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a solução para o seu concurso!

SAEB
SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO DO
ESTADO DA BAHIA

Técnico Administrativo
Administrativo

EDITAL SAEB Nº 002/2023, 22 DE SETEMBRO DE 2023

CÓD: SL-002OT-23
7908433242512
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão de texto................................................................................................................................................................ 9
2. Interpretação de textos verbais e não verbais............................................................................................................................ 12
3. tipologia e gênero textuais......................................................................................................................................................... 14
4. Sistema ortográfico: Ortografia oficial do português do Brasil................................................................................................... 15
5. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 16
6. Separação silábica....................................................................................................................................................................... 17
7. Morfologia: Formação e classe de palavras................................................................................................................................ 18
8. Emprego do sinal indicativo de crase.......................................................................................................................................... 28
9. Sintaxe da oração e do período.................................................................................................................................................. 28
10. Pontuação................................................................................................................................................................................... 31
11. Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................. 33
12. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 34
13. Semântica: Funções da linguagem.............................................................................................................................................. 37
14. significação das palavras............................................................................................................................................................. 38
15. Figuras de Linguagem................................................................................................................................................................. 39

Matemática e Raciocínio Lógico


1. Princípios de contagem............................................................................................................................................................... 47
2. Razões e proporções. Regras de três simples............................................................................................................................. 51
3. Porcentagens. ............................................................................................................................................................................ 53
4. Equações de 1º e de 2º graus..................................................................................................................................................... 54
5. Sequências numéricas. Progressões aritméticas e geométricas................................................................................................. 58
6. Funções e gráficos....................................................................................................................................................................... 60
7. Estruturas lógicas........................................................................................................................................................................ 64
8. Lógica de argumentação. Analogias, inferências, deduções e conclusões................................................................................. 65
9. Lógica sentencial (ou proposicional). Proposições simples e compostas. Tabelas-verdade. Leis de Morgan............................. 66
10. Equivalências. . ........................................................................................................................................................................... 68
11. Diagramas lógicos....................................................................................................................................................................... 71
12. Lógica de primeira ordem........................................................................................................................................................... 73
13. Princípios de contagem e probabilidade..................................................................................................................................... 73
14. Operações com conjuntos.......................................................................................................................................................... 73
15. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais........................................................................ 75

Noções de Informática
1. Internet e Aplicativos Ferramentas de busca. Navegadores (Browser)...................................................................................... 81
2. Sistema Operacional e Software. .............................................................................................................................................. 85
3. Correios Eletrônicos. .................................................................................................................................................................. 87

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ÍNDICE

4. Programa Antivírus e Firewall..................................................................................................................................................... 89


5. Editores de Apresentação.Editores de Planilhas.Editores de Texto Pacote Microsoft Office...................................................... 92
6. Extensão de Arquivo................................................................................................................................................................... 98
7. Teclas de Atalho.......................................................................................................................................................................... 98

Noções de Igualdade Racial e de Gênero


1. Constituição da República Federativa do Brasil (art. 1°, 3°, 4° e 5°)............................................................................................ 107
2. Constituição do Estado da Bahia, (Cap. XXIII “Do Negro” e Capítulo XXIV – “Do índio”)............................................................ 110
3. Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre Povos Indígenas e Tribais (Preâmbulo e Parte I do Decreto
federal nº.5.051/2004), consolidado pelo Decreto nº 10.088, de 5 de novembro de 2019....................................................... 110
4. Lei federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial)............................................................................ 112
5. Lei federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor)....................... 119
6. Lei federal n° 9.459, de 13 de maio de 1997 (Tipificação dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor)................ 120
7. Decreto federal n° 65.810, de 08 de dezembro de 1969 (Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação racial)................................................................................................................................................................... 121
8. Decreto federal n° 4.377, de 13 de setembro de 2002 (Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação
contra a mulher)......................................................................................................................................................................... 126
9. Lei federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha)......................................................................................... 132
10. Código Penal Brasileiro (art. 140). . ............................................................................................................................................ 138
11. Lei federal n° 9.455, de 7 de abril de 1997 (Crime de Tortura).................................................................................................. 138
12. Lei federal n° 2.889, de 1º de outubro de 1956 (Define e pune o Crime de Genocídio)............................................................ 139
13. Lei federal nº 7.437, de 20 de dezembro de 1985 (Lei Caó)....................................................................................................... 139
14. Lei estadual n° 10.549, de 28 de dezembro de 2006 (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial); alterada pela Lei estadual
n° 12.212, de 04 de maio de 2011. ............................................................................................................................................ 140
15. Lei federal nº 10.678, de 23 de maio de 2003, com as alterações da Lei federal nº 13.341, de 29 de setembro de 2016 (Refe-
rente à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República)................................................ 153

Conhecimentos Específicos
Técnico Administrativo - Administrativo
1. Rotina administrativa.................................................................................................................................................................. 169
2. Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade; apresentação; atenção; cortesia; interesse; presteza; eficiência;
tolerância; discrição; conduta; objetividade............................................................................................................................... 169
3. Utilização da agenda................................................................................................................................................................... 174
4. Trabalho em equipe: personalidade e relacionamento; eficácia no comportamento interpessoal;.......................................... 175
5. solução de conflitos.................................................................................................................................................................... 177
6. Relações humanas, comunicação e expressão, desenvolvimento organizacional, atendimento público, guarda e conservação
de materiais sob sua responsabilidade....................................................................................................................................... 179
7. Envio e recebimentos de ofícios, memorandos.......................................................................................................................... 181
8. Almoxarifado............................................................................................................................................................................... 182
9. Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho, prioridade em servi-
ço................................................................................................................................................................................................ 184

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ÍNDICE

10. Gestão eletrônica de documentos. ............................................................................................................................................ 188


11. Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos. Classificação de documentos de
arquivo. Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo. Acon-
dicionamento e armazenamento de documentos de arquivo. Preservação e conservação de documentos de arquivo. Organi-
zação de arquivo e conceitos fundamentais da arquivologia. Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos
correntes e protocolo................................................................................................................................................................. 190
12. Noções de Direito Administrativo:Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização;
natureza, fins e princípios........................................................................................................................................................... 197
13. Organização administrativa do Estado. Administração direta e indireta.................................................................................... 201
14. Agentes públicos: espécies e classificação, poderes, deveres e prerrogativas cargo, emprego e função públicos.................... 206
15. Poderes administrativos.............................................................................................................................................................. 217
16. Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, classificação, espécies e invalidação..................................................... 224
17. Redação oficial: Documentos oficiais, tipos, composição e estrutura. Aspectos gerais da redação oficial. Correspondência
oficial: definição, formalidade e padronização; impessoalidade, linguagem dos atos e comunicações oficiais (ofício, e-mail,
mensagem), concisão e clareza, editoração de textos (Manual de Redação da Presidência da República – 3ª edição, revista,
atualizada e ampliada)................................................................................................................................................................ 235
18. Lei Federal nº 12.527/2011 e suas alterações (Lei de Acesso à Informação)............................................................................. 246
19. Lei Federal nº 13.709/2018 e suas alterações (Lei Geral de Proteção de Dados)....................................................................... 253
20. Lei nº 8.429/92 e suas alterações (Improbidade Administrativa)............................................................................................... 266

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A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO DE TEXTO.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento. severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual. com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual): afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Esco- Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
lar Especial > 2015 afirmativa correta.
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
deias-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Gêneros Discursivos
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Interpretação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
dárias. quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações ças sejam detectáveis.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Exemplos de interpretação:
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a tro país.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- do que com a filha.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Opinião
curto. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que que fazemos do fato.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
como horas ou mesmo minutos. pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS
berdade para quem recebe a informação.

DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO Existem muitas linguagens e cada uma delas é composta de di-
versos elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elemen-
Fato tos da linguagem escrita; cores e formas são elementos da lingua-
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência gem visual; timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é sonora.
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- A linguagem expressa, cria, produz ou comunica algo. Há lin-
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. guagens verbais e não verbais. Cada uma delas é composta por
diversos elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elemen-
Exemplo de fato: tos da linguagem verbal; cores e formas são elementos da lingua-
A mãe foi viajar. gem visual; timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem
sonora.

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Linguagem verbal
A linguagem verbal é caracterizada pela comunicação através do uso de palavras. Essas palavras podem ser faladas ou escritas. O
conjunto das palavras utilizadas em uma língua é chamado de léxico.

Linguagem não verbal


A comunicação não verbal é compreendida como toda a comunicação realizada através de elementos não verbais. Ou seja, que não
usem palavras.

Linguagem verbal Linguagem não verbal


Imagens
Gestos
Elementos presentes Palavras
Sons
Expressões corporais e faciais
Conversas Língua de sinais
Discursos Placas de aviso e de trânsito
Exemplos
Textos Obras de arte
Rádio Dança

Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos, etc.)


A simbologia é uma forma de comunicação não verbal que consegue, por meio de símbolos gráficos populares, transmitir mensagens
e exprimir ideias e conceitos em uma linguagem figurativa ou abstrata. A capacidade de reconhecimento e interpretação das imagens/
símbolos é determinada pelo conhecimento de cada pessoa.

Exemplos:
PLACAS

CHARGES

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TIRINHAS

GRÁFICOS

TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAIS.

Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem e
estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua classificação
baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos dos tipos
textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. Logo, para
cada tipo de texto, existem gêneros característicos.

Como se classificam os tipos e os gêneros textuais


As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, conto,
fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos tipos, as
classificações são fixas, e definem e distinguem o texto com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais são: narrativo,
descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto as tipologias integram o
campo das formas, da teoria. Acompanhe abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se inserem em cada tipo textual:

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Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e e fábulas.
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
e fábulas. texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc. conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, expositivos.
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
expositivos. caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é abaixo-assinado.
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
abaixo-assinado. procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de de instruções, entre outros.
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
de instruções, entre outros. impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos. SISTEMA ORTOGRÁFICO: ORTOGRAFIA OFICIAL DO POR-
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais TUGUÊS DO BRASIL.
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua — Definições
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos. às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio decorrentes dessas funções, entre outros.  
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
inserem em cada tipo textual: estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e

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As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, demonstrativo).
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma). ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
York.   — Definição
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
regras: Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, língua portuguesa:
abacaxi.   – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
mexerica.    âncora, avô.
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, tônica!
verminose. – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos. determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
burguês/burguesa. exemplo semelhante é a palavra bênção.  
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. — Monossílabas Tônicas e Átonas
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
Porque, Por que, Porquê ou Por quê? alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto, da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu, temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
porque/pois nada está molhado.   Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado (forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”, abaixo:
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração. “Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do “Finalmente encontrei a chave do carro.”
cancelamento do show.  
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, Recebem acento gráfico:  
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
do show.   – As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Por quê?   Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
Parônimos e homônimos – As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e lêem leem.
apreender (capturar).

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Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → vôo – voo; zôo – zoo.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Acentuação das palavras Oxítonas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e européia – europeia.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Ex.: caqui, urubu. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as possuem -e tônico em hiato.
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
abaixo. Observe as exceções: ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, revêem.
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, linguïça – linguiça.
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
tônus.   grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
quórum, quóruns.   “para”.
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
preposição]
Acentuação das palavras Proparoxítonas Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo /
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é preposição]
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito. SEPARAÇÃO SILÁBICA.

Ditongos e Hiatos
Acentuam-se: Sílaba: A sílaba é um fonema ou conjunto de fonemas que emi-
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, tido em um só impulso de voz e que tem como base uma vogal.
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, A sílabas são classificadas de dois modos:
mausoléu, sóis, véus.
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de Classificação quanto ao número de sílabas:
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí As palavras podem ser:
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú). – Monossílabas: as que têm uma só sílaba (pé, pá, mão, boi,
luz, é...)
Não se acentuam: – Dissílabas: as que têm duas sílabas (café, leite, noites, caí,
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: bota, água...)
moinho, rainha, bainha. – Trissílabas: as que têm três sílabas (caneta, cabeça, saúde,
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: circuito, boneca...)
juuna, xiita. xiita. – Polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas (casamento,
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, jesuíta, irresponsabilidade, paralelepípedo...)
enjoo, magoo.
Classificação quanto à tonicidade
O Novo Acordo Ortográfico As palavras podem ser:
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou -já, ra-paz, u-ru-bu...)
em vigor em 2009: – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)

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– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)

Lembre-se que:
Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia fonética.
Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia fonética.
Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronunciada
com mais força.

Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisamos entender melhor como se dá a divisão silábica das palavras.

Divisão silábica
A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja, pela pronúncia. Sempre que for escrever, use o hífen para separar uma
sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste processo:
Não se separa:
• Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...)
• Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-quer, a-ve-ri-guou...)
• Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na palavra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu (fa-cha-da, co-lhei-ta,
fro-nha, pe-guei...)
• Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo-go, pa-trão...)

Deve-se separar:
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizinhas (sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...)
• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex-ce-ção...)
• Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia, rit-mo...)

MORFOLOGIA: FORMAÇÃO E CLASSE DE PALAVRAS.

FORMAÇÃO

Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos (combinação
de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra primitiva ou
radical).

1 – Prefixal por prefixação: um prefixo ou mais são adicionados à palavra primitiva.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA PALAVRA DERIVADA


inf fiel infiel
sobre carga sobrecarga

2 – Sufixal ou por sufixação: é a adição de sufixo à palavra primitiva.

PALAVRA
SUFIXO PALAVRA DERIVADA
PRIMITIVA
gol leiro goleiro
feliz mente felizmente

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3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma nova
palavra.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA


inf feliz – Infeliz
– feliz mente Felizmente
des igual – desigual
– igual dade igualdade

4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo anterior, para
existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para originar um verbo.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA


em pobre cer empobrecer
em trist ecer estristecer

5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”

VERBO RADICAL DESINÊNCIA VOGAL TEMÁTICA SUBSTANTIVO


debater debat er e debate
sustentar sustent ar o sustento
vender vend er a venda

6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.

Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.   
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.  
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.

CLASSE DE PALAVRAS.

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.

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Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

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— Adjetivo concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é


É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma substantivo comum professora).
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade
ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que Locução adjetiva
quer que seja nomeado. Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
Os tipos de adjetivos consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples Exemplos:
(bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um – Criaturas da noite (criaturas noturnas).
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo- – Paixão sem freio (paixão desenfreada).
limão).   – Associação de comércios (associação comercial).
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é
primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, — Verbo
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
lamentável). Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
O gênero dos adjetivos o exemplo do verbo “nutrir”:
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” significado).
/ “Ana é uma amiga leal.”   – Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
travessa”. (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse
no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
O número dos adjetivos tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
Por concordarem com o número do substantivo a que se tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
formosos. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos;
O grau dos adjetivos vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer
fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo
Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.
quanto o anterior.”  
Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do — Pronome
que Luciana.” O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
do que a equipe.”    e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
podendo ser: ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.” pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
relativos.
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” Pronomes pessoais
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
(pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
Pronome adjetivo (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, um correspondente oblíquo.
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer

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CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

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— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

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Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..

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Introduzem uma oração subordinada em que


Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primeiros/
primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.  

Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos: meio
ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.  
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.   

Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.  

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– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando abaixo de de acordo junto a


atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, acerca de debaixo de junto de
duplos sentidos. acima de de modo a não obstante

Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem a fim de dentro de para com
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 à frente de diante de por debaixo de
unidades).
antes de embaixo de por cima de
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. a respeito de em cima de por dentro de
atrás de em frente de por detrás de
— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações através de em razão de quanto a
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e com respeito a fora de sem embargo de
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, — Interjeição
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc.,
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades
gera significado e sentido, esteja presente, possui um valor menor. autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
Classificação das preposições também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, – Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
sob, sobre, trás. – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades Os tipos de interjeição
linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas De acordo com as reações que expressam, as interjeições
conforme o contexto. podem ser de:

Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei


o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/ ALÍVIO “Ah!, “Ufa!”
instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
valor estrutural (gramática). APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!”
Classificação das preposições
Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!”
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme, DESEJO “Tomara!”
durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
outras. DOR “Ai!”, “Ui!”
Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!”
suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental, IMPACIÊNCIA
“Puxa!”
por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.   (FRUSTRAÇÃO)
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!”
Locuções prepositivas
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”
são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
prepositivas.

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4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que


EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou Exemplos:
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, “Tudo às avessas.”
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a “Barcos à deriva.”
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras “moda de”, ficando somente o à explícito.
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos Exemplos:
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal “Arroz à (moda) grega.”
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno “Bife à (moda) parmegiana.”
de união representado pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com: Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não de horas especificadas e definidas: Exemplos:
assistiu às aulas.” “À uma hora.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.” “Às cinco e quinze”.
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
construção sintática. discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
Técnicas para o emprego da crase ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
palavra feminina. Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
Exemplos: retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.” Vejamos:
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.” Frase
“Irei ao evento / à festa.” Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
deve ser empregado. discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.” compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.”
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” ,
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá. ser compreendida pelo interlocutor.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta Oração
de estudar / Insiste em estudar.” É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração,
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.” desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
Gosto de você / Penso em você.” importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.

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1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
contém verbo. concordância verbal.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
como oração. ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo concordância do verbo o destaca de forma indireta.
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
sintática diferente. e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
determiná-lo.
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as Esse sujeito pode aparecer com:
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. padeiro.”».
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o estiver lá.”
noticiário”.
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
Período e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma “Choveu muito ontem”.
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma “Era uma hora e quinze”.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
apresenta apenas um verbo. também recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
— Análise Sintática compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
estrutura de um período e das orações que compõem um período. complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe cair, mergulhar, correr.
a seguir as especificidades de cada tipo. – Verbo de ligação: servem para expressar características de
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome
respectivos exemplos a seguir: (substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração.
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade,
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
sobre o sujeito). – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja,
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo
respectivos casos: “ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
“Fred fez um lindo discurso.” atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
“Um lindo discurso Fred fez.” mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou
“Fez um lindo discurso, Fred.” palavra substantivada.
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– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida “Maria escreve bastante bem.”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
aula. Por isso, estavam contentes. O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o Os adjuntos adverbiais podem ser:
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
2 – Termos integrantes da oração – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma tempo).
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva. – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
exigindo preposição. “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, de escola.”
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido – Sujeito: “jovem apaixonado”
seja compreendido. – Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
acontecido.” fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
os aparelhos.» adjuntos adnominais de “colega”.

– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe informação já completa. Observe os exemplos:
os exemplos: “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
nominal. – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
“rapidamente” é advérbio de modo. ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
substantivo. quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
apelo. Observe:
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Vista o casaco, filha!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
passiva: — Estudo da relação entre as orações
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” Os períodos compostos são formados por várias orações.
– “O cachorro foi alvo do meu medo.” As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.” subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por
3 – Termos acessórios da oração orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem individualmente porque apresentam sentidos completos.
para complementar a informação, exprimindo circunstância, Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira – Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
abaixo quais são eles: doces.”
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido – Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: preparei os doces.”
“Dormimos muito.” – Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou
preparo os doces.”
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. – Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
“Ele ficou pouco animado com a notícia.” logo, passou no exame.”
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– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
porque estudou bastante.” – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
tipos textuais;
– Período composto por subordinação: são constituídos por – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas – Demarcar das unidades de um texto;
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado enunciado
que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não Vírgula
queria que isso acontecesse.” De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.” da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
expectativa de que os planos serão melhores em breve!” não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
é que meus pais são saudáveis.” outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
empregada:
– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!” • No interior da sentença
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me 1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão ENUMERAÇÃO
felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
para que nós chegássemos a casa em segurança.” Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, REPETIÇÃO
espero por você.» Os arranjos estão lindos, lindos!
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
estivesse cansado, concluiu a maratona.” Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
como se ainda vivesse no interior.” 2 – Isolar o vocativo
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme “Crianças, venham almoçar!”
combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.” “Quando será a prova, professora?”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
me exercito, mais tenho disposição.” 3 – Separar apostos
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que “O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve 4 – Isolar expressões explicativas:
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.” “As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi
responsabilizado.”

PONTUAÇÃO. 5 – Separar conjunções intercaladas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”

— Visão Geral 6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:


O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais “Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial funcionários do setor.”
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas “Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os “Estas alegações, não as considero legítimas.”
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
compreensão da frase. 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
por conjunções)
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”

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9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: 2 – Abrevia palavras:


“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
10 – Marcar a omissão de um termo: – “Dr.” (Doutor)
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”). 3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
• Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas Ponto e Vírgula
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e “Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: nossa amiga, de praticar esportes.”
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
ajudasse.” 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a Mercúrio;
principal: Vênus;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Terra;
Marte;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Júpiter;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Saturno;
Urano;
Por ser sempre assim, ninguém dá Netuno.”
Reduzida
atenção!
Dois Pontos
Porque é sempre assim, já ninguém dá 1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
Desenvolvida
atenção! enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores.
5 – Separar as sentenças intercaladas: “Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu “Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
leito, até que você se recupere por completo.” grande ofensa.”

• Antes da conjunção “e” 2 – Para introduzirem citação direta:


1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
valores que não expressam adição, como consequência ou muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
diversidade, por exemplo. transforma’.”
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” 3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre – Sou inocente!”
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
alguma ideia, por exemplo: Reticências
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o sintaticamente:
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha) “Quem sabe um dia...”

3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.” ainda.”

O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome objetivo de prolongar o raciocínio:
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
apositiva nem se apresente inversamente).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
Ponto “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
1 – Para indicar final de frase declarativa: Raimundo Fagner).
“O almoço está pronto e será servido.”

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Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
“Quando você pode comparecer?”

2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
destacar o enunciado: estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
“Não brinca, é sério?!” – Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
Ponto de Exclamação em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
1 – Após interjeição: 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
“Nossa Que legal!” flexionado para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
“Infelizmente!” da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
3 – Após vocativo formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
“Ana, boa tarde!” concordância ocorre em gênero e pessoa

4 – Para fechar de frases imperativas: Casos específicos de concordância verbal


“Entre já!” Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
Parênteses I – Quando houver um sujeito definido;
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
a vírgula: forem distintos.
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
sempre) Observe os exemplos:
quem seria promovido.” “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto: Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
“O rapaz perguntou ao padre: verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
— Amar demais é pecado?” da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: imperativos.
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!” Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: “Foram proibidos de realizar o atendimento.”
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
Aspas – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, nevar, amanhecer.
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.” – O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
“A reunião será feita ‘online’.” professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
2 – Para indicar uma citação direta: duas horas que estamos esperando.”
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
Assis) Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”
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Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou permanece
na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»

Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»

Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”

Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com a 3°
pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”

Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

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— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”

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... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

SEMÂNTICA: FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem transmitida,
em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre.
São seis as funções da linguagem, que se encontram diretamente relacionadas com os elementos da comunicação.

Funções da Linguagem Elementos da


Comunicação
Função referencial ou denotativa contexto
Função emotiva ou expressiva emissor
Função apelativa ou conativa receptor
Função poética mensagem
Função fática canal
Função metalinguística código

Função Referencial
A função referencial tem como objetivo principal informar, referenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da co-
municação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural, o que enfatiza sua impessoalidade.
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio
de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Exemplo de uma notícia:


O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedicada
ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o objetivo
de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentárias. Em 75% das
nações participantes, o nível de atividade física praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado para garantir um cresci-
mento saudável e um envelhecimento de qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esqueletos fortes e funções cognitivas
preservadas. De “A” a “F”, a maioria dos países tirou nota “D”.

Função Emotiva
Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar. É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensagem
não precisa ser clara ou de fácil entendimento.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro incons-
cientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, daquele
que fala.

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Exemplo: Nós te amamos! Função Metalinguística


É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-
Função Conativa gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua- código utilizando o próprio código.
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des-
grande foco é no receptor da mensagem. taque são as gramáticas e os dicionários.
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu- Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do-
blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema
meio da mensagem transmitida. são alguns exemplos.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter- Exemplo:
ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço
vocativo. entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com mestre”
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma- 2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada.
neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios “é uma de suas amizades fiéis”
publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
certos produtos. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza- Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
dos, que se deixam conduzir sem questionar. da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
Exemplos: Só amanhã, não perca! palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Vote em mim!
Denotação e conotação
Função Poética Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
Esta função é característica das obras literárias que possui palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras. palavras. Exemplos:
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será “O gato é um animal doméstico.”
transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das “Meu vizinho é um gato.”
figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
tivo é a mensagem. No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro
A função poética não pertence somente aos textos literários. sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Hiperonímia e hiponímia
Exemplo: Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
“Basta-me um pequeno gesto, palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
feito de longe e de leve, hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
para que venhas comigo Exemplos:
e eu para sempre te leve...” – Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
(Cecília Meireles) – Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.

Função Fática Polissemia e monossemia


A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca- A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra
nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o
transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação. contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas
A ênfase dada ao canal comunicativo. palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem- – “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma
plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele- ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
fone, etc. – A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
Exemplo:
-- Calor, não é!? Sinonímia e antonímia
-- Sim! Li na previsão que iria chover. A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem
-- Pois é... semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras
expressam proximidade e contrariedade.

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Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
veloz. ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
atrasado. paração: parecer, assemelhar-se e outros.

Homonímia e paronímia Exemplo


A homonímia diz respeito à propriedade das palavras Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de você entrou em mim como um sol no quintal.
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas (Belchior)
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de qual não existe uma designação apropriada.
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja
os exemplos: Exemplos
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo – folha de papel
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). – braço de poltrona
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar – céu da boca
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar – pé da montanha
roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo tidos físicos.
chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e Exemplo
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
(saudação). mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)

FIGURAS DE LINGUAGEM. A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste-


sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen-
ça gelada”.
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re- Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o.
comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
nando-o poético. Exemplos
O filósofo de Genebra (= Calvino).
As figuras de linguagem classificam-se em O águia de Haia (= Rui Barbosa).
– figuras de palavra;
– figuras de pensamento; Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que
– figuras de construção ou sintaxe. a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
Figuras de palavra Exemplos
Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven- Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex- Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
pressivo na comunicação. Tomei um Danone. (iogurte)
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co- Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné-
nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Exemplo
Exemplos A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
...a vida é cigana sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo
É caravana plural)
É pedra de gelo ao sol. (José Cândido de Carvalho)
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Figuras Sonoras
Encarnado e azul são as cores do meu desejo. Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral-
(Carlos Drummond de Andrade) mente em posição inicial da palavra.

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Exemplo Exemplo
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- Dentro do tempo o universo
ladas. [na imensidão.
(Cruz e Sousa) Dentro do sol o calor peculiar
[do verão.
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um Dentro da vida uma vida me
verso ou poesia. [conta uma estória que fala
[de mim.
Exemplo Dentro de nós os mistérios
Sou Ana, da cama, [do espaço sem fim!
da cana, fulana, bacana (Toquinho/Mutinho)
Sou Ana de Amsterdam.
(Chico Buarque) Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou vírgulas.
na prosódia, mas diferentes no sentido.
Exemplo
Exemplo Não nos movemos, as mãos é
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu que se estenderam pouco a
[erro pouco, todas quatro, pegando-se,
quero que você ganhe que apertando-se, fundindo-se.
[você me apanhe (Machado de Assis)
sou o seu bezerro gritando
[mamãe. Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
(Caetano Veloso) nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.

Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro- Exemplo


duzido por seres animados e inanimados. Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
tuge, nem muge.
Exemplo (Rubem Braga)
Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
inseto múltiplo reunido mo já expresso.
para compor o zanzineio surdo
circular opressivo Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor são, dando ênfase à mensagem.
da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade) Exemplos
Não os venci. Venceram-me
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados eles a mim.
onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc. (Rui Barbosa)

Figuras de sintaxe ou de construção Morrerás morte vil na mão de um forte.


Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os (Gonçalves Dias)
termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.
Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Exemplos
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; Ouvir com os ouvidos.
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; Rolar escadas abaixo.
ruptura: anacoluto; Colaborar juntos.
concordância ideológica: silepse. Hemorragia de sangue.
Repetir de novo.
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,
frase ou verso. Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben-
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
junções, preposições e verbos.

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Exemplos Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu) Os dois ora estais reunidos...
Espero venhas logo. (eu, que, tu) (Carlos Drummond de Andrade)
Ele dormiu duas horas. (durante)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
(Camões) (Machado de Assis)

Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- Silepse de número: Não há concordância do número verbal
mente. com o sujeito da oração.

Exemplos Exemplo
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Camilo Castelo Branco) (Mário Barreto)

Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.


(Machado de Assis) QUESTÕES

Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen-


tos na frase. 1. (Prefeitura de Piracicaba - SP - Professor - Educação Infantil
- VUNESP - 2020)
Exemplos Escola inclusiva
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros
(Carlos Drummond de Andrade) concordam que há melhora nas escolas quando se incluem alunos
com deficiência.
Paciência tenho eu tido... Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre
(Antônio Nobre) os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de uma
educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do lei em 2015 e criou raízes no tecido social.
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualifi-
função sintática definida. cados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o que dizer
então de alunos com gama tão variada de dificuldades.
Exemplos Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o en-
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. frentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por
(Manuel Bandeira) limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais.
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo- minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, dis-
tassem as mãos. corda de que crianças com deficiência devam aprender só na com-
(José Lins do Rego) panhia de colegas na mesma condição.
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase). necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2
milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha triplicado o
Exemplo número de professores com alguma formação em educação espe-
...em cada olho um grito castanho de ódio. cial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país.
(Dalton Trevisan) Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de
...em cada olho castanho um grito de ódio) aula.
As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma es-
Silepse trutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, ao
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno
ou pronome com a pessoa a que se refere. e sua família para definir atividades e de auxiliar os docentes do
Exemplos período regular nas técnicas pedagógicas.
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho... Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compe-
(Rachel de Queiroz) te ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus estabele-
cimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar
V. Ex.a parece magoado... em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se con-
(Carlos Drummond de Andrade) funde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
o sujeito da oração.
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Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo:
pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parênteses, “Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores,
a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de sofás e até carcaças de automóveis.”
colocação dos pronomes. III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal:
(A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com “Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se
deficiência. (incluem-se) tornar as salamandras de Čapek.”
(B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não muito IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser hu-
mais que 100 mil deles no país. (se contam) mano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e pro-
(C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada duzir um ‘Dom Quixote’”.
sala de aula. (concebe-se) Está correto apenas o que se afirma em
(D) Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de (A) I e II.
receber o aluno... (encarrega-se) (B) I e III.
(E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente (C) II e IV.
já vamos aprendendo. (confunde-se) (D) III e IV.

2. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente Comunitário de Saú- 03. A palavra livro é um substantivo


de - FCM - 2019) (A) próprio, concreto, primitivo e simples.
Dieta salvadora (B) comum, abstrato, derivado e composto.
A ciência descobre um micróbio adepto de um (C) comum, abstrato, primitivo e simples.
alimento abundante: o lixo plástico no mar. (D) comum, concreto, primitivo e simples.
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o
câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um des- 4. (CÂMARA DE PIRACICABA - SP – JORNALISTA – VUNESP –
tino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os 2019)
mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também Na frase – Tem coisa que não pode cancelar. –, o vocábulo
com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças destacado é um pronome relativo, retomando o substantivo
de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, “coisa”. Assinale a alternativa em que o vocábulo em destaque
subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente também exerce função pronominal, retomando um substantivo.
para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da (A) Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no
Guanabara ao Pacífico. cultivo de algumas espécies.
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália, (B) Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia.
China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um (C) Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico (D) No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o
jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado mais importante era rir.
pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o (E) – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir
das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios, custos.
de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os
cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que 5. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago. CELÊNCIA - 2019)
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco Em “Tempos Modernos”, fez-se o uso de figuras de linguagem,
Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na assinale a alternativa em que os termos destacados têm a classifi-
costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher cação corretamente:
pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as ”Hoje o tempo voa, amor
salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defende- escorre pelas mãos
rem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re- ...Vamos viver tudo que há pra viver .
produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar ..eu vejo um novo começo de era
e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo. de gente fina, elegante, sincera
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem com habilidade para dizer mais sim do que não
se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras (A) Prosopopeia / pleonasmo / gradação / antítese.
aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios (B) Metáfora / pleonasmo / gradação / antítese.
no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo. (C) Metáfora / hipérbole / gradação / antítese.
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. (D) Pleonasmo / metáfora / antítese / gradação.
Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019. (E) Nenhuma das alternativas.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo,
possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no 6. (COMPESA - Analista de Gestão - Advogado - FGV) A substi-
meio do verbo) e ênclise (depois do verbo). tuição da oração adjetiva por um adjetivo de valor equivalente está
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos feita de forma inadequada em:
nos trechos a seguir. (A) “Quando você elimina o impossível, o que sobra, por mais
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E improvável que pareça, só pode ser a verdade”. / restante
não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus pró- (B) “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorân-
prios dejetos.” cia”. / consciente dos limites da própria ignorância.
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(C) “A única coisa que vem sem esforço é a idade”. / indiferente 10. (Pref. Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo - FGV) “O povo,
(D) “Adoro a humanidade. O que não suporto são as pessoas”. ingênuo e sem fé das verdades, quer ao menos crer na fábula, e
/ insuportável pouco apreço dá às demonstrações científicas.” (Machado de Assis)
(E) “Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas pelos No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados possuem,
que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros”. / fale- respectivamente, os valores de
cidos (A) qualidade e estado.
(B) estado e relação.
07. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação e Co- (C) relação e característica.
municação - FGV/2018) Temos uma notícia triste: o coração não é (D) característica e qualidade.
o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não é ali que moram (E) qualidade e relação.
os sentimentos. Puxa, para que serve ele, afinal? Calma, não jogue
o coração para escanteio, ele é superimportante. “É um órgão vital. 11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I
É dele a função de bombear sangue para todas as células de nosso A história da saúde não é a história da medicina, pois ape-
corpo”, explica Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração. nas de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina,
O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e tem e essa porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores.
dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas “bom- Os outros três determinantes da saúde são o comportamento,
bas” ele recebe o sangue das veias e lança para as artérias. Para isso o ambiente e a biologia – idade, sexo e genética. As histórias
contrai e relaxa, diminuindo e aumentando de tamanho. E o que da medicina centradas no atendimento à saúde não permitem
tem a ver com o amor? “Ele realmente bate mais rápido quando uma compreensão global da melhoria da saúde humana. A his-
uma pessoa está apaixonada. O corpo libera adrenalina, aumentan- tória dessa melhoria é uma história de superação. Antes dos
do os batimentos cardíacos e a pressão arterial”. primeiros progressos, a saúde humana estava totalmente es-
(O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. tagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil anos, até meados
6) do século XVIII, a expectativa de vida dos seres humanos oci-
Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate mais dentais não evoluíra de modo significativo. Estava paralisada
rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois exemplos de na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que o
variação de grau. equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elemen-
Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta. tos alteraram esse contexto, provocando um aumento pratica-
(A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de ad- mente contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas deti-
jetivo. nham o recorde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em
(B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos. 2019, eram as japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com
(C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau comparativo uma duração média de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar
do adjetivo. esse recorde, as populações dos países industrializados podem
(D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por meio esperar viver atualmente ao menos 80 anos. Desde 1750, cada
de um sufixo. geração vive um pouco mais do que a anterior e prepara a se-
(E) Apenas na primeira frase há variação de grau. guinte para viver ainda mais tempo.
Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver
8. (Banestes - Técnico Bancário - FGV/2018) O adjetivo ilimitado cada vez mais?
corresponde à locução “sem limites”; a locução com igual estrutura Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11
que NÃO corresponde ao adjetivo abaixo destacado é: (com adaptações).
(A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial / sem No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul-
ação; gue o item seguinte.
(B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial / sem A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au-
cautela; mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen-
(C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem ferimento; tido original do texto.
(D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França / sem ( )CERTO
ser percebido; ( )ERRADO
(E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu-
9 (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão Contábil alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se
- FGV/2018) Na escrita, pode-se optar frequentemente entre uma mostra coerente.
construção de substantivo + locução adjetiva ou substantivo + adje- (A) Avise-me se você não receber esta carta.
tivo (esportes da água = esportes aquáticos). (B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina.
O termo abaixo sublinhado que NÃO pode ser substituído por (C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca
um adjetivo é: ocorreram.
(A) A indústria causou a poluição do rio; (D) Todos os casos são únicos e iguais a outros.
(B) As águas do rio ficaram poluídas; (E) Como eu disse antes, eu nunca me repito.
(C) As margens do rio estão cheias de lama;
(D) Os turistas se encantam com a imagem do rio;
(E) Os peixes do rio são bem saborosos.

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13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - 15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal, Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi- acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: corretamente substituído em:
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na (A) inerentes à determinado momento
minha vida. (B) inerentes à regras de convivência
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada? (C) inerentes à regulamentos anteriores
( ) É proibido a entrada de animais na praia. (D) inerentes à evidência de incorreções
(A) C - E - C.
(B) C - E - E. 16. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
(C) E - E - C. CELÊNCIA - 2019)
(D) E - C - E. Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem,
identifique-os e assinale a alternativa CORRETA:
14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
- Área Judiciária
O meu ofício
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Es-
pero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me
extraordinariamente à vontade e me movo num elemento que
tenho a impressão de conhecer extraordinariamente bem: uti-
lizo instrumentos que me são conhecidos e familiares e os sinto
bem firmes em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se
estudo uma língua estrangeira, se tento aprender história ou
geografia, ou tricotar uma malha, ou viajar, sofro e me pergun-
to como é que os outros conseguem fazer essas coisas. E tenho
a impressão de ser cega e surda como uma náusea dentro de
mim.
Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo (A) Metáfora e pleonasmo.
mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me (B) Metáfora e antítese.
importa nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei (C) Metonímia e hipérbole.
escrever histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou (D) Metonímia e ironia.
um artigo sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. (E) Nenhuma das alternativas.
O que escrevo nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E
sempre tenho a sensação de enganar o próximo com palavras 17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali. nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas,
Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser-
seu país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as ár- vância das normas da língua portuguesa:
vores e os muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei ( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta.
até a morte. Entre os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às ( ) Visitei a cidade onde você nasceu.
vezes imaginava que podia pintar, ou conquistar países a cava- ( ) É perigoso o local a que você se dirige.
lo, ou inventar uma nova máquina. Mas a primeira coisa séria ( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram
que fiz foi escrever um conto, um conto curto, de cinco ou seis milhões.
páginas: saiu de mim como um milagre, numa noite, e quando (A) E – E – E – C
finalmente fui dormir estava exausta, atônita, estupefata. (B) C – C – C – E
(Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. (C) C – E – E – E
Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, (D) C – C – C – C
passim)
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente 18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi-
observadas em: nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba-
(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua
por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu. portuguesa, um desvio de:
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca (A) Concordância nominal.
falta a espontaneidade dos bons escritos. (B) Concordância verbal.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa- (C) Regência verbal.
cilidade que encontra ela em escrever seus textos. (D) Regência nominal
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
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19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de sobrevivência. Mas essas informações são salpicadas, incom-
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- pletas e mutáveis. Traçar uma linha que contextualize todos es-
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- ses dados não é simples. Eventualmente, esse jogo mental de
tes ligar pontinhos cria armadilha para nós mesmos, pois por vezes
Luciano Melo um ponto que deveria ser descartado é inserido em uma lógica
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu apenas por ser chamativo. E outro, ao contrário, deveria ser
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atra- considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não
vessará e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre atendeu a um pressuposto.
o caminho pela via transversal à sua frente. Enquanto espera, Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
olha de um lado a outro a vigiar a pista quase livre. Finalmente de acidentes de carro.
não avista mais nenhum veículo que poderá atrapalhar seu pla- Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em:
nejado movimento. É hora de dirigir, mas, no meio da traves- 20 abr. 2019. (texto adaptado)
sia, ele é surpreendido por uma grave colisão. Uma motocicleta No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a
atinge a traseira de seu veículo. ocorrência do acento grave é justificada
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi- (A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver-
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
semelhante, mas, caso você seja exceção e acredite que en- nome.
xergaria a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que (B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
existe sobre isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
que de repente somem ou aparecem em uma cena. verbo.
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade (C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome,
de perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alte- e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo.
rações à nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto (D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
alvo da modificação no momento em que ela ocorrerá. Assim, verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
se olharmos fixamente para uma janela cheia de vasos de flores, nome.
poderemos assistir à queda de um deles. Mas, se desviarmos
brevemente nossos olhos da janela, justamente no momento 20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
do tombo, é possível que nem notemos a falta do enfeite. O fe- nº 006
nômeno se chama cegueira para mudança: nossa incapacidade A importância dos debates
de visualizar variações do ambiente entre uma olhada e outra. É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um resse específico dos eleitores
limiar atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alte- O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
ração considerada dominante. Por sua vez, modificações que (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
não ultrapassam o limiar não provocarão divergência da aten- em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
ção e serão ignoradas. mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de-
estende por todo nosso campo visual. A consciência de nossa talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
percepção não é limitada, mas nossa atenção e nossa memó- votados na primeira etapa.
ria de curtíssimo prazo são. Não somos capazes de memorizar Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
tudo instantaneamente à nossa volta e nem podemos nos ater Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá-
a tudo que nos cerca. Nossa introspecção da grandiosidade de dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
nossa experiência visual confronta com nossas limitações per- importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
ceptivas práticas e cria uma vivência rica, porém efêmera e su- principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
jeita a erros de interpretações. Dimensiona um gradiente entre der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise
o que é real e o que se presume, algo que favorece os acidentes das finanças públicas.
de trânsito. Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
do texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro-
partes centrais da pista, por onde os carros preferencialmente paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação
circulam sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
último carro passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar
permaneceria vazio por um intervalo de tempo seguro para a os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As
travessia. As laterais da pista, locais em que motocicletas geral- respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
mente trafegam, não tiveram a atenção merecida, e a velocida- prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
de da moto não estava no padrão esperado. parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público
nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
possamos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
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a solução para o seu concurso!
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verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre-


dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
ANOTAÇÕES
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo
de interesse específico dos eleitores. ______________________________________________________
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus-
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa- ______________________________________________________
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e
menos passionalismo. ______________________________________________________
(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de
2018. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso ______________________________________________________
em: 30 de agosto de 2022)
______________________________________________________
No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu- ______________________________________________________
nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há ______________________________________________________
ocorrência da crase.
Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a ______________________________________________________
alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
(A) cara a cara; às ocultas; à procura. ______________________________________________________
(B) face a face; às pressas; à deriva.
______________________________________________________
(C) à frente; à direita; às vezes.
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________

_____________________________________________________
1 D
2 A ______________________________________________________

3 D ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 C
7 A ______________________________________________________
8 E ______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 E
11 CERTO ______________________________________________________

12 B ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 B
______________________________________________________
15 D
16 C ______________________________________________________
17 D ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 D
______________________________________________________

______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Podemos ainda resolver o problema usando o princípio


PRINCÍPIOS DE CONTAGEM. multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de
lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches,
bebidas e sobremesa.
A análise combinatória ou combinatória é a parte da Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher
problemas relacionados com contagem1. na promoção.
Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise
das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto — Tipos de Combinatória
de elementos. O princípio fundamental da contagem pode ser usado
em grande parte dos problemas relacionados com contagem.
— Princípio Fundamental da Contagem Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito
O princípio fundamental da contagem, também chamado de trabalhosa.
princípio multiplicativo, postula que: Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e problemas com determinadas características. Basicamente há três
independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo,
de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”. precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas
de contagem, que é o fatorial.
Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica- O fatorial de um número natural é definido como o produto
se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas. deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche ! para indicar o fatorial de um número.
a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches: Exemplo:
hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente 0! = 1.
completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco 1! = 1.
de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: 3! = 3.2.1 = 6.
cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e 7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.
quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche?
Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme
Solução: Podemos começar a resolução do problema cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações
apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme para efetuar os cálculos de análise combinatória.
ilustrado abaixo:
— Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da
ordem e da natureza dos mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p
≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na


votação para escolher um representante e um vice-representante
Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o
quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim, representante e o segundo mais votado o vice-representante.
identificamos que existem 24 combinações possíveis.

1 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que
altera o resultado.

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

— Permutações
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos
disponíveis.
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta
maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.
Assim a permutação é expressa pela fórmula:

Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares.
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação:

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se sentarem neste banco.

— Combinações
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza
dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento,
dentre as 10 pessoas que se candidataram.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria,
João e José é equivalente a escolher João, José e Maria.

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7, pois, desta
forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

— Probabilidade e Análise Combinatória


A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um experimento aleatório. São
exemplos as chances de um número sair em um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria.
A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de eventos possíveis e número de eventos favoráveis, sendo
apresentada pela seguinte expressão:

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Sendo:
P (A): probabilidade de ocorrer um evento A.
n (A): número de resultados favoráveis.
n (Ω): número total de resultados possíveis.

Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas estudadas em análise
combinatória.
Exemplo: Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja,
apostar exatamente nos seis números sorteados?

Solução: Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis e os casos possíveis. Nesta situação, temos
apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados.
Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que serão sorteados, ao acaso, 6 números, não importando a
ordem, de um total de 60 números.
Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indicado abaixo:

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilidade de acertarmos então será calculada como:

— Probabilidade
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível
analisar as chances de um determinado evento ocorrer2.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de experimentos,
cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo acontecer.
Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de
1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
um casal ter 5 filhos, todos meninos.

— Experimento Aleatório
Um experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de massa) para
o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima.

— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão entre o número de eventos
favoráveis e o número total de resultados possíveis:

Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.

2 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

O resultado calculado também é conhecido como probabilidade — Espaço Amostral Equiprovável


teórica. Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço
Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem, amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma
basta multiplicar o resultado por 100. probabilidade de ocorrência.

Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul,
de sair um número menor que 3? preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades de
ocorrência de cada uma ser sorteada?
Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma
chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma
fórmula da probabilidade. chance de serem sorteadas.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1,
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2 — Tipos de Eventos
possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos: Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um
experimento aleatório.

Evento certo
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser
sorteada ao acaso e ser mulher.

Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.

Para responder na forma de uma porcentagem, basta Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas
multiplicar por 100. de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.

O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois


todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número
Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é
de 33%. 20.

— Ponto Amostral Evento Complementar


Ponto amostral é cada resultado possível gerado por um Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
experimento aleatório. sendo um evento complementar ao outro.

Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço
verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara e amostral é Ω = {cara, coroa}.
coroa. Cada resultado é um ponto amostral.
Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é
— Espaço Amostral complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral próprio espaço amostral.
corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou,
resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório. Evento Mutuamente Exclusivo
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum.
o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este A intersecção entre os dois conjuntos é vazia.
baralho.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes
dado, são as seis faces que o compõem: eventos são mutuamente exclusivos
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}.
B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se
cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto — Probabilidade Condicional
entre parênteses. A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias,
lançar um dado é n(Ω) = 6. a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a
ocorrência do evento B.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por: Exemplo: Qual a razão entre 40 e 20?

Onde o evento B não pode ser vazio. Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e
o denominador, o de baixo.
Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro
de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil,
um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um
prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens
e mulheres.
Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo
Como evento de probabilidade condicional, podemos associar
porcentagem, também chamada de razão centesimal.
a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
francesa (evento B).
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
mulher), apenas se for francesa (evento B).

RAZÕES E PROPORÇÕES. REGRAS DE TRÊS SIMPLES.


Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima
é chamado de antecedente (A), enquanto o de baixo é chamado de
A razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, consequente (B).
sendo o coeficiente entre dois números3.
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões,
ou ainda, quando duas razões possuem o mesmo resultado.
Note que a razão está relacionada com a operação da divisão.
Vale lembrar que duas grandezas são proporcionais quando formam
uma proporção. Qual o valor de x na proporção abaixo?
Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos
cotidianamente os conceitos de razão e proporção. Para preparar
uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais
entre os ingredientes.
Para encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de x = 12 . 3
medida terão de ser as mesmas. x = 36
A partir das grandezas A e B temos:
Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos
Razão descobrir o quarto, também chamado de “quarta proporcional”.
Na proporção, os elementos são denominados de termos. A
primeira fração é formada pelos primeiros termos (A/B), enquanto
a segunda são os segundos termos (C/D).
Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de três,
utilizamos o cálculo da proporção para encontrar o valor procurado.
ou A : B, onde b ≠ 0.
— Propriedades da Proporção
Proporção 1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por
exemplo:

onde todos os coeficientes são ≠ 0.


Logo: A · D = B · C.

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

3 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/
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2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o
exemplo: aumento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas.
Ou seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade,
e assim por diante.

Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80


dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo?
é equivalente

Logo, D. A = C . B.
Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois
— Regra de três simples e composta a relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque
A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas, que a diminuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de
podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimentos, construção.
entre outros4.
É o método para determinar o valor de uma incógnita quando
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou
inversamente proporcionais.

As Grandezas
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas
diretamente e inversamente proporcionais.
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o 5x = 80 . 7
acréscimo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na 5x = 560
outra. Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também x = 560/5
será triplicada, e assim sucessivamente. x = 112

Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempresa Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quantas pedreiros.
folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de
colaboradores aumentar para 50? Regra de Três Simples
A regra de três simples funciona na relação de apenas
duas grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do


suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos
limões serão necessários?

Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de


colaboradores provocará também um aumento no gasto de papel.
Logo, essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através
da multiplicação cruzada:

35x = 50 . 10 Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já


35x = 500 que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade
x = 500/35 de limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela
x = 14,3 multiplicação cruzada:
Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as x = 250 . 6
demandas da microempresa com 50 funcionários. x = 1500 ml de suco

4 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-
-tres-simples-e-composta
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Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um Após análises, organiza-se as informações em novas colunas:
trajeto em 2 horas. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em
quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso?

4/x = 160/300 . 6/8


4/x = 960/2400
Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três 960x = 2400 . 4
simples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do carro 960x = 9600
o tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra, uma das x = 9600/960
razões deverá ser invertida e transformada em direta. x = 10 dias

PORCENTAGENS.

A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100, ou


seja, .
70x = 120 . 2
70x = 240 O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que
x = 240/70 significa dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada
x = 3,4 h de razão centesimal ou percentual5.
Saber calcular porcentagem é importante para resolver
Regra de Três Composta problemas matemáticos, principalmente na matemática financeira
A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou para calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou
seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas. — Calculando Porcentagem de um Valor
Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
de roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a
trabalhando, quantos dias levará para a produção de 300 peças? seguinte operação:

Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de
valor desconhecido, isto é: porcentagem:
- Relacionando os dias de produção com a quantidade de peças,
percebe-se que essas grandezas são diretamente proporcionais,
pois aumentando o número de peças cresce a necessidade de mais
dias de trabalho.
- Relacionando a demanda de costureiras com os dias de
produção, observa-se que aumentando a quantidade de peças Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da
o quadro de funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as seguinte forma:
grandezas são inversamente proporcionais. 1º passo: multiplicar o percentual pelo valor.

20 x 200 = 4.000

2º passo: dividir o resultado anterior por 100.

5 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
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Calculando Porcentagem de Forma Rápida Fator de multiplicação = 1 + i.


Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma
prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te ajudarão a Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria
fazer porcentagem de maneira mais rápida. que custava R$ 100. O valor final da mercadoria pode ser calculado
da seguinte forma:
Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1%
Você também tem como calcular porcentagem rapidamente 1º passo: encontrar a taxa de variação.
utilizando o correspondente a 1% do valor.

Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para


aprender essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que
2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.
representa 1%.
Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
Fator de multiplicação = 1,25.

3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.

2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela 100 x 1,25 = 125 reais.
porcentagem que se quer descobrir.
Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da mercadoria
2 x 20 = 40 seja R$ 125.

Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40. Fator multiplicativo para desconto em um valor
Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações multiplicativo envolve uma subtração.
equivalentes Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria
da fração pelo mesmo número natural. que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
1º passo: encontrar a taxa de variação.
Veja como encontrar a fração equivalente de .

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Fator de multiplicação = 0,75.
Se a fração equivalente de é , então para calcular 20%
de um valor basta dividi-lo por 5. Veja como fazer: 3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.

100 x 0,75 = 75 reais.

EQUAÇÕES DE 1º E DE 2º GRAUS.

— Calcular porcentagem de aumentos e descontos — Equação do 1° Grau


Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma
utilizando o fator de multiplicação ou fator multiplicativo. ou mais incógnitas6. Quem determina o “grau” dessa equação é
o expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a
equação do 1º grau. Se o expoente for 2, a equação será do 2º grau;
se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no preço x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
de um produto, ou seja, o resultado será fatores diferentes. x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)
6 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacao-primeiro-grau.
Fator multiplicativo para aumento em um valor htm#:~:text=Na%20Matem%C3%A1tica%2C%20a%20equa%C3%A7%-
Quando um produto recebe um aumento, o fator de C3%A3o%20%C3%A9,equa%C3%A7%C3%A3o%20ser%C3%A1%20
multiplicação é dado por uma soma. de%203%C2%BA%20grau.
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A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma: Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da
incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando e vai para o outro
lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando,
passa para o outro lado dividindo.
É importante dizer que a e b representam qualquer número real
e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x pode ser representada por
qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor
a ser encontrado para o resultado da equação. O primeiro membro
da equação são os números do lado esquerdo da igualdade, e o
segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade.

Como resolver uma equação do primeiro grau


Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos
achar o valor da incógnita (que vamos chamar de x) e, para que isso
seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve
ficar sozinho em um dos membros da equação.
O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no 4° exemplo:
mesmo membro em que se encontra x e “jogar” para o outro lado Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar
da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x. o número para o outro lado, devemos sempre deixar o lado da
1° exemplo: incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1.

Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e


ele está somando. Para isolar a incógnita, ele vai para o outro lado
Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro
da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):
lado, teremos:

2° exemplo:

— Propriedade Fundamental das Equações


A propriedade fundamental das equações é também chamada
O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está de regra da balança. Não é muito utilizada no Brasil, mas tem
subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro lado da igualdade a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for
com a operação inversa, que é a soma: feito no primeiro membro da equação deve também ser feito no
segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter
o resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:

3° exemplo:
Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele
está somando, vamos subtrair o número 12 nos dois membros da
equação:

Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita


será dividido por 3 nos dois membros da equação:

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EQUAÇÃO DO 2° GRAU Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do


segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por exemplo, os
Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0 coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números
será chamada equação do segundo grau7. O único detalhe é que na fórmula do discriminante, teremos:
a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em Δ = b² – 4 · a · c
hipótese alguma. Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
Uma equação é uma expressão que relaciona números Δ = 16 – 16 · (– 24)
conhecidos (chamados coeficientes) a números desconhecidos Δ = 16 + 384
(chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma Δ = 400
equação é usar as propriedades dessa igualdade para descobrir
o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles — Quantidade de soluções de uma equação
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma As equações do segundo grau podem ter até duas soluções
equação é encontrar os valores que x pode assumir, fazendo com reais9. Por meio do discriminante, é possível descobrir quantas
que a igualdade seja verdadeira. soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em
vez de perguntar quais as soluções de uma equação. Então, nesse
— Como resolver equações do 2º grau? caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c = Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
0 os valores de x que fazem com que essa equação seja verdadeira8. Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
que sejam raízes dela. Para resolver equações do 2º grau completas,
existem dois métodos mais comuns: Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a
- Fórmula de Bhaskara; raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é impossível calcular essas
- Soma e produto. raízes.

O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com 3) Encontrar as soluções da equação
que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é necessário o Para encontrar as soluções de uma equação do segundo
conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir coeficientes e
soluções da equação são números quebrados, soma e produto não discriminante na seguinte expressão:
é uma alternativa boa.

— Fórmula de Bhaskara

1) Determinar os coeficientes da equação


Os coeficientes de uma equação são todos os números que não Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara.
são a incógnita dessa equação, sejam eles conhecidos ou não. Para Esse sinal indica que deveremos fazer um cálculo para √Δ positivo
isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0,
equações do segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que substituiremos seus coeficientes e seu discriminante na fórmula de
o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica x, e o Bhaskara:
coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0

O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.

Na equação:
– x² + x = 0

O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.


2) Encontrar o discriminante
O discriminante de uma equação do segundo grau é
representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado pela seguinte
fórmula:
Δ = b² – 4·a·c

7 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.
htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20 Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de
ser,a%20zero%20em%20hip%C3%B3tese%20alguma. solução é: S = {3, – 2}.
8 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau. 9 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-u-
htm ma-equacao-segundo-grau.htm
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— Soma e Produto Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para


Nesse método é importante conhecer os divisores de um encontrar o conjunto de soluções da equação. Por mais que seja
número. Ele se torna interessante quando as raízes da equação são possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos
números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse específicos de cada equação incompleta acabam sendo menos
método fica bastante complicado. trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação
A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da incompleta é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0,
equação do segundo grau, logo devemos buscar quais são os já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero.
possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação:
Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas
Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é
bastante comum a utilização da fórmula de Bhaskara, porém
existem métodos específicos para cada um dos casos de equações
incompletas, a seguir veremos cada um deles.

Quando c = 0
Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0. Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma
1º passo: encontrar a, b e c. equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu conjunto de
a=1 soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa
b = -5 equação como uma equação produto. Vejamos um exemplo a
c=6 seguir.
Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0.
2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula. 1º passo: colocar x em evidência.
Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que:
2x² + 5x = 0
x · (2x + 5) = 0

2º passo: separar a equação produto em dois casos.


Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero,
um deles tem que ser igual a zero, no caso, temos que:
x · (2x + 5) = 0
x = 0 ou 2x + 5 = 0

3º passo: encontrar as soluções.


Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar
o valor de x que faz com que 2x + 5 seja igual a zero, então, temos
3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação. que:
Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto 2x + 5 = 0
seja igual a 6 e a soma seja igual a 5. 2x = -5
Os números cuja multiplicação é igual a 6 são: x = -5/2
I. 6 x 1 = 6
II. 3 x 2 =6 Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x =
III. (-6) x (-1) = 6 -5/2.
IV. (-3) x (-2) = 6
Quando b = 0
Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo
seja igual a 5. Note que somente a II possui soma igual a 5, logo as ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável x até encontrar as
raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2. possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo:
Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0.
— Equação do 2º Grau Incompleta Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c 3x² – 12 = 0
iguais a zero4. Existem três tipos dessas equações, cada um com um 3x² = 12
método mais adequado para sua resolução. x² = 12 : 3
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando x² = 4
um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a zero. Existem três casos
possíveis de equações incompletas, que são:
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0;
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0;
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0.

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Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que — Progressão Aritmética (PA)
existem sempre dois números e que, ao elevarmos ao quadrado,
encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o Uma progressão aritmética é uma sequência formada por
símbolo de ±. termos que se diferenciam um do outro por um valor constante,
x = ±√4 que recebe o nome de razão, calculado por11:
x = ±2 r = a2 – a1
Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.
Onde:
Quando b = 0 e c = 0 r é a razão da PA;
Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais a2 é o segundo termo;
a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá sempre como única a1 é o primeiro termo.
solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
Exemplo: Sendo assim, os termos de uma progressão aritmética podem
3x² = 0 ser escritos da seguinte forma:
x² = 0 : 3
x² = 0
x = ±√0
x = ±0 Note que em uma PA de n termos a fórmula do termo geral (an)
x=0 da sequência é:
an = a1 + (n – 1) . r

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E Alguns casos particulares são: uma PA de 3 termos é
GEOMÉTRICAS. representada por (x - r, x, x + r) e uma PA de 5 termos tem seus
componentes representados por (x - 2r, x - r, x, x + r, x + 2r).
— Sequência Numérica
Tipos de PA
Na matemática, a sequência numérica ou sucessão numérica
De acordo com o valor da razão, as progressões aritméticas são
corresponde a uma função dentro de um agrupamento de números.
classificadas em 3 tipos:
De tal modo, os elementos agrupados numa sequência
1. Constante: quando a razão for igual a zero e os termos da
numérica seguem uma sucessão, ou seja, uma ordem no conjunto10.
PA são iguais.
Exemplo: PA = (2, 2, 2, 2, 2, ...), onde r = 0
— Classificação
As sequências numéricas podem ser finitas ou infinitas, por
2. Crescente: quando a razão for maior que zero e um termo a
exemplo:
partir do segundo é maior que o anterior;
SF = (2, 4, 6, ..., 8).
Exemplo: PA = (2, 4, 6, 8, 10, ...), onde r = 2
SI = (2,4,6,8...).
3. Decrescente: quando a razão for menor que zero e um termo
Note que quando as sequências são infinitas, elas são indicadas
a partir do segundo é menor que o anterior.
pelas reticências no final. Além disso, vale lembrar que os elementos
Exemplo: PA = (4, 2, 0, - 2, - 4, ...), onde r = - 2
da sequência são indicados pela letra a. Por exemplo:
1° elemento: a1 = 2.
As progressões aritméticas ainda podem ser classificadas em
4° elemento: a4 = 8.
finitas, quando possuem um determinado número de termos, e
infinitas, ou seja, com infinitos termos.
O último termo da sequência é chamado de enésimo, sendo
representado por an. Nesse caso, o an da sequência finita acima
Soma dos Termos de uma PA
seria o elemento 8.
A soma dos termos de uma progressão aritmética é calculada
Assim, podemos representá-la da seguinte maneira:
pela fórmula:
SF = (a1, a2, a3,...,an).
SI = (a1, a2, a3, an...).

— Lei de Formação
A Lei de Formação ou Termo Geral é utilizada para calcular
qualquer termo de uma sequência, expressa pela expressão: Onde, n é o número de termos da sequência, a1 é o primeiro
an = 2n² - 1 termo e an é o enésimo termo. A fórmula é útil para resolver
questões em que são dados o primeiro e o último termo.
— Lei de Recorrência
A Lei da Recorrência permite calcular qualquer termo de uma
sequência numérica a partir de elementos antecessores:
an = an-1, an-2,...a1
10 https://www.todamateria.com.br/sequencia-numerica/ 11 https://www.todamateria.com.br/pa-e-pg/
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Quando um problema apresentar o primeiro termo e a razão Onde,


da PA, você pode utilizar a fórmula: q é a razão da PG;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.

Uma progressão geométrica de n termos pode ser representada


da seguinte forma:
Essas duas fórmulas são utilizadas para somar os termos de
uma PA finita.

Termo médio da PA
Para determinar o termo médio ou central de uma PA com Sendo a1 o primeiro termo, o termo geral da PG é calculado
um número ímpar de termos calculamos a média aritmética com o por a1.q(n-1).
primeiro e último termo (a1 e an):
Tipos de PG
De acordo com o valor da razão (q), podemos classificar as
Progressões Geométricas em 4 tipos:
1. Crescente: com a razão q > 1 e termos positivos ou, 0 < q < 1
e termos negativos;
Já o termo médio entre três números consecutivos de uma PA
corresponde à média aritmética do antecessor e do sucessor. Exemplos:
Exemplo: Dada a PA (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14) vamos determinar a PG: (3, 9, 27, 81, ...), onde q = 3.
razão, o termo médio e a soma dos termos. PG: (-90, -30, -15, -5, ...), onde q = 1/3.
1. Razão da PA
2. Decrescente: com a razão q > 1 e termos negativos ou, 0 < q
< 1 e os termos positivos;

Exemplo:
PG: (-3, -9, -27, -81, ...), onde q = 3.
PG: (90, 30, 15, 5, ...), onde q = 1/3.
2. Termo médio
3. Oscilante: a razão é negativa (q < 0) e os termos são números
negativos e positivos;
Exemplo: PG: (3, -6, 12, -24, 48, -96, …), onde q = - 2.

4. Constante: a razão é sempre igual a 1 e os termos possuem


o mesmo valor.

Exemplo: PG: (3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, ...), onde q = 1.

Soma dos Termos de uma PG


3. Soma dos termos A soma dos termos de uma progressão geométrica é calculada
pela fórmula:

Sendo a1 o primeiro termo, q a razão comum e n o número de


termos.
— Progressão Geométrica (PG) Se a razão da PG for menor que 1, então utilizaremos a fórmula
Uma progressão geométrica é formada quando uma sequência a seguir para determinar a soma dos termos.
tem um fator multiplicador resultado da divisão de dois termos
consecutivos, chamada de razão comum, que é calculada por:

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Essas fórmulas são utilizadas para uma PG finita. Caso a soma


pedida seja de uma PG infinita com 0 < q < 1, a fórmula utilizada é: FUNÇÕES E GRÁFICOS.

Na Matemática, função corresponde a uma associação dos


elementos de dois conjuntos, ou seja, a função indica como os
elementos estão relacionados12.
Termo Médio da PG Por exemplo, uma função de A em B significa associar cada
Para determinar o termo médio ou central de uma PG com um elemento pertencente ao conjunto A a um único elemento que
número ímpar de termos calculamos a média geométrica com o compõe o conjunto B, sendo assim, um valor de A não pode estar
primeiro e último termo (a1 e an): ligado a dois valores de B.

Exemplo: Dada a PG (1, 3, 9, 27 e 81) vamos determinar a razão,


o termo médio e a soma dos termos.
1. Razão da PG

Notação para função: f: A → B (lê-se: f de A em B).

— Representação das Funções


2. Termo médio Em uma função f: A → B o conjunto A é chamado de domínio
(D) e o conjunto B recebe o nome de contradomínio (CD).
Um elemento de B relacionado a um elemento de A recebe
o nome de imagem pela função. Agrupando todas as imagens
de B temos um conjunto imagem, que é um subconjunto do
contradomínio.

Exemplo: observe os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5,


6, 7, 8}, com a função que determina a relação entre os elementos
f: A → B é x → 2x. Sendo assim, f(x) = 2x e cada x do conjunto A é
transformado em 2x no conjunto B.
3. Soma dos termos

Note que o conjunto de A {1, 2, 3, 4} são as entradas, “multiplicar


por 2” é a função e os valores de B {2, 4, 6, 8}, que se ligam aos
elementos de A, são os valores de saída.
Portanto, para essa função:
- O domínio é {1, 2, 3, 4};
- O contradomínio é {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8};
- O conjunto imagem é {2, 4, 6, 8}.

12 https://www.todamateria.com.br/funcao/
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Tipos de Funções Exemplo:


As funções recebem classificações de acordo com suas
propriedades. Confira a seguir os principais tipos.

Função Sobrejetora
Na função sobrejetora o contradomínio é igual ao conjunto
imagem. Portanto, todo elemento de B é imagem de pelo menos
um elemento de A.
Notação: f: A → B, ocorre a Im(f) = B

Exemplo:

Para a função acima:


- O domínio é {-1, 1, 2, 4};
- O contradomínio é {2, 3, 5, 7};
- O conjunto imagem é {2, 3, 5, 7}.

Função Afim
A função afim, também chamada de função do 1º grau, é uma
função f: ℝ→ℝ, definida como f(x) = ax + b, sendo a e b números
reais13. As funções f(x) = x + 5, g(x) = 3√3x - 8 e h(x) = 1/2 x são
exemplos de funções afim.
Neste tipo de função, o número a é chamado de coeficiente de
Para a função acima: x e representa a taxa de crescimento ou taxa de variação da função.
- O domínio é {-4, -2, 2, 3}; Já o número b é chamado de termo constante.
- O contradomínio é {12, 4, 6};
- O conjunto imagem é {12, 4, 6}. Gráfico de uma Função do 1º grau
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau é uma reta
Função Injetora oblíqua aos eixos Ox e Oy. Desta forma, para construirmos seu
Na função injetora todos os elementos de A possuem gráfico basta encontrarmos pontos que satisfaçam a função.
correspondentes distintos em B e nenhum dos elementos de A
compartilham de uma mesma imagem em B. Entretanto, podem Exemplo: Construa o gráfico da função f (x) = 2x + 3.
existir elementos em B que não estejam relacionados a nenhum Para construir o gráfico desta função, vamos atribuir valores
elemento de A. arbitrários para x, substituir na equação e calcular o valor
correspondente para a f (x).
Exemplo: Sendo assim, iremos calcular a função para os valores de
x iguais a: - 2, - 1, 0, 1 e 2. Substituindo esses valores na função,
temos:
f (- 2) = 2. (- 2) + 3 = - 4 + 3 = - 1
f (- 1) = 2 . (- 1) + 3 = - 2 + 3 = 1
f (0) = 2 . 0 + 3 = 3
f (1) = 2 . 1 + 3 = 5
f (2) = 2 . 2 + 3 = 7

Para a função acima:


- O domínio é {0, 3, 5};
- O contradomínio é {1, 2, 5, 8};
- O conjunto imagem é {1, 5, 8}.

Função Bijetora
Na função bijetora os conjuntos apresentam o mesmo número
de elementos relacionados. Essa função recebe esse nome por ser
ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.
13 https://www.todamateria.com.br/funcao-afim/
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Os pontos escolhidos e o gráfico da f (x) são apresentados na imagem abaixo:

No exemplo, utilizamos vários pontos para construir o gráfico, entretanto, para definir uma reta bastam dois pontos.
Para facilitar os cálculos podemos, por exemplo, escolher os pontos (0,y) e (x,0). Nestes pontos, a reta da função corta o eixo Ox e Oy
respectivamente.

Coeficiente Linear e Angular


Como o gráfico de uma função afim é uma reta, o coeficiente a de x é também chamado de coeficiente angular. Esse valor representa
a inclinação da reta em relação ao eixo Ox.
O termo constante b é chamado de coeficiente linear e representa o ponto onde a reta corta o eixo Oy. Pois sendo x = 0, temos:

y = a.0 + b ⇒ y = b

Quando uma função afim apresentar o coeficiente angular igual a zero (a = 0) a função será chamada de constante. Neste caso, o seu
gráfico será uma reta paralela ao eixo Ox.
Abaixo representamos o gráfico da função constante f (x) = 4:

Ao passo que, quando b = 0 e a = 1 a função é chamada de função identidade. O gráfico da função f (x) = x (função identidade) é uma
reta que passa pela origem (0,0).

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Além disso, essa reta é bissetriz do 1º e 3º quadrantes, ou seja, divide os quadrantes em dois ângulos iguais, conforme indicado na
imagem abaixo:

Temos ainda que, quando o coeficiente linear é igual a zero (b = 0), a função afim é chamada de função linear. Por exemplo as funções
f (x) = 2x e g (x) = - 3x são funções lineares.
O gráfico das funções lineares são retas inclinadas que passam pela origem (0,0).
Representamos abaixo o gráfico da função linear f (x) = - 3x:

Função Crescente e Decrescente


Uma função é crescente quando ao atribuirmos valores cada vez maiores para x, o resultado da f (x) será também cada vez maior.
Já a função decrescente é aquela que ao atribuirmos valores cada vez maiores para x, o resultado da f (x) será cada vez menor.
Para identificar se uma função afim é crescente ou decrescente, basta verificar o valor do seu coeficiente angular.
Se o coeficiente angular for positivo, ou seja, a é maior que zero, a função será crescente. Ao contrário, se a for negativo, a função será
decrescente.

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Por exemplo, a função 2x - 4 é crescente, pois a = 2 (valor positivo). Entretanto, a função - 2x + - 4 é decrescente visto que a = - 2
(negativo). Essas funções estão representadas nos gráficos abaixo:

ESTRUTURAS LÓGICAS.

Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca hipóteses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter conclusões e,
por fim, chegar a um resultado final.
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas estruturas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da lógica, para
poder justamente determinar um modo, para que o caminho traçado não seja o errado. Veremos que há diversas estruturas para isso, que
se organizam de maneira matemática.
A estrutura mais importante são as proposições.

Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira ou falsa.

Ex.: Carlos é professor.

As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa.
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa frase seja
“Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a frase não é uma proposição.
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode ser classificada
como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas informações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. Nestes casos, chamamos
estas frases de sentenças abertas, devido ao seu caráter imperativo.
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos permite deduzir diversas relações entre declarações, assim, iremos utilizar
alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes encadeamentos.
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas (p.ex.: a, b, p, q, …)

Seja a proposição p: Carlos é professor


Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real

É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a proposição se classifica como verdadeira ou falsa.

Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. Por exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo uma
única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”.

Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou mais proposições através de conectivos.

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Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:


LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO. ANALOGIAS, INFERÊNCIAS,
^: e (aditivo) conjunção DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.
Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
Real”, posso escrever p ^ q.
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos
v: ou (um ou outro) ou disjunção nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de
p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é
: “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação,
disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo). e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras
p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas falsas.
nunca ambos)
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)
¬ ou ~: negação Todo ser humano é mortal
~p: Carlos não é professor Sócrates é um ser humano
Logo Sócrates é mortal
->: implicação ou condicional (se… então…)
p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula
⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional) Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso
p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil contrário, então Carlos não é professor
é o Real
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte
Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas específica
estruturas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna Roraima fica no Brasil
mais natural decifrar esta simbologia. A moeda do Brasil é o Real
Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem Logo, a moeda de Roraima é o Real
parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma
que tudo esteja extremamente estabelecido. parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
1 – Princípio da Identidade Todo médico usa jaleco
p=p Então todo professor é médico
Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
(ou equivalente) a ela mesma. Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
2 – Princípio da Não contradição minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma
p=qvp≠q argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de
às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja, sofismo14.
não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse
mesmo tempo. encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
resultados falsos. Por exemplo:
3 – Princípio do Terceiro excluído
pv¬p A água do mar é feita de água e sal
Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira A bolacha de água e sal é feita de água e sal
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
uma nova (como são duas, uma terceira) opção). de bolacha)
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois de sofismo:
tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos. Queijo suíço tem buraco
14 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos
movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC,
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa-
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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Quanto mais queijo, mais buraco


Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?

LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL). PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS. TABELAS-VERDADE. LEIS DE MORGAN.

A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou
composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou
mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não for
professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa? Como
podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é através de tabelas-verdades.

A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos
saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte tabela verdade:

p ~p
V F
F V

A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:

p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F

Todas as tabelas verdades são as seguintes:

p q p^q pvq p -> q p ⇔q p v. q


V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F

Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:

p q r p v q -> r

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Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:

p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logicamente
equivalentes (iguais).

Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F

Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:

p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V

Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:

p q p^q pvp p->q (p^q) -> pvq


V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V

O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.

Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de
Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)

Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:


p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real

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Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a V V V V V V V V


moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor
OU a moeda do Brasil não é o real V F V V F F V V
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda F V F V V V V F
do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do
Brasil não é o Real. F F F F F F F F

Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é C–p∨q⇔q∨p


possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas
para resolver diversas questões. p q p v q q v p
V V V F V V F V
EQUIVALÊNCIAS. V F V V F F V V
F V F V V V V F
Definição: Duas ou mais proposições compostas são F F F F F F F F
equivalentes, mesmo possuindo fórmulas (ou estruturas lógicas)
diferentes, quando apresentarem a mesma solução em suas D–p↔q⇔q↔p
respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P e Q são ambas TAUTOLOGIAS, ou então,
são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES. p q p ↔ q q ↔ p
V V V V V V V V
Exemplo:
V F V F F F F V
Dada as proposições “~p → q” e “p v q” verificar se elas são
equivalentes. F V F F V V F F
Vamos montar a tabela verdade para sabermos se elas são F F F V F F V F
equivalentes.
2 – Reflexiva (equivalência por reflexão)
p q ~p → q p v q p→p⇔p→p
V V F V V V V V
V F F V F V V F p p p → p p → p

F V V V V F V V V V V V V V V V

F F V F F F F F F F F V F F V F

Observamos que as proposições compostas “~p → q” e “p ∨ q” 3 – Transitiva


são equivalentes. Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...) E
Q(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) ENTÃO
~p → q ≡ p ∨ q ou ~p → q ⇔ p ∨ q, onde “≡” e “⇔” são os P(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) .
símbolos que representam a equivalência entre proposições.
— Equivalências notáveis
— Equivalências fundamentais
1 – Distribuição (equivalência pela distributiva)
1 – Simetria (equivalência por simetria) A – p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
A–p^q⇔q^p
p q r p ^ (q v r) (p ^ q) v (p ^ r)
p q p ^ q q ^ p V V V V V V V V V V V V V V V
V V V V V V V V V V F V V V V F V V V V V F F
V F V F F F F V V F V V V F V V V F F V V V V
F V F F V V F F V F F V F F F F V F F F V F F
F F F F F F F F F V V F F V V V F F V F F F V
F V F F F V V F F F V F F F F
B–pvq⇔qvp
F F V F F F V V F F F F F F V
p q p v q q v p F F F F F F F F F F F F F F F

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B – p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) B – p ⇔ (p ∨ p)

p q r p v (q ^ r) (p v q) ^ (p v r) p p p v p
V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F F V V V V V V F F F F F F
V F V V V F F V V V F V V V V
4 – Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra
V F F V V F F F V V F V V V F condicional equivalente à primeira, apenas invertendo-se e
F V V F V V V V F V V V F V V negando-se as proposições simples que as compõem.
F V F F F V F F F V V F F F F 1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)
F F V F F F F V F F F F F V V
F F F F F F F F F F F F F F F p q p → q ~q → ~p
V V V V V F V F
2 – Associação (equivalência pela associativa)
A – p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r) V F V F F V F F
F V F V V F V V
p q r p ^ (q ^ r) (p ^ q) ^ (p ^ r) F F F V F V V V
V V V V V V V V V V V V V V V
Exemplo:
V V F V F V F F V V V F V F F p → q: Se André é professor, então é pobre.
V F V V F F F V V F F F V V V ~q → ~p: Se André não é pobre, então não é professor.
V F F V F F F F V F F F V F F
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
F V V F F V V V F F V F F F V
F V F F F V F F F F V F F F F p q ~p → q ~q → p
F F V F F F F V F F F F F F V V V F V V F V V
F F F F F F F F F F F F F F F V F F V F V V V
F V V V V F V F
B – p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
F F V F F V F F
p q r p v (q v r) (p v q) v (p v r)
Exemplo:
V V V V V V V V V V V V V V V ~p → q: Se André não é professor, então é pobre.
V V F V V V V F V V V V V V F ~q → p: Se André não é pobre, então é professor.

V F V V V F V V V V F V V V V 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)


V F F V V F F F V V F V V V F
F V V F V V V V F V V V F V V p q p → ~q q → ~p
F V F F V V V F F V V V F F F V V V F F V F F
F F V F V F V V F F F V F V V V F V V V F V F
F F F F F F F F F F F F F F F F V F V F V V V
F F F V V F V V
3 – Idempotência
A – p ⇔ (p ∧ p) Exemplo:
p → ~q: Se André é professor, então não é pobre.
p p p ^ p q → ~p: Se André é pobre, então não é professor.
V V V V V
F F F F F

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

4 º Caso: (p → q) ⇔ ~p v q F F V F F F V V F V F V V
F F F F F F V F F V F V F
p q p → q ~p v q
V V V V V F V V — Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)
V F V F F F F F Chama-se proposições associadas a p → q as três proposições
condicionadas que contêm p e q:
F V F V V V V V – Proposições recíprocas: p → q: q → p
F F F V F V V F – Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
Exemplo:
p → q: Se estudo, então passo no concurso. Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:
~p v q: Não estudo ou passo no concurso.
p q p →q q →p ~p →~q ~q →~p
5 – Pela bicondicional
V V V V V V
A – (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
V F F V V F
p q p ↔ q (p → q) ^ (q → p) F V V F F V
V V V V V V V V V V V V F F V V V V
V F V F F V F F F F V V
Note que:
F V F F V F V V F V F F
F F F V F F V F V F V F

B – (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q), aplicando-se a


contrapositiva às partes

p q p ↔ q (~q → ~p) ^ (~p → ~q)


V V V V V F V F V F V F
V F V F F V F F F F V V
F V F F V F V V F V F F
F F F V F V V V V V V V

C – (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)

p q p ↔ q (p ^ q) v (~p ^ ~q)
V V V V V V V V V F F F
V F V F F V F F F F F V
F V F F V F F V F V F F
F F F V F F F F V V V V

6 – Pela exportação-importação Observamos ainda que a condicional p → q e a sua recíproca q


[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)] → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO EQUIVALENTES.
Exemplos:
p q r [(p ^ q) → r] [p → (q → r)] p → q: Se T é equilátero, então T é isósceles. (V)
q → p: Se T é isósceles, então T é equilátero. (F)
V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F F V F V F F Exemplo:
Vamos determinar:
V F V V F F V V V V F V V A – A contrapositiva de p → q
V F F V F F V F V V F V F B – A contrapositiva da recíproca de p → q
C – A contrapositiva da contrária de p → q
F V V F F V V V F V V V V
F V F F F V V F F V V F F
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70
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Resolução:
A – A contrapositiva de p → q é ~q → ~p
A contrapositiva de ~q → ~p é ~~p → ~~q ⇔ p → q

B – A recíproca de p → q é q → p
A contrapositiva q → q é ~p → ~q NENHUM
E
AéB
C – A contrária de p → q é ~p → ~q
A contrapositiva de ~p → ~q é q → p Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
— Equivalência “NENHUM” e “TODO” vice-versa.
1 – NENHUM A é B ⇔ TODO A é não B.
Exemplo:
Nenhum médico é tenista ⇔ Todo médico é não tenista (= Todo
médico não é tenista).

2 – TODO A é B ⇔ NENHUM A é não B.


Exemplo:
Toda música é bela ⇔ Nenhuma música é não bela (= Nenhuma
música é bela). Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Referências Podemos ainda representar das seguin-
ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica matemática. São tes formas:
Paulo: Nobel – 2002.
ALGUM
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu. I
AéB
Raciocínio lógico passo a passo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

DIAGRAMAS LÓGICOS.

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
problemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que
envolvam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste ar-
gumento podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos


para conseguir resolver questões que envolvam os diagramas
lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

- Existem teatros que não são cinemas

ALGUM
O - Algum teatro é casa de cultura
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo: Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRA- Segundo as afirmativas temos:
ÇÃO – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o úl-
casa de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “al- timo diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que
gum teatro é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que existe pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo
mesmo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Erra-
do, a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
nos afirma isso

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justi-


ficativa é observada no diagrama da alternativa anterior. PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. –
Correta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez
que todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
cultura também não é cinema. em tópicos anteriores.

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS.

Um conteúdo matemático comum de ser associado com a


temática da lógica é a Teoria de Conjuntos. Veremos que podemos
estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda
mais nosso repertório de abordagem para as questões. Mas
primeiro devemos entender do que se trata um conjunto.
Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou
não seguir alguma lógica para se formarem. Podemos elencar um
conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado
por parafuso, prego e uma chave de fenda), ou a partir de uma
LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM. “lei” (conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda,
furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses
Uma certa evolução de uma lógica sentencial é a lógica de objetos pertencentes a um conjunto iremos chamar de elemento.
primeira ordem ou lógica de predicados, onde além dos conectivos, Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos.
estão presente os quantificadores (com expressões como qualquer Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B,
e algum, por exemplo)15. C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos por letras minúsculas
Esta forma de raciocinar segue os mesmos preceitos que a (a, b, c, …).
lógica com conectivos (e, ou, ou exclusivo, implicação, …), tendo
também novos símbolos, que são:

∀: qualquer, todo
∀x(A(x) -> B(x))
Para todo elemento, se pertence a A, pertence a B.

