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ESTUDO DE CASO

Alunos: Dany Guzmán Pereira (11797379), Pamela Cristina da Silva (11797622), Sophia
Maria Machado da Veiga (11797445) e Yasmim Feliciano dos Santos (11841228)
Grupo:

Título do Estudo de Caso: Embalagem biodegradável feita a partir da


obtenção de fécula de mandioca.

1 – Escrever qual foi a metodologia/rota de produção utilizada para a obtenção do


material ou produto

O amido vem sendo utilizado na fabricação de embalagens biodegradáveis e com o


aumento no preço do amido obtido por fontes tradicionais, a utilização da fécula de
mandioca para a produção de material biodegradável acabou ganhando espaço e
destaque.

Independentemente da tecnologia empregada, no processo para a obtenção de fécula


de mandioca são necessárias 4 etapas:
• Lavagem e descascamento das raízes;
• Ralação;
• Separação das fibras e do material solúvel;
• Secagem.

Para que haja a separação da fécula de mandioca, as raízes de mandioca são lavadas,
descascadas e raladas, de forma que os grânulos sejam liberados e separados das fibras
e componentes solúveis. Quando lavadas, as raízes seguem para a extração, realizada
por peneiras cônicas rotativas (GLs). Então, é inserida uma quantidade de água
contracorrente para separar a fécula das fibras, assim, a fécula segue para a purificação;
a partir desse processo, é gerado, também, um resíduo sólido composto por material
fibroso e por parte da fécula que não foi extraída. Na purificação a suspensão de fécula
é purificada com água e centrifugada para que haja a retirada de componentes solúveis
e partículas estranhas. Após isso, a fécula purificada é concentrada e colocada em um
filtro rotativo a vácuo para que parte da umidade seja removida, então, a fécula é
conduzida para um secador pneumático para ser desidratada (umidade entre 12 e 13%).
Quando chega na forma de pó, a fécula segue para um silo para ser resfriada, estocada
e ensacada.

A composição do farelo varia principalmente quanto ao teor de amido, que tem uma
correlação direta com a eficiência do processo de extração. Segundo CEREDA a
composição média de farelos é: 75% de amido, 15% de fibras, 1,6% de cinzas, 2% de
proteína, 1% de açúcares e 0,8% de matéria graxa expressos na base seca. Os valores de
pH e acidez são bastante variáveis, devido às fermentações naturais que o resíduo
úmido pode sofrer.

Obs: Ao processar uma tonelada de raiz de mandioca, se tem como resultado apenas
250kg da fécula. Portanto, o estudo de como otimizar o processo é bastante prezado,
sendo necessário encontrar soluções eficientes de baixo custo.
Fluxograma genérico da obtenção da fécula de mandioca
2 – Descreva as técnicas utilizadas para verificação das propriedades do material ou
do produto

Segundo estudos realizados por Laura Gonçalves Carr (2007) sobre a caracterização da
embalagem biodegradável feita a partir da fécula de mandioca, foi possível observar
alguns resultados quanto as propriedades mecânicas, biodegradabilidade,
citotoxicidade e aceitação do produto.

• Teste de estabilidade da massa:

Para a verificação da estabilidade da massa, a técnica utilizada consistia em fabricar


espumas a cada 20 minutos, num período de 6 horas, adicionando a quantidade mínima
de massa necessária para preencher todo o molde e formar uma espuma completa.
A formulação ideal é a mais estável, ou seja, aquela com uma menor variação na
quantidade de massa para formar uma espuma completa durante todo o período e que
possui uma menor perda de produção.

• Análises densidade:

A análise de densidade consiste na medida direta da massa da espuma, dividida pelo seu
volume, obtendo o resultado em g/cm3.

• Resistência a tensão e flexibilização:

Para as análises de resistência à tensão e flexibilidade utilizou-se o texturômetro


TA.XT2i, da Stable Micro Systems, com uma sonda cilíndrica de 36 mm de diâmetro e
um apoio anular com 63 mm de diâmetro.

O procedimento de teste consiste em apoiar uma tira de cada vez sobre a base do
equipamento e iniciar o deslocamento da sonda em velocidade constante, medindo-se
a carga aplicada na tira.

• Microscopia eletrônica de varredura:


As espumas de fécula de mandioca foram observadas através de microscopia eletrônica
de varredura nos aumentos de 17, 25, 100 e 200 vezes.

Com o MEV, foi possível observar que a espumas apresenta uma estrutura interna
homogênea.

• Análise de biodegradabilidade:

A biodegradabilidade das espumas foi determinada através da medição da perda de


massa do material em exposição ao solo. Seguindo a Norma ASTM 6400-99
(Especificação Padrão para Plásticos Compostáveis). Essa perda de massa é decorrente
da ação dos microrganismos. Foram enterradas também amostras de poliestireno
expandido (isopor) para comparação.
Após 22 dias enterradas, as espumas se degradaram quase totalmente, sem deixar resíduos,
ao contrário do isopor quepermaneceu inalterado, permaneceu intacta durante o período,
aumentando sua massa devido à absorção de água.

