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OFERENDAS

De Bará a Oxalá

(AXÉS DE FRENTE)
POR CLASSE DE ORIXÁ

Referências e Famílias Entrevistadas

...Nem tudo foi revelado•••

Cabindas / ijexá / JeJe / Nagô / Oyó / Ygbomina


Grefe & Moçambique o restante é no yle (terreiro)

Pai Antonio Carlos de Xangô, Pai Eduardo de Xapanã, Mãe Nara de


Bará, Pai Pedro de Oxum Docô, Mãe vera de Ossanha, Pai Jorginho
de Bará, Mãe Daura, Mãe Maria Alice, Mãe Suzana De Bará, Mãe,
Mãe Eclair de Ogum e Pai Leandro dos Santos (autor)

AJUDE NOSSO TRABALHO POR FAVOR!!!!

Não tire cópias indique o auto

hats +55 51 992675465

Autor Babalorisá Leandro dos Santos

,
-
Porto Alegre - RS - 2022
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos
OFERENDAS

De Bará a Oxalá

(AXÉS DE FRENTE) 1

Mestre Antônio Carlos Xangô (Cabinda Raiz)

(Cabinda de Raiz iniciado por Tati de ExuLanã e filho de pai Cleon)


:
Pai Eduardo De Xapanã (Cabinda Raiz)

(Cabinda de Raiz iniciado e filho de Pai Cleon)

Mãe Nara de Sará (Cabinda Raiz)

(Mãe Sirley de Yemanjá / Romário de Oxalá/Vá Madalena de Oxum)

Mãe Vera de Ossanha (Oyó)


.
1
'
(Família Oyó Jeje) descendente de mãe Chininha de Oxalá

Pai Sabalorixá Pedro De Oxum (ljexá)

(Família ljexá) Descendente Babá Gelson de Bará e neto de Mãe Miguela

Mãe Daura de Oxum (Jeje/ljexá) Mãe Daura filha de MãeElodina D'


Oxum iniciada por por Mãe Guiomar D'Oxum

Mãe Maria Alice de Nanã (Nação Grefê) filha de Pai Tureba

Pai Jorginho de Sará (Nação Jeje) Filho de Pai Pirica e Pai Tião

Mãe Suzana (Nação Nagô) filha de Pai Marçal e Pai Ricardo Nagô

Pai Nilson de Oxum Nação Oyó Ygbomina e Mãe Eclair de Ogum

"Autor Sabalorisá Leandro dos Santos fala sobre oferendas"

Todos os direitos reservados@ 2022

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

*ATENÇÃO*

É proibida qualquer forma de reprodução, transmissão ou edição do


conteúdo total ou parcial desta obra em sistemas impressos e ou
digitais para uso público ou privado, por meios mecânicos,
eletrônicos, fotocopiadoras, gravações de áudio e o vídeo ou
qualquer outro tipo de mídia com ou sem finalidade de lucro, sem
autorização expressa da editora ou do autor.

Fotografias de capa e contracapa. Arquivo pessoal de pai e filho de


santo, imagens de Vás e Babás arquivo pessoal do autor.

Revisão: sacerdotes entrevistados conforme gravação oralidade

Título do livro baseado em vivências de aprendizagens com os


sacerdotes entrevistados e autor em vivência com seu babalorixá

Antônio Carlos de Xangô Deí (in memória)

Dados internacionais de catalogação na publicação (ISBN)

Oferendas de bará a Oxalá no Batuque do Rio grande do Sul /


Leandro dos Santos-Porto Alegre RS. Editora oke oxóssí/

Impressão revisão editora Gaúcha.

Autor Babalorisá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Dedicado especialmente aos batuqueiros do Rio grande do Sul


para que conheçam, um pouco mais da sua história de acordo com
a sua nação, origem e família. Para compreentender os fragmentos
perdidos e aqueles que não foram passados através da oralidade
bem como origens existentes na sua própria família religiosa ora
perdidos por falta de oralidade, contato com seu ancestral em vida
e ou a da partida onde muitos de nossos ancestros levam uma
grande bagagem de fundamentos e segredos da nossa religião.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Agradecimentos

Em determinados momentos nos sentimos receosos em


agradecer, e acabarmos esquecendo alguém importante na nossa
vida e trajetória. Pessoas que foram singulares e participaram de
nossa evolução, passada através da oralidade e transmitidas para o
papel. Tradição esta, das religiões como um todo, assim como é no
batuque do Rio grande do Sul, do Brasil e do mundo. Isso pois a
nossa religião está presente em diversos países. Entendemos que
muitas pessoas são importantes na nossa vida e aprendemos do
iniciante ao mais sábio, com teólogos professores de yorubá e com
os mestres do notório saber. Contudo a individualização daqueles
que contribuíram para alcançarmos nossos objetivos enquanto
literatura religiosa. Precisam mais do que nunca destacar essas
pessoas que nos propiciaram chegar onde estamos e as que nos
deram o alicerce para focarmos aonde ainda precisamos chegar.

A minha avó carnal, Aida Maria Migliorini de Odéyalorixá


aprontada por pai Hélio de Xangô foi a primeira referência em
minha vida e continua sendo , Pai Chico de Ogum (Bairro Bom
Jesus) que muito me inspirei durante um longo tempo de minha
vida e adolescência, pois carrego até hoje muitos dos seus
ensinamentos, Mãe Lurdinha de Oxum que não somente me
amparou em um momento difícil masfoi fundamental em minha
criação e também a pessoa que me deu um suporte inimaginável
inclusive quando estudava no colégio de padre ajudando com livros
e principalmente a preocupação de ter um sobrinho estudioso com
valores éticos e sociais, a esta Yá a gratidão de levar meu orixá pra
casa e me tornar babálorixá, a minha madrinha religiosa mãe Vera
de Ossanha (in memória) que não media esforços para ajudar todos
aqueles que precisavam e por último e não menos importante mas
na realidade, muito importante na minha vida, meu babalorixá

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Antônio Carlos de xangô (in memória) foi Babalorixá, amigo e


grande referência para minha vida foi o lapidador de tudo o que já
havia aprendido e direção para o que ainda faltava aprender.

Alguns agradecimentos especiais também para os entrevistados


neste livro. Quetranscreveram aquilo que aprenderam com seus
babalorixás/Yalorixás e levam o nome de sua nação com honras.

Mestre Antônio Carlos de xangô que embora sendo da Família


Oxalá Elefan manteve muitos ensinamentos de seu primeiro
babalorixá Pai Tati de Exu Lanã, descendente de Valdemar de
Xangô kamuca e Mãe Madalena, o que de certa forma desmistifica
o bordão que o filho oriundo de outra vertente deve esquecer-se de
tudo o que aprendeu e começar do zero.

A "Cabinda" não tira ela acrescenta.

Pai Eduardo De Xapanã (Cabinda Raiz de pai Cleon)

l
Mãe Nara de Exú Lanã descendente de Pai Romário d Oxalá.

Pai Pedro de Oxum Docõ descendente de Pai Gelson e mãe Miguela

Mãe Maria Alice descendente de pai Tureba de Ogum 1

Mãe vera de Ossanha (in memória) de Mãe Chininha de Oxalá

Pai Nilson de Oxum de Mãe Araci de Odé/ Mãe Emilia de Oyá ladjá

Pai Jorge de Bará de Pai Pirica de Xangô e Pai Tião do Lodê,

Mãe Suzana de Bará de Pai Marçal de Xangô / Pai Beto do Nagô Pai Lacerda

A Nação africana de Nagô, culto dos Orixás de Rio Grande

-Mãe Eclair de Ogum feita por MãeBela de Xapanã

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Orixás

Os Orixás cultuados no Batuque são aproximadamente 16


divindades ou mais divididas em orixá Bará (Esú), Avagan, Ogun,
Oyá, (Timboá ou Dirã) Xangô, Odé, Otin, Obá, Ossanha, Xapanã,
ibejis (sendo representado Oxum e xangô Bebês hoje sabemos que
ibeji é umadivindade a parte aglutinada ao culto de Xango e Oxum)
Oxum, Yemanjá, "Nanã" Oxalá e Orumilaia, "separado no igbalé
lkú". Emvertentes de Oyó também encontramos Ewá, Sapaktá
Nanã, Orunmilá que é uma divindade diferente de orumiláia, ou
seja, não é Oxalá. Entendemos que elas foram aglutinadas e ou
uma corruptela, ao exemplo Elelgbara surgiu Bará quando o nome
verdadeiro da divindade, é Esú. Algumas tradições cantam, mas
não assentam, outras sim de acordo com uma nação específica e
um conjunto de fatores e costumes.

Alguns orixás se dividem em qualidades também chamadas de


"classes de orixá" que segue abaixo:

Esú Elégbaá, Olode, Adague, Lanà, Agelú

Ogum- Avagà, Onire, Olobedé, Adiolá

lansã, Oyá Timbowá, Dirà

Xangô, Agodô, Aganjú, lbeji

Odésemdivisões embora sabemos que existam diferentes


momentos/caminhos para quando os ajuntós se dão Odé /Otim,
Odé/Oxum e por fim Odé/lemanjá que seria o momento mais jovem
de Odé onde é cuidado por sua mãe (Para nós ajuntó não é
casamento)

Otim • Que faz ajunjó exclusivamente com Odée não tem


classe.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Obá, Ossanha ou Ossányin que não possui classe também

Xapanã Belujá, Jubeteí e Sapatá, (Sapaktá aglutinado a xapanã)

lbejis sempre em par, (parto de dois) (aglutinado a Xangô e Oxum)

Oxum Adocô, Ademum, Olobá, Epandá

lemanjá Boci, Bomi, Nanáborocum neste seguimento encontramos


Nanã

Nanã no batuque em casas que fazem em segredo não aberto ao


público também em nação Oyó, Grefê e uma divindade Yáma
cultuada no Jeje.

Oxalá Orunmilaia, Jobokum, Olokum, Dakum, Obokum

Orunmilá divindade associada ao ifá que não é orumilaia.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Iniciamos a obra com nossa referência Cabinda raiz

Pai Antônio Carlos de Xangô Babá do Autor (Mestre "in memoria)

Babalorixá do autor Leandro dos Santos

Pai Tati de ExúLanã _Pai Generci de Xangô Pai Cleon de Oxalá_

Babalorixá Antônio Carlos embora passados mais de duas décadas no reino


de Oxalá Elefan preservou os ensinamentos de Axé de frente do seu primeiro
Babalorixá a Qual assentou Pai Xangô, Oyá e Bará em 1951 o Pai Tati de Exú
Lanà aos 6 anos para poder tocar tambor, conforme relato por oralidade, Pai
Antonio também registrou, ter passado para o axé de seu irmão Generci aos
23 anos de idade (Pai Generci de Xangô) que aprontou e recebeu axés ficando
até meados da década de 90 após se encontrar no caminho de Pai Cleon e
completar tudo aquilo que era de direito de um cabindeiro de raiz. Aprendi
praticamente tudo que sei com minha mãe carnal e com meu primeiro babá o
pai Tati de Bará Lanã, mas me levantei na vida com pai Cleon de Oxalá Elefan
Palavras de Pai Antônio Carlos (in memoria) sempre lembrava•••
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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Esú

O Bará (Esú) é o primeiro a ser saudado em todas as ocasiões, é


chamado de Esú pois é seu verdadeiro nome de divindade, a
palavra Obará (título de rei) seria associada pois o pois na cultura
afro-brasileira à entidade exú catiço (Kimbanda) é muito presente,
logo, a maioria dos adeptos usam o título/ou corruptela Bará que
vem de Elegbaraá.

Esú é o orixá que representa a comunicação entre os homens e as


divindades e é aquele que abre e fecha os caminhos, traz a chave
nas mãos simbolizando o "guardião de todas as portas" e é
responsável pelo bom andamento dos negócios. Suas oferendas são
basicamente constituídas como a base o milho torrado

A cor é o vermelho. (-
Suas frentes e oferendas seguem abaixo referências

1, 10

1.
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

BARÁ LEGBA ou ELEGBA:

(
Usa o tom escuro-d, vermelho e preto, assentado fora dos templos
e é responsável pela comunicação entre os mundos. É cultuado na
Nação Cabinda ou Kabinda ou outras famílias. Inicialmente foi
diretamente associao e considerado como uma entidade
(informação de Pai Joarez de Bará) mas com o avanço das pequisas
e referencias da matriz notamos que Elegbaaá vodun no jeje e orixá
na Nigéria é uma divindade que percorre e se aglutina em várias
diásporas.

Culto a Elegbaá na matriz semelhante ao culto na nação Cabinda


raiz, onde tambem ofertamos bebida destilada.

No djedje

Légbà

É um vodún muito importante dentro do culto djedje, sendo


responsável pela comunicação entre deuses e humanos.

\.
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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Entre os fon do Benin (antigo Daomé) Légbà é equivalente ao Esú


ou Elegbárà dos iorubás. Ele é representado por um montículo de
terra em forma de homem acocorado, ornado com um
falo*geralmente de madeira de tamanho respeitável.

Esse detalhe deu motivo a observações escandalizadas, ou


divertidas, de numerosos viajantes antigos e fizeram-no passar,
erradamente, pelo deus da fornicação. Esse falo ereto nada mais é
do que a afirmação de seu caráter truculento, atrevido e sem­
vergonha e de seu desejo de chocar o decoro.

Légbà filho do criador (Máwú-Lísá), do panteão Fon, não possui um


domínio fixo, ele esta em todo lugar e em tudo, esta além do bem e
do mal concebidos pela sociedade. Nele, o bem e o mal se
entrelaçam. Cada Vodún tem um domínio Fixo herdado pelo criador
Máwú-Lísá, já Légbà não possui um domínio fixo. Ovodún da
mobilidade, sendo o único que tem acesso a todos os domínios,
pois é o mensageiro da palavra do criado Máwú- Lísá, interlocutor
entre os Vodúns e o criador e interlocutor entre os vodúns e os
Homens, fazendo dele o personagem intermediário por excelência.
Légbà tem o papel de guardião do patrimônio divino, que lhe foi
atribuído por por Mawú-Lísá,

LEGBA NA MATRIZ O FALO SEMPRE PRESENTE SEMELHANDE AO


NOSSO, FEITO POR MESTRE Antonio.Carlos de Xangô.

Exu Não é Diabo "é claro para todos que conhecem exu orixá ou entidade, também considerado guia,
guardião, amigo e mestre. No entanto, nesse contexto, não basta dizer quem é exu, mostrá-lo, revelá-lo
ou desmistificá-lo. Como uma divindade benevolente. O mau está no ser humano não em Exu laroiê.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

ASSENTAMENTO DE ELEGBÁ NA MATRIZ

DEIXAREMOS A CONCLUSÃO FINAL PARA O LEITOR.

Elegbaá é orixá quando presente do culto a orixá? Legbaá é vodun


dentro do seguimento fon? Ou simplesmente ele estaria presente
em todos os lugares aos quais é solicitado? Ou quem sabe Nkise?
Falaremos mais sobre em um trabalho exclusivo sobre Elegbaá.

ELEGBAÁ

Orixá ou entidade africana,- t a m b é m conhecido como: Exu, Esú,


OBará, Legbá, Elegbara cultuado também na Nigéria que é sua
matriz e seu culto permanece vivo assim como no djedje.

Esú é o Orisá encarregado de ligar o mundo dos espíritos ao mundo


material, encarregado de proteger as fronteiras, as casas, templos,
Elegbá por sua vez é particularmente assentado em nação
cabinda/Kabinda, porém, na atualidade, outras famílias o
"assentaram" algumas delas, deram certo e continuaram outras
não, pois reza a lenda que Elegbaá que escolhe a pessoa. Estudos
recentes apontam Elegbaá sendo assentado para um cabideiro por
um sacerdote de djedje.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente de Elegbaa


MILHO TORRADO ESCURO

1 OPETÉ PRETO

7 CHARUTOS

O citado acima é o dia a dia mais que isso é um agrado a mais

***Exemplo adiciona 7 tiras de carne,batata assada é algo a mais


alguidar de frutas menos maçã, abacaxi banana e mamão e ou
frutas de praia, cachaça, whisk (bebida) é oferenda presente no
culto de Elegbaá/Leba ou em obrigação o dia a dia é simples.

SERVIMOS 1 BEBIDA DESTILADA EM NOSSA TRADIÇÃO ONDE É FEITO


ASSAGÉU ANTES DO CORTE O WISKY DEMAIS FUNDAMENTOS E ITENS DE
ZINA, ANJOS, BURUKÚN, SAPAKTÁ, ZANBIRÁ, EKAN, LEKAN ETC NÃO
PODEMOS COLOCAR NO LIVRO, EMBORA TIVEMOS ACESSO AO
CONHECIMENTO DEIXAMOS PARA ORALIDADE OU ENSINO PRESENCIAL.

Orin de obrigação Elegbaá ou Lébaá

Elegbaa kaiô,. kaiô (Elegba kaiô kaiô)

Elegba sirê ogum (Elegba sire Ogum)

BARÁOLODÊ

É assentado fora do terreiro, e é responsável pela segurança do


templo sendo utilizado para segurança do ylê. É o orixá que

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

mantém a estrutura do terreiro Bará ou Exu Lodê. Olode pois está


fora do templo.

Axé de frente de Bará Lodê ou Esú Olodê

MILHO TORRADO

PIPOCA

7 BATATINHAS ASSADAS

7 OPETÉS SENDO QUE

1 DELES É MAIOR QUE OS DEMAIS

Orin de Esú Lodê


O Bará o lodê (exú exú o bará lanã)

E bará o lodê (exú exú o bará lanã)


BARÁ ADAGUE:

Assentado dentro do templo e recebe suas oferendas no cruzeiro aberto,


e é um dos orixás responsáveis pela limpeza. Dificilmente pega cabeça
pois é o Exu responsável por abrir fechar trancar destrancar e limpar.
Algumas limpezas são feitas apenas com ele mais as velas chamando­
se, limpeza de Bará

Axé de frente de Adague

MILHO TORRADO, PIPOCA

7 BATATATINHA INGLESA ASSADA

Orin de Esú Adague

Ae ae olê bará o ae ae olê bará, amacelo focomum amacelo fomunjá ae ae olê bará
(Ae ae olê bará o ae ae olê bará , amacelo focomum amacelo fomunjá ae ae olê bará)

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

BARÁ LANÃ:

É um Esú que atua nos cruzeiros de mato e geralmente tendo como


passagem e escravo para também orixás de mato ou pedreira tem
algumas semelhanças com Adague mas atua diretamente como
guardião dos cruzeiros de entradas, saídas e interior de mato, este
é um dos ancestrais da família citada. Referencia Tati de EsuLana

Orin de Esú Lanã

O exú já Lanã cerni acebó

(Exú Já Lanã ciebó)

Axé de frente de Esú Lanã

. MILHO ESCOLHIDO E COZIDO (AXOXO)

7 TIRAS DE COCO COM A CASCA FINA

1 OPETÉ

PARA ESTE BARÁ NÃO SE USA O MEL NEM BALAS

BARÁ AGELÚ:

É o Esú responsável pelos cruzeiros próximos a água que faz frente


l
para os orixás das águas como Oxum, Yemanjá e Oxalá. Em suas
oferendas usa-se, somente mel.

