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a solução para o seu concurso!

CBM-PA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARÁ

Oficial - Curso de Formação


de Oficiais (CFO)

EDITAL Nº 1 – CBMPA – CFO/BM,


DE 24 DE OUTUBRO DE 2023

CÓD: SL-125OT-23
7908433243922
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos dissertativos............................................................................................................... 9
2. Conhecimentos linguísticos. Norma culta: Ortografia/acentuação............................................................................................ 12
3. Emprego do sinal indicativo da crase.......................................................................................................................................... 14
4. Classes de palavras: definições, classificações, formas, flexões, empregos................................................................................ 14
5. Formação de palavras................................................................................................................................................................. 23
6. Estrutura da oração e do período: aspectos sintáticos e semânticos......................................................................................... 25
7. Concordância verbal. Concordância nominal............................................................................................................................. 27
8. Regência verbal. Regência nominal............................................................................................................................................ 28
9. A variação linguística: as diversas modalidades do uso da língua adequada às várias situações de comunicação.................... 31

Língua Inglesa
1. Compreensão de texto escrito em língua inglesa....................................................................................................................... 45
2. Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semânticos.......................................................................... 45

Matemática e Raciocínio Lógico


1. Sistemas de unidades de medidas: Comprimento, área, volume, massa, tempo, ângulo e arco; Transformação de unidades
de medida................................................................................................................................................................................... 77
2. Sequências numéricas: Progressão aritmética; Progressão geométrica..................................................................................... 80
3. Geometria plana e geometria espacial: Reta; Semirreta; Segmentos; Angulos; Polígonos. Circunferência; Círculo; Estudo do
triângulo; Teorema de Thales; Teorema de Pitágoras; Áreas de figuras planas; Posições relativas de retas e planos no espaço;
Volumes e áreas de sólidos: prismas, pirâmides e poliedros regulares; Sólidos de revolução: áreas e volumes de cilindro, cone
e esfera....................................................................................................................................................................................... 82
4. Noções de estatística: População e amostra; Variáveis contínuas e discretas; Distribuição de frequências; Medidas de tendên-
cia central: média, mediana e moda........................................................................................................................................... 98
5. Funções: Definição; Domínio; Contradomínio; Imagem; Gráficos.............................................................................................. 102
6. Funções Polinomiais de 1º e 2º Graus: Definição; Domínio; Imagem; Gráficos.......................................................................... 104
7. Funções Elementares: Função Modular; Funções Definidas por várias Sentenças; Função Exponencial; Função Logarítmica.. 107
8. ESTRUTURAS LÓGICAS................................................................................................................................................................ 112
9. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.................................................................................. 112
10. Lógica sentencial (proposicional): proposições simples e compostas; tabelas verdade; equivalências; leis de Morgan; diagra-
mas lógicos................................................................................................................................................................................. 113

Biologia
1. Anatomia e Fisiologia Humana. Sistema Circulatório. Sistema Respiratório. Sistema Digestório.Sistema Esquelético. Sistema
Neurológico.Sistema Hematopoiético. Sistema Tegumentar....................................................................................................... 123
2. Doenças endêmicas no Brasil e agentes Etiológicos.................................................................................................................... 174

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ÍNDICE

Física
1. Princípios fundamentais da Dinâmica (Leis de Newton) Inércia e sua relação com Sistemas de Referência: Força peso, força
de atrito, força centrípeta, força elástica; Energia; Trabalho: Trabalho da força-peso e Trabalho da força elástica, Trabalho de
uma força, potência e rendimento; Energia Cinética: trabalho e variação de energia cinética; Sistemas conservativos: energia
potencial gravitacional, energia mecânica, conservação de energia mecânica.......................................................................... 183
2. Hidrostática: fundamentos, massa, peso, densidade, pressão, teorema fundamental da hidrostática, vasos comunicantes,
Teorema de pascal, prensa hidráulica, Teorema de Arquimedes, corpos imersos e flutuantes................................................. 190
3. Termometria: escalas termométricas em geral e variação de temperatura............................................................................... 197
4. Calorimetria: Conceito de calor; Capacidade térmica; Equação fundamental da calorimetria; Calorímetro; Princípio geral das
trocas de calor; Fluxo de calor; Lei de Fourier............................................................................................................................ 201
5. Dilatação térmica: Dilatação térmica de sólidos e líquidos; Comportamento térmico da água................................................. 205
6. Termodinâmica: introdução; Teoria cinética dos gases; Lei de Joule; Trabalho nas transformações gasosas; 1ª e 2ª Lei da Ter-
modinâmica; Máquinas térmicas e rendimento; Ciclo de Carnot; Conservação da energia e entropia..................................... 208
7. Eletrostática: Cargas e campos eletrostáticos; Quantização e conservação da carga elétrica; Campo e potencial elétrico....... 214
8. Eletrodinâmica: Corrente elétrica; Propriedades elétricas dos materiais: condutividade e resistividade; condutores e isolan-
tes; Lei de Ohm (materiais ôhmicos e não ôhmicos); Circuitos simples e de malhas múltiplas. Lei de Kirchhoff...................... 225

Química
1. Modelos atômicos: Dalton, Thomson, Rutherford, Rutherford-Bohr, Orbitais e distribuição eletrônica................................... 243
2. Classificação periódica dos elementos químicos: Tabela periódica atual e sua estrutura - Lei de Moseley período, grupo e
subgrupo elemento representativo, de transição e gás nobre, propriedade periódica (raios atômico e iônico, energia de ioni-
zação e eletronegatividade)........................................................................................................................................................ 250
3. Ligação química. Teoria Eletrônica de valência ligação iônica - ligação covalente tipos de fórmula polaridade das ligações e
das moléculas - número de oxidação.......................................................................................................................................... 253
4. Função inorgânica.Conceito classificação notação nomenclatura, conceitos de Arrhenius, Bronsted e Lowry e de lewis para
ácidos e bases............................................................................................................................................................................. 257

Direito Administrativo
1. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios................................................................................................................... 273
2. Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; administração direta e indire-
ta.................................................................................................................................................................................................. 277
3. Poderes da Administração Pública: poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder regu-
lamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder...................................................................................................................... 278
4. Ato administrativo: conceito; requisitos, perfeição, validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classifi-
cação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade.............................................................................................. 285
5. Responsabilidade civil da Administração Pública: conceito de responsabilidade civil; teoria do risco administrativo; dano:
conceito e tipos; exclusão da responsabilidade; reparação do dano: ação regressiva................................................................ 296

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Direito Militar
1. Direito constitucional militar: Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; Das Forças Armadas; Da Segu-
rança Pública............................................................................................................................................................................... 303
2. Direito Penal Militar; Crime militar; Crimes militares em tempo de paz (art. 9º do CPM); Classificação de crime propriamente
e impropriamente militar; Crimes militares em tempo de paz................................................................................................... 305
3. Das penas: Das penas principais; Da aplicação da pena; Das penas acessórias; Efeitos da condenação; Da insubordinação;
Abandono de posto; Descumprimento de missão; Embriaguez em serviço............................................................................... 309
4. Direito Processual Militar: Da Prisão em Flagrante..................................................................................................................... 314
5. Noções de inquérito policial militar............................................................................................................................................ 315

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DISSERTA-
TIVOS.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado severas.
evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual. afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores. adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual): Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar afirmativa correta.
Especial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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Texto Dissertativo - Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: “É


importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de solução no combate à insegurança.”
uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. Pressu- - Características: caracterização de espaços ou aspectos.
põe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza, coerên- - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em
cia, objetividade na exposição, um planejamento de trabalho e uma 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com televisores.
habilidade de expressão. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos recepto-
É em função da capacidade crítica que se questionam pontos res instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras
da realidade social, histórica e psicológica do mundo e dos seme- (aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (que ape-
lhantes. Vemos também, que a dissertação no seu significado diz nas retransmitem sinais recebidos). (...)”
respeito a um tipo de texto em que a exposição de uma ideia, atra- - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
vés de argumentos, é feita com a finalidade de desenvolver um con- - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do
teúdo científico, doutrinário ou artístico. texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra-se no fato
de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras que
Características definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, escreve
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático; Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de sua vonta-
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; de, de seu prazer e de suas necessidades.”
- ao contrário do texto narrativo, nele as rela­ções de anteriori- - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que
dade e de posterioridade dos enunciados não têm maior importân- compõem o texto.
cia  o que importa são suas relações lógicas: analo­gia, pertinência, - Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a per-
causalidade, coexistência, correspondência, implicação, etc. gunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo futebol
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de reda- não é uma prova de alienação?”
ção. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem característi- - Suspense: alguma informação que faça aumentar a curiosida-
cas próprias a cada tipo de texto. de do leitor.
- Comparação: social e geográfica.
Dissertação Expositiva e Argumentativa - Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à distância,
A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que estão velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas,
sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo de aconte- holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram
cimento inquestionável, mesmo porque todos os detalhes já foram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do século...”
expostos na televisão, rádio e novas mídias. - Narração: narrar um fato.
Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma reflexão
maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser declarados em Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida (geralmente
terceira pessoa, há interações entre os fatos que se aborda. Tais fa- um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por isso é fundamen-
tos precisam ser esclarecidos para que o leitor se sinta convencido tal. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os
por tal escrita. Quem escreve uma dissertação argumentativa deve objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a propo-
saber persuadir a partir de sua crítica de determinado assunto. A sição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese
linguagem jamais poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, a ser defendida.
evidências e concretudes.
Desenvolvimento
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento / É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e pro-
Conclusão. gressiva. É a parte maior e mais importante do texto. Podem ser
desenvolvidas de várias formas:
Introdução - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com este
Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia principal, tipo de abordagem.
sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. Tipos: - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações dis-
Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha tintas.
de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um fato favoráveis e desfavoráveis.
presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no começo dos - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou descre-
anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a década ver uma cena.
colecionou, agravou vários dos históricos problemas sociais do país. - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
Entre eles, a violência, principalmente a urbana, cuja escalada tem - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis
sido facilmente identificada pela população brasileira.” resultados.
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. - Interrogação: toda sucessão de interrogações deve apresen-
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma coisa tar questionamento e reflexão.
apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer se sentir - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, valo-
seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça parte res, juízos.
desse time de vencedores desde a escolha desse momento!
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- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos porquês Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm o
de uma determinada situação. direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, que almeja
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo de desníveis
- Exemplificação: dar exemplos. gritantes e criar soluções eficazes para combater a crise generaliza-
da (F), pois a uma nação doente, miserável e desigual, não compete
Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal a tão sonhada modernidade. (G)
que pode vir especificada através da argumentação, de pormeno-
res, da ilustração, da causa e da consequência, das definições, dos 1º Parágrafo – Introdução
dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da
citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos A. Tema: Desemprego no Brasil.
forem necessários para a completa exposição da ideia. Contextualização: decorrência de um processo histórico pro-
blemático.
Conclusão
É uma avaliação final do assunto, um fechamento integrado de 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
tudo que se argumentou. Para ela convergem todas as ideias ante-
riormente desenvolvidas. B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que remetem
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. a uma análise do tema em questão.
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um pensa- C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da
mento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de quem lê. realidade.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de quem
É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de propõe soluções.
forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
durante o desenvolvimento da dissertação (um parágrafo). Deve,
pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, 7º Parágrafo: Conclusão
a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação F. Uma possível solução é apresentada.
básica empregada no desenvolvimento. G. O texto conclui que desigualdade não se casa com moder-
nidade.
Exemplo:
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar sobre
Direito de Trabalho o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos recursos
que permite uma segurança maior no momento de dissertar sobre
Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo mo- algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes que favorecem o
delo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia por meio senso crítico, essencial no desenvolvimento de um texto disserta-
da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio da ex- tivo.
clusão. (A)
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o traba- Ainda temos:
lho automático, devido à evolução tecnológica e a necessidade de
qualificação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outro Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o as-
fator que também leva ao desemprego de um sem número de tra- sunto que vai ser abordado.
balhadores é a contenção de despesas, de gastos. (B) Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discuti-
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise social do.
que provém dessa automatização e qualificação, obriga que seja fei- Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticos
ta uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhadores, com os quais a pessoa que escreve sustenta suas opiniões, de forma
de que, mesmo que as empresas sejam automatizadas, não perde- a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja,
rão eles seu mercado de trabalho. (C) razões a favor ou contra uma determinada tese.
Não é uma utopia?!
Um exemplo vivo são os boias-frias que trabalham na colheita Pontos Essenciais
da cana de açúcar que devido ao avanço tecnológico e a lei do go- - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de
vernador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, proibindo pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
a queima da cana-de-açúcar para a colheita e substituindo-os então - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D) - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos de - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
cabelereiro, marcenaria, eletricista, para não perderem o mercado - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambigui-
de trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais. dade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se
Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram à vida quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta
estudando, se especializando, para se diferenciarem e ainda estão gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da
desempregados? Como vimos no último concurso da prefeitura do primeira pessoa).
Rio de Janeiro para “gari”, havia até advogado na fila de inscrição.
(E)

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Porque, Por que, Porquê ou Por quê?


CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS. NORMA CULTA: ORTO- – Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
GRAFIA/ACENTUAÇÃO. indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
ORTOGRAFIA porque/pois nada está molhado.  
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
— Definições para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que cancelamento do show.  
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, do show.  
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
decorrentes dessas funções, entre outros.   Por quê?  
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam Parônimos e homônimos
ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados – Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase). apreender (capturar).
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.   “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras demonstrativo).
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:   — Definição
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma). palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
York.   tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos língua portuguesa:
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
regras: aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, âncora, avô.
abacaxi.   – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. tônica!
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
mexerica.    determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
verminose. exemplo semelhante é a palavra bênção.  
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. — Monossílabas Tônicas e Átonas
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
burguês/burguesa. o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
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temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Ditongos e Hiatos


Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica Acentuam-se:
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
abaixo: “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.” mausoléu, sóis, véus.
“Finalmente encontrei a chave do carro.” – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
Recebem acento gráfico:   (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs. Não se acentuam:
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, – A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. moinho, rainha, bainha.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
Não recebem acento gráfico: juuna, xiita. xiita.
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis. – Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas enjoo, magoo.
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles O Novo Acordo Ortográfico
lêem leem. Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos em vigor em 2009:
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm. Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
vôo – voo; zôo – zoo.
Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas 2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. européia – europeia.
Ex.: caqui, urubu.
3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Acentuação das palavras Paroxítonas Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima taoismo.
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
abaixo. Observe as exceções: possuem -e tônico em hiato.
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis. ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, revêem.
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.  
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
grátis, júri, lápis, oásis, táxi. portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, linguïça – linguiça.
tônus.  
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
quórum, quóruns.   PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Acentuação das palavras Proparoxítonas Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é preposição]
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore, Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo /
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro, preposição]
tática, trânsito.

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4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que


EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DA CRASE. expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou Exemplos:
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, “Tudo às avessas.”
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a “Barcos à deriva.”
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras “moda de”, ficando somente o à explícito.
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos Exemplos:
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal “Arroz à (moda) grega.”
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno “Bife à (moda) parmegiana.”
de união representado pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com: Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não de horas especificadas e definidas: Exemplos:
assistiu às aulas.” “À uma hora.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.” “Às cinco e quinze”.
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às CLASSES DE PALAVRAS: DEFINIÇÕES, CLASSIFICAÇÕES,
quais devemos o maior respeito e consideração”. FORMAS, FLEXÕES, EMPREGOS.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de


duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na — Definição
construção sintática. As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam
o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua
Técnicas para o emprego da crase portuguesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da de cada classe gramatical.
palavra feminina.
Exemplos: — Artigo
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.” É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo,
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.” podendo flexionar em número e em gênero.
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.” A classificação dos artigos
– Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, para se referirem a um ser específico por já ter sido mencionado ou
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e
deve ser empregado. feminino).
Exemplos: – Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” conhecimento não é compartilhado entre os interlocutores, por se
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.” tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar
em número e gênero.
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
Gosto de você / Penso em você.”

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Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


– Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.
– Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo: “No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”  
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronomes possessivo dela.
– Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe: “Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.” e Acrescente aproximadamente umas três ou quatro
gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra
palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração ou pronome.

Os tipos de adjetivos
– Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  

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– Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos – Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados,
é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
substantivo morte → adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
lamentável). o exemplo do verbo “nutrir”:
– Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
O gênero dos adjetivos tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
– Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse
/ “Ana é uma amiga leal.”   no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
– Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.”/”Menina tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
travessa”. – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e/ou
O número dos adjetivos têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
Por concordarem com o número do substantivo a que se Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos;
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
formosos. duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer
fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo
O grau dos adjetivos seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). — Pronome
– Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
quanto o anterior.”   fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
– Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
que Luciana.” número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
– Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
do que a equipe.”    substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
– Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
podendo ser: relativos.
• Analítico: “A modelo é extremamente bonita.”
• Sintético: “Pedro é uma pessoa boníssima.” Pronomes pessoais
– Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
• Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
• Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto,
Pronome adjetivo existe um correspondente oblíquo.
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, CASO RETO CASO OBLÍQUO
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é Eu Me, mim, comigo.
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o Tu Te, ti, contigo.
substantivo comum professora).
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Locução adjetiva Nós Nós, conosco.
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, Vós Vós, convosco.
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Exemplos: Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe os exemplos:
– Associação de comércios (associação comercial). – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
— Verbo – Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em: Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las,
no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  
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Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa – Ele / Ela
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de
expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos
pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a pessoa.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


Os seres ou objetos estão
Este, esta, estes, estas,
1a pessoa próximos da pessoa que
isto.
fala.

Os seres ou objetos estão


Esse, essa, esses, essas,
2a pessoa próximos da pessoa com
isso.
quem se fala.

Aquele, aquela, aqueles,


3a pessoa De quem/ do que se fala.
aquelas, aquilo.

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Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS

Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo,


VARIÁVEIS
um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.

Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais,


INVARIÁVEIS
outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto,
VARIÁVEIS
quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

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— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior,
“Coloquei-o cuidadosamente
depressa, devagar. Grande parte
no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO das palavras que terminam em
“Andou depressa por causa
“-mente”, como cuidadosamente,
da chuva.”
calmamente, tristemente.
“O carro está fora.”
“Procurei pelas chaves aqui e
Perto, longe, dentro, fora, acolá, mas elas estavam aqui, na
ADVÉRBIO DE LUGAR
aqui, lá, atrás. gaveta”
“Demorou, mas chegou
longe.”
Antes, depois, hoje, ontem, “Sempre que precisar de
ADVÉRBIO DE TEMPO amanhã, sempre, nunca, cedo, algo, basta chamar-me.” “Cedo ou
tarde tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão
Muito, pouco, bastante, tão, bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
demais, tanto “Elas conversam demais!”
“Você saiu muito depressa.”
Sim e decerto; palavras
afirmativas com sufixo “-mente”
“Decerto passaram por aqui.”
(certamente, realmente). Palavras
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
como claro e positivo podem
“Entendi, sim.”
ser advérbio, dependendo do
contexto
Não e nem; palavras como
“Jamais reatarei meu namoro
negativo, nenhum, nunca, jamais,
com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO entre outras, podem ser advér-
“Sequer pensou para falar.”
bio de negação, dependendo do
“Não pediu ajuda.”
contexto.
Talvez, quiçá, porventura, e “Quiçá seremos recebidas.”
palavras que expressem dúvida, “Provavelmente, sairei mais
ADVÉRBIO DE DÚVIDA
acrescidas do sufixo “: -mente”, cedo.”
como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?”
(Oração interrogativa direta, que
Quando, como, onde, aonde,
indica causa)
donde, por que; esse advérbio
“Quando posso sair?” (oração
ADVÉRBIO DE INTERROGA- pode indicar circunstâncias de
interrogativa direta que indica
ÇÃO modo, tempo, lugar e causa; é
tempo)
usado somente em frases interro-
“Explica como você fez is-
gativas diretas ou indiretas.
so.”(oração interrogativa indireta,
que indica modo.

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.

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– Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

– Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
– Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função
o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:

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1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência.
Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), fracionários (meio, terço, quarto...) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três
principais finalidades:

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1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
os numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
Parágrafo 10° (Parágrafo 10). e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico,
2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os que gera significado e sentido, esteja presente, apenas possui um
numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do menor valor.
primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal.
Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. Classificação das preposições
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo Preposições essenciais: só aparecem na língua propriamente
emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo utiliza- como preposições, sem outra função. São elas:
se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV
(quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais – Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.”


– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e Em ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
exprimem quantidades. preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil. linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, conforme o contexto.
quinhentos/quinhentas). – Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
mas os dois/ambos foram reprovados. valor estrutural (gramática).
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro,
segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a Classificação das preposições
ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de – Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
objetos. apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e podem assumir essa atribuição. São elas:
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas,
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo.
Exemplo: A carne de segunda está na promoção. Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
quartos (¾), 1/12 avos. por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de Locuções prepositivas
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo. prepositivas.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.

— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
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— Interjeição
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades autônomas,
que usufruem de independência em relação aos demais elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas também para
chamar exigir algo ou para chamar a atenção do interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de mim!”,
“Minha nossa!” Cruz credo!”.
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!”

Os tipos de interjeição
De acordo com as reações que expressam, as interjeições podem ser de:

FORMAÇÃO DE PALAVRAS.

Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos (combinação
de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra primitiva ou
radical).

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1 – Prefixal por prefixação: um prefixo ou mais são adicionados à palavra primitiva.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA PALAVRA DERIVADA


inf fiel infiel
sobre carga sobrecarga

2 – Sufixal ou por sufixação: é a adição de sufixo à palavra primitiva.

PALAVRA
SUFIXO PALAVRA DERIVADA
PRIMITIVA
gol leiro goleiro
feliz mente felizmente

3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma nova
palavra.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA


inf feliz – Infeliz
– feliz mente Felizmente
des igual – desigual
– igual dade igualdade

4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo anterior, para
existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para originar um verbo.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA


em pobre cer empobrecer
em trist ecer estristecer

5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”

VERBO RADICAL DESINÊNCIA VOGAL TEMÁTICA SUBSTANTIVO


debater debat er e debate
sustentar sustent ar o sustento
vender vend er a venda

6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.

Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.   
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.  
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.

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– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o


ESTRUTURA DA ORAÇÃO E DO PERÍODO: ASPECTOS SINTÁ- noticiário”.
TICOS E SEMÂNTICOS.
Período
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante apresenta apenas um verbo.
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
Vejamos: ficarei preocupada.” - contém dois verbos.

Frase — Análise Sintática


Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente estrutura de um período e das orações que compõem um período.
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
a seguir as especificidades de cada tipo.
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a respectivos exemplos a seguir:
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
ser compreendida pelo interlocutor. que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
sobre o sujeito).
Oração Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem respectivos casos:
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Fred fez um lindo discurso.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Um lindo discurso Fred fez.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. “Fez um lindo discurso, Fred.”
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não
contém verbo. – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase concordância verbal.
como oração. – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função concordância do verbo o destaca de forma indireta.
sintática diferente. – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou determiná-lo.
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. Esse sujeito pode aparecer com:
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” padeiro.”».
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– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você Quanto ao objeto direto, podemos ter:
estiver lá.” – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, acontecido.”
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da os aparelhos.»
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: – Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
“Choveu muito ontem”. de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
“Era uma hora e quinze”. adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
os exemplos:
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
também recebem sua classificação, conforme abaixo: nominal.
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. –
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo “rapidamente” é advérbio de modo.
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser substantivo.
direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim,
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por.
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
cair, mergulhar, correr. passiva:
– Verbo de ligação: servem para expressar características de – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). 3 – Termos acessórios da oração
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, para complementar a informação, exprimindo circunstância,
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características abaixo quais são eles:
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “Dormimos muito.”
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
palavra substantivada.
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida “Maria escreve bastante bem.”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
aula. Por isso, estavam contentes. O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o Os adjuntos adverbiais podem ser:
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
2 – Termos integrantes da oração – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma tempo).
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva. – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
exigindo preposição. “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, de escola.”
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido – Sujeito: “jovem apaixonado”
seja compreendido. – Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
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– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os felizes que pulamos de alegria.”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
informação já completa. Observe os exemplos: – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” espero por você.»
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento como se ainda vivesse no interior.”
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
apelo. Observe: me exercito, mais tenho disposição.”
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” passou no concurso, mudou-se para o interior.”
“Vista o casaco, filha!” – Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
— Estudo da relação entre as orações
Os períodos compostos são formados por várias orações.
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de CONCORDÂNCIA VERBAL. CONCORDÂNCIA NOMINAL.
subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
individualmente porque apresentam sentidos completos. – Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
doces.” 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não flexionado para concordar com o sujeito.
preparei os doces.” – Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
preparo os doces.” da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
logo, passou no exame.” formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame concordância ocorre em gênero e pessoa
porque estudou bastante.”
Casos específicos de concordância verbal
– Período composto por subordinação: são constituídos por Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas I – Quando houver um sujeito definido;
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado forem distintos.
que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não Observe os exemplos:
queria que isso acontecesse.” “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É “Isto é para nós solicitarmos.”
obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
expectativa de que os planos serão melhores em breve!” verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
é que meus pais são saudáveis.” em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
imperativos.
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Exemplos: Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo


“Os membros conseguiram fazer a solicitação.” concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
“Foram proibidos de realizar o atendimento.” – “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
tendo em vista que não existe um sujeito. ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
Observe os casos a seguir: se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, substantivo deve estar no plural:
nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
xadrez.”
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.” Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer singular:
no singular ou no plural: – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos – “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
do que ocorreria.” de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou advérbio ou adjetivo:
permanece na 3a pessoa do singular: – “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» – “Menos problema /menos problemas.”

Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
concorda com o termo que antecede o pronome: barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» gênero e número com o substantivo quando exercem função de
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.» adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.” REGÊNCIA VERBAL. REGÊNCIA NOMINAL.

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo


concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural: de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.” oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos
o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, termos denominamos regência.
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode — Regência Nominal
ser empregada: É a relação entre um nome o seu complemento por meio de
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo
entraram.” ou um advérbio e será o termo determinante.
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido
pessoas entenderam.” estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve “A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, “Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
mas também concordar com a forma no masculino plural: “Ele é perito em investigações como esta.”
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
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Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

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Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo
direto; “ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”

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verbo bi transitivo (direto e


Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: AS DIVERSAS MODALIDADES DO USO DA LÍNGUA ADEQUADA ÀS VÁRIAS SITUAÇÕES DE COMU-
NICAÇÃO.

— Definição
A língua é a expressão básica de um povo e, portanto, passa por mudanças conforme diversos fatores, como o contexto, a época, a
região, a cultura, as necessidades e as vivências do grupo e de cada indivíduo nele inserido. A essas mudanças na língua, damos o nome de
variações ou variantes linguísticas. Elas consistem nas diversas formas de expressão de um idioma de um país, tendo em vista que a língua
padrão de uma nação não é homogênea. A construção do enunciado, a seleção das palavras e até mesmo a tonalidade da fala, entre outras
características, são considerados na análise de uma variação linguística.

Confira a seguir os quatro tipos de variantes linguísticas existentes.


– Variações sociais (diastráticas): são as diferenças relacionadas ao grupo social da pessoa que fala. As gírias, por exemplo, fazem
parte da linguagem informal dos grupos mais jovens. Assim como ocorre com os mais novos.
– Os jargões de grupos sociais específicos: outras turmas têm seu vocabulário particular, como é o caso dos capoeiristas, por exemplo,
no meio dos quais a expressão “meia-lua” tem um significado bem diverso daquele que fará sentido para as pessoas que não integram
esse universo; o mesmo ocorre com a expressão “dar a caneta”, que, entre os futebolistas é compreendida como um tipo de driblar o
adversário, bem diferente do que será assimilado pela população em geral.
– Os jargões profissionais: em razão dos tempos técnicos, as profissões também têm bastante influência nas variantes sociais. São
termos cuja utilização é restrita a um círculo profissional. Os contadores, por exemplo, usam os temos “ativo” e “passivo” para expressar
ideias bem diferentes daquelas empregadas pelas pessoas em geral.
– Variações históricas (diacrônicas): essas variantes estão relacionadas ao desenvolvimento da história. Determinadas expressões
deixar de existir, enquanto outras surgem e outras se transformam conforme o tempo foi passando. Exemplos:
– Vocabulário: a palavra defluxo foi substituída, com o tempo, por resfriado; o uso da mesóclise era muito comum no século XIX, hoje,
não se usa mais.
– Grafia: as reformas ortográficas são bastante regulares, sendo que, na de 1911, uma das mudanças mais significativas foi a
substituição do ph por f (pharmácia – farmácia) e, na de 2016, a queda do trema foi apenas uma delas (bilíngüe – bilingue).
– Variações geográficas (diatópicas): essa variante está relacionada com à região em que é gerada, assim como ocorre o português
brasileiro e os usos que se fazem da língua portuguesa em Angola ou em Portugal, denominadas regionalismo. No contexto nacional,
especialmente no Brasil, as variações léxicas, de fonemas são abundantes. No interior de um estado elas também são recorrentes.
– Exemplos: “abóbora”, “jerimum” e “moranga” são três formas diferentes de se denominar um mesmo fruto, que dependem da
região onde ele se encontra. Exemplo semelhante é o da “mandioca”, que recebe o nome de “macaxeira” ou mesmo de “aipim”.
– Variações situacionais (diafásicas): também chamadas de variações estilísticas, referem-se ao contexto que requer a adaptação
da fala ou ao estilo dela. É o caso das questões de linguagem formal e informal, adequação à norma-padrão ou descaso com seu uso.
A utilização de expressões aprimoradas e a obediência às normas-padrão da língua remetem à linguagem culta, oposta à linguagem
coloquial. Na fala, a tonalidade da voz também importante. Dessa forma, a maneira de se comunicar informalmente e a escolha vocabular
não serão, naturalmente, semelhantes em ocasiões como uma entrevista de emprego. Essas variações observam o contexto da interação
social, considerando tanto o ambiente em que a comunicação se dá quanto as expectativas dos envolvidos.

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2. CEBRASPE (CESPE) - VEST (UNB)/UNB/REGULAR/2022


QUESTÕES Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocá-
bulo e Expressões

1. CEBRASPE (CESPE) - DEL POL (PC ES)/PC ES/2022


Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reco-
nhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
Texto CG1A1-I
No meio científico, a imaginação é conhecida como especula-
ção e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma
ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação
de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de con-
versa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até
mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estu-
do quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam
parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência
e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência.
Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei
com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos
imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos
que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou
bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de
nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse
ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imagina-
ção faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é
um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e
sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos in-
teiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para Levando em consideração os sentidos e os aspectos linguísticos
ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que do texto precedente, assinale a opção correta.
esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu A palavra “capciosos”, no trecho “Adjetivos demais podem es-
comportamento, precisava imaginá-los. tar camuflando objetivos capciosos”, tem o mesmo sentido de
Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o (A) perversos.
mundo. (B) perigosos.
São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações (C) assombrosos.
Assinale a opção em que as duas formas verbais destacadas do (D) ardilosos.
texto CG1A1-I estão conjugadas no mesmo tempo e modo.
(A) “quer” (terceiro período) e “parecer” (quarto período) 3. CEBRASPE (CESPE) - DEL POL (PC ES)/PC ES/2022
(B) “Entre” (quinto período) e “encontre” (quinto período) Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocá-
(C) “precisam” (quarto período) e “foram” (penúltimo período) bulo e Expressões
(D) “compartilhei” (sexto período) e “foi” (penúltimo período) Texto CG1A1-I
(E) “havíamos imaginado” (sexto período) e “ter ajudado” (sé- Em 2020, a pandemia de covid-19 fez com que mulheres em
timo período) situação de violência ficassem ainda mais vulneráveis. O início da
pandemia foi marcado por uma crescente preocupação a respeito
da violência contra meninas e mulheres, as quais passaram a con-
viver mais tempo em suas residências com seus agressores, mui-
tas vezes impossibilitadas de acessar serviços públicos e redes de
apoio.
O cenário retratado no Anuário Brasileiro de Segurança Pú-
blica de 2020 evidencia a queda de crimes letais contra a mulher,
mas não a diminuição da violência: houve um sensível aumento das
denúncias de lesão corporal dolosa e das chamadas de emergência
para o número das polícias militares, o 190, todas no contexto de
violência doméstica, assim como o aumento dos casos notificados
de ameaça contra mulheres. A quantidade de medidas protetivas
de urgência solicitadas e concedidas também aumentou conside-
ravelmente.
O ano de 2021 foi caracterizado por parte da retomada das
atividades rotineiras em meio à redução dos índices de transmis-
são da covid-19 e da queda das mortes decorrentes da doença, em
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consequência da vacinação. Compreender as estatísticas criminais em funcionamento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de
de violência contra as mulheres nos anos de 2020 e 2021 nos ajuda modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto,
a pensar nas políticas públicas a serem implementadas no contexto com suas discussões sobre educação de surdos.
da pandemia de covid-19 e da consequente intensificação da crise Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram grande
econômica vivenciada no Brasil. A pesquisa Visível e Invisível, rea- influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhando
lizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que, no espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos bra-
ano de 2020, a perda de emprego e a diminuição da renda familiar sileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda
foram sentidas de forma mais intensa pelas mulheres que sofreram defendiam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo mé-
violência, o que tornou mais difícil para essas mulheres romper com todo oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio
parceiros abusivos ou relações violentas. de línguas orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modali-
A exemplo do que vimos em outros países, embora tenha ocor- dades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso
rido queda nos registros, sabia-se que a violência contra a mulher de Milão, em 11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram
estava aumentando de forma silenciosa e era preciso agir rápido. pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem
Algumas ações foram realizadas pelas instituições policiais a fim de na efetividade desse método na educação das pessoas surdas.
enfrentar o desafio que estava posto: a ampliação do rol de tipos Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua
penais que podem ser denunciados via boletim de ocorrência onli- Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras
ne, por exemplo, foi uma das iniciativas tomadas por praticamente continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Poste-
todas as unidades da Federação, o que possibilitou que, em alguns riormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais,
estados, pela primeira vez, o registro de violência doméstica fosse e os surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regu-
feito sem que se precisasse ir até uma delegacia, bastando, para lamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém,
isso, o acesso à Internet e a um dispositivo como tablet, smartpho- apenas em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a
ne ou computador. Nesse sentido, campanhas de denúncia da vio- Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação
lência doméstica divulgadas em farmácias e supermercados, dentro e expressão no país.
da lógica da Campanha Sinal Vermelho, idealizada pela Associação Internet: <www.ufmg.br> (com adaptações).
dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pelo Conselho Nacional da Jus- Ao utilizar a expressão “visão capacitista”, no primeiro parágra-
tiça (CNJ), consistiram em importante ação de repercussão nacio- fo do texto CG1A1, o autor do texto evidencia uma concepção
nal. (A) emancipadora das pessoas surdas.
Internet: <https://forumseguranca.org.br> (com adaptações). (B) preconceituosa da deficiência.
No texto CG1A1-I, o vocábulo “ampliação” (segundo período (C) elitista da sociedade brasileira.
do quarto parágrafo) veicula o mesmo sentido da palavra (D) individualista em relação à deficiência.
(A) abrangência. (E) restrita da incapacidade de aprender.
(B) criação.
(C) autorização. 5. CEBRASPE (CESPE) - ACI (CGDF)/CG DF/FINANÇAS E CON-
(D) aumento. TROLE/2023
(E) mudança. Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto,
Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
4. CEBRASPE (CESPE) - MED (PREF MARINGÁ)/PREF MARIN- Texto CB1A1
GÁ/PSF/2022 Percebe-se no Brasil um persistente discurso de negativação da
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocá- atividade fiscal, do Estado fiscal, ainda marcado por figuras arcai-
bulo e Expressões cas como a do “leão” do imposto de renda, a tão repetida expres-
Texto CG1A1 são “carga tributária”, entre outras. Essa “demonização” do fisco
Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram em muito se justifica por uma deslegitimação do Estado brasileiro
consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem como um
uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa todo e, na seara tributária, especialmente por não sentir retor-
visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com no a população em relação ao quanto é onerada. Frise-se, porém,
transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Euro- que essa imagem negativa é, às vezes, patrocinada por quem ideo-
pa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preo- logicamente julga desnecessária uma tributação nas proporções em
cupar com esse grupo. que o Estado brasileiro vem aplicando.
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação dos Nesse cenário, percebe-se, com linhas mais nítidas, um fenô-
surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era conhe- meno que acompanha toda a história tributária do homem: o da
cido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda oposição social aos tributos, entendida aqui não como uma predis-
aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da posição “natural”, “inata” dos contribuintes, mas como todo des-
França, teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua vio que afasta o contribuinte do cumprimento de uma obrigação
época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto tributária, não sendo naturais as causas que o levam a resistir. O
Nacional de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como contribuinte resiste diante da cobrança de uma tributação ilícita;
inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de diante da cobrança ou da instituição de um tributo por um governo
1856, o Imperial Instituto de Surdos- Mudos, instituição de caráter ou legislador ilegítimo; diante da possibilidade de se praticar uma
privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas conduta tributária menos onerosa, tendo o contribuinte a liberdade
a mudança mais significativa se deu em 1957, quando foi denomi-
nado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está
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e o direito de resistir à tributação mais severa; e, no caso dos crimes No último período do texto CB1A1, o emprego das vírgulas em
contra a ordem tributária, quando apenas há a vontade livre e cons- “Muito ainda, porém, estão alheios os cidadãos acerca do que o
ciente de cometer o crime. Estado arrecada” justifica-se
A resistência fiscal, assim, tem um conteúdo que ora se dis- (A) por separar sujeito e predicado.
tancia dos conceitos clássicos de direito de resistência (objeção de (B) pela presença de conjunção adversativa deslocada.
consciência, desobediência civil, greve política, direito de revolta, (C) pelo destaque estilístico da opinião do autor.
entre outros), ora se aproxima desses mesmos conceitos. É quan- (D) pelo destaque estilístico de expressão conclusiva.
do se veem na literatura, especialmente na estrangeira, expressões
como “direito de resistência fiscal”, “objeção fiscal”, “desobediência 6. CEBRASPE (CESPE) - INSP REG (AGER MT)/AGER MT/2023
fiscal”, “greve fiscal”, “revolta fiscal”, “rebelião fiscal”. Entre outras, Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto,
tais expressões relacionam-se com os conceitos de “direito de re- Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
sistência” e de “resistência fiscal”, tomados como dois gêneros em Texto CB2A1
que algumas espécies coincidem, mas que também possuem pon- O mundo vegetal não é um silêncio absoluto, só quebrado pela
tos incomunicáveis. ação do vento nas folhas ou de abelhas zumbindo próximas. Plantas
Com efeito, dado que seja gênero de múltiplas espécies, po- com “sede” ou “feridas” podem murchar e empalidecer, mas agora
dem ser elencadas como modalidades de resistência fiscal: a) a re- sabemos que elas também emitem sons quando passam por situa-
sistência à cobrança de tributos ilícitos/inconstitucionais, que tem ções de estresse.
total amparo no princípio constitucional da legalidade tributária, Nessas ocasiões, elas podem produzir muitos estalos em stac-
tendo os contribuintes direito de resistir a essa tributação ilegal/ cato (notas muito curtas), aos quais as criaturas próximas podem
inconstitucional; b) a resistência à cobrança ou à instituição de tri- responder. É o que aponta um novo estudo. “Quando essas plantas
butos que, mesmo amparados na lei e na Constituição Federal de estão em boa forma, elas emitem menos de um som por hora, mas
1988, são, porém, rechaçados pela sociedade, considerados ilegíti- quando estressadas emitem muito mais, às vezes de 30 a 50 por
mos pela população, ou rechaçados por camada social que se veja hora”, afirma o professor Lilach Hadany, biólogo evolucionista da
prejudicada com sua instituição; c) o crime tributário, que não pas- Universidade de Tel Aviv.
sa de uma ofensa deliberada à lei; e d) a resistência lícita, na qual De 40 a 80 kHz, esses sons são muito agudos para o ouvido
se opta por alternativa legal menos onerosa ou pela abstenção de humano, que atua numa faixa de cerca de 20 kHz. Mas insetos
conduta tributável. como mariposas e pequenos mamíferos, incluindo-se ratos, podem
A história mostrou que a resistência fiscal, por mais que pareça detectar essas frequências, o que levanta a possibilidade de que
natural e inevitável a toda realidade tributária, teve proporções me- os ruídos possam influenciar seu comportamento, ou seja, os sons
nores em regimes considerados mais democráticos, uma vez que os ultrassônicos emitidos pelas plantas podem ajudar a moldar seus
abusos e o arbítrio das autoridades foram, em muitas sociedades, ecossistemas.
as principais causas para a recusa ao pagamento dos tributos. Veri- “Eles [os sons] são potencialmente importantes porque outros
fica- se, assim, uma razão inversamente proporcional entre o quan- organismos talvez tenham evoluído para ouvir esses sons e inter-
tum democrático de um regime político e a resistência social aos pretá-los”, acrescenta Hadany. Essas emissões sonoras podem, por
tributos por ele instituídos. Assim, a democracia participativa, em exemplo, ser úteis para criaturas próximas, talvez chamando a aten-
superação aos modelos clássicos e insuficientes da representação ção de animais para plantas que lhes sirvam de alimento ou para
ou do exercício semidireto do poder, aponta para uma “relegitima- locais onde insetos devam depositar seus ovos.
ção” do Estado fiscal, na qual a sociedade passa a tomar parte de Não está claro o que cria os sons, mas suspeita-se de um pro-
espaços de decisões políticas. cesso chamado cavitação, em que as colunas de água em caules de
A sociedade contribuinte deve-se preocupar, portanto, no ca- plantas desidratadas se quebram, gerando bolhas de ar.
minho a ser trilhado em direção a uma educação (para a cidada- Alexandre Carvalho. Internet: <super.abril.com.br> (com adapta-
nia) fiscal, não apenas com a “carga tributária”, mas com o destino ções).
das arrecadações e com os gastos públicos. Nesse sentido, já exis- No primeiro período do segundo parágrafo do texto CB2A1, os
tem alguns avanços, como o da Lei n.º 12.741/2012, que obrigou, parênteses são utilizados para delimitar
como direito básico dos consumidores, informarem-se os tributos (A) uma explicação.
incidentes e repassados no preço dos produtos, e os programas de (B) um exemplo.
educação fiscal ligados aos órgãos fiscais da União, dos estados e (C) uma digressão.
das capitais. Muito ainda, porém, estão alheios os cidadãos acerca (D) um fato novo.
do que o Estado arrecada e, mais ainda, de como gastam os gover- (E) um comentário crítico.
nantes tais recursos, o que pode aumentar os índices de resistência
fiscal na sociedade brasileira. 7. CEBRASPE (CESPE) - ADP (DPE RO)/DPE RO/ADMINISTRA-
<R>Isaac Rodrigues Cunha. Resistência fiscal, democracia e edu- ÇÃO/2022
cação tributária: fundamentos para uma fiscalidade democrático- Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto,
-participativa por meio de uma “pedagogia fiscal”. Universidade Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
Federal do Ceará, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Gradua- Texto CG1A1-I
ção em Direito, Fortaleza, 2017 (com adaptações). O terror torna-se total quando independe de toda oposição;
reina supremo quando ninguém mais lhe barra o caminho. Se a le-
galidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a es-
sência da tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário.
O terror é a realização da lei do movimento.
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O seu principal objetivo é tornar possível, à força da nature- 8. CEBRASPE (CESPE) - ADP (DPE RO)/DPE RO/ADMINISTRA-
za ou da história, propagar-se livremente por toda a humanidade, ÇÃO/2022
sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto,
terror procura “estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
natureza ou da história. Esse movimento seleciona os inimigos da Texto CG1A1-I
humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode O terror torna-se total quando independe de toda oposição;
permitir que qualquer ação livre, de oposição ou de simpatia, in- reina supremo quando ninguém mais lhe barra o caminho. Se a le-
terfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou da galidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a es-
natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos sência da tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário.
vazios; “culpado” é quem estorva o caminho do processo natural O terror é a realização da lei do movimento.
ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”, O seu principal objetivo é tornar possível, à força da nature-
quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizan- za ou da história, propagar-se livremente por toda a humanidade,
tes e povos decadentes”. O terror manda cumprir esses julgamen- sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o
tos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente terror procura “estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da
inocentes: os assassinados porque nada fizeram contra o regime, natureza ou da história. Esse movimento seleciona os inimigos da
e os assassinos porque realmente não assassinaram, mas executa- humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode
ram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior. permitir que qualquer ação livre, de oposição ou de simpatia, in-
Os próprios governantes não afirmam serem justos ou sábios, mas terfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou da
apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam leis, natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos
mas executam um movimento segundo a sua lei inerente. vazios; “culpado” é quem estorva o caminho do processo natural
No governo constitucional, as leis positivas destinam-se a erigir ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”,
fronteiras e a estabelecer canais de comunicação entre os homens, quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizan-
cuja comunidade é continuamente posta em perigo pelos novos tes e povos decadentes”. O terror manda cumprir esses julgamen-
homens que nela nascem. A estabilidade das leis corresponde ao tos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente
constante movimento de todas as coisas humanas, um movimento inocentes: os assassinados porque nada fizeram contra o regime,
que jamais pode cessar enquanto os homens nasçam e morram. e os assassinos porque realmente não assassinaram, mas executa-
As leis circunscrevem cada novo começo e, ao mesmo tempo, as- ram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior.
seguram a sua liberdade de movimento, a potencialidade de algo Os próprios governantes não afirmam serem justos ou sábios, mas
inteiramente novo e imprevisível; os limites das leis positivas são apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam leis,
para a existência política do homem o que a memória é para a sua mas executam um movimento segundo a sua lei inerente.
existência histórica: garantem a preexistência de um mundo co- No governo constitucional, as leis positivas destinam-se a erigir
mum, a realidade de certa continuidade que transcende a duração fronteiras e a estabelecer canais de comunicação entre os homens,
individual de cada geração, absorve todas as novas origens e delas cuja comunidade é continuamente posta em perigo pelos novos
se alimenta. homens que nela nascem. A estabilidade das leis corresponde ao
Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico constante movimento de todas as coisas humanas, um movimento
é tão fácil, porque o governo totalitário tem de conduzir-se como que jamais pode cessar enquanto os homens nasçam e morram.
uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. As leis circunscrevem cada novo começo e, ao mesmo tempo, as-
Mas o terror total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbi- seguram a sua liberdade de movimento, a potencialidade de algo
trária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder despótico de um inteiramente novo e imprevisível; os limites das leis positivas são
homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra para a existência política do homem o que a memória é para a sua
todos. Em lugar das fronteiras e dos canais de comunicação entre os existência histórica: garantem a preexistência de um mundo co-
homens individuais, constrói um cinturão de ferro que os cinge de mum, a realidade de certa continuidade que transcende a duração
tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só- individual de cada geração, absorve todas as novas origens e delas
-Homem de dimensões gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os se alimenta.
homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens os seus Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico
direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o é tão fácil, porque o governo totalitário tem de conduzir-se como
espaço entre os homens, delimitado pelas leis, é o espaço vital da uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens.
liberdade. Mas o terror total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbi-
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet:<www.dhnet. trária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder despótico de um
org.br> (com adaptações). homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra
No parágrafo do texto CG1A1-I, os dois-pontos empregados todos. Em lugar das fronteiras e dos canais de comunicação entre os
após “inocentes” introduzem uma homens individuais, constrói um cinturão de ferro que os cinge de
(A) conclusão. tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só-
(B) citação. -Homem de dimensões gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os
(C) consequência homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens os seus
(D) explicação. direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o
(E) síntese. espaço entre os homens, delimitado pelas leis, é o espaço vital da
liberdade.
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet:<www.dhnet.
org.br> (com adaptações).
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No parágrafo do texto CG1A1-I, a autora emprega aspas nas ex- 10. CEBRASPE (CESPE) - AG POL (PC RO)/PC RO/2022
pressões ‘raças inferiores’, ‘indigno de viver’ e ‘classes agonizantes Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto,
e povos decadentes’ com a finalidade de Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
(A) destacar que trata de um pensamento alheio. Texto CG1A1-II
(B) demarcar citações. A contínua ampliação das sociedades humanas no interior do
(C) ironizar o sentido dessas expressões. universo “físico”, alheio ao homem, contribuiu para estimular um
(D) indicar a fala de uma personagem. modo de falar que sugere que “sociedade” e “natureza” ocupariam
(E) expressar sarcasmo. compartimentos separados, impressão esta que foi reforçada pelo
desenvolvimento divergente das ciências naturais e das ciências so-
9. CEBRASPE (CESPE) - AG CRIM (POLITEC RO)/POLITEC ciais. Todavia, o problema do tempo coloca-se em termos tais que
RO/2022 não podemos esperar resolvê-lo, se explorarmos suas dimensões
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, física e social independentemente uma da outra. Se transformar-
Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc) mos em verbo o substantivo “tempo”, constataremos de imediato
Texto LP-1-A1 que não se pode separar inteiramente a determinação temporal
Crescimento econômico geralmente implica aumento nas ati- dos acontecimentos sociais e a dos acontecimentos físicos. Com o
vidades em todos os setores – indústria, comércio, serviços, con- desenvolvimento dos instrumentos de medição do tempo fabrica-
sumo. Em outras palavras, significa mais extração de recursos na- dos pelo homem, a determinação do tempo social ganhou autono-
turais, mais produção e mais coisas devolvidas à terra na forma de mia, certamente, em relação à do tempo físico. A relação entre as
lixo. O crescimento econômico deveria ser um meio de valor neutro duas foi se tornando indireta, mas nunca foi totalmente rompida,
para atender às necessidades básicas de todos e criar comunidades porquanto não pode sê-lo. Durante muito tempo, foram as necessi-
mais saudáveis, energia mais limpa, infraestrutura mais sólida, cul- dades sociais que motivaram a mensuração do tempo dos “corpos
tura mais vibrante etc. Durante muito tempo, ele contribuiub para celestes”. É fácil mostrar como o desenvolvimento desse segundo
a difusão desses objetivos fundamentais em algumas partes do pla- tipo de medida foi e continua a ser dependente do desenvolvimen-
neta, propiciando a abertura de estradas, a construção de moradias to do primeiro tipo, a despeito das influências recíprocas.
etc. Agora, talvez já tenhamos coisas suficientes para atender às Norbert Elias. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Zahar, 1998, p. 38-9
necessidades básicas de todos; só que elas não são distribuídas de (com adaptações).
forma justa. Acerca do emprego dos sinais de pontuação no texto CG1A1-II,
Uma grande parte do problema é que o sistema econômico do- julgue os itens a seguir.
minante valoriza o crescimento como um objetivo em si mesmo. I No primeiro período, as aspas são usadas para assinalar que o
Por issoc usamos o produto interno bruto, ou PIB, como a medi- autor se refere a um conceito particular, pessoal, de universo,
da padrão do sucesso de uma nação. O PIB contabiliza o valor dos sociedade e natureza.
bens e serviços produzidos a cada ano. Mas deixa de fora facetas II O acréscimo de uma vírgula logo após “esta” (primeiro perío-
importantes, ao não considerar a distribuição desigual e injusta da do) comprometeria a correção gramatical do texto.
riqueza, nem examinar quão saudáveis e satisfeitas estão as pesso- III Estaria mantida a correção gramatical do último período
as. É por isso que o PIB de um país pode seguir subindo a ótimos caso fosse inserido um travessão imediatamente depois da for-
3% ao ano, e a renda dos trabalhadores ficar estagnada, caso a ri- ma verbal “foi” e outro imediatamente depois de “ser”.
queza emperre em um determinado ponto do sistema. Além disso, Assinale a opção correta.
os verdadeiros custos ecológicos e sociais do crescimento não são (A) Nenhum item está certo.
incluídos no PIB. (B) Apenas os itens I e II estão certos.
A fé de nossa sociedade no crescimento econômico repousa na (C) Apenas os itens I e III estão certos.
suposiçãoa de que sua continuidade é tão possível quanto benéfica. (D) Apenas os itens II e III estão certos.
Mas nenhum dos dois pressupostos é verdadeiro. Primeiro porque, (E) Todos os itens estão certos.
devido aos limites do planeta, o crescimento econômicod infinito é
impossível. Ultrapassado o patamare em que as necessidades hu- 11. CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT8/TRT 8/ADMINISTRATI-
manas básicas são atendidas, ele tampouco se revelou uma estraté- VA/2022
gia para aumentar o bem-estar. Registramos, hoje, nas grandes me- Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto,
trópoles, um alto nível de estresse, depressão, ansiedade e solidão. Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
Annie Leonard. Uma história das coisas. Texto CG2A1-I
Da natureza ao lixo, o que acontece com tudo o que consumimos. O trabalho é considerado algo central na vida dos sujeitos,
Rio de Janeiro, Zahar, 2010, p. 16-7 (com adaptações). ainda mais com o crescimento da expectativa de vida, sendo um
A correção gramatical e a coerência do texto LP-1-A1 seriam mediador dos ciclos da existência dos trabalhadores. E algo que é
mantidas caso se inserisse uma vírgula logo após considerado de extrema importância nesse contexto é o processo
(A) “suposição”, no primeiro período do último parágrafo. de aposentadoria. Nos últimos anos, a aposentadoria tornou-se um
(B) “contribuiu”, no penúltimo período do primeiro parágrafo. tema de grande relevância no estudo do planejamento de carreira.
(C) “Por isso”, no segundo período do segundo parágrafo. Do ponto de vista etimológico, a palavra “aposentadoria” car-
(D) “econômico”, no primeiro período do último parágrafo. rega em si uma dualidade de significados inerentes a esse fenôme-
(E) “patamar”, no quarto período do último parágrafo. no. Enquanto, por um lado, a aposentadoria remete à alegria e à
liberdade, por outro, ela está associada à ideia de retirar-se aos seus
aposentos, ao espaço de não trabalho, podendo ser frequentemen-
te associada ao abandono, à inatividade e à finitude.
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Desse modo, a aposentadoria pode ser interpretada de duas No texto CG1A1-I, é de uso facultativo o sinal indicativo de cra-
formas: a positiva e a negativa. A interpretação positiva, que, de se empregado no trecho
forma geral, se relaciona à noção de uma conquista ou de uma re- I “em relação à segurança pessoal e coletiva” (primeiro período
compensa do trabalhador, destaca a aposentadoria como uma li- do primeiro parágrafo).
berdade de o indivíduo gerenciar sua própria vida, de maneira a II “quanto à melhor nomenclatura” (penúltimo período do pri-
moldar sua rotina meiro parágrafo).
como preferir, investindo mais em atividades pessoais, sociais III “quanto à sua efetividade” (último período do primeiro pa-
e familiares. A interpretação negativa, por sua vez, está vinculada rágrafo).
a problemas financeiros, perda de status social, perda de amigos, IV “com relação à segurança pública” (último período do se-
sensação de inutilidade ou desocupação, entre outras situações. gundo parágrafo).
Além disso, com a expectativa negativa em relação à aposentadoria, Assinale a opção correta.
surgem sentimentos de ansiedade, incertezas e inquietações sobre (A) Apenas o item I está certo.
o futuro. (B) Apenas o item II está certo.
Aniéli Pires. Aposentadoria, suas perspectivas e as repercussões (C) Apenas o item III está certo.
da pandemia. In: Revista Científica Semana Acadêmica, Fortaleza, (D) Apenas o item IV está certo.
n.º 000223, 2022. Internet: (E) Todos os itens estão certos.
<semanaacademica.org.br> (com adaptações).
O sinal de dois-pontos empregado após “duas formas” (primei- 13. CEBRASPE (CESPE) - AUX (PREF JOINVILLE)/PREF JOIN-
ro período do terceiro parágrafo do texto CG2A1-I) introduz um(a) VILLE/EDUCADOR/2022 Língua Portuguesa (Português) - Crase
(A) citação. Texto CB2A1
(B) conclusão. A estratégia de ensino-aprendizagem da leitura e escrita com
(C) diálogo. base na abordagem da atitude leitora tem sido foco, nas duas últi-
(D) enumeração. mas décadas, tanto de estudos e pesquisas acadêmicas quanto do
(E) concessão. interesse de organismos oficiais, materializados, por exemplo, por
meio de projetos de formação continuada de professores da rede
12. CEBRASPE (CESPE) - AG INV (PC PB)/PC PB/2022 pública e pelos próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Crase A experiência com o livro, instrumento da cultura humana a ser
Texto CG1A1-I apropriado pelas crianças, carrega a possibilidade da apropriação
O estreitamento das relações entre instituições policiais e co- estética na esfera das atividades literárias, o que permitirá o desen-
munidade como um todo, em determinado espaço geográfico, se volvimento, desde a primeira infância, de qualidades inerentes ao
coloca como uma forma eficaz de enfrentamento do sentimento ato de ler, contribuindo para a constituição do futuro leitor.
generalizado de medo, de insegurança e de descrédito em relação à Conceber a humanização na infância por meio da literatura é
segurança pessoal e coletivaI. Esse modo de responder ao problema saber que cada um se torna humano também a partir dessas apren-
da violência e da criminalidade de forma preventiva e com a partici- dizagens já que as qualidades próprias do gênero humano estão
pação da sociedade tem recebido denominações diferenciadas, tais “encarnadas” nos objetos culturais, materiais ou não materiais,
como polícia comunitária, policiamento comunitário, polícia inte- cujas características impulsionam o desenvolvimento sociocultural
rativa, polícia cidadã, polícia amiga, polícia solidária, não havendo das crianças e desnudam a elas a função de tais objetos — fator
consenso quanto à melhor nomenclaturaII. No entanto, há o reco- fundamental na experimentação dos pequenos.
nhecimento de todos que adotaram essas experiências quanto à Assim, as crianças podem construir para a leitura um sentimen-
sua efetividadeIII na prevenção da violência; prova disso é que seu to que as aproxime desse instrumento cultural essencial de apro-
uso tem sido muito corrente nos dias atuais. priação da experiência humana acumulada, fonte do processo de
Podemos definir polícia comunitária como um processo pelo humanização que cada indivíduo precisa vivenciar para formar para
qual a comunidade e a polícia compartilham informações e valores si as qualidades humanas em suas máximas possibilidades.
de maneiras mais intensas, objetivando promover maior seguran- Para tanto, as crianças precisam reconhecer e usar os livros tal
ça e o bem-estar da coletividade. A Constituição Federal de 1988 qual o adulto, como leitor autônomo, o faz: ler procurando compre-
foi a primeira a apresentar um capítulo específico sobre segurança ender as informações em textos verbais ou imagéticos. O mediador
pública, no qual se encontra o artigo 144. Nessa perspectiva, ao in- de leitura pode ler e contar histórias às crianças, o que será muito
corporar a segurança pública na Carta Magna, o legislador instituiu importante, no entanto será preciso que a criança realize, por ela
um status de direito fundamental a essa matéria. Assim, o Estado própria, inicialmente, as ações externas com o objeto livro, tate-
é o principal garantidor da segurança pública, mas a responsabi- ando-o, experimentando-o; na sequência, imitando o adulto; mais
lidade recai sobre todos; consequentemente, em observância aos adiante, levantando hipóteses de previsões de/na/pela leitura lite-
conceitos e aos princípios da filosofia de polícia comunitária, o ci- rária para ir construindo sua identidade como leitor.
dadão passa a ser parceiro da organização policial, envolvendo-se Esse sentido para a leitura — essa atitude leitora — acaba por
na identificação de problemas, apontando prioridades e indicando criar na criança uma nova necessidade, qual seja a de ler para com-
soluções com relação à segurança públicaIV, em uma perspectiva preender o que se diz nos textos lidos. Por meio de experiências
cidadã. positivas de leitura — experimentadas desde os seus primeiros con-
Severino da Costa Simão. Polícia comunitária no Brasil: contri- tatos com a cultura escrita —, as crianças passam a ser afetadas
buições para democratizar a segurança pública. Internet: <www.
cchla.ufpb.br> (com adaptações).

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positivamente por elas e estabelecem para a leitura um sen- científico. É fundamental ensinar desde cedo a identificar as carac-
tido adequado a sua função. Frente a situações de leitura, com o terísticas essenciais de falseabilidade e a buscar evidências que va-
desenvolvimento de sua atitude leitora, a criança tende a procurar lidem nossas crenças.
compreender o que alguém lê e, mais tarde, o que ela própria lê. Ronaldo Pilati. Ciência e pseudociência: por que acreditamos
Desenvolvida na prática pedagógica, essa atitude leitora pode apenas naquilo em que queremos acreditar. São Paulo: Contexto,
contribuir de maneira significativa, a um só tempo, para o ensino da 2018, p. 110 (com adaptações).
leitura literária e para a formação de leitores autônomos. Assinale a opção correta acerca das relações de concordância
Cyntia G. G. S. Girotto et al. Metodologias de ensino — Educação no texto 1A1-I.
literária e o ensino da literatura: a abordagem das estratégias de (A) No período do parágrafo, o termo “permitam” concorda
leitura na formação com “crianças” e “adolescentes”.
de professores e crianças. In: Célia Maria David et al. (Orgs). (B) No período do parágrafo, o termo “articulada” concorda
Desafios contemporâneos da educação. 1.ª ed. São Paulo: Cultura com “racionalmente”.
Acadêmica, 2015, p 279–282 (com adaptações). (C) No período do parágrafo, o termo “desqualificarem” con-
Assinale a opção em que, no segmento destacado do texto corda com “críticos”.
CB2A1, é opcional o emprego do acento indicativo de crase. (D) No período do parágrafo, o termo “tratadas” concorda com
(A) “a sua função” (segundo período do sexto parágrafo) “crenças”.
(B) “desde a primeira infância” (segundo parágrafo)
(C) “a partir dessas aprendizagens” (terceiro parágrafo) 15. CEBRASPE (CESPE) - GCM (BOA VISTA)/PREF BOA VIS-
(D) “as qualidades humanas” (quarto parágrafo) TA/2023
(E) “a de ler” (primeiro período do sexto parágrafo) Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal
e Nominal)
14. CEBRASPE (CESPE) - CAD (CBM TO)/CBM TO/2023 Texto CG1A1-I
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal Em Roraima, atualmente, há centenas de sítios arqueológicos
e Nominal) conhecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
Texto 1A1-I cional (IPHAN), muitos deles já cadastrados noSistema Integrado
A aparência científica de um sistema de crença não necessaria- de Conhecimento e Gestão (SICG), banco de dados utilizado pelo
mente o torna científico. Os defensores da astrologia utilizam uma referido instituto, no qual são inseridas informações relativas aos
coleção de argumentos comuns para defender o status científico da sítios arqueológicos identificados. Entretanto, ainda há uma grande
disciplina, como o fato de ela estudar o movimento dos planetas, quantidade de sítios arqueológicos cujas localizações são impreci-
basear-se em cálculos matemáticos para a compreensão do movi- sas ou desconhecidas, motivo pelo qual são desenvolvidos proje-
mento dos astros, possuir softwares específicos para a constituição tos de recadastramento/georreferenciamento e sinalização. Essas
das predições, além de ter um conjunto rebuscado de pressupostos ações, além de assegurarem uma maior precisão às informações
e relações complexas entre eventos, apresentados de forma racio- dos sítios já conhecidos, contribuem para que novos sítios sejam
nalmente articulada.⁽b⁾ Além disso, também é comum em muitas identificados e, assim, cadastrados.
pseudociências os seus defensores desqualificarem⁽c⁾ os críticos, As informações sobre os sítios arqueológicos chegam ao conhe-
argumentando que eles desconhecem a matéria e não estão ap- cimento do IPHAN por meio da própria comunidade, especialmente
tos a criticá-la. Saber reconhecer os parâmetros que caracterizam das comunidades indígenas, e também por meio dos projetos liga-
o conhecimento científico é suficiente, na maioria dos casos, para dos ao licenciamento ambiental.
identificar a qualidade da produção das evidências por meio da apli- As datações arqueológicas obtidas para o estado de Roraima
cação do método, para compreender a qualidade do que produzem remontam ao período pré-colonial e também ao pré-histórico,
a astrologia e outras pseudociências. É claro que somada a isso está como é o caso dos sítios Arara Vermelha (em São Luiz do Anauá),
a robusta falta de evidências para sustentar que as predições astro- Pedra Pintada (Pacaraima) e Ruínas do Forte São Joaquim do Rio
lógicas sejam de alguma valia para explicar a realidade. Branco (Bonfim).
Por motivos como esse, julgo fundamental que os cientistas O sítio Arara Vermelha, também conhecido como Pedra do Sol,
devam sempre se esforçar para divulgar as características de como é um abrigo sob rocha com um conjunto diversificado de gravuras
a ciência funciona. Estou seguro de que, se tais princípios pudes- rupestres (marcas realizadas por pessoas nas superfícies das rochas
sem ser amplamente compreendidos pela população geral, mesmo com ferramentas feitas de pedra retirada de matéria rochosa), em
aquela que não tem oportunidade de passar por uma formação que predominam temáticas abstrato-geométricas, sendo as zoo-
científica, diversas crenças em sistemas pseudocientíficos seriam morfas (formas de animais) e as antropomorfas (formas humanas)
tratadas⁽d⁾ com maior ceticismo. As pessoas poderiam ser capazes encontradas em menor quantidade. O sítio é uma importante fonte
de julgar com maior relatividade as próprias crenças, o que é um de estudo para a arqueologia amazônica por ser um dos poucos
dos motivos mais relevantes de por que a ciência é um empreendi- locais conhecidos na região onde há gravuras em abrigo, associadas
mento tão eficiente em melhorar nossa condição de vida e nos dar a um depósito sedimentar com alto potencial arqueológico e bem
ferramentas úteis para responder as questões que fazemos sobre o preservado.
universo. Associo-me a Sagan quando ele argumenta, em O mun- Internet: <www.gov.br> (com adaptações).
do assombrado pelos demônios, que faltam, nas escolas de nossas A correção gramatical e o sentido do texto CG1A1-I seriam
crianças e de nossos adolescentes, estratégias que permitam⁽a⁾ ad- mantidos caso a forma verbal “há”, em “há gravuras em abrigo”,
mirar a ciência, mais do que simplesmente decorar o conhecimento fosse substituída por
(A) podem haver.
(B) tinham.
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(C) existiu. imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos


(D) existem que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou
bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de
16. CEBRASPE (CESPE) - PPE (SERES PE)/SERES PE/2022 nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imagina-
e Nominal) ção faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é
Texto CG1A1-I um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e
Uma das coisas mais difíceis, tanto para uma pessoa quanto sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos in-
para um país, é manter sempre presentes diante dos olhos os três teiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para
elementos do tempo: passado, presente e futuro. Ter em mente es- ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que
ses três elementos é atribuir uma grande importância à espera, à esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu
esperança, ao futuro; é saber que nossos atos de ontem podem ter comportamento, precisava imaginá-los.
consequências em dez anos e que, por isso, pode ser necessário Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o
justificá-los; daí a necessidade da memória, para realizar essa união mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adapta-
de passado, presente e futuro. ções
Contudo, a memória não deve ser predominante na pessoa. A Considerando a correção gramatical das substituições propos-
memória é, com frequência, a mãe da tradição. Ora, se é bom ter tas para vocábulos e trechos do texto CG1A1-I, julgue os itens se-
uma tradição, também é bom superar essa tradição para inventar guintes.
um novo modo de vida. Quem considera que o presente não tem I “dos milhares” (segundo período) por das milhares
valor e que somente o passado deve nos interessar é, em certo sen- II “parecer” (quarto período) por parecerem
tido, uma pessoa a quem faltam duas dimensões e com a qual não III “entrar” (sexto período) por entrarem Assinale a opção cor-
se pode contar. Quem acha que é preciso viver o agora com todo o reta.
ímpeto e que não devemos nos preocupar com o amanhã nem com (A) Nenhum item está certo.
o ontem pode ser perigoso, pois crê que cada minuto é separado (B) Apenas o item I está certo.
dos minutos vindouros ou dos que o precederam e que não existe (C) Apenas o item II está certo.
nada além dele mesmo no planeta. Quem se desvia do passado e (D) Apenas os itens I e III estão certos.
do presente, quem sonha com um futuro longínquo, desejável e de- (E) Todos os itens estão certos.
sejado, também se vê privado do terreno contrário cotidiano sobre
o qual é preciso agir para realizar o futuro desejado. Como se pode 18. CEBRASPE (CESPE) - PROF (JOINVILLE)/PREF JOINVILLE/
ver, uma pessoa deve sempre ter em conta o presente, o passado EDUCAÇÃO INFANTIL/2022
e o futuro. Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal
Frantz Fanon. Alienação e liberdade. São Paulo: Ubu, 2020, p. 264- e Nominal)
265 (com adaptações). Texto CB1A1
No texto CG1A1-I, existe relação de concordância do termo Vivemos em um contexto de profundas mudanças societárias
(A) “presentes” com “coisas mais difíceis”, no primeiro período que refletem diretamente na vida dos indivíduos e presenciamos
do primeiro parágrafo. uma desigualdade social cada vez mais acentuada. É justamente
(B) “necessário” com “isso”, no segundo período do primeiro nessa conjuntura de profundas mudanças sociais, de mutações do
parágrafo. mundo do trabalho e acirramento da questão social que necessi-
(C) “predominante” com “memória”, no primeiro período do tamos compreender o sistema educacional e suas implicações no
segundo parágrafo. cotidiano escolar, permeado de conflitos oriundos dos diferentes
(D) “perigoso” com “ontem”, no quinto período do segundo sujeitos que o compõem.
parágrafo. As novas configurações da sociedade no sistema capitalista —
(E) “preciso” com “o qual”, no sexto período do segundo pa- que repercutem diretamente nos mais diferentes espaços da vida
rágrafo. cotidiana — são, na realidade, reflexos do agravamento da ques-
tão social: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho
17. CEBRASPE (CESPE) - AG POL (PC RO)/PC RO/2022 torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação de seus
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal frutos se mantém privada, monopolizada por apenas uma parte da
e Nominal) sociedade.
Texto CG1A1-I A educação é um processo que se desenvolve historicamente,
No meio científico, a imaginação é conhecida como especula- num tempo dinâmico e num espaço que sofre transformações cons-
ção e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma tantes, tendo como característica a preocupação com a formação
ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação do ser humano em sua plenitude, com a perspectiva de transformar
de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de con- a sociedade em benefício de seus sujeitos. Entendendo-se a educa-
versa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até ção como componente de um contexto histórico-social, o trabalho
mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estu- dos diferentes profissionais nesse espaço sócio-ocupacional deve
do quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam ser realizado com uma visão totalizadora da realidade social, a par-
parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência tir de uma concepção crítica das questões inerentes ao processo
e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. educacional e, consequentemente, à vida humana.
Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei
com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos
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LÍNGUA PORTUGUESA

Ora, se a educação deve ser compreendida dentro de um con- compreendam serviços e programas de emprego e contratos espe-
texto histórico-social, as diferentes áreas e profissões cuja atuação ciais para jovens; da promoção do respeito aos direitos trabalhistas
se desenvolve na efetivação dessa política social necessitam de es- e do trato não discriminatório dos jovens; além de políticas públicas
tratégias de ação com o objetivo de estimular o processo de cons- que estimulem e desenvolvam a oferta de emprego pelas empre-
cientização dos indivíduos numa perspectiva transformadora da sas, desde políticas de desenvolvimento e diversificação produtiva
realidade. até o apoio às pequenas e médias empresas.
A educação em sua forma emancipadora pode ser vista como Entre as modalidades de programas para fomentar o emprego
um instrumento de luta pelos direitos do cidadão, contribuindo juvenil, as alianças público-privadas desempenhampapel essencial,
para a formação de um sujeito crítico e consciente, um ser humano pois representam um campo fértil para a responsabilidade social
apto ao questionamento e à tomada de decisões. Assim, a escola empresarial e podem ser centrais para o desenvolvimento compe-
seria o espaço capaz de produzir uma formação ampla para o indiví- titivo das empresas.
duo, auxiliando-o na construção do conhecimento e da convivência Internet: <www.ilo.org> (com adaptações).
humana e social, política e cultural. O principal assunto do texto CB1A1-I é
Cirlene Aparecida H. S. Oliveira. O significado do trabalho inter- (A) a incorporação das novas tecnologias aos modelos de negó-
disciplinar na escola. In: Célia Maria David et al. (Orgs). Desafios cios das empresas.
contemporâneos da educação. 1 ed. São Paulo: Cultura Acadêmi- (B) a importância de programas governamentais de qualifica-
ca, 2015, p. 238–239 (com adaptações). ção profissional dos jovens.
Em relação à concordância nominal e verbal no texto CB1A1, (C) o papel do Estado no desenvolvimento produtivo para a
assinale a opção correta. ocupação funcional da juventude.
(A) No primeiro parágrafo, a flexão da forma verbal “compõem” (D) o impacto das novas tecnologias na empregabilidade dos
na terceira pessoa do plural justifica-se pela concordância do jovens.
verbo com o termo “conflitos”, que é o sujeito da última oração (E) o papel crucial da educação para o incremento da oferta de
do parágrafo. emprego aos jovens.
(B) No segundo parágrafo, o termo “monopolizada” está fle-
xionado no feminino singular porque concorda em gênero e 20. CEBRASPE (CESPE) - ACI (CGDF)/CG DF/FINANÇAS E
número com a expressão “uma parte da sociedade”. CONTROLE/2023 Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de
(C) Estariam mantidas a correção gramatical e as relações co- Textos (Compreensão)
esivas estabelecidas no primeiro período do terceiro parágrafo Texto CB1A1
caso se substituísse “tendo” por e têm. Percebe-se no Brasil um persistente discurso de negativação da
(D) Estaria mantida a correção gramatical do último parágrafo atividade fiscal, do Estado fiscal, ainda marcado por figuras arcai-
do texto caso se substituísse o termo “vista” por visto, dada cas como a do “leão” do imposto de renda, a tão repetida expres-
a possibilidade gramaticalmente prevista de concordância, em são “carga tributária”, entre outras. Essa “demonização” do fisco
estruturas de voz passiva, do particípio com o elemento que o em muito se justifica por uma deslegitimação do Estado brasileiro
segue, qual seja o vocábulo “instrumento”. como um todo e, na seara tributária, especialmente por não sentir
(E) No quarto parágrafo, a flexão da forma verbal “se desenvol- retorno a população em relação ao quanto é onerada. Frise-se, po-
ve” na terceira pessoa do singular justifica-se pela concordân- rém, que essa imagem negativa é, às vezes, patrocinada por quem
cia do verbo com o termo “atuação”, que é o núcleo do sujeito ideologicamente julga desnecessária uma tributação nas propor-
da oração. ções em que o Estado brasileiro vem aplicando.
Nesse cenário, percebe-se, com linhas mais nítidas, um fenô-
19. CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT8/TRT 8/ADMINISTRATI- meno que acompanha toda a história tributária do homem: o da
VA/2023 oposição social aos tributos, entendida aqui não como uma predis-
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Tex- posição “natural”, “inata” dos contribuintes, mas como todo des-
tos (Compreensão) vio que afasta o contribuinte do cumprimento de uma obrigação
Texto CB1A1-I tributária, não sendo naturais as causas que o levam a resistir. O
A 4.ª revolução industrial, marcada por avanços tecnológicos contribuinte resiste diante da cobrança de uma tributação ilícita;
exponenciais, está produzindo uma transformação acelerada das diante da cobrança ou da instituição de um tributo por um governo
ocupações e dos requisitos de habilidades necessárias ao ingresso ou legislador ilegítimo; diante da possibilidade de se praticar uma
dos jovens no mundo do trabalho. A demanda por novas qualifica- conduta tributária menos onerosa, tendo o contribuinte a liberdade
ções aumenta, e a obsolescência das existentes se acelera; além e o direito de resistir à tributação mais severa; e, no caso dos crimes
disso, muitas atividades rotineiras estão sujeitas à robotização ou à contra a ordem tributária, quando apenas há a vontade livre e cons-
substituição por máquinas inteligentes. ciente de cometer o crime.
Embora essa nova realidade possa abrir grandes oportunida- A resistência fiscal, assim, tem um conteúdo que ora se dis-
des, a transformação acelerada das ocupações gera também o risco tancia dos conceitos clássicos de direito de resistência (objeção de
de maior desigualdade. consciência, desobediência civil, greve
O mundo tecnológico que emerge exige novas qualificações, ou política, direito de revolta, entre outros), ora se aproxima des-
mesmo novas alfabetizações, uma vez que as habilidades do século ses mesmos conceitos. É quando se veem na literatura, especial-
XXI estão em processo de redefinição radical, o que reforça a impor- mente na estrangeira, expressões como “direito de resistência fis-
tância de educação de qualidade e formação profissional dos jovens cal”, “objeção fiscal”, “desobediência fiscal”, “greve fiscal”, “revolta
para melhorar a empregabilidade e facilitar a transição da educa- fiscal”, “rebelião fiscal”. Entre outras, tais expressões relacionam-se
ção para o trabalho; de políticas ativas de mercado de trabalho que
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com os conceitos de “direito de resistência” e de “resistência fiscal”, 21. CEBRASPE (CESPE) - GCM (BOA VISTA)/PREF BOA VIS-
tomados como dois gêneros em que algumas espécies coincidem, TA/2023
mas que também possuem pontos incomunicáveis. Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Tex-
Com efeito, dado que seja gênero de múltiplas espécies, po- tos (Compreensão)
dem ser elencadas como modalidades de resistência fiscal: a) a re-
sistência à Texto CG1A2-I
cobrança de tributos ilícitos/inconstitucionais, que tem total Em épocas remotas, as mulheres se sentavam na proa das ca-
amparo no princípio constitucional da legalidade tributária, tendo noas e os homens, na popa. As mulheres caçavam e pescavam. Elas
os contribuintes direito de resistir a essa tributação ilegal/incons- saíam das aldeias e voltavam quando podiam ou queriam. Os ho-
titucional; b) a resistência à cobrança ou à instituição de tributos mens montavam as choças, preparavam a comida, mantinham ace-
que, mesmo amparados na lei e na Constituição Federal de 1988, sas as fogueiras contra o frio, cuidavam dos filhos e curtiam as peles
são, porém, rechaçados pela sociedade, considerados ilegítimos de abrigo. Assim era a vida entre os índios onas e os yaganes, na
pela população, ou rechaçados por camada social que se veja preju- Terra do Fogo, até que um dia os homens mataram todas as mulhe-
dicada com sua instituição; c) o crime tributário, que não passa de res e puseram as máscaras que as mulheres tinham inventado para
uma ofensa deliberada à lei; e d) a resistência lícita, na qual se opta aterrorizá-los. Somente as meninas recém-nascidas se salvaram do
por alternativa legal menos onerosa ou pela abstenção de conduta extermínio. Enquanto elas cresciam, os assassinos lhes diziam e re-
tributável. petiam que servir aos homens era seu destino. Elas acreditaram.
A história mostrou que a resistência fiscal, por mais que pareça Também acreditaram suas filhas e as filhas de suas filhas.
natural e inevitável a toda realidade tributária, teve proporções me-
nores em regimes considerados mais democráticos, uma vez que os Eduardo Galeano. A autoridade. In: Mulheres. Internet: <www.
abusos e o arbítrio das autoridades foram, em muitas sociedades, lpm.com.br> (com adaptações).
as principais causas para a recusa ao pagamento dos tributos. Veri-
fica- se, assim, uma razão inversamente proporcional entre o quan- Infere-se do texto CG1A2-I que, nas citadas comunidades indí-
tum democrático de um regime político e a resistência social aos genas, as mulheres
tributos por ele instituídos. Assim, a democracia participativa, em (A) rejeitavam os homens.
superação aos modelos clássicos e insuficientes da representação (B) exploravam os homens.
ou do exercício semidireto do poder, aponta para uma “relegitima- (C) coagiam os homens.
ção” do Estado fiscal, na qual a sociedade passa a tomar parte de (D) assustavam os homens.
espaços de decisões políticas.
A sociedade contribuinte deve-se preocupar, portanto, no ca- 22. CEBRASPE (CESPE) - GM (SÃO CRISTÓVÃO)/PREF SÃO
minho a ser trilhado em direção a uma educação (para a cidada- CRISTÓVÃO/2023 Língua Portuguesa (Português) - Interpretação
nia) fiscal, não apenas com a “carga tributária”, mas com o destino de Textos (Compreensão)
das arrecadações e com os gastos públicos. Nesse sentido, já exis-
tem alguns avanços, como o da Lei n.º 12.741/2012, que obrigou, Texto CB1A7
como direito básico dos consumidores, informarem-se os tributos Quando está triste, coxeia. É assim desde o começo, quando
incidentes e repassados no preço dos produtos, e os programas de deu os primeiros passos agarrado ao armário branco da casa de
educação fiscal ligados aos órgãos fiscais da União, dos estados e seus pais. Começou a andar direito e assim prosseguiu o caminho
das capitais. Muito ainda, porém, estão alheios os cidadãos acerca habitual dos homens, mas sempre que alguma coisa correu menos
do que o Estado arrecada e, mais ainda, de como gastam os gover- bem (uma bolacha que lhe foi recusada, uma sopa que o forçaram
nantes tais recursos, o que pode aumentar os índices de resistência a sorver, um grito que ouviu a meio do dia, um beijo que lhe foi
fiscal na sociedade brasileira. deixado em suspensão) ele perdeu a força numa das pernas. Hoje,
<R>Isaac Rodrigues Cunha. Resistência fiscal, democracia e edu- varado de saudade da ex-mulher, caminha sozinho e coxo pelas ruas
cação tributária: fundamentos para uma fiscalidade democrático- escuras da aldeia. Não se preocupa nem um pouco com a chuva que
-participativa por meio de uma “pedagogia fiscal”. Universidade o encharca da cabeça aos pés, nem com o frio. Leva sim a mão à
Federal do Ceará, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Gradua- perna direita como quem tenta trazê-la à razão. E pela primeira vez
ção em Direito, Fortaleza, 2017 (com adaptações). em quarenta anos repara: a dor não vem do joelho nem do pé, nem
Entende-se da leitura do texto CB1A1 que a “resistência fiscal” sequer vem do osso epicôndilo medial. É o nervo ciático que lhe
é dói. Atravessa-lhe a perna inteira mas insiste mesmo é na coxa. A
(A) fenômeno inexistente no Brasil. mesma sob a qual todos aqueles que lhe fizeram promessas coloca-
(B) fonte de insatisfação dos cidadãos. ram a mão, mas logo em velocidade a retiraram. Continua então o
(C) movimento verificável em diversas sociedades ao longo da seu caminho pela aldeia, agarrado aos muros brancos, sem grande
história. epifania, só mais dorido que o habitual. Coxeia, porque quando está
(D) consequência de políticas públicas que promovem justiça triste ele coxeia.
social. Matilde Campilho. In: Flecha. São Paulo: Editora 34, 2022.
Infere-se do texto CB1A7 que o personagem manca em razão
de
(A) uma deformidade de nascença.
(B) questões emocionais.
(C) sequela de um acidente.
(D) doenças adquiridas na infância.
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23. CEBRASPE (CESPE) - ADP (DPE RO)/DPE RO/ADMINISTRAÇÃO/2022


Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)

Texto CG1A1-I
O terror torna-se total quando independe de toda oposição; reina supremo quando ninguém mais lhe barra o caminho. Se a legalidade
é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a essência da tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário. O terror é a
realização da lei do movimento.
O seu principal objetivo é tornar possível, à força da natureza ou da história, propagar-se livremente por toda a humanidade, sem o
estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o terror procura “estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da natureza
ou da história. Esse movimento seleciona os inimigos da humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode permitir que
qualquer ação livre, de oposição ou de simpatia, interfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou da natureza, da classe ou
da raça. Culpa e inocência viram conceitos vazios; “culpado” é quem estorva o caminho do processo natural ou histórico que já emitiu
julgamento quanto às “raças inferiores”, quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizantes e povos decadentes”. O terror
manda cumprir esses julgamentos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente inocentes: os assassinados porque nada
fizeram contra o regime, e os assassinos porque realmente não assassinaram, mas executaram uma sentença de morte pronunciada por
um tribunal superior. Os próprios governantes não afirmam serem justos ou sábios, mas apenas executores de leis, teóricas ou naturais;
não aplicam leis, mas executam um movimento segundo a sua lei inerente.
No governo constitucional, as leis positivas destinam-se a erigir fronteiras e a estabelecer canais de comunicação entre os homens,
cuja comunidade é continuamente posta em perigo pelos novos homens que nela nascem. A estabilidade das leis corresponde ao cons-
tante movimento de todas as coisas humanas, um movimento que jamais pode cessar enquanto os homens nasçam e morram. As leis
circunscrevem cada novo começo e, ao mesmo tempo, asseguram a sua liberdade de movimento, a potencialidade de algo inteiramente
novo e imprevisível; os limites das leis positivas são para a existência política do homem o que a memória é para a sua existência histórica:
garantem a preexistência de um mundo comum, a realidade de certa continuidade que transcende a duração individual de cada geração,
absorve todas as novas origens e delas se alimenta.
Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico é tão fácil, porque o governo totalitário tem de conduzir-se como uma
tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. Mas o terror total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbitrária, e a sua
fúria não visa ao benefício do poder despótico de um homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra todos. Em lugar das
fronteiras e dos canais de comunicação entre os homens individuais, constrói um cinturão de ferro que os cinge de tal forma que é como
se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só-Homem de dimensões gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os homens — como o faz
a tirania — significa tirar dos homens os seus direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o espaço entre os homens,
delimitado pelas leis, é o espaço vital da liberdade.

Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Internet:<www.dhnet.org.br> (com adaptações).

Infere-se do texto CG1A1-I que, na lógica que rege o tribunal do terror, além dos assassinados, também são subjetivamente inocentes
os assassinos, porque estes
(A) apenas executam as leis do regime totalitário.
(B) são vítimas do regime totalitário.
(C) devem obediência aos seus governantes.
(D) buscam justiça.
(E) são privilegiados pelo regime totalitário.

24. CEBRASPE (CESPE) - TDP (DPE RO)/DPE RO/OFICIAL DE DILIGÊNCIA/2022 Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de
Textos (Compreensão)

Texto CG2A1-I
Durante os séculos XXI a XVII a.C., já era possível encontrar indícios do direito de acesso à justiça no Código de Hamurabi, cujas leis
foram embasadas na célebre frase “Olho por olho, dente por dente”, da Lei de Talião. O código definia que o interessado poderia ser ouvido
pelo soberano, que, por sua vez, teria o poder de decisão.
Em nível global, o acesso à justiça foi ampliado de forma gradual, juntamente com as transformações sociais que ocorreram durante
a história da humanidade.
Com a derrota de Hitler em 1945 e, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil participou contra as ditaduras na-
zifascistas — devido à entrada dos Estados Unidos da América no conflito, liderando e coordenando os esforços de guerra dos países do
Eixo dos Aliados —, o mundo foi tomado pelas ideias democráticas, e o regime autoritário do Estado Novo (iniciado em 1937) já não se
podia manter.
Foi somente com a Constituição de 1946 que o acesso à justiça foi materializado, prevendo-se que a lei não poderia excluir do Poder
Judiciário qualquer violação de direitos individuais. Esse foi um grande avanço da legislação brasileira, mas não durou muito, já que, quase
vinte anos depois, durante o regime militar (1964-1985), o acesso ao Poder Judiciário foi bastante limitado. Nos anos de 1968 e 1969, com
a emissão dos atos institucionais, as condutas praticadas por membros do governo federal foram excluídas da apreciação judicial.

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A partir de 1970, o Brasil começou a caminhar para a consagra- que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a
ção efetiva do direito de acesso à justiça, com a intensificação da sua dramaturgia, a exposição da crueldade ao estado puro. É, pois,
luta dos movimentos sociais por igualdade social, cidadania plena, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere
democracia, efetivação de direitos fundamentais e sociais e efetivi- à violência o status de irracionalidade. No entanto, as razões dessa
dade da justiça. irracionalidade raramente são explicitadas e, frequentemente, dei-
Em 1988, foi promulgada a atual Constituição Federal, que ma- xam de existir quando o recipiente de atos violentos é o “inimigo”.
terializou expressamente o acesso à justiça em seu artigo 5.º, inciso Angel Pino. Violência, educação e sociedade: um olhar sobre o
XXXV, como direito fundamental de todos os brasileiros e estrangei- Brasil contemporâneo. In: Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100, p.
ros residentes no Brasil. 763-785, out./2007 (com adaptações).
Nesse sentido, o legislador constituinte não só concedeu a
possibilidade de acesso aos tribunais, como também estabeleceu a O foco do autor do texto CG1A1-I é defender a ideia de que
criação de mecanismos adequados para garanti-la e efetivá-la. (A) a irracionalidade é elemento característico da violência ex-
O acesso à justiça deve ser compreendido, assim, como o aces- trema.
so obtido tanto pelos meios alternativos de solução de conflitos de (B) a razão é paradoxalmente capaz de lidar com o antagonis-
interesses quanto pela via jurisdicional e das políticas públicas, de mo e a diversidade.
forma tempestiva, adequada e eficiente, a toda e qualquer pessoa. (C) a violência está associada a ameaças reais identificadas pela
É a pacificação social com a realização do escopo da justiça. razão.
(D) a irracionalidade é uma explicação falaciosa para a violência
Internet: <www.politize.com.br> (com adaptações). extrema.
(E) a aplicação de mecanismos racionais transforma perigos ir-
Infere-se do texto CG2A1-I que o acesso à justiça reais em fatos.
(A) é concedido aos brasileiros natos e, com restrições, aos es-
trangeiros de qualquer nacionalidade naturalizados brasileiros,
ainda que não residam no Brasil. GABARITO
(B) é concedido ao cidadão brasileiro por decisão do Poder Ju-
diciário.
(C) é definido na Constituição Federal de 1988, mas não tem
1 D
efetividade no mundo real.
(D) representa a prerrogativa exclusiva dos brasileiros de bus- 2 D
car a tutela de seus direitos por meio da atuação de um ma- 3 D
gistrado. 4 B
(E) constitui, no Brasil, o direito de ter à disposição o meio
constitucionalmente previsto para pleitear e alcançar a tutela 5 B
jurisdicional do Estado. 6 A
7 D
25. CEBRASPE (CESPE) - DEL POL (PC PB)/PC PB/2022
Assunto: Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Tex- 8 A
tos (Compreensão) 9 C
Texto CG1A1-I 10 D
Um problema no estudo da violência é sua relação com a ra-
cionalidade. Os atos violentos mais graves, praticados com requin- 11 D
tes de crueldade, são vistos pela mídia e pela opinião pública como 12 C
atos irracionais. Ora, se a violência é irracional, não é por ser obra 13 A
de um ser desprovido de razão, mas por ser, paradoxalmente, o pro-
duto de uma razão perigosamente racional. É o que ocorre quando 14 D
certos mecanismos racionais, como a simplificação, que reduz tudo 15 D
a um único princípio explicativo, e a polarização, que vê a realidade 16 C
como feita unicamente de elementos antagônicos e irreconciliáveis,
17 A
deixam o indivíduo sem alternativas. Esses mecanismos traduzem a
racionalidade de uma razão incapaz de lidar com os antagonismos, 18 E
as diferenças e a diversidade. 19 D
Portanto, o problema que levanta a violência é muito menos
20 C
o da irracionalidade do que o de uma racionalidade repleta de “ra-
zões” para não se deter diante de limites estabelecidos pela própria 21 D
razão humana. É a razão que, amplificando os conflitos, reduzindo 22 B
as alternativas ao impasse e superdimensionando os defeitos dos
23 A
outros, cria os cenários em que florescem as ideologias legitima-
doras da violência. Em outras palavras, o problema da violência 24 E
está intimamente ligado ao problema das relações sociais, em que 25 D
a existência do outro aparece como ameaça real ou imaginária. O
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ANOTAÇÕES

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LÍNGUA INGLESA

• Informação não-verbal: é toda informação dada através de


COMPREENSÃO DE TEXTO ESCRITO EM LÍNGUA INGLESA. figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de-
seja transmitir.
Reading Comprehension • Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
assustador. vés do contexto.
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do • Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
em nada, tudo pode ficar mais claro. inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: portuguesa.
• Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
Inglês Instrumental modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental composta por um prefixo ou sufixo.
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
penhar a atividade de leitura em uma área específica. entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
Estratégias de leitura hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
ler, etc. sugere.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA A COMPREENSÃO
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- DOS CONTEÚDOS SEMÂNTICOS.
dade, significa “avaliação”.
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e Dentre os muitos tópicos gramaticais da língua inglesa, alguns
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. se fazem primordiais para a compreensão textual e a contextuali-
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que zação da comunicação no idioma. Os tempos verbais são as princi-
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário pais gramáticas a serem estudadas para uma melhor compreensão
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar- do idioma por completo. Ao realizar a interpretação de um texto,
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- deve-se levar o tempo verbal em consideração para que se possa
ria, por exemplo. contextualizar o momento ao qual a fala se refere. Confira a seguir.

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LÍNGUA INGLESA

Simple present Observe que apenas no caso dos pronomes em terceira pes-
O simple present ou o presente simples é marcado por dois soa (he, she, it), o verbo se modificou. Nos demais sujeitos o verbo
verbos auxiliares específicos DO e DOES. A conjugação verbal no mantem sua forma original do infinitivo.
tempo presente da língua inglesa é simples e se divide entre grupos
de sujeitos. No infinitivo, ou seja, quando terminados em “ar”, “er”, Há ainda o uso dos verbos auxiliares DO e DOES em frases
“ir” no português, o verbo leva “to” em inglês, veja a seguir. negativas e interrogativas no presente simples do inglês. E, assim
• Comer – to eat como a conjugação verbal, os auxiliares são divididos em dois gru-
• Beber – to drink pos de acordo com os sujeitos:
• Andar – to walk • DO para I, You, We, They e You (plural).
• DOES para He, She e It.
Todos os verbos no presente mantêm uma conjugação básica,
muito mais simples que a do português para cada sujeito. Basta re- Na negativa, o verbo auxiliar do ou does é somado ao not (não),
tirar o “to” do infinitivo para serem conjugados com os sujeitos I, podendo sofrer uma contração, comum da linguagem informal.
you, we, they e you (plural). Veja: • Do not = don’t
• I eat – Eu como • Does not = doesn’t
• You eat – Você come/ Tu comes
• We eat – Nós comemos Sendo assim, no presente acrescentam-se estes auxiliares ao
• They eat – Eles comem modo negativo para formular uma frase negativa. O verbo que o
• You eat – Vocês comem/ Vós comeis segue, porém, retorna ao seu estado primário (infinitivo sem “to”)
em todos os casos quando as frases estão na forma negativa. Veja:
No caso dos pronomes na terceira pessoa (he, she e it), acres- • You do not enjoy this song. / You don’t enjoy this song
centa-se ao verbo o s conjuga-los adequadamente no tempo pre- (Você não gosta desta canção)
sente; para saber quando usar casa partícula, é necessário atentar- • She does not understand English / She doesn’t understand
-se ao final de cada verbo. Veja: English.
• She speaks Spanish. (Ela não entende inglês)
• My brother enjoys watching movies.
• Anne visits her family on weekends Em frases interrogativas os verbos auxiliares do presente são
postos no início da frase e o verbo retorna para seu estado infinitivo
A grande maioria dos verbos recebem a terminação em s no sem o “to”. Confira:
inglês, em especial os terminados em sons consonantais de p, t, k • Do you enjoy watching TV? (Você gosta de assistir TV?)
ou f ou sons vogais. Mas encontramos algumas exceções também • Do Anna and Joe undertand the text? (Anna e John entendem
em que devemos acresentar es ou ies ao final do verbo, no caso de o texto?)
verbos terminados em y, em ch, em sh, em x, em s ou em z. • Does she work at a store? (Ela trabalha em uma loja?)
Em verbos a terminação consoante + y, acrescenta-se o “ies”. • Does Matt speak Mandarin? (Matt fala mandarim?)
Confira alguns exemplos de verbos que se encaixam nesta regra. E assim formamos as bases das estruturas do tempo presente
• To study – She studies math. (Ela estuda matemática) na língua inglesa.
• To try – He tries to practice sports. (Ele tenta praticar espor-
tes) Simple past
• To fry – John fries potatoes in oil. (John frita batatas no óleo) O passado simples no inglês segue uma estrutura ainda mais
• To copy – Lucy copies the text. (Lucy copia o texto) simplificada do que o próprio presente simples. O auxiliar DID é res-
• To reply – He replies with a text. (Ele responde com uma men- ponsável por formular frases negativas e interrogativas. E os verbos
sagem) são divididos entre verbos regulares e irregulares.

