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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL


FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO

JAMILE LUIZA SILVA DOS SANTOS

RESUMO: GLOSAS CRÍTICAS MARGINAIS AO ARTIGO “O REI


DA PRUSSIA E A REFORMA SOCIAL”.DE UM PRUSSIANO

MACEIÓ - AL
2022
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL


FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO

JAMILE LUIZA SILVA DOS SANTOS

RESUMO: GLOSAS CRÍTICAS MARGINAIS AO ARTIGO “O REI


DA PRUSSIA E A REFORMA SOCIAL”.DE UM PRUSSIANO

Resumo do livro “A propósito de Glosas


Críticas Marginais ao Artigo "O Rei da
Prússia e a Reforma Social". De um
Prussiano” solicitado pela professora Reivan
Marinho de Sousa Carneiro para composição
da nota de fundamentos IV referente a
avaliação bimestral 2.

Prof.ª Reivan Marinho de Sousa Carneiro

MACEIÓ - AL
2022
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O resumo a seguir irá tratar sobre o texto pouco conhecido de Karl Marx “Glosas
Críticas Marginais ao Artigo "O Rei da Prússia e a Reforma Social". De um Prussiano.”
Que foi publicado no jornal alemão ano de 1844 como resposta ao prussiano Arnold Ruge
que tinha uma visão equivocada sobre o momento atual que se Alemanha, que segundo
ele os alemães são incapazes de compreender a dimensão da revolta dos tecelões por falta
de intelecto político. Será abordado neste resumo tanto na perspectiva do Marx quanto na
perspectiva do autor Ivo Tonet referente as teses apresentadas no texto que são as questões
metodológicas apontadas por Marx no artigo do Arnold Ruge, a natureza do estado e as
raízes dos males sociais e a emancipação política em oposição a emancipação humana.

Diante o momento de revolta dos trabalhadores da tecelagem no ano de 1844 em


que os trabalhadores destruíram maquinas, livros comerciais e propriedades privadas
como forma de reivindicação por consequência das péssimas condições de trabalho e
baixa remuneração e como de demonstrar sua insatisfação com a burguesia e o Estado.
Tal gesto teve repercussão tanto na Alemanha como em toda Europa pois foi reconhecido
como a primeiro gesto público de revolta do proletariado alemão, nesse contexto surge a
crítica de Marx ao artigo “La Réforme” de Arnold Ruge que dizia que a sociedade alemã
era atrasada devido ao seu caráter não-político juntamente com seu desenvolvimento
burguês não conseguia compreender com clareza a dimensão de tal ato de reinvindicação.
Na visão de Ruge os alemães são incapazes de compreender a dimensão da revolta dos
tecelões por falta de intelecto político.

Entretanto, Marx aponta que essa visão que Ruge apresentou no seu artigo “La
Réforme” é totalmente equivocada pois segundo Marx se fosse por esse motivo tanto
Inglaterra e a França por serem países considerados políticos deveriam dar exemplo sobre
como enfrentar a dimensão dos problemas sociais e consequentemente como resolvê-los,
fica claro que Karl Marx não faz apenas uma crítica ao pensamento de Arnold Ruge, mas
também crítica o pensamento político e a ciência social burguesa que não consegue
enxergar a dimensão da situação econômica da classe proletária.

Segundo Marx:

O intelecto político, por mais aperfeiçoado que seja, é incapaz de


identificar as raízes dos males sociais. não só. Seu grau de capacidade
é inverso ao seu grau de perfeição, “quanto mais agudo ele é – diz Marx
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– quanto mais vivo, tanto menos é capaz de compreender os males


sociais. (MARX,2010, p.13).

Diante do que foi apresentado pode-se perceber que a consequência de tal


equívoco metodológico mostrado por Karl Marx no artigo de Ruge que se trata da busca
incessante por uma solução diante da raiz dos males sociais que é buscado em todos os
lugares menos justamente ela surgiu, esse equívoco faz pensar que remédio para os males
sociais sempre será uma reforma e não uma revolução pelo olhar da perspectiva burguesa.
Mas pela perspectiva da classe trabalhadora faz-se necessário a revolução para assim se
libertar da dominação burguesa, fundamentado assim a categoria de revolução social se
tornado assim o remédio mais eficiente para a superação dos males sociais.

