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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIA EXATAS


Departamento de Química

RELATÓRIO

IDENTIFICAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO IV E V - Pb2+, Cu2+, Cd2+ e Ag2+

Sarah Kateelin Conceição Trindade

Relatório acadêmico do Curso de


Graduação de Química
apresentado como parte das
exigências da disciplina de
Química Analítica Qualitativa, sob
orientação da professora
Rosangela Cristina Barthus.

Vitória
Julho/2023
1

SUMÁRIO
1. Introdução……………………………………………………2
2. Objetivos……………………………………………………..3
3. Metodologia………………………………………………….3
4. Resultados e discussão ………………………………………6
5. Conclusão…………………………………………………….10
6. Bibliografia...…………………………………………………10
2

1) INTRODUÇÃO
O grupo IV
Os cátions de metais do grupo IV apresentam como característica importante, o fato
de seus sulfetos serem insolúveis em ácidos minerais diluídos, ao contrário dos sulfetos
do grupo III que são solúveis neste meio. Esta diferença de comportamento é usada para
separar íons deste grupo dos íons dos grupos anteriores.
Os cátions do grupo IV são divididos em dois subgrupos:
a) Grupo IVA ou Subgrupo do Cobre: Hg2+, Pb2+, bI3+, Cu2+ e Cd2+, tais que serão
analisados e caracterizados a depender de quais destes estarão presentes na
amostra desconhecida 7, fornecida previamente para dar início à avaliação.
b) Grupo IVB ou Subgrupo do Arsênio: As3+, As5+, Sb3+, Sb5+ e Sn4+.
Os sulfetos do subgrupo do cobre são insolúveis numa solução de hidróxido de sódio,
enquanto os sulfetos do subgrupo do Arsênio são solúveis. Esta diferença de
comportamento é usada para separar os cátions do grupo do Cobre dos cátions do grupo
do Arsênio.

Cátions do grupo IV A ou Subgrupo do Cobre: Hg2+, Pb2+, Bi3+, Cu2+ e Cd2+


Os sulfetos dos cátions deste grupo são insolúveis em HCl diluído. Por esta razão é
possível precipitar os sulfetos dos cátions deste grupo na presença de cátions do grupo
III, que permanecem em solução.
Dados os produtos de solubilidades descritos na tabela 1, onde observa-se os produtos
de solubilidade dos cátions do grupo III e IV A, conclui-se que, em meio ácido, estes
são solúveis em meio ácido ou na presença de ácidos diluídos, o que tem como
consequência, a presença destes íons em solução e a precipitação dos cátions do grupo
IV A, dado que o Kps do grupo III é consideravelmente maior do que o do grupo IV A

Tabela 1 - Produtos de solubilidade dos Sulfetos dos Metais do grupo III e do Grupo IV
A

NiS 3 x 10-21

CoS 5 x 10-22

MnS 1,4 x 1015

ZnS 4,5 x 10-24

HgS 9 x 10-52
3

PbS 7 x 10-28

Bi2S3 1,6 x 10-72

CdS 1 x 10-28

CuS 8,5 x 10-45


Fonte: Referência 2.
Para se ter uma boa separação entre os cátions do grupo II e IV é necessário controlar
adequadamente a concentração de S2‐ , o que é feito indiretamente através do controle
da concentração hidrogeniônica da solução.
Assim, é possível ver pela tabela 1 que se a concentração hidrogeniônica for muito
grande, pode haver uma precipitação incompleta de Pb2+ e Cd2+. Ao contrário, se aplica
aos cátions do grupo III.

