxa glicêmica sente. Isso porque quem tem diabetes está mais sujeito à cegueira,
e da pressão arterial favorecem o aparecimento da complicação. se não tratá-la corretamente. Fazendo exames regularmente e en-
tendendo como funcionam os olhos, fica mais fácil manter essas
Pé Diabético complicações sob controle. Uma parte da retina é especializada em
São feridas que podem ocorrer no pé das pessoas com diabetes diferenciar detalhes finos. Essa pequena área é chamada mácula,
e têm difícil cicatrização devido aos níveis elevados de açúcar no que é irrigada por vasos sanguíneos para garantir seu funcionamen-
sangue e/ou circulação sanguínea deficiente. É uma das complica- to. Essas estruturas podem ser alvo de algumas complicações da
ções mais comuns do diabetes mal controlado. Aproximadamente diabetes.
um quarto dos pacientes com diabetes desenvolver úlceras nos pés
e 85% das amputações de membros inferiores ocorre em pacientes Glaucoma
com diabetes. Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver
glaucoma, que é a pressão elevada nos olhos. Quando mais tem-
Cuidados com o pé diabético po convivendo com a doença, maior o risco. Na maioria dos casos,
Pessoas com pés diabéticos devem ter os seguintes cuidados: a pressão faz com que o sistema de drenagem do humor aquoso
• Fazer higiene diária dos pés e secá-los sempre com cuidado. se torne mais lento, causando o acúmulo na câmara anterior. Isso
• Cortar as unhas em linha reta. comprime os vasos sanguíneos que transportam sangue para a re-
• Usar sapatos macios, meias claras e sem costuras (nunca tina e o nervo óptico e pode causar a perda gradual da visão. Há
apertadas). vários tratamentos para o glaucoma – de medicamentos à cirurgia.
• Examinar os pés para identificar precocemente mudanças de
cor, inchaço, dor, rachaduras e sensibilidade na pele.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Catarata Por outro lado, se já havia algum problema dermatológico an-


Pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a terior, pode ser que o diabetes ajude a piorar o quadro. As altas ta-
catarata, que acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, xas glicêmicas prejudicam também os pequenos vasos sanguíneos
fica opaca, bloqueando a luz. Quem tem diabetes costuma desen- responsáveis pelo transporte de nutrientes para a pele e os órgãos.
volver a catarata mais cedo e a doença progride mais rápido. Para A pele seca fica suscetível a rachaduras, que evoluem para fe-
ajudar a lidar com graus leves de catarata, é necessário usar óculos ridas. Diabéticos têm a cicatrização dificultada (em razão da vas-
de sol e lentes de controle de brilho nos óculos comuns. Quando cularização deficiente). Trata-se, portanto, de um círculo vicioso,
a opacidade atrapalha muito a visão, geralmente é realizada uma cuja consequência mais severa é a amputação do membro afetado.
cirurgia que remove as lentes e implanta novas estruturas. Entre- Além de cuidar da dieta e dos exercícios, portanto, a recomendação
tanto, é preciso ter consciência de que, em pessoas com diabetes, é cuidar bem da pele também. Quando controlada, o diabetes pode
a remoção das lentes pode favorecer o desenvolvimento de glauco- não apresentar qualquer manifestação cutânea.
ma (complicação anterior) e de retinopatia (próxima complicação).
Pacientes com Problemas Cardiovasculares
Retinopatia O cuidado faz parte da vida do ser humano desde os primór-
Retinopatia diabética é um termo genérico que designa todas dios da humanidade, como resposta ao atendimento às suas ne-
os problemas de retina causados pelo diabetes. cessidades. Para realizar o cuidado, o enfermeiro, como membro
Há dois tipos mais comuns: integrante da equipe multidisciplinar, utiliza um conjunto de conhe-
• o não-proliferativo; cimentos que possibilita a busca de resolutividade às respostas dos
• o proliferativo. fenômenos de saúde, definidos pelo Internacional Council of Nur-
O tipo não-proliferativo é o mais comum. Os capilares (pequenos ses1 como aspectos de saúde relevantes à prática de Enfermagem.
vasos sanguíneos) na parte de trás do olho incham e formam bolsas. O instrumento para a realização do cuidado é o processo de
Há três estágios - leve, moderado e grave – na medida em que mais cuidar2, mediante uma ação interativa entre o enfermeiro e o pa-
vasos sanguíneos ficam bloqueados. Em alguns casos, as paredes dos ciente. Nele, as atividades do profissional são desenvolvidas “para”
capilares podem perder o controle sobre a passagem de substâncias e “com” o paciente, ancoradas no conhecimento científico, habili-
entre o sangue e a retina e o fluido pode vazar dentro da mácula. dade, intuição, pensamento crítico e criatividade e acompanhadas
Isso é o que chamamos de edema macular – a visão embaça e de comportamentos e atitudes de cuidar/cuidado no sentido de
pode ser totalmente perdida. Geralmente, a retinopatia não-pro- promover, manter e/ou recuperar a totalidade e a dignidade hu-
liferativa não exige tratamento específico, mas o edema macular mana.
sim. Frequentemente o tratamento permite a recuperação da visão. O desenvolvimento do cuidado ocorre nas suas mais diferentes
Depois de alguns anos, a retinopatia pode progredir para um especialidades e, neste estudo, abordará o processo de cuidar ao
tipo mais sério, o proliferativo. Os vasos sanguíneos ficam total- paciente crônico cardíaco.
mente obstruídos e não levam mais oxigênio à retina. Parte dela O paciente adulto crônico cardíaco apresenta comprometi-
pode até morrer e novos vasos começam a crescer para tentar re- mento de seu todo harmônico, seu estado de saúde está alterado,
solver o problema. Esses novos vasinhos são frágeis e podem vazar, pois começa a sentir que a força física e a força do coração estão
causando hemorragia vítrea. Os novos capilares podem causar tam- diminuídas. Surge a aterosclerose nos vasos sanguíneos, ocorre a
bém uma espécie de cicatriz, distorcendo a retina e provocando seu perda do tecido ósseo, e há carência na autoestima3. Nessa fase, o
descolamento, ou ainda, glaucoma. doente pode apresentar limitações emocionais, financeiras, perdas
Os fatores de risco da retinopatia são o controle da glicose pessoais e sociais e precisará aprender a administrar o seu trata-
no sangue, o controle da pressão, o tempo de convivência com o mento efetivo. Nessas circunstâncias, quando ele se encontra fra-
diabetes e a influência genética. A retinopatia não-proliferativa é gilizado, é que o enfermeiro assume um papel importante e muito
muito comum, principalmente entre as pessoas com diabetes Tipo expressivo para com ele, no sentido de ajudá-lo não só a enfrentar
1, mas pode afetar aqueles com Tipo 2 também. Cerca de uma em as dificuldades em torno da doença, mas também de cuidá-lo nas
cada quatro pessoas com diabetes tem o problema em algum mo- suas necessidades de segurança, carinho e autoconfiança. Desse
mento da vida. modo, é importante que o enfermeiro compreenda que os pacien-
Já a retinopatia proliferativa é pouco comum – afeta cerca de tes portadores de doença crônica requerem, do profissional, um
uma em cada 20 pessoas com diabetes. raciocínio clínico e crítico constante, pois uma simples preocupação
Quem mantém bom controle da glicemia têm chance muito que apresentem pode colocar em risco suas vidas.
menor de desenvolver qualquer retinopatia. Nem sempre a retino- O enfermeiro tem uma função fundamental na equipe de saú-
patia apresenta sintomas. A retina pode estar seriamente danifica- de, já que, por meio da avaliação clínica diária do paciente, poderá
da antes que o paciente perceba uma alteração na visão. Por isso, é realizar o levantamento dos vários fenômenos, seja na aparência ex-
necessário consultar um oftalmologista anualmente ou a cada dois terna ou na subjetividade da multidimensionalidade do ser humano.
anos, mesmo que esteja se sentindo bem. Igualmente poderá providenciar para que o paciente seja atendido nos
mais diferentes segmentos da equipe de saúde e/ou de enfermagem.
Pele mais sensível A Organização Mundial de Saúde, em seu documento “Cuida-
Muitas vezes, a pele dá os primeiros sinais de que você pode dos inovadores para as condições crônicas”, enfatiza que o paciente
estar com diabetes. Ao mesmo tempo, as complicações associadas portador de doença crônica carece de cuidados planejados, capazes
podem ser facilmente prevenidas. Quem tem diabetes tem mais de prever suas necessidades básicas e proporcionar atenção inte-
chance de ter pele seca, coceira e infecções por fungos e/ou bacté- grada. Essa atenção envolve tempo, cenário da saúde e cuidadores,
rias, uma vez que a hiperglicemia favorece a desidratação – a glico- além de treinamentos para que o paciente aprenda a cuidar de si
se em excesso rouba água do corpo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mesmo em sua residência. O paciente e seus familiares precisam Um dos principais fatores de risco para doença renal crônica é a
de suporte, de apoio para a prevenção ou administração eficaz dos diabetes e a hipertensão, ambas cuidadas na Atenção Básica, princi-
eventos crônicos pal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), em uma
Diante do exposto, optou-se por investigar como os enfermei- das 42.885 Unidades Básicas de Saúde distribuídas em todo o Brasil.
ros conduzem a prática de cuidar ao portador de doença crônica
cardíaca, a partir da composição de seu método de cuidar. Para IMPORTANTE: Muitos fatores estão associados tanto à etiolo-
atender esse questionamento, os objetivos da pesquisa foram: gia quanto à progressão para a perda de função renal. Por estes mo-
identificar os elementos do processo de cuidar realizado pelo en- tivos, é importante reconhecer quem são os indivíduos que estão
fermeiro ao portador de doença crônica cardíaca e descrever os sob o risco de desenvolver a doença renal crônica, com o objetivo
elementos evidenciados no processo de cuidar em enfermagem ao do diagnóstico precoce e início imediato do tratamento.
portador de doença crônica cardíaca.
Como é feito o diagnóstico das doenças renais crônicas?
O que são doenças renais crônicas? Existem diversas formas de aferir as funções renais, incluindo
As Doenças Renais Crônicas (DRC) são um termo geral para alte- um exame de urina e exames detalhados dos rins, conforme cada
rações heterogêneas que afetam tanto a estrutura quanto a função caso. No entanto, do ponto de vista clínico a função excretora é
renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Trata-se de aquela que tem maior correlação com os desfechos clínicos. Todas
uma doença de curso prolongado, que pode parecer benigno, mas as funções renais costumam declinar de forma paralela com a sua
que muitas vezes torna-se grave e que na maior parte do tempo função excretora. Na prática clínica, a função excretora renal pode
tem evolução assintomática. ser medida por meio da Taxa de Filtração Glomerular (TFG). Para o
Na maior parte do tempo, a evolução da doença renal crônica é diagnóstico das doenças renais crônicas são utilizados os seguintes
assintomática, fazendo com que o diagnóstico seja feito tardiamen- parâmetros:
te. Nesses casos, o principal tratamento imediato é o procedimento -TFG alterada;
de hemodiálise. -TFG normal ou próxima do normal, mas com evidência de
IMPORTANTE: Os rins são fundamentais no funcionamento do dano renal ou alteração no exame de imagem.
corpo. Eles filtram o sangue e auxiliam na eliminação de toxinas -É portador de doença renal crônica qualquer indivíduo que,
do organismo. A doença renal crônica é silenciosa, não apresenta independente da causa, apresente por pelo menos três meses con-
sintomas e tem registrado crescente prevalência, alta mortalidade secutivos uma TFG<60ml/min/1,73m².
e elevados custos para os sistemas de saúde no mundo.
Como é feito o tratamento das doenças renais crônicas?
Quais são as funções renais (funções do rim)? Para melhor estruturação do tratamento dos pacientes com
A principal função do rim é remover os resíduos e o excesso doenças renais crônicas é necessário que, após o diagnóstico, todos
de água do organismo. A Doença Crônica Renal leva a uma redução os pacientes sejam classificados da seguinte maneira:
dessa capacidade, por pelo menos três meses, e é classificada em Estágio 1: TFG ³ 90mL/min/1,73m² na presença de proteinúria
seis estágios, conforme a perda renal. e/ou hematúria ou alteração no exame de imagem.
O rim tem múltiplas funções e todas elas são fundamentais Estágio 2: TFG ³ 60 a 89 mL/min./1,73m².
para o organismo se manter vivo e funcionando. As principais fun- Estágio 3a: TFG ³ 45 a 59 mL/min./1,73m².
ções renais são: Estágio 3b: TFG ³ 30 a 44 mL/min./1,73m².
-excreção de produtos finais de diversos metabolismos; Estágio 4: TFG ³ 15 a 29 mL/min./1,73m².
-produção de hormônios; Estágio 5 – Não Diálitico: TFG < 15 mL/min./1,73m².
-controle do equilíbrio hidroeletrolítico; Estágio 5 - Dialítico: TFG < 15 mL/min./1,73m².
-controle do metabolismo ácido-básico;
-controle da pressão arterial. A classificação deve ser aplicada para tomada de decisão no
que diz respeito ao encaminhamento para os serviços de referên-
Quais são os fatores de risco das doenças renais crônicas? cias e para o especialista, conforme cada caso. Para fins de organiza-
Os principais fatores de risco para as doenças renais crônicas ção do atendimento integral ao paciente com doença renal crônica
são: (DRC), o tratamento deve ser classificado em conservador, quando
-Pessoas com diabetes (quer seja do tipo 1 ou do tipo 2). nos estágios de 1 a 3, pré-diálise quando 4 e 5-ND (não dialítico) e
-Pessoa hipertensa, definida como valores de pressão arterial Terapia Renal Substitutiva (TRS) quando 5-D (diálitico).
acima de 140/90 mmHg em duas medidas com um intervalo de 1 O tratamento conservador consiste em controlar os fatores de
a 2 semanas. risco para a progressão da DRC, bem como para os eventos cardio-
-Idosos. vasculares e mortalidade, com o objetivo de conservar a TFG pelo
-Portadores de obesidade (IMC > 30 Kg/m²). maior tempo de evolução possível.
-Histórico de doença do aparelho circulatório (doença corona- A pré-diálise consiste na manutenção do tratamento conserva-
riana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insufi- dor, bem como no preparo adequado para o início da Terapia Renal
ciência cardíaca). Substitutiva em paciente com DRC em estágios mais avançados.
-Histórico de Doença Renal Crônica na família. A Terapia Renal Substitutiva é uma das modalidades de substi-
-Tabagismo. tuição da função renal por meio dos seguintes procedimentos:
-Uso de agentes nefrotóxicos, principalmente medicações que -hemodiálise;
necessitam de ajustes em pacientes com alteração da função renal. -diálise peritoneal;
-transplante renal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para os pacientes com Doença Crônica Renal, o SUS oferta duas cam-se aquelas que possuem associação entre fatores de risco e o
modalidades de Terapia Renal Substitutiva (TRS), tratamentos que desenvolvimento da DRC, como reduzir a taxa de mortalidade pre-
substituem a função dos rins: a hemodiálise, que bombeia o sangue matura (<70 anos) por Doença Renal Crônica em 2% ao ano; deter
através de uma máquina e um dialisador, para remover as toxinas o crescimento da obesidade em adultos; aumentar a prevalência de
do organismo. O tratamento acontece em clínica especializada três atividade física no lazer; aumentar o consumo de frutas e hortaliças;
vezes por semana. e reduzir o consumo médio de sal.
A diálise peritoneal feita diariamente na casa do paciente e a Para prevenção e tratamento da Doença Renal Crônica, o Siste-
diálise peritoneal, que é feita por meio da inserção de um cateter ma Único de Saúde (SUS) conta com a Rede de Atenção à Saúde das
flexível no abdome do paciente, é feita diariamente na casa do pa- Pessoas com Doenças Crônicas, na Atenção Básica e Especializada,
ciente, normalmente no período noturno. com a relização de transplantes.
IMPORTANTE: Em relação ao uso de medicamentos, deve-se
Acesso e regulação das doenças renais crônicas orientar que o uso crônico de qualquer tipo de medicação deve
É papel da Atenção Básica a atuação na prevenção dos fatores ser realizado apenas com orientação médica e deve-se ter cuidado
de risco e proteção para a doença renal crônica. Os profissionais de específico com agentes com efeito reconhecidamente nefrotóxico.
saúde desse nível de atenção devem estar preparados para identifi-
car, por meio da anamnese e do exame clínico, os casos com suspei- O que é Obesidade?
ta e referenciá-los para a Atenção Especializada para investigação A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado qua-
diagnóstica definitiva e tratamento. se sempre por um consumo excessivo de calorias na alimentação,
A Atenção Especializada, por sua vez, é composta por unida- superior ao valor usada pelo organismo para sua manutenção e
des hospitalares e ambulatoriais, serviços de apoio diagnóstico e realização das atividades do dia a dia. Ou seja: a obesidade acon-
terapêutico responsáveis pelo acesso às consultas e exames espe- tece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético
cializados. correspondente.
Logo, o acesso à Atenção Especializada é baseado em protoco- O excesso de gordura pode levar ao desenvolvimento de dia-
los de regulação gerenciados pelas Secretarias Estaduais e Muni- betes tipo 2, doenças do coração, pressão alta, artrite, apnéia e
cipais de Saúde, as quais competem organizar o atendimento dos derrame. Por causa do risco envolvido, é bom que você perca peso
pacientes na rede assistencial, definindo os estabelecimentos para mesmo que não esteja se sentindo mal agora. É difícil mudar seus
os quais os pacientes que precisam do cuidado deverão ser enca- hábitos alimentares e fazer exercícios. Mas, se você planejar, pode
minhados. conseguir.
O Ministério da Saúde - por meio do Departamento de Atenção Quando você ingere mais calorias do que gasta, você ganha
Especializada e Temática, da Secretaria de Atenção à Saúde (CGAE/ peso. O que você come e as atividades que você faz ao longo do
DAET/SAS) - é o gestor, a nível federal, das ações na Atenção Espe- dia influenciam nisso. Se seus familiares são obesos, você tem mais
cializada às pessoas com doenças renais crônicas. Compete à pasta chances de também ser. Além disso, a família também ajuda na
definir normas e diretrizes gerais para a organização do cuidado e formação dos hábitos alimentares. A vida corrida também torna
efetuar a homologação da habilitação dos estabelecimentos de saú- mais difícil planejar refeições e fazer alimentações saudáveis. Para
de aptos a ofertarem o tratamento aos doentes renais crônicos, de muitos, é mais fácil comprar comidas prontas e comer fora. Não há
acordo com critérios técnicos estabelecidos previamente. soluções de curto prazo para a obesidade. O segredo para perder
Além disso, cabe ao Ministério da Saúde ofertar apoio institu- peso é ingerir menos calorias do que você gasta.
cional às Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios no processo de qualificação e de consolidação da Obesidade infantil
atenção em saúde, bem como promover mecanismos de monito- A obesidade infantil acontece quando uma criança está com
ramento, avaliação e auditoria, com vistas à melhoria da qualidade peso maior que o recomendado para sua idade e altura. De acordo
das ações e dos serviços ofertados, considerando as especificidades com o IBGE, atualmente uma em cada três crianças no Brasil está
dos serviços de saúde e suas responsabilidades. pesando mais do que o recomendado. As faixas de Índice de Massa
Corporal (IMC) determinadas para crianças são diferentes dos adul-
Como prevenir as doenças renais crônicas? tos e variam de acordo com gênero e idade.
A prevenção das doenças renais crônicas está diretamente re- Os quilos extras podem ter consequências para as crianças até
lacionada a estilos e condições de vida das pessoas. Tratar e con- a sua vida adulta, mesmo que a obesidade seja revertida nesse pe-
trolar os fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, ríodo. Doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto são al-
doenças cardiovasculares e tabagismo são as principais formas gumas consequências da obesidade infantil não tratada. A condição
de prevenir doenças renais. Essas doenças são classificadas como também pode levar a baixa autoestima e depressão nas crianças.
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que respondem por
cerca de 36 milhões, ou 63%, das mortes no mundo, com destaque Obesidade no Brasil
para as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença Em 2015, o Brasil já tinha cerca de 18 milhões de pessoas con-
respiratória crônica. No Brasil, corresponderam a 68,9% de todas as sideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o
mortes, no ano de 2016. A ocorrência é muito influenciada pelos montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.
estilos e condições de vida. Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa
O tratamento de fatores de risco das Doenças Crônicas Renais que revela que quase metade da população brasileira está acima do
faz parte das estratégias lideradas pelo governo federal, previstas peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do peso
no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT no no ano de 2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%.
Brasil para 2011-2022. Entre as metas propostas no Plano, desta-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Pro- Inatividade: Se você não é muito ativo, você não queima tantas
teção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados calorias. Com um estilo de vida sedentário, você pode facilmente in-
foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. (2) gerir mais calorias todos os dias do que com exercícios e atividades
diárias de rotina. Ter problemas médicos, como artrite, pode levar
Tipos à diminuição da atividade, o que contribui para o ganho de peso
A obesidade pode ser classificada de diversas formas, por Dieta não saudável: Uma dieta rica em calorias, carente de fru-
exemplo, quanto ao tipo, sendo: (3) tas e vegetais, cheia de fast food e carregada de bebidas hipercaló-
Homogênea: É aquela em que a gordura está depositada de ricas e porções grandes contribui para o ganho de peso
forma homogênea, tanto em membros superiores e inferiores Problemas médicos: Em algumas pessoas, a obesidade pode
quanto na região abdominal ser atribuída a uma causa médica, como a síndrome de Prader-Wil-
Andróide: É a obesidade em formato de maçã, mais caracterís- li, a síndrome de Cushing e outras condições. Problemas médicos,
tica do sexo masculino ou e mulheres após a menopausa e nesse como artrite, também podem levar à diminuição da atividade, o
caso há um acúmulo de gordura na região abdominal e torácica, que pode resultar em ganho de peso
aumentando os riscos cardiovasculares Medicamentos: Alguns medicamentos podem levar ao ganho
Ginecóide: É a obesidade em formato de pera, mais caracterís- de peso se você não compensar por meio de dieta ou atividade.
tica do sexo feminino e nesse caso há um acúmulo de gordura na Estes medicamentos incluem alguns antidepressivos, medicamen-
região inferior do corpo, se concentrando nas nádegas, quadril e tos anti-convulsivos, medicamentos para diabetes, medicamentos
coxas. Está associada a maior prevalência de artrose e varizes. antipsicóticos, esteróides e beta-bloqueadores
Além disso, a obesidade pode ser classificada quanto o grau Idade: A obesidade pode ocorrer em qualquer idade, mesmo
do IMC: em crianças pequenas. Mas à medida que você envelhece, mudan-
1 - Entre 25 e 29,9 kg/m² = Sobrepeso; ças hormonais e um estilo de vida menos ativo aumentam o risco
2 - Entre 30 e 34,9 kg/m² = Obesidade grau I; de obesidade. Além disso, a quantidade de músculo em seu corpo
3 - Entre 35 e 39,9 kg/m² =Obesidade Grau II; tende a diminuir com a idade. Esta menor massa muscular leva a
4 - = 40 kg/m² = Obesidade Grau III. uma diminuição do metabolismo. Essas mudanças também redu-
zem as necessidades de calorias e podem dificultar a manutenção
Pode ainda ser classificada como: do excesso de peso. Se você não controlar conscientemente o que
Primária: quando o consumo de calorias é maior que o gasto come e se tornar mais ativo fisicamente com a idade, provavelmen-
energético te ganhará peso
Secundária quando é resultante de alguma doença. Gravidez: Durante a gravidez, o peso de uma mulher aumenta
Causas necessariamente. Algumas mulheres acham difícil perder esse peso
Os motivos que podem causar a obesidade em geral são multi- depois que o bebê nasce. Esse ganho de peso pode contribuir para
fatoriais e envolvem fatores genéticos, ambientais, estilo de vida e o desenvolvimento da obesidade em mulheres
fatores emocionais. Parar de fumar: Parar de fumar é frequentemente associado ao
A obesidade pode às vezes ser atribuída a uma causa médica, ganho de peso. E para alguns, pode levar a ganho de peso suficien-
como a síndrome de Prader-Willi, a síndrome de Cushing e outras te para que a pessoa se torne obesa. No longo prazo, no entanto,
doenças. No entanto, esses distúrbios são raros e, em geral, as prin- parar de fumar ainda é um benefício maior para sua saúde do que
cipais causas da obesidade são: continuar a fumar
Inatividade: Se você não é muito ativo, você não queima tantas Problemas para dormir: Não dormir o suficiente ou dormir
calorias. Com um estilo de vida sedentário, você pode facilmente demais pode causar alterações nos hormônios que aumentam o
ingerir mais calorias todos os dias do que com exercícios e ativida- apetite. Você também pode desejar alimentos ricos em calorias e
des diárias normais carboidratos, o que pode contribuir para o ganho de peso
Substâncias químicas: Os desreguladores endócrinos (DE) ou
Dieta não saudável e hábitos alimentares: O ganho de peso é disruptores endócrinos são substâncias químicas são capazes de
inevitável se você comer regularmente mais calorias do que você exercer efeito semelhante ao de hormônios presentes em nosso or-
queima. E a maioria das dietas dos americanos é muito rica em ca- ganismo. De acordo com pesquisa existe uma relação destas subs-
lorias e está cheia de fast food e bebidas de alto teor calórico. tâncias com o ganho de peso e a obesidade
Mesmo se você tiver um ou mais desses fatores de risco, isso
Fatores de risco não significa que você está destinado a se tornar obeso. Você pode
Obesidade geralmente resulta de uma combinação de causas e neutralizar a maioria dos fatores de risco por meio de dieta, ativida-
fatores contribuintes, incluindo: de física e exercícios e mudanças de comportamento.
Genética: Seus genes podem afetar a quantidade de gordura
corporal que você armazena e onde essa gordura é distribuída. A Sintomas de Obesidade
genética também pode desempenhar um papel na eficiência com A obesidade não causa sinais e sintomas e sim manifestações
que seu corpo converte alimentos em energia e como seu corpo decorrentes da doença instalada que são cansaço, limitação de mo-
queima calorias durante o exercício vimentos, suor excessivo, dores nas colunas e pernas.
Estilo de vida familiar: A obesidade tende a correr em famílias. A obesidade é uma doença que se caracteriza pelo acúmulo
Se um ou ambos os seus pais são obesos, o risco de ser obeso é excessivo de gordura no organismo e se diferencia principalmente
aumentado. Isso não é só por causa da genética. Os membros da pela gravidade e pela localização desse acúmulo. (3)
família tendem a compartilhar hábitos alimentares e de atividade
semelhantes
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Buscando ajuda médica -Reduza o número de vezes em que a família vai comer fora,
Se você acha que pode ser obeso e, especialmente, se estiver especialmente em restaurantes de fast-food
peocupado com problemas de saúde relacionados ao peso, consul- -Muitas das opções do menu são ricas em gordura e calorias
te seu médico. Desta forma, poderá ser avaliado seus riscos à saúde -Sirva porções adequadas.
e discutir suas opções de perda de peso. -Prática de atividade física
O acompanhamento médico também é importante para, por -Aumentar a prática de atividade física ou é uma parte essen-
exemplo, identificar alterações que possam contribuir para o ganho cial do tratamento da obesidade. A maioria das pessoas que con-
de peso. Lembrando que o tratamento da obesidade deve ser mul- seguem manter a perda de peso por mais de um ano faz exercício
tiprofissional. físico regular, mesmo que seja apenas caminhando.Para aumentar
seu nível de atividade:
Diagnóstico de Obesidade -Faça exercícios: pessoas com sobrepeso ou obesas precisam
A obesidade é determinada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) ter pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de in-
que é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura tensidade moderada para evitar mais ganho de peso ou para man-
(em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, ter a perda de uma quantidade modesta de peso. Para conseguir
abaixo ou acima do desejado - revelando sobrepeso ou obesidade. uma perda de peso mais significativa, você pode precisar se exerci-
Classificação do IMC: tar 300 minutos ou mais por semana. Você provavelmente precisará
Menor que 18,5 - Abaixo do peso aumentar gradualmente a quantidade que você exercita à medida
Entre 18,5 e 24,9 - Peso normal que sua resistência e aptidão melhoram
Entre 25 e 29,9 - Sobrepeso (acima do peso desejado) -Caminhe mais: mesmo que o exercício aeróbico regular seja a
Igual ou acima de 30 - Obesidade. maneira mais eficiente de queimar calorias e perder peso, qualquer
movimento extra ajuda a queimar calorias. Fazer alterações simples
Cálculo do IMC: ao longo do dia pode resultar em grandes benefícios. Estacione
IMC=peso (kg) / altura (m) x altura (m) mais longe das entradas das lojas, aprimore suas tarefas domésti-
Exemplo: João tem 83 kg e sua altura é 1,75 m cas, faça jardinagem, levante-se e mova-se periodicamente, e use
Altura x altura = 1,75 x 1,75 = 3.0625 um pedômetro para acompanhar quantos passos você realmente
IMC = 83 divididos por 3,0625 = 27,10 toma ao longo de um dia.
O resultado de 27,10 de IMC indica que João está acima do
peso desejado (sobrepeso). Como prevenir o aumento de peso após o tratamento?
Infelizmente, é comum recuperar o peso, independentemen-
Exames te dos métodos de tratamento da obesidade que você tente. Se
Os exames para o diagnóstico da obesidade geralmente in- você toma medicamentos para perda de peso, provavelmente irá
cluem: recuperar o peso quando parar de tomá-los. Você pode até mes-
-Colesterol total e frações mo recuperar o peso após a cirurgia de perda de peso se continuar
-Glicemia de jejum a comer demais ou abusar de alimentos altamente calóricos. Mas
-Exames de sangue para verificar se desequilíbrios hormonais. isso não significa que seus esforços de perda de peso sejam fúteis.
Uma das melhores maneiras de evitar recuperar o peso que
Tratamento de Obesidade você perdeu é fazer atividade física regularmente, aproximadamen-
O tratamento da obesidade é complexo e envolve várias espe- te 60 minutos por dia.
cialidades da saúde. Não existe nenhum tratamento farmacológico Mantenha o controle de sua atividade física, se isso ajuda você
em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. a ficar motivado e em curso. À medida que você perder peso e me-
Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia lhorar sua saúde, converse com seu médico sobre quais atividades
que supera o gasto do organismo, a forma mais simples de trata- adicionais você pode fazer e, se apropriado, como estimular sua ati-
mento é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor vidade e exercitar-se.
ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança Você deve sempre ficar atento ao seu peso. Manter uma dieta
não só provoca redução de peso e reversão da obesidade, como saudável e atividades físicas são as melhores maneiras de manter o
facilita a manutenção do quadro saudável. peso que você perdeu a longo prazo.

Alimentação saudável Medicamentos


Embora a correria do dia a dia dificulte a realização de uma A utilização de medicamentos contribui de forma modesta e
alimentação saudável, pequenas mudanças já podem fazer uma temporária no caso da obesidade, e nunca devem ser usados como
grande diferença na sua saúde: única forma de tratamento. Boa parte das substâncias usadas atuam
-Invista nas frutas, legumes e vegetais no cérebro e podem provocar reações adversas graves, como: nervo-
-Prefiro alimentos integrais aos refinados sismo, insônia, aumento da pressão sanguínea, batimentos cardíacos
-Evite alimentos como biscoitos, bolachas e refeições prontas. acelerados, boca seca e intestino preso. Um dos riscos mais preocu-
Elas são ricas em açúcar, sódio e gorduras – tudo o que sua filha ou pantes dos remédios para obesidade é o de se tornar dependente.
filho não pode comer em exagero Por isso, o tratamento medicamentoso da obesidade deve ser acom-
-Limite o consumo de bebidas adoçadas, incluindo os sucos in- panhado com rigor e restrito a alguns tipos de pacientes.
dustrializados. Essas bebidas são muito calóricas e oferecem pou-
cos ou nenhum nutriente

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cirurgias para Obesidade As medidas de prevenção da obesidade são muito importantes


Pessoas com obesidade mórbida e comorbidades, como diabe- especialmente pela gravidade das consequências e incluem 2 fato-
tes e hipertensão, podem optar por fazer a cirurgia de redução de res principais:
estômago para controlar o peso e sair da obesidade. Existem quatro 1 - Adequação do consumo energético, ou seja é necessário
técnicas diferentes de cirurgia bariátrica para obesidade reconheci- consumir calorias que estejam de acordo com o gasto calórico e pra
das pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): Banda Gástrica Ajus- quem precisa perder peso é necessário um planejamento alimentar
tável, Gastrectomia Vertical, Bypass Gástrico e Derivação Bileopan- que priorize alimentos que deem mais saciedade e que tenham o
creática. A escolha da cirurgia dependerá do quadro do paciente, do valor calórico menor possível.
grau de obesidade e das doenças relacionadas. 2 - Incluir atividades físicas na rotina. Atualmente cerca de 80%
da população é sedentária e muitos associam as atividades de lazer
Obesidade tem cura? a atividades de baixo gasto calórico, como ver televisão, jogar vi-
A obesidade é uma doença crônica que pode ser tratada e con- deogame, ficar no computador e isso é um fator relevante para de-
trolada com a alimentação e prática de exercícios físicos, mas não sencadear a obesidade, em contrapartida, o exercício físico intenso
tem cura. (3) ou de longa duração tem efeito inibitório no apetite.

Complicações possíveis O que é Dengue?


A obesidade infantil aumenta o risco de uma série de condi- A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus,
ções, incluindo: (1,3) sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo.
-Colesterol alto É transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em
-Hipertensão áreas tropicais e subtropicais. Atualmente, a vacina é a melhor for-
-Doença cardíaca ma de prevenção da dengue. Segundo o boletim epidemiológico
-Diabetes tipo 2 do Ministério da Saúde, divulgado em janeiro de 2018, foram regis-
-Problemas ósseos trados menos casos prováveis de dengue em 2017, 252.054 casos
-Síndrome metabólica contra 1.483.623 em 2016.
-Distúrbios do sono A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a
-Esteatose hepática não alcoólica 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue em
-Depressão mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca
-Asma e outras doenças respiratórias de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem
-Condições de pele como brotoeja, infecções fúngicas e acne em consequência da dengue.
-Baixa autoestima Existem quatro tipos de dengue, de acordo com os quatro so-
-Problemas de comportamento. rotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando uma pessoa tem
-Convivendo/ Prognóstico dengue tem uma imunidade relativa contra outro sorotipo.
É uma doença potencialmente grave, porque pode evoluir para
Você pode adotar algumas estratégias para lidar melhor com a a dengue hemorrágica a síndrome do choque da dengue, caracteri-
obesidade, como: zadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o
Não deposite as esperanças do tratamento da obesidade ape- risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuando
nas no medicamento ou cirurgia, pois o resultado depende prin- de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito.
cipalmente das mudanças nos hábitos de vida (dieta e atividade
física) Aedes Aegypti
Com o tempo o medicamento para obesidade pode passar a Acredita-se que o mosquito Aedes aegypti chegou ao Bra-
perder o efeito. Se isso ocorrer, consulte seu médico e nunca au- sil pelos navios negreiros, uma vez que as primeiras aparições do
mente a dose por conta própria mosquito se deram no continente africano. No início do século XX,
Existem muitas propagandas irregulares de medicamentos o médico Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao
para emagrecer nos meios de comunicação, por isso não acredite mosquito, visando reduzir os casos de febre amarela. Essa medi-
em promessas de emagrecimento rápido e fácil da chegou a eliminar a dengue no país durante a década de 1950.
Não compre medicamentos para obesidade pela internet ou Segundo o Ministério da Saúde a primeira ocorrência do vírus no
em academias de ginástica, pois muitos não são autorizados pelo país, comprovada laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982 em
Ministério da Saúde e podem fazer mal a quem utiliza Boa Vista (PR).
Clínicas e consultórios não podem vender medicamentos para No entanto, a dengue voltou a acontecer no Brasil na década
obesidade. O paciente tem a liberdade de escolher a farmácia de de 1980. Atualmente, os quatro tipos de vírus circulam no país, sen-
sua confiança para comprar ou manipular o medicamento prescrito do que foram registrados 587,8 mil casos de dengue em 2014, de
Fórmulas de emagrecimento com várias substâncias mistura- acordo com o Ministério da Saúde.
das são proibidas pelo Ministério da Saúde e já provocaram mortes.
Tipos
Prevenção O vírus da dengue possui quatro variações: DEN-1, DEN-2, DEN-
A estratégia preventiva deve ter início no nascimento, reforçan- 3 e DEN-4. Todos os tipos de dengue causam os mesmo sintomas.
do que o leite materno é um fator de prevenção contra a obesidade Caso ocorra um segundo ou terceiro episódio da dengue, há
e combatendo mitos de que a criança deve comer muito, mesmo risco aumentado para formas mais graves da dengue, como a den-
quando está satisfeita e que criança saudável é aquela com “dobri- gue hemorrágica e síndrome do choque da dengue
nhas”.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na maioria dos casos, a pessoa infectada não apresenta sinto- O mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem
mas de dengue, combatendo o vírus sem nem saber que ele está aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e
em seu corpo. Para aqueles que apresentam os sinais, os tipos de nas pernas. Costuma picar, transmitindo a dengue, nas primeiras horas
dengue podem se manifestar clinicamente de três formas: da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo
nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa.
Dengue clássica Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não
A dengue clássica é a forma mais leve da doença, sendo muitas percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento.
vezes confundida com a gripe. Tem início súbito e os sintomas po- A fêmea do Aedes aegypti também transmite a febre chikun-
dem durar de cinco a sete dias, apresentando sinais como febre alta gunya e a febre Zika e a febre amarela urbana.
(39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articula-
ções, indisposição, enjôos, vômitos, entre outros. Fatores de risco
Fatores que colocam você em maior risco de desenvolver den-
Dengue hemorrágica gue ou uma forma mais grave da doença incluem:
A dengue hemorrágica acontece quando a pessoa infectada com - Vivendo ou viajando em áreas tropicais: Estar em áreas tropi-
dengue sofre alterações na coagulação sanguínea. Se a doença não cais e subtropicais aumenta o risco de exposição ao vírus que causa
for tratada com rapidez, pode levar à morte. No geral, a dengue he- dengue. As áreas especialmente de alto risco são o Sudeste Asiáti-
morrágica é mais comum quando a pessoa está sendo infectada pela co, as ilhas do Pacífico Ocidental, a América Latina e o Caribe.
segunda ou terceira vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os - Infecção prévia com um vírus da dengue: A infecção anterior
da dengue clássica, e somente após o terceiro ou quarto dia surgem com um vírus da dengue aumenta o risco de ter sintomas graves se
hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele você estiver infectado novamente.
e outros órgãos. Na dengue hemorrágica, ocorre uma queda na pres-
são arterial do paciente, podendo gerar tonturas e quedas. Sintomas de Dengue

Síndrome do choque da dengue Sintomas de dengue clássica


A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da Os sintomas de dengue iniciam de uma hora para outra e duram
dengue, se caracterizando por uma grande queda ou ausência de entre cinco a sete dias. Normalmente eles surgem entre três a 15 dias
pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e perda de após a picada pelo mosquito infectado. Os principais sinais são:
consciência. Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue -Febre alta com início súbito (entre 39º a 40º C)
pode sofrer várias complicações neurológicas e cardiorrespirató- -Forte dor de cabeça
rias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame -Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos
pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada -Manchas e erupções na pele, pelo corpo todo, normalmente
pode levar a óbito. com coceiras
-Extremo cansaço
Causas -Moleza e dor no corpo
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A trans- -Muitas dores nos ossos e articulações
missão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias -Náuseas e vômitos
contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o -Tontura
vírus da dengue durante toda a sua vida. -Perda de apetite e paladar.
O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do
mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem Sintomas de dengue hemorrágica
dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após Os sintomas de dengue hemorrágica são os mesmos da dengue
este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para clássica. A diferença é que a febre diminui ou cessa após o terceiro
picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa ou quarto dia da doença e surgem hemorragias em função do san-
e o mosquito da dengue adulto vive em média 45 dias. Uma vez gramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Quan-
que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias para a do acaba a febre, começam a surgir os sinais de alerta:
doença se manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias. -Dores abdominais fortes e contínuas
A transmissão da dengue raramente ocorre em temperaturas -Vômitos persistentes
abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a -Pele pálida, fria e úmida
32° C - por isso o mosquito se desenvolve em áreas tropicais e sub- -Sangramento pelo nariz, boca e gengivas
tropicais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar -Manchas vermelhas na pele
quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É impor- -Comportamento variando de sonolência à agitação
tante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito da -Confusão mental
dengue podem suportar até um ano a seca e serem transportados -Sede excessiva e boca seca
por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é -Dificuldade respiratória
uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar -Queda da pressão arterial:Pulso rápido.
da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias, em mé-
dia. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após
se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar de
sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimen-
to dos ovos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamen- O que tomar em caso de dengue?
te, apresentando sinais de insuficiência circulatória. A baixa circula- Pacientes com dengue ou suspeita de dengue devem evitar
ção sanguínea pode levar a pessoa a um estado de choque. Embora medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que con-
a maioria dos pacientes com dengue não desenvolva choque, a pre- tenham a substância associada. Esses medicamentos têm efeito an-
sença de certos sinais alertam para esse quadro: ticoagulante e podem causar sangramentos. Outros anti-inflamató-
-Dor abdominal persistente e muito forte rios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também
-Mudança de temperatura do corpo e suor excessivo devem ser evitados. O uso destas medicações pode aumentar o
-Comportamento variando de sonolência à agitação risco de sangramentos.
-Pulso rápido e fraco O paracetamol e a dipirona são os medicamentos de escolha
-Palidez para o alívio dos sintomas de dor e febre devido ao seu perfil de se-
-Perda de consciência. gurança, sendo recomendado tanto pelo Ministério da Saúde, como
pela Organização Mundial da Saúde.
A síndrome de choque da dengue, quando não tratada, pode
levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas Dengue tem cura?
do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue he- No caso da dengue clássica, a febre dura sete dias, mas a fra-
morrágica morrem. queza e mal estar podem perdurar por mais tempo, às vezes por
algumas semanas. Embora seja desagradável, a dengue clássica não
Diagnóstico de Dengue é fatal. As pessoas com essa doença se recuperam completamente.
Se você suspeita de dengue, vá direto ao hospital ou clínica de No entanto, é muito importante ficar atento aos sinais de alerta
saúde mais próxima. Os médicos farão a suspeita clínica com base da manifestação da dengue hemorrágica, que são, principalmente,
nas informações que você prestar, mas o diagnóstico de certeza é os sangramentos no nariz, boca e gengiva. Essa forma de dengue
feito com o exame de sangue para dengue ou sorologia para den- quando não tratada rapidamente pode levar a óbito.
gue. Ele vai analisar a presença do vírus no seu sangue e leva de três Complicações possíveis
a quatro dias para ficar pronto. No atendimento, outros exames se- A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da
rão realizados para saber se há sinais de gravidade ou se você pode dengue, se caracterizando por uma grande queda ou ausência de
manter repouso em casa. pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e perda de
O exame físico pode revelar: consciência. Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue
-Fígado aumentado (hepatomegalia) pode sofrer várias complicações neurológicas e cardiorrespirató-
-Pressão baixa rias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame
-Erupções cutâneas pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada
-Olhos vermelhos pode levar a óbito.
-Pulsação fraca e rápida. Outras possíveis complicações da dengue incluem:
-Convulsões febris em crianças pequenas
Além disso, o governo incluiu o uso de testes rápidos para den- -Desidratação grave
gue na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). O item irá otimizar -Sangramentos.
o diagnóstico laboratorial. Serão disponibilizados aos estados e mu- -Convivendo/ Prognóstico
nicípios dois milhões de testes rápidos imunocromatografia qualita- -Pessoas diagnosticadas com a dengue devem manter cuidados
tiva (IgM/IgG) para dengue. básicos como:

Exames Repouso
O diagnóstico da dengue pode ser feito com os seguintes exa- Reposição de líquidos, principalmente recorrendo ao soro ca-
mes: seiro em casos de vômitos
-Testes de coagulação Uso correto dos medicamentos indicados.
-Eletrólitos (sódio e potássio) Aplicativos para o combate da dengue
-Hematócrito Existem vários aplicativos que ajudam no tratamento preven-
-Enzimas do fígado (TGO, TGP) ção contra dengue . Veja alguns a seguir, sempre lembrando que
-Contagem de plaquetas eles não substituem um bom acompanhamento médico:
-Testes sorológicos (mostram os anticorpos ao vírus da dengue) UNA - SUS Dengue: Este aplicativo possibilita que o usuário
-Raio X do tórax para demonstrar efusões pleurais. calcule a reposição de líquidos de acordo com suas características
fisiológicas e apresenta dicas relacionadas ao tratamento e preven-
Tratamento de Dengue ção da doença. Avaliado com 4,4 estrelas na Google Play.
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue, faz- Observatório do Aedes Aegypti: O app possibilita que a popula-
-se apenas medicamentos para os sintomas da doença, ou seja, fa- ção denuncie a suspeita de focos e casos de dengue. Dessa forma,
zer um tratamento sintomático. É importante apenas tomar muito o governo poderá ter acesso mais rapidamente às informações para
líquido para evitar a desidratação. Caso haja dores e febre, pode ser planejar o combate.
receitado algum medicamento antitérmico, como o paracetamol. Em
alguns casos, é necessária internação para hidratação endovenosa e,
nos casos graves, tratamento em unidade de terapia intensiva.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Prevenção Coloque desinfetante nos ralos


Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-
Tome a vacina -se foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos,
A vacina contra dengue foi criada para prevenir a manifestação como xampu, sabão e água sanitária. Entretanto, alguns ralos são
do vírus. Atualmente apenas uma vacina foi licenciada no Brasil, a rasos e conservam água estagnada em seu interior. Nesse caso, o
desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur. Ela é feita com ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado
vírus atenuados e é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro com desinfetante regularmente.
sorotipos de dengue existentes. Ela possui a estrutura do vírus va-
cinal da febre amarela, o que lhe dá mais estabilidade e segurança. Limpe as calhas
Vacinas com o vírus atenuado são aquelas que diminuem a pe- Grandes reservatórios, como caixas d’água, são os criadouros
riculosidade do vírus, garantindo que ele não cause doenças, mas mais produtivos de dengue, mas as larvas do mosquito podem ser
sejam capazes de gerar resposta imunológica, fazendo com que o encontradas em pequenas quantidades de água também. Para evi-
organismo da pessoa reconheça o vírus e saiba como atacá-lo quan- tar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados
do a pessoa for exposta a sua versão convencional. todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios
A eficácia na população acima de 9 anos é de, aproximadamen- ideais para o desenvolvimento do Aedes aegypti.
te, 66% contra os quatro sorotipos de vírus da dengue. Isso significa
que em um grupo de cem pessoas, 66 evitariam contrair a doença. Lagos caseiros e aquários
Além disso, reduz os casos graves - aqueles que levam ao óbito, Assim como as piscinas, a possibilidade de laguinhos caseiros e
como a dengue hemorrágica - em 93% e os índices de hospitaliza- aquários se tornarem foco de dengue deixou muitas pessoas preo-
ções em 80%. cupadas, porém, peixes são grandes predadores de formas aquá-
Além dela, o Instituto Butantan está testando uma nova vacina ticas de mosquitos. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às
feita no Brasil. O antíduto também é feito com vírus atenuados e piscinas que não são limpas com frequência.
está na terceira fase de testes, em que mais de 17 mil voluntários
serão observados: dois terços deles receberão a vacina verdadeira Uso de inseticidas e larvicidas
e um terço receberá um placebo. Antes ela passou por testes clíni- Tanto os larvicidas quanto os inseticidas distribuídos aos esta-
cos nos Estados Unidos em 600 pessoas e depois em São Paulo por dos e municípios pela Secretaria de Vigilância em Saúde têm eficá-
mais 300. O plano de fazer os testes agora em todo Brasil é garantir cia comprovada, sendo preconizados por um grupo de especialistas
que as pessoas estudadas tenham contato com todos os sorotipos da Organização Mundial da Saúde.
da doença. Os larvicidas servem para matar as larvas do mosquito da den-
gue. São aqueles produtos em pó, ou granulado, que o agente de
Evite o acúmulo de água combate a dengue coloca nos ralos, caixas d’água, enfim, nos luga-
O mosquito coloca seus ovos em água limpa, mas não neces- res onde há água parada que não pode ser eliminada.
sariamente potável. Por isso é importante jogar fora pneus velhos, Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de
virar garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal seja propenso nebulização, que matam os insetos adultos enquanto estão voan-
à formação de poças, realizar a drenagem do terreno. Também é do, pela manhã e à tarde, porque o mosquito tem hábitos diurnos.
necessário lavar a vasilha de água do bicho de estimação regular- O fumacê, como é chamado, não é aplicado indiscriminadamente,
mente e manter fechadas tampas de caixas d’água e cisternas. sendo utilizado somente quando existe a transmissão da dengue
em surtos ou epidemias. Desse modo, a nebulização pode ser consi-
Coloque tela nas janelas derada um recurso extremo, porque é utilizada em um momento de
Colocar telas em portas e janelas ajuda a proteger sua família alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à den-
contra o mosquito da dengue. O problema é quando o criadouro gue falharam ou não foram adotadas.
está localizado dentro da residência. Nesse caso, a estratégia não Algumas vezes, os mosquitos e larvas da dengue desenvolvem
será bem sucedida. Por isso, não se esqueça de que a eliminação resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é
dos focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção. imediatamente substituído por outro.

Coloque areia nos vasos de plantas Uso de repelente


O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais
água. Há três alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo regularmente com muitos mosquitos, é um método importante para se proteger
ou colocar areia. A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo contra a dengue. Recomenda-se, porém, o uso de produtos indus-
evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos. trializados. Os repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia,
citronela e óleo de soja não possuem grau de repelência forte o
Seja consciente com seu lixo suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo. Além
Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos e ria- disso, a duração e a eficácia do produto são temporárias, sendo ne-
chos. Assim você garante que eles ficarão desobstruídos, evitando cessária diversas reaplicações ao longo do dia, o que muitas pes-
acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe as latas de lixo soas não costumam fazer.
sempre bem tampadas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Hanseníase

Características Gerais
Doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infec-
tar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); propriedades essas que não
são em função apenas de suas características intrínsecas, mas que dependem, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de
endemicidade do meio, entre outros aspectos. O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda
existam lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente so-
cial. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae. A hanseníase parece
ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, junta-
mente com a África, podem ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico
modificaram significativamente o quadro da hanseníase, que atualmente tem tratamento e cura. No Brasil, cerca de 47.000 casos novos
são detectados a cada ano, sendo 8% deles em menores de 15 anos.
Agente Etiológico: O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente, em forma de bastonete. É um parasita intracelular, sendo a única
espécie de micobactéria que infecta nervos periféricos, especificamente células de Schwann. Esse bacilo não cresce em meios de cultura
artificiais, ou seja, in vitro.

Reservatório: O ser humano é reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente
infectados – o tatu, macaco mangabei e o chimpanzé. Os doentes com muitos bacilos (multibacilares-MB) sem tratamento – hanseníase
virchowiana e hanseníase dimorfa – são capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar de cerca de
10 milhões de bacilos presentes na mucosa nasal).

Modo de transmissão: A principal via de eliminação dos bacilos dos pacientes multibacilares (virchowianos e dimorfos) é a aérea su-
perior, sendo, também, o trato respiratório a mais provável via de entrada do M. leprae no corpo.

Período de incubação: A hanseníase apresenta longo período de incubação; em média, de 2 a 7 anos. Há referências a períodos mais
curtos, de 7 meses, como também a mais longos, de 10 anos.
Período de transmissibilidade: Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB), indeterminados e tuberculóides – não são consi-
derados importantes como fonte de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar. Os pacientes multibacilares, no entanto, consti-
tuem o grupo contagiante, assim se mantendo como fonte de infecção, enquanto o tratamento específico não for iniciado.
Suscetibilidade e imunidade: Como em outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações entre
fatores individuais do hospedeiro, ambientais e do próprio M. leprae. Devido ao longo período de incubação, a hanseníase é menos fre-
quente em menores de 15 anos, contudo, em áreas mais endêmicas, a exposição precoce, em focos domiciliares, aumenta a incidência de
casos nessa faixa etária. Embora acometa ambos os sexos, observa-se predominância do sexo masculino.

Aspectos Clínicos e Laboratoriais

Diagnóstico Clínico
O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da análise da história e condições de vida do paciente,
do exame dermatoneurológico, para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos
periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico). O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da análise da
história e condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico, para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensi-
bilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico).
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural pura), e aqueles que apresentam
área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente deverão ser encaminhados para unidades de saúde de
maior complexidade para confirmação diagnóstica. Recomenda-se que nessas unidades os mesmos sejam submetidos novamente ao exame
dermatoneurológico criterioso, à coleta de material (baciloscopia ou histopatologia cutânea ou de nervo periférico sensitivo), a exames eletrofi-
siológicos e/ou outros mais complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou neural discreto e para diagnóstico diferencial com outras
neuropatias periféricas.
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige exame criterioso, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de
sensibilidade. Nesse caso, recomenda-se utilizar o “Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em
Menores de 15 Anos” (Portaria SVS/SAS/MS nº 125, de 26 de março de 2009). O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo
semelhante ao de outras doenças curáveis. Se vier a causar impacto psicológico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares ou pessoas
de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, que permita a aceitação do problema, su-
peração das dificuldades e maior adesão aos tratamentos.
Essa atenção deve ser oferecida no momento do diagnóstico, bem como no decorrer do tratamento da doença e, se necessária, após
a alta. A classificação operacional do caso de hanseníase, visando o tratamento com poliquimioterapia é baseada no número de lesões
cutâneas de acordo com os seguintes critérios:
- Paucibacilar (PB) – casos com até 5 lesões de pele;
- Multibacilar (MB) – casos com mais de 5 lesões de pele.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Diagnóstico Diferencial: As seguintes dermatoses podem se assemelhar a algumas formas e reações de hanseníase e exigem segura
diferenciação: eczemátides, nevo acrômico, pitiríase versicolor, vitiligo, pitiríase rósea de Gilbert, eritema solar, eritrodermias e eritemas
difusos vários, psoríase, eritema polimorfo, eritema nodoso, eritemas anulares, granuloma anular, lúpus eritematoso, farmacodermias,
fotodermatites polimorfas, pelagra, sífilis, alopécia areata (pelada), sarcoidose, tuberculose, xantomas, hemoblastoses, esclerodermias,
neurofibromatose de Von Recklinghausen.

Diagnóstico Laboratorial
Exame baciloscópico – a baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame comple-
mentar para a classificação dos casos em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de
lesões.
Atenção: O resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de hanseníase.

Exame histopatológico – indicado como suporte na elucidação diagnóstica e em pesquisas.

Quadro 1. Sinopse para classificação das formas clínicas da hanseníase

Classificação operacional
Clínicas Baciloscópicas Formas clínicas
vigente para a rede pública
Áreas de hipo ou anestesia, parestesias, manchas
Indeterminada
hipocrômicas e/ou eritemohipocrômicas, com ou sem Negativa Paucibacilar (PB)
(HI)
diminuição da sudorese e rarefação de pelos.
Placas eritematosas, eritemato-hipocrômicas, até 5 lesões
Tuberculóide
de pele bem delimitadas, hipo ou anestésicas, podendo Negativa Paucibacilar (PB)
(HT)
ocorrer comprometimento de nervos.
Lesões pré-foveolares (eritematosas planas com o centro
Positiva (bacilos e
claro). Lesões foveolares (eritematopigmentares de tonali- Multibacilar (MB)
globias ou com raros Dimorfa (HD)
dade ferruginosa ou pardacenta), apresentando alterações Mais de 5 lesões
bacilos) ou negativa
de sensibilidade.
Eritema e infiltração difusos, placas eritematosas de pele, infil- Positiva (bacilos
Virchowiana Multibacilar (MB)
tradas e de bordas mal definidas, tubérculos e nódulos, mada- abundantes
(HV) Mais de 5 lesões
rose, lesões das mucosas, com alteração de sensibilidade. e globias)

Avaliação do grau de incapacidade e da função neural


É imprescindível avaliar a integridade da função neural e o grau de incapacidade física no momento do diagnóstico do caso de hanse-
níase e do estado reacional. Para determinar o grau de incapacidade física, deve-se realizar o teste da sensibilidade dos olhos, mãos e pés.
É recomendada a utilização do conjunto de monofilamentos de Semmes-Weinstein (6 monofilamentos: 0.05g, 0.2g, 2g, 4g, 10g e 300g),
nos pontos de avaliação de sensibilidade em mãos e pés, e do fio dental (sem sabor) para os olhos. Considera-se, grau 1 de incapacidade,
ausência de resposta ao filamento igual ou mais pesado que o de 2g (cor violeta). O formulário para avaliação do grau de incapacidade
física (Anexo III da Portaria SVS/SAS/MS nº 125, de 26 de março de 2009), deverá ser preenchido conforme critérios expressos no Quadro 2.

Quadro 2. Critérios de avaliação do grau de incapacidade e da função neural

Grau Características
0 Nenhum problema com os olhos, mãos e pés devido à hanseníase.
1 Diminuição ou perda da sensibilidade nos olhos, diminuição ou perda da sensibilidade nas mãos e ou pés
Olhos: lagoftalmo e/ou ectrópio; triquíase; opacidade corneana central; acuidade visual menor que 0,1 ou não conta dedos a 6m de distância.
2 Mãos: lesões tróficas e/ou lesões traumáticas; garras; reabsorção; mão caída.
Pés: lesões tróficas e/ou traumáticas; garras; reabsorção; pé caído; contratura do tornozelo.

Para verificar a integridade da função neural recomenda-se a utilização do formulário de Avaliação Neurológica Simplificada (Anexo IV
da Portaria SVS/SAS/MS nº 125, de 26 de março de 2009). Para avaliação da força motora, preconiza-se o teste manual da exploração da
força muscular, a partir da unidade músculo-tendinosa durante o movimento e da capacidade de oposição à força da gravidade e à resis-
tência manual, em cada grupo muscular referente a um nervo específico. Os critérios de graduação da força muscular podem ser expressos
como forte, diminuída e paralisada ou de zero a cinco, conforme o Quadro 3.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quadro 3. Critérios de graduação da força muscular

Força Descrição
Forte 5 Realiza o movimento completo contra a gravidade, com resistência máxima.
4 Realiza o movimento completo contra a gravidade, com resistência parcial.
Diminuída 3 Realiza o movimento completo contra a gravidade.
2 Realiza o movimento parcial.
1 Contração muscular sem movimento.
Paralisada
0 Paralisia (nenhum movimento)

Reações Hansênicas
Os estados reacionais ou reações hansênicas são alterações do sistema imunológico, que se exteriorizam como manifestações infla-
matórias agudas e subagudas, que podem ocorrer mais frequentemente nos casos MB (Quadro 4). Elas podem ocorrer antes (às vezes,
levando à suspeição diagnóstica de hanseníase), durante ou depois do tratamento com Poliquimioterapia (PQT):
- Reação Tipo 1 ou reação reversa (RR) – caracteriza-se pelo aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infil-
tração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite).
- Reação Tipo 2, cuja manifestação clínica mais frequente é o eritema nodoso hansênico (ENH) – caracteriza-se por apresentar nódulos
subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e dor de
nervos periféricos (neurite).

Os estados reacionais são a principal causa de lesões dos nervos e de incapacidades provocadas pela hanseníase. Portanto, é impor-
tante que o diagnóstico das reações seja feito precocemente, para se dar início imediato ao tratamento, visando prevenir essas incapaci-
dades. Frente à suspeita de reação hansênica, recomenda-se:
- confirmar o diagnóstico de hanseníase e fazer a classificação operacional;
- diferenciar o tipo de reação hansênica;
- investigar fatores predisponentes (infecções, infestações, distúrbios hormonais, fatores emocionais e outros).

O diagnóstico dos estados reacionais é realizado através do exame físico geral e dermatoneurológico do paciente. Tais procedimentos
são também fundamentais para o monitoramento do comprometimento de nervos periféricos e avaliação da terapêutica antirreacional. A
identificação dos mesmos não contraindica o início do tratamento (PQT/OMS). Se os estados reacionais aparecerem durante o tratamento,
esse não deve ser interrompido, mesmo porque reduz significativamente a frequência e a gravidade dos mesmos. Se forem observados
após o tratamento específico para a hanseníase, não é necessário reiniciá-lo e sim iniciar a terapêutica antirreacional.
Quadro 4. Síntese das reações hansênicas (tipo 1 e 2) em relação à classificação operacional da hanseníase: casos paucibacilares e
multibacilares.

Tipo 1 Tipo 2
Episódios reacionais
Reação reversa Eritema nodoso hansênico (ENH)
Formas clínicas Paucibacilar Multibacilar
Antes do tratamento PQT ou nos primeiros 6 me-
Pode ser a primeira manifestação da doença. Pode
Início ses do tratamento. Pode ser a primeira manifesta-
ocorrer durante ou após o tratamento da doença.
ção com PQT.
Processo de hiperatividade imunológica, em res- Processo de hiperatividade imunológica, em resposta
Causa
posta ao antígeno (bacilo ou fragmento bacilar). ao antígeno (bacilo ou fragmento bacilar).
- Aparecimento de novas lesões que podem ser
- As lesões preexistentes permanecem inalteradas.
eritemato-infiltradas (aspecto erisipilóide).
- Há aparecimento brusco de nódulos eritematosos,
- Reagudização de lesões antigas.
Manifestações clínicas dolorosos à palpação ou até mesmo espontaneamen-
- Dor espontânea nos nervos periféricos.
te que podem evoluir para vesículas, pústulas, bolhas
- Aumento ou aparecimento de áreas
ou úlceras.
hipo ou anestésicas.
Comprometimento É frequente. Apresenta febre, astenia, mialgias, náu-
Não é frequente.
sistêmico seas (estado toxêmico) e dor articular.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Edema de extremidades.
- Edema de mãos e pés.
- Irite, epistaxes, orquite, linfadenite.
Fatores associados - Aparecimento brusco de mão em garra e pé
- Neurite. Comprometimento gradual dos troncos
caído.
nervosos.
- Leucocitose, com desvio à esquerda, e aumento de
Hematologia Pode haver leucocitose. imunoglobinas.
- Anemia.
- Lenta. - Rápida.
Evolução - Podem ocorrer sequelas neurológicas e complica- - O aspecto necrótico pode ser contínuo, durar meses
ções, como abcesso do nervo. e apresentar complicações graves.

Tratamento poliquimioterápico – PQT/OMS


O tratamento é eminentemente ambulatorial. Nos serviços básicos de saúde, administra-se uma associação de medicamentos, a
poliquimioterapia (PQT/OMS). A PQT/OMS mata o bacilo e evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades por
ela causadas, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Assim
sendo, logo no início do tratamento a transmissão da doença é interrompida e, se realizado de forma completa e correta, garante a cura
da doença. A PQT/OMS é constituída pelo conjunto dos seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina, com administração
associada. Essa associação evita a resistência medicamentosa do bacilo que ocorre, com frequência, quando se utiliza apenas um medi-
camento, impossibilitando a cura da doença. É administrada através de esquema padrão, de acordo com a classificação operacional do
doente em paucibacilar e multibacilar.
A informação sobre a classificação do doente é fundamental para se selecionar o esquema de tratamento adequado ao seu caso. Para
crianças com hanseníase, a dose dos medicamentos do esquema padrão é ajustada de acordo com a idade e peso. Já no caso de pessoas
com intolerância a um dos medicamentos do esquema padrão, são indicados esquemas alternativos. A alta por cura é dada após a ad-
ministração do número de doses preconizado pelo esquema terapêutico, dentro do prazo recomendado. O tratamento da hanseníase é
ambulatorial, utilizando os esquemas terapêuticos padronizados (Quadro 5).

Quadro 5. Esquemas terapêuticos padronizados

Faixa Cartela PB Cartela MB


Adulto Rifampicina (RFM): cápsula de 300mg (2) Rifampicina (RFM): cápsula de 300mg (2) Dapsona (DDS): comprimi-
do de 100mg (28) Dapsona (DDS): comprimido de 100mg (28) - Clofa-
zimina (CFZ): cápsula de 100mg (3) e cápsula de 50mg (27)
Criança Rifampicina (RFM): cápsula de 150mg (1) e cápsula de Rifampicina (RFM): cápsula de 150mg (1) e cápsula de 300mg Dapsona
300mg (1) Dapsona (DDS): comprimido de 50mg (28) (DDS): comprimido de 50mg (28) - Clofazimina (CFZ): cápsula de 50mg (16)

Nota: a gravidez e o aleitamento não contraindicam o tratamento PQT.


Esquemas terapêuticos
Os esquemas terapêuticos deverão ser utilizados de acordo com a classificação operacional (Quadros 6 e 7).

Quadro 6. Esquemas terapêuticos utilizados para Paucibacilar: 6 cartelas

Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg), com administração supervisionada.

Adulto Dapsona (DDS): dose mensal de 100mg, supervisionada, e dose diária de 100mg, autoadministrada.
Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg (1 cápsula de 150mg e 1 cápsula de 300mg), com administração
supervisionada.
Criança Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg, supervisionada, e dose diária de 50mg, autoadministrada

Duração: 6 doses.
Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com 6 doses supervisionadas, em até 9 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser
submetidos ao exame dermatológico, avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por cura.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quadro 7. Esquemas terapêuticos utilizados para Multibacilar: 12 cartelas

Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg), com administração supervisionada.
Dapsona (DDS): dose mensal de 100mg, supervisionada, e uma dose diária de 100mg, autoadministrada.
Adulto
Clofazimina (CFZ): dose mensal de 300mg (3 cápsulas de 100mg), com administração supervisionada, e uma dose diária
de 50mg, autoadministrada.
Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg (1 cápsula de 150mg e 1 cápsula de 300 mg), com administração
supervisionada.
Criança Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg, supervisionada, e uma dose diária de 50mg, autoadministrada.
Clofazimina (CFZ): dose mensal de 150mg (3 cápsulas de 50mg), com administração supervisionada, e uma dose de
50mg, autoadministrada, em dias alternados.

Duração: 12 doses.
Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com 12 doses supervisionadas, em até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser
submetidos ao exame dermatológico, avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física, e receber alta por cura.
Os pacientes MB que não apresentarem melhora clínica, ao final do tratamento preconizado de 12 doses (cartelas), deverão ser encami-
nhados para avaliação nas unidades de maior complexidade, para verificar a necessidade de um segundo ciclo de tratamento, com 12 doses.
Notas: Em crianças ou adulto com peso inferior a 30kg, ajustar a dose de acordo com o peso conforme as orientações do Quadro 8.

Quadro 8. Esquemas terapêuticos utilizados para crianças ou adultos com peso inferior a 30kg

Dose mensal Dose diária


Rifampicina (RFM)- 10 a 20mg/kg
Dapsona (DDS) – 1,5mg/kg Dapsona (DDS) – 1,5mg/kg
Clofazimina (CFZ) – 5mg/kg Clofazimina (CFZ) – 1mg/kg

- Nos casos de hanseníase neural pura, o tratamento com PQT dependerá da classificação (PB ou MB), conforme avaliação do centro
de referência; além disso, faz-se o tratamento adequado do dano neural. Os pacientes deverão ser orientados para retorno imediato à
unidade de saúde, em caso de aparecimento de lesões de pele e/ou de dores nos trajetos dos nervos periféricos e/ou piora da função
sensitiva e/ou motora, mesmo após a alta por cura.
- Em mulheres na idade reprodutiva, deve-se atentar ao fato que a rifampicina pode interagir com anticoncepcionais orais, diminuindo
a sua ação.

Efeitos colaterais dos medicamentos e condutas


Os medicamentos em geral, aqueles utilizados na poliquimioterapia e no tratamento dos estados reacionais, também podem provocar
efeitos colaterais. No entanto, os trabalhos bem controlados, publicados na literatura disponível, permitem afirmar que o tratamento PQT/
OMS raramente precisa ser interrompido em virtude de efeitos colaterais.
A equipe da unidade básica precisa estar sempre atenta para essas situações, devendo, na maioria das vezes, encaminhar a pessoa à
unidade de referência para receber o tratamento adequado.
A seguir, são apresentados os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos utilizados na PQT/OMS e no tratamento dos estados rea-
cionais, bem como as principais condutas a serem adotadas para combatê-los. O diagnóstico desses efeitos colaterais é fundamentalmente
baseado nos sinais e sintomas por eles provocados.

Efeitos colaterais da rifampicina


Cutâneos – rubor de face e pescoço, prurido e rash cutâneo generalizado.
Gastrointestinais – diminuição do apetite e náuseas. Ocasionalmente, podem ocorrer vômitos, diarreias e dor abdominal leve.
Hepáticos – mal-estar, perda do apetite, náuseas, podendo ocorrer também icterícia. São descritos dois tipos de icterícias: a leve ou
transitória e a grave, com danos hepáticos importantes. A medicação deve ser suspensa e o paciente encaminhado à unidade de referência
se as transaminases e/ou bilirrubinas aumentarem mais de duas vezes o valor normal.
Hematopoéticos – trombocitopenia, púrpuras ou sangramentos anormais, como epistaxes. Podem também ocorrer hemorragias gen-
givais e uterinas. Nesses casos, o paciente deve ser encaminhado ao hospital.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Anemia hemolítica – tremores, febre, náuseas, cefaleia e, às Condutas gerais em relação aos efeitos colaterais dos medi-
vezes, choque, podendo também ocorrer icterícia leve. Raramente camentos
ocorre uma síndrome “pseudogripal”, quando o paciente apresen- A equipe de saúde deve estar sempre atenta para a possibilida-
ta: febre, calafrios, astenia, mialgias, cefaleia, dores ósseas. Esse de de ocorrência de efeitos colaterais dos medicamentos utilizados
quadro pode evoluir com eosinofilia, nefrite intersticial, necrose na PQT e no tratamento dos estados reacionais, devendo realizar
tubular aguda, trombocitopenia, anemia hemolítica e choque. Esta imediatamente a conduta adequada.
síndrome, muito rara, se manifesta a partir da 2ª ou 4ª dose super-
visionada, devido à hipersensibilidade por formação de anticorpos Condutas no caso de náuseas e vômitos incontroláveis
anti-rifampicina, quando o medicamento é utilizado em dose inter- - Suspender o tratamento;
mitente. - encaminhar o paciente para a unidade de referência;
A coloração avermelhada da urina não deve ser confundida - solicitar exames complementares, para realizar diagnóstico
com hematúria. A secreção pulmonar avermelhada não deve ser diferencial com outras causas;
confundida com escarros hemoptóicos. A pigmentação conjuntival - investigar e informar à unidade de referência se os efeitos
não deve ser confundida com icterícia. ocorrem após a ingestão da dose supervisionada de rifampicina, ou
após as doses autoadministradas de dapsona.
Efeitos colaterais da clofazimina
Cutâneos – ressecamento da pele, que pode evoluir para ic- Condutas no caso de icterícia
tiose, alteração na coloração da pele e suor. Nas pessoas de pele - Suspender o tratamento se houver alteração das provas de
escura, a cor pode se acentuar; nas pessoas claras, a pele pode ficar função hepática, com valores superiores a duas vezes os normais;
com uma coloração avermelhada ou adquirir um tom acinzentado, - encaminhar o paciente à unidade de referência;
devido à impregnação e ao ressecamento. Esses efeitos ocorrem - fazer a avaliação da história pregressa: alcoolismo, hepatite e
mais acentuadamente nas lesões hansênicas e regridem, muito len- outras doenças hepáticas;
tamente, após a suspensão do medicamento. - solicitar exames complementares necessários para realizar
Gastrointestinais – diminuição da peristalse e dor abdominal, diagnóstico diferencial;
devido ao depósito de cristais de clofazimina nas submucosas e lin-
fonodos intestinais, resultando na inflamação da porção terminal - investigar se a ocorrência deste efeito está relacionada com a
do intestino delgado. Esses efeitos poderão ser encontrados, com dose supervisionada de rifampicina ou com as doses autoadminis-
maior frequência, na utilização de doses de 300mg/dia por perío- tradas de dapsona.
dos prolongados, superiores a 90 dias. Condutas no caso de anemia hemolítica
Efeitos colaterais da dapsona - Suspender o tratamento;
Cutâneos – síndrome de Stevens-Johnson, dermatite esfoliati- - encaminhar o paciente à unidade de referência ou ao hema-
va ou eritrodermia. tologista para avaliação e conduta;
Hepáticos – icterícias, náuseas e vômitos. - investigar se a ocorrência desse efeito está relacionada com a
Hemolíticos – tremores, febre, náuseas, cefaleia, às vezes cho- dose supervisionada de rifampicina ou com as doses autoadminis-
que, podendo também ocorrer icterícia leve, metaemoglobinemia, tradas de dapsona.
cianose, dispneia, taquicardia, fadiga, desmaios, anorexia e vômitos.
Outros efeitos colaterais raros podem ocorrer, tais como insô- Condutas no caso de metaemoglobinemia
nia e neuropatia motora periférica. Leve – suspender o medicamento e encaminhar o paciente
para unidade de referência; observar, pois geralmente ela desapa-
Efeitos colaterais dos medicamentos rece, gradualmente, com a suspensão do medicamento;
utilizados nos episódios reacionais Grave – encaminhar para internação hospitalar.

Efeitos colaterais da talidomida Condutas no caso de síndrome pseudogripal


- Teratogenicidade; - Suspender a rifampicina imediatamente, encaminhar o pa-
- sonolência, edema unilateral de membros inferiores, consti- ciente para unidade de referência e avaliar a gravidade do quadro;
pação intestinal, secura de mucosas e, mais raramente, linfopenia; - nos quadros leves, administrar anti-histamínico, antitérmico e
- neuropatia periférica, não comum no Brasil, pode ocorrer em deixar o paciente sob observação por, pelo menos, 6 horas;
doses acumuladas acima de 40g, sendo mais frequente em pacien- - nos casos moderados e graves, encaminhar o paciente à uni-
tes acima de 65 anos de idade. dade de referência para administrar corticosteróides (hidrocortiso-
na, 500mg/250ml de soro fisiológico – 30 gotas/minuto, via intrave-
Efeitos colaterais dos corticosteroides nosa) e, em seguida, (prednisona via oral, com redução progressiva
- Hipertensão arterial; da dose até a retirada completa.
- disseminação de infestação por Strongyloides stercoralis;
- disseminação de tuberculose pulmonar; Condutas no caso de efeitos cutâneos provocados pela clofa-
- distúrbios metabólicos: redução de sódio e potássio, aumento zimina
das taxas de glicose no sangue, alteração no metabolismo do cálcio, Prescrever a aplicação diária de óleo mineral ou creme de
levando à osteoporose e à síndrome de Cushing; ureia, após o banho, e orientar para evitar a exposição solar, a fim
- gastrointestinais: gastrite e úlcera péptica; de minimizar esses efeitos.
- outros efeitos: agravamento de infecções latentes, acne cor-
tisônica e psicoses.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Condutas no caso de farmacodermia leve até síndrome de O acompanhamento dos casos com reação deverá ser realizado
Stevens-Johnson, dermatite esfoliativa ou eritrodermia provoca- por profissionais com maior experiência ou por unidades de maior
dos pela dapsona complexidade. Para o encaminhamento, deverá ser utilizada a ficha
Interromper definitivamente o tratamento com a dapsona e de referência/c,*ontrarreferência padronizada pelo município, con-
encaminhar o paciente à unidade de referência. tendo todas as informações necessárias, incluindo a data do início
do tratamento, esquema terapêutico, número de doses administra-
Condutas no caso de efeitos colaterais provocados pelos cor- das e o tempo de tratamento.
ticosteroides O tratamento dos estados reacionais é geralmente ambulato-
- Observar as precauções ao uso de corticosteróides; rial e deve ser prescrito e supervisionado por um médico.
- encaminhar imediatamente à unidade de referência.
Reação Tipo 1 ou reação reversa (RR)
Ao referenciar a pessoa em tratamento para outro serviço, en- - Iniciar prednisona na dose de 1 a 2 mg/kg/dia, conforme ava-
viar, por escrito, todas as informações disponíveis: quadro clínico, liação clínica;
tratamento PQT, resultados de exames laboratoriais (baciloscopia - manter a poliquimioterapia, se o doente ainda estiver em tra-
e outros), número de doses tomadas, se apresentou episódios rea- tamento específico;
cionais, qual o tipo, se apresentou ou apresenta efeito colateral à - imobilizar o membro afetado com tala gessada, em caso de
alguma medicação, causa provável do quadro, entre outras. neurite associada;
- monitorar a função neural sensitiva e motora;
Esquemas terapêuticos alternativos - reduzir a dose de corticóide, conforme resposta terapêutica;
A substituição do esquema padrão por esquemas alternativos - programar e realizar ações de prevenção de incapacidades.
deverá acontecer, quando necessária, sob orientação de serviços de
saúde de maior complexidade. Na utilização da prednisona, devem ser tomadas algumas pre-
cauções:
Tratamento de reações hansênicas - registro do peso, da pressão arterial e da taxa de glicose no
Para o tratamento das reações hansênicas é imprescindível: sangue para controle;
- diferenciar o tipo de reação hansênica; - fazer o tratamento antiparasitário com medicamento específi-
- avaliar a extensão do comprometimento de nervos periféri- co para Strongiloydes stercoralis, prevenindo a disseminação sistê-
cos, órgãos e outros sistemas; mica desse parasita (Tiabendazol 50mg/kg/dia, em 3 tomadas, por
- investigar e controlar fatores potencialmente capazes de de- 2 dias, ou 1,5g/dose única; ou Albendazol, na dose de 400mg/dia,
sencadear os estados reacionais; durante 3 dias consecutivos).
- conhecer as contraindicações e os efeitos adversos dos medi- - a profilaxia da osteoporose deve ser feita com Cálcio 1.000mg/
camentos utilizados no tratamento da hanseníase e em seus esta- dia, Vitamina D 400-800UI/dia ou Bifosfonatos (por exemplo, Alen-
dos reacionais; dronato 10 mg/dia, administrado com água, pela manhã, em je-
- instituir, precocemente, a terapêutica medicamentosa e me- jum).
didas coadjuvantes adequadas visando a prevenção de incapacida- Recomenda-se que o desjejum ou outra alimentação matinal
des; ocorra, no mínimo, 30 minutos após a ingestão do comprimido da
- encaminhar os casos graves para internação hospitalar. alendronato).

Atenção: A ocorrência de reações hansênicas não contraindica Reação Tipo 2 ou eritema nodoso hansênico (ENH)
o início da PQT/OMS, não implica na sua interrupção e não é in- A talidomida é a droga de escolha na dose de 100 a 400mg/dia,
dicação de reinício da PQT, se o paciente já houver concluído seu conforme a intensidade do quadro (para mulheres em idade fértil,
tratamento. observar a Lei nº 10.651, de 16 de abril de 2003, que dispõe sobre o
uso da talidomida). Na impossibilidade do seu uso, prescrever pred-
As reações com ou sem neurites devem ser diagnosticadas por nisona, na dose 1 a 2mg/kg/dia:
meio da investigação cuidadosa dos sinais e sintomas específicos, - manter a poliquimioterapia, se o doente ainda estiver em tra-
valorização das queixas e exame físico geral, com ênfase na ava- tamento específico;
liação dermatológica e neurológica simplificada. Essas ocorrências - introduzir corticosteróide em caso de comprometimento neu-
deverão ser consideradas como situações de urgência e encami- ral, segundo o esquema já referido;
nhadas às unidades de maior complexidade para tratamento nas - imobilizar o membro afetado em caso de neurite associada;
primeiras 24 horas. - monitorar a função neural sensitiva e motora;
Nas situações onde há dificuldade de encaminhamento ime- - reduzir a dose da talidomida e/ou do corticóide, conforme
diato, os seguintes procedimentos deverão ser aplicados até a ava- resposta terapêutica;
liação: - programar e realizar ações de prevenção de incapacidades.
- orientar repouso do membro afetado, em caso de suspeita
de neurite; Outras indicações da corticoterapia para reação tipo 2 (ENH)
- iniciar prednisona na dose de 1 a 2mg/kg peso/dia, devendo- - mulheres grávidas e sob risco de engravidar: irite ou iridocicli-
-se tomar as seguintes precauções para a sua utilização: garantia de te; orquiepididimite;
acompanhamento médico, registro do peso, da pressão arterial, da - mãos e pés reacionais: glomerulonefrite; eritema nodoso ne-
taxa de glicose no sangue, tratamentos profiláticos da estrongiloi- crotizante; vasculites;
díase e da osteoporose. - artrite: contraindicações da talidomida.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Conduta nos casos de reação crônica ou subintrante – a reação Seguimento de casos


subintrante é a reação intermitente, cujos surtos são tão frequentes Os pacientes devem ser agendados para retorno a cada 28 dias.
que, antes de terminado um, surge o outro. Esses casos respondem Nessas consultas, eles tomam a dose supervisionada no serviço de
ao tratamento com corticosteróides e/ou talidomida, mas, tão logo saúde e recebem a cartela com os medicamentos das doses a se-
a dose seja reduzida ou retirada, a fase aguda recrudesce. Nes- rem autoadministradas em domicílio. Essa oportunidade deve ser
ses casos recomenda-se: aproveitada para avaliação do paciente, esclarecimento de dúvidas
- observar a coexistência de fatores desencadeantes, como pa- e orientações. Além disso, deve-se reforçar a importância do exame
rasitose intestinal, infecções concomitantes, cárie dentária, estres- dos contatos e agendar o exame clínico e a vacinação dos contatos.
se emocional; O cartão de agendamento deve ser usado para registro da data
- utilizar a clofazimina, associada ao corticosteróide, no seguin- de retorno à unidade de saúde e para o controle da adesão ao trata-
te esquema: clofazimina em dose inicial de 300mg/dia por 30 dias, mento. Os pacientes que não comparecerem à dose supervisionada
200mg/dia por mais 30 dias e 100mg/dia por mais 30 dias. deverão ser visitados, no máximo, em 30 dias, nos seus domicílios,
com o objetivo de manter o tratamento e evitar o abandono.
Esquema terapêutico alternativo para reação tipo 2 – utilizar a No retorno para tomar a dose supervisionada, o paciente deve
pentoxifilina. na dose de 1.200mg/dia, dividida em doses de 400mg ser submetido à revisão sistemática por médico responsável pelo
de 8/8 horas, associada ou não ao corticóide. Pode ser uma opção monitoramento clínico e terapêutico. Essa medida visa identificar
para os casos onde a talidomida for contraindicada, como em mu- reações hansênicas, efeitos adversos aos medicamentos e dano
lheres em idade fértil. A pentoxifilina pode beneficiar os quadros neural. Em caso de reações ou outras intercorrências, os pacientes
com predomínio de vasculites. devem ser examinados em intervalos menores.
Reduzir a dose conforme resposta terapêutica, após pelo me- Técnicas de autocuidados devem fazer parte das orientações
nos 30 dias, observando a regressão dos sinais e sintomas gerais e de rotina do atendimento mensal, sendo recomendada a organi-
dermatoneurológicos. zação de grupos de pacientes e familiares ou outras pessoas de sua
Tratamento cirúrgico das neurites – este tratamento é indicado convivência, que possam apoiá-los na execução dos procedimentos
depois de esgotados todos os recursos clínicos para reduzir a com- recomendados. A prática das técnicas de autocuidado deve ser ava-
pressão do nervo periférico por estruturas anatômicas constritivas liada sistematicamente, para evitar piora do dano neural por execução
próximas. O paciente deverá ser encaminhado para avaliação inadequada. Em todas as situações, o esforço realizado pelos pacientes
em unidade de referência de maior complexidade, para des- deve ser valorizado para estimular a continuidade das práticas de auto-
compressão neural cirúrgica, de acordo com as seguintes indica- cuidado. Os efeitos adversos às medicações que compõem a PQT não
ções: são frequentes, que, em geral, são bem toleradas. Mais de 25 milhões
- abscesso de nervo; de pessoas já utilizaram a PQT, nos últimos 25 anos.
- neurite que não responde ao tratamento clínico padronizado, Nos casos suspeitos de efeitos adversos às drogas da PQT, deve-
em 4 semanas; -se suspender temporariamente o esquema terapêutico, com ime-
- neurites subintrantes; diato encaminhamento do paciente para avaliação em unidades de
- neurite do nervo tibial após avaliação, por ser, geralmente, saúde de média ou alta complexidade, que contarão com o apoio
silenciosa e, nem sempre, responder bem ao corticóide. A cirurgia de exames laboratoriais complementares e que farão a prescrição
pode auxiliar na prevenção da ocorrência de úlceras plantares. da conduta adequada. Casos de hanseníase que apresentem outras
doenças associadas (AIDS, tuberculose, nefropatias, hepatopatias,
Dor neural não controlada e/ou crônica – a dor neuropática endocrinopatias), se necessário, devem ser encaminhados às uni-
(neuralgia) pode ocorrer durante o processo inflamatório, associa- dades de saúde de maior complexidade para avaliação.
do ou não à compressão neural, ou por sequela da neurite, deven-
do ser contemplada no tratamento da neuropatia. Pacientes com Critérios de alta por cura
dores persistentes, com quadro sensitivo e motor normal ou sem O encerramento da poliquimioterapia deve ser estabelecido
piora, devem ser encaminhados aos centros de referência para o segundo os critérios de regularidade ao tratamento: número de
tratamento adequado. doses e tempo de tratamento, de acordo com cada esquema men-
- Para pacientes com quadro neurológico de difícil controle, as cionado anteriormente, sempre com avaliação neurológica simplifi-
unidades de referência poderão também adotar protocolo clínico cada, avaliação do grau de incapacidade física e orientação para os
de pulsoterapia com metilprednisolona endovenosa, na dose de 1g cuidados após a alta. Situações a serem observadas:
por dia, até melhora acentuada dos sinais e sintomas, até o máximo
de 3 pulsos seguidos, em ambiente hospitalar, por profissional ex- Condutas para pacientes irregulares – os pacientes que não
periente, quando será substituída por prednisona via oral. completaram o tratamento preconizado PB (6 doses, em até 9 me-
- Para pacientes com dor persistente e quadro sensitivo e mo- ses) e MB (12 doses, em até 18 meses) deverão ser avaliados quan-
tor normal ou sem piora, poderão ser utilizados antidepressivos tri- to à necessidade de reinício ou possibilidade de aproveitamento
cíclicos (Amitriptilina, Nortriptilina, Imipramina, Clomipramina) ou de doses anteriores, visando a finalização do tratamento dentro do
fenotiazínicos (Clorpromazina, Levomepromazina) ou anticonvulsi- prazo preconizado.
vantes (Carbamazepina, Oxicarbamazepina, Gabapentina, Topira- Condutas para indicação de outro ciclo de tratamento em pa-
mato). cientes MB – para o paciente MB sem melhora clínica ao final das
12 doses PQT/OMS, a indicação de um segundo ciclo de 12 doses de
tratamento deverá ser baseada na associação de sinais de atividade
da doença, mediante exame clínico e correlação laboratorial (baci-
loscopia e, se indicada, histopatologia), em unidades de referência.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Hanseníase e gestação – em que pese a recomendação de se restringir a ingestão de drogas no primeiro trimestre da gravidez, os
esquemas PQT/OMS, para tratamento da hanseníase, têm sua utilização recomendada. Contudo, mulheres com diagnóstico de hanseníase
e não grávidas devem receber aconselhamento para planejar a gestação após a finalização do tratamento de hanseníase.
As alterações hormonais da gravidez causam diminuição da imunidade celular, fundamental na defesa contra o M. leprae. Portanto, é
comum que os primeiros sinais de hanseníase, em uma pessoa já infectada, apareçam durante a gravidez e no puerpério, quando também
podem ocorrer os estados reacionais e os episódios de recidivas. A gestação, nas mulheres portadoras de hanseníase, tende a apresentar
poucas complicações, exceto pela anemia, comum em doenças crônicas. Os recém-nascidos, porém, podem apresentar a pele hiperpig-
mentada pela clofazimina, ocorrendo a regressão gradual da pigmentação após a parada da PQT/OMS.
Hanseníase e tuberculose – para o paciente com tuberculose e hanseníase deve ser mantido o esquema terapêutico apropriado para
a tuberculose (lembrando que, nesse caso, a dose de rifampicina, de 600mg, será administrada diariamente), acrescido dos medicamentos
específicos para a hanseníase, nas doses e tempos previstos no esquema padrão PQT/OMS:
- para os casos paucibacilares, acrescenta-se a dapsona;
- para os casos multibacilares, acrescenta-se a dapsona e a clofazimina até o término do tratamento da tuberculose, quando deverá
ser acrescida a rifampicina do esquema padrão da hanseníase;
- para os casos que não utilizam a rifampicina no tratamento da tuberculose, por contraindicação dessa droga, utilizar o esquema
substitutivo próprio para estes casos, na hanseníase;
- para os casos que não utilizam a rifampicina no tratamento da tuberculose por resistência do Mycobacterium tuberculosis a essa
droga, utilizar o esquema padrão PQT/OMS da hanseníase.

Hanseníase e infecção pelo HIV e/ou Aids – para o paciente com infecção pelo HIV e/ou aids e hanseníase, deve ser mantido o esque-
ma PQT/OMS, de acordo com a classificação operacional.

Hanseníase e outras doenças – em casos de associação da hanseníase com doenças hepáticas, renais ou hematológicas, a escolha do
melhor esquema terapêutico para tratar a hanseníase deverá ser discutida com especialistas das referidas áreas.

Prevenção e tratamento de incapacidades físicas


A principal forma de prevenir a instalação de deficiências e incapacidades físicas é o diagnóstico precoce. A prevenção de deficiências
(temporárias) e incapacidades (permanentes) não deve ser dissociada do tratamento PQT. As ações de prevenção de incapacidades e de-
ficiências fazem parte da rotina dos serviços de saúde e recomendadas para todos os pacientes.
A avaliação neurológica deve ser realizada:
- no início do tratamento;
- a cada 3 meses durante o tratamento, se não houver queixas;
- sempre que houver queixas, tais como: dor em trajeto de nervos, fraqueza muscular, início ou piora de queixas parestésicas;
- no controle periódico de pacientes em uso de corticóides, em estados reacionais e neurites;
- na alta do tratamento;
- no acompanhamento pós-operatório de descompressão neural, com 15, 45, 90 e 180 dias.

Autocuidados
A prevenção das incapacidades físicas é realizada através de técnicas simples e de orientação ao paciente para a prática regular de
autocuidado. Técnicas simples são procedimentos a serem aplicados e ensinados ao paciente pelas unidades básicas de saúde, durante
o acompanhamento do caso e após a alta, com o propósito de prevenir incapacidades e deformidades físicas decorrentes da hansenía-
se. Autocuidados são procedimentos que o próprio paciente, devidamente orientado, deverá realizar regularmente no seu domicílio.

Indicação de cirurgia de reabilitação


O paciente com incapacidade instalada, apresentando mão em garra, pé caído e lagoftalmo, bem como outras incapacidades,
tais como madarose superciliar, desabamento da pirâmide nasal, queda do lóbulo da orelha, atrofia cutânea da face, deverão ser en-
caminhados para avaliação e indicação de cirurgia de reabilitação em centros de referência de alta complexidade, de acordo com os
seguintes critérios: ter completado o tratamento PQT e estar sem apresentar estados inflamatórios reacionais há, pelo menos, 1 ano.
Situações pós-alta por cura

Reações pós-alta por cura


Pacientes que, no momento da alta por cura, apresentam reações ou deficiências sensitivomotoras e/ou incapacidades deverão ser
monitorados. Os pacientes deverão ser orientados para retorno imediato à unidade de saúde, em caso de aparecimento de novas lesões
de pele e/ou de dores nos trajetos dos nervos periféricos e/ou piora da função sensitiva e/ou motora. O acompanhamento dos casos após
a alta consiste no atendimento às possíveis intercorrências que possam ocorrer com as pessoas que já concluiram o tratamento PQT/OMS.
As pessoas que apresentarem intercorrências após a alta deverão ser tratadas na unidade básica de saúde, por profissional de
saúde capacitado, ou em uma unidade de referência ambulatorial, por médico treinado. Somente os casos graves, bem como os que
apresentarem reações reversas graves deverão ser encaminhados para hospitalização. É importante diferenciar um quadro de estado

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reacional de um caso de recidiva. No caso de estados reacionais, a pessoa deverá receber tratamento antirreacional, sem reiniciar, po-
rém, o tratamento PQT/OMS. No caso de suspeita de recidiva, o paciente deverá ser encaminhado para um centro de referência para
confirmação da recidiva e reinício do tratamento PQT/OMS.

Recidiva
Os casos de recidiva em hanseníase são raros em pacientes tratados regularmente, com os esquemas poliquimioterápicos. Ge-
ralmente, ocorrem em período superior a 5 anos após a cura. É considerado um caso de recidiva aquele que completar com êxito o
tratamento PQT/OMS e que, depois, venha, eventualmente, desenvolver novos sinais e sintomas da doença. A maior causa de recidi-
vas é o tratamento PQT/OMS inadequado ou incorreto. O tratamento, portanto, deverá ser repetido integralmente, de acordo com a
classificação paucibacilar ou multibacilar. Deve haver a administração regular dos medicamentos, pelo tempo estipulado no esquema.
Nos paucibacilares, muitas vezes é difícil distinguir a recidiva da reação reversa. No entanto, é fundamental que se faça a identi-
ficação correta da recidiva. Quando se confirmar uma recidiva, após exame clínico e baciloscópico, a classificação do doente deve ser
criteriosamente reexaminada para que se possa reiniciar o tratamento PQT/OMS adequado. Nos multibacilares, a recidiva pode mani-
festar-se como uma exacerbação clínica das lesões existentes e com o aparecimento de lesões novas. Quando se confirmar a recidiva,
o tratamento PQT/OMS deve ser reiniciado.
No caso de recidiva, a suspensão da quimioterapia dar-se-á quando a pessoa em tratamento tiver completado as doses preconiza-
das, independente da situação clínica e baciloscópica, e significa, também, a saída do registro ativo, já que não mais será computada
no coeficiente de prevalência.

