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CONHECIMENTO É TUDO!!!

O Batuque do Rio Grande dos Sul


Batuque:
O Batuque ou simplesmente Nação, é uma religião afro-brasileira, ou quem sabe afro-
gaúcha, pois está presente principalmente neste estado e em lugares vizinhos a ele (como
Santa Cataria, e outros países como Uruguai e Argentina). O Batuque tem seu culto voltado
aos Orixás e é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações
Jeje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô (e as chamadas “mistas” como Jeje-Ijexá, Jeje-Nagô,
Nagô-Ijexá, etc). Apesar de diversas nações o culto do Batuque é praticamente homogeneo
em todas as casas predominando a cultura Ijexá que cultua doze orixás (Bará, Ogum Oyá,
Xangô, Odé e Otin, Ossanha, Obá, Xapanã, Oxun, Yemanjá e Oxalá), além dos Ibejis.
#A Nação Oyó se caracterizava principalmente pela ordem das rezas: primeiro tocava-se
para todos os Orixás masculinos, depois para os femininos, e finalizava-se com Oyá, Xangô
e Oxalá (Oyá e Xangô no final, representando o Rei e a Rainha de Oyó)e dizem também
que ao final da cerimônia, os orixás carregavam a cabeça dos animais a eles sacrificados, já
em estado de decomposição, na boca.
#A Nação Cabinda embora de origem bantu não cultua nkisis (muitos desconhecem esta
palavra), mas sim Orixás, os mesmos de Ijexá, com acréscimo de algumas qualidades de
Bará (Bará Legba) e Oyá (Oyá Dirã, Oyá Timboá) e o culto aos Eguns é muito forte nesta
nação, tendo toda a casa de Cabinda o assentamento de Igbalé (casa dos mortos). Nesta
nação os filhos de Oxun, Yemanjá e Oxalá podem entrar e sair dos cemitérios quando bem
quizerem, sem que sua obrigação ou feitura seja prejudicada, diferentemente das demais
nações, onde os filhos destes orixás só podem entrar em cemitérios quando for algo
extremamente importante.
#A Nação Jeje, assim como a Cabinda, adotou o panteão Yoruba dos orixás, que são os
mesmos de Ijexá, sendo muito comum as casas de Jeje-Ijexá. Muitos sacerdotes da Nação
Jeje do Batuque desconhecem a palavra Vodun, embora se tenha relatos de culto a algumas
destas divindades antigamente. Os descentendes de Pai Joãozinho do Bará (Esú By) são os
que mantém firme as tradições desta nação, como o uso de agdavís em seus rituais
(chamado “Jeje de pauzinhos”), o assentamento de Ogun semelhante ao do Vodun Gun no
Daomé, e existência de pessoas iniciadas para Dan e Sogbo. As cerimônias se iniciam com
a parte Jeje (com cânticos no dialeto fongbe) e a dança em pares (simbolizando o par da
criação Mawu-Lisa) e o toque com as “varinhas” e depois a parte Yorubá com as rezas
tradicionais do Batuque.
#A Nação Nagô é muito parecida com o candomblé tanto nas cerimônias como nas
características dos Orixás. Nesta nação usa-se sacrificar os animais deitados e não
suspensos como nas demais. Está quase extinta.
Orixás do Batuque
Os Orixás cultuados no Batuque são doze: Bará, Ogun, Oyá, Xangô, Odé, Otin, Ossanha,
Obá, Xapanã, Oxun, Yemanjá e Oxalá. O culto aos Ibejis varia de acordo com a nação,
sendo que em algumas (como na Cabinda) são associados e considerados como qualidades
de Xangô (Xangô Aganju di Ibeji) e Oxun (Oxun Ipandá di Ibeji). Alguns orixás se dividem
em qualidades, chamadas de “classes de orixá” no Batuque e depois é revelado somente ao
filho e ao sacerdote o “sobrenome do orixá” que seria como o orukó/digina do candomblé.