Dissolução de Sulfetos
Após terem sido precipitados, os sulfetos podem ser dissolvidos em diferentes
reagentes. Algumas espécies de reagentes usados para dissolver sulfetos metálicos são:
1. Conforme já foi visto anteriormente, uma alta concentração de íons H+ diminui
a concentração de íons S2‐ . Esta diminuição pode ser suficiente para dissolver
certos sulfetos, como por exemplo CdS e PbS;
2. O íons NO3‐ a quente em solução ácida, oxida o S2- a SO, diminuindo a
concentração de S2- o que resulta na dissolução de certos sulfetos metálicos. Na
separação dos cátions do grupo IVA, utiliza-se uma solução de HNO3 4 M para
dissolver CdS, PbS, Bi2S3 e CuS. Dessa maneira esses metais são separados do
HgS que não se dissolve nesse meio;
3. Uma alta concentração de agente complexante pode diminuir a concentração de
íon metálico a tal ponto que o sulfeto metálico dissolve-se. Um exemplo é a
dissolução do CdS em soluções contendo altas concentrações de Cl‐ com
formação do complexo CdCl2-4.

Dado que os experimentos realizados dizem respeito a apenas o grupo IVA (com
exceção do mercúrio e do bismuto) e V, os dados apresentados estão centralizados em
tais grupos.

Propriedades dos Cátions do grupo IVA


4

● Chumbo: O chumbo forma compostos em dois estados de oxidação +2 e +4. O


dióxido de chumbo, PbP2 é um exemplo de compostos em que este elemento
aparece no estado de oxidação +4. Entretanto, o chumbo normalmente aparece
nos compostos inorgânicos no estado de oxidação +2. O íon Pb2+ é precipitado
no Grupo V devido a insolubilidade do cloreto de chumbo (devido ao íon
comum que reduz sua solubilidade). Entretanto, por não ser o cloreto de chumbo
tão insolúvel, parte do chumbo aparece no grupo IV;
● Cobre: O cobre forma íons em dois estados de oxidação +1 e +2 sendo o estado
de oxidação +2 o mais comum. Os íons Cu2+ formam íons hidratados Cu(H2O)2+4
com coloração azul claro e formam complexos com NH3, Cu(NH3)2+4 com
coloração azul profunda. Esta tendência em formar sais coloridos é uma das
características dos elementos de transição;
● Cádmio: O cádmio forma compostos com estado de oxidação +2. Assim como
ocorre com os íons Zn2+ e Cu2+, os íons Cd2+ formam muitos íons complexos. Os
compostos de Cd2+, ao contrário do Cu2+, são incolores, sendo neste ponto
semelhante ao Zn2+. O óxido e hidróxido de cádmio são básicos não sendo
anfóteros como o de zinco.

O grupo V
O grupo V é composto pelos cátions Pb2+, Ag+ e Hg22+, entretanto, no presente
experimento, analisou-se apenas o chumbo e a prata. Os íons deste grupo são
precipitados na forma de cloretos insolúveis pela adição de um ligeiro excesso de ácido
clorídrico. O cloreto mercuroso é o menos solúvel dos três. O cloreto de chumbo,
entretanto, tem apreciável solubilidade em água, por isso não é completamente
removido na precipitação do grupo V.

Tabela 2 - Solubilidade em água dos cloretos de chumbo e prata

Cloreto Solubilidade (g/L à 25°) Solubilidade (mol/L)

AgCl 0,00179 0,00000081

PbCl2 11,0 0,0395


Fonte: Referência 2.
5

O PbCl2 não é muito solúvel em soluções frias, mas a sua solubilidade aumenta com o
aumento da temperatura. A quantidade de íons PB2+ que passa para o grupo IV, pode ser
reduzida à uma quantidade mínima mediante resfriamento e usando-se excesso de HCl.
Um teste positivo para Pb2+ neste grupo deve também ser seguido de um teste positivo
para o grupo IV. Quando a quantidade de Pb2+ for muito baixa, pode ocorrer
precipitação de PbCl2 e o teste para Pb2+ deve ser feito no grupo IV.
Na precipitação deste grupo, usa-se ácido clorídrico e não cloreto de amônio ou outro
cloreto solúvel, porque o HCl fornece íons H+ e Cl-, já que a solução deve ser
suficientemente ácida, para impedir a precipitação eventual dos oxicloretos de bismuto
(III) e antimônio (III), o que não foi o caso nos procedimentos realizados uma vez que
ambos os dois últimos citados não foram analisados.
Necessita-se de um ligeiro excesso de HCl a fim de que a concentração dos três
cátions em solução fique a mais baixa possível. Por outro lado, um excesso muito
grande deve ser evitado, pois leva à formação de clorocomplexos solúveis:

Pb2+ + 3Cl- ⇌ PbCl3- (1)


Ag+ + 2Cl- ⇌ AgCl2- (2)

Propriedade dos cátions do grupo V


● Chumbo: O chumbo forma compostos em dois estados de oxidação +2 e +4. O
dióxido de chumbo, PbP2 é um exemplo de compostos em que este elemento
aparece no estado de oxidação +4. Entretanto, o chumbo normalmente aparece
nos compostos inorgânicos no estado de oxidação +2. O íon Pb2+ é precipitado
no Grupo V devido a insolubilidade do cloreto de chumbo (devido ao íon
comum que reduz sua solubilidade). Entretanto, por não ser o cloreto de chumbo
tão insolúvel, parte do chumbo aparece no grupo IV. O hidróxido de chumbo,
Pb(OH)2, é anfótero e por isso reage com ácidos e bases fortes;
● Prata: A prata forma compostos em três estados de oxidação: +1, +2 e +3,
sendo +1 o estado mais comum. A prata é um lemento de transição e forma
muitos íons complexos, como Ag(NH3)2+, AgCl32-, Ag(S2O3)23- e Ag(CN)-2. A
prata forma também muitos compostos que têm baixa solubilidade em água.
6

Precipitação Fracionada
A maneira mais comumente usada para separar os íons consiste em tratar a solução
com um agente precipitante capaz de formar um composto pouco solúvel com apenas
um dos cátions presentes. No caso de o precipitante utilizado ser capaz de formar
compostos pouco solúveis com mais de um dos íons, a separação será possível se as
solubilidades dos precipitados forem suficientemente diferentes. Se as solubilidades
forem diferentes, mesmo que as diferenças sejam pequenas, podemos precipitar um só
cátion de cada vez através do controle da concentração do agente precipitante. Nesse
caso, a concentração deve ser controlada de maneira que o PI > Kps para apenas um dos
íons presentes na solução.

2) OBJETIVOS
Identificar e caracterizar cátions dos grupos IVA e V baseando-se nas suas constantes
de solubilidade empregando-se reações de precipitação e complexação dos metais de
tais grupos.

3) METODOLOGIA
A fim de que expor com maior clareza os procedimentos a serem seguidos para a
identificação dos cátions dos presentes grupos, a metodologia será dividida em duas
etapas: Etapa 1 - Identificação e caracterização dos cátions do grupo IVA e Etapa 2 -
Identificação e caracterização dos cátions do grupo V.
Por conseguinte, visando maior precisão da análise, realizou-se o experimento 4 vezes
simultaneamente.

Etapa 1: Identificação e caracterização dos cátions do grupo IVA

Procedimento 1 - Precipitação dos Cátions: Inicialmente, a amostra principal em


forma de solução foi disposta em 4 tubos de ensaio limpos, secos e identificados. Por
conseguinte, a fim de iniciar os procedimentos reacionais, adicionou-se a cada tubo de
ensaio HCl 6 M às gotas até que se obtivesse, de forma qualitativa e por meio do papel
7

indicador universal de pH, um pH de aproximadamente 0,5. A seguir, adicionou-se ao