O Estado jamais encontrar no Estado e na organização da sociedade o


fundamento dos males sociais (...) onde há partidos políticos, cada um
encontra o fundamento de qualquer mal no fato de que não se acha ele,
mas o seu partido adversário, ao leme do Estado. Até os políticos
radicais e revolucionários já não procuram o fundamento do mal na
essência do Estado, mas numa determinada forma de Estado, no lugar
da qual eles querem uma outra forma de estado”. (MARX, 2010, p. 17).

No texto estudado nota-se a presença de quatro teses fundamentais defendidas por


Karl Max. A primeira tese é baseada sobre dependência ontológica do Estado com a
sociedade civil onde o Estado utilizará do seu princípio superior de ordenamento afim de
manter seu domínio econômico a partir de um domínio político sobre as classes
dominadas, onde o ser social tem o ordenamento centralizado na economia.

A Segunda tese é decorrente logica da primeira pois irá abordar o Estado como
reprodutor dos interesses da classe dominante se tornando assim um importante opressor
da classe dominada. O autor mostra em glosas críticas a perspectiva em que “A existência
do Estado e a existência da escravidão são inseparáveis” no sentido que que Estado por
ser reprodutor dos interesses da classe burguesa acaba por vez escravizando e oprimindo
a classe dominada.

A terceira tese alegara a ineficiência do estado, quando Marx alega que a natureza
do Estado tem relação com a sociedade civil e também mostrará que os males sociais
fazem parte também da natureza do estado, na medida que o estado é reprodutor das
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relações sociais fica claro que a ineficiência do estado e a devassidão da vida dos
trabalhadores.

Com base na terceira tese que se tratou da ineficiência do estado, Karl Marx
defende a exclusão do estado e também o conflito entre emancipação humana e
emancipação política que veio à tona após Arnold Ruge afirmar que a revolta dos
trabalhadores da tecelagem se formou após os trabalhadores se sentirem excluídos da
comunidade política ou seja da cidadania, entretanto Marx diz que a revolta tem a ver
com a diferença entre a emancipação humana e a emancipação política.

A emancipação política se trata da igualdade jurídico-política dos homens os


transformando em cidadãos pela visão burguesa e que isso não vai altera em nada na vida
da classe dominada, uma vez que, a revolução política não tem interesse em mexer nas
estruturas do capital e na desigualdade social, por isso Marx defende a exclusão do capital
e consequentemente a exclusão do Estado que é instrumento reprodutor do capital.
Portanto, somente assim é capaz de ocorrer a emancipação humana em que a as divisões
de classes e a exploração do homem pelo homem será extinta. As teses apresentadas são
baseadas na natureza do Estado que segundo teoria de Marx sobre a natureza do estado
surgiu logo após a divisão social do trabalho e se desenvolveu na sociedade após a divisão
de classes sendo assim aparece o Estado definindo destarte sua natureza: aos membros da
sociedade como um todo, é negado o exercício de um certo número de funções; só uma
pequena minoria toma o exercício dessas funções.

Em vista dos argumentos apresentados no Artigo “Glosas críticas marginais ao


artigo “O rei da Prússia e a reforma social”. De um prussiano é notável os apontamentos
intelectuais sobre filosofia política, ciências sociais em conjunto com as teses de Marx
que se chocam duramente com argumentos equivocados expostos por Arnold Ruge no
artigo sobre a revolta dos tecelões em contexto com a política alemã na época. As
principais teses apontadas no texto segundo Ivo Tonet foram sobre o estado ter uma
dependência ontológica com a sociedade civil, a extinção do Estado como consequência
da extinção do antagonismo de classes para assim ocorrer a emancipação Humana, a
impotência do Estado frente aos problemas sociais e a limitação da emancipação política.

Todas essas teses trabalhadas por Karl Marx são de suma importância para o
contexto teórico-político, social, filosófico e econômico que possibilita assim uma melhor
apreensão da realidade na sua concretude, processualidade e contraditoriedade que se
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encontra a sociedade civil atualmente, servindo como base de estudos para compreender
o funcionamento das classes antagônicas e o papel do estado e do capital desde de sua
existência.
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REFERÊNCIA

MARX, Karl. Glosas Críticas Marginais ao artigo “O Rei da Prússia e a Reforma


Social”. De Um Prussiano. 1ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

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