Critérios clínicos para a suspeição de recidiva


O diagnóstico diferencial entre reação e recidiva deverá ser baseado na associação de exames clínico e laboratoriais, especial-
mente, a baciloscopia, nos casos MB. Os casos que não responderem ao tratamento proposto para os estados reacionais deverão ser
encaminhados a unidades de referência para confirmação de recidiva.
Os critérios clínicos, para o diagnóstico de recidiva (Quadro 9), segundo a classificação operacional são:
Paucibacilares (PB) – paciente que, após alta por cura, apresentar dor no trajeto de nervos, novas áreas com alterações de sensibilida-
de, lesões novas e/ou exacerbação de lesões anteriores, que não respondem ao tratamento com corticosteróide, por pelo menos 90 dias.
Multibacilares (MB) – paciente que, após alta por cura, apresentar: lesões cutâneas e/ou exacerbação de lesões antigas; novas altera-
ções neurológicas, que não respondem ao tratamento com talidomida e/ou corticosteróide nas doses e prazos recomendados; bacilosco-
pia positiva; ou quadro clínico compatível com pacientes virgens de tratamento.

Quadro 9. Critérios clínicos para diagnóstico de recidiva

Características Reação Recidiva


Frequente durante a PQT e/ou menos frequente no Em geral, período superior a 5 anos após
Período de ocorrência
período de 2 a 3 anos após término do tratamento. término da PQT.
Surgimento Súbito e inesperado. Lento e insidioso.
Algumas ou todas podem se tornar eritematosas,
Lesões antigas Geralmente imperceptíveis.
brilhantes, intumescidas e infiltradas.
Lesões recentes Em geral, múltiplas. Poucas.
Ulceração Pode ocorrer. Raramente ocorre.
Regressão Presença de descamação. Ausência de descamação.
Poucos nervos podem ser envolvidos, com
Muitos nervos podem ser rapidamente envolvidos,
Comprometimento neural alterações sensitivo-motoras de evolução
ocorrendo dor e alterações sensitivo-motoras.
mais lenta.
Resposta a medicamentos
Excelente. Não pronunciada.
antirreacionais.

Apesar da eficácia comprovada dos esquemas PQT/OMS, a vigilância da resistência medicamentosa deve ser iniciada. Para tanto, as
unidades de referência devem encaminhar coleta de material de casos de recidiva confirmada em multibacilares, aos centros nacionais
de referência indicados para esse fim.

Tuberculose
A tuberculose - chamada antigamente de “peste cinzenta”, e conhecida também em português como tísica pulmonar ou “doença
do peito” - é uma das doenças infecciosas documentadas desde mais longa data e que continua a afligir a Humanidade nos dias atuais. É
causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo-de-koch. Estima-se que a bactéria causadora tenha evoluído
há 40.000 anos, a partir de outras bactérias do gênero Mycobacterium.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A tuberculose é considerada uma doença socialmente determi- (tuberculose primária – 1 a 5% dos casos), ou vários anos após a in-
nada, pois sua ocorrência está diretamente associada à forma como fecção (reativação da doença tuberculosa, ou bacilo dormente – 5 a
se organizam os processos de produção e de reprodução social, as- 9 %). Cerca de 5% das pessoas infectadas vão desenvolver a doença
sim como à implementação de políticas de controle da doença. Os nos dois primeiros anos, e outras 5% vão desenvolvê-la ainda mais
processos de produção e reprodução estão diretamente relaciona- tarde. No total, cerca de 10% dos infectados com sistema imunoló-
dos ao modo de viver e trabalhar do indivíduo. gico normal desenvolverão a doença durante a vida.
A tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e generaliza- Algumas situações aumentam o risco de progressão da tuber-
da da doença. Porém, o bacilo da tuberculose pode afetar também culose. Em pessoas infectadas com o HIV ou outras doenças que de-
outras áreas do nosso organismo, como, por exemplo, laringe, os primem o sistema imunológico tem muito mais chances de desen-
ossos e as articulações, a pele (lúpus vulgar), os glânglios linfáticos volverem complicações. Outras situações de risco incluem: o abuso
(escrófulo), os intestinos, os rins e o sistema nervoso. A tuberculose de drogas injetáveis; infecção recente de tuberculose nos últimos 2
miliar consiste num alastramento da infeção a diversas partes do anos; raio-x do tórax que sugira a existência de tuberculose (lesões
organismo, por via sanguínea. Este tipo de tuberculose pode atin- fibróticas e nódulos); diabetes mellitus, silicose, terapia prolongada
gir as meninges (membranas que revestem a medula espinhal e o com corticosteróides e outras terapias imuno-supressivas, câncer
encéfalo), causando infecções graves denominadas de “meningite na cabeça ou pescoço, doenças no sangue ou reticuloendoteliais
tuberculosa”. (leucemia e doença de Hodgkin), doença renal em estágio avança-
Em diversos países houve a ideia de que por volta de 2010 a do, gastrectomia, síndromes de mal-absorção crônicas, ou baixo
doença estaria praticamente controlada e inexistente. No entanto, peso corporal (10% ou mais de peso abaixo do ideal).
o advento do HIV e da AIDS mudaram drasticamente esta perspecti-
va. No ano de 1993, em decorrência do número de casos da doença, A tuberculose afeta principalmente os pulmões, (75% ou mais)
a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de emer- e é chamada de tuberculose pulmonar. Os sintomas incluem tosse
gência global e propôs o DOTS (Tratamento Diretamente Supervi- prolongada com duração de mais de três semanas, dor no peito e
sionado) como estratégia para o controle da doença. hemoptise. Outros sintomas incluem febre, calafrios, suores notur-
nos, perda de apetite e de peso, e cansaço fácil. A palavra consun-
Sintomas mais comuns: Entre seus sintomas, pode-se mencio- ção (consumpção, em Portugal) surgiu porque os doentes pareciam
nar tosse com secreção, febre (mais comumente ao entardecer), ter sido “consumidos por dentro” pela doença. Outros locais do
suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento, cansaço fácil e corpo que são afetados incluem a pleura, o sistema nervoso cen-
dores musculares. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue tral (meninges), o sistema linfático, o sistema genitourinário, ossos
e acúmulo de pus na pleura pulmonar são característicos em casos e articulações, ou pode ser disseminada pelo corpo (tuberculose
mais graves. miliar - assim chamada porque as lesões que se formam parecem
Contágio e evolução: A tuberculose se dissemina através de ae- pequenos grãos de milho). Estas são mais comuns em pessoas com
rossóis no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose supressão imunológica e em crianças. A tuberculose pulmonar tam-
infecciosa tossem, espirram. Contactos próximos (pessoas que tem bém pode evoluir a partir de uma tuberculose extrapulmonar.
contato freqüente) têm alto risco de se infectarem. A transmissão Resistência a medicamentos: A tuberculose resistente é trans-
ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose infecciosa acti- mitida da mesma forma que as formas sensíveis a medicamentos.
va (e não de quem tem a doença latente). A probabilidade da trans- A resistência primária se desenvolve em pessoas infectadas
missão depende do grau de infecção da pessoa com tuberculose e inicialmente com microorganismos resistentes. A resistência secun-
da quantidade expelida, forma e duração da exposição ao bacilo, dária (ou adquirida) surge quando a terapia contra a tuberculose é
e a virulência. A cadeia de transmissão pode ser interrompida iso- inadequada ou quando não se segue ou se interrompe o regime de
lando-se pacientes com a doença ativa e iniciando-se uma terapia tratamento prescrito.
antituberculose eficaz. Diagnóstico: Uma avaliação médica completa para a tuberculo-
Notificação: A tuberculose é uma doença de notificação obriga- se ativa inclui um histórico médico, um exame físico, a baciloscopia
tória (compulsória), ou seja, qualquer caso confirmado tem que ser de escarro, uma radiografia do tórax e culturas microbiológicas. A
obrigatoriamente notificado. prova tuberculínica (também conhecida como teste tuberculínico
ou teste de Mantoux) está indicada para o diagnóstico da infecção
Infecção: A infecção pelo M. tuberculosis se inicia quando o latente, mas também auxilia no diagnóstico da doença em situa-
bacilo atinge os alvéolos pulmonares e pode se espalhar para os ções especiais, como no caso de crianças com suspeita de tubercu-
nódulos linfáticos e daí, através da corrente sanguínea para tecidos lose. Toda pessoa com tosse por três semanas ou mais é chamada
mais distantes onde a doença pode se desenvolver: a parte superior sintomática respiratória (SR) e pode estar com tuberculose.
dos pulmões, os rins, o cérebro e os ossos. A resposta imunológica
do organismo mata a maioria dos bacilos, levando à formação de Baciloscopia: A baciloscopia é um exame realizado com o es-
um granuloma. Os “tubérculos”, ou nódulos de tuberculose são pe- carro do paciente suspeito de ser vítima de tuberculose, colhido
quenas lesões que consistem em tecidos mortos de cor acinzentada em um potinho estéril. Para o exame são necessárias duas amos-
contendo a bactéria da tuberculose. Normalmente o sistema imu- tras. Uma amostra deve ser colhida no momento da identificação
nológico é capaz de conter a multiplicação do bacilo, evitando sua do sintomático respiratório e a outra na manhã do dia seguinte,
disseminação em 90% dos casos. com o paciente ainda em jejum após enxaguar a boca com água. É
Evolução: Entretanto, em algumas pessoas, o bacilo da tubercu- importante orientar o paciente a não cuspir, mas sim escarrar. Esse
lose supera as defesas do sistema imunológico e começa a se multi- exame está disponível no SUS e pode ser solicitado por enfermeiros
plicar, resultando na progressão de uma simples infecção por tuber- e médicos.
culose para a doença em si. Isto pode ocorrer logo após a infecção
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Histórico médico: O histórico médico inclui a obtenção de sin- Estudos microbiológicos: Colônias de M. tuberculosis podem
tomas da tuberculose pulmonar: ser vistas nitidamente nesta cultura. Análises de amostras de es-
- tosse intensa e prolongada por três ou mais semanas; carro e culturas microbiológicas devem ser feitas para detectar o
- dor no peito; e bacilo, caso o paciente esteja produzindo secreção. Se não estiver
- hemoptise. produzindo-a, uma amostra coletada na laringe, uma broncoscopia
ou uma aspiração por agulha fina podem ser consideradas. O ba-
Sintomas sistêmicos incluem: cilo pode ser cultivado, apesar de crescer lentamente e então, ou
- febre; imediatamente após colheita da amostra corado (com a técnica de
- calafrios; Ziehl-Neelsen) e observado ao microscópio óptico.
- suores noturnos; Prova Tubberculínica (Teste Tuberculínico ou de Mantoux):
- perda de apetite e peso; e Dentre a gama de testes disponíveis para avaliar a possibilidade de
- cansaço fácil. TB, o teste de Mantoux envolve injeção intradérmica de tuberculina
e a medição do tamanho da envuração provocada após 72 horas
Outras partes do histórico médico incluem: (48 a 96 horas). O teste intradérmico de Mantoux é usado no Brasil,
- exposição anterior à tuberculose, na forma de infecção ou nos EUA e no Canadá. O teste de Heaf é usado no Reino Unido.
doença; Um resultado positivo indica que houve contato com o bacilo (in-
- tratamento anterior de TB; fecção latente da tuberculose), mas não indica doença, já que, após
- fatores de risco demográficos para a TB; e o contágio, o indivíduo apresenta 5% de chances de desenvolver a
- condições médicas que aumentem o risco de infecção por tu- doença nos primeiros 2 anos. Este teste é utilizado para fins de con-
berculoses, tais como a infecção por HIV. trole epidemiológico e profilaxia em contactantes de pacientes com
Deve-se suspeitar de tuberculose quando uma doença respira- tuberculose. Em situações específicas, como no caso do diagnóstico
tória persistente - num indivíduo que de outra forma seria saudável da doença em crianças, pode auxiliar no diagnóstico. O derivado de
- não estiver respondendo aos antibióticos regulares. proteína purificada (ou PPD), que é um precipitado obtido de cultu-
Exame físico: Um exame físico é feito para avaliar a saúde geral ras filtradas e esterilizadas, é injetado de forma intradérmica (isto
do paciente e descobrir outros fatores que podem afetar o plano de é, dentro da pele) e a leitura do exame é feita entre 48 e 96 horas
tratamento da tuberculose. Não pode ser usado como diagnostica- (idealmente 72 horas) após a aplicação do PPD. Um paciente que
dor da Tuberculose. foi exposto à bactéria deve apresentar uma resposta imunológica
Radiografia do tórax: A tuberculose cria cavidades visíveis em na pele, a chamada “enduração”.
radiografias como esta, na parte superior do pulmão direito. Uma Classificação da reação à tuberculina: Os resultados são classi-
radiografia postero-anterior do tórax é a tradicionalmente feita; ou- ficados como Reator Forte, Reator Fraco ou Não Reator. Um endu-
tras vistas (lateral ou lordótico) ou imagens de tomografia compu- recimento de mais de 5–15 mm (dependendo dos fatores de risco
tadorizada podem ser necessárias. da pessoa) a 10 unidades de Mantoux é considerado um resultado
Em tuberculose pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações positivo, indicando infecção pelo M. tuberculosis.
e/ou cavidades são frequentemente vistas na parte superior dos 5 mm ou mais de tamanho são positivos para a TB em:
pulmões com ou sem linfadenopatia (doença nos nódulos linfáti- - pacientes positivos para o HIV
cos) mediastinal ou hilar. No entanto, lesões podem aparecer em - contatos com casos recentes de TB
qualquer lugar nos pulmões. Em pessoas com HIV e outras imuno- - pessoas com mudanças nodulares ou fibróticas em raios-x do
-supressões, qualquer anormalidade pode indicar a TB, ou o raio-x tórax, consistentes com casos antigos de TB curada
dos pulmões pode até mesmo parecer inteiramente normal. Em - Pacientes com órgãos transplantados e outros pacientes imu-
geral, a tuberculose anteriormente tratada aparece no raio-x como no-suprimidos
nódulos pulmonares na área hilar ou nos lóbulos superiores, apre- 10 mm ou mais é positivo em:
sentando ou não marcas fibróticas e perda de volume. Bronquiec- - Pessoas recém-chegadas (menos de 5 anos) de países com
tastia (isto é, dilatação dos brônquios com a presença de catarro) e alta incidência da doença (isso inclui quem mora no Brasil)
marcas pleurais podem estar presentes. - Utilizadores de drogas injetáveis
Nódulos e cicatrizes fibróticas podem conter bacilos de tuber- - Residentes e empregados de locais de aglomerações de alto
culose em multiplicação lenta, com potencial para progredirem risco (ex.: prisões, enfermarias, hospitais, abrigos de sem-teto, etc.)
para uma futura tuberculose ativa. Indivíduos com estas caracterís- - Pessoal de laboratórios onde se faça testes com Mycobacte-
ticas em seus exames, se tiverem um teste positivo de reação sub- rium
cutânea à tuberculina, devem ser consideradas candidatos de alta - Pessoas com condições clínicas de alto risco (ex.:, diabetes, te-
prioridade ao tratamento da infecção latente, independente de sua rapias prolongadas com corticosteróides, leucemia, falência renal,
idade. De modo oposto, lesões granulares calcificadas (granulomas síndromes de mal-absorção crônicas, reduzido peso corporal, etc)
calcificados) apresentam baixíssimo risco de progressão para uma - Crianças com menos de 4 anos de idade, ou crianças e adoles-
tuberculose ativa. Anormalidades detectadas em radiografias do tó- centes expostos a adultos nas categorias de alto risco
rax podem sugerir, porém, nunca são exatamente o diagnóstico, de 15 mm ou mais é positivo em:
tuberculose. Entretanto, estas radiografias podem ser usadas para - (Não utilizado no Brasil) Pessoas sem fatores de risco conhe-
descartar a possibilidade de tuberculose pulmonar numa pessoa cidos para a TB
que tenha reação positiva ao teste de tuberculina mas que não te- - (Nota: programas de testes cutâneos normalmente são con-
nha os sintomas da doença. duzidos entre grupos de alto risco para a doença)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um teste negativo não exclui tuberculose ativa, especialmente Histórico de episódio(s)


se o teste foi feito entre 6 e 8 semanas após adquirir-se a infecção;
de TB
se a infecção for intensa, ou se o paciente tiver comprometimen-
ou
to imunológico. Um teste positivo não indica doença ativa, apenas
Sinais anormais porém
que o indivíduo teve contato com o bacilo. Não há relação entre a
estáveis nas radiografias
eficácia da vacina BCG e um teste de Mantoux positivo. Uma BCG é
suficiente; a revacinação não é útil. Uma vacinação prévia por BCG Reação positiva ao teste
TB
dá, por vezes, resultados falso-positivos. Isto torna o teste de Man- 4 dérmico de tuberculina
não ativa clinicamente
toux pouco útil em pessoas vacinadas por BCG. A fim de melhorar Estudos bacteriológicos
o Teste de Mantoux, outros testes estão sendo desenvolvidos. Um negativos (se feitos)
dos considerados promissores observa a reação de linfócitos-T aos e
antígenos ESAT6 e CFP10. Nenhuma evidência
clínica ou radiográfica de
Teste de Heaf presença da doença
O Teste de Heaf é usado no Reino Unido, e também injeta a Diagnóstico pendente
proteína purificada (PPD) na pele, observando-se a reação resul- A doença deve
tante. Quando alguém é diagnosticado com tuberculose, todos os 5 Suspeita de TB ser confirmada ou
seus contatos próximos devem ser investigados com um teste de descartada dentro de 3
Mantoux e, principalmente, radiografias de tórax, a critério médico. meses
Tratamento: Pessoas com infecção de Tuberculose (classes 2 ou 4),
Sistema de classificação mas que não têm a doença (como nas classes 3 ou 5), não espalham a
O sistema de classificação para a tuberculose mostrado abaixo infecção para outras pessoas. A infecção por Tuberculose numa pessoa
é baseado no grau de patogenia da doença. Os agentes de saúde que não tem a doença não é considerada um caso de Tuberculose e nor-
devem obedecer às leis de cada país no tocante à notificação de malmente é relatada como uma infecção latente de Tuberculose. Esta
casos de tuberculose. As situações descritas em 3 ou 5 na tabela distinção é importante porque as opções de tratamento são diferentes
abaixo devem ser imediatamente notificadas às autoridades de saú- para quem tem a infecção latente e para quem tem a doença ativa.
de locais.
Sistema de classificação para a tuberculose. (TB) Tratamento de infecção latente de tuberculose: O tratamento
Classe Tipo Descrição da infecção latente é essencial para o controle e eliminação da TB,
pela redução do risco de a infecção vir a tornar-se doença ativa.
Nenhum histórico de Uma avaliação para descartar TB ativa é necessária antes que um
Nenhuma exposição
exposição tratamento para tuberculose latente seja iniciado. Candidatos ao
0 à TB
Reação negativa ao teste tratamento de tuberculose latente são aqueles grupos de muito
Não infectado
de tuberculina dérmico alto risco, com reação positiva à tuberculina de 5 mm ou mais, as-
Exposição à TB Histórico de exposição sim como aqueles grupos de alto risco com reações cutâneas de 10
1 Nenhuma evidência de Reação negativa ao teste mm ou mais. Veja em inglês na Wikipédia,classification of tubercu-
infecção dérmico de tuberculina lin reaction.
Há vários tipos de tratamento disponíveis, a critério médico.
Reação positiva ao teste - Contatos próximos: são aqueles que dividem a mesma habi-
dérmico de tuberculina tação ou outros ambientes fechados. Aqueles com riscos maiores
Estudos bacteriológicos são as crianças com idade inferior a 4 anos, pessoas imuno-deprimi-
Infecção de TB negativos (caso tenham das e outros que possam desenvolver a TB logo após uma infecção.
2
Sem doença sido feitos) Contatos próximos que tenham tido uma reação negativa ao teste
Nenhuma evidência de tuberculina (menos de 5 mm) devem ser novamente testados
clínica, bacteriológica ou 10 a 12 semanas após sua última exposição à TB. O tratamento da
radiográfica de TB tuberculose latente pode ser descontinuado a critério médico.
Cultura de M. - Crianças com menos de 4 anos de idade têm grande risco
tuberculosis (caso tenha de progressão de uma infecção para a doença, e de desenvolve-
sido feita) rem formas de TB potencialmente fatais. Estes contatos próximos
3 TB clinicamente ativa normalmente devem receber tratamento para tuberculose latente
Evidências clínicas,
mesmo quando não os testes de tuberculina ou o raio-x do tórax
bacteriológicas, ou
não sugere TB.
radiográficas da doença
Um segundo teste de tuberculina normalmente é feito de 10
a 12 semanas após a última exposição à TB infecciosa, para que se
decida se o tratamento será descontinuado ou não.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tratamento de tuberculose ativa: Os tratamentos recentes para Estima-se que são necessárias de 274 a 1.307 pessoas rastrea-
a tuberculose ativa incluem uma combinação de drogas e remédios, das para hipertensão acompanhadas ao longo de cinco anos com
às vezes num total de quatro, que são reduzidas após certo tempo, tratamento para evitar uma morte.
a critério médico. Não se utiliza apenas uma droga, pois, neste caso, O Quadro 6.5 abaixo estratifica as pessoas de acordo com o
todas as bactérias sensíveis a ela morrem, e, três meses depois, o nível pressórico e o Quadro 6.6 orienta quanto às reavaliações sis-
paciente sofrerá infecção de bactérias que conseguiram resistir a temáticas de acordo com essas aferições.
esta primeira droga. Alguns medicamentos matam a bactéria, ou- Quadro 6.5 – Estratificação dos níveis pressóricos
tros agem contra a bactéria infiltrada em células, e outros, ainda, Classificação de PA P. sistólica mmHg P. diastólica mmHg
impedem a sua multiplicação. Ressalve-se que o tratamento deve Normal < 120 e < 80
seguir uma continuidade com acompanhamento médico, e não sus- Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89
penso pelo paciente após uma simples melhora. Com isto evita-se HAS Estágio 1 140-159 ou 90-99
que cepas da bactéria mais resistentes sobrevivam no organismo, e HAS Estágio 2 > 160 ou > 100
retornem posteriormente com uma infecção mais difícil de curar. O
tratamento pode durar até 5 anos. Fonte: (Adaptado: NATIONAL HEART LUNG AND BLOOD INSTI-
TUTE, 2004)
Prevenção: A imunização com vacina BCG dá entre 50% a 80%
de resistência à doença. Em áreas tropicais onde a incidência de Quadro 6.6 – Recomendação de acompanhamento com base
mycobactérias atípicas é elevada (a exposição a algumas “mycobac- na aferição da PA inicial
terias” não transmissoras de tuberculose dá alguma proteção con- Normal Reavaliar em dois anos
tra a TB), a eficácia da BCG é bem menor. No Reino Unido adoles- Pré-hipertensão Reavaliar em um ano
centes de 15 anos são normalmente vacinadas durante o período HAS Estágio 1 Confirmar em dois meses
escolar. HAS Estágio 2 Avalie e/ou refira para um serviço de cuidados
Rastreamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) dentro de um mês. Para aqueles com pressão muito alta (i.e., >
Está recomendado o rastreamento da hipertensão arterial nos 180/110 mmHg), avalie e trate imediatamente ou dentro de uma
adultos (acima de 18 anos) sem o conhecimento de que sejam hi- semana, dependendo da situação clínica e complicações. Fonte:
pertensos. Grau de recomendação A. (Adaptado: NATIONAL HEART LUNG AND BLOOD INSTITUTE, 2004)

Por que é importante o rastreamento? Rastreamento de Diabetes mellitus tipo II


A hipertensão é uma condição muito prevalente que contribui Está recomendado o rastreamento de diabetes em adultos as-
para efeitos adversos na saúde, incluindo, entre outras, mortes pre- sintomáticos com PA sustentada maior que 135/80 mmHg, não se
maturas, ataques cardíacos, insuficiência renal e acidente vascular aplicando a outros critérios como obesidade, história familiar nem
cerebral. faixa etária. Grau de recomendação B.

Intervalo de rastreamento: Por que é importante o rastreamento?


Não se tem evidência para se recomendar um ótimo interva- A prevalência da diabetes do tipo II está aumentando – aproxi-
lo para rastrear a hipertensão nos adultos. O 7° JNC (The seventh madamente 7% da população adulta brasileira tem esse problema.
report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, A diabetes lidera como causa de cegueira, doença renal e ampu-
Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure) recomenda o tação e expõe a um aumento de mortalidade, principalmente por
rastreamento a cada dois anos nas pessoas com pressão arterial eventos cardiovasculares.
menor que 120/80 e rastreamento anual se a pressão sistólica es- É possível por meio do rastreamento da diabetes nas pessoas
tiver entre 120 e 139 mmHg ou a diastólica entre 80 e 90 mmHg. com elevação dos níveis pressóricos (acima de 135/80 mmHg) redu-
zir a incidência de mortalidade e dos eventos cardiovasculares, por
Como realizar? meio de um rigoroso controle da pressão arterial.
A aferição ambulatorial com esfigmomanômetro é a mais am- Há evidência convincente de que, com o controle intensi-
plamente utilizada. A pressão alta (hipertensão) é usualmente de- vo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente detectada
finida em adultos como sendo a pressão sistólica igual ou superior (situação oposta ao detectado pelo rastreamento), pode-se redu-
a 140 mmHg ou uma pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg. zir a progressão dos danos microvasculares que ela proporciona.
Devido à variabilidade individual da medida da pressão arterial, é Contudo, os benefícios desse controle rigoroso da glicemia sobre
recomendado, para se realizar o diagnóstico, que se obtenham duas os resultados clínicos dos danos microvasculares, tais como dano
ou mais aferições em pelo menos duas ou mais visitas ao longo de visual severo ou estágio final de doença renal, levam anos para se
um período de uma ou mais semanas. tornar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de que o
controle precoce da diabetes como consequência do rastreamento
Como interpretar o resultado? adicione benefício aos resultados clínicos microvasculares quando
A relação entre a pressão diastólica e sistólica com o risco car- comparados com o início do tratamento na fase usual de diagnósti-
diovascular é contínua e gradual. co clínico. Ainda não se conseguiu provar que o controle rigoroso da
O nível de pressão elevado não deve ser o único valor para de- glicemia reduz significativamente as complicações
terminar o tratamento. Os médicos devem considerar o perfil global Há evidência convincente de que, com o controle intensi-
de risco cardiovascular para tomar a decisão de tratamento. vo da glicemia em pessoas com diabetes clinicamente detectada
(situação oposta ao detectado pelo rastreamento), pode-se redu-
zir a progressão dos danos microvasculares que ela proporciona.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Contudo, os benefícios desse controle rigoroso da glicemia sobre - na adoção, em tempo oportuno, de medidas de precaução
os resultados clínicos dos danos microvasculares, tais como dano e isolamento para impedir a disseminação do agente no ambiente
visual severo ou estágio final de doença renal, levam anos para se hospitalar;
tornar aparentes. Assim, não existe evidência convincente de que o - na orientação de químio profilaxia, ou de administração de
controle precoce da diabetes como consequência do rastreamento imuno biológicos, dependendo do agravo, e em consonância com
adicione benefício aos resultados clínicos microvasculares quando as normas técnicas estabelecidas pelos órgãos oficiais;
comparados com o início do tratamento na fase usual de diagnós- - na busca ativa e notificação dos casos aos órgãos oficiais, em
tico clínico. Ainda não se conseguiu provar que o controle rigoroso tempo hábil para implementação de medidas de prevenção e con-
da glicemia reduz significativamente as complicações macrovas- trole eficazes na comunidade.
culares, tais como infarto do miocárdio e derrames. Encontrou-se
evidência adequada de que os danos de curto prazo devido ao ras- Agravos e Aspectos Epidemiológicos
treamento da diabete, como a ansiedade, são pequenos. O efeito - Acidentes por animais peçonhentos (Aumento do número de
de longo prazo da rotulação e tratamento de uma grande parte da casos em épocas de calor e chuvas).
população como sendo diabética é desconhecido, porém é notório - AIDS (A partir da década de 80, aumentou a frequência de
que o estigma da doença, a preocupação com as complicações co- AIDS entre as mulheres, quando a transmissão heterossexual pas-
nhecidas e a perda de confiança na própria saúde (Starfield, 2008), sou a predominar).
assim como a demanda por mais exames, podem trazer prejuízos à - Antraz ou carbúnculo* (Risco ocupacional - manipuladores de
população e aos serviços de saúde. herbívoros e seus produtos).
- Bioterrorismo (No Brasil não há registro da doença em hu-
Como realizar? manos).
Por meio de glicemia de jejum de oito horas. - Botulismo* (Casos esporádicos ou surtos familiares. Pode ser
Como interpretar o resultado? responsável por morte súbita em lactentes).
Pessoas com uma glicemia em jejum superiores a 126 mg/dl - Cólera* (Aumento do número de casos nos períodos mais se-
devem realizar confirmação do resultado com nova glicemia de je- cos do ano, quando a baixa do volume de água nos reservatórios e
jum, para, dependendo do segundo resultado, serem diagnostica- mananciais proporciona a concentração do agente).
das com Diabetes mellitus. A meta de tratamento para as pessoas - Coqueluche (Em populações aglomeradas, a incidência pode
diabéticas é alcançar uma hemoglobina glicosilada em torno de 7%. ser maior na primavera e no verão. Quadros graves e atípicos - ap-
Geralmente, isso corresponde a uma glicemia de jejum menor que neia e cianose - em lactentes).
140 mg/dL. Porém, conforme orientação descrita acima, o grande - Dengue (Maior incidência no verão (por maior ocorrência de
benefício do tratamento está em se manter um controle mais rigo- chuvas e aumento da temperatura).
roso dos níveis pressóricos, ou seja, uma pressão arterial menor ou - Difteria* (Ocorre durante o ano todo, com aumento de inci-
igual a 135/80. Dessa forma, pode-se reduzir a morbimortalidade dência nos meses frios -outono e inverno).
cardiovascular nesses pacientes. - Doença de Chagas (casos agudos)* (Distribuição espacial da
doença, depende da distribuição dos vetores e da distribuição da
Doenças de notificação compulsória pobreza e das condições por ela geradas. Têm sido descrito surtos,
As doenças de notificação compulsória são assim designadas após ingestão do agente por alimentos contaminados - sucos, há a
por constarem da Lista de Doenças e Agravos de Notificação Com- possibilidade de transmissão transfusional (sangue e hemoderiva-
pulsória (DNC), em âmbito mundial, nacional, estadual e municipal. dos) e vertical).
São doenças cuja gravidade, magnitude, transcendência, capaci- - Doença de Creutzfeldt-Jacobvariante e outras doenças priô-
dade de disseminação do agente causador e potencial de causar nicas (Desordem neurológica semelhante à Doença de Creutz-
surtos e epidemias exigem medidas eficazes para a sua prevenção feldt-Jacob. Agente etiológico é a proteína do príon. Transmissão
e controle. Algumas têm período de incubação curto, e a adoção de alimentar por ingestão de carne de animais contaminados. Trans-
medidas imediatas de controle, após a detecção de um único caso, missão iatrogênica através de hormônio de crescimento contami-
é fundamental para impedir a disseminação do agente e o apareci- nado, transplante de córnea e dura-mater de indivíduos portadores
mento de casos secundários no grupo populacional onde foi detec- da doença, utilização de instrumentos neurocirúrgicos e eletrodos
tado o caso índice. contaminados).
Por isso, as listas de doenças de notificação compulsória, es- - Doença Meningocócica* / Meningite por Doença meningo-
tabelecem quais DNC são de notificação imediata, e ainda mais, cócica (Na Grande São Paulo predominam os sorogrupos B e C. As
dentre estas, quais devem ser notificadas à simples suspeição. O crianças menores de um ano de idade são as mais suscetíveis, em-
não cumprimento desta exigência pode comprometer a eficácia das bora a doença ocorra em todas as faixas etárias).
medidas de prevenção e controle disponíveis. - Haemophilus influenzae* / Outras meningites (A doença é
Grande parte das DNC pela sua gravidade demanda tratamento mais frequente no inverno, podendo aparecer durante o ano todo.
hospitalar em algum momento de sua evolução. E nesses casos, a Meningite por Haemophilus influenzae: incidência diminuiu após a
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) pode desem- introdução da vacina contra Haemophilus. Outras meningites – pre-
penhar um papel fundamental, naqueles hospitais onde não há um domínio das meningites bacterianas no inverno e das meningites
núcleo de vigilância epidemiológica estruturado, contribuindo: virais no verão).
- para o estabelecimento do diagnóstico, a partir de dados clí- - Esquistossomose mansônica (No Brasil a transmissão ocorre
nicos e epidemilógicos, orientando os exames específicos a serem numa faixa contínua ao longo do litoral, desde o Rio Grande do Nor-
solicitados, os espécimes clínicos a serem colhidos, e como estes te até a Bahia. Em todos os estados podem ocorrer casos importa-
devem ser armazenados e transportados até o laboratório; dos, em decorrência do fluxo migratório. No estado de São Paulo há
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

registro de casos autóctones isolados. Eventos Adversos após vaci- - Malária Endêmica na região amazônica. (Casos autóctones
nação ocorridos após aplicação de imuno biológicos constantes do esporádicos em áreas cobertas por mata atlântica no município de
Programa Nacional de Imunização – PNI, respeitada a plausibilidade São Paulo).
biológica da ocorrência, o diagnóstico diferencial abrangente e des- - Peste* (Duas áreas principais de focos naturais, o nordeste e
cartadas as condições concomitantes ocorridas ao uso da vacina, Teresópolis - região da serra dos Órgãos).
mas sem qualquer relação com a mesma. - Poliomielite* / Paralisia Flácida Aguda* (Erradicada a trans-
- Febre Amarela* (Não há registro de casos de febre amare- missão autóctone do poliovírus selvagem no Brasil. Possibilidade de
la urbana desde 1942. Só febre amarela silvestre. Está ocorrendo ocorrência de casos importados. Vigilância da Paralisia ou Paresia
reinfestação de extensas áreas do território nacional pelo vetor da Flácida Aguda em extremidades de pessoas com menos de 15 anos
febre amarela). de idade, e entre os casos suspeitos de poliomilite em qualquer ida-
- Febre do Nilo Ocidental* (Não há casos registrados no Brasil. de).
A doença existe nos Estados Unidos e no Canadá. Atenção para ca- - Raiva Humana* (Município de São Paulo é área controlada de
sos de encefalite de origem desconhecida, em pacientes com pas- raiva animal - cães e gatos. Especial atenção para regiões limítrofes
sagem por área endêmica. com municípios sem controle de raiva animal, para acidentes com
- Febre Maculosa Brasileira (Existe em Minas Gerais, São Paulo, animais silvestres e morcegos).
Rio de Janeiro, Espírito Santo, e mais recentemente, em Santa Cata- - Rubéola (Maior ocorrência de casos na primavera).
rina. Maior incidência no mês de outubro, porque há relação com o - Sarampo* (Em climas temperados, maior incidência entre o
ciclo evolutivo do carrapato (as formas infectantes, ninfa e adulta, final do inverno e o início da primavera. Em climas tropicais, a trans-
são mais encontradas nesse período). missão aumenta após a estação chuvosa).
- Febre Purpúrica Brasileira (Em alguns municípios de São Pau- - Sífilis congênita (DNC com compromisso internacional de eli-
lo, em Londrina (Paraná) e em áreas do Mato Grosso e Mato Grosso minação enquanto problema de saúde pública.
do Sul. - Sífilis em Gestante (Notificação dos casos confirmados).
- Febre Tifóide* (Não apresenta sazonalidade, nem distribuição - Síndrome da Rubéola Congênita – SRC (Evento relativamente
geográfica especial. Ocorrência diretamente relacionada a condi- raro na ausência de surtos, e com altas taxas de coberturas vacinais.
ções de saneamento e aos hábitos individuais). Está estabelecida a meta de eliminação da rubéola e da SRC nas
- Hanseníase (Ocorre em todos os estados do Brasil, sendo as Américas até 2010).
maiores prevalências registradas na região norte, centro oeste e al- - Síndrome Febril Íctero-Hemorrágica Aguda* (Pode ser a apre-
guns estados do nordeste). sentação das seguintes doenças: leptospirose, hepatites, meningi-
- Hantaviroses* (Maior ocorrência nas regiões sul, sudeste e tes, dengue, hantavírus, febre amarela e rickettsioses - febre ma-
centro-oeste. Em algumas regiões pode haver padrão de sazonali- culosa).
dade, em função da biologia de roedores silvestres). - Síndrome Respiratória Aguda Grave* (Pneumonia aguda grave
- Hepatite A (Maior ocorrência em regiões sem saneamento bá- de etiologia desconhecida e/ou doenças relacionadas à inflluenza -
sico; em melhores condições de saneamento o acúmulo de suscetí- gripe, acrescidos de antecedentes de viagem aos locais de transmis-
veis se concentra em adultos jovens maiores de 20 anos). são recente de SRAG e/ou contato com doente de SRAG-CoV. Rela-
- Hepatite B (Alta endemicidade na região amazônica; ende- ção com a falta de adesão aos procedimentos de biossegurança).
micidade intermediária na região sudeste; endemicidade baixa na - Tétano acidental (O maior número de casos tem ocorrido em
região sul do país). área urbana, e o sexo masculino tem sido o mais acometido).
- Hepatite C (Faltam estudos para estabelecer sua real preva- - Tétano neonatal* (Principal forma de prevenção é vacinação
lência no país. Hepatite Delta concentra-se na Amazônia oriental. de mulheres em idade fértil).
Nas regiões sudeste, nordeste e na Amazônia ocidental, a infecção - Tracoma (Encontrado em todo o território nacional, inclusive
é ausente). em periferias de grandes metrópoles).
- Hepatite E (Ocorrência de casos isolados no país. Influenza - Tuberculose (Não apresenta variações cíclicas ou sazonais).
aumento do número de casos no outono e inverno – devem ser - Tularemia* (Enfermidade bacteriana zoonótica com diversas
notificados surtos ou agregação de casos. Notificação dos casos manifestações clínicas que variam segundo a via de introdução e a
suspeitos de influenza aviária – A (H5N1), considerar o relato de virulência do agente etiológico. O modo mais comum de transmis-
viagem para área endêmica e contato com aves contaminadas). são é pela picada de artrópodes - o carrapato da madeira; também
- Intoxicação por Agrotóxicos (Geralmente exposição ocupacio- há transmissão pela inoculação através da pele, saco conjuntival
nal, podendo ocorrer casos de exposição acidental. ou mucosa orofaríngea com água contaminada, sangue ou tecidos
- Leishmaniose Tegumentar Americana (Apresenta-se em ex- de animais mortos - com a doença; ingestão de água contaminada,
pansão geográfica. Em todos os estados da federação há casos au- carne mal cozida ou inalação de poeira contaminada - aerossóis,
tóctones). raramente por mordida de animais doentes. Não há relato de trans-
- Leishmaniose Visceral (Em franca expansão. A doença é mais missão pessoa a pessoa. Possibilidade de utilização do agente como
frequente em menores de 10 anos, e o sexo masculino é mais aco- arma em bioterrorismo).
metido). - Varíola* (Quando existia, a doença ocorria com maior fre-
- Leptospirose (Epidemias em períodos chuvosos, principal- quência no verão e no outono. Possibilidade de uso do agente como
mente em grandes centros urbanos onde ocorrem enchentes. Tam- arma em bioterrorismo).
bém são acometidos trabalhadores em limpeza e desentupimento - Agravos inusitados (Agravos de qualquer natureza, que pela
de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, trata- sua ocorrência, gravidade, apresentação clínica e número de aco-
dores de animais, pescadores, militares, bombeiros e trabalhadores metidos, fujam ao padrão de prevalência ou incidência habitual).
em laboratórios).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(*) – Doenças que precisam ser notificadas rapidamente aos Entende-se sistema como o “conjunto integrado de partes que
órgãos de vigilância, à simples suspeição, inclusive nos finais de se- se articulam para uma finalidade comum.” Para sistema de informa-
mana e feriados. ção existem várias definições, tais como:
• “conjunto de unidades de produção, análise e divulgação de
Para otimizar o seu trabalho, é importante a CCIH selecionar dados que atuam integradas e articuladamente com o propósito de
as fontes de informação e estabelecer uma rotina de busca de da- atender às demandas para o qual foi concebido”;
dos em cada unidade. No hospital, os dados podem ser procurados • “reunião de pessoas e máquinas, com vistas à obtenção e
nas unidades de terapia intensiva e de internação, no laboratório e processamento de dados que atendam à necessidade de informa-
no pronto socorro (orientar os profissionais para colocar a hipótese ção da instituição que o implementa”;
diagnóstica na Ficha de Atendimento).
É fundamental que os profissionais do controle de infecção • “conjunto de estruturas administrativas e unidades de produ-
hospitalar conheçam as normas estabelecidas pelos órgãos oficiais, ção, perfeitamente articuladas, com vistas à obtenção de dados me-
para a operacionalização do sistema de vigilância epidemiológica diante o seu registro, coleta, processamento,análise, transformação
em todos os níveis. em informação e oportuna divulgação”.
Estão disponíveis na internet documentos técnicos e de instru- Em síntese, um sistema de informação deve disponibilizar o su-
ções operacionais elaborados pelo município – COVISA (Secretaria porte necessário para que o planejamento, decisões e ações dos
Municipal de Saúde de São Paulo), pelo Centro de Vigilância Epide- gestores, em determinado nível decisório (municipal, estadual e
miológica “Prof. Alexandre Vranjac” (Secretaria de Estado da Saúde federal), não se baseie em dados subjetivos, conhecimentos ultra-
de São Paulo) e pela Secretaria de Vigilância em Saúde (Ministério passados ou conjecturas.
da Saúde). Também é possível o acesso a documentos da Organi- O SIS é parte dos sistemas de saúde; como tal, integra suas
zação Mundial de Saúde e do Centro de Prevenção e Controle de estruturas organizacionais e contribui para sua missão. É constituí-
Doenças – CDC de Atlanta, EUA. do por vários sub sistemas e tem como propósito geral facilitar a
formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde,
Notificação Compulsória de Doenças subsidiando o processo de tomada de decisões. Para tanto, deve
A informação é instrumento essencial para a tomada de de- contar com os requisitos técnicos e profissionais necessários ao
cisões. Nesta perspectiva, representa imprescindível ferramenta à planejamento, coordenação e supervisão das atividades relativas à
vigilância epidemiológica, por constituir fator desencadeador do coleta, registro, processamento, análise, apresentação e difusão de
processo “informação-decisão-ação”, tríade que sintetiza a dinâ- dados e geração de informações.
mica de suas atividades que, como se sabe, devem ser iniciadas a Um de seus objetivos básicos, na concepção do Sistema Único
partir da informação de um indício ou suspeita de caso de alguma de Saúde (SUS), é possibilitar a análise da situação de saúde no ní-
doença ou agravo. vel local tomando como referencial microrregiões homogêneas e
Dado − é definido como “um valor quantitativo referente a considerando, necessariamente, as condições de vida da população
um fato ou circunstância”, “o número bruto que ainda não sofreu na determinação do processo saúde-doença. O nível local tem, en-
qualquer espécie de tratamento estatístico”, ou “a matéria-prima tão, responsabilidade não apenas com a alimentação do sistema de
da produção de informação”. informação em saúde mas também com sua organização e gestão.
Informação − é entendida como “o conhecimento obtido a par- Deste modo, outro aspecto de particular importância é a concepção
tir dos dados”, “o dado trabalhado” ou “o resultado da análise e do sistema de informação, que deve ser hierarquizado e cujo fluxo
combinação de vários dados”, o que implica em interpretação, por ascendente dos dados ocorra de modo inversamente proporcional
parte do usuário. É “uma descrição de uma situação real, associada à agregação geográfica, ou seja, no nível local faz-se necessário dis-
a um referencial explicativo sistemático”. por, para as análises epidemiológicas, de maior número de variá-
veis.
Não se deve perder de vista que a informação em saúde é o Felizmente, os atuais recursos do processamento eletrônico es-
esteio para a gestão dos serviços, pois orienta a implantação, acom- tão sendo amplamente utilizados pelos sistemas de informação em
panhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde e das saúde, aumentando sua eficiência na medida em que possibilitam a
ações de prevenção e controle de doenças. São também de inte- obtenção e processamento de um volume de dados cada vez maior,
resse dados/informações produzidos extra-setorialmente, cabendo além de permitirem a articulação entre diferentes subsistemas.
aos gestores do Sistema a articulação com os diversos órgãos que Entre os sistemas nacionais de informação em saúde existen-
os produzem, de modo a complementar e estabelecer um fluxo re- tes, alguns se destacam em razão de sua maior relevância para a
gular de informação em cada nível do setor saúde. vigilância epidemiológica:
Oportunidade, atualidade, disponibilidade e cobertura são
características que determinam a qualidade da informação, fun- Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)
damentais para que todo o Sistema de Vigilância Epidemiológica O mais importante sistema para a vigilância epidemiológica foi
apresente bom desempenho. Dependem da concepção apresenta- desenvolvido entre 1990 e 1993, visando sanar as dificuldades do
da pelo Sistema de Informação em Saúde (SIS), e sua sensibilidade Sistema de Notificação Compulsória de Doenças (SNCD) e substituí-
para captar o mais precocemente possível as alterações que podem -lo, tendo em vista o razoável grau de informatização disponível no
ocorrer no perfil de morbimortalidade de uma área, e também da país. O Sinan foi concebido pelo Centro Nacional de Epidemiologia,
organização e cobertura das atividades desenvolvidas pela vigilân- com o apoio técnico do Datasus e da Prefeitura Municipal de Belo
cia epidemiológica. Horizonte para ser operado a partir das unidades de saúde, con-
siderando o objetivo de coletar e processar dados sobre agravos
de notificação em todo o território nacional, desde o nível local.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Mesmo que o município não disponha de microcomputadores em A impressão, distribuição e numeração desses formulários é de
suas unidades, os instrumentos deste sistema são preenchidos nes- responsabilidade do estado ou município. O sistema conta, ainda,
te nível e o processamento eletrônico é feito nos níveis centrais das com dessas fichas, o sistema também possui planilha e boletim de
secretarias municipais de saúde (SMS), regional ou secretarias esta- constantes da lista de módulos para cadastramento de unidades
duais (SES). É alimentado, principalmente, pela notificação e inves- notificadoras, população e logradouros, dentre outros.
tigação de casos de doenças e agravos constantes da lista nacional Após o preenchimento dos referidos formulários, as fontes
de doenças de notificação compulsória, mas é facultado a estados notificadoras deverão encaminhá-los para o primeiro nível informa-
e municípios incluir outros problemas de saúde regionalmente im- tizado. A partir daí, os dados serão enviados para os níveis hierár-
portantes Por isso, o número de doenças e agravos contemplados quicos superiores por meio magnético (arquivos de transferência
pelo Sinan, vem aumentando progressivamente desde seu proces- gerados pelo Sistema).
so de implementação, em 1993, sem relação direta com a compul-
soriedade nacional da notificação, expressando as diferenças regio- Casos de hanseníase e tuberculose, além do preenchimento
nais de perfis de morbidade registradas no Sistema. da ficha de notificação/investigação, devem constar do boletim de
acompanhamento, visando a atualização de seu acompanhamento
No Sinan, a entrada de dados ocorre pela utilização de alguns até o encerramento para avaliação da efetividade do tratamento,
formulários padronizados: de acordo com as seguintes orientações:
Ficha Individual de Notificação (FIN) − é preenchida para cada • o primeiro nível informatizado deve emitir o Boletim de
paciente, quando da suspeita de problema de saúde de notificação Acompanhamento de Hanseníase e Tuberculose, encaminhando-o
compulsória (Portaria GM nº 2.325, de 8 de dezembro de 2003) ou às unidades para complementação dos dados;
de interesse nacional, estadual ou municipal, e encaminhada pelas • os meses propostos para a alimentação da informação são,
unidades assistenciais aos serviços responsáveis pela informação e/ no mínimo: janeiro, abril, julho e outubro, para a tuberculose; janei-
ou vigilância epidemiológica. ro e julho, para a hanseníase.
É também utilizada para a notificação negativa. • cabe ao 1º nível informatizado emitir o boletim de acompa-
nhamento para os municípios não-informatizados;
Notificação negativa − é a notificação da não-ocorrência de • após retornar das unidades os boletins devem ser analisados
doenças de notificação compulsória na área de abrangência da uni- criticamente e as correções devem ser solicitadas de imediato à uni-
dade de saúde. Indica que os profissionais e o sistema de vigilância dade de saúde;
da área estão alertas para a ocorrência de tais eventos. • a digitação das informações na tela de acompanhamento e
A notificação de surtos também deve ser feita por esse instru- arquivamento dos boletins deve ser realizada no 1º nível informa-
mento, obedecendo os seguintes critérios: tizado.
• casos epidemiologicamente vinculados de agravos inusitados.
Sua notificação deve estar consoante com a abordagem sindrômica, Preconiza-se que em todas as instâncias os dados aportados
de acordo com as seguintes categorias: síndrome diarreica aguda, pelo Sinan sejam consolidados e analisados e que haja uma retroali-
síndrome ictérica aguda, síndrome hemorrágica febril aguda, sín- mentação dos níveis que o precederam, além de sua redistribuição,
drome respiratória aguda, síndrome neurológica aguda e síndrome segundo local de residência dos pacientes objetos das notificações.
da insuficiência renal aguda, dentre outras; No nível federal, os dados do Sinan são processados, analisados jun-
• casos agregados, constituindo uma situação epidêmica de tamente com aqueles que chegam por outras vias e divulgados pelo
doenças não de notificações operacionalmente inviabiliza o seu re- Boletim Epidemiológico do SUS e informes epidemiológicos eletrô-
gistro individualizado. nicos, disponibilizados no site www.saude.gov.br.
Ao contrário dos demais sistemas, em que as críticas de con-
Ficha Individual de Investigação (FII) − na maioria das vezes sistência são realizadas antes do seu envio a qualquer outra esfera
configura-se como roteiro de investigação, distinto para cada tipo de governo, a necessidade de desencadeamento imediato de uma
de agravo, devendo ser utilizado, preferencialmente, pelos serviços ação faz com que, nesse caso, os dados sejam remetidos o mais
municipais de vigilância ou unidades de saúde capacitadas para a rapidamente possível, ficando a sua crítica para um segundo mo-
realização da investigação epidemiológica. Esta ficha, como referido mento − quando do encerramento do caso e, posteriormente, o da
no tópico sobre investigação de surtos e epidemias, permite obter análise das informações para divulgação. No entanto, apesar desta
dados que possibilitam a identificação da fonte de infecção e me- peculiaridade, esta análise é fundamental para que se possa garan-
canismos de transmissão da doença. Os dados, gerados nas áreas tir uma base de dados com qualidade, não podendo ser relegada a
de abrangência dos respectivos estados e municípios, devem ser segundo plano, tendo em vista que os dados já foram encaminha-
consolidados e analisados considerando aspectos relativos à organi- dos para os níveis hierárquicos superiores.
zação, sensibilidade e cobertura do próprio sistema de notificação, A partir da alimentação do banco de dados do Sinan, pode-se
bem como os das atividades de vigilância epidemiológica. calcular a incidência, prevalência, letalidade e mortalidade, bem
como realizar análises de acordo com as características de pessoa,
Além notificação compulsória; tempo e lugar, particularmente no que tange às doenças transmis-
• casos agregados das doenças constantes da lista de notifica- síveis de notificação obrigatória, além de outros indicadores epide-
ção compulsória, mas cujo volume. miológicos e operacionais utilizados para as avaliações local, muni-
• acompanhamento de surtos, reproduzidos pelos municípios, cipal, estadual e nacional.
e os boletins de acompanhamento de hanseníase e tuberculose, As informações da ficha de investigação possibilitam maior co-
emitidos pelo próprio sistema. nhecimento acerca da situação epidemiológica do agravo investi-
gado, fontes de infecção, modo de transmissão e identificação de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

áreas de risco, dentre outros importantes dados para o desenca- tamentos irregulares, em cemitérios clandestinos (e eventualmente
deamento das atividades de controle. A manutenção periódica da mesmo em cemitérios oficiais), o que afeta o conhecimento do real
atualização da base de dados do Sinan é fundamental para o acom- perfil l de mortalidade, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
panhamento da situação epidemiológica dos agravos incluídos no O registro do óbito deve ser feito no local de ocorrência do
Sistema. Dados de má qualidade, oriundos de fichas de notificação evento. Embora o local de residência seja a informação comumente
ou investigação com a maioria dos campos em branco, inconsistên- mais utilizada, na maioria das análises do setor saúde a ocorrência é
cias nas informações (casos com diagnóstico laboratorial positivo, fator importante no planejamento de algumas medidas de contro-
porém encerrado como critério clínico) e duplicidade de registros, le, como, por exemplo, no caso dos acidentes de trânsito e doenças
entre outros problemas frequentemente identificados nos níveis infecciosas que exijam a adoção de medidas de controle no local
estadual ou federal, apontam para a necessidade de uma avalia- de ocorrência. Os óbitos ocorridos fora do local de residência serão
ção sistemática da qualidade da informação coletada e digitada no redistribuídos, quando do fechamento das estatísticas, pelas secre-
primeiro nível hierárquico de entrada de dados no Sistema, que tarias estaduais e Ministério da Saúde, permitindo, assim, o acesso
torna possível a obtenção de dados confiáveis, indispensáveis para aos dados tanto por ocorrência como por residência do falecido.
o cálculo de indicadores extremamente úteis, tais como as taxas O SIM constitui importante elemento para o Sistema Nacional
de incidência, letalidade, mortalidade e coeficiente de prevalência, de Vigilância Epidemiológica, tanto como fonte principal de dados,
entre outros. quando há falhas de registro de casos no Sinan, quanto como fonte
Roteiros para a realização da análise da qualidade da base de complementar, por também dispor de informações sobre as carac-
dados e cálculos dos principais indicadores epidemiológicos e ope- terísticas de pessoa, tempo e lugar, assistência prestada ao pacien-
racionais estão disponíveis para os agravos de notificação compul- te, causas básicas e associadas de óbito, extremamente relevantes e
sória, bem como toda a documentação necessária para a correta muito utilizadas no diagnóstico da situação de saúde da população.
utilização do Sistema (dicionário de dados e instrucionais de preen- As informações obtidas pela DO também possibilitam o deli-
chimento das fichas Manual de Normas e Rotinas e Operacional). neamento do perfil de morbidade de uma área, no que diz respeito
às doenças mais letais e às doenças crônicas não sujeitas à notifica-
Para que o Sinan se consolide como a principal fonte de infor- ção compulsória, representando, praticamente, a única fonte regu-
mação de morbidade para as doenças de notificação compulsória, lar de dados. Para as doenças de notificação compulsória, a utiliza-
faz-se necessário garantir tanto a cobertura como a qualidade das ção eficiente desta fonte de dados depende da verificação rotineira
informações. Sua utilização plena, em todo o território nacional, da presença desses agravos no banco de dados do SIM. Deve-se
possivelmente possibilitará a obtenção dos dados indispensáveis também checar se as mesmas constam no Sinan, bem como a evo-
ao cálculo dos principais indicadores necessários para o monitora- lução do caso para óbito.
mento dessas doenças, gerando instrumentos para a formulação e Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbitos por cau-
avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o sas naturais, ocorridos em estabelecimento de saúde, a primeira
processo de tomada de decisões e contribuindo para a melhoria da via (branca) será da secretaria municipal de saúde (SMS); a segunda
situação de saúde da população. (amarela) será entregue aos familiares do falecido, para registro em
Indicadores são variáveis susceptíveis à mensuração direta, Cartório de Registro Civil e emissão da Certidão de Óbito (ficando
produzidos com periodicidade definida e critérios constantes. A retida no cartório); a terceira (rosa) ficará arquivada no prontuário
disponibilidade de dados, simplicidade técnica, uniformidade, sin- do falecido. Nos óbitos de causas naturais ocorridos fora do esta-
teticidade e poder discriminatório são requisitos básicos para sua belecimento de saúde, mas com assistência médica, o médico que
elaboração. Os indicadores de saúde refletem o estado de saúde da fornecer a DO deverá levar a primeira e terceira vias para a SMS,
população de determinada comunidade. entregando a segunda para os familiares do falecido. Nos casos de
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) óbitos de causas naturais, sem assistência médica, em locais que
Criado em 1975, este sistema iniciou sua fase de descentraliza- disponham de Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), estes serão
ção em 1991, dispondo de dados informatizados a partir de 1979. responsáveis pela emissão da DO, obedecendo o mesmo fluxo dos
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é a Declara- hospitais. Em lugares onde não exista SVO, um médico da localida-
ção de Óbito (DO), impressa em três vias coloridas, cuja emissão e de deverá preencher a DO obedecendo o fluxo anteriormente refe-
distribuição para os estados, em séries prénumeradas, é de compe- rido para óbitos ocorridos fora do estabelecimento de saúde, com
tência exclusiva do Ministério da Saúde. Para os municípios, a dis- assistência médica.
tribuição fica a cargo das secretarias estaduais de saúde, devendo Nos óbitos por causas naturais em localidades sem médicos,
as secretarias municipais se responsabilizarem por seu controle e o responsável pelo falecido, acompanhado de duas testemunhas,
distribuição entre os profissionais médicos e instituições que a utili- comparecerá ao Cartório de Registro Civil onde será preenchida a
zem, bem como pelo recolhimento das primeiras vias em hospitais DO. A segunda via deste documento ficará retida no cartório e a
e cartórios. primeira e terceira vias serão recolhidas pela secretaria municipal
O preenchimento da DO deve ser realizado exclusivamente por de saúde. Nos óbitos por causas acidentais ou violentas, o médico
médicos, exceto em locais onde não existam, situação na qual po- legista do Instituto Médico-Legal (IML) deverá preencher a DO (nos
derá ser preenchida por oficiais de Cartórios de Registro Civil, as- locais onde não exista IML um perito é designado para tal finalida-
sinada por duas testemunhas. A obrigatoriedade de seu preenchi- de), seguindo-se o mesmo fluxo adotado para os hospitais.
mento, para todo óbito ocorrido, é determinada pela Lei Federal n° As SMS realizarão a busca ativa dessas vias em todos os hos-
6.015/73. Em tese, nenhum sepultamento deveria ocorrer sem pré- pitais e cartórios, evitando a perda de registro de óbitos no SIM,
via emissão da DO. Mas, na prática, sabe-se da ocorrência de sepul- com consequente perfil irreal da mortalidade da sua área de abran-
gência. Nas SMS, as primeiras vias são digitadas e enviadas em dis-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

quetes para as Regionais, que fazem o consolidado de sua área e o músculos de contração voluntária, estando ou não desprendida a
enviam para as secretarias estaduais de saúde, que consolidam os placenta”. A obrigatoriedade desse registro é também dada pela Lei
dados estaduais e os repassam para o Ministério da Saúde. n° 6.015/73. No caso de gravidez múltipla, deve ser preenchida uma
Em todos os níveis, sobretudo no municipal, que está mais pró- DN para cada criança nascida viva.
ximo do evento, deve ser realizada a crítica dos dados, buscando a É sabida a ocorrência de uma proporção razoável de subnotifi-
existência de inconsistências como, por exemplo, causas de óbito cação de nascimentos, estimada em até 35% para alguns estados,
exclusivas de um sexo sendo registradas em outro, causas perina- em 1999, particularmente nas regiões Norte e Nordeste − que nes-
tais em adultos, registro de óbitos fetais com causas compatíveis se ano apresentaram cobertura média em torno de 80% do número
apenas com nascidos vivos e idade incompatível com a doença. de nascidos vivos estimado para cada região, motivo que levou as
A análise dos dados do SIM permite a construção de importan- áreas responsáveis pelas estatísticas vitais a realizarem uma busca
tes indicadores para o delineamento do perfil de saúde de uma re- ativa nas unidades emissoras de DNs. Entretanto, nesse mesmo pe-
gião. Assim, a partir das informações contidas nesse Sistema, pode- ríodo, a captação de nascimentos pelo Sinasc encontrava-se igual
-se obter a mortalidade proporcional por causas, faixa etária, sexo, ou superior a 100% em relação às estimativas demográficas nas re-
local de ocorrência e residência e letalidade de agravos dos quais giões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com índices mínimos de 87%,
se conheça a incidência, bem como taxas de mortalidade geral, in- 90% e 96% em três estados. Tais dados revelam progressiva melho-
fantil, materna ou por qualquer outra variável contida na DO, uma ria da cobertura desse sistema, o que favorece sua utilização como
vez que são disponibilizadas várias formas de cruzamento dos da- fonte de dados para a confecção de alguns indicadores.
dos. Entretanto, em muitas áreas, o uso dessa rica fonte de dados é
prejudicada pelo não preenchimento correto das DO, com omissão Igualmente à DO, os formulários de Declaração de Nascido Vivo
de dados como, por exemplo, estado gestacional ou puerperal, ou são pré numerados, impressos em três vias coloridas e distribuídos
pelo registro excessivo de causas mal defi nidas, prejudicando o uso às SES pela SVS/MS. As SES encarregavam se, até recentemente, e
dessas informações nas diversas instâncias do sistema de saúde. sua distribuição aos estabelecimentos de saúde e cartórios. Apesar
Estas análises devem ser realizadas em todos os níveis do sistema, da preconização de que as SMS devem assumir esse encargo, isto
sendo subsídios fundamentais para o planejamento de ações dos ainda não está acontecendo em todo o território nacional.
gestores. Nos partos ocorridos em estabelecimentos de saúde, a pri-
meira via (branca) da DN preenchida será para a SMS; a segunda
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) (amarela) deverá ser entregue ao responsável pela criança, para a
O número de nascidos vivos constitui relevante informação obtenção da Certidão de Nascimento no Cartório de Registro Civil,
para o campo da saúde pública, pois possibilita a constituição de onde ficará retida; a terceira (rosa) será arquivada no prontuário
indicadores voltados para a avaliação de riscos à saúde do segmen- da puérpera. Para os partos domiciliares com assistência médica, a
to materno-infantil, a exemplo dos coeficientes de mortalidade primeira via deverá ser enviada para a SMS e a segunda e terceira
infantil e materna, nos quais representa o denominador. Antes da vias entregues ao responsável, que utilizará a segunda via para re-
implantação do Sinasc, em 1990, esta informação só era conhecida gistro do nascimento em cartório e a terceira para apresentação em
no Brasil por estimativas realizadas a partir da informação censitá- unidade de saúde onde realizar a primeira consulta da criança. Nos
ria. Atualmente, são disponibilizados pela SVS, no site www.data- partos domiciliares sem assistência médica, a DN será preenchida
sus.gov.br, dados do Sinasc referentes aos anos de 1994 em diante. no Cartório de Registro Civil, que reterá a primeira via, a ser reco-
Entretanto, até o presente momento, só pode ser utilizado como lhida pela SMS, e a segunda, para seus arquivos. A terceira via será
denominador, no cálculo de alguns indicadores, em regiões onde entregue ao responsável, que a destinará à unidade de saúde do
sua cobertura é ampla, substituindo deste modo as estimativas cen- primeiro atendimento da criança.
sitárias. Também nesses casos as primeiras vias da DN deverão ser
recolhidas ativamente pelas secretarias municipais de saúde, que
O Sinasc tem como instrumento padronizado de coleta de da- após digitá-las envia o consolidado para as SES, onde os dados são
dos a Declaração de Nascido Vivo (DN), cuja emissão, a exemplo processados e distribuídos segundo o município de residência e, a
da DO, é de competência exclusiva do Ministério da Saúde. Tanto a seguir, enviados para o MS, que os reagrupa por estados de residên-
emissão da DN como o seu registro em cartório serão realizados no cia, sendo disponibilizados pela SVS através do site www.datasus.
município de ocorrência do nascimento. Deve ser preenchida nos gov.br e em CD-ROM. Em todos os níveis do sistema, os dados de-
hospitais e outras instituições de saúde que realizam parto, e nos verão ser criticados. As críticas realizadas visam detectar possíveis
Cartórios de Registro Civil, na presença de duas testemunhas, quan- erros de preenchimento da Declaração de Nascido Vivo ou da di-
do o nascimento ocorre em domicílio sem assistência de profissio- gitação de dados. Sua validação é feita pelo cruzamento de variá-
nal de saúde. Desde 1992 sua implantação ocorre de forma gradual. veis para verificação de consistência, como, por exemplo, o peso do
Atualmente, vem apresentando em muitos municípios um volume bebê com o tempo de gestação ou a idade da mãe com a paridade.
maior de registros do que o publicado nos anuários do IBGE, com A utilização dos dados deste sistema para o planejamento e to-
base nos dados dos Cartórios de Registro Civil. mada de decisões nas três esferas de governo ainda é incipiente. Na
maioria das vezes, como denominador para o cálculo de taxas como
A DN deve ser preenchida para todos os nascidos vivos no país, as de mortalidade infantil e materna, por exemplo. Apesar disso,
o que, segundo conceito definido pela OMS, corresponde a “todo alguns indicadores vêm sendo propostos − a grande maioria voltada
produto da concepção que, independentemente do tempo de ges- à avaliação de risco da mortalidade infantil e a qualidade da rede de
tação ou peso ao nascer, depois de expulso ou extraído do corpo da atenção à gravidez e ao parto.
mãe, respire ou apresente outro sinal de vida tal como batimento
cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Entre os indicadores de interesse para a atenção à saúde ma- e anual consolidadas. Os arquivos disponibilizados podem serde dois
terno-infantil, são imprescindíveis as informações contidas na DN: tipos: o “movimento”, em que constam todos os dados, e o “redu-
proporção de nascidos vivos de baixo peso, proporção de nasci- zido”, em que nãoaparecem os relativos aos serviços profissionais.
mentos prematuros, proporção de partos hospitalares, proporção O SIH/SUS foi desenvolvido para propiciar a elaboração de al-
de nascidos vivos por faixa etária da mãe, valores do índice Apgar guns indicadores de avaliação de desempenho de unidades, além do
no primeiro e quinto minutos, número de consultas pré-natal rea- acompanhamento dos números absolutos relacionados à frequência
lizadas para cada nascido vivo, dentre outros. Além desses, podem de AIHs e que vêm sendo cada vez mais utilizados pelos gestores para
ainda ser calculados indicadores clássicos voltados à caracterização uma primeira aproximação da avaliação de cobertura de sua rede
geral de uma população, como a taxa bruta de natalidade e a taxa hospitalar, e até para a priorização de ações de caráter preventivo.
de fecundidade geral. Entre suas limitações encontram-se a cobertura dos dados (que
depende do grau de utilização e acesso da população aos serviços
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) da rede pública própria, contratada e conveniada ao SUS), ausên-
O SIH/SUS, que possui dados informatizados desde 1984, não foi cia de críticas informatizadas, possibilidade das informações pouco
concebido sob a lógica epidemiológica, mas sim com o propósito de confiáveis sobre o endereço do paciente, distorções decorrentes de
operar o sistema de pagamento de internação dos hospitais contra- falsos diagnósticos e menor número de internamentos que o ne-
tados pelo Ministério da Previdência. Posteriormente, foi estendido cessário, em função das restrições de recursos federais – problemas
aos hospitais filantrópicos, universitários e de ensino e aos hospitais que podem resultar em vieses nas estimativas.
públicos municipais, estaduais e federais. Nesse último caso, somen- Contudo, ao contrário do que ocorre nos bancos de dados dos
te aos da administração indireta e de outros ministérios. sistemas descritos anteriormente, os dados do SIH/SUS, não podem
Reúne informações de cerca de 70% dos internamentos hospi- ser corrigidos após terem sido enviados, mesmo após investigados
talares realizados no país, tratando-se, portanto, de grande fonte e confirmados erros de digitação, codificação ou diagnóstico. O
das enfermidades que requerem internação, importante para o co- Sistema também não identifica reinternações e transferências de
nhecimento da situação de saúde e gestão de serviços. Ressalte-se outros hospitais, o que, eventualmente leva a duplas ou triplas con-
sua gradativa incorporação à rotina de análise e informações de al- tagens de um mesmo paciente.
guns órgãos de vigilância epidemiológica de estados e municípios. Apesar de todas as restrições, essa base de dados é de extrema
Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização de Inter- importância para o conhecimento do perfil dos atendimentos na
nação Hospitalar (AIH), atualmente emitida pelos estados a partir rede hospitalar. Adicionalmente, não pode ser desprezada a agilida-
de uma série numérica única definida anualmente em portaria mi- de do Sistema. Os dados por ele aportados tornam-se disponíveis
nisterial. Este formulário contém, entre outros, os dados de aten- aos gestores em menos de um mês, e cerca de dois meses para a
dimento, com os diagnósticos de internamento e alta (codificados disponibilização do consolidado Brasil. Para a vigilância epidemioló-
de acordo com a CID), informações relativas às características de gica, avaliação e controle de ações, esta é uma importante qualida-
pessoa (idade e sexo), tempo e lugar (procedência do paciente) das de para o estímulo à sua análise rotineira.
internações, procedimentos realizados, valores pagos e dados ca-
dastrais das unidades de saúde, que permitem sua utilização para Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)
fins epidemiológicos. Em 1991, o SIA/SUS foi formalmente implantado em todo o
As séries numéricas de AIHs são mensalmente fornecidas pelo território nacional como instrumento de ordenação do pagamento
Ministério da Saúde às secretarias estaduais de saúde , de acordo dos serviços ambulatoriais (públicos e conveniados), viabilizando
com o quantitativo anual estipulado para o estado, que desde o iní- aos gestores apenas a informação do gasto por natureza jurídica do
cio de 1995 é equivalente ao máximo de 9% da população residente prestador. O total de consultas e exames realizados era fornecido
(estimada pelo IBGE). Quando se trata de município em gestão ple- por outro sistema, de finalidade puramente estatística, cujo docu-
na do sistema, a cota de AIH definida pela Programação Pactuada e mento de entrada de dados era o Boletim de Serviços Produzidos
Integrada (PPI) é repassada diretamente pelo Ministério da Saúde (BSP) e o único produto resultante, a publicação INAMPS em Dados.
para o município. O banco de dados do prestador envia as informa- Embora tenha sofrido algumas alterações com vistas a um
ções para o Datasus, com cópia para a secretaria estadual de saúde. melhor controle e consistência de dados, o SIA/SUS pouco mudou
Nos municípios em gestão plena de atenção básica, é o estado que desde sua implantação. Por obedecer à lógica de pagamento por
faz a gestão da rede hospitalar. procedimento, não registra o CID do(s) diagnóstico(s) dos pacien-
Os números de AIHs têm validade de quatro meses, não sendo tes e não pode ser utilizado como informação epidemiológica, ou
mais aceitos pelo sistema. seja, seus dados não permitem delinear os perfis de morbidade da
Tal regra permite certa compensação temporal naqueles es- população, a não ser pela inferência a partir dos serviços utilizados.
tados em que a sazonalidade da ocorrência de doenças influencia Entretanto, como sua unidade de registro de informações é o
fortemente o número de internações. procedimento ambulatorial realizado, desagregado em atos profis-
O banco de dados, correspondente ao cadastro de todas as uni- sionais, outros indicadores operacionais podem ser importantes
dades prestadoras de serviços hospitalares ao SUS credenciadas, é como complemento das análises epidemiológicas, por exemplo: nú-
permanentemente atualizado sempre que há credenciamento, des- mero de consultas médicas por habitante/ano; número de consul-
credenciamento ou qualquer modificação de alguma característica tas médicas por consultório; número de exames/terapias realizados
da unidade de saúde. pelo quantitativo de consultas médicas.
Os dados produzidos por este Sistema são amplamente dispo- Desde julho de 1994 as informações relacionadas a esse siste-
nibilizados pelo site. datasus.gov.br e pela BBS (Bulletin Board Sys- ma estão disponíveis no site www.datasus.gov.br e por CD-ROM.
tem) do Ministério da Saúde, além de CDROMcom produção mensal

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ressalte-se como importante módulo o cadastramento de uni- Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água
dades ambulatoriais contratadas, conveniadas e da rede pública para Consumo Humano(Siságua) – fornece informações sobre a
própria dos estados e municípios, bem como as informações sobre qualidade da água para consumo humano, proveniente dos sistemas
profissionais por especialidade. público e privado, e soluções alternativas de abastecimento. Objeti-
Quando da análise de seus dados, deve-se atentar para as ques- va coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente, de
tões relativas à cobertura, acesso, procedência e fluxo dos usuários forma a produzir informações necessárias à prática da vigilância da
dos serviços de saúde. qualidade da água de consumo humano (avaliação da problemática
da qualidade da água e definição de estratégias para prevenir e con-
Outras importantes fontes de dados trolar os processos de sua deterioração e transmissão de enfermida-
A depender das necessidades dos programas de controle de des) por parte das secretarias municipais e estaduais de saúde, em
algumas doenças, outros sistemas de informação complementares cumprimento à Portaria nº 36/90, do Ministério da Saúde.
foram desenvolvidos pelo Cenepi, tais como o FAD (Sistema de in- Além das informações decorrentes dos sistemas descritos exis-
formação da febre amarela e dengue), que registra dados de infes- tem outras grandes bases de dados de interesse para o setor saúde,
tação pelo Aedes aegypti, a nível municipal, e outros dados opera- com padronização e abrangência nacionais. Entre elas destacam-se:
cionais do programa. Cadernos de Saúde e Rede Interagencial de Informação para a Saú-
Outros sistemas de informação que também podem ser úteis à de/ Ripsa, da qual um dos produtos é o IDB/Indicadores e Dados Bá-
vigilância epidemiológica, embora restritos a uma área de atuação sicos para a Saúde (acesso via www.datasus.gov.br ou www.saude.
muito específica, quer por não terem uma abrangência nacional ou gov.br), além daquelas disponibilizadas pelo IBGE (particularmente
por não serem utilizados em todos os níveis de gestão, são: no que se refere ao Censo Demográfico, à Pesquisa Brasileira por
Amostragem de Domicílios – Pnad e Pesquisa Nacional de Sanea-
Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) – sistema mento Básico 2000). É também importante verificar outros bancos
de informação territorializado que coleta dados que possibilitam de dados de interesse à área da saúde, como os do Ministério do
a construção de indicadores populacionais referentes a áreas de Trabalho (Relação Anual de Informações Sociais/Rais) e os do Sis-
abrangência bem delimitadas, cobertas pelo Programa de Agentes tema Federal de Inspeção do Trabalho (informações sobre riscos
Comunitários de Saúde e Programa Saúde da Família. ocupacionais por atividade econômica), bem como fontes de dados
Sua base de dados possui três blocos: o cadastramento fami- resultantes de estudos e pesquisas realizados por instituições como
liar (indicadores sociodemográficos dos indivíduos e de saneamen- o Ipea e relatórios e outras publicações de associações de empresas
to básico dos domicílios); o acompanhamento de grupos de risco que atuam no setor médico supletivo (medicina de grupo, segura-
(menores de dois anos, gestantes, hipertensos, diabéticos, pessoas doras, autogestão e planos de administração).
com tuberculose e pessoas com hanseníase); e o registro de ativida- A maioria dos sistemas de informação ora apresentados possui
des, procedimentos e notificações (produção e cobertura de ações manual instrucional e modelos dos instrumentos de coleta (fichas e
e serviços básicos, notificação de agravos, óbitos e hospitalizações). declarações) para implantação e utilização em computador – dispo-
Os níveis de agregação do SIAB são: microárea de atuação do nibilizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde.
agente comunitário de saúde (território onde residem cerca de 150
famílias), área de abrangência da equipe de Saúde da Família (terri- A utilização dos sistemas de informações de saúde e de outras
tório onde residem aproximadamente mil famílias), segmento, zo- fontes de dados, pelos serviços de saúde e instituições de ensino
nas urbana e rural, município, estado, regiões e país. Assim, o Siste- e pesquisa, dentre outras, pode ser viabilizada via Internet, propi-
ma possibilita a microlocalização de problemas de saúde como, por ciando o acesso a dados nas seguintes áreas:
exemplo, a identificação de áreas com baixas coberturas vacinais ou • demografia – informações sobre população, mortalidade e
altas taxas de prevalência de doenças (como tuberculose e hiper- natalidade;
tensão), permitindo a espacialização das necessidades e respostas • morbidade – morbidade hospitalar e ambulatorial, registros
sociais e constituindo-se em importante ferramenta para o planeja- especiais, seguro social, acidentes de trânsito, de trabalho, etc.;
mento e avaliação das ações de vigilância da saúde. meio ambiente: saneamento básico, abastecimento de água, des-
tino dos dejetos e lixo, poluição ambiental, condições de habitação,
Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional estudo de vetores;
(Sisvan) – instrumento de políticas federais, focalizadas e compen- • recursos de saúde e produção de serviços – recursos físicos,
satórias. Atualmente, encontra-se implantado em aproximadamen- humanos, financeiros, produção na rede de serviços básicos de saú-
te 1.600 municípios considerados de risco para a mortalidade in- de e em outras instituições de saúde, vigilância sanitária; no âmbito
fantil. documental e administrativo: legislação médico-sanitária, referên-
Disponibiliza informações sobre o programa de recuperação de cias bibliográficas e sistemas administrativos.
crianças desnutridas e gestantes sob risco nutricional. Existem outros dados necessários ao município e não coletados
regularmente, que podem ser obtidos mediante de inquéritos e es-
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização tudos especiais, de forma eventual e localizada.
(SI-PNI) – implantado em todos os municípios brasileiros, fornece Contudo, é preciso haver racionalidade na definição dos dados
dados relativos à cobertura vacinal de rotina e, em campanhas, taxa a serem coletados, processados e analisados no SIS, para evitar des-
de abandono e controle do envio de boletins de imunização. Além perdício de tempo, recursos e descrédito no sistema de informação,
do módulo de avaliação do PNI, este Sistema dispõe de um subsis- tanto pela população como pelos técnicos.
tema de estoque e distribuição de imunobiológicos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Divulgação das informações Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que


A retroalimentação dos sistemas deve ser considerada um dos dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recupera-
aspectos fundamentais para o contínuo processo de aperfeiçoa- ção da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços corres-
mento, gerência e controle da qualidade dos dados. pondentes e dá outras providências;
Tal prática deve ocorrer nos seus diversos níveis, de forma siste- Considerando a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que
mática, com periodicidade previamente definida, de modo a permi- dispõe sobre o Estatuto do Idoso, alterada pela Lei nº 12.461, de 26
tir a utilização das informações quando da tomada de decisão e nas de julho de 2011, que determina a notificação compulsória dos atos
atividades de planejamento, definição de prioridades, alocação de de violência praticados contra o idoso atendido em estabelecimen-
recursos e avaliação dos programas desenvolvidos. Adicionalmente, tos de saúde públicos ou privados;
a divulgação das informações geradas pelos sistemas assume valor Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003,
inestimável como instrumento de suporte ao controle social, práti- que estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do
ca que deve ser estimulada e apoiada em todos os níveis e que deve caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de
definir os instrumentos de informação, tanto para os profissionais saúde, públicos ou privados;
de saúde como para a comunidade. Considerando a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que
regula o acesso às informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º,
Perspectivas atuais no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Desde 1992, a SVS vem desenvolvendo, de forma descentrali- Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a
zada, uma política de estímulo ao uso da informação e da informá- Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159,
tica como subsídio à implantação do SUS no país. de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências;
Para isso, adotou iniciativas junto aos estados e municípios, vi- Considerando o Decreto Legislativo nº 395, publicado no Diário
sando a descentralização do uso do SIM, Sinan e Sinasc, financiou do Senado Federal em 13 de março de 2009, que aprova o texto
cursos de informação, epidemiologia e informática, e divulgou os revisado do Regulamento Sanitário Internacional, acordado na 58ª
programas EPI-Info e Epimap. Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde, em 23 de maio
Este processo vem avançando, particularmente, a partir da im- de 2005;
plantação da Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde Considerando o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011,
(NOB 01/96) e da instituição da transferência de recursos, fundo a que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de
fundo, para o desenvolvimento de atividades na área de epidemio- Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema
logia (Portaria MS nº 1.399/99). Único de Saúde (FN-SUS); e
Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos
Considerações finais normativos relacionados à notificação compulsória no âmbito do
A compatibilidade das principais bases de dados dos diversos Sistema Único de Saúde (SUS), resolve:
sistemas de informações em saúde, com vistas à sua utilização con-
junta, é meta há algum tempo buscada pelos profissionais que tra- CAPÍTULO I
balham com a informação no setor saúde. A uniformização de con- DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
ceitos e definições do Sinan, Sinasc e SIM é exemplo das iniciativas
adotadas no sentido de obter a compatibilização destes sistemas Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Com-
que, entretanto, até o momento ainda não foi totalmente atingida. pulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos servi-
ços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos
PORTARIA N° - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 termos do anexo.
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância na-
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, cional, serão considerados os seguintes conceitos:
agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do in-
e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá divíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes,
outras providências. intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso das atri- decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus
buições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. tratos, e lesão autoprovocada;
87 da Constituição, e II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, responsáveis
dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológi- pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único
ca, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas de Saúde (SUS);
relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras provi- III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de
dências; origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano sig-
Considerando o art. 10, incisos VI a IX, da Lei nº 6.437, de 20 nificativo para os seres humanos;
de agosto de 1977, que configura infrações à legislação sanitária fe- IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de ani-
deral, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências; mais que possa apresentar riscos à saúde pública;
Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe
sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou
epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o
potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos
decorrentes de desastres ou acidentes;
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou res-
ponsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou
evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal;
VII - notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do conheci-
mento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível;
VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da
ocorrência de doença ou agravo;
IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade
de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante
da Lista de Notificação Compulsória; e
X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbida-
de, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica
estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).

CAPÍTULO II
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e
privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com o estabelecido
no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS.
§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade de saúde competente
também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços
de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa.
§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser realizada à autoridade de
saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento.
Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que
prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível.
Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informa-la, em até 24 (vinte e quatro)
horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no
anexo.
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do paciente com
suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória.
Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de informação em
saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória que estejam sob
sua responsabilidade
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para profissionais
de saúde, órgãos de controle social e população em geral.
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em endereço eletrônico ofi-
cial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou formulário para notificação compulsória.
Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de casos suspeitos
e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde e demais diretrizes técnicas para o cumprimento e operacionalização
desta Portaria, no prazo de até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação.
Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes
constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saú- de.
Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde.
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- blicação. Art. 14.
Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, nº 108, Seção 1, do dia 09
de junho de 2014, p. 37.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, nº 108, Seção 1, do
dia 09 de junho de 2014, p. 37.
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA

ANEXO
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) Periodicidade de notificação


Imediata (até 24 horas) para*
Semanal*
MS SES SMS
1 a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X
2 Acidente por animal peçonhento X
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X
4 Botulismo X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche X X
7 a. Dengue - Casos X
b. Dengue - Óbitos X X X
8 Difteria X X
9 Doença de Chagas Aguda X X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
11 a. Doença Invasiva por “Haemophilus Influenza” X X
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X
Doenças com suspeita de disseminação intencional: a. Antraz pneumôni-
12 X X X
co b. Tularemia c. Varíola
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: a. Arenavírus b.
13 X X X
Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre purpúrica brasileira
14 a. Doença aguda pelo vírus Zika X
b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X
15 Esquistossomose X
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública
16 X X X
(ver definição no Art. 2º desta portaria)
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação X X X
18 Febre Amarela X X X
19 a. Febre de Chikungunya X
b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde
20 X X X
pública
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X
22 Febre Tifoide X X
23 Hanseníase X
24 Hantavirose X X X

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

25 Hepatites virais X
26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome X
da Imunodeficiência Adquirida
27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta X
ao risco de transmissão vertical do HIV
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X
30 Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, X
gases tóxicos e metais pesados)
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X
32 Leishmaniose Visceral X
33 Leptospirose X
34 a. Malária na região amazônica X
b. Malária na região extra Amazônica X X X
35 Óbito: a. Infantil b. Materno X
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X
37 Peste X X X
38 Raiva humana X X X
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X
40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. Rubéola X X X
41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em gestante X
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus a. SARS-CoV X X X
b. MERS- CoV
44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal X
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X
46 Tu b e r c u l o s e X
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X
48 a. Violência doméstica e/ou outras violências X
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X

* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS es-
tabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde) A
notificação imediata no Distrito Federal é equivalente à SMS.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Considerar os seis certos tradicionais da administração de me-


PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRADA À SAÚDE DA dicamentos (registro certo, dose certa, via certa, droga certa, hora
CRIANÇA, MULHER, HOMEM, ADOLESCENTE E IDOSO certa e paciente certo) e de checar o procedimento realizado, em
pediatria a equipe de enfermagem tem de levar em consideração
certas peculiaridades durante o procedimento, tais como, a criança
Saúde da criança sentir-se insegura durante a hospitalização e ter medo do que lhe
vai acontecer, não aceitando, muitas vezes, as medicações, princi-
Marcos do crescimento e do desenvolvimento palmente as injetáveis. (COLLET; OLIVEIRA, 2002)
O desenvolvimento da criança é o aumento da capacidade do Observam-se os seguintes cuidados para administração do me-
indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas. Para dicamento em pediatria segundo Collet e Oliveira 2002:
uma definição mais completa e necessário diferenciar as noções re- - ler cuidadosamente os rótulos dos medicamentos;
ferentes ao crescimento e desenvolvimento: -questionar a administração de vários comprimidos ou frascos
― crescimento e o aumento do corpo, de ponto de vista fí- para uma única dose;
sico. Ele pode ser aumento de estatura ou de peso. A unidade de -estar alerta para medicamentos similares;
medida dele vai ser o cm ou a grama. Os processos básicos dele: -verificar a vírgula decimal;
aumento de tamanho celular (chamado de hipertrofia) ou aumento -questionar aumento abrupto e excessivo nas doses;
do numero das células (hiperplasia); -quando um medicamento novo for prescrito, buscar informa-
― maturação e uma noção bem diferente – nesse caso, tra- ções sobre ele;
ta-se de organização progressiva das estruturas morfológicas. Aqui -não administrar medicamentos prescritos por meio de apeli-
entra: crescimento e diferenciação celular, mielinização, especiali- dos ou símbolos;
zação dos aparelhos e sistemas; -não tentar decifrar letras ilegíveis;
― desenvolvimento: e um ponto de visto holístico, integran- -procurar conhecer crianças que tem o mesmo nome ou so-
te dos processos do crescimento e maturação, mas que junta a isto brenome.
o impacto e o aprendizagem sobre cada evento, e, também, a inte-
gração psíquicos e sociais; Cuidados prévios para a administração de medicamentos:
― o desenvolvimento psicossocial – e, de fato a integração do - orientar a criança e a mãe/acompanhante por meio do brin-
aspecto humano – o ser aprende a interagir e mover, respeitar as re- quedo terapêutico;
gras da sociedade, a rotina diária –praticamente, a criança vai seguir -lavar as mãos;
os passos que vão ter como finalidade a convivência com a sociedade -reunir o material;
cuja pertence. -lero rótulo da medicação (observar validade, cor, aspecto, dosagem)
O recém-nascido e a criança hospitalizada -preparar o medicamento na dose certa;
As crianças tendem a responder à hospitalização com um dis- -identificar a medicação a ser ministrada – nome da criança,
túrbio emocional, estas respostas geralmente manifestam-se atra- nº do leito, nome da medicação, a via de administração, a dose e o
vés de comportamentos agressivos, como choro, retraimento, chu- horário e a assinatura de quem prepararam;
te, mordida, tapas, resistência física aos procedimentos, ou ignora -não deixar ao alcance das crianças os medicamentos;
as solicitações. As internações são consideradas ameaças ao desen- -explicar a criança que entende a relação do medicamento com
volvimento da criança e a união familiar. a doença;
Vários são os sinais dos transtornos que a criança possa apre- -restringir a criança quando necessário, para garantir a admi-
sentar dentre eles destacam-se: Ansiedade de Separação; Perda de nistração correta e segura.
controle e Medos.
A unidade de internação é um ambiente ocupado e barulhento, FARMACOCINETICA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
cheio de eventos imprevistos e geralmente sem prazer para crianças
e seus pais. É responsabilidade de todos os membros da equipe de Fatores que Afetam a Absorção dos Medicamentos
saúde estar atenta e sensível a esses problemas em geral. O profis-
sional bem treinado pode fazer avaliações e elaborar intervenções - Gastrintestinal
durante a experiência da internação. O uso do brincar terapêutico, O pH gástrico é alto em neonatos, atingindo os valores de adul-
atividades de recreação, atividades escolares, visitas hospitalares to por volta da idade de 2 anos. Os medicamentos ácidos são mais
e grupos de apoio podem fornecer medidas criativas para guiar a biodisponíveis; os medicamentos-base apresentam menor biodis-
criança e a família para longe da experiência negativa e em direção ponibilidade.
à experiência benéfica. (BOWDEN; GREENBERG, 2005) A motilidade gástrica e intestinal (tempo de transito) esta dimi-
nuída nos neonatos e lactentes menores, mas aumenta nos lacten-
Cuidados com as medicações tes maiores e crianças.
Medicamento é toda a substância que, introduzida no organis- A quantidade de ácido biliar e o funcionamento estão diminuí-
mo, previne e trata doenças, alivia e auxilia no diagnóstico. As ações dos nos recém-nascidos e atingem a sua capacidade máxima ao lon-
de enfermagem relativas aos medicamentos dizem respeito ao pre- go dos primeiros meses de vida.
paro, à administração e a observação das reações da criança que se
submeteu a este procedimento. - Retal
Somente alguns medicamentos são adequados para adminis-
tração retal. Além disso, o tamanho da exposição na mucosa retal
afeta a absorção.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Intramuscular o medicamento certificando-se de que a criança engoliu; oferecer


Variável no grupo pediátrico secundário a (a) fluxo sanguíneo e líquidos após o medicamento, registrar aceitação e se houver rea-
instabilidades vasomotoras, (b) contração e tônus muscular insufi- ção comunicar.
cientes e (c) oxigenação muscular diminuída.
Vantagens:
- Percutâneo ― Autoadministração, econômica e fácil;
Diminuído com espessura aumentada do estrato córneo e dire- ― Confortável, indolor;
tamente relacionado à hidratação da pele. ― Forma Farmacêutica de fácil conservação
Os neonatos e os lactentes tem a permeabilidade da pele au- ― Possibilidade de remover o medicamento
mentada, permitindo maior penetração da medicação e uma rela-
ção maior de área de superfície – peso corporal com potencial para Desvantagens:
toxicidade. ― Absorção variável;
― Período de latência médio a longo;
- Intraocular ― Ação dos sucos digestivos;
As mucosas de neonatos e lactentes são particularmente finas; ― Interação com alimentos;
os medicamentos oftalmológicos podem causar efeitos sistêmicos ― Pacientes não colaboradores (inconscientes), com náu-
nos recém-nascidos e nas crianças jovens. seas e vômitos o incapazes de engolir;
― pH do trato gastrintestinal
Fatores que Afetam a Distribuição
- Os neonatos têm uma maior proporção de água corporal total Via Retal: A administração consiste na administração de medi-
que rapidamente de reduz durante o primeiro ano de vida. Valores camentos do tipo supositório ou enema no reto. O volume de líqui-
de adultos são gradualmente alcançados por volta de 12 anos de do a ser administrado varia conforme a idade da criança: em lacten-
idade. Este fator é uma consideração importante relacionado à so- tes, de 150 a 250 ml; em pré-escolar, de 250 a 350ml; em escolar, de
lubilidade do medicamento na água. 350 a 500ml e em adolescentes, de 500 a 750ml.
- As crianças têm uma proporção mais baixa de gordura corpo-
ral que os adultos. Vantagens:
- A capacidade de ligação das proteínas depende da idade. ― Fármacos não são destruídos ou desativados no Trato
Gastro Intestinal-TGI;
A concentração de proteína total ao nascimento corresponde ― Preferível quando a VIA ORAL está comprometida
a somente 80% dos valores de um adulto, o que leva a uma maior ― Pacientes que não cooperam, inconscientes ou incapazes
fração livre ou ativa da droga na circulação com um maior potencial de aceitar medicação por via oral .
para toxicidade.
- A albumina fetal no período imediato após o parto tem a ca- Desvantagens:
pacidade de ligação a drogas limitada. ― Lesão da mucosa ;
- Uma barreira hemato-encefálica imatura durante o período ― Incômodo
logo após o parto pode levar a altas concentrações de medicamen- ― Expulsão
tos no cérebro do que em outras idades. ― Absorção irregular e incompleta
― Adesão
Fatores que Afetam o Metabolismo
- O sistema microssomal enzimático do recém-nascido é menos Via oftalmológica: A administração de medicamentos nos
eficaz. olhos se dá na presença de infecções oculares ou para realizações
- A maturação varia entre as pessoas; cada enzima hepática tor- de exames de pequenas cirurgias. Deixar a criança em decúbito dor-
na-se funcional a uma frequência diferente. sal elevado; realizar higiene ocular com gaze estéril e soro fisiológi-
co; separar as pálpebras para expor o saco conjuntival e instilar as
Fatores que Afetam a Eliminação gotas prescritas neste local, mantendo-se o conta-gotas a 3 cm de
- A filtração glomerular e a secreção tubular estão reduzidas no distância e soltar as pálpebras, secando-se a medicação excedente
nascimento. no sentido do canto interno para o externo e de cima para baixo.
- Existe um aumento gradual na função renal, com os valores
de adultos sendo alcançados nos(s) primeiro(s) 1-2 anos de vida. ATENÇÃO: Ao utilizar mais de um tipo de colírio no mesmo olho
é necessário aguardar pelo menos 10 minutos entre as aplicações.
Vias de Administração de Medicação Infantil
Via Oral: Formas Farmacêuticas: cápsulas, comprimidos, xaro- Via Inalatória: Este método utiliza o trato respiratório para
pes e drágeas. transportar o medicamento através da inalação ou da administra-
A administração de medicamentos por via oral consiste no pre- ção direta para dentro da árvore respiratória através do tubo endo-
paro ideal, escolher o material de administração de acordo com a traqueal. O medicamento, depois de inalado ou infundido, se move
idade da criança (colher ou copo de medidas, conta-gotas, seringa, para dentro dos brônquios e, em seguida, atinge os alvéolos do
copo descartável, fita crepe ou etiqueta de identificação); orien- paciente, sendo difundidos para os capilares pulmonares. Os me-
tar a criança e o acompanhamento se preciso por intermédio do dicamentos fornecidos através da via respiratória podem produzir
brinquedo terapêutico, sentar a criança semi-sentada no colo do efeitos locais ou sistêmicos.
acompanhante ou decúbito dorsal elevado no leito; administra-se
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vantagens Via Intradérmica: Consiste na aplicação de solução na der-


― Rápido contato com o fármaco. me(área localizada entre a epiderme e o tecido subcutâneo) Via uti-
― Utilizada principalmente por pacientes com distúrbios lizada para realizar testes de sensibilização e vacina BCG é de fácil
respiratórios acesso, restrita a pequenos volumes
― Pode ser administrada em pacientes inconscientes. Os efeitos adversos da injeção intradérmica são decorrentes
― A principal vantagem é administrar pequenas doses para de: falha na administração como aplicação profunda subcutânea;
ação rápida e minimizar os efeitos adversos sistêmicos da dosagem incorreta com maior volume que o necessárioe con-
taminação.
Via Tópica: É a via através da qual os medicamentos são admi-
nistrados e absorvidos através da pele ou mucosas. Via subcutânea: Consiste na aplicação de solução na tela sub-
cutânea, na hipoderme (tecido adiposo abaixo da pele), Via utili-
Vantagens: zada principalmente para drogas que necessitam ser lentamente
― É uma via prática; absorvidas, vacinas como a antirrábica, a insulina têm indicação es-
― Não é dolorosa; pecífica para esta via. Os locais recomendados para aplicação são:
― É a única via que pode garantir o efeito apenas no local da parede abdominal (hipocôndrio, face anterior e externa da coxa,
aplicação (evita efeito sistêmico). Ex.: Uso de pomada ou gel. face anterior e externa do braço, a região glútea, e a região dorsal,
abaixo da cintura)
Desvantagens: Via intramuscular: Consiste na aplicação de solução no tecido
― Pode causar irritação na pele ou mucosas; muscular. Procedimento muito comum 46% dos casos atendidos no
― Estímulo a automedicação; PS e no ambulatório resultam em administração de medicamentos
― Ocorre perda do medicamento para o meio ambiente por esta via. A escolha do local deve respeitar os seguintes critérios:
- Quantidade e característica da droga
Via Parenteral (injetáveis): Este tipo de procedimento é consi- - Condição da massa muscular
derado pela criança como um ato agressivo contra si, pois na maio- - Quantidade de injeções prescritas
ria das vezes é acompanhado de dor ou medo, o que se traduz no - Locais livres de grandes vasos e nervos em camadas superfi-
choro e na ansiedade. Existem quatro meios comuns para adminis- ciais
trar medicamentos por esta via: via endovenosa; via subcutânea; a - Acesso ao local e risco de contaminação
intradérmica e a intramuscular. -Inserção, tamanho da agulha e ângulo apropriado para aplicação.

