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DE MARX A

GRAMSCI
Prof. Dr. Marcus Oliveira
(@marcusfsoliveira)
MODERNIDADE E
REVOLUÇÃO EM
KOSELLECK
A relação entre passado e futuro
característica da modernidade

Os signficados da revolução
A CONSTRUÇÃO DO
MARXISMO
Engels como intelectual
mediador

A leitura filológica de
Gramsci
Nenhum dos chamados direitos do homem vai, portanto, além do homem
egoísta, além do homem tal como ele é membro da sociedade civil, a saber:
um indivíduo remetido a si, ao seu interesse privado e ao seu arbítrio
privado, e isolado da comunidade. Neles, muito longe de o homem ser
apreendido como ser genérico, é antes a própria vida genérica, a
sociedade, que aparecem como um quadro exterior aos indivíduos, como
limitação da sua autonomia original. O único vínculo que os mantém juntos
é a necessidade da natureza, a precisão e o interesse privado, a
conservação da sua propriedade e da sua pessoa egoísta. (MARX, A questão
judaica)
Onde se encontra, então, a possibilidade positiva de emancipação alemã? Eis a
nossa resposta: na formação de uma classe com grilhões radicais, de uma classe
da sociedade civil que não seja uma classe da sociedade civil, de uma estamento
que seja a dissolução de todos os estamentos, de uma esfera que possua um
caráter universal mediante seus sofrimentos universais e que não reivindique
nenhum direito particular porque contra ela não se comente nenhuma injustiça
particular, mas a injustiça por excelência, que já não possa exigir um título
histórico, mas apenas o título humano, que não se encontre numa oposição
unilateral às consequências, mas numa oposição abrangente aos pressupostos do
sistema político alemão; uma esfera, por fim, que não pode se emancipar sem se
emancipar de todas as outras esferas da sociedade e, com isso, sem emancipar
todas essas esferas – uma esfera que é, numa palavra, a perda total da
humanidade e que, portanto, só pode ganhar a si mesma por um reganho total
do homem. Tal dissolução da sociedade, como um estamento particular, é o
proletariado. (MARX, Crítica da filosofia do direito de Hegel)
Nós conhecemos uma única ciência, a ciência da história. A história pode
ser contemplada de dois lados, dividida na história da natureza e na
história dos homens. Os dois lados não pode ser divididos; enquanto
existirem homens, a história da natureza e a história dos homens se
condicionam mutuamente. A história da natureza, a assim chamada ciência
natural, não nos diz respeito aqui; já no que tange à história dos homens,
nós teremos de encará-la de perto na presente obra, uma vez que a
ideologia inteira se reduz ou a uma compreensão invertida dessa história
ou à abstração total dela. A ideologia, ela mesma, é apenas um dos lados
dessa história. (MARX, ENGELS, A ideologia alemã)
A HISTÓRIA COMO LUTA DE CLASSES E A
EXPECTATIVA DA REVOLUÇÃO

1848/1871: MOMENTOS NESSE MOMENTO, MARX PERCEBE


REVOLUCIONÁRIOS NA FRANÇA UM ACIRRAMENTO DAS LUTAS DE
CLASSES

O MANIFESTO DO PARTIDO 0 18 BRUMÁRIO/ GUERRA CIVIL


COMUNISTA NA FRANÇA
Mas a revolução é radical. Ela ainda está passando pelo
purgatório. Cumpre a sua tarefa com método. Até 2 de
dezembro de 1851, tinha terminado metade do seu
trabalho preparatório; agora, completa a outra metade,
Leva primeiro à perfeição o poder parlamentar, para
poder derrubá-lo. Agora, conseguindo isso, leva à
perfeição o poder executivo, o reduz à sua expressão
mais pura, isola-o, enfrenta-se com ele, como o único
alvo contra o qual deve concentrar todas as suas forças
de destruição. E quando a revolução já tiver levado a
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cabo essa segunda parte do seu trabalho preliminar, a


Europa erguer-se-á e rejubilará: bem escavado, velha
toupeira!
Assim era. A civilização e a justiça da ordem burguesa
aparecem à luz sinistra sempre que os escravos e
trabalhadores forçados desta ordem se levantam contra
os seus senhores. Então esta civilização e justiça ficam à
vista como selvageria indisfarçada e desforra sem lei.
Cada nova crise na luta de classe entre o apropriador e
o produtor patenteia este fato mais notoriamente.
Mesmo as atrocidades dos burgueses em junho de 1848
se dissipam perante a infâmia indizível de 1871. O auto-
sacríficio heroico com o qual a população de Paris –
homens, mulheres e crianças – combateu durante oito
dias depois da entrada dos versalheses, reflete tanto a
grandeza da sua causa quanto os feitos infernais da
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soldadesca reflete o espírito inato desta civilização, de


que é a defensora mercenária. Gloriosa civilização, na
verdade, cujo grande problema é agora livrar-se dos
momentos de cadáveres que fez depois de terminada a
batalha.
A RÚSSIA E O ÚLTIMO MARX

OS ESCRITOS DE MARX SE MARX COMEÇA A SE


DIFUNDEM NA RÚSSIA CORRESPONDER COM ALGUNS
LEITORES RUSSOS

A INDAGAÇÃO DOS MILITANTES É MARX ACENA POSITIVAMENTE EM


SOBRE AS POSSIBILIDADES ALGUMAS CARTAS ESCRITAS
REVOLUCIONÁRIAS NA RÚSSIA POUCO ANTES DE SUA MORTE
LENIN E A REVOLUÇÃO
CONTRA O CAPITAL
ÀS PORTAS DA REVOLUÇÃO