Há, porém, uma exceção para a regra do “y”. Em verbos que Verbos regulares
seguem a ordem de consoante, vogal e consoante (cvc) em sua ter- Os verbos regulares da língua inglesa possuem uma termina-
minação, acrescenta-se apenas o “s”. Confira: ção padrão -ED. No tempo passado, todas as regras se aplicam a
• To play - She plays the guitar. (Ela toca violão) todos os sujeitos, sem diferenciação.
• To stay – It stays there (Fica lá) • She loved the movie.
• To enjoy – He enjoys playing the piano. (Ele gosta de tocar o • We learned a new lamguage.
violão) • Joseph cooked a tasty dish.
Verbos terminados em ch, sh, s, z ou x, terminam “es”. Observe:
• To touch – He touches his nose. (Ele toca seu nariz) Verbos irregulares
• To press – Mary presses the button. (Maria aperta o botão) Os verbos irregulares possuem variações diversas e não se-
• To buzz – The noise buzzes across the room. (O barulho zum- guem uma regra. São, portanto, um tema que precisa de mais aten-
be pela sala) ção e estudo para que a memorização seja efetiva. O uso cotidiano
• To crash – The bus crashes against the wall (O ônibus bate dos verbos pode auxiliar a aprender sua forma no passado, quando
contra o muro) verbo irregular. Confira a seguir uma tabela de verbos irregulares
• To fix – The man fixes the sink. (O homem conserta a pia) em inglês.

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LÍNGUA INGLESA

INFINITIVO PASSADO SIMPLES SIGNIFICADO to draw drew desenhar, extrair, sair


to arise arose erguer, levantar to drink drank beber
to awake awoke acordar, despertar to drive drove dirigir, guiar
to be was / were ser, estar, ficar to eat ate comer
to bear bore suportar, aguentar cair, desaguar,
bater, espancar, su- to fall fell abater-se, decrescer,
to beat beat diminuir
perar, vibrar, palpitar
to become became tornar-se to feed fed alimentar, nutrir
to begin began começar, iniciar to feel felt sentir, notar
curvar, entortar, fran- to fight fought lutar, brigar
to bend bent
zir, dirigir, desistir to find found achar, encontrar
to bet bet apostar fugir, escapar, evitar,
to flee fled
oferecer, convidar, correr
to bid bade ordenar, desejar, to fling flung lançar, arremessar
leiloar to fly flew voar
to bind bound atar, amarrar, obrigar to forbid forbade proibir
to bite bit morder, engolir a isca to forget forgot esquecer(-se)
sangrar, perder to forgive forgave perdoar
to bleed bled
sangue;
to get got obter, conseguir
soprar, assobiar, fazer
to blow blew to give gave dar
soar
quebrar, romper, to go went ir
to break broke
violar crescer, florescer,
to grow grew
procriar, gerar, fazer germinar
to breed bred criação, educar, en- to hang hung pendurar, suspender
sinar to have had ter, possuir
to buy bought comprar ouvir, escutar, ter
to hear heard
arremessar, jogar, notícias
to cast cast
derrubar, moldar esconder(-se),
to hide hid
pegar, capturar, en- ocultar
to catch caught
tender, adquirir to hit hit bater, chocar-se
escolher, selecionar, to hold held segurar, agarrar
to choose chose
preferir
to hurt hurt ferir(-se), machucar
pegar-se, unir-se,
to cling clung manter, conservar,
aderir to keep kept
preservar
to clothe clothed vestir, cobrir
to kneel knelt ajoelhar-se
to come came vir, chegar
to knit knit tricotar
to cost cost custar
to know knew saber, conhecer
engatinhar, arrastar-
to creep crept -se no chão, andar de pôr, colocar, derru-
to lay laid
rasto bar, deitar
to crow crew cacarejar conduzir, liderar,
to lead led
dirigir, comandar
cortar, partir, reduzir,
to cut cut saltar, pular, trans-
recortar, castrar
to leap leapt portar, cobrir (os
dar, distribuir, repar- animais)
to deal dealt tir, dividir, espalhar,
negociar aprender, ficar
to learn learnt
sabendo
to dig dug cavar, escavar
to leave left partir, deixar, sair
to do did fazer

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LÍNGUA INGLESA

to lend lent emprestar chorar, lacrimejar;


to tear tore
to lose lost perder rasgar, rachar
to make made fazer, criar, elaborar to tell told dizer, contar
significar, querer to think thought pensar, achar
to mean meant
dizer to thrive throve ter sucesso
encontrar(-se), reu- to throw threw lançar, atirar
to meet met
nir(-se) to thrust thrust empurrar
to partake partook participar pisar, andar, pôr os
to tread trod
to pay paid pagar pés
to put put pôr, colocar entender, compre-
to understand understood
to quit quit desistir, abandonar ender
to read read ler, interpretar to wake woke acordar
cavalgar, andar de to wear wore vestir, usar, trajar
to ride rode
bibicleta ou carro to weave wove tecer, trançar
soar, tocar (campai- to weep wept chorar
to ring rang
nha, telefone) to wet wet molhar, umedecer
erguer-se, levantar-
to rise rose
-se Em frases negativas no pretérito, usa-se o verbo auxiliar DID
to run ran correr, apressar-se + not ou sua forma contraída, didn’t, comumente usada informal-
mente, e o verbo que vem a seguir, retorna para seu estado “pre-
to see saw ver, perceber sente”, pois o auxiliar já o coloca no tempo passado.
procurar, pedir, • She did not understand it / She didn’t understand it.
to seek sought
almejar (Ela não o entendeu)
to sell sold vender • They did not expect him at 10. / They didn’t expect him at 10.
(Eles não o esperavam às 10)
to send sent enviar, mandar
to set set pôr, dispor, ajustar Em frases interrogativas no pretérito, usa-se o verbo auxiliar
to sew sewed costurar, coser DID no início da frase, antes mesmo do sujeito, e o verbo que vem
a seguir, retorna para seu estado “presente”, pois o auxiliar já o co-
to show showed mostrar, apresentar loca no tempo passado.
cortar em pedaços, • Did you correct the exercise? (Você corrigiu o exercício?)
to shred shred
picar, retalhar, rasgar • Why did he leave the party so soon? (Por quê ele deixou a
to sit sat sentar(-se) festa tão cedo?)
• Did the kids like the candy? (As crianças gostaram do doce?)
to speak spoke falar
to spell spelt soletrar Verb to be
gastar (dinheiro), Um dos tópicos mais importantes do idioma é o verbo ser e
to spend spent estar, o mesmo verbo na língua inglesa, o TO BE. Para expressar
passar (tempo)
sentimentos em inglês é necessário ter conhecimento de diferentes
to spill spilt derramar tempos verbais e do vocabulário adequado. Leia as seguintes fra-
to spin spun girar ses. No tempo verbal presente e passado do to be, há conjugações
to spit spat cuspir específicas para cada sujeito. Confira a conjugação de acordo com
cada sujeito.
to spoil spoilt estragar, destruir
to spread spread espalhar, estender
PRESENTE SIMPLES PRETÉRITO SIMPLES
saltar, lançar-se,
to spring sprang I am I was
libertar-se
(Eu sou/estou) (Eu era/estava)
to stand stood ficar ou pôr-se de pé
You are You were
to steal stole roubar, furtar (Você é/está) (Você era/estava)
to swim swam nadar He is He was
to swing swung balançar (Ele é/está) (Ele era/estava)
to take took tomar, pegar, levar She is She was
to teach taught ensinar (Ela é/está) (Ela era/estava)

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LÍNGUA INGLESA

It is It was • They aren’t going to pay the man. (Eles não vão pagar o ho-
(Ele/Ela é/está) (Ele/Ela era/estava) mem)

We are We were Para representar um futuro mais distante e incerto, usa-se o


(Nós somos/estamos (Nós éramos/estávamos) verbo modal will. Observe sua construção na afirmativa, negativa
You are You were e interrogativa:
(Vocês são/estão) (Vocês eram/estavam) • I think I will go to the movies. (Eu acho que irei ao cinema)
• She will not come home early today. (Ela não virá para casa
They are They were
cedo hoje)
(Eles são/ estão) (Eles eram/estavam)
• We won’t tell your secret. (Nós não contaremos seu segredo)
• Will they be happy if I stay? (Eles ficarão felizes se eu ficar?)
Combinando as diferentes formas verbais do to be, é possível Na negativa o will se junta ao not formando a contração won’t.
expressas sentimentos e emoções como tristeza, alegria, empolga-
ção, medo, surpresa, entre outros. É possível também expressar es- WORD ORDER
tados físicos, mentais e emocionais, falar sobre onde um sujeito se A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
encontra, entre outras possibilidades. no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Na negativa soma-se o not ao verbo em questão, que poderá Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
sofrer uma contração natural do idioma. Observe na tabela: simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
PRESENTE SIMPLES PRETÉRITO SIMPLES mos um advérbio de negação, como “não”.
I am not I was not / wasn’t Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
(Eu não sou/estou) (Eu não era/estava) plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
You are not / aren’t You were not / weren’t mativas.
(Você não é/está) (Você não era/estava) Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
He is not / isn’t He was not / wasn’t Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
(Ele não é/está) (Ele não era/estava) gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
She is not / isn’t She was not / wasn’t
inserir um verbo auxiliar em inglês.
(Ela não é/está) (Ela não era/estava)
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
It is not / isn’t It was not / wasn’t ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
(Ele/Ela não é/está) (Ele/Ela não era/estava) Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
We are not / aren’t We were not / weren’t parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
(Nós não somos/estamos) (Nós não éramos/estávamos) Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
You are not / aren’t You were not / weren’t mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
(Vocês não são/estão) (Vocês não eram/estavam) as imperativas como tell me, stand up e ask her.
They are not / aren’t They were not / weren’t Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
(Eles não são/ estão) (Eles não eram/estavam) que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.

Na interrogativa, há a inversão do verbo e do sujeito. Confira: Sujeito


• Are you happy? (Você está feliz?) O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
• Is she in Rome? (Ela está em Roma?) trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
• Are they here in the city? (Eles estão aqui na cidade?) jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
• Is John busy right now? (John está ocupado agora?) pronomes pessoais.
• Am I bothering you? (Eu estou incomodando você?)
Verbo
Simple future Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
Existem dois tipos de futuro na língua inglesa, com funções se- locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
melhantes, mas diferentes. Para expressar um futuro mais próximo frasal inglesa.
do presente, mais certeiro e planejado, usa-se verb to be + going to Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
e o verbo em questão. Confira a seguir a construção na afirmativa, contrar exemplos em que esta regra não é observada.
negativa e interrogativa: Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
• I am going to visit my mom this weekend. (Eu vou visitar mi- computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.
nha mãe este fim de semana)
• You are not going to speak to the supervisor. (Você não vai Complementos
falar com o supervisor) Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
• Is she going to travel to Bahia next week. (Ela vai viajar para a ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
Bahia na próxima semana?) que são os únicos termos essenciais da oração.

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Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, WHERE = onde


“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- Where are you going tonight?
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe-
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato WHY = por que
executado. Why don’t you come to the movies with us?

WH-QUESTIONS WHEN = quando


Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter “When were you born?” “In 1970.”
informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção HOW = como
apenas de how (como), começam com as letras wh. “How is his sister?” “Fine.”
Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando, WHOSE = de quem
onde”. “Whose dictionary is this?” “John’s.”

WHAT = (o) que, qual Formas compostas de WHAT e HOW


Funciona como sujeito ou objeto da oração.
- WHAT
What makes you happy? (sujeito)
WHAT + to be + like? = como é...?
verbo objeto “What is your boyfriend like?”
principal “He’s tall and slim.”

WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?


What did you say? (objeto)
What about having lunch now?
auxiliar sujeito verbo
principal WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
What do you call this device?
WHO = quem
Funciona como sujeito ou objeto da oração. - WHAT ... FOR? = por que, para que?
What are you doing this for?
Who arrived late yesterday? (sujeito) - HOW
verbo principal HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade?
Who does she love? (objeto) HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
auxiliar sujeito verbo HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
principal
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
HOW OLD = Qual é a idade?
WHOM = quem
HOW MUCH = Quanto(a)?
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi-
HOW MANY = Quantos(as)?
ções.
HOW OFTEN = Com que frequência?
HOW FAST = A que velocidade?
yester-
Whom did you talk to (objeto)
day? ADJECTIVES
verbo sujeito verbo Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
auxi- superlativo.
principal
liar O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo
To whom did you talk? de três ou mais.
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção.
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one?
Which of those ladies is your mother?

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3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de


duas sílabas.
Exemplos:
More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


Exemplos: minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
As cold as = tão frio quanto Exemplos:
Not so (as) cold as = não tão frio quanto tired – more tired than – the most tired (cansado)
Less cold than = menos frio que charming – more charming than – the most charming (char-
The least cold = o menos frio moso)
As expensive as = tão caro quanto hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Less expensive than = menos caro que famous – more famous than – the most famous (famoso)
The least expensive = o menos caro
Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
Observações: brave – braver than – the bravest (corajoso)
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba. Formas irregulares
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
Exemplos: rativo e superlativo de superioridade.
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto
bigger than = maior que / the biggest = o maior
good (bom / boa)
better than - the best
2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas. well (bem)
Exemplos: bad (ruim / mau)
happier than = mais feliz que - the worst
badly (mal)
cleverer than = mais esperto que little (pouco) less than - the least
the happiest = o mais feliz
the cleverest = o mais esperto

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LÍNGUA INGLESA

Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com- Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.
parativo e superlativo de superioridade.
far (longe) lonely = solitário (adjetivo)
farther than – the farthest (distância)
lovely = encantador (adjetivo)
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho) silly = tolo (adjetivo)
older than – the oldest elderly = idoso (adjetivo)
elder – the eldest (só para elementos da mesma família)
late (tarde) Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados
the latest (o mais recente) no início ou no final de orações.
the last (o último da série) You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
ADVERBS
Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NE- Modo, lugar, tempo
VER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do A posição normal dos advérbios em uma oração é:
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.
He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.
They USUALLY watch TV in the evenings.
She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned. MODO LUGAR TEMPO

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou Lugar, modo, tempo


no início de uma oração. Com verbos de movimento, a posição normal é:
They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.
She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK.
Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAIN-
LY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um
verbo auxiliar. LUGAR MODO TEMPO
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now. Definite Article

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de THE = o, a, os, as


uma oração.
PERHAPS I’ll see her later. • Usos
MAYBE you’re right.
– Antes de substantivos tomados em sentido restrito.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LA- THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
TELY...) são colocados no final ou no início de uma oração. I hate THE music they’re playing.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London. – Antes de nomes de países no plural ou que contenham as
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, THE United States
WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advér- THE Netherlands
bios podem também aparecer no início de uma oração se quiser- THE United Kingdom
mos enfatizá-los. THE Dominican Republic
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room. – Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo.
John is THE tallest boy in the family.
Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acrésci-
mo de LY ao adjetivo. – Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento
geográfico tenha sido omitido.
serious – seriousLY
THE Nile (River)
careful – carefulLY THE Sahara (Desert)
quiet – quietLY
heavy – heaviLY – Antes de nomes de famílias no plural.
bad – badLY THE Smiths have just moved here.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

– Antes de adjetivos substantivados. – Antes de palavras iniciadas por vogais.


You should respect THE old. AN egg, AN orange, AN umbrella
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de numerais ordinais. AN hour, AN honor, AN heir
He is THE eleventh on the list.
• Usos
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas,
museus. – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
THE Hilton (Hotel) substantivos.
A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
– Antes de nacionalidades.
THE Dutch – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
A Mr. Smith phoned yesterday.
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
She plays THE piano very well. – No modelo:
WHAT + A / AN = adj. + subst.
– Antes de substantivos seguidos de preposição.
THE Battle of Trafalgar What A nice woman!

• Omissões – Em algumas expressões de medida e frequência.


– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. A dozen
Roses are my favorite flowers. A hundred
Twice A year
–Antes de nomes próprios no singular.
She lives in South America. - Em certas expressões.
It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
–Antes de possessivos.
My house is more comfortable than theirs. – Antes de profissão ou atividades.
James is A lawyer.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua- Her sister is A physician.
ge.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French • Omissão
language.)
– Antes de substantivos contáveis no plural.
– Antes de nomes de estações do ano. Lions are wild animals.
Summer is hot, but winter is cold.
– Antes de substantivos incontáveis.
• Casos especiais Water is good for our health.
– Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school, * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
prison, market, bed, hospital, home, university, college, market, vos.
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
She went to church. (para rezar) CAN
She went to THE church. (talvez para falar com alguém) O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
do para indicar várias situações:
– Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine- – Possibilidade
ma, movies e theater. – Capacidade/habilidade
Let’s go to THE theater. – Permissão
They went to THE movies last night. – Pedido

Indefinite Article Capacidade, habilidade


A / AN = um, uma She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
•A She will be able to translate the text. (future)

– Antes de palavras iniciadas por consoantes. Permissão


A boy, A girl, A woman You can use my car.
She can sit anywhere.
– Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
A uniform, A university, A European
• AN
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LÍNGUA INGLESA

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

NOUNS
Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.

Regular plural of nouns


• Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente acrescentando-se “s” ao singular.
Ex.: Motherboard – motherboards
Printer – printers
Keyboard – keyboards

• Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem a regra geral: acrescentam s ao singular.


Ex.: Boy – boys Toy – toys
Key – keys

• Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se es.


Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes

• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

Irregular plurals of nouns


There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves

• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.


Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice

Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
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54
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, su-
gar, butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

PREPOSITIONS
As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphael ran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleven o’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

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LÍNGUA INGLESA

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

Prepositions of Place

PRONOUNS
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.

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LÍNGUA INGLESA

Subject Pronouns

I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, You are a student.
vocês)
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a
table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good
dancers.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.

Uso do pronome “it”

– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.


Example: The dress is ugly. It is ugly.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.

– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.

Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.

ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.

Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:

SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL


THIS THESE THAT THOSE
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/aquilo Aqueles/aquelas

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LÍNGUA INGLESA

Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que estão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demonstra-
tivos nas frases abaixo:
This method will work.
These methods will work.

O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental disciplines of engineering.
Those computers technology are the most fundamental disciplines of engineering.

Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
Your Yours
His His
Her Hers
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, precedidos ou não de adjetivos.


Exemplos:
Our house is close.
I want to know your name.
• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
Exemplo:
My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.

VOCABULÁRIO
Vestimentas

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T-shirt = camiseta Educação


Sweatshirt = Blusa de moletom Nursery School = pré-escola
Shirt = camisa Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I
Suit = terno Secondary school = Ensino fundamental II
Pants:calça High school = Ensino médio
Tie = gravata College/University = Faculdade/universidade
Wedding dress = vestido de noiva
Jacket = jaqueta Subjects
Skirt = saia Inglês: English
Coat = casaco Matemática: Mathematics (Math)
Shorts = Bermuda História: History
Dress = vestido Geografia: Geography
Underpants = cueca Química: Chemistry
Panties = calcinha Física: Physics
Bra = sutiã Ciência: Science
Nightgown = camisola Biologia: Biology
Pajamas = pijama Educação Física: Physical Education (P.E.)
Robe = roupão Artes: Arts
Scarf = cachecol Música: Music
Uniform = uniforme Literatura: Literature
Singlet = regata Redação: Writing
Swimming Trunks = sunga Português: Portuguese
Swimsuit = maiô Espanhol: Spanish
Bikini = biquíni
Diversão e mídia
Cotidiano Movies/cinema = cnema
U.S. Money Theater = teatro
US$ 1 Dollar = 100 cents Bar/Pub = bar
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Restaurant = restaurante
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Café = lanchonete
Penny = 1 cent Park = parque
Nickel = 5 cents Concert = show
Dime = 10 cents Play = peça de teatro
Quarter = 25 cents
Tecnologia
Ways to pay Cellphone/mobile phone = celular
Check = cheque Laptop = notebook
Cash = em dinheiro Personal computer(PC) = Computador
Note/bill = nota Printer = impressora
Coin = moeda Keyboard = teclado
Credit card = cartão de crédito Mouse = mouse
Television = televisão
Materials
Acrylic = acrílico Meio ambiente
Cotton = algodão Environment = meio ambiente
Denim = brim Ozone layer = camada de ozônio
Fleece/wool = lã Water = água
Gold = ouro Tree = árvore
Leather = couro Weather = clima
Linen = linho Animals = animais
Plastic= plástico Air = ar
Rubber = borracha Wind = vento
Silk = seda Rain = chuva
Silver = prata Snow = neve
Fog = neblina
Hurricane = furacão
Storm = tempestade
Lightning = relâmpago
Thunder = trovão

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Comida e bebida Roast chicken — Frango assado


Bread — Pão Salami — Salame
Butter — Manteiga Salmon — Salmão
Cake — Bolo Sausage — Linguiça
Cheese — Queijo Shrimp — Camarão
Chicken — Frango Sirloin — Lombo
Chips — Salgadinhos Smoked sausage — salsicha defumada
Chocolate — Chocolate Squid — Lula
Corn flakes — Cereal Steak — Bife
Egg — Ovo Stew meat — Guisado de carne
Fish — Peixe
French fries — Batata-frita T-bone steak — Bife t-bone
Ham — Presunto Tenderloin — Filé mignon
Ice cream — Sorvete Tuna — Atum
Jam — Geleia Turkey — Peru
Jello — Gelatina Veal — Vitela
Margarine — Margarina
Mashed potatoes — Purê de batatas Vegetables (vegetais)
Meat — Carne Anise — Anis
Pancacke — Panqueca Asparagus — Espargos
Pasta — Macarrão Beans — Feijão
Peanut — Amendoim Beet — Beterraba
Peanut butter — pasta de amendoim Broccoli — Brócolis
Pepper — Pimenta Cabbage — Repolho
Pie — Torta Carrot — Cenoura
Pizza — Pizza Cauliflower — Couve-flor
Popsicle — Picolé Celery — Aipo/Salsão
Potato chips — Batata-frita Corn — Milho
Rice — Arroz Cucumbers — Pepinos
Salt — Sal Eggplant — Berinjela
Sandwich — Sanduíche Garlic — Alho
Sliced bread — Pão fatiado Ginger — Gengibre
Soup — Sopa Green onion — Cebolinha verde
Sugar — Açúcar Heart of Palms — Palmito
Toast — Torrada Leeks — Alho-poró
Water cracker — Bolacha de água e sal Lettuce — Alface
Meat (carne) Manioc — Mandioca
Bacon — Bacon Mushroom — Cogumelo
Barbecue — Churrasco Okra — Quiabo
Beef — Carne de vaca Olives — Azeitonas
Beef Jerky — Carne seca Onion — Cebola
Blood sausage —Chouriço Pepper — Pimenta
Carp — Carpa Pickles — Picles
Chicken — Frango Potato — Batata
Chicken legs — Pernas de Frango Pumpkin — Abóbora
Chicken wings — Asas de Frango Radish — Rabanete
Cod — Bacalhau Rucola — Rúcula
Crab — Caranguejo Snow pea — Ervilha
Duck — Pato Spinach — Espinafre
Fish — Peixe Sweet potato — Batata doce
Grilled fish — Peixe grelhado Tomato — Tomate
Ground beef — Carne moída Turnip — Nabo
Hamburger — Hambúrguer Watercress — Agrião
Lobster — Lagosta Yams — Inhame
Meatball — Almôndega
Mortadella — Mortadela Fruits (frutas)
Pork chops — Costeletas de porco Apple — Maçã
Pork legs — Pernas de porco Apricots — Damascos
Pork loin — Lombo de porco Avocado — Abacate
Rib cuts — Costela Banana — Banana
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Blackberry — Amora Chess = xadrez


Blueberry — Mirtilo Cooking = cozinhar
Cashew nut — Castanha de Cajú Crossword puzzl = palavras cruzadas
Cherry — Cereja Dancing = dançar
Coconut — Coco Drawing = desenhar
Figs — Figos Embroidery = bordado
Grapes — Uvas Fishing = pesca
Guava — Goiaba Gardening = jardinagem
Honeydew melon — Melão Hiking = caminhar
Jackfruit — Jaca Hunting = caçar
Kiwi — Kiwi Jogging = corrida
Lemon — Limão Knitting = tricotar
Mango — Manga Mountaineering = escalar montanhas
Orange — Laranja Painting = pintar
Papaya — Mamão Photography = fotografia
Passion fruit — Maracujá Playing video games = jogar vídeo games
Peach — Pêssego Reading = leitura
Pear — Pera Riding a bike = andar de bicicleta
Pineapple — Abacaxi Sculpting = esculpir
Plum — Ameixa Sewing = costurar
Prune — Ameixa-seca Singing = cantar
Start fruit — Carambola Skating = andar de patins ou skate
Strawberry — Morango Skiing = esquiar
Tamarind — Tamarindo Stamp collecting = colecionar selos
Tangerine — Tangerina Surfing = surfar
Watermelon — Melancia Working out = malhar

Drinks (bebidas) Saúde e exercícios


Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum
Soda — Refrigerante
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Tonic water — Água tônica ças)
Vodka — Vodca Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Water — Água Blemish – mancha
Whiskey —Uísque Bruise - contusão
White wine —Vinho branco Dandruff - caspa
Yogurt — Iogurte Freckle – sarda
Itching – coceira
Tempo livre, “hobbies” e lazer Pimple – espinha
Bowling = boliche Rasch – erupção da pele
Camping = acampar Scar - cicatriz
Canoeing = canoagem Spot – sinal, marca
Card games = jogos de baralho Wart – verruga
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Wound - ferida
Wrinkle – ruga

Aches (Dores)
Backache – dor nas costas
Earache – dor de ouvido
Headache – dor de cabeça
Heartache – dor no peito
stomachache – dor de estômago
Toothache – dor de dente

Cold and Flu (Resfriado e Gripe)


Cough – tosse
Fever – febre
Running nose – nariz entupido
Sneeze – espirro
Sore throat – garganta inflamada
Tonsilitis – amigdalitis

Other Diseases (Outras doenças)


Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

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Sentimentos, opiniões e experiências Sex = Sexo


Happy = feliz Place of Birth = Local de nascimento
Afraid = com medo Nationality = Nacionalidade
Sad = triste Occupation = Ocupação/profissão
Hot = com calor Address = Endereço
Amused = divertido City = Cidade
Bored = entediado Country = País
Anxious = ansioso Zip code/Post code = Código postal (CEP)
Confident = confiante Phone number = Número de telefone
Cold = com frio E-mail address = Endereço de e-mail
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso Lugares e edificações
Loving= amoroso Airport – Aeroporto
Curious = curioso Amusement park – Parque de diversões
Envious = invejoso Aquarium – Aquário
Jealous = ciumento Art gallery – Galeria de arte
Miserable = miserável ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico
Confused = confuso Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica
Stupid = burro Avenue – Avenida
Angry = com raiva Baby store – Loja infantil ou bebê
Sick = enjoado/doente Barber shop – Barbearia
Ashamed = envergonhado Bakery – Padaria
Indifferent = indiferente Bank – Banco
Determined = determinado Beach – Praia
Crazy = louco Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza
Depressed = depressivo Block – Quarteirão
Frightened = assustado Bookstore ou Bookshop – Livraria
Interested = interessado Bridge – Ponte
Shy = tímido Building – Edifício ou Prédio
Hopeful = esperançoso Bus station – Rodoviária
Regretful = arrependido Bus stop – Ponto de ônibus
Scared = assustado Butcher shop – Açougue
Stubborn = teimoso Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Thirsty = com sede Capital – Capital
Guilty = culpado Cathedral – Catedral
Nervous = nervoso Cemetery – Cemitério
Embarrassed = envergonhado Chapel – Capela
Disgusted = enojado Church – Igreja
Proud = orgulhoso Circus – Circo
Lonely = solitário City – Cidade
Frustrated = frustrado Clothing store – Loja de roupas
Hurt= magoado Club – Clube
Hungry = com fome Coffee shop – Cafeteria
Tired= cansado College – Faculdade
Thoughtful = pensativo Computer store – Loja de informática
Optimistic = otimista Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Relieved = aliviado Convenience store – Loja de conveniência
Shocked = chocado Corner – Esquina
Sleepy = com sono Costume store – Loja de Fantasia
Excited = animado Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Bad = mal te chamado de Fórum, depende do contexto.
Worried = preocupado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
destres
Identificação pessoal Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
First name = Primeiro nome City hall – Prefeitura
Middle name = Nome do meio Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
Last name = Último nome Downtown – Centro da cidade
Full name = Nome completo Driving school – Auto escola
Date of Birth = Data de nascimento Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Age = Idade Factory – Fábrica
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Field – Campo Station – Estação


Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros Stationery store – Papelaria
Fishmonger’s – Peixaria Steak House – Churrascaria
Flower show – Floricultura Store – Loja
Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida Street – Rua
Gas station – Posto de gasolina Subway station – Estação de metrô
Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica Supermarket – Supermercado
Greengrocer – Quitanda Synagogue – Sinagoga
Grocery store – Mercearia Temple – Templo
Gym – Academia de ginástica Town – Cidade pequena ou Município
Hair salon – Cabeleireiro Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos
Hardware store – Loja de ferramentas Train station – Estação de trem
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde Travel agency – Agência de viagens
Hospital – Hospital University – Universidade
Hotel – Hotel Zoo – Zoológico
House – Casa
Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria Relacionamento com outras pessoas
Intersection ou Crossroad – Cruzamento Parents – pais
Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão Father – pai
Jewelry store – Joalheria Mother – mãe
Kiosk – Quiosque Son – filho
Lake – Lago Daughter – filha
Laundromat ou Laundry – Lavanderia Siblings – irmãos
Library – Biblioteca Brother – irmão
Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica Sister – irmã
Mall – Shopping center Halfbrother – meio-irmão
Metropolis – metrópole Halfsister – meia-irmã
Monument – Monumento Only child – filho único
Mosque – Mesquita Wife – esposa
Movie theater – Cinema Husband – esposo
Museum – Museu Fiancé – noivo
Neighborhood – Bairro Bride – noiva
Newsstand – Banca de jornal Uncle – tio
Office – Escritório Aunt – tia
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Cousin – primo e prima
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Nephew – sobrinho
Park – Parque Niece – sobrinha
Parking lot – Estacionamento Grandparents – avós
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Grandfather – avô
Perfume shop – Perfumaria Grandmother – avó
Pet Shop – Pet Shop Grandson – neto
Pizzeria – Pizzaria Granddaughter – neta
Place – Lugar Great grandfather – bisavô
Playground – Parque infantil Great grandmother – bisavó
Police station – Delegacia de polícia Great grandson – bisneto
Port – Porto Great granddaughter – bisneta
Post office – Agência de correios Father-in-law – sogro
Pub – Bar Mother-in-law – sogra
Real estate agency – Imobiliária Brother-in-law – cunhado
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Sister-in-law – cunhada
Restaurant – Restaurante Stepfather – padrasto
River – Rio Stepmother – madrasta
Road – Estrada Stepson – enteado
Rotary ou Roundabout – Rotatória Stepdaughter – enteada
School – Escola Foster parents – pais adotivos
Shoe store – Sapataria Foster father – pai adotivo
Sidewalk – Calçada Foster mother – mãe adotiva
Snack bar – Lanchonete
Square – Praça
Stadium – Estádio
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Transporte e serviços Esporte


Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama- Individual Sports - Esportes Individuais
dos de boeing) Athletics - Atletismo
Airplane ou apenas plane: Avião Automobilism - Automobilismo
Bike: Bicicleta Artistic Gymnastics - Ginástica Artística
Boat: Barco ou bote Boxing - Boxe
Bus: Ônibus Bowling - Boliche
Canoe: Canoa Canoeing - Canoagem
Car: Carro Cycling - Ciclismo
Carriage: Carruagem Equestrianism - Hipismo
Cruiser: Cruzeiro Fencing - Esgrima
Ferry: Balsa Golf - Golfe
Glider: Planador Jiujitsu - Jiu-Jítsu
Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero Judo - Judô
Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho Karate - Caratê
Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também Motorcycling - Motociclismo
pode ser chamado de scooter) Mountaineering - Alpinismo
Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto Olympic Diving - Salto Ornamental
Motorboat: Lancha Skiing - Esqui
Ocean liner: Transatlântico Sumo - Sumô
On foot: A pé Surfing - Surfe
Pickup truck: Caminhonete Swimming - Natação
Raft: Jangada Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue
Roller skates: Patins Taekwon-Do - Taekwon-Do
Sailboat: Veleiro ou barco à vela Tennis - Tênis
School bus: Ônibus escolar Triathlon - Triatlo
Ship: Navio Weightlifting - Halterofilismo
Skateboard: Skate
Streetcar ou trolley: Bonde Team Sports - Esportes Coletivos
Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou Badminton – Badminton
informalmente the tube (inglês britânico): Metrô Baseball - Beisebol
Taxi ou cab: Táxi Basketball - Basquete
Train: Trem Beach Soccer - Futebol de Areia
Truck: Caminhão Beach Volleyball - Vôlei de Praia
Van: Furgão ou van Football – Futebol Americano
Footvolley - Futevôlei
Compras Futsal - Futsal
Algumas placas com informações importantes: Handball - Handebol
Out to lunch – Horário de almoço Hockey - Hóquei
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Polo - Polo
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica
são) e two for one (dois por um). Rugby - Rúgbi
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida- Soccer - Futebol
ção Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
Conversando com atendentes Volleyball - Vôlei
Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando Water Polo - Polo Aquático
por…
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- Mundo natural
gado(a). Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que Bird: Pássaro;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? Bunny: Coelhinho;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Cat: Gato;
Could I return this? – Eu poderia devolver isso? Dog: Cachorro;
Could I try this on? – Posso provar? GuineaPig: Porquinho da Índia;
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que Mouse: Rato/Camundongo;
a loja abre? Parrot: Papagaio;
Rabbit: Coelho;
Turtle: Tartaruga.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

Animais em inglês: principais nomes de aves Penguin: Pinguim;


Chicken: Galinha; Seal: Foca;
Rooster: Galo; Shark: Tubarão;
Pigeon: Pomba; Whale: Baleia.
Peacock: Pavão;
Hawk: Falcão; Animais em inglês: principais tipos de peixes
Swan: Cisne; Carp: Carpa;
Sparrow: Pardal; Dogfish: Cação;
Duck: Pato. Dried Salted Cod: Bacalhau;
Flounder: Linguado;
Animais em inglês: principais animais selvagens Hake: Pescada;
Alligator: Jacaré; Scabbardfish: PeixeEspada;
Bat: Morcego; Tuna: Atum;
Bear: Urso; Tilapia: Tilápia;
Crocodile: Crocodilo; Trout: Truta.
Deer: Viado;
Elephant: Elefante; Animais brasileiros em inglês
Eagle: Águia; Capivara: Capybara;
Giraffe: Girafa; Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
Hippo: Hipopótamo; Lobo guará: Maned Wolf;
Kangaroo: Canguru; Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin;
Lion: Leão; Onça Pintada: Jaguar;
Monkey: Macaco; Tamanduá Bandira: Giantanteater;
Owl: curuja; Tatu: Armadilo;
Pig: Porco; Tucano: Toucan;
Snake: Cobra; Quati: Coati.
Squirrel: Esquilo;
Stag: Cervo; Plantas em inglês
Tiger: Tigre;
Zebra: Zebra;
Wolf: Lobo. PORTUGUÊS INGLÊS

árvore tree
Animais em inglês: principais insetos
Ant: Formiga; alecrim rosemary
Mite: Ácaro;
Bee: Abelha; ameixieira plum tree
Beetle: Besouro;
arbusto bush / shrub
Butterfly: Borboleta;
Caterpillar: Lagarta; azaleia azalea
Cockroach: Barata;
Cricket: Grilo; azevinho holly
Fly: Mosca;
Flea: Pulga; açafrão turmeric
Firefly: Vagalume;
bordo maple
Grasshoper: Grilo;
Ladybug: Joaninha; bromélia bromeliads
Louseorlice: Piolho;
Mosquito: Pernilongo/Mosquito; bétula birch
Snail: Caracol;
Spider: Aranha; canela cinnamon
Tick: Carrapato;
carvalho oak
Termite: Cupim.
Animais em inglês: principais animais marítimos horse chestnut
Crab: Caranguejo; castanheiro
tree
Dolphin: Golfinho;
Fish: Peixe; caule stem
Octopus: Polvo;
cebola onion

cebolinha green onion

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66
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

cedro cedar tulipa tulip

cerejeira cherry tree violeta violet

coentro cilantro vitória-régia waterlily

colorau red spice mix


Viagens e férias
cominho cumin Vocabulário
Time off. — Tempo fora do trabalho.
coqueiro coconut tree Day off. — Dia de folga.
Vacation. — Férias.
cravo clove Go away. — Ir viajar.
Travel. — Viajar.
erva herb
Take a trip. — Fazer uma viagem.
ervas finas fine herbs Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho.
Go to the beach. — Ir para a praia.
figueira fig tree Go to the country. — Ir para o interior.
folha de Como foram suas férias
bay leaves
louro How was your vacation? — Como foram as suas férias?
It was good. — Foram boas.
gengibre ginger
It was amazing. — Foram demais.
girassol sunflower It was very relaxing. — Foi muito relaxante.

grama grass Para onde você foi


Where did you go? — Onde você foi?
lírio lily We went to the beach. — Nós fomos para a praia.
macieira apple tree I went to the country with my family. — Eu fui para o interior
com minha família.
manjericão basil We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o
Hawaii.
margarida daisy We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a
nossa família na França.
melissa melissa Who did you go with? — Com quem você foi?
musgo moss I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã
e meu irmão.
noz mos- I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido,
nutmeg esposo e crianças.
cada
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e
oliveira olive tree crianças.
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de
orquídea orchid aula.
orégano oregano
Como você viajou
papoula poppy How did you go? — Como que você foi?
We went by plane. — Nós fomos de avião.
pereira pear tree We went by car. — Nós fomos de carro.
pinheiro pine tree
Coisas para fazer nas férias
planta plant Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
páprica paprika Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
rosa rose Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
salgueiro willow
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
salsa parsley Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
samambaia fern Played the guitar. — Tocou violão.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA INGLESA

Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.


Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
tuito.
Have a picnic. — Ter um piquenique.
Had a picnic. — Teve um piquenique.
Play frisbee. — Jogar frisbee.
Played frisbee. — Jogou frisbee.
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol. Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos. números correspondentes (da hora e dos minutos):
Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos. Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Got a tan. — Pegou um bronzeado. A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron- Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
zear.
Went sunbathing. — Foi se bronzear. A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol. 30:
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol. Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
Got sunburn. — Se queimou do sol. A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de
Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar. hora (15 minutos):
Wore sunscreen. — Usou protetor solar. Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three.
Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
Used tanning lotion. — Usou bronzeador. A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi-
nutos):
Tempo Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight.
As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
pressões de tempo como: Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”,
Day: dia utilizamos o “to”:
Today: hoje Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine.
Yesterday: ontem
The day before yesterday: anteontem Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho-
Tomorrow: amanhã rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia.
The day after tomorrow: depois de amanhã a.m. – antes do meio-dia
Morning: manhã p.m. – depois do meio-dia
Afternoon: tarde
Evening: noite Trabalho e empregos
Night: noite Accountant = contador
Tonight: esta noite Actor = ator
Midday: meio-dia Actress = atriz
At noon: ao meio-dia Administrator = administrador
Midnight: meia noite Agronomist = agrônomo
At midnight: à meia-noite Anthropologist = antropólogo
Archaeologist / archeologist = arqueólogo
Architect = arquiteto
Astronaut = astronauta
Astronomer = astrônomo
Athlete = atleta
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá
Baker = padeiro
Bank clerk = bancário
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Banker = banqueiro; bancário Gravedigger = coveiro


Bank teller = caixa de banco Guide = guia
Barber = barbeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas) Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Bartender = barman Historian = historiador
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel) Housewife = dona de casa
Biologist = biólogo Illustrator = ilustrador
Biomedical scientist = biomédico Interior designer = designer de interiores, decorador
Blacksmith = ferreiro Interpreter = intérprete
Bricklayer, mason = pedreiro Jailer = carcereiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de Janitor, superintendent, custodian = zelador
imóveis) Journalist = jornalista
Butcher = açougueiro Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro
Butler, major-domo = mordomo Judge = juiz (de direito)
Buyer = comprador Lawyer = advogado
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista Librarian = bibliotecário
Cabinet-maker = marceneiro Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas
Carpenter = carpinteiro Locksmith = serralheiro; chaveiro
Cartoonist = cartunista Maid = empregada doméstica
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe- Male nurse = enfermeiro
cuarista Manager = gerente
Cashier = caixa Mathematician = matemático
Chef = chef Mechanic = mecânico
Chemist (bre) = farmacêutico Medic = militar do Serviço de Saúde; médico
Chemist (ame) = químico Meteorologist = meteorologista
Civil Servant = servidor público, funcionário público Midwife = parteira
Clerk = auxiliar de escritório Miner = mineiro
Coach = treinador, técnico esportivo Milkman = leiteiro
Cobbler = sapateiro model = modelo
Comedian = comediante Musician = músico
Commentator = comentarista (rádio e TV) Nanny (ame) = babá
Composer = compositor Nurse = enfermeiro, enfermeira
Computer programmer = programador Occupational therapist = terapeuta ocupacional
Conference interpreter = intérprete de conferência Optician, optometrist = oculista
Contractor = empreiteiro Painter = pintor
Consultant = consultor Paleontologist = paleontólogo
Cook = cozinheiro Paramedic = paramédico
Dancer = dançarino Personal TRAINER = personal
Dentist = dentista Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST
Designer = designer, projetista, desenhista Philosopher = filósofo
Diplomat = diplomata Photographer = fotógrafo
Doctor, medical doctor, physician = médico Physicist = físico
Doorman = porteiro Physiotherapist = fisioterapeuta
Driver = motorista, piloto de automóvel Pilot = piloto (menos de automóvel), prático
Economist = economista Playwright = dramaturgo
Editor = editor; revisor Plumber = encanador, bombeiro (RJ)
Electrician = eletricista Poet = poeta
Engineer = engenheiro, maquinista Police officer, officer, constable = policial
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor Politician = político
Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema Porter = porteiro
Firefighter, fireman = bombeiro Postman, mailman = carteiro
Fisherman = pescador Producer = produtor (em geral artístico)
Flight attendant = comissário de bordo Professor = professor (universitário)
Foreman = capataz; encarregado Proofreader = revisor
Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro Psychiatrist = psiquiatra
Gardener = jardineiro Psychologist = psicólogo
Geographer = geógrafo Publisher = editor
Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a) Real estate agent, realtor = corretor de imóveis
Glazer = vidraceiro Receptionist = recepcionista
Graphic designer = designer gráfico
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Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Displacement = tonelagem
se de artigos científicos) Notice to marine = aviso aos navegantes
Reporter = repórter List of Lights = lista de faróis
Researcher = pesquisador Full Load = plena carga
Sailor, seaman = marinheiro Fuel = combustível
Salesman* = vendedor Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Sales representative, sales rep = vendedor Draft = projeto
Saleswoman* = vendedora Length = comprimento
Scientist = cientista Inland Waters = águas interiores
Screenwriter = roteirista Bússula = compass
Sculptor = escultor Ship = navio
Seamstress = costureira Ocean liner = navio transatlântico
Secretary = secretária Tug = rebocador
Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant = Gross Tonnage = arqueação bruta
lojista, comerciante Tanker Ship = Navio Petroleiro
Singer, vocalist = cantor Plataform Ship = navio plataforma
Social worker = assistente social Vessel = navio embarcação
Speech therapist = fonoaudiólogo Broken = quebrado
Statistician = estatístico Rope = cabo
Systems analyst = analista de sistemas Boom = pau de carga
Tailor = alfaiate Starboard = boreste
Teacher = professor Port = bombordo
Operator = operador Speed = velocidade
Operator, telephone operator = telefonista Ahead = a frente
Teller = caixa (geralmente de banco) Crew = tripulação
Trader = trader, operador (em bolsa de valores) Stern = popa
Translator = tradutor Fire = fogo
Travel agent = agente de viagens Fireman = bombeiro
Treasurer = tesoureiro Hose = mangueira
Valet = manobrista Fire Hose = mangueira de incêndio
Vet, veterinarian = veterinário Tonnage Length = comprimento tonelagem
Scend = Caturro
Waiter* = garçom Heel = adernar (mesmo que banda)
Waitress* = garçonete Bulkhead = Antepara
Welder = soldador Flush Deck = convés corrido
Writer = escritor Hold = porão
Zoologist = zoólogo Bollard = cabeço no cais
A Marinha Bitt = cabeço no navio
Proa = Bow
Popa = Stern \ astern Profissões a bordo no navio
Bombordo = port Captain of Long Haul = capitão de longo curso
Boreste = starboard Auxiliary Health = auxiliar de saúde
Convés = deck Steward = taifeiro
Linha d aqua = water line Cook = cozinheiro
Castelo de Proa = forecastle Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas)
Boca = beans Nurse = enfermeiro
Comprimento (LOA) = length overall Officer = oficial
Obras Vivas = botton Skipper = patrão
Obras Mortas = topsides Helmsman = timoneiro
Pontal = depth Bo’sun = mestre ou contra mestre
Calado de Vante = Draught forward Seaman = homem do mar
Tombadilho = Fanny Sailor = marinheiro
Calado a ré = draught forward Engineer = chefe de máquinas
Costado = ribcage Mid Ship = meio navio
Plano diametral = diametral plane Ship’s Articles = rol de equipagem
Bochecha = tack Ship’s Log = diário de bordo
Alheta = wing \ quarter Insurance Certificate = certificado de seguro
Passadisso = gangway \ bridge Customs Clearance = aduaneiro
Casco = hull Charter Party = Fretamento
Borda livre = free board Bill of Health = certificado de saúde
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Charts = cartas hidrográficas Abandonar o navio = abandoning ship


International Convention for the Safety of Live at Sea = conven- Piracy = pirataria
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) Ataque armado = armed attack
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = Grande = big
convenção internacional sobre normas de formação certificação e
service de quarto para marinheiro.
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de QUESTÕES
proteção individual.
Fire Extinguisher = extintor de incêndio
Rudder = leme 1. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS –
Helm = timão MATUTINO - FURB – 2019)
Bosun’s Locker = paiol do mestre What is the sequence that presents the correct example asses-
Oars = remos sment items with their grammatical focus listed below?
Buoy = boia Grammatical focus:
Fire Alarm = alarme de incêndio A superlative
Rope Ladder = escada de quebra peito B past simple
Gangway = passadiço C gerunds and infinitives
Ports = portos D relative pronouns
Port Captaincy = capitania dos portos E present simple passive
Yacht Harbours = docas de recreio F second conditional
Coast Guard = guarda costeira Example assessment items:
Watch Tower = posto de vigia
Life Boat Station = Estação de Salva Vidas 1) Complete the sentences with the correct word(s). I ..........
there for six years before moving to Budapest.
Dependências a bordo
Galley = cozinha 2) Complete the descriptions with who or which. This is a kind
Crew Mess = refeitório da tripulação of cheese .......... is made from goat’s milk not cow’s milk.
Stateroom = cabine de dormir
3) Rewrite the sentences using the correct form of the verbs in
Amarração de cabos brackets. Where (you/fly) if (you/be) a bird?
Rope = cabo \ corda
Dock line = cabo de amarração 4) Complete the sentences with the correct form of the verbs
Warp = lais de guia in brackets. Coffee (grow) in Brazil. It (export) to many countries in
Reef Knot = nó direito the world.
Volta do Fiel = clove hitch
Fisherman’s Bend = volta do Anete 5) Complete the sentences with ... +ing or to + ... . I decided
(send) a letter to my friend.
Kink = coca (nó na mangueira)
Yarn = fibra 6) Complete the sentences with an appropriate adjective.
Order = ordem Shanghai is the .......... city in the world.
Anchor = ancora Mark the alternative that presents the correct sequence:
(A) B – D – F – E – C – A.
Estivagem de carga (B) F – E – C – A – D – B.
Rope Sling = linga de cabo (C) A – C – B – E – D – F.
Bags Balles = bolsas de fardos (D) A – F – B – D – E.
Steel plates = chapas de aço (E) B – E – D –C – F – A.
Homem ao mar = man over board
Merchant Ship = Navio mercante 2. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA
- LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019)
Chamadas e comunicações The alternative that contains only adverbs of frequency is
Não especificado = unspecified (A) always – often – usually – rarely.
Explosion = explosão (B) frequently – sometimes – early -.
Alagado = flooding (C) badly – often – never – actually.
Collision = colisão (D) really – seldom – hardly ever.
Grounding = encalhando (E) occasional – fast –there – finally
Adernado = listing
Capsizing = emborcando
Sin King = naufragando
Disabled = sem governo
Adrift = a deriva
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3. (UNICAMP - PROFISSIONAL DA TECNOLOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - VUNESP – 2019)


What is a Content Management System (CMS)?
July 19, 2018
A content management system, often abbreviated as CMS, is software that helps users create, manage, and modify content on a
website without the need for specialized technical knowledge. In simpler language, a content management system is a tool that helps you
build a website without needing to write all the code from scratch (or even know how to code at all).
Instead of building your own system for creating web pages, storing images, and other functions, the content management system
handles all that basic infrastructure stuff for you so that you can focus on more forward-facing parts of your website. Beyond websites, you
can also find content management systems for other functions – such as document management.
The content management system is not just a backend management interface, though. It also makes all of the content that you create
show up for your visitors exactly like you want it to.
(https://kinsta.com/knowledgebase/content-management-system. Adaptado)
No trecho do segundo parágrafo – you can also find content management systems –, o termo em destaque pode ser substituído, sem
alteração de sentido, por
(A) have to.
(B) must.
(C) may.
(D) ought to.
(E) used to.

4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)


Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo.

I. No primeiro quadrinho Hagar consultou o velho sábio para saber sobre o segredo da felicidade.
II. No segundo quadrinho as palavras that e me se referem, respectivamente, ao “velho sábio” e a “Hagar”.
III. As palavras do velho sábio no último quadrinho são de que é melhor dar que receber.
Assinale a alternativa correta.
(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) Apenas a afirmativa I está correta

5. You must remember to brush your _____ after eating.


(A) tooths
(B) toothes
(C) teeth
(D) teeths

6. (PREFEITURA DE FRAIBURGO - SC - PROFESSOR - LÍNGUA INGLESA - FEPESE – 2019)


The Disappearing Honeybee
Honeybees do more than just make honey. They fly around and pollinate flowers, plants, and trees. Our fruits, nuts, and vegetables
rely.....................these pollinators. One third.....................America’s food supply is pollinated.....................the honeybee.
Have you seen or heard a honeybee lately? Bees are mysteriously disappearing in many parts of the world. Most people don’t know
about this problem. It is called “colony collapse disorder” (CCD). Some North American beekeepers lost 80% of their hives from 2006-2008.
Bees in Italy and Australia are disappearing too.
The disappearance of the honeybee is a serious problem. Can you imagine never eating another blueberry? What about almonds and
cherries? Without honeybees food prices will skyrocket. The poorest people always suffer the worst when there is a lack of food.

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This problem affects other foods besides fresh produce. Ima- 3. The words in bold in the text: ‘they’ and ‘our’ are pronouns.
gine losing your favourite ice cream! Haagen Daaz is a famous ice 4. The word ‘hives’ has the following definition: a container for
cream company. Many of their flavours rely on the hard working housing honeybees.
honeybee. In 2008, Haagen Daaz began raising money for CCD. They Choose the alternative which contains all the correct affirma-
also funded a garden at the University of California called The Ha- tives:
ven. This garden helps raise awareness about the disappearing ho- (A) Only 3 is correct.
neybee and teaches visitors how to plant for pollinators. (B) Only 4 is correct.
Donating money to research is the most important thing hu- (C) Only 1 and 2 are correct.
mans can do to save the honeybee. Some scientists blame CCD on (D) Only 2 and 3 are correct.
climate change. Others think pesticides are killing the bees. Com- (E) Only 2 and 4 are correct.
mercial bee migration may also cause CCD. Beekeepers transport
their hives from place to place in order to pollinate plants year rou- 8. (PREFEITURA DE SALVADOR - BA - PROFESSOR LÍNGUA ES-
nd. TRANGEIRA – INGLÊS - FGV – 2019)
https://www.englishclub.com/reading/environment/ho- Critical Literacy, EFL and Citizenship
neybee.htm We believe that a sense of active citizenship needs to be de-
Choose the alternative that presents the correct prepositions veloped and schools have an important role in the process. If we
that are missing in the first paragraph. agree that language is discourse, and that it is in discourse that we
(A) on • of • by construct our meanings, then we may perceive the foreign langua-
(B) in • off • by ge classrooms in our schools as an ideal space for discussing the
(C) at • from • about procedures for ascribing meanings to the world. In a foreign lan-
(D) on • from • by guage we learn different interpretive procedures, different ways to
(E) at • of • due to understand the world. If our foreign language teaching happens in
a critical literacy perspective, then we also learn that such different
7. (PREFEITURA DE FRAIBURGO - SC - PROFESSOR - LÍNGUA IN- ways to interpret reality are legitimized and valued according to
GLESA - FEPESE – 2019) socially and historically constructed criteria that can be collectively
The Disappearing Honeybee reproduced and accepted or questioned and changed. Hence our
Honeybees do more than just make honey. They fly around and view of the EFL classroom, at least in Brazil, as an ideal space for the
pollinate flowers, plants, and trees. Our fruits, nuts, and vegetables development of citizenship: the EFL classrooms can adopt a criti-
rely.....................these pollinators. One third.....................America’s cal discursive view of reality that helps students see claims to truth
food supply is pollinated.....................the honeybee. as arbitrary, and power as a transitory force which, although being
Have you seen or heard a honeybee lately? Bees are myste- always present, is also in permanent change, in a movement that
riously disappearing in many parts of the world. Most people don’t constantly allows for radical transformation. The EFL classroom can
know about this problem. It is called “colony collapse disorder” thus raise students’ perception of their role in the transformation
(CCD). Some North American beekeepers lost 80% of their hives of society, once it might provide them with a space where they are
from 2006-2008. Bees in Italy and Australia are disappearing too. able to challenge their own views, to question where different pers-
The disappearance of the honeybee is a serious problem. Can pectives (including those allegedly present in the texts) come from
you imagine never eating another blueberry? What about almonds and where they lead to. By questioning their assumptions and those
and cherries? Without honeybees food prices will skyrocket. The perceived in the texts, and in doing so also broadening their views,
poorest people always suffer the worst when there is a lack of food. we claim students will be able to see themselves as critical subjects,
This problem affects other foods besides fresh produce. Ima- capable of acting upon the world.
gine losing your favourite ice cream! Haagen Daaz is a famous ice […]
cream company. Many of their flavours rely on the hard working We believe that there is nothing wrong with using the mother
honeybee. In 2008, Haagen Daaz began raising money for CCD. They tongue in the foreign language classroom, since strictly speaking,
also funded a garden at the University of California called The Ha- the mother tongue is also foreign - it’s not “mine”, but “my mo-
ven. This garden helps raise awareness about the disappearing ho- ther’s”: it was therefore foreign as I first learned it and while I was
neybee and teaches visitors how to plant for pollinators. learning to use its interpretive procedures. When using critical li-
Donating money to research is the most important thing hu- teracy in the teaching of foreign languages we assume that a great
mans can do to save the honeybee. Some scientists blame CCD on part of the discussions proposed in the FL class may happen in the
climate change. Others think pesticides are killing the bees. Com- mother tongue. Such discussions will bring meaning to the class-
mercial bee migration may also cause CCD. Beekeepers transport room, moving away from the notion that only simple ideas can be
their hives from place to place in order to pollinate plants year rou- dealt with in the FL lesson because of the students’ lack of profi-
nd. ciency to produce deeper meanings and thoughts in the FL. Since
https://www.englishclub.com/reading/environment/ho- the stress involved in trying to understand a foreign language is ea-
neybee.htm sed, students will be able to bring their “real” world to their English
Analyze the sentences according to structure and grammar use. lessons and, by so doing, discussions in the mother tongue will help
1. The underlined words in the following sentence: “ The poo- students learn English as a social practice of meaning-making.
rest people always suffer the worst when there is a lack of food.”, (Source: Adapted from JORDÃO, C. M. & FOGAÇA, F. C. Critical
are examples of adjectives in the comparative of superiority degree. Literacy in The English Language Classroom. DELTA, vol. 28, no
2. In the sentence:” Imagine losing your favourite ice cream!”, 1, São Paulo, p. 69-84, 2012. Retrieved from http://www.scielo.
the underlined word is a noun. br/pdf/delta/v28n1a04.pdf).
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Another way of wording “there is nothing wrong” is: 12. (PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE - SC - PROFESSOR
(A) there is no one wrong. - LÍNGUA INGLESA - AMEOSC – 2019)
(B) there is something wrong. We’re all looking forward to have a few days’ holiday together.
(C) there isn’t anything wrong. In the context above, there is mistake related to:
(D) there isn’t anybody wrong. (A) An adverbial phrase.
(E) there are some things wrong. (B) An infinitive form.
(C) A determiner.
9. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS – (D) Gerund use.
MATUTINO- FURB – 2019)
What is the correct sequence for planning a practical writing 13. FCC - 2021 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Tec-
class? Consider classroom actions (A through H below) with the cor- nologia da Informação- Atenção: Para responder à questão, baseia-
rect sequence of these actions: -se no texto abaixo.
A - The teacher provides students with a short newspaper arti- Mobile Devices and Apps for Health Care Professionals: Uses
cle about a pool in their city that can close and tells them that they and Benefits
will write a letter to the newspaper asking for the pool to be open. C. Lee Ventola
B - Students choose the top six reasons and the teacher writes The use of mobile devices by health care professionals (HCPs)
them on the board. has transformed many aspects of clinical practice. Mobile devi-
C - Groups check each other’s letters for grammatical and ces have become commonplace in health care settings, leading
spelling errors and correct them. to rapid growth in the development of medical software appli-
D - Teacher asks students in groups to brainstorm reasons for cations (apps) for these platforms. Numerous apps are now
keeping pool open. available to assist HCPs with many important tasks, such as:
E - Teacher asks students in his or her groups to write a draft of information and time management; health record maintenan-
the letter using three of the reasons on the written list. ce and access; communications and consulting; reference and
F - Teacher collects all letters to send to newspaper editor. information gathering; patient management and monitoring;
G - Groups tell their list of reasons for the whole class. clinical decision-making; and medical education and training.
H - Groups write an improved draft letter. Mobile devices and apps provide many benefits for health
Mark the correct sequence: care professionals (HCPs), perhaps most significantly increased
(A) D – G – B – A – E – C – H – F. access to point-of-care tools, which has been shown to support
(B) A – D – G – B – E – C – H – F. better clinical decision-making and improved patient outco-
(C) C – D – G – E – B – A – H – F. mes. However, some HCPs remain reluctant to adopt their use.
(D) A – D – C – B – E – G – H – F. Despite the benefits they offer, better standards and validation
(E) C – D – G – B – E – H – A – F. practices regarding mobile medical apps need to be established
to ensure the proper use and integration of these increasingly
10. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO- sophisticated tools into medical practice. These measures will
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019) raise the barrier for entry into the medical app market, incre-
O tempo verbal utilizado para descrever fatos que aconteceram asing the quality and safety of the apps currently available for
em tempo não determinado chama-se _____. Assinale a alternativa use by HCPs.
que preencha corretamente a lacuna. (Adapted from: www.ncbi.nlm.nih.gov)
(A) Past continuous No trecho However, some HCPs remain reluctant to adopt their
(B) Past simple use, a conjunção However pode ser substituída, sem alteração de
(C) Present simple sentido, por
(D) Present perfect (A) Accordingly
(B) Moreover
11. (PREFEITURA DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO (C) In addition to
BÁSICA - LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019) (D) In spite of
Consider the following conversation. (E) Nevertheless
-____did Jonathan go to New York?
-Because he went on a tour with his family. 14. FCC - 2021 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Tec-
-____did they go? nologia da Informação- Atenção: Para responder à questão, baseie-
-By ship. -se no texto abaixo.
Taking into account the use of interrogative pronouns, the op- Impact of Point-of-Care Technologies on Healthcare
tion below that completes the conversation is by Impelsys Admin | Apr 25, 2019
(A) When – How. Point-of-Care Technologies is a set of technologies used at
(B) When – What. the location of patient care helping improve healthcare outco-
(C) Why – How. mes. Blood glucose monitors, urine dipsticks, pregnancy tests,
(D) Why – When. rapid strep tests, rapid HIV tests, hemoglobin level tests are
(E) What – How. common examples of PoCT. In the past few years PoCT have
advanced and the field is showing strong growth, as evidenced
by new clinical or consumer products research and develop-
ment directions. The widespread use of this set of technolo-
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gies is driven by healthcare emphasis shifting towards greater and the complexity of managing their own data centers. By ren-
healthcare awareness, precision treatment, optimization of pa- ting cloud services, companies pay only for what they use such
tient management process, and chronic disease management − as computing resources and disk space. This allows companies
combined with advances in electronic devices and information to anticipate costs with greater accuracy.
technology. Since cloud service providers do the heavy lifting of ma-
Point-of-care technologies add to the effectiveness and ef- naging and maintaining the IT infrastructure, it saves a lot of
ficiency in healthcare delivery. PoC devices provide critical in- time, effort and money for businesses. The cloud also gives or-
formation to clinicians assisting in the management of patient ganizations the ability to seamlessly upscale or downscale their
care. Point-of-care technology enables diagnosis at home, in computing infrastructure as and when needed. Compared to
the hospital, in an ambulance, or in the field; it effectively de- the traditional on-premises data center model, the cloud of-
livers high quality of life care at the patient’s bedside, or in the fers easy access to data from anywhere and on any device with
corner of a consulting room, doing away with procedures that internet connectivity, thereby enabling effective collaboration
require an entire laboratory and long hours to arrive at a pro- and enhanced productivity.
per diagnosis. (Adaptado de: MCDERMOTT, Matt. Cloud Computing: Benefits,
Point-of-Care procedures involve faster and leaner processes Disadvantages & Types of Cloud Computing Services. Disponí-
as testing is done on bedside and fewer steps are necessary to vel em: https:/Ayww .business2community.com)
produce the result. Depreende-se do texto que a computação em nuvem
These are some of the advantages of PoCT: (A) reduz os custos, uma vez que os usuários só precisam pa-
− They eliminate the need for processing and aliquoting, trans- gar pelo que utilizarem, como, por exemplo, espaço em disco,
porting the specimen to the laboratory, and communicating results quando e onde precisarem.
back to the clinical staff. (B) permite que os usuários planejem antecipadamente o que
− Faster access to test results allows for rapid clinical decision precisarão usar, pois podem reservar com antecedência os re-
making, enabling more appropriate treatments and interventions. cursos necessários.
− They require smaller sample volumes than those needed for (C) é um modelo de infraestrutura eficiente, contudo demanda
traditional laboratory testing. muito esforço, tempo e dinheiro para ser implantado.
− They can also help reduce the frequency of testing errors like (D) dificulta o acesso a dados armazenados nos servidores de
inappropriate sampling errors, errors during preparation or packa- uma organização, na medida em que exige a presença física do
ging of samples, and patient misidentification. usuário.
− The fact that PoCT is often performed by the individual pro- (E) beneficia os usuários da comunidade acadêmica, apesar de
viding care to the patient may help decrease post analytical errors ter sido planejada para a aplicação no universo corporativo.
due to incorrect transmission of test results.
(Adapted from: www.impelsys.com)
Segundo o texto, os aplicativos PoCT GABARITO
(A) oferecem resultados confiáveis apesar de exigirem amos-
tras maiores do que as necessárias para exames convencionais.
(B) demandam pouco conhecimento tecnológico, pois sua ope-
1 A
ração é bastante intuitiva.
(C) possibilitam uma tomada de decisão precoce, com um im- 2 A
pacto direto no diagnóstico clínico e nos custos ao sistema de 3 C
saúde.
(D) permitem agilizar um diagnóstico, pois fornecem resultados 4 A
rapidamente, onde quer que se encontre o paciente. 5 C
(E) reduzem os pedidos de exames laboratoriais desnecessá-
rios. 6 A
7 E
15. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu- 8 C
tação - Infraestrutura de TI
- Before cloud computing came into existence, companies 9 B
were required to download applications or programs on their phy- 10 D
sical PCs or on-premises servers to be able to use them. For any or-
ganization, building and managing its own IT infrastructure or data 11 C
centers is a huge challenge. Even for those who own their own data 12 B
centers, allocating a large number of IT administrators and resour-
13 E
ces is a struggle.
The introduction of cloud computing was a paradigm shift 14 D
in the history of the technology industry. Rather than creating 15 A
and managing their own IT infrastructure and paying for ser-
vers, power and real estate, etc., cloud computing allows bu-
sinesses to rent computing resources from cloud service pro-
viders. This helps businesses avoid paying heavy upfront costs
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ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

SISTEMAS DE UNIDADES DE MEDIDAS: COMPRIMENTO, ÁREA, VOLUME, MASSA, TEMPO, ÂNGULO E ARCO; TRANSFORMA-
ÇÃO DE UNIDADES DE MEDIDA.

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

SUPERFÍCIE
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

VOLUME
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

CAPACIDADE
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

MASSA

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

TEMPO
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou?
15h 35 minutos
1 minutos 25 segundos
30 minutos
--------------------------------------------------
15h 66 minutos 25 segundos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos
Então fica: 16h6 minutos 25segundos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Subtração ÂNGULOS E ARCOS


Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 mi-
nutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo Se forem tomados dois pontos A e B sobre uma circunferência,
ficou fora? ela ficará dividida em duas partes chamadas arcos. Estes dois pon-
tos A e B são as extremidades dos arcos.
11h 60 minutos
16h 6 minutos 25 segundos
-15h 35 min
--------------------------------------------------

Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for-


ma que conta de subtração.
1hora=60 minutos

Usamos a seguinte representação: AB.


15h 66 minutos 25 segundos
Observação: quando A e B são pontos coincidentes, um arco é
15h 35 minutos chamado de nulo e o outro arco de uma volta.
--------------------------------------------------
Unidades de medidas de arcos (e ângulos)
0h 31 minutos 25 segundos
I) Grau: para medir ângulos a circunferência foi dividida em
Multiplicação 360° partes iguais, e cada uma dessas partes passou a ser chamada
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo- de 1 grau (1°).
rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?

2h 40 minutos
x2
Submúltiplos do grau
---------------------------- O grau tem dois submúltiplos (medidas menores que o grau).
4h 80 minutos OU São o minuto e o segundo, de forma que:
5h 20 minutos ou seja 1 minutos é igual a 1/60 do grau.
1’ = 60” ou seja 1 segundo é igual a 1/60 do minuto.
Divisão
5h 20 minutos : 2 II) Radiano
A medida de um arco, em radianos, é a razão (divisão) entre o
comprimento do arco e o raio da circunferência sobre a qual está
5h 20 minutos 2 arco está determinado.
1h 20 minutos 2h 40 minutos
80 minutos
0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu-


tos

Sendo α o ângulo (ou arco), r o raio e l o comprimento do arco,


temos:

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O arco l terá seu comprimento máximo (ou maior) quando for PROGRESSÃO ARITMÉTICA
igual ao comprimento total de uma circunferência (C = 2πr – fórmu- Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que
la do comprimento da circunferência), ou seja lmáximo = C → lmax = 2πr. cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma cons-
Então, o valor máximo do ângulo α em radianos será: tante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA.
an = an-1 + r(n ≥ 2)

Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
a1 = 2
Observação: uma volta na circunferência é igual a 360° ou 2π a2 = 2 + 5 = 7
rad. a3 = 7 + 5 = 12

Conversões Classificação
- graus para radianos: para converter grau para radianos usa- As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
mos uma regra de três simples. com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
Exemplo: r > 0, PA crescente
Converter 150° para radianos. r = 0, PA constante
180° π rad
150° x rad Propriedades das Progressões Aritméticas
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
aritmética entre o anterior e o posterior.

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à


soma dos extremos.
a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2
- radianos para graus: basta substituir o π por 180°.
Termo Geral da PA
Exemplo: Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
seguinte forma:
Converter para graus (ou podemos usar regra de três a2 = a1 + r
simples também). a3 = a2 + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = a1 + 3r

Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro


número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS: PROGRESSÃO ARITMÉTICA; an = a1 + (n - 1)r
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA.
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
SEQUÊNCIAS 6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por
a2, e o n-ésimo por an.
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-
Termo Geral de uma Sequência mos é igual à soma dos extremos.
Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da Soma dos Termos
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter- Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal-
mo com sua posição. cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)

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Sn - Soma dos primeiros termos - Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
a1 - primeiro termo quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
an - enésimo termo A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
n - número de termos - Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0.
Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é Termo Geral da PG
igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo? Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é
Solução a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo menos uma unidade.
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão: a2 = a1 . q2-1
a3 = a1 . q3-1

Portanto, o termo geral é:


an = a1 . qn-1

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita


Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter-
dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos. mos Sn:
Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo
central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos. 1º Caso: q=1
Em notação matemática temos:
Sn = n . a 1

2º Caso: q≠1

Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
Assim sendo: 29524
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
Solução:
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA a1 = 1; q = 3; n = 6
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
por uma constante q, chamada razão da PG.

Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0.

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Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita Exemplo:

1º Caso:-1 < q < 1

Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é Semiplano: toda reta de um plano que o divide em outras duas
convergente. porções as quais denominamos de semiplano. Observe a figura:

2º Caso: |q| > 1


A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é di-
vergente

3º Caso: |q| = 1
Também não possui soma finita, portanto divergente

Produto dos termos de uma PG finita

Partes de uma reta


Estudamos, particularmente, duas partes de uma reta:

- Semirreta: é uma parte da reta que tem origem em um ponto


GEOMETRIA PLANA E GEOMETRIA ESPACIAL: RETA; SE- e é infinita.
MIRRETA; SEGMENTOS; ANGULOS; POLÍGONOS. CIRCUN-
FERÊNCIA; CÍRCULO; ESTUDO DO TRIÂNGULO; TEOREMA Exemplo: (semirreta ), tem origem em A e passa por B.
DE THALES; TEOREMA DE PITÁGORAS; ÁREAS DE FIGURAS
PLANAS; POSIÇÕES RELATIVAS DE RETAS E PLANOS NO ES-
PAÇO; VOLUMES E ÁREAS DE SÓLIDOS: PRISMAS, PIRÂMI-
DES E POLIEDROS REGULARES; SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO: - Segmento de reta: é uma parte finita (tem começo e fim) da
ÁREAS E VOLUMES DE CILINDRO, CONE E ESFERA; reta.

Exemplo: (segmento de reta ).


PONTO, RETA E PLANO

A Geometria estuda, basicamente, os três princípios funda-


mentais (ou também chamados de “entes primitivos”) que são:
Ponto, Reta e Plano. Estes três princípios não tem definição e nem
dimensão (tamanho). Observação:

Para representar um ponto usamos. e para dar nome usamos


letras maiúsculas do nosso alfabeto. ÂNGULOS
Exemplo: A (ponto A). Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
Para representar uma reta usamos e para dar nome usamos dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.
letras minúsculas do nosso alfabeto ou dois pontos por onde esta
reta passa.
Exemplo: t ( reta t ou reta AB↔).

Para representar um plano usamos uma figura chamada para-


lelogramo e para dar nome usamos letras minúsculas do alfabeto
grego (α, β, π, θ,...).

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Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º. Um triângulo tem três medianas.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta o


lado oposto
Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.
Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz de
um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do lado
oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a um


ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a esse lado.
Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

TRIÂNGULOS
Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a
Elementos
esse segmento pelo seu ponto médio.
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.

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Na figura, a reta m é a mediatriz de . Triângulo equilátero: três lados iguais.

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo: tem um ângulo reto

CLASSIFICAÇÃO

Quanto aos lados

Triângulo escaleno: três lados desiguais.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor que
a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior ângulo
opõe-se o maior lado, e vice-versa.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
lados correspondentes forem proporcionais.

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Casos de Semelhança Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo


1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices Considerando o triângulo retângulo ABC.
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
ses dois triângulos são semelhantes.

Temos:

3º Caso: LLL (lado - lado - lado)


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes proporcio-
nais, então esses dois triângulos são semelhantes.

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa


pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

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2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela 3 - Retângulo: A = b.h


altura relativa à hipotenusa.
4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e d é a
medida da diagonal menor.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos 5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.
catetos sobre a hipotenusa.
Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos polígono.
catetos (Teorema de Pitágoras).

QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.


Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades
são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a Ângulos Internos


medida da base menor e h é medida da altura. A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con-
vexo de n lados é (n-2).180
2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é a
medida da altura.

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Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es- Raio, Corda e Diâmetro
colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu-
los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos Raio: Raio de uma circunferência (ou de um círculo) é um segmen-
internos dos n-2 triângulos. to de reta com uma extremidade no centro da circunferência (ou
do círculo) e a outra extremidade num ponto qualquer da circun-
ferência. Na figura abaixo, os segmentos de reta , e
são raios.

Corda: Corda de uma circunferência é um segmento de reta cujas


extremidades pertencem à circunferência (ou seja, um segmento
que une dois pontos de uma circunferência). Na figura abaixo, os
segmentos de reta e são cordas.

Diâmetro: Diâmetro de uma circunferência (ou de um círculo) é


uma corda que passa pelo centro da circunferência. Observamos
Ângulos Externos que o diâmetro é a maior corda da circunferência. Na figura abai-
xo, o segmento de reta é um diâmetro.

Posições relativas de uma reta e uma circunferência


A soma dos ângulos externos=360°
Reta secante: Uma reta é secante a uma circunferência se essa
CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO
reta intercepta a circunferência em dois pontos quaisquer, pode-
mos dizer também que é a reta que contém uma corda.
Circunferência: A circunferência é o lugar geométrico de todos
os pontos de um plano que estão localizados a uma mesma distân-
Reta tangente: Uma reta tangente a uma circunferência é uma
cia r de um ponto fixo denominado o centro da circunferência. Esta
reta que intercepta a circunferência em um único ponto P. Este pon-
talvez seja a curva mais importante no contexto das aplicações.
to é conhecido como ponto de tangência ou ponto de contato. Na
figura ao lado, o ponto P é o ponto de tangência e a reta que passa
pelos pontos E e F é uma reta tangente à circunferência.

Círculo: (ou disco) é o conjunto de todos os pontos de um plano


cuja distância a um ponto fixo O é menor ou igual que uma distância
r dada. Quando a distância é nula, o círculo se reduz a um ponto. Reta externa (ou exterior): é uma reta que não tem ponto em
O círculo é a reunião da circunferência com o conjunto de pontos comum com a circunferência. Na figura abaixo a reta t é externa.
localizados dentro da mesma. No gráfico acima, a circunferência é
a linha de cor verde escuro que envolve a região verde claro, en-
quanto o círculo é toda a região pintada de verde reunida com a
circunferência.

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Propriedades das secantes e tangentes


Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O, in-
tercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B e se M é o Ângulo Inscrito: é um ângulo cujo vértice está sobre a circun-
ponto médio da corda AB, então o segmento de reta OM é perpen- ferência.
dicular à reta secante s.

Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O, in- O ângulo inscrito determina na circunferência um arco e
tercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B, a perpen- sua medida é igual à metade do arco.
dicular às retas que passam pelo centro O da circunferência, passa
também pelo ponto médio da corda AB.

Ângulo Excêntrico Interno: é formado por duas cordas da cir-


cunferência.

Seja OP um raio de uma circunferência, onde O é o centro e P


um ponto da circunferência. Toda reta perpendicular ao raio OP é
tangente à circunferência no ponto de tangência P.

O ângulo excêntrico interno determina na circunferência dois


arcos AB e CD e sua medida é igual à metade da soma dos dois
arcos.

Ângulo Excêntrico Externo: é formado por duas retas secantes


Toda reta tangente a uma circunferência é perpendicular ao à circunferência.
raio no ponto de tangência.

ÂNGULOS (OU ARCOS) NA CIRCURFERÊNCIA

Ângulo central: é um ângulo cujo vértice coincide com o centro


da circunferência. Este ângulo determina um arco na circunferência,
e a medida do ângulo central e do arco são iguais.

O ângulo excêntrico externo determina na circunferência dois


arcos e e sua medida é igual à metade da diferença
dos dois arcos.

O ângulo central determina na circunferência um arco e


sua medida é igual a esse arco.

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TEOREMA DE TALES

O Teorema de Tales é uma teoria aplicada na geometria acerca do conceito relacionado entre retas paralelas e transversais.
““Feixes de retas paralelas cortadas ou intersectadas por segmentos transversais formam segmentos “de retas proporcionalmente
correspondentes”.

Teorema da bissetriz interna: A bissetriz de um Ângulo interno de um triângulo divide o lado oposto em segmentos proporcionais aos
respectivos lados adjacentes.

Teorema da bissetriz externa: A bissetriz de um ângulo externo intercepta a reta suporte que contém o lado oposto, dividindo-o em
segmentos proporcionais aos lados adjacentes.

Exemplo:
(PUC-RJ) Considere um triângulo ABC retângulo em A, onde . é a bissetriz do ângulo . Quanto mede
?
(A) 42/5
(B) 21/10
(C) 20/21
(D) 9
(E) 8

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Resolução:
Do enunciado temos um triângulo retângulo em A, o vértice A
é do ângulo reto. B e C pode ser em qualquer posição. E primeiro
temos que determinar a hipotenusa.

“Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual


Teorema de Pitágoras: à soma dos quadrados dos catetos”.
a2 = b2 + c2

Exemplo:
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o
oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando
a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o
barco parou relativamente ao ponto de partida?
(A) 3 milhas a sudoeste.
Pelo teorema da bissetriz interna: (B) 3 milhas a sudeste.
(C) 4 milhas ao sul.
(D) 5 milhas ao norte.
(E) 5 milhas a nordeste.

Resolução:

x 2 = 32 + 42
Resposta: A
x2 = 9 + 16
x2 = 25
TEOREMA DE PITÁGORAS
Resposta: E
Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de hipo-
ÁREAS DE FIGURAS PLANAS
tenusa e os outros dois lados são os catetos. Deste triângulo tira-
mos a seguinte relação:
Área é a medida da superfície de uma figura plana.
A unidade básica de área é o m2 (metro quadrado), isto é, uma
superfície correspondente a um quadrado que tem 1 m de lado.

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Fórmulas de área das principais figuras planas:

1) Retângulo
- sendo b a base e h a altura:

II) sendo dados as medidas dos três lados a, b e c:

2. Paralelogramo
- sendo b a base e h a altura:

III) sendo dados as medidas de dois lados e o ângulo formado


entre eles:

3. Trapézio
- sendo B a base maior, b a base menor e h a altura:

IV) triângulo equilátero (tem os três lados iguais):

4. Losango
- sendo D a diagonal maior e d a diagonal menor:

V) circunferência inscrita:

5. Quadrado
- sendo l o lado:

VI) circunferência circunscrita:

6. Triângulo: essa figura tem 6 fórmulas de área, dependendo


dos dados do problema a ser resolvido.

I) sendo dados a base b e a altura h:

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Área do círculo e suas partes

I- Círculo:
Quem primeiro descreveu a área de um círculo foi o matemá-
tico grego Arquimedes (287/212 a.C.), de Siracusa, mais ou menos
por volta do século II antes de Cristo. Ele concluiu que quanto mais
lados tem um polígono regular mais ele se aproxima de uma cir-
cunferência e o apótema (a) deste polígono tende ao raio r. Assim,
como a fórmula da área de um polígono regular é dada por A = p.a
(onde p é semiperímetro e a é o apótema), temos para a área do
círculo , então temos:
POSIÇÕES RELATIVAS

VAMOS ESTUDAR, AGORA, AS POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE


DUAS RETAS; ENTRE DOIS PLANOS E ENTRE UM PLANO E UMA
RETA.

I) POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS RETAS.

II- Coroa circular:


É uma região compreendida entre dois círculos concêntricos
(tem o mesmo centro). A área da coroa circular é igual a diferença
entre as áreas do círculo maior e do círculo menor. A = R2 – r2, como NÃO COPLANARES: - REVERSAS
temos o como fator comum, podemos colocá-lo em evidência, en-
tão temos: NO ESQUEMA ACIMA, TEMOS:

A) RETAS COPLANARES :ESTÃO NO MESMO PLANO. PODEM


SER:

- RETAS PARALELAS DISTINTAS: NÃO TEM NENHUM PONTO


EM COMUM.

III- Setor circular:


É uma região compreendida entre dois raios distintos de um
círculo. O setor circular tem como elementos principais o raio r, um
ângulo central e o comprimento do arco l, então temos duas fór- - RETAS PARALELAS COINCIDENTES: TEM TODOS OS PON-
mulas: TOS EM COMUM. TEMOS DUAS RETAS, SENDO UMA SOBRE A
OUTRA.

REPRESENTA-
MOS POR R S

- RETAS CONCORRENTES: TEM UM ÚNICO PONTO EM CO-


MUM.

IV- Segmento circular:


É uma região compreendida entre um círculo e uma corda (seg-
mento que une dois pontos de uma circunferência) deste círculo.
Para calcular a área de um segmento circular temos que subtrair
a área de um triângulo da área de um setor circular, então temos:
Observação: Duas Retas Concorrentes Que Formam Entre Si
Um Ângulo Reto (90°) São Chamadas De Perpendiculares.

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B) Retas Não Coplanares: Não Estão No Mesmo Plano. São:

- Retas Reversas: Não Tem Ponto Em Comum.

Iii) Posições Relativas Entre Dois Planos


Observação: Duas Retas Reversas Que “Formam” Entre Si Um
A) Planos Paralelos: Não Tem Nenhum Ponto Em Comum. A In-
Ângulo Reto (90°) São Chamadas De Ortogonais.
tersecção Entre Os Planos É Um Conjunto Vazio.
B) Planos Coincidentes: Tem Todos Os Pontos Em Comum.
Como Podemos Verificar, Retas Paralelas Distintas E Retas Re-
C) Planos Secantes (Ou Incidentes): Tem Uma Única Reta Em
versas Não Tem Ponto Em Comum. Então Esta Não É Uma Condição
Comum. A Intersecção Entre Os Planos É Uma Reta. Podem Ser Oblí-
Suficiente Para Diferenciar As Posições, Porém É Uma Condição Ne-
quos (Formam Entre Si Um Ângulo Diferente De 90°) Ou Podem Ser
cessária. Para Diferenciar Paralelas Distintas E Reversas Temos Duas
Perpendiculares (Formam Entre Si Um Ângulo De 90°).
Condições:
- Paralelas Distintas Não Tem Ponto Em Comum E Estão No
Mesmo Plano (Coplanares).
- Reversas Não Tem Ponto Em Comum E Não Estão No Mesmo
Plano (Não Coplanares).

Ii) Posições Relativas Entre Reta E Plano.

A) Reta Paralela Ao Plano: Não Tem Nenhum Ponto Em Comum


Com O Plano. A Intersecção Da Reta Com O Plano É Um Conjunto
Vazio.

SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
Observação: Uma Reta Paralela A Um Plano É Paralela Com In-
finitas Retas Do Plano, Mas Não A Todas. Sólidos Geométricos são figuras geométricas que possui três
dimensões. Um sólido é limitado por um ou mais planos. Os mais
B) Reta Contida No Plano: Tem Todos Os Pontos Em Comum conhecidos são: prisma, pirâmide, cilindro, cone e esfera, dessas
Com O Plano. Também Obedece Ao Postulado Da Inclusão. A Inter- figuras podemos encontrar o seu volume, pois são figuras geomé-
secção Da Reta Com O Plano É Igual À Própria Reta. tricas espaciais.

I) PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases


iguais e paralelas.

C) Reta Secante (Ou Incidente) Ao Plano: Tem Um Único Ponto


Em Comum Com O Plano. A Intersecção Da Reta Com O Plano É O
Ponto P.

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Elementos de um prisma: a) Hexaedro (Paralelepípedo reto-retângulo): é um prisma que


a) Base: pode ser qualquer polígono. tem as seis faces retangulares.
b) Arestas da base: são os segmentos que formam as bases.
c) Face Lateral: é sempre um paralelogramo.
d) Arestas Laterais: são os segmentos que formam as faces la-
terais.
e) Vértice: ponto de intersecção (encontro) de arestas.
f) Altura: distância entre as duas bases.

Classificação: Temos três dimensões: a= comprimento, b = largura e c = al-


Um prisma pode ser classificado de duas maneiras: tura.

1- Quanto à base: Fórmulas:


- Prisma triangular...........................................................a base - Área Total: At = 2.(ab + ac + bc)
é um triângulo.
- Prisma quadrangular.....................................................a base - Volume: V = a.b.c
é um quadrilátero.
- Prisma pentagonal........................................................a base
- Diagonal:
é um pentágono.
- Prisma hexagonal.........................................................a base é
b) Hexaedro Regular (Cubo): é um prisma que tem as 6 faces
um hexágono.
quadradas.
E, assim por diante.

2- Quanta à inclinação:
- Prisma Reto: a aresta lateral forma com a base um ângulo
reto (90°).
- Prisma Obliquo: a aresta lateral forma com a base um ângulo
diferente de 90°.
As três dimensões de um cubo: comprimento, largura e altura
são iguais.

Fórmulas:
- Área Total: At = 6.a2

- Volume: V = a3

- Diagonal:
Fórmulas:
- Área da Base II) PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um
Como a base pode ser qualquer polígono não existe uma fór- vértice superior.
mula fixa. Se a base é um triângulo calculamos a área desse triân-
gulo; se a base é um quadrado calculamos a área desse quadrado,
e assim por diante.
- Área Lateral:
Soma das áreas das faces laterais
- Área Total:
At=Al+2Ab
- Volume:
V = Ab⋅h Elementos de uma pirâmide:

Prismas especiais: temos dois prismas estudados a parte e que A pirâmide tem os mesmos elementos de um prisma: base,
são chamados de prismas especiais, que são: arestas da base, face lateral, arestas laterais, vértice e altura. Além
destes, ela também tem um apótema lateral e um apótema da base.
Na figura acima podemos ver que entre a altura, o apótema da
base e o apótema lateral forma um triângulo retângulo, então pelo
Teorema de Pitágoras temos: ap2 = h2 + ab2.

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Classificação: O tronco da pirâmide é a parte da figura que apresenta as ares-


Uma pirâmide pode ser classificado de duas maneiras: tas destacadas em vermelho.
1- Quanto à base: É interessante observar que no tronco de pirâmide as arestas
- Pirâmide triangular...........................................................a laterais são congruentes entre si; as bases são polígonos regulares
base é um triângulo. semelhantes; as faces laterais são trapézios isósceles, congruentes
- Pirâmide quadrangular.....................................................a entre si; e a altura de qualquer face lateral denomina-se apótema
base é um quadrilátero. do tronco.
- Pirâmide pentagonal........................................................a
base é um pentágono. Cálculo das áreas do tronco de pirâmide.
- Pirâmide hexagonal.........................................................a base Num tronco de pirâmide temos duas bases, base maior e base
é um hexágono. menor, e a área da superfície lateral. De acordo com a base da pirâ-
E, assim por diante. mide, teremos variações nessas áreas. Mas observe que na super-
fície lateral sempre teremos trapézios isósceles, independente do
2- Quanta à inclinação: formato da base da pirâmide. Por exemplo, se a base da pirâmide
- Pirâmide Reta: tem o vértice superior na direção do centro for um hexágono regular, teremos seis trapézios isósceles na super-
da base. fície lateral.
- Pirâmide Obliqua: o vértice superior esta deslocado em rela- A área total do tronco de pirâmide é dada por:
ção ao centro da base. St = Sl + SB + Sb
Onde:
St → é a área total
Sl → é a área da superfície lateral
SB → é a área da base maior
Sb → é a área da base menor

Cálculo do volume do tronco de pirâmide.


A fórmula para o cálculo do volume do tronco de pirâmide é
obtida fazendo a diferença entre o volume de pirâmide maior e o
volume da pirâmide obtida após a secção transversal que produziu
o tronco. Colocando em função de sua altura e das áreas de suas
Fórmulas: bases, o modelo matemático para o volume do tronco é:
- Área da Base: , como a
base pode ser qualquer polígono não existe uma fórmula fixa. Se
a base é um triângulo calculamos a área desse triângulo; se a base
é um quadrado calculamos a área desse quadrado, e assim por Onde,
diante. V → é o volume do tronco
-ÁreaLateral: h → é a altura do tronco
SB → é a área da base maior
Sb → é a área da base menor

- Área Total: At = Al + Ab III) CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases
iguais, paralelas e circulares.

- Volume:

- TRONCO DE PIRÂMIDE
O tronco de pirâmide é obtido ao se realizar uma secção trans-
versal numa pirâmide, como mostra a figura:

Elementos de um cilindro:
a) Base: é sempre um círculo.
b) Raio
c) Altura: distância entre as duas bases.
d) Geratriz: são os segmentos que formam a face lateral, isto é,
a face lateral é formada por infinitas geratrizes.

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Classificação: como a base de um cilindro é um círculo, ele só Elementos de um cone:


pode ser classificado de acordo com a inclinação: a) Base: é sempre um círculo.
- Cilindro Reto: a geratriz forma com o plano da base um ân- b) Raio
gulo reto (90°). c) Altura: distância entre o vértice superior e a base.
- Cilindro Obliquo: a geratriz forma com a base um ângulo di- d) Geratriz: segmentos que formam a face lateral, isto é, a face
ferente de 90°. lateral e formada por infinitas geratrizes.

Classificação: como a base de um cone é um círculo, ele só tem


classificação quanto à inclinação.
- Cone Reto: o vértice superior está na direção do centro da
base.
- Cone Obliquo: o vértice superior esta deslocado em relação
ao centro da base.

Fórmulas:
- Área da Base: Ab = π.r2

- Área Lateral: Al = 2.π.r.h

- Área Total: At = 2.π.r.(h + r) ou At = Al + 2.Ab

- Volume: V = π.r2.h ou V = Ab.h


Fórmulas:
Secção Meridiana de um cilindro: é um “corte” feito pelo cen- - Área da base: Ab = π.r2
tro do cilindro. O retângulo obtido através desse corte é chamado
de secção meridiana e tem como medidas 2r e h. Logo a área da - Área Lateral: Al = π.r.g
secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = 2r.h.
- Área total: At = π.r.(g + r) ou At = Al + Ab

- Volume: ou

- Entre a geratriz, o raio e a altura temos um triângulo retângu-


lo, então: g2 = h2 + r2.

Secção Meridiana: é um “corte” feito pelo centro do cone. O


triângulo obtido através desse corte é chamado de secção meridia-
na e tem como medidas, base é 2r e h. Logo a área da secção meri-
diana é dada pela fórmula: ASM = r.h.

Cilindro Equilátero: um cilindro é chamado de equilátero quan-


do a secção meridiana for um quadrado, para isto temos que: h = 2r.

IV) CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular


e vértice superior.
Cone Equilátero: um cone é chamado de equilátero quando a
secção meridiana for um triângulo equilátero, para isto temos que:
g = 2r.

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TRONCO DE CONE
Se um cone sofrer a intersecção de um plano paralelo à sua base circular, a uma determinada altura, teremos a constituição de uma
nova figura geométrica espacial denominada Tronco de Cone.

Elementos
- A base do cone é a base maior do tronco, e a seção transversal é a base menor;
- A distância entre os planos das bases é a altura do tronco.

Diferentemente do cone, o tronco de cone possui duas bases circulares em que uma delas é maior que a outra, dessa forma, os cálcu-
los envolvendo a área superficial e o volume do tronco envolverão a medida dos dois raios. A geratriz, que é a medida da altura lateral do
cone, também está presente na composição do tronco de cone.
Não devemos confundir a medida da altura do tronco de cone com a medida da altura de sua lateral (geratriz), pois são elementos
distintos. A altura do cone forma com as bases um ângulo de 90º. No caso da geratriz os ângulos formados são um agudo e um obtuso.

Área da Superfície e Volume

Onde:
h = altura
g = geratriz

Exemplo:
Os raios das bases de um tronco de cone são 6 m e 4 m. A altura referente a esse tronco é de 10 m. Determine o volume desse tronco
de cone. Lembre-se que π = 3,14.

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V) ESFERA Fórmula da área do fuso:

Cunha Esférica:

Elementos da esfera Fórmula do volume da cunha:


- Eixo: é um eixo imaginário, passando pelo centro da esfera.
- Polos: ponto de intersecção do eixo com a superfície da es-
fera.
- Paralelos: são “cortes” feitos na esfera, determinando círcu-
los.
- Equador: “corte” feito pelo centro da esfera, determinando, NOÇÕES DE ESTATÍSTICA: POPULAÇÃO E AMOSTRA; VA-
assim, o maior círculo possível. RIÁVEIS CONTÍNUAS E DISCRETAS; DISTRIBUIÇÃO DE FRE-
QUÊNCIAS; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL: MÉDIA,
Fórmulas MEDIANA E MODA.

Estatística descritiva
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
e resumos numéricos.

Noções de estatística
A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza.

- na figura acima podemos ver que o raio de um paralelo (r), a Estatística descritiva (Dedutiva)
distância do centro ao paralelo ao centro da esfera (d) e o raio da O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
esfera (R) formam um triângulo retângulo. Então, podemos aplicar racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
o Teorema de Pitágoras: R2 = r2 + d2. e resumos numéricos. Fazemos uso de:
- Área: A = 4.π.R2
Tabelas de frequência
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequ-
- Volume: V = ência servem para agrupar informações de modo que estas possam
ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de
Fuso Esférico: frequência em faixa de valores.

Gráficos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana-
lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem-
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores,
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico
sequencial.

Resumos numéricos
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a
tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores
discrepantes, etc.

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Estatística inferencial (Indutiva) — Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser


Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe- mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de: estatístico.
— Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística
Estimação Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da- dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu-
estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem sões e previsões.
ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.
Censo
Teste de Hipóteses É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os
O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su- componentes da população.
posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam-
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha. Principais propriedades:
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
População e amostra - É caro;
- É lento;
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em perí-
odos de anos 10 em 10 anos);
- Nem sempre é viável.

Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or-


ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo.

Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos.

É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS


de investigar uma ou mais características.
Usamos a distribuição de frequência para organizarmos os da-
Variáveis e suas classificações dos estatísticos resultantes de variáveis quantitativas (as que usam
Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu- os números para expressar-se) e fazemos a tabulação dos dados,
tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize- ou seja, a colocação dos dados de forma ordenada em uma tabela,
mos que estamos qualificando. para assim melhor interpreta-los.
Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável Distribuição de frequência sem intervalo de classe
quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites Quando temos variáveis discretas (possuem número finito de
recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode valores entre quaisquer dois valores) a sua variação é relativamente
assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o pequena, cada valor pode ser tomado como um intervalo de classe.
nome de variável discreta. Exemplo:
Uma professora organizou as notas que seus 25 alunos obtive-
Fases do método estatístico ram em uma de suas provas, da seguinte forma:
— Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
— Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
crítica pode ser externa e interna.

— Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-


tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
ser manual, eletromecânica ou eletrônica.

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Observe que ela já ordenou os dados brutos (rol) o que ajuda a


fazermos a tabulação dos dados. Tabulando teremos:

O exemplo acima mostra a distribuição de frequência para


dados não agrupados. Quando trabalhamos com uma quantidade
grande de dados, a melhor forma é agrupa-los, afim de ganharmos
simplicidade, mesmo que perdemos os pormenores.
O número de vezes que um dado aparece é chamado de FRE-
QUÊNCIA ABSOLUTA representado por f ou fi (varia de acordo com Nota:
a bibliografia estudada). Também podemos representar a frequên- Muitas bibliografias tendem a definir os termos de seus ele-
cia em forma de porcentagem, a esta damos o nome de FREQUÊN- mentos estatísticos de formas variadas, dando nome aos seus
CIA RELATIVA (fr). Ela é o quociente entre a frequência absoluta e o elementos de formas diferentes. Porém devemos levar em consi-
número de elementos da população total. deração o princípio de cada um, o seu uso e relevância dentro do
tratamento dos dados.
Colocamos aqui algumas dessas definições para o mesmo ele-
mento para que você possa estar contextualizado sobre o assunto.

