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MARCHA ANALÍTICA

A identificação de cátions pode ser chamada de marcha analítica, e tem como


função identificar a presença destes em amostras desconhecidas. A química
analítica qualitativa compreende as práticas de separação de cátions através de
métodos clássicos e sistemáticos.

Os cátions são íons com carga positiva, ou seja, são átomos que perderam elétrons
da última camada, permitindo a doação de seu elétron, formando uma substância
iônica com um íon que receba seu elétron passando a ter carga negativa (ânion). A
análise de identificação de cátions é chamada de marcha analítica, e tem como
função identificar e/ou pesquisar a presença desses cátions e ânions na
constituição de amostras desconhecidas. A marcha analítica foi inicialmente
descrita por Fresenius para facilitar e organizar a identificação desses cátions que
foram divididos em cinco grupos, numerados em ordem, e cada conjunto de
cátions apresentam uma reação de precipitação comum entre eles, na presença de
um reagente especifico.

Após a descoberta da presença de cátions de determinados grupos na amostra,


são isolados esses constituintes através de reações por via úmida ou seca (teste de
chama) específicas, que determinam com certeza, qual é o cátion descoberto
(BACCAN et al., 1995).

O grupo I é constituído pelos cátions Ag+ , Hg22+, Pb2+ que reage com ácido
clorídrico diluído e formam sais de cloreto.

O grupo II reage com o ácido sulfídrico, formando sulfetos insolúveis em meio


ácido. O terceiro é dividido em dois grupos menores.

Os cátions do grupo IIIA só precipitam em meio básico que é atingido com os


reagentes NH4OH ou NH4Cl, já o IIIB possui um Kps menor que do grupo II por isso
formam sais insolúveis em meio básico.

Os cátions do grupo IV formam sais insolúveis de carbonato em meio amoniacal,


usa-se um reagente derivado de uma base fraca, para sofrer hidrolise e deslocar
seu equilíbrio, permitindo que apenas os compostos de Kps menores que do
magnésio precipitem. O último grupo é o V e não possui um reagente especifico,
pois é composto por cátions de metais alcalinos com solubilidades diferentes.
Carta de solubilidade

Uma carta de solubilidade (algumas vezes chamada de tabela de solubilidade) a


qual refere-se a uma lista de íons e como, quando misturados com outros íons,
podem formar precipitados ou permanecem em solução aquosa. A seguinte carta
apresenta a solubilidade de vários compostos a uma pressão de 1 atm e a
temperatura ambiente (aprox. 293.15 K ou 20 °C). Qualquer das células da tabela
abaixo na qual leia-se "solúvel" resulta em um produto aquoso, enquanto
"levemente solúvel" e "insolúvel" significa que há um precipitado e irá formar
(normalmente, como sólido). Células contendo "outro" podem significar que
produtos de muitos estados diferentes podem resultar. Para informação mais
detalhada da exata solubilidade dos compostos, veja tabela de solubilidade.
Brometo Carbonato Cloreto Hidróxido Nitrato Óxido Fosfato Sulfato Dicromato
Br− CO32− Cl− OH− NO3− O2− PO43− SO42− Cr2O72−

Alumínio
S X S I S I I S I
Al3+
Amônio
S S S S S X S S S
NH4+

Cálcio
S I S I S LS I LS I
Ca2+
Cobre(II)
S X S I S I I S I
Cu2+
Ferro(II)
S I S I S I I S I
Fe2+
Ferro(III)
S X S I S I I LS I
Fe3+
Magnésio
S I S I S I I S I
Mg2+
Potássio
S S S S S S S S S
K+
Prata
I I I X S I I LS I
Ag+
Sódio
S S S S S S S S S
Na+
Zinco
S I S I S I I S I
Zn2+
Legenda:

S solúvel

I insolúvel

LS levemente solúvel

X outro
Marcha analítica de cátions - GRUPO I
Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução padrão. Ao
ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição no fundo do
tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja mais
precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as análises
posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não seja
utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.

Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes

Grupo I - Grupo da Prata


(Ag+, Pb+2, Hg2+2)

A presença de prata, chumbo (II) ou mercúrio (I) causa precipitação ao adicionar gotas de
HCl diluído a frio à amostra. A adição deve continuar até que nenhum precipitado adicional seja
observado. O precipitado pode conter AgCl, PbCl2 e/ou Hg2Cl2. O precipitado deve então ser
lavado duas ou três vezes com 2 mL de HCl 2 M e uma vez com água fria e a água de lavagem
pode então ser descartada.

Esquema 1 - Kps dos cloretos do Grupo I

Imagem: O Mundo da Química

Ao precipitado recolhido devem ser adicionados 5-10 mL de água e colocado em banho-


maria em ebulição por cerca de 5 minutos. O precipitado remanescente deve ser filtrado a
quente e ambas as partes devem ser reservados. O precipitado deve conter AgCl e/ou Hg2Cl2,
enquanto que o filtrado deve conter PbCl2. Reservar o filtrado para confirmação de chumbo.

Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo I

Imagem: O Mundo da Química

Lavar o resíduo com água quente à exaustão para eliminar o chumbo residual, o qual
pode ser conferido pela adição de cromato de potássio à água de lavagem até que não haja
mais precipitação. Adicionar 3-4 mL de hidróxido de amônio diluído a quente, filtrar e reservar
ambas porções para investigação de mercúrio e prata.

Esquema 2 - Separação de prata e mercúrio com hidróxido de amônio

Imagem: O Mundo da Química


Identificação de Prata

Interferentes - Chumbo (para o teste com KI)

A solução que venha a conter prata pode ser tratada com ácido nítrico 1 M, assim o
complexo é desfeito e o cloreto, que era o contra-íon do complexo, precipita a parta como AgCl,
de aspecto caseioso e que escurece à exposição com a luz.

Esquema 3 - Identificação de prata por precipitação com cloreto

Imagem: O Mundo da Química

Outra maneira de identificar prata é com a adição de solução de KI, onde é formado o
precipitado de AgI, de coloração amarela.

Esquema 4 - Identificação de prata por precipitação com iodeto

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Chumbo

Interferentes - Prata (para o teste com KI)

Ao adicionar solução de cromato de potássio, com presença de chumbo haverá


precipitação de cromato de chumbo, de coloração amarela.
Esquema 5 - Identificação de chumbo por precipitação com cromato no Grupo I

Imagem: O Mundo da Química

A adição de solução de KI gera a precipitação do respectivo iodeto, de coloração amarela.

Esquema 6 - Identificação de chumbo por precipitação com iodeto no Grupo I

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Mercúrio

Interferentes - Prata

A precipitação de sólido negro, quando da adição de solução diluída de amônio após a


remoção do chumbo, já confirma a presença de mercúrio. Entretanto, é possível obter um
resultado ainda mais conclusivo ao tratar o cloreto de amido mercúrio com água régia,
obtendo o cloreto de mercúrio (II). Posterior adição de solução de estanho (II) provoca a
redução a mercúrio metálico, que pode ser observado como um sólido preto ou gotículas
prateadas de mercúrio, a depender da quantidade presente.
Esquema 7 - Identificação de mercúrio por redução com estanho (II) no Grupo I

Imagem: O Mundo da Química

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

2
Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman

Marcha analítica de cátions - GRUPO IIA

Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução


padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição
no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja
mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as
análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não
seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.

Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes
Grupo II
(Pb+2, As+3, As+5, Sn+2, Sn+4, Sb+3, Sb+5, Cu+2, Cd+2, Hg+2, Bi+3)

O Grupo II é obtido através da precipitação com H2S em meio de HCl 0,3 M, separando-o
dos demais grupos. Devido às dificuldades inerentes ao uso de gás, principalmente em se
tratando de um gás corrosivo e extremamente tóxico como o sulfídrico, é utilizada a hidrólise
da tioacetamida (TAA) para gerar o reagente in situ.

