Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
PRÉ-SECAGEM .............................................................................................................. 5
ANÁLISE DE ALIMENTOS
Fiscalização
Realizada por órgãos de controle e pesquisa para verificar o cumprimento da legislação em
relação aos alimentos comercializados através de métodos analíticos, exatos e precisos e,
obviamente, oficiais.
Pesquisa
Realizada no intuito de desenvolver ou adaptar métodos analíticos exatos, precisos,
sensíveis, rápidos, eficientes, simples e de baixo custo na determinação dos componentes
dos alimentos.
Também é pré-requisito para confirmação da qualidade e viabilidade dos alimentos
avaliados e/ou desenvolvidos.
Rotulagem nutricional
Exigida pela legislação (RESOLUÇÃO RDC n°360, de 23 de dezembro de 2003).
Amostra
É uma porção limitada de material, selecionada de maneira que seja representativa das
características essenciais do todo.
A validade dos resultados de uma análise depende da representatividade da amostra.
A amostra ideal é idêntica em todas as suas propriedades ao todo do qual foi tomada.
Amostragem
Processo que consiste numa série sucessiva de etapas visando a representatividade da
amostra. Compreende três etapas principais:
2
como na composição.
Amostras diferem quanto às propriedades físicas, o que implica em diferentes modos de
coleta.
Preservação da amostra
O ideal seria analisar as amostras em estado fresco e o mais rapidamente possível. Como
isto nem sempre isso é possível, a amostra deve ser preservada para fins de repetição das análises
quando os resultados não forem conclusivos ou quando contestados.
As maneiras mais relevantes de preservar a amostras são:
Inativação enzimática (preservação do estado original dos componentes)
Diminuição das alterações lipídicas (principalmente oxidação)
Controle da oxidação dos componentes
Controle do ataque microbiológico
Manutenção da umidade (a amostra não deve perder nem ganhar umidade)
Armazenamento da amostra
Lacragem – Serve para evitar qualquer alteração no conteúdo da embalagem. Amostras oficiais e
legais devem ser lacradas de tal maneira que não possam ser abertas sem quebrar/romper lacres.
Rotulagem - As amostras devem ser embaladas e identificadas com rótulos contendo todas as
informações necessárias para sua identificação, de modo a não serem confundidas.
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
3
- UMIDADE ou compostos voláteis a 105°C
- CINZAS ou resíduo mineral fixo
- LIPÍDIOS ou extrato etéreo
- PROTEÍNAS
- FIBRA (bruta ou alimentar)
- CARBOIDRATOS (extrativos não nitrogenados, quando calculados por diferença)
Soxhlet
4
PRÉ-SECAGEM
A pré-secagem é importante em alimentos com alto teor de umidade (acima de 14%) para
manter os constituintes da amostra em condições relativamente estáveis durante um maior período
de tempo.
Em alimentos com alto teor de umidade são favorecidas as reações de hidrólise, ação
enzimática e desenvolvimento de microrganismos. Além destes inconvenientes, a elevada umidade
é, muitas vezes, indesejável nas amostras de análise.
MATERIAIS
PROCEDIMENTO
EXEMPLO DE CÁLCULO
Prato + AI 157,5 g
Prato 7,5 g
AI 150 g
Em 150 g de AI → 10 g MPS
Em 100 g de AI → X X = 6,67 g% de MPS na AI
5
DETERMINAÇÃO DA UMIDADE
Baseia-se na remoção de água por aquecimento. Consiste em pesar uma quantidade definida
de amostra numa cápsula previamente seca e tarada. A cápsula é colocada na estufa na temperatura
indicada até evaporação completa da água, isto é, até o peso ficar constante. O conjunto “cápsula +
amostra” é pesado após resfriamento em dessecador. O peso da água evaporada vai ser igual a
diferença entre o peso da amostra úmida e o peso da amostra seca. A “massa seca” ou “sólidos
totais” são calculados pela diferença entre o peso total da amostra e o peso da amostra seca.
Na aula prática, nos deteremos apenas ao método gravimétrico a 105 °C, por ser simples e
mais utilizado na análise de alimentos. Mesmo considerado um método simples, há dificuldade na
exatidão e precisão dos resultados, devido:
- Separação incompleta da água do produto
- Decomposição do produto, com liberação de água além da “água livre”
- Evaporação de substâncias voláteis do alimento, computadas no valor da umidade
Tipos de estufas:
- Simples
- Simples com ventilador
- A vácuo (utilizada para amostras que se decompõem nas temperaturas das estufas simples)
Tipos de cápsulas: Podem ser de porcelana, alumínio ou vidro. Ainda podem ser com ou sem
tampa; esta é recomendada nos métodos oficiais, mas deve ficar aberta durante secagem na estufa e
fechada durante resfriamento e pesagem. Cápsulas mais largas e menos profundas têm evaporação
mais eficiente.
