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Acupuntura como auxilio no tratamento da Ansiedade e Estresse no Trabalho


Silvia Colares de Oliveira1
Dayana Priscila Maia Mejia2
e-mail:silvia.psicologa@hotmail.com
Pós-graduação em Acupuntura – Faculdade Ávila

Resumo
A Medicina Tradicional Chinesa, desde os primórdios sempre nos despertou para uma
melhor qualidade de vida. Entre tantos ensinamentos, nos chama atenção para a técnica
da acupuntura que vem sobressaindo mundialmente como uma alternativa eficiente no
tratamento de diversas patologias e com resultados imediatos positivos. De acordo com
essa cultura, as doenças estão intimamente ligada com o processo emocional de cada
pessoa, o homem precisa viver de forma harmônica, equilibrada com a natureza, como
parte integrante do universo, caso contrario teremos uma desarmonia de energias e será
refletido nos órgãos internos e externos, gerando um processo de adoecimento.
Atualmente, com o mercado de trabalho altamente competitivo e exigente faz com que
profissionais busquem incansavelmente bons resultados para suas organizações,
ocasionando o que muitos especialistas em saúde consideram a doença do século, o
estresse. Neste trabalho temos como objetivo apresentar mais uma ferramenta de pesquisa
no âmbito da saúde, de que forma a acupuntura auxilia no tratamento da ansiedade e do
estresse. Assim o presente trabalho justifica-se pela necessidade de identificar um novo
tratamento para pacientes que apresentam doença oriunda do estresse, onde é de suma
importância para profissionais da área de saúde o conhecimento de novos tratamentos,
podendo proporcionar uma melhora da qualidade de vida aos indivíduos que necessitem
de ajuda.
Palavras-chave: Acupuntura; Ansiedade; Estresse.

1. Introdução
De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, a acupuntura é uma técnica terapêutica
milenar amplamente utilizada atualmente por profissionais capacitados na área da saúde. A
acupuntura preconiza o tratamento das doenças através da normalização dos órgãos
adoecidos. Sendo assim o presente trabalho procurando qual a eficácia da acupuntura no
tratamento da ansiedade e estresse no trabalho? Tendo como objetivo verificar a utilização
da acupuntura como auxilio no tratamento da ansiedade e estresse. Estudar os principais
fatores que desencadeiam a ansiedade e o estresse e o grau de comprometimento das
emoções envolvidas. O presente trabalho justifica-se pela necessidade de identificar novas
alternativas de tratamento para pacientes que de alguma forma estão sofrendo algum tipo
de doenças psicossomáticas ou desequilíbrio relacionado ao nível emocional, estresse e
ansiedade no trabalho tendo como importância subsidiar aos profissionais da área de saúde
com novos conhecimentos e tratamentos, podendo assim colaborar para uma melhor
qualidade de vida do paciente.

1
Pós-graduando em acupuntura
2
Orientadora. Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em
Bioética e Direito em Saúde.
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Segundo Ristol (1997), os acupontos formam empiricamente determinados no


transcorrer de milhares de anos de prática médica chinesa. Acupontos é uma
região da pele em que é grande a concentração de terminações nervosas
sensoriais. Essa região está em relação íntima com nervos, vasos sanguíneos,
tendões, periósteos e cápsulas articulares.

Doron e Parot (1991), estresse, noção tomada da física, e que designa a pressão excessiva
sofrida por um material. Em biologia esta noção designa, do mesmo tempo, as agressões
exercidas sobre o organismo (os agentes estressantes) e a reação do organismo às reações.
Essa reação é não especifica, o que quer dizer que ela não depende do agente agressor ou
estressante.
Doron e Parot (1991), os fisiologistas interessaram-se principalmente pelos sistemas
hormonais envolvidos na reação de estresse, quer se tratasse do sistema simpático e
medulo - suprarrenal, que intervém na reação de urgência, descrita por W.B.Cannon, em
1935, ou do sistema hipófisio- corticossuprarenal, responsável pela síndrome geral de
adaptação, descrita por H. Selye, em 1950. O estresse, porém, não consiste apenas na
liberação de catecolaminas e de glicocorticóides, outros hormônios são também afetados,
como os hormônios sexuais e o hormônio do crescimento, cuja reação é diminuída e as
endorfinas (ou morfinas endorgenas), cuja liberação é aumentada. A reação do estresse é
acompanhada pela atenuação da sensibilidade à dor (analgesia provocada pelo estresse),
que permite ao organismo concentrar seus recursos nos meios para enfrentar a agressão.
Doron e Parot (1991), em psicologia, o termo estresse é empregado para evocar as
múltiplas dificuldades que o individuo tem problema para enfrentar (os acontecimentos
estressantes da vida, também chamadas acontecimentos vitais), e os meios de que dispõe
para administrar esses problemas (as estratégias de ajustamento). Fala-se, às vezes, em
estresse para designar o estado em que se encontra o individuo que controla perfeitamente
a situação. Ao eustresse se opõe o abandono, que faz referencia às reações negativas que
surgem quando a situação é dificilmente controlável. Esses termos muito descritos, no
entanto, caíram em desuso, em beneficio da noção de controle, mais fácil de ser
operacionalmente definida. Não há descontinuidade entre os aspectos fisiológicos do
estresse. As reações hormonais às agressões dependem de fatores psíquicos, como a
novidade e a incerteza contidas nas situações provocadoras, e da capacidade de agir para
modificá-la. A percepção da situação e os próprios meios para enfrentá-la são
influenciados pela atividade hormonal. A primeira conseqüência dessas estreitas interações
entre hormônios e comportamento na reação de estresse é que não existe uma maneira
única de reagir à agressão, mas várias modalidades reacionais, conforme as possibilidades
de iniciativa do sujeito e a agressividade dos problemas com que ele se defronta. Pode-se
assim, distinguir dois modelos elementares de reação: um modo ativo, ligado à ativação
simpático, e um modo passivo, ligado à atividade do sistema hipósio-corticossupra-renal
(conservação-retração). As pesquisas atuais estão voltadas para a caracterização desses
padrões reacionais, para sua dependência em relação à experiência anterior ou aos fatores
genéticos e para os riscos patológicos a eles ligados.
Dron e Parot (1991), estresse Ambiental: conjunto de condições geralmente atribuído à
vida urbana e as quais o sujeito tem de fazer frente: ruído, poluição do ar, densidade,
comumente resumida no concerto de sobrecarga ambiental, exige do individuo um
aumento de energia psicológica devido ao esforço de adaptação, cujo custo pode ser tanto
imediata como de longo prazo. O estresse tem influencia no comportamento social do
sujeito (agressão, altruísmo, relações sociais em geral). A consideração das respostas
psicológicas enfatiza os processos cognitivos mediadores entre o estimulo estressante e as
estratégias adaptativas do sujeito. Dentro do estresse ambiental, o ruído ocupa lugar
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preponderante, afetando tanto o desempenho imediata nas tarefas complexas, quanto a


fadiga física consecutiva ao esforço despendido pelo sujeito para manter sua performance.