Esquema 1 - Formação de ácido sulfídrico por hidrólise da tioacetamida (TAA)

Imagem: O Mundo da Química

Os constituintes desse grupo possuem uma importante diferença entre si: alguns de seus
sulfetos são capazes de serem ressolubilizados com excesso de sulfeto. Assim, é conveniente
subdividir o grupo em duas partes: Grupo IIA (insolúveis em (NH4)2Sx) e Grupo IIB (solúveis
em (NH4)2Sx).
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo IIA

Imagem: O Mundo da Química


Grupo IIA - PbS, CuS, CdS, HgS, Bi2S3

O resíduo da reação com polissulfeto de amônia pode conter sulfetos de chumbo (II),
cobre (II), cádmio, mercúrio (II), e/ou bismuto. Ao transferir para cadinho de porcelana,
adicionar 5-10 mL de ácido nítrico diluído e ferver por cerca de 3 minutos, apenas o mercúrio
se mantém insolúvel como sulfeto. Filtrar e lavar o precipitado negro de sulfeto de mercúrio (II)
com água e reservar para identificação.

Esquema 2 - Abertura dos sulfetos do Grupo IIA com ácido nítrico

Imagem: O Mundo da Química

O sobrenadante pode conter então chumbo, cobre, cádmio e/ou bismuto. A adição de
H2SO4 com etanol e ocorrência de precipitado branco revela a presença de chumbo residual do
grupo I como sulfato de chumbo. Adicionar mais ácido sulfúrico diluído com etanol até o fim de
precipitação, concentrar até quase secura. Adicionar 10 mL de água e filtrar, reservando o
sólido para confirmação de chumbo.

Esquema 3 - Precipitação de sulfato de chumbo

Imagem: O Mundo da Química

Ao filtrado adicionar hidróxido de amônio concentrado. Em caso de precipitação, filtrar e


reservar o filtrado para identificação de bismuto.
Esquema 4 - Reação de cobre (II), cádmio (II) e bismuto (III) com hidróxido de amônio
concentrado

Imagem: O Mundo da Química

Se o sobrenadante da etapa anterior for incolor, pode-se excluir a presença de cobre.


Caso contrário, deve-se separar em duas frações para investigação em paralelo de cobre e
cádmio.

Identificação de Chumbo

Interferentes - Não há

O sólido deve ser tratado com acetato de amônio, formando tetraacetato-chumbato (II),
que então deve ser novamente precipitado com cromato (ou dicromato) de potássio.

Esquema 5 - Identificação de chumbo por precipitação com cromato no Grupo IIA

Imagem: O Mundo da Química


Identificação de Mercúrio

Interferentes - Não há

O HgS solubiliza em solução de NaOCl-HCl, formando cloreto de mercúrio (II) não


dissociado. Também pode ser utilizada água-régia. A adição de estanho (II) leva a sucessivas
reduções até mercúrio metálico, passando por calomelano. A depender da quantidade de
solução de estanho adicionada, o precipitado pode possuir coloração branca (mais
calomelano), cinza (mistura de calomelano e mercúrio metálico) ou negra (mercúrio metálico).

Esquema 6 - Identificação de mercúrio por redução com estanho (II) no Grupo IIA

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Bismuto
Interferentes - Mercúrio

Redissolver o sólido branco com o mínimo de volume de HCl diluído e então adicionar
tetraidroxoestanato de sódio (II). A precipitação de sólido negro (negro de bismuto) confirma a
presença de bismuto.

Esquema 7 - Identificação de bismuto por redução com estanho (II)

Imagem: O Mundo da Química


Identificação de Cobre

Interferentes - Prata, zinco, cádmio, ferro precipitam também, entretanto apenas o cobre
possui tal coloração.

A adição de K4[Fe(CN)6] à solução azul precipitará um sólido marrom avermelhado,


confirmando a presença de cobre.

Esquema 8 - Identificação de cobre por complexação com [Fe(CN)6]-4 no Grupo IIA

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Cádmio
Interferentes - Não há

Ao sobrenadante, adicionar KCN e passar H2S à solução (CUIDADO, sempre em capela!)


por 20-30 segundos. O aparecimento de precipitado amarelo confirma a presença de cádmio,
enquanto o cobre permanecerá em solução.