∃: existe, algum, pelo menos um


∃x(A(x)^B(X): existe elemento que pertence a A e a B

∄: Não existe, nenhum


Nenhum A é B = Todo A é não B
Fonte: autor
A negativa de tais estruturas não são tão diretas como às
apresentadas nas Leis de Morgan. A negativa de ∃ (existe,) é ∄ (não Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante
existe), mas a negativa de ∄ pode ser ∃ ou ∀ (para todo), assim pertencem a esse conjunto A, enquanto Pente, Jeans e Acerola não
como a negativa de ∀ pode ser tanto ∃ e ∄, por isso, cada caso deve pertencem.
ser analisado atentamente. Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando
Tendo elencado estas novas estruturas, basta construirmos seus elementos da seguinte forma:
tabelas verdade com elas, para resolvermos questões. A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}.
Repare que agora estamos trabalhando não só com o aspecto
verdadeiro/falso mas com a ideia de quantidade (existe um, todo, Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto
nenhum), então nosso estudo das afirmações devem levar em dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde seus elementos
consideração estas novas peculiaridades. são alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e
obter um subconjunto com frutas amarelas.

15 Dizemos que a lógica de primeira ordem é uma extensão da lógica


sentencial.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

G = conjunto dos números pares


F= conjunto dos números menores que 10
G ∪ F = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14; 16; 18; …}

Fonte: Autor
Representação da união entre conjuntos
Fonte: Autor
Intersecção (∩)
Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do São os elementos comuns entre os conjuntos (há nos dois ao
conjunto D. mesmo tempo)
Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro
Y quando todos seus elementos de Y também são elementos de X, G = conjunto dos números pares
mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá F= conjunto dos números menores que 10
fazem parte de D, mas milho e quindim não fazem parte de E). G ∩ F = {2; 4; 6; 8}
Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada.
Para indicar que um elemento está no conjunto (que pertence ao
conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto
(quando não pertence), utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.

Pedra ∈ A (o elemento Pedra pertence ao conjunto A)


Jeans ∉ A (o elemento Jeans não pertence ao conjunto A)
Quindim ∉ D
Quindim ∉ E

E além de elementos, podemos fazer o mesmo para conjuntos,


através dos símbolos ⊂ (contido), ⊄ (não contido), ⊃ (contém) e ⊅
(não contém).

D ⊃ E (o conjunto D contém o subconjunto E) Fonte: autor


E ⊂ D (o conjunto E está contido em D) Representação da intersecção entre conjuntos
A ⊅ D (o conjunto A não contém o conjunto D)
D ⊄ E (o conjunto D não está contido no conjunto E) Diferença ( — )
São os elementos que um conjunto não tem em comum com
Repare que os símbolos são muito próximos, sempre voltados outro. Nos nossos exemplos, G — F seria pensar o que há em G que
ao “conjunto principal” que se referem. Mais uma vez, tanto os não há em F?, assim como F — G seria o que há em F que não há
símbolos de pertencimento quanto os de contenção fazem alusão em G?
a linguagem oral.
Além destes símbolos, temos também outros que, tais quais G = conjunto dos números pares
os conectivos lógicos, se assemelham a certas estruturas, são eles: F= conjunto dos números menores que 10
união, intersecção e diferença. G — F = {10; 12; 14; 16; 18; …}
F — G = {1; 3; 5; 7; 9}
União (∪)
É a “soma” entre dois ou mais conjuntos, unindo-os. Ou seja, em G — F, tirei os elementos de F de G (tirei os números
menores que 10 do conjunto de todos os números pares, tirando
assim os números 2; 4; 6 e 8.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Por fim, iremos ver uma equação que nos será muito útil para
contar elementos de um conjunto quando ocorre uma união:
A∪B=A+B-A∩B

Lemos esta expressão como o número de elementos da união


entre A e B (A ∪ B) é igual a soma do número de elemento de A com
o número de elementos de B - a intersecção entre A e B (A ∩ B).
Fonte: autor Pode parecer complicada esta equação, mas pense assim.
À esquerda temos a representação de G-F, enquanto que à Quando somo os elementos de A com os de B, pode ser que
direita temos F-G. existam elementos repetidos entre estes conjuntos, estes elementos
repetidos são justamente a intersecção. Quando a tiramos, tiramos
Um tipo específico de conjuntos são os conjuntos numéricos, esta repetição e obtemos então o número exato de elementos da
conjuntos os quais seus elementos são números (conjunto dos união entre A e B.
números pares, conjunto dos números inteiros).

Os principais conjuntos numéricos são: RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉ-


TICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.
Conjunto dos números naturais - números positivos
ℕ = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; …)
Nesta parte iremos ver um compilado de conteúdos
Conjunto dos números inteiros - números positivos e negativos relacionados a aritmética, geometria e matriz que aparecem
ℤ = {...; -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …} associados ao tema raciocínio lógico. Como estes assuntos não
são o objetivo desta apostila, irão aparecer de forma simplificada,
Conjunto dos números racionais - números que podem ser relativamente introdutória, visando principalmente que estes não
escritos como uma fração (razão), ou seja, números com vírgulas, sejam empecilhos para quando formos resolver nossas questões.
dízimas periódicas, números inteiros.
ℚ = {...; -½; …; -0,25; …; 0; 3; 0,222222222222…; …} — Aritmética

Conjunto dos números irracionais - números que não podem Números pares
ser escritos como uma fração, ou seja, números que resultam em Números divisíveis por 2.
dízimas não periódicas.
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …} Números ímpares
Números não divisíveis por 2
Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos
números racionais e dos números irracionais. Para sabermos se um número é par ou ímpar, basta vermos o
ℝ=𝕀∪ℚ último algarismo deste número. Se ele for 2; 4; 6; 8 ou 0, ele será
par. Agora, caso seja 1; 3; 5; 7 ou 9, será ímpar.
Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos
conjuntos numéricos, podendo assim fazer a seguinte representação O número 752 é par pois seu último algarismo é 2.
por diagrama destes conjuntos todos: O número 35791 é ímpar pois seu último algarismo é 1
O número 1189784321324687411324756 é par pois seu último
algarismo é 6.

Números primos
Números que possuem apenas dois divisores, 1 e ele mesmo

Números primos até 101:


2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67,
71, 73, 79, 83, 89, 97, 10116

— MMC e MDC de dois ou mais números


MMC: Mínimo Múltiplo Comum - menor número que está na
tabuada de ambos os números em questão.

Fonte: Autor mmc (2;3) = 6


mmc(3;21) = 21
Vimos então o quão prático é a representação de conjuntos mmc(100;95) = 1900
através de diagramas, fazendo ficar muito mais intuitivo as operações 16 Repare que 1 não é primo pois possui apenas um divisor, enquanto
e estabelecer relações entre os elementos e os subconjuntos devido que 2 é o único primo par, todos os demais números primos serão
ao apelo visual. ímpares (mas isso não implica que todo número ímpar é primo).
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Podemos encontrar o mmc de dois números através da — Geometria


decomposição por números primos destes números. Vejamos:
Quero encontrar o MMC entre 8 e 242: Formas de polígono

Número de lados Nome


3 Triângulo
4 Quadrado (se forem todos os lados iguais)
Retângulo (se os lados forem dois a dois
iguais)
Quadrilátero (independe do tamanho dos
lados17)
5 Pentágono
6 Hexágono
Fonte: autor
7 Heptágono
Assim, MMC(8; 242) = 968. 8 Octógono
Notemos que estamos dividindo os valores por números
primos quando possível. Na coluna da esquerda temos os números 9 Eneágono
que estamos dividindo até chegarmos a um (1). Enquanto isso, 10 Decágono
na direita estamos dividindo por números primos. Repare que na
11 Undecágono
segunda e na terceira linha (de cima para baixo), não é possível
dividir 121 por 2, então copiamos o número embaixo. Por fim, após 12 Dodecágono
decompor o número, multiplicamos os valores. Assim, MMC(8; 242) 13 Tridecágono
= 2 x 2 x 2 x 11 x 11 = 968.
… …
MDC: Máximo Divisor Comum: maior número que divide 20 Icoságono
ambos os números
Para achar o MDC entre dois números, o jeito mais simples é Três conceitos importantes e centrais em geometria são o de
montar quais são seus divisores: perímetro, área e volume.

mdc(25;80) = O perímetro é a soma de todos os lados de uma figura


25 = 1; 5; 25 geométrica.
80 = 1; 2; 4; 5; 8; 10; 20; 40; 80 Por exemplo, qual o perímetro de um quadrado de lado 3?
Como o quadrado tem quatro lados e todos eles são iguais, temos
O maior número que aparece em ambos é o número 5, assim, então que o perímetro será 3 + 3 + 3+ 3 = 4 x 3 = 12.
o mdc(25;80)=5
Já a área é quanto a figura ocupa de espaço bidimensional.
— Média Cada figura possui uma equação específica para seu cálculo de área,
Existem vários tipos de cálculos de média, onde vemos qual como vemos na tabela a seguir:
característica queremos extrair da análise estatística, no entanto,
alguns são mais úteis para certas ocasiões do que outras.
A média mais comumente usada é a média aritmética, onde a Nome Área
característica preservada é justamente a soma. Quadrado (lado)²
Retângulo base x altura
Na média aritmética iremos somar todos os termos e então
dividir pelo número de elementos somados. Losango (Diagonal maior x diagonal menor)/2
Paralelogramo base x altura
Exemplo: a média entre 5; 7; 12 e 3 será a soma destes valores:
5 + 7 + 12 + 3 = 27 Trapézio [(Base maior x base menor) x altura] / 2
Círculo π.raio² = πr²
Dividido pelo número de elementos: 4
Assim, a média será 27/4 = 6,75

17 Note que todo quadrado é um retângulo (pois tem os lados dois


a dois iguais), mas nem todo retângulo é um quadrado. Da mesma
forma, todo quadrado e todo retângulo são quadriláteros, mas nem
todo quadrilátero é um quadrado ou retângulo.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Volume é o equivalente à área para três dimensões, ou seja, 2. PREFEITURA DE SANTO AUGUSTO/RS - AUDITOR FISCAL DE
volume é o quanto uma figura ocupa de espaço tridimensional. TRIBUTOS MUNICIPAIS - FUNDATEC/2020
Novamente, cada figura irá possuir uma equação específica para Considerando as seguintes frações: f(x) = 2x + 8 e g(x) = 3x – 2,
calcular seu respectivo volume: assinale a alternativa que apresenta o resultado de f(6)/g(2).
(A) 3.
Nome Volume (B) 5.
(C) 8.
Cubo (lado)³ (D) 16.
Paralelepípedo base x altura x largura (E) 24.
Pirâmide Área da base x altura/3 3. AVAREPREV/SP - OFICIAL DE MANUTENÇÃO E SERVIÇOS -
Cone Área da base x altura/3 VUNESP/2020
Paulo vai alugar um carro e pesquisou os preços em duas
Esfera 4.π.r²
agências. A tabela a seguir apresenta os valores cobrados para a
locação de um mesmo tipo de carro nessas duas agências.
— Matrizes Agência Taxa inicial Taxa por quilômetro rodado
Uma matriz é como se fosse uma tabela simplificada, apenas I R$ 40,00 R$ 8,00
considerando números. II R$ 20,00 R$ 5,00
Por exemplo: a tabela a seguir diz sobre vendas em reais de O valor do aluguel é calculado somando-se a taxa inicial com
dois vendedores A e B o valor correspondente ao total de quilômetros rodados. Se Paulo
escolher a agência II e rodar 68 km, ele pagará pelo aluguel a
Vendedor/mês A B quantia de
(A) R$ 360,00.
Janeiro 100 75
(B) R$ 420,00.
Fevereiro 75 80 (C) R$ 475,00.
Março 85 75 (D) R$ 584,00.

Podemos transcrever esta tabela na seguinte matriz 4. PREFEITURA DE VICTOR GRAEFF/RS - PROFESSOR - OBJETI-
VA/2021
Sabendo-se que a razão entre a altura de certa árvore e a
projeção de sua sombra é igual a 3/4 e que a sua sombra mede
1,6m, ao todo, qual a altura dessa árvore?
(A) 1m
(B) 1,1m
O elemento da matriz podemos denominar de , onde i seriam (C) 1,2m
as linhas e j as colunas. Desta forma, nossa matriz no exemplo (D) 1,3m
acima seria uma matriz 3x2 e o elemento seria 80, assim
como o seria o 100. 5. PREFEITURA DE JARDINÓPOLIS/SC - FISCAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA - GS ASSESSORIA E CONCURSOS/2021
Na construção de um muro 8 pedreiros levaram 12 dias para
QUESTÕES conclui-lo. Se a disponibilidade para fazer esse muro fosse de 6
homens em quanto tempo estaria concluído?
(A) 16
1. PREFEITURA DE VENÂNCIO AIRES/RS - PSICOPEDAGOGO - (B) 14
OBJETIVA/2021 (C) 20
Um posto de combustível está com promoção em prol de uma (D) 21
entidade. Em dias normais, o litro da gasolina está R$ 4,00, mas, (E) 18
na promoção, abastecendo o carro e doando o valor de R$ 20,00
para uma entidade beneficente, o litro da gasolina sai por R$ 3,75. A 6. PREFEITURA DE PIRACICABA/SP - PROFESSOR - VUNESP/2020
promoção feita pelo posto pode ser descrita por uma função. Como Uma escola tem aulas nos períodos matutino e vespertino.
é chamada essa função e como podemos escrevê-la? Nessa escola, estudam 400 alunos, sendo o número de alunos do
(A) Função de primeiro grau, f(x) = 4x − 3,75x + 20 período vespertino igual a 2/3 do número de alunos do período
(B) Função de segundo grau, f(x) = 4x2 − 3,75x + 20 matutino. A razão entre o número de alunos do período vespertino
(C) Função de segundo grau, f(x) = 3,75x2 + 20 e o número total de alunos dessa escola é:
(D) Função de primeiro grau, f(x) = 3,75x + 20 (A) 1/4
(E) Função de segundo grau, f(x) = 4x + 3,75 + 20 (B) 1/3
(C) 2/5
(D) 3/5
(E) 2/3

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7. UEPA - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FADESP/2020 12. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial – FGV) Renato
Doze funcionários de um escritório de contabilidade trabalham falou a verdade quando disse:
8 horas por dia, durante 25 dias, para atender a um certo número de • Corro ou faço ginástica.
clientes. Se dois funcionários adoecem e precisam ser afastados por • Acordo cedo ou não corro.
tempo indeterminado, o total de dias que os funcionários restantes • Como pouco ou não faço ginástica.
levarão para atender ao mesmo número de pessoas, trabalhando 2 Certo dia, Renato comeu muito.
horas a mais por dia, no mesmo ritmo de trabalho, será de: É correto concluir que, nesse dia, Renato:
(A) 23 dias. (A) correu e fez ginástica;
(B) 24 dias. (B) não fez ginástica e não correu;
(C) 25 dias. (C) correu e não acordou cedo;
(D) 26 dias. (D) acordou cedo e correu;
(E) não fez ginástica e não acordou cedo.
8. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS -
VUNESP/2020 13. Dizer que “André é artista ou Bernardo não é engenheiro”
Seu José cria 36 galinhas em seu sítio. Se todas as galinhas é logicamente equivalente a dizer que:
botarem 1 ovo por dia, em uma semana, o total de ovos que as (A) André é artista se e somente Bernardo não é engenheiro.
galinhas terão botado é: (B) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
(A) 15 dúzias. (C) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro.
(B) 18 dúzias. (D) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.
(C) 21 dúzias. (E) André não é artista e Bernardo é engenheiro.
(D) 24 dúzias.
(E) 30 dúzias. 14. Dizer que “Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista,” é do
ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
9. PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA/RO - AGENTE ADMI- (A) Se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista.
NISTRATIVO - IBADE/2020 (B) Se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro.
Em uma determinada loja de departamentos, o fogão custava (C) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista.
R$ 400,00. Após negociação o vendedor aplicou um desconto de R$ (D) Se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista.
25,00. O valor percentual de desconto foi de: (E) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista.
(A) 5,57%
(B) 8,75% 15. IBGE – 2022- Sabendo que o valor lógico da proposição
(C) 12,15% simples p: “Carlos acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira
(D) 6,25% e que o valor lógico da proposição simples q: “O recenseador visitou
(E) 6,05% todos os locais” é falso, então é correto afirmar que o valor lógico
da proposição composta:
10. COMUR DE NOVO HAMBURGO/RS - AGENTE DE (A) p disjunção q é falso
ATENDIMENTO E VENDAS - FUNDATEC/2021 Qual o resultado da (B) p conjunção q é falso
equação de primeiro grau 2x - 7 = 28 - 5x? (C) p condicional q é verdade
(A) 3. (D) p bicondicional q é verdade
(B) 5. (E) p disjunção exclusiva q é falso
(C) 7.
(D) -4,6. 16. PC – BA- “O acidente foi investigado e o autor foi
(E) Não é possível resolver essa equação. encontrado”. De acordo com a lógica proposicional, a negação da
frase é descrita como:
11. PREFEITURA DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR - (A) “o acidente não foi investigado e o autor não foi encontra-
ARQUITETO - INSTITUTO UNIFIL/2021 do”
Considerando a equação do segundo grau {2x2 – 9x + 7 = 0}, (B) “o acidente não foi investigado ou o autor não foi encon-
assinale a alternativa que representa o resultado do produto das trado”
raízes desta equação. (C) “o acidente não foi investigado e o autor foi encontrado”
(A) 5,0 (D) “o acidente foi investigado e o autor não foi encontrado”
(B) 4,6 (E) “o acidente não foi investigado ou o autor foi encontrado”
(C) 4,4
(D) 3,5 17. CRF – GO 2022- Julgue o item:
A frase “Dois mil mais vinte mais dois” não é uma proposição.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

18. IBGE – 2022 14 A


De acordo com a proposição lógica a frase “Se o coordenador
realizou a previsão orçamentária, então o trabalho foi realizado 15 B
com sucesso” é equivalente a frase: 16 B
(A) Se o coordenador não realizou a previsão orçamentária, en-
tão o trabalho não foi realizado com sucesso. 17 CERTO
(B) O coordenador realizou a previsão orçamentária e o traba- 18 D
lho foi realizado com sucesso.
19 C
(C) O coordenador realizou a previsão orçamentária ou o traba-
lho foi realizado com sucesso. 20 D
(D) Se o trabalho não foi realizado com sucesso, então o coor-
denador não realizou a previsão orçamentária. ANOTAÇÕES
(E) Se o trabalho foi realizado com sucesso, então o coordena-
dor realizou a previsão orçamentária.
______________________________________________________
19. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para
a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrência de D. ______________________________________________________
Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e
______________________________________________________
suficiente para a ocorrência de A Assim quando C ocorre,
(A) D ocorre e B não ocorre ______________________________________________________
(B) D não ocorre ou A não ocorre
(C) B e A ocorrem ______________________________________________________
(D) Nem B nem D ocorrem
(E) B não ocorre ou A não ocorre ______________________________________________________

20. CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE ADMI- ______________________________________________________


NISTRATIVO - OBJETIVA/2022
______________________________________________________
Considerando-se que a razão de certa progressão aritmética
é igual a 12, e que o seu primeiro termo é igual a 9, assinalar a ______________________________________________________
alternativa que apresenta o valor da soma dos 8 primeiros termos
dessa progressão: ______________________________________________________
(A) 396
(B) 400 ______________________________________________________
(C) 404
(D) 408 ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 B
3 A ______________________________________________________

4 C ______________________________________________________
5 A ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 B
8 C ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 B
______________________________________________________
11 D
_____________________________________________________
12 D
13 D _____________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

computador de origem.
INTERNET E APLICATIVOS FERRAMENTAS DE BUSCA. NA- Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
VEGADORES (BROWSER). redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
Internet.
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
Internet para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- externo.
bos submarinos, canais de satélite, etc1. Ela nasceu em 1969, nos
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa TCP / IP
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas nas literaturas como sendo:
instituições possuíam internet. - O protocolo principal da Internet;
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada - O protocolo padrão da Internet;
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- ao funcionamento da Internet e seus serviços.
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
Conectando-se à Internet sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma porte dos pacotes).
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- Domínio
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
World Wide Web – 74.125.234.180.
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de http://www.empresa.com.br, em que:
forma simples e fácil de acessar. www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da reço pertence à web.
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples viço.
e agradável. com: indica que é comercial.
br: indica que o endereço é no Brasil.
Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- URL
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como ou uma rede corporativa, uma intranet.
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- minho/recurso.
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
1 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

HTTP recorrentes da sua rotina diária de tarefas.


É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
para mostrar as atualizações.
Hipertexto – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
apagado, caso o usuário queira.
Navegadores – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
ções da internet na tela do computador do usuário. por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
Além de também serem conhecidos como browser ou web navegador de internet.
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
tados à internet. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo outros.
internauta. – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer no navegador.
página ou site na rede.
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro- alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave- vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
gador e os servidores. virtual da Internet.
Internet Explorer
Funcionalidades de um Navegador de Internet Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. atualizadas no Edge.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada Principais recursos do Internet Explorer:
página. – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer através de ícones.
página na web. – Gerenciador de downloads integrado.
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos – Mais estabilidade e segurança.
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do implementados nos sites mais modernos.
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

oferecem funcionalidades adicionais. É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. convidativo à navegação simplificada.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer2.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
Principais recursos do Google Chrome:
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
TPS).
Outras características do Edge são: – Disponível em desktop e mobile.
– Experiência de navegação com alto desempenho.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- Opera
quer lugar conectado à internet. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. luindo como um dos melhores navegadores de internet.
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
Firefox de da experiência do usuário.
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.

Outros pontos de destaques do Opera são:


– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
gia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
Algumas características de destaque do Firefox são: (3G ou 4G).
– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. – Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
– Não exige um hardware poderoso para rodar. páginas bancárias e de vendas on-line.
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- – Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
sos. funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. – Disponível em desktop e mobile.
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
vacidade. Safari
– Disponível em desktop e mobile. O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
Google Chorme é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do confiáveis para usar.
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.

2 https://bit.ly/2WITu4N
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- Formas de acesso
tivo Apple (iOS).
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
GOOGLE www.google.com.br
namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas BING www.bing.com.br
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam- YAHOO www.yahoo.com.br
pos de informação.
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja Tipos de buscadores
da Apple (Windows e Linux). Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem
– Disponível em desktops e mobile. a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer
Intranet conteúdo relacionado a palavra chave.
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que var-
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, rem somente um tipo de site.
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos,
internos3. logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para Atualmente o site de busca mais utilizado é o Google vejamos
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação mais detalhes:
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre 1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google.
a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho com.br;
significativo em termos de segurança. 2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos en-
contrar;
BUSCA E PESQUISA 3 – Podemos também acionar este microfone para falar a pala-
vra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa;
Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem 4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir
buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informa- na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados.
ções na rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as
informações da internet para buscar as informações desejadas. São
exemplos de sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.

3 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-fer-
ramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Acesso a loja de aplicativos, no caso


PLAY do celular temos a Play Store onde
encontramos aplicativos;
NOTICIAS Acesso a notícias;
MEET Acesso a Reuniões (vídeo chamadas);
CONTATOS Acesso a todos os contatos;
Acesso ao local de armazenamento na
DRIVE
Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar internet de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
a pesquisa. Acesso a agenda. É um local onde
AGENDA podemos marcar compromissos, tarefas,
Outras funções do site de pesquisa do google etc.;
TRADUTOR Acesso ao tradutor do Google;
Acesso a todas as fotos armazenadas
no drive, estas fotos são armazenadas
na sua conta google. Conforme
usamos o celular, enviamos as fotos
FOTOS
automaticamente para o drive, a
frequência deste envio depende de
uma configuração prévia que temos que
realizar;
Acesso a livros, neste caso somos
LIVROS remetidos para uma barra somente para
a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso
são textos em geral, semelhantes a
DOCUMENTOS documentos em WORD, podemos
acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste
caso são planilhas semelhantes ao
PLANILHAS
EXCEL, podemos acessar e até criar
planilhas para o uso;
Permite a criação e gerenciamento de
um blog. Blog é um site que permite
Menu do Google à direita, conforme a imagem acima BLOGGUER a atualização rápida através de
postagens, isso deve-se a sua estrutura
GMAIL Acesso ao E-mail do Google; extremamente flexível de uso;
Acesso a barra de pesquisa imagens, Acesso a uma plataforma Google, onde
neste caso o buscador irá atuar somente HANGOUTS podemos conectar pessoas através de
na procura de imagens, podemos digitar vídeo conferencia e mensagens, etc.
IMAGENS
uma palavra-chave, ou até mesmo colar
uma imagem na barra para iniciar a A Google está frequentemente atualizando esse menu, visto a
pesquisa; adequação de aplicativos ao contexto atual.
Acesso a informações de cadastro,
CONTA
nome, celular, etc.;
SISTEMA OPERACIONAL E SOFTWARE.
PESQUISA Acesso ao buscador de pesquisas
Acesso a informações de endereço e
MAPS localização. No caso do celular funciona É todo programa instalado no computador, inclusive o sistema
como um GPS; operacional. O sistema operacional é o principal programa instala-
do no computador, é ele o que controla todas as funções e proces-
YOUTUBE ACESSO A VÍDEOS PUBLICADOS; sos dos outros programas que foram instalados após ele.
Podemos citar como exemplo de software:
- Sistema operacional Windows;
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Processador de texto (Word); - Gerenciador de aplicações: quando um usuário requisita um


- Elaboração de planilhas eletrônicas (Excel); programa (aplicação), o sistema operacional localiza-o e o carrega
- Elaboração de slides e apresentações (PowerPoint); na memória RAM.
- Gerenciamento de banco de dados (Access); Quando muitos programas são carregados, é trabalho do siste-
- Edição e tratamento de imagens (Photoshop); ma operacional alocar recursos do computador e gerenciar a me-
- Antivírus etc. mória.

Um software pode ser desenvolvido ou personalizado sob de- Programas Utilitários do Sistema Operacional
manda, visando atender as necessidades e particularidades de uma Suporte para programas internos (vulto-in): os programas uti-
empresa ou instituição. litários são os programas que o sistema operacional usa para se
Existem diversas nomenclaturas utilizadas para caracterizar um manter e se reparar. Estes programas ajudam a identificar proble-
software, como: programa, sistema, aplicação entre outros. mas, encontram arquivos perdidos, reparam arquivos danificados e
criam cópias de segurança (backup).
O Sistema Operacional e os Outros Softwares Controle do hardware: o sistema operacional está situado en-
tre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System - Sistema Bá-
Um sistema operacional (SO) é um programa que controla mi- sico de Entrada/Saída).
lhares de operações, faz a interface entre o usuário e o computador O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os programas
e executa aplicações. que necessitam de recursos do hardware devem, primeiramente,
Basicamente, o sistema operacional é executado quando liga- passar pelo sistema operacional que, por sua vez, pode alcançar o
mos o computador. Atualmente, os computadores já são vendidos hardware por meio do BIOS ou dos drivers de dispositivos.
com o SO pré-instalado. Todos os programas são escritos para um sistema operacional
Os computadores destinados aos usuários individuais, chama- específico, o que os torna únicos para cada um. Explicando: um
dos de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema operacional programa feito para funcionar no Windows não funcionará no Linux
projetado para pequenos trabalhos. Um SO é projetado para con- e vice-versa.
trolar as operações dos programas, como navegadores, processa-
dores de texto e programas de e-mail. Termos Básicos
Com o desenvolvimento dos processadores, os computadores Para compreender do que um sistema operacional é capaz, é
tornaram-se capazes de executar mais e mais instruções por segun- importante conhecer alguns termos básicos.
do. Estes avanços possibilitaram aos sistemas operacionais executar Os termos abaixo são usados frequentemente ao comparar ou
várias tarefas ao mesmo tempo. Quando um computador necessita descrever sistemas operacionais:
permitir usuários simultâneos e trabalhos múltiplos, os profissionais - Multiusuário: dois ou mais usuários executando programas
da tecnologia de informação (TI) procuram utilizar computadores e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositivos, como a impres-
mais rápidos e que tenham sistemas operacionais mais complexos. sora.
- Multitarefa: capacidade do sistema operacional em executar
Os Arquivos mais de um programa ao mesmo tempo.
O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo sistema - Multiprocessamento: permite que um computador tenha
operacional para organizar e controlar os arquivos. Um arquivo duas ou mais unidades centrais de processamento (CPU) que com-
é uma coleção de dados gravados com um nome lógico chamado partilhem programas.
“nomedoarquivo” (filename). Toda informação que o computador - Multithreading: capacidade de um programa ser quebrado
armazena está na forma de arquivos. em pequenas partes podendo ser carregadas conforme necessida-
Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de programas, de do sistema operacional. Multithreading permite que os progra-
dados, texto, imagens e assim por diante. A maneira que um siste- mas individuais sejam multitarefa.
ma operacional organiza as informações em arquivos é chamada de
sistema de arquivo. Tipos de Sistemas Operacionais
A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de arquivo Atualmente, quase todos os sistemas operacionais são multiu-
hierárquico em que os arquivos são organizados em diretórios sob suário, multitarefa e suportam multithreading. Os mais utilizados
a estrutura de uma árvore. O início do sistema de diretório é cha- são o Microsoft Windows, Mac OSX e o Linux.
mado diretório raiz. O Windows é hoje o sistema operacional mais popular que
existe e é projetado para funcionar em PCs e para ser usado em
Funções do Sistema Operacional CPUs compatíveis com processadores Intel e AMD. Quase todos os
Não importa o tamanho ou a complexidade do computador: sistemas operacionais voltados ao consumidor doméstico utilizam
todos os sistemas operacionais executam as mesmas funções bá- interfaces gráficas para realizar a ponte máquina-homem.
sicas. As primeiras versões dos sistemas operacionais foram constru-
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sistema ídas para serem utilizadas por somente uma pessoa em um único
operacional cria uma estrutura de arquivos no disco rígido (hard computador. Com o decorrer do tempo, os fabricantes atenderam
disk), de forma que os dados dos usuários possam ser armazena- às necessidades dos usuários e permitiram que seus softwares ope-
dos e recuperados. Quando um arquivo é armazenado, o sistema rassem múltiplas funções com (e para) múltiplos usuários.
operacional o salva, atribuindo a ele um nome e local, para usá-lo
no futuro.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Sistemas Proprietários e Sistemas Livres Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas operacionais e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
proprietários. Isto significa que é necessário comprá-los ou pagar mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
uma taxa por seu uso às companhias que registraram o produto em sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
seu nome e cobram pelo seu uso. de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente e tem o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
grande aceitação por parte dos profissionais da área, uma vez que, nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
por possuir o código aberto, qualquer pessoa que entenda de pro- nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
gramação pode contribuir com o processo de melhoria dele. enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
Sistemas operacionais estão em constante evolução e hoje não natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
são mais restritos aos computadores. Eles são usados em PDAs, ce- de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
lulares, laptops etc. o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
CORREIOS ELETRÔNICOS.
ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
e-mail do destinatário.
E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- Ações no correio eletrônico
sagem atualmente4. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
e-mail, não importando a distância ou a localização. – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
O resultado é algo como: Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
maria@apostilassolucao.com.br mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário existentes.
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
to de regras para o uso desses serviços. gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
Correio Eletrônico geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- de destino separados por ponto-e-vírgula.
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
e recebimento de mensagens5. Estas mensagens são armazenadas da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
e extração de cópias das mensagens. tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
Funcionamento básico de correio eletrônico – Assunto: título da mensagem.
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro- – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
gramas funcionando em uma máquina servidora: da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men- de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
sagens. ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa- ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus
gens. e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails an-
tes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por
4 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo
Avan%E7ado.pdf contém arquivos com malware.
5 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico- – Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem
-webmail-e-mozilla-thunderbird/ a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
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que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

6 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
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Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

PROGRAMA ANTIVÍRUS E FIREWALL.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.8

7 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
8 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%-
C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
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Formas de segurança e proteção nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au-


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são
com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática
que está acessando o sistema é quem ela diz ser9. de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extrema- detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e
mente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica Spam, respectivamente).
como os olhos ou digital. A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma-
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de liciosos existentes.
nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúscu- Vírus
las, números e caracteres especiais como @ # $ % & *. Vírus é um programa ou parte de um programa de computador,
– Instalação de antivírus com atualizações constantes. normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes-
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atu- mo e se tornando parte de outros programas e arquivos.
alizados, principalmente os softwares de segurança e sistema ope- Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo
racional. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo
automaticamente. hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a preciso que um programa já infectado seja executado.
recomendada. O principal meio de propagação de vírus costumava ser os
– Sempre estar com o firewall ativo. disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e
– Anti-spam instalados. começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu-
– Manter um backup para caso de pane ou ataque. almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal
– Evite sites duvidosos. meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente,
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver pelo uso de pen-drives.
anexos (link). Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul-
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades. tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi-
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem
necessário, fornecer somente em sites seguros. inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em
– Cuidado com informações em redes sociais. datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
– Instalar um anti-spyware. – Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane-
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos an- xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre
teriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado. este arquivo, fazendo com que seja executado.
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS-
Códigos maliciosos (Malware) cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por
Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail
desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas escrito em formato HTML.
em um computador10. Algumas das diversas formas como os códi- – Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em
gos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por
são: aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos progra- compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros).
mas instalados; – Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS
pen-drives; (Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu-
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegado- ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa.
res vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o compu- Worm
tador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos; Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen-
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para
em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em computador.
páginas Web ou diretamente de outros computadores (através do Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu-
compartilhamento de recursos). são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto-
Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em
aos dados armazenados no computador e podem executar ações computadores.
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usu- Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos
ário. recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem-
e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi- penho de redes e a utilização de computadores.
9 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
cao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
10 https://cartilha.cert.br/malware/
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Bot e botnet tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes,


Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados
com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente. no computador para invadi-lo.
Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu-
seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne- turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces-
rabilidades existentes em programas instalados em computadores. sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova-
A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção
bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo e, na maioria dos casos, sem que seja notado.
P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des- Cavalo de troia (Trojan)
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam. Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que,
Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje-
zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente, tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e
sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de sem o conhecimento do usuário.
spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém
de e-mails e o utiliza para o envio de spam. de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani-
Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com- mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros.
putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne-
executadas pelos bots. cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados
Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela no computador.
será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após
ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que invadirem um computador, alteram programas já existentes para
desejem que uma ação maliciosa específica seja executada. que, além de continuarem a desempenhar as funções originais,
Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas também executem ações maliciosas.
por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta Rootkit
de informações de um grande número de computadores, envio de Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite
spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro- esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código
xies instalados nos zumbis). malicioso em um computador comprometido.
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in-
Spyware vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri-
Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida- vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados
des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros. na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou
Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de- dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa-
pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili-
informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem
informações coletadas. Pode ser considerado de uso: ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis-
– Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo mos de proteção.
próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não Ransomware
autorizado. Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí-
– Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para
e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas restabelecer o acesso ao usuário11.
em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha). O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.
Alguns tipos específicos de programas spyware são: Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns
– Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que
pelo usuário no teclado do computador. induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
– Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po- em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em segurança.
que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
mouse é clicado. Antivírus
– Adware: projetado especificamente para apresentar propa- O antivírus é um software de proteção do computador que eli-
gandas. mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi-
car o computador.
Backdoor O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có-
Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
criados ou modificados para este fim. drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em al-
Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que 11 https://cartilha.cert.br/ransomware/
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gum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar providência.
O banco de dados do antivírus é muito importante neste processo, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos os
dias são criados vírus novos.
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail ou
download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma contami-
nação.
Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armazenamentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos devem
acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pagas. Entre as principais estão:
– Avast;
– AVG;
– Norton;
– Avira;
– Kaspersky;
– McAffe.

Filtro anti-spam
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solicitados, que geralmente são enviados para um grande número de pessoas.
Spam zombies são computadores de usuários finais que foram comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms, bots,
vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez instalados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio de spam,
sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam máquinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a identificação
da origem do spam e dos autores também. Os spam zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o anonimato que
tanto os protege.
Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indesejadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.

Anti-malwares
Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computador.
Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos de ferramentas deste tipo.

EDITORES DE APRESENTAÇÃO.EDITORES DE PLANILHAS.EDITORES DE TEXTO PACOTE MICROSOFT OFFICE

Microsoft Office

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas em
geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Power-
Point. A seguir verificamos sua utilização mais comum:

Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Área de trabalho do Word • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
com a necessidade. trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho
• Iniciando um novo documento

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar
Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações diferentes tipos de marcadores automáticos:
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
• Outros Recursos interessantes:
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE GUIA ÍCONE FUNÇÃO


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO - Mudar
Justificar (arruma a direito Forma
e a esquerda de acordo Ctrl + J Página - Mudar cor
com a margem inicial de Fundo
- Mudar cor
Alinhamento à direita Ctrl + G do texto

Centralizar o texto Ctrl + E - Inserir


Tabelas
Inserir
- Inserir
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
Imagens

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
Verificação e
uma planilha.
Revisão correção ortográ-
fica
• Formatação células

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
• Fórmulas básicas

ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)
• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

– Podemos também ter o intervalo A1..B3 PowerPoint


O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Área de Trabalho do PowerPoint

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente
ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti-
pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa. Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse.
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- – Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando de apresentações.
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.
Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- quando outro usuário está digitando;
vando a experiência dos usuários a outro nível. – Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
Office 2013 – É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível quisa inteligente;
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
tos com telas simples funciona normalmente. a digitação de equações.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- • Atualizações no Excel
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
fones diversos. riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
• Atualizações no Word questão do compartilhamento dos arquivos.
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); • Atualizações no PowerPoint
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; tão do compartilhamento dos arquivos;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
editar PDF(s). 3D na apresentação.
• Atualizações no Excel Office 2019
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
melhores formas de apresentar dados. 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft. veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.


Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXTENSÃO DE ARQUIVO.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
.exe Executável
.msl, ... Instalador

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

TECLAS DE ATALHO.

Produtividade é a palavra chave para quem faz uso de atalhos de teclado no Windows, Linux e Mac12. Eles facilitam e aceleram e muito
o uso de ferramentas diversas do sistema. É muito mais cômodo e rápido executar um Alt + Tab do que ir com o mouse para alternar entre
aplicativos abertos.
Vamos mostrar uma lista de todos os comandos de teclado suportados pelo Windows.

Copiar, Colar e Outros Atalhos de Teclado Gerais no Windows


Pressione estas teclas Para fazer isto
Ctrl + X Recortar o item selecionado
Ctrl + C (ou Ctrl + Insert) Copiar o item selecionado
Ctrl + V (ou Shift + Insert) Colar o item selecionado
Ctrl + Z Desfazer uma ação
Alt + Tab Alternar aplicativos abertos
12 https://www.windowsteam.com.br/dicas-lista-completa-de-todos-os-atalhos-de-teclado-no-windows-10/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Alt+F4 Fechar o item ativo ou sair do aplicativo ativo


Tecla do logotipo do Windows + L Bloquear seu computador
Tecla do logotipo do Windows + D Exibir e ocultar a área de trabalho
F2 Renomear o item selecionado
F3 Procurar um arquivo ou uma pasta no Explorador de Arquivos
F4 Exibir a lista da barra de endereços no Explorador de Arquivos
F5 Atualizar a janela ativa
Percorrer elementos da tela de uma janela ou da área de traba-
F6
lho
F10 Ativar a barra de menus no aplicativo ativo
Alt + F8 Mostrar sua senha na tela de credenciais
Alt + Esc Percorrer itens na ordem em que foram abertos
Alt + letra sublinhada Executar o comando referente a essa letra
Alt + Enter Exibir propriedades do item selecionado
Alt + Barra de espaço Abrir o menu de atalho da janela ativa
Alt + Seta para a esquerda Voltar
Alt + Seta para a direita Avançar
Alt + Page Up Mover uma tela para cima
Alt + Page Down Mover uma tela para baixo
Fechar o documento ativo (em aplicativos que sejam de tela in-
Ctrl + F4
teira e permitam vários documentos abertos ao mesmo tempo)
Ctrl + A Selecionar todos os itens em um documento ou em uma janela
Ctrl + D (ou Delete) Excluir o item selecionado e movê-lo para a Lixeira
Ctrl + R (ou F5) Atualizar a janela ativa
Ctrl + Y Refazer uma ação
Ctrl + Seta para a direita Mover o cursor para o início da próxima palavra
Ctrl + Seta para a esquerda Mover o cursor para o início da palavra anterior
Ctrl + Seta para baixo Mover o cursor para o início do próximo parágrafo
Ctrl + Seta para cima Mover o cursor para o início do parágrafo anterior
Usar as teclas de direção para alternar entre todos os aplicati-
Ctrl + Alt + Tab
vos abertos
Quando um grupo ou bloco está em foco no menu Iniciar, mo-
Alt + Shift + teclas de direção
vê-lo na direção especificada
Quando um bloco estiver em foco no menu Iniciar, mova-o para
Ctrl + Shift + teclas de direção
outro bloco para criar uma pasta
Ctrl + teclas de direção Redimensionar o menu Iniciar quando ele estiver aberto
Ctrl + tecla de direção (para ir até um item) + Barra de espa- Selecionar vários itens separadamente em uma janela ou na
ço área de trabalho
Ctrl + Esc Abrir Iniciar
Ctrl + Shift + Esc Abrir o Gerenciador de Tarefas
Mudar o layout do teclado quando houver vários layouts de
Ctrl + Shift
teclado disponíveis
Ctrl + Barra de espaço Ativar ou desativar o IME do idioma chinês

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Shift+F10 Exibir o menu de atalho do item selecionado


Selecionar mais de um item em uma janela ou na área de traba-
Shift com qualquer tecla de direção
lho, ou selecionar texto em um documento
Shift + Delete Excluir o item selecionado sem movê-lo para a Lixeira primeiro
Seta para a direita Abrir o próximo menu à direita ou abrir um submenu
Seta para a esquerda Abrir o próximo menu à esquerda ou fechar um submenu
Esc Parar ou encerrar a tarefa atual
Atalhos de Teclado do Explorador de Arquivos
Pressione esta tecla Para fazer isto
Alt + D Selecionar a barra de endereços
Ctrl + E Selecionar a caixa de pesquisa
Ctrl + F Selecionar a caixa de pesquisa
Ctrl + N Abrir uma nova janela
Ctrl + W Fechar a janela ativa
Ctrl + roda de rolagem do mouse Alterar o tamanho e a aparência dos ícones de arquivo e pasta
Ctrl + Shift + E Exibir todas as pastas acima da pasta selecionada
Ctrl + Shift + N Criar uma nova pasta
Num Lock + asterisco (*) Exibir todas as subpastas da pasta selecionada
Num Lock + adição (+) Exibir o conteúdo da pasta selecionada
Num Lock + subtração (-) Recolher a pasta selecionada
Alt + P Exibir o painel de visualização
Alt + Enter Abrir a caixa de diálogo Propriedades do item selecionado
Alt + Seta para a direita Exibir a próxima pasta
Alt + Seta para cima Exibir a pasta na qual a pasta estava
Alt + Seta para a esquerda Exibir a pasta anterior
Backspace Exibir a pasta anterior
Exibir a seleção atual (se estiver recolhida) ou selecionar a
Seta para a direita
primeira subpasta
Recolher a seleção atual (se estiver expandida) ou selecionar a
Seta para a esquerda
pasta na qual a pasta atual estava
End Exibir a parte inferior da janela ativa
Home Exibir a parte superior da janela ativa
F11 Maximizar ou minimizar a janela ativa
Atalhos de Teclado da Tecla do Logotipo do Windows
Pressione esta tecla Para fazer isto
Tecla do logotipo do Windows Abrir ou fechar Iniciar
Tecla do logotipo do Windows + A Abrir a Central de ações
Tecla do logotipo do Windows + B Definir o foco na área de notificação

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abrir a Cortana no modo de escuta


Observações:
- Esse atalho é desativado por padrão. Para ativá-lo, selecione
Iniciar > Configurações > Cortana e ative o botão de alternân-
cia em Permitir que a Cortana escute meus comandos quando
Tecla do logotipo do Windows + C
eu pressionar a tecla do logotipo do Windows + C.
- A Cortana está disponível somente em determinados países/
regiões, e alguns de seus recursos talvez não estejam disponí-
veis em todos os lugares. Se a Cortana não estiver disponível ou
estiver desativada, ainda assim você poderá usar a pesquisa.
Tecla do logotipo do Windows + Shift + C Abrir o menu de botões
Tecla do logotipo do Windows + D Exibir e ocultar a área de trabalho
Tecla do logotipo do Windows + Alt + D Exibir e ocultar data e hora na área de trabalho
Tecla do logotipo do Windows + E Abrir o Explorador de Arquivos
Tecla do logotipo do Windows + F Abrir o Hub de Feedback e tirar uma captura de tela
Tecla do logotipo do Windows + G Abrir a Barra de jogo quando um jogo for aberto
Tecla do logotipo do Windows + H Iniciar ditado
Tecla do logotipo do Windows + I Abrir as Configurações
Definir o foco para uma dica do Windows quando houver uma
disponível.
Quando uma dica do Windows aparecer, leve o foco para a dica.
Tecla do logotipo do Windows + J
Pressionar os atalhos de teclado novamente leva o foco para o
elemento na tela ao qual a dica do Windows está ancorada.

Tecla do logotipo do Windows + K Abrir a ação rápida Conectar


Tecla do logotipo do Windows + L Bloquear seu computador ou mudar de conta
Tecla do logotipo do Windows + M Minimizar todas as janelas
Tecla do logotipo do Windows + O Bloquear a orientação do dispositivo
Tecla do logotipo do Windows + P Escolher um modo de exibição da apresentação
Tecla do logotipo do Windows + R Abrir a caixa de diálogo Executar
Tecla do logotipo do Windows + S Abrir a pesquisa
Tecla do logotipo do Windows + T Percorrer aplicativos na barra de tarefas
Tecla do logotipo do Windows + U Abrir a Central de Facilidade de Acesso
Tecla do logotipo do Windows + V Percorrer notificações
Tecla do logotipo do Windows + Shift + V Percorrer notificações na ordem inversa
Tecla do logotipo do Windows + X Abrir o menu Link Rápido
Alternar entrada entre o Windows Mixed Reality e a área de
Tecla do logotipo do Windows + Y
trabalho
Mostrar os comandos disponíveis em um aplicativo no modo de
Tecla do logotipo do Windows + Z
tela inteira
Tecla do logotipo do Windows + ponto (.) ou ponto e vírgula
Abrir painel de emojis
(;)
Tecla do logotipo do Windows + vírgula (,) Espiar temporariamente a área de trabalho
Tecla do logotipo do Windows + Pause Abrir a caixa de diálogo Propriedades do Sistema
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + F Procurar PCs (se você estiver em uma rede)
Tecla do logotipo do Windows + Shift + M Restaurar janelas minimizadas na área de trabalho

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abrir a área de trabalho e iniciar o aplicativo fixado na barra


Tecla do logotipo do Windows + número de tarefas, na posição indicada pelo número. Se o aplicativo já
estiver em execução, mudar para esse aplicativo.
Abrir a área de trabalho e iniciar uma nova instância do aplicati-
Tecla do logotipo do Windows + Shift + número
vo fixado na barra de tarefas, na posição indicada pelo número
Abrir a área de trabalho e mudar para a última janela ativa do
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + número aplicativo fixado na barra de tarefas, na posição indicada pelo
número
Abrir a área de trabalho e abrir a Lista de Atalhos do aplicativo
Tecla do logotipo do Windows + Alt + número
fixado na barra de tarefas, na posição indicada pelo número
Abrir a área de trabalho e abrir, como administrador, uma nova
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + Shift + número instância do aplicativo localizado na posição especificada da
barra de tarefas
Tecla do logotipo do Windows + Tab Abrir a Visão de tarefas
Tecla do logotipo do Windows + seta para cima Maximizar a janela
Remover o aplicativo atual da tela ou minimizar a janela da área
Tecla do logotipo do Windows + seta para baixo
de trabalho
Maximizar a janela do aplicativo ou da área de trabalho, no lado
Tecla do logotipo do Windows + seta para a esquerda
esquerdo da tela
Maximizar a janela do aplicativo ou da área de trabalho, no lado
Tecla do logotipo do Windows + seta para a direita
direito da tela
Minimizar todas as janelas da área de trabalho, exceto a ativa
Tecla do logotipo do Windows + Home
(restaura todas as janelas com um segundo pressionamento)
Alongar a janela da área de trabalho até as partes superior e
Tecla do logotipo do Windows + Shift + Seta para cima
inferior da tela
Restaurar/minimizar janelas ativas da área de trabalho vertical-
Tecla do logotipo do Windows + Shift + Seta para baixo
mente, mantendo a largura
Tecla do logotipo do Windows + Shift + Seta para a esquerda ou Mover um aplicativo ou uma janela na área de trabalho, de um
seta para a direita monitor para outro
Tecla do logotipo do Windows + Barra de espaço Mudar o idioma de entrada e o layout do teclado
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + Barra de espaço Alterar para uma entrada selecionada anteriormente
Definir o foco para uma dica do Windows quando houver uma
Tecla do logotipo do Windows + J
disponível.
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + Enter Abrir o Narrador
Tecla do logotipo do Windows + Sinal de Adição (+) Abrir a Lupa
Tecla do logotipo do Windows + barra (/) Iniciar reconversão do IME
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + V Abrir alertas
Atalhos de Teclado das Áreas de Trabalho Virtuais
Pressione esta tecla Para fazer isto
Tecla do logotipo do Windows + Tab Abrir a Visão de tarefas
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + D Adicionar uma área de trabalho virtual

Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + Seta para a direi-


Alternar áreas de trabalho virtuais criadas à direita
ta
Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + Seta para a esquer-
Alternar áreas de trabalho virtuais criadas à esquerda
da

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tecla do logotipo do Windows + Ctrl + F4 Fechar a área de trabalho virtual que você está usando
Atalhos de Teclado da Barra de Tarefas
Pressione esta tecla Para fazer isto
Abrir um aplicativo ou abrir rapidamente outra instância de um
Shift + clique em um botão da barra de tarefas
aplicativo
Ctrl + Shift + clique em um botão da barra de tarefas Abrir um aplicativo como um administrador
Shift + clique com o botão direito do mouse em um botão da
Mostrar o menu da janela do aplicativo
barra de tarefas
Shift + clique com o botão direito do mouse em um botão da
Mostrar o menu da janela do grupo
barra de tarefas agrupado
Ctrl + clique em um botão da barra de tarefas agrupado Alternar as janelas do grupo
Atalhos de Teclado das Configurações
Pressione esta tecla Para fazer isto
Tecla do logotipo do Windows + I Abrir configurações
Backspace Voltar para a home page de configurações
Digitar em qualquer página com a caixa de pesquisa Configurações de pesquisa

QUESTÕES

1. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet:


(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN).
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras.
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados.
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.

2. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web
(WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem corrente, e não são porque
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (páginas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de acesso
a um computador.
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a conexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço especial de
acesso ao Google.
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial, enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que funcionam
dentro da internet.
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários computadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico.
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquanto a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso especial
ao Google.

3. (PREFEITURA DE PINTO BANDEIRA/RS - AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS - OBJETIVA/2019) Sobre a navegação na internet, analisar
a sentença abaixo:
Os acessos a sites de pesquisa e de notícias são geralmente realizados pelo protocolo HTTP, onde as informações trafegam com o uso
de criptografia (1ª parte). O protocolo HTTP não garante que os dados não possam ser interceptados (2ª parte). A sentença está:
(A) Totalmente correta.
(B) Correta somente em sua 1ª parte.
(C) Correta somente em sua 2ª parte.
(D) Totalmente incorreta.

4. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CENTER - IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de diversas
formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quanto às funções dos navegadores, assinale a alternativa correta.
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navegador Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome.
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vantagens do navegador Firefox.
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas quando uma página é fechada incorretamente.

Editora
103
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na 8. (RIOPRETOPREV - ANALISTA PREVIDENCIÁRIO - FCC/2019)
intranet. O computador de um usuário foi infectado por um ransomware, um
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores tipo de malware que:
quando estão em uma rede da internet. (A) torna inacessíveis os dados armazenados no computador,
geralmente usando criptografia, e exige pagamento de resgate
5. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM IN- (via bitcoins) para restabelecer o acesso ao usuário.
FORMÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são comumente (B) após identificar potenciais computadores alvos, efetua có-
utilizados para proteger os sistemas de ameaças e potenciais sof- pias de si mesmo e tenta enviá-las para estes computadores,
twares malintencionados (conhecidos por malwares). Alguns usu- por e-mail, chat etc.
ários de computadores chegam a instalar mais de um antivírus na (C) monitora e captura informações referentes à navegação ou
mesma máquina para sua proteção. Verifique o que pode ocorrer digitação do usuário, e envia estas informações ao atacante.
no caso da instalação de mais de um antivírus: (D) assegura o acesso futuro do atacante ao computador com-
I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como sendo prometido, permitindo que ele seja acessado remotamente
uma possível ameaça. por meio do protocolo Telnet.
II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na CPU (E) torna o computador um zumbi, sendo controlado remota-
do computador. mente e desferindo automaticamente ataques de negação de
III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do nível serviço a redes e servidores determinados pelo atacante.
de segurança.
IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com que 9. (COREN/AC - AGENTE FISCAL - QUADRIX/2019) No que diz
vulnerabilidades se apresentem. respeito ao sítio de busca Google, às noções de vírus, worms e pra-
Estão CORRETAS as afirmativas: gas virtuais e aos procedimentos de backup, julgue o item.
(A) I, II e IV, apenas. Diferentemente dos vírus, os spywares não conseguem captu-
(B) I, III e IV, apenas. rar as teclas do computador quando pressionadas.
(C) II e III, apenas. ( ) CERTO
(D) II e IV, apenas. ( ) ERRADO
(E) II, III e IV, apenas.
10.(VUNESP - TEC (CODEN)/CODEN/INFORMÁTICA/2021)
6. (PREFEITURA DE TOLEDO/PR - ASSISTENTE EM ADMINIS- nico)
TRAÇÃO - PREFEITURA DE TOLEDO/PR/2020) Programas antivírus O Correio Eletrônico é um recurso muito utilizado, e apresen-
tem uma importância um tanto quanto fundamental para os usuá- ta como principais características, encontradas nos aplicativos de
rios. As principais funções dessa ferramenta são, EXCETO: e-mail típicos:
(A) Atuar para identificação e eliminação da maior quantidade (A) a Caixa de Saída é esvaziada automaticamente a cada 30
de vírus possível. dias, excluindo-se os e-mails que não puderam ser enviados até
(B) Verificar continuamente os discos rígidos, HDs externos e então.
mídias removíveis. (B) cada e-mail pode ter, no máximo, cinco arquivos anexados.
(C) Trabalhar sincronizado com outro antivírus para aumentar (C) o campo Assunto é obrigatório, impedindo que o e-mail seja
o nível de segurança. enviado se não for preenchido.
(D) Ao encontrar um problema o software em questão avisa o (D) o campo CCo torna oculto o texto da mensagem para quem
usuário. a receber.
(E) A utilização de uma versão paga oferece ao usuário mais (E) um e-mail sem preenchimento do campo Para, mas com o
segurança. preenchimento dos campos Cc, Assunto e texto da mensagem,
poderá ser encaminhado.
7. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
SOS/2018) Um vírus de computador é um software malicioso que 11.(VUNESP - CONT (PREF RP)/PREF RP/2021)
é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulosos. Tal Quando enviamos uma mensagem de correio eletrônico para
como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, faz cópias múltiplos destinatários, a mensagem é entregue
de si e tenta se espalhar para outros computadores e dispositivos (A) com maior prioridade para os destinatários listados no cam-
de informática. po “Para” e, após todos terem recebido, os destinatários lista-
As alternativas a seguir apresentam exemplos de vírus de com- dos no campo “CC” recebem a mensagem gradualmente.
putador, exceto o que se apresenta na alternativa: (B) com maior prioridade aos destinatários da empresa do re-
(A) Vírus de boot. metente e, posteriormente, destinatários externos.
(B) Crackers. (C) a todos os destinatários simultaneamente, indepen dente-
(C) Cavalo de troia. mente de estarem no campo “Para” ou “CC”.
(D) Time Bomb. (D) a pelo menos um dos destinatários, mas a mecânica de
funcionamento do correio eletrônico não é capaz de garantir a
entrega da mensagem a todos os des tinatários.
(E) apenas aos destinatários que já trocaram mensa gens com
o remetente, isto é, destinatários listados que nunca enviaram
mensagens ao remetente não podem receber mensagens com
múltiplos destina tários
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104
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

12. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo


(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô- GABARITO
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
meros e letras.
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração 1 B
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT. 2 C
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos 3 C
que o Excel. 4 A
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
5 A
gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio 6 C
e recebimento de páginas web. 7 B
13. (HE-UFSCAR/SP - Técnico em Informática - INSTITUTO 8 A
AOCP) O que é um Software? 9 ERRADO
(A) Toda parte física que constitui o computador.
(B) Dispositivo lógico-físico que realiza trocas entre o usuário e 10 E
o computador. 11 C
(C) Elementos que fazem parte da programação e funcionam
12 A
dentro de uma estrutura física do computador (hardware).
(D) Parte do computador que você pode ver no computador. 13 C
(E) Uma sequência de instruções interpretadas por uma me- 14 B
mória.
15 A
14.(VUNESP - ALMO (CODEN)/CODEN/2021)
Para ter acesso à Internet é necessário utilizar aplicativos es-
pecíficos, que funcionam como uma ponte entre o usuário e o con- ANOTAÇÕES
teúdo virtual da Internet. Esses aplicativos são conhecidos como
navegadores, “web browsers” ou simplesmente “browsers”. São
exemplos de navegadores: ______________________________________________________
(A) Power Point.
______________________________________________________
(B) Google Chrome.
(C) Excel. ______________________________________________________
(D) Outlook.
(E) Explorador de arquivos. ______________________________________________________

15. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO ______________________________________________________


AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir:
I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem. ______________________________________________________
II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não
______________________________________________________
acumular.
III - Não indicado para assuntos confidenciais. ______________________________________________________
IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
economizando despesas com telefone e evitando problemas com ______________________________________________________
fuso horário.
V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas, per- ______________________________________________________
mitindo-se fazer consultas posteriores.
______________________________________________________
São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em ape-
nas: ______________________________________________________
(A) I, IV e V.
______________________________________________________
(B) I, III e IV.
(C) II, III e V. ______________________________________________________
(D) II, IV e V.
(E) III, IV e V. ______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL
E DE GÊNERO

TÍTULO II
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
(ART. 1°, 3°, 4° E 5°).
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
I - a soberania; termos desta Constituição;
II - a cidadania II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
III - a dignidade da pessoa humana; coisa senão em virtude de lei;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
Lei nº 13.874, de 2019) mano ou degradante;
V - o pluralismo político. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce anonimato;
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
desta Constituição. além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fe- VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
derativa do Brasil: assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
II - garantir o desenvolvimento nacional; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual- religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
dades sociais e regionais; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela- prestação alternativa, fixada em lei;
ções internacionais pelos seguintes princípios: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
I - independência nacional; fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
II - prevalência dos direitos humanos; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
III - autodeterminação dos povos; gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma-
IV - não-intervenção; terial ou moral decorrente de sua violação;
V - igualdade entre os Estados; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
VI - defesa da paz; do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de fla-
VII - solução pacífica dos conflitos; grante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani- (Vigência)
dade; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
X - concessão de asilo político. ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in- no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro-
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana cessual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
de nações. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguarda-
do o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-
manecer ou dele sair com seus bens;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde gamento de taxas:
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
petente; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe-
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
a de caráter paramilitar; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ou ameaça a direito;
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
estatal em seu funcionamento; perfeito e a coisa julgada;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; que lhe der a lei, assegurados:
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- a) a plenitude de defesa;
necer associado; b) o sigilo das votações;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- c) a soberania dos veredictos;
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
extrajudicialmente; a vida;
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; sem prévia cominação legal;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos tos e liberdades fundamentais;
previstos nesta Constituição; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
prietário indenização ulterior, se houver dano; graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecen-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- o Estado Democrático;
ros pelo tempo que a lei fixar; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
desportivas; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das outras, as seguintes:
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- a) privação ou restrição da liberdade;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; b) perda de bens;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri- c) multa;
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria- d) prestação social alternativa;
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e) suspensão ou interdição de direitos;
e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o XLVII - não haverá penas:
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
XXX - é garantido o direito de herança; art. 84, XIX;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será b) de caráter perpétuo;
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos c) de trabalhos forçados;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal d) de banimento;
do “de cujus”; e) cruéis;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
sumidor; de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos in- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou e moral;
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsa- L - às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
bilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu- sam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-
rança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide tação;
Lei nº 12.527, de 2011)

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-
drogas afins, na forma da lei; dade, à soberania e à cidadania;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime LXXII - conceder-se-á habeas data:
político ou de opinião; a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela au- pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
toridade competente; de entidades governamentais ou de caráter público;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
devido processo legal; por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
com os meios e recursos a ela inerentes; entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
meios ilícitos; autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul- da sucumbência;
gado de sentença penal condenatória; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifi- aos que comprovarem insuficiência de recursos;
cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regu- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
lamento) sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for-
esta não for intentada no prazo legal; ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais a) o registro civil de nascimento;
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; b) a certidão de óbito;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- (Regulamento)
litar, definidos em lei; LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Consti-
do preso ou à pessoa por ele indicada; tucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda
lia e de advogado; Constitucional nº 115, de 2022)
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen-
sua prisão ou por seu interrogatório policial; tais têm aplicação imediata.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
dade judiciária; excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati-
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; va do Brasil seja parte.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
tícia e a do depositário infiel; em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide DLG nº 186, de
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 2008), (Vide Decreto nº 6.949, de 2009), (Vide DLG 261, de 2015),
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- (Vide Decreto nº 9.522, de 2018) (Vide ADIN 3392) (Vide DLG 1,
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas de 2021), (Vide Decreto nº 10.932, de 2022)
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Interna-
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de cional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído
atribuições do Poder Público; pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados;

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

§ 8º - A relocação, prevista no §6º, destinará aos posseiros reti-


CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA, (CAP. XXIII “DO NE- rados terras qualitativa e quantitativamente equivalentes ou supe-
GRO” E CAPÍTULO XXIV – “DO ÍNDIO”). riores às que tenham desocupado.

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA CONVENÇÃO 169 DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO


TRABALHO SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRIBAIS (PREÂM-
CAPÍTULO XXIII - BULO E PARTE I DO DECRETO FEDERAL Nº.5.051/2004),
DO NEGRO CONSOLIDADO PELO DECRETO Nº 10.088, DE 5 DE NO-
VEMBRO DE 2019.
Art. 286 - A sociedade baiana é cultural e historicamente mar-
cada pela presença da comunidade afro-brasileira, constituindo
a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a CONVENÇÃO N° 169 DA OIT SOBRE POVOS INDÍGENAS E
pena de reclusão, nos termos da Constituição Federal. TRIBAIS
Art. 287 - Com países que mantiverem política oficial de discri-
minação racial, o Estado não poderá: A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,
I- admitir participação, ainda que indireta, através de em-
presas neles sediadas, em qualquer processo licitatório da Adminis- Convocada em Genebra pelo Conselho Administrativo da Re-
tração Pública direta ou indireta; partição Internacional do Trabalho e tendo ali se reunido a 7 de ju-
II - manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de nho de 1989, em sua septuagésima sexta sessão;
delegações oficiais. Observando as normas internacionais enunciadas na Conven-
Art. 288 - A rede estadual de ensino e os cursos de formação ção e na Recomendação sobre populações indígenas e tribais, 1957;
e aperfeiçoamento do servidor público civil e militar incluirão em Lembrando os termos da Declaração Universal dos Direitos
seus programas disciplina que valorize a participação do negro na Humanos, do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais
formação histórica da sociedade brasileira. e Culturais, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e
Art. 289 - Sempre que for veiculada publicidade estadual com dos numerosos ins trumentos internacionais sobre a prevenção da
mais de duas pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça discriminação;
negra. Considerando que a evolução do direito internacional desde
Art. 290 - O dia 20 de novembro será considerado, no calendá- 1957 e as mudanças sobrevindas na situação dos povos indígenas e
rio oficial, como Dia da Consciência Negra. tribais em todas as regiões do mundo fazem com que seja aconse-
lhável adotar novas normas internacionais nesse assunto, a fim de
CAPÍTULO XXIV - se elimin ar a orientação para a assimilação das normas anteriores;
DO ÍNDIO Reconhecendo as aspirações desses povos a assumir o controle
de suas próprias instituições e formas de vida e seu desenvolvimen-
Art. 291 - É dever do Estado colaborar com a União em benefí- to econômico, e manter e fortalecer suas identidades, línguas e re-
cio dos índios sendo-lhe vedada qualquer ação, omissão ou dilação ligiões, dentro do âmbito dos Estados onde moram;
que possa resultar em detrimento de seus direitos originários. Observando que em diversas partes do mundo esses povos não
§ 1º - O Estado preservará, na forma da lei, os recursos naturais podem gozar dos direitos humanos fundamentais no mesmo grau
situados fora das terras indígenas, cuja deterioração ou destruição que o restante da população dos Estados onde moram e que suas
possa prejudicar o ecossistema e a sobrevivência biológica, social e leis, valores, costumes e perspectivas têm sofrido erosão freqüen-
cultural dos índios. temente;
§ 2º - Aos povos indígenas que ocupam terras escassas em re- Lembrando a particular contribuição dos povos indígenas e tri-
cursos hídricos é assegurado, sem ônus, o acesso à água. bais à diversidade cultural, à harmonia social e ecológica da huma-
§ 3º - Será incluído no currículo das escolas públicas e privadas, nidade e à cooperação e compreensão internacionais;
de 1º e 2º graus, o estudo da cultura e história do Índio. Observando que as disposições a seguir foram estabelecidas
§ 4º - Lei instituirá, junto aos poderes Legislativo e Executivo, com a colaboração das Nações Unid as, da Organização das Nações
canais permanentes de comunicação com as lideranças legítimas, Unidas para a Agricultura e a Alimentação, da Organização das Na-
livremente emanadas dos povos e das organizações indígenas, que ções Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e da Organização
facultem a manifestação da sua vontade política perante o Estado; Mundial da Saúde, bem como do Instituto Indigenista Interameri-
§ 5º - Para efeito do parágrafo anterior, a legitimidade das li- cano, nos níveis apropriados e nas suas respectivas esferas, e que
deranças indígenas, em obediência às normas da Constituição Fe- existe o propósito de continuar essa colaboração a fim de promover
deral, deriva única e exlusivamente de sua emergência e indicação, e assegurar a aplicação destas disposições;
nos termos da organização e da cultura das coletividades a que per- Após ter decidido adotar diversas propostas sobre a revisão
tencem. parcial da Convenção sobre populações Indígenas e Tribais, 1957
§ 6º - O Estado facilitará a relocação de posseiros não-índios (n.o 107), o assunto que constitui o quarto item da agenda da ses-
em suas terras devolutas, quando a União os retirar das terras indí- são, e
genas que ocupem ilegalmente. Após ter decidido que essas propostas deveriam tomar a for-
§ 7º - Serão beneficiados, pelo disposto no parágrafo anterior, ma de uma Convenção Internacional que revise a Convenção Sobre
os posseiros não-índios qualificáveis para receber área de terra do Populações Indígenas e Tribais, 1957, adota, neste vigésimo sétimo
processo de reforma agrária.
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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

dia de junho de mil novecentos e oitenta e nove, a seguinte Con- ARTIGO 4°


venção, que será denominada Convenção Sobre os Povos Indígenas
e Tribais, 1989: 1.Deverão ser adotadas as medidas especiais que sejam ne-
cessárias para salvaguardar as pessoas, as instituições, os bens, as
1.A presente convenção aplica-se: culturas e o meio ambiente dos povos interessados.
2.Tais medidas especiais não deverão ser contrárias aos desejos
PARTE L- POLÍTICA GERAL expressos livremente pelos povos interessados.
3.O gozo sem discriminação dos direitos gerais da cidadania
ARTIGO 1 ° não deverá sofrer nenhuma deterioração como conseqüência des-
sas medidas especiais.
a)aos povos tribais em países independentes, cujas condições
sociais, culturais e econômicas os distingam de outros setores da ARTIGO 5°
coletividade nacional, e que estejam regidos, total ou parcialmente,
por seus próprios costumes ou tradições ou por legislação especial; Ao se aplicar as disposições da presente Convenção:
b)aos povos em países independentes, considerados indígenas a)deverão ser reconhecidos e protegidos os valores e práticas
pelo fato de descenderem de populações que habitavam o país ou sociais, culturais religiosos e espirituais próprios dos povos men-
uma região geográfica pertencente ao país na época da conquista cionados e dever-se-á levar na devida consideração a natureza dos
ou da colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras es- problemas que lhes sejam apresentados, tanto coletiva como indi-
tatais e que, seja qual for sua situação jurídica, conservam todas as vidualmente;
suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e políticas, b)deverá ser respeitada a integridade dos valores, práticas e
ou parte delas. instituições desses povos;
2.A consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser c)deverão ser adotadas, com a particip ação e cooperação dos
considerada como critério fundamental para determinar os grupos povos interessados, medidas voltadas a aliviar as dificuldades que
aos que se aplicam as disposições da presente Convenção. esses povos experimentam ao enfrentarem novas condições de
3.A utilização do termo “povos” na presente Convenção não vida e de trabalho.
deverá ser interpretada no sentido de ter implicação alguma no que
se refere aos direitos que possam ser conferidos a esse termo no ARTIGO 6°
direito internacional.
1.Ao aplicar as disposições da presente Convenção, os gover-
ARTIGO 2° nos deverão:
a)consultar os povos interessados, mediante procedimentos
1.Os governos deverão assumir a responsabilidade de desen- apropriados e, particularmente, através de suas instituições repre-
volver, com a participação dos povos interessados, uma ação coor- sentativas, cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou ad
denada e sistemática com vistas a proteger os direitos desses povos ministrativas suscetíveis de afetá-Ios diretamente;
e a garantir o respeito pela sua integrid ade. b)estabelecer os meios através dos quais os povos interessados
2.Essa ação deverá in cluir medidas: possam participar livremente, pelo menos na mesma medida que
a)que assegurem aos membros desses povos o gozo, em con- outros setores da população e em todos os níveis, na adoção de
dições de igualdade, dos direitos e oportunidades que a legislação decisões em instituições efetivas ou organismos administrativos e
nacional outorga aos demais membros da população; de outra natureza responsáveis pelas políticas e programas que lhes
b)que promovam a plena efetividade dos direitos sociais, eco- sejam concernentes;
nômicos e culturais desses povos, respeitando a sua identidade so- c)estabelecer os meios para o pleno desenvolvimento das insti-
cial e cultural, os seus costumes e tradições, e as suas instituições; tuições e iniciativas dos povos e, nos casos apropriados, fornecer os
c)que ajudem os membros dos povos interessados a eliminar recursos necessários para esse fim.
as diferenças sócio - econômicas que possam existir entre os mem- 2.As consultas realizadas na ap licação desta Convenção deve-
bros indígenas e os demais membros da comunidade nacional, de rão ser efetuadas com boa fé e de maneira apropriada às circuns-
maneira compatível com suas aspirações e formas de vida. tâncias, com o objetivo de se chegar a um acordo e conseguir o
consentimento acerca das medidas propostas.
ARTIGO 3°
ARTIGO 7º
1.Os povos indígenas e tribais deverão gozar plenamente dos
direitos humanos e liberdades fundamentais, sem obstáculos nem I. Os povos interessados deverão ter o direito de escolher suas,
discrimin ação. As disposições desta Convenção serão aplicadas próprias prioridades no que diz respeito ao processo de desenvol-
sem discrimin ação aos homens e mulheres desses povos. vimento, na medida em que ele afete as suas vidas, crenças, insti-
2.Não deverá ser empregada nenhuma forma de força ou de tuições e bem-estar espiritual, bem como as terras que ocupam ou
coerção que viole os direitos humanos e as liberdades fundamen- utilizam de alguma forma, e de controlar, na medida do possível,
tais dos povos interessados, inclusive os direitos contidos na pre- o seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Além
sente Convenção. disso, esses povos deverão participar da formulação, ap licação e
avaliação dos planos e programas de desenvolvimento nacional e
regional suscetíveis de afetá-Ios diretamente.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

2.A melhoria das condições de vida e de trabalho e do nível de ARTIGO 12


saúde e educação dos povos interessados, com a sua particip ação
e cooperação, deverá ser prioritária nos planos de desenvolvimento Os povos interessados deverão ter proteção contra a violação
econômico global das regiões onde eles moram. Os projetos espe- de seus direitos, e poder iniciar procedimentos legais, seja pesso-
ciais de desenvolvimento para essas regiões também deverão ser almente, seja mediante os seus organismos representativos, para
elaborados de forma a promoverem essa melhoria. assegurar o respeito efetivo desses direitos. Deverão ser adota-
3.Os governos deverão zelar para que, sempre que for possível, das medidas para garantir que os membros desses povos possam
sejam efetuados estudos junto aos povos interessados com o ob- compreender e se fazer compreender em procedimentos legais,
jetivo de se avaliar a incidência social, espiritual e cultural e sobre facilitando para eles, se for necessário, intérpretes ou outros meios
o meio ambiente que as atividades de desenvolvimento, previstas, eficazes.
possam ter sobre esses povos. Os resultados desses estudos deve-
rão ser considerados como critérios fundamentais para a execução
das atividades mencionadas. LEI FEDERAL N° 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010 (ESTATUTO
4.Os governos deverão adotar medidas em cooperação com os DA IGUALDADE RACIAL).
povos interessados para proteger e preservar o meio ambiente dos
territórios que eles habitam.
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.
ARTIGO 8º
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24
I. Ao aplicar a legislação nacional aos povos interessados deve-
de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.
rão ser levados na devida consideração seus costumes ou seu direi-
to consuetudinário.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
2.Esses povos deverão ter o direito de conservar seus costu-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
mes e instituições próprias, desde que eles não sejam incompatí-
TÍTULO I
veis com os direitos fundamentais definidos pelo sistema jurídico
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
nacional nem com os direitos humanos internacionalmente reco-
nhecidos. Sempre que for necessário, deverão ser estabelecidos
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, desti-
procedimentos para se solucionar os conflitos que possam surgir na
nado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de
aplicação deste principio.
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos
3.A aplicação dos parágrafos I e 2 deste Artigo não deverá imp
e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de into-
edir que os membros desses povos exerçam os direitos reconheci-
lerância étnica.
dos para todos os cidadãos do país e assumam as obrigações cor-
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
respondentes.
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou
ARTIGO 9⁰
origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir
o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições,
I. Na medida em que isso for compatível com o sistema jurídico
de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos políti-
nacional e com os direitos humanos internacionalmente reconhe-
co, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida
cidos, deverão ser respeitados os métodos aos quais os povos in-
pública ou privada;
teressados recorrem tradicionalmente para a repressão dos delitos
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
cometidos pelos seus membros.
ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
2. As autoridades e os tribunais solicitados para se pronuncia-
esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
rem sobre questões penais deverão levar em conta os costumes dos
origem nacional ou étnica;
povos mencionados a respeito do assunto.
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
ARTIGO 10
negras e os demais segmentos sociais;
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
1.Quando sanções penais sejam impostas pela legislação geral
claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela
a membros dos povos mencionados, deverão ser levadas em conta
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou
as suas características econômicas, sociais e culturais.
que adotam autodefinição análoga;
2.Dever-se-á dar preferência a tipos de punição outros que o
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota-
encarceramento.
dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais ado-
ARTIGO 11
tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das de-
sigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni-
A lei deverá proibir a imposição, a membros dos povo interes-
dades.
sados, de serviços pessoais obrigatórios de qualquer natureza, re-
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade
munerados ou não, exceto nos casos previstos pela lei para todos
de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, inde-
os cidadãos.
pendentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômi- § 2o O poder público garantirá que o segmento da população
cas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. discriminação.
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos prin- Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população
cípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População
direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas:
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra
fortalecimento da identidade nacional brasileira. nas instâncias de participação e controle social do SUS;
Art. 4o A participação da população negra, em condição de II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saú-
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e de da população negra;
cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: III - desenvolvimento de processos de informação, comunica-
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô- ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades
mico e social; da população negra.
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma- Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde In-
tiva; tegral da População Negra:
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan-
adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina-
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; ção nas instituições e serviços do SUS;
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com- II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados de-
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; sagregados por cor, etnia e gênero;
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e insti- III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis-
tucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas mo e saúde da população negra;
esferas pública e privada; IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da processos de formação e educação permanente dos trabalhadores
sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni- da saúde;
dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro-
a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais
prioridade no acesso aos recursos públicos; para o exercício da participação e controle social no SUS.
VII - implementação de programas de ação afirmativa destina- Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanes-
dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu- centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
terra, à Justiça, e outros. nutricional e na atenção integral à saúde.
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-
-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e CAPÍTULO II
desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
nas esferas pública e privada, durante o processo de formação so- LAZER
cial do País.
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído SEÇÃO I
o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), con- DISPOSIÇÕES GERAIS
forme estabelecido no Título III.
Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades
TÍTULO II educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
de sua comunidade e da sociedade brasileira.
CAPÍTULO I Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover-
DO DIREITO À SAÚDE nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes
providências:
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da po-
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômi- pulação negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de
cas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos. lazer;
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para
(SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popu- promoção social e cultural da população negra;
lação negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições pú- III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas
blicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra
direta e indireta. faça parte da cultura de toda a sociedade;
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento
da juventude negra brasileira.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

SEÇÃO II Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos


DA EDUCAÇÃO quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi-
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado.
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en- Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios
sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos,
geral da África e da história da população negra no Brasil, observa- tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal,
do o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. receberá especial atenção do poder público.
§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Art. 19. O poder público incentivará a celebração das perso-
Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res- nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do
gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem
econômico, político e cultural do País. como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri-
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for- vadas.
mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate- Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da
rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
deste artigo. imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res- mos do art. 216 da Constituição Federal.
ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
e representantes do movimento negro para debater com os estu- dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos for-
dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. madores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à
pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a SEÇÃO IV
programas de estudo voltados para temas referentes às relações ét- DO ESPORTE E LAZER
nicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com- Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: como direitos sociais.
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru- Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação
pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.
-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população § 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
negra; modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
de professores temas que incluam valores concernentes à pluralida- nacional.
de étnica e cultural da sociedade brasileira; § 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas
III - desenvolver programas de extensão universitária destina- e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e for-
dos a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegu- malmente reconhecidos.
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefi-
ciários; CAPÍTULO III
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioedu- na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen- Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope- livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à
mecanismos. religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de
Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa. lugares reservados para tais fins;
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res- II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação, preceitos das respectivas religiões;
acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção. III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins-
tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;
SEÇÃO III IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de ar-
DA CULTURA tigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas
fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda-
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das so- das por legislação específica;
ciedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao
da população negra, com trajetória histórica comprovada, como exercício e à difusão das religiões de matriz africana;
patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da
Constituição Federal.
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VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das
e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades comunidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes
religiosas e sociais das respectivas religiões; tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas es-
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para di- peciais de financiamento público, destinados à realização de suas
vulgação das respectivas religiões; atividades produtivas e de infraestrutura.
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se
ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis
nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. para a promoção da igualdade étnica.
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de
religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em ou- SEÇÃO II
tras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submeti- DA MORADIA
dos a pena privativa de liberdade.
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para Art. 35. O poder público garantirá a implementação de po-
o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e líticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada da
à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas su-
de: butilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente
difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham e na qualidade de vida.
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos
religiosidade de matrizes africanas; desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam-
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu-
outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan- nitários associados à função habitacional, bem como a assistência
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
africanas; fundiária da habitação em área urbana.
III - assegurar a participação proporcional de representantes Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamen-
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das tais realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de In-
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân- teresse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho
cias de deliberação vinculadas ao poder público. de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e
culturais da população negra.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA pios estimularão e facilitarão a participação de organizações e mo-
vimentos representativos da população negra na composição dos
SEÇÃO I conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de
DO ACESSO À TERRA Habitação de Interesse Social (FNHIS).
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promo-
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas verão ações para viabilizar o acesso da população negra aos finan-
públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra ciamentos habitacionais.
e às atividades produtivas no campo. CAPÍTULO V
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro- DO TRABALHO
dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá
ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrí- Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão
cola. da população negra no mercado de trabalho será de responsabili-
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência dade do poder público, observando-se:
técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o for- I - o instituído neste Estatuto;
talecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
produção. venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação criminação Racial, de 1965;
profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida- III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
des negras rurais. venção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Bra-
finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. sil perante a comunidade internacional.
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a
políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sus- igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu-
tentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, res- lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas visan-
peitando as tradições de proteção ambiental das comunidades. do à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o
incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organiza-
ções privadas.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

§ 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades vol-
adoção de políticas e programas de formação profissional, de em- tadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e ci-
prego e de geração de renda voltados para a população negra. dades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população
§ 2o As ações visando a promover a igualdade de oportunida- negra.
des na esfera da administração pública far-se-ão por meio de nor- Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar crité-
mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi- rios para provimento de cargos em comissão e funções de confiança
ca e em seus regulamentos. destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso,
adoção de iguais medidas pelo setor privado. estadual, observados os dados demográficos oficiais.
§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão
o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários. CAPÍTULO VI
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro- DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu-
lheres negras. Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização valorizará a herança cultural e a participação da população negra
contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul- na história do País.
tural. Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à vei-
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de ele- culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas,
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco- deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre-
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e
negros de baixa escolarização. qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou
§ 8º Os registros administrativos direcionados a órgãos e en- artística.
tidades da Administração Pública, a empregadores privados e a Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica
trabalhadores que lhes sejam subordinados conterão campos des- aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos ét-
tinados a identificar o segmento étnico e racial a que pertence o nicos determinados.
trabalhador retratado no respectivo documento, com utilização do Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas
critério da autoclassificação em grupos previamente delimitados. à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográfi-
(Incluído pela Lei nº 14.553, de 2023) cas o disposto no art. 44.
§ 9º Sem prejuízo de extensão obrigatória a outros documen- Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública fe-
tos ou registros de mesma natureza identificados em regulamento, deral direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as
aplica-se o disposto no § 8º deste artigo a: (Incluído pela Lei nº sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de
14.553, de 2023) participação de artistas negros nos contratos de realização de fil-
I - formulários de admissão e demissão no emprego; (Incluído mes, programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
pela Lei nº 14.553, de 2023) § 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
II - formulários de acidente de trabalho; (Incluído pela Lei nº nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
14.553, de 2023) conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
III - instrumentos de registro do Sistema Nacional de Emprego publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
(Sine), ou de estrutura que venha a suceder-lhe em suas finalida- de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
des; (Incluído pela Lei nº 14.553, de 2023) contratado.
IV - Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ou outro do- § 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de em-
cumento criado posteriormente com conteúdo e propósitos a ela prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finali-
assemelhados; (Incluído pela Lei nº 14.553, de 2023) dade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe
V - documentos, inclusive os disponibilizados em meio eletrô- vinculada ao projeto ou serviço contratado.
nico, destinados à inscrição de segurados e dependentes no Regime § 3o A autoridade contratante poderá, se considerar neces-
Geral de Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 14.553, de 2023) sário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego,
VI - questionários de pesquisas levadas a termo pela Fundação requerer auditoria por órgão do poder público federal.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por órgão § 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções
ou entidade posteriormente incumbida das atribuições imputadas publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
a essa autarquia. (Incluído pela Lei nº 14.553, de 2023) determinados.
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Tra-
balhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos volta-
dos para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e
orientará a destinação de recursos para seu financiamento.
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de
financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias
empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es-
tímulo à promoção de empresários negros.