Amostras:
- Devem estar reduzidas a partículas de pequeno tamanho para facilitar evaporação da água
6
- Aplicação limitada às amostras no estado amorfo e líquido
- Amostras líquidas devem ser previamente evaporadas em banho-maria até consistência pastosa,
apenas então colocadas na estufa
- Amostras açucaradas podem formar uma crosta dura superficial, impedindo a evaporação de água;
nestes casos, recomenda-se a adição de areia, aresto ou pedra pome em pó, misturada com a
amostra para aumentar a superfície de evaporação
Condições de secagem:
- A temperatura deve estar um pouco acima de 100 °C para evaporação da água em estufa simples
- No vácuo, a temperatura pode ser de 70 °C, preservando a amostra e impedindo a formação de
crostas
Utiliza uma lâmpada de radiação infravermelho, diminuindo o tempo de secagem em até 1/3
do total. No entanto, os equipamentos disponíveis apresentam a limitação de secagem de apenas
uma amostra por vez. É comum em balanças para determinação de umidade.
Indicados para amostras com baixa quantidade de umidade e alto teor de compostos voláteis
insolúveis em água, como óleos voláteis de ervas e condimentos.
A amostra é colocada em um balão de destilação, ligado a um condensador, com solvente de
densidade inferior (xileno, tolueno, ...) ou ponto de ebulição inferior a água. A mistura é aquecida e
os solventes condensados são coletados em tubos coletores graduados.
3 – MÉTODOS QUÍMICOS
4 – MÉTODOS FÍSICOS
7
4.1 Índice de refração
Serve para determinar a umidade do mel, melado e outros doces. Universalmente é utilizada a
refratometria a 20 °C com leitura na escala interpretada através da tabela de Chatway. O aparelho
mais indicado é o refratômetro de ABBE, com circulação de água a 20 °C.
4.2 Densidade
Envolvem diversos princípios, mas tem substituído a execução de metodologias por fornecer
resultados rápidos e confiáveis, se os equipamentos estiverem devidamente calibrados e forem bem
manuseados.
São muito importantes em determinações a campo e na liberação de matérias-primas.
MATERIAIS
PROCEDIMENTO
8
- Pesar a cápsula em balança analítica (transportar com pinça ou tenaz, evitando o contato com a
mão para não passar umidade e gordura à cápsula)
- Pesar de 2 a 5 g de amostra na cápsula (com exatidão de 0,00xx) e levar a estufa a 105°C por 16
horas (overnight) - “Técnicas oficiais recomendam pesar as amostras mais de uma vez, até o peso se
manter constante entre duas pesagens consecutivas”
- Retirar a cápsula com a MS da estufa
- Resfriar a cápsula até temperatura ambiente em dessecador com sílica
- Pesar cápsula com MS (pesagem a quente não fornece um resultado exato), tomar nota do valor e
calcular o percentual de umidade
EXEMPLO DE CÁLCULO
Umidade = 100 - MS
Umidade = 100 – 5,67 Umidade = 94,33%
Em 2,00 g de AI → 1,50 g de MS
Em 100 g de AI → X X = 75,00 g% de MS na AI
Umidade = 100 - MS
Umidade = 100 – 75,00 Umidade = 25,00%
9
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE ÁGUA
A água contida nos alimentos encontra-se sob duas formas: livre e ligada.
A água livre é a forma predominante no alimento, está fracamente ou não está ligada às
estruturas moleculares do alimento é relativamente fácil de ser determinada pela maioria dos
métodos. Funciona como solvente, permitindo o desenvolvimento de microrganismos e reações
químicas, mas pode ser eliminada com facilidade.
A água ligada, também chamada de combinada, está fortemente ligada ao substrato, porém
representa um teor muito pequeno em relação ao total de água do alimento. Não pode ser utilizada
como solvente, não permite o desenvolvimento de microrganismos e retarda reações químicas, além
de ser de difícil remoção do alimento.
Neste contexto, a atividade de água representa o teor de água livre (disponível) nos alimentos,
ou seja, a intensidade das forças que unem a água com outros componentes não aquosos do
alimento.
A atividade de água estabelece uma estreita relação entre o teor de água livre de um alimento
e sua conservação.
A determinação de atividade de água pode ser realizada por diferentes métodos nos alimentos:
- Em câmaras com sensor de umidade relativa (UR), ou seja, com uma atividade de água constante,
controlada e conhecida, que estabelece uma relação de umidade relativa do equilíbrio entre o
alimento e o solvente puro.
Ponto de orvalho: É a temperatura em que uma determinada parcela de ar úmido deve ser
arrefecida, a pressão atmosférica constante, para que o vapor de água seja condensado. É uma
medida primária da pressão de vapor utilizada há décadas.