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente de Bará Agelú

AXOXÕ (MILHO ESCOLHIDO E COZIDO)

7 BALAS DE MEL

1 OPETÉ

7 TIRAS DE COCO SEM CASCA

Orin de Esú Agelú

Baruá agelú, baruá agelú agebó, baruá agelú Ajebó oloia nireo

(Baruá agelú, baruá agelú agebó, baruá agelú Ajebó oloia nireo)

Saudação: Alúpo ou Lalúpo, Dia da Semana: Segunda-feira, Número:


07 e seus múltiplos, Cor: Vermelho

Guia: vermelho escuro ou Corrente de aço

Ave galo ou frango vermelho

4 pés cabrito branco ou bode exceto Elegbaa

Pena maior casal de angolista

Quizila Pai oxalá vide itan a grande viagem de Oxalá

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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ll
Alalgbê e Babalori sá Leandro dos Sant os

OGUM

Orixá da guerra, do ferro, da metalurgia. Ogún (em português:


Ogum) é, na mitologia Yorubá, o Orixà ferreiro, senhor dos metais.
O próprio Ogún forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como
para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito
aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyó. Era o filho
mais velho de Oduduwà, o fundador de lfé. Suacor, NOBATUKE, é
o verde e vermelho, mas pode-se usar o azul escuro. Ogun Avagã,
(aglutinado a Ogum) apenas verde tem seu assentamento do lado
de fora e tem a mesma função de defender e equilibrar a casa,
assim como Bará Lodê, e usa cores no tom escuro. Também
conhecido como Gún Awagàn. Temos também Ogun Onira (ou
Onire) e Ogun Adiolá (que vive junto aos orixás da água, Oxum e
Yemanjá). A saudação de Ogun é Ogunhê.

Axé de frente de Ogum Avagã

Churrasco de costela de gado frita no epô, farinha de


mandioca crua com Azeite de dendê), 3 ou 5 pedaços de
laranja azeda

Orin de Agum Avagã

Xô xo xoni padô

(Gam gam gam xoni padô)


Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente de Ogum Onire

Churrasco de costela de gado 3 ossos assado, miamiã


gordo laranja doce.

Orin de Ogum Onirê

Ogum dê Onire, irê irê ogum ló, aca ará deuô airê irê irê ogum ló

(Ogum dê Onire, irê irê ogum ló, aca ará deuô airê irê irê ogum ló)

Axé de frente de Ogum Olobedé

Churrasco de costela de gado frito no epô7 ossos, laranja


doce e cama de alface ou canjica de acordo com seu
ajuntó, quando ajuntó com lansã não se sua canjica

Obs. Esta família explica que Olobedé é um oruko de Adiolá

Mesmo assim o Babalorixá em vida preferia não discutir e


já tinham muitos filhos feitos inclusive neste orin abaixo.

Ogum onire manja Olobedé


(Ogum onira laisô quereque)

Soi soi soi (ogum onira laisô quereque)

Axé de frente de Ogum Adiolá

Cama de alface. Churrasco de costela de gado frito

7 ossos no óleo branco

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Cama e alface, miã miã doce rodeado de pipoca

Laranja doce e cama de canjica 7 rodelas de ovos partidos


rodeados de pipoca

Saudação: Ogunhê, Dia da Semana: Segunda-feira para Ogum


Avagã, Quinta-feira para os demais

Número: 07 e seus múltiplos

Cor: verde, Vermelho e Verde, vermelho e azulão,

Guia: Vermelho e Verde claro, Vermelho e Verde, ou verde e azul


celeste para Adiolá

Orin de Ogum Adiolá


Olu oluodô iamaco ni ogum aboum alaisô ajabá omiô

'(Ol u oluodô iamaco ni ogum aboum alaisô ajabá omiô)

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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1.
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

YÁ / IANSÃ / TIMBOÁ / DIRÁ


(Pai Antonio Não tinha Dirá nem Timboá)

Apenas o conhecimento sobre o fundamento, aprendido na raiz Só mexe quem tem o pai
ensinava Se tem Zina não mexe no assentamento que o filho possui.

É divindade dos ventos e das tempestades, uma das esposas de


Xangô. Rainha dos raios, ventos e tempestades, Oyá é um Orixá
feminino, enérgico, sensual e autoritário. Na mitologia dos Orixás,
Oyá primeiramente foi casada com Ogum, ''fugindo" mais tarde com
Xangô, não abandonando as relações com seu primeiro casamento.
Em outra passagem mitológica, Oyá revela a verdadeira face e
imagem de Xapanã e é presenteada por ele, que a concede o poder
sobre os eguns espíritos, tornando-se conhecida também por a

Oyá Timboá é tida como "a mais quieta" que sabe fazer as coisas.
Oyá Dirã é a dona dos Eguns. Entre as divisões de lansã e Oyá, a
Oyá é mais nova que lansã O nome lansã também está associado a
um título logo, o Nome da divindade inicial é Oyá, lógico que na
diáspora a tradição padronizou diferente e Dirã e timbowá se
aglutinou por tradição. A família citada não cultua Dirã ou Timbowá
pois não combina com o culto a Zina. Filhos do pai Antonio Carlos
que possuem, já vieram alguns despacharam para poder ter Zina.
Orientação esta descartada em segundo momento pois notou-se um
contra-axé despachar um orixá já presente na vida do iniciado.
Nestes casos o mestre A. Carlos passou a fazer apenas o
assentamento do Legbaá, Bará do tempo sem a Zina o que deu

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

certo para muitos filhos, podendo o filho fazer zina e anjos e demais
passagens ligadas ao culto de Elegbá por terá faca de Elegbaá.

Timboá está ligada aos que moram fora do templo, em alguns


momentos assentada dentro de uma figueira ligada ao fundamento
Bará Olode, cor predominante 7 marrom, para Pai Cleon de Oxalá é
tratada como qualidade de lansã de dentro do quarto de santo

Dirã diretamente ligada aos Eguns, muito semelhante a Oyà lgbale,


dona da rua e caminho, ligada à terra seu assentamento
geralmente é em buraco muito confundida com Timboá, cuidado!!!
Em vida Pai ensinava que há uma boa diferença entre as duas e que
seu Babalorixá Pai Cleon não fazia nem ele por não ter, entretanto,
Dirã ele afirmava com as seguintes palavras:

Dirã é qualidade de lansã do peji em nossa raiz pois temos Zina

Dirã na rua, é assentada em um buraco nos fundos ao lado oposto


ao do lgbalé o que aconteceu é que as vezes não se tinha fundos.

TimbÓwá ou Timboá é uma divindade assentada em figueira quando


o terreno possui, ou junto com Lode e Avagà para feituras novas as
antigas não aceitam logo aconselha-se por em casa separada.

Saudação: Epaiêio

Dia da Semana: Terça-feira

Número: 07 e seus múltiplos

Cor: Vermelho e Branco, branco e vermelho e marrom e petipuá


(uma espécie de vermelho com bolinhas vermelhas ou branco com
bolinhas vermelhas).

Guia de lansã: 05 contas vermelha, 03 contas brancas, Oyá 01


conta vermelha 7 branca Oyá, 7 brancas 1 vermelha Oyá marrom
Timboá.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

NOTA!!!

(Ressaltamos que na tradição de Mestre A. Carlos, Dirã é cultuada


apenas em casas de filho que já veio com este assentamento, pois
não combina com Zina, tendo a função de controlar ou afastar o
egum, quando não tem passa a ser uma qualidade de Yansã de
dentro do quarto de santo)

Mesmo assim segue ensinamentos

Axé de frente de Dirà

PIPOCA, 7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

O MUNDO DE FEITO COM BATATA DOCE COZIDA

3 BATATAS DOCE ASSADA,

7 DOCE DE ABÓBORA AO REDOR

Orin de Dirã

Afulelé ajeum afulele adeum

Afulele adeum afulele ajeum banda oyá oke

(Afulele adeum afu lelé adeum)

TIMBOÁ

(Na tradição de Mestre A. Carlos Timboá é cultuada apenas em casas de filho


que já teve de outra casa com ela, pois não combina com Zina)

Axé de frente de TIMBOÁ

PIPOCA,7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

TAÇA DE FEITA COM BATATA DOCE COZIDA

1 ROSA VERMELHA DENTRO DA TAÇA

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Orin de Timbuá

Obilaia obilaia (Oyá makekeue)

Axé de frente de IANSÃ

PIPOCA, 7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

1 BATATA DOCE ASSADA

Orin de lansã

Abadô orocô Jansã adupé orocô maníxó

(Abadô orocô lansã adupé orocô maníxó)

Axé de frente de OYÁ

PIPOCA, 7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

1 BATATA DOCE ASSADA

Reza de OYÁ

Oyá calulú oyá senirebó

(Oyá calulú oyá senirebó)

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

ACARAJÉ

O acarajé um prato especial e por que não dizer uma comida de


cerimônia. Feito com feijão miúdo e outros ingredientes que
orientamos que busque seu baba/Vá para aprender o passo a passo
ele a tradição de cada família não mudando muito Segundo o
antropólogo Vivaldo da Costa Lima, o acarajé, bolinho de feijão frito
emazeite de dendê, foi introduzido no Brasil, especificamente na
Bahia, através dos escravos de etnia nagô, das regiões iorubás da
Nigéria e do atual Benin, então Daomé, no RS o feijão fradinho dá
espaço ao feijá miúdo feito pra Oyáora Oxum e Oxalá abaixo a
ilustração do momento em que é frito este prato especial de Oyá.

Doce de abóbora

A origem do doce é incerta, sendo atribuída a diferentes estados


como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além da
abóbora, os outros ingredientes utilizados no seu preparo são cal
virgem para uso culinário, açúcar, água, cravo-da-índia e canela em
pau, nos batuques este doce é ofertado a Oyá deixando nele seu
axé e essência.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Xangô

O Orixá do fogo e do trovão, Senhor da Justiça, considerado um Orixá


vaidoso, que gosta de ser reverenciado em festas e comemorações. na
Mitologia dos Orixás, Xangô é casado com três mulheres: Oyá, Obá e
Oxum. Tem as classes, no batuque, lbeji, Aganju, Agodô e Kamucá sendo
rei desta nação.

Este Orixá é sempre lembrado, pelos fiéis do Batuque, em casos de


difícil resolução e justiça, já que suas atitudes são sábias e rígidas.

Sango Orisà dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril
e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os
malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada um castigo
• Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada
pela cólera de sàngó a qual deve se redimir e pedir perdão e misericória.

Xangô Agodô é um dos mais antigos e mais velho (branco com vermelho
fazendo ajuntó com Oxum Adocô guias 6x6

Aganjú ele representa tudo que é explosivo, com pouco controle, ele é a
personificação dos vulcões. (guia 3x3 vermelho e branco)

Xangô kámuka para para esta vertente é raiz de nosso Ancestral

Kamuká ou Sango de Baruolofina que provavelmente é uma corruptela


do Baru alafim pois foi um dos reis de Oyó.

A tradição Kànbína possui um Ojúbo chamado Sàngó Kamuka, que


protege a comunidade contra lkú (morte) e os inimigos, Kamuka também
é responsável pelos rituais à Egún, o que chegou até a criar um grande
equívoco, a ponto de chamar de Xangô de cemitério ou pensar que

26
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Sàngó Kamuka seria um Egún, sem que seja verdade. As famílias que
ainda mantem o culto deste Sàngó vivo possuem uma segurança feita no
meio do salão, e ou, o seu próprio lgba-orisà cultuado juntamente com os
demais orixás passados pós morte dos seus babás ou yás.

Esta conclusão final, deixamos para o leitor buscar mais fontes, de


forma não termos uma verdade absoluta e sim apenas algumas
coincidência e fontes que podem sim igualar ao culto de Xangô do povo
uma vez que esta família associa sua ancestralidade aos orixás das
pessoas que já se foram. Exemplo. Exú lanã de Tati, Oxum Olobomi de
mãe Palmira e Xango kamuka do nosso rei Waldemar dos Santos

(Fonte e Antonio Carlos de Xangô ln memória)

Deixamos uma dúvida para _fo rç ar o leitor buscar mais informações Kamuka ou
Kamuká seria semelhante ao culto de Xangô do povo. Vinda de outra vertente
de Oyo de Porto Alegre RS? Ou realmente a ancestralidade que usa o nome no
santo daquele que partiu...Semaprofundar-se no assunto, coincide com o culto
ancestral feito nesta família. Mãe Donga, sacraliza no solo, as aves de bará a
Oxalá mais o 4 pés ancestral representante daquela vertete, no caso, Xangô
ou Bará. Guardamos as palavras do Mestre in memoria quando explicava
incansavelmente para seus filhos e amigos.

" Parem com essa história de dizer que Ancestral faz mal isso ou aquilo!!! Nós
cultuamos, Os Orixas daqueles que já foram e são nossa raiz, são nossos
ancestrais" Exú Lanã do Pai Tati, Oxum Olobomi Mãe palmira, Xangô kamuka
de Pai Waldemar e ponto o um bom pai ou mãe, um dia foi um bom filho (a)"

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente Xangô Aganjú


Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Um punhado de farinha de milho ao bater o pirão

Carne de peito ou do próprio carneiro, Mostarda cozida

6 bananas catarinas e maçã no centro do Amalá

Reza de Aganjú

Kalulú kaluludê (aue kaluludê)

Amalá ocí kaluludê (aue kaluludê)

Axé de frente Xangô Agodô

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Repolho branco cozido

6 bananas catarinas e 1 maçã vermelha

Reza de Agodô

Lubeô maibô, lubeô maibô, erepe miô eromiô, elubê oia godô maibô, elubê oia godô
maibô (lubêo maibô, lubeô maibô, elubê Oia godo maibô, elube oia godô maibô)

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente Xangô Kamuká


***Apenas em cerimônia de ancestral***

Amalá feito em gamela de madeira

Repolho roxo cozido, água que cozinhar o repolho, será utilizada


para bater o pirão com farinha de mandioca, Carne de peito cozida
e desfiada, 6 bananas caturra e 1 maçã vermelha

Reza de Xangô Kamuká

Alarunde xangô kamucá baruaolofina Xangô kamucá


(Alarunde Xangô Kamucá baruaolonina Xangô Kamucá)

Axé de frente Xangô Aganju lbeji

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca e farinha de milho

1 Carne de peito ou do próprio carneiro, Mostarda cozida


6 bananas catarinas ou banana maçã

Vai doces variados, balas e pirulitos

Reza de Xangô Aganju lbeji

Samiuê Aganju Samiuê Aganju tala, tala ibeji, Samiuê aganju

(Samiuê Aganju samiuê aganju tala tal ibeji samiuê Aganju)

Saudação: kaô kabiecile, Dia da Semana: Terça-feira, Número: 06 e


seus múltiplos, Cor: Vermelho e Branco Guia: 01 conta vermelha, 01
conta branca, 3x3 ou 6x6

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Entendemos que Xangô Aganjú lbeji é a divindade mais próxima dos


ibejis, por esse motivo é adicionado doces para seu axé. Uma vez
que nesta tradição não damos cabeça para xangô lbeji somente
Aganjú lbeji.

Axé de frente para todas Qualidades de Xangô

Em uma gamela de madeira

Amalá de frutas

6 a 12 bananas catarina

1 mamão, 1 abacaxi, 3, 5 ou 7 maçãs, outras frutas,


abacate, morango, romã, groselha etc.

Obs. As frutas que compõem o amalá de frutas abrangem mais orixás deixando
claro que as frutas acima mencionadas não podem faltar por representarem as
frutas das três mulheres de xangô as demais são complemento principalmente
em dias de Bori de filho

Frutas não aconselháveis para este, amalá, consultar o Babalorixá pois pode
variar muito de acordo com cada família.

Algumas tradições citam A bergamota que gera fofoca, O limão e a laranja


azeda que é amargura entre outras que pode caracterizar quizila ao rei Xangô

Doce de banana

A origem do doce se deu durante a brasil colônia, no qual as bananas que já


muito maduras eram descartadas pelos '"sinhôzinhos" e "sinhás" e dadas aos
escravos, que aproveitavam e produziam doces No batuque o doce é ofertado a
Xangô que usa inclusive como elemento de cura

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Odé e Otin

No Batuque, estes dois Orixás são cultuados eventualmente juntos.


Comexceção de filhos de Odé/ Otim São os protetores das matas e
dos animais silvestres e selvagens. Os filhos de Otin são quase
inexistentes, pois na Mitologia, Otin não teve filhos na terra, dando
assim as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos tempos já
se nota a existência de filhos de Otin, caso raro e absurdo para
muitas tradições que afirmam que Otim não existe, sendo o lado
esquerdo de Odé outras que afirmam que Otim é uma ilusão que
Odécriou para se livrar do encantamento de Ossaym, entretanto é
uma divindade associada a caça que possui três seios. Não se
sacrifica para um sem dar para o outro, os animais são os mesmos,
mudando apenas o sexo, ou seja, Galo pra Odé galinha pra Otim,
Leitão pra OdéLeitoa para Otim e assim sucessivamente. Odé
possuim 3 passagens importantes a primeira lemanjá que se
apresenta como mãe e cuidadora quando Otim passa a ser
Escravatura em sua fase mais jovem. Oxum Epandá que seria um
dos orixás que casou com Ode e teve filhos já em uma fase já
adulta, por fim o ajuntó perfeitc, 90% das feituras desta raiz, onde
Odé faz ajuntó com Otim. Lembramos qua Babalorixá Antonio
Carlos preservou muitos ensinamentos de sua primeira raiz e
também ensinava que na Cabinda se acrescenta.

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente Odée Otim

2 chuletas de porco uma frita

1 Miãmiãgordo (com dendê)

1 miã miã doce (com mel)

1 com dendê e outra com mel.

Cama de feijão miúdo torrado

(Aqui um Importante detalhe o miã de Odé é com dendê e da Otim é com mel)

Axé de frente apenas de Odé

A tradição do Pai Antonio Carlos Odé, 90% Ode com Otim,


em casos específicos que esta divindade venha fazer por
exceção ajuntó com outro orixá vindo de outra família em
que o finado mestre notava que deu certo para o filho ele
não alterava. Logo o axé de frente muda para seguinte
composição

***Axé de frente apenas de Odé casos raros***

Costela de porco 7 ossos assada

Cama Feijão miúdo torrado

Miã miã gorgo (dendê com farinha de mandioca

**O axé do ajuntó passa a ser feito separado**

Obs mesmo assim ele contava que era por conta e risco do filho (a)

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

OTIM
(Nesta vertente otim não pega cabeça)

Okê, rei da cidade de Otã, tinha uma filha. Ela nascera com 4 seios
e era chamada de Otim. O rei Okê adorava sua filha e não permitia
que ninguém soubesse de sua deformação. Este era o segredo de
Okê, este era o segredo de Otim. Quando Otim cresceu, o rei
aconselha-a a nunca se casar, pois um marido, por mais que há
amasse um dia se aborreceria com ela e revelaria ao mundo seu
vergonhoso segredo. Otim ficou muito triste, masacatou o
conselho do pai. Por muitos anos, Otim viveu em lgbajô, uma cidade
vizinha, onde trabalhava no mercado. Um dia, um caçador chegou
ao mercado, e ficou tão impressionado com a beleza de Otim, que
insistiu em casar-se com ela. Otim recusou seu pedido por diversas
vezes, mas, diante da insistência do caçador, concordou, impondo
uma condição: o caçador nunca deveria mencionar seus quatro
seios a ninguém. O caçador concordou e impôs também sua
condição: Otim jamais deveria por mel de abelhas na comida dele,
porque isso era seu tabu, seu ewó.