Distribuição de frequência para dados agrupados


Para melhor entendimento vamos acompanhar um exemplo e
assim destacaremos os elementos desse tipo de distribuição e os
meios de montarmos sua tabela.

Exemplo:
Uma pesquisa feita com 40 alunos de uma escola C, revelou os
Podemos ainda através desta tabulação encontrar a FREQU- seguintes dados sobre a estatura de seus alunos (estaturas dadas
ÊNCIA ABSOLUTA ACUMULADA (fa, Fa ou Fi), na qual é a soma da em cm):
frequência absoluta com a do anterior.

Observe que os dados não estão ordenados, então devemos


organiza-los para assim conseguirmos analisarmos, montando as-
sim o nosso Rol:

Com isso já fica evidente qual a menor (150 cm) e a maior (173
cm) estatura deste grupo de alunos, e sua concentração está entre
Observe que a última linha da Frequência Absoluta Acumulada 160 e 165 cm.
é SEMPRE IGUAL ao somatório total dos dados. Temos ainda a FRE-
QUÊNCIA RELATIVA ACUMULADA (fra), que é a razão entre a frequ- Se montássemos uma tabela semelhante a do exemplo an-
ência absoluta acumulada e a frequência absoluta acumulada total terior, exigiria muito espaço, mesmo a nossa amostra tendo uma
de dados, é a forma percentual de representarmos esses dados. quantidade de valores razoável (40 alunos). Então convém agrupar-
mos esses valores em vários intervalos. Com isso teremos a seguin-
te tabela de distribuição de frequência com intervalo de classes.

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ESTATURA DOS 40 ALUNOS Sabemos que o menor valor da nossa amostra é 150 e o maior
DA ESCOLA C 173, aplicando teremos:
AA = 173 – 150 = 23 cm

- Amplitude das classes (h): é a divisão entre a amplitude total


e o número de classes. O valor desta divisão só poderá ser arredon-
dado para mais.

Para nosso exemplo temos:

Para montarmos uma tabela com tal agrupamento, precisamos


saber algumas definições: Assim agruparemos os dados de 4 em 4: 150 ao 154; 154 ao
158, ..., 170 ao 174, completando nossas 6 classes. Lembrando que
- Classes de frequência ou classes: são intervalos de variação como utilizamos o símbolo “├- “não estamos considerando o valor
da variável. Elas são simbolicamente representadas por i, sendo i final, por isso o repetimos no intervalo seguinte.
= 1,2,3, ..., k (onde k é o número total de classes da distribuição). Com isso, conseguimos chegar a nossa tabela inicial.
Por exemplo o intervalo 158 ├- 162 define a 3ª classe (i = 3), de
um total de 6 classes, k = 6. Tome Nota: Podemos chamar a amplitude de classes também
como Amplitude de um intervalo de classe ou intervalo de clas-
Depois aplicamos a fórmula de Sturges (regra do Logaritmo) se (hi) que é a medida do intervalo que define a classe. Obtemos
dada por: ela através da diferença do limite superior e inferior de cada classe.
Uma vez que conhecemos e temos os intervalos podemos encon-
tra-la facilmente.
hi = Li – li

Outras informações são importantes e relevantes ao nosso es-


tudo, como meio de chegarmos a outras análises. Vejamos:

Aplicando no nosso exemplo temos: k = 1 + 3,3 .log 40 → k = - Limite de classe: são os extremos de cada classe. O menor
1 + 3,3 .1,60 → k = 1 + 5,28 → k = 6,28, arredondando temos k = 6. chamamos de limite inferior da classe (li) e o maior, o limite supe-
rior da classe (Li).
Dica Tomando como exemplo a 3ª classe, temos:
Quantidade de classes x quantidade de dados l3 = 158 e L3 = 162

Fique por dentro!

O símbolo ├- , indica uma inclusão do valor de li (limite


inferior) e exclusão do valor de Li (limite superior).
O símbolo ├-┤, indica uma inclusão tanto do valor de li
(limite inferior) como do valor de Li (limite superior).
O símbolo -┤, , indica uma exclusão do valor de li (limi-
te inferior) e inclusão do valor de Li (limite superior).

- Amplitude total da distribuição (AT): é a diferença entre o


limite superior da última classe e o limite inferior da última classe.
AT = L (máx.) – l (mín.)

Já sabemos que vamos precisar de 6 classes para agruparmos Em nosso caso temos: AT = 174 – 150 = 24 cm
nossos dados. Agora precisamos descobrir quantos dados vamos Quando as classes
agrupar juntos, ou seja, qual o tamanho ou amplitude do nosso in-
tervalo, para isso precisaremos de mais algumas informações. Observação: A amplitude total da distribuição (AT) JAMAIS
coincide com a amplitude amostral (AA).
- Amplitude amostral ou total (AA): diferença entre o valor
máximo e o valor mínimo da amostra.
AA = x (máx.) – x (min.)

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- Ponto médio de uma classe (xi): é o ponto que divide o in- Exemplo 1:
tervalo de classe em duas partes iguais. É o valor que a representa. Determinar a mediana do conjunto de dados:
Para sua obtenção calculamos a média aritmética entre os limites {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
da classe (superior e inferior).
Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
Exemplo: 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
O ponto médio da 4ª classe é: Resposta: Md=12.

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
Solução:
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
do conjunto. entre os dois termos centrais do rol.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na Logo:
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
ca para variáveis quantitativas. Resposta: Md=15
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- Moda (Mo)
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências. Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos aquele valor que ocorre com maior frequência.
jogadores é:
Observação:
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07 A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
Exemplo 1:
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte- O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
remos a média aritmética das alturas: isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.


FUNÇÕES: DEFINIÇÃO; DOMÍNIO; CONTRADOMÍNIO;
Média Ponderada IMAGEM; GRÁFICOS.
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi-
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama-
da média aritmética ponderada. DIAGRAMA DE FLECHAS

Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn

Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-


ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ-
ência (xn) em rol.

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102
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

GRÁFICO CARTESIANO Exemplo


Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos,
desta função, é:

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é


Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem uma
= {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12}
relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta de luz
depende do consumo medido no período; o tempo de uma viagem
CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES
de automóvel depende da velocidade no trajeto.
Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domí-
apresentam imagens também distintas no contradomínio.
nio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com
mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem
da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma rela-


ção de A em B.
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemen-
to x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do
conjunto B.

Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B) Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio fo-
rem imagens de pelo menos um elemento do domínio.
DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO, IMAGEM

O domínio é constituído por todos os valores que podem ser


atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é forma-
da por todos os valores correspondentes da variável dependente.

O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por D.


O domínio serve para definir em que conjunto estamos trabalhan-
do, isto é, os valores possíveis para a variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no con- Bijetora: Quando apresentar as características de função inje-
tradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis-
função f. O conjunto de todos os valores de y que são imagens de tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con-
valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio.
por Im.

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Coeficiente Linear e Angular


FUNÇÕES POLINOMIAIS DE 1º E 2º GRAUS: DEFINIÇÃO; Como o gráfico de uma função afim é uma reta, o coeficiente
DOMÍNIO; IMAGEM; GRÁFICOS. a de x é também chamado de coeficiente angular. Esse valor
representa a inclinação da reta em relação ao eixo Ox.
O termo constante b é chamado de coeficiente linear e
FUNÇÃO AFIM representa o ponto onde a reta corta o eixo Oy. Pois sendo x = 0,
temos:
A função afim, também chamada de função do 1º grau, é uma
função f: ℝ→ℝ, definida como f(x) = ax + b, sendo a e b números y = a.0 + b ⇒ y = b
reais1. As funções f(x) = x + 5, g(x) = 3√3x - 8 e h(x) = 1/2 x são
exemplos de funções afim. Quando uma função afim apresentar o coeficiente angular
Neste tipo de função, o número a é chamado de coeficiente de igual a zero (a = 0) a função será chamada de constante. Neste caso,
x e representa a taxa de crescimento ou taxa de variação da função. o seu gráfico será uma reta paralela ao eixo Ox.
Já o número b é chamado de termo constante. Abaixo representamos o gráfico da função constante f (x) = 4:
Gráfico de uma Função do 1º grau
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau é uma reta
oblíqua aos eixos Ox e Oy. Desta forma, para construirmos seu
gráfico basta encontrarmos pontos que satisfaçam a função.

Exemplo: Construa o gráfico da função f (x) = 2x + 3.


Para construir o gráfico desta função, vamos atribuir valores
arbitrários para x, substituir na equação e calcular o valor
correspondente para a f (x).
Sendo assim, iremos calcular a função para os valores de
x iguais a: - 2, - 1, 0, 1 e 2. Substituindo esses valores na função,
temos:
f (- 2) = 2. (- 2) + 3 = - 4 + 3 = - 1
f (- 1) = 2 . (- 1) + 3 = - 2 + 3 = 1
f (0) = 2 . 0 + 3 = 3
f (1) = 2 . 1 + 3 = 5
f (2) = 2 . 2 + 3 = 7 Ao passo que, quando b = 0 e a = 1 a função é chamada de
função identidade. O gráfico da função f (x) = x (função identidade)
Os pontos escolhidos e o gráfico da f (x) são apresentados na é uma reta que passa pela origem (0,0).
imagem abaixo: Além disso, essa reta é bissetriz do 1º e 3º quadrantes, ou seja,
divide os quadrantes em dois ângulos iguais, conforme indicado na
imagem abaixo:

No exemplo, utilizamos vários pontos para construir o gráfico,


entretanto, para definir uma reta bastam dois pontos. Temos ainda que, quando o coeficiente linear é igual a zero
Para facilitar os cálculos podemos, por exemplo, escolher os (b = 0), a função afim é chamada de função linear. Por exemplo as
pontos (0,y) e (x,0). Nestes pontos, a reta da função corta o eixo Ox funções f (x) = 2x e g (x) = - 3x são funções lineares.
e Oy respectivamente. O gráfico das funções lineares são retas inclinadas que passam
pela origem (0,0).

1 https://www.todamateria.com.br/funcao-afim/
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Representamos abaixo o gráfico da função linear f (x) = - 3x:

Função Crescente e Decrescente


Uma função é crescente quando ao atribuirmos valores cada vez maiores para x, o resultado da f (x) será também cada vez maior.
Já a função decrescente é aquela que ao atribuirmos valores cada vez maiores para x, o resultado da f (x) será cada vez menor.
Para identificar se uma função afim é crescente ou decrescente, basta verificar o valor do seu coeficiente angular.
Se o coeficiente angular for positivo, ou seja, a é maior que zero, a função será crescente. Ao contrário, se a for negativo, a função será
decrescente.
Por exemplo, a função 2x - 4 é crescente, pois a = 2 (valor positivo). Entretanto, a função - 2x + - 4 é decrescente visto que a = - 2
(negativo). Essas funções estão representadas nos gráficos abaixo:

FUNÇÃO QUADRÁTICA

A função quadrática, também chamada de função polinomial de 2º grau, é uma função representada pela seguinte expressão2:
f(x) = ax² + bx + c

Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.

2 https://www.todamateria.com.br/funcao-quadratica/
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Exemplo: Por fim, para encontrar o valor de a substituímos os valores de


f(x) = 2x² + 3x + 5, b e c que já foram encontrados. Logo:

sendo, (Equação I)
a=2 a-b+c=8
b=3 a - (- 3) + 4 = 8
c=5 a=-3+4
a=1
Nesse caso, o polinômio da função quadrática é de grau 2, pois
é o maior expoente da variável. Sendo assim, os coeficientes da função quadrática dada são:
a=1
— Como resolver uma função quadrática b=-3
Confira abaixo o passo-a-passo por meio um exemplo de c=4
resolução da função quadrática:
— Raízes da Função
Exemplo: Determine a, b e c na função quadrática dada por: f(x) As raízes ou zeros da função do segundo grau representam aos
= ax² + bx + c, sendo: valores de x tais que f(x) = 0. As raízes da função são determinadas
f (-1) = 8 pela resolução da equação de segundo grau:
f (0) = 4
f (2) = 2 f(x) = ax² +bx + c = 0

Primeiramente, vamos substituir o x pelos valores de cada Para resolver a equação do 2º grau podemos utilizar vários
função e assim teremos: métodos, sendo um dos mais utilizados é aplicando a Fórmula de
f (-1) = 8 Bhaskara, ou seja:
a (-1)² + b (–1) + c = 8
a - b + c = 8 (equação I)

f (0) = 4
a . 0² + b . 0 + c = 4
c = 4 (equação II) Exemplo: Encontre os zeros da função f(x) = x² – 5x + 6.
Sendo:
f (2) = 2 a=1
a . 2² + b . 2 + c = 2 b=–5
4a + 2b + c = 2 (equação III) c=6

Pela segunda função f (0) = 4, já temos o valor de c = 4. Substituindo esses valores na fórmula de Bhaskara, temos:
Assim, vamos substituir o valor obtido para c nas equações I e
III para determinar as outras incógnitas (a e b):

(Equação I)
a-b+4=8
a-b=4
a=b+4
Já que temos a equação de a pela Equação I, vamos substituir
na III para determinar o valor de b:

(Equação III)
4a + 2b + 4 = 2
4a + 2b = - 2 Portanto, as raízes são 2 e 3.
4 (b + 4) + 2b = - 2 Observe que a quantidade de raízes de uma função quadrática
4b + 16 + 2b = - 2 vai depender do valor obtido pela expressão: Δ = b² – 4. ac, o qual é
6b = - 18 chamado de discriminante.
b=-3
Assim,
- Se Δ > 0, a função terá duas raízes reais e distintas (x1 ≠ x2);
- Se Δ < 0, a função não terá uma raiz real;
- Se Δ = 0, a função terá duas raízes reais e iguais (x1 = x2).

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— Gráfico da Função Quadrática


O gráfico das funções do 2º grau são curvas que recebem o nome de parábolas. Diferente das funções do 1º grau, onde conhecendo
dois pontos é possível traçar o gráfico, nas funções quadráticas são necessários conhecer vários pontos.
A curva de uma função quadrática corta o eixo x nas raízes ou zeros da função, em no máximo dois pontos dependendo do valor do
discriminante (Δ). Assim, temos:
- Se Δ > 0, o gráfico cortará o eixo x em dois pontos;
- Se Δ < 0, o gráfico não cortará o eixo x;
- Se Δ = 0, a parábola tocará o eixo x em apenas um ponto.

Existe ainda um outro ponto, chamado de vértice da parábola, que é o valor máximo ou mínimo da função. Este ponto é encontrado
usando-se a seguinte fórmula:

O vértice irá representar o ponto de valor máximo da função quando a parábola estiver voltada para baixo e o valor mínimo quando
estiver para cima.
É possível identificar a posição da concavidade da curva analisando apenas o sinal do coeficiente a. Se o coeficiente for positivo, a
concavidade ficará voltada para cima e se for negativo ficará para baixo, ou seja:

Assim, para fazer o esboço do gráfico de uma função do 2º grau, podemos analisar o valor do a, calcular os zeros da função, seu vértice
e o ponto em que a curva corta o eixo y, ou seja, quando x = 0.
A partir dos pares ordenados dados (x, y), podemos construir a parábola num plano cartesiano, por meio da ligação entre os pontos
encontrados.

FUNÇÕES ELEMENTARES: FUNÇÃO MODULAR; FUNÇÕES DEFINIDAS POR VÁRIAS SENTENÇAS; FUNÇÃO EXPONENCIAL;
FUNÇÃO LOGARÍTMICA.

FUNÇÃO DE VÁRIAS SENTENÇAS

Dependendo das variáveis envolvidas, pode ser necessário o uso de mais de uma função para representar adequadamente uma de-
terminada situação. Elas são desse tipo, exemplo:

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Vamos considerar as seguintes funções:

Agora, se pensarmos em uma função f definida por f(x) = g(x) = x² para x < 1 e f(x) = ℎ(x) = x + 1, quando x ≥ 1, isto é:

O gráfico da função f será o gráfico da função g quando os valores de x são tomados menores que 1, e quando os valores de x são
tomados maiores que 1, o gráfico da f será igual ao gráfico de ℎ:

A função f é dita função definida por mais de uma sentença (a saber, definida por duas sentenças).
Uma função é definida por mais de uma sentença quando cada uma das sentenças está associada à um subdomínio D1, D2, D3, . . . Dn
e a união destes n-subconjuntos forma o domínio D da função original, ou seja, cada domínio Di é um subconjunto de D.

FUNÇÃO MODULAR
Chama-se função modular a função f: R • R, definida por: f(x) = |x|.
Por definição:

A função modular é definida por duas sentenças: f(x) = x, se x≥0 e f(x) = -x, se x<0.

Módulo de um número
– O módulo de um número real não negativo é igual ao próprio número;
– O módulo de um número real negativo é igual ao oposto desse número;
– O módulo de um número real qualquer é sempre maior ou igual a zero: |x|≥0, para todo x.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Construção do Gráfico da f(x) = |x|


f (x) = x , se x ≥ 0 f (x) = - x , se x < 0 f (x) = |x|

O gráfico é uma semirreta fe- O gráfico é uma semirreta aber-


O gráfico é a reunião das duas semir-
chada com origem no ponto O (0,0). ta com origem no ponto O (0,0). Ela
retas.
Ela é bissetriz do 1º quadrante. é bissetriz do 2º quadrante.

Imagem de uma função modular


O conjunto imagem da função Modular é R+, isto é, a função assume valores reais não negativos.

— Função Exponencial
A função exponencial é a definida como sendo a inversa da função logarítmica natural, isto é:

Podemos concluir, então, que a função exponencial é definida por:

Gráficos da Função Exponencial


Função exponencial Função exponencial
0<a<1 a>1

– Domínio = lR – Domínio = lR
– Contradomínio = lR+ – Contradomínio = lR+
– f é injetora – f é injetiva
– f(x) > 0 , ⍱ x Є lR – f(x) > 0 , ⍱ x Є lR
– f é continua e diferenciável em lR – f é continua e diferenciável em lR
– A função é estritamente decrescente. – A função é estritamente crescente.
– limx→ -∞ ax = + ∞ – limx→ +∞ ax = + ∞
– limx→ +∞ ax = 0 – limx→ -∞ ax = 0
– y = 0 é assíntota horizontal – y = 0 é assíntota horizontal
Propriedades
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número racional, então:
– ax ay= ax + y
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– ax / ay= ax - y
– (ax) y= ax.y
– (a b)x = ax bx
– (a / b)x = ax / bx
– a-x = 1 / ax

Estas relações também são válidas para exponenciais de base e


(e = número de Euller = 2,718...)
– y = ex se, e somente se, x = ln(y)
– ln(ex) =x
– ex+y= ex.ey
– ex-y = ex/ey
– ex.k = (ex)k

A Constante de Euler
Existe uma importantíssima constante matemática definida por
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em função da
definição da função exponencial, temos que: Ln(e) = 1 FUNÇÃO LOGARÍTMICA
O valor deste número expresso com 40 dígitos decimais, é:
e = 2,718281828459045235360287471352662497757 Toda equação que contém a incógnita na base ou no logarit-
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser mando de um logaritmo é denominada equação logarítmica. Abai-
escrita como a potência de base e com expoente x, isto é: xo temos alguns exemplos de equações logarítmicas:
ex = exp(x)

Construção do Gráfico de uma Função Exponencial


Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função
Vamos atribuir valores a x, para que possamos traçar os pontos
no gráfico.
Perceba que nestas equações a incógnita encontra-se ou no
X Y logaritmando, ou na base de um logaritmo. Para solucionarmos
equações logarítmicas recorremos a muitas das propriedades dos
logaritmos.
-3
Função Logarítmica
A função logaritmo natural mais simples é a função y=f0(x)=lnx.
-2 Cada ponto do gráfico é da forma (x, lnx) pois a ordenada é sempre
igual ao logaritmo natural da abscissa.
-1

0 1
1 2
2 4
3 8

O domínio da função ln é R*+=]0,∞[


e a imagem é o conjunto R=]-∞,+∞[.
O eixo vertical é uma assíntota ao gráfico da função. De fato, o grá-
fico se aproxima cada vez mais da reta x=0

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Função logarítmica de base a é toda função f:R*+ → R, definida Função Crescente e Decrescente
por com a ϵ R*+ e a ≠ 1. Assim como no caso das funções exponenciais, as funções logarít-
Podemos observar neste tipo de função que a variável inde- micas também podem ser classificadas como função crescente ou
pendente x é um logaritmando, por isto a denominamos função função decrescente. Isto se dará em função da base a ser maior
logarítmica. Observe que a base a é um valor real constante, não é ou menor que 1. Lembre-se que segundo a definição da função
uma variável, mas sim um número real. logarítmica f:R*+ → R, definida por , temos
A função logarítmica de R*+ → R é inversa da função exponen- que a > 0 e a ≠ 1.
cial de R*+ → R e vice-versa, pois:
Função Logarítmica Crescente

Representação da Função Logarítmica no Plano Cartesiano


Podemos representar graficamente uma função logarítmica da
mesma forma que fizemos com a função exponencial, ou seja,
escolhendo alguns valores para x e montando uma tabela com os
respectivos valores de f(x). Depois localizamos os pontos no plano
cartesiano e traçamos a curva do gráfico. Vamos representar grafi-
camente a função e como estamos trabalhando
com um logaritmo de base 10, para simplificar os cálculos vamos
escolher para x alguns valores que são potências de 10: 0,001,
0,01, 0,1, 1, 10 e 2.

Temos então seguinte a tabela:


Se a > 1 temos uma função logarítmica crescente, qualquer que
x y = log x seja o valor real positivo de x. No gráfico da função ao lado pode-
0,001 y = log 0,001 = -3 mos observar que à medida que x aumenta, também aumenta f(x)
ou y. Graficamente vemos que a curva da função é crescente. Tam-
0,01 y = log 0,01 = -2 bém podemos observar através do gráfico, que para dois valores
0,1 y = log 0,1 = -1 de x (x1 e x2), que , isto para
1 y = log 1 = 0 x1, x2 e a números reais positivos, com a > 1.
10 y = log 10 = 1 Função Logarítmica Decrescente

Se 0 < a < 1 temos uma função logarítmica decrescente em


Ao lado temos o gráfico desta função logarítmica, no qual lo- todo o domínio da função. Neste outro gráfico podemos ob-
calizamos cada um dos pontos obtidos da tabela e os interligamos servar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente
através da curva da função: Veja que para valores de y < 0,01 os observamos que a curva da função é decrescente. No gráfico
pontos estão quase sobre o eixo das ordenadas, mas de fato nunca também observamos que para dois valores de x (x1 e x2), que
chegam a estar. Note também que neste tipo de função uma grande
variação no valor de x implica numa variação bem inferior no valor , isto para x1, x2 e a nú-
de y. Por exemplo, se passarmos de x = 100 para x = 1000000, a meros reais positivos, com 0 < a < 1. É importante frisar que
variação de y será apenas de 2 para 6. Isto porque: independentemente de a função ser crescente ou decrescente,
o gráfico da função sempre cruza o eixo das abscissas no pon-
to (1, 0), além de nunca cruzar o eixo das ordenadas e que o
, isto para x1, x2 e a números
reais positivos, com a ≠ 1.

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v: ou (um ou outro) ou disjunção


ESTRUTURAS LÓGICAS p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real

: “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou


Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
hipóteses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas
conclusões e, por fim, chegar a um resultado final. nunca ambos)
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas
estruturas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da ¬ ou ~: negação
lógica, para poder justamente determinar um modo, para que ~p: Carlos não é professor
o caminho traçado não seja o errado. Veremos que há diversas
estruturas para isso, que se organizam de maneira matemática. ->: implicação ou condicional (se… então…)
A estrutura mais importante são as proposições. p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real

Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira ⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
ou falsa. p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil
é o Real
Ex.: Carlos é professor.
Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou estruturas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é mais natural decifrar esta simbologia.
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa. Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial
frase seja “Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a que tudo esteja extremamente estabelecido.
frase não é uma proposição.
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não 1 – Princípio da Identidade
proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode p=p
ser classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
informações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. (ou equivalente) a ela mesma.
Nestes casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido
ao seu caráter imperativo. 2 – Princípio da Não contradição
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos p=qvp≠q
permite deduzir diversas relações entre declarações, assim, Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer
iremos utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja,
encadeamentos. não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas mesmo tempo.
(p.ex.: a, b, p, q, …)
3 – Princípio do Terceiro excluído
Seja a proposição p: Carlos é professor pv¬p
Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo
É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a uma nova (como são duas, uma terceira) opção).
proposição se classifica como verdadeira ou falsa.
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como
Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então,
Por exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois
uma única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos.
Real”.

Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS,
mais proposições através de conectivos. DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.

Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:


Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos
^: e (aditivo) conjunção nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de
Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo
Real”, posso escrever p ^ q. assunto.

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No entanto, a construção desta argumentação não é necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, e como eles
podem nos levar a algumas respostas corretas e outras falsas.

Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)


Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano
Logo Sócrates é mortal

Inferências: Argumentar através da dedução


Se Carlos for professor, haverá aula
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso contrário, então Carlos não é professor

Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte específica


Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real

Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico

Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação resultar
num resultado falso, chamaremos tal argumentação de sofismo3.
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
resultados falsos. Por exemplo:

A água do mar é feita de água e sal


A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito de bolacha)
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?

LÓGICA SENTENCIAL (PROPOSICIONAL): PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS; TABELAS VERDADE; EQUIVALÊNCIAS; LEIS
DE MORGAN; DIAGRAMAS LÓGICOS

A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou
composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou
mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não for
professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa? Como
podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é através de tabelas-verdades.

3 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, sendo
considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensamento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura foge da
lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos
saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte tabela verdade:
p ~p
V F
F V

A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:

p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F

Todas as tabelas verdades são as seguintes:

p q p^q pvq p→q p ↔q p v. q


V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F

Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:

p q r p v q -> r

Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:

p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logicamente
equivalentes (iguais).

Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:

p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V

Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:

p q p^q pvp p->q (p^q) -> pvq


V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V

O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.

Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de
Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)

Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:


p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real

Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor OU a
moeda do Brasil não é o real
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do Brasil
não é o Real.

Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas para
resolver diversas questões.

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

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Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.
ALGUM
O
A NÃO é B

NENHUM
E
AéB Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
Existe pelo menos um elemento que não são B (enquanto que, no “Algum A é
pertence a A, então não pertence a B, e B”, a atenção estava sobre os que eram B,
vice-versa. ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
Existe pelo menos um elemento co- casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
mum aos conjuntos A e B. (A) existem cinemas que não são teatros.
Podemos ainda representar das seguin- (B) existe teatro que não é casa de cultura.
tes formas: (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
ALGUM (D) existe casa de cultura que não é cinema.
I (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
AéB
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

QUESTÕES

1. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ-


RIOS- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote de
100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que imprime 5000
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20 minutos de funciona-
Segundo as afirmativas temos: mento, a máquina A quebra e o serviço restante passa a ser fei-
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último to pela máquina B, que imprime 4500 folhetos em 48 minutos. O
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo tempo que a máquina B levará para imprimir o restante do lote de
menos um dos cinemas é considerado teatro. folhetos é
(A) 14 horas e 10 minutos.
(B) 14 horas e 05 minutos.
(C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
(E) 13 horas e 20 minutos.

2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VUNESP/2017)


Renata foi realizar exames médicos em uma clínica. Ela saiu de sua
casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela ficou durante uma
hora e meia na clínica, então o tempo gasto no trânsito, no trajeto
de ida e volta, foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- (C) 1h.
mo princípio acima. (D) 1h 15min.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, (E) 1 1/2h.
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
afirma isso 3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VUNESP/2017)
Uma indústria produz regularmente 4500 litros de suco por dia. Sa-
be-se que a terça parte da produção diária é distribuída em caixi-
nhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada uma. Nessas condi-
ções, é correto afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma
quantidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
(B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
(E) 20500.
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4. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- 9. (FCEP – TÉCNICO ARTÍSTICO – AMAUC/2017) Considere


GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 litros de a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da equação é
uma substância líquida em recipientes de 72 cm3 cada um. Sabe-se o segundo termo de uma Progressão Aritmética (P.A.). O primeiro
que cada recipiente, depois de cheio, tem 80 gramas. A quantidade termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz da equação. O valor do
de toneladas que representa todos os recipientes cheios com essa décimo termo da P.A. é:
substância é de (A) 48
(A) 16 (B)36
(B) 160 (C) 32
(C) 1600 (D) 28
(D) 16000 (E) 24

5. Um ângulo de 120° equivale a quantos radianos? 10. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO
DE TRANSPORTE – FCC/2017) Em um experimento, uma planta
(A) recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebido no
dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas de água, no 1° dia
(B) do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
(C)
(B) 49 gotas.
(D) (C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) (E) 54 gotas.

3. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABA- 11. A área de um quadrado cuja diagonal mede cm é, em cm2,
LHO JÚNIOR -CESGRANRIO/2017) A soma dos n primeiros termos igual a:
de uma progressão geométrica é dada por (A) 12
(B) 13
(C) 14
(D) 15
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geométrica? (E) 16
(A) 1
(B) 3 12. (BDMG - Analista de Desenvolvimento – FUMARC) Corta-
(C) 27 -se um arame de 30 metros em duas partes. Com cada uma das
(D) 39 partes constrói-se um quadrado. Se S é a soma das áreas dos dois
(E) 40 quadrados, assim construídos, então o menor valor possível para S
é obtido quando:
7. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017)Para que (A) o arame é cortado em duas partes iguais.
a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão aritmética, x (B) uma parte é o dobro da outra.
pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, o valor de (C) uma parte é o triplo da outra.
(A) -0,5. (D) uma parte mede 16 metros de comprimento.
(B)1,5.
(C) 2. 13. (TJM-SP - Oficial de Justiça – VUNESP) Um grande terreno
(D)4. foi dividido em 6 lotes retangulares congruentes, conforme mostra
(E) 6. a figura, cujas dimensões indicadas estão em metros.

8. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVISOR


– FGV/2017) O valor da expressão

2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:


(A)2014;
(B) 2016;
(C) 2018;
(D) 2020;
(E) 2022. Sabendo-se que o perímetro do terreno original, delineado em
negrito na figura, mede x + 285, conclui-se que a área total desse
terreno é, em m2, igual a:
(A) 2 400.
(B) 2 600.
(C) 2 800.
(D) 3000.
(E) 3 200.
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14. (IPSM – Analista de gestão Municipal – VUNESP/2018) Um 17. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO) Em
tanque em formato de prisma reto retangular, cujas dimensões são uma faculdade, uma amostra de 120 alunos foi coletada, tendo-se
3,5 m, 1,2 m e 0,8 m, está completamente cheio de água. Durante 3 verificado a idade e o sexo desses alunos. Na amostra, apurou-se
horas e 15 minutos, há a vazão de 12 litros por minuto de água para que 45 estão na faixa de 16 a 20 anos, 60, na faixa de 21 a 25 anos,
fora do tanque. Lembre-se de que 1 m3 é equivalente a 1000 litros. e 15 na faixa de 26 a 30 anos. Os resultados obtidos encontram-se
Após esse tempo, o número de litros de água que ainda permane- na Tabela abaixo.
cem no tanque é igual a
(A) 980.
(B) 1020.
(C) 1460.
(D) 1580.
(E) 1610.

15. (UFSM – Auxiliar em Administração – UFSM/2017) O nú-


mero de furtos a bancos tem crescido muito nos últimos anos. Em
um desses furtos, criminosos levaram 20 barras de ouro com di-
mensões dadas, em centímetros, pela figura a seguir. Quais são, respectivamente, os valores indicados pelas letras
P, Q, R e S?
(A) 40 ; 28 ; 64 E 0
(B) 50 ; 28 ; 64 E 7
(C) 50 ; 40 ; 53,3 E 7
(D) 77,8 ; 28 ; 53,3 E 7
(E) 77,8 ; 40 ; 64 E 0

18. (IMESC – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Na tabela


a seguir, constam informações sobre o número de filhos dos 25 fun-
cionários de uma pequena empresa.
Se a densidade do ouro é de aproximadamente 19g/cm³, apro-
ximadamente quantos quilogramas de ouro foram furtados?
(A)
(B) 0,456
(C)
(D) 9,120
(E)
(F) 24,000
(G)
(H) 45,600
(I)
(J) 91,200 Com base nas informações contidas na tabela, é correto afir-
mar que o número total de filhos dos funcionários dessa pequena
16. (ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LO- empresa é necessariamente
GÍSTICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) Identifique (A) menor que 41.
a alternativa que apresenta a frequência absoluta (fi) de um ele- (B) igual a 41.
mento (xi) cuja frequência relativa (fr) é igual a 25 % e cujo total de (C) maior que 41 e menor que 46.
elementos (N) da amostra é igual a 72. (D) igual a 46.
(A) 18. (E) maior ou igual a 46.
(B) 36.
(C) 9.
(D) 54.
(E) 45.

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19. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – UFES/2017) 22. PREFEITURA DE ROSEIRA/SP - ENFERMEIRO - AGIRH/2020
Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ...≤ xn . A me- Em relação a função f definida por f(x) = 1 + x², assinale a
diana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual alternativa correta:
à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par. Uma prova (A) É uma função linear crescente;
composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. (B) É uma função quadrática com concavidade da parábola vol-
A tabela seguinte relaciona o número de acertos obtidos na prova tada para cima;
com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos. (C) É uma função linear decrescente;
NÚMERO DE ACERTOS NÚMERO DE ALUNOS (D) É uma função quadrática com concavidade da parábola vol-
tada para baixo.
0 4
1 5 23. PREFEITURA DE TREZE TÍLIAS/SC - ORIENTADOR SOCIAL -
UNOESC/2020
2 4 Com relação às equações do segundo grau, são feitas as
3 3 seguintes afirmações:
I. As soluções da equação (x -7)(-4x -2) = 0 são x = 1/2 ou x = 7.
4 5
II. Todas as equações do segundo grau possuem duas soluções
5 3 pertencentes ao conjunto dos números reais.
A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 III. As raízes da equação do segundo grau x2 + 4x - 21 = 0 são x
alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova. A mediana = 3 ou x = -7.
dos números de acertos é igual a É correto o que se afirma em:
(A) 1,5 (A) II.
(B) 2 (B) III.
(C) 2,5 (C) I e III.
(D) 3 (D) II e III.
(E) 3,5
24. PREFEITURA DE MIGUELÓPOLIS/SP - PROFESSOR DE
20. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPEVE/2016) A ta- EDUCAÇÃO BÁSICA - OMINI/2021
bela apresenta o número de empréstimos de livros de uma biblio- As funções exponenciais e logarítmicas, são funções
teca setorial de um Instituto Federal, no primeiro semestre de 2016. consideradas funções inversas, e seus gráficos são simétricos em
MÊS EMPRÉSTIMOS relação a reta y = x. Analise as afirmações abaixo, em relação as
funções exponenciais e logarítmicas.
JANEIRO 15 I. - As funções f(x) = ax e g(x) = logax sempre se intersectam em
FEVEREIRO 25 um único ponto, independente do valor de a.
II. - Se a > 1, o gráfico da a função f(x) = logax é crescente.
MARÇO 22 III. - Se a < 1, o gráfico da função g(x) = ax é decrescente.
ABRIL 30 Assinale a opção CORRETA acerca das afirmações acima:
(A) Apenas a afirmação I está correta.
MAIO 28
(B) Apenas a afirmação II está correta.
JUNHO 15 (C) Apenas as afirmações II e III estão corretas.
Dadas as afirmativas, (D) Todas as afirmações estão corretas.
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
II. A mediana da série de valores é igual a 26. 25. PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DE MACABU/RJ - AGENTE
III. A moda da série de valores é igual a 15. ADMINISTRATIVO - GUALIMP/2020
Verifica-se que está(ão) correta(s) Um cientista acompanhou o desenvolvimento de uma cultura
(A) II, apenas. de bactérias. Foi verificado que o número de bactérias presentes
(B) III, apenas. nessa cultura era expresso pela função B(t) =20 X 3 t/2 e, onde
(C) I e II, apenas. B(t) representa o número de bactérias presentes nessa cultura e t
(D) I e III, apenas. representa o tempo (em dias) em que esse acompanhamento havia
(E) I, II e III. sido iniciado.
Quantos dias após o início do acompanhamento o número de
21. PREFEITURA DE SÃO ROQUE DO CANAÃ/ES - TÉCNICO EM bactérias presentes nessa cultura era de 1.620?
PROCESSAMENTO DE DADOS - IDCAP/2020 (A) 8 dias.
Em uma função quadrática chamamos de “zeros da função” os (B) 11 dias.
valores de x nos quais o gráfico corta o eixo das abscissas. Qual das (C) 14 dias.
alternativas abaixo indica os zeros da função F(x) = 3x² + 6x - 9? (D) 18 dias.
(A) (- 3; - 2)
(B) (- 3; 1)
(C) (2; - 1)
(D) (- 2; 1)
(E) (3; - 1)
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120
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

26. Conectivos lógicos são símbolos ou palavras usadas para (C) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita-
conectar duas ou mais sentenças de uma maneira gramaticalmente ção e ensino médio completo, mas não possuem passaporte.
válida. Com base nesta informação, leia a frase a seguir: (D) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional
“Caíque gosta de estudar, mas não gosta de fazer as tarefas” de habilitação ou somente ensino médio completo ou somente
Assinale a alternativa que apresenta um conectivo lógico que passaporte.
substitua a palavra “mas” sem mudar o sentido da frase. (E) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional de
Alternativas habilitação ou somente ensino médio completo, mas não pos-
(A) “ou” suem passaporte.
(B) “e”
(C) “se e somente se” 30. Uma área em uma universidade dispõe de 100 professores.
(D) “se então” Os professores são mestres ou doutores, contratados em regime de
dedicação exclusiva ou parcial. Atualmente existem 35 professores
27. Os conectivos lógicos são palavras ou símbolos utilizados com dedicação exclusiva, 40 doutores em regime parcial e 45 mes-
para conectar proposições de acordo com as regras da lógica for- tres. Quantos são os doutores com dedicação exclusiva?
mal. A alternativa que apresenta uma disjunção, uma conjunção e Alternativas
uma condicional, nessa ordem, é: (A) 55
Alternativas (B) 65
(A) p → q, p ٧ q e p ٨ q (C) 60
(B) p → q, p ٨ q e p ۷ q (D) 15
(C) p ۷ q, p ٨ q e p → q (E) 40
(D) p ٨ q, p ۷ q e p → q
(E) p ۷ q, p → q e p ۸ q
GABARITO
28. Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da lin-
guagem comum) ou símbolos (da linguagem formal) utilizados para
conectar proposições de acordo com regras formais preestabeleci- 1 E
das. Assinale a alternativa que apresenta exemplos de conjunção, 2 C
negação e implicação, respectivamente.
Alternativas 3 A
(A) ¬ p, p v q, p ۸ q 4 A
(B) p ۸ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p 5 E
(D) p v p, p -> q, ¬ q 6 A
(E) p v q, ¬ q, p v q
7 B
29. O diagrama abaixo representa no universo dos adolescen- 8 C
tes os indivíduos que possuem carteira nacional de habilitação, en- 9 A
sino médio completo e passaporte.
10 E
11 C
12 A
13 D
14 B
15 B
16 A
17 B
18 E
19 B
A alternativa que representa os indivíduos correspondentes às 20 D
regiões sombreadas é: 21 B
Alternativas
(A) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- 22 B
ção, ensino médio completo e passaporte. 23 B
(B) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita-
24 B
ção, ensino médio completo ou passaporte.

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______________________________________________________
25 A
26 B ______________________________________________________
27 C ______________________________________________________
28 B
______________________________________________________
29 D
30 D ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
BIOLOGIA

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA. SISTEMA CIRCULATÓRIO. SISTEMA RESPIRATÓRIO. SISTEMA DIGESTÓRIO.SISTEMA


ESQUELÉTICO. SISTEMA NEUROLÓGICO.SISTEMA HEMATOPOIÉTICO. SISTEMA TEGUMENTAR

— As Células Constituem os Seres Vivos


Os seres vivos diferem da matéria bruta porque são constituídos de células. Os vírus são seres que não possuem células, mas são
capazes de se reproduzir e sofrer alterações no seu material genético. Esse é um dos motivos pelos quais ainda se discute se eles são ou
não seres vivos.
A célula é a menor parte dos seres vivos com forma e função definidas. Por essa razão, afirmamos que a célula é a unidade estrutural
dos seres vivos. A célula - isolada ou junto com outras células - forma todo o ser vivo ou parte dele. Além disso, ela tem todo o “material”
necessário para realizar as funções de um ser vivo, como nutrição, produção de energia e reprodução.
Cada célula do nosso corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham uma atividade “comunitária”, trabalhando de
maneira integrada com as demais células do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que cooperam
umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção
da vida.
As células que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam uma membrana envolvendo o seu núcleo, por isso, são
chamadas de células eucariotas. A célula eucariota é constituída de membrana celular, citoplasma e núcleo.

Nestas figuras você pode comparar uma célula humana (animal) com uma célula vegetal. A célula vegetal possui parede celular e pode
conter cloroplastos, duas estruturas que a célula animal não tem. Por outro lado, a célula vegetal não possui centríolos e geralmente não
possui lisossomos, duas estruturas existentes em uma célula animal.

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A membrana plasmática
A membrana plasmática é uma película muito fina, delicada e elástica, que envolve o conteúdo da célula. Mais do que um simples
envoltório, essa membrana tem participação marcante na vida celular, regulando a passagem e a troca de substancias entre a célula e o
meio em que ela se encontra.

Muitas substâncias entram e saem das células de forma passiva. Isso significa que tais substâncias se deslocam livremente, sem que a
célula precise gastar energia. É o caso do gás oxigênio e do gás carbônico, por exemplo.
Outras substâncias entram e saem das células de forma ativa. Nesse caso, a célula gasta energia para promover o transporte delas
através da membrana plasmática. Nesse transporte há participação de substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. Nossas
células nervosas, por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de sódio por transporte ativo.
Observe a membrana plasmática. Ela é formada por duas camadas de lipídios e por proteínas de formas diferentes entre as duas
camadas de lipídios.
Dizemos, assim, que a membrana plasmática tem permeabilidade seletiva, isto é, capacidade de selecionar as substâncias que entram
ou saem de acordo com as necessidades da célula.

O citoplasma
O citoplasma é, geralmente, a maior opção da célula. Compreende o material presente na região entre a membrana plasmática e o
núcleo.

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Ele é constituído por um material semifluido, gelatinoso chamado hialoplasma. No hialoplasma ficam imersas as organelas celulares,
estruturas que desempenham funções vitais diversas, como digestão, respiração, excreção e circulação. A substância mais abundante no
hialoplasma é a água.
Vamos, então, estudar algumas das mais importantes organelas encontradas em nossas células: mitocôndrias, ribossomos, retículo
endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos e centríolos.
As mitocôndrias e a produção de energia. As mitocôndrias são organelas membranosas (envolvidas por membrana) e que têm a forma
de bastão. Elas são responsáveis pela respiração celular, fenômeno que permite à célula obter a energia química contida nos alimentos
absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser empregada no desempenho de atividades celulares diversas.
Um dos “combustíveis” mais comuns que as células utilizam na respiração celular é o açúcar glicose. Após a “queima” da glicose, com
participação do gás oxigênio, a célula obtém energia e produz resíduos, representados pelo gás carbônico e pela água. O gás carbônico
passa para o sangue e é eliminado para o meio externo.
A equação abaixo resume o processo da respiração celular:
glicose + gás oxigênio ---> gás carbônico + água + energia

Organelas Celulares

• Os ribossomos e a produção de proteínas


As células produzem diversas substâncias necessárias ao organismo. Entre essas substâncias destacam-se as proteínas. Os ribossomos
são organelas não membranosas, responsáveis pela produção (síntese) de proteínas nas células. Eles tanto aparecem isolados no
citoplasma, como aderidos ao retículo endoplasmático.

• O retículo endoplasmático e a distribuição de substâncias


Essa organela é constituída por um sistema de canais e bolsas achatadas. Apresenta várias funções, dentre as quais facilitar o transporte
e a distribuição de substâncias no interior da célula.

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As membranas do retículo endoplasmático podem ou não conter ribossomos aderidos em sua superfície externa. A presença dos
ribossomos confere à membrana do retículo endoplasmático uma aparência granulosa; na ausência dos ribossomos, a membrana exibe
um aspecto liso ou não-granulosos.

• O complexo de golgi e o armazenamento das proteínas


É a organela celular que armazena parte das proteínas produzidas numa célula, entre outras funções. Essas proteínas poderão então
ser usadas posteriormente pelo organismo.

• Os lisossomos e a digestão celular


São organelas que contêm substâncias necessárias à digestão celular. Quando a célula engloba uma partícula alimentar que precisa
ser digerida, os lisossomos se dirigem até ela e liberam o suco digestório que contêm.

• Fagocitose e pinocitose
Imagine um glóbulo branco do nosso corpo diante de uma bactéria invasora que ele irá destruir. A bactéria é grande demais para
simplesmente atravessar a membrana plasmática do glóbulo. Nesse caso, a membrana plasmática emite expansões que vão envolvendo a
bactéria. Essas expansões acabam se fundindo e a bactéria é finalmente englobada e carregada para o interior da célula.
A esse fenômeno de englobamento de partículas dá-se o nome de fagocitose. Caso a célula englobe uma partícula líquida, o fenômeno
é chamado pinocitose e, nesse caso, não se forma as expansões típicas da fagocitose.

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• Os centríolos e a divisão celular


Os centríolos são estruturas cilíndricas formadas por microtúbulos (tubos microscópicos). Essas organelas participam da divisão
celular, “orientando” o deslocamento dos cromossomos durante esse processo. Geralmente cada célula apresenta um par de centríolos
dispostos perpendicularmente.

— O núcleo da célula
O botânico escocês Robert Brown (1773 - 1858) verificou que as células possuíam um corpúsculo geralmente arredondado, que ele
chamou de núcleo (do grego nux: ‘semente’). Ele imaginou que o núcleo era uma espécie de “semente” da célula.
O núcleo é a maior estrutura da célula animal e abriga os cromossomos. Cada cromossomo contém vários genes, o material genético
que comanda as atividades celulares. Por isso, dizemos que o núcleo é o portador dos fatores hereditários (transmitidos de pais para filhos)
e o regulador das atividades metabólicas da célula. É o “centro vital” da célula.

Envoltório nucler: É a membrana que envolve o conteúdo do núcleo, ela é dotada de numerosos poros, que permitem a troca de
substâncias entre o núcleo e o citoplasma. De maneira geral, quanto mais intensa é a atividade celular, maior é o número de poros na
carioteca.
Nucleoplasma: É o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo.
Nucléolo: Corpúsculo arredondado e não membranoso que se acha imerso na cariolinfa. Cada filamento contém inúmeros genes.
Numa célula em divisão, os longos e finos filamentos de cromatina tornam-se mais curtos e mais grossos: passam, então, a ser chamados
cromossomos.
Os cromossomos são responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários.

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linear ao longo de filamentos. Atualmente, estima-se que em cada


célula humana existam de 20 mil a 25 mil genes. Os cromossomos
diferem entre si quanto à forma, ao tamanho e ao número de
genes que contêm.

Células haploides e diploides


Para que as células exerçam a sua função no corpo dos animais,
elas devem conter todos os cromossomos, isto é, dois cromossomos
de cada tipo: são as células diploides. Com exceção das células de
reprodução (gametas), todas as demais células do nosso corpo são
diploides. Porém, algumas células possuem em seu núcleo apenas
um cromossomo de cada tipo. São as células haploides. Os gametas
humanos – espermatozoides e óvulos – são haploides. Portanto
os gametas são células que não exercem nenhuma função até
encontrarem o gameta do outro sexo e completarem a sua carga
genética.
Nos seres humanos, tanto o espermatozoide como o óvulo
possuem 23 tipos diferentes de cromossomos, isto é, apenas
— A Divisão Celular um cromossomo para cada tipo. Diz-se então que nos gametas
Os cromossomos são responsáveis pela transmissão dos humanos n= 23 (n é o número de cromossomos diferentes). As
caracteres hereditários, ou seja, dos caracteres que são transmitidos demais células humanas possuem dois cromossomos de cada tipo.
de pais para filhos. Os tipos de cromossomos, assim como o número Essas células possuem 46 cromossomos (23 pares) no núcleo e são
deles, variam de uma espécie para a outra. As células do corpo de representadas por 2n = 46.
um chimpanzé, por exemplo, possuem 48 cromossomos, as do Nas células diploides do nosso corpo, os cromossomos podem,
corpo humano, 46 cromossomos, as do cão, 78 cromossomos e as então, ser agrupados dois a dois. Os dois cromossomos de cada
do feijão 22. par são do mesmo tipo, por possuírem a mesma forma, o mesmo
Note que não há relação entre esse número e o grau evolutivo tamanho e o mesmo número de genes. Em cada par, um é de
das espécies. origem materna e outro, de origem paterna.

Os 23 pares de cromossomos humanos


Os cromossomos são formados basicamente por dois tipos de
substâncias químicas: proteínas e ácidos nucléicos. O ácido nucléico
encontrado nos cromossomos é o ácido desoxirribonucleico – o
DNA. O DNA é a substância química que forma o gene. Cada gene
possui um código específico, uma espécie de “instrução” química
que pode controlar determinada característica do indivíduo, como
Tipos de divisão celular
a cor da pele, o tipo de cabelo, a altura, etc.
As células são originadas a partir de outras células que se
Cada cromossomo abriga inúmeros genes, dispostos em ordem
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dividem. A divisão celular é comandada pelo núcleo da célula.


Ocorrem no nosso corpo dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose.
Antes de uma célula se dividir, formando duas novas células, os cromossomos se duplicam no núcleo. Formam-se dois novos núcleos
cada um com 46 cromossomos. A célula então divide o seu citoplasma em dois com cada parte contendo um núcleo com 46 cromossomos
no núcleo. Esse tipo de divisão celular, em que uma célula origina duas células-filhas com o mesmo número de cromossomos existentes
na célula mãe, é chamado de mitose.
Portanto, a mitose garante que cada uma das células-filhas receba um conjunto complementar de informações genéticas. A mitose
permite o crescimento do indivíduo, a substituição de células que morrem por outras novas e a regeneração de partes lesadas do organismo.
Mas como se formam os espermatozoides e os óvulos, que têm somente 23 cromossomos no núcleo, diferentemente das demais
células do nosso corpo?
Na formação de espermatozoides e de óvulos ocorre outro tipo de divisão celular: a meiose.
Nesse caso, os cromossomos também se duplicam no núcleo da célula-mãe (diploide), que vai se dividir e formar gametas (células-
filhas, haploides). Mas, em vez de o núcleo se dividir uma só vez, possibilitando a formação de duas novas células-filhas, na meiose o
núcleo se divide duas vezes. Na primeira divisão, originam-se dois novos núcleos; na segunda, cada um dos dois novos núcleos se divide,
formando-se no total quatro novos núcleos. O processo resulta em quatro células-filhas, cada uma com 23 cromossomos.

Níveis de Organização do Corpo Humano


No nosso corpo, existem muitos tipos de células, com diferentes formas e funções. As células estão organizadas em grupos, que
“trabalhando” de maneira integrada, desempenham, juntos, uma determinada função. Esses grupos de células são os tecidos.
Os tecidos do corpo humano podem ser classificados em quatro grupos principais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular
e tecido nervoso.

Tecido epitelial
As células do tecido epitelial ficam muito próximas umas das outras e quase não há substâncias preenchendo espaço entre elas. Esse
tipo de tecido tem como principal função revestir e proteger o corpo. Forma a epiderme, a camada mais externa da pele, e internamente,
reveste órgãos como a boca e o estômago.
O tecido epitelial também forma as glândulas – estruturas compostas de uma ou mais células que fabricam, no nosso corpo, certos
tipos de substâncias como hormônios, sucos digestivos, lágrima e suor.

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Tecido conjuntivo
As células do tecido conjuntivo são afastadas umas das outras, e o espaço entre elas é preenchido pela substância intercelular. A
principal função do tecido conjuntivo é unir e sustentar os órgãos do corpo.
Esse tipo de tecido apresenta diversos grupos celulares que possuem características próprias. Por essa razão, ele é subdividido em
outros tipos de tecidos. São eles: tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo, tecido sanguíneo.

O tecido adiposo é formado por adipócitos, isto é, células que armazenam gordura. Esse tecido encontra-se abaixo da pele, formando
o panículo adiposo, e também está disposto em volta de alguns órgãos. As funções desse tecido são: fornecer energia para o corpo; atuar
como isolante térmico, diminuindo a perda de calor do corpo para o ambiente; oferecer proteção contrachoques mecânicos (pancadas,
por exemplo).

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O tecido ósseo forma os ossos. A sua rigidez (dureza) deve-se à


impregnação de sais de cálcio na substância intercelular.

Imagem de microscópio óptico de tecido adiposo. Note que


as linhas são as delimitações das células e os pontos roxos são os
núcleos dos adipócitos. A parte clara, parecendo um espaço vazio,
é a parte da célula composta de gordura.

Tecido cartilaginoso
Forma as cartilagens do nariz, da orelha, da traqueia e está
presente nas articulações da maioria dos ossos. É um tecido
resistente, mas flexível.

O esqueleto humano é uma estrutura articulada, formada por


Nariz e orelha são formados por cartilagem. 206 ossos. Apesar de os ossos serem rígidos, o esqueleto é flexível,
permitindo amplos movimentos ao corpo graças a ação muscular.
O tecido sanguíneo constitui o sangue, tecido líquido. É
formado por diferentes tipos de células como:
– Os glóbulos vermelhos ou hemácias, que transportam
oxigênio;
– Os glóbulos brancos ou leucócitos, que atuam na defesa do
corpo contra microrganismos invasores;
– Fragmentos (pedaços) de células, como é o caso das plaquetas,
que atuam na coagulação do sangue.

A substância intercelular do tecido sanguíneo é o plasma,


constituído principalmente por água, responsável pelo transporte
de nutrientes e de outras substâncias para todas as células.

Células cartilagíneas vista ao microscópio óptico.

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Componentes do sangue visto em microscópio eletrônico. As células vermelhas são os glóbulos vermelhos e a branca o glóbulo branco.

Tecido muscular
As células do tecido muscular são denominadas fibras musculares e possuem a capacidade de se contrair e alongar. A essa propriedade
chamamos contratilidade. Essas células têm o formato alongado e promovem a contração muscular, o que permite os diversos movimentos
do corpo.
O tecido muscular pode ser de três tipos: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e tecido muscular estriado
cardíaco.

Tipos de tecidos musculares. Os pontos roxos são os núcleos das células musculares.

O tecido muscular liso apresenta uma contração lenta e involuntária, ou seja, não depende da vontade do indivíduo. Forma a
musculatura dos órgãos internos, como a bexiga, estômago, intestino e vasos sanguíneos.
O tecido muscular estriado esquelético apresenta uma contração rápida e voluntária. Está ligado aos ossos e atua na movimentação
do corpo.

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Observe os inúmeros músculos que formam o nosso corpo.

Tecido nervoso
As células do tecido nervoso são denominadas neurônios, que são capazes de receber estímulos e conduzir a informação para outras
células através do impulso nervoso.
Os neurônios têm forma estrelada e são células especializadas. Além deles, o tecido nervoso também apresenta outros tipos de
células, como as células da glia, cuja função é nutrir, sustentar e proteger os neurônios. O tecido é encontrado nos órgãos do sistema
nervoso como o cérebro e a medula espinhal.

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Órgãos
Os tecidos também se agrupam em nosso organismo. Um agrupamento de tecidos que interage, forma um órgão.
O estômago, por exemplo, é um órgão do corpo humano. Nele podemos reconhecer a presença do tecido epitelial, do tecido muscular,
entre outros.

Esquema mostrando os diversos órgãos do nosso corpo.

Sistemas
Vários órgãos interagem no corpo humano, desempenhando determinada função no organismo. Esse conjunto de órgãos associados
forma um sistema.
O sistema digestório humano, por exemplo, atua no processo de aproveitamento dos alimentos ingeridos. Esse sistema é formado
pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Além desses órgãos, o sistema digestório humano compreende
glândulas anexas, como as glândulas salivares, o pâncreas e o fígado. Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa integração é
fundamental para manter a saúde do organismo como um todo e, consequentemente, a vida.

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— Esquema do sistema respiratório

Resumindo
No nosso corpo é possível identificar diferentes níveis de organização que atuam nos processos vitais. Podemos resumir essa
organização por meio do seguinte esquema:

Células -------> tecidos -------> órgãos -------> sistemas -------> organismo


— O Sistema Genital
Será abordado no tópico que estuda “Sexualidade Humana”

— O Sistema Digestório Humano


Para viver, crescer e manter o nosso organismo, precisamos consumir alimentos.
Mas o que acontece com os alimentos que ingerimos? Como os nutrientes dos alimentos, chegam às células do nosso corpo?
Para permanecer vivos, renovar continuamente as células, desenvolver o nosso corpo e manter as atividades vitais, necessitamos de
alimentos, pois são eles que fornecem energia para o nosso corpo.

Estrutura do sistema digestório


Após uma refeição, os nutrientes presentes nos alimentos devem chegar às células. No entanto, a maioria deles não as atinge diretamente.
Elas precisam ser transformadas para nutrir o nosso corpo. Isto porque as células só conseguem absorver nutrientes simples e esse processo de
“simplificação” recebe o nome de digestão.

As enzimas digestórias
O nosso corpo produz vários tipos de enzimas digestórias. Cada tipo de enzima é capaz de digerir somente determinada espécie de
molécula presente nos alimentos. Assim, as amilases ação as enzimas que atuam somente sobre o amido; as proteases agem sobre as
proteínas; as lípases sobre os lipídios, e assim por diante.
Há substâncias que nenhuma enzima humana é capaz de digerir. Uma delas é a celulose, que participa da formação da parede das
células vegetais. Como a celulose é uma molécula grande demais para ser absorvida e não é digerida, ela é eliminada com as fezes.

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Tubo digestório
O tubo digestório é composto pelos seguintes órgãos: boca,
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso.

Anexas à boca estão três pares de glândulas salivares, que são


órgãos produtores de saliva.
A saliva contém uma enzima do tipo amilase, chamada ptialina,
que age sobre o amido e o transforma em maltose, uma variedade
de açúcar formada pela união de duas moléculas de glicose.

Dentes

Boca
A boca é a primeira estrutura do sistema digestório. Experimente
abrir a sua boca. A abertura que se forma entre o lábio superior e
o inferior se chama fenda bucal. Ela serve de comunicação do tubo
digestório com o meio externo. É por ela que entram os alimentos.
O “céu da boca” é também chamado de véu palatino ou palato
duro. Mais para o fundo está a “campainha” ou úvula palatina.
O arco dental superior e o arco dental inferior são as estruturas
em forma de arco em que os dentes estão dispostos e fixos.
O assoalho da boca é ocupado pela língua. Ela contribui para
a mistura dos alimentos com a saliva, mantém o alimento junto
aos dentes, empurra o alimento para a faringe, limpa os dentes e
é o órgão importante da fala. A língua apresenta ainda as papilas
linguais, estruturas responsáveis pela gustação.

Os dentes cortam, prendem e trituram os alimentos. Em um ser


humano adulto, existem 32 dentes, dezesseis em cada arco dental,
assim distribuídos:
Quatro incisivos: localizados na frente, dois do lado esquerdo e
dois do lado direito, eles são responsáveis por cortar os alimentos;
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Dois caninos: também chamados de “presas”, um de cada lado, Carie Dental


os caninos são responsáveis pela perfuração dos alimentos; A atividade fermentativa de microorganismos, decompondo
Quatro pré-molares: dois de cada lado, eles trituram os resíduos alimentares que ficam retidos nos espaços entre os
alimentos; dentes, produz substâncias ácidas. Em contato com o dente essas
substâncias provocam corrosão na superfície causando a cárie.
Seis molares: três de cada lado, também trituram os alimentos; No início da cárie, formam-se brechas microscópicas na
Destes, o terceiro ou último molar (o dente do siso) pode nunca vir a nascer. superfície do dente, por onde microorganismos se infiltram e
atacam a dentina. Com o tempo, essas brechas dão lugar a cavidades
O dente é, basicamente, formado de três partes: visíveis a olho nu.
Raiz: parte do dente presa aos ossos da face (maxilas e Para evitar a cárie dental, é preciso tomar os seguintes cuidados:
mandíbulas); Escovar os dentes todos os dias, logo após as refeições e à
Coroa: a parte branca visível do dente; noite ao deitar. Os dentes devem ser escovados com movimentos
Colo: a parte localizada entre a raiz e a coroa. suaves, circulares e verticais da escova.
Passar o fio dental ou fita para retirar os resíduos que ficam
Se você pudesse cortar um dente verticalmente ao meio, veria entre os dentes e que não foram retirados com a escovação.
o seguinte: Ir periodicamente ao dentista fazer uma revisão e limpeza
Polpa do dente: substância mole e vermelha, formada por mais completa nos dentes, além da aplicação do flúor ou outro
tecido conjuntivo; é rica em nervos e vasos sanguíneos; tratamento determinado pelo dentista.
Dentina ou “marfim”: substância dura e sensível; contém sais Quando tratadas logo de início, as cáries são fáceis de remover.
de cálcio e envolve a polpa do dente;
Esmalte: formado por sais de cálcio, envolve a dentina na — Da boca para o estômago
região da coroa; na raiz a dentina é revestida pelo cemento. O
esmalte é a substância que faz do dente uma das partes mais duras Deglutição
do nosso corpo. É a parte do corpo com maior grau de mineralização Após a mastigação e a salivação, forma-se o que chamamos
(concentração de sais minerais). Ao longo do tempo ele pode ser de bolo alimentar, que é deglutido. Após o ato de engolir, o bolo
corroído por ácidos que se formam na boca. Escovar os dentes após alimentar passa pela faringe e chega ao esôfago.
cada refeição é, portanto, uma maneira de protegê-los. O bebê, ao
nascer, não possui dentes. Mas eles estão em desenvolvimento, Faringe
internamente nos ossos. Por volta dos seis meses, os dentes A faringe é um órgão cavitário alongado em forma de funil,
começam a apontar, rompendo a gengiva. Primeiro surgem os situado logo a pós a boca. Ela se comunica com a boca, com
incisivos, depois os caninos e, por fim os molares. as cavidades nasais, com a laringe e com o esôfago. Quando o
Forma-se assim a primeira dentição ou dentição de “leite”. Ela alimento chega à faringe, os músculos de sua parede se contraem e
estará completa em torno dos cinco anos de idade e compreende vinte empurram o alimento para o esôfago.
dentes: oito incisivos, quatro caninos e oito molares. Não há pré-molares. Na região entre a boca e a faringe encontram-se as tonsilas
Mas essa dentição não é permanente. Os dentes permanentes palatinas (amídalas) direita e esquerda. São órgãos de defesa do
vão se desenvolvendo internamente, na estrutura óssea. Por volta corpo.
dos sete anos, os primeiros dentes “de leite” começam a cair,
dando lugar aos permanentes. Assim, pouco a pouco, a dentição Esôfago
permanente vai se formando. O esôfago é um órgão em forma de tubo, com paredes flexíveis
Possuímos então duas dentições: a decídua (“de leite”), que e que mede aproximadamente 25 centímetros de comprimento. Em
começa a cair por volta dos sete anos de idade; a permanente, que sua parede superior, ele se comunica com a faringe; em sua parte
se completa por volta dos vinte anos de idade. inferior, comunica-se com o estômago. Por meio de movimentos
peristálticos, o esôfago empurra o alimento para o estômago.

Movimentos peristálticos
A deglutição é um movimento voluntário, isto é, executamos
conscientemente o ato de engolir. A partir daí, os movimentos
peristálticos conduzem o bolo alimentar pelo tubo digestório.
Esses movimentos são involuntários, isto é, independem da nossa
vontade. São contrações dos músculos situados no esôfago, no
estômago e nos intestinos, onde são mais intensos. Além de
empurrar o alimento ao longo do tubo digestório, promovem a sua
mistura.
Os movimentos peristálticos participam da digestão mecânica,
fazendo com que o bolo alimentar seja empurrado do esôfago
para o estômago. Uma válvula, a cárdia, regula essa passagem do
alimento.
Válva: diminutivo de válvula, é uma estrutura mecânica e
biológica que possibilita regular ou interromper a passagem de uma
substância de um local para outro. Um bom exemplo é o esfíncter,
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válvula que regula a passagem das fezes pelo ânus.

Digestão no estômago
No estômago, os movimentos peristálticos misturam o bolo alimentar ao suco gástrico, produzido pelas glândulas da mucosa. Esse
suco contém ácido clorídrico, que mantém a acidez estomacal, dando condição favorável ao trabalho das enzimas do estômago.
A pepsina, a principal enzima do estômago, atua na transformação das proteínas, intensificando a digestão química, que continuará
no intestino. O suco alimentar resultante da digestão gástrica é denominada quimo; por isso, a digestão gástrica é também denominada
quimificação. Através de outra válvula – o piloro, é regulada a passagem do quimo para o intestino.

Digestão no intestino delgado


No intestino delgado, ocorre a maior parte da digestão dos nutrientes, bem como a sua absorção, ou seja, a assimilação das substâncias
nutritivas.
No duodeno, são lançadas as secreções do fígado e do pâncreas. Nessa primeira porção do intestino delgado, é realizada principalmente,
a digestão química – com a ação conjunta da bile, do suco pancreático e do suco entérico ou intestinal atuando sobre o quimo.
Na digestão química, há a ação dessas secreções:
Bile: secreção do fígado armazena na vesícula biliar. Ela é lançada no duodeno através de um canal e não contém enzimas digestivas;
mas os sais biliares separam as gorduras em partículas microscópicas, funcionando de modo semelhante a um detergente. Isso facilita a
ação das enzimas pancreáticas sobre os lipídios.
Suco pancreático: É produzido pelo pâncreas. Possui várias enzimas que atuam na digestão das proteínas, dos carboidratos e dos
lipídios.
Suco entérico: é produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimas que atuam na transformação, entre outras substâncias, das
proteínas e dos carboidratos.
Ao término do processo digestório no intestino delgado, o conjunto de substâncias resultantes forma um líquido viscoso de cor branca
denominado quilo.
A digestão continua no jejuno e no íleo.

O destino dos alimentos


O quilo, produto da digestão, é composto pelos nutrientes transformados em moléculas muito pequenas, mais as vitaminas e sais
minerais. As substâncias que formam o quilo podem ser absorvidas pelo organismo, isto é, atravessam as células do intestino, por meio
das vilosidades do intestino delgado.
Com isso, ocorre a passagem das substâncias nutritivas para os capilares sanguíneos – ocorre a absorção dos nutrientes. O que não é
absorvido, parte da água e massa alimentar, formada principalmente pelas fibras, passa para o intestino grosso.
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Intestino grosso
Após a digestão no intestino delgado, o que resta do quilo chega ao intestino grosso. Este absorve a água e os sais minerais ainda
presentes nos resíduos alimentares, levando-os, então, para a circulação sanguínea.
Algumas bactérias intestinais fermentam e assim decompõem resíduos de alimentos e produzem vitaminas (a vitamina K e algumas
vitaminas do complexo B), que são aproveitadas pelo organismo. Nessas atividades, as bactérias produzem gases – parte deles é absorvida
pelas paredes intestinais e outra é eliminada pelo ânus.
O material que não foi digerido, as fibras, por exemplo, forma as fezes que são acumuladas no reto e, posteriormente, empurradas por
movimentos musculares ou peristálticos para fora do ânus. É quando sentimos vontade de defecar, ou seja, eliminar as fezes.
Concluídas todas as etapas da digestão, os nutrientes que chegam à circulação sanguínea são distribuídos a todas as células, e assim
são utilizados pelo organismo.

O caminho do alimento
O quadro a baixo serve para fixar as etapas de digestão. Analise-o atentamente e procure identificar e cada um dos seus elementos as
etapas aprendidas da digestão.

Enzima digestória Local de produção Substância-alvo Ação


ptialina glândulas salivares amido Decompõe amido em maltoses
pepsina estômago proteínas Decompõe proteínas em fragmentos menores
sacarase intestino delgado sacarose Decompõe a sacarose em glicose e frutose.
lactase intestino delgado lactose Decompõe a lactose em glicose e galactose.
lipase pâncreas lipídios Decompões lipídios em ácidos graxos e gliceróis.
tripsina pâncreas proteínas Decompõe proteínas em fragmentos menores
amilase pancreática pâncreas amido Decompõe amido em maltoses
maltase intestino delgado maltoses Decompõe maltose em glicoses livres
peptidase intestino delgado fragmentos de proteínas Decompõe os fragmentos proteicos em aminoácidos.

— A Respiração
A respiração ocorre dia e noite, sem parar. Nós podemos sobreviver determinado tempo sem alimentação, mas não conseguimos ficar
sem respirar por mais de alguns poucos minutos. Você sabe que todos os seres vivos precisam de energia para viver e que essa energia
é obtida dos alimentos. O nosso organismo obtém energia dos alimentos pelo processo da respiração celular, realizada nas mitocôndrias,
com a participação do gás oxigênio obtido no ambiente.
A glicose é um os principais “combustíveis” utilizados pelas células vivas na respiração. Observe o que ocorre nas nossas células:

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Glicose + gás oxigênio ----> gás carbônico + água + energia Os pêlos e o muco atuam como filtros capazes de reter
microorganismos e partículas sólidas diversas que penetram no
É esse tipo de fenômeno que ocorre sem parar no interior das nariz com o ar. Por isso, devemos inspirar pelo nariz e não pela
células viva, liberando a energia que garante a atividade dos nossos boca: o ar inspirado pelo nariz chega aos pulmões mais limpo do
órgãos por meio do trabalho das células. que o ar inspirado pela boca. Além de filtrado, o ar é também
A respiração pode ser entendida sob dois aspectos: adequadamente aquecido e umidificadono nariz.
O mecanismo por meio da qual a energia química contida
nos alimentos é extraída nas mitocôndrias e usada para manter o Órgãos do sistema respiratório
organismo em atividades, esse mecanismo é a respiração celular; Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e
O conjunto de processos de troca do organismo com o ambiente respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar
externo que permite a obtenção de gás oxigênio e a eliminação do inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela
gás carbônico. faringe, antes de atingir a laringe.
Estudaremos a respiração segundo esse último aspecto. Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem
Veremos, portanto, como o gás oxigênio é absorvido do ar articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação
atmosférico e chega às nossas células; e como o gás carbônico à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz
produzido durante a respiração celular é eliminado do organismo. parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da
laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta”
O sistema respiratório de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula.
O sistema respiratório humano é formado pelos seguintes Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada
órgãos, em seqüência: nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias
e pulmões. respiratórias.

O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas


vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar.

Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro


por 10- 12 centímetros de comprimento, cujas paredes são
reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior,
originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio
de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias
presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente
varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou
expelidas.
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com
aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos
por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os
brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada
vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de
bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas
por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso)
recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos
pulmonares.

Na respiração ocorrem dois tipos de movimento: a inspiração e


a expiração de ar. Na inspiração, o ar atmosférico penetra pelo nariz
e chega aos pulmões; na expiração, o ar presente nos pulmões é
eliminado para o ambiente externo.
O ar entra em nosso corpo por duas cavidades existentes no
nariz: as cavidades nasais direita e esquerda. Elas são separadas
completamente por uma estrutura chamada septo nasal;
comunicam-se com o exterior pelas aberturas denominadas narinas
e com a faringe pelos cóanos. As cavidades nasais são revestidas
internamente pela mucosa nasal. Essa mucosa contém um conjunto
de pêlos junto as narinas e fabrica uma secreção viscosa chamada
muco.

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Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que separa o tórax do abdômen, presente
apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do
estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma

O trabalho dos alvéolos pulmonares


Os alvéolos são estruturas elásticas, formadas por uma membrana bem fina e envolvida por uma rede de vasos capilares sanguíneos.
Existem milhões de alvéolos em cada pulmão. É em cada um deles que ocorrem as trocas gasosas entre o pulmão e o sangue. Nos
alvéolos ocorre uma difusão dos gases por diferença de concentração e, consequentemente, da pressão dos gases. O sangue que chega
aos alvéolos absorve o gás oxigênio inspirado da atmosfera. Ao mesmo tempo, o sangue elimina gás carbônico no interior dos alvéolos;
esse gás é então expelido do corpo por meio da expiração.

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Os movimentos respiratórios
Na inspiração, o diafragma e os músculos intercostais se contraem. Ao se contrair, o diafragma desce e a cavidade torácica aumenta
de volume verticalmente. Quando os músculos intercostais contraem, eles levam as costelas e o volume da cavidade torácica aumenta
horizontalmente. Com o aumento do volume do tórax, a pressão do ar no interior da cavidade torácica e dos pulmões diminui. Então, a
pressão do ar atmosférico torna-se maior que a pressão do ar interno, e o ar atmosférico penetra no corpo indo até os alvéolos pulmonares:
é a inspiração.
Num segundo movimento, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, diminuindo o volume da cavidade torácica. Então, a
pressão do ar interno (no interior dos pulmões) aumenta, tornando-se maior que a pressão atmosférica. Assim, o ar sai do corpo para o
ambiente externo: é a expiração.
Nos alvéolos pulmonares, o gás oxigênio, presente no ar inspirado, passa para o sangue que é então distribuído pelas hemácias a todas
as células vivas do organismo. Ao mesmo tempo, as células vivas liberam gás carbônico no sangue. Nos pulmões, o gás carbônico passa do
sangue para o interior dos alvéolos e é eliminado para o ambiente externo por meio da expiração.

A regulação da respiração
As pessoas conseguem ficar alguns segundos sem respirar. Também é possível respirar mais rápido ou mais devagar. Nessas situações,
a respiração é controlada voluntariamente, isto é, conforme a vontade da pessoa, e a atividade do diafragma e dos músculos intercostais
é regulada por uma região do cérebro da pessoa.
Entretanto, quando uma pessoa não está “pensando” na respiração ou quando está dormindo, por exemplo, a atividade do diafragma
e dos músculos intercostais é regulada por um órgão do sistema nervoso chamado bulbo, situado um pouco abaixo do cérebro. Esse
controle é involuntário, independe da nossa vontade. O bulbo apresenta um grupo de neurônios que controla o ritmo respiratório.
Uma pessoa não pode prender a respiração, além de algum tempo, mesmo que queira. Parando de respirar, o gás carbônico deixa de
ser eliminado pelo sangue da pessoa para o ambiente externo. A concentração desse gás aumenta no sangue e, ao atingir determinado
nível, o bulbo volta a comandar a respiração, regulando a atividade de contração e relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais.
A pessoa então reinicia a respiração, mesmo que não queira.

A saúde humana e o sistema respiratório


Como vimos, o oxigênio contido no ar atmosférico chega ao interior do nosso corpo pelo sistema respiratório.
Com o ar, além do oxigênio podem ser absorvidas outras substâncias, partículas de poeira, fuligem, e até seres vivos microscópicos,
como os vírus e as bactérias, capazes de causar danos à nossa saúde. Algumas impurezas são “filtradas” m diversos órgãos do sistema
respiratório, mas outras conseguem passar até os pulmões, provocando doenças. As doenças mais comuns que atingem o sistema
respiratório podem ser de natureza infecciosa ou alérgica.
— Sistema Circulatório
O coração e os vasos sanguíneos e o sangue formam o sistema cardiovascular ou circulatório. A circulação do sangue permite o
transporte e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio e hormônios para as células de vários órgãos. O sangue também transporta resíduos
do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo.

O coração
O coração de uma pessoa tem o tamanho aproximado de sua mão fechada, e bombeia o sangue para todo o corpo, sem parar; localiza-
se no interior da cavidade torácica, entre os dois pulmões. O ápice (ponta do coração) está voltado para baixo, para a esquerda e para
frente. O peso médio do coração é de aproximadamente 300 gramas, variando com o tamanho e o sexo da pessoa.
Observe o esquema do coração humano, existem quatro cavidades:
Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior;
Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior.
O sangue que entra no átrio direito passa para o ventrículo direito e o sangue que entra no átrio esquerdo passa para o ventrículo
esquerdo. Um átrio não se comunica com o outro átrio, assim como um ventrículo não se comunica com o outro ventrículo. O sangue passa
do átrio direito para o ventrículo direito através da valva atrioventricular direita; e passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo
através da valva atrioventricular esquerda.

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O coração humano um órgão cavitário (que apresenta cavidade), basicamente constituído por três camadas:
Pericárdio: é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. Esta membrana propicia uma superfície lisa e
escorregadia ao coração, facilitando seu movimento ininterrupto;
Endocárdio: é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do coração;
Miocárdio: é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e involuntárias do coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio.
Quando, por algum motivo, as artérias coronárias – ramificações da aorta – não conseguem irrigar corretamente o miocárdio, pode
ocorrer a morte (necrose) de células musculares, o que caracteriza o infarto do miocárdio.
Existem três tipos básicos de vasos sanguíneos em nosso corpo: artérias, veias e capilares.

Artérias
As artérias são vasos de paredes relativamente espessa e muscular, que transporta sangue do coração para os diversos tecidos do
corpo. A maioria das artérias transporta sangue oxigenado (rico em gás oxigênio), mas as artérias pulmonares transportam sangue não
oxigenado (pobre em gás oxigênio) do coração até os pulmões. A aorta é a artéria mais calibrosa (de maior diâmetro) do corpo humano.

Veias
As veias são vasos de paredes relativamente fina, que transportam sangue dos diversos tecidos do corpo para o coração. A maioria
das veias transporta sangue não oxigenado, mas as veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos pulmões para o coração. As veias
cavas superior e inferior são as mais calibrosas do corpo humano.

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No esquema abaixo você pode ver o caminho percorrido pelo sangue em nosso corpo. Observe-o e acompanhe a explicação.

O sangue oxigenado é bombeado pelo ventrículo esquerdo do coração para o interior da aorta. Essa artéria distribui o sangue
oxigenado para todo o corpo, através de inúmeras ramificações, como a artéria coronária, a artéria carótida e a artéria braquial.
Nos tecidos, o sangue libera gás oxigênio e absorve gás carbônico. O sangue não oxigenado e rico em gás carbônico é transportado por
veias diversas, que acabam desembocando na veia cava superior e na veia cava inferior. Essas veias levam então o sangue não oxigenado
até o átrio direito. Deste, o sangue não oxigenado passa para o ventrículo direito e daí é transportado até os pulmões pelas artérias
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pulmonares. Como o coração funciona


Nos pulmões, o sangue libera o gás carbônico e absorve o Trabalhando como uma espécie de bomba, o coração se contrai
gás oxigênio captado do ambiente pelo sistema respiratório. Esse e se dilata. Encostando a orelha no peito de um colega, por exemplo,
fenômeno, em que o sangue é oxigenado, chama-se hematose. você deverá ouvir facilmente as batidas do coração. A contração
Então, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do da musculatura do coração é chamada sístole, o relaxamento é
coração, transportado pelas veias pulmonares. Do átrio esquerdo, chamado diástole. Primeiro ocorre a sístole dos átrios: o sangue
o sangue oxigenado passa para o ventrículo esquerdo e daí é passa para os ventrículos. Em seguida, ocorre a sístole dos
impulsionado para o interior da aorta, reiniciando o circuito. ventrículos: o sangue é impelido para as artérias pulmonares e para
Num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes a aorta. Após a sístole, ocorre a diástole da musculatura cardíaca
pelo coração humano. nos átrios e nos ventrículos: os átrios se enchem de sangue e o
Nesse circuito são reconhecidos dois tipos de circulação: a processo da sístole recomeça.
pequena circulação e a grande circulação.
Medindo a pressão arterial
Pequena circulação: Também chamada circulação pulmonar, Alternando-se ordenadamente, a sístole e a diástole são
compreende o trajeto do sangue desde o ventrículo direito até o responsáveis pelo fluxo de sangue dentro dos vasos sanguíneos.
átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue passa pelos pulmões, A pressão arterial que se mede é a pressão exercida pelo
onde é oxigenado. sangue sobre as paredes da aorta após ser lançado pelo ventrículo
Grande circulação: Também chamada de circulação sistêmica, esquerdo. Ela é diferente na sístole e na diástole ventricular.
compreende o trajeto do sangue desde o ventrículo esquerdo até A pressão arterial máxima corresponde ao momento em que o
o átrio direito; nessa circulação, o sangue oxigenado fornece gás ventrículo esquerdo bombeia sangue para dentro da aorta e esta se
oxigênio os diversos tecidos do corpo, além de trazer ao coração o distende. Já a pressão arterial mínima é a que se verifica no final da
sangue não oxigenado dos tecidos. diástole do ventrículo esquerdo.
Pelo que foi descrito, e para facilitar a compreensão: A pressão arterial máxima corresponde a 120 mm de mercúrio,
A aorta transporta sangue oxigenado do ventrículo esquerdo enquanto a pressão arterial mínima corresponde a 80 mm de
do coração para os diversos tecidos do corpo; mercúrio. Estes são os valores normais para a população. Daí falar-
– As veias cavas (superior e inferior) transportam sangue não se em 120 por 80 ou 12 por 8 para a pressão normal.
oxigenado dos tecidos do corpo para o átrio direito do coração; Por meio de um aparelho chamado esfignomanômetro, a
– As artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado pressão arterial pode ser medida pelo médico ou profissional
do ventrículo direito do coração até os pulmões; habilitado. O valor da pressão arterial é um dado importante na
– As veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos avaliação das condições de saúde do sistema cardiovascular.
pulmões até o átrio esquerdo do coração.
Sangue
Observe que, pelo lado direito do nosso coração, só passa Você já sabe que o sangue transporta nutrientes, gases
sangue não oxigenado e, pelo lado esquerdo, só passa sangue respiratórios, hormônios e resíduos do metabolismo. Embora o
oxigenado. Não ocorre, portanto, mistura de sangue oxigenado sangue pareça um líquido vermelho completamente homogêneo,
com o não oxigenado. ao microscópio óptico podemos observar que ele é constituído
A separação completa entre esses dois tipos de sangue contribui basicamente de: plasma, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e
para a manutenção de uma temperatura constante no nosso plaquetas.
organismo. Sendo os tecidos irrigados por sangue oxigenado, não O plasma é a porção líquida do sangue, contém água (mais de
“misturado” com sangue não oxigenado, nossas células recebem 90%), proteínas e sais minerais diversos, glicose e vitaminas, entre
uma quantidade suficiente de gás oxigênio, para “queimar” uma outras substâncias.
quantidade de alimentos capaz de fornecer o calor necessário para
manter mais ou menos constante a temperatura do corpo. Os glóbulos vermelhos
Faça frio, faça calor, nossa temperatura interna permanece, Os glóbulos vermelhos são também denominados eritrócitos
em condições normais, em torno de 36,5 ºC. ou hemácias. Veja novamente o aspecto dessas células na foto ao
lado.
Vasos capilares As hemácias são as mais numerosas células sanguíneas. No ser
Os vasos capilares – muito finos (são microscópicos) e humano, existem cerca de 5 milhões delas por milímetro cúbito de
permeáveis – estão presentes nos tecidos do corpo humano, sangue. Elas são produzidas na medula óssea vermelha dos ossos.
cedendo nutrientes, gás oxigênio e hormônios às células. Além Não possuem núcleo e apresentam a forma de disco côncavo
disso, recolhem gás carbônico e resíduos do metabolismo celular. em ambos os lados. A forma discoide e a concavidade em ambos
Há capilares arteriais e capilares venosos. As artérias se os lados garantem uma superfície relativamente grande para a
ramificam sucessivamente, formando vasos de calibres menores captação e a distribuição de gás oxigênio.
chamados arteríolas. Estas continuam se ramificando e formam os A cor vermelha das hemácias se deve à presença do pigmento
capilares arteriais. Os capilares venosos, espalhados pelo nosso hemoglobina. O gás oxigênio se combina com a hemoglobina,
corpo, juntam-se até formar vênulas. As vênulas vão se unificando formando a oxiemoglobina. Nos tecidos, essa combinação é
até formar as veias. Assim, o sangue circula em nosso organismo desfeita e o gás oxigênio passa para o interior das células. Assim, as
por um sistema fechado de vasos, pela continuidade dos capilares hemácias promovem o transporte e a distribuição de gás oxigênio
venosos e arteriais nos tecidos. para todas as partes do corpo.

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As hemácias duram cerca de 90 a 120 dias. Após esse período


elas envelhecem e morrem e na própria medula óssea são repostas.

Os glóbulos brancos
Os glóbulos brancos ou leucócitos são as células de defesa
do organismo que destroem os agentes estranhos, por exemplo,
as bactérias, os vírus e as substâncias tóxicas que atacam o nosso
organismo e causam infecções ou outras doenças. Leucócito é uma
palavra composta, de origem grega, que significa “célula branca”:
leuco significa “branco” e cito, “célula”.
Os leucócitos constituem o principal agente do sistema de
defesa do nosso organismo, denominado também de sistema
imunológico. No sangue, há de vários tipos, de diferentes formatos,
tamanhos e formas de núcleo.
Eles são: neutrófilos, monócitos, basófilos, eosinófilos,
linfócitos.
Microscopia eletrônica mostrando as hemácias (em vermelho)
e um glóbulo branco (em branco).

O tempo de vida dos leucócitos ou glóbulos brancos varia. Em


período de intensa atuação em defesa do organismo, duram horas
e até dias.

Anticorpos, vacinas e soros


As vacinas são produtos constituídos por microorganismos
mortos ou atenuados (enfraquecidos) ou, ainda, por toxinas
produzidas por esses microorganismos inativadas em laboratório.
Assim, as vacinas contêm antígenos incapazes de provocar a doença,
mas capazes de induzir o nosso organismo a produzir anticorpos,
dessa forma, se o indivíduo, depois de vacinado, entrar em contato
com esses microrganismos, o corpo já terá anticorpos suficientes
Os leucócitos são maiores que as hemácias, no entanto a para sua defesa.
quantidade deles no sangue é bem menor. Quando o organismo É importante que todas as crianças sejam vacinadas segundo
é atacado por vírus ou bactérias, o número de leucócitos aumenta recomendações médicas. Nos postos de saúde são aplicadas
significativamente. Atuam na defesa do organismo de dois modos: vacinas contra muitas doenças, como a tuberculose, o tétano, a
Fagocitose: nesse processo, as células sanguíneas de defesa difteria, a coqueluche, o sarampo e a paralisia infantil. É necessário
englobam, digerem e destroem os microrganismos invasores. que os pais levem seus filhos para tomarem as vacinas na época
Fagocitose é uma palavra composta de origem grega, formada por certa. Quando tomadas adequadamente, as vacinas imunizam a
fago, que significa “comer, digerir”, e cito “célula”. pessoa contra às doenças as quais se destinam.
Produção de anticorpos: os anticorpos, proteínas especiais, Entretanto, o corpo de uma pessoa pode ser invadido por um
neutralizam a ação das substâncias tóxicas produzidas pelos seres microrganismo contra o qual ainda não está protegido. Suponha
invasores ou presentes em alimentos e substâncias diversas. que a ação desse microrganismo seja rápida e devastadora e que a
O pus que geralmente se acumula no local de um machucado pessoa não tenha tempo hábil para produzir anticorpos. Nesse caso,
é formado pelo conjunto de leucócitos, de microrganismos mortos, é preciso que a pessoa receba o soro terapêutico, que já contém os
e também o líquido que sai dos capilares nos pontos infectados, anticorpos necessários à inativação dos antígenos.
provocando inchaço. A ciência moderna dispõe de soros terapêuticos contra a ação
de toxinas produzidas por certos microorganismos (exemplo: soro
antitetânico, que combate o tétano, doença causada por um tipo
de bactéria), e também contra toxinas presentes no veneno de
certos animais, como cobras peçonhentas (soro antiofídico). Assim,
enquanto as vacinas contêm antígenos e induzem o organismo a
produzir anticorpos, os soros já contêm anticorpos prontos. As
vacinas, graças às “células de memória”, que podem garantir uma
imunidade duradoura; os soros curam a doença, proporcionando
uma proteção rápida, mas temporária.

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As plaquetas
As plaquetas são fragmentos celulares bem menores que as células sanguíneas, ou seja, menores que as hemácias e os leucócitos. As
plaquetas atuam na coagulação do sangue. Quando há um ferimento com rompimento do vaso sanguíneo, ocorre uma série de eventos
que impedem a perda de sangue.
A coagulação ou formação de coágulo, que faz parte desse processo, se dá quando filamentos de uma proteína do plasma transformada,
formam uma espécie de rede e impedem a passagem do sangue. O coágulo evita hemorragia, isto é, a perda de sangue que pode ocorrer
na superfície do corpo – por exemplo, na pele do braço ou da mão – ou nos órgãos internos, como estômago e intestino. À medida que o
vaso sanguíneo vai se cicatrizando, o coágulo seca e é reabsorvido pelo organismo.

Os grupos sanguíneos
O fornecimento seguro de sangue de um doador para um receptor requer o conhecimento dos grupos sanguíneos. Estudaremos dois
sistemas de classificação de grupos sanguíneos na espécie humana: os sistemas ABO e Rh. Nos seres humanos existem os seguintes tipos
básicos de sangue em relação ao sistema ABO: grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O.
Cada pessoa pertence a um desses grupos sanguíneos. Nas hemácias humanas podem existir dois tipos de proteínas: o aglutinogênio
A e o aglutinogênio B. De acordo com a presença ou não dessas hemácias, o sangue é assim classificado:
Grupo A: possui somente o aglutinogênio A;
Grupo B: possui somente o aglutinogênio B;
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Grupo AB: possui somente o aglutinogênio A e B;


Grupo O: não possui aglutinogênios.

No plasma sanguíneo humano podem existir duas proteínas, chamadas aglutininas: aglutinina anti-A e aglutinina anti-B.

Se uma pessoa possui aglutinogênio A, não pode ter aglutinina anti-A, da mesma maneira, se possui aglutinogênio B, não pode ter
aglutinina anti-B. Caso contrário, ocorrem reações que provocam a aglutinação ou o agrupamento de hemácias, o que pode entupir vasos
sanguíneos e comprometer a circulação do sangue no organismo. Esse processo pode levar a pessoa à morte.
Na tabela abaixo você pode verificar o tipo de aglutinogênio e o tipo de aglutinina existentes em cada grupo sanguíneo:

Grupo
Aglutinogênio Aglutinina
sanguíneo
A A anti-B
B B anti-A
AB AeB Não possui
O Não possui anti-A e anti-B

A existência de uma substância denominada fator Rh no sangue é outro critério de classificação sanguínea. Diz-se, então, que quem
possui essa substância no sangue é Rh positivo; quem não a possui é Rh negativo. O fator Rh tem esse nome por ter sido identificado pela
primeira vez no sangue de um macaco Rhesus.
A transfusão de sangue consiste em transferir o sangue de uma pessoa doadora para outra receptora. Geralmente é realizada quando
alguém perde muito sangue num acidente, numa cirurgia ou devido a certas doenças.
Nas transfusões de sangue deve-se saber se há ou não compatibilidade entre o sangue do doador e o do receptor. Se não houver essa
compatibilidade, ocorre aglutinação das hemácias que começam a se dissolver (hemólise). Em relação ao sistema ABO, o sangue doado não deve
conter aglutinogênios A; se o sangue do receptor apresentar aglutininas anti-B, o sangue doado não pode conter aglutinogênios B.

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Em geral os indivíduos Rh negativos (Rh-) não possui aglutininas anti-Rh. No entanto, se receberem sangue Rh positivo (Rh+), passam
a produzir aglutininas anti-Rh. Como a produção dessas aglutininas ocorre de forma relativamente lenta, na primeira transfusão de
sangue de um doador Rh+ para um receptor Rh-, geralmente não há grandes problemas. Mas, numa segunda transfusão, deverá haver
considerável aglutinação das hemácias doadas. As aglutininas anti-Rh produzidas dessa vez, somadas as produzidas anteriormente, podem
ser suficientes para produzir grande aglutinação nas hemácias doadas, prejudicando os organismos.

— O Sistema Linfático
Além do sistema cardiovascular (circulatório) para a circulação do sangue, o corpo humano possui outro sistema de fluxo de líquido:
o sistema linfático.
O sistema linfático compreende o conjunto formado pela linfa, pelos vasos linfáticose órgãos como os linfonodos, o baço, o timo e
as tonsilas palatinas. A linfa é um líquido claro, ligeiramente amarelado, que flui lentamente em nosso corpo através dos vasos linfáticos.
Parte do plasma sanguíneo extravasa continuamente dos vasos capilares, formando um material líquido entre as células dos diversos
tecidos do organismo – o líquido intercelular ou intersticial.
Uma parte desse líquido intercelular retorna aos capilares sanguíneos, carregando gás carbônico e resíduos diversos. Outra parte – a
linfa – é recolhida pelos capilares linfáticos. Os capilares linfáticos transportam a linfa até vasos de maior calibre, chamados vasos linfáticos.
Esses vasos semelhantes às veias, por sua vez, desembocam em grandes veias, onde a linfa é liberada, misturando-se com o sangue. Ao
longo do seu trajeto, os vasos linfáticos passam pelo interior de pequenos órgãos globulares, chamados linfonodos. Os vasos linfáticos
passam ainda por certos órgãos, como as tonsilas palatinas (amídalas) e o baço.
O sistema linfático não possui um órgão equivalente ao coração. A linfa, portanto, não é bombeada como no caso do sangue. Mesmo
assim se desloca, pois, as contrações musculares comprimem os vasos linfáticos, provocando o fluxo da linfa.
Os vasos linfáticos possuem válvulas que impedem o refluxo (retorno) da linfa em seu interior: assim, ela circula pelo vaso linfático
num único sentido. O sistema linfático auxilia o sistema cardiovascular na remoção de resíduos, na coleta e na distribuição de ácidos graxos
e gliceróis absorvidos no intestino delgado e contribui para a defesa do organismo, produzindo certos leucócitos, como os linfócitos.

Sistema Urinário

• O que não é assimilado pelo organismo


O que o organismo não assimila, isto é, os materiais inúteis ou prejudiciais ao seu funcionamento, deve ser eliminado.

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• Não confunda fezes com excretas!


As fezes são formadas principalmente pelos restos de alimentos
não digeridos; os excretas são produtos das atividades das células e
também substâncias que estão em excesso no sangue.

Suor
O suor é um líquido produzido pelas glândulas sudoríparas, que
se encontram na pele. Existem cerca de dois milhões de glândulas
sudoríparas espalhadas por nosso corpo; grande parte delas
localiza-se na fronte, nas axilas, na palma das mãos e na planta dos
pés.
O suor contém principalmente água, além de outras
substâncias, como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio (o sal de
cozinha). As substâncias contidas no suor são retiradas do sangue
pelas glândulas sudoríparas. Através de canal excretor - o duto
sudoríparo - elas chegam até a superfície da pele, saindo pelos
poros. Eliminando o suor, a atividade das glândulas sudoríparas
contribui para a manutenção da temperatura do corpo.