conteúdo de cada tubo 1 mL de tioacetamida 1M sob aquecimento por cerca de 5
minutos. Nestas condições, haverá a formação de um precipitado de coloração clara que
escurece gradativamente. Após escurecer, aqueceu-se novamente o conteúdo dos tubos
por cerca de 3 minutos e verificou-se quanto ao pH para que ele se mantivesse ácido.
Após a obtenção do precipitado, separou-o do sobrenadante, reservando ambos. O
precipitado foi lavado 2 vezes com NH4Cl 1 M e, a seguir, com água destilada.
Observação: Na adição de HCl, precipitam-se todos os cátions do grupo V.
Não havendo cátions de demais grupos com os I, II, e II, descartou-se o sobrenadante,
obtendo-se um Precipitado I, que conterá todos os cátions do V (neste caso, apenas a
prata) e todos os cátions do grupo IVA precipitados em forma de sulfetos PbS, CuS,
CdS e, no caso da prata que pertence ao grupo V, em forma de cloreto AgCl.

Procedimento 2 - Separação Analítica dos Cátions: O precipitado I obtido no


procedimento anterior foi diluído com 10 gotas de HNO3 4 M, fazendo com que o
precipitado I se tornasse um Sobrenadante I, contendo os cátions Cu2+, Pb2+, Cd2+ e
Ag+. Neste ponto, o sobrenadante foi dividido em duas partes, uma para identificação do
grupo IVA (Cu2+, Pb2+ e Cd2+) e outra para a identificação do grupo V(Ag+). À porção 1,
identificou-se os cátions do grupo IVA como se segue:
● Identificação do chumbo: Tratou-se a porção 1 do sobrenadante I com cerca de
0,5g de (NH4)2SO4, agitando e deixando em repouso durante 5 minutos. No caso
da presença do Pb2+ deverá formar um precipitado branco PbSO4.

Pb2+(aq) + SO42-(s) ⇌ PbSO4(s) (3)


Formação do sulfato de amônio

Centrifugar, retirar o precipitado e lavá-lo com água quente 3 vezes. O


precipitado de PbSO4 deverá ser dissolvido em solução de NH4Ac 3 M.

PbSO4(s) + 4Ac-(aq) ⇌ Pb(Ac)42-(aq) + SO42-(aq) (4)


2-
Formação de Pb(Ac) .
4

Em seguida, tratar com solução de K2Cr2O7, na qual resultará na formação de


um precipitado amarelo de PbCrO4, que identifica e separa o chumbo.
8

Pb2+(aq) + CrO42- ⇌ PbCrO4(s)


Formação do Cromato de Chumbo

● Identificação do cobre: Ainda com o sobrenadante I, que agora pode conter


somente os íons Cu2+ e Cd2+ (e Ag+ que será identificado posteriormente),
tratá-lo com solução de NH3 15 M em excesso. O cádmio e chumbo ficam na
solução na forma de Cd(NH3)42+ e Cu(NH3)4+2

Cd 2+(aq) + 2 NH4OH(aq) ⇌ Cd(OH)2(s) + 2NH4+(aq) (5)


2+
Adição de NH3 em Cd

Cd(OH)2(s) + 4NH3(aq) ⇌ Cd(NH3)2+4 (aq) + 2OH-(aq) (6)


Adição de NH3 em excesso

Cu 2+(aq) + 2 NH4OH(aq) ⇌ Cu(OH)2(s) + 2NH4+(aq) (7)


Adição de NH3 em Cu2+

Cu(OH)2(s) + 4NH3(aq) ⇌ Cu(NH3)2+4 (aq) + 2OH-(aq) (8)


Adição de NH3 em excesso

e tal solução será chamada de Sobrenadante II. O sobrenadante II pode


apresentar uma coloração azulada, indicando a presença do cobre. Entretanto, a
presença de Cu2+ pode ser confirmada acidificando a solução com ácido acético
e adicionando uma solução de K4[Fe(CN)6]. Na presença de cobre deverá formar
um precipitado de coloração castanha dada pela formação de Cu2[Fe(CN)6];

2Cu2+(aq) + [Fe(CN)6](aq) ⇌ Cu2[Fe(CN)6](s) (9)