Vantagens: Locais de aplicação ,os mesmos do adulto : Vasto lateral; Ven-


― Efeito farmacológico imediato; troglútea; Dorsoglútea; Deltoide.
― Evitar a inativação por ação enzimática; O risco da aplicação intramusculares em Pediatria: Trauma ou
― Administração a pacientes inconscientes compressão aacidental de nervos; Injeção acidental em veia ou
artéria; Injeção em músculo contraído; Lesão do músculo por so-
Desvantagens: luções irritantes; Pode provocar dano celular, abscessos e alergias.
― Toxicidade local ou sistêmica (alergias, erros)
― Resistência do paciente (Psicológico) Via endovenosa: Via de ação rápida, pois o medicamento é mi-
― Pureza e esterilidade dos medicamentos (Custo) nistrado diretamente no plasma,com ação imediata.
Tipo de medicamento injetado na veia: Solução solúvel no san-
Preparo do medicamento em ampola: gue; Não oleosos;Não devem conter cristais visíveis.
― Abrir a embalagem da seringa;
― Adaptar a agulha ao bico da seringa, zelando para não A administração da medicação ocorre por meio de um dispo-
contaminar as duas partes; sitivo intravenoso instalado por punção,podendo ser um procedi-
― Certificar-se do funcionamento da seringa, verificando se mento repetitivo,no qual a criança revive as angústias geradas por
a agulha está firmemente adaptada; essa experiência,que pode resultar em traumas.
― Manter a seringa com os dedos polegar e indicador e se- A equipe deve preparar adequadamente a criança para esse
gurar a ampola entre os dedos médio e indicador da outra mão; procedimento para minimizar as consequências e os traumas gera-
― Introduzir a agulha na ampola e proceder a aspiração do das pela hospitalização.
conteúdo, invertendo lentamente a agulha, sem encostá-la na bor-
da da ampola; Locais mais utilizados: Dorso da mão (veias metacarpianas
― Virar a seringa com a agulha para cima, em posição verti- dorsais, arco venoso dorsal) Antebraço (cefálica acessória, cefálica
cal e expelir o ar que tenha penetrado; e basílica), Braço (mediana cubital, mediana antebraqueal, basíli-
― Desprezar a agulha usada para aspirar o medicamento; ca e cefálica),Dorso do pé: último recurso devido às complicações
― Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropria- tromboembólicas (arco venoso dorsal, mediana marginal),tornoze-
do à solubilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do lo (safena interna), Pescoço (jugular externa e interna).
indivíduo;
― Manter a agulha protegida com protetor próprio. As Indicações para administração endovenosas:
- Manter e repor eletrólitos, vitaminas e líquidos;
- Restabelecer o equilíbrio ácido-básico;
- Restabelecer o volume sanguíneo;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Ministrar medicamentos; Distender a pele com uma das mãos e com a outra introduzir
- Induzir e manter sedações e bloqueios neuromusculares; a agulha com o bisel voltado pra cima e paralelo à veia; Verificar
- Manter estabilidade hemodinâmica por infusões contínuas de refluxo de sangue
drogas vasoativas - Retirar o garrote
As soluções utilizadas: - Conectar equipo de soro, verificar o fluxo do gotejamento
- Isotônicas-concentração semelhante ao plasma(S.G.5% e - Fixar e imobilizar a extremidade com tal;
S.F.0,9%) fornecem água e calorias utilizadas para repor perdas - Controlar gotejamento
anormais e corrigir desidratação; -Identificar na fixação a data da punção, o horário e o nome do
- Hipertônicas-concentração maior que a do plasma (S.G.10 % responsável;
,25% e 50%) indicado para hipoglicemia, combate ao edema e ao - Encaminhar a criança para o leito, organizar o ambiente;
aumento da pressão intracraniana; - Observar e anotar a normalidade da infusão e o local, estar
- Hipotônicas-concentração menor que a do plasma(ringer lac- atento aos sinais flogísticos, obstrução e presença de ar no equipo;
tato) indicado para tratamento de desidratação, alcalose branda,hi- - Trocar o equipo de acordo com as normas da instituição 24
pocloremia,correção de desidratação; a 72h;
- Fluidos derivados do sangue: sangue total,plasma,papa de he- - Fazer anotações sobre o procedimento, o local e as ocorrên-
mácias,expansoresplasmáticos; cias.
- Nutrição parenteral. Contenção para procedimentos: É necessária para garantir segu-
As complicações causadas pela administração de medicamen- rança à criança e facilitar o procedimento, podendo ser feita manual-
tos por via endovenosa: Infiltrações locais; Reações pirogênicas; mente ou com dispositivos físicos. Os pais e a criança devem ser orienta-
trombose venosa e flebite (ações irritantes dos medicamentos ou dos sobre a sua finalidade e objetivo. Pode ser manual, executada com o
formação de coágulos); Hematomas e necrose. auxílio de outra pessoa ou com a ajuda de lençóis e faixas de contenção.

Fatores Contribuintes para extravasamento ou infiltração En- Sinais Vitais


dovenosa: Sinais Vitais: Avaliação da Dor
― Má perfusão periférica-propicia o extravasamento da so-
lução; Diretrizes Clínicas
― Visualização inadequada do local da inserção do cateter; - Avaliar o nível de dor na primeira hora após a internação na
― Não observação de sinais flogísticos precoce e frequente- unidade de cuidados agudos ou durante a consulta ambulatorial,
mente para obter dados de referencia sobre o conforto da criança.
- No caso de uma criança com dor crônica, a frequência de ava-
Sinais de Extravasamento ou Infiltração: liações da dor baseia-se na condição da criança, mas é realizado ao
― Edema local que pode se estender por toda extremidade menos uma vez por mês.
afetada; - Avaliar o nível da dor a cada 8 a 12 horas em uma criança com
― Perfusão local diminuída doença aguda e com maior frequência, segundo a indicação clinica. A
― Extremidades afetadas frias avaliação da dor é um processo continuo; cada cuidador realiza uma ava-
― Coloração da pele alterada(escura sugere necrose) liação ampla da dor ao assumir os cuidados com a criança. Após a avalia-
― Bolhas no local. ção inicial, se a condição da criança mudar, se a criança apresentar sinais
de dor ou for submetida a um procedimento provavelmente doloroso,
Cuidados importantes: Antes da infusão, verificar a permea- ou se houver modificação da velocidade de infusão de medicamentos
bilidade do acesso; Não infundir medicação associada a hemode- sedativos, analgésicos ou anestésicos, realizar outra avaliação ampla da
rivados; Fazer controle de gotejamento, respeitando o tempo e o dor. Se a criança estiver confortável, não é necessário realizar uma ava-
volume prescritos. liação ampla da dor com cada grupo de sinais vitais; entretanto, procure
conhecer a legislação do seu estado, porque alguns exigem que a avalia-
Técnica e procedimento de cateterização venosa periférica: ção da dor seja registrada toda vez que são registrados os sinais vitais.
- Realizar a seleção da veia; - Avaliar o nível de dor dentro de 1 hora antes e após as intervenções
- Escolher uma veia visível e que permita a mobilidade da criança para seu alivio em criança com doença aguda (o intervalo depende da in-
- Selecionar o dispositivo para punção; tervenção especifica) para avaliar a resposta aos esquemas de tratamento.
- Preparar todo material (soro, equipo ou bureta, cateter de - Os profissionais são responsáveis pela avaliação da dor.
dupla via) e retirar o ar do equipo; - O médico, a enfermaria, a técnica ou auxiliar de enfermagem
- Utilizar foco de 30cm de distância do local da punção para podem obter relatos subjetivos de dor. Quando a determinação é
facilitar a visualização epromover a vasodilatação; realizada por técnico ou auxiliar, qualquer variação em relação aos
valores de referencia deve ser comunicada ao profissional.
Não golpear o local da punção, pode causar dor e medo
- Garrotear o local; Procedimento
- Fazer antissepsia do local com álcool 70%,seguindo a direção Passos
da corrente sanguínea; - Rever a história da dor inicial da criança e o nível anterior de
- Solicitar ajuda para restrição dos movimentos; dor, quando possível.
- Fazer tricotomia; - Observar o diagnóstico médico e a história de eventos consi-
- Preparar material para fixação (micropore,esparadrapo e derados dolorosos ou causadores de traumatismo tecidual.
tala);
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Determinar se a criança esta tomando quaisquer medicamen- Frequência cardíaca – FC: Procure verificar a FC , quando a
tos que possam afetar a percepção da dor ou a capacidade de co- criança estiver dormindo ou em repouso. Quando o paciente for
municar que esta com dor. lactente, dê preferência ao pulso apical. A frequência apical é ve-
- Lavar as mãos. rificada colocando-se o estetoscópio próximo ao mamilo esquerdo
- Avaliar a presença de indicadores de dor, considerando a ida- por um minuto.
de da criança e o estado de sono: Temperatura – T – considera-se febre: acima de 37,8ºC

Dor Aguda Pressão arterial – PA – a PA deverá estar solicitada na prescri-


- Subjetiva: declaração de dor; se for incapaz de relatar, per- ção médica e verificada quando necessário.
guntar aos pais. Variação Normal dos Sinais Vitais em Crianças
- Fisiológica: aumento da frequência respiratória ou frequência
cardíaca, respirações superficiais, diminuição da saturação de oxi- Frequência da Pulsação, Respiração
gênio, diaforese, dilatação da pupila.
- Comportamental: choro, gemido, inquietação, ansiedade, rai- Idade Pulso Respiração
va, diminuição do nível de atividade, alteração do sono, posição assu-
mida pela criança (p. ex., deitada imóvel, posição fetal, membro fle- Recém-natos 70 -170 30 – 50
tido ou rígido) careta facial, posição antálgica, tocar a área dolorosa. 11 meses 80 -160 26 – 40
Dor Crônica 2 anos 80 -130 20 – 30
- Sinais vitais estáveis.
- Interrupção do sono. 4 anos 80 -120 20 – 30
- Regressão do desenvolvimento. 6 anos 75 -115 20 – 26
- Alteração dos padrões alimentares. 8 anos 70 -110 18 – 24
- Problemas de comportamento ou escolares.
- Afastamento de atividades em grupo. 10 anos 70 -110 18 – 24
- Depressão. Adolescentes 60 -120 12 – 20
- Agressão.
Pressão Arterial
No caso de uma criança submetida a bloqueio neuromuscu-
lar: Idade Pressão Pressão
- Avaliar parâmetros fisiológicos. Sistólica Diastólica
- Avaliar o tamanho da pupila.
- Interromper agentes paralisantes por um curto período para 6m - 1 ano 90 61
avaliar os comportamentos da dor. 2 - 3 anos 95 61
- Avaliar o nível de dor utilizando um instrumento de avaliação
4 - 5 anos 99 65
valido, apropriado para o desenvolvimento; usar sempre o mesmo
instrumento para comparar a adequação do controle da dor (p. ex., 6 anos 100 65
o mesmo instrumento ensinado previamente à criança e à família). 8 anos 105 57
- Realizar o exame físico da área dolorosa.
- Determinar o nível de dor da criança e as intervenções apro- 10 anos 109 58
priadas; considerar a situação especifica (idade, estilo de adapta- 12 anos 113 59
ção, ambiente) e o tipo e a intensidade da dor. Implementar inter-
venções de controle da dor. Temperatura (T)
- Realizar ampla reavaliação do nível da dor: Oral 35,8º - 37,2º C
- Se houver indicadores clínicos de dor. Retal 36,2º C – 38º C
- Após implementação de intervenções para alivio da dor, com Axilar 35,9º C – 36.7º C
modificação da velocidade de infusão de medicamentos sedativos,
analgésicos ou anestésicos; a avaliação deve ser realizada em 1 hora Sinais Vitais: Frequência Cardíaca
após a intervenção, mas pode ser realizada mais cedo dependendo
da intervenção (p. ex., 5 a 20 minutos após injeção em bolo intra- Diretrizes clínicas
venosa). - A frequência cardíaca é determinada para avaliar o estado ge-
- Lavar as mãos. ral de cada paciente na primeira hora após a internação na unidade
de cuidados agudos.
Dicas para verificação dos Sinais Vitais na Pediatria - Monitorar a frequência cardíaca a cada 4 a 8 horas durante
a fase aguda da doença se o paciente estiver na unidade de inter-
Ordem para Verificação dos Sinais Vitais: nação clínica e a cada 1 a 2 horas na unidade de terapia intensiva.
Frequência Respiratória – FR: Uma maneira prática para se ve- - A frequência cardíaca é reavaliada para monitorar a resposta
rificar a frequência respiratória é colocando-se a mão levemente aos esquemas de tratamento e conforme indicado pela avaliação de
sobre o tórax da criança e contando quantas vezes a mão sobe du- enfermagem ou médica.
rante um minuto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- O técnico ou auxiliar de enfermagem e/ou a enfermeira po- Sinais Vitais: Frequência Respiratória
dem verificar a frequência cardíaca. Quando a frequência cardíaca
é verificada pelo auxiliar, qualquer variação em relação a medidas Diretrizes clínicas
anteriores deve ser comunicada à enfermeira. - Os movimentos respiratórios são medidos inicialmente para
se obter os dados de referência para avaliar o estado geral de cada
Determinação da Frequência Cardíaca paciente dentro da primeira hora da admissão em um ambiente de
cuidado agudo.
Passos - As respirações são medidas antes e imediatamente após as
- Rever no prontuário do paciente os dados de referencia sobre intervenções respiratórias para avaliar a resposta aos esquemas te-
a frequência de pulso conhecer a variação para a idade. rapêuticos.
- Determinar o pulso: - A mensuração das respirações é feita a cada 4 ou 8 horas em
- Nas crianças com menos de 2 anos de idade, é mais fácil rea- uma criança agudamente doente e mais frequentemente conforme
lizar a ausculta apical. indicado clinicamente.
- Em crianças maiores, pode ser realizada ausculta apical ou - Uma auxiliar ou técnica de enfermagem ou enfermeira podem
palpado o pulso periférico. verificar a frequência respiratória. Quando a mensuração é encami-
- Acalmar a criança, se necessário. Sempre que possível, fazer a nhada à enfermeira ou ao médico.
medida quando a criança estiver tranquila. Verificação da Frequência Respiratória
- Lavar as mãos.
Passos
Determinação da Frequência Cardíaca por Ausculta do Pulso - Rever a frequência respiratória anterior da criança, quando
Apical possível.
- Observar o diagnostico médico da criança e a historia de pro-
Passos blemas e dificuldades respiratórias.
- Limpar o diafragma e as olivas do estetoscópio com um lenço - Determinar se a criança esta tomando alguma medicação que
embebido em álcool antes e depois do exame. possa afetar a frequência e a profundidade respiratória.
- Introduzir os olivas nos ouvidos com as extremidades curvas - Lavar as mãos.
para a frente em direção à face. - Contar as respirações:
- Identificar o pulso. Palpar a parede torácica para determinar o - Observar o movimento abdominal quando for lactentes e
ponto de impulso máximo (PIM): crianças pequena.
- Em crianças menores de 7 anos – imediatamente à esquerda - Observar os movimentos torácicos nas crianças mais velhas.
da linha hemiclavicular no quarto espaço intercostal. - Se as respirações forem regulares, contar o numero de res-
- Em crianças maiores de 7 anos – linha hemiclavicular esquer- pirações em 30 segundos e multiplicar por dois. Se as respirações
da no quinto espaço intercostal. forem irregulares, contar o numero de respirações em um minuto
- Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o PIM e contar a FC: inteiro. Contar as respirações nos lactentes durante 1 minuto.
- Se o pulso da criança for regular, contar por 30 segundos e - Observar a profundidade e o padrão das respirações, ocor-
multiplicar por 2. rência de ansiedade, irritabilidade e posição de conforto. Observar
- Se o pulso for irregular, contar por 1 minuto completo. a coloração da criança, incluindo extremidades.
- Lavar as mãos. - Lavar as mãos.
- Registrar a frequência cardíaca, o pulso usado e o nível de - Registrar os resultados; a frequência respiratória é registrada
atividade da criança (p. ex., adormecida, calma, chorando, inquieta) por respirações por minuto.
no prontuário.
Sinais Vitais: Pressão Arterial
Determinação da Frequência Cardíaca por Palpação de Pulsos
Periféricos Diretrizes clínicas
- A pressão arterial é verificada inicialmente para se obter um
Passos dado de referencia para avaliar o estado hemodinâmico geral de
- Identificar o local; os pulsos radial e branquial são usados com cada paciente dentro da primeira hora de admissão em um ambien-
maior frequência. te de cuidado agudo.
- Localizar o pulso da criança e palpar com seus dois ou três - A pressão arterial é verificada para avaliar a resposta aos es-
primeiros dedos; não usar pressão excessiva. Observar o ritmo. quemas terapêuticos.
- Se o pulso da criança for regular, contar por 30 segundos e mul- - Durante a doença aguda, verifique a pressão arterial a cada
tiplicar por 2. Se for irregular, contar durante 1 minuto completo. 4 ou 8 horas, ou mais frequentemente se houver indicação clínica.
- Lavar as mãos. - Nos neonatos, verifique a pressão arterial se houver suspeita
- Registrar a frequência cardíaca, a região usada e o nível de de doença renal ou coarctação da aorta ou se estiverem presentes
atividade da criança (p. ex., adormecida, calma, chorando, inquieta) sinais clínicos de hipotensão. Não é recomendada uma triagem uni-
no prontuário. versal dos neonatos.
- Para a manutenção da saúde, a pressão arterial deveria ser
verificada:
- Uma vez ao ano nas crianças com idade superior a 3 anos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Em criança de qualquer idade com sintomas de hipertensão, - Não inflar novamente o manguito durante a desinsuflação.
hipotensão, ou doença renal ou cardíaca. Dar alguns minutos entre as verificações da PA.
- Um técnico ou auxiliar de enfermagem ou uma enfermeira - Desinflar o manguito completamente e removê-lo do braço.
podem verificar a pressão arterial. Quando a pressão arterial for ve- - Lavar as mãos.
rificada por um auxiliar ou técnico de enfermagem, qualquer varia- - Registrar os achados no prontuário do paciente. Registrar
ção das medidas anteriores é informada ao enfermeiro ou médico. também a posição da criança, extremidade e local utilizado, tama-
- Use o braço direito sempre que possível para haver consistên- nho do manguito, nível de atividade (p. ex., 90/50 mmHg, supina,
cia das aferições e comparação com as normas padronizadas. braço direito, branquial, manguito infantil, calma). Se a PA estiver
- A ausculta é o método de escolha para a verificação da pressão muito alta ou baixa, verificar também a frequência cardíaca.
arterial nas crianças, porque é necessária uma frequente calibração
dos equipamentos automáticos e existe uma falta de padrões de Método com Equipamento Automático
referencia estabelecidos para as crianças. Os equipamentos auto-
máticos são aceitos quando a ausculta for difícil (p.ex., em crianças Passos
pequenas) ou quando forem necessárias verificações frequentes. - Seguir os 6 primeiros itens no procedimento anterior (Méto-
do de Ausculta) para localização da artéria, seleção do manguito e
Método de Ausculta colocação.
- Seguir as instruções do fabricante para o uso da maquina.
Passos - Estabilizar a extremidade durante a verificação.
- Rever as leituras da pressão arterial prévias da criança, se dis- - Lavar as mãos.
poníveis. - Registrar os achados no prontuário do paciente. Registrar
- Analisar o diagnostico da criança e as medições atuais que também a posição da criança, extremidade e local utilizado, tama-
provocam efeito sobre a pressão arterial. nho do manguito, nível de atividade.
- Lavar as mãos. Limpar o diafragma do estetoscópio.
- Selecionar o local: Método da Palpação
- Usar o braço direito quando possível.
- Verificar no mesmo local e posição das verificações anterio- Passos
res, quando possível. - Seguir os 7 primeiros itens no procedimento anterior (Méto-
- Não usar a extremidade que tiver uma lesão ou equipamen- do de Ausculta) para localização da artéria, seleção do manguito e
tos estranhos (p. ex., punção venosa, fistula de diálise arterioveno- colocação.
sa ou renal). - Palpar a artéria à medida que infla o manguito.
- Não usar a extremidade com circulação alterada (p. ex., deri- - Inflar o manguito 30mmHg acima do ponto em que você per-
vação de Blalock-Taussig, coarctação). cebeu o pulso da ultima vez.
- Selecionar manguito de tamanho apropriado: - Lentamente desinflar o manguito e perceber o ponto em que
- A largura da câmara deve ser cerca de 40% da circunferência o pulso volta a ser sentido.
do braço e estar a meio caminho entre o olecrânio (cotovelo) e o - Desinflar completamente o manguito e removê-lo da extre-
acrômio (ombro). midade.
- geralmente isto corresponde a um manguito que cobre cerca - Lavar as mãos.
de 80% a 100% da circunferência do braço. - Registrar os achados no prontuário do paciente como leitura
- Usar a linha do manguito do fabricante como um guia para a da sistólica por palpação (p. ex., 100/p). Registrar também a posi-
seleção do manguito. ção da criança, extremidade e local utilizado, tamanho do mangui-
- Se não for possível obter o manguito do tamanho apropriado, to, nível de atividade.
escolha um que seja maior, em vez de um muito pequeno.
- Centralizar a câmara do manguito na extremidade proximal Sinais Vitais: Temperatura
do pulso (p, ex., na área branquial, posição cerca de 2,5 a 5 cm aci-
ma da fossa antecubial), e prender o manguito de forma bem justa. Diretrizes clínicas
Não posicionar o manguito sobre a roupa. - A temperatura é verificada para avaliar o estado de referencia
- Verificar a PA após 3 a 5 minutos de repouso, quando possí- de cada paciente dentro da primeira hora após a admissão e para
vel. Posicionar o braço (extremidade) da criança ao nível do coração detectar a mudança no estado do paciente (p. ex., hipotermia, pre-
durante o repouso. sença de infecção, ou outras mudanças na condição do paciente).
- Localizar a posição exata do pulso. Coloque o diafragma do - A temperatura é avaliada de novo 30 minutos a 1 hora após a
estetoscópio onde o pulso é sentido, abaixo da borda do manguito. intervenção para medir a resposta ao esquema terapêutico.
- Fechar a válvula do diafragma e inflar o manguito a uma pres- - A temperatura deve ser verificada a cada 4 ou 8 horas, ou
são de 30mmHg acima do ponto em que a pulsação da artéria é mais frequentemente quando instável ou quando a criança estiver
obstruída. Estabilizar a extremidade durante a verificação. agudamente doente ou com problemas de termorregulação.
- Desinflar o manguito a uma velocidade de 2 a 3 mmHg por - Quando utilizar um equipamento para regular a temperatura
segundo. (p. ex., incubadora, cobertor para hipotermia, luz de aquecimento
- Observe os sons de Korotkoff: suspenso), a temperatura da criança deve ser verificada a cada 1 a
- Inicio do som de pancada. 3 horas.
- Abafamento do som, se aplicado. - Os termômetros de mercúrio não devem ser usados (Gold-
- Desaparecimento do som. man, Shannon & o Committe on Environmental Health, 2001).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- A via oral deve ser usada em crianças com idade superior a 5 - Inserir o cabo no conduto auditivo enquanto pressiona o bo-
anos a não ser que seja contraindicado pelas condições médicas ou tão do scan; cheque para garantir que o conduto auditivo esteja
de desenvolvimento (convulsões, atraso no desenvolvimento, nível fechado.
de consciência alterado). - Liberar o botão do scan.
- A mensuração timpânica (infravermelha) não é recomendada - Remover o cabo quando o termômetro emitir sinal. Observar
para ser usada em crianças com idade inferior a 3 meses. Os estu- o mostrador de leitura se a leitura é em Celsius ou Fahrenheit.
dos mostram que as mensurações timpânicas não são tão exatas - Jogar fora o protetor do cabo pressionando o botão de liberar.
quanto outras formas de mensuração de temperatura e mostram - Retornar a unidade para carregar na base.
uma grande variedade. - Lavar as mãos.
- Os termômetros descartáveis (p. ex., Tempa – DOT) são mais Verificação da Temperatura Retal com Termômetro Eletrônico
exatos para as crianças com idade inferior a 5 anos.
- verificar a temperatura retal dos lactentes após o parto ime- Passos
diato. Após essa verificação de temperatura retal, usar a via axilar - Lavar as mãos, colocaras luvas de procedimento.
nos lactentes e nas crianças pequenas. A temperatura retal está - Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no
contraindicada nas crianças que se submeteram a cirurgia retal e mostrador se o termômetro está carregado.
intestinal, com neutropenia, ou trompocitopenia. - Selecionar o cabo apropriado: vermelho-retal.
- O auxiliar ou técnico de enfermagem ou a enfermeira podem - Colocar o protetor do cabo no cabo.
verificar a temperatura. Quando a temperatura for verificada pelo - Lubrificar a ponta com gel hidrossolúvel.
auxiliar ou técnico de enfermagem, qualquer variação do referen- - Gentilmente abra as pregas interglúteas da criança e introdu-
cial, ou desvio da mensuração anterior, deve ser relatada ao médico za o cabo 1,7 cm no lactente e 2,5 cm na criança maior.
ou enfermeira. - Manter as pregas interglúteas fechadas com uma das mãos e
manter o cabo no lugar com a outra.
Verificação da Temperatura Corporal - Monitorar a mudança de temperatura no mostrador até que a
unidade emita um som. Observar a temperatura no mostrador e se
Passos a mensuração é em Celsius ou Fahrenheit.
- Rever o prontuário da criança quanto a: - Jogue fora o protetor do cabo apertando o botão de liberar.
- Sinais vitais das ultimas 24 horas. - Retornar a unidade para carregar na base.
- Avaliação dos problemas médicos atuais. - Lavar as mãos.
- Parâmetros de temperatura desejados
Verificação da Temperatura Axilar com Termômetro Eletrôni-
Verificação da Temperatura Oral de uma Criança com Idade co
Superior a 5 Anos com Termômetro Eletrônico
Passos
Passos - Lavar as mãos.
- Lavar as mãos - Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no
- Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no mostrador se o termômetro esta carregado.
mostrador se o termômetro esta carregado. - Selecionar o cabo apropriado: azul-oral.
- Selecionar o cabo apropriado: azul-oral. - Colocar o protetor do cabo no cabo.
- Colocar o protetor do cabo no cabo. - Colocar o cabo protegido na axila da criança e segurar o braço
- Gentilmente inserir o cabo com o protetor no saco sublingual dela firmemente na lateral.
posterior da criança até que a unidade emita um sinal. - Observar a temperatura quando o mostrador digital estabili-
- Remover o cabo da boca e observar a temperatura do mostra- zou e a unidade emitiu um som; observar se a mensuração foi em
dor; observar se é em Celsius ou Fahrenheit. Celsius ou Fahrenheit.
- Jogue fora o protetor do cabo. - Retornar a unidade para carregar na base.
- Retornar a unidade para carregar na base. - Lavar as mãos.
- Lavar as mãos.
Verificação da Temperatura com Termômetro Descartável
Verificação da Temperatura Timpânica em Criança com Idade
Superior a 3 meses Passos
- Lavar as mãos.
Passos - Remover uma única unidade do pacote.
- Lavar as mãos. - Retirar a fita protetora do termômetro descartável.
- Remover o cabo do local onde fica guardado e observar no - Colocar a fita de temperatura segundo as instruções de uso
mostrador se a unidade está carregada. do fabricante:
- Garantir que o mostrador indica modo timpânico (as unidades - Pressionar a fita firmemente na testa ou axila da criança.
podem avaliar temperatura de superfície, retal, central e timpâni- - Colocar no saco sublingual.
ca). - Usar a fita para monitorar a temperatura assim que a cor para
- Colocar o protetor descartável na ponta do cabo. de mudar.
- Puxar a orelha – retrair a pina posteriormente (empurrar para - Ler a temperatura de acordo com as instruções do fabricante,
cima e para trás). por exemplo:
Editora
393
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Ler o bloco indicado pela mudança de cor; verde indica tem- FERNANDES, K.; KIMURA, A. F. Práticas assistenciais em
peratura registrada. Se o verde não aparecer, a temperatura está a reanimação do recém-nascido no contexto de um centro de parto
meio caminho entre o indicado pelo marrom e o azul. normal. Rev. Esc. Enferm. USP, São
- O numero de pontos que mudaram de cor. Paulo, v.39.n.º 4, p.383-390, 2005.
- Se for registrada uma temperatura acima de 37°C, confirmar WONG, D. L. Enfermagem Pediátrica elementos essências à in-
com a temperatura oral ou retal. tervenção efetiva. 5ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999
- Lavar as mãos. BOWDEN, V. R.; GREENBERG, C. S. Procedimentos de enferma-
gem pediátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
Medidas Antropométricas COLLET, N.; OLIVEIRA, B.R.G. Manual de Enfermagem em
A antropometria é importante ferramenta para avaliação do cres- Pediatria.Goiania:AB Editora, 2002.
cimento infantil e aceita universalmente. Vantagens como baixo custo, Higiene
facilidade de execução e relativa sensibilidade e especificidade levam à A higiene da criança hospitalizada é um cuidado de necessidade
elaboração de índices de crescimento fáceis de serem avaliados. Esse básica, objetiva-se prevenir doenças, proporcionar conforto e bem es-
método pode ser aplicado em todas as fases do ciclo de vida e permite tar a criança e ainda provocar a recuperação de sua enfermidade.
a classificação de indivíduos e grupos segundo seu estado nutricional. Possibilita a avaliação do exame físico e promove a educação
As medidas antropométricas consistem nos dados sobre peso, em saúde aos acompanhantes.
altura, perímetros cefálico e torácico. Sua verificação objetiva o Entre os procedimentos de higiene os mais utilizados são: ba-
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, nho; higiene das unhas; troca de fraldas; higiene oral e nasal e hi-
vem como a base para a prescrição médica e de enfermagem. giene perineal.

É importante que o enfermeiro ao participar do processo de avalia- Banho: É um procedimento de rotina no momento da admis-
ção do crescimento da criança tenha o conhecimento de que os principais são, diariamente e sempre que necessário. O banho diário é indis-
aspectos que englobam uma avaliação eficiente e eficaz ao paciente são: pensável a saúde, proporciona bem-estar, estimula a circulação san-
-Medição dos valores antropométricos de maneira padronizada; guínea e protege a pele contra diversas doenças.
-Relação dos valores encontrados conforme o sexo e a idade, O momento do banho deve ser aproveitado para estimular a
comparando-os com os valores da população de referência; criança com (ou através de) estímulos psicoemocionais (acariciar),
-Verificação da normalidade dos valores encontrados. auditivos (conversar e cantar) e psicomotores (inclusive movimen-
tos ativos com os membros).
1 – Peso/Idade: as relações entre o peso da criança e sua idade - Banho: neste momento pode-se estimular o sistema senso-
são de vital importância para uma identificação precoce de casos de rial, afetivo da criança. Nele deve-se conversar, dar-lhe brinquedos,
desnutrição ou obesidade, ou riscos para ambos. Esta relação também estimular o tato e sempre incentivando o acompanhante a acompa-
poderá alertar o enfermeiro quanto a outros problemas relacionados nhar este momento. Existem vários tipos de banhos: o de chuveiro,
que estejam ocasionando tais perdas ou ganhos anormais de peso. de leito e de banheira.
2 – Estatura/Idade: a mensuração da estatura da criança é de suma
importância para o acompanhamento do crescimento considerado den- Tipos de Banho:
tro dos padrões da normalidade; como foi visto anteriormente nos fatores Banho de chuveiro: Normalmente é indicado para crianças na
que influenciam o crescimento é possível verificar que o déficit de cresci- faixa etária pré-escolar, escolar e adolescente, que consigam deam-
mento pode estar associado a problemas como a desnutrição e/ou socioe- bular, sem exceder sua capacidade em situação de dor. Sempre que
conômicos, entretanto quando estes déficits tornarem-se muito elevados possível incentivar a criança a banhar-se sozinha, sob supervisão,
é importante a investigação de um especialista para detectar a real causa. em caso de adolescentes permitir que tomem banho sozinhos.
3 – Peso/Estatura: a relação entre o peso e a estatura da criança é
utilizada e recomendada pela Organização Mundial da Saúde para detec- Incentivar a criança a banhar-se sob supervisão ou, em caso de
tar sobrepeso; também deve ser utilizado para detectar precocemente adolescente, que queiram privacidade, permitir que tome banho so-
perdas de peso que indiquem a desnutrição aguda, ou o risco desta. zinho.
- Quando for possível, ao término, verificar a limpeza da região
O enfermeiro enquanto integrante da equipe de saúde participa atrás do pavilhão auditivo, mãos, pés e genitais.
do processo de avaliação do crescimento da criança, sendo importan-
te salientar que todas as funções do processo avaliativo são delega- Higiene do Coto Umbilical:
das a diferentes profissionais, conforme a especialidade de cada um. Tem como objetivo prevenir infecções e hemorragias, além de
Desta forma, quando se fala em desnutrição e/ou obesidade e acelerar o processo de cicatrização.
obtenção de valores fidedignos é sempre de grande valia a inserção -Manter o coto posicionado para cima, evitando contato com fe-
do nutricionista, já que o mesmo possui a responsabilidade de ins- zes e urina; efetuar higiene na inserção e em toda extensão do coto
truir sobre a alimentação da criança e realizar demais testes antro- umbilical, evitando que o excesso de álcool escorra pelo abdômen.
pométricos necessários para uma análise mais detalhada. -Fazer curativo com álcool a 70% até a queda do coto umbilical
ou de acordo coma rotina da unidade.
Referências: -Observar e registrar as condições do coto (presença de secreção
ORLANDI, O. V.; SABRÁ, A. O Recém-Nascido a Termo. In: ou sangramento) e região peri umbilical (hiperemia e calor .).
FILHO, J. R. Obstetrícia. 10º ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan,2005

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Higiene Nasal deira, pode ser estocado por 12 horas e no congelador ou freezer
É a remoção de excesso de secreção (cerúmen) do conduto au- por no máximo 15 dias. O leite materno deve ser descongelado e
ditivo externo e a remoção da sujeira do pavilhão auricular. aquecido em banho Maria e pode ser oferecido ao bebê em copo
Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água des- ou xícara, pequenos. O leite materno não pode ser descongelado
tilada, observar e registrar o aspecto da secreção retirada. em micro-ondas e não deve ser fervido.

Higiene Ocular: É importante que a mãe seja orientada sobre:


É a retirada de secreções localizadas na face interna do globo O leite materno contém a quantidade de água suficiente para
ocular. as necessidades do bebê, mesmo em climas muito quentes.
-Fazer higiene ocular com SF 0,9 % ou água destilada, observar A oferta de água, chás ou qualquer outro alimento sólido ou
e registrar o aspecto da secreção retirada. líquido, aumenta a chance do bebê adoecer, além de substituir o
-Proceder à limpeza do ângulo interno do olho ao externo, uti- volume de leite materno a ser ingerido, que é mais nutritivo.
lizando o lado do cotonete somente uma vez. O tempo para esvaziamento da mama depende de cada bebê;
há aquele que consegue fazê-lo em poucos minutos e aquele que o
Aleitamento Materno faz em trinta minutos ou mais.
Para que o aleitamento materno exclusivo seja bem sucedi- Ao amamentar:
do é importante que a mãe esteja motivada e, além disso, que o a) a mãe deve escolher uma posição confortável, podendo
profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar propostas para apoiar as costas em uma cadeira confortável, rede ou sofá e o bebê
resolver os problemas mais comuns enfrentados por ela durante a deve estar com o corpo bem próximo ao da mãe, todo voltado para
amamentação. ela. O uso de almofadas ou travesseiros pode ser útil;
Por que as mães oferecem chás, água ou outro alimento? Por- b) ela não deve sentir dor, se isso estiver ocorrendo, significa
que acham que a criança está com sede, para diminuir as cólicas, que a pega está errada.
para acalmá-la a fim de que durma mais, ou porque pensam que A mãe que amamenta precisa ser orientada a beber no mínimo
seu leite é fraco ou pouco e não está sustentando adequadamen- um litro de água filtrada e fervida, além da sua ingestão habitual
te a criança. Nesse caso, é necessário admitir que as mães não es- diária, considerando que são necessários aproximadamente 900 ml
tão tranquilas quanto a sua capacidade para amamentar. É preciso de água para a produção do leite. É importante também estimular
orientá-las: o bebê a sugar corretamente e com mais frequência (inclusive du-
-Que o leite dos primeiros dias pós-parto, chamado de colostro, rante a noite)
é produzido em pequena quantidade e é o leite ideal nos primeiros
dias de vida, inclusive para bebês prematuros, pelo seu alto teor de Sinais indicativos de que a criança está mamando de forma
proteínas. adequada:
- Que o leite materno contém tudo o que o bebê necessita até o
6º mês de vida, inclusive água. Assim, a oferta de chás, sucos e água Boa posição:
é desnecessária e pode prejudicar a sucção do bebê, fazendo com - O pescoço do bebê está ereto ou um pouco curvado para trás,
que ele mame menos leite materno, pois o volume desses líquidos semestar distendido
irá substituí-lo. Água, chá e suco representam um meio de contami- - A boca está bem aberta
nação que pode aumentar o risco de doenças. A oferta desses líqui- - O corpo da criança está voltado para o corpo da mãe
dos em chuquinhas ou mamadeiras faz com que o bebê engula mais - A barriga do bebê está encostada na barriga da mãe
ar (aerofagia) propiciando desconforto abdominal pela formação de - Todo o corpo do bebê recebe sustentação
gases, e consequentemente, cólicas no bebê. Além disso, pode-se - O bebê e a mãe devem estar confortáveis
instalar a confusão de bicos, dificultando a pega correta da mama
e aumentar os riscos de problemas ortodônticos e fonoaudiólogos. Boa pega:
-A pega errada vai prejudicar o esvaziamento total da mama, - O queixo toca a mama
impedindo que o bebê mame o leite posterior (leite do final da ma- - O lábio inferior está virado para fora
mada) que é rico em gordura, interferindo na saciedade e encurtan- - Há mais aréola visível acima da boca do que abaixo
do os intervalos entre as mamadas. Assim, a mãe pode pensar que - Ao amamentar, a mãe não sente dor no mamilo
seu leite é insuficiente e fraco.
-Se as mamas não são esvaziadas de modo adequado ficam in- Produção versus ejeção do leite materno:
gurgitadas, o que pode diminuir a produção de leite. Isso ocorre A produção adequada de leite vai depender, predominante-
devido ao aumento da concentração de substâncias inibidoras da mente, da sucção do bebê (pega correta, frequência de mamadas),
produção de leite. que estimula os níveis de prolactina (hormônio responsável pela
-Em média a produção de leite é de um litro por dia, assim é produção do leite).
necessário que a mãe reponha em seu organismo a água utilizada Entretanto, a produção de ocitocina, hormônio responsável
no processo de lactação. É importante que a mãe tome mais água pela ejeção do leite, é facilmente influenciada pela condição emo-
(filtrada e fervida) e evite a ingestão de líquidos com calorias como cional da mãe (autoconfiança). A mãe pode referir que está com
refrigerantes e refrescos. pouco leite. Nesses casos, geralmente, o bebê ganha menos de 20 g
-As mulheres que precisam se ausentar por determinados pe- e molha menos de seis fraldas por dia. O profissional de saúde pode
ríodos, por exemplo, para o trabalho ou lazer, devem ser incentiva- contribuir para reverter essa situação orientando a mãe a colocar
das a realizar a ordenha do leite materno e armazená-lo em frasco a criança mais vezes no peito para amamentar inclusive durante a
de vidro, com tampa plástica de rosca, lavado e fervido. Na gela- noite, observando se a pega do bebê está correta.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Puericultura Apesar de a maioria dos profissionais de saúde considerar-se


Puericultura é a arte de promover e proteger a saúde das crian- favorável ao aleitamento materno, muitas mulheres se mostram in-
ças, através de uma atenção integral, compreendendo a criança satisfeitas com o tipo de apoio recebido.
como um ser em desenvolvimento com suas particularidades. É Isso pode ser devido às discrepâncias entre percepções do que
uma especialidade médica contida na Pediatria que leva em conta é apoio na amamentação.
a criança, sua família e o entorno, analisando o conjunto bio-psico- As mães que estão amamentando querem suporte ativo (inclu-
-sócio-cultural. sive o emocional), bem como informações precisas, para se senti-
Nas consultas periódicas, o pediatra observa a criança, inda- rem confiantes, mas o suporte oferecido pelos profissionais costu-
ga aos pais sobre as atividades do filho, reações frente a estímulos ma ser mais passivo, reativo. Se o profissional de saúde realmente
e realiza o exame clínico. Quanto mais nova a criança, mais frágil quer apoiar o aleitamento materno, ele precisa entender que tipo
e vulnerável, daí a necessidade de consultas mais frequentes. Em de apoio, informação e interação as mães desejam, precisam ou es-
cada consulta o pediatra vai pedir informações de como a criança se peram dele.
alimenta, se as vacinas estão em dia, como ela brinca, condições de
higiene, seu cotidiano. O acompanhamento do crescimento, atra- 1.2 TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO
vés da aferição periódica do peso, da altura e do perímetro cefálico É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleita-
e sua análise em gráficos, são indicadores das condições de saúde mento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
das crianças. Sempre, a cada consulta, bebês, pré-escolares, esco- e reconhecidas no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION,
lares e jovens devem ter seu crescimento e seu desenvolvimento 2007a). Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em:
avaliado. Crescimento é o ganho de peso e altura, um fenômeno • – quando a criança recebe somente leite Aleitamento mater-
quantitativo, que termina ao final da adolescência. Por outro lado, no exclusivo materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite hu-
o desenvolvimento é qualitativo, significa aprender a fazer coisas, mano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção
evoluir, tornar-se independente e geralmente é um processo con- de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral,
tínuo. suplementos minerais ou medicamentos.
• – quando a criança recebe, além do Aleitamento materno
1 ALEITAMENTO MATERNO predominante leite materno, água ou bebidas à base de água (água
adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais
1.1 INTRODUÇÃO • – quando a criança recebe leite materno (direto da mama
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um proces- Aleitamento materno ou ordenhado), independentemente de rece-
so que envolve interação profunda entre mãe e fi lho, com reper- ber ou não outros alimentos.
cussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se • – quando a criança recebe, além Aleitamento materno com-
defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento plementado do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-só-
cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e lido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nes-
psíquica da mãe. sa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro
Apesar de todas as evidências científicas provando a superiori- tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar.
dade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança • – quando a criança recebe leite Aleitamento materno misto
pequena, e apesar dos esforços de diversos organismos nacionais e ou parcial materno e outros tipos de leite.
internacionais, as taxas de aleitamento materno no Brasil, em espe-
cial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém do reco- 1.3 DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO
mendado, e o profissional de saúde tem um papel fundamental na Vários estudos sugerem que a duração da amamentação na es-
reversão desse quadro. Mas para isso ele precisa estar preparado, pécie humana seja, em média, de dois a três anos, idade em que
pois, por mais competente que ele seja nos aspectos técnicos rela- costuma ocorrer o desmame naturalmente (KENNEDY, 2005).
cionados à lactação, o seu trabalho de promoção e apoio ao aleita- A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saú-
mento materno não será bem sucedido se ele não tiver um olhar de recomendam aleitamento materno exclusivo por seis meses e
atento, abrangente, sempre levando em consideração os aspectos complementado até os dois anos ou mais.
emocionais, a cultura familiar, a rede social de apoio à mulher, en- Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares
tre outros . Esse olhar necessariamente deve reconhecer a mulher antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde
como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando-a, da criança, pois a introdução precoce de outros alimentos está as-
escutando-a e empoderando-a. sociada a:
Portanto, cabe ao profissional de saúde identificar e compreen- • Maior número de episódios de diarréia; 1 Embora a OMS não
der o processo do aleitamento materno no contexto sociocultural e reconheça os fluidos rituais (poções, líquidos ou misturas utilizadas
familiar e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da dupla mãe/ em ritos místicos ou religiosos) como exceção possível inserida na
bebê como de sua família. É necessário que busque formas de inte- definição de aleitamento materno exclusivo, o Ministério da Saúde,
ragir com a população para informá-la sobre a importância de ado- considerando a possibilidade do uso de fluidos rituais com finali-
tar uma prática saudável de aleitamento materno. O profissional dade de cura dentro de um contexto intercultural e valorizando as
precisa estar preparado para prestar uma assistência eficaz, solidá- diversas práticas integrativas e complementares, apóia a inclusão
ria, integral e contextualizada, que respeite o saber e a história de de fluidos rituais na definição de aleitamento materno exclusivo,
vida de cada mulher e que a ajude a superar medos, dificuldades e desde que utilizados em volumes reduzidos, de forma a não concor-
inseguranças. (CASTRO; ARAÚJO, 2006) rer com o leite materno.
• Número de hospitalizações por doença respiratória; Maior
número
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem radas com as amamentadas, para as crianças de mães com menor
nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, escolaridade, esse risco era 7,6 vezes maior (WORLD HEALTH OR-
quando os alimentos são muito diluídos; GANIZATION, 2000). Mas mesmo nos países mais desenvolvidos o
• Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, aleitamento materno previne mortes infantis. Nos Estados Unidos,
como o ferro e o zinco; por exemplo, calcula-se que o aleitamento materno poderia evitar,
• Menor eficácia da lactação como método anticoncepcional; a cada ano, 720 mortes de crianças menores de um ano. (CHEN;
• Menor duração do aleitamento materno. ROGAN, 2004)
Um estudo demonstrou que a amamentação na primeira hora
No segundo ano de vida, o leite materno continua sendo im- de vida pode ser um fator de proteção contra mortes neonatais.
portante fonte de nutrientes. Estima-se que dois copos (500ml) de (EDMOND et al., 2006)
leite materno no segundo ano de vida fornecem 95% das necessi-
dades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína 1.4.2 Evita diarréia
e 31% do total de energia. Além disso, o leite materno continua Há fortes evidências de que o leite materno protege contra a
protegendo contra doenças infecciosas. Uma análise de estudos diarréia, principalmente em crianças mais pobres. É importante
realizados em três continentes concluiu que quando as crianças destacar que essa proteção pode diminuir quando o aleitamento
não eram amamentadas no segundo ano de vida elas tinham uma materno deixa de ser exclusivo. Oferecer à criança amamenta-
chance quase duas vezes maior de morrer por doença infecciosa da água ou chás, prática considerada inofensiva até pouco tempo
quando comparadas com crianças amamentadas. (WORLD HEALTH atrás, pode dobrar o risco de diarréia nos primeiros seis meses.
ORGANIZATION, 2000) (BROWN et al., 1989; POPKIN et al., 1992)
Além de evitar a diarréia, a amamentação também exerce in-
1.4 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO fluência na gravidade dessa doença. Crianças não amamentadas
Já está devidamente comprovada, por estudos científi cos, a têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por
superioridade do leite materno sobre os leites de outras espécies. diarréia quando comparadas com as amamentadas. (VICTORIA et
São vários os argumentos em favor do aleitamento materno. al., 1992)

1.4.1 Evita mortes infantis 1.4.3 Evita infecção respiratória


Graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que A proteção do leite materno contra infecções respiratórias foi
protegem contra infecções, ocorrem menos mortes entre as crian- demonstrada em vários estudos realizados em diferentes partes
ças amamentadas. Estima-se que o aleitamento materno poderia do mundo, inclusive no Brasil. Assim como ocorre com a diarréia, a
evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o proteção é maior quando a amamentação é exclusiva nos primeiros
mundo, por causas preveníveis (JONES et al., 2003). Nenhuma ou- seis meses. Além disso, a amamentação diminui a gravidade dos
tra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem episódios de infecção respiratória. Em Pelotas (RS), a chance de
na redução das mortes de crianças menores de 5 anos. Segundo a uma criança não amamentada internar por pneumonia nos primei-
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, em torno de seis ros três meses foi 61 vezes maior do que em crianças amamentadas
milhões de vidas de crianças estão sendo salvas a cada ano por cau- exclusivamente (CESAR et al., 1999). Já o risco de hospitalização por
sa do aumento das taxas de amamentação exclusiva. bronquiolite foi sete vezes maior em crianças amamentadas por
No Brasil, em 14 municípios da Grande São Paulo, a estimativa menos de um mês. (ALBERNAZ; MENEZES; CESAR, 2003)
média de impacto da amamentação sobre o Coefi ciente de Mor- O aleitamento materno também previne otites. (TEELE; KLEIN;
talidade Infantil foi de 9,3%, com variações entre os municípios de ROSNER, 1989)
3,6% a 13%. (ESCUDER; VENÂNCIO; PEREIRA, 2003)
A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior 1.4.4 Diminui o risco de alergias
quanto menor é a criança. Assim, a mortalidade por doenças in- Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros
fecciosas é seis vezes maior em crianças menores de 2 meses não meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca,
amamentadas, diminuindo à medida que a criança cresce, porém de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma
ainda é o dobro no segundo ano de vida (WORLD HEALTH ORGA- e sibilos recorrentes (VAN ODIJK et al., 2003). Assim, retardar a in-
NIZATION, 2000). É importante ressaltar que, enquanto a proteção trodução de outros alimentos na dieta da criança pode prevenir o
contra mortes por diarréia diminui com a idade, a proteção contra aparecimento de alergias, principalmente naquelas com histórico
mortes por infecções respiratórias se mantém constante nos pri- familiar positivo para essas doenças.
meiros dois anos de vida. Em Pelotas (RS), as crianças menores de 2 A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros
meses que não recebiam leite materno tiveram uma chance quase dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por
25 vezes maior de morrer por diarréia e 3,3 vezes maior de morrer isso é importante evitar o uso desnecessário de fórmulas lácteas
por doença respiratória, quando comparadas com as crianças em nas maternidades.
aleitamento materno que não recebiam outro tipo de leite. Esses
riscos foram menores, mas ainda significativos (3,5 e 2 vezes, res- 1.4.5 Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes
pectivamente) para as crianças entre 2 e 12 meses. (VICTORIA et Há evidências sugerindo que o aleitamento materno apresen-
al., 1987) ta benefícios em longo prazo. A OMS publicou importante revisão
A amamentação previne mais mortes entre as crianças de me- sobre evidências desse efeito (HORTA et al., 2007). Essa revisão
nor nível socioeconômico. Enquanto para os bebês de mães com concluiu que os indivíduos amamentados apresentaram pressões
maior escolaridade o risco de morrerem no primeiro ano de vida
era 3,5 vezes maior em crianças não amamentadas, quando compa-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sistólica e diastólica mais baixas (-1,2mmHg e -0,5mmHg, respecti- no leite materno que otimizam o desenvolvimento cerebral; outros
vamente), níveis menores de colesterol total (-0,18mmol/L) e risco acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar
37% menor de apresentar diabetes tipo 2. e à escolha do modo como alimentar a criança são os responsáveis.
Não só o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra
diabetes, mas também a mulher que amamenta. Foi descrita uma 1.4.9 Melhor desenvolvimento da cavidade bucal
redução de 15% na incidência de diabetes tipo 2 para cada ano de O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama é mui-
lactação (STUEBE et al., 2005). Atribui-se essa proteção a uma me- to importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade
lhor homeostase da glicose em mulheres que amamentam. oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que
A exposição precoce ao leite de vaca (antes dos quatro meses) é é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa
considerada um importante determinante do Diabetes mellitus Tipo oclusão dentária.
I, podendo aumentar o risco de seu aparecimento em 50%. Estima-se Quando o palato é empurrado para cima, o que ocorre com
que 30% dos casos poderiam ser prevenidos se 90% das crianças até o uso de chupetas e mamadeiras, o assoalho da cavidade nasal se
três meses não recebessem leite de vaca. (GERSTEIN, 1994) eleva, com diminuição do tamanho do espaço reservado para a pas-
sagem do ar, prejudicando a respiração nasal.
1.4.6 Reduz a chance de obesidade Assim, o desmame precoce pode levar à ruptura do desenvol-
A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre obesida- vimento motor-oral adequado, podendo prejudicar as funções de
de em crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início mastigação, deglutição, respiração e articulação dos sons da fala,
da vida constatou menor freqüência de sobrepeso/obesidade em ocasionar má-oclusão dentária, respiração bucal e alteração moto-
crianças que haviam sido amamentadas. Na revisão da OMS sobre ra-oral.
evidências do efeito do aleitamento materno em longo prazo, os
indivíduos amamentados tiveram uma chance 22% menor de vir a 1.4.10 Proteção contra câncer de mama
apresentar sobrepeso/obesidade (DEWEY, 2003). É possível tam- Já está bem estabelecida a associação entre aleitamento ma-
bém que haja uma relação dose/resposta com a duração do alei- terno e redução na prevalência de câncer de mama. Estima-se que
tamento materno, ou seja, quanto maior o tempo em que o indiví- o risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 meses de du-
duo foi amamentado, menor será a chance de ele vir a apresentar ração de amamentação. (COLLABORATIVE GROUP ON HORMONAL
sobrepeso/obesidade. Entre os possíveis mecanismos implicados a FACTORS IN BREAST CANCER, 2002) Essa proteção independe de
essa proteção, encontram-se um melhor desenvolvimento da au- idade, etnia, paridade e presença ou não de menopausa.
to-regulação de ingestão de alimentos das crianças amamentadas
e a composição única do leite materno participando no processo 1.4.11 Evita nova gravidez
de “programação metabólica”, alterando, por exemplo, o número A amamentação é um excelente método anticoncepcional nos
e/ou tamanho das células gordurosas ou induzindo o fenômeno de primeiros seis meses após o parto (98% de eficácia), desde que a
diferenciação metabólica. Foi constatado que o leite de vaca altera mãe esteja amamentando exclusiva ou predominantemente e ain-
a taxa metabólica durante o sono de crianças amamentadas, po- da não tenha menstruado (GRAY et al., 1990). Estudos comprovam
dendo esse fato estar associado com a “programação metabólica” e que a ovulação nos primeiros seis meses após o parto está relacio-
o desenvolvimento de obesidade. (HAISMA et al., 2005) nada com o número de mamadas; assim, as mulheres que ovulam
antes do sexto mês após o parto em geral amamentam menos vezes
1.4.7 Melhor nutrição por dia que as demais.
Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nu-
trientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da 1.4.12 Menores custos financeiros
criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado Não amamentar pode significar sacrifícios para uma família
com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir sozi- com pouca renda. Em 2004, o gasto médio mensal com a compra
nho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses de leite para alimentar um bebê nos primeiros seis meses de vida
e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano no Brasil variou de 38% a 133% do salário-mínimo, dependendo
de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. da marca da fórmula infantil. A esse gasto devem-se acrescentar
custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais
1.4.8 Efeito positivo na inteligência gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças
Há evidências de que o aleitamento materno contribui para o não amamentadas.
desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudos conclui que as
crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quan- 1.4.13 Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho
do comparadas com as não amamentadas, principalmente as com Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos
baixo peso de nascimento. Essa vantagem foi observada em dife- para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos
rentes idades, (ANDERSON; JOHNSTONE; REMLEY, 1999) inclusive nos olhos e o contato contínuo entre mãe e fi lho certamente forta-
em adultos (HORTENSEN et al., 2002) lecem os laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca
“A mãe coloca o bebê no colo, da o peito diariamente, sempre de afeto e sentimentos de segurança e de proteção na criança e de
que o bebê quiser, passando amor e carinho.” autoconfiança e de realização na mulher.
Os mecanismos envolvidos na possível associação entre aleita- Amamentação é uma forma muito especial de comunicação
mento materno e melhor desenvolvimento cognitivo ainda não são entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a criança aprender
totalmente conhecidos. Alguns defendem a presença de substâncias muito cedo a se comunicar com afeto e confiança.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.4.14 Melhor qualidade de vida bém a liberação de ocitocina durante a sucção, hormônio produzido
O aleitamento materno pode melhorar a qualidade de vida pela hipófi se posterior, que tem a capacidade de contrair as células
das famílias, uma vez que as crianças amamentadas adoecem me- mioepiteliais que envolvem os alvéolos, expulsando o leite neles
nos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e contido.
medicamentos, o que pode implicar menos faltas ao trabalho dos A produção do leite logo após o nascimento da criança é con-
pais, bem como menos gastos e situações estressantes. Além disso, trolada principalmente por hormônios e a “descida do leite”, que
quando a amamentação é bem sucedida, mães e crianças podem costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia pós-parto, ocorre mes-
estar mais felizes, com repercussão nas relações familiares e, con- mo se a criança não sugar o seio.
seqüentemente, na qualidade de vida dessas famílias. Após a “descida do leite”, inicia-se a fase III da lactogênese,
também denominada galactopoiese. Essa fase, que se mantém por
1.5 PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO toda a lactação, depende principalmente da sucção do bebê e do
esvaziamento da mama. Quando, por qualquer motivo, o esvazia-
mento das mamas é prejudicado, pode haver uma diminuição na
produção do leite, por inibição mecânica e química. O leite contém
os chamados “peptídeos supressores da lactação”, que são substân-
cias que inibem a produção do leite. A sua remoção contínua com o
esvaziamento da mama garante a reposição total do leite removido.
Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto
a criança mama, sob o estímulo da prolactina. A ocitocina, libera-
da principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança,
também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados,
tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem
emocional, como motivação, autoconfiança e tranqüilidade. Por
outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a
insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir a liberação da
ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama.
Nos primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena,
menor que 100ml/ dia, mas já no quarto dia a nutriz é capaz de
produzir, em média, 600ml de leite.
Na amamentação, o volume de leite produzido varia, depen-
dendo do quanto a criança mama e da freqüência com que mama.
Quanto mais volume de leite e mais vezes a criança mamar, maior
será a produção de leite. Uma nutriz que amamenta exclusivamente
produz, em média, 800ml por dia no sexto mês. Em geral, uma nu-
triz é capaz de produzir mais leite do que a quantidade necessária
para o seu bebê.

1.6 CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO LEITE MATERNO


As mulheres adultas possuem, em cada mama, entre 15 e 25 Apesar de a alimentação variar enormemente, o leite mater-
lobos mamários, que são glândulas túbulo-alveolares constituídas, no, surpreendentemente, apresenta composição semelhante para
cada uma, por 20 a 40 lóbulos. Estes, por sua vez, são formados por todas as mulheres que amamentam do mundo. Apenas as com des-
10 a 100 alvéolos. Envolvendo os alvéolos, estão as células mioepi- nutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e
teliais e, entre os lobos mamários, há tecido adiposo, tecido conjun- quantidade.
tivo, vasos sangüíneos, tecido nervoso e tecido linfático.
O leite produzido nos alvéolos é levado até os seios lactíferos Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que
por uma rede de ductos. Para cada lobo mamário há um seio lactí- contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou
fero, com uma saída independente no mamilo. seja, o leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto.
A mama, na gravidez, é preparada para a amamentação (lacto- O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de
gênese fase I) sob a ação de diferentes hormônios. Os mais impor- mães de bebês a termo. Veja na Tabela 1 as diferenças entre colos-
tantes são o estrogênio, responsável pela ramificação dos ductos tro e leite maduro, entre o leite de mães de prematuros e de bebês
lactíferos, e o progestogênio, pela formação dos lóbulos. Outros a termo e entre o leite materno e o leite de vaca. Este tem muito
hormônios também estão envolvidos na aceleração do crescimento mais proteínas que o leite humano e essas proteínas são diferentes
mamário, tais como lactogênio placentário, prolactina e gonado- das do leite materno. A principal proteína do leite materno é a lac-
trofina coriônica. Apesar de a secreção de prolactina estar muito toalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para
aumentada na gestação, a mama não secreta leite nesse período a espécie humana.
graças a sua inibição pelo lactogênio placentário.
Com o nascimento da criança e a expulsão da placenta, há uma
queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos de progestogê-
nio, com conseqüente liberação de prolactina pela hipófi se ante-
rior, iniciando a lactogênese fase II e a secreção do leite. Há tam-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tabela 1 – Composição do colostro e do leite materno maduro A técnica de amamentação, ou seja, a maneira como a dupla
de mães de crianças a termo e pré-termo e do leite de vaca mãe/bebê se posiciona para amamentar/mamar e a pega/sucção
do bebê são muito importantes para que o bebê consiga retirar, de
maneira eficiente, o leite da mama e também para não machucar
os mamilos.
Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamen-
tação dificulta o posicionamento correto da boca do bebê em rela-
ção ao mamilo e à aréola, resultando no que se denomina de “má
pega”. A má pega dificulta o esvaziamento da mama, levando a uma
diminuição da produção do leite. Muitas vezes, o bebê com pega
inadequada não ganha o peso esperado apesar de permanecer lon-
go tempo no peito. Isso ocorre porque, nessa situação, ele é capaz
de obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite pos-
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de terior, mais calórico.
uma mamada. Assim, o leite do fi nal da mamada (chamado leite
posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, Pega adequada ou boa pega
daí a importância de a criança esvaziar bem a mama.
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que
protegem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal
anticorpo, atuando contra microorganismos presentes nas super-
fícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo
dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz
anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato,
proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os ger-
mens prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de
IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permane-
cendo relativamente constante a partir de então. Pega inadequada ou má pega
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de prote-
ção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfó-
citos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Este favorece o cres-
cimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que
acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam
diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou
parcialmente destruídos pelo calor, razão pela qual o leite humano
pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5 o C por 30 mi-
nutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru.

1.7 TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO


Apesar de a sucção do bebê ser um ato reflexo, ele precisa
Além de dificultar a retirada do leite, a má pega machuca os
aprender a retirar o leite do peito de forma eficiente. Quando o
mamilos. Quando o bebê tem uma boa pega, o mamilo fi ca em
bebê pega a mama adequadamente – o que requer uma abertu-
uma posição dentro da boca da criança que o protege da fricção e
ra ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas tam-
compressão, prevenindo, assim, lesões mamilares.
bém parte da aréola –, forma-se um lacre perfeito entre a boca e a
Todo profissional de saúde que faz assistência a mães e bebês
mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o
deve saber observar criticamente uma mamada.
mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê.
• As roupas da mãe e do bebê são adequadas, sem restringir
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma
movimentos? Recomenda-se que as mamas estejam completamen-
concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esô-
te expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira que
fago, ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite (ordenha)
os braços fi quem livres.
é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da
• A mãe está confortavelmente posicionada, relaxada, bem
ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo.
apoiada, não curvada para trás nem para a frente? O apoio dos pés
Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo
acima do nível do chão é aconselhável (uma banquetinha pode ser
o padrão normal de respiração nasal.
útil).
O ciclo de movimentos mandibulares (para baixo, para a frente,
• O corpo do bebê se encontra bem próximo do da mãe, todo
para cima e para trás) promove o crescimento harmônico da face
voltado para ela, barriga com barriga?
do bebê.
• O corpo e a cabeça do bebê estão alinhados (pescoço não
torcido)?
• O braço inferior do bebê está posicionado de maneira que
não fi que entre o corpo do bebê e o corpo da mãe?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• O corpo do bebê está curvado sobre a mãe, com as nádegas Quando a mama está muito cheia, a aréola pode estar tensa,
firmemente apoiadas? endurecida, dificultando a pega. Em tais casos, recomenda-se, an-
• O pescoço do bebê está levemente estendido? tes da mamada, retirar manualmente um pouco de leite da aréola
• A mãe segura a mama de maneira que a aréola fi que livre? ingurgitada.
Não se recomenda que os dedos da mãe sejam colocados em forma
de tesoura, pois dessa maneira podem servir de obstáculo entre a 1.8 ACONSELHAMENTO EM AMAMENTAÇÃO NOS DIFEREN-
boca do bebê e a aréola. TES MOMENTOS
• A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama, com o nariz Não basta ao profissional de saúde ter conhecimentos básicos e
na altura do mamilo? habilidades em aleitamento materno. Ele precisa ter também com-
• A mãe espera o bebê abrir bem a boca e abaixar a língua an- petência para se comunicar com eficiência, o que se consegue mais
tes de colocá-lo no peito? facilmente usando a técnica do aconselhamento em amamentação.
• O bebê abocanha, além do mamilo, parte da aréola (apro- Aconselhar não significa dizer à mulher o que ela deve fazer;
ximadamente 2cm além do mamilo)? É importante lembrar que o significa ajudá-la a tomar decisões, após ouvi-la, entendê-la e dialo-
bebê retira o leite comprimindo os seios lactíferos com as gengivas gar com ela sobre os prós e contras das opções.
e a língua. No aconselhamento, é importante que as mulheres sintam que
• O queixo do bebê toca a mama? o profissional se interessa pelo bem-estar delas e de seus fi lhos
• As narinas do bebê estão livres? para que elas adquiram confiança e se sintam apoiadas e acolhidas.
• O bebê mantém a boca bem aberta colada na mama, sem Em outras palavras, o aconselhamento, por meio do diálogo, ajuda
apertar os lábios? a mulher a tomar decisões, além de desenvolver sua confiança no
• Os lábios do bebê estão curvados para fora, formando um profissional.
lacre? Para visualizar o lábio inferior do bebê, muitas vezes é neces- Os seguintes recursos são muito utilizados no aconselhamento,
sário pressionar a mama com as mãos. não só em amamentação, mas em diversas circunstâncias:
• A língua do bebê encontra-se sobre a gengiva inferior? Algu- • Praticar a comunicação não-verbal (gestos, expressão facial).
mas vezes a língua é visível; no entanto, na maioria das vezes, é ne- Por exemplo, sorrir, como sinal de acolhimento; balançar a cabeça
cessário abaixar suavemente o lábio inferior para visualizar a língua. afirmativamente, como sinal de interesse; tocar na mulher ou no
• A língua do bebê está curvada para cima nas bordas laterais? bebê, quando apropriado, como sinal de empatia;
• O bebê mantém-se fixado à mama, sem escorregar ou largar • Remover barreiras como mesa, papéis, promovendo uma
o mamilo? maior aproximação entre a mulher e o profissional de saúde;
• As mandíbulas do bebê estão se movimentando? • Usar linguagem simples, acessível a quem está ouvindo;
• A deglutição é visível e/ou audível? • Dar espaço para a mulher falar. Para isso, é necessário dedicar
tempo para ouvir, prestando atenção no que a mãe está dizendo e
É sempre útil lembrar a mãe de que é o bebê que vai à mama no significado de suas falas. Como sinal de interesse, podem ser
e não a mama que vai ao bebê. Para isso, a mãe pode, com um utilizadas expressões como:
rápido movimento, levar o bebê ao peito quando ambos estiverem
prontos. “Ah é? Mmm... Aha!” Algumas mulheres têm dificuldades de
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pon- se expressar.
tos-chave que caracterizam o posicionamento e pega adequados:
Nesse caso, algumas técnicas são úteis, tais como fazer pergun-
Pontos-chave do posicionamento adequado tas abertas, dando mais espaço para a mulher se expressar. Essas
1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura perguntas em geral começam por: Como? O quê? Quando? Onde?
do mamilo; Por quê? Por exemplo, em vez de perguntar se o bebê está sendo
2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; amamentado, perguntar como ela está alimentando o bebê. Outra
3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); técnica que pode incentivar as mulheres a falarem mais é devolver
4. Bebê bem apoiado. o que a mãe diz. Por exemplo, se a mãe relata que a criança chora
muito à noite, o profissional pode fazer a mãe falar mais sobre isso
Pontos-chave da pega adequada perguntando: “O seu bebê faz você ficar acordada à noite porque
1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; chora muito?”;
2. Boca bem aberta; • Demonstrar empatia, ou seja, mostrar à mãe que os seus sen-
3. Lábio inferior virado para fora; timentos são compreendidos, colocando-a no centro da situação e
4. Queixo tocando a mama. da atenção do profissional. Por exemplo, quando a mãe diz que está
muito cansada porque o bebê quer mamar com muita freqüência,
Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de o profissional pode comentar que entende porque a mãe está se
amamentação: sentindo tão cansada;
• Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; • Evitar palavras que soam como julgamentos, como, por exem-
• Ruídos da língua; plo, certo, errado, bem, mal etc. Por exemplo, em vez de perguntar
• Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a se o bebê mama bem, seria mais apropriado perguntar como o
mamada; bebê mama;
• Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou • Aceitar e respeitar os sentimentos e as opiniões das mães,
achatadas quando o bebê solta a mama; sem, no entanto, precisar concordar ou discordar do que ela pensa.
• Dor na amamentação; Por exemplo, se uma mãe afirma que o seu leite é fraco, o profis-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sional pode responder dizendo que entende a sua preocupação. E ria dos mamilos curtos apresenta melhora com o avançar da gravidez,
pode complementar dizendo que o leite materno pode parecer ralo sem nenhum tratamento. Os mamilos costumam ganhar elasticidade
no começo da mamada, mas contém muitos nutrientes; durante a gravidez e o grau de inversão dos mamilos invertidos tende
• Reconhecer e elogiar aquilo em que a mãe e o bebê estão a diminuir em gravidezes subseqüentes. Nos casos de mamilos planos
indo bem, por exemplo, quando o bebê está ganhando peso ou ou invertidos, a intervenção logo após o nascimento do bebê é mais
sugando bem, ou mesmo elogiá-la por ter vindo à Unidade Básica importante e efetiva do que intervenções no período pré-natal. O uso
de Saúde, se for o caso. Essa atitude aumenta a confiança da mãe, de sutiã adequado ajuda na sustentação das mamas, pois na gestação
encoraja-a a manter práticas saudáveis e facilita a sua aceitação a elas apresentam o primeiro aumento de volume.
sugestões; Se ao longo da gravidez a mulher não notou aumento nas suas
• Oferecer poucas informações em cada aconselhamento, as mamas, é importante fazer um acompanhamento rigoroso do ga-
mais importantes para a situação do momento; nho de peso da criança após o nascimento, pois é possível tratar-se
• Fazer sugestões em vez de dar ordens; de insuficiência de tecido mamário.
• Oferecer ajuda prática como, por exemplo, segurar o bebê 1.8.2 Início da amamentação
por alguns minutos e ajudá-la a encontrar uma posição confortável Os primeiros dias após o parto são fundamentais para o suces-
para amamentar; so da amamentação.
• Conversar com as mães sobre as suas condições de saúde e É um período de intenso aprendizado para a mãe e o bebê.
as do bebê, explicando-lhes todos os procedimentos e condutas. Os seguintes aspectos devem ser discutidos com as mães que
planejam amamentar os seus fi lhos:
A ênfase dada a determinados tópicos durante um aconselha-
mento em amamentação pode variar de acordo com a época e o 1.8.2.1 Comportamento normal do bebê
momento em que é feito. A seguir são abordados alguns tópicos O entendimento da mãe e das pessoas que vão conviver com o
importantes relacionados à amamentação em diferentes momen- bebê sobre as necessidades deste é fundamental para a tranqüilida-
tos e circunstâncias. de de todos os membros da família.
O comportamento dos recém-nascidos é muito variável e de-
1.8.1 Pré-natal pende de vários fatores, como idade gestacional, personalidade e
A promoção da amamentação na gestação, comprovadamente, sensibilidade do bebê, experiências intrauterinas, vivências do par-
tem impacto positivo nas prevalências de aleitamento materno, em es- to e diversos fatores ambientais, incluindo o estado emocional da
pecial entre as primíparas. O acompanhamento pré-natal é uma exce- mãe. É importante lembrar à mãe que cada bebê é único, respon-
lente oportunidade para motivar as mulheres a amamentarem. É impor- dendo de maneiras diferentes às diversas experiências. Compara-
tante que pessoas signifi cativas para a gestante, como companheiro e ções com fi lhos anteriores ou com outras crianças podem atrapa-
mãe, sejam incluídas no aconselhamento. Durante o acompanhamento lhar a interação entre a mãe e o bebê.
pré-natal, quer seja em grupo, quer seja no atendimento individual, é Algumas crianças demandam (choram) mais que outras e apre-
importante dialogar com as mulheres, abordando os seguintes aspectos: sentam maiores dificuldades na passagem da vida intra-uterina
• Planos da gestante com relação à alimentação da criança, as- para a vida extra-uterina. Essas crianças, com freqüência, frustram
sim como experiências prévias, mitos, suas crenças, medos, preocu- as expectativas maternas (a de ter um bebê “bonzinho”) e essa frus-
pações e fantasias relacionados com o aleitamento materno; tração muitas vezes é percebida pela criança, que responde aumen-
• Importância do aleitamento materno; tando ainda mais a demanda.
• Vantagens e desvantagens do uso de leite não humano; Uma importante causa de desmame é o choro do bebê. As
• Importância da amamentação logo após o parto, do aloja- mães, com freqüência, o interpretam como fome ou cólicas. Elas
mento conjunto e da técnica (posicionamento e pega) adequada na devem ser esclarecidas que existem muitas razões para o choro, in-
prevenção de complicações relacionadas à lactação; cluindo adaptação à vida extra-uterina e tensão no ambiente.
• Possíveis dificuldades na amamentação e meios de preveni- Na maioria das vezes os bebês se acalmam se aconchegados
-las. Muitas mulheres “idealizam” a amamentação e se frustram ao ou se colocados no peito, o que reforça a sua necessidade de se
se depararem com a realidade; sentirem seguros e protegidos. As mães que ficam tensas, frustra-
• Comportamento normal do recém-nascido; das e ansiosas com o choro dos bebês tendem a transmitir esses
• Vantagens e desvantagens do uso da chupeta. sentimentos a eles, causando mais choro, podendo instalar-se um
ciclo vicioso.
O exame das mamas é fundamental, pois por meio dele po- É comum algumas mães rotularem os seus bebês de “bravos”.
dem-se detectar situações que poderão exigir uma maior assistên- Uma atitude de solidariedade e entendimento das necessidades
cia à mulher logo após o nascimento do bebê, como, por exemplo, dos seus bebês traria mais tranqüilidade a ambos. A mãe provavel-
a presença de mamilos muito planos ou invertidos e cicatriz de ci- mente passaria a olhar de um modo diferente o seu bebê, não mais
rurgia de redução de mamas. o rotulando de “bravo”, e sim como vivenciando uma experiência
A “preparação” das mamas para a amamentação, tão difundida no difícil em alguns momentos.
passado, não tem sido recomendada de rotina. A gravidez se encarrega Muitas mães queixam-se de que os seus bebês “trocam o dia
disso. Manobras para aumentar e fortalecer os mamilos durante a gra- pela noite”. Os recém-nascidos costumam manter, nos primeiros
videz, como esticar os mamilos com os dedos, esfregá-los com buchas dias, o ritmo ao qual estavam acostumados dentro do útero. As-
ou toalhas ásperas, não são recomendadas, pois na maioria das vezes sim, as crianças que no útero costumavam ser mais ativas à noite
não funcionam e podem ser prejudiciais, podendo inclusive induzir o vão necessitar de alguns dias para se adaptarem ao ciclo dia/noite.
trabalho de parto. O uso de conchas ou sutiãs com um orifício central Portanto, as mães devem ser tranqüilizadas quanto a esse eventual
para alongar os mamilos também não tem se mostrado eficaz. A maio- comportamento do bebê.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A interação entre a mãe e o bebê nos primeiros dias é muito O tamanho das mamas pode exercer alguma influência no
importante para o sucesso da amamentação e uma futura relação número de mamadas da criança por dia. As mulheres com mamas
harmônica. A mãe deve ser orientada a responder prontamente mais volumosas têm uma maior capacidade de armazenamento de
às necessidades do seu bebê, não temendo que isso vá deixá-lo leite e por isso podem ter mais fl exibilidade com relação à freqüên-
“manhoso” ou “superdependente” mais tarde. Carinho, proteção cia das mamadas (DALY; HARTMANN, 1995). Já as mulheres com
e pronto atendimento das necessidades do bebê só tendem a au- mamas pequenas podem necessitar amamentar com mais freqüên-
mentar a sua confiança, favorecendo a sua independência em tem- cia devido a sua pequena capacidade de armazenamento do leite.
po apropriado. No entanto, o tamanho da mama não tem relação com a produção
Hoje se sabe que os bebês têm competências que antes eram do leite, ou seja, as mamas grandes e pequenas em geral têm a
ignoradas, e as mães (e pais e familiares) devem saber disso para capacidade de secretarem o mesmo volume de leite em um dia.
melhor interagirem com eles, além de tornar a interação mais gra-
tificante. 1.8.2.3 Duração das mamadas
O melhor momento de interagir com a criança é quando ela se O tempo de permanência na mama em cada mamada não
encontra no estado quieto-alerta. Nesse estado o bebê encontra-se deve ser fixado, haja vista que o tempo necessário para esvaziar
quieto, mas alerta, com os olhos bem abertos, como se estivesse uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla,
prestando atenção. Na primeira hora de vida, esse estado de cons- pode variar dependendo da fome da criança, do intervalo transcor-
ciência predomina, favorecendo a interação. A separação da mãe rido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na
e do bebê e a sedação da mãe logo após o parto privam a dupla mama, entre outros.
desse momento tão especial. Ao longo do dia e da noite a crian- O mais importante é que a mãe dê tempo sufi ciente à criança
ça encontra-se no estado quieto-alerta vá rias vezes, por períodos para ela esvaziar adequadamente a mama. Dessa maneira, a crian-
curtos. Durante e após intensa interação, os bebês necessitam de ça recebe o leite do final da mamada, que é mais calórico, promo-
freqüentes períodos de repouso. vendo a sua saciedade e, conseqüentemente, maior espaçamento
entre as mamadas. O esvaziamento das mamas é importante tam-
Para uma melhor interação com o bebê, é interessante que a bém para o ganho adequado de peso do bebê e para a manutenção
mãe, o pai e outros familiares saibam que alguns recém-nascidos a da produção de leite sufi ciente para atender às demandas do bebê.
termo, em situações especiais (principalmente no estado quieto-
-alerta), são capazes de: 1.8.2.4 Uso de mamadeira
• Ir ao encontro da mama da mãe por si próprios logo após o Água, chás e principalmente outros leites devem ser evitados,
nascimento, se colocados no tórax dela. Dessa maneira eles deci- pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame
dem por si o momento da primeira mamada, que ocorre em média precoce e aumento da morbimortalidade infantil. A mamadeira,
aos 40 minutos de vida; além de ser uma importante fonte de contaminação, pode influen-
• Reconhecer a face da mãe após algumas horas de vida. O ciar negativamente a amamentação. Observa-se que algumas crian-
bebê enxerga melhor a uma distância de 20 a 25cm, a mesma que ças, depois de experimentarem a mamadeira, passam a apresentar
separa os olhos do bebê e o rosto da mãe durante as mamadas; dificuldade quando vão mamar no peito.
• Ter contato olho a olho; Alguns autores denominam essa dificuldade de “confusão de
• Reconhecer e mostrar interesse por cores primárias – verme- bicos”, gerada pela diferença marcante entre a maneira de sugar
lho, azul e amarelo; na mama e na mamadeira. Nesses casos, é comum o bebê começar
• Seguir um objeto com os olhos e, às vezes, virar a cabeça na a mamar no peito, porém, após alguns segundos, largar a mama e
sua direção; chorar. Como o leite na mamadeira flui abundantemente desde a
• Distinguir tipos de sons, tendo preferência pela voz humana, primeira sucção, a criança pode estranhar a demora de um fluxo
em especial a da mãe, e pelos sons agudos; maior de leite no peito no início da mamada, pois o reflexo de eje-
• Determinar a direção do som; ção do leite leva aproximadamente um minuto para ser desenca-
• Reconhecer sabores, tendo preferência por doces; deado e algumas crianças podem não tolerar essa espera.
• Reconhecer e distinguir diferentes cheiros; com um ou dois Não restam mais dúvidas de que a suplementação do leite ma-
dias de vida reconhece o cheiro da mãe; terno com água ou chás nos primeiros seis meses é desnecessária,
• Imitar expressões faciais logo após o nascimento; mesmo em locais secos e quentes (ASHRAF et al., 1993). Mesmo
• Alcançar objetos. ingerindo pouco colostro nos primeiros dois a três dias de vida, re-
cém-nascidos normais não necessitam de líquidos adicionais além
1.8.2.2 Número de mamadas por dia do leite materno, pois nascem com níveis de hidratação tecidual
Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições relativamente altos.
de horários e de tempo de permanência na mama. É o que se cha-
ma de amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é 1.8.2.5 Uso de chupeta
normal que a criança mame com freqüência e sem horários regu- Atualmente, a chupeta tem sido desaconselhada pela possi-
lares. Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama bilidade de interferir negativamente na duração do aleitamento
de oito a 12 vezes ao dia. Muitas mães, principalmente as que estão materno, entre outros motivos. Crianças que chupam chupetas,
inseguras e as com baixa auto-estima, costumam interpretar esse em geral, são amamentadas com menos freqüência, o que pode
comportamento normal como sinal de fome do bebê, leite fraco ou comprometer a produção de leite. Embora não haja dúvidas de que
pouco leite, o que pode resultar na introdução precoce e desneces- o desmame precoce ocorre com mais freqüência entre as crianças
sária de suplementos. que usam chupeta, ainda não são totalmente conhecidos os meca-
nismos envolvidos nessa associação. É possível que o uso da chu-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

peta seja um sinal de que a mãe está tendo difi culdades na ama- de cada nutriz deve ser feita levando-se em consideração, além das
mentação ou de que tem menor disponibilidade para amamentar. preferências e dos hábitos culturais, a acessibilidade aos alimentos.
(VICTORA et al., 1997) É importante lembrar que as mulheres produzem leite de boa qua-
Além de interferir no aleitamento materno, o uso de chupeta lidade mesmo consumindo dietas subótimas.
está associado a uma maior ocorrência de candidíase oral (sapi- É preciso estar atento para o risco de hipovitaminose B em
nho), de otite média e de alterações do palato. crianças amamentadas por mães vegetarianas, haja vista que essa
A comparação de crânios de pessoas que viveram antes da vitamina não é encontrada em vegetais. É importante também cer-
existência dos bicos de borracha com crânios mais modernos sugere o tificar-se de que as nutrizes vegetarianas estão ingerindo quantida-
efeito nocivo dos bicos na formação da cavidade oral. (PALMER, 1998) de sufi ciente de proteínas.
Como regra geral, as mulheres que amamentam não necessi-
1.8.2.6 Aspecto do leite tam evitar determinados alimentos. Entretanto, se elas percebe-
Muitas mulheres se preocupam com o aspecto de seu leite. rem algum efeito na criança de algum componente de sua dieta,
Acham que, por ser transparente em algumas ocasiões, o leite é pode-se indicar a prova terapêutica: retirar o alimento da dieta por
fraco e não sustenta a criança. Por isso, é importante que as mu- algum tempo e reintroduzi-lo, observando atentamente a reação
lheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e da criança. Caso os sinais e/ou sintomas da criança melhorem subs-
também com a dieta da mãe. tancialmente com a retirada do alimento e piorem com a sua rein-
O leite do início da mamada, o chamado leite anterior, pelo trodução, ele deve ser evitado. O leite de vaca é um dos principais
seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. alimentos implicados no desenvolvimento de alergias alimentares.
Porém, ele é muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mama- As mulheres que amamentam devem ser encorajadas a ingerir
da tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da líquidos em quantidades sufi cientes para saciar a sua sede. Entre-
concentração de caseína. E o leite do fi nal da mamada, o chamado tanto, líquidos em excesso devem ser evitados, pois não aumentam
leite posterior, é mais amarelado devido à presença de betacarote- a produção de leite, podendo até diminuí-la.
no, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais
de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. 1.8.3.2 Retorno da mãe ao trabalho
O leite pode ter aspecto azulado ou esverdeado quando a mãe O trabalho materno fora do lar pode ser um importante obs-
ingere grande quantidade de vegetais verdes. táculo à amamentação, em especial a exclusiva. A manutenção da
Não é rara a presença de sangue no leite, dando a ele uma cor amamentação nesse caso depende do tipo de ocupação da mãe,
amarronzada. Esse fenômeno é passageiro e costuma ocorrer nas do número de horas no trabalho, das leis e de relações trabalhistas,
primeiras 48 horas após o parto. É mais comum em primíparas ado- do suporte ao aleitamento materno na família, na comunidade e
lescentes e mulheres com mais de 35 anos e deve-se ao rompimen- no ambiente de trabalho e, em especial, das orientações dos pro-
to de capilares provocado pelo aumento súbito da pressão dentro fi ssionais de saúde para a manutenção do aleitamento materno
dos alvéolos mamários na fase inicial da lactação. Nesses casos, a em situações que exigem a separação física entre mãe e bebê. Para
amamentação pode ser mantida, desde que o sangue não provo- as mães manterem a lactação após retornarem ao trabalho, é im-
que náuseas ou vômitos na criança. portante que o profi ssional de saúde estimule os familiares, em
especial o companheiro, quando presente, a dividir as tarefas do-
1.8.3 Manutenção da amamentação mésticas com a nutriz e oriente a mãe trabalhadora quanto a algu-
mas medidas que facilitam a manutenção do aleitamento materno,
1.8.3.1 Alimentação da nutriz listadas a seguir:
Para a produção do leite, é necessária a ingestão de calorias e
de líquidos além do habitual. Por isso, durante o período de ama- Antes do retorno ao trabalho
mentação, costuma haver um aumento do apetite e da sede da • Manter o aleitamento materno exclusivo;
mulher e também algumas mudanças nas preferências alimentares. • Conhecer as facilidades para a retirada e armazenamento do
Acredita-se que um consumo extra de 500 calorias por dia seja leite no local de trabalho (privacidade, geladeira, horários);
o sufi ciente, pois a maioria das mulheres armazena, durante a gra- • Praticar a ordenha do leite (de preferência manualmente) e
videz, de 2kg a 4kg para serem usados na lactação. congelar o leite para usar no futuro. Iniciar o estoque de leite 15
Fazem parte das recomendações para uma alimentação ade- dias antes do retorno ao trabalho. Após o retorno ao trabalho
quada durante a lactação os seguintes itens: • Amamentar com freqüência quando estiver em casa, inclu-
• Consumir dieta variada, incluindo pães e cereais, frutas, legu- sive à noite;
mes, verduras, derivados do leite e carnes; • Evitar mamadeiras; oferecer a alimentação por meio de copo
• Consumir três ou mais porções de derivados do leite por dia; e colher;
• Esforçar-se para consumir frutas e vegetais ricos em vitamina • Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de
A; ordenha e guardar o leite em geladeira. Levar para casa e oferecer à
• Certificar-se de que a sede está sendo saciada; criança no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar. Leite cru (não
• Evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de pasteurizado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas e, no
peso (mais de 500g por semana); freezer ou congelador, por 15 dias;
• Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados. • Para alimentar o bebê com leite ordenhado congelado, este
deve ser descongelado, de preferência dentro da geladeira. Uma
A alimentação ideal de uma nutriz pode não ser acessível para vez descongelado, o leite deve ser aquecido em banho-maria fora
muitas mulheres de famílias com baixa renda, o que pode desesti- do fogo. Antes de oferecê-lo à criança, ele deve ser agitado suave-
mulá-las a amamentar seus fi lhos. Por isso, a orientação alimentar mente para homogeneizar a gordura;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Realizar ordenha, de preferência manual, da seguinte manei- 1.9 PREVENÇÃO E MANEJO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS RE-
ra; LACIONADOS À AMAMENTAÇÃO
• Dispor de vasilhame de vidro esterilizado para receber o leite, Alguns problemas enfrentados pelas nutrizes durante o alei-
preferencialmente vidros de boca larga com tampas plásticas que tamento materno, se não forem precocemente identificados e
possam ser submetidos à fervura durante mais ou menos 20 minu- tratados, podem ser importantes causas de interrupção da ama-
tos. Procurar um local tranqüilo para esgotar o leite; mentação. Os profissionais de saúde têm um papel importante na
• Prender os cabelos; prevenção e no manejo dessas dificuldades. A seguir são abordadas
• Usar máscara ou evitar falar, espirrar ou tossir enquanto esti- as principais dificuldades e seu manejo.
ver ordenhando o leite; 1.9.1 Bebê que não suga ou tem sucção fraca
• Ter à mão pano úmido limpo e lenços de papel para limpeza Quando, por alguma razão, o bebê não estiver sugando ou a
das mãos; sucção é ineficaz, e a mãe deseja amamentá-lo, ela deve ser orien-
• Lavar cuidadosamente as mãos e antebraços. Não há necessi- tada a estimular a sua mama regularmente (no mínimo cinco vezes
dade de lavar os seios freqüentemente; ao dia) por meio de ordenha manual ou por bomba de sucção.
• Secar as mãos e antebraços com toalha limpa ou de papel; Isso garantirá a produção de leite.
• Posicionar o recipiente onde será coletado o leite materno Alguns bebês resistem às tentativas de serem amamentados e
(copo, xícara, caneca ou vidro de boca larga) próximo ao seio; com freqüência não se descobre a causa dessa resistência inicial. Al-
• Massagear delicadamente a mama como um todo com movi- gumas vezes ela pode estar associada ao uso de bicos artificiais ou
mentos circulares da base em direção à aréola; chupetas ou ainda à presença de dor quando o bebê é posicionado
• Procurar estar relaxada, sentada ou em pé, em posição con- para mamar. O manejo desses casos se restringe a acalmar a mãe
fortável. Pensar no bebê pode auxiliar na ejeção do leite; e o bebê, suspender o uso de bicos e chupetas quando presentes e
• Curvar o tórax sobre o abdômen, para facilitar a saída do leite insistir nas mamadas por alguns minutos cada vez.
e aumentar o fluxo; Alguns bebês não conseguem pegar a aréola adequadamente
• Com os dedos da mão em forma de “C”, colocar o polegar na ou não conseguem manter a pega. Isso pode ocorrer porque o bebê
aréola ACIMA do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do mamilo na não está bem posicionado, não abre a boca sufi cientemente ou
transição aréolamama, em oposição ao polegar, sustentando o seio está sendo exposto à mamadeira e/ou chupeta. Além disso, o bebê
com os outros dedos; pode não abocanhar adequadamente a mama porque elas estão
• Usar preferencialmente a mão esquerda para a mama es- muito tensas, ingurgitadas, ou os mamilos são invertidos ou muito
querda e a mão direita para a mama direita, ou usar as duas mãos planos. O manejo vai depender do problema detectado.
simultaneamente (uma em cada mama ou as duas juntas na mesma Em algumas situações o bebê começa a mamar, porém após
mama – técnica bimanual); alguns segundos larga a mama e chora. Nesses casos ele pode estar
• Pressionar suavemente o polegar e o dedo indicador, um em di- mal posicionado, ter adquirido preferência pela mamadeira ou, ain-
reção ao outro, e levemente para dentro em direção à parede torácica. da, o fluxo de leite ser muito forte.
Evitar pressionar demais, pois pode bloquear os ductos lactíferos; Não é raro o bebê ter dificuldade para sugar em uma das ma-
• Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A manobra não deve mas porque existe alguma diferença entre elas (mamilos, fluxo de
doer se a técnica estiver correta. A princípio o leite pode não fluir, leite, ingurgitamento) ou porque a mãe não consegue posicioná-lo
mas depois de pressionar algumas vezes o leite começará a pingar. adequadamente em um dos lados ou, ainda, porque ele sente dor
Poderá fluir em jorros se o reflexo de ocitocina for ativo; numa determinada posição (fratura de clavícula, por exemplo). Um
• Desprezar os primeiros jatos, assim, melhora a qualidade do recurso que se utiliza para fazer o bebê mamar na mama “recusa-
leite pela redução dos contaminantes microbianos; da”, muitas vezes com sucesso, é o uso da posição “jogador de fute-
• Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola para esvaziar bol americano” (bebê apoiado no braço do mesmo lado da mama
todas as áreas; a ser oferecida, mão da mãe apoiando a cabeça da criança, corpo
• Alternar a mama quando o fluxo de leite diminuir, repetin- da criança mantido na lateral, abaixo da axila). Se o bebê continuar
do a massagem e o ciclo várias vezes. Lembrar que ordenhar leite a recusar uma das mamas, é possível manter aleitamento materno
de peito adequadamente leva mais ou menos 20 a 30 minutos, em exclusivo utilizando apenas uma das mamas.
cada mama, especialmente nos primeiros dias, quando apenas uma
pequena quantidade de leite pode ser produzida; 1.9.2 Demora na “descida do leite”
• Podem ser ordenhados os dois seios simultaneamente em Em algumas mulheres a “descida do leite” ou apojadura só
um único vasilhame de boca larga ou em dois vasilhames separa- ocorre alguns dias após o parto. Nesses casos, o profissional de saú-
dos, colocados um embaixo de cada mama. de deve desenvolver confiança na mãe, além de orientar medidas
O leite ordenhado deve ser oferecido à criança de preferência de estimulação da mama, como sucção freqüente do bebê e or-
utilizando-se copo, xícara ou colher. Para isso, é necessário que o denha. É muito útil o uso de um sistema de nutrição suplementar
profissional de saúde demonstre como oferecer o leite à criança. A (translactação), que consiste em um recipiente (pode ser um copo
técnica recomendada é a seguinte: ou uma xícara) contendo leite (de preferência leite humano pasteu-
• Acomodar o bebê desperto e tranqüilo no colo, na posição rizado), colocado entre as mamas da mãe e conectado ao mamilo
sentada ou semi-sentada, sendo que a cabeça forme um ângulo de por meio de uma sonda. A criança, ao sugar o mamilo, recebe o
90º com o pescoço; suplemento. Dessa maneira o bebê continua a estimular a mama e
• Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o sente-se gratificado ao sugar o seio da mãe e ser saciado.
leite materno tocar o lábio. O bebê fará movimentos de lambida do
leite, seguidos de deglutição;
• Não despejar o leite na boca do bebê.
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1.9.3 Mamilos planos ou invertidos 1.9.4.1 Manejo