Observe, durante 24 horas, tudo o que o seu corpo elimina - os


resíduos - certamente constarão: fezes, urina, suor...
Os materiais desnecessários ao funcionamento do seu corpo
e por ele expelidos são iguais?
– Não. Há água, substâncias sólidas (nas fezes) etc.
Nossas células produzem muitos resíduos que devem O homem é um animal homeotérmico, isto é, mantém
ser eliminados (excretados) do organismo. Esses resíduos são a temperatura do corpo praticamente constante, ao redor de
chamados excretas. 36,5°C. Quando praticamos algum exercício físico (futebol, corrida,
Os resíduos formados a partir das reações químicas que levantamento de objetos pesados, etc.), a grande atividade muscular
ocorrem no interior das células podem ser eliminados através: produz muito calor e a temperatura do corpo tende a aumentar,
– Do sistema respiratório (gás carbônico); então eliminamos suor; a água contida no suor se evapora na pele,
– Da pele (suor); provocando uma redução na temperatura do ar que a circunda.
– Do sistema urinário (urina). Isso favorece as perdas de calor do corpo para o ambiente, fato que
contribui para a manutenção da temperatura do nosso corpo.
A pele e o sistema urinário encarregam-se de eliminar de
nosso organismo os resíduos das atividades das células e também Órgãos dos sentidos
as substâncias que estão em excesso no sangue, expelindo-os sob Você já reparou quantas coisas diferentes nosso corpo é
forma de suor (pela pele) e de urina (pelo sistema urinário). O capaz de fazer? Podemos perceber o ambiente vendo, ouvindo,
sistema respiratório encarrega-se de eliminar de nosso organismo cheirando, apalpando, sentindo sabores. Recebemos informações
o gás carbônico. sobre o meio que nos cerca. Ao processá-las em nosso cérebro,
nós as interpretamos, seja como sinais de perigo, sensações
agradáveis ou desagradáveis, etc. Depois dessa interpretação,
respondemos aos estímulos do ambiente, interagindo com
ele. Nossos corpos podem fazer diversas coisas que uma máquina
não é capaz. Como você sabe o que está acontecendo ao seu
redor? Recebemos informações sobre o ambiente através dos cinco

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sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato.

A visão
A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo
informações do que existe ao nosso redor. Nossos olhos conseguem
transformar o estímulo luminoso em uma outra forma de energia
(potencial de ação) capaz de ser transmitida até o nosso cérebro.
Esse último é responsável pela criação de uma imagem a partir das
informações retiradas do meio.
O olho é revestido por três membranas: esclera, coroide e retina. A
esclera á a camada mais externa, o que chamamos de “branco do
olho”.
A parte anterior da esclera é constituída pela córnea, que é
uma membrana curva e transparente por onde passa a luz.
Além da córnea, há a coroide – essa membrana intermediária
apresenta muitos vasos sanguíneos que nutrem as células oculares.
Na parte anterior da coroide, sob a córnea, encontra-se a íris,
que é a parte colorida do olho. No centro da iria, há uma abertura,
a pupila, por onde a luz entra no olho. A cor da íris depende da
quantidade de melanina (substância também responsável pela
cor da pele) que a pessoa possui. A quantidade de pigmento é
hereditária, ou seja, é determinada pelos genes.
Observe seus olhos em um espelho. Você verá uma “bolinha”
bem preta no centro da região colorida. É a pupila. Mas, o que é a
pupila?
Nada mais do que um orifício que deixa passar a luz. Você já – Cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana
saiu de um local escuro e entrou em outro ambiente bem claro? O transparente. Situa-se atrás da pupila e orienta a passagem
que aconteceu? Provavelmente, você ficou ofuscado, isto é, deixou da luz até a retina. Também divide o interior do olho em dois
de enxergar por alguns segundos. A região colorida de seus olhos é compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a
conhecida como íris. Trata-se de uma delicada musculatura que faz câmara anterior, preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara
sua pupila ficar grande ou pequena, de acordo com a quantidade de posterior, preenchida pelo humor vítreo. Pode ficar mais delgado
luz que ela recebe. ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode torná-
Quando a quantidade de luz é pequena, é preciso aumentar lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem
esse orifício para captar a maior quantidade possível de energia para desviar os raios luminosos na direção da mancha amarela. O
luminosa. Já quando a luminosidade é grande, a íris diminui a pupila, cristalino fica mais espesso para a visão de objetos próximos e, mais
tornando menor a entrada de luz, para seus olhos não receberem delgado para a visão de objetos mais distantes, permitindo que
tanta “informação” ficando incapazes de transmiti-las ao cérebro. nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. A
essa propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual.
Partes internas do olho Com o envelhecimento, o cristalino pode perder a transparência
As estruturas transparentes, existentes no interior do olho, normal, tornando-se opaco, ao que chamamos catarata.
permitem que a luz atravesse o globo ocular e chegue até a retina, – Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica);
que é sensível ao estímulo da luz. Essas estruturas são: o cristalino, é circular no seu contorno e de espessura uniforme.
a córnea, o humor aquoso e o humor vítreo.
Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas
glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um
orifício existente no canto interno do olho.
– Humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o
cristalino, preenchendo a câmara anterior do olho.
– Humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa
entre o cristalino e a retina, preenchendo a câmara posterior do
olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico.

Estruturas de proteção dos olhos


O globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras,
os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e
os músculos oculares.
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente
por uma membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger
os olhos e espalhar sobre eles o líquido que conhecemos como
lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de
excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da
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testa entre neles.


As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o
olho. Quando choramos, o excesso de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.

Mecanismo da visão
Os raios de luz refletidos do objeto entram nos nossos olhos, atravessam as estruturas oculares - a córnea, a pupila, os humores, o
cristalino – e chegam ao fundo do olho, até a retina, onde existem células sensíveis a luz. A imagem transformada em impulsos nervosos,
é enviada a través do nervo óptico ao cérebro. No cérebro as informações (cor, forma, tamanho e posição) são “interpretadas” fazendo
com que a imagem do objeto em foco seja vista na posição correta.

Audição
Nossos ouvidos também nos ajudam a perceber o que está ocorrendo a nossa volta. Além de perceberem os sons, eles também nos
dão informações sobre a posição de nossos corpos, sendo parcialmente responsáveis por nosso equilíbrio. O pavilhão auditivo (orelha
externa) concentra e capta o som para podermos ouvir os sons da natureza, diferenciar os sons vindos do mar do som vindo de um
automóvel, os sons fortes e fracos, graves e agudos.
Por possuirmos duas orelhas, uma de cada lado da cabeça, conseguimos localizar a que distância se encontra o emissor do som.
Percebemos a diferença da chegada do som nas duas diferentes orelhas. Desse modo, podemos calcular a que distância encontra-se o emissor.
Nossas orelhas captam e concentram as vibrações do ar, ou melhor, as ondas sonoras, que passam para a parte interna do nosso aparelho
auditivo, as orelhas médias, onde a vibração do ar faz vibrar nossos tímpanos - as membranas que separam as orelhas externas das médias.

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Essa vibração, por sua vez, será transmitida para três ossículos, o martelo, a bigorna e o estribo. Através desses ossos, o som passa a
se propagar em um meio sólido, sendo assim transmitido mais rapidamente. Assim, a vibração chega à janela oval - cerca de vinte vezes
menor que o tímpano - concentrando-se nessa região e amplificando o som.
Da orelha interna, partem os impulsos nervosos. Nosso aparelho auditivo consegue ampliar o som cerca de cento e oitenta vezes até o
estímulo chegar ao nervo acústico, o qual levará a informação ao cérebro. Quando movemos a cabeça, movimentamos também os líquidos
existentes nos canais semicirculares e no vestíbulo da orelha interna. É esse movimento que gera os estímulos que dão informações sobre
os movimentos que nosso corpo está efetuando no espaço e sobre a posição da cabeça, transmitindo-nos com isso a noção de equilíbrio.
A orelha e o equilíbrio
A orelha é mais conhecida como o órgão do sentido da audição, mas ela também ajuda a manter o equilíbrio – a orientação postural
– e o senso de direção. Dentro da orelha interna, há um “equipamento” de percepção de equilíbrio: os canais semicirculares, também
chamados de labirinto que são preenchidos por líquido. Essas estruturas não participam do processo de audição. Quando movimentamos
a cabeça, o líquido se desloca dentro dos canais. O deslocamento desse líquido estimula nervos específicos, que enviam ao cérebro
informação sobre a posição do nosso corpo em relação ao ambiente. O nosso cérebro interpreta a mensagem e comanda os músculos que
atuam na manutenção do equilíbrio do corpo.

Cuidados com os órgãos auditivos


Para este equipamento funcionar direitinho, cuide bem dele!
O ouvido está sujo? Limpeza nele! Mas ATENÇÃO: nada de cotonete! Se não você pode fazer o maior estrago no seu ouvido! Peça uma
ajudinha a um adulto, para ele mostrar como você deve fazer: é só usar a própria toalha e limpar apenas a parte de fora, na frente e atrás.
Pode deixar que o médico cuida da parte de dentro!
Praia e piscina são uma delícia, e mergulhar é melhor ainda. Mas cuidado: tente não deixar entrar água no ouvido e seque-o depois
que sair, virando a cabeça de lado e fazendo uma leve pressão. Mas se você é um grande mergulhador e não consegue ficar parado, peça
a um adulto para levá-lo ao médico; ele pode receitar um tampão feito sob medida para você.
Ouvido também “gasta”, sabia? Se você não cuidar bem do seu, pode ficar sem escutar direito... por isso, cuidado ao ouvir música
no walkman: o som muito alto faz mal aos delicados órgãos auditivos, e pode até provocar dor de cabeça e zumbido no ouvido. O melhor
mesmo é evitar os fones, ou ouvir baixinho.
Se você já viajou para regiões de serra ou andou de avião, deve ter tido a sensação de ficar “surdo”, não é? Isto acontece por causa da
mudança de pressão do ar: Para não incomodar muito, quando isto acontecer, você pode engolir saliva várias vezes, ou abrir bem a boca.
Em uma viagem longa, é legal chupar uma bala ou mascar chiclete. Não estranhe se seu ouvido ficar “estalando”!

Poluição sonora
Dizemos que há poluição sonora quando os ruídos incomodam por serem altos demais para o nosso sistema auditivo. A audição
humana, em níveis normais, capta sons a partir de 10 ou 15 decibéis. Até cerca de 80 a 90 decibéis, os sons são inofensivos à audição
humana. Acima dessa medida, podem provocar dores de cabeça, irritabilidade e insônia e, sobretudo, diminuição da capacidade auditiva.
Segundo a OMS, o “volume sonoro” nas cidades não deve ultrapassar 70 decibéis, para evitar a poluição sonora.

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Olfato
Podemos adivinhar o que está no forno apenas pelo cheiro que sentimos no ar da cozinha. Esse é o sentido do olfato. Partículas
saídas dos alimentos, de líquidos, de flores, etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no tecido que reveste a região interna do teto da
cavidade nasal, a mucosa olfatória. Ali a informação é transformada, para ser conduzida, através do nervo olfatório, até o cérebro, onde
será decodificada.
A capacidade do nosso olfato é significativa. Podemos distinguir milhares de odores diferentes e identificar substâncias que têm cheiro
forte, mesmo quando muito diluídas. Em relação ao sentido do olfato de outros animais, o nosso não pode ser considerado um dos mais
desenvolvidos. O cachorro, por exemplo, tem o olfato muito mais apurado.

Paladar
Mesmo com os olhos vendados e o nariz tapado, somos capazes de identificar um alimento que é colocado dentro de nossa boca.
Esse sentido é o paladar. Partículas se desprendem do alimento e se dissolvem na nossa boca, onde a informação é transformada para
ser conduzida até o cérebro, que vai decodificá-la. Os seres humanos distinguem as sensações de doce, salgado, azedo e amargo através
das papilas gustativas, situadas nas diferentes regiões da língua.

Para sentirmos os diferentes sabores, os grupamentos atômicos dos alimentos são dissolvidos pela água existente em nossa boca
e estimulam nossos receptores gustativos existentes nas papilas.

Atuação do olfato em conjunto com o paladar


Quando mastigamos uma goiaba, também sentimos o cheiro que ela exala. Isso ocorre porque as partículas da substância que compõe
a fruta – a essência – são captadas pelo sentido olfativo. O fato que podemos detectar pelo olfato a essência da fruta nos possibilita
identificar o sabor da goiaba. É pelo olfato que identificamos os sabores específicos, por exemplo, da pêra e da goiaba, mesmo ambas
sendo doces. Quando ficamos gripados, podemos constatar a atuação conjunta do olfato e do paladar. Um dos sintomas da gripe ou do
resfriado é a produção de muito muco pelo nariz. Isso dificulta a circulação de ar (que carrega as partículas das substâncias) pela cavidade
nasal. O ar não chega as células olfativas, prejudicando a percepção dos cheiros. Nessas ocasiões temos a percepção de que os alimentos,
até os mais saborosos, perderam o gosto.

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Tato Esse processo ocorre no sistema nervoso central de maneira


Já a nossa pele nos permite perceber a textura dos diferentes tão instantânea que a nossa consciência não tem como identificar
materiais, assim como a temperatura dos objetos, pelas diferenças todas as suas etapas, nem os milhares de estímulos que o corpo
de pressão, captando as variações da energia térmica e ainda recebe a todo instante.
as sensações de dor. Podemos sentir a suavidade do revestimento Para compreender melhor como percebemos os estímulos
externo de um pêssego, o calor do corpo de uma criança que externos e como respondemos a eles, é fundamental reconhecer o
seguramos no colo e a maciez da pele de um corpo que acariciamos. sistema que forma a rede de comunicação do corpo.
Sem essas informações, nossas sensações de prazer seriam
diminuídas, poderíamos nos queimar ou nos machucaríamos com Por que precisamos de um sistema nervoso?
frequência. Essa forma de percepção do mundo é conhecida como Seu cérebro é o órgão mais importante de seu corpo. Ele
tato. controla tudo o que você faz, seus movimentos, seus pensamentos
Os receptores do tato percebem as diferenças de pressão e sua memória. Muitas vezes ele não age diretamente, mas pode
(receptores de pressão), traduzem informações recebidas pelo controlar pequenas quantidades de substâncias químicas do
contato com diferentes substâncias químicas, percebem também sangue, que, por sua vez, têm um forte efeito sobre outra parte do
a transferência de energia térmica que ocorre de um corpo para corpo.
outro (receptores de calor).

Lendo com as pontas dos dedos


Os deficientes visuais podem ler textos, algarismos, notas
musicais etc. e também redigir os seus próprios textos pelo
sistema braile. O alfabeto desse sistema é constituído de pequenos
pontos salientes em uma folha de papel. A leitura é feita por leve
pressão da ponta dos dedos sobre os pontos para a percepção de sua
posição e número. A escrita é realizada por perfuração do papel por
um instrumento apropriado. Isso é possível à grande concentração
de receptores sensíveis às pressões na ponta dos dedos.
O sistema braile é utilizado internacionalmente e em todos os
idiomas. Ele permite a representação de letras e de diversos outros
sinais.
Nossos sentidos nos informam, de várias maneiras, sobre o
que está acontecendo a nossa volta. Podemos ver e ouvir, cheirar e
sentir sabores. Podemos sentir a textura e a temperatura das coisas
que tocamos. Nossos sentidos são impressionados pela matéria e
a energia e, assim, nosso organismo entra em contato com o meio
ambiente.
No entanto, nossos órgãos dos sentidos são limitados,
percebem apenas uma determinada quantidade de comprimentos
de ondas luminosas, sonoras, etc. Do mesmo modo, nosso corpo
suporta somente uma determinada quantidade de pressão.
Mas o homem passou a criar instrumentos para ampliar a sua
percepção do mundo, podendo enxergar objetos cada vez menores
e maiores, compreender e identificar ultrassons e infrassons.
Com a possibilidade de um novo olhar, o homem foi encontrando Embora pareça muito simples, o cérebro é imensamente
novos problemas, levantando novas hipóteses, chegando a novas complicado. E uma massa de tecido esbranquiçado, bastante mole
conclusões e conhecendo novas realidades. ao tato, que ocupa cerca de metade do volume da cabeça. Fica
posicionado no alto da cabeça, acima dos olhos e dos ouvidos,
—Sistema Nervoso estendendo para trás e para a parte inferior da cabeça.
Na nossa relação com o mundo, o tempo inteiro somos Quase tão importante quanto o cérebro é o restante do sistema
estimulados e respondemos aos elementos do ambiente. A cada nervoso. A medula espinhal estende-se do cérebro para baixo, ao
estímulo externo (como o cheiro de um alimento ou o som de longo da coluna, O cérebro e a medula espinhal formam o sistema
uma buzina) e mesmo interno (como dor ou sensação de fome), nervoso central.
o organismo reage, ou seja, de certo modo “responde a essas Ao longo do comprimento da medula espinhal saem nervos
perguntas: semelhantes a fios que se dividem e se ligam com quase todas as
partes do corpo. Os nervos transportam mensagens dos órgãos
De onde vem o estímulo? dos sentidos para o cérebro, e também instruções do cérebro
Como meu corpo reage a esse estímulo? para outras partes do corpo. O cérebro funciona como uma rede
Isto me fará bem ou mal? telefônica complicada, mas muito compacta, com um complexo
Já tive essa sensação antes? fluxo de mensagens que chegam, são selecionadas e depois
dirigidas a seu destino apropriado.

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As membranas protetoras do cérebro


Por ser um órgão tão importante, o cérebro precisa de boa proteção contra acidentes. Ficando em pé, o ser humano mantém o
cérebro e a cabeça afastados de choques e batidas. Mesmo assim, é necessária uma proteção muito confiável. Por isso o cérebro fica
alojado no crânio, uma dura caixa óssea.
Embora de paredes finas, o crânio é muito resistente devido a sua forma arredondada. Uma das formas mais fortes que se conhece
é uma bola rígida. Um ovo, por exemplo, é extremamente resistente, considerando-se como é fina sua casca. Assim, o mole e delicado
cérebro é protegido contra danos externos diretos pelo resistente crânio. Entretanto, mesmo sendo o crânio rígido e forte, um abalo
violento poderia balançar o cérebro e causar-lhe danos. É preciso, então, maior proteção, que é dada por três membranas, denominadas
meninges, que recobrem completamente o cérebro. A membrana mais externa é chamada de dura-máter, que fornece uma boa proteção
e apoio devidos a sua constituição forte e coriácea.

Junto ao cérebro há uma outra membrana, denominada pia-máter, muito mais fina, que acompanha cada depressão e cada elevação
da superfície do cérebro. Entre essas duas membranas há uma terceira, de constituição esponjosa, a aracnoide. Os espaços desta
membrana são preenchidos por um liquido no qual flutua todo o cérebro, fornecendo a camada protetora final. Há ainda grandes espaços
dentro do cérebro, que também são preenchidos com o mesmo liquido da aracnoide, de modo que o delicado tecido do cérebro não se
deforma quando movemos nossa cabeça.

A medula espinhal
A medula espinhal é uma extensão do cérebro, estendendo-se da base do crânio até logo abaixo das costelas. E uma haste de tecido
cerebral, com um pequeno canal passando através de todo seu comprimento. Toda a medula é coberta por membranas, tal como o
cérebro, e é também banhada por dentro e por fora com o mesmo líquido protetor do cérebro.
Como o cérebro, a medula espinhal precisa de proteção. Enquanto o cérebro está seguramente encerrado em um crânio rígido, a
medula espinhal está cercada por um conjunto de ossos chamados vértebras. Estes formam a coluna vertebral, que é capaz de flexionar-se
quando nos dobramos ou movemos. Ao mesmo tempo, a coluna vertebral tem que ser forte o suficiente para suportar o peso do corpo e
dar proteção segura à coluna espinhal. Poderia parecer que flexibilidade, força e proteção de seu frágil conteúdo não poderiam ser obtidos
pela coluna vertebral, mas sua construção engenhosa toma tudo isso possível.

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A coluna vertebral é constituída por mais de duas dúzias de vértebras em forma de anel. A medula espinhal passa através do buraco
existente no centro de cada uma das vértebras, e é completamente protegida pelos arcos ósseos. As protuberâncias ósseas das vértebras
articulam-se de maneira que cada vértebra pode mover-se apenas um pouco, para não apertar ou machucar a medula espinhal. Entre cada
par de vértebras há pequenas aberturas através das quais os nervos podem passar, ramificando-se a partir da própria medula espinhal. A
complicada estrutura da coluna é mantida unida por flexíveis cordões de ligamento e por músculos poderosos.

A estrutura do encéfalo
O encéfalo se parece com uma noz grande, de cor rosa clara. Sua superfície é profundamente enrugada e cheia de dobras, e sua parte
superior está quase dividida em duas partes por um sulco muito profundo. Essa superfície enrugada ocupa a maior parte do encéfalo e é chamada
de cérebro. Na maioria dos animais o cérebro é bem pequeno, mas no homem ele cresceu tanto que cobre todo o resto do encéfalo.

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O cérebro, junto com outras partes do encéfalo, cresce do tronco cerebral, que é uma expansão no topo da medula espinhal. Um
pouco mais abaixo do tronco cerebral está o cerebelo, com apenas 1/8 do tamanho do cérebro, mas bastante semelhante em sua aparência
exterior. E até mesmo mais enrugado, e está colocado diretamente na parte de trás da cabeça. O tálamo e o hipotálamo, outras partes
menores do encéfalo, também crescem do tronco cerebral, sendo completamente cobertos pela massa do cérebro. Uma série de grandes
espaços, ou ventrículos, atravessam toda a estrutura do cérebro, e são preenchidos com líquido.

O tronco cerebral
O tronco cerebral, onde se localiza o bulbo, é algumas vezes chamado de a parte mais velha do cérebro, porque é a principal parte do
cérebro na maioria dos animais primitivos. Controla a maior parte das funções importantes do corpo, e é o sistema de sustentação da vida.
Se o tronco cerebral não for prejudicado, é realmente possível o corpo permanecer vivo por algum tempo, mesmo depois que o resto do
cérebro tenha sido destruído.
O tronco cerebral atua junto com a medula espinhal para controlar as funções vitais, como o batimento regular do coração, a pressão
sanguínea e a respiração. Mas a função mais importante do tronco cerebral é controlar a consciência, desligando as atividades do cérebro
quando dormimos e ligando quando acordamos. Mesmo quando dormimos o tronco cerebral controla e confere nossas atividades vitais,
mantendo o corpo funcionando.

O tronco cerebral trabalha como um computador, continuamente conferindo e controlando as informações que entram no cérebro
através do sistema nervoso; em seguida ele age em cima dessa informação liberando as mensagens para que o sistema nervoso controle
o corpo inteiro. Não tomamos consciência de todas essas atividades; podemos apenas notar seus efeitos. O tronco cerebral controla
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funções, como a respiração, automaticamente.

Cerebelo
Se localiza abaixo do cérebro. Coordena, com o cérebro, os movimentos do corpo. É responsável pelo equilíbrio do corpo, pois está
ligado a alguns canais da orelha interna. Além disso, mantém o tônus muscular, isto é, regula o grau de contração muscular dos músculos
em repouso.

Como as mensagens passam pelos neurônios


Um sinal carregado por um neurônio pode parecer com uma corrente elétrica sendo carregada através de um fio, mas na realidade é
bem diferente. Uma minúscula carga elétrica é produzida, mas o movimento do sinal ao longo de um axônio é mais semelhante à queima
de um estopim de pólvora. O sinal move-se com uma velocidade entre 1,5 metros e 90 metros por segundo.
O axônio é um tubo fino cheio de substâncias químicas dissolvidas em água. Muitos têm a parte exterior coberta com uma camada
de material gorduroso, como um isolamento elétrico. A passagem de um sinal ao longo do axônio envolve o movimento de íons, ou
minúsculas partículas eletricamente carregadas de dois elementos metálicos: sódio e potássio. Normalmente há mais potássio do lado
de dentro de um axônio e mais sódio do lado de fora. Quando passa um sinal, a membrana que cobre o axônio se altera, permitindo aos
íons escoarem através dela, causando uma mudança súbita nas propriedades elétricas nesse ponto. Essas mudanças oscilam ao longo do
axônio como uma onda.

Quando o sinal alcança a sinapse, ele deve cruzar um pequeno intervalo para alcançar o próximo neurônio. Minúsculas bolhas nas
ramificações da extremidade dos axônios contêm substâncias químicas, chamadas transmissores. Estas são liberadas quando atingidas
pelos sinais e então atravessam o intervalo da sinapse. Quando contatam os dendritos da célula seguinte, dão início ao movimento do
sódio e do potássio, transmitindo o sinal.
Agora o primeiro neurônio volta ao estado de descanso normal, esperando por outro sinal. Os transmissores químicos que carregam
um sinal através do intervalo da sinapse podem ser de dois tipos diferentes. Alguns são chamados de substâncias químicas excitadoras.
Estas são as substâncias que passam a mensagem para o próximo neurônio, que em seguida, começa as mudanças elétricas que darão
origem a sinais a serem produzidos e passados ao longo do axônio. Os outros transmissores são chamados de substâncias químicas
inibidoras. Sua função é evitar que um sinal seja produzido em outro neurônio.

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Milhares de neurônios estão em contato com os outros através de sinapse, e muitos estarão produzindo sinais excitadores ou
inibidores, O neurônio não produzirá nenhum sinal a menos que receba mais mensagens excitadoras (“liga”) do que inibidoras (“desliga”).
Um sinal de um ou dois neurônios não é suficiente para acionar um outro - ele deve receber vários sinais de uma vez. Isto significa que
quaisquer sinais ocasionais de milhares de neurônios ao redor não causarão uma mensagem falsa a ser passada. E quase como o princípio
da votação, onde o neurônio precisa dos “votos” de uma série de outros neurônios antes de ser capaz de emitir um sinal.

Rotas através do sistema nervoso


A atividade elétrica dos neurônios não tem lugar apenas no cérebro. Os nervos espalham-se pelo corpo todo desde o alto da cabeça
até a ponta dos dedos dos pés. São feixes de axônios, ou fibras nervosas, dividindo-se e tomando-se mais finos quanto mais afastados
estão do cérebro ou da medula espinhal. Os corpos das células dos neurônios estão agrupados na massa cinzenta, na superfície do cérebro,
na massa cinzenta similar, na parte interna da medula espinhal, e em pequenos nódulos chamados gânglios, perto da coluna vertebral.
As mensagens dos órgãos dos sentidos, situados nos olhos, nariz, ouvidos e boca, dos órgãos do tato, espalhados por toda a superfície
do corpo, e até mesmo em alguns órgãos internos, chegam ao cérebro através do sistema nervoso. Os neurônios que carregam essas
mensagens para o cérebro são chamados neurônios sensoriais. Outros sinais passam do cérebro e da medula espinhal de volta para todo
o corpo, sendo carregados pelos chamados neurônios motores.

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Os sinais passam ao longo de todo o sistema muito rapidamente, mas não tão depressa quanto em um circuito elétrico normal. Leva
um certo tempo para os sinais serem carregados através da sinapse pelas substâncias químicas transmissoras. Por esta razão os axônios
dos nervos são imensamente compridos de maneira que a mensagem possa ser levada tão rápido quanto possível, sem ser retardada por
sinapses desnecessárias.

A rede neurônica
É difícil perceber como podem ser complicadas as conexões das células nervosas. Os terminais das ramificações de um axônio não
apenas tocam a célula mais próxima, mas podem também estar em contato com outras 50.000 células ou mais. Sabemos que as mensagens
passam de um neurônio para o seguinte na rede de células e que sinais repetidos geralmente passam pelo mesmo caminho. Se queremos
dizer a palavra “cérebro”, as instruções para a fala vêm do cérebro e passam ao longo de uma série de caminhos especiais. Se queremos
dizer “cérebro” em voz mais baixa ou mais alta os músculos da caixa da voz (laringe) devem ser instruídos para se moverem de maneiras
diferentes; então, as mensagens devem passar por caminhos diferentes.
O cérebro pode selecionar diferentes conjuntos de caminhos para obter resultados semelhantes. Por causa dessa habilidade, as
pessoas podem, muitas vezes, sobrepujar danos cerebrais, aprendendo a usar partes diferentes do cérebro para duplicar as funções das
partes prejudicadas. Isso é importante para nós, porque, ao contrário de outras células do corpo, as células do cérebro não podem crescer
ou regenerar-se depois do nosso nascimento. Células cerebrais estão morrendo a cada minuto, mas temos as remanescentes tomando o
seu lugar e geralmente não notamos qualquer efeito prejudicial.

Os reflexos
O controle cerebral é essencial para muitas de nossas funções, mas em algumas situações é necessário que o corpo reaja muito
rapidamente, na verdade, sem esperar instruções. Essas reações de emergência são chamadas reflexos. Afastar o dedo de uma picada
de alfinete é uma reação muito comum para evitar ferimentos. Isso acontece rapidamente, antes mesmo que possamos perceber o que
houve. É um reflexo.

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Mini órgãos sensoriais da pele chamados receptores, registram a picada do alfinete e imediatamente passam os sinais para os nervos
que correm pelo braço em direção à medula espinhal. Os sinais são então transmitidos para outras fibras nervosas (neurônios) que os
carregam para a massa cinzenta dentro da medula espinhal. Na medula, os sinais saem em duas direções. Alguns contatam fibras nervosas
que os conduzem diretamente de volta aos músculos do braço. Eles fazem os músculos do braço reagirem violentamente, afastando a
mão para longe da picada do alfinete. Enquanto isso, os outros sinais originais ainda estão sendo levados ao cérebro, através da medula
espinhal.
Uma fração de segundo mais tarde percebemos que fomos picados. E dói. O cérebro instrui agora a cabeça e os olhos para se moverem
e observarem o ferimento. Algumas vezes temos que levar uma picada quando recebemos uma vacina, por exemplo. Contudo, sabemos
disso com antecedência, e, embora a picada da agulha acione um reflexo, o cérebro manda uma mensagem inibidora pela medula espinhal.
Então o reflexo é contido antes de ser completado e o braço, portanto, não se afasta da picada.

O sistema nervoso periférico


O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e sua função é conectar o sistema nervoso central às
diversas partes do corpo humano.

Nervos e gânglios nervosos


Nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo. Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela
nutrição das fibras nervosas. As fibras presentes nos nervos podem ser tanto dendritos como axônios que conduzem, respectivamente,
impulsos nervosos das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa. Gânglios nervosos são aglomerados de corpos
celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em certos nervos.

Nervos sensitivos, motores e mistos


Nervos sensitivos são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso
central. Nervos motores são os que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos
efetuadores (músculos ou glândulas). Nervos mistos contêm tanto fibras sensitivas quanto motoras.

O sistema nervoso autônomo


Algumas das atividades do sistema nervoso, como o pensamento e o controle dos movimentos, são muito óbvias para nós. Mas o
sistema nervoso também está trabalhando, sem que o percebamos, no controle dos órgãos internos.
Esta é a responsabilidade de uma parte especial do sistema nervoso chamada sistema nervoso autônomo, que regula a circulação
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sanguínea, a digestão, a respiração, os órgãos reprodutores e a eliminação dos resíduos do organismo. Também controla glândulas
importantes que têm efeitos poderosos sobre o corpo. O sistema nervoso autônomo trabalha independentemente da maior parte do
cérebro e suas células estão agrupadas em gânglios próximos da coluna vertebral. Ele opera inteiramente por reflexos e, embora o tronco
cerebral também esteja envolvido em suas atividades, não temos consciência disso.

Esse sistema está dividido em duas partes, o sistema nervoso simpático e parassimpático, que trabalham um em oposição ao outro.
Um dos sistemas estimulam um órgão, uma glândula, por exemplo, fazendo-a trabalhar bastante, o outro sistema faz cessar esse trabalho.
Primeiro um começa; depois o outro, e o resultado é que o órgão é mantido trabalhando no nível correto.
O trabalho do sistema nervoso simpático pode ser observado quando estamos bravos ou assustados; sua ação faz o coração bater mais
rápido e a respiração tornar-se mais profunda. As pupilas dos olhos dilatam-se e nos tornamos pálidos à medida que o sangue é drenado
da pele para alimentar os músculos de que podemos precisar para uma reação qualquer. Isso tudo acontece porque o sistema simpático
foi, acionado, fazendo o corpo ficar pronto para uma emergência.

As funções do córtex
Os músculos dos nossos órgãos internos trabalham automaticamente, mas a maioria dos nossos músculos trabalham apenas quando
queremos movê-los. Estes são os músculos voluntários. Os movimentos voluntários, como caminhar, mover os braços ou usar os dedos,
são diretamente controlados pelo cérebro. Uma estreita faixa de córtex que atravessa o topo de nosso cérebro, chamado de córtex motor,
está em ligação direta com os nossos movimentos. O córtex motor recolhe informações de outras partes do cérebro, incluindo os sinais
dos órgãos dos sentidos. Quando a decisão de mover um músculo ou uma série de músculos é tomada, o córtex transmite suas instruções
para a parte apropriada do corpo.
Partes diferentes do córtex motor têm funções especiais, cada uma controlando os movimentos de certas partes do corpo. Partes
importantes e complexas, tais como mãos e lábios, requerem um controle muito cuidadoso e os muitos neurônios necessários para esse
trabalho ocupam grandes áreas do córtex. Partes menos complicadas precisam de menos controle e, portanto, há áreas menores de
córtex destinadas a elas. Da mesma maneira que o movimento é controlado pelo córtex motor, partes especiais do córtex sensorial são
responsáveis pelo tato. Outras partes cuidam da visão, da audição e de todos os outros sentidos.

Onde ocorre o pensamento


O movimento e os sentidos ocupam apenas duas estreitas faixas transversais do córtex cerebral. O resto do córtex não tem funções tão
facilmente reconhecíveis. Contém as áreas de associação, e é onde, provavelmente, ocorre o pensamento. Por “pensamento”, queremos
dizer o exame e a interpretação do enorme número de sinais que chegam ao cérebro, e a decisão de qualquer ação a ser efetuada - ou,
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às vezes, a decisão de não agir. Algumas funções, entre elas a fala, estão espalhadas pelo córtex em pequenas áreas. A fala é também
controlada por várias áreas diferentes do cérebro, além de uma parte do córtex.
A maneira pela qual as áreas de associação trabalham ainda não é bem compreendida. Algumas vezes grandes partes do cérebro
podem ser afetadas, por doença ou por acidente, sem provocar muitos problemas; por outro lado, danos em pequenas partes podem
originar graves distúrbios. Na realidade, a maneira pela qual o cérebro funciona é muito mais complicada do que parece à primeira
vista. Partes muito grandes do cérebro parecem não ter nenhuma finalidade aparente, mas, como os neurônios estão de tal maneira
interligados, acredita-se que todas as partes do cérebro têm alguma função. Talvez parte dessa “reserva” cerebral comece a ser usada para
substituir os neurônios que vão morrendo à medida que envelhecemos.

— Sistema Endócrino
Todas as funções e atividades do nosso corpo são coordenadas e integradas pelo sistema nervoso e pelo sistema endócrino (hormonal).
O sistema endócrino é composto de várias glândulas que se situam em diferentes pontos do nosso corpo. Glândulas são estruturas que
produzem substâncias que tem determinada função no nosso corpo.

As glândulas endócrinas e as suas funções


As glândulas endócrinas produzem e lançam no sangue substâncias reguladoras denominadas hormônios – estes, ao serem lançados
no sangue, percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam.

Hipófise
A hipófise pode ser considerada a “glândula-mestre” do nosso corpo. Ela produz vários hormônios e muitos deles estimulam o
funcionamento de outras glândulas, com a tireoide, as suprarrenais e as glândulas-sexuais (ovários e testículos). O hormônio do crescimento
é um dos hormônios produzidos pela hipófise. O funcionamento do corpo depende do equilíbrio hormonal. O excesso, por exemplo, de
produção do hormônio de crescimento causa uma doença chamada gigantismo (crescimento exagerado) e a falta dele provoca o nanismo,
ou seja, a falta de crescimento do corpo.

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Outro hormônio presente no corpo humano e também produzido pela hipófise é o antidiurético (ADH). Essa substância permite ao
corpo economizar água na excreção (formação de urina).

Tireoide
A tireoide produz a tiroxina, hormônio que controla a velocidade de metabolismo do corpo. Se ocorrer hipertireoidismo, isto é,
funcionamento exagerado da tireoide, todo o metabolismo fica acelerado: o coração bate mais rapidamente, a temperatura do corpo fica
mais alta que o normal; a pessoa emagrece porque gasta mais energia. Esse quadro favorece o desenvolvimento de doenças cardíacas
e vasculares, pois o sangue passa a circular com maior pressão. Pode ocorrer o bócio, ou seja, um “papo” causado pelo crescimento
exagerado da tireoide. Também pode aparecer a exoftalmia, isto é, os olhos ficam “saltados”.
Se a tireoide trabalha menos ou produz menor quantidade de tiroxina que o normal, ocorre o hipotireoidismo, e o organismo também
se altera: o metabolismo se torna mais lento, algumas regiões do corpo ficam inchadas, o coração bate mais vagarosamente, o sangue
circula mais lentamente, a pessoa gasta menos energia, tornando-se mais propensa à obesidade, as respostas físicas e mentais tornam-se
mais lentas. Aqui, também pode ocorre o bócio.
Quando o hipotireoidismo ocorre na infância, pode provocar um retardamento físico e mental. Uma das possíveis causas dessa doença
é a falta (ou insuficiência) de iodo na alimentação, já que o iodo é um elemento presente na composição da tiroxina. Na maioria dos países
assim como no Brasil, existem leis que obrigam os fabricantes de sal de cozinha a adicionar iodo nesse produto. Com tal medida, garante-se
que a maioria das pessoas consuma diariamente a quantidade necessária de iodo.

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Paratireoides
As paratireoides são quatro glândulas localizadas em volta da tireoide. Elas produzem o paratormônio, hormônio que regula a
quantidade de cálcio e fósforo no sangue.

Suprarrenais
As suprarrenais, duas glândulas que se situam acima dos rins, produzem adrenalina, também conhecida como hormônio das “situações
de emergência”. A adrenalina prepara o corpo para a ação, ou seja, em termos biológicos, para atacar ou fugir.

Os principais efeitos da adrenalina no organismo são:


Taquicardia (o coração dispara e impulsiona mais sangue para os braços e pernas, dando-nos capacidade de correr mais ou de nos
exaltar mais em uma situação tensa, como uma briga);
Aumento da frequência respiratória e da taxa de glicose no sangue (isso permite que as células produzam mais energia);
Contração dos vasos sanguíneos da pele (o organismo envia mais sangue para os músculos esqueléticos) – por essa razão, ficamos
pálidos de susto e também “gelados de medo”!

Pâncreas
O pâncreas produz dois hormônios importantes na regulação da taxa de glicose (açúcar) no sangue: a insulina e o glucagon.
A insulina facilita a entrada da glicose nas células (onde ela será utilizada para a produção de energia) e o armazenamento no fígado,
na forma de glicogênio. Ela retira o excesso de glicose do sangue, mandando-o para dentro das células ou do fígado. Isso ocorre, logo após
as refeições, quando a taxa de açúcar sobe no sangue. A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada
pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia).

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Já o glucagon funciona de maneira oposta à insulina. Quando o organismo fica muitas horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no
sangue cai muito e a pessoa pode ter hipoglicemia, que dá a sensação de fraqueza, tontura, podendo até desmaiar. Quando ocorre a
hipoglicemia o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando-o a “quebrar” o glicogênio em moléculas de glicose. A glicose
é, então enviada para o sangue, normalizando a taxa de açúcar.
Além de hormônios, o pâncreas produz também o suco pancreático, que é lançado no intestino delgado e desempenha um papel
muito importante no processo digestivo.

Glândulas sexuais
As glândulas sexuais são os ovários (femininos) e os testículos (masculinos). Os ovários e os testículos são estimulados por hormônios
produzidos pela hipófise. Enquanto os ovários produzem estrogênio e progesterona, os testículos produzem testosterona.

O mecanismo de feedback
A regulação hormonal obedece a um equilíbrio dinâmico que se estabelece por meio da retroalimentação ou do feedback, ou seja,
do mecanismo através do qual o efeito controla a causa. Quando a taxa de um determinado hormônio no sangue está alta, a glândula que
produz esse hormônio é inibida e pára de produzi-lo. Da mesma maneira, quando está abaixo do nível normal, a glândula recebe estímulo
para produzir esse hormônio.
Graças à retroalimentação, o funcionamento é ajustado às necessidades do organismo e, assim, um hormônio não é produzido em
quantidade excessiva, não havendo desperdício de energia.

Sistema Esquelético
Pense na quantidade de movimentos que você realiza todos os dias, desde a hora em que acorda até o momento em que vai dormir
novamente. Você levanta da cama, escova os dentes, leva os alimentos do café da manhã até à boca, mastiga, vai à escola, volta, faz
ginástica, corre, usa as mãos para segurar algum objeto, passeia, espirra, boceja, empurra e puxa objetos, ensaia passos de dança ao ouvir
música, joga basquete, pratica qualquer outro esporte...

Função do esqueleto
O esqueleto humano adulto é constituído por cerca de 200 ossos. O esqueleto sustenta o corpo, protege órgãos diversos e está
associado a muitos dos movimentos que executamos. O ser humano e os outros animais vertebrados se locomovem das mais diversas
formas e para os mais diversos fins.
O esqueleto ósseo, além de sustentação corporal, apresenta três importantes funções:
Reservas de sais minerais, principalmente de cálcio e fósforo, que são fundamentais para o funcionamento das células e devem estar
presentes no sangue. Quando o nível de cálcio diminui no sangue, sais de cálcio são mobilizados dos ossos para suprir a deficiência.
Determinados ossos ainda possuem medula amarela (ou tutano). Essa medula é constituída principalmente por células adiposas, que
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acumulam gorduras como material de reserva.


No interior de alguns ossos (como o crânio, coluna, bacia, esterno, costelas e as cabeças dos ossos do braço e coxa), há cavidades
preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.

Crescimento Ósseo
Há um esqueleto cartilaginoso durante a vida embrionária, o qual será quase totalmente substituído por um esqueleto ósseo. É o que
se denomina ossificação endocondral (do grego endos, dentro, e chondros, cartilagem).

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Os ossos começam a se formar a partir do segundo mês da vida


intrauterina. Ao nascer, a criança já apresenta um esqueleto bastante
ossificado, mas as extremidades de diversos ossos ainda mantêm
regiões cartilaginosas que permitem o crescimento. Entre os 18 e
20 anos, essas regiões cartilaginosas se ossificam e o crescimento
cessa. Nos adultos, há cartilagens em locais onde a flexibilidade
é importante (na ponta do nariz, orelha, laringe, parede da
traqueia e extremidades dos ossos que se articulam).

Ossos longos
Observe o esquema a seguir, que mostra a estrutura de um
osso longo.
Podemos perceber que esse osso apresenta:
Epífises: as extremidades do osso, recobertas por cartilagem;
Periósteo: a membrana fibrosa que reveste externamente o
osso;
Diáfise: a porção do osso situada entre as epífises e envolvida
pelo periósteo.
Canal ósseo: o canal onde se encontra a medula óssea.
Os ossos são órgãos formados por vários tipos de tecido.
O periósteo, por exemplo, é uma membrana fibrosa de tecido
conjuntivo. A medula óssea vermelha também é formada por um
tipo de tecido conjuntivo e pode ser encontrada nas costelas e nas
vértebras; ela produz células do sangue. Na diáfise de ossos longos
como o fêmur, encontra-se a medula óssea amarela, que armazena
gorduras, o tutano.
Mas é o tecido ósseo que confere a rigidez característica dos
ossos. Nele se encontram células como os osteócitos. Entre as
células, existe a matriz óssea, que representa o material intercelular,
constituída, basicamente, de sais de cálcio e de fósforo, além de
proteínas chamadas colágeno. Os sais de cálcio e as proteínas do
tipo colágeno são responsáveis pela rigidez do tecido ósseo.

Forma dos ossos


Quanto à forma, os ossos podem ser longos, curtos e chatos.
Os ossos longos apresentam o comprimento maior que a largura e
a espessura. Exemplos: o fêmur (o osso da coxa), o úmero (o osso
do braço) e a tíbia (um dos ossos da perna). Juntas e Articulações
Os ossos curtos apresentam comprimento, largura e espessura Juntas é o local onde dois ossos se tocam. Algumas são fixas
quase iguais. Exemplos: a patela, popularmente chamada de (ex.: crânio), onde os ossos estão firmemente unidos entre si. Em
“rótula” (osso do joelho)., os ossos do carpo (alguns dos ossos outras juntas (ex.: articulações), os ossos são móveis, permitindo ao
da mão) e do tarso (alguns dos ossos do pé). Os ossos chatos são esqueleto realizar movimentos.
finos e achatados. Exemplos: a escápula, osso situado na região do
ombro, as costelas e os ossos do crânio.
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Há vários tipos de articulações:


Tipo “bola-e-soquete” - Nos ombros, possibilitando movimentos giratórios dos braços.

Tipo “dobradiça” - Nos joelhos e cotovelos, permitindo dobrar.

Articulação
Os ossos de uma articulação têm de deslizar um sobre o outro suavemente e sem atrito, ou se gastariam. Os ossos de uma articulação
são mantidos em seus devidos lugares por meio de cordões resistentes, constituídos por tecido conjuntivo fibroso: os ligamentos, que
estão firmemente aderidos às membranas que revestem os ossos.

— Divisão do esqueleto
O esqueleto humano pode ser dividido em três partes principais:

Cabeça
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O crânio é uma estrutura óssea que protege o cérebro e forma a face. Ele é formado por 22 ossos separados, o que permite seu
crescimento e a manutenção da sua forma. Esses ossos se encontram ao longo de linhas chamadas suturas, que podem ser vistas no crânio
de um bebê ou de uma pessoa jovem, mas que desaparecem gradualmente por volta dos 30 anos.

A maioria dos ossos cranianos formam pares, um do lado direito e o outro do lado esquerdo. Para tornar o crânio mais forte, alguns
desses pares, como os dos ossos frontais, occipitais e esfenoides, fundem-se num osso único. Os pares de ossos cranianos mais importantes
são os parietais, temporais, maxilares, zigomáticos, nasais e palatinos. Os ossos cranianos são finos, mas, devido a seu formato curvo, são
muito fortes em relação a seu peso - como ocorre com a casca de um ovo ou o capacete de um motociclista.

Tronco
Formado pela coluna vertebral, pelas costelas e pelo osso esterno. O tronco e a cabeça formam o esqueleto axial.

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Coluna Vertebral
Ou espinha dorsal, é constituída por 33 ossos (as vértebras). A
sobreposição dos orifícios presentes nas vértebras forma um tubo
interno ao longo da coluna vertebral, onde se localiza a medula
nervosa.

• Membros Superiores
Costela e Osso Esterno Composto por braço, antebraço, pulso e mão.
A costela e o osso esterno protegem o coração, os pulmões O braço só tem um osso: o úmero, que é um osso do membro
e os principais vasos sanguíneos. A musculatura da caixa torácica superior.
é responsável, juntamente ao diafragma, pelos movimentos O antebraço é composto por dois ossos: o rádio que é um osso
respiratórios. A caixa torácica é formada pelas costelas, que são longo e que forma com o cúbito (ulna) o esqueleto do antebraço.
ossos achatados e curvos que se unem dorsalmente à coluna O cúbito também é um osso longo que se localiza na parte interna
vertebral e ventralmente ao esterno. A maioria das pessoas possui do antebraço.
12 pares de costelas. Algumas têm uma extra (mais comum em A mão é composta pelos seguintes ossos: ossos do carpo, ossos
homens do que mulheres). Os dois últimos pares de costelas são do metacarpo e os ossos do dedo. Os ossos do carpo (constituída
ligados à coluna vertebral, não se ligam ao esterno (as costelas por oito ossos dispostos em duas fileiras), são uma porção do
flutuantes). esqueleto que se localiza entre o antebraço e a mão. O metacarpo é
a porção de ossos que se localiza entre o carpo e os dedos.
Membros Superiores e Inferiores
Os ossos dos membros superiores e inferiores ligam-se ao • Membros Inferiores
esqueleto axial por meio das cinturas articulares. São maiores e mais compactos, adaptados para sustentar o
peso do corpo e para caminhar e correr. Composto por coxa, perna,
tornozelo e pé.
A coxa só tem um osso - o fêmur - que se articula com a
bacia pela cavidade cotiloide. O fêmur tem volumosa cabeça
arredondada, presa a diáfise por uma porção estreitada - o colo
anatômico. A extremidade inferior do fêmur apresenta para diante
uma porção articular - a tróclea - que trás dois côndilos separados
pela chanfradura inter-condiliana. O fêmur é o maior de todos os
ossos do esqueleto.
A perna e composta por dois ossos: a tíbia e a fíbula (perônio).
A tíbia é o osso mais interno e a fíbula é o osso situado ao lado da
tíbia.

Os dedos são prolongamentos articulados que terminam nos


pés. O pé é composto pelos ossos tarso, metatarso e os ossos dos
dedos. O metatarso é a parte do pé situada entre o tarso e os dedos.
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O tarso é a porção de ossos posterior do esqueleto do pé.

Cintura Pélvica
Ou bacia, conecta os membros inferiores ao tronco. Podem
distinguir o homem da mulher. Nas mulheres é mais larga, o que
representa adaptação ao parto.

— O sistema muscular
O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do
nosso corpo. Existem cerca de 600 músculos no corpo humano;
juntos eles representam de 40 a 50% do peso total de uma pessoa.
Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando
movimentos que nos permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever,
impulsionar o alimento ao longo do tubo digestório, promover a
circulação do sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos,
rir, respirar...
A nossa capacidade de locomoção depende da ação conjunta
de ossos, articulações e músculo, sob a regulação do sistema
nervoso.

Tipos de músculos
No corpo humano, existem músculos grandes, como os da coxa,
e músculos pequenos, como certos músculos da face. Eles podem
ser arredondados (os orbiculares dos olhos, por exemplo); planos
(os do crânio, entre outros); ou fusiformes (como os do braço).
Mas, de maneira geral, podemos reconhecer três tipos de
músculo no corpo humano:
Músculo não estriado (músculo liso);
Músculo estriado esquelético;
Músculo estriado cardíaco.

Os músculos não estriados têm contração lenta e involuntária,


isto é, os movimentos por eles gerados ocorrem independentemente
da nossa vontade.

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Músculos e fibras
Ao observar um pedaço de carne crua, percebemos que ela é
formada por inúmeros fios paralelos e presos uns aos outros por
tecido conjuntivo (parte branca e pelanca). Depois do cozimento,
o tecido conjuntivo se altera e já não prende tão bem esses fios.
Assim, fica fácil desfiar a carne.
Os fios observados são feixes de fibras musculares. Cada fibra
muscular ou miócito é uma célula longa e fina, com muitos núcleos e
com o citoplasma ocupado por filamentos microscópicos chamados
miofibrilas. As miofibrilas permitem a contração muscular e,
portanto, nossos movimentos.
Os músculos estriados são as vezes chamados de “músculos
vermelhos”, por causa de uma proteína chamada de mioglobina.
Essa proteína é uma espécie de “parente” da hemoglobina das
hemácias: tem um quarto do tamanho dela, é vermelha e capaz de
se combinar com o gás oxigênio. A mioglobina funciona como um
reservatório do gás oxigênio para as atividades musculares.
Nos mamíferos aquáticos, a mioglobina é particularmente
Esses músculos são responsáveis, por exemplo, pela ereção abundante. É o caso de animais como as focas, as baleias, os leões-
dos pêlos na pele (“arrepio”) e pelos movimentos de órgãos como marinhos e os golfinhos. Se comparados com mamíferos terrestres,
o esôfago, o estômago, o intestino, as veias e as artérias, ou seja, esses animais aquáticos possuem mais glóbulos vermelhos e
músculos associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo de alvéolos pulmonares mais desenvolvidos e em maior número. E,
sangue no organismo. nos músculos, a grande presença de mioglobina garante um notável
Os músculos estriados esqueléticos fixam-se aos ossos armazenamento de gás oxigênio.
geralmente por meio de cordões fibrosos, chamados tendões. Tudo isso contribui para que possam mergulhar e permanecer
Possuem contração vigorosa e voluntária, isto é, seus movimentos submersos na água por períodos relativamente longos.
obedecem a nossa vontade. Exemplos: os músculos das pernas,
dos pés, dos braços e das mãos. O músculo estriado cardíaco é Fonte:
o miocárdio, o músculo do coração, que promove os batimentos BIZZO, Nélio. Ciência: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
cardíacos. Sua contração é vigorosa e involuntária. BRASIL. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais – Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
O trabalho muscular
Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade Disponível em:
de se contrair; a contratilidade; é ela que torna possíveis os http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf
movimentos. http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemamuscular2.
No caso dos músculos estriados esqueléticos, os ossos php
atuam como alavancas e permitem a efetivação do movimento.
Às vezes, o movimento é possível graças ao trabalho antagônico
de dois músculos. Por exemplo: quando você dobra um braço, o DOENÇAS ENDÊMICAS NO BRASIL E AGENTES ETIOLÓGI-
bíceps braquial se contrai, diminui no comprimento e aumenta na COS
espessura. Ao mesmo tempo, o tríceps braquial relaxa. Ao esticar o
braço, a situação se inverte: o bíceps braquial relaxa, voltando ao
tamanho normal, e o tríceps braquial se contrai. Dá-se1234 o nome de endemia à ocorrência coletiva de determi-
nada doença que, no decorrer de um largo período histórico, aco-
A fadiga muscular mete sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços
Quando uma pessoa realiza um esforço muscular muito intenso, delimitados e caracterizados, mantendo sua incidência constante,
é comum ela ficar cansada e sentir dores na região muscular mais permitidas as flutuações de valores, tais como as variações sazo-
solicitada. É a fadiga muscular, que ocorre por causa do acúmulo de nais. Note-se que o termo endemia refere-se à doença habitual-
ácido lático no músculo. mente presente entre os membros de determinado grupo, numa
Em situação de intensa atividade muscular, os músculos
estriados esqueléticos necessitam de muita energia. Essa energia é 1 ROUQUAYROL, M.Z.; GURGEL, M. Epidemiologia & Saúde. 8ª ed. Rio de
obtida pela “queima” de alimento com o uso de gás oxigênio. Mas, Janeiro: Medbook, 2018.
nesse caso, parte da energia necessária para a atividade muscular 2 http://www.boletimdasaude.rs.gov.br/conteudo/1441/doen%C3%A7as-emer-
é obtida também por um tipo de fermentação, um mecanismo de gentes-e-reemergentes-no-contexto-da-sa%C3%BAde-p%C3%BAblica-#:~:text=-
“queima” de alimento sem utilização gás oxigênio. A fermentação J%C3%A1%20as%20%22doen%C3%A7as%20reemergentes%22%20
que ocorre no músculo é chamada fermentação láctica, pois gera indicam,novas%20popula%C3%A7%C3%B5es%20de%20hospedeiros%20susce-
ácido láctico como produto final. t%C3%ADveis.
Após um período de repouso, o ácido láctico presente 3 http://www.coc.fiocruz.br/index.php/en/todas-as-noticias/1767-ciencia-saude-e-
no músculo da pessoa é “queimado”, e as dores musculares -doencas-emergentes-uma-historia-sem-fim.html
desaparecem. 4 http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material2.htm
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determinada área, isto é, presente numa população definida. capazes de destruir os vetores de doenças infecciosas e, no front
A definição de endemia só é possível após o estabelecimento das doenças crônicas, o surgimento da quimioterapia, fez com que
prévio de uma faixa endêmica com base no comportamento verifi- se voltasse a pensar que, em breve, viveríamos num mundo sem
cado no passado, associando-a a outros critérios discriminatórios, doenças.
inclusive à variável lugar. Portanto, a distinção entre comportamen- Tal percepção parecia ser confirmada pela trajetória das doen-
to endêmico e epidêmico de uma dada doença fica estabelecida ças na nossa sociedade. A queda dos índices de doenças infecciosas
com base em critérios relativos. nos países desenvolvidos, em virtude das melhores condições de
Convencionou-se no Brasil designar determinadas doenças, vida, parecia indicar o caminho das doenças na humanidade.
a maioria delas parasitárias ou transmitidas por vetor, como “en- No Brasil, a mortalidade infantil e por infecções que vinha se
demias”, “grandes endemias” ou “endemias rurais”. Essas doen- mantendo elevada, a partir de meados do século XX, teve um, declí-
ças foram e são, a malária, a febre amarela, a esquistossomose, nio regular e constante, principalmente associado à diminuição dos
as leishmanioses, as filarioses, a peste, a doença de Chagas, além óbitos por diarreia.
do tracoma, da bouba, do bócio endêmico e de algumas helmin- Nas décadas seguintes, o declínio da mortalidade por infecções
tíases intestinais, principalmente a ancilostomíase. Essas doenças, tornou-se mais expressivo, acompanhando a evolução favorável de
predominantemente rurais, constituíram a preocupação central da alguns indicadores de saúde, sociais e demográficos brasileiros.
saúde pública brasileira por quase um século, até que diversos fato- A ampliação da capacidade da saúde pública no controle de do-
res, notadamente a urbanização, desfizeram as razões de sua exis- enças epidêmicas e a diminuição mais geral dos índices das doenças
tência enquanto corpo homogêneo de preocupação. Neste artigo, infecciosas deram o tom para o surgimento de uma concepção teó-
procuramos analisar a evolução das políticas e estratégias de seu rica sobre doenças e populações ainda hoje utilizada que toma por
controle. base as transformações demográficas das sociedades.
Doenças infecciosas emergentes são doenças transmissíveis A teoria da transição demográfica surgiu nos EUA em 1929,
novas, ou que surgiram recentemente em uma determinada so- seus adeptos propõem a existência de uma transformação gradual
ciedade. Sua disseminação por diversas partes do globo pode ser do perfil das populações nas diferentes sociedades. Nesse sentido,
observada desde o século XVI, quando os exploradores espanhóis a alta taxa de mortalidade e natalidade de épocas passadas fazia
levaram a varíola, o tifo, o sarampo e a gripe às populações mais com que muitas crianças morressem antes de atingir a idade adulta,
suscetíveis do Novo Mundo. Essa verdadeira guerra biológica levou o que levava a uma menor expectativa de vida.
a um catastrófico despovoamento, com aproximadamente 50 mi- A partir do desenvolvimento socioeconômico, os índices de
lhões de mortes entre as populações originais. mortalidade passariam por uma importante queda, motivada pela
Nos séculos seguintes, o intercâmbio de doenças não parou melhoria nas condições sanitárias, evolução da medicina, e urbani-
de se expandir. Junto com os europeus, escravos, plantas e animais zação, aumentando, assim, a expectativa de vida. Em virtude do de-
que eram trazidos para as Américas, vinham também as doenças, senvolvimento, as sociedades também vivenciariam um declínio na
como a sífilis, a cólera, verminoses e outros males que passaram a taxa de natalidade, devido ao acesso à métodos anticoncepcionais,
fazer parte do cotidiano das sociedades americanas. ao elevado custo de vida nas cidades, e à educação, resultando na
O desenvolvimento urbano e populacional do século XIX, alia- redução do crescimento vegetativo.
do ao forte aumento do transporte transatlântico, fez com que do- Essa concepção foi vinculada a uma outra, relacionada às doen-
enças transmissíveis, em forma epidêmica se intensificassem nas ças: a teoria da transição epidemiológica. Segundo ela, as doenças
Américas. crônico-degenerativas iriam, aos poucos, tomar o lugar das infec-
O Brasil, devido à amplitude de seu comércio e à violência de ciosas como principais causas de morte à medida que ocorresse
seu sistema econômico escravocrata seria um dos principais países a transição demográfica. Esta visão etapista5 e linear do processo
da região a sofrer com as doenças epidêmicas. Não foi à toa que o propunha que as sociedades passaram por diversas fases: a fase das
Rio de Janeiro, então capital do país, ficou conhecida no início do pestes (caracterizada pela idade medieval e moderna); a fase das
século XX como o “tumulo dos imigrantes”. pandemias (entre o século XIX e início do XX) e a fase das doenças
No entanto, este início de século traria também um alívio para crônico degenerativas, relaciona ao grande aumento da população
o problema das grandes epidemias. A partir do desenvolvimento mais velha e ao desenvolvimento científico que deixaria as doenças
dos conhecimentos no campo da microbiologia, as ciências médi- epidêmicas sobre controle.
cas produziram soros e vacinas que possibilitaram o diagnóstico, a O modelo propunha a existência de diferenças no ritmo de mu-
proteção e o controle de diversas doenças infecciosas, como a febre danças na pirâmide etária e epidêmica. O modelo “clássico” seria
amarela, a peste bubônica e a varíola. Contudo, a eclosão da gripe exemplificado pelo Reino Unido, Suécia e Estados Unidos, onde
espanhola, em 1918, daria fim ao primeiro lampejo de otimismo as doenças degenerativas haviam substituído as infecciosas como
com a possibilidade de controle das doenças epidêmicas. Esse vio- principais causas de mortalidade; o modelo “acelerado”, seria o do
lento e sinistro surto de influenza deixaria um rastro de milhares Japão, onde o mesmo processo teria ocorrido, um pouco mais tar-
de mortes em nossas cidades, mostrando que os riscos de novas diamente, porém com maior rapidez; e por fim o modelo “atrasa-
doenças não haviam cessado. do”, representado pelos países onde a transição epidemiológica é
Aliás, o otimismo das ciências médicas com a possibilidade de ainda mais recente ou ainda não se completou.
dar fim aos problemas de saúde é tão cíclico quanto as próprias Mais recentemente, alguns estudiosos começaram a observar
epidemias. No final da década de 1940, após o término da Segunda as limitações da teoria da transição epidemiológica. A primeira de-
Guerra Mundial, num momento de desenvolvimento de novas tec- las diz respeito à falta de homogeneidade temporal entre o pro-
nologias, ele se fez fortemente presente. cesso de transição nos diferentes países. Ou seja: os padrões de
A descoberta da penicilina e sua comercialização, o desenvol- mortalidade e morbidade são variáveis. Também observaram um
vimento de inseticidas monoclorados, como o DDT, que pareciam 5 Adjetivo com sentido de “realizado por etapas”.
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quadro de grande heterogeneidade dentro de cada país. Alguns No entanto, algo muito pior logo aconteceu. Entre agosto e se-
países estariam em uma etapa mais avançada da transição, outros tembro de 2015, obstetras de Pernambuco começaram a observar
estariam apenas iniciando o processo de transição e outros ainda, o nascimento de bebês com microcefalia, vindos de partos de mu-
apresentariam características dos diferentes modelos, como o Bra- lheres que tinham tido infeção pelo Zika Vírus.
sil, onde observa-se a sobreposição de etapas, ou seja, a perma- Rapidamente, a infecção pelo Zika vírus se tornou uma emer-
nência de doenças infecto-parasitárias e crônico-degenerativas de gência internacional, como declarado pela Organização Mundial da
grande importância como a dengue e o câncer. Saúde em 2016.
A teoria da transição epidemiológica traz consigo uma limita- A epidemia da Zika trouxe algumas questões relevantes, das
ção: o fato de não poder ser aplicada indistintamente a diferentes quais se pode destacar uma. A epidemia não afetou todas as mu-
formações sociais. Além disso, ela encobre a possibilidade de emer- lheres de forma indistinta.
gência e reemergência de doenças controladas. Outros processos epidêmicos também nos lembram como seus
No mundo de incertezas decorrente do desenvolvimento das contextos de ocorrência alteram drasticamente sua visibilidade e a
desigualdades sociais, da ampliação dos contatos entre as diversas intensidade de resposta social. É o caso, por exemplo, dos recentes
populações e da exploração desenfreada de diferentes ecossiste- surtos epidêmicos de Ebola e das pandemias de SARS (Síndrome
mas, não temos como prever o caminho das doenças infecciosas Respiratória Aguda Severa), e Gripe H1N1.
nas diferentes sociedades. Para pensar as dinâmicas de surgimento A SARS, também causada por um coronavírus, surgiu na China
das doenças emergentes é necessário pensar as complicadas rela- em 2002 e alcançou o status de pandemia, pelos critérios da OMS,
ções entre os sistemas sociais e naturais, atividade tem que ser feita no ano seguinte. A gripe H1N1 grassou de forma pandêmica entre
em conjunto entre as ciências biológicas e sociais. 2009 e 2010. As duas últimas, embora apresentem menor letali-
Pensar as formas coletivas de adoecimento como etapas linea- dade que o Ebola, devido a sua maior capacidade de difusão glo-
res gera a ilusão de que estamos a frente de um novo tempo, onde bal, geraram esforços nacionais e globais mais rápidos e de maior
somente as doenças crônico-degenerativas apresentam-se como dimensão. Basta dizer que tais esforços resultaram no desenvolvi-
problemas de saúde pública, e mesmo assim por um tempo limi- mento de vacinas para as duas últimas, enquanto os esforços para
tado, pois o avanço das novas terapias certamente irá favorecer o reforçar os sistemas de saúde locais no sentido de impedir novos
seu controle. surtos de ebola ainda se mostrem muito insuficientes.
A ocorrência da epidemia de AIDS, nos anos 1980, veio mostrar Em janeiro desse ano, uma nova epidemia se instalou na pro-
a dificuldade de uma visão como essa. Surgida nos bairros de Los víncia de Wuhan, na China. Causada por um novo tipo de corona
Angeles, a epidemia atingiu inicialmente os homossexuais, que pas- vírus (Sars-CoV-2) a doença, que passou a ser conhecida como Co-
saram a desenvolver sarcomas, pneumonias e outros tipos de doen- vid-19, produz sintomas próximos ao da gripe, mais intensos e mui-
ça típica do enfraquecimento do sistema imunológico. Sua eclosão, tas vezes letais, se disseminou rapidamente.
de pronto ampliou o preconceito com os homossexuais e o estigma Em dezembro do ano passado, a OMS decretou emergência in-
em relação aos doentes. ternacional em virtude do alastramento da doença para outros paí-
A partir da década de 1990, a transmissão por relações hete- ses, e em março, a mesma instituição caracterizou a situação como
rossexuais ampliou-se cada vez mais. A atuação forte dos movi- uma pandemia. No momento que escrevemos, o novo coronavírus
mentos ativistas, associada à mudança no perfil epidemiológico e já afetou fortemente muitos países, em quatro continentes, causan-
à composição de respostas sociais organizadas, fortaleceram a luta do mais de 18 mil mortes.
contra os estigmas ligados à infecção pelo HIV. Um estudo liderado pelo Imperial College de Londres e rea-
Em nível global, a Aids veio mostrar, mais uma vez, a impossibi- lizado em parceria com diversas instituições, divulgado no dia 27
lidade de pensarmos um mundo sem doenças infecciosas. Ou mes- de março, fez projeções para o cenário pandêmico em diferentes
mo a falácia da concepção de que com o desenvolvimento, a carga cenários, levando em consideração a aplicação ou não de ações de
de doenças se limitaria aos agravos crônico-degenerativos. Outra mitigação e de supressão para o controle do contágio. Os cálculos
doença, mais recentemente, veio reforçar a impossibilidade de se projetam, para o Brasil, a possibilidade de quase um milhão e meio
pensar dessa forma e, além disso, trouxe mais algumas questões de mortes, e de até 80% da população infectada. Ainda não se sabe
que nos ajudam a pensar as doenças emergentes. a extensão do problema em que nos encontramos, mas seus desdo-
Em 1947, o Zika vírus foi identificado entre os primatas da flo- bramentos sociais serão gigantescos.
resta de Zica, em Uganda; um vírus transmitido por meio de relação O ponto comum aos processos pandêmicos/epidêmicos men-
sexual e, principalmente, pela picada de mosquitos. Nos humanos, cionados e aos debates sobre as transições demográfica e epide-
o vírus causa doença e complicações ainda não totalmente conhe- miológica é que o pensamento sobre população deve levar em con-
cidas. sideração as desigualdades e iniquidades em saúde. Diferente do
Como em outras epidemias disseminadas por mosquitos, o que algumas pessoas propagam pelas redes sociais, as doenças não
avanço do homem sobre a natureza, o modelo hegemônico de con- são democráticas. Toda doença é, ao mesmo tempo, um fenômeno
vivência nas grandes cidades, as deficiências do sistema de saúde e biológico e social, sem separação, e as desigualdades existentes na
as iniquidades sociais determinaram a intensificação da transmis- sociedade muitas vezes se manifestam através das epidemias.
são da doença. Com a evolução tecnológica na área de saúde, esperava-se
No Brasil, há registros de casos da Zika à época da Copa do que as doenças infecciosas transmissíveis como malária, dengue,
Mundo, porém foi só em 2015 que foi confirmado o primeiro caso tuberculose e hanseníase reduzissem sua importância como causa
de transmissão ocorrida dentro do país, na região Nordeste. Os di- de morbidade e mortalidade das populações. A transição demográ-
versos sintomas - exantema, febre intermitente, mialgia e dor de ca- fica, representada pela queda da mortalidade e natalidade e au-
beça, garganta, tosse, vômitos entre outros, por si mostravam que mento da expectativa de vida das populações humanas, também
tal qual a dengue, se tratava de uma infecção perigosa. contribuiria para a mudança. Gradativamente, agravos de natureza
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infecciosa seriam substituídos por doenças crônicas não-transmis- satualização das estratégias de controle de doenças;
síveis e causas externas no cenário epidemiológico, completando - Aprimoramento das técnicas de diagnóstico, possibilitando
a chamada transição epidemiológica (BOULOS, 2001; LUNA, 2002; diagnósticos etiológicos mais precisos;
BRASIL, 2008). - Processo de evolução de microrganismos: mutações virais,
Ao longo dos últimos anos, tem-se verificado que os mesmos emergência de bactérias resistentes.
determinantes que, acreditava-se, iriam reduzir as doenças infec-
ciosas, também podem atuar na direção inversa, propiciando o Todos esses fatores podem favorecer o aparecimento de novas
surgimento e a disseminação de novas e velhas doenças infecto-pa- doenças e alteração no comportamento epidemiológico de doen-
rasitárias. Um exemplo é o da urbanização acelerada favorecendo ças antigas, tornando o quadro sanitário mais complexo do que a
o ressurgimento da dengue na região das Américas (LUNA, 2002). ideia de uma transição epidemiológica, pensada como simples su-
A identificação de novos agentes infecciosos e o ressurgimen- cessão de fases decorrentes, fundamentalmente, do processo de
to de doenças que se considerava controladas levam as “doenças envelhecimento populacional e desenvolvimento científico, fazia
emergentes e reemergentes” a figurarem hoje, ao lado dos efeitos supor (LUNA, 2002).
do envelhecimento populacional e da violência urbana, como cen- No Brasil, o modelo da transição epidemiológica nunca foi apli-
tro das atenções de profissionais da saúde, acadêmicos, gestores, cável com perfeição. Em que pese uma marcante diminuição do
agentes e atores de políticas públicas, das instituições governamen- peso relativo das doenças infecciosas e parasitárias enquanto causa
tais ou não, nacionais ou internacionais. de morbimortalidade - principalmente secundário à redução das
doenças imunopreveníveis e das diarreias - persistem marcadas de-
Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes sigualdades regionais e sociais no país, e subpopulações nas quais
os perfis de mortalidade pouco se alteraram nas últimas décadas
“Doença emergente” é o surgimento ou a identificação de um (LUNA, 1998).
novo problema de saúde ou um novo agente infeccioso como, por A tuberculose pulmonar, por exemplo, que apresenta prevalên-
exemplo, a febre hemorrágica pelo vírus Ebola, a AIDS, a hepatite cia importante, já foi considerada reemergente. Entretanto, estudos
C, a encefalite espongiforme (doença da vaca louca) ou microrga- especializados apontam para uma doença que apenas permaneceu
nismos que só atingiam animais e que agora afetam também seres em nosso meio (RUFFINO-NETTO, 1997), sem declinar significante-
humanos como o vírus da Febre do Nilo Ocidental, o hantavírus e mente, e com incidência elevada especialmente após o advento da
o vírus da influenza aviária (A/H5N1). No caso da Influenza H5N1, AIDS.
desde os primeiros registros de infecção humana por este vírus de A AIDS, a dengue e as infecções por bactérias resistentes a anti-
aves, em 1997, a comunidade internacional está em alerta para o microbianos - responsáveis pela elevada mortalidade por infecções
risco potencial de uma nova Pandemia de Gripe em populações hu- hospitalares - são exemplos da modificação do comportamento das
manas (BRASIL, 2006 e 2008). doenças infecciosas no mundo moderno (WALDMANN, 1998).
A elevada letalidade da infecção justifica o monitoramento da Se no passado as doenças infecciosas eram majoritariamente
circulação do vírus e de seu impacto em humanos, embora a maior associadas às más condições socioeconômicas, ao saneamento bá-
parte dos casos relatados tenha decorrido de estreito contato en- sico deficiente, às condições precárias de higiene e ao baixo nível de
tre aves e pessoas, e não haja ainda condições moleculares para a instrução, agora, com o surgimento ou recrudescimento de novas e
transmissão eficiente deste vírus de pessoa a pessoa. velhas doenças, novos padrões de ocorrência também emergem,
Já as “doenças reemergentes” indicam mudança no compor- fruto da interação entre seus agentes, do ambiente e da vulnerabi-
tamento epidemiológico de doenças já conhecidas, que haviam lidade populacional.
sido controladas, mas que voltaram a representar ameaça à saúde
humana. Inclui-se aí a introdução de agentes já conhecidos em no- Origem das viroses emergentes e reemergentes
vas populações de hospedeiros suscetíveis. Na história recente do Segundo Morse, teríamos três mecanismos de surgimento des-
Brasil, por exemplo, registra-se o retorno da dengue e da cólera e a sas infecções, os quais podem eventualmente estarem associados:
expansão da leishmaniose visceral (BOULOS, 2001; BRASIL, 2008).
1. Surgimento de um novo vírus, pela evolução de uma nova
Segundo WALDMANN (1998) e LUNA (2002), as doenças infec- variante viral.
ciosas emergentes e reemergentes, de uma maneira geral, estão 2. Introdução no hospedeiro de um vírus existente em outra
associadas aos seguintes fatores: espécie (transposição da barreira de espécie).
- Modelos de desenvolvimento econômico determinando alte- 3. Disseminação de um vírus a partir de uma pequena popula-
rações ambientais, migrações, processos de urbanização sem ade- ção humana ou animal, onde este vírus surgiu ou onde foi original-
quada infraestrutura urbana, grandes obras como hidrelétricas e mente introduzido.
rodovias;
- Fatores ambientais como desmatamento, mudanças climáti- Reconhece-se que vários vírus, especialmente do grupo RNA,
cas (aquecimento global), secas e inundações; apresentam taxas de mutação elevadas como no caso da influenza,
- Aumento do intercâmbio internacional, que assume o papel vírus que possui genoma segmentado e é capaz de atingir grande
de “vetor cultural” na disseminação das doenças infecciosas; número de hospedeiros animais. Por estes mecanismos surgem,
- Incorporação de novas tecnologias médicas, com uso dissemi- por seleção natural, amostras de maior virulência a partir de grande
nado de procedimentos invasivos; número de padrões genômicos circulantes.
- Ampliação do consumo de alimentos industrializados, espe- A possibilidade de ser alcançado qualquer ponto da terra em
cialmente os de origem animal; poucas horas pelo transporte aéreo, tem proporcionado o desloca-
- Desestruturação/inadequação dos serviços de saúde e/ou de- mento de vetores de um continente a outro, bem como o contato
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direto do homem com áreas remotas, onde podem existir agentes A hepatite C vem crescendo de importância em todo o mundo.
até então desconhecidos. O vírus infecta por mecanismos semelhantes ao vírus B, porém ain-
A importação de animais igualmente pode trazer, ao contato da encontramos cerca de 20% dos casos não esclarecidos do ponto
do homem, novos agentes de doença. Exemplo desse mecanismo de vista de seu mecanismo de transmissão. Não se espera o desen-
ocorreu com o até então desconhecido grupo dos filos vírus, os volvimento de uma vacina para futuro previsível, devido à variabili-
quais foram introduzidos na Alemanha, em macacos importados de dade do vírus e à falta de métodos de seu cultivo em laboratórios.
Uganda e que causaram a morte de 8 das 31 pessoas que se infecta- Esta virose deve ser considerada uma doença emergente por sua
ram pelo contato com os tecidos dos animais usados em pesquisas. expansão e sua gravidade, com uma tendência a cronicidade e a
Do mesmo grupo, o vírus Ebola causou surtos extensos no Zaire quadros terminais de cirrose e carcinoma hepático.
e Sudão em 1976, com cerca de 600 pessoas envolvidas e porcenta- O gênero Hantavírus, nome derivado de um rio da Coréia, inclui
gens de 88% de letalidade, voltando em 1995 ao Zaire, igualmente vírus reconhecidos inicialmente naquele país e posteriormente em
com taxa de letalidade, em torno de 77%. A entrada de pessoas em extensas áreas da Ásia e Europa. O vírus Hantaan causou infecções
nichos ecológicos até então isolados é aceita como a origem dos em soldados americanos durante a Guerra da Coréia, mas só foi
primeiros casos estudados na epidemia de 1995, no Zaire. isolado em 1976. Esses agentes são infectantes através da urina de
A disseminação do Aedes aegypti e da febre amarela no país, ratos infectados, sendo na Coréia o Apodemus agrarius o seu prin-
ocorreu através dos navios que atracavam em portos brasileiros, cipal vetor.
originando diversas epidemias, a primeira delas reportada no sé- No início da década de 80 foi isolado o vírus Seoul, pertencente
culo XVI, em Recife. Pelo mesmo mecanismo e talvez ainda pelo ao mesmo grupo dos Hantavírus, porém circulando em roedores ur-
transporte aéreo, o Ae. Albopictus espalhou-se nos últimos anos do banos (Rattus rattus e Rattus norvergicus), o que acrescentou uma
Sudeste Asiático para todo o mundo tropical, sendo reconhecido no nova dimensão ao problema.
Brasil em 1987, nas proximidades do Rio de Janeiro. Em 1993, foi reconhecida na América do Norte, uma entidade
Pelos dados disponíveis, o vírus HIV teria se originado de regi- clínica com sintomas respiratórios graves, com taxa de mortalidade
ões centrais africanas, a partir de amostras de vírus circulando en- em torno de 50%, nos casos hospitalizados.
tre primatas e que foram capazes de passar a barreira de espécie e Vírus do gênero Hantavírus foram isolados desses casos, asso-
atingir o homem. ciados a roedores silvestres, em particular o Peromyscus manicula-
A expansão da agricultura a áreas novas e as práticas de co- tus. No Brasil em 1993, foram descritos casos fatais no Centro-Oeste
lheita e manejo de produtos agrícolas, levam à entrada em nichos e Sudeste e Sul do país e um vírus denominado Juquitiba foi isolado
ecológicos, onde novos agentes podem ser encontrados e também no Vale da Ribeira, com uma clara associação com roedores. Como
à atração de roedores silvestres e outros animais que se aproximam nos casos descritos nos Estados Unidos, observou-se um quadro de
do homem em busca de alimento. Neste último caso, temos como insuficiência respiratória aguda.
exemplos os vírus Junin e Machupo, agentes de febres hemorrági- Estes vírus constituem um problema hospitalar importante
cas na Argentina e Bolívia, transmitidas ao homem pela urina de pois pelo menos uma amostra denominada Andes se transmite de
roedores silvestres. homem a homem e na Argentina ocasionou vários casos fatais em
A febre amarela, essencialmente doença de primatas, porém médicos e pessoal de enfermagem.
com capacidade de alcançar o homem que penetre em áreas endê- O vírus Oropouche, isolado na Ilha de Trinidad, em 1957, vem
micas sem proteção vacinal, alcançou uma média anual de 18 casos sendo responsável, desde 1960, por milhares de casos na região
nos últimos 15 anos. No ano de 2000, porém, surgiu uma epizootia amazônica. Modificações ecológicas proporcionaram grande pro-
em primatas, que levou a um substancial aumento de casos huma- liferação do Culicoides paraensis, maruim ou mosquito-pólvora,
nos, de febre amarela silvestre. principal vetor conhecido da doença para o homem. A infecção se
Com a entrada de Ae. Aegypti nas áreas endêmicas de febre caracteriza por cefaleia, febre, dores musculares e eventualmente
amarela, nas regiões Centro-Oeste e Norte, o risco de surgimento meningite, não se registrando, porém, casos fatais.
de infecções urbanas passou a ser uma realidade a ser enfrentada. O vírus Sabiá foi isolado de uma paciente hospitalizada, que foi
O dengue, causado por quatro tipos de vírus, constitui hoje a a óbito no primeiro caso humano conhecido da doença, originário
mais importante doença viral humana transmitida por mosquitos e dos arredores da Grande São Paulo, em uma localidade de mesmo
no Brasil foram notificados mais de 3.000.000 de casos nos últimos nome. O quadro apresentado foi de uma febre hemorrágica gra-
anos, desde a epidemia de 1981/1982, em Roraima e a primeira ve, causado por um vírus, identificado como pertencente à família
grande epidemia de 1986, no Rio de Janeiro Bunyaviridae. Esse vírus possui um risco potencial importante como
Desde então a doença, acompanhando a expansão do Ae. Ae- uma doença emergente, que ocorreu naturalmente junto a densos
gypti, implantou-se igualmente em praticamente todo o Brasil, com núcleos urbanos devendo ser transmitido pela urina de animais, os
a presença dos vírus tipo 1 e 2 e 3 com risco de entrada do tipo 4, quais não foram ainda identificados.
presente em países limítrofes como a Colômbia e Venezuela, bem O vírus Junin, foi descoberto na Argentina em 1957 e causa
como no México e no Caribe. um quadro de febre hemorrágica, sendo transmitido, por aerossó-
O vírus Rocio surgiu em 1975/1976, na costa do sul do Estado is contaminados com urina de roedores. A doença surgiu quando
de São Paulo (Vale da Ribeira) e causou uma epidemia de encefa- aumentou a produção de grãos na região e outros vegetais que ser-
lite por cerca de dois anos. O vírus circulou provavelmente entre viam de alimento para ratos silvestres. Com a proliferação destes
pássaros e mosquitos, principalmente Aedes scapularis e Psoropho- últimos, do gênero Calomys e que se apresentavam naturalmente
ra ferox e não foram mais descritos casos humanos desde então. infectados, surgiram casos humanos da doença. Uma vacina hoje
Ocorreram naquela ocasião, cerca de 1.000 casos, com uma taxa utilizada na região, resultou em rápida queda do número de casos
de letalidade de aproximadamente 10% e sequelas motoras, nos humanos.
pacientes.
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O vírus Machupo surgiu na Bolívia igualmente no início da dé- troduzido a partir de casos humanos ou pássaros migratórios. Este
cada de 50 próximo à fronteira com o Brasil, com um quadro de fe- vírus passa a se constituir em novo problema de saúde pública para
bre hemorrágica e hematêmese na fase avançada da doença e uma nosso Continente, causando quadros clínicos graves principalmente
taxa de letalidade de 50% nos primeiros casos descritos. em pessoas idosas.
Identificou-se o papel de outra espécie de Calomys como por- Em 1995, surgiu na Inglaterra uma síndrome de incoordenação
tador do vírus, transmitindo-o através da urina, como no caso do motora em bovinos (doença da vaca louca) evoluindo para óbito do
Junin. Foi possível identificar na região um incremento do cultivo animal em curto prazo. A entidade é semelhante a doença humana,
de milho, com a modificação do hábitat natural dos roedores, que denominada doença de Creutzfeldt-Jacob (CJD), ambas causando
passaram a ter estreito contato com o homem. uma encefalopatia espongiforme igualmente fatal e irreversível. A
O vírus da AIDS, sem dúvida a mais importante doença emer- partir de 1996, reconheceu-se a existência de mais de 100 casos
gente do século 20 evoluiu aparentemente a partir de dois núcleos humanos de uma nova forma de CJD atingindo população jovem e
de dispersão: um nos Estados Unidos e outro na África Central. Es- que foi relacionada ao consumo de carne bovina contaminada. O
tudos retrospectivos com soros humanos, demonstrou que o vírus agente é uma proteína modificada, denominada príon, a qual induz
HIV deve ter entrado nos Estados Unidos metade da década de 70. a formação de novas proteínas idênticas a ela e que causam as le-
Na África, os dados apontam para um possível caso no Zaire, em sões cerebrais. A doença no bovino aparentemente surgiu pelo uso
1959. de carne de ovinos na alimentação de bovinos.
Estudos comparativos das sequências do gene p24 do HIV e No momento defronta-se o mundo com a Síndrome Respirató-
de vários vírus isolados de primatas africanos sugerem que o HIV ria Aguda Grave, que se caracteriza por uma pneumonia intersticial
se originou de ancestrais que infectavam primatas. O tipo 1 de HIV com uma taxa de letalidade em torno de 5 a 6 %. A infecção teria
aparentemente infecta o chimpanzé em condições naturais. surgido na China, sendo causada por uma nova variante de Corona-
Na década de 70, observou-se no sul do Japão, uma doença vírus, agente capaz de infectar, como o vírus da influenza, muitas
linfo proliferativa caracterizada como leucemia/linfoma de células espécies animais e o homem. Nos animais o vírus causa quadros
T do adulto e em 1980, isolou-se nos Estados Unidos o primeiro diarreicos ou respiratórios importantes, sendo eliminado tanto por
retrovírus humano, denominado HTLV-I, agente de linfomas seme- via respiratória como digestiva, o que parece ser também o caso das
lhantes aos observados no Japão. infecções humanas causadas pelo novo vírus.
Em 1985, demonstrou-se, que o mesmo vírus estava relaciona- O novo agente tem particular importância no caso das infec-
do a uma síndrome denominada paraparesia espástica tropical em ções hospitalares, exigindo rígidas medidas de isolamento e infra-
pacientes do Caribe. Outros focos geográficos foram descobertos estruturas adequadas em relação a filtragem do no ar do ambiente
e comprovou-se que a doença neurológica poderia ser encontrada da internação e barreiras físicas além das medidas de proteção in-
também em regiões não tropicais. dividual como gorros, mascaras, luvas, óculos e roupas de proteção
Outros vírus do grupo, denominado HTLV-II, foi encontrado nos individual.
Estados Unidos, mas ainda não se comprovou com segurança o pa-
pel desse vírus em quadros neurológicos ou linfo proliferativos. Medidas propostas para o controle global das viroses emer-
Tanto o HIV como HTLV-I infectam células T, expressando mo- gentes/reemergentes
lécula CD4 na sua superfície. Entretanto, enquanto o HIV destrói Diante do surgimento dessas viroses emergentes/reemergen-
essas células, o HTLV-I estimula a sua proliferação. Anticorpos para tes, ao lado de várias outras doenças não-virais, como a cólera,
o HTLV-I têm sido encontrados em todo o mundo e no Brasil foram salmoneloses, leptospirose, o ressurgimento da tuberculose, infec-
descritos em várias regiões, chegando a alcançar níveis de 13% em ções por E. coli 0157:H7, bem como o surgimento de resistência
hemofílicos no Rio de Janeiro, em cerca de 10% dos pacientes poli a drogas de vários agentes bacterianos, formou-se um sentido de
transfundidos e em populações indígenas. alerta e de necessidade de uma avaliação em nível internacional.
A paraparesia espástica tropical se caracteriza pela fraqueza Diversos grupos levantaram os problemas causados por essas
crônica e progressiva dos membros inferiores, ocorrendo em me- doenças, em particular o CDC/Atlanta, a Organização Mundial de
nos de 1% dos indivíduos que se infectam com o HTLV-I. O crescente Saúde e as Nações Unidas com suas estruturas afiliadas, o Instituto
interesse por esses vírus é justificável, pelos quadros clínicos que Nacional de Saúde, Academias de Ciência de vários países, Instituto
causam, sendo exemplo de viroses que, a partir de reduzidos núcle- Pasteur e seus afiliados no mundo, entre inúmeras outras entida-
os humanos, vieram a se implantar em todo o mundo. des.
Em 1958, um vírus do grupo denominado Orthopoxvirus, que Das discussões iniciais foram gerados vários documentos onde
inclui a varíola e a vaccínia, foi isolado na Suécia de um macaco Cy- se apontam grandes linhas de atuação a serem implementadas no
nomolgus. Infecções humanas foram reportadas entre 1970/1986, mundo.
principalmente no Zaire, onde se encontraram 386 dos 404 casos
humanos investigados no período. Objetivo I - Vigilância
Clinicamente a doença se assemelha à varíola, porém uma Descobrir, investigar rapidamente e acompanhar patógenos
generalizada linfadenopatia e a ausência de formas hemorrágicas emergentes, as doenças que causam e os fatores envolvidos no sur-
permitiram um diagnóstico clínico diferencial. A taxa de letalidade gimento do quadro.
alcançou 10% em crianças entre 3 meses e 8 anos de idade. O vírus
se transmite com dificuldade de pessoa a pessoa, ao contrário com Objetivo II - Pesquisa Aplicada
o que ocorria com a varíola. Integrar os laboratórios e a epidemiologia para apoio à saúde
A partir de agosto de 1999, casos humanos de encefalite cau- pública.
sadas pelo vírus West Nile, foram identificados na cidade de Nova
Iorque, pela primeira vez nas Américas. O vírus pode ter sido in-
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Objetivo III - Prevenção e Controle volvidos (BARATA, 1997; LUNA, 2002).


Estimular a comunicação e a circulação de informações sobre A capacidade de diagnóstico laboratorial também deve, neces-
as doenças emergentes e assegurar a implementação de estratégias sariamente, ser ampliada, através de uma rede de laboratórios de
de prevenção. Saúde Pública resolutiva, organizada de forma hierarquizada, dota-
da de equipamento adequado, suprimento oportuno de insumos,
Objetivo IV - Infraestrutura profissionais capacitados e que garanta a biossegurança. No Brasil,
Fortificar a infraestrutura de saúde pública e rede hospitalar a rede constituída pelos laboratórios de Saúde Pública (LACENs) de
nos níveis local, estadual e federal, para permitir o estabelecimento cada estado e os laboratórios federais deve incluir, também, os la-
da Vigilância (Objetivo I) e a implementação dos programas de Pre- boratórios universitários (não só de patologia clínica, microbiologia,
venção e Controle (Objetivo II). parasitologia, virologia e imunologia, como também de entomo-
logia, zoologia, ecologia, ornitologia, micologia e medicina veteri-
O objetivo fundamental é estabelecer sistemas ágeis de reco- nária), além dos laboratórios da rede privada que demonstrarem
nhecimento de problemas, capazes de divulgá-los em nível interna- interesse em participar. Esta rede ampliada, por sua vez, deve estar
cional a curto prazo, bem como investigar episódios onde doenças relacionada com as redes internacionais, organizadas pela OPAS/
emergentes/reemergentes sejam suspeitadas. OMS, das quais o Brasil já faz parte (LUNA, 2002).
Considerando a situação dos sistemas de saúde no mundo, in- Outro desafio que as doenças emergentes e reemergentes co-
cluindo as redes de assistência hospitalar, com uma visível perda locam para a Saúde Pública diz respeito às normas de biosseguran-
de estrutura e recursos, as doenças emergentes/reemergentes têm ça. Há um risco de que agentes etiológicos novos e com alta leta-
significado um encargo pesado para os países em desenvolvimento. lidade possam vir a ser utilizados como armas biológicas, além da
No caso da AIDS e do dengue, para citar dois exemplos, observa-se possibilidade real do tráfego global de viroses, em poucas horas, de
uma contínua expansão do número de casos ao longo dos últimos um continente a outro, através das viagens aéreas (BARATA, 1997).
anos, sem real expectativa de mudança em futuro próximo. A questão da biossegurança deve contemplar o controle da
O custo assistencial de algumas dessas infecções é elevado e importação de animais para experimentação, principalmente pri-
o nosso país carece, em geral, de unidades hospitalares prepara- matas, que podem ser reservatórios ou fontes de agentes infeccio-
das para atender pacientes com infecções que tragam risco para o sos novos. As condições de transporte, acomodação e manutenção
pessoal médico e paramédico. Igualmente não dispomos ainda de desses animais devem ser objeto de vigilância sanitária. Do mesmo
um único Laboratório de Alta Segurança, que permita o isolamento modo, o manejo clínico de casos suspeitos em hospitais necessita
e a identificação de agentes infecciosos de alto risco. Isto nos torna de normas de biossegurança que protejam os profissionais de saú-
dependentes do envio das amostras clínicas para o exterior, para de e a clientela. O mesmo se aplica aos profissionais de laboratórios
comprovar a suspeita da presença de vários desses agentes. responsáveis pela identificação dos agentes etiológicos (BARATA,
A montagem imediata dessas duas estruturas nos parece es- 1997).
sencial, bem como a organização de Forças-Tarefa regionais com- A emergência e reemergência de doenças infecciosas não mos-
postas de epidemiologistas, laboratoristas e infectologistas que tra somente como a expectativa de erradicação de todas as enfer-
possam ser acionadas para investigar com rapidez casos suspeitos midades através da expertise médica é uma utopia, mas também
de doença agudas não definidas que apresentem potencial risco como é necessário que a saúde populacional, dos níveis locais ao
para a comunidade e encaminha-los para hospitais de referência global, precisa ser encarada em sua complexidade. Nesse sentido, o
em condições de recebe-los atendendo as condições de biossegu- fortalecimento de ações de promoção de saúde e prevenção, edu-
rança adequadas. cação, melhoramento das condições de vida, é fundamental para
que não nos peguemos sempre em cenários desesperadores a cada
Desafios frente às doenças emergentes e reemergentes nova epidemia. Epidemias sempre continuarão a surgir, mas a for-
Para o enfrentamento das doenças emergentes e reemergen- ma de lidar com elas pode mudar.
tes o fortalecimento da vigilância epidemiológica, especialmente Uma estratégia fundamental para o enfrentamento das doen-
no que diz respeito à sua capacidade de detecção precoce, tem um ças emergentes e reemergentes é o desenvolvimento de pesquisa
papel fundamental. Médicos, enfermeiros, médicos veterinários, básica e aplicada na área, com envolvimento das universidades e
e demais profissionais da assistência devem ser capacitados para dos institutos de pesquisa, especialmente em novas tecnologias
identificar casos suspeitos e auxiliar no processo de investigação e de diagnóstico (incluindo técnicas de biologia molecular), pesquisa
desencadeamento das medidas de controle. epidemiológica, e desenvolvimento de fármacos e de vacinas.
Epidemiologistas devem estar qualificados para realizar in- Torna-se necessária a união de esforços de todos para fortale-
vestigações de campo e monitorar o comportamento das doenças cermos as atividades de vigilância no âmbito institucional, nas dife-
em indivíduos e populações, além de disporem de um sistema de rentes esferas de governo. Parcerias com os serviços, profissionais
informações ágil e que permita a tomada de decisão em tempo e instituições públicas e privadas interessadas no tema são impres-
oportuno. É preciso fortalecer as atividades de vigilância em saúde cindíveis, tanto quanto investimentos continuados na melhoria das
(ambiental e sanitária, principalmente) e saúde pública veterinária, condições de vida da população. Só assim estaremos preparados
pois a emergência e reemergência de doenças infecciosas resultam para enfrentar esses novos (velhos) problemas.
da interação do homem com o ambiente. Alguns fatores, tais como
a fauna sinantrópica e as condições sanitárias dos alimentos e das
populações animais deveriam ser monitorados de forma rotineira e
eficiente, de forma a prevenir, ou pelo menos alertar precocemente
a comunidade para o risco de emergência de doenças. Isto exigiria
mecanismos ágeis de comunicação entre os diferentes serviços en-
Editora
180
180
a solução para o seu concurso!
BIOLOGIA

6.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia)


QUESTÕES
Julgue o item a seguir, a respeito das relações anatômicas.

1.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia) O cotovelo situa-se no terço médio do braço.

Julgue o item a seguir, a respeito das relações anatômicas. ( ) CERTO


( ) ERRADO
A perna esquerda situa-se em posição distal em relação à coxa
homolateral. 7.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia)

( ) CERTO Julgue o item subsecutivo, a respeito da anatomia abdominal.


( ) ERRADO
A linha alba localiza-se no plano sagital mediano, entre os
2.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia) músculos retos abdominais.

Julgue o item a seguir, a respeito das relações anatômicas. ( ) CERTO


( ) ERRADO
O mamilo direito situa-se externamente em relação ao umbigo.
8.(CEBRASPE (CESPE) - 2012 - Técnico Legislativo (CAM DEP)/
( ) CERTO Agente de Serviços Legislativos)
( ) ERRADO
Julgue o item a seguir, relativo à anatomia e à fisiologia
3.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia) humanas.