Doron (1991), A Ansiedade é uma emoção gerada por uma antecipação de um


perigo difuso, difícil de prever e de controlar. Transforma-se em medo diante de
um perigo bem identificado. A ansiedade é acompanhada por modificações
fisiológicas e hormonais características dos estados de ativação elevada, e está
muita vezes associada ao comportamento de conservação-retração ou a atitude de
evitação.

Dorn e parot (1991), os distúrbios ansiosos compreendem as fobias, as crises de angustias


ou ataques de pânico, a ansiedade generalizada, manifestações obsessivas e compulsivas, e
ansiedade pós-traumática. Com exceção das crises de angústia, os medicamentos
recomendados para as manifestações sintomáticas da ansiedade patológica são os
benzodiazepínicos ou tranquilizantes menores. O destaque dado às regiões de ligação ou as
de receptores no cérebro para esses medicamentos fez com que se pesquisasse a possível
existência de moléculas presentes normalmente no organismo e capazes de ligar-se aos
receptores dos benzodiazepínicos para simular sua ação ou opor-se a ela, mais tal tentativa
permaneceu sem sucesso. Para certos Neurobiológicos, a ansiedade seria devida à ativação
dos neurônios noradrenégicos saídos de um núcleo do tronco cerebral, o lócus coeruleus;
para outros, a discussão giraria em torno da serotonina cerebral. Essas pesquisas são
realizadas numa perspectiva neuroquímica e neurobiológica.

Kaplan (1997), o fato de um evento ser percebido como estressante depende da


sua natureza, bem como dos recursos, defesas e mecanismo de manejo do
individuo. Esses envolvem o ego, uma abstração coletiva que se refere aos
processos pelas quais a pessoa percebe, pensa e atua sobre os eventos externos
ou impulsos internos. Uma pessoa cujo ego funcionando adequadamente
encontra-se em um equilíbrio adaptativo com o mundo externo e o mundo
interno; caso não esteja funcionando adequadamente e o desequilíbrio continue
por tempo suficiente, a pessoa apresentará ansiedade crônica.

Kaplan (1997), independentemente de o equilíbrio ser externo, entre as pressões do mundo


exterior e o ego do paciente, ou interno, entre seus impulsos (agressivos, sexuais, ou de
dependência) e sua consciência, o desequilíbrio provocará um conflito. Os conflitos
causados por acontecimentos externos, em geral, são denominados interpessoais. Enquanto
os causados por eventos internos são chamados de intrapsíquicos ou intrapessoais. Uma
combinação dos dois é possível, como no caso do subordinado que tem um chefe
excessivamente exigente ou crítico é preciso controlar o impulso de agredi-lo por medo de
perder o emprego. Os conflitos interpessoais e intrapsíquicos, na verdade, estão geralmente
combinados, pois os seres humanos são animais sociais e seus principais conflitos
envolvem outras pessoas. Sintomas psicológicos e cognitivos da ansiedade; a experiência
da ansiedade tem dois comportamentos:
Consciência de sensações fisiológicas (como palpitação e sudorese). Consciência de estar
nervoso ou amedrontado. A ansiedade pode ser aumentada por um sentimento de
vergonha, muitas pessoas podem sentir perplexas ao perceberem que os outros não têm
conhecimento de sua ansiedade, ou se tem não avaliam sua intensidade. Além dos efeitos
motores e viscerais da ansiedade, seus efeitos sobre o pensamento, a percepção e o
aprendizado não devem ser ignorados. A ansiedade tende a produzir confusão e distorções
perceptivas não apenas em termos de tempo e espaço, mas de pessoas e significados dos
eventos. Essas distorções podem interferir no aprendizado, baixando a capacidade para
fazer associação. Um aspecto importante das emoções é sua seletividade, os indivíduos
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ansiosos são capazes de selecionar certos objetos em seu ambiente e ignorar outros, em um
esforço para provarem que estão certos ao considerarem a situação amedrontadora e ao
responderem de acordo com esta percepção. Manifestação periférica da ansiedade:
Diarréia, tonturas, hiperidrose, hiper-reflexia, hipertensão, palpitações, midríase pupilar,
inquietação, taquicardia, formigamento nas extremidades, tremores, desconforto
abdominal.
Papalia (2000), acontecimentos estressantes fazem parte da infância, e a maioria das
crianças aprendem a enfrentá-los. Mas o estresse que se torna esmagador pode levar a
problemas psicológicos. Quanto mais estressantes as mudanças que ocorrem na vida de
uma pessoa maior a probabilidade de doença. As mudanças mesmo que positivas podem
ser estressantes, e algumas pessoas reagem ao estresse ficando doentes. Atualmente o
estresse está cada vez sendo investigado como fator de doença e parte deste estresse estar
relacionado com o trabalho, sintomas físicos são mais as dores de cabeça, dor de estomago,
dores musculares ou tensão muscular e fadiga. Os sintomas psicológicos mais comuns são:
nervosismo, ansiedade, tensão, raiva, irritabilidade, e depressão. Essas reações psicológicas
podem aumentar a vulnerabilidade a doenças, assim como, ao que parece, o esforço para
enfrentar o próprio estresse. As pessoas que passam por momentos estressantes são mais
propensas a ficarem resfriados. O estresse intenso pode debilitar o sistema imunológico. O
estresse também pode prejudicar a saúde indiretamente, por meio do estilo de vida, as
pessoas sob estresse podem dormir menos, fumar e beber mais, comer mal e dar muito
pouca atenção a saúde.
Compendio de Psiquiatria (2002), a característica essencial do transtorno de estresse agudo
é o desenvolvimento de uma ansiedade característica, sintomas dissociativas e outros que
ocorrem dentro de um mês após a exposição a um estressor traumático externo. Enquanto
vivencia o evento traumático ou logo após, o individuo tem pelo menos três dos seguintes
sintomas dissociativos: um sentimento subjetivo de anestesia, distanciamento ou ausência
de respostas emocionais, redução da consciência sobre aquilo que o cerca, desrealização,
despersonalização ou amnesia dissociativa. Após o trauma, o evento traumático é revivido
persistentemente, o individuo apresenta acentuada esquiva de estimulo que podem ativar
recordações do trauma e tem sintomas acentuados de ansiedade ou excitabilidade
aumentada. Os sintomas podem causar sofrimento, clinicamente significativo, interferi
significativamente no funcionamento normal, ou prejudicar a capacidade do individuo de
realizar tarefas necessárias. Em respostas a eventos traumáticos, o individuo desenvolvem
sintomas dissociativos. Apresenta uma redução na resposta emocional, frequentemente
considerado difícil ou impossível ter prazer em atividades anteriormente agradáveis, e com
frequência se sentem culpados a cerca de realizarem tarefas habituais em suas vidas. Eles
podem experimentar dificuldades de concentração, sensação de estarem separados do
corpo, perceber o mundo como irreal ou como um sonho, ou ter maior dificuldade para
recordar detalhes específicos do evento traumático. Além disso, pelo menos um sintoma de
cada um dos agrupamentos sintomáticos necessários para o transtorno de estresse pós-
traumático está presente. Em primeiro lugar, o evento traumático é persistentemente
revivido. Em segundo lugar lembranças do trauma são evitadas. Finalmente, uma
hiperexcitabilidade em resposta a estímulos que lembram o trauma está presente.