Formação do Ferrocianeto de Cobre

● Identificação do Cádmio: No caso da presença de Cu2+ adicionar solução de


HCI 2 M à gotas até o meio ficar ácido, o que se observa pelo descoramento da
solução. Adicionar cerca de 10 gotas de solução de glicerina 1:1 (v/v). Adicionar
solução de NaOH 6 M à gotas até a solução adquirir novamente coloração azul,
e continuar adicionando hidróxido de sódio em excesso, cerca de 15 gotas. Na
presença de Cd2+ deverá haver formação de um precipitado branco de Cd(OH)2.
9

Cu2+(aq) + glic(aq) + 2OH- ⇌ Cu(glic)2(aq) (10)


Obtenção do complexo Cu(glic)2

Cd 2+(aq) + 2 NaOH(aq) ⇌ Cd(OH)2(s) + 2NH4+(aq) (11)


Obtenção do hidróxido de cádmio (II)

Centrifugar, retirar o líquido sobrenadante e lavar o precipitado umas três vezes


com cerca de 1 ml de água contendo cerca de 5 gotas de glicerina 1:1. Dissolver
o precipitado em solução de HAc e adicionar cerca de 0,5 ml de solução de
tioacetamida 1 M. A presença de Cd2+ será confirmada pela formação de um
precipitado amarelo.

Etapa 1: Identificação e caracterização dos cátions do grupo IVA


Com a segunda alíquota separada no procedimento 2, realizou-se os procedimentos a
fim de que se identificasse a Ag2+.
● Identificação do chumbo na presença da prata: À segunda alíquota reservada
no procedimento 2, adicionar cerca de 10 gotas de HCI 6 M, agitar e centrifugar.
Decantar e verificar se a precipitação foi completa pela adição de 1 gota de HCl
6 M ao líquido sobrenadante. Lavar o precipitado com 2 ml de água contendo 3
gotas de HCI 6 M. Agitar bem. Centrifugar e desprezar o líquido sobrenadante.
Repetir o procedimento de lavagem do precipitado do mesmo modo. Chamar
esse precipitado de Precipitado I.

Pb2+(aq) + 3Cl-(aq) ⇌ PbCl3-(s) (12)


Precipitação do chumbo em forma de cloreto de chumbo (III)

Ag2+(aq) + 2Cl-(aq) ⇌ AgCl22-(s) (13)


Precipitação da prata em forma de cloreto de prata (II)

● Ao precipitado I, que pode conter os cloretos do Grupo V, adicionar cerca de 4


ml de água destilada. Aquecer em banho-maria por cerca de três minutos,
agitando constantemente. Centrifugar rapidamente e decantar o líquido
sobrenadante, que pode conter Pb2+, e transferi-lo para outro tubo. Adicione a
10

este 2 gotas de ácido acético 6 M e 4 gotas de K2CrO4 1 M. A formação de um


precipitado amarelo de PbCrO4 confirma a presença de chumbo.

Pb2+(aq) + CrO42- ⇌ PbCrO4(s) (14)


Formação do Cromato de Chumbo

A centrifugação pode auxiliar na identificação do sólido, pois a fase líquida é de


cor alaranjada. O precipitado que eventualmente restar nesta etapa após a adição
de água destilada e aquecimento em banho-maria, pode ser chamado de
Precipitado II, que pode conter AgCl2.

● Identificação da prata: Ao precipitado II, adicionar 2 mL de HNO3 6 M, a fim


de solubilizar o mesmo e, consequentemente formar o íon Ag(NH3)2+. A
presença de Ag2+ pode ser confirmada pela adição de 2 mL de HNO3 6 M.
Verificar com papel tornasol se a solução está ácida. A formação de um
precipitado branco de AgCl indica a presença de Ag2+. Nessas condições, ocorre
uma reprecipitação do AgCl, um sal de coloração esbranquiçada e insolúvel.

4) RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dados os procedimentos descritos, obteve-se os resultados como descritos a seguir:

4.1. Após acidificar a solução a um pH de aproximadamente 0,5 por meio da adição de


HCl 6 M, verificou-se que, assim como descrito na literatura, ocorre a precipitação de
todos os cátions do grupo V como está descrito na equação a seguir:

Ag2+(aq) + Cl-(aq) ⇌ AgCl2(s) (15)


Precipitação da prata pela adição de ácido clorídrico

Pb2+(aq) + Cl-(aq) ⇌ PbCl2(s) (16)


Precipitação do chumbo pela adição de ácido clorídrico

O precipitado obtido, chamado de Precipitado I, foi separado do sobrenadante, este que


foi chamado de Sobrenadante I.
11

Por conseguinte, o sobrenadante I, após adição de tioacetamida 1 M sob aquecimento


por 5 minutos, os cátions do grupo IVA, foram precipitados em forma de sulfeto, como
é possível observar nas equações e foi chamado de Precipitado II:
Pb2+(aq) + H2S(aq) ⇌ PbS(s) + 2H+(aq) (17)
Reação de formação do sulfeto de chumbo.

Cu2+(aq) + H2S(aq) ⇌ CuS(s) + 2H+(aq) (18)


Reação de formação do sulfeto de cobre.

Cd2+(aq) + H2S(aq) ⇌ CdS(s) + 2H+(aq) (19)


Reação de formação do sulfeto de cádmio.

que, assim como descrito na literatura, assumiu uma coloração que passou do incolor
para o castanho intenso.
A partir do precipitado II, que possivelmente continha os sulfetos de cádmio, cobre e
chumbo, realizou-se a separação analítica de cada um individualmente.

- Caracterização do chumbo: após a adição de 0,5 g de sulfato de amônia no


intuito de se obter um precipitado branco pela formação do sulfato de chumbo,
como está descrito na equação:
Pb2+(aq) + SO42-(s) ⇌ PbSO4(s) (20)
Formação do sulfato de amônio

e, em seguida, após lavagem do precipitado, acidificar o meio utilizando o ácido


acético, obtendo o íon Pb(Ac)42-, adicionou-se o dicromato de potássio, que por
sua vez, interagiu com o íon descrito, formando o cromato de chumbo,

Pb2+(aq) + CrO42- ⇌ PbCrO4(s) (21)


Formação do Cromato de Chumbo

que possui uma coloração e que graças a esta característica foi possível
confirmar a presença do chumbo na amostra inicial.

- Caracterização do cobre: Ao sobrenadante I, obtido inicialmente na etapa


inicial após a identificação do chumbo, os possíveis cátions presentes em
solução eram Cu2+ e Cd2+ uma vez que a prata (Ag2+) será identificada
posteriormente com a alíquota separada após obter o sobrenadante I. Após
12

adicionar NH3 em excesso à alíquota 1 do sobrenadante I, obteve-se os íons


Cd(NH3)2+4 disperso em solução aquosa e Cu(NH3)2+4 , também em solução
aquosa. Nessas condições, a solução adquiriu uma coloração azulada, que é um
indicativo da presença do cobre. Entretanto, a fim de confirmar a presença de
fato do mesmo, realizou-se o teste com o ferrocianeto de potássio que, ao
interagir com o Cu2+ formou um precipitado de coloração amarela e que pode ser
descrito como está descrito na seguinte ração:

2Cu2+(aq) + [Fe(CN)6](aq) ⇌ Cu2[Fe(CN)6](s) (22)


Formação do Ferrocianeto de Cobre

verificando-se, portanto, que o resultado obtido condiz com a literatura analisada


previamente.