No Batuque acredita-se que a pessoa não deve ficar sabendo que foi possuida (“ocupada” é
o termo do Batuque) pelo seu orixá, sob pena de ficar louco. Mas alguns dizem que não
pode é ficar comentando sobre o que o orixá fez ou deixou de fazer, não se comenta sobre a
incorporação. Os orixás do Batuque
#!Bará
É o primeiro a ser saudado em todas as ocasiões, e também é chamado de Exu. É o orixá
que representa a comunicação entre os homens e as divindades e é aquele que abre os
caminhos. Trás a chave nas mãos, simbolizando o “guardião de todas as portas” e é
responsável pelo bom andamento dos negócios e tudo que se relaciona a dinheiro. Suas
oferendas são basicamente constituidas com milho torrado, azeite de dendê e opetés de
batata inglesa. A cor é o vermelho. Se divide nas classes:
BARÁ LEGBA ou ELEGBA: é sincretizado ao demônio e usa o tom escuro de vermelho,
assentado fora dos templos e é responsavel pela comunicação entre os mundos. Segundo a
tradição é daomeano, mas é cultuado somente na Nação Cabinda (?).
BARÁ LODÊ: assentado fora do terreiro, é responsável pela segurança do mesmo. É o
orixá que mantém a estrutura do templo; sua sustentação depende do Bará ou Exu Lodê.
BARÁ ADAGUE: assentado dentro do terreiro e recebe suas oferendas na encruzilhada. É
o mais chamado, pois faz a frente dos orixás Ogun, Oyá, Xangô, Odé, Otin, Ossanha, Obá e
Xapanã.
BARÁ AGELU: é o Bará que faz frente para os orixás das aguas como Oxun, Yemanjá e
Oxalá. Em suas oferendas usa-se, além do azeite de dendê, o mel.
BARÁ LANÃ: tem as mesmas atribuições do Bará Adague.
Saudação: Alúpo ou Lalúpo
Dia da Semana: Segunda-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho
Guia: Corrente de aço (para alguns), vermelho escuro (Legba), vermelha
Oferenda: Pipoca, Milho torrado, 07 batatas inglesas assadas e azeite de dendê
#Ogun
Orixá da guerra, do ferro, da metalurgia. Tem praticamente as mesmas caracteristicas que a
ele se aplicam no candomblé. Sua cor é o verde e vermelho, mas pode-se usar o azul escuro.
Ogun Avagã tem seu assentamento do lado de fora e tem a mesma função de defender e
equilibrar a casa, assim como Bará Lodê, e usa cores no tom escuro. Dizem que ele é um
Vodum, conhecido como Gún Awagàn. Temos também Ogun Onira (ou Onire) e Ogun
Adiolá (que vive junto aos orixás da água, Oxun e Yemanjá). A saudação do Ogun é
Ogunhê.
Saudação: Ogunhê
Dia da Semana: Segunda-feira para Ogum Avagã
Quinta-feira para os demais
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Verde
Guia: Vermelho e Verde escuros
#Oyá
É a divindade dos ventos e das tempestades, uma das esposas de Xangô. Rainha dos raios,
ventos e tempestades, Oyá é um Orixá feminino, enérgico, sensual e autoritário. Na
mitologia dos Orixás, Oyá primeiramente foi casa com Ogum, traindo-o mais tarde com
Xangô, não abandonando as relações com seu primeiro casamento. Em outra passagem
mitológica, Oyá é presenteada por Xapanã, que a concede o poder sobre os eguns –
espíritos, tornando-se conhecida também por a Rainha dos Eguns.
Saudação: Epaiêio
Dia da Semana: Terça-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Branco
Guia: 01 conta vermelha, 05 contas brancas, 01 conta vermelha
Oyá Timboá (Cabinda) é tida como “a mais quieta” que sabe fazer as coisas. Oyá Dirã
(igualmente Cabinda) é a dona dos Eguns.
#Xangô
O Orixá do fogo e do trovão, Senhor da Justiça, considerado um Orixá vaidoso, que gosta
de festas e comemorações. Sua sensualidade atrai as mulheres de modo geral, na Mitologia
dos Orixás, Xangô é casado com três mulheres: Oyá, Obá e Oxun. Tem as classes Aganju e
Agodô.
Este Orixá é sempre lembrado, pelos fiéis do Batuque, em casos de difícil resolução e
justiça, já que suas atitudes são sábias e rígidas.