Curiosidade•••

Orixá feminino e que possui o seu próprio culto dentro da Cultura


Yorubá. Nasceu em um pequeno povoado chamado Otãn, onde não

33
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

ficou por muito tempo; assim que cresceu, seguiu viagem para o
povoado de Okuku. Orixá cuja a principal finalidade de culto em
terra Yorubá, é a proteção contra os inimigos e todo tipo de mal em
geral, promovendo também prosperidade, abundância, sedução e
longevidade. Otim foi uma grande mulher guerreira, descendente de
uma família de caçadores, onde conseguiu obter a garra e
estratégia para vencer os seus obstáculos. Sendo assim, por sua
sagacidade, foi viver em Okuku para estar guerreando durante um
longo período em que seu povoado estava em guerra com os ljexás.

Pouco tempo depois veio a falecer o chefe dos caçadores de


Okuku, que se chamava Agbona. O seu sucessor foi Erinlé, Orixá
masculino e guerreiro, por sua valentia e poder. Erinlé ficou muito
famoso, até sua fama chegar aos ouvidos de Otim, que muito
curiosa e intrigada, foi conhecer Erinlé. Convencida de que era ele
o indicado, se casou com ele e se tornaram juntos e infalíveis na
proteção dos seus povoados. Dentro dos mitos sobre Otim, após
cumprir com seu papel aqui na Terra, ela parte, se transformando
em um grande Rio, que de certa forma continuou protegendo o seu
povoado, chamado de Odo Otin {Rio Otim). A partir de então,
começaram a venerar Otim como uma divindade.

Todos os anos se comemora o Festival de Otim na beira desse Rio,


que por sinal, acredita-se que a sua água traga fertilidade à quem o
visita. O culto deste Orixá tem dois Sacerdotes principais, que é a
Sacerdotisa lyangba e o Sacerdote masculino chamado Aworo Otin.
Geralmente, nos templos desta divindade em terra Yorubá, Otim
está sempre acompanhada do seu marido Erinlé."

Fonte Foto: Festival de Otin em lnisa - Nigéria.


i
l
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente de Otim


Esta divindade no batuque não se separa de Odé logo não temos
um axé de frente somente para ela

Todas as comidas feitas para Odé Otim come junto

Comexceção do axorô que é separado, (sangue sacralizado)

A chuleta (bisteca) de porco é a mais tradicional

Temperada com mel (miã miã doce), O feijão miúdo torrado


acompanha sempre

Saudação: Okebamo, Dia da Semana: Sexta-feira, pois é o dia da


lemanjá, que é mãe de Odé, para outros a primeira Segunda-feira

Número: 07 e seus múltiplos, Cor: Azul forte e branco para Odé e


Azul forte e rosa para Otin

Guia: Toda azulão Odé, 1 conta azulão,1 branca,1 azulão para Odé
e 1 conta rosa, 1 azulão, 1 rosa para Otim, ou 3 brancas 4 azulão
Otim

Fonte: trecho itan"mitologia dos Orixás" - Reginaldo Prandi

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Obá

Obá era uma mulher corajosa e guerreira e não tinha medo de nada. Seu
único prazer era lutar e guerrear. Vencia todos os inimigos; nem mesmo
Esu, conseguia dobrá-la. Obá foi rainha de Elekó e seu nome foi dado a
um famoso rio na Nijéria. Obá é a yabá {orixá feminina) africana que
representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes e as
quedas. Em uma de suas lendas Obá {em iorubá Qbà) é o Orixá africana
do Rio Oba ou rio Níger, a terceira esposa de Xangô.

Obá por amor é enganada por Oxum

Obá era uma das mulheres de Xangô, mas ela não era nem aventureira
como Oyá, nem dengosa como Oxum; por isso, se sentia desprezada pelo
marido. Percebendo que Xangô gostava da comida feita por Oxum, pediu­
lhe que a ensinasse a cozinhar. Para enganá-la, Oxum cobriu a cabeça
com um pano, fez uma sopa de cogumelos e disse que era o prato
preferido de Xangô, uma sopa com suas orelhas. Obá fez uma sopa em
que colocou uma de suas orelhas. Quando Xangô chegou, ela o serviu
toda contente, mas quando ele viu a orelha, ficou enojado e brigou com
ela. Nisso, Oxum tirou o pano da cabeça, mostrando as orelhas perfeitas,
e começou a rir. Furiosa, Obá se atirou sobre ela e as duas brigaram até
que Xangô explodiu de raiva, fazendo as duas fugirem e se
transformarem em rios. É por isso que, ao dançar, Obá cobre uma orelha,
com uma mao e com a outra segura a espada

Fonte; Regina/do Prandi - MITOLOGIA DOS ORIXÁS

Autor Babalorixá Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axés de frente de Obá

Canjica amarela cozida misturada

Feijão miúdo cozido

Tempero verde refogado no dendê

DOCE ORELHA DE MACACO (pa/mier,

Palmeira (francês: palmier ou cceur de France), orelhas de elefante,


óculos ou coração francês é um doce tipicamente francês, que
possui um formato de palmeira ou uma forma de borboleta, na
tradição do batuque justamente pela história já contada, este doce
francês, se aglutinou ao itan narrado anteriormente. Nos batuques
em razão da historia contada "boca ouvido em que Obá seria
enganada e decepado sua própria orelha.

Todos os veículos que possuem rodas estão relacionados com Obá, pois
a ela pertencem a roda Saudação: Echó, Dia da Semana: Quarta-feira

Número: 07 e seus múltiplos, Cor: Rosa, Guia: toda rosa

Autor Pai Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Ossanha

A este Orixá, pertence todas as folhas medicinais e ervas utilizadas


nos rituais de Nação, por este motivo, temos um Orixá muito
respeitado e cultuado em todas as Casas de Religião, podemos
dizer que Ossanha possui a solução para todos os problemas
relacionados a cura de enfermos, tanto material quanto espiritual.
Este Orixá, na tradição do batuque" não possui uma das pernas",
caminha com auxílio de muletas, quando se manifesta em algum
filho, esta dança normalmente em apenas em uma de suas pernas,
porém, Perquisas relacionadas ao tema explicam que o verdadeiro
orixá que possui realmente uma perna só, é Oraniã e Ossayn ou
Ossanha é associado a esta divindade, por conta do tronco da
árvore. Entretanto existe um itan quecontado através da oralidade,
que Ossanha teria perdido uma perna após uma grerra com Ogum,
outro itan queconta que ossanha teria perdido a perna em um
feitiço feito por oxalá, deixando muito evidente a tradição deixada
pelos ancestrais e os fundamentos nela existentes.

Ossanha no batuque também é o orixá que é dono do dinheiro


fazendo um par perfeito com oxum Ademum que é dona da riqueza.

Autor Pai Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente para Ossanha

1 opeté grande em formato de pera

Feito com batata inglesa s/ casca

1 folha de mamoneiro

Obs. Dois opetés um com casca e outro sem,

São feitos, nesta raiz, em rituais de missa ou assentamento de


lgbalé

Somente assim na tradição de Mestre A. Carlos

Porém, entramos na questão de iguarias, que pai Antonio dizia que nesta
Cabinda quanto mais pura mais simples e o figo, linguiça fortuna entre outras
ofertas a Ossanha são trabalhos e ele não colocava em dias de obrigação.
Eventualmente tinha no quarto de santo pois, sua esposa Vera de Ossanha era
de Oyó e as vezes ofertava em sinal de carinho e agradecimento aos afilhaos
que faziam obrigação naquele mesmo ylê.

Doce de figo

Originária do Oriente Médio, a figueira está na história da humanidade ,foram


as folhas dessa árvore que cobriram as vergonhas do casal original, Suacor
verde associada a Ossanha foi intruduzida no batuque por meados do século
XVI, na tradição citada é usado como uma oferenda e agrado já que seu axé de
frente é apenas o opeté feito com batata inglesa •

Saudação: Ewe à, Dia da Semana: Segunda-feira,

Número: 07 e seus múltiplos, Cor: Verde Claro e amarelo.

Guia: 1 conta verde e 1 conta branca alguns usam verde e amarelo. Ajuntó na
tradição com Oxum Ademum.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Xapanã

Xapanã, é um orixá oriundo de Empe, no território dos nupés. Filho de


Nanã, e adotado por Yemanjá, se tornou feiticeiro e um guerreiro
temido e respeitado, que percorria o céu e os quatro cantos do
mundo. Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua
passagem. Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam

É igual as figuras Obaluaiê ou Sapaktá que trazem a cura da varíola, e


de todas as doenças de pele, tanto pode provocá-las quanto curar as
enfermidades, é cultuado na maioria dos terreiros do Brasil sendo
muito respeitado por todos seguidores das religiões afro-brasileiras.

Costuma-se dizer, em outras diásporas, que o nome Xapanã é tabu,


preferindo-se referir-se a ele como Obaluaiê ou Omolu, ainda que no
Batuque do Rio Grande do Sul este nome seja pronunciado de maneira
genérica, ou seja, para o batuqueiro todos são Xapanã.

Conta um itan, sua mãe, Nanã, abandonou-o na praia quando pequeno


por suas feridas em grande quantidade. Xapanã foi recolhido da beira
da praia, cuidado e criado por Yemanjá, que fez para ele uma roupa de
palha-da-costa, cobrindo-o da cabeça aos pés. Ficou forte e saudável,
porém as cicatrizes nunca desapareceram. Normalmente os filhos
deste Orixá são marcados pelo corpo, com pequenas feridas,
espinhas, manchas e secreções que assim como aparecem,
desaparecem, ficando neste processo pelo resto da vida. Tem as
qualidades Jubeiteí, Belujá e Sapatá (este último vem do nome do
vodun Sakpatá) pesquisar sobre pois na integra se aglutinou ao culto
de Xapanã sendo na verdade uma divindade a pa e*.

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente para Xapanã

Belujá / Jubeteí / Sakpatá SÃOIGUAIS

FEIJÃO PRETO TORRADO

MILHO TORRADO, PIPOCA

AMANDOIM

*****EXTRA****

OBS.1 O AMENDOIM É ACRESENTADO QUANDO SE LEVANTA DO QUANTO DE


SANTO, MAS QUANDO FEITO NA NATUREZA VAI DIRETO

OBS.2 O OPETE CRAVEJADO DE MILHO AMENDOIM E FEIJÃO DE XAPANÃ É


UMA SEGURANÇA FEITA EM MOMENTOS ESPECIAIS

OBS 3 O VERDADEIRO OPETE DE XAPANA É COM FEIJÃO COZIDO ( NÃO DE


BATATA INGLESA) AMASSADO EM FORMATO DE PORONGO(CABAÇA)

Doce De Xapanã / Pé de Moleque

O pé de moleque é um doce tipicamente brasileiro criado no século


XVI, após a chegada da cana-de-açúcar à capitania de São Vicente.

O nome da iguaria feita de rapadura e amendoim surgiu no Brasil


colonial, quando meninos surrupiavam o doce de quituteiras, que
gritavam: "Pede, moleque, pede!" Imagine a cena: nas ruas do
Brasil colonial, quituteiras vendem uma iguaria feita de rapadura e
amendoim

Autor Pai Leandro dos Santos

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

***Sobre a doença associada ao amendoim***

Narra o autor, que seu babá "Mestre Antonio Carlos" contava


histórias envolvendo uma doença oriunda do amendoin na África,
chamada por ele de "enjabuação" por este motivo por tradição
muitas casas orientam que os filhos não comam a iguaria. E que
deixou doente milhares de africanos. Muitos na época perdiam
braços, pernas e outros até a vida, pois a doença "caminhava pelo
corpo" Em uma entrevista a um nativo da África chamado de Maliki,
neto de santo do Autor e reside Em Brasilia DF,relata que as
curandeiras da sua época falavam e tratavam esta doença
existente até os dias de hoje. Maliki conta que sua avó tratava
sempre o braço ou a perna oposta imaginando que a doença quando
aparecia os sintomas já havia mudado para o membro oposto
(braço ou perna)

Procuramos fatos científicos para comprovar a fala e encontramos


a "AFLATOXINA"

A exposição à aflatoxina a longo prazo é um fator de risco para desenvolver o


carcinoma hepatocelular ou câncer de fígado. Essa combinação causa
cicatrizes no órgão, perda de nutrientes, inflamação do trato digestivo e outros
problemas graves de saúde que podem levar à morte.

NÃOé APENAS UMA SIMPLES TRADIÇÃO OU HISTÓRIA INVENTADA POR UM VELHO


SÁBIO E SIM UM ITÃN REAL E DE MUITO FUNDAMENTO QUE RESPEITAMOS, NA NOSSA
FAMILIA EM RESPEITO A AQUELES QUE PERDERAM SUA VIDA.

Saudação: Abáo, Dia da Semana Quarta-feira, Número: 07 e seus


múltiplos, Cor: Vermelho e Preto e para Sapatá Roxo e*não lilás*

Guia: 01 contas vermelha, 01 contas preta, 01 contas vermelha ou


Roxa. Importante dizer Roxo não lilás, pois lilás claro é de Nanã

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Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

lbejis

Orixás lbejis são divindades gêmeas, associadas ao princípio e continuação da


vida como nascente de rios e brotos de árvores. A dualidade; por serem
crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o
nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas a ingenuidade e a
pureza. Jamais confunda ibeji comerê ou Cosme pois há uma grande
diferença de culto rito tradição, lbeji representa a continuidade na Africa uma
das maiores bênçãos é quando a mulher está grávida pois foi abençoada por
ibejis e Olodumare/Olorun.

Os gêmeos lbeji entre os iorubás, hoho e fons são objeto de culto

Osgêmeos também chamados de lbejis sãoconsiderados como Orixás


mágicos pelos yorubás. O nascimento de gêmeos traz a saúde e a
prosperidade na família, enquanto que a morte de um gêmeo atrai desgraças
para os pais e para a sociedade daquela comunidade.

Por isso, quando um dos lbeji morre, os pais contratam um escultor em


madeira para fazer uma imagem esculpida do falecido em madeira em
representação ao que partiu. Esta imagem de madeira é cuidada como se
fosse uma pessoa de verdade.

O primeiro nascido dos gêmeos chama-se Taiwo, enquanto o segundo é


Kehinde. No entanto a tradição iorubá acredita que Kehinde é o mais velho, já
que diz que Kehlnde é o que enviou Taiwo para verificar se o mundo é doce e
habitável, por isso, a frase: A Aiye wo (Prove o mundo). Afirmam também que
Orisa lbeji é o Orisa da fortuna, da alegria, da diversão.

Nos tempos antigos, as mães de lbejis eram predestinadas para o comércio de


roupas ou óleo de palma ou vender feijão, para tornar-se bem-sucedida na vida.

43
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Curiosidade••••A feitura, orixá lbeji é feito (imagem de madeira de lbeji) 2º.


Ojubo (altar de adoração).3º Em "santuário"usado e adorado por uma
comunidade para aqueles que não fazem a o culto em particular. 1. Feijão
cozido (Ewa),2. Bananas, àkuko adie (frango novo), ,6. Akuko / Abo Adie,7.
Doces.,8. Oti (bebidas), acreditamos que a inserção da banana à Xangô
ocorreu no momento de aglutinação do Culto associado a Xangô e Oxum dada
a similaridade das comidas já ofertadas a ibeji no caso a banana.

Na África, também existe dois tipos de lbejis: aqueles com uma placenta e
aqueles com duas placentas, ou seja, irmãos univitelinos... gêmeos univitelinos
e bivitelinos ••• Pai Antonio relatava que para ter uma pessoa iniciada para
ibeji, teria queobrigatoriamente ter um "irmão gêmeo da mesma placenta".

Já na diáspora e tradição do batuque, os lbejis, ficam em um igbá feito de


gamela redonda ou prato de barro que contém os lbejis no mesma ''vasília"

SAUDAÇÃO Onipé lbéji!"' (Defensor gêmeo)

SAUDAÇÃO NA ÁFRICA Bejiróó!

Entendemos que ibeji seria o caminho mais novo deste orixá no


caso de Oxum associada a nascente de um rio, embora em tempos
atuais com o acesso ao estudo é evidente que ibeji são divindades
com culto próprio anteriormente aglutinada às divindades Oxum e
Xangô. Mas entendemos que são gêmeos podendo ser casal, dois
meninos ou meninas na matriz.

Axés de frente para Xangô e Oxum lbeji sãoiguais a Aganjú e


Epandá, porém acrescentados doces variados.

Amalá de doces

Assim como existe o amalá de frutas, também temos a gamela


recheada de doces chamada de amalá de doces

Autor Pai Leandro dos Santos

44
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente Xangô lbeji

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca e farinha de milho

Carne de peito ou do próprio carneiro, mostarda cozida

6 bananas catarinas da terra. ou banana prata

Em cima do amalá vai doces, balas e pirulitos, exceto


paçoca de amendoim e bala de hortelã

OUTRA OFERENDA TRADICIONAL PARA IBEJIS É APENAS UMA


BACIA ÁGATA COM DOCES VARIADOS, CHUPETAS E MAMADEIRAS

Axé de frente de Oxum de lbeji

Canjica amarela cozida em cima da canjica vai 8 quindins, doces,


balas e pirulitos, exceto paçoca de amendoim e bala de hortelã

Autor Pai Leandro dos Santos

45
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Oxum

Oxum é orixá feminina, soberana das águas doces. Todos os rios,


lagos, lagoas e principalmente a cachoeira pertence a Oxum. O
ventre a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como,
talvez por consequência, a felicidade, o ouro metal, o cobre e o
dinheiro em todas as suas espécies também são de Oxum quando
combinada com Ossaym, pela hierarquia, assim como lbejis, é um
par perfeito. Orixá "doce" seguida de lemanjá e Oxalá, formando
assim o grupo de Orixás chamado de Cabeças Grande ou os pais
maiores por serem orixás de praia e tem as qualidades como:
Oxum Epandá üovem) Oxum Ademun (representa os rios de mata =
intermediaria ligada a magia das folhas e das águas (cor amarelo
meio ton), Olobá (antiga feiticeira esposa de Xapanã, também faz
ajuntós com Oxalá Olokun(cor mais puxado ao de Dokô) Oxum
Adocô ou Docô (cuida das crianças e faz frente com Oxalá é a mais
velha dentre as Oxuns) com Amarelo mais escuro.