O ponto de orvalho está associado com a umidade relativa:
- Alta umidade relativa indica que o ponto de orvalho é próximo da temperatura do ar.
10
- Umidade relativa de 100% indica que o ponto de orvalho é igual à temperatura do ar (ar saturado
de vapor de água).
- Nunca o ponto de orvalho vai ser superior à temperatura do ar.
- Se a umidade relativa permanecer constante e a temperatura aumentar, aumenta a capacidade do ar
conter vapor de água.
- Se a umidade relativa permanecer constante e a temperatura diminuir, reduz a capacidade do ar
conter vapor de água, que condensa (fenômenos de geada, nevoeiro, chuva ou neve).
Aumento da pressão, em temperatura constante do ar, provoca aumento no ponto de orvalho
(fica mais próximo da temperatura do ar, aproximando a possibilidade de condensação).
Na aula prática será utilizado o AquaLab, que é um psicrômetro que utiliza a técnica do
ponto de orvalho em espelho resfriado para medida de atividade de água e apresenta as seguintes
características:
- faixa de leitura entre 0,03 e 1,00
- exatidão de ±0,003
- facilidade e rapidez de leitura (cerca de 5 minutos)
- reprodutibilidade (diferentes usuários, diferentes locais e mesmos resultados)
A atividade de água é medida quando ocorre o equilíbrio entre a água da amostra com o
vapor de água no espaço vazio da câmara de amostra. Mede-se então a pressão de vapor no espaço
vazio. A grande vantagem na determinação da pressão de vapor da água no ar, por ponto de
orvalho, é que o ar pode ser resfriado sem alterar o conteúdo de água até a sua saturação. A
temperatura de formação do ponto de orvalho é a temperatura na qual o ar alcança a saturação. No
AquaLab isso é determinado pela medida da temperatura em um espelho resfriado quando começa a
condensação. A atividade de água da amostra é a razão entre a saturação da pressão de vapor na
temperatura da amostra pela pressão de vapor de saturação na temperatura do ponto de orvalho.
MATERIAIS
PROCEDIMENTO
11
DETERMINAÇÃO DE AÇÚCARES REDUTORES PELO MÉTODO DE LANE & EYNON
A determinação dos carboidratos dos alimentos é realizada, quando não estimada através do
cálculo de diferença na composição centesimal, por métodos titulométricos que envolvem uma
reação de óxido redução.
Os carboidratos quantificados através do método de Lane & Eynon são redutores, enquanto
que os não redutores devem ser transformados em formas redutoras para que possam ser
determinados.
A técnica consta de três etapas:
1ª Etapa – Determinação do título do licor de Fehling
2ª Etapa – Preparação de uma solução da amostra
3ª Etapa – Titulação com a solução da amostra
MATERIAIS
- Balança analítica
- Banho-maria a 60°C
- Chapa de aquecimento
- Buretas graduadas de 25 ou 50 mL
- Pipetas de 2 e 10 mL
- Proveta de 50 mL
- Béqueres de 50 mL
- Erlenmeyers de 200 ou 250 mL
- Cápsula de porcelana
- Bastão de vidro
- Balões volumétricos de 250 e 1000 mL
- Funil pequeno e papel filtro
- Pérolas de vidro
- Papel indicador de pH
- Picetas
REAGENTES
- Água destilada
- Ácido clorídrico
- Solução de ferrocianeto de potássio a 15%
- Solução de acetato de zinco a 30%
- Licor de Fehling: Solução de Fehling A (Dissolver 69,28 g de sulfato de cobre (CuSO4) em balão
volumétrico de 1000 mL e completar o volume com água destilada) e Fehling B (Dissolver 346 g
de tartarato duplo de sódio e potássio (KNa(C4H4O6)) e 100 g de hidróxido de sódio em balão
volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água destilada e filtrar em papel filtro ao passar
para o recipiente de armazenamento)
- Solução de azul de metileno a 1%