Saudação: Caô Cabecile
Dia da Semana: Terça-feira
Número: 06 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Branco
Guia: 01 conta vermelha, 01 conta branca, 01 conta vermelha
#Odé e Otin
No Batuque, estes dois Orixás são cultuados juntos. São os protetores das matas e dos
animais silvestres e selvagens. Os filhos de Otin são quase inexistentes, pois na Mitologia,
Otin não teve filhos na terra, dando assim as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos
tempos já se nota a existência de filhos de Otin, caso raro e absurdo para muitos Pais-de-
Santo. Não se sacrifica para um sem dar para o outro, os animais são os mesmos, mudando
apenas o sexo.
Saudação: Oquebambo
Dia da Semana: Sexta-feira, pois é o dia da Iemanjá, que é mãe de Odé, para outros
Segunda-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Azul forte e branco para Odé e Azul forte e rosa para Otin
Guia: 01 conta azul, 01 conta branca, 01 conta azul, para Odé e 01 conta rosa, 01 conta azul,
01 conta rosa, para Otin.
#Ossanha
A este Orixá pertence todas as folhas medicinais e ervas utilizadas nos rituais de Nação, por
este motivo, temos um Orixá muito respeitado e cultuado em todos as Casas de Religião,
podemos dizer que Ossanha possui a solução para todos os problemas relacionados a cura
de enfermos, tanto material quanto espiritual. Este Orixá não possui uma das pernas,
caminha com auxílio de muletas, quando se manifesta em algum filho, este dança
normalmente em apenas em uma de suas pernas.
Saudação: Ewe o
Dia da Semana: Segunda-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Verde Claro e amarelo.
Guia: 01 conta verde e 01 conta branca alguns usam verde e amarelo.
#Obá
Todas as máquinas, carros e navios estão relacionados com Obá, pois a ela pertencem a
roda e o leme. Tem as mesma lenda do candomblé.
Saudação: Exó
Dia da Semana: Segunda-feira ou Quarta-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Rosa
Guia: toda rosa
#Xapanã
Sua Mãe, Nanã Burucun, abandonou-o na praia quando pequeno por suas feridas em grande
quantidade. Xapanã foi recolhido as profundezas do oceano, cuidado e criado por Iemanjá,
que fez para ele uma roupa de palha-da-costa, cobrindo-o da cabeça aos pés. Ficou forte e
saudável, porém as cicatrizes nunca desapareceram. Normalmente os filhos deste Orixá são
marcados pelo corpo, com pequenas feridas, espinhas, manchas e secreções que assim como
aparecem, desaparecem, ficando neste processo pelo resto da vida. Tem as qualidades
Jubeiteí, Belujá e Sapatá (este último vem do nome do vodun Sakpata)
Saudação: Abáo!
Dia da Semana: Quarta-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Preto e para Sapatá roxo.
Guia: 01 conta vermelha, 01 conta preta, 01 conta vermelha e para sapatá roxa
CONHECIMENTO É TUDO!!
#Oxun
Senhora soberana das águas doces. Todos os rios, lagos, lagoas e cachoeiras pertencem a
este Orixá. O casamento, o ventre e a fecundidade e as crianças são de Oxun, assim como,
talvez por consequência, a felicidade. O ouro e o dinheiro em todas as suas espécies
também são de Oxun. Pela hierarquia é o primeiro Orixá doce seguida de Iemanjá e Oxalá,
formando assim o grupo de Orixás chamado de Cabeças Grande. Tem as qualidades Oxun
Ipondá ou Pandá (jovem e muito bonita, esposa de Xangô), Oxun Ademun (misteriosa,
representa o fundo dos rios), Oxun Adocô ou Docô (cuida das crianças e faz frente com
Oxalá) e Oxun Olobá (muito antiga).
Saudação: Iê iêu!
Dia da Semana: Sábado
Número: 08 e seus múltiplos
Cor: Todos os tons de amarelo, a escolha do tom depende da característica da Mãe
Guia: toda amarela de um mesmo tom, o tom varia com a característica da Mãe
Yemanjá
Com certeza não existiria outro elemento da natureza para representar e ser o habitat deste
Orixá, como o mar. O mar é lindo, fascinante e belo, porém na maioria das vezes severo e
perigoso quando não respeitado ou usufruído da maneira correta, características diretamente
relacionadas com a Grande Mãe. Nanã Borocun que no candomblé é um orixá a parte, no
Batuque é uma qualidade mais velha e antiga de Yemanjá. Tem também as qualidades de
Boci e Bomi.