Na diáspora, considera-se que Oxum seja a divindade do ouro e da


riqueza, não é errado, pois a cor do ouro lembra muito o mel, ao
qual é um elemento muito usado para oxum, na religião Batuque do
RS. No entanto, não é possível ignorar os fundamentos da origem
de Oxum, pois na Matriz, onde o culto de Oxum vivo e ativo, fala-se
que a riqueza de oxum está no bronze•• Nesta família religiosa, o
culto de Oxum, lemanjá e Oxalá, trás como tradição e fundamento
de sua raiz o pai ANTONIO CARLOS por tradição é utilizava

[
somente mel em todos orixás de praia e alguns ligados a água••
46
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

As três divindades chamadas de orixás de praia, orixás doces ou


orixás velhos, entende-se-que o dendê prejudica o seu culto
evitando até mesmo uma única gota do azeite, popularmente
chamado de Epô. Logo concluímos que todos orixás de praia são
temperados com oyinn (mel) Principalmente Oxum mesmo fazendo
ajuntó com Xapanã ou Ossanha/Ossayn Outro conceito que
confirma o tabu é que Omi não se mistura com Epo. Ou seja, água
não se mistura com azeite.

Lenda de Osun

Quando àosàálá estava criando o mundo, escolheu àsún para ser


protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o
momento da concepção, ainda no ventre materno, até que
pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por
isso, àsún é considerada a deusa da fertilidade e da maternidade.

Por sua beleza, Oxum também é tida como a deusa da vaidade,


sendo vista como uma àrixá jovem e bonita, mirando-se em seus
espelhos (abebê) e abanando-se com seu leque (abelê). Quando
todos os àrixás chegaram à terra, organizaram reuniões onde as
mulheres não eram admitidas. Oxum ficou aborrecida por ser posta
de lado e não poder participar de todas as deliberações. Para
vingar-se, tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades
desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis.
Desesperados, os àrixás dirigiram-se a Olórum e explicaram-lhe
que as coisas iam mal sobre a terra, apesar das decisões que
tomavam em suas assembleias.

Olórum perguntou se Oxum participava das reuniões e os àrixás


responderam que não. Olórum, explicou-lhes então que, sem a
presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nenhum de
seus empreendimentos poderia dar certo. De volta a terra, os

47
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Ôrixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que


ela acabou por aceitar depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as
mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram
felizes resultados. Senhora soberana das águas doces. Todos os
rios, lagos, lagoas e cachoeiras pertencem a este Ôrixá. O
casamento, o ventre e a fecundidade e as crianças são de Oxum,
assim como, talvez por consequência, a felicidade. O ouro e o
dinheiro em todas as suas espécies também são de Oxum. Pela
hierarquia é o primeiro Ôrixá doce seguida de lemanjá e Oxalá,
formando assim o grupo de Orixás chamado de Cabeças Grande.

Em uma lenda conta-se que quando os Ôrixás chegaram ao mundo


eram feitas reuniões onde as mulheres não poderiam participar,
Oxum insatisfeita com a decisão retirou toda a fecundidade do
mundo, nada mais crescia e nada mais nascia. Os homens da terra
começaram a desacreditar nos Orixás, pois a eles recorriam e não
obtinham a solução desejada, pois a fecundidade pertence ao Ôrixá
em tal insatisfação. O Grande Pai explicou aos Ôrixás que sem
Oxum nas decisões sobre a terra nada adiantaria, pois ela tinha o
segredo da procriação. Sendo assim todos foram até a Mãe, que
aceitou as desculpas, começou a participar das reuniões e o mundo
retomou seu rumo normal.

Autor Pai Leandro dos Santos

48
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente de Oxum Epandá


Canjica amarela

8, 4 ,2 quindins

Reza

Panda mirê reuma, panda mirê babaichorô


(Panda mirerê, panda mirê babaichorô)

Axé de frente de Oxum Ademum


Couve manteiga picada miúda refogada

Farinha de milho torrada misturada na couve

2 gemas de ovos cozidas desmanchada por cima

Reza

Ademum cá, ademu cá


(Ademum cá e eaê)

Axé de frente de Oxum Olobá

Canjica branca misturada com canjica amarela

Aqui o quindim é iguaria ofertado em uma bandeja separada

Reza

A orô arô, oro oro é di oxum Olobá


(A orô arô, oro oro é di oxum Olobá)

49

r
Axé de frente de Adague e Lanã

MILHO TORRADO (um pouco mais claro que o do Lodê)


PIPOCA, 7 BATATATINHA INGLESA ASSADA

1 GRANDE NO MEIO

BARÁ AGELÚ EXISTEM DUAS FORMAS:

Axé de frente de Bará Agelú

1º AXÉ DE FRENTE PARA AGELÚ

AXOXÕ (MILHO ESCOLHIDO E COZIDO)

7 BALAS DE MEL

7 TIRAS DE COCO SEM A CASQUINHA MARROM

1 OPETÉ

2º AXÉ DE FRENTE PARA AGELÚ

MILHO TORRADO CLARO, 7 BATATATINHA ASSSADA

7 BALAS DE MEL, 1 OPETÉ

Saudação: Alúpo ou Lalúpo, Dia da Semana: Segunda-feira, Número: 07 e seus


múltiplos, Cor: Vermelho

Guia: vermelho escuro ou Corrente de aço •


Ave galo ou frango vermelho,4 pés cabrito branco ou bode exceto Elegbaá,

Autor Pai Leandro dos Santos

81
jf
BARÃ LEGBA ou ELEGBA:

Axé de frente de Elegbaa

MILHO TORRADO ESCURO

1 OPETÉ GRANDE SEM COR, 7 CHARUTOS

7 TIRAS DE CARNE CRUA,

Axé de frente de Exú Burucun

MILHO TORRADO ESCURO

1 OPETÉ GRANDE

BATATA ASSADA, POUCA PIPOCA

BARÁ OLODÊ

Axé de frente de Bará Lodê ou Esú Olodê

MILHO TORRADO, um pouco menos escuro que a do Legbaá"

PIPOCA,7 BATATINHAS INGLESA ASSADAS

1 OPETÉ GRANDE 7 BOLO INGLÊS

Autor Pai Leandro dos Santos

80
Axé de frente de Adague e Lanã

MILHO TORRADO {um pouco mais claro que o do Lodê)

PIPOCA, 7 BATATATINHA INGLESA ASSADA

1 GRANDE NO MEIO

BARÁ AGELÚ EXISTEM. DUAS FORMAS:

Axé de frente de Bará Agelú

1º AXÉ DE FRENTE PARA AGELÚ

AXOXÕ {MILHO ESCOLHIDO E COZIDO)

7 BALAS DE MEL

7 TIRAS DE COCO SEM A CASQUINHA MARROM

1 OPETÉ

2º AXÉ DE FRENTE PARA AGELÚ

MILHO TORRADO CLARO, 7 BATATATINHA ASSSADA

7 BALAS DE MEL, 1 OPETÉ

Saudação: Alúpo ou Lalúpo, Dia da Semana: Segunda-feira, Número: 07 e seus


múltiplos, Cor: Vermelho

Guia: vermelho escuro ou Corrente de aço

Ave galo ou frango vermelho,4 pés cabrito branco ou bode exceto Elegbaá,

Autor Pai Leandro dos Santos

81
OGUM

Axé de frente de Ogum Avagã

Pipoca

Churrasco de costela de gado COM3 ,5 OU 7 OSSOS

Laranja de umbigo

Miã miã gordo, Pipoca

Mil folhas

Orin de Agum Adiolá, Onire e Olobedé

Pipoca

Churrasco de costela de gado com 3 ,5 OU 7 OSSOS

Laranja de suco

Mia miã gordo, Pipoca

Mil folhas

Saudação: Ogunhê, Dia da Semana: Segunda-feira para Ogum Avagã, Quinta­


feira para os demais

Número: 07 e seus múltiplos, Cor: verde, Vermelho e Verde,

Guia: Vermelho e Verde escuros Vermelho e Verde,

Autor Pai Leandro dos Santos

82
OYÁ/ IANSÃ

Axé de frente de Dirà

6 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA SEM CASCA

OPETÉ REDONDO DE FEITO COM BATATA DOCE COZIDA

1 MAÇÃ 3 DOCE DE BATATA 3 DOCE DE ABÓBORA

1 BATATA DOCE ASSADA E 1 COZIDA, PIPOCA

TIMBOÁ

(Nesta tradição, Timbowá não é cultuada apenas em casas de filho que já teve
de outra casa com ela)

Por este motivo mãe Nara prefere não citar a frente embora saiba como é feita

Axé de frente de IANSÃ / OYÁ

PIPOCA, 6 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA SEM CASCA

OPETÉ REDONDO DE FEITO COM BATATA DOCE COZIDA

1 MAÇÃ 3 DOCE DE BATATA 3 DOCE DE ABÓBORA

ACARAJÉ

O acarajé um prato especial e por que não dizer uma comida de cerimônia.
Feito com feijão miúdo e outros ingredientes que orientamos que busque seu
babá/ Yá para aprender o passo a passo ele a tradição de cada família não
mudando muito segundo o antropólogo Vivaldo da Costa Lima, o acarajé,
bolinho de feijão frito em azeite de dendê, foi introduzido no Brasil,
especificamente na Bahia, através dos escravos de etnia nagô, das regiões
iorubás da Nigéria e do atual Benin, então Daomé _
83
Xangô

O Orixá do fogo e do trovão, Senhor da Justiça, considerado um


Orixá vaidoso, que gosta de ser reverenciado em festas e
comemorações na mitologia dos Orixás, Xangô é casado com três
mulheres: Oyá, Obá e Oxum. Tem as classes lbeji, Aganju, Agodô e

Kamucá sendo rei de sua nação.

Axé de frente Aganjú

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas

1 maçã TODA CLASSE VAI MAÇÃ

Axé de frente Agodô

Amalá feito em gamela de madeira

84
Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Repolho branco cozido

12 bananas catarinas

1 maçã TODA CLASSE VAI MAÇÃ

Axé de frente Xangô Kamuká

***Apenas em cerimônia de ancestral nesta raiz o fundamento restringe-se


apenas a filhos prontos logo somente passado na casa de religião ***

Axé de frente Xangô Aganju lbeji

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida,6 bananas catarina ou terra

No lugar da maçã vai doces variados, balas pirulitos,

Saudação: kaô kabiecile, Dia da Semana: Terça-feira, Número: 06 e


seus múltiplos, Cor: Vermelho e Branco

*Nota!

Entendemos que Xangô Aganjú lbeji é a divindade mais próxima dos
ibejis, por esse motivo é adicionado doces para seu axé. Umavez
que nesta tradição não damos cabeça para xangô lbeji somente
Aganjú lbeji.

Axéde frente para todas Qualidades de Xa ô

85
Em uma gamela de madeira

Amalá de frutas

6 a 12 bananas catarina

1 mamão, 1 abacaxi, 3, 5 ou 7 maçãs

Obs. As frutas que compõem o amalá de frutas abrangem mais


orixás deixando claro que as frutas acima mencionadas não podem
faltar por representam as frutas das três esposas de xangô as
demais são complemento,

Frutas não aconselháveis para este, amalá, consultar o Babalorixá


pois pode variar muito de acordo com cada família.

Algumas tradições citam A bergamota que gera fofoca, O limão e a


laranja azeda que é amargura entre outras que pode caracterizar
quizila ao rei Xangô

Doce de banana

A origem do doce se deu durante o brasil colonia, no qual as


bananas que já muito maduras eram descartadas pelos
"sinhôzinhos" e "sinhás" e dadas aos escravos, que aproveitavam e
produziam doces No batuque o doce é ofertado a Xangô que usa
inclusive como elemento de cura

Autor Pai Leandro dos Santos

86
Odé e Otin

Axé de frente Odée/ Otim 1º opção

2 Chuleta ou 1 chuleta e uma costela de porco uma frita

Farofa feita na gordura da costela

1 Miã miã gordo (com dendê)

1 miã miã doce (com mel)

1 com dendê e outra com mel.

Pipoca

Axé de frente só de Odé2º opção

Costela de de porco 7 ossos frita

Farofa feita na gordura da costela

1 Miã miã gordo (com dendê)

Autor Pai Leandro dos Santos


87
Orixá Otim
Axé de frente de Otim

Esta divindade no batuque não se separa de Odé

Todas as comidas feitas para Odé Otim come junto

Axéde frente só de Otim

Chuleta de porco frita, cama de pipoca

Farofa feita na gordura da costela

(Saudação: Okebamo, Dia da Semana: Sexta-feira)

Número: 07 e seus múltiplos, Cor: Azul forte e branco para Odé e


Azul forte e rosa para Otin

Autor Pai Leandro dos Santos

88
Obá

Axés de frente de Obá

1ºaxé

Feijão miúdo cozido

7 rodelas de abacaxi

2º Axé de frente em casos específicos

(Feito com axoxô + as rodelas de abacaxi)

Saudação: Echó Número: 07 e seus múltiplos, Cor: Rosa, Guia: toda rosa

Ossanha

Axé de frente para Ossanha

1 linguiça sem pimenta 1 perna

1 Opeté grande em formato de pêra, 7 figos em calda ou cristal

Feito com batata Inglesa s/ casca,3 ovos cozidos, pipoca

Saudação: Ewe oNúmero: 07 e seus múltiplos, Cor: Verde Claro e amarelo.

89

r
Xapanã

Axé de frente para Xapanã

Bejujá / Jubeteí / Sapatá SÃO IGUAIS

FEIJÃO PRETO TORRADO

MILHO TORRADO

PIPOCA, AMEANDOIM

7 QUEBRA QUEIRO OU 9

1 opeté cravejado ou não com os grãos casos especiais*

Colocar pé de moleque em sinal de agrado é um EXTRA****

OBS.2 OPETE CRAVEJADO DE MILHO AMENDOIM E FEIJÃO DE XAPANÃ É UMA


SEGURANÇA FEITA EM MOMENTOS ESPECIAIS 1

Doce )
Doce De Xapanã / Pé de Moleque, paçoca de amendoin
1
O pé de moleque é um doce tipicamente brasileiro criado no século
16, após a chegada da cana-de-açúcar à capitania de São Vicente.

Saudação: Abáo, Dia da Semana Quarta-feira, Número: 07 e seus


múltiplos Guia: 01 conta vermelha, 01 conta preta, 01 conta
vermelha e para Sapatá roxa totalmente. Importante dizer Roxo não

Autor Pai Leandro dos Santos

90
lbejis
(NESTA RAIZ SÓ XANGÔ IBEJI)

Axé de frente Xangô lbeji

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca e farinha de milho

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas ou nanica

Em cima do amalá vai doces balas pirulitos exceto paçoca de


amendoim e bala de hortelã

Autor Pai Leandro dos Santos

91

,.
Oxum

Axé de frente de Oxum Adocô

Canjica branca misturada com canjica amarela

8 quindins é ofertado junto na bandeja

Axé de frente de Oxum Ademum (Ajuntó Ossanha)

Canjica amarela

Refogada com tempero verde e ou manjericão

8 quindins é ofertado junto na bandeja

Axé de frente de Oxum Olobá (igual Ademum}

(Ajuntó com Xapanã}

• Canjica amarela
• Refogada com tempero verde e ou manjericão
• 8 quindins é ofertado junto na bandeja


• Axé de frente de Oxum Pandá
• Canjica amarela
• Refogada com tomate
• 8, 4 ,2 quindins

92
• Nota importante que resguarda a nação cabinda

• ***Em um momento difícil apenas a canjica amarela é acrescida
de 2, 4 quindins ou só a canjica***
• ***
• A flor ofertada a Oxum vai em vaso de flores

Saudação: Yéyé ó ou Dia da Semana: Sábado, Número: 08 e seus


múltiplos, Cor: Todos os tons de amarelo, a escolha do tom
depende da característica da Mãe

Guia: toda amarela de um mesmo tom, o tom varia com a


característica da Mãe

Autor Pai Leandro dos Santos

93
Yemanjá

Nesta tradição todas a Yemanjás independente da


"idade"

AXÉS DE FRENTE DE FRENTE DE YEMANJÁ SÃO


IGUAIS

OCI / BOCI/ BOMI/ OMI

CANJICA BRANCA

REFOGADA COM TEMPERO VERDE

AS 4 ou 8 COCADAS VÃO NA BANDEJA

Autor Pai Leandro dos Santos

94
1,
Oxalá

Axé de frente de Oxalá todas qualidades

Canjica Branca com 8 merenges

Axé de frente de Oxalá Orunmilaia

Canjica branca acrescido de 8 ameixas pretas, seca

Acaçá de Oxalá

Este é mais um prato sagrado usado em determinados momentos da cerimônia


cada um é diferente do outro e possui um fundamento a ser consultado com
seu babalorisá

Saudação: Epaô Baba! Dia da Semana: Domingo

Número: 08 e seus múltiplos, Cor: Somente Branco, brancos fios de prata,


branco e fios ouro e Branco/preto para Oxalá de Orumiláia

Guia: toda branca ou 01 branca, 01 preta, 01 branca para Oxalá de Orumilá.