Mamilos planos ou invertidos podem dificultar o início da ama- Se o ingurgitamento mamário patológico não pode ser evitado,
mentação, mas não necessariamente a impedem, pois o bebê faz recomendam-se as seguintes medidas:
o “bico” com a aréola. Para fazer o diagnóstico de mamilos inver- • Ordenha manual da aréola, se ela estiver tensa, antes da ma-
tidos, pressiona-se a aréola entre o polegar e o dedo indicador: se mada, para que ela fi que macia, facilitando, assim, a pega adequa-
o mamilo for invertido, ele se retrai; caso contrário, não é mamilo da do bebê;
invertido. Para uma mãe com mamilos planos ou invertidos ama- • Mamadas freqüentes, sem horários preestabelecidos (livre
mentar com sucesso, é fundamental que ela receba ajuda logo após demanda);
o nascimento do bebê, que consiste em: • Massagens delicadas das mamas, com movimentos circula-
• Promover a confiança e empoderar a mãe – deve ser transmi- res, particularmente nas regiões mais afetadas pelo ingurgitamen-
tido a ela que com paciência e perseverança o problema poderá ser to; elas fluidificam o leite viscoso acumulado, facilitando a retirada
superado e que com a sucção do bebê os mamilos vão se tornando do leite, e são importantes estímulos do reflexo de ejeção do leite,
mais propícios à amamentação; pois promovem a síntese de ocitocina;
• Ajudar a mãe a favorecer a pega do bebê – a mãe pode preci- • Uso de analgésicos sistêmicos/anti inflamatórios. Ibuprofeno
sar de ajuda para fazer com que o bebê abocanhe o mamilo e parte é considerado o mais efetivo, auxiliando também na redução da in-
da aréola se ele, inicialmente, não conseguir; é muito importante flamação e do edema.
que a aréola esteja macia;
• Tentar diferentes posições para ver em qual delas a mãe e o Paracetamol ou Dipirona podem ser usados como alternativas;
bebê adaptam se melhor; • Suporte para as mamas, com o uso ininterrupto de sutiã com
• Mostrar à mãe manobras que podem ajudar a aumentar o alças largas e firmes, para aliviar a dor e manter os ductos em posi-
mamilo antes das mamadas, como simples estímulo (toque) do ção anatômica;
mamilo, compressas frias nos mamilos e sucção com bomba ma- • Compressas frias (ou gelo envolto em tecido), em intervalos
nual ou seringa de 10ml ou 20ml adaptada (cortada para eliminar regulares após ou nos intervalos das mamadas; em situações de
a saída estreita e com o êmbolo inserido na extremidade cortada). maior gravidade, podem ser feitas de duas em duas horas. Impor-
Recomenda-se essa técnica antes das mamadas e nos intervalos se tante: o tempo de aplicação das compressas frias não deve ultra-
assim a mãe o desejar. O mamilo deve ser mantido em sucção por passar 20 minutos devido ao efeito rebote, ou seja, um aumento de
30 a 60 segundos, ou menos, se houver desconforto. A sucção não fluxo sanguíneo para compensar a redução da temperatura local. As
deve ser muito vigorosa para não causar dor ou mesmo machucar compressas frias provocam vasoconstrição temporária pela hipo-
os mamilos. Orientar as mães a ordenhar o seu leite enquanto o termia, o que leva à redução do fluxo sangüíneo, com conseqüente
bebê não sugar efetivamente – isso ajuda a manter a produção do redução do edema, aumento da drenagem linfática e menor produ-
leite e deixa as mamas macias, facilitando a pega; o leite ordenhado ção do leite, devida à redução da oferta de substratos necessários
deve ser oferecido ao bebê, de preferência, em copinho. à produção do leite;
• Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manual-
1.9.4 Ingurgitamento mamário mente ou com bomba de sucção. O esvaziamento da mama é es-
No ingurgitamento mamário, há três componentes básicos: (1) sencial para dar alívio à mãe, diminuir a pressão dentro dos alvéo-
congestão/aumento da vascularização da mama; (2) retenção de los, aumentar a drenagem da linfa e do edema e não comprometer
leite nos alvéolos; e (3) edema decorrente da congestão e obstru- a produção do leite, além de prevenir a ocorrência de mastite.
ção da drenagem do sistema linfático. Como resultado, há a com-
pressão dos ductos lactíferos, o que dificulta ou impede a saída do 1.9.5 Dor nos mamilos/mamilos machucados
leite dos alvéolos. Não havendo alívio, a produção do leite pode É comum a mulher sentir dor discreta ou mesmo moderada nos
ser interrompida, com posterior reabsorção do leite represado. O mamilos no começo das mamadas, devido à forte sucção deles e da
leite acumulado na mama sob pressão torna-se mais viscoso; daí a aréola. Essa dor pode ser considerada normal e não deve persistir
origem do termo “leite empedrado”. além da primeira semana. No entanto, ter os mamilos muito dolori-
É importante diferenciar o ingurgitamento fisiológico, que é dos e machucados, apesar de muito comuns, não é normal e requer
normal, do patológico. O primeiro é discreto e representa um si- intervenção.
nal positivo de que o leite está “descendo”, não sendo necessária A causa mais comum de dor para amamentar se deve a lesões
qualquer intervenção. Já no ingurgitamento patológico, a mama nos mamilos por posicionamento e pega inadequados. Outras cau-
fica excessivamente distendida, o que causa grande desconforto, sas incluem mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais
às vezes acompanhado de febre e mal-estar. Pode haver áreas di- na criança, freio de língua excessivamente curto, sucção não nutri-
fusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam tiva prolongada, uso impróprio de bombas de extração de leite, não
achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite muitas vezes não interrupção adequada da sucção da criança quando for necessário
flui com facilidade. O ingurgitamento patológico ocorre com mais retirá-la do peito, uso de cremes e óleos que causam reações alér-
freqüência entre as primíparas, aproximadamente três a cinco dias gicas nos mamilos, uso de protetores de mamilo (intermediários) e
após o parto. Leite em abundância, início tardio da amamentação, exposição prolongada a forros úmidos. O mito de que mulheres de
mamadas infreqüentes, restrição da duração e freqüência das ma- pele clara são mais vulneráveis a lesões mamilares que mulheres
madas e sucção ineficaz do bebê favorecem o aparecimento do in- com pele escura nunca se confirmou.
gurgitamento. Portanto, amamentação em livre demanda, iniciada
o mais cedo possível, preferencialmente logo após o parto, e com
técnica correta, e o não uso de complementos (água, chás e outros
leites) são medidas eficazes na prevenção do ingurgitamento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Trauma mamilar, traduzido por eritema, edema, fissuras, bo- das é mais efi ciente se as camadas internas da epiderme (expos-
lhas, “marcas” brancas, amarelas ou escuras, hematomas ou equi- tas pela lesão) se mantiverem úmidas. Por isso, atualmente tem-se
moses, é uma importante causa de desmame e, por isso, a sua recomendado o tratamento úmido das lesões mamilares, com o
prevenção é muito importante, o que pode ser conseguido com as objetivo de formar uma camada protetora que evite a desidrata-
seguintes medidas: ção das camadas mais profundas da epiderme. Para isso, pode-se
• Amamentação com técnica adequada (posicionamento e recomendar o uso do próprio leite materno ordenhado nas fissuras.
pega adequados); É preciso ter cautela ao recomendar cremes, óleos e loções, pois
• Cuidados para que os mamilos se mantenham secos, expon- eles podem causar alergias e, eventualmente, causar obstrução de
do-os ao ar livre ou à luz solar e trocas freqüentes dos forros utiliza- poros lactíferos.
dos quando há vazamento de leite; Existem muitas práticas de uso popular que visam a aliviar o
• Não uso de produtos que retiram a proteção natural do ma- sofrimento materno causado por machucadura de mamilos, como
milo, como sabões, álcool ou qualquer produto secante; o uso de chá e casca de banana ou mamão, entre outras. Essas prá-
• Amamentação em livre demanda – a criança que é colocada ticas devem ser evitadas até que haja estudos indicando a sua efi-
no peito assim que dá os primeiros sinais de que quer mamar vai cácia e inocuidade. A casca de banana, por exemplo, pode causar
ao peito com menos fome, com menos chance de sugar com força reação alérgica e ser fonte de contaminação. (NOVAK; ALMEIDA;
excessiva; SILVA, 2003)
• Evitar ingurgitamento mamário;
• Ordenha manual da aréola antes da mamada se ela estiver 1.9.6 Candidíase (monilíase)
ingurgitada, o que aumenta a sua fl exibilidade, permitindo uma A infecção da mama no puerpério por Candida sp (candidíase
pega adequada; ou monilíase) é bastante comum. A infecção pode atingir só a pele
• Introdução do dedo indicador ou mínimo pela comissura la- do mamilo e da aréola ou comprometer os ductos lactíferos. São
bial (canto) da boca do bebê, se for preciso interromper a mamada, fatores predisponentes a umidade e lesão dos mamilos e uso, pela
de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser mulher, de antibióticos, contraceptivos orais e esteróides. Na maio-
retirada do seio; ria das vezes é a criança quem transmite o fungo, mesmo quando a
• Não uso de protetores (intermediários) de mamilo, pois eles, doença não seja aparente.
além de não serem eficazes, podem ser a causa do trauma mamilar. A infecção por Candida sp costuma manifestar-se por cocei-
Lesão mamilar por má pega ra, sensação de queimadura e dor em agulhadas nos mamilos que
persiste após as mamadas. A pele dos mamilos e da aréola pode
1.9.5.1 Manejo apresentar-se avermelhada, brilhante ou apenas irritada ou com
As lesões mamilares são muito dolorosas e, com freqüência, fina descamação; raramente se observam placas esbranquiçadas.
são a porta de entrada para bactérias. Por isso, além de corrigir o Algumas mães queixam-se de ardência e dor em agulhada dentro
problema que está causando a dor mamilar (na maioria das vezes a das mamas. É muito comum a criança apresentar crostas brancas
má pega), faz-se necessário intervir para aliviar a dor e promover a orais, que devem ser distinguidas das crostas de leite (essas últimas
cicatrização das lesões o mais rápido possível. são removidas sem machucar a língua ou gengivas).
Em primeiro lugar, podem-se sugerir as seguintes medidas de Uma vez que o fungo cresce em meio úmido, quente e escuro,
conforto, que visam a minimizar o estímulo aos receptores da dor são medidas preventivas contra a instalação de cândida manter os
localizados na derme do mamilo e da aréola: mamilos secos e arejados e expô-los à luz por alguns minutos ao dia.
• Início da mamada pela mama menos afetada;
• Ordenha de um pouco de leite antes da mamada, o sufi cien- 1.9.6.1 Manejo
te para desencadear o reflexo de ejeção de leite, evitando dessa Mãe e bebê devem ser tratados simultaneamente, mesmo que
maneira que a criança tenha que sugar muito forte no início da ma- a criança não apresente sinais evidentes de candidíase. O tratamen-
mada para desencadear o reflexo; to inicialmente é local, com Nistatina,
• Uso de diferentes posições para amamentar, reduzindo a Clotrimazol, Miconazol ou Cetoconazol tópicos por duas sema-
pressão nos pontos dolorosos ou áreas machucadas; nas. As mulheres podem aplicar o creme após cada mamada e ele
• Uso de “conchas protetoras” (alternativamente pode-se utili- não precisa ser removido antes da próxima mamada. Um grande
zar um coador de plástico pequeno, sem o cabo) entre as mamadas, número de espécies de cândida é resistente à nistatina. Violeta de
eliminando o contato da área machucada com a roupa. Esse artifí- Genciana a 0,5% pode ser usada nos mamilos/aréolas e na boca
cio, no entanto, favorece a drenagem espontânea de leite, o que da criança uma vez por dia por três a quatro dias. Se o tratamento
torna o tecido aréolo-mamilar mais vulnerável a macerações. Por tópico não for eficaz, recomenda-se Cetoconazol 200mg/dia, por
isso, essa recomendação deve ser avaliada em cada caso, pesando- 10 a 20 dias.
-se os riscos e os benefícios; Além do tratamento específico contra o fungo, algumas medi-
• Analgésicos sistêmicos por via oral se houver dor importante. das gerais são úteis durante o tratamento, como enxaguar os ma-
milos e secá-los ao ar após as mamadas e expô-los à luz por pelo
É importante ressaltar que limitar a duração das mamadas não menos alguns minutos por dia. As chupetas e bicos de mamadeira
tem efeito na prevenção ou tratamento do trauma mamilar. são fontes importantes de reinfecção, por isso, caso não seja possí-
Têm sido utilizados dois tipos de tratamento para acelerar a vel eliminá-los, eles devem ser fervidos por 20 minutos pelo menos
cicatrização das lesões mamilares: tratamento seco e tratamento uma vez ao dia.
úmido. O tratamento seco (banho de luz, banho de sol, secador
de cabelo), bastante popular nas últimas décadas, não tem sido
mais recomendado porque acredita-se que a cicatrização de feri-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.9.7 Fenômeno de Raynaud 1.9.8.1 Manejo


O fenômeno de Raynaud, uma isquemia intermitente causada O tratamento dessa condição deve ser instituído precoce e
por vasoespasmo, que usualmente ocorre nos dedos das mãos e energicamente, para que o processo não evolua para mastite. As
dos pés, também pode acometer os mamilos. Em geral ocorre em seguintes medidas são necessárias para o desbloqueio de um ducto
resposta à exposição ao frio, compressão anormal do mamilo na lactífero:
boca da criança ou trauma mamilar importante. Porém, nem sem- • Mamadas freqüentes;
pre é possível encontrar a causa. Manifesta-se inicialmente por pali- • Utilização de distintas posições para amamentar, oferecendo
dez dos mamilos (por falta de irrigação sangüínea) e dor importante primeiramente a mama afetada, com o queixo do bebê direcionado
antes, durante ou depois das mamadas, mas é mais comum depois para a área afetada, o que facilita a retirada do leite do local;
das mamadas, provavelmente porque em geral o ar é mais frio que • Calor local (compressas mornas) e massagens suaves na re-
a boca da criança. A palidez é seguida de cianose e finalmente o gião atingida, na direção do mamilo, antes e durante as mamadas;
mamilo se torna avermelhado. • Ordenha manual da mama ou com bomba de extração de
Muitas mulheres relatam dor em “fisgadas” ou sensação de leite caso a criança não esteja conseguindo esvaziá-la;
queimação enquanto o mamilo está pálido e por isso muitas vezes • Remoção do ponto esbranquiçado na ponta do mamilo, caso
essa condição é confundida com candidíase. Os espasmos, com a esteja presente, esfregando-o com uma toalha ou utilizando uma
dor característica, duram segundos ou minutos, mas a dor pode du- agulha esterilizada.
rar uma hora ou mais. É comum haver uma seqüência de espasmos 1.9.9 Mastite
com repousos curtos. Mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmen-
Algumas medicações como Fluconazol e contraceptivos orais tos da mama (o mais comumente afetado é o quadrante superior
podem agravar os vasoespasmos. esquerdo), geralmente unilateral, que pode progredir ou não para
uma infecção bacteriana. Ela ocorre mais comumente na segunda
1.9.7.1 Manejo e terceira semanas após o parto e raramente após a 12a semana.
Deve-se buscar identifi car e tratar a causa básica que está A estase do leite é o evento inicial da mastite e o aumento de pres-
contribuindo para a isquemia do mamilo e melhorar a técnica de são intraductal causado por ela leva ao achatamento das células
amamentação (pega), quando esta for inadequada. Compressas alveolares e formação de espaços entre as células. Por esse espaço
mornas ajudam a aliviar a dor na maioria das vezes. Quando a dor é passam alguns componentes do plasma para o leite e do leite para
importante e não houver melhora com as medidas já citadas (o que o tecido intersticial da mama, causando uma resposta inflamató-
é raro), deve-se utilizar a Nifedipina 5mg, três vezes ao dia, por uma ria. O leite acumulado, a resposta infl amatória e o dano tecidual
ou duas semanas ou 30–60mg, uma vez ao dia, para a formulação resultante favorecem a instalação da infecção, comumente pelo
de liberação lenta. As mulheres com essa condição devem evitar Staphylococcus (aureus e albus) e ocasionalmente pela Escherichia
uso de drogas vasoconstritoras, tais como cafeína e nicotina. coli e Streptococcus (α-,β- e não hemolítico), sendo as fi ssuras, na
maioria das vezes, a porta de entrada da bactéria. Qualquer fator
1.9.8 Bloqueio de ductos lactíferos que favoreça a estagnação do leite materno predispõe ao apare-
O bloqueio de ductos lactíferos ocorre quando o leite produ- cimento de mastite, incluindo mamadas com horários regulares,
zido numa determinada área da mama, por alguma razão, não é redução súbita no número de mamadas, longo período de sono do
drenado adequadamente. Com freqüência, isso ocorre quando a bebê à noite, uso de chupetas ou mamadeiras, não esvaziamento
mama não está sendo esvaziada adequadamente, o que pode acon- completo das mamas, freio de língua curto, criança com sucção fra-
tecer quando a amamentação é infreqüente ou quando a criança ca, produção excessiva de leite, separação entre mãe e bebê e des-
não está conseguindo remover o leite da mama de maneira eficien- mame abrupto. A fadiga materna é tida como um facilitador para a
te. Pode ser causado também quando existe pressão local em uma instalação da mastite. As mulheres que já tiveram mastite na lacta-
área, como, por exemplo, um sutiã muito apertado, ou como con- ção atual ou em outras lactações têm mais chance de desenvolver
seqüência do uso de cremes nos mamilos, obstruindo os poros de outras mastites por causa do rompimento da integridade da junção
saída do leite. entre as células alveolares.
Tipicamente, a mulher com bloqueio de ductos lactíferos apre- Nem sempre é fácil distinguir a mastite infecciosa da não-in-
senta nódulos localizados, sensíveis e dolorosos, acompanhados de fecciosa apenas pelos sinais e sintomas. Em ambas, a parte afetada
dor, vermelhidão e calor na área envolvida. Em geral, a febre não da mama encontra-se dolorosa, vermelha, edemaciada e quente.
faz parte do quadro clínico. Às vezes, essa condição está associada Quando há infecção, costuma haver mal-estar importante, febre
a um pequeno, quase imperceptível, ponto branco na ponta do ma- alta (acima de 38 oC) e calafrios.
milo, que pode ser muito doloroso durante as mamadas. O sabor do leite materno costuma alterar-se nas mastites, tor-
Qualquer medida que favoreça o esvaziamento completo da nando-se mais salgado devido a um aumento dos níveis de sódio e
mama irá atuar na prevenção do bloqueio de ductos lactíferos. As- uma diminuição dos níveis de lactose. Tal alteração de sabor pode
sim, técnica correta de amamentação e mamadas freqüentes redu- ocasionar rejeição do leite pela criança.
zem a chance dessa complicação, como também o uso de sutiã que A produção do leite pode ser afetada na mama comprometi-
não bloqueie a drenagem do leite e a restrição ao uso de cremes da, com diminuição do volume secretado durante o quadro clínico,
nos mamilos. bem como nos dias subseqüentes. Isso se deve à diminuição de suc-
ção da criança na mama afetada, diminuição das concentrações de
lactose ou dano do tecido alveolar.
As medidas de prevenção da mastite são as mesmas do ingurgi-
tamento mamário, do bloqueio de ductos lactíferos e das fi ssuras,
bem como manejo precoce desses problemas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.9.9.1 Manejo • Drenagem cirúrgica, de preferência sob anestesia local, com


O tratamento da mastite deve ser instituído o mais precoce- coleta de secreção purulenta para cultura e teste de sensibilidade
mente possível, pois sem o tratamento adequado e em tempo a antibióticos;
oportuno a mastite pode evoluir para abscesso mamário, uma com- • Demais condutas indicadas no tratamento da mastite infec-
plicação grave. O tratamento inclui os seguintes componentes: ciosa, sobretudo a antibioticoterapia e o esvaziamento regular da
• Esvaziamento adequado da mama: esse é o componente mama afetada;
mais importante do tratamento da mastite. Preferencialmente a • Interrupção da amamentação na mama afetada até que o
mama deve ser esvaziada pelo próprio recém-nascido, pois, apesar abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. Essa é
da presença de bactérias no leite materno, quando há mastite, a uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS);
manutenção da amamentação está indicada por não oferecer riscos • Manutenção da amamentação na mama sadia.
ao recém-nascido a termo sadio (AMERICAN ACADEMY OF PEDIA-
TRICS, 2000). A retirada manual do leite após as mamadas pode ser Os abscessos mamários não adequadamente tratados podem
necessária se não houve um esvaziamento adequado; evoluir para drenagem espontânea, necrose e perda do tecido ma-
• Antibioticoterapia: indicada quando houver sintomas graves mário. Abscessos muito grandes podem necessitar de ressecções
desde o início do quadro, fissura mamilar e ausência de melhora dos extensas, podendo resultar em deformidades da mama, bem como
sintomas após 12–24 horas da remoção efetiva do leite acumulado. comprometimento funcional. O uso de drogas para supressão da
As opções são: Cefalexina 500mg, por via oral, de seis em seis horas, lactação não está indicado nos casos em que as mães desejem con-
Amoxicilina 500mg ou Amoxicilina associada ao Ácido Clavulânico tinuar a amamentação.
(500mg/125mg), por via oral, de oito em oito horas. Em pacientes
alérgicas a essas drogas, está indicada a Eritromicina 500mg, por 1.9.11 Galactocele
via oral, de seis em seis horas. Em todos os casos, os antibióticos Galactocele é uma formação cística nos ductos mamários con-
devem ser utilizados por, no mínimo, 10 dias, pois tratamentos mais tendo líquido leitoso, que no início é fluido, adquirindo posterior-
curtos apresentam alta incidência de recorrência; mente aspecto viscoso, que pode ser exteriorizado por meio do ma-
Se não houver regressão dos sintomas após 48 horas do início milo. Acredita-se que a galactocele seja causada por um bloqueio
da antiobioticoterapia, deve ser considerada a possibilidade de abs- de ducto lactífero. Ela pode ser palpada como uma massa lisa e re-
cesso mamário e de encaminhamento para unidade de referência, donda, mas o diagnóstico é feito por aspiração ou ultra-sonografia.
para eventual avaliação diagnóstica especializada e revisão da an- O tratamento é feito com aspiração. No entanto, com freqüência,
tibioticoterapia. Diante dessa situação, é importante que o profis- a formação cística deve ser extraída cirurgicamente porque o cisto
sional agende retorno da mãe à unidade de saúde e que a unidade enche novamente após a aspiração.
ofereça acesso sob demanda espontânea, para garantir a continui-
dade do cuidado; 1.9.12 Reflexo anormal de ejeção do leite
• Suporte emocional: esse componente do tratamento da mas- Algumas mulheres têm o reflexo de ejeção do leite exacerbado,
tite é muitas vezes negligenciado, apesar de ser muito importante, o que pode provocar engasgos na criança. Ordenhar um pouco de
pois essa condição é muito dolorosa, com comprometimento do leite antes da mamada até que o fluxo diminua geralmente é sufi
estado geral; ciente no manejo do problema.
• Outras medidas de suporte: repouso da mãe (de preferência
no leito); analgésicos ou antiinflamatórios não-esteróides, como 1.9.13 Pouco leite
ibuprofeno; líquidos abundantes; iniciar a amamentação na mama A grande maioria das mulheres tem condições biológicas para
não afetada; e usar sutiã bem firme. produzir leite sufi - ciente para atender à demanda de seu fi lho.
No entanto, uma queixa comum durante a amamentação é “pou-
1.9.10 Abscesso mamário co leite” ou “leite fraco”. Muitas vezes, essa percepção é o reflexo
O abscesso mamário, em geral, é causado por mastite não tra- da insegurança materna quanto a sua capacidade de nutrir plena-
tada ou com tratamento iniciado tardiamente ou ineficaz. É comum mente o seu bebê. Essa insegurança, com freqüência reforçada por
após a interrupção da amamentação na mama afetada pela mastite pessoas próximas, faz com que o choro do bebê e as mamadas fre-
sem o esvaziamento adequado do leite por ordenha . qüentes (que fazem parte do comportamento normal em bebês pe-
O diagnóstico é feito basicamente pelo quadro clínico: dor in- quenos) sejam interpretados como sinais de fome. A ansiedade que
tensa, febre, mal-estar, calafrios e presença de áreas de flutuação à tal situação gera na mãe e na família pode ser transmitida à criança,
palpação no local afetado. No diagnóstico diferencial do abscesso, que responde com mais choro. A suplementação com outros leites
devem-se considerar a galactocele, a fibroadenoma e o carcinoma muitas vezes alivia a tensão materna e essa tranqüilidade é repas-
da mama. sada ao bebê, que passa a chorar menos, vindo a reforçar a idéia de
Todo esforço deve ser feito para prevenir abscesso mamário, já que a criança estava passando fome. Uma vez iniciada a suplemen-
que essa condição pode comprometer futuras lactações em aproxi- tação, a criança passa a sugar menos o peito e, como conseqüência,
madamente 10% dos casos. Qualquer medida que previna o apare- vai haver menor produção de leite, processo que com freqüência
cimento de mastite conseqüentemente vai prevenir o abscesso ma- culmina com a interrupção da amamentação. Por isso, a queixa de
mário, assim como a instituição precoce do tratamento da mastite “pouco leite” ou “leite fraco” deve ser valorizada e adequadamente
se ela não puder ser prevenida. manejada.
Até a “descida do leite”, que costuma ocorrer até o terceiro ou
1.9.10.1 Manejo quarto dia após o parto, a produção do leite se dá por ação de hor-
O abscesso mamário exige intervenção rápida e compreende mônios e ocorre mesmo que a criança não esteja sugando. A partir
as seguintes medidas: de então, a produção do leite depende basicamente do esvazia-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mento da mama, ou seja, é o número de vezes que a criança mama • Trocar de mama várias vezes numa mamada se a criança esti-
ao dia e a sua capacidade de esvaziar com efi ciência a mama que ver sonolenta ou se não sugar vigorosamente;
vão determinar o quanto de leite materno é produzido. • Evitar o uso de mamadeiras, chupetas e protetores (interme-
O volume de leite produzido na lactação já estabelecida va- diários) de mamilos;
ria de acordo com a demanda da criança. Em média, uma mulher • Consumir dieta balanceada;
amamentando exclusivamente produz 800ml de leite por dia. No • Ingerir líquidos em quantidade sufi ciente (lembrar que líqui-
entanto, a capacidade de produção de leite das mulheres costuma dos em excesso não aumentam a produção de leite, podendo até
ser maior que as necessidades de seus fi lhos, o que explica a pos- diminuí-la);
sibilidade de amamentação exclusiva de gêmeos e o leite extra pro- • Repousar.
duzido pelas mulheres que doam leite humano aos bancos de leite.
O bebê dá sinais quando há insuficiência de leite, tais como não Apesar de haver controvérsias sobre o uso de medicamentos
ficar saciado após as mamadas, chorar muito, querer mamar com para o estímulo da lactação, muitas vezes o profi ssional de saúde,
freqüência e ficar muito tempo no peito nas mamadas. O número em casos selecionados e quando as medidas citadas não produzi-
de vezes que a criança urina ao dia (menos que seis a oito) e eva- ram o efeito desejado, sente necessidade de indicar alguma droga.
cuações infreqüentes, com fezes em pequena quantidade, secas e Nesse caso, as mais utilizadas são: Domperidona (30mg três vezes
duras, são indicativos indiretos de pouco volume de leite ingerido. ao dia) e Metoclopramida (10mg três vezes ao dia por aproximada-
Porém, o melhor indicativo de que a criança não está recebendo mente uma ou duas semanas).
volume adequado de leite é a constatação, por meio do acompa- A Domperidona tem a vantagem de não atravessar a barreira
nhamento de seu crescimento, de que ela não está ganhando peso hemato-encefálica, o que a torna mais segura do que a Metoclo-
adequadamente. pramida, com menos efeitos colaterais, podendo ser utilizada por
Existem no leite materno substâncias específicas que inibem a tempo indeterminado.
produção do leite (peptídeos inibidores da lactação), e a sua retira-
da, por meio do esvaziamento da mama, é que garante a reposição 1.10 COMO MANEJAR O ALEITAMENTO MATERNO EM SITUA-
total do leite removido. Qualquer fator materno ou da criança que ÇÕES ESPECIAIS?
limite o esvaziamento das mamas pode causar diminuição na pro-
dução do leite. 1.10.1 Nova gravidez
A má pega é a principal causa de remoção inefi ciente do leite. É possível manter a amamentação em uma nova gravidez se
Mamadas infreqüentes e/ ou curtas, amamentação com horários for o desejo da mulher e se a gravidez for normal. Contudo, não é
preestabelecidos, ausência de mamadas noturnas, ingurgitamento raro as crianças interromperem a amamentação espontaneamente
mamário, uso de complementos e uso de chupetas e protetores de quando a mãe engravida. O desmame pode ocorrer pela diminui-
mamilo também podem levar a um esvaziamento inadequado das ção da produção de leite, alteração no gosto do leite (mais salgado,
mamas. Outras situações menos freqüentes associadas com sucção por maior conteúdo de sódio e cloreto), perda do espaço destinado
ineficiente do bebê, como lábio/palato leporino, freio da língua ao colo com o avanço da gravidez ou aumento da sensibilidade dos
muito curto, micrognatia, macroglossia, uso de medicamentos na mamilos durante a gravidez. Na ameaça de parto prematuro é indi-
mãe ou na criança que deixe a criança sonolenta ou que reduza a cado interromper a lactação.
produção de leite (bromocriptina, cabergolina, estrogênios, proge- Se a mãe optar por continuar amamentando o fi lho mais velho
togênios, pseudoefedrina e, em menor grau, álcool e nicotina), asfi após o nascimento do bebê, é importante orientá-la que ela deve
xia neonatal, prematuridade, síndrome de Down, hipotireoidismo, dar prioridade à criança mais nova no que diz respeito à amamen-
disfunção neuromuscular, doenças do sistema nervoso central, tação.
padrão de sucção anormal, problemas anatômicos da mama (ma-
milos muito grandes, invertidos ou muito planos), doenças mater- 1.10.2 Gemelaridade
nas (infecção, hipotireoidismo, diabetes não tratada, síndrome de Com o advento da inseminação artificial, o nascimento de múl-
Sheehan, tumor hipofi sário, doença mental), retenção de restos tiplas crianças se tornou mais freqüente. Se por um lado o nasci-
placentários, fadiga materna, distúrbios emocionais, uso de medi- mento de gêmeos é uma dádiva, por outro é um grande desafio,
camentos que provocam diminuição da síntese do leite, restrição que pode ser mais bem enfrentado se a família, em especial a mãe,
dietética importante (perda de peso maior que 500g por semana), receber ajuda, inclusive dos profissionais de saúde. Estes devem es-
redução cirúrgica das mamas, fumo e gravidez são possíveis deter- tar preparados para aconselhar as famílias nas diversas situações
minantes de baixa produção de leite. Portanto, é fundamental uma envolvendo gêmeos, incluindo o aleitamento materno. Além de
história detalhada e uma observação cuidadosa das mamadas para todos os benefícios já amplamente reconhecidos do aleitamento
se descartar tais problemas. materno, a amamentação de crianças gemelares tem vantagens
adicionais tais como: maior economia, haja vista o gasto com outros
1.9.13.1 Manejo leites ser o dobro (ou mais) caso as crianças não sejam amamenta-
Para aumentar a produção de leite, as seguintes medidas são das; facilitar os cuidados de gêmeos, já que o aleitamento materno
úteis: previne doenças, as quais exigem cuidados intensificados; auxiliar
• Melhorar o posicionamento e a pega do bebê, quando não no atendimento das necessidades dos bebês com relação à atenção
adequados; e ao afeto da mãe, pois por mais boa vontade que ela tenha, ela
• Aumentar a freqüência das mamadas; não tem condições de atender duas ou mais crianças da mesma
• Oferecer as duas mamas em cada mamada; maneira que atenderia uma só; e contribuir para o reconhecimento
• Dar tempo para o bebê esvaziar bem as mamas; das necessidades individuais de cada gêmeo, acelerando o processo
de enxergar cada criança como um indivíduo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Há séculos se sabe que é possível uma mãe amamentar ple- • Alternância de bebês e mamas a cada 24 horas. Neste caso,
namente dois ou mais bebês, uma vez que as mamas são capazes o bebê “A” inicia todas as mamadas do dia em uma determinada
de responder às demandas nutricionais das crianças. Se há duas ou mama e, no dia seguinte, inicia as mamadas na outra mama. Muitas
mais crianças sugando o peito da mãe, espera-se que ela produza mães gostam deste método por acharem mais fácil lembrar quem
leite sufi ciente para cada uma delas. O maior obstáculo à amamen- mamou, onde e quando.
tação de bebês múltiplos, na realidade, não é a quantidade de leite • Escolha de uma mama específica para cada bebê. Nesta cir-
que pode ser produzida, mas a indisponibilidade da mulher. Assim, cunstância, cada mama se adapta às necessidades de cada bebê.
é fundamental que as mães de parto múltiplo tenham suporte adi- Porém, pode haver diferença no tamanho das mamas, diminuição
cional. da produção leite se uma das crianças não sugar efi cientemente e
Algumas orientações, além das habituais para qualquer ges- recusa dos bebês em mamar na mama do “outro” em caso de ne-
tante, são úteis para mulheres que estão esperando gêmeos. A cessidade. Se a mãe opta por esta modalidade, então se recomenda
“preparação física” das mamas (estimulação de qualquer tipo dos que ela alterne posições de vez em quando para que os olhos da
mamilos), não mais recomendada em qualquer gestação, deve ser criança ao mamar recebam estímulos semelhantes ao se ela ma-
particularmente desaconselhada em gestações múltiplas, pelo risco masse nas duas mamas. A amamentação simultânea, ou seja, a
de parto prematuro. amamentação de dois bebês ao mesmo tempo economiza tempo e
É importante discutir com a gestante a necessidade de ajuda, permite satisfazer as demandas dos bebês imediatamente.
principalmente após o nascimento das crianças. Ter alguém para
ajudar nas tarefas de casa antes e após o nascimento de gêmeos Além disso, há evidências de que a mulher produz mais leite
não é um luxo, mas uma necessidade. quando amamenta simultaneamente dois bebês. No entanto, algu-
Mães de gêmeos sugerem que as mulheres, na gestação, es- mas mães (ou bebês) só se sentem prontas para praticar amamen-
tabeleçam como meta inicial para a duração da amamentação das tação simultânea algumas semanas depois do parto, após conseguir
suas crianças pelo menos seis semanas, tempo mínimo necessá- manejar algumas dificuldades iniciais tais como problemas de po-
rio para que a mulher se recupere do parto e que todas as pes- sicionamento e técnica. Há basicamente três posições para a ama-
soas envolvidas aprendam e se adaptem à situação especial que é mentação simultânea: tradicional, jogador de futebol americano e
amamentar duas ou mais crianças. O período de “aprendizagem” combinação de ambas.
compreensivelmente é maior na amamentação de gêmeos quando Na posição tradicional, a mãe apóia a cabeça de cada criança
comparado ao de recém-nascidos únicos. Após o período estipula- no antebraço do mesmo lado da mama a ser oferecida e os corpos
do (que pode ser maior ou menor) a situação deve ser reavaliada e dos bebês ficam curvados sobre a mãe, com as nádegas firmemente
nova meta estipulada. apoiadas. Uma variante desta posição é a do cavaleiro, ou seja, as
O melhor momento de iniciar o aleitamento materno de gê- crianças ficam sentadas nas pernas da mãe, de frente para ela.
meos é logo após o nascimento, sempre que possível. Se um ou Na posição de jogador de futebol americano as crianças ficam
mais bebês não está em condições de ser amamentado, a mulher apoiadas no braço do mesmo lado da mama a ser oferecida, com a
deve iniciar a extração manual ou com bomba de sucção o mais mão da mãe apoiando as cabeças das crianças e os corpos manti-
precocemente possível. dos na lateral, abaixo das axilas. A mãe pode amamentar uma das
Por mais difícil que possa ser, é muito importante que as crian- crianças na posição tradicional e a outra na posição de jogador de
ças sejam amamentadas em livre demanda. Somente haverá produ- futebol americano (posições combinadas).
ção de leite sufi ciente para cada uma das crianças se a mãe ama- Principalmente nos primeiros dias ou semanas, a mãe pode
mentar (ou retirar leite) com freqüência e em livre demanda. No precisar de uma pessoa para lhe ajudar no posicionamento adequa-
caso de extração do leite, desenvolver uma rotina que mimetize as do das crianças. Assim, essa pessoa deve receber orientação prévia
mamadas dos bebês é útil. Para isto, é necessário fazer o esvazia- e periódica da equipe de profissionais.
mento das mamas no mínimo 8 a 9 vezes ao dia, totalizando 100 a Toda criança experimenta períodos de aceleração do cresci-
120 minutos. mento, o que se manifesta por um aumento da demanda por leite.
Coordenar as mamadas de duas ou mais crianças pode pare- Esse período, que dura de 2 a 3 dias, pode ser mais prolongado
cer uma tarefa quase impossível, mas após um período de aprendi- em gêmeos. Muitas vezes as mães de gêmeos, ao vivenciarem esta
zagem (que pode durar meses), muitas mulheres se surpreendem situação, pensam que não estão sendo capazes de produzir leite
com a sua extraordinária capacidade de adaptação. sufi ciente para os bebês e tendem a suplementar com outros lei-
tes. Estes períodos podem ser antecipados, diminuindo a ansiedade
Mães de gêmeos tendem a usar uma das seguintes variações das mães e preparando-as para uma maior demanda, o que pode
para amamentar os seus bebês: significar reforço na ajuda. Em geral ocorrem três episódios de ace-
• Alternância de bebês e mamas em cada mamada. Desta ma- leração do crescimento antes dos 4 meses: o primeiro entre 10 e 14
neira, se o bebê “A” começou a mamar na mama direita em uma dias de vida, outro entre 4 e 6 semanas e um terceiro em torno dos
mamada, na próxima ele deverá iniciá-la na mama esquerda, inde- 3 meses. Bebês prematuros podem experimentar vários períodos
pendentemente se os bebês mamarem em uma só mama ou nas de aceleração do crescimento nos primeiros meses.
duas. Uma variação deste método é oferecer o peito mais cheio ao
primeiro bebê que mostrar interesse em mamar. A alternância de Pode-se sugerir que a mãe ou outra pessoa anote as mamadas
bebês e mamas em cada mamada é muito utilizada nas primeiras e o número de fraldas molhadas e sujas de cada criança. Isto pode
semanas após o parto, especialmente se um dos bebês tem sucção ajudar a mãe a ter uma idéia se a criança está recebendo leite sufi
menos eficiente ou quando um ou mais bebês querem mamar nas ciente.
duas mamas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Amamentar plenamente um dos bebês e dar exlusivamente Na presença de fissuras labiopalatais, a dupla mãe/bebê neces-
leite artificial ao outro deve ser evitado. Tal atitude pode contribuir sita de orientação constante e de muito apoio por parte de equipe
para diferenças de sentimentos maternos com relação aos seus fi multiprofissional especializada. Quando a má formação é identi-
lhos. Quando um dos fi lhos não puder ser amamentado, por algu- ficada durante a gestação, a equipe pode iniciar precocemente a
ma condição que impossibilite o aleitamento materno, a mãe deve orientação aos pais. Quando a mãe recebe apoio efetivo nos pri-
ser orientada a aumentar o contato físico com esta criança; pode-se meiros dias de vida, a duração da amamentação da criança com
recomendar o Método Canguru, independente da idade gestacio- fenda labial é a mesma do que a das crianças sem esse tipo de má
nal da criança. formação. (GARCEZ; GIUGLIANI, 2005)
Em resumo, é possível e desejável a amamentação plena de
múltiplas crianças. Para isto a mãe deve estar preparada e receber 1.10.4 Crianças portadoras de distúrbios neurológicos
auxílio adicional. O profissional de saúde pode auxiliar a mãe nesta Crianças que sofreram asfixia perinatal grave, portadoras de
tarefa, aconselhando-a desde o pré-natal até o desmame. Saber ou- síndromes genéticas, com diversos tipos de infecções congênitas e
vir, entender, ser empático, oferecer orientações úteis e, sobretudo, com más formações do sistema nervoso central podem ter distúr-
respeitar as opções das mães são condições indispensáveis para o bios neurológicos. Freqüentemente elas têm incoordenação moto-
sucesso do aconselhamento. ra-oral, dificuldades na deglutição e na sucção, na coordenação de
ambas com a respiração, refluxo gastroesofágico, além de eventual-
1.10.3 Crianças com más formações orofaciais mente não aceitarem a alimentação, com risco de se desnutrirem.
É importante que as crianças com más formações orais sejam Quando a criança não tem condições de sugar a mama ou tem
amamentadas porque o aleitamento materno diminui as infecções sucção fraca, a mãe deve ser orientada a realizar ordenha com fre-
do ouvido médio e reduz a inflamação da mucosa nasal causada por qüência e oferecer o leite ordenhado, além de estimular a região
refluxo do leite, comum nessas crianças. A amamentação também perioral da criança e incentivar a sucção introduzindo o dedo mí-
promove o equilíbrio da musculatura orofacial, favorecendo o ade- nimo na sua cavidade oral. Se a criança estabelecer coordenação
quado desenvolvimento das estruturas do sistema motor-oral, que entre sucção, deglutição e respiração, a mãe pode oferecer cuida-
estão afetadas nessas crianças. dosamente o seio, com supervisão profissional.
Mãe, bebê e família necessitam de auxílio para que a amamen- A hipotonia característica das crianças portadoras de síndrome
tação seja bem sucedida, tanto com relação à técnica da amamen- de Down costuma ser um dos fatores que dificultam o aleitamen-
tação quanto a aspectos emocionais, pois a aparência da criança to materno. Assim como nos diferentes distúrbios neurológicos, o
pode resultar em sentimentos de culpa, vergonha e frustração, acompanhamento cuidadoso da dupla mãe/bebê por equipe multi-
acarretando conseqüências emocionais, comportamentais e cogni- profissional, somado a orientações adequadas e ajuda efetiva, favo-
tivas. As incertezas da mãe quanto a sua capacidade de cuidar do fi rece o estabelecimento e a manutenção do aleitamento materno.
lho com dificuldades também podem afetar o vínculo com o bebê.
O aleitamento materno favorece um maior contato entre mãe e fi 1.10.5 Refluxo gastroesofágico
lho, colaborando para estreitar o vínculo entre ambos. Uma das manifestações gastrointestinais mais comuns na in-
É comum as crianças com más formações de mandíbula, nariz fância é o refluxo gastroesofágico. Muitas vezes essa condição se
e boca apresentarem dificuldades para amamentar. Crianças com resolve espontaneamente com a maturação do mecanismo de fun-
fissuras que não envolvem o palato têm um grau de dificuldade me- cionamento do esfíncter esofágico inferior, nos primeiros meses de
nor para mamar do que as que possuem fissura palatal. A criança vida.
com fi ssura labial que envolve narinas e arcada dentária tem difi- Nas crianças amamentadas no peito, os efeitos do refluxo gas-
culdade de realizar a pega do mamilo e aréola, além da possibilida- troesofágico costumam ser mais brandos do que nas alimentadas
de de ter refluxo de leite para as narinas. As fendas labiais bilaterais com leite não humano, devido à posição supina do bebê para ma-
são responsáveis pela perda de continuidade do músculo orbicular mar e aos vigorosos movimentos peristálticos da língua durante a
dos lábios, comprometendo o vedamento anterior durante a ama- sucção. Os episódios de regurgitação são mais freqüentes em lac-
mentação. A fissura somente palatal, também chamada de “goela tentes com aleitamento artificial quando comparados a bebês ama-
de lobo”, pode envolver o palato duro, o palato mole ou ambos. As mentados no peito (GIOVANNI et al., 2000).
fissuras posteriores pequenas muitas vezes não causam problemas Assim, é recomendado que a criança com refl uxo gastroesofá-
para a amamentação, podendo passar despercebidas por vários gico receba aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis me-
dias. Já nas fissuras palatais mais extensas a língua não encontra ses e complementado até os dois anos ou mais.
apoio para compressão do mamilo e da aréola, limitando a com-
pressão dos seios lactíferos para extração do leite, dificultando a 1.10.6 Mãe com necessidades especiais
amamentação. As principais dificuldades na amamentação relata- Em algumas ocasiões o profissional de saúde pode se deparar
das pelas mães de bebês com más formações orofaciais são: sucção com mães com necessidades especiais como, por exemplo, limita-
fraca, dificuldade de pega, refluxo de leite pelas narinas, engasgos ções físicas, auditivas ou visuais que dificultem certas técnicas de
do bebê, ganho de peso insuficiente, pouco leite, ingurgitamento amamentação. Essas situações exigem maior habilidade em rela-
mamário e trauma mamilar. Tais dificuldades podem ser minimiza- ção à comunicação em saúde e maior suporte por parte da família
das com a expressão manual do leite para amaciar mamilo e aréola; e dos profissionais em relação às eventuais difi culdades inerentes
oclusão da fenda com o dedo da mãe, durante a mamada; aplicação ao manejo do aleitamento. O apoio do serviço de saúde também
de compressas mornas nas mamas para facilitar a saída do leite; nessas circunstâncias concorre para o aumento do vínculo entre os
posicionamento do mamilo em direção ao lado oposto à fenda; e profissionais e a dupla mãe-bebê e a família, bem como consolidam
utilização do bebê em posição semi-sentada para evitar refluxo de direitos humanos de forma inclusiva.
leite pelas narinas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.11 SITUAÇÕES EM QUE HÁ RESTRIÇÕES AO ALEITAMENTO Tabela 2 – Recomendação quanto ao tempo de interrupção do
MATERNO aleitamento materno após consumo de drogas de abuso.
São poucas as situações em que pode haver indicação médica
para a substituição parcial ou total do leite materno.
Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser
recomendado:
• Mães infectadas pelo HIV;
• Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2;
• Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação.
Alguns fármacos são citados como contra-indicações absolutas ou
relativas ao aleitamento, como por exemplo os antineoplásicos e
radiofármacos. Como essas informações sofrem freqüentes atuali-
zações, recomenda-se que previamente à prescrição de medicações
a nutrizes se consulte o manual “Amamentação e uso de drogas”,
disponível em <http://bvsms2.saude.gov.br/php/level.ph p?lon-
g=pt&component=51&item=26;
• Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela
não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lac-
tose.
Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrup-
ção temporária da amamentação:
• Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele
da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia;
• Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias Em todos esses casos, deve-se estimular a produção do leite
antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o iso- com ordenhas regulares e freqüentes, até que a mãe possa ama-
lamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. A mentar o seu filho.
criança deve receber Imunoglobulina Humana Antivaricela Zoster Nas seguintes condições maternas, o aleitamento materno não
(Ighavz), disponível nos Centros de Referência de Imunobiológicos deve ser contra-indicado:
Especiais (CRIES) (BRASIL, 2006a), que deve ser administrada em • Tuberculose: recomenda-se que as mães não tratadas ou ain-
até 96 horas do nascimento, aplicada o mais precocemente possí- da bacilíferas (duas primeiras semanas após início do tratamento)
vel; amamentem com o uso de máscaras e restrinjam o contato próximo
• Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando hou- com a criança por causa da transmissão potencial por meio das go-
ver sangramento mamilar evidente; tículas do trato respiratório. Nesse caso, o recém-nascido deve re-
• Abscesso mamário, até que o abscesso tenha sido drenado e ceber isoniazida na dose de 10mg/kg/dia por três meses. Após esse
a antibioticoterapia iniciada. A amamentação deve ser mantida na período deve-se fazer teste tuberculínico (PPD): se reator, a doença
mama sadia; deve ser pesquisada, especialmente em relação ao acometimento
• Consumo de drogas de abuso: recomenda-se interrupção tem- pulmonar; se a criança tiver contraído a doença, a terapêutica deve
porária do aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser ser reavaliada; em caso contrário, deve-se manter isoniazida por
desprezado. O tempo recomendado de interrupção da amamentação mais três meses; e, se o teste tuberculínico for não reator, pode-se
varia dependendo da droga, de acordo com a tabela 2. suspender a medicação, e a criança deve receber a vacina BCG;
• Hanseníase: por se tratar de doença cuja transmissão depen-
de de contato prolongado da criança com a mãe sem tratamento, e
considerando que a primeira dose de Rifampicina é sufi ciente para
que a mãe não seja mais bacilífera, deve-se manter a amamentação
e iniciar tratamento da mãe;
• Hepatite B: a vacina e a administração de imunoglobulina es-
pecífica (HBIG) após o nascimento praticamente eliminam qualquer
risco teórico de transmissão da doença via leite materno;
• Hepatite C: a prevenção de fissuras mamilares em lactantes
HCV positivas é importante, uma vez que não se sabe se o contato
da criança com sangue materno favorece a transmissão da doença;
• Dengue: não há contra-indicação da amamentação em mães
que contraem dengue, pois há no leite materno um fator antiden-
gue que protege a criança;
• Consumo de cigarros: acredita-se que os benefícios do leite
materno para a criança superem os possíveis malefícios da exposi-
ção à nicotina via leite materno. Por isso, o cigarro não é uma con-
tra-indicação à amamentação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O profissional de saúde deve realizar abordagem cognitiva No entanto, muitos deles não sabem de que maneira podem
comportamental básica, que dura em média de três a cinco mi- apoiar as mães, provavelmente por falta de informação. Alguns senti-
nutos e que consiste em perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e mentos negativos dos pais, comuns após o nascimento de um fi lho, po-
acompanhar a mãe fumante (BRASIL, 2001). No aconselhamento, deriam ser aliviados se eles estivessem conscientes da importância do
o profissional deve alertar sobre os possíveis efeitos deletérios do seu papel, não apenas nos cuidados com o bebê, mas também nos cui-
cigarro para o desenvolvimento da criança, e a eventual diminuição dados com a mãe. Portanto, cabe ao profissional de saúde dar atenção
da produção e da ejeção do leite. Para minimizar os efeitos do cigar- ao novo pai e estimulálo a participar desse período vital para a família.
ro para a criança, as mulheres que não conseguirem parar de fumar Além dos pais, os profissionais de saúde devem tentar envolver
devem ser orientadas a reduzirem o máximo possível o número de as pessoas que têm uma participação importante no dia-a-dia das
cigarros (se não possível a cessação do tabagismo, procurar fumar mães e das crianças, como as avós das crianças, outros parentes
após as mamadas) e a não fumarem no mesmo ambiente onde está etc. A figura da avó é bastante presente na cultura brasileira, mes-
a criança; mo em populações urbanas. Elas costumam exercer grande influên-
• Consumo de álcool: assim como para o fumo, deve-se deses- cia sobre as mães, em especial as adolescentes, o que pode favore-
timular as mulheres que estão amamentando a ingerirem álcool. cer ou dificultar a amamentação. Muitas avós transmitem às suas
No entanto, consumo eventual moderado de álcool (0,5g de álcool fi lhas ou noras as suas experiências com amamentação, que em
por quilo de peso da mãe por dia, o que corresponde a aproximada- muitos casos são contrárias às recomendações atuais das práticas
mente um cálice de vinho ou duas latas de cerveja) é considerado alimentares de crianças, como por exemplo o uso de água, chás e
compatível com a amamentação. outros leites nos primeiros seis meses. Por isso, é importante incluir
as avós no aconselhamento em amamentação, para que práticas
1.12 APOIO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE À AMAMENTAÇÃO nocivas à criança não continuem sendo transmitidas às novas gera-
O apoio dos serviços e profissionais de saúde é fundamental ções de mães. Com informação adequada e diálogo que permitam
para que a amamentação tenha sucesso. Durante as ações educa- às avós expor as suas experiências, crenças e sentimentos com re-
tivas dirigidas à mulher e à criança, deve-se ressaltar a importância lação à amamentação, elas podem exercer influência positiva para
do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complemen- uma amamentação bem-sucedida de suas fi lhas ou noras.
tado até dois anos ou mais, enfatizando que o leite materno prote- Os outros fi lhos também podem ser envolvidos nos momentos
ge o bebê de infecções e alergias, enumerando as demais vantagens da amamentação aprendendo, desde cedo, que o aleitamento ma-
do aleitamento para o bebê e a mãe. terno é a forma mais natural e ideal de alimentar a criança pequena.
Durante o acompanhamento pré-natal, pode-se estimular a No período de amamentação é difícil para a mulher cuidar do
formação de grupos de apoio à gestante com a participação dos bebê, da casa, do marido e de outros filhos. A família deve se reunir
familiares, inclusive grupos de sala de espera. Nos atendimentos e procurar ajudar a mãe nas tarefas de casa para que ela possa se
individuais, é importante que se converse com a gestante e seu dedicar ao recém-nascido.
acompanhante a respeito de sua intenção de amamentar, orientar Também é papel da família não levar para casa produtos que
tanto a gestante quanto seus familiares sobre vantagens da ama- prejudicam a amamentação, como latas de leite, mamadeiras e
mentação, tempo ideal de aleitamento materno, conseqüências do chupetas.
desmame precoce, produção do leite e manutenção da lactação, Muitas mães que estão amamentando estão na escola. Os pro-
amamentação precoce ainda na sala de parto, importância do alo- fissionais de saúde podem contribuir para que as escolas apóiem as
jamento conjunto, técnica de amamentação, problemas e dificulda- mães a manterem a lactação.
des, direitos da mãe, do pai e da criança e estimular o parto normal.
Na maternidade, é importante que sejam evitadas cesáreas 1.13.1 Quais os instrumentos de proteção do aleitamento ma-
desnecessárias, assim como seja evitado o uso de analgésicos e terno no Brasil?
anestésicos que possam comprometer o estado de consciência da A legislação do Brasil de proteção ao aleitamento materno é
mãe ou do bebê, dificultando o aleitamento materno. No período uma das mais avançadas do mundo. É muito importante que o pro-
pós-parto, os profissionais de saúde devem estar preparados para fissional de saúde conheça as leis e outros instrumentos de prote-
acompanhar o processo da amamentação e o crescimento e desen- ção do aleitamento materno para que possa informar às mulheres
volvimento da criança, tanto em atendimentos individuais quanto que estão amamentando e suas famílias os seus direitos. Além de
em visitas domiciliares. conhecer e divulgar os instrumentos de proteção da amamentação,
é importante que o profissional de saúde respeite a legislação e mo-
1.13 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE NO nitore o seu cumprimento, denunciando as irregularidades.
PROCESSO DA AMAMENTAÇÃO A seguir são apresentados alguns direitos da mulher que direta
A prática da amamentação é fortemente influenciada pelo ou indiretamente protegem o aleitamento materno:
meio onde está inserida a nutriz. Para uma amamentação bem-su- • Licença-maternidade – à empregada gestante é assegurada
cedida, a mãe necessita de constante incentivo e suporte não só licença de 120 dias consecutivos, sem prejuízo do emprego e da
dos profissionais de saúde, mas da sua família e da comunidade. remuneração, podendo ter início no primeiro dia do nono mês de
Não basta que ela opte pelo aleitamento materno. Ela deve estar gestação, salvo antecipação por prescrição médica (Constituição
inserida em um ambiente que a apóie na sua opção. A opinião e o Federal de 1988, artigo 7º, inciso XVIII). A Lei Federal nº. 11.770,
incentivo das pessoas que cercam a mãe, sobretudo os maridos/ de 09 de setembro de 2008, cria o Programa Empresa Cidadã, que
companheiros, as avós da criança e outras pessoas significativas visa a prorrogar para 180 dias a licença maternidade prevista na
para a mãe são de extrema importância. Constituição, mediante incentivo fiscal às empresas. A empregada
Os pais têm sido identificados como importante fonte de apoio deve requerer a licença até o final do primeiro mês após o parto e
à amamentação. o benefício também se aplica à empregada que adotar ou obtiver
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

guarda judicial para fins de adoção de criança. As empresas tribu- na espécie humana é fortemente influenciada por múltiplos fatores
tadas com base no lucro real que aderirem ao Programa terão de- socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu ao longo da evolu-
dução do imposto devido ao conceder os 60 dias de prorrogação ção da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação
da licença às suas servidoras. É importante lembrar que muitos es- e decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes,
tados e municípios já concedem licença maternidade de 6 meses, as preferências culturais (não-amamentação, amamentação de cur-
com o objetivo de fortalecer suas políticas de promoção e proteção ta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie (em
do aleitamento materno; média, dois a três anos de amamentação).
• Direito à garantia no emprego – é vedada a dispensa arbitrá- O desmame não é um evento, e sim um processo que faz parte
ria ou sem justa causa da mulher trabalhadora durante o período da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança.
de gestação e lactação, desde a confirmação da gravidez até cinco Nessa lógica, o desmame deveria ocorrer naturalmente, na medida
meses após o parto (Ato das disposições constitucionais transitórias em que a criança vai adquirindo competências para tal.
– artigo 10, inciso II, letra b); No desmame natural a criança se auto desmama, o que pode
• Direito à creche – todo estabelecimento que empregue mais ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos
de 30 mulheres com mais de 16 anos de idade deverá ter local apro- e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes
priado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância pode ser súbito, como, por exemplo, em uma nova gravidez da mãe
e assistência os seus fi lhos no período de amamentação. Essa exi- (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volu-
gência poderá ser suprida por meio de creches distritais, mantidas me, que diminui).
diretamente ou mediante convênios com outras entidades públicas A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo
ou privadas, como SESI, SESC, LBA, ou entidades sindicais (Consoli- passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo li-
dação das Leis do Trabalho, artigo 389, parágrafos 1º e 2º); mites adequados à idade. Entre os sinais indicativos de que a crian-
• Pausas para amamentar – para amamentar o próprio fi lho, ça está madura para o desmame, constam:
até que ele complete seis meses de idade, a mulher terá direito, • Idade maior que um ano;
durante a jornada de trabalho, a dois descansos, de meia hora cada • Menos interesse nas mamadas;
um. Quando a saúde do fi lho exigir, o período de seis meses poderá • Aceita variedade de outros alimentos;
ser dilatado a critério da 63CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA auto- • É segura na sua relação com a mãe;
ridade competente. (Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 396, • Aceita outras formas de consolo;
parágrafo único);
• Alojamento Conjunto – a Portaria MS/GM nº 1.016/2003, • Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais;
obriga hospitais e maternidades vinculados ao SUS, próprios e con- • Às vezes dorme sem mamar no peito;
veniados, a implantarem alojamento conjunto (mãe e fi lho juntos • Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamen-
no mesmo quarto, 24 horas por dia); tar;
• Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lac- • Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe
tentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadei- em vez de mamar.
ras – NBCAL (Portaria MS/GM n° 2.051/2001 e duas Resoluções da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a RDC n° 221/2002 e a RDC O desmame natural proporciona uma transição mais tranqüila,
n° 222/2002) e Lei n° 11.265, de 3 de janeiro de 2006. menos estressante para a mãe e a criança, preenche as necessida-
des da criança (fisiológicas, imunológicas e psicológicas) até ela es-
Esses instrumentos regulamentam a comercialização de ali- tar madura para tal e, teoricamente, fortalece a relação mãe–filho.
mentos para lactentes e crianças de primeira infância (até os 3 anos O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois, se a criança não
de idade) e produtos de puericultura correlatos. A legislação traz está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegu-
regras como a proibição de propagandas de fórmulas lácteas infan- rança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode
tis, o uso de termos que lembrem o leite materno em rótulos de ali- precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além
mentos preparados para bebês e fotos ou desenhos que não sejam de tristeza ou depressão, e luto pela perda da amamentação ou por
necessários para ilustrar métodos de preparação do produto. Além mudanças hormonais.
disso, torna obrigatório que as embalagens dos leites destinados às É importante que a mãe não confunda o auto desmame natu-
crianças tragam inscrição advertindo que o produto deve ser incluí- ral com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre
do na alimentação de menores de um ano apenas com indicação principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbi-
expressa de médico, assim como os riscos do preparo inadequado to e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível
do produto. A lei também proíbe doações de mamadeiras, bicos identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou
e chupetas ou a sua venda em serviços públicos de saúde, exceto sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa
em casos de necessidade individual ou coletiva. Os instrumentos de condição usualmente não dura mais que 2–4 dias.
proteção legal ao aleitamento materno no Brasil podem ser encon-
trados, na íntegra, no sítio: <http://www.ibfan.org.br/legislacao/ A mulher, com freqüência, sente-se pressionada a desmamar,
index.php>. muitas vezes contra a sua vontade e sem ela e o bebê estarem pron-
tos para tal. Existem vários mitos relacionados à amamentação dita
1.14 AJUDA À DUPLA MÃE/BEBÊ NO PROCESSO DO DESMA- “prolongada”, tais como as crenças de que aleitamento materno
ME além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista
O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui defi psicológico, que uma criança jamais desmama por si própria, que
nido como a cessação do aleitamento materno) não é determina- a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou ne-
do somente por fatores genéticos e pelo instinto. A amamentação cessidade materna e não da criança, e que a criança que mama fica
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para pro- 2 ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR PARA CRIANÇAS MENORES
mover a independência da criança. No entanto, é importante lem- DE DOIS ANOS
brar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade
da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança 2.1 IMPORTÂNCIA
nela, o que dificulta o processo de independização. A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis me-
Muitas vezes a amamentação é interrompida apesar do dese- ses de idade deve complementar as numerosas qualidades e fun-
jo da mãe em mantê la. As razões mais freqüentes alegadas para ções do leite materno, que deve ser mantido preferencialmente
a interrupção precoce são: leite insuficiente, rejeição do seio pela até os dois anos de vida ou mais. Além de suprir as necessidades
criança, trabalho da mãe fora do lar, “leite fraco”, hospitalização da nutricionais, a partir dos seis meses a introdução da alimentação
criança e problemas nas mamas. Muitos desses problemas podem complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos
ser evitados ou manejados. alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo
a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados no-
Quando o profissional de saúde se depara com a situação de a vos sabores, cores, aromas, texturas e saberes.
mulher querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pron- O grande desafio do profissional de saúde é conduzir adequa-
ta, é importante, em primeiro lugar, que ele respeite o desejo da damente esse processo, auxiliando a mãe e os cuidadores da crian-
mãe e a apóie nesse processo. Entre os fatores que facilitam o pro- ça de forma adequada, e estar atento às necessidades da criança,
cesso do desmame, encontram-se os seguintes: da mãe e da família, acolhendo dúvidas, preocupações, dificulda-
• Mãe estar segura de que quer (ou deve) desmamar; des, conhecimentos prévios e também os êxitos, que são tão im-
• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e portantes quanto o conhecimento técnico para garantir o sucesso
demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a de uma alimentação complementar saudável. Para tal, a empatia e
criança; a disponibilidade do profissional são decisivas, já que muitas inse-
• Flexibilidade, pois o curso do processo é imprevisível; guranças no cuidado com a criança não têm “hora agendada” para
• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão; ocorrer e isso exige sensibilidade e vigilância adicional não só do
• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe deve evitar se profissional procurado, mas de todos os profissionais da equipe,
afastar nesse período; para garantir o vínculo e a continuidade do cuidado.
• Ausência de outras mudanças, ocorrendo por exemplo con- Considera-se atualmente que o período ideal para a introdução
trole dos esficteres, separações, mudanças de residência, entre ou- de outros alimentos complementares é após o sexto mês de vida, já
tras; que antes desse período o leite materno é capaz de suprir todas as
• Sempre que possível, fazer o desmame gradual, retirando necessidades nutricionais da criança. Além disso, no sexto mês de
uma mamada do dia a cada 1–2 semanas. vida a criança já tem desenvolvidos os reflexos necessários para a
deglutição, como o reflexo lingual, já manifesta excitação à visão do
A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acor- alimento, já sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida
do com a idade. Se a criança for maior, o desmame pode ser plane- por colher, e tem-se o início da erupção dos primeiros dentes, o que
jado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa facilita na mastigação. A partir do sexto mês a criança desenvolve
e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o ainda mais o paladar e, conseqüentemente, começa a estabelecer
seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as ma- preferências alimentares, processo que a acompanha até a vida
madas e adiá-las. adulta (BIRCH, 1997).
Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brin- O sucesso da alimentação complementar depende de muita
cadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo paciência, afeto e suporte por parte da mãe e de todos os cuida-
que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sem- dores da criança. Toda a família deve ser estimulada a contribuir
pre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas positivamente nessa fase. Se durante o aleitamento materno ex-
atitudes que estimulam a criança a mamar, como não sentar na pol- clusivo a criança é mais intensamente ligada à mãe, a alimentação
trona em que costuma amamentar. complementar permite maior interação do pai, dos avôs e avós, dos
Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na outros irmãos e familiares, situação em que não só a criança apren-
mãe e no bebê que é preferível adiar um pouco mais o processo, se de a comer, mas também toda a família aprende a cuidar. Tal inte-
possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a ração deve ser ainda mais valorizada em situações em que a mãe,
certos horários e locais. por qualquer motivo, não é a principal provedora da alimentação à
As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas criança. Assim, o profissional de saúde também deve ser hábil em
e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mu- reconhecer novas formas de organização familiar e ouvir, demons-
dança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos di- trar interesse e orientar todos os cuidadores da criança, para que
versos como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e luto pela perda ela se sinta amada e encorajada a entender sua alimentação como
da amamentação ou por mudanças hormonais. ato prazeroso, o que evita, precocemente, o aparecimento de pos-
Concluindo, cabe a cada dupla mãe/bebê e sua família a deci- síveis transtornos psíquicos e distúrbios nutricionais.
são de manter a amamentação, até que a criança a abandone es- A alimentação complementar deve prover sufi cientes quanti-
pontaneamente, ou interrompê-la em um determinado momento. dades de água, energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais,
Muitos são os fatores envolvidos nessa decisão: circunstanciais, so- por meio de alimentos seguros, culturalmente aceitos, economica-
ciais, econômicos e culturais. Cabe ao profissional de saúde ouvir a mente acessíveis e que sejam agradáveis à criança.
mãe e ajudá-la a tomar uma decisão, pesando os prós e os contras. O profissional de saúde torna-se promotor da alimentação sau-
A decisão da mãe deve ser respeitada e apoiada. dável quando consegue traduzir os conceitos, de forma prática, à
comunidade que assiste, em linguagem simples e acessível. Assim,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

na orientação de uma dieta para a criança, por exemplo, deve-se Manifestações Clínicas: 7 dias antes da erupção cutânea, perce-
levar em conta conceitos adequados de preparo, noções de consis- be-se um aumento dos gânglios cervicais, retroauriculares e occip-
tência e quantidades ideais das refeições e opções de diversificação tais. As lesões cutâneas são máculo-papulosas, de coloração rósea
alimentar que contemplem as necessidades nutricionais para cada e às vezes confluentes. Iniciam na face, pescoço, tronco, membros
fase do desenvolvimento. superiores e inferiores em menos de 24 horas. Na maioria dos ca-
As práticas alimentares no primeiro ano de vida constituem sos, a erupção permanece por 3 dias. Existem muitos indivíduos
marco importante na formação dos hábitos alimentares da criança. que apresentam a infecção inaparente.
Esse período pode ser dividido em duas fases: antes dos seis meses Período de Transmissibilidade: começa 1 semana antes do apa-
e após os seis meses. No primeiro semestre de vida objetiva-se que recimento de exantema até 5 dias após o início da erupção cutânea.
a criança mame por seis meses exclusivamente ou que, pelo menos, Importante: por ser uma doença teratogênica, recomenda-se
retarde pelo maior tempo possível a introdução de outros alimen- que os indivíduos acometidos fiquem em casa evitando o contágio
tos. A partir de seis meses a criança deve receber outros alimentos, de mulheres grávidas.
além do leite materno. Assim é de fundamental importância que as
mães e a família, nesse período, recebam orientações para a ade- Catapora (varicela)
quada introdução dos alimentos complementares, objetivo princi- Via de Transmissão: por contato direto, por meio de gotículas
pal a ser trabalhado neste Caderno. infectadas, mas em curtas distâncias. Também pode ser transmitido
por via indireta, através de mãos e roupas.
DOENÇAS INFECTO CONTAGIOSAS NA INFÂNCIA (ATEN- Período de Incubação: 14 a 17 dias
ÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA - Manifestações Prodrômicas: curto (24 horas), constituído de
AIDPI) febre baixa e discreto mal-estar.
Doenças de etiologia viral que costumam deixar imunidade Manifestações Clínicas: exantema é a primeira manifestação da
permanente, sendo a maior incidência na primavera e inverno. Não doença. As lesões evoluem em menos de 8 horas: máculas > pápu-
existe tratamento específico, apenas a administração de medica- las > vesículas > formação de crosta. As crostas costumam cair em 7
ções para aliviar sintomas, como a febre. porém é importante ficar dias até 3 semanas, se houver contaminação. Neste caso ou se hou-
atento à criança. Se ela apresentar: sonolência incomum, recusar ver remoção prematura da crosta deixa cicatriz residual. As lesões
beber líquidos, dor de ouvido, taquipnéia, respiração ruidosa ou ce- acometem predominantemente tronco, pescoço, face, segmentos
faléia intensa faz-se necessário procurar um médico, pois estes são proximais dos membros, poupando palma das mãos e planta dos
alguns sinais de alerta para possíveis complicações dessas doenças. pés. Aparecem em surtos de 3 a 5 dias, por isso pode-se visualizar
em uma mesma área a presença de todos os estágios de lesão. A
Sarampo intensidade varia de poucas lesões, surgidas de um único surto, a
Via de Transmissão: aérea, pela mucosa respiratória ou conjun- inúmeras lesões que cubram todo corpo, surgidas em 5 ou 6 surtos,
tival no decurso de 1 semana. A febre costuma ser baixa e sua intensida-
Período de Incubação: 8 a 12 dias de acompanha a intensidade da erupção cutânea.
Manifestações Prodrômicas: febre (geralmente elevada, alcan- Período de Transmissibilidade: desde 1 dia antes do apareci-
çando o máximo no aparecimento do exantema), manifestações mento de exantema até 5 dias após o aparecimento da última ve-
sistêmicas, coriza, conjuntivite, tosse, exantema característico, po- sícula.
dendo apresentar também: cefaléia, dores abdominais, vômitos, Importante: evite que a criança coce as lesões, evitando a con-
diarréia, artralgias e mialgia, associados a prostração e sonolência, taminação local e cicatrizes residuais. Se a coceira for muita, procu-
quadro que pode dar a impressão de doença grave. Um sinal pa- re um médico que indicará métodos para aliviar o prurido.
tognomônico da doença é o aparecimento das manchas de Koplick
- pontos azulados na mucosa bucal que tendem a desaparecer. Caxumba (Parotidite Epidêmica)
Manifestações Clínicas: as lesões cutâneas, aparecem no 14º Via de Transmissão: por via respiratória, através de gotículas
dia de contágio, são máculo-papulosas avermelhadas, isoladas uma contaminadas e contato oral com utensílios contaminados
das outras e circundadas por pele não comprometida, podendo Período de Incubação: 14 a 21 dias
confluir. Começam no início da orelha, após 24 horas são encontra- Manifestações Prodrômicas: passa desapercebido, só se notan-
das em: face, pescoço, tronco e braços ,e após 2 ou 3 dias: membros do a doença quando aparecem dor e edema da glândula.
inferiores e desaparecendo no 6º dia. As lesões evoluem para man- Manifestações Clínicas: aumento das parótidas, que é uma
chas pardas residuais com descamação leve. A temperatura tende a glândula situada no ramo ascendente da mandíbula. Pode afetar
se normalizar no quarto dia de exantema. um ou ambos os lados do rosto. Irá se apresentar mole, dolorosa
Período de Transmissibilidade: começa 2 a 4 dias antes do pe- a palpação, sem sinais inflamatórios e sem limites nítidos. Com o
ríodo prodrômico e vai até o 6º dia do aparecimento do exantema. edema da parótida há uma elevação da febre e dor de gargganta.
Período de Transmissibilidade: 3 dias antes do edema da paró-
Rubéola tida, até 7 dias depois do inchaço ter diminuído.
Via de Transmissão: por via respiratória, através de gotículas Importante: recomenda-se o repouso, sendo obrigatório para
contaminadas adolescentes e adultos, principalmente do sexo masculino.
Período de Incubação: 14 a 21 dias Doença infecciosa endêmica e epidêmica, de origem bacteria-
Manifestações Prodrômicas: em crianças não existem pródro- na, sendo uma importante causa de morbi-mortalidade em crianças
mos da doença, mas em adolescentes e adultos, o exantema pode de baixa idade, principalmente em crianças não-imunizadas. Sua
ser precedido por 1 ou 2 dias de mal-estar, febre baixa, dor de gar- imunidade, também, parece ser permanente após a doença e não
ganta e coriza discreta. há influência sazonal evidente nos picos de incidência.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Coqueluche Quais são os fatores de risco para doenças diarreicas agudas?