Honervogt (2006) estamos vivendo tempos de mudanças rápidas e os avanços


tecnológicos das ultimas décadas alteraram quase todas as nossas condições de
trabalho e o modo como nos comunicamos uns com os outros. No entanto, a
tecnologia e os computadores que nos ajudam na profissão também nos impõem
novas tarefas, bombardeiam-nos com quantidades de informação aparentemente
infinitas e passam a ideia de que temos de está sempre “de plantão”, seja por
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meio de telefonemas celulares ou de mensagens eletrônicas. Também nos


sentimos pressionados a ser flexíveis com o nosso tempo e a ter competência
para conta de muitas obrigações ao mesmo tempo, e essa multiplicidade de
compromissos normalmente é muito desgastante. O problema é que dificilmente
conseguimos aliviar o estresse que acumulamos no trabalho. Assim, teremos o
estresse e a raiva no corpo, onde se manifestam como tensões físicas, dor e talvez
doença. A maioria das pessoas desenvolvem mecanismos de compensação para
lidar com situações estressantes. Algumas comem ou bebem demais, fumam
excessivamente ou entram em letargia e param de fazer exercícios. Outras
desenvolvem sintomas como nervosismo, acessos de ansiedade, fadiga,
abatimento, alterações de humor, suores repentinos, esquecimento, agressão,
depressão, frustração ou insatisfação. Alguns desses sintomas podem inclusive
transformar-se em doenças mais graves, como dermatite, asma, enxaqueca ou
úlcera gástrica. Mesmo a pressão alta, os problemas cardíacos, a diabetes a
esterilidade podem ter como causa o estresse.

Segundo Grapta (2008), sempre que experimentamos o estresse, um mecanismo é ativado


para combatê-lo que também é chamada resposta imediata ou de alarme. É como se um
alerta vermelho se manifestasse no corpo para encontrar a ameaça ou emergência iminente.
Nesta condição, o componente simpático do sistema nervoso autônomo é estimulado
através de um impulso do hipotálamo levando as seguintes respostas físicas:
- a glândula pituitária libera o hormônio ACTH que provoca as glândulas supra-renais;
- as glândulas supra-renais produzem o hormônio cortisol que age no fígado;
- o cortisol converte o glicogênio armazenado no fígado em açúcar no sangue para
proporcionar energia imediata;
- a respiração torna-se mais rápida para fornecer mais oxigênio ao corpo;
- os hormônios do estresse, tais como adrenalina, e não adrenalinas são liberadas
diretamente na corrente sanguínea para produzir uma onda de energia no corpo;
- os batimentos cardíacos aumentam para ampliar a circulação sanguínea;
- os vasos sanguíneos dilatam-se e a pressão sanguínea sobe;
- o suor aumenta, a resistência da pele diminui;
- a compressão e tensão dos músculos aumentam para permitir que estejam prontos para a
ação;
- o processo de digestão é interrompido para que o sangue seja direcionado do estomago
para os músculos do esqueleto;
- a dilatação da pupila ocorre para permitir mais luz nos olhos;
- a boca resseca-se, porque a glândula salivar seca;
- os músculos do reto e bexiga relaxam;
- os membros tremem e a voz fica estridente;
- o sangue é desviado da pele. Os vasos sanguíneos periféricos são contraídos dando uma
sensação de frio nas mãos;
- o sistema imunológico torna-se vulnerável.
Odoul (2003), as tensões psíquicas e psicológicas apresentam uma sensação de tensão, de
desagrado, por exemplo, as tensões dorsais, as dificuldades digestivas, os pesadelos, os
mal-estares ou um mal-estar psicológico. As doenças nos permitem duas coisas. Antes de
tudo liberar as energias tensionais armazenadas e, nesse sentido, ela faz o grande papel de
válvula. Podemos meditar seriamente sobre o que representa o modelo “moderno”, ou seja,
alopático (medicamentos), de tratamentos das doenças. Esse modelo amordaça as doenças
ou mesmo as “mata” na sua origem ou quando estão em plena força, impedindo-as assim
de se exprimir.
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2. Métodos
Mori (2011), o maior mérito da acupuntura consiste talvez no fato de estimular os tecidos
com danos mínimos aos mesmos. Essa estimulação praticamente não causa dor ao paciente
e inclusive, em muitos casos, aplicada a pontos não saudáveis ou em estado normal, pode
ser bastante agradável. Cada doença traz consigo uma sensação de desarmonia em alguma
parte do corpo. A observação desta – e se é superficial ou profunda – pode fornecer os
dados para uma estimulação, e isso somente é possível por meio da acupuntura. Outra
importante vantagem é que o acupunturista bem treinado pode controlar a intensidade do
estimulo conforme as necessidades, caso a caso. Como auxilio no tratamento da ansiedade
e do estresse, utilizam-se alguns pontos locais de acupuntura: Uma dupla de Vasos
Maravilhosos (BP4-CS6), VG20, IG4, C3, E23, E36, F2, YINTANG.
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o estresse tem uma relação com a ansiedade e a
depressão é regido pelo coração e mente juntamente com os meridianos que passam pela
região. A matriz emocional relacionada ao estresse e a ansiedade é a frustração e os
meridianos envolvidos são circulação e sexo, coração, fígado, estômago e intestino grosso.
Yu-Lin (2006), o Baço Pâncreas 4 (BP4), está localizado, na depressão distal inferior a
base do primeiro osso metatársico, na linha divisória entre a carne vermelha e a branca.
Circulação Sexo 6 (CS6), situa-se no meio da face anterior do braço, 2 tsun acima da prega
do punho, entre os tendões. Vaso Governador 20 (VG20) encontra-se sobre a linha media
craniana, na união com a linha que passa no ápice da orelha. Intestino Grosso 4 (IG4)
encontra-se na junção dos dois primeiros metacarpos, face dorsal da mão, numa depressão
onde bate a artéria radial. Coração 3 (C3), encontra-se um tsun da extremidade da prega
interna do cotovelo. Estomago 23 (E23), encontra-se dois tsun acima da linha do umbigo,
na linha lateral do musculo reto abdominal. Estomago 36 (E36), localiza-se três tsun
abaixo da patela, entre o musculo da tíbia anterior e o musculo extensor longo dos artelhos.
Fígado 2 (F2), encontra-se no espaço entre o halux e o segundo artelho, na base do halux.
O Yintang está localizado ao meio caminho entre as sobrancelhas.
A ventosa terapia: é uma técnica que pode incluir no tratamento, ela consiste na liberação
do QI estagnado no tecido conjuntivo liberando as fáscias, aumentando a irrigação tecidual
e oxigenação, para melhor desligamento das aponeuroses, que muitas vezes quando
aderidas são causadas de dores, principalmente na região lombar e cervical.
Pode ser aplicada de forma fixa (no acuponto, ou ponto ashi), ou de forma móvel (trajeto
dos meridianos).
Ventosa fixa: método de girar rapidamente uma bola de algodão acesa na ventosa; ventosa
móvel: método de aplicar ventosa móvel.
A aplicação da ventosa regulariza o fluxo do QI e do sangue e ajuda a extrair e elimina os
fatores patogênicos como: vento, frio, umidade, e calor.
Efeitos: tonifica o sangue, melhoram as funções circulatórias, aperfeiçoamento e
regularização do sistema nervoso autônomo etc. remoção da dor, relaxante muscular,
órgãos digestivos, tratamento do estomago, baço e intestino. A pequena força de tração
sobre o ventre estimula o interior dos órgãos, seus movimentos peristálticos e a secreção de
fluidos digestivos.
Ainda como auxilio no tratamento da ansiedade estresse, coloca-se alguns pontos de
aurículoterapia, pontos: Shenmen, Simpático, tensão emocional, Ansiedade I e II, Fígado,
Coração. Se o paciente for do gênero masculino coloca-se do lado esquerdo e se for mulher
coloca-se do lado direito.
De fato, muitos pontos do canal do pericárdio têm profunda influencia no estado mental e
são frequentemente utilizados em problemas mentais-emocionais. Três bons exemplos são
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aqueles de PC-6 (NEIGUAN), estimulam o humor e melhoram a depressão, PC-7