• Análise de citotoxicidade:

A citotoxicidade das espumas foi determinada pelo Método de Incorporação do


Vermelho Neutro por células vivas.

As amostras foram cortadas em quadrados no tamanho de 1,5 cm x 1,5 cm. Foram


esterilizadas com radiação de fonte gama de Co60 empregando a dose de 25 kGy.

As amostras foram diluídas em 9 mL de solução tampão à 37ºC por 24 horas. As soluções


obtidas foram diluídas nas concentrações de 100; 50; 25; 12,5 e 6,25%.

As soluções diluídas foram colocadas em uma placa de Petri que contém uma cultura de
células da linhagem NCTC (células do tecido conectivo de camundongo) da ATCC
(American Type Culture Collection). Em cada placa de Petri há 250.000 células/ml. As
placas com as amostras em contato com as células foram incubadas em estufa à 37º por
24h. As amostras foram feitas em triplicata.

Foram feitos também os controles positivo e negativo para verificar a veracidade da


análise. O controle positivo consiste de uma solução de fenol a 0,02%, com o objetivo
de eliminar as células, já o controle positivo consiste de uma solução de pellets de PVC
a 0,02%, com o objetivo de criar um meio favorável para o desenvolvimento das células.
Os controles positivo e negativo também foram colocados em contato com a cultura de
células e incubados em estufa. No controle positivo não deve haver o desenvolvimento
das células, já no controle positivo as células devem se desenvolver normalmente. Caso
as células não se comportem dessa maneira, elas podem estar alteradas, não sendo
confiáveis para a análise.

Após 24h, foi adicionado o corante vermelho neutro nas amostras, e as mesmas foram
re-encaminhadas à estufa por mais 4 horas. Esse corante deverá ser incorporado pelas
células viáveis.

Quanto maior a quantidade de corante absorvido, maior a quantidade de células vivas.


Isso significa que a solução que estava em contato com as células não a prejudicou, não
sendo tóxico.
Concentração de extrato (%)

A Figura 1 apresenta o gráfico da viabilidade das células em contato com diferentes


concentrações do extrato de amostra. Todas as amostras apresentaram
comportamento semelhante ao controle negativo, ou seja, não apresentaram
citotoxicidade.

• Análise sensorial – Teste de aceitabilidade e intenção de compra:

Foram realizados por Carr uma análise sensorial para verificar a aceitação do produto
frente aos consumidores, quanto a à aparência geral, resistência, confiabilidade e
intenção de compra da fécula de mandioca.

Abaixo segue os resultados obtidos dessa análise.


Os resultados obtidos na caracterização da bioembalagem fabricada a partir da mandioca,
indicam que ela pode ser usada como embalagem, substituindo materiais obtidos de fontes
não renováveis. É um produto biodegradável, resistente, atóxico e bem aceito pelos
consumidores.
REFERÊNCIAS:

CARR, Laura Gonçalves. Esenvolvimento de embalagem biodegradável tipo


espuma a partir de fécula de mandioca. 2007. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3137/tde-08012008-
150706/publico/tese_toda_revisada.pdf. Acesso em: 22 jun. 2021.

LEONEL, Magali; CEREDA, Marney Pascoli. Extração da fécula retida no resíduo


fibroso do processo de produção de fécula de mandioca. 2001. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/cta/a/fGMRBvSJy6pFhT8jZYDJ86B/?lang=pt#:~:text=O%20proc
esso%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de,finalmente%2C%20secagem%20%5
B19%5D.. Acesso em: 22 jun. 2021.

MATSUI, Kátia Nicolau. DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS BIODEGRAD£VEIS


A PARTIR DO BAGA«O DE MANDIOCA. 2002. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/84264/189670.pdf?seque
nce=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 jun. 2021.

SCHEIBE, Ana Silvia; Produção e caracterização de embalagem biodegradável de


amido de mandioca e fibras usando a técnica de tape-casting. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/96188/310070.pdf?seque
nce=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 jun. 2021.

SOUZA, Ana Cristina de. Desenvolvimento de embalagem biodegradável ativa a


base de fécula de mandioca e agentes antimicrobianos naturais. 2011. Disponível
em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3137/tde-22062016-
132516/publico/AnaCristinadeSouzaoriginal.pdf. Acesso em: 22 jun. 2021.

MATSUI, Kátia Nicolau. DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS BIODEGRAD£VEIS


A PARTIR DO BAGA«O DE MANDIOCA. 2002. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/84264/189670.pdf?seque
nce=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 jun. 2021.

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