Esquema 9 - Identificação de cádmio por precipitação com sulfeto


Imagem: O Mundo da Química

Grupo IIB - As2S3, SnS, SnS2, Sb2S3, Sb2S5

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

2
Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman

3
MARTINS, C. R.; SILVA, L. A.; ANDRADE, J. B.; Sulfetos: por que nem todos são Insolúveis?,
Química Nova, Vol. 33 Nº 10, pag. 2283-2286

4
SHIEK, T. J.; Screening for Inorganic Anions of Toxicological Interest , ToxTalk, Vol. 35, Nº
2, pag. 21-22

Marcha analÍtica de cÁtions - GRUPO IIB

Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução


padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição
no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja
mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as
análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não
seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.

Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes
Grupo II
(Pb+2, As+3, As+5, Sn+2, Sn+4, Sb+3, Sb+5, Cu+2, Cd+2, Hg+2, Bi+3)

O Grupo II é obtido através da precipitação com H2S em meio de HCl 0,3 M, separando-o
dos demais grupos. Devido às dificuldades inerentes ao uso de gás, principalmente em se
tratando de um gás corrosivo e extremamente tóxico como o sulfídrico, é utilizada a hidrólise
da tioacetamida (TAA) para gerar o reagente in situ.

Esquema 1 - Formação de ácido sulfídrico por hidrólise da tioacetamida (TAA)

Imagem: O Mundo da Química

Os constituintes desse grupo possuem uma importante diferença entre si: alguns de seus
sulfetos são capazes de serem ressolubilizados com excesso de sulfeto. Assim, é conveniente
subdividir o grupo em duas partes: Grupo IIA (insolúveis em (NH4)2Sx) e Grupo IIB (solúveis
em (NH4)2Sx).
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo IIB

Imagem: O Mundo da Química

Grupo IIB - As2S3, SnS, SnS2, Sb2S3, Sb2S5

O sobrenadante da reação com polissulfeto de amônia pode conter os complexos de


sulfeto de As, Sn, e/ou Sb.
Esquema 2 - Complexos do Grupo IIB formados por excesso de sulfeto no meio

Imagem: O Mundo da Química

A adição de HCl diluído (2 M) a quente produz enxofre elementar (fino e de branco a


amarelo, menos denso que a água) e desfaz os complexos, precipitando os sulfetos. Adicionar
5-10 mL de HCl concentrado e permitir fervura por 5 minutos. Filtrar e separar o precipitado
amarelo revela presença de arsênio.

Esquema 3 - Reação dos sulfetos do Grupo IIB com ácido clorídrico

Imagem: O Mundo da Química

Ferver o sobrenadante para expulsar H2S residual e dividir em duas partes para
investigação de estanho e antimônio.
Identificação de Arsênio
Interferentes - Cromo

Apesar de o precipitado amarelo de sulfeto de arsênio (V) ser suficiente para concluir
presença de arsênio, ensaios adicionais podem ser realizados. Dissolver o precipitado em 3-4
mL de hidróxido de amônio diluído a quente e adicionar 3-4 mL de peróxido de hidrogênio 3%.
Aquecer por alguns minutos e adicionar solução de nitrato de amônio, onde a formação de
precipitado branco confirma a presença de arsênio. Se for adicionado nitrato de prata, o
precipitado terá coloração marrom.

Esquema 4 - Identificação de arsênio por precipitação com prata

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Estanho
Interferentes - Não há

Neutralizar parcialmente a solução e adicionar um prego limpo em 1-2 mL de solução. Aquecer


moderadamente para redução a Sn (II), filtrar e adicionar ao filtrado solução de cloreto de
mercúrio (II). Ocorrência de precipitado, de branco a cinza, confirma a presença de estanho.
Esquema 5 - Identificação de estanho por oxidação com mercúrio (I)

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Antimônio
Interferentes - Não há

Adicionar solução diluída de hidróxido de amônio e filtrar se necessário. Adicionar 1-2 g de


ácido oxálico, ferver e passar H2S à solução (CUIDADO, sempre em capela!) por 60 segundos. O
aparecimento de precipitado laranja confirma a presença de antimônio.