Via de Transmissão: contato direto através da via respiratória. Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e gênero, pode ma-
Período de Incubação: varia entre 6 e 20 dias nifestar sinais e sintomas das doenças diarreicas agudas após a con-
Manifestações Clínicas: dura de 6 a 8 semanas, sendo que o taminação. No entanto, alguns comportamentos podem colocar as
quadro clínico depende da idade e grau de imunização do indivíduo. pessoas em risco e facilitar a contaminação como:
É dividida em estadios: (1) Estádio catarral - dura de 1 a 2 semanas - Ingestão de água sem tratamento adequado;
e é o período de maior contagiosidade. Caracterizado por secreção - Consumo de alimentos sem conhecimento da procedência,
nasal, lacrimejamento, tosse discreta, congestão conjutival e febre do preparo e armazenamento;
baixa. (2) Estádio paroxístico - dura de 1 a 4 semanas (ou mais). Há - Consumo de leite in natura (sem ferver ou pasteurizar) e de-
uma intensificação da tosse manifestada em crises, frequentemen- rivados;
te mais numerosas durante a noite. (3) Estádio de convalescença - Consumo de produtos cárneos e pescados e mariscos crus ou
- acessos são menos intensos e menos frequentes. malcozidos;
Importante: por ser uma patologia bacteriana faz-se necessário - Consumo de frutas e hortaliças sem higienização adequada;
a introdução de antibioticoterapia e isolamento respiratório por 5 - Viagem a locais em que as condições de saneamento e de
dias após o início da administração medicamentosa, ou por 3 sema- higiene sejam precárias;
nas após o começo do estádio paroxístico, se a antibioticoterapia - Falta de higiene pessoal.
for contra-indicada.
Faz-se necessário a hospitalização de lactentes com problemas ATENÇÃO ESPECIAL: Crianças e idosos com DDA correm risco
importantes na alimentação, crises de apnéia e cianose, e pacientes de desidratação grave. Nestes casos, a procura ao serviço de saúde
com complicações graves. deve ser realizada em caráter de urgência.
Procurar evitar fatores desencadeantes de crises como temor,
decúbito baixo, permanência em recintos fechados e exercícios físi- Quais são os sinais e sintomas das doenças diarreicas agudas?
cos. Procurar manter nutrição e hidratação adequada. Ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda no
período de 24hrs (diminuição da consistência das fezes – fezes líqui-
DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS (DDA) das ou amolecidas – e aumento do número de evacuações) poden-
do ser acompanhados de:
O que é são doenças diarreicas agudas? - Cólicas abdominais.
As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um gru- - Dor abdominal.
po de doenças infecciosas gastrointestinais. São caracterizadas por - Febre.
uma síndrome em que há ocorrência de no mínimo três episódios - Sangue ou muco nas fezes.
de diarreia aguda em 24 horas, ou seja, diminuição da consistência - Náusea.
das fezes e aumento do número de evacuações, quadro que pode - Vômitos.
ser acompanhado de náusea, vômito, febre e dor abdominal. Em
geral, são doenças autolimitadas com duração de até 14 dias. Em al- Como diagnosticar as doenças diarreicas agudas (diarreia)?
guns casos, há presença de muco e sangue, quadro conhecido como O diagnóstico das causas etiológicas, ou seja, dos microrganis-
disenteria. A depender do agente causador da doença e de caracte- mos causadores da DDA é realizado apenas por exame laboratorial
rísticas individuais dos pacientes, as DDA podem evoluir clinicamen- por meio de exames parasitológicos de fezes, cultura de bactérias
te para quadros de desidratação que variam de leve a grave. (coprocultura) e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é im-
A diarreia pode ser de origem não infecciosa podendo ser cau- portante para determinar o perfil de agentes etiológicos circulantes
sada por medicamentos, como antibióticos, laxantes e quimiote- em determinado local e, na vigência de surtos, para orientar as me-
rápicos utilizados para tratamento de câncer, ingestão de grandes didas de controle. Em casos de surto, solicitar orientação da equipe
quantidades de adoçantes, gorduras não absorvidas, e até uso de de vigilância epidemiológica do município para coleta de amostras.
bebidas alcoólicas, por exemplo. Além disso, algumas doenças não IMPORTANTE: As fezes devem ser coletadas antes da adminis-
infecciosas também podem desencadear diarreia, como a doen- tração de antibióticos e outros medicamentos ao paciente. Reco-
ça de Chron, as colites ulcerosas, a doença celíaca, a síndrome do menda-se a coleta de 2 a 3 amostras de fezes por paciente.
intestino irritável e intolerâncias alimentares como à lactose e ao O diagnóstico etiológico das Doenças Diarreicas Agudas nem
glúten. sempre é possível, uma vez que há uma grande dificuldade para a
realização das coletas de fezes, o que se deve, entre outras ques-
O que causa as doenças diarreicas agudas? tões, à baixa solicitação de coleta de amostras pelos profissionais
As doenças diarreicas agudas (DDA) podem ser causadas por de saúde e à reduzida aceitação e coleta pelos pacientes.
diferentes microrganismos infecciosos (bactérias, vírus e outros Desse modo, é importante que o indivíduo doente seja bem
parasitas, como os protozoários) que geram a gastroenterite – in- esclarecido quanto à relevância da coleta de fezes, especialmente
flamação do trato gastrointestinal – que afeta o estômago e o in- na ocorrência de surtos, casos com desidratação grave, casos que
testino. A infecção é causada por consumo de água e alimentos apresentam fezes com sangue e casos suspeitos de cólera a fim de
contaminados, contato com objetos contaminados e também pode possibilitar a identificação do microrganismo que causou diarreia.
ocorrer pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos conta- Essa informação será útil para prevenir a transmissão da doença
minadas, e contato de pessoas com animais. para outras pessoas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A coleta de fezes para análise laboratorial é de grande impor- Orientação do paciente/responsável/acompanhante para re-
tância para a identificação de agentes circulantes e, especialmente conhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e
em caso de surtos, para se identificar o agente causador do surto, administrar a solução de SRO e praticar ações de higiene pessoal
bem como a fonte da contaminação. e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e
higienização dos alimentos);
Como tratar as doenças diarreicas agudas?
O tratamento das doenças diarreicas agudas se fundamenta na Plano C
prevenção e na rápida correção da desidratação por meio da inges- O Plano C consiste em duas fases de reidratação endovenosa
tão de líquidos e solução de sais de reidratação oral (SRO) ou fluidos destinada ao paciente COM DESIDRATAÇÃO GRAVE. Nessa situação
endovenosos, dependendo do estado de hidratação e da gravidade o paciente deverá ser transferido o mais rapidamente possível. Os
do caso. Por isso, apenas após a avaliação clínica do paciente, o tra- primeiros cuidados na unidade de saúde são importantíssimos e já
tamento adequado deve ser estabelecido, conforme os planos A, B devem ser efetuados à medida que o paciente seja encaminhado ao
e C descritos abaixo. serviço hospitalar de saúde.
Para indicar o tratamento é imprescindível a avaliação clínica Realizar reidratação endovenosa no serviço saúde (fases rápida
do paciente e do seu estado de hidratação. A abordagem clínica e de manutenção);
constitui a coleta de dados importantes na anamnese, como: início O paciente deve ser reavaliado após duas horas, se persistirem
dos sinais e sintomas, número de evacuações, presença de muco os sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrário, iniciar ba-
ou sangue nas fezes, febre, náuseas e vômitos; presença de doen- lanço hídrico com as mesmas soluções preconizadas;
ças crônicas; verificação se há parentes ou conhecidos que também Administrar por via oral a solução de SRO em doses pequenas e
adoeceram com os mesmos sinais/sintomas. frequentes, tão logo o paciente aceite. Isso acelera a sua recupera-
O exame físico, com enfoque na avaliação do estado de hidra- ção e reduz drasticamente o risco de complicações.
tação, é importante para avaliar a presença de desidratação e a ins- Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente estiver
tituição do tratamento adequado, além disso, o paciente deve ser hidratado, com boa tolerância à solução de SRO e sem vômitos.
pesado, sempre que possível. Para tratamento detalhado acesse aqui o Manejo do Paciente
Se não houver dificuldade de deglutição e o paciente estiver com Diarreia.
consciente, a alimentação habitual deve ser mantida e deve-se au- OBSERVAÇÃO: O Tratamento com antibiótico deve ser reserva-
mentar a ingestão de líquidos, especialmente de água. do apenas para os casos de DDA com sangue ou muco nas fezes (di-
senteria) e comprometimento do estado geral ou em caso de cólera
Plano A com desidratação grave, sempre com acompanhamento médico.
O plano A consiste em cinco etapas direcionadas ao paciente Quais são as possíveis complicações das doenças diarreicas
HIDRATADO para realizar no domicílio: agudas?
Aumento da ingestão de água e outros líquidos incluindo so- A principal complicação é a desidratação, que se não for corri-
lução de SRO principalmente após cada episódio de diarreia, pois gida rápida e adequadamente, em grande parte dos casos, especial-
dessa forma evita-se a desidratação; mente em crianças e idosos, pode causar complicações mais graves.
Manutenção da alimentação habitual; continuidade do aleita- O paciente com diarreia deve estar atento e voltar imediata-
mento materno; mente ao serviço de saúde se não melhorar ou se apresentar qual-
Retorno do paciente ao serviço, caso não melhore em 2 dias ou quer um dos sinais e sintomas:
apresente piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa - Piora da diarreia.
de alimentos, sangue nas fezes ou diminuição da diurese; - Vômitos repetidos.
Orientação do paciente/responsável/acompanhante para re- - Muita sede.
conhecer os sinais de desidratação; preparar adequadamente e - Recusa de alimentos.
administrar a solução de SRO e praticar ações de higiene pessoal - Sangue nas fezes.
e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e - Diminuição da urina.
higienização dos alimentos);
Administração de Zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias. Como ocorre a transmissão das doenças diarreicas agudas?
A transmissão das doenças diarreicas agudas pode ocorrer pe-
Plano B las vias oral ou fecal-oral.
O Plano B consiste em três etapas direcionadas ao paciente Transmissão indireta -Pelo consumo de água e alimentos con-
COM DESIDRATAÇÃO, porém sem gravidade, com capacidade de in- taminados e contato com objetos contaminados, como por exem-
gerir líquidos, que deve ser tratado com SRO na Unidade de Saúde, plo, utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos
onde deve permanecer até a reidratação completa. hospitalares.
Ingestão de solução de SRO, inicialmente em pequenos volu- Transmissão direta -Pelo contato com outras pessoas, por meio
mes e aumento da oferta e da frequência aos poucos. A quantidade de mãos contaminadas e contato de pessoas com animais.
a ser ingerida dependerá da sede do paciente, mas deve ser admi- Os manipuladores de alimentos e os insetos podem contami-
nistrada continuamente até que desapareçam os sinais da desidra- nar, principalmente, os alimentos, utensílios e objetos capazes de
tação; absorver, reter e transportar organismos contagiantes e infecciosos.
Reavaliação do paciente constantemente, pois o Plano B ter- Locais de uso coletivo, como escolas, creches, hospitais e peniten-
mina quando desaparecem os sinais de desidratação, a partir de ciárias apresentam maior risco de transmissão das doenças diarrei-
quando se deve adotar ou retornar ao Plano A; cas agudas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O período de incubação, ou seja, tempo para que os sintomas casos e 525 mil óbitos na infância (em crianças menores de 5 anos)
comecem a aparecer a partir do momento da contaminação/infec- por ano. Além disso, as DDA estão entre as principais causas de des-
ção, e o período de transmissibilidade das DDA são específicos para nutrição em crianças menores de cinco anos.
cada agente etiológico. Uma proporção significativa das doenças diarreicas é transmi-
tida pela água e pode ser prevenida através do consumo de água
Como prevenir as doenças diarreicas agudas? potável, condições adequadas de saneamento e hábitos de higiene.
As intervenções para prevenir a diarreia incluem ações institu- No Brasil, segundo estatísticas do IBGE, em 2016, 87,3% dos do-
cionais de saneamento e de saúde, além de ações individuais que micílios ligados à rede geral tinham disponibilidade diária de água,
devem ser adotadas pela população: percentual que era de 66,6% no Nordeste, onde em 16,3% dos do-
Lave sempre as mãos com sabão e água limpa principalmente micílios o abastecimento ocorria de uma a três vezes por semana
antes de preparar ou ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após e em 11,2% dos lares, de quatro a seis vezes. A região Norte apre-
utilizar transporte público ou tocar superfícies que possam estar sentava o menor percentual de domicílios em que a principal forma
sujas, após tocar em animais, sempre que voltar da rua, antes e de abastecimento de água era a rede geral de distribuição (59,8%).
depois de amamentar e trocar fraldas. Por outro lado, a região se destacava quando se tratava de abaste-
Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos cimento através de poço profundo ou artesiano (20,3%); poço raso,
usados na preparação de alimentos. freático ou cacimba (12,7%); e fonte ou nascente (3,1%).
Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, ani- Outra preocupação é a ocorrência de inundações e secas indu-
mais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em reci- zidas por mudanças climáticas, que podem afetar as condições de
pientes fechados). acesso de muitas famílias aos serviços de abastecimento de água
Trate a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas e saneamento, expondo populações a riscos relacionados à saúde.
gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de Além disso, as inundações podem dispersar diversos contaminan-
água, aguardar por 30 minutos antes de usar). tes fecais, aumentando os riscos de surtos de doenças transmitidas
Guarde a água tratada em vasilhas limpas e com tampa, sendo pela água. No caso da escassez de água devido à seca, a utilização
a “boca” estreita para evitar a recontaminação; de fontes alternativas de água sem tratamento adequado, incluindo
Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contami- água de caminhão pipa, também aumenta os riscos de adoecimen-
nados para banhar ou beber. to por doenças diarreicas.
Evite o consumo de alimentos crus ou malcozidos (principal- A seca e a estiagem são, entre os tipos de desastre, os que mais
mente carnes, pescados e mariscos) e alimentos cujas condições afetam a população brasileira (50,34%), por serem mais recorren-
higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias. tes, atingindo mais fortemente as regiões Nordeste, Sul e parte do
Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada; quando Sudeste. As inundações são a segunda tipologia de desastres de
não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apro- maior recorrência no Brasil e atingem todas as regiões do país, cau-
priado. sando impactos significativos sobre a saúde das pessoas e a infraes-
Use sempre o vaso sanitário, mas se isso não for possível, en- trutura de saúde.
terre as fezes sempre longe dos cursos de água;
Evite o desmame precoce. Manter o aleitamento materno au- Nesse cenário diversificado das regiões do país, relacionado ao
menta a resistência das crianças contra as diarreias. desenvolvimento socioeconômico, às condições de saneamento, ao
Situação epidemiológica das doenças diarreicas agudas (diar- clima e às situações adversas, como os desastres, ocorrem anual-
reia aguda) mente, mais de 4 milhões de casos e mais de 4 mil óbitos por DDA,
Os casos individuais de DDA são de notificação compulsória em registrados por meio da vigilância epidemiológica em unidades sen-
unidades sentinelas para monitorização das DDA (MDDA). O prin- tinelas e pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
cipal objetivo da Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas
Agudas (VE-DDA) é monitorar o perfil epidemiológico dos casos, DOENÇAS RESPIRATÓRIA NA INFÂNCIA
visando detectar precocemente surtos, especialmente os relacio- São as doenças mais frequentes durante a infância, acometen-
nados a: acometimento entre menores de cinco anos; agentes etio- do um número elevado de crianças, de todos os níveis sócio-econô-
lógicos virulentos e epidêmicos, como é o caso da cólera; situações micos e por diversas vezes. Nas classes sociais mais pobres, as in-
de vulnerabilidade social; seca, inundações e desastres. Os casos fecções respiratórias agudas ainda se constituem como importante
de DDA são notificados no Sistema de Informação de Vigilância causa de morte de crianças pequenas, principalmente menores de
Epidemiológica das DDA (SIVEP_DDA) e o monitoramento é reali- 1 ano de idade. Os fatores de risco para morbidade e mortalidade
zado pelo acompanhamento contínuo dos níveis endêmicos para são baixa idade, precárias condições sócio-econômicas, desnutri-
verificar alteração do padrão da doença em localidades e períodos ção, déficit no nível de escolaridade dos pais, poluição ambiental e
de tempo determinados. Diante da identificação de alterações no assistência de saúde de má qualidade (SIGAUD, 1996).
comportamento da doença, deve ser realizada investigação e ava- A enfermagem precisa estar atenta e orientar a família da
liação de risco para subsidiar as ações necessárias. criança sobre alguns fatores:
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as doenças diar- - preparar os alimentos sob a forma pastosa ou líquida, ofere-
reicas constituem a segunda principal causa de morte em crianças cendo em menores quantidades e em intervalos mais curtos, res-
menores de cinco anos, embora sejam evitáveis e tratáveis. As DDA peitando a falta de apetite e não forçando a alimentação;
são as principais causas de morbimortalidade infantil (em crianças - aumentar a oferta de líquidos: água, chás e suco de frutas,
menores de um ano) e se constituem um dos mais graves proble- levando em consideração a preferência da criança;
mas de saúde pública global, com aproximadamente 1,7 bilhão de - manter a criança em ambiente ventilado, tranquilo e agasa-
lhada se estiver frio;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- fluidificar e remover secreções e muco das vias aéreas supe- - limpeza inadequada, com cotonetes, grampos e outros, pre-
riores frequentemente; judicando a saída permanente da cera pela formação de rolhas obs-
- evitar contato com outras crianças; trutivas, ou retirando a proteção e facilitando a evolução de otites
- havendo febre: até 38,4ºC dar banho, de preferência de imer- micóticas ou bacterianas, além de poder provocar acidentes.
são, morno (por 15 minutos); aplicar compressa com água morna
e álcool nas regiões inguinal e axilar; retirar excessos de roupa. Se Orientar sobre a limpeza que deve ser feita apenas com água,
ultrapassar este valor oferecer antitérmico recomendado pelo pe- sabonete, toalha e dedo.
diatra.
SINUSITE
RESFRIADO “Desencadeada pela obstrução dos óstios de drenagem dos
Inflamação catarral da mucosa rinofaríngea e formações linfói- seios da face, favorecendo a retenção de secreção e a infecção bac-
des anexas. Possui como causas predisponentes: convívio ou contá- teriana secundária” (LEÃO, 1989). Caracteriza-se por tosse noturna,
gio ocasional com pessoas infectadas, desnutrição, clima frio ou úmi- secreção nasal e com presença ou não de febre, sendo que rara-
do, condições da habitação e dormitório da criança, quedas bruscas e mente há cefaléia na infância (SAMPAIO, 1994). Casos recidivantes
acentuadas da temperatura atmosférica, susceptibilidade individual, são geralmente causados por alergia respiratória. Possui como fato-
relacionada à capacidade imunológica (ALCÂNTARA, 1994). res predisponentes:
Principais sinais e sintomas: febre de intensidade variável, cor- - episódios muito frequentes de resfriado;
rimento nasal mucoso e fluido (coriza), obstrução parcial da respi- - crianças que vivem em ambiente úmido ou flhas de pais fu-
ração nasal tornando-se ruidosa (trazendo irritação, principalmente mantes;
ao lactente que tem sua alimentação dificultada), tosse (não obri- - diminuição da umidade relativa do ar.
gatória), falta de apetite, alteração das fezes e vômitos (quando a
criança é forçada a comer). RINITE
Não existindo contra-indicações recomenda-se a realização de Apresenta como manifestações clínicas a obstrução nasal ou
exercícios rrespiratórios, tapotagem e dembulação. Se o estado for coriza, prurido e espirros em salva; a face apresenta “olheiras”; du-
muito grave, sugerindo risco de vida para a criança se ela continuar pla prega infra-orbitária; e sulco transversal no nariz, sugerindo pru-
em seu domicílio, recomenda-se a hospitalização. rido intenso. Pode ser causada por alergia respiratória, neste caso
faz-se necessário afastar as substâncias que possam causar alergia.
PNEUMONIA
Inflamação das paredes da árvore respiratória causando au- BRONQUITE
mento das secreções mucosas, respiração rápida ou difícil, dificul- Inflamação nos brônquios, caracterizada por tosse e aumento
dade em ingerir alimentos sólidos ou líquidos; piora do estado ge- da secreção mucosa dos brônquios, acompanhada ou não de febre,
ral, tosse, aumento da frequência respiratória (maior ou igual a 60 predominando em idades menores. Quando apresentam grande
batimentos por minuto); tiragem (retração subcostal persistente), quntidade de secreção pode-se perceber ruído respiratório (“chia-
estridor, sibilância, gemido, períodos de apnéia ou guinchos (tosse do” ou “ronqueira”) (RIBEIRO, 1994).
da coqueluche), cianose, batimentos de asa de nariz, distensão ab- Propicia que as crianças portadoras tenham infecções com
dominal, e febre ou hipotermia (podendo indicar infecção). maior frequência do que outras. Pode se tornar crônica, levando
a anorexia a uma perda da progressão de peso e estatura (RIBEI-
AMIGDALITES RO, 1994). Recomenda-se afastar substâncias que possam causar
Muito frequente na infância, principalmente na faixa etária de alergias.
3 a 6 anos (ALCÂNTARA, 1994). Seu quadro clínico assemelha-se a
um resfriado comum. Principais sinais e sintomas: febre, mal estar, ASMA
prostração ou agitação, anorexia em função da dificuldade de de- Doença crônica do trato respiratório, sendo uma infecção mui-
glutição, presença de gânglios palpáveis, mau hálito, presença ou to frequente na infância. A crise é causada por uma obstrução, de-
não de tosse seca, dor e presença de pus na amigdala. vido a contração da musculatura lisa, edema da parede brônquica e
Às orientações de enfermagem acrescentaria-se estimular a fa- infiltração de leucócitos polimorfonucleares, eosinófilos e linfócitos
mília a ofertar à criança uma alimentação mais semi-líquida, a base (GRUMACH, 1994).
de sopas, papas ... Manifesta-se através de crises de broncoespasmo, com
dispnéia, acessos de tosse e sibilos presentes à ausculta pulmonar.
OTITE São episódios auto-limitados podendo ser controlados por medica-
Caracterizada por dor, febre, choro frequente, dificuldade para mentos com retorno normal das funções na maioria das crianças.
sugar e alimentar-se e irritabilidade, sendo o diagnóstico confirma- Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doença sur-
do pelo otoscópio. Possui como fatores predisponentes: gem até o terceiro ano de vida e, em muitos pacientes, desapare-
- alimentação em posição horizontal, pois propicia refluxo ali- cem com a puberdade. Porém a persistência na idade adulta leva a
mentar pela tuba, que é mais curta e horizontal na criança, levando um agravo da doença.
à otite média; Fatores desencadeantes: alérgenos (irritantes alimentares),
- crianças que vivem em ambiente úmido ou flhas de pais fu- infecções, agentes irritantes, poluentes atmosféricos e mudanças
mantes; climáticas, fatores emocionais, exercícios e algumas drogas (ácido
- diminuição da umidade relativa do ar; acetil salicílico e similares).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É importante que haja: dores, familiares e os próprios adolescentes encontram nesse ins-
- estabelecimento de vínculo entre paciente/ família e equipe trumento um facilitador para a abordagem dos temas de interesse
de saúde; das pessoas jovens e que são, ao mesmo tempo, importantes para
- controle ambiental, procurando afastar elementos alergêni- a promoção da saúde e do autocuidado. Os profissionais de saúde
cos; devem usar a Caderneta como instrumento de apoio à consulta,
- higiene alimentar; registrando os dados relevantes para o acompanhamento dos ado-
- suspensão de alimentos só deverá ocorrer quando existir uma lescentes na Atenção Básica.
nítida relação com a sintomatologia apresentada; Entre as forças que podem participar da rede de apoio das
- fisioterapia respiratória a fim de melhorar a dinâmica respira- famílias, crianças e adolescentes tem fundamental importância a
tória, corrigir deformidades torácicas e vícios posturais, aumentan- Rede de Atenção Primária em Saúde.
do a resistência física. Em situações de conflito no ambiente familiar, escolar e, até
mesmo, comunitário (outros níveis de atenção à saúde, conselhos
Durante uma crise o paciente precisa de um respaldo medica- tutelares, vara da infância e da adolescência etc.), a rede de atenção
mentoso para interferir na sintomatologia e de uma pessoa segura básica quase sempre é a primeira porta de entrada para a busca
e tranquila ao seu lado. Para tanto a família precisa ser muito bem de uma compreensão, seja do comportamento, de um sintoma ou
esclarecida e em alguns casos faz-se necessário encaminhamento de uma necessidade de orientação específica (anticoncepção, uso
psicológico. de substância psicoativa, violência doméstica ou sexual etc.). Nem
sempre é o(a) adolescente que procura a Unidade Básica de Saúde.
SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE Com muita frequência, a família é a primeira a demandar atenção.
A população adolescente e jovem vive uma condição social que Em outras situações, são as escolas e os órgãos de proteção
é única: uma mesma geração, num mesmo momento social, econô- da criança e do adolescente, ou até mesmo agentes de saúde, que
mico, político e cultural do seu país e do mundo. Ou seja, a modali- encaminham a demanda. O primeiro desafio para a Atenção Básica
dade de ser adolescente e jovem depende da idade, da geração, da ir além da demanda referenciada é o trabalho interno com a equi-
moratória vital, da classe social e dos marcos institucionais e de gê- pe, conscientizando que o acolhimento de adolescentes e jovens é
nero presentes em dado contexto histórico e cultural (MARGULIS; tarefa de todos os profissionais: da recepção à dispensação de me-
URRESTI, 1996; ABRAMO, 2005). Nesse sentido, a atenção integral dicamentos, do agente comunitário de saúde ao técnico de Enfer-
à saúde dos adolescentes e jovens apresenta-se como um desafio, magem, do dentista aos demais profissionais de saúde com forma-
por tratar-se de um grupo social em fase de grandes e importan- ção universitária. À gerência destes serviços, cabe o planejamento
tes transformações psicobiológicas articuladas a um envolvimen- com a equipe e o acompanhamento das ações ofertadas, da gestão
to social e ao redimensionamento da sua identidade e dos novos do cuidado ofertado e da articulação da linha de cuidado interna
papéis sociais que vão assumindo (AYRES; FRANÇA JÚNIOR, 1996). e externa na Rede de Atenção à Saúde e na rede intersetorial de
Os universos plurais e múltiplos que representam adolescentes e assistência.
jovens intervêm diretamente no modo como eles traçam as suas Destaca-se que a assistência ao adolescente começa na assis-
trajetórias de vida. Essas trajetórias bem-sucedidas ou fracassadas tência à criança e sua família. É no atendimento desta faixa etária
são mais que histórias de vida, são “reflexo das estruturas e dos que podemos detectar e problematizar questões como: o estilo
processos sociais” que ocorrem de maneira imprevisível, vulnerável parental de cuidado, o monitoramento do desenvolvimento e do
e incerta e que vão interferindo no cuidado com a vida e com a cuidado tanto no período escolar como no período complemen-
suas demandas de saúde (LEÓN, 2005, p. 17). Tendo essas questões tar, os serviços e órgãos de apoio de outros setores e as situações
no nosso horizonte, a ênfase dada às discussões produzidas nesse de estresse e adversidades que podem comprometer o desenvol-
documento focará no grupo populacional denominado de Adoles- vimento etc.
cências, que vive o ciclo etário entre os 10 a 19 anos. Portanto, as Além do atendimento de todas as referidas demandas, o traba-
diferenças e as multiplicidades existentes nesta população devem lho com as escolas e com a rede de assistência social é fundamental
ser orientação para a acolhida, o cuidado e a atenção integral aos para ampliar a procura direta do adolescente pelo serviço de Aten-
adolescentes que acessam a atenção básica na política pública de ção Básica.
saúde. Parcerias em projetos de Educação e Saúde nas escolas, como
O art. 11 do Estatuto da Criança e do Adolescente assegura o proposto pelo Programa de Saúde na Escola do Ministério da Saúde
atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por in- (PSE/MS), qualificação das reuniões intersetoriais para acompanha-
termédio do Sistema Único de Saúde, garantindo o acesso universal mento de situações de maior vulnerabilidade e parcerias com pro-
e igualitário às ações e aos serviços para promoção, proteção e re- jetos de Secretarias de Cultura, Esporte e Lazer dos municípios são
cuperação da saúde. A partir da atenção integral à saúde pode-se fundamentais neste sentido. A oferta de grupos de encontro para
intervir de forma satisfatória na implementação de um elenco de adolescentes e familiares que cuidam de adolescentes e jovens é
direitos, aperfeiçoando as políticas de atenção a essa população. uma boa estratégia que deve ser estimulada pelos profissionais de
Uma estratégia de sucesso tem sido a utilização da Caderneta de saúde e entrar no rol de ações ofertadas no planejamento à atenção
Saúde de Adolescente, masculina e feminina, que contém informa- a adolescentes e jovens. Além disso, a leitura de vulnerabilidade e
ções a respeito do crescimento e desenvolvimento, da alimentação resiliência, como proposto em capítulo específico deste documen-
saudável, da prevenção de violências e promoção da cultura de paz, to, também deve ser uma prática constante, que propiciaria a iden-
da saúde bucal e da saúde sexual e saúde reprodutiva desse gru- tificação das situações que merecerão maior atenção e projetos te-
po populacional. Traz ainda método e espaço para o registro an- rapêuticos singulares e familiares para complementar a assistência
tropométrico e dos estágios de maturação sexual, das intervenções prestada.
odontológicas e o calendário vacinal. Profissionais de saúde, educa-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Promoção de saúde e prevenção de agravos É importante dar Identificou uma série de características na personalidade resi-
ao jovem a oportunidade dele fazer por ele mesmo. Desenvolver o liente que são significativas:
protagonismo juvenil engajando-o em projetos que ele mesmo crie, • Criatividade, reconhecimento e desenvolvimento de seus
assuma e administre. Dar-lhe autonomia, apoio e aprovação. Usar próprios talentos.
seu potencial de energia em atividades comunitárias que propiciem • Um forte e flexível sentido de autoestima.
autoconhecimento e altruísmo. Devem-se criar oportunidades de • Independência de pensamento e ação.
esporte, lazer e cultura. Usar os espaços físicos disponíveis, para • A habilidade de dar e receber nas relações com os outros, e
que eles não sejam apenas expectadores, mas também atores. um bem estabelecido círculo de amigos pessoais, que inclua alguns
Isso pode ser feito dentro do plano de aula escolar ou apenas amigos mais íntimos e que podem ser seus confidentes.
usando o espaço da escola, do clube e praças em horário extracurri- • Disciplina pessoal e um sentido de responsabilidade.
cular. Para incentivar os adolescentes e jovens a participar das ativi- • Receptividade a novas ideias
dades de promoção de saúde, é interessante a organização de gin- • Disposição para sonhar e grande variedade de interesses.
canas, competições e jogos cujos desafios principais sejam a ênfase • Senso de humor alegre.
na ecologia, alimentação natural, saúde, valores éticos e morais. • Percepção de seus sentimentos e dos sentimentos dos outros
Outra proposta seria a promoção de eventos festivos de acordo com e capacidade de comunicá-los de forma adequada.
a cultura local, desenvolvendo temas sugeridos pelo público-alvo, • Compromisso com a vida e um contexto filosófico no qual as
bem como a criação de oficinas terapêuticas, onde o adolescente experiências pessoais possam ser interpretadas com significados e
possa criar vídeos, jornais, arte por intermédio da informática, mo- esperança, até mesmo nos momentos mais desalentadores da vida.
delagem, escultura, música, dança, desenhos, dramatizações, en- Seria impossível esperar de uma pessoa todas estas características
tre outras. Estar atento ao que eles hoje valorizam e apoiá-los em de personalidade. Ninguém é perfeito e muito menos invulnerável.
suas iniciativas. Ademais, é importante incentivar a construção de No entanto, uma composição dessas características é fundamen-
um projeto de vida próximo de seus ideais; orientar sobre a busca tal para se perseverar na existência. Em alguma intensidade, essas
de oportunidades de emprego e promover o resgate da cidadania, características estão presentes em todos, não de forma inata, mas
onde o conceito de adolescer não seja entendido como aborrecer, podendo ser desenvolvidas em maior ou menor intensidade na in-
mas respeitá-los e fazer que se respeitem. Em suma, trabalhar essas teração das pessoas umas com as outras. Esta interação inicia-se,
questões na atenção à saúde dos adolescentes e jovens difere da na maioria das vezes, no interior da família, prossegue na escola,
assistência clínica individual e da simples informação ou repressão. depois no trabalho, na comunidade etc. Ou seja, podem-se identi-
O modelo a ser desenvolvido deve permitir uma discussão sobre ficar, também, elementos de resiliência nas instituições humanas.
as razões da adoção de um comportamento preventivo e o desen- E, se estivermos atentos na identificação destes elementos, iremos
volvimento de habilidades que permitam a resistência às pressões detectar padrões diferentes de resiliência nas famílias, nas institui-
externas, a expressão de sentimentos, as opiniões, as dúvidas, as ções, nas organizações e na comunidade. Mangham e colaborado-
inseguranças, os medos e os preconceitos. A proposta é reforçar as res (1996) identificam como elementos chaves da resiliência fami-
condições internas de cada sujeito para o enfrentamento e resolu- liar, de equipes e de outros arranjos grupais:
ção de problemas e dificuldades do dia a dia • Estabilidade: entendida como resistência à ruptura interna e
senso de permanência.
Vulnerabilidade • Coesão: senso de afeto mútuo, companheirismo e segurança.
O conjunto de forças psicológicas e biológicas exigidas para que • Adaptabilidade: habilidade coletiva para adaptar-se às mu-
uma pessoa, ou um grupo de pessoas, supere com sucesso seus danças e continuar funcionando a despeito de condições adversas.
percalços, situações adversas ou situações estressantes, que mo- • Repertório de estratégias e atitudes para superar situações
dificam muito a vida das pessoas, tem sido chamado de resiliência. estressantes.
Esta palavra foi emprestada da Física para a Psicologia em meados • Redes de suporte para estender as capacidades da família ou
dos anos 70. Na década de 90, passa a integrar o discurso da Saúde dos grupos por meio de outros familiares, amigos, vizinhos, com-
Coletiva e da Assistência Social. Na Física e na Engenharia de mate- panheiros de trabalho, outros grupos etc. Durante o processo de
riais, significa uma propriedade da matéria pela qual a energia ar- atendimento, a equipe pode ir construindo com o(a) adolescente
mazenada em um corpo deformado por um impacto seja devolvida uma leitura de sua resiliência e de sua vulnerabilidade, que poderá
quando cessa a tensão causadora, possibilitando ao corpo readquirir propiciar estratégias de cuidado singularizadas. Daí a importância
sua forma inicial sem desestruturar-se. Frederick Flach, psiquiatra de se conhecer as demais políticas desenvolvidas para adolescentes
norte-americano, estudioso dos mecanismos de produção e supera- e jovens pela Educação, Assistência Social, Cultura, Esportes, Conse-
ção do estresse, passa a empregar o termo resiliência com o significa- lho de Direitos etc. 42 Proteger e cuidar da saúde de adolescentes
do acima em suas investigações nos anos 70. Suas pesquisas partiram na atenção básica .
da observação de que as pessoas superam adversidades semelhan-
tes de forma muito diferente. Passou então a tentar identificar quais Crescimento e Desenvolvimento
seriam as forças internas que aqueles que superavam suas adversi- A adolescência é marcada por um complexo processo de cres-
dades, sem prejuízos significativos para sua personalidade, tinham e cimento e desenvolvimento biopsicossocial. Embora já mencionado
que não eram identificadas nas pessoas que não conseguiam superar em outro capítulo deste documento, vale relembrar que, seguindo
satisfatoriamente eventos semelhantes. a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde considera
que a adolescência compreende a segunda década da vida (10 a 20
anos incompletos) e a juventude estende-se dos 15 aos 24 anos.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente considera adolescência
a faixa etária de 12 a 18 anos. Por outro lado, o Estatuto da Juven-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tude preconiza que os jovens estão entre 15 a 29 anos. Os grupos dor da idade biológica. Ela é calculada por meio da comparação de
etários são explicados pelos diferentes parâmetros usados na sua radiografias de punho, de mão e de joelho com padrões definidos
concepção, como por exemplo, o crescimento e desenvolvimento, de tamanhos e forma dos núcleos dessas estruturas. A idade óssea
as questões sociais e econômicas e aquelas relacionadas à inimpu- pode ser utilizada na predição da estatura final do adolescente, con-
tabilidade penal. O importante é que essas faixas etárias estejam siderando a sua relação com a idade cronológica.
representadas nos sistemas de informação para que cada setor Composição e proporção corporal
possa ter dados confiáveis sobre esse grupo populacional. 12.1 De- Todos os órgãos do corpo participam do processo de cresci-
senvolvimento físico O termo puberdade deriva do latim pubertate mento da puberdade, exceção feita ao tecido linfoide e à gordura
e significa idade fértil; a palavra pubis (lat.) é traduzida como pelo, subcutânea que apresentam um decréscimo absoluto ou relativo.
penugem. Há acúmulo de gordura desde os 8 anos até a puberdade, sendo
A puberdade expressa o conjunto de transformações somáticas que a diminuição deste depósito de tecido adiposo coincide com o
da adolescência, que, entre outras, englobam: pico de velocidade do crescimento.
• Aceleração (estirão) e desaceleração do crescimento ponde- Desenvolvimento muscular: Na puberdade, chama atenção a
ral e estatural, que ocorrem em estreita ligação com as alterações hipertrofia e a hiperplasia de células musculares, mais evidentes
puberais. nos meninos. Este fato justifica a maior força muscular no sexo
• Modificação da composição e proporção corporal, como re- masculino. Medula óssea: Durante a puberdade, ocorre uma dimi-
sultado do crescimento esquelético, muscular e redistribuição do nuição da cavidade da medula óssea, mais acentuada nas meninas
tecido adiposo. Este acontecimento explica um volume final maior da cavidade
• Desenvolvimento de todos os sistemas do organismo, com medular para os meninos, que somado à estimulação da eritropoe-
ênfase no circulatório e respiratório. tina pela testosterona pode representar, para o sexo masculino, um
• Maturação sexual com a emergência de caracteres sexuais se- número maior de células vermelhas, maior concentração de hemo-
cundários, em uma sequência invariável, sistematizada por Tanner globina e ferro sérico.
(1962). Desenvolvimento C
Sequência do crescimento
Crescimento O crescimento estatural inicia-se pelos pés, seguindo uma
O crescimento estatural é um processo dinâmico de evolução ordem invariável que vai das extremidades para o tronco. Os diâ-
da altura de um indivíduo em função do tempo. Por isto, é somente metros biacromial e biilíaco também apresentam variações de
por intermédio de repetidas determinações da estatura, realizada crescimento durante a puberdade, sendo que o biacromial cresce
em intervalos regulares (em média a cada seis meses), e inscritas com maior intensidade no sexo masculino. Nas meninas, observa-
em gráficos padronizados, que se pode avaliar adequadamente o -se também um alargamento da pelve. Os pelos axilares aparecem,
crescimento. A velocidade do crescimento, assim obtida, constitui em média, dois anos após os pelos pubianos. O pelo facial, no sexo
um indicador importante de normalidade, que ajuda o profissional masculino, aparece ao mesmo tempo em que surge o pelo axilar.
de saúde a esclarecer o diagnóstico de qualquer transtorno. As ve- O crescimento de pelos pubianos pode corresponder, em algumas
locidades de crescimento da criança e do adolescente normais têm situações, às primeiras manifestações puberais. Durante a puber-
um padrão linear previsível. Durante a puberdade, o adolescente dade, alterações morfológicas ocorrem na laringe; as cordas vocais
cresce um total de 10 a 30 cm (média de 20 cm). A média de velo- tornam-se espessas e mais longas e a voz mais grave. A este mo-
cidade de crescimento máxima durante a puberdade é cerca de 10 mento, mais marcante nos meninos do que nas meninas, chama-
cm/ano para o sexo masculino e 9 cm/ano para o sexo feminino. mos de muda vocal. Na maioria dos indivíduos a mudança completa
A velocidade máxima de crescimento em altura ocorre, em média, da voz se estabelece em um prazo de aproximadamente seis meses.
entre 13 e 14 anos no sexo masculino e 11 e 12 anos no sexo femi- O crescimento dos pelos da face indica o final deste processo, quan-
nino. Atingida a velocidade máxima de crescimento, segue-se uma do a muda vocal deve estar completa. Adolescentes com uma alte-
gradual desaceleração até a parada de crescimento, com duração ração na voz, que persista por mais de 15 dias, a Equipe de Saúde da
em torno de 3 a 4 anos. Após a menarca, as meninas crescem, no Família deve procurar o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf)
máximo, de 5 a 7 cm. As curvas de crescimento individual seguem que dispõe de um profissional fonoaudiólogo para realizar uma in-
um determinado percentil desenhado no gráfico de crescimento. É terconsulta ou uma avaliação multidisciplinar entre os profissionais
importante salientar que, tanto na infância quanto na adolescência, visando solucionar o problema em questão. É de suma importância
podem ocorrer variações no padrão de velocidade de crescimen- que o profissional de saúde saiba orientar os adolescentes quanto a
to, ocasionando mudanças de percentil de crescimento, mas nem comportamentos nocivos a sua saúde, como o uso de tabaco.
sempre refletem uma condição patológica. De um modo geral, o
adolescente termina o seu desenvolvimento físico com cerca de Maturação sexual
20% da estatura final do adulto em um período de 18 a 36 meses. A eclosão puberal dá-se em tempo individual por mecanismos
A evolução do peso segue uma curva semelhante à da altura. Na ainda não plenamente compreendidos, envolvendo o eixo hipotála-
puberdade, a velocidade de crescimento ponderal acompanha a do mo-hipofisário-gonadal. Em fase inicial da puberdade, o córtex ce-
crescimento em altura, com a incorporação final de 50% do peso rebral transmite estímulos para receptores hipotalâmicos, que, por
do adulto. meio de seus fatores liberadores, promovem na hipófise anterior a
secreção de gonadotrofinas para a corrente sanguínea.
Idade óssea
A idade óssea ou esquelética corresponde às alterações evo-
lutivas da maturação óssea, que acompanham a idade cronológica
no processo de crescimento, sendo considerada como um indica-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Sexo masculino dade feminina frente a certas doenças e causas de morte está mais
As gonadotrofinas, ou seja, os hormônios folículo-estimulante relacionada com a situação de discriminação na sociedade do que
e luteinizante (FSH e LH) atuam aumentando os testículos. Os túbu- com fatores biológicos.
los seminíferos passam a ter luz e promover a proliferação das cé- Os indicadores epidemiológicos do Brasil mostram uma reali-
lulas intersticiais de Leydig, que liberam a testosterona e elevam os dade na qual convivem doenças dos países desenvolvidos (cardio-
seus níveis séricos. Esses eventos determinam o aumento simétrico vasculares e crônico-degenerativas) com aquelas típicas do mundo
(simultâneo e semelhante) do volume testicular, que passa a ter subdesenvolvido (mortalidade materna e desnutrição). Os padrões
dimensões maiores que 4 cm3 , constituindo-se na primeira mani- de morbimortalidade encontrados nas mulheres revelam também
festação da puberdade masculina. Segue-se o crescimento de pelos essa mistura de doenças, que seguem as diferenças de desenvolvi-
pubianos, o desenvolvimento do pênis em comprimento e diâme- mento regional e de classe social. Dentro da perspectiva de buscar
tro, o aparecimento de pelos axilares e faciais e o estirão puber- compreender essa imbricação de fatores que condicionam o pa-
tário. O tamanho testicular é critério importante para a avaliação drão de saúde da mulher, este documento analisa, sob o enfoque
das gônadas e da espermatogênese, que costuma ocorrer, mais fre- de gênero, os dados epidemiológicos extraídos dos sistemas de in-
quentemente, no estágio 4 de Tanner. Avaliase o volume testicular formação do Ministério da Saúde e de documentos elaborados por
de forma empírica ou utilizando-se o orquímetro e orquidômetro instituições e pessoas que trabalham com esse tema. 10 11 Propõe
de Prader. Estes instrumentos contêm elipsoides de volumes cres- diretrizes para a humanização e a qualidade do atendimento, ques-
centes de 1 ml a 25 ml. O tamanho testicular adulto situa-se entre tões ainda pendentes na atenção à saúde das mulheres.
12 ml e 25 ml.
Toma como base os dados epidemiológicos e as reivindicações
Critérios de Tanner para classificação dos estágios da puber- de diversos segmentos sociais para apresentar os princípios e dire-
dade masculina trizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
para o período de 2004 a 2007
Sexo feminino Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher No Brasil,
Os hormônios folículo-estimulante e luteinizante (FSH e LH) a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde
atuam sobre o ovário e iniciam a produção hormonal de estróge- nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período,
no e progesterona, responsáveis pelas transformações puberais às demandas relativas à gravidez e ao parto.
na menina. A primeira manifestação de puberdade na menina é o Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30,
surgimento do broto mamário. É seguido do crescimento dos pelos 50 e 70, traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em
pubianos e pelo estirão puberal. A menarca acontece cerca de um sua especificidade biológica e no seu papel social de mãe e domés-
ano após o máximo de velocidade de crescimento, coincidindo com tica, responsável pela criação, pela educação e pelo cuidado com a
a fase de sua desaceleração. A ocorrência da menarca não significa saúde dos filhos e demais familiares. Há análises que demonstram
que a adolescente tenha atingido o estágio de função reprodutora que esses programas preconizavam as ações materno-infantis como
completa, pois os ciclos iniciais podem ser anovulatórios. Por outro estratégia de proteção aos grupos de risco e em situação de maior
lado, é possível acontecer também a gravidez antes da menarca, vulnerabilidade, como era o caso das crianças e gestantes.
com um primeiro ciclo ovulatório. Outra característica desses programas era a verticalidade e a
Critérios de Tanner para classificação da puberdade feminina falta de integração com outros programas e ações propostos pelo
Pelos pubianos A evolução da distribuição de pelos pubianos é se- governo federal. As metas eram definidas pelo nível central, sem
melhante nos dois sexos, de acordo com as alterações progressivas qualquer avaliação das necessidades de saúde das populações locais.
relativas à forma, espessura e pigmentação. Um dos resultados dessa prática é a fragmentação da assistên-
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_ cia (COSTA, 1999) e o baixo impacto nos indicadores de saúde da
adolescentes_atencao_basica.pdf mulher. No âmbito do movimento feminista brasileiro, esses pro-
gramas são vigorosamente criticados pela perspectiva reducionista
SAÚDE DA MULHER com que tratavam a mulher, que tinha acesso a alguns cuidados
As mulheres são a maioria da população brasileira (50,77%) e de saúde no ciclo gravídico-puerperal, ficando sem assistência na
as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). maior parte de sua vida. Com forte atuação no campo da saúde,
São as que mais frequentam os serviços de saúde para o seu o movimento de mulheres contribuiu para introduzir na agenda
próprio atendimento mas, sobretudo, acompanhando crianças e política nacional, questões, até então, relegadas ao segundo plano,
outros familiares, pessoas idosas, com deficiência, vizinhos, amigos. por serem consideradas restritas ao espaço e às relações privadas.
São também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da Naquele momento tratava-se de revelar as desigualdades nas con-
família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade. A dições de vida e nas relações entre os homens e as mulheres, os
situação de saúde envolve diversos aspectos da vida, como a rela- problemas associados à sexualidade e à re- 16 17 produção, as di-
ção com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de ficuldades relacionadas à anticoncepção e à prevenção de doenças
trabalho, moradia e renda. No caso das mulheres, os problemas são sexualmente transmissíveis e a sobrecarga de trabalho das mulhe-
agravados pela discriminação nas relações de trabalho e a sobrecar- res, responsáveis pelo trabalho doméstico e de criação dos filhos
ga com as responsabilidades com o trabalho doméstico. (ÁVILA; BANDLER, 1991). As mulheres organizadas argumentavam
Outras variáveis como raça, etnia e situação de pobreza real- que as desigualdades nas relações sociais entre homens e mulheres
çam ainda mais as desigualdades. As mulheres vivem mais do que se traduziam também em problemas de saúde que afetavam parti-
os homens, porém adoecem mais freqüentemente. A vulnerabili- cularmente a população feminina

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Por isso, fazia-se necessário criticá-los, buscando identificar ponsabilidades dos municípios na Atenção Básica, define 18 19 o pro-
e propor processos políticos que promovessem mudanças na so- cesso de regionalização da assistência, cria mecanismos para fortale-
ciedade e conseqüentemente na qualidade de vida da população. cimento da gestão do SUS e atualiza os critérios de habilitação para
Posteriormente, a literatura vem demonstrar que determinados os estados e municípios” (BRASIL, 2001). Na área da saúde da mulher,
comportamentos, tanto dos homens quanto das mulheres, basea- a NOAS estabelece para os municípios a garantia das ações básicas
dos nos padrões hegemônicos de masculinidade e feminilidade, mínimas de pré-natal e puerpério, planejamento familiar e preven-
são produtores de sofrimento, adoecimento e morte (OPAS, 2000). ção do câncer de colo uterino e, para garantir o acesso às ações de
Com base naqueles argumentos, foi proposto que a perspectiva de maior complexidade, prevê a conformação de sistemas funcionais e
mudança das relações sociais entre homens e mulheres prestasse resolutivos de assistência à saúde, por meio da organização dos ter-
suporte à elaboração, execução e avaliação das políticas de saúde ritórios estaduais (COELHO, 2003). A delimitação das ações básicas
da mulher. mínimas para o âmbito municipal é resultante do reconhecimento
As mulheres organizadas reivindicaram, portanto, sua condição das dificuldades para consolidação do SUS, e das lacunas que ain-
de sujeitos de direito, com necessidades que extrapolam o momen- da existem na atenção à saúde da população. Porém, essa proposta
to da gestação e parto, demandando ações que lhes proporcionas- não abrange todo o conjunto de ações previstas nos documentos que
sem a melhoria das condições de saúde em todas os ciclos de vida. norteiam a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, que passa
Ações que contemplassem as particularidades dos diferentes a contemplar, a partir de 2003, a atenção a segmentos da população
grupos populacionais, e as condições sociais, econômicas, culturais feminina ainda invisibilisados e a problemas emergentes que afetam
e afetivas, em que estivessem inseridos. Em 1984, o Ministério da a saúde da mulher (BRASIL, 2003d).
Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mu- O nível federal de administração também apresentou, na úl-
lher (PAISM), marcando, sobretudo, uma ruptura conceitual com tima década, dificuldades e descontinuidade no processo de as-
os princípios norteadores da política de saúde das mulheres e os sessoria e apoio para implementação do PAISM, observando-se
critérios para eleição de prioridades neste campo (BRASIL, 1984). mudanças a partir de 1998, quando a saúde da mulher passa a ser
O PAISM incorporou como princípios e diretrizes as propostas de considerada uma prioridade de governo. O balanço institucional das
descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem ações realizadas no período de 1998 a 2002, elaborado por Correa
como a integralidade e a eqüidade da atenção, num período em e Piola, indica que, nesse período, trabalhou-se na perspectiva de
que, paralelamente, no âmbito do Movimento Sanitário, se conce- resolução de problemas, priorizando-se a saúde reprodutiva e, em
bia o arcabouço conceitual que embasaria a formulação do Sistema particular, as ações para redução da mortalidade materna (pré-na-
Único de Saúde (SUS). tal, assistência ao parto e anticoncepção). Segundo os autores, em-
O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educa- bora se tenha mantido como imagem-objetivo a atenção integral à
tivas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englo- saúde da mulher, essa definição de prioridades dificultou a atuação
bando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, sobre outras áreas estratégicas do ponto de vista da agenda ampla
parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, de saúde da mulher.
câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades Essa perspectiva de atuação também comprometeu a trans-
identificadas a partir do perfil populacional das mulheres (BRASIL, versalidade de gênero e raça, apesar de se perceber um avanço no
1984). sentido da integralidade e uma ruptura com as ações verticalizadas
O processo de construção do SUS tem grande influência sobre do passado, uma vez que os problemas não foram tratados de for-
a implementação do PAISM. O SUS vem sendo implementado com ma isolada e que houve a incorporação de um tema novo como a
base nos princípios e diretrizes contidos na legislação básica: violência sexual (CORREA; PIOLA, 2002).
Constituição de 1988, Lei n.º 8.080 e Lei n.º 8.142, Normas Nesse balanço são apontadas ainda várias lacunas como aten-
Operacionais Básicas (NOB) e Normas Operacionais de Assistência à ção ao climatério/menopausa; queixas ginecológicas; infertilidade
Saúde (NOAS), editadas pelo Ministério da Saúde. Particularmente e reprodução assistida; saúde da mulher na adolescência; doenças
com a implementação da NOB 96, consolida-se o processo de mu- crônico-degenerativas; saúde ocupacional; saúde mental; doenças
nicipalização das ações e serviços em todo o País. A municipalização infecto-contagiosas e a inclusão da perspectiva de gênero e raça nas
da gestão do SUS vem se constituindo num espaço privilegiado de ações a serem desenvolvidas. Em 2003, a Área Técnica de Saúde
reorganização das ações e dos serviços básicos, entre os quais se da Mulher identifica ainda a necessidade de articulação com outras
colocam as ações e os serviços de atenção à saúde da mulher, inte- áreas técnicas e da proposição de novas ações, quais sejam: aten-
grados ao sistema e seguindo suas diretrizes. ção às mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presi-
O processo de implantação e implementação do PAISM apresen- diárias e lésbicas e a participação nas discussões e atividades sobre
ta especificidades no período de 84 a 89 e na década de 90, sendo saúde da mulher e meio ambiente.
influenciado, a partir da proposição do SUS, pelas características da
nova política de saúde, pelo processo de municipalização e princi- Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de
palmente pela reorganização da atenção básica, por meio da estra- Atenção Integral à Saúde da Mulher
tégia do Programa Saúde da Família. Estudos realizados para avaliar Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive
os estágios de implementação da política de saúde da mulher de- para as portadoras da infecção pelo HIV e outras DST:
monstram a existência de dificuldades na implantação dessas ações – fortalecer a atenção básica no cuidado com a mulher;
e, embora não se tenha um panorama abrangente da situação em – ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico- ginecológica
todos os municípios, pode-se afirmar que a maioria enfrenta ainda na rede SUS. Estimular a implantação e implementação da assistên-
dificuldades políticas, técnicas e administrativas. Visando ao enfren- cia em planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e
tamento desses problemas, o Ministério da Saúde editou a Norma adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde:
Operacional de Assistência à Saúde (NOAS 2001), que “amplia as res-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar, in- – ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no cli-
cluindo a assistência à infertilidade; matério na rede SUS. Promover a atenção à saúde da mulher na
– garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para a popu- terceira idade:
lação em idade reprodutiva; – incluir a abordagem às especificidades da atenção a saúde da
– ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as op- mulher na Política de Atenção à Saúde do Idoso no SUS; – incentivar
ções de métodos anticoncepcionais; a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à Saúde do Idoso
– estimular a participação e inclusão de homens e adolescen- no SUS. Promover a atenção à saúde da mulher negra:
tes nas ações de planejamento familiar. Promover a atenção obsté- – melhorar o registro e produção de dados; – capacitar pro-
trica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência fissionais de saúde; – implantar o Programa de Anemia Falciforme
ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adoles- (PAF/MS), dando ênfase às especificidades das mulheres em idade
centes: fértil e no ciclo gravídico-puerperal; – incluir e consolidar o recorte
– construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional racial/étnico nas ações de saúde ;
pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; – qualificar a -estimular e fortalecer a interlocução das áreas de saúde da
assistência obstétrica e neonatal nos estados e municípios; mulher das SES e SMS com os movimentos e entidades relaciona-
-organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal, dos à saúde da população negra.
garantindo atendimento à gestante de alto risco e em situações de Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da
urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e con- cidade:
tra-referência; – fortalecer o sistema de formação/capacitação de – implementar ações de vigilância e atenção à saúde da traba-
pessoal na área de assistência obstétrica e neonatal; – elaborar e/ lhadora da cidade e do campo, do setor formal e informal;
ou revisar, imprimir e distribuir material técnico e educativo – introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a
– qualificar e humanizar a atenção à mulher em situação de noção de direitos das mulheres trabalhadoras relacionados à saúde.
abortamento; Promover a atenção à saúde da mulher indígena:
– apoiar a expansão da rede laboratorial; – garantir a oferta de – ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher in-
ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes; dígena. Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de
– melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle
mortalidade materna de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids
-Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação nessa população:
de violência doméstica e sexual: – ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presi-
– organizar redes integradas de atenção às mulheres em situa- diárias. Fortalecer a participação e o controle social na definição e
ção de violência sexual e doméstica; implementação das políticas de atenção integral à saúde das mu-
– articular a atenção à mulher em situação de violência com lheres:
ações de prevenção de DST/aids – promover a integração com o movimento de mulheres femi-
– promover ações preventivas em relação à violência domés- nistas no aperfeiçoamento da política de atenção integral à saúde
tica e sexual. da mulherde da mulher, no âmbito do SUS;

Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o Assistência aos Casais Férteis


controle das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo É o acompanhamento dos casais que não apresentam dificul-
HIV/aids na população feminina: dades para engravidar, mas que não o desejam. Desta forma, estu-
– prevenir as DST e a infecção pelo HIV/aids entre mulheres; daremos os métodos contraceptivos mais conhecidos e os ofereci-
– ampliar e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo dos pelas instituições.
com HIV e aids. Reduzir a morbimortalidade por câncer na popula- Durante muitos anos, a amamentação representou uma alter-
ção feminina: nativa exclusiva e eficaz de espaçar as gestações, pois as mulheres
– organizar em municípios pólos de microrregiões redes de re- apresentam sua fertilidade diminuída neste período, considerando
ferência e contra-referência para o diagnóstico e o tratamento de que, quanto mais frequentes são as mamadas, mais altos são os ní-
câncer de colo uterino e de mama; veis de prolactina e consequentemente menores as possibilidades
– garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de de ovulação.
reconstrução mamária nas mulheres que realizaram mastectomia; Os fatores que determinam o retorno da ovulação não são pre-
– oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres incluídas cisamente conhecidos, de modo que, mesmo diante dos casos de
no Programa Viva Mulher, especialmente aquelas com diagnóstico aleitamento exclusivo, a partir do 3º mês é recomendada a utiliza-
de DST, HPV e/ou lesões intra-epiteliais de alto grau/ câncer invasor. ção de um outro método. Até o 3º mês, se o aleitamento é exclusivo
Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob e ainda não ocorreu menstruação, as possibilidades de gravidez são
o enfoque de gênero: mínimas.
– melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de Atualmente, com a descoberta e divulgação de novas tecnologias
transtornos mentais no SUS; contraceptivas e a mudança nos modos de viver das mulheres em re-
– qualificar a atenção à saúde mental das mulheres; – incluir o lação a sua capacidade de trabalho, o seu desejo de maternidade, a
enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de forma como percebe seu corpo como fonte de prazer e não apenas de
transtornos mentais e promover a integração com setores não-go- reprodução foram fatores que incentivaram o abandono e o descrédito
vernamentais, fomentando sua participação nas definições da polí- do aleitamento como método capaz de controlar a fertilidade.
tica de atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. Im-
plantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Outro método é o coito interrompido, sendo também uma Após a determinação do período fértil, a mulher e seu compa-
maneira muito antiga de evitar a gravidez. Consiste na retirada do nheiro que não desejam obter gravidez, devem abster-se de rela-
pênis da vagina e de suas proximidades, no momento em que o ho- ções sexuais com penetração, neste período, ou fazer uso de outro
mem percebe que vai ejacular. Desta forma, evitando o contato do método. Caso contrário, devem-se intensificar as relações sexuais
sêmen com o colo do útero é que se impede a gravidez. neste período.
Seu uso está contraindicado para os homens que têm ejacu-
lação precoce ou não conseguem ter controle sobre a ejaculação. Recomendações Importantes:
Os métodos naturais ou de abstinência periódica são aqueles O parceiro deve sempre ser estimulado a participar, ajudando
que utilizam técnicas para evitar a gravidez e se baseiam na auto- com os cálculos e anotações.
-observação de sinais ou sintomas que ocorrem fisiologicamente no Após a definição do período fértil, a mulher deverá continuar
organismo feminino, ao longo do ciclo menstrual, e que, portanto, anotando os seus ciclos, pois poderão surgir alterações relativas ao
ajudam a identificar o período fértil. tamanho do maior e menor ciclo, mudando então o período fértil,
Quem quer ter filhos, deve ter relações sexuais nos dias férteis, bem como poderá inclusive surgir, inesperadamente, uma irregulari-
e quem não os quer, deve abster-se das relações sexuais ou nestes dade menstrual que contraindique a continuidade do uso do método.
dias fazer uso de outro método – os de barreira, por exemplo. Não se pode esquecer que o dia do ciclo menstrual não é igual
A determinação do período fértil baseia-se em três princípios ao dia do mês.
científicos, a saber: Cada mulher deve fazer sua própria tabela e a tabela de uma
A ovulação costuma acontecer 14 dias antes da próxima mens- mulher não serve para outra.
truação (pode haver uma variação de 2 dias, para mais ou para me- No período de 6 meses em que a mulher estiver fazendo as
nos); anotações dos ciclos, ela deverá utilizar outro método, com exceção
O óvulo, após a ovulação, tem uma vida média de 24 horas; da pílula, pois esta interfere na regularização dos ciclos.
O espermatozoide, após sua deposição no canal vaginal, tem Os ciclos irregulares e a lactação são contraindicações no uso
capacidade para fecundar um óvulo até o período de 48-72 horas. desse método.
Os métodos naturais, de acordo com o Ministério da Saúde, são: Os profissionais de saúde deverão construir a tabela junto com
a mulher e refazer os cálculos todas as vezes que forem necessárias,
a) Método de Ogino-Knaus até que a mulher se sinta segura para tal, devendo retornar à unida-
Esse método é também conhecido como tabela, que ajuda a de dentro de 1 mês e, depois, de 6 em 6 meses.
mulher a descobrir o seu período fértil através do controle dos dias
do seu ciclo menstrual. Logo, cada mulher deverá elaborar a sua b) Método da Temperatura Basal Corporal
própria tabela. É o método que permite identificar o período fértil por meio
Sabemos que a tabela foi vulgarizada, produzindo a formulação das oscilações de temperatura que ocorrem durante o ciclo mens-
de tabelas únicas que supostamente poderiam ser utilizadas por trual, com o corpo em repouso.
qualquer mulher. Isto levou a um grande número de falhas e con- Antes da ovulação, a temperatura do corpo da mulher perma-
sequente descrédito no método, o que persiste até os dias de hoje. nece em nível mais baixo. Após a ovulação, com a formação do cor-
Para fazer a tabela deve-se utilizar o calendário do ano, anotan- po lúteo e o consequente aumento da produção de progesterona,
do em todos os meses o 1º dia da menstruação. O ciclo menstrual que tem efeito hipertérmico, a temperatura do corpo se eleva ligei-
começa no 1º dia da menstruação e termina na véspera da mens- ramente e permanece assim até a próxima menstruação.
truação seguinte, quando se inicia um novo ciclo. Como construir a Tabela ou Gráfico de Temperatura?
A primeira coisa a fazer é certificar-se de que a mulher tem os A partir do 1º dia do ciclo menstrual, deve-se verificar e anotar
ciclos regulares. Para tal é preciso que se tenha anotado, pelo me- a temperatura todos os dias, antes de se levantar da cama, depois
nos, os seis últimos ciclos. de um período de repouso de 3 a 5 horas, usando-se sempre o mes-
Como identificar se os ciclos são regulares ou não? mo termômetro.
Depois de anotados os seis últimos ciclos, deve-se contá-los, A temperatura deve ser verificada sempre no mesmo local: na
anotando quantos dias durou cada um. Selecionar o maior e o me- boca, no reto ou na vagina. A temperatura oral deve ser verificada
nor dos ciclos. em um tempo mínimo de 5 minutos e as temperaturas retal e vagi-
Se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto for igual nal, no mínimo 3 minutos, observando-se sempre o mesmo horário
ou superior a 10 dias, os ciclos desta mulher serão considerados para que não haja alteração do gráfico de temperatura.
irregulares e, portanto, ela não deverá utilizar este método. Além Caso a mulher esqueça-se de verificar a temperatura um dia,
do que, devem procurar um serviço de saúde, pois a irregularidade deve recomeçar no próximo ciclo.
menstrual indica um problema ginecológico que precisa ser inves- Registrar a temperatura a cada dia do ciclo em um papel qua-
tigado e tratado. driculado comum, em que as linhas horizontais referem-se às tem-
Se a diferença entre eles for inferior a 10 dias, os ciclos são peraturas, e as verticais, aos dias do ciclo. Após a marcação, ligar os
considerados regulares e esta mulher poderá fazer uso da tabela. pontos referentes a cada dia, formando uma linha que vai do1º ao
Como fazer o cálculo para identificar o período fértil? 2º, do 2º ao 3º, do 3º ao 4ºdia e daí por diante.
Subtrai-se 18 dias do ciclo mais curto e obtém-se o dia do início Em seguida, verificar a ocorrência de um aumento persistente
do período fértil. da temperatura basal por 3 dias seguidos, no período esperado da
Subtrai-se 11 dias do ciclo mais longo e obtém-se o último dia ovulação.
do período fértil.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O aumento da temperatura varia entre 0,2ºC a 0,6ºC. A diferen- O último dia de muco lubrificante, escorregadio e com elastici-
ça de no mínimo 0,2ºC entre a última temperatura baixa e as três dade máxima, chama-se dia ápice, ou seja, o muco com a máxima
temperaturas altas indica que a ovulação ocorreu e a temperatura capacidade de facilitar a espermomigração. Portanto, o dia ápice só
se manterá alta até a época da próxima menstruação. pode ser identificado a posteriori e significa que em mais ou menos
O período fértil termina na manhã do 3º dia em que for obser- 48 horas a ovulação já ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer.
vada a temperatura elevada. Portanto, para evitar gravidez, o casal Na fase pós-ovulatória, já com o predomínio da progesterona,
deve abster-se de relações sexuais, com penetração, durante toda o muco forma uma verdadeira rolha no colo uterino, impedindo
a primeira fase do ciclo até a manhã do 3º dia de temperatura ele- que os espermatozoides penetrem no canal cervical. É um muco
vada. pegajoso, branco ou amarelado, grumoso, que dá sensação de se-
Após 3 meses de realização do gráfico da temperatura, pode-se cura no canal vaginal.
predizer a data da ovulação e, a partir daí, a abstinência sexual po- No 4º dia após o dia ápice, a mulher entra no período de infer-
derá ficar limitada ao período de 4 a 5 dias antes da data prevista da tilidade.
ovulação até a manhã do 3º dia de temperatura alta. Os casais que As relações sexuais devem ser evitadas desde o dia em que
quiserem engravidar devem manter relações sexuais neste período. aparece o muco grosso até quatro dias depois do aparecimento do
Durante estes 3 meses, enquanto estiver aprendendo a usar a muco elástico.
tabela da temperatura, deverá utilizar outro método contraceptivo, No início, é bom examinar o muco mais de uma vez ao dia, fa-
com exceção do contraceptivo hormonal. zendo o registro à noite, preferencialmente, no mesmo horário. É
A ocorrência de qualquer fator que pode vir a alterar a tempe- importante anotar as características do muco e os dias de relações
ratura deve ser anotada no gráfico. Como exemplo, tem-se: mudan- sexuais.
ça no horário de verificação da temperatura; perturbações do sono Quando notar, no mesmo dia, mucos com características dife-
e/ou emocionais; algumas doenças que podem elevar a temperatu- rentes, à noite, na hora de registrar, deve considerar o mais indica-
ra; mudanças de ambiente e uso de bebidas alcoólicas. tivo de fertilidade (mais elástico e translúcido).
Esse método é contraindicado em casos de irregularidades No período de aprendizagem do método, para identificar os
menstruais, amenorreia, estresse, mulheres com períodos de sono dias em que pode ou não ter relações sexuais, o casal deve observar
irregular ou interrompido (por exemplo, trabalho noturno). as seguintes recomendações:
Assim como no método do calendário, para a construção do Só deve manter relações sexuais na fase seca posterior à mens-
gráfico ou tabela de temperatura, a mulher e/ou casal deverá con- truação e, no máximo, dia sim, dia não, para que o sêmen não in-
tar com a orientação de profissionais de saúde e neste caso em terfira na avaliação.
especial, no decorrer dos três primeiros meses de uso, quando, a Evitar relações sexuais nos dias de muco, até três dias após o
partir daí, já se poderá predizer o período da ovulação. O retorno dia ápice.
da cliente deverá se dar, pelo menos, em seis meses após o início do É importante ressaltar que o muco não deve ser examinado no
uso do método. Em seguida, os retornos podem ser anuais. dia em que a mulher teve relações sexuais, devido à presença de
esperma; depois de utilizar produtos vaginais ou duchas e lavagens
c) Método da ovulação ou do muco cervical ou Billings vaginais; durante a excitação sexual; ou na presença de leucorreias.
É o método que indica o período fértil por meio das caracterís- É recomendável que durante o 1º ciclo, o casal se abstenha de
ticas do muco cervical e da sensação de umidade por ele provocada relações sexuais. Os profissionais de saúde devem acompanhar se-
na vulva. manalmente o casal no 1º ciclo e os retornos se darão, no mínimo,
O muco cervical é produzido pelo colo do útero, tendo como uma vez ao mês do 2º ao 6º ciclo e semestral a partir daí.
função umidificar e lubrificar o canal vaginal. A quantidade de muco
produzida pode oscilar ao longo dos ciclos d) Método sinto-térmico
Para evitar a gravidez, é preciso conhecer as características do Baseia-se na combinação de múltiplos indicadores de ovula-
muco. Isto pode ser feito observando-se diariamente a presença ou ção, conforme os anteriormente citados, com a finalidade de deter-
ausência do muco através da sensação de umidade ou secura no minar o período fértil com maior precisão e confiabilidade.
canal vaginal ou através da limpeza da vulva com papel higiênico, Associa a observação dos sinais e sintomas relativos à tempera-
antes e após urinar. Esta observação pode ser feita visualizando-se a tura basal corporal e ao muco cervical, levando em conta parâme-
presença de muco na calcinha ou através do dedo no canal vaginal. tros subjetivos (físicos ou psicológicos) que possam indicar ovula-
Logo após o término da menstruação, tem-se, em geral, uma ção, tais como sensação de peso ou dor nas mamas, dor abdominal,
fase seca (fase pré-ovulatória). Quando aparece muco nesta fase, variações de humor e da libido, náuseas, acne, aumento de apetite,
geralmente é opaco e pegajoso. ganho de peso, pequeno sangramento intermenstrual, dentre ou-
Na fase ovulatória, o muco, que inicialmente era esbranqui- tros.
çado, turvo e pegajoso, vai-se tornando a cada dia mais elástico e Os métodos de barreira são aqueles que não permitem à entra-
lubrificante, semelhante à clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio. da de espermatozoides no canal cervical.
Isto ocorre porque neste período os níveis de estrogênio estão ele-
vados e é nesta fase que o casal deve abster-se de relações sexuais, e) Condom Masculino
com penetração, pois há risco de gravidez. Também conhecido como camisinha, camisa de vênus ou pre-
O casal que pretende engravidar deve aproveitar este período servativo, é uma capa de látex bem fino, porém resistente, descar-
para ter relações sexuais. tável, que recobre o pênis completamente durante o ato sexual.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Evita a gravidez, impedindo que os espermatozoides penetrem Podem se apresentar sob a forma de cremes, geleias, óvulos e
no canal vaginal, pois retém o sêmen ejaculado. O condom protege espumas.
contra as doenças sexualmente transmissíveis e por isso seu uso Cada tipo vem com suas instruções para uso, as quais devem
deve ser estimulado em todas as relações sexuais. ser seguidas. Em nosso meio, a geleia espermicida é a mais conheci-
da. A geleia espermicida deve ser colocada na vagina com o auxílio
Deve ser colocado antes de qualquer contato do pênis com os de um aplicador. A mulher deve estar deitada e após a colocação
genitais femininos, porque alguns espermatozoides podem escapar do medicamento, não deve levantar-se mais, para evitar que esta
antes da ejaculação. escorra. O aplicador, contendo o espermaticida, deve ser inserido
Deve ser colocado com o pênis ereto, deixando um espaço de o mais profundamente possível no canal vaginal. Da mesma forma,
aproximadamente 2 cm na ponta, sem ar, para que o sêmen seja quando os espermaticidas se apresentarem sob a forma de óvulos,
depositado sem que haja rompimento da camisinha. estes devem ser colocados com o dedo ou com aplicador próprio no
As camisinhas devem ser guardadas em lugar fresco, seco e de fundo do canal vaginal. É recomendável que a aplicação da geleia
fácil acesso ao casal. Não deve ser esticada ou inflada, para efeito seja feita até, no máximo, 1 hora antes de cada relação sexual, sen-
de teste. Antes de utilizá-la, certifique-se do prazo de validade. Mes- do ideal o tempo de 30 minutos para que o agente espermaticida
mo que esteja no prazo, não utilizá-la quando perceber alterações se espalhe adequadamente na vagina e no colo do útero. Deve-se
como mudanças na cor, na textura, furo, cheiro diferente, mofo ou seguir a recomendação do fabricante, já que pode haver recomen-
outras. A camisinha pode ou não já vir lubrificada de fábrica. dação de tempos diferentes de um produto para o outro. Os esper-
A colocação pode ser feita pelo homem ou pela mulher. Sua micidas devem ser colocados de novo, se houver mais
manipulação deve ser cuidadosa, evitando-se unhas longas que po- de uma ejaculação na mesma relação sexual. Se a ejaculação
dem danificá-la. Deve-se observar se o canal vaginal está suficien- não ocorrer dentro do período de segurança garantido pelo esper-
temente úmido para permitir uma penetração que provoque pouca micida, deve ser feita outra aplicação. Deve-se evitar o uso de du-
fricção, evitando- se assim que o condom se rompa. chas ou lavagens vaginais pelo menos 8 horas após o coito. Caso
Lubrificantes oleosos como a vaselina não podem ser utiliza- se observe algum tipo de leucorréia, prurido e ardência vaginal ou
dos. Caso necessário, utilizar lubrificantes a base de água. Cremes, peniana, interromper o uso do espermaticida. Este é contraindica-
geleias ou óvulos vaginais espermicidas podem ser utilizados em do para mulheres que apresentem alto risco gestacional
associação com a camisinha. Após a ejaculação, o pênis deve ser re-
tirado ainda ereto. As bordas da camisinha devem ser pressionadas h) Diafragma
com os dedos, ao ser retirado, para evitar que o sêmen extravase É uma capa de borracha que tem uma parte côncava e uma
ou que o condom se desprenda e fique na vagina. Caso isto ocorra, convexa, com uma borda de metal flexível ou de borracha mais
é só puxar com os dedos e colocar espermaticida na vagina, com espessa que pode ser encontrada em diversos tamanhos, sendo
um aplicador. Caso não consiga retirar a camisinha, coloque esper- necessária avaliação pelo médico e/ou enfermeiro, identificando a
micida e depois procure um posto de saúde para que a mesma seja medida adequada a cada mulher
retirada. Nestes casos, não faça lavagem vaginal pois ela empurra A própria mulher o coloca no canal vaginal, antes da relação
ainda mais o espermatozoide em direção ao útero. Após o uso, de- sexual, cobrindo assim o colo do útero, pois suas bordas ficam situa-
ve-se dar um nó na extremidade do condom para evitar o extrava- das entre o fundo de saco posterior da vagina e o púbis.
samento de sêmen e jogá-lo no lixo e nunca no vaso sanitário. O uso Para ampliar a eficácia do diafragma, recomenda-se o uso as-
do condom é contraindicado em casos de anomalias do pênis e de sociado de um espermaticida que deve ser colocado no diafragma
alergia ao látex. em quantidade correspondente a uma colherinha de café no fundo
do mesmo, espalhando-se com os dedos. Depois, colocar mais um
f) Condom feminino ou camisinha feminina pouco por fora, sobre o anel.
Feita de poliuretano, a camisinha feminina tem forma de saco, O diafragma impedirá, então, a gravidez por meio da barreira
de aproximadamente 25 cm de comprimento, com dois anéis flexí- mecânica e, ainda assim, caso algum espermatozoide consiga esca-
veis, um em cada extremidade. O anel menor fica na parte fechada par, se deparará com a barreira química, o espermaticida.
do saco e é este que, sendo introduzido no canal vaginal, irá se en- Para colocar e retirar o diafragma, deve-se escolher uma posi-
caixar no colo do útero. O anel maior fica aderido às bordas do lado ção confortável (deitada, de cócoras ou com um pé apoiado sobre
aberto do saco e ficará do lado de fora, na vulva. Deste modo, a ca- uma superfície qualquer), colocar o espermaticida, pegar o diafrag-
misinha feminina se adapta e recobre internamente toda a vagina. ma pelas bordas e apertá-lo no meio de modo que ele assuma o
Assim, impede o contato com o sêmen e consequentemente formato de um 8.
tem ação preventiva contra as DST. Com a outra mão, abrir os lábios da vulva e introduzi-lo profun-
Já está sendo disponibilizada em nosso meio. Sua divulgação damente na vagina. Após, fazer um toque vaginal para verificar se
tem sido maior em algumas regiões do país, sendo ainda pouco co- está bem colocado, ou seja, certificar-se de que está cobrindo todo
nhecida em outras. o colo do útero.
Se estiver fora do lugar, deverá ser retirado e recolocado até
g) Espermaticida ou Espermicida acertar. Para retirá-lo, é só encaixar o dedo na borda do diafragma e
São produtos colocados no canal vaginal, antes da relação puxá-lo para fora e para baixo.
sexual. O espermicida atua formando uma película que recobre o É importante observar os seguintes cuidados, visando o melhor
canal vaginal e o colo do útero, impedindo a penetração dos esper- aproveitamento do método: urinar e lavar as mãos antes de colocar
matozoides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizando ou o diafragma (a bexiga cheia poderá dificultar a colocação); antes do
destruindo os espermatozoides, impedindo desta forma a gravidez.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

uso, observá-lo com cuidado, inclusive contra a luz, para identificar A colocação do DIU é simples e rápida. Não é necessário anes-
possíveis furos ou outros defeitos; se a borracha do diafragma ficar tesia. É realizada em consultório e para a inserção é utilizado técni-
enrugada, ele deverá ser trocado imediatamente. ca rigorosamente asséptica.
O espermaticida só é atuante para uma ejaculação. Caso acon- A mulher deve estar menstruada. A menstruação, além de ser
teça mais de uma, deve-se fazer uma nova aplicação do espermati- uma garantia de que não está grávida, facilita a inserção, pois neste
cida, por meio do aplicador vaginal, sem retirar o diafragma. período o canal cervical está mais permeável. Após a inserção, a
O diafragma só deverá ser retirado de 6 a 8 horas após a última mulher é orientada a verificar a presença dos fios do DIU no canal
relação sexual, evitando-se o uso de duchas vaginais neste período. vaginal.
O período máximo que o diafragma pode permanecer dentro do ca- Na primeira semana de uso do método, a mulher não deve ter
nal vaginal é de 24 horas. Mais que isto, poderá favorecer infecções. relações sexuais. O Ministério da Saúde recomenda que após a in-
Após o uso, deve-se lavá-lo com água fria e sabão neutro, enxá- serção do DIU a mulher deva retornar ao serviço para revisões com
guar bem, secar com um pano macio e polvilhar com amido ou talco a seguinte periodicidade: 1 semana, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12
neutro. Não usar água quente. Guardá-lo em sua caixinha, longe do meses. A partir daí, se tudo estiver bem, o acompanhamento será
calor e da luz. anual, com a realização do preventivo.
Será necessário reavaliar o tamanho do diafragma depois de O DIU deverá ser retirado quando a mulher quiser, quando ti-
gravidez, aborto, ganho ou perda de peso (superior a 10 kg) e cirur- ver com a validade vencida ou quando estiver provocando algum
gias de períneo. Deverá ser trocado rotineiramente a cada 2 anos. problema.
As contraindicações para o uso desse método ocorrem no A validade do DIU varia de acordo com o tipo. A validade do DIU
caso de mulheres que nunca tiveram relação sexual, configuração Tcu, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, varia de 3 a 7 anos.
anormal do canal vaginal, prolapso uterino, cistocele e/ou retocele Os problemas que indicam a retirada do DIU são dor severa,
acentuada, anteversão ou retroversão uterina acentuada, fístulas sangramento intenso, doença pélvica inflamatória, expulsão par-
vaginais, tônus muscular vaginal deficiente, cervicites e outras pato- cial, gravidez (até a 12ª semana de gravidez, se os fios estiverem
logias do colo do útero, leucorreias abundantes, alterações psíqui- visíveis ao exame especular, pois indica que o saco gestacional está
cas graves, que impeçam o uso correto do método. acima do DIU, e se a retirada não apresentar resistência).

i) Oscontraceptivos hormonais orais Assistência aos Casais Portadores de Esterilidade e Infertilidade


Constituem um outro método muito utilizado pela mulher bra- A esterilização cirúrgica foi maciçamente realizada nas mulhe-
sileira; são hormônios esteroides sintéticos, similares àqueles pro- res brasileiras, a partir das décadas de 60 e 70, por entidades que
duzidos pelos ovários da mulher. sob o rótulo de “planejamento familiar” desenvolviam programas
Quando a mulher faz opção pela pílula anticoncepcional, ela de controle da natalidade em nosso país. O reconhecimento da im-
deve ser submetida a uma criteriosa avaliação clínico-ginecológica, portância e complexidade que envolve as questões relativas à este-
durante a qual devem ser realizados e solicitados diversos exames, rilização cirúrgica tem se refletido no âmbito legal. A Lei do Planeja-
para avaliação da existência de possíveis contraindicações. mento Familiar de 1996 e as Portarias 144/97 e 48/99 do Ministério
O contraceptivo hormonal oral só impedirá a gravidez se toma- da Saúde normatizam os procedimentos, permitindo que o Sistema
do adequadamente. Cada tipo de pílula tem uma orientação espe- Único de Saúde (SUS)os realize, em acesso universal. Os critérios
cífica a considerar. legais para a realização da esterilização cirúrgica pelo SUS são: ter
capacidade civil plena; ter no mínimo 2 filhos vivos ou ter mais de
j) DIU (Dispositivo Intrauterino) 25 anos de idade, independente do número de filhos; manifestar,
É um artefato feito de polietileno, com ou sem adição de subs- por escrito, a vontade de realizar a esterilização, no mínimo 60 dias
tâncias metálicas ou hormonais, que tem ação contraceptiva quan- antes da realização da cirurgia; ter tido acesso a serviço multidis-
do posto dentro da cavidade uterina. ciplinar de aconselhamento sobre anticoncepção e prevenção de
Também podem ser utilizados para fins de tratamento, como é DST/AIDS, assim como a todos os métodos anticoncepcionais rever-
o caso dos DIUs medicados com hormônios. síveis; ter consentimento do cônjuge, no caso da vigência de união
Podem ser classificados em DIUs não medicados aqueles que conjugal.
não contêm substâncias ativas e, portanto, são constituídos apenas No caso do homem, a cirurgia é a vasectomia, que interrompe
de polietileno; DIUs medicados que além da matriz de polietileno a passagem, pelos canais deferentes, dos espermatozoides produ-
possuem substâncias que podem ser metais, como o cobre, ou hor- zidos nos testículos, impedindo que estes saiam no sêmen. Na mu-
mônios. lher, é a ligadura de trompas ou laqueadura tubária que impede o
Os DIUs mais utilizados são os T de cobre (TCu), ou seja, os DIUs encontro do óvulo com o espermatozoide.
que têm o formato da letra T e são medicados com o metal cobre. O serviço que realizar o procedimento deverá oferecer todas
O aparelho vem enrolado em um fio de cobre bem fino. as alternativas contraceptivas visando desencorajar a esterilização
A presença do DIU na cavidade uterina provoca uma reação in- precoce.
flamatória crônica no endométrio, como nas reações a corpo estra- Deverá, ainda, orientar a cliente quanto aos riscos da cirurgia,
nho. Esta reação provavelmente determina modificações bioquími- efeitos colaterais e dificuldades de reversão. A lei impõe restrições
cas no endométrio, o que impossibilita a implantação do ovo. Outra quanto à realização da laqueadura tubária por ocasião do parto ce-
ação do DIU é o aumento da contratilidade uterina, dificultando o sáreo, visando coibir o abuso de partos cirúrgicos realizados exclu-
encontro do espermatozoide com o óvulo. O cobre presente no dis- sivamente com a finalidade de realizar a esterilização.
positivo tem ação espermicida. A abordagem desta problemática deve ser sempre conjugal.
Tanto o homem quanto a mulher podem possuir fatores que contri-
buam para este problema, ambos devem ser investigados.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A esterilidade é a incapacidade do casal obter gravidez após sultado de condições como, por exemplo, estresse emocional, mu-
pelo menos um ano de relações sexuais frequentes, com ejaculação danças ambientais, doenças crônicas, menopausa, uso de métodos
intravaginal, sem uso de nenhum método contraceptivo. Pode ser contraceptivos e outros;
classificada em primária ou secundária. A esterilidade primária é b) Náusea com ou sem vômitos - como sua ocorrência é mais
quando nunca houve gravidez. Já a secundária, é quando o casal já frequente pela manhã, é denominada “enjoo matinal”, mas pode
conseguiu obter, pelo menos, uma gravidez e a partir daí passou a ocorrer durante o restante do dia. Surge no início da gestação e,
ter dificuldades para conseguir uma nova gestação. normalmente, não persiste após 16 semanas;
A infertilidade é a dificuldade de o casal chegar ao final da gra- c) Alterações mamárias – caracterizam-se pelo aumento da
videz com filhos vivos, ou seja, conseguem engravidar, porém as sensibilidade, sensação de peso, latejamento e aumento da pig-
gestações terminam em abortamentos espontâneos ou em nati- mentação dos mamilos e aréola; a partir do segundo mês, as ma-
mortos. A infertilidade também pode ser classificada em primária mas começam a aumentar de tamanho;
ou secundária. A infertilidade primária é quando o casal não conse- d) Polaciúria – é o aumento da frequência urinária. Na gravi-
guiu gerar nenhum filho vivo. A secundária é quando as dificulda- dez, especialmente no primeiro e terceiro trimestre, dá-se o preen-
des em gerar filhos vivos acontecem com casais com filhos gerados chimento e o consequente crescimento do útero que, por sua vez,
anteriormente. pressiona a bexiga diminuindo o espaço necessário para realizar a
De acordo com o Ministério da Saúde, para esta classificação função de reservatório. A esta alteração anatômica soma-se a alte-
não são consideradas as gestações ou os filhos vivos que qualquer ração fisiológica causada pela ação da progesterona, que provoca
dos membros do casal possa ter tido com outro(a) parceiro(a). um relaxamento da musculatura lisa da bexiga, diminuindo sua ca-
A esterilidade/infertilidade, com frequência, impõe um estres- pacidade de armazenamento;
se e tensão no inter-relacionamento. Os clientes costumam admitir e) Vibração ou tremor abdominal – são termos usados para
sentimentos de culpa, ressentimentos, suspeita, frustração e ou- descrever o reconhecimento dos primeiros movimentos do feto,
tros. Pode haver uma distorção da autoimagem, pois a mulher pode pela mãe, os quais geralmente surgem por volta da 20ª semana.
considerar-se improdutiva e o homem desmasculinizado. Por serem delicados e quase imperceptíveis, podem ser confundi-
Portanto, na rede básica caberá aos profissionais de saúde dar dos com gases intestinais.
orientações ao casal e encaminhamento para consulta no decorrer
da qual se iniciará a investigação diagnóstica com posterior encami- Sinais de probabilidade – são os que indicam que existe uma
nhamento para os serviços especializados, sempre que necessário. provável gestação:
a) Aumento uterino – devido ao crescimento do feto, do útero
Assistência de Enfermagem á Gestante e da placenta;
b) Mudança da coloração da região vulvar – tanto a vulva
Diagnosticando á Gravidez como o canal vaginal torna-se bastante vascularizados, o que altera
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de gravidez, mais sua coloração de rosa avermelhado para azul escuro ou vinhosa;
fácil será o acompanhamento do desenvolvimento do embrião/feto c) Colo amolecido – devido ao aumento do aporte sanguíneo
e das alterações que ocorrem no organismo e na vida da mulher, na região pélvica, o colo uterino torna-se mais amolecido e embe-
possibilitando prevenir, identificar e tratar eventuais situações de bido, assim como as paredes vaginais tornam-se mais espessas, en-
anormalidades que possam comprometer a saúde da grávida e de rugadas, amolecidas e embebidas.
sua criança (embrião ou feto), desde o período gestacional até o d) Testes de gravidez - inicialmente, o hormônio gonadotrofina
puerpério. coriônica é produzido durante a implantação do ovo no endomé-
Este diagnóstico também pode ser feito tomando-se como trio; posteriormente, passa a ser produzido pela placenta. Esse hor-
ponto de partida informações trazidas pela mulher. Para tanto, fa- mônio aparece na urina ou no sangue 10 a 12 dias após a fecunda-
z-se importante sabermos se ela tem vida sexual ativa e se há refe- ção, podendo ser identificado mediante exame específico;
rência de amenorreia (ausência de menstruação). A partir desses e) Sinal de rebote – é o movimento do feto contra os dedos do
dados e de um exame clínico são identificados os sinais e sintomas examinador, após ser empurrado para cima, quando da realização
físicos e psicológicos característicos, que também podem ser iden- de exame ginecológico (toque) ou abdominal;
tificados por exames laboratoriais que comprovem a presença do f) Contrações de Braxton-Hicks – são contrações uterinas in-
hormônio gonadotrofina coriônica e/ou exames radiográficos espe- dolores, que começam no início da gestação, tornando-se mais no-
cíficos, como a ecografia gestacional ou ultrassonografia. táveis à medida que esta avança, sentidas pela mulher como um
Os sinais e sintomas da gestação dividem-se em três catego- aperto no abdome. Ao final da gestação, tornam-se mais fortes,
rias que, quando positivas, confirmam o diagnóstico. É importante podendo ser confundidas com as contrações do parto.
lembrar que muitos sinais e sintomas presentes na gestação podem
também aparecer em outras circunstâncias. Visando seu maior co- Sinais de certeza – são aqueles que efetivamente confirmam
nhecimento, identificaremos a seguir os sinais e sintomas gestacio- a gestação:
nais mais comuns e que auxiliam o diagnóstico. a) Batimento cardíaco fetal (BCF) - utilizando-se o estetoscó-
pio de Pinard, pode ser ouvido, frequentemente, por volta da 18a
Sinais de presunção – são os que sugerem gestação, decorren- semana de gestação; caso seja utilizado um aparelho amplificador
tes, principalmente, do aumento da progesterona: denominado sonar Doppler, a partir da 12ª semana. A frequência
a) Amenorreia - frequentemente é o primeiro sinal que alerta cardíaca fetal é rápida e oscila de 120 a 160 batimentos por minuto;
para uma possível gestação. É uma indicação valiosa para a mulher b) Contornos fetais – ao examinar a região abdominal, fre-
que possui menstruação regular; entretanto, também pode ser re- quentemente após a 20ª semana de gestação, identificamos algu-
mas partes fetais (polo cefálico, pélvico, dorso fetal);
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Movimentos fetais ativos – durante o exame, a atividade em todos os momentos, desde o pré-natal até o pós-nascimento.
fetal pode ser percebida a partir da 18ª/20ª semana de gestação. Visando promover a compreensão do processo de gestação, infor-
A utilização da ultrassonografia facilita a detectar mais precoce mações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as
desses movimentos; mulheres e os profissionais de saúde. Ressalte-se, entretanto, que
d) Visualização do embrião ou feto pela ultrassonografia – as ações educativas devem ser prioridades da equipe de saúde.
pode mostrar o produto da concepção (embrião) com quatro se-
manas de gestação, além de mostrar a pulsação cardíaca fetal nessa Durante o pré-natal, os conteúdos educativos importantes
mesma época. Após a 12ª semana de gestação, a ultrassonografia para serem abordados, desde que adequados às necessidades das
apresenta grande precisão diagnóstica. Durante a evolução da ges- gestantes, são:
tação normal, verificamos grande número de sinais e sintomas que - Pré-natal e Cartão da Gestante – apresentar a importância,
indicam alterações fisiológicas e anatômicas da gravidez. Além dos objetivos e etapas, ouvindo as dúvidas e ansiedades das mulheres;
já descritos, frequentemente encontrados no primeiro trimestre - Desenvolvimento da gravidez – apresentar as alterações emo-
gestacional, existem outros como o aumento da salivação (sialor- cionais, orgânicas e da autoimagem; hábitos saudáveis como ali-
reia) e sangramentos gengivais, decorrentes do edema da mucosa mentação e nutrição, higiene corporal e dentária, atividades físicas,
gengival, em vista do aumento da vascularização. sono e repouso; vacinação antitetânica; relacionamento afetivo e
Algumas gestantes apresentam essas alterações de forma mais sexual; direitos da mulher grávida/direitos reprodutivos – no Siste-
intensa; outras, de forma mais leve - o que pode estar associado às ma de Saúde, no trabalho e na comunidade; identificação de mitos
particularidades psicossocioculturais. Dentre estes casos, podemos e preconceitos relacionados à gestação, parto e maternidade – es-
observar as perversões alimentares decorrentes de carência de mi- clarecimentos respeitosos; vícios e hábitos que devem ser evitados
nerais no organismo (ferro, vitaminas), tais como o desejo de ingerir durante a gravidez; preparo para a amamentação;
barro, gelo ou comidas extravagantes. Tipos de parto – aspectos facilitadores do preparo da mulher;
Para minimizar tais ocorrências, faz-se necessário acompanhar exercícios para fortalecer o corpo na gestação e para o parto; pre-
a evolução da gestação por meio do pré-natal, identificando e anali- paro psíquico e físico para o parto e maternidade; início do trabalho
sando a sintomatologia apresentada, ouvindo a mulher e lhe repas- de parto, etapas e cuidados;
sando informações que podem indicar mudanças próprias da gravi- -Participação do pai durante a gestação, parto e maternidade/
dez. Nos casos em que esta sintomatologia se intensificar, indica-se paternidade – importância para o desenvolvimento saudável da
a referência a algumas medidas terapêuticas. criança;
-Cuidados com a criança recém-nascida, acompanhamento do
Assistência Pré-Natal crescimento e desenvolvimento e medidas preventivas e aleita-
A assistência pré-natal é o primeiro passo para a vivência da mento materno;
gestação, parto e nascimento saudável e humanizado. Todas as -Anormalidades durante a gestação, trabalho de parto, parto e
mulheres têm o direito constitucional de ter acesso ao pré-natal e na amamentação – novas condutas e encaminhamentos.
informações sobre o que está ocorrendo com o seu corpo, como mi-
nimizar os desconfortos provenientes das alterações gravídicas, co- O processo gravídico-puerperal é dividido em três grandes fa-
nhecer os sinais de risco e aprender a lidar com os mesmos, quando ses: a gestação, o parto e o puerpério. Cada uma das quais possui
a eles estiver exposta. peculiaridades em relação às alterações anátomo-fisiológicas e psi-
O conceito de humanização da assistência ao parto pressupõe a cológicas da mulher.
relação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem com as
mulheres durante todo o processo gestacional, de parturição e puer- O Primeiro Trimestre da Gravidez
pério, mediante um conjunto de condutas, procedimentos e atitudes No início, algumas gestantes apresentam dúvidas, medos e an-
que permitem à mulher expressar livremente seus sentimentos. seios em relação às condições sociais. Será que conseguirei criar
Essa atuação, condutas e atitudes visam tanto promover um este filho?
parto e nascimento saudáveis como prevenir qualquer intercorrên- Como esta gestação será vista no meu trabalho? Conseguirei
cia clínico-obstétrica que possa levar à morbimortalidade materna conciliar o trabalho com um futuro filho?) e emocionais (Será que
e perinatal. esta gravidez será aceita por meu companheiro e/ou minha famí-
A equipe de saúde desenvolve ações com o objetivo de pro- lia?) que decorrem desta situação. Outras, apresentam modificação
mover a saúde no período reprodutivo; prevenir a ocorrência de no comportamento sexual, com diminuição ou aumento da libido,
fatores de risco; resolver e/ou minimizar os problemas apresenta- ou alteração da autoestima, frente ao corpo modificado.
dos pela mulher, garantindo-lhe a aderência ao acompanhamento. Essas reações são comuns, mas em alguns casos necessitam de
Assim, quando de seu contato inicial para um primeiro atendimento acompanhamento específico (psicólogo, psiquiatra, assistente social).
no serviço de saúde, precisa ter suas necessidades identificadas e Confirmado o diagnóstico, inicia-se o acompanhamento da ges-
resolvidas, tais como, dentre outras: a certeza de que está grávi- tante através da inscrição no pré-natal, com o preenchimento do
da o que pode ser comprovado por exame clínico e laboratorial; cartão, onde são registrados seus dados de identificação e socioe-
inscrição/registro no pré-natal; marcação de nova consulta com a conômicos, motivo da consulta, medidas antropométricas (peso,
inscrição no pré-natal e encaminhamento ao serviço de nutrição, altura), sinais vitais e dados da gestação atual.
odontologia e a outros como psicologia e assistência social, quando Visando calcular a idade gestacional e data provável do parto(-
necessários. DPP), pergunta-se à gestante qual foi à data de sua última mens-
Durante todo esse período, o auxiliar de enfermagem pode mi- truação.(DUM), registrando-se sua certeza ou dúvida.
nimizar-lhe a ansiedade e/ou temores fazendo com que a mulher,
seu companheiro e/ou família participem ativamente do processo,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Existem diversas maneiras para se calcular a idade gestacional, - Tipagem sanguínea: Solicitar na primeira consulta. Quando o
considerando-se ou não o conhecimento da data da última mens- pai é Rh positivo e a mãe é Rh-negativo, deve-se solicitar Coombs
truação. indireto na primeira consulta e mensalmente a partir de 24 sema-
nas. A positivação do teste de Coombs requer manejo em serviço
Quando a data da Última Menstruação é Conhecida pela Ges- de referência.
tante. - Hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht): na primeira consulta.
a) Utiliza-se o calendário, contando o número de semanas a - VDRL: na primeira consulta (repetir no terceiro trimestre).
partir do 1º dia da última menstruação até a data da consulta. A - Glicemia de jejum: solicitar na primeira consulta de pré-natal
data provável do parto corresponderá ao final da 40ª semana, con- (se normal, repetir na 20ª semana).
tada a partir do 1º dia da última menstruação; - EQU e urocultura: solicitar na primeira consulta (repetir na
b) Uma outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro 30ª semana).
dia da última menstruação e adicionar nove meses ao mês em que -Anti-HIV: deve ser oferecido na primeira consulta pré-natal (reali-
ela ocorreu. zar aconselhamento pré e pós-teste). Quando o resultado é negativo e
a paciente se enquadra em uma situação de risco (portadora de alguma
Quando a data da Última Menstruação é Desconhecida pela DST, prática de sexo inseguro, usuária ou parceira de usuário de drogas
Gestante injetáveis), o exame deve ser repetido no intervalo de três meses.
Nesse caso, uma das formas clínicas para o cálculo da idade - HBsAg: deve ser realizado na primeira consulta para possibi-
gestacional é a verificação da altura uterina, ou a realização de ul- litar a identificação das gestantes soropositivas cujos bebês, logo
trassonografia. após o nascimento, podem se beneficiar do emprego profilático de
Geralmente, essa medida equivale ao número de semanas ges- imunoglobulina e vacina específica.
tacionais, mas só deve ser considerada a partir de um exame obs- - Sorologia para toxoplasmose: na primeira consulta, IgM para
tétrico detalhado. todas as gestantes e IgG, quando houver disponibilidade para rea-
Outro dado a ser registrado no cartão é a situação vacinal da lização.
gestante. Sua imunização com vacina antitetânica é rotineiramente - Citopatológico de colo uterino: deve ser colhido, quando não
feita no pré-natal, considerando-se que os anticorpos produzidos foi realizado durante o ano precedente.
ultrapassam a barreira placentária, vindo a proteger o concepto
contra o tétano neonatal - pois a infecção do bebê pelo Clostridium Estes exames, que devem ser realizados no 1° e 3° trimestre de
tetani pode ocorrer no momento do parto e/ou durante o período gravidez, objetivam avaliar as condições de saúde da gestante, ajudan-
de cicatrização do coto umbilical, se não forem observados os ade- do a detecção, prevenindo sequelas, complicações e a transmissão de
quados cuidados de assepsia. doenças ao RN, possibilitando, assim, que a gestante seja precocemen-
Ressalte-se que este procedimento também previne o tétano te tratada de qualquer anormalidade que possa vir a apresentar.
na mãe, já que a mesma pode vir a infectar-se por ocasião da epi- A enfermagem deve informar acerca da importância de uma
siotomia ou cesariana. alimentação balanceada e rica em proteínas, vitaminas e sais mi-
A proteção da gestante e do feto é realizada com a vacina dupla nerais, presentes em frutas, verduras, legumes, tubérculos, grãos,
tipo adulto (dT) ou, em sua falta, com o toxóide tetânico (TT). castanhas, peixes, carnes e leite - elementos importantes no supri-
Gestante Vacinada mento do organismo da gestante e na formação do novo ser.
Esquema básico: na gestante que já recebeu uma ou duas doses da A higiene corporal e oral deve ser incentivada, pois existe o risco
vacina contra o tétano (DPT, TT, dT, ou DT), deverão ser aplicadas mais de infecção urinária, gengivite e dermatite. Se a gestante apresen-
uma ou duas doses da vacina dupla tipo adulto (dT) ou, na falta desta, o tar reações a odores de pasta de dente, sabonete ou desodorante,
toxoide tetânico (TT), para se completar o esquema básico de três doses. entre outros, deve ser orientada a utilizar produtos neutros ou mes-
mo água e bucha, conforme permitam suas condições financeiras.
Reforços: de dez em dez anos. A dose de reforço deve ser an- É importante, já no primeiro trimestre, iniciar o preparo das
tecipada se, após a aplicação da última dose, ocorrer nova gravidez mamas para o aleitamento materno, banho de sol nas mamas é
em cinco anos ou mais. uma orientação eficaz.
O auxiliar de enfermagem deve atentar e orientar para o sur-
gimento das reações adversas mais comuns, como dor, calor, rubor Outras orientações referem-se a algumas das sintomatologias
e endurecimento local e febre. Nos casos de persistência e/ou rea- mais comuns, a seguir relacionadas, que a gestante pode apresen-
ções adversas significativas, encaminhar para consulta médica. tar no primeiro trimestre e as condutas terapêuticas que podem ser
A única contraindicação é o relato, muito raro, de reação anafi- realizadas.
lática à aplicação de dose anterior da vacina. Tal fato mostra a im- Essas orientações são válidas para os casos em que os sintomas
portância de se valorizar qualquer intercorrência anterior verbaliza- são manifestações ocasionais e transitórias, não refletindo doenças
da pela cliente. clínicas mais complexas. Entretanto, a maioria das queixas diminui
Na gestação, a mulher tem garantida a realização de exames ou desaparece sem o uso de medicamentos, que devem ser utiliza-
laboratoriais de rotina, dos quais os mais comuns são: dos apenas com prescrição.
a) Náuseas e vômitos - explicar que esses sintomas são muito
Segundo o Ministério da Saúde, os exames laboratoriais abai- comuns no início da gestação. Para diminuí-los, orientar que a dieta
xo devem ser solicitados de rotina no pré-natal de baixo risco para seja fracionada (seis refeições leves ao dia) e que se evite o uso de
todas as gestantes, não fazendo distinção em suas recomendações frituras, gorduras e alimentos com odores fortes ou desagradáveis,
entre a gestante atendida no setor público ou privado (1): bem como a ingestão de líquidos durante as refeições (os quais de-
vem, preferencialmente, ser ingeridos nos intervalos). Comer bola-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

chas secas antes de se levantar ou tomar um copo de água gelada Nesse período, o organismo ultrapassou a fase de estresse e
com algumas gotas de limão, ou ainda chupar laranja, ameniza os encontra- se com mais harmonia e equilíbrio. Os questionamen-
enjoos. tos estão mais voltados para a identificação do sexo (“Menino ou
Nos casos de vômitos frequentes, agendar consulta médica ou menina?”) e condições de saúde da futura criança (“Meu filho será
de enfermagem para avaliar a necessidade de usar medicamentos; perfeito?”).
b) Sialorreia – é a salivação excessiva, comum no início da ges- A mulher refere percepção dos movimentos fetais, que já po-
tação. dem ser confirmados no exame obstétrico realizado pelo enfermei-
Orientar que a dieta deve ser semelhante à indicada para náu- ro ou médico.
seas e vômitos; que é importante tomar líquidos (água, sucos) em Com o auxílio do sonar Doppler ou estetoscópio de Pinnard,
abundância (especialmente em épocas de calor) e que a saliva deve pode-se auscultar os batimentos fetais (BCF). Nesse momento, o
ser deglutida, pois possui enzimas que auxiliarão na digestão dos auxiliar de enfermagem deve colaborar, garantindo a presença do
alimentos; futuro papai ou acompanhante. A emoção que ambos sentem ao
c) Fraqueza, vertigens e desmaios - verificar a ingesta e fre- escutar pela primeira vez o coração do bebê é sempre muito gran-
quência alimentar; orientar quanto à dieta fracionada e o uso de de, pois confirma-se a geração de uma nova vida.
chá ou café com açúcar como estimulante, desde que não estejam A placenta encontra-se formada, os órgãos e tecidos estão di-
contraindicados; evitar ambientes mal ventilados, mudanças brus- ferenciados e o feto começa o amadurecimento de seus sistemas.
cas de posição e inatividade. Explicar que sentar- se com a cabeça Reagem ativamente aos estímulos externos, como vibrações, luz
abaixada ou deitar-se em decúbito lateral, respirando profunda e forte, som e outros.
pausadamente, minimiza o surgimento dessas sensações; Tendo em vista as alterações externas no corpo da gestante –
d) Corrimento vaginal - geralmente, a gestante apresenta-se aumento das mamas, produção de colostro e aumento do abdome
mais úmida em virtude do aumento da vascularização. Na ocorrên- - a mulher pode fazer questionamentos tais como: “Meu corpo vai
cia de fluxo de cor amarelada, esverdeada ou com odor fétido, com voltar ao que era antes? Meu companheiro vai perder o interesse
prurido ou não, agendar consulta médica ou de enfermagem. Nessa sexual por mim?
circunstância, consultar condutas no Manual de Tratamento e Con- Como posso viver um bom relacionamento sexual? A penetra-
trole de Doenças Sexualmente Transmissíveis/DST – AIDS/MS; ção do pênis machucará a criança?”. Nessas circunstâncias, a equi-
e) Polaciúria – explicar porque ocorre, reforçando a importân- pe deve proporcionar- lhe o apoio devido, orientando-a, esclare-
cia da higiene íntima; agendar consulta médica ou de enfermagem cendo-a e, principalmente, ajudando-a a manter a autoestima.
caso exista disúria (dor ao urinar) ou hematúria (sangue na urina), A partir dessas modificações e alterações anátomo-fisiológicas,
acompanhada ou não de febre; a gestante pode ter seu equilíbrio emocional e físico comprometi-
f) Sangramento nas gengivas - recomendar o uso de escova de dos, o que lhe gera certo desconforto. Além das sintomatologias
dente macia e realizar massagem na gengiva. Agendar atendimento mencionadas no primeiro trimestre, podemos ainda encontrar
odontológico, sempre que possível. queixas frequentes no segundo (abaixo listadas) e até mesmo no
terceiro trimestre. Assim sendo, o fornecimento das corretas orien-
Os principais microrganismos que, ao infectarem a gestante, tações e condutas terapêuticas são de grande importância no senti-
podem transpor a barreira placentária e infectar o concepto são: do de minimizar essas dificuldades.
-vírus: principalmente nos três primeiros meses da gravidez, o a) Pirose (azia) - orientar para fazer dieta fracionada, evitando
vírus da rubéola pode comprometer o embrião, causando má for- frituras, café, qualquer tipo de chá, refrigerantes, doces, álcool e
mação, hemorragias, hepatoesplenomegalia, pneumonias, hepati- fumo. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso
te, encefalite e outras. Outros vírus que também podem prejudicar de medicamentos;
o feto são os da varicela, da varíola, do herpes, da hepatite, do sa- b) Flatulência, constipação intestinal, dor abdominal e cóli-
rampo e da AIDS; cas – nos casos de flatulências (gases) e/ou constipação intestinal,
-bactérias: as da sífilis e tuberculose congênita. Caso a infecção orientar dieta rica em fibras, evitando alimentos de alta fermenta-
ocorra a partir do quinto mês de gestação, há o risco de óbito fetal, ção, e recomendar aumento da ingestão de líquidos (água, sucos).
aborto e parto prematuro; Adicionalmente, estimular a gestante a fazer caminhadas, movi-
-protozoários:causadores da toxoplasmose congênita. A dife- mentar-se e regularizar o hábito intestinal, adequando, para ir ao
rença da toxoplasmose para a rubéola e sífilis é que, independente- banheiro, um horário que considere ideal para sua rotina. Agendar
mente da idade gestacional em que ocorra a infecção do concepto, consulta com nutricionista; se a gestante apresentar flacidez da pa-
os danos podem ser irreparáveis. rede abdominal, sugerir o uso de cinta (com exceção da elástica);
Considerando-se esses problemas, ressalta-se a importância em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de
dos exames sorológicos pré-nupcial e pré-natal, que permitem o medicamentos para gases, constipação intestinal e cólicas. Nas si-
diagnóstico precoce da(s) doença(s) e a consequente assistência tuações em que a dor abdominal ou cólica for persistentes e o ab-
imediata. dome gravídico apresentar-se endurecido e dolorido, encaminhar
para consulta com o enfermeiro ou médico, o mais breve possível;
O segundo trimestre da gravidez c) Hemorroidas – orientar a gestante para fazer dieta rica em
No segundo trimestre, ou seja, a partir da 14ª até a 27ª semana fibras, visando evitar a constipação intestinal, não usar papel higiê-
de gestação, a grande maioria dos problemas de aceitação da gra- nico colorido e/ou muito áspero, pois podem causar irritações, e
videz foi amenizada ou sanada e a mulher e/ou casal e/ou família realizar após defecar, higiene perianal com água e sabão neutro.
entram na fase de “curtir o bebê que está por vir”. Começa então a Agendar consulta médica caso haja dor ou sangramento anal per-
preparação do enxoval. sistente; se necessário, agendar consulta de pré-natal e/ou com o
nutricionista;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Alteração do padrão respiratório - muito frequente na O edema fica evidenciado mediante presença de uma depres-
gestação, em decorrência do aumento do útero que impede a ex- são duradoura (cacifo) no local pressionado. Nesses casos, reco-
pansão diafragmática, intensificada por postura inadequada e/ou mendar que a gestante mantenha as pernas elevadas pelo menos
ansiedade da gestante. Nesses casos, recomendar repouso em de- 20 minutos por 3 a 4 vezes ao dia, quando possível, e que use meia
cúbito lateral esquerdo ou direito e o uso de travesseiros altos que elástica apropriada.
possibilitem elevação do tórax, melhorando a expansão pulmonar.
Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, agendando con- O terceiro trimestre da gravidez
sulta com o psicólogo, quando necessário. Estar atento para asso- Muitas mulheres deixam de amamentar seus filhos precoce-
ciação com outros sintomas (ansiedade, cianose de extremidades, mente devido a vários fatores (social, econômico, biológico, psicoló-
cianose de mucosas) ou agravamento da dificuldade em respirar, gico), nos quais se destacam estilos de vida (urbano ou rural), tipos
pois, embora não frequente, pode tratar-se de doença cardíaca ou de ocupação (horário e distância do trabalho), estrutura de apoio
respiratória; nessa circunstância, agendar consulta médica ou de ao aleitamento (creches, tempo de licença-aleitamento) e mitos ou
enfermagem imediata; ausência de informação.
e) Desconforto mamário - recomendar o uso constante de su- Por isso, é importante o preparo dessa futura nutriz ainda no
tiã, com boa sustentação; persistindo a dor, encaminhar para con- pré-natal, que pode ser desenvolvido individualmente ou em gru-
sulta médica ou de enfermagem; po. As orientações devem abranger as vantagens do aleitamento
f) Lombalgia - recomendar a correção de postura ao sentar-se para a mãe (prático, econômico e não exige preparo), relacionadas
e ao andar, bem como o uso de sapatos com saltos baixos e confor- à involução uterina (retorno e realinhamento das fibras musculares
táveis. da parede do útero) e ao desenvolvimento da inter-relação afeti-
A aplicação de calor local, por compressas ou banhos mornos, é va entre mãe-filho. Para o bebê, as vantagens relacionam-se com
recomendável. Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode a composição do leite, que atende a todas as suas necessidades
fazer uso de medicamentos; nutricionais nos primeiros 6 meses de vida, é adequada à digestão e
g) Cefaleia - conversar com a gestante sobre suas tensões, con- propicia a passagem de mecanismos de defesa (anticorpos) da mãe;
flitos e temores, agendando consulta com o psicólogo, se necessá- além disso, o ato de sugar auxilia a formação da arcada dentária, o
rio. que facilitará, posteriormente, a fala.
Verificar a pressão arterial, agendando consulta médica ou de No tocante ao ato de amamentar, a mãe deve receber várias
enfermagem no sentido de afastar suspeita de hipertensão arterial orientações: este deve ocorrer sempre que a criança tiver fome e
e pré-eclâmpsia (principalmente se mais de 24 semanas de gesta- durante o tempo que quiser (livre demanda). Para sua realização,
ção); a mãe deve procurar um local confortável e tranquilo, posicionar a
h) Varizes - recomendar que a gestante não permaneça muito criança da forma mais cômoda - de forma que lhe permita a aboca-
tempo em pé ou sentada e que repouse por 20 minutos, várias ve- nhar o mamilo e toda ou parte da aréola, afastando o peito do nariz
zes ao dia, com as pernas elevadas, e não use roupas muito justas e da criança com o auxílio dos dedos – e oferecer-lhe os dois seios
nem ligas nas pernas - se possível, deve utilizar meia-calça elástica em cada mamada, começando sempre pelo que foi oferecido por
especial para gestante; último (o que permitirá melhor esvaziamento das mamas e maior
i) Câimbras – recomendar, à gestante, que realize massagens produção de leite, bem como o fornecimento de quantidade cons-
no músculo contraído e dolorido, mediante aplicação de calor local, tante de gordura em todas as mamadas).
e evite excesso de exercícios; Ao retirar o bebê do mamilo, nunca puxá-lo, pois isto pode cau-
j) Hiperpigmentação da pele - explicar que tal fato é muito co- sar rachadura ou fissura. Como prevenção, deve-se orientar a mãe
mum na gestação mas costuma diminuir ou desaparecer, em tempo a introduzir o dedo mínimo na boca do bebê e, quando ele suga-lo,
variável, após o parto. Pode apresentar como manchas escuras no soltar o mamilo.
rosto (cloasma gravídico), mamilos escurecidos ou, ainda, escureci- Em virtude da proximidade do término da gestação, as expec-
mento da linha alva (linha nigra). Para minimizar o cloasma gravídi- tativas estão mais voltadas para os momentos do parto (“Será que
co, recomenda-se à gestante, quando for expor-se ao sol, o uso de vou sentir e/ou aguentar a dor?”) e de ver o bebê (“Será que é per-
protetor solar e chapéu; feito?”).
l) Estrias - explicar que são resultado da distensão dos tecidos Geralmente, este é um dos períodos de maior tensão da ges-
e que não existe método eficaz de prevenção, sendo comum no ab- tante.
dome, mamas, flancos, região lombar e sacra. As estrias, que no No terceiro trimestre, o útero volumoso e a sobrecarga dos sis-
início apresentam cor arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de temas cardiovascular, respiratório e locomotor desencadeiam alte-
cor semelhante à da pele; rações orgânicas e desconforto, pois o organismo apresenta menor
m) Edemas – explicar que são resultado do peso extra (placen- capacidade de adaptação. Há aumento de estresse, cansaço, e sur-
ta, líquido amniótico e feto) e da pressão que o útero aumentado gem as dificuldades para movimentar-se e dormir.
exerce sobre os vasos sanguíneos, sendo sua ocorrência bastante Frequentemente, a gestante refere plenitude gástrica e consti-
comum nos membros inferiores. Podem ser detectados quando, pação intestinal, decorrentes tanto da diminuição da área gástrica
com a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias, se pres- quanto da diminuição da peristalse devido à pressão uterina sobre
siona a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, os intestinos, levando ao aumento da absorção de água no intesti-
no nível do seu terço médio, na face anterior (região prétibial). no, o que colabora para o surgimento de hemorroidas. É comum
observarmos queixas em relação à digestão de alimentos mais pe-
sados. Portanto, é importante orientar dieta fracionada, rica em