Saudação: Omi odô! alguns usam Omi Odo Iyá!
Dia da Semana: Sexta-feira
Número: 08 e seus múltiplos
Cor: azul claro, azul forte ou incolor, dependendo da característica da Mãe. Para Nanã
Borocun usa-se o lilás.
Guia: toda da mesma cor, o tom do azul ou se for incolor varia com a característica da Mãe
e para Nanã o lilás.
Oxalá
Pai de todos os Orixá e mortais, Oxalá é o maior e mais respeitado Orixá nas Nações
africanas, a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o Criador e
Administrador do Universo. Quando moço, se manifesta em seu Cavalo-de-Santo dançando
como os outros Orixás, quando se apresenta em suas passagens velhas, chega se arrastando
caminhando com dificuldade, muitas vezes fica parado no lugar esperando o auxílio de
algum Orixá moço. Pertence a Oxalá de Orumiláia (que no Batuque é qualidade de Oxalá e
seria Orumilá no candomblé) a visão espiritual, como consequência o jogo de Búzios.
Existem qualidades como Oxalá Olocun (ligado a Yemanjá e as águas), Oxalá Jobocun e
Oxalá Dacun.
Saudação: Epaô Baba!
Dia da Semana: Domingo
Número: 08 e seus múltiplos
Cor: Branco e Branco com preto para Oxalá de Orumiláia
Guia: toda branca ou 01 branca, 01 preta, 01 branca para Oxalá de Orumilá.
A ordem de saudação destes orixás é: Bará (legba, lode, adague, lanã, agelu), Ogun (avagã,
onira, olobedé, adiolá), Oyá (oyá timboá, oyá dirã), Xangô (aganju, agodô), Odé e Otin,
Obá, Ossanha, Xapanã (jubetei, belujá, sapatá), Oxun (pandá, ademun, doco, olobá),
Yemanjá (boci, bomi, nanã-borocun) e Oxalá (olocun, obocun, dacun, jobocun e
Oromiláia).
Mãe Lisi de Yemanjá CONHECIMENTO É TUDO!!!
Rituais de Aprontamento
Bori de Aves
Para alguns, a principal obrigação do Batuque. Nesta obrigação, após jogada e confirmada
nos Búzios a cabeça e passagens (corpo, pernas, etc) do filho será sacrificado sobre sua
cabeça a ave(galo ou galinha e pombo ou pomba) específica de seu Orixá, no seu corpo
outra ave correspondendo ao Orixá que cuidará desta passagem. Nesta obrigação o filho-de-
santo estreita sua relação com o Orixá, concebendo também uma forte raiz dentro da Nação
Batuqueira, tendo em um pote (estilo bomboniere), denominado de Bori, uma moeda,
búzios e mel a representação de sua cabeça ligada ao seu Orixá, tornando-se assim um filho
da Religião.
Bori de Quatro-pés
Seria uma graduação e maior estreitamento com seu Orixá dentro da Religião, nesta
obrigação além das aves, serão sacrificados no Bori também os animais de quatro patas
(cabritos, ovelhas, etc) referente a cada Orixá.
Assentamento da Vasilha sobre Acutá ou Alcutá
Assim como a Umbanda tem sua força representada nos vegetais a Nação além disto
apresenta a forma mineral para representar seus Orixás. Os acutás, (cada Orixá possui seu
modelo e tipo) são pedras colocadas em uma vasilha de barro com as ferramentas de cada
Orixá, onde, após o sacrifício de seus animais de pena e quatro patas, será a sua
representação.
Aprontamento de Ofá (Búzios) e Obé (faca)
Nesta graduação o filho-de-santo se prepara para em futuro próximo ser um Pai-de-Santo.
Consiste em assentar na vasilha todos Orixás de Bará até Oxalá, o filho então além de ter
sua “cabeça” e suas passagens, passa agora a ter todos os Orixás com nome e sobrenome,
sento em vasilhas representados em seus acutás e ferramentas. O futuro “pronto” preparará
também neste ritual, sua faca, que futuramente usará em sacrifícios para seus futuros filhos
e seus búzios, ferramenta esta que usará para guiar a sua vida e dos seus, quando tiver
montada sua Casa de Religião.