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TÍTULO III e raciais no âmbito do setor público, a fim de obter subsídios dire-
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE cionados à implementação da PNPIR. (Incluído pela Lei nº 14.553,
RACIAL de 2023)
(SINAPIR) Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais,
no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão insti-
CAPÍTULO I tuir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter perma-
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR nente e consultivo, compostos por igual número de representantes
de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil
Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igual- representativas da população negra.
dade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos re-
voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços desti- cursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei aos
nados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, presta- Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos
dos pelo poder público federal. de promoção da igualdade étnica.
§ 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
participar do Sinapir mediante adesão. CAPÍTULO IV
§ 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a inicia- DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTI-
tiva privada a participar do Sinapir. ÇA E À SEGURANÇA

CAPÍTULO II Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e


DOS OBJETIVOS no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Perma-
nentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar
Art. 48. São objetivos do Sinapir: denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção
sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações da igualdade.
afirmativas; Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar- acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública,
ginalização e a promover a integração social da população negra; ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
governos estaduais, distrital e municipais; Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres ne-
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção gras em situação de violência, garantida a assistência física, psíqui-
da igualdade étnica; ca, social e jurídica.
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio-
para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das lência policial incidente sobre a população negra.
metas a serem estabelecidas. Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocializa-
ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta
CAPÍTULO III a experiências de exclusão social.
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discri-
minação e preconceito praticados por servidores públicos em detri-
Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional mento da população negra, observado, no que couber, o disposto
de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de
da Igualdade Racial (PNPIR). lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações
§ 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos,
acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de
e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável 1985.
pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
(Vide Lei nº 12.990, de 2014) CAPÍTULO V
§ 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO
intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co- DA IGUALDADE RACIAL
ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da
igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que vi- Art. 56. Na implementação dos programas e das ações cons-
sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade tantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União,
étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se re-
§ 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção fere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que
da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse- tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a
gure a participação da sociedade civil. inclusão social da população negra, especialmente no que tange a:
§ 4º A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) realizará, a cada 5 (cinco) anos, pesquisa destinada a iden- I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, em-
tificar o percentual de ocupação por parte de segmentos étnicos prego e moradia;

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II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para
e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da popu- aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará
lação negra; seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica- relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.
ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes- Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a
ses da população negra; vigorar com a seguinte redação:
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas ad- “Art. 3o ........................................................................
ministradas por pessoas autodeclaradas negras; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional,
pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe- obstar a promoção funcional.” (NR)
rior; “Art. 4o ........................................................................
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis- § 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de
promoção da igualdade de oportunidades para a população negra; descendência ou origem nacional ou étnica:
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
tradições africanas e brasileiras. gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores;
§ 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra
que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na forma de benefício profissional;
execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre- III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de servi-
igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego ços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade
e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi- racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamen-
mento regional, cultura, esporte e lazer. to de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça
§ 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí- ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exi-
cio subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder gências.” (NR)
Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995,
referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos passam a vigorar com a seguinte redação:
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos “Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos
no inciso VII do art. 4o desta Lei. legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia,
§ 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne- raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das se-
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo, guintes cominações:
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro- ...................................................................................” (NR)
gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o “Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discri-
§ 2o deste artigo. minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo
§ 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável dano moral, faculta ao empregado optar entre:
pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a pro- ...................................................................................” (NR)
gramação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamen- Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar
tárias da União. acrescido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo úni-
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po- co como § 1o:
derão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social “Art. 13. ........................................................................
para financiamento das ações de que trata o art. 56: § 1o ...............................................................................
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e § 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em
dos Municípios; dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dis-
II - doações voluntárias de particulares; posto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá dire-
III - doações de empresas privadas e organizações não governa- tamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações
mentais, nacionais ou internacionais; de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais; Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial esta-
tratados e acordos internacionais. duais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou
local, respectivamente.” (NR)
TÍTULO IV Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro
DISPOSIÇÕES FINAIS de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o .......................................................................
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras § 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra
em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser ado- a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi-
tadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause
Municípios. morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tanto no âmbito público quanto no privado.
...................................................................................” (NR)
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
vigorar acrescido do seguinte inciso III: ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído
“Art. 20. ...................................................................... pela Lei nº 12.288, de 2010)
............................................................................................. § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de servi-
§ 3o ............................................................................... ços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade
............................................................................................. racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamen-
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- to de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça
mação na rede mundial de computadores. ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exi-
...................................................................................” (NR) gências.
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comer-
de sua publicação. cial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos.
Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de
da República. aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qual-
quer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
LEI FEDERAL Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 (DEFINE Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de de-
OS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU zoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
DE COR) Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restauran-
tes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
Pena: reclusão de um a três anos.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabele-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
cimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos
ao público.
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes
Pena: reclusão de um a três anos.
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de
cedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabe-
lecimento com as mesmas finalidades.
Art. 2º (Vetado).
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 2º-A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de-
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públi-
coro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional. (Inclu-
cos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
ído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Pena: reclusão de um a três anos.
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como
pela Lei nº 14.532, de 2023)
aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer ou-
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o crime for
tro meio de transporte concedido.
cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas. (In-
Pena: reclusão de um a três anos.
cluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente ha-
qualquer ramo das Forças Armadas.
bilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
como das concessionárias de serviços públicos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casa-
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
mento ou convivência familiar e social.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional,
Art. 15. (Vetado).
obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcio-
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
namento do estabelecimento particular por prazo não superior a
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
três meses.
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de
Art. 17. (Vetado).
descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não
12.288, de 2010)
são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sen-
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
tença.
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; (In-
Art. 19. (Vetado).
cluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon-
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar ou-
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação
tra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de
dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
2010)
Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela
Lei nº 9.459, de 15/05/97)
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§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em- Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Re-
blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz numerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado
dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
nº 9.459, de 15/05/97) Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido da República.
por intermédio dos meios de comunicação social, de publicação em
redes sociais, da rede mundial de computadores ou de publicação
de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023) LEI FEDERAL N° 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997 (TIPIFICA-
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei ÇÃO DOS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE
nº 9.459, de 15/05/97) RAÇA OU DE COR).
§ 2º-A Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for come-
tido no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou
LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997.
culturais destinadas ao público: (Incluído pela Lei nº 14.532, de
2023)
Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989,
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e proibição de fre-
que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor,
quência, por 3 (três) anos, a locais destinados a práticas esportivas,
e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
artísticas ou culturais destinadas ao público, conforme o caso. (In-
dezembro de 1940.
cluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
§ 2º-B Sem prejuízo da pena correspondente à violência, incor-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
re nas mesmas penas previstas no caput deste artigo quem obstar,
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou
práticas religiosas. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989,
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar,
passam a vigorar com a seguinte redação:
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultan-
quérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela
tes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
Lei nº 14.532, de 2023)
procedência nacional.”
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon-
exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televi-
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em-
sivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação
blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz
dada pela Lei nº 12.735, de 2012)
suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de in-
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
formação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por
12.288, de 2010)
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qual-
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após
quer natureza:
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen-
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
dido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar,
Art. 20-A. Os crimes previstos nesta Lei terão as penas aumen-
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
tadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando ocorrerem em con-
quérito policial, sob pena de desobediência:
texto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação. (In-
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exem-
cluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
plares do material respectivo;
Art. 20-B. Os crimes previstos nos arts. 2º-A e 20 desta Lei te-
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou te-
rão as penas aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando
levisivas.
praticados por funcionário público, conforme definição prevista no
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), no
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen-
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. (Incluído
dido.”
pela Lei nº 14.532, de 2023)
Art. 2º O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte
Art. 20-C. Na interpretação desta Lei, o juiz deve considerar
parágrafo:
como discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pes-
“Art. 140. ...................................................................
soa ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilha-
...................................................................................
ção, vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
se dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou
a raça, cor, etnia, religião ou origem:
procedência. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.”
Art. 20-D. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
vítima dos crimes de racismo deverá estar acompanhada de advo-
gado ou defensor público. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)

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MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente Considerando que as Nações Unidas têm condenado o colo-
o art. 1º da Lei nº 8.081, de 21 de setembro de 1990, e a Lei nº nialismo e todas as práticas de segregação e discriminação a ele
8.882, de 3 de junho de 1994. associados, em qualquer forma e onde quer que existam, e que a
Declaração sobre a Concessão de Independência, a Partes e Povos
Brasília, 13 de maio de 1997; 176º da Independência e 109º da Coloniais, de 14 de dezembro de 1960 (Resolução 1.514 (XV), da
República. Assembléia Geral afirmou e proclamou solenemente a necessidade
de levá-las a um fim rápido e incondicional,
Considerando que a Declaração das Nações Unidas sobre eli-
DECRETO FEDERAL N° 65.810, DE 08 DE DEZEMBRO DE 1969 minação de todas as formas de Discriminação Racial, de 20 de
(CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE novembro de 1963, (Resolução 1.904 ( XVIII) da Assembléia-Ge-
TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL). ral), afirma solenemente a necessidade de eliminar rapidamen-
te a discriminação racial através do mundo em todas as suas
formas e manifestações e de assegurar a compreensão e o respeito
DECRETO Nº 65.810, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1969
à dignidade da pessoa humana,
Convencidos de que qualquer doutrina de superioridade ba-
Promulga a Convenção Internacional sobre a Eliminação de to-
seada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmen-
das as Formas de Discriminação Racial.
te condenável, socialmente injusta e perigosa, em que, não existe
justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
lugar algum,
Reafirmando que a discriminação entre os homens por motivos
HAVENDO o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto
de raça, cor ou origem étnica é um obstáculo a relações amis-
Legislativo nº 23, de 21 de junho de 1967, a Convenção Inter-
tosas e pacíficas entre as nações e é capaz de disturbar a paz e a
nacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
segurança entre povos e a harmonia de pessoas vivendo lado a lado
Racial, que foi aberta à assinatura em Nova York e assinada pelo
até dentro de um mesmo Estado,
Brasil a 7 de março de 1966;
Convencidos que a existência de barreiras raciais repugna os
E HAVENDO sido depositado o Instrumento brasileiro de Ra-
ideais de qualquer sociedade humana,
tificação, junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, a 27 de
Alarmados por manifestações de discriminação racial ainda
março de 1968;
em evidência em algumas áreas do mundo e por políticas go-
E TENDO a referida Convenção entrado em vigor, de conformi-
vernamentais baseadas em superioridade racial ou ódio, como as
dade com o disposto em seu artigo 19, parágrafo 1º, a 4 de janeiro
políticas de apartheid , segregação ou separação,
de 1969;
Resolvidos a adotar todas as medidas necessárias para elimi-
DECRETA que a mesma, apensa por cópia ao presente Decre-
nar rapidamente a discriminação racial em, todas as suas for-
to, seja executada e cumprida tão inteiramente como ela nele
mas e manifestações, e a prevenir e combater doutrinas e práticas
contém.
raciais com o objetivo de promover o entendimento entre as raças
e construir uma comunidade internacional livre de todas as formas
Brasília, 8 de dezembro de 1969; 148º da Independência e 81º
de separação racial e discriminação racial,
da República.
Levando em conta a Convenção sobre Discriminação nos Em-
prego e Ocupação adotada pela Organização internacional do
A CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO
Trabalho em 1958, e a Convenção contra discriminação no Ensino
DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
adotada pela Organização das Nações Unidas para Educação a
Ciência em 1960,
Os Estados Partes na presente Convenção,
Desejosos de completar os princípios estabelecidos na Decla-
ração das Naçõs unidas sobre a Eliminação de todas as formas de
Considerando que a Carta das Nações Unidas baseia-se em
discriminação racial e assegurar o mais cedo possível a adoção de
princípios de dignidade e igualdade inerentes a todos os seres hu-
medidas práticas para esse fim,
manos, e que todos os Estados Membros comprometeram-se a
tomar medidas separadas e conjuntas, em cooperação com a Or-
Acordaram no seguinte:
ganização, para a consecução de um dos propósitos das Nações
Unidas que é promover e encorajar o respeito universal e obser-
PARTE I
vância dos direitos humanos e liberdades fundamentais para
todos, sem discriminação de raça, sexo, idioma ou religião.
ARTIGO I
Considerando que a Declaração Universal dos Direitos do
1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” signi-
Homem proclama que todos os homens nascem livres e iguais em
ficará qualquer distinção, exclusão restrição ou preferência basea-
dignidade e direitos e que todo homem tem todos os direitos esta-
das em raça, cor, descendência ou origem nacional ou etnica que
belecidos na mesma, sem distinção de qualquer espécie e princi-
tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento,
palmente de raça, cor ou origem nacional,
gozo ou exercício num mesmo plano,( em igualdade de condição),
Considerando todos os homens são iguais perante a lei e
de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político
têm o direito à igual proteção contra qualquer discriminação e
econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida
contra qualquer incitamento à discriminação,
pública.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

2. Esta Convenção não se aplicará ás distinções, exclusões, res- ARTIGO IV


trições e preferências feitas por um Estado Parte nesta Convenção
entre cidadãos e não cidadãos. Os Estados partes condenam toda propaganda e todas as orga-
3. Nada nesta Convenção poderá ser interpretado como afe- nizações que se inspirem em idéias ou teorias baseadas na superio-
tando as disposições legais dos Estados Partes, relativas a naciona- ridade de uma raça ou de um grupo de pessoas de uma certa cor ou
lidade, cidadania e naturalização, desde que tais disposições não de uma certa origem étnica ou que pretendem justificar ou enco-
discriminem contra qualquer nacionalidade particular. rajar qualquer forma de ódio e de discriminação raciais e compro-
4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas metem-se a adotar imediatamente medidas positivas destinadas a
especiais tomadas com o único objetivo de assegurar progresso eliminar qualquer incitação a uma tal discriminação, ou quaisquer
adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou de indivíduos que atos de discriminação com este objetivo tendo em vista os princí-
necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar pios formulados na Declaração universal dos direitos do homem e
a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos hu- os direitos expressamente enunciados no artigo 5 da presente con-
manos e liberdades fundamentais, contando que, tais medidas não venção, eles se comprometem principalmente:
conduzam, em conseqüência, à manutenção de direitos separados a) a declarar delitos puníveis por lei, qualquer difusão de idéias
para diferentes grupos raciais e não prossigam após terem sido al- baseadas na superioridade ou ódio raciais, qualquer incitamento
cançados os seus objetivos. à discriminação racial, assim como quaisquer atos de violência ou
provocação a tais atos, dirigidos contra qualquer raça ou qualquer
ARTIGO II grupo de pessoas de outra cor ou de outra origem técnica, como
também qualquer assistência prestada a atividades racistas, inclusi-
1. Os Estados Partes condenam a discriminação racial e com- ve seu financiamento;
prometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem tar- b) a declarar ilegais e a proibir as organizações assim como
dar uma política de eliminação da discriminação racial em todas as as atividades de propaganda organizada e qualquer outro tipo de
suas formas e de promoção de entendimento entre todas as raças atividade de propaganda que incitar a discriminação racial e que
e para esse fim: a encorajar e a declara delito punível por lei a participação nestas
a) Cada Estado parte compromete-se a efetuar nenhum ato ou organizações ou nestas atividades.
prática de discriminação racial contra pessoas, grupos de pessoas c) a não permitir as autoridades públicas nem ás instituições
ou instituições e fazer com que todas as autoridades públicas nacio- públicas nacionais ou locais, o incitamento ou encorajamento à dis-
nais ou locais, se conformem com esta obrigação; criminação racial.
b) Cada Estado Parte compromete-se a não encorajar, defen-
der ou apoiar a discriminação racial praticada por uma pessoa ou ARTIGO V
uma organização qualquer;
c) Cada Estado Parte deverá tomar as medidas eficazes, a fim De conformidade com as obrigações fundamentais enuncia-
de rever as politicas governamentais nacionais e locais e para mo- das no artigo 2, Os Estados Partes comprometem-se a proibir e a
dificar, ab-rogar ou anular qualquer disposição regulamentar que eliminar a discriminação racial em todas suas formas e a garantir o
tenha como objetivo criar a discriminação ou perpetrá-la onde já direito de cada uma à igualdade perante a lei sem distinção de raça
existir; , de cor ou de origem nacional ou étnica, principalmente no gozo
d) Cada Estado Parte deverá, por todos os meios apropriados, dos seguintes direitos:
inclusive se as circunstâncias o exigirem, as medidas legislativas, a) direito a um tratamento igual perante os tribunais ou qual-
proibir e por fim, a discriminação racial praticadas por pessoa, por quer outro orgão que administre justiça;
grupo ou das organizações; b) direito a segurança da pessoa ou à proteção do Estado con-
e) Cada Estado Parte compromete-se a favorecer, quando for tra violência ou ou lesão corporal cometida que por funcionários de
o caso as organizações e movimentos multi-raciais e outros meios Governo, quer por qualquer indivíduo, grupo ou instituição.
próprios a eliminar as barreiras entre as raças e a desencorajar o c) direitos políticos principalmente direito de participar às
que tende a fortalecer a divisão racial. eleições - de votar e ser votado - conforme o sistema de sufrágio
2) Os Estados Partes tomarão, se as circunstâncias o exigirem, universal e igual direito de tomar parte no Governo, assim como
nos campos social, econômico, cultural e outros, as medidas espe- na direção dos assuntos públicos, em qualquer grau e o direito de
ciais e concretas para assegurar como convier o desenvolvimento acesso em igualdade de condições, às funções públicas.
ou a proteção de certos grupos raciais ou de indivíduos pertencen- d) Outros direitos civis, principalmente,
tes a estes grupos com o objetivo de garantir-lhes, em condições de i) direito de circular livremente e de escolher residência dentro
igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das liberda- das fronteiras do Estado;
des fundamentais. ii) direito de deixar qualquer pais, inclusive o seu, e de voltar
Essas medidas não deverão, em caso algum, ter a finalidade de a seu país;
manter direitos grupos raciais, depois de alcançados os objetivos iii) direito de uma nacionalidade;
em razão dos quais foram tomadas. iv) direito de casar-se e escolher o cônjuge;
v) direito de qualquer pessoa, tanto individualmente como em
ARTIGO III conjunto, à propriedade;
vi) direito de herdar;
Os Estados Partes especialmente condenam a segregação ra- vii) direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
cial e o apartheid e comprometem-se a proibir e a eliminar nos ter- religião;
ritórios sob sua jurisdição todas as práticas dessa natureza. viii) direito à liberdade de opinião e de expressão;
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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

ix) direito à liberdade de reunião e de associação pacífica; uma lista por ordem alfabética, de todos os candidatos assim no-
e) direitos econômicos, sociais culturais, principalmente: meados com indicação dos Estados partes que os nomearam, e a
i) direitos ao trabalho, a livre escolha de seu trabalho, a con- comunicará aos Estados Partes.
dições equitativas e satisfatórias de trabalho à proteção contra o 4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reunião
desemprego, a um salário igual para um trabalho igual, a uma re- dos Estados Partes convocada pelo Secretário Geral das Nações
muneração equitativa e satisfatória; Unidas. Nessa reunião, em que o quorum será alcançado com dois
ii) direito de fundar sindicatos e a eles se afiliar; terços dos Estados Partes, serão eleitos membros do Comitê, os
iii) direito à habitação; candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria
iv) direito à saúde pública, a tratamento médico, à previdência absoluta de votos dos representantes dos Estados Partes presentes
social e aos serviços sociais; e votantes.
v) direito a educação e à formação profissional; 5. a) Os membros do Comitê serão eleitos por um período de
vi) direito a igual participação das atividades culturais; quatro anos. Entretanto, o mandato de nove dos membros eleitos
f) direito de acesso a todos os lugares e serviços destinados ao na primeira eleição, expirará ao fim de dois anos; logo após a pri-
uso do publico, tais como, meios de transporte hotéis, restaurantes, meira eleição os nomes desses nove membros serão escolhidos,
cafés, espetáculos e parques. por sorteio, pelo Presidente do Comitê.
b) Para preencher as vagas fortuitas, o Estado Parte, cujo peri-
ARTIGO VI to deixou de exercer suas funções de membro do Comitê, nomeará
outro perito dentre seus nacionais, sob reserva da aprovação do
Os Estados Partes assegurarão a qualquer pessoa que estiver Comitê.
sob sua jurisdição, proteção e recursos efetivos perante os tribunais 6. Os Estados Partes serão responsáveis pelas despesas dos
nacionais e outros órgãos do Estado competentes, contra quaisquer membros do Comitê para o período em que estes desempenharem
atos de discriminação racial que, contrariamente à presente Con- funções no Comitê.
venção, violarem seus direitos individuais e suas liberdades funda-
mentais, assim como o direito de pedir a esses tribunais uma satis- ARTIGO IX
fação ou repartição justa e adequada por qualquer dano de que foi
vitima em decorrência de tal discriminação. 1. Os Estados Partes comprometem-se a apresentar ao Secre-
tário Geral para exame do Comitê, um relatório sobre as medidas
ARTIGO VII legislativas, judiciárias, administrativas ou outras que tomarem
para tornarem efetivas as disposições da presente Convenção:
Os Estados Partes, comprometem-se a tomar as medidas ime- a) dentro do prazo de um ano a partir da entrada em vigor da
diatas e eficazes, principalmente no campo de ensino, educação, Convenção, para cada Estado interessado no que lhe diz respeito,
da cultura e da informação, para lutar contra os preconceitos que e posteriormente, cada dois anos, e toda vez que o Comitê o soli-
levem à discriminação racial e para promover o entendimento, a citar. O Comitê poderá solicitar informações complementares aos
tolerância e a amizade entre nações e grupos raciais e éticos assim Estados Partes.
como para propagar ao objetivo e princípios da Carta das Nações 2. O Comitê submeterá anualmente à Assembléia Geral, um
Unidas da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Decla- relatório sobre suas atividades e poderá fazer sugestões e reco-
ração das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de mendações de ordem geral baseadas no exame dos relatórios e das
discriminação racial e da presente Convenção. informações recebidas dos Estados Partes. Levará estas sugestões
e recomendações de ordem geral ao conhecimento da Assembleia
PARTE II Geral, e se as houver juntamente com as observações dos Estados
Partes.
ARTIGO VIII
ARTIGO X
1. Será estabelecido um Comitê para a eliminação da discrimi-
nação racial (doravante denominado “o Comitê) composto de 18 1. O Comitê adotará seu regulamento interno.
peritos conhecidos para sua alta moralidade e conhecida imparcia- 2. O Comitê elegerá sua mesa por um período de dois anos.
lidade, que serão eleitos pelos Estados Membros dentre seus na- 3. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas foi
cionais e que atuarão a título individual, levando-se em conta uma necessários serviços de Secretaria ao Comitê.
repartição geográfica equitativa e a representação das formas di- 4. O Comitê reunir-se-à normalmente na Sede das Nações Uni-
versas de civilização assim como dos principais sistemas jurídicos. das.
2. Os Membros do Comitê serão eleitos em escrutínio secreto
de uma lista de candidatos designados pelos Estados Partes, Cada ARTIGO XI
Estado Parte poderá designar um candidato escolhido dentre seus
nacionais. 1. Se um Estado Parte Julgar que outro Estado igualmente Par-
3. A primeira eleição será realizada seis meses após a data da te não aplica as disposições da presente Convenção poderá chamar
entrada em vigor da presente Convenção. Três meses pelo menos a atenção do Comitê sobre a questão. O Comitê transmitirá, então,
antes de cada eleição, o Secretário Geral das Nações Unidas enviará a comunicação ao Estado Parte interessado. Num prazo de três me-
uma Carta aos Estados Partes para convidá-los a apresentar suas ses, o Estado destinatário submeterá ao Comitê as explicações ou
candidaturas no prazo de dois meses. O Secretário Geral elaborará

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

declarações por escrito, a fim de esclarecer a questão e indicar as 8. As informações obtidas e confrontadas pelo Comitê serão
medidas corretivas que por acaso tenham sido tomadas pelo refe- postas à disposição da Comissão, e a Comissão poderá solicitar aos
rido Estado. Estados interessados sde lhe fornecer qualquer informação com-
2. Se, dentro de um prazo de seis meses a partir da data do plementar pertinente.
recebimento da comunicação original pelo Estado destinatário a
questão não foi resolvida a contento dos dois Estados, por meio de ARTIGO XIII
negociações bilaterais ou por qualquer outro processo que estiver a
sua disposição, tanto um como o outro terão o direito de submetê- 1. Após haver estudado a questão sob todos os seus aspectos,
-la novamente ao Comitê, endereçando uma notificação ao Comitê a Comissão preparará e submeterá ao Presidente do Comitê um
assim como ao outro Estado interessado. relatório com as conclusões sobre todas ass questões de fato rela-
3. O Comitê só poderá tomar conhecimento de uma questão, tivas à controvérsia entre as partes e as recomendações que julgar
de acordo com o parágrafo 2 do presente artigo, após ter consta- oportunas a fim de chegar a uma solução amistosa da controvérsia.
tado que todos os recursos internos disponíveis foram interpostos 2. O Presidente do Comitê transmitirá o relatório da Comissão
ou esgotados, de conformidade com os princípios do direito inter- a cada um dos Estados Partes na controvérsia. Os referidos Estados
nacional geralmente reconhecidos. Esta regra não se aplicará se os comunicarão ao Presidente do Comitê num prazo de três meses se
procedimentos de recurso excederem prazos razoáveis. aceitam ou não, as recomendações contidas no relatório da Comis-
4. Em qualquer questão que lhe for submetida, Comitê poderá são.
solicitar aos Estados-Partes presentes que lhe forneçam quaisquer 3. Expirado o prazo previsto no paragrafo 2º do presente arti-
informações complementares pertinentes. go, o Presidente do Comitê comunicará o Relatório da Comissão e
5. Quando o Comitê examinar uma questão conforme o pre- as declarações dos Estados Partes interessadas aos outros Estados
sente Artigo os Estados Partes interessados terão o direito de no- Parte na Comissão.
mear um representante que participará sem direito de voto dos
trabalhos no Comitê durante todos os debates. ARTIGO XIV

ARTIGO XII 1. Todo o Estado parte poderá declarar e qualquer momento


que reconhece a competência do Comitê para receber e examinar
1. a) Depois que o Comitê obtiver e consultar as informações comunicações de indivíduos sob sua jurisdição que se consideram
que julgar necessárias, o Presidente nomeará uma Comissão de vítimas de uma violação pelo referido Estado Parte de qualquer um
Conciliação ad hoc (doravante denominada “ A Comissão”, compos- dos direitos enunciados na presente Convenção. O Comitê não re-
ta de 5 pessoas que poderão ser ou não membros do Comitê. Os ceberá qualquer comunicação de um Estado Parte que não houver
membros serão nomeados com o consentimento pleno e unânime feito tal declaração.
das partes na controvérsia e a Comissão fará seus bons ofícios a 2. Qualquer Estado parte que fizer uma declaração de confor-
disposição dos Estados presentes, com o objetivo de chegar a uma midade com o parágrafo do presente artigo, poderá criar ou de-
solução amigável da questão, baseada no respeito à presente Con- signar um órgão dentro de sua ordem jurídica nacional, que terá
venção. competência para receber e examinar as petições de pessoas ou
b) Se os Estados Partes na controvérsia não chegarem a um en- grupos de pessoas sob sua jurisdição que alegarem ser vitimas de
tendimento em relação a toda ou parte da composição da Comissão uma violação de qualquer um dos direitos enunciados na presente
num prazo de três meses os membros da Comissão que não tiverem Convenção e que esgotaram os outros recursos locais disponíveis.
o assentimento do Estados Partes, na controvérsia serão eleitos por 3. A declaração feita de conformidade com o parágrafo 1 do
escrutínio secreto entre os membros de dois terços dos membros presente artigo e o nome de qualquer órgão criado ou designado
do Comitê. pelo Estado Parte interessado consoante o parágrafo 2 do presente
2. Os membros da Comissão atuarão a título individual. Não artigo será depositado pelo Estado Parte interessado junto ao Se-
deverão ser nacionais de um dos Estados Partes na controvérsia cretário Geral das Nações Unidas que remeterá cópias aos outros
nem de um Estado que não seja parte da presente Convenção. Estados Partes. A declaração poderá ser retirada a qualquer mo-
3. A Comissão elegerá seu Presidente e adotará seu regimento mento mediante notificação ao Secretário Geral mas esta retirada
interno. não prejudicará as comunicações que já estiverem sendo estudadas
4. A Comissão reunir-se-a normalmente na sede nas Nações pelo Comitê.
Unidas em qualquer outro lugar apropriado que a Comissão deter- 4. O órgão criado ou designado de conformidade com o pará-
minar. grafo 2 do presente artigo, deverá manter um registro de petições
5. O Secretariado previsto no parágrafo 3 do artigo 10 prestará e cópias autenticada do registro serão depositadas anualmente por
igualmente seus serviços à Comissão cada ver que uma controvér- canais apropriados junto ao Secretário Geral das Nações Unidas, no
sia entre os Estados Partes provocar sua formação. entendimento que o conteúdo dessas cópias não será divulgado ao
6. Todas as despesas dos membros da Comissão serão divididos público.
igualmente entre os Estados Partes na controvérsia baseadas num 5. Se não obtiver repartição satisfatória do órgão criado ou de-
cálculo estimativo feito pelo Secretário-Geral. signado de conformidade com o parágrafo 2 do presente artigo, o
7. O Secretário Geral ficará autorizado a pagar, se for necessá- peticionário terá o direito de levar a questão ao Comitê dentro de
rio, as despesas dos membros da Comissão, antes que o reembolso seis meses.
seja efetuado pelos Estados Partes na controvérsia, de conformida- 6. a) O Comitê levará, a título confidencial, qualquer comuni-
de com o parágrafo 6 do presente artigo. cação que lhe tenha sido endereçada, ao conhecimento do Estado
Parte que, pretensamente houver violado qualquer das disposições
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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

desta Convenção, mas a identidade da pessoa ou dos grupos de ARTIGO XVI


pessoas não poderá ser revelada sem o consentimento expresso
da referida pessoa ou grupos de pessoas. O Comitê não receberá As disposições desta Convenção relativas a solução das contro-
comunicações anônimas. vérsias ou queixas serão aplicadas sem prejuízo de outros processos
b) Nos três meses seguintes, o referido Estado submeterá, por para solução de controvérsias e queixas no campo da discriminação
escrito ao Comitê, as explicações ou recomendações que esclare- previstos nos instrumentos constitutivos das Nações Unidas e suas
cem a questão e indicará as medidas corretivas que por acaso hou- agências especializadas, e não excluirá a possibilidade dos Estados
ver adotado. partes recomendarem aos outros, processos para a solução de uma
7. a) O Comitê examinará as comunicações, à luz de todas as controvérsia de conformidade com os acordos internacionais ou es-
informações que forem submetidas pelo Estado parte interessado peciais que os ligarem.
e pelo peticionário. O Comitê so examinará uma comunicação de
peticionário após ter-se assegurado que este esgotou todos os re- TERCEIRA PARTE
cursos internos disponíveis. Entretanto, esta regra não se aplicará
se os processos de recurso excederem prazos razoáveis. ARTIGO XVII
b) O Comitê remeterá suas sugestões e recomendações even-
tuais, ao Estado Parte interessado e ao peticionário. 1. A presente Convenção ficará aberta à assinatura de todo Es-
8. O Comitê incluirá em seu relatório anual um resumo destas tado Membro da Organização das Nações Unidas ou membro de
comunicações, se for necessário, um resumo das explicações e de- qualquer uma de suas agências especializadas, de qualquer Estado
clarações dos Estados Partes interessados assim como suas próprias parte no Estatuto da Côrte Internacional de Justiça, assim como de
sugestões e recomendações. qualquer outro Estado convidado pela Assembléia-Geral da Organi-
9. O Comitê somente terá competência para exercer as fun- zação das Nações Unidas a torna-se parte na presente Convenção.
ções previstas neste artigo se pelo menos dez Estados Partes nesta 2. A presente Convenção ficará sujeita à ratificação e os instru-
Convenção estiverem obrigados por declarações feitas de conformi- mentos de ratificação serão depositados junto ao Secretário Geral
dade com o parágrafo deste artigo. das Nações Unidas.

ARTIGO XV ARTIGO XVIII

1. Enquanto não forem atingidos os objetivos da resolução 1. A presente Convenção ficará aberta a adesão de qualquer
1.514 (XV) da Assembléia Geral de 14 de dezembro de 1960, re- Estado mencionado no parágrafo 1º do artigo 17.
lativa à Declaração sobro a concessão da independência dos paí- 2. A adesão será efetuada pelo depósito de instrumento de
ses e povos coloniais, as disposições da presente convenção não adesão junto ao Secretário Geral das Nações Unidas.
restringirão de maneira alguma o direito de petição concedida aos
povos por outros instrumentos internacionais ou pela Organização ARTIGO XIX
das Nações Unidas e suas agências especializadas.
2. a) O Comitê constituído de conformidade com o parágrafo 1 1. Esta convenção entrará em vigor no trigésimo dia após a data
do artigo 8 desta Convenção receberá cópia das petições provenien- do deposito junto ao Secretário Geral das Nações Unidas do vigési-
tes dos órgãos das Nações Unidas que se encarregarem de questões mo sétimo instrumento de ratificação ou adesão.
diretamente relacionadas com os princípios e objetivos da presente 2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou a ele
Convenção e expressará sua opinião e formulará recomendações aderir após o depósito do vigésimo sétimo instrumento de ratifica-
sobre petições recebidas quando examinar as petições recebidas ção ou adesão esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia
dos habitantes dos territórios sob tutela ou não autônomo ou de após o depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão.
qualquer outro território a que se aplicar a resolução 1514 (XV) da
Assembléia Geral, relacionadas a questões tratadas pela presente ARTIGO XX
Convenção e que forem submetidas a esses órgãos.
b) O Comitê receberá dos órgãos competentes da Organização 1. O Secretário Geral das Nações Unidas receberá e enviará, a
das Nações Unidas cópia dos relatórios sobre medidas de ordem le- todos os Estados que forem ou vierem a torna-se partes desta Con-
gislativa judiciária, administrativa ou outra diretamente relacionada venção, as reservas feitas pelos Estados no momento da ratificação
com os princípios e objetivos da presente Convenção que as Potên- ou adesão. Qualquer Estado que objetar a essas reservas, deverá
cias Administradoras tiverem aplicado nos territórios mencionados notificar ao Secretário Geral dentro de noventa dias da data da re-
na alinea “a” do presente parágrafo e expressará sua opinião e fará ferida comunicação, que não aceita.
recomendações a esses órgãos. 2. Não será permitida uma reserva incompatível com o objeto
3. O Comitê incluirá em seu relatório à Assembléia um resumo e o escopo desta Convenção nem uma reserva cujo efeito seria a de
das petições e relatórios que houver recebido de órgãos das Nações impedir o funcionamento de qualquer dos órgãos previstos nesta
Unidas e as opiniões e recomendações que houver proferido sobre Convenção. Uma reserva será considerada incompatível ou impe-
tais petições e relatórios. ditiva se a ela objetarerm ao menos dois terços dos Estados partes
4. O Comitê solicitará ao Secretário Geral das Nações Unidas nesta Convenção.
qualquer informação relacionada com os objetivos da presente 3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento por
Convenção que este dispuser sobre os territórios mencionados no uma notificação endereçada com esse objetivo ao Secretário Geral.
parágrafo 2 (a) do presente artigo. Tal notificação surgirá efeito na data de seu recebimento.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

ARTIGO XXI
DECRETO FEDERAL N° 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002
Qualquer Estado parte poderá denunciar esta Convenção me- (CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FOR-
diante notificação escrita endereçada ao Secretário Geral da Orga- MAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER).
nização das Nações Unidas. A denúncia surtirá efeito um ano após
data do recebimento da notificação pelo Secretário Geral.
DECRETO Nº 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002.
ARTIGO XXI
Promulga a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
Qualquer Controvérsia entre dois ou mais Estados Parte relati- de Discriminação contra a Mulher, de 1979, e revoga o Decreto no
va a interpretação ou aplicação desta Convenção que não for resol- 89.460, de 20 de março de 1984.
vida por negociações ou pelos processos previstos expressamente
nesta Convenção, será o pedido de qualquer das Partes na contro- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
vérsia. Submetida à decisão da Côrte Internacional de Justiça a não confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
ser que os litigantes concordem em outro meio de solução. Considerando que o Congresso Nacional aprovou, pelo Decreto
Legislativo no 93, de 14 de novembro de 1983, a Convenção sobre a
ARTIGO XXII Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher,
assinada pela República Federativa do Brasil, em Nova York, no dia
Qualquer Controvérsia entre dois ou mais Estados Partes re- 31 de março de 1981, com reservas aos seus artigos 15, parágrafo
lativa à interpretação ou aplicação desta Convenção, que não for 4o, e 16, parágrafo 1o, alíneas (a), (c), (g) e (h);
resolvida por negociações ou pelos processos previstos expressa- Considerando que, pelo Decreto Legislativo no 26, de 22 de ju-
mente nesta Convenção será, pedido de qualquer das Partes na nho de 1994, o Congresso Nacional revogou o citado Decreto Legis-
controvérsia, submetida à decisão da Côrte Internacional de Justiça lativo no 93, aprovando a Convenção sobre a Eliminação de Todas
a não ser que os litigantes concordem em outro meio de solução. as Formas de Discriminação contra a Mulher, inclusive os citados
artigos 15, parágrafo 4o, e 16, parágrafo 1o , alíneas (a), (c), (g) e (h);
ARTIGO XXIII Considerando que o Brasil retirou as mencionadas reservas em
20 de dezembro de 1994;
1. Qualquer Estado Parte poderá formular a qualquer momen- Considerando que a Convenção entrou em vigor, para o Brasil,
to um pedido de revisão da presente Convenção, mediante notifi- em 2 de março de 1984, com a reserva facultada em seu art. 29,
cação escrita endereçada ao Secretário Geral das Nações Unidas. parágrafo 2;
2. A Assembléia-Geral decidirá a respeito das medidas a serem
tomadas, caso for necessário, sobre o pedido. DECRETA:

ARTIGO XXIV Art. 1o A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação contra a Mulher, de 18 de dezembro de 1979, apensa
O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas comuni- por cópia ao presente Decreto, com reserva facultada em seu art.
cará a todos os Estados mencionados no parágrafo 1º do artigo 17 29, parágrafo 2, será executada e cumprida tão inteiramente como
desta Convenção. nela se contém.
a) as assinaturas e os depósitos de instrumentos de ratificação Art. 2o  São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quais-
e de adesão de conformidade com os artigos 17 e 18; quer atos que possam resultar em revisão da referida Convenção,
b) a data em que a presente Convenção entrar em vigor, de assim como quaisquer ajustes complementares que, nos termos
conformidade com o artigo 19; do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compro-
c) as comunicações e declarações recebidas de conformidade missos gravosos ao patrimônio nacional.
com os artigos 14, 20 e 23. Art. 3o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
d) as denúncias feitas de conformidade com o artigo 21. Art. 4o  Fica revogado o Decreto no 89.460, de 20 de março de
1984.
ARTIGO XXV Brasília, 13 de setembro de 2002; 181o da Independência e
114 da República.
o

1. Esta Convenção, cujos textos em chinês, espanhol, inglês e


russo são igualmente autênticos será depositada nos arquivos das CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FOR-
Nações Unidas. MAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER
2. O Secretário Geral das Nações Unidas enviará cópias autenti-
cadas desta Convenção a todos os Estados pertencentes a qualquer Os Estados Partes na presente convenção,
uma das categorias mencionadas no parágrafo 1º do artigo 17. CONSIDERANDO que a Carta das Nações Unidas reafirma a fé
Em fé do que os abaixo assinados devidamente autorizados por nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da
seus Governos assinaram a presente Convenção que foi aberta a pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher,
assinatura em Nova York a 7 de março de 1966. CONSIDERANDO que a Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos reafirma o princípio da não-discriminação e proclama que
todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e di-

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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

reitos e que toda pessoa pode invocar todos os direitos e liberdades criminação mas sim que a educação dos filhos exige a responsabili-
proclamados nessa Declaração, sem distinção alguma, inclusive de dade compartilhada entre homens e mulheres e a sociedade como
sexo, um conjunto,
CONSIDERANDO que os Estados Partes nas Convenções Inter- RECONHECENDO que para alcançar a plena igualdade entre o
nacionais sobre Direitos Humanos tem a obrigação de garantir ao homem e a mulher é necessário modificar o papel tradicional tanto
homem e à mulher a igualdade de gozo de todos os direitos econô- do homem como da mulher na sociedade e na família,
micos, sociais, culturais, civis e políticos, RESOLVIDOS a aplicar os princípios enunciados na Declaração
OBSEVANDO as convenções internacionais concluídas sob os sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e, para isto, a
auspícios das Nações Unidas e dos organismos especializados em adotar as medidas necessárias a fim de suprimir essa discriminação
favor da igualdade de direitos entre o homem e a mulher, em todas as suas formas e manifestações,
OBSERVANDO, ainda, as resoluções, declarações e recomen- CONCORDARAM no seguinte:
dações aprovadas pelas Nações Unidas e pelas Agências Especia-
lizadas para favorecer a igualdade de direitos entre o homem e a PARTE I
mulher,
PREOCUPADOS, contudo, com o fato de que, apesar destes di- ARTIGO 1O
versos instrumentos, a mulher continue sendo objeto de grandes
discriminações, Para os fins da presente Convenção, a expressão “discrimina-
RELEMBRANDO que a discriminação contra a mulher viola os ção contra a mulher” significará toda a distinção, exclusão ou res-
princípios da igualdade de direitos e do respeito da dignidade hu- trição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado preju-
mana, dificulta a participação da mulher, nas mesmas condições dicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher,
que o homem, na vida política, social, econômica e cultural de seu independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do
país, constitui um obstáculo ao aumento do bem-estar da socieda- homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamen-
de e da família e dificulta o pleno desenvolvimento das      potencia- tais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em
lidades da mulher para prestar serviço a seu país e à humanidade, qualquer outro campo.
PREOCUPADOS com o fato de que, em situações de pobreza, a
mulher tem um acesso mínimo à alimentação, à saúde, à educação, ARTIGO 2O
à capacitação e às oportunidades de emprego, assim como à satis-
fação de outras necessidades, Os Estados Partes condenam a discriminação contra a mulher
CONVENCIDOS de que o estabelecimento da Nova Ordem Eco- em todas as suas formas, concordam em seguir, por todos os meios
nômica Internacional baseada na eqüidade e na justiça contribuirá apropriados e sem dilações, uma política destinada a eliminar a dis-
significativamente para a promoção da igualdade entre o homem criminação contra a mulher, e com tal objetivo se comprometem a:
e a mulher, a) Consagrar, se ainda não o tiverem feito, em suas constitui-
SALIENTANDO que a eliminação do apartheid, de todas as for- ções nacionais ou em outra legislação apropriada o princípio da
mas de racismo, discriminação racial, colonialismo, neocolonialis- igualdade do homem e da mulher e assegurar por lei outros meios
mo, agressão, ocupação estrangeira e dominação e interferência apropriados a realização prática desse princípio;
nos assuntos internos dos Estados é essencial para o pleno exercício b) Adotar medidas adequadas, legislativas e de outro caráter,
dos direitos do homem e da mulher, com as sanções cabíveis e que proíbam toda discriminação contra
AFIRMANDO que o fortalecimento da paz e da segurança in- a mulher;
ternacionais, o alívio da tensão internacional, a cooperação mútua c) Estabelecer a proteção jurídica dos direitos da mulher numa
entre todos os Estados, independentemente de seus sistemas eco- base de igualdade com os do homem e garantir, por meio dos tri-
nômicos e sociais, o desarmamento geral e completo, e em par- bunais nacionais competentes e de outras instituições públicas, a
ticular o desarmamento nuclear sob um estrito e efetivo controle proteção efetiva da mulher contra todo ato de discriminação;
internacional, a afirmação dos princípios de justiça, igualdade e d) Abster-se de incorrer em todo ato ou prática de discrimina-
proveito mútuo nas relações entre países e a realização do direi- ção contra a mulher e zelar para que as autoridades e instituições
to dos povos submetidos a dominação colonial e estrangeira e a públicas atuem em conformidade com esta obrigação;
ocupação estrangeira, à autodeterminação e independência, bem e) Tomar as medidas apropriadas para eliminar a discrimina-
como o respeito da soberania nacional e da integridade territorial, ção contra a mulher praticada por qualquer pessoa, organização ou
promoverão o progresso e o desenvolvimento sociais, e, em conse- empresa;
qüência, contribuirão para a realização da plena igualdade entre o f) Adotar todas as medidas adequadas, inclusive de caráter
homem e a mulher, legislativo, para modificar ou derrogar leis, regulamentos, usos e
CONVENCIDOS de que a participação máxima da mulher, em práticas que constituam discriminação contra a mulher;
igualdade de condições com o homem, em todos os campos, é in- g) Derrogar todas as disposições penais nacionais que constitu-
dispensável para o desenvolvimento pleno e completo de um país, am discriminação contra a mulher.
o bem-estar do mundo e a causa da paz,
TENDO presente a grande contribuição da mulher ao bem-es- ARTIGO 3O
tar da família e ao desenvolvimento da sociedade, até agora não
plenamente reconhecida, a importância social da maternidade e a Os Estados Partes tomarão, em todas as esferas e, em particu-
função dos pais na família e na educação dos filhos, e conscientes lar, nas esferas política, social, econômica e cultural, todas as me-
de que o papel da mulher na procriação não deve ser causa de dis- didas apropriadas, inclusive de caráter legislativo, para assegurar o

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

pleno desenvolvimento e progresso da mulher, com o objetivo de ARTIGO 8O


garantir-lhe o exercício e gozo dos direitos humanos e liberdades
fundamentais em igualdade de condições com o homem. Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas para
garantir, à mulher, em igualdade de condições com o homem e sem
ARTIGO 4O discriminação alguma, a oportunidade de representar seu governo
no plano internacional e de participar no trabalho das organizações
1. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais de ca- internacionais.
ráter temporário destinadas a acelerar a igualdade de fato entre o
homem e a mulher não se considerará discriminação na forma de- ARTIGO 9O
finida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como
conseqüência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; 1. Os Estados-Partes outorgarão às mulheres direitos iguais aos
essas medidas cessarão quando os objetivos de igualdade de opor- dos homens para adquirir, mudar ou conservar sua nacionalidade.
tunidade e tratamento houverem sido alcançados. Garantirão, em particular, que nem o casamento com um estran-
2. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais, inclu- geiro, nem a mudança de nacionalidade do marido durante o casa-
sive as contidas na presente Convenção, destinadas a proteger a mento, modifiquem automaticamente a nacionalidade da esposa,
maternidade, não se considerará discriminatória. convertam-na em apátrida ou a obriguem a adotar a nacionalidade
do cônjuge.
ARTIGO 5O 2. Os Estados-Partes outorgarão à mulher os mesmos direitos
que ao homem no que diz respeito à nacionalidade dos filhos.
Os Estados-Partes tornarão todas as medidas apropriadas para:
a) Modificar os padrões sócio-culturais de conduta de homens PARTE III
e mulheres, com vistas a alcançar a eliminação dos preconceitos e
práticas consuetudinárias e de qualquer outra índole que estejam ARTIGO 10
baseados na idéia da inferioridade ou superioridade de qualquer
dos sexos ou em funções estereotipadas de homens e mulheres. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas para
b) Garantir que a educação familiar inclua uma compreensão eliminar a discriminação contra a mulher, a fim de assegurar-lhe a
adequada da maternidade como função social e o reconhecimento igualdade de direitos com o homem na esfera da educação e em
da responsabilidade comum de homens e mulheres no que diz res- particular para assegurarem condições de igualdade entre homens
peito à educação e ao desenvolvimento de seus filhos, entendendo- e mulheres:
-se que o interesse dos filhos constituirá a consideração primordial a) As mesmas condições de orientação em matéria de carrei-
em todos os casos. ras e capacitação profissional, acesso aos estudos e obtenção de
diplomas nas instituições de ensino de todas as categorias, tanto
ARTIGO 6O em zonas rurais como urbanas; essa igualdade deverá ser assegu-
rada na educação pré-escolar, geral, técnica e profissional, incluída
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas, in- a educação técnica superior, assim como todos os tipos de capaci-
clusive de caráter legislativo, para suprimir todas as formas de tráfi- tação profissional;
co de mulheres e exploração da prostituição da mulher. b) Acesso aos mesmos currículos e mesmos exames, pessoal
docente do mesmo nível profissional, instalações e material escolar
PARTE II da mesma qualidade;
c) A eliminação de todo conceito estereotipado dos papéis
ARTIGO 7O masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas de
ensino mediante o estímulo à educação mista e a outros tipos de
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas para educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em par-
eliminar a discriminação contra a mulher na vida política e pública ticular, mediante a modificação dos livros e programas escolares e
do país e, em particular, garantirão, em igualdade de condições com adaptação dos métodos de ensino;
os homens, o direito a: d) As mesmas oportunidades para obtenção de bolsas-de-es-
a) Votar em todas as eleições e referenda públicos e ser elegí- tudo e outras subvenções para estudos;
vel para todos os órgãos cujos membros sejam objeto de eleições e) As mesmas oportunidades de acesso aos programas de edu-
públicas; cação supletiva, incluídos os programas de alfabetização funcional e
b) Participar na formulação de políticas governamentais e na de adultos, com vistas a reduzir, com a maior brevidade possível, a
execução destas, e ocupar cargos públicos e exercer todas as fun- diferença de conhecimentos existentes entre o homem e a mulher;
ções públicas em todos os planos governamentais; f) A redução da taxa de abandono feminino dos estudos e a
c) Participar em organizações e associações não-governamen- organização de programas para aquelas jovens e mulheres que te-
tais que se ocupem da vida pública e política do país. nham deixado os estudos prematuramente;
g) As mesmas oportunidades para participar ativamente nos
esportes e na educação física;
h) Acesso a material informativo específico que contribua para
assegurar a saúde e o bem-estar da família, incluída a informação e
o assessoramento sobre planejamento da família.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

ARTIGO 11 ARTIGO 13

1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas para
para eliminar a discriminação contra a mulher na esfera do empre- eliminar a discriminação contra a mulher em outras esferas da vida
go a fim de assegurar, em condições de igualdade entre homens e econômica e social a fim de assegurar, em condições de igualdade
mulheres, os mesmos direitos, em particular: entre homens e mulheres, os mesmos direitos, em particular:
a) O direito ao trabalho como direito inalienável de todo ser a) O direito a benefícios familiares;
humano; b) O direito a obter empréstimos bancários, hipotecas e outras
b) O direito às mesmas oportunidades de emprego, inclusive formas de crédito financeiro;
a aplicação dos mesmos critérios de seleção em questões de em- c) O direito a participar em atividades de recreação, esportes e
prego; em todos os aspectos da vida cultural.
c) O direito de escolher livremente profissão e emprego, o di-
reito à promoção e à estabilidade no emprego e a todos os benefí- ARTIGO 14
cios e outras condições de serviço, e o direito ao acesso à formação
e à atualização profissionais, incluindo aprendizagem, formação 1. Os Estados-Partes levarão em consideração os problemas
profissional superior e treinamento periódico; específicos enfrentados pela mulher rural e o importante papel que
d) O direito a igual remuneração, inclusive benefícios, e igual- desempenha na subsistência econômica de sua família, incluído seu
dade de tratamento relativa a um trabalho de igual valor, assim trabalho em setores não-monetários da economia, e tomarão todas
como igualdade de tratamento com respeito à avaliação da quali- as medidas apropriadas para assegurar a aplicação dos dispositivos
dade do trabalho; desta Convenção à mulher das zonas rurais.
e) O direito à seguridade social, em particular em casos de 2. Os Estados-Partes adotarão todas as medias apropriadas
aposentadoria, desemprego, doença, invalidez, velhice ou outra para eliminar a discriminação contra a mulher nas zonas rurais a fim
incapacidade para trabalhar, bem como o direito de férias pagas; de assegurar, em condições de igualdade entre homens e mulheres,
f) O direito à proteção da saúde e à segurança nas condições que elas participem no desenvolvimento rural e dele se beneficiem,
de trabalho, inclusive a salvaguarda da função de reprodução. e em particular as segurar-lhes-ão o direito a:
2. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por razões a) Participar da elaboração e execução dos planos de desenvol-
de casamento ou maternidade e assegurar a efetividade de seu di- vimento em todos os níveis;
reito a trabalhar, os Estados-Partes tomarão as medidas adequadas b) Ter acesso a serviços médicos adequados, inclusive infor-
para: mação, aconselhamento e serviços em matéria de planejamento
a) Proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez ou familiar;
licença de maternidade e a discriminação nas demissões motivadas c) Beneficiar-se diretamente dos programas de seguridade so-
pelo estado civil; cial;
b) Implantar a licença de maternidade, com salário pago ou d) Obter todos os tipos de educação e de formação, acadêmica
benefícios sociais comparáveis, sem perda do emprego anterior, an- e não-acadêmica, inclusive os relacionados à alfabetização funcio-
tigüidade ou benefícios sociais; nal, bem como, entre outros, os benefícios de todos os serviços co-
c) Estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio ne- munitário e de extensão a fim de aumentar sua capacidade técnica;
cessários para permitir que os pais combinem as obrigações para e) Organizar grupos de auto-ajuda e cooperativas a fim de ob-
com a família com as responsabilidades do trabalho e a participa- ter igualdade de acesso às oportunidades econômicas mediante
ção na vida pública, especialmente mediante fomento da criação e emprego ou trabalho por conta própria;
desenvolvimento de uma rede de serviços destinados ao cuidado f) Participar de todas as atividades comunitárias;
das crianças; g) Ter acesso aos créditos e empréstimos agrícolas, aos servi-
d) Dar proteção especial às mulheres durante a gravidez nos ços de comercialização e às tecnologias apropriadas, e receber um
tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais para elas. tratamento igual nos projetos de reforma agrária e de reestabele-
3. A legislação protetora relacionada com as questões com- cimentos;
preendidas neste artigo será examinada periodicamente à luz dos h) gozar de condições de vida adequadas, particularmente nas
conhecimentos científicos e tecnológicos e será revista, derrogada esferas da habitação, dos serviços sanitários, da eletricidade e do
ou ampliada conforme as necessidades. abastecimento de água, do transporte e das comunicações.

ARTIGO 12 PARTE IV

1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas ARTIGO 15


para eliminar a discriminação contra a mulher na esfera dos cuida-
dos médicos a fim de assegurar, em condições de igualdade entre 1. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher a igualdade com
homens e mulheres, o acesso a serviços médicos, inclusive os refe- o homem perante a lei.
rentes ao planejamento familiar. 2. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher, em matérias civis,
2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1o, os Estados-Partes uma capacidade jurídica idêntica do homem e as mesmas oportu-
garantirão à mulher assistência apropriadas em relação à gravidez, nidades para o exercício dessa capacidade. Em particular, reconhe-
ao parto e ao período posterior ao parto, proporcionando assistên- cerão à mulher iguais direitos para firmar contratos e administrar
cia gratuita quando assim for necessário, e lhe assegurarão uma nu- bens e dispensar-lhe-ão um tratamento igual em todas as etapas do
trição adequada durante a gravidez e a lactância. processo nas cortes de justiça e nos tribunais.
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3. Os Estados-Partes convém em que todo contrato ou outro 2. Os membros do Comitê serão eleitos em escrutínio secreto
instrumento privado de efeito jurídico que tenda a restringir a capa- de uma lista de pessoas indicadas pelos Estados-Partes. Cada um
cidade jurídica da mulher será considerado nulo. dos Estados-Partes poderá indicar uma pessoa entre seus próprios
4. Os Estados-Partes concederão ao homem e à mulher os nacionais;
mesmos direitos no que respeita à legislação relativa ao direito das 3. A eleição inicial realizar-se-á seis meses após a data de en-
pessoas à liberdade de movimento e à liberdade de escolha de re- trada em vigor desta Convenção. Pelo menos três meses antes da
sidência e domicílio. data de cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas dirigi-
rá uma carta aos Estados-Partes convidando-os a apresentar suas
ARTIGO 16 candidaturas, no prazo de dois meses. O Secretário-Geral preparará
uma lista, por ordem alfabética de todos os candidatos assim apre-
1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas adequadas sentados, com indicação dos Estados-Partes que os tenham apre-
para eliminar a discriminação contra a mulher em todos os assun- sentado e comunica-la-á aos Estados Partes;
tos relativos ao casamento e às ralações familiares e, em particular, 4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reunião
com base na igualdade entre homens e mulheres, assegurarão: dos Estados-Partes convocado pelo Secretário-Geral na sede das
a) O mesmo direito de contrair matrimônio; Nações Unidas. Nessa reunião, em que o quorum será alcançado
b) O mesmo direito de escolher livremente o cônjuge e de con- com dois terços dos Estados-Partes, serão eleitos membros do Co-
trair matrimônio somente com livre e pleno consentimento; mitê os candidatos que obtiverem o maior número de votos e a
c) Os mesmos direitos e responsabilidades durante o casamen- maioria absoluta de votos dos representantes dos Estados-Partes
to e por ocasião de sua dissolução; presentes e votantes;
d) Os mesmos direitos e responsabilidades como pais, qual- 5. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de
quer que seja seu estado civil, em matérias pertinentes aos filhos. quatro anos. Entretanto, o mandato de nove dos membros eleitos
Em todos os casos, os interesses dos filhos serão a consideração na primeira eleição expirará ao fim de dois anos; imediatamente
primordial; após a primeira eleição os nomes desses nove membros serão es-
e) Os mesmos direitos de decidir livre a responsavelmente so- colhidos, por sorteio, pelo Presidente do Comitê;
bre o número de seus filhos e sobre o intervalo entre os nascimen- 6. A eleição dos cinco membros adicionais do Comitê reali-
tos e a ter acesso à informação, à educação e aos meios que lhes zar-se-á em conformidade com o disposto nos parágrafos 2, 3 e 4
permitam exercer esses direitos; deste Artigo, após o depósito do trigésimo-quinto instrumento de
f) Os mesmos direitos e responsabilidades com respeito à tu- ratificação ou adesão. O mandato de dois dos membros adicionais
tela, curatela, guarda e adoção dos filhos, ou institutos análogos, eleitos nessa ocasião, cujos nomes serão escolhidos, por sorteio,
quando esses conceitos existirem na legislação nacional. Em todos pelo Presidente do Comitê, expirará ao fim de dois anos;
os casos os interesses dos filhos serão a consideração primordial; 7. Para preencher as vagas fortuitas, o Estado-Parte cujo perito
g) Os mesmos direitos pessoais como marido e mulher, inclusi- tenha deixado de exercer suas funções de membro do Comitê no-
ve o direito de escolher sobrenome, profissão e ocupação; meará outro perito entre seus nacionais, sob reserva da aprovação
h) Os mesmos direitos a ambos os cônjuges em matéria de do Comitê;
propriedade, aquisição, gestão, administração, gozo e disposição 8. Os membros do Comitê, mediante aprovação da Assembléia
dos bens, tanto a título gratuito quanto à título oneroso. Geral, receberão remuneração dos recursos das Nações Unidas, na
2. Os esponsais e o casamento de uma criança não terão efeito forma e condições que a Assembléia Geral decidir, tendo em vista a
legal e todas as medidas necessárias, inclusive as de caráter legis- importância das funções do Comitê;
lativo, serão adotadas para estabelecer uma idade mínima para o 9. O Secretário-Geral das Nações Unidas proporcionará o pes-
casamento e para tornar obrigatória a inscrição de casamentos em soal e os serviços necessários para o desempenho eficaz das fun-
registro oficial. ções do Comitê em conformidade com esta Convenção.

PARTE V ARTIGO 18

ARTIGO 17 1. Os Estados-Partes comprometem-se a submeter ao Secretá-


rio-Geral das Nações Unidas, para exame do Comitê, um relatório
1. Com o fim de examinar os progressos alcançados na aplica- sobre as medidas legislativas, judiciárias, administrativas ou outras
ção desta Convenção, será estabelecido um Comitê sobre a Elimi- que adotarem para tornarem efetivas as disposições desta Conven-
nação da Discriminação contra a Mulher (doravante denominado ção e sobre os progressos alcançados a esse respeito:
o Comitê) composto, no momento da entrada em vigor da Conven- a) No prazo de um ano a partir da entrada em vigor da Conven-
ção, de dezoito e, após sua ratificação ou adesão pelo trigésimo- ção para o Estado interessado; e
-quinto Estado-Parte, de vinte e três peritos de grande prestígio b) Posteriormente, pelo menos cada quatro anos e toda vez
moral e competência na área abarcada pela Convenção. Os peritos que o Comitê a solicitar.
serão eleitos pelos Estados-Partes entre seus nacionais e exercerão 2. Os relatórios poderão indicar fatores e dificuldades que in-
suas funções a título pessoal; será levada em conta uma repartição fluam no grau de cumprimento das obrigações estabelecidos por
geográfica eqüitativa e a representação das formas diversas de civi- esta Convenção.
lização assim como dos principais sistemas jurídicos;

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ARTIGO 19 4. Esta Convenção estará aberta à adesão de todos os Estados.


A adesão efetuar-se-á através do depósito de um instrumento de
1. O Comitê adotará seu próprio regulamento. adesão junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período de dois anos.
ARTIGO 26
ARTIGO 20
1. Qualquer Estado-Parte poderá, em qualquer momento, for-
1. O Comitê se reunirá normalmente todos os anos por um mular pedido de revisão desta revisão desta Convenção, mediante
período não superior a duas semanas para examinar os relatórios notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
que lhe sejam submetidos em conformidade com o Artigo 18 desta 2. A Assembléia Geral das Nações Unidas decidirá sobre as me-
Convenção. didas a serem tomadas, se for o caso, com respeito a esse pedido.
2. As reuniões do Comitê realizar-se-ão normalmente na sede ARTIGO 27
das Nações Unidas ou em qualquer outro lugar que o Comitê de-
termine. 1. Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a partir da
data do depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou adesão
ARTIGO 21 junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou a
1. O Comitê, através do Conselho Econômico e Social das Na- ela aderir após o depósito do vigésimo instrumento de ratificação
ções Unidas, informará anualmente a Assembléia Geral das Nações ou adesão, a Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após o
Unidas de suas atividades e poderá apresentar sugestões e reco- depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão.
mendações de caráter geral baseadas no exame dos relatórios e em
informações recebidas dos Estados-Partes. Essas sugestões e reco- ARTIGO 28
mendações de caráter geral serão incluídas no relatório do Comi-
tê juntamente com as observações que os Estados-Partes tenham 1. O Secretário-Geral das Nações Unidas receberá e enviará a
porventura formulado. todos os Estados o texto das reservas feitas pelos Estados no mo-
2. O Secretário-Geral transmitirá, para informação, os relató- mento da ratificação ou adesão.
rios do Comitê à Comissão sobre a Condição da Mulher. 2. Não será permitida uma reserva incompatível com o objeto
As Agências Especializadas terão direito a estar representadas e o propósito desta Convenção.
no exame da aplicação das disposições desta Convenção que cor- 3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento por
respondam à esfera de suas atividades. O Comitê poderá convidar uma notificação endereçada com esse objetivo ao Secretário-Geral
as Agências Especializadas a apresentar relatórios sobre a aplicação das Nações Unidas, que informará a todos os Estados a respeito. A
da Convenção nas áreas que correspondam à esfera de suas ativi- notificação surtirá efeito na data de seu recebimento.
dades.
ARTIGO 29
PARTE VI
1. Qualquer controvérsia entre dois ou mais Estados-Partes re-
ARTIGO 23 lativa à interpretação ou aplicação desta Convenção e que não for
resolvida por negociações será, a pedido de qualquer das Partes na
Nada do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer dis- controvérsia, submetida a arbitragem. Se no prazo de seis meses
posição que seja mais propícia à obtenção da igualdade entre ho- a partir da data do pedido de arbitragem as Partes não acordarem
mens e mulheres e que seja contida: sobre a forma da arbitragem, qualquer das Partes poderá submeter
a) Na legislação de um Estado-Parte ou a controvérsia à Corte Internacional de Justiça mediante pedido em
b) Em qualquer outra convenção, tratado ou acordo interna- conformidade com o Estatuto da Corte.
cional vigente nesse Estado. 2. Qualquer Estado-Parte, no momento da assinatura ou rati-
ficação desta Convenção ou de adesão a ela, poderá declarar que
ARTIGO 24 não se considera obrigado pelo parágrafo anterior. Os demais Esta-
dos-Partes não estarão obrigados pelo parágrafo anterior perante
Os Estados-Partes comprometem-se a adotar todas as medi- nenhum Estado-Parte que tenha formulado essa reserva.
das necessárias em âmbito nacional para alcançar a plena realiza- 3. Qualquer Estado-Parte que tenha formulado a reserva pre-
ção dos direitos reconhecidos nesta Convenção. vista no parágrafo anterior poderá retirá-la em qualquer momento
por meio de notificação ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
ARTIGO 25
ARTIGO 30
1. Esta Convenção estará aberta à assinatura de todos os Es-
tados. Esta convenção, cujos textos em árabe, chinês, espanhol, fran-
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica designado depo- cês, inglês e russo são igualmente autênticos será depositada junto
sitário desta Convenção. ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os instrumentos
de ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral das Na- Em testemunho do que, os abaixo-assinados devidamente au-
ções Unidas. torizados, assinaram esta Convenção.
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TÍTULO II
LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MA- DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MU-
RIA DA PENHA). LHER

CAPÍTULO I
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 DISPOSIÇÕES GERAIS
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi-
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana cológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe 150, de 2015)
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
TÍTULO I conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio- independem de orientação sexual.
lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher consti-
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação tui uma das formas de violação dos direitos humanos.
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra CAPÍTULO II
a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Re- DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
pública Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de CONTRA A MULHER
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi-
das de assistência e proteção às mulheres em situação de violência Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a
doméstica e familiar. mulher, entre outras:
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, I - a violência física, entendida como qualquer conduta que
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli- ofenda sua integridade ou saúde corporal;
gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, II - a violência psicológica, entendida como qualquer condu-
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver ta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa- que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
mento moral, intelectual e social. vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, ma-
exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen- nipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es- insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, ex-
porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
ao respeito e à convivência familiar e comunitária. que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti- III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que
cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli- a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexu-
gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. al não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as con- força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo,
dições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contra-
no caput. ceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu- ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti-
nados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

TÍTULO III § 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher


DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de pro-
DOMÉSTICA E FAMILIAR gramas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência do-
CAPÍTULO I méstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicoló-
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO gica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte-
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica grante da administração direta ou indireta;
e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti- II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o
culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes: III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação
Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução
assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; de união estável perante o juízo competente.(Incluído pela Lei nº
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras 13.894, de 2019)
informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou § 3º A assistência à mulher em situação de violência domésti-
etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da ca e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do
violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematiza- desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de
ção de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação pe- contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
riódica dos resultados das medidas adotadas; Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos
éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis casos de violência sexual.
estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência
e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher
inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ; fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir
IV - a implementação de atendimento policial especializado ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os
para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total trata-
Mulher; mento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar,
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre- recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do
venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)
dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres; § 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das
outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover- vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas
namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº
por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio- 13.871, de 2019) (Vigência)
lência doméstica e familiar contra a mulher; § 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per- mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou en-
tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às sejar possibilidade de substituição da pena aplicada. (Vide Lei nº
questões de gênero e de raça ou etnia; 13.871, de 2019) (Vigência)
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem § 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição
com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos
ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüida- comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo
de de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência domés- de violência doméstica e familiar em curso.(Incluído pela Lei nº
tica e familiar contra a mulher. 13.882,de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependen-
CAPÍTULO II tes matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Minis-
DOMÉSTICA E FAMILIAR tério Público e aos órgãos competentes do poder público.(Incluído
pela Lei nº 13.882,de 2019)
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência domés-
tica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin-
cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública,
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergen-
cialmente quando for o caso.

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CAPÍTULO III V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e


DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o
eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa-
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência do- ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de disso-
méstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar lução de união estável.(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
legais cabíveis. contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre-
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida. juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a
e familiar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e representação a termo, se apresentada;
prestado por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previa- II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
mente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) do fato e de suas circunstâncias;
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência domésti- III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente
ca e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de
tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: medidas protetivas de urgência;
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;
depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situ- V - ouvir o agressor e as testemunhas;
ação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos
de 2017) sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de man-
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em si- dado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra
tuação de violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas ele;
terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse
relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquiri- informação, bem como notificar a ocorrência à instituição respon-
ções sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrati- sável pela concessão o registro ou da emissão do porte, nos termos
vo, bem como questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarma-
Lei nº 13.505, de 2017) mento);(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência domés- VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao
tica e familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, juiz e ao Ministério Público.
adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento: (Incluído § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida-
pela Lei nº 13.505, de 2017) de policial e deverá conter:
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado I - qualificação da ofendida e do agressor;
para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequa- II - nome e idade dos dependentes;
dos à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicita-
ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluí- das pela ofendida.
do pela Lei nº 13.505, de 2017) IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por pro- deficiência e se da violência sofrida resultou deficiência ou agrava-
fissional especializado em violência doméstica e familiar designado mento de deficiência preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de
pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, 2019)
de 2017) § 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referi-
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou mag- do no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos
nético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Inclu- disponíveis em posse da ofendida.
ído pela Lei nº 13.505, de 2017) § 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou pron-
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência do- tuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
méstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras provi- Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de
dências: suas políticas e planos de atendimento à mulher em situação de
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Po-
de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; lícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
Instituto Médico Legal; equipes especializadas para o atendimento e a investigação das vio-
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes lências graves contra a mulher.
para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio § 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
familiar; § 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos
necessários à defesa da mulher em situação de violência doméstica
e familiar e de seus dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
2017)
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Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representa-
vida ou à integridade física da mulher em situação de violência do- ção da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
méstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imedia- representação perante o juiz, em audiência especialmente designa-
tamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a da com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido
ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) o Ministério Público.
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica
2019) e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que impli-
de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) que o pagamento isolado de multa.
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca
e não houver delegado disponível no momento da denúncia. (Inclu- CAPÍTULO II
ído pela Lei nº 13.827, de 2019) DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o
juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas SEÇÃO I
e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da DISPOSIÇÕES GERAIS
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público conco-
mitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, ca-
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à berá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me-
liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) didas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
TÍTULO IV sistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento
DOS PROCEDIMENTOS da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casa-
mento ou de dissolução de união estável perante o juízo competen-
CAPÍTULO I te;(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
DISPOSIÇÕES GERAIS III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi-
dências cabíveis.
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a
cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e posse do agressor.(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce-
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido
à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o da ofendida.
estabelecido nesta Lei. § 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi-
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a das de imediato, independentemente de audiência das partes e de
Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e crimi- manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
nal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Terri- comunicado.
tórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução § 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada
das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo
contra a mulher. por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em nesta Lei forem ameaçados ou violados.
horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização § 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a
judiciária. pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên-
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote-
ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Domésti- ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
ca e Familiar contra a Mulher.(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) Ministério Público.
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Do- § 4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em
méstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à parti- juízo de cognição sumária a partir do depoimento da ofendida pe-
lha de bens.(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) rante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o escritas e poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela auto-
ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, ridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, se-
a ação terá preferência no juízo onde estiver.(Incluído pela Lei nº xual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.
13.894, de 2019) (Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces- § 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas inde-
sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: pendentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento
I - do seu domicílio ou de sua residência; de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do re-
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; gistro de boletim de ocorrência. (Incluído pela Lei nº 14.550, de
III - do domicílio do agressor. 2023)

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§ 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto § 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
persistir risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
ou moral da ofendida ou de seus dependentes. (Incluído pela Lei força policial.
nº 14.550, de 2023) § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou-
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução ber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869,
criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial. SEÇÃO III
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA
no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi- Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou-
quem. tras medidas:
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi-
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à cial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen-
ou do defensor público. dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo
notificação ao agressor . dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
SEÇÃO II V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou
O AGRESSOR a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga.(Incluído pela Lei nº 13.882,de 2019)
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de ime- conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
diato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
medidas protetivas de urgência, entre outras: tras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, à ofendida;
de 22 de dezembro de 2003 ; II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex-
a ofendida; pressa autorização judicial;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu- agressor;
nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial,
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência
qualquer meio de comunicação; doméstica e familiar contra a ofendida.
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
integridade física e psicológica da ofendida; para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço si- SEÇÃO IV
milar; (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641, DE 2018)
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETI-
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação VAS DE URGÊNCIA
e reeducação; e(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE UR-
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de GÊNCIA
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.(Incluído pela Lei
nº 13.984, de 2020) Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro-
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplica- tetivas de urgência previstas nesta Lei:(Incluído pela Lei nº 13.641,
ção de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segu- de 2018)
rança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.(Incluído
dência ser comunicada ao Ministério Público. pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o § 1º A configuração do crime independe da competência ci-
agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º vil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.(Incluído pela Lei nº
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará 13.641, de 2018)
ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti- § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autorida-
vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de de judicial poderá conceder fiança.(Incluído pela Lei nº 13.641, de
armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo 2018)
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. sanções cabíveis.(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
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CAPÍTULO III sas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra


DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
pela legislação processual pertinente.
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas
nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.
familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras TÍTULO VII
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a DISPOSIÇÕES FINAIS
mulher, quando necessário:
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de edu- Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
cação, de assistência social e de segurança, entre outros; miliar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fami- Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
liar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas; I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu-
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés-
a mulher. tica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes me-
CAPÍTULO IV nores em situação de violência doméstica e familiar;
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú-
de e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mu- à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
lher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência do-
acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta méstica e familiar;
Lei. V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência do- Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
méstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às
Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e diretrizes e aos princípios desta Lei.
judicial, mediante atendimento específico e humanizado. Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais pre-
vistos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Mi-
TÍTULO V nistério Público e por associação de atuação na área, regularmente
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dis-
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a pensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade com re-
Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe presentatividade adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofi-
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, ciais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação nacional de dados e informações relativo às mulheres.
local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da me-
e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audi- dida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
ência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após
prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados man-
os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes. tido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e
aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio- dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas
nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. (Redação dada
multidisciplinar. Lei nº 14.310, de 2022) Vigência
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
çamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de
da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamen-
Diretrizes Orçamentárias. tárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementa-
ção das medidas estabelecidas nesta Lei.
TÍTULO VI Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fami-
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência liar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se
Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumula- aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
rão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as cau-

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Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por
de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
seguinte inciso IV: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
“Art. 313. ................................................. pena correspondente à violência.
................................................................ § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a a religião ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência:(Reda-
mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das ção dada pela Lei nº 14.532, de 2023)
medidas protetivas de urgência.” (NR) Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.(Redação
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, dada pela Lei nº 14.532, de 2023)
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 61. .................................................. LEI FEDERAL N° 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 (CRIME DE
................................................................. TORTURA).
II - ............................................................
.................................................................
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
Define os crimes de tortura e dá outras providências.
contra a mulher na forma da lei específica;
........................................................... ” (NR)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129. ..................................................
Art. 1º Constitui crime de tortura:
..................................................................
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés-
vítima ou de terceira pessoa;
ticas, de coabitação ou de hospitalidade:
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
..................................................................
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
deficiência.” (NR)
de caráter preventivo.
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
“Art. 152. ...................................................
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
de medida legal.
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção
sua publicação.
de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO (ART. 140). a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu-
são é de oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
Código Penal. deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; ‘(Re-
CAPÍTULO V dação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
DOS CRIMES CONTRA A HONRA III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em-
Injúria prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de- da pena aplicada.
coro: § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ou anistia.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou direta- do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
mente a injúria; Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasi-
leira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1956; 135º da Independência
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de e 68º da República.
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da LEI FEDERAL Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985 (LEI
República. CAÓ).