Esquema 6 - Identificação de antimônio por precipitação com sulfeto

Imagem: O Mundo da Química

Grupo IIA - PbS, CuS, CdS, HgS, Bi2S3

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

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Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman

3
MARTINS, C. R.; SILVA, L. A.; ANDRADE, J. B.; Sulfetos: por que nem todos são Insolúveis? ,
Química Nova, Vol. 33 Nº 10, pag. 2283-2286
4
SHIEK, T. J.; Screening for Inorganic Anions of Toxicological Interest , ToxTalk, Vol. 35, Nº
2, pag. 21-22

Marcha analítica de cátions - GRUPO IIIA

Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução


padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição
no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja
mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as
análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não
seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.

Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes

Grupo III
(Fe+3, Al+3, Cr+3, Co+2, Ni+2, Mn+2, Zn+2)

O Grupo III é separado em IIIA (precipitam como hidróxidos - ferro, alumínio e cromo) e
IIIB (precipitam como sulfetos em meio básico - cobalto, níquel, manganês e zinco).

Grupo IIIA - Fe(OH)3, Al(OH)3, Cr(OH)3

O precipitado da adição de hidróxido com amônio diluído e cloreto de amônio pode


conter Fe, Al e/ou Cr. Se o precipitado for branco, é provável que o Fe esteja ausente, uma vez
que o hidróxido de ferro (III) possui coloração vermelho-tijolo.
Esquema 1 - Precipitação de ferro, alumínio e cromo por hidróxido no Grupo IIIA

Imagem: O Mundo da Química

Se o precipitado for branco, é provável que o ferro (III) esteja ausente, uma vez que o
hidróxido de ferro (III) possui coloração vermelho-tijolo. O hidróxido de ferro (II), que é verde,
se oxida prontamente em pH alcalino.

Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo IIIA

Imagem: O Mundo da Química


Redissolver o precipitado em HCl e, em seguida, adicionar hidróxido de sódio com
peróxido de hidrogênio a 3% em banho-maria. Precipitado vermelho-tijolo indica presença de
ferro, reservar para confirmação.

Esquema 2 - Reações do Grupo IIIA com peróxido de hidrogênio alcalino

Imagem: O Mundo da Química

O sobrenadante pode conter alumínio e/ou cromo, mas filtrado incolor indica ausência de
cromo. Redissolver em HCl e, em banho-maria, adicionar hidróxido com amônio diluído e
cloreto de amônio.

Identificação de Alumínio
Interferentes - Não há

Se na última adição de hidróxido com amônio diluído e cloreto de amônio ocorrer


precipitado branco e gelatinoso, confirmará presença de alumínio. A adição de hidróxido de
sódio dissolve o precipitado.
Esquema 3 - Identificação de alumínio por formação de aluminato em meio fortemente
básico

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Cromo
Interferentes - Não há

A adição de ácido acético e nitrato de bário ao sobrenadante amarelo precipita um sólido


também amarelo, confirmando a presença de cromo.

Esquema 4 - Identificação de cromo por precipitação de cromato de bário

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Ferro
Interferentes - Não há

Redissolver o precipitado de hidróxido de ferro (III) com HCl e adicionar tiocianato de


amônio (ou de potássio). O aparecimento de coloração vermelho intenso confirma presença de
ferro.
Esquema 5 - Identificação de ferro (III) por formação de complexo com tiocianato

Imagem: O Mundo da Química

Grupo IIIB - CoS, NiS, MnS, ZnS

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

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Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman

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Química Nova, Vol. 33 Nº 10, pag. 2283-2286

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SHIEK, T. J.; Screening for Inorganic Anions of Toxicological Interest , ToxTalk, Vol. 35, Nº
2, pag. 21-22

Marcha analÍtica de cÁtions - GRUPO IIIB

Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução


padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição
no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja
mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as
análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não
seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.
Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes

Grupo III
(Fe+3, Al+3, Cr+3, Co+2, Ni+2, Mn+2, Zn+2)

O Grupo III é separado em IIIA (precipitam como hidróxidos - ferro, alumínio e cromo) e
IIIB (precipitam como sulfetos em meio básico - cobalto, níquel, manganês e zinco).