Julgue o item a seguir, a respeito das relações anatômicas. No que diz respeito ao tamanho das partes estudadas, a
anatomia é habitualmente dividida em anatomia macroscópica e
A vesícula biliar localiza-se em posição caudal em relação ao anatomia microscópica.
fígado.
( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO
9.(CEBRASPE (CESPE) - 2012 - Técnico Legislativo (CAM DEP)/
4.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia) Agente de Serviços Legislativos)

Julgue o item a seguir, a respeito das relações anatômicas. Julgue o item a seguir, relativo à anatomia e à fisiologia
humanas.
Os olhos situam-se em um mesmo plano coronal e também em
um mesmo plano transversal. Os termos proximal e distal indicam, respectivamente, o
que está mais próximo e o que está mais distante da raiz ou da
( ) CERTO extremidade de conexão de um membro.
( ) ERRADO
( ) CERTO
5.(CEBRASPE (CESPE) - 2018 - Técnico (EBSERH)/Necrópsia) ( ) ERRADO

Julgue o item a seguir, a respeito das relações anatômicas. 10.(CEBRASPE (CESPE) - 2012 - Técnico Legislativo (CAM DEP)/
Agente de Serviços Legislativos)
O pâncreas localiza-se em posição ventral relativamente ao
estômago. Julgue o item a seguir, relativo à anatomia e à fisiologia
humanas.
( ) CERTO
( ) ERRADO O polegar da mão direita da pessoa em posição anatômica
deve posicionar-se lateralmente ao dedo mínimo da mão direita,
e o polegar da mão esquerda deve estar na posição medial em
relação ao dedo mínimo da mão esquerda.

( ) CERTO
( ) ERRADO

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a solução para o seu concurso!
BIOLOGIA

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GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 CERTO
______________________________________________________
2 ERRADO
3 CERTO ______________________________________________________
4 CERTO ______________________________________________________
5 ERRADO
______________________________________________________
6 ERRADO
______________________________________________________
7 CERTO
8 CERTO ______________________________________________________
9 CERTO ______________________________________________________
10 ERRADO
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Exemplo: Quando o ônibus arranca, o passageiro por inércia,


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DINÂMICA (LEIS DE NEW- tende a permanecer em repouso em relação ao solo terrestre. Já a
TON) INÉRCIA E SUA RELAÇÃO COM SISTEMAS DE REFE- pessoa que não está se segurando, quando o ônibus vai para frente,
RÊNCIA: FORÇA PESO, FORÇA DE ATRITO, FORÇA CENTRÍ- ela cai para trás.
PETA, FORÇA ELÁSTICA; ENERGIA; TRABALHO: TRABALHO
DA FORÇA-PESO E TRABALHO DA FORÇA ELÁSTICA, TRA-
BALHO DE UMA FORÇA, POTÊNCIA E RENDIMENTO; ENER-
GIA CINÉTICA: TRABALHO E VARIAÇÃO DE ENERGIA CINÉ-
TICA; SISTEMAS CONSERVATIVOS: ENERGIA POTENCIAL
GRAVITACIONAL, ENERGIA MECÂNICA, CONSERVA-
ÇÃO DE ENERGIA MECÂNICA
Agora, se o ônibus estivesse em movimento e de repente freas-
se, a pessoa cairia para frente. Graças à inércia, o passageiro exibe,
DINÂMICA nesse caso, sua vontade de continuar em movimento em relação ao
solo terrestre: o ônibus para, o passageiro não.
O termo “Dinâmica” significa “forte”. Em física, a dinâmica é
um ramo da mecânica que estuda o movimento de um corpo e as
causas desse movimento. Em experiências diárias podemos obser-
var o movimento de um corpo a partir da interação dele com um
ou mais corpos. Como por exemplo, quando um jogador de tênis
bate em uma bola, a raquete interage com ela e modifica o seu mo-
vimento. Outro exemplo é quando soltamos algum objeto de uma Ou seja: Todo corpo em equilíbrio mantém, por inércia sua ve-
certa altura do solo e ele cai, isso é resultado da interação da terra locidade constante. Em resumo, podemos esquematizar o princípio
com este. da inércia assim:
Esta interação é convenientemente descrita por um conceito
chamado força. Os princípios de dinâmica foram formulados por
Galileu e Newton, porém foi Newton que os enunciou da forma que
conhecemos hoje.

Leis de Newton Exemplo:


As leis de Newton constituem os três pilares fundamentais da Um elevador de um prédio encontra-se, durante um certo tem-
Mecânica Clássica ou Newtoniana, sendo eles o Princípio da Inércia, po, sob a ação exclusiva de duas forças opostas: o peso e a tração do
o Princípio da Dinâmica e o Princípio da Ação e Reação. cabo, ambas de intensidade igual a 2000 N. O elevador está parado?
1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia
A inércia consiste na tendência natural que os corpos possuem
em manter a velocidade constante. Assim, todo corpo em repouso
tende a permanecer em repouso e todo corpo em movimento ten-
de a permanecer em movimento retilíneo uniforme. No cotidiano,
notamos essas tendências ao observarmos uma pessoa de pé no
interior de um ônibus.

Resposta:
Como a resultante das forças atuantes é nula, o elevador pode
se encontrar tanto em repouso (equilíbrio estático) quanto em mo-
vimento retilíneo uniforme (equilíbrio dinâmico), por inércia.

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183
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica


Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes observamos que elas não produzem aceleração igual.
A 2ª lei de Newton diz que a força é sempre diretamente proporcional ao produto da aceleração de um corpo pela sua massa, ou seja:

A equação “F = m . a” é uma equação vetorial. Tanto a força quanto a aceleração são vetores e devem possuir a mesma direção e
sentido.

A unidade de força, no sistema internacional, é o N (Newton), que equivale a “kg.m/s²” (quilograma metro por segundo ao quadrado)
e “a” é a aceleração adquirida (em m/s²).
Como F = m.a é uma função do 1º grau, o gráfico da intensidade (F) da força aplicada a um corpo, em função de sua aceleração (a) é
uma reta inclinada cuja inclinação ou coeficiente angular representa a massa do corpo, que é uma constante de proporcionalidade.

Essa constante de proporcionalidade (m), que é característica de cada corpo recebe o nome de massa inercial ou simplesmente massa
e corresponde à medida da inércia do corpo, ou seja, da resistência que o corpo oferece à variação do vetor velocidade.
Observe na lei fundamental da Dinâmica (F = m.a) que, quanto maior a massa do corpo, maior será sua inércia, ou seja, devemos
aplicar uma força resultante maior para acelerar ou retardar um caminhão.

Exemplo:
Quando uma força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por ele?
F=12N, m=2kg, a=?
F = m.a
12 = 2.a
a = 6 m/s²

3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação


Quando uma pessoa empurra um caixa com uma força F, podemos dizer que esta é uma força de ação, mas conforme a 3ª lei de New-
ton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção iguais, e sentido oposto a força de ação, esta é chamada força de
reação.
Este é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é:”As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de
reação.”

Exemplo:
O homem de peso 700N, mostrado na figura, mantém-se em equilíbrio, suportando um corpo de massa 30kg, por meio de uma corda
e uma polia, ambas ideais. Considere g = 10m/s2. Calcule o módulo da força exercida pelos pés do homem sobre o assoalho.

(A) 300N
(B) 400N
(C) 600N
(D) 750N
(E) 1050N
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

No homem, atuam Peso (para baixo), Normal e Tensão (para (b) P=mg
cima). Como o sistema está em equilíbrio, N + T = Phomem. P=10.3,724=37,24 N
Por outro lado, no contrapeso, a tensão é igual T= mg (onde m
é a massa do contrapeso) Força de Atrito
Deste modo = > N + mg = Phomem => N + 30x10 = 700 => N= 400N
Até agora, para calcularmos a força, ou aceleração de um cor-
Força Peso po, consideramos que as superfícies por onde este se deslocava,
não exercia nenhuma força contra o movimento, ou seja, quando
Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um con- aplicada uma força, este se deslocaria sem parar.
ceito de aceleração da gravidade, que sempre atua no sentido a Mas sabemos que este é um caso idealizado. Por mais lisa que
aproximar os corpos em relação à superfície. Relacionando com a uma superfície seja, ela nunca será totalmente livre de atrito.
2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m, sofre a aceleração da Sempre que aplicarmos uma força a um corpo, sobre uma su-
gravidade. perfície, este acabará parando.
A esta força, chamamos Força Peso, e podemos expressá-la
como: É isto que caracteriza a força de atrito:
- Se opõe ao movimento;
P = m.g - Depende da natureza e da rugosidade da superfície (coefi-
ciente de atrito);
O Peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo - É proporcional à força normal de cada corpo;
ser variável, quando a gravidade variar, ou seja, quando não esta- - Transforma a energia cinética do corpo em outro tipo de ener-
mos nas proximidades da Terra. A massa de um corpo, por sua vez, gia que é liberada ao meio.
é constante, ou seja, não varia.
Quando falamos no peso de algum corpo, normalmente, lem- Podemos perceber a existência da força de atrito e entender
bramos do “peso” medido na balança. Mas este é um termo fisica- as suas características através de uma experiência muito simples.
mente errado, pois o que estamos medindo na realidade, é a nossa Vamos imaginar uma caixa bem grande, colocada no chão, e con-
massa. tendo madeira. Podemos até imaginar que, à menor força aplicada,
Além da Força Peso, existe outra que normalmente atua na di- ela se deslocará. Isso, no entanto, não ocorre. Quando a caixa ficar
reção vertical, chamada Força Normal. Esta é exercida pela superfí- mais leve, à medida que formos retirando a madeira, atingiremos
cie sobre o corpo, podendo ser interpretada como a sua resistência um ponto no qual conseguiremos movimentá-la. A dificuldade de
em sofrer deformação devido ao peso do corpo. Esta força sempre mover a caixa é devida ao surgimento da força de atrito Fatrito entre
atua no sentido perpendicular à superfície, diferentemente da For- o solo e a caixa.
ça Peso que atua sempre no sentido vertical. Analisando um corpo
que encontra-se sob uma superfície plana verificamos a atuação
das duas forças.

Várias experiências como essa levam-nos às seguintes proprie-


dades da força de atrito (direção, sentido e módulo):

Direção
As forças de atrito resultantes do contato entre os dois corpos
sólidos são forças tangenciais à superfície de contato. No exemplo
acima, a direção da força de atrito é dada pela direção horizontal.
Para que este corpo esteja em equilíbrio na direção vertical, ou Por exemplo, ela não aparecerá se você levantar a caixa.
seja, não se movimente ou não altere sua velocidade, é necessário
que os módulos das forças Normal e Peso sejam iguais, assim, atu-
ando em sentidos opostos elas se anularão.
Por exemplo, qual o peso de um corpo de massa igual a 10kg:

(a) na superfície da Terra (g=9,8m/s²);


(b) na superfície de Marte (g=3,724m/s²).

(a) P=mg
P=10.9,8=98 N

Editora
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Sentido Ao estudar as deformações de molas e as forças aplicadas, Ro-


A força de atrito tende sempre a se opor ao movimento relativo bert Hooke (1635-1703), verificou que a deformação da mola au-
das superfícies em contato. Assim, o sentido da força de atrito é menta proporcionalmente à força. Daí estabeleceu-se a seguinte
sempre o sentido contrário ao movimento relativo das superfícies lei, chamada de Lei de Hooke, que é definida pela fórmula:
F = K.x
Onde:
F: intensidade da força aplicada (N);
k: constante elástica da mola (N/m);
x: deformação da mola (m).

A constante elástica da mola depende principalmente da na-


tureza do material de fabricação da mola e de suas dimensões. Sua
unidade mais usual é o N/m (newton por metro) mas também en-
contramos N/cm; kgf/m, etc.
Módulo
Sobre o módulo da força de atrito cabem aqui alguns esclareci- Exemplo:
mentos. Enquanto a força que empurra a caixa for pequena, o valor Um corpo de 10kg, em equilíbrio, está preso à extremidade de
do módulo da força de atrito é igual à força que empurra a caixa. Ela uma mola, cuja constante elástica é 150N/m. Considerando g=10m/
anula o efeito da força aplicada. s², qual será a deformação da mola?
A força de atrito é calculada pela seguinte relação: Se o corpo está em equilíbrio, a soma das forças aplicadas a ela
será nula, ou seja:
Fat = µ.N
Onde: F – P = 0, pois as forças têm sentidos opostos, logo F = P
μ: coeficiente de atrito (adimensional)
N: Força normal (N) K.x = m.g

Atrito Estático e Dinâmico 150x = 100


Quando empurramos um carro, é fácil observar que até o carro x = 0,66m
entrar em movimento é necessário que se aplique uma força maior
do que a força necessária quando o carro já está se movimentando. Força Centrípeta
Isto acontece pois existem dois tipos de atrito: o estático e o
dinâmico. Quando um corpo efetua um Movimento Circular, este sofre
uma aceleração que é responsável pela mudança da direção do mo-
a) Atrito Estático: É aquele que atua quando não há desliza- vimento, a qual chamamos de aceleração centrípeta, assim como
mento dos corpos. A força de atrito estático máxima é igual a força visto no MCU.
mínima necessária para iniciar o movimento de um corpo. Quando Sabendo que existe uma aceleração e sendo dada a massa do
um corpo não está em movimento a força de atrito deve ser maior corpo, podemos, pela 2ª Lei de Newton, calcular uma força que as-
que a força aplicada, neste caso, é usado no cálculo um coeficiente sim como a aceleração centrípeta, aponta para o centro da trajetó-
de atrito estático: µest. Então: ria circular.
A esta força damos o nome: Força Centrípeta. Sem ela, um cor-
Fat = µest.N po não poderia executar um movimento circular.
Como visto anteriormente, quando o movimento for circular
b) Atrito Dinâmico: É aquele que atua quando há deslizamento uniforme, a aceleração centrípeta é constante, logo, a força centrí-
dos corpos. Quando a força de atrito estático for ultrapassada pela peta também é constante. Sabendo que:
força aplicada ao corpo, este entrará em movimento, e passaremos
a considerar sua força de atrito dinâmico. A força de atrito dinâmico acp =
é sempre menor que a força aplicada e no cálculo é utilizado o coe-
ficiente de atrito cinético: µd. Então: Ou

Fat = µd.N acp = ω2.R

Força Elástica Então:

Imagine uma mola presa em uma das extremidades a um su-


porte, e em estado de repouso (sem ação de nenhuma força). Fcp = m.acp = m = mω2.R
Quando aplicamos uma força F na outra extremidade, a mola
tende a deformar (esticar ou comprimir, dependendo do sentido da A força centrípeta é a resultante das forças que agem sobre o
força aplicada). corpo, com direção perpendicular à trajetória.

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186
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Exemplo:

Um carro percorre uma curva de raio 100m, com velocidade


20m/s. Sendo a massa do carro 800kg, qual é a intensidade da força
centrípeta?

Fcp= m

Fcp= 800.
Fcp= 800.4
Fcp= 3200N
Considerando a componente perpendicular da Força e a
Trabalho componente paralela da força.
Ou seja:
Na Física, o termo trabalho é utilizado quando falamos no Tra-
balho realizado por uma força, ou seja, o Trabalho Mecânico. Uma cosθ =
força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando produz um
deslocamento no corpo. FII=F cosθ
Utilizamos a letra grega tau minúscula ( ) para expressar traba-
lho. Quando o móvel se desloca na horizontal, apenas as forças pa-
A unidade de Trabalho no Sistema Internacional (SI) é o Joule ralelas ao deslocamento produzem trabalho. Logo:
(J).
Quando uma força tem a mesma direção do movimento o trabalho
realizado é positivo: >0;
Quando uma força tem direção oposta ao movimento o trabalho
realizado é negativo: <0.
O trabalho resultante é obtido através da soma dos trabalhos
de cada força aplicada ao corpo, ou pelo cálculo da força resultante
no corpo.

τR = τ1 + τ2 + τ3 + .......... + τN τ = FII.∆S
τ = F cosθ.∆S
Força paralela ao deslocamento
Quando a força é paralela ao deslocamento, ou seja, o vetor Exemplo:
deslocamento e a força não formam ângulo entre si, calculamos o
trabalho: Uma força de intensidade 30N é aplicada a um bloco formando
um ângulo de 60° com o vetor deslocamento, que tem valor absolu-
τ = F.∆S to igual a 3m. Qual o trabalho realizado por esta força?
Exemplo: τ= FII.∆S
τ= F cosθ.∆S
Qual o trabalho realizado por uma força aplicada a um corpo de τ=30. cos 60º.3
massa 5kg e que causa uma aceleração de 1,5m/s² e se desloca por τ = 45J
uma distância de 100m?
τ = F.∆S Podemos considerar sempre este caso, onde aparece o cosseno
τ = m.a. ∆S do ângulo, já que quando a força é paralela ao deslocamento, seu
τ = 5.1,5.100 ângulo é 0° e cos0°=1, isto pode ajudar a entender porque quando
τ = 750J a força é contrária ao deslocamento o trabalho é negativo, já que:
O cosseno de um ângulo entre 90° e 180° é negativo, sendo
Força não-paralela ao deslocamento cos180°=-1
Sempre que a força não é paralela ao deslocamento, devemos
decompor o vetor em suas componentes paralelas e perpendicu- Trabalho da força Peso
lares: Para realizar o cálculo do trabalho da força peso, devemos con-
siderar a trajetória como a altura entre o corpo e o ponto de ori-
gem, e a força a ser empregada, a força Peso.

Editora
187
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Então: O trabalho de uma força constante é definido pela equação II:


τP = P. ∆h
τP = m.g. ∆h τ = F.d.cosθ

Fazendo a substituição de II em I, teremos:

Pméd =

Potência Instantânea
Quando o tempo gasto for infinitamente pequeno teremos a
potência instantânea, ou seja:
Potência

A potência é o trabalho realizado em determinado período de


tempo.

Exemplo: Dois carros saem da praia em direção a serra, com Exemplo: Qual a potência média que um corpo desenvolve
uma altitude de 600m (h=600m). Um dos carros realiza a viagem quando aplicada a ele uma força horizontal com intensidade igual
em 1hora, o outro demora 2 horas para chegar. Qual dos carros re- a 12N, por um percurso de 30m, sendo que o tempo gasto para
alizou maior trabalho? percorrê-lo foi de 10s?
Nenhum dos dois. O Trabalho foi exatamente o mesmo. Entre-
tanto, o carro que andou mais rápido desenvolveu uma Potência
maior.
A unidade de potência no SI é o watt (W). Pot M=

1W =
Pméd =
Além do watt, usa-se com frequência as unidades:
E a potência instantânea no momento em que o corpo atingir
1kW (1 quilowatt) = 1000W 2m/s?
1MW (1 megawatt) = 1000000W = 1000kW
1cv (1 cavalo-vapor) = 735W Pot = F.v = 12.2 = 24W
1HP (1 horse-power) = 746W
Rendimento1
Potência Média Todas as vezes que uma máquina realiza um trabalho, parte de
Definimos a partir daí potência média relacionando o Trabalho sua energia total é dissipada, seja por motivos de falha ou até mes-
com o tempo gasto para realizá-lo: mo devido ao atrito. Lembrando que essa energia dissipada não é
perdida, ela é transformada em outros tipos de energia (Lei de La-
voisier). Assim sendo, considera-se a seguinte relação para calcular
o rendimento:
Pot M =
Como sabemos que:
τ = F.∆ S

Então: Onde:
η é o rendimento da máquina;
Pu é a potência utilizada pela máquina;
Pt é a potência total recebida pela máquina.
Pot M = =
vm
A potência total é a soma das potências útil e dissipada.
Podemos também fazer uma relação de potência de uma força
com a intensidade da força e com o módulo da velocidade de um Pt= Pu + Pd
corpo sujeito a essa força, pela equação I:

Pméd =
1 https://bit.ly/2P07Asp
Editora
188
188
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Por se tratar de um quociente de grandezas de mesma uni- O Teorema da Energia Cinética (TEC) diz que:
dade, rendimento é uma grandeza adimensional, ou seja, ele não “O trabalho da força resultante é medido pela variação da ener-
possui unidade. Rendimento é expresso em porcentagem e ele é gia cinética.”
sempre menor que um e maior que zero 0< η<1.
τR=∆Ec= Ec - Eci
Energia Mecânica

Energia é a capacidade de executar um trabalho. Energia me-


cânica é aquela que acontece devido ao movimento dos corpos ou τR = -
armazenada nos sistemas físicos. Dentre as diversas energias co-
nhecidas, as que veremos no estudo de dinâmica são: Exemplo:

- Energia Cinética; Qual o trabalho realizado por um corpo de massa 10kg que ini-
- Energia Potencial Gravitacional; cia um percurso com velocidade 10m/s² até parar?
- Energia Potencial Elástica.
τR = -
Energia Cinética
É a energia ligada ao movimento dos corpos. Resulta da trans-
ferência de energia do sistema que põe o corpo em movimento. Sua
equação é dada por: τR = -
τ= F.∆S
τ= m.a. ∆S
τR = = -500 J
Utilizando a equação de Torricelli e considerando o início do
movimento sendo o repouso, teremos: Energia Potencial
Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada em um
v2=v02+2a∆S sistema físico e tem a capacidade de ser transformada em energia
v2=0+2a∆S cinética.
Conforme o corpo perde energia potencial ganha energia ciné-
∆S= tica ou vice-e-versa.
Substituindo no cálculo do trabalho:
Energia Potencial Gravitacional
É a energia que corresponde ao trabalho que a força Peso re-
aliza.
É obtido quando consideramos o deslocamento de um corpo
na vertical, tendo como origem o nível de referência (solo, chão de
uma sala...).

Enquanto o corpo cai vai ficando mais rápido, ou seja, ganha


Energia Cinética, e como a altura diminui, perde Energia Potencial
A unidade de energia é a mesma do trabalho: o Joule (J) Gravitacional.

Teorema da Energia Cinética Energia Potencial Elástica


Considerando um corpo movendo-se em MRUV. Corresponde ao trabalho que a força Elástica realiza.

Como a força elástica é uma força variável, seu trabalho é ob-


tido através do cálculo da área do seu gráfico, cuja Lei de Hooke diz
ser:

A=
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189
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FÍSICA

Então: Gráficos de Energias Para um Sistema Conservativo2

τFel = Eel = Seja um sistema de forças conservativo e os gráficos das ener-


gias potencial (Ep) e cinética (Ec) em função do tempo (t) ou em
função de uma coordenada de posição (x).
Eel = = Sabendo que a soma de Ep e Ec é constante, os gráficos serão
simétricos em relação a um eixo paralelo ao eixo dos tempos (ou
Conservação de Energia Mecânica
A energia mecânica de um corpo é igual a soma das energias
das posições) e correspondente a uma energia igual a
potenciais e cinética dele.
(metade da energia mecânica total).
Então:

Qualquer movimento é realizado através de transformação de


energia, por exemplo, quando você corre, transforma a energia quí-
mica de seu corpo em energia cinética, o mesmo que acontece para
a conservação de energia mecânica.

Exemplo:

Uma pedra que é abandonada de um penhasco. Em um primei-


ro momento, antes de ser abandonada, a pedra tem energia cinéti-
ca nula (já que não está em movimento) e energia potencial total.
Quando a pedra chegar ao solo, sua energia cinética será total, e a
energia potencial nula (já que a altura será zero).
Dizemos que a energia potencial se transformou, ou se conver-
teu, em energia cinética.
Quando não são consideradas as forças dissipativas (atrito, for-
ça de arraste, etc.) a energia E M, inicial= E M, final Onde:
E C, inicial + E P, inicial= E C, final+ E P, final E1 = Energia Cinética
E2 = Energia Potencial
Para o caso de energia potencial gravitacional convertida em Em = Energia Mecânica
energia cinética, ou vice-versa:

HIDROSTÁTICA: FUNDAMENTOS, MASSA, PESO, DENSIDA-


mv2 inicial+mgh inicial = mv2 final + mgh final DE, PRESSÃO, TEOREMA FUNDAMENTAL DA HIDROSTÁTI-
CA, VASOS COMUNICANTES, TEOREMA DE PASCAL, PREN-
Para o caso de energia potencial elástica convertida em energia SA HIDRÁULICA, TEOREMA DE ARQUIMEDES, CORPOS
cinética, ou vice-versa: IMERSOS E FLUTUANTES

mv2 inicial+ Kx2= mv2 final+ Kx2inal


Hidrostática
Exemplo:
A Hidrostática é a parte da Física que estuda os fluídos (tanto
Uma maçã presa em uma macieira a 3 m de altura se despren- líquidos como os gasosos) em repouso, ou seja, que não estejam
de. Com que velocidade ela chegará ao solo? em escoamento (movimento)
E M, inicial= E M, final Além do estudo dos fluídos propriamente ditos, serão estuda-
E C, inicial + E PG, inicial= E C, final+ E PG, final das as forças que esses fluídos exercem sobre corpos neles imersos,
seja em imersão parcial, como no caso de objetos flutuantes, como
mv2 inicial + mgh inicial = mv2 final + mgh final os totalmente submersos.
A Hidrostática é a parte da Física que estuda os fluídos (tanto
líquidos como os gasosos) em repouso, ou seja, que não estejam
m.0+m.10.3= mv2 final = mg.0 em escoamento (movimento)

30m= mv2 final


√60=v final
7,75 m/s≅ v final 2 https://www.colegioweb.com.br/energia-mecanica/grafico-de-energias-para-um-siste-
ma-conservativo.html
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FÍSICA

Além do estudo dos fluídos propriamente ditos, serão estuda- Exemplo:


das as forças que esses fluídos exercem sobre corpos neles imersos,
seja em imersão parcial, como no caso de objetos flutuantes, como 1. Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é
os totalmente submersos. feito de ferro?
Pode-se definir fluido como uma substância que se deforma Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³
continuamente, isto é, escoa, sob ação de uma força tangencial por Convertendo a densidade para o SI:
menor que ele seja.

O conceito de fluidos envolve líquidos e gases, logo, é necessá-


Pressão
rio distinguir estas duas classes: “Líquidos é aquela substância que
adquire a forma do recipiente que a contém possuindo volume de-
Ao observarmos uma tesoura, vemos que o lado onde ela cor-
finido e, é praticamente, incompressível. Já o gás é uma substância
ta, a lâmina, é mais fina que o restante da tesoura. Também sabe-
que ao preencher o recipiente não formar superfície livre e não tem
mos que quanto mais fino for o que chamamos o “fio da tesoura”,
volume definido, além de serem compressíveis.
melhor esta irá cortar.
Isso acontece, pois ao aplicarmos uma força, provocamos uma
pressão diretamente proporcional a esta força e inversamente pro-
porcional a área da aplicação.
No caso da tesoura, quanto menor for o “fio da tesoura” mais
intensa será a pressão de uma força nela aplicada.
A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa), que é o nome ado-
tado para N/m².
Matematicamente, a pressão média é igual ao quociente da
resultante das forças perpendiculares à superfície de aplicação e a
área desta superfície.
Ao se afirmar que a massa específica da água é de 1000 kg/m³
estamos informando que 1 m³ de água possui uma massa de 1000
kg. Isto nos permite deduzir a definição de massa específica, que é a
relação entre a massa e o volume ocupado por essa massa: Sendo:
p = Pressão (Pa)
F = Força (N)
A = Área (m²)

Exemplo:
1. Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmen-
te à superfície de um bloco de área 0,3m², qual a pressão exercida
por esta força?
A massa específica é definida para corpos homogêneos. Já para
os corpos não homogêneos essa relação é denominada densidade:

Pressão Hidrostática
Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluidos também
exercem pressão sobre outros, devido ao seu peso.
Para obtermos esta pressão, consideremos um recipiente con-
tendo um líquido de densidade d que ocupa o recipiente até uma
altura h, em um local do planeta onde a aceleração da gravidade é
g.
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FÍSICA

A Força exercida sobre a área de contato é o peso do líquido. Experiência de Torricelli3


Em 1643, ano em que Torricelli realizou a sua experiência não
se acreditava que o vácuo (ausência de matéria) pudesse existir.
Assim, naquela época, explicava-se que a água subia por um tubo
quando a ar era sugado por um dos lados, como uma tendência na-
tural de se evitar a formação do vácuo - ou seja, a água preencheria
um tubo para ocupar o lugar do ar que foi retirado. Essa explica-
Como: ção até que é razoável, mas não explica porque só é possível puxar
água, por bomba de sucção, até uma altura de 10 metros…
Torricelli imaginou que talvez a água não subisse pelo cano
para preencher o espaço vazio… mas que subia empurrada pelo ar
A massa do líquido é: fora do cano. Aí vem o conceito de pressão. Segundo Torricelli, o ar
exerce uma força sobre tudo que está imerso no ar, e essa força dis-
tribuída por toda a parte se chama pressão. Pois bem, em um tubo
ou cano com uma ponta mergulhada na água e a outra ponta no ar
temos que a pressão do ar fora do cano e dentro dele são iguais e
mas , logo:
fica tudo em equilíbrio.
Mas quando uma bomba de sucção retira o ar dentro do tubo a
pressão lá dentro fica menor do que a pressão do ar fora do tubo. Aí
o equilíbrio se desfaz e surge uma força sobre a superfície o líquido
Ou seja, a pressão hidrostática não depende do formato do empurrando a água para dentro do tubo. Bom, até aqui não parece
recipiente, apenas da densidade do fluido, da altura do ponto onde muito diferente da explicação anterior não é? Mas tem uma dife-
a pressão é exercida e da aceleração da gravidade. rença fundamental… acontece que a pressão atmosférica tem um
valor limite (não vou dizer fixo, porque condições meteorológicas
Pressão Atmosférica podem afetar em pequena escala). A pressão do ar consegue em-
Atmosfera é uma camada de gases que envolve toda a super- purrar a água para cima somente até a altura de 10 metros, e se no
fície da Terra. lugar de água usarmos o mercúrio, o ar só vai conseguir empurrar
Aproximadamente todo o ar presente na Terra está abaixo de para cima até 76 centímetros. Se o cano for até uma altura de 12
18000 metros de altitude. Como o ar é formado por moléculas que metros, a bomba vai puxar a água até 10 metros e teremos mais 2
tem massa, o ar também tem massa e por consequência peso. metros de vácuo (ou quase) - ou seja, a água não vai preencher o
A pressão que o peso do ar exerce sobre a superfície da Terra é espaço vazio.
chamada Pressão Atmosférica, e seu valor depende da altitude do
local onde é medida. A experiência que Torricelli fez demonstrou que estava certo
Quanto maior a altitude menor a pressão atmosférica e vice- - ele preencheu um tubo com mercúrio, emborcou o tubo numa
-versa. vasilha cheia de mercúrio, destampou o tubo e a coluna baixou até
1 atm = 101325 Pa = 10,2 mca = 760 mmHg 76 centímetros, restando vácuo no espaço acima. Percebeu até que
a altura da coluna variava conforme a hora do dia ou as condições
Exemplo: do tempo.
Calcule em atm a pressão a que um submarino fica sujeito Então Torricelli demonstrou que:
quando baixa a uma profundidade de 100 metros. Para a água do 1 - o vácuo pode existir
mar adote que a densidade vale 1000 kg/m3. 2 - o ar exerce pressão
3 - é possível determinar o valor da pressão comparando com
Resolução: a coluna de um líquido.
Supondo que a densidade da água do mar vale d = 1.000 kg/m3
e a pressão atmosférica na superfície da água Po = 1 atm, determi-
namos a pressão sobre o submarino da seguinte forma:
Colocando a pressão atmosférica em unidades do SI, temos:
Po=1 atm =1 .105 Pa
Calculando a pressão para uma profundidade igual a h = 100
m, temos:

P=P0+dgh
P= 105+(103.10.100)
P= 1100000 Pa

Ou

P= • P=11 atm

3 https://bit.ly/2LjsK2w
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FÍSICA

Teorema de Stevin

Seja um líquido qualquer de densidade d em um recipiente qualquer.


Escolhemos dois pontos arbitrários R e T.

As pressões em Q e R são:

A diferença entre as pressões dos dois pontos é:

Teorema de Stevin:
"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do
fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades dos pontos."

Através deste teorema podemos concluir que todos os pontos a uma mesma profundidade, em um fluido homogêneo (que tem sem-
pre a mesma densidade) estão submetidos à mesma pressão.

Teorema de Pascal

Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão causada se distribui integralmente e igualmente em todas as direções e sentidos.
Pelo teorema de Stevin sabemos que:

Então, considerando dois pontos, A e B:

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193
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FÍSICA

Ao aplicarmos uma força qualquer, as pressões no ponto A e B Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as expressões
sofrerão um acréscimo: podemos igualá-las:

Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compressão,


então a distância h, será a mesma após a aplicação da força. Exemplo:
1. Considere o sistema a seguir:
Assim:

Dados:
Teorema:
“O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líquido
ideal em equilíbrio se transmite integralmente a todos os pontos
desse líquido e às paredes do recipiente que o contém.”

Exemplo: Qual a força transmitida ao êmbolo maior?


Determine a pressão hidrostática no fundo de um reservatório
de água, aberto em sua superfície, que possui 4m de profundidade.
Dados: γH2O = 10000N/m3 e g = 10m/s2.
Para determinar a pressão hidrostática no fundo do reservató-
rio, utilizamos o Teorema de Stevin:
∆P = γ • ∆h
∆P = 10000. 4
∆P = 40000 Pa
Logo, a pressão no fundo do reservatório de água é de 40000
Pascal.

Prensa Hidráulica
Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a prensa Princípio do Empuxo
hidráulica.
Esta máquina consiste em dois cilindros de raios diferentes A e B, Ao entrarmos em uma piscina, nos sentimos mais leves do que
interligados por um tubo, no seu interior existe um líquido que quando estamos fora dela.
sustenta dois êmbolos de áreas diferentes e . Isto acontece devido a uma força vertical para cima exercida pela
Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de área , água a qual chamamos Empuxo, e a representamos por .
exerceremos um acréscimo de pressão sobre o líquido dado por: O Empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido so-
bre um corpo. Como tem sentido oposto à força Peso, causa o efeito
de leveza no caso da piscina.

Pelo teorema de Pascal, sabemos que este acréscimo de pressão


será transmitido integralmente a todos os pontos do líquido,
inclusive ao êmbolo de área , porém transmitindo um força
diferente da aplicada:

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FÍSICA

A unidade de medida do Empuxo no SI é o Newton (N).

Exemplo:
1. Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro do líquido encontra-se um corpo de volume 1000cm³, que está
totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado g=10m/s²

Saiba mais... O valor do empuxo não depende da densidade do corpo que é imerso no fluido, mas podemos usá-la
para saber se o corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o fluido:
Se:
• densidade do corpo > densidade do fluido: o corpo afunda
• densidade do corpo = densidade do fluido: o corpo fica em equilíbrio com o fluido
• densidade do corpo < densidade do fluido: o corpo flutua na superfície do fluido

Exemplo:
1. Um bloco de massa de 60kg e densidade de 3,0 . 10ᵌ kg/mᵌ imerso em um líquido de densidade d = 0,90 . 10ᵌ kg/mᵌ e preso por um
fio ideal a um dinamômetro. Calcule a intensidade do empuxo exercido pelo líquido sobre o bloco.
Primeiramente precisamos encontrar o volume do bloco, o qual é representado por V.
d = m/V
V = m/d = 60/3,0 . 10ᵌ
V = 2,0 . 10-² mᵌ
A intensidade do empuxo é igual ao peso do líquido que caberia no volume ocupado pelo bloco:
E = Pf= mf . g = df . V. g = (0,90 . 10ᵌ). (2,0 . 10-²) . (10)
E = 180N

Princípio de Arquimedes
Todo corpo imerso, total ou parcialmente, num fluido em equilíbrio, sofre a ação de uma força vertical, para cima, aplicada pelo fluido.
Essa força é denominada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
E = Pfd = mfd . g E = df . Vfd . g

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FÍSICA

Assim, quando um barco está flutuando na água, em equilíbrio, ele está recebendo um empuxo cujo valor é igual ao seu próprio peso,
isto é, o peso do barco está sendo equilibrado pelo empuxo que ele recebe da água: E = P.

Aplicação
Um mergulhador e seu equipamento têm massa total de 80kg. Qual deve ser o volume total do mergulhador para que o conjunto
permaneça em equilíbrio imerso na água?

Solução: Dados: g = 10m/s2; dágua = 103kg/m3; m = 80kg. Como o conjunto deve estar imerso na água, o volume de líquido deslocado
(Vld) é igual ao volume do conjunto (V).

Condição de equilíbrio:
E=P
d . Vld . g = m . g
103 x V x 10 = 80 x 10
V = 8 x 10-2 m3

Equação de Bernoulli

A equação leva este nome em homenagem ao autor que a publicou, Daniel Bernoulli. Este foi um excelente físico suíço que desen-
volveu suas equações ao longo do século XVIII, que até os dias atuais são referências e muito utilizadas no ramo da mecânica dos fluidos4.
A Equação de Bernoulli é aplicada para descrever o comportamento de um fluido ao longo de um escoamento qualquer, que pode
envolver elevações diferentes ou mudanças de área, que implicarão na velocidade do escoamento estudado. Para dar início ao estudo da
equação, vamos considerar a seguinte situação de escoamento:

Note que o escoamento demonstrado possui as variações que são cobertas pela equação, tais como a diferença entre alturas h1 e h2,
além da diferença dimensional entre as áreas A1 e A2, resultando em velocidades diferentes v1 e v2 e também diferentes pressões nas
seções de análise, p1 e p2.
Para a obtenção da equação de Bernoulli são necessárias algumas considerações. Estas considerações servem para delimitar as con-
dições principais para o escoamento, uma vez que uma grande gama de variáveis pode aumentar consideravelmente a complexidade do
problema, sem apresentar um ganho de precisão relevante. Deste modo, vamos considerar as seguintes situações:
Escoamento incompressível: Para um escoamento incompressível, as propriedades do fluido se mantêm constantes durante todo o
escoamento. Assim, a densidade do fluido escoante será a mesma para ambos os pontos.
Ausência das forças de viscosidade: Essa consideração descarta as forças provindas da viscosidade do fluido, principalmente as forças
de atrito entre o fluido e a parede, que causariam um aumento na complexidade do problema para incluir forças que não serão relevantes.

Escoamento irrotacional: A consideração de escoamento irrotacional implica na ausência de rotação do fluido tanto na entrada e
saída como ao longo do escoamento. Esta consideração é importante pois a presença de um movimento de rotação do escoamento difi-
cultaria (e muito!) a modelagem das equações.

Escoamento linear: Como consequência das considerações anteriores, quando retiramos o efeito da viscosidade, aliado a ausência de
rotação no escoamento, temos uma velocidade uniforme ao longo do tubo. Note que a velocidade não é igual para o tubo, é igual apenas
ao longo de uma seção transversal do escoamento!

4 https://bit.ly/2S6O8M5
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FÍSICA

Com isso, podemos escrever a equação de Bernoulli através da energia mecânica entre os pontos 1 e 2, dadas por:

Sabemos também que a diferença entre as energias pode ser escrita como a multiplicação do volume do fluido, que chamaremos V,
pela diferença de pressão no escoamento

Então:

Ainda podemos escrever a massa como sendo:

E substituindo novamente:

Como o volume é comum a todos os termos, pode ser retirado, e reagrupando:

Que é a equação de Bernoulli como conhecemos. Esta equação é considerada a principal equação da mecânica dos fluidos e explica
diversos fenômenos presentes em nossas vidas. Estudar essa equação é um passo fundamental para compreender os fenômenos da me-
cânica dos fluidos.

TERMOMETRIA: ESCALAS TERMOMÉTRICAS EM GERAL E VARIAÇÃO DE TEMPERATURA

TERMOLOGIA

Chamamos de Termologia a parte da física que estuda os fenômenos relativos ao calor, aquecimento, resfriamento, mudanças de
estado físico, mudanças de temperatura, etc.

Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou sistema.


Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pouco diferente do que costumamos usar no nosso cotidiano. Podemos definir como
quente um corpo que tem suas moléculas agitando-se muito, ou seja, com alta energia cinética. Analogamente, um corpo frio, é aquele
que tem baixa agitação das suas moléculas.
Ao aumentar a temperatura de um corpo ou sistema pode-se dizer que está se aumentando o estado de agitação de suas moléculas.
Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladeira ou ao retirar um bolo de um forno, percebemos que após algum tempo, ambas
tendem a chegar à temperatura do ambiente. Ou seja, a água “esquenta” e o bolo “esfria”. Quando dois corpos ou sistemas atingem o
mesma temperatura, dizemos que estes corpos ou sistemas estão em equilíbrio térmico.
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FÍSICA

Escalas Termométricas Escala Celsius


É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficiali-
Para a construção de uma escala termométrica arbitrária de zada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco Anders Celsius (1701-
temperatura, devemos proceder da seguinte maneira: 1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de
• Escolhe-se a substância termométrica, por exemplo: um líqui- congelamento da água sob pressão normal (0 °C) e a temperatura
do, e a grandeza termométrica correspondente: a altura da coluna de ebulição da água sob pressão normal (100 °C).
do líquido.
• Coloca-se o líquido em um reservatório (bulbo), ligado a um Escala Fahrenheit
tubo capilar, cada estado térmico corresponde a uma altura dessa Outra escala bastante utilizada, principalmente nos países de
coluna. língua inglesa, criada em 1708 pelo físico alemão Daniel Gabriel
• Adotam-se dois estados térmicos, que se mantenham invari- Fahrenheit (1686-1736), tendo como referência a temperatura de
áveis por um determinado tempo e que sejam de fácil reprodução. uma mistura de gelo e cloreto de amônia (0 °F) e a temperatura do
Geralmente os estados térmicos escolhidos são: ponto de fusão do corpo humano (100 °F).
gelo à pressão normal (1 atmosfera) e ponto de ebulição da água à Em comparação com a escala Celsius:
pressão normal (1 atmosfera). Estes estados térmicos são, normal- 0 °C = 32 °F
mente, chamados de pontos fixos. 100 °C = 212 °F
• Em um recipiente contendo água no estado líquido e gelo se
derretendo, introduzimos o termômetro, aguardamos o equilíbrio Escala Kelvin
térmico e anotamos a altura da coluna correspondente à tempera- Também conhecida como escala absoluta, foi verificada pelo
tura de fusão do gelo. físico inglês William Thompson (1824-1907), também conhecido
• Em um recipiente contendo água em ebulição, em presença como Lorde Kelvin. Esta escala tem como referência a temperatura
de vapor d’água, colocamos o termômetro, aguardamos o equilíbrio do menor estado de agitação de qualquer molécula (0 K) e é calcu-
térmico e anotamos a altura da coluna correspondente ao estado lada apartir da escala Celsius.
de vapor. Por convenção, não se usa “grau” para esta escala, ou seja 0
K, lê-se zero kelvin e não zero grau kelvin. Em comparação com a
escala Celsius:
-273 °C = 0 K
0 °C = 273 K
100 °C = 373 K

Conversões

Para que seja possível expressar temperaturas dadas em uma


certa escala para outra qualquer deve-se estabelecer uma conven-
ção geométrica de semelhança.
• Dividimos em partes iguais o intervalo delimitado entre as Por exemplo, convertendo uma temperatura qualquer dada em
anotações e associamos valores numéricos arbitrários. Cada parte escala Fahrenheit para escala Celsius:
em que fica dividido o intervalo é denominada grau de escala, e é
sua unidade.
São 3 as escalas termométricas mais comuns:

- Escala Celsius
- Escala Fahrenheit
- Escala Kelvin

Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi


desenvolvido um aparelho chamado termômetro.
O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em
um vidro graduado com um bulbo de paredes finas que é ligado a
um tubo muito fino, chamado tubo capilar.
Quando a temperatura do termômetro aumenta, as molécu-
las de mercúrio aumentam sua agitação fazendo com que este se
dilate, preenchendo o tubo capilar. Para cada altura atingida pelo
mercúrio está associada uma temperatura. A escala de cada termô-
metro corresponde a este valor de altura atingida.

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FÍSICA

Pelo princípio de semelhança geométrica:

Exemplo:
Qual a temperatura correspondente em escala Celsius para a temperatura 100 °F?

Da mesma forma, pode-se estabelecer uma conversão Celsius-Fahrenheit:

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E para escala Kelvin:

Para uma melhor compreensão sobre escalas termométricas, segue abaixo um quadro com as fórmulas, mais importantes a serem
utilizadas.

Escalas termométricas

Escala Fahrenheit

Escala Kelvin

Conversões entre escalas

Celsius para Fahrenheit

Fahrenheit para Celsius

Celsius para Kelvin

Kelvin para Celsius

Lei Zero da Termodinâmica5

Imagine que temos dois corpos, de mesmas dimensões, de mesma massa e de mesmo material, mas com temperaturas diferentes:
um de temperatura mais alta (corpo quente) e outro de temperatura mais (corpo frio). O que acontece quando colocamos esses dois
corpos em contato?
A lei zero, ou anteprimeira lei, da termodinâmica estabelece como acontecem as trocas de calor entre os corpos. Ela está relacionada
de com a energia interna dos materiais expressa, indiretamente, pela temperatura. Vejamos:
5 https://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/lei_zero.htm
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FÍSICA

Quando um corpo é aquecido ou resfriado ocorrem mudanças A relação entre a caloria e o joule é dada por:
em suas propriedades físicas: a maior parte dos sólidos, líquidos e
gases, aumentam seu volume quando aquecidos; um condutor elé- 1 cal = 4,186J
trico tem sua resistência elétrica aumentada quando aquecido en-
quanto alguns tipos de resistores tem resistência diminuída. Assim Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as unidades
e mais outras propriedades dos corpos indicam que houve variação usando regra de três simples
de temperatura com os mesmos. Agora imaginemos o seguinte:
quando preparamos um tipo de molho branco, misturamos o cre- Calor sensível
me de leite no mesmo para dar a aparência branquinha e a con- É denominado calor sensível, a quantidade de calor que tem
sistência cremosa. Bem esse molho deve estar a uma temperatura como efeito apenas a alteração da temperatura de um corpo.
de 120oC e você deixa uma colher metálica no interior da panela, Este fenômeno é regido pela lei física conhecida como Equação
colher esta que acaba de retirar do armário (temperatura aproxima- Fundamental da Calorimetria, que diz que a quantidade de calor
da de 20oC). O que acontecerá com a colher? Se ela for deixada em sensível (Q) é igual ao produto de sua massa, da variação da tem-
parte imersa no molho a um tempo suficiente, a mesma estará en- peratura e de uma constante de proporcionalidade dependente da
trando em equilíbrio térmico com o molho, ou seja, a colher estará natureza de cada corpo denominada calor específico.
absorvendo parte da energia térmica cedida pelo molho e variando Assim:
algumas de suas propriedades, entre elas, a sua temperatura. Assim
ela aumentará a temperatura até que esta seja igual à do molho. O Onde:
que aconteceu então fisicamente? Q = quantidade de calor sensível (cal ou J).
Os corpos de maior temperatura possuem maior energia tér- c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/
mica. Quando um corpo de menor energia térmica é colocado em g°C ou J/kg°C).
contato com este, a tendência é de que a energia térmica flua, em m = massa do corpo (g ou kg).
parte, do corpo de maior temperatura até o corpo de menor tem- Δθ = variação de temperatura (°C).
peratura. Quando os dois corpos atingem a mesma temperatura, Quando:
cessa a troca de energia. Mas é importante lembrar que cada ma- Q>0: o corpo ganha calor.
terial tem características diferentes e, na maioria das vezes, a tem- Q<0: o corpo perde calor.
peratura de equilíbrio não corresponde à média das temperaturas.
Finalmente a definição da Lei zero é: “se dois corpos estiverem Exemplo:
em equilíbrio térmico com um terceiro, estarão em equilíbrio tér- Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer
mico entre si.” uma barra de ferro de 2kg de 20°C para 200 °C? Dado: calor especí-
fico do ferro = 0,119cal/g°C.
2 kg = 2000 g
CALORIMETRIA: CONCEITO DE CALOR; CAPACIDADE TÉR-
Q= c.m. ∆ϴ
MICA; EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA; CA-
Q= 0,119.2000.(200-20)
LORÍMETRO; PRINCÍPIO GERAL DAS TROCAS DE CALOR;
Q= 0,119.2000.180
FLUXO DE CALOR; LEI DE FOURIER
Q=42840 cal=42,84 Kcal

CALORIMETRIA Calor latente


Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a
A calorimetria é o ramo da física que se ocupa dos fenômenos modificar a temperatura dos corpos. Em alguns casos há mudança
decorrentes da transferência dessa forma de energia chamada ca- de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade
lor. de calor calculada de calor latente.
A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa
Calor do corpo (m) e de uma constante de proporcionalidade (L).
Assim:
Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes QL= m.L
em contato, podemos observar que a temperatura do corpo “mais
quente” diminui, e a do corpo “mais frio” aumenta, até o momento A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de
em que ambos os corpos apresentem temperatura igual. Esta rea- mudança de fase e se refere a quantidade de calor que 1 g da subs-
ção é causada pela passagem de energia térmica do corpo “mais tância calculada necessita para mudar de uma fase para outra.
quente” para o corpo “mais frio”, a transferência de energia é o que Além de depender da natureza da substância, este valor numé-
chamamos calor. rico depende de cada mudança de estado físico.
Calor é a transferência de energia térmica entre corpos com Por exemplo, para a água:
temperaturas diferentes.
A unidade mais utilizada para o calor é caloria (cal), embora sua Calor latente de fusão 80cal/g
unidade no SI seja o joule (J). Uma caloria equivale a quantidade Calor latente de vaporização 540cal/g
de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de Calor latente de solidificação -80cal/g
água pura, sob pressão normal, de 14,5 °C para 15,5 °C. Calor latente de condensação -540cal/g

Editora
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FÍSICA

Quando:
Q>0: o corpo funde ou vaporiza.
Q<0: o corpo solidifica ou condensa.

Exemplo:
Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? Dado: densidade da água=1g/cm³ e calor latente de vapo-
rização da água = 540 cal/g.
1 litro= 1 dm3=103cm3
d=

m=d.V
m= d.V
m= 103g

Assim:
QL= m.Lv
QL= 103.540
QL= 540000 cal=540 Kcal

Curva de Aquecimento

Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que estes não dependem da variação de temperatura. Assim podemos elabo-
rar um gráfico de temperatura em função da quantidade de calor absorvida. Chamamos este gráfico de Curva de Aquecimento:

Trocas de Calor

Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um aparelho chamado calorímetro,
que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o ambiente e com seu interior.
Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os corpos não trocam calor com o
calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia térmica passa de um corpo ao outro.
Como calor é energia, o Princípio da Conservação da Energia garante que a energia total envolvida nesse processo é constante. Além
disso, se um corpo cede calor e não muda de fase, a sua temperatura final (t) torna-se menor que a inicial (t0). Portanto, a variação de
temperatura (Δt = t – t0) e a quantidade de calor cedida (Qc) são negativas. Por raciocínio análogo, quando o corpo recebe calor, a variação
da temperatura e a quantidade de calor recebida (Qr) são positivas. Veja o esquema:

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FÍSICA

Assim, se o sistema for isolado e houver apenas trocas de calor Exemplo:


entre os seus constituintes, a soma algébrica das quantidades de Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, verifica-se
calor cedidas (ΣQc) e recebidas (ΣQr) deve ser nula: como consequência uma variação de temperatura igual a 50 ºC. De-
Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma termine a capacidade térmica desse corpo.
de todas as energias térmicas é nula, ou seja: Calculando a capacidade térmica
ΣQ=0
C=
(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual
a zero)

C=

C= 6 cal/ºC
Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível
como latente. Propagação do Calor

Exemplo: A propagação do calor entre dois sistemas pode ocorrer através


Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de três processos diferentes: a condução, a convecção e a irradia-
de 200g à 20°C mergulhado em um litro de água à 80°C? Dados ca- ção.
lor específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C. A condução ocorre dentro de uma substância ou entre subs-
tâncias que estão em contato físico direto. Na condução a energia
cinética dos átomos e moléculas (isto é, o calor) é transferida por
colisões entre átomos e moléculas vizinhas. O calor flui das tempe-
raturas mais altas (moléculas com maior energia cinética) para as
temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia cinética).
A capacidade das substâncias para conduzir calor (condutividade)
varia consideravelmente. Via de regra, sólidos são melhores condu-
tores que líquidos e líquidos são melhores condutores que gases.
Num extremo, metais são excelentes condutores de calor e no ou-
tro extremo, o ar é um péssimo condutor de calor. Consequente-
mente, a condução só é importante entre a superfície da Terra e o
ar diretamente em contato com a superfície. Como meio de trans-
ferência de calor para a atmosfera como um todo a condução é o
menos significativo e pode ser omitido na maioria dos fenômenos
meteorológicos.
Capacidade Térmica A convecção somente ocorre em líquidos e gases. Consiste na
transferência de calor dentro de um fluído através de movimentos
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou do próprio fluído. O calor ganho na camada mais baixa da atmosfera
ceder para que sua temperatura varie uma unidade. através de radiação ou condução é mais frequentemente transferi-
Então, pode-se expressar esta relação por: do por convecção. A convecção ocorre como consequência de dife-
renças na densidade do ar. Quando o calor é conduzido da super-
fície relativamente quente para o ar sobrejacente, este ar torna-se
mais quente que o ar vizinho. Ar quente é menos denso que o ar
frio de modo que o ar frio e denso desce e força o ar mais quente e
menos denso a subir. O ar mais frio é então aquecido pela superfície
e o processo é repetido.
Desta forma, a circulação convectiva do ar transporta calor ver-
ticalmente da superfície da Terra para a troposfera, sendo respon-
sável pela redistribuição de calor das regiões equatoriais para os po-
Sua unidade usual é cal/°C. los. O calor é também transportado horizontalmente na atmosfera,
A capacidade térmica de 1g de água é de 1cal/°C já que seu por movimentos convectivos horizontais, conhecidos por advecção.
calor específico é 1cal/g.°C. O termo convecção é usualmente restrito à transferência vertical de
calor na atmosfera.

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FÍSICA

Fluxo de Calor
Para que um corpo seja aquecido, normalmente, usa-se uma fonte térmica de potência constante, ou seja, uma fonte capaz de forne-
cer uma quantidade de calor por unidade de tempo.
Definimos fluxo de calor (Φ) que a fonte fornece de maneira constante como o quociente entre a quantidade de calor (Q) e o intervalo
de tempo de exposição (Δt):

Sendo a unidade adotada para fluxo de calor, no sistema internacional, o Watt (W), que corresponde a Joule por segundo, embora
também sejam muito usada a unidade caloria/segundo (cal/s) e seus múltiplos: caloria/minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s).

Exemplo:
Uma fonte de potência constante igual a 100W é utilizada para aumentar a temperatura 100g de mercúrio 30°C. Sendo o calor espe-
cífico do mercúrio 0,033cal/g.°C e 1cal=4,186J, quanto tempo a fonte demora para realizar este aquecimento?

Aplicando a equação do fluxo de calor:

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FÍSICA

Representação gráfica
DILATAÇÃO TÉRMICA: DILATAÇÃO TÉRMICA DE SÓLIDOS E Podemos expressar a dilatação linear de um corpo através de
LÍQUIDOS; COMPORTAMENTO TÉRMICO DA ÁGUA um gráfico de seu comprimento (L) em função da temperatura (θ),
desta forma:
DILATAÇÃO

Chama-se dilatação todo acréscimo às dimensões de um corpo


por influência do calor que lhe é transmitido. O fenômeno é expli-
cado pela variação das distâncias relativas entre as moléculas, as-
sociada ao aumento de temperatura. Normalmente, são estudadas
em separado a dilatação dos sólidos, a dos líquidos e a dos gases,
distinguindo-se, no caso dos sólidos, a dilatação linear, a superficial
e a volumétrica.

Dilatação Linear dos Sólidos


Chamaremos de dilatação linear a dilatação de objetos cujo
comprimento é muito maior do que as outras dimensões. Nesses
casos, a variação do comprimento tende a ser mensurável, enquan-
to a dilatação das outras dimensões tende a ser desprezível quando O gráfico deve ser um segmento de reta que não passa pela
comparada ao comprimento. É o caso de uma barra ou fio origem, já que o comprimento inicial não é igual a zero.
De forma empírica (ou seja, experimental), podemos verificar Considerando um ângulo φ como a inclinação da reta em rela-
que a dilatação de uma barra é proporcional a duas coisas: ção ao eixo horizontal. Podemos relacioná-lo com:
-Ao seu comprimento inicial;
-À sua variação de temperatura.
Chamando de L0 o comprimento inicial da barra, L o seu com- Pois:
primento final, T0sua temperatura inicial e T sua temperatura final,
teremos:

Dilatação = ΔL=L−L0ΔL=L−L0
Variação de temperatura = ΔT=T−T0ΔT=T−T0

DILATAÇÃO SUPERFICIAL DOS SÓLIDOS

Esta forma de dilatação consiste em um caso onde há dilatação


linear em duas dimensões.
Considere, por exemplo, uma peça quadrada de lados que
é aquecida uma temperatura , de forma que esta sofra um
Assim, temos que: ΔL=L0•α•ΔTΔL=L0•α•ΔT aumento em suas dimensões, mas como há dilatação igual para
Onde o coeficiente de proporcionalidade α é chamado de coe- os dois sentidos da peça, esta continua quadrada, mas passa a ter
ficiente de dilatação linear e é uma característica do material. Ele
não é, a rigor, constante, mas é costume utilizar o valor médio dessa lados .
grandeza nas questões. Como exemplo, suponhamos que uma placa metálica, com
temperatura inicial T0 e área A0, seja submetida a uma fonte de ca-
Note que: ΔL=L0•α•ΔT⇒α=ΔLL0•ΔTΔL=L0•α•ΔT⇒α=ΔLL0•ΔT lor. Sua temperatura aumenta para T, ocorre uma dilatação superfi-
Assim, em termos de unidades, ao utilizarmos as mesmas uni- cial ΔA e a área ocupada passa a ser A:
dades para o comprimento inicial e para a dilatação, a unidade do
coeficiente de dilatação linear é o inverso da unidade de tempe-
ratura. De forma usual, utiliza-se o °C-1.Ainda podemos observar o
seguinte: lembrando que ΔL = L - L0 podemos substituir essa relação
na equação da dilatação:
ΔL=L−L0=L0•α•ΔTΔL=L−L0=L0•α•ΔT
⇒L=L0+L0•α•ΔT⇒L=L0+L0•α•ΔT
⇒L=L0 (1+α•ΔT) ⇒L=L0 (1+α•ΔT)
Essa equação nos dá, de forma direta, o valor do comprimento
final da barra. Visto que é uma equação de 1º grau, sua representa-
Um corpo com área inicial A0 recebe energia térmica e sofre
ção gráfica será uma reta.
uma dilatação superficial ΔA

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

A dilatação superficial é diretamente proporcional à variação Observe a figura:


de temperatura ΔT e à área inicial A0, porém ela também depende
do material a partir do qual é construída. Essa dependência é ex-
pressa matematicamente pela constante de proporcionalidade β,
também chamada de coeficiente de dilatação superficial da subs-
tância que compõe o corpo.
A variação de área sofrida pela placa pode ser determinada da
seguinte forma:
ΔS = S – So (I)
Esquema demonstrando a dilatação sofrida por um corpo após
Experimentalmente podemos mostrar que a variação da área receber energia térmica (calor)
sofrida pela placa é proporcional à variação da temperatura sofrida Na ilustração podemos ver que um corpo, com volume inicial
pela mesma, matematicamente temos a seguinte relação que de- V0 e temperatura T0, é submetido a uma fonte de calor, recebendo
termina a dilatação superficial, veja: energia térmica. Essa energia causa variação da temperatura ΔT, e
ΔS = SoβΔt (II) o corpo aumenta sua temperatura para T, elevando também o vo-
lume para V. A dilatação volumétrica ΔV é calculada pela fórmula:
Onde β é chamado de coeficiente de dilatação térmica superfi- ΔV = V0 . γ . ΔT
cial do material que constitui a placa, ele é igual a duas vezes o valor
do coeficiente de dilatação térmica linear (α), veja: β = 2α. O γ é o coeficiente de dilatação volumétrica, que possui valor
Para saber qual a área final da placa após ela ser aquecida po- específico para cada substância. Ele corresponde ao triplo do coefi-
demos substituir a equação I na equação II, temos: ciente de dilatação linear α da mesma substância:
S – So = SoβΔt γ = 3α
A variação do volume, ou dilatação volumétrica, também pode
Isolando S do restante da equação surge: S = So(1 + βΔt). ser calculada pela diferença entre o volume final e o volume inicial
Esta forma de dilatação consiste em um caso onde há dilatação do corpo:
linear em duas dimensões, ou seja, por área. ΔV = V – V0

Exemplo: Essa equação pode ser relacionada com a equação anterior e


(1) Uma lâmina de ferro tem dimensões 10m x 15m em tempera- utilizada para calcular o volume final da substância:
tura normal. Ao ser aquecida 500ºC, qual será a área desta superfí- ΔV = V0 . γ . ΔT -----------> ΔV = V – V0
V – V0 = V0 . γ . ΔT
cie? Dado V = V0 + V0 . γ . ΔT
V = V0 (1 + γ . ΔT)
Assim como na dilatação superficial, este é um caso da dilata-
ção linear que acontece em três dimensões.
Assim:

Exemplo:
O cilindro circular de aço do desenho abaixo se encontra em um
laboratório a uma temperatura de -100ºC. Quando este chegar à
temperatura ambiente (20ºC), quanto ele terá dilatado? Dado que

DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA (sólidos)

A dilatação volumétrica ocorre quando um corpo, com dimen-


sões de altura, largura e profundidade, é submetido a um aumen-
to de temperatura. Essa variação de temperatura causa aumento
na agitação das moléculas, ou átomos, que constituem o material,
fazendo com que elas ocupem maior espaço, elevando, assim, as
dimensões desse corpo.
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Sabendo que a área do cilindro é dada por: Substituindo na equação anterior, teremos a expressão:
V0 . γlíq . ΔT = V0 . γap . ΔT + V0 . γrec . ΔT

Sendo o volume inicial e a variação de temperatura iguais e


estando eles presentes em todas as parcelas da equação, podemos
simplificá-la para obter a relação entre os três coeficientes de dila-
tação:
γlíq = γap + γrec

Como o líquido precisa estar depositado em um recipiente sóli-


do, é necessário que a dilatação deste também seja considerada, já
que ocorre simultaneamente. Assim, a dilatação real do líquido é a
soma das dilatações aparente e do recipiente. Assim:

Exemplo:
Uma proveta de vidro é preenchida completamente com 400
cm3 de um liquido a 200°C. O conjunto é aquecido até 220°C. Há,
então, um transbordamento de 40 cm3 do liquido.
DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS LÍQUIDOS É dado γVidro = 24. 10-6 ºC-1
Calcule:
Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não possuem forma a) o coeficiente de dilatação volumétrica aparente do liquido
própria: eles adquirem a forma do recipiente que os contém. Isso (γap)
porque as ligações moleculares dos líquidos são menos intensas b) o coeficiente de dilatação volumétrica real do liquido (γreal)
do que nos sólidos e eles possuem maior liberdade de movimento.
Sendo assim, não faz sentido calcular a dilatação linear e a superfi- SOLUÇÃO:
cial de substâncias líquidas, mas é muito útil conhecer a sua dilata- a) O transbordamento do líquido é sua dilatação aparente: ΔVap
ção volumétrica. = 40 cm3 .
O cálculo da dilatação volumétrica dos líquidos é feito de forma Tem-se também a expressão Δt = 220 - 20 \ Δt = 200ºC
semelhante ao dos sólidos e utiliza a mesma equação. Porém, o co- Da expressão da dilatação aparente de líquidos, escreve-se
eficiente de dilatação volumétrica dos líquidos é maior do que o dos
sólidos, por isso os líquidos dilatam-se mais.
Se o líquido está contido em um recipiente, quando ele for
aquecido, haverá dilatação do recipiente e do líquido. Considere a .
situação: Logo
Um recipiente cilíndrico feito de plástico foi aquecido e a água
que havia nele transbordou. A quantidade de água derramada cor-
responde à dilatação aparente, pois o recipiente também se dilatou
com o aumento de temperatura. Para sabermos a dilatação real
sofrida pela água, devemos considerar também a dilatação do re- b) Pela expressão γap + γvidro tem-se: γ = 500 x 10-6 + 24 x 10-6 \ γ
cipiente. = 424 x 10-6 °C-1

Relações entre dilatações


Como uma dilatação linear é feita basicamente em uma dimen-
são (de crescimento), uma superficial em duas dimensões e uma
volumétrica em três, podemos concluir uma relação entre seus co-
eficientes de dilatação.


Sendo assim, a dilatação real de um líquido é calculada a partir
da equação:
Δvlíq = Δvap + Δvrec.
As dilatações da equação anterior são calculadas pelas fórmu-
las:
Δvlíq = V0 . γlíq . ΔT
Δvap = V0 . γap . ΔT
Δvrec. = V0 . γrec . ΔT

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Dessa maneira, podemos verificar resumidamente as fórmulas, E quando não houver variação na temperatura do gás, a varia-
através do quadro a seguir: ção da energia interna será igual a zero
.
Conhecendo a equação de Clapeyron, é possível compará-la a
equação descrita na Lei de Joule, e assim obteremos:

TERMODINÂMICA: INTRODUÇÃO; TEORIA CINÉTICA DOS Trabalho de Um Gás


GASES; LEI DE JOULE; TRABALHO NAS TRANSFORMAÇÕES
GASOSAS; 1ª E 2ª LEI DA TERMODINÂMICA; MÁQUINAS Considere um gás de massa m contido em um cilindro com área
TÉRMICAS E RENDIMENTO; CICLO DE CARNOT; CONSER- de base A, provido de um êmbolo. Ao ser fornecida uma quantida-
VAÇÃO DA ENERGIA E ENTROPIA de de calor Q ao sistema, este sofrerá uma expansão, sob pressão
constante, como é garantido pela Lei de Gay-Lussac, e o êmbolo
será deslocado.
TERMODINÂMICA

A Termodinâmica é a parte da Física que estuda principalmente


a transformação de energia térmica em trabalho. A utilização direta
desses princípios em motores de combustão interna ou externa, faz
dela uma importante teoria para os motores de carros, caminhões
e tratores, nas turbinas com aplicação em aviões, etc. Portanto sua
correlação com estudo dos gases é importante.

Energia Interna dos Gases

Um gás que possua uma temperatura diferente do zero absolu-


to (0 K) possui uma energia cinética interna representada pela ener-
gia cinética de suas partículas em movimento: Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema
será dado pelo produto da força aplicada no êmbolo com o desloca-
mento do êmbolo no cilindro:

Como, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a Assim, o trabalho realizado por um sistema, em uma transfor-
variação da energia interna dependerá da variação da temperatura mação com pressão constante, é dado pelo produto entre a pressão
absoluta do gás, ou seja, quando houver aumento da temperatura e a variação do volume do gás. Quando:
absoluta ocorrerá uma variação positiva da energia interna O volume aumenta no sistema, o trabalho é positivo, ou seja,
é realizado sobre o meio em que se encontra (como por exemplo
. empurrando o êmbolo contra seu próprio peso);
Quando houver diminuição da temperatura absoluta, há uma O volume diminui no sistema, o trabalho é negativo, ou seja,
variação negativa de energia interna é necessário que o sistema receba um trabalho do meio externo;
.
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

O volume não é alterado, não há realização de trabalho pelo sistema.

Exemplo:
Um gás ideal de volume 12m³ sofre uma transformação, permanecendo sob pressão constante igual a 250Pa. Qual é o volume do gás
quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?

De modo geral, na termodinâmica, o trabalho pode ser determinado através de um método gráfico. Considere um gráfico de pressão
por volume, como mostrado na figura abaixo.

O trabalho é numericamente igual à área entre a curva do gráfico e o eixo do volume.

U é a energia interna.
R é a constante dos gases perfeitos (um valor dado).
T é a temperatura.
n é o número de mols.

Essa relação matemática mostra que a energia interna e a temperatura estão relacionadas de maneira direta: para que ocorra uma
variação de energia interna é necessário que ocorra uma variação de temperatura do sistema. Resumindo:

Agora vamos nos aprofundar nos estudos da termodinâmica por meio de suas leis.

1ª Lei da Termodinâmica

Chamamos de 1ª Lei da Termodinâmica, o princípio da conservação de energia aplicada à termodinâmica, o que torna possível prever
o comportamento de um sistema gasoso ao sofrer uma transformação termodinâmica.
Analisando o princípio da conservação de energia ao contexto da termodinâmica:
Um sistema não pode criar ou consumir energia, mas apenas armazená-la ou transferi-la ao meio onde se encontra, como trabalho, ou
ambas as situações simultaneamente, então, ao receber uma quantidade Q de calor, esta poderá realizar um trabalho e aumentar a
energia interna do sistema ΔU, ou seja, expressando matematicamente:

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Sendo todas as unidades medidas em Joule (J).


Conhecendo esta lei, podemos observar seu comportamento para cada uma das grandezas apresentadas:

Energia
Calor Trabalho Q/ /ΔU
Interna
Rece-
Realiza Aumenta >0
be
Cede Recebe Diminui <0
Não
Não realiza e nem recebe Não varia =0
troca
Exemplo:
Ao receber uma quantidade de calor Q=50J, um gás realiza um trabalho igual a 12J, sabendo que a Energia interna do sistema antes
de receber calor era U=100J, qual será esta energia após o recebimento?

2ª Lei da Termodinâmica

Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria,
pois trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas.
Dois enunciados, aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica, os enunciados de Clausius e Kelvin-Planck:

Enunciado de Clausius:
O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta.
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo
seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema.

Enunciado de Kelvin-Planck:
É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido
em trabalho.
Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por menor que seja,
sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em trabalho efetivo.

Ciclo de Carnot

Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção de uma máquina térmica ideal, que seria capaz de transformar toda
a energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento total (100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma máquina térmica teórica que
se comportava como uma máquina de rendimento total, estabelecendo um ciclo de rendimento máximo, que mais tarde passou a ser
chamado Ciclo de Carnot.

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Este ciclo seria composto de quatro processos, independente


da substância:

Maquinas Térmicas

Envolvendo os estudos de termodinâmica e calor, vamos anali-


sar as máquinas térmicas. As máquinas térmicas foram os primeiros
dispositivos mecânicos a serem utilizados em larga escala na indús-
tria, por volta do século XVIII. Na forma mais primitiva, era usado o
Uma expansão isotérmica reversível. O sistema recebe uma aquecimento para transformar água em vapor, capaz de movimen-
quantidade de calor da fonte de aquecimento (L-M) tar um pistão, que por sua vez, movimentava um eixo que tornava a
Uma expansão adiabática reversível. O sistema não troca calor energia mecânica utilizável para as indústrias da época.
com as fontes térmicas (M-N) Chamamos máquina térmica o dispositivo que, utilizando duas
Uma compressão isotérmica reversível. O sistema cede calor fontes térmicas, faz com que a energia térmica se converta em
para a fonte de resfriamento (N-O) energia mecânica (trabalho).
Uma compressão adiabática reversível. O sistema não troca ca-
lor com as fontes térmicas (O-L)
Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é forneci-
da pela fonte de aquecimento e a quantidade cedida à fonte de res-
friamento são proporcionais às suas temperaturas absolutas, assim:

Assim, o rendimento de uma máquina de Carnot é:

e
Logo:
A fonte térmica fornece uma quantidade de calor que no
dispositivo transforma-se em trabalho mais uma quantidade de
calor que não é capaz de ser utilizado como trabalho . Assim
Sendo: é válido que:
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento
= temperatura absoluta da fonte de aquecimento
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento,
todo o calor vindo da fonte de aquecimento deverá ser transforma- Utiliza-se o valor absolutos das quantidade de calor pois, em
do em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de resfria- uma máquina que tem como objetivo o resfriamento, por exemplo,
mento deverá ser 0K. Partindo daí conclui-se que o zero absoluto estes valores serão negativos.
não é possível para um sistema físico. Neste caso, o fluxo de calor acontece da temperatura menor
para o a maior. Mas conforme a 2ª Lei da Termodinâmica, este flu-
Exemplo: xo não acontece espontaneamente, logo é necessário que haja um
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina à vapor, trabalho externo, assim:
cujo fluido entra a 560ºC e abandona o ciclo a 200ºC?

Editora
211
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Alguns Exemplos de Máquinas Térmicas6.

Máquina à vapor.

Rendimento das Máquinas Térmicas


Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação
entre a energia utilizada como forma de trabalho e a energia for-
necida:
Considerando:

=rendimento;
= trabalho convertido através da energia térmica fornecida;
=quantidade de calor fornecida pela fonte de aquecimento;
=quantidade de calor não transformada em trabalho.

Mas como constatado:

Cilindro e pistão da máquina a vapor. Vapor da caldeira em-


purra o pistão para a direita. O vapor de exaustão escapa pelo cano
Logo, podemos expressar o rendimento como: de exaustão, E. A válvula deslizante se desloca então mudando a
entrada do vapor no cilindro; o pistão é empurrado novamente para
a esquerda.

Locomotiva a vapor.

O valor mínimo para o rendimento é 0 se a máquina não rea-


lizar nenhum trabalho, e o máximo 1, se fosse possível que a má-
quina transformasse todo o calor recebido em trabalho, mas como
visto, isto não é possível. Para sabermos este rendimento em per-
centual, multiplica-se o resultado obtido por 100%.

Exemplo:
Um motor à vapor realiza um trabalho de 12kJ quando lhe é
fornecido uma quantidade de calor igual a 23kJ. Qual a capacida-
de percentual que o motor tem de transformar energia térmica em Os gases quentes da combustão do carvão passam por longos e
trabalho? finos, tubos envolvidos por água para fervê-la. O vapor da caldeira
entra no tubo de vapor e passa pelos cilindros, o vapor usado esca-
pa por C, junta-se com a fumaça saindo pela chaminé.

6 http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20041/Melissa/semnome6.htm
Editora
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212
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Motor a gasolina. Irreversibilidade e Limitações em Processos de Conversão Ca-


lor/Trabalho.

Transformações reversíveis: são aquelas que se realizam em


ambos os sentidos, podendo voltar ao estado inicial, passando pe-
las mesmas situações intermediárias, sem influências do meio ex-
terno. Isso ocorre geralmente em transformações mecânicas sem
atrito.
Considere o bloco da figura sendo abandonado do repouso no
ponto A. Se você desprezar todos os atritos ele se deslocará até o
ponto B, atingindo o repouso na mesma altura que a do ponto A,
retornará a A e ficará oscilando entre A e B, pois não existe atrito.

Os quatro tempos de um motor a gasolina. (A) Aspiração; (B)


compressão; (C) explosão; (D) exaustão.
Cada cilindro deve passar por êsse ciclo de quatro tempos:
aspiração, compressão, explosão, exaustão. Observe que há um
tempo de explosão para duas revoluções de um motor de um só
cilindro. Para a manutenção do movimento, a roda deve ser pesada.
Um motor de quatro cilindros tem dois tempos de explosão para
cada revolução; um motor de oito cilindros tem quatro tempos de
explosão para cada rotação, ou um quarto de rotação para cada Observe que no deslocamento entre A e B e o retorno entre B e
explosão. O motor de muitos cilindros dá um suave fluxo de explo- A, a transformação produzida não teve nenhuma influência do meio
sões. O rendimento do motor de um automóvel em boas condições exterior (corpos circundantes) e, assim, ela é uma transformação
pode variar de 22 a 28 por cento. reversível.

Turbina a vapor. Transformações irreversíveis: observe no exemplo anterior


que, se houver atrito, o corpo sofre perda de energia e, portanto
não poderia, espontaneamente, voltar à posição inicial. Nesse caso,
essa é uma transformação irreversível, onde sua inversa só pode
ocorrer com influência do meio externo ou de corpos circundantes,
que devem fornecer energia ao corpo para que ele retorne à posi-
ção inicial (ponto A)
Na realidade, na natureza todas as transformações espontâne-
as são irreversíveis. No exemplo acima é muito improvável que você
elimine totalmente o atrito e, devido ao choque com as moléculas
de ar e outros atritos, o bloco, depois de certo tempo irá parar. A
energia do bloco se converteu em energia térmica. O contrário não
ocorre, ou seja, é impossível na natureza, que as moléculas se reor-
ganizem e empurrem o bloco fazendo-o retornar à posição inicial.
É por esse motivo que surgiu o Princípio da Degradação da Energia
que afirma que é impossível converter totalmente calor em traba-
lho

Turbina a vapor e gerador elétrico. Note que o capor passa por Exemplo:
três estágios na turbina, de alta pressão no primeiro estágio a baixa Uma pedra de gelo colocada em um copo com água a tempe-
pressão no terceiro. As rodas da turbina são sucessivamente maio- ratura ambiente recebe calor da água e derrete, mas jamais cederá
res porque o vapor se expande à medida que passa pela turbina. calor para a água, pois, o gelo não ficará mais frio e nem a água mais
Mostram-se claramente as lâminas girantes. Entre cada conjunto de quente, o que violaria a Segunda Lei da termodinâmica. Contudo,
lâminas girantes há lâminas estacionárias, fixas. As lâminas estacio- não viola a Primeira Lei, pois a conservação de energia seria manti-
nárias impelem o vapor contra o próximo par de lâminas girantes. da de qualquer modo.
Assim podemos dizer que a conservação de energia ocorre em
toda transformação, porém essas transformações ocorrem espon-
taneamente em um só sentido por isso os processos termodinâmi-
cos são ditos irreversíveis.

Editora
213
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FÍSICA

No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga


ELETROSTÁTICA: CARGAS E CAMPOS ELETROSTÁTICOS; elétrica é o coulomb (C). O próton e o elétron, em módulo, possuem
QUANTIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA CARGA ELÉTRICA; a mesma quantidade de carga elétrica. O valor da carga do próton
CAMPO E POTENCIAL ELÉTRICO e do elétron é denominado quantidade de carga elementar (e) e
possui o valor de: e=1,6 .10-19 C

ELETROSTÁTICA Como 1 C é uma quantidade de carga elétrica muito grande, é


comum a utilização dos seus submúltiplos:
A eletrostática é a parte da Física responsável pelo estudo das 1 mC (milicoulomb)= 10-3 C
cargas elétricas em repouso. 1 μC (microcoulomb)= 10-6 C
1 nC (nanocoulomb)= 10-9 C
Cargas Elétricas
A quantidade de carga elétrica total (Q) será sempre um múlti-
Toda a matéria que conhecemos é formada por moléculas. plo inteiro (n) vezes o valor da carga elementar (e). Essa quantidade
Esta, por sua vez, é formada de átomos, que são compostos por de carga pode ser determinada através da seguinte expressão:
três tipos de partículas elementares: prótons, nêutrons e elétrons.
Os átomos são formados por um núcleo, onde ficam os prótons Q=n . e
e nêutrons e uma eletrosfera, onde os elétrons permanecem, em
órbita. Geralmente quando um corpo qualquer apresenta o número
Os prótons e nêutrons têm massa praticamente igual, mas os de prótons igual ao de elétrons dizemos que esse corpo está ele-
elétrons têm massa milhares de vezes menor. Sendo m a massa dos tricamente neutro, ou seja, o corpo possui carga total igual a zero.
prótons, podemos representar a massa dos elétrons como: Portanto, quando o corpo apresenta número de prótons diferente
do número de elétrons, dizemos que o corpo se encontra eletriza-
do, ou seja, o corpo apresenta carga elétrica diferente de zero.
Dessa forma, um corpo estará eletrizado quando perde ou re-
cebe elétrons.
Ou seja, a massa dos elétrons é aproximadamente 2 mil vezes
Corpo neutro np=ne
menor que a massa dos prótons.
Podemos representar um átomo, embora fora de escala, por: Corpo positivo np>ne Cedeu elétrons
Corpo negativo np< ne Recebeu elétrons

Eletrização

Eletrizar um corpo significa basicamente tornar diferente o nú-


mero de prótons e de elétrons (adicionando ou reduzindo o núme-
ro de elétrons).
A eletrostática é basicamente descrita por dois princípios, o da
atração e repulsão de cargas conforme seu sinal (sinais iguais se re-
pelem e sinais contrários se atraem) e a conservação de cargas elé-
tricas, a qual assegura que em um sistema isolado, a soma de todas
as cargas existentes será sempre constante, ou seja, não há perdas.

Corpo eletrizado positivamente


A carga elétrica é uma propriedade que está intimamente asso- Quando um corpo possui uma maior quantidade de cargas
ciada a certas partículas elementares que formam o átomo (prótons positivas, dizemos que perdeu elétrons, e por isso está eletrizado
e elétrons). O modelo do sistema planetário é o modelo simples positivamente. Obs.: Um corpo nunca ganha prótons, porque está
mais adotado para explicar como tais partículas se distribuem no localizado na parte central do núcleo do átomo.
átomo. De acordo com o modelo planetário, os prótons e nêutrons
localizam-se no núcleo, já os elétrons estão em uma região deno- Corpo eletrizado negativamente
minada eletrosfera. É quando um corpo possui mais cargas negativas que positivas,
Se pudéssemos separar os prótons, nêutrons e elétrons de um ou seja, quando ganha elétrons.
átomo, e lançá-los em direção à um imã, os prótons seriam desvia-
dos para uma direção, os elétrons a uma direção oposta a do desvio Atração dos corpos
dos prótons e os nêutrons não seriam afetados. Quando partículas estão eletrizadas com cargas de sinais con-
Esta propriedade de cada uma das partículas é chamada carga trários, se atraem.
elétrica. Os prótons são partículas com cargas positivas, os elétrons
tem carga negativa e os nêutrons tem carga neutra.

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FÍSICA

Repulsão dos corpos


Quando partículas estão eletrizadas com cargas de sinais iguais, se repelem.

Processos de Eletrização

Eletrização por atrito


Quando dois corpos inicialmente neutros são atritados, se eletrizam e, em virtude do atrito ocasionado, um corpo ficará com carga
positiva e o outro com carga negativa.

Processo de eletrização por atrito ente o vidro e a lã

Eletrização por contato


Quando dois corpos (um eletrizado e outro inicialmente neutro) entram em contato, o corpo neutro fica com a mesma carga do ele-
trizado.

Processo de Eletrização por contato

Por exemplo:

Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo neutro . Qual é a carga em cada um deles
após serem separados.

Editora
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FÍSICA

Condutores e Isolantes
Um corpo condutor A com carga é posto em contato
Em alguns tipos de átomos, especialmente os que compõem os
com outro corpo condutor B com carga , após serem
metais - ferro, ouro, platina, cobre, prata e outros -, a última órbita
separados os dois o corpo A é posto em contato com um terceiro
eletrônica perde um elétron com grande facilidade. Por isso seus
corpo condutor C de carga qual é a carga em cada elétrons recebem o nome de elétrons livres.
um após serem separados? Estes elétrons livres se desgarram das últimas órbitas eletrôni-
cas e ficam vagando de átomo para átomo, sem direção definida.
Mas os átomos que perdem elétrons também os readquirem com
facilidade dos átomos vizinhos, para voltar a perdê-los momentos
depois. No interior dos metais os elétrons livres vagueiam por entre
os átomos, em todos os sentidos.
Ou seja, neste momento:

Após o segundo contato, tem-se:

E neste momento:
Devido à facilidade de fornecer elétrons livres, os metais são
usados para fabricar os fios de cabos e aparelhos elétricos: eles são
bons condutores do fluxo de elétrons livres. Já outras substâncias -
Ou seja, a carga após os contados no corpo A será +1C, no cor- como o vidro, a cerâmica, o plástico ou a borracha - não permitem a
po B será -2C e no corpo C será +1C. passagem do fluxo de elétrons ou deixam passar apenas um peque-
Um corpo eletrizado em contato com a terra será neutralizado, no número deles. Seus átomos têm grande dificuldade em ceder ou
pois se ele tiver falta de elétrons, estes serão doados pela terra e se receber os elétrons livres das últimas camadas eletrônicas. São os
tiver excesso de elétrons, estes serão descarregados na terra. chamados materiais isolantes, usados para recobrir os fios, cabos e
aparelhos elétricos.
Eletrização por indução
É quando a eletrização de um corpo inicialmente neutro (in-
duzido) acontece por simples aproximação de um corpo carregado
(indutor), sem que haja contato entre os corpos. O induzido deve
estar ligado a Terra ou a um corpo maior que possa lhe fornecer
elétrons ou que dele os receba num fluxo provocado pela presença
do indutor.

Essa distinção das substâncias em condutores e isolantes se


aplica não apenas aos sólidos, mas também aos líquidos e aos gases.
Dentre os líquidos, por exemplo, são bons condutores as soluções
de ácidos, de bases e de sais; são isolantes muitos óleos minerais.
Os gases podem se comportar como isolantes ou como condutores,
dependendo das condições em que se encontrem.
O que determina se um material será bom ou mau condutor
térmico são as ligações em sua estrutura atômica ou molecular. As-
sim, os metais são excelentes condutores de calor devido ao fato de
possuírem os elétrons mais externos “fracamente” ligados, tornan-
do-se livres para transportar energia por meio de colisões através
do metal. Por outro lado temos que materiais como lã, madeira,
vidro, papel e isopor são maus condutores de calor (isolantes tér-
micos), pois, os elétrons mais externos de seus átomos estão firme-
mente ligados.
Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor.
O ar, por exemplo, é um ótimo isolante térmico. Por este motivo
quando você põe sua mão em um forno quente, não se queima.
Entretanto, ao tocar numa forma de metal dentro dele você se quei-
Processo de eletrização por indução maria, pois, a forma metálica conduz o calor rapidamente. A neve é
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FÍSICA

outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto acontece porque Usando a fórmula 1:
os flocos de neve são formados por cristais, que se acumulam for-
mando camadas fofas aprisionando o ar e dessa forma dificultando R4 = (100/200) * 300
a transmissão do calor da superfície da Terra para a atmosfera. R4 = 150 ohms

Ponte de Wheatstone Lei de Biot-Savart

A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico utilizado para A Lei de Biot-Savart relaciona campo magnético com a corrente
medir uma resistência desconhecida, normalmente com valor pró- que a gera. Isso ocorre de maneira semelhante à Lei de Coulomb,
ximo às outras resistências do circuito. Pode ser utilizado também que relaciona campo elétrico às cargas que o geram. Encontrar o
para se medir duas resistências que variam de maneira espelhada, campo magnético resultante de uma corrente envolve o produto
enquanto uma aumenta seu valor, a outra diminui o seu valor de vetorial e é inerente a um problema de cálculo quando a distância
forma proporcional. de uma corrente para um ponto está constantemente em movi-
O circuito de uma ponte de Wheatstone é mostrado na figura mento.
1. O dispositivo sensor de equilíbrio pode ser um galvanômetro se Isso ocorre de maneira semelhante à Lei de Coulomb, que rela-
a ponte for alimentada por tensão contínua. No entanto, a ponte ciona campo elétrico às cargas que o geram.
pode ser alimentada por um sinal de áudio caso em que o dispositi-
vo sensor pode ser um fone de ouvido de alta impedância ou ainda
um transdutor piezoelétrico.

Na figura acima temos uma carga q positiva que se move com


uma velocidade v. Vamos agora considerar o plano determinado
por v e P: através da regra da mão direita podemos determinar o
campo magnético (B), produzido pela carga em um ponto P a uma
distância r dela. Pela figura, podemos ver que o campo é perpendi-
cular ao plano. Dessa forma, podemos achar o módulo do campo
magnético (B) através da equação:
Figura 1 – O circuito básico da ponte.

Quando utilizada para medidas de resistências, uma das resis-


tências é desconhecidas (R4 = Rx, por exemplo) e outra é variável
para encontrar o ponto de equilíbrio da ponte (R3 por exemplo)

Formula 1
Quando no equilíbrio:
Lei de Coulomb
R4 = (R1/R2) * R3
Esta lei, formulada por Charles Augustin Coulomb, refere-se às
Onde: R1, R2, R3, R4 são as resistências nos braços da ponte forças de interação (atração e repulsão) entre duas cargas elétricas
em ohms (?) puntiformes, ou seja, com dimensão e massa desprezível.
Lembrando que, pelo princípio de atração e repulsão, cargas
Exemplo de Aplicação: com sinais opostos são atraídas e com sinais iguais são repelidas,
Qual é o valor de R4 na ponte mostrada na figura 1 quando na mas estas forças de interação têm intensidade igual, independente
condição de equilíbrio é encontrada sendo R1 = 100 ohms, R2 =200 do sentido para onde o vetor que as descreve aponta.
ohms e R3 = 300 ohms? O que a Lei de Coulomb enuncia é que a intensidade da força
elétrica de interação entre cargas puntiformes é diretamente pro-
Dados: R1 = 100 ohms porcional ao produto dos módulos de cada carga e inversamente
R2 = 200 ohms proporcional ao quadrado da distância que as separa. Ou seja:
R3 = 300 ohms
R4 = ?

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217
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FÍSICA

Onde a equação pode ser expressa por uma igualdade se con- Quando o campo elétrico é criado em uma carga positiva ele,
siderarmos uma constante k, que depende do meio onde as cargas por convenção, terá um sentido de afastamento
são encontradas. O valor mais usual de k é considerado quando esta
interação acontece no vácuo, e seu valor é igual a:

Então podemos escrever a equação da lei de Coulomb como:

Onde: F → é a força elétrica entre as cargas k → é a constante Quando o campo elétrico é criado em uma carga negativa ele,
eletrostática no vácuo (ko = 9 x 109 N.m2/C2) por convenção, terá um sentido de aproximação.
Q → carga elétrica
d → distância

Unidades no SI:
Cargas Q1 e Q2 – coulomb (C)
Distância d – metro (m)
Força elétrica F – newton (N)
Constante eletrostática k – N.m2/C2
Para se determinar se estas forças são de atração ou de repul-
são utiliza-se o produto de suas cargas, ou seja:
A direção do campo elétrico é a mesma da for-
ça elétrica; seu sentido dependerá do sinal da carga q0:
• q0 > 0, o sentido do campo é o mesmo da força;
• q0< 0, o sentido do campo é contrário ao da força

Campo Elétrico Campo elétrico gerado por uma carga pontual7


Temos uma carga elétrica podendo ser negativa ou positiva,
O campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de que está emanando um campo elétrico por todo o espaço. Obser-
cargas elétricas, (elétrons, prótons ou íons) ou por um sistemas de- vando-a, veremos que uma carga q foi introduzida nas proximida-
las. Cargas elétricas num campo elétrico estão sujeitas e provocam des do campo elétrico da carga Q, esta carga é chamada de carga
forças elétricas. de prova. Através da carga de prova podemos provar a existência do
A fórmula usada para se calcular a intensidade do vetor campo campo elétrico, pois sua presença no campo elétrico da carga Q irá
elétrico (E) é dada pela relação entre a força elétrica (F) e a carga exercer uma força elétrica sobre a carga de prova q.
de prova (q): Para provarmos de modo prático a existência do campo elétrico
veja o que ocorre ao aproximarmos os cabelos ou o braço na tela
de um televisor.
Quando aproximamos os cabelos ou o braço na tela do televi-
sor ligado, os pelos eriçam. Neste caso, os pelos é a carga de prova
que interagiu com as cargas elétricas da tela do televisor, provando
a existência de um campo elétrico formado na tela da televisão.

E as unidades de campo elétrico se dão em:

Vale notar que um campo elétrico só pode ser detectado a par-


tir da interação do mesmo com uma carga de prova. Caso não haja
interação com a carga, podemos dizer que o campo não existe na-
quele local.

7 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/campo-eletrico-
-gerado-por-uma-carga-pontual/67278#
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FÍSICA

A Lei de Gauss

Esta lei é regida por princípios muito simples e de fácil entendi-


mento. O conceito geral de fluxo como sendo o escoamento de um
campo vetorial que atrav essa uma secção qualquer, pode ser es-
tendido para explicar o campo elétrico.

Conceito
O fluxo elétrico que atravessa qualquer superfície fechada é
igual à carga total envolvida por essa superfície (Lei de Gauss)
O trabalho de Gauss consistiu na formulação matemática do
enunciado acima, que já era conhecido e entendido como óbvio.
Em outras palavras, o fluxo total de qualquer escoamento é emana-
do por uma fonte envolvida por uma superfície fechada, não impor-
tando sua forma geométrica.
É importante de frisar aqui que a superfície tem que ser fecha-
da para que possa envolver toda a fonte e se deixe atravessar pelo
fluxo total resultante.
Linhas de Campo8
Estas linhas são a representação geométrica convencionada Eletricamente, imagine uma distribuição de cargas envolvida
para indicar a presença de campos elétricos, sendo representadas por uma superfície fechada S.
por linhas que tangenciam os vetores campo elétrico resultante em
cada ponto, logo, jamais se cruzam. Por convenção, as linhas de
força têm a mesma orientação do vetor campo elétrico, de modo
que para campos gerados por cargas positivas as linhas de força são
divergentes (sentido de afastamento) e campos gerados por cargas
elétricas negativas são representados por linhas de força conver-
gentes (sentido de aproximação).
Quando se trabalha com cargas geradoras sem dimensões, as
linhas de força são representadas radialmente, de modo que:

Distribuição de cargas no interior de uma superfície gaussiana.

Vamos agora tomar um incremento vetorial de superfície ΔS


admitido como plana. Este vetor terá uma orientação no espaço,
perpendicular ao plano que tangencia a superfície S neste ponto
(centro de ΔS) apontando para fora da superfície fechada. A densi-
dade de fluxo que atravessará a superfície elementar ΔS é dada pelo
vetor Ds genericamente formando um ângulo θ com ΔS em cada
ponto da superfície fechada em questão.
O fluxo elementar que atravessa ΔS será então:

ΔΦ é uma grandeza (escalar), resultante do produto escalar en-


tre os vetores Ds e ΔS.

Nestas condições, o fluxo total que atravessa a superfície fecha-


da S será então:

A integral resultante é realizada sobre uma superfície fechada


(daí o símbolo ∮), fruto de uma integral dupla. Esta superfície é fre-
8 https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica/campo3. quentemente chamada de superfície gaussiana.
php
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219
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FÍSICA

Assim, a Lei de Gauss é então matematicamente formulada O produto escalar Ds. ΔS é então dado por:
como:

A carga envolvida pode ser de qualquer tipo: cargas pontu-


ais discretas, linhas de cargas, distribuição superficial de cargas Os limites de integração foram escolhidos de modo que a inte-
ou uma distribuição volumétrica de cargas. Desta forma, a Lei de gração seja realizada sobre a superfície uma única vez.
Gauss pode ser generalizada em termos de cargas em distribuições A integral de superfície será:
uniformes respectivamente volumétricas, superficiais ou lineares,
conforme abaixo:

Integrando primeiro em relação a Φ e em seguida em relação


a θ.

A integral realizada sobre o lado esquerdo da equação pode ter Ficando pois comprovado que:
um domínio diferente daquela realizada sobre o lado direito. Daí
ressaltarmos na expressão intermediária o domínio S da superfície
fechada daquele S contendo a carga superficial.

Exemplo:
Calcular o fluxo que atravessa a superfície de uma esfera de Em resumo: A lei de Gauss fornece o fluxo elétrico total que
raio a metros, produzido por uma carga elétrica Q coulombs, con- atravessa uma superfície fechada envolvendo uma distribuição de
centrada no centro dessa esfera. cargas, ou seja, determina o fluxo criado por um campo elétrico. A
intensidade ou módulo deste campo elétrico pode ser obtida pela
Sabemos que na superfície de uma esfera de raio a, a densida- aplicação direta da lei de Gauss e o emprego da relação constitu-
de de fluxo elétrico é: tiva entre a densidade de fluxo e o correspondente campo elétri-
co. Neste caso, para que o vetor do campo elétrico seja conhecido,
torna-se necessário o conhecimento da configuração ou disposição
geométrica das suas linhas de força.