- Solução de glicose 1% ou solução de açúcar invertido 1% (Pesar 9,5 g de sacarose, transferir para
um balão volumétrico de 1000 mL, diluir com água destilada até cerca de 100 mL e adicionar 5 mL
de ácido clorídrico; manter a solução acidificada por 7 dias de 12 a 15ºC ou 3 dias de 20 a 25ºC,
completar o volume com água destilada. A solução ácida de açúcar invertido permanece estável por
12
vários meses. Antes de usar, pipetar 50 mL da solução ácida para um balão volumétrico de 250 mL,
neutralizar com solução de hidróxido de sódio 1N – 40 g de NaOH diluídos em 1 L de água
destilada – e completar o volume com água, obtendo uma solução com concentração final de 0,2%)
PROCEDIMENTO
1ª Etapa
- Em uma bureta, adicionar a solução de glicose ou de açúcar invertido
- Em enlenmeyer de 200 mL, adicionar 10 mL da solução de Fehling A, 10 mL da solução de
Fehling B, 40 mL de água destilada e pérolas de vidro
- Colocar o enlenmeyer com a mistura em chapa de aquecimento
- Após início da ebulição, adicionar 5 gotas do azul de metileno e iniciar titulação com a solução de
glicose ou açúcar invertido
- Titular sob aquecimento até o desaparecimento da cor azul e formação de um precipitado
vermelho tijolo
- Calcular o título do licor de Fehling
2ª Etapa
- Homogeneizar 5 g em uma cápsula de porcelana com 50 mL de água destilada quente (se
necessário, levar ao banho-maria a 60°C para facilitar a dissolução da amostra)
- Transferir a amostra homogeneizada para um balão volumétrico de 250 mL
- Adicionar 2 mL da solução de ferrocianeto de potássio a 15% e 2 mL da solução de acetato de
zinco a 30%
- Completar o volume com água destilada
- Filtrar através de funil com papel filtro, coletando o filtrado em um enlenmeyer
- Colocar o filtrado em uma bureta para titulação
3ª Etapa
- Em outro enlenmeyer, adicionar 10 mL da solução de Fehling A, 10 mL da solução de Fehling B,
40 mL de água destilada e pérolas de vidro
- Colocar o enlenmeyer com a mistura na chapa de aquecimento
- Após ebulição, adicionar 5 gotas do azul de metileno e iniciar titulação com a solução filtrada da
amostra
- Titular sob aquecimento até o desaparecimento da cor azul e formação de um precipitado
vermelho tijolo
- Calcular o valor de açúcares redutores da amostra
Observação: O ponto final da titulação é quando desaparece a cor roxa e o azul de metileno é
descorado, aparecendo um precipitado vermelho tijolo no fundo do enlenmeyer. Se a solução ficar
em repouso, a cor roxa retorna, pois o composto reduzido é rapidamente oxidado pelo oxigênio
atmosférico, retornando a coloração roxa e azul.
EXEMPLO DE CÁLCULO
O título do licor de Fehling é obtido pela padronização das soluções de Fehling com uma
solução de açúcar redutor de concentração conhecida. Assim, o resultado é geralmente expresso em
açúcares redutores ou em glicose.
13
Por exemplo, se o gasto médio na titulação com a solução de concentração conhecida de
açúcares redutores (solução de glicose 1%) for 7 mL:
5 g ---------- 1,75 g
100 g ---------- Z
Onde:
250 = volume do balão volumétrico
100 = porcentual na amostra
T = título do licor de Fehling
V = volume gasto da solução de amostra filtrada
P = peso de amostra homogeneizada
PRINCÍPIO DA TÉCNICA
14
DETERMINAÇÃO DE AMIDO
Este método tem aplicação na determinação de amido em produtos com grande quantidade
deste polissacarídio, como cereais e derivados, sendo que estes devem ser pobres em gordura ou
previamente desengordurados.
A técnica tem 2 etapas:
1ª Etapa: Hidrólise energética do amido em meio altamente ácido.
2ª Etapa: A glicose (açúcar redutor) formada após hidrólise é quantificada pelo método de Lane &
Eynon.