Por fim, a ordem de qualidades de orixá na família citada

A ordem de cerimonia desta raiz é: Bará (Elegbaá, Exú Burucun Lodê, Lanã,
Adague, Agelú), Ogun (Avagã, "Olobedé", Adiolá Onire), "lansã", Oyá ( Dirã),
Xangô (Agodô Aganjú), Odé e Otin, Obá, Ossanha, Xapanã (Belujá, Jubeteiú,
Sapatá), Oxum (Docô, Demum, Olobá, Epandá,), Yemanjá (velha), Bomi, Boci
meio idade, (novas Oci, omi) (velhos Jobokun, Olukun e Oromiláia, novos,
Dakun, Obokun)

'Entrevista e gravação realizado dia 17.09.21 no ilê 1 de Maio

95
l
Alalgb ê e Babalori sá Leand ro dos Santo s '

• Pai Pedro Babalorixá representante do ljexá descendente de


• Pai Gelson/ Mãe Miguela/Yá Jovita de Xangô/ Pai Hugo
• /Yá Celetrina/ Kuiobá de Xangô
Palavras de Pai Pedro de Oxum Adoko.
• A cultura afro-brasileira é muito mais ampla do que a gente imagina,
isto, por quetrazemos essências da nossa família consanguínea que
se perpetua, para toda uma raiz.O certo ou errado para a nossa nação
é algo, de certa forma incoerente de ser denominado, pois existem
maneiras diferentes de fazer, haverá situações onde um filho da
mesma "goa" ( família religiosa) fazendo um axé de Sará
completamente diferente, por que nós temo algumas características
peculiares não somente em relação a influência dos orixás, mas
também, dos filhos de determinadas divindades, por exemplo, um filho
de Sará irá enfeitar seu quarto de santo, direfente de um filho de
xangô ou um filho de Oxum completamente diferente dos demais e
assim por diante. Esses detalhes, muitas vezes se estendem aos axés
de frente (comida de santo) para um axé de Oxum, um filho pode
colocar apenas a canjica amarela e os 8 quindins outro pode
acresentar flores, perfumes e outros elementos de Oxum, ou seja, ai
entra a doçura o brilho de oxum com a diferença da simplicidade do
filho de Sará. Aqui falamos na essência, e não se trata de capricho,

96
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

mas um vai enfeitar mais do que o outro, talvez por ter uma condição
financeira maior, pode ser cuidadoso, delicado detalista. Mas vamos
refletir, Oxum básico do dia a dia.
• Canjica 8 quindins. Mas quem falou que não posso ofertar apenas a
canjica e o mel. Se for o que eu tiver para ofertar naquele momento
será realizado daquela forma, pode não ser o axé padrão do ijexá?
Sim, mas de outra maneira em outro momento. Pode acrescentar sim,
podemos acrescentar pó de ouro, flores colocar uma fruta, uma
iguaria, resumindo são as condições e o capricho daquele momento
que vão determinar. Isso tudo, não é uma fonte de medida para o
resultado, pois essa decisão é orixá que vai saber o que é merecido.
Não adiantaria ofertar uma coroa de ouro para o orixá se não for de
coração, o orixá não irá receber. Logo vamos entender que nosso
orixá é feito de amor e de princípios éticos e morais, ou seja, a gente
faz aquilo que está dentro de nossas condições, O orixá nunca
permitirá o filho se corromper ou fazer aquilo que ele não pode em
nome da sua fé, isso por que o orixá se contenta com o básico e o
básico é agua luz e as prateleiras, o restante é complemento que é o
amor essa é a principal essência do orixá•


• Pai Pedro de Osum Adoko
• Babalorixá e dirigente do Reino de Oxum Docô

97
'
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos t.
Alguns nomes de referência da nação ljexá no Batuque l
e nossa famolia, virão a seguir nossa arvore
genealógica...

Esà KujQbà de Sàngó Àgódó


(*? +?)
Introdutor da na ção fj Çs i'l em Pono
Alegre. (foto mermn e nte ilu str ativa)
Iyá Miguela de E u Ajelu
(*29/09/1926)
Apronte em 27/01/1945
lyá Celetrina de Ó un Dókó
(* ? +?)
Aprnnte entr e .1 900 - 19 .IO

Bàbá Gelson de E u L'odé


(*06/10 / 1948)
Apronle em 29/06/1965
Bàbá Hugo de YemQjá Bomi
(*29/04/ 1904 +09/ 1953 )
Apronte em 07/ 1920

Bàbá Pedro de Ó un Dókó


lyá Jovita de Sàngó Àgódó (*22/06/ 1961 )
(*? +?) Apronle em 09/05/1984
Apronte entr e l 930 - 1 94 0

Os ijexás ou povo ijexá é um dos grupos étnicos dos lorubás e


um reino histórico nigeriano. Uma região habitada, na costa
ocidental da África, no estado nigeriano de Oxum, as principais
cidades são lpetu-ljexá, Exá-Oquê, lbokum, ljebu-ljesá, lfeuará,
Erim-ljesá, Esá-Odô, lmeci-llê, lqueji-llê, Ouena-ljexá entre outras

98
Para o ljexá Elegbaá é um "Bará Errante" que não possui lado, ele
poderia ser assentado para qualquer pessoa e de qualquer nação
uma vez que este orixá escolhesse aquele indivíduo, pois uma vez
que um filho venha com este assentamento de outra nação a
orientação é somente dar seguimento e nunca despachar em nossa
nação somente cultuado sem assentamento na natureza.****

• Nesta vertente não faz assentamento de Elegbaá*

BARÁ OLODÊ

É assentado fora do terreiro, e é responsável pela segurança do


templo sendo utilizado para segurança do ylê. É o orixá que
mantém a estrutura do terreiro Bará ou Exu Lodê.

Nesta vertente não faz assentamento de Esú Burucun*

Axé de frente de Bará Lodê ou Esú Olodê

MILHO ESCURO MAIS TORRADO

PIPOCA,7 BATATAS

Axé de frente de Lanã / Adague "IGUAL"


MILHO TORRADO MEDIANO "NEM ESCURO NEM CLARO",

PIPOCA, 3 BATATATINHA INGLESA ASSADA

99
BARÁAGELÚ

Axé de frente de Bará Agelú

Milho torrado tom claro (MILHO ESCOLHIDO) 1


7 BALAS DE MEL

1 OPETÉ, 3 ou 7

BARÁ LANÃ:

Axé de frente de Lanã / Adague "IGUAL"

MILHO TORRADO MEDIANO "NEM ESCURO NEM CLARO",

PIPOCA \

3 BATATATINHA INGLESA ASSADA l

l
(

OGUM
Axé de frente de Ogum Avagã / Onire / Adiolá !

***Igual***

Avagã

Churrasco de costela de gado \


)
Farofa com farinha de mandioca

Feita na gordura da costela*

Laranja não se usa laranja azeda no avagã

1
Autor Pai Leandro dos Santos

1,
100
Axé de frente de Ogum Onire

Churrasco de costela de gado

Farofa com farinha de mandioca

Feita na gordura da costela*

Laranja de suco ou umbigo

Axé de frente de Ogum Olobedé

Churrasco de costela de gado

Farofa com farinha de mandioca

Feita na gordura da costela*

Laranja de suco ou umbigo

Axé de frente de Ogum Adiolá

Churrasco de costela de gado

Farofa com farinha de mandioca

Feita na gordura da costela*

Laranja de suco ou umbigo

OYÁ/ IANSÃ

Axé de frente de Dirà

PIPOCA, 7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

O MUNDO DE FEITO COM BATATA DOCE COZIDA

O mundo é um opeté redondo

O opeté em algumas situações é cravejado de pipocas

101
A maçã sempre inteira

TIMBOÁ
PIPOCA
l
7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

O MUNDO DE FEITO COM BATATA DOCE COZIDA i:


O mundo é um opeté redondo

O opeté em algumas situações é cravejado de pipocas

A maçã sempre inteira

Axé de frente de IANSÃ / OYÁ

PIPOCA

7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA l.


O MUNDO DE FEITO COM BATATA DOCE COZIDA

O mundo é um opeté redondo

O opeté em algumas situações é cravejado de pipocas

A maçã sempre inteira

Xangô

Axé de frente Aganiú

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

102
Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas descascadas

Nesta tradição as bananas são deitadas

Axé de frente Agodô

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

12 bananas catarinas descascadas

Nesta tradição as bananas são deitadas

Axé de frente Xangô Kamuká

Esta divindade não é cultuada para esta tradição

Axé de frente Xangô Aganju lbeji

Amalá reduzido feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro


103
Mostarda cozida, 6 bananas catarina

Vai doces variados, balas pirulitos, quindins etc

Saudação: kaô kabiecile, Dia da Semana: Terça-feira, Número: 06 e


seus múltiplos, Cor: Vermelho e Branco

Guia: 01 conta vermelha, 01 conta branca, 3x3 ou 6x6

*Nota!

Entendemos que Xangô Aganjú lbeji é a divindade mais próxima dos


ibejis, por esse motivo é adicionado doces para seu axé. Uma vez
que nesta tradição não damos cabeça para xangô lbeji somente
Aganjú lbeji.

Axéde frente para todas Qualidades de Xangô

Em uma gamela de madeira

Amalá de frutas

1
6 a 12 bananas catarina 1
l
1 mamão, 1 abacaxi, 3, 5 ou 7 maçãs

Obs. As frutas que compõem o amalá de frutas abrangem mais


orixás deixando claro que as frutas acima mencionadas não podem
faltar por representam as frutas das três esposas de xangô as
demais são complemento,

Frutas não aconselháveis para este, amalá, consultar o Babalorixá

Mas frutas azedas não são bem-vindas ex. Limão, "vide sacerdote"

104
Algumas tradições citam A bergamota que gera fofoca, O limão e a
laranja azeda que é amargura entre outras que pode caracterizar
quizila ao rei Xangô

Odé e Otin

Axé de frente Odée Otim

Costela de porco 8 ossinhos Assada

1 Miã miã doce/ farofa doce (com mel)

Otim

Axé de frente Odée Otim

Costela de porco 8 ossinhos Assada

1 Miã miã doce/ farofa doce (com mel)

Temperada com mel (miã miã doce)

Obá
Axés de frente de Obá

Axoxó (Milho cozido)

7 tiras ou fatias de coco (com a casca fina marron)

105
Acrescida de 1 abacaxi inteiro no meio

Obs. O ljexá não tem o hábito de partir frutas

Ossanha

Axé de frente para Ossanha

Couve picada na mão

Refogado farofa com dendê

1 cágado (tartaruga) modelado de batata

Miã miã gorgo

Figo em calda (sem a calda)

Doce de figo verde de Ossanha

Originária do Oriente Médio, a figueira está na história da humanidade desde,


literalmente, foram as folhas dessa árvore que cobriram as vergonhas do casal
original, sua cor verde associada a Ossanha foi introduzida no batuque por
meados do século XVI, na tradição citada.

Xapanã

Axé de frente para Xapanã

Bejujá / Jubeteí / Sapatá SÃOIGUAIS

FEIJÃO PRETO TORRADO

106
MILHO TORRADO

AMANDOIM

Pé de moleque 3 5 ou 7

*** A pipoca só entra em casos específicos***

OBS.2 O OPETÉ CRAVEJADO DE MILHO AMENDOIM E FEIJÃO DE


XAPANÃ É UMA SEGURANÇA FEITA EM MOMENTOS ESPECIAIS

Doce De Xapanã / Pé de Moleque, paçoca rolha

lbeiis
Axés de frente para Xangô e Oxum lbeji sãoiguais a Aganju e
Epandá porém acrescentados doces variados.

Tradicional no ljexá

1 bacia ágata cangica

Os doces variados com

Duas mamadeiras

Axé de frente Xangô lbeji

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca e farinha de milho

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida,6 bananas catarinas ou nanica

107
Em cima do amalá vai doces balas pirulitos as vezes mamadeiras

Axé de frente de Oxum de lbeji

Canjica amarela cozida Em cima da canjica vai 8 quindins Doces


balas pirulitos

Oxum
Axé de frente para toda classe de Oxum

Canjica amarela

8, quindins

***Em um momento difícil apenas a canjica amarela***

Yáoro de Oxum pra todas classes

Farofa de milho no mel

Feita com canjica moída

Vira uma farinha que é torrada com mel

Polenta da Oxum (omolokun do batuque)

Omolocum do batuque, polenta agridoce

Feito com a gordura da galinha sacralizada

Mais molho também agridoce

Oxum Epandá, Olobá, Adocô iguais

No ljexá o queserve pra uma serve pra todas

108
Yemaniá

AXÉS DE FRENTE DE FRENTE DE YEMANJÁ BOCI,

Canjica branca cozida

8 MERENGUES

AXÉS DE FRENTE DE FRENTE DE YEMANJÁ BOMI

CANJICA BRANCA

8 MERENGUES

NESTE CASO A COCADA VAI JUNTO

Guia: toda da mesma cor, o tom do azul ou se for incolor varia com
a característica da Mãee para Nanã o lilás.

Oxalá

Axé de frente de Oxalá Jobokun/Olukun/Dakun

Canjica Branca

8 merengues

1 cacho de uva branca

(A uva é iguaria, ou seja, algo a mais)

Axé de frente de Oxalá Bokun

Canjica branca misturada

109
Amendoim descascado torrado

8 cocadas
1
(1 cacho de uva que é uma iguaria, ou seja, algo a mais)

Axé de frente de Oxalá Orumiláia


Canjica branca l
l
8 ameixas seca preta

(1 cacho de uva que é uma iguaria, ou seja, algo a mais)

Acaçá de Oxalá

Este é mais um prato sagrado usado em determinados momentos


da cerimônia cada um é diferente do outro e possui um fundamento
a ser consultado com seu babalorisá

Ordem de cerimonia desta raiz é:

Bará (Lodê, lanã Adague, Agelú), Ogun (Avagã, "Olobedé", Adiolá


Onire), "lansã", Oyá(Timboá, Dirã), Xangô (Agodô Aganjú), Odé e 11
Otin, Ossanha, Xapanã (Belujá, Jubetei, Sapatá), Obá, Oxum l
i
l
(Pandá, Ademun, Doko, Olobá), Yemanjá Boci (velha), Bomi, e Oxalá
(velhos Jobokun, Olukun e Oromiláia, novos, Dakun, Obokun).

Entrevista e gravação com Pai Pedro de Oxum Docô realizada dia

19 de setembro de 2022 as 15:00

Autor Pai Leandro dos Santos

110
YALORIXÁ VERA DE OSSANHA (IN MEMORIA)

Descendente de Mãe Leda de Xangô/e Mãe Chininha de Oxalá

Foto créditos produtora também és afro Fotografia Barbara Cetti

Mãe Chininha de Oxalá

A Mãe Chininha de Oxalá Efan Eli, passou a filha de santo do

Pai Antoninho de Oxum lponda Olobomi após governo.

Conta a tradução oral que esta raiz não faz parte da ramificação da

Mãe Emília de Oyá.

Existe um Oyó que vem do Porto de Pelotas (Emília); e outro que vem do Porto
de Rio Grande. Esse Oyó do Porto de Rio Grande, tem influência jeje

Fonte Márcio Goulart (Pai Márcio de Oxalá)


111
BARÁ LANÃ:

Axé de frente de Esú Lanã

***Nação Oyó-DJeje inicia no Lanã***

MILHO ESCOLHIDO E TORRADO

1 OPETÉ

7 BATATATINHA ASSADA

BARÁ LEGBA ou ELEGBA:

Não é cultuado nesta tradição e mãe Vera cita quecabindeiros não


migram para o Oyó Embora muitos do Oyó foram para Cabinda e
deram certo na ex: Pai Hélio de Xangô, Juarez entre outros.

É cultuado na Nação Cabinda ou Kabinda, quando o filho possui de


herança de outra casa apenas de dá continuidade mesmo assim
segundo a mesma é sofrida a adaptação, dificilmente dá certo.

BARÁ OLODÊ

É assentado fora do terreiro, e é responsável pela segurança do


templo sendo utilizado para segurança do ylê. É o orixá que
mantém a estrutura do terreiro Bará ou Exu Lodê.

112
Axé de frente de Bará Lodê ou Esú Olodê

MILHO TORRADO ESCURO

PIPOCA, 7 BATATINHAS ASSADAS

1 OPETÉ, 1 DELES É MAIOR QUE OS DEMAIS

Axé de frente de Adague

MILHO TORRADO, PIPOCA

7 BATATATINHA INGLESA ASSADA

Axé de frente de Bará Agelú


AXOXÕ (MILHO ESCOLHIDO E COZIDO) (note a semelhança com a cabinda)

7 BALAS DE MEL ,1 OPETÉ, 7 TIRAS DE COCO SEM CASCA

Casos especiais é colocado as 7 batatinhas, cozidas S/ CASCA

Saudação: Alúpo ou Lalúpo, Dia da Semana: Segunda-feira, Número:


07 e seus múltiplos, Cor: Vermelho

Guia: vermelho escuro ou Corrente de aço

Ave galo ou frango vermelho

4 pés cabrito branco ou bode exceto Elegbaa

Pena maior casal de angolista

Quizila Pai oxalá vide itan a grande viagem de O.l(alá


113
OGUM

l
Axé de frente de Ogum Avagã

Churrasco de costela de gado malpassada

Miã gordo feito com Azeite de dendê),

Pipoca/ Vai a laranja azeda/

Axé de frente de Ogum Onire

Churrasco de costela de gado 7 ossos assado, miamiã


\
gordo laranja doce. 1

Pipoca
!
l
1

Axé de frente de Ogum Olobedé

Cama de canjica Branca com salsa

Laranja doce

Obobedé nesta tradição é um sobrenome de Orixá

114
1
1

Axé de frente de Ogum Adiolá

1 Churrasco de costela de gado


,.
7 ossos assado, cama de canjica

1 Laranja doce

7 fatias de ovo cozido.

Saudação: Ogunhê, Dia da Semana: Segunda-feira para Ogum


Avagã, Quinta-feira para os demais

Número: 07 e seus múltiplos

Cor: verde, Vermelho e Verde, vermelho e azulão,

Guia: Vermelho e Verde escuros Vermelho e Verde, vermelho e


azulão

OYÁ/ IANSÃ

Dirà não é cultuada nesta tradição

TIMBOÁ

(Mãe Vera não tinha Timboá)

PIPOCA, 7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

OPETE EM FORMA DE MAÇÃ COM BATATA DOCE COZIDA

BATATA DOCE ASSADA

115
Axé de frente de IANSÃ e OYÁ iguais

PIPOCA

7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA '\


\
OPETE EM FORMA DE MAÇÃ COM BATATA DOCE COZIDA

BATATA DOCE ASSADA


\
'
Rainha dos Eguns, Saudação: Epaiêio, Dia da Semana: Terça-feira

Número: 08 e seus múltiplos na tradição mencionada

Cor: Vermelho e Branco, branco e vermelho e marrom

Guia: 05 contas vermelhas, 03 contas brancas, iansã 01 conta


vermelha 1 branca Oyá, 7 brancas 1 vermelha Oyá marrom Timboá•

• Xangô

Xangô Dadá- Dadá Ajacá (Dadá Ajaká) Filho mais velho de Oraniã, irmão
consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyó Segundo a tradição de
Oyó, Aganju é sobrinho de Xangô e filho de Dadá Ajacá, alafim deposto
pelo irmão. Quando Xangô caiu, Dadá Ajacá voltou à Oyóe reassumiu
como o quarto alafim de Oyó. Após sua morte, o trono foi herdado por
Aganju, quinto alafim de Oyó e neto de Oraniã. Xangô Dadá o primeiro a
ser reverenciado na tradição.

Autor Pai Leandro dos Santos


116
Axé de frente Xangô Do Povo

Culto a Xangô do povo restrito à família de herança de

Mãe Chininha de Oxalá tem apenas 1 Xangô do povo que


foi passado de geração para geração e nos dias atuais •

Axé de frente Xangô Dadá

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas

1 maçã

Axé de frente Agodô

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

12 bananas catarinas

1 maçã

117
Axé de frente Aganjú

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas

1 maçã e dois quindins

Axé de frente Xangô Aganju lbeji

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca Carne de Peito ou do próprio carneiro


l
1
Mostarda cozida, 6 bananas catarinas ou nanica
1
i
No lugar da maçã vai doces variados, balas pirulitos
r

Saudação: kaô kabiecile ,Dia da Semana: Terça-feira, Número: 06 e


seus múltiplos , Cor: Vermelho e Branco

Guia: 01 conta vermelha, 01 conta branca, 3x3 ou 6x6 1


*Nota!