Grupo IIIB - CoS, NiS, MnS, ZnS

O precipitado da reação com tioacetamida em meio amoniacal pode conter cobalto,


níquel, manganês (II) e/ou zinco.

Esquema 1 - Kps dos sulfetos do Grupo IIIB

Imagem: O Mundo da Química

A adição de HCl 2 M solubiliza os sulfetos de zinco e manganês, enquanto níquel e cobalto


permanecem como precipitados pretos.
Esquema 2 - Abertura dos sulfetos do Grupo IIIB com ácido clorídrico

Imagem: O Mundo da Química

Filtrar e dissolver o precipitado em ácido nítrico concentrado até quase secura, seguido de
adição cuidadosa de água. Reservar a solução para as investigações futuras de níquel e cobalto.

Esquema 3 - Abertura dos sulfetos de níquel e cobalto com ácido nítrico

Imagem: O Mundo da Química

Ao filtrado adicionar excesso de solução de hidróxido de sódio e 1 mL de peróxido de


hidrogênio 3%. Se houver precipitação, filtrar e separar para investigação de manganês e zinco.
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo IIIB

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Manganês
Interferentes - Não há

A precipitação de sólido marrom ou preto confirma a presença de manganês através do


dióxido de manganês hidratado.

Esquema 4 - Identificação de manganês por precipitação de dióxido de manganês (IV)

Imagem: O Mundo da Química


Identificação de Zinco
Interferentes - Não há

Ao filtrado incolor adicionar ácido acético diluído e tioacetamida. A precipitação de sólido


branco confirma a presença de zinco.

Esquema 5 - Identificação de zinco por precipitação com sulfeto

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Níquel

Interferentes - Não há

Caso a solução esteja totalmente verde, há forte indício da presença de níquel. A adição de
hidróxido de amônio diluído (até meio alcalino) e solução alcoólica de dimetilglioxima (DMG)
precipita uma laca carmim, confirmando a presença de níquel.

Esquema 6 - Identificação de níquel por precipitação com dimetilglioxima (DMG)

Imagem: O Mundo da Química


Identificação de Cobalto
Interferentes - Não há

Caso solução esteja claramente rosa, há forte indício de presença de cobalto. A adição de
tiocianato de amônio (ou de potássio) e acetona gera o complexo tetratiocianocobaltato (II), de
coloração azul. Esse complexo pode ser extraído com álcool amílico, de modo que a fase do
álcool amílico azul confirma presença de cobalto.

Esquema 7 - Identificação de cobalto por formação de complexo com tiocianato

Imagem: O Mundo da Química

Grupo IIIA - Fe(OH)3, Al(OH)3, Cr(OH)3

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

2
Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman

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MARTINS, C. R.; SILVA, L. A.; ANDRADE, J. B.; Sulfetos: por que nem todos são Insolúveis? ,
Química Nova, Vol. 33 Nº 10, pag. 2283-2286

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SHIEK, T. J.; Screening for Inorganic Anions of Toxicological Interest , ToxTalk, Vol. 35, Nº
2, pag. 21-22

Marcha analítica de cátions - GRUPO IV

Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução


padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição
no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja
mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as
análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não
seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.

Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes

Grupo IV
(Ba+2, Sr+2, Ca+2)

Os elementos pertencentes a este grupo precipitam como carbonatos em meio


amoniacal. O precipitado branco pode conter bário, estrôncio e/ou cálcio. Redissolver o
precipitado com ácido acético ou clorídrico diluído.

Esquema 1 - Kps dos carbonatos do Grupo IV

Imagem: O Mundo da Química

Separar em duas partes. Reservar um para investigação de bário. Á segunda, adicionar


hidróxido de amônio diluído e solução de sulfato de amônio, devendo ser adicionado até
precipitação completa. Filtrar e separar o precipitado do filtrado. Se o filtrado tiver aspecto
leitoso, com fina suspensão, é indício de presença de cálcio.
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo IV

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Bário
Interferentes - Não há

A adição de solução de acetato de amônio e dicromato de potássio (ou cromato) leva à


formação de precipitado amarelo, confirmando a presença de bário.