Alguns mencionam ainda o Mieró como primeira obrigação, feito somente com ervas, e o
Aribibó que antecede o Bori de Aves e é feito somente com pombos. (Ritual de Cabinda).
A Festa do Batuque
Após as obrigações cumpridas e encerrada a Levantação (nome dado ao término das
obrigações pois como diz a palavra, será levantado todas as frentes que ficaram em um
determinado tempo dentro do Quarto-de-Santo), será tocada a Festa, o Batuque.
Normalmente como em uma festa social, muitos convites foram distribuídos para outras
Casas de Religião, fiéis e até mesmo curiosos.
O Pai ou Mãe-de-Santo, ajoelhado em frente ao Quarto-de-Santo (lugar onde fica os
assentamentos dos orixás), juntamente com todos seus filhos e demais convidados de
Religião, tocando a sineta, faz a chamada de todos os Orixás de Bará a Oxalá com suas
saudações específicas, pedindo a cada Orixá as coisas que a eles competem. Terminada a
chamada, o Pai-de-Santo autoriza o tamboreiro a começar o toque, que correrá em ordem de
Bará a Oxalá. Todos que estão na roda dançam com as características de cada Orixá ao qual
está sendo tocada a reza, como por exemplo na reza do Bará, todos dançam como se
abrindo portas com uma chave em punho na mão direita, já que este Orixá é o dono da
chave e abertura dos caminhos, na Reza do Ogum, os fiéis dançam com a mão direita como
uma espada tocando a mão esquerda.
Dentro da Festa existem rituais específicos que chamados de “Axé”, como por exemplo:
Axé da Balança:
Se a Obrigação que originou a Festa teve o corte de quatro-pés, deverá ser realizada dentro
das Rezas para Xangô a Obrigação da Balança. Neste ritual o tamboreiro para o toque, para
que o Chefe da Casa organize a roda, neste momento normalmente o salão esvazia, pois
acredita-se ser um ritual muito perigoso, pois, todos dançaram de mãos dadas, todos de
frente para o centro da roda, onde calmamente será tocado pelo tamboreiro a Reza
específica para este Axé (alujá) e todos começarão um movimento de abrir e fechar esta
roda, acompanhando o toque do tambor que irá acelerando gradativamente e com as mão
bem seguras pois se arrebentar a Balança, deverá ser pedido misericórdia para Xangô para
que nenhum filho venha a morrer. Neste momento até acabar o toque, se manifesta um
grande número de Orixás e todos deverão se manter de mãos dadas até que o tamboreiro
encerre a Reza. Somente participa da Balança filhos ou convidados que já possuam a
Obrigação de quatro-pé.
Existem ainda outros Axés como por exemplo: Axé do Atã, Axé do Ecó e etc.
Após o Axé do Ecó, que será realizado após as Rezas de Xapanã, onde foi limpado e
retirado da Casa todas as impurezas e vibrações negativas, começa o toque para os Orixás
Velhos ou Doces, toca-se para Oxum, Iemanjá e Oxalá, terminando assim a Festa.
Normalmente o Batuque começa a meia-noite e estende-se até as seis ou sete horas da
manhã, isto também é uma influência dos escravos, já que os negros na época da
escravatura podiam fazer seus rituais somente após terminados seus trabalhos para os seus
Senhores, ou esperar com que eles fossem dormir.
Axé do Ecó
O Ecó é uma mistura de certos ingredientes oferecidos aos orixás para servirem como imãs
de energias negativas. São oferecidos ecós para os orixás Bará, Ogun, Oyá, Xangô, Oxun,
Yemanjá e Oxalá.
Não é costume o uso de paramentas no Batuque (embora alguns usem e às vezes até
estrapolam), somente saias rodadas e coloridas, guias (colares) e mais algum apetrecho,
semelhante ao Tambor de Mina no Maranhão.
Algumas casas tem “misturas” de candomblé como o uso de pipocas nas rezas de Xapanã,
ou profa de fogo com Xangô, mas os mais velhos dizem que isso é errado.

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