MATERIAIS
- Balança analítica
- Autoclave
- Frasco shot de 500 mL para autoclavagem
- Chapa de aquecimento
- Papel indicador de pH
- Buretas graduadas de 25 mL
- Pipetas de 2 e 10 mL
- Proveta de 50 mL
- Béqueres de 50 mL
- Erlenmeyers de 250 mL
- Gral e pistilo de porcelana
- Cápsula de porcelana
- Balões volumétricos de 500 e 1000 mL
- Funil pequeno e papel filtro
- Pérolas de vidro
- Picetas
REAGENTES
- Farinha
- Água destilada
- Ácido clorídrico
- Solução de hidróxido de sódio a 40%
- Solução de ferrocianeto de potássio a 15%
- Solução de acetato de zinco a 30%
- Licor de Fehling com título conhecido (Solução de Fehling A e Fehling B)
- Solução de azul de metileno a 1%
15
PROCEDIMENTO
1ª Etapa
- Pesar 5 g de amostra de farinha de trigo
- Transferir a amostra para o frasco shot junto com 200 mL de água destilada
- Adicionar 10 mL de ácido clorídrico concentrado
- Autoclavar a 120°C e 1 atm por 20 minutos
- Após autoclavagem, aguardar o resfriamento da amostra hidrolisada e neutralizar com a solução
de hidróxido de sódio 40%, controlando pH através do uso de papel indicador
- Transferir para balão volumétrico de 500 mL
- Adicionar 10 mL da solução de ferrocianeto de potássio 15% e 10 mL da solução de sulfato de
zinco 30%
- Completar o volume com água destilada e homogeneizar
- Aguardar sedimentação e filtrar a solução em enlenmeyer
2ª Etapa
- Em outro enlenmeyer, adicionar 10 mL da solução de Fehling A, 10 mL da solução de Fehling B,
40 mL de água destilada e pérolas de vidro
- Colocar o enlenmeyer com a mistura na chapa de aquecimento
- Após ebulição, adicionar 5 gotas do azul de metileno e iniciar titulação com o filtrado
- Titular sob aquecimento até o desaparecimento da cor azul e formação de um precipitado
vermelho tijolo
- Calcular o valor de açúcares redutores e transformar para o valor de amido
EXEMPLO DE CÁLCULO
0,07 g ---------- 5 mL
X ---------- 1 mL
1 mL ----------- 0,007941 g
500 mL ----------- Y
Ocorre que o peso da glicose livre é maior do que o peso de cada unidade de glicose do
amido, em uma proporção de 1:0,9 (1 g de glicose = 0,9 g de amido), assim:
16
DETERMINAÇÃO DA FIBRA BRUTA
MATERIAIS
- Balança analítica
- Espátula
- Erlenmeyer de 500 mL
- Chapa de aquecimento
- Funil e papéis filtro
- Timer
- Estufa a 105°C
- Dessecador com sílica
- Papel indicador de pH
REAGENTES
- Água destilada
- Solução de ácido sulfúrico 1,25% ou 0,255N (Diluir 7 mL de ácido sulfúrico concentrado em
balão volumétrico de 1000 mL com cerca de 500 mL de água destilada; completar o volume e
padronizar com solução de hidróxido de sódio 0,2N)
- Solução de hidróxido de sódio 1,25% ou 0,313N (Pesar 12,5 g de hidróxido de sódio em becker,
solubilizar com água destilada e transferir para um balão volumétrico de 1000 mL; completar o
volume e padronizar com solução de ácido sulfúrico 0,2N)
- Solução antiespumante (álcool n-amílico ou mistura de 1 g de silicone, 50 mL de éter etílico e 50
mL de éter de petróleo)
- Etanol p.a.
- Acetona p.a.
- Éter etílico p.a.
- Éter de petróleo p.a.
17
PROCEDIMENTO
- Previamente à análise, deixar um papel filtro em estufa a 105°C por, no mínimo, 3 horas
- Resfriar em dessecador e pesar
- Pesar 3 g de amostra seca e desengordurada (4 lavagens com 20 mL de éter etílico, se o teor de
gordura for maior que 5%)
- Transferir a amostra para um erlenmeyer de 500 mL
- Adicionar 200 mL da solução de ácido sulfúrico 1,25% e 5 gotas da solução antiespumante
- Colocar na chapa de aquecimento e, após início da ebulição, manter digestão por 30 minutos
- Filtrar através de um papel filtro (não necessariamente o previamente pesado)
- Lavar o resíduo do papel filtro com água destilada quente
- Retornar o resíduo para recipiente de digestão
- Adicionar 200 mL da solução de hidróxido de sódio 1,25% e 5 gotas da solução antiespumante
- Colocar na chapa de aquecimento e, após início da ebulição, manter digestão por mais 30 minutos
- Filtrar através do papel filtro previamente pesado
- Lavar o resíduo com água destilada quente até o filtrado ser neutralizado, verificando o pH através
de papel indicador
- Lavar o resíduo com 20 mL de etanol, 20 mL de acetona e 20 mL de éter de petróleo
- Colocar o papel filtro com o resíduo na estufa a 105°C por 3 horas
- Retirar o papel filtro da estufa
- Resfriar em dessecador e pesar
- Calcular o teor de fibra bruta
EXEMPLO DE CÁLCULO
Onde:
R = peso do papel filtro + resíduo
P = peso do papel filtro
A = peso da amostra
18
MODELO ESQUEMÁTICO DA DETERMINAÇÃO DE FIBRA BRUTA
LAVAGEM DO RESÍDUO
PESAGEM E CÁLCULO
19
DETERMINAÇÃO DE FIBRA PELO MÉTODO ENZIMÁTICO
A fibra determinada em laboratório vai ser próxima daquela que resulta da digestão no
organismo humano se os processos de digestão forem semelhantes. A dificuldade está na
reprodução do processo de digestão humano, que é bastante complexo, envolve muitas enzimas e
varia conforme o grau de trituração, mastigação, mistura de alimentos, ....
Este método é resultado dos esforços de pesquisadores que procuram criar metodologias que
aproximem mais o resíduo de fibra determinada com resultante da digestão humana.