LEI FEDERAL N° 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956 (DEFINE LEI Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985.
E PUNE O CRIME DE GENOCÍDIO).
Inclui, entre as contravenções penais a prática de atos resultan-
tes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil, dando
LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956. nova redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 - Lei Afonso
Arinos.
Define e pune o crime de genocídio.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a Art. 1º. Constitui contravenção, punida nos termos desta lei, a
seguinte Lei: prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo
ou de estado civil.
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, Art. 2º. Será considerado agente de contravenção o diretor,
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº gerente ou empregado do estabelecimento que incidir na prática
7.960, de 1989) referida no artigo 1º. desta lei.
a) matar membros do grupo; Das Contravenções
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de mem- Art. 3º. Recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou
bros do grupo; estabelecimento de mesma finalidade, por preconceito de raça, de
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existên- cor, de sexo ou de estado civil.
cia capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio de 3 (três) a 10 (dez) vezes o maior valor de referência (MVR).
do grupo; Art. 4º. Recusar a venda de mercadoria em lojas de qualquer
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para gênero ou o atendimento de clientes em restaurantes, bares, con-
outro grupo; feitarias ou locais semelhantes, abertos ao público, por preconceito
Será punido: de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da Pena - Prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e
letra a; multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b; Art. 5º. Recusar a entrada de alguém em estabelecimento pú-
Com as penas do art. 270, no caso da letra c; blico, de diversões ou de esporte, por preconceito de raça, de cor,
Com as penas do art. 125, no caso da letra d; de sexo ou de estado civil.
Com as penas do art. 148, no caso da letra e; Pena - Prisão simples, de 15 (quinze dias a 3 (três) meses, e
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
crimes mencionados no artigo anterior: (Vide Lei nº 7.960, de 1989) Art. 6º. Recusar a entrada de alguém em qualquer tipo de esta-
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos. belecimento comercial ou de prestação de serviço, por preconceito
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qual- de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
quer dos crimes de que trata o art. 1º: (Vide Lei nº 7.960, de 1989) Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias e 3 (três) meses, e
Pena: Metade das penas ali cominadas. multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime Art. 7º. Recusar a inscrição de aluno em estabelecimento de
incitado, se este se consumar. ensino de qualquer curso ou grau, por preconceito de raça, de cor,
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a inci- de sexo ou de estado civil.
tação for cometida pela imprensa. Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa
Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso dos de 1(uma) a três) vezes o maior valor de referência (MVR).
arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por governante ou fun- Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de ensi-
cionário público. no, a pena será a perda do cargo para o agente, desde que apurada
Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas penas em inquérito regular.
a tentativa dos crimes definidos nesta lei. Art. 8º. Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público
Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão considerados civil ou militar, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado
crimes políticos para efeitos de extradição. civil.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade
em inquérito regular, para o funcionário dirigente da repartição de
que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candidatos.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Art. 9º. Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, d) a Fundação da Criança e do Adolescente - FUNDAC;
sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço e) o Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS;
público ou empresa privada, por preconceito de raça, de cor, de f) o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente - CECA;
sexo ou de estado civil. g) a Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC;
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa h) a Coordenação de Defesa Civil - CORDEC;
de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR), no II - da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Po-
caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pela breza - SEDES, para a Casa Civil, o Fundo Estadual de Combate
recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e em- e Erradicação da Pobreza - FUNCEP, instituído pelo art. 4º da Lei
presa concessionária de serviço público. 7.988/2001;
Art. 10. Nos casos de reincidência havidos em estabelecimen- III - da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Po-
tos particulares, poderá o juiz determinar a pena adicional de sus- breza - SEDES, para a Casa Civil:
pensão do funcionamento, por prazo não superior a 3 (três) meses. a) a Diretoria Executiva do Fundo Estadual de Combate e Erra-
Art. 11. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. dicação da Pobreza FUNCEP, criada pelo art. 2º, inciso II, alínea c, da
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. Lei nº 7.988, de 21 de dezembro de 2001, com as alterações intro-
duzidas pela Lei nº 9.509, de 20 de maio de 2005, exceto a Diretoria
Brasília, 20 de dezembro de 1985; 164º da Independência e 97º de Orçamento Público e a Diretoria de Finanças;
da República. Redação de acordo com o art. 46 da Lei nº 10.955, de 12 de
dezembro de 2007.
Redação original: “a) a Diretoria Executiva do FUNCEP criada
LEI ESTADUAL N° 10.549, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006 pelo art. 2º, II, c e § 8º da Lei 7.988/2001, com as alterações intro-
(SECRETARIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL); AL- duzidas pela Lei 9.509/2005, exceto a Coordenação de Orçamento
TERADA PELA LEI ESTADUAL N° 12.212, DE 04 DE MAIO DE e Finanças;”
2011. b) o Conselho de Políticas de Inclusão Social;
c) a Câmara Técnica de Gestão de Programas;
IV - da Casa Civil:
LEI Nº 10.549 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006
a) para a Secretaria de Relações Institucionais SERIN: as fun-
ções de coordenação de assuntos legislativos;
Modifica a estrutura organizacional da Administração Pública
b) para o Gabinete do Governador, órgão vinculado diretamen-
do Poder Executivo Estadual e dá outras providências.
te ao Governador: a Ouvidoria Geral do Estado, a Secretaria Parti-
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As-
cular do Governador, o Escritório de Representação do Governo, o
sembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Cerimonial e a Assessoria Especial do Governador;
Art. 1º - A Administração Pública Estadual fica modificada na
V - da Secretaria de Cultura para a Secretaria de Turismo - SE-
forma da presente Lei.
TUR:
Art. 2º - Ficam alteradas as denominações das seguintes Secre-
a) a Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos;
tarias de Estado:
b) a Empresa de Turismo da Bahia S/A BAHIATURSA;
I - Secretaria do Trabalho, Assistência Social e Esporte - SETRAS,
VI - da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJ-
para Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte - SETRE;
CDH, para a Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI:
II - Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais
a) o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra;
- SECOMP, para Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à
b) o Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher;
Pobreza - SEDES;
VII - da Secretaria do Planejamento - SEPLAN para a Secretaria
III - Secretaria de Governo - SEGOV para Casa Civil;
de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR:
IV - Secretaria de Cultura e Turismo - SCT, para
a) os Conselhos Regionais de Desenvolvimento;
V - Secretaria da Justiça e Direitos Humanos - SJDH, para Secre-
b) a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional CAR.
taria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH.
Art. 5º - As estruturas básicas da Secretaria de Relações Institu-
Art. 3º - Ficam criadas as seguintes Secretarias:
cionais - SERIN, da Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI
I - Secretaria de Relações Institucionais - SERIN;
e da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR,
II - Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI;
não conterão a Diretoria Geral prevista no art. 2º da Lei 7.435/98.
III - Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional SE-
Parágrafo único - Fica criada a Diretoria de Administração e
DIR;
Finanças em cada uma das Secretarias referidas neste artigo e no
IV - Secretaria de Turismo - SETUR.
Gabinete do Governador, tendo por finalidade o planejamento e co-
Art. 4º - Ficam transferidas as seguintes atividades, funções,
ordenação das atividades de programação, orçamentação, acompa-
fundos, órgãos e entidades:
nhamento, avaliação, estudos e análises, administração financeira
I - da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte - SE-
e de contabilidade, material, patrimônio, serviços, recursos huma-
TRE, para a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Po-
nos, modernização administrativa e informática.
breza - SEDES:
Art. 6º - A Secretaria de Relações Institucionais - SERIN tem por
a) a Superintendência de Assistência Social;
finalidade a coordenação política do Poder Executivo e de suas rela-
b) o Fundo Estadual de Assistência Social, de que trata a Lei
ções com os demais Poderes das diversas esferas de Governo, com
6.930/95;
a sociedade civil e suas instituições.
c) o Fundo Estadual de Atendimento à Criança e ao Adolescen-
§ 1º - A Secretaria de Relações Institucionais - SERIN tem a se-
te, de que trata a Lei 6975/96;
guinte estrutura básica:
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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

a) Gabinete do Secretário; a) Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR.


b) Diretoria de Administração e Finanças; § 2º - As coordenações têm por objetivo o planejamento, a
c) Coordenação de Assuntos Legislativos; execução e o controle das atividades a cargo da Secretaria de De-
d) Coordenação de Assuntos Federativos; senvolvimento e Integração Regional - SEDIR, conforme dispuser o
e) Coordenação de Articulação Social. regulamento.
Parágrafo único - As Coordenações têm por objetivo o planeja- Art. 9º - O Gabinete do Governador, órgão de assistência direta
mento, a execução e o controle das atividades a cargo da Secretaria e imediata ao Governador, tem a seguinte estrutura básica:
de Relações Institucionais SERIN, conforme dispuser o Regulamen- a) Chefia do Gabinete;
to. b) Secretaria Particular do Governador;
Art. 7º - A Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI tem c) Cerimonial;
por finalidade planejar e executar políticas de promoção da igual- d) Assessoria Especial do Governador;
dade racial e proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos e) Assessoria Internacional;
atingidos pela discriminação e demais formas de intolerância, bem f) Escritório de Representação do Governo.
assim, planejar e executar as políticas públicas de caráter transver- Parágrafo único - Fica criado o cargo de Chefe do Gabinete do
sal para as mulheres. Governador, ao qual são atribuídas as atividades de supervisão e
§ 1º - A Secretaria de Promoção à Igualdade - SEPROMI tem a coordenação dos órgãos integrantes da estrutura do Gabinete do
seguinte estrutura básica: Governador, bem como a elaboração da agenda e o exercício de
I - Órgãos Colegiados: outras atribuições designadas pelo Governador.
a) Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra; Redação de acordo como o art. 39 da Lei nº 13.204, de 11 de
b) Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher; dezembro de 2014.
II - Órgãos da Administração Direta: Redação original: “Art. 9º - O Gabinete do Governador, órgão
a) Gabinete do Secretário; de assistência direta e imediata ao Governador, tem a seguinte es-
b) Diretoria de Administração e Finanças; trutura básica:
c) Superintendência de Políticas para as Mulheres; a) Chefia do Gabinete;
d) Superintendência de Promoção da Igualdade Racial. b) Ouvidoria Geral do Estado;
§ 2º - A Superintendência de Políticas para as Mulheres tem c) Secretaria Particular do Governador;
por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, controlar d) Cerimonial;
e executar programas e atividades voltadas à implementação de e) Assessoria Especial do Governador;
políticas para as mulheres, implementar ações afirmativas e definir f) Assessoria Internacional;
ações públicas de promoção da igualdade entre homens e mulheres g) Escritório de Representação do Governo;
e de combate à discriminação. h) Diretoria de Administração e Finanças.
§ 3º - A Superintendência de Promoção da Igualdade Racial Parágrafo único - Fica criado o cargo de Chefe de Gabinete
tem por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, contro- do Governador, ao qual são asseguradas as prerrogativas, repre-
lar e executar programas e atividades voltadas à implementação de sentação, remuneração e impedimentos de Secretário de Estado,
políticas e diretrizes para a promoção da igualdade e da proteção cabendo-lhe a supervisão e a coordenação dos órgãos integrantes
dos direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos, afetados por da estrutura do Gabinete do Governador, a elaboração da agenda
discriminação racial e demais formas de intolerância. e o exercício de outras atribuições designadas pelo Governador.”
§ 4º - Fica acrescida à composição do Conselho de Desenvol-
vimento da Comunidade Negra e do Conselho Estadual de Defesa Art. 10 - A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
dos Diretos da Mulher, de que tratam as alíneas a e b do art. 17 - SETRE tem por finalidade planejar e executar as políticas de em-
da Lei nº 4.697/87, a representação da Secretaria de Promoção da prego e renda e de apoio à formação do trabalhador, de economia
Igualdade - SEPROMI. solidária e de fomento ao esporte.
Art. 8º - A Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regio- Parágrafo único - Fica criada na Secretaria do Trabalho, Empre-
nal - SEDIR tem por finalidade planejar e coordenar a execução da go, Renda e Esporte - SETRE a Superintendência de Economia Soli-
política estadual de desenvolvimento regional integrado; formular, dária, com a finalidade de planejar, coordenar, executar e acompa-
em parceria com o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econô- nhar as ações e programas de fomento à economia solidária.
mico e Social, os planos e programas regionais de desenvolvimen- Art. 11 - A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à
to; estabelecer estratégias de integração das economias regionais; Pobreza - SEDES tem por finalidade planejar, coordenar, executar e
acompanhar e avaliar os programas integrados de desenvolvimento fiscalizar as políticas de desenvolvimento social, segurança alimen-
regional. tar e nutricional e de assistência social.
§ 1º - A Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional - § 1º - A Superintendência de Apoio à Inclusão Social, passa a
SEDIR tem a seguinte estrutura básica: ser denominada Superintendência de Inclusão e Assistência Ali-
I - Órgãos Colegiados: mentar, com a finalidade de promover as ações de inclusão social e
a) Conselhos Regionais de Desenvolvimento. de assistência alimentar, conforme dispuser o regulamento.
II - Órgãos da Administração Direta: § 2º - Fica extinta a Superintendência de Articulação e Progra-
a) Gabinete do Secretário; mas Especiais.
b) Diretoria de Administração e Finanças; Art. 12 - A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à
c) Coordenação de Políticas do Desenvolvimento Regional; Pobreza - SEDES tem a seguinte estrutura básica:
d) Coordenação de Programas Regionais; I - Órgãos Colegiados:
III - Entidade da Administração Indireta: a) Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

b) Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente II - as modificações orçamentárias necessárias ao cumprimento
- CECA; desta Lei, respeitados os valores globais constantes do orçamento
c) Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS; do exercício de 2007.
d) Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado da Parágrafo único - As modificações de que trata o inciso II deste
Bahia - CONSEA BA; artigo incluem a abertura de créditos especiais destinados, exclusi-
II - Órgãos da Administração Direta: vamente, à criação de categorias de programação indispensáveis ao
a) Gabinete do Secretário; funcionamento de órgãos criados ou decorrentes desta Lei, respei-
b) Diretoria Geral; tado o Art. 7º da Lei Orçamentária de 2007.
c) Superintendência de Assistência Social; Art. 18 - Fica o Poder Executivo autorizado a praticar os atos ne-
d) Superintendência de Inclusão e Assistência Alimentar; cessários à continuidade dos serviços, até a definitiva estruturação
III - Órgão em Regime Especial de Administração Direta: dos órgãos criados ou reorganizados por esta Lei.
a) Coordenação de Defesa Civil - CORDEC.
IV - Entidade da Administração Indireta: LEI Nº 12.212 DE 04 DE MAIO DE 2011
a) Fundação da Criança e do Adolescente - FUNDAC.
Parágrafo único - O Secretário do Desenvolvimento Social e Modifica a estrutura organizacional e de cargos em comissão
Combate à Pobreza - SEDES passa a integrar na condição de presi- da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e dá outras
dente, o Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS, o Conselho providências.
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CECA e a Comis-
são Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC. O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As-
Art. 13 - A Secretaria de Turismo - SETUR tem por finalidade sembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
planejar, coordenar e executar políticas de promoção e fomento ao
turismo. Art. 1º - A estrutura da Administração Pública do Poder Executi-
§ 1º - A Secretaria de Turismo - SETUR tem a seguinte estrutura vo Estadual fica modificada, na forma da presente Lei.
básica: Art. 2º - Fica criada a Secretaria de Políticas para as Mulheres -
I - Órgãos da Administração Direta: SPM, com a finalidade de planejar, coordenar e articular a execução
a) Gabinete do Secretário; de políticas públicas para as mulheres, tendo a seguinte estrutura
b) Diretoria Geral; organizacional básica:
c) Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos; I - Órgão Colegiado:
d) Superintendência de Serviços Turísticos. a) Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher - CDDM;
II - Entidade da Administração Indireta: II - Órgãos da Administração Direta:
a) Empresa de Turismo da Bahia S/A - BAHIATURSA. a) Gabinete da Secretária;
§ 2º - A Superintendência de Serviços Turísticos tem por fina- b) Diretoria de Administração e Finanças;
lidade planejar e executar programas e projetos de qualificação de c) Coordenação de Articulação Institucional e Ações Temáticas;
serviços e mão-de-obra, capacitação empresarial, certificação de d) Coordenação de Planejamento e Gestão de Políticas para as
qualidade, regulação e fiscalização de atividades turísticas. Mulheres.
Art. 14 - Ficam criadas: Art. 3º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher
I - na Secretaria da Agricultura - SEAGRI: a Superintendência de - CDDM, órgão consultivo, tem por finalidade estabelecer diretrizes
Agricultura Familiar, com a finalidade de orientar, apoiar, coordenar, e normas relativas às políticas e medidas que visem eliminar a dis-
acompanhar, controlar e executar programas e atividades voltados criminação e garantir condições de liberdade e equidade de direitos
ao fortalecimento da agricultura familiar. para a mulher, assegurando sua plena participação nas atividades
II - na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJ- políticas, sociais, econômicas e culturais do Estado.
CDH: Parágrafo único - As normas de funcionamento do CDDM serão
a) a Coordenação Executiva de Defesa dos Direitos da Pessoa estabelecidas em Regimento próprio.
com Deficiência, com a finalidade de promover e fortalecer o de- Art. 4º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher
senvolvimento dos programas e ações voltados para a defesa dos - CDDM tem a seguinte composição:
direitos da pessoa portadora de deficiência; I - a Secretária de Políticas para as Mulheres, que o presidirá;
b) a Coordenação de Políticas para os Povos Indígenas, vincu- II - 06 (seis) servidoras estaduais, representantes das Secreta-
lada à Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos. rias de Promoção da Igualdade Racial, da Educação, da Saúde, da
Art. 15 - Para atender à implantação dos novos órgãos criados Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, do Trabalho, Emprego, Ren-
por esta Lei e às adequações na estrutura da Administração Pública da e Esporte e da Segurança Pública;
Estadual, ficam criados 04 (quatro) cargos de Secretário de Estado e III - 12 (doze) representantes da sociedade civil, sendo:
os cargos em comissão constantes do Anexo Único desta Lei. a) 05 (cinco) membros de organizações de mulheres, legalmen-
Art. 16 - Ficam extintos os cargos em comissão constantes do te constituídas;
Anexo Único desta Lei. b) 02 (duas) de notória atuação na luta pela defesa dos direitos
Art. 17 - Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a promo- da mulher;
ver, no prazo de 120 (cento e vinte) dias: c) 01 (uma) da comunidade acadêmica vinculada ao estudo da
I - a revisão e a elaboração dos regimentos, estatutos e outros condição feminina;
instrumentos regulamentadores para adequação das alterações or- d) 01 (uma) das trabalhadoras rurais;
ganizacionais decorrentes desta Lei; e) 01 (uma) das trabalhadoras urbanas;
f) 01 (uma) das mulheres negras;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

g) 01 (uma) indígena. análises, administração financeira e de contabilidade, material, pa-


§ 1º - As titulares do Conselho e suas suplentes serão nomea- trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa
das pelo Governador do Estado, sendo que as referidas nos incisos e informática.
II e III, deste artigo, serão indicadas pelos respectivos órgãos e en- Art. 15 - A Coordenação de Promoção da Igualdade Racial tem
tidades. por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, controlar e
§ 2º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher executar programas e atividades voltadas à implementação de po-
manterá a atual composição até a definitiva indicação e nomeação líticas e diretrizes para a promoção da igualdade e da proteção dos
dos representantes dos órgãos e entidades que o compõem, con- direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos, afetados por discri-
forme estabelecido nos incisos II e III deste artigo. minação racial e demais formas de intolerância.
Art. 5º - O Gabinete da Secretária tem por finalidade prestar Art. 16 - A Coordenação de Políticas para as Comunidades Tra-
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- dicionais tem por finalidade formular políticas de promoção da de-
trativas. fesa dos direitos e interesses das comunidades tradicionais, inclusi-
Art. 6º - A Diretoria de Administração e Finanças tem por fi- ve quilombolas, no Estado da Bahia, reduzindo as desigualdades e
nalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- eliminando todas as formas de discriminação identificadas.
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e Art. 17 - A estrutura de cargos em comissão da SEPROMI fica
análises, administração financeira e de contabilidade, material, pa- alterada, na forma a seguir indicada:
trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa I - ficam extintos 02 (dois) cargos de Superintendente, símbolo
e informática. DAS-2A;
Art. 7º - A Coordenação de Articulação Institucional e Ações II - ficam criados 02 (dois) cargos de Coordenador Executivo,
Temáticas tem por finalidade integrar as políticas para as mulhe- símbolo DAS-2B;
res nas áreas de educação, saúde, trabalho e participação política, III - ficam remanejados, da extinta Superintendência de Políti-
visando o combate à violência contra a mulher e a redução das de- cas para as Mulheres para a Coordenação de Políticas para as Co-
sigualdades de gênero e a eliminação de todas as formas de discri- munidades Tradicionais, ora criada, 01 (um) cargo de Coordenador
minação identificadas. I, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3,
Art. 8º - A Coordenação de Planejamento e Gestão de Políticas 01 (um) cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4 e 01 (um) cargo de
para as Mulheres tem por finalidade apoiar a formulação e a im- Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5.
plementação de políticas públicas de gênero, de forma transversal. Art. 18 - Fica criado, na estrutura de cargos em comissão da SE-
Art. 9º - Fica alterada a denominação da Secretaria de Promo- PROMI, alocado na Diretoria de Administração e Finanças, 01 (um)
ção da Igualdade - SEPROMI para Secretaria de Promoção da Igual- cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3.
dade Racial - SEPROMI, que passa a ter por finalidade planejar e Art. 19 - Fica criada a Secretaria de Administração Penitenciá-
executar políticas de promoção da igualdade racial e de proteção ria e Ressocialização - SEAP, com a finalidade de formular políticas
dos direitos de indivíduos e grupos étnicos atingidos pela discrimi- de ações penais e de ressocialização de sentenciados, bem como
nação e demais formas de intolerância. de planejar, coordenar e executar, em harmonia com o Poder Ju-
Art. 10 - Ficam excluídas da finalidade e competências da SE- diciário, os serviços penais do Estado, tendo a seguinte estrutura
PROMI as atividades pertinentes ao planejamento e execução das organizacional básica:
políticas públicas de caráter transversal para as mulheres. I - Órgãos Colegiados:
Parágrafo único - Fica transferido da SEPROMI para a Secretaria a) Conselho Penitenciário - CP;
de Políticas para as Mulheres - SPM o Conselho Estadual de Defesa b) Conselho de Operações do Sistema Prisional;
dos Direitos da Mulher - CDDM. II - Órgãos da Administração Direta:
Art. 11 - A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial passa a a) Gabinete do Secretário;
ter a seguinte estrutura organizacional básica: b) Ouvidoria;
I - Órgão Colegiado: c) Corregedoria do Sistema Penitenciário;
a) Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra - d) Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Pri-
CDCN; sional;
II - Órgãos da Administração Direta: e) Diretoria Geral;
a) Gabinete do Secretário; f) Superintendência de Ressocialização Sustentável;
b) Diretoria de Administração e Finanças; g) Superintendência de Gestão Prisional:
c) Coordenação de Promoção da Igualdade Racial; 1.Sistema Prisional;
d) Coordenação de Políticas para as Comunidades Tradicionais. h) Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas
Art. 12 - O Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Ne- Alternativas da Bahia - CEAPA:
gra - CDCN, órgão colegiado, tem por finalidade estudar, propor e 1.Núcleos de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas
acompanhar medidas de relacionamento dos órgãos governamen- Alternativas.
tais com a comunidade negra, visando resgatar o direito à sua plena Art. 20 - O Conselho Penitenciário - CP, órgão consultivo e fisca-
cidadania e participação na sociedade. lizador da execução penal, tem por finalidade estabelecer diretrizes
Art. 13 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar e normas relativas à política criminal e penitenciária no Estado.
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- Parágrafo único - As normas de funcionamento do CP serão es-
trativas. tabelecidas em Regimento próprio.
Art. 14 - A Diretoria de Administração e Finanças tem por fi- Art. 21 - O Conselho Penitenciário - CP tem a seguinte compo-
nalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- sição:
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e
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I - o Secretário de Administração Penitenciária e Ressocializa- Art. 29 - A Superintendência de Gestão Prisional tem por fina-
ção; lidade administrar e supervisionar o cumprimento das atividades
II - 01 (um) representante da Defensoria Pública da União; alusivas à execução penal, em conformidade com ações de huma-
III - 01 (um) representante da Defensoria Pública do Estado da nização, bem como administrar e supervisionar o Sistema Prisional.
Bahia; Parágrafo único - O Sistema Prisional é composto pelos Pre-
IV - 01 (um) representante do Ministério Público Federal; sídios, Penitenciárias, Colônias Penais, Conjuntos Penais, Cadeias
V - 01 (um) representante do Ministério Público do Estado da Públicas, Hospital de Custódia e Tratamento, Casa do Albergado e
Bahia; Egressos, Centro de Observação Penal, Central Médica Penitenciá-
VI - 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil - ria e Unidade Especial Disciplinar.
OAB, Secção Bahia, indicado pelo seu Conselho Estadual; Art. 30 - A Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Me-
VII - 02 (dois) professores ou profissionais notoriamente espe- didas Alternativas da Bahia - CEAPA tem por finalidade acompanhar
cializados em Direito Penal, Processual Penal ou Penitenciário; a execução de medidas e penas alternativas aplicadas pelos órgãos
VIII - 02 (dois) professores ou profissionais notoriamente espe- do Poder Judiciário do Estado da Bahia.
cializados em Medicina Legal ou Psiquiatria; Parágrafo único - Os Núcleos de Apoio e Acompanhamento às
IX - 02 (dois) representantes da comunidade, de livre escolha Penas e Medidas Alternativas de que trata o art. 1º da Lei nº 11.042,
do Governador. de 09 de maio de 2008, ficam vinculados à Central de Apoio e Acom-
§ 1º - O Presidente do Conselho será um de seus membros, panhamento às Penas e Medidas Alternativas da Bahia - CEAPA.
nomeado pelo Governador do Estado, mediante indicação do Cole- Art. 31 - Ficam excluídas da finalidade e competências da Se-
giado, em lista tríplice, através de votação secreta. cretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH, as ati-
§ 2º - Os membros do Conselho e seus suplentes serão nome- vidades pertinentes à execução da política e da administração do
ados pelo Governador do Estado, sendo que os referidos nos inci- Sistema Penitenciário do Estado.
sos II a VI deste artigo, serão indicados pelos respectivos órgãos e Art. 32 - Fica extinta, na SJCDH, a Superintendência de Assuntos
entidades. Penais - SAP, ficando os seus bens patrimoniais e acervo transferi-
§ 3º - Os membros indicados nos incisos VII, VIII e IX deste arti- dos para a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressociali-
go, serão escolhidos pelo Governador do Estado. zação - SEAP.
Art. 22 - O Conselho de Operações do Sistema Prisional, órgão Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste ar-
de integração e avaliação das ações operacionais, é composto pelo tigo, fica extinto o Quadro de Cargos em Comissão da Superinten-
Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, que o dência de Assuntos Penais - SAP, da Secretaria da Justiça, Cidadania
presidirá e pelos Dirigentes da Superintendência de Gestão Prisio- e Direitos Humanos - SJCDH.
nal, da Corregedoria do Sistema Penitenciário e da Coordenação de Art. 33 - Fica transferida da Secretaria da Justiça, Cidadania e
Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional, bem como das Direitos Humanos - SJCDH para a Secretaria de Administração Pe-
Unidades Prisionais. nitenciária e Ressocialização - SEAP, a vinculação do Conselho Pe-
Art. 23 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar nitenciário - CP, ficando extintos, da estrutura de cargos em comis-
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- são da SJCDH, 01 (um) cargo de Presidente de Conselho, símbolo
trativas. DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um)
Art. 24 - A Ouvidoria tem por finalidade receber e examinar cargo de Coordenador IV, símbolo DAI-5.
denúncias, reclamações e sugestões dos cidadãos, relacionadas à Art. 34 - Ficam criadas, na estrutura organizacional e de cargos
atuação da Secretaria. em comissão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Huma-
Art. 25 - A Corregedoria do Sistema Penitenciário tem por fina- nos - SJCDH, as seguintes Unidades, na forma a seguir indicada:
lidade acompanhar, controlar e avaliar a regularidade da atuação I - a Superintendência dos Direitos das Pessoas com Deficiên-
funcional e da conduta dos servidores da Secretaria de Administra- cia, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e
ção Penitenciária e Ressocialização - SEAP, em estreita articulação fiscalizar a execução das políticas públicas estaduais voltadas para
com o Sistema de Correição Estadual. a promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiência;
Art. 26 - A Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sis- II - a Superintendência de Prevenção e Acolhimento aos Usu-
tema Prisional tem por finalidade coordenar e acompanhar o fluxo ários de Drogas e Apoio Familiar, com a finalidade de planejar, co-
de dados e informações, visando ao aprimoramento das práticas ordenar, supervisionar, avaliar e fiscalizar a execução das políticas
das Unidades Prisionais. públicas preventivas às drogas e de atendimento aos dependentes
Art. 27 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação e suas famílias, promovendo a reinserção social de usuários de dro-
dos órgãos setoriais e seccionais, dos sistemas formalmente insti- gas.
tuídos, responsáveis pela execução das atividades de programação, § 1º - Para atender ao disposto no inciso I deste artigo, ficam
orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo DAS-2A, 02
material, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização (dois) cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Assessor
administrativa e informática, e administração financeira e de con- Técnico, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Assessor Administrati-
tabilidade. vo, símbolo DAI-4 e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo I,
Art. 28 - A Superintendência de Ressocialização Sustentável tem símbolo DAI-5.
por finalidade implantar atividades que possibilitem a ressocializa- § 2º - Para atender ao disposto no inciso II deste artigo, ficam
ção e reabilitação do indivíduo sob custódia, através do desenvol- criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo DAS-2A, 02
vimento de programas de educação, cultura e trabalho produtivo. (dois) cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Assessor
Técnico, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário Administrati-
vo I, símbolo DAI-5.
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§ 3º - Fica extinta, da estrutura organizacional e de cargos em VI - atuar na defesa dos direitos difusos e coletivos da socieda-
comissão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - de baiana no que tange a comunicação social;
SJCDH, a Coordenação Executiva de Defesa dos Direitos da Pessoa VII - receber e reencaminhar denúncias sobre abusos e viola-
com Deficiência, bem como 01 (um) cargo de Coordenador Execu- ções de direitos humanos nos veículos de comunicação no Estado
tivo, símbolo DAS-2B. da Bahia, aos órgãos competentes, para adoção de providências
Art. 35 - Fica extinta, da estrutura organizacional e de cargos nos seus respectivos âmbitos de atuação;
em comissão da SJCDH, a Corregedoria, bem como 01 (um) cargo VIII - fomentar a produção e difusão de conteúdos de iniciativa
de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordena- estadual, observadas as diversidades artísticas, culturais, regionais
dor II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo e sociais da Bahia;
I, símbolo DAI-5. IX - estimular o fortalecimento da rede pública de comunica-
Art. 36 - Ficam extintos, da estrutura de cargos em comissão ção, de modo que ela tenha uma participação ativa na execução das
da SJCDH, 01 (um) cargo de Coordenador Técnico, símbolo DAS-2D, políticas de comunicação do Estado da Bahia;
01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de X - articular ações para que a distribuição das verbas publicitá-
Coordenador III, símbolo DAI-4, alocados na Diretoria Geral. rias do Estado seja baseada em critérios técnicos de audiência e que
Art. 37 - Fica alterada a denominação do Centro de Educação garantam a diversidade e pluralidade;
em Direitos Humanos e Assuntos Penais - CEDHAP, criado pela Lei XI - estimular a implementação e promover o fortalecimento
nº 10.955 , de 21 de dezembro de 2007, para Centro de Educação dos veículos de comunicação comunitária, para facilitar o acesso
em Direitos Humanos, com a finalidade de executar programas, pro- à produção e à comunicação social em todo o território estadual;
jetos e atividades de formação e educação em Direitos Humanos. XII - estimular a adoção dos recursos tecnológicos proporcio-
Art. 38 - Fica criada a Secretaria de Comunicação Social - SE- nados pela digitalização da radiodifusão privada, pública e comuni-
COM, com a finalidade de propor, coordenar e executar a política de tária, no incentivo à regionalização da produção cultural, artística e
comunicação social do Governo, bem como de promover a radio- jornalística, e democratização dos meios de comunicação;
difusão pública, tendo a seguinte estrutura organizacional básica: XIII - recomendar a convocação e participar da execução da
I - Órgão Colegiado: Conferência Estadual de Comunicação e suas etapas preparatórias;
a) Conselho Estadual de Comunicação Social; XIV - elaborar e aprovar o seu Regimento Interno, para poste-
II - Órgãos da Administração Direta: rior homologação por ato do Chefe do Poder Executivo;
a) Gabinete do Secretário; XV - convocar audiências e consultas públicas sobre comunica-
b) Assessoria de Imprensa do Governador; ção e políticas públicas do setor;
c) Diretoria Geral; XVI - acompanhar a criação e o funcionamento de conselhos
d) Coordenação de Comunicação Integrada; municipais de comunicação;
e) Coordenação de Jornalismo; XVII - fomentar a inclusão digital e o acesso às redes digitais
III - Entidade de Administração Indireta: em todo o território baiano, como forma de democratizar a comu-
a) Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB. nicação;
Art. 39 - O Conselho Estadual de Comunicação Social, órgão XVIII - fomentar a adoção de programas de capacitação e for-
consultivo e deliberativo, tem por finalidade formular a Política de mação, assegurando a apropriação social de novas tecnologias da
Comunicação Social do Estado, observada a competência que lhe comunicação.
confere o art. 277 da Constituição do Estado da Bahia e o disposto Art. 41 - O Conselho Estadual de Comunicação Social tem a se-
na Constituição Federal. guinte composição:
Parágrafo único - O Regimento do Conselho, por ele aprovado e I - o Secretário de Comunicação Social, que o presidirá;
homologado por ato do Governador do Estado, fixará suas normas II - 06 (seis) representantes do Poder Público Estadual, indica-
de funcionamento. dos pelo Titular da respectiva Pasta, sendo:
Art. 40 - O Conselho Estadual de Comunicação Social tem as a) 01 (um) representante da Secretaria de Comunicação Social
seguintes competências, dentre outras conferidas em Lei: - SECOM;
I - formular e acompanhar a execução da Política de Comunica- b) 01 (um) representante da Secretaria de Cultura - SECULT;
ção Social do Estado e desenvolver canais institucionais e democrá- c) 01 (um) representante da Secretaria da Educação - SEC;
ticos de comunicação permanente com a sociedade baiana; d) 01 (um) representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia
II - formular propostas que contemplem o cumprimento do dis- e Inovação - SECTI;
posto nos capítulos referentes à comunicação social das Constitui- e) 01 (um) representante da Secretaria da Justiça, Cidadania e
ções Federal e Estadual; Direitos Humanos - SJCDH;
III - propor medidas que visem o aperfeiçoamento de uma f) 01 (um) representante do Instituto de Radiodifusão Educati-
política estadual de comunicação social, com base nos princípios va da Bahia - IRDEB;
democráticos e na comunicação como direito fundamental, estimu- III - 20 (vinte) representantes da sociedade civil, sendo:
lando o acesso, a produção e a difusão da informação de interesse a) 01 (um) representante da entidade profissional de classe;
coletivo; b) 01 (um) representante das universidades públicas, com atu-
IV - participar da elaboração do Plano Estadual de Políticas Pú- ação no Estado da Bahia;
blicas de Comunicação Social, bem como acompanhar a sua exe- c) 01 (um) representante do segmento de televisão aberta e
cução; por assinatura comercial;
V - orientar e acompanhar as atividades dos órgãos públicos de d) 01 (um) representante do segmento de rádio comercial;
radiodifusão sonora e radiodifusão de sons e imagem do Estado; e) 01 (um) representante das empresas de jornais e revistas;
f) 01 (um) representante das agências de publicidade;
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g) 01 (um) representante das empresas de telecomunicações; Parágrafo único - Ficam excluídas da finalidade e competências
h) 01 (um) representante das empresas de mídia exterior; da SECULT as atividades/funções de radiodifusão cultural e educa-
i) 01 (um) representante das produtoras de audiovisual ou ser- tiva.
viços de comunicação; Art. 49 - Ficam criadas, na estrutura organizacional do Instituto
j) 01 (um) representante do movimento de radiodifusão comu- de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, as seguintes Unidades:
nitária; I - Diretoria de Programação e Conteúdos, com a finalidade de
k) 01 (um) representante das entidades de classe dos trabalha- planejar, coordenar, acompanhar e avaliar a programação da Rádio
dores do segmento de comunicação social; Educadora, TV Educativa, do Portal e da produção jornalística do
l) 01 (um) representante dos veículos comunitários ou alter- IRDEB, bem como promover e apoiar as ações relacionadas à pro-
nativos; dução e conteúdo radiofônico e audiovisual para compor a progra-
m) 03 (três) representantes das Organizações Não-Governa- mação do Instituto;
mentais - ONGS ou entidades sociais vinculadas à comunicação; II - Coordenação de Planejamento e Relacionamento Institucio-
n) 01 (um) representante dos movimentos sociais de comuni- nal, com a finalidade de coordenar, promover, desenvolver, acom-
cação; panhar e avaliar as ações do IRDEB, visando incentivar e aprimorar
o) 03 (três) representantes de entidades de movimentos sociais a interlocução e a interatividade com a sociedade.
organizados; Art. 50 - A Diretoria de Operações passa a ter por finalidade
p) 01 (um) representante de entidades de jornalismo digital. promover, coordenar e supervisionar a execução das atividades de
§ 1º - A SECOM convocará, por meio de edital, publicado no radiodifusão, TV e engenharia de operação do Instituto.
Diário Oficial do Estado, reunião para eleição dos representantes, Art. 51 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão do
citados no inciso III deste artigo, cabendo-lhe, ao final, encaminhar Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, 01 (um) cargo
o resultado das indicações para deliberação do Governador do Es- de Diretor, símbolo DAS-2B, 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete,
tado. símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-
§ 2º - Os membros do Conselho e seus suplentes serão nome- -2C, e 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social I, símbolo
ados pelo Governador do Estado e tomarão posse na 1ª (primeira) DAS-3.
reunião do Colegiado, e serão substituídos, em suas ausências e im- Art. 52 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão do
pedimentos, pelos respectivos suplentes, previamente indicados. Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, 01 (um) cargo
§ 3º - O mandato dos Conselheiros e de seus respectivos su- de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 05 (cinco) cargos de Gerente,
plentes será de 02 (dois) anos, permitida uma recondução por igual símbolo DAS-3, 05 (cinco) cargos de Assistente III, símbolo DAI-4, e
período. 04 (quatro) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4.
Art. 42 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar Art. 53 - O Quadro de Cargos em comissão do Instituto de Ra-
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- diodifusão Educativa da Bahia - IRDEB passa a ser o constante do
trativas. Anexo I desta Lei.
Art. 43 - A Assessoria de Imprensa do Governador tem por fi- Art. 54 - Fica extinta, da estrutura organizacional da Casa Civil,
nalidade divulgar os atos e expressar a opinião do Governador do a Assessoria Geral de Comunicação Social - AGECOM.
Estado em comunicações à sociedade e à imprensa, em articulação Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste arti-
com as demais Unidades da Secretaria. go, ficam extintos, do quadro de cargos em comissão da Casa Civil,
Art. 44 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação 01 (um) cargo de Assessor Geral, símbolo DAS-1, 01 (um) cargo de
dos órgãos setoriais, dos sistemas formalmente instituídos, respon- Assessor Especial, símbolo DAS-2B, 06 (seis) cargos de Coordena-
sáveis pela execução das atividades de programação, orçamenta- dor I, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Gerente, símbolo DAS-3,
ção, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, material, pa- 15 (quinze) cargos de Assessor de Comunicação Social I, símbolo
trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa DAS-3, 08 (oito) cargos de Assessor de Comunicação Social II, sím-
e informática, e administração financeira e de contabilidade. bolo DAI-4, 02 (dois) cargos de Assessor Administrativo, símbolo
Art. 45 - A Coordenação de Comunicação Integrada tem por DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente Orçamentário, símbolo DAI-4, 01
finalidade coordenar e acompanhar o desenvolvimento de campa- (um) cargo de Assessor de Comunicação Social III, símbolo DAI-5,
nhas publicitárias institucionais do Governo, bem como avaliar a 13 (treze) cargos de Assistente IV, símbolo DAI-5, 04 (quatro) car-
sua publicidade. gos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo de Secretário
Art. 46 - A Coordenação de Jornalismo tem por finalidade divul- Administrativo I, símbolo DAI-5, 04 (quatro) cargos de Assistente V,
gar os atos do Governo para a sociedade e a imprensa, bem como símbolo DAI-6 e 05 (cinco) cargos de Secretário Administrativo II,
articular-se com os órgãos e entidades governamentais, para fins de símbolo DAI-6.
comunicação social. Art. 55 - Ficam excluídas da finalidade da Casa Civil as ativida-
Art. 47 - As Secretarias de Estado e demais órgãos e entidades des de comunicação social.
da Administração Pública Estadual prestarão o apoio e os recursos Art. 56 - A estrutura organizacional da Casa Civil fica alterada,
técnicos, quando solicitados pelo Secretário de Comunicação So- na forma a seguir indicada:
cial, necessários à implementação do Plano Estadual de Comuni- I - fica extinta a Coordenação de Acompanhamento de Políticas
cação Social, a ser estabelecido pelo Conselho Estadual de Comu- Governamentais;
nicação Social. II - fica criada a Coordenação de Acompanhamento de Políticas
Art. 48 - Fica transferida a vinculação estrutural do Instituto de de Infraestrutura, com a finalidade de fornecer subsídios ao Gover-
Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, da Secretaria de Cultura nador, na análise das políticas relativas à infraestrutura, promoven-
- SECULT para a Secretaria de Comunicação Social - SECOM, man- do a sua coordenação e integração, em articulação com os órgãos e
tendo a mesma natureza jurídica. entidades executoras;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

III - fica criada a Coordenação de Acompanhamento de Políti- Art. 65 - A Coordenação de Marketing para Assuntos da Copa
cas Sociais, com a finalidade de fornecer subsídios ao Governador, tem por finalidade planejar e viabilizar a estratégia de marketing
na análise das políticas sociais, promovendo a sua coordenação e relacionada aos projetos e ações da Copa e ao fomento das relações
integração, em articulação com os órgãos e entidades executoras. públicas da Secretaria.
Art. 57 - A estrutura de cargos em comissão da Casa Civil fica Art. 66 - A SECOPA funcionará, a partir da data de publicação
alterada, na forma a seguir indicada: desta Lei, até 31 de dezembro de 2014, ficando extinta em 01 de
I - ficam criados 02 (dois) cargos de Assessor Especial, símbolo janeiro de 2015.
DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-2C e 03 Art. 67 - Para atender à implantação da Secretaria de Políticas
(três) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3; para as Mulheres - SPM, da Secretaria de Administração Penitenci-
II - fica extinto 01 (um) cargo de Assessor Técnico, símbolo DAS- ária e Ressocialização - SEAP, da Secretaria de Comunicação Social
3, alocado no Gabinete do Secretário. - SECOM e da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo
Art. 58 - Ficam extintos, do Quadro Especial de Cargos em Co- da FIFA Brasil 2014 - SECOPA, ficam criados 04 (quatro) cargos de
missão da Casa Civil, 02 (dois) cargos de Assistente I, símbolo DAS- Secretário de Estado, sendo que os Quadros de Cargos em Comis-
-2C, 02 (dois) cargos de Assistente III, símbolo DAI-4 e 04 (quatro) são das Secretarias de Estado, ora criadas, são os constantes dos
cargos de Assistente IV, símbolo DAI-5. Anexos III, IV, V e VI, respectivamente, que integram esta Lei.
Parágrafo único - O Quadro Especial de Cargos em Comissão da Art. 68 - Com a extinção da SECOPA, conforme data prevista no
Casa Civil é o constante do Anexo II, que integra esta Lei. art. 66 desta Lei, serão extintos os cargos em comissão constantes
Art. 59 - Fica criada a Secretaria Estadual para Assuntos da do Anexo VI desta Lei, bem como transferidos para os órgãos da Ad-
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 - SECOPA, com a finalidade de ministração Pública do Poder Executivo Estadual os bens adquiridos
coordenar, articular, promover, acompanhar e integrar as ações e para o desenvolvimento das ações e projetos a critério do Poder
projetos prioritários da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Executivo Estadual.
Parágrafo único - Para cumprimento de sua finalidade, a SECO- Art. 69 - A Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração -
PA atuará diretamente e em apoio a programas, projetos e ações SICM passa a ter por finalidade formular e executar a política de
executados por outros órgãos ou entidades da Administração Públi- desenvolvimento e apoio à indústria, ao comércio, aos serviços e à
ca de quaisquer esferas governamentais. mineração do Estado.
Art. 60 - A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mun- Art. 70 - O Conselho de Desenvolvimento Industrial - CDI pas-
do da FIFA Brasil 2014 - SECOPA tem a seguinte estrutura organiza- sa a denominar-se Conselho de Desenvolvimento da Indústria e do
cional básica: Comércio - CDIC, órgão de natureza consultiva, com a finalidade de
I - Órgão Colegiado: opinar sobre a formulação da política de desenvolvimento indus-
a) Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014; trial e comercial do Estado.
II - Órgãos da Administração Direta: Art. 71 - Fica criada, na estrutura organizacional da Secretaria
a) Gabinete do Secretário; da Indústria, Comércio e Mineração, a Superintendência de Desen-
b) Diretoria de Administração e Finanças; volvimento Econômico, com a finalidade de viabilizar a implemen-
c) Coordenação de Projetos para Assuntos da Copa; tação das políticas de desenvolvimento produtivo, competitividade
d) Coordenação de Marketing para Assuntos da Copa. e comércio exterior, acompanhando e avaliando os seus projetos
Art. 61 - O Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Brasil estratégicos, relacionados às atividades finalísticas da Secretaria.
2014, presidido pelo Secretário da SECOPA, tem por finalidade mo- Art. 72 - A Superintendência de Comércio e Serviços passa a ter
nitorar as ações necessárias ao cumprimento do calendário defini- por finalidade propor políticas relativas ao desenvolvimento comer-
do pela Federation Internationale de Football Association - FIFA e cial e de serviços, e das micro, pequenas e médias empresas, bem
pelo Comitê Organizador Local - COL para a realização da Copa do como planejar e elaborar estudos e projetos.
Mundo da FIFA Brasil 2014 na Cidade de Salvador. Art. 73 - A estrutura de cargos em comissão da Secretaria da
Parágrafo único - O Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Indústria, Comércio e Mineração fica alterada, na forma a seguir
Brasil 2014 tem sua composição e funcionamento estabelecidos em indicada:
Regimento próprio. I -ficam criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo
Art. 62 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar DAS-2A, 06 (seis) cargos de Diretor, símbolo DAS-2B, 03 (três) cargos
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordena-
trativas. dor II, símbolo DAS-3 e 06 (seis) cargos de Assessor Administrativo,
Art. 63 - A Diretoria de Administração e Finanças tem por fi- símbolo DAI-4;
nalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- II - ficam extintos 02 (dois) cargos de Assistente III, símbolo DAI-
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e 4, 02 (dois) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4, 04 (quatro)
análises, administração financeira e de contabilidade, material, pa- cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo de Secre-
trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa tário Administrativo I, símbolo DAI-5 e 06 (seis) cargos de Secretário
e informática. Administrativo II, símbolo DAI-6.
Art. 64 - A Coordenação de Projetos para Assuntos da Copa tem Art. 74 - O Quadro de Cargos em Comissão da Secretaria da
por finalidade acompanhar e monitorar a implementação dos pro- Indústria, Comércio e Mineração é o constante do Anexo VII, que
jetos e ações relacionadas ao evento esportivo, bem como a coor- integra esta Lei.
denação dos Grupos Executivos de Trabalho da Copa 2014. Art. 75 - Fica criada, na estrutura organizacional da Secretaria
de Relações Institucionais - SERIN, a Coordenação de Políticas de Ju-
ventude, com a finalidade de coordenar, articular e integrar os pro-
gramas e ações do Governo do Estado, voltados à população jovem.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste ar- Art. 84 - A Superintendência de Cultura da SECULT passa a de-
tigo, ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da SERIN, nominar-se Superintendência de Desenvolvimento Territorial da
01 (um) cargo de Coordenador Executivo, símbolo DAS-2B, 01 (um) Cultura, com a finalidade de propor políticas e programas para o
cargo de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coor- desenvolvimento da cultura territorializada, bem como coordenar,
denador II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário Adminis- desenvolver e acompanhar estudos, pesquisas e ações de apoio à
trativo I, símbolo DAI-5. criação, produção, difusão e ao consumo dos bens culturais no Es-
Art. 76 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da tado da Bahia.
SERIN, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-2C, alocados Art. 85 - Fica criada, na estrutura organizacional da SECULT, o
na Coordenação de Assuntos Federativos e na Coordenação de Ar- Centro de Culturas Populares e Identitárias, com a finalidade de
ticulação Social, respectivamente. planejar, coordenar, fomentar e difundir informações sobre cultu-
Art. 77 - A estrutura de cargos em comissão do Gabinete do ras populares indígenas e afro-descendentes e sedimentar o pro-
Governador do Estado fica alterada, na forma a seguir indicada: cesso de desenvolvimento da cultura regional do Estado, bem como
I -ficam criados 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete, símbo- promover a dinamização e gestão cultural do Centro Histórico de
lo DAS-2A, 01 (um) cargo de Coordenador de Escritório, símbolo Salvador.
DAS-2A, 01 (um) cargo de Chefe de Cerimonial, símbolo DAS-2A, 07 Art. 86 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da
(sete) cargos de Assessor Especial, símbolo DAS-2B, 01 (um) cargo Secretaria de Cultura, 02 (dois) cargos de Assessor Especial, símbolo
de Coordenador Executivo, símbolo DAS-2B, 04 (quatro) cargos de DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 01 (um)
Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador cargo de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Assessor Téc-
I, símbolo DAS-2C, 13 (treze) cargos de Coordenador Técnico, sím- nico, símbolo DAS-3, 17 (dezessete) cargos de Coordenador II, sím-
bolo DAS-2D, 03 (três) cargos de Assessor Técnico, símbolo DAS-3, bolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Assessor Administrativo, símbolo
02 (dois) cargos de Secretário de Gabinete, símbolo DAS-3, 01 (um) DAI-4, 17 (dezessete) cargos de Coordenador de Centro de Cultura,
cargo de Assessor Administrativo, símbolo DAI-4, 02 (dois) cargos símbolo DAI-4, 07 (sete) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4,
de Assistente III, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente Orça- 02 (dois) cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo
mentário, símbolo DAI-4 e 04 (quatro) cargos de Coordenador III, de Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5 e 18 (dezoito) cargos
símbolo DAI-4. de Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6.
II - ficam extintos 01 (um) cargo de Assessor Especial do Gover- Art. 87 - Fica extinto, na estrutura de cargos em comissão da
nador, símbolo DAS-2A, 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2A e Secretaria de Cultura, 01 (um) cargo de Assistente de Execução Or-
01 (um) cargo de Coordenador de Escritório, símbolo DAS-2B. çamentária, símbolo DAI-5.
Art. 78 - Os cargos em comissão de Secretário Particular do Go- Art. 88 - Ficam criadas, na estrutura organizacional da Funda-
vernador, símbolo DAS-2A e de Chefe de Cerimonial, símbolo DAS- ção Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia
-2A, alocadas no Gabinete do Governador, serão ocupados, prefe- - FPC, as seguintes Unidades:
rencialmente, por portadores de diploma de nível superior. I -Centro de Memória da Bahia, com a finalidade de exercer
Art. 79 - O Quadro de Cargos em Comissão do Gabinete do Go- a coordenação e supervisão geral dos acervos documentais para
vernador - GABGOV é o constante do Anexo VIII que integra esta Lei. subsidiar a realização de pesquisas e estudos na área da história
Art. 80 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da política e administrativa da Bahia;
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - SEAGRI, 01 II - Diretoria do Livro e da Leitura, com a finalidade de plane-
(um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C, 08 (oito) cargos de Coorde- jar, coordenar, avaliar e apoiar programas e ações relacionadas ao
nador II, símbolo DAS-3, 03 (três) cargos de Coordenador III, sím- desenvolvimento da leitura, da produção literária e da cadeia pro-
bolo DAI-4 e 02 (dois) cargos de Assessor Administrativo, símbolo dutiva do livro, no âmbito do Estado da Bahia, bem como incentivar
DAI-4, alocados na Superintendência de Agricultura Familiar - SUAF. estas ações;
Art. 81 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da III -Diretoria do Arquivo Público do Estado da Bahia, com a fi-
Secretaria da Segurança Pública - SSP, 01 (um) cargo de Assessor de nalidade de planejar, coordenar, promover, acompanhar, avaliar e
Comunicação Social, símbolo DAS-2C, na Polícia Militar da Bahia - apoiar as ações pertinentes ao processo de preservação de docu-
PM/BA, 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social, símbolo mentos de valor histórico e cultural do Estado da Bahia.
DAS-2C e 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social I, sím- Art. 89 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da
bolo DAS-3 e, na Polícia Civil do Estado da Bahia - PC/BA, 01 (um) Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da
cargo de Assessor de Comunicação Social I, símbolo DAS-3. Bahia - FPC, 02 (dois) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, 01
Art. 82 - A estrutura de cargos em comissão da Secretaria da (um) cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4, e 02 (dois) cargos de
Saúde - SESAB fica modificada, na forma a seguir indicada: Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6.
I -ficam criados 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C e 01 Art. 90 - Fica extinto, na estrutura de cargos em comissão da
(um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2D; Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da
II - ficam extintos 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo Bahia - FPC, 01 (um) cargo de Assistente III, símbolo DAI-4.
DAS-3 e 03 (três) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4. Art. 91 - Ficam criadas, na estrutura organizacional do Institu-
Art. 83 - Fica alterada a estrutura organizacional e de cargos to do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, as seguintes
em comissão da Secretaria de Cultura - SECULT, da Fundação Pedro Unidades:
Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia - FPC, do I -Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, com a fi-
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC e da Fun- nalidade de planejar, coordenar e promover ações para o resgate
dação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB. e preservação da memória cultural baiana em todas as suas mani-
festações;

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

II - Diretoria de Projetos, Obras e Restauro, com a finalidade de (cinco) cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 02 (dois) cargos
planejar, coordenar, executar e avaliar as atividades pertinentes a de Supervisor, símbolo DAI-5, e 15 (quinze) cargos de Secretário Ad-
projetos, obras, conservação e restauração dos bens móveis e imó- ministrativo II, símbolo DAI-6.
veis culturais do Estado da Bahia. Art. 101 - O Quadro de Cargos em Comissão da Secretaria de
Art. 92 - Ficam extintas, na estrutura organizacional do Institu- Cultura - SECULT, da Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória
to do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, as seguintes e Arquivo Público da Bahia - FPC, do Instituto do Patrimônio Artís-
Unidades: tico e Cultural da Bahia - IPAC e da Fundação Cultural do Estado da
I -Diretoria de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural; Bahia - FUNCEB passam a ser os constantes dos Anexos IX, X, XI e
II -Diretoria de Ações Culturais. XII, respectivamente, desta Lei.
Art. 93 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão Art. 102 - Ficam extintos, na estrutura da Administração Pública
do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, 04 do Poder Executivo Estadual:
(quatro) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos I -o Instituto do Meio Ambiente - IMA, previsto no art. 5 da , de
de Coordenador III, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Coordenador 06 de junho de 2008, anteriormente denominado Centro de Recur-
IV, símbolo DAI-5, e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo II, sos Ambientais, autarquia estadual criada pela Lei Delegada nº 31 ,
símbolo DAI-6. de 03 de março de 1983;
Art. 94 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão do II - o Instituto de Gestão das Águas e Clima - INGÁ, previsto no
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, 02 (dois) art. 10 da , de 06 de junho de 2008, anteriormente denominado
cargos de Gerente, símbolo DAS-3, e 01 (um) cargo de Supervisor, Superintendência de Recursos Hídricos - SRH, autarquia estadual
símbolo DAI-5. criada pela Lei nº 6.812 , de 18 de janeiro de 1995.
Art. 95 - Ficam extintas, na estrutura organizacional da Funda- Art. 103 - Fica criado o Instituto do Meio Ambiente e Recursos
ção Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, as seguintes Unidades: Hídricos - INEMA, como autarquia vinculada à Secretaria do Meio
I -Diretoria de Literatura; Ambiente - SEMA, dotada de personalidade jurídica de direito pú-
II -Diretoria de Música e Artes Cênicas. blico, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, o
Art. 96 - Ficam criadas, na estrutura organizacional da Funda- qual reger-se-á por esta Lei e demais normas legais aplicáveis.
ção Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, as seguintes Unidades: § 1º - O INEMA terá sede e foro na cidade de Salvador, Estado
I -Diretoria das Artes, com a finalidade de propor e estimular da Bahia e prazo de duração indeterminado.
políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à § 2º - O INEMA gozará, no que couber, de todas as franquias e
dança e à literatura; privilégios concedidos aos órgãos da Administração Direta do Es-
II - Centro de Formação em Artes, com a finalidade de planejar, tado.
coordenar, executar e avaliar ações e projetos artístico-educativos, Art. 104 - Os recursos orçamentários e financeiros, bem como
promovendo a democratização do acesso aos cursos, o funciona- os acervos e obrigações do IMA e do INGÁ passam a ser transferidos
mento regular e a dinamização das diversas linguagens artísticas. para o INEMA, que os sucederá ainda nos direitos, créditos e obri-
Art. 97 - A Diretoria de Administração, Orçamento e Finanças gações decorrentes de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive
passa a denominar-se Diretoria de Administração e Finanças, com nas respectivas receitas.
a finalidade de executar as atividades de administração geral, mo- Art. 105 - O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
dernização e informática, administração financeira e contabilidade - INEMA tem por finalidade executar a Política Estadual de Meio
da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, em articulação Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Política Estadual de
com a Diretoria Geral da Secretaria de Cultura e os respectivos Sis- Recursos Hídricos, a Política Estadual sobre Mudança do Clima e a
temas formalmente instituídos. Política Estadual de Educação Ambiental.
Art. 98 - A Assessoria Técnica passa a ter por finalidade desem- Art. 106 - O INEMA tem as seguintes competências:
penhar as atividades de planejamento, programação e orçamenta- I -executar as ações e programas relacionados à Política Esta-
ção, em articulação com o respectivo Sistema Estadual de Planeja- dual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da Política
mento. Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre Mudança
Art. 99 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da do Clima e da Política Estadual de Educação Ambiental;
Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, 01 (um) cargo de II - participar da elaboração e da implementação do Plano Es-
Diretor, símbolo DAS-2B, 06 (seis) cargos de Coordenador I, símbolo tadual de Meio Ambiente, do Plano Estadual de Recursos Hídricos e
DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, e 11 do Plano Estadual sobre Mudança do Clima;
(onze) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4. III -realizar ações de Educação Ambiental, considerando as prá-
Art. 100 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão ticas de desenvolvimento sustentável;
da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, 02 (dois) cargos IV - promover a gestão florestal e do patrimônio genético, bem
de Diretor, símbolo DAS-2C, 04 (quatro) cargos de Coordenador Téc- como a restauração de ecossistemas, com vistas à proteção e pre-
nico, símbolo DAS-2D, 01 (um) cargo de Assessor Técnico, símbolo servação da flora e da fauna;
DAS-3, 02 (dois) cargos de Gerente, símbolo DAS-3, 06 (seis) cargos V -promover as ações relacionadas com a criação, a implanta-
de Administrador de Espaço Cultural, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo ção e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância com
de Assistente III, símbolo DAI-4, 15 (quinze) cargos de Coordenador o Sistema Estadual de Unidades de Conservação - SEUC, bem como
de Centro de Cultura, símbolo DAI-4, 03 (três) cargos de Diretor, elaborar e implementar os Planos de Manejo;
símbolo DAI-4, 05 (cinco) cargos de Subgerente, símbolo DAI-4, 01 VI - promover a gestão das águas superficiais e subterrâneas de
(um) cargo de Assistente Administrativo-Financeiro, símbolo DAI-5, domínio do Estado;
02 (dois) cargos de Assistente de Apoio Técnico, símbolo DAI-5, 05

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VII -fomentar a criação e organização de Comitês de Bacia Hi- § 2º - O representante dos servidores do INEMA e seu respec-
drográfica, visando garantir o seu funcionamento, bem como acom- tivo suplente serão escolhidos por votação, mediante escrutínio
panhar a implementação dos seus respectivos planos; secreto, realizada por entidade dos servidores ou, na sua falta, por
VIII - executar programas, projetos e ações voltadas à proteção comissão de servidores especialmente constituída para este fim.
e melhoria do meio ambiente, da biodiversidade e dos recursos hí- § 3º - O Diretor Geral do INEMA participará das reuniões do
dricos; Conselho, porém, sem direito a voto, quando forem deliberadas
IX - propor ao Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEPRAM matérias referentes a relatórios e prestações de contas da Autar-
e ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH normas para quia ou assuntos do seu interesse próprio.
a proteção, conservação, defesa e melhoria do meio ambiente e dos § 4º - Os membros do Conselho serão substituídos, em suas
recursos hídricos; ausências e impedimentos, pelos respectivos suplentes.
X -expedir licenças ambientais, emitir anuência prévia para im- § 5º - O Regimento do Conselho de Administração, por ele
plantação de empreendimentos e atividades em unidades de con- aprovado e homologado por ato do Governador do Estado, fixará as
servação estaduais, autorizar a supressão de vegetação, conceder normas de seu funcionamento.
outorga de direito de uso de recursos hídricos e praticar outros atos Art. 110 - A Diretoria Geral do INEMA, composta pelo conjunto
autorizativos, na forma da lei; de órgãos de planejamento, assessoramento, execução, avaliação e
XI - efetuar a cobrança pelo uso de recursos hídricos, de bens controle, tem a seguinte organização:
da biodiversidade e de outras receitas previstas na legislação am- I -Gabinete do Diretor Geral;
biental e de recursos hídricos; II - Procuradoria Jurídica;
XII -elaborar e gerenciar os cadastros ambientais e de recursos III -Coordenação de Ações Estratégicas;
hídricos; IV -Coordenação de Atendimento Ambiental;
XIII - coordenar, executar, acompanhar, monitorar e avaliar a V -Coordenação de Interação Social;
qualidade ambiental e de recursos hídricos; VI -Coordenação de Gestão Descentralizada:
XIV - pesquisar e monitorar o tempo, o clima e as mudanças a)Unidades Regionais;
climáticas, bem como a ocorrência da desertificação; VII -Diretoria de Regulação;
XV -efetuar a previsão meteorológica e os monitoramentos hi- VIII - Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental;
drológicos, hidrogeológicos, climáticos e hidrometeorológicos; IX -Diretoria de Águas;
XVI - realizar estudos e pesquisas destinados à elaboração e X -Diretoria de Biodiversidade;
execução de programas, projetos e ações voltadas à melhoria da XI -Diretoria de Unidades de Conservação;
qualidade ambiental e de recursos hídricos; XII -Diretoria Administrativa e Financeira.
XVII -celebrar convênios, contratos, ajustes e protocolos com Art. 111 - O Gabinete do Diretor Geral tem por finalidade pres-
instituições públicas e privadas, nacionais, estrangeiras e interna- tar assistência ao Diretor Geral em suas tarefas técnicas e adminis-
cionais, bem como termos de compromisso, observada a legislação trativas.
pertinente; Art. 112 - A Procuradoria Jurídica tem por finalidade exercer a
XVIII - exercer o poder de polícia administrativa, preventiva ou representação judicial e extrajudicial, a consultoria e o assessora-
repressiva, fiscalizando o cumprimento da legislação ambiental e de mento jurídico ao INEMA, mediante a vinculação técnica à Procura-
recursos hídricos. doria Geral do Estado e, de acordo com a legislação das Procurado-
Art. 107 - O INEMA atuará em articulação com os órgãos e enti- rias Jurídicas das Autarquias e Fundações do Estado da Bahia.
dades da Administração Pública Estadual e com a sociedade civil or- Art. 113 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por fina-
ganizada, para consecução de seus objetivos, em consonância com lidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão e do
as diretrizes das Políticas Nacionais do Meio Ambiente, de Recursos aperfeiçoamento do Sistema Estadual de Informações Ambientais e
Hídricos, sobre Mudança do Clima e de Educação Ambiental. de Recursos Hídricos - SEIA, de acordo com as diretrizes e priorida-
Art. 108 - O INEMA tem a seguinte estrutura organizacional bá- des estabelecidas pela SEMA, voltadas à otimização do desempe-
sica: nho organizacional e fortalecimento dos resultados institucionais,
I -Conselho de Administração; em articulação com as unidades do INEMA.
II - Diretoria Geral. Art. 114 - A Coordenação de Atendimento Ambiental tem por
Art. 109 - O Conselho de Administração, órgão consultivo, deli- finalidade executar a triagem técnica e administrativa de documen-
berativo, de orientação e supervisão superior, tem por finalidade o tos, formar, exercer o acompanhamento, controle e guarda de pro-
acompanhamento, controle e avaliação das ações executadas pelo cessos, bem como realizar o controle e a expedição de correspon-
INEMA, sendo integrado pelos seguintes membros: dências destinadas ao Instituto ou geradas por este.
I -o Secretário do Meio Ambiente, que o presidirá; Art. 115 - A Coordenação de Interação Social tem por finalidade
II -o Diretor Geral do INEMA; coordenar, gerir e executar, de forma descentralizada e participati-
III -01 (um) representante da Casa Civil; va, as ações relativas à implementação e funcionamento dos Conse-
IV -01 (um) representante da Secretaria da Administração; lhos Gestores das Unidades de Conservação, dos Comitês de Bacia
V -01 (um) representante da Procuradoria Geral do Estado; Hidrográfica e das Audiências Públicas.
VI -01 (um) representante dos servidores do INEMA. Art. 116 - A Coordenação de Gestão Descentralizada tem por
§ 1º - Os membros do Conselho de Administração e seus su- finalidade promover a articulação, a gestão e a integração das Uni-
plentes serão nomeados pelo Governador do Estado, para um man- dades Regionais, bem como apoiar a desconcentração e descentra-
dato de 02 (dois) anos, permitida uma recondução, sendo que os lização da gestão ambiental do Estado.
referidos nos incisos III a V serão indicados pelos respectivos órgãos.

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Parágrafo único - As Unidades Regionais são unidades de des- II - os recursos correspondentes a 95% (noventa e cinco por
concentração da gestão das atividades da Autarquia, que têm por fi- cento) dos valores das multas administrativas por atos lesivos ao
nalidade executar a Política Estadual do Meio Ambiente e de Prote- meio ambiente, a serem repassados pelo Fundo de Recursos para o
ção à Biodiversidade e a Política Estadual de Recursos Hídricos, nas Meio Ambiente - FERFA;
suas respectivas regiões, através do licenciamento, monitoramento III -os valores correspondentes às multas administrativas por
e fiscalização ambiental, além de prestar apoio aos municípios no descumprimento da legislação estadual de recursos hídricos;
desenvolvimento da gestão ambiental local, em articulação com a IV -os valores da arrecadação da Taxa de Controle e Fiscalização
SEMA. Ambiental, incidente sobre as atividades utilizadoras de recursos
Art. 117 - A Diretoria de Regulação tem por finalidade plane- naturais e atividades potencialmente poluidoras do meio ambien-
jar, organizar e coordenar as ações necessárias para emissão das te, prevista no art. 3º da Lei Estadual nº 11.631, de 30 de dezembro
licenças ambientais e dos atos autorizativos de meio ambiente e de de 2009;
recursos hídricos, na forma da lei. V -os recursos correspondentes a até 25% (vinte e cinco por
Art. 118 - A Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Am- cento) dos previstos no inciso III do art. 1º da Lei Estadual nº 9.281,
biental tem por finalidade fiscalizar o cumprimento da legislação de 07 de outubro de 2004, referentes às compensações financeiras
ambiental e de recursos hídricos, bem como coordenar, executar, previstas no § 1º do art. 20 da Constituição Federal, a serem repas-
acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade ambiental e de recur- sados pelo FERFA;
sos hídricos. VI - os recursos correspondentes a 20% (vinte por cento) da
Art. 119 - A Diretoria de Águas tem por finalidade implementar cobrança pelo fornecimento de água bruta dos reservatórios;
os planos de recursos hídricos, bem como promover estudos, im- VII -os valores provenientes da remuneração pela análise dos
plementar e avaliar medidas, ações, programas e projetos, visando processos de licenciamento ambiental e pela prestação de serviços;
assegurar o gerenciamento do uso, a qualidade e conservação dos VIII -os valores provenientes da cobrança de emolumentos
recursos hídricos e o atendimento da demanda e da oferta hídrica administrativos para expedição das outorgas de direito de uso dos
estadual. recursos hídricos;
Art. 120 - A Diretoria de Biodiversidade tem por finalidade co- IX -os valores correspondentes às multas aplicadas pelo des-
ordenar a gestão florestal e do patrimônio genético, bem como a cumprimento de Termo de Compromisso celebrado pela Entidade;
execução de programas e projetos de proteção e restauração de X -os valores provenientes da venda de publicações ou outros
ecossistemas. materiais educativos e técnicos produzidos pela Entidade;
Art. 121 - A Diretoria de Unidades de Conservação tem por fina- XI - os recursos oriundos de convênios, acordos ou contratos
lidade coordenar as ações relacionadas com a criação, a implanta- celebrados com entidades públicas ou privadas, organismos ou em-
ção e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância com presas nacionais, estrangeiras ou internacionais;
o SEUC, bem como elaborar e implementar os Planos de Manejo. XII -as doações, legados, subvenções e quaisquer outras fontes
Art. 122 - A Diretoria Administrativa e Financeira tem por fi- ou atividades.
nalidade executar as atividades de programação, orçamentação, § 1º - Será destinado a projetos de melhoria ambiental o per-
acompanhamento, avaliação, estudos e análises, material, patri- centual de 80% (oitenta por cento) do valor resultante do recurso
mônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa previsto no inciso II do caput deste artigo.
e informática, administração financeira e de contabilidade, e de § 2º - Fica mantida a destinação de 80% (oitenta por cento) dos
arrecadação. recursos previstos no inciso VI do caput deste artigo para o órgão
Art. 123 - Ato do Chefe do Poder Executivo estabelecerá as Uni- responsável pela administração, operação e manutenção do reser-
dades Regionais, definindo as suas áreas de abrangência. vatório.
Art. 124 - O Diretor Geral será nomeado pelo Governador do Art. 128 - A prestação de contas do INEMA, relativa à admi-
Estado. nistração dos bens e recursos obtidos, no exercício ou na gestão,
Art. 125 - Aos Diretores e demais dirigentes do INEMA incum- será elaborada em conformidade com as disposições constitucio-
be planejar, dirigir, avaliar o desempenho, coordenar, controlar e nais sobre a matéria, com o disposto em lei, no Regimento e demais
orientar a execução das atividades de sua área de competência e normas legais aplicáveis, devendo ser encaminhadas ao Tribunal de
exercer outras atribuições que lhes forem cometidas pelo Diretor Contas do Estado.
Geral da entidade. Art. 129 - O exercício financeiro do INEMA coincidirá com o ano
Art. 126 - Constituem patrimônio do INEMA, os bens móveis e civil.
imóveis, valores, rendas e direitos atualmente pertencentes ao IMA Art. 130 - O regime jurídico do pessoal do INEMA é o estabele-
e ao INGÁ ou que lhe venham a ser adjudicados ou transferidos. cido para o serviço público estadual.
§ 1º - Os bens, diretos e valores do INEMA serão utilizados, § 1º - A admissão de servidores do INEMA dar-se-á mediante
exclusivamente, no cumprimento dos seus objetivos, permitida, a concurso público e com observância ao plano de cargos e salários e
critério da Diretoria Geral, a utilização de uns e outros para obten- benefícios previstos em lei.
ção de rendas destinadas ao atendimento de suas finalidades. § 2º - Os cargos efetivos do INGÁ e do IMA passam a integrar
§ 2º - Em caso de extinção do INEMA, seus bens e direitos re- o quadro do INEMA, onde desempenharão as suas respectivas atri-
verterão ao patrimônio do Estado da Bahia, salvo disposição em buições legais.
contrário expressa em lei. § 3º - Ficam transferidos da estrutura de cargos efetivos do IMA
Art. 127 - Constituem receitas do INEMA: e do INGÁ para o INEMA os cargos de Procurador Jurídico e suas
I -os créditos orçamentários que lhe forem consignados pelo respectivas classes, previstos no Anexo II da Lei nº 8.208, de 04 de
Orçamento Geral do Estado; fevereiro de 2002.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

§ 4º - O Poder Executivo poderá colocar à disposição do INEMA a)Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos -
servidores públicos do seu quadro para auxiliar no desempenho de INEMA;
programas ou projetos específicos. b)Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia - CERB.
Art. 131 - Fica criado o Sistema Estadual de Informações Am- Art. 135 - O CEPRAM, órgão superior do Sistema Estadual do
bientais e de Recursos Hídricos - SEIA, que absorverá o Sistema Es- Meio Ambiente, com funções de natureza consultiva, normativa,
tadual de Informações Ambientais - SEIA e o Sistema Estadual de deliberativa e recursal, tem por finalidade o planejamento e acom-
Informações de Recursos Hídricos - SEIRH. panhamento da política e das diretrizes governamentais voltadas
Art. 132 - A Secretaria do Meio Ambiente - SEMA, criada pela para o meio ambiente, a biodiversidade e a definição de normas
Lei n° 8.538, de 20 de dezembro de 2002, alterada pelas Leis nº e padrões relacionados à preservação e conservação dos recursos
9.525, de 21 de junho de 2005, nº 10.431, de 20 de dezembro de naturais.
2006 e nº 11.050, de 06 de junho de 2008, tem por finalidade pla- Art. 136 - O CONERH, órgão superior do Sistema Estadual de
nejar, coordenar, supervisionar e controlar a política estadual e as Gerenciamento de Recursos Hídricos, com caráter consultivo, nor-
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, a biodiver- mativo, deliberativo, recursal e de representação, tem por finalida-
sidade e os recursos hídricos. de o planejamento e acompanhamento da política e das diretrizes
Art. 133 - A SEMA passa a ter as seguintes competências: governamentais voltadas para a gestão dos recursos hídricos.
I -planejar, coordenar, supervisionar e controlar a Política Esta- Art. 137 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar
dual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da Política assistência ao Titular da Pasta em suas tarefas técnicas e adminis-
Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre Mudança trativas.
do Clima e da Política Estadual de Educação Ambiental; Art. 138 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por fina-
II - planejar, coordenar, orientar e integrar as ações relativas ao lidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão e do
Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEMA e ao Sistema Estadual aperfeiçoamento do SEIA, de acordo com as diretrizes e prioridades
de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGREH; estabelecidas nas políticas governamentais voltadas para a otimiza-
III -promover a integração das políticas ambientais do Estado ção do desempenho organizacional e fortalecimento dos resultados
entre si e com as políticas públicas setoriais, bem como a articu- institucionais, em articulação com a Diretoria Geral.
lação de sua atuação com o Sistema Nacional do Meio Ambiente - Art. 139 - A Coordenação de Gestão dos Fundos tem por fina-
SISNAMA e com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos lidade exercer a gestão orçamentária, financeira e patrimonial do
Hídricos - SINGREH; FERFA, do FERHBA e da Câmara de Compensação Ambiental.
IV - elaborar o Plano Estadual de Meio Ambiente, o Plano Es- Art. 140 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação
tadual de Recursos Hídricos e o Plano Estadual sobre Mudança do dos órgãos setoriais e seccionais dos sistemas formalmente institu-
Clima, supervisionando a sua implementação; ídos, responsáveis pela execução das atividades de programação,
V -gerir o Fundo de Recursos para o Meio Ambiente - FERFA, o orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e análises,
Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FERHBA e a Câmara de Com- material, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização
pensação Ambiental, exercendo o controle orçamentário, financei- administrativa e informática, e de administração financeira e de
ro e patrimonial dos mesmos; contabilidade.
VI - exercer a Secretaria Executiva do CEPRAM e do CONERH; Art. 141 - A Superintendência de Estudos e Pesquisas Ambien-
VII -gerir e operacionalizar o SEIA, promovendo a integração tais tem por finalidade planejar, coordenar e executar ações para a
com os demais sistemas relacionados com a sua área de atuação; promoção do conhecimento, informação e inovação, direcionadas
VIII - planejar, coordenar e executar ações para a promoção ao desenvolvimento tecnológico e científico em gestão ambiental,
de estudos e pesquisas voltados ao desenvolvimento tecnológico e bem como aprimorar seus instrumentos de gestão ambiental na
científico para o uso sustentável e racional dos recursos ambientais busca do desenvolvimento sustentável e da qualidade ambiental.
e hídricos; Art. 142 - A Superintendência de Políticas e Planejamento Am-
IX - apoiar o fortalecimento da gestão ambiental municipal, po- bientais tem por finalidade planejar as políticas de meio ambien-
dendo delegar competência; te e de recursos hídricos, bem como coordenar e supervisionar a
X -promover e estimular a celebração de convênios e acordos execução de seus programas e projetos de gestão, promovendo a
entre entidades públicas, privadas e organizações não-governa- articulação institucional e a educação ambiental.
mentais, nacionais, estrangeiras e internacionais, com vistas à oti- Art. 143 - A Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia -
mização da gestão ambiental e de recursos hídricos no Estado. CERB, criada pela Lei nº 2.929, de 11 de maio de 1971, alterada
Art. 134 - A SEMA tem a seguinte estrutura organizacional bá- pelas Leis nº 6.074, de 22 de maio de 1991, nº 8.538, de 20 de de-
sica: zembro de 2002 e nº 11.050, de 06 de junho de 2008, passa a deno-
I -Órgãos Colegiados: minar-se Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos
a)Conselho Estadual do Meio Ambiente - CEPRAM; da Bahia - CERB.
b)Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH; Art. 144 - A Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos
II -Órgãos da Administração Direta: Hídricos da Bahia - CERB, sociedade de economia mista de capital
a)Gabinete do Secretário; autorizado, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, tem a fi-
b)Coordenação de Ações Estratégicas; nalidade de executar programas, projetos e ações de engenharia
c)Coordenação de Gestão dos Fundos; ambiental e aproveitamento dos recursos hídricos, perenização de
d)Diretoria Geral; rios, perfuração de poços, construção, operação e manutenção de
e)Superintendência de Estudos e Pesquisas Ambientais; barragens e obras para mitigação dos efeitos da seca e convivência
f)Superintendência de Políticas e Planejamento Ambiental;
III -Entidades da Administração Indireta:
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MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

com o semi-árido, bem como a execução de outros programas, pro-


jetos e ações relativas a obras de infraestrutura que lhe venham a LEI FEDERAL Nº 10.678, DE 23 DE MAIO DE 2003, COM AS
ser atribuídas dentro da política de Governo do Estado para o setor. ALTERAÇÕES DA LEI FEDERAL Nº 13.341, DE 29 DE SETEM-
Parágrafo único - A estrutura organizacional e funcional da BRO DE 2016 (REFERENTE À SECRETARIA DE POLÍTICAS DE
CERB, bem como a definição de suas competências, inclusive das PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL DA PRESIDÊNCIA DA
unidades organizacionais que a compõem, serão definidas em seu REPÚBLICA).
Estatuto Social e Regimento Interno.
Art. 145 - O Quadro de Cargos em Comissão do INEMA é o
constante do Anexo XIII desta Lei. LEI NO 10.678, DE 23 DE MAIO DE 2003.
Art. 146 - Ficam extintos os cargos em comissão previstos nos
Quadros de Cargos em Comissão do IMA e do INGÁ, constantes dos Cria a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualda-
Anexos II e III da Lei nº 11.050, 06 de junho de 2008. de Racial, da Presidência da República, e dá outras providências.
Art. 147 - Fica alterado o Quadro de Cargos em Comissão da
SEMA, que passa a ser o constante do Anexo XIV desta Lei. Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida
Art. 148 - Fica o Poder Executivo autorizado a promover, no Provisória nº 111, de 2003, que o Congresso Nacional aprovou, e
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, os atos necessários: eu, Eduardo Siqueira Campos, Segundo Vice-Presidente, no exercí-
I -à elaboração dos atos regulamentares e regimentais que de- cio da Presidência da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos
corram, implícita ou explicitamente, das disposições desta Lei, in- do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada
clusive os que se relacionam com pessoal, material e patrimônio, pela Emenda constitucional nº 32, combinado com o art. 12 da Re-
bem como as alterações organizacionais e de cargos em comissão solução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei:
decorrentes desta Lei;
II - à utilização, para o funcionamento das Secretarias de Esta- Art. 1o Fica criada, como órgão de assessoramento imediato ao
do, ora criadas, mediante processo formal de cessão, de servido- Presidente da República, a Secretaria Especial de Políticas de Pro-
res das demais Secretarias, Autarquias e Fundações do Estado da moção da Igualdade Racial.
Bahia, bem como de servidores de outras esferas governamentais, Art. 2o (Revogado pela Lei nº 12.314, de 2010)
por meio de instrumento próprio adequado; Art. 3o O CNPIR será presidido pelo titular da Secretaria Espe-
III -à abertura de créditos adicionais, necessários ao funciona- cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da
mento das Secretarias e demais órgãos e entidades da Administra- República, e terá a sua composição, competências e funcionamento
ção Pública Indireta do Poder Executivo Estadual; estabelecidos em ato do Poder Executivo, a ser editado até 31 de
IV -à continuidade dos serviços, até a definitiva estruturação agosto de 2003.
das Secretarias e demais órgãos e entidades da Administração Pú- Parágrafo único. A Secretaria Especial de Políticas de Promo-
blica Indireta do Poder Executivo Estadual, em especial os proces- ção da Igualdade Racial, da Presidência da República, constituirá,
sos licitatórios; no prazo de noventa dias, contado da publicação desta Lei, grupo
V -à transferência dos contratos, convênios, protocolos e de- de trabalho integrado por representantes da Secretaria Especial e
mais instrumentos vigentes, necessária à implementação das al- da sociedade civil, para elaborar proposta de regulamentação do
terações das competências definidas nesta Lei, procedendo-se às CNPIR, a ser submetida ao Presidente da República.
devidas adequações orçamentárias; Art. 4º Fica criado, na Secretaria Especial de Políticas de Promo-
VI - à elaboração de estudos sobre o quadro de cargos efeti- ção da Igualdade Racial da Presidência da República, 1(um) cargo
vos para atendimento às atividades inerentes às competências da de Secretário-Adjunto, código DAS 101.6. (Redação dada pela Lei nº
SEMA e do INEMA, a ser definido em lei; 11.693, de 2008)
VII -às modificações orçamentárias que se fizerem necessárias Art. 4º-A. Fica transformado o cargo de Secretário Especial de
ao cumprimento do disposto nesta Lei, respeitados os valores glo- Políticas de Promoção da Igualdade Racial no cargo de Ministro de
bais constantes do orçamento vigente e no Plano Plurianual. Estado Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Art. 149 - Revogam-se as disposições em contrário, em especial Igualdade Racial. (Incluído pela Lei nº 11.693, de 2008)
a Lei nº 11.050 , de 06 de junho de 2008, os artigos 49, 51 e 52 da Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Lei nº 11.612 , de 08 de outubro de 2009, e o artigo 171, caput e
parágrafo único da Lei nº 10.431 , de 20 de dezembro de 2006. Congresso Nacional, em 23 de maio de 2003; 182º da Indepen-
Art. 150 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. dência e 115º da República.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 04 de maio
de 2011. LEI Nº 13.341, DE 29 DE SETEMBRO DE 2016.