(DALING), que acalma a mente e ansiedade, PC-5 (JIANSH), que resolve o problema da
fleuma nublando a mente. Em especial, o pericárdio também influencia as relações com
outras.
- Pontos para lombalgia
Método usar agulhas filiformes com estimulação moderada. Tratar diariamente ou em dias
alternados. Nos casos de lombalgia crônica, moxa é associada. Para lombalgia aguda ou
severa, usar uma agulha de 3 pontas para agulhar B40 e sangrar. B40, B23, VB30, de 20 a
30 mini. Mais moxa.
- Pontos Complementares;
Distensão lombar aguda: Agulhar VC26, ou ID6, com estimulação moderada. Pedir ao
paciente que exercite a região lombar durante a inserção. Retirar as agulhas quando a dor
for aliviada. Lombalgia devida à invasão de frio e umidade: VG, VG16. Lombalgia devida
à deficiência do Rim. VC, B52. Distensão do músculo lombar: B17, B23.
Ventosa pode ser coadjuvante, sendo usado nos pontos sensíveis locais no tratamento das
variadas lombalgias.
Palpitação: Pontos principais: Xinshu (B15), Juque (VC14), Neiguan (CS60), Shenmen
(C7), Sanyinjiao (BP6).
Método - usar agulhas filiformes com estimulação moderada. Manter-las por 20 à 30 min
com manipulação periódica. Uma vez a cada 5 à 10 min. Tratar diariamente ou em dias
alternados. Pontos complementares: (CS5), (VG25), (C5), B17, B14, B23, R3, E40, P5,
F3, VG9, BP10.
Auriculoterapia; Pontos-Coração, fim da helix crus inferior, shenmen, cérebro. Método-
escolher 2 a 3 pontos por sessão, agulhar com estimulação periódica 2 a 3 vezes. Tratar
diariamente.
Segundo Geng, Junying (1996) Coloca alguns pontos para tratar algumas cefaleias;
Cefaleia; VG20, VB20, de 20 à 30 min com manipulação periódica. Trata diariamente.
Pontos complementares: Cefaleia frontal: VG23, E8, IG4, Cefaleia parietal: VG21, F3,
R1Cefaleia unilateral: VB8, ID3, Cefaleia Occipital: VG19, B10, ID3.
Para equilibrar a Mente:
O Baço regula a capacidade de estimular e analisar as informações. Regula as faculdades
intelectuais da memoria e da lógica.
O esforço e a clareza mentais são fornecidos pelos rins; a vivacidade da mente e a
percepção consciente são fornecidas pelos pulmões; mas o Baço fornece a capacidade de
desistir de estruturas desnecessárias para vivenciar a verdade pura são fornecidas pelo
pulmão; mas o Baço fornece a capacidade de ponderar e refletir.
Se o QI do Baço estivar deficiente ou estagnado, a memoria pode ficar fraca e a mente
pode se tornar congestionada ou lenta em receber e processar informações. Ou então pode
haver preocupação ou pensamento e comportamento obsessivos.
BP-3, BP-6, BP-10, podem fortalecer a mente por meio da tonificação do QI e do sangue;
BP-6 pode acalmar amente pela tonificação do yin de estomago, pulmões, coração, fígado
e Rins; BP1 pode revigorar a mente, movendo a estagnação.
Para estabilizar as emoções;
BP3, R3, e C7; BP6, F3, F8.