O método utilizado é baseado no método da AOAC 991-43 (fibra alimentar total, solúvel e
insolúvel em alimentos) e no método da AACC 32-07 (determinação de fibra alimentar solúvel,
insolúvel e total), e, resumidamente, a amostra é sujeita à digestão enzimática e o resíduo
quantificado por método gravimétrico.
O Ministério da Saúde, em portaria de 2001, através da ANVISA, define fibras alimentares
como “qualquer material comestível de origem vegetal que não seja hidrolisado pelas enzimas
endógenas do trato digestivo humano, determinado segundo os métodos publicados pela AOAC em
sua edição mais atual”.
Onde:
FAT = Fibra alimentar total
FAI = Fibra alimentar insolúvel
FAS = Fibra alimentar solúvel
MATERIAIS
- Balança analítica
- Béqueres de 20 e 500 mL
- Pipetas de 10 mL
- Micropipetadores e ponteiras para 100 µL e 300 µL
- Proveta de 50 mL
- Bastão de vidro
- Cadinhos de vidro sinterizado com porosidade de 40 a 60 µ
- Picetas
- Banho-maria com agitação a 100 °C
- Banho-maria com agitação a 60 °C
- pHmetro
- Timer
- Bandejas (para transporte dos béqueres)
- Sistema de vácuo (para filtragem)
- Estufa a 105 °C
20
- Dessecador com sílica
- Sistema para digestão e destilação (determinação do nitrogênio total por Kjeldhal)
- Mufla a 550 °C
REAGENTES
- Lã de vidro média
- Água destilada
- Tampão fosfato 0,08M pH 6 (Dissolver 1,4 g de fosfato de sódio dibásico anidro (Na2HPO4) ou
1,753 g de dihidratado e 9,68 g de fosfato de sódio monobásico monohidratado (NaH2PO4.H2O) ou
10,94 g de dihidratado com cerca de 700 mL de água destilada em balão volumétrico de 1000 mL.
Completar o volume e verificar o pH)
- Enzimas amilase, protease e amiloglicosidase
- Solução de hidróxido de sódio 0,275N (Diluir 11 g de NaOH em 1 L de água destilada)
- Solução de ácido clorídrico 1N (Diluir 85 mL de ácido clorídrico concentrado em 1 L de água
destilada)
-Solução de ácido clorídrico 0,325N (Diluir 325 mL da solução de HCl 1N em 1 L de água
destilada)
- Etanol 95%.
- Etanol 78%
- Acetona PA
- Reagentes para determinação do nitrogênio total (ácido sulfúrico, mistura catalítica, solução de
hidróxido de sódio 40%, solução de ácido bórico 4%, solução de indicadores vermelho de metila e
verde de bromocresol, solução de indicador fenolftaleína e solução de ácido sulfúrico 0,05N)
PROCEDIMENTO
- Pesar 1 g de amostra em cada béquer de 500 mL (conduzir 4 béqueres para cada amostra, que se
tiver teor de extrato etéreo igual ou superior a 10% deve ser previamente desengordurada)
- Adicionar 50 mL de tampão fosfato e homogeneizar, se necessário, com auxílio de um bastão de
vidro
- Adicionar 100 L de -amilase
- Incubar e agitar por 30 minutos em banho-maria a 100 °C
- Retirar o béquer, resfriar e corrigir o pH para 7,5 com a solução de NaOH 0,275N
- Adicionar 100 L de protease
- Incubar e agitar por 30 minutos em banho-maria a 60 °C
- Retirar o béquer, resfriar e corrigir o pH para 4,5 com a solução de HCl 0,325N
- Adicionar 300 L de amiloglicosidase
- Incubar e agitar por 30 minutos em banho-maria a 60 °C
- Em dois béqueres, adicionar 280 mL de etanol 95% previamente aquecido a 60 °C e deixar em
repouso por 1 hora para precipitação da fibra solúvel
- Nos outros dois béqueres proceder a filtragem
21
- Levar os cadinhos com resíduo para estufa a 105 °C
- Após 16 horas, retirar os cadinhos da estufa, resfriar em dessecador e pesar
- Da duplicata de cada uma das frações de fibra determinadas (insolúvel e total), incinerar um dos
cadinhos em mufla a 550 ºC por 5 horas e transferir a lã de vidro com o resíduo do outro cadinho
para um tubo de digestão proteica
- Calcular os teores de fibra alimentar, corrigindo com os valores de cinzas e proteína