Art. 19 - Esta Lei entrará em vigor em 1º de janeiro de 2007. Altera as Leis n º 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe
Art. 20 - Revogam-se as disposições em contrário. sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 28 de e 11.890, de 24 de dezembro de 2008, e revoga a Medida Provisória
dezembro de 2006. nº 717, de 16 de março de 2016.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-


cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Art. 1 o Ficam extintos: II - Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institu-


I - a Secretaria de Portos da Presidência da República; cional da Presidência da República;
II - a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República; III - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Gabinete de
III - a Controladoria-Geral da União; Segurança Institucional da Presidência da República;
IV - o Ministério das Comunicações; IV - Natureza Especial de Secretário Especial de Agricultura Fa-
V - o Ministério do Desenvolvimento Agrário; miliar e do Desenvolvimento Agrário do Ministério do Desenvolvi-
VI - o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventu- mento Social e Agrário.
de e dos Direitos Humanos; Art. 6º Ficam transferidas as competências:
VII - a Casa Militar da Presidência da República; e I - da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e
VIII - a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re- da Secretaria de Portos da Presidência da República para o Ministé-
pública. rio dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
Art. 2º Ficam transformados: II - da Controladoria-Geral da União para o Ministério da Trans-
I - o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte- parência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU;
rior em Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; III - do Ministério das Comunicações para o Ministério da Ciên-
II - o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em Ministério cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; IV - do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven-
III - o Ministério do Trabalho e Previdência Social em Ministério tude e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Cidada-
do Trabalho; nia, ressalvadas as competências sobre políticas para a juventude;
IV - o Ministério da Justiça em Ministério da Justiça e Cidadania; V - do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério
V - o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Desenvolvimento Social e Agrário;
em Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário; VI - da Casa Militar da Presidência da República para o Gabinete
VI - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em Mi- de Segurança Institucional da Presidência da República; e
nistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e VII - da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re-
VII - o Ministério dos Transportes em Ministério dos Transpor- pública para a Casa Civil da Presidência da República.
tes, Portos e Aviação Civil. Art. 7º Ficam transferidos os órgãos e as entidades supervisio-
Art. 3º Ficam criados: nadas, no âmbito:
I - o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria- I - da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e
-Geral da União - CGU; e da Secretaria de Portos da Presidência da República para o Ministé-
II - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Re- rio dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
pública. II - da Controladoria-Geral da União para o Ministério da Trans-
Art. 4º Ficam extintos os cargos de: parência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU;
I - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da Presi- III - do Ministério das Comunicações para o Ministério da Ciên-
dência da República; cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Aviação Civil da IV - do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven-
Presidência da República; tude e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Cida-
III - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação So- dania, ressalvados aqueles com competências relativas a políticas
cial da Presidência da República; para a juventude;
IV - Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União; V - do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério
V - Ministro de Estado das Comunicações; do Desenvolvimento Social e Agrário;
VI - Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário; VI - da Casa Militar da Presidência da República para o Gabinete
VII - Ministro de Estado das Mulheres, da Igualdade Racial, da de Segurança Institucional da Presidência da República; e
Juventude e dos Direitos Humanos; VII - da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re-
VIII - Secretário-Executivo da Secretaria de Portos da Presidên- pública para a Casa Civil da Presidência da República.
cia da República; Parágrafo único. Mantidos os demais órgãos e entidades super-
IX - Secretário-Executivo da Secretaria de Aviação Civil da Pre- visionadas que lhe componham a estrutura organizacional ou que
sidência da República; lhe estejam vinculados, ficam transferidos:
X – (VETADO); I - o Conselho de Recursos da Previdência Social, que passa a se
XI - Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento chamar Conselho de Recursos do Seguro Social, e o Instituto Nacio-
Agrário; nal do Seguro Social - INSS, do Ministério do Trabalho e Previdência
XII - Secretário-Executivo do Ministério das Mulheres, da Igual- Social para o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;
dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos; II - a Superintendência Nacional de Previdência Complementar
XIII - Chefe da Casa Militar da Presidência da República; - PREVIC, o Conselho Nacional de Previdência Complementar e a
XIV - Secretário Especial da Previdência Social do Ministério do Câmara de Recursos da Previdência Complementar para o Ministé-
Trabalho e Previdência Social; e rio da Fazenda;
XV - Secretário Especial do Trabalho do Ministério do Trabalho III - o Conselho Nacional de Previdência Social e a Empresa de
e Previdência Social. Tecnologia e Informações da Previdência Social - DATAPREV, que
Art. 5º Ficam criados os cargos de: passam a se chamar, respectivamente, Conselho Nacional de Pre-
I - Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e Controla- vidência e Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência -
doria-Geral da União - CGU; DATAPREV, para o Ministério da Fazenda;

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

IV - a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Ga- XVI - Natureza Especial de Subchefe-Executivo da Secretaria de
rantias S.A. - ABGF e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econô- Comunicação Social da Presidência da República em cargo de Natu-
mico e Social - BNDES para o Ministério do Planejamento, Desen- reza Especial de Secretário Especial da Secretaria de Comunicação
volvimento e Gestão; Social da Casa Civil da Presidência da República;
V - o Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Ama- XVII - Natureza Especial de Secretário Especial de Direitos Hu-
zônia - CONSIPAM da Casa Civil da Presidência da República para o manos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven-
Ministério da Defesa; tude e dos Direitos Humanos em cargo de Natureza Especial de
VI – (VETADO); e Secretário Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça
VII - a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX para a Presidência e Cidadania;
da República. XVIII - Natureza Especial de Secretário Especial de Políticas de
Art. 8º Ficam transformados os cargos de: Promoção da Igualdade Racial do Ministério das Mulheres, da Igual-
I - Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comér- dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos em cargo de Na-
cio Exterior em cargo de Ministro de Estado da Indústria, Comércio tureza Especial de Secretário Especial de Políticas de Promoção da
Exterior e Serviços; Igualdade Racial do Ministério da Justiça e Cidadania;
II - Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação em XIX - Natureza Especial de Secretário Especial de Políticas para
cargo de Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co- as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da
municações; Juventude e dos Direitos Humanos em cargo de Natureza Especial
III - Ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social em car- de Secretário Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério
go de Ministro de Estado do Trabalho; da Justiça e Cidadania; e
IV - Ministro de Estado da Justiça em cargo de Ministro de Esta- XX - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério
do da Justiça e Cidadania; das Comunicações em Natureza Especial de Secretário Especial dos
V - Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça e Ci-
à Fome em cargo de Ministro de Estado do Desenvolvimento Social dadania.
e Agrário; Art. 9º Para fins do disposto no art. 1º, os cargos inerentes aos
VI - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão órgãos comuns, nos termos em que os define o art. 28 da Lei nº
em cargo de Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento 10.683, de 28 de maio de 2003 , serão suprimidos por ocasião da
e Gestão; publicação dos decretos das estruturas regimentais dos órgãos que
VII - Ministro de Estado dos Transportes em cargo de Ministro incorporarem as respectivas competências.
de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil; Art. 10. O acervo patrimonial e o quadro de servidores efeti-
VIII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério vos dos órgãos e entidades extintos, transformados, transferidos,
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em cargo de Na- incorporados ou desmembrados por esta Lei serão transferidos aos
tureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da Indústria, órgãos que absorverem as suas competências, bem como os res-
Comércio Exterior e Serviços; pectivos direitos, créditos e obrigações decorrentes de lei, atos ad-
IX - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da ministrativos ou contratos, inclusive as receitas e despesas.
Ciência, Tecnologia e Inovação em cargo de Natureza Especial de Parágrafo único. Aplica-se às dotações orçamentárias dos ór-
Secretário-Executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inova- gãos e entidades de que trata o caput o disposto no art. 52 da Lei nº
ções e Comunicações; 13.242, de 30 de dezembro de 2015 .
X - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério do Art. 11. Ficam transferidas aos órgãos que recebam as atribui-
Trabalho e Previdência Social em cargo de Natureza Especial de Se- ções correspondentes e a seus titulares as competências e as in-
cretário-Executivo do Ministério do Trabalho; cumbências, estabelecidas em lei, dos órgãos transformados e de
XI - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da seus titulares, transferidos ou extintos por esta Lei.
Justiça em cargo de Natureza Especial de Secretário-Executivo do Art. 12. A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 , passa a vigorar
Ministério da Justiça e Cidadania; com as seguintes alterações:
XII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério do “Art. 1º .......................................................................
Desenvolvimento Social e Combate à Fome em cargo de Natureza .....................................................................................
Especial de Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento IV - (revogado);
Social e Agrário; .....................................................................................
XIII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério VI - pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
do Planejamento, Orçamento e Gestão em cargo de Natureza Espe- República;
cial de Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, Desen- .....................................................................................
volvimento e Gestão; XI - (revogado);
XIV - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério XII - (revogado);
dos Transportes em cargo de Natureza Especial de Secretário-Exe- ......................................................................................
cutivo do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil; § 1º ..............................................................................
XV - Natureza Especial de Secretário-Executivo da Controlado- ......................................................................................
ria-Geral da União em cargo de Natureza Especial de Secretário- X - (revogado).
-Executivo do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- ......................................................................................
doria-Geral da União - CGU; § 3º (VETADO).
I - (revogado);
............................................................................” (NR)
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

“Art. 2º ................................................................. VI - articulação e supervisão dos órgãos e entidades envolvidos


I - .......................................................................... na integração para o registro e legalização de empresas.
...................................................................................... § 2º .............................................................................
e) na formulação e implementação da política de comunicação ......................................................................................
e divulgação social do Governo Federal; IV-A - a Secretaria Nacional de Juventude;
f) na implementação de programas informativos; .....................................................................................
g) na organização e desenvolvimento de sistemas de informa- VIII - (revogado);
ção e pesquisa de opinião pública; IX - (revogado);
h) na coordenação da comunicação interministerial e das ações X - o Conselho Nacional de Juventude;
de informação e difusão das políticas de governo; XI - a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa.
i) na coordenação, normatização, supervisão e controle da pu- § 3º Caberá ao Secretário-Executivo da Secretaria de Governo
blicidade e de patrocínios dos órgãos e das entidades da adminis- da Presidência da República exercer, além da supervisão e da co-
tração pública federal, direta e indireta, e de sociedades sob con- ordenação das Secretarias integrantes da estrutura regimental da
trole da União; Secretaria de Governo da Presidência da República subordinadas
j) na convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão; ao Ministro de Estado da Secretaria de Governo da Presidência da
k) na coordenação e consolidação da implementação do siste- República, as funções que lhe forem por este atribuídas.” (NR)
ma brasileiro de televisão pública; “ Art. 6º Ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
l) na assistência ao Presidente da República relativamente à co- da República compete:
municação com a sociedade; .......................................................................................
m) no relacionamento do Presidente da República com a im- III - analisar e acompanhar questões com potencial de risco,
prensa nacional, regional e internacional; prevenir a ocorrência e articular o gerenciamento de crises, em
n) na coordenação do credenciamento de profissionais de im- caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional;
prensa e do acesso e do fluxo a locais onde ocorram atividades de IV - coordenar as atividades de inteligência federal;
que participe o Presidente da República; V - realizar o assessoramento pessoal em assuntos militares e
o) na prestação de apoio jornalístico e administrativo ao comitê de segurança;
de imprensa do Palácio do Planalto; VI - coordenar as atividades de segurança da informação e das
p) na divulgação de atos e de documentação para órgãos pú- comunicações;
blicos; VII - zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela se-
q) no apoio aos órgãos integrantes da Presidência da República gurança pessoal do Presidente da República, do Vice-Presidente da
no relacionamento com a imprensa; e República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essen-
..................................................................................... ciais da Presidência da República e de outras autoridades ou perso-
Parágrafo único. .......................................................... nalidades, quando determinado pelo Presidente da República, bem
I - (revogado); como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências
...................................................................................... do Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
IV - a Secretaria Executiva; VIII - coordenar as atividades do Sistema de Proteção Nuclear
V - até três Subchefias; Brasileiro como seu órgão central; e
VI - a Secretaria Especial de Comunicação Social; e IX - planejar e coordenar viagens presidenciais no País e, no
VII - até três Secretarias.” (NR) exterior, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores.
“Art. 3º ................................................................. ......................................................................................
..................................................................................... § 3º Os locais onde o Presidente da República e o Vice-Presiden-
XII - (revogado); te da República trabalham, residem, estejam ou haja a iminência de
XIII - (revogado); virem a estar, e adjacências, são áreas consideradas de segurança
..................................................................................... das referidas autoridades e cabe ao Gabinete de Segurança Institu-
§ 1º ....................................................................... cional da Presidência da República, para os fins do disposto neste
I - supervisão e execução das atividades administrativas da artigo, adotar as necessárias medidas para a sua proteção e coor-
Presidência da República e, supletivamente, da Vice-Presidência da denar a participação de outros órgãos de segurança nessas ações.
República; § 4º O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
II - avaliação da ação governamental e do resultado da gestão República tem como estrutura básica:
dos administradores, no âmbito dos órgãos integrantes da Presidên- .......................................................................................
cia da República e Vice-Presidência da República, além de outros IV - a Secretaria-Executiva e até três Secretarias; e
determinados em legislação específica, por intermédio da fiscaliza- V - a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN.” (NR)
ção contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial; “ Art. 11-A . Ao Conselho de Aviação Civil, presidido pelo Minis-
III - formulação, supervisão, coordenação, integração e articu- tro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil, com composi-
lação de políticas públicas para a juventude; ção e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo, compete
IV - articulação, promoção e execução de programas de coope- estabelecer as diretrizes da política relativa ao setor de aviação ci-
ração com organismos nacionais e internacionais, públicos e priva- vil.” (NR)
dos, voltados à implementação de políticas de juventude; “Art. 16. ...............................................................
V - elaboração da agenda futura do Presidente da República;

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

§ 1º O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional VIII - da Justiça e Cidadania;


terão como Secretários-Executivos, respectivamente, o Ministro de IX - da Saúde;
Estado Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República X - da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da
e o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucio- União - CGU;
nal da Presidência da República. XI - das Cidades;
§ 2º A Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional será XII - das Relações Exteriores;
presidida pelo Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança XIII - de Minas e Energia;
Institucional da Presidência da República.” (NR) XIV - do Desenvolvimento Social e Agrário;
“ Art. 18. Ao Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização XV - do Esporte;
e Controladoria-Geral da União - CGU, no exercício da sua compe- XVI - do Meio Ambiente;
tência, incumbe, especialmente: XVII - do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão;
I - decidir, preliminarmente, sobre as representações ou de- .......................................................................................
núncias fundamentadas que receber, indicando as providências XIX - do Trabalho;
cabíveis; XX - do Turismo;
II - instaurar os procedimentos e processos administrativos a XXI - dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
seu cargo, constituindo comissões, e requisitar a instauração da- XXII - (revogado);
queles que venham sendo injustificadamente retardados pela au- XXIII - (revogado);
toridade responsável; .......................................................................................
III - acompanhar procedimentos e processos administrativos XXV - (revogado);
em curso em órgãos ou entidades da administração pública federal; XXVI - da Educação.
IV - realizar inspeções e avocar procedimentos e processos em Parágrafo único. ...........................................................
curso na administração pública federal, para exame de sua regulari- .......................................................................................
dade, propondo a adoção de providências ou a correção de falhas; II - o Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da Repú-
V - efetivar ou promover a declaração da nulidade de proce- blica;
dimento ou processo administrativo e, se for o caso, a imediata e III - o Advogado-Geral da União, até que seja aprovada emenda
regular apuração dos fatos mencionados nos autos e na nulidade constitucional para incluí-lo no rol das alíneas c e d do inciso I do
declarada; caput do art. 102 da Constituição Federal;
VI - requisitar procedimentos e processos administrativos já ar- .......................................................................................
quivados por autoridade da administração pública federal; VI - (revogado);
VII - requisitar a órgão ou entidade da administração pública VII - o Presidente do Banco Central do Brasil, até que seja apro-
federal ou, quando for o caso, propor ao Presidente da República vada emenda constitucional para incluí-lo, juntamente com os dire-
que sejam solicitados as informações e os documentos necessários tores do Banco Central do Brasil, no rol das alíneas c e d do inciso I
a trabalhos do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- do caput do art. 102 da Constituição Federal; e
doria-Geral da União - CGU; VIII - o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presi-
VIII - requisitar aos órgãos e às entidades federais servidores dência da República.” (NR)
e empregados necessários à constituição das comissões referidas “Art. 27. ......................................................................
no inciso II, e de outras análogas, bem como qualquer servidor ou ......................................................................................
empregado indispensável à instrução do processo; II - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunica-
IX - propor medidas legislativas ou administrativas e sugerir ções:
ações que visem evitar a repetição de irregularidades constatadas; a) política nacional de telecomunicações;
X - receber as reclamações relativas à prestação de serviços pú- b) política nacional de radiodifusão;
blicos em geral e promover a apuração do exercício negligente de c) serviços postais, telecomunicações e radiodifusão;
cargo, emprego ou função na administração pública federal, quan- d) políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de
do não houver disposição legal que atribua a competência a outros incentivo à inovação;
órgãos; e e) planejamento, coordenação, supervisão e controle das ativi-
XI - desenvolver outras atribuições de que o incumba o Presi- dades de ciência, tecnologia e inovação;
dente da República. f) política de desenvolvimento de informática e automação;
§ 1º (Revogado). g) política nacional de biossegurança;
§ 2º (Revogado). h) política espacial;
§ 3º (Revogado). i) política nuclear;
§ 4º (Revogado). j) controle da exportação de bens e serviços sensíveis; e
§ 5º (Revogado).” (NR) k) articulação com os Governos dos Estados, do Distrito Federal
“Art. 25. ............................................................... e dos Municípios, com a sociedade civil e com órgãos do Governo
..................................................................................... Federal para estabelecimento de diretrizes para as políticas nacio-
II - da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; nais de ciência, tecnologia e inovação;
III - da Defesa; l) (revogada);
IV - da Cultura; III - Ministério da Defesa:
V - da Fazenda; a) política de defesa nacional, estratégia nacional de defesa e
VI - da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional;
VII - da Integração Nacional; b) políticas e estratégias setoriais de defesa e militares;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

c) doutrina, planejamento, organização, preparo e emprego b) política, administração, fiscalização e arrecadação tributária
conjunto e singular das Forças Armadas; e aduaneira;
d) projetos especiais de interesse da defesa nacional; c) administração financeira e contabilidade públicas;
e) inteligência estratégica e operacional no interesse da defesa; d) administração das dívidas públicas interna e externa;
f) operações militares das Forças Armadas; e) negociações econômicas e financeiras com governos, orga-
g) relacionamento internacional de defesa; nismos multilaterais e agências governamentais;
h) orçamento de defesa; f) preços em geral e tarifas públicas e administradas;
i) legislação de defesa e militar; g) fiscalização e controle do comércio exterior;
j) política de mobilização nacional; h) realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da
k) política de ensino de defesa; conjuntura econômica;
l) política de ciência, tecnologia e inovação de defesa; i) autorização, ressalvadas as competências do Conselho Mo-
m) política de comunicação social de defesa; netário Nacional:
n) política de remuneração dos militares e pensionistas; 1. da distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda
o) política nacional: quando efetuada mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou ope-
1. de indústria de defesa, abrangendo a produção; ração assemelhada;
2. de compra, contratação e desenvolvimento de Produto de 2. das operações de consórcio, fundo mútuo e outras formas
Defesa - PRODE, abrangendo as atividades de compensação tecno- associativas assemelhadas, que objetivem a aquisição de bens de
lógica, industrial e comercial; qualquer natureza;
3. de inteligência comercial de Prode; e 3. da venda ou da promessa de venda de mercadorias a varejo,
4. de controle da exportação e importação de Prode e em áreas mediante oferta pública e com recebimento antecipado, parcial ou
de interesse da defesa; total, do preço;
p) atuação das Forças Armadas, quando couber, na garantia da 4. da venda ou da promessa de venda de direitos, inclusive co-
lei e da ordem, visando à preservação da ordem pública e da in- tas de propriedade de entidades civis, como hospital, motel, clube,
columidade das pessoas e do patrimônio, na garantia da votação hotel, centro de recreação ou alojamento e organização de serviços
e da apuração eleitoral e sua cooperação com o desenvolvimento de qualquer natureza, com ou sem rateio de despesas de manu-
nacional e a defesa civil e no combate a delitos transfronteiriços e tenção, mediante oferta pública e com pagamento antecipado do
ambientais; preço;
q) logística de defesa; 5. da venda ou promessa de venda de terrenos loteados a pres-
r) serviço militar; tações mediante sorteio; e
s) assistência à saúde, social e religiosa das Forças Armadas; 6. da exploração de loterias, inclusive os sweepstakes e outras
t) constituição, organização, efetivos, adestramento e apresta- modalidades de loterias realizadas por entidades promotoras de
mento das forças navais, terrestres e aéreas; corridas de cavalos;
u) política marítima nacional; j) previdência; e
v) segurança da navegação aérea e do tráfego aquaviário e sal- k) previdência complementar;
vaguarda da vida humana no mar; VI - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços:
w) patrimônio imobiliário administrado pelas Forças Armadas, a) política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos
sem prejuízo das competências atribuídas ao Ministério do Planeja- serviços;
mento, Desenvolvimento e Gestão; b) propriedade intelectual e transferência de tecnologia;
x) política militar aeronáutica e atuação na política aeroespa- c) metrologia, normalização e qualidade industrial;
cial nacional; d) políticas de comércio exterior;
y) infraestrutura aeroespacial e aeronáutica; e e) regulamentação e execução dos programas e atividades rela-
z) operacionalização do Sistema de Proteção da Amazônia - SI- tivas ao comércio exterior;
PAM; f) aplicação dos mecanismos de defesa comercial;
IV - Ministério da Cultura: g) participação em negociações internacionais relativas ao co-
a) política nacional de cultura; mércio exterior; e
b) proteção do patrimônio histórico e cultural; h) execução das atividades de registro do comércio;
c) regulação de direitos autorais; e VII - Ministério da Integração Nacional:
d) assistência e acompanhamento do Ministério do Desenvol- a) formulação e condução da política de desenvolvimento na-
vimento Social e Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e cional integrada;
Reforma Agrária - INCRA nas ações de regularização fundiária, para b) formulação dos planos e programas regionais de desenvol-
garantir a preservação da identidade cultural dos remanescentes vimento;
das comunidades dos quilombos; c) estabelecimento de estratégias de integração das economias
e) (revogada); regionais;
f) (revogada); d) estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação
g) (revogada); dos recursos dos programas de financiamento de que trata a alínea
h) (revogada); c do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal;
V - Ministério da Fazenda: e) estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação
a) moeda, crédito, instituições financeiras, capitalização, pou- dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA e
pança popular, seguros privados e previdência privada aberta; do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste - FDNE;

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

f) estabelecimento de normas para cumprimento dos progra- o) articulação de iniciativas e apoio a projetos voltados à prote-
mas de financiamento dos fundos constitucionais e das programa- ção e à promoção dos direitos humanos em âmbito nacional, tanto
ções orçamentárias dos fundos de investimentos regionais; por organismos governamentais, incluindo os Poderes Executivo,
g) acompanhamento e avaliação dos programas integrados de Legislativo e Judiciário, quanto por organizações da sociedade;
desenvolvimento nacional; p) exercício da função de ouvidoria nacional de direitos huma-
h) defesa civil; nos, da criança, do adolescente, do idoso e das minorias;
i) obras contra as secas e de infraestrutura hídrica; q) atuação em favor da ressocialização e da proteção dos de-
j) formulação e condução da política nacional de irrigação; pendentes químicos, sem prejuízo das atribuições dos órgãos in-
k) ordenação territorial; e tegrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
l) obras públicas em faixas de fronteiras; - SISNAD;
m) (revogada); r) formulação, coordenação, definição de diretrizes e articula-
n) (revogada); ção de políticas para a promoção da igualdade racial;
o) (revogada): s) formulação, coordenação e avaliação das políticas públicas
1. (revogado); afirmativas de promoção da igualdade e da proteção dos direitos
2. (revogado); de indivíduos e grupos raciais e étnicos, com ênfase na população
3. (revogado); negra, afetados por discriminação racial e demais formas de into-
p) (revogada); lerância;
q) (revogada); t) articulação, promoção e acompanhamento da execução dos
r) (revogada); programas de cooperação com organismos nacionais e internacio-
s) (revogada); nais, públicos e privados, voltados à implementação da promoção
t) (revogada); da igualdade racial;
u) (revogada); u) formulação, coordenação e acompanhamento das políticas
v) (revogada); transversais de governo para a promoção da igualdade racial;
w) (revogada); v) planejamento, coordenação da execução e avaliação do Pro-
x) (revogada); grama Nacional de Ações Afirmativas;
y) (revogada); w) acompanhamento da implementação de legislação de ação
z) (revogada); afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento
VIII - Ministério da Justiça e Cidadania: de acordos, convenções e outros instrumentos congêneres firma-
a) defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garan- dos pelo País, nos aspectos relativos à promoção da igualdade e ao
tias constitucionais; combate à discriminação racial ou étnica;
b) política judiciária; x) assistência ao Presidente da República em matérias não afe-
c) direitos dos índios; tas a outro Ministério; e
d) políticas sobre drogas, segurança pública, polícias federal, y) formulação, coordenação, definição de diretrizes e articula-
rodoviária, ferroviária federal e do Distrito Federal; ção de políticas para as mulheres, incluindo:
e) defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do con- 1. elaboração e implementação de campanhas educativas e an-
sumidor; tidiscriminatórias de caráter nacional;
f) planejamento, coordenação e administração da política pe- 2. planejamento que contribua na ação do Governo Federal e
nitenciária nacional; das demais esferas de governo para a promoção da igualdade entre
g) nacionalidade, imigração e estrangeiros; mulheres e homens;
h) ouvidoria-geral dos índios e do consumidor; 3. promoção, articulação e execução de programas de coopera-
i) ouvidoria das polícias federais; ção com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados,
j) prevenção e repressão à lavagem de dinheiro e cooperação voltados à implementação das políticas; e
jurídica internacional; 4. acompanhamento da implementação de legislação de ação
k) defesa dos bens e dos próprios da União e das entidades afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento
integrantes da administração pública federal indireta; de acordos, convenções e planos de ação firmados pelo País, nos
l) articulação, coordenação, supervisão, integração e proposi- aspectos relativos à igualdade entre mulheres e homens e ao com-
ção das ações do Governo e do Sistema Nacional de Políticas sobre bate à discriminação;
Drogas nos aspectos relacionados com as atividades de prevenção, IX - Ministério da Saúde:
repressão ao tráfico ilícito e à produção não autorizada de drogas a) política nacional de saúde;
e aquelas relacionadas com o tratamento, a recuperação e a rein- b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde - SUS;
serção social de usuários e dependentes e ao Plano Integrado de c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recupe-
Enfrentamento ao Crack e outras Drogas; ração da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores
m) política nacional de arquivos; e dos índios;
n) formulação de políticas e diretrizes voltadas à promoção dos d) informações de saúde;
direitos da cidadania, da criança, do adolescente, do idoso e das e) insumos críticos para a saúde;
minorias e à defesa dos direitos das pessoas com deficiência e à f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de
promoção da sua integração à vida comunitária; fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
g) vigilância de saúde, especialmente quanto a drogas, medica-
mentos e alimentos;
....................................................................................
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

i) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde; f) participação na formulação das diretrizes gerais para con-
X - Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria- servação dos sistemas urbanos de água e para a adoção de bacias
-Geral da União - CGU: hidrográficas como unidades básicas do planejamento e gestão do
a) adoção das providências necessárias à defesa do patrimô- saneamento;
nio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à XII - Ministério das Relações Exteriores:
prevenção e combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao a) política internacional;
incremento da transparência da gestão no âmbito da administração b) relações diplomáticas e serviços consulares;
pública federal; c) participação nas negociações comerciais, econômicas, técni-
b) decisão preliminar acerca de representações ou denúncias cas e culturais com governos e entidades estrangeiras;
fundamentadas que receber, indicando as providências cabíveis; d) programas de cooperação internacional;
c) instauração de procedimentos e processos administrativos a e) promoção do comércio exterior, de investimentos e da com-
seu cargo, constituindo comissões, e requisição de instauração da- petitividade internacional do País, em coordenação com as políticas
queles injustificadamente retardados pela autoridade responsável; governamentais de comércio exterior; e
d) acompanhamento de procedimentos e processos adminis- f) apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras
trativos em curso em órgãos ou entidades da administração pública em agências e organismos internacionais e multilaterais;
federal; g) (revogada);
e) realização de inspeções e avocação de procedimentos e pro- h) (revogada);
cessos em curso na administração pública federal, para exame de i) (revogada):
sua regularidade, propondo a adoção de providências ou a correção 1. (revogado);
de falhas; 2. (revogado);
f) efetivação ou promoção da declaração da nulidade de pro- 3. (revogado);
cedimento ou processo administrativo e, se for o caso, da imediata 4. (revogado);
e regular apuração dos fatos envolvidos nos autos e na nulidade 5. (revogado);
declarada; .....................................................................................
g) requisição de dados, informações e documentos relativos a 7. (revogado);
procedimentos e processos administrativos já arquivados por auto- XIII - Ministério de Minas e Energia:
ridade da administração pública federal; a) geologia, recursos minerais e energéticos;
h) requisição a órgão ou entidade da administração pública fe- b) aproveitamento da energia hidráulica;
deral de informações e documentos necessários a seus trabalhos c) mineração e metalurgia; e
ou atividades; d) petróleo, combustível e energia elétrica, inclusive nuclear;
i) requisição a órgãos ou entidades da administração pública e) (revogada);
federal de servidores ou empregados necessários à constituição de f) (revogada);
comissões, inclusive as que são objeto do disposto na alínea c , e g) (revogada);
de qualquer servidor ou empregado indispensável à instrução de h) (revogada);
processo ou procedimento; i) (revogada);
j) proposição de medidas legislativas ou administrativas e su- j) (revogada);
gestão de ações necessárias a evitar a repetição de irregularidades l) (revogada);
constatadas; m) (revogada);
k) recebimento de reclamações relativas à prestação de servi- XIV - Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário:
ços públicos, em geral, e apuração do exercício negligente de cargo, a) política nacional de desenvolvimento social;
emprego ou função na administração pública federal, quando não b) política nacional de segurança alimentar e nutricional;
houver disposição legal que atribua competências específicas a ou- c) política nacional de assistência social;
tros órgãos; e d) política nacional de renda de cidadania;
l) execução das atividades de controladoria no âmbito do Poder e) articulação com os governos federal, estaduais, do Distrito
Executivo federal; Federal e municipais e a sociedade civil no estabelecimento de di-
XI - Ministério das Cidades: retrizes para as políticas nacionais de desenvolvimento social, de
a) política de desenvolvimento urbano; segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e de as-
b) políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, sistência social;
transporte urbano e trânsito; f) articulação entre as políticas e programas dos governos fede-
c) promoção, em articulação com as diversas esferas de gover- ral, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as ações da socie-
no, com o setor privado e organizações não governamentais, de dade civil ligadas ao desenvolvimento social, à produção alimentar,
ações e programas de urbanização, de habitação, de saneamento à alimentação e nutrição, à renda de cidadania e à assistência social;
básico e ambiental, transporte urbano, trânsito e desenvolvimento g) orientação, acompanhamento, avaliação e supervisão de
urbano; planos, programas e projetos relativos às áreas de desenvolvimento
d) política de subsídio à habitação popular, saneamento e social, segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e
transporte urbano; de assistência social;
e) planejamento, regulação, normatização e gestão da aplica- h) normatização, orientação, supervisão e avaliação da execu-
ção de recursos em políticas de desenvolvimento urbano, urbaniza- ção das políticas de desenvolvimento social, segurança alimentar e
ção, habitação, saneamento básico e ambiental, transporte urbano nutricional, de renda de cidadania e de assistência social;
e trânsito; e i) gestão do Fundo Nacional de Assistência Social;
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MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

j) coordenação, supervisão, controle e avaliação da operacio- c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às ati-
nalização de programas de transferência de renda; vidades turísticas;
k) aprovação dos orçamentos gerais do Serviço Social da Indús- d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos pla-
tria - SESI, do Serviço Social do Comércio - SESC e do Serviço Social nos e programas de incentivo ao turismo;
do Transporte - SEST; e) gestão do Fundo Geral de Turismo; e
l) reforma agrária; f) desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Certificação e Clas-
m) promoção do desenvolvimento sustentável do segmento sificação das atividades, empreendimentos e equipamentos dos
rural constituído pelos agricultores familiares; e prestadores de serviços turísticos;
n) delimitação das terras dos remanescentes das comunidades g) (revogada);
dos quilombos e determinação de suas demarcações, a serem ho- h) (revogada);
mologadas por decreto; XXI - Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil:
o) (revogada); a) política nacional de transportes ferroviário, rodoviário, aqua-
XV - Ministério do Esporte: viário e aeroviário;
a) política nacional de desenvolvimento da prática dos espor- b) marinha mercante e vias navegáveis;
tes; c) formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento
b) intercâmbio com organismos públicos e privados, nacionais, e o fomento do setor de portos e instalações portuárias marítimos,
internacionais e estrangeiros, voltados à promoção do esporte; fluviais e lacustres e execução e avaliação de medidas, programas
c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às ati- e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da su-
vidades esportivas; e perestrutura dos portos e instalações portuárias marítimos, fluviais
d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos pla- e lacustres;
nos e programas de incentivo aos esportes e de ações de demo- d) formulação, coordenação e supervisão das políticas nacio-
cratização da prática esportiva e inclusão social por intermédio do nais do setor de portos e instalações portuárias marítimos, fluviais
esporte; e lacustres;
e) (revogada); e) participação no planejamento estratégico, no estabeleci-
f) (revogada); mento de diretrizes para sua implementação e na definição das
XVI - Ministério do Meio Ambiente: prioridades dos programas de investimentos em transportes;
a) política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos; f) elaboração dos planos gerais de outorgas;
b) política de preservação, conservação e utilização sustentável g) estabelecimento de diretrizes para a representação do País
de ecossistemas, e biodiversidade e florestas; nos organismos internacionais e em convenções, acordos e tratados
c) proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos eco- referentes às suas competências;
nômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e do uso h) desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura
sustentável dos recursos naturais; aquaviária dos portos e instalações portuárias em sua esfera de
d) políticas para integração do meio ambiente e produção; competência, com a finalidade de promover a segurança e a efici-
e) políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal; e ência do transporte aquaviário de cargas e de passageiros; e
f) zoneamento ecológico-econômico; i) aviação civil e infraestruturas aeroportuária e de aeronáutica
XVII - Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão: civil, em articulação, no que couber, com o Ministério da Defesa;
..................................................................................... j) (revogada);
f) formulação de diretrizes, coordenação das negociações e XXII - (revogado);
acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de XXIII - (revogado);
projetos públicos com organismos multilaterais e agências gover- .....................................................................................
namentais; XXV - (revogado);
...................................................................................... XXVI - Ministério da Educação:
j) administração patrimonial; e a) política nacional de educação;
...................................................................................... b) educação infantil;
XIX - Ministério do Trabalho: c) educação em geral, compreendendo ensino fundamental,
a) política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de ensino médio, ensino superior, educação de jovens e adultos, edu-
apoio ao trabalhador; cação profissional, educação especial e educação a distância, exce-
b) política e diretrizes para a modernização das relações de tra- to ensino militar;
balho; d) avaliação, informação e pesquisa educacional;
c) fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, e e) pesquisa e extensão universitária;
aplicação das sanções previstas em normas legais ou coletivas; f) magistério; e
d) política salarial; g) assistência financeira a famílias carentes para a escolarização
e) formação e desenvolvimento profissional; de seus filhos ou dependentes.
f) segurança e saúde no trabalho; .....................................................................................
g) política de imigração; e § 3º A competência atribuída ao Ministério da Integração Na-
h) cooperativismo e associativismo urbanos; cional de que trata a alínea k do inciso VII do caput será exercida em
XX - Ministério do Turismo: conjunto com o Ministério da Defesa.
a) política nacional de desenvolvimento do turismo; § 4º A competência atribuída ao Ministério do Meio Ambiente,
b) promoção e divulgação do turismo nacional, no País e no nos termos da alínea f do inciso XVI do caput , será exercida em con-
exterior; junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o Minis- § 16. Cumpre ao Ministério da Transparência, Fiscalização e
tério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e o Ministério da Controladoria-Geral da União - CGU, na hipótese do § 15, instaurar
Integração Nacional. sindicância ou processo administrativo ou, conforme o caso, repre-
§ 5º A competência relativa aos direitos dos índios atribuída ao sentar a autoridade competente para apurar a omissão das autori-
Ministério da Justiça e Cidadania na alínea c do inciso VIII do caput dades responsáveis.
inclui o acompanhamento das ações de saúde desenvolvidas em § 17. O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controlado-
prol das comunidades indígenas. ria-Geral da União - CGU encaminhará à Advocacia-Geral da União
..................................................................................... os casos que configurarem improbidade administrativa e aqueles
§ 8º As competências atribuídas ao Ministério dos Transportes, que recomendarem a indisponibilidade de bens, o ressarcimento ao
Portos e Aviação Civil, nos termos das alíneas a , b e i do inciso XXI erário e outras providências a cargo da Advocacia-Geral da União e
do caput , compreendem: provocará, sempre que necessária, a atuação do Tribunal de Contas
..................................................................................... da União, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dos órgãos do
III - a elaboração e a aprovação dos planos de outorgas, ouvida, sistema de controle interno do Poder Executivo federal e, quando
tratando-se da exploração da infraestrutura aeroportuária, a Agên- houver indícios de responsabilidade penal, do Departamento de
cia Nacional de Aviação Civil - ANAC; Polícia Federal e do Ministério Público, inclusive quanto a represen-
..................................................................................... tações ou denúncias que se afigurarem manifestamente caluniosas.
V - a formulação e a supervisão da execução da política referen- § 18. Os procedimentos e processos administrativos de instau-
te ao Fundo da Marinha Mercante, destinado à renovação, recupe- ração e avocação facultados ao Ministério da Transparência, Fiscali-
ração e ampliação da frota mercante nacional, em articulação com zação e Controladoria-Geral da União - CGU incluem aqueles de que
os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Desenvolvimento e tratam o Título V da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 , e o
Gestão; Capítulo V da Lei n o 8.429, de 2 de junho de 1992 , e outros a serem
VI - o estabelecimento de diretrizes para afretamento de em- desenvolvidos ou já em curso em órgão ou entidade da administra-
barcações estrangeiras por empresas brasileiras de navegação e ção pública federal, desde que relacionados a lesão ou ameaça de
para liberação do transporte de cargas prescritas; lesão ao patrimônio público.
VII - a elaboração de estudos e projeções relativos aos assun- § 19. Os titulares dos órgãos do sistema de controle interno do
tos de aviação civil e de infraestruturas aeroportuária e aeronáutica Poder Executivo federal devem cientificar o Ministro de Estado da
civil e sobre a logística do transporte aéreo e do transporte inter- Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU
modal e multimodal, ao longo de eixos e fluxos de produção, em acerca de irregularidades que, registradas em seus relatórios, tra-
articulação com os demais órgãos governamentais competentes, tem de atos ou fatos atribuíveis a agentes da administração públi-
com atenção às exigências de mobilidade urbana e acessibilidade; ca federal e das quais haja resultado ou possa resultar prejuízo ao
VIII - a formulação e a implementação do planejamento estra- erário de valor superior ao limite fixado pelo Tribunal de Contas da
tégico do setor aeroviário, definindo prioridades dos programas de União para efeito da tomada de contas especial elaborada de forma
investimentos; simplificada.
IX - a proposição de que se declare a utilidade pública, para fins § 20. O Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e
de desapropriação ou instituição de servidão administrativa, dos Controladoria-Geral da União - CGU poderá requisitar servidores na
bens necessários à construção, manutenção e expansão da infraes- forma do art. 2º da Lei nº 9.007, de 17 de março de 1995 .
trutura aeronáutica e aeroportuária; § 21. Para efeito do disposto no § 19, os órgãos e as entidades
X - a coordenação dos órgãos e das entidades do sistema de da administração pública federal estão obrigados a atender, no pra-
aviação civil, em articulação com o Ministério da Defesa, no que zo indicado, às requisições e solicitações do Ministro de Estado da
couber; e Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU
XI - a transferência, para Estados, o Distrito Federal ou Muni- e a comunicar-lhe a instauração de sindicância ou outro processo
cípios, da implantação, da administração, da operação, da manu- administrativo e o respectivo resultado.
tenção e da exploração de aeródromos públicos, direta ou indire- § 22. Fica autorizada a manutenção no Ministério da Transpa-
tamente. rência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU das Grati-
..................................................................................... ficações de Representação da Presidência da República alocadas à
§ 14. Ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Contro- Controladoria-Geral da União da Presidência da República na data
ladoria-Geral da União - CGU, no exercício de suas competências, de publicação desta Lei.
cabe dar o devido andamento às representações ou denúncias fun- § 23. O INSS é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento So-
damentadas que receber, relativas a lesão ou ameaça de lesão ao cial e Agrário e, quanto às questões previdenciárias, segue as dire-
patrimônio público, velando por seu integral deslinde. trizes gerais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Previdência.
§ 15. Ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- § 24. (VETADO).” (NR)
doria-Geral da União - CGU, por seu titular, sempre que constatar “Art. 29. ...............................................................
omissão da autoridade competente, cumpre requisitar a instaura- I - do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o
ção de sindicância, procedimentos e processos administrativos, e Conselho Nacional de Política Agrícola, o Conselho Deliberativo
avocar aqueles já em curso perante órgão ou entidade da adminis- da Política do Café, o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca, a
tração pública federal, visando à correção do andamento, inclusive Comissão Especial de Recursos, a Comissão Executiva do Plano da
mediante a aplicação da penalidade administrativa cabível. Lavoura Cacaueira, o Instituto Nacional de Meteorologia e até cinco
Secretarias;

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a solução para o seu concurso!
MATÉRIA
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

II - do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, o Con- XIV - do Ministério da Justiça e Cidadania, o Conselho Nacio-
selho Nacional de Assistência Social, o Conselho de Articulação de nal de Política Criminal e Penitenciária, o Conselho Nacional de
Programas Sociais, o Conselho Gestor do Programa Bolsa Família, o Segurança Pública, o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, o Conse- dos Direitos Difusos, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria
lho Curador do Banco da Terra, o Conselho de Recursos do Seguro e Delitos contra a Propriedade Intelectual, o Conselho Nacional de
Social, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvi- Arquivos, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, o Departa-
mento Agrário e até seis Secretarias; mento de Polícia Federal, o Departamento de Polícia Rodoviária Fe-
.................................................................................... deral, o Departamento Penitenciário Nacional, o Arquivo Nacional,
IV - do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu- o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o Conselho
nicações, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o Centro Nacional dos Direitos Humanos, o Conselho Nacional de Combate
de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, o Instituto Nacional de à Discriminação, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Pesquisa do Pantanal, o Instituto Nacional de Águas, o Instituto Adolescente, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com De-
Nacional da Mata Atlântica, o Conselho Nacional de Informática e ficiência, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, o Conselho
Automação, a Comissão de Coordenação das Atividades de Meteo- Nacional dos Direitos da Mulher, a Secretaria Especial de Políticas
rologia, Climatologia e Hidrologia, o Instituto Nacional de Pesquisas para as Mulheres, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Espaciais, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Institu- Igualdade Racial, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e até
to Nacional de Tecnologia, o Instituto Brasileiro de Informação em seis Secretarias;
Ciência e Tecnologia, o Instituto Nacional do Semiárido, o Centro de .....................................................................................
Tecnologia da Informação Renato Archer, o Centro Brasileiro de Pes- XVII - do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges-
quisas Físicas, o Centro de Tecnologia Mineral, o Laboratório Nacio- tão, a Comissão de Financiamentos Externos, a Assessoria Econômi-
nal de Astrofísica, o Laboratório Nacional de Computação Científica, ca e até dez Secretarias;
o Museu de Astronomia e Ciências Afins, o Museu Paraense Emílio .....................................................................................
Goeldi, o Observatório Nacional, a Comissão Técnica Nacional de XIX - do Ministério das Relações Exteriores, o Cerimonial, a Se-
Biossegurança, o Conselho Nacional de Controle de Experimenta- cretaria de Planejamento Diplomático, a Inspetoria-Geral do Servi-
ção Animal, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de De- ço Exterior, a Secretaria-Geral das Relações Exteriores, composta de
sastres Naturais e até cinco Secretarias; até nove Subsecretarias-Gerais, a Secretaria de Controle Interno, o
V - (revogado); Instituto Rio Branco, as missões diplomáticas permanentes, as re-
VI - (revogado); partições consulares, o Conselho de Política Externa, a Comissão de
VII - do Ministério da Defesa, o Conselho Militar de Defesa, o Promoções e a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exte-
Comando da Marinha, o Comando do Exército, o Comando da Aero- rior;
náutica, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, a Secretaria- .....................................................................................
-Geral, a Escola Superior de Guerra, o Centro Gestor e Operacional XXI - do Ministério do Trabalho, o Conselho Nacional do Tra-
do Sistema de Proteção da Amazônia, o Hospital das Forças Arma- balho, o Conselho Nacional de Imigração, o Conselho Curador do
das, a Representação Brasileira na Junta Interamericana de Defe- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o Conselho Deliberativo
sa, o Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Amazônia do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o Conselho Nacional de Eco-
- CONSIPAM, até três Secretarias e um órgão de controle interno; nomia Solidária e até três Secretarias;
VIII - (revogado); XXII - do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o
IX - do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Conselho Nacional de Aviação Civil, o Instituto Nacional de Pesqui-
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus- sas Hidroviárias e até cinco Secretarias;
trial, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exporta- .....................................................................................
ção e até quatro Secretarias; XXV - (revogado);
X - do Ministério da Cultura, o Conselho Superior do Cinema, XXVI - do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla-
o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão Nacional de doria-Geral da União - CGU, o Conselho de Transparência Pública
Incentivo à Cultura e até seis Secretarias; e Combate à Corrupção, a Comissão de Coordenação de Controle
..................................................................................... Interno, a Corregedoria-Geral da União, a Ouvidoria-Geral da União
XII - do Ministério da Fazenda, o Conselho Monetário Nacional, e duas Secretarias, sendo uma a Secretaria Federal de Controle In-
o Conselho Nacional de Política Fazendária, o Conselho de Recursos terno;
do Sistema Financeiro Nacional, o Conselho Nacional de Seguros XXVII - do Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Edu-
Privados, o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros cação, o Instituto Benjamin Constant, o Instituto Nacional de Educa-
Privados, o Conselho de Previdência Privada Aberta e de Capitaliza- ção de Surdos e até seis Secretarias.
ção, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Conselho .....................................................................................
Administrativo de Recursos Fiscais, o Conselho Diretor do Fundo de § 7º Ao Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca, presidido
Garantia à Exportação, o Comitê Brasileiro de Nomenclatura, o Co- pelo Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
mitê de Avaliação de Créditos ao Exterior, a Secretaria da Receita composto na forma estabelecida em regulamento pelo Poder Exe-
Federal do Brasil, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a Esco- cutivo, compete subsidiar a formulação da política nacional para a
la de Administração Fazendária, o Conselho Nacional de Previdên- pesca e aquicultura, propondo diretrizes para o desenvolvimento e
cia Complementar, a Câmara de Recursos da Previdência Comple- fomento da produção pesqueira e aquícola, apreciar as diretrizes
mentar, o Conselho Nacional de Previdência e até seis Secretarias; para o desenvolvimento do plano de ação da pesca e aquicultura e
..................................................................................... propor medidas destinadas a garantir a sustentabilidade da ativida-
de pesqueira e aquícola.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

§ 9º O Conselho de Transparência Pública e Combate à Cor- j) o inciso VI do parágrafo único do art. 25 ;


rupção será presidido pelo Ministro de Estado da Transparência, k) os incisos XXII , XXIII e XXV do caput do art. 27 ; e
Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU e composto, pa- l) os incisos V , VI , VIII e XXV do caput do art. 29 ; e
ritariamente, por representantes da sociedade civil organizada e II - a Medida Provisória nº 717, de 16 de março de 2016 .
representantes do Governo Federal.” (NR) Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, pro-
Art. 13. A criação, a extinção, a transformação, a transferência, duzindo efeitos:
a incorporação ou o desmembramento de órgãos ou unidades ad- I - quanto à alteração das estruturas dos órgãos abrangidos,
ministrativas integrantes das entidades e dos órgãos, para fins do a partir da data de entrada em vigor dos respectivos decretos de
disposto nesta Lei, ocorrerá mediante a edição de decreto, desde estrutura regimental; e
que não implique aumento de despesa, que também disporá sobre II - quanto às transformações, às extinções de cargos, às alte-
a estrutura regimental e a distribuição do pessoal e de cargos ou rações de supervisão ministerial de entidades e às demais disposi-
funções no âmbito do órgão ou da unidade administrativa. ções, de imediato.
Art. 14. Enquanto não forem publicados os decretos de estru- Parágrafo único. A competência sobre Previdência e Previdên-
tura regimental dos Ministérios que absorverão as competências cia Complementar será exercida, de imediato, pelo Ministério da
dos órgãos de que trata o art. 1º, as estruturas remanescentes dos Fazenda, com apoio das estruturas que atualmente dão suporte a
órgãos a serem extintos na forma do art. 9º ficarão subordinadas elas.
aos Ministros de Estado titulares dos órgãos que irão assumir as Brasília, 29 de setembro de 2016; 195º da Independência e
competências respectivas. 128º da República.
Art. 15. A estrutura organizacional dos órgãos extintos e trans-
formados, assim como as entidades que lhes sejam vinculadas, in-
tegrarão os órgãos resultantes das transformações ou daqueles que QUESTÕES
absorveram as respectivas competências, bem como serão man-
tidas as gratificações devidas em virtude de exercício nos órgãos
transformados ou extintos. 1. IBFC - 2020 - SAEB-BA - Soldado- A Lei Federal nº 12.288 /
Art. 16. É aplicável o disposto no art. 2º da Lei nº 9.007, de 17 2010, institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à
de março de 1995 , para os servidores, os militares e os empregados população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a de-
em exercício no Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil fesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate
ou no Ministério da Justiça e Cidadania requisitados para a Secreta- à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Nos ter-
ria de Aviação Civil da Presidência da República, para a Secretaria de mos da lei, assinale a alternativa que indica corretamente o sentido
Portos da Presidência da República ou para o Ministério das Mulhe- de desigualdade de gênero e raça.
res, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos até a (A) o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e par-
data de entrada em vigor desta Lei. das, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Insti-
Parágrafo único. Os servidores, os militares e os empregados tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam
de que trata o caput poderão ser designados para o exercício de autodefinição análoga
Gratificações de Representação da Presidência da República ou de (B) toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui-
Gratificação de Exercício em Cargo de Confiança nos órgãos da Pre- ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e
sidência da República devida aos militares enquanto permanece- privada,em virtude de raça,cor, descendência ou origem nacio-
rem em exercício nos sucessores dos órgãos para os quais foram nal ou étnica
requisitados. (C) toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada
Art. 17. O art. 18 da Lei nº 11.890, de 24 de dezembro de 2008 em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que
, passa a vigorar com a seguinte alteração: tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo
“Art. 18. ................................................................ ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos
...................................................................................... e liberdades fundamentais nos campos político, econômico,
II - .......................................................................... social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública
a) ............................................................................ ou privada
...................................................................................... (D) Os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e
5. Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior; pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais
...........................................................................” (NR) e para a promoção da igualdade de oportunidades
Art. 18. Ficam revogados: (E) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a
I - os seguintes dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de distância social entre mulheres negras e os demais segmentos
2003 : sociais
a) os incisos IV , XI e XII do caput do art. 1º ;
b) o inciso X do § 1º do art. 1º ;
c) o inciso I do parágrafo único do art. 2º ;
d) o art. 2º-B ;
e) os incisos XII e XIII do caput do art. 3º;
f) os incisos VIII e IX do § 2º do art. 3º;
g) os §§ 1º a 5º do art. 18 ;
h) os arts. 17 , 19 , 20 , 24-A e 24-D ;
i) os incisos XXII , XXIII e XXV do caput do art. 25 ;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

2. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil- A Consti- dos a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados
tuição do Estado da Bahia, em seu capítulo XXIII, tem como título pelo poder público federal, podendo os Estados, o Distrito Federal e
“Do Negro”. Tomando os artigos 286 a 290 deste capítulo da consti- os Municípios, participar do Sinapir mediante adesão.
tuição baiana, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro V. A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
(V) ou Falso (F). modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
( ) O dia 20 de novembro será considerado, no calendário ofi- luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
cial, como Dia da Consciência Negra. nacional.
( ) A rede estadual de ensino e os cursos de formação e aperfei- Estão corretas as afirmativas:
çoamento do servidor público civil e militar incluirão em seus (A) I, III e V apenas
programas disciplina que valorize a participação do negro na (B) I, III e IV apenas
formação histórica da sociedade brasileira. (C) I, II, IV e V apenas
( ) Com países que mantiverem política oficial de discriminação (D) I, II, III, IV e V
racial, o Estado poderá admitir participação, ainda que indireta, (E) II, IV e V apenas
através de empresas neles sediadas, em qualquer processo lici-
tatório da Administração Pública direta ou indireta. 4. FCC - 2022 - SEC-BA - Professor Padrão P - Grau III - Lingua-
( ) A sociedade baiana é cultural e historicamente marcada pela gem, com ênfase em Língua Portuguesa III- Segundo dispõe expres-
presença da comunidade afrobrasileira, constituindo a prática samente a Lei federal n° 2.889/1956, pratica crime de genocídio
do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena quem, com intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacio-
de reclusão, nos termos da Constituição Federal. nal, étnico, racial ou religioso, adota medidas que visem
( ) Com países que mantiverem política oficial de discrimina- (A) negar a distribuição de vacinas.
ção racial, o Estado não poderá manter intercâmbio cultural ou (B) causar fome ao grupo, ocasionando-lhe sofrimento e morte.
desportivo, através de delegações oficiais. (C) instituir medidas que impeçam a transferência de membros
( ) Sempre que for veiculada publicidade estadual com mais de para grupos distintos.
três pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça negra. (D) impedir acesso aos membros do grupo a unidades de saú-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de de.
cima para baixo. (E) impedir nascimentos no seio do grupo.
(A) V - F - F - V - F - V
(B) V - V - F - V - V - F 5. IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil- Relativamente
(C) F - V - V - F - V - F às formas de violência previstas na Lei nº 11.340/2006, a qual cria
(D) V - V - F - V - F - V mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
(E) F - F - V - F - F - V mulher (“Lei Maria da Penha”), assinale a alternativa incorreta.
(A) A violência moral, entendida como a prática de grave ame-
3. : IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil- A Lei nº aça
12.288, de 20 de julho de 2010, determina a soma de esforços entre (B) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta
governos, sociedade civil, empresas e indivíduos para que a igual- que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
dade racial seja um norte para as políticas e serviços oferecidos pelo de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pesso-
Poder Público. Assim, partindo do Estatuto da Igualdade Racial, ais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo
analise as afirmativas abaixo. os destinados a satisfazer suas necessidades
I. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacio- (C) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que
nal, sendo garantido pelo poder público o registro e a proteção da a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação
capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou
imaterial e de formação da identidade cultural brasileira. uso da força
II. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos qui- (D) A violência física, entendida como qualquer conduta que
lombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradições e ofenda sua integridade ou saúde corporal
manifestos religiosos, sob a proteção do Estado, sendo que a pre- (E) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta
servação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências que possa causar à vítima dano emocional e diminuição da au-
históricas dos antigos quilombos, tombados nos termos do §5º do toestima
art. 216 da Constituição Federal, receberá especial atenção do po-
der público. 6. IBFC - 2022 - PC-BA - Delegado de Polícia - (Reaplicação)- A
III. São três os objetivos do Sinapir – Sistema Nacional de Pro- lei conhecida como “Lei Maria da Penha” possui quarenta e seis
moção da Igualdade Racial: 1. promover a igualdade étnica e o com- artigos e entrou em vigor no ano de 2006. Sobre as disposições que
bate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive me- compõem o Título I da referida lei, levando em consideração o que
diante adoção de ações afirmativas; 2. formular políticas destinadas dispõe as suas “Disposições Preliminares”, assinale a alternativa in-
a combater os fatores de marginalização e a promover a integração correta.
social da população negra; e, 3. articular planos, ações e mecanis- (A) Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência
mos voltados à promoção da igualdade étnica. doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art.
IV. O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Si- 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
napir) é instituído como forma de organização e de articulação vol- de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Conven-
tadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destina- ção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos 8. IBFC - 2022 - PC-BA - Delegado de Polícia - (Reaplicação)- A
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, que define e pune o crime
estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em de genocídio, em seu artigo primeiro dispõe que tal crime é come-
situação de violência doméstica e familiar tido por quem tenha a intenção de destruir, no todo ou em parte,
(B) Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Levando em considera-
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e ção a referida lei, numere a COLUNA II de acordo com a COLUNA I,
religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa hu- fazendo a relação entre elas:
mana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades COLUNA I
para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social 1. Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal
(C) Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercí-
cio efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen- 2. Com as penas do art. 129, § 2º, do Código Penal
tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à digni- 3. Com as penas do art. 148, do Código Penal
dade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária
(D) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e 4. Com as penas do art. 125, do Código Penal
familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin-
cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência 5. Com as penas do art. 270, do Código Penal
Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segu- COLUNA II
rança Pública, entre outras normas e políticas públicas de pro- ( ) matar membros do grupo.
teção, e emergencialmente quando for o caso ( ) causar lesão grave à integridade física ou mental de mem-
(E) O poder público desenvolverá políticas que visem garantir bros do grupo.
os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações do- ( ) submeter intencionalmente o grupo a condições de existên-
mésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda for- cia capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial.
ma de negligência, discriminação, exploração, violência, cruel- ( ) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio
dade e opressão do grupo.
( ) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para
7. IBFC - 2022 - PC-BA - Delegado de Polícia - (Reaplicação)- O outro grupo.
art. 9º do Estatuto da Igualdade Racial, dispõe que “A população Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, cima para baixo.
esportivas e de lazer adequadas a seus interesses e condições, de (A) 1, 2, 5, 4, 3
modo a contribuir para o patrimônio cultural de sua comunidade e (B) 1, 2, 3, 4, 5
da sociedade brasileira”. O artigo que o segue descreve o que deve (C) 2, 1, 3, 4, 5
ser feito para o cumprimento do disposto no art. 9º. Sobre o art. (D) 1, 2, 4, 3, 5
10 do referido Estatuto, analise as afirmativas abaixo e dê valores (E) 5, 2, 1, 4, 3
Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) As providências a serem adotadas estão a cargo do governo 9. FCC - 2022 - SEC-BA - Professor Padrão P - Grau III - Lingua-
federal e dos governos estaduais. gem, com ênfase em Língua Portuguesa III- O Decreto federal n°
( ) Devem ser promovidas ações para viabilizar e ampliar o 4.377/2002 promulga a Convenção sobre a Eliminação de Todas as
acesso da população negra ao ensino gratuito e às atividades Formas de Discriminação contra a Mulher que, em seu texto, com
esportivas e de lazer. o fim de assegurar-lhe a igualdade de direitos com o homem na
( ) Deve ser dado apoio à iniciativa de entidades que mante- esfera da educação, prevê expressamente
nham espaço para promoção social e cultural da população (A) oportunidades para participar ativamente nos esportes e
negra. na educação física, considerando-se as diferenças físicas para a
( ) Deve ser fomentado o desenvolvimento de campanhas ocupação de cargos.
educativas, inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos (B) a redução da taxa de abandono feminino dos estudos e a
membros da população negra faça parte da cultura de toda a organização de programas para aquelas jovens e mulheres que
sociedade. tenham deixado os estudos prematuramente.
( ) Devem ser implementadas políticas públicas para o fortaleci- (C) igualdade no acesso a bolsas de estudo a mulheres que
mento da juventude negra brasileira. comprovarem serem vítimas de violência doméstica e familiar.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de (D) a prioridade de acesso a vagas para docentes na esfera do
cima para baixo. ensino básico e de matrícula para seus filhos e dependentes na
(A) F - F - F - V - V mesma unidade escolar.
(B) V - F - F - V - F (E) capacitação continuada na rede de educação municipal e
(C) F - F - V - F - V estadual, voltada a docentes e discentes a partir do ensino mé-
(D) V - V - F - F - V dio, para enfrentamento à intolerância de gênero.
(E) F - V - V - V - V

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

10. VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Polícia- A respeito da 13. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua
Lei no 7.716/89, com as alterações da Lei no 9.459/97 (tipificação Portuguesa- A respeito da Convenção 169 da Organização Interna-
dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor), assinale cional do Trabalho sobre Povos Indígenas e Tribais, assinale a alter-
a alternativa correta. nativa correta.
(A) Os crimes nela previstos, sem exceção, são praticados me- (A) A aplicação das disposições desta Convenção não conside-
diante dolo. rará como critério a consciência de sua identidade indígena ou
(B) Não tipifica crimes resultantes de discriminação ou precon- tribal
ceito de religião, sendo específica a crimes de preconceito de (B) Os governos deverão assumir a responsabilidade de desen-
raça, cor, etnia e procedência nacional. volver uma ação coordenada e sistemática com vistas a prote-
(C) O crime de negar ou impedir a inscrição ou ingresso de alu- ger os direitos desses povos e a garantir o respeito pela sua in-
no em estabelecimento de ensino, previsto no art. 6o , é espe- tegridade, sendo defesa a participação dos povos interessados
cífico a instituições públicas. (C) As ações coordenadas de responsabilidade dos governos
(D) Prevê como efeito automático da condenação a perda do contemplarão medidas que ajudem os membros dos povos in-
cargo ou função pública, para o agente servidor público. teressados a eliminar as diferenças socioeconômicas que pos-
(E) Prevê como causa de aumento de pena, geral a todos os cri- sam existir entre os membros indígenas e os demais membros
mes, a prática em detrimento de menor de 18 (dezoito) anos. da comunidade nacional, independente de suas aspirações e
formas de vida
11. INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico (D) As disposições desta Convenção serão aplicadas sem discri-
Judiciário - Segurança- Trata-se de crime de preconceito de raça ou minação aos homens e mulheres desses povos
de cor previsto na Lei nº 7.716/1989 (E) Deverão ser adotadas as medidas especiais que sejam ne-
(A) injuriar outrem chamando-o de “banana”. cessárias para salvaguardar as pessoas, as instituições, os bens,
(B) prender em flagrante Auditor-Fiscal do Trabalho de cor de as culturas e o meio ambiente dos povos interessados, ainda
pele preta que solicita vantagem indevida a particular para dei- que contrárias aos desejos expressos livremente pelos povos
xar de praticar ato de ofício obrigatório. interessados
(C) impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes,
bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público, 14. IBFC - 2023 - SEC-BA - Mediador- A respeito dos dispositivos
em razão de raça, cor ou etnia. referentes ao acesso à terra e à moradia adequada no Estatuto da
(D) apelidar jovem jogador de futebol de “novo Pelé” em razão Igualdade Racial, Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, analise as
da cor de sua pele. afirmativas a seguir e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
(E) defender, em dissertação acadêmica, a inconstitucionalida- ( ) O poder público promoverá a educação e a orientação pro-
de do sistema de cotas raciais em provas e concursos públicos. fissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida-
des negras rurais.
12. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor de Educação Indígena- A ( ) Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que
respeito da Convenção 169 da Organização Internacional do Traba- estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade
lho sobre Povos Indígenas e Tribais, assinale a alternativa incorreta. transitória, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
(A) Ao se aplicar as disposições da presente Convenção, deve- ( ) O poder público garantirá a implementação de políticas
rão ser adotadas, com a participação e cooperação dos povos públicas para assegurar o direito à moradia adequada da po-
interessados, medidas voltadas a aliviar as dificuldades que es- pulação negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas su-
ses povos experimentam ao enfrentarem novas condições de butilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim
vida e de trabalho de reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no
(B) Ao aplicar as disposições da presente Convenção, os gover- ambiente e na qualidade de vida.
nos deverão consultar os povos interessados, através da rede ( ) Os programas, projetos e outras ações governamentais re-
mundial de computadores, cada vez que sejam previstas me- alizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Inte-
didas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los resse Social (SNHIS) não considerarão as peculiaridades sociais,
diretamente econômicas e culturais da população negra.
(C) As consultas realizadas na aplicação desta Convenção de- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
verão ser efetuadas com boa fé e de maneira apropriada às cima para baixo.
circunstâncias, com o objetivo de se chegar a um acordo e con- (A) V - F - V - F
seguir o consentimento acerca das medidas propostas (B) V - V - V - F
(D) Ao se aplicar as disposições da presente Convenção, dever- (C) F - V - F - F
-se-á levar na devida consideração a natureza dos problemas (D) V - V - V - V
que lhes sejam apresentados, tanto coletiva como individual- (E) V - F - F - F
mente
(E) Ao aplicar as disposições da presente Convenção, os gover-
nos deverão estabelecer os meios para o pleno desenvolvimen-
to das instituições e iniciativas dos povos e, nos casos apropria-
dos, fornecer os recursos necessários para esse fim

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO

15. FUNDATEC - 2021 - PGE-RS - Técnico Administrativo- A res-


peito dos direitos e deveres individuais e coletivos assegurados na
ANOTAÇÕES
Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que:
(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden- ______________________________________________________
do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du- ______________________________________________________
rante o dia, por determinação judicial.
(B) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento ______________________________________________________
de informações relativas à pessoa do impetrante ou de familiar
seu, constantes de registros ou bancos de dados de entidades ______________________________________________________
governamentais ou de caráter público.
______________________________________________________
(C) A prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
critível, sujeito à pena de detenção ou reclusão, conforme a ______________________________________________________
gravidade, nos termos da lei.
(D) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- ______________________________________________________
cais abertos ao público, exigida a prévia autorização da autori-
dade competente. ______________________________________________________
(E) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na- ______________________________________________________
cional, em dois turnos, por dois terços dos votos dos respecti-
______________________________________________________
vos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

_____________________________________________________
1 E _____________________________________________________
2 B
______________________________________________________
3 C
4 E ______________________________________________________

5 A ______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 E
______________________________________________________
8 A
9 B ______________________________________________________
10 A ______________________________________________________
11 C
______________________________________________________
12 B
13 D ______________________________________________________

14 A ______________________________________________________
15 A ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Técnico Administrativo - Administrativo

ROTINA ADMINISTRATIVA QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO: COMUNICA-


BILIDADE; APRESENTAÇÃO; ATENÇÃO; CORTESIA; INTE-
RESSE; PRESTEZA; EFICIÊNCIA; TOLERÂNCIA; DISCRIÇÃO;
No dicionário, o significado de rotina significa: “sequência de CONDUTA; OBJETIVIDADE
procedimentos, dos costumes habituais; modo como se realiza al-
guma coisa, sempre da mesma forma; que se faz todos os dias”.
Em nosso entendimento, rotina de trabalho é a sequência das As organizações buscam, constantemente, adequar suas ativi-
atividades profissionais que realizamos diariamente. Não somente dades para chegar o mais próximo possível de seus objetivos e da
a sequência que compõe a rotina, mas também a forma que reali- satisfação de seus clientes. Conduto, para se alcançar a satisfação
zamos essas atividades. de um cliente também se faz necessário, um bom atendimento, no
Se definimos bem uma rotina de trabalho evitamos o acúmulo qual exige dela a capacidade de conhecer seu perfil, definir seus de-
de tarefas, atrasos no cumprimento de prazos e outros contratem- sejos e necessidades, e definir como os recursos da empresa serão
pos que podem surgir quando não existe uma programação a ser empregados para que se alcance tais perspectivas.
seguida. Posto isso, com a evolução da gestão tradicional para gestão da
Mas é bom ter em mente que a rotina deve ser flexibilizada, qualidade, o atendimento ao cliente passou a fazer parte do plane-
atender as demandas mais urgentes. Devemos sempre ter em men- jamento estratégico das organizações, que passaram a integrar em
te as prioridades de cada momento e assim dar ênfase as mesmas. suas atividades um canal de relacionamento para a efetiva comuni-
Uma rotina de trabalho muito rígida, faz com que os colaboradores cação com seus clientes. Canal que tem como objetivo promover a
fiquem insatisfeitos, justamente por não terem flexibilidade de fa- interação entre a organização e o consumidor, o auxiliando assim na
zer ajustes em casos de imprevisto ou quando necessário. resolução de seus interesses diante dos produtos ou serviços que
Não existe uma fórmula exata, para se criar uma boa rotina utilizam.
de trabalho. Ela pode variar de acordo com a empresa, o setor, o Atualmente, pode-se dizer, que o atendimento ao cliente é vis-
cargo, ou se o trabalho é realizado em home office. Alguns pontos to como um dos principais serviços de uma organização que busca
devem ser levados em consideração para uma boa otimização de pela satisfação, criação de valor e fidelização de seus clientes.
sua rotina:
– Mantenha um padrão nos processos; Atender as Expectativas dos Clientes
– Defina projetos e metas;
– Categorize as rotinas operacionais (semelhança e/ou afinida- Podemos considerar que atender significa:
des); - Receber;
– Monitore o desempenho; - Ouvir atentamente;
– Divida as atividades de acordo com as prioridades; - Acolher com atenção;
– Delegue tarefas; - Tomar em consideração, deferir;
– Use ferramentas para gerenciar a rotina de trabalho; - Atentar, ter a atenção despertada para;
– Defina seu horário de trabalho.
Sendo assim, o atender está associado a acolher, receber, ouvir
Tenha em mente que o planejamento é a palavra chave para o cliente, de forma com que seus desejos sejam resolvidos, assim
uma boa rotina de trabalho. o atendimento é dispor de todos os recursos que se fizerem ne-
cessários, para atender ao desejo e necessidade do cliente. Esses
clientes podem ser internos ou externos, e se caracterizam por ser
o público-alvo em questão.

Clientes Internos: os clientes internos são aqueles de dentro da


organização, ou seja, são os colegas de trabalho, os executivos. São
as pessoas que atuam internamente na empresa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Clientes Externos: já os clientes externos, são as pessoas de Seja sempre objetivo ao realizar um atendimento, busque rapi-
fora que adquirem produtos ou serviços da empresa. damente soluções para as necessidades do cliente que se encontra
em atendimento.
O comprometimento e profissionalismo são importantes para Os colaboradores de uma organização devem buscar conheci-
um bom atendimento, atualmente, mais importante do que se ter mento dos negócios da empresa, das decisões que ela toma e da
um cliente, é o relacionamento que se cria com ele, no qual é alcan- situação que ela se encontra. A falta de informação, de uma comu-
çado por meio do atendimento. nicação entre empresários e funcionários acaba gerando desmoti-
Todo cliente possui expectativas ao procurar um atendimento, vação, falta de comprometimento e dificuldades para se argumentar
e neste sentido o ideal para se construir um relacionamento sólido e demonstrar confiança aos clientes no momento do atendimento.
e duradouro, não é apenas atender as suas expectativas, mas sim, Assim torna-se fundamental comunicar a missão da empre-
superá-las, pois aqueles clientes que têm suas expectativas supera- sa, seus valores, metas e objetivos ao público interno, pois quanto
das acabam se tornando fiéis a organização. maior for seu envolvimento com a organização, maior será o seu
O início do processo de atendimento que busca a satisfação dos comprometimento.
clientes ocorre com o mapeamento das necessidades do cliente e
isso é possível por meio de uma comunicação clara e objetiva. A A Importância da Comunicação Interna para o Atendimento
comunicação deve dirigir-se para o oferecimento de soluções e res- A Comunicação Interna compreende os procedimentos co-
postas na qual o cliente busca e isso não significa falar muito, mas municacionais que ocorrem na organização e que segundo Scro-
sim ser um excelente ouvinte e estar atento aquilo que o cliente ferneker1 “Visa proporcionar meios de promover maior integração
fala. dentro da organização mediante o diálogo, troca de informações,
Em razão disso um relacionamento entre uma organização e experiências e a participação de todos os níveis”.
um cliente é construído por meio de bons atendimentos. Analisar Com isso, observamos, que a mesma forma que um bom aten-
o comportamento e os interesses do cliente pode ajudar na estra- dimento pode cativar, conquistar, e reter um cliente, um mal aten-
tégia de retê-lo, criando relacionamentos consistentes, com quali- dimento pode facilmente trazer prejuízos e colocar uma empresa
dade e fidelização, a atenção, a cortesia e o interesse também são em uma situação difícil.
os três pontos iniciais para se atentar na preparação de um bom A satisfação do cliente deve ser uma das grandes prioridades de
atendimento. uma empresa que busca competitividade e permanência no merca-
do. E por isso toda empresa deve estabelecer princípios, normas e
Ninguém procura uma empresa que oferece produtos ou servi- a maneira adequada de transmitir essas informações aos seus co-
ços, sem ter uma necessidade por alguma coisa, em vista disso toda laboradores, que devem estar sujeitos a constantes treinamentos.
a atenção deve ser concentrada em ouvir e atender prontamente A comunicação interna, em um nível adequado, oferece um
o cliente sem desviar-se para outras atividades naquele momento, atendimento eficiente, rápido e objetivo, com isso podemos perce-
pois o cliente pode interpretar esta ação como uma falta de profis- ber que a empresa adota estratégias que satisfaçam o consumidor,
sionalismo. tendo em vista que há uma preocupação em qualificar as pessoas
de modo a obterem conhecimentos, habilidades, atitudes específi-
Lembre-se de utilizar uma linguagem clara e compreensível, cas de acordo com o ramo de atividade da empresa e domínio sobre
nem sempre os clientes compreendem termos muito técnicos e os produtos que serão promovidos.
científicos que para uma organização pode soar normal ou comum. O treinamento pode ensinar, corrigir, melhorar, adequar o
Esteja atento aquilo que irá perguntar para que não repita a mesma comportamento das pessoas em relação as mudanças ou mesmo
pergunta demonstrando falta de interesse ou atenção, seja educa- exigências de um mercado extremamente disputado e concorrido.
do e cortês, mas isso não significa que se possa invadir a privacida- O atendente deve sempre responder ao cliente com entusias-
de/intimidade do cliente, evite perguntas ou situações que possam mo e com uma saudação positiva, e mesmo que o cliente perca a
causar qualquer tipo de constrangimento ou inconveniência. paciência, o profissional, deve se manter calmo de acordo com a
Utilize um tom de voz agradável ao dirigir-se a um cliente, te- conduta esperada pela empresa.
nha percepção sobre suas limitações, fique atento a sua faixa etária E lembre-se que um atendimento de sucesso ocorrerá se o
e adeque a forma de tratamento a senhores(as). atendente priorizar e estiver preparado para:
Com a grande competitividade entre as empresas, a velocidade 1. Fazer uma boa recepção;
em que se atende as necessidades de um cliente, pode ser um fator 2. Ouvir as necessidades do cliente;
determinante para que estes retornem a empresa, entretanto não é 3. Fazer perguntas de esclarecimento;
um ponto positivo ter que refazer uma atividade/ação para corrigir 4. Orientar o cliente;
algo que foi feito de forma rápida e com pouca qualidade. 5. Demonstrar interesse e empatia;
Um ambiente de trabalho organizado também pode contribuir 6. Dar uma solução ao atendimento;
para um atendimento mais rápido, ágil e eficiente. 7. Fazer o fechamento;
A empresa deve ser leal ao cumprimento dos prazos, sendo as- 8. Resolver pendências quando houver.
sim, não prometa prazos que não seja capaz de cumprir. Envolva ou-
tros setores ao processo de atendimento para que possa responder Princípios para o Bom Atendimento
mais prontamente as questões que possam surgir. 1. Foco no Cliente: as organizações buscam reduzir os custos
Nas reações e percepções do cliente é possível identificar sua dos produtos, aumentar os lucros, mas não podem perder de vista
aprovação ou reprovação em relação as negociações ou atendimen- a qualidade e satisfação dos clientes.
to, busque oportunidades para agir. 1 SCROFERNEKER, C. M. A. Trajetórias teórico conceituais da Comuni-
cação Organizacional, 2006.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade A chave para o sucesso do bom atendimento depende muito
do usuário: um serviço ou produto deve ser exatamente como o da boa comunicação, isto é, de como é realizada a transmissão e
usuário espera, deseja ou necessita que ele seja. recepção de informação.