Potencial Elétrico9
O elemento diferencial de área, em coordenadas esféricas é:
Potencial elétrico é uma grandeza escalar que mede a energia
potencial elétrica por unidade de carga de prova, ou seja, é a cons-
tante de proporcionalidade na razão entre energia potencial elétri-
ca e carga de prova.
De forma análoga ao Campo Elétrico, o potencial pode ser des-
crito como o quociente entre a energia potencial elétrica e a carga
de prova q. Ou seja:

Elemento diferencial de área

9 https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica/poten-
cial2.php
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FÍSICA

Logo: Mas sabemos que, quando a força considerada é a eletrostáti-


ca, então:

A unidade adotada, no SI para o potencial elétrico é o volt (V), Diferença de Potencial


em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta, e a unidade de-
signa Joule por coulomb (J/C). Considere dois pontos de um campo elétrico, A e B, cada um
Quando existe mais de uma partícula eletrizada gerando cam- com um posto a uma distância diferente da carga geradora, ou seja,
pos elétricos, em um ponto P que está sujeito a todas estes campos, com potenciais diferentes.
o potencial elétrico é igual à soma de todos os potenciais criados Se quisermos saber a diferença de potenciais entre os dois de-
por cada carga, ou seja: vemos considerar a distância entre cada um deles. Dessa maneira,
teremos que sua tensão ou d.d.p (diferença de potencial) será ex-
pressa por U e calculada por:

Uma maneira muito utilizada para se representar potenciais é


através de equipotenciais, que são linhas ou superfícies perpendi-
culares às linhas de força, ou seja, linhas que representam um mes-
mo potencial.

Trabalho de uma força elétrica


O trabalho que uma carga elétrica realiza é análogo ao trabalho
realizado pelas outras energias potenciais usadas no estudo de
mecânica, ou seja: Exemplo:
Se imaginarmos dois pontos em um campo elétrico, cada um Uma partícula com carga q = 2. 10-7 C se desloca do ponto A
deles terá energia potencial dada por: ao ponto B, que se localizam numa região em que existe um cam-
po elétrico. Durante esse deslocamento, a força elétrica realiza um
trabalho igual a 4. 10-3 J sobre a partícula. Determine a diferença de
potencial VA – VB entre os dois pontos considerados.
Como o trabalho realizado pela força elétrica no deslocamento
Sendo o trabalho realizado entre os dois pontos: é igual à carga vezes a diferença de potencial, assim temos:

Como o exercício pede a diferença de potencial e nos fornece


outros dados, temos:

Superfície Equipotencial

Uma superfície equipotencial constitui uma região do campo


elétrico em que todos os seus pontos apresentam o mesmo poten-
cial.

Editora
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FÍSICA

Chamamos uma superfície de equipotencial quando, numa re- Vamos agora estudar o comportamento do capacitor quando
gião de campo elétrico, todos os seus pontos apresentam o mesmo nele aplicamos uma tensão DC. Quando isto acontece, a tensão no
potencial. Uma superfície equipotencial pode apresentar diversas capacitor varia segundo a fórmula: Vc=VT(1-e-t/RC)
formas geométricas.
Ao colocarmos uma carga elétrica puntiforme em um ponto Isso gera o seguinte gráfico Vc X t
qualquer do espaço e longe de outras cargas elétricas, calculamos
o potencial elétrico em um ponto próximo a ela através da seguinte
relação:

Onde k é a constante eletrostática, Q é o valor da carga punti-


forme e d é a distância que separa as cargas. Através dessa equação
podemos afirmar que todos os pontos próximos da carga elétrica
geradora apresentam o mesmo potencial elétrico. Dessa maneira,
também podemos dizer que as superfícies possuem formas de es-
feras para cargas puntiformes isoladas do restante das cargas do
universo. Isto acontece porque a medida que mais cargas vão se acumu-
Num campo elétrico uniforme, as superfícies equipotenciais lando no capacitor, maior é a oposição do capacitor à corrente (ele
são paralelas entre si. Isso acontece pelo fato de serem perpendi- funciona como uma bateria).
culares. Note que no exemplo abaixo ligamos um resistor em série com
o capacitor. Ele serve para limitar a corrente inicial (quando o capa-
citor funciona como um curto). O tempo de carga do capacitor é 5t,
onde t = RC (resistência vezes capacitância).

No exemplo abaixo, o tempo de carga é: Tc= 5 x 1000 x 10-6 =


Uma superfície equipotencial é sempre interceptada perpendi-
5ms
cularmente (90°) pelas linhas de força de um campo elétrico. Dessa
maneira, conhecendo-se as linhas de força de um campo elétrico,
Se aplicarmos no capacitor uma tensão alternada, ele vai ofe-
fica mais fácil representar as superfícies equipotenciais. Já numa re-
recer uma “oposição à corrente” (na verdade é oposição à variação
gião onde o campo elétrico é uniforme, para serem perpendiculares
de tensão) chamada reatância capacitiva (Xc).
às linhas de força, as superfícies equipotenciais devem ser planas.
Xc=1/2pfC
Capacitor
A oposição total de um circuito à corrente chama-se impedân-
O capacitor é constituído por duas placas condutoras paralelas,
cia (Z). Num circuito composto de uma resistência em série com
separadas por um dielétrico. Quando se aplica uma ddp nos seus
uma capacitância:
dois terminais, começa a haver um movimento de cargas para as
placas paralelas. A capacitância de um capacitor é a razão entre a
Z = (R22+Xc2) 1/2 ou Z = Ö R22+XC2
carga acumulada e a tensão aplicada.
Podemos imaginar a impedância como a soma vetorial de re-
C = Q/V
sistência e reatância. O ângulo da impedância com a abscissa é o
atraso da tensão em relação à corrente.
Deve-se também ter em mente que a capacitância é maior
quanto maior for a área das placas paralelas, e quanto menor for a
distância entre elas. Desta forma: A (8,85 x 10-12 ) C= - k d

Onde: C = capacitância A = área da placa d = distância entre as


placas k = constante dielétrica do material isolante
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Aplicações: Se temos um circuito RC série, a medida que au- Fórmula 1


mentarmos a frequência, a tensão no capacitor diminuirá e a ten-
são no resistor aumentará. Podemos então fazer filtros, dos quais
só passarão frequências acima de uma frequência estabelecida ou
abaixo dela. Estes são os filtros passa alta e passa baixa.
Onde:
Energia eletrostática de um condutor 10 C é a capacitância em picofarads (PF)
e é a constante dielétrica (ver almanaque)
Para podermos explicar a energia eletrostática de um condu- S é a área da superfície ativa da menor placa (se forem diferen-
tor, vamos pensar em um condutor que está carregado com uma tes) em centímetros quadrados
carga representada por Q, e que esse condutor possui um potencial N é o número de placas
representado por V. Para levar o condutor do estado neutro até o D é a distância entre as placas em centímetros
estado final, é gasto um trabalho, porém ele não é perdido, pois ele
está localizado no condutor, na forma de energia potencial elétrica.
Vejamos agora um gráfico do potencial em função da carga elé-
trica, que apresenta a quantidade de energia potencial eletrostática
que está armazenada no condutor. Lembrando que em função de ,
C = Q/V V = Q/V, o gráfico se torna retilíneo.
Vejamos:

Fórmulas derivadas
Fórmula 2

Fórmula 3

A área do gráfico que está pintada de amarelo, representa nu-


mericamente a energia armazenada. Vejamos:
Associação Capacitores12

Em Paralelo
Vamos analisar neste artigo as associações de capacitores em
série e em paralelo.
Quando os capacitores são associados em paralelo, somamos
Lembrando que a unidade de medida no SI da energia eletros-
suas capacitâncias, da mesma forma que fazemos com resistores
tática é joule (j).
associados em série. Deste modo:
Capacitor Plano11
Ctot = C1 + C2 + … + Cn
Um capacitor plano é formado por duas placas de metal para-
Podemos pensar num arranjo de capacitores em paralelo como
lelas e entre elas é colocado um isolante denominado dielétrico. A
se fossem um único capacitor com capacitância maior. Porém, a
capacitância depende do tamanho das placas, da distância de sepa-
maior tensão que pode ser aplicada a um arranjo de capacitores em
ração entre elas e da natureza do dielétrico. As fórmulas seguintes
paralelo com segurança é limitada pela tensão do capacitor com
permitem calcular a capacitância em função desses dados.
menos valor de tensão suportada.

10 https://www.colegioweb.com.br/condutor-em-equilibrio-eletrostatico/energia-
-eletrostatica-de-um-condutor.html
11 http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/matematica-para-eletronica/ 12 http://www.bosontreinamentos.com.br/eletronica/curso-de-eletronica/associaco-
1976-m098.html es-em-serie-e-em-paralelo-de-capacitores/
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FÍSICA

Veja um exemplo a seguir de capacitores associados em paralelo:

Neste exemplo temos que Ctot = C0 + C1 + C2 = 10μF +10μF + 22μF = 42μF.

Em Série
Quando conectamos dois ou mais capacitores em série, a capacitância total obtida será sempre menor do que o valor do menor
capacitor do conjunto. Usamos uma fórmula para calcular a capacitância equivalente em série que é similar à fórmula da resistência em
paralelo:

Geralmente conectamos capacitores em série em um circuito para que o conjunto possa suportar uma tensão elétrica maior do que
as tensões individuais nos capacitores, pois a tensão elétrica será diferente em cada capacitor. Veja um exemplo de associação em série
de capacitores:

Neste exemplo temos que 1/Ctot = 1/C0 + 1/C1 + 1/C2, ou seja:


1/Ctot = 1/10 + 1/10 + 1/22 = 4,07μF.

Já as tensões em cada capacitor podem ser calculadas individualmente com a fórmula (Ctot / Cn) * Vin. Por exemplo, a tensão sobre
os terminais de C1 será de (4,07 / 10) * 12 = 4,884V. Lembre-se de que a tensão em um dado capacitor não deve nunca exceder seu valor
nominal de tensão, pois isso acarretará a destruição do componente.

Editora
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R),


ELETRODINÂMICA: CORRENTE ELÉTRICA; PROPRIEDADES que depende de fatores como a natureza do material. Quando esta
ELÉTRICAS DOS MATERIAIS: CONDUTIVIDADE E RESISTI- proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condu-
VIDADE; CONDUTORES E ISOLANTES; LEI DE OHM (MATE- tor de ôhmico, tendo seu valor dado por:
RIAIS ÔHMICOS E NÃO ÔHMICOS); CIRCUITOS SIMPLES E
DE MALHAS MÚLTIPLAS. LEI DE KIRCHHOFF

ELETRODINÂMICA

A eletrodinâmica é a parte da física que estuda o constantes Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: Para
movimento das cargas elétricas, ou seja, estuda o aspecto dinâmi- condutores ôhmicos a intensidade da corrente elétrica é diretamen-
co da eletricidade. Para melhor compreendermos esse conteúdo é te proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus terminais.
importante saber os conceitos de cada possível componente que A resistência elétrica também pode ser caracterizada como a
possa aparecer. “dificuldade” encontrada para que haja passagem de corrente elé-
trica por um condutor submetido a uma determinada tensão. No SI
Corrente Elétrica a unidade adotada para esta grandeza é o ohm (Ω), em homenagem
ao físico alemão Georg Simon Ohm
A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial
elétrico (ddp / tensão). E ela é explicada pelo conceito de campo Gerador
elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B, nega-
tiva, então há um campo orientado da carga A para B. Ao ligar-se um Gerador é um dispositivo com função de transformar ou trans-
fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se deslocar ferir energia. Transforma qualquer tipo de energia em energia elé-
no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem cargas negati- trica.
vas, lembrando que sinais opostos são atraídos. Exemplos:
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido Usina hidrelétrica transforma energia mecânica de uma queda
oposto ao campo elétrico, e este é chamado sentido real da cor- de água em energia elétrica através de um gerador, que é um dispo-
rente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha o sitivo que transforma energia mecânica em energia elétrica e que
mesmo sentido do campo elétrico, o que não altera em nada seus possui um eixo que é movido por uma turbina.
efeitos (com exceção para o fenômeno chamado Efeito Hall), e este Existem diversos tipos de geradores elétricos, que são caracte-
é chamado o sentido convencional da corrente. rizados por seu princípio de funcionamento, alguns deles são:
Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção
transversal de um condutor se considera o módulo da carga que Geradores luminosos
passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja: São sistemas de geração de energia construídos de modo a
transformar energia luminosa em energia elétrica, como por exem-
plo, as placas solares feitas de um composto de silício que converte
a energia luminosa do sol em energia elétrica.

Geradores mecânicos
Considerando |Q|=n e São os geradores mais comuns e com maior capacidade de cria-
ção de energia. Transformam energia mecânica em energia elétrica,
Resistência Elétrica principalmente através de magnetismo. É o caso dos geradores en-
contrados em usinas hidroelétricas, termoelétricas e termonucle-
Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se es- ares.
tabelece nele uma corrente elétrica de intensidade i. Para a maior
parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente propor- Geradores químicos
cionais, ou seja, conforme uma aumenta o mesmo ocorre à outra. São construídos de forma capaz de converter energia potencial
Desta forma: química em energia elétrica (contínua apenas). Este tipo de gerador
é muito encontrado como baterias e pilhas.

Geradores térmicos
São aqueles capazes de converter energia térmica em energia
elétrica, diretamente.
Quando associados dois, ou mais geradores como pilhas, por
exemplo, a tensão e a corrente se comportam da mesma forma
como nas associações de resistores, ou seja:
- Associação em série: corrente nominal e tensão é somada.
- Associação em paralelo: corrente é somada e tensão nominal.

Editora
225
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Sobre os geradores é importante saber que: Em geral se representa a força eletromotriz pela letra E (ou e),
O gerador não cria energia elétrica, ele apenas transforma ou pelas iniciais f.e.m.. Sendo W a energia que o gerador fornece
qualquer tipo de energia em energia elétrica e as fornece às cargas ao circuito durante o tempo t, e Q a carga elétrica que passa por
elétricas que o atravessam. Mas, durante a passagem das cargas qualquer secção transversal durante o mesmo tempo, temos, por
elétricas pelo interior do gerador, ocorrem perdas energéticas. definição:
Denomina-se força eletromotriz E (Ɛ) de um gerador ao quo-
Assim, esquematicamente tem-se: ciente entre o trabalho (W) realizado no transporte de uma carga
q, contra a força do campo elétrico, e o valor absoluto dessa carga.

Do ponto de vista matemático, o gerador elétrico possui algu-


mas características:

1 – A potência fornecida pelo gerador ao circuito elétrico:

P = U.i

Onde: P = potência fornecida


U = diferença de potencial entre os polos do gerador
i = corrente elétrica

2 – A potência elétrica dissipada pelo gerador:

Pd = r.i.i

Onde Pt representa a potência total gerada (recebida de for- Onde: Pd = potência dissipada pelo gerador
ma não elétrica), Pd a potência dissipada ou perdida no interior do r = resistência interna do gerador
gerador e Pu a potência fornecida pelo gerador ao meio exterior i = corrente elétrica
(potência útil).
Como a energia não se perde nem se cria, apenas se transforma, 3 – Potência total fornecida pelo gerador:
pelo princípio da conservação da energia tem-se Pt = Pu + Pd
onde, Pt = E.i Pd = r.i2 Pu = U.i Pt =Pu + Pd Pg = E.i
E.i = U.i + r.i2 cancelando i U = E – r.i (equação do
gerador) Onde: Pg = potência total gerada
E = força eletromotriz
A equação característica de um gerador: i = corrente elétrica

U = E – r.i 4 – O rendimento do gerador:

Onde: N = P/Pg
U = tensão elétrica
E = força eletromotriz Onde: N = rendimento, dado em porcentagem
r = resistência interna do gerador P = potência fornecida
i = corrente elétrica do gerador Pg = potência total gerada
Quando ligado a qualquer circuito, devido a sua diferença de
potencial existente entre os dois pólos, o gerador então irá ceder Fazendo as substituições de equações, chega-se que o rendi-
energia potencial elétrica para as cargas livres dos elementos do mento de um gerador elétrico é dado por:
circuito, feito isso as cargas irão percorrer todos os elementos do N = U/E
circuito criando assim um fluxo de cargas elétricas que se denomina Onde: U = tensão elétrica
corrente elétrica. E = força eletromotriz

Força eletromotriz Polo do gerador


Chama-se força eletromotriz de um gerador ao quociente da Chamamos polos do gerador aos pontos por onde o gerador é
energia que o gerador fornece ao circuito durante certo tempo pela ligado ao circuito externo. Convencionamos chamar polo positivo
carga elétrica que atravessa uma secção transversal do circuito du- ao polo por onde a corrente sai do gerador; negativo ao polo por
rante o mesmo tempo. onde a corrente entra no gerador.

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226
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Esses nomes, polo positivo e polo negativo já eram usados em


Eletricidade antes de se descobrir que nos metais a corrente é cons-
tituída por elétrons em movimento. Naquela época os físicos admi-
tiam que a corrente elétrica fosse constituída de partículas positivas
que se deslocassem do polo positivo para o negativo do gerador.
Atualmente sabemos que nos metais acontece exatamente o con-
trário: a corrente é formada por elétrons, que são partículas com
carga negativa e que se deslocam do polo negativo para o positivo.
Mas apesar de sabermos que esse é o sentido verdadeiro da
corrente, ainda hoje adotamos como convenção que a corrente
seja constituída por partículas positivas que se desloquem do polo Representação gráfica da corrente contínua
positivo para o negativo. Pois, para efeito de raciocínio é indiferen-
te considerar-se uma carga positiva deslocando-se num sentido ou Corrente Alternada
uma negativa deslocando-se em sentido oposto. A corrente alternada (CA ou AC, em inglês) é aquela que é gera-
da nas usinas e percorre grandes distâncias até chegar nas tomadas
de nossas casas. A característica dela é que não tem uma polariza-
ção, ou seja, não possui um polo positivo e outro negativo definidos
como ocorre na corrente contínua. Por isso, seu sentido alterna, e
seus polos são chamados de fases, porque cada um deles assume
as duas condições (ocorre quando a tensão for 220V, pois há a pre-
sença de 2 fases). Ela é usada na transmissão em longa distância
porque não ocorrem perdas de energia. No artigo anterior citado,
nós vimos que a tensão elétrica é a responsável por “empurrar” a
corrente elétrica.
Na corrente alternada, podemos usar uma alta tensão para
transmitir com velocidade a corrente elétrica sem perder grande
energia, por isso ela é usada pra essa finalidade. Observe no de-
senho abaixo como se comporta uma fase em corrente alternada.
Note a alternância da característica positiva e negativa.

Vale lembrar que: Se ligado a apenas um fio de resistência in-


terna muito pequena, a tensão elétrica existente tenderá para o va-
lor nulo, logo criará no condutor uma corrente que seria a corrente
máxima que o gerador pode fornecer, essa corrente máxima é de-
nominada como corrente de curto circuito e é representada por icc.
É por isso que você não deve ligar geradores em apenas condu-
tores de resistência baixas. Isso é muito perigoso e pode danificar
seu gerador e principalmente causar danos a sua saúde!

Corrente contínua e alternada Representação gráfica da corrente alternada

Corrente Contínua Resistores


A corrente contínua (CC ou DC, em inglês) é aquela que possui
os dois polos, um positivo e outro negativo. Como possui polos de- São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como prin-
finidos, o sentido dos elétrons se torna definido também, ou seja, cipal função converter energia elétrica em energia térmica, ou seja,
partindo do polo positivo para o negativo por convenção, já que na são usados como aquecedores ou como dissipadores de eletricida-
realidade ocorre o contrário. Podemos encontrá-la principalmente de.
em pilhas e baterias, geralmente em tensões baixas. Ela não é usa- Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano
da em transmissões de alta tensão e de grande distância porque são: o filamento de uma lâmpada incandescente, o aquecedor de
como possui um sentido único, exigiria muita força pra “empurrar” um chuveiro elétrico, os filamentos que são aquecidos em uma es-
os elétrons. Isso ocasionaria grandes perdas de energia. Quando tufa, entre outros.
ela se alterna, fica mais “leve” pra “empurrar”. Observe no dese-
nho abaixo como ela se comporta, e note que, nesse caso, não há a
grandeza da frequência.

Editora
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Em circuitos elétricos teóricos costuma-se considerar toda a resistência encontrada proveniente de resistores, ou seja, são considera-
das as ligações entre eles como condutores ideais (que não apresentam resistência), e utilizam-se as representações:

Associação de Resistores
Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, chamada associação de resistores. O comportamento desta
associação varia conforme a ligação entre os resistores, sendo seus possíveis tipos: em série, em paralelo e mista.

Associação em Série
Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja:

Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é mantida por toda a extensão do circuito. Já a diferença
de potencial entre cada resistor irá variar conforme a resistência deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:

Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:

Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é igual à:

Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da corrente são mantidas, é possível concluir que a resistência total é:

Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de um circuito em série é:

Tensão (ddp) (U) Se divide


Intensidade da corrente (i) Se conserva
Resistência total (R) Soma algébrica das resistência em cada resistor.

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FÍSICA

Características da associação série


1- Todos os resistores são ligados um em seguida ao outro.
2- A intensidade total da corrente elétrica i é a mesma em todos os resistores:
i = i1 = i2 = i3
3- A tensão total (U), na associação, é igual à soma das tensões em cada resistor.
U = U1 + U2 + U3
4- A resistência equivalente (Req) é igual à soma das resistências parciais.
Req = R1 + R2 + R3
De fato, se U = U1 + U2 + U3, em que U = Req . i
Assim:
U = U1 + U2 + U3
Req . i = R1 . i + R2 . i + R3 . i
como i = i1 = i2 = i3, então:
Req = R1 + R2 + R3

Exemplo:
Dois resistores são associados em série conforme o esquema a seguir.

Determine:
a) a resistência equivalente da associação
b) a intensidade da corrente elétrica em cada resistor;
c) a tensão elétrica em cada resistor.
Resolução
a) Como a associação dos resistores é em série, tem-se:
Req = R1 + R2
Req = 2 + 3
Req = 5 W

b) A corrente elétrica total que percorre os resistores é dada por:


U = Req . i
20 = 5 . i
i=4A
c) No resistor R1 tem-se:
U1 = R1 . i1
U1 = 2 . 4
U1 = 8 V

No resistor R2 tem-se:
U2 = R2 . i2
U2 = 3 . 4
U2 = 12 V

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FÍSICA

Associação em Paralelo
A associação em paralelo é caracterizada por ter os resistores ligados pelos seus terminais, em que, todos possuem uma extremidade
ligada em A e a outra extremidade ligada em B.

Características da associação série


1- Os resistores são associados pelos seus terminais.

2- A tensão total U de toda a associação (entre A e B) é a mesma para todos os resistores:

U = U1 = U2 = U3

3- A corrente total i é a soma das correntes parciais:

i = i 1 + i2 + i3

4- O inverso da resistência equivalente (Req) é igual à soma dos inversos das resistências parciais.

De fato, se i = i1 + i2 + i3, em que i = U/R

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Exemplo de movimento) do elétron é transferida para o átomo aumentando


Qual a resistência equivalente da associação a seguir? seu estado de agitação, consequentemente sua temperatura. As-
sim, a energia elétrica é transformada em energia térmica (calor).

O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de joule, que é


matematicamente expressa por:

Q= i2.R.t
Onde:
i= intensidade da corrente
R= resistência do condutor
t= tempo pelo qual a corrente percorre o condutor
1º. Processo: Esta relação é válida desde que a intensidade da corrente seja
constante durante o intervalo de tempo de ocorrência.

Exemplos de onde acontece o Efeito Joule


A descoberta da relação entre eletricidade e calor trouxe ao
homem vários benefícios. Muitos aparelhos que utilizamos no nos-
so dia-a-dia têm seus funcionamentos baseados no Efeito Joule, al-
guns exemplos são:

Lâmpada: um filamento de tungstênio no interior da lâmpada


é aquecido com a passagem da corrente elétrica tornando-se incan-
descente, emitindo luz.

Chuveiro: um resistor aquece por Efeito Joule a água que o en-


volve.
São vários os aparelhos que possuem resistores e trabalham
por Efeito Joule, como por exemplo, o secador de cabelo, o ferro
2º. Processo elétrico e a torradeira.
R1 com R2 Outra aplicação que utiliza esta teoria é a proteção de circui-
tos elétricos por fusíveis. Os fusíveis são dispositivos que têm como
objetivo proteger circuitos elétricos de possíveis incêndios, explo-
sões e outros acidentes. O fusível é percorrido pela corrente elé-
trica do circuito. Caso esta corrente tenha uma intensidade muito
alta, a ponto de danificar o circuito, o calor gerado por ela derrete
o filamento do fusível interrompendo o fornecimento de energia,
protegendo o circuito.

Potencia Elétrica
A potência é uma grandeza física que mede a energia que está
sendo transformada na unidade de tempo, ou seja, mede o traba-
lho realizado por uma determinada máquina na unidade de tempo.
Assim, temos:

A unidade utilizada para energia é o watt (W), que designa jou-


le por segundo (J/s)
Ao considerar que toda a energia perdida em um circuito é
Efeito Joule resultado do efeito Joule, admitimos que a energia transformada
em calor é igual a energia perdida por uma carga q que passa pelo
Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma condutor. Ou seja:
corrente elétrica, ocorre a transformação de energia elétrica em
energia térmica. Este fenômeno é conhecido como Efeito Joule.
Esse fenômeno ocorre devido o encontro dos elétrons da cor- Mas, sabemos que:
rente elétrica com as partículas do condutor. Os elétrons sofrem co-
lisões com átomos do condutor, parte da energia cinética (energia
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231
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Portanto;

Logo,

Mas sabemos que , então podemos escrever que:

Em muitos exercícios deve calcular a potência elétrica dissipa-


da em resistores, para resolver estes exercícios deve-se utilizar a Então se utilizando do exemplo anterior, qual a resistência do
primeira lei de Ohm. filamento interno da lâmpada?

U= R. i

Aplicando a equação de potência elétrica e a equação da pri-


meira lei de Ohm, temos duas equações para a potência elétrica
dissipada em um resistor.
Primeira equação: P = U . i sendo i = U / R

Temos,
P = U2 / R Consumo de energia elétrica
Saber calcular o consumo dos aparelhos pode ajudar a reduzir
Segunda equação: P = U . i sendo U = R.i o valor da conta de energia e, ainda, evitar o desgaste de eletrodo-
P = i2. R mésticos. Além disso, cada aparelho que utiliza a eletricidade para
funcionar, como por exemplo, o computador de onde você lê esse
Exemplo: Qual a corrente que passa em uma lâmpada de 60W texto, consome uma quantidade de energia elétrica. Confira abaixo
em uma cidade onde a tensão na rede elétrica é de 220V? alguns dos equipamentos que mais gastam energia nas residências
e a maneira para acompanhar e calcular esse consumo.

Chuveiro Elétrico
A potência do chuveiro varia de acordo com a posição da cha-
ve. Pode variar de 4.500 a 6.000 watts no modo Inverno (quente)
ou de 2.100 a 3.500 watts no modo Verão (morno). O consumo por
hora (60 minutos) de uso é de 4,50 a 6,0 kWh (quilowatts-hora) na
posição Inverno e de 2,10 a 3,50 kWh no Verão. Para calcular o con-
sumo do seu chuveiro, basta utilizar a regra abaixo:
Pela 1ª Lei de Ohm temos que , então podemos definir
duas formas que relacionem a potência elétrica com a resistência. Consumo = (potência em watt/1000) x
(tempo) número de horas = total em KWh

Assim, se a potência for de 5.500 W e a utilização por deter-


minado período for de 2 horas, o consumo total expresso em kWh
será de = 5.500w/1000 X 2 = 11 kWh.

Computador
Confira abaixo os equipamentos que integram um computador
e a respectiva potência de cada um deles:
Micro (CPU - Unidade Central) - 40 a 60 W
Monitor - 80 a 90 W
Impressora - 70 a 80 W
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Scanner - 50 W CPU + vídeo (s/ impressora) - 120 a 150 W Se considerarmos o caso da família de 4 pessoas que utiliza o
Consumo CPU + Vídeo + Impressora = 0,19 a 0,23 kWh. chuveiro diariamente durante 15 minutos, o custo mensal da ener-
Consumo CPU/vídeo (hora) = 0,12 a 0,15 kWh gia gasta por ele será:
O computador ligado sem utilização consome 0,12 kWh por
hora (com o vídeo ligado).
Desligar o vídeo economiza 0,08 KWh por hora de uso.

Exemplo:
Para calcular o consumo basta sabermos a potência do apare-
lho e o tempo de utilização dele, por exemplo, se quisermos saber
quanta energia gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 mi-
nutos, seu consumo de energia será:

Segunda lei de Ohm

Esta lei descreve as grandezas que influenciam na resistência


elétrica de um condutor, conforme cita seu enunciado:
A resistência de um condutor homogêneo de secção transver-
sal constante é proporcional ao seu comprimento e da natureza do
Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade material de sua construção, e é inversamente proporcional à área
eficiente neste caso, já que o cálculo acima se refere a apenas um de sua secção transversal. Em alguns materiais também depende
banho de 15 minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma de sua temperatura.
casa com 4 moradores que tomam banho de 15 minutos todos os Sendo expressa por:
dias no mês.
Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma
mais prática podemos definir outra unidade de medida, que embo-
ra não seja adotada no SI, é mais conveniente. Onde:
Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh). ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua
Para calcularmos o consumo do chuveiro do exemplo anterior temperatura.
nesta unidade consideremos sua potência em kW e o tempo de uso ℓ= largura do condutor
em horas, então teremos: A= área da secção transversal.
Como a unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω), então a unida-
de adotada pelo SI para a resistividade é .
Sendo assim, podemos concluir que quanto melhor condutor
for o material, menor será sua resistividade. De uma maneira geral,
a resistividade de um material aumenta com o aumento da tempe-
ratura.

Exemplo:
Calcule a resistividade de um condutor com ddp 100 V, inten-
sidade de 10 A, comprimento 80 m e área de secção de 0,5 mm2.
O mais interessante em adotar esta unidade é que, se souber- Os dados do exercício:
mos o preço cobrado por kWh, podemos calcular quanto será gasta L=80m A=0,5mm2 U=100V I=10A
em dinheiro por este consumo. A = 0,5 . (10⁻³ m)²
A = 0,5 . 10⁻⁶ m²
Por exemplo: A = 5 . 10⁻⁷ m²
Considere que em sua cidade a companhia de energia elétrica
tenha um tarifa de 0,300710 R$/kWh, então o consumo do chuveiro Primeiramente devemos calcular a resistência do fio utilizando
elétrico de 5500W ligado durante 15 minutos será: a fórmula da Primeira Lei de Ohm:
R=U/I
R=100/10
R=10 Ω

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233
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Por conseguinte, através da Segunda Lei de Ohm podemos ob-


ter a resistividade do condutor:
R=ρL/A
10=ρ.80./(5 . 10⁻⁷)
ρ= (5 . 10⁻⁷) . 10 / 80

ρ= 6,25 . 10⁻8 Ω.m

Logo, a resistividade do condutor é de 6,25 . 10⁻8 Ωm.

Fontes de Energia Elétrica: Pilhas, Baterias, Geradores

No dia-a-dia usamos os termos pilha e bateria indistintamente.


Pilha é um dispositivo constituído unicamente de dois eletro-
dos e um eletrólito, arranjados de maneira a produzir energia elé-
trica. A medida em que a pilha vai sendo utilizada, as quantidades
Bateria é um conjunto de pilhas agrupadas em série ou parale- das substâncias que reagem vão diminuindo, a produção de energia
lo, dependendo da exigência por maior potencial ou corrente elétrica vai ficando menor, ocorrendo, então o desgaste da pilha.
Pilhas e baterias são geradores elétricos que compõem a classe As baterias são sistemas compostos por associação de pilhas,
de geradores químicos, porque são capazes de transformar energia fornecendo, portanto, mais energia.
química em energia elétrica. Gerador elétrico é um equipamento que transforma em ener-
Além disso, também são dispositivos capazes de manter uma gia elétrica outras formas de energia.
diferença de potencial entre os pontos em que estão ligados (polos Um gerador possui dois terminais denominados polos:
positivo e negativo). Polo negativo corresponde ao terminal de menor potencial elé-
A função básica desses dispositivos é aumentar a energia po- trico.
tencial das cargas que os atravessam, e são chamadas fontes de Polo positivo corresponde ao terminal de maior potencial elé-
força eletromotrizes. trico.
Nas pilhas e baterias, estão ocorrendo transformações quími- Quando colocado em um circuito, um gerador elétrico fornece
cas que produzem energia elétrica, em quantidade muito inferior à energia potencial elétrica para as cargas, que entram em movimen-
produzida nas usinas de geração de eletricidade. to, saindo do polo negativo para o polo positivo.
As baterias e pilhas estão em todos os lugares, carros, com- A potência elétrica total gerada (Pg) por um gerador é direta-
putadores, controle remoto, MP3 players, telefones celulares e etc mente proporcional à intensidade de corrente elétrica. Ou seja:
. Uma bateria é essencialmente uma lata cheia de químicos que Pg = fem . i
produz elétrons. As reações químicas que produzem elétrons são Onde:
chamadas de reações eletroquímicas. fem é a constante de proporcionalidade, chamada de força ele-
Se você examinar qualquer pilha ou bateria, notará que ela tem tromotriz.
2 terminais. Um terminal está marcado (+), ou positivo, enquanto o i é a intensidade de corrente elétrica entre os terminais do ge-
outro terminal está marcado (-), ou negativo. Em uma bateria tipo rador.
AA, C ou D (baterias normais de lanternas), as pontas das baterias
são os terminais. Em uma bateria grande de carro, existem 2 termi- Rendimento elétrico de um gerador
nais de chumbo.
Elétrons se agrupam no terminal negativo da bateria. Se você Potência elétrica lançada: É a potência elétrica fornecida pelo
conectar um fio entre os terminais positivo e negativo, os elétrons gerador ao circuito externo.
fluirão do terminal negativo para o terminal positivo o mais rápido
que eles puderem. Normalmente, você conecta algum tipo de carga Pl= U.i
para a bateria usando um fio. Esta carga pode ser algo como uma
lâmpada, um motor ou um circuito eletrônico, como um rádio. onde U é a diferença de potencial ou tensão, entre os terminais
do gerador.
A potência elétrica dissipada internamente é dada por:
Pd=r.i2

Onde: r é a resistência interna do gerador.


i é a intensidade de corrente elétrica.
O rendimento (η) do gerador é a razão entre a potência lançada
e a potência total gerada, ou seja:

ᶯ= = = ᶯ=

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234
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Equação característica e o símbolo do gerador elétrico


Quando o ligamos a um circuito, teremos a diferença de po-
tencial U menor que a força eletromotriz E. Isto acontece porque
o gerador apresenta uma resistência elétrica que é definida como
resistência interna r.
U= E –ri

A diferença de potencial lançada no circuito será a diferença


entre a força eletromotriz E pela diferença de potencial que foi apli-
cada na resistência interna no gerador.

Um gerador elétrico é ideal quando sua resistência interna é


nula (r = 0).
A tensão elétrica ou a ddp entre os polos de um gerador ideal é Leis de Kirchhoff13
indicada por E e recebe o nome de força eletromotriz (fem).
Abaixo está a representação de um gerador ideal. Note que a As Leis de Kirchhoff são empregadas em circuitos elétricos mais
corrente elétrica convencional atravessa o gerador no sentido do complexos, como por exemplo circuitos com mais de uma fonte de
polo negativo para o polo positivo (Para lembrar: entra pelo – e sai resistores estando em série ou em paralelo. Para estuda-las vamos
pelo +). definir o que são Nós e Malhas:

Nó: é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados.


Malha: é qualquer caminho condutor fechado.

Um gerador real, isto é, um gerador cuja resistência interna não


é nula (r ≠ 0) é representado conforme o esquema abaixo.

Analisando a figura 1, vemos que os pontos a e d são nós, mas


b, c, e e f não são. Identificamos neste circuito 3 malhas definidas
pelos pontos: afed, adcb e badc.

Primeira lei de Kirchhoff (lei dos nós).

Em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam (aquelas


cujas apontam para fora do nó) é igual a soma das correntes que
chegam até ele. A Lei é uma consequência da conservação da carga
total existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há
acumulação de cargas nos nós.
A tensão U entre os polos de um gerador real é igual à tensão
que teríamos se ele fosse ideal (E) menos a tensão na resistência
interna (ri).

Curva característica de um gerador


De U = E – r.i, com E e r constantes concluímos que o gráfico U
x i é uma reta inclinada decrescente em relação aos eixos U e i. O
ponto A do gráfico tem coordenadas i = 0 e U = E e o ponto B tem
coordenadas U = 0 e i = icc = E/r.

13 https://www.infoescola.com/eletricidade/leis-de-kirchhoff/
Editora
235
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

Segunda lei de Kirchhoff (lei das malhas).


A soma algébrica das forças eletromotrizes (f.e.m) em qualquer
malha é igual à soma algébrica das quedas de potencial ou dos pro-
dutos iR contidos na malha.

Aplicando as leis de Kirchhoff.

Exemplo 1: A figura 1 mostra um circuito cujos elementos têm


os seguintes valores:
Resolvendo o sistema temos que:
E1=2,1 V; E2=6,3 V; R1=1,7 Ώ; R2=3,5 Ώ. Ache as correntes nos
três ramos do circuito. i1 = 0,82A
i2 = -0,4A
i3 = 0,42A

Os sinais das correntes mostra que escolhemos corretamente


os sentidos de i1 e i3, contudo o sentido de i2 está invertido, ela
deveria apontar para cima no ramo central da figura 1.

Exemplo 2: Qual a diferença de potencial entre os pontos a e d


da figura 1?
Solução: Pela Lei da Malhas temos:

Circuito com várias malhas e nós.

Solução: Os sentidos das correntes são escolhidos arbitraria-


mente. Aplicando a 1ª lei de Kirchhoff (Lei dos Nós) temos:

i1 + i2 = i3
Observe que se não alterarmos o sentido da corrente i2, tere-
Aplicando a 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas): partindo do mos que utilizar o sinal negativo quando for feito algum cálculo com
ponto a percorrendo a malha abcd no sentido anti-horário. Encon- essa corrente.
tramos:

QUESTÕES

Ou 1. (PETROBRAS – Técnico de Operação Júnior – CESGRANRIO)


Com base na segunda lei de Newton, se a um corpo de 50 kg de
massa é aplicada uma força de 1,0 kN, esse corpo é acelerado de
(A) 10 cm/s²
(B) 20 cm/s²
Se percorrermos a malha adef no sentido horário temos: (C) 10 m/s²
(D) 20 m/s²
(E) 50 cm/s²
Ou
2. (ETAM – Técnico de Projetos Navais – BIO-RIO) Dois blocos
A e B, de massas respectivamente iguais a 4,0 kg e 2,0 kg, estão dis-
postos sobre um plano horizontal conforme a figura abaixo.
Ficamos então com um sistema de 3 equações e 3 incógnitas,
que podemos resolver facilmente:

Editora
236
236
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

6. Considere o texto abaixo para responder a questão.


O conjunto é empurrado por uma força , de módulo 30 N, apli- A hidrostática estabelece uma relação entre a pressão p atuan-
cada horizontalmente sobre o bloco A. O atrito entre os blocos e o te em um corpo submerso e a profundidade h em que se encontra
plano horizontal deve ser desprezado. A intensidade da força que esse corpo (p = ρ.g.h).
o bloco B exerce sobre o bloco A é: Essa relação depende da massa específica do fluido e da acele-
(A) 10N ração da gravidade local. Considerando-se g = 10 m/s2 , a pressão
(B) 20N manométrica atuante na válvula de um reservatório de óleo lubrifi-
(C) 30N cante (ρ = 880 kg/m3 ), posicionada a 5 m abaixo da superfície livre
(D) 40N do óleo, expressa em kPa, é
Alternativas
3. (SEE/AC – Professor de Matemática e Física – FUNCAB) Uma (A) 44
força de 2 N atua empurrando um corpo de 4 kg. A aceleração com (B) 88
que esse corpo se movimenta será, portanto, em unidades do SI, (C) 400
de: (D) 440
(A) 1,0. (E) 880
(B) 0,6.
(C) 0,5. 7. Um gás escoa em regime permanente por uma tubulação de
(D) 2,0. diâmetro D quando passa por uma redução cônica e passa a escoar
(E) 0,0. por uma tubulação de diâmetro D/2. A densidade do gás na tubu-
lação maior é de 2 kg/m3 , enquanto sua velocidade é de 20 m/s.
4. (PETROBRAS – Técnico de Inspeção de Equipamentos e Ins- Por outro lado, a velocidade do gás após a redução passa a ser de
talações Júnior – CESGRANRIO) Um bloco de 10 kg sobe com ve- 16 m/s. Para as condições de escoamento estabelecidas, estima-se
locidade constante um plano inclinado. Outro bloco de 8,0 kg está que a densidade do gás, em kg/m3 , na seção menor, vale
conectado ao primeiro através de um fio e de uma roldana ideais, Alternativas
conforme mostra a Figura abaixo. (A) 2
(B) 4
(C) 8
(D) 10
(E) 16

8. (UNIFOR/CE) Afundando 10 m na água, fica-se sob o efeito


de uma pressão, devida ao líquido, de 1 atm. Em um líquido com
80% da densidade da água, para ficar também sob o efeito de 1 atm
O módulo, em N, da força de atrito entre o bloco de 10 kg e o de pressão devida a esse líquido, precisa-se afundar, em metros,
plano inclinado é (A) 8
Dados Aceleração da gravidade = 10 m/s2 (B) 11,5
sen 30° = 0,50 (C) 12
cos 30° = 0,87 (D) 12,5
(A) 70 (E) 15
(B) 30
(C) 50 9. (ETAM – Técnico de projetos navais – BIO-RIO) Um turista
(D) 80 americano, ao desembarcar no aeroporto do Rio de Janeiro para
(E) 87 assistir à Copa do Mundo de Futebol de 2014, verificou que a tem-
peratura local era de 40 °C. O valor desta temperatura na escala
5. Considere o texto abaixo para responder a questão. Fahrenheit é:
A hidrostática estabelece uma relação entre a pressão p atuan- (A) 32
te em um corpo submerso e a profundidade h em que se encontra (B) 40
esse corpo (p = ρ.g.h). (C) 72
Essa relação depende da massa específica do fluido e da acele- (D) 104
ração da gravidade local.
A pressão pode também ser obtida pela expressão p = Imagem 10. (EEAR – Sargento- Controlador de Tráfego Aéreo – AERO-
associada para resolução da questão.g, na qual Imagem associada NÁUTICA) Um indivíduo, na praia, tem gelo (água no estado sólido)
para resolução da questão é o peso específico do fluido. a -6ºC para conservar um medicamento que deve permanecer a
Essa propriedade representa a(o) aproximadamente 0ºC. Não dispondo de um termômetro, teve que
Alternativas criar uma nova maneira para controlar a temperatura. Das opções
(A) pressão do fluido por unidade de volume abaixo, a que apresenta maior precisão para a manutenção da tem-
(B) pressão do fluido por unidade de massa peratura esperada, é
(C) pressão do fluido por unidade de profundidade (A) utilizar pouco gelo em contato com o medicamento.
(D) massa do fluido por unidade de volume (B) colocar o gelo a uma certa distância do medicamento.
(E) peso do fluido por unidade de volume
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237
a solução para o seu concurso!
FÍSICA

(C) aproximar e afastar o gelo do medicamento com determi- 14. (Puc-RJ) Um cubo de gelo dentro de um copo com água
nada frequência. resfria o seu conteúdo. Se o cubo tem 10 g e o copo com água tem
(D) deixar o gelo começar a derreter antes de colocar em con- 200 ml e suas respectivas temperaturas iniciais são 0 °C e 24 °C,
tato com o medicamento. quantos cubos de gelo devem ser colocados para baixar a tempera-
tura da água para 20 °C? (Considere que o calor específico da água
11. (UEG – Assistente de Gestão Administrativa – Necropsia é ca = 1,0 cal/(g °C), o calor latente de fusão do gelo L = 80 cal/g, e a
– FUNIVERSA) Uma câmara refrigerada utilizada em necrotérios densidade da água, d = 1 g/ml)
possui, nas especificações técnicas a respeito do controle de tem- (A) 1
peraturas, um termômetro digital, graduado de –40 ºC a +99 ºC, (B) 2
com posicionamento externo e bulbo sensor remoto. As tempera- (C) 3
turas indicadas de –40 ºC e 99 ºC correspondem, respectivamente (D) 4
e aproximadamente, nas escalas Fahrenheit e Kelvin, a (E) 5
(A) 36 ºF e 370 K.
(B) 24 ºF e 174 K. 15. Um bloco de uma material desconhecido e de massa 1kg
(C) –20 ºF e 273 K. encontra-se à temperatura de 80°C, ao ser encostado em outro blo-
(D) –36 ºF e 370 K. co do mesmo material, de massa 500g e que está em temperatura
(E) –40 ºF e 372 K. ambiente (20°C). Qual a temperatura que os dois alcançam em con-
tato? Considere que os blocos estejam em um calorímetro.
12. (CBM/MG – Oficial do Corpo de Bombeiros Militar – IDE- (A)80
CAN) A figura representa o botão controlador da temperatura de (B)75.
um forno. Considere que na posição “LOW” a temperatura, no inte- (C)70
rior do forno, atinja 300°F e na posição “HI” atinja 480°F e que ocor- (D) 60
ra um aumento contínuo da temperatura entre esses dois pontos. (E) 55

16. Em uma cozinha, uma chaleira com 1L de água ferve. Para


que ela pare, são adicionados 500mL de água à 10°C. Qual a tempe-
ratura do equilíbrio do sistema?
(A)70
(B)65.
(C)90
(D)80
(E)35
Assim, para se obter a temperatura de 160°C, deve-se ajustar
17. Qual a energia interna de 1,5 mols de um gás perfeito na
esse botão na posição:
temperatura de 20°C? Considere R=8,31 J/mol.K.
(A) 2
(A)8,31
(B) 4
(B)5,47
(C) 6
(C)3,0
(D) 8
(D)293
(E)55
13. (UFTM) Dona Joana é cozinheira e precisa de água a 80 ºC
para sua receita. Como não tem um termômetro, decide misturar
18. Quando são colocados 12 moles de um gás em um reci-
água fria, que obtém de seu filtro, a 25 ºC, com água fervente. Só
piente com êmbolo que mantém a pressão igual a da atmosfera,
não sabe em que proporção deve fazer a mistura. Resolve, então,
inicialmente ocupando 2m³. Ao empurrar-se o êmbolo, o volume
pedir ajuda a seu filho, um excelente aluno em física. Após alguns
ocupado passa a ser 1m³. Considerando a pressão atmosférica igual
cálculos, em que levou em conta o fato de morarem no litoral, e
a 100000N/m², qual é o trabalho realizado sob o gás?
em que desprezou todas as possíveis perdas de calor, ele orienta
(A)1000
sua mãe a misturar um copo de 200 mL de água do filtro com uma
(B)20000
quantidade de água fervente, em mL, igual a
(C)240
(A)800.
(D)-1000
(B)750.
(E)100
(C)625
(D) 600
(E) 550

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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

19.Uma transformação é dada pelo gráfico abaixo: (D) carregada positivamente, carregada negativamente
(E) neutra

22. (UNI-RIO) Três esferas idênticas, muito leves, estão pendu-


radas por fios perfeitamente isolantes, num ambiente seco, confor-
me mostra a figura. Num determinado instante, a esfera A (QA =20µ
C) toca a esfera B (QB=- 2 µC); após alguns instantes, afasta-se e
toca na esfera C (QC=- 6 µC), retornando à posição inicial.

Qual o trabalho realizado por este gás?


(A)9.106
(B) 3.105
(C)9.105
Após os contatos descritos, as cargas das esferas A, B e C são,
(D) 18.104
respectivamente, iguais a (em C):
(E) 8.105
(A) QA= 1,5 QB= 9,0 QC= 1,5
(B) QA= 1,5 QB= 11 QC = 9,0
20. (UNIVALI - SC) Uma máquina térmica opera segundo o ci-
(C) QA= 2,0 QB= -2,0 QC = -6,0
clo de Carnot entre as temperaturas de 500K e 300K, recebendo 2
(D) QA= 9,0 QB= 9,0 QC= 9,0
000J de calor da fonte quente. O calor rejeitado para a fonte fria e o
(E) QA= 9,0 QB= 9,0 QC = 1,5
trabalho realizado pela máquina, em joules, são, respectivamente:
(A) 500 e 1 500
23. (Efoa-MG) Um sistema é constituído por um corpo de mas-
(B) 700 e 1 300
sa M, carregado positivamente com carga Q, e por outro corpo de
(C) 1 000 e 1 000
massa M, carregado negativamente com carga Q. Em relação a este
(D) 1 200 e 800
sistema pode-se dizer que:
(E) 1 400 e 600
(A) sua carga total é -Q e sua massa total é 2M
(B) sua carga total é nula e sua massa total é 2M
21. (UFRN) Uma das aplicações tecnológicas modernas da ele-
(C) sua carga total é +2Q e sua massa total é 2M
trostática foi a invenção da impressora a jato de tinta. Esse tipo de
(D) sua carga total é +Q e sua massa total é nula
impressora utiliza pequenas gotas de tinta, que podem ser eletri-
(E) sua carga total é nula e sua massa total é nula
camente neutras ou eletrizadas positiva ou negativamente. Essas
gotas são jogadas entre as placas defletoras da impressora, região
24. (UEL-PR) Campos eletrizados ocorrem naturalmente em
onde existe um campo elétrico uniforme E, atingindo, então, o pa-
nosso cotidiano. Um exemplo disso é o fato de algumas vezes levar-
pel para formar as letras. A figura a seguir mostra três gotas de tin-
mos pequenos choques elétricos ao encostarmos em automóveis.
ta, que são lançadas para baixo, a partir do emissor. Após atraves-
Tais choques são devidos ao fato de estarem os automóveis eletri-
sar a região entre as placas, essas gotas vão impregnar o papel. (O
camente carregados. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou
campo elétrico uniforme está representado por apenas uma linha
neutros), considere as afirmativas a seguir:
de força.)
I. Se um corpo está eletrizado, então o número de cargas elétri-
cas negativas e positivas não é o mesmo.
II. Se um corpo tem cargas elétricas, então está eletrizado.
III. Um corpo neutro é aquele que não tem cargas elétricas.
IV. Ao serem atritados, dois corpos neutros, de materiais dife-
rentes, tornam-se eletrizados com cargas opostas, devido ao princí-
pio de conservação das cargas elétricas.
V. Na eletrização por indução, é possível obter-se corpos eletri-
zados com quantidades diferentes de cargas.
Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta.
(A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
(B) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
Pelos desvios sofridos, pode-se dizer que a gota 1, a 2 e a 3 (C) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
estão, respectivamente: (D) Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
(A) carregada negativamente, neutra e carregada positivamen- (E) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras
te
(B) neutra, carregada positivamente e carregada negativamen-
te
(C) carregada positivamente, neutra e carregada negativamen-
te
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

25. (UFSM-RS) Analise as afirmações a seguir, referentes a um 29. (MACKENZIE) A capacitância de um capacitor aumenta
circuito contendo três resistores de resistências diferentes, associa- quando um dielétrico é inserido preenchendo todo o espaço entre
dos em paralelo e submetidos a uma certa diferença de potencial, suas armaduras. Tal fato ocorre porque:
verificando se são verdadeiras ou falsas. (A) cargas extras são armazenadas no dielétrico;
(B) átomos do dielétrico absorvem elétrons da placa negativa
1. A resistência do resistor equivalente é menor do que a me- para completar suas camadas eletrônicas externas;
nor das resistências dos resistores do conjunto; (C) as cargas agora podem passar da placa positiva à negativa
do capacitor;
2. A corrente elétrica é menor no resistor de maior resistência; (D) a polarização do dielétrico reduz a intensidade do campo
elétrico no interior do capacitor;
3. A potência elétrica dissipada é maior no resistor de maior (E) o dielétrico aumenta a intensidade do campo elétrico.
resistência.
A sequência correta é: 30. (Uneb-BA) Um resistor ôhmico, quando submetido a uma
(A) F, V, F ddp de 40 V, é atravessado por uma corrente elétrica de intensidade
(B) V, F, F 20 A. Quando a corrente que o atravessa for igual a 4 A, a ddp, em
(C) V, V, V volts, nos seus terminais, será:
(D) V, V, F (A) 8
(E) F, F, V (B) 12
(C) 16v
26.Sobre um resistor de 100 Ω passa uma corrente de 3 A. Se a (D) 20
energia consumida por este resistor foi de 2Kwh, determine aproxi- (E) 30
madamente quanto tempo ele permaneceu ligado à rede.
(A) 15h
(B) 1,5h GABARITO
(C) 2h
(D) 3 h
(E) 6h 1 D
2 A
27. (PUC- MG) Ao aplicarmos uma diferença de potencial 9,0
V em um resistor de 3,0Ώ, podemos dizer que a corrente elétrica 3 C
fluindo pelo resistor e a potência dissipada, respectivamente, são: 4 B
(A) 1,0 A e 9,0 W
(B) 2,0 A e 18,0 W 5 E
(C) 3,0 A e 27,0 W 6 A
(D) 4,0 A e 36,0 W
7 D
(E) 5,0 A e 45,0 W
8 D
28 (Fatec-SP) Por um resistor faz-se passar uma corrente elétri- 9 D
ca i e mede-se a diferença de potencial U. Sua representação gráfi-
ca está esquematizada abaixo. A resistência elétrica, em ohms, do 10 D
resistor é: 11 E
12 A
13 E
14 A
15 D
16 A
17 B
18 D
19 D
(A) 0,8 20 D
(B) 1,25 21 C
(C) 800
(D) 1250 22 A
(E) 80 23 B
24 B
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a solução para o seu concurso!
FÍSICA

25 D ______________________________________________________

26 C ______________________________________________________
27 C ______________________________________________________
28 C
______________________________________________________
29 D
30 A ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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2. Os átomos de diferentes elementos têm diferentes proprie-


MODELOS ATÔMICOS: DALTON, THOMSON, RUTHERFORD, dades, mas todos os átomos do mesmo elemento são exatamente
RUTHERFORD-BOHR, ORBITAIS E DISTRIBUIÇÃO ELETRÔ- iguais;
NICA 3. Os átomos não se alteram quando formam componentes
químicos;
4. Os átomos são permanentes e indivisíveis, não podendo ser
A estrutura atômica é composta por três partículas fundamen- criados nem destruídos;
tais: prótons (com carga positiva), nêutrons (partículas neutras) e 5. As reações químicas correspondem a uma reorganização de
elétrons (com carga negativa). átomos.
Toda matéria é formada de átomo sendo que cada elemento
químico possui átomos diferentes. Modelo Atômico de Thomson
A eletricidade chega às nossas casas através de fios e da mo-
vimentação de partículas negativas que fazem parte dos elétrons,
que circulam pelos fios.

Modelos Atômicos
Os modelos atômicos são os aspectos estruturais dos átomos
que foram apresentados por cientistas na tentativa de compreen-
der melhor o átomo e a sua composição.

Em 1808, o cientista inglês John Dalton propôs uma explicação


para a propriedade da matéria. Trata-se da primeira teoria atômica
que dá as bases para o modelo atômico conhecido atualmente.
A constituição da matéria é motivo de estudos desde a antigui-
dade. Os pensadores Leucipo (500 a.C.) e Demócrito (460 a.C.) for-
mularam a ideia de haver um limite para a pequenez das partículas.
Modelo Atômico de Thomson
Eles afirmavam que elas se tornariam tão pequenas que não
poderiam ser divididas. Chamou-se a essa partícula última de áto-
O Modelo Atômico de Thomson foi o primeiro a realizar a di-
mo. A palavra é derivada dos radicais gregos que, juntos, significam
visibilidade do átomo. Ao pesquisar sobre raios catódicos, o físico
o que não se pode dividir.
inglês propôs esse modelo que ficou conhecido como o modelo pu-
dim de ameixa.
O Modelo Atômico de Dalton
Ele demonstrou que esses raios podiam ser interpretados
como sendo um feixe de partículas carregadas de energia elétrica
negativa.
Em 1887, Thomson sugeriu que os elétrons eram um consti-
tuinte universal da matéria. Ele apresentou as primeiras ideias rela-
tivas à estrutura interna dos átomos.
Thomson indicava que os átomos deviam ser constituídos de
cargas elétricas positivas e negativas distribuídas uniformemente.
Ele descobriu essa mínima partícula e assim estabeleceu a teo-
ria da natureza elétrica da matéria. Concluiu que os elétrons eram
constituintes de todos os tipos de matéria, pois observou que a re-
Modelo atômico de Dalton lação carga/massa do elétron era a mesma para qualquer gás em-
pregado em suas experiências.
O Modelo Atômico de Dalton, conhecido como o modelo bola Em 1897, Thomson tornou-se reconhecido como o “pai do elé-
de bilhar, possui os seguintes princípios: tron”.
1. Todas as substâncias são formadas de pequenas partículas
chamadas átomos;

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Modelo Atômico de Rutherford 2. O átomo é incrivelmente pequeno, mesmo assim a maior


parte do átomo é espaço vazio. O diâmetro do núcleo atômico é
cerca de cem mil vezes menor que o átomo todo. Os elétrons giram
tão depressa que parecem tomar todo o espaço.
3. Quando a eletricidade passa através do átomo, o elétron
pula para a órbita maior e seguinte, voltando depois à sua órbita
usual.
4. Quando os elétrons saltam de uma órbita para a outra resul-
ta luz. Bohr conseguiu prever os comprimentos de onda a partir da
constituição do átomo e do salto dos elétrons de uma órbita para
a outra.

ÁTOMO
Toda matéria é formada por partículas muito pequenas. Essas
Modelo atômico de Rutherford partículas chamamos de átomo.
ÁTOMO – É uma partícula indivisível.
Em 1911, o físico neozelandês Rutherford colocou uma folha Há cerca de 2,5 mil anos, o filósofo grego Demócrito disse
de ouro bastante fina dentro de uma câmara metálica. Seu objetivo que se dividirmos a matéria em pedacinhos cada vez menores,
era analisar a trajetória de partículas alfa a partir do obstáculo cria- chegaremos a grãozinhos indivisíveis, que são os átomos (a = não
do pela folha de ouro. e tomo = parte). Em 1897, o físico inglês Joseph Thompson (1856-
Nesse ensaio de Rutherford, observou que algumas partículas 1940) descobriu que os átomos eram divisíveis: lá dentro havia o
ficavam totalmente bloqueadas. Outras partículas não eram afeta- elétron, partícula com carga elétrica negativa.
das, mas a maioria ultrapassava a folha sofrendo desvios. Segundo
ele, esse comportamento podia ser explicados graças às forças de
repulsão elétrica entre essas partículas.
Pelas observações, afirmou que o átomo era nucleado e sua
parte positiva se concentrava num volume extremamente peque-
no, que seria o próprio núcleo.
O Modelo Atômico de Rutherford, conhecido como modelo
planetário, corresponde a um sistema planetário em miniatura, no
qual os elétrons se movem em órbitas circulares, ao redor do nú-
cleo.

Modelo de Rutherford – Bohr


Em 1911, o neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937)
mostrou que os átomos tinham uma região central compacta
chamada núcleo e que lá dentro encontravam-se os prótons,
partículas com carga positiva.

Modelo Atômico de Rutherford-Bohr


Fonte: http://static.hsw.com.br/gif/atom-rutherford.jpg
O modelo apresentado por Rutherford foi aperfeiçoado por
Bohr. Por esse motivo, o aspecto da estrutura atômica de Bohr tam- Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974) descobriu
bém é chamada de Modelo Atômico de Bohr ou Modelo Atômico o nêutron, partícula neutra, companheira do próton no núcleo
de Rutherford-Bohr. atômico.
A teoria do físico dinamarquês Niels Bohr estabeleceu as se- No início dos anos 60, os cientistas já achavam que prótons
guintes concepções atômicas: e nêutrons eram formados por partículas ainda menores. Murray
1. Os elétrons que giram ao redor do núcleo não giram ao aca- Gell-Mann, nascido em 1929 sugere a existência dos quarks, que
so, mas descrevem órbitas determinadas. seriam essas partículas menores. Os quarks são mantidos juntos
por outras partículas denominadas gluons.

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QUÍMICA

Acreditava-se, na Antiguidade, que os átomos eram indivisíveis maiúsculas K,L,M,N,O,P,Q. Nas camadas, os elétrons se movem e
e maciços. No século XX ficou provado que os átomos são formados quando passam de uma camada para outra absorvem ou liberam
por outras partículas. São três partículas fundamentais: elétrons, energia.
prótons e nêutrons. Quando um elétron salta para uma camada mais interna ele
O átomo se divide em duas partes: o núcleo e a eletrosfera. Os libera energia.
prótons e nêutrons ficam no núcleo do átomo e os elétrons ficam Quando um elétron salta para uma camada mais externa ele
na eletrosfera. absorve energia.
A energia emitida é em forma de luz. Chamamos essa energia
de “quantum” de energia. O “quantum” também é chamado de fó-
ton.

Cada camada eletrônica pode conter certo número máximo de


elétrons.
Fonte: http://www.infoescola.com/Modules/Articles/Images/ Observe a tabela:
full-1-3d6aba4843.jpg

Essas partículas são caracterizadas pelas suas cargas elétricas. NOME DA CAMADA NÍVEL Nº MÁX. DE É NA CAMADA
O elétron tem carga -1 e massa desprezível (sendo aproximada- K 1 2
mente 1/1836 a massa do próton). A massa do próton seria então
L 2 8
igual a 1 e a carga +1. O nêutron não possui carga elétrica e sua
massa é igual a do próton. M 3 18
Observe a tabela entre as relações de massa das partículas fun- N 4 32
damentais do átomo. Adota-se como padrão o próton com massa
igual a 1: O 5 32
P 6 18
PARTÍCULA MASSA CARGA ELÉTRICA Q 7 8
p 1 +1
O número de camadas ou níveis de energia varia de acordo
n 1 0 com o número de elétrons de cada átomo.
é 1/1836 -1 Em todo átomo (exceto o paládio – Pd) o número máximo de
elétrons em uma camada K só suporta 2 elétrons.
Note que a massa do elétron é 1.836 vezes menor que a do A penúltima camada deve ter no máximo 18 elétrons.
próton, por isso desconsidera-se a sua massa. Para os átomos com mais de 3 camadas, enquanto a penúltima
não estiver com 18 elétrons, a última terá no máximo 2 elétrons.
Tamanho do Átomo
O tamanho do átomo é medido em angstrons (Å). Observe algumas distribuições:
1 angstron = 10-10metros H (hidrogênio) nº de é = 1 K=1
O diâmetro médio do núcleo de um átomo fica entre 10-4 Å e K (potássio) nº de é =19 K = 2 L=8 M = 8 N = 1
10-5 Å e o da eletrosfera é de 1Å. Be (berílio) nº de é = 4 K = 2 L = 2
A eletrosfera de um átomo é entre 10000 e 100000 vezes maior Zr (zircônio) nº de é = 40 K = 2 L = 8 M = 18 N = 10 O = 2
que o seu núcleo. Essa diferença de tamanho nos leva a admitir que
o átomo é quase feito de espaço vazio. Número Atômico (Z)
Em termos práticos, se o núcleo tivesse o tamanho de uma Cada átomo possui o seu número atômico. Ele indica o número
bola de tênis, o primeiro elétron estaria a uma distância de 1 km. de elétrons e prótons do átomo. Se ele estiver com sua carga elétri-
ca zero ele está neutro, ou seja, é um átomo neutro.
Camadas Eletrônicas / Níveis de Energia O número atômico é indicado pela letra (Z).
Na eletrosfera, os elétrons giram em torno do núcleo ocupan- Número Atômico é o número de prótons e elétrons (átomo
do o que chamamos de NÍVEIS DE ENERGIA ou CAMADAS ELETRÔ- neutro) que existem no átomo.
NICAS. Cada nível possui um número inteiro de 1 a 7 ou pelas letras

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QUÍMICA

Exemplos: Íon positivo (+) doa elétrons – íon cátion. Ex. Na+
Na (sódio) Z=11 Íon negativo (-) recebe elétrons – íon ânion. Ex. Cl-
He (hélio) Z=2 Quando um cátion doa elétrons, ele fica positivo.
V (vanádio) Z=23 Quando um ânion ganha elétrons, ele fica negativo.
Br (bromo) Z=84
Po (polônio) Z=84 ISÓTOPO, ISÓBARO E ISÓTONO
Se observarmos o número atômico, número de massa e de
Pode-se dizer que o número atômico é igual ao número de nêutrons de diferentes átomos podemos encontrar conjuntos de
prótons do núcleo. Se o átomo for neutro, é igual ao número de átomos com outro número igual.
elétrons também. Os isótopos são átomos que possuem o mesmo número de
Z=p=é prótons (p) e diferente número de massa (A).
Exemplo: o hidrogênio (H)
Número de Massa (A) ¹H ²H ³H
Número de massa é o peso do átomo. É a soma do número de ¹ ¹ ¹
prótons (Z) e de nêutrons (n) que existem num átomo. hidrogênio deutério trítio
A=p+n ou A = Z + n Z=1 Z=1 Z=1
A=1 A=2 A=3
É este número que informa se o átomo é mais “leve” ou mais
“pesado”. São os prótons e nêutrons quem dão a massa do átomo, Este fenômeno é muito comum na natureza. Quase todos os
já que os elétrons são muito pequenos, com massa desprezível em elementos químicos naturais são formados por mistura de isóto-
relação a estas partículas. pos.
Os isóbaros são átomos que possuem o mesmo número de
Exemplos: massa (A) e diferente número de prótons.
Na (sódio) A = 23 Exemplo:

Se o Na tem A = 23 e Z = 11, qual o número de n (nêutrons)? 40


K 40
Ca
A = 23 19 20

Z=p=é A = 40 A = 40
A=p+n Z = 19 Z = 20
23 = 11 + n
n = 12 São átomos de elementos químicos diferentes, mas que tem o
mesmo número de massa.
A partir do Z, temos o número de prótons e de elétrons do Os isótonos são átomos que possuem o mesmo número de
átomo. A partir da fórmula A = p + n, isolamos o n para achá-lo, nêutrons e com diferentes números de prótons e de massa. São
substituindo o A e o p na fórmula. Então podemos utilizar também átomos de diferentes elementos químicos.
a fórmula:
n=A–p Exemplo:
A = 37Cl A = 40Ca
Observe o modelo: Z = 17 Z = 20
a) K (potássio) __________ __________
A = 39 n = 20 n = 20
Z = 19
p = 19 Os isótonos têm propriedades químicas e físicas diferentes.
é = 19
n = 20 Diagrama de Pauling
O diagrama de Pauling ou princípio de Aufbau nada mais é do
Encontramos estes valores na Tabela Periódica dos Elementos. que um método de distribuir os elétrons na eletrosfera do átomo
Toda tabela possui a sua legenda informando o número atômico e dos íons. Este método foi desenvolvido pelo físico alemão Erwin
e o número de massa. Aplicando a fórmula correta, conseguimos Madelung (no Brasil, em muitos livros de química, o modelo é atri-
encontrar o valor de nêutrons. buído à Linus Pauling; entretanto, não há evidências de que tenha
sido ele o criador desse método). Ele provou experimentalmente
ÍON que os elétrons são dispostos nos átomos em ordem crescente de
O átomo que possui p = é, ou seja, o número de prótons igual energia, visto que todas as vezes que o elétron recebe energia ele
ao número de elétrons é eletricamente neutro. salta para uma camada mais externa a qual ele se encontra, e no
Átomo neutro = p = é momento da volta para sua camada de origem ele emite luz, em vir-
Se o átomo tiver elétrons a mais ou a menos, então não será tude da energia absorvida anteriormente. Baseado na proposição
mais um átomo neutro. Este átomo passará a ser chamado de ÍON. de Niels Borh de que os elétrons giram ao redor do núcleo, como a
Íon = p ≠ é órbita dos planetas ao redor do sol.
Íon é um átomo que perde ou ganha elétrons. Ele pode ficar
negativo ou positivo. Então:
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QUÍMICA

Uma lâmpada fluorescente, por exemplo, ela contém uma substância química em seu interior, obviamente formada por átomos, os
elétrons presentes na eletrosfera destes átomos, ao receber a energia elétrica são excitados, e começam a saltar para outras camadas e
ao retornarem emitem a luz.

Diagrama de Pauling
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d106p6 7s2 5f146d10 7p6 ...

Ordem crescente de energia

Número Quântico Principal (n): também conhecido como nível energético são representados pelos números inteiros corresponden-
tes a:
• K= 1 s
• L= 2 s p
• M= 3 s p d
• N= 4 s p d f
• O= 5 s p d f g
• P= 6 s p d f g h
• Q= 7 s p d f g h i...

Número Quântico Azimutal(l): é comumente conhecido como subnível energético e representado pelas (“s, p, d, f,”...), respecti-
vamente, “s(Sharp), p(Principal), d(difuse) e f(fundamental)”. Os subníveis energéticos são formados por orbitais, que comportam 2
elétrons com spins opostos segundo o Princípio da exclusão de Pauli.

• s²= 1 orbital e 2 spins


• p6= 3 orbitais e 6 spins
• d10= 5 orbitais e 10 spins
• f14= 7 orbitais e 14 spins
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QUÍMICA

Número Quântico Magnético(m): o número quântico magnético é útil para identificação dos orbitais. Onde o orbital da direita tem
valor (+) e os da esquerda valor (-). Por exemplo, utilizando o subnível f que possui um maior número de orbitais, temos:

Número Quântico de Spin (Ms): são representações em forma de seta dos elétrons distribuídos nos orbitais. O valor dos de cada spin
é:
↑ Para cima é positivo Ms=+½(meio) e ↓ Para baixo é negativo e Ms=-½(meio)
Exemplo: é necessário fazer a distribuição eletrônica do átomo de Praseodímio:
Passo 1: procurar o elemento na tabela periódica e observar seu número atômico.
Utilizando o diagrama de Pauling e seguindo pelas diagonais obtém-se:

No átomo de Pr as camadas possuem:


K=2 elétrons, L=8 elétrons, M=18 elétrons, N=21elétrons, O=8 elétrons e P=2 elétrons.
Passo 2: dispor os spins em orbitais(aqui representados pelos quadrinhos) sendo

Para os íons a distribuição é diferente, visto que íons são átomos que possuem carga e são subdividos em Cátions - tem tendência de
perder seus elétrons e Ânions – tem tendência de ganhar elétrons.
Para o Cátion de Pr+2 por exemplo, a distribuição passa a ser para 57 elétrons pois ele perde 2 em virtude de sua valência:

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QUÍMICA

K=2 elétrons, L=8 elétrons, M=18 elétrons, N=19 elétrons, O=8 elétrons e P=2 elétrons.

Para um átomo de cloro, por exemplo, a distribuição é 17, porém para o ânion cloreto passa a ser de 18 elétrons por que ele ganha
1 elétron:
17
Cl:
1s2
2s2 2p6
3s2 3p5 ou 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
K=2, L=8 e M=7 elétrons

17
Cl-1:
1s2

2s2 2p6
3s2 3p6 ou 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
K=2, L=8 e M=8 elétrons

É importante salientar que no texto acima existem reticências demonstrando a continuação das camadas, níveis, subníveis etc.
Simplesmente por que Pauling seguiu o raciocínio de Mendeleyev, sabendo que novos elementos ainda serão descobertos e ocuparão,
por exemplo, a camada R nível 8 e subníveis s,p,d,f,g,h,i, j e assim por diante.

Princípio da Exclusão de Pauli


De acordo com a Química Quântica, para cada elétron em um átomo poderá ser associado um conjunto de valores referente aos qua-
tro números quânticos, que determinarão a posição ocupada pelo elétron, incluindo o orbital, assim como a orientação em que executa
seu movimento de rotação.

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QUÍMICA

“Existe uma restrição, todavia, quanto aos valores que esses números podem ter. Esta restrição é o Princípio de Exclusão de Pauli,
que estabelece que dois elétrons em um átomo não podem ter todos os quatro números quânticos iguais. Isto significa que, se escolher-
mos um conjunto particular de valores para n, l e ml correspondente a um orbital particular (por exemplo, n=1, l=0, ml=0; o orbital 1s),
poderemos ter apenas dois elétrons com valores diferentes do número quântico de spin, ms (isto é, s= +1/2 ou s= -1/2). Com efeito, isso
limita a dois o número de elétrons em um dado orbital, também requer que os spins destes dois elétrons estejam em direções opostas”.
Portanto, os valores dos quatro números quânticos podem ser atribuídos para cada elétron em um átomo, de acordo com as regras
precedentes e o Princípio da Exclusão de Pauli. Uma maneira objetiva de prever a localização provável de um elétron no interior de um
átomo (sua camada, subcamada e orbital) é através de um conjunto matemático de valores denominado números quânticos.

a) NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (n)


Representa a camada atômica em que o elétron se encontra. Seus valores são números inteiros positivos, sendo experimentalmente
determinado com variação de 1 a 7. Representa a distância média do elétron em relação ao núcleo do átomo, sendo assim, quanto maior
for o valor de n mais afastado este elétron estará.

b) NÚMERO QUÂNTICO AZIMUTAL (l)


Representa a subcamada, assim, a forma do orbital. Pode apresentar valores inteiros de zero até n-1. Quando l=0, tem-se a subcama-
da s e forma simetricamente esférica para o orbital, l=1 designa uma subcamada p e um orbital apresentando uma forma típica de dois
lobos de um orbital p. De forma idêntica, l=2 representa uma subcamada d e l=3 uma subcamada f.

) NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (ml)


“O termo magnético é relativo ao fato de que os orbitais de uma dada subcamada possuem diferentes energias quantizadas, na pre-
sença de um campo magnético”. O valor deste número quântico oferece informações a respeito da orientação de um orbital no espaço.
Para a subcamada s apresenta valor zero, para a subcamada p pode assumir valores inteiros no intervalo de –1 a +1, para a subcamada d
valores de –2 a +2 e para a subcamada f valores de –3 a +3.

c) NÚMERO QUÂNTICO SPIN (ms)


O quarto número quântico, denominado muitas vezes apenas de spin, representa o eixo de rotação do elétron no orbital. Possui valor
de +1/2 e –1/2, “sendo atribuido o primeiro a uma rotação em sentido anti-horário e o segundo em sentido horário”.
Na Tabela 1 há um sumário referente aos valores para os quatro números quânticos obtidos por algumas informações.

Nome Símbolo Característica especificada Informação fornecida Valores possíveis


Principal n Camada Distância média do núcleo 1, 2, 3, 4,...
Azimutal l Subcamada Forma do orbital 0, 1, 2,...(n-1)
Magnético ml Orbital Orientação do orbital -l, (-l+1),...0,...(l-1), l
Spin ms Spin Spin -1/2, +1/2

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS: TABELA PERIÓDICA ATUAL E SUA ESTRUTURA - LEI DE MOSELEY
PERÍODO, GRUPO E SUBGRUPO ELEMENTO REPRESENTATIVO, DE TRANSIÇÃO E GÁS NOBRE, PROPRIEDADE PERIÓDICA
(RAIOS ATÔMICO E IÔNICO, ENERGIA DE IONIZAÇÃO E ELETRONEGATIVIDADE)

Em Química, os critérios utilizados para a organização dos elementos químicos foram estabelecidos ao longo do tempo. No ano
de 1869, Dimitri Mendeleev iniciou os estudos a respeito da organização da tabela periódica através de um livro sobre os cerca de 60
elementos conhecidos na época, cujas propriedades ele havia anotado em fichas separadas. Ao trabalhar com esses dados ele percebeu
que organizando os elementos em função da massa de seus átomos, determinadas propriedades se repetiam diversas vezes, e com uma
mesma proporção, portanto era uma variável periódica. Lembrando que periódico é tudo o que se repete em intervalos de tempo bem
definidos, como é o caso das estações do ano e das fases da lua, por exemplo.
Ela foi criada com o intuito de organizar as informações já constatadas a fim de facilitar o acesso aos dados. Quando foi proposta mui-
tos elementos ainda não haviam sido descobertos, muito embora seu princípio seja seguido até hoje com 118 elementos. Alguns outros
modelos de tabela vêm sendo propostos, como por exemplo a que apresenta forma de espiral proposta por Philip Stewart com base na
natureza cíclica dos elementos químicos, porém a mais utilizada ainda é a de Mendeleev.
Dimitri Ivanovich Mendeleev nasceu na Sibéria e era professor da Universidade de São Petersburgo quando descobriu a lei periódica.
O elemento de número atômico 101 da tabela periódica tem o nome em homenagem a ele, o Mendelévio.

A tabela tem os elementos químicos dispostos em ordem crescente de número atômico e são divididos em grupos (ou famílias) devi-
do a características que são comuns entre eles. Cada elemento químico é representado por um símbolo, por exemplo a prata é represen-
tada por Ag devido a seu nome no latim argentum. Cada elemento possui ao lado de seu símbolo o número atômico e o número de massa
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QUÍMICA

Classificação dos elementos


• Metais: São bons condutores de calor e eletricidade. São sólidos nas CNTP (com exceção do mercúrio), além de maleáveis e
dúcteis.
• Não metais: São maus condutores de corrente elétrica e calor. Podem assumir qualquer estado físico na temperatura ambiente.
• Gases nobres: Apresentam baixa reatividade, sendo até pouco tempo considerados inertes.

Os elementos podem ser classificados em representativos ou de transição (interna e externa). Os representativos são aqueles cuja
distribuição eletrônica termina em s ou p. Os elementos de transição externa são aqueles cuja distribuição acaba em d, e os de transição
interna acabam em f. A localização de um elemento na tabela periódica pode ser indicada pelo seu grupo e seu período. Os elementos de
transição interna são os que se encontram nas duas linhas bem embaixo na tabela e na verdade é como se estivessem localizados no no
sexto e sétimo período do grupo três.
Cada linha no sentido horizontal da tabela periódica representa um período. Eles são em número de sete, e o período em que o ele-
mento se encontra indica o número de níveis que possui. Por exemplo o sódio (Na) está no período três, o que significa que o seu átomo
possui três camadas eletrônicas.
Já os grupos são as linhas verticais que apresentam elementos químicos que compartilham propriedades. Por exemplo o flúor (F) e
o cloro (Cl) estão no grupo 17 (ou 7A) por possuírem alta tendência de receber elétrons, o que chamamos de eletronegatividade. Alguns
grupos possuem nomes específicos como os listados abaixo e os demais recebem o nome do primeiro elemento de seu grupo.
Grupo 1: Metais alcalinos: esses elementos são muito reativos principalmente com a água. Esta reatividade aumenta conforme au-
menta o número atômico e o raio do átomo. Todos os elementos desse grupo são eletropositivos, metais bons condutores de eletricidade,
e formam bases fortes. São sólidos a temperatura ambiente, apresentam brilho metálico e quando expostos ao ar oxidam facilmente.
São utilizados na iluminação no caso das lâmpadas de sódio, na purificação de metais e na fabricação de sabões sendo combinados com
a gordura.
Grupo 2: Metais alcalino-terrosos: Possuem esse nome por serem geralmente encontrados na terra. São bastante reativos, porém
menos que os metais do grupo 1. Também são eletropositivos e são mais duros e densos do que os metais alcalinos. São utilizados em
ligas metálicas como é o caso por exemplo do Berílio (Be), na composição do gesso e do mármore sendo o caso do cálcio (Ca) e em fogos
de artifício magnésio (Mg) e estrôncio (Sr).
Grupo 16 (ou 6A): Calcogênios: Os elementos desse grupo recebem esse nome derivado do grego que significa “formadores de co-
bre”. Neste grupo pode-se perceber facilmente analisando todos os elementos do grupo a presença de características metálicas e não
metálicas. Os elementos mais importantes deste grupo são o oxigênio (O) e o enxofre (S) sendo o primeiro o gás utilizado inclusive em
nossa respiração e o último é responsável inclusive pelo fenômeno da chuva ácida.

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Grupo 17 (ou 7A): Halogênios: São os elementos mais


eletronegativos da tabela periódica, ou seja, possuem a tendência
de receber elétrons em uma ligação. Podem se combinar com
quase todos os elementos da tabela periódica. O flúor por exemplo
possui aplicação na higiene bucal.
Grupo 18 (ou 8A): Gases nobres: possuem essa intitulação de-
vido a ser constatado antigamente que não possuíam tendência
alguma a formarem ligações. Isto ocorre devido à estabilidade de
seus orbitais da camada mais externa completamente preenchidos.
Hoje alguns compostos conseguiram ser preparados com estes ele-
mentos e incluem geralmente o Xenônio (Xe) que possui a primeira
energia de ionização muito próxima do oxigênio.

Propriedades químicas
A Tabela Periódica organiza os elementos químicos até en-
tão conhecidos em uma ordem crescente de número atômico (Z Ordem de crescimento do raio atômico na Tabela Periódica
– quantidade de prótons no núcleo do átomo).
Muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das 2. Energia ou potencial de ionização: é a energia mínima
substâncias simples que eles formam variam periodicamente, ou necessária para remover um elétron de um átomo ou íon no estado
seja, em intervalos regulares em função do aumento (ou da dimi- gasoso.
nuição) dos números atômicos. As propriedades que se comportam Esse elétron é sempre retirado da última camada eletrônica,
dessa forma são chamadas de propriedades periódicas. que é a mais externa e é conhecida como camada de valência.
As principais propriedades periódicas químicas dos elementos Quanto maior o raio atômico, mais afastados do núcleo os elé-
são: raio atômico, energia de ionização, eletronegatividade, ele- trons da camada de valência estarão, a força de atração entre eles
tropositividade e eletroafinidade. Já as físicas são: pontos de fusão será menor e, consequentemente, menor será a energia necessária
e ebulição, densidade e volume atômico. para retirar esses elétrons e vice-versa. Por isso, a energia de io-
nização dos elementos químicos na Tabela Periódica aumenta no
A seguir, veja mais detalhadamente as propriedades periódicas sentido contrário ao aumento do raio atômico, isto é, de baixo para
químicas: cima e da esquerda para a direita:
1- Raio atômico: pode ser definido como a metade da distância
(r = d/2) entre os núcleos de dois átomos de um mesmo elemento
químico, sem estarem ligados e assumindo os átomos como esfe-
ras:

Ordem de crescimento da energia de ionização na Tabela


Periódica
Ilustração de raio atômico
3. Eletronegatividade: representa a tendência que um átomo
Na tabela periódica, o raio atômico aumenta de cima para bai- tem de atrair elétrons para si em uma ligação química covalente em
xo e da direita para a esquerda. uma molécula isolada.
Isso acontece porque em uma mesma família (coluna), as ca- Os valores das eletronegatividades dos elementos foram de-
madas eletrônicas vão aumentando conforme se desce uma “casa” terminados pela escala de Pauling. Foi observado que, conforme o
e, consequentemente, o raio atômico aumenta. Em um mesmo pe- raio aumentava, menor era atração do núcleo pelos elétrons com-
ríodo (linha), o número de camadas eletrônicas é o mesmo, mas a partilhados na camada de valência. Por isso, a eletronegatividade
quantidade de elétrons vai aumentando da esquerda para a direita também aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômi-
e, com isso, a atração pelo núcleo aumenta, diminuindo o tamanho co, sendo que varia na Tabela Periódica de baixo para cima e da
do átomo. esquerda para a direita:

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QUÍMICA

Ordem de crescimento da eletronegatividade na Tabela Peri-


ódica Ordem de crescimento da afinidade eletrônica na Tabela
Periódica
4. Eletropositividade: é a capacidade que o átomo possui de
se afastar de seus elétrons mais externos, em comparação a outro Resumidamente, temos:
átomo, na formação de uma substância composta.

Visto que é o contrário da eletronegatividade, a sua ordem


crescente na tabela periódica também será o contrário da mostra-
da para a eletronegatividade, ou seja, será de cima para baixo e da
direita para a esquerda:

LIGAÇÃO QUÍMICA. TEORIA ELETRÔNICA DE VALÊNCIA LI-


GAÇÃO IÔNICA - LIGAÇÃO COVALENTE TIPOS DE FÓRMU-
LA POLARIDADE DAS LIGAÇÕES E DAS MOLÉCULAS - NÚ-
MERO DE OXIDAÇÃO

Ordem de crescimento da eletropositividade na Tabela Perió-


dica As forças intermoleculares são classificadas em três tipos que
variam conforme a intensidade:
5. Eletroafinidade ou afinidade eletrônica: corresponde à Ligação de Hidrogênio: Ligação de forte intensidade.
energia liberada por um átomo do estado gasoso, quando ele cap- Dipolo Permanente ou dipolo-dipolo: Ligação de média inten-
tura um elétron. sidade.
Essa energia é chamada assim porque ela mostra o grau de Dipolo Induzido ou Forças de London: Ligação de fraca inten-
afinidade ou a intensidade da atração do átomo pelo elétron adi- sidade.
cionado.
Infelizmente, não são conhecidos todos os valores para as ele- Ligação iônica
troafinidades de todo os elementos, mas os que estão disponíveis Em uma ligação iônica ocorre transferência definitiva de elé-
permitem generalizar que essa propriedade aumenta de baixo para trons, o que acarreta a formação de íons positivos (cátions) ou ne-
cima e da esquerda para a direita na Tabela Periódica: gativos (ânions), os quais originam compostos iônicos. Como todos
os íons apresentam excesso de cargas elétricas positivas ou negati-
vas, eles sempre terão pólos.

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Podemos visualizar a formação de uma ligação iônica típica en- Características e propriedades dos compostos iônicos:
tre dois átomos hipotéticos, M (um metal) e X (um não-metal), da -Rígidos;
seguinte maneira: como M é um metal, sua energia de ionização é -Duros e quebradiços
baixa, isto é, é necessária pouca energia para remover um elétron -Solúveis em solventes polares;
do átomo. A perda de um elétron por um átomo isolado (gasoso) M -Maus condutores de eletricidade no estado sólido;
leva à formação de um íon positivo ou cátion. - Elevadas temperaturas de fusão e ebulição.

Substâncias moleculares
As substâncias moleculares são substâncias formadas basica-
mente por moléculas. Estas não apresentam cargas livres e por isso
são incapazes de produzir corrente elétrica. São arranjos entre mo-
léculas. Moléculas e, portanto a menor combinação de átomos que
mantém a composição de matéria inalterada (os átomos se ligam
por ligações químicas).
Propriedades das substâncias moleculares:
- Podem ser sólidas (pouco duras e muito quebradiças), líqui-
das ou gasosas à temperatura ambiente;
- Forças de coesão das moléculas --> fracas e por isso, pontos
de fusão e de ebulição baixos;
- Más condutoras elétricas e térmicas porque as moléculas são
partículas neutras;
Por outro lado, como X é um átomo de um não-metal, o valor
Ligação covalente ou molecular
de sua afinidade eletrônica é negativo, portanto, possui uma grande
A ligação covalente ocorre entre átomos com tendência a rece-
tendência em ganhar elétron e formar um ânion.
ber elétrons. Entretanto, como não é possível que todos os átomos
recebam elétrons, os átomos envolvidos na ligação apenas com-
partilhar um ou mais pares eletrônicos, sem que ocorra “perda” ou
“ganho” definitivo de elétrons.
A ligação covalente pode ser representada por:
Regra para montar a fórmula de um composto iônico.
No cloreto de magnésio existem dois íons, o cloreto (Cl) com Átomos A B
número de oxidação -1 e o magnésio (Mg) com nº de oxidação +2. Tendência receber e -
receber e-
A fórmula será 1 átomo de Mg (nox +2) e 2 átomo de Cl (nox -1).
Classificação Hidrogênio Hidrogênio
Hidrogênio Ametal
Ametal Ametal
Ametal Semimetal
Par eletrônico x--------------------------------x
Compartilhamento

1.Determinação da fórmula iônica As substâncias formadas através das ligações covalentes apre-
A fórmula correta de um composto iônico nos mostra a míni- sentam-se como unidades de grandeza limitada, denominadas
ma proporção entre os íons que se unem de modo a formar um moléculas; por isso a ligação covalente é também denominada de
sistema eletricamente neutro. Para que isso ocorra, é necessário ligação molecular.
que o número de elétrons cedidos seja igual ao número de elétrons A ligação covalente pode ocorrer através de um ou mais partes
recebidos. de elétrons. Cada par eletrônico compartilhado entre dois átomos
Uma maneira prática de determinar a quantidade necessária pode ser representado por um traço (-). Assim, podemos ter:
de cada íon para escrever a fórmula iônica é:
-Ligação simples:
Exemplo:
-Formação do cloreto de sódio (sal de cozinha), a partir do só-
dio e do cloro. Vejamos:
O Sódio : Na (Z = 11) = 1s2 , 2s2 , 2p6 , 3 s1 ou 2 – 8 - 1
O Cloro : Cl (Z = 17) = 1s2 , 2s2 , 2p6 , 3 s2 3p5 ou 2 – 8 – 7

1 Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.


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QUÍMICA

-Ligação dupla:

-Ligação tripla:

A ligação covalente e a tabela periódica


A relação entre a posição na tabela e o número de ligações é indicada a seguir:

-Família VIIA (família doss Halogênio)


Os elementos da família VIIA apresentam 7e- na sua última camada (camada de valência). Assim, eles atingem a estabilidade ao com-
partilharem um único par enetrônico sendo assim denominados monovalentes.

Exemplo:
-Ligação entre dois átomos de cloro (Cl2):

(Uma ligação simples)

-Família VIA (família dos Chalcogênios)


Os elementos da família dos chalcogênios apresentam 6e- na sua camada de valência. Diante disso, eles devem adquirir dois pares
eletrônicos para alcançar a estabilidade, sendo denominados bivalentes.

(Duas ligações simples)

-Família VA
Estes elementos apresentam 5e- na sua camada de valência, assim devem adquirir a estabilidade ao compartilharem três partes ele-
trônicos (trivalentes)

(Três ligações simples)

Editora
255
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QUÍMICA

-Familia IVA
Como estes elementos apresentam 4e- na camada de valência,
eles alcançarão a estabilidades quando compartilharem quatro pa-
res eletrônicos (tetravalentes).

(Quatro ligações simples)

-Hidrogênio
O hidrogênio (1s1) para adquirir sua configuração eletrônica es-
tável, ele deve ganhar um elétron e compartilhar um par eletrônico
(Monovalente)

Ligação Covalente Normal


Este tipo de ligação ocorre entre dois átomos que comparti-
FÓRMULAS QUÍMICAS lham pares de elétrons. Os átomos participantes da ligação devem
A representação do número e dos tipos de átomos que formam contribuir com um elétron cada, para a formação de cada par ele-
uma molécula é feita por uma fórmula química. Existem diferentes trônico.
tipos de fórmulas: a molecular, a eletrônica e a estrutural plana. Exemplo: A molécula de Hidrogênio (H2), (distribuição eletrô-
a) Molecular: é a representação mais simples e indica apenas nica: 1H = 1s1) necessita de um elétron para cada átomo de Hidro-
quantos átomos de cada elemento químico formam a molécula. gênio para ficar com a camada K completa (dois elétrons). Assim os
dois átomos de Hidrogênio se unem formando um par eletrônico
comum a eles (compartilhamento). Desta forma, cada átomo de
Hidrogênio adquire a estrutura eletrônica do gás nobre Hélio (He)

Ligação covalente dativa


A ligação covalente dativa, também chamada de coordenada,
b) Eletrônica: também conhecida como fórmula de Lewis, esse ocorre quando um dos átomos envolvidos já atingiu a estabilidade
tipo de fórmula mostra, além dos elementos e do número de áto- e o outro átomo ainda precisa de dois elétrons para completar sua
mos envolvidos, os elétrons da camada de valência de cada átomo camada de valência. Essa ligação é semelhante à covalente comum,
e a formação dos pares eletrônicos. na medida em que existe um compartilhamento de um par eletrô-
nico.

c) Estrutural plana: também conhecida como fórmula estrutu-


ral, ela mostra as ligações entre os elementos, sendo cada par de
elétrons entre dois átomos representado por um traço.
(Ligação covalente dativa)

Resumindo...
A ligação covalente ocorre entre:
– Hidrogênio – Hidrogênio
Perceba que mais de um par de elétrons pode ser compartilha- – Hidrogênio – não-metal
do, formando-se, então, ligações simples, duplas e triplas. Veja as – Não-metal – Não-metal
fórmulas de algumas moléculas simples:
Obs: Os semimetais também podem ser incluídos.

Ligação metálica
É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de metais.
Quando muitos destes átomos estão juntos num cristal metálico,
estes perdem seus elétrons da última camada. Forma-se, então,

Editora
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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

uma rede ordenada de íons positivos mergulhada num mar de elé-


trons em movimento aleatório. Se aplicarmos um campo elétrico
a um metal, orientamos o movimento dos elétrons numa direção
preferencial, ou seja, geramos uma corrente elétrica

Entretanto, depois de Arrhenius, pôde-se entender que essas


propriedades comuns são consequência do fato de todos os ácidos
apresentarem o mesmo íons positivo, H+. Antes de se dissolverem
em água, os ácidos são compostos moleculares.
Exemplo: HCl, HNO3 e H2SO4 puros (na ausência de água) não
formam íons. A ionização ocorre quando são dissolvidos em água.
Teoria do “mar de elétrons” ou teoria da “nuvem eletrônica”
Assim, verifica-se que todos os ácidos conduzem corrente elétrica.
A principal característica dos metais é a eletropositividade (ten-
dência de doar elétrons), assim os elétrons da camada de valência
saem facilmente do átomo e ficam “passeando” pelo metal, o áto-
mo que perde elétrons se transforma num cátion, que, em seguida,
pode recapturar esses elétrons, voltando a ser átomo neutro.
O metal seria um aglomerado de átomos neutros e cátions,
imersos num “mar de elétrons livres” que estaria funcionando
como ligação metálica, mantendo unidos os átomos e cátions de
metais.

FUNÇÃO INORGÂNICA.CONCEITO CLASSIFICAÇÃO NO-


TAÇÃO NOMENCLATURA, CONCEITOS DE ARRHENIUS,
BRONSTED E LOWRY E DE LEWIS PARA ÁCIDOS E BASES

Propriedades funcionais são propriedades comuns a determi-


nados grupos de matérias, identificados pela função que desem- Resumindo: Ácidos é toda substância que, em solução aquosa, libera como íons
penham, e são tais grupos denominados de funções químicas. As positivos somente H+.
funções químicas são um conjunto de substâncias com proprieda-
des químicas semelhantes, que podem ser divididas em orgânicas Nomenclatura dos ácidos
e inorgânicas. Para efeito de nomenclatura, os ácidos são divididos em dois
As funções orgânicas são aquelas constituídas pelo elemento grupos:
carbono, estudada pela química orgânica. A química orgânica es- - Hidrácidos;
tuda os compostos que contêm carbono e a propriedade típica do - Oxiácidos.
carbono é a formação de cadeias.
As funções inorgânicas são aquelas constituídas por todos os 1. Hidrácidos (HxE): Ácidos sem oxigênio.
demais elementos químicos que constituem os ácidos, bases, sais e Seus nomes são dados da seguinte maneira:
óxidos, estudados pela Química Inorgânica.

ÁCIDOS
Antes da teoria de Arrhenius, os ácidos eram conceituados por
uma série de propriedades comuns, como:
-Apresentar sabor azedo Exemplos:
-Tornar róseo o papel de tornassol azul -HF — ácido fluorídrico
-Produzir efervescência liberando gás carbônico, quando adi- -HBr — ácido bromídrico
cionados ao mármores e a outros carbonatos. -H2S — ácido sulfídrico
-HCl — ácido clorídrico
-HI — ácido iodídrico
-HCN — ácido cianídrico

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

2. Oxiácidos: ácidos com oxigênio.


Uma das maneiras mais simples de dar nome a esses ácidos é a partir do nome e da fórmula dos ácidos-padrão de cada família.
Com base nessas fórmulas e com a variação do número de átomos de oxigênio, determinam-se as fórmulas e os nomes de outros
ácidos, com o uso de prefixos e sufixos.
Observe:

Assim, teremos:

Família 14/IVA (C)


-H2CO3 — ácido carbônico

Família 15/VA (N, P, As)


-HNO3 — ácido nítrico
-H3PO4 — ácido fosfórico
-HNO2 — ácido nitroso

Família 16/VIA (S, Se)


-H2SO4 — ácido sulfúrico
-H2SO3 — ácido sulfuroso

Família 17/VIIA (Cl, Br, I)


-HClO4 — ácido perclórico
-HClO3 — ácido clórico
-HClO2 — ácido cloroso
-HClO — ácido hipocloroso
Obs.: não existem ácidos oxigenados do flúor.

Alguns ácidos de um mesmo elemento têm os prefixos de seus nomes atribuídos em função de seu grau de hidratação:

Grau de hidratação: Orto > Piro > Meta


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QUÍMICA

O prefixo orto é dispensável.