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

verduras e legumes, alimentos mais leves e que favoreçam a diges- Enfatizamos que no final do processo gestacional a mulher
tão e evitem constipações. O mais importante é a qualidade dos pode apresentar um quadro denominado “falso trabalho de parto”,
alimentos, e não sua quantidade. caracterizando por atividade uterina aumentada (contrações), per-
Observamos que a frequência urinária aumenta no final da manecendo, entretanto, um padrão descoordenado de contrações.
gestação, em virtude do encaixamento da cabeça do feto na cavi- Algumas vezes, estas contrações são bem perceptíveis. Contu-
dade pélvica; em contrapartida, a dificuldade respiratória se ame- do, cessam em seguida, e a cérvice uterina não apresenta alterações
niza. Entretanto, enquanto tal fenômeno de descida da cabeça não (amolecimento, apagamento e dilatação). Tal situação promove alto
acontece, o desconforto respiratório do final da gravidez pode ser grau de ansiedade e expectativa da premência do nascimento, sen-
amenizado adotando a posição de semi fowler durante o descanso. do um dos principais motivos que levam as gestantes a procurar o
Ao final do terceiro trimestre, é comum surgirem mais varizes hospital. O auxiliar de enfermagem deve orientar a clientela e estar
e edema de membros inferiores, tanto pela compressão do útero atento para tais acontecimentos, visando evitar uma admissão pre-
sobre as veias ilíacas, dificultando o retorno venoso, quanto por coce, intervenções desnecessárias e estresse familiar, ocasionando
efeitos climáticos, principalmente climas quentes. É importante ob- uma experiência negativa de trabalho de parto, parto e nascimento.
servar a evolução do edema, pesando a gestante e, procurando evi- Para amenizar o estresse no momento do parto, devemos
tar complicações vasculares, orientando seu repouso em decúbito orientar a parturiente para que realize exercícios respiratórios, de
lateral esquerdo, conforme as condutas terapêuticas anteriormente relaxamento e caminhadas, que diminuirão sua tensão muscular e
mencionadas. facilitarão maior oxigenação da musculatura uterina. Tais exercícios
Destacamos que no final desse período o feto diminui seus mo- proporcionam melhor rendimento no trabalho de parto, pois pro-
vimentos pois possui pouco espaço para mexer-se. Assim, a mãe piciam uma economia de energia - sendo aconselháveis entre as
deve ser orientada para tal fenômeno, mas deve supervisionar dia- metrossístoles.
riamente os movimentos fetais – o feto deve mexer pelo menos Os exercícios respiratórios consistem em realizar uma inspira-
uma vez ao dia. Caso o feto não se movimente durante o período ção abdominal lenta e profunda, e uma expiração como se a ges-
de 24 horas, deve ser orientada a procurar um serviço hospitalar tante estivesse soprando o vento (apagando a vela), principalmente
com urgência. durante as metrossístoles. Na primeira fase do trabalho de parto,
Como saber quando será o trabalho de parto? Quais os sinais são muito úteis para evitar os espasmos dolorosos da musculatura
de trabalho de parto? O que fazer? Essas são algumas das pergun- abdominal.
tas que a mulher/casal e família fazem constantemente, quando
aproxima-se a data provável do parto. Assistência de Enfermagem em Situações Obstétricas de Risco
A gestante e/ou casal devem ser orientados para os sinais de Na América Latina, o Brasil é o quinto país com maior índice de
início do trabalho de parto. O preparo abrange um conjunto de cui- mortalidade materna, estimada em 134 óbitos para 100.000 nasci-
dados e medidas de promoção à saúde que devem garantir que a dos vivos.
mulher vivencie a experiência do parto e nascimento como um pro- No Brasil, as causas de mortalidade materna se caracterizam por
cesso fisiológico e natural. elevadas taxas de toxemias, outras causas diretas, hemorragias (du-
A gestante, juntamente com seu acompanhante, deve ser rante a gravidez, descolamento prematuro de placenta), complicações
orientada para identificar os sinais que indicam o início do trabalho puerperais e abortos. Essas causas encontram-se presentes em todas
de parto. as regiões, com predominância de incidência em diferentes estados.
Para tanto, algumas orientações importantes devem ser ofere- A consulta de pré-natal é o espaço adequado para a prevenção
cidas, como: e controle dessas intercorrências, como a hipertensão arterial asso-
-a bolsa d’água que envolve o feto ainda intra-útero (bolsa de ciada à gravidez (toxemias), que se caracteriza por ser fator de risco
líquido amniótico) pode ou não romper-se; para eclampsia e outras complicações.
-a barriga pode apresentar contrações, ou seja, uma dor tipo Denomina-se fator de risco aquela característica ou circunstân-
cólica que a fará endurecer e que será intermitente, iniciando com cia que se associa à probabilidade maior do indivíduo sofrer dano
intervalos maiores e diminuindo com a evolução do trabalho de à saúde. Os fatores de risco são de natureza diversa, a saber: bioló-
parto; gicos (idade – adolescente ou idosa; estatura - baixa estatura; peso
-no final do terceiro trimestre, às vezes uma semana antes do – obesidade ou desnutrição), clínicos (hipertensão, diabetes), am-
parto, ocorre a saída de um muco branco (parecendo “catarro”) o bientais (abastecimento deficiente de água, falta de rede de esgo-
chamado tampão mucoso, o qual pode ter sinais de sangue no mo- tos), relacionados à assistência (má qualidade da assistência, cober-
mento do trabalho de parto; tura insuficiente ao pré-natal), socioculturais (nível de formação) e
-a respiração deve ser feita de forma tranquila (inspiração pro- econômicos (baixa renda).
funda e expiração soprando o ar). Esses fatores, associados a fatores obstétricos como primeira
gravidez, multiparidade, gestação em idade reprodutiva precoce ou
A gestante e seu acompanhante devem ser orientados a pro- tardia, abortamentos anteriores e desnutrição, aumentam a proba-
curar um serviço de saúde imediatamente ao perceberem qualquer bilidade de morbimortalidade perinatal.
intercorrência durante o período gestacional, como, por exemplo, Devemos considerar que a maioria destas mortes maternas e
perda transvaginal (líquido, sangue, corrimento, outros); presença fetais poderiam ter sido prevenidas com uma assistência adequada
de dores abdominais, principalmente tipo cólicas, ou dores locali- ao pré-natal, parto e puerpério - “98% destas mortes seriam evi-
zadas; contração do abdome, abdome duro (hipertônico); parada tadas se as mulheres tivessem condições dignas de vida e atenção
da movimentação fetal; edema acentuado de membros inferiores e à saúde, especialmente pré-natal realizado com qualidade, assim
superiores (mãos); ganho de peso exagerado; visão turva e presen- como bom serviço de parto e pós-parto”.
ça de fortes dores de cabeça (cefaleia) ou na nuca.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Entretanto, há uma pequena parcela de gestantes que, por Provocado - é a interrupção ilegal da gravidez, com a morte do
terem algumas características ou sofrerem de alguma patologia, produto da concepção, haja ou não a expulsão, qualquer que seja o
apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tan- seu estado evolutivo. São praticados na clandestinidade, em clínicas
to para elas como para o feto. Essa parcela é a que constitui o grupo privadas ou residências, utilizando-se métodos anti-higiênicos, ma-
chamado de gestantes de risco. teriais perfurantes, medicamentos e substâncias tóxicas. Pode levar
Dentre as diversas situações obstétricas de risco gestacional, à morte da mulher ou evoluir para um aborto infectado;
destacam-se as de maior incidência e maior risco, como aborta-
mento, doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) e sofri- Retido – é quando o feto morre e não é expulso, ocorrendo
mento fetal. a maceração. Não há sinais de abortamento, porém pode ocorrer
mal-estar geral, cefaleia e anorexia.
Abortamento O processo de abortamento é complexo e delicado para uma
Conceitua-se como abortamento a morte ovular ocorrida an- mulher, principalmente por não ter podido manter uma gravidez,
tes da 22ª semana de gestação, e o processo de eliminação deste sendo muitas vezes julgada e culpabilizada, o que lhe acarreta um
produto da concepção é chamado de aborto. O abortamento é dito estigma social, afetando-lhe tanto do ponto de vista biológico como
precoce quando ocorre até a 13ª semana; e tardio, quando entre a psicoemocional.
13ª e 22ª semanas. Independente do tipo de aborto, cada profissional tem papel
Algumas condições favorecem o aborto, entre elas: fatores importante na orientação, diálogo e auxílio a essa mulher, diante
ovulares (óvulos ou espermatozoides defeituosos); diminuição do de suas necessidades. Assim, não deve fazer qualquer tipo de jul-
hormônio progesterona, resultando em sensibilidade uterina e con- gamento e a assistência deve ser prestada de forma humanizada
trações que podem levar ao aborto; infecções como sífilis, rubéola, e com qualidade - caracterizando a essência do trabalho da enfer-
toxoplasmose; traumas de diferentes causas; incompetência istmo magem, que é o cuidar e o acolher, independente dos critérios pes-
cervical; mioma uterino; “útero infantil”; intoxicações (fumo, álcool, soais e julgamentos acerca do caso clínico.
chumbo e outros); hipotireoidismo; diabetes mellitus; doenças hi- Devemos estar atentos para os cuidados imediatos e media-
pertensivas e fatores emocionais. tos, tais como: controlar os sinais vitais, verificando sinais de cho-
Os tipos de aborto são inúmeros e suas manifestações clínicas que hipovolêmico, mediante avaliação da coloração de mucosas,
estão voltadas para a gravidade de cada caso e dependência de hipotensão, pulso fraco e rápido, pele fria e pegajosa, agitação e
uma assistência adequada à mulher. Os tipos de aborto são11: apatia; verificar sangramento e presença de partes da placenta ou
-Ameaça de aborto: situação em que há a probabilidade do embrião nos coágulos durante a troca dos traçados ou absorventes
aborto ocorrer. Geralmente, caracteriza-se por sangramento mo- colocados na região vulvar (avaliar a quantidade do sangramento
derado, cólicas discretas e colo uterino com pequena ou nenhuma pelo volume do sangue e número de vezes de troca do absorvente);
dilatação; controlar o gotejamento da hidratação venosa para reposição de
-Espontâneo: pode ocorrer por um ovo defeituoso e o subse- líquido ou sangue; administrar medicação (antibioticoterapia, soro
quente desenvolvimento de defeitos no feto e placenta. Dependen- antitetânico, analgésicos ou antiespasmódicos, ocitócicos) conforme
do da natureza do processo, é considerado: prescrição médica; preparar a paciente para qualquer procedimento
a) Evitável: o colo do útero não se dilata, sendo evitado através (curetagem, microcesariana, e outros); prestar os cuidados após os
de repouso e tratamento conservador; procedimentos pós-operatórios; procurar tranquilizar a mulher; comu-
b) Inevitável: quando o aborto não pode ser prevenido, acon- nicar qualquer anormalidade imediatamente à equipe de saúde.
tecendo a qualquer momento. Apresenta-se com um sangramento Nosso papel é orientar a mulher sobre os desdobramentos do
intenso, dilatação do colo uterino e contrações uterinas regulares. pós-aborto, como reposição hídrica e nutricional, sono e repouso,
Pode ser subdivido em aborto completo (quando o feto e todos expressão dos seus conflitos emocionais e, psicologicamente, faze-
os tecidos a ele relacionados são eliminados) e aborto incompleto -la acreditar na capacidade de o seu corpo viver outra experiência
(quando algum tecido permanece retido no interior do útero); reprodutiva com saúde, equilíbrio e bem-estar.
-Habitual: quando a mulher apresenta abortamentos repetidos É fundamental a observação do sangramento vaginal, atentan-
(três ou mais) de causa desconhecida; do para os aspectos de quantidade, cor, odor e se está acompanha-
-Terapêutico: é a intervenção médica aprovada pelo Código Pe- do ou não de dor e alterações de temperatura corporal. As mamas
nal Brasileiro (art. 128), praticado com o consentimento da gestante precisarão de cuidados como: aplicar compressas frias e enfaixá-las,
ou de seu representante legal e realizado nos casos em que há risco a fim de prevenir ingurgitamento mamário; não realizar a ordenha
de vida ou gravidez decorrente de estupro; nem massagens; administrar medicação para inibir a lactação de
-Infectado: quando ocorre infecção intra-útero por ocasião do acordo com a prescrição médica.
abortamento. Acontece, na maioria das vezes, durante as manobras No momento da alta, a cliente deve ser encaminhada para
para interromper uma gravidez. A mulher apresenta febre em grau acompanhamento ginecológico com o objetivo de fazer a revisão
variável, dores discretas e contínuas, hemorragia com odor fétido pós-aborto; identificar a dificuldade de se manter a gestação se for
e secreção cujo aspecto depende do microrganismo, taquicardia, o caso; e receber orientações acerca da necessidade de um período
desidratação, diminuição dos movimentos intestinais, anemia, peri- de abstinência sexual e, antes de iniciar sua atividade sexual, esco-
tonite, septicemia e choque séptico. lher o método contraceptivo que mais se adeque à sua realidade.

Podem ocorrer endocardite, miocardite, tromboflebite e em- Placenta Prévia (PP)


bolia pulmonar; É uma intercorrência obstétrica de risco caracterizada pela im-
plantação da placenta na parte inferior do útero. Com o desenvolvi-
mento da gravidez, a placenta evolui para o orifício do canal de parto.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pode ser parcial (marginal), quando a placenta cobre parte do uma gravidez de baixo risco, tornando-a de alto risco – o que fará
orifício, ou total (oclusiva), quando cobre totalmente o orifício. Am- necessário o encaminhamento e acompanhamento pelo pré-natal
bas as situações provocam risco de vida materna e fetal, em vista da de alto risco.
hemorragia – a qual apresenta sangramento de cor vermelho vivo, A pré-eclâmpsia leve é caracterizada por edema e/ou proteinú-
indolor, constante, sem causa aparente, aparecendo a partir da 22a ria, e mais hipertensão. À medida que a doença evolui e o vaso es-
semana de gravidez. pasmo aumenta, surgem outros sinais e sintomas. O sistema ner-
Após o diagnóstico de PP, na fase crítica, a internação é a con- voso central (SNC) sofre irritabilidade crescente, surgindo cefaleia
duta imediata com a intenção de promover uma gravidez a termo occipital, tonteiras, distúrbios visuais (moscas volantes). As mani-
ou o mais próximo disso. A supervisão deve ser constante, sendo a festações digestivas - dor epigástrica, náuseas e vômitos - são sinto-
gestante orientada a fazer repouso no leito com os membros discre- mas que revelam comprometimento de outros órgãos.
tamente elevados, evitar esforços físicos e observar os movimentos Com a evolução da doença pode ocorrer a convulsão ou coma,
fetais e características do sangramento (quantidade e frequência). caracterizando a DHEG grave ou eclampsia, uma das complicações
A conduta na evolução do trabalho de parto dependerá do quadro obstétricas mais graves. Nesta, a proteinúria indica alterações re-
clínico de cada gestante, avaliando o bem-estar materno e fetal. nais, podendo ser acompanhada por oligúria ou mesmo anúria.
Com o vaso espasmo generalizado, o miométrio torna-se hi-
Prenhez Ectópica ou Extrauterina pertônico, afetando diretamente a placenta que, dependendo da
Consiste numa intercorrência obstétrica de risco, caracterizada intensidade, pode desencadear seu deslocamento prematuro. Tam-
pela implantação do ovo fecundado fora do útero, como, por exem- bém a hipertensão materna prolongada afeta a circulação placen-
plo, nas trompas uterinas, ovários e outros. tária, ocorrendo o rompimento de vasos e acúmulo de sangue na
Como sinais e sintomas, tal intercorrência apresenta forte dor parede do útero, representando outra causa do deslocamento da
no baixo ventre, podendo estar seguida de sangramento em grande placenta.
quantidade. Um sinal expressivo do descolamento da placenta é a dor ab-
O diagnóstico geralmente ocorre no primeiro trimestre gestacio- dominal súbita e intensa, seguida por sangramento vaginal de co-
nal, através de ultrassonografia. A equipe de enfermagem deverá estar loração vermelha-escuro, levando a uma movimentação fetal au-
atenta aos possíveis sinais de choque hipovolêmico e de infecção. mentada, o que indica sofrimento fetal por diminuição de oxigênio
A conduta obstétrica é cirúrgica. (anoxia) e aumento excessivo das contrações uterinas que surgem
como uma defesa do útero em cessar o sangramento, agravando o
Doenças Hipertensivas Específicas da Gestação (DHEG) estado do feto. Nesses casos, indica-se a intervenção cirúrgica de
A hipertensão na gravidez é uma complicação comum e poten- emergência – cesariana -, para maior chance de sobrevivência ma-
cialmente perigosa para a gestante, o feto e o próprio recém-nasci- terna e fetal.
do, sendo uma das causas de maior incidência de morte materna,
fetal e neonatal, de baixo peso ao nascer e prematuridade. Pode Os fatores de risco que dificultam a oxigenação dos tecidos e,
apresentar-se de forma leve, moderada ou grave. principalmente, o tecido uterino, relacionam-se à: superdistensão
Existem vários fatores de risco associados com o aumento da uterina (gemelar, polidrâmnia, fetos grandes); aumento da tensão
DHEG, tais como: adolescência/idade acima de 35 anos, conflitos sobre a parede abdominal, frequentemente observado na primeira
psíquicos e afetivos, desnutrição, primeira gestação, história fa- gravidez; doenças vasculares já existentes, como hipertensão crô-
miliar de hipertensão, diabetes mellitus, gestação múltipla e poli- nica, neuropatia; estresse emocional, levando à tensão muscular;
drâmnia. alimentação inadequada.
A DHEG aparece após a 20a semana de gestação, como um A assistência pré-natal tem como um dos objetivos detectar
quadro de hipertensão arterial, acompanhada ou não de edema precocemente os sinais da doença hipertensiva, antes que evolua.
e proteinúria (pré-eclâmpsia), podendo evoluir para convulsão e A verificação do peso e pressão arterial a cada consulta servirá para
coma (DHEG grave ou eclampsia). a avaliação sistemática da gestante, devendo o registro ser feito no
Durante uma gestação sem intercorrências, a pressão perma- Cartão de Pré-Natal, para acompanhamento durante a gestação e
nece normal e não há proteinúria. É comum a maioria das gestantes parto. O exame de urina deve ser feito no primeiro e terceiro tri-
apresentarem edema nos membros inferiores, devido à pressão do mestre, ou sempre que houver queixas urinárias ou alterações dos
útero grávido na veia cava inferior e ao relaxamento da musculatura níveis da pressão arterial.
lisa dos vasos sanguíneos, não sendo este um sinal diferencial. A equipe de enfermagem deve orientar a gestante sobre a im-
Já o edema de face e de mãos é um sinal de alerta diferencial, portância de diminuir a ingesta calórica (alimentos ricos em gordu-
pois não é normal, podendo estar associado à elevação da pressão ra, massa, refrigerantes e açúcar) e não abusar de comidas salgadas,
arterial. Um ganho de peso de mais de 500 g por semana deve ser bem como sobre os perigos do tabagismo, que provoca vasoconstri-
observado e analisado como um sinal a ser investigado. ção, diminuindo a irrigação sanguínea para o feto, e do alcoolismo,
O exame de urina, cujo resultado demonstre presença de pro- que provoca o nascimento de fetos de baixo peso e abortamento
teína, significa diminuição da função urinária. A elevação da pres- espontâneo.
são sistólica em mais de 30 mmhg, ou da diastólica em mais de 15 O acompanhamento pré-natal deve atentar para o apareci-
mmhg, representa outro sinal que deve ser observado com aten- mento de edema de face e dos dedos, cefaleia frontal e occipital e
ção. A gestante o companheiro e a família devem estar convenien- outras alterações como irritabilidade, escotomas, hipersensibilida-
temente orientados quanto aos sinais e sintomas da DHEG. de a estímulos auditivos e luminosos. A mulher, o companheiro e a
Todos esses sinais são motivos de preocupação, devendo ser família devem ser orientados quanto aos sinais e sintomas da DHEG
pesquisados e avaliados através de marcação de consultas com e suas implicações, observando, inclusive, a dinâmica da movimen-
maior frequência, para evitar exacerbação dessa complicação em tação fetal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A gestante deve ser orientada quanto ao repouso no leito em Sofrimento Fetal Agudo (SFA)
decúbito lateral esquerdo, para facilitar a circulação, tanto renal O sofrimento fetal agudo (SFA) indica que a saúde e a vida do
quanto placentária, reduzindo também o edema e a tensão arterial, feto estão sob-risco, devido à asfixia causada pela diminuição da
bem como ser encorajada a exteriorizar suas dúvidas e medos, vi- chegada do oxigênio ao mesmo, e à eliminação do gás carbônico.
sando minimizar o estresse. As trocas metabólicas existentes entre o sangue materno e o
As condições socioeconômicas desfavoráveis, dificuldade de fetal, realizadas pela circulação placentária, são indispensáveis para
acesso aos serviços de saúde, hábitos alimentares inadequados, manter o bem-estar do feto. Qualquer fator que, por um período
entre outros, são fatores que podem vir a interferir no acompanha- provisório ou permanente de carência de oxigênio, interfira nessas
mento ambulatorial. Sendo específicos à cada gestante, fazem com trocas será causa de SFA.
que a eclampsia leve evolua, tornando a internação hospitalar o tra- O sofrimento fetal pode ser diagnosticado através de alguns
tamento mais indicado. sinais, como frequência cardíaca fetal acima de 160 batimentos ou
abaixo de 120 por minuto, e movimentos fetais inicialmente au-
Durante a internação hospitalar a equipe de enfermagem deve mentados e posteriormente diminuídos.
estar atenta aos agravos dos sinais e sintomas da DHEG. Portanto, Durante essa fase, o auxiliar de enfermagem deve estar atento
deve procurar promover o bem-estar materno e fetal, bem como aos níveis pressóricos da gestante, bem como aos movimentos fe-
proporcionar à gestante um ambiente calmo e tranquilo, manter a tais. Nas condutas medicamentosas, deve atuar juntamente com a
supervisão constante e atentar para o seu nível de consciência, já equipe de saúde.
que os estímulos sonoros e luminosos podem desencadear as con- Nos casos em que se identifique sofrimento fetal e a gestante
vulsões, pela irritabilidade do SNC. Faz-se necessário, também, con- esteja recebendo infusão venosa contendo ocitocina, tal fato deve
trolar a pressão arterial e os batimentos cardiofetais (a frequência ser imediatamente comunicado à equipe e a solução imediatamen-
será estabelecida pelas condições da gestante), bem como pesar a te suspensa e substituída por solução glicosada ou fisiológica pura.
gestante diariamente, manter-lhe os membros inferiores discreta- A equipe responsável pela assistência deve tranquilizar a ges-
mente elevados, providenciar a colheita dos exames laboratoriais tante, ouvindo-a e explicando - a ela e à família - as característi-
solicitados (sangue, urina), observar e registrar as eliminações fisio- cas do seu quadro e a conduta terapêutica a ser adotada, o que
lógicas, as queixas álgicas, as perdas vaginais e administrar medica- a ajudará a manter o controle e, consequentemente, cooperar. A
ções prescritas, observando sua resposta. transmissão de calma e a correta orientação amenizarão o medo e
a ansiedade pela situação.
Além disso, deve-se estar atento para possíveis episódios de A gestante deve ser mantida em decúbito lateral esquerdo,
crises convulsivas, empregando medidas de segurança tais como com o objetivo de reduzir a pressão que o feto realiza sobre a veia
manter as grades laterais do leito elevadas (se possível, acolchoa- cava inferior ou cordão umbilical, e melhorar a circulação mater-
das), colocar a cabeceira elevada a 30° e a gestante em decúbito no-fetal. Segundo prescrição, administrar oxigênio (O2 úmido) para
lateral esquerdo (ou lateralizar sua cabeça, para eliminação das melhorar a oxigenação da gestante e do feto e preparar a parturien-
secreções); manter próximo à gestante uma cânula de borracha te para intervenção cirúrgica, de acordo com a conduta indicada
(Guedel), para colocar entre os dentes, protegendo- lhe a língua de pela equipe responsável pela assistência.
um eventual traumatismo. Ressalte-se que os equipamentos e me-
dicações de emergência devem estar prontos para uso imediato, na Parto e Nascimento Humanizado
proximidade da unidade de alto risco. Até o século XVIII, as mulheres tinham seus filhos em casa; o
Gestantes que apresentam DHEG moderada ou grave devem parto era um acontecimento domiciliar e familiar. A partir do mo-
ser acompanhadas em serviços de obstetrícia, por profissional mé- mento em que o parto tornou-se institucionalizado (hospitalar) a
dico, durante todo o período de internação. Os cuidados básicos in- mulher passou a perder autonomia sobre seu próprio corpo, dei-
cluem: observação de sinais de petequeias, equimoses e/ou sangra- xando de ser ativa no processo de seu parto.
mentos espontâneos, que indicam complicação séria causada por Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que ape-
rompimento de vasos sanguíneos; verificação horária de pressão nas 10% a 20% dos partos têm indicação cirúrgica. Isto significa que
arterial, ou em intervalo menor, e temperatura, pulso e respiração deveriam ser indicados apenas para as mulheres que apresentam
de duas em duas horas; instalação de cateterismo vesical, visando problemas de saúde, ou naqueles casos em que o parto normal tra-
o controle do volume urinário (diurese horária); monitoramento de ria riscos ao recém-nascido ou a mãe. Entretanto, o que verificamos
balanço hídrico; manutenção de acesso venoso para hidratação e é a existência de um sistema de saúde voltado para a atenção ao
administração de terapia medicamentosa (anti-hipertensivo, anti- parto e nascimento pautado em rotinas de intervenções, que favo-
convulsivos, antibióticos, sedativos) e de urgência; colheita de exa- rece e conduz ao aumento de cesáreas e de possíveis iatrogenias
mes laboratoriais de urgência; instalação de oxigeno terapia confor- que, no pós-parto, geram complicações desnecessárias.
me prescrição médica, caso a gestante apresente cianose. Nós, profissionais de saúde, devemos entender que o parto
Com a estabilização do quadro e as convulsões controladas, não é simplesmente “abrir uma barriga”, “tirar um recém-nascido
deve-se preparar a gestante para a interrupção da gravidez (cesá- de dentro”, afastá-lo da “mãe”para colocá-lo num berço solitário,
rea), pois a conduta mais eficaz para a cura da DHEG é o término enquanto a mãe dorme sob o efeito da anestesia.
da gestação, o que merece apreciação de todo o quadro clínico e A enfermagem possui importante papel como integrante da
condição fetal, considerando-se a participação da mulher e família equipe, no sentido de proporcionar uma assistência humanizada e
nesta decisão. qualificada quando do parto, favorecendo e estimulando a partici-
É importante que a puérpera tenha uma avaliação contínua nas pação efetiva dos principais atores desse fenômeno – a gestante,
48 horas após o parto, pois ainda pode apresentar risco de vida. seu acompanhante e seu filho recém-nascido.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Precisamos valorizar esse momento pois, se vivenciado har- exames laboratoriais solicitados (hemograma, VDRL e outros exa-
moniosamente, favorece um contato precoce mãe-recém-nasci- mes, caso não os tenha realizado durante o pré-natal); promover
do, estimula o aleitamento materno e promove a interação com o um ambiente tranquilo e com privacidade; monitorar a evolução do
acompanhante e a família, permitindo à mulher um momento de trabalho de parto, fornecendo explicações e orientações.
conforto e segurança, com pessoas de seu referencial pessoal.
Os profissionais devem respeitar os sentimentos, emoções, ne- Assistência Durante o Trabalho de Parto Natural
cessidades e valores culturais, ajudando-a a diminuir a ansiedade e O trajeto do parto ou canal de parto é a passagem que o feto per-
insegurança, o medo do parto, da solidão do ambiente hospitalar e corre ao nascer, desde o útero à abertura vulvar. É formado pelo con-
dos possíveis problemas do bebê. junto dos ossos ilíaco, sacro e cóccix - que compõem a pequena bacia
A promoção e manutenção do bem-estar físico e emocional ao pélvica, também denominada de trajeto duro - e pelos tecidos moles
longo do processo de parto e nascimento ocorre mediante infor- (parte inferior do útero, colo uterino, canal vaginal e períneo) que
mações e orientações permanentes à parturiente sobre a evolução do revestem essa parte óssea, também denominada de trajeto mole.
trabalho de parto, reconhecendo-lhe o papel principal nesse processo No trajeto mole, ocorrem as seguintes alterações: aumento do
e até mesmo aceitando sua recusa a condutas que lhe causem cons- útero; amolecimento do colo para a dilatação e apagamento; hiper-
trangimento ou dor; além disso, deve-se oferecer espaço e apoio para vascularização e aumento do tecido elástico da vagina, facilitando
a presença do(a) acompanhante que a parturiente deseja. sua distensão; aumento das glândulas cervicais para lubrificar o tra-
Qualquer indivíduo, diante do desconhecido e sozinho, tende jeto do parto.
a assumir uma postura de defesa, gerando ansiedade e medos. A No trajeto duro, a principal alteração é o aumento da mobilida-
gestante não preparada desconhece seu corpo e as mudanças que de nas articulações (sacroilíaca, sacrococcígea, lombo-sacral, sínfise
o mesmo sofre. púbica), auxiliado pelo hormônio relaxina.
O trabalho de parto é um momento no qual a mulher se sente O feto tem importante participação na evolução do trabalho de
desprotegida e frágil, necessitando apoio constante. parto: realiza os mecanismos de flexão, extensão e rotação, permitindo
O trabalho de parto e o nascimento costumam desencadear sua entrada e passagem pelo canal de parto - fenômeno facilitado pelo
excitação e apreensão nas parturientes, independente do fato de a cavalgamento dos ossos do crânio, ocasionando a redução do diâmetro
gestante ser primípara ou multípara. É um momento de grande ex- da cabeça e facilitando a passagem pela pelve materna.
pectativa para todos, gestante, acompanhante e equipe de saúde.
O início do trabalho de parto é desencadeado por fatores ma- O Primeiro Período do Trabalho de Parto: a Dilatação
ternos, fetais e placentários, que se interagem. Nesse período, após o colo atingir 5 cm de dilatação, as con-
Os sinais do desencadeamento de trabalho de parto são: trações uterinas progridem e aos poucos aumentam a intensidade,
- eliminações vaginais, discreto sangramento, perda de tampão o intervalo e a duração, provocando a dilatação do colo uterino.
mucoso, eliminação de líquido amniótico, presente quando ocorre Como resultado, a cabeça do feto vai gradualmente descendo no
a ruptura da bolsa amniótica - em condições normais, apresenta- se canal pélvico e, nesse processo, rodando lentamente. Essa descida,
claro, translúcido e com pequenos grumos semelhantes a pedaços auxiliada pela pressão da bolsa amniótica, determina uma pressão
de leite coalhado (vérnix); maior da cabeça sobre o colo uterino, que vai se apagando. Para
- contrações uterinas inicialmente regulares, de pequena inten- possibilitar a passagem do crânio do feto - que mede por volta de
sidade, com duração variável de 20 a 40 segundos, podendo chegar 9,5 cm - faz-se necessária uma dilatação total de 10 cm. Este é o pe-
a duas ou mais em dez minutos; ríodo em que a parturiente experimenta desconfortos e sensações
- desconforto lombar; dolorosas e pode apresentar reações diferenciadas como exaustão,
- alterações da cérvice, amolecimento, apagamento e dilatação impaciência, irritação ou apatia, entre outras.
progressiva; Além das adaptações no corpo materno, visando o desenrolar
- diminuição da movimentação fetal. do trabalho de parto, o feto também se adapta a esse processo: sua
cabeça tem a capacidade de flexionar, estender e girar, permitindo
A duração de cada trabalho de parto está associada à parida- entrar dentro do canal do parto e passar pela pelve óssea materna
de (o número de partos da mulher), pois as primíparas demandam com mais mobilidade.
maior tempo de trabalho de parto do que as multíparas; à flexibili- Durante o trabalho de parto, os ossos do crânio se aproximam
dade do canal de parto, pois as mulheres que exercitam a muscula- uns dos outros e podem acavalar, reduzindo o tamanho do crânio e,
tura pélvica apresentam maior flexibilidade do que as sedentárias; assim, facilitar a passagem pela pelve materna.
às contrações uterinas, que devem ter intensidade e frequência Nesse período, é importante auxiliar a parturiente com alterna-
apropriadas; à boa condição psicológica da parturiente durante o tivas que possam amenizar-lhe o desconforto. O cuidar envolve pre-
trabalho de parto, caso contrário dificultará o nascimento do bebê; sença, confiança e atenção, que atenuam a ansiedade da cliente,
ao estado geral da cliente e sua reserva orgânica para atender ao estimulando- a adotar posições alternativas como ficar de cócoras,
esforço do trabalho de parto; e à situação e apresentação fetais de joelho sobre a cama ou deambular. Essas posições, desde que
(transversa, acromial, pélvica e de face). escolhidas pela mulher, favorecem o fluxo de sangue para o útero,
tornam as contrações mais eficazes, ampliam o canal do parto e
Admitindo a Parturiente facilitam a descida do feto pela ação da gravidade. A mulher deve
O atendimento da parturiente na sala de admissão de uma ma- ser encorajada e encaminhada ao banho de chuveiro, bem como
ternidade deve ter como preocupação principal uma recepção aco- estimulada a fazer uma respiração profunda, realizar massagens na
lhedora à mulher e sua família, informando-os da dinâmica da assis- região lombar – o que reduz sua ansiedade e tensão muscular - e
tência na maternidade e os cuidados pertinentes a esse momento: urinar, pois a bexiga cheia dificulta a descida do feto na bacia ma-
acompanhá-la na admissão e encaminhá-la ao pré-parto; colher os terna.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Durante a evolução do trabalho de parto, será realizada, pelo faça, se a posição do parto favorecer esta prática. Neste momento,
enfermeiro ou médico, a ausculta dos batimentos cardiofetais, sem- o auxiliar de enfermagem deve estar atento para evitar a queda do
pre que houver avaliação da dinâmica uterina (DU) antes, durante recém-nascido.
e após a contração uterina. O controle dos sinais vitais maternos é O cordão umbilical só deve ser pinçado e laqueado quando o
contínuo e importante para a detecção precoce de qualquer altera- recém-nascido estiver respirando. A laqueadura é feita com mate-
ção. A verificação dos sinais vitais pode ser realizada de quatro em rial adequado e estéril, a uns três centímetros da pele. É importan-
quatro horas, e a tensão arterial de hora em hora ou mais frequen- te manter o recém-nascido aquecido, cobrindo-o com um lençol/
temente, se indicado. campo – o que previne a ocorrência de hipotermia. A mulher deve
O toque vaginal deve ser realizado pelo obstetra ou enfermeira, ser incentivada a iniciar a amamentação nas primeiras horas após
e tem a finalidade de verificar a dilatação e o apagamento do colo o parto, o que facilita a saída da placenta e estimula a involução do
uterino, visando avaliar a progressão do trabalho de parto. Para a útero, diminuindo o sangramento pós-parto.
realização do procedimento, o auxiliar de enfermagem deve prepa-
rar o material necessário para o exame, que inclui luvas, gazes com O Terceiro Período do Trabalho de Parto: a Dequitação
solução anti séptica e comadre. Inicia-se após a expulsão do feto e termina com a saída da pla-
A prévia antissepsia das mãos é condição indispensável para o centa e membranas (amniótica e coriônica). Recebe o nome de de-
exame. livramento ou dequitação e deve ser espontâneo, sem compressão
Caso a parturiente esteja desanimada, frustrada ou necessite uterina. Pode durar de alguns minutos a 30 minutos. Nessa fase é
permanecer no leito durante o trabalho de parto, devido às compli- importante atentar para as perdas sanguíneas, que não devem ser
cações obstétricas ou fetais, deve ser aconselhada a ficar na posição superiores a 500 ml.
de decúbito lateral esquerdo, tanto quanto possível. As contrações para a expulsão da placenta ocorrem em menor
O Segundo Período do Trabalho de Parto: a Expulsão quantidade e intensidade. A placenta deve ser examinada com re-
O período de expulsão inicia-se com a completa dilatação do lação à sua integridade, tipo de vascularização e local de inserção
colo uterino e termina com o nascimento do bebê. do cordão, bem como verificação do número de vasos sanguíneos
Ao final do primeiro período do trabalho de parto, o sangra- deste (1 artérias e 2 veias), presença de nós e tumorações. Exami-
mento aumenta com a laceração dos capilares no colo uterino. Náu- na-se ainda o canal vaginal, o colo uterino e a região perineal, com
seas e vômitos podem estar presentes, por ação reflexa. A partu- vistas à identificação de rupturas e lacerações; caso tenha sido rea-
riente refere pressão no reto e urgência urinária. Ocorre distensão lizada episiotomia, proceder à sutura do corte (episiorrafia) e/ou
dos músculos perineais e abaulamento do períneo (solicitação do das lacerações.
períneo), e o ânus dilata-se acentuadamente. A dequitação determina o início do puerpério imediato, onde
Esses sinais iminentes do parto devem ser observados pelo au- ocorrerão contrações que permitirão reduzir o volume uterino,
xiliar de enfermagem e comunicados à enfermeira obstétrica e ao mantendo-o contraído e promovendo a hemostasia nos vasos que
obstetra. irrigavam a placenta.
O exame do toque deve ser realizado e, constatada a dilatação Logo após o delivramento, o auxiliar de enfermagem deve veri-
total, o auxiliar de enfermagem deve encaminhar a parturiente à ficar a tensão arterial da puérpera, identificando alterações ou não
sala de parto, em cadeira de rodas ou deambulando. dos valores que serão avaliados pelo médico ou enfermeiro.
Enquanto estiver sendo conduzida à sala de parto, a parturien- Antes de transferir a puérpera para a cadeira ou maca, deve-se,
te deve ser orientada para respirar tranquilamente e não fazer for- utilizando luvas estéreis, realizar-lhe antissepsia da área pubiana,
ça. É importante auxiliá-la a se posicionar na mesa de parto com se- massagear-lhe as panturrilhas, trocar-lhe a roupa e colocar-lhe um
gurança e conforto, respeitando a posição de sua escolha: vertical, absorvente sob a região perianal e pubiana. Caso o médico ou en-
semiverticalizada ou horizontal. Qualquer procedimento realizado fermeiro avalie que a puérpera esteja em boas condições clínicas,
deve ser explicado à parturiente e seu acompanhante. será encaminhada, juntamente com o recém-nascido, para o aloja-
O profissional (médico e/ou enfermeira obstetra) responsável mento conjunto - acompanhados de seus prontuários, prescrições
pela condução do parto deve fazer a escovação das mãos e se pa- e pertences pessoais.
ramentar (capote, gorro, máscara e luvas). A seguir, realizar a antis-
sepsia vulvoperineal e da raiz das coxas e colocar os campos esterili- O Quarto Período do Trabalho de Parto: Greenberg
zados sobre a parturiente. Na necessidade de episiotomia, indica-se Corresponde às primeiras duas horas após o parto, fase em que
a necessidade de anestesia local. Em todo esse processo, o auxiliar ocorre a loquiação e se avalia a involução uterina e recuperação
de enfermagem deve prestar ajuda ao(s) profissional(is). da genitália materna. É considerado um período perigoso, devido
Para que ocorra a expulsão do feto, geralmente são necessárias ao risco de hemorragia; por isso, a puérpera deve permanecer no
cinco contrações num período de 10 minutos e com intensidade centro obstétrico, para criterioso acompanhamento.
de 60 segundos cada. O auxiliar de enfermagem deve orientar que Assistência de Enfermagem Durante o Parto Cesáreo
a parturiente faça respiração torácica (costal) juntamente com as O parto cesáreo ou cesariana é um procedimento cirúrgico, in-
contrações, repousando nos intervalos para conservar as energias. vasivo, que requer anestesia. Nele, realiza-se uma incisão no abdo-
Após o coroamento e exteriorização da cabeça, é importante me e no útero, com exposição de vísceras e perda de sangue, por
assistir ao desprendimento fetal espontâneo. Caso esse desprendi- onde o feto é retirado. Ressalte-se que esse procedimento expõe
mento não ocorra naturalmente, a cabeça deve ser tracionada para o organismo às infecções, tanto pela queda de imunidade em vista
baixo, visando favorecer a passagem do ombro. Com a saída da ca- das perdas sanguíneas como pelo acesso de microrganismos atra-
beça e ombros, o corpo desliza facilmente, acompanhado de um vés da incisão cirúrgica (porta de entrada), além de implicar maior
jato de líquido amniótico. Sugere-se acomodar o recém-nascido, tempo de recuperação.
com boa vitalidade, sobre o colo materno, ou permitir que a mãe o
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A realização do parto cesáreo deve ser baseada nas condições O período puerperal é uma fase de grande estresse fisiológico
clínicas - da gestante e do feto - que contraindiquem o parto normal, e psicológico.
tais como desproporção cefalopélvica, discinesias, apresentação A fadiga e perda de sangue pelo trabalho de parto e outras
anômala, descolamento prematuro da placenta, pós-maturidade, condições desencadeadas pelo nascimento podem causar compli-
diabete materno, sofrimento fetal agudo ou crônico, placenta pré- cações – sua prevenção é o objetivo principal da assistência a ser
via total ou parcial, toxemia gravídica, prolapso do cordão umbilical. prestada.
Caso ocorra alguma intercorrência obstétrica (alteração do Nos primeiros dias do pós-parto, a puérpera vive um período
BCF; a dinâmica uterina, dos sinais vitais maternos; perda trans- de transição, ficando vulnerável às pressões emocionais. Problemas
vaginal de líquido com presença de mecônio; período de dilatação que normalmente enfrentaria com facilidade podem deixá-la ansio-
cervical prolongado) que indique necessidade de parto cesáreo, a sa em vista das responsabilidades com o novo membro da famí-
equipe responsável pela assistência deve comunicar o fato à mu- lia (“Será que vou conseguir amamentá-lo? Por que o bebê chora
lher/ família, e esclarecer- lhes sobre o procedimento. tanto?”), a casa (“Como vou conciliar os cuidados da casa com o
Nesta intervenção cirúrgica, as anestesias mais utilizadas são a bebê?”), o companheiro (“Será que ele vai me ajudar? Como dividir
raquidiana e a peridural, ambas aplicadas na coluna vertebral. a atenção entre ele e o bebê?”) e a família (“Como dividir a atenção
A anestesia raquidiana tem efeito imediato à aplicação, levan- com os outros filhos? O que fazer, se cada um diz uma coisa?”).
do à perda temporária de sensibilidade e movimentos dos mem- Nesse período, em vista de uma grande labilidade emocional,
bros inferiores, que retornam após passado seu efeito. Entretanto, somada à exaustão física, pode surgir um quadro de profunda tris-
tem o inconveniente de apresentar como efeito colateral cefaleia teza, sentimento de incapacidade e recusa em cuidar do bebê e
intensa no período pós-anestésico - como prevenção, deve-se man- de si mesma - que pode caracterizar a depressão puerperal. Essas
ter a puérpera deitada por algumas horas (com a cabeceira a zero manifestações podem acontecer sem causa aparente, com dura-
grau e sem travesseiro), orientando- a para que não eleve a cabeça ção temporária ou persistente por algum tempo. Esse transtorno
e estimulando-a à ingestão hídrica. requer a intervenção de profissionais capazes de sua detecção e
A anestesia peridural é mais empregada, porém demora mais tratamento precoce, avaliando o comportamento da puérpera e
tempo para fazer efeito e não leva à perda total da sensibilidade proporcionando-lhe um ambiente tranquilo, bem como prestando
dolorosa, diminuindo apenas o movimento das pernas – como van- orientações à família acerca da importância de seu apoio na supe-
tagem, não produz o incômodo da dor de cabeça. ração deste quadro.
Na recuperação do pós-parto normal, a criança pode, nas pri- De acordo com as alterações físicas, o puerpério pode ser clas-
meiras horas, permanecer com a mãe na sala de parto e/ou alo- sificado em quatro fases distintas: imediato (primeiras 2 horas pós-
jamento conjunto- dependendo da recuperação, a mulher pode -parto); mediato (da 2ª hora até o 10º dia pós-parto); tardio (do 11º
deambular, tomar banho e até amamentar. Tal situação não aconte- dia até o 42º dia pós-parto) e remoto (do 42º dia em diante).
cerá nas puérperas que realizaram cesarianas, pois estarão com hi- O puerpério imediato, também conhecido como quarto perío-
dratação venosa, cateter vesical, curativo abdominal, anestesiadas, do do parto, inicia-se com a involução uterina após a expulsão da
sonolentas e com dor – mais uma razão que justifica a realização do placenta e é considerado crítico, devido ao risco de hemorragia e
parto cesáreo apenas quando da impossibilidade do parto normal. infecção.
A equipe deve esclarecer as dúvidas da parturiente com relação A infecção puerperal está entre as principais e mais constantes
aos procedimentos pré-operatórios, tais como retirada de próteses complicações.
e de objetos (cordões, anéis, roupa íntima), realização de tricoto- O trabalho de parto e o nascimento do bebê reduzem a resis-
mia em região pubiana, manutenção de acesso venoso permeável, tência à infecção causada por microrganismos encontrados no cor-
realização de cateterismo vesical e colheita de sangue para exames po.
laboratoriais (solicitados e de rotina). Inúmeros são os fatores de risco para o aparecimento de in-
Após verificação dos sinais vitais, a parturiente deve ser enca- fecções: o trabalho de parto prolongado com a bolsa amniótica
minhada à sala de cirurgia, onde será confortavelmente posicio- rompida precocemente, vários toques vaginais, condições socioe-
nada na mesa cirúrgica, para administração da anestesia. Durante conômicas desfavoráveis, anemia, falta de assistência pré-natal e
toda a técnica o auxiliar de enfermagem deve estar atento para a história de doenças sexualmente transmissível não tratada. O parto
segurança da parturiente e, juntamente com o anestesista, ajudá- cesáreo tem maior incidência de infecção do que o parto vaginal,
-la a se posicionar para o processo cirúrgico, controlando também pois durante seu procedimento os tecidos uterinos, vasos sanguí-
a tensão arterial. No parto, o auxiliar de enfermagem desenvolve neos, linfáticos e peritônio estão expostos às bactérias existentes
ações de circulante ou instrumentador. Após o nascimento, presta na cavidade abdominal e ambiente externo. A perda de sangue e
os primeiros cuidados ao bebê e encaminha-o ao berçário. consequente diminuição da resistência favorecem o surgimento de
A seguir, o auxiliar de enfermagem deve providenciar a transfe- infecções.
rência da puérpera para a sala de recuperação pós-anestésica, pres- Os sinais e sintomas vão depender da localização e do grau da
tando- lhe os cuidados relativos ao processo cirúrgico e ao parto. infecção, porém a hipertermia é frequente - em torno de 38º C ou
mais. Acompanhando a febre, podem surgir dor, não involução ute-
Puerpério e suas Complicações rina e alteração das características dos lóquios, com eliminação de
Durante toda a gravidez, o organismo materno sofre alterações secreção purulenta e fétida, e diarreia.
gradativas - as mais marcantes envolvem o órgão reprodutor. O O exame vaginal, realizado por enfermeiro ou médico, objetiva
puerpério inicia-se logo após a dequitação e termina quando a fi- identificar restos ovulares; nos casos necessários, deve-se proceder
siologia materna volta ao estado pré-gravídico. Esse intervalo pode à curetagem.
perdurar por 6 semanas ou ter duração variável, principalmente nas
mulheres que estiverem amamentando.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cabe ao auxiliar de enfermagem monitorar os sinais vitais da Outros cuidados adicionais são: observar o períneo, avalian-
puérpera, bem como orientá-la sobre a técnica correta de lavagem do a integridade, o edema e a episiorrafia; aplicar compressas de
das mãos e outras que ajudem a evitar a propagação das infecções. gelo nesta região, pois isto propicia a vasoconstrição, diminuindo
Além disso, visando evitar a contaminação da vagina pelas bactérias o edema e hematoma e evitando o desconforto e a dor; avaliar os
presentes no reto, a puérpera deve ser orientada a lavar as regiões membros inferiores (edema e varizes) e oferecer líquidos e alimen-
da vulva e do períneo após cada eliminação fisiológica, no sentido tos sólidos à puérpera, caso esteja passando bem.
da vulva para o ânus. Nos casos de cesárea, atentar para todos os cuidados de um
Para facilitar a cicatrização da episiorrafia, deve-se ensinar a parto normal e mais os cuidados de um pós-operatório, observando
puérpera a limpar a região com antisséptico, bem como estimular- as características do curativo operatório. Se houver sangramento e/
-lhe a ingesta hídrica e administrar-lhe medicação, conforme pres- ou queixas de dor, comunicar tal fato à equipe.
crição, visando diminuir seu mal-estar e queixas álgicas. Nos casos No puerpério mediato, a puérpera permanecerá no alojamento
de curetagem, preparar a sala para o procedimento. conjunto até a alta hospitalar. Neste setor, inicia os cuidados com o
A involução uterina promove a vasoconstrição, controlando a bebê, sob supervisão e orientação da equipe de enfermagem – o
perda sanguínea. Nesse período, é comum a mulher referir cólicas. que lhe possibilita uma assistência e orientação integral.
O útero deve estar mais ou menos 15 cm acima do púbis, duro No alojamento conjunto, a assistência prestada pelo auxiliar de
e globoide pela contração, formando o globo de segurança de Pi- enfermagem baseia-se em observar e registrar o estado geral da
nard em resposta à contratilidade e retração de sua musculatura. puérpera, dando continuidade aos cuidados iniciados no puerpério
A total involução uterina demora de 5 a 6 semanas, sendo mais rá- imediato, em intervalos mais espaçados. Deve também estimular
pida na mulher sadia que teve parto normal e está em processo de a deambulação precoce e exercícios ativos no leito, bem como ob-
amamentação. servar o estado das mamas e mamilos, a sucção do recém-nascido
Os lóquios devem ser avaliados quanto ao volume (grande ou (incentivando o aleitamento materno), a aceitação da dieta e as ca-
pequeno), aspecto (coloração, presença de coágulos, restos placen- racterísticas das funções fisiológicas, em vista da possibilidade de
tários) e odor (fétido ou não). Para remoção efetiva dos coágulos, retenção urinária e constipação, orientando sobre a realização da
deve-se massagear levemente o útero e incentivar a amamentação higiene íntima após cada eliminação e enfatizando a importância
e deambulação precoces. da lavagem das mãos antes de cuidar do bebê, o que previne in-
De acordo com sua coloração, os lóquios são classificados fecções.
como sanguinolentos (vermelho vivo ou escuro – até quatro dias); O alojamento conjunto é um espaço oportuno para o auxiliar
serosanguinolentos (acastanhado – de 5 a 7 dias) e serosos (seme- de enfermagem desenvolver ações educativas, buscando valorizar
lhantes à “salmoura” – uma a três semanas). as experiências e vivências das mães e, com as mesmas, realizando
A hemorragia puerperal é uma complicação de alta incidência atividades em grupo de forma a esclarecer dúvidas e medos. Essa
de mortalidade materna, tendo como causas a atonia uterina, la- metodologia propicia a detecção de problemas diversos (emocio-
cerações do canal vaginal e retenção de restos placentários. É im- nais, sociais, etc.), possibilitando o encaminhamento da puérpera
portante procurar identificar os sinais de hemorragia – de quinze e/ou família para uma tentativa de solução.
em quinze minutos – e avaliar rotineiramente a involução uterina O profissional deve abordar assuntos com relação ao relaciona-
através da palpação, identificando a consistência. Os sinais dessa mento mãe-filho-família; estímulo à amamentação, colocando em
complicação são útero macio (maleável, grande, acima do umbigo), prática a técnica de amamentação; higiene corporal da mãe e do
lóquios em quantidades excessivas (contendo coágulos e escorren- bebê; curativo da episiorrafia e cicatriz cirúrgica; repouso, alimen-
do num fio constante) e aumento das frequências respiratória e car- tação e hidratação adequada para a nutriz; uso de medicamentos
díaca, com hipotensão. nocivos no período da amamentação, bem como álcool e fumo; im-
Caso haja suspeita de hemorragia, o auxiliar de enfermagem portância da deambulação para a involução uterina e eliminação de
deve avisar imediatamente a equipe, auxiliando na assistência para flatos (gases); e cuidados com recém-nascido.
reverter o quadro instalado, atentando, sempre, para a possibilida- A mama é o único órgão que após o parto não involui, enchen-
de de choque hipovolêmico. Deve, ainda, providenciar um acesso do- se de colostro até trinta horas após o parto. A apojadura, que
venoso permeável para a administração de infusão e medicações; consiste na descida do leite, ocorre entre o 3º ou 4º dia pós-parto.
bem como aplicar bolsa de gelo sobre o fundo do útero, massa- A manutenção da lactação depende do estímulo da sucção dos
geando-o suavemente para estimular as contrações, colher sangue mamilos pelo bebê.
para exames laboratoriais e prova cruzada, certificar-se de que no As mamas também podem apresentar complicações:
banco de sangue existe sangue compatível (tipo e fator Rh) com o -ingurgitamento mamário - em torno do 3º ao 7º dia pós-parto,
da mulher - em caso de reposição - e preparar a puérpera para a a produção láctea está no auge, ocasionando o ingurgitamento ma-
intervenção cirúrgica, caso isto se faça necessário. mário. O auxiliar de enfermagem deve estar atento para as seguin-
Complementando esta avaliação, também há verificação dos tes condutas: orientar sobre a pega correta da aréola e a posição
sinais vitais, considerando-se que a frequência cardíaca diminui adequada do recém-nascido durante a mamada; o uso do sutiã fir-
para 50 a 70 bpm (bradicardia) nos primeiros dias após o parto, me e bem ajustado; e a realização de massagens e ordenha sempre
em vista da redução no volume sanguíneo. Uma taquicardia pode que as mamas estiverem cheias;
indicar perda sanguínea exagerada, infecção, dor e até ansiedade. -rachaduras e/ou fissuras - podem aparecer nos primeiros dias
A pressão sanguínea permanece estável, mas sua diminuição pode de amamentação, levando a nutriz a parar de amamentar.
estar relacionada à perda de sangue excessivo e seu aumento é su- Procurando evitar sua ocorrência, o auxiliar de enfermagem
gestivo de hipertensão. É também importante observar o nível de deve orientar a mãe a manter a amamentação; incentivá-la a não
consciência da puérpera e a coloração das mucosas. usar sabão ou álcool para limpar os mamilos; a expor as mamas
ao sol por cerca de 20 minutos (antes das 10 horas ou após às 15
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

horas); e a alternar as mamas em cada mamada, retirando cuidado- b) RN a termo - toda criança nascida entre 37 e 42 semanas de
samente o bebê. Nesse caso, devem ser aplicadas as mesmas con- gestação;
dutas adotadas para o ingurgitamento mamário. c) RN pós-termo - toda criança nascida após 42 semanas de
-mastite - é um processo inflamatório que costuma se desen- gestação.
volver após a alta e no qual os microrganismos penetram pelas
rachaduras dos mamilos ou canais lactíferos. Sua sintomatologia é Quanto menor a IG ao nascer, maior o risco de complicações e
dor, hiperemia e calor localizados, podendo ocorrer hipertermia. A a necessidade de cuidados neonatais adequados.
puérpera deve ser orientada a realizar os mesmos cuidados adota- Se o nascimento antes do tempo acarreta riscos para a saúde
dos nos casos de ingurgitamento mamário, rachaduras e fissuras. dos bebês, o nascimento pós-termo também. Após o período de
gestação considerado como fisiológico, pode ocorrer diminuição da
Por ocasião da alta hospitalar, especial atenção deve ser dada oferta de oxigênio e de nutrientes e os bebês nascidos após 42 se-
às orientações sobre o retorno à atividade sexual, planejamento manas de gestação podem apresentar complicações respiratórias e
familiar, licença-maternidade de 120 dias (caso a mulher possua nutricionais importantes no período neonatal.
vínculo empregatício) e importância da consulta de revisão de pós-
-natal e puericultura. Classificação de Acordo com a Relação Peso/IG
A consulta de revisão do puerpério deve ocorrer, preferencial- Essa classificação possibilita a avaliação do crescimento intrau-
mente, junto com a primeira avaliação da criança na unidade de terino, uma vez que de acordo com a relação entre o peso e a IG os
saúde ou, de preferência, na mesma unidade em que efetuou a as- bebês são classificados como:
sistência pré-natal, entre o 7º e o 10º dia pós-parto. a) adequados para a idade gestacional (AIG) – são os neonatos
Até o momento, foi abordado o atendimento à gestante e ao cujas linhas referentes a peso e a IG se encontram entre as duas
feto com base nos conhecimentos acumulados nos campos da obs- curvas do gráfico. Em nosso meio, 90 a 95% do total de nascimentos
tetrícia e da perinatologia. Com o nascimento do bebê são necessá- são de bebês adequados para a IG;
rios os conhecimentos de um outro ramo do saber – a neonatologia. b) pequenos para a idade gestacional (PIG) - são os neonatos cujas
Surgida a partir da pediatria, a neonatologia é comumente linhas referentes a peso e a IG se encontram abaixo da primeira curva
definida como um ramo da medicina especializado no diagnóstico do gráfico. Esses bebês sofreram desnutrição intrauterina importante,
e tratamento dos recém-nascidos (RNs). No entanto, ela abrange em geral como consequência de doenças ou desnutrição maternas.
mais do que isso — engloba também o conhecimento da fisiologia c) grandes para a idade gestacional (GIG) - são os neonatos cujas
dos neonatos e de suas características. linhas referentes ao peso e a IG se encontram acima da segunda cur-
va do gráfico. Frequentemente os bebês grandes para a IG são filhos
Classificação dos Recém-Nascidos (RNS) de mães diabéticas ou de mães Rh negativo sensibilizadas.
Os RNs podem ser classificados de acordo com o peso, a idade
gestacional (IG) ao nascer e com a relação entre um e outro. Características Anatomofisiológicas dos RNS
Os RNs possuem características anatômicas e funcionais próprias.
A classificação dos RNs é de fundamental importância pois ao O conhecimento dessas características possibilita que a assis-
permitir a antecipação de problemas relacionados ao peso e/ou à tência aos neonatos seja planejada, executada e avaliada de forma a
IG quando do nascimento, possibilita o planejamento dos cuidados garantir o atendimento de suas reais necessidades. Também permite
e tratamentos específicos, o que contribui para a qualidade da as- a orientação aos pais a fim de capacitá-los para o cuidado após a alta.
sistência. O peso dos bebês é influenciado por diversas condições asso-
ciadas à gestação, tais como fumo, uso de drogas, paridade e ali-
Classificação de Acordo com o Peso mentação materna.
A Organização Mundial de Saúde define como RN de baixo-pe- Os RNs apresentam durante os cinco primeiros dias de vida uma
so todo bebê nascido com peso igual ou inferior a 2.500 gramas. diminuição de 5 a 10% do seu peso ao nascimento, chamada de perda
Como nessa classificação não se considera a IG, estão incluídos tan- ponderal fisiológica, decorrente da grande eliminação de líquidos e re-
to os bebês prematuros quanto os nascidos a termo. duzida ingesta.. Entre o 8º (RN a termo) e o 15º dia (RNs prematuros)
Em nosso país, o número elevado de bebês nascidos com peso de vida pós-natal, os bebês devem recuperar o peso de nascimento.
igual ou inferior a 2.500 gramas - baixo peso ao nascimento - cons- Estudos realizados para avaliação do peso e estatura dos RNs
titui- se em importante problema de saúde. Nesse grupo há um ele- brasileiros, indicam as seguintes médias no caso dos neonatos a ter-
vado percentual de morbimortalidade neonatal, devido à não dis- mo: 3.500g/ 50cm para os bebês do sexo masculino e 3.280g/49,-
ponibilidade de assistência adequada durante o pré-natal, o parto e 6cm para os do sexo feminino. Tais estudos mostraram também que
o puerpério e/ou pela baixa condição socioeconômica e cultural da a média do perímetro cefálico dos RNs a termo é de 34-35 cm. Já
família, o que pode acarretar graves consequências sociais. o perímetro torácico deve ser sempre 2- 3cm menor que o cefálico
(Navantino, 1995).
Classificação de Acordo com a IG Os sinais vitais refletem as condições de homeostase dos be-
Considera-se como IG ao nascer, o tempo provável de gestação bês, ou seja, o bom funcionamento dos seus sistemas respiratório,
até o nascimento, medido pelo número de semanas entre o primei- cardiocirculatório e metabólico; se os valores encontrados estive-
ro dia da última menstruação e a data do parto. rem dentro dos parâmetros de normalidade, temos a indicação de
O tempo de uma gestação desde a data da última menstruação que a criança se encontra em boas condições no que se refere a
até seu término é de 40 semanas. Sendo assim, considera-se: esses sistemas.
a) RN prematuro - toda criança nascida antes de 37 semanas
de gestação;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os RNs são extremamente termolábeis, ou seja, têm dificulda- g) Edema - o de membros inferiores, principalmente, é encon-
de de manter estável a temperatura corporal, perdendo rapidamen- trado com frequência em bebês prematuros, devido as suas limi-
te calor para o ambiente externo quando exposto ao frio, molhado tações renais e cardíacas decorrentes da imaturidade dos órgãos.
ou em contato com superfícies frias. Além disso, a superfície corpo- O edema generalizado (anasarca) ocorre associado à insuficiência
ral dos bebês é relativamente grande em relação ao seu peso e eles cardíaca, insuficiência renal e distúrbios metabólicos.
têm uma capacidade limitada para produzir calor.
A atitude e a postura dos RNs, nos primeiros dias de vida, re- Os cabelos do RN a termo são em geral abundantes e sedosos;
fletem a posição em que se encontravam no útero materno. Por já nos prematuros são muitas vezes escassos, finos e algodoados.
exemplo, os bebês que estavam em apresentação cefálica tendem a A implantação baixa dos cabelos na testa e na nuca pode estar
manter-se na posição fetal tradicional - cabeça fletida sobre o tron- associada à presença de malformações cromossômicas.
co, mãos fechadas, braços flexionados, pernas fletidas sobre as co- Alguns bebês podem também apresentar lanugem, mais fre-
xas e coxas, sobre o abdômen. quentemente observada em bebês prematuros.
A avaliação da pele do RN fornece importantes informações As unhas geralmente ultrapassam as pontas dos dedos ou são
acerca do seu grau de maturidade, nutrição, hidratação e sobre a incompletas e até ausentes nos prematuros.
presença de condições patológicas. Ao nascimento os ossos da cabeça não estão ainda completa-
mente soldados e são separados por estruturas membranosas de-
A pele do RN a termo, AIG e que se encontra em bom estado de nominadas suturas. Assim, temos a sagital (situada entre os ossos
hidratação e nutrição, tem aspecto sedoso, coloração rosada (nos parietais), a coronariana (separa os ossos parietais do frontal) e a
RNs de raça branca) e/ou avermelhada (nos RNs de raça negra), tur- lambdoide (separa os parietais do occipital).
gor normal e é recoberta por vernix caseoso. Entre as suturas coronariana e sagital está localizada a grande
Nos bebês prematuros, a pele é fina e gelatinosa e nos bebês fontanela ou fontanela bregmática, que tem tamanho variável e só
nascidos pós-termo, grossa e apergaminhada, com presença de se fecha por volta do 18º mês de vida. Existe também outra fonta-
descamação — principalmente nas palmas das mãos, plantas dos nela, a lambdoide ou pequena fontanela, situada entre as suturas
pés — e sulcos profundos. Têm também turgor diminuído. lambdoide e sagital. É uma fontanela de pequeno diâmetro, que em
Das inúmeras características observadas na pele dos RNs desta- geral se apresenta fechada no primeiro ou segundo mês de vida.
camos as que se apresentam com maior frequência e sua condição A presença dessas estruturas permite a moldagem da cabeça
ou não de normalidade. do feto durante sua passagem no canal do parto. Esta moldagem
a) Eritema tóxico - consiste em pequenas lesões avermelhadas, tem caráter transitório e é também fisiológica. Além dessas, outras
emelhantes a picadas de insetos, que aparecem em geral após o 2º alterações podem aparecer na cabeça dos bebês como consequên-
dia de vida. São decorrentes de reação alérgica aos medicamentos cia de sua passagem pelo canal de parto. Dentre elas temos:
usados durante o trabalho de parto ou às roupas e produtos utiliza- a) Cefalematoma - derrame sanguíneo que ocorre em função do
dos para a higienização dos bebês. Rompimento de vasos pela pressão dos ossos cranianos contra a
b) Millium - são glândulas sebáceas obstruídas que podem es- Estrutura da bacia materna. Tem consistência cística (amoleci-
tar presentes na face, nariz, testa e queixo sob a forma de pequenos da com a sensação de presença de líquidos), volume variável e não
pontos brancos. atravessa as linhas das suturas, ficando restrito ao osso atingido.
c) Manchas mongólicas - manchas azuladas extensas, que apa- Aparece com mais frequência na região dos parietais, são dolorosos
recem nas regiões glútea e lombossacra. De origem racial – apare- à palpação e podem levar semanas para ser reabsorvidos.
cem em crianças negras, amarelas e índias - costumam desaparecer b) Bossa serossanguínea - consiste em um edema do couro ca-
com o decorrer dos anos. beludo, com sinal de cacifo positivo cujos limites são indefinidos,
d) Petequeias - pequenas manchas arroxeadas, decorrentes de não respeitando as linhas das suturas ósseas. Desaparece nos pri-
fragilidade capilar e rompimento de pequenos vasos. Podem apare- meiros dias de vida.
cer como consequência do parto, pelo atrito da pele contra o canal Os olhos dos RN podem apresentar alterações sem maior signi-
do parto, ou de circulares de cordão — quando presentes na re- ficado, tais como hemorragias conjuntivais e assimetrias pupilares.
gião do pescoço. Estão também associadas a condições patológicas, As orelhas devem ser observadas quanto à sua implantação
como septicemia e doenças hemolíticas graves. que deve ser na linha dos olhos. Implantação baixa de orelhas é um
e) Cianose - quando localizada nas extremidades (mãos e pés) achado sugestivo de malformações cromossômicas.
e/ ou na região perioral e presente nas primeiras horas de vida, é No nariz, a principal preocupação é quanto à presença de
considerada como um achado normal, em função da circulação pe- atresia de coanas, que acarreta insuficiência respiratória grave. A
riférica, mais lenta nesse período. Pode também ser causada por passagem da sonda na sala de parto, sem dificuldade, afasta essa
hipotermia, principalmente em bebês prematuros. Quando genera- possibilidade.
lizada é uma ocorrência grave, que está em geral associada a distúr- A boca deve ser observada buscando-se avaliar a presença de
bios respiratórios e/ou cardíacos. dentes precoces, fissura labial e/ou fenda palatina.
f) Icterícia - coloração amarelada da pele, que aparece e evo- O pescoço dos RNs é em geral curto, grosso e tem boa mobi-
lui no sentido craniocaudal, que pode ter significado fisiológico ou lidade.
patológico de acordo com o tempo de aparecimento e as condições Diminuição da mobilidade e presença de massas indicam pato-
associadas. As icterícias ocorridas antes de 36 horas de vida são em logia, o que requer uma avaliação mais detalhada.
geral patológicas e as surgidas após esse período são chamadas de O tórax, de forma cilíndrica, tem como características principais
fisiológicas ou próprias do RN. um apêndice xifoide muito proeminente e a pequena espessura de
sua parede.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Muitos RNs, de ambos os sexos, podem apresentar hipertrofia verde-escura. Sua eliminação deve ocorrer até às primeiras 48 ho-
das glândulas mamárias, como consequência da estimulação hor- ras de vida. Quando a criança não elimina mecônio nesse período é
monal materna recebida pela placenta. Essa hipertrofia é bilateral. preciso uma avaliação mais rigorosa pois a ausência de eliminação
Quando aparece em apenas uma das glândulas mamárias, em de mecônio nos dois primeiros dias de vida pode estar associada
geral é consequência de uma infecção por estafilococos. a condições anormais (presença de rolha meconial, obstrução do
O abdômen também apresenta forma cilíndrica e seu diâmetro reto).
é 2-3 cm menor que o perímetro cefálico. Em geral, é globoso e suas Com o início da alimentação, as fezes dos RNs vão assumindo
paredes finas possibilitam a observação fácil da presença de hérnias as características do que se costuma denominar fezes lácteas ou
umbilicais e inguinais, principalmente quando os bebês estão cho- fezes do leite.
rando e nos períodos após a alimentação. As fezes lácteas têm consistência pastosa e coloração que pode
A distensão abdominal é um achado anormal e quando ob- variar do verde, para o amarelo esverdeado, até a coloração ama-
servada deve ser prontamente comunicada, pois está comumente relada. Evacuam várias vezes ao dia, em geral após a alimentação.
associada a condições graves como septicemia e obstruções intes-
tinais. Referência:Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão
O coto umbilical, aproximadamente até o 4º dia de vida, apre- do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da
senta- se com as mesmas características do nascimento - coloração Educação na Saúde. Projeto de profissionalização dos Trabalha-
branca- azulada e aspecto gelatinoso. Após esse período, inicia-se dores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de
o processo de mumificação, durante o qual o coto resseca e passa enfermagem: cadernos do aluno: saúde da mulher, da criança e do
a apresentar uma coloração escurecida. A queda do coto umbilical adolescente / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Traba-
ocorre entre o 6° e o 15º dia de vida. lho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educa-
A observação do abdômen do bebê permite também a avalia- ção na Saúde, Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da
ção do seu padrão respiratório, uma vez que a respiração do RN é Área de Enfermagem. - 2. Ed., 1.a reimpr. - Brasília: Ministério da
do tipo abdominal. Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
A cada incursão respiratória pode-se ver a elevação e descida Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
da parede abdominal, com breves períodos em que há ausência de A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem
movimentos. (PNAISH) tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam
significativamente para a compreensão da realidade singular mascu-
Esses períodos são chamados de pausas e constituem um acha- lina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos,
do normal, pois a respiração dos neonatos tem um ritmo irregular. respeitando os diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos
Essa irregularidade é observada principalmente nos prematuros. sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios.
A genitália masculina pode apresentar alterações devido à pas- Para atingir o seu objetivo geral, que é ampliar e melhorar o
sagem de hormônios maternos pela placenta que ocasionam, com acesso da população masculina adulta – 20 a 59 anos – do Brasil
frequência, edema da bolsa escrotal, que assim pode manter-se até aos serviços de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem é
vários meses após o nascimento, sem necessidade de qualquer tipo desenvolvida a partir de cinco (05) eixos temáticos:
de tratamento. Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saúde,
A palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença dos através de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem
testículos, pois podem se encontrar nos canais inguinais. A glande os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua
está sempre coberta pelo prepúcio, sendo então a fimose uma con- vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessi-
dição normal. Deve-se observar a presença de um bom jato urinário tam de cuidados.
no momento da micção. Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: busca sensibilizar gesto-
A transferência de hormônios maternos durante a gestação res(as), profissionais de saúde e a população em geral para reco-
também é responsável por várias alterações na genitália feminina. A nhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos,
que mais chama a atenção é a genitália em couve-flor. Pela estimulação os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando es-
hormonal o hímen e os pequenos lábios apresentam-se hipertrofiados tratégias para aproximá-los desta temática.
ao nascimento não sendo recobertos pelos grandes lábios. Esse aspec- Paternidade e Cuidado: objetiva sensibilizar gestores(as), pro-
to está presente de forma acentuada nos prematuros. fissionais de saúde e a população em geral sobre os benefícios do en-
É observada com frequência a presença de secreção vaginal, de volvimento ativo dos homens com em todas as fases da gestação e nas
aspecto mucoide e leitoso. Em algumas crianças pode ocorrer tam- ações de cuidado com seus(uas) filhos(as), destacando como esta par-
bém sangramento via vaginal, denominado de menarca neonatal ticipação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos
ou pseudomenstruação. saudáveis entre crianças, homens e suas (eus) parceiras(os).
Em relação ao ânus, a principal observação a ser feita diz res- Doenças prevalentes na população masculina: busca fortalecer
peito à permeabilidade do orifício. Essa avaliação pode ser realizada a assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e
pela visualização direta do orifício anal e pela eliminação de me- garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao enfren-
cônio nas primeiras horas após o nascimento. Outro ponto impor- tamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.
tante refere-se às eliminações vesicais e intestinais. O RN elimina Prevenção de Violências e Acidentes: visa propor e/ou desen-
urina várias vezes ao dia. A primeira diurese deve ocorrer antes de volver ações que chamem atenção para a grave e contundente re-
completadas as primeiras 24 horas de vida, apresentando, como lação entre a população masculina e as violências (em especial a
características, grande volume e coloração amarelo-clara. As pri- violência urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral
meiras fezes eliminadas pelos RNs consistem no mecônio, formado e os profissionais de saúde sobre o tema.
intrauterinamente, que apresenta consistência espessa e coloração
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Novembro azul de saúde para participar dessas consultas também pode ser poten-
Novembro é o mês de conscientização sobre os cuidados inte- cializado como momento de promoção do auto cuidado e educação
grais com a saúde do homem. Saúde mental, infecções sexualmen- em saúde.
te transmissíveis, doenças crônicas (diabetes, hipertensão) entre Ponto fundamental para implementação desse eixo é a estraté-
outros pontos devem ser sempre observados pela população mas- gia pré-natal do parceiro, que tem como objetivo sensibilizar traba-
culina. Todos os anos, nesse período, 21 países, incluindo o Brasil, lhadores de saúde sobre a importância do envolvimento dos pais e
preparam campanhas sobre prevenção e diagnóstico do câncer de futuros pais na lógica dos serviços de saúde ofertados, possibilitan-
próstata, além de levar informações sobre a prevenção e promoção do que eles realizem seus exames preventivos de rotina e também
aos cuidados integrais com o cuidado da saúde masculina. façam testes rápidos de sífilis, hepatite e HIV; atualizem o cartão
Entre as informações estão, por exemplo, dicas para manter de vacinação; participem de atividade educativas desenvolvidas du-
alimentação saudável, evitar fumar e consumir bebicas alcoólicas, rante o pré-natal; sejam estimulados a participarem dos momentos
além de praticar atividades físicas. São atos simples que promo- do parto e cuidados com a criança e ao mesmo tempo exerçam uma
verm o bem-estar e ajudam a manter mente e corpo em perfeito paternidade ativa.
funcionamento, prevenindo doenças.
No Brasil é tradição que prédios e monumentos históricos re- LEI DO ACOMPANHANTE
cebam iluminação azul nesta época do ano, fazendo menção ao
Novembro Azul. O objetvo é chamar atenção para o movimento A Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, mais conhecida
global, trazendo informações e conscientização sobre o que deve como a Lei do Acompanhante, determina que os serviços de saúde
ser feito em prol da saúde do homem. do SUS, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à
O Novembro Azul é uma iniciativa criada pelo Instituto Lado a gestante o direito a acompanhante durante todo o período de tra-
Lado pela Vida. A ideia, desde o início, é promover uma mudança balho de parto, parto e pós-parto. A Lei determina que este acom-
no conceito de ir ao médico, encorajando os homens a fazerem exa- panhante será indicado pela gestante, podendo ser o pai do bebê,
mes de rotina e a cuidarem da saúde constantemente. o parceiro atual, a mãe, um(a) amigo(a), ou outra pessoa que a ges-
Exames básicos de rotina na prevenção e promoção da saúde tante escolher. A Lei do Acompanhante é válida para parto normal
do homem: ou cesariana e a presença do(a) acompanhante (inclusive se este for
-Pressão arterial. adolescente) não pode ser impedida pelo hospital ou por qualquer
-Hemograma completo. membro da equipe de saúde, nem deve ser exigido que o(a) acom-
-Testes de urina. panhante tenha participado de alguma formação ou grupo.
-Teste de fezes.
-Teste de glicemia. IMPORTANTE :Se estes direitos não forem respeitados, você
-Atualização da carteira vacinal. deve entrar em contato com a Ouvidoria do Ministério da Saúde
-Verificação do perímetro abdominal. através do telefone 136. A mulher tem o direito de decidir não ter
-Teste de IMC. acompanhante no momento do parto.

IMPORTANTE:Apesar de o Novembro Azul estar fortemente Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
vinculado à prevenção do câncer de próstata, o Ministério da Saúde (PNAISH)
trabalha com uma visão bem mais ampliada e abrangente. A pasta
aproveita a época para chamar atenção sobre os cuidados com a População masculina em seus diversos contextos sociocultu-
saúde masculina em todos os sentidos. rais
Historicamente, o senso comum considera os homens como o
Mês de Valorização da Paternidade - Agosto sexo forte. Desde pequenos, os meninos são educados, entre ou-
Promover o engajamento dos homens nas ações do planeja- tras coisas, para serem competitivos, corajosos, destemidos, po-
mento reprodutivo, no acompanhamento do pré-natal, nos mo- derosos, violentos, invulneráveis, provedores e protetores, sendo
mentos do parto de sua parceira e nos cuidados no desenvolvimen- também treinados para suportar, sem chorar, suas dores físicas e
to da criança, com a possibilidade real de melhoria na qualidade de emocionais (WHO, 2000).
vida para todas as pessoas envolvidas e vínculos afetivos saudáveis. Enfim, qualidades que, na maioria das vezes, ainda são repro-
Esses são os principais objetivos para a criação do Mês de Valoriza- duzidas na infância e repassadas de geração em geração a partir de
ção da Paternidade, que é celebrado anualmente em agosto. modelos culturais de gênero cristalizados na sociedade patriarcal,
O mês de valorização da paternidade foi instituído pelo Comitê sem que haja uma visão reflexiva sobre os mandatos compulsórios
Vida, grupo de trabalho intersetorial que integra profissionais de de vida a serem cumpridos e as consequências implicadas na repli-
organizações governamentais e não-governamentais, universida- cação acrítica de determinados condicionamentos e comportamen-
des e demais pessoas e instituições interessadas. A Coordenação tos para a saúde e o bem-estar de homens, mulheres, crianças e co-
Nacional de Saúde do Homem (CNSH) do Ministério da Saúde apoia munidades. São condicionamentos e qualidades que influenciam e
essa inciativa e estimula que seja desenvolvida em todo território são influenciados por todo um imaginário simbólico coletivo social,
nacional. responsável direto por alimentar e sedimentar no núcleo mais ínti-
A ação é baseada em um dos eixos prioritários da Política Nacio- mo da formação da identidade destes meninos, e futuros homens,
nal de Atenção Integral à Saúde do Homem: o eixo de Paternidade o modo supostamente “correto de se viver e sobreviver“ entre os
e Cuidado. O eixo da Paternidade e Cuidado consiste em incentivar seus semelhantes nos mais diversos contextos e ambientes sociais,
a presença de homens acompanhando suas parceiras nas consultas políticos, econômicos, laborais, geográficos, etc.
de pré-natal e traz a ideia de que o acesso dos homens aos serviços
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As condutas varonis que contribuem para construir e reforçar esta imagem identitária masculina onipotente de certo modoimpedem
cultivar a função essencial de autoconservação, ou seja, os valores esperados do que seja considerado um “homem de verdade” não esti-
mulam a manifestação do afeto e do cuidar, tampouco do cuidado próprio. Os homens são educados para responder às expectativas sociais
de modo proativo, em que o risco não é algo a ser evitado, mas sim superado. Assim, a noção de auto cuidado dá lugar a um estilo de vida
autodestrutivo e, em diversos sentidos, vulnerável (INSTITUTO PAPAI; RHEG, 2009).

Importante! A compreensão destas premissas e das raízes da construção social dos modelos de masculinidades hegemônicas são
fundamentais para lidar com o fenômeno e colaboram para entender um pouco melhor a dificuldade dos homens em procurar ajuda,
cuidados médicos e espaços de permissão onde possam ser assistidos e ouvidos a partir dos seus medos, inseguranças e fragilidades.

Contudo, o desafio não é pequeno, haja vista que os valores da cultura masculina envolvem comportamentos de risco à saúde. A for-
ma como os homens constroem e vivenciam suas masculinidades encontram-se vinculadas às matrizes dos modos de adoecer e morrer,
conforme evidencia Levorato et al. (2014), em um estudo transversal, realizado com 320 pessoas, em serviços de saúde do município de
Ribeirão Preto/SP, ao constatar que as mulheres buscaram os serviços de saúde quase duas vezes mais do que os homens, e que ser do
sexo feminino foi um fator preditor de maior busca por assistência à saúde, sendo mensurado com magnitude 2,4 vezes em relação a eles.

O objetivo deste estudo foi compreender as possíveis diferenças da procura pelos serviços de saúde, em um dado contexto sociocul-
tural, levando em consideração aspectos relacionais de sexo e gênero (Levorato et al., 2014), sendo possível elencar os principais fatores
associados a não procura por serviços de saúde, a saber: sexo masculino, horário de funcionamento das unidades de saúde, horário de
trabalho do usuário e não possuir nenhuma doença.
É interessante observar também que as noções de poder, desigualdade e iniquidade de gênero, articulados a outras, tais como etnia,
orientação sexual, classe, geração, religião, etc., são elementos para entender os processos de saúde e doença dos diferentes segmentos
de homens (SCHRAIBER et al. 2005).
Keijzer (2003) constata que as instituições governamentais e civis da América Latina, no campo da saúde e educação, descobriram que
debater e problematizar a temática “homens e saúde” poderá resultar na participação dos homens no alcance dos objetivos programáti-
cos. O autor acredita que se até o momento os homens têm sido uma grande parte do problema, agora é tempo de começarem a ser parte
da solução – e complementa, sugerindo a necessidade de um longo período de reflexão para que a mudança subjetiva do processo cultural
e político possa amadurecer e ocorrer.
No Brasil, a PNAISH reconhece a necessidade de identificar os elementos psicossociais que acarretam a vulnerabilidade da população
masculina, além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade como uma estratégia de atenção integral à saúde, haja vista que
muitos agravos poderiam ser evitados, caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária (BRASIL, 2009).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A conclusão corrente é que a internalização, a reprodução e o culto a determinados modelos de masculinidade e a certos estereótipos
de gênero em toda a sociedade, em geral e, em particular, neste segmento populacional, têm sido responsáveis por uma alta exposição a
riscos desnecessários, taxas elevadas de morbimortalidade e, sobretudo, a exclusão da expressão genuína do cuidado, da sensibilidade e
do afeto na vida destes homens, tanto em família como nas comunidades de destino onde encontram-se inseridos, dificultando o autocui-
dado com a saúde e o acesso deles às ações desempenhadas pelos serviços da Atenção Básica.

A principal estratégia para lidar com a complexidade que este campo apresenta consiste em incluir os homens, com suas especificida-
des e necessidades em saúde, na mesa de discussão central do planejamento das macro e micro ações do setor Saúde e de outras políticas
transversais (Segurança Pública, Transporte, Trabalho, Desenvolvimento Social, etc.), com o intuito inequívoco de melhorar os indicadores
sociais e de saúde desta população, gerando melhor qualidade de vida para todos.

Contexto histórico do campo de saúde do homem até a PNAISH


A saúde do homem como tema de estudos no Brasil surgiu a partir da década de 1970, com os primeiros debates a respeito da relação
entre o modelo de masculinidade hegemônico na sociedade e os agravos à saúde do homem (GOMES; NASCIMENTO, 2006). No entanto,
do ponto de vista da história das políticas de saúde voltadas a “populações específicas” não se pode dizer que, no período anterior, médi-
cos, sanitaristas e profissionais de saúde tenham esquecido de tratar da saúde do homem.
Embora não houvesse o recorte de gênero e tenha sido o foco de preocupações por parte das políticas de saúde, existiram campanhas contra
o alcoolismo e contra as chamadas “doenças venéreas” que se destinavam a espaços de socialização masculinos, como bares e bordéis. Também
no âmbito da luta contra as doenças sexualmente transmissíveis foi pioneiramente proposto no Brasil, nos anos 1930 e 1940, a criação de uma
andrologia, mais tarde descartada, definida como a “ciência dos problemas sexuais masculinos” (CARRARA, 2004).
Diferente dos grandes temas da saúde, e por razões sócio-históricas, não se consolidou um movimento social de base que tivesse o
homem como objetivo de atenção no campo da saúde. Keijzer (2003) acredita que a reivindicação de uma política de saúde integral especí-
fica para a população masculina poderia ser mal interpretada e entendida como um movimento contrário aos que lutavam para promover
programas de gênero destinados à saúde da mulher.
Na década de 1990, a saúde do homem torna-se pauta internacional em dois acordos de reconhecida importância: a Conferência
Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada na cidade do Cairo, no Egito, em 1994, e a IV Conferência Mundial sobre a
Mulher, realizada em Pequim, na China, em 1995, que apontam a necessidade de incluir os homens e suas especificidades nas políticas
de saúde.
Em ambos os documentos, discute-se a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos, em uma perspectiva de promoção da igualdade
de gênero, reconhecendo-se que as relações de poder entre homens e mulheres são desiguais (LEAL; FIGUEIREDO; NOGUEIRA-DA-SILVA;
2012), sendo lançadas as bases para o consenso internacional de que melhores indicadores sociais e de saúde das mulheres e crianças
podem ser alcançados se os homens estiverem envolvidos na esfera do cuidado, migrando da condição de sujeitos genéricos para a de
sujeitos de cuidados e direitos.
No Brasil, a temática da saúde do homem enquanto política pública passa a ter visibilidade em 2007, quando uma das metas priori-
tárias elencadas pela gestão federal passa a ser a implantação de uma “política nacional para assistência à saúde do homem” no âmbito
do SUS.
Para viabilizar o projeto, em 2007, o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), da Secretaria de Atenção à Saúde
(SAS), do Ministério da Saúde (MS), cria e estrutura a Área Técnica de Saúde do Homem (ATSH), posteriormente renomeada, em 2013,
como Coordenação Nacional de Saúde do Homem (CNSH).
Com a instituição formal da PNAISH, o Brasil passaria a ser o primeiro país das Américas com uma política destinada à saúde do ho-
mem – e o segundo no mundo, após a Irlanda ter formulado a sua própria política, em 2008 –, que passam a ser sujeitos de foco de ações
em saúde junto com grupos específicos mais antigos, a saber, adolescentes, mulheres, idosos, indivíduos institucionalizados, pessoas com
deficiência, etc. (CARRARA; RUSSO; FARO, 2009).
A formulação da PNAISH A estratégia de elaboração escolhida pela PNAISH foi investigar os principais agravos de saúde que acome-
tiam os homens, por meio do recorte de sexo, na faixa etária entre 20 a 59 anos, e que, em 2009, correspondia a 41% da população de
homens no Brasil.
A partir das informações coletadas e da definição de um panorama situacional nacional – em que foi diagnosticado que os homens
em geral acessam os serviços de saúde por meio da atenção especializada, quando o agravo já está muito avançado, com possibilidade
de menor resolução, – foram delineadas estratégias e ações para incentivar medidas de prevenção e promoção à saúde e a melhoria do
acesso com qualidade deste segmento populacional, preferencialmente pela AB.
Ressalta-se que, nesta construção, houve o cuidado de alinhar a PNAISH às outras políticas de saúde de maneira transversal, como,
por exemplo, a PNAB e a Política Nacional de Humanização (PNH), para que cada segmento, gestor ou executor, seja corresponsável pela
correta implementação das ações, em benefício da população a ser assistida (BRASIL, 2009).