3. Manutenção da qualidade: o padrão de qualidade mantido Atender às necessidades dos clientes é a parte essencial da ex-
ao longo do tempo é que leva à conquista da confiabilidade. celência do atendimento ao cliente, certamente tudo gira em torno
desse fator: somente irá existir interação se estiver fornecendo algo
A atuação com base nesses princípios deve ser orientada por de que o cliente precise.
algumas ações que imprimem a qualidade ao atendimento, tais
como: Exemplificando: O cliente vai ao banco porque precisa receber
- Atenuar a burocracia; e/ou pagar contas; toma o trem porque precisa ir do ponto A ao B;
- Fazer uso da empatia; procura o médico porque precisa ficar com boa saúde. Entretanto,
- Analisar as reclamações; será tudo tão simples? O que diferencia as interações que o cliente
- Acatar as boas sugestões. descreveria como excelentes ou satisfatórias ou péssimas? Quais
- Cumprir prazos e horários; são suas necessidades básicas ou mínimas e o que mais pode ser
- Evitar informações conflitantes; importante para ele?
- Divulgar os diferenciais da organização;
- Identificar as necessidades dos usuários; É difícil saber se o comportamento humano é intencional ou
- Cuidar da comunicação (verbal e escrita); não, mesmo que, segundo a psicanálise, existem as intenções in-
- Imprimir qualidade à relação atendente/usuário; conscientes. Por isso é preciso classificar tudo o que o homem faz
- Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade. em sociedade. Até mesmo o silêncio, é comunicação, ele pode sig-
nificar concordância, indiferença, desprezo, etc.
Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser Assim, a comunicação, tanto interna quanto externa das orga-
percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários, entre eles: nizações, é uma ferramenta de extrema importância para qualquer
competência, presteza, cortesia, paciência, respeito. organização e determinante no que se refere ao sucesso, indepen-
Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, des- dente do porte e da área de atuação.
respeito, imposição de normas ou exibição de poder tornam o aten- É uma ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser
dente intolerável, na percepção dos usuários. atribuídos às falhas de comunicação. Portanto, um sistema de co-
Atender o cliente significa identificar as suas necessidades e municação eficaz é fundamental para as organizações que buscam
solucioná-las, ao passo de não deixar o telefone tocar por muito o crescimento e cultura organizacional.
tempo para atendê-lo e assim que receber a ligação já transferi-la Na era da informação, a rapidez e o valor das informações faz
para o setor correspondente. com que as organizações se vejam no imperativo de reestruturarem
Afinal o profissional de qualquer área ou formação tem capaci- sua comunicação (seja ela interna ou social) adotando um padrão
dade de atender o telefone, visto que é um procedimento técnico, moderno aproximando suas ações e o discurso empresarial.
enquanto que para atender o cliente são necessárias capacidades Diante disso, emergem os problemas de comunicação. Os pro-
humanas e analíticas, é necessário entender o comportamento das blemas de comunicação surgem por uma situação de fala distorcida
pessoas, ou seja, entender de gente, além de ter visão sistêmica do em que os participantes do ato comunicativo encontram-se em po-
negócio e dos seus processos. sições desiguais de poder e conhecimento de informações.
Muitos profissionais chegam a ter pânico do telefone porque O principal problema da comunicação organizacional a sobre-
ele não para de tocar e porque ele atrapalha a realização de outras carga de input de informação, podendo este estar relacionado a má
atividades, que erroneamente são consideradas mais importantes. seleção de informações por parte do indivíduo ou a uma cultura
organizacional valorizadora de grande quantidade de informações.
Mas será que existe algo mais importante do que o cliente que
se encontra do outro lado da linha, aguardando pelo atendimento? Dimensões de um Atendimento de Qualidade
É claro que não existe, ocorre que nem sempre se tem a consciência
de que é o cliente que será atendido e não o telefone. Não se tem Comunicabilidade
a consciência que cada ligação recebida significa uma oportunida- É a qualidade do ato comunicativo, no qual a mensagem é
de de negociar, de vender, de divulgar a empresa, de manter laços transmitida de maneira integral, correta, rápida e economicamente.
amistosos com o cliente. A transmissão integral supõe que não há ruídos supressivos, defor-
O cliente sempre espera um tratamento individualizado, consi- mantes ou concorrentes. A transmissão correta implica em iden-
derando que cada situação de atendimento é única, e deve levar em tidade entre a mensagem mentada pelo emissor e pelo receptor.
conta as pessoas envolvidas e suas necessidades, além do contexto
da situação. Como as pessoas são diferentes, agem de maneira dife- Apresentação
renciada, a condução do atendimento também necessita ser perso- O responsável pelo primeiro atendimento representa a pri-
nalizada, apropriada para cada perfil de cliente e situação. meira impressão da organização, que o cliente irá formar, como a
Assim, o cliente poderá se apresentar: bem-humorado, tímido, imagem dela como um todo. E por isso, a apresentação inicial de
apressado, paciente, inseguro, nervoso, entre outras característi- quem faz o atendimento deve transmitir confiabilidade, segurança,
cas. O mais importante é identificar no início da interação como o técnica e ter uma apresentação ímpar.
cliente se encontra, pois assim o atendimento ocorrerá de maneira É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao am-
assertiva. biente de trabalho.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Se a organização adotar uniforme, é indispensável que o use Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a demora
sempre, e que o apresente sempre de forma impecável. Unhas e ca- no atendimento, principalmente quando ele observa que o aten-
belos limpos e hálito agradável também compreendem os elemen- dente está conversando com outros seus assuntos particulares em
tos que constituem a imagem que o cliente irá fazer da empresa, paralelo, ou, fazendo ações que são particulares e não condizem
por meio do atendente. com seu trabalho.
A expressão corporal e a disposição na apresentação se tor- A instantaneidade na apresentação do atendimento configura
nam fatores que irão compor o julgamento do cliente e a satisfação seriedade e transmite confiança ao cliente, portanto, o atendente
do atendimento começa a ser formado na apresentação, assim a deve tratar a apresentação no atendimento como ponto inicial, de
saudação inicial deve ser firme, profissional, clara e de forma que sucesso, para um bom relacionamento com o cliente.
transmita compromisso, interesse e prontidão. O tom de voz deve
ser sempre agradável. Atenção, Cortesia e Interesse
O atendimento é mais importante que preço, produto ou ser-
Lembre-se!! O que prejudica o relacionamento das empresas viço para o cliente, quando ele procura a organização é porquê tem
com os clientes, é a forma de tratamento na apresentação, pois é necessidade de algo. O atendente deve desprender toda a atenção
fundamental que no ato da apresentação, o atendente mostre ao para ele, por isso deve interromper tudo o que está fazendo, e pres-
cliente que ele é bem-vindo e que sua presença na empresa é im- tar atenção única e exclusivamente no cliente.
portante. Assuntos particulares e distrações são encarados pelos clientes
como falta de profissionalismo, por isso, atentar-se ao que ele diz,
Há várias regras a serem seguidas para a apresentação inicial questiona ou traduz em forma de gestos e movimentos, devem ser
para um bom atendimento. Com por exemplo: O que dizer antes de compreendidos e transformados em conhecimento ao atendente.
iniciar o atendimento? O nome do atendente; O nome da empresa; Perguntar mais de uma vez a mesma coisa, ou, indagar algo que
Bom dia; Boa tarde; Boa noite; Pois não, em que posso ajudá-lo?; já foi dito antes, são decodificados pelo cliente como desprezo. É
entre outros. importante ter atenção a tudo o que o cliente faz e diz, para que o
atendimento seja personalizado e os interesses e necessidades dele
A sequência não importa, o que deve ser pensado na hora, é sejam trabalhados e atendidos.
que essas frases realmente devem ser ditas de forma positiva de É indispensável que se use do formalismo e da cortesia, pois
acordo com seu contexto. E o atendente também deve se lembrar o excesso de intimidade pode constranger o cliente, ser educado e
que os clientes não aguentam mais ser atendimentos com apresen- cortês é fundamental, porém, o excesso de amabilidade, se torna
tações mecânicas, pois o que eles esperam é uma apresentação tão inconveniente quanto a falta de educação.
receptiva. Por isso, é necessário que o cliente se sinta importante, envolto
por um ambiente agradável e favorável para que seus desejos e ne-
Por isso, saudar com “bom dia, boa tarde, ou, boa noite” é óti- cessidades sejam atendidos. O atendente deve estar voltado com-
mo! Mas, diga isso, com sinceridade, assim o cliente perceberá a pletamente para a interação com o cliente, estando sempre atento
veracidade em suas palavras. para perceber constantemente as suas necessidades. Logo, deve-se
demonstrar interesse em relação às necessidades dos clientes e
Dizer o nome da empresa se o atendimento for por meio do atendê-las prontamente e da melhor forma possível.
telefone também faz parte, porém, faça de forma clara e devagar. Gentileza é o ponto inicial para a construção do relacionamen-
Não dê margem, ou fale de forma que ele tenha que perguntar de to com o cliente, a educação deve permear em todo processo de
onde é logo após o atendente ter falado. Dizer o nome, também é atendimento. Desde a apresentação até a despedida. Saudar o
importante. Mas, isso pode ser dito de uma forma melhor como, cliente, utilizar de: obrigado, por favor, desculpas por imprevistos,
perguntar o nome do cliente primeiro, e depois o atendente diz o são fundamentais em todo o processo.
seu. Exemplo: Qual seu nome, por favor? Oi Maria, eu sou a Mada- Caracteriza-se também, como cortesia no atendimento, o tom
lena, hoje posso ajuda-la em quê? de voz e a forma com que se dirige ao cliente, o tom de voz deve ser
O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e também, agradável, mas, precisa ser audível, ou seja, que dê para compreen-
irá perceber que essa empresa trabalha pautada na qualidade do der. É vale ressaltar que apenas o cliente deve escutar, e não todo
atendimento. mundo que se encontra no estabelecimento.
Segundo a sabedoria popular, leva-se de 5 a 10 segundos para
formarmos a primeira impressão de algo. Por isso, o atendente deve Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Algumas palavras e
trabalhar nesses segundos iniciais como fatores essenciais para o tratamentos podem ser ofensivos a eles, portanto, deve-se utilizar
atendimento, fazendo com que o cliente tenha uma boa imagem sempre como formas de tratamento: Senhor e Senhora.
da organização. Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por
O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave para telefone, quem o faz, está oferecendo a sua imagem (vendendo sua
o atendimento, ou seja, o excesso de intimidade na apresentação é imagem) e a da organização que representa. Pois todas as ações
repudiável, o cliente não está procurando amigos de infância, mas representam o que a empresa pretende.
sim, soluções aos seus problemas. É importante lembrar que não se deve ficar pensando na res-
Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser abo- posta na hora em que o interlocutor estiver falando. Concentre-se
lidos do atendimento. Tampouco, os nomes e adjetivos no diminu- em ouvir. Outro item que deve ser levado em conta no atendimento
tivo. é não interromper o interlocutor, pois, quando duas pessoas falam
ao mesmo tempo, nenhuma ouve corretamente o que a outra está
dizendo. E assim, não há a comunicação.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O atendente também não deve se sentir como se estivesse - Interpretar cada cliente, procurando identificar a real impor-
sendo atacado, pois alguns clientes dão um tom mais agressivo à tância de cada “fala” e os valores do que foi dito.
sua fala, porém, isso deve ser combatido por meio da atitude do - Saber falar a linguagem de cada cliente procurando identificar
atendente, que deve responder de forma calma, tranquila e sensa- o que é especial, importante e ou essencial em cada solicitação,
ta, sem elevar o tom da voz, ou seja, sem se alterar. procurando ajudá-lo a conseguir o que deseja, otimiza o processo.
- O atendente deve saber que fazer um atendimento eficiente é
Presteza, Eficiência e Tolerância ser breve sem tornar-se desagradável.
Ter presteza no atendimento faz com que o cliente sinta que a - Ter ética em todos os níveis de atendimento faz com que o
instituição tem um foco totalmente nele e que esta prima por solu- cliente não tenha dúvida sobre a organização e, sendo assim, não
cionar as dúvidas, problemas e necessidades dos clientes, ser ágil, desperdice tempo fazendo questionamentos sobre a conduta da
sim, mas, a qualidade não pode ser deixada de lado. empresa.
De nada adianta fazer rápido, se terá que ser feito novamente, - O atendente deve saber que sempre há uma solução para
a presteza deve ser acompanhada de qualidade, para isso, é impor- tudo e para todos, buscando sempre os entendimentos e os acor-
tante que o ambiente de trabalho esteja organizado, para que tudo dos em todas as situações, por mais difíceis que elas se apresentem.
seja encontrado facilmente. - O atendente deve saber utilizar a comunicação e as informa-
Estar bem informado sobre os produtos e serviços da organiza- ções.
ção, também tornam o atendimento mais ágil. Em um mundo em - O todo é composto de partes, e para os clientes “as ações
que o tempo está relacionado ao dinheiro, o cliente não se sente sempre falaram mais que as palavras”.
bem em lugares que tenha que perder muito tempo para solucionar
algum problema. Outro aspecto que deve ser observado é que em todos os ní-
Instantaneidade é a palavra de ordem, por mais que o proces- veis de atendimento será inevitável deparar-se com clientes ofensi-
so de atendimento demore, o que o cliente precisa detectar, é que vos e agressivos, para tanto, o atendente deve ter tolerância para
está sendo feito na velocidade máxima permitida. acalmar o cliente e mostrar que ele está ali para auxiliá-lo e resolver
A demora também pode afetar no processo do próximo aten- o problema.
dimento, porém, é importante atender completamente um cliente Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na em-
para depois começar a atender o próximo. presa é a palavra de ordem, o acalma e tranquiliza, por isso, a tole-
Ser ágil não está ligado a fazer as coisas com rapidez, mas sim, rância é importante para que não se perca a linha e comprometa a
fazer de maneira otimizada. Neste sentido o comportamento do imagem da empresa e a qualidade no atendimento.
atendente deve ser eficiente para cumprir com o prometido, e solu- Por mais que não seja o responsável pela situação, o atendente
cionar o problema do cliente, assim ser eficiente é realizar tarefas, deve demonstrar interesse, presteza e tolerância, para que o cliente
resolvendo os problemas inerentes a ela, para que se atinja a meta insista em construir uma situação de discussão, o atendente deve-
estabelecida. -se manter firme, tolerante e profissional. Portanto, a presteza, efi-
Posto isso, o atendimento eficiente é aquele que não se perde ciência e a tolerância, formam uma tríplice que sustentam os aten-
tempo com coisas que são irrelevantes, e sim, agiliza o processo dimentos pautados na qualidade, tendo em vista que a agilidade e
para que o desejado pelo cliente seja cumprido em menor tempo. profissionalismo permeiam os relacionamentos.
Eficiência está ligada a rendimento. Por isso, atendimento eficiente
é aquele que rende o suficiente para ser útil. Discrição
O atendente precisa compreender que o cliente está ali para Atitudes discretas preservam a harmonia do ambiente e da re-
ser atendido, e por isso, não deve perder tempo com assuntos ou lação com o interlocutor. No trabalho, a pessoa deve ter acima de
ações que desviem do pretendido. tudo discrição em seus atos, pois certas brincadeiras ou comentá-
rios podem ofender as pessoas que estão sendo atendidas e gerar
Há alguns pontos que levam a um atendimento eficiente, como: situações constrangedoras. Nestes casos, a melhor maneira de con-
- Todos fazem parte do atendimento. tornar a situação é pedir desculpas e cuidar para que não ocorram
- Saber o que todos os colaboradores da organização exercem novamente.
evita que o cliente tenha que repetir mais de uma vez o que deseja Todas as atitudes que incomodam as pessoas são consideradas
e que fique esperando mais tempo que o necessário. falta de respeito e por isso deve haver uma série de cuidados, como
- Cativar o cliente, sem se prolongar muito, mostra eficiência e por exemplo: não bater o telefone, não falar alto, importunar seu
profissionalismo. colega com conversas e perguntas o tempo todo, entre outros.
- Respeitar o tempo e espaço das pessoas é fundamental ao Ser elegante em um ambiente de trabalho e não expor o visi-
cliente, se ele precisa de um tempo a mais para elaborar e proces- tante/usuário, sendo bem-educado, não significa bajular o atendido
sar o que está sendo feito, dê esse tempo auxiliando-o com infor- e sim ser cortês, simpático e sociável. Isto certamente facilitará a
mações e questões que o auxilie no processo de compreensão. comunicação e tornará o convívio mais agradável e saudável.
- Ser positivo e otimista e ao mesmo tempo ágil fará com que o
cliente tenha a mesma conduta. Conduta e Objetividade
- Saber identificar os gestos e as reações das pessoas, de forma A conduta do atendente deve ser proativa, passando confiança
a não se tornar desagradável ou inconveniente, facilita no atendi- e credibilidade, sendo ao mesmo tempo profissional e possuindo
mento. simpatia, ser comprometido e ter bom senso, atendendo de forma
- Ter capacidade de ouvir o que falam, procurando interpretar gentil e educada, sorrindo e tendo iniciativa.
o que dizem e o que deixaram de dizer, exercitando o “ouvir com a
inteligência e não só com o ouvido”.
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173
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O sigilo é importante, e por isso, o atendimento deve ser ex- * Logo que chegar ao escritório, revise toda a agenda e passe os
clusivo e impessoal, ou seja, o assunto que está sendo tratado no compromissos para seu diretor. Alguns preferem receber via e-mail,
momento, deve ser dirigido apenas ao cliente, como já dito antes, telefone, mensagem no celular e até a tradicional agenda de papel.
as demais pessoas que estão no local não podem e nem devem es-
cutar o que está sendo tratado no momento. PARA O PROFISSIONAL SE ORGANIZAR MELHOR
A conduta de impessoalidade e personalização transformam o
atendimento, e dão um tom formal à situação, por outro lado a ob- 1. Coloque tudo no papel
jetividade está ligada à eficiência e presteza, e por isso, tem como O primeiro passo para o profissional se organizar melhor é colo-
foco, como já vimos, eliminar desperdiçadores de tempo, que são car tudo no papel, preferencialmente em uma agenda. Isso permi-
aquelas atitudes que destoam do foco. tirá que você minimize as chances de esquecer algum compromisso
Possui objetividade é pensar fundamentalmente apenas no e ainda dará a possibilidade de consultar as suas tarefas, procurar
que o cliente precisa, e para que ele está ali, ou seja, solucionar o por números de telefone ou observar os detalhes de seus afazeres.
seu problema e atender às suas necessidades devem ser tratados O ideal mesmo é que você consiga fazer isso no dia anterior ou,
como prioridade, pois na maioria das vezes os clientes têm pressa e no máximo, de manhã cedo, antes de uma reunião, por exemplo.
necessita de uma solução rapidamente. Quanto mais antecedência, mais tempo você terá para elaborar o
Afirmamos que o atendimento com qualidade deve ser pauta- seu planejamento e menores serão as chances de que você se es-
do na brevidade, porém, isso não exclui outros fatores tão impor- queça de algo. Escolha a alternativa que melhor se encaixa no seu
tantes quanto, como: clareza, presteza, atenção, interesse e comu- gosto pessoal.
nicabilidade.
2. Defina bem as prioridades
Outra ação importante para o profissional se organizar melhor
UTILIZAÇÃO DA AGENDA. é traçar uma boa definição de suas prioridades, percebendo quais
tarefas são realmente essenciais e quais não são. Não fique com a
consciência pesada por fazer isso, pois nem todos os compromissos
Agenda agendados têm a mesma importância para você e para o sucesso do
A agenda representa o trabalho da escritório, é a organização seu empreendimento.
evidenciada em páginas. É responsável por lembrar eventos, provi- Quando estiver definindo a sua lista, determine quais são os
dências, pagamentos e tudo mais que o funcionário não daria con- assuntos de maior relevância. Uma boa ideia é colocar números à
ta de lembrar se não houvesse o registro. frente dos seus afazeres, em ordem crescente de relevância. Não
Alguns objetos como canetas, blocos de anotações, furadores, gaste horas preciosas e nem priorize temas que pouco tendem a
grampeadores, carimbos, clips e tesouras são muito úteis e devem aumentar a sua produtividade, por exemplo.
estar sempre acessíveis na rotina diária do escritório. São peque-
nos no tamanho, mas tornam-se importantes, principalmente, em 3. Use as listas a seu favor
tarefas simples e que requerem rapidez. Como dissemos, definir suas prioridades é fundamental e, para
fazer isso de maneira correta, você pode usar listas. Comece pelas
Organizar uma agenda não é uma tarefa tão fácil quanto pare- atividades recorrentes e importantes, como contato com os clien-
ce. É preciso que as partes envolvidas trabalhem em conjunto para tes, pagamento de contas mensais e outras. Depois, organize as ta-
que ela funcione perfeitamente. refas por prioridades, separando o que precisa ser feito em cada dia
Um secretário não pode organizar a agenda de seu diretor sozi- e o que é mais flexível.
nha, ela precisa da colaboração dele para que todos os compromis- Para finalizar essa etapa, crie checklists com o que deve ser
sos sejam cumpridos conforme a necessidade. concluído e aproveite para assinalar, no papel, quando cumprir es-
Alguns executivos costumam decidir seus compromissos sem- sas tarefas. Você pode listar, por exemplo, todas as contas e ir mar-
pre de ultima hora. E quem acaba prejudicada é a secretária, que cando as que já foram pagas.
precisa reorganizar novamente todos os compromissos.
Mas se seu diretor costuma seguir sua agenda a risca, segue 4. Não ignore os detalhes
algumas dicas importantes antes de confirmar um compromisso: Outra atitude primordial para o profissional se organizar me-
* Precisa confirmar a presença dele em uma reunião? Antes de lhor é dar o devido valor para os detalhes. Mesmo com a necessi-
dizer “sim, ele estará presente.” É necessário que você o comunique dade de manter uma perspectiva abrangente no seu dia a dia, você
primeiro. Assim, você não corre o risco de confirmar justamente precisa dar uma atenção especial para alguns pormenores. Procure
nos dias que ele estará ausente do escritório. descrever os seus compromissos de forma detalhada e sistemática,
* Não sabe quanto tempo vai durar a reunião? No dia que for para que nada seja deixado para trás.
agendar já se informe qual será o prazo necessário para a mesma,
assim você consegue deixar tempo suficiente. 5. Tenha uma agenda organizada
* Lembre de deixar 15 minutos a mais, geralmente reuniões de A melhor maneira de organizar sua rotina é registrar todas as
negócios costumam se estender um pouco mais. atividades diárias e os compromissos do mês. Tenha uma agenda
organizada, seja ela do tipo caderno para anotações ou digital, no
* Deixe um pequeno intervalo de 15 minutos a cada duas ho- celular, smartphone ou tablet.
ras de compromissos. Neste tempo você consegue passar um reca- Lembre-se de que o importante é ter onde anotar tudo. É fun-
do importante, seu diretor uma ligação que seja necessária ou até damental registrar os compromissos em seus respectivos horários e
mesmo tomar um cafezinho. datas, com os tempos de duração correspondentes.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Por meio dessa estratégia, você consegue ter uma gestão me- 10. Divida bem o seu tempo
lhor da sua atividade e ainda é possível programar lembretes horas É fundamental que você divida o seu tempo entre trabalho, la-
ou dias antes dela, evitando que se esqueça de algo. Não duvide: zer e família. Não dá para sacrificar um ou outro: então, organize-se
agendas são sempre ótimas opções! de forma a não prejudicar nenhum dos pilares de sua vida. Se o seu
horário é comercial, não leve trabalho para casa fora desse período.
6. Planeje em longo prazo Já se a sua agenda tem mais flexibilidade ou é imprevisível, se-
Organizar o tempo é mais difícil se pensarmos apenas nos mo- pare momentos do dia para passar com a família e os amigos. Tam-
mentos imediatos. Por isso mesmo, planejar em longo prazo é sem- bém é importante que você não exagere na quantidade de compro-
pre uma boa estratégia, mesmo que seja preciso fazer mudanças missos. Muitas vezes, pecamos por querer fazer tudo de uma vez e,
eventuais na sua lista de compromissos. Assim, pelo menos, você como consequência, acabamos não realizando nada.
pode ter uma ideia do que é necessário finalizar e de quais serão os Pouco adianta se programar para muitas coisas se, depois, você
períodos mais conturbados. não conseguir cumprir metade delas. Mire em um número possível
Isso é especialmente positivo para aquelas pessoas que têm de ser cumprido e vá experimentando a sua capacidade diária de
mania de deixar tudo para a última hora. Se você escolher cumprir produtividade.
apenas uma tarefa indispensável nos primeiros dias da semana, por
exemplo, saberá ao certo o número de dias pelos quais poderá dis- 11. Estipule uma hora para terminar
tribuir o restante de seus compromissos. Isso reduz a pressão e o Especialmente quando se começa a empreender ou quando
desgaste do seu ofício. trabalha como autônomo, a tentação de esticar o período de expe-
diente é imensa, pois é você que precisará arcar com prejuízos ou
7. Fique de olho no calendário experimentará os louros da lucratividade. No entanto, por mais que
Para planejar em longo prazo, você precisa ficar de olho no ca- seja difícil, é muito importante estipular uma hora para terminar e,
lendário. E, por isso mesmo, o ideal é ter uma folhinha na sua mesa principalmente, cumprir essa determinação.
de trabalho, seja no home-office ou no escritório da empresa. Use-a Aumentar demasiadamente suas horas de trabalho não terá os
para marcar os dias em que tem algo importante. efeitos que você imagina, pois invariavelmente haverá uma queda
Não é preciso anotar os detalhes nas suas páginas, pois você já no desempenho devido ao cansaço e ao estresse. Para alcançar me-
terá feito isso no papel ou na agenda. No entanto, apenas sinalizar lhores resultados, é importante que você conheça os seus limites e
que tem alguma tarefa ou evento naquele dia já é de grande valia. não os ultrapasse de forma corriqueira.
Manter essa visualização acessível faz com que você não se esqueça
de nada!
TRABALHO EM EQUIPE: PERSONALIDADE E RELACIONA-
Conte com os aplicativos MENTO; EFICÁCIA NO COMPORTAMENTO INTERPESSOAL;
A tecnologia pode ser uma forte aliada da sua rotina e, para
modernizar ainda mais esse processo de organização do seu dia a
dia, você pode utilizar aplicativos instalados no seu smartphone Bem como lidar com o público, lidar com a equipe interna de
ou tablet. A maioria desses programas é integrada, fornecendo a uma empresa também não é tarefa simples. Seres humanos são
função de calendário e agenda, com lembretes, listas de tarefas e complexos e possuem peculiaridades, diferentes personalidades,
anotações. se comportam de maneiras distintas e até se comunicam de diver-
O próprio Google oferece a ferramenta Google Agenda, que é sos jeitos. Ainda assim, quanto mais uma equipe trabalha, pensa e
gratuita e integra seu e-mail no computador, sincronizando seu dis- se move em prol dos objetivos de maneira homogênea e unânime,
positivo móvel, com lembretes personalizados por e-mail, SMS ou maior a probabilidade do sucesso de uma empresa. Para tal, é pre-
pop-up, por exemplo. Vale a pena pesquisar e escolher o melhor ciso levar em consideração alguns pontos a serem desenvolvidos
aplicativo para a sua necessidade. em equipe, confira.
9. Organize o seu espaço Personalidade e relacionamento
Além de organizar a agenda por meio de todas essas atitudes, é O modo como os relacionamentos se estabelecem no trabalho
muito importante que você tenha um espaço bem-arranjado para o devem ser exclusivamente profissionais, mas isto não significa que
cumprimento adequado de suas tarefas, tanto no trabalho quanto uma equipe não pode ser amigável ou ter qualquer tipo de proximi-
em casa. Um ambiente limpo e sem bagunça diminui a perda de dade amigável dentro dos padrões éticos de cada órgão, corporação
tempo com distrações ou mesmo com a procura de itens que você ou instituição. A realidade é que é fácil fazer amizade e integrar-se
não sabe onde estão. com aqueles com quem possuímos mais afinidade, por questões de
Documentos importantes, por exemplo, devem ser guarda- personalidade e interesses em comum, cujas raízes costumam estar
dos em gavetas de fácil acesso, porém seguras, de forma que você em aspectos de fora do próprio trabalho, o que não necessariamen-
evite perder toda essa papelada. Além disso, vale a pena apostar te seria capaz fomentar e incentivar o trabalho em equipe em prol
nos documentos digitais, que não gastam papel ou espaço e ficam dos objetivos da empresa.
acessíveis a um clique, em qualquer local que tenha conexão com Personalidade é um aspecto da individualidade de cada pes-
a internet. soa responsáveis por caracterizar suas ações e reações, seu humor,
sua forma de se falar, seu temperamento e questões ligadas à au-
toestima, extroversão ou introversão. Existem muitos tipos de per-
sonalidades em uma empresa; indivíduos mais tímidos e quietos,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

outros mais falantes e ativos; alguns mais sérios, reservados; outros O órgão e a opinião pública
mais engraçados e explosivos; são diversas as combinações, e nem A fim de aperfeiçoar o trabalho dos órgãos governamentais, a
sempre a personalidade de um integrante da equipe é equivalente opinião pública é de suma importância. Desde 1991, uma ação efe-
a de outro, um fato que pode explicar a origem de conflitos e de- tiva foi implantada a fim de desburocratizar e melhorar a gestão pú-
savenças, que surgem quando questões pessoais são colocadas em blica, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização.
primeiro plano em detrimento ao objetivo comum de uma equipe. Além de incentivar maior participação dos cidadãos nas decisões
Casa indivíduo possui características únicas e exclusivas capa- públicas, ele foi capaz de melhorar a transparência dos serviços re-
zes de enriquecer equipes e fortalece-la usando os pontos positivos alizados através de relatórios disponíveis para toda a população.
e fortes de cada um em seu benefício. Um bom relacionamento em Um dos recursos utilizados para incentivar o avanço das me-
equipe, ainda que ele não seja de maneira íntima do lado de fora lhorias do serviço público é o Instrumento Padrão de Pesquisa de
do trabalho, pode incentivar e motivar colaboradores e trazer bons Satisfação (IPPS), uma pesquisa de opinião que coleta dados sobre
resultados para a empresa, fazendo com que ela se beneficie desta o índice de satisfação dos usuários com o serviço público. Este tipo
relação. de relação fomenta a democratização do país, o que é importante
para ambas as partes, pois oferece conhecimento à população so-
Eficácia no comportamento interpessoal bre o que o Estado e seus órgãos tem feito em prol dela e de que
As mesmas regras que se aplicam ao atendimento ao cliente, maneira ela tem se beneficiado do que os órgãos públicos de cada
podem ser aproveitadas para explicar como garantir a eficácia das estado oferecem.
relações interpessoais. Cada indivíduo tem competências singula-
res que se combinadas podem trazer sucesso. Enquanto isso é uma Fatores positivos do relacionamento
verdade, deve-se ter em mente que para realizar essa combinação Em questão de trabalho em equipe, alguns fatores positivos
de forma eficaz é preciso saber se relacionar com as pessoas. podem ser observados na relação em conjunto. O ato de comuni-
O comportamento interpessoal é algo que deve ser exercita- car, dialogar e debater soluções diariamente com uma equipe ajuda
do pois nem sempre é natural para alguns (os mais introvertidos) e a desenvolver habilidades interpessoais e comunicativas que serão
muitas vezes precisa ser podado ou lapidado para outros (os mais úteis em todas as áreas da vida, além de proporcionar aprendiza-
extrovertidos). Desenvolver a empatia, saber se colocar no ligar do gem àqueles que ainda não possuem suas habilidades comunicati-
outro é um dos comportamentos mais necessários para estabelecer vas bem desenvolvidas com a ajuda de outros membros do grupo.
boas relações interpessoais, bem como saber escutar o outro e pro- Além disso, quando em conjunto se busca soluções para um mesmo
mover a inclusão de todos durante rodas de conversas, discussões problema, com a combinação das diversas habilidades e formações
importantes e compartilhamento de opiniões e ideais, de forma dos membros de um time, diferentes ideias e soluções surgem, in-
respeitosa e humana. clusive em maior quantidade, o que pode agilizar a resolução do
problema.
Servidor e opinião pública Um dos fatores mais positivos do relacionamento em equipe é
Muitas vezes a opinião pública sobre o funcionário público é desenvolver respeito mútuo e cordialidade; investir apenas um pro-
estereotipada, pois parte do princípio do negativo, focando naqui- fissional de maneira isolada pode não ser suficiente para melhorar
lo que se observa de longe sobre alguns funcionários do Estado o desempenho de uma equipe inteira. Entender, porém, os pon-
que ficam em evidência, como vereadores e deputados. Este tipo tos fortes e fracos de todo um grupo pode ser um guia em direção
de visão faz com que a população não se atente à outros tipos de aos objetivos de uma empresa. O senso de compromisso e com-
funções exercidas por servidores públicos que podem e devem ser prometimento também é outro fator positivo desenvolvido com o
avaliadas e observadas pelo povo com lentes renovadas. relacionamento em equipe, melhorando o ambiente de trabalho,
A população tem o direito de opinar sobre o trabalho realizado promovendo mais tolerância e harmonia.
pelos servidores públicos, fóruns, enquetes, votações e reclama-
ções podem ser realizadas através dos sites governamentais oficias. Comportamento receptivo e defensivo
Estas informações se tornam relatórios que são enviados para os Diante de um novo acontecimento, uma nova informação, ta-
responsáveis diretores e presidentes de cada órgão, a fim de que refa ou serviço, indivíduos esboçam diferentes reações. Por vezes,
eles ou até mesmo seus superiores realizem as devidas alterações e o inconsciente pode interpretar uma situação nova como um aler-
mudanças cabíveis, como destituição de cargos, alterações hierár- ta de perigo e, assim, o indivíduo age em prol de sua autodefesa,
quicas, aberturas ou fechamentos de órgãos e ministérios. chamamos este tipo de reação de comportamento defensivo. Este
Este recurso é um benefício democrático que apenas uma pe- comportamento parte de um olhar desconfiado em relação ao que
quena parcela da população costuma se interessar, mas que pode o outro diz ou à forma como ele age. Isto ocorre devido ao medo
fazer toda a diferença na vida da população que usufrui de serviços ou à ansiedade de ser prejudicado diante de situações desconheci-
públicos como hospitais, creches, cartórios, entre outros. O servi- das, quando a mensagem recebida é distorcida em sua perspectiva.
dor, por sua vez, está sujeito à opinião pública tanto quanto um Como um mecanismo a fim de preservar sua autoimagem positiva,
funcionário de uma empresa está sujeito a opinião de um cliente. sua compostura, sanidade e bem-estar físico ou mental, o indivíduo
Algumas profissões tem esse tipo de interação mais presente, como age de maneira defensiva inconscientemente. Este comportamen-
no caso de freelancers, prestadores de serviços, que trabalham di- to, no entanto, pode ser benéfico quando se trata de fato de ope-
retamente com o cliente. Desse modo, a fim de proporcionar o me- rações ou situações de risco, podendo proteger o indivíduo e sua
lhor serviço possível à população, os servidores precisam combinar integridade física, mental, financeira, entre outras.
forças para que, em conjunto, possam ouvir, aprender e colocar em Por outro lado, em outras personalidades existe o comporta-
prática planos de ação capazes de fortalecer a equipe e proporcio- mento receptivo. O indivíduo com comportamento receptivo ge-
nar melhores serviços aos usuários. ralmente analisa, percebe e aceita as possibilidades que os demais
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

podem vir a descartar, por entender o potencial de algo novo em Compreensão mútua refere-se à compreensão fundamentada
sua vida. Este indivíduo costuma ser otimista e ter mente aberta a em respeito entre duas ou mais partes. Este tipo de relação se esta-
mudanças, sem preconceitos contra alterações de percurso e novos belece quando há respeito e entendimento entre pessoas, mesmo
desafios. Este tipo de personalidade é movido pela curiosidade, o em meio à diferentes opiniões. Para compreender o outro, é neces-
que o torna mais suscetível a correr riscos e se colocar em situações sário desenvolver boa comunicação interpessoal. A maneira como
de perigo sem que ele perceba. Uma pessoa, porém, que abraça as relações se estabelecem no ambiente de trabalho são determi-
causas e aceita novas propostas e abordagens sem medo pode ser nantes para o progresso de uma equipe e de uma empresa inteira.
uma boa aliada para se trabalhar em equipe. Mas para isso, deve- Compreensão mútua é um recurso humano da empatia capaz de
-se ter um senso crítico e analítico apurado, capaz de separar boas implementar bons relacionamentos em qualquer ambiente.
oportunidades de armadilhas, boas ideias de ideias medíocres.
Geralmente estas personalidades entram em conflito dentro
de uma equipe quando não são bem gerenciadas, o ideal neste caso SOLUÇÃO DE CONFLITOS
é ter um mediador que possa interferir e realizar a gestão da equi-
pe de maneira sábia. Assegurar às personalidades mais defensivas
sobre a assertividade de novas propostas, através de prospecções, No ambiente organizacional, assim como em todos os âmbitos
estatísticas e planos de ação, podem garantir que estes indivíduos em que se há convivência social, o gestor de segurança está sujeito
fiquem mais tranquilos e ajam de maneira mais aberta e responsi- a se deparar com situações em que caiba a ele gerenciar conflitos
va. Expor os pontos negativos e planos alternativos de maneira ho- ou mesmo comandar as negociações, seja dentro ou fora do espa-
nesta também pode ajudar as personalidades mais receptivas a não ço organizacional. No mundo atual, a violência e a criminalidade
pularem de cabeça em uma ideia sem antes a analisarem com cau- são ocorrências diárias, especialmente na realidade de pessoas que
tela. Tudo depende da abordagem e de uma boa gestão de pessoas. atuam na segurança, que pública ou privada.

Empatia Definição de conflito: segundo Mário Sérgio Cortella (2011),


Nem sempre é tarefa fácil identificar o que o outro está sen- “conflito é a divergência de posturas, de ideias, de situações; con-
tindo, pensando ou prever a forma como ele irá reagir ou lidar com fronto é a tentativa de anular o outro. Assim, consideramos que não
uma situação. Uma tarefa comum do dia-a-dia de trabalho de um existe conflito militar, porque guerras são situações de confronto,
professor, como por exemplo fazer uma atividade de dia dos pais nunca de um simples conflito. A intenção numa guerra, num com-
com os alunos, pode parecer algo banal de se realizar no ambiente bate, não é convencer o outro, mas vencê-lo pela força, extingui-lo”.
escolar; no, entanto, para um professor que perdeu o pai ou que Os agentes de segurança: no ambiente das organizações, a
não tem contato com seu pai, esta tarefa pode ser desgastante, ár- equipe de segurança exerce autonomia regulamentada por lei, pe-
dua e até mesmo difícil de realizar. Um gestor ou colega de trabalho los acordos e deveres exigidos pelo contratante. Ainda que despro-
pode muitas vezes não enxergar essa realidade por não conhecer vidos das atribuições de polícia e de uma legislação que proveja
bem a realidade do professor em questão ou por ser incapaz de amparo à segurança privada para atuar com poder de polícia, a
compreender uma realidade diferente da sua própria. solução de grande parte dos conflitos internos ocorre a partir da
Para que este tipo de situação desconfortável, capaz de desmo- intervenção de tais agentes. Os conflitos ocorrem nas organizações
tivar equipes inteiras, é necessário ter em mente que a empatia é por motivos de relacionamento ou de interesses, em geral, entre os
a chave para construir boas relações interpessoais. A empatia pode próprios colaboradores, ou entre funcionários e clientes, sendo que
ser definida como a capacidade de colocar-se no lugar do outro, a intervenção inicial é feita pelos operadores da segurança privada.
respeitando-o em suas escolhas, decisões e sentimentos. Para exer- Na maioria dos casos, são os vigilantes os que chegam primeiro ao
cer a empatia é necessário estabelecer diálogo, uma comunicação local do conflito ou até mesmo eles mesmos são as partes envolvi-
franca e aberta em equipe é capaz de criar laços de empatia que das.
irão fortalecer o grupo. Respeito e consideração são atitudes neces-
sárias para tratar bem o outro, além da escuta ativa e consciente. — Negociação, Etapas da Negociação, Postura e Critérios de
Quando projetamos a personalidade de alguém em nós mesmos, Ação
aprendemos a valorizar a individualidade do outro e suas emoções, As Etapas de Negociação são sete:
bem como valorizamos e nos atentamos às nossas. A busca pela – Preparação: baseia-se na criação das várias soluções viáveis.
compreensão das emoções alheias deve ser realizada de maneira Relaciona as motivações, as necessidades, a as expectativas das
profunda e racional, a fim de sentir o que o outro sentiria em sua partes envolvidas; o planejamento das concessões; a solução para
própria pele de maneira fiel e sem deixar de lado a razão. conflitos e impasses iminentes.  
– Abertura ou Investigação: é a etapa que visa ao bom relacio-
Compreensão mútua namento entre as partes. O propósito é construir uma atmosfera
Todo indivíduo possui uma origem, sua criação, as referências favorável à negociação e a definição do objetivo e das vantagens
que tem da infância à vida adulta, o ambiente em que vive e as in- bilaterais.
fluencias que recebe a partir de sua convivência social moldam seu – Exploração ou Sinalização: baseia-se na descoberta do inte-
caráter, seus valores e o modo como este age e enxerga a vida. Dife- resse da outra parte. É a hora de reunir as necessidades e expecta-
renças são inevitáveis, elas fazem parte de um processo natural de tivas de cada parte na fase seguinte.
construção social. As diferenças podem gerar conflitos e desaven- – Apresentação ou Teste das hipóteses: baseia-se na comunica-
ças quando não há compreensão mútua por parte dos indivíduos. ção eficaz; exposição das propostas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Clarificação ou Troca de Concessões: alternativas do acor- Tipologia


do. É a fase para se responder as objeções; aceitar as razões do As negociações podem ser classificadas em três tipos básicos,
outro e antecipar. sendo:
– Ação final ou Acordo: nessa fase, deve-se convencer as partes – negociação ganha-ganha: ambas as partes são beneficiadas. É
de que estão sendo tratadas com justiça.   evidente que essa é a melhor negociação, dado que o objetivo não
– Controle e Avaliação ou Acordo Final: a fase na qual as par- é enganar ou sobrepujar a outra parte envolvida, mas fazer a iden-
tes fazem as promessas práticas e realistas de como vão proceder tificação das possibilidades concretas que proporcionará satisfação
no trabalho. Deve-se controlar aquilo que ficou acordado, ou seja, aos envolvidos.
comparar o previsto com o que foi realizado na negociação. – negociação ganha-perde: apenas uma das partes sai como
ganhadora
Postura e Critérios de Ação – negociação perde-perde: ambas as partes saem perdendo.  
– Estar sempre preparado para uma situação de conflito   – negociação de alto risco: são as situações que em que vidas
– Delinear o perfil do outro ou integridade humanas são colocadas sob ameaça, como em ten-
– Estar ciente de que sempre existirá uma alternativa favorável tativas de roubo, tentativas de suicídio ou ocorrências com reféns.
para as partes envolvidas Nos casos de potencial risco de morte, (seja um funcionário ou um
– Não se inibir diante de propostas finais   criminoso), as ações da segurança privada são limitadas até o me-
– Preservar-se de negociações via ao telefone para não se de- nos da chegada da segurança pública, que ficará responsável por
cidir precipitadamente conduzir a negociação.
– Partir do pressuposto que todas partes desejam igualmente
uma solução   — Elementos Operacionais Essenciais
– Preservar-se de posturas que evoquem rigidez   – negociador: o ideal é dispor de negociador principal e um se-
cundário (negociadores de backup); estes deverão tomar o controle
— Habilidades Avançadas de Negociação caso o negociador primário não conseguir estabelecer comunicação
Perfil do negociador (segundo Roger Fisher) eficiente com o transgressor.
– ser firme e amistoso – comandante da cena de ação (ou do teatro de operações):
– ser franco e persuasivo sem usar coerção trata-se da autoridade máxima para todas as ações no local da crise,
– não falar o tempo todo e ouvir com atenção e demonstrando responsável inclusive pela decisão da estratégia a ser empreendida
interesse para a solução da ocorrência crítica.  
– saber apresentar seus pontos de vista e também compreen- – chefe de equipe de inteligência: a principal função desse
der as preocupações dos outros agente é a coleta de informações sobre as vítimas e o transgressor.  
– ser criativo – chefe de comunicações: responsável por estabelecer contato
com todos os indivíduos e instituições que auxiliam na gestão do
Barganha: é a habilidade básica de qualquer negociador, sua conflito, como emergências médicas e órgãos de comunicação.  
capacidade de persuasão. Abordagens como: “Se você reconside- – grupo tático especializado: o objetivo dessas equipes forrar a
rar / puder rever…” entrada, ante determinado do comandante de cena, caso as nego-
ciações não surtam efeito.
— Negociação e Tomada de Decisão: Conceitos e Tipologia
Conceito: a concepção de negociação é muito abrangente, CRITÉRIOS DE AÇÃO: subsidiam a tomada de decisões.  
podendo ser empregado em situações diversas, até mesmo na se- – Critério da necessidade: segundo esse critério, toda e qual-
gurança privada, que, a despeito de suas muitas restrições legais, quer ação somente deve ser implantada quando for obrigatória.
exerce atuação também em situações de risco. De modo geral, a Se não houver necessidade de se tomar determinada decisão, não
negociação é um processo que compreende tomada de decisões, existirá justificativa para que ela seja adotada.
objetivos, habilidade na administração de conflitos, comunicação – Critério da validade do risco: segundo esse critério, toda ação
e criatividade. Diante desses atributos, fica evidente que negociar deverá ter em conta se os riscos relativos a ela serão compensados
não se restringe a estratégias, técnicas e táticas, mas exige, além de pelos resultados. Em outras palavras, deve-se questionar: vale a
tudo, atitude e competências de cunho interpessoal. pena correr esse risco
A tomada de decisões: a negociação, também chamada po- – Critério da aceitabilidade: esse critério pressupõe que toda
pularmente de barganha, é o processo de tomada de decisões ação deve ser amparada ética, moral e legalmente. O agente de po-
conjuntas em situações em que as partes envolvidas apresentam lícia, no cumprimento de suas atribuições, é responsabilizado pelas
prioridades divergentes. É necessário que essas partes cheguem a suas ações nos âmbitos administrativo, civil e penal. Por mais grave
algum acordo acerca das pendências que as impactam, seja de for- que seja o risco oferecido pela crise, seus gerenciadores não são
ma direta ou indireta (Chiavenato, 2014). livres para infringir a legislação.
Quem toma as decisões: tanto na segurança pública quanto na
privada há ocorrências capazes de causar graves consequências às
partes envolvidas, como tentativas de suicídio, as ocorrências com
reféns e os roubos impedidos por ação da segurança ou da própria
vítima. Por oferecer risco à vida ou à integridade de pessoas, essas
negociações como essas são chamadas de negociações de alto ris-
co. Na segurança pública, existem agentes treinados especialmente
para essas situações: são os chamados negociadores.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Hawthorne é um bairro da cidade de Chicago, onde ficava a


RELAÇÕES HUMANAS, COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO, DE- Western Electric Company, empresa de componentes telefônicos
SENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL, ATENDIMENTO PÚ- na qual foi realizado o primeiro estudo, dividido em quatro etapas e
BLICO, GUARDA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS SOB SUA conduzido por Elton Mayo e Fritz Roethlisberger.
RESPONSABILIDADE Os dois professores da Universidade de Harvard foram
contratados para analisar a produtividade dos funcionários e a sua
relação com as condições físicas de trabalho.
O principal conceito dessa teoria administrativa é procurar
identificar e entender os sentimentos dos trabalhadores, bem Elton Mayo
como relacionar essas emoções com as atividades por eles Elton Mayo é considerado por muitos como o pai da teoria das
desempenhadas. relações humanas.
Em outras palavras, é quando o colaborador deixa de ser O pesquisador australiano foi o principal responsável pela
tratado apenas como um “homem profissional” e começa a ser metodologia da experiência de Hawthorne, assim como pela sua
analisado por um viés mais humano, como um “homem social”, que aplicação.
tem um comportamento complexo e mutável.
Assim, o seu desempenho não poderia ser avaliado apenas – Primeira fase:
pelos números finais apresentados, mas por todo o processo de Conhecida como estudos de iluminação, essa etapa contava
produção. com dois grupos de funcionárias que realizavam o mesmo tipo de
Surgem aí questões como: o que o levou a produzir assim? Por atividade, só quem em condições distintas.
que em determinado mês ele tinha uma performance melhor ou Na primeira equipe, a experimental, as colaboradoras deveriam
pior? desempenhar suas funções com uma exposição variável de luz. Ora
Tudo começou a fazer parte de uma questão maior e, a partir elas recebiam mais luminosidade, ora menos.
de então, fatores externos ao ambiente organizacional passaram a No time dois, o de controle, as trabalhadoras produziam com
ser observados como elementos impactantes na mensuração dos uma exposição constante à luz.
resultados. O resultado foi que, em ambos os casos, a eficiência aumentou.
Foi, então, que os pesquisadores procuraram entender o que
Características da teoria das relações humanas levava a isso.
Também conhecida como Escola das Relações Humanas, essa Depois de aumentar, diminuir e deixar os dois grupos em uma
teoria se baseava em três princípios básicos, que contrastavam com exposição contínua de luz, a conclusão foi de que a melhora no
o modelo vigente até então, chamado de clássico ou mecanicista. desempenho se dava mais por um fator psicológico do que algo
fisiológico.
Confira as suas principais características: Ou seja, as mulheres se viam mais pressionadas a produzirem,
1 – O homem não é somente um ser mecânico, pois suas ações muito em função da pressão colocada sobre elas do que
são muito mais complexas do que as de uma máquina propriamente por uma mudança drástica causada pela luz.
2 – Todo ser humano tem seu comportamento direcionado pelo Por isso, os resultados encontrados nessa primeira fase foram
sistema social, em conjunto com as suas necessidades biológicas deixados à margem do experimento.
3 – As pessoas precisam de alguns elementos fundamentais
para viver, tais como: carinho, aprovação social, influência, proteção – Segunda fase:
e autorrealização. A segunda fase também era composta por dois grupos.
Um deles era formado por seis moças, sendo que cinco delas
• Como surgiu a teoria das relações humanas? realizavam o trabalho de montar as relés – parte dos aparelhos
A teoria das relações humanas surgiu no período entre o final telefônicos – e a outra era responsável por prestar ajuda a elas,
da década de 1920 e início da década de 1930, nos Estado Unidos. alcançando ferramentas para abastecer o trabalho. Esse era o
Na época, o país vivia a chamada Grande Depressão, que chamado time experimental.
culminou com a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em O outro grupo era formado por apenas cinco funcionárias e um
1929. contador, que contabilizava o número de peças produzidas. Essa era
O movimento, então, aparece como uma tentativa de encontrar a equipe de controle.
respostas para os problemas econômicos vividos no país. O estudo foi dividido em 12 períodos e identificou que o time
Soluções que até então eram inquestionáveis passaram a ser experimental produziu melhor, pois a supervisão era mais branda
problematizadas. e não havia aquela cobrança induzida pelo instrumento que fazia a
Tudo o que os empresários e a população em geral queriam quantificação do trabalho.
naquele momento era se reerguer como nação. No cenário um, o ambiente mais amistoso possibilitava um
Justamente por isso, a teoria traz uma nova visão administrativa clima mais descontraído, no qual as colegas passaram a ficar amigas
para as empresas, com o intuito de rever o entendimento do capital e a construir uma boa relação fora dali.
humano dentro das organizações. Isso sem falar nos sentimentos de colaboração e de empatia,
também bastante reforçados.
Experiência de Hawthorne Era o oposto do encontrado no grupo de controle, no qual a
O grande marco da teoria das relações humanas foi a chamada competitividade imperava e o individualismo tomava conta.
“experiência de Hawthorne”.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Terceira fase: – O reconhecimento além do monetário


Nesse momento, as questões físicas começaram a ser deixadas Receber um aumento é importante, é claro. Mas o que a
um pouco de lado para dar mais atenção ao emocional e às relações teoria das relações humanas busca mostrar é que o trabalhador
interpessoais no trabalho. busca uma aprovação social, mais do que qualquer reajuste
Foi quando iniciou o programa de entrevistas, que tinha como salarial. Ele também deseja participar das atividades em grupo
objetivo ouvir as opiniões dos funcionários a respeito de suas com maior representatividade e da criação de outras estruturas
atribuições. organizacionais.
O objetivo era entender como eles se sentiam ao realizar Quem foi que disse que a única estrutura possível dentro de
determinadas atividades e também como mudanças dentro da uma empresa é a tradicional, aquela montada pelos gestores?
empresa poderiam ser conduzidas e em quais aspectos. A teoria das relações humanas mostrou o contrário, com os
No início, essas conversas eram dirigidas: o entrevistador próprios operários montando o seu próprio grupo classista.
conduzia o bate-papo conforme desejava.
No entanto, com o passar do tempo, os diálogos se tornaram – A especialização e a troca de funções
mais livres e os colaboradores podiam abrir o coração e falar A especialização não era vista como uma forma de tornar uma
abertamente sobre os seus anseios. empresa mais eficaz. Na verdade, a busca por mais capacitação era
Durante as entrevistas, foi descoberta uma organização a oportunidade que os profissionais tinham de se livrar da rotina
composta pelos operários, algo informal, mas muito sério, que monótona e repetitiva de seus cargos.
servia como uma rede de apoio para que a classe se protegesse dos Assim, era possível buscar uma promoção e trocar de função
eventuais desmandos das chefias. dentro da organização.

– Quarta fase: – Foco maior nos sentimentos do trabalhador


A quarta e última fase se propôs, justamente, a entender um A maior conclusão tirada da teoria das relações humanas foi,
pouco mais sobre esse movimento iniciado pelos empregados. sem dúvidas, o aprofundamento do lado social do profissional.
A ideia foi de apresentar uma alternativa que poderia ser O comportamento teve atenção total dos chamados autores
vantajosa para todos os funcionários: que tal oferecer aumento às humanistas, que viam nos operários gente de carne e osso, que
equipes caso houvesse um crescimento geral da produção? também tem anseios, dificuldades e sentimentos irracionais.
De pronto, a maioria aceitou e o que se observou foi um – Quais são as críticas à teoria das relações humanas?
sentimento de solidariedade total. Mas como nem tudo são flores, também existem muitas críticas
Cada trabalhador ajudava o outro, a fim de que todos referentes a alguns métodos desenvolvidos pelos pensadores da
conseguissem cumprir suas metas e, assim, aumentassem os seus teoria.
salários ao final do mês.
Foi criada uma uniformidade de comportamento, de modo Conheça os pontos mais desaprovados dentro da escola das
que todos tinham que produzir em um determinado ritmo, com um relações humanas:
nível de exigência que pudesse ser acompanhado pelos demais.
– Negação total de outras teorias
Conclusão da experiência É natural que um pensamento surja para contrapor uma
A experiência de Hawthorne não trouxe só uma, mas inúmeras norma vigente. No entanto, para muitos estudiosos, a teoria das
conclusões, que serviram como verdadeiras bandeiras para a teoria relações humanas simplesmente negou todos os preceitos das
das relações humanas. chamadas teorias clássicas e não debateu nem confrontou nenhum
Nos próximos tópicos, vamos trazer detalhes sobre elas. posicionamento anterior.

– Produtividade e interação social – Desvio do principal problema das indústrias


Diferentemente do que defendiam as teorias clássicas, que Muitos críticos defendem que a falta de produtividade nas
entendiam que o desempenho profissional estava baseado única empresas ainda não tem uma resposta conclusiva.
e exclusivamente em questões fisiológicas e físicas, a escola Segundo eles, o que a teoria das relações humanas fez foi
das relações humanas trouxe o contraponto, que relacionava maquiar o problema, melhorando as relações de trabalho e
produtividade e interação social. valorizando o empenho coletivo.
Ou seja, quanto mais uma equipe trabalhar em sintonia,
melhores vão ser os resultados alcançados. – Visão romântica do trabalhador
Essa objeção vai muito ao encontro do que foi citado no item
– A influência do grupo no pensamento individual anterior.
A reação dos trabalhadores não acontece de forma isolada, Os defensores da escola das relações humanas acreditavam
mas sim como membros de uma coletividade. que um trabalhador feliz teria um desempenho melhor, mas muitos
Isso fica evidente ao observar a maneira como todos procuram argumentam que isso nem sempre representa a realidade.
se adequar a determinados padrões e evitar punições por não
seguirem uma diretriz aceita pelo grande grupo. – Baixo nível de amostragem em seus estudos
Outro ponto bastante criticado é a limitação do campo
experimental. Afinal, como basear um experimento em um grupo
tão pequeno?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Autores resistentes à teoria defendem que as pesquisas Escutar o que ele tem a dizer, suas principais necessidades e
deveriam ser aprofundadas para se alcançar resultados mais suas inseguranças, é um meio de oferecer esse suporte, assim como
conclusivos. dar feedbacks constantes.
Como medir o desempenho do colaborador?
Escola das relações humanas e seus teóricos Garantir a valorização do seus funcionários é certeza de uma
Como já dito, Elton Mayo é considerado o maior expoente da produtividade mais elevada e com qualidade.
escola das relações humanas. Mas isso não significa dizer que ele é Mas como se certificar de que esse desempenho é, de fato,
o único. aquele esperado?
Nomes como o próprio Fritz Roethlisberger, co-autor da Quanto a isso, você pode ficar tranquilo. Existem formas de
experiência de Hawthorne, William Dickson e Idalberto Chiavenato mensurar a performance do seus colaboradores.
também contribuíram com temas relevantes para a área. Resolução de situações com a avaliação de desempenho
Com os Key Performance Indicators (KPIs), popularmente
Roethlisberger e Dickson conhecidos como indicadores de performance, é possível recolher
Juntos, os pesquisadores lançaram em 1939 a obra dados confiáveis para basear uma avaliação de desempenho.
“Management and the worker”, na qual analisaram um grupo de Existem diferentes tipos, capazes de avaliar questões como
empregados trabalhando. produtividade, eficácia e vendas, por exemplo.
Entre outros elementos, o livro trouxe contribuições Basta escolher as melhores opções para o seu caso e manter
importantes para a corrente teórica, enfatizando, por exemplo, que um acompanhamento contínuo.
costumes e códigos de comportamento eram mais importantes do
que incentivos financeiros. Teoria das relações humanas e o ciclo motivacional
Além disso, os autores abordaram o desenvolvimento natural A partir dos estudos propostos pela teoria das relações
da liderança. Segundo eles, essa é uma habilidade inata, mas que humanas, outros elementos comportamentais dos profissionais
pode ser aprimorada. começaram a ser analisados.
Em outras palavras, você pode se tornar o líder que tanto A motivação foi um deles, entendendo que um indivíduo
deseja ser. motivado tem maior propensão a atingir um objetivo pré-
Ainda de acordo com Roethlisberger e Dickson, todas as determinado do que aquele que já não tem perspectivas.
pessoas têm necessidades sociais, que são tão importantes quanto Em um primeiro momento, isso parece uma dedução
às físicas. lógica, mas foi fazendo com que cada vez mais e mais empresas
Em outras palavras, o lado técnico e humano estão intimamente se preocupassem em manter seus colaboradores dispostos e
ligados e, para a compreensão total de um trabalhador, precisam comprometidos, inclusive a partir de incentivos e melhorias na
ser analisados em conjunto. qualidade do ambiente organizacional.2

Chiavenato
Idalberto Chiavenato é um pensador contemporâneo da teoria ENVIO E RECEBIMENTOS DE OFÍCIOS, MEMORANDOS.
das relações humanas.
O escritor brasileiro tem diversos livros publicados nas áreas de
administração de empresas e de recursos humanos. Recebimentos e Envios de Documentos
Com algumas adaptações para a realidade atual em relação ao Receber os documentos consiste em receber as correspon-
texto original da Escola, como a correlação da satisfação profissional dências e documentos e proceder a separação dos mesmos quanto
e os índices de turnover, por exemplo, Chiavenato é visto como um aos seguintes aspectos: oficiais, particulares, ostensivos e sigilosos.
dos maiores pensadores dos processos administrativos corporativos Deve ser realizada de forma criteriosa e organizada, diariamente ou
no mundo. quando ocorrer o recebimento de documentos.
Há a operação de registro dos documentos que é a reprodu-
Qual a importância da teoria das relações humanas para as ção dos dados do documento, feita em um Sistema de Gestão de
empresas? Protocolo Eletrônico (SGP-e) ou caderno de protocolo, destinado a
Criada há quase um século, a teoria das relações humanas ainda controlar a movimentação das correspondências e dos processos e
é bastante atual e tem diversos pontos que podem ser explorados fornecer dados de suas características fundamentais e propiciar o
nos dias de hoje. acompanhamentos da tramitação aos interessados.
O envio e a tramitação de documentos consiste em efetuar a
A importância de olhar e valorizar o colaborador entrega dos documentos, processos e correspondências aos desti-
Um dos principais ensinamentos da teoria que pode ser trazido natários; exercer o controle de movimentação dos documentos e
para a atualidade é o de que o colaborador é parte fundamental do prestar informação sobre sua localização.
desempenho da empresa e que, como tal, precisa ser valorizado.
Por isso, enfatizar questões sociais e humanísticas defendidas pela
teoria é algo que deve ser feito, mesmo 90 anos depois.
Valorizar esse profissional significa dar todas as condições para
que ele desempenhe o seu papel da melhor maneira possível, além 2 Fonte: www.administradores.com.br/www.rhportal.com.br/www.
de recompensar sua atuação acima da média. ibccoaching.com.br/www.sbcoaching.com.br/www.administradores.
com.br . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assim o processo se dá em : Registrar o documento no cader- A manutenção correta do estoque assegura o abastecimento
no de protocolo, de acordo com sua tipologia (ofício, comunicação dos itens necessários para vendas, produção e consumo, em
interna, processos, sedex, encomendas registradas, correspondên- quantidades exatas para o atendimento de seus clientes. As
cias registradas); principais vantagens do controle de estoque são:
Entregar os documentos aos destinatários; – Otimização do tempo;
Informar sobre a movimentação e localização inicial dos docu- – Redução de perdas e prejuízos;
mentos. – Aproveitamento e organização de espaço;
– Aumento de receitas;
– Eficiência nas compras, etc.
ALMOXARIFADO
Os sistemas integrados de gestão são ferramentas que
informatizam os dados, estreitam a comunicação entre os setores e
— 1.1 Conceito de material automatizam os processos do controle de estoque.
Material é a designação genérica de equipamentos,
componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, 1.4.1 Consumo médio mensal
matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego Relatório que apresenta a média do consumo do estoque nos
nas atividades das organizações públicas federais, independente últimos doze meses.
de qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição ou
desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos 1.4.2 Estoque mínimo
economicamente aproveitáveis. Também chamado de Estoque Mínimo ou de Segurança (Em),
é a menor quantidade de material a ser mantida em estoque capaz
1.1.1 Material de consumo de atender a um consumo superior ao estimado para certo período
Aquele material de uso constante e, que tem como ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova
característica, a perda sua identidade física e/ou tem sua utilização aquisição. É aplicável tão somente aos itens indispensáveis aos
normalmente limitada a dois anos, como material de higiene e serviços do órgão ou entidade.
limpeza, produtos alimentícios, materiais de escritório, etc. Para calcular o estoque mínimo, serão necessárias informações
como, o consumo médio diário do produto, que é o número das
1.1.2 Material permanente unidades deste produto vendidas em determinado período ou dia;
Aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a e o tempo de sua reposição em estoque.
identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. No exemplo abaixo, o produto em estoque teve dentro de 30
São classificados como despesas de investimentos na categoria dias, 180 unidades consumidas. Para descobrir o consumo médio
econômica despesa de capital. diário, basta dividir o consumo total pelo período de tempo:

— 1.2 Pedido de fornecimento Consumo médio diário =180/30 = 6


O pedido de fornecimento é o documento assinado pelo
ordenador de despesa e gestor financeiro, ou por outro servidor Assim, o consumo médio diário deste produto são 6 unidades
com competência, autorizando a emissão de nota de empenho para por dia.
posterior envio ao fornecedor. Caso, o período para repor este produto seja de 20 dias; a
fórmula para calcular o estoque mínimo será:
— 1.3 Pedido de compra
É o documento que formaliza a autorização da compra entre Estoque mínimo = consumo médio diário X tempo de
empresa e fornecedor. Sua emissão é realizada pelo departamento reposição
de compras após requisição solicitada pelo setor de almoxarifado. Em = 6*20 = 120
Nele devem constar rigorosamente todas as condições da relação
comercial como: Então, o estoque mínimo do produto será de 120 unidades.
– Dados cadastrais do comprador e fornecedor;
– Produto; 1.4.3 Estoque máximo
– Quantidade; O Estoque máximo (EM) representa a maior quantidade de
– Valor; material admissível em estoque, suficiente para o consumo em
– Data para entrega; certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem,
– Condição de pagamento, etc. disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e
tempo de aquisição, perecimento, obsoletismo, etc. Seu cálculo é
— 1.4 Controle de estoques obtido através da fórmula abaixo:
Parte responsável por adequar os níveis de estoques às
necessidades e à política de gestão de materiais. O controle de EM = Em + Lr
estoque é a gestão dos materiais em seu processo de fornecimento,
recebimento, armazenagem, distribuição, registro, etc. Sendo:
Em = Estoque mínimo ou de segurança

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Lr = Lote de reposição: Quantidade em dias ou volume que o no processo administrativo de aquisição correspondente: A
pedido a ser realizado deve durar de acordo com a demanda futura movimentação de qualquer bem móvel, tem como pré-requisito o
prevista. preenchimento do Termo de Responsabilidade.

— 1.5 Recebimentos provisório e definitivo – Distribuição


É o ato pelo qual a Gerência Setorial de Patrimônio de cada
Recebimento Provisório Unidade Administrativa procede a entrega dos bens recém-
É o ato da entrega de um bem ao órgão no local previamente incorporados aos responsáveis pela carga. No ato da distribuição
designado para efeito de posterior verificação de conformidade do o responsável pelo destino dos bens, assinará no campo próprio
material com a especificação, não importando em sua aceitação do Termo de Responsabilidade e devolverá a 2ª via à Gerência
definitiva. Setorial de Patrimônio que o arquivará. Os bens que tiverem sido
adquiridos sem destinatários, previamente estabelecidos, ficarão,
Recebimento Definitivo inicialmente, sob a guarda da Gerência Setorial de Patrimônio
O material será recebido após verificação da qualidade e da Unidade Administrativa, que posteriormente, mediante
quantidade e consequente aceitação. solicitação específica de qualquer Gerência interessada procederá
a distribuição.
— 1.6 Armazenagem
A armazenagem dos materiais no almoxarifado obedece alguns – Remanejamento
critérios, que devem ser definidos no sistema de instalação e no É a operação de movimentação de bens entre Gerências de
layout adotado, proporcionando condições físicas que preservem a uma Unidade Administrativa, com consequente alteração da carga
qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do edifício patrimonial do referido bem.
e a ordenação da arrumação. A fase de armazenagem dos materiais
compreende: – Saída provisória
– Verificação das condições de recebimento do material; Caracteriza-se pela movimentação de bens patrimoniais
– Identificação do material; para fora da instalação ou dependência onde estão localizados,
– Guarda na localização adotada; em decorrência da necessidade de conserto, manutenção ou
– Informação da localização física de guarda; da sua utilização temporária por outra Unidade Administrativa,
– Verificação periódica das condições de proteção e quando devidamente autorizado. Qualquer que seja motivo da
armazenamento; saída provisória deverá ser autorizada pela Gerência Setorial de
– Separação para distribuição. Patrimônio da Unidade Administrativa onde o bem está alocado. A
saída de veículo, quando de interesse do serviço, não é caracterizada
Dependendo das características do material, a armazenagem como saída provisória, devendo ser efetuada de acordo com
pode ocorrer em função de parâmetros como: fragilidade, procedimento adotado por cada Unidade Administrativa.
combustão, volatilização, oxidação, explosão, intoxicação, radiação,
corrosão, volume, peso, forma. – Empréstimo
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem a regras Operação de remanejamento de bens entre Unidades
taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser Administrativas ou entre estas e terceiros, por um período
dispostos no almoxarifado. Por essa razão, devem-se analisar, determinado de tempo, sem envolvimento de transação financeira.
em conjunto, os parâmetros citados anteriormente, para depois
decidir pelo tipo de arranjo físico mais conveniente, selecionando – Arrendamento a terceiros
a alternativa que melhor atenda ao fluxo de materiais. Com É a operação de remanejamento, por arrendamento, de
relação à localização dos materiais, o objetivo é estabelecer os bens entre as Unidades Administrativas estaduais e terceiros,
meios necessários à perfeita identificação da localização dos por um período determinado de tempo, com o envolvimento de
materiais. Normalmente é utilizada uma simbologia (codificação) transação financeira. Constatada a viabilidade de arrendar-se um
alfanumérica, que deve indicar, precisamente, o posicionamento de bem pertencente ao Estado, a Unidade Administrativa interessada
cada material estocado, facilitando as operações de movimentação no arrendamento do bem, através de sua Gerência Setorial de
e estocagem. O almoxarife é o responsável por este sistema e Patrimônio, analisará a viabilidade do evento e se for o caso,
deverá possuir um esquema do depósito, com o arranjo físico dos autorizará nos termos da Lei. Todo e qualquer bem pertencente
espaços disponíveis, por área de estocagem. ao Estado, além de obedecer aos aspectos legais, só poderá ser
arrendado mediante contrato e, se for o caso, processo licitatório.
— 1.7 Movimentação e controle

– Movimentação
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
conjunto de procedimentos relativos à distribuição, remanejamento,
saída provisória, empréstimo, e arrendamento a que os mesmos
estão sujeitos, no período decorrido entre sua incorporação e
desincorporação. Compete à Gerência Setorial de Patrimônio,
das Unidades Administrativas, a primeira distribuição de material
permanente recém adquirido, de acordo com a destinação dada
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Já os códigos de ética trazem, em seu conteúdo, o conjunto de


ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: COMPORTAMENTO PROFIS- normas a serem seguidas e as penalidades aplicáveis no caso do
SIONAL, ATITUDES NO SERVIÇO, ORGANIZAÇÃO DO TRA- não cumprimento das mesmas. Normalmente, os códigos lembram
BALHO, PRIORIDADE EM SERVIÇO. aos funcionários que estes devem agir com dignidade, decoro, zelo
e eficácia, para preservar a honra do serviço público. Enfatizam que
é dever do servidor ser cortês, atencioso, respeitoso com os usu-
A insatisfação com a conduta ética no serviço público é um fato ários do serviço público. Também, é dever do servidor ser rápido,
que vem sendo constantemente criticado pela sociedade brasilei- assíduo, leal, correto e justo, escolhendo sempre aquela opção que
ra. De modo geral, o país enfrenta o descrédito da opinião pública beneficie o maior número de pessoas. Os códigos discorrem, ainda,
a respeito do comportamento dos administradores públicos e da sobre as obrigações, regras, cuidados e cautelas que devem ser ob-
classe política em todas as suas esferas: municipal, estadual e fede- servadas para cumprimento do objetivo maior que é o bem comum,
ral. A partir desse cenário, é natural que a expectativa da sociedade prestando serviço público de qualidade à população. Afinal, esta
seja mais exigente com a conduta daqueles que desempenham ati- última é quem alimenta a máquina governamental dos recursos
vidades no serviço e na gestão de bens públicos. financeiros necessários à prestação dos serviços públicos, através
Para discorrer sobre o tema, é importante conceituar moral, do pagamento dos tributos previstos na legislação brasileira – res-
moralidade e ética. A moral pode ser entendida como o conjunto salta-se, aqui, a grande carga tributária imposta aos contribuintes
de regras consideradas válidas, de modo absoluto, para qualquer brasileiros. Também, destaca-se nos códigos que a função do servi-
tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada, ou, ainda, como a dor deve ser exercida com transparência, competência, seriedade e
ciência dos costumes, a qual difere de país para país, sendo que, compromisso com o bem estar da coletividade.
em nenhum lugar, permanece a mesma por muito tempo. Portan- Os códigos não deixam dúvidas quanto às questões que envol-
to, observa-se que a moral é mutável, variando de acordo com o vem interesses particulares, as quais, jamais, devem ser prioriza-
desenvolvimento de cada sociedade. Em consequência, deste con- das em detrimento daquelas de interesses públicos, ainda mais se
ceito, surgiria outro: o da moralidade, como a qualidade do que é forem caracterizadas como situações ilícitas. Dentre as proibições
moral. A ética, no entanto, representaria uma abordagem sobre as elencadas, tem-se o uso do cargo para obter favores, receber pre-
constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou sentes, prejudicar alguém através de perseguições por qualquer
menos permanente no tempo e uniforme no espaço. A ética é a que seja o motivo, a utilização de informações sigilosas em proveito
ciência da moral ou aquela que estuda o comportamento dos ho- próprio e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas
mens na sociedade. elas evocam os princípios fundamentais da administração pública:
A falta de ética, tão criticada pela sociedade, na condução do legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade – este últi-
serviço público por administradores e políticos, generaliza a todos, mo princípio intimamente ligado à ética no serviço público. Além
colocando-os no mesmo patamar, além de constituir-se em uma vi- desses, também se podem destacar os princípios da igualdade e da
são imediatista. probidade.
É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço pú- Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a Co-
blico, seja ela por causa das longas filas ou da morosidade no an- missão de Ética Pública entende que o aperfeiçoamento da conduta
damento de processos, muitas vezes tem fundamento. Também, ética decorreria da explicitação de regras claras de comportamento
com referência ao gerenciamento dos recursos financeiros, têm-se e do desenvolvimento de uma estratégia específica para a sua im-
notícia, em todas as esferas de governo, de denúncias sobre desvio plementação. Na formulação dessa estratégia, a Comissão conside-
de verbas públicas, envolvendo administradores públicos e políticos ra que é imprescindível levar em conta, como pressuposto, que a
em geral. base do funcionalismo é estruturalmente sólida, pois deriva de va-
A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, porque lores tradicionais da classe média, onde ele é recrutado. Portanto,
desfazer a imagem negativa do padrão ético do serviço público bra- qualquer iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante
sileiro é tarefa das mais difíceis. de um problema endêmico de corrupção generalizada será inevita-
Refletindo sobre a questão, acredita-se que um alternativa, velmente equivocada, injusta e contraproducente, pois alienaria o
para o governo, poderia ser a oferta à sociedade de ações educati- funcionalismo do esforço de aperfeiçoamento que a sociedade está
vas de boa qualidade, nas quais os indivíduos pudessem ter, desde a exigir. Afinal, não se poderia responsabilizar nem cobrar algo de
o início da sua formação, valores arraigados e trilhados na moralida- alguém que sequer teve a oportunidade de conhecê-lo.
de. Dessa forma, seriam garantidos aos mesmos, comportamentos Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a repressão, na
mais duradouros e interiorização de princípios éticos. prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, através
Outros caminhos seriam a repreensão e a repressão, e nesse de identificação e de tratamento específico, das áreas da adminis-
ponto há de se levar em consideração as leis punitivas e os diversos tração pública em que ocorressem, com maior freqüência, condu-
códigos de ética de categorias profissionais e de servidores públi- tas incompatíveis com o padrão ético almejado para o serviço públi-
cos, os quais trazem severas penalidades aos maus administrado- co. Essa é uma tarefa complicada, que deveria ser iniciada pelo nível
res. mais alto da administração, aqueles que detém poder decisório.
As leis, além de normatizarem determinado assunto, trazem, A Comissão defende que o administrador público deva ter Có-
em seu conteúdo, penalidades de advertência, suspensão e reclu- digo de Conduta de linguagem simples e acessível, evitando termos
são do servidor público que infringir dispositivos previstos na legis- jurídicos excessivamente técnicos, que norteie o seu comporta-
lação vigente. Uma das mais comentadas na atualidade é a Lei de mento enquanto permanecer no cargo e o proteja de acusações
Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públi- infundadas. E vai mais longe ao defender que, na ausência de re-
cas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. gras claras e práticas de conduta, corre-se o risco de inibir o cidadão
honesto de aceitar cargo público de relevo. Além disso, afirma ser
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

necessária a criação de mecanismo ágil de formulação dessas re- daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não
gras, assim como de sua difusão e fiscalização. Deveria existir uma basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão
instância à qual os administradores públicos pudessem recorrer em seja ético, acima de tudo .
caso de dúvida e de apuração de transgressões, que seria, no caso, O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões
a Comissão de Ética Pública, como órgão de consulta da Presidência éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou
da República. seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão da
Diante dessas reflexões, a ética deveria ser considerada como ética pública está diretamente relacionada aos princípios funda-
um caminho no qual os indivíduos tivessem condições de escolha mentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de
livre e, nesse particular, é de grande importância a formação e as “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas ide-
informações recebidas por cada cidadão ao longo da vida. ológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao
A moralidade administrativa constitui-se, atualmente, num comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos
pressuposto de validade de todo ato da administração pública. A invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da
moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e es-
interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finali- senciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembran-
dade de sua ação: o bem comum. O administrador público, ao atu- do inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”.
ar, não poderia desprezar o elemento ético de sua conduta. Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali-
A ética tem sido um dos mais trabalhados temas da atualidade, dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público
porque se vem exigindo valores morais em todas as instâncias da e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”,
sociedade, sejam elas políticas, científicas ou econômicas. deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a
É a preocupação da sociedade em delimitar legal e ilegal, moral questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes,
e imoral, justo e injusto. Desse conflito é que se ergue a ética, tão não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e
discutida pelos filósofos de toda a história mundial. expresso, “todos são iguais perante a lei”.
Mas afinal, o que é ética??? E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção
Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra éti- entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do
ca é mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in-
tem por objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes, o bom teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar
comportamento e a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral deveria abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão,
estar intrinsecamente ligada ao comportamento humano, na mes- jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer-
ma medida, em que está o seu caráter, personalidade, etc; presu- cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima
mindo portanto, que também a ética pode ser avaliada de maneira de seus interesses.
boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta. Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de
Num sentido menos filosófico e mais prático podemos enten- igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin-
der esse conceito analisando certos comportamentos do nosso dia cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores
a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or-
determinados profissionais podendo ser desde um médico, jorna- denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao
lista, advogado, administrador, um político e até mesmo um profes- padrão moral, implica portanto, numa violação dos direitos do cida-
sor; expressões como: ética médica, ética jornalística, ética adminis- dão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons
trativa e ética pública, são muito comuns. costumes em uma sociedade.
Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil
ao padrão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e para se reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas
também do político, como falamos anteriormente. O ser humano estão longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devi-
elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas do a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e espe-
necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, cialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabilização
entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de compor- adequada dos atos anti-éticos.
tamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura, A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade
ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhe- nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos
cimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do
pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social
que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto se dá, devido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade
fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando trata- não exerce sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos “ é
mos da questão ética na vida pública, á qual iremos nos aprofundar como uma lei”, isto é, ela existe mas precisa ser descoberta , apren-
um pouco mais, por se tratar do tema central dessa pesquisa. dida, utilizada e reclamada e só evolui através de processos de luta.
A questão da ética no serviço Público. Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja,
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor- quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refre-
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na ar os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual a cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pes-
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou soa. Porém Milton Santos questiona, se “há cidadão neste pais”?
Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais
e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos morais que
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vão sendo contestados posteriormente com a formação de idéias 3. A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos
de cada um, porém a maioria das pessoas não sabem se são ou não referimos a palavra cultura como sendo a quantidade de conheci-
cidadãos. mento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode
A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci- ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que
dadão consciente para a construção de um futuro melhor. diz respeito ao bem maior do ser humano .
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e 4. A falta de ética induz ao descumprimento das leis do or-
sem princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e denamento jurídico.
desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a 5. Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignida-
assimilar por este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio de humana, dos bons costumes e da boa fé.
próprio. 6. Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade =
Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito melhor padrão de ética.
como regra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro
a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, Ética do Servidor Público
desculpa ou oportunidade para salvar-se, e , assim sendo, através
dos usos de sua atribuição publica. Os servidores públicos são profissionais que possuem um vín-
A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendi- culo de trabalho profissional com órgãos e entidades do governo.
das pelo ser humano, assim, a ética na administração publica, pode Dentro do setor público, todas as atividades do governo afetam
e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando a vida de um país. Por isso, é necessário que os servidores apliquem
assim, uma mudança na administração publica que deve ser senti- os valores éticos para que os cidadãos possam acreditar na eficiên-
da pelo contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio cia dos serviços públicos.
da simplificação de procedimentos, isto é, a rapidez de respostas e Existem normas de conduta que norteiam o comportamento
qualidade dos serviços prestados, seja pela forma de agir e de con- do servidor, dentre elas estão os códigos de ética municipais e o
tato entre o cidadão e os funcionários públicos. Código de Ética da Administração do Poder Executivo Federal. As-
A mudança que se deseja na Administração pública implica sim, é missão deles serem leais aos princípios éticos e as leis acima
numa gradativa, mas necessária “transformação cultura” dentro da das vantagens financeiras do cargo e ou qualquer outro interesse
estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma rea- particular.
valiação e valorização das tradições, valores, hábitos, normas, etc, Esses interesses podem ser os desvios de verbas públicas, po-
que nascem e se forma ao longo do tempo e que criam um deter- líticos que se beneficiam de programas e situações para ganhar
minado estilo de atuação no seio da organização. votos, produção de leis que vão contra os princípios da sociedade,
Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que corrupção, etc.
nascem nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil en- As próprias leis possuem sanções e mecanismos que penalizam
contrado devido à existência de governos autoritários, governos servidores públicos que agem em desacordo com suas atividades,
regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, um exemplo é a Lei de Improbidade Administrativa.
mesmo após o advento de regimes democrático, continuam conta-
minados pelo “vírus” dos interesses escusos geralmente oriundos Código de Ética dos Servidores Públicos
de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça so-
cial, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das orga- Os códigos de ética tanto o federal, quanto os municipais, são
nizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos recursos um conjunto de normas que dizem respeito a conduta dos servido-
públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administração res dentro de seu serviço, além de penalidades a serem aplicadas
Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com pelo não cumprimento dessas normas. Ambos possuem uma Co-
a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, missão de Ética responsável por julgar os casos referentes à ética
habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do no serviço público.
Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses Os códigos informam os princípios e deveres dos servidores
pessoais em detrimento dos interesses sociais. públicos como decoro, zelo, dignidade, eficácia e honra, além de
Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a so- outras qualidades do servidor, suas obrigações que visam o bem
ciedade resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo estar da população, bem como as proibições e punições derivadas
positivamente o questionamento feito por Milton Santos “HÁ CI- do serviço irregular de suas funções, que relembram os princípios
DADÃOS NESTE PAÍS?” e poderemos responder em alto e bom som fundamentais da administração pública.
que “ SIM. Há cidadão neste pais. E somos todos brasileiros.”.
Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, Código de Ética do Poder Executivo Federal
que baseado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta,
um padrão ético, impessoal e moralístico: O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Execu-
1. Podemos conceituar ética, também como sendo um pa- tivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de junho de
drão de comportamento orientado pelos valores e princípio morais 1994, destinado aos servidores públicos federais.
e da dignidade humana. A Comissão de Ética Pública é um colegiado, criado em 1999 e
2. O ser humano possui diferentes valores e princípios e a vinculado à Presidência da República, responsável por supervisio-
“quantidade” de valores e princípios atribuídos, determinam a nar e revisar as normas referentes a ética na Administração Pública
“qualidade” de um padrão de comportamento ético: Maior valor do Poder Executivo Federal.
atribuído (bem), maior ética; Menor valor atribuído (bem), menor
ética.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Veja os Princípios Gerais do Serviço Público Respeito


- Os servidores públicos devem ser leais as suas Constituições,
leis e princípios éticos acima dos interesses privados; É a principal característica analisada, já que algumas pessoas
- Os servidores não poderão ter interesses financeiros que cau- tendem a subjugar outros funcionários e a tratá-los de forma des-
sem conflitos ao desempenho de sua atividade; respeitosa quando assumem um cargo mais elevado, criando um
- Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando informa- ambiente de trabalho ruim e desmotivador para os colegas.
ções governamentais para seu próprio interesse. Além disso não
poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam o go- Cooperação
verno;
- Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de suas O que se espera de qualquer funcionário dentro de uma em-
funções; presa é que ele cumpra com suas tarefas. Entretanto, algumas pes-
- Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor soas podem encontrar maior dificuldade em determinadas ativi-
de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem rea- dades, por isso, quem demonstra disposição em contribuir com o
lizar atividades não reguladas ou permitidas pelo órgão do servidor; colega é bem-visto pelas empresas. Afinal, são esses gestos mais
- Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri- humanos que tornam o cotidiano menos pesado e colaboram para
vados; o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo.
- Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou Humildade
privada;
- Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio do Ninguém nasce sabendo tudo, mas algumas pessoas simples-
Estado, não os utilizando para fins não autorizados; mente não conseguem reconhecer isso. Assim, tornam-se arrogan-
- Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, desper- tes e passam a acreditar que não precisam de mais nada e de mais
dícios e abusos as autoridades responsáveis. ninguém. Ser humilde é ter a consciência de que nunca se tem todo
- Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações de o conhecimento necessário e que é preciso buscar melhorar sem-
cidadãos, incluindo obrigações financeiras; pre. Esse tipo de colaborador consegue evoluir constantemente e
- Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis sabe identificar com mais facilidade as habilidades dos outros.
que asseguram oportunidades iguais para todos;
- Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparência Organização
de que estão violando as leis ou normas éticas.3
Não adianta ter todas as características citadas e ser uma óti-
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ma pessoa no trabalho, se você não consegue ser organizado. Isso
impede que as tarefas fluam no dia a dia, e pode prejudicar tanto o
O modo como você age no dia a dia determina quem você é seu rendimento quanto o dos colegas.
e ainda estabelece o que as pessoas ao seu redor podem pensar Especialistas indicam que, para ser uma pessoa bem-sucedida,
ao seu respeito. Não estou falando apenas de pontos isolados ou o desenvolvimento profissional e pessoal devem caminhar juntos.
somente do seu lado pessoal. O conjunto formado a partir das suas Valores para o trabalho e para a vida
características pessoais e das atitudes tomadas no seu ambiente de
trabalho, por exemplo, determina qual é a sua postura profissional. Especialistas indicam que, para ser uma pessoa bem-sucedida,
o desenvolvimento profissional e pessoal devem caminhar juntos.
Um profissional com ótima formação, diversas habilidades téc- Tentar desenvolver esses valores e colocá-los em prática no seu em-
nicas e boa experiência: esse certamente é o perfil de colaborador prego é uma forma de atingir esse equilíbrio e consequentemente
que toda empresa procura. No entanto, isso pode não ser o sufi- o sucesso em todas as esferas da vida.
ciente para conquistar a vaga dos sonhos. Afinal, os empregadores
também buscam outros valores importantes, como um comporta- Como ter atitudes adequadas
mento profissional exemplar. Comprometimento, respeito e cola- Uma sequência de comportamentos pode formar a definição
boração são, por exemplo, alguns fatores que as companhias têm que as outras pessoas do trabalho têm a seu respeito. Selecionei
observado na hora de contratar novos funcionários. algumas das principais atitudes interessantes para fazer e não fazer
em um ambiente profissional. Veja:
Principais valores analisados pelas organizações • Estudar e se informar sobre sua área e o mercado de traba-
lho. Evoluir constantemente faz parte de um ser humano que dese-
Cada vez mais as empresas têm procurado por profissionais ja ser melhor todos os dias.
colaborativos, ou seja, indivíduos capazes de ir além para alcançar • Ler bastante e seja capaz de desenvolver satisfatoriamente
objetivos e metas e para ter um bom relacionamento dentro do uma conversa com ideias e perguntas construtivas.
ambiente de trabalho. Num processo seletivo, essa característica • Demonstrar interesse em progredir, pois oportunidades po-
não elimina deficiências de formação, mas garante pontos positivos dem surgir e você poderá ser beneficiado caso se esforce.
para a carreira profissional do candidato. • Manter boas relações interpessoais com os colegas. Não pre-
Os valores que os empregadores procuram são simples, veja cisa ser melhor amigo, apenas ser educado e solidário com todos,
alguns deles: sem preconceitos.
3 Fonte: www.codigo-de-etica.info/www.direitonet.com.br/www.
portal.metodista.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Não falar mal da empresa para colegas ou em redes sociais dentro ou fora do horário de trabalho. Lembre-se de que mesmo os perfis
públicos podem ser acessados por pessoas especializadas seja qual forem suas configurações de privacidade.
• Se a empresa em que você trabalha permite que você navegue em sites ou redes sociais que não estão relacionadas ao seu escopo,
faça isso com moderação;
• Não atender telefonemas pessoais com frequência.
• Sempre cumprir com os prazos e os horários. Entregue seus documentos nos dias certos e procure chegar alguns minutos antes das
reuniões começarem. Em caso de atrasos, avise as pessoas envolvidas para não causar transtornos aos seus colegas de trabalho. E, é claro,
tenha uma justificativa honesta.
• Saber esperar as pessoas concluírem as ideias para depois expor as suas. Não atropele a fala dos outros para não ser atropelado
também.
• Escutar com atenção e tranquilidade todas as opiniões sem levantar polêmicas ou conflitos desnecessários. Isso sim é escuta ativa!
• Ficar atento às regras gramaticais da língua portuguesa em e-mails e documentos. Gafes demonstram falta de atenção ou de leitura.
• Saber identificar quais brincadeiras são saudáveis, o momento propício de fazê-la e quem é receptível a elas para evitar constrangi-
mentos. Ninguém merece aquelas piadas preconceituosas com cor, orientação sexual, classe social ou identidade de gênero. Na dúvida,
não faça a brincadeira!

Como você pode perceber, essas são dicas básicas de como se comportar dentro de um ambiente de trabalho e, é claro, na sociedade.
Não estou falando apenas de uma seção de julgamentos infundados que as pessoas ao seu redor podem fazer a seu respeito, mas de você
dentro de um contexto profissional. O respeito às outras pessoas, a dedicação aos seu ofício e a sua força de vontade em querer evoluir
diariamente são essenciais.
Ressalta-se ainda que, em se tratando de servidor público, fundamental é que este tenha um comportamento adequadamente inse-
rido no contexto ético, como vimos nos tópicos anteriores, sendo este, um dever colocado para este profissional.4[

GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMENTOS.

Através da gestão de documentos podemos fazer um correto arquivamento. Ela surgiu a partir da necessidade das organizações em
gerenciar a informação que se encontrava desestruturada, visando facilitar o acesso ao conhecimento explícito da corporação.
Pode ser considerada como um conjunto de soluções utilizadas para assegurar a produção, administração, manutenção e destinação
dos documentos possibilitando fornecer e recuperar as informações contidas nos documentos de uma maneira conveniente. (SANTOS,
2002).

No Brasil, a gestão documental é regulamentada na Lei nº 8.159/91 que “Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e pri-
vados e dá outras providências”.

A Gestão de documentos trata-se de um conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos os documentos de
qualquer idade desde sua produção até sua destinação final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e eficiência
administrativas, bem como à preservação do patrimônio documental de interesse histórico-cultural. Pressupõe-se, portanto, uma inter-
venção no ciclo de vida dos documentos desde a sua produção até serem eliminados ou recolhidos para guarda definitiva.
Um programa geral de gestão compreende todas as atividades inerentes às idades corrente e intermediária de arquivamento, o
que garante um efetivo controle da produção documental nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências aos
arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos geralmente aguardam longos prazos precaucionais), do processamento das
eliminações e recolhimentos ao arquivo permanente (valor histórico-cultural).

Ciclo de vidas de um documento


• Correntes: conjunto de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes.
• Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes que aguardam remoção para depósitos temporários.
• Permanentes: conjunto de documentos de valor histórico, científico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.

4 Fonte: www.sbcoaching.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O termo arquivo morto, o que caracteriza um erro dentro do estudo da arquivística. Documentos que não são consultados com frequ-
ência, mas que possuem valor, devem ser classificados como Documentos Permanentes.

1ª IDADE
– Documentos vigentes, frequentemente consultados
ARQUIVO CORRENTE
– Final de vigência; documentos que aguardam prazos longos de prescrição ou
2ª IDADE
precaução;
– Raramente consultados;
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO E/OU CENTRAL
– Aguardam a destinação final: eliminação ou guarda permanente.
3ª IDADE
– Documentos que perderam a vigência administrativa, porém são providos de
valor secundário ou histórico-cultural
ARQUIVO PERMANENTE

IDADE DO DURAÇÃO FREQUÊNCIA DE LOCAL DE


VALOR
DOCUMENTO MÉDIA USO / ACESSO ARQUIVAMENTO
– Documentos vigentes
Imediato – Muito consultados Arquivo Corrente
ADMINISTRATIVA Cerca de 5 anos
ou Primário – Acesso restrito ao organismo (próximo ao produtor)
produtor
– Documentos vigentes
I – Primário – Regularmente consultados Arquivo Central
5 + 5 = 10 anos
reduzido – Acesso restrito ao organismo (próximo à administração)
produtor
INTERMEDIÁRIA II – Primário – Documentos vigentes
10 + 20 = 30 anos
mínimo – Prazo precaucional longo
Arquivo intermediário (exte-
– Referência ocasional
rior à Instituição ou anexo ao
III – Secundário – Pouca frequência de uso
30 + 20 = 50 anos Arquivo Permanente)
potencial – Acesso público mediante autori-
zação
– Documentos que perderam a
vigência Arquivo Permanente ou
HISTÓRICA Secundário Definitiva
– Valor permanente Histórico
– Acesso público pleno

Os três momentos de gestão são fáceis de serem reconhecidos e não são consecutivos. Eles são:
1. Produção dos documentos: elaboração de formulários, implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de novas
tecnologias aos procedimentos administrativos.
2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário,
materiais, local.
3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente
e a eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e informativo.

A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no processo de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto
nas instituições públicas quanto nas empresas privadas. Consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para
os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer
outro.

