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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

MARIA PAULA GARCIA ALVES NASCIMENTO

‘’RESENHA LITERÁRIA: 18 DE BRUMÁRIO DE LUÍS BONAPARTE’’:


LIVRO ESCRITO POR KARL MARX EM 1951/1952

Niterói
2023
Quem foi Karl Marx ?

Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo, economista, sociólogo, jornalista e revolucionário


alemão. Ele é mais conhecido por ser um dos fundadores da teoria do materialismo
histórico e por desenvolver a teoria comunista. Marx colaborou com Friedrich Engels em
várias obras, sendo o ‘’Manifesto Comunista’’ (1848) e o ‘’Capital’’ (Das Kapital) algumas
das mais influentes. Sua análise crítica do capitalismo destacou a importância das relações
de produção, a luta de classes e inevitabilidade da transformação revolucionária da
sociedade. Marx influenciou profundamente o pensamento político, econômico e social, e
suas ideias desempenharam um papel significativo em movimentos revolucionários ao
longo do século XX.

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A obra ‘’18 de Brumário de Luís Bonaparte’’ destaca a dinâmica política e social da França
durante a 2ª República. A abordagem de Marx sobre a luta de classes e a ascensão de
figuras como Bonaparte é fundamental para compreender as complexidades do período.
Nesta obra Marx adota um método de análise histórico-sociológica do momento vivido,
buscando entender o Estado francês da época. Ele destaca a importância da luta de
classes na interpretação dos eventos históricos e enfatiza como as condições econômicas e
as relações de classe desempenham um papel fundamental na dinâmica social. O livro em
análise da mesma forma seria repetidamente assíduo no elucidário dos marxistas quanto à
apropriação de conceitos como cretinismo parlamentar e especialmente ‘’bonapartismo’’
alguns analisam a atividade histórica do Brasil com a brilhantura eleitoral da extrema direita
como a possibilidade da ação de uma etapa política. Uma das características centrais do
"18 Brumário de Luís Bonaparte" é a análise da ascensão de Luís Bonaparte ao poder em
meio à crise da dominação burguesa na França. A obra destaca como a luta de classes e a
dinâmica social criaram as condições para a emergência de um líder aparentemente
medíocre, mas que desempenha um papel crucial na preservação do regime e na
manutenção do domínio burguês. Marx argumenta que a base social do bonapartismo é
formada pelo lumpesinato (setores mais atrasados dos camponeses), pelos setores
influenciados pelo pensamento medieval, pelas forças armadas e pelas classes
burocráticas. Esses elementos representam uma coalizão heterogênea que encontra em
Luís Bonaparte uma figura que, apesar de sua aparente simplicidade e pateticidade, é
capaz de unificar interesses divergentes em prol da preservação do regime, sobre esse
aspecto, podemos observar que, ao destacar a necessidade dessa figura grotesca, Marx
está apontando para a função específica que Bonaparte desempenha na manutenção do
equilíbrio de poder e na supressão das contradições sociais. Ele se torna um instrumento
para conter as tensões entre as classes, agindo como um árbitro que, por meio de medidas
autoritárias, busca estabilizar a sociedade em favor da burguesia. Assim, a análise de Marx
sugere que, em determinados momentos de crise e agitação social, a burguesia pode
recorrer a figuras aparentemente insignificantes, mas que são capazes de cumprir um papel
crucial na preservação da ordem estabelecida. Isso ilustra a complexidade das relações
entre os diferentes estratos sociais e como a luta de classes pode moldar os eventos
políticos e a ascensão de líderes singulares.
Marx, de fato, explorou a ideia de que a burguesia, em diferentes momentos de sua
história, desempenhou papéis contraditórios e teve direções variadas durante processos
revolucionários.

Na Revolução Francesa de 1789, a burguesia emergiu como uma força revolucionária,


desempenhando um papel crucial na derrubada do antigo regime. Essa revolução teve
implicações profundas para o desenvolvimento do capitalismo, estabelecendo as condições
políticas e jurídicas para o avanço da sociedade capitalista na França. A burguesia estava
então associada a ideias iluministas e desafiou os preconceitos medievais e religiosos,
representando uma força progressista naquele contexto, desse modo é importante destacar
que a ascensão de Luís Bonaparte, o sobrinho de Napoleão, é apresentada por Marx como
uma paródia ou farsa em relação aos eventos anteriores. Essa figura é vista como uma
caricatura do tio, representando uma nova etapa em que a burguesia, enquanto classe
dominante, revela sua fragilidade, divisões internas e propensão a ceder a lideranças
ocasionais em nome da ordem e da segurança da propriedade.
Portanto, é importante destacar que a caricatura de Napoleão deve servir como aviso
de que nada de bom e gradual pode advir do capitalismo e da proposta societária burguesa,
ecoa a crítica de Marx ao sistema capitalista e à sua capacidade de perpetuar contradições
e desigualdades. Isso destaca a importância da análise crítica das estruturas sociais e
econômicas para compreender as dinâmicas históricas e buscar alternativas mais justas e
igualitárias.
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Referências Bibliográficas:

MARX, Karl. 18 de Brumário. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Centauro , 2006.: Revista
Die Revolution, 1852. 211 p. v. 1. ISBN 9783748145158.

MARX, Karl. A ideologia Alemã. 4. ed. rev. e atual. Boitempo Editorial.: Boitempo
Editorial, 1845-1846. 119 p. v. 1. ISBN 9783748145158.

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