Esquema 2 - Identificação de bário por precipitação com cromato


Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Estrôncio
Interferentes - Cálcio

A adição de sulfato de amônio gera um precipitado branco. Tanto o sulfato de cálcio


quanto o de estrôncio precipitam nas condições de análise, entretanto o sulfato de estrôncio é
100 vezes menos solúvel. A adição em banho-maria ajuda a evitar a precipitação do sulfato de
cálcio que, se estiver presente, fica suspenso enquanto o sulfato de estrôncio precipita
completamente, confirmando sua presença. O sobrenadante deve ser utilizado na confirmação
de cálcio.

Esquema 3 - Identificação de estrôncio por precipitação com sulfato

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Cálcio
Interferentes - Não há

Ao filtrado esbranquiçado adicionar solução de oxalato de amônio com hidróxido de


amônio diluído. Precipitado branco confirma presença de cálcio.
Esquema 4 - Identificação de cálcio por precipitação com oxalato

Imagem: O Mundo da Química

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

2
Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman

Marcha analÍtica de cÁtions - GRUPO V

Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução


padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição
no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja
mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as
análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não
seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.

Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio,
amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para
evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes

Grupo V - Grupo dos Solúveis


(Na+, K+, NH4+, Mg+2)

Este grupo é formado pelos cátions que não foram precipitados nas condições de
separação. Uma vez que, durante a separação são adicionados sais de sódio, amônio e
potássio, é recomendado investigar este grupo primeiro para evitar contaminações. Pelo
mesmo motivo, os ensaios específicos devem ser realizados em paralelo.
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo V

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Amônio
Interferentes - Não há

A adição de hidróxido de sódio, acompanhada por aquecimento, acaba por gerar amônia
livre que se desprende da solução. Receber os vapores com papel tornassol vermelho
umedecido com água destilada. A mudança do tornassol vermelho para azul confirma
presença de amônio na amostra.

Esquema 1 - Identificação de amônio por formação de amônia em meio alcalino

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Potássio

Interferentes - Não há

Adicionar solução diluída de ácido perclórico; se ocorrer precipitação de agulhas ou sólido


alongado branco há confirmação da presença de potássio.
Esquema 2 - Identificação de potássio por precipitação com perclorato

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Magnésio
Interferentes - Não há

Adicionar 2 gotas de NaOH 6 M, seguido de 4 gotas do reagente reagente magneson (p-


nitrobenzenoazoresorcinol). Ocorre a precipitação de hidróxido de magnésio e posterior
adsorção do magneson, gerando uma laca azul que confirma a presença de magnésio.

Esquema 3 - Identificação de magnésio por precipitação com magneson

Imagem: O Mundo da Química

Identificação de Sódio
Interferentes - lítio e potássio (ensaio com acetato de zinco e uranila); lítio e magnésio (ensaio
com hexaidroxiantimoniato)

Adicionar o reagente acetato de zinco e uranila, junto com etanol. Atritar as paredes do
tubo, onde a formação de pequenos cristais confirma a presença de sódio.
Esquema 4 - Identificação de sódio por precipitação com acetato de zinco e uranila

Imagem: O Mundo da Química

Alternativamente, é possível realizar o teste com solução aquosa de


hexaidroxiantimoniato (V), proveniente da hidrólise do piroantimoniato de potássio. Magnésio
e lítio interferem, de modo que os ensaios para esses cátions devem revelar sua ausência.
Precipitado branco confirma presença de sódio.

Esquema 5 - Identificação de sódio por precipitação com hexaidroxiantimoniato

Imagem: O Mundo da Química

Referências

1
Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2000/2

2
Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th
Edition, Longman
O esquema clássico desenvolvido a partir da década de 1880, no qual os cátions
são divididos em cinco grupos dá o resultado visto neste quadro-resumo para os
precipitados dos quatro primeiros grupos. No caso do grupo V, a identificação é
individual, visto que eles não precipitam (Be, Mg, Li, Na, K, Rb, Cs) com os reagentes
dos grupos anteriores.

Eis um resumo visual dos precipitados obtidos quando se aplica a marcha analítica
dos cátions a uma solução aquosa: cloretos, sulfetos, hidróxidos e carbonatos, com
suas cores e texturas características.

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