3. Discussão
Maciocia (2007), Órgãos internos e Emoções: Esse é um aspecto extremamente importante
da teoria Chinesa dos órgãos internos, o qual ilustra a umidade do corpo e da mente na
medicina chinesa. O mesmo QI que é a base de todos os processos fisiológicos, também o
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é para os processos mentais e emocional, uma vez que o QI, como já vimos, existe em
diversos estados de agregação e refinamento. Ao passo que no acidente a fisiologia
emocional e os processos mentais são atribuídos ao cérebro, na medicina chinesa eles são
partes da esfera de ação dos órgãos internos. Assim na medicina Ocidental, o cérebro e o
Sistema Nervoso estão no topo da pirâmide da mente-corpo, com os centros autônomos do
córtex do cérebro no topo e a vísceras ao fundo.
A relação entre cada órgão e uma emoção particular é mútua: o estado do órgão afetará as
emoções e as emoções afetarão o estado do órgão. O coração relaciona-se a alegria, o
fígado à raiva, o pulmão à tristeza e à aflição, o Baço ao pensamento e ao estado de ficar
pensativo, e o Rim ao medo. Assim, por exemplo, um estado de raiva persistente em razão
de uma situação particular na vida de alguém pode causar a subida do YANG do fígado e
vice-versa.
Se o yang do fígado sobe porque o sangue do fígado está deficiente, isso pode fazer com
que a pessoa fique propensa a explorações da raiva. Tais emoções se tornam uma causa de
desequilíbrio apenas quando são excessivas e prolongadas. Por meio do tratamento de um
órgão especifico, podemos influenciar determinada emoção relacionada ao órgão em
questão e auxiliar a pessoa alcançar um estado de equilíbrio emocional.
Maciocia (2007), o conceito de YIN-YANG é provavelmente o mais importante e
distintivo da teoria da medicina chinesa. É possível dizer que toda fisiologia, patologia e o
tratamento da medicina chinesa podem, às vezes, ser reduzido ao yin-yang. Tao conceito é
muito simples ainda que profundo. Aparentemente, pode-se entendê-lo sob o nível racional
e achar novas expressões dele na pratica clinica e na vida cotidiana.
O conceito de yin-yang, juntamente com Qi, tem permeado a filosofia chinesa há séculos,
sendo diferente de qualquer ideia filosófica ocidental. Em geral a logica ocidental tem
como base a oposição dos contrários, sendo esta a permissa fundamental a logica
aristotélica.
Maciocia (2007), Junto com a teoria de yin-yang, a teoria dos Cinco Elementos constitui a
base da teoria da medicina chinesa. O termo “cinco elemento” tem sido utilizado pela
maioria dos profissionais que praticam a medicina chinesa há muito tempo.
Funções do Coração: O coração é considerado o mais importante de todos os órgãos
internos, sendo algumas vezes descrito como o “soberano”, imperador ou monarca dos
órgãos internos.
As principais funções do Coração são governar o sangue, os vasos sanguíneos e abrigar a
mente (shen). Um Coração saudável é essencial para o suprimento adequado de sangue
para todos os tecidos os tecidos do organismo. Quando sua função é prejudicada, (por
exemplo, o sangue do coração deficiente), a circulação do sangue torna-se escassa e as
mãos podem ficar frias.
A relação entre o Coração e o sangue é importante sob outro aspecto, uma vez que
determina a força da constituição de um individuo.
De acordo com a medicina chinesa, a atividade mental e a consciência “residem” no
coração. Isso significa que o estado do coração (e do sangue), afetará as atividades
mentais, incluindo o estado emocional. Em particular, cinco funções são afetadas pelo
estado de coração.
Se o coração estiver forte e o sangue for abundante, haverá uma atividade mental normal,
uma vida emocional equilibrada, uma consciência clara, boa memoria, pensamento
aguçado, e bom sono. Se o coração estiver fraco e o sangue deficiente, podem ocorrer
problemas mental-emocionais (tais como depressão), memoria pobre, pensamento obscuro,
insônia ou sonolência e, em casos extremos inconsciência.
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Maciocia (2007), O fígado tem muitas funções importantes dentre as quais estão:
armazenar sangue, assegurar o movimento homogêneo do QI ao longo do corpo e abriga a
alma etéria. O sangue do fígado é muito importante para nutrir os tendões, permitindo,
desse modo, o exercício físico, e para armazenar sangue para o útero, assegurando assim
uma menstruação regular.
O fluxo homogêneo do QI do fígado é essencial a todos os processos fisiológicos em cada
órgão e em cada parte do corpo. Em âmbito psíquico, a alma Etéria (hun) executa um papel
muito importante em nossa vida mental e espiritual ao promover a mente (shen) com
inspiração, criatividade, sonhos de vida e um sentido de direção na vida.
Em particular o sangue do fígado, também é responsável por nossa capacidade por
recuperar a energia e contribuir para a resistência do corpo aos fatores patogênicos
exteriores.
A função do fígado de assegurar o fluxo homogêneo do QI apresenta uma influencia
profunda sobre o estado emocional. Ainda em âmbito físico, o fluxo homogêneo do QI do
fígado auxilia as atividades fisiológicas de todos os órgãos; em um âmbito mental-
emocional, esse fluxo uniforme do QI, assegura uma vida emocional equilibrada. Essa é
principalmente uma função da Alma Etéria, já que o fluxo homogêneo do QI do fígado em
um âmbito físico reflete o “vai-e-vem homogêneo da Alma Etéria em um âmbito
psíquico”.
Se o QI do fígado flui homogeneamente, o QI flui normalmente e vida emocional será
feliz. Se tal função estiver prejudicada, a circulação do QI será obstruída, o QI se tornará
reprimido, provocando frustração emocional, depressão ou fúria reprimida, acompanhada
de sistemas físicos como; distensão no hipocôndrio ou no abdome, sensação de opressão
no tórax e sensação de “caroço” na garganta. Nas mulheres, isso pode originar tensão pré-
menstrual, incluindo depressão, irritabilidade e distensão nas mamas. Isso é uma relação
reciproca: função retida no fígado causará tensão emocional e frustração, e uma vida
emocional tensa, caracterizada pela frustração ou pela raiva reprimida, prejudicará a função
do fígado e causará uma dificuldade para o fluxo homogêneo do QI.
A raiva é a emoção que está estreitamente relacionada ao fígado. A raiva deveria ser
entendida em um sentido amplo, no qual deveriam ser incluídas a frustração, o
ressentimento, a raiva reprimida e a fúria. A raiva causa estagnação do QI do fígado, em
especial quando reprimida; a raiva que é desabafada, frequentemente causa subida do yang
do fígado ou do fogo do fígado.
Na doença, o aumento do movimento do QI do fígado pose-se descontrolar, resultando na
separação do yin e do yang, e no aumento excessivo do yang ou do fogo do fígado. Isso
causa irritabilidade, explosões de raiva, rubor facial, tontura, tinido e cefaleia.
Maciocia (2007), O pulmão governa o QI e a respiração e, em particular, está encarregado
da inalação do ar. Por essa razão, e também por sua influencia sobre a pele, é o órgão
intermediário entre o organismo e o meio ambiente.
Controla os vasos sanguíneos, onde o QI do pulmão auxilia o coração no controle da
circulação sanguínea. Tem um papel vital no movimento dos fluidos corpóreos.
Relacionada ao pulmão, a alma corpórea também está vinculada à respiração. Assim como
na medicina ocidental, o oxigênio entra no sangue por meio da respiração, na medicina
chinesa, a respiração é uma manifestação da Alma Corpórea, que afeta todas as funções
fisiológicas.
No sentido emocional, a Alma Corpórea é afetada de maneira direta pelas emoções de
tristeza ou lamento, as quais obstruem seus movimentos. Uma vez que a Alma Corpórea
reside no pulmão, tais emoções tem um efeito poderoso e direto sobre a respiração, que
pode ser sentido como a pulsação da alma corpórea. A tristeza e o lamento afetam a alma
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corpórea, dissolvem o QI do pulmão e suspendem nossa respiração. A respiração curta e


