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1ª Parte
Cap. 1
1. Tanto Marx e Hegel quanto a tradição liberal reconhecem uma relação entre
IGUALDADE e LIBERDADE, de modo que em uma condição de
DESIGUALDADE MATERIAL, a pessoa se encontra num estado de similar
ESCRAVIDÃO. Mas a tradição liberal se vale desse argumento para NEGAR-
LHES DIREITOS POLÍTICOS (p. 22-23). A despeito desse reconhecimento,
certos teóricos liberais insistem em contradizer os dois princípios. A lição
hegelo-marxiana (assim como da Revolução de Outubro) é mais significativa,
diz respeito à LIBERDADE CONCRETA, que não pode ser pensada sem as
CONDIÇÕES MATERIAIS DE VIDA (p. 24-25).
2. Relação entre economia e política: Até mesmo autores liberais, como o próprio
Popper, reconhecem que a discrepância de CONDIÇÕES MATERAIS podem
conduzir a AUSÊNCIA DE LIBERDADE, numa situação similar à
ESCRAVIDÃO. Lembra Marx que trata o trabalho moderno como uma
ESCRAVIDÃO ASSALARIADA. Esse reconhecimento por parte dos autores
liberais não foi à toa, mas resultado de um reconhecimento factual, das lutas
político-sociais, dos experimentos socialistas no século XX, e das teorias
marxistas (p. 27-31).
3. TEODICÉIA DA FELICIDADE nas sociedades liberais: A MISÉRIA não é
resultado do ordenamento político e social, mas da preguiça, do azar, da
incapacidade etc. Daqueles que sofreram uma derrota na IMPARCIAL LUTA
PELA EXISTÊNCIA verificada nessas sociedades. Daí o erro dos teóricos
socialistas aos buscaram sanar a miséria com a modificação das leis, quando a
próprio miséria tem causas INDIVIDUAIS, NATURAIS e até
PROVIDENCIAIS. Toda e qualquer revolta é sinal de INVEJA e FUGA DA
RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL. Em última instância, o que se verifica é
um SOCIALDARWINISMO (p. 32-35).
4. Questiona a HAGIOGRAFIA LIBERAL: Liberdade x situação dos escravos e
das Colônias; Direito de associação x teóricos liberais que o contesta. Em suma,
a atual situação político-social é um resultado das lutas DEMOCRÁTICO-
SOCIALISTAS, sobretudo com respeito a fundação do CONCEITO
UNIVERSAL DE HOMEM x NOMINALISMO ANTROPOLÓGICO:
escravos e trabalhadores como “instrumentos bípedes” e “instrumentos vocais”,
como “eternas CRIANÇAS”, negando-lhes DIREITOS POLÍTICOS (p. 36-40)
5. Em Marx, o conceito de SER GENÉRICO é uma continuação da defesa do
CONCEITO UNIVERSAL DE HOMEM. Ele é acusado de HOLISMO pelos
liberais, quando na verdade o próprio Capital reenvia a mesma crítica para os
clássicos do liberalismo, sintetizada pela seguinte afirmação: “a felicidade ou a
riqueza ou a liberdade da SOCIEDADE ou da NAÇÃO exigem a infelicidade, a
miséria, a escravidão da maioria dos seus membros”. Não se vê uma
CONTRADIÇÃO aí, pois os trabalhadores manuais não são subsumidos sob o
UNIVERSAL MONSTRUOSO da sociedade ou da nação. Chega-se até
mesmo a teorizar a LIMITAÇÃO DOS DIREITOS CIVIS para os indivíduos
considerados perigosos para o TODO. O NOMINALISMO liberal desemboca
até NIETZSCHE, para quem são poucos os indivíduos que devem ser
considerados como tais, pois a civilidade necessita da escravidão (o que é
incompatível com a educação popular) (p. 41-45).
6. Figura das CRIANÇAS INCAPAZES: É deslocado da metrópole para as
COLÔNIAS, não mais como um estado eterno e imutável, mas como passível de
mudança a partir do DESPOSTISMO civilizador do Ocidente, com respeito aos
BÁRBAROS das colônias. Por vezes, até as revoltas operárias nas metrópoles
são lidas sob chave naturalística e racial, como retorno da BARBÁRIE e do
DEMÔNIO. Essa leitura se reproduz, mesmo se ainda se observa que a Europa
está AQUÉM DO CONCEITO UNIVERSAL DE HOMEM. Justificação para a
guerra do ópio e da opressão na Algéria e na Índia (p. 46-53).
7. Diagnóstico sobre o nosso tempo: “Aquilo a que hoje se assiste é a tentativa de
proceder um gigantesco expurgo da sociedade liberal-democrática dos elementos
(ou do maior número possível de elementos) de democracia, daquilo que lhe foi
inserido pelas lutas prolongadas do movimento democrático-socialista”.
Tentativa de privar a IDEIA DO DIREITO de sua SUSBTÂNCIA SOCIAL (p.
55).
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