Princípios da PNAISH
No Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser reconhecida como um dever do Estado e um direito
social básico de todos os cidadãos, incluindo nesta lógica, obviamente, a saúde do homem que, tal como a saúde de todas as outras popu-
lações, deve ser regida em consonância com os princípios e as diretrizes do SUS.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Neste sentido, a PNAISH afirma princípios consonantes aos do SUS relacionados, por exemplo, à “humanização, qualidade de vida e
promoção da integralidade do cuidado na população masculina promovendo o reconhecimento e respeito à ética e aos direitos do homem,
obedecendo às suas peculiaridades socioculturais” (BRASIL, 2009).
E, para que seja possível cumprir esses princípios, oito elementos foram listados a fim de serem considerados.

Conheça-os a seguir.

Objetivos
A PNAISH traz como objetivo principal:
þ facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede
SUS, mediante a atuação nos aspectos socioculturais, sob a perspectiva de gênero, contribuindo de modo efetivo para a redução da mor-
bidade, da mortalidade e a melhoria das condições de saúde (BRASIL, 2009, p. 53).
Você acabou de conhecer o objetivo principal da PNAISH. Agora, conheça os objetivos específicos. Observe que esses se dividem em
três grandes grupos e trabalham de maneira a garantir a integralidade da atenção por meio da perspectiva de linhas de cuidado, abrangen-
do os diferentes níveis de atenção em saúde (SCHWARZ et al. 2012).

Ademais, cada objetivo específico será aqui apresentado de forma reduzida justamente por possuir uma lista considerável de subitens
que orientam e estipulam metas a serem alcançadas. Acompanhe!
a) “Organizar, implantar, qualificar e humanizar, em todo território brasileiro, a atenção integral a saúde do homem, dentro dos prin-
cípios que regem o Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2009, p. 53).
Os subitens deste objetivo específico (a) preocupam-se em garantir o acesso e a qualidade da atenção na perspectiva da integralidade
e em qualificar os profissionais, nbem como promover ações integradas com outras áreas governamentais
b) “Estimular a implantação e implementação da assistência em saúde sexual e reprodutiva, no âmbito da atenção integral à saúde”
(BRASIL, 2009, p. 53).
Os subitens do objetivo específico (b) destinado à saúde sexual e reprodutiva abordam, além de metas mais tradicionais relativas ao
planejamento reprodutivo masculino, a prevenção às IST/AIDS, a atenção às disfunções sexuais masculinas e também a importante missão
de desenvolver estratégias voltadas para a atenção à saúde e a promoção da equidade em grupos sociais como populações indígenas,
negras, quilombolas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, trabalhadores rurais, portadores de deficiência, homens em situação de risco
e privados de liberdade, entre outros
c) “Ampliar, através da educação, o acesso dos homens às informações sobre as medidas preventivas contra os agravos e enfermidades
que os atingem” (BRASIL, 2009, p.54).
Os subitens do objetivo específico (c) têm o intuito de promover a parceria com os movimentos sociais e populares e demais áreas do
governo, a fim de somar esforços e recursos para estimular o autocuidado na população masculina, bem como incluir os enfoques étnico-
-racial, de gênero e orientação sexual nas ações educativas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Eixos centrais e diretrizes da PNAISH Em uma política de saúde, as diretrizes funcionam como orientações e/ou guias que devem reger
a elaboração dos planos, programas, projetos e atividades.
Neste contexto, a construção das diretrizes da PNAISH, norteadas pela humanização e qualidade da assistência, foram elaboradas
considerando os quatros elementos a seguir.

O primeiro deles pode ser compreendido por dois ângulos. Acompanhe no quadro 2.

Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009.

Considerando estes elementos, as diretrizes foram construídas destacando-se um conjunto de ações com foco em promoção, preven-
ção, assistência e recuperação, nos diferentes níveis de atenção à saúde, priorizando a atenção básica e a integração das ações governa-
mentais com as da sociedade civil organizada (SCHWARZ et al., 2012).
O desafio de promover um novo olhar na atenção à saúde do homem A PNAISH foi lançada em 2009, juntamente com o seu instru-
mento norteador para a construção de ações e estratégias voltadas para a saúde do homem: o Plano de Ação Nacional (PAN), triênio
2009-2011.
O PAN, elaborado também de forma participativa como a política, foi essencial no processo inicial de implementação da política ao
disponibilizar uma Matriz de Planejamento que destacava a importância do aperfeiçoamento dos sistemas de informação, do monitora-
mento das ações e dos processos de avaliação, com o propósito de qualificar o processo de tomadas de decisão (MOURA; LIMA; URDA-
NETA, 2012).
O PAN serviu de referência para a elaboração de Projeto-Piloto de 26 municípios e Distrito Federal selecionados pelo MS. Assim, foram
elaborados 27 planos-pilotos. Até o final de 2011, 132 municípios em todo país haviam pactuado com a Coordenação Nacional de Saúde do
Homem (CNSH) a implantação da PNAISH por meio do repasse de recursos financeiros estabelecido por normativas do MS (GOMES, 2013).
No que tange ao quesito avaliação na PNAISH, esta tem como finalidade verificar sua efetividade por meio do cumprimento dos prin-
cípios e das diretrizes da política. Em outras palavras, significa verificar o seu resultado sobre a saúde dos indivíduos e, consequentemente,
sobre a qualidade de vida da população masculina, sendo o principal item de medida utilizado até 2011, os indicadores do Pacto pela Vida
(Brasil, 2009).
Desta forma, para que possamos compreender como a PNAISH chega aos serviços da AB no SUS e quais são os desafios de promover
as mudanças necessárias, selecionamos dois artigos que fazem parte de dois estudos maiores intitulados: Avaliação das Ações iniciais da
Implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (GOMES, 2011) e Fortalecimento da PNAISH: compromisso versus
ação na Atenção Básica (GOMES, 2013), realizados entre 2010 e 2012.

Para coleta de dados, foram selecionadas cinco localidades, uma em cada macrorregião do país, que se constituíram em Projetos-Pi-
loto para implantação da política em questão. São estes: Goiânia (GO), Joinville (SC), Petrolina (PE), Rio Branco (AC) e Rio de Janeiro (RJ).
Acompanhe a seguir mais informações sobre os estudos e seus resultados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A implantação da PNAISH pela ótica dos profissionais Como requisito fundamental para a implementação da política, constatou-se a
necessidade da formação de uma equipe ou um responsável pela nova área, a da Saúde do Homem, haja vista que a alta rotatividade dos
profissionais no cargo de gestão foi apontada como um desafio a ser superado.
Outro fator importante verificado foi a grande diferença em termos do conhecimento das diretrizes contidas na PNAISH por parte dos
gerentes e dos profissionais da assistência. Observou‑se a falta de familiaridade da maioria dos entrevistados com a política que, quando
questionados, elencaram como possíveis motivos: a falta de capacitações específicas, a pouca divulgação da política entre profissionais de
saúde, a ausência de materiais didáticos impressos, etc.
Já na narrativa de profissionais que conheciam a PNAISH, foi enfatizado que a política preconiza a atenção à saúde do homem sem
criar os mecanismos necessários para efetuá-la na prática (LEAL; FIGUEIREDO; NOGUEIRA-DA-SILVA, 2012).
Os profissionais relataram receber pouco apoio, esclarecendo que a gestão ao buscar implementar uma política, espera maior de-
dicação e amplia tanto a responsabilidade quanto a carga de trabalho dos profissionais, porém quando estes apresentam a iniciativa de
promover ações concretas nos serviços recebem pouco apoio material e financeiro, contando apenas geralmente com a boa vontade dos
colegas ou com recursos próprios (LEAL; FIGUEIREDO; NOGUEIRA- -DA-SILVA, 2012).
Fortalecimento da atenção básica e implantação e expansão do sistema de atenção à saúde do homem
A porcentagem dos serviços de atenção primária que incorporaram as diretrizes de atenção da PNAISH na lógica da AB variou de
18,8% em Rio Branco, 30,6% em Goiânia e 100,0% em Joinville. Embora tenham sido instruídas a utilizar as diretrizes, Petrolina e Rio de
Janeiro não tinham informação sobre este dado. Uma informação relevante a ser destacada consiste na queixa da ausência de diretrizes
de atenção especificamente elaboradas para a saúde do homem pela PNAISH (MOURA; LIMA; URDANETA, 2012).
Com relação ao monitoramento das ações referentes à implantação e expansão do sistema, o desafio inicial foi o de realizar a avalia-
ção, pois nenhuma localidade soube precisar as informações necessárias para a construção dos indicadores.
Houve, por exemplo, grande dificuldade em calcular: a porcentagem de homens entre 20 e 59 anos de idade atendidos nos serviços
de saúde, nos anos de 2009 e 2010; a proporção de homens de 40 a 59 anos atendidos, no mínimo uma vez ao ano, nas unidades básicas
de saúde; a proporção de homens atendidos no segundo nível em relação aos homens encaminhados; os números de diversos procedi-
mentos urológicos.
Os maiores problemas identificados foram o uso de numeradores e denominadores errôneos para calcular os indicadores, a ausência
de informações e de fontes confiáveis utilizadas, a falta de integração entre os sistemas de informação e de técnicos responsáveis para
análise sistemática dos dados (MOURA; LIMA; URDANETA, 2012). Embora o estudo de Leal, Figueiredo e Nogueira-da- -Silva (2012) não
analisasse os indicadores que, quando questionados, elencaram como possíveis motivos: a falta de capacitações específicas, a pouca di-
vulgação da política entre profissionais de saúde, a ausência de materiais didáticos impressos, etc.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Já na narrativa de profissionais que conheciam a PNAISH, foi Prezado candidato, o documento da íntegraestá disponível no
enfatizado que a política preconiza a atenção à saúde do homem link: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/no-
sem criar os mecanismos necessários para efetuá-la na prática vembro/07/livroPol--ticas-2018.pdf
(LEAL; FIGUEIREDO; NOGUEIRA-DA-SILVA, 2012).
SAÚDE DO IDOSO
Os profissionais relataram receber pouco apoio, esclarecendo
que a gestão ao buscar implementar uma política, espera maior de- INTRODUÇÃO
dicação e amplia tanto a responsabilidade quanto a carga de traba- Parte essencial da Política Nacional de Saúde, a presente Polí-
lho dos profissionais, porém quando estes apresentam a iniciativa tica fundamenta a ação do setor saúde na atenção integral à popu-
de promover ações concretas nos serviços recebem pouco apoio lação idosa e àquela em processo de envelhecimento, na conformi-
material e financeiro, contando apenas geralmente com a boa von- dade do que determinam a Lei Orgânica da Saúde – N.º 8.080/90
tade dos colegas ou com recursos próprios (LEAL; FIGUEIREDO; NO- – e a Lei 8.842/94, que assegura os direitos deste segmento popu-
GUEIRA- -DA-SILVA, 2012). lacional.
Fortalecimento da atenção básica e implantação e expansão do No conjunto dos princípios definidos pela Lei Orgânica, desta-
sistema de atenção à saúde do homem ca-se o relativo à “preservação da autonomia das pessoas na defesa
A porcentagem dos serviços de atenção primária que incorpo- de sua integridade física e moral”, que constitui uma das questões
raram as diretrizes de atenção da PNAISH na lógica da AB variou essenciais enfocadas nesta Política, ao lado daqueles inerentes à in-
de 18,8% em Rio Branco, 30,6% em Goiânia e 100,0% em Joinville. tegralidade da assistência e ao uso da epidemiologia para a fixação
Embora tenham sido instruídas a utilizar as diretrizes, Petrolina e de prioridades (Art. 7º, incisos III, II e VII, respectivamente).
Rio de Janeiro não tinham informação sobre este dado. Uma infor- Por sua vez, a Lei N.º 8.842 – regulamentada pelo Decreto N.º
mação relevante a ser destacada consiste na queixa da ausência de 1.948, de 3 de julho de 1996 –, ao definir a atuação do Governo,
diretrizes de atenção especificamente elaboradas para a saúde do indicando as ações específicas das áreas envolvidas, busca criar
homem pela PNAISH (MOURA; LIMA; URDANETA, 2012). condições para que sejam promovidas a autonomia, a integração e
Com relação ao monitoramento das ações referentes à implan- a participação dos idosos na sociedade, assim consideradas as pes-
tação e expansão do sistema, o desafio inicial foi o de realizar a soas com 60 anos de idade ou mais.
avaliação, pois nenhuma localidade soube precisar as informações Segundo essa Lei, cabe ao setor saúde, em síntese, prover o
necessárias para a construção dos indicadores. acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à promoção,
Houve, por exemplo, grande dificuldade em calcular: a porcen- proteção e recuperação da saúde, mediante o estabelecimento de
tagem de homens entre 20 e 59 anos de idade atendidos nos servi- normas específicas para tal; o desenvolvimento da cooperação en-
ços de saúde, nos anos de 2009 e 2010; a proporção de homens de tre as esferas de governo e entre centros de referência em geriatria
40 a 59 anos atendidos, no mínimo uma vez ao ano, nas unidades e gerontologia; e a inclusão da geriatria como especialidade clínica
básicas de saúde; a proporção de homens atendidos no segundo ní- para efeito de concursos públicos, além da realização de estudos e
vel em relação aos homens encaminhados; os números de diversos pesquisas na área (inciso II do Art. 10).
procedimentos urológicos. Ao lado das determinações legais, há que se considerar, por ou-
Os maiores problemas identificados foram o uso de numera- tro lado, que a população idosa brasileira tem se ampliado rapida-
dores e denominadores errôneos para calcular os indicadores, a mente. Em termos proporcionais, a faixa etária a partir de 60 anos
ausência de informações e de fontes confiáveis utilizadas, a falta de de idade é a que mais cresce. No período de 1950 a 2025, segundo
integração entre os sistemas de informação e de técnicos responsá- as projeções estatísticas da 2 Organização Mundial de Saúde – OMS
veis para análise sistemática dos dados (MOURA; LIMA; URDANETA, –, o grupo de idosos no Brasil deverá ter aumentado em 15 vezes,
2012). Embora o estudo de Leal, Figueiredo e Nogueira-da- -Silva enquanto a população total em cinco. O País ocupará, assim, o sex-
(2012) não analisasse os indicadores descritos na política, a ausên- to lugar quanto ao contingente de idosos, alcançando, em 2025,
cia de dados sobre o número de homens que realizaram consultas e cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
exames também foi elencada como fator de dificuldade, revelando O processo de transição demográfica no Brasil caracteriza-se
a necessidade de aprimoramento dos sistemas de informação nos pela rapidez com que o aumento absoluto e relativo das populações
três níveis de atenção. adulta e idosa modificaram a pirâmide populacional. Até os anos 60,
Conforme já ressaltado, em concordância com a política, na todos os grupos etários registravam um crescimento quase igual; a
atenção à saúde do homem devemos priorizar a AB. Contudo, partir daí, o grupo de idosos passou a liderar esse crescimento.
ao analisarmos os resultados dos estudos, evidencia-se que a AB Nos países desenvolvidos, essa transição ocorreu lentamente, rea-
emerge mais como um cenário ideal do que como um espaço onde lizando-se ao longo de mais de cem anos. Alguns desses países, hoje,
efetivamente foram desenvolvidas as ações preconizadas pela po- apresentam um crescimento negativo da sua população, com a taxa
lítica. Para muitos profissionais, uma nova política ainda significa de nascimentos mais baixa que a de mortalidade. A transição acompa-
atividades extras no seu cotidiano. que já se encontra muitas vezes nhou a elevação da qualidade de vida das populações urbanas e rurais,
sobrecarregado, mas este cenário precisa e já está mudando. graças à adequada inserção das pessoas no mercado de trabalho e de
Outro ponto crucial a ser trabalhado - e que é uma das princi- oportunidades educacionais mais favoráveis, além de melhores condi-
pais razões deste curso em Saúde do Homem - diz respeito ao in- ções sanitárias, alimentares, ambientais e de moradia.
vestimento na qualificação dos profissionais que demonstraram, na À semelhança de outros países latino-americanos, o envelhe-
maioria das vezes, não conhecer a PNAISH, relatando sentimento cimento no Brasil é um fenômeno predominantemente urbano, re-
de despreparo para trabalhar e discutir, por exemplo, questões bá- sultando, sobretudo do intenso movimento migratório iniciado na
sicas do enfoque de gênero enquanto determinante social de saúde década de 60, motivado pela industrialização desencadeada pelas
neste contexto. políticas desenvolvimentistas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Esse processo de urbanização propiciou um maior acesso da A família, tradicionalmente considerada o mais efetivo sistema
população a serviços de saúde e saneamento, o que colaborou para de apoio aos idosos, está passando por alterações decorrentes des-
a queda verificada na mortalidade. Possibilitou, também, um maior sas mudanças conjunturais e culturais. O número crescente de di-
acesso a programas de planejamento familiar e a métodos anticon- vórcios e segundo ou terceiro casamento, a contínua migração dos
cepcionais, levando a uma significativa redução da fecundidade. mais jovens em busca de mercados mais promissores e o aumento
A persistir a tendência de o envelhecimento como fenômeno no número de famílias em que a mulher exerce o papel de chefe
urbano, as projeções para o início do século XXI indicam que 82% são situações que precisam ser levadas em conta na avaliação do
dos idosos brasileiros estarão morando nas cidades. As regiões mais suporte informal aos idosos na sociedade brasileira. Essas situações
urbanizadas, como a Sudeste e o Sul, ainda oferecem melhores geram o que se convencionou chamar de intimidade à distância, em
possibilidades de emprego, disponibilidade de serviços públicos e que diferentes gerações ou mesmo pessoas de uma mesma família
oportunidades de melhor alimentação, moradia e assistência mé- ocupam residências separadas.
dica e social. Tem sido observada uma feminilização do envelhecimento no
Embora grande parte das populações ainda viva na pobreza, Brasil. O número de mulheres idosas, confrontado com o de ho-
nos países menos desenvolvidos, certas conquistas tecnológicas da mens de mais de 60 anos de idade, já é superior há muito tempo.
medicina moderna, verificadas nos últimos 60 anos – assepsia, va- Da mesma forma, a proporção de idosas em relação à população
cinas, antibióticos, quimioterápicos e exames complementares de total de mulheres supera aquela correspondente aos homens idosos.
diagnóstico, entre outros –, favoreceram a adoção de meios capa- No Brasil, desde 1950, as mulheres têm maior esperança de vida ao
zes de prevenir ou curar muitas doenças que eram fatais até então. nascer, sendo que a diferença está ao redor de sete anos e meio.
O conjunto dessas medidas provocou uma queda da mortalidade De outra parte, o apoio aos idosos praticado no Brasil ainda
infantil e, consequentemente, um aumento da expectativa de vida é bastante precário. Por se tratar de uma atividade predominan-
ao nascer. temente restrita ao âmbito familiar, o cuidado ao idoso tem sido
No Brasil, em 1900, a expectativa de vida ao nascer era de 33,7 ocultado da opinião pública, carecendo de visibilidade maior.
anos; nos anos 40, de 39 anos; em 50, aumentou para 43,2 anos O apoio informal e familiar constitui um dos aspectos funda-
e, em 60, era de 55,9 anos. De 1960 para 1980, essa expectativa mentais na atenção à saúde desse grupo populacional Isso não sig-
ampliou-se para 63,4 anos, isto é, foram acrescidos vinte anos em nifica, no entanto, que o Estado deixa de ter um papel preponde-
três décadas, segundo revela o Anuário Estatístico do Brasil de 1982 rante na promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso nos
(Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Fundação três níveis de gestão do SUS, capaz de otimizar o suporte familiar
IBGE). sem transferir para a família a responsabilidade em relação a este
De 1980 para 2000, o aumento deverá ser em torno de cinco grupo populacional.
anos, ocasião em que cada brasileiro, ao nascer, esperará viver 68 Além das transformações demográficas descritas anteriormen-
anos e meio. As projeções para o período de 2000 a 2025 permitem te, o Brasil tem experimentado uma transição epidemiológica, com
supor que a expectativa média de vida do brasileiro estará próxima alterações relevantes no quadro de morbimortalidade. As doenças
de 80 anos, para ambos os sexos (Kalache et al., 1987). infectocontagiosas que, em 1950, representavam 40% das mortes
Paralelamente a esse aumento na expectativa de vida, tem registradas no País, hoje são responsáveis por menos de 10% (RA-
sido observado, a partir da década de 60, um declínio acentuado DIS: “Mortalidade nas Capitais Brasileiras, 1930-1980”). O oposto
da fecundidade, levando a um aumento importante da proporção ocorreu em relação às doenças cardiovasculares: em 1950, eram
de idosos na população brasileira. De 1980 a 2000, o grupo etário responsáveis por 12% das mortes e, atualmente, representam mais
com 60 anos e mais de idade deverá crescer 105%; as projeções de 40%. Em menos de 40 anos, o Brasil passou de um perfil de mor-
apontam para um crescimento de 130% no período de 2000 a 2025. bimortalidade típico de uma população jovem, para um caracteri-
Mesmo que se leve em conta que uma parcela do contingente zado por enfermidades crônicas, próprias das faixas etárias mais
de idosos participe da atividade econômica, o crescimento deste avançadas, com custos diretos e indiretos mais elevados.
grupo populacional afeta diretamente a razão de dependência, Essa mudança no perfil epidemiológico acarreta grandes des-
usualmente definida como a soma das populações jovem e idosa pesas com tratamentos médicos e hospitalares, ao mesmo tempo
em relação à população economicamente ativa total. Esse coefi- em que se configura num desafio para as autoridades sanitárias, em
ciente é calculado tomando por base a população de menos de 15 especial no que tange à implantação de novos modelos e métodos
anos e a de 60 e mais anos de idade em relação àquela considerada para o enfrentamento do problema. O idoso consome mais serviços
em idade produtiva (situada na faixa etária dos 15 aos 59 anos de de saúde, as internações hospitalares são mais frequentes e o tem-
idade). po de ocupação do leito é maior do que o de outras faixas etárias.
O processo de urbanização e a consequente modificação do Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram
mercado de trabalho aceleraram a redistribuição da população en- por vários anos e exigem acompanhamento médico e de equipes
tre as zonas rural e urbana do País. Em 1930, dois terços da popula- multidisciplinares permanentes e intervenções contínuas.
ção brasileira viviam na zona rural; hoje, mais de três quartos estão
em zona urbana. O emprego nas fábricas e as mais diferenciadas Tomando-se por base os dados relativos à internação hospita-
possibilidades de trabalho nas cidades modificaram a estrutura lar pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, em 1997, e a população
familiar brasileira, transformando a família extensa do campo na estimada pelo IBGE para este mesmo ano, pode-se concluir que o
família nuclear urbana. Com o aumento da expectativa de vida, as idoso, em relação às outras faixas etárias, consome muito mais re-
famílias passaram a ser constituídas por várias gerações, exigindo cursos de saúde. Naquele ano, o Sistema arcou com um total de
os necessários mecanismos de apoio mútuo entre as que comparti- 12.715.568 de AIHs (autorizações de internações hospitalares), as-
lham o mesmo domicílio. sim distribuídas:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• 2.471.984 AIHs (19,4%) foram de atendimentos na faixa etá- O crescimento demográfico brasileiro tem características par-
ria de 0-14 anos de idade, que representava 33,9% da população ticulares, que precisam ser apreendidas mediante estudos e dese-
total (aqui também estão incluídas as AIHs dos recém-nascidos em nhos de investigação que deem conta dessa especificidade. O cui-
ambiente hospitalar, bem como as devidas a parto normal); dado de saúde destinado ao idoso é bastante caro, e a pesquisa
• 7.325.525 AIHs (57,6%) foram na faixa etária de 15-59 anos corretamente orientada pode propiciar os instrumentos mais ade-
de idade (58,2% da população total); quados para uma maior eficiência na adoção de prioridades e na
• 2.073.915 AIHs (16,3%) foram na faixa etária de 60 anos ou alocação de recursos, além de subsidiar a implantação de medidas
mais de idade (7,9% da população total); apropriadas à realidade brasileira.
• 480.040 AIHs (3,8%) foram destinadas ao atendimento de in- A transição demográfica no Brasil exige, na verdade, novas
divíduos de idade ignorada; essas hospitalizações, em sua grande estratégias para fazer frente ao aumento exponencial do número
maioria, corresponderam a tratamento de enfermidades mentais de idosos potencialmente dependentes, com baixo nível socioe-
de longa permanência, geralmente em pessoas acima de 50 anos conômico, capazes de consumir uma parcela desproporcional de
de idade (essa parcela de AIHs foi excluída dos estudos em que se recursos da saúde destinada ao financiamento de leitos de longa
diferencia o impacto de cada faixa etária no sistema hospitalar); permanência.
• a taxa de hospitalização, em um ano, alcançou um total de 46 A internação dos idosos em asilos, casas de repouso e simi-
por 1.000 indivíduos na faixa etária de 0 a 14 anos de idade, 79 no lares está sendo questionada até nos países desenvolvidos, onde
segmento de 15 a 59 anos de idade e 165 no grupo de 60 anos ou estes serviços alcançaram níveis altamente sofisticados em termos
mais de idade; de conforto e eficiência. O custo desse modelo e as dificuldades
• o tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,1 dias de sua manutenção estão requerendo medidas mais resolutivas e
para o grupo de 0-14 anos de idade, 5,1 dias no de 15-59 e 6,8 dias menos onerosas. O retorno ao modelo de cuidados domiciliares,
no grupo mais idoso; já bastante discutido, não pode ter como única finalidade baratear
• o índice de hospitalização (número de dias de hospitalização custos ou transferir responsabilidades. A assistência domiciliar aos
consumidos, por habitante, a cada ano) correspondeu a 0,23 dias idosos, cuja capacidade funcional está comprometida, demanda
na faixa de 0-14 anos de idade; a 0,40 dias na faixa de 15-59; e a programas de orientação, informação e assessoria de especialistas.
1,12 dias na faixa de 60 anos ou mais de idade; A maioria das doenças crônicas que acometem o indivíduo ido-
• do custo total de R$ 2.997.402.581,29 com despesas de inter- so tem, na própria idade, seu principal fator de risco. Envelhecer
nações hospitalares, 19,7% foram com pacientes da faixa etária de sem nenhuma doença crônica é mais exceção do que regra. No en-
0-14 anos de idade, 57,1% da faixa de 15-59 anos de idade e 23,9% tanto, a presença de uma doença crônica não significa que o idoso
foram de idosos; não possa gerir sua própria vida e encaminhar o seu dia-a-dia de
• o custo médio, por hospitalização, foi de R$ 238,67 em rela- forma totalmente independente.
ção à faixa etária de 0-14 anos de idade, R$ 233,87 à de 15-59 anos A maior parte dos idosos é, na verdade, absolutamente capaz
e R$ 334,73 ao grupo de mais de 60 anos de idade; de decidir sobre seus interesses e organizar-se sem nenhuma ne-
• o índice de custo (custo de hospitalização por habitante/ano) cessidade de ajuda de quem quer que seja. Consoante aos mais
foi de R$ 10,93 no segmento de 0-14 anos de idade, de R$ 18,48 modernos conceitos gerontológicos, esse idoso que mantém sua
no de 15-59 anos de idade e de R$ 55,25 no de mais de 60 anos de autodeterminação e prescinde de qualquer ajuda ou supervisão
idade. para realizar-se no seu cotidiano deve ser considerado um idoso
saudável, ainda que seja portador de uma ou mais de uma doença
Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às outras crônica.
faixas etárias, consome muito mais recursos do sistema de saúde Decorre daí o conceito de capacidade funcional, ou seja, a ca-
e que este maior custo não reverte em seu benefício. O idoso não pacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias
recebe uma abordagem médica ou psicossocial adequada nos hos- para uma vida independente e autônoma. Do ponto de vista da saú-
pitais, não sendo submetido também a uma triagem rotineira para de pública, a capacidade funcional surge como um novo conceito
fins de reabilitação. de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar a
A abordagem médica tradicional do adulto hospitalizado – fo- atenção à saúde do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de rea-
cada em uma queixa principal e o hábito médico de tentar explicar bilitação devem objetivar a melhoria da capacidade funcional ou,
todas as queixas e os sinais por um único diagnóstico, que é ade- no mínimo, a sua manutenção e, sempre que possível, a recupera-
quada no adulto jovem – não se aplica em relação ao idoso. Estudos ção desta capacidade que foi perdida pelo idoso. Trata-se, portanto,
populacionais demonstram que a maioria dos idosos – 85% – apre- de um enfoque que transcende o simples diagnóstico e tratamento
senta pelo menos uma doença crônica e que uma significativa mi- de doenças específicas.
noria – 10% – possui, no mínimo, cinco destas patologias (Ramos, A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da
LR e cols, 1993). A falta de difusão do conhecimento geriátrico junto máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo
aos profissionais de saúde tem contribuído decisivamente para as maior tempo possível – foco central desta Política –, significa a va-
dificuldades na abordagem médica do paciente idoso. lorização da autonomia ou autodeterminação e a preservação da
A maioria das instituições de ensino superior brasileiras ainda independência física e mental do idoso. Tanto as doenças físicas
não está sintonizada com o atual processo de transição demográfica quanto as mentais podem levar à dependência e, consequentemen-
e suas consequências médico-sociais. Há uma escassez de recursos te, à perda da capacidade funcional.
técnicos e humanos para enfrentar a explosão desse grupo popula- Na análise da questão relativa à reabilitação da capacidade fun-
cional no terceiro milênio. cional, é importante reiterar que a grande maioria dos idosos de-
senvolve, ao longo da vida, algum tipo de doença crônica decorren-
te da perda continuada da função de órgãos e aparelhos biológicos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Essa perda de função pode ou não levar a limitações funcionais que, capacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhes perma-
por sua vez, podem gerar incapacidades, conduzindo, em última nência no meio em que vivem, exercendo de forma independente
instância, à dependência da ajuda de outrem ou de equipamentos suas funções na sociedade.
específicos para a realização de tarefas essenciais à sobrevivência Para tanto, nesta Política estão definidas as diretrizes que de-
no dia a dia. vem nortear todas as ações no setor saúde, e indicadas às respon-
Estudos populacionais revelam que cerca de 40% dos indi- sabilidades institucionais para o alcance do propósito acima expli-
víduos com 65 anos ou mais de idade precisam de algum tipo de citado. Além disso, orienta o processo contínuo de avaliação que
ajuda para realizar pelo menos uma tarefa do tipo fazer compras, deve acompanhar o desenvolvimento da Política Nacional de Saúde
cuidar das finanças, preparar refeições e limpar a casa. Uma parcela do Idoso, mediante o qual deverá ser possível os eventuais redi-
menor, mas significativa – 10% –, requer auxílio para realizar tarefas mensionamentos que venham a ser ditados pela prática.
básicas, como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se A implementação desta Política compreende a definição e ou
e, até, sentar e levantar de cadeiras e camas (Ramos, L. R. e cols., readequação de planos, programas, projetos e atividades do setor
1993). É imprescindível que, na prestação dos cuidados aos idosos, saúde, que direta ou indiretamente se relacionem com o seu objeto.
as famílias estejam devidamente orientadas e relação às atividades O esforço conjunto de toda a sociedade, aqui preconizado, im-
de vida diária (AVDs). plica o estabelecimento de uma articulação permanente que, no âm-
Tanto a dependência física quanto a mental constituem fatores bito do SUS, envolve a construção de contínua cooperação entre o
de risco significativos para mortalidade, mais relevantes até que as Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
próprias doenças que levaram à dependência, visto que nem todo
doente torna-se dependente, conforme revelam estudos popula- Diretrizes
cionais de segmentos de idosos residentes em diferentes comuni- Para o alcance do propósito desta Política Nacional de Saúde
dades (Ramos, L. R. e cols., 1993). No entanto, nem todo depen- do Idoso, são definidas como diretrizes essenciais:
dente perde sua autonomia e, neste sentido, a dependência mental • a promoção do envelhecimento saudável;
deve ser objeto de atenção especial, na medida em que leva, com • a manutenção da capacidade funcional;
muito mais frequência, à perda de autonomia. • a assistência às necessidades de saúde do idoso;
Doenças como depressão e demência já estão, em todo mun- • a reabilitação da capacidade funcional comprometida;
do, entre as principais causas de anos vividos com incapacidade, • a capacitação de recursos humanos especializados;
exatamente por conduzirem à perda da independência e, quase • o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais;
que necessariamente, à perda da autonomia. • o apoio a estudos e pesquisas.
Os custos gerados por essa dependência são tão grandes quan-
to o investimento de dedicar um membro da família ou um cuida- Promoção do Envelhecimento Saudável
dor para ajudar continuamente uma pessoa que, muitas vezes, irá O cumprimento dessa diretriz compreenderá o desenvolvimen-
viver mais 10 ou 20 anos, requerendo uma atenção que, não raro, to de ações que orientem os idosos e os indivíduos em processo de
envolve leitos hospitalares e institucionais, procedimentos diagnós- envelhecimento quanto à importância da melhoria constante de suas
ticos caros e sofisticados, bem como o consenso frequente de uma habilidades funcionais, mediante a adoção precoce de hábitos sau-
equipe multiprofissional e interdisciplinar, capaz de fazer frente à dáveis de vida e a eliminação de comportamentos nocivos à saúde.
problemática multifacetada do idoso. Entre os hábitos saudáveis, deverão ser destacados, por exemplo,
Dentro desse contexto é que são estabelecidas novas priori- a alimentação adequada e balanceada; a prática regular de exercícios
dades dirigidas a esse grupo populacional, que deverão nortear as físicos; a convivência social estimulante; e a busca, em qualquer fase
ações em saúde nesta virada de século. da vida, de uma atividade ocupacional prazerosa e de mecanismos de
atenuação do estresse. Em relação aos hábitos nocivos, merecerão
Propósito destaque o tabagismo, o alcoolismo e a automedicação.
Como se pode depreender da análise apresentada no capítulo Tais temas serão objeto de processos educativos e informa-
anterior, o crescimento demográfico da população idosa brasileira tivos continuados, em todos os níveis de atuação do SUS, com a
exige a preparação adequada do País para atender às demandas utilização dos diversos recursos e meios disponíveis, tais como: dis-
das pessoas na faixa etária de mais de 60 anos de idade. Essa prepa- tribuição de cartilhas e folhetos, bem como o desenvolvimento de
ração envolve diferentes aspectos que dizem respeito desde a ade- campanhas em programas populares de rádio; veiculação de filme-
quação ambiental e o provimento de recursos materiais e humanos tes na televisão; treinamento de agentes comunitários de saúde e
capacitados, até a definição e a implementação de ações de saúde profissionais integrantes da estratégia de saúde da família para, no
específicas. trabalho domiciliar, estimular os cidadãos na adoção de comporta-
Acresce-se, por outro lado, a necessidade de a sociedade en- mentos saudáveis.
tender que o envelhecimento de sua população é uma questão que Ênfase especial será dada às orientações dos idosos e seus
extrapola a esfera familiar e, portanto, a responsabilidade individual, familiares quanto aos riscos ambientais, que favorecem quedas e
para alcançar o âmbito público, neste compreendido o Estado, as or- que podem comprometer a capacidade funcional destas pessoas.
ganizações não governamentais e os diferentes segmentos sociais. Deverão ser garantidas aos idosos, assim como aos portadores de
Nesse sentido, a presente Política Nacional de Saúde do Idoso deficiência, condições adequadas de acesso aos espaços públicos,
tem como propósito basilar a promoção do envelhecimento saudá- tais como rampas, corrimões e outros equipamentos facilitadores.
vel, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcio-
nal dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde
dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Manutenção da Capacidade Funcional A operacionalização da maioria dessas medidas dar-se-á nas


Ao lado das medidas voltadas à promoção de hábitos saudá- próprias unidades de saúde, com suas equipes mínimas tradicio-
veis, serão promovidas ações que visem à prevenção de perdas fun- nais, às quais deverão ser incorporados os agentes de saúde ou
cionais, em dois níveis específicos: visitadores, além do estabelecimento de parcerias nas ações inte-
• prevenção de agravos à saúde; grantes da estratégia de saúde da família e outras congêneres. Além
• detecção precoce de problemas de saúde potenciais ou já disso, na implementação dessa diretriz, buscar-se-á o engajamento
instalados, cujo avanço poderá pôr em risco as habilidades e a au- efetivo dos grupos de convivência, com possibilidades tanto tera-
tonomia dos idosos. pêuticas e preventivas, quanto de lazer.

As ações de prevenção envolvidas no primeiro nível estarão Assistência às necessidades de saúde do idoso
centradas na aplicação de vacinas, medida já consolidada para a A prestação dessa assistência basear-se-á nas orientações abai-
infância, mas com prática ainda limitada e recente entre idosos. xo descritas, as quais compreendem os âmbitos ambulatorial, hos-
Deverão ser aplicadas as vacinas contra o tétano, a pneumonia pitalar e domiciliar.
pneumocócica e a influenza, que representam problemas sérios en- No âmbito ambulatorial, a consulta geriátrica constituirá a base
tre os idosos no Brasil e que são as preconizadas pela Organização dessa assistência. Para tal, deverá ser estabelecido um modelo es-
Mundial da Saúde – OMS – para este grupo populacional. pecífico, de modo a alcançar-se um impacto expressivo na assistên-
A grande maioria das hospitalizações para o tratamento do té- cia, em particular na redução das taxas de internação hospitalar e
tano ocorre em indivíduos acima dos 60 anos de idade. Nesse sen- em clínicas de repouso – e mesmo asilos –, bem como a diminuição
tido, essa população será estimulada a fazer doses de reforço da va- da demanda aos serviços de emergência e aos ambulatórios de es-
cina antitetânica a cada dez anos, tendo em vista a sua comprovada pecialidades. A consulta geriátrica deverá ser fundamentada na co-
efetividade, a qual alcança quase os 100%. leta e no registro de informações que possam orientar o diagnóstico
As pneumonias, em especial a de origem pneumocócica, es- a partir da caracterização de problemas e o tratamento adequado,
tão entre as patologias infecciosas que mais trazem riscos à saúde com a utilização rotineira de escalas de rastreamento para depres-
dos idosos, com altas taxas de internação, além de alta letalidade são, perda cognitiva e avaliação da capacidade funcional, assim
nesta faixa etária. São apontadas como fatores de descompensação como o correto encaminhamento para a equipe multiprofissional
funcional de piora dos quadros de insuficiência cardíaca, desenca- e interdisciplinar.
deadoras de edema agudo de pulmão e fonte de deterioração nos Considerando que a qualidade da coleta de dados apresenta di-
quadros de doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Levando em ficuldades peculiares a esse grupo etário, em decorrência de eleva-
conta as recomendações técnicas atuais, a vacina antipneumocó- do índice de morbidade, apresentações atípicas de doenças e pela
cica deverá ser administrada em dose única nos indivíduos idosos. chance aumentada de iatrogenia, o modelo de consulta a ser esta-
Embora vista como enfermidade trivial, a influenza – ou gripe belecido pautar-se-á pela abrangência, sensibilidade diagnostica e
–, no grupo dos idosos, pode trazer consequências graves, levan- orientação terapêutica, nesta incluídas ações não farmacológicas.
do a processos pneumônicos ou, ainda, à quebra do equilíbrio, já A abrangência do modelo de consulta geriátrica compreende-
instável, destes indivíduos, portadores de patologias crônicas não rá a incorporação de informações que permitam a identificação de
transmissíveis. A vacina antigripal deverá ser aplicada em todos os problemas não apenas relacionados aos sistemas cardiorrespirató-
idosos, pelo menos duas semanas antes do início do inverno ou do rio, digestivo, hematológico e endócrino-metabólico, como, tam-
período das chuvas nas regiões mais tropicais. bém, aos transtornos neuropsiquiátricos, nos aparelhos locomotor
e geniturinário.
No segundo nível da manutenção da capacidade funcional, Essa forma de consulta deverá possibilitar a sensibilização do
além do reforço das ações dirigidas à detecção precoce de enfer- profissional para questões sociais eventualmente envolvidas no
midades não transmissíveis – como a hipertensão arterial, a dia- bem-estar do paciente.
betes milito e a osteoporose –, deverão ser introduzidas as novas Por sua vez, a sensibilidade diagnóstica deverá implicar a ca-
medidas, de que são exemplos aquelas dirigidas ao hipotireoidismo pacidade de motivar a equipe para a busca de problemas de ele-
subclínico – ainda pouco usuais e carentes de sistematização –, me- vada prevalência, que não são comumente diagnosticados, como
diante o desenvolvimento de atividades específicas, entre as quais por exemplo: doenças tireoidianas, doença de Parkinson, hipoten-
destacam se: são ortostática, incontinência urinária, demências e depressões. É
• antecipação de danos sensoriais, com o rastreio precoce de importante que informações relacionadas a glaucoma, catarata e
danos auditivos, visuais e propioceptivos; hipoacusia sejam coletadas. A possibilidade de iatrogenia sempre
• utilização dos protocolos próprios para situações comuns en- deverá ser considerada.
tre os idosos, tais como riscos de queda, alterações do humor e Finalmente, a orientação terapêutica, incluindo mudanças de
perdas cognitivas; estilo de vida, deverá possibilitar que a consulta geriátrica enfren-
• prevenção de perdas dentárias e de outras afecções da cavi- te os problemas identificados, levando a alguma forma de alívio e
dade bucal; atenuação do impacto funcional. Ao mesmo tempo, o médico de-
• prevenção de deficiências nutricionais; verá evitar excessos na prescrição e uso de fármacos com elevado
• avaliação das capacidades e habilidades funcionais no am- potencial iatrogênico.
biente domiciliar, com vistas à prevenção de perda de independên- A orientação terapêutica compreenderá, sempre que neces-
cia e autonomia; sário, informações aos pacientes e seus acompanhantes sobre as
• prevenção do isolamento social, com a criação ou uso de medidas de prevenção dos agravos à saúde e acerca das ações de
oportunidades sociais, como clubes, grupos de convivência, asso-
ciação de aposentados etc.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reabilitação precoce – ou “preventiva” – e corretiva, levando em planos de saúde, entre outros), na conformidade do que estabe-
conta, da melhor maneira possível, o ambiente em que vivem e as lece a Lei N.º 8.842/94, em seu Art. 4º, inciso VIII, e o Art. 17, do
condições sociais que dispõem. Decreto N.º 1.948/96, que a regulamentou. O idoso terá também
Já no âmbito hospitalar, a assistência a esse grupo populacional uma autorização para acompanhante familiar em hospitais públicos
deverá considerar que a idade é um indicador precário na determi- e privados – conveniados ou contratados – pelo SUS.
nação das características especiais do idoso enfermo hospitalizado. Na relação entre o idoso e os profissionais de saúde, um dos
Nesse sentido, o estado funcional constituirá o parâmetro mais aspectos que deverá sempre ser observado diz respeito à possibili-
fidedigno para o estabelecimento de critérios específicos de aten- dade de maus-tratos, quer por parte da família, quer por parte do
dimento. cuidador ou mesmo destes profissionais. É importante que o idoso
Assim, os pacientes classificados como totalmente dependen- saiba identificar posturas e comportamentos que significam maus-
tes constituirão o grupo mais sujeito a internações prolongadas, -tratos, bem como os fatores de risco neles envolvidos. Esses maus-
reinternações sucessivas e de pior prognóstico e que, por isso, se tratos podem ser por negligência – física, psicológica ou financeira
enquadram no conceito de vulnerabilidade. Os serviços de saúde –, por abuso – físico, psicológico ou financeiro – ou por violação dos
deverão estar preparados para identificar esses pacientes, proven- direitos pessoais. O profissional de saúde, o idoso e a família, quan-
do-lhes uma assistência diferenciada. do houver indícios de maus-tratos, deverá denunciar a sua suspeita
Essa assistência será pautada na participação de outros profis- às autoridades competentes.
sionais, além de médicos e enfermeiros, tais como fisioterapeutas, Considerando que a vulnerabilidade à perda de capacidade
assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudió- está ligada a aspectos socioeconômicos, atenção especial deverá
logos, dentistas e nutricionistas. Dessa forma, a disponibilidade de ser concedida aos grupos de idosos que estão envelhecendo em
equipe mínima, que deve incluir obrigatoriamente um médico com condições mais desfavoráveis, de que são exemplos aqueles resi-
formação em geriatria, de equipamentos e de serviços adequados, dentes na periferia dos grandes centros urbanos e os que vivem nas
será pré-requisito para as instituições públicas estatais ou privadas zonas rurais desprovidas de recursos de saúde e assistência social,
– conveniadas ou contratadas pelo SUS –, que prestarem assistência onde também se observa uma intensa migração da população jo-
a idosos dependentes internados. vem.
Idosos com graves problemas de saúde, sem possibilidade de
recuperação ou de recuperação prolongada, poderão demandar in- Reabilitação da capacidade funcional comprometida
ternação hospitalar de longa permanência; forma esta definida na As ações nesse contexto terão como foco especial a reabili-
Portaria N.º 2.413, editada em 23 de março de 1998. No entanto, tação precoce, mediante a qual buscar-se-á prevenir a evolução e
esses pacientes deverão ser submetidos à tentativa de reabilitação recuperar a perda funcional incipiente, de modo a evitar-se que as
antes e durante a hospitalização, evitando-se que as enfermarias limitações da capacidade funcional possam avançar e que aquelas
sejam transformadas em locais de acomodação para pacientes ido- limitações já avançadas possam ser amenizadas. Esse trabalho en-
sos com problemas de saúde não resolvidos e, por conseguinte, volverá as práticas de um trabalho multiprofissional de medicina,
aumentando a carga de sofrimento do próprio idoso, bem como o enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoau-
aumento dos custos dos serviços de saúde. diologia, psicologia e serviço social.
Entre os serviços alternativos à internação prolongada, deverá Na definição e na implementação das ações, será levado em
estar incluída, obrigatoriamente, a assistência domiciliar. A adoção conta que, na realidade, as causas de dependência são, em sua
de tal medida constituirá estratégia importante para diminuir o maioria, evitáveis e, em muitos casos, reversíveis por intermédio
custo da internação, uma vez que assistência domiciliar é menos de técnicas de reabilitação física e mental, tão mais efetivas quanto
onerosa do que a internação hospitalar. O atendimento ao idoso mais precocemente forem instituídas.
enfermo, residente em instituições – como, por exemplo, asilos –, Além da necessidade de prevenir as doenças crônicas que aco-
terá as mesmas características da assistência domiciliar Deverá ser metem aos que envelhecem, procurar-se-á, acima de tudo, evitar
estimulada, por outro lado, a implantação do hospital-dia geriátri- que estas enfermidades alijem o idoso do convívio social, compro-
co, uma forma intermediária de atendimento entre a internação metendo sua autonomia.
hospitalar e a assistência domiciliar. Esse serviço terá como objetivo No conjunto de ações que devem ser implementadas nesse
viabilizar a assistência técnica adequada para pacientes cuja neces- âmbito, estão aquelas relacionadas à reabilitação mediante a pres-
sidade terapêutica – hidratação, uso de medicação endovenosa, crição adequada e o uso de órteses e próteses como, por exemplo,
quimioterapia e reabilitação – e de orientação para cuidadores não óculos, aparelhos auditivos, próteses dentárias e tecnologias assis-
justificarem a permanência em hospital. tivas (como andador, bengala, etc.).
Tal medida não poderá ser encarada como justificativa para o Essas e as outras ações que vierem a ser definidas deverão es-
simples aumento do tempo de internação. Contudo, a internação de tar disponíveis em todos os níveis de atenção ao idoso, principal-
idosos em UTI, em especial daqueles com idade igual ou superior a 75 mente nos postos e centros de saúde, com vistas à detecção pre-
anos, deverá obedecer rigorosamente os critérios adotados em todas coce e o tratamento de pequenas limitações funcionais capazes de
as faixas etárias, de potencial de reversibilidade do estado clínico e não levar a uma grave dependência.
a sua gravidade, quando reconhecidamente irrecuperável. A detecção precoce e o tratamento de pequenas limitações
A implantação de forma diferenciada de assistência ao idoso funcionais, potenciais causas de formas graves de dependência,
dependente será gradual, priorizando-se hospitais universitários e integrarão as atribuições dos profissionais e técnicos que atuam
públicos estatais. nesses níveis de atenção, e deverão ser alvo de orientação aos cui-
Uma questão que deverá ser considerada refere-se ao fato de dadores dos idosos para que possam colaborar com os profissionais
que o idoso tem direito a um atendimento preferencial nos órgãos
estatais e privados de saúde (ambulatórios, hospitais, laboratórios,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da saúde, sobretudo na condição de agentes facilitadores, tanto na Nos países aonde o envelhecimento da população vem ocor-
observação de novas limitações, quanto no auxílio ao tratamento rendo há mais tempo, convencionou-se que há cuidados formais
prescrito. e informais na atenção às pessoas que envelheceram e que, de
alguma forma, perderam a sua capacidade funcional. Os sistemas
Capacitação de recursos humanos especializados formais de cuidados são integrados por profissionais e instituições,
O desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos cons- que realizam este atendimento sob a forma de prestação de servi-
tituem diretriz que perpassará todas as demais definidas nesta ço.
Política, configurando mecanismo privilegiado de articulação Inter Dessa forma, os cuidados são prestados por pessoa ou agên-
setorial, de forma que o setor saúde possa dispor de pessoal em cias comunitárias contratadas para tal. Já os sistemas informais são
qualidade e quantidade adequadas, e cujo provimento é de respon- constituídos por pessoas da família, amigos próximos e vizinhos,
sabilidade das três esferas de governo. frequentemente mulheres, que exercem tarefas de apoio e cuida-
Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo dos voluntários para suprir a incapacidade funcional do seu idoso.
no tocante ao que define a Lei N.º 8.080/90, em seu Art. 14 e pa- Na cultura brasileira, são essas pessoas que assumem para si
rágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a edu- as funções de provedoras de cuidados diretos e pessoais. O papel
cação continuada contemplarão ação Inter setorial articulada. A lei de mulher cuidadora na família é normativo, sendo quase sempre
estabelece, como mecanismo fundamental, a criação de comissão esperado que ela assuma tal papel. Os responsáveis pelos cuidados
permanente de integração entre os serviços de saúde e as institui- diretos aos seus idosos doentes ou dependentes geralmente resi-
ções de ensino profissional e superior, com a finalidade de “propor dem na mesma casa e se incumbem de prestar a ajuda necessária
prioridades, métodos e estratégias”. ao exercício das atividades diárias destes idosos, tais como higiene
O trabalho articulado com o Ministério da Educação e as insti- pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços de
tuições de ensino superior deverão ser viabilizados por intermédio saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano, por exemplo ida
dos Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia tendo em a bancos ou farmácias.
vista a capacitação de recursos humanos em saúde de acordo com O modelo de cuidados domiciliares, antes restrito à esfera pri-
as diretrizes aqui fixadas. vada e à intimidade das famílias, não poderá ter como única finali-
Os Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia serão, dade baratear custos ou transferir responsabilidades. A assistência
preferencialmente, localizados em instituições de ensino superior domiciliar aos idosos cuja capacidade funcional está comprometida
e terão atribuições específicas, conforme as características de cada demanda orientação, informação e assessoria de especialistas.
instituição. A indicação desses Centros deverá ser estabelecida pelo Para o desempenho dos cuidados a um idoso dependente, as
Ministério da Saúde, de acordo com as necessidades identificadas pessoas envolvidas deverão receber dos profissionais de saúde os
no processo de implantação desta Política Nacional No âmbito da esclarecimentos e as orientações necessárias, inclusive em relação
execução de ações, de forma mais específica, a capacitação busca- à doença crônico-degenerativa com a qual está eventualmente li-
rá preparar os recursos humanos para a operacionalização de um dando, bem como informações sobre como acompanhar o trata-
elenco básico de atividades, que incluirá, entre outras, a prevenção mento prescrito.
de perdas, a manutenção e a recuperação da capacidade funcional Essas pessoas deverão, também, receber atenção médica pes-
da população idosa e o controle dos fatores que interferem no esta- soal, considerando que a tarefa de cuidar de um adulto dependente
do de saúde desta população. é desgastante e implica riscos à saúde do cuidador. Por conseguinte,
A capacitação de pessoal para o planejamento, coordenação a função de prevenir perdas e agravos à saúde abrangerá, igualmen-
e avaliação de ações deverá constituir as bases para o desenvolvi- te, a pessoa do cuidador.
mento do processo contínuo de articulação com os demais setores, Assim, a parceria entre os profissionais de saúde e as pessoas
cujas ações estão diretamente relacionadas com o idoso no âmbito que cuidam dos idosos deverá possibilitar a sistematização das tare-
do setor saúde. fas a serem realizadas no próprio domicílio, privilegiando-se aquelas
Essa capacitação será promovida pelos Centros Colaboradores relacionadas à promoção da saúde, à prevenção de incapacidades e
de Geriatria e Gerontologia, os quais terão a função específica de à manutenção da capacidade funcional do idoso dependente e do
capacitar os profissionais para prestar a devida cooperação técnica seu cuidador, evitando-se, assim, na medida do possível, hospitali-
demandada pelas demais esferas de gestão, no sentido de uniformi- zações, asilamentos e outras formas de segregação e isolamento.
zar conceitos e procedimentos que se tornarão indispensáveis para a Dessa parceria, deverão resultar formas mais efetivas e efi-
efetivação desta Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como para cazes de manutenção e de recuperação da capacidade funcional,
o seu processo contínuo de avaliação e acompanhamento. assim como a participação mais adequada das pessoas envolvidas
com alguém em processo de envelhecimento com dependência.
Apoio ao Desenvolvimento de Cuidados Informais O estabelecimento dessa ação integrada será realizado por meio
Nesse âmbito, buscar-se-á desenvolver uma parceria entre os de orientações a serem prestadas pelos profissionais de saúde, do
profissionais da saúde e as pessoas próximas aos idosos, responsá- intercâmbio de informações claras e precisas sobre diagnósticos e
veis pelos cuidados diretos necessários às suas atividades da vida tratamentos, bem como relatos de experiências entre pessoas que
diária e pelo seguimento das orientações emitidas pelos profissio- estão exercitando o papel de cuidar de idoso dependente.
nais. Tal parceria, como mostram estudos e pesquisas sobre o en-
velhecimento em dependência, configura a estratégia mais atual e Apoio a Estudos e Pesquisas
menos onerosa para manter e promover a melhoria da capacidade Esse apoio deverá ser levado a efeito pelos Centros Colabo-
funcional das pessoas que se encontram neste processo. radores de Geriatria e Gerontologia, resguardadas, nas áreas de
conhecimento de suas especialidades, as particularidades de cada
um.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Esses Centros deverão se equipar, com o apoio financeiro das Nesse sentido, os gestores do SUS deverão estabelecer, em
agências de ciência e tecnologia regionais e ou federais, para orga- suas respectivas áreas de abrangência, processos de articulação
nizar o seu corpo de pesquisadores e atuar em uma ou mais de uma permanente, visando o estabelecimento de parcerias e a integra-
linha de pesquisa. Tais grupos incumbir-se-ão de gerar informações ção institucional que viabilizem a consolidação de compromissos
com o intuito de subsidiar as ações de saúde dirigidas à população multilaterais efetivos. Será buscado, igualmente, a participação de
de mais de 60 anos de idade, em conformidade com esta Política. diferentes segmentos da sociedade, que estejam direta ou indireta-
Caberá ao Ministério da Saúde e ao Ministério Ciência Tecnologia, mente relacionadas com a presente Política.
em especial, o papel de articuladores, com vistas a garantir a efeti-
vidade de ações programadas de estudos e pesquisas desta Política Articulação Intersetorial
Nacional de Saúde do Idoso. No âmbito federal, o Ministério da Saúde buscará estabelecer,
As linhas de pesquisa deverão concentrar-se em quatro gran- em especial, articulação com as instâncias a seguir apresentadas,
des tópicos de produção de conhecimentos sobre o envelhecimen- para as quais estão identificadas as medidas essenciais, segundo as
to no Brasil, contemplando as particularidades de gênero e extratos suas respectivas competências.
sociais nas zonas urbanas e rurais.
O primeiro tópico refere-se a estudos de perfil do idoso, nas Ministério da Educação
diferentes regiões do País, e prevalência de problemas de saúde,
incluindo dados sociais, nas formas de assistência e seguridade, A parceria com esse Ministério buscará, sobretudo:
situação financeira e apoios formais e informais. Nesse contexto, • a difusão, junto às instituições de ensino e seus alunos, de
será estimulada a sistematização das informações produzidas pelos informações relacionadas à promoção da saúde dos idosos e à pre-
Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia, em articulação venção ou recuperação de suas incapacidades;
com os dados das agências governamentais, particularmente aque- • a adequação de currículos, metodologias e material didático
las que lidam com estudos demográficos e populacionais. de formação de profissionais na área da saúde, visando o atendi-
No segundo tópico, deverão estar concentrados estudos vi- mento das diretrizes fixadas nesta Política;
sando a avaliação da capacidade funcional; prevenção de doenças, • o incentivo à criação de Centros Colaboradores de Geriatria e
vacinações; estudos de seguimento; e desenvolvimento de instru- Gerontologia nas instituições de ensino superior, que deverão atuar
mentos de rastreamento. de forma integrada com o SUS e os órgãos estaduais e municipais
O terceiro tópico diz respeito aos estudos de modelos de cui- de assistência social, mediante o estabelecimento de referência e
dado, na assessoria para a implementação e no acompanhamento contra referência de ações e serviços para o atendimento integral
e na avaliação das intervenções. dos idosos e a capacitação de equipes multiprofissionais e interdis-
O quarto tópico concentrar-se-á em estudos sobre a hospita- ciplinares, visando a qualificação contínua do pessoal de saúde nas
lização e alternativas de assistência hospitalar, com vistas à maior áreas de gerência, planejamento, pesquisa e assistência ao idoso;
eficiência e à redução dos custos no ambiente hospitalar. Para tal, • o estímulo e apoio à realização de estudos que contemplem
a padronização de protocolos para procedimentos clínicos, exames as quatro linhas de pesquisa definidas como prioritárias por esta
complementares mais sofisticados e medicamentos deverão consti- Política, visando o desenvolvimento de um sistema de informação
tuir pontos prioritários. sobre esta população, que subsidie o planejamento, execução e
Comporão, ainda, esse último tópico estudos sobre orientação avaliação das ações de promoção, proteção, recuperação e reabi-
e cuidados aos idosos, alta hospitalar e diferentes alternativas de litação;
assistência – como assistência domiciliar, centro-dia, já utilizados • a discussão e a readequação de currículos e programas de
em outros países –, bem como investigações acerca de formas de ensino nas instituições de ensino superior abertas para a terceira
articulação de informações básicas em geriatria e gerontologia para idade, consoantes às diretrizes fixadas nesta Política.
os profissionais de todas as especialidades.
Ministério da Previdência e Assistência Social
Responsabilidades Institucionais
Caberá aos gestores do SUS, de forma articulada e na confor- A parceria buscará principalmente:
midade de suas atribuições comuns e específicas, prover os meios • a realização de estudos e pesquisas epidemiológicas, junto
e atuar de modo a viabilizar o alcance do propósito desta Política aos seus segurados, relativos às doenças e agravos mais prevalen-
Nacional de Saúde do Idoso, que é a promoção do envelhecimento tes nesta faixa etária, sobretudo quanto aos seus impactos no in-
saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade divíduo, na família, na sociedade, na previdência social e no setor
funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde;
saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter • a elaboração de programa de trabalho conjunto direcionado
a sua capacidade funcional restringida. aos idosos segurados, consoante às diretrizes fixadas nesta Política.
Considerando, por outro lado, as diretrizes aqui definidas para • Secretaria de Estado da Assistência Social
a consecução do propósito fixado, cuja observância implica o de- • A parceria com essa Secretaria terá por finalidade principal-
senvolvimento de um amplo conjunto de ações, entre as quais figu- mente:
rarão aquelas compreendidas no processo de promoção da saúde • a difusão, junto aos seus serviços e àqueles sob a sua supervi-
e que, por isso mesmo, irão requerer o compartilhamento de res- são, de informações relativas à preservação da saúde e à prevenção
ponsabilidades específicas tanto no âmbito interno do setor saúde, ou recuperação de incapacidades;
quanto no contexto de outros setores.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• a adequação, na conformidade das diretrizes aqui estabele- Ministério do Esporte e Turismo


cidas, de seus cursos de treinamento ou capacitação de profissio- Essa parceria buscará, em especial, a elaboração, a implemen-
nais que atuam nas unidades próprias, conveniadas ou sob a sua tação e o acompanhamento de programas esportivos e de exercí-
supervisão; cios físicos destinados às pessoas idosas, bem como de turismo que
• a promoção da formação e o acompanhamento de grupos de propiciem a saúde física e mental deste grupo populacional.
autoajuda aos idosos, referentes às doenças e agravos mais comuns
nesta faixa etária; Ministério da Ciência e Tecnologia
• o apoio à criação de Centros Colaboradores de Geriatria e Buscar-se-á, por intermédio do Conselho Nacional de Desen-
Gerontologia nas instituições de ensino superior, que devem atuar volvimento Científico e Tecnológico – CNPq –, o fomento à pesquisa
de forma integrada com o SUS e os órgãos estaduais e municipal na área de geriatria e gerontologia contemplando, preferencial-
de assistência social, mediante o estabelecimento de referência e mente, as linhas de estudo definidas nesta Política.
contra referência de ações e serviços para o atendimento integral
de idosos e o treinamento de equipes multiprofissionais e interdis- Responsabilidades do Gestor Federal – Ministério da Saúde
ciplinares, visando a capacitação contínua do pessoal de saúde nas • Implementar, acompanhar e avaliar a operacionalização des-
áreas de gerência, planejamento, pesquisa e assistência ao idoso; ta Política Nacional de Saúde do Idoso, bem como os planos, pro-
• o apoio à realização de estudos epidemiológicos para detec- gramas, projetos e atividades dela decorrentes.
ção dos agravos à saúde da população idosa, visando o desenvolvi- • Promover a revisão e o aprimoramento das normas de fun-
mento de sistema de informação sobre esta população, destinado cionamento de instituições geriátricas e similares (Portaria 810/89).
a subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação das ações de • Elaborar e acompanhar o cumprimento de normas relativas
promoção, proteção, recuperação e reabilitação; aos serviços geriátricos hospitalares.
• a promoção da observância das normas relativas à criação • Designar e apoiar os Centros Colaboradores de Geriatria e
e ao funcionamento de instituições gerontológicas e similares, nas Gerontologia, preferencialmente localizados em instituições de en-
unidades próprias e naquelas sob a sua supervisão. sino superior envolvidos na capacitação de recursos humanos em
saúde do idoso e ou na produção de material científico, bem como
Ministério do Trabalho e Emprego em pesquisa nas áreas prioritárias do envelhecimento e da atenção
• Com esse Ministério, a parceria a ser estabelecida visará, em a este grupo populacional.
especial: • Apoiar estudos e pesquisas definidos como prioritários nesta
• a elaboração e a implementação de programas de preparo Política visando a ampliar o conhecimento sobre o idoso e a subsi-
para futuros aposentados nos setores públicos e privados; diar o desenvolvimento das ações decorrentes desta Política.
• a melhoria das condições de emprego do idoso, compreen- • Promover a cooperação das Secretarias Estaduais e Municipais de
dendo: a eliminação das discriminações no mercado de trabalho e Saúde com os Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia com
a criação de condições que permitam a inserção do idoso na vida vistas à capacitação de equipes multiprofissionais e interdisciplinares.
socioeconômica das comunidades. • Promover a inclusão da geriatria como especialidade clínica,
para efeito de concursos públicos.
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano • Criar mecanismos que vinculem a transferência de recursos
Será estabelecida a parceria com essa Secretaria visando, entre às instâncias estadual e municipal ao desenvolvimento de um mo-
outras: delo adequado de atenção à saúde do idoso.
• a melhoria de condições de habitação e moradia, além da • Estimular e apoiar a realização de pesquisas consideradas es-
diminuição das barreiras arquitetônicas e urbanas que dificultam tratégicas no contexto desta Política.
ou impedem a manutenção e apoio à independência funcional do • Promover a disseminação de informações técnico-científicas
idoso; e de experiências exitosas referentes à saúde do idoso.
• a promoção de ações educativas dirigidas aos agentes execu- • Promover a capacitação de recursos humanos para a imple-
tores e beneficiários de programas habitacionais quanto aos riscos mentação desta Política.
ambientais à capacidade funcional dos idosos. • Promover a adoção de práticas, estilos e hábitos de vida sau-
• o estabelecimento de previsão e a instalação de equipamen- dáveis, por parte dos idosos, mediante a mobilização de diferentes
tos comunitários públicos voltados ao atendimento da população segmentos da sociedade e por intermédio de campanhas publicitá-
idosa previamente identificada, residentes na área de abrangência rias e de processos educativos permanentes.
dos empreendimentos habitacionais respectivos; • Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendên-
• a promoção de ações na área de transportes urbanos que cias, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o
permitam e ou facilitem o deslocamento do cidadão idoso, sobre- controle de fatores de risco detectados.
tudo aquele que já apresenta dificuldades de locomoção, tais como • Promover o fornecimento de medicamentos, órteses e próte-
elevatórias para acesso aos ônibus na porta de hospitais, rampas ses necessários à recuperação e à reabilitação do idoso.
nas calçadas, bancos mais altos nas paradas de ônibus. • Estimular a participação do idoso nas diversas instâncias de
controle social do SUS.
Ministério da Justiça • Estimular a formação de grupos de autoajuda e de convivên-
Com esse Ministério, a parceria terá por finalidade a promo- cia, de forma integrada com outras instituições que atuam nesse
ção e a defesa dos direitos da pessoa idosa, no tocante às questões contexto.
de saúde, mediante o acompanhamento da aplicação das disposi- • Estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de unidades
ções contidas na Lei N.º 8.842/94 e seu regulamento (Decreto N.º de cuidados diurnos – hospital dia, centro-dia – de atendimento
1.948/96). domiciliar, bem como de outros serviços alternativos para o idoso.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Responsabilidades do Gestor Estadual – Secretaria Estadual • Promover a difusão de conhecimentos e recomendações so-
de Saúde bre práticas, hábitos e estilos de vida saudáveis, junto à população
• Elaborar, coordenar e executar a política estadual de saúde de idosos, valendo-se, inclusive, da mobilização da a comunidade.
do idoso, consoante a esta Política Nacional. • Criar e estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de
• Promover a elaboração e ou adequação dos planos, progra- unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, centro-dia – de aten-
mas, projetos e atividades decorrentes desta Política. dimento domiciliar.
• Promover processo de articulação entre os diferentes setores • Estimular e apoiar a formação de grupos de autoajuda e de
no Estado, visando a implementação da respectiva política de saúde convivência, de forma integrada com outras instituições que atuam
do idoso. nesse contexto.
• Acompanhar o cumprimento de normas de funcionamento • Realizar articulação com outros setores visando a promoção
de instituições geriátricas e similares, bem como de serviços hospi- a qualidade de vida dos idosos.
talares geriátricos. • Promover o acesso a medicamentos, órteses e próteses ne-
• Estabelecer cooperação com os Centros Colaboradores de cessários à recuperação e à reabilitação do idoso.
Geriatria e Gerontologia com vistas ao treinamento de equipes • Aplicar, acompanhar e avaliar o cumprimento de normas de
multiprofissionais e interdisciplinares, e promover esta cooperação funcionamento de instituições geriátricas e similares, bem como de
com as Secretarias Municipais de Saúde, de modo a capacitar re- serviços geriátricos da rede local.
cursos humanos necessários à consecução da política estadual de • Estimular e viabilizar a participação social de idosos nas di-
saúde do idoso. versas instâncias.
• Promover a capacitação de recursos humanos necessários à
consecução da política estadual de saúde do idoso. Acompanhamento e Avaliação
• Adequar os serviços de saúde com a finalidade do atendi- A operacionalização desta Política compreenderá a sistemati-
mento às necessidades específicas da população idosa. zação de processo contínuo de acompanhamento e avaliação, que
• Prestar cooperação técnica aos municípios na implementa- permita verificar o alcance de seu propósito – e, consequentemen-
ção das ações decorrentes. te, o seu impacto sobre a saúde dos idosos –, bem como proceder a
• Apoiar propostas de estudos e pesquisas estrategicamente eventuais adequações que se fizerem necessárias.
importantes para a implementação, avaliação ou reorientação das Esse processo exigirá a definição de critérios, parâmetros, indi-
questões relativas à saúde do idoso. cadores e metodologia específicos, capazes de evidenciar, também,
• Promover a adoção de práticas e hábitos saudáveis, por parte a repercussão das medidas levadas a efeito por outros setores, que
dos idosos, mediante a mobilização de diferentes segmentos da so- resultaram da ação articulada preconizada nesta Política e que es-
ciedade e por intermédio de campanhas de comunicação. tão explicitadas no capítulo anterior deste documento, bem como a
• Promover o fornecimento de medicamentos, próteses e órte- observância dos compromissos internacionais assumidos pelo País
ses necessários à recuperação e à reabilitação de idosos. em relação à atenção aos idosos.
• Estimular e viabilizar a participação de idosos nas instâncias É importante considerar que o processo de acompanhamento
de participação social. e avaliação referido será apoiado, sobretudo para a aferição de re-
• Estimular a formação de grupos de autoajuda e de convivên- sultados no âmbito interno do setor, pelas informações produzidas
cia, de forma integrada com outras instituições que atuam nesse pelos diferentes planos, programas, projetos, ações e ou atividades
contexto. decorrentes desta Política Nacional.
• Criar e estimular a criação, na rede de serviços do SUS, de Além da avaliação nos contextos anteriormente identificados,
unidades de cuidados diurnos – hospital-dia, centro-dia – de aten- voltados principalmente para a verificação do impacto das medidas
dimento domiciliar, bem como de outros serviços alternativos para sobre a saúde dos idosos, buscar-se-á investigar a repercussão des-
o idoso. ta Política na qualidade de vida deste segmento populacional.
• Prover o Sistema Nacional de Informação em Saúde com da-
dos respectivos e análises relacionadas à situação de saúde e às Nesse particular, buscar-se-á igualmente conhecer em que me-
ações dirigidas aos idosos. dida a Política Nacional de Saúde do Idoso tem contribuído para a
concretização dos princípios e diretrizes do SUS, na conformidade
Responsabilidades do Gestor Municipal – Secretaria Munici- do Art. 7º, da Lei N.º 8.080/90, entre os quais, destacam-se aqueles
pal de Saúde ou organismos correspondentes. relativos à integralidade da atenção, à preservação da autonomia
• Coordenar e executar as ações decorrentes das Políticas Na- das pessoas e ao uso da epidemiologia no estabelecimento de prio-
cional e Estadual, em seu respectivo âmbito, definindo componen- ridades (respectivamente incisos II, III e VII). Paralelamente, deverá
tes específicos que devem ser implementados pelo município. ser observado, ainda, se:
• Promover as medidas necessárias para integrar a programa- • potencial dos serviços de saúde e as possibilidades de uti-
ção municipal à adotada pelo Estado, submetendo-as à Comissão lização pelo usuário estão sendo devidamente divulgados junto à
Inter gestores Biparti-te. população de idosos;
• Promover articulação necessária com as demais instâncias do • os planos, programas, projetos e atividades que operaciona-
SUS visando o treinamento e a capacitação de recursos humanos lizam esta Política estão sendo desenvolvidos de forma descentrali-
para operacionalizar, de forma produtiva e eficaz, o elenco de ativi- zada, considerando a direção única em cada esfera de gestão;
dades específicas na área de saúde do idoso. • a participação dos idosos nas diferentes instâncias do SUS
• Manter o provimento do Sistema Nacional de Informação em está sendo incentivada e facilitada.
Saúde com dados e análises relacionadas à situação de saúde e às
ações dirigidas aos idosos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Terminologia Envelhecimento: a maioria dos autores o conceituam como


Ação terapêutica: processo de tratamento de um agravo à saú- “uma etapa da vida em que há um comprometimento da homeos-
de por intermédio de medidas farmacológicas e não farmacológi- tase, isto é, o equilíbrio do meio interno, o que fragilizaria o indiví-
cas, tais como: mudanças no estilo de vida, abandono de hábitos duo, causando uma progressiva vulnerabilidade do indivíduo peran-
nocivos, psicoterapia, entre outros. te a uma sobrecarga fisiológica”.
AIH (Autorização de Internação Hospitalar): documento de au-
torização e fatura de serviços hospitalares do SUS, que engloba o Envelhecimento saudável: é o processo de envelhecimento com
conjunto de procedimentos realizados em regime de internação. preservação da capacidade funcional, autonomia e qualidade de vida.
Assistência domiciliar: essa assistência engloba a visitação do-
miciliar e cuidados domiciliares que vão desde o fornecimento de Geriatria: é o ramo da ciência médica voltado à promoção da
equipamentos, até ações terapêuticas mais complexas. saúde e o tratamento de doenças e incapacidades na velhice.

Atividades de vida diária (AVDs): termo utilizado para descre- Gerontologia: área do conhecimento científico voltado para o es-
ver os cuidados essenciais e elementares à manutenção do bem-es- tudo do envelhecimento em sua perspectiva mais ampla, em que são
tar do indivíduo, que compreende aspectos pessoais como: banho, levados em conta não somente os aspectos clínicos e biológicos, mas
vestimenta, higiene e alimentação, e aspectos instrumentais como: também as condições psicológicas, sociais, econômicas e históricas.
realização de compras e cuidados com finanças.
Autodeterminação: capacidade do indivíduo poder exercer sua Dependência: é a condição que requer o auxílio de pessoas
autonomia. para a realização de atividades do dia a dia Centros de convivência:
locais destinados à permanência do idoso, em um ou dois turnos,
Autonomia: é o exercício da autodeterminação; indivíduo au- onde são desenvolvidas atividades físicas, laborativas, recreativas,
tônomo é aquele que mantém o poder decisório e o controle sobre culturais, associativas e de educação para a cidadania.
sua vida.
Habilidade física: refere-se à aptidão ou capacidade para rea-
Capacidade funcional: capacidade de o indivíduo manter as lizar algo que exija uma resposta motora, tal como caminhar, fazer
habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida indepen- um trabalho manual, entre outros.
dente e autônoma; a avaliação do grau de capacidade funcional é
feita mediante o uso de instrumentos multidimensionais. Hospital-dia geriátrico: refere-se ao ambiente hospitalar, no
qual atua equipe multiprofissional e interdisciplinar, destinado a
Centros Colaboradores de Geriatria e Gerontologia: centros lo- pacientes que dele necessitam em regime de um ou dois turnos,
calizados de preferência em instituições de ensino superior, que co- para complementar tratamentos e promover reabilitação.
laboram com o setor saúde, fundamentalmente na capacitação de
recursos humanos em saúde do idoso e ou na produção de material Idoso: a Organização das Nações Unidas, desde 1982 considera
científico para tal finalidade, bem como em pesquisas nas áreas prio- idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos; o Brasil, na
ritárias do envelhecimento e da atenção a este grupo populacional. Lei Nº 8.842/94, adota essa mesma faixa etária (Art. 2º do capítulo I).

Centro-dia: ambiente destinado ao idoso, que tem como carac- Incapacidade: quantificação da deficiência; refere-se à falta
terística básica o incentivo à socialização e o desenvolvimento de de capacidade para realizar determinada função na extensão, am-
ações de promoção e proteção da saúde. plitude e intensidade consideradas normais; em gerontologia, diz
respeito à incapacidade funcional, isto é, à perda da capacidade de
Cuidador: é a pessoa, membro ou não da família, que, com ou realizar pelo menos um ou mais de um ato de vida diária.
sem remuneração, cuida do idoso doente ou dependente no exer-
cício das suas atividades diárias, tais como alimentação, higiene Incontinência urinária: refere-se à perda involuntária de urina.
pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços de
saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano – por exemplo, Iatrogenia: qualquer agravo à saúde, causado por uma inter-
ida a bancos ou farmácias –, excluídas as técnicas ou procedimentos venção médica Psicoterapia: terapêutica que, por métodos psico-
identificados com profissões legalmente estabelecidas, particular- lógicos, busca a restauração do equilíbrio emocional do indivíduo.
mente na área da enfermagem.
Reabilitação física: conjunto de procedimentos terapêuticos fí-
Deficiência: expressão de um processo patológico, na forma de sicos que visam adaptar ou compensar deficiências motoras (quan-
uma alteração de função de sistemas, órgãos e membros do corpo, do aplicadas a limitações insipientes pode ser considerada reabilita-
que podem ou não gerar uma incapacidade. ção precoce ou “preventiva”).

Demência: conceitua-se demência como uma síndrome pro- Rastreamento: um protocolo de aplicação rápida e sistemá-
gressiva e irreversível, composta de múltiplas perdas cognitivas ad- tica para detecção de problemas de saúde em uma determinada
quiridas, que ocorrem na ausência de um estado de confusão men- população.
tal aguda (ou seja, de uma desorganização súbita do pensamento).
As funções cognitivas que podem ser afetadas pela demência in- Síndrome: conjunto de sinais e sintomas comuns a diversas en-
cluem a memória, a orientação, a linguagem, a práxis, a agnosia, as fermidades.
construções, a prosódia e o controle executivo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Protetores oculares: proteção dos olhos contra impactos, res-


PRINCÍPIOS GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO pingos e aerossóis;
Protetores respiratórios: são utilizados para proteger o apare-
lho respiratório. Existemvários tipos de respiradores, que devem ser
Equipamentos de segurança selecionados conforme o risco inerente àatividade a ser desenvol-
A utilização de equipamentos de segurança reduz significati- vida. Os respiradores com filtros mecânicos destinam-se à proteção
vamente o risco de acidentes em laboratórios. A determinação de contra partículas suspensas no ar, enquanto os respiradores com
quais equipamentos de segurança devem ser utilizados em cada filtros químicos protegem contra gases e vapores orgânicos.
laboratório deve ser baseada em análises dos riscos referentes às Vestimenta tipo jaleco: utilizados em ambientes laboratoriais
atividades desenvolvidas no local, relacionadas aos agentes bioló- onde ocorre o manejo deanimais e a manipulação de microrganis-
gicos, químicos e físicos. A contenção pode ser classificada como mos patogênicos e de produtos químicos.
primária, que visa garantir a proteção do ambiente interno do labo- É proibido utilizar qualquer EPI em ambientes fora do laborató-
ratório e secundária, que está relacionada à proteção do ambiente rio, principalmente os jalecos.
externo e resulta da combinação de infraestrutura laboratorial e de
práticas operacionais5. Os equipamentos e materiais destinados a Há vários tipos de luvas para uso em laboratório, cada um des-
proteger o trabalhador e o ambiente laboratorial são classificados tinado a atividades laboratoriais específicas
como equipamento de proteção individual (EPI - óculos, luvas, cal- • Luvas de látex (borracha natural): são denominadas como
çados, jaleco) e equipamento de proteção coletiva (EPC- câmaras luvas de procedimento e se destinam aos trabalhos com material
de exaustão, cabines de segurança biológica, chuveiros de emer- biológico e em procedimentos de diagnóstico que não requeiram o
gência, lava-olhos e extintores de incêndio). uso de luvas estéreis;
• Luvas de cloreto de vinila (PVC): utilizadas para manusear al-
Equipamentos de proteção individual guns produtos químicos.
De acordo com a Norma Regulamentadora 6 do MTE, “consi- • Luvas de fibra de vidro com polietileno reversível: usadas
dera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo para proteção contra materiais cortantes;
ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado • Luvas de fio de kevlar tricotado: protegem em trabalhos em
à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde temperaturas de até 250ºC;
no trabalho”. • Luvas confeccionada com nylon cordura (criogenia): usadas
para trabalhos com geloseco, freezer -80º C e nitrogênio líquido
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacio- • Luvas de borracha: para serviços gerais de limpeza, processos
nal ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado, com de limpeza de instrumentos e descontaminação.
a indicação do Certificado de Aprovação (CA) expedido pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho Equipamentos de proteção coletiva
do MTE6 . Os EPC têm como função proteger o ambiente e a saúde dos
A consulta sobre o número do certificado de aprovação, o tipo trabalhadores e devem ser instalados em locais de fácil acesso e
de EPI, o fabricante e o tipo de proteção pode ser realizada no en- bem sinalizados. Alguns são de uso rotineiro, como as cabines de
dereço eletrônico do TEM. segurança biológica e as capelas de exaustão química, e outros são
É imprescindível o conhecimento acerca do manuseio dos EPI, de uso emergencial, como os extintores de incêndio, chuveiro de
pois eles são as barreiras primárias que protegem a integridade físi- emergência e lava-olhos
ca e a saúde do profissional .
As principais funções dos EPI são a redução da exposição do Risco Químico
operador aos agentes infecciosos, a redução de riscos e danos ao O pessoal de laboratórios está exposto não somente aos mi-
corpo provocados por agentes físicos ou mecânicos, a redução da crorganismos patogênicos como, também, aos produtos químicos
exposição a produtos químicos tóxicos e a redução da contamina- perigosos. É fundamental que os efeitos tóxicos de produtos quími-
ção de ambientes. cos manipulados sejam conhecidos, assim como suas vias de expo-
Os EPI utilizados em laboratórios são constituídos principal- sição e os riscos que possam estar associados à sua manipulação e
mente por: armazenagem .
Calçados de segurança: São destinados à proteção dos pés con- O risco está associado à exposição a agentes ou substâncias
tra a exposição a riscosbiológicos, físicos e químicos. O uso de ta- químicas na forma líquida, gasosa ou como partículas e poeiras mi-
mancos, sandálias e chinelos em laboratórios é proibido. nerais e vegetais, presentes nos ambientes ou processos de traba-
Luvas: previnem a contaminação das mãos do trabalhador du- lho, que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou que
rante a manipulação de material possam ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por inges-
Protetor biológico, produtos químicos e temperaturas extre- tão, como solventes, medicamentos, produtos químicos utilizados
mas. para limpeza e desinfecção, corantes, dentre outros.
Protetores auditivos: usados para prevenir a perda auditiva de- . No Brasil, a rotulagem de produtos químicos deve seguir a
corrente de ruídos. norma ABNT NBR 14725-1 , que estabelece critérios para inclusão
Protetores faciais: oferecem proteção para a face do operador das informações de segurança no rótulo de produtos químicos pe-
contra partículas sólidas,líquidos, vapores e radiações (raios infra- rigosos, de acordo com a classificação estabelecida no Sistema Glo-
vermelho e ultravioleta); balmente Harmonizado de Informação de Segurança de Produtos
Químicos (GHS).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para evitar ou minimizar os riscos de acidentes com reagentes 4) inalação de aerossóis contendo o agente infeccioso. Quando
químicos é necessário adotar, além das normas básicas de seguran- há manipulação de animais, a possibilidade de veiculação de agen-
ça para laboratório, as precauções específicas descritas a seguir tes etiológicos de zoonoses deve ser considerada com rigor, pela
Não permitir o armazenamento de produtos não identificados, possibilidade de transmissão via saliva, urina, fezes ou mordedura .
sem data de validade ou com a validade vencida; Os agentes biológicos são classificados, de acordo com o risco que
• Os produtos inflamáveis e explosivos devem ser armazenados eles apresentam, em classes de risco que variam de 1 a 4.
distantes de produtos oxidantes;
• Não permitir o armazenamento de ácidos ou álcalis concen- A definição da classe de risco utiliza como critérios a capaci-
trados nos armários com partes metálicas, pois eles podem causar dade do agente biológico de infectar e causar doença no homem
corrosão de metais; e em animais, a forma de transmissão e a virulência do agente e
• Não estocar líquidos inflamáveis em armários fechados, para a disponibilidade de medidas preventivas e de tratamento para a
evitar risco de explosão; enfermidade .
• Não estocar produtos químicos voláteis em locais com inci- A informação sobre a classe de risco de um microrganismo é fun-
dência de luz solar direta; damental para a determinação do nível de biossegurança que dever
• Antes de manusear um produto químico é necessário conhe- ser adotado para sua manipulação3 . A classificação de risco de agen-
cer suas propriedades e o grau de risco a que se está exposto; tes biológicos está disponível no Manual de Classificação de Risco dos
• Ler o rótulo no recipiente ou na embalagem é a primeira pro- Agentes Biológicos do Ministério da Saúde17 , descrita a seguir:
vidência a ser tomada, observando a classificação quanto ao tipo de Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade):
risco que o reagente oferece; inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças
• Nunca deixar frascos contendo solventes orgânicos próximos em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp.
à chama, por exemplo álcool, acetona, éter, dentre outros; Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco
• Evitar contato de qualquer substância com a pele; ser cui- para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam in-
dadoso ao manusear substâncias corrosivas, como ácidos e bases; fecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação
• Manter seu local de trabalho limpo e não colocar materiais na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e
nas extremidades da bancada; para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.
• Não descartar nas pias materiais sólidos ou líquidos que pos- Exemplo: Schistosoma mansoni.
sam contaminar o meio ambiente; Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a
• Usar o sistema de gerenciamento de resíduos químicos; comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade
• O manuseio e o transporte de vidrarias e de outros materiais de transmissão por via respiratória e que causam patologias huma-
devem ser realizados de forma segura; o transporte deve ser firme, nas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem, usual-
evitando-se quedas e derramamentos; mente, medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam ris-
• Frascos de vidros com produtos químicos têm de ser transpor- co se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se
tados em recipientes de plástico ou de borracha que os protejam de propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis.
vazamento e, quando quebrados, contenham o derramamento; Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade):
• O manuseio de produtos químicos voláteis, metais, ácidos e inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade
bases fortes e outros tem de ser realizado em capela de segurança por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momen-
química; to, não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra
• Frascos contendo produtos corrosivos, ácidos ou bases de- infecções ocasionadas por eles. Causam doenças humanas e animais
vem ser armazenados em prateleiras baixas, próximas ao chão, e de de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comuni-
fácil acesso. As substâncias inflamáveis precisam ser manipuladas dade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus.
com extremo cuidado, evitando-se a proximidade de equipamentos Exemplo: Vírus Ebola. Classe de risco especial (alto risco de
e fontes geradoras de calor. Durante o manuseio de produtos quí- causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente):
micos, é obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual, inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no país e
como óculos de proteção, máscara facial, luvas, jalecos e outros11 . que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importân-
cia para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na
Risco Biológico produção de alimentos.
Está associado ao manuseio ou contato com materiais biológi- A não classificação de agentes biológicos nas classes de risco
cos e/ou animais infectados com agentes biológicos que possuam 2, 3 e 4 não implica em sua inclusão automática na classe de risco
a capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, 1. Para isso, deverá ser conduzida uma avaliação de risco baseada
animais e meio ambiente. As vias de transmissão mais frequentes nas propriedades conhecidas e/ou potenciais desses agentes e de
em laboratório são: outros representantes do mesmo gênero ou família17
1) contato direto com a pele ou mucosas;
2) inoculação parenteral por agulha acoplada a seringas, por http://www.fmva.unesp.br/Home/pesquisa/comissaodebios-
outros materiais perfurocortantes ou por mordedura/hematofagia segurancaemlaboratorioseambulatorios/manual-biosseguranca-
de animais ou artrópodes; -fmva-definitivo-corrigido-em-agosto-de-2017.pdf
3) ingestão de agentes infecciosos presentes em suspensões
(pipetagem com a boca) ou por meio de contato com a mão/luva
contaminada;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

NORMA REGULAMENTADORA 32 - NR 32 d) a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente ex-


SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚ- postos;
DE e) o programa de vacinação.
32.2.3.2 Sempre que houver transferência permanente ou oca-
32.1 Do objetivo e campo de aplicação sional de um trabalhador para um outro posto de trabalho, que im-
32.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade plique em mudança de risco, esta deve ser comunicada de imediato
estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas ao médico coordenador ou responsável pelo PCMSO.
de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços 32.2.3.3 Com relação à possibilidade de exposição acidental
de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promo- aos agentes biológicos, deve constar do PCMSO:
ção e assistência à saúde em geral. a) os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, acom-
32.1.2 Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços panhamento e prevenção da soro conversão e das doenças;
de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência b) as medidas para descontaminação do local de trabalho;
à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, c) o tratamento médico de emergência para os trabalhadores;
assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de com- d) a identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas
plexidade. pertinentes;
32.2 Dos Riscos Biológicos e) a relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar
32.2.1 Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Bioló- assistência aos trabalhadores;
gico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. f) as formas de remoção para atendimento dos trabalhadores;
32.2.1.1 Consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos, g) a relação dos estabelecimentos de assistência à saúde de-
geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os para- positários de imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários,
sitas; as toxinas e os príons. materiais e insumos especiais.
32.2.1.2 A classificação dos agentes biológicos encontra-se 32.2.3.4 O PCMSO deve estar à disposição dos trabalhadores,
anexa a esta NR. bem como da inspeção do trabalho.
32.2.2 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA: 32.2.3.5 Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos bio-
32.2.2.1 O PPRA, além do previsto na NR-09, na fase de reco- lógicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida
nhecimento, deve conter: a Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT.
I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função 32.2.4 Das Medidas de Proteção
da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e 32.2.4.1 As medidas de proteção devem ser adotadas a partir
seus setores, considerando: do resultado da avaliação, previstas no PPRA, observando o dispos-
a) fontes de exposição e reservatórios; to no item 32.2.2.
b) vias de transmissão e de entrada; 32.2.4.1.1 Em caso de exposição acidental ou incidental, medi-
c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; das de proteção devem ser adotadas imediatamente, mesmo que
d) persistência do agente biológico no ambiente; não previstas no PPRA.
e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; 32.2.4.2 A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir
f) outras informações científicas. as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde - Di-
II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, consideran- retrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológi-
do: co, correspondentes aos respectivos microrganismos.
a) a finalidade e descrição do local de trabalho; 32.2.4.3 Todo local onde exista possibilidade de exposição ao
b) a organização e procedimentos de trabalho; agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos
c) a possibilidade de exposição; provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e
d) a descrição das atividades e funções de cada local de traba- lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual.
lho; 32.2.4.3.1 Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento
e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento. de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas devem con-
32.2.2.2 O PPRA deve ser reavaliado 01 (uma) vez ao ano e: ter lavatório em seu interior.
a) sempre que se produza uma mudança nas condições de tra- 32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o processo de lavagem
balho, que possa alterar a exposição aos agentes biológicos; das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso
b) quando a análise dos acidentes e incidentes assim o deter- das mesmas.
minar. 32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros
32.2.2.3 Os documentos que compõem o PPRA deverão estar superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica
disponíveis aos trabalhadores. obrigatória com emissão de documento de liberação para o traba-
32.2.3 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional lho.
- PCMSO 32.2.4.5 O empregador deve vedar:
32.2.3.1 O PCMSO, além do previsto na NR-07, e observando o a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos pre-
disposto no inciso I do item 32.2.2.1, deve contemplar: vistos;
a) o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos; b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de
b) a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do contato nos postos de trabalho;
item 32.2.2; c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
c) a relação contendo a identificação nominal dos trabalhado-
res, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este
risco a que estão expostos; fim;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e) o uso de calçados abertos. 32.2.4.11 Os trabalhadores devem comunicar imediatamente


32.2.4.6 Todos trabalhadores com possibilidade de exposição a todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes bio-
agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada lógicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao
e em condições de conforto. serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA.
32.2.4.6.1 A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o 32.2.4.12 O empregador deve informar, imediatamente, aos
empregado. trabalhadores e aos seus representantes qualquer acidente ou in-
32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local de traba- cidente grave que possa provocar a disseminação de um agente
lho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas biológico suscetível de causar doenças graves nos seres humanos,
utilizadas em suas atividades laborais. as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para
32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados corrigir a situação.
para fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usa- 32.2.4.13 Os colchões, colchonetes e demais almofadados de-
das. vem ser revestidos de material lavável e impermeável, permitindo
32.2.4.6.4 A higienização das vestimentas utilizadas nos cen- desinfecção e fácil higienização.
tros cirúrgicos e obstétricos, serviços de tratamento intensivo, uni- 32.2.4.13.1 O revestimento não pode apresentar furos, rasgos,
dades de pacientes com doenças infectocontagiosa e quando hou- sulcos ou reentrâncias.
ver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser 32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem objetos perfuro cor-
de responsabilidade do empregador. tantes devem ser os responsáveis pelo seu descarte.
32.2.4.7 Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descar- 32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de
táveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos agulhas.
postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato forne- 32.2.4.16 O empregador deve elaborar e implementar Plano de
cimento ou reposição. Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfuro cortantes,
32.2.4.8 O empregador deve: conforme as diretrizes estabelecidas no Anexo III desta Norma Re-
a) garantir a conservação e a higienização dos materiais e ins- gulamentadora.
trumentos de trabalho; 32.2.4.16 Deve ser assegurado o uso de materiais perfuro cor-
b) providenciar recipientes e meios de transporte adequados tantes com dispositivo de segurança, conforme cronograma a ser es-
para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos. tabelecido pela CTPN. (O cronograma será conformeart. 1º da Por-
32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos traba- taria MTE 939/2008)(Alteração dada pelaPortaria MTE 1.748/2011)
lhadores, antes do início das atividades e de forma continuada, de- 32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam ma-
vendo ser ministrada: teriais perfuro cortantes devem disponibilizar, para os trabalhado-
a) sempre que ocorra uma mudança das condições de exposi- res dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do
ção dos trabalhadores aos agentes biológicos; dispositivo de segurança.
b) durante a jornada de trabalho; 32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam ma-
c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos ine- teriais perfuro cortantes devem disponibilizar, para os trabalhado-
rentes aos agentes biológicos. res dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização
32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evolução do co- do dispositivo de segurança. (Redação dada pelaPortaria MTE
nhecimento e à identificação de novos riscos biológicos e deve in- 939/2008).(Alteração dada pelaPortaria MTE 1.748/2011)
cluir: 32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalha-
a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde; dores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no subitem
b) medidas de controle que minimizem a exposição aos agen- 32.2.4.16.1.”
tes; 32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalha-
c) normas e procedimentos de higiene; dores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no subitem
d) utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual 32.2.4.16.1. (Redação dada pelaPortaria MTE 939/2008).(Alteração
e vestimentas de trabalho; dada pelaPortaria MTE 1.748/2011)
e) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes; 32.2.4.17 Da Vacinação dos Trabalhadores
f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de 32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser
ocorrência de incidentes e acidentes. fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra té-
32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do tano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO.
trabalho a realização da capacitação através de documentos que 32.2.4.17.2 Sempre que houver vacinas eficazes contra outros
informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar,
o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente.
trabalhadores envolvidos. 32.2.4.17.3 O empregador deve fazer o controle da eficácia da
32.2.4.10 Em todo local onde exista a possibilidade de exposi- vacinação sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e
ção a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores seus órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço.
instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas 32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do
no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de Ministério da Saúde.
doenças relacionadas ao trabalho. 32.2.4.17.5 O empregador deve assegurar que os trabalhado-
32.2.4.10.1 As instruções devem ser entregues ao trabalhador, res sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim
mediante recibo, devendo este ficar à disposição da inspeção do como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vaci-
trabalho. nação, devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório
e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