superficial de uma pessoa que está triste e deprimida é um exemplo disso. De modo
similar, a respiração rápida e superficial que ocorre apenas na parte superior do tórax,
quase no pescoço, é uma expressão da contrição da alma corpórea e do QI do pulmão. Por
essa razão, o tratamento do pulmão é de maneira geral, muito importante nas alterações
emocionais derivadas de depressão, tristeza, lamento ansiedade ou luto.
Aflição magoa e tristeza afeta o pulmão de maneira direta. A aflição tende a “atar” o QI, a
mágoa e a tristeza tendem a esvaziar o QI. A ação de “atar” provocada pelas aflições no QI
pode ser visto na tensão do ombro e do tórax, apresentadas por pessoas que estão sujeitas à
aflição, também pode atingir os seios nas mulheres e em grande parte das vezes pode ser a
raiz da formação de nódulos nas mamas.
Maciocia (2007), A principal função do baço consiste em auxiliar a digestão do estomago
por meio do transporte e da transformação das essências dos alimentos, absorvendo a
nutrição destes e separando as partes utilizáveis das inutilizáveis.
O baço é o órgão central na produção do QI: a partir dos alimentos e líquidos ingeridos, ele
extrai o QI do alimento (GU QI), que é a base para a formação do QI e do sangue. O QI
dos alimentos, produzidos pelo baço, combina-se com o ar no pulmão para formar o QI da
reunião, que é por si só a base para a formação do QI verdadeiro (zhen QI).
O intelecto reside no baço e é responsável pelo pensamento aplicado, estudo,
memorização, focalização, concentração e geração de ideias. Se o baço estiver forte, o
pensamento estará claro, memória preservada, e capacidade de concentração, estudar, gerar
ideias boas também será boa. Se o baço estiver fraco, o intelecto será entorpecido e o
pensamento lento, a memoria pobre e a capacidade para estudar, a concentração e a
focalização estarão todas prejudicadas. O excesso de pensamento consiste em eventos ou
nas pessoas, ou remoer o passado.
Maciocia (2007), O rim é frequentemente referido como “raiz da vida” ou raiz do QI pré-
celestial. Isso ocorre porque ele armazena Essência que, em sua forma pré-celestial, é
derivado dos pais estabelecido na concepção; tal Essencia determina nossa constituição
básica, dessa maneira, a descrição do rim como “raiz da vida”. O rim governa o
nascimento, crescimento, a reprodução e o desenvolvimento. Também produz a medula,
abastece o cérebro, controlo os ossos, abriga a força de vontade (ZHI) e controla a porta de
vida (fogo ministro).
Diz-se na medicina chinesa que o rim é a “residência” da força de vontade (ZHI). Isso
significa que o rim determina nossa força de vontade. Se o rim estiver forte, a força de
vontade também estará à mente enfocará seu objetivo e o perseguirá como proposito. Ao
contrario, a força de vontade será afetada e a mente será facilmente desencorajada alcançar
seu proposito. A falta de força de vontade e motivação são, com frequência, aspectos,
importantes da depressão mental.
Maciocia (2007), O pericárdio é um órgão que não é tão claramente definido como os
outros órgãos YIN. O pericárdio (xin Bao Lou) é uma membrana que envolve o coração;
funciona como uma cobertura externa do coração, protegendo contra os ataques dos fatores
patogênicos externos.
Como o coração, o pericárdio abriga a mente e por esse motivo influencia profundamente o
nosso mental-emocional. Por exemplo: uma deficiência de sangue afetará o pericárdio
tanto quanto o coração, fazendo a pessoa ficar deprimida e levemente ansiosa. O calor no
sangue agitará o pericárdio e fará a pessoa ficar agitada e inquieta. O flêuma obstruindo o
pericárdio também obstruirá a mente causando confusão mental. A função do pericárdio no
plano mental-emocional é provavelmente o equivalente psíquico da função do pericárdio
no tórax mencionada anteriormente como referencia ao movimento do QI, e do sangue do
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coração e do pulmão: exatamente como ele faz em um nível físico, em um nível mental-
emocional o pericárdio é responsável pelo “movimento” em direção aos outros, isto é, nos
relacionamentos. Dado que o pericárdio está relacionado ao fígado dentro dos canais de
YIN terminal, esse “movimento” está relacionado ao movimento da Alma Etérea do ego
em direção aos outros nas relações sociais e nas interações familiares.
A medicina chinesa enfatiza o equilíbrio como uma questão-chave da saúde: o equilíbrio
entre o repouso e os exercícios, na dieta, nas atividades sexuais e no clima. Qualquer
desarmonia continua pode se tornar uma causa patológica. Por exemplo, muito descanso,
ou muito exercício físico, muito trabalho, sexo em demasia ou mesmo ausência deste, dieta
não balanceada, vida emocional desequilibrada e condições climáticas extremas, todos
esses fatores podem ser causa de doenças.
As causas patológicas “interiores” são aquelas decorrentes de tensão emocional.
Tradicionalmente, as causas patológicas interiores emocionais, que prejudicam diretamente
os órgãos internos, foram contrastadas com as causas patológicas exteriores, climáticas que
afetam primeiro o exterior do corpo.
A visão dos órgãos internos como esferas físico-mental-emocional de influencia é um dos
aspectos mais importantes da medicina chinesa. O ponto central disso é o conceito de QI
como energia-matéria que origem à fenômenos físicos ou mentais e emocionais ao mesmo
tempo. Assim, para a medicina chinesa, o corpo, a mente e as emoções estão integrados
com um todo sem inicio ou fim, no qual os órgãos internos são a maior esfera de
influência.
Papel das emoções com causas de doenças:
Existe uma diferença entre a medicina chinesa e a ocidental no que refere à visão das
emoções. Enquanto a medicina ocidental também reconhece a interação entre o corpo e a
mente, isso acontece de forma completamente diferente na medicina.
Na medicina ocidental, o cérebro está no topo da pirâmide do corpo-mente. As emoções
afetam o sistema límbico dentro do cérebro, os impulsos nervosos percorrem em descida o
hipotálamo, pelos centros nervosos simpáticos e parassimpáticos, e finalmente alcançam os