- Caracterização do cádmio: Após acidificar com solução de HCl 2 M a solução


contendo o cádmio e o cobre, observou-se a descoloração da solução. Por
conseguinte, após adicionar 10 gotas de glicerina 1:1 (v/v) e NaOH 6 M até a
solução adquirir novamente a coloração azul e, após isso, seguiu-se adicionando
hidróxido de sódio em excesso. De acordo com a literatura, na presença do
cádmio deverá haver a formação de um precipitado de coloração branca, dada a
formação Cd(OH)2, como está descrita na seguinte equação:

Cd 2+(aq) + 2 NaOH(aq) ⇌ Cd(OH)2(s) + 2NH4+(aq) (23)


Obtenção do hidróxido de cádmio (II)

O que de fato está correto, mas não foi o resultado obtido, dado que, ao
adicionar o ácido clorídrico para acidificar o meio, a coloração não obteve
novamente e a coloração azul, o que fez com que o procedimento tivesse que ser
repetido cerca de 3 vezes e, apenas na terceira em que a identificação do cádmio
foi feita primeiro e depois a do cobre foi possível identificar uma nuance da
formação do cádmio pela presença do hidróxido de sódio. Nas tentativas
anteriores, de fato houve a formação da precipitação de um sólido branco (o
hidróxido de cádmio II mas, pelo fato de não ter ocorrido o descoloramento do
meio reacional, o resultado obtido passou despercebido ao olho do observador.
13

- Caracterização da prata: Após identificar o chumbo pela segunda vez na


alíquota 2 separada inicialmente para identificação da prata, dado a formação
dos cloretos do grupo 5 (PbCl2 e AgCl2) dadas as seguintes equações:

Ag2+(aq) + Cl-(aq) ⇌ AgCl2(s) (24)


Precipitação da prata pela adição de ácido clorídrico

Pb2+(aq) + Cl-(aq) ⇌ PbCl2(s) (25)


Precipitação do chumbo pela adição de ácido clorídrico

e a adição de dicromato de potássio para a precipitação e separação do chumbo


por meio da adição de dicromato de potássio formando o cromato de chumbo,
dada a equação:

Pb2+(aq) + CrO42- ⇌ PbCrO4(s) (26)


Formação do Cromato de Chumbo

O sobrenadante extraído desta reação poderá conter o AgCl2 e pode ser


identificado por meio da adição de ácido nítrico HNO3 6 M para solubilizar tal
sal e consequentemente formar o íon Ag(NH3)2+. Por conseguinte, seguiu-se
adicionando o ácido nítrico à solução, fazendo com que o equilíbrio da reação se
deslocasse no sentido dos produtos e reprecipitasse o cloreto de prata, um
precipitado de coloração branca e que é característica desse sal, podendo assim,
identificar e caracterizar que de fato havia a presença da prata na amostra inicial.

5) CONCLUSÃO
Após realizados os procedimentos, e constatar a presença do Pb2+, Cu2+, Cd2+ e Ag2+
torna-se possível concluir que as diferentes constantes de solubilidade, juntamente às
reações de complexação específicas para cada cátion, torna possível uma separação
analítica qualitativa, uma vez que as características entre um cátion e outro é bem
visível.
Entende-se, portanto, que, para uma análise precisa e constatação assertiva dos
cátions do grupo III, faz-se necessário não somente uma metodologia bem
desenvolvida, mas também uma observação lógica por parte do observador já que, no
caso em que houve uma análise errônea na presença do cádmio, o resultado obtido não
14

foi o esperado. No que diz respeito à presença destes materiais, fatores como o pH do
meio reacional tal como as concentrações dos reagentes favorecem ou não a se obter o
resultado esperado , uma vez que em alguns casos, o meio ácido favorece a
espontaneidade da reação e se de fato ela ocorre ou não.

7) BIBLIOGRAFIA
1. Roteiro da Prática 4: Análise dos Cátions do Grupo IV-A.
2. Roteiro da Prática 5: Análise dos Cátions do Grupo V
3. BACCAN, N., GODINHO, O., ALEIXO, L. e STEIN, E. Introdução à
Semimicroanálise Qualitativa. 2°ed. 1988.
4. HOLLER, J. et al. Rio de Janeiro -RJ. 5 -Química Analítica Quantitativa -Otto
Alcides Ohlweiler -3 a edição. Analytical Chemistry -Principles and Techniques, v. 1,
2006.

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