Entendemos que Xangô Aganjú lbeji é a divindade mais próxima dos


, ibejis, por esse motivo é adicionado doces para seu axé. Uma vez l
que nesta tradição não damos cabeça para xangô lbeji somente
Aganjú lbeji. [

Axé de frente para todas Qualidades de Xangô

118
Em uma gamela de madeira

Amalá de frutas

6 a 12 bananas catarina

1 mamão, 1 abacaxi, 3, 5 ou 7 maçãs .

Obs. As frutas que compõem o amalá de frutas abrangem mais


orixás deixando claro que as frutas acima mencionadas não podem
faltar por representam as frutas das três esposas de xangô as
demais são complemento,

Frutas não aconselháveis para este, amalá, consultar o Babalorixá


pois pode variar muito de acordo com cada família.

Algumas tradições citam A bergamota que gera fofoca, O limão e a


laranja azeda que é amargura entre outras que pode caracterizar
quizila ao rei Xangô

Odé e Otin

No Batuque, estes dois Orixás são cultuados juntos. São os


protetores das matas e dos animais silvestres e selvagens. Os
filhos de Otin são quase inexistentes, pois na Mitologia, Otin não
teve filhos na terra, dando assim as cabeças dos filhos para Odé.

Autor Pai Leandro dos Santos

119
Axé de frente Odée Otim

2 chuletas (bisteca) de porco uma frita

1 miã miã doce (farinha de mandioca com mel)

1 miã miã gordo (farinha de mandioca com dendê)

Cama de feijão miúdo torrado

A única frente de Odé & Otim

Nesta tradição Otim é o lado esquerdo de Odé

Obá

Obá era uma mulher corajosa e guerreira, não tinha medo de nada. Seu
único prazer era lutar e guerrear. Vencia todos os inimigos; nem mesmo
Esu, conseguia dobrá-la. Obá foi rainha de Elekó e seu nome foi dado a
um famoso rio na Nijéria. Obá é a yabá (orixá feminina) africana que
representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes e as
quedas. Em uma de suas lendas Obá (em iorubá Qbà) é o Orixá africana
do RioOba ou rio Níger, a terceira esposa de Xangô.

Axés de frente de Obá(especial no Oyó/jeje)

Lentilha cozida refogada com tempero verdef

7 rodelas de abacaxi

Autor Pai Leandro dos Santos

120
Ossanha

Axé de frente para Ossanha

1 Opeté grande em formato de pera


,,,
Feito com batata inglesa s/ casca

1 folha de mamoneiro, 1 perna de linguiça sem pimenta

7 figos em calda, 7 MOEDAS

Saudação: Ewe ô, Dia da Semana: Segunda-feira,

Número: 07 e seus múltiplos, Cor: Verde Claro e amarelo.

Guia: 01 conta verde e 01 conta branca alguns usam verde e


amarelo. Ajuntó único na tradição com Oxum Ademum.

Xapanã

Axé de frente para Xapanã

Bejujá / Jubeteí / Sapatá SÃO IGUAIS

FEIJÃO PRETO TORRADO

MILHO TORRADO, PIPOCA

*AMENDOIM separado acresenta, para levar à natureza


121
NESTA TRADIÇÃO O AMANDOIM SEM A PELE É SEPARADO SOMENTE NA
LEVANTAÇÃO MESMO O PÉ DE MOLEQUE

*****EXTRA****

Saudação: Abáo, Dia da Semana Quarta-feira, Número: 07 e seus múltiplos, Cor:


Vermelho e Preto e para Sapatá Roxo e*não lilás*

'
Guia: 01 conta vermelha, 01 conta preta, 01 conta vermelha e para Sapatá roxa
totalmente. Importante dizer Roxo não lilás...

lbejis

Axés de frente para Xangô0 e Oxum lbeji sãoiguais a Aganju e


Epandá porém acrescentados doces variados. L
1
l
1
Axé de frente Xangô lbeji 1

Amalá feito em gamela de madeira redonda

Pirão batido com farinha de mandioca e farinha de milho

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas ou nanica

Em cima do amalá vai doces balas pirulitos exceto paçoca de


amendoim e bala de hortelã

Autor Pai Leandro dos Santos

122
Axé de frente de Oxum de lbeji

Canjica amarela cozida Em cima da canjica vai 8 quindins Doces


balas pirulitos exceto paçoca de amendoim e bala de hortelã

1 MAÇÃ VERDE

Oxum

Axé de frente de Oxum Epandá

Canjica amarela, 8, 4 ,2 quindins

Axé de frente de Oxum Ademum

Couve manteiga picada miúda refogada

Farinha de milho torrada misturada na couve

Axé de frente de Oxum Olobá

Canjica amarela, 81 4 ,2 quindins

Axé de frente de Oxum Adocô

Canjica branca misturada com canjica amarela

8 quindins

Autor Pai Leandro dos Santos

123

r
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Yemanjá

\.

AXÉS DE FRENTE DE FRENTE DE

YEMANJÁ

BOCI/BOMI

SÃO IGUIAS

CANJICA

BRANCA

MISTURADA COM

TEMPERO VERDE

8 COCADAS VÃO JUNTO

Saudação: Omi odô! Alguns usam


Omi Odo lyá!

Dia da Semana: Sexta-feira, Número: 08 e

seus múltiplos Cor: azul claro, azul/branco ou

incolor, depende da característica

Guia: toda da mesma cor, o tom do azul ou se for


incolor varia com a característica da Mãee para
Nanã o lilás.

Elegun* pessoa que incorpora orixá em transe


/rodante/médium

Autor Pai Leandro dos Santos

124
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente de Oxalá Obokum/Dakun

Canjica Branca

1 pera CLARINHA (MACIA)

8 FATIAS DE PERÃ D'AGUA

8 merengues

Axé de frente de Oxalá Jobokun

Canjica branca somente

O algodão fino ao redor, 8 merengues

Axé de frente de Oxalá Orunmilaia

Canjica branca somente

Algodão em volta

Axé de frente de Oxalá Orunmilaia

Canjica branca somente

2 ameixas pretas

O algodão fino ao redor

125
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Oxalá

Axé de frente de Oxalá Obokum/Dakun

Canjica Branca

1 pera CLARINHA (MACIA)

8 FATIAS DE PERÃ D'AGUA

8 merengues

Axé de frente de Oxalá Jobokun

Canjica branca somente

O algodão fino ao redor, 8 merengues

Axé de frente de Oxalá Orunmilaia

Canjica branca somente

Algodão em volta

Axé de frente de Oxalá Orunmilaia

Canjica branca somente

2 ameixas pretas

O algodão fino ao redor

125
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

OGUM
Axé de frente de Ogum Avagã / Onire / Adiolá

***Todas são iguais***

Churrasco de costela de gado

Miã miã gordo, Laranja

***Pipoca eventualmente***

OYÁ/ IANSÃ

Nesta vertente não se cultua Dirã ou Timbowá

Axé de frente de lansã e Oyá

PIPOCA

7 RODELAS DE BATATA DOCE FRITA

1 BATATA DOCE ASSADA

OBS. Quando faz a assada não faz a frita. '..


1

Xangô l
Axé de frente Agodo

Amalá feito em gamela de madeira

Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito ou do próprio carneiro

Mostarda cozida

6 bananas catarinas
138
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente Xangô Aganjú


Amalá feito em gamela de madeira Pirão

batido com farinha de mandioca Carne de

peito ou do próprio carneiro Repolho branco

cozido

6 bananas catarinas descascadas

Axé de frente Xangô Ibeji

Amalá reduzido feito em gamela de madeira Pirão

batido com farinha de mandioca Carne de peito ou

do próprio carneiro Mostarda cozida

6 bananas nanica

Vai doces variados, balas pirulitos, quindins etc

Odé e Otin

Axé de frente Odée Otim


Chuleta de porco Assada ou frita no óleo branco 1 Mlã

miã doce/ farofa doce (com mel)

Pipoca

139

Otim
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Axé de frente Odée Otim

Costela de porco 8 ossinho Assada

1 Miã miã doce/ farofa doce (com mel)

Temperada com mel (miã miã doce)

Pipoca

****NESTA TRADIÇÃO OTIM NÃO SE SEPARA****

Obá

Axés de frente·de Obá

Canjica amarela cozida, Feijão miúdo cozido misturado

Refogado com cebola e tempero verde

Ossanha

Axé de frente para Ossanha

Opeté feito com batata inglesa

Um ramo de tempero verde na ponta de cima, dendê

Xapanã

Axé de frente para Xapanã

Bejujá / Jubeteí / Sakpatá SÃOIGUAIS

FEIJÃO PRETO TORRADO

MILHO TORRADO, PIPOCA

Doce de amendoim, paçoca ou farofa de amendoi

140
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

lbejis

Axés de frente para Xangô e Oxum lbeji são iguais a Aganju e


Epandá porém acrescentados doces variados.

Axé de frente de Oxum de lbeji

Canjica amarela cozida Em cima da canjica vai 8 quindins Doces


balas pirulitos

Oxum

Axé de frente para toda classe de Oxum

Canjica amarela, MEL, 8, quindins

Aláoro de Oxum pra todas classes

Farofa de milho no mel

Feita com canjica moída

Vira uma farinha que é torrada com mel

Os pratos da mãe Oxum podem ser perfumados ao redor não na


comida

Autor Pai Leandro dos Santos

141

r
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Yemanjá

l
AXÉS DE FRENTE DE FRENTE DE YEMANJÁ BOCI,

Canjica branca cozida, 8 COCADAS IGUAL,

Refogada com tempero verde

AXÉS DE FRENTE DE FRENTE DE YEMANJÁ BOMI

CANJICA BRANCA, 8 COCADAS IGUAL

NESTE CASO A COCADA VAI JUNTO

Yamá (uma qualidade aglutinada a Yemanjá) seria uma Nanã

CANJICA BRANCA,

MEL SEM TEMPERO VERDE

Acarajé de Yemanjá

Nesta tradição, é ofertado acarajé de Yemanjá

Seria um acarajé com o feijão miudo totalmente descascado

Saudação: Omi odô! Alguns usam Omi Odo lyá!

Oxalá

Axé de frente de Oxalá Jobokun/Olukun/Dakun

TODOS IGUAIS, Canjica Branca, 8 merengues

Grava ão e entrevista com Pai Jolí e realizad.

Dia 04/01/22 as 13:00 Vila Bom Jesus Porto Ale re R

142
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Mãe Daura filha de MãeElodina D' Oxum

Iniciada na década de 70 por Mãe Guiomar D'Oxum

Mãe Guiomar de Oxum foi Iniciada por Mãe Tininha de lemanjá

Esta é uma nação com um grande numero de adeptos oriunda da


união de duas nações fortes dentro do batuque do RS

Temos poucas informações dos primeiros sacerdotes que iniciaram


esta combinação tão rica e ao mesmo tempo tão simples trás sua
beleza e na forma de cultuar suas divindades.

Mãe Daura iniciou a religião na Umbanda desde seus 13 anos de


idade e relata que com aproximadamente 20 anos passou pela casa
de Mãe leda de Ogum e na época fugiu com medo de sua mãe
reprimir sua fé já que era só de umbanda e acabou por não fazer
sua iniciação de nação na casa do baluarte. Em seguida, na
década de 70, conheceu MãeGuiomar de Oxum que também
iniciou babá Luiz Antonio de Xangô (OJU OBA) passou pelo axé de
sua madrinha Elodina de Oxum até encontrar Mãe Tininha de
Yemanjá a qual ficou até os últimos dias da sua vida local onde
seguiu sua raiz com essência e fundamentos da nação jeje / ijexá

Gravação e entrevista realizado dia 26.08.22 as 16:00

143
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

é de frentes na nação Jeje /ijexá.

Elegba e Burukun não são cultuados nesta raiz

Bará Lodê
Mais Milho torrado que pipoca, 07 batatas inglesas assadas, dendê

BARÃ LANÃ E ADAGUE

Milhar torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, dendê 1 opeté.

BARÃAGELÚ
Milho torrado claro, pipoca, 07 batatas inglesas assadas 7 balas de mel.

OGUMAVAGÃ
Churrasco de costela 7 de gado frita malpassada no epô, miamiã, pipoca 1 1l
laranja azeda ou de umbigo
1
1

OGUM ONIRE \
Churrasco de costela de gado frita no epô, miamiã pipoca ,_
OGUM ADIOLÁ

Churrasco de costela 5 ossos ou 7 de gado 5 ossos ou 7 frito no epô, farofa

l
feita na gordura da costela miamiã gordo laranja doce ou do céu pipoca

(Mãe Daura informa qie a cama de canjica é dada para trabalhos).

OYÁ
lansã / Oyá / Timboa / Dirá
1
Pipoca, 07 rodelas de batatas doce fritas no óleo de soja,1 opeté de batata 1

doce cozida amassada CHAMADA DE BOLO OU TAÇA mel dentro do bolo l


A maçã é iguaria
Mãe Daura informa que Mãe Guiomar tinha de Dirá jun comLodê
l
144
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

XANGÔ DO POVO AO LADO DO LODÊ

Mãe Daura informa que mãe Guiomar tinha um assentamento de


Xangô ao lado da casa do Lodê que hora era chamado de Xango d
o
povo hora era chamado de Xangô Kamuka, esta raiz tem Xango do
Povo, Luís Antonio um dos filhos da Mãe Guiomar ganhou afirma!

XANGÔAGODÔ

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca grossa / media

Carne de peito, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,

12 bananas prata ou Catarina,.

Ex.se ajunto Oxum vai o quindim, se lansã maçã, Obá mil folhas

XANGÔ AGANJÚ

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,

6 bananas da prata ou Catarina,

O ajuntó influência no modo de preparo

Ex.se ajunto Oxum vai o quindim, se Oyá maçã, Obá mil folhas

XANGÔ IBEJI

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,

6 bananas da terra ou Catarina, doces de massa diversos, balas etc

Autor Pai Leandro dos Santos


145

r-
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

ODÉ/OTIM

No jeje/ijexá a frente de OdéOtim não se separa

1• axé de frente

2 chuletas de porco uma frita no dendê e outra no mel, mia miã gordo e doce
folha de alface 1 com dendê e outra com mel 1 ovo cozido partido ao meio ao
cumprido ao centro

2º axé de frente

Odé2 Chuleta de porco frita no azeite comum, mia miã doce e gordo (farinha
de mandioca com mel, farinha de mandioca com dendê),

Folhas de alface que servirá de forro.

Otim - Costela de porco frita no azeite comum, mia miã doce, 08 de batata
inglesa fritas no azeite comum.

Obá

Cama de feijão miúdo cozido misturado com canjica amarela cozida.

Com epô e salsa e dendê. Em cima vai:

Bolo feito Canjica amarela cozida e amassada, feijão miúdo cozido e amazzado

Serviço para defesa e prosperidade conforme raiz

Obá um opeté enfeitado com sete Rodelas de abacaxi e figo

Obs. Mãe Daura informa que este axé se popularizou como o axé de frente no
jeje ijexá, mas a sua falecida mãe deixava claro que era serviço de defesa e
prosperidade em dias de obrigação e não era a frente oferecida á este orixá.

Autor Pai Leandro dos Santos

146
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Ossanha
Um opeté de batata inglesa cozida sem casca, mimiã gordo, farofa com a
gordura da linguiça 07 rodelas de ovo cozido, 1 perna de linguiça, 07 fatias de
linguiça de porco feito de batata inglesa cozida sem casca e amassada.

Ossannha um opeté de batata inglesa cozida sem casca meia perna de linguiça
um ovo cozido cama de pipocas para defesa e atrair dinheiro acresenta-se o
aorô da Ademum ao redor do axé (farinha de milho com couve fina)

Xapanã
Jubeteí / Sapatá / Belujá é igual

Milho torrado, feito torrado, amendoim torrado e pipoca mais um opeté


cravejado as vezes em formato de porongo.

Para Sakpatá de rua , levemente passado no Epô fervente. Também servimos


pé de moleque.

Oxum
Epandá e lbeje • Canjica amarela cozida e refogada com mel, 08 doces
quindins pequenos, mais doces variados

Oxum Epandá • Canjica amarela cozida 8 quindins médios.

Oxum Ademum • Canjica amarela cozida mistura com mel, e salsa picada,
também acrescentamos quindins na conta da mãe.

Oxum Olobá • Canjica amarela cozida 8 quindins grandes e refogada com mel.

Oxum Adocô • Canjica amarela e canjica branca cozida misturada mais uma
salsa.

Autor Pai Leandro dos Santos

147
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Yemaniá
lemanjá Bocí nesta nação é nova, Canjica branca cozida enfeitada com 8
cocadas, regado a mel, lemanjá Bomí nesta nação é velha

Canjica branca cozida refogada com salsa, enfeitada com 8 cocadas, regado a
mel.

lemaniá Nanã Borocum - Canjica branca refogada com tempero verde

Oxalá
Obocum / Olocum / Dacum / Jobocum - Canjica branca cozida com 8 cocadas e
regada a mel.

Oxalá Oromilaia - Canjica branca cozida, 04 ovos partidos cada um em dois


pedaços ao comprido.

Oxalá Oromilaia - Canjica branca cozida, duas ameidas pretas

A Ordem de cerimonia desta raiz segue abaixo

A ordem de cerimonia desta raiz é: Bará ( Lodê, Adague, lanã, Agelú), Ogun
(Avagã, Adiolá Onire), "lansã", Oyá(Dirã junto com Lodê e avagã), Xangô (Do
povo ao lado do Lodê), Agodô e Aganjú, Odé e Otin, Obá, Ossanha, Xapanã
(Belujá, Jubetei, Sapatá), Oxum (Pandá, Ademun,Olobá Doko), Yemanjá Boci
(velha), Bomi, Nanáborocun e Oxalá (velhos Jobokun, Olukun e Oromiláia,
novos, Dakun, Obokun). Oxalá de Orumiláia

Meu filho! Osaxés estão se perdendo e pessoas que estão


perdendo a essência. Fazendo por fazer, sem saber o porque estão
fazendo ou o por que se faz. Pais de Santo estão indo embora e 1
1
levando junto os fundamentos esse trabalho que você está fazendo 1
t
é muito importante para todos nós e para nossa religião. \
i
\
Boa sorte•••Mãe Daura de Oxum
l
Grava ão e entrevista com Mãe Daura de Oxum realizad.

Dia 26.08.2021 as 13:00 Vila Santa Cecília Viamão R


l
148
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Pai Tureba de Ogum (homenagem póstuma)

Pai Guaraci de Ogum carnal de Pai tureba (homenagem póstuma)

Mãe Maria Alice filha de santo de Pai Tureba

Esta é uma nação já quase extinta no batuque, o percursor Pai


Tureba de Ogum teria em vida uma família com aproximadamente
30 filhos carnais, porém nem todos seguiram sua raiz dentre eles,
Pai Antonio Carlos de Xangô que seguiu a Cabinda, Pai Guaraci de
Ogum Badeí, Xanin de bará, Pai Tesoura de Ogum, Mãe Maria Alice
iniciada e até hoje no axé de Pai Tureba.

