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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Exú
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Exú
Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás.
Olorun quando o criou deu-lhe entre outras funções a de
comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Ogum
Lenda de Ogum
Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia
sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Ogum
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava
Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o
fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara
de ferro igual a que lhe pertencia que tinha o poder de dividir os
homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas
as tocassem em uma briga.
Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum
bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua vez,
também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava
brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder
impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-
se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Ogum
Ogum tem estreita relação com o número sete, o que é explicado
por duas lendas iorubanas. Na primeira, ele aparece como o
guerreiro - filho de Odudua, rei de Ifé - que conquista a cidade de
Irê e assume o título de Oni (senhor ou rei). Em torno de Irê havia
sete aldeias, hoje desaparecidas. Por essa razão, acreditava-se que
Ogum fosse composto por sete partes, uma para cada aldeia
conquistada. Em iorubano, sete é mejê, de onde resultou a
expressão Ogum Mejê (O Ogum que são sete, ou o Ogum
composto de sete partes). É a ele, portanto, que o ponto é
dedicado.
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Odé
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Odé
Olofin, rei de Ifé, resolveu
preparar uma grande
comemoração em seu reino
para alegrar seus súditos que
andavam muito tristes. Seria a
festa do inhame. Os festejos
deveriam ser grandiosos e durar
muitos dias para que todos
comessem e bebessem até se
fartar. A cidade tornou-se
colorida, vinha gente de muito
longe para participar da
festividade. Há muitos anos
nada se fazia ali, nem mesmo
parecido com o que era
anunciado. Num descuido
imperdoável, o rei em sua
euforia esqueceu-se de algo
muito importante. Deixou de convidar as Ia Mi Oxorongá, as mães
feiticeiras, bruxas poderosas, donas de grandes pássaros maléficos
que ao serem soltos causavam doenças e morte por onde
sobrevoassem. Enraivecidas por terem sido ignoradas, resolveram
vingar-se do rei. Ao romper do dia marcado para o inicio das
comemorações mandaram um de seus pássaros gigantes para a
cidade. Este pousou sobre o palácio e lá ficou observando tudo que
se passava, esperando que a festa começasse para sobrevoá-la,
espalhando assim, a morte. Era tão grande a ave que a cidade ficou
escura com a sombra que dela se projetava. O rei ficou indignado
aquilo acabaria com sua festa e sua grande idéia se tornaria um
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Ossaim
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Felé leua tó rio... fele leua tó ri felé leua tó rio felé leua tori ainchê um
male a essaba que mi faro a essaba jabá cossuo... felé leua tó ri
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Lenda de Ossaim
Ossaim recebera de Olodumaré o segredo das folhas. Ele sabia
que algumas delas traziam à calma ou a vigor, outras, a sorte, as
glórias, as honras, ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes.
Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta, eles
dependiam de Ossaim para manter a