Exemplo: (H3PO4):
- 2H3PO4 – 1 H2O: H4P2O7 (ácido pirofosfórico)
- 1H3PO4 – 1 H2O: HPO3 (ácido metafosfórico)

Classificação dos ácidos


Além da classificação baseada na presença de oxigênio na molécula, os ácidos podem ser classificados segundo outros critérios: ácidos
é realizada a partir de vários critérios diferentes, sendo estes:

-QUANTO AO NÚMERO DE HIDROGÊNIOS IONIZÁVEIS:


Hidrogênio ionizável é aquele que está ligado a um átomo da molécula com eletronegatividade significativamente maior que a sua,
formando, assim, um polo positivo e um negativo dentro da molécula. Ao serem adicionados na água, sofrerão força eletrostática pelos
respectivos polos negativos e positivos da água, sendo, então, separados por ela. Com isso, há a formação de cátions H+, ou seja, houve a
ionização de hidrogênios.
Exemplos:
-Monoácido: apresenta apenas um hidrogênio ionizável;
-Diácido: apresenta dois hidrogênios ionizáveis;
-Triácido: apresenta três hidrogênios ionizáveis;
-Tetrácido: apresenta quatro hidrogênios ionizáveis;

Importante:
Nos hidrácidos todos os hidrogênios são ionizáveis, já nos oxiácidos, apenas aqueles que estão ligados a átomos de oxigênio é que
serão ionizáveis, por exemplo:
-Hidrácidos:

-Oxiácidos:

Assim, em soluções aquosas, os ácidos podem liberar um ou mais íons H+ para cada molécula de ácido ionizado, e cada íon H+ liberado
corresponde a uma etapa de ionização.
Exemplo: a ionização do H2SO4:

-GRAU DE IONIZAÇÃO
O Grau de ionização de um ácido (α) consiste na relação entre o número de moléculas ionizadas e o número total de moléculas dissol-
vidas. Para realizar o cálculo dessa relação, usamos a seguinte equação:

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QUÍMICA

Comparando os graus de ionização temos: Ácido Sulfúrico (H2SO4)


-Ácidos fortes: aqueles que possuem um grau de ionização É o ácido mais importante na indústria e no laboratório. É uti-
igual ou maior que 50%. Exemplos a 18°C: HCl (α = 92,5%), H2SO4 lizado nas baterias de automóvel, é consumido em enormes quan-
(α = 61%); tidades em inúmeros processos industriais, como processos da in-
-Ácidos moderados ou semifortes: seu grau de ionização é dústria petroquímica, na fabricação de corantes, tintas, explosivos
maior que 5% e menor que 50%. Exemplos a 18°C: HF (α = 8,5%), e papel.
H3PO4(α = 27%); É também usado na indústria de fertilizantes agrícolas, per-
-Ácidos fracos: possui grau de ionização igual ou menor que mitindo a fabricação de produtos como os fosfatos e o sulfato de
5%. Exemplos a 18°C: HCN (α = 0,008%), H2CO3 (α = 0,18%). amónio.
O ácido sulfúrico concentrado é um dos desidratantes mais
Exemplo: enérgicos. Assim, ele carboniza os hidratos de carbono como os
De cada 100 moléculas de HCl dissolvidas, 92 moléculas sofrem açúcares, amido e celulose; a carbonização é devido à desidrata-
ionização: ção desses materiais; O ácido sulfúrico “destrói” o papel, o tecido
de algodão, a madeira, o açúcar e outros materiais devido à sua
enérgica ação desidratante. O ácido sulfúrico concentrado tem ação
corrosiva sobre os tecidos dos organismos vivos também devido à
sua ação desidratante. Produz sérias queimaduras na pele. Por isso,
0,92% Ácido forte é necessário extremo cuidado ao manusear esse ácido;
As chuvas ácidas em ambiente poluídos com dióxido de enxo-
fre contêm H2SO4 e causam grande impacto ambiental.
- VOLATILIDADE
Volatilidade é a capacidade das substâncias passarem do esta-
-Ácido clorídrico (HCl)
do líquido para o gasoso em temperatura ambiente. Desse modo,
O ácido clorídrico consiste no gás cloreto de hidrogênio dissol-
para classificar os ácidos quanto à volatilidade é preciso considerar
vido em água. Quando impuro, é vendido com o nome de ácido
os pontos de ebulição dos ácidos:
muriático, sendo usado principalmente na limpeza de pisos e de
-Ácidos voláteis: a grande maioria dos ácidos: HF, HCl, HCN,
superfícies metálicas antes do processo de soldagem.
H2S, HNO3 etc.
O ácido clorídrico também pode ser encontrado em nosso pró-
O ácido acético, componente do vinagre, é o ácido volátil mais
prio organismo, estando presente no suco gástrico do estômago,
comum no nosso dia-a-dia. Ao abrirmos um frasco com vinagre,
produzido pelas células parietais, cuja ação é ajudar na digestão dos
logo percebemos seu cheiro característico.
alimentos.
-Ácidos fixos: Os dois ácidos pouco voláteis mais comuns são o
H2SO4 e o H3PO4.
-Ácido cianídrico (HCN)
Propriedades dos ácidos
É um ácido extremamente tóxico. Este gás foi utilizando contra
O sabor azedo é uma das características comuns aos ácidos, os
os judeus durante a segunda guerra mundial para a execução da
quais, assim como todas as substâncias azedas, estimulam a saliva-
pena de morte.
ção. Vamos abordar agora outras propriedades apresentadas por
eles e que nos permitem identificá-los:
-Ácido acético (CH3-COOH)
-Causam mudanças de cor nos corantes vegetais (por exemplo:
É o ácido do vinagre, produto indispensável na cozinha no pre-
alteram a cor da tintura azul de tornesol, de azul para vermelho).
paro de saladas e maioneses.
-Reagem com certos metais (como o zinco, o magnésio e o fer-
ro) produzindo hidrogênio gasoso.
-Ácido Nítrico (HNO3)
-Reagem com carbonatos e bicarbonatos, para produzir dióxido
Depois do ácido sulfúrico, é o ácido mais fabricado e mais con-
de carbono gasoso.
sumido na indústria. É usado na fabricação de explosivos como o
-As suas soluções aquosas conduzem a eletricidade
trinitrotolueno (TNT) e a nitroglicerina (dinamite); é muito útil para
Principais ácidos e suas aplicações no cotidiano
a indústria de fertilizantes agrícolas, permitindo a obtenção do sa-
- Ácido fluorídrico — HF
litre.
Nas condições ambientes, é um gás incolor que tem a carac-
O ácido nítrico concentrado é um líquido muito volátil; seus va-
terística de corroer o vidro, quando em solução aquosa. Por esse
pores são muito tóxicos. É um ácido muito corrosivo e, assim como
motivo, em laboratórios, deve ser guardado em frascos plásticos. É
o ácido sulfúrico, é necessário muito cuidado para manuseá-lo.
usado para fazer gravações em cristais e vidros.
-Ácido fosfórico (H3PO4)
- Ácido sulfídrico — H2S
- Os seus sais (fosfatos) têm grande aplicação como fertilizantes
O ácido sulfídrico é um gás venenoso, incolor, formado na pu-
na agricultura;
trefação de substâncias orgânicas naturais que contenham enxofre,
-É usado como aditivo em alguns refrigerantes.
sendo responsável em grande parte pelo cheiro de ovo podre.
Alguns animais como o gambá e a maritaca, liberam uma mis-
BASES
tura de substâncias de odor desagradável, entre as quais o H2S.
Antes da teoria de Arrhenius, as cases eram determinadas por
uma série de propriedades comuns, como:
-Sabor adstringente, isto é, “amarras na boca”;
-Tornar a pele lisa e escorregadia;
Editora
260
260
a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

-Tornar azul o papel de tornassol róseo; Exemplos:


-Conduzir corrente elétrica.
-Ferro:
Após as contribuições de Arrhenius, foi possível entender que Fe2+ Fe(OH)2 = Hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso.
essas propriedades comuns se devem ao íon negativo OH- (hidroxila Fe3+: Fe(OH)3 = Hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico.
ou hidróxido), presente em todas as bases.
Os hidróxidos metálicos são compostos iônicos, e por isso, -Cobre:
quando se dissolvem em água, há dissociação iônica. Na época de Cu (OH): Hidróxido de cobre (I)
Arrhenius acreditava-se que esses hidróxidos eram formados por Cu (OH)2: Hidróxido de cobre (II)
moléculas e que a água separava-se em íons. Por ser iônica, essa
dissociação pode ser esquematizada como: Classificação das bases

-Quanto ao número de hidroxilas (OH-)

Classificação Número de hidroxilas Exemplos


(OH-)
Monobase 1 OH- NaOH, LiOH,
Resumindo: Segundo Arrhenius, base é toda substância que, NH4OH
em solução aquosa, sofre dissociação, liberando como único tipo
de ânion o OH–. Dibase 2 OH- Ca(OH)2, Fe(OH)2
Tribase 3 OH -
Al(OH)3, Fe(OH)3
Nomenclatura das bases
Tetrabase 4 OH- Sn(OH)4, Pb(OH)4
O nome das bases é obtido a partir da seguinte regra:
- Classificação quanto à força
Fracas: possui grau de dissociação iônica inferior a 5%, é o caso
Hidróxido de + nome do cátion do NH4 e dos metais em geral (desde que estes não sejam alcalinos
ou alcalinos terrosos)
Fortes: possui grau de dissociação iônica de praticamente
Exemplos:
100%, é o caso das bases de metais alcalinos e metais alcalinos ter-
rosos, exceto os hidróxidos de berílio e magnésio.
-NaOH:
Cátion: Na+ (sódio)
Ânion: OH- (hidróxido) TIPO DE BASE FORÇA BÁSICA
Nomenclatura: Hidróxido de sódio De metais alcalinos Fortes e solúveis
-Ca (OH)2 De metais alcalinoter- Fortes e parcialmente solúveis,
Cátion: Ca2+ (cálcio) rosos Exceto a de magnésio, que é
Ânion: OH- (hidróxido) fraca
Nomenclatura: Hidróxido de cálcio Demais bases Fracas e praticamente insolú-
veis
-Al (OH)3
Cátion: Al3+ (alumínio) - Quanto à Solubilidade em água
Ânion: OH- (hidróxido) O esquema a seguir mostra a variação genérica da solubilidade
Nomenclatura: Hidróxido de alumínio das bases em água.

Importante: Quando um mesmo elemento forma cátions com


diferentes eletrovalências (cargas), acrescenta-se ao final do nome,
em algarismos romanos, o número da carga do íon. Outra maneira
de dar nome é acrescentar o sufixo -oso ao íon de menor carga, e
-ico ao íon de maior carga.

Hidróxido de + nome do cátion + carga do cátion


Solúveis: NH4OH e as bases de metais alcalinos (da família 1ª)
Ou Pouco solúveis: as bases de metais alcalinos terrosos (da família 2ª)
Praticamente insolúveis: as demais
Hidróxido de + nome do cátion + ICO (carga maior)
Hidróxido de + nome do cátion + OSO (carga menor)

Editora
261
a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Propriedades das bases -Hidróxido de magnésio — Mg(OH)2


O hidróxido de magnésio é um sólido branco, pouco solúvel em
-Reações com ácidos água. Quando dissolvido em água, a uma concentração de aproxi-
Como já sabemos: madamente 7% em massa, o hidróxido de magnésio origina um lí-
quido branco e espesso que contém partículas sólidas misturadas à
água. A esse líquido damos o nome de suspensão, sendo conhecido
também por leite de magnésia, cuja principal aplicação consiste no
uso como antiácido e laxante.
Assim, se misturarmos um ácido e uma base, os íons H+ e OH–
interagem, produzindo água (H2O). Essa reação é denominada neu-
tralização. O cátion da base e o ânion do ácido darão origem a um
sal, num processo chamado salificação.

-Ação sobre indicadores


Tanto os ácidos como as bases alteram a cor de um indicador.
A maioria dos indicadores usados em laboratório porém, alguns são
encontrados na natureza, como o repolho roxo, na beterraba, nas - Hidróxido de amônio (NH4OH)
pétalas de rosas vermelhas, no chá-mate, nas amoras etc., sendo É obtido ao se borbulhar amônia (NH3) em água, conforme a
sua extração bastante fácil reação abaixo:
NH3 + H2O ↔ NH4+ (aq) + OH- (aq)
Principais bases e suas aplicações no cotidiano Assim, não existe uma substância hidróxido de amônio, mas
sim soluções aquosas de amônia interagindo com a água, originan-
-Hidróxido de sódio — NaOH do os íons amônio (NH4+ ) e hidróxido (OH-).
O hidróxido de sódio é popularmente conhecido como soda O hidróxido de amônio é conhecido comercialmente por amo-
cáustica, cujo termo cáustica significa que pode corroer ou, de qual- níaco, sendo muito utilizado na produção de ácido nítrico para a
quer modo, destruir os tecidos vivos. É um sólido branco, cristalino produção de fertilizantes e explosivos.
e higroscópico, ou seja, tem a propriedade de absorver água. Por
isso, quando exposto ao meio ambiente, ele se transforma, após Ele também é usado em limpeza doméstica, na produção de
certo tempo, em um líquido incolor. As substâncias que têm essa compostos orgânicos e como gás de refrigeração.
propriedade são denominadas deliquescentes.
Quando preparamos soluções concentradas dessa base, elas
devem ser conservadas em frascos plásticos, pois lentamente re-
agem com o vidro. Tais soluções também reagem com óleos e gor-
duras e, por isso, são muito utilizadas na fabricação de sabão e de
produtos para desentupir pias e ralos.

Teoria moderna de Ácido e Base (Brönsted-Lowry)


Foi proposta de forma independente por G. Lewis, por T. Lowry
e por J. Brønsted. Mas foi Brønsted um dos que mais contribuiu
para o seu desenvolvimento.
Essa teoria é chamada de teoria protônica porque se baseia na
-Hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 transferência de prótons, iguais ao íon H+, o núcleo do hidrogênio,
É popularmente conhecido como cal hidratada ou cal extinta mas que ao ser chamado de próton, ajuda a diferenciar da teoria de
ou cal apagada; Arrhenius. Além disso, nessa teoria não há necessidade da presença
- É utilizado na construção civil no preparo da argamassa, usada de água.
na alvenaria, e na caiação (pintura a cal) o que fazem os pedreiros Segundo esses cientistas:
ao preparar a argamassa. “Ácido é toda espécie química, íon ou molécula capaz de doar
um próton, enquanto a base é capaz de receber um próton”
Exemplos de ácidos e bases segundo a teoria de Brønsted e
Lowry:
NH3+ HCℓ → NH4+ + Cℓ-
base ácido ácido base
forte forte fraco fraca

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Observe que a amônia (NH3) é base porque ela recebe um pró- -Alaranjado de metila: O alaranjado de metila fica vermelho
ton (H+) do ácido clorídrico (HCℓ). em contato com ácido, amarelo-laranja em base e quando neutro.
Nessa teoria, a reação de neutralização seria uma transferên-
cia de prótons entre um ácido e uma base, como a reação explica
acima.
Apesar de ser uma teoria que também permitiu o estudo e
desenvolvimento de várias áreas e de ser uma definição bastante
utilizada e atual, ela também tinha uma limitação: não permitia pre-
ver o caráter ácido ou o caráter básico de espécies químicas sem a
presença de hidrogênio.
Indicadores Ácido-Base
Existe uma escala da medida da acidez e basicidade das subs-
tâncias, denominada escala de pH, que é numerada do 0 ao 14. -Azul de bromotimol: O azul de bromotimol fica amarelo em
Quando menor o valor do pH, mais ácida é a substância. Quando ácido, e azul em base e quando neutro
maior for o pH, mais básica é a substância. O valor 7, exatamente na
metade da escala, indica as substâncias neutras ou seja, nem ácidas
nem básicas.

Algumas substâncias naturais ou sintéticas que adquirem co-


loração diferente em solução ácida e em solução básica. São os in-
dicadores ácido-base, utilizados para reconhecer o caráter de uma
solução. Como exemplo de indicadores sintéticos, temos: Alguns indicadores naturais também podem ser utilizados,
-Fenolftaleína: é um indicador líquido que fica incolor em meio como o repolho roxo e a flor hortência e o hibisco.
ácido e rosa escuro em meio básico:
-Repolho roxo: O repolho roxo, meio aquoso, fica vermelho em
contato com ácido, verde em contato com base e vermelho quando
neutro.

-Papel de tornassol: Fica com cor azul na presença de bases e


-Flor Hortência: Uma hortênsia azul pode se tornar, com o tem-
adquire cor vermelha na presença de ácidos.
po, rosa e vice-versa. Isso ocorre em razão do pH do solo. Em solo
ácido a hortênsia produz flores azuis, já em solos básicos, suas flo-
res são cor-de-rosa. A intensidade dessas cores depende do teor de
acidez ou alcalinidade do solo; quanto mais ácido, mais azul-escuro
ficará; e quanto mais básico, mais claro será.

Editora
263
a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Como funciona um indicador ácido-base? -Sulfato de cálcio: Ca2+ + SO42-: CaSO4 (veja que, quando as car-
O sistema de funcionamento dos indicadores é o seguinte: ge- gas são iguais, podemos simplificar os índices. É por isso que a fór-
ralmente eles são um ácido fraco ou uma base fraca que entra em mula não é escrita assim: Ca2(SO4)2.
equilíbrio com a sua base ou ácido conjugado, respectivamente, -Dicromato de alumínio: Al3+ + Cr2O72-: Al2(Cr2O7)3;
que apresenta coloração diferente. Veja um exemplo: -Fosfato de bário: Ba2+ + PO43-: Ba3(PO4)2;
Indicador ácido + H2O ↔ H3O+ + Base conjugada -Nitrito de ferro III: Fe3+ + NO2-: Fe(NO2)3.
(cor A) (cor B)
Formulação do sal a partir de seu nome
Quando esse indicador genérico entra em contato com um Para se determinar a fórmula do sal a partir do seu nome, se-
meio ácido, segundo o Princípio de Le Chatelier, o equilíbrio é des- gue-se os seguintes passos:
locado no sentido de formação do ácido fraco, ficando com a cor
A. Por outro lado, se o indicador entrar em contato com um meio Exemplos: Sulfato de ferro-III
básico, os íons OH- da solução básica irão reagir com os íons H3O+ 1º Passo: determinar a fórmula do ácido e da base que origi-
do indicador. Desse modo, o equilíbrio será deslocado no sentido de naram o sal.
repor os íons H3O+, ou seja, para a direita, que é também o sentido Ânion sulfato ác. sulfúrico = H2SO4
de formação da base conjugada, e o sistema adquire a cor B. Cátion ferro-II hidróxido de ferro-III = Fe(OH)3

SAL 2º Passo: a partir das fórmulas do ácido e da base, determina-


Sal é um composto resultante da reação de neutralização mu- -se a carga do cátion base e do ânion do ácido.
tua entre um ácido e uma base. Assim, o cátion da base e o ânion H2SO4 = SO42- Ânion sulfato
do ácido formam o sal. Fe(OH)3 = Fe3+ Cátion ferro-III

3º Passo: juntar o cátion da base com o ânion do ácido.


Ácido + Base  Sal + H2O

Conceito teórico segundo Arrhenius: É todo o composto iôni- Fe3+ SO42-


co que possui, pelo menos, um cátion diferente do H+ e um ânion
diferente do OH-
Exemplo: NaCl ou Na+Cl- 4º Passo: inverter as cargas dos íons para que a soma das car-
gas se anule.
Exemplo: HCl + NaOH → NaCl + H2O
Ácido Base Sal Água Reações de neutralização
Quando misturamos um ácido e uma base, ocorrem as reações
Formulação de um sal de neutralização ocorrem de modo que o pH do meio é neutraliza-
Os sais são substâncias neutras formadas a partir da ligação en- do e se produz água e um sal. Nessa reação o ácido libera cátions
tre o ânion de um ácido e o cátion de uma base. Assim, para que H+ que se juntam aos ânions OH- liberados pela base e, assim, for-
ocorra a igualdade de cargas positivas e negativas, basta inverter mam-se as moléculas de água. O sal é então formado pela união do
as cargas dos íons pelos seus índices no sal. O índice é, na fórmula ânion do ácido com o cátion da base.
unitária, o número que vem subscrito (no canto inferior direito) do Assim, temos:
elemento ou do grupo de elementos, conforme mostrado na fór- HA + BOH → H2O + BA
mula a seguir: Ácido+Base → Água+Sal

-Neutralização total
Ocorre quando a quantidade de cátions H+ provenientes do áci-
do é igual à quantidade de ânions OH- provenientes da base. Nesse
tipo de reação são sempre formados sais neutros. Dessa forma, a
reação ocorre entre ácidos e bases em que ambos são fracos ou,
então, ambos são fortes.

Exemplos:
Observe que o valor da carga do cátion torna-se o índice do -Reações entre ácidos e bases fortes:
ânion, enquanto a carga do ânion torna-se o índice do cátion. Ob- HCl + NaOH → NaCl + H2O
serve também que é somente o valor da carga que é invertido, os
sinais negativos e positivos não vão para o índice. Observe que cada molécula do ácido produziu 1 íon H+ e cada
Exemplos: molécula da base produziu também apenas 1 íon OH-.
-Nitrato de potássio: K+ + NO3-: KNO3 (Observe que tanto o índi- 3 HCl + Al(OH)3 → Al(Cl)3 + 3H2O
ce quanto a carga são iguais a “1”, logo, não precisam ser escritos);
-Perclorato de potássio:K1+ + ClO41-: KClO4; Cada molécula do ácido produziu 3 íons H+ e cada molécula da
base produziu também apenas 3 íons OH-.

Editora
264
264
a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

-Reações entre ácido e base fracos: Exemplos:


2 HNO3 + Mg(OH) 2 → Mg(NO3)2 + 2 H2O
Cada molécula do ácido produziu 2 íons H+ e cada molécula da
base produziu também apenas 2 íons OH-.

HCN + NH4OH → NH4CN+ H2O


Observe que cada molécula do ácido produziu 1 íon H+ e cada
molécula da base produziu também apenas 1 íon OH-.2
Uma outra forma de dar nomes aos sais é consultando as tabe-
-Neutralização parcial las de cátions e ânions. Nas tabelas a seguir, apresentamos alguns
Ocorre quando a quantidade de cátions H+ s do ácido não é a deles:
mesma quantidade de ânions OH- da base. Assim, a neutralização
não ocorre por completo e, dependendo de quais íons estão em ÂNIONS
maior quantidade no meio, o sal formado pode ser básico ou ácido.
Exemplos: Acetato: Bicarbonato: Bissulfato:
HCl + Mg(OH)2 → Mg(OH)Cl + H2O H3CCOO- HCO3- HSO4-
Brometo: Br- Carbonato: CO32- Cianeto: CN-
No exemplo acima, o ácido libera apenas um cátion H+ e a base Cloreto: Cl- Floreto: F- Fosfato: PO43-
libera dois ânions OH-. Assim, os ânions OH- não são neutralizados
totalmente e é formado um sal básico, que também é chamado de Hipocloreto: Iodeto: I- Nitratp: NO3-
hidróxissal. ClO-
H3PO4 + NaOH → NaH2PO4 + H2O Nitrito: NO2- Permanganato: Pirofosfato:
MnO4- P2O74-
Nesse exemplo, o ácido liberou mais íons (3) que a base (1).
Sulfato: SO2-4 Sulfeto: S2- Sulfito: S2-
Portanto, os cátions H+ não foram totalmente neutralizados e um sal
ácido foi originado, que também é denominado de hidrogenossal.
CÁTIONS
Os sais ácidos também podem ser formados através de reações +1 Li+, Na+, K+, Ag+, NH4+, Cu+
de neutralização entre um ácido forte (HCl, HNO3, HClO4 etc.) e uma
base fraca (NH3, C6H5NH2 - anilina - etc.). Por outro lado, os sais +2 Mg2+, Ca2+, Ba2+, Zn2+, Cu2+, Fe2+
básicos podem ser formados em reações de neutralização entre um +3 Al3+, Fe3+
ácido fraco (CH3COOH, HF, HCN etc.) e uma base forte (NaOH, LiOH,
KOH etc.). Exemplos de como utilizar as tabelas:
1. Determinação da fórmula a partir do nome do sal.
-Reação entre ácido forte e base fraca→ Sal de caráter ácido: Exemplo: carbonato de cálcio
HNO3 + AgOH → AgNO3 + H2O Ânion: carbonato — CO2–3
Cátion: sódio — Na+
-Reação entre ácido fraco e base forte→ Sal de caráter básico:
2H3BO3 + 3 Ca(OH)2 → Ca3(BO3)2 + 6 H2O

Nomenclatura dos sais


A nomenclatura dos sais é obtida a partir da nomenclatura do
ácido que originou o ânion participante do sal, pela mudança de Determinação do nome a partir da fórmula do sal.
sufixos. Assim, temos: Exemplo: Fe2(SO4)3
Cátion: Fe3+
Sufixo do ácido -ídrico -ico -oso Ânion: SO2–

Sufixo do ânion -eto -ato -ito

Para determinar os nomes dos sais, pode-se utilizar o seguinte


esquema:
Assim, o nome do sal é sulfato de ferro III ou sulfato férrico.
Nome do sal ⇒ nome do ânion de nome do cátion

2 http://manualdaquimica.uol.com.br/
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265
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QUÍMICA

Classificação dos Sais -Sal solúvel (sal que apresenta boa solubilidade em água):
A classificação dos sais é realizada de acordo com a natureza ou -Sal praticamente insolúvel (sal que se dissolve em quantidade
tipo de íons que os constituem. Dessa forma, os sais inorgânicos são extremamente desprezível em água, mas ocorre algum tipo de dis-
classificados em neutros (normais), ácidos (hidrogeno sal) e básicos solução, por menor que seja):
(hidroxi sal).
Para determinar a solubilidade dos sais em água, basta conhe-
1) A natureza dos íons cer o ânion presente no sal. Veja as regras que se dirigem aos tipos
de ânions:
Sal neutro (normais) -Nitrato (NO3-) e Nitrito (NO2-): todo sal que apresenta esses
É o sal resultante de uma reação entre uma base e um ácido ânions são solúveis;
fortes ou entre uma base e um ácido fracos. Este é o sal cujo ânion -Carbonato (CO3-2), Fosfato (PO4-3) e Sulfeto (S-2): solúvel ape-
não possui H ionizável e não é o ânion OH-. Resulta de uma reação nas com elementos da família IA e com o NH4+;
de neutralização total. -Halogenetos (F-, Cl-, Br-, I-): com os cátions Ag+ Cu+, Hg2+2 e Pb+2
Exemplos: são insolúveis;
-NaCl: cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma -Acetato (H3C2O2-): com os cátions Ag+ e Hg2+2 são insolúveis;
base forte); ânion → Cl- (vem do ácido clorídrico, HCl, um ácido for- -Sulfato (SO4-2): com os cátions Ag+, metais alcalinoterrosos
te). (IIA, com exceção do magnésio), Hg2+2 e Pb+2 são insolúveis;
-Na2SO4: cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma Qualquer outro ânion: solúvel apenas com elementos da famí-
base forte); ânion → SO42- (vem do ácido sulfúrico, H2SO4, um ácido lia IA e com o NH4-.
forte).
-NH4CN: cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, Aplicações dos sais no cotidiano
uma base fraca); ânion → CO3-2 (vem do ácido cianídrico, HCN, um
ácido fraco). Cloreto de sódio — NaCl
Sal obtido pela evaporação da água do mar. É o principal com-
Esses sais são considerados neutros porque, quando eles são ponente do sal de cozinha, usado na nossa alimentação. No sal de
adicionados à água, o pH do meio não sofre nenhuma alteração. cozinha, além do NaCl, existem outros sais, como os iodetos ou io-
Além disso, eles não liberam em solução aquosa cátion H+, que in- datos de sódio e potássio (NaI, NaIO3; KI, KIO3), cuja presença é
dica acidez, e nem ânion OH-, que indica basicidade. obrigatória por lei. Sua falta pode acarretar a doença denominada
bócio, vulgarmente conhecida como papo.
Hidrogeno sal (Sal ácido) O sal de cozinha pode ser utilizado na conservação de carnes,
É o sal cujo ânion tem um ou mais H ionizáveis e não apresenta de pescados e de peles. Na Medicina, é utilizado na fabricação do
o ânion OH- Resulta de uma neutralização parcial do ácido. soro fisiológico, que consiste numa solução aquosa com 0,92% .de
Exemplos: NaCl.
-NH4Cl(s): cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH,
uma base fraca); ânion → Cl- (vem do ácido clorídrico, HCl, um ácido Bicarbonato de sódio – NaHCO3 (hidrogenocarbonato de só-
forte). dio)
-Al2(SO4)3: cátion → Al3+ (vem do hidróxido de alumínio, Al(OH)3, É um sal branco é usado principalmente em antiácidos estoma-
uma base fraca); ânion → SO42- (vem do ácido sulfúrico, H2SO4, um cais, pois ele reage com o ácido clorídrico (HCl) presente no suco
ácido forte). gástrico e neutraliza o meio:
-NH4NO3: cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2
uma base fraca); ânion → NO3- (vem do ácido nítrico, HNO3, um áci- Ele também é muito usado como fermento de bolos, pães e bis-
do forte). coitos, pois sua decomposição libera o CO2 que faz a massa crescer.
Além disso, é usado em extintores de incêndios, em cremes dentais
Hidróxi sal (Sal básico) para clareamento dos dentes, em balas e gomas de mascar que “ex-
É o sal cujo ânion não apresenta H ionizável e no qual, além plodem” na boca e em talcos e desodorantes.
desse ânionn há o OH-. Resulta da neutralização parcial da base.
Exemplo: Fluoreto de sódio – NaF
-NaOOCCH3: Anticárie que entra na composição do creme dental e também
Cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base for- na fluoretação da água potável, pois inibe o processo de desmine-
te); ralização dos dentes, conferindo proteção contra a ação das cáries.
Ânion → CH3COO– (vem do ácido etanoico, CH3COOH, H2CO3,
um ácido fraco). Sulfato de cálcio — CaSO4
No exemplo acima, o ânion acetato (CH3COO–) hidrolisa-se em Este sal pode ser encontrado na forma de sal anidro, ou seja,
meio aquoso e forma o ácido acético e íons hidroxila (OH–), o que sem água (CaSO4), ou de sal hidratado, isto é, com água (CaSO4.2
torna a solução básica. H2O), sendo essa forma conhecida por gipsita.

2) Solubilidade dos sais Sulfato de magnésio – MgSO4


O estudo da solubilidade dos sais determina se um sal se dissol- É conhecido como Sal amargo ou Sal de Epsom. Utilizado em
verá ou não em água. Assim, um sal pode ser classificado em solúvel Medicina como purgativo ou laxante.
ou praticamente insolúvel.
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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Sulfato de bário – BaSO4


É conhecido como contraste, pois atua como meio opaco na radiografia gastrointestinal

- Carbonato de sódio – Na2CO3


Este sal é popularmente conhecido como soda ou barrilha. Sua a principal aplicação é na produção de vidro, segundo a seguinte re-
ação:
Barrilha + calcário + areia → vidro comum + gás carbônico
Na2CO3 + CaCO3 + SiO2 → silicatos de sódio e cálcio + gás carbônico
x Na2CO3 + y CaCO3 + z SiO2 → (Na2O)x . (CaCO)y . (SiO2)z + (x + y) CO2

Outras aplicações desse sal são: na produção de corantes, no tratamento de piscinas, na produção de sabão e detergentes, de papel
e celulose, nas indústrias têxteis e siderúrgicas.

- Nitrato de sódio – NaNO3


Também conhecido como salitre do Chile é encontrado em abundância em grandes depósitos naturais nos desertos chilenos. É muito
empregado para produzir fertilizantes e na fabricação de pólvora negra. É também usado como conservante de carnes enlatadas e defu-
madas.

- Sulfato de cálcio – CaSO4


Na forma anidra (sem água) é usado como matéria-prima do giz; já na forma hidratada é conhecido como gesso, usado na construção
civil e em imobilização ortopédica.

ÓXIDOS
Os óxidos são substâncias presentes no nosso dia-a-dia. Um bom exemplo de óxido é o gás carbônico, expelido na respiração, principal
responsável pelo efeito estufa.

Definição :Óxido é todo composto binário que contém oxigênio e no qual ele é o elemento mais eletronegativo.
Exemplos:
Cl2O; SO2; CO2; NO; P2O; K2O; CaO; Fe2O3

O único elemento mais eletronegativo que o oxigênio é o flúor; por isso o OF2, não é um óxido, mas sim, um fluoreto de oxigênio

Nomenclatura
Regra geral:

1) Para um óxido ExOy:

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267
a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

Os prefixos mono, di, tri, etc. Indicam os valores de x e y na


fórmula do óxido. O prefixo mono diante do nome E é comumente
omitido.

Fórmula molecular Nome do óxido


CO Monóxido de monocarbono
ou monóxido de carbono
CO2 Dióxido de monocarbono ou
dióxido de carbono
Exemplo 1:
N2O3 Trióxido de dinotrogênio
Fe3O4 Tetróxido de triferro

2) Para óxidos do tipo: EXOY, onde o elemento E é um metal


com a carga fixa.
Metais com carga fixa:
-Metais alcalinos (1A) e Ag = +1 Exemplo 2:
-Metais alcalinos terrosos (2A) e Zn = +2
- Alumínio = +3

Exemplo:
Na2O → óxido de sódio
Al2O3 → óxido de alumínio
Para montar a fórmula do óxido a partir do nome, é só lembrar -Óxidos Ácidos
a carga do metal, a carga do oxigênio -2 e fazer com que a soma das Óxidos ácidos apresentam caráter covalente e geralmente são
cargas se anule. Exemplos: formados por ametais. Estes óxidos também chamados de anidri-
Óxido de lítio → Li1+O2- invertendo as cargas: Li2O dos e reagem com a água formando um ácido ou reagem com uma
Óxido de prata → Ag1+O2-, invertendo as cargas: Ag2O base e dando origem a água e sal.

3) Para óxidos do tipo: EXOY, onde o elemento E é um metal


com a carga variável.
Óxido de + nome do metal + carga do metal

Ou
Óxido de+ nome do metal + ICO (carga maior)
Óxido de + nome do metal + OSO (carga menor)

Metais com carga variável:


-Ouro (Au1+ e Au3+)
Exemplo1:
-Cobre (Cu1+ e Cu2+)
- Ferro (Fe2+ e Fe3+)
- Chumbo (Pb2+ e Pb4+)

Exemplos:
Au2O3 → óxido de ouro-III ou áurico Exemplo 2:
Cu2O → óxido de cobre-I ou cuproso
PbO2 → óxido de chumbo-IV ou plúmbico

Classificação dos óxidos


Os óxidos são classificados em função do seu comportamento
na presença de água, bases e ácidos. -Óxidos Neutros
São óxidos que não reagem com água, base ou ácido.
-Óxidos Básicos São basicamente três óxidos: CO, NO, N2O.
São óxidos com caráter básico. São iônicos e o ânion é O2-. As
reações dos óxidos básicos com água e ácidos podem ser esquema- -Óxidos Anfóteros
tizados da seguinte maneira: São óxidos que podem se comportar tanto óxido básico quanto
óxido ácido.
Exemplos:

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QUÍMICA

ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO e PbO2. A cal virgem é obtida pelo aquecimento do CaCO3, que é en-
ZnO + 2HCl → ZnCl2 + H2O contrado na natureza como constituinte do mármore, do calcário e
ZnO + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2O da calcita:

-Óxidos Duplos ou Mistos


Óxidos que se comportam como se fossem formados por dois
outros óxidos, do mesmo elemento químico. Exemplos: Em onde o solo é ácido, a cal viva é empregada para diminuir
Fe3O4 → FeO + Fe2O3 sua acidez.
Pb3O4 → 2PbO + PbO2

-Peróxidos QUESTÕES
Os peróxidos apresentam em sua estrutura o grupo (O2)2–.
Os peróxidos mais comuns são formados por hidrogênio, me-
tais alcalinos e metais alcalino-terrosos.
1.(CEBRASPE (CESPE) - Papiloscopista (POLC AL)/2023)
No que se refere a conceitos aplicados à química, julgue o item
Exemplo:
a seguir.
-Peróxido de hidrogênio: H2O2
O modelo atômico de Rutherford-Bohr considera a existência
É líquido e molecular. Quando dissolvido em água, origina uma
de orbitais circulares e elípticos, e o núcleo do átomo é composto
solução conhecida como água oxigenada, muito comum em nosso
por prótons e nêutrons.
cotidiano.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Aplicações dos óxidos no cotidiano
2.(CEBRASPE (CESPE) - Químico (FUB)/2022)
Dióxido de carbono (CO2)
Também conhecido como gás carbônico, é um gás incolor, ino-
doro, mais denso que o ar. Não é combustível e nem comburente,
por isso, é usado como extintor de incêndio. O CO2 é o gás usado
nos refrigerantes e nas águas minerais gaseificadas. O gás carbônico
é um óxido de característica ácida, pois ao reagir com a água produz
ácido carbônico.

CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3-

Óxido de alumínio (Al2O3)


O óxido de alumínio constitui o minério conhecido como bauxi- Sabendo que ZPt = 78, julgue o item que se segue, acerca do
ta (Al2O3.2H2O) ou alumina (Al2O3). É também empregado na obten- complexo [Pt(NH3)2Cl2], cujas estruturas possíveis são mostradas
ção do alumínio e como pedras preciosas em joalherias (rubi, safira, nas figuras 1 e 2.
esmeralda, topázio, turquesa, etc.). A configuração eletrônica do íon metálico do complexo em
apreço termina em um orbital d8.
Óxido de silício – (SiO2) ( ) CERTO
Este óxido é conhecido comercialmente como sílica. É o cons- ( ) ERRADO
tituinte químico da areia, considerado o óxido mais abundante da
crosta terrestre. Apresenta-se nas variedades de quartzo, ametista, 3.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEE PE)/Química/2022)
ágata, ônix, opala, etc; Utilizado na fabricação do vidro, porcelana, A respeito da tabela periódica e dos modelos atômicos, julgue
tijolos refratários para fornos, argamassa, lixas, fósforos, saponá- o item seguinte.
ceos. O modelo atômico de Bohr permitiu a Mendeleev estabelecer
a tabela periódica.
-Óxido de cálcio (CaO) ( ) CERTO
Na preparação da argamassa, a cal viva ou virgem (CaO) é mis- ( ) ERRADO
turada à água, ocorrendo uma reação que libera grande quantidade
de calor:

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

4.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEED PR)/Química/2021) 7.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (Pref São Cristóvão)/Ciências/
Os modelos atômicos tentam explicar como é a estrutura de Educação Básica/2019)
um átomo, já que este é uma partícula muito pequena que não A energia do sol, vital para a vida na terra, tem sido apontada
pode ser vista a olho nu. Até hoje, os cientistas não conseguiram como uma importante fonte alternativa de energia que pode ser
ver um átomo isolado, muito menos a sua estrutura interna, mas empregada para substituição dos combustíveis fósseis. A energia do
os modelos tentam recriar este átomo. Nesse contexto, o modelo sol é gerada pela reação de fusão entre átomos de hidrogênio, com
atômico de a formação de átomos de hélio. Com relação a essas informações,
(A) Dalton defende que o átomo era uma estrutura maciça e in- julgue o item.
destrutível, mas poderia ser dividida em uma reação de fissão Um átomo neutro de hidrogênio possui um elétron, o qual, de
nuclear, por exemplo. acordo com o modelo atômico atual, gira em órbita elíptica em tor-
(B) Thomson propõe um átomo neutro divido em duas regiões no do núcleo do átomo.
com partículas positivas e negativas. ( ) CERTO
(C) Chadwick organiza o núcleo com duas partículas: prótons, ( ) ERRADO
com carga neutra, e nêutrons, com carga positiva.
(D) Rutheford propõe a divisão do átomo em duas regiões: nú- 8.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (Pref São Cristóvão)/Ciências/
cleo e eletrosfera, após realizar o experimento da lâmina de Educação Básica/2019)
ouro. A energia do sol, vital para a vida na terra, tem sido apontada
(E) Bohr organiza os elétrons em níveis de energia na eletrosfe- como uma importante fonte alternativa de energia que pode ser
ra, definindo que quanto mais próximo do núcleo os elétrons se empregada para substituição dos combustíveis fósseis. A energia do
encontram, mais energia eles possuem. sol é gerada pela reação de fusão entre átomos de hidrogênio, com
a formação de átomos de hélio. Com relação a essas informações,
5.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEED PR)/Química/2021) julgue o item.
A festa da virada de ano (réveillon) é marcada pela queima de Um átomo de hélio com número de massa igual a quatro pos-
fogos de artifício. No Brasil, o maior espetáculo acontece na praia sui dois nêutrons em seu núcleo.
de Copacabana, no Rio de Janeiro, mas este ano o evento foi can- ( ) CERTO
celado por causa da pandemia. A explosão de cores no céu causada ( ) ERRADO
pela queima dos fogos é decorrente de um fenômeno que acontece
com os elétrons dentro dos átomos, que, por sua vez, pode ser ex- 9.(CEBRASPE (CESPE) - Vestibular (UnB)/Indígena/2019)
plicado pelo modelo atômico de Bohr que Com relação a princípios da química, julgue o próximo item.
(A) afirma ocorrerem transições eletrônicas entre os níveis de Os diversos estados energéticos dos elétrons são denominados
energia, ou seja, o elétron libera fótons ao saltar de um nível camadas ou níveis de energia, tanto no modelo atômico de Thom-
mais interno para um nível mais externo. son quanto no modelo atômico de Bohr.
(B) define o fenômeno do salto quântico, em que os elétrons, ( ) CERTO
ao absorverem energia, podem realizar um salto de um nível ( ) ERRADO
mais interno para um mais externo e, ao retornar para o nível
de origem, liberar essa energia na forma de luz. 10.(CEBRASPE (CESPE) - 1º Tenente (PM MA)/Cirurgião-Dentis-
(C) defende a ideia de que os elétrons se movimentam ao re- ta/2018 (e mais 3 concursos)
dor do núcleo com perda de energia, esta perda acontece com A pólvora é material empregado como propulsor em armas de
emissão de fótons. fogo. Basicamente, a ideia é provocar uma reação que gere uma
(D) quantifica a energia dentro da eletrosfera do átomo e afir- quantidade grande de gases sob pressão e temperatura elevadas.
ma que o elétron libera luz ao saltar para um nível mais exter- Ao se expandirem, esses gases impulsionam um projétil. A pólvora
no. negra, empregada em armas mais antigas, é constituída por uma
(E) atribui as diferentes cores formadas pelos fogos de artifício mistura de salitre (KNO3), enxofre (S) e material de carbono (C.). A
ao fato de que a quantidade de energia liberada em todas as equação não balanceada de uma das reações químicas que ocor-
transições eletrônicas é a mesma, independentemente do nível rem durante a queima da pólvora é apresentada a seguir.
de energia em que o elétron se encontre. KNO3 (s) + S (s) + C (s) 6 →
K2S (s) + N2 (g) + CO2 (g)
6.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEDUC AL)/Química/2021) Considerando essas informações e sabendo que o número atô-
O ano de 2019 foi proclamado o Ano Internacional da Tabela mico do carbono é igual a 6, julgue o item que se segue.
Periódica pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com relação Um átomo neutro do isótopo de carbono-12, no estado fun-
à Tabela Periódica, seus elementos químicos e os modelos atômi- damental, apresenta, em seu núcleo, 6 prótons e 6 nêutrons; além
cos, julgue o item que se segue. disso, apresenta 6 elétrons na região extranuclear.
O modelo de Dalton foi o primeiro modelo atômico quantizado. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO

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a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

11.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEDUC AL)/Química/2018) 13.(CEBRASPE (CESPE) - Vestibular (UnB)/Regular/2018)


Considere que fragmentos do corpo de um zumbi tenham sido
estudados pela técnica de datação por 14C, a qual permite estimar
o tempo decorrido desde a morte de um ser vivo. O funcionamento
da técnica baseia-se no fato de que, em elevadas altitudes, a inci-
dência dos raios cósmicos propicia a conversão do isótopo 14N em
14C. Instável, o 14C sofre decaimento radioativo, de forma que as
reações de formação/decaimento do isótopo atingem um equilíbrio
e a proporção de 14C se mantém constante na atmosfera — aproxi-
madamente 1 em cada 1 trilhão de átomos de carbono. Esta propor-
ção é aproximadamente a mesma nos seres vivos: no caso dos seres
fotossintetizantes, porque eles absorvem constantemente carbono
da atmosfera, na forma de CO2; no caso dos demais, porque eles
incorporam 14C ao se alimentar de seres fotossintetizantes ou de
outros que assim o fazem. Quando um ser vivo morre, a incorpora-
ção de carbono da natureza por ele cessa e, assim, a proporção de
14C passa a diminuir. No caso específico do 14C, o tempo necessá-
A tabela periódica e o modelo atômico evoluíram gradualmen- rio para que a proporção do isótopo caia à metade do valor inicial (o
te ao longo do tempo, até as versões atuais. A figura precedente denominado tempo de meia-vida) é de cerca de 5.730 anos. Assim,
mostra uma ilustração bastante utilizada na representação de um medindo-se a proporção de 14C nos restos encontrados de um ser
átomo e que se baseia no modelo atômico de Bohr. Com relação à vivo, é possível estimar o tempo decorrido desde sua morte.
tabela periódica, aos modelos atômicos e aspectos a eles relaciona- Tendo como referência essas informações e considerando os
dos, julgue o próximo item. múltiplos aspectos a elas relacionados, julgue os itens que se se-
A razão de os elementos químicos emitirem um espectro des- guem.
contínuo de energia (espectros de linhas) é que, conforme proposto De acordo com o modelo de estrutura atômica atualmente
por Rutherford, os prótons ocupam uma região central muito pe- aceito, os elétrons dos átomos de carbono percorrem órbitas
quena, denominada núcleo, ao passo que os elétrons se localizam com trajetórias bem definidas em torno de um núcleo carregado
em uma região extranuclear de dimensões muito maiores. positivamente.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

12.(CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEDUC AL)/Química/2018) 14.(CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/
Ciências Naturais/2017)
Substâncias formadas por átomos de quase uma centena de
elementos químicos que se combinam em diferentes proporções
podem ser encontradas na natureza. Para a obtenção de substân-
cias simples, muitas vezes é necessário separar os átomos dos dife-
rentes elementos químicos.
Acerca desse assunto, julgue o item subsequente.
A partir do modelo atômico de Thomson, os átomos puderam
ser utilizados em processos para a geração de energia elétrica.
( ) CERTO
( ) ERRADO

15.(CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/


Ciências Naturais/2017)
As cores brilhantes observadas durante a queima de fogos de
A tabela periódica e o modelo atômico evoluíram gradualmen- artifício são geradas a partir de elementos metálicos presentes nos
te ao longo do tempo, até as versões atuais. A figura precedente fogos.
mostra uma ilustração bastante utilizada na representação de um Por exemplo, sais de estrôncio, como o SrCrO4, dão origem à
átomo e que se baseia no modelo atômico de Bohr. Com relação à luz vermelha; sais de cobre, como o Cu(NO3)2, à luz verde; sais de
tabela periódica, aos modelos atômicos e aspectos a eles relaciona- magnésio, como MgCℓ 2, à luz branca.
dos, julgue o próximo item. Sabendo que esse fenômeno pode ser explicado com base na
A proposta de existência de órbitas com trajetórias bem defi- estrutura eletrônica dos diferentes elementos metálicos, julgue o
nidas para os elétrons de um átomo, conforme ilustrado na figu- próximo item.
ra, mostrou-se, mais tarde, ser um equívoco, visto que os elétrons De acordo com o modelo atômico de Rutherford-Bohr, quando
apresentam propriedades de ondas e, portanto, não podem ser aquecidos, diferentes elementos químicos geram diferentes cores
descritos como partículas com trajetórias bem definidas. porque emitem radiação contínua.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO
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271
a solução para o seu concurso!
QUÍMICA

16.(CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/


Ciências Naturais/2017) GABARITO
As cores brilhantes observadas durante a queima de fogos de
artifício são geradas a partir de elementos metálicos presentes nos
fogos.
Por exemplo, sais de estrôncio, como o SrCrO4, dão origem à 1 ERRADO
luz vermelha; sais de cobre, como o Cu(NO3)2, à luz verde; sais de 2 CERTO
magnésio, como MgCℓ2, à luz branca.
3 ERRADO
Sabendo que esse fenômeno pode ser explicado com base na
estrutura eletrônica dos diferentes elementos metálicos, julgue o 4 D
próximo item. 5 B
O isótopo neutro Ba-88 possui 38 prótons e 50 nêutrons em
seu núcleo, além de 38 elétrons na região extranuclear. 6 ERRADO
( ) CERTO 7 ERRADO
( ) ERRADO
8 CERTO
17.(CEBRASPE (CESPE) - Soldado (CBM AL)/Combatente/2017) 9 ERRADO
A respeito da matéria e de sua constituição química, julgue o 10 CERTO
item a seguir.
De acordo com o modelo atômico de Rutherford, os átomos 11 ERRADO
são constituídos de elétrons, prótons e nêutrons. 12 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO 13 ERRADO
14 ERRADO
18.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico (FUB)/Laboratório/Quími-
15 ERRADO
ca/2015)
Com relação à teoria atômica, julgue o item subsecutivo. 16 ERRADO
Átomos isótopos caracterizam-se por apresentarem o mesmo 17 ERRADO
número de massa atômica.
( ) CERTO 18 ERRADO
( ) ERRADO 19 CERTO

19.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico (FUB)/Laboratório/Quími- 20 ERRADO


ca/2015)
Com relação à teoria atômica, julgue o item subsecutivo. ANOTAÇÕES
O experimento realizado por Rutherford, em que ele utilizou
uma fonte de partículas alfa, contribuiu para a proposição de um
______________________________________________________
modelo de estrutura atômica com um núcleo que contém partículas
positivas e neutras e que concentra praticamente toda a massa do ______________________________________________________
átomo. Ainda conforme esse modelo, ao redor do núcleo tem-se a
eletrosfera, que contém partículas negativas de massa desprezível. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

20.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico (FUB)/Laboratório/Quími- ______________________________________________________


ca/2015)
Com relação à teoria atômica, julgue o item subsecutivo. ______________________________________________________
As reações químicas ocorrem no núcleo. Dessa forma, os ele- ______________________________________________________
mentos químicos permanecem inalterados após reação com os de-
mais elementos. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

_____________________________________________________

Editora
272
272
a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS

Conceito
De início, convém ressaltar que o estudo desse ramo do Direito, denota a distinção entre o Direito Administrativo, bem como entre as
normas e princípios que nele se inserem.
No entanto, o Direito Administrativo, como sistema jurídico de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do Estado
de Direito, no momento em que o Poder criador do direito passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com os movimentos
constitucionalistas, cujo início se deu no final do século XVIII. Por meio do novo sistema, o Estado passou a ter órgãos específicos para o
exercício da Administração Pública e, por isso, foi necessário a desenvoltura do quadro normativo disciplinante das relações internas da
Administração, bem como das relações entre esta e os administrados. Assim sendo, pode considerar-se que foi a partir do século XIX que
o mundo jurídico abriu os olhos para a existência do Direito Administrativo.
Destaca-se ainda, que o Direito Administrativo foi formado a partir da teoria da separação dos poderes desenvolvida por Montesquieu,
L’Espirit des Lois, 1748, e acolhida de forma universal pelos Estados de Direito. Até esse momento, o absolutismo reinante e a junção
de todos os poderes governamentais nas mãos do Soberano não permitiam o desenvolvimento de quaisquer teorias que visassem a
reconhecer direitos aos súditos, e que se opusessem às ordens do Príncipe. Prevalecia o domínio operante da vontade onipotente do
Monarca.
Conceituar com precisão o Direito Administrativo é tarefa difícil, uma vez que o mesmo é marcado por divergências doutrinárias, o
que ocorre pelo fato de cada autor evidenciar os critérios que considera essenciais para a construção da definição mais apropriada para o
termo jurídico apropriado.
De antemão, ao entrar no fundamento de algumas definições do Direito Administrativo,
Considera-se importante denotar que o Estado desempenha três funções essenciais. São elas: Legislativa, Administrativa e
Jurisdicional.
Pondera-se que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes, porém, em tese, harmônicos entre si. Os poderes
foram criados para desempenhar as funções do Estado. Desta forma, verifica-se o seguinte:

Funções do Estado:
– Legislativa
– Administrativa
– Jurisdicional

Poderes criados para desenvolver as funções do estado:


– Legislativo
– Executivo
– Judiciário

Infere-se que cada poder exerce, de forma fundamental, uma das funções de Estado, é o que denominamos de FUNÇÃO TÍPICA.

PODER LEGISLATIVO PODER EXERCUTIVO PODER JUDICIÁRIO


Função típica Legislar Administrativa Judiciária
Redigir e organizar Julgar e solucionar conflitos
Administração e
Atribuição o regramento jurídico do por intermédio da interpretação e
gestão estatal
Estado aplicação das leis.

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Além do exercício da função típica, cada poder pode ainda exercer as funções destinadas a outro poder, é o que denominamos de
exercício de FUNÇÃO ATÍPICA. Vejamos:

PODER LEGISLATIVO PODER EXERCUTIVO PODER JUDICIÁRIO


tem-se como função
atípica tem-se por função tem-se por função atípica
desse poder, por ser típica atípica desse poder, desse poder, por ser típica do
do Poder Judiciário: O por ser típica do Poder Poder Executivo: Fazer licitação
Função atípica
julgamento do Presidente Legislativo: A edição de para realizar a aquisição de
da República Medida Provisória pelo equipamentos utilizados em
por crime de Chefe do Executivo. regime interno.
responsabilidade.

Diante da difícil tarefa de conceituar o Direito Administrativo, uma vez que diversos são os conceitos utilizados pelos autores modernos
de Direito Administrativo, sendo que, alguns consideram apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que outros, optam
por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado, abordaremos alguns dos principais posicionamentos de diferentes e importantes autores.
No entendimento de Carvalho Filho (2010), “o Direito Administrativo, com a evolução que o vem impulsionando contemporaneamente,
há de focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas, sendo, uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas administrativas
e entre os órgãos que as compõem e, a outra, de caráter externo, que se forma entre o Estado e a coletividade em geral.” (2010, Carvalho
Filho, p. 26).
Como regra geral, o Direito Administrativo é conceituado como o ramo do direito público que cuida de princípios e regras que
disciplinam a função administrativa abrangendo entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na
consecução do interesse público.
Vale lembrar que, como leciona DIEZ, o Direito Administrativo apresenta, ainda, três características principais:
1 – constitui um direito novo, já que se trata de disciplina recente com sistematização científica;
2 – espelha um direito mutável, porque ainda se encontra em contínua transformação;
3 – é um direito em formação, não se tendo, até o momento, concluído todo o seu ciclo de abrangência.

Entretanto, o Direito Administrativo também pode ser conceituado sob os aspectos de diferentes óticas, as quais, no deslindar desse
estudo, iremos abordar as principais e mais importantes para estudo, conhecimento e aplicação.
– Ótica Objetiva: Segundo os parâmetros da ótica objetiva, o Direito Administrativo é conceituado como o acoplado de normas que
regulamentam a atividade da Administração Pública de atendimento ao interesse público.
– Ótica Subjetiva: Sob o ângulo da ótica subjetiva, o Direito Administrativo é conceituado como um conjunto de normas que comandam
as relações internas da Administração Pública e as relações externas que são encadeadas entre elas e os administrados.

Nos moldes do conceito objetivo, o Direito Administrativo é tido como o objeto da relação jurídica travada, não levando em conta os
autores da relação.
O conceito de Direito Administrativo surge também como elemento próprio em um regime jurídico diferenciado, isso ocorre por que
em regra, as relações encadeadas pela Administração Pública ilustram evidente falta de equilíbrio entre as partes.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Fernando Correia, o Direito Administrativo é o sistema de
normas jurídicas, diferenciadas das normas do direito privado, que regulam o funcionamento e a organização da Administração Pública,
bem como a função ou atividade administrativa dos órgãos administrativos.
Correia, o intitula como um corpo de normas de Direito Público, no qual os princípios, conceitos e institutos distanciam-se do Direito
Privado, posto que, as peculiaridades das normas de Direito Administrativo são manifestadas no reconhecimento à Administração Pública
de prerrogativas sem equivalente nas relações jurídico-privadas e na imposição, em decorrência do princípio da legalidade, de limitações
de atuação mais exatas do que as que auferem os negócios particulares.
Entende o renomado professor, que apenas com o aparecimento do Estado de Direito acoplado ao acolhimento do princípio da
separação dos poderes, é que seria possível se falar em Direito Administrativo.
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello aduz, em seu conceito analítico, que o Direito Administrativo juridicamente falando, ordena a
atividade do Estado quanto à organização, bem como quanto aos modos e aos meios da sua ação, quanto à forma da sua própria ação, ou
seja, legislativa e executiva, por intermédio de atos jurídicos normativos ou concretos, na consecução do seu fim de criação de utilidade
pública, na qual participa de forma direta e imediata, e, ainda como das pessoas de direito que façam as vezes do Estado.

Observação importante: Note que os conceitos classificam o Direito Administrativo como Ramo do Direito Público fazendo sempre
referência ao interesse público, ao inverso do Direito Privado, que cuida do regulamento das relações jurídicas entre particulares, o Direito
Público, tem por foco regular os interesses da sociedade, trabalhando em prol do interesse público.

Por fim, depreende-se que a busca por um conceito completo de Direito Administrativo não é recente. Entretanto, a Administração
Pública deve buscar a satisfação do interesse público como um todo, uma vez que a sua natureza resta amparada a partir do momento
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

que deixa de existir como fim em si mesmo, passando a existir como das normas administrativas, passando pelo período do serviço
instrumento de realização do bem comum, visando o interesse público, da disciplina do bem público, até os dias contemporâneos,
público, independentemente do conceito de Direito Administrativo quando se ocupa em estudar e gerenciar os sujeitos e situações
escolhido. que exercem e sofrem com a atividade do Estado, assim como
das funções e atividades desempenhadas pela Administração
Objeto Pública, fato que leva a compreender que o seu objeto de estudo
De acordo com a ilibada autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a é evolutivo e dinâmico acoplado com a atividade administrativa
formação do Direito Administrativo como ramo autônomo, fadado e o desenvolvimento do Estado. Destarte, em suma, seu objeto
de princípios e objeto próprios, teve início a partir do instante em que principal é o desempenho da função administrativa.
o conceito de Estado de Direito começou a ser desenvolvido, com
ampla estrutura sobre o princípio da legalidade e sobre o princípio Fontes
da separação de poderes. O Direito Administrativo Brasileiro não Fonte significa origem. Neste tópico, iremos estudar a origem
surgiu antes do Direito Romano, do Germânico, do Francês e do das regras que regem o Direito Administrativo.
Italiano. Diversos direitos contribuíram para a formação do Direito Segundo Alexandre Sanches Cunha, “o termo fonte provém
Brasileiro, tais como: o francês, o inglês, o italiano, o alemão e do latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água.
outros. Isso, de certa forma, contribuiu para que o nosso Direito Entende-se por fonte tudo o que dá origem, o início de tudo. Fonte
pudesse captar os traços positivos desses direitos e reproduzi-los do Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes
de acordo com a nossa realidade histórica. históricas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte
Atualmente, predomina, na definição do objeto do Direito formal), ou seja, o processo de produção das normas. São fontes
Administrativo, o critério funcional, como sendo o ramo do direito do direito: as leis, costumes, jurisprudência, doutrina, analogia,
que estuda a disciplina normativa da função administrativa, princípio geral do direito e equidade.” (CUNHA, 2012, p. 43).
independentemente de quem esteja encarregado de exercê-la:
Executivo, Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delegação Fontes do Direito Administrativo:
estatal”, (MAZZA, 2013, p. 33).
Sendo o Direito Administrativo um ramo do Direito Público, o A) Lei
entendimento que predomina no Brasil e na América Latina, ainda A lei se estende desde a constituição e é a fonte primária e
que incompleto, é que o objeto de estudo do Direito Administrativo principal do DireitoAdministrativo e se estende desde a Constituição
é a Administração Pública atuante como função administrativa Federal em seus artigos 37 a 41, alcançando os atos administrativos
ou organização administrativa, pessoas jurídicas, ou, ainda, como normativos inferiores. Desta forma, a lei como fonte do Direito
órgãos públicos. Administrativo significa a lei em sentido amplo, ou seja, a lei
De maneira geral, o Direito é um conjunto de normas, confeccionada pelo Parlamento, bem como os atos normativos
princípios e regras, compostas de coercibilidade disciplinantes da expedidos pela Administração, tais como: decretos, resoluções,
vida social como um todo. Enquanto ramo do Direito Público, o incluindo tratados internacionais.
Direito Administrativo, nada mais é que, um conjunto de princípios Desta maneira, sendo a Lei a fonte primária, formal e
e regras que disciplina a função administrativa, as pessoas e os primordial do Direito Administrativo, acaba por prevalecer sobre
órgãos que a exercem. Desta forma, considera-se como seu objeto, as demais fontes. E isso, prevalece como regra geral, posto que as
toda a estrutura administrativa, a qual deverá ser voltada para a demais fontes que estudaremos a seguir, são consideradas fontes
satisfação dos interesses públicos. secundárias, acessórias ou informais.
São leis específicas do Direito Administrativo a Lei n. 8.666/1993 A Lei pode ser subdividida da seguinte forma:
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública – Lei em sentido amplo
e dá outras providências; a Lei n. 8.112/1990, que dispõe sobre o Refere-se a todas as fontes com conteúdo normativo, tais
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias como: a Constituição Federal, lei ordinária, lei complementar,
e das fundações públicas federais; a Lei n. 8.409/1992 que estima medida provisória, tratados internacionais, e atos administrativos
a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de normativos (decretos, resoluções, regimentos etc.).
1992 e a Lei n. 9.784/1999 que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. – Lei em sentido estrito
O Direito Administrativo tem importante papel na identificação Refere-se à Lei feita pelo Parlamento, pelo Poder Legislativo por
do seu objeto e o seu próprio conceito e significado foi de grande meio de lei ordinária e lei complementar. Engloba também, outras
importância à época do entendimento do Estado francês em dividir normas no mesmo nível como, por exemplo, a medida provisória
as ações administrativas e as ações envolvendo o poder judiciário. que possui o mesmo nível da lei ordinária. Pondera-se que todos
Destaca-se na França, o sistema do contencioso administrativo mencionados são reputados como fonte primária (a lei) do Direito
com matéria de teor administrativo, sendo decidido no tribunal Administrativo.
administrativo e transitando em julgado nesse mesmo tribunal.
Definir o objeto do Direito Administrativo é importante no sentido B) Doutrina
de compreender quais matérias serão julgadas pelo tribunal Tem alto poder de influência como teses doutrinadoras nas
administrativo, e não pelo Tribunal de Justiça. decisões administrativas, como no próprio Direito Administrativo.
Depreende-se que com o passar do tempo, o objeto de estudo A Doutrina visa indicar a melhor interpretação possível da norma
do Direito Administrativo sofreu significativa e grande evolução, administrativa, indicando ainda, as possíveis soluções para
desde o momento em que era visto como um simples estudo casos determinados e concretos. Auxilia muito o viver diário da
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Administração Pública, posto que, muitas vezes é ela que conceitua, disposição expressa na Carta Magna, nossa Lei Maior e Soberana.
interpreta e explica os dispositivos da lei.
Ressalta-se, com veemente importância, que os costumes
Exemplo: podem gerar direitos para os administrados, em decorrência dos
A Lei n. 9.784/1999, aduz que provas protelatórias podem ser princípios da lealdade, boa-fé, moralidade administrativa, dentre
recusadas no processo administrativo. Desta forma, a doutrina outros, uma vez que um certo comportamento repetitivo da
explicará o que é prova protelatória, e a Administração Pública Administração Pública gera uma expectativa em sentido geral de
poderá usar o conceito doutrinário para recusar uma prova no que essa prática deverá ser seguida nas demais situações parecidas
processo administrativo.
– Observação importante: Existe divergência doutrinária
C) Jurisprudência em relação à aceitação dos costumes como fonte do Direito
Trata-se de decisões de um tribunal que estão na mesma Administrativo. No entanto, para concursos, e estudos correlatos,
direção, além de ser a reiteração de julgamentos no mesmo sentido. via de regra, deve ser compreendida como correta a tese no sentido
de que o costume é fonte secundária, acessória, indireta e imediata
Exemplo: do Direito Administrativo, tendo em vista que a fonte primária e
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui determinada mediata é a Lei.
jurisprudência que afirma que candidato aprovado dentro do
número de vagas previsto no edital tem direito à nomeação, Nota - Sobre Súmulas Vinculantes
aduzindo que existem diversas decisões desse órgão ou tribunal Nos termos do art. 103 - A da Constituição Federal, ‘‘o Supremo
com o mesmo entendimento final. Tribunal Federal poderá, de ofício ou mediante provocação, por
decisão de dois terços de seus membros, após decisões reiteradas
— Observação importante: Por tratar-se de uma orientação aos que versam sobre matéria constitucional, aprovar súmulas que
demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, a terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
jurisprudência não é de seguimento obrigatório. Entretanto, com as Judiciário e à administração pública direta e indireta”.
alterações promovidas desde a CFB/1988, esse sistema orientador
da jurisprudência tem deixado de ser a regra. Princípios da Administração Pública
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
Exemplo: ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
Os efeitos vinculantes das decisões proferidas pelo Supremo do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
Tribunal Federal na ação direta de inconstitucionalidade (ADI), legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
na ação declaratória constitucionalidade (ADC) e na arguição de As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a
descumprimento de preceito fundamental, e, em especial, com as memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori-
súmulas vinculantes, a partir da Emenda Constitucional nº. 45/2004. zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
Nesses ocorridos, as decisões do STF acabaram por vincular e obrigar PE”. Observe o quadro abaixo:
a Administração Pública direta e indireta dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos dispostos Princípios da Administração Pública
no art. 103-A da CF/1988.
L Legalidade
D) Costumes I Impessoalidade
Costumes são condutas reiteradas. Assim sendo, cada país,
Estado, cidade, povoado, comunidade, tribo ou população tem M Moralidade
os seus costumes, que via de regra, são diferentes em diversos P Publicidade
aspectos, porém, em se tratando do ordenamento jurídico, não
E Eficiência
poderão ultrapassar e ferir as leis soberanas da Carta Magna que
regem o Estado como um todo. LIMPE
Como fontes secundárias e atuantes no Direito Administrativo,
os costumes administrativos são práticas reiteradas que devem Passemos ao conceito de cada um deles:
ser observadas pelos agentes públicos diante de determinadas
situações. Os costumes podem exercer influência no Direito – Princípio da Legalidade
Administrativo em decorrência da carência da legislação, De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
consumando o sistema normativo, costume praeter legem, ou nas ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
situações em que seria impossível legislar sobre todas as situações. O quadro abaixo demonstra suas divisões.
Os costumes não podem se opor à lei (contra legem), pois ela
é a fonte primordial do Direito Administrativo, devendo somente Princípio da Legalidade
auxiliar à exata compreensão e incidência do sistema normativo.
Em relação à A Administração Pública
Exemplo: Administração Pública somente pode fazer o que a lei
Ao determinar a CFB/1988 que um concurso terá validade de permite → Princípio da Estrita
até 2 anos, não pode um órgão, de forma alguma, atribuir por efeito Legalidade
de costume, prazo de até 10 anos, porque estaria contrariando
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Em relação ao Particular O Particular pode fazer tudo Disposições Gerais na Administração Pública
que a lei não proíbe O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú-
blica:
– Princípio da Impessoalidade
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve Administração Pública
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
Direta Indireta
rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de Federal Autarquias (podem ser
sua função é sempre o interesse público. Estadual qualificadas como agências
Distrital reguladoras)
– Princípio da Moralidade Municipal Fundações (autarquias
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público e fundações podem ser
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de qualificadas como agências
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé. executivas)
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen- Sociedades de economia
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador mista
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional). Empresas públicas
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi- Entes Cooperados
do a atos de improbidade administrativa:
Não integram a Administração Pública, mas prestam
Sanções ao cometimento de atos de improbidade administra- serviços de interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI,
tiva ONG’s
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CENTRALIZAÇÃO, DES-
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial) CENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRA-
ÇÃO; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
– Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, Administração direta e indireta
salvo a hipótese de sigilo necessário. A princípio, infere-se que Administração Direta é correspondente
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas que
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos- executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
sibilitar o controle por todos os interessados. vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
– Princípio da Eficiência os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, administrativa de maneira centralizada.
evitando atuações amadorísticas. Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a Administrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça de maneira descentralizada.
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser
boa administração). exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a personalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- a particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração direito público ou de direito privado para esta finalidade. Optando
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado pela segunda opção, as novas entidades passarão a compor a
for atingido. Administração Indireta do ente que as criou e, por possuírem
como destino a execução especializado de certas atividades, são
consideradas como sendo manifestação da descentralização por
serviço, funcional ou técnica, de modo geral.

Desconcentração e Descentralização
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição
interna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. que a secretaria da fazenda de um município tivesse em sua
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administração estrutura superintendências, delegacias, agências e postos de
direta como na administração indireta de todos os entes federativos atendimento, cada um desses órgãos incumbidos de desempenhar
do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcentração específicas competências da referida secretaria.
administrativa no âmbito da Administração Direta da União, os Caso a administração pública municipal decidisse, em face
vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em de restrições orçamentárias, extinguir os postos de atendimento,
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, atribuindo às agências as competências que aqueles exerciam, teria
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e ocorrido concentração administrativa.
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar
subordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração aumento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
administrativa está diretamente relacionada ao princípio da (art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e
hierarquia. extinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés dispor sobre a organização e o funcionamento, denota-se que
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado poderá ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a decreto. Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. a mais, o presidente da República deverá encaminhar projeto de
Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuindo lei ao Congresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua
suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou serviços estruturação interna deverá ser feita por decreto. Na realidade,
transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa que todos os regimentos internos dos ministérios são realizados por
transfere e a que acolhe as atribuições. intermédio de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização
interna do órgão. Vejamos:
Diferença entre Descentralização e Desconcentração: As duas – Órgão: é criado por meio de lei.
figuras dizem respeito à forma de prestação do serviço público. – Organização Interna: pode ser feita por DECRETO, desde
Descentralização, entretanto, significa transferir a execução de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação ou a
um serviço público para terceiros que não se confundem com a extinção de outros órgãos.
Administração Direta, e a desconcentração significa transferir a – Órgãos De Controle: Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribunal
da Administração Direta, permanecendo está no centro. de Contas da União.

Administração Centralizada
A administração centralizada é caracterizada pela concentração PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PODER VINCU-
de todas as decisões-chave e da autoridade em um único nível LADO; PODER DISCRICIONÁRIO; PODER HIERÁRQUICO;
ou departamento dentro da organização. Nesse modelo, a PODER DISCIPLINAR; PODER REGULAMENTAR; PODER DE
responsabilidade objetiva recai sobre a alta administração ou o líder POLÍCIA; USO E ABUSO DO PODER
central da organização. Isso implica que a alta administração deve
tomar decisões informadas, implementar políticas apropriadas e
assegurar a alocação eficiente dos recursos disponíveis.
Poder Hierárquico
Em caso de falhas, erros ou inadequações na gestão centralizada
Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
que impactem negativamente os resultados da organização, a
administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de
responsabilidade recai diretamente sobre a liderança central. Essa
seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação
responsabilidade não apenas envolve tomar as medidas corretivas
e subordinação entre os servidores que estiverem sob a sua
necessárias para remediar a situação, mas também a prestação de
hierarquia.
contas aos órgãos de controle e às partes interessadas.
A estrutura de organização da Administração Pública é baseada
Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela
em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de
Administração direta do Estado (ex.: Secretarias, Ministérios etc.).
competências e a hierarquia.
Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular do serviço
Em decorrência da amplitude das competências e das
público, como o prestador do mesmo, o próprio estado é quem
responsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda
centraliza a atividade.
a função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou
agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição
Concentração (extinguir órgãos): Trata-se da técnica
dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e
administrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Pessoa
agentes integrantes da Administração Pública.
jurídica integrante da administração pública extingue órgãos antes
Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de
existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de
maneira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados
unidade as respectivas competências. Imagine-se, como exemplo,
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em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que definitiva de atribuições, devendo as decisões adotadas por
se encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir delegação, mencionar de forma clara esta qualidade, que deverá
ordens e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação ser considerada como editada pelo delegado.
de subordinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, No condizente à avocação, afirma-se que se trata de
como o dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de procedimento contrário ao da delegação de competência, vindo
o imediato superior avocar atribuições, bem como a atribuição de a ocorrer quando o superior assume ou passa a desenvolver as
rever os atos dos agentes subordinados. funções que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina,
Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado a norma geral, é a possibilidade de avocação pelo superior
não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas hierárquico de qualquer competência do subordinado, ressaltando-
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, se que nesses casos, a competência a ser avocada não poderá ser
XII, da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional privativa do órgão subordinado.
de representar contra o seu superior caso este venha a agir com Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências
ilegalidade, omissão ou abuso de poder. do órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das temporário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e
manifestações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir impreterivelmente justificados.
a outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte O superior também pode rever os atos dos seus subordinados,
dos atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los,
Lopes Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação
algumas regras, sendo elas: do interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato
A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um administrativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido
Poder a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto o ato viciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo,
da Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, infere-se que pode ocorrer de duas formas:
que ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato
delegar ao Chefe do Executivo a edição de lei. válido se tornar inconveniente ou inoportuna;
B) É impossível a delegação de atos de natureza política. b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios.
Exemplos: o veto e a sanção de lei;
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determinada No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre
autoridade, não podem ser delegadas; poderá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos
D) O subordinado não pode recusar a delegação; atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a
E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se
autorização do delegante. tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver
sido criado o direito subjetivo para o particular.
Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da – Observação importante: “revisão” do ato administrativo
delegação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece não se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A
os ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as revisão de ato é condizente à avaliação por parte da autoridade
seguintes regras relacionadas a esse assunto: superior em relação à manutenção ou não de ato que foi praticado
– A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser por seu subordinado, no qual o fundamento é o exercício do
delegada se não houver impedimento legal; poder hierárquico. Já na reconsideração, a apreciação relativa
– A delegação de competência é sempre exercida de forma à manutenção do ato administrativo é realizada pela própria
parcial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular autoridade que confeccionou o ato, não existindo, desta forma,
não detém o poder de delegar todas as suas atribuições; manifestação do poder hierárquico.
– A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente
ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e, à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes
a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de
e agentes não subordinados à hierarquia. suas funções típicas constitucionais. No entanto, os membros
dos Poderes Judiciário e Legislativo também estão submetidos à
Não podem ser objeto de delegação: relação de hierarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas
– A edição de atos de caráter normativo; ou administrativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é
– A decisão de recursos administrativos; legalmente obrigado a adotar o posicionamento do Presidente
– As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade; do Tribunal no julgamento de um processo de sua competência,
porém, encontra-se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens
Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua daquela autoridade quando versarem a respeito do horário de
revogação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da funcionamento dos serviços administrativos da sua Vara.
lei. Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação não
poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordinação
e os objetivos da delegação e também o recurso devidamente decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da mesma
cabível à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de supervisão
atribuição delegada. ou do poder de tutela que a Administração Direta detém sobre as
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo entidades da Administração Indireta.
pela autoridade delegante como forma de transferência não
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Esquematizando, temos: poder hierárquico, mas sim o princípio da supremacia do interesse


público sobre o particular.
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e punir
crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo instituto
e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado somente
àqueles que possuem vínculo específico com a Administração de
forma funcional ou contratual, o segundo é exercido somente sobre
qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes.
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar,
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deverão
ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtornos ou
pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, denota-
se que o vínculo entre a Administração Pública e o administrado
Poder conferido à autoridade é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes do
administrativa para distribuir e dirimir funções poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação
PODER em escala de seus órgãos, que estabelece funcional ou contratual com a Administração.
HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordinação Em suma, temos:
entre os servidores que estiverem sob a sua 1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém
hierarquia. do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem
vínculo específico com a Administração Pública.
2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém
A edição de atos de caráter do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam
normativo às regulamentações de polícia administrativa.
Não podem ser A decisão de recursos 3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder
objeto de delegação administrativos geral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem
crimes ou contravenções penais.
As matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o poder
Por revogação: quando a disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação deve
manutenção do ato válido se tornar ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance como
Desfazimento do inconveniente ou inoportuna um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina administrativa
ato administrativo cometer infração, a única opção que restará ao gestor será aplicar á
Por anulação: quando o ator situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a aplicação
apresentar vícios da pena é ato vinculado. Quando existente, a discricionariedade
refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das sanções
Poder Disciplinar legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito administrativo
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder não é predominável o princípio da pena específica que se refere à
de autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades necessidade de prévia definição em lei da infração funcional e da
aos servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à exata sanção cabível.
disciplina administrativa em decorrência de determinado vínculo Em resumo, temos:
específico. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o
agente que possuir vínculo certo e preciso com a Administração, Poder Disciplinar
não importando que esse vínculo seja de natureza funcional ou – Apura infrações e aplica penalidades;
contratual. – Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar preciso que possua vínculo funcional com a administração;
é decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de – A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de
distribuição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao
uma mesma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que
determinar o cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for seja aplicada a penalidade disciplinar cabível;
subordinado, o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado – Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre
às determinações do seu superior ou descumprindo o dever sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação.
funcional, o seu chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas
no estatuto funcional. Poder regulamentar
Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste
de alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do
o Poder Público, a exemplo daqueles contratados para prestar Poder Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas
serviços à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
relação de hierarquia entre o particular e a Administração, o e eficaz execução.
pressuposto para a aplicação de sanções de forma direta não é o
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A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão 1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa
poder regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade
assemelhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam quando a lei confere ao agente público determinada quantidade de
esta expressão somente para se referirem à faculdade de editar liberdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade
regulamentos conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, e margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação
a usam com conceito mais amplo, acoplando também os atos de um regulamento executivo que estipula regras de observância
gerais e abstratos que são emitidos por outras autoridades, tais obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem
como: resoluções, portarias, regimentos, deliberações e instruções proceder no fiel cumprimento da lei.
normativas. Há ainda uma corrente que entende essas providências Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento
gerais e abstratas editadas sob os parâmetros e exigências da o exercício da discricionariedade administrativa, o Chefe do
lei, com o fulcro de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de Poder Executivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a
manifestações do poder normativo. estabelecer autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o
No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece espaço para a discussão de casos e fatos sem importância para a
como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que administração pública.
utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente
à competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para 2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei
editar regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder É interpretada no contexto da primeira, posto que o
normativo” para os demais atos normativos emitidos por outras regulamento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente
espécies de autoridades da Administração Direta e Indireta, como cumprida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade,
por exemplo, de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros. fato que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei
Registra-se que os regulamentos são publicados através de aplicada. Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores
decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados na carreira de Policial Rodoviário Federal.
pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei
por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda, 9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidura
a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão
última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por
determinado nome a um prédio público. pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe
Em razão de os regulamentos serem editados sob forma subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º.
condizente de decreto, é comum serem chamados de decretos A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos
regulamentares, decretos de execução ou regulamentos de para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto,
execução. o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que
Podemos classificar os regulamentos em três espécies abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos
diferentes: servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base
A) Regulamento executivo; em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições
B) Regulamento independente ou autônomo; e privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de
c) Regulamento autorizado. regulamentação dos requisitos de promoção, como demonstra o
próprio estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art.
Vejamos a composição de cada em deles: 10, parágrafo único da Lei 8.112/1990.
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto
– Regulamento Executivo 8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos
Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições e estabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais
suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por Rodoviários Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de
um regulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, “resultado satisfatório na avaliação de desempenho no interstício
qualquer lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, considerado para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da
até mesmo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. mesma forma, a expressão “resultado satisfatório” também é
Para isso, suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda eivada de subjetividade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo
conveniente detalhar a sua execução. dispositivo regulamentar designou que para o efeito de promoção,
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. seria considerado satisfatório o alcance de oitenta por cento das
Sendo geral pelo fato de não possuir destinatários determinados metas estipuladas em ato do dirigente máximo do órgão.
ou determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do
nas situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre dirigente máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é
hipóteses que, se e no momento em que forem verificadas no o estabelecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no
mundo concreto, passarão a gerar as consequências abstratamente condizente à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores
previstas. Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui para o efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que,
conteúdo material de lei, porém, com ela não se confunde sob o diante da regulamentação, erigiu a existência de vinculação da
aspecto formal. autoridade administrativa referente ao percentual considerado
O ato de regulamento executivo é constituído por importantes satisfatório para o efeito de promoção dos servidores, critério que
funções. São elas: inclusive já foi uniformizado.
Embora exista uma enorme importância em termos de
praticidade, denota-se que os regulamentos de execução gozam
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de hierarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem da hierarquia das normas, se um instituto jurídico for criado por
jurídica, criando direitos ou obrigações, nem contrariando, intermédio de determinada espécie normativa, sua extinção apenas
ampliando ou restringindo as disposições da lei regulamentada. poderá ser veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de
São, em resumo, atos normativos considerados secundários que superior hierarquia.
são editados pelo Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos
execução dos atos normativos primários elaborados pelas leis. parâmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia
Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos extingui-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto,
à lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso deixando de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado
Nacional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos permitiu que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça
parâmetros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama por decreto. Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto
de “veto legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o autônomo, mas nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo
Chefe do Executivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo fato de tal decreto não gozar de generalidade e abstração, não
Parlamento. regulamentando determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de
Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações, um ato de efeitos concretos, amplamente desprovido de natureza
uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer regulamentar.
em função de o Presidente da República entender que o projeto De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento
de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei,
o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria destaca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente,
o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer encontra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que
por exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre justifica a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um
jurídico. Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento decreto regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a
venha a sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário configurar ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto
ao interesse público, uma vez que tal norma somente deve é inconstitucional porque exorbitou do poder regulamentar.
detalhar como a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será Assim, havendo agressão direta à Constituição, a lei, com certeza
indubitavelmente cumprida. Destarte, se o Parlamento entende pode ser considerada inconstitucional, mas não o decreto que a
que o decreto editado dentro do poder regulamentar é contrário regulamenta. Agora, em se tratando do decreto autônomo, infere-
ao interesse público, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que se que este é norma primária, vindo a fundamentar-se no próprio
lhe dá o sustento. texto constitucional, de forma a ser possível uma agressão direta
Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao à Constituição Federal de 1988, legitimando desta maneira, a
controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da instauração de processo de controle de constitucionalidade. Assim
exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser sendo, podemos citar a lição do Supremo Tribunal Federal:
reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do
Executivo no exercício da autotutela. Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição,
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso
– Regulamento independente ou autônomo o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, por
Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, também conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tribunal
adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento executivo, Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucionalidade
esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo o reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado em ADI
poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de opção.
lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou isso claro.
ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle difuso,
diretamente da Constituição. quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucionalidade
A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta reflexa. É
figura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com uma opção da Corte para que não se realize o velho adágio: ‘muita
a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-0/DF, Rel.
inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88. Min. Marco Aurélio).
Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutrina Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar
é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo que que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a
o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispositivo delegação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção
constitucional, que estabelece a competência do Presidente da a essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece
República para dispor, mediante decreto, sobre organização e com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser
funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar objeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral
em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos da República e ao Advogado
públicos. Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único
Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista do art. 84 da Constituição Federal.
na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o
Presidente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos – Regulamento autorizado ou delegado
públicos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo. Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento
Cuida-se de uma xucra hipótese de abandono do princípio do apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também
paralelismo das formas. Isso por que em decorrência do princípio menciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou
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delegado. Esquematicamente, temos:


De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário
não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de Regulamentos jurídicos ou
forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo, normativos
aos órgãos administrativos. Espécies de
Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades regulamento quanto aos Regulamentos
técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja destinatários administrativos ou de
controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a organização
doutrina maior tem aceitado que as competências para regular
determinadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio Poder de Polícia
legislador para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado
fenômeno da deslegalização, por meio do qual a normatização sai para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício de
da esfera da lei para a esfera do regulamento autorizado. direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o interesse
No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limitado público.
somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade, ele
busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas técnicas – Limites
não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expressa No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim
determinação legal. como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está
Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos
confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque, fins, aos motivos ou ao objeto.
ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição, Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de
aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida polícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação
na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução de proporcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim
porque, embora seja um ato normativo secundário que retira sua sendo, a medida de polícia não poderá ir além do necessário com
força jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao o fito de atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos
contrário do que ocorre com este último no qual sua destinação é por exemplo, a hipótese de um estabelecimento comercial que
apenas a de detalhar a lei para que seja fielmente executada. somente possuía licença do poder público para atuar como revenda
Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de de roupas, mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier
regulamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo de costura. Caso os fiscais competentes, na constatação do fato,
disso é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo viessem a interditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal
em vista que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo medida seria desproporcional, tendo em vista que, para por fim
fato de estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo. à irregularidade, seria suficiente somente interditar a parte da
Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa revenda de roupas.
determinação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que
admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei estejam eivados de vícios de legalidade ou que se demonstrem
venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limites desproporcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo
da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm sido Poder Judiciário por meio do controle judicial, ou, pela própria
adotados com frequência para a fixação de normas técnicas, como administração no exercício da autotutela.
por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agências
reguladoras. – Prescrição
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública
– Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos Federal, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível punitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de
fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e polícia, desde que contados da data da prática do ato ou, em se
os regulamentos administrativos ou de organização. tratando de infração de forma permanente ou continuada, do dia
Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam em que tiver cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da
regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que ação punitiva da Administração também for considerado crime, a
passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece prescrição deverá se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu
com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos art. 1.º, § 2.º.
regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que
estes estabelecem normas sobre a organização administrativa Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação
ou que se relacionam aos particulares que possuem um vínculo de execução da administração pública federal relativa a crédito não
específico com o Estado, como por exemplo, os concessionários de tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação
serviços públicos ou que possuem um contrato com a Administração. em vigor, desde que devidamente contados da constituição
De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece definitiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com
destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos, sua redação incluída pela Lei 11.941/2009.
é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibilidade
liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação específica de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no curso
com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor grau do processo, quando o procedimento administrativo vir a ficar
de discricionariedade em relação aos regulamentos administrativos. paralisado por mais de três anos, desde que pendente de despacho
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ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados de decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios,
ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que sem intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento
haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente comercial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder
da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º. Público poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-
Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação los, sendo desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre,
punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso também, que tal fato não impede ao particular, que se sentir
das seguintes hipóteses: prejudicado pelo excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por do Poder Judiciário para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
meio de edital; Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia
B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma
fato; pela decisão condenatória recorrível; que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sendo
C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da não estando prevista expressamente em lei, se houver situação
Administração Pública Federal. de urgência que demande a execução direta da medida. O que
infere que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de de polícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como
em determinadas situações específicas, quando o interessado exemplo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade,
interromper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a como o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias.
suspensão do prazo prescricional para aplicação das sanções de Nesse caso específico, se o poder público tiver a pretensão de
polícia, nos parâmetros do art. 3.º. cobrar o mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta,
Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei sendo necessário que promova a execução judicial da dívida.
9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma
processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade
art. 5º. em dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a
executoriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a
– Atributos exigibilidade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar
Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder decisões executórias, impondo obrigações aos administrados
de polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a mesmo sem a concordância destes, e a executoriedade, que
coercibilidade. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas consiste na faculdade de se executar de forma direta todas essas
características estão presentes de forma simultânea em todos os decisões sem que haja a necessidade de intervenção do Poder
atos de polícia. Judiciário, usando-se, quando for preciso, do emprego direto da
Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada força pública. Imaginemos como exemplo, um depósito antigo de
atributo: carros que esteja ameaçado de desabar. Nessa situação específica,
a Administração pode ordenar que o proprietário promova a
— Discricionariedade sua demolição (exigibilidade). E não sendo a ordem cumprida, a
Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em própria Administração possui o poder de mandar seus servidores
relação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de demolirem o imóvel (executoriedade).
polícia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que
polícia seja a regra, em determinadas situações o exercício do a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios
poder de polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilidade
a autoridade responsável possa executar qualquer tipo de opção. de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as multas
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de meios
comparemos os atos de concessão de alvará de licença e de diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, da
autorização, respectivamente. Em se tratando do caso do alvará apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e da
de licença, depreende-se que o ato é vinculado, significando que demolição de prédio.
a licença não poderá ser negada quando o requerente estiver Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente
preenchendo os requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade,
passagem, que isso ocorre com a licença para dirigir, para construir que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou
bem como para exercer certas profissões, como a de enfermagem, em situações de urgência.
por exemplo. Referente à hipótese de alvará de autorização, mesmo
o requerente atendendo aos requisitos da lei, a Administração — Coercibilidade
Pública poderá ou não conceder a autorização, posto que esse ato É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato
é de natureza discricionária e está sujeito ao juízo de conveniência seja imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras
e oportunidade da autoridade administrativa. É o que ocorre, por termos, o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal,
exemplo, coma autorização para porte de arma, bem como para a não está consignado à dependência da concordância do particular
produção de material bélico. para que tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é
indissociável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser
— Autoexecutoriedade autoexecutável pelo fato de ser dotado de força coercitiva.
Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida
autoexecutoriedade consiste na “faculdade de a Administração como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
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confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do desdobramento do atributo da autoexecutoriedade.

– Poder de polícia originário e poder de polícia delegado


Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo como
fundamento a própria repartição de competências materiais e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988.
Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito público
da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder de polícia
originário.
Como uma das mais claras manifestações do princípio segundo o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no
exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilidade
envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara manifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão presentes
características ínsitas ao regime jurídico de direito público, o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de delegação do
poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
Esquematizando, temos:

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA


Discricionariedade Autoexecutoriedade Coercibilidade
Liberdade de escolha da autoridade Faculdade de a Administração
pública em relação à conveniência e decidir e executar diretamente sua Faz com que o ato seja imposto ao
oportunidade do exercício do poder de decisão por seus próprios meios, sem particular, concordando este, ou não.
polícia. intervenção do Judiciário.

Uso e abuso de poder


De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em atendimento à consecução dos fins públicos.
No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder, venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para fins
diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocorre tanto
por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por meio do
qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
– Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a autoridade atua extrapolando os limites da sua competência.
– Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, porém, o
utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária ao interesse público como um todo.

Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por
intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle judicial.

ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO; REQUISITOS, PERFEIÇÃO, VALIDADE, EFICÁCIA; ATRIBUTOS; EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO
E SANATÓRIA; CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO; VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

Conceito
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria”.
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
regulamentos.
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade
por órgão jurisdicional”.