149
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Temos poucas informações sobre esta vertente, alguns relatos


mostram como um vertente do jeje e outras do Oyó não se sabe ao
certo. Massegundo pai Antonio Carlos filho sanguíneo de Pai
Tureba, o mesmo pertecia a nação Grefê e um de seus irmãos
Carnal teve seus aprontes com Tureba conheceu religião com ele
Em uma entrevista Pai Guaraci conta:

- Comecei aos 7 anos de idade na religião africanista, apartir dai fiz


meuprimeiro aribibó, após isso fiz um bori minha raiz e do pai
Tureba do Ogum e Maria Supriana Bordon Tobias e minha mãe e
avô ldalino do Ogum. Muita gente boa que nestes anos tive o prazer
de conhecer na religião para chegar ate aqui com muita fé e
seriedade. Todo bom Babalorixá tem que primeiro conhecer a
cozinha e isso, eu conheci de perto, meu apronti foi com 18 anos
recebendo meu axé tendo minha casa a 30 anos hoje dedico minha \

vida a religião com muita responsabilidade Ogum é meu pai, muita )


paz e axé a todos {homenagem póstuma).
l

150
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Comidas de frentes na nação Grefê.

Elegba e Burukun não são cultuados nesta raiz

Bará Lodê
Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, O1 opetés de
batatasinglesas,dendê

BARÁ LANÃ E ADAGUE

Milhor torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, dendê.

BARÁAGELÚ

Milho torrado claro, pipoca, 07 batatas inglesas assadas 7 balas de


mel.

OGUM AVAGÃ

Churrasco de costela de gado frita no epô, miamiã 7 folhas de


alface, 7 rodelas de tomate, pipoca 1 laranja de umbigo

OGUM ONIRE

Churrasco de costela de gado frita no epô, miamiã pipoca 1 laranja


de umbigo

OGUM ADIOLÁ

151
l
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos l

Churrasco de costela de gado frito no epô, miamiã gordo laranja


l
doce. t

lansã / Oyá / Timboa / Dirã

Pipoca, 07 rodelas de batatas doce fritas no óleo de soja,1 opeté


doce cozida amassada

XANGÔAGODÔ

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca grossa / media

Carne de peito, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,

12 bananas da terra ou Catarina,.

Ex.se ajunto Oxum vai o quindim, se lansã maçã, Obá mil folhas

XANGÔ AGANJÚ

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,

6 bananas da terra ou Catarina,& BALAS DE MEL.

O ajuntó influência no modo de preparo

Ex.se ajunto Oxum vai o quindim, se Oyá maçã, Obá mil folhas
1
t
XANGÔ IBEJI l
l,
1
152
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca

Carne de peito, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,

6 bananas da terra ou Catarina, doces de massa diversos, balas etc

ODÉ/OTIM

No Grefê a frente de OdéOtim não se separa

1º axé de frente

2 chuletas de porco uma frita no dendê e outra no mel, mia miã


gordo e doce folha de alface 2 espigas de milho 1 com dendê e
outra com mel.

2º axé de frente

Odé2 Chuleta de porco frita no azeite comum, mia miã doce e


gordo(farinha de mandioca com mel, farinha de mandioca com
dendê), folhas de alface que servirá de forro.

Otim - Costela de porco frita no azeite comum, mia miã doce, 08 de


batata inglesa fritas no azeite comum.

Obá

- Canjica amarela cozida, feijão miúdo cozido refogar a canjica e o


feijão miúdo com epô e salsa.

Obá um opeté enfeitado com sete Rodelas de abacaxi e figo

153

.I
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Ossanha
\
l
l
- Um opeté de batata inglesa cozida sem casca, mimiã gordo, 07
rodelas de ovo cozido, 07 pedaços de linguiça de porco, cágado
feito de batata inglesa cozida sem casca e amassada.

Ossannha um opeté de batata inglesa cozida sem casca meia perna


de linguiça um ovo cozido cama de pipocas

Xapanã
Jubeteí / Sapatá / Belujá Milho torrado, feito torrado, amendoim
torrado e pipoca. 1

Para Sakpatá servimos bífe de gado sem nervo e não batido,


levemente passado no Epô fervente. Também servimos pé de
moleque.

Oxum

Epandá e lbeje - Canjica amarela cozida e refogada com mel, 08


doces quindins, mais doces variados

Oxum Epandá - Canjica amarela cozida

Oxum Ademum - Canjica amarela cozida mistura com mel, e salsa


picada, também acrescentamos quindins na conta da mãe. Outra
frente seria couve manteiga partida bem fina e miuda, refogada
com farinha de milho, gema de ovo cozido esmagado e misturado
com a couve.
154

.J
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Oxum Olobá - Canjica amarela cozida e refogada com mel.

Oxum Adocô - Canjica amarela e canjica branca cozida misturada.

lemanjá Bocí / Bomí - Canjica branca cozida refogada com salsa,


enfeitada com 8 merengues, regado a mel.

lemanjá Nanã Borocum - Canjica branca refogada com tempero


verde

Oxalá
Obocum / Olocum / Dacum / Jobocum - Canjica branca cozida com
8 cocadas e regada a mel.

Oxalá Oromilaia - Canjica branca cozida, 04 ovos partidos cada um


em dois pedaços ao comprido.

Oxalá Oromilaia - Canjica branca cozida, duas ameidas pretas

NOTA IMPORTANTE!

Alguns estudos apontam Grefê para uma ramificação do djeje

Outros estudos apontam, apontam para uma ramificação de oyó

Porém Mestre antonio Carlos filho sanguíneo de pai Tureba


afirmava que era uma nação inicialmente independente

Grava ão e entrevista com Mãe Alice de Naná realizad.

Dia 16.10.2021 as 13:00 Bairro La·eado POA R

155

_/
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Homenagem póstuma uma vez que não encontramos raiz pura de


moçambique. A homenagem da pessoa mais antiga encontrada próxima
à nação Moçambique, é Mãe Bela de Xapanã que deixou como herdeira
religiosa Mãe Eclair de ogum Mãe Eclair informa que já em sua geração
sua Raiz aderiu à nação de Cabinda não sabendo informar qual das
passagens teve o Moçambique mas acredita ser a Primeira Yalorixá
Arminda D' Oxalá.

Mãe Bela de Xapanã (Isabel Cristina)

Iniciada por Arminda D'Oxalá, passando pelo axé de

Mãe Delina de Oxum e Mãe Corina de Yansã

Mãe Eclair de Ogum herdeira religiosa de Mãe Bela

Temos poucos registros desta nação, porém uma das Yalorixás


mais respeitadas da época era sem duvida era a Yalorixá ISABEL
CRISTINA SILVA, MÃE BELA DO XAPANÃ muito conhecida no

156
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Rio grande do Sul umas adeptas da nação da nação Moçambique


que posteriormente, migrou para a Cabinda. Mãe Bela de Xapanã
(póstuma) residia na cidade de Viamão parada 40 a cerca de 300
metros da casa inde nasceu o autor. Esta tradição ocorreu por uma
junção de diáspora de linguagem ioruba e português onde
encontramos cantigas inclusive no idioma português e não apenas
no Yorubá. A própria cantiga de Ogum da lua ori bamborixá Ogum
Oluá oriba pa Yemanjá é um orin da nação em questão, adaptada ao
culto da Umbanda. Nos batuques de maçanbique é cantada entre
os orins "aré Ogum". Moçambique seria uma província colonizada
por portugueses logo seu idioma oficial não é o yorubá e sim o
português como outras línguas africanas e sim o idioma latino
encontrado em Portugal. Por força de sua Constituição,
Moçambique é um estado laico, sendo expressamente proibido no
texto constitucional quaisquer discriminações ou acepções
baseadas na religião, garantindo-se, também, a liberdade religiosa
a todos os cidadãos Não temos registros de que nesta diáspora
haja o culto a orisá apenas os indícios que há uma manifestação
tribal ou seja , Há uma aderência significativa de parte da
população à crenças religiosas tribais sincréticas o que
acreditamos ser um culto de ocultismo, semelhante ao sincretismo
aplicado aos orixás e imagens católicas feitas no Brasil colônia.
Acredita-se que a redução significativa dos adeptos da nação
religiosa caracterizada de Moçambique, se deu em função de
críticas de outras pessoas que ouviam as cantigas em português e
se perguntavam como assim estão cantando para umbanda no
nosso Batuque.? O próprio mestre Antonio Carlos, em vida
comentava, que para quem não entendia parecia mistura e
confusão, mas haviam muito mais cantigas em português. Povos de
tradição yorubá mesclados com a tradição então moçambicana aos

157
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

poucos foram extinguindo-se. Na atualidade restam pouquíssimas


casas com a tradição ainda viva.

Nãoconfunda com a tradição de *Maçambique* que é uma manifestação afro­


católica, no âmbito do catolicismo popular brasileiro, que segundo a teória de
Stanley Tambiah e de José Jorge de Carvalho, tem sofrido mudanças de
significados uma vez que houve uma ruptura com a exclusividade do sagrado
quando este foi apropriado para espetáculos com fins de entretenimento. A
incorporação de ações, com intencionalidade política e que expande
significados por meio do patrimônio cultural e seus rituais performáticos
mobilizados, promove a preservação da cultura e da identidade étnica,
inclusive em suas dimensões políticas. Neste processo, os símbolos e os
rituais mobilizados para performances podem ser apropriados por meio de um
canabalismo cultural, por vezes denominado de mascarada, ou através de
ações que contribuem para a afirmação e difusão do Maçambique.

O Maçambique faz parte do ciclo de coroações de reis negros, tradição


presente em todo Brasil e também em outros países da mérica Latina Os
cantos apresentam temas católicos, acompanhados pelas maçaquaias
chocalhos em bambú que ficam amarrados na canela dos dançantes e pelo
tambor do maçambique, que traz preso à um dos lados um talo de pena de
galinha, que vibra junto com o couro.Neste momento entendemos que a nação
afro de Moçambique, que acreditamos ser praticamente extinta no estado, não
é o mesmo que a cultura popular encontrada também no litoral de Osório. A
tradição não está associada ao folclore e expressão cultural e artística de
coroação do rei e rainha. Ginga e os reis de Congo, ou seja, é uma congada
associada ao catolicismo e a divindade Mariano.

Coroação de rainha ginga e rei de Congo (fonte Museu da UFRGS)

AXES DE FRENTE DESTA RAIZ


158
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Não tivemos possibilidade e acesso aos axés de frente desta


nação, porém nossa entrevistada cantou alguns axés de sua tão
querida nação. Áudios disponíveis em terreiro Pai Leandro dos
Santos

Aqui algumas rezas de Moçanbique

Agan gira nu jacutá

Ade que já vo Angola

Mamasia e oya edé vangolé

Mamasia e oya edé vangolé

Ogun da lua ori bambo orixá

Ogum oluá oriba pa Ye emo ejá

Wa nàná du cangu su

Wa nàná du cangu su

Existem muitas rezas de Moçambique que passaram para a


umbanda por conta das criticas sofridas na época.

Entrevista realizada dia 30 de Setembro de 2022 as 16hs

PRÓXIMA EDIÇÃO NAÇÃO NAGÔ RIO GRANDE

159
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos
.:.

l
1
\
Pai Júlio Costa do Odé

Mãe Clara Costa de lemanjá.

1
1

\
Raízes religiosas da Nação Nagô.

Nosso Grande Mestre Julio Costa de Odé.

Mãe Elivonete De Oxum.

Mãe Tereza Da Oyá.

Pai Miro Do Ogum.

Mãe Claudete de Oxum.

Mãe Georgia de Ogum


Fonte Pagina Nação africana de Nagô, culto dos Orixás. l
1
https:l/www.facebook.com/nacaonagoioruba

f
Pai Olmiro (Miro) de Ogum mais de 5 décadas de religião.

160
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Rua bastos guerra 386 bgv.

Foi um inicio de vida a 58 anos atras começou sua


caminhada na Nação Nagô trabalhando na religião.

Para os Nagôs, o Universo se divide em nove planos, sendo quatro


superiores e quatro inferiores.

A Terra se localiza no plano intermediário, sendo chamado de plano


astral terrestre. Através desse espaço chegavam à terra os Orixás
e os ancestrais vindos dos outros planos.

Os nagôs entendiam que os ancestrais e Orixás surgiam de dentro


da Terra, assim, após a invocação de um Orixá ou ancestral, eles
batiam três vezes no solo.

O três representa na cultura nagô ação, movimento, expansão. O


gesto de tocar três vezes o solo significa o "assim seja" ou, então,
o "cumpra-se" aquilo que foi determinado pelos Sagrados Orixás.

Esse procedimento também é repetido no solo na frente da


tronqueira seguido do Paó (será abordado numa próxima), congá e
dos atabaques (tambores). Pela batida cadenciada do atabaque,
através da magia do som, os filhos da Terra pedem ajuda,
chamando os guias e falangeiros, os ancestrais e os Orixás para
que venham para nos auxiliar.

161
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

No Brasil, os africanos, para consagrar o solo e transformar o


terreiro em uma parte da África, enterravam relíquias trazidas e
elementos encontrados aqui que ligavam aos Orixás transformando
(ritualmente) o solo brasileiro em solo africano "chão" dos seus
orixás e ancestrais.

NOTA

Aqui registramos que a nação nagô desta raiz é extremamente


reservada e os irmãos para que possam aprender, conhecer
somente teram acesso os que forem no ylê

Os axés que seguem foram transcritos pela yalorixá

Quenão podem ser comparados à raiz de Rio Grande

NA PRÓXIMA EDIÇÃO TEREMOS MAIS RAÍZES DE NAGÔ

RAIZ NAGÔ PAI MARÇAL

Suzana de Exú Elegbaárá da Cidade de Porto Alegre.iniciada por

Pai Marçal de Xango feito por Pai Lacerda do Nagô.

l
!
1
1

Nosso agradecimento a mãe Suzana D" Elegbara

Grava ão e entrevista com Mãe Suzana de Ele 'bar.

Dia 02.02.2022 as 17:00 Bairro Parteno POA R,

162
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Exú Lodê
Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, 01 opeté

BARÁ LANÃ, ADAGUE

Igual montagem diferente e milho tom mais claro

AGELÚ. Milho torrado CLARO DOCE, pipoca, 07 balas de mel, 01 opeté

OGUM ONIRE EXÚ


Churrasco de costela de gado malpassada quase crú, miã miã gorda pipoca 1
laranja e maçã

OGUM ONIRE
Churrasco de costela de gado assado no epô, miamiã pipoca 1 maçã e laranja

OGUM ADIOLÁ

Servido em alguidar cru Peixe assado ou frito um opete cabeça, maçã verde e
vermelha misturada pipoca (o peixe vai em cama de pirão dágua).

Dirã não é cultuada nesta vertente

lansã / Oyá / /

Saia que são 07 rodelas de batatas doce fritas no óleo de soja,1 opeté

Acarajé é uma iguaria tendo condições vai 7 ao redor

Timboá

Uma moranga verde cozida na água, com carne moída dentro, miã
miã, acaraié ao redor, pipoca

(Este aprendizado somente no ylê)

Entrevista realizada dia 02 de fevereiro de 2022

163
Alal gbê e Bab alori sá Leandro dos Santos
t
l
XANGÔ
Amalá Pirão batido com farinha de mandioca media, mostarda bem moído
quiabo carne desfiada, maçã e a banana so é acrescida quando sai.

(Este aprendizado final somente no ylê)


1
Kinguilin de Xangô (Seria um Xangô ibeji)
(Amalá Pirão batido com farinha de mandioca media, mostarda bem moída
Quiabo carne desfiada, maçã e a banana so é acrescida quando sai.

Acrescidos de doces variados


1

O ajuntó influência no modo de preparo \


"ODÉ/(OTIM ALGUMAS CASAS NÃO TEM 0TM)"

AXOXÔ (MILHO COZIDO) E LASCAS DE COCO

AS CHULETAS SÃO IGUARIAS A MAIS NO AXÉ


1

ÔBÁ

FEIJÃO FRADINHO COZIDO MISTURADO COM CANGICA AMARELA COZIDA


PIMENTÃO VERMELHO PICADO TUDO MISTURADO (DENDÊ)

OSSANHA

LINGUIÇA FRITA SEM PIMENTA COM MIÃ MIÃ DOCE

2 chuletas de porco uma frita no dendê e outra no mel, mia miã gordo e doce
folha de alface 2 espigas de milho 1 com dendê e outra com mel.

Ossannha um opeté de batata inglesa cozida sem casca meia perna de linguiça
um ovo cozido cama de pipocas

Xapanã

Dentro de um porongo serve-se para Jubeteí / Sapatá / Belujá Milho torrado,


feito torrado, amendoim torrado e pipoca e o opeté cravejado

164
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Oxum Epandá
Canjica amarela cozida e refogada com mel, 08 doces quindins

Oxum Epandá - Canjica amarela cozida

Oxum Adocô

- Canjica amarela e canjica branca cozida misturada.

Yemanjá nova

Canjica branca cozida, enfeitada com 8 cocadas, regado a mel.

Yemanjá velha

Canjica branca refogada com tempero verde

Nanã

49 ovos cozidos em uma gameleira em cima de filha de bananeira

Oxalá
Canjica branca cozida com 8 merengues e regada a mel.

Axé para lfá

Canjica branca cozida,

Oxalá Canjica branca cozida, duas ameidas pretas

Detalhes que mãe Suzana pode contar sobre sua raiz de Nagô.

As louças são próprias de casa orixás, Oyá laranja, Xangô Marrom e


dourado, Odé verde escuro prata, Xapanã roxo escuro/prata Nanã
lilás oxum amarelo claro e ouro Oxum velha Yemanjá
'
"
F • • ..
ang2 Reide Nagô

165
Alalgbê e Babalorisâ Leandro dos Santos

INICIAM AQUI ALGUMAS

OFERENDAS PARA ORIXÁ

OFERENDAS0 AOS ORIXÁS

INDEPENDENTE DA QUALIDADE/CLASSE

As oferendas aos orixás, tem um papel importantíssimo no Batuque \


do Rio Grande do Sul, pois mais do que pedir, o batuqueiro também \
\
sabe agradecer as graças alcançadas ou ganhos por meritocracia,
1
ou seja, graças alcançadas, saúde recuperada etc. semmesmo o
religioso ter solicitado. As oferendas aos orixás, mostram que a
forma de cozinhar, agradar mostrar o amor, é tão importante quanto 1
l
o estudo e o aprendizado pois não basta cobrir um orixá de ouro
oferecer desde a ave ao quatro pé e não existir amor naquilo que
sendo executado. Nesta parte você notará que o orixá é feito de
amor, dedicação, fé e muitas vezes de simplicidade. Por fim,
chamamos de oferendas, rituais compostos de frutas, alimentos,
\l
carnes, bebidas, flores, louças e adereços que servem para
oferendar aos Orixás, como uma súplica para se alcançar uma
graça, bem como, para homenagear e cultuar um Orixá. São rituais
que visam corrigir várias deficiências na vida de um ser humano
(saúde, amor, prosperidade, trabalho profissional, equilíbrio,
harmonia familiar, etc.) tudo de acordo a fé e o merecimento de )
cada um ou apenas, gratidão por parte do religioso

Fonte.