órgãos internos. Assim o impulso nervoso, desencadeado pela indisposição emocional, é
transmitido a um órgão relevante.
Na visão chinesa é inteiramente diferente. O corpo-mente não é uma pirâmide, mas um
círculo de interação entre os órgãos internos e seus aspectos emocionais.
Ross (2003), Os fatores que originam as doenças podem ser constituição, fatores
Patogênicos externos ou fatores climáticos, fatores patogênicos internos ou fatores
emocionais ou fatores que não são nem internos, os chamados fatores do estilo de vida.
Aqui, contudo, a origem das doenças é discutida em um contexto filosófico mais amplo,
fundamentado no conceito do self superior.
A maioria das doenças da sociedade moderna resulta d falta de contato com as energias do
espirito. Em vez de amor, há medo e ódio de si mesmo, dos outros e do mundo. A doença
da sociedade deriva da infelicidade profunda dos indivíduos, do isolamento e da alienação.
Os fatores do estilo de vida, assim denominados pela Medicina Tradicional Chinesa, são
também chamados de fatores de variados e estão relacionados com as compensações para a
dor da separação do self superior. Se tais compensações se tornarem excessivas, podem
originar doenças por exemplos, excesso de trabalho mental pode danificar o baço; sexo em
excesso pode deteriorar os rins e falta de exercícios pode ressaltar em deficiência e
Estagnação do QI.
Segundo B. Auteroche (1992), Os sete sentimentos (QI QING), ou cinco elementos
(wuzhi), alegria, raiva, preocupação, pensamento, tristeza, medo, pavor representam as
modificações do espirito em reação à percepção de mensagens emocionais transmitidas
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pelo ambiente. Fazem parte da esfera de atividades normal da mente e não são em si
próprios agentes patogênicos. Mas em seguida a estresses mentais, brutais, extremos,
violentos prolongadas ou iterativas, pode provocar uma desordem funcional no QI ou no
sangue dos Zang Fu e serem a origem do aparecimento de uma doença.
Um excesso de emoção fere o órgão ao qual corresponde “o excesso de raiva” prejudica o
fígado, o excesso de alegria prejudica o Coração, o excesso de pensamento prejudica o
Baço, o excesso de Medo prejudica o Rim.
Roca (1999), Todas as doenças são causadas pelo mal funcionamento do QI. A raiva faz o
QI subir; a alegria faz o QI fluir e se dispersar livremente; o desgosto faz o QI diminuir; o
medo faz o QI descer; o calafrio faz o QI se contrair; o calor faz o QI escapar; ficar
alarmando faz o QI se espalhar e ficar caótico; excesso de exercícios esgota o QI; e um
excesso de pensamentos e obsessões faz o QI estagnar.
Roca (1999), As pessoas e a natureza são inseparáveis. As influencias atmosféricas na
natureza formam a base das doenças nas pessoas. No caso dessas influencias ficarem
caóticas, o equilíbrio do corpo será perturbado, resultando em doença. O remédio oposto
aos atributos da influencia patogênica invasora deve ser usado para restaurar o equilíbrio,
isto é, curar a doença. Dessa forma, deve-se descobrir a verdadeira natureza da doença,
antes de recorrer a qualquer tratamento. Por isso é necessário compreender sua patologia e
associações, tais como diferenciar os padrões de plenitude e de vazio, e deixar claro quais
os males que estão agindo. A analise deve ser feita para saber qual o QI dominante, antes
de revitalizar o fluxo do QI e do sangue, a fim de recuperar o equilíbrio e a harmonia do
corpo.
Bob (2008), o estresse pode ser percebido tanto física quanto emocionalmente. Ele não se
manifesta apenas como apreensões ou preocupações, mas também como dores no
estomago, no pescoço ou na cabeça, espasmos e outros desconfortos físicos. Quando você
se sente pressionado, o estresse surge inicialmente no cérebro, que dispara a adrenalina,
cortisol e outros hormônios. O disparos desses hormônios serve como percussor de
episódios desconfortáveis ou emotivamente dolorosos. Segundo uma pesquisa, metade dos
pacientes que buscam tratamento medico para dores no corpo estão sofrendo de algum tipo
de aflição psicológica.
Gilles (2010), geralmente, somos atraídos pela profissão que combina com nosso perfil
psicológico, porque ela aumenta ou justifica, e assim fundamenta nossas tendências e
desequilíbrios naturais. Na maioria dos casos, entretanto, não é necessário mudar de
profissão. Nós nos tornamos melhores no que fazemos do que qualquer outra pessoa
porque gostamos do que fazemos. Mudar de profissão traria somente dor e aumentaria o
efeito do estresse. O que importante não é mudar de profissão, mas alterar atitudes mentais
e emocionais que acompanham. Essas atitudes podem se transformar radicalmente, com o
auxilio da pratica da arte correspondente ao elemento ao elemento controlador como lazer.
É claro que é importante que essa arte seja praticada de acordo com seus atributos
emocionais e mentais correspondentes.
Segundo Ismael (2010), do ponto de vista psicológico, existem emoções naturais e
fisiológicas que aparecem em todas as pessoas com um importante substrato biológico.
Elas podem ser a alegria, o medo, a ansiedade ou a raiva, entre outras. Essas emoções são
agradáveis ou desagradáveis, nos mobilizam para atividade e tomam parte na comunicação
interpessoal. Portanto essas emoções atuam como poderosos motivadores da conduta
humana.
Não obstante, as emoções podem ter um importante papel no bem-estar psicológico ou nos
estados doentios. Portanto, as emoções influem sobre a saúde e sobre a doença através de
suas propriedades motivacionais, pela capacidade de modificar as condutas saudáveis, tais
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como os exercícios físicos, a dieta equilibrada, o descanso etc.; conduzindo muitas vezes
para condutas não saudáveis, como abuso de álcool, tabaco, sedentarismo.
O termo “emoções negativas” se refere às emoções que produzem uma experiência
emocional desagradável, como ansiedade, raiva e a tristeza, estas, consideradas as três
emoções negativas mais importantes. As emoções positivas (sentimentos) são aquelas que
geram uma experiência agradável, como alegria, a felicidade ou amor.