EXEMPLO DE CÁLCULO
Onde:
R1 e R2 são os pesos dos resíduos
P é o teor de proteína no resíduo
C é o teor de cinzas no resíduo
M1 e M2 são os pesos das amostras
FA = 51,03 g% de FA
22
MODELO ESQUEMÁTICO DA DETERMINAÇÃO DE FIBRA ALIMENTAR
AMOSTRA
Tampão fosfato pH 6
Etanol 95%
Após 1 hora
FILTRAGEM FILTRAGEM
Etanol 78% Água destilada
Etanol 95% Etanol 95%
Acetona Acetona
RESÍDUO RESÍDUO
Cinzas Cinzas
Proteína bruta Proteína bruta
23
DETERMINAÇÃO DA FRAÇÃO EXTRATO ETÉREO PELO MÉTODO DE SOXHLET
MATERIAIS
- Balança analítica
- Aparelho extrator de Soxhlet
24
- Cartucho poroso (de papel filtro)
- Proveta de 200 mL
- Pinça
- Estufa a 105°C
- Dessecador com sílica
- Capela
REAGENTES
- Amostra (finamente dividida e seca, para aumentar a superfície de contato e facilitar a penetração
do solvente)
- Solvente extrator (éter etílico ou éter de petróleo)
PROCEDIMENTO
- Previamente à análise, deixar o balão do extrator em estufa a 105 °C por, no mínimo, 3 horas
- Resfriar em dessecador e pesar
- Pesar aproximadamente 2 g de amostra seca no cartucho
- Fechar o cartucho e levá-lo ao aparelho extrator
- Colocar 200 mL do solvente, acoplar o condensador e regular aquecimento em temperatura de 40
a 50 °C (gotejamento ideal do solvente é de 2 gotas/segundo)
- Manter extração por 6 horas (depende da amostra, podendo variar de 4 a 20 horas)
- Terminada a extração, retirar a amostra e recuperar o solvente (sempre antes de atingir o sifão,
despejar o éter em frasco do solvente)
- Deixar o balão em capela por aproximadamente 1 hora para evaporação do excesso de solvente
- Levar o balão para estufa a 105 °C por 3 horas
- Resfriar em dessecador e pesar
- Calcular o valor de extrato etéreo na amostra
EXEMPLO DE CÁLCULO
25
DETERMINAÇÃO DE LIPÍDIOS PELO MÉTODO DE BLIGH & DYER
MATERIAIS
- Balança analítica
- Tubos falcon de 15 e 50 mL
- Suporte para tubos falcon
- Pipetas de 5, 10 e 20 mL
- Pipetador
- Funil e papel filtro
- Béqueres de 25 mL
- Espátula
- Agitador de tubos
- Centrífuga
- Estufa a 105 °C
- Dessecador com sílica
- Capela
REAGENTES
- Amostra
- Clorofórmio p.a.
- Metanol p.a.
- Água destilada
- Sulfato de sódio anidro
- Solução de sulfato de sódio 1,5%
PROCEDIMENTO
26
- Adicionar 8 mL de clorofórmio e 8 mL de solução de sulfato de sódio 1,5%
- Tampar novamente os tubos e agitá-los por mais 2 minutos
- Deixar separar as camadas de forma natural ou centrifugar a 1500 rpm por 2 minutos
- Pipetar de 10 a 12 mL da camada inferior (clorofórmio) para um tubo falcon de 15 mL
- Adicionar aproximadamente 1 g de sulfato de sódio anidro, tampar e agitar manualmente
- Filtrar para outro tubo falcon de 15 mL, através de funil pequeno e papel filtro
- Pipetar 5 mL do filtrado para o béquer previamente pesado
- Colocar o béquer em estufa a 105 °C até evaporação do solvente
- Resfriar em dessecador e pesar
- Calcular o teor de lipídios na amostra
EXEMPLO DE CÁLCULO
Peso da amostra = 2 g
Peso do béquer = 30 g
Peso do béquer + resíduo = 30,07 g
Fonte: BLIGH, E.C. & DYER, W.J., 1959. A rapid method of total lipid. Extraction and
purification. Can. J. Biochem. Physiol., 37: 911-917.
27
DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA PELO MÉTODO DE KJELDAHL
Pela digestão com ácido sulfúrico concentrado, ocorre a oxidação da matéria orgânica e
redução do nitrogênio da amostra a amônia, que é “prendida” na forma de sulfato de amônio. A
reação é demonstrada do seguinte modo:
2ª fase – Destilação
28
O hidróxido de amônio é bastante instável e por ação do calor forma amônia e água:
A amônia, por sua vez, é um composto volátil e facilmente destilado por arraste de vapor.