Para a implantação do processo de avaliação de documentos é necessário seguir os seguintes passos:


1) Constituição formal da Comissão de Avaliação de Documentos, para garantir a legitimidade e autoridade à equipe responsável;
2) Elaboração de textos legais ou normativos que definam normas e procedimentos para o trabalho de avaliação;
3) Estudo da estrutura administrativa do órgão e análise das competências, funções e atividades de cada uma de suas unidades;
4) Levantamento da produção documental: entrevistas com funcionários, responsáveis e encarregados, até o nível de seção, para
identificar as séries documentais geradas no exercício de suas competências e atividades;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5) Análise do fluxo documental: origem, pontos de tramitação Registro: colocar o carimbo com a data, número e outras infor-
e encerramento do trâmite; mações que o documento deve receber;
6) Identificação dos valores dos documentos de acordo com Recibo de entrega: entregar as correspondências ou outros
sua idade: administrativo, legal, fiscal, técnico, histórico; materiais mediante recibo;
7) Definição dos prazos de guarda em cada local de arquiva- Expedição: receber a documentação expedida pelos setores da
mento. instituição para envio, datar original e cópias, expedir o original e
devolver a cópia ao setor responsável;
Gestão eletrônica de documentos (GED) Atendimento: prestar informações de sua área de competên-
A gestão eletrônica de documentos (GED) surge como mais cia, bem como realizar empréstimos.
uma ferramenta considerada importante e imprescindível para o
gerenciamento da massa documental. Ela gerencia não apenas do- No que se refere aos documentos produzidos e recebidos pela
cumentos digitais, e sim todo e qualquer documento, independente instituição em decorrência de suas atividades, são atribuições do
do suporte físico. protocolo:
Análise do conteúdo: verificar a existência de despachos em
Para sua implantação, o primeiro passo é criar a infraestrutura todos os documentos que chegar ao setor;
necessária: cabeamento, aquisição de servidor, microcomputado- Conservação para preservação: retirar o excesso de objetos
res, instalação de redes, aquisição de softwares específicos para metálicos (grampos, clips) e se for imprescindível o uso dos mes-
cada área etc. Em seguida treinar toda a equipe de usuários, para mos, tentar, dentro do possível substituir todos os objetos metáli-
enfim, proceder aos trabalhos de recebimento, registro, indexação, cos por objetos de plásticos;
controle e arquivamento dos documentos. Análise da classificação: avaliar se a classificação atribuída está
Vantagens da GED: correta (principalmente em caso de pedido de arquivamento defi-
– Interação entre sistemas como correio eletrônico e mensa- nitivo) retificando-a, se for o caso;
gens instantâneas; Arquivamento: arquivar o documento de acordo com os crité-
– Aumento da disseminação da informação, através do acesso rios adotados;
múltiplo a um documento digitalizado; Empréstimo: talvez a mais “especial” das atividades arquivísti-
– Redução de custos com reprografia, duplicidade e extravio; cas, afinal, essa é uma das essências da criação dos arquivos.
– Rapidez no acesso à informação; Controle de empréstimo: controlar através de ficha manual ou
– Agilidade no atendimento; sistema.
– Informações mais precisas;
– Redução da área física. Conceitos
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística,
temos quatro definições para o termo arquivologia:
PROTOCOLOS: RECEBIMENTO, REGISTRO, DISTRIBUIÇÃO, 1. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma
TRAMITAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS. CLASSIFI- entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desem-
CAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. ARQUIVAMENTO penho de suas atividades, independentemente da natureza do su-
E ORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. TABELA DE porte.
TEMPORALIDADE DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. ACON- 2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o
DICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos.
DE ARQUIVO. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCU- 3. Instalações onde funcionam arquivos.
MENTOS DE ARQUIVO. ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVO E 4. Móvel destinado à guarda de documentos.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ARQUIVOLOGIA. TÉC-
NICAS DE ARQUIVAMENTO: CLASSIFICAÇÃO, ORGA- Podemos entender ela como um conjunto de princípios, nor-
NIZAÇÃO, ARQUIVOS CORRENTES E PROTOCOLO mas, técnicas e procedimentos para gerenciar as informações no
processo de produção, organização, processamento, guarda, utili-
zação, identificação, preservação e uso de documentos de arquivos.
O protocolo de um arquivo é um serviço auxiliar responsável • Um arquivo é o conjunto de documentos produzidos e acu-
pelo controle tanto das correspondências recebidas por uma insti- mulados por uma entidade coletiva, pública e privada, pessoa ou
tuição tanto pelo trâmite dos documentos produzidos pela mesma. família, no desempenho de suas atividades, independentemente da
Não há um padrão para a execução da função exercida pelo natureza do suporte.
protocolo. No entanto, alguns parâmetros são utilizados para a ges- • Um documento é o registro de informações, independente
tão desse serviço. No que tange às correspondências temos as se- da natureza do suporte que a contém.
guintes atividades: • Já informação é um “elemento referencial, noção, ideia ou
Recebimento: receber a correspondência ou outros materiais, mensagem contidos num documento.
separar os particulares dos oficiais, distribuir as correspondências O suporte é o meio física, aquela que o contém o documento,
particulares, separar as correspondências oficiais ostensivas das si- podendo ser: papel; pen-drive; película fotográfica; microfilme; CD;
gilosas. Abrir, ler, verificar a existência de antecedentes, analisar e DVD; entre outros.
classificar as correspondências ostensivas;
Classificação: analisar ou interpretar o conteúdo do documen-
to, determinar o assunto do mesmo e enquadrá-lo no plano de clas-
sificação de documentos adotado pela instituição;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Outros conceitos importantes de se ter claro na mente: • Princípios da inalienabilidade e imprescritibilidade: aplicado
Arquivos: órgãos que recolhem naturalmente os documentos ao setor público, estabelecendo que a transferência de propriedade
de arquivo, que são acumulados organicamente pela entidade, de dos arquivos públicos a terceiros é proibida; e que o direito público
forma ordenada, preservando-os para a consecução dos objetivos sobre os seus arquivos não prescreve com o tempo.
funcionais, legais e administrativos, tendo em conta sua utilidade
futura. • Princípio da universalidade: implica ao arquivista uma abor-
Bibliotecas: reúnem documentos de biblioteca, que são mate- dagem mais geral sobre a gestão dos documentos de arquivo antes
riais ordenados para estudo, pesquisa e consulta. que ele possa se aprofundar em maiores detalhes sobre cada natu-
Museus: colecionam documentos (bidimensionais e/ou tridi- reza documental.
mensionais) de museu, que são criações artísticas ou culturais de
uma civilização ou comunidade, possuindo utilidade cultural, de in- • Princípio da proveniência territorial/territorialidade: es-
formação, educação e entretenimento. tabelece que os documentos deverão ser arquivados no território
Centros de documentação ou informação: é um órgão/insti- onde foram produzidos.
tuição/serviço que busca juntar, armazenar, classificar, selecionar e
disseminar informação das mais diversas naturezas, incluindo aque- • Princípio da pertinência territorial: afirma que os documen-
las próprias da biblioteconomia, da arquivística, dos museus e da tos deverão ser arquivados no local de sua pertinência, e não de
informática. sua acumulação.

Princípios Os arquivos públicos são conjuntos de documentos produzidos


A arquivologia possui uma série de princípios fundamentais e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de
para o seu funcionamento. São eles: âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e Municipal em decor-
rência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. (Lei
• Princípio da proveniência, respeito aos fundos ou método nº 8.159/91).
histórico: fundo é um conjunto de documentos de uma mesma pro- Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos
veniência. Eles podem ser fundos abertos ou fechados. produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor-
Fundo aberto é aquele ao qual podem ser acrescentados novos rência de suas atividades. Os arquivos privados podem ser identifi-
documentos em função do fato de a entidade produtora continuar cados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde
em atividade. que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para
Fundo fechado é aquele que não recebe acréscimo de docu- a história e desenvolvimento científico nacional. (Lei nº 8.159/91).
mentos, uma vez que a entidade produtora não se encontra mais
em atividade. Porém, ele pode continuar recebendo acréscimo de CONARQ
documentos desde que seja proveniente da mesma entidade pro- O Conselho Nacional de Arquivos é um órgão colegiado, vin-
dutora de quando a organização estava funcionando. culado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei 8159, de 8
de Janeiro de 1991, que dispõe da Política Nacional de Arquivos e
• Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: é regulamentado pelo decreto n.º 1173 de 19 de Junho de 1994, al-
necessário manter a integridade do arquivo, sem dispersar, mutilar, terado pelo decreto n.º 1491, de 25 de Abril de 1995, que tem por
alienar, destruir sem autorização ou adicionar documento indevido. finalidade:
I - Definir a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados;
• Princípio do respeito à ordem original, ordem primitiva ou II - Exercer a orientação normativa visando à Gestão Documen-
“santidade” da ordem original: o arquivo deve conservar o arranjo tal e à proteção especial aos documentos de arquivo.
dado por quem o produziu, seja uma entidade coletiva, pessoa ou
família. Ou seja, ele deve ser colocado no seu lugar de origem den- Dentre as competências delegadas ao órgão, destacam-se as
tro do fundo de onde provém. seguintes:
• Princípio da Organicidade: é o princípio que possibilita a — Definir normas gerais e estabelecer diretrizes para o pleno
diferenciação entre documentos de arquivo e outros documentos funcionamento do SINAR. Visando à Gestão, à preservação e ao
existentes no ambiente organizacional. acesso aos documentos do arquivo;
— Promover o inter-relacionamento de arquivos público de
• Princípio da Unicidade: independentemente de forma, gê- privados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das ati-
nero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu vidades arquivísticas;
caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. — Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e
legai que preservam o funcionamento e acesso aos arquivos pú-
• Princípio da cumulatividade ou naturalidade: seus registros blicos;
são formados de maneira progressiva, natural e orgânica em função — Estimular programas de preservação e gestão de documen-
do desempenho natural das atividades da organização, família ou tos produzido (orgânicos) e recebidos por órgãos e entidades, no
pessoa, por produção e recebimento, e não de maneira artificial. âmbito federal, estadual e municipal, em decorrência da função
executiva, legislativa e judiciária;
• Princípio da reversibilidade: todo procedimento ou trata- — Subsidiar a elaboração de planos nacionais nos Poderes Le-
mento aplicado aos arquivos poderá, necessariamente, ser rever- gislativo, Executivo e Judiciário, bem como nos Estado, no Distrito
tido, caso seja necessário. Para se evitar a desintegração ou perda Federal e Municípios;
de unidade do fundo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Declarar que como de interesse público e social os arquivos Constituição da República Federativa do Brasil (1988)
privados que contenham fontes relevantes para a história e o de- – É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
senvolvimento nacionais, nos termos do art. 13 da Lei n.º 8159/91. sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional (Art.5°,
XIV);
SINAR – Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
Sistema Nacional de Arquivos, em 1978, não obstante os es- de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
forços realizados no sentido de estimular a adoção de políticas que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res-
assegurassem a preservação do patrimônio documental em decor- salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so-
rência da implementação do sistema foi bastante prejudicada em ciedade e do Estado (Art. 5°., XXXIII);
decorrência da concepção estreita que norteou o Governo Feral, à – São a todos assegurados, independentemente do pagamen-
época, com relação à problemática arquivística. to de taxas, ... b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
A promulgação da Lei n.º 8159/91 retorna a questão da Política para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
Nacional de Arquivos, reconhecendo e legitimando a necessidade pessoal (Art. 5°., XXXIV);
de um Sistema que promova a efetiva integração sistêmica dos ar- – A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quivos públicos e privados nos moldes legais e tecnicamente corre- quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (Art.
tos, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos 5°., LX);
de arquivo. – Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimen-
to de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
Legislação Federal registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
(Caro candidato(a) indicamos a consulta das Leis e decretos caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se pre-
abaixo para aprofundar os estudos) fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (Art. 5°,
– Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a LXXII);
Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados. – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
– Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968. Regula a microfilmagem cípios: ... II recusar fé aos documentos públicos (Art.19);
de documentos oficiais e dá outras providências. – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe-
– Decreto no 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a deral e dos Municípios: ... V- proporcionar os meios de acesso à
Lei no 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de cultura, à educação e à ciência (Art.23);
documentos oficiais. – Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
– Portaria da Secretaria da Justiça nº 58, de 20 de junho de documentação governamental e as providências para franquear sua
1996. Regulamenta o registro e a fiscalização do exercício da ativi- consulta a quantos dela necessitem (Art. 216, parág. 2°.);
dade de microfilmagem de documentos, em conformidade com o – A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
parágrafo único do artigo 15 do Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão
de 1996. qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição (Art.
– Decreto nº 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o 220).
art. 23 da Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe-
categoria dos documentos públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá deral e dos Municípios: ... III- proteger os documentos, as obras e
outras providências. outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV- impedir
Citamos alguns artigos importantes da Legislação Federal: a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
– A eliminação de documentos produzidos por instituições pú- outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (Art. 23);
blicas e de caráter público será realizada mediante autorização da – Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de nature-
instituição arquivística pública, na sua específica esfera de compe- za material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
tência (Lei no. 8.159, de 08/01/91, Art. 9°.); portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos di-
– Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a ferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo incluem: ... IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais
permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final espaços destinados às manifestações artístico-culturais (Art. 216);
(Decreto no. 1.799, de 30/01/96, Art. 11); – O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promo-
– A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á verá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inven-
por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida tários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de ou-
de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme tras formas de acautelamento e preservação (Art. 216, parág. 1º.);
cópia (idem, Art. 12);
– A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá Lei no. 8.159, de 08/01/91: dispõe sobre a Política Nacional de
ocorrer se prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada Arquivos Públicos e Privados
pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado – É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção
o disposto no art. 9° da Lei no. 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (idem, especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à
Art. 12 parágrafo único). administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como ele-
mentos de prova e informação (Art. 1º.);
– Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im-
prescritíveis (Art. 10);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Ficará sujeito a responsabilidade penal, civil e administrativa, a eficácia garantindo o cumprimento dos direitos de cidadania e
na forma da legislação em vigor aquele que desfigurar ou destruir sendo, para o próprio Estado suporte para as decisões políticos-ad-
documentos de valor permanente ou considerado como de interes- ministrativas.
se público e social (Art. 25); Contudo, o Código de Classificação de Documentos de Arquivo
para a Administração Pública: atividades meio e a tabela básica de
Decreto no. 82.308, de 25/09/78: institui o Sistema Nacional de temporalidade e destinação de documentos de arquivos relativos
Arquivo (SINAR) às atividades meio da Administração Pública foram elaborados por
– Fica instituído o Sistema Nacional de Arquivo (SINAR) com técnicos do Arquivo Nacional, da antiga Secretaria de Administra-
a finalidade de assegurar, com vistas ao interesse da comunidade, ção Federal e do Ministério do Planejamento e Orçamento e cons-
ou pelo seu valor histórico, a preservação de documentos do Poder tituem elementos essenciais à organização do arquivos correntes
Público (Art. 1o.); e intermediários, permitindo o acesso aos documentos através da
– Compete ao Órgão Central do Sistema: ... III-supervisionar a racionalização e controlo eficazes das informações neles contidas.
conservação dos documentos sob sua custódia (Art. 4°.); É importante focar que, a utilização desses instrumentos (Tabe-
– Compete aos Órgãos Setoriais e Seccionais do Sistema: ... III la de Temporalidade e Destinação), além de possibilitar o controle
- preservar os documentos sob sua guarda, responsabilizando-se e a rápida recuperação de informações, orientará as atividades de
pela sua segurança (Art. 5º.); Decreto no. 1799, de 30 de janeiro de racionalização da produção e fluxo documentais, avaliação e desti-
1996: Regulamenta a Lei no. 5.433, de 8 de maio de 1968, que regu- nação dos documentos produzidos e recebidos, aumentando a efi-
la a microfilmagem de documentos oficiais, e a outras providências) cácia dos serviços arquivísticos da administração pública em todas
– Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda per- as esferas.
manente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem de-
vendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação Código de Classificação de Documentos de Arquivo
ou preservados pelo próprio órgão detentor (Art.13). É o principal instrumento para a classificação dos documentos
no Arquivo Corrente ou na massa documental. A ordem estabeleci-
RESOLUÇÃO N.º 4, DE 28 DE MARÇO DE 1996. da é baseada no agrupamento de documentos de um mesmo tema,
Dispõe sobre o Código de Classificação de Documentos de Ar- com a preocupação de agilizar o recolhimento, transferência e o
quivo para a Administração Pública. acesso ao documento.
Levando em consideração que o acumulo da massa docu- Para a administração pública federal o modo de classificação
mental é um retrocesso da agilidade da obtenção da informação adotado foi o Método de Classificação Decimal (técnica de Melvil
o presidente do CONARQ dentro de suas atribuições e baseado na Dewey). As dez principias são representadas por números inteiros
Resolução 1º (adoção de um Plano de Classificação para arquivos com três algarismos: Classe 100; Classe 200; Classe 300; Classe 400;
correntes) resolve aprovar medidas e definir funções. Classe 500; Classe 600; Classe 700; Classe 800; Classe 900.
Para os Arquivos Públicos foi aprovado, para as Atividades- Essas classes podem ser divididas em subclasses, que podem
-Meio, o Código de Classificação da Administração Pública que ser- ser divididas em grupo, que podem ser divididas em subgrupos. Os
ve como modelo. Também foi atribuído que as entidades poderão números sempre estarão se submetendo a uma subordinação ao
adaptar esse Código de Classificação de acordo com a decorrência anterior. Vejamos:
de suas atividades, estipulando mudanças nos prazos de guarda, de Classe 000
destinação (eliminação ou guarda permanente), inserção de novas Subclasse 010
classes, subclasses e assim por diante. Grupo 012
Subgrupo 012.11
Classificação, Temporalidade e Destinação de Documentos de
Arquivos Relativos às Atividade – Meio da Administração Pública. Neste modelo de Plano de Classificação as classes de 000 e 900
A Política Nacional de Arquivos, de acordo com os princípios já vem rotuladas com seus respectivos assuntos: Administração Ge-
teóricos da moderna Arquivologia, compreende a definição e a no- ral e Assuntos Diversos. Mesmo com essas definições essas duas
ção de um conjunto de normas e procedimentos técnicos e admi- classes poderão sofrer alterações no seu contexto de subclasses,
nistrativos para disciplinar as atividades relativas aos serviços ar- grupos e subgrupos. Alterações que poderão acrescentar ou reduzir
quivísticos da administração pública, trazendo, por consequência, a seu volume de informação. Essas duas classes já foram incluídas no
melhoria dos arquivos públicos. A implantação dessa política inclui modelo Plano de Classificação porque segundo seus elaboradores
necessariamente o processo de restauração da própria administra- essas são duas classes comuns a toda Atividades-Meio de uma orga-
ção pública. nização. O restante das classes fica aberto para o uso de acordo com
No entanto, com essa modernização, pressupõem novas for- as atividades documentais executadas pela organização.
mas de relacionamento entra máquina administrativa governamen-
tal e seus arquivos, como condição imprescindível para que estes Aplicação do Código de Classificação de Documentos de Ar-
últimos sirvam como instrumento de apoio à organização do estado quivo
e da sociedade. A classificação faz parte do importante processo de Gestão Do-
O controle sobre a produção documental e a racionalização de cumental de Arquivos, pois a classificação faz parte da eficiência, do
seu fluxo, atreves da aplicação de modernas técnicas e recursos tec- controle e da agilidade no gerenciamento das informações.
nológicos, são objetivos de um programa de gestão de documentos, Duas etapas caracterizam a aplicação do Código de Classifica-
que levará à melhoria dos serviços arquivísticos, reganhando, com ção: Classificação e Arquivamento.
isso, a função social que os arquivos devem ter, aumentando-lhes

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Classificação c) Aplicação da Tabela de Temporalidade


Primeiramente, essa etapa deve ser realizada por servidores O usuário da Tabela de Temporalidade terá a sua disposição,
treinado e aptos. O processo de classificação é lento pois necessita na própria tabela, as orientações e explicações. A principal preo-
da leitura de cada documento com o intuito de aplicar o código de cupação na aplicação da Tabela de Temporalidade é a verificação
classificação (ESTUDO). Quando a informação se refere a dois ou da organicidade estabelecida aos documentos de arquivo. Esse é
mais assuntos é usado um mecanismo, chamado Referência Cruza- a principal mudança que os Arquivos estão sofrendo hoje em dia.
da, onde é usado uma folha de referência. Essa folha é colocada na A aplicação da Tabela de Temporalidade tem sido comprome-
pasta ou nas pastas onde a referência é menor e, consequentemen- tida pois muitos Arquivos não têm profissionais com nível superior
te, o documento vai ocupar o lugar onde ele tem maior importân- de Arquivologia, ou seja, o responsável, que não tem o curso, na
cia. A codificação é importante na classificação pois faz uma revisão maioria das vezes não é condizente com a utilização do Plano de
dos códigos utilizados e sua confirmação é feita com o registro do Classificação e a aplicação da Tabela de Temporalidade, comprome-
código na primeira folha do documento. tendo a ênfase da Arquivologia: a organicidade.
A Tabela de Temporalidade é um modo de controlar o fluxo dos
b) Arquivamento documentos em cada fase. Na fase corrente, o valor primário é o
Com a efetuação da classificação o documento, ele deve ser importante; na fase intermediária, o valor primário perde impor-
encaminhado para o seu destino: a tramitação ou despacho final. tância e é feita uma averiguação do seu valor secundário e é dado
O arquivamento tem o objetivo de preservar a ordem estabelecida um prazo de precação (para possíveis pesquisas); em seguida é eli-
pelos códigos aplicados na fase de classificação (Princípio da Pro- minado ou passa para a guarda permanente (quando constatado
veniência) visando o acelerar o arquivamento. Uma característica seu valor secundário). Baseado nesses princípios a Tabela de Tem-
importante no processo de arquivamento é a preocupação com a poralidade estipula o tempo que o documento deve permanecer na
utilização do espaço (hoje em dia praticamente todos os Arquivos fase corrente e intermediária ou se será eliminado ou destinado à
sofrem com esse problema) por isso neste processo há a preocupa- guarda permanente.
ção se existem réplicas ou documentos que falam do mesmo assun-
to, havendo isso, serão encaminhados para a eliminação. Normas
(Caro(a) candidato(a) os arquivos das normas são extensivos e
Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo da não tem como serem resumidos, por isso não colocamos os mesmos
Atividades-Meio da Administração Pública em nosso material. Sugerimos para aprofundamento do seu estudo,
Na necessidade de medidas que definam quais são as atitudes a leitura das normas.)
a serem tomadas com os documentos, em relação a preservação, – ISAD(G) – Norma Geral Internacional de Descrição Arquivís-
destinação intermediária ou permanente de acordo com seu valor tica
secundário representado para a sociedade, é necessário a elabora- – ISAAR(CPF) – Norma Internacional de Registo de Autoridade
ção de uma Tabela de Temporalidade. Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias
– ISDF – Norma Internacional para a Descrição de Funções
a) Disposição da Tabela de Temporalidade – ISDIAH – Norma Internacional para Instituições com Acervo
Sendo resultante de várias análises a Tabela de Temporalidade Arquivístico.
tem os objetivos de definir guarda, destinação e garantir o fácil e
rápido acesso às informações. Em sua estrutura básica são encon- Sistema “é o conjunto de princípios coordenados entre si, de
trados os prazos de guarda na fase corrente e intermediária, e sua modo que concorram para um determinado fim”. Paes (2005) ensi-
destinação final além de observações para maior entendimento. na que os métodos de arquivamento podem ser divididos em duas
classes:
b) Elaboração da Tabela de Temporalidade
O Princípio das Três Idades é fundamental, pois ele rege toda a
vida da informação, atendendo as necessidades da Tabela de Tem-
poralidade. Para a determinação do caráter primário ou secundário
é necessário a verificação se a informação tem caráter administra-
tivo ou probatório/informativo, respectivamente. Em seguida vem
a formação de uma Comissão Permanente de Avaliação. Essa Co-
missão levantará dados sobre as atividades desenvolvidas pela Ad-
ministração Geral e suas subsidiárias afim de determinar o melhor
período de tempo que documento dever permanecer em cada fase.
Depois de sua elaboração, a Tabela de Temporalidade é en-
caminhada para a instituição arquivística pública responsável pela
área de situação do Arquivo requerente (onde será aprovada ou
não), também há a necessidade de edição da mesma em Diário
Oficial e é esperado 45 dias para possíveis manifestações. Depois
desse processo e com a aprovação, a Tabela de Temporalidade, da
empresa pública ou privada, será implantada com a orientação e
acompanhamento de um Arquivista.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No sistema direto buscamos os documentos diretamente onde ARQUIVAM- SE:


estão localizados, sem o auxílio de instrumentos de pesquisa. Den- 1º FERREIRA, Ana Lúcia
tro desse sistema temos os métodos de arquivamento: 2º FERREIRA, Hermínia
- Alfabético: organização dos documentos feita palavra por pa- 3º FERREIRA, Mauro
lavra e letra por letra. Devemos observar as regras de alfabetação
para a utilização desse método. – Nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou liga-
- Geográfico: a utilização deste método é tomada quando a po- dos por hífen não se separam.
lítica de arquivo define como primordial para organização dos docu- EXEMPLO:
mentos é a procedência local do mesmo. Heitor Villa Lobos
Método de Arquivamento Elza Campo Verde
Teobaldo Casa Grande
CLASSIFICAÇÃO POR AS- MÉTODO GEOGRÁFICO ARQUIVAM- SE:
SUNTO 1º CAMPO VERDE, Elza
2º CASA GRANDE, Teobaldo
Brasília 3º VILLA LOBOS, Heitor
PATRIMÔNIO Rio de Janeiro
– Os nomes com SANTA, SANTO ou SÃO seguem a regra dos
São Paulo
nomes formados de um adjetivo e um substantivo.
MÉTODO ALFABÉTICO EXEMPLO:
Aguiar, Celso Vera Maria São Gonçalo
Carmem Santo Antônio
PESSOAL - ADMISSÃO Borges, Francisco Maria da Paz Santa Cruz
Cardoso Jurandir ARQUIVAM- SE:
Castro, Lúcia 1º SANTA CRUZ, Maria da Paz
2º SANTO ANTÔNIO, Carmem
MÉTODO (SECUNDÁRIO) 3º SÃO GONÇALO, Vera Maria
CRONOLÓGICO
DEMISSÃO - FOLHAS DE PAGA- Jan. a jul. de 1980 – As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na clas-
MENTO sificação de nomes iguais.
Ago. a dez. 1980
EXEMPLO:
Jan. a jul 1981 Moacir Moreira
Moisés Moreira
- Correspondência com outros países: alfabeta-se em primeiro M. Moreira
lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais ci- ARQUIVAM- SE:
dades serão alfabetadas em ordem alfabética, após as respectivas 1º MOREIRA, M.
capitais dos países a que se referem. 2º MOREIRA, Moacir
3º MOREIRA, Moisés
Regras de alfabetação5
As seguintes as regras de alfabetação obedecem ao seguinte: – As partículas tais como de, d’, da, do, e, não são consideradas.
O arquivamento de NOMES obedece a algumas regras, deno- EXEMPLO:
minadas Regras de Alfabetação, que são as seguintes: Virgínia Souza e Silva
- Nos nomes individuais considera-se, primeiramente, o último Heloísa R. do Amparo
nome e depois o prenome. Regina Viana d’Almeida
ARQUIVAM- SE:
EXEMPLO: ALMEIDA, Regina Viana d’
Miguel Soares Brito AMPARO, Heloísa R. do
Cláudia Regina Vieira SILVA, Virgínia Souza e
Ivo Pereira da Paz
ARQUIVAM- SE: – Os nomes que exprimem grau de parentesco, como: FILHO,
1º BRITO, Miguel Soares JUNIOR, NETO, SOBRINHO, são considerados parte integrante do úl-
2º PAZ, Ivo Pereira da timo sobrenome, mas não são considerados na alfabetação.
3º VIEIRA, Cláudia Regina EXEMPLO:
André Luís Silva Júnior
– Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfa- Marcos Soares Filho
bética do prenome. Amaury Reis Serafim Filho
EXEMPLO: ARQUIVAM-SE:
Hermínia Ferreira SERAFIM FILHO, Amaury Reis
Ana Lúcia Ferreira SILVA JUNIOR, André Luís
Mauro Ferreira SOARES FILHO, Marcos
5 Fonte: Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica
Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Os títulos são colocados no fim, entre parênteses. ARQUIVAM-SE:


EXEMPLO: REZENDE BARROS & CIA
Maj Int Sérgio F. Brito SAPATARIA DENGO e DENGA S/A
Ministro Moreira Lima Pe. Antônio Vieira TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA
ARQUIVAM-SE:
BRITO, Sérgio F. (Maj Int) – Os nomes de instituições e órgãos governamentais em portu-
LIMA, Moreira (Ministro) guês, consideram-se como se apresentam.
VIEIRA, Antônio (Pe.) EXEMPLO:
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
– Os nomes estrangeiros comuns são considerados pelo sobre- Banco do Brasil
nome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais. Companhia Estadual de Água e Esgoto
EXEMPLO: ARQUIVAM-SE:
John E. Bingham BANCO do Brasil
George Mac Donald COMPANHIA Estadual de Água e Esgoto
William Outhwaite EMPRESA Brasileira de Correios e Telégrafos
ARQUIVAM- SE:
BINGHAM, John E. – Os nomes de instituições ou órgãos de países estrangeiros
MAC DONALD, George devem ser precedidos pelo nome do país.
OUTHWAITE, William EXEMPLO:
Public Record Office
– As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser con- Editorial Hispano Europea, S.A
sideradas. O mais comum é considera-la como parte integrante do United State Air Force
nome, principalmente quando escritas em letra maiúscula. ARQUIVAM-SE:
EXEMPLO: ESPANHA Editorial
Francisco Di Cavalcanti Hispano Europea, S.A
Lilian Cruz D’Almada ESTADOS UNIDOS United
Maria Luiza O’Hara State Air Force
ARQUIVAM- SE: INGLATERRA Public
1º D’ALMADA, Lilian Cruz Record Office
2º DI CAVALCANTI, Francisco
3º O’HARA, Maria Luiza – Nos títulos de congressos, seminários, conferências, assem-
bleias, reuniões e outros eventos. Os números arábicos, romanos
– Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobreno- ou escritos por extenso, deverão aparecer no fim, entre parênteses.
me, que corresponde ao sobrenome da família do pai. EXEMPLO:
EXEMPLO: 1º Seminário sobre Medicina Aeroespacial
Angel Del Arco Y Molinero VII Congresso Brasileiro de Arquivologia
Juan Garcia Vasques Quarta Assembleia de Diretores Lojistas
Antonio de los Rios ARQUIVAM- SE:
ARQUIVAM-SE: ASSEMBLEIA de Diretores Lojistas (Quarta)
1º ARCO Y MOLINERO, Agel Del CONGRESSO Brasileiro de Arquivologia (VII)
3º RIOS, Antonio de los SEMINÁRIO sobre Medicina Aeroespacial (1º)
2º GARCIA VASQUES, Juan
Estas regras podem ser alteradas para melhor adaptarem-se à
– Os nomes orientais japoneses, chineses, árabes e outros são empresa, instituição, firma, órgão, desde que o critério escolhido
arquivados como se apresentam. seja uniforme para toda a empresa, e que sejam feitas remissivas*
EXEMPLO: para serem evitadas dúvidas futuras.
Li Yutang ex.: Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.
Adib Hassib ver EMBRAER
Al BenHur
ARQUIVAM-SE: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
Adib Hassib ver INFRAERO
Al BenHur
Li Yutang Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica
ver CENDOC
– Os nomes de firmas e empresas devem ser considerados tais
como se apresentam. No sistema indireto, para recuperarmos os documentos de que
EXEMPLO: necessitamos, temos de nos valer de instrumento (s) de pesquisa
Transportadora Americana Ltda (s), como índices e catálogos, os principais métodos deste sistema
Sapataria Dengo e Denga S/A são:
Rezende Barros & Cia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Numérico: pode ser cronológico, simples ou digital. Precisa-


-se de uma espécie sumário ou índice para que possamos recuperar NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO:ESTADO, GOVER-
o documento. Tal método só deve ser utilizado para quantidade pe- NO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMEN-
quena de documentos. TOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO; NATUREZA, FINS E PRIN-
– Por assunto: método muito utilizado para tratar de grandes CÍPIOS
massas de documentos. Este método requer, obrigatoriamente, a
elaboração de um alfabético remissivo, além de uma grande espe-
cialização do arquivista para atribuir os devidos termos (descrito- — Estado
res) aos respectivos documentos.
Conceito, Elementos e Princípios
A função primordial dos arquivos é disponibilizar as informa- Adentrando ao contexto histórico, o conceito de Estado veio a
ções contidas nos documentos para a tomada de decisão e com- surgir por intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega
provação de direitos e obrigações, o que só se efetivará se os do- e da civitas romana. Em meados do século XVI o vocábulo Estado
cumentos estiverem corretamente classificados e devidamente passou a ser utilizado com o significado moderno de força, poder
guardados. e direito.
O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de
– Variadex: Segundo PAES (2002), a Remington Rand concebeu direitos, que possui como elementos: o povo, o território e a
o método variadex, introduzindo as cores como elementos auxilia- soberania. Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino
res para facilitar não só o arquivamento, como a localização de do- (2010, p. 13), “Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada
cumentos. Nesse método, trabalha-se com uma chave constituída pelos elementos povo, território e governo soberano”.
de cinco cores. O Estado como ente, é plenamente capacitado para adquirir
direitos e obrigações. Ademais, possui personalidade jurídica
LETRAS CORES própria, tanto no âmbito interno, perante os agentes públicos e os
cidadãos, quanto no âmbito internacional, perante outros Estados.
A, B, C, D e abreviações Ouro Vejamos alguns conceitos acerca dos três elementos que
E, F, G, H e abreviações Rosa compõem o Estado:
I, J, K, L, M, N e abreviações Verde – Povo: Elemento legitima a existência do Estado. Isso ocorre
por que é do povo que origina todo o poder representado pelo
O, P, Q e abreviações Azul Estado, conforme dispões expressamente art. 1º, parágrafo único,
R, S, T, U, V, W, Y, Z e abreviações Palha da Constituição Federal:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
– Automático: É utilizado somente na Europa. Nesse método meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
os papéis são arquivados com guias alfabéticas numeradas uma a Constituição.
uma. Este método é combina letras, números e cores. É considera- O povo se refere ao conjunto de indivíduos que se vincula
do um método semidireto porque quando vai numerar é necessário juridicamente ao Estado, de forma estabilizada.
olhar uma tabela antes (indireto), mas o nome é alfabético (direto). Entretanto, isso não ocorre com estrangeiros e apátridas,
– Soundex: Utilizado somente na Europa. Este método utiliza diferentemente da população, que tem sentido demográfico e
a fonética (som das palavras) e não pela ordem alfabética. Método quantitativo, agregando, por sua vez, todos os que se encontrem
soundex: ordenação que tem por eixo a fonética dos nomes que sob sua jurisdição territorial, sendo desnecessário haver quaisquer
intitulam os documentos de um determinado arquivo. Usam‐se no- tipos de vínculo jurídico do indivíduo com o poder do Estado.
mes para a organização dos arquivos, reunindo‐os pela semelhança Com vários sentidos, o termo pode ser usado pela doutrina
da pronúncia, mesmo que a grafia seja diferente. como sinônimo de nação e, ainda, no sentido de subordinação a
– Mnemônico: É considerado um método obsoleto. Busca com- uma mesma autoridade política.
binar as letras do alfabeto (símbolos) de forma a auxiliar a memória No entanto, a titularidade dos direitos políticos é determinada
na busca da informação no material de arquivo. pela nacionalidade, que nada mais é que o vínculo jurídico
– Rôneo: Também é considerado um método obsoleto. Conhe- estabelecido pela Constituição entre os cidadãos e o Estado.
cido como um método híbrido. Ele combina letras, números e cores O Direito nos concede o conceito de povo como sendo o
conjunto de pessoas que detém o poder, a soberania, conforme
já foi explicitado por meio do art. 1º. Parágrafo único da CFB/88
dispondo que “Todo poder emana do povo, que exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”.
— Território: pode ser conceituado como a área na qual o
Estado exerce sua soberania. Trata-se da base física ou geográfica
de um determinado Estado, seu elemento constitutivo, base
delimitada de autoridade, instrumento de poder com vistas a dirigir
o grupo social, com tal delimitação que se pode assegurar à eficácia
do poder e a estabilidade da ordem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O território é delimitado pelas fronteiras, que por sua vez, A Constituição Federal é documento jurídico hierarquicamente
podem ser naturais ou convencionais. O território como elemento superior do nosso sistema, se ocupando com a organização
do Estado, possui duas funções, sendo uma negativa limitante do poder, a definição de direitos, dentre outros fatores. Nesse
de fronteiras com a competência da autoridade política, e outra diapasão, a soberania ganha particular interesse junto ao Direito
positiva, que fornece ao Estado a base correta de recursos materiais Constitucional. Nesse sentido, a soberania surge novamente em
para ação. discussão, procurando resolver ou atribuir o poder originário e seus
Por traçar os limites do poder soberanamente exercido, o limites, entrando em voga o poder constituinte originário, o poder
território é elemento essencial à existência do Estado, sendo, desta constituinte derivado, a soberania popular, do parlamento e do
forma, pleno objeto de direitos do Estado, o qual se encontra a povo como um todo. Depreende-se que o fundo desta problemática
serviço do povo e pode usar e dispor dele com poder absoluto e está entranhado na discussão acerca da positivação do Direito em
exclusivo, desde que estejam presentes as características essenciais determinado Estado e seu respectivo exercício.
das relações de domínio. O território é formado pelo solo, Assim sendo, em síntese, já verificados o conceito de Estado e
subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e plataforma continental, os seus elementos. Temos, portanto:
prolongamento do solo coberto pelo mar.
A Constituição Brasileira atribui ao Conselho de Defesa ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA
Nacional, órgão de consulta do presidente da República,
competência para “propor os critérios e condições de utilização Obs. Os elementos (povo + território + soberania) do Estado
de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e não devem ser confundidos com suas funções estatais que
opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira normalmente são denominadas “Poderes do Estado” e, por sua
e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos vez, são divididas em: legislativa, executiva e judiciária
naturais de qualquer tipo”. (Artigo 91, §1º, I I I , C F B / 8 8 ) .
Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais próprias Em relação aos princípios do Estado Brasileiro, é fácil encontra-
da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre, projetada los no disposto no art. 1º, da CFB/88. Vejamos:
desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção territorial Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
e suas projeções adquiram significado político e jurídico, é preciso indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
considerá-las como um local de assentamento do grupo humano se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
que integra o Estado, como campo de ação do poder político e I - a soberania;
como âmbito de validade das normas jurídicas. II - a cidadania;
— Soberania: Trata-se do poder do Estado de se auto III - a dignidade da pessoa humana;
administrar. Por meio da soberania, o Estado detém o poder de IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
regular o seu funcionamento, as relações privadas dos cidadãos, V - o pluralismo político.
bem como as funções econômicas e sociais do povo que o integra.
Por meio desse elemento, o Estado edita leis aplicáveis ao seu Ressalta-se que os conceitos de soberania, cidadania e
território, sem estar sujeito a qualquer tipo de interferência ou pluralismo político são os que mais são aceitos como princípios
dependência de outros Estados. do Estado. No condizente à dignidade da pessoa humana e aos
Em sua origem, no sentido de legitimação, a soberania está valores sociais do trabalho e da livre inciativa, pondera-se que
ligada à força e ao poder. Se antes, o direito era dado, agora é estes constituem as finalidades que o Estado busca alcançar. Já os
arquitetado, anteriormente era pensado na justiça robusta, agora é conceitos de soberania, cidadania e pluralismo político, podem ser
engendrado na adequação aos objetivos e na racionalidade técnica plenamente relacionados com o sentido de organização do Estado
necessária. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana sob forma política, e, os conceitos de dignidade da pessoa humana
do povo. Além disso, todos os Poderes são partes de um todo que e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, implicam na
é a atividade do Estado. ideia do alcance de objetivos morais e éticos.
Como fundamento do Estado Democrático de Direito, nos
parâmetros do art.1º, I, da CFB/88), a soberania é elemento — Governo
essencial e fundamental à existência da República Federativa do
Brasil. Conceito
A lei se tornou de forma essencial o principal instrumento de Governo é a expressão política de comando, de iniciativa
organização da sociedade. Isso, por que a exigência de justiça e de pública com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da
proteção aos direitos individuais, sempre se faz presente na vida ordem jurídica contemporânea e atuante.
do povo. Por conseguinte, por intermédio da Constituição escrita, O Brasil adota a República como forma de Governo e
desde a época da revolução democrática, foi colocada uma trava o federalismo como forma de Estado. Em sua obra Direito
jurídica à soberania, proclamando, assim, os direitos invioláveis do Administrativo da Série Advocacia Pública, o renomado jurista
cidadão. Leandro Zannoni, assegura que governo é elemento do Estado e o
O direito incorpora a teoria da soberania e tenta compatibilizá- explana como “a atividade política organizada do Estado, possuindo
la aos problemas de hoje, e remetem ao povo, aos cidadãos e à ampla discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e
sua participação no exercício do poder, o direito sempre tende política” (p. 71).
a preservar a vontade coletiva de seu povo, através de seu É possível complementar esse conceito de Zannoni com a
ordenamento, a soberania sempre existirá no campo jurídico, pois afirmação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a
o termo designa igualmente o fenômeno político de decisão, de expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos
deliberação, sendo incorporada à soberania pela Constituição. do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrativa.
sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o São os atos da Administração que limitam interesses individuais em
critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores. prol do interesse coletivo.
No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a
conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e Administração Pública executa, de forma direta ou indireta,
em sentido operacional sob a forma de condução política. para satisfazer os anseios e as necessidades coletivas do povo,
O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos sob o regime jurídico e com predominância pública. O serviço
com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessidades público também regula a atividade permanente de edição de atos
coletivas. O Governo pratica uma função política que implica uma normativos e concretos sobre atividades públicas e privadas, de
atividade de ordem mediata e superior com referência à direção forma implementativa de políticas de governo.
soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins da A finalidade de todas essas funções é executar as políticas
ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções e de governo e desempenhar a função administrativa em favor do
buscando sempre a unidade da soberania estatal. interesse público, dentre outros atributos essenciais ao bom
andamento da Administração Pública como um todo com o
— Administração pública incentivo das atividades privadas de interesse social, visando
sempre o interesse público.
Conceito A Administração Pública também possui elementos que a
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a atividade compõe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos função administrativa estatal.
e agentes públicos.
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e — Observação importante:
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob acopladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato
regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução da coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
dos interesses coletivos”. a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a nações estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e internacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, No direito público interno encontra-se, no âmbito da
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa administração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União,
em sentido objetivo. Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em e III, do CC).
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também da administração indireta, as autarquias e associações públicas
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. (art. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas
Em suma, temos: jurídicas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41
do CC, pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar
Sentido amplo {órgãos ao consórcio público a ser firmado entre entes públicos (União,
SENTIDO SUBJETIVO governamentais e órgãos Estados, Municípios e Distrito Federal).
administrativos}.
Princípios da administração pública
Sentido estrito {pessoas De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
SENTIDO SUBJETIVO jurídicas, órgãos e agentes princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
públicos}. um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
Sentido amplo {função jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes
SENTIDO OBJETIVO do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato de
política e administrativa}.
que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem
Sentido estrito {atividade jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada pelos
SENTIDO OBJETIVO
exercida por esses entes}. contornos que conferem à determinada seara jurídica.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
Existem funções na Administração Pública que são exercidas aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que Referente à função hermenêutica, os princípios são
são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais
serviço público. parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa,
uma das funções. Vejamos: por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do lacunas legais observadas em matérias específicas ou diante das
desenvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de particularidades que permeiam a aplicação das normas aos casos
utilidade ou de interesse público. existentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e – Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
integrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos óticas:
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
dando-lhe unicidade e coerência. aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
positivados e não escritos na lei de forma expressa. na objetividade.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve
— Observação importante: executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos,
implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
implícitos. podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
princípios e demais dispositivos legais que formam o Direito
Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa
princípios centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público. probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na
Administração Pública.
Conclama a necessidade da O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
Supremacia do conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
sobreposição dos interesses da
Interesse Público costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que
coletividade sobre os individuais.
obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o
Sua principal função é agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado
orientar a atuação dos agentes apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à
Indisponibilidade do
públicos para que atuem em moralidade.
Interesse Público
nome e em prol dos interesses
da Administração Pública. – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de
controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas publicidade está associada à prestação de satisfação e informação
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação
indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle
tais prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses da sociedade sobre os seus atos.
privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto.
no campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas
aprovação em concurso público para o provimento dos cargos em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser
públicos. preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
Princípios Administrativos ser afastado.
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos
a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem
Vejamos: publicados.
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito
Administrativo, apresenta um significado diverso do que apresenta – Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá
no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e
indivíduo que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém,
à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88,
Administrativo, significa subordinação à lei, o que faz com que o com a EC n. 19/1998.
administrador deva atuar somente no instante e da forma que a lei
permitir. São decorrentes do princípio da eficiência:
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial,
— Observação importante: O princípio da legalidade considera orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei, administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
art. 59 da Constituição Federal. para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
art. 41, § 4º da CFB/88.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO. ADMINIS- governo e desempenhar a função administrativa em favor do in-
TRAÇÃO DIRETA E INDIRETA teresse público, dentre outros atributos essenciais ao bom anda-
mento da Administração Pública como um todo com o incentivo das
atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse
Administração pública público.
A Administração Pública também possui elementos que a com-
Conceito põe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida- privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos função administrativa estatal.
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e
agentes públicos. — Observação importante:
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais aco-
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como pladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato da
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re- coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas na-
interesses coletivos”. ções estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos inter-
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a nacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e No direito público interno encontra-se, no âmbito da adminis-
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, tração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União, Estados, Dis-
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa trito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
em sentido objetivo. No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em da administração indireta, as autarquias e associações públicas (art.
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídi-
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também cas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC,
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar ao con-
Em suma, temos: sórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal).
SENTIDO Sentido amplo {órgãos governamentais e Princípios da administração pública
SUBJETIVO órgãos administrativos}. De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
SENTIDO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos e princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
SUBJETIVO agentes públicos}. um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
SENTIDO Sentido amplo {função política e adminis- jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpre-
OBJETIVO trativa}. tes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato
de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da or-
SENTIDO Sentido estrito {atividade exercida por dem jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada
OBJETIVO esses entes}. pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
Existem funções na Administração Pública que são exercidas aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são
subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser- Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamen-
viço público. te responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais parâmetros
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tute-
uma das funções. Vejamos: la dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez,
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de- os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais
senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida- observadas em matérias específicas ou diante das particularidades
de ou de interesse público. que permeiam a aplicação das normas aos casos existentes.
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati-
va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e in-
em prol do interesse coletivo. tegrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi- legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo,
nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis- dando-lhe unicidade e coerência.
fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime
jurídico e com predominância pública. O serviço público também Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser
regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con- expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não po-
cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati- sitivados e não escritos na lei de forma expressa.
va de políticas de governo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Observação importante: – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrati-


Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implíci- va deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestida-
tos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios que de, probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção
dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente im- na Administração Pública.
plícitos.
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os prin- O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
cípios e demais dispositivos legais que formam o Direito Adminis- conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
trativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que obe-
centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do Interesse Pú- decer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o agen-
blico e a Indisponibilidade do Interesse Público. te atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas
nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade.
Conclama a necessidade da sobreposi-
SUPREMACIA DO – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de con-
ção dos interesses da coletividade sobre
INTERESSE PÚBLICO trole dos atos administrativos por meio da sociedade. A publicidade
os individuais.
está associada à prestação de satisfação e informação da atuação
Sua principal função é orientar a pública aos administrados. Via de regra é que a atuação da Admi-
INDISPONIBILIDA-
atuação dos agentes públicos para que nistração seja pública, tornando assim, possível o controle da socie-
DE DO INTERESSE
atuem em nome e em prol dos interes- dade sobre os seus atos.
PÚBLICO
ses da Administração Pública. Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é abso-
luto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções pre-
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas vistas em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a in- ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
disponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses pri- ser afastado.
vados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no cam-
po de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administra-
em concurso público para o provimento dos cargos públicos. tivos que se voltam para a sociedade, pondera-se que os mesmos
não poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados.
Princípios Administrativos
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Ad- – Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser
ministração Pública deverá obedecer aos princípios da Legalidade, exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e econo-
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. micidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodier-
Vejamos: namente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administra- EC n. 19/1998.
tivo, apresenta um significado diverso do que apresenta no Direito
Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo São decorrentes do princípio da eficiência:
que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária à lei, é a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orça-
considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrativo, mentária e financeira de órgãos, bem como de entidades adminis-
significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador deva trativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
atuar somente no instante e da forma que a lei permitir. b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
— Observação importante: O princípio da legalidade considera para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei, art. 41, § 4º da CFB/88.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
art. 59 da Constituição Federal. Administração direta e indireta
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon-
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas
óticas: que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
na objetividade. administrativa de maneira centralizada.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve exe- Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
cutar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi-
primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos maneira descentralizada.
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer-
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac- cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona-
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’ lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu-
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo ou a extinção de outros órgãos.
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
de modo geral. controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
nal de Contas da União.
Desconcentração e Descentralização
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- Pessoas administrativas
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe mista.
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias funções para as quais foram criadas de forma correta.
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista,
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. Pessoas políticas
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons-
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su- Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político.
bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi- Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a
nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia. se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven-
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés çadas na Constituição Federal.
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas
Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin- leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela
do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser- Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte-
viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa rística que se encontra presente somente no âmbito da República
que transfere e a que acolhe as atribuições. Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati-
vos.
Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação Autarquias
e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias,
e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au- a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar
mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia-
(art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex- lização.
tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis- As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan-
por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma
ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto. mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a
Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais, sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo.
o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con- Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público
gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu- descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço
ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em
regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser-
de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo
órgão. Vejamos: regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles,
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe-
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação
a que estão vinculadas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do nações, observados os princípios da Administração Pública;
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais dade dos administradores
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na Vejamos em síntese, algumas características em comum das
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga- empresas públicas e das sociedades de economia mista:
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo • Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
Poder. pregados;
• Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
Empresas Públicas constitucional;
Sociedades de Economia Mista • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- bem como ao controle do Poder Legislativo;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Não estão sujeitas à falência;
empresas estatais. • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia trativo no que se refere às suas atividades-meio;
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan- constitucionalmente;
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco- lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
nomia mista.
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado- Fundações e outras entidades privadas delegatárias
ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu- Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida duas características que se encontram presentes de forma contun-
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988
exclusiva e prioritária pelo direito público. conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe-
Observação importante: todas as empresas estatais, sejam deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco- de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza-
nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso
das autarquias.
O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida- Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun-
de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei
é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi-
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público, to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina Autárquica.
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, Observação importante: a autarquia é definida como serviço
a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu-
econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con- ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado
corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser a uma finalidade específica de interesse social.
reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
tuição Federal, que assim determina: Vejamos como o Código Civil determina:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...)
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per- IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda- No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis-
de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado.
econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta- O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações
ção de serviços, dispondo sobre: da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela Administração Pública.
sociedade; No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva- por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so-
das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra- mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se
balhistas e tributários; que o foro de ambas é na Justiça Federal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Delegação Social X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos


Organizações sociais direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
As organizações sociais são entidades privadas que recebem XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas manos, da democracia e de outros valores universais;
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do neste artigo.
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá receber a qualificação. Vejamos:
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à I – as sociedades comerciais;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- de categoria profissional;
ficação de OSs. III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los fundações;
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior- VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para de e assemelhados;
que seja feita a qualificação da entidade como organização social é VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as mantenedoras;
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili- VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
zação de bens públicos e servidores públicos. tuito e suas mantenedoras;
IX – as Organizações Sociais;
Organizações da sociedade civil de interesse público X – as cooperativas;
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu- Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade
tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi-
Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido
do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me-
o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos: nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n.
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em 13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res- o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades
pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi- da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999,
I – promoção da assistência social; deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es-
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha
histórico e artístico; a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos,
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma consultorias, cooperação técnica e assessoria.
complementar de participação das organizações de que trata esta
Lei; Entidades de utilidade pública
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com- O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em
plementar de participação das organizações de que trata esta Lei; seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
V – promoção da segurança alimentar e nutricional; tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo- Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro
luntariado; Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública,
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com- os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem-
bate à pobreza; plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro- de interesse público (OSCIP).
dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor
e crédito; está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda-
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga-


nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos. AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO, PODE-
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- RES, DEVERES E PRERROGATIVAS CARGO, EMPREGO E
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não FUNÇÃO PÚBLICOS
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici-
ência da sociedade. Conceito
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo,
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos várias regras de organização do Estado brasileiro, dentre elas, as
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa concernentes à Administração Pública e seus agentes como um
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor todo.
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos A designação “agente público” tem sentido amplo e serve
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- para conceituar qualquer pessoa física exercente de função
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um pública, de forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que administrativa, com investidura definitiva ou transitória.
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade
civil de interesse público. Espécies (classificação)
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen- Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde categorias de agentes públicos: agentes políticos, servidores
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem públicos civis, militares e particulares em colaboração com o serviço
fins lucrativos. público.
No que condizente às características das entidades que com- Vejamos cada classificação detalhadamente:
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten-
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: – Agentes políticos
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbência
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te- de propor ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos.
nham sido autorizadas por lei; Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal,
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú- estadual e municipal e de seus auxiliares diretos, quais sejam,
blico (serviços sociais não exclusivos do Estado); os Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; Legislativo como Senadores, Deputados e Vereadores.
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo,
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi- com exceção dos Ministros e Secretários que são ocupantes de
nistração cargos comissionados, de livre nomeação e exoneração.
5. Pública e ao Tribunal de Contas; Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga- de forma ampla a categoria de agentes políticos, de forma a
do parcialmente por normas direito público; transparecer que os demais agentes que exercem, com alto grau de
autonomia, categorias da soberania do Estado em decorrência de
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de previsão constitucional, como é o caso dos membros do Ministério
não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam- Público, da Magistratura e dos Tribunais de Contas.
bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi-
reta. – Servidores Públicos Civis
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, que prestadoras de serviços às entidades federativas ou as pessoas
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri- jurídicas da Administração Indireta em função da relação de
vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de trabalho que ocupam e com remuneração ou subsídio pagos pelos
algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá- cofres públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas
veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a jurídicas.
conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en- Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públicos
tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo em civis e militares. Pelo fato de termos adotado a classificação
ser modificado de maneira parcial por normas de direito público. aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores
militares como sendo uma categoria à parte, designando-os apenas
de militares, e, por conseguinte, usando a expressão servidores
públicos para se referir somente aos servidores públicos civis.
De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos,
os servidores públicos civis podem ser subdivididos da seguinte
maneira:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não
pelo regime estatutário. depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que
– Servidores ou empregados públicos: são os servidores mesmo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou
contratados sob o regime da CLT e ocupantes de empregos públicos. veto do chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que
– Servidores temporários: são os contratados por determinado são leis sem sanção.
período de tempo com o objetivo de atender à necessidade A despeito da criação de cargos, vejamos:
temporária de excepcional interesse público. Exercem funções a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
públicas, mas não ocupam cargo ou emprego público. São regidos desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
por regime jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e
federativa. do Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos
– Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais em se tratando da
militares eram tratados como “servidores militares”. Militares são criação de cargos para o Ministério Público.
aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha, c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
o Exército e a Aeronáutica, às Polícias Militares ou aos Corpos de transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios, (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
que estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pelos
cofres públicos. Por estarem submetidos a um regime jurídico Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submetidos estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
à regras jurídicas diferentes das aplicadas aos servidores civis decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma ocupado, só poderá ser extinto por lei.
categoria propícia de agentes públicos. Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados.
Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares Vejamos:
alguns direitos sociais conferidos aos trabalhadores de forma geral, – Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
com acréscimo ao menos um terço da remuneração normal; razão do regime de progressão do servidor na carreira.
licença à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade – Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de
e assistência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o seus titulares.
nascimento até cinco anos de idade em creches e pré-escolas.
Ademais, os servidores militares estão submetidos por força Em relação às garantias e características especiais que lhe são
da Constituição Federal a determinadas regras próprias dos conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
servidores públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório, e comissionados. Vejamos:
irredutibilidade de vencimentos, dentre outras peculiaridades. – Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per-
Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es-
algumas vedações que constituem direito dos demais agentes ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público.
públicos, como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como – Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o
da greve e, quando estiverem em serviço ativo, da filiação a partidos art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às
políticos. atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de
maneira temporária, em função da confiança depositada pela auto-
— Cargo, Emprego e Função Pública ridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depen-
Para que haja melhor organização na Administração Pública, de de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do
os servidores públicos são amparados e organizados a partir de seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autori-
quadros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, dade nomeante.
empregos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma
pessoa jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos Emprego
internos. Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito
de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que
Cargo também chamados de celetistas ou empregados públicos.
O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo
8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribuições que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do
e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do
ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos considerar servidor titular de cargo público é de natureza estatutária.
o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional da No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os
Administração Pública a ser preenchido por um servidor público. Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas
Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, autarquias e fundações públicas de direito público, levando em
transformados e extinguidos por força de lei. conta a restauração da redação originária do caput do art. 39 da
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do CF/1988 (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado
Poder Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção é o estatutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência
de cargos, empregos e funções públicas. entre o regime estatutário e o celetista relativo aos entes que,
anteriormente à concessão da medida cautelar mencionada,
tenham realizado contratações e admissões no regime de emprego
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

público. No tocante às pessoas de Direito Privado da Administração devida comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por
Indireta como as empresas públicas, sociedades de economia mista meio de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3°
e fundações públicas de direito privado, infere-se que somente é da lei 8.112/90.
possível a existência de empregados públicos, nos termos legais. Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o servidor
público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para iniciar a
Função Pública exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1° do Estatuto
Função pública também é uma espécie de ocupação de agente dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das Fundações
público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo respeitado
existem determinadas atribuições que também são exercidas este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos:
por servidores públicos, mas no entanto, essas funções não Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será
compõem a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego tornado sem efeito o ato de sua designação para função de
público, como por exemplo, das funções exercidas por servidores confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste
contratados temporariamente, em razão de excepcional interesse artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n.
público, com base no art. 37, IX, da CFB/88. 9.527, de 10.12.97).
Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias, Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para
desempenhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração,
público. Além disso, existem funções de chefia, direção e tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de
assessoramento para as quais o legislador não cria o cargo servidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo
respectivo, já que serão exercidas com exclusividade por ocupantes a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação.
de cargos efetivos, nos termos do art. 37, V, da CFB/88.
– Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da – Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a
CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão, um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administração
as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em que
direção, chefia e assessoramento. pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento derivado
somente será possível de ser concretizado, se o agente provier
Regimente Jurídico de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento
originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra
– Provimento carreira.
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público
servidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento
qual ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira
as funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa. por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia
Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma
cargos públicos em dois grupos. São eles: defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula
– Provimento originário: é ato administrativo que designa um vinculante nº 43 do Supremo Tribunal Federal
cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores
daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública. – Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade
O provimento originário é a única forma de nomeação de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
reconhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
ressalte-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
de provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei,
a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque- Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado
se que o momento da nomeação configura discricionariedade permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas características
do administrador, na qual devem ser respeitados os prazos do específicas. Vejamos:
concurso público, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90,
devendo, por conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito – Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira
dos requisitos para a ocupação do cargo. ensejando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais
Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este altos, na carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade
ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas e merecimento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha
a garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne ingressado, mediante aprovação em concurso público no serviço
servidor público, o particular deverá assinar o termo de posse, se público, bem como mediante assunção de cargo escalonado em
submetendo a todas as normas estatuárias da instituição. carreira.
O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira
investidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de
Lei 8.112/90. forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento.
De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível
é de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por
provimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a exemplo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o
cargo de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tal situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, trata-
a realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente
abolida pela Constituição Federal de 1988. ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses:
– Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro cargo:
– Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual já
disposta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do
em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por serviço público.
este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese, – Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação
o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo, exposta, na situação prática apresentada anteriormente, através
no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que da qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é
sofreu em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta posteriormente reintegrado.
limitação mediante a apresentação de laudo laboral expedido por – Observação importante: A recondução não gera direito à
junta médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente percepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim,
a impossibilidade de o agente se manter no exercício de suas o servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a
atividades de trabalho. remuneração deste cargo.
Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de
vencimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se
pelo servidor em virtude da readaptação. encontra em disponibilidade, para assumir cargo com funções
compatíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto
– Observação importante: esta modalidade de provimento o cargo que antes ocupava.
derivado independe da existência de cargo vago na carreira, Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a extinção
porque ainda que este não exista, o servidor sempre terá direito ou declaração de desnecessidade de determinado cargo público, o
de ser readaptado e poderá exercer suas funções no novo cargo servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser demitido
como excedente. Caso não haja nenhum cargo na carreira, com ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilidade. Nesses
funções compatíveis, o servidor poderá ser aposentado por casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma temporária,
invalidez. Para que haja readaptação, não há necessidade de a mantendo o vínculo com a administração pública.
limitação ter ocorrido por causa do exercício do labor ou da função.
A princípio, independentemente de culpa, o servidor tem direito a Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilidade,
ser readaptado. porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo
cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento
– Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o será obrigatório.
servidor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções
de cargo específico e retorna às suas atividades. Esse provimento – Observação importante: o aproveitamento é obrigatório
pode ocorrer de quatro formas. São elas: tanto para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre
a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retorno porque a Administração Pública não pode deixar de executar o
do servidor público aposentado ao exercício do cargo público. A aproveitamento para nomear novos candidatos, da mesma forma
reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez, que o servidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo
quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de a recusar o aproveitamento.
laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que
os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram – Vacância
insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do
servidor ao cargo. cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo
Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado público vago. É um fato administrativo que informa que o cargo
de forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos público não está provido e poderá preenchido por novo agente.
dispostos em lei, a legislação ordena que havendo interesse da A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas:
Administração Pública, que o servidor tenha requerido a reversão,
que a aposentadoria tenha sido de forma voluntária, que o agente a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado
público já tivesse, antes, adquirido estabilidade quando no exercício pela Administração Pública, o servidor público passa para a
da atividade, que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos inatividade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público,
anteriores à solicitação e também que haja cargo vago, no momento a aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente
da petição de reversão. ou por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas
para que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer seguintes maneiras:
o retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava
anteriormente, em decorrência da anulação do ato de demissão. – Falecimento
Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse do
demissão do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente inviá-
ponderando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por vel a ocupação do cargo.
tudo que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal.

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– Exoneração Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser


Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende
público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dan- explicitamente da aprovação em concurso público.
do fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse. Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo
de provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo.
Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do Entretanto, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua
servidor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo permanência no serviço público, a estabilidade, depois de três anos
se restará desfeito e o cargo vago. de exercício, desde que seja aprovado no estágio probatório.
b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor
cometer infração funcional, prevista em lei e será punível com a – Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
perda do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90 funções
em forma de sanção aplicada ao servidor que cometer. Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados,
Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder
são configuradas como condutas consideradas graves. Em Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo,
determinados casos, definidos pelo legislador, a demissão proporá dispor sobre a criação, transformação e extinção de cargos,
de forma automática a indisponibilidade dos bens do servidor até empregos e funções públicas.Em se tratando de cargos do Poder
que esse faça os devidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando Legislativo, o processo de criação não depende apenas de lei,
de situações mais extremas, o legislador vedará por completo a o mas sim de uma norma que mesmo apesar de possuir a mesma
retorno do servidor ao serviço público. hierarquia de lei, não está na dependência de deliberação executiva
A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo com sanção ou veto do chefe do Executivo. Referidas normas, em
disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla geral, são chamadas de Resoluções.
defesa. Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela
denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos
c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de cargos públicos, nos termos da lei.
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria,
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos,
em inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do vejamos:
órgão competente.
O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde – Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação – Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e
ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância do Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos
de outro, acopladas num só ato. respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais em se tratando da
criação de cargos para o Ministério Público.
d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público, – Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
cargo mais elevado na carreira de ingresso. (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servidor
tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova, Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
primeiro. ocupado, só poderá ser extinto por lei.
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados.
pela Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, Vejamos:
será necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não – Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
fazendo o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
por conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da razão do regime de progressão do servidor na carreira.
lei, processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da – Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de
penalidade de demissão do servidor. seus titulares.

– Efetividade Em relação às garantias e características especiais que lhe são


A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14, e comissionados. Vejamos:
que garante a permanência no serviço público outorgada ao – Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de
servidor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo permanência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação
de provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso
probatório e aprovado numa avaliação específica e especial de público.
desempenho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor
que ocupa cargo de provimento efetivo.

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– Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao
art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às determinar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”,
atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados está, em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias,
de maneira temporária, em função da confiança depositada pela vencimentos e subsídios que os servidores públicos estatutários
autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não podem receber.
depende de aprovação em concurso público, podendo a exoneração Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo
do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da citado dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para
autoridade nomeante. o pagamento ou quitação de serviços profissionais prestados em
Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções uma relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime
públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretanto, trabalhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das
a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art. 84, Leis do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados
VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da públicos recebem salário.
República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege,
decreto, quando estes se encontrarem vagos. para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as
O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria, remunerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com
a consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver a Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis
semelhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, podemos
Leis Orgânicas, também podem extinguir por decreto funções ou resumir das seguintes formas:
cargos públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções A iniciativa é privativa do
públicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei Cargo do Poder Executivo
Presidente da República
ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo Federal
(CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”);
estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
não se admite a edição de decreto com essa finalidade. Cargos da Câmara dos a iniciativa é privativa
Deputados dessa Casa (CFB, art. 51, IV);
– Remuneração a iniciativa é privativa
A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art. Cargos do Senado Federal
dessa Casa (CF, art. 52, XIII);
37, a seguinte redação:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos
trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, Legislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio
distinção de índices; de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ).
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais,
dispositivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e
para que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso
sentido amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presidente
cada alteração de remuneração de cargo público deverá ser feita da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão
através da edição de lei ordinária específica para tratar desse constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é
assunto. realizada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 Legislativo do Congresso Nacional.
7 menciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribunal
ordenamento jurídico através da EC 19/1998, que é de medida Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral
obrigatória para alguns cargos e facultativa para outros. anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve
Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, o ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder
subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acréscimo Executivo de cada Federação.
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final,
representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos
paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie “servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de índices.
remuneração em sentido amplo. A Constituição da República em seu texto original, usava os
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha termos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No
usado o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com entanto, a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões
frequência para indicar a remuneração dos servidores estatutários deixaram de existir e o texto constitucional passou a se referir aos
que não percebem subsídio. servidores civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores
Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados militares, apenas como “militares.
um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo Também em seu texto original e primitivo, a Constituição
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens Federal de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices
pecuniárias estabelecidas em lei. de revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis

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e para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-
18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”, e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito
o que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
aplicado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
como espécie do gênero “servidores públicos”. do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
19/1998. Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público,
O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela
fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor, Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar
de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto
um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de ao afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o
“aumento impróprio”. subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
reestruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais, agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral, vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. Referente às
de forma adversa das reestruturações de carreiras, tem o condão parcelas de caráter indenizatório, estas não serão computadas para
de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os efeito de cálculo do teto remuneratório.
Poderes da Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a Perceba que a regra do teto remuneratório também e
cada ano. plenamente aplicável às empresas públicas e às sociedades de
Registre-se que a remuneração do servidor público é submetida economia mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da
aos valores mínimo e máximo. União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art.
servidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores 37, § 9º, da CF).No entanto, se essas entidades não vierem a
em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser receber recursos públicos para a quitação de despesas de custeio
inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total e de pessoal, seus empregados não estarão submetidos ao teto
da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base. remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF.
Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se
16. existente um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a
Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
não foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o sendo este, o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
STF, a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao Além disso, referente a esse teto geral, existem tetos específicos
fornecimento das condições materiais para a correta prestação aplicáveis aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que
denota-se que os militares são enquadrados em um sistema que a remuneração dos servidores públicos não podem exceder o
não se confunde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez subsídio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode
que estes têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos ultrapassar os limites a seguir:
próprios (RE 570177/MG). – Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema – Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados
Corte editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que Estaduais e Distritais;
“não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração – Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos
inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do
militar inicial”. subsídio dos Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é
Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto nos termos da Lei, aplicável aos membros do Ministério Público,
remuneratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC aos Procuradores e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não
41/2003. Vejamos: integrem o Poder Judiciário.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna,
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica no art. 37, § 12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da cada um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos local único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os respectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos dos Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de adotar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, emenda às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Orgânica do Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a — Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo
Constituição Federal, o limite local único não deve ser aplicado aos somente é devida aos servidores que, no interesse da Administração,
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, parágrafo
Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção ocorrer
dos agentes públicos não poder exceder o teto geral e também em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda de custo
não pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público passar a
municipal. ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em permanente, por meio de processo seletivo de remoção, não terá
seu bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no REsp
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos 1.531.494/SC).
pagos pelo Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta
norma tem sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo – Diárias
genérico, ao contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88, São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em
que explicitamente estabelece limites precisos para os tetos caráter eventual ou transitório para outro ponto do território
remuneratórios. nacional ou para o Exterior, que também fará jus a passagens
destinadas a indenizar as despesas extraordinárias com pousada,
Direitos e deveres alimentação e locomoção urbana.
Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos
públicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se
jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo
e das fundações públicas federais, é importante explanar que além (art. 58, § 2º).
do vencimento-base, a lei prevê que o servidor federal poderá Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da
receber vantagens pecuniárias, sendo elas: mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
– Indenizações ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
despesas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
São previstos por determinação legal, os seguintes tipos de da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
indenizações a serem pagas ao servidor federal: para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
serviço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
de domicílio em caráter permanente. extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, § 1º).
A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no
com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida prazo de cinco dias.
ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do
afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo. previsto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas
O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a em excesso no prazo de cinco dias.
remuneração do servidor, e não pode exceder a importância a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no
correspondente a três meses de remuneração. exercício de serviço de interesse público realizar despesas com
Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de
pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo, serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art.
passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companheiro, 60 da Lei 8.112/90).
não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma b) Auxílio-moradia: é o ressarcimento das despesas
segunda ajuda de custo. devidamente comprovadas e realizadas pelo servidor público com
Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as aluguel de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem
despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser devidamente administrado por empresa hoteleira, no decurso do
arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem, prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
bagagem e bens pessoais. Para fazer jus ao recebimento do auxílio-moradia, o servidor
Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família, deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art.
por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte 60-B). Vejamos:
para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
do óbito. atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de
Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina 2006).
que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
dias. II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, trabalho.
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, (art. 73). No entanto, somente será permitido serviço
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias,
Lei nº 11.355, de 2006). respeitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74).
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido
auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo- noturno, cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre
Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído como uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois
pela Lei nº 11.355, de 2006). minutos e trinta segundos (art. 75).
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e
relação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
pela Lei nº 11.355, de 2006). de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva
inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº vantagem será considerada no cálculo do adicional de férias.
11.355, de 2006). h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso
11.355, de 2006). de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). candidatos; participar da logística de preparação e de realização
de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
– Gratificações coordenação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos permanentes e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas
de estipêndio, que acopladas ao vencimento constituem a de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
remuneração do servidor público. atividades.
Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contemplava
que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto, o
aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
e adicionais: Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia servidores que à época da revogação restavam munidos de direito
e assessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo adquirido à sua percepção.
investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo
de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida – Adicionais
retribuição pelo seu exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à
será fixado por lei específica. saúde dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar
b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador a exposição aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público,
da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 podemos resumi-los da seguinte forma:
da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
por mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
da gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que
exercício será considerada como mês integral. provocam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores habitualmente colocam em risco a sua vida.
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
provocam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
habitualmente colocam em risco a sua vida. remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele trabalho.
exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No entanto, somente será permitido serviço extraordinário Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor
para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro
limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74. período (art. 78, § 5º).
c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em
entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor comissão, terá o direito de receber indenização relativa ao período
que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional das férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata
noturno, cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda
a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado de fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso, a
como uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês
minutos e trinta segundos (art. 75). em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, § 4º).
d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e
disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente – Observação importante: o STJ vem aplicando de forma
de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, pacífica o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse
um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período em outro cargo inacumulável, sem solução de continuidade no
das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia tempo de serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva indenizadas transfere-se para o novo cargo, ainda que este último
vantagem será considerada no cálculo do adicional de férias. tenha remuneração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/
e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe
que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou 20.10.2008).
em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser
condições e limites fixados em regulamento (art. 71). gozadas sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como
exceção, a lei estabelece dispositivo que determina que as férias
– Observação importante: O direito ao adicional de somente poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80
insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das da Lei 8112/90:
condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, a) calamidade pública;
§ 2º). b) comoção interna;
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º). máxima do órgão ou entidade.

– Férias – Licenças
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. com o tipo de licença.
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários Art. 81.  Conceder-se-á ao servidor licença:
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990. I - por motivo de doença em pessoa da família;
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de III - para o serviço militar;
dois períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, IV - para atividade política;
com exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. V - para capacitação;             
77). Entretanto, o servidor que opera direta em permanência VI - para tratar de interesses particulares;
constante com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, VII - para desempenho de mandato classista;
terá direito ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais VIII - para tratamento de saúde;
de atividade profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
acumulação desses períodos (art. 79). X - Licença à Gestante (art. 207);
XI - Licença à Adotante (art. 210);
– Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta XII – Licença Paternidade (art. 208).
de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º). Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte expla-
É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de nação:
férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º); a partir Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício. doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras-
Infere-se que o gozo do período de férias é decisão to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
exclusivamente discricionária da administração, que só o fará se e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
compreender que o pedido atende ao interesse público. por perícia médica oficial.
No condizente à remuneração das férias, depreende-se que § 1o  A licença somente será deferida se a assistência direta do
esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na
férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois forma do disposto no inciso II do art. 44.    
dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, Parágrafo único.  A licença poderá ser interrompida, a qualquer
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
condições:   Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração para o desempenho de mandato em confederação,
remuneração do servidor; federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão
remuneração. ou, ainda, para participar de gerência ou administração em
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para
partir da data do deferimento da primeira licença concedida.   prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento
remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas e observados os seguintes limites:
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois)
no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos servidores;
I e II do § 2o. II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, mil) associados, 4 (quatro) servidores;
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
condições: 8 (oito) servidores.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
remuneração do servidor; cargos de direção ou de representação nas referidas entidades,
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem desde que cadastradas no órgão competente.               
remuneração. § 2o. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a renovada, no caso de reeleição.
partir da data do deferimento da primeira licença concedida.         Art. 202.  Será concedida ao servidor licença para tratamento
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas prejuízo da remuneração a que fizer jus.
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto Art. 207.  Será concedida licença à servidora gestante por 120
no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.              
I e II do § 2o. § 1o . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
§ 2o  No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei- gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos § 2o  No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, partir do parto.
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis- § 3o  No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
exercício de atividade compatível com o seu cargo. reassumirá o exercício.
Art. 85.  Ao servidor convocado para o serviço militar será con- § 4o  No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
cedida licença, na forma e condições previstas na      legislação es- terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
pecífica. Art. 208.  Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
Parágrafo único.   Concluído o serviço militar, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do Art. 209.  Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
cargo. meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
Art. 86.  O servidor terá direito a licença, sem remuneração, balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção períodos de meia hora.
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro Art. 210.  À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
§ 1o  O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde de licença remunerada.  
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a artigo será de 30 (trinta) dias.
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.     Art. 211.  Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
§ 2o   A partir do registro da candidatura e até o décimo dia acidentado em serviço.
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. — Observação importante: a licença-prêmio não faz mais
Art. 87.  Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor parte do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do pela Lei 9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor,
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, encerrado cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse
para participar de curso de capacitação profissional. gozar, como prêmio pela assiduidade de três meses de licença,
Art. 91.  A critério da Administração, poderão ser concedidas com a remuneração do cargo efetivo. A legislação vigente à época
ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em facultava ao servidor gozar a licença ou contar em dobro o período
estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares da licença para efeito de aposentadoria (o que atualmente não é
pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.    mais possível, já que a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de contribuição fictício para aposentadoria). Entretanto, em Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade
análise ao caso específico daqueles que adquiriram legitimamente imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido
o direito antes da supressão legal, o STJ entende pacificamente a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
que “o servidor aposentado tem direito à conversão em pecúnia autoridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade
da licença-prêmio não gozada e contada em dobro, sob pena de a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando
enriquecimento sem causa da Administração Pública” (AgRg no continuidade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
AREsp 270.708/RN). a juízo da autoridade competente e em caso de provimento do
pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
– Concessões retroagirão à data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109,
Três são as espécies de concessão: parágrafo único da Lei 8112/90.
a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se O prazo para interposição de recurso ou de pedido de
ausentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas reconsideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência,
seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue; pelo interessado, da decisão recorrida (art. 108).
por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecutivos Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110,
em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companheiro, em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de
pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
tutela e irmãos. patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; em 120
b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão dias, nos demais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei.
de horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o Em relação à prescrição, merece também destaque:
horário escolar e o da repartição, sendo exigida a compensação de Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser
horário; ao servidor portador de deficiência, quando comprovada relevada pela administração; o pedido de reconsideração e o
a necessidade por junta médica oficial, independentemente de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111);
compensação de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou o prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
dependente com deficiência, quando comprovada a necessidade impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato
por junta médica oficial, independentemente da compensação de não for publicado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
horário; ao servidor que atue como instrutor em curso instituído no
âmbito da administração pública federal ou que participe de banca
examinadora de concursos, vinculado à compensação de horário a PODERES ADMINISTRATIVOS.
ser efetivada no prazo de até um ano.
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servidor Poder Hierárquico
estudante que mudar de sede no interesse da administração é Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação
época, independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse e subordinação entre os servidores que estiverem sob a sua
benefício se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos hierarquia.
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem A estrutura de organização da Administração Pública é baseada
como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art. em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de
99, parágrafo único). competências e a hierarquia.
Em decorrência da amplitude das competências e das
– Direito de petição responsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do a função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou
servidor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição
direito ou interesse legítimo. dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de agentes integrantes da Administração Pública.
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso. Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido maneira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados
à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o se encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir
requerente (art. 105). ordens e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de de subordinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas,
reconsideração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou como o dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. o imediato superior avocar atribuições, bem como a atribuição de
De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá rever os atos dos agentes subordinados.
recurso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado
reconsideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas
interpostos. de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XII, da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional hierárquico de qualquer competência do subordinado, ressaltando-
de representar contra o seu superior caso este venha a agir com se que nesses casos, a competência a ser avocada não poderá ser
ilegalidade, omissão ou abuso de poder. privativa do órgão subordinado.
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências
manifestações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir do órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e
a outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte temporário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e
dos atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely impreterivelmente justificados.
Lopes Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a O superior também pode rever os atos dos seus subordinados,
algumas regras, sendo elas: como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los,
A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação
Poder a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto do interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato
da Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, administrativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido
que ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a o ato viciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo,
delegar ao Chefe do Executivo a edição de lei. infere-se que pode ocorrer de duas formas:
B) É impossível a delegação de atos de natureza política. a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato
Exemplos: o veto e a sanção de lei; válido se tornar inconveniente ou inoportuna;
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determinada b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios.
autoridade, não podem ser delegadas;
D) O subordinado não pode recusar a delegação; No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre
E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida poderá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos
autorização do delegante. atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a
revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se
Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver
delegação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece sido criado o direito subjetivo para o particular.
os ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as – Observação importante: “revisão” do ato administrativo
seguintes regras relacionadas a esse assunto: não se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A
– A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser revisão de ato é condizente à avaliação por parte da autoridade
delegada se não houver impedimento legal; superior em relação à manutenção ou não de ato que foi praticado
– A delegação de competência é sempre exercida de forma por seu subordinado, no qual o fundamento é o exercício do
parcial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular poder hierárquico. Já na reconsideração, a apreciação relativa
não detém o poder de delegar todas as suas atribuições; à manutenção do ato administrativo é realizada pela própria
– A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode autoridade que confeccionou o ato, não existindo, desta forma,
ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e, manifestação do poder hierárquico.
a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente
e agentes não subordinados à hierarquia. à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes
do Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de
Não podem ser objeto de delegação: suas funções típicas constitucionais. No entanto, os membros
– A edição de atos de caráter normativo; dos Poderes Judiciário e Legislativo também estão submetidos à
– A decisão de recursos administrativos; relação de hierarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas
– As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade; ou administrativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é
legalmente obrigado a adotar o posicionamento do Presidente
Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua do Tribunal no julgamento de um processo de sua competência,
revogação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da porém, encontra-se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens
lei. Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os daquela autoridade quando versarem a respeito do horário de
poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração funcionamento dos serviços administrativos da sua Vara.
e os objetivos da delegação e também o recurso devidamente Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação não
cabível à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordinação
atribuição delegada. decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da mesma
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de supervisão
pela autoridade delegante como forma de transferência não ou do poder de tutela que a Administração Direta detém sobre as
definitiva de atribuições, devendo as decisões adotadas por entidades da Administração Indireta.
delegação, mencionar de forma clara esta qualidade, que deverá
ser considerada como editada pelo delegado.
No condizente à avocação, afirma-se que se trata de
procedimento contrário ao da delegação de competência, vindo
a ocorrer quando o superior assume ou passa a desenvolver as
funções que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina,
a norma geral, é a possibilidade de avocação pelo superior

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Esquematizando, temos: pressuposto para a aplicação de sanções de forma direta não é o


poder hierárquico, mas sim o princípio da supremacia do interesse
público sobre o particular.
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e punir
crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo instituto
e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado somente
àqueles que possuem vínculo específico com a Administração de
forma funcional ou contratual, o segundo é exercido somente sobre
qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes.
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar,
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deverão
ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtornos ou
pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, denota-
se que o vínculo entre a Administração Pública e o administrado
Poder conferido à autoridade é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes do
administrativa para distribuir e dirimir funções poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação
PODER em escala de seus órgãos, que estabelece funcional ou contratual com a Administração.
HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordinação Em suma, temos:
entre os servidores que estiverem sob a sua 1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém
hierarquia. do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem
vínculo específico com a Administração Pública.
A edição de atos de caráter 2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém
normativo do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam
às regulamentações de polícia administrativa.
Não podem ser A decisão de recursos
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder
objeto de delegação administrativos
geral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem
As matérias de competência crimes ou contravenções penais.
exclusiva do órgão ou autoridade
Por revogação: quando a Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o poder
manutenção do ato válido se tornar disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação deve
Desfazimento do inconveniente ou inoportuna ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance como
ato administrativo um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina administrativa
Por anulação: quando o ator cometer infração, a única opção que restará ao gestor será aplicar á
apresentar vícios situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a aplicação
da pena é ato vinculado. Quando existente, a discricionariedade
Poder Disciplinar refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das sanções
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito administrativo
de autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades não é predominável o princípio da pena específica que se refere à
aos servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional e da
disciplina administrativa em decorrência de determinado vínculo exata sanção cabível.
específico. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o Em resumo, temos:
agente que possuir vínculo certo e preciso com a Administração,
não importando que esse vínculo seja de natureza funcional ou Poder Disciplinar
contratual. – Apura infrações e aplica penalidades;
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar – Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é
é decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de preciso que possua vínculo funcional com a administração;
distribuição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a – A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de
uma mesma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao
determinar o cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que
subordinado, o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado seja aplicada a penalidade disciplinar cabível;
às determinações do seu superior ou descumprindo o dever – Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre
funcional, o seu chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação.
no estatuto funcional.
Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder Poder regulamentar
de alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste
o Poder Público, a exemplo daqueles contratados para prestar o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do
serviços à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe Poder Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas
relação de hierarquia entre o particular e a Administração, o destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
e eficaz execução.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão 1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa
poder regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade
assemelhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam quando a lei confere ao agente público determinada quantidade de
esta expressão somente para se referirem à faculdade de editar liberdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade
regulamentos conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, e margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação
a usam com conceito mais amplo, acoplando também os atos de um regulamento executivo que estipula regras de observância
gerais e abstratos que são emitidos por outras autoridades, tais obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem
como: resoluções, portarias, regimentos, deliberações e instruções proceder no fiel cumprimento da lei.
normativas. Há ainda uma corrente que entende essas providências Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento
gerais e abstratas editadas sob os parâmetros e exigências da o exercício da discricionariedade administrativa, o Chefe do
lei, com o fulcro de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de Poder Executivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a
manifestações do poder normativo. estabelecer autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o
No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece espaço para a discussão de casos e fatos sem importância para a
como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que administração pública.
utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente
à competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para 2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei
editar regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder É interpretada no contexto da primeira, posto que o
normativo” para os demais atos normativos emitidos por outras regulamento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente
espécies de autoridades da Administração Direta e Indireta, como cumprida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade,
por exemplo, de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros. fato que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei
Registra-se que os regulamentos são publicados através de aplicada. Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores
decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados na carreira de Policial Rodoviário Federal.
pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei
por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda, 9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidura
a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão
última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por
determinado nome a um prédio público. pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe
Em razão de os regulamentos serem editados sob forma subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º.
condizente de decreto, é comum serem chamados de decretos A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos
regulamentares, decretos de execução ou regulamentos de para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto,
execução. o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que
Podemos classificar os regulamentos em três espécies abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos
diferentes: servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base
A) Regulamento executivo; em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições
B) Regulamento independente ou autônomo; e privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de
c) Regulamento autorizado. regulamentação dos requisitos de promoção, como demonstra o
próprio estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art.
Vejamos a composição de cada em deles: 10, parágrafo único da Lei 8.112/1990.
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto
– Regulamento Executivo 8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos
Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições e estabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais
suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por Rodoviários Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de
um regulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, “resultado satisfatório na avaliação de desempenho no interstício
qualquer lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, considerado para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da
até mesmo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. mesma forma, a expressão “resultado satisfatório” também é
Para isso, suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda eivada de subjetividade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo
conveniente detalhar a sua execução. dispositivo regulamentar designou que para o efeito de promoção,
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. seria considerado satisfatório o alcance de oitenta por cento das
Sendo geral pelo fato de não possuir destinatários determinados metas estipuladas em ato do dirigente máximo do órgão.
ou determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do
nas situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre dirigente máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é
hipóteses que, se e no momento em que forem verificadas no o estabelecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no
mundo concreto, passarão a gerar as consequências abstratamente condizente à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores
previstas. Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui para o efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que,
conteúdo material de lei, porém, com ela não se confunde sob o diante da regulamentação, erigiu a existência de vinculação da
aspecto formal. autoridade administrativa referente ao percentual considerado
O ato de regulamento executivo é constituído por importantes satisfatório para o efeito de promoção dos servidores, critério que
funções. São elas: inclusive já foi uniformizado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Embora exista uma enorme importância em termos de Cuida-se de uma xucra hipótese de abandono do princípio do
praticidade, denota-se que os regulamentos de execução gozam paralelismo das formas. Isso por que em decorrência do princípio
de hierarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem da hierarquia das normas, se um instituto jurídico for criado por
jurídica, criando direitos ou obrigações, nem contrariando, intermédio de determinada espécie normativa, sua extinção apenas
ampliando ou restringindo as disposições da lei regulamentada. poderá ser veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de
São, em resumo, atos normativos considerados secundários que superior hierarquia.
são editados pelo Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos
execução dos atos normativos primários elaborados pelas leis. parâmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia
Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos extingui-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto,
à lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso deixando de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado
Nacional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos permitiu que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça
parâmetros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama por decreto. Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto
de “veto legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o autônomo, mas nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo
Chefe do Executivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo fato de tal decreto não gozar de generalidade e abstração, não
Parlamento. regulamentando determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de
Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações, um ato de efeitos concretos, amplamente desprovido de natureza
uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer regulamentar.
em função de o Presidente da República entender que o projeto De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento
de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei,
o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria destaca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente,
o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer encontra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que
por exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre justifica a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um
jurídico. Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento decreto regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a
venha a sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário configurar ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto
ao interesse público, uma vez que tal norma somente deve é inconstitucional porque exorbitou do poder regulamentar.
detalhar como a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será Assim, havendo agressão direta à Constituição, a lei, com certeza
indubitavelmente cumprida. Destarte, se o Parlamento entende pode ser considerada inconstitucional, mas não o decreto que a
que o decreto editado dentro do poder regulamentar é contrário regulamenta. Agora, em se tratando do decreto autônomo, infere-
ao interesse público, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que se que este é norma primária, vindo a fundamentar-se no próprio
lhe dá o sustento. texto constitucional, de forma a ser possível uma agressão direta
Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao à Constituição Federal de 1988, legitimando desta maneira, a
controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da instauração de processo de controle de constitucionalidade. Assim
exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser sendo, podemos citar a lição do Supremo Tribunal Federal:
reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do
Executivo no exercício da autotutela. Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição,
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso
– Regulamento independente ou autônomo o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, por
Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, também conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tribunal
adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento executivo, Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucionalidade
esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo o reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado em ADI
poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de opção.
lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou isso claro.
ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle difuso,
diretamente da Constituição. quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucionalidade
A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta reflexa. É
figura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com uma opção da Corte para que não se realize o velho adágio: ‘muita
a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-0/DF, Rel.
inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88. Min. Marco Aurélio).
Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutrina Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar
é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo que que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a
o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispositivo delegação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção
constitucional, que estabelece a competência do Presidente da a essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece
República para dispor, mediante decreto, sobre organização e com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser
funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar objeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral
em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos da República e ao Advogado
públicos. Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único
Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista do art. 84 da Constituição Federal.
na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o
Presidente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos
públicos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Regulamento autorizado ou delegado De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece
Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos,
apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à
menciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação específica
delegado. com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor grau
De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário de discricionariedade em relação aos regulamentos administrativos.
não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de Esquematicamente, temos:
forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo,
aos órgãos administrativos. Regulamentos jurídicos ou
Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades normativos
técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja Espécies de
controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a regulamento quanto aos Regulamentos
doutrina maior tem aceitado que as competências para regular destinatários administrativos ou de
determinadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio organização
legislador para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do
fenômeno da deslegalização, por meio do qual a normatização sai Poder de Polícia
da esfera da lei para a esfera do regulamento autorizado. O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado
No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limitado para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício de
somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade, ele direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o interesse
busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas técnicas público.
não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expressa
determinação legal. – Limites
Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim
confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque, como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está
ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição, eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos
aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida fins, aos motivos ou ao objeto.
na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de
porque, embora seja um ato normativo secundário que retira sua polícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação
força jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao de proporcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim
contrário do que ocorre com este último no qual sua destinação é sendo, a medida de polícia não poderá ir além do necessário com
apenas a de detalhar a lei para que seja fielmente executada. o fito de atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos
Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de por exemplo, a hipótese de um estabelecimento comercial que
regulamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo somente possuía licença do poder público para atuar como revenda
disso é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo de roupas, mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier
em vista que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo de costura. Caso os fiscais competentes, na constatação do fato,
fato de estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo. viessem a interditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal
Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa medida seria desproporcional, tendo em vista que, para por fim
determinação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido à irregularidade, seria suficiente somente interditar a parte da
admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei revenda de roupas.
venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limites Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que
da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm sido estejam eivados de vícios de legalidade ou que se demonstrem
adotados com frequência para a fixação de normas técnicas, como desproporcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo
por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agências Poder Judiciário por meio do controle judicial, ou, pela própria
reguladoras. administração no exercício da autotutela.

– Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos – Prescrição


A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública
fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e Federal, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação
os regulamentos administrativos ou de organização. punitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de
Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam polícia, desde que contados da data da prática do ato ou, em se
regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que tratando de infração de forma permanente ou continuada, do dia
passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece em que tiver cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da
com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos ação punitiva da Administração também for considerado crime, a
regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que prescrição deverá se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu
estes estabelecem normas sobre a organização administrativa art. 1.º, § 2.º.
ou que se relacionam aos particulares que possuem um vínculo
específico com o Estado, como por exemplo, os concessionários de Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação
serviços públicos ou que possuem um contrato com a Administração. de execução da administração pública federal relativa a crédito não
tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

em vigor, desde que devidamente contados da constituição e oportunidade da autoridade administrativa. É o que ocorre, por
definitiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com exemplo, coma autorização para porte de arma, bem como para a
sua redação incluída pela Lei 11.941/2009. produção de material bélico.
Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibilidade
de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no curso — Autoexecutoriedade
do processo, quando o procedimento administrativo vir a ficar Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da
paralisado por mais de três anos, desde que pendente de despacho autoexecutoriedade consiste na “faculdade de a Administração
ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados de decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios,
ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que sem intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento
haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente comercial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder
da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º. Público poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-
Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação los, sendo desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre,
punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso também, que tal fato não impede ao particular, que se sentir
das seguintes hipóteses: prejudicado pelo excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por do Poder Judiciário para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
meio de edital; Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia
B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma
fato; pela decisão condenatória recorrível; que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sendo
C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da não estando prevista expressamente em lei, se houver situação
Administração Pública Federal. de urgência que demande a execução direta da medida. O que
infere que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de de polícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como
em determinadas situações específicas, quando o interessado exemplo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade,
interromper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a como o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias.
suspensão do prazo prescricional para aplicação das sanções de Nesse caso específico, se o poder público tiver a pretensão de
polícia, nos parâmetros do art. 3.º. cobrar o mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta,
Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei sendo necessário que promova a execução judicial da dívida.
9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma
processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade
art. 5º. em dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a
executoriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a
– Atributos exigibilidade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar
Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder decisões executórias, impondo obrigações aos administrados
de polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a mesmo sem a concordância destes, e a executoriedade, que
coercibilidade. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas consiste na faculdade de se executar de forma direta todas essas
características estão presentes de forma simultânea em todos os decisões sem que haja a necessidade de intervenção do Poder
atos de polícia. Judiciário, usando-se, quando for preciso, do emprego direto da
Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada força pública. Imaginemos como exemplo, um depósito antigo de
atributo: carros que esteja ameaçado de desabar. Nessa situação específica,
a Administração pode ordenar que o proprietário promova a
— Discricionariedade sua demolição (exigibilidade). E não sendo a ordem cumprida, a
Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em própria Administração possui o poder de mandar seus servidores
relação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de demolirem o imóvel (executoriedade).
polícia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que
polícia seja a regra, em determinadas situações o exercício do a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios
poder de polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilidade
a autoridade responsável possa executar qualquer tipo de opção. de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as multas
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de meios
comparemos os atos de concessão de alvará de licença e de diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, da
autorização, respectivamente. Em se tratando do caso do alvará apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e da
de licença, depreende-se que o ato é vinculado, significando que demolição de prédio.
a licença não poderá ser negada quando o requerente estiver Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente
preenchendo os requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade,
passagem, que isso ocorre com a licença para dirigir, para construir que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou
bem como para exercer certas profissões, como a de enfermagem, em situações de urgência.
por exemplo. Referente à hipótese de alvará de autorização, mesmo
o requerente atendendo aos requisitos da lei, a Administração
Pública poderá ou não conceder a autorização, posto que esse ato
é de natureza discricionária e está sujeito ao juízo de conveniência
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Coercibilidade
É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos, o
ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está consignado à dependência da concordância do particular para que tenha
validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indissociável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoexecutável
pelo fato de ser dotado de força coercitiva.
Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do desdobramento do atributo da autoexecutoriedade.

– Poder de polícia originário e poder de polícia delegado


Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo como
fundamento a própria repartição de competências materiais e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988.
Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito público
da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder de polícia
originário.
Como uma das mais claras manifestações do princípio segundo o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no
exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilidade
envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara manifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão presentes
características ínsitas ao regime jurídico de direito público, o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de delegação do
poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
Esquematizando, temos:

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA


Discricionariedade Autoexecutoriedade Coercibilidade
Liberdade de escolha da autoridade Faculdade de a Administração
pública em relação à conveniência e decidir e executar diretamente sua Faz com que o ato seja imposto ao
oportunidade do exercício do poder de decisão por seus próprios meios, sem particular, concordando este, ou não.
polícia. intervenção do Judiciário.

Uso e abuso de poder


De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em atendimento à consecução dos fins públicos.
No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder, venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para fins
diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocorre tanto
por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por meio do
qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
– Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a autoridade atua extrapolando os limites da sua competência.
– Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, porém, o
utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária ao interesse público como um todo.

Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por
intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle judicial.

ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITOS, REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E INVALIDAÇÃO

Conceito
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria”.
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
regulamentos.

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No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato Atos administrativos em sentido amplo
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um Atos de Direito Privado
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas Atos materiais
públicas, manifestada mediante providências jurídicas
complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
controle de legitimidade por órgão jurisdicional”. Atos políticos
Contratos
B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta Atos normativos
forma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos
exposta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos,
por exemplo, bem como os atos abstratos. Requisitos
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência
da análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência,
conceitos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
fundamentais para a definição dos conceitos do ato administrativo. falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
De antemão, é importante observar que, embora o exercício De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
da função administrativa consista na atividade típica do Poder simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidando
Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
nomear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
benefícios legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
que em todas essas atividades, a função administrativa estará fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada
sendo exercida que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, incompetente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
não é função exclusiva do Poder Executivo. Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades públicas,
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em não possui competência para conferir o passaporte e liberar a entrada
inúmeras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o controle de imigração
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico brasileiro é atividade exclusiva e privativa da Polícia Federal.
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
a emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
providência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
direito privado e não público. o desempenho de suas atividades.
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser A competência possui como fundamento do seu instituto
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que a divisão do trabalho com ampla necessidade de distribuição
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem do conjunto das tarefas entre os agentes públicos. Desta
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como forma, a distribuição de competências possibilita a organização
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de administrativa do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis
serviços públicos. a cada pessoa política, órgão ou agente.
Relativo à competência com aplicação de multa por infração
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não à legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas,
apresentar caráter de definitividade, está sujeito a controle a União é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o
por órgão jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, imposto e também para estabelecer as respectivas infrações e
compreendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral penalidades. Já em relação à instituição do tributo e cominação de
de vontade proveniente de entidade arremetida em prerrogativas penalidades, que é de competência do legislativo, dentre os Órgãos
estatais amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico Constitucionais da União, o Órgão que possui tal competência, é o
de direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e Congresso Nacional no que condizente à fiscalização e aplicação das
sujeitos a controle judicial específico. respectivas penalidades.
Em suma, temos: Em relação às fontes, temos as competências primária e
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade secundária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais abaixo:
amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico de a) Competência primária: quando a competência é estabelecida
direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos pela lei ou pela Constituição Federal.
a controle judicial específico. b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
normas de organização, editadas pelos órgãos de competência
primária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão
ou agente que possui competência primária.

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Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
forma aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também poderá
informando a distribuição de competências, como a matéria, o revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormente.
território, a hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de
critério da matéria, é a criação do Ministério da Saúde. competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer
Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendências impedimentos legais vigentes.
Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), É importante conhecer a respeito da delegação de competência
órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo
Receita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal,
Verdade que trabalham na investigação de violações graves de incorporou grande parte da orientação doutrinária existente,
Direitos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que dispondo em seus arts. 11 a 14:
resulta na combinação dos critérios da matéria e do tempo. Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
A competência possui como características: administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma delegação e avocação legalmente admitidos.
vez que se trata de um poder-dever de ambos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vontade houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo: mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
a crimes considerados menos graves. presidentes.
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
acordo com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra I - a edição de atos de caráter normativo;
pessoa. Frise-se que a delegação de competência não provoca a II - a decisão de recursos administrativos;
transferência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
determinadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, dade.
que poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
revogar a delegação. cados no meio oficial.
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
estas normas poderão alterá-la. jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que exercício da atribuição delegada.
não tenha sido utilizada por muito tempo. § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista autoridade delegante.
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex-
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo dele-
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua gado.
prática.
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica,
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: social, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
intermédio do qual um órgão administrativo ou um agente publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias
público delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de e poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do
executar parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegado, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
delegação é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico
inferior. No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando Importante ressaltar:
justificadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício
hierárquica. de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a ou a medida judicial.
atribuição da autoridade delegante, que continua competente para Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamento
o exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
foi delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato
deverão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.

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Seguindo temos: Em suma, temos:


a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação
e se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
para si de forma temporária o devido exercício de competências
legalmente estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente Em determinadas
inferiores. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da Excesso de poder situações é possível a
linha de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente convalidação
de poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas. Usurpação de função Ato inexistente
Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de
delegação: Ato válido, se houver
Função de fato
– Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e boa-fé do administrado
temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competência ABUSO DE AUTORIDADE
é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
Excesso de poder Vício de competência
sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
autoridade avocante. Desvio de poder Desvio de finalidade
– Já na revogação de delegação, anteriormente, a competência
já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é
achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delegação, uma das características do princípio da impessoalidade. Nesse
voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por diapasão, a Administração não pode atuar com o objetivo de
cunho de mão própria. beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que
seu comportamento deverá sempre ser norteado pela busca do
Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever interesse público. Além disso, existe determinada finalidade típica
ser exercido com autocontrole, o poder originário de avocar para cada tipo de ato administrativo.
competência também se constitui em regra na Administração Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
Pública, uma vez que é inerente à organização hierárquica como de finalidade pública. São elas:
um todo. Entretanto, conforme a doutrina de forma geral, o órgão a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse público
superior não pode avocar a competência do órgão subordinado em considerado de forma geral.
se tratando de competências exclusivas do órgão ou de agentes b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico
inferiores atribuídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança previsto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
Pública, mesmo estando alguns degraus hierárquicos acima de ato.
todos os Delegados da Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si
a competência para presidir determinado inquérito policial, tendo Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
em vista que esta competência é exclusiva dos titulares desses lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
cargos. Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência finalidades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado
sem mencionarmos a respeito dos vícios de competência que desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é
é conceituado como o sofrimento de algum defeito em razão de vício que não pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser
problemas com a competência do agente que o pratica que se convalidado.
subdivide em: A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágrafo
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se verifica
o ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
além das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
a praticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
poderá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse de finalidade.
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra
casamentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato verifica em duas hipóteses. São elas:
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. de punição.
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da a finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta interesse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados perseguir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato. interesse público.

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Em resumo, temos: ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade


administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a
Específica ou Imediata e Geral prática do ato.
Finalidade Pública Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se
ou Mediata
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
Ato praticado com finalidade verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática
diversa da prevista em Lei. do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo
Desvio de finalidade e Ato praticado formalmente empírico da situação prevista em lei.
ou desvio de poder com finalidade prevista em Lei, Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato
porém, visando a atender a fins administrativo depende da presença adjunta dos motivos de fato
pessoais de autoridade. e de direito, posto que para isso, são imprescindíveis à existência
abstrata de previsão normativa bem como a ocorrência, de fato
Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas concreto que se integre à tal previsão.
distintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas: De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o ocorrer nas seguintes situações:
modo de exteriorização do ato administrativo. a) quando o motivo é inexistente.
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no b) quando o motivo é falso.
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem c) quando o motivo é inadequado.
como todas as formalidades que devem ser destacadas e observadas
no seu curso de formação. É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Vejamos:
Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se – Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do
simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati-
que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti-
exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
formação do ato administrativo. – Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen-
do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo-
Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos,
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
é o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
revestido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que de forma, e não de motivo.
ele seja escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo
em vista que em alguns casos, via de regra, o agente público Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
tem a possibilidade de se manifestar de outra forma, como processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o
acontece nas ordens verbais transmitidas de forma emergencial seguinte:
aos subordinados, ou, ainda, por exemplo, quando um agente Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
de trânsito transmite orientações para os condutores de veículos indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
através de silvos e gestos. I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
vício de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
forma e sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via pública;
de regra, considera-se plenamente possível a convalidação do IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
ato administrativo que contenha vício de forma. No entanto, tal licitatório;
convalidação não será possível nos casos em que a lei estabelecer V - decidam recursos administrativos;
que a forma é requisito primordial à validade do ato. VI - decorram de reexame de ofício;
Devemos explanar também que a motivação declarada e VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
escrita dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
for de caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
maneira, quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja de ato administrativo.
vício de forma, mas não vício de motivo.
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
autoridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
elemento motivo. de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte
Motivo integrante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que “motivação aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. que está sendo admitida no direito brasileiro.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para
decidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A motivação dos atos administrativos Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir
É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse
respeito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos sentido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam
motivos determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei os seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos:
não exigindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspensão
só terá validade se os motivos declarados forem verdadeiros. por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
Exemplo evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo.
A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de
servidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas
ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por
venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualidade autoridade pública ou flagradas no teste do bafômetro.
habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de
a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já pessoas específicas para a ocupação noturna de determinado
se o interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua trecho de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo,
pontualidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, o objeto é tido como imoral.
deverá ser anulada.
É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes Atributos do Ato Administrativo
pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito
aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado. público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos
Em suma, temos: são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos
privados.
– Motivo do ato administrativo Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente
– Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
edição do ato administrativo. bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
– Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado
abstrata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo. pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
– Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos
que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, atos administrativos são:
caracterizando o motivo de direito.
– Presunção de legitimidade
Vícios de motivo do ato Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
administrativo atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
Inexistente quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
Falso administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
Inadequado os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
com a lei, até que se prove o contrário.
– Teoria dos motivos determinantes De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
– O ato administrativo possui sua validade vinculada aos da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
motivos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
– Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
– STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo presunção de que o ato administrativo foi editado em conformidade
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzidas
está adequado à realidade fática”. pela administração são verdadeiras.
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
Objeto e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
palavras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado
cuida-se da alteração da situação jurídica que o ato administrativo por algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá
se propõe a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por submetê-lo ao controle pela própria administração pública, bem
exemplo, o objeto é a punição do transgressor. como pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve não está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os falsas, poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus
padrões aceitos como éticos e justos. efeitos.
Denota-se que a principal consequência da presunção
de veracidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido,
relembremos que em regra, segundo os parâmetros jurídicos,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o dever de provar é de quem alega o fato a ser provado. Desta a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos
maneira, se o particular “X” alega que o particular “Y” cometeu ato atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos,
ilícito em prejuízo do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que deveremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos
está alegando, de maneira que, em nada conseguir provar os fatos, que apenas são considerados atributos as prerrogativas que acabam
“Y” não poderá ser punido. por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administração
toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada.
– Imperatividade Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria
Em decorrência desse atributo, os atos administrativos são Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato
impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente
concordância destes. Infere-se que a imperatividade é proveniente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim
do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá sendo, em consonância com esse atributo, para cada finalidade que
editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações a Administração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato
para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado previamente definido na lei.
em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio
possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar
expressa concordância. atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperatividade, atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da
característica presente exclusivamente nos atos que impõem autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberdade
obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos
ato administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por inominados.
exemplo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se
quando possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontrando
atestado ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade. presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha
– Autoexecutoriedade a firmar com o particular um contrato inominado desprovido de
Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem regulamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de
executados diretamente pela Administração Pública, por atender tanto ao interesse público como ao interesse particular.
intermédio de meios coercitivos próprios, sem que seja necessário
a intervenção prévia do Poder Judiciário. Classificação dos Atos Administrativos
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
interesse público, típico do regime de direito administrativo, fato à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
que acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classificações
à rapidez e eficiência. mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
autoexecutoriedade somente é possível quando estiver abordagem nas provas de concursos públicos.
expressamente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida
urgente, que não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais.
vez, prejuízo maior ao interesse público. Os atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários
determinados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que
Exemplos de Atos Administrativos Autoexecutórios de uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas
que correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o
apreensão de mercadorias impróprias para o consumo Regulamento do Imposto de Renda.
humano
demolição de edifício em situação de risco – Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
internação de pessoa com doença contagiosa será singular quando alcançar um único sujeito determinado e
dissolução de reunião que ameace a segurança será plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos
determinados em si.
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da
prestação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular Exemplo:
que considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel.
possa livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da Por outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-
defesa dos seus direitos. se: o ato de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto
aos destinatários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES
– Tipicidade PLÚRIMOS
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita a
tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo fato b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem
de tal característica não estabelecer um privilégio da administração, ser atos vinculados e discricionários.
mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que
Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que este também decorre do resultado da manifestação de vontade de
comprovados os requisitos legais, a edição do ato se torna dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de
obrigatória, nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem
a construção de imóvel. para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos,
– Já os discricionários são aqueles em que a Administração um principal e outro acessório.
Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes
com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar Meirelles, para quem o ato administrativo composto “é o que
decisões quando e como o ato será praticado, com a definição de resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação
seu conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática. por parte de outro, para se tornar exequível”. A mencionada
definição, embora seja discutível, vem sendo muito utilizada
c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos pelas bancas examinadoras na elaboração de questões de provas
administrativos podem ser atos de império, de gestão e de de concurso público. Isso ocorreu na aplicação da prova para
expediente. Assistente Jurídico do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi
– Atos de império são atos por meio dos quais a Administração considerado correto o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja
Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais usando prática dependa de vontade única de um órgão da administração,
o poder de império para impô-los de modo unilateral e coercitivo mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro órgão, dá-
aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabelecimentos se o nome de ato administrativo composto”.
comerciais.
Espécies
d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos
quais a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos
provenientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e
administração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais atos punitivos.
com os particulares.
Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam – Atos normativos
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos. Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é
esmiuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução
Exemplo: da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
forma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos
– Já os atos de expediente são tidos como aqueles que podem ser:
impulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
e sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
e papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos. geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
Exemplo: forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as Casas Legislativas.
devidas análises”. O decreto é de suma importância no direito brasileiro, motivo
pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
simples, complexos e compostos. b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
– O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta
um órgão da administração pública, pouco importando se esse aplicação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento
órgão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um do Imposto de Renda”.
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo específica de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples publicação produz de imediato, efeitos concretos.
colegiado.
– O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou Exemplo:
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo para fim de desapropriação.
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
É importante não confundir ato complexo com procedimento Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato regulamentar, também designado de decreto de execução.
complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção A doutrina o conceitua como sendo aquele que introduz um
de um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo regulamento, não permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance
praticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a possam ir além daqueles do que é permitido por Lei.
obtenção de um ato final e principal”.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a
matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Administração se torna conivente com o exercício da atividade
Pondera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto privada como um todo;
autônomo admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do
VI, “a”, da Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício.
32/2001, que predispõe a competência privativa do Presidente da b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário
República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e dotado da permissão do exercício de atividades específicas
funcionamento da administração federal, quando não incorrer em realizadas pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. bem público. Exemplo: a permissão para uso de bem público
específico.
– Atos ordinatórios A permissão é dotada de características essenciais. São elas:
Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a
ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro Administração Pública concorda com o exercício da atividade
de disciplinar as relações internas da Administração Pública. privada, bem como da utilização de bem público por particulares;
Detalharemos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade
instruções, as circulares, os avisos, as portarias, as ordens de administrativa é dotada de liberdade de análise referente à
serviço, os ofícios e os despachos. conveniência e à oportunidade do ato administrativo;
Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não
a atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: apenas de direito subjetivo ao ato.
as instruções que ordenam os atos que devem ser usados de c)Autorização: é detentora de características iguais às da
forma interna na análise do pedido de utilização de bem público permissão, vindo a constituir ato administrativo discricionário
formalizado unicamente por particular. permissionário do exercício de atividade específica pelo particular
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretanto, ou, ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que
de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência. a permissão, a autorização possui como características: o ato de
Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados consentimento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo.
por Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos d)Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
correlatos aos respectivos Ministérios. do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
Portarias: são atos administrativos respectivamente editados específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe o particular preencha devidamente os requisitos legais.
do Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria
determinando a instauração de processo disciplinar específico. – Atos enunciativos
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos São atos administrativos que expressam opiniões ou, ainda,
ordenadores da adoção de conduta específica em circunstâncias que certificam fatos no campo da Administração Pública. A doutrina
especiais. Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, as
obra pública. certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
responsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
de entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
de informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por
meio de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espécies
Saúde. de pareceres. São eles:
Despachos: são atos administrativos eivados de poder 1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
decisório ou apenas de mero expediente praticados em processos para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
administrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo vincula a autoridade competente;
disciplinar, é emitido despacho especifico determinando a oitiva de 2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessariamente
testemunhas. elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
– Atos negociais responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o
Também chamados de atos receptícios, são atos administrativos parecer de forma motivada;
de caráter administrativo editados a pedido do particular, com o
fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração de forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte administrativa com o dever de acatá-lo.
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
Vejamos: o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
a) Licença: possui algumas características. São elas: administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade,
Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos legais porém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
por parte do particular, o Poder Público deverá editar a licença;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

*Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal feita de forma prévia no processo administrativo, situação por
consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais, intermédio da qual, a ampla defesa será postergada para momento
no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, ulterior.
independentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de Sanções disciplinares: também chamadas de sanções
certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e funcionais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores
esclarecimento de situações de interesse pessoal”. públicos e aos administrados possuidores de relação jurídica
especial com a Administração Pública, desde que tenha sido
c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às constatada a violação ao ordenamento jurídico, bem como aos
certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência termos do negócio jurídico. Um exemplo disso, é a demissão de
de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as servidor público que tenha cometido falta grave.
certidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos *Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas
públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de aos particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia,
retratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos as sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de
da Administração Pública. sujeição especial de administrados específicos do poder disciplinar
d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem da Administração Pública, como é o caso dos servidores e
o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos contratados. Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para
pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar o exterior da Administração - as chamadas sanções externas - as
o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos sanções disciplinares são aplicadas no interior da Administração
contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda Pública, - as denominadas sanções internas.
de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações. Extinção do ato administrativo
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção
– Atos punitivos dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de
Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos,
interesses dos administrados que vierem a atuar em desalento com vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,
a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do
edição de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição beneficiário.
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas
tenham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
da legalidade. meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
Podemos dividir as sanções em dois grupos: ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
supedâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos situações:
particulares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com – Cassação
embasamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
demais pessoas que se encontram especialmente vinculadas condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
à Administração Pública. Exemplo: reprimenda imposta à continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
determinada empresa contratada pela Administração. do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de
espécie: prostituição.
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas aos
administrados. Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
suspensivos do exercício de atividades diversas. lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
população em risco. a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
a autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
à coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
situação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
momento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da trativo.
medida, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo
proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen- legalmente estabelecido. À vista da autonomia administrativa
tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên- atribuída de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e
cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria, Municípios, cada uma dessas esferas tem a possibilidade de,
acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de observado o princípio da razoabilidade e mediante legislação
dados públicas. própria, fixar os prazos para o exercício da autotutela.
Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa- Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no
recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad- âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os
vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos,
que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal
ocorreu na formação do ato. norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a
estipulação de prazos diferentes em outras esferas.
– Anulação
É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo – Revogação
de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela
e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle própria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade,
de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de
legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento
do ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e perfeito
o ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por se torna inconveniente ao interesse público, a administração pública
conseguinte, revogá-lo, e não o anular. poderá suprimi-lo por meio da revogação.
Diferentemente da revogação, que mantém incidência A revogação resulta de um controle de conveniência e
somente sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto oportunidade do ato administrativo promovido pela própria
os atos discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado Administração que o editou.
pelo fato de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de É fundamental compreender que a revogação somente pode
legalidade. atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que
Em relação à competência, a anulação do ato administrativo quando a administração está à frente do motivo que ordena a
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo prática do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória,
Poder Judiciário. não lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando analisar a conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo.
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de Desta maneira, não havendo possibilidade de análise de mérito
autotutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do para a edição do ato, essa abertura passará a não existir para que o
STF: ato seja desfeito pela revogação.

PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a
princípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a
a Administração Pública pode declarar qualquer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de
Súmula 346
a nulidade dos seus próprios atos. certos limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia
a Administração pode anular seus Zanella Di Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
próprios atos, quando eivados de vícios a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a
que os tornam ilegais, porque deles não análise de conveniência e oportunidade;
se originam direitos; ou revogá-los, por b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
Súmula 473 retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
ressalvada, em todos os casos, a apreciação transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
judicial. após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode o praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de
ser invocado para anular o ato administrativo por motivo de autoridade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o
ilegalidade, bem como para revogá-lo por razões de conveniência praticou deixou de ser competente para revogá-lo;
e oportunidade. d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
provocação do interessado. lei;
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
exercício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
administrativo havendo pedido do interessado. f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Convalidação O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai


É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi praticado.
por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, Isso significa que durante esse decurso, o administrado permanecerá
inclusive aqueles que foram gerados antes da providência submetido a revisões ou anulações do ato administrativo que o
saneadora. Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, beneficia.
uma vez que retroage à data da edição do ato original, mantendo- Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial,
lhe todos os efeitos. o administrado poderá ter suas relações com a administração
Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua consolidadas contando com a proteção da segurança jurídica.
razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez, Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento
passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos. sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios “No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante
sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
anuláveis. essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não
incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem
o art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em
possibilidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos decadência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina
sanáveis, levando em conta que tal providência não acarrete lesão do Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da
ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático
destinada à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético,
tem sido aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive,
existência de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável
analogia com a esfera federal e também com fundamento na o fato de que o Poder Público não se submente também a essa
prevalência doutrinária vigente. consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo
Assim, é de suma importância esclarecermos que a decurso do tempo.”
jurisprudência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe
determinadas lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux
decorrência do princípio da segurança jurídica. promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de usar
Decadência Administrativa abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato administrativo, o
O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi- que proporciona maior equilíbrio entre as partes interessadas.
to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter- Em resumo, é de grande importância o posicionamento
minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda adotado pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só
no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que tempo, propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei. contagem do prazo decadencial.
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a REDAÇÃO OFICIAL: DOCUMENTOS OFICIAIS, TIPOS, COM-
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com POSIÇÃO E ESTRUTURA. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO
o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con- OFICIAL. CORRESPONDÊNCIA OFICIAL: DEFINIÇÃO, FOR-
funde com o exercício da ação para manifestá-lo”. MALIDADE E PADRONIZAÇÃO; IMPESSOALIDADE, LIN-
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o GUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS (OFÍCIO,
disposto legal sobre a decadência do direito de a administração E-MAIL, MENSAGEM), CONCISÃO E CLAREZA, EDITORA-
pública anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses ÇÃO DE TEXTOS (MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊN-
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos: CIA DA REPÚBLICA – 3ª EDIÇÃO, REVISTA, ATUALIZA-
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos DA E AMPLIADA)
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos
medida de autoridade administrativa que importe impugnação à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
à validade do ato.” se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas.
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re-
gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vos-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sa Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento
diferenciado.
A redação oficial é
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e precisão,
objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua portuguesa.

Sinais e abreviaturas empregados


• Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical
§ Parágrafo
adj. adv. Adjunto adverbial
arc. Arcaico
art.; arts. Artigo; artigos
cf. Confronte
CN Congresso Nacional
Cp. Compare
EM Exposição de Motivos
f.v. Forma verbal
fem. Feminino
ind. Indicativo
ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
masc. Masculino
obj. dir. Objeto direto
obj. ind. Objeto indireto
p. Página
p. us. Pouco usado
pess. Pessoa
pl. Plural
pref. Prefixo
pres. Presente
Res. Resolução do Congresso Nacional
RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
RISF Regimento Interno do Senado Federal
s. Substantivo
s.f. Substantivo feminino
s.m. Substantivo masculino
SEI! Sistema Eletrônico de Informações
sing. Singular
tb. Também
v. Ver ou verbo
v.g. verbi gratia
var. pop. Variante popular

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
a) alguém que comunique: o serviço público.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do órgão que comunica.


c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo
ou dos outros Poderes.

Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação co-
municativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento dos
órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O mesmo
ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

Atributos da redação oficial:


• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
• uso da norma padrão da língua portuguesa.

CLAREZA PRECISÃO
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se
a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, por:
salvo quando o texto versar sobre assunto técnico, hipótese em a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita
que se utilizará nomenclatura própria da área; compreensão da ideia veiculada no texto;
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas pa-
na ordem direta e evitar intercalações excessivas. Em certas oca- lavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito mera-
siões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da ordem mente estilístico; e
inversa da oração; c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; ao texto.
d) não utilizar regionalismos e neologismos;
e) pontuar adequadamente o texto;
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando
indispensáveis, em razão de serem designações ou expressões
de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse
caso, grafe-as em itálico.

Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, é
fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao contato
mais direto com o assunto e com as informações, sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetivida-
de suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma enten-
dê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em
tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elementos
de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos
estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são:
• Referência (termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação);
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro ou no lugar de uma oração);
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, períodos ou parágrafos).

A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo
assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais documentos impressos. Recomendações:
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo literário;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda- c) informações do documento: número, ano (com quatro dí-
ção de um bom texto. gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor
para a maior hierarquia, separados por barra (/);
O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com d) alinhamento: à margem esquerda da página.
agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível • Local e data:
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião. a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o
Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni-
e para o plural. dade da federação depois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do
São formas de tratamento vedadas: mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo; deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
II - Vossa Senhoria; d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
III - Vossa Magnificência; e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
IV - doutor; f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem
V - ilustre ou ilustríssimo; direita da página.
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável. • Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento
que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono- a) vocativo;
mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe- b) nome: nome do destinatário do expediente;
rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente,
na forma de tratamento empregada. dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú- logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
do agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
nome do destinatário nas hipóteses de: unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad- pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga-
ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público cidade/unidade da federação;
específico. e) alinhamento: à margem esquerda da página.

Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe- • Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata
dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for- o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte
ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá- maneira:
-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o
o que chamamos de padrão ofício. conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
Consistem em partes do documento no padrão ofício: documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili-
• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
do documento, centralizado na área determinada pela formatação. c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu-
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo lo, deve ser destacado em negrito;
da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá- d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa- e) alinhamento: à margem esquerda da página.
çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como
endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio
eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé
do documento, centralizados.

• Identificação do expediente:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com
todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”,
padronizada como Nº;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Texto: • Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-


nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO
tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A
signatário;
DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA:
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
EXPEDIENTE DEVE CONTER
do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
A SEGUINTE ESTRUTURA: palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
apresentado o objetivo da referência ao expediente que lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento. a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do • Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-
a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado da margem inferior; e
contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou b) fonte: Calibri ou Carlito.
sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-
ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer c) margem lateral direita: 1,5 cm;
afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito d) margens superior e inferior: 2 cm;
assunto. do documento que encaminha, e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
poderá acrescentar parágrafos gem superior do papel;
de desenvolvimento. Caso f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
contrário, não há parágrafos g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
de desenvolvimento em ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
expediente usado para querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
encaminhamento de (margem espelho);
documentos. h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento gráficos e ilustrações;
deve ser formatado da seguinte maneira: i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
a) alinhamento: justificado; negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
b) espaçamento entre linhas: simples; letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após ção do documento;
cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafa-
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento das em itálico;
tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos
numeram o vocativo e o fecho; elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve
citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
10 pontos. lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no servi-
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, ço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos
arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi- mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi-
ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar tos) + palavras-chaves do conteúdo.
o destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
rior ou demais casos: Atenciosamente,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios
algumas possíveis variações: à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na Nacional têm as seguintes finalidades:
epígrafe será apenas do órgão remetente. a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único çamentos anuais e créditos adicionais.
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- b) Encaminhamento de medida provisória.
grafe. c) Indicação de autoridades.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
tarão na epígrafe. concessão de emissoras de rádio e TV.
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
órgãos que receberão o expediente. i) Comunicação de veto.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
Exposição de motivos (EM) de intervenção federal.
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-
Presidente para: As mensagens contêm:
a) propor alguma medida; a) brasão: timbre em relevo branco;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
c) informa-lo de determinado assunto. margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- parágrafo dado ao texto;
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina tário.
dentro de um mesmo ano civil.
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
nal ou ao Poder Judiciário. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá- ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí- custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta. recebimento de documentos na administração pública.
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover- certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; con-
tudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do
ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico re-
conhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente
público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda
os parâmetros da ICP-Brasil.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.
HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO
Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um texto, Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos
explicações, indicações, comentários, observações, como por normativos, serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual
exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma de Elaboração de Textos da Consultoria Legislativa do Senado
sigla. Federal (1999), em que:
O travessão, que é representado graficamente por um hífen a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. título; e
b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas
sílabas ou partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a frag- a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver
mentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
vezes dificulta a compreensão. b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re-
omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, dige.
pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível iden- c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es-
tificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
dar a uma frase. e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, do mais longínquo, ou histórico.
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto,
de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade ainda será mencionado;
de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
mais de um antecedente na terceira pessoa. i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio-
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas nada no texto.
palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen-
dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
e pessoa (nos verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e con- são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
cordância verbal. lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL que se apresenta.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
sujeito em pessoa e número. pronomes), artigos e numerais da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
concordam em gênero e ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
número com os substantivos sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
de que dependem. vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos em deixar o texto como está.
regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
lhes completam o sentido. ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se- política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
guintes finalidades: palavras e de formas de dizer.
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei-
tura; A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
tor, devem merecer destaque; e res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
sumo ou uma consequência do que se afirmou. guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, da Língua Portuguesa.
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
restrito aos discursos e às peças de retórica. corporação acrítica do estrangeirismo.
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir-
cunstâncias:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa- nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa.
A análise da situação questionada deve contemplar as causas
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente. leis antigas, mudanças de concepção etc.
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve-
em que são empregados. -se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri- efetivamente pretende.
gir) e ratificar (confirmar). A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- simplesmente, a preservação do status quo.
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
de definição e de distribuição de competências; existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar lativa.
condutas por meio de modelos; Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
rídica e no plano social. vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
Requisitos da elaboração normativa: De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
• Clareza e determinação da norma; de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Princípio da reserva legal; mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada efeitos colaterais negativos.
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en-
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor-
nistrativo; mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração
• Princípio da proporcionalidade; normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- produzidas pelo novo ato normativo.
na suficientemente concreta); É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
sa julgada; interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se- no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre- uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
tomada da decisão legislativa. Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- em um mesmo contexto ou agrupamento;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
cronológica, se possível; determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente. de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
• O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
ao ato normativo que está sendo alterado. gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
• Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti- com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
alteração do trecho do artigo. de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- modo expresso ou implícito, na lei.
do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re- nacionalidade, etc.).
publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado atos normativos subordinados ou secundários.
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
ser considerado inválido com efeitos retroativos. e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
a mera alteração da norma. dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
A correção de erro material que não afete a substância do ato de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- tência.
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve- O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui- reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
entrada em vigor de seu decreto. A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis- vas.
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con- também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati- meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
vo de efeitos concretos). Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri- tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re- servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a e que tenha estrita pertinência temática.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-


jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 E SUAS ALTERAÇÕES (LEI DE
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem ACESSO À INFORMAÇÃO)
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje- 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von- nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
formação da lei. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san-
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. CAPÍTULO I
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: DISPOSIÇÕES GERAIS
a) inconstitucionalidade; ou
b) contrariedade ao interesse público. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica- 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi- tuição Federal.
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
superado por deliberação do Congresso Nacional. I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da diciário e do Ministério Público;
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor- II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas nicípios.
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
Senado Federal, em prazo idêntico. entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis- do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri- tos congêneres.
gatoriedade (45 dias). Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo: tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple- a que estejam legalmente obrigadas.
mentares. Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli- executados em conformidade com os princípios básicos da adminis-
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões tração pública e com as seguintes diretrizes:
Permanentes. I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas como exceção;
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
urgência a certas proposições. dentemente de solicitações;
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca- III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação nologia da informação;
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação. IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le- na administração pública;
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação V - desenvolvimento do controle social da administração pú-
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. blica.
para leis financeiras e delegadas. Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có- qualquer meio, suporte ou formato;
digos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - documento: unidade de registro de informações, qualquer b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
que seja o suporte ou formato; de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade VIII – (VETADO).(Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
para a segurança da sociedade e do Estado; § 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
identificada ou identificável; to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à rança da sociedade e do Estado.
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, § 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
ção; parte sob sigilo.
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- § 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão
torizados; e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci-
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido sório respectivo.
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- § 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
divíduo, equipamento ou sistema; mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
clusive quanto à origem, trânsito e destino; termos do art. 32 desta Lei.
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, § 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor- de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu-
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e mentação.
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com- § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o res-
preensão. ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
CAPÍTULO II vem sua alegação.
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa- acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces- § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput,
so a ela e sua divulgação; deverão constar, no mínimo:
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
autenticidade e integridade; e dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, mento ao público;
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
tual restrição de acesso. sos financeiros;
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen- III - registros das despesas;
de, entre outros, os direitos de obter: IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in-
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou contratos celebrados;
obtida a informação almejada; V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
II - informação contida em registros ou documentos, produ- projetos e obras de órgãos e entidades; e
zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
não a arquivos públicos; § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti-
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí-
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; oficiais da rede mundial de computadores (internet).
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regula-
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti- mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú- acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em
blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis- linguagem de fácil compreensão;
trativos; e II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
VII - informação relativa: eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro- lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
como metas e indicadores propostos; em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
ção da informação; parcial, do acesso pretendido; ou
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
disponíveis para acesso; seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- interessado da remessa de seu pedido de informação.
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais
de detentora do sítio; e 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientifi-
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- cado o requerente.
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. § 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. a informação de que necessitar.
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- § 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- tente para sua apreciação.
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade § 5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
Fiscal). da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me- § 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
diante: em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
entidades do poder público, em local com condições apropriadas lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
para: a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa- ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
ções; se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res- mesmo tais procedimentos.
pectivas unidades; Art. 12.O serviço de busca e de fornecimento de informação é
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor- gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021)(Vigência)
mações; e § 1ºO órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o va-
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à lor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma-
participação popular ou a outras formas de divulgação. teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela
CAPÍTULO III entidade pública consultada.(Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021)
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO (Vigência)
§ 2ºEstará isento de ressarcir os custos previstos no § 1º deste
SEÇÃO I artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem
DO PEDIDO DE ACESSO prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da
Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.(Incluído pela Lei nº 14.129,
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de de 2021)(Vigência)
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-
identificação do requerente e a especificação da informação reque- verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta
rida. confere com o original.
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi- Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
a solicitação. de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar ponha em risco a conservação do documento original.
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
seus sítios oficiais na internet. de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
determinantes da solicitação de informações de interesse público. SEÇÃO II
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce- DOS RECURSOS
der o acesso imediato à informação disponível.
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve- às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re-
rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, ciência.
efetuar a reprodução ou obter a certidão;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui- CAPÍTULO IV


camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- SEÇÃO I
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à DISPOSIÇÕES GERAIS
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
dias se: Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
gado; Parágrafo único. As informações ou documentos que versem
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par- sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi- cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido poderão ser objeto de restrição de acesso.
pedido de acesso ou desclassificação; Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi- ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
mentos previstos nesta Lei. qualquer vínculo com o poder público.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre- SEÇÃO II
ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU
àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo E
de 5 (cinco) dias. PRAZOS DE SIGILO
§ 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado- Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie-
te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor-
nesta Lei. mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
§ 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia- de do território nacional;
ção de Informações, a que se refere o art. 35. II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica- relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas
ção de informação protocolado em órgão da administração públi- em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava- IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica
liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. ou monetária do País;
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia- cos das Forças Armadas;
ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
Armadas, ao respectivo Comando. instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori-
objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
prevista no art. 35. vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias venção ou repressão de infrações.
proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica- Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró- cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer ultrassecreta, secreta ou reservada.
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
Art. 19. (VETADO). conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data
§ 1º (VETADO). de sua produção e são os seguintes:
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor- I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do II - secreta: 15 (quinze) anos; e
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de III - reservada: 5 (cinco) anos.
recurso, negarem acesso a informações de interesse público. § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju-
9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si-
este Capítulo. gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato,
em caso de reeleição.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso des de economia mista; e
do prazo máximo de classificação. III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
tomaticamente, de acesso público. Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e posto nesta Lei.
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: § 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
Estado; e pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que no exterior, vedada a subdelegação.
defina seu termo final. § 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
SEÇÃO III verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES previsto em regulamento.
SIGILOSAS § 3º A autoridade ou outro agente público que classificar in-
formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
assegurando a sua proteção.(Regulamento) Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si-
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas- gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne- seguintes elementos:
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na I - assunto sobre o qual versa a informação;
forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-
públicos autorizados por lei. belecidos no art. 24;
§ 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites
§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a previstos no art. 24; e
serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo IV - identificação da autoridade que a classificou.
a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no
divulgação não autorizados. mesmo grau de sigilo da informação classificada.
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne- Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au-
cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe-
conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu- rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs-
rança para tratamento de informações sigilosas. tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento)
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades § 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar
de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne- as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes ridades ou agentes públicos.
observem as medidas e procedimentos de segurança das informa- § 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-
ções resultantes da aplicação desta Lei. minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
SEÇÃO IV § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação,
DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu-
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
administração pública federal é de competência:(Regulamento) veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: regulamento:
a) Presidente da República; I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos
b) Vice-Presidente da República; últimos 12 (doze) meses;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro- II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com
gativas; identificação para referência futura;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-
no exterior; ções genéricas sobre os solicitantes.
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
e dos fundamentos da classificação. por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
SEÇÃO V formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, agentes do Estado.
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
individuais. do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati- sideradas:
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica- transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e contravenção penal; ou
à pessoa a que elas se referirem; e II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei- de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão
ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
a que elas se referirem. estabelecidos.
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. agente público responder, também, por improbidade adminis-
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exi- trativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de
gido quando as informações forem necessárias: 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-
física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen- mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder
te para o tratamento médico; público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi- seguintes sanções:
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a I - advertência;
identificação da pessoa a que as informações se referirem; II - multa;
III - ao cumprimento de ordem judicial; III - rescisão do vínculo com o poder público;
IV - à defesa de direitos humanos; ou IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
V - à proteção do interesse público e geral preponderante. dimento de contratar com a administração pública por prazo não
§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, superior a 2 (dois) anos; e
honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-
titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol- te a própria autoridade que aplicou a penalidade.
tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata- cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa
mento de informação pessoal. do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
CAPÍTULO V quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
DAS RESPONSABILIDADES dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso IV.
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili- § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-
dade do agente público ou militar: cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des- facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la de 10 (dez) dias da abertura de vista.
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen-
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili- te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori-
zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações
que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci- pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos
mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
função pública; Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi-
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na-
à informação; tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO VI § 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-


DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
vistos nesta Lei.
Art. 35. (VETADO). § 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá desta Lei.
competência para: § 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul- no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- legislação precedente.
gral da informação; § 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecre-
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se- tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas,
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, automaticamente, de acesso público.
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a
do art. 24. informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno- II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-
vação. sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deve- III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação
rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao
prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
ou secretos. IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará a Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
desclassificação automática das informações. tração pública federal responsável:
§ 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de- cientização do direito fundamental de acesso à informação;
mais disposições desta Lei.(Regulamento) II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra- desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-
tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco- nistração pública;
mendações constantes desses instrumentos. III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti- ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-
tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre- cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento) IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento anual com informações atinentes à implementação desta Lei.
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei
tratamento de informações sigilosas; e no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu-
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive blicação.
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo “Art. 116. ...................................................................
das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais ............................................................................................
órgãos competentes. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or- cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
ganização e funcionamento do NSC. suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no- dade competente para apuração;
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí- .................................................................................” (NR)
dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover- Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990,
namentais ou de caráter público. passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre- vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
vigência desta Lei. autoridade competente para apuração de informação concernente

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun- o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
ção pública.” indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- tados no território nacional.
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
Art. 46. Revogam-se: pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
a data de sua publicação. I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e culares e não econômicos;
123º da República. II - realizado para fins exclusivamente:
a) jornalístico e artísticos; ou
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
LEI FEDERAL Nº 13.709/2018 E SUAS ALTERAÇÕES (LEI GE- desta Lei;
RAL DE PROTEÇÃO DE DADOS) III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
b) defesa nacional;
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação dada ou
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
CAPÍTULO I país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pes-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES soais adequado ao previsto nesta Lei.
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
volvimento da personalidade da pessoa natural. § 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
Vigência verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo.
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
fundamentos: mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
I - o respeito à privacidade; deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
II - a autodeterminação informativa; to à proteção de dados pessoais.
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de ban-
e de opinião; co de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
midor; e Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. tificada ou identificável;
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito públi- étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou
co ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado refe-
do país onde estejam localizados os dados, desde que: rente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quan-
I - a operação de tratamento seja realizada no território na- do vinculado a uma pessoa natural;
cional; III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
e disponíveis na ocasião de seu tratamento;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
físico; Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais de 2019) Vigência
que são objeto de tratamento; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público observar a boa-fé e os seguintes princípios:
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
to de dados pessoais; timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do finalidades;
controlador; II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finali-
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- dades informadas ao titular, de acordo com o contexto do trata-
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os mento;
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, finalidades do tratamento de dados;
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou a integralidade de seus dados pessoais;
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
difusão ou extração; clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
indivíduo; tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- segredos comercial e industrial;
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
pessoais para uma finalidade determinada; vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de comunicação ou difusão;
dados; VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
dimento empregado; mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
XV - transferência internacional de dados: transferência de da- X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
qual o país seja membro; var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
transferência internacional, interconexão de dados pessoais ou tra-
tamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e CAPÍTULO II
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais, DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- SEÇÃO I
das por esses entes públicos, ou entre entes privados; DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PES-
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: do- SOAIS
cumentação do controlador que contém a descrição dos proces-
sos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, realizado nas seguintes hipóteses:
salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco; I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem controlador;
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos,
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência do Capítulo IV desta Lei;
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga-
rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
o titular, a pedido do titular dos dados; do art. 18 desta Lei.
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titu- podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
lar ou de terceiro; revogá-lo caso discorde da alteração.
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos características previstas em regulamentação para o atendimento
do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem di- do princípio do livre acesso:
reitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção I - finalidade específica do tratamento;
dos dados pessoais; ou II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na comercial e industrial;
legislação pertinente. III - identificação do controlador;
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - informações de contato do controlador;
Vigência V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) controlador e a finalidade;
Vigência VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público to; e
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos con-
tificaram sua disponibilização. tidos no art. 18 desta Lei.
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
previstos nesta Lei. tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não alterações.
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício
da garantia dos direitos do titular. de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular
ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas elencados no art. 18 desta Lei.
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe- Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu- fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência mas não se limitam a:
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
a manifestação de vontade do titular. direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- nos termos desta Lei.
ais. § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- do controlador, somente os dados pessoais estritamente necessá-
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. rios para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
de consentimento. transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi- interesse.
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- § 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
soais serão nulas. latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra- os segredos comercial e industrial.
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados


DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de ano-
nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando ex-
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- clusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis,
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: puder ser revertido.
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de for- § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
ma específica e destacada, para finalidades específicas; sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
ses em que for indispensável para: logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
lador; ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu- comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas em § 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e
leis ou regulamentos; técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar veri-
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem- ficações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis; Proteção de Dados Pessoais.
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro- Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
terceiro; ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá- possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem
ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estu-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos dos e pesquisas.
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- hipótese poderá revelar dados pessoais.
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
fica. regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- ambiente controlado e seguro.
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder SEÇÃO III
Público, no âmbito de suas competências. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre DE ADOLESCENTES
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo, deste artigo e da legislação pertinente.
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação realizado com o consentimento específico e em destaque dado por
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti-
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen-
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Inclu- tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele- for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
13.853, de 2019) Vigência timento de que trata o § 1º deste artigo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis cia
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tec- mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta
nologias disponíveis. Lei;
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e o controlador realizou uso compartilhado de dados;
acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti- VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re- timento e sobre as consequências da negativa;
cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art.
informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada 8º desta Lei.
ao entendimento da criança. § 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade
SEÇÃO IV nacional.
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS § 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda-
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
nas seguintes hipóteses: § 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos median-
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os te requerimento expresso do titular ou de representante legalmen-
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da te constituído, a agente de tratamento.
finalidade específica almejada; § 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro-
II - fim do período de tratamento; vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito titular resposta em que poderá:
de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art. I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e in-
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou dicar, sempre que possível, o agente; ou
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
lação ao disposto nesta Lei. ção imediata da providência.
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de § 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi-
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: regulamento.
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
lador; agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
vel, a anonimização dos dados pessoais; queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- nº 13.853, de 2019) Vigência
ro, e desde que anonimizados os dados. § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
CAPÍTULO III mizados pelo controlador.
DOS DIREITOS DO TITULAR § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados
quer momento e mediante requisição: e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e
I - confirmação da existência de tratamento; industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da
II - acesso aos dados; data do requerimento do titular.
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
dos; favoreça o exercício do direito de acesso.
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri-
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto tério do titular:
nesta Lei; I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
II - sob forma impressa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de
integral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces-
e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, so à Informação) .
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
outras operações de tratamento. titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia- específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste arti- de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
go para os setores específicos. de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- Informação) .
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as § 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamen-
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda- to dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo,
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nos termos desta Lei.
§ 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, § 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso
informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro- aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo
cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
segredos comercial e industrial. Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia
§ 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto
o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri- dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado termos desta Lei.
de dados pessoais. Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de deste Capítulo.
dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interope-
na forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instru- rável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execu-
mentos de tutela individual e coletiva. ção de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à des-
centralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das
CAPÍTULO IV informações pelo público em geral.
DO TRATAMENTO DE DADOS Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO Público deve atender a finalidades específicas de execução de po-
líticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
SEÇÃO I públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais
DAS REGRAS elencados no art. 6º desta Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº exceto:
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
blico, desde que: II - (VETADO);
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- observadas as disposições desta Lei.
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
em seus sítios eletrônicos; V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
II - (VETADO); e vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de deverão ser comunicados à autoridade nacional.
publicidade das operações de tratamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- em acordo de cooperação internacional;
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
mento do titular, exceto: política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
Lei; VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada pecífico e em destaque para a transferência, com informação pré-
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou via sobre o caráter internacional da operação, distinguindo clara-
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. mente esta de outras finalidades; ou
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
Art. 28. (VETADO). jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por
tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar país ou organismo internacional.
para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou
13.853, de 2019) Vigência do organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art.
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em
complementares para as atividades de comunicação e de uso com- consideração:
partilhado de dados pessoais. I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de
destino ou no organismo internacional;
SEÇÃO II II - a natureza dos dados;
DA RESPONSABILIDADE III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula-
tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade mento;
nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res-
cessar a violação. peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. para uma determinada transferência, normas corporativas globais
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inci-
CAPÍTULO V so II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS nacional.
§ 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, deve-
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí-
mente é permitida nos seguintes casos: nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem os princípios desta Lei.
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
Lei; normas corporativas globais submetidas à aprovação da autorida-
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: mento, quando necessário.
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
rência; tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
b) cláusulas-padrão contratuais; permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
c) normas corporativas globais; lamento.
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- § 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
tidos; ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
III - quando a transferência for necessária para a cooperação com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de in- § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
vestigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de di- rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
reito internacional; artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previs-
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; to nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- SEÇÃO III
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di- DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DA-
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser NOS
comunicadas à autoridade nacional.
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
CAPÍTULO VI cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
SEÇÃO I § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR dos:
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
cialmente quando baseado no legítimo interesse. do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
segredos comercial e industrial. 43 desta Lei.
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o § 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova
relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova
da segurança das informações e a análise do controlador com re- ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva-
lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco mente onerosa.
adotados. § 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo
instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observân- podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto
cia das próprias instruções e das normas sobre a matéria. na legislação pertinente.
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres-
de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação
dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos re- no evento danoso.
gistros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transpa- Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza-
rência. dos quando provarem:
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes
SEÇÃO II é atribuído;
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PES- II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes-
SOAIS soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
teção de dados; ou
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
mento de dados pessoais. dados ou de terceiro.
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarrega- Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a seguran-
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. ça que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: relevantes, entre as quais:
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar I - o modo pelo qual é realizado;
esclarecimentos e adotar providências; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
vidências; época em que foi realizado.
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
pessoais; e deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Lei, der causa ao dano.
lador ou estabelecidas em normas complementares. Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de res-
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, ponsabilidade previstas na legislação pertinente.
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação,
conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de opera-
ções de tratamento de dados.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO VII SEÇÃO II


DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA

SEÇÃO I Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas


DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmen-
te ou por meio de associações, poderão formular regras de boas
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de práticas e de governança que estabeleçam as condições de orga-
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados nização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol-
forma de tratamento inadequado ou ilícito. vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona-
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, dos ao tratamento de dados pessoais.
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser dados do titular.
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
até a sua execução. do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos os titulares dos dados, poderá:
dados pessoais, mesmo após o seu término. I - implementar programa de governança em privacidade que,
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional no mínimo:
e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar- a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
retar risco ou dano relevante aos titulares. processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo: de dados pessoais;
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que es-
II - as informações sobre os titulares envolvidos; tejam sob seu controle, independentemente do modo como se re-
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas alizou sua coleta;
para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in- c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope-
dustrial; rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
IV - os riscos relacionados ao incidente; d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privaci-
sido imediata; e dade;
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o
ou mitigar os efeitos do prejuízo. titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis-
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente mos de participação do titular;
e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e es-
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais tabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos;
como: g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e h) seja atualizado constantemente com base em informações
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual cas;
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autoriza- toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover
dos a acessá-los. o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais,
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconheci-
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen- das e divulgadas pela autoridade nacional.
tares. Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
soais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO VIII § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-


DA FISCALIZAÇÃO ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
SEÇÃO I pela Lei nº 13.853, de 2019)
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS § 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in- prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio- novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
nal: (Vigência) § 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa-
das corretivas; turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresa-
da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no rial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional,
Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no ou quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; demonstrado de forma inequívoca e idônea.
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela
ciso II; ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347,
firmada a sua ocorrência; de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995.
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
a sua regularização; § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - (VETADO); I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das
VIII - (VETADO); sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste
IX - (VETADO). artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853,
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a de 2019)
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
13.853, de 2019) controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades rela- este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
cionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula-
2019) mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei,
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento adminis- que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que
trativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência)
gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades § 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de-
do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e crité- vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata-
rios: mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão
afetados; conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de-
II - a boa-fé do infrator; monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; § 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden-
IV - a condição econômica do infrator; tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
V - a reincidência; de multa simples ou diária.
VI - o grau do dano; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações
VII - a cooperação do infrator; a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao (Vigência)
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
dade da sanção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO IX § 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas-


DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela
(ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul-
PESSOAIS E DA PRIVACIDADE gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
SEÇÃO I exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(ANPD) Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº
Art. 55. (VETADO). 13.853, de 2019)
Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da- Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no § 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In-
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853, cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 2019) § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) nº 13.853, de 2019)
VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces- Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, 2019)
de 2019) I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
nº 13.853, de 2019) observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa-
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do de 2019)
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da-
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di-
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) reito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu-
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In- VI - promover na população o conhecimento das normas e das
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple- VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e
tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu-
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o 13.853, de 2019)
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen-
industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú- pela Lei nº 13.853, de 2019)
blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in- § 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento
forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles
detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de
parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e
Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede-
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida- ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) § 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná-
dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac- lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis
representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção pela regulação de setores específicos da atividade econômica e
de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, governamental devem coordenar suas atividades, nas correspon-
de 2019) dentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté- de suas atribuições com a maior eficiência e promover o adequado
rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e funcionamento dos setores regulados, conforme legislação especí-
planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) fica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório pela Lei nº 13.853, de 2019)
de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta- § 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades
de 2019) da administração pública responsáveis pela regulação de setores
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm- específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo, (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de § 5º No exercício das competências de que trata o caput deste
tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853, artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
de 2019) segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
ou situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setem- as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
bro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros ór-
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu- gãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten- afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e
de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminati- de 2019)
vo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re-
2019) passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- 2019)
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
pela Lei nº 13.853, de 2019) das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi- nº 13.853, de 2019)
cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
13.853, de 2019) Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da- III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da-
Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di- dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de servi-
reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) ço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da de 2019)
República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
14.460, de 2022) I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a
Art. 56. (VETADO). elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
Art. 57. (VETADO). Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853,
de 2019)
SEÇÃO II II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PES- ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
SOAIS E DA PRIVACIDADE vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Art. 58. (VETADO). Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan- sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei pela Lei nº 13.853, de 2019)
nº 13.853, de 2019) V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
13.853, de 2019) 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de Art. 59. (VETADO).
2019)
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO X
13.853, de 2019) DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei
nº 13.853, de 2019) Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí- Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
do pela Lei nº 13.853, de 2019) “Art. 7º ..................................................................
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído .......................................................................................
pela Lei nº 13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853, no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
de 2019) obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- proteção de dados pessoais;
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ..............................................................................” (NR)
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das “Art. 16. .................................................................
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº .......................................................................................
13.853, de 2019) II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à fina-
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial lidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dos pessoais.” (NR)
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In- Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853, do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
de 2019) agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema 3) Ato de improbidade administrativa decorrente de concessão
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-
a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . A)
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a 4) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os
adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data princípios da administração pública (art. 11).
de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
operações de tratamento e a natureza dos dados. LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex-
cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relaciona- Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
dos à matéria ou nos tratados internacionais em que a República atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
Federativa do Brasil seja parte. da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 14.230, de 2021)
13.853, de 2019) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55- cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) CAPÍTULO I
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no
exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada
LEI Nº 8.429/92 E SUAS ALTERAÇÕES (IMPROBIDADE AD- pela Lei nº 14.230, de 2021)
MINISTRATIVA) Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con-
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
A improbidade administrativa é a falta de probidade do servi- tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
dor no exercício de suas funções ou de governantes no desempe- 2021)
nho das atividades próprias de seu cargo. Os atos de improbidade § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan-
administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a perda çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230,
do Erário (patrimônio da administração), na forma e gradação pre- de 2021)
vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe-
Com a inclusão do princípio da moralidade administrativa no tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito,
texto constitucional houve um reflexo da preocupação com a ética afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
na Administração Pública, para evitar a corrupção de servidores. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
A matéria é regulada no plano constitucional pelo art. 37, §4º, § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta
da Constituição Federal, e no plano infraconstitucional pela Lei Fe- Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona-
deral Nº 8.429, de 02.06.1992, que dispõe sobre “as sanções apli- dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza-
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do
pública direta, indireta ou fundacional.” patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
A lei 8.429/92 pune os atos de improbidade praticados por diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração. União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
Agente público, para os efeitos desta lei, é todo aquele que exer- pela Lei nº 14.230, de 2021)
ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Con- subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
tudo, a lei também poderá ser aplicada, àquele que, mesmo não blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de pela Lei nº 14.230, de 2021)
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou in- § 7º Independentemente de integrar a administração indireta,
direta. estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica-
Os atos que constituem improbidade administrativa podem ser dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou
divididos em quatro espécies: custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou
1. Ato de improbidade administrativa que importa enriqueci- receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
mento ilícito (art. 9º) repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erá- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
rio (art. 10)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente CAPÍTULO II


de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais SEÇÃO I
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IM-
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público PORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
nº 14.230, de 2021) quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra agente público;
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
pela Lei nº 14.230, de 2021) cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- preço superior ao valor de mercado;
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
Lei nº 14.230, de 2021) mercado;
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona- de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
2021) dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe- VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
14.230, de 2021) co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado-
de 2021) rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art.
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa- to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles,
trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô-
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara- sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi- nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão atividade;
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
14.230, de 2021) X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
ção a que esteja obrigado;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
art. 1° desta lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
SEÇÃO II da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAU- nº 11.107, de 2005)
SAM PREJUÍZO AO ERÁRIO XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
Lei nº 14.230, de 2021) sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação pela administração pública a entidade privada mediante celebração
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo (Vigência)
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
à espécie; mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- (Vigência)
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
por preço inferior ao de mercado; irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem pela Lei nº 13.204, de 2015)
ou serviço por preço superior ao de mercado; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - realizar operação financeira sem observância das normas XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
nea; Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- 14.230, de 2021)
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- § 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais
pécie; ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo- pela Lei nº 14.230, de 2021)
nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô-
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
das em lei ou regulamento; vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, 14.230, de 2021)
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
gular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
queça ilicitamente;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO III § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos


DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ- ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
BLICA trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- Lei nº 14.230, de 2021)
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
14.230, de 2021) do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº CAPÍTULO III
14.230, de 2021) DAS PENAS
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- 14.230, de 2021)
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
blica com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
2014) (Vigência) incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, nº 14.230, de 2021)
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com- fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
Lei nº 14.230, de 2021) joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur- pela Lei nº 14.230, de 2021)
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica- IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para de 2021)
si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in-
de 2021) cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o poder público na época do cometimento da infração, podendo § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con-
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo CAPÍTULO V
a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO
14.230, de 2021) JUDICIAL
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
de 2021) sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute- conhecimento.
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
Lei nº 14.230, de 2021) tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
14.230, de 2021) probidade.
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, acompanhar o procedimento administrativo.
observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
de 2021) ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo-
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique-
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen- § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter- o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da
valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a
CAPÍTULO IV que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
DA DECLARAÇÃO DE BENS o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio- internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser- no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re-
viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili-
2021) dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda-
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de § 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por Lei nº 14.230, de 2021)
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- de 2021)
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de II - será instruída com documentos ou justificação que con-
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
2021) apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi-
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí-
práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre- do pela Lei nº 14.230, de 2021)
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. nº 13.964, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a
Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de-
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi-
nº 14.230, de 2021) dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
de 2021) 2021)
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
2021) tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte- obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº
ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In- 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar-
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju- tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135, 2021)
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- 2021)
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
14.230, de 2021) o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu-
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re-
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con-
de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in-
de 2021) tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis- da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em
trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu-
venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí- artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
do pela Lei nº 14.230, de 2021) tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à
Lei nº 14.230, de 2021) perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con-
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- § 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
pela Lei nº 14.230, de 2021) procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar-
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu- § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
de 2021) do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí-
nº 14.230, de 2021) do pela Lei nº 14.230, de 2021)
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
Lei nº 14.230, de 2021) ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- Lei nº 14.230, de 2021)
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua-
Lei nº 14.230, de 2021) renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi-
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
2021) trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
Lei nº 14.230, de 2021) sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº de 2021)
14.230, de 2021) II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor- e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual- ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO VI
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva, DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
da denúncia o sabe inocente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pena: detenção de seis a dez meses e multa. I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis-
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
denatória. dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for § 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 damentado submetido à revisão da instância competente do órgão
(noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median- ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de-
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto 2021)
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações Lei nº 14.230, de 2021)
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita-
2021) ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO VII nº 14.230, de 2021)
DA PRESCRIÇÃO Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato Lei nº 14.230, de 2021)
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- (C) Um cidadão com orientação sexual diferente dos padrões
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, hegemônicos acede aos serviços públicos mediante procedi-
de 2021) mentos idênticos àqueles demandados aos cidadãos de orien-
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em tação sexual hegemônica.
caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada (D) O cidadão que se declara analfabeto recebe orientações
má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e atendimento que o habilitem a compreender os documen-
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri- tos que lhe compete assinar e as normativas que lhe compete
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- cumprir.
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão (E) O cidadão com dificuldade de locomoção recebe atendi-
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de mento em local ou instalações diferenciadas daqueles ofereci-
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) dos ao cidadão médio.

CAPÍTULO VIII 3. Todos os itens abaixo são características do método de arqui-


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS vamento alfabético, EXCETO:
(A) específico ou por assunto;
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. (B)Geográfico;
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de (C) Duplex;
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições (D) Mnemônico;
em contrário. (E) Variadex.

4. Sobre os arquivos públicos, considere os itens abaixo e assi-


QUESTÕES nale a alternativa correta.
I. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos provisó-
rios que aguardam remoção para depósitos temporários são deno-
1. Quanto à aplicação do conceito de qualidade no serviço pú- minados de sistemáticos.
blico, assinale a alternativa correta. II. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos correntes
(A) O trabalho com qualidade significa realizar as atividades de que aguardam remoção para depósitos temporários são denomina-
acordo com as normas preestabelecidas, independentemente dos de Intermediários.
dos resultados obtidos. III. Os conjuntos de documentos atuais, em curso, que são ob-
(B) A qualidade depende apenas do esforço e do trabalho indi- jeto de consultas e pesquisas frequentes denominam- se Correntes.
vidual de cada servidor, independentemente de outros recur- IV. Os conjuntos de documentos de valor históricos, científico
sos disponíveis. ou cultural que devem ser preservados indefinidamente são cha-
(C) Segundo William Edwards Deming, o pai da qualidade, a mados de Permanentes.
maioria das falhas nos processos de produção de serviços é Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
de responsabilidade direta das pessoas (causas especiais), en- (A) I, apenas;
quanto a menor parte pode ser atribuída à má administração (B)I e II, apenas;
(causas comuns). (C) I, III e IV, apenas;
(D) A qualidade é um conceito da década de 1970, já ultrapas- (D) II, III e IV, apenas;
sado e que não mais se aplica à nova gestão. (E) I, II, III e IV.
(E) O trabalho com qualidade significa ter zelo e cuidado com
aquilo que se faz, sabendo com clareza para que serve, a quem 5. Todos os itens abaixo corresponde a acessórios do arquivo,
se destina e quais níveis de controle são indispensáveis para exceto:
que se alcance o máximo de resultados com menor esforço, (A) notações
atingindo metas, objetivos e finalidades. (B) pastas
(C) guias
2. Em uma repartição pública, o atendimento ao público deve (D) bilhetes
se traduzir em uma relação entre o servidor e o cidadão, pautada (E) tiras de inserção
por cortesia, interesse, atenção, eficiência, presteza, discrição, to-
lerância e objetividade. Com relação ao exposto, assinale a alter- 6. A autonomia de sentido é uma das mais importantes carac-
nativa que indica uma situação que viola o que é esperado como terísticas dos documentos
atendimento de qualidade num órgão público. (A) de arquivos intermediários.
(A) Um cidadão, que se endereça erroneamente a uma reparti- (B) de arquivos correntes.
ção pública, recebe informações acerca de como proceder para (C) iconográficos.
alcançar os serviços buscados. (D) de arquivos permanentes.
(B) Um cidadão pertencente ao um grupo prioritário (como (E) de biblioteca.
idosos, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo,
por exemplo) recebe atendimento mediante procedimentos
idênticos àqueles exigidos do cidadão médio.

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7. A constituição dos acervos das bibliotecas e dos museus en- IV → O projeto do edifício deverá levar em conta as condições
volve, quase sempre, mecanismos de compra, doação ou permu- e dimensões do terreno; os regulamentos e tradições locais; as con-
ta. No caso dos arquivos institucionais, em que os documentos são dições climáticas; o fluxo de trabalho e de atendimento ao público;
acumulados em razão das atividades da entidade produtora, os me- as características físicas e formatos dos documentos; o volume do
canismos de constituição dos acervos consistem, basicamente, em acervo e a expectativa de crescimento.
(A) ingresso e incorporação. Estão corretas
(B) avaliação e seleção. (A) apenas I e II.
(C) transferência e recolhimento. (B) apenas I e III.
(D) aquisição e remessa. (C) apenas III e IV.
(E) recolhimento e depósito legal. (D) apenas I, II e IV.
(E) apenas II, III e IV.
8. Acerca dos princípios e conceitos arquivísticos, marque a al-
ternativa correta. 11. Recentemente, estudiosos, pensadores e profissionais têm
(A) O historiador francês Natalis de Wailly promulgou o prin- discutido princípios da ciência arquivística que, por muito tempo,
cípio do ciclo vital dos documentos, que passou a ser aplicado foram considerados inexoráveis para o estudo e a prática dos arqui-
em muitos países. vos. Sob esta perspectiva, considere as afirmativas a seguir.
(B) O Decreto de Messidor da legislação de arquivos da Revolu- I→O modelo arquivístico vigente não se encaixa aos organis-
ção Francesa é considerado como o princípio da acessibilidade mos vivos que são os arquivos hoje. A problemática reside em refi-
dos arquivos públicos. nar a informação baseada na proveniência geral, sem obscurecer a
(C) O princípio da Proveniência sagrou-se com o fim da II Guer- conexão documento- atividade.
ra Mundial, quando ocorreu um grande aumento no volume de II → O arquivista atua como mediador entre documento e usu-
documentos nas instituições. ário, devendo, para tanto, possuir formação sólida em áreas como
(D) O conceito de gestão de documentos nasceu com a criação história, idiomas e diplomática, que lhe permitam ler e compreen-
do Arquivo Nacional da França, quando começaram a valorizar der os documentos, dominando uma série de detalhes técnicos por
os traços administrativos do documento. meio de extensos esforços práticos.
III → Os processos de avaliação constituem um elemento vital
9. Sua condição no tempo e no espaço faz com que o documen- do contexto em que os arquivos históricos são formados. Guiados
to de arquivo possua a especificidade de sua produção em série, pelos valores de sua sociedade, os arquivistas acham-se implicados
que corresponde às atividades da entidade, formando um organis- na formação dos arquivos que sua época legará ao futuro.
mo total, um corpo vivo. Em consonância com as correntes atuais do pensamento arqui-
(Bellotto, 2014 Com adaptações.) vístico, está(ão) correta(s)
Na citação anterior, a autora refere-se a qual princípio da ar- (A) apenas I.
quivologia? (B) apenas II.
(A) Unicidade. (C) apenas I e III.
(B) Providência. (D) apenas II e III.
(C) Organicidade . (E) I, II e III.
(D) Indivisibilidade.
12. Vigência é a qualidade pela qual determinados documentos
10. Tendo em vista as recomendações para construção de ar- (A) permanecem efetivos e válidos.
quivos, considere as afirmativas a seguir. (B) seguem à risca a norma legal.
I → No que diz respeito à localização do edifício sobre o terre- (C) perdem vigor e são extintos.
no, deve-se observar a influência que o ambiente externo exercerá (D) têm precedência sobre outros.
sobre o interno, ou seja, o projeto de construção deve considerar o (E) são tempestivos e oportunos.
posicionamento da construção em relação à incidência de luz solar,
além da localização da vegetação nos arredores, que pode causar 13. Em relação às funções arquivísticas, considere as afirmati-
riscos de raios, térmitas, danos estruturais pelas raízes, queda de vas a seguir.
folhas, galhos e frutos e incidência de sombras, que poderão oca- I → A avaliação dos documentos refere-se ao ato de elaborar
sionar acúmulo de umidade nas paredes. documentos em razão das atividades específicas de um órgão.
II → Os espaços projetados devem ser distribuídos pensando II → A aquisição contempla a entrada de documentos nos ar-
em suas funções: depósitos (inclusive para acervos especiais), áreas quivos corrente, intermediário e permanente; refere-se ao arqui-
para o público e áreas de trabalho (gabinetes, recepção, seleção, vamento corrente e aos procedimentos de transferência e recolhi-
higienização, restauração, entre outras). mento de acervo.
III → As construções espaçosas, com grandes vãos ou abertas III → Classificação é a sequência de operações que, de acordo
são mais eficientes quanto à manutenção das condições ambientais com as diferentes estruturas, funções e atividades da entidade pro-
e de segurança necessárias para a preservação do que espaços me- dutora, visam a distribuir os documentos de um arquivo.
nores, fragmentados e compactos. IV → A descrição torna os documentos acessíveis e promove
sua consulta mediante publicações, exposições, conferências, servi-
ços educativos e outras atividades.
Está(ão) correta(s)
(A) apenas III.
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(B) apenas I e IV. 18. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas orga-


(C) apenas I e III. nizações, analise.
(D) apenas II e III. I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que
(E) apenas II e IV. todos os envolvidos mantêm uma ética relacional.
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamen-
14. Documento é o suporte da informação. Então, informação é to e desenvolvimento de pessoal.
(A).a idéia ou mensagem contida em um documento. III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca
(B) todo documento escrito, como livro, revista, relatório etc. de qualidade nas organizações.
(C) um conjunto de documentos que tratam do mesmo assun- Assinale
to. (A)se apenas a afirmativa I estiver correta.
(D) a parte material de que os documentos são feitos. (B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) aquele documento que foi considerado de valor. (C) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
15. Quando uma autoridade determina a guarda de um docu-
mento que já cumpriu a sua tramitação, esse documento deve ser 19. (FCC/MPE-AP) - Para o atendimento ao público ser consi-
(A)descartado. derado ideal ou próximo ao ideal, existem regras, que inclusive no
(B) arquivado. caso brasileiro, têm Decreto e Lei regularizando ou estabelecendo
(C) despachado. regras mínimas.
(D)reproduzido. Um atendente deve estar à disposição do consumidor em até
(E) expedido. (A) 180 segundos, obrigatoriamente
(B) 90 segundos, obrigatoriamente
16.As pesquisas comportamentais difundem conhecimentos (C) 90 segundos, se ele assim solicitar
sobre personalidade e atitudes positivas nos grupos. Sobre o assun- (D) 60 segundos, obrigatoriamente
to, é correto afirmar: (E) 60 segundos, se ele assim solicitar
(A) Traços como fluência verbal, coalisão e introversão tendem
a correlacionar-se com flexibilidade, parcerias e maturidade do 20. (FCC/AL-SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento
grupo. ao público é a empatia. Empatia é
(B) Traços de dominação, convencionalismo e autoritarismo (A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e
tendem a correlacionar-se com qualidade produtividade e efi- confiança ao público.
cácia do grupo. (B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que
(C) Traços como sociabilidade, autoconfiança e independência foi prometido ao público
tendem a estar relacionados com produtividade, moral e coe- (C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de-
são do grupo. monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para
(D) Traços como autoconfiança, clareza e independência ten- um melhor entendimento do problema.
dem a estar negativamente relacionados com produtividade, (D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta-
moral e participação do grupo. mente o cidadão
(E) Traços como autoritarismo, dominação e não convencionis- (E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo
mo são variáveis independentes correlacionadas com tomada atendimento
de decisão, conservadorismo e poder no grupo.
21. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são
17. As atitudes e a personalidade podem afetar profundamente apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam-
o local de trabalho. A empatia configura-se como um componente bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre-
de personalidade em que se pode afirmar como correto o seguinte mamente necessárias na vida de um administrador, em função de
significado: proporcionar
(A) Relacionar-se positivamente com outras pessoas, imitando (A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção
gestos e voz. dos objetivos estabelecidos.
(B) Preservar amizades, ser aceito pelas pessoas e sentir-se (B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes-
bem entre as pessoas. soas.
(C) Responder às emoções e influências diversas sem discrimi- (C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência.
nações culturais ou religiosas. (D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de téc-
(D) Manter afinidades e proximidade com colega, nutrir senti- nicas específicas.
mentos em relação ao outro, fazer criticas construtivas. (E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na dire-
(E) Colocar-se no lugar do outro, reconhecer os sentimentos do ção dos objetivos estabelecidos.
outro sem expressas palavras, mas no tom de voz, linguagem
corporal e expressão facial.

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22. (INSTITUTO AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis-RJ) Qual é


a atividade que compreende um conjunto de operações e procedi-
ANOTAÇÕES
mentos, visando ao controle dos documentos que ainda tramitam
no órgão, de modo a garantir a sua imediata localização e recupe- ______________________________________________________
ração?
(A) Atividade de classificação de documentos. ______________________________________________________
(B) Atividade de distribuição de documentos.
(C) Atividade de recepção de documentos. ______________________________________________________
(D) Atividade de protocolo de documentos.
(E) Atividade de registro de documentos. ______________________________________________________

______________________________________________________
23. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Re-
moção - CESPE – 2019). No âmbito da atuação pública, faz-se neces- ______________________________________________________
sário que a administração pública mantenha os atos administrati-
vos, ainda que estes sejam qualificados como antijurídicos, quando ______________________________________________________
verificada a expectativa legítima, por parte do administrado, de
estabilização dos efeitos decorrentes da conduta administrativa. A ______________________________________________________
interrupção dessa expectativa violará o princípio da
(A) legalidade. ______________________________________________________
(B) confiança.
______________________________________________________
(C) finalidade.
(D) continuidade. ______________________________________________________
(E) presunção de legitimidade.
______________________________________________________

GABARITO _____________________________________________________

_____________________________________________________
1 E ______________________________________________________
2 B
______________________________________________________
3 C
4 D ______________________________________________________
5 D ______________________________________________________
6 E
______________________________________________________
7 C
8 B ______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 D
11 C ______________________________________________________
12 A ______________________________________________________
13 D
______________________________________________________
14 A
15 B ______________________________________________________
16 C ______________________________________________________
17 E
18 C ______________________________________________________
19 D ______________________________________________________
20 E
______________________________________________________
21 B
22 C ______________________________________________________
23 B ______________________________________________________

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