Pai Leandro dos Santos (Babalorixá e Escritor)

166
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Elegbará,
Em um alguidar ou bandeia ofertar 7 qualidades de frutas um
pedaço de carne crua, 1 bife de fígado, 7 batatas minho escuro 1
opete em uma figueira para Elegbaá acompanhado de água ardente
escura.

(Não usar banana, maçã ou abacaxi)

Esú, Bará
Na matriz africana o milho torrado está presente para as ofertas a
esse Orixá aqui passaremos um exemplo para esta divindade

Bandeia ou alguidar forrado com papel de seda enfeitado na cor


vermelha milho torrado batata inglesa assada 7 opetés, chuveiro de
pipoca ao centro uma chave feita de batata inglesa

7 velas vermelhas

1 FLOR VERMELHA CHAMADA DE BIRI

QUANDO A OFERTA DA-SE A AGELÚ O MINHO MAIS CLARO


ADICIONA-SE BALAS DE MEL

OBS. TODOS BARÁS COMEM MILHO TORRADO NESTE CASO,


PORÉM UM MAIS CLARO QUE O OUTRO

Oferenda entregue em cruzeiros de acordo com a classe do Bará,


Ex Lanã cruzeiro de mato, vide sacerdote conforme nação.

167
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

OGUM
Bandeja de papelão ou prato de Barro forrado com papel de seda
nas cores verde e vermelho o tradicional churrasco de costela com
laranja partida em 7 pedaços, farofa feita na gordura da costela
assada, miã miã gordo e pipoca, velas verde e vermelha bem como
a bebida ofertada Ogum chamada de atan

Oferenda entregue em cruzeiros abertos, mato, trilhos de trem.

lansã / Oyá / Timboa / Dirã

Bandeia de papelão ou taça de Barro forrada com papel de seda


vermelho e branco algumas na cor marrom outras na cor de laranja.
De acordo com a sua classe basicamente forra-se de pipoca coloca
as batatas doce frita e assada 7 fatias de maçã vermelha pétalas
de rosas vermelhas. l
l
Faz uma ou sete flores com a casca da própria maçã ao centro para
enfeitar. Sete velas vermelhas com branco

Oferenda entregue em Pitangueiras, mato e ou forquilha da figueira

168
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

XANGÔ
Aqui inicia o amalá de frutas

Amalá Pirão batido com farinha de mandioca grossa / media em


Gamela virgem

Carne de peito cozida e desfiada por cima da mostarda cozida na


água da carne, muito doce em casos de IBEJI

6, 12 ou até 24 bananas da terra ou Catarina,.

O camarão é uma iguaria nobre a Xangô que seria substituí ao invés


da carne, vai o camarão também chamado de amalá do ouro esta
gamela é forrada com folha da bananeira uma maçã vermelha ao
centro sempre.
\
O ajuntó influência no modo de preparo, mas sempre vai maçã que
representa o equilíbrio de Xangô 6 velas vermelhas e branca.

Ex.se ajunto Oxum vai o quindim, se Oyá maçã, Obá mil folhas

Oferenda entregue em Pedreiras grandes ou pequenas

169
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

ODÉ/OTIM

Bandeja de papelão azulão e branco ou azulão e rosa

2 chuletas de porco uma frita no dendê e outra no mel, mia miã


gordo e doce folha de alface forrando a bandeja 2 espigas de milho
assadas após cozidas 1 com dendê e outra com mel. 7, 14 ou butiá
ao redor da bandeja

Oferenda entregue no mato ou no Butiazeiro

Obá

Bandeja de papelão na cor-de-rosa um opeté enfeitado com sete


Rodelas de abacaxi e figo cama de pipoca e 7 velas na cor de-rosa

Oba também gosta de receber o feijão miúdo cozido com canjica

Oferenda entregue cruzeiro T , moinho ou mato

Ossanha

Bandeja de papelão nas cores verde e amarelo 1 opeté de batata


inglesa cozida sem casca, mimiã gordo, 07 rodelas de ovo cozido,
170
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

07 pedaços de linguiça de porco, cágado feito de batata inglesa


cozida sem casca e amassada.7 Folhas da fortuna ao redor

Ossannha um opeté de batata inglesa cozida sem casca meia perna


de linguiça sem pimenta um ovo cozido cama de pipocas

A fruta abacate também servida a Ossanha partida ao meio vai


sem a cemente em um lado poe-se dendê no outro 1 fio de mel

Oferenda entregue em um coqueiro alto de mato

Xapanã

Em uma bandeja de papelão forrada com papel de seda na cor roxa


ou lilás escuro coloca-se Milho torrado, feijão torrado, amendoim
torrado e pipoca todos misturados

Ao centro se faz um porongo de batata inglesa

3, 5 ou 7 pés de moleque ao redor podendo substituir por paçoca

Ofereda entregue em figueiras de mato (árvore grande porte)

171
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Oxum
Bandeja de papelão com forro de papel de seda amarelo 1
r
Na natureza todas qualidades de oxum aceitam canjica amarela 1
regada a mel. Complementamos a seguir com 08 doces a base de l
'
gema de ovo como quindins, fio de ovos, fruta sem semente,
\
mamão melão pêssego amarelo. Flores amarelas como crisântemos
rosas. Mais 8 velas amarelas

Oferenda entregue em rio, cachoeiras geralmente agua doce.

FLORES

Na natureza ou no quarto de santo as flores são bem-vindas para


ofertar, porém lembramos que devemos jogar na água apenas as
pétalas, pois o restante polui e degrada o meio ambiente, lembre o
orixá é força da natureza. Respeite a natureza, e você estará
respeitando os orixás. Nada de plástico, vidro madeira, bijuterias
somente o que o peixe pode usar como alimento ou se decomponha
rápido.

(,

172
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

IBEJIS

Em um estudo mais aprofundado o religioso entende que IBEJI são


crianças bebês gêmeos, mas associados a figura paterna de Xangô
e materena de Oxum por isso um exemplo de oferenda apenas
doces. Entendemos que as demais, também existentem.

andeja de papelas forrada nas cores amarelo, branco, bermelho

Doces variados de massa, evitando sonho, papo de anjo ou balas de


hortelã, nesta bandeja colocamos duas mamadeiras, pirulitos balas

Oferenda entregue em nascente de rios, plantações recentes,


pedreiras de rios, pracinhas etc. velas colorias ou brancas

O exemplo mostrado na figura temos uma mesa de ibeji, mas


podemos fazer bandeja também.

lemanjá

Bandeja de papelão forrada com papel de seda na cor azul mar ou


verde água Canjica branca cozida refogada com salsa, enfeitada
com 8 cocadas uva branca e alguns casos melancia, toda oferenda
regada a mel. Notem que para as Yabás não colocamos bijoterias
nem mesmo plásticos pois agride o meio ambiente.

173
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Para Yemanjá ofertamos 2, 4 ou 8 rosas brancas, para o caso das


de "maior idade" também ofertamos hortênsias as velas são azul
mar na quantodade 8 adiciona-se uvas brancas para ambas yabás.

Oferenda entregue em praia de água doce ou salgada

Nota-se em algumas diásporas o uso da espumante mas


entendemos que o batuque não utiliza bebidas alcóolicas para as
divindades em sua construção e tradição. Mesmos assim
respeitamos quem o faz e não se orienta deixar de fazer por
influência de outra nação.

Oxalá
Bandeja de papelão com forro de papel de seda

- Canjica branca cozida com 8 merengues e regada a mel.

Para os mais velhos colocamos 4, 8 ou 16 ovos partidos cada um


em dois pedaços ao comprido. Coco ralado ao redor e uma flor
chamada de copo d'água.

1
1

\
1

174 \
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Amalá de frutas

Amala de frutas pertencente a Orixá Xangô abrangue vários orixás


em sinal de agradecimento geralmente ofertado em datas
comemorativas.

As frutas principais são bananas prata, mamão, maçã, abacaxi,


abacate, uva, neste caso por tradição evitamos colocar o limão e
bergamota.

COMIDAS FEITAS PARA SERVIR NO BATUQUE

Esses pratos são servidos nas festas e cerimonias para a


comunidade segundo tradição do batuque quanto mais as pessoas
comerem, no local, mais prosperidade haverá.

As comidas (MAGUÉ) fazem parte do Batuque e são o nosso elo de ligação


com a obrigação

CANJA

Caldo feito com galinha sacralizada acrescida de arroz e tempero


verde entre outros condimentos exceto pimenta. É um prato usado
desde a época do Brasil colônia, para curar pessoas e recuperar
enfermos, negros que voltavam de longas viagens muitas vezes
abatidos, cansados, fracos pelos maus tratos do regime
escravagista. Hoje a canja em dias de terminação é a primeira que
é servida logo que o batuqueiro chega no ylê e também em mesa de
ibeji. A canja é um dos pratos medicinais no batuque.

(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yleJ_


175
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

CHURRASCO DE OGUM

Churrasco feito de carne de cabrito de toda a obrigação é uma


comida típica de Ogum que divide o axé com os demais orixás

(Em algumas em cerimônias, mulheres não comem o churrasco do


avagã que é feito com o 4pés de Lode e Avagàn)

ATÃ PARA OGUM

Bebida feita com laranja picasa sem semente, maçã picada e


groselha (Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

GALINHA ENFAROFADA

Prato exclisivamente africano Farofa {do kibundo falofa) prato popular no brasil
a galinha enfarofada também é conhecida pelos índios Tupi. Os negros
utilizavam no período colonial. A baixa umidade faz com que o preparo se
preserve por um longo tempo sem conservantes.

ACARAJÉ DE OYÁ

Feijão miúdo /fradinho ralada em pedra frito tempero a gosto sem pimenta frito
no azeite (Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

BATATA DOCE FRITA DE IANSA

Batata doce frita cortada em rodelas e fritas em óleo de soja levemente


temperadas para o povo não para orixá

AMALÁ
l
CARNEIRO, GALO OU CAMARÃO PARA SERVIR NA CASA

(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

ABARÁ
1
Comida de santo oferecida a lansã e também ao orixá Obá, nos tempos atuais
começou a ter mais visibilidade no batuque.

176
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Conta a história, que o abará representa o àkàrà (fogo/brasa), esfriado pelo


amor, sentimento que amolece o coração humano. A iguaria é dedicada a Obá,
orixá que traz em seu corpo a marca do amor incondicional.

(Alguns sacerdotes informam ser somente do candomblé)"

(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

OMOLOCUM DO BATUQUE

Omolocum do batuque ou Polenta da Oxum feita com a ave sacralizada do


orixá Oxum e farinha de milho cozida agridoce

(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

Acarajés para Oxalá:

Feijão miúdo de molho por 24 horas, sem casa, batido e frito no azeite comum.
(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

Acaçá Pai Oxalá:

Canjica branca de molho por 24 horas, batida e cozida, enrolar em forma de


croquete e enrolados em folhas de bananeira, passadas na água quente.
(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

Acaçá doce feito com farinha de milho branca leite de coco, leite condensado
e coco ralada. (Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

Acaçá para Oxum:

Canjica amarela de molho por 24 horas, batida e cozida, enrolados em folhas


de bananeira, passadas na água quente. (Aprendizado no terreiro/casa de
santo/yle)

MANJAR PRA YEMANJÁ

Lata de leite condensado leite de leite de coco leite condensado

3 colheres de sopa de maisena. (Aprendizado no terreiro)

SARRABULHO

feito commiúdos dos 4pés sacralizados

177
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

(Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

Axoxõ

Milho inteiro escolhido e cozido (Aprendizado no terreiro/casa de santo/yle)

CANJICAS

Também conhecida como mugunzá servida doce servida com coco ralado e
leite de coco entre outros ingredientes

MERCADO

A imagem a seguir poucos batuqueiros, nos dias atuais puderam ver, e retrata
o batuque como ele se instalou no estado dos RS e fez história.

Em uma bandeja de pepelão e papel pardo, aos finais de cerimonia,


l,
levávamos um pedaço de carne, 1 laranja, 1 maçã, a farofa, a galinha 1

enfarofada, pipoca e um pedaço de bolo. As vezes era a refeição que se tinha


para comer após longos dias de trabalho no terreiro. Chegavámos cansados, as
vezes de dia claro, só a espera de algumas horas de sono e após acordar com
a laranja se fazia suco, a carne era aquecida e ficavam na lembrança e
emoção os axés de fala, as apresentações de facas, búzios entre outros
momentos inesquecíveis. O batuque está em nossas mãos e nas mãos dos
mais novos. Manter e preservar as tradições e fundamentos do nosso batuque.

Foto ilustrativa de um mercado entregue para Babalorlxá ou Yalorixá que era


diferente do mercado entregue a filho iniciante.

Autor Babalorixá Leandro dos santos

178
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

NAÇÕES DO BATUQUE

No Batuke temos as principais "nações" assim chamadas:

Jeje, Nago, ljexá, oyó, cabinda, grefê e moçambique.

O nagô tem forte influência, pois cantamos em nagô dialeto yorubá.

Segundo mestre Antonio Carlos as ''famílias" vieram puras da da


matriz e se misturaram na disporá devido a integração de filhos que
iniciavam no jeje e migravam para o ijexá logo jeje e ijexá, oyó e
jeje, jeje e nagô, Cabinda, Cabinda Oyó, e assim por diante•••
Assim, mesmo dentro das nações ex Cabinda, cabini ou Kabinda
assim denominada por um conceito Yorubano, Oyó que
teoricamente não se mistirava ou (Cabinda uma das maiores por
expansão no Brasil e no mundo) encontramos mistura e diferenças
entre famílias. Assim como no Oyó lgbomina, Bagan etc são outras
vertentes.

Existem ainda outras nações quase extintas no batuque o Grefê,


Moçambique (uma província de Portugal) e o Grefê (oriunda do Pai
Tureba de Ogum)

A nação ijexá tem a seguinte ordem de batuque e ritual:

Vamos citar dois exemplos da nação Jeje tira para os orixás


masculinos após para os orixás femininos encerrando com Oxalá,
Ordem semelhante ao Oyó lgbomina

Bara, Ogun, Xangô, Odé, Ossanha, Xapanã, ekó ,ibeji,Otim, Oyá,


Obá Oxum , Yemanjá e Pai Oxalá, Oxalá.

Esta raiz vem de pai Pirica.

179
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

A segunda e não menos importante, mas muito importante na


cidade de Rio Grande tamboreiro referência Rizadinha, lá
encontramos a nação Djeje de certa forma expandida no que tange

ao numero de casas e preservado com agdavis e muito mais.


\'
Olegbaa, Ogum, Gundan dança de par, Oxalá (chamado de liçan)
Oyá, Xangô dança de roda, lbeji chamados de Taiwó e taundê
(pequenos soligbos ou Djonoby Jonibó), (dança de par) Odé \
(chamado de aferekete), Obà, Ossanha (par), após gege de roda
para Ossanha. Oxum gege de roda após, par, Nanã par após gege
de roda para Nanã, Yemanjá, grefe de Sapaktá, surumakuko, gege
de roda pra Sapakta, finaliza com Sabalodjá pois era axé da Vá de
Chininha de Xangô Yalorixá de João de Exu By.

ljexá

Bará, Ogun, Oyá, Xangô, Ode-Otin, Ossain, Xapanã, Obá, Ekó Bari,
lbeiji, Oxum, lyemanjá, Oxalá.

(algumas feituras muda a escala de obá para antes de xapanã)

A nação kabinda tem a seguinte ordem de xirê:

Elegbaá, Bará, Ogun, Oyá, lbeiji, Xangô, Ode-Otin, Obá, Ossain,


Xapanã, Eko Bari (nesta vertene dificilmente tirada), Oxum,
lyemanjá, Oxalá.

A nação jeje -ijexa tem a seguinte ordem de xirê:

Bará, Ogun, Oyá, Xangô, Obá, Ode-Otin, Ossain, Xapanã, Eko Bari,
lbeiji, Oxum, lyemanjá, Oxalá.

(Em algumas famílias a Obápode sair após Ode-Otin, ou Ossain)

A nação oyó é a mais complexa pois ela tem duas ordens distintas: \
OyóBangan: 1

180
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Bará, Ogun , Oyá , Xangô , Ode-Otin ,Ossain ,Xapanã, Obá ,Eko Bari
,lbeiji ,Oxum ,lyemanjá ,Oxalá.

Oyó lgbomina:

Bara, Ogun, Xapanã, Odé, Osaiyn, Orunmila, Obokun, Xangô Agodô,


Rua (dependendo da ocasião e tipo de festa se tira a rua neste
momento), Aganju, lbeji, lemanjá, Otin, Oba(momento em que se
tira o Alabawo, onde só dançam os "'prontos""), Nanã Buruku (após a
cantiga de Nanã se tira umpouco de Jêje para cada Orixá de Bará
até Nanã), Ewa (com culto diferenciado do Candomblé e com 2
cantigas ainda conhecidas no Oyó), Oxum, Oyá, Oxalá.

Um outro detalhe no Oyó lgbomina não se tira jeje para os orixás


tirando apenas um pedacinho de cada orixá, após o alabawô.

Nota-se que a ordem seria uma questão de organização para que o


culto ocorra em sua complexidade.

Porém para todas aquele que abre os ritos dascerimonias sempre é


Esú, Elelgbará Elegbaá divindade que por tradição sem ele não se
faz nada, mesmo quando a oferenda é para o grande Pai Oxalá.

Nascemos, crescemos, aprendemos e repassamos saberes, pois, ao


partir, não levamos nada, mas deixamos o pouco do conhecimento
herdado de nossos ancestrais a fim de manter viva nossas raizes.

Autor Babalorixá Leandro dos santos


181
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Esta obra foi dedicada aos babalorixás e yalorixás presentes assim


como seu Mestre, Babalorixá e amigo (in memória)

Pai Antonio carlos de Xangô ao centro e avó Aida de odé que


ensinou os primeiros passos no batuque ao autor

Bábàlorisá Leandro dos santos

A seguir yalorixá Lurdinha de Oxum uma das pessoas mais


importantes na vida e na trajetória do autor sua benção mãe!

Lurdinha de Oxum descendente de Pai Chico de Ogum

182
Alalgbê e Babalorisá Leandro dos Santos

Alalgbê e Babalo risá Leandro do s Sant os

ADIQUIRA TAMBÉM O LIVRO DE REZAS C/ NOME E CLASSE DO ORIXÁ

O LIVRO DE AJUNTÓS E SOBRENOMES POR CLASSE DO ORIXÁ

CD MODELO MP3 UMBANDA O CAMINHO DE LUZ DA ABERTURA AO FECl:JA ME N TO


183

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