Hoje em dia, há dados suficientes para podermos afirmar que as emoções positivas
potencializam a saúde, enquanto as emoções negativas tendem a comprometê-la. Por
exemplo, em período de estresse, quando as pessoas desenvolvem muitas reações
emocionais negativas, é mais provável que surja certas doenças relacionadas com o sistema
imunológico.
Ismael (2010), o estresse corresponde a uma relação entre o individuo e o meio. Trata-se,
portanto, de uma agressão e reação, de uma agressão e reação, de uma interação entre a
agressão e a resposta, como propôs o medico canadense Hans Selye, o criador da moderna
conceituação de estresse. O estresse fisiológico é uma adaptação normal; quando a resposta
é patológica, em indivíduos mal adaptado, registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios
transitórios ou a doenças graves, mas no mínimo, agrava as já existentes e pode
desencadear aquelas para as quais a pessoa é geneticamente pré-disposta.
Honervogt (2006), situações estressantes são muito comuns no ambiente de trabalho,
causados por fatores diversos: prazos rígidos, colegas incompreensivos, exigências que
impomos a nós mesmos, e aos outros, no inicio de novos projetos, responsabilidade que
sentimos quando as coisas não acontecem como esperávamos. Em toda situação
estressante, as glândulas adrenais secretam hormônios no sangue, que os transporta para
todo o corpo, com efeitos profundamente nocivos. Nos dias atuais, um número cada vez
maior de pessoas está desenvolvendo sintomas relacionados com o stress, desde dores de
cabeça, enxaquecas e dores nos ombros e no pescoço até distúrbios estomacais, insônia e
acessos de ansiedade.
Grupta (2008), o alerta simpático que ocorre sobre estresse, leva aos recursos disponíveis
no corpo a necessidade de proporcionar energia extra para enfrentar o desafio. Se o sistema
nervoso simpático é continuamente ativado devido a estresse constante (ansiedade,
preocupações, medos etc.), os recursos do corpo se esgotam vezes, mesmo a morte do
organismo.
Cashell (2010), nos dissemos muitas vezes que não somos movidos pela logica, e sim pela
emoção. E se houvesse uma forma de liberar essa necessidade emocional? Pense como
seria maravilhoso livrar-se instantaneamente do estresse, das preocupações, da dor
emocional e do desejo de comer quando você não está com fome. A medicina oriental
baseou grande parte de sua pratica de cura na energia do corpo e na relação mente-corpo. A
medicina ocidental só agora está começando a adotar as praticas da medicina oriental, e
alguns médicos americanos anunciaram a cura pela energia como a próxima fronteira na
medicina.
Ryan (2006), quando sentimos raiva, nosso cérebro se excita e, para nos preparar a luta,
aumenta a quantidade de hormônios do estresse e os lança na corrente sanguínea. Os
cientistas descobriram que isso resulta no enfraquecimento do sistema imunológico, em
especial das células responsáveis pelo combate às infecções do corpo. Os músculos se
contraem, as veias se estreitam e o coração precisa trabalhar mais para fazer o sangue
circular. Por outro lado quando estamos calmos, nosso sistema de defesa desliga. Os
músculos relaxam, os vasos sanguíneos se dilatam, a pressão arterial diminui e o batimento
cardíaco desacelera. O sistema imunológico volta a funcionar bem e a produzir o número
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de células necessárias para combater às infecções, o que afasta as doenças e contribui para
uma vida mais longa e saudável.
4. Conclusão
O estresse no trabalho caracteriza-se pela presença de ansiedade, irritabilidade, fadiga,
descontrole emocional, tensão muscular, dor lombar, rigidez no pescoço e dor na cabeça. É
um processo psicossomático, causado pela exposição ao extremo ao trabalho e a momentos
de tensão emocional, é também caracterizada pela perda da vontade de lutar pela vida. O
aparecimento do quadro da síndrome do estresse no trabalho, executando-se aos casos
psicossomáticos, deve-se a obstrução de QI e de Xue (sangue), do canal de energia
principal do XinBaoLuo (Circulação e Sexo), e de seu canal de energia do Coração e
fígado. As energias mais sutis, mais ativas e expansivas do coração e do fígado precisam
estar em equilíbrio e mantidos na parte inferior do corpo pelo componente de matéria mais
pesada das energias da terra. O QI e o sangue produzidos pelo Baço e armazenados pelo
Rim e Fígado, respectivamente, são necessárias para estabilizar o espirito do coração e o
yang do fígado, e impedir que subam no corpo de forma desequilibrada para perturbar a
mente e as emoções. A obstrução é consequência a penetração de energias perversas;
como calor em excesso; promovendo em consequência o aparecimento do processo
estressante. A utilização da acupuntura no tratamento da ansiedade e estresse no trabalho,
de acordo com a medicina chinesa, é um recurso terapêutico pelo qual mediante inserção
de agulhas, são feitos a introdução de energias, além de retiradas de energia turvas, tendo
como finalidade terapêutica a estimulação de energia em determinado pontos do corpo,
onde na concepção filosófica chinesa o universo está apoiado em três pilares básicos; A
teoria do Yin e Yang, dos Cincos Elementos e dos Zang Fu (órgão e vísceras). Na pratica
da acupuntura, a palpação meticulosa dos pontos e a inserção adequada das agulhas ajudam
a localizar e dissolver os pontos sensíveis por meio do relaxamento muscular, removendo
tensões e aumentando o suprimento de oxigênio para melhor circulação. A inserção de
agulhas e as lesões induzidas por essa técnica são invasores em nosso corpo e controla o
processo ante-estresse, reduzindo tanto a irritabilidade, ansiedade aguda quanto a crônica.
Portanto, o tratamento da ansiedade e do estresse no trabalho através da acupuntura
mostra-se um mecanismo adicional, pois o mesmo promove uma ação de equilíbrio
evitando assim maiores sequelas, como infarto, AVC, ou mesmo a ingestão de
Psicotrópicos, fazendo com que o paciente retorne as atividades laborais diárias com saúde.

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15

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