32.2.4.17.6 A vacinação deve ser registrada no prontuário clíni- b) equipamentos que garantam a concentração dos produtos
co individual do trabalhador, previsto na NR-07. químicos no ar abaixo dos limites de tolerância estabelecidos nas
32.2.4.17.7 Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante NR- 09 e NR-15 e observando-se os níveis de ação previstos na NR-
das vacinas recebidas. 09;
32.3 Dos Riscos Químicos c) equipamentos que garantam a exaustão dos produtos quí-
32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embala- micos de forma a não potencializar a exposição de qualquer traba-
gem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saú- lhador, envolvido ou não, no processo de trabalho, não devendo ser
de. utilizado o equipamento tipo coifa;
32.3.2 Todo recipiente contendo produto químico manipulado d) chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e hi-
ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta gienizados semanalmente;
com o nome do produto, composição química, sua concentração, e) equipamentos de proteção individual, adequados aos riscos,
data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipu- à disposição dos trabalhadores;
lação ou fracionamento. f) sistema adequado de descarte.
32.3.3 É vedado o procedimento de reutilização das embala- 32.3.7.2 A manipulação ou fracionamento dos produtos quími-
gens de produtos químicos. cos deve ser feito por trabalhador qualificado.
32.3.4 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA 32.3.7.3 O transporte de produtos químicos deve ser realizado
32.3.4.1 No PPRA dos serviços de saúde deve constar inventá- considerando os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao
rio de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e resí- meio ambiente.
duos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à seguran- 32.3.7.4 Todos os estabelecimentos que realizam, ou que pre-
ça e saúde do trabalhador. tendem realizar, esterilização, reesterilização ou reprocessamento
32.3.4.1.1 Os produtos químicos, inclusive intermediários e re- por gás óxido de etileno, deverão atender o disposto na Portaria
síduos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador, Interministerial nº 482/MS/MTE de 16/04/1999.
devem ter uma ficha descritiva contendo, no mínimo, as seguintes 32.3.7.5 Nos locais onde se utilizam e armazenam produtos in-
informações: flamáveis, o sistema de prevenção de incêndio deve prever medidas
a) as características e as formas de utilização do produto; especiais de segurança e procedimentos de emergência.
b) os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio am- 32.3.7.6 As áreas de armazenamento de produtos químicos de-
biente, considerando as formas de utilização; vem ser ventiladas e sinalizadas.
c) as medidas de proteção coletiva, individual e controle médi- 32.3.7.6.1 Devem ser previstas áreas de armazenamento pró-
co da saúde dos trabalhadores; prias para produtos químicos incompatíveis.
d) condições e local de estocagem; 32.3.8 Dos Gases Medicinais
e) procedimentos em situações de emergência. 32.3.8.1 Na movimentação, transporte, armazenamento, ma-
32.3.4.1.2 Uma cópia da ficha deve ser mantida nos locais onde nuseio e utilização dos gases, bem como na manutenção dos equi-
o produto é utilizado. pamentos, devem ser observadas as recomendações do fabricante,
32.3.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional desde que compatíveis com as disposições da legislação vigente.
- PCMSO 32.3.8.1.1 As recomendações do fabricante, em português, de-
32.3.5.1 Na elaboração e implementação do PCMSO, devem vem ser mantidas no local de trabalho à disposição dos trabalhado-
ser consideradas as informações contidas nas fichas descritivas ci- res e da inspeção do trabalho.
tadas no subitem 32.3.4.1.1. 32.3.8.2 É vedado:
32.3.6 Cabe ao empregador: a) a utilização de equipamentos em que se constate vazamento
32.3.6.1 Capacitar, inicialmente e de forma continuada, os tra- de gás;
balhadores envolvidos para a utilização segura de produtos quími- b) submeter equipamentos a pressões superiores àquelas para
cos. as quais foram projetados;
32.3.6.1.1 A capacitação deve conter, no mínimo: c) a utilização de cilindros que não tenham a identificação do
a) a apresentação das fichas descritivas citadas no subitem gás e a válvula de segurança;
32.3.4.1.1, com explicação das informações nelas contidas; d) a movimentação dos cilindros sem a utilização dos equipa-
b) os procedimentos de segurança relativos à utilização; mentos de proteção individual adequados;
c) os procedimentos a serem adotados em caso de incidentes, e) a submissão dos cilindros a temperaturas extremas;
acidentes e em situações de emergência. f) a utilização do oxigênio e do ar comprimido para fins diversos
32.3.7 Das Medidas de Proteção aos que se destinam;
32.3.7.1 O empregador deve destinar local apropriado para a g) o contato de óleos, graxas, hidrocarbonetos ou materiais or-
manipulação ou fracionamento de produtos químicos que impli- gânicos similares com gases oxidantes;
quem riscos à segurança e saúde do trabalhador. h) a utilização de cilindros de oxigênio sem a válvula de reten-
32.3.7.1.1 É vedada a realização destes procedimentos em ção ou o dispositivo apropriado para impedir o fluxo reverso;
qualquer local que não o apropriado para este fim. i) a transferência de gases de um cilindro para outro, indepen-
32.3.7.1.2 Excetuam-se a preparação e associação de medica- dentemente da capacidade dos cilindros;
mentos para administração imediata aos pacientes. j) o transporte de cilindros soltos, em posição horizontal e sem
32.3.7.1.3 O local deve dispor, no mínimo, de: capacetes.
a) sinalização gráfica de fácil visualização para identificação do
ambiente, respeitando o disposto na NR-26;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

32.3.8.3 Os cilindros contendo gases inflamáveis, tais como hi- 32.3.9.4.3 Devem ser elaborados manuais de procedimentos
drogênio e acetileno, devem ser armazenados a uma distância mí- relativos a limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as
nima de oito metros daqueles contendo gases oxidantes, tais como áreas, incluindo superfícies, instalações, equipamentos, mobiliário,
oxigênio e óxido nitroso, ou através de barreiras vedadas e resisten- vestimentas, EPI e materiais.
tes ao fogo. 32.3.9.4.3.1 Os manuais devem estar disponíveis a todos os tra-
32.3.8.4 Para o sistema centralizado de gases medicinais de- balhadores e à fiscalização do trabalho.
vem ser fixadas placas, em local visível, com caracteres indeléveis e 32.3.9.4.4 Todos os profissionais diretamente envolvidos de-
legíveis, com as seguintes informações: vem lavar adequadamente as mãos, antes e após a retirada das
a) nominação das pessoas autorizadas a terem acesso ao local luvas.
e treinadas na operação e manutenção do sistema; 32.3.9.4.5 A sala de preparo deve ser dotada de Cabine de Se-
b) procedimentos a serem adotados em caso de emergência; gurança Biológica Classe II B2 e na sua instalação devem ser previs-
c) número de telefone para uso em caso de emergência; tos, no mínimo:
d) sinalização alusiva a perigo. a) suprimento de ar necessário ao seu funcionamento;
32.3.9 Dos Medicamentos e das Drogas de Risco b) local e posicionamento, de forma a evitar a formação de tur-
32.3.9.1 Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e bulência aérea.
drogas de risco aquelas que possam causar genotoxicidade, carci- 32.3.9.4.5.1 A cabine deve:
nogenicidade, teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva sobre a) estar em funcionamento no mínimo por 30 minutos antes
órgãos e sistemas. do início do trabalho de manipulação e permanecer ligada por 30
32.3.9.2 Deve constar no PPRA a descrição dos riscos inerentes minutos após a conclusão do trabalho;
às atividades de recebimento, armazenamento, preparo, distribui- b) ser submetida periodicamente a manutenções e trocas de
ção, administração dos medicamentos e das drogas de risco. filtros absolutos e pré-filtro de acordo com um programa escrito,
32.3.9.3 Dos Gases e Vapores Anestésicos que obedeça às especificações do fabricante, e que deve estar à
32.3.9.3.1 Todos os equipamentos utilizados para a adminis- disposição da inspeção do trabalho;
tração dos gases ou vapores anestésicos devem ser submetidos à c) possuir relatório das manutenções, que deve ser mantido a
manutenção corretiva e preventiva, dando-se especial atenção aos disposição da fiscalização do trabalho;
pontos de vazamentos para o ambiente de trabalho, buscando sua d) ter etiquetas afixadas em locais visíveis com as datas da últi-
eliminação. ma e da próxima manutenção;
32.3.9.3.2 A manutenção consiste, no mínimo, na verificação e) ser submetida a processo de limpeza, descontaminação e
dos cilindros de gases, conectores, conexões, mangueiras, balões, desinfecção, nas paredes laterais internas e superfície de trabalho,
traqueias, válvulas, aparelhos de anestesia e máscaras faciais para antes do início das atividades;
ventilação pulmonar. f) ter a sua superfície de trabalho submetida aos procedimen-
32.3.9.3.2.1 O programa e os relatórios de manutenção devem tos de limpeza ao final das atividades e no caso de ocorrência de
constar de documento próprio que deve ficar à disposição dos tra- acidentes com derramamentos e respingos.
balhadores diretamente envolvidos e da fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.6 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos,
32.3.9.3.3 Os locais onde são utilizados gases ou vapores anes- compete ao empregador:
tésicos devem ter sistemas de ventilação e exaustão, com o objetivo a) proibir fumar, comer ou beber, bem como portar adornos
de manter a concentração ambiental sob controle, conforme pre- ou maquiar-se;
visto na legislação vigente. b) afastar das atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes;
32.3.9.3.4 Toda trabalhadora gestante só será liberada para o c) proibir que os trabalhadores expostos realizem atividades
trabalho em áreas com possibilidade de exposição a gases ou vapo- com possibilidade de exposição aos agentes ionizantes;
res anestésicos após autorização por escrito do médico responsável d) fornecer aos trabalhadores avental confeccionado de mate-
pelo PCMSO, considerando as informações contidas no PPRA. rial impermeável, com frente resistente e fechado nas costas, man-
32.3.9.4 Dos Quimioterápicos Antineoplásicos 3 ga comprida e punho justo, quando do seu preparo e administração;
2.3.9.4.1 Os quimioterápicos antineoplásicos somente devem e) fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que
ser preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profis- minimizem a geração de aerossóis e a ocorrência de acidentes du-
sionais diretamente envolvidos. A área deve dispor no mínimo de: rante a manipulação e administração;
a) vestiário de barreira com dupla câmara; f) fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança para a
b) sala de preparo dos quimioterápicos; prevenção de acidentes durante o transporte.
c) local destinado para as atividades administrativas; 32.3.9.4.7 Além do cumprimento do disposto na legislação vi-
d) local de armazenamento exclusivo para estocagem. gente, os Equipamentos de Proteção Individual - EPI devem atender
32.3.9.4.2 O vestiário deve dispor de: as seguintes exigências:
a) pia e material para lavar e secar as mãos; a) ser avaliados diariamente quanto ao estado de conservação
b) lava olhos, o qual pode ser substituído por uma ducha tipo e segurança;
higiênica; b) estar armazenados em locais de fácil acesso e em quantida-
c) chuveiro de emergência; de suficiente para imediata substituição, segundo as exigências do
d) equipamentos de proteção individual e vestimentas para uso procedimento ou em caso de contaminação ou dano.
e reposição; 32.3.9.4.8 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é
e) armários para guarda de pertences; vedado:
f) recipientes para descarte de vestimentas usadas. a) iniciar qualquer atividade na falta de EPI;

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b) dar continuidade às atividades de manipulação quando b) ter conhecimento dos riscos radiológicos associados ao seu
ocorrer qualquer interrupção do funcionamento da cabine de se- trabalho;
gurança biológica. c) estar capacitado inicialmente e de forma continuada em pro-
32.3.9.4.9 Dos Procedimentos Operacionais em Caso de Ocor- teção radiológica;
rência de Acidentes Ambientais ou Pessoais. d) usar os EPI adequados para a minimização dos riscos;
32.3.9.4.9.1 Com relação aos quimioterápicos, entende-se por e) estar sob monitoração individual de dose de radiação ioni-
acidente: zante, nos casos em que a exposição seja ocupacional.
a) ambiental: contaminação do ambiente devido à saída do 32.4.4 Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser
medicamento do envase no qual esteja acondicionado, seja por afastada das atividades com radiações ionizantes, devendo ser re-
derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos; manejada para atividade compatível com seu nível de formação.
b) pessoal: contaminação gerada por contato ou inalação dos 32.4.5 Toda instalação radiativa deve dispor de monitoração
medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qual- individual e de áreas.
quer das etapas do processo. 32.4.5.1 Os dosímetros individuais devem ser obtidos, calibra-
32.3.9.4.9.2 As normas e os procedimentos, a serem adotados dos e avaliados exclusivamente em laboratórios de monitoração in-
em caso de ocorrência de acidentes ambientais ou pessoais, devem dividual acreditados pela CNEN.
constar em manual disponível e de fácil acesso aos trabalhadores e 32.4.5.2 A monitoração individual externa, de corpo inteiro ou
à fiscalização do trabalho. de extremidades, deve ser feita através de dosimetria com perio-
32.3.9.4.9.3 Nas áreas de preparação, armazenamento e admi- dicidade mensal e levando-se em conta a natureza e a intensidade
nistração e para o transporte deve ser mantido um “Kit” de derrama- das exposições normais e potenciais previstas.
mento identificado e disponível, que deve conter, no mínimo: luvas de 32.4.5.3 Na ocorrência ou suspeita de exposição acidental, os
procedimento, avental impermeável, compressas absorventes, prote- dosímetros devem ser encaminhados para leitura no prazo máximo
ção respiratória, proteção ocular, sabão, recipiente identificado para de 24 horas.
recolhimento de resíduos e descrição do procedimento. 32.4.5.4 Após ocorrência ou suspeita de exposição acidental a
32.3.10 Da Capacitação fontes seladas, devem ser adotados procedimentos adicionais de
32.3.10.1 Os trabalhadores envolvidos devem receber capaci- monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames
tação inicial e continuada que contenha, no mínimo: complementares, incluindo a dosimetria cito genética, a critério
a) as principais vias de exposição ocupacional; médico.
b) os efeitos terapêuticos e adversos destes medicamentos e o 32.4.5.5 Após ocorrência ou suspeita de acidentes com fontes
possível risco à saúde, a longo e curto prazo; não seladas, sujeitas a exposição externa ou com contaminação
c) as normas e os procedimentos padronizados relativos ao ma- interna, devem ser adotados procedimentos adicionais de monito-
nuseio, preparo, transporte, administração, distribuição e descarte ração individual, avaliação clínica e a realização de exames comple-
dos quimioterápicos antineoplásicos; mentares, incluindo a dosimetria cito genética, a análise in vivo e in
d) as normas e os procedimentos a serem adotadas no caso de vitro, a critério médico.
ocorrência de acidentes. 32.4.5.6 Deve ser elaborado e implementado um programa de
32.3.10.1.1 A capacitação deve ser ministrada por profissionais monitoração periódica de áreas, constante do Plano de Proteção
de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos quimioterápi- Radiológica, para todas as áreas da instalação radiativa.
cos antineoplásicos. 32.4.6 Cabe ao empregador:
32.4 Das Radiações Ionizantes(voltar) a) implementar medidas de proteção coletiva relacionadas aos
32.4.1 O atendimento das exigências desta NR, com relação às riscos radiológicos;
radiações ionizantes, não desobriga o empregador de observar as b) manter profissional habilitado, responsável pela proteção
disposições estabelecidas pelas normas específicas da Comissão radiológica em cada área específica, com vinculação formal com o
Nacional de Energia Nuclear - CNEN e da Agência Nacional de Vigi- estabelecimento;
lância Sanitária - ANVISA, do Ministério da Saúde. c) promover capacitação em proteção radiológica, inicialmente
32.4.2 É obrigatório manter no local de trabalho e à disposi- e de forma continuada, para os trabalhadores ocupacionalmente e
ção da inspeção do trabalho o Plano de Proteção Radiológica - PPR, para-ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes;
aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico aprova- d) manter no registro individual do trabalhador as capacitações
do pela Vigilância Sanitária. ministradas;
32.4.2.1 O Plano de Proteção Radiológica deve: e) fornecer ao trabalhador, por escrito e mediante recibo, ins-
a) estar dentro do prazo de vigência; truções relativas aos riscos radiológicos e procedimentos de prote-
b) identificar o profissional responsável e seu substituto even- ção radiológica adotados na instalação radiativa;
tual como membros efetivos da equipe de trabalho do serviço; f) dar ciência dos resultados das doses referentes às exposições
c) fazer parte do PPRA do estabelecimento; de rotina, acidentais e de emergências, por escrito e mediante re-
d) ser considerado na elaboração e implementação do PCMSO; cibo, a cada trabalhador e ao médico coordenador do PCMSO ou
e) ser apresentado na CIPA, quando existente na empresa, sen- médico encarregado dos exames médicos previstos na NR- 07.
do sua cópia anexada às atas desta comissão. 32.4.7 Cada trabalhador da instalação radiativa deve ter um
32.4.3 O trabalhador que realize atividades em áreas onde exis- registro individual atualizado, o qual deve ser conservado por 30
tam fontes de radiações ionizantes deve: (trinta) anos após o término de sua ocupação, contendo as seguin-
a) permanecer nestas áreas o menor tempo possível para a rea- tes informações:
lização do procedimento; a) identificação (Nome, DN, Registro, CPF), endereço e nível de
instrução;
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b) datas de admissão e de saída do emprego; f) procedimentos a serem obedecidos em situações de aciden-


c) nome e endereço do responsável pela proteção radiológica tes ou de emergência;
de cada período trabalhado; g) sistemas de alarme.
d) funções associadas às fontes de radiação com as respectivas 32.4.13 Do Serviço de Medicina Nuclear
áreas de trabalho, os riscos radiológicos a que está ou esteve expos- 32.4.13.1 As áreas supervisionadas e controladas de Serviço
to, data de início e término da atividade com radiação, horários e de Medicina Nuclear devem ter pisos e paredes impermeáveis que
períodos de ocupação; permitam sua descontaminação.
e) tipos de dosímetros individuais utilizados; 32.4.13.2 A sala de manipulação e armazenamento de fontes
f) registro de doses mensais e anuais (doze meses consecuti- radioativas em uso deve:
vos) recebidas e relatórios de investigação de doses; a) ser revestida com material impermeável que possibilite sua
g) capacitações realizadas; descontaminação, devendo os pisos e paredes ser providos de can-
h) estimativas de incorporações; tos arredondados;
i) relatórios sobre exposições de emergência e de acidente; b) possuir bancadas constituídas de material liso, de fácil des-
j) exposições ocupacionais anteriores a fonte de radiação. contaminação, recobertas com plástico e papel absorvente;
32.4.7.1 O registro individual dos trabalhadores deve ser man- c) dispor de pia com cuba de, no mínimo, 40 cm de profun-
tido no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho. didade, e acionamento para abertura das torneiras sem controle
32.4.8 O prontuário clínico individual previsto pela NR-07 deve manual.
ser mantido atualizado e ser conservado por 30 (trinta) anos após o 32.4.13.2.1 É obrigatória a instalação de sistemas exclusivos de
término de sua ocupação. exaustão:
32.4.9 Toda instalação radiativa deve possuir um serviço de a) local, para manipulação de fontes não seladas voláteis;
proteção radiológica. b) de área, para os serviços que realizem estudos de ventilação
32.4.9.1 O serviço de proteção radiológica deve estar localiza- pulmonar.
do no mesmo ambiente da instalação radiativa e serem garantidas 32.4.13.2.2 Nos locais onde são manipulados e armazenados
as condições de trabalho compatíveis com as atividades desenvolvi- materiais radioativos ou rejeitos, não é permitido:
das, observando as normas da CNEN e da ANVISA. a) aplicar cosméticos, alimentar-se, beber, fumar e repousar;
32.4.9.2 O serviço de proteção radiológica deve possuir, de b) guardar alimentos, bebidas e bens pessoais.
acordo com o especificado no PPR, equipamentos para: 32.4.13.3 Os trabalhadores envolvidos na manipulação de ma-
a) monitoração individual dos trabalhadores e de área; teriais radioativos e marcação de fármacos devem usar os equipa-
b) proteção individual; mentos de proteção recomendados no PPRA e PPR.
c) medições ambientais de radiações ionizantes específicas 32.4.13.4 Ao término da jornada de trabalho, deve ser realiza-
para práticas de trabalho. da a monitoração das superfícies de acordo com o PPR, utilizando-
32.4.9.3 O serviço de proteção radiológica deve estar direta- se monitor de contaminação.
mente subordinado ao Titular da instalação radiativa. 32.4.13.5 Sempre que for interrompida a atividade de trabalho,
32.4.9.4 Quando o estabelecimento possuir mais de um ser- deve ser feita a monitoração das extremidades e de corpo inteiro
viço, deve ser indicado um responsável técnico para promover a dos trabalhadores que manipulam radiofármacos.
integração das atividades de proteção radiológica destes serviços. 32.4.13.6 O local destinado ao decaimento de rejeitos radioa-
32.4.10 O médico coordenador do PCMSO ou o encarregado tivos deve:
pelos exames médicos, previstos na NR-07, deve estar familiarizado a) ser localizado em área de acesso controlado;
com os efeitos e a terapêutica associados à exposição decorrente b) ser sinalizado;
das atividades de rotina ou de acidentes com radiações ionizantes. c) possuir blindagem adequada;
d) ser constituído de compartimentos que possibilitem a segre-
32.4.11 As áreas da instalação radiativa devem ser classificadas gação dos rejeitos por grupo de radionuclídeos com meia-vida física
e ter controle de acesso definido pelo responsável pela proteção próxima e por estado físico.
radiológica. 32.4.13.7 O quarto destinado à internação de paciente, para
32.4.12 As áreas da instalação radiativa devem estar devida- administração de radiofármacos, deve possuir:
mente sinalizadas em conformidade com a legislação em vigor, em a) blindagem;
especial quanto aos seguintes aspectos: b) paredes e pisos com cantos arredondados, revestidos de ma-
a) utilização do símbolo internacional de presença de radiação teriais impermeáveis, que permitam sua descontaminação;
nos acessos controlados; c) sanitário privativo;
b) as fontes presentes nestas áreas e seus rejeitos devem ter d) biombo blindado junto ao leito;
as suas embalagens, recipientes ou blindagens identificadas em re- e) sinalização externa da presença de radiação ionizante;
lação ao tipo de elemento radioativo, atividade e tipo de emissão; f) acesso controlado.
c) valores das taxas de dose e datas de medição em pontos de 32.4.14 Dos Serviços de Radioterapia 32.4.14.1 Os Serviços de
referência significativos, próximos às fontes de radiação, nos locais Radioterapia devem adotar, no mínimo, os seguintes dispositivos
de permanência e de trânsito dos trabalhadores, em conformidade de segurança:
com o disposto no PPR; a) salas de tratamento possuindo portas com sistema de inter-
d) identificação de vias de circulação, entrada e saída para con- travamento, que previnam o acesso indevido de pessoas durante a
dições normais de trabalho e para situações de emergência; operação do equipamento;
e) localização dos equipamentos de segurança;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) indicadores luminosos de equipamento em operação, loca- 32.4.15.7 Deverão permanecer no local do procedimento ra-
lizados na sala de tratamento e em seu acesso externo, em posição diológico somente o paciente e a equipe necessária.
visível. 32.4.15.8 Os equipamentos de fluoroscopia devem possuir:
32.4.14.2 Da Braquiterapia a) sistema de intensificação de imagem com monitor de vídeo
32.4.14.2.1 Na sala de preparo e armazenamento de fontes é acoplado;
vedada a prática de qualquer atividade não relacionada com a pre- b) cortina ou saiote plumbífero inferior e lateral para proteção
paração das fontes seladas. do operador contra radiação espalhada;
32.4.14.2.2 Os recipientes utilizados para o transporte de fon- c) sistema para garantir que o feixe de radiação seja completa-
tes devem estar identificados com o símbolo de presença de radia- mente restrito à área do receptor de imagem;
ção e a atividade do radionuclídeo a ser deslocado. d) sistema de alarme indicador de um determinado nível de
32.4.14.2.3 No deslocamento de fontes para utilização em bra- dose ou exposição.
quiterapia deve ser observado o princípio da otimização, de modo a 32.4.15.8.1 Caso o equipamento de fluoroscopia não possua o
expor o menor número possível de pessoas. sistema de alarme citado, o mesmo deve ser instalado no ambiente.
32.4.14.2.4 Na capacitação dos trabalhadores para manipula- 32.4.16 Dos Serviços de Radiodiagnóstico Odontológico 3
ção de fontes seladas utilizadas em braquiterapia devem ser empre- 2.4.16.1 Na radiologia intra-oral:
gados simuladores de fontes. a) todos os trabalhadores devem manter-se afastados do cabe-
32.4.14.2.5 O preparo manual de fontes utilizadas em braqui- çote e do paciente a uma distância mínima de 2 metros;
terapia de baixa taxa de dose deve ser realizado em sala específica b) nenhum trabalhador deve segurar o filme durante a expo-
com acesso controlado, somente sendo permitida a presença de sição;
pessoas diretamente envolvidas com esta atividade. c) caso seja necessária a presença de trabalhador para assistir
32.4.14.2.6 O manuseio de fontes de baixa taxa de dose deve ao paciente, esse deve utilizar os EPIs.
ser realizado exclusivamente com a utilização de instrumentos e 32.4.16.2 Para os procedimentos com equipamentos de radio-
com a proteção de anteparo plumbífero. grafia extraoral deverão ser seguidos os mesmos requisitos do ra-
32.4.14.2.7 Após cada aplicação, as vestimentas de pacientes diodiagnóstico médico.
e as roupas de cama devem ser monitoradas para verificação da 32.5 Dos Resíduos
presença de fontes seladas. 32.5.1 Cabe ao empregador capacitar, inicialmente e de forma
32.4.15 Dos serviços de radiodiagnóstico médico continuada, os trabalhadores nos seguintes assuntos:
32.4.15.1 É obrigatório manter no local de trabalho e à dispo- a) segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos;
sição da inspeção do trabalho o Alvará de Funcionamento vigente b) definições, classificação e potencial de risco dos resíduos;
concedido pela autoridade sanitária local e o Programa de Garantia c) sistema de gerenciamento adotado internamente no esta-
da Qualidade. belecimento;
32.4.15.2 A cabine de comando deve ser posicionada de forma d) formas de reduzir a geração de resíduos;
a: e) conhecimento das responsabilidades e de tarefas;
a) permitir ao operador, na posição de disparo, eficaz comuni- f) reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de
cação e observação visual do paciente; resíduos;
b) permitir que o operador visualize a entrada de qualquer pes- g) conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;
soa durante o procedimento radiológico. h) orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção
32.4.15.3 A sala de raios X deve dispor de: Individual - EPIs.
a) sinalização visível na face exterior das portas de acesso, con- 32.5.2 Os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos
tendo o símbolo internacional de radiação ionizante, acompanhado resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser:
das inscrições: “raios X, entrada restrita” ou “raios X, entrada proi- a) preenchidos até 2/3 de sua capacidade;
bida a pessoas não autorizadas”. b) fechados de tal forma que não se permita o seu derrama-
b) sinalização luminosa vermelha acima da face externa da por- mento, mesmo que virados com a abertura para baixo;
ta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertência: c) retirados imediatamente do local de geração após o preen-
“Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada é proibida”. A chimento e fechamento;
sinalização luminosa deve ser acionada durante os procedimentos d) mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do
radiológicos. resíduo.
32.4.15.3.1 As portas de acesso das salas com equipamentos 32.5.3 A segregação dos resíduos deve ser realizada no local
de raios X fixos devem ser mantidas fechadas durante as exposi- onde são gerados, devendo ser observado que:
ções. a) sejam utilizados recipientes que atendam as normas da
32.4.15.3.2 Não é permitida a instalação de mais de um equi- ABNT, em número suficiente para o armazenamento;
pamento de raios X por sala. b) os recipientes estejam localizados próximos da fonte gera-
32.4.15.4 A câmara escura deve dispor de: dora;
a) sistema de exaustão de ar localizado; c) os recipientes sejam constituídos de material lavável, resis-
b) pia com torneira. tente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sis-
32.4.15.5 Todo equipamento de radiodiagnóstico médico deve tema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e
possuir diafragma e colimador em condições de funcionamento que sejam resistentes ao tombamento;
para tomada radiográfica. d) os recipientes sejam identificados e sinalizados segundo as
32.4.15.6 Os equipamentos móveis devem ter um cabo dispa- normas da ABNT.
rador com um comprimento mínimo de 2 metros.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

32.5.3.1 Os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de par- f) fornecimento de água potável;
to não necessitam de tampa para vedação.
32.5.3.2 Para os recipientes destinados a coleta de material g) possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento
perfuro cortante, o limite máximo de enchimento deve estar locali- de refeições.
zado 5 cm abaixo do bocal. 32.6.3 Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos
32.5.3.2.1 O recipiente para acondicionamento dos perfuro de papel toalha, sabonete líquido e lixeira com tampa, de aciona-
cortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que mento por pedal.
permita a visualização da abertura para descarte. 32.7 Das Lavanderias
32.5.4 O transporte manual do recipiente de segregação deve 32.7.1 A lavanderia deve possuir duas áreas distintas, sendo
ser realizado de forma que não exista o contato do mesmo com uma considerada suja e outra limpa, devendo ocorrer na primeira
outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. o recebimento, classificação, pesagem e lavagem de roupas, e na
32.5.5 Sempre que o transporte do recipiente de segregação segunda a manipulação das roupas lavadas.
possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem 32.7.2 Independente do porte da lavanderia, as máquinas de
ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a preservar a lavar devem ser de porta dupla ou de barreira, em que a roupa utili-
sua saúde e integridade física. zada é inserida pela porta situada na área suja, por um operador e,
32.5.6 A sala de armazenamento temporário dos recipientes de após lavada, retirada na área limpa, por outro operador.
transporte deve atender, no mínimo, às seguintes características: 32.7.2.1 A comunicação entre as duas áreas somente é permi-
I -ser dotada de: tida por meio de visores ou intercomunicadores.
pisos e paredes laváveis; 32.7.3 A calandra deve ter:
b) ralo sifonado; a) termômetro para cada câmara de aquecimento, indicando a
c) ponto de água; temperatura das calhas ou do cilindro aquecido;
d) ponto de luz; b) termostato;
e) ventilação adequada; c) dispositivo de proteção que impeça a inserção de segmentos
f) abertura dimensionada de forma a permitir a entrada dos corporais dos trabalhadores junto aos cilindros ou partes móveis
recipientes de transporte. da máquina.
II - ser mantida limpa e com controle de vetores; 32.7.4 As máquinas de lavar, centrífugas e secadoras devem ser
III - conter somente os recipientes de coleta, armazenamento dotadas de dispositivos eletromecânicos que interrompam seu fun-
ou transporte; cionamento quando da abertura de seus compartimentos.
IV - ser utilizada apenas para os fins a que se destina; 32.8 Da Limpeza e Conservação
V -estar devidamente sinalizada e identificada. 32.8.1 Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de
32.5.7 O transporte dos resíduos para a área de armazenamen- saúde devem ser capacitados, inicialmente e de forma continuada,
to externo deve atender aos seguintes requisitos: quanto aos princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco quí-
a) ser feito através de carros constituídos de material rígido, la- mico, sinalização, rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situa-
vável, impermeável, provido de tampo articulado ao próprio corpo ções de emergência.
do equipamento e cantos arredondados; 32.8.1.1 A comprovação da capacitação deve ser mantida no
b) ser realizado em sentido único com roteiro definido em ho- local de trabalho, à disposição da inspeção do trabalho.
rários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e 32.8.2 Para as atividades de limpeza e conservação, cabe ao
medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas. empregador, no mínimo:
32.5.7.1 Os recipientes de transporte com mais de 400 litros de a) providenciar carro funcional destinado à guarda e transporte
capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. dos materiais e produtos indispensáveis à realização das atividades;
32.5.8 Em todos os serviços de saúde deve existir local apro- b) providenciar materiais e utensílios de limpeza que preser-
priado para o armazenamento externo dos resíduos, até que sejam vem a integridade física do trabalhador;
recolhidos pelo sistema de coleta externa. c) proibir a varrição seca nas áreas internas;
32.5.8.1 O local, além de atender às características descritas no d) proibir o uso de adornos.
item 32.5.6, deve ser dimensionado de forma a permitir a separa- 32.8.3 As empresas de limpeza e conservação que atuam nos
ção dos recipientes conforme o tipo de resíduo. serviços de saúde devem cumprir, no mínimo, o disposto nos itens
32.5.9 Os rejeitos radioativos devem ser tratados conforme dis- 32.8.1 e 32.8.2.
posto na Resolução CNEN NE-6.05. 32.9 Da Manutenção de Máquinas e Equipamentos
32.6 Das Condições de Conforto por Ocasião das Refeições 32.9.1 Os trabalhadores que realizam a manutenção, além do
32.6.1 Os refeitórios dos serviços de saúde devem atender ao treinamento específico para sua atividade, devem também ser sub-
disposto na NR-24. metidos a capacitação inicial e de forma continuada, com o objetivo
32.6.2 Os estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem de mantê-los familiarizados com os princípios de:
ser dotados de locais para refeição, que atendam aos seguintes re- a) higiene pessoal;
quisitos mínimos: b) riscos biológico (precauções universais), físico e químico;
a) localização fora da área do posto de trabalho; c) sinalização;
b) piso lavável; d) rotulagem preventiva;
c) limpeza, arejamento e boa iluminação; e) tipos de EPC e EPI, acessibilidade e seu uso correto.
d) mesas e assentos dimensionados de acordo com o número 32.9.1.1 As empresas que prestam assistência técnica e manu-
de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição; tenção nos serviços de saúde devem cumprir o disposto no item
e) lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local; 32.9.1.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

32.9.2 Todo equipamento deve ser submetido à prévia descon- 32.10.6 Em todo serviço de saúde deve existir um programa
taminação para realização de manutenção. de controle de animais sinantrópicos, o qual deve ser comprovado
32.9.2.1 Na manutenção dos equipamentos, quando a descon- sempre que exigido pela inspeção do trabalho.
tinuidade de uso acarrete risco à vida do paciente, devem ser ado- 32.10.7 As cozinhas devem ser dotadas de sistemas de exaus-
tados procedimentos de segurança visando a preservação da saúde tão e outros equipamentos que reduzam a dispersão de gorduras e
do trabalhador. vapores, conforme estabelecido na NBR 14518.
32.9.3 As máquinas, equipamentos e ferramentas, inclusive 32.10.8 Os postos de trabalho devem ser organizados de forma
aquelas utilizadas pelas equipes de manutenção, devem ser sub- a evitar deslocamentos e esforços adicionais.
metidos à inspeção prévia e às manutenções preventivas de acordo 32.10.9 Em todos os postos de trabalho devem ser previstos
com as instruções dos fabricantes, com a norma técnica oficial e dispositivos seguros e com estabilidade, que permitam aos traba-
legislação vigentes. lhadores acessar locais altos sem esforço adicional.
32.9.3.1 A inspeção e a manutenção devem ser registradas e
estar disponíveis aos trabalhadores envolvidos e à fiscalização do 32.10.10 Nos procedimentos de movimentação e transporte de
trabalho. pacientes deve ser privilegiado o uso de dispositivos que minimi-
32.9.3.2 As empresas que prestam assistência técnica e manu- zem o esforço realizado pelos trabalhadores.
tenção nos serviços de saúde devem cumprir o disposto no item 32.10.11 O transporte de materiais que possa comprometer a
32.9.3. segurança e a saúde do trabalhador deve ser efetuado com auxílio
32.9.3.3 O empregador deve estabelecer um cronograma de de meios mecânicos ou eletromecânicos.
manutenção preventiva do sistema de abastecimento de gases e 32.10.12 Os trabalhadores dos serviços de saúde devem ser:
das capelas, devendo manter um registro individual da mesma, as- a) capacitados para adotar mecânica corporal correta, na movi-
sinado pelo profissional que a realizou. mentação de pacientes ou de materiais, de forma a preservar a sua
32.9.4 Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para saúde e integridade física;
transporte devem ser submetidos periodicamente à manutenção, b) orientados nas medidas a serem tomadas diante de pacien-
de forma a conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de tes com distúrbios de comportamento.
funcionamento. 32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que
32.9.5 Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submeti- provoquem odores fétidos deve ser provido de sistema de exaustão
dos à manutenção preventiva, assegurando a lubrificação perma- ou outro dispositivo que os minimizem.
nente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os 32.10.14 É vedado aos trabalhadores pipetar com a boca.
trabalhadores. 32.10.15 Todos os lavatórios e pias devem:
32.9.6 Os sistemas de climatização devem ser submetidos a a) possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das
procedimentos de manutenção preventiva e corretiva para preser- mãos quando do fechamento da água;
vação da integridade e eficiência de todos os seus componentes. b) ser providos de sabão líquido e toalhas descartáveis para se-
32.9.6.1 O atendimento do disposto no item 32.9.6 não deso- cagem das mãos.
briga o cumprimento da Portaria GM/MS nº 3.523 de 28/08/98 e 32.10.16 As edificações dos serviços de saúde devem atender
demais dispositivos legais pertinentes. ao disposto na RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002 da ANVISA.
32.10 Das Disposições Gerais 32.11 Das Disposições Finais
32.10.1 Os serviços de saúde devem: 32.11.1 A observância das disposições regulamentares cons-
a) atender as condições de conforto relativas aos níveis de ruí- tantes dessa Norma Regulamentadora - NR, não desobriga as em-
do previstas na NB 95 da ABNT; presas do cumprimento de outras disposições que, com relação à
b) atender as condições de iluminação conforme NB 57 da matéria, sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários
ABNT; dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de
c) atender as condições de conforto térmico previstas na RDC convenções e acordos coletivos de trabalho, ou constantes nas de-
50/02 da ANVISA; mais NR e legislação federal pertinente à matéria.
d) manter os ambientes de trabalho em condições de limpeza 32.11.2 Todos os atos normativos mencionados nesta NR,
e conservação. quando substituídos ou atualizados por novos atos, terão a refe-
32.10.2 No processo de elaboração e implementação do PPRA rência automaticamente atualizada em relação ao ato de origem.
e do PCMSO devem ser consideradas as atividades desenvolvidas 32.11.3 Ficam criadas a Comissão Tripartite Permanente Nacio-
pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH do estabe- nal da NR-32, denominada CTPN da NR-32, e as Comissões Tripar-
lecimento ou comissão equivalente. tites Permanentes Regionais da NR-32, no âmbito das Unidades da
32.10.3 Antes da utilização de qualquer equipamento, os ope- Federação, denominadas CTPR da NR-32.
radores devem ser capacitados quanto ao modo de operação e seus 32.11.3.1 As dúvidas e dificuldades encontradas durante a im-
riscos. plantação e o desenvolvimento continuado desta NR deverão ser
32.10.4 Os manuais do fabricante de todos os equipamentos e encaminhadas à CTPN.
máquinas, impressos em língua portuguesa, devem estar disponí- 32.11.4 A responsabilidade é solidária entre contratantes e
veis aos trabalhadores envolvidos. contratados quanto ao cumprimento desta NR.
32.10.5 É vedada a utilização de material médico-hospitalar em
desacordo com as recomendações de uso e especificações técnicas
descritas em seu manual ou em sua embalagem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com isso, a ciência e a tecnologia colocaram à nossa disposição


PREVENÇÃO E CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO uma série de medidas e equipamentos para prevenir os acidentes
e as doenças decorrentes do trabalho. Esses equipamentos ficaram
conhecidos como EPI e EPC.
Acidente é um evento inesperado e quase sempre indesejável, O EPI é definido pela legislação como todo meio ou dispositivo
que ocorre de modo não intencional e causa danos pessoais, mate- de uso pessoal destinado a proteger a integridade física do traba-
riais (danos ao patrimônio) e financeiros. lhador durante a atividade de trabalho, tendo como função neu-
Em se tratando de acidentes ocorridos no trabalho, conforme tralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do
dispõe o art. 19 da Lei no 8.8.213/1991, podem ser definidos como trabalhador que o usa.
aqueles que ocorrem pelo exercício do trabalho a serviço da empre- Esses equipamentos evitam lesões ou minimizam sua gravida-
sa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso de, em casos de acidente ou exposição a riscos, também protegem
VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou agres-
funcional que cause a morte ou a perda ou ainda a redução, perma- sivas, que causam doenças ocupacionais.
nente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Alguns tipos de EPI utilizados em trabalhos de usos gerais po-
Anualmente, as altas taxas de acidentes e doenças registradas dem ser definidos como:
pelas estatísticas oficiais expõem os elevados custos e prejuízos hu- • Protetores faciais;
manos, sociais e econômicos que oneram muito os cofres públicos, • Capacetes;
isto considerando apenas os dados do trabalho formal. O somatório • Óculos de segurança;
das perdas decorrentes destes tipos de acidentes, muitas vezes ir- • Botas;
reparáveis, é avaliado e determinado mediante a consideração dos • Luvas, entre outros.
danos causados à integridade mental do trabalhador, os prejuízos
da empresa e os demais custos para a sociedade. Esses e outros equipamentos também podem ser utilizados na
Desse modo, o elevado número de acidentes de trabalho, as área da saúde, são eles:
doenças profissionais e a falta de consciência levam a concluir que • Aventais;
ainda existe um longo caminho a percorrer até que as pessoas sin- • Máscaras faciais ou protetores faciais;
tam bem-estar na sua atividade profissional. • Luvas de proteção ao frio ou ao calor;
A partir daí, verificou-se a necessidade de se utilizar formas de • Macacão e traje de pressão positiva;
prevenção de acidentes, para uma melhor conscientização e for- • Toucas ou gorros etc.
mação de trabalhadores em seu local de trabalho, acrescentando Além dos EPIs, existem os equipamentos de proteção coletiva
a isso a aplicação de medidas de segurança coletivas e individuais ou EPCs, que são utilizados para proteção enquanto um grupo de
inerentes à atividade desenvolvida, pois os custos dos acidentes de pessoas realiza determinada tarefa ou atividade.
trabalho são consideravelmente elevados, tanto para os trabalha- Esses equipamentos não são necessariamente para proteção
dores, quanto para os empregados, ou seja, a melhor alternativa de um coletivo. Uma máscara de solda ou um cinto de segurança
a ser tomada em relação a esse assunto é por meio da prevenção. para alturas, muitas vezes são apenas de uso coletivo.
Quais são os tipos de EPCs utilizados? Bom, alguns exemplos
1.1 Identificação de EPI e EPC de uso geral e da área da saúde podem ser citados:
• Redes de proteção;
Vamos conhecer um pouco da história dos EPIs? • Sinalizadores de segurança;
Desde os primórdios do tempo, o homem busca a proteção in- • Extintores de incêndio;
dividual por meio dos seus instintos. Os primeiros equipamentos de • Lava-olhos;
proteção individual (EPIs) foram registrados na época das cavernas, • Chuveiros de segurança;
em que o homem primata vestia-se com pele de animais a fim de se • Exaustores;
proteger das intempéries do clima e empunhava suas clavas contra • Kit de primeiros socorros.
animais da região hostil que habitava.
Já na idade média, houve uma evolução significativa, no que se Os EPCs auxiliam na segurança do trabalhador nos serviços de
refere aos cavaleiros medievais, eles começaram a se proteger das saúde e laboratórios, na proteção ambiental e também na proteção
lanças de ataque dos inimigos por detrás das armaduras. do produto ou pesquisa desenvolvida. A escolha correta, o uso e a
Por sua vez, os povos indígenas utilizavam roupas de couro de manutenção do equipamento de segurança permitem ao trabalha-
animais e penas de aves e ainda empregavam arco e flechas nos dor da área de saúde a contenção apropriada contra os inúmeros
combates e nas caçadas. riscos aos quais estão envolvidos no seu dia a dia.
Houve a Revolução Industrial, a Primeira e Segunda grandes Como exemplo, podemos citar alguns EPCs utilizados na área
Guerras Mundiais. A humanidade foi então evoluindo e com isso as da saúde, são eles:
atividades artesanais deram espaço às mineradoras, metalúrgicas • Autoclaves;
e fundições. A partir daí, os EPIs foram melhorando cada vez mais. • Forno Pasteur;
A cada dia, são descobertos novos materiais, novos parâme- • Chuveiro de emergência;
tros, tecnologias que contribuem para a sua evolução e buscam • Lava-olhos;
proteger a vida, o bem mais valioso que se pode ter. • Microincineradores;
• Caixas ou contêineres de aço;
• Caixa descartável para perfurocortante;
• Agitadores e misturadores;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Centrífuga; E cabe ao empregado se preocupar com sua saúde e integrida-


• Sinalização laboratorial, entre outros. de física, para proteger sua principal fonte de renda, que é a capa-
cidade de trabalho, além de contribuir para a utilização adequada
Conhecendo um pouco mais sobre o uso e as necessidades dos EPIs e manutenção de um ambiente de trabalho adequado às
do EPI funções e aos riscos inerentes a elas.
O uso do EPI está especificado na NR-6, aprovada pela Lei no O que será que pode acontecer com o funcionário caso ele não
6.514, de 22 de dezembro de 1977, da Portaria n° 3.214, de 8 de ju- cumpra as suas obrigações quanto ao uso do EPI?
nho de 1978, que apresenta as condições de funcionamento de um
EPI como instrumento neutralizador da insalubridade, levando em Que lei ou norma atribui essas condições?
conta o fator da adequabilidade ao risco, garantindo uma escolha O funcionário está sujeito a sanções trabalhistas e pode até ser
com critérios, os quais devem ser especificados por um profissional demitido por justa causa. Conforme o item 1.8.b. da NR-1, constitui
competente (engenheiro, técnico em saúde e segurança do traba- ato faltoso pelo empregado a recusa injustificada do uso do EPI.
lho e outros). Mas o que acontece com o empregador se agir com negligência
ou não fornecer o EPI?
Quando usar EPI? Além de ser multado pelo Ministério do Trabalho, pode res-
• Quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente ponder na área criminal ou cível. Mas onde se deve usar a proteção
inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de do EPI?
acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais; O EPI é usado em conformidade com a parte do corpo que ne-
• Quando há a necessidade de complementar a proteção co- cessita ser protegida. Pode ser usada para resguardar a cabeça, o
letiva; tronco, os membros superiores, inferiores, a pele e o aparelho res-
• Na existência de trabalhos eventuais ou emergenciais; piratório do indivíduo
• Em exposição de curto período. Alguns empregadores, hoje em dia, tem uma má concepção de
que o uso dos EPIs é caro. Estudos comprovam de que os gastos
Esses equipamentos são fornecidos pelo empregador ao em- com esses equipamentos representam, em média, menos de 0,05%
pregado que, pela função exercida na empresa, necessita para se dos investimentos necessários para cumprir o seu planejamento,
proteger. Sendo que, mediante as duas primeiras circunstâncias ci- sendo que em alguns casos, o custo cai para menos de 0,01.
tadas anteriormente, a empresa é obrigada a fornecer aos empre- Por sua vez, o não cumprimento da legislação, quanto ao uso
gados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco e em perfeito estado dos EPIs, pode acarretar multas e ações trabalhistas, o que acaba se
de conservação e funcionamento. tornando bem mais custoso para o empregador, além das perdas de
produção com os afastamentos.
Como escolher EPIs? Cabe lembrar que esses equipamentos devem ser fornecidos
A escolha dos EPIs deve ser feita por pessoal especializado, que de acordo com as necessidades individuais.
conhece o equipamento e o trabalho que será executado. Além de Segundo a NR-6 (Norma Regulamentadora, 1998, p. 78-80), os
estar ciente do tipo de risco em que o trabalhador estará disposto, EPIs podem ser classificados em diferentes grupos:
a parte do corpo atingida, as características e qualidades técnicas I – Proteção para a cabeça
do EPI, é também cabível ao empregador fornecer os equipamentos • Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face
adequados ao uso, com Certificado de Aprovação, emitido pelo De- contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores dos
partamento de Segurança e Saúde do trabalhador, que deve ates- produtos químicos e radiações luminosas intensas;
tar que o equipamento reúne condições de servir ao fim a que se • Capacetes para trabalhos em obras de construção e reformas,
presta. onde exista a possibilidade, mesmo que remota de quedas de par-
É de responsabilidade do empregador: tes soltas e restos de materiais;
• Instruir e treinar os trabalhadores quanto ao uso e à higieni- • Óculos de segurança para trabalhos que possam causar feri-
zação dos EPIs; mentos nos olhos, provenientes de impacto de partículas;
• Fiscalizar e exigir o uso dos EPIs; • Óculos de segurança contra respingos, para trabalhos que
• Repor os EPIs danificados. possam causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da
ação de líquidos agressivos;
Cabe ao empregado: • Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irri-
• Usar os EPIs apenas para as finalidades a que se destinam; tação nos olhos, provenientes de poeiras e ação de radiações peri-
• Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação; gosas.
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne • Protetores de olhos e nariz Protetores auditivos tipo concha
impróprio para uso. ou plugues de inserção
• Óculos de segurança são exigidos para trabalhos que possam
É importante saber que o que o EPI não é o principal recurso causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da exposição
adotado para proteger o trabalhador. A principal proteção do tra- do trabalhador ao risco.
balhador em qualquer atividade é um ambiente livre de riscos à
integridade física e adequado às condições necessárias para se pre- II – Proteção para membros superiores
servar a saúde e o meio ambiente. • Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores que
Espera-se que as empresas apresentem ambientes de trabalho devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de lesão pro-
projetados para preservar um ambiente salubre e que preserve o vocada por: materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes
meio ambiente, além de atender às suas necessidades produtivas. ou perfurantes; produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos,
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alergênicos, oleosos, graxos, solventes orgânicos e derivados de pe- pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada,
tróleo; materiais ou objetos aquecidos; choque elétrico; radiações sinalizador STROBO (exemplo de lâmpada utilizada pela polícia que
perigosas; frio e agentes biológicos; fica piscando), bandeirola etc.

III – Proteção para membros inferiores • Fita de sinalização


• Calçados ou botas impermeáveis para trabalhos realizados Esta fita tem a função de delimitar uma área de trabalho ou
em lugares úmidos, lamacentos ou encharcados; isolar.
• Calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos e
agressivos; • Grade metálica dobrável
• Calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos; Tem a função de isolar e sinalizar áreas de trabalho, poços de
• Calçados de proteção contra riscos de origem elétrica. inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes.

IV – Proteção contra quedas com diferença de nível • Sinalizador strobo


• Cinto de segurança; Serve para identificar serviços, obras, acidentes e atendimen-
• Cadeira suspensa; tos em ruas e rodovias.
• Trava-quedas de segurança.
• Banqueta isolante
V – Proteção auditiva Tem a função de isolar o operador do solo durante a operação
• Protetores auriculares do tipo espuma e concha para traba- do equipamento guindauto, em regime de linha energizada.
lhos ruidosos que necessitam atenuação do nível de pressão sonoro
para garantir a salubridade ocupacional. • Manta isolante
Isola as partes energizadas da rede durante a execução de tare-
VI – Proteção respiratória fas que envolva risco de choque.
Para exposição a agentes ambientais em concentrações preju-
diciais à saúde do trabalhador: • Cobertura isolante
• Respiradores contra poeiras; Tem a função de isolar as partes energizadas da rede durante a
• Respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a execução de tarefas.
agentes químicos prejudiciais à saúde;
• Aparelhos de isolamento (autônomo ou de adução de ar), Princípios básicos na prevenção de acidentes de trabalho
para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% Como podemos perceber ao longo da lição, se não tomarmos
em volume. uma medida de segurança no decorrer da realização de algumas
tarefas, nos expormos a riscos, que muitas vezes podem ser irre-
VII – Proteção do tronco paráveis.
• Aventais, capas, jaquetas e outras vestimentas especiais de Diante disso, percebeu-se que é preciso eliminar ou controlar
proteção para trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas esses riscos, evitando danos à saúde dos trabalhadores, ao meio
por riscos de origem radioativa, biológica e química. ambiente e à saúde da população em geral. E assim, a melhor me-
dida a ser adotada é a prevenção.
VIII – Proteção do corpo inteiro Essa prevenção pode ser definida como o conjunto de medidas
• Aparelhos de isolamento para locais de trabalho onde haja objetivas que buscam evitar a ocorrência de danos à saúde dos tra-
exposição a agentes químicos, absorvíveis pela pele, pelas vias res- balhadores, pela eliminação e pelo controle dos riscos nos proces-
piratórias e digestiva, prejudiciais à saúde. sos e ambientes de trabalho.

IX – Proteção de pele Um papel fundamental dos trabalhadores nas organizações é


• Cremes protetores. lutar para que a prevenção em todos os locais de trabalho evolua
Diferente dos EPIs, que apenas uma pessoa por vez pode utili- continuamente e atinja os níveis mais elevados de defesa da saúde
zar, protegendo assim o colaborador, os EPCs devem proteger todos dos trabalhadores e do meio ambiente.
os trabalhadores expostos a determinados riscos em locais defini- Com isso, mostraremos três fases básicas de atuação da pre-
dos de trabalho ou ambiente com um trânsito grande de pessoas. venção de acordo com o momento de evolução do próprio risco.
Como exemplo, podemos citar a ventilação doslocais de traba- As três fases são definidas como: i) projeto e planejamento, ii)
lho, a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a situações reais de trabalho e de risco; e iii) remediação.
sinalização de segurança, a cabine de segurança biológica, capelas A primeira fase é fundamental, pois quando o projeto e o pla-
químicas, cabine para manipulação de radioisótopos, extintores de nejamento são feitos de forma errada, o surgimento ou agravamen-
incêndio, locais de atendimentos em hospitais, entre outros. to de riscos é muito maior, às vezes, eles são irreversíveis ou inviá-
veis economicamente, por isso uma atenção especial deve ser dada
Veja a seguir, alguns modelos de EPCs. a essa etapa.
• Cone de sinalização A segunda fase ocorre com a empresa em funcionamento,
Com certeza, em algum momento e local, você já viu este cone. nesta hora, os riscos permanecem ou decorrem da primeira etapa,
Ele possui a finalidade de sinalizar as áreas de trabalho e obras em transformando-se em situações reais de risco vividas pelos traba-
vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e de lhadores. Em outras palavras, o trabalhador pode ainda não ter se
acidentado ou adoecido, mas o risco está presente numa dada situa-
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ção, e pode gerar um efeito ao trabalhador a qualquer momento. Para Princípio 1. Mantenha a postura neutra
evitar isso, a empresa será obrigada a controlar essas situações per- A postura neutra é quando o corpo está alinhado e balanceado
manentemente por meio do gerenciamento dos riscos existentes. Esta seja na postura sentado ou em pé. Com as articulações alinhadas,
fase envolve uma ampla legislação técnica e fiscalização por parte das a sobrecarga é reduzida nos músculos, tendões, nervos, ossos, fa-
autoridades responsáveis no cumprimento da legislação. cilitando a biomecânica do movimento com o máximo controle e
E, a última fase, remediação, refere-se quando uma situação produção de força, sendo menor o risco de lesões.
de risco se transforma num evento, como um acidente ou doen- Como aplicar os “olhos da ergonomia” nesse caso: Sempre
ça. Neste caso, as medidas de prevenção têm o objetivo de evitar que você observar trabalhos onde a biomecânica exija do indivíduo
que um dano maior ocorra. No caso de acidentes, esta fase remete desvios posturais (articulação fora da posição neutra, como a colu-
a medidas como o planejamento de emergências (evacuação, pri- na curvada ou o punho em desvio) você deve acender seu sinal de
meiros socorros, remoção e tratamento de feridos); e no caso dos alerta e fazer as 4 perguntas básicas: qual a duração nessa postura,
riscos com efeitos crônicos de médio ou longo prazo, que produzem qual a frequência de movimentos, a intensidade da força aplicada e
determinados efeitos ou sintomas, são necessárias medidas como se há algum mecanismo de regulação (pausas e rodízios, por exem-
o monitoramento médico dos trabalhadores expostos, a retirada plo). Para saber mais sobre esses 4 fatores vai aqui.
imediata dos locais de trabalho dos trabalhadores afetados e o con-
sequente tratamento médico adequado. Princípio 2. Respeite a zona de conforto
Muitas vezes o pior ocorre justamente pela ausência destas Existe uma relação estreita entre manter a postura neutra e
medidas. respeitar a zona de conforto. De qualquer forma, vale a pena tratar-
Existe sim, e como uma forma de estabelecer uma metodolo- mos desse princípio de forma individual.
gia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos De forma geral, esse princípio é fácil de ser aplicado. As ex-
trabalhadores, frente aos riscos dos ambientes de trabalho, a NR-9, pressões do inglês: “hand shake zone” o que traduzindo seria mais
estabelece o PPRA. À primeira vista, logo se pensa que é um pro- ou menos a zona onde o trabalhador pode mexer as mãos e “con-
grama sobre meio ambiente, mas na verdade ele visa à proteção do fort zone”, zona de conforto, resumem bem as áreas que devem
trabalhador no “ambiente” de trabalho. ser respeitadas. Os objetos, ferramentas, comandos de máquinas,
Resumindo, o PPRA é um programa que visa, pela antecipação devem estar entre a linha dos ombros e a cintura de forma que o
dos riscos, buscar meios de evitar acidentes de trabalho e doenças trabalhador possa mexer as mãos e movimentar objetos sem elevar
ocupacionais. os braços acima da linha dos ombros ou curvar a coluna, mantendo
dessa forma uma postura mais próxima do neutro.
Quais são os riscos ambientais? Qual a lição que os “olhos da ergonomia” nos deixa com rela-
Para efeito do PPRA, os riscos ambientais são os agentes físicos, ção a esse princípio? Sempre que você observar um posto de traba-
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, lho onde o trabalhador tenha que elevar os braços acima da linha
em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de dos ombros ou curvar a coluna para frente, para trás ou para os
exposição, são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores. lados, esse posto deve ser repensado.
Assim, o programa se estrutura nas seguintes etapas:
• Antecipação e reconhecimento dos riscos; Princípio 3. Facilite a movimentação
• Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e con- O sistema musculoesquelético possui um “design” que facilita a
trole; movimentação do corpo humano. Trabalhos em posturas estáticas
• Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; favorecem a fadiga dos músculos.
• Implantação de medidas de controle e avaliação de sua efi- Exemplos de atividades estáticas: permanecer com os braços
cácia; elevados acima da linha dos ombros, permanecer em pé a maior
• Monitoramento da exposição aos riscos; parte da jornada de trabalho, trabalhar com a coluna flexionada por
• Registro e divulgação dos dados. longo tempo ou de forma repetida (abaixar e levantar o tronco).
Os primeiros minutos passam despercebidos, porém com o
Seguindo essas etapas, é possível prevenir os acidentes de tra- tempo essas estruturas mantidas de forma estáticas vão sofrendo
balho, reduzir a perda de material e de pessoal, permitir o ganho um efeito acumulativo se tornando vulneráveis à sobrecarga e fadi-
na otimização dos custos, diminuir gastos com saúde e aumentar a ga, podendo evoluir para lesões.
qualidade, produtividade e competitividade entre os trabalhadores. Dessa forma mantenha os “olhos de ergonomia” abertos à ativi-
dades estáticas e busque por programas onde o trabalhador possa rea-
lizar pausas e alongamentos antes, durante e/ou depois do trabalho.
PRINCÍPIOS DE ERGONOMIA NO TRABALHO
Princípio 4. Reduza o excesso de força
Esse talvez seja um dos princípios mais básicos da ergonomia.
Confere abaixo os 7 principais fundamentos da ergonomia para Assim como a postura estática, a solicitação de força por parte de
um melhor desempenho no trabalho. uma atividade pode ocasionar sobrecarga e até mesmo evoluir para
um Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho ou D.O.R.T.
Existem milhares de condições onde a aplicação de força ele-
vada por parte do trabalhador é requerida, mas a ideia aqui é cha-
marmos a atenção para que essas atividades sejam observadas e ao
identificar que existe a aplicação de força de forma repetida ou in-

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tensa, sejam trabalhadas ações que reduzam esse esforço. Quando NR 17-NORMA REGULAMENTADORA 17
você reduz a força aplicada em determinada atividade você reduz, ERGONOMIA
consequentemente, a fadiga e os riscos de D.O.R.T.
Formas de você aplicar os conceitos dos “olhos de ergonomia” 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâme-
para reduzir o esforço nas atividades: Use sistemas mecanizados, tros que permitam a adaptação das condições de trabalho às carac-
ajuste as alturas de mesas e postos de trabalho, disponibilize equi- terísticas psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcio-
pamentos e ferramentas ergonômicas, melhore o braço de alavanca nar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
de ferramentas. 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relaciona-
dos ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mo-
Princípio 5. Reduza o excesso de movimentos biliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
Esse definitivamente é um dos princípios mais básicos e primá- trabalho e à própria organização do trabalho.
rios da ergonomia: movimentos repetitivos. 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
Muitos processos produtivos são repetitivos pela própria natu- características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empre-
reza da atividade seja por ciclos curtos, pela repetitividade de mo- gador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma
vimentos de um mesmo grupo muscular ou por metas de produção abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabele-
agressivas e mal calculadas. Essas atividades são realizadas por ho- cido nesta Norma Regulamentadora.
ras ou dias sem o devido tempo de repouso para recuperação. 17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de ma-
Além disso, é comum esse fator ser combinado com os demais teriais.(voltar)
citados anteriormente, como por exemplo: repetição, excesso de 17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:
força e desvios posturais. 17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte
Dessa forma, é fundamental uma análise mais técnica, “olhos no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só tra-
de ergonomia” mais apurados, para identificar as condições dos balhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.
postos de trabalho onde haja demanda de movimentos repetitivos 17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda
e eliminar os demais fatores associados bem como rever os ciclos atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de
de trabalho; efetivo de trabalhadores, recursos, metas, fatores que forma descontínua, o transporte manual de cargas.
deixam claro a importância do trabalho multi e interdisciplinar. 17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com ida-
Além da adequada recomendação de rodízios com demais ativida- de inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos.
des (job rotation). 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte ma-
nual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de
Princípio 6. Minimize as fontes de estresse comprometer sua saúde ou sua segurança.
Existe uma preocupação com relação às bordas de mesas não 17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual
arredondadas, podemos chamar alguns documentos de “laudos regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou
das quinas vivas”, uma vez que o foco todo da análise está na obser- instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá
vação desse aspecto. Porém, outros fatores são tão ou mais graves, utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
tais como: a distância correta entre máquinas e equipamentos, ou 17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de
o contato de partes duras de máquinas e equipamentos com estru- cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados.
turas ósseas do corpo como: cotovelo, quadril, antebraço, punho, 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem desig-
palma das mãos. Esse contato gera estresse, uma vez que dificulta a nados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas
correta circulação sanguínea. cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os ho-
Exemplos de situações onde você pode utilizar seus “olhos de mens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.
ergonomia”: mesas sem cantos arredondados, ferramentas sem um 17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impul-
suporte que facilite a pega (manopla), objetos de pega pobre, falta são ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qual-
de espaço para acomodar os membros inferiores (contato do tam- quer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma
po da mesa ou bancada com os joelhos, por exemplo). que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com
sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua
Princípio 7. Iluminação adequada segurança.
Iluminação pobre é um dos fatores mais comuns encontrados 17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equi-
nos ambientes de trabalho. Além de causar desconforto, fadiga e pamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma
dores de cabeça, a falta ou o excesso de iluminação afetam também que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com
a produtividade e a precisão do trabalhador, fatores crucias em de- sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua
terminadas atividades como controles de qualidade, por exemplo. segurança.
Além do risco de acidentes, afetando a segurança dos trabalhado- 17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.
res. Quando falamos em iluminância, não devemos esquecer que 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição
não é só a falta de luz, mas o excesso que traz problemas, além sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para
de reflexos no campo de visão do trabalhador ou problemas com esta posição.
contrates no plano de fundo (objeto branco sendo trabalhado sobre 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito
um tampo da mesa bege, por exemplo). em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem pro-
Os “olhos da ergonomia”, nesse caso, devem estar atentos para porcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e
uma análise de iluminância combinada com uma análise ergonômica operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
adequada, onde sejam identificados fatores como os citados acima.
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a) ter altura e características da superfície de trabalho compa- 17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrô-
tíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos nico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventual-
ao campo de trabalho e com a altura do assento; mente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo tra- 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se
balhador; em conta a análise ergonômica do trabalho.
c) ter características dimensionais que possibilitem posiciona- 17.5. Condições ambientais de trabalho. 17.5.1. As condições
mento e movimentação adequados dos segmentos corporais. ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais executado.
comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e di- 17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades
mensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como:
entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das caracte- salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimen-
rísticas e peculiaridades do trabalho a ser executado. to ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as se-
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem guintes condições de conforto:
atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152,
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da norma brasileira registrada no INMETRO;
função exercida; b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vin-
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base te e três graus centígrados);
do assento; c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
c) borda frontal arredondada; d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cen-
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para pro- to.
teção da região lombar. 17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser reali- definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou
zados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruí-
ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da do aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva
perna do trabalhador. de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser reali- 17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser
zados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determi-
em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante nados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do
as pausas. tórax do trabalhador.
17.4. Equipamentos dos postos de trabalho. 17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação
17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de tra- adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à
balho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos natureza da atividade.
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuí-
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos da e difusa.
para digitação, datilografia ou mecanografia deve: 17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projeta-
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa da e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos,
ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, sombras e contrastes excessivos.
evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual; 17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observa-
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que dos nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabeleci-
possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qual- dos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
quer outro tipo que provoque ofuscamento. 17.5.3.3 Os métodos de medição e os níveis mínimos de ilumi-
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrô- namento a serem observados nos locais de trabalho são os estabe-
nico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: lecidos na Norma de Higiene Ocupacional nº 11 (NHO 11) da Fun-
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste dacentro - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes de
da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a Trabalho Internos. (Nova redação dada pelaPortaria MTB 876/2018)
contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao 17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no
trabalhador; subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se reali-
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permi- za a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigi-
tindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem da para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de
executadas; incidência.(Revogada pelaPortaria MTB 876/2018)
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser 17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho
colocados de maneira que as distâncias olho-te lá, olho- teclado e previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m
olho-documento sejam aproximadamente iguais; (setenta e cinco centímetros) do piso.(Revogada pelaPortaria MTB
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura 876/2018)
ajustável. 17.6. Organização do trabalho
17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às carac-
terísticas psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do traba-
lho a ser executado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e infe-
riores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção
deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.
17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de traba-
lho, observar o seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado
no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado
toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de
tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do
Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não de-
duzidos da jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção
em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea “b” e ser ampliada progressi-
vamente.

CÓDIGOS E SÍMBOLOS ESPECÍFICOS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO.

Como aprendemos anteriormente, a NR-6 é a norma que estabelece e define os tipos de EPIs que as empresas estão obrigadas a fornecer a
seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigir, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
De acordo com o dicionário Aurélio, código é o sistema de símbolos que permite a representação de uma informação; e sigla é o
conjunto dasletrasiniciais dos vocábulos que formam um nome próprio, normalmente utilizado como abreviaturas, por exemplo, NR, que
representa Norma Regulamentadora.
Os códigos, os símbolos, as abreviaturas, as siglas são bastante usados quando se trata de saúde e segurança do trabalho. As especificações
previstas nas leis de segurança do trabalho são fiscalizadas pelos órgãos competentes, neste caso, o MTE é o órgão federal fiscalizador.
Caro aluno, agora, imagine você trabalhando em um ambiente hospitalar. Um ambiente destes oferece muitos riscos para a sua saúde,
como o contato com bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, considerados riscos biológicos. Além de outros riscos, como
a radiação ionizante proveniente de máquinas de raio-x. Lembre-se, no local em que você pode estar trabalhando, existem placas avisando
dos riscos e da proibição. E você precisa conhecer estes riscos para se proteger e adotar as medidas cabíveis.
O tema que estamos tratando, formas de prevenção de acidentes, aborda muitos símbolos e códigos. Você sabe de quais códigos
estamos falando? Vamos conhecer um pouco mais de cada símbolo utilizado nesta disciplina.
O primeiro é o SST. Este é o código da disciplina chamada Segurança e Saúde no Trabalho, que visa, por meio de leis e princípios,
buscar a diminuição dos riscos existentes no ambiente de trabalho, conseguir um meio ambiente de trabalho saudável e que não propicie
acidentes e doenças de trabalho.
Bom, também existem as NRs, normas regulamentadoras. Nas 36 normas existentes, existem muitos códigos espalhados, e iremos
aprendê-los.
Você deve estar se perguntando agora:
Mas por que preciso aprender os códigos utilizados nestas normas, isso realmente é importante?
Muito! Imagine trabalhar em um ambiente hospitalar que possui muitos riscos para a sua saúde.
Riscos como contato com bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, os chamados riscos biológicos. Além de outros riscos,
como a radiação ionizante proveniente de máquinas de raio-x.
Desse modo, no local em que vocês estarão diariamente trabalhando, existirão placas advertindo dos riscos e da proibição, por
exemplo, de permanência em determinadas áreas. E é lógico que vocês precisam conhecer especialmente os códigos ou símbolos para se
protegerem destes riscos e adotarem as medidas corretas.
A seguir, serão listados alguns códigos ou símbolos de SST.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• SST – Segurança e Saúde no Trabalho


• SMT – Segurança e Medicina do Trabalho
• NR – Norma Regulamentadora
• CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
• MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
• CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social
• SIT – Secretaria de Inspeção do Trabalho
• PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador
• CANPAT – Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho
• CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho
• DEFIT – Departamento de Fiscalização do Trabalho
• DSST – Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho
• SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
• SRTE – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
• DRT – Delegacia Regional do Trabalho
• AFT – Auditor Fiscal do Trabalho
• AI – Auto de Infração
• Sinmetro – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
• Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
• EPI – Equipamento de Proteção Individual
• EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
• CA – Certificado de Aprovação
• OIT – Organização Internacional do Trabalho
• ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists
• CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
• SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes
• SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
• EST – Engenheiro de Segurança no Trabalho
• TST – Técnico de Segurança do Trabalho
• GR – Grau de Risco
• CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
• OS – Ordem de Serviço
• DDS – Diálogo Diário de Segurança
• CAI – Certificado de Aprovação das Instalações
• PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
• PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• ASO – Atestado de Saúde Ocupacional.
• IBMP – Índice Biológico Máximo Permitido
• EE – Exposição Excessiva
• CRM – Conselho Regional de Medicina
• Pair – Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
• Pairo – Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional
• CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica
• PCMAT – Programa de Condições do Meio Ambiente do Trabalho
• PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
• PCA – Programa de Conservação Auditiva
• LT – Limite de Tolerância
• PPR – Programa de Proteção Radiológica
• CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
• Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
• IOE – Indivíduo Ocupacionalmente Exposto
• AET – Análise Ergonômica do Trabalho
• PPEOB – Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno
• PAM – Plano de Ajuda Mútua
• PCE – Plano de Controle de Emergência
• AR – Análise de Risco
• APR – Análise Preliminar de Risco
• PT – Permissão de Trabalho
• PET – Permissão de Entrada e Trabalho
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• IPVS – Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde


• PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos
• CIPAmin – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Mineração
• SEP – Sistema Elétrico de Potência
• AT – Alta Tensão
• BT – Baixa Tensão
• CCS – Controlador Configurável de Segurança
• CLP – Controlador Lógico Programável
• PMTA – Pressão Máxima de Trabalho Admissível
• RGI – Risco Grave e Iminente
• PH – Profissional Habilitado
• GHS – Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de
• Produtos Químicos
• FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

Caro aluno, vamos conhecer agora alguns dos símbolos utilizados como forma de orientação na prevenção de riscos nos diversos
ambientes de trabalho:

Símbolos com forma circular de cor azul no fundo e o desenho na cor branca indicam uma atitude de obrigatoriedade para garantir a
segurança dentro do espaço:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Veja a seguir os símbolos que representam sinalização de incêndio e/ou emergência

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(C) a sala deve ter área mínima de 3 metros quadrados, para o


QUESTÕES adequado fluxo de movimentação em condições ideais para a
realização das atividades.
(D) a sala de vacinação é classificada como área semicrítica.
01 - (PREFEITURA DE JUIZ DE FORA – MG- ENFERMEIRO-AO- (E) deve ter piso e paredes lisos, com frestas e laváveis
CP-2018) O que é vigilância?
(A) Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou preve- 05 - (PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEI-
nir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor- RO-2018) São vias de administração de imunobiológicos, EXCETO
rentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e a via
da prestação de serviços de interesse da saúde. (A) oral.
(B) Um conjunto de atividades que se destina à promoção e (B)subcutânea.
proteção da saúde, assim como visa à recuperação e reabilita- (C)intraóssea.
ção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agra- (D) endovenosa.
vos advindos das condições de trabalho. (E)intramuscular
(C) Um conjunto de ações que proporciona a detecção ou pre-
venção de qualquer mudança da saúde individual ou coletiva, 06 – (PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEI-
com a finalidade de avaliar o impacto que as tecnologias pro- RO-2018) Segundo o código de ética da enfermagem, o enfermeiro,
vocam à saúde. nas relações com o ser humano, tem
(D) Um conjunto de atividades que se destina ao controle de (A) o dever de salvaguardar os direitos da pessoa idosa, promo-
bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem vendo a sua dependência física e psíquica e com o objetivo de
com a saúde. melhorar a sua qualidade de vida.
(E) Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, (B) o dever de respeitar as opções políticas, culturais, morais
a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores de- e religiosas da pessoa, sem criar condições para que ela possa
terminantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, exercer, nessas áreas, os seus direitos.
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre- (C) o direito de abster-se de juízos de valor sobre o comporta-
venção e controle das doenças ou agravo mento da pessoa assistida e lhe impor os seus próprios critérios
e valores no âmbito da consciência.
02- (PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEI- (D) o dever de cuidar da pessoa com discriminação econômica,
RO-2018) O controle e o rastreamento das ISTs são de grande im- social, política, étnica, ideológica ou religiosa.
portância. No caso das gestantes, todas devem ser rastreadas para: (E) o direito de recusar-se a executar atividades que não sejam
(A) HIV, Hepatite A e difiteria. de sua competência técnica, cientifica, ética e legal ou que não
(B)HIV, Sífilis e Hepatite B. ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à co-
(C) Hepatite B, Gonorreia e Hepatite A. letividade.
(D) HIV, Hepatite A e Tularemia.
(E) Hepatite A, tricomoníase e HIV. 07- (PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEI-
RO-2018) O auxiliar de enfermagem executa as atividades auxilia-
03 - (PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEI- res, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-
RO-2018) Programa Nacional de Imunizações (PNI) organiza toda a -lhe
política nacional de vacinação da população brasileira e tem como (A) prescrição da assistência de enfermagem.
missão (B) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com
(A) vacinar todas as crianças de todo território Nacional até risco de vida.
2020. (C)participação em bancas examinadoras, em matérias especí-
(B) o controle, a erradicação e a eliminação de doenças imu- ficas de enfermagem, nos concursos para provimento de cargo
nopreveníveis. ou contratação de pessoal técnico e auxiliar de Enfermagem.
(C)vacinar crianças e adultos vulneráveis. (D) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria
(D) o controle de doenças imunossupressoras. de Enfermagem.
(E) vacinar crianças e idosos combatendo as doenças de risco (E) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar
controlável. por sua segurança.

04- -(PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEI- 08 - CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL - TÉCNICO
RO-2018) Segundo o Programa Nacional de Imunizações, na sala de EM ENFERMAGEM- FCC-2018) Ao orientar um paciente adulto so-
vacinação, é importante que todos os procedimentos desenvolvi- bre os cuidados com a dieta a ser administrada pela sonda nasoen-
dos promovam a máxima segurança. Com relação a esse local, é teral no domicílio, o profissional de saúde deve orientar que
correto afirmar que (A) antes de administrar a dieta, deverá aquecê-la em banho-
(A) deve ser destinado à administração dos imunobiológicos e -maria ou em micro-ondas.
demais medicações intramusculares. (B) após o preparo da dieta caseira, deverá guardá-la na gela-
(B) é importante que todos os procedimentos desenvolvidos deira e, 40 minutos antes do horário estabelecido para a admi-
promovam a segurança, propiciando o risco de contaminação. nistração, retirar somente a quantidade que for utilizar.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(C) no caso de ter pulado um horário de administração da dieta, 13 - (PREFEITURA DE MACAPÁ- TÉCNICO EM ENFERMAGEM-
o volume do próximo horário deve ser aumentado em, pelo FCC- 2018) Foi prescrito pelo médico uma solução glicosada a 10%.
menos, 50%. Na solução glicosada, disponível na instituição, a concentração é de
(D) a dieta enteral industrializada deve ser guardada fora da 5%. Ao iniciar o cálculo para a transformação do soro, o técnico de
geladeira e, após aberta, tem validade de 72 horas. enfermagem deve saber que, em 500 mL de Soro Glicosado a 5%, o
total de glicose, em gramas, é de
09 - (CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL- TÉCNICO (A)5.
EM ENFERMAGEM- FCC-2018) Dentre as medidas de controle de (B) 2,5.
infecção de corrente sanguínea relacionadas a cateteres intravas- (C) 50.
culares encontra-se (D) 25.
(A) o uso de cateteres periféricos para infusão contínua de pro- (E) 500
dutos vesicantes.
(B) a higienização das mãos com preparação alcoólica (70 a 14 - (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM-
90%), quando as mesmas estiverem visivelmente sujas. FCC-2018) Com relação à Sistematização da Assistência de Enfer-
(C) o uso de novo cateter periférico a cada tentativa de punção magem, considerando as atribuições de cada categoria profissional
no mesmo paciente. de enfermagem, compete ao técnico de enfermagem, realizar
(D) a utilização de agulha de aço acoplada ou não a um coletor, (A) a prescrição de enfermagem, na ausência do enfermeiro.
para coleta de amostra sanguínea e administração de medica- (B) o exame físico.
mento em dose contínua. (C) a anotação de enfermagem.
(E) o uso de luvas de procedimentos para tocar o sítio de inser- (D) a consulta de enfermagem.
ção do cateter intravascular após a aplicação do antisséptico. (E) a evolução de enfermagem dos pacientes de menor com-
plexidade.
10 - (CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL- TÉCNICO 15- (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM-
EM ENFERMAGEM- FCC-2018) A equipe de saúde, ao realizar o aco- FCC-2018) O profissional de enfermagem, para executar correta-
lhimento com escuta qualificada a uma mulher apresentando quei- mente a técnica de administração de medicamento por via intra-
xas de perda urinária, deve atentar-se para, dentre outros sinais de dérmica, deve, dentre outros cuidados, estar atento ao volume a
alerta: ser injetado. O volume máximo indicado a ser introduzido por esta
(A) amenorreia. via é, em mL, de
(B)dismenorreia. (A) 1,0.
(C) mastalgia. (B) 5,0.
(D) prolapso uterino sintomático. (C) 0,1.
(E) ataxia. (D) 1,5.
(E) 0,5.
11 - (PREF DE MACAPÁ- TÉCNICO DE ENFERMAGEM- FCC- 2018)
As técnicas de higienização das mãos, para profissionais que atuam 16 - (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM-
em serviços de saúde, podem variar dependendo do objetivo ao FCC-2018) Em um ambulatório, o técnico de enfermagem que auxi-
qual se destinam. Na técnica de higienização simples das mãos, re- lia o enfermeiro na gestão de materiais realizou a provisão de mate-
comenda-se riais de consumo, que corresponde a
(A) limpar sob as unhas de uma das mãos, friccionando o local (A) estabelecer a estimativa de material necessário para o fun-
com auxílio das unhas da mão oposta, evitando-se limpá-las cionamento da unidade.
com as cerdas da escova. (B) realizar o levantamento das necessidades de recursos, iden-
(B)respeitar o tempo de duração do procedimento que varia de tificando a quantidade e a especificação.
20 a 35 segundos. (C)repor os materiais necessários para a realização das ativida-
(C) executar o procedimento com antisséptico degermante du- des da unidade.
rante 30 segundos. (D) atualizar a cota de material previsto para as necessidades
(D) utilizar papel toalha para secar as mãos, após a fricção an- diárias da unidade.
tisséptica das mãos com preparações alcoólicas. (E) sistematizar o mapeamento de consumo de material.
(E) higienizar também os punhos utilizando movimento circu-
lar, ao esfregá-los com a palma da mão oposta. 17 - (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM-
FCC-2018) Na pessoa idosa com depressão, um dos sintomas/sinais
12 - (PREF DE MACAPÁ- TÉCNICO DE ENFERMAGEM- FCC- 2018) indicativo do chamado suicídio passivo é
Processo físico ou químico que destrói microrganismos patogênicos (A) o distúrbio cognitivo intermitente.
na forma vegetativa, micobactérias, a maioria dos vírus e dos fun- (B) a recusa alimentar.
gos, de objetos inanimados e superfícies. Essa é a definição de (C) o aparecimento de discinesia tardia.
(A) desinfecção pós limpeza de alto nível. (D) a adesão a tratamentos alternativos.
(B) desinfecção de alto nível. (E) a súbita hiperatividade.
(C) esterilização de baixo nível.
(D) barreira técnica.
(E) desinfecção de nível intermediário.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

18 - (TRT Região São Paulo- Técnico em enfermagem- FCC-2018) Após o término de um pequeno procedimento cirúrgico, o técnico
de enfermagem recolhe os materiais utilizados e separa aqueles que podem ser reprocessados daqueles que devem ser descartados, ob-
servando os princípios de biossegurança. A fim de destinar corretamente cada um dos referidos materiais, o técnico de enfermagem deve
considerar como materiais a serem reprocessados aqueles destinados à
(A) diérese, como tesoura de aço inox; e descarta na caixa de perfurocortante, materiais como agulhas com fio de sutura.
(B) hemostasia, como pinça de campo tipo Backaus; e descarta no saco de lixo branco, materiais com sangue, como compressas de
gaze.
(C) diérese como porta-agulhas; e descarta no lixo comum parte dos fios cirúrgicos absorvíveis utilizados, como o categute simples.
(D) síntese, como lâminas de bisturi; e descarta as agulhas na caixa de perfurocortante, após terem sido devidamente desconectadas
das seringas.
(E)diérese, como cânula de uso único; e descarta no saco de lixo branco luvas de látex utilizadas.

19 - (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM- FCC-2018) Na desinfecção da superfície de uma mesa de aço inox, onde
será colocado uma bandeja com um pacote de curativo estéril, o técnico de enfermagem, de acordo com as recomendações da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) pode optar pela utilização dos seguintes produtos:
(A) álcool a 70% aplicado sem fricção, por ser esporicida, desde que aguardado o tempo de evaporação recomendado, porém tem a
desvantagem de ser inflamável.
(B) ácido peracético a 0,2% por não ser corrosivo para metais, tendo como desvantagem não ser efetivo na presença de matéria or-
gânica.
(C) hipoclorito de sódio a 1,0% por ser de amplo espectro, ter baixo custo e ação lenta, apresentando a desvantagem de não ter efeito
tuberculocida.
(D) álcool a 70% por ser, dentre outros, fungicida e tuberculocida, porém apresenta a desvantagem de não ser esporicida, além de
ser poluente ambiental.
(E) hipoclorito de sódio a 0,02% por não ser corrosivo para metais nesta concentração, ser fungicida de primeira escolha, tendo a
desvantagem da instabilidade do produto na presença de luz solar.

20 - (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM- FCC-2018) NO pós-operatório imediato de uma colaboradora que foi sub-
metida a uma intervenção de colecistectomia, e já se encontra com respiração espontânea e sem sonda vesical, a assistência prestada pelo
técnico de enfermagem inclui verificar e comunicar ao enfermeiro sinais e sintomas associados a seguinte alteração:
(A) complicações do sistema digestório: náuseas e vômitos decorrente da administração de antieméticos.
(B) hipertermia: coloração da pele, sudorese, elevação da temperatura, bradipneia e bradicardia.
(C) retenção urinária: dificuldade do paciente para urinar, abaulamento em região suprapúbica e diurese profusa.
(D) complicações respiratórias: acúmulo de secreções, ocasionado pela maior expansibilidade pulmonar devido à dor, exacerbação
da tosse e eliminação de secreções.
(E) hipotermia: confusão, apatia, coordenação prejudicada, mudança na coloração da pele e tremores.

21 - (TRT REGIÃO SÃO PAULO- TÉCNICO EM ENFERMAGEM- FCC-2018) Um adulto de porte médio apresenta uma parada cardiorrespi-
ratória (PCR) durante o período de trabalho em um Tribunal, onde recebe o suporte básico de vida (SBV), conforme as recomendações da
American Heart Association (AHA), 2015. Nessa situação, ao proceder à ressuscitação cardiopulmonar (RCP) manual, recomenda-se aplicar
compressões torácicas até uma profundidade de
(A) 4,5 cm, no máximo, sendo esse limite de profundidade da compressão necessário, devido à recomendação de que se deve com-
primir com força para que a mesma seja eficaz.
(B) 5 cm, no mínimo, atentando para evitar apoiar-se sobre o tórax da vítima entre as compressões, a fim de permitir o retorno total
da parede do tórax a cada compressão.
(C) 6,5 cm, no mínimo, a fim de estabelecer um fluxo sanguíneo adequado, sem provocar aumento da pressão intratorácica.
(D) 4 cm, no mínimo, objetivando que haja fluxo sanguíneo suficiente para fornecer oxigênio para o coração e cérebro.
(E) 5 cm, ou menos, porque uma profundidade maior lesa a estrutura torácica e cardíaca.
22 - (PREFEITURA DE JUIZA DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEIRO-2018) Paciente chega à Unidade Básica de Saúde (UBS) com história de
lesões na pele, com alteração da sensibilidade térmica e dolorosa. É provável que esse paciente tenha qual doença?
(A) Síndrome de Mono like.
(B) Tuberculose.
(C) Hepatite A.
(D) Hanseníase.
(E) Varicela.

23 - (PREFEITURA DE JUIZA DE FORA-MG- AOCP- ENFERMEIRO-2018) Paciente chega à UBS e, após a coleta de exames e anamnese,
observa-se uma cervicite mucopurulenta e o agente etiológico encontrado no exame foi a Chlamydia trachomatis. O possível diagnóstico
médico para essa paciente é
(A) gonorreia.
(B) sífilis.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(C) lúpus. III. A via intradérmica é considerada uma via diagnóstica, pois
(D) difteria. se presta aos testes diagnósticos e testes alérgicos.
(E) tularemia. IV. Hipodermóclise é uma infusão de fluidos no tecido subcutâ-
neo para a correção de distúrbio hidroeletrolítico.
24 - (PREF. PAULISTA-PE- ASSISTENTE DE SAÚDE - TÉCNICO DE Somente está CORRETO o que se afirma em
ENFERMAGEM- UPENET/UPE-2018) Sobre as doenças cardiovascu- (A) I e II.
lares, analise as afirmativas abaixo: (B) I, II e III
I. A Aterosclerose é uma doença arterial complexa, na qual de- (C) II, III e IV
posição de colesterol, inflamação e formação de trombo desempe- (D) I e IV..
nham papéis importantes. (E) I e III
II. A Angina é a expressão clínica mais frequente da isquemia
miocárdica; é desencadeada pela atividade física e aliviada pelo re- 27 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO-MA- TÉCNICO
pouso. EM ENFERMAGEM- INST. MACHADO DE ASSIS- 2018). Assinale a al-
III. O Infarto Agudo do Miocárdio é avaliado, apenas, por méto- ternativa que apresenta apenas artigos médico hospitalares classi-
dos clínicos e eletrocardiográficos. ficados como não-críticos:
Está(ão) CORRETA(S) (A) Espéculo nasal e bisturi.
(A)I e II, apenas. (B) Termômetro e cubas.
(B) I e III, apenas. (C) Ambu e mamadeiras.
(C) II e III, apenas. (D) Inaladores e tecido para procedimento cirúrgico.
(D) I, II e III.
(E) III, apenas 28 - São vias parenterais utilizada para a administração de me-
dicamentos e imunobiológicos, EXCETO:
25 - (PREF. PAULISTA/PE- ASSISTENTE DE SAÚDE - TÉCNICO DE (A)Sublingual.
ENFERMAGEM- UPENET/UPE-2018) O paciente cirúrgico recebe as- (B) Intramuscular.
sistência de enfermagem nos períodos pré, trans e pós-operatório. (C) Intradérmica.
Sobre o período pré-operatório e pós-operatório, analise as afirma- (D) Subcutânea.
tivas abaixo:
I. O preparo pré-operatório, mediante utilização dos instru- 29 - (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO-MA- TÉCNI-
mentos de observação e avaliação das necessidades individuais, CO EM ENFERMAGEM- INST. MACHADO DE ASSIS- 2018). Analise as
objetiva identificar alterações físicas e emocionais do paciente, pois afirmativas abaixo sobre o Aleitamento materno
estas podem interferir nas condições para o ato cirúrgico, compro- I. O aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses
metendo o bom êxito da cirurgia ou, até mesmo, provocar sua sus- de vida. Isso significa que, até completar essa idade, o bebê deve
pensão. receber somente o leite materno, não deve ser oferecida qualquer
II. São fatores físicos que podem diminuir o risco operatório outro tipo de comida ou bebida, nem mesmo água ou chá.
tabagismo, desnutrição, obesidade, faixa etária elevada, hiperten- II. O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para
são arterial. o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena,
III. No pós-operatório, os objetivos do atendimento ao paciente além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de
são identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedi- outras espécies.
mentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, náuseas, vômitos, III. O leite do início da mamada é mais rico em energia (calorias)
retenção urinária, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio. e sacia melhor a criança.
IV. No pós-operatório, aos pacientes submetidos à anestesia O número de afirmativas INCORRETAS corresponde a:
geral recomenda-se o decúbito ventral horizontal sem travesseiro, (A) Zero.
com a cabeça lateralizada para evitar aspiração de vômito. (B) Uma.
Estão CORRETAS (C) Duas.
(A)I e II, apenas. (D) Três.
(B) I e III, apenas
(C) II e III, apenas 30 - (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO-MA- TÉCNI-
(D) I, II, III e IV. CO EM ENFERMAGEM- INST. MACHADO DE ASSIS- 2018) No Brasil,
(E) I e IV, apenas o Programa Nacional de Imunização (PNI) se destaca por ser um dos
melhores programas de imunização do mundo, atuando na preven-
26 - (PREF. PAULISTA-PE- ASSISTENTE DE SAÚDE - TÉCNICO DE ção e na erradicação de várias doenças. São doenças que podem ser
ENFERMAGEM- UPENET/UPE-2018) Prescrever e administrar um prevenidas através da vacinação, EXCETO:
medicamento não são um ato simples, pois exigem responsabilida- (A) Hanseníase.
de, conhecimentos em geral e, principalmente, os cuidados ineren- (B) Rubéola.
tes à enfermagem. Sobre isso, analise as afirmações abaixo: (C) Tuberculose.
I. Na administração por via sublingual, é importante oferecer (D) Coqueluche.
água ao paciente, para facilitar a absorção do medicamento.
II. A vantagem da via parenteral consiste na absorção e ação
rápida do medicamento, e o medicamento não sofre ação do suco
gástrico.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 E
______________________________________________________
2 B
3 B ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 E
7 E ______________________________________________________
8 B ______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 D
11 E ______________________________________________________
12 E ______________________________________________________
13 D
______________________________________________________
14 E
15 E ______________________________________________________
16 C ______________________________________________________
17 B
______________________________________________________
18 A
19 D ______________________________________________________
20 E ______________________________________________________
21 B
______________________________________________________
22 C
23 A ______________________________________________________
24 A ______________________________________________________
25 B
______________________________________________________
26 C
27 B ______________________________________________________
28 A ______________________________________________________
29 B
______________________________________________________
30 A
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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