O condensado é recolhido em um frasco coletor contendo a solução de ácido bórico e
mistura de indicadores (verde de bromocresol e vermelho de metila). A amônia reage com o ácido
bórico formando o borato de amônio:
3ª fase – Titulação
- Balança analítica
- Espátula
- Bloco digestor
- Tubo de micro Kjeldahl
- Sistema destilador de nitrogênio
- Piceta
- Erlenmeyer de 125 mL
- Bureta de 50 mL
- Béquer de 50 mL
- Pipetas graduadas de 2 e 20 mL
REAGENTES
PROCEDIMENTO
30
- Tomar nota do gasto, calcular o teor de N e transformar para proteína através do fator de correção
para a amostra
EXEMPLO DE CÁLCULO
1 N de Nitrogênio - 14 g - 1000 mL
0,1 N - X - 1000 mL X = 1,4 g de nitrogênio/1000 mL
1,4 g de N - 1000 mL
Y - 1 mL Y = 0,0014 g de nitrogênio/mL
0,0014 g de N - 1 mL
Z - 12 mL (gasto na titulação) Z = 0,0168 g de N
31
DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO EM SUCOS PELO MÉTODO INTERLAB X-1
Este método é aplicável para avaliação de ácido ascórbico reduzido, mas não é aplicável em
sucos de frutas muito coloridos ou em presença de Fe ferroso, Sn estanhoso, Cu cuproso, SO2,
sulfito e tiossulfato, nos quais os valores são superestimados.
O princípio da técnica é a redução do indicador-corante 2,6 diclorofenol indofenol sódico.
No ponto final de uma titulação, o excesso do indicador-corante não reduzido confere uma
coloração rosa pink em meio ácido, que é o meio utilizado na titulação para evitar a autoxidação do
ácido ascórbico.
MATERIAIS
- Balança analítica
- Espátula
- Balões volumétrico de 50, 100, 200 mL
- Funil e papel filtro
- Erlenmeyers de 250 mL
- Proveta de 50 mL
- Bureta de 25 ou 50 mL
- Pipetas graduadas de 2, 5, 10 e 20 mL
- Faca
- Espremedor de frutas
- Funil com algodão ou gaze
- Béquer de 200 mL
- Béqueres de 50 mL
REAGENTES
- Suco de fruta
- Água destilada
- Solução padrão de 2,6 diclorofenol indofenol (Pesar 50 mg de 2,6 diclorofenol indofenol e
dissolver com 50 mL de água destilada em balão volumétrico de 200 mL; agitar até a completa
dissolução e completar o volume do balão; filtrar, se necessário, e guardar a solução em frasco
âmbar sob refrigeração)
- Solução de ácido oxálico 1% (Pesar 10 g de ácido oxálico p.a., transferir para balão volumétrico
de 1000 mL, diluir e completar o volume com água destilada)
- Solução de ácido ascórbico 0,1% (Pesar 50 mg de ácido ascórbico, transferir para balão
volumétrico de 50 mL, diluir e completar o volume com a solução de ácido oxálico 1%)
PROCEDIMENTO
32
- Cada titulação deve consumir cerca de 15 mL da solução de 2,6 diclorofenol indofenol e coincidir
em 0,1 mL
- Simultaneamente, titular um branco com água destilada no lugar da solução de ácido ascórbico e
diminuir do gasto na titulação da solução de ácido ascórbico 0,1%
Preparo da amostra
- Cortar frutas ao meio
- Espremer as frutas em espremedor
- Filtrar o suco através de algodão ou gaze para um béquer
EXEMPLO DE CÁLCULO
Gasto médio da titulação do padrão com solução de 2,6 diclorofenol indofenol = 15,1 mL
Gasto médio da titulação do branco com solução de 2,6 diclorofenol indofenol = 0,1 mL
Gasto médio da titulação da amostra de suco com solução de 2,6 diclorofenol indofenol = 22,1 mL
0,002933 g – 5 mL de suco
W – 100 mL W = 0,059 g% de ácido ascórbico/100 mL suco
33
DETERMINAÇÃO DA FRAÇÃO CINZAS
MATERIAIS
- Balança analítica
- Espátula
- Estufa a 105°C
- Cadinho de porcelana
- Dessecador com sílica
- Tenaz
- Mufla
PROCEDIMENTO
34
Observações:
- Em alguns casos, é recomendável uma incineração prévia da amostra em bico de bunsen ou bloco
digestor, até obtenção de um bloco de carvão no cadinho.
- Normalmente, a determinação de cinzas é realizada na sequência da determinação de umidade,
com o mesmo cadinho e resíduo de matéria seca.
EXEMPLO DE CÁLCULO
Peso do cadinho = 40 g
Peso amostra = 2 g
Cadinho + cinzas = 40,1 g
Cinzas = 0,1 g
35
TABELA DE COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
Cada grupo deve preencher o Quadro abaixo e entregar juntamente com a 2ª parte dos
relatórios de aula prática.
Cinzas
Carboidratos*
Valor calórico Kcal
* Por diferença: carboidratos = [100 – (umidade + lipídios + proteínas + fibra alimentar + cinzas)]
36