A TEORIA DO IMPERIALISMO E AS
O ESTADO E A REVOLUÇÃO
VANTAGENS DO ATRASO

FORTALECIMENTO DA TRADIÇÃO
GUERRA E REVOLUÇÃO
REVOLUCIONÁRIA
Nosso objetivo final é a supressão do Estado, isto é, de
toda violência, organizada e sistemática, de toda coação
sobre os homens em geral. Não desejamos o advento
de uma ordem social em que caducasse o princípio da
submissão da minoria à maioria. Mas, em nossa
aspiração ao socialismo, temos a convicção de que ele
tomará a forma do comunismo e que, em consequência,
desaparecerá toda a necessidade de recorrer à violência
contra os homens, à submissão de um homem a outro
de uma parte da população à outra. Os homens, com
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efeito, habituar-se-ão a observar as condições


elementares da vida social, sem constrangimento nem
subordinação.
OS DILEMAS DA TRANSIÇÃO

A EXPECTATIVA DE NOVAS NOVA RELAÇÃO ENTRE REFORMA E


REVOLUÇÕES REVOLUÇÃO

CRÍTICA AO ESQUERDISMO
Só o marxismo definiu com exatidão e justeza a relação entre as
reformas e a revolução, embora Marx só tenha podido ver essa relação
sob um aspecto, a saber: as condições anteriores à primeira vitória
minimamente sólida e minimamente duradoura do proletariado, pelo
menos num só país. Em tal situação, a base de uma relação acertada era
as reformas são um produto acessório da luta de classe revolucionária
do proletariado. Para o mundo capitalista essa relação constitui o
fundamento da tática revolucionária do proletariado, o abc, que os
chefes venais da Segunda Internacional e os cavaleiros semipedantes,
semiafetados da Internacional dois e meio adulteram e ocultam. Depois
da vitória do proletariado, nem que seja num só país, algo de novo
aparece na relação entre a reforma e a revolução. Em princípio, o
problema permanece o mesmo, mas na forma produz-se uma mudança,
que Marx, pessoalmente, não pôde prever, mas que só pode ser
compreendida no terreno da filosofia e da política do marxismo.
GRAMSCI:
HEGEMONIA E
REVOLUÇÃO
PASSIVA
A QUESTÃO EDITORIAL DOS CADERNOS DO
CÁRCERE

COMO TRABALHAVA GRAMSCI DOS MANUSCRITOS AO LIVRO: AS


TRÊS EDIÇÕES DOS CADERNOS

COMO LER GRAMSCI: LEITURA A EDIÇÃO BRASILEIRA DOS


FILOLÓGICA E DIACRÔNICA CADERNOS
OS PRINCIPAIS CONCEITOS DOS CADERNOS

HEGEMONIA: UMA TEORIA DA REVISÕES NO PENSAMENTO DE


POLÍTICA LENIN E MARX

REVOLUÇÃO PASSIVA: UMA NOVA HEGEMONIA E DEMOCRACIA


ÉPOCA HISTÓRICA
. No período posterior a 1870, com a expansão colonial
europeia, todos estes elementos se modificam, as relações de
organização internas e internacionais do Estado tornam-se
mais complexas e robustas; e a fórmula da “revolução
permanente”, própria de 1848, é elaborada e superada na
ciência política com a fórmula de “hegemonia civil”. Ocorre na
arte política o que ocorre na arte militar: a guerra de
movimento torna-se cada vez mais guerra de posição; e pode-
se dizer que um Estado vence uma guerra quando a prepara
de modo minucioso e técnico no tempo de paz. A estrutura
maciça das democracias modernas, seja como organizações
estatais, seja como conjunto de associações na vida civil,
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constitui para a arte política algo similar às “trincheiras” e ás


fortificações permanentes da frene de combate na guerra de
posição: faz com que seja apenas “parcial” o elemento do
movimento que antes constituía “toda” a guerra, etc.
Assim, devem ser referidos à descrição dos três momentos
fundamentais em que se pode distinguir uma “situação” ou
um equilíbrio de forças com o máximo de O conceito de
“revolução passiva” deve ser deduzido rigorosamete dois
dois princípios fundamentais de ciência política: 1) nenhuma
formação social desaparece enquanto as forças produtivas
que nela se desenvolveram ainda encontrarem lugar para
um novo movimento progressista; 2) a sociedade não se
põe tarefas para cuja solução ainda não tenham germinado
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as condições necessárias, etc.


Entre os muitos significados de democracia, parece-me
que o mais realista e concreto se possa deduzir em
conexão com o conceito de hegemonia. No sistema
hegemônico, existe democracia entre os grupo dirigente
e os grupos dirigidos na medida em que o
desenvolvimento da economia e, por conseguinte, a
legislação que expressa este desenvolvimento
favorecem a passagem molecular dos grupos dirigidos
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para o grupo dirigente.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O MARXISMO COMO CONSTRUÇÃO A DIVERSIDADE DO PENSAMENTO


HISTÓRICA DE MARX

LENIN E OS DILEMAS ANTES E GRAMSCI: O ANÚNCIO DE UMA


DEPOIS DA REVOLUÇÃO PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA
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