B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta forma,
no entendimento estrito de ato administrativo por ele exposta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por exemplo,
bem como os atos abstratos.
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Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
da análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
conceitos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
fundamentais para a definição dos conceitos do ato administrativo. simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidando
De antemão, é importante observar que, embora o exercício o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
da função administrativa consista na atividade típica do Poder No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
nomear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada
benefícios legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece incompetente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
que em todas essas atividades, a função administrativa estará Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades públicas,
sendo exercida que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
não é função exclusiva do Poder Executivo. não possui competência para conferir o passaporte e liberar a entrada
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o controle de imigração
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em brasileiro é atividade exclusiva e privativa da Polícia Federal.
inúmeras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
a emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida o desempenho de suas atividades.
providência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de A competência possui como fundamento do seu instituto
direito privado e não público. a divisão do trabalho com ampla necessidade de distribuição
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser do conjunto das tarefas entre os agentes públicos. Desta
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que forma, a distribuição de competências possibilita a organização
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem administrativa do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como a cada pessoa política, órgão ou agente.
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de Relativo à competência com aplicação de multa por infração
serviços públicos. à legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas,
a União é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não imposto e também para estabelecer as respectivas infrações e
apresentar caráter de definitividade, está sujeito a controle penalidades. Já em relação à instituição do tributo e cominação de
por órgão jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, penalidades, que é de competência do legislativo, dentre os Órgãos
compreendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral Constitucionais da União, o Órgão que possui tal competência, é o
de vontade proveniente de entidade arremetida em prerrogativas Congresso Nacional no que condizente à fiscalização e aplicação das
estatais amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico respectivas penalidades.
de direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e Em relação às fontes, temos as competências primária e
sujeitos a controle judicial específico. secundária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos
Em suma, temos: abaixo:
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade a) Competência primária: quando a competência é estabelecida
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais pela lei ou pela Constituição Federal.
amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico de b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos normas de organização, editadas pelos órgãos de competência
a controle judicial específico. primária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão
ou agente que possui competência primária.
Atos administrativos em sentido amplo
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de
Atos de Direito Privado forma aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico
Atos materiais informando a distribuição de competências, como a matéria, o
território, a hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor critério da matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos políticos Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendências
Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
Contratos
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Atos normativos órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos Receita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da
Verdade que trabalham na investigação de violações graves de
Requisitos Direitos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que
A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência resulta na combinação dos critérios da matéria e do tempo.
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência, A competência possui como características:
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
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vez que se trata de um poder-dever de ambos. a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vontade hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão
da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo: territorial.
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos presidentes.
a crimes considerados menos graves. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou I - a edição de atos de caráter normativo;
acordo com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra II - a decisão de recursos administrativos;
pessoa. Frise-se que a delegação de competência não provoca a III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
transferência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de autoridade.
determinadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
que poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, publicados no meio oficial.
revogar a delegação. § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
estas normas poderão alterá-la. de exercício da atribuição delegada.
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
não tenha sido utilizada por muito tempo. autoridade delegante.
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a delegado.
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua
prática. Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica,
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a social, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias
intermédio do qual um órgão administrativo ou um agente e poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do
público delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de delegado, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
executar parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a
delegação é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico Importante ressaltar:
inferior. No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício
justificadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança
hierárquica. ou a medida judicial.
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamento
atribuição da autoridade delegante, que continua competente para do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
o exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
foi delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. deverão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também poderá Seguindo temos:
revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormente. a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação
Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de e se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer para si de forma temporária o devido exercício de competências
impedimentos legais vigentes. legalmente estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente
inferiores. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da
É importante conhecer a respeito da delegação de competência linha de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente
o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo de poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, delegação:
dispondo em seus arts. 11 a 14: – Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competência
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
delegação e avocação legalmente admitidos. sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se autoridade avocante.
não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência – Já na revogação de delegação, anteriormente, a competência
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já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que diapasão, a Administração não pode atuar com o objetivo de
achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delegação, beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que
voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por seu comportamento deverá sempre ser norteado pela busca do
cunho de mão própria. interesse público. Além disso, existe determinada finalidade típica
para cada tipo de ato administrativo.
Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
ser exercido com autocontrole, o poder originário de avocar de finalidade pública. São elas:
competência também se constitui em regra na Administração a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse público
Pública, uma vez que é inerente à organização hierárquica como considerado de forma geral.
um todo. Entretanto, conforme a doutrina de forma geral, o órgão b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico
superior não pode avocar a competência do órgão subordinado em previsto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
se tratando de competências exclusivas do órgão ou de agentes ato.
inferiores atribuídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança
Pública, mesmo estando alguns degraus hierárquicos acima de Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
todos os Delegados da Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
a competência para presidir determinado inquérito policial, tendo Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas
em vista que esta competência é exclusiva dos titulares desses finalidades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado
cargos. desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência vício que não pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser
sem mencionarmos a respeito dos vícios de competência que convalidado.
é conceituado como o sofrimento de algum defeito em razão de A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágrafo
problemas com a competência do agente que o pratica que se único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se verifica
subdivide em: quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
o ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
além das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
a praticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
poderá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. de finalidade.
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra verifica em duas hipóteses. São elas:
casamentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública de punição.
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. a finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem interesse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da perseguir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta interesse público.
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados Em resumo, temos:
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
Em suma, temos: Específica ou Imediata e Geral
Finalidade Pública
ou Mediata
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA Ato praticado com finalidade
Em determinadas diversa da prevista em Lei.
Excesso de poder situações é possível a Desvio de finalidade e Ato praticado formalmente
convalidação ou desvio de poder com finalidade prevista em Lei,
Usurpação de função Ato inexistente porém, visando a atender a fins
pessoais de autoridade.
Ato válido, se houver
Função de fato
boa-fé do administrado Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas
ABUSO DE AUTORIDADE distintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
Excesso de poder Vício de competência modo de exteriorização do ato administrativo.
Desvio de poder Desvio de finalidade B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é como todas as formalidades que devem ser destacadas e observadas
uma das características do princípio da impessoalidade. Nesse no seu curso de formação.
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Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se – Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do ato
simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrativo,
que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legítimo
exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
formação do ato administrativo. – Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo,
sendo a declaração das razões que motivaram à edição do
Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade ato. Já a motivação declarada e expressa dos motivos dos atos
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra administrativos, via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se
é o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser for obrigatória pela lei, sua ausência causará invalidade do ato
revestido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que administrativo por vício de forma, e não de motivo.
ele seja escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo
em vista que em alguns casos, via de regra, o agente público Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
tem a possibilidade de se manifestar de outra forma, como processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o
acontece nas ordens verbais transmitidas de forma emergencial seguinte:
aos subordinados, ou, ainda, por exemplo, quando um agente Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
de trânsito transmite orientações para os condutores de veículos indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
através de silvos e gestos. I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
vício de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
forma e sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via pública;
de regra, considera-se plenamente possível a convalidação do IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
ato administrativo que contenha vício de forma. No entanto, tal licitatório;
convalidação não será possível nos casos em que a lei estabelecer V - decidam recursos administrativos;
que a forma é requisito primordial à validade do ato. VI - decorram de reexame de ofício;
Devemos explanar também que a motivação declarada e VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
escrita dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
for de caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
maneira, quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja de ato administrativo.
vício de forma, mas não vício de motivo.
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
autoridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
elemento motivo. de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte
Motivo integrante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que “motivação aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. que está sendo admitida no direito brasileiro.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para
decidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato A motivação dos atos administrativos
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade respeito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a motivos determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei
prática do ato. não exigindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se só terá validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática Exemplo
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de
empírico da situação prevista em lei. servidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
administrativo depende da presença adjunta dos motivos de fato venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualidade
e de direito, posto que para isso, são imprescindíveis à existência habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
abstrata de previsão normativa bem como a ocorrência, de fato a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já
concreto que se integre à tal previsão. se o interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de pontualidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial,
ocorrer nas seguintes situações: deverá ser anulada.
a) quando o motivo é inexistente. É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
b) quando o motivo é falso. pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
c) quando o motivo é inadequado. aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
Em suma, temos:
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Vejamos:
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DIREITO ADMINISTRATIVO

– Motivo do ato administrativo públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado
– Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
edição do ato administrativo. Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos
– Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma atos administrativos são:
abstrata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.
– Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real – Presunção de legitimidade
que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
caracterizando o motivo de direito. atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
Vícios de motivo do ato quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
administrativo administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
Inexistente os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
Falso com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
Inadequado da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
– Teoria dos motivos determinantes presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
– O ato administrativo possui sua validade vinculada aos presunção de que o ato administrativo foi editado em conformidade
motivos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzidas
– Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. pela administração são verdadeiras.
– STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
está adequado à realidade fática”. entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
Objeto contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como por algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras submetê-lo ao controle pela própria administração pública, bem
palavras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo como pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática
cuida-se da alteração da situação jurídica que o ato administrativo não está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações
se propõe a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por falsas, poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus
exemplo, o objeto é a punição do transgressor. efeitos.
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve Denota-se que a principal consequência da presunção
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os de veracidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido,
padrões aceitos como éticos e justos. relembremos que em regra, segundo os parâmetros jurídicos,
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir o dever de provar é de quem alega o fato a ser provado. Desta
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse maneira, se o particular “X” alega que o particular “Y” cometeu ato
sentido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam ilícito em prejuízo do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que
os seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: está alegando, de maneira que, em nada conseguir provar os fatos,
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspensão “Y” não poderá ser punido.
por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para – Imperatividade
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. Em decorrência desse atributo, os atos administrativos são
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas concordância destes. Infere-se que a imperatividade é proveniente
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
autoridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
pessoas específicas para a ocupação noturna de determinado em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
trecho de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
o objeto é tido como imoral. expressa concordância.
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperatividade,
Atributos do Ato Administrativo característica presente exclusivamente nos atos que impõem
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos ato administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos exemplo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda,
privados. quando possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão,
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente atestado ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
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DIREITO ADMINISTRATIVO

– Autoexecutoriedade a firmar com o particular um contrato inominado desprovido de


Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem regulamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de
executados diretamente pela Administração Pública, por atender tanto ao interesse público como ao interesse particular.
intermédio de meios coercitivos próprios, sem que seja necessário
a intervenção prévia do Poder Judiciário. Classificação dos Atos Administrativos
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
interesse público, típico do regime de direito administrativo, fato à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
que acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classificações
à rapidez e eficiência. mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
autoexecutoriedade somente é possível quando estiver abordagem nas provas de concursos públicos.
expressamente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida
urgente, que não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais.
vez, prejuízo maior ao interesse público. Os atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários
determinados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que
Exemplos de Atos Administrativos Autoexecutórios de uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas
que correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o
apreensão de mercadorias impróprias para o consumo Regulamento do Imposto de Renda.
humano
demolição de edifício em situação de risco – Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
internação de pessoa com doença contagiosa será singular quando alcançar um único sujeito determinado e
dissolução de reunião que ameace a segurança será plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos
determinados em si.
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da
prestação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular Exemplo:
que considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel.
possa livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da Por outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-
defesa dos seus direitos. se: o ato de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto
aos destinatários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES
– Tipicidade PLÚRIMOS
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita a
tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo fato b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem
de tal característica não estabelecer um privilégio da administração, ser atos vinculados e discricionários.
mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de que – Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, comprovados os requisitos legais, a edição do ato se torna
deveremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos obrigatória, nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que acabam a construção de imóvel.
por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administração – Já os discricionários são aqueles em que a Administração
toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar
Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato decisões quando e como o ato será praticado, com a definição de
administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente seu conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim
sendo, em consonância com esse atributo, para cada finalidade que c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos
a Administração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato administrativos podem ser atos de império, de gestão e de
previamente definido na lei. expediente.
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio – Atos de império são atos por meio dos quais a Administração
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais usando
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o o poder de império para impô-los de modo unilateral e coercitivo
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabelecimentos
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberdade comerciais.
para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos
inominados. d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se quais a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontrando provenientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de
presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer administração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha com os particulares.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam – Atos normativos


a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos. Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é
esmiuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução
Exemplo: da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
forma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos
– Já os atos de expediente são tidos como aqueles que podem ser:
impulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
e sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
e papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos. geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
Exemplo: forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as Casas Legislativas.
devidas análises”. O decreto é de suma importância no direito brasileiro, motivo
pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
simples, complexos e compostos. b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
– O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta
um órgão da administração pública, pouco importando se esse aplicação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento
órgão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um do Imposto de Renda”.
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo específica de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples publicação produz de imediato, efeitos concretos.
colegiado.
– O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou Exemplo:
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo para fim de desapropriação.
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
É importante não confundir ato complexo com procedimento Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato regulamentar, também designado de decreto de execução.
complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção A doutrina o conceitua como sendo aquele que introduz um
de um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo regulamento, não permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance
praticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a possam ir além daqueles do que é permitido por Lei.
obtenção de um ato final e principal”. Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito.
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que Pondera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de autônomo admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84,
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de VI, “a”, da Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem 32/2001, que predispõe a competência privativa do Presidente da
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e
um principal e outro acessório. funcionamento da administração federal, quando não incorrer em
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Meirelles, para quem o ato administrativo composto “é o que
resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação – Atos ordinatórios
por parte de outro, para se tornar exequível”. A mencionada Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
definição, embora seja discutível, vem sendo muito utilizada ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro
pelas bancas examinadoras na elaboração de questões de provas de disciplinar as relações internas da Administração Pública.
de concurso público. Isso ocorreu na aplicação da prova para Detalharemos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as
Assistente Jurídico do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi instruções, as circulares, os avisos, as portarias, as ordens de
considerado correto o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja serviço, os ofícios e os despachos.
prática dependa de vontade única de um órgão da administração, Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro órgão, dá- autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar
se o nome de ato administrativo composto”. a atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo:
as instruções que ordenam os atos que devem ser usados de
Espécies forma interna na análise do pedido de utilização de bem público
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos formalizado unicamente por particular.
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretanto,
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
atos punitivos. Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados
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DIREITO ADMINISTRATIVO

por Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos consentimento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo.
correlatos aos respectivos Ministérios. d)Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
Portarias: são atos administrativos respectivamente editados do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
do Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria o particular preencha devidamente os requisitos legais.
determinando a instauração de processo disciplinar específico.
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos – Atos enunciativos
ordenadores da adoção de conduta específica em circunstâncias São atos administrativos que expressam opiniões ou, ainda,
especiais. Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de que certificam fatos no campo da Administração Pública. A doutrina
obra pública. reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, as
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
responsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
de entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
de informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
meio de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de
Saúde. De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espécies
Despachos: são atos administrativos eivados de poder de pareceres. São eles:
decisório ou apenas de mero expediente praticados em processos 1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
administrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
disciplinar, é emitido despacho especifico determinando a oitiva de vincula a autoridade competente;
testemunhas. 2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessariamente
elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
– Atos negociais opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
Também chamados de atos receptícios, são atos administrativos responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o
de caráter administrativo editados a pedido do particular, com o parecer de forma motivada;
fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte de forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. administrativa com o dever de acatá-lo.
Vejamos: b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
a) Licença: possui algumas características. São elas: o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade,
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a porém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
licença;
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
Administração se torna conivente com o exercício da atividade consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
privada como um todo; no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado,
Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do independentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
dotado da permissão do exercício de atividades específicas
realizadas pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
bem público. Exemplo: a permissão para uso de bem público certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
específico. de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: certidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
Administração Pública concorda com o exercício da atividade públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de
privada, bem como da utilização de bem público por particulares; retratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos
Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade da Administração Pública.
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
conveniência e à oportunidade do ato administrativo; o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
apenas de direito subjetivo ao ato. contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
c)Autorização: é detentora de características iguais às da de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
permissão, vindo a constituir ato administrativo discricionário da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
permissionário do exercício de atividade específica pelo particular
ou, ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que
a permissão, a autorização possui como características: o ato de
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DIREITO ADMINISTRATIVO

– Atos punitivos Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá
Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos,
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,
interesses dos administrados que vierem a atuar em desalento com vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na beneficiário.
edição de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
tenham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
da legalidade. ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
Podemos dividir as sanções em dois grupos: efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com situações:
supedâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos
particulares em geral. Exemplo: multa de trânsito. – Cassação
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
embasamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
demais pessoas que se encontram especialmente vinculadas continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
à Administração Pública. Exemplo: reprimenda imposta à do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
determinada empresa contratada pela Administração. sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada prostituição.
espécie:
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação
aos administrados. de um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou vinculação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma
suspensivos do exercício de atividades diversas. similar. Desta forma, a Administração Pública não detém o poder
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções de demonstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a justificar a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que
população em risco. houver sido fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, entendimento, em geral, evita que os particulares sejam coagidos
a autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas a conviver com extravagante insegurança jurídica, posto que, a
à coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, qualquer momento a administração estaria apta a propor a cassação
situação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para do ato administrativo.
momento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
medida, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia
feita de forma prévia no processo administrativo, situação por ser proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos
intermédio da qual, a ampla defesa será postergada para momento agentes de fiscalização em descumprimento às condições de
ulterior. subsistência do ato, bem como por ato revisional que implicasse
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções auditoria, acoplando até mesmo questões relativas à intercepção
funcionais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores de bases de dados públicas.
públicos e aos administrados possuidores de relação jurídica Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos
especial com a Administração Pública, desde que tenha sido parecidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação
constatada a violação ao ordenamento jurídico, bem como aos advém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
termos do negócio jurídico. Um exemplo disso, é a demissão de para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
servidor público que tenha cometido falta grave. que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
ocorreu na formação do ato.
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas
aos particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, – Anulação
as sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
sujeição especial de administrados específicos do poder disciplinar de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
da Administração Pública, como é o caso dos servidores e e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
contratados. Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
o exterior da Administração - as chamadas sanções externas - as legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito
sanções disciplinares são aplicadas no interior da Administração do ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar
Pública, - as denominadas sanções internas. o ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por
conseguinte, revogá-lo, e não o anular.
Extinção do ato administrativo Diferentemente da revogação, que mantém incidência
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção somente sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de os atos discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado
Editora
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DIREITO ADMINISTRATIVO

pelo fato de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que
legalidade. quando a administração está à frente do motivo que ordena a
Em relação à competência, a anulação do ato administrativo prática do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória,
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo não lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de
Poder Judiciário. analisar a conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo.
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando Desta maneira, não havendo possibilidade de análise de mérito
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de para a edição do ato, essa abertura passará a não existir para que o
autotutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do ato seja desfeito pela revogação.
STF:
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA princípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a
qualquer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de
a Administração Pública pode declarar certos limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia
Súmula 346
a nulidade dos seus próprios atos. Zanella Di Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
a Administração pode anular seus a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a
próprios atos, quando eivados de vícios análise de conveniência e oportunidade;
que os tornam ilegais, porque deles não b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
se originam direitos; ou revogá-los, por retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
Súmula 473 próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
ressalvada, em todos os casos, a apreciação após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
judicial. c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem
o praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode autoridade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o
ser invocado para anular o ato administrativo por motivo de praticou deixou de ser competente para revogá-lo;
ilegalidade, bem como para revogá-lo por razões de conveniência d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
e oportunidade. votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por lei;
provocação do interessado. e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
exercício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
administrativo havendo pedido do interessado. adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo – Convalidação
legalmente estabelecido. À vista da autonomia administrativa É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
atribuída de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos,
Municípios, cada uma dessas esferas tem a possibilidade de, inclusive aqueles que foram gerados antes da providência
observado o princípio da razoabilidade e mediante legislação saneadora. Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc,
própria, fixar os prazos para o exercício da autotutela. uma vez que retroage à data da edição do ato original, mantendo-
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no lhe todos os efeitos.
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
anuláveis.
– Revogação À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão,
própria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, o art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de possibilidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento sanáveis, levando em conta que tal providência não acarrete lesão
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e perfeito ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja
se torna inconveniente ao interesse público, a administração pública destinada à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento
poderá suprimi-lo por meio da revogação. tem sido aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da
A revogação resulta de um controle de conveniência e existência de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante
oportunidade do ato administrativo promovido pela própria analogia com a esfera federal e também com fundamento na
Administração que o editou. prevalência doutrinária vigente.
É fundamental compreender que a revogação somente pode Assim, é de suma importância esclarecermos que a
jurisprudência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em
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DIREITO ADMINISTRATIVO

determinadas lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato administrativo, o
decorrência do princípio da segurança jurídica. que proporciona maior equilíbrio entre as partes interessadas.
Em resumo, é de grande importância o posicionamento
Decadência Administrativa adotado pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só
O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um tempo, propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de
direito existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo contagem do prazo decadencial.
determinado em lei e também pela vontade das próprias partes
e, ainda no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-
titular, que não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido CA: CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL; TEORIA DO
pela lei. RISCO ADMINISTRATIVO; DANO: CONCEITO E TIPOS; EX-
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como CLUSÃO DA RESPONSABILIDADE; REPARAÇÃO DO DANO:
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo AÇÃO REGRESSIVA
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente
com o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se
confunde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o Preliminarmente, infere-se que a obrigação estatal de indenizar
disposto legal sobre a decadência do direito de a administração particulares por danos causados por agentes públicos, possui
pública anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses dois importantes fundamentos, que se tratam dos princípios da
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos: igualdade e da igualdade.
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos Desse modo, a partir do momento em que houver ato lesivo
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os ilícito, o fundamento do dever de indenizar será amparado pelo
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram princípio da legalidade, tendo em vista que a sua violação ocorreu
praticados, salvo comprovada má-fé. em desencontro com os parâmetros legais.
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de Entretanto, em se tratando de ato lícito que ocasionar prejuízo
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. a particulares, o fundamento para o dever de indenizar se encontra
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer respaldado no princípio da igualdade, tendo em vista a igual
medida de autoridade administrativa que importe impugnação repartição dos encargos sociais que lhes são inerentes.
à validade do ato.” Atualmente, a tese utilizada na seara dos órgão públicos
defende que as condutas praticadas por agentes públicos, no
O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai exercício de suas atribuições, devem ser imputadas ao Estado.
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi praticado. Desta maneira, a partir do momento em que ocorre a atuação
Isso significa que durante esse decurso, o administrado permanecerá do agente público, considera-se que houve atuação do Estado.
submetido a revisões ou anulações do ato administrativo que o Acerca da atuação do agente público, pontua-se que o conceito
beneficia. desse sujeito encontra respaldo do artigo 2º da Lei nº 8429/92 – Lei
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, de Improbidade Administrativa, que assim o define:
o administrado poderá ter suas relações com a administração Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
consolidadas contando com a proteção da segurança jurídica. o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu: ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante referidas no art. 1º desta Lei.        (Redação dada pela Lei nº 14.230,
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente de 2021)
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não Logo, são agentes públicos: o agente político, o servidor público
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem e todo aquele que exerce, mesmo que de modo transitório, ou
que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em voluntariamente, por eleição, nomeação, designação, contratação
decadência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
do Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º da Lei de
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático Improbidade Administrativa.
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, Desta maneira, em razão da direta atribuição à Administração
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, Pública, considera-se que o Estado responde pelos prejuízos
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável patrimoniais causados pelos agentes públicos a particulares, por
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa conta do exercício da função administrativa.
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo Nesse sentido, considerando a natureza patrimonial dos
decurso do tempo.” prejuízos ensejadores da reparação a ser feita pelo ente estatal,
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe salienta-se que tal responsabilidade é de ordem civil. Já em relação
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux à responsabilidade, assevera-se que é extracontratual, em razão de
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e vincular-se a danos decorrentes de relações jurídicas de cunho geral.
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de usar No tocante às indenizações devidas a indivíduos
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DIREITO ADMINISTRATIVO

contratualmente com o Estado, ressalta-se que estas encontram- conta de ação decidida pela própria vítima.
se sob disciplina de regras diferentes da responsabilidade civil Também pode ser aplicada no Brasil em situações excepcionais,
extracontratual. como por exemplo, em indenização coberta pelo seguro obrigatório
Assim sendo, os danos indenizáveis podem ser: materiais, para automóveis (DPVAT), que é efetuado mediante simples
morais ou estéticos. prova do acidente e do dano decorrente, independentemente da
Nesse diapasão, de acordo com a disposição inserta no existência de culpa.
artigo 37, parágrafo 6º da Constituição Federal, nos moldes do
entendimento do Superior Tribunal de Justiça – STJ, com redação Risco administrativo
dada pelas Súmulas nº 37 e 387, são cumuláveis as indenizações É adotada pela Constituição Federal de 1.988 e reconhece a
por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato, além de existência de excludentes ao dever de indenizar.
ser lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano Ocorrendo as excludentes, será afastado o dever de indenizar
moral. em decorrência das seguintes circunstâncias a seguir:
Sobre o tema em estudo, destacam-se importantes teorias que – Por culpa exclusiva da vítima: ocorre quando o prejuízo é
disciplinam a matéria. Vejamos: consequência da intenção que foi causada pelo próprio agente
prejudicado. Exemplo: a pessoa que suicida ao pular de prédio.
Responsabilidade Objetiva – Culpa de terceiro: o prejuízo pode ser atribuído à pessoa
Surgiu em 1.947 e perdura até os dias atuais. Esta teoria estranha aos quadros de trabalho da Administração Pública.
também é conhecida como teoria da responsabilidade sem culpa – Concausa, ou culpa concorrente: a vítima e o agente público
ou teoria publicista. provocam reciprocamente a ocorrência do prejuízo. A situação
A teoria da responsabilidade objetiva afasta a necessidade de pode ser sancionada mediante a produção de provas periciais para
comprovação de culpa ou dolo do agente público. Além disso, adota determinar a parte com maior culpabilidade.
o dever de indenizar, com base na noção de risco administrativo, – Força maior: se trata de acontecimento imprevisível e
nos moldes do artigo 927, parágrafo único do Código Civil em vigor. incontrolável que rompe o nexo causal entre a ação estatal e o
Nesse sentido, aquele que presta um serviço público, passa a prejuízo sofrido pelo particular.
assumir o risco dos prejuízos que venha a causar, independentemente – NOTA: a maior parte da doutrina adota o entendimento de
da existência de culpa ou dolo. Além disso, a responsabilidade não que culpa exclusiva da vítima, força maior e culpa de terceiro são
leva em consideração qualquer investigação referente ao elemento excludentes de causalidade, rompendo o nexo causal prevalecente
subjetivo. entre a conduta e o resultado lesivo como um todo.

– OBS. Importante: a responsabilidade objetiva é garantia do – OBS. Importantes:


usuário, independentemente de quem realize a prestação do serviço – É possível haver compensação de culpas, onde, da maior
público. culpa, desconta-se a menor.
– Diferentemente do que ocorre com a culpa exclusiva da
Culpa Administrativa vítima, a culpa concorrente não é excludente da responsabilidade
Infere-se que esta teoria representa uma adaptação da visão estatal.
civilista à realidade da Administração Pública. Desse modo, para a – A culpa concorrente é fator de mitigação ou causa atenuante
teoria objetiva, deverá ser efetuado o adimplemento da indenização da responsabilidade.
apenas depois que houver a comprovação pela vítima, mediante
três requisitos. São eles: Destaca-se que é importante salientar que o artigo 43 do
a) O ato; Código Civil, determina que as pessoas jurídicas de direito público
b) O dano; e interno são responsáveis civilmente por atos dos seus agentes que
c) O nexo causal. nessa qualidade, venham a causar danos a terceiros, ressalvado o
direito regressivo contra os causadores do dano, caso exista por
A teoria da culpa administrativa é fundamentada na concepção parte destes, culpa ou dolo.
de solidariedade social, tendo em vista que ela distribui os encargos Com o objetivo de melhor entendimento do assunto,
advindos de prejuízos especiais que oneram determinados verifiquemos o que determina o artigo 37, §6º da Constituição
particulares entre a coletividade. Federal:
Ademais, boa parte da doutrina relaciona esta teoria à ideia Art. 337 – A administração pública direta, indireta ou
de partilha de encargos e justiça distributiva. Lembrando que a fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
discussão acerca culpa ou dolo, possui reflexo em ação indenizatória Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
para a ação regressiva proposta pelo Estado em face do agente legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao
público. seguinte:
[...]
Risco Integral § 6º, da Constituição Federal, é objetiva a responsabilidade
Se refere a uma variante da responsabilidade objetiva. Defende das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
que basta a comprovação de ato, dano e nexo para determinar a públicos, pelos danos causados a terceiros, com base na teoria do
condenação estatal em qualquer situação. risco administrativo.
Ressalta-se que mesmo sendo mais favorável a vítima, o
caráter absoluto do risco integral acaba por produz injustiça, Da referida legislação, em síntese, aplicando-se conceitos
destacadamente em situações nas quais, o dano é produzido por doutrinários, bem como importantes resultados de julgamentos de
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Tribunais acerca do tema em estudo, podemos extrair que: inversão no ônus da prova relativa à culpa ou dolo, presumindo-se a
– As pessoas jurídicas respondem pelos danos que seus agentes responsabilidade estatal nas omissões ensejadoras de comprovado
causarem a terceiros; prejuízo ao particular, de modo a restar ao Estado, para afastar tal
– De acordo com a adoção da teoria da imputação volitiva de presunção, realizar a comprovação de que não agiu com culpa ou
Otto Gierke, somente podem ser atribuídos à pessoa jurídica, os dolo.
comportamentos do agente público durante o exercício da função
pública; Responsabilidade dos Concessionários de Serviços na Esfera
– Nos termos do RE nº 327.907/SP, impede a propositura de Pública
ação de indenizatória diretamente contra a pessoa física do agente Sobre o tema, o artigo 2º, inciso II da Lei nº 8.987 de 1 de
se o dano foi causado no exercício da função pública; fevereiro de 1.995, com redação atualizada pela Lei nº 14.1/2021,
– As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos conceitua o seguinte:
danos que seus agentes causarem a terceiros; Art. 2º - Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
– As pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviço [...]
público, responderão pelos danos que seus agentes causarem a II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação,
terceiros; feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
– As empresas públicas, as sociedades de economia mista, os concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio
concessionários, bem como os permissionários, são considerados de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por
pessoas jurídicas de direito privado e não estão vinculadas à sua conta e risco e por prazo determinado; (Redação dada pela Lei
responsabilidade objetiva, como ocorre com as pessoas de direito nº 14.133, de 2021)
público;
– As pessoas de direito privado respondem de forma objetiva Logo, a responsabilidade primária pelo ressarcimento de danos
enquanto estiverem prestando serviços públicos como uma decorrentes da prestação é do concessionário, cabendo ao Estado
decorrência do regime jurídico próprio do serviço público, mas, não concedente por sua vez, responder em regime subsidiário.
pela qualidade da pessoa; Ressalta-se que a Constituição Federal em vigor não predispõe
– A Constituição Federal predispõe acerca da utilização de ação acerca de diferença em relação à qualidade da vítima. No artigo 25
regressiva em desfavor do agente apenas nos casos de culpa ou da Lei 8987/95, temos que incumbe à concessionária a execução do
dolo, fator que torna a responsabilidade subjetiva do agente público serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos
subjetiva, pelo fato de pressupor a existência de culpa ou dolo. causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem
– De acordo com as Lei nº 10.309/2001 e nº10.744/2003, em que a fiscalização exercida pelo órgão competente, exclua ou
situações de atentados terroristas em aeronaves, a União assume atenue essa responsabilidade.
as despesas de responsabilidade civil perante terceiros quando Desse modo, sintetizando, percebe-se que é dever da
ocorrer a bens e pessoas, estejam estas na condição de passageiros concessionária executar o serviço concedido. Além disso, cabe-lhe
ou não, provocados por atentados terroristas, atos de guerra, a incumbência de responder por todos os prejuízos que venha a
contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas acarretar ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem a
brasileiras de transporte aéreo. necessidade de que a fiscalização exercida pelo órgão competente
exclua ou abrande tal responsabilidade.
Além disso, é de suma importância destacar que são
características do dano indenizável: A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e decorre do
a) Ser anormal: o dano deve exceder o limite do razoável, artigo 186 do Código Civil 48 que consagra a regra, aceita univer-
considerando que o convívio social impõe determinados salmente, segundo a qual todo aquele que causa dano a outrem é
desconfortos considerados normais e toleráveis e que não ensejam obrigado a repará-lo.
o pagamento de indenização; A responsabilidade civil da Administração Pública consiste no
b) Ser específico: que alcance destinatários determinados, dever de reparar os danos causados ao patrimônio particular, pelos
atingindo um indivíduo ou uma classe delimitada de indivíduos. agentes públicos, em regular exercício. Evidencia-se na obrigação
que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que
Da Responsabilidade por Atos Lícitos seus agentes, atuando em seu nome, ou seja, na qualidade agentes
Independentemente da licitude ou ilicitude do ato lesivo, basta públicos, causem à esfera juridicamente tutelada dos particulares.
a existência de prejuízo anormal e específico oriundo de ação ou Traduz-se na obrigação de reparar economicamente danos patri-
omissão de agente público para que nasça o dever de indenizar. moniais, e com tal reparação se exaure.
Nesta esteira, analisemos importantes tipos de dano em que
o Estado, em razão da atitude de seus agentes, possui o dever de Leciona Hely Lopes Meirelles1 que a “responsabilidade civil da
indenizar: administração é, pois, a que impõe a fazenda pública a obrigação
de compor o dano causado a terceiros por agentes públicos, no de-
Danos por omissão sempenho de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las”.
O Estado deixa de agir e por isso, não consegue impedir um
resultado lesivo. É o caso dos danos causados por enchentes, Acerca do conceito, Maria Sylvia Zanella de Pietro2, ao disser-
quedas de árvore, etc. 1 [ LOPES MEIRELLES, Helly: Direito Administrativo Brasileiro. 38ª ed.
Nesse sentido, atualmente, a doutrina majoritária e o STF tem São Paulo: Malheiros, 2012. p. 62.]
entendido que a partir da hipossuficiência advinda da posição de 2 [ DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella: Direito Administrativo. 27ª ed. São
inferioridade da vítima diante do Estado, deve ser observada a Paulo: Atlas, 2014. p. 715]
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tar sobre a questão faz uma importante ressalva: Trate-se de dano por seus agentes a terceiros. Assim, os próprios agentes públicos
resultante de comportamentos do Executivo, do Legislativo ou do deveriam responder pelas eventuais condutas danosas que viessem
Judiciário, a responsabilidade é do Estado, pessoa jurídica; por isso a assumir, vale ressaltar, no exercício de suas funções.
é errado falar em responsabilidade da Administração Pública, já
que esta não tem personalidade jurídica, não é titular de direitos e Nessa época, sob a égide imperial, o Estado absolutista confe-
obrigações na ordem civil. A capacidade é do Estado e das pessoas ria ao administrador uma espécie de superioridade que o distan-
jurídicas públicas ou privadas que o representam no exercício de ciava de qualquer responsabilização perante seus súditos. Agir de
parcela de atribuições estatais. E a responsabilidade é sempre civil, maneira contrária ensejaria na percepção de nivelamento com seus
ou seja, de ordem pecuniária. subalternos, o que ia de encontro à sua natureza suprema.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS Não obstante o acolhimento do regime republicano, a Cons-


tituição de 1891 preservou a visão de sua antecessora no tocante
– Fato lesivo causado pelo agente em decorrência de dolo à responsabilidade civil da Administração Pública. Os agentes pú-
ou culpa blicos continuavam suportando o ônus pelos próprios atos prejudi-
– Ocorrência da lesão ao patrimônio ou à moral ciais, praticados no exercício de suas funções.
– Nexo de causalidade entre o comportamento do agente e
O Código Civil de 1916, responsabilizava, no âmbito civil, as
o dano
pessoas jurídicas de direito público pelos danos causados a tercei-
ros por seus representantes. Contudo, esse dispositivo foi declara-
A responsabilidade civil não deve ser confundida com a respon- do inconstitucional.
sabilidade administrativa ou com a responsabilidade penal, tendo
em vista que cada uma delas é independente. As Constituições de 1934 e 1937 adotaram a responsabilidade
solidária. Desse modo, a obrigação de reparar os danos recaía tanto
Evolução sobre o Estado quanto sobre seus agentes. Dessa forma, era facul-
A origem jurídica da responsabilidade civil advém do Direito tado a administração pagar integralmente o dano e, a posteriori,
Romano. Nas primeiras configurações de sociedade, inclusive nas cobrar a metade do valor ao agente culpado.
pré-romanas, já havia uma noção, o referido instituto, que tinha
a ideia de vingança privada como fundamentação, caracterizado Apenas em 1946 a Lei Maior brasileira positivou a responsabili-
como uma espécie de resposta própria em face de uma perda. dade objetiva do Estado. As características dessa espécie de respon-
A Lei de Talião , do latim, lex talionis foi o primeiro ensaio no sabilidade serão vistas com maior minudência adiante. As Constitui-
sentido de controlar a represália particular, designando uma pro- ções seguintes sustentaram a mesma ótica com relação ao tema.
porção entre o delito e a pena. Nessa lei, o agente delituoso era pu-
nido de tal forma ao dano que causara. As primeiras evidências da Embora a Constituição de 1988 tenha adotado, como regra, a
Lei de Talião foram identificadas em 1780 a. C, no Código de Hamu- responsabilidade objetiva do Estado, é importante sublinhar que
rabi, no reino da Babilônia. ainda é possível a aplicação da responsabilidade com culpa. Portan-
A partir dessa compreensão do delito emana o próprio Direi- to, há a coexistência dessas duas espécies de responsabilidade no
to Romano, que assimila essa manifestação natural como axioma ordenamento jurídico brasileiro.
para, através de sua regulamentação, interferir na sociedade, per-
mitindo-a ou estabelecendo vedações. Reparação do Dano
Embora seja indiscutível a contribuição do Direito Romano para A responsabilidade civil do Estado (ou da Administração) é ob-
o desenvolvimento jurídico da responsabilidade civil, não pode ser jetiva. Dessa responsabilidade objetiva decorrem três teses norte-
olvidada a preciosa lição: adoras, quais sejam:
a) Teoria da culpa administrativa: essa teoria considera a falta
O Direito Romano não manifestava uma preocupação teórica do serviço, e não a culpa subjetiva do agente administrativo. Para
de sistematização de institutos, pois sua elaboração se deu mui- que incorra a responsabilidade é necessário que a vítima sofra um
to mais pelo louvável trabalho dos romanistas, numa construção dano e comprove a falta do serviço. Exige, também, uma culpa es-
dogmática baseada no desenvolvimento das decisões dos juízes e pecial da Administração, que é denominada culpa administrativa. A
dos pretores, pronunciamentos dos jurisconsultos e constituições falta de serviço caracteriza-se: pela sua inexistência, pelo seu mau
imperiais3. funcionamento ou retardamento. Incorrendo qualquer das hipóte-
ses, a culpa administrativa é presumida.
Outra referência histórica da responsabilidade civil foi a Lex b) Teoria do risco administrativo: essa é a teoria adotada. Fun-
Aquilia, que advogava pela substituição de multas fixas por penas damenta-se no risco que o Estado causa a seus administrados. A
proporcionais ao prejuízo causado. Tamanha é sua importância que, Administração tem obrigação de indenizar a vítima pelo ato danoso
atualmente, consiste na nova denominação da responsabilidade ci- e injusto que lhe foi causado, não sendo necessário à vítima provar
vil extracontratual ou delitual. culpa dos agentes ou falta de serviço. Para que surja a responsabi-
Após o estudo dos primórdios da responsabilidade civil, ago- lidade, mister se faz que a vítima comprove que sofreu um dano
ra esse instituto passa pelo crivo do direito brasileiro, já com foco e que ele é injusto. Enalteça-se que, se comprovado, pelo Poder
na Administração Pública. A primeira Constituição brasileira (1824) Público, que a vítima teve culpa, a indenização será amenizada ou
entendia que o Estado não era responsável pelos danos causados excluída.
3 [ GAGLIANO, 2012, p.55.] c) Teoria do risco integral: a administração tem o dever e de
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ressarcir todo e qualquer ato danoso causado à vítima, mesmo que 4. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-ES - Delegado de Polícia
exista culpa ou dolo. Esta teoria nunca foi adotada pela legislação
pátria por ser extremista. No que tange aos institutos da descentralização e da descon-
centração, julgue os itens a seguir.
A indenização a ser paga pela Administração em favor da vítima I A principal diferença entre esses institutos decorre do número
pode se dar amigavelmente ou por meio da ação de indenização. de pessoas jurídicas envolvidas.
Para que a vítima receba a indenização (dano emergente, os II A descentralização ocorre no âmbito de uma única pessoa
lucros cessantes, os honorários advocatícios, correção monetária e jurídica.
juros) basta que ela comprove o nexo causal entre o ato do servidor III A desconcentração administrativa acontece quando a admi-
e o dano que lhe foi causado. nistração reparte atribuições e competências dentro de um mesmo
órgão.
Ação Regressiva
O artigo 37, § 6º, da Constituição Federal traz a hipótese da Ad- Assinale a opção correta.
ministração, ou do Estado de ajuizar Ação Regressiva em desfavor (A) Apenas o item I está certo.
do agente que causou o dano à terceiro. Após indenizada a vítima, o (B) Apenas o item II está certo.
Estado tem o direito de restaurar seu patrimônio, voltando-se con- (C) Apenas os itens I e III estão certos.
tra o agente causador do dano. (D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.

QUESTÕES 5. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Agente de Polícia

A manifestação da vontade do Estado por meio de uma unida-


1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TCE-RJ - Procurador do Ministério de que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que a
Público integram corresponde à teoria
(A) da imputação.
Quanto às fontes do direito administrativo bem como aos prin- (B) da responsabilidade.
cípios e ao regime da administração pública, julgue o item seguinte. (C) do órgão.
Embora a administração pública seja regida pelo princípio (D) da representação.
constitucional da legalidade, decisões judiciais podem servir como (E) da outorga.
fonte para o direito administrativo, inclusive com força vinculante.
( ) CERTO 6. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Agente de Polícia da Car-
( ) ERRADO reira de Polícia Civil do Distrito Federal

2. CESPE - 2019 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Procurador Mu- João, servidor público, aliciou um dos seus subordinados a se
nicipal filiar ao sindicato da categoria a que ambos pertenciam. Em razão
desse fato, instaurou-se processo administrativo contra João para
A respeito de improbidade administrativa, processo adminis- apurar sua conduta funcional. Concluído o procedimento, o chefe
trativo e organização administrativa, julgue o item seguinte. da repartição, Antônio, aplicou a pena de advertência por escrito
A criação de empresa pública é um exemplo de descentraliza- pelo ato praticado.
ção de poder realizado por meio de atos de direito privado, ainda Considerando a situação hipotética precedente, o disposto na
que a instituição da empresa pública dependa de autorização legis- Lei n.º 8.112/1990, os requisitos do ato administrativo e os poderes
lativa. da administração pública, julgue o item a seguir.
( ) CERTO A punição por ato infracional praticado por servidor público
( ) ERRADO configura exercício do poder de polícia administrativo.
( ) CERTO
3. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova ( ) ERRADO
Anulada
7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polícia
A respeito da administração pública direta e indireta e da res-
ponsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte. Recebida denúncia de violência doméstica contra a mulher, a
A desconcentração administrativa caracteriza-se pela divisão equipe de delegacia especializada de atendimento à mulher pren-
de competências entre órgãos de uma mesma pessoa jurídica de deu Jorge em flagrante delito, pela prática de tentativa de feminicí-
direito público. dio, tendo sido apreendida a arma de fogo utilizada no crime. Após
( ) CERTO as diligências procedimentais do auto de prisão em flagrante e da
( ) ERRADO apreensão da arma de fogo, o delegado adjunto lavrou o auto de
infração pela apreensão da arma de fogo, aplicando multa em des-
favor de Jorge.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta
(A) A autoridade policial exerceu, concomitantemente, o poder
de polícia judiciária e o poder de polícia administrativo.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

(B) A lavratura do auto de infração decorre do poder de polícia 12. CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Auxiliar de Perícia
judiciária, pois é consequência da apreensão da arma de fogo
utilizada no crime. Relativamente à responsabilidade do Estado e aos princípios da
(C) A multa aplicada será graduada pela autoridade competen- administração pública, julgue o item que se segue.
te, de acordo com a conveniência e oportunidade. Em casos de dano a pessoas causado por evento da natureza, o
(D) O delegado adjunto poderia ter deixado de aplicar a multa Estado poderá ser responsabilizado civilmente por omissão.
pela apreensão da arma de fogo, em razão da sua discriciona- ( ) CERTO
riedade administrativa. ( ) ERRADO
(E) É ilegítima a aplicação de multa pela apreensão da arma de
fogo, pois depende de autorização judicial. 13. CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGER - Mato Grosso - Inspetor
Regulador
8. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-ES - Delegado de Polícia
A respeito do poder de polícia, julgue os próximos itens. No que se refere à responsabilidade estatal, a teoria do risco
integral afasta as excludentes de responsabilidade na hipótese de
I Segundo o texto constitucional, o poder de polícia é exercido danos decorrentes de
exclusivamente pelas corporações especializadas da polícia civil e (A) desabamento de obra pública.
da polícia militar. II Para o exercício adequado do poder de polícia, (B) fuga de detento de estabelecimento prisional.
é necessário que a administração pública obtenha previamente au- (C) conduta médica em hospital público considerada inadequa-
torização do Poder Judiciário. III No exercício do poder de polícia, da.
o município poderá estabelecer os horários de funcionamento dos (D) atos terroristas em aeronave brasileira, dentro ou fora do
estabelecimentos comerciais situados em seu território. país.
(E) enchente ocasionada por falha na limpeza de galerias de
Assinale a opção correta. escoamento pluvial.
(A) Nenhum item está certo.
(B) Apenas o item II está certo. 14. CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de
(C) Apenas o item III está certo. Polícia Federal
(D) Apenas os itens I e II estão certos.
(E) Apenas os itens I e III estão certos. Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item que
se segue.
9. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe- Conforme a teoria do risco administrativo, uma empresa esta-
cialidade: Oficial de Justiça Avaliador tal dotada de personalidade jurídica de direito privado que exerça
atividade econômica responderá objetivamente pelos danos que
No que se refere a ato administrativo e agentes públicos, julgue seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, resguardado o
o item que se segue. direito de regresso contra o causador do dano.
A revisão de atos administrativos flagrantemente inconstitucio- ( ) CERTO
nais não está sujeita a prazo decadencial. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 15.CESPE / CEBRASPE - 2021 - Prefeitura de Aracaju - SE - Audi-
tor de Tributos Municipais - Geral
10. CESPE / CEBRASPE - 2022 - SECONT-ES - Auditor do Estado
- Ciências Jurídicas Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue os seguintes
itens.
Acerca do processo administrativo, julgue o item que se segue.
A competência, no âmbito dos processos administrativos, po- I O caso fortuito e a força maior são causas que excluem a res-
derá ser renunciada em parte por um órgão administrativo em favor ponsabilidade civil do Estado.
de outro, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de II Particular pode propor ação de indenização contra um servi-
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, ainda que dor público que, no exercício da sua função pública, dolosamente
os órgãos não sejam hierarquicamente subordinados. lhe tenha causado prejuízo, dada a sua legitimidade passiva.
( ) CERTO III O Brasil adota a teoria do risco administrativo, segundo a
( ) ERRADO qual o prejudicado deve identificar a conduta culposa do agente pú-
blico para lhe imputar a responsabilização.
11. CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGER - Mato Grosso - Analista
Administrativo - Administração Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
Com relação a ato administrativo, um dos seus atributos é a (B) Apenas o item II está certo.
(A) unidade. (C) Apenas os itens I e III estão certos.
(B) economicidade. (D) Apenas os itens II e III estão certos.
(C) anualidade. (E) Todos os itens estão certos.
(D) não vinculação.
(E) autoexecutoriedade.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

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GABARITO
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1 CERTO
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2 CERTO
3 CERTO ______________________________________________________
4 C ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 ERRADO
______________________________________________________
7 A
8 C ______________________________________________________
9 CERTO ______________________________________________________
10 ERRADO
______________________________________________________
11 E
12 CERTO ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 ERRADO
______________________________________________________
15 A
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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DIREITO MILITAR

§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e


DIREITO CONSTITUCIONAL MILITAR: DOS MILITARES DOS dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência
ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS; DAS da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
FORÇAS ARMADAS; DA SEGURANÇA PÚBLICA de 2019)

— Forças Armadas e Segurança Pública


Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do Forças Armadas
servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
misturam a não ser por expressa determinação constitucional. são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa- do Presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à ga-
tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos rantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer des-
militares de forma reflexa. tes, da lei e da ordem.
A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú- Segurança Pública
de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita- Dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exer-
res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde cida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a pessoas e do patrimônio.
tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88. Os órgãos de segurança pública são: polícia federal, polícia ro-
Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de doviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias
cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para militares e corpos de bombeiros militares e polícias penais federal,
militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu- estaduais e distrital.
mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de Segue abaixo os Artigos da CF, correspondentes aos referidos
horários. temas:

Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88: CAPÍTULO II


DAS FORÇAS ARMADAS
SEÇÃO III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
DOS TERRITÓRIOS Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom- defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por ini-
beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e ciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri- § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem
tórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e Armadas.
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo disciplinares militares.
a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos militares, aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, lei, as seguintes disposições:
de 15/12/98) I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas ine-
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Fe- rentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas
deral e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sen-
respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional do-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os
nº 41, 19.12.2003) demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;

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DIREITO MILITAR

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou em- § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
prego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos destina-se a:
termos da lei; I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ain- entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
da que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado ao respectivo quadro e nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promo- II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
vido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa-
para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de com-
de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a petência;
reserva, nos termos da lei; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; fronteiras;
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
a partidos políticos; da União.
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indig- § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
no do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
especial, em tempo de guerra; § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso ante- § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
rior; carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem militares.
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
37, inciso XVI, alínea “c”; preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,
IX - (Revogado) além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites atividades de defesa civil.
de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do mi- § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador
litar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe
prerrogativas e outras situações especiais dos militares, considera- a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela
das as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpri- Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
das por força de compromissos internacionais e de guerra. § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares,
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço a eficiência de suas atividades.
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
encargos que a lei lhes atribuir. destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei.
CAPÍTULO III § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos
DA SEGURANÇA PÚBLICA órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do
art. 39.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res- § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos públicas:
seguintes órgãos: I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
I - polícia federal; sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
II - polícia rodoviária federal; cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
III - polícia ferroviária federal; II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
IV - polícias civis; Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

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DIREITO MILITAR

i) Inaplicabilidade do juizado especial criminal aos crimes mi-


DIREITO PENAL MILITAR; CRIME MILITAR; CRIMES MILITA- litares. Nos termos do artigo 90-A da lei 9.099/95, incluído pela lei
RES EM TEMPO DE PAZ (ART. 9º DO CPM); CLASSIFICAÇÃO 9.839/99, a Lei dos Juizados Especiais Criminais não se aplica no
DE CRIME PROPRIAMENTE E IMPROPRIAMENTE MILITAR; âmbito da Direito Militar, no qual, entende-se, não existir infração
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ de menor potencial ofensivo.
j) Inaplicabilidade das penas alternativas aos crimes militares.
Para o Superior Tribunal Militar as penas restritivas de direito dis-
Crime militar: conceito postas no artigo 44 do Código Penal não tem aplicação na Justiça
Militar da União, porém o tema é controverso na doutrina.
Existem algumas diferenças entre o tratamento em que a lei dá
ao crime militar e crime comum1. Vejamos algumas delas. Observa-se que a distinção preponderante entre o crime co-
a) Punibilidade da tentativa. No Código Penal comum a tenta- mum e o crime militar está no bem jurídico a ser tutelado. No crime
tiva é punida com redução de 1 a 2 terços, (art.14, II do CP), enquan- militar tutela-se precipuamente a administração militar e os princí-
to no Código Penal Militar a tentativa é punida como a mesma pena pios basilares da hierarquia e disciplina.
do crime consumado, possibilitando, ainda, a ponderação por parte O Brasil adotou para definir como crime militar o aspecto for-
do magistrado (art. 30, parágrafo único do CPM) mal, ou seja, o legislador enumera, taxativamente, por meio de lei,
b) Erro de direito. No Código Penal comum, ocorrendo erro as condutas tidas como crime militar. Assim, em regra, crime militar
sobre a ilicitude do fato, o qual se inevitável, ou invencível, exclui são condutas descritas no Código Penal Militar – CPM, Decreto-Lei
o dolo e o autor fica isento de pena. Código Penal Militar é mais se- nº 1.001 de 21 de outubro de 1969, o qual, também, por via do seu
vero, pois recaindo em erro por ignorância ou errada compreensão artigo 9º estabelece outros critérios como em razão da pessoa, em
da lei, a pena é simplesmente atenuada ou substituída por outra razão do local e em razão do objeto, para fixação da competência.
menos grave e, ainda, se for crime contra o dever militar, o erro de
direito não lhe aproveita. Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
c) Estado de necessidade justificante específico do comandan- I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de
te. O Código Penal Militar prevê um tipo diferente de estado de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer
necessidade em que o Comandante de navio, aeronave, ou praça de que seja o agente, salvo disposição especial;
guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade possa compelir II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legisla-
os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras ção penal, quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491,
urgentes. (art. 42 do CPM). de 2017)
d) Tratamento duplo ao estado de necessidade. O Código Pe- a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra
nal comum prevê apenas o estado de necessidade justificante como militar na mesma situação ou assemelhado; (em razão da pessoa)
excludente da ilicitude (art. 24 do CP), já o Código Penal Militar pre- b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em
vê o estado de necessidade justificante (art.42, I e 43 do CPM) e es- lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
tado de necessidade exculpante como excludente da culpabilidade reformado, ou assemelhado, ou civil; (em razão da pessoa e em
(art.39 do CPM). razão do local)
e) Pena de morte em tempo de guerra. Diferentemente do Có- c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
digo Penal comum, o Código Penal Militar prevê a pena de morte comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
em tempo de guerra (art. 55, 355 e outros do CPM) lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
f) Penas infamantes. Está previsto no Código Penal Militar, reformado, ou civil; (em razão da pessoa e em razão do local)
como penas acessórias, a declaração de indignidade para com o d) por militar durante o período de manobras ou exercício, con-
oficialato e a declaração de incompatibilidade para com o oficialato tra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; (em
(art. 98 do CPM). razão da pessoa e em razão do local)
g) Suspensão condicional da pena - sursis. Diferentemente do e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
Código Penal comum o Direito Penal Militar exige para a concessão tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem adminis-
do sursis que o sentenciado não seja reincidente em crime punido trativa militar; (em razão da pessoa e em razão do objeto) II, b, c, d,
com pena privativa de liberdade, bem como veda a concessão do III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado,
sursis por vários crimes sem violência, como de desrespeito ao su- ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como
perior, de insubordinação, de deserção entre outros. tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos
h) Crime continuado. No âmbito militar, o crime continuado seguintes casos:
recebe um tratamento mais severo, já que as penas são unificadas. a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a
Sendo as penas da mesma espécie, a pena única é a soma de todas ordem administrativa militar; (em razão do objeto)
e se as penas forem de espécies diferentes, aplica-se a pena mais b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
grave com aumento correspondente à metade do tempo das menos situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Mi-
graves (art. 80 do CPM) nistério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente
ao seu cargo; (em razão da pessoa e em razão do local)
c) contra militar em formatura, ou durante o período de pron-
tidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,
1 [ (Adaptado de): Da Silva, Julio Cesar Lopes. Definição e Conceito de acantonamento ou manobras; (em razão da pessoa e em razão do
Crime Militar. Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall. local)
asp?id_dh=5979.]
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a solução para o seu concurso!
DIREITO MILITAR

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, con- Da mesma forma, durante a investigação policial militar, o en-
tra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de carregado do IPM poderá efetuar a detenção cautelar do indiciado
serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, que cometer crime militar próprio, por até 30 dias, sem necessida-
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para de de ordem da autoridade judicial competente, que deverá entre-
aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. (em tanto ser comunicada.
razão do objeto) A anotação não foi precisa já que a hipótese de um fato estar
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra previsto tanto no Código Penal Militar como na legislação penal co-
a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência mum caracteriza o crime impropriamente militar cuja competên-
do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017) cia num primeiro momento é da Justiça Militar, pelo princípio da
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra Especialização, e a remissão a ela (a anotação) é feita apenas para
a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, se aquilatar a dificuldade que encontra o jurista pátrio não afeito
serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no às lides da caserna para a exata compreensão do que seja o crime
contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) militar em relação com o crime comum.
I - do cumprimento de atribuições que lhes forem estabeleci- Portanto, há de se concluir que crimes propriamente milita-
das pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da De- res são aqueles tipificados numa legislação militar, sem que haja
fesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) conduta correspondente descrita em normas comuns, cujo objeto
II - de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de jurídico é a proteção da instituição militar, pelo que versa sobre as
missão militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº infrações de deveres militares, podendo, por isso, ser praticados
13.491, de 2017) apenas por militares ou assemelhados como, por exemplo, o crime
III - de atividade de natureza militar, de operação de paz, de de deserção (Art. 187, do CPM), abandono de posto (Art. 195, do
garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas CPM), desacato a superior (Art. 298, CPM), dormir em serviço, (Art.
em conformidade com o disposto no Art. 142 da Constituição Fede- 203, do CPM), etc. enquanto que os crimes impropriamente mili-
ral e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº tares são aqueles que mesmo estando descritos no Código Penal
13.491, de 2017) Militar, podem vir a ser cometidos por qualquer pessoa como é o
a) Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro caso do delito de homicídio (Art. 205, do CPM), delito de furto (Art.
de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 240, do CPM), etc.
b) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída A Lei 13.491/2017 promoveu mudanças referentes ao Crime
pela Lei nº 13.491, de 2017) Militar Impropriamente Comum. Esta lei inovou o ordenamento
c) Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de jurídico brasileiro e alterou o artigo 9º do Código Penal Militar, am-
Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) pliando o rol de crimes militares. Desde então, serão considerados
d) Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Inclu- crimes militares também os crimes previstos na lei penal comum
ída pela Lei nº 13.491, de 2017) (art. 9º, inciso II, CPM).

Crime Propriamente e Impropriamente Militar Crime Militar Impropriamente Comum (Crime Militares por
A Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso LXI utiliza-se Extensão)
do termo propriamente militar quando garante que “ninguém será É aquele que, apesar de não encontrar previsão expressa no
preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen- CPM, pode ser considerado militar por se enquadrar numa das hi-
tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans- póteses do art. 9º, II do CPM). São considerados crimes militares
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. O por extensão, que são os crimes da legislação comum (Código Pe-
Código Penal Comum também faz menção ao termo em seu artigo nal e Leis extravagantes), que serão considerados militares, quando
64, inciso II quando assevera que não se consideram os crimes mili- preencherem uma das condições do artigo 9º, inciso II, do Código
tares próprios para efeitos de reincidência. No entanto, ficou encar- Penal Militar.
go de a doutrina definir o que seria crime propriamente militar ou Após as alterações promovidas pela Lei 13.491/2017, passaram
crime militar próprio. a ser crimes impropriamente militares, toda e qualquer conduta de-
Em uma definição bem simples pode-se dizer que crime pro- litiva tipificada em lei penal, comum ou militar, quando levadas a
priamente militar é aquele que só está previsto no Código Penal efeito na presença de circunstâncias específicas.
Militar, e que só poderá ser cometido por militar, como aqueles Em síntese, todos os crimes previstos em leis penais extrava-
contra a autoridade ou disciplina militar ou contra o serviço militar gantes, ainda que não estejam igualmente tipificados no Código
e o dever militar. Já o crime impropriamente militar está previsto Penal Militar, quando cometidos por militar em situação de ativi-
ao mesmo tempo, tanto no Código Penal Militar como na legislação dade e nas condições do inciso II do artigo 9º do referido codex,
penal comum, ainda que de forma um pouco diversa (roubo, homi- em especial, estar ele em serviço ou atuando em razão da função,
cídio, estelionato, estupro, etc.) e via de regra, poderá ser cometido independentemente do local, ou, ainda, estando de folga, mas em
por civil. local sujeito à administração militar, passaram a ser imediatamente
No crime propriamente militar a autoridade militar poderá considerados crimes militares.
prender o acusado sem que este esteja em flagrante delito e mes- Ao dar nova redação ao inciso II para, agora, preconizar “os cri-
mo sem ordem judicial, situação impossível de se imaginar em rela- mes previstos neste Código e os previstos na legislação penal”, a
ção ao crime comum. Lei nº 13.491/2017 arrastou o Código Penal Comum e a legislação
penal extravagante para dentro da definição de crime militar em
tempo de paz, se presentes as já mencionadas circunstâncias2.
2 [ https://jus.com.br/artigos/64237/lei-n-13-491-2017-nova-defini-
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Ex. O delito de induzimento, instigação e auxílio ao suicídio (art. Oficial de Dia é o Representante do Comandante da Unidade
122, CP), não previsto no CPM, se praticado entre militares será um que opera na área administrativa como responsável, durante o seu
crime de natureza militar por força da nova redação do inciso II do turno, fora do expediente, pela conservação e guarda da guarnição
artigo 9º do CPM, que engloba também os crimes previstos na legis- militar e suas instalações.
lação comum, conjugando-se com a alínea “a” do citado dispositivo Na Marinha do Brasil, recebe a denominação de Oficial de Ser-
penal. viço e esse a bordo de navio, em regime de viagem, na estação de
controle da manobra, denomina-se Oficial de Quarto.
Da violência contra superior ou oficial de serviço
Do desrespeito a superior e do vilipêndio a símbolo nacional
Violência contra superior ou farda
Art. 157. Praticar violência contra superior:
Pena - detenção, de três meses a dois anos. Desrespeito a superior
Formas qualificadas Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não consti-
agente, ou oficial general: tui crime mais grave.
Pena - reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de ser-
de um terço. viço
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da
pena da violência, a do crime contra a pessoa. unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de
§ 4º Se da violência resulta morte: serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em O crime de desrespeito a superior exige que o ato desrespeito-
serviço. so seja praticado “diante de outro militar”, ainda que o tipo penal
não exige que seja na presença física. Portanto, a presença pode
Trata-se de crime propriamente militar, no qual a sua consu- ser por videoconferência, qualquer forma online, ligação telefônica
mação ocorre quando o autor atinge fisicamente o superior, seja (conferência), dentre outras.
direta, seja indiretamente[ https://qcon-assets-production.s3.ama- O crime é cometido de forma livre. Isto é, pode ser praticado de
zonaws.com/slides/materiais_de_apoio/6327/5b556b5d4586eb- forma oral, por escrito, por gesto, etc.
2d0759667ab5afe42ed7e237c0.pdf]. Quando o tipo penal exigiu que o ato desrespeitoso ocorra
A violência referida é física, que não necessariamente implica “diante de outro militar” visou tutelar a disciplina militar, razão pela
em lesões corporais, mas na prática de qualquer ato material vio- qual não se exige a presença física, na medida em que a quebra da
lento por parte do inferior em face de seu superior hierárquico. (Ex.: disciplina militar ocorrerá ainda que não haja presença física, mas
puxar o cabelo, agarrar violentamente o seu superior, etc.). desde que o desrespeito chegue ao conhecimento de outro militar.
Não se configura violência contra superior o ato de cuspir sobre Para que haja o crime previsto no art. 160 do CPM é necessá-
ele, pois tal fato poderá se enquadrar em outros tipos penais como ria a presença de pelo menos três militares. O ofensor, o superior
o desrespeito à superior (art. 160 do CPM) ou desacato a superior hierárquico e o terceiro que toma conhecimento do ato de desres-
(art. 298 do CPM). peito.
O bem jurídico tutelado não é, a princípio, a integridade física Na hipótese em que não houver a presença de outro militar
do superior, mas sim a hierarquia e a disciplina militares. poderá ser fato atípico ou injúria, a depender do caso concreto.

Violência contra militar de serviço Desrespeito a símbolo nacional


Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujei-
de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: to à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo
Pena - reclusão, de três a oito anos. nacional:
Formas qualificadas Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada
de um terço. A conduta típica consiste em ultrajar (afrontar negativamente,
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da insultar, ofender) símbolos nacionais, que são a bandeira nacional,
pena da violência, a do crime contra a pessoa. o hino nacional, as armas nacionais e o selo nacional.
§ 3º Se da violência resulta morte: Há variadas maneiras de executar o crime, como por exemplo,
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. rasgar a bandeira, cantar o hino com a letra modificada, de maneira
jocosa, etc.
É crime impropriamente militar, no qual sua consumação ocor-
re quando o autor atinge fisicamente o ofendido, seja direta, seja Despojamento desprezível
indiretamente, pela utilização de objetos. Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insíg-
nia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é
cao-de-crime-militar-e-seus-reflexos] praticado diante da tropa, ou em público.
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Despojar significa despir ou jogar fora, conforme o caso concre- Crimes militares em tempo de paz
to. O objeto é o uniforme (veste exclusiva do militar, farda), a con- Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
decoração militar (símbolo de honra, corporificado por qualquer I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de
meio, como ocorre com a medalha), insígnia (emblema que designa modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer
o posto) ou distintivo (sinais ostentados pelo militar). que seja o agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legisla-
Da coação irresistível e da obediência hierárquica ção penal, quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491,
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: de 2017)
Coação irresistível a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir militar na mesma situação ou assemelhado;
segundo a própria vontade; b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em
lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
Coação consiste em empregar força física (vis compulsiva) no reformado, ou assemelhado, ou civil;
intuito de que alguém faça ou deixe de fazer algo. Todavia, entende- c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
-se ainda que, mesmo que o art. 38 do CPM não ter feito distinção, comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
é necessário considerar que para tal dispositivo legal somente está lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
inserida a coação moral (grave ameaça) que excluirá a culpabilidade reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
por inexigibilidade de conduta adversa3. d) por militar durante o período de manobras ou exercício, con-
Quando houver coação física, o coator responderá pelo delito tra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
praticado, contudo, sob o coato não poderá sequer pesar qualquer e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
denúncia por não haver conduta e, consecutivamente, não haverá tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem adminis-
fato típico. Já para coação moral irresistível, o coator responderá trativa militar;
pelo cometimento da infração penal militar, enquanto o coato, será f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
isentado de pena por inexigibilidade de conduta adversa. III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado,
ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como
Obediência hierárquica tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárqui- seguintes casos:
co, em matéria de serviços. a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a
§1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. ordem administrativa militar;
§2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Mi-
execução, é punível também o inferior. nistério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente
ao seu cargo;
A ordem de superior hierárquico é a manifestação de vonta- c) contra militar em formatura, ou durante o período de pron-
de do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é tidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,
subordinado, no sentido de que realize uma conduta (positiva ou acantonamento ou manobras;
negativa), ou seja, trata-se em si de um ato administrativo interna d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, con-
corporis de um superior hierárquico ao seu subordinado visando tra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de
o funcionamento da Administração[ usmilitaris.com.br/sistema/ar- serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
quivos/doutrinas/obediencia.pdf]. administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para
Em certos casos, a obediência deve ser absoluta e não relativa, aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior.
como acontece no sistema militar, em que não cabe ao subordinado § 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra
a análise da legalidade da ordem. Então, se a ordem é ilegal, é ilegal a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência
também o fato praticado pelo subordinado. do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
Mas, como não lhe cabe discutir sobre sua legalidade, encon- § 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra
tra-se no estrito cumprimento de dever legal (dever de obedecer à a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil,
ordem). A possibilidade de um subordinado contestar uma ordem serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no
de seu superior relativa a matéria de serviço é extremamente difícil, contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
principalmente em razão da presunção de legitimidade inerente ao I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabele-
ato administrativo praticado por este. cidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da
Se o militar agir em estrita obediência a ordem direta de su- Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
perior hierárquico, em matéria de serviços responderá pelo crime II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou
somente o autor da ordem, salvo se a ordem do superior tem por de missão militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei
objeto a prática de ato manifestamente criminoso ou houver exces- nº 13.491, de 2017)
so nos atos ou na forma da execução. III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de
garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas
em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Fede-
3 [ https://jus.com.br/artigos/47051/a-exclusao-da-culpabilidade-em- ral e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº
-caso-de-reconhecimento-da-coacao-moral-irresistivel-em-relacao-a- 13.491, de 2017)
os-crimes-contra-o-dever-militar]
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a) Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro Separação de praças especiais e graduadas
de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da
b) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pena de prisão, atender-se-á, também, à condição das praças espe-
pela Lei nº 13.491, de 2017) ciais e à das graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que
c) Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de tenham graduação especial.
Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Inclu- Pena do assemelhado
ída pela Lei nº 13.491, de 2017) Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o pôsto ou
graduação que lhe é correspondente. (Vide Lei nº 14.688, de 2023)
Vigência
DAS PENAS: DAS PENAS PRINCIPAIS; DA APLICAÇÃO DA
PENA; DAS PENAS ACESSÓRIAS; EFEITOS DA CONDENA- Pena dos não assemelhados
ÇÃO; DA INSUBORDINAÇÃO; ABANDONO DE POSTO; DES- Parágrafo único. Para os não assemelhados dos Ministérios Mi-
CUMPRIMENTO DE MISSÃO; EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO litares e órgãos sob contrôle dêstes, regula-se a correspondência
pelo padrão de remuneração.

Pena superior a dois anos, imposta a militar


TÍTULO V Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois)
DAS PENAS anos, aplicada a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na
falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso
CAPÍTULO I ou detento sujeito ao regime conforme a legislação penal comum,
DAS PENAS PRINCIPAIS de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação
dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
Penas principais
Art. 55. As penas principais são: Pena privativa da liberdade imposta a civil
a) morte; Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar,
b) reclusão; em estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime
c) detenção; conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e conces-
d) prisão; sões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de
e) impedimento; 30.6.1978)
f) suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou fun-
ção; (Vide Lei nº 14.688, de 2023) Vigência Cumprimento em penitenciária militar
g) reforma. (Vide Lei nº 14.688, de 2023) Vigência Parágrafo único - Por crime militar praticado em tempo de
guerra poderá o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em
Pena de morte parte em penitenciária militar, se, em benefício da segurança na-
Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento. cional, assim o determinar a sentença. (Redação dada pela Lei nº
6.544, de 30.6.1978)
Comunicação
Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comuni- Pena de impedimento
cada, logo que passe em julgado, ao Presidente da República, e não Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a perma-
pode ser executada senão depois de sete dias após a comunicação. necer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar.
Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações
de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o Pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo
interêsse da ordem e da disciplina militares. ou função
Art. 64. A pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação,
Mínimos e máximos genéricos cargo ou função consiste na agregação, no afastamento, no licencia-
Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máxi- mento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na
mo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do
e o máximo de dez anos. serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer
efeito, o do cumprimento da pena. (Vide Lei nº 14.688, de 2023)
Pena até dois anos imposta a militar Vigência
Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos,
aplicada a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, Caso de reserva, reforma ou aposentadoria
quando não cabível a suspensão condicional: (Redação dada pela Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença,
Lei nº 6.544, de 30.6.1978) já estiver na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista
I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; neste artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a
II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará um ano.
separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou
pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos.

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Pena de reforma e) com o emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo,


Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de ou qualquer outro meio dissimulado ou cruel, ou de que podia re-
inatividade, não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos sultar perigo comum;
do sôldo, por ano de serviço, nem receber importância superior à f) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
do sôldo. (Vide Lei nº 14.688, de 2023) Vigência g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo,
ofício, ministério ou profissão;
Superveniência de doença mental h) contra criança, velho ou enfêrmo;
Art. 66. O condenado a que sobrevenha doença mental deve i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da auto-
ser recolhido a manicômio judiciário ou, na falta dêste, a outro es- ridade;
tabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada custódia e tra- j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento,
tamento. inundação, ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça parti-
cular do ofendido;
Tempo computável l) estando de serviço;
Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo m) com emprêgo de arma, material ou instrumento de serviço,
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação para êsse fim procurado;
em hospital ou manicômio, bem como o excesso de tempo, reco- n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a
nhecido em decisão judicial irrecorrível, no cumprimento da pena, sua administração;
por outro crime, desde que a decisão seja posterior ao crime de o) em país estrangeiro.
que se trata. Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso
de embriaguez preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando
Transferência de condenados praticado por militar.
Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de uma região, distri-
to ou zona pode cumprir pena em estabelecimento de outra região, Reincidência
distrito ou zona. Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete
nôvo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no país
CAPÍTULO II ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
DA APLICAÇÃO DA PENA
Temporariedade da reincidência
Fixação da pena privativa de liberdade § 1º Não se toma em conta, para efeito da reincidência, a con-
Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz apre- denação anterior, se, entre a data do cumprimento ou extinção da
cia a gravidade do crime praticado e a personalidade do réu, deven- pena e o crime posterior, decorreu período de tempo superior a
do ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou cinco anos.
menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados,
o modo de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias Crimes não considerados para efeito da reincidência
de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensi- § 2º Para efeito da reincidência, não se consideram os crimes
bilidade, indiferença ou arrependimento após o crime. anistiados.
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
Determinação da pena
§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determi- Circunstância atenuantes
nar qual delas é aplicável. I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos;
II - ser meritório seu comportamento anterior;
Limites legais da pena III - ter o agente:
§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou
legais a quantidade da pena aplicável. moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência,
Circunstâncias agravantes logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quan- ter, antes do julgamento, reparado o dano;
do não integrantes ou qualificativas do crime: c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, pro-
I - a reincidência; vocada por ato injusto da vítima;
II - ter o agente cometido o crime: d) confessado espontâneamente, perante a autoridade, a auto-
a) por motivo fútil ou torpe; ria do crime, ignorada ou imputada a outrem;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impuni- e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei. Não
dade ou vantagem de outro crime; atendimento de atenuantes
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada
caso fortuito, engano ou fôrça maior; é de morte, ao juiz é facultado atender, ou não, às circunstâncias
d) à traição, de emboscada, com surprêsa, ou mediante outro atenuantes enumeradas no artigo.
recurso insidioso que dificultou ou tornou impossível a defesa da
vítima;

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Quantum da agravação ou atenuação Criminoso por tendência


Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da § 3º Considera-se criminoso por tendência aquêle que comete
pena sem mencionar o quantum , deve o juiz fixá-lo entre um quin- homicídio, tentativa de homicídio ou lesão corporal grave, e, pelos
to e um têrço, guardados os limites da pena cominada ao crime. motivos determinantes e meios ou modo de execução, revela extra-
ordinária torpeza, perversão ou malvadez.
Mais de uma agravante ou atenuante
Art. 74. Quando ocorre mais de uma agravante ou mais de uma Ressalva do art. 113
atenuante, o juiz poderá limitar-se a uma só agravação ou a uma só § 4º Fica ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 113.
atenuação.
Crimes da mesma natureza
Concurso de agravantes e atenuantes § 5º Consideram-se crimes da mesma natureza os previstos no
Art. 75. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve mesmo dispositivo legal, bem como os que, embora previstos em
aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderan- dispositivos diversos, apresentam, pelos fatos que os constituem ou
tes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos deter- por seus motivos determinantes, caracteres fundamentais comuns.
minantes do crime, da personalidade do agente, e da reincidência.
Se há equivalência entre umas e outras, é como se não tivessem Concurso de crimes
ocorrido. Art. 79. Quando o agente, mediante uma só ou mais de uma
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, as
Majorantes e minorantes penas privativas de liberdade devem ser unificadas. Se as penas são
Art. 76. Quando a lei prevê causas especiais de aumento ou da mesma espécie, a pena única é a soma de tôdas; se, de espécies
diminuição da pena, não fica o juiz adstrito aos limites da pena co- diferentes, a pena única e a mais grave, mas com aumento corres-
minada ao crime, senão apenas aos da espécie de pena aplicável pondente à metade do tempo das menos graves, ressalvado o dis-
(art. 58). posto no art. 58.
Parágrafo único. No concurso dessas causas especiais, pode o
juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevale- Crime continuado
cendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. Art. 80. Aplica-se a regra do artigo anterior, quando o agente,
mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais cri-
Pena-base mes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, manei-
Art. 77. A pena que tenha de ser aumentada ou diminuída, de ra de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser
quantidade fixa ou dentro de determinados limites, é a que o juiz considerados como continuação do primeiro.
aplicaria, se não existisse a circunstância ou causa que importa o Parágrafo único. Não há crime continuado quando se trata de
aumento ou diminuição. fatos ofensivos de bens jurídicos inerentes à pessoa, salvo se as
ações ou omissões sucessivas são dirigidas contra a mesma vítima.
Criminoso habitual ou por tendência
Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual ou por tendência, Limite da pena unificada
a pena a ser imposta será por tempo indeterminado. O juiz fixa- Art. 81. A pena unificada não pode ultrapassar de trinta anos,
rá a pena correspondente à nova infração penal, que constituirá a se é de reclusão, ou de quinze anos, se é de detenção.
duração mínima da pena privativa da liberdade, não podendo ser,
em caso algum, inferior a três anos. (Vide Lei nº 14.688, de 2023) Redução facultativa da pena
Vigência § 1º A pena unificada pode ser diminuída de um sexto a um
quarto, no caso de unidade de ação ou omissão, ou de crime con-
Limite da pena indeterminada tinuado.
§ 1º A duração da pena indeterminada não poderá exceder a
dez anos, após o cumprimento da pena imposta. Graduação no caso de pena de morte
§ 2° Quando cominada a pena de morte como grau máximo e
Habitualidade presumida a de reclusão como grau mínimo, aquela corresponde, para o efeito
§ 2º Considera-se criminoso habitual aquêle que: de graduação, à de reclusão por trinta anos.
a) reincide pela segunda vez na prática de crime doloso da mes-
ma natureza, punível com pena privativa de liberdade em período Cálculo da pena aplicável à tentativa
de tempo não superior a cinco anos, descontado o que se refere a § 3° Nos crimes punidos com a pena de morte, esta correspon-
cumprimento de pena; de à de reclusão por trinta anos, para cálculo da pena aplicável à
tentativa, salvo disposição especial.
Habitualidade reconhecível pelo juiz
b) embora sem condenação anterior, comete sucessivamente, Ressalva do art. 78, § 2º, letra b
em período de tempo não superior a cinco anos, quatro ou mais Art. 82. Quando se apresenta o caso do art. 78, § 2º, letra b ,
crimes dolosos da mesma natureza, puníveis com pena privativa fica sem aplicação o disposto quanto ao concurso de crimes idênti-
de liberdade, e demonstra, pelas suas condições de vida e pelas cos ou ao crime continuado. (Vide Lei nº 14.688, de 2023) Vigência
circunstâncias dos fatos apreciados em conjunto, acentuada incli- Penas não privativas de liberdade
nação para tais crimes.

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Art. 83. As penas não privativas de liberdade são aplicadas dis- Inabilitação para o exercício de função pública
tinta e integralmente, ainda que previstas para um só dos crimes Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pú-
concorrentes. blica, pelo prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por
( ) mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de
CAPÍTULO V poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública.
DAS PENAS ACESSÓRIAS
Termo inicial
Penas Acessórias Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de
Art. 98. São penas acessórias: função pública começa ao têrmo da execução da pena privativa de
I - a perda de pôsto e patente; liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou
II - a indignidade para o oficialato; da data em que se extingue a referida pena.
III - a incompatibilidade com o oficialato;
IV - a exclusão das fôrças armadas; Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela
V - a perda da função pública, ainda que eletiva; Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais
VI - a inabilitação para o exercício de função pública; de dois anos, seja qual fôr o crime praticado, fica suspenso do exer-
VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela; cício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução
VIII - a suspensão dos direitos políticos. da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição (art.
113).
Função pública equiparada
Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida Suspensão provisória
em emprêsa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a sus-
sociedade de que participe a União, o Estado ou o Município como pensão provisória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.
acionista majoritário.
Suspensão dos direitos políticos
Perda de pôsto e patente Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade
Art. 99. A perda de pôsto e patente resulta da condenação a ou da medida de segurança ìmposta em substituição, ou enquanto
pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e im- perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode
porta a perda das condecorações. votar, nem ser votado.

Indignidade para o oficialato Imposição de pena acessória


Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o ofi- Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a impo-
cialato o militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes sição da pena acessória deve constar expressamente da sentença.
de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos
nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 Tempo computável
e 312. Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitações temporárias o
tempo de liberdade resultante da suspensão condicional da pena
Incompatibilidade com o oficialato ou do livramento condicional, se não sobrevém revogação.
Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o
oficialato o militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142. CAPÍTULO VI
Exclusão das fôrças armadas DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade,
por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das fôrças Obrigação de reparar o dano
armadas. Art. 109. São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do
Perda da função pública crime;
Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado
ou o civil: Perda em favor da Fazenda Nacional
I - condenado a pena privativa de liberdade por crime come- II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito
tido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função do lesado ou de terceiro de boa-fé:
pública; a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas
II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
por mais de dois anos. b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que cons-
Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da re- titua proveito auferido pelo agente com a sua prática.
serva, ou reformado, se estiver no exercício de função pública de
qualquer natureza.

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CAPÍTULO V Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou do-


DA INSUBORDINAÇÃO cumento envolve ou constitui segrêdo relativo à segurança nacio-
nal:
Recusa de obediência Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não consti-
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sôbre assunto tui crime mais grave.
ou matéria de serviço, ou relativamente a dever impôsto em lei,
regulamento ou instrução: Omissão de eficiência da fôrça
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui Art. 198. Deixar o comandante de manter a fôrça sob seu co-
crime mais grave. mando em estado de eficiência:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de três meses a um
Oposição a ordem de sentinela ano.
Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não consti- Omissão de providências para evitar danos
tui crime mais grave. Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao
seu alcance para evitar perda, destruição ou inutilização de instala-
Reunião ilícita ções militares, navio, aeronave ou engenho de guerra motomecani-
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, zado em perigo:
para discussão de ato de superior ou assunto atinente à disciplina Pena - reclusão, de dois a oito anos.
militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a Modalidade culposa
reunião; de dois a seis meses a quem dela participa, se o fato não Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
constitui crime mais grave. Pena - detenção, de três meses a um ano.

Publicação ou crítica indevida Omissão de providências para salvar comandados


Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, nau-
ou documento oficial, ou criticar públicamente ato de seu superior frágio, encalhe, colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar tô-
ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do das as providências adequadas para salvar os seus comandados e
Govêrno: minorar as conseqüências do sinistro, não sendo o último a sair de
Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não consti- bordo ou a deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar sob seu
tui crime mais grave. comando:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
CAPÍTULO III
DO ABANDONO DE PÔSTO E DE OUTROS CRIMES EM Modalidade culposa
SERVIÇO Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Abandono de posto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de Omissão de socorro
serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa,
antes de terminá-lo: navio de guerra ou mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave,
Pena - detenção, de três meses a um ano. em perigo, ou náufragos que hajam pedido socorro:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos ou
Descumprimento de missão reforma.
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi
confiada: Embriaguez em serviço
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não cons- Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apre-
titui crime mais grave. sentar-se embriagado para prestá-lo:
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um têrço. Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumen-
tada de metade. Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de
Modalidade culposa quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo ofi-
§ 3º Se a abstenção é culposa: cial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme,
Pena - detenção, de três meses a um ano. de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Retenção indevida
Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem
de função, ou quando lhe é exigido, objeto, plano, carta, cifra, códi-
go ou documento que lhe haja sido confiado:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de três a seis meses, se
o fato não constitui crime mais grave.
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CAPÍTULO XI Designação de escrivão


DO ABANDONO DE POSTO § 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará
esta, para exercer as funções de escrivão, um capitão, capitão-te-
Abandono de posto nente, primeiro ou segundo-tenente, se o indiciado fôr oficial. Nos
Art. 390. Praticar, em presença do inimigo, crime de abandono demais casos, poderá designar um subtenente, suboficial ou sar-
de pôsto, definido no art. 195: gento.
Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mí-
nimo. Falta ou impedimento de escrivão
§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas re-
feridas no parágrafo anterior, a autoridade designará, para lavrar o
DIREITO PROCESSUAL MILITAR: DA PRISÃO EM FLAGRAN- auto, qualquer pessoa idônea, que, para êsse fim, prestará o com-
TE promisso legal.

Recolhimento a prisão. Diligências


SEÇÃO II
Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas con-
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
tra a pessoa conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão,
procedendo-se, imediatamente, se fôr o caso, a exame de corpo de
Pessoas que efetuam prisão em flagrante
delito, à busca e apreensão dos instrumentos do crime e a qualquer
Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão pren-
outra diligência necessária ao seu esclarecimento.
der quem fôr insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em fla-
grante delito.
Nota de culpa
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será
Sujeição a flagrante delito
dada ao prêso nota de culpa assinada pela autoridade, com o moti-
Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquêle que:
vo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
a) está cometendo o crime;
b) acaba de cometê-lo;
Recibo da nota de culpa
c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça
§ 1º Da nota de culpa o prêso passará recibo que será assinado
acreditar ser êle o seu autor;
por duas testemunhas, quando êle não souber, não puder ou não
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, ma-
quiser assinar.
terial ou papéis que façam presumir a sua participação no fato de-
lituoso.
Relaxamento da prisão
§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a au-
Infração permanente
toridade militar ou judiciária verificar a manifesta inexistência de
Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o
infração penal militar ou a não participação da pessoa conduzida,
agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
relaxará a prisão. Em se tratando de infração penal comum, reme-
terá o prêso à autoridade civil competente.
Lavratura do auto
Art. 245. Apresentado o prêso ao comandante ou ao oficial de
Registro das ocorrências
dia, de serviço ou de quarto, ou autoridade correspondente, ou à
Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será
autoridade judiciária, será, por qualquer dêles, ouvido o condutor
lavrado auto ou têrmo, para remessa à autoridade judiciária com-
e as testemunhas que o acompanharem, bem como inquirido o in-
petente, a fim de que esta confirme ou infirme os atos praticados.
diciado sôbre a imputação que lhe é feita, e especialmente sôbre
o lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se de tudo auto,
Fato praticado em presença da autoridade
que será por todos assinado.
Art. 249. Quando o fato fôr praticado em presença da autorida-
§ 1º Em se tratando de menor inimputável, será apresentado,
de, ou contra ela, no exercício de suas funções, deverá ela própria
imediatamente, ao juiz de menores.
prender e autuar em flagrante o infrator, mencionando a circuns-
tância.
Ausência de testemunhas
§ 2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em
Prisão em lugar não sujeito à administração militar
flagrante, que será assinado por duas pessoas, pelo menos, que ha-
Art. 250. Quando a prisão em flagrante fôr efetuada em lugar
jam testemunhado a apresentação do preso.
não sujeito à administração militar, o auto poderá ser lavrado por
autoridade civil, ou pela autoridade militar do lugar mais próximo
Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto
daquele em que ocorrer a prisão.
§ 3º Quando a pessoa conduzida se recusar a assinar, não sou-
ber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por duas testemu-
Remessa do auto de flagrante ao juiz
nhas, que lhe tenham ouvido a leitura na presença do indiciado, do
Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido ime-
condutor e das testemunhas do fato delituoso.
diatamente ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por auto-
ridade judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se depender
de diligência prevista no art. 246.

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Passagem do prêso à disposição do juiz Providências antes do inquérito


Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o prêso § 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial res-
passará imediatamente à disposição da autoridade judiciária com- ponsável por comando, direção ou chefia, ou aquêle que o substi-
petente para conhecer do processo. tua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine
que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previs-
Devolução do auto tas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal
Art. 252. O auto poderá ser mandado ou devolvido à autori- que lhe incumba reprimir ou evitar.
dade militar, pelo juiz ou a requerimento do Ministério Público, se
novas diligências forem julgadas necessárias ao esclarecimento do Infração de natureza não militar
fato. § 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de natureza
militar, comunicará o fato à autoridade policial competente, a quem
Concessão de liberdade provisória fará apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito
Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em fla- anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores.
grante que o agente praticou o fato nas condições dos arts. 35, 38,
observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código Penal Oficial general como infrator
Militar, poderá conceder ao indiciado liberdade provisória, median- § 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o
te têrmo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena fato ao ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedeci-
de revogar a concessão. dos os trâmites regulamentares.

Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo no cur-


NOÇÕES DE INQUÉRITO POLICIAL MILITAR so do inquérito
§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a
existência de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou
TÍTULO III mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas
CAPÍTULO ÚNICO DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR funções sejam delegadas a outro oficial, nos têrmos do § 2° do art.
7º.
Finalidade do inquérito
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, Escrivão do inquérito
que, nos têrmos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao
Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que
de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. lhe deu delegação para aquêle fim, recaindo em segundo ou primei-
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação ro-tenente, se o indiciado fôr oficial, e em sargento, subtenente ou
penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no suboficial, nos demais casos.
curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às forma- Compromisso legal
lidades previstas neste Código.
Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o
Modos por que pode ser iniciado sigilo do inquérito e de cumprir fielmente as determinações dêste
Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria: Código, no exercício da função.
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdi-
ção ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierar- Medidas preliminares ao inquérito
quia do infrator; Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração pe-
b) por determinação ou delegação da autoridade militar supe- nal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º
rior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica do art. 10 deverá, se possível:
ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem
c) em virtude de requisição do Ministério Público; o estado e a situação das coisas, enquanto necessário; (Vide Lei nº
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 6.174, de 1974)
25; b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a relação com o fato;
represente, ou em virtude de representação devidamente autoriza- c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
da de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão d) colhêr tôdas as provas que sirvam para o esclarecimento do
caiba à Justiça Militar; fato e suas circunstâncias.
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar,
resulte indício da existência de infração penal militar. Formação do inquérito
Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação
Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator dêste:
§ 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandan-
te, diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdi- Atribuição do seu encarregado
ção militar haja ocorrido a infração penal, será feita a comunicação a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tive-
do fato à autoridade superior competente, para que esta torne efe- rem sido;
tiva a delegação, nos têrmos do § 2° do art. 7º. b) ouvir o ofendido;
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c) ouvir o indiciado; § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos


d) ouvir testemunhas; do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defenso-
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acarea- ria Pública e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou
ções; a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência
f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profis-
de delito e a quaisquer outros exames e perícias; sional para acompanhamento e realização de todos os atos relacio-
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, nados à defesa administrativa do investigado. Promulgação partes
desviada, destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apro- vetadas (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
priação; § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste ar-
h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a tigo deverá ser precedida de manifestação de que não existe defen-
184 e 185 a 189; sor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de tes- atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado
temunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados profissional que não integre os quadros próprios da Administração.
de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
para a realização de perícias ou exames. § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os
custos com o patrocínio dos interesses do investigado nos procedi-
Reconstituição dos fatos mentos de que trata esse artigo correrão por conta do orçamento
Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da ocor-
infração praticada de determinado modo, o encarregado do inqué- rência dos fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
rito poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que (Vigência)
esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente § 6º As disposições constantes deste artigo aplicam-se aos ser-
contra a hierarquia ou a disciplina militar. vidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da
Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respei-
Assistência de procurador to a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei
Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excep- nº 13.964, de 2019) (Vigência)
cional importância ou de difícil elucidação, o encarregado do inqué-
rito poderá solicitar do procurador-geral a indicação de procurador Incomunicabilidade do indiciado. Prazo.
que lhe dê assistência. Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomu-
nicável o indiciado, que estiver legalmente prêso, por três dias no
Encarregado de inquérito. Requisitos máximo.
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível,
oficial de pôsto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em Detenção de indiciado
se tratando de infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado po-
sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua derá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias,
hierarquia, se oficial o indiciado. comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente.
Êsse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo coman-
Sigilo do inquérito dante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode per- fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica.
mitir que dêle tome conhecimento o advogado do indiciado.
Art. 16-A. Nos casos em que servidores das polícias militares e Prisão preventiva e menagem. Solicitação
dos corpos de bombeiros militares figurarem como investigados em Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do
inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, inquérito solicitará, dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação,
cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força justificando-a, a decretação da prisão preventiva ou de menagem,
letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou do indiciado.
tentada, incluindo as situações dispostas nos arts. 42 a 47 do De-
creto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar), Inquirição durante o dia
o indiciado poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência
de 2019) inadiável, que constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investi- durante o dia, em período que medeie entre as sete e as dezoito
gado deverá ser citado da instauração do procedimento investiga- horas.
tório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e
oito) horas a contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento
13.964, de 2019) § 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º com ausência de nome- inquirições ou depoimentos; e, da mesma forma, do seu encerra-
ação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela mento ou interrupções, no final daquele período.
investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o
investigado à época da ocorrência dos fatos, para que esta, no prazo Inquirição. Limite de tempo
de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representa- § 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas
ção do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) consecutivas, sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre
que tiver de prestar declarações além daquele têrmo. O depoimen-
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a solução para o seu concurso!
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to que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para Advocação
prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado § 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade
do inquérito. que o delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente.
§ 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adia- Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição
da para o primeiro dia que o fôr, salvo caso de urgência. Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor
da Circunscrição Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal,
Prazos para terminação do inquérito acompanhados dos instrumentos desta, bem como dos objetos que
Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o interessem à sua prova.
indiciado estiver prêso, contado esse prazo a partir do dia em que
se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quan- Remessa a Auditorias Especializadas
do o indiciado estiver sôlto, contados a partir da data em que se § 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas
instaurar o inquérito. da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, atender-se-á, para a re-
messa, à especialização de cada uma. Onde houver mais de uma na
Prorrogação de prazo mesma sede, especializada ou não, a remessa será feita à primeira
§ 1º Êste último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte Auditoria, para a respectiva distribuição. Os incidentes ocorridos no
dias pela autoridade militar superior, desde que não estejam con- curso do inquérito serão resolvidos pelo juiz a que couber tomar
cluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de di- conhecimento do inquérito, por distribuição.
ligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorro- § 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacio-
gação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido nal serão remetidos à 1ª Auditoria da Circunscrição com sede na Ca-
antes da terminação do prazo. pital da União, atendida, contudo, a especialização referida no § 1º.

Diligências não concluídas até o inquérito Arquivamento de inquérito. Proibição


§ 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar au-
salvo dificuldade insuperável, a juízo do ministro de Estado com- tos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de
petente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa inimputabilidade do indiciado.
prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, se-
rão posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Instauração de nôvo inquérito
Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado do inquérito indicar, Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração
mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemu- de outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indi-
nhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento. ciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de
extinção da punibilidade.
Dedução em favor dos prazos § 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá
3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrup- os autos ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10,
ções pelo motivo previsto no § 5º do art. 10. letra c.
§ 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos
Reunião e ordem das peças de inquérito autos, se entender inadequada a instauração do inquérito.
Art. 21. Tôdas as peças do inquérito serão, por ordem crono-
lógica, reunidas num só processado e dactilografadas, em espaço Devolução de autos de inquérito
dois, com as fôlhas numeradas e rubricadas, pelo escrivão. Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a
autoridade policial militar, a não ser:
Juntada de documento I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências
Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá por ele consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
despacho do encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respec- II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o pre-
tivo têrmo, mencionando a data. enchimento de formalidades previstas neste Código, ou para com-
plemento de prova que julgue necessária.
Relatório Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo,
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, não excedente de vinte dias, para a restituição dos autos.
em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pes-
soas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e Suficiência do auto de flagrante delito
lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infra- Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e
ção disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dis-
último caso, justificadamente, sôbre a conveniência da prisão pre- pensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no
ventiva do indiciado, nos têrmos legais. crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação,
quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos au-
Solução tos, com breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem
§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertu- demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.
ra do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que
recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, Dispensa de Inquérito
aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de
ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. diligência requisitada pelo Ministério Público:
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a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por 5. CESPE / CEBRASPE - 2022 - MJSP - Técnico Especializado em
documentos ou outras provas materiais; Gestão de Ativos e Parcerias
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou Acerca de segurança pública, julgue o item seguinte.
publicação, cujo autor esteja identificado; A remuneração dos servidores que integram a segurança pú-
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal blica deve ser fixada exclusivamente por subsídio estabelecido em
Militar. parcela única.
( ) CERTO
( ) ERRADO
QUESTÕES
6. CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária
A respeito dos crimes militares em tempo de paz, julgue o item
1. CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal subsequente.
À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se se- Se um militar preso, por decisão judicial, em uma organização
gue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do militar, tentar evadir-se da prisão, usando violência contra a pessoa,
Estado e das instituições democráticas. ele responderá por crime militar.
A competência da PRF, instituição permanente, organizada e ( ) CERTO
mantida pela União, inclui o patrulhamento ostensivo das rodovias ( ) ERRADO
e das ferrovias federais.
( ) CERTO 7. CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária
( ) ERRADO A respeito dos crimes militares em tempo de paz, julgue o item
subsequente.
2. CESPE / CEBRASPE - 2023 - PC-AL - Delegado de Polícia Civil Comete crime propriamente militar o cidadão alistado para o
Em relação às forças armadas e ao meio ambiente, julgue o serviço militar que, convocado à incorporação, apresenta-se dentro
item subsequente. do prazo, mas ausenta-se antes do ato oficial de incorporação.
A Constituição Federal de 1988 define como poderes apenas o ( ) CERTO
Legislativo, o Executivo e o Judiciário e, ao tratar das forças arma- ( ) ERRADO
das, atribui-lhes funções essencialmente militares e de segurança
do país, de modo que, segundo a interpretação predominante do 8. CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal
papel delas, não lhes cabe exercer nenhum poder moderador de À luz do direito penal militar, julgue o item a seguir, relativo
possíveis conflitos entre os três poderes. a suspensão condicional da pena, livramento condicional, penas
( ) CERTO acessórias e extinção da punibilidade.
( ) ERRADO O cometimento de crime de traição, espionagem ou cobardia,
ou outros elencados no CPM, sujeita o oficial infrator, independen-
3. CESPE / CEBRASPE - 2022 - MJSP - Técnico Especializado em temente da pena aplicada, a declaração de indignidade para o ofi-
Pesquisa e Análise de Dados cialato.
A segurança pública é exercida para a preservação da ordem ( ) CERTO
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. No que se ( ) ERRADO
refere a esse assunto, julgue o item que segue.
As polícias civis dos estados detêm atribuição para a apuração 9. CESPE - 2018 - MPU - Analista do MPU - Direito
das infrações penais, ressalvadas as de competência federal e as Com base em normas do direito processual penal militar e do
militares. entendimento de tribunais superiores, julgue o próximo item.
( ) CERTO Segundo o entendimento do Superior Tribunal Militar, o inqué-
( ) ERRADO rito policial militar deverá ser trancado quando não houver indícios
suficientes de autoria ou de materialidade.
4. CESPE / CEBRASPE - 2022 - MJSP - Técnico Especializado em ( ) CERTO
Pesquisa e Análise de Dados ( ) ERRADO
A segurança pública é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. No que se
refere a esse assunto, julgue o item que segue.
À Polícia Federal incumbem o policiamento de fronteiras e o
controle de pessoas que tentam entrar no território brasileiro pelas
vias aérea e marítima, cabendo à Polícia Rodoviária Federal tal atri-
buição em relação às fronteiras terrestres.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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10. CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal


Cada um do item a seguir, que tratam de IPM e(ou) ação penal
ANOTAÇÕES
militar, apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva ______________________________________________________
a ser julgada.
Um general, ao ser informado da prática de crime militar em ______________________________________________________
uma organização militar a ele subordinada, sediada em outro esta-
do da Federação, determinou ao comandante da unidade, por via ______________________________________________________
radiotelefônica, a instauração de IPM. Nessa situação, mesmo con-
siderando o caráter de urgência que a medida exigia, a ordem foi ______________________________________________________
indevida em razão do meio de transmissão empregado e também
______________________________________________________
pelo fato de que a única autoridade competente para determinar a
instauração do IPM seria o próprio comandante da unidade onde ______________________________________________________
ocorreu o crime militar.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
11. CESPE - 2018 - MPU - Analista do MPU - Direito
Com base em normas do direito processual penal militar e do ______________________________________________________
entendimento de tribunais superiores, julgue o próximo item.
______________________________________________________
Compete à polícia judiciária militar requisitar à polícia civil e às
repartições técnicas civis as pesquisas e os exames necessários ao ______________________________________________________
complemento e subsídio de inquérito policial militar.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
12. CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal
No que diz respeito ao juiz, aos auxiliares da justiça e às partes ______________________________________________________
do processo militar, à organização da justiça militar da União e sua
competência e à prisão preventiva, julgue o item que se segue. ______________________________________________________
O capitão que, por designação, conduzir IPM para apurar su-
______________________________________________________
posto crime militar praticado por um soldado poderá, no curso do
inquérito, representar à autoridade judiciária militar para que seja ______________________________________________________
decretada a prisão preventiva do indiciado.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

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1 ERRADO ______________________________________________________
2 CERTO
______________________________________________________
3 CERTO
4 ERRADO _____________________________________________________
5 CERTO _____________________________________________________
6 CERTO
______________________________________________________
7 CERTO
______________________________________________________
8 CERTO
9 ERRADO ______________________________________________________
10 ERRADO ______________________________________________________
11 CERTO
_____________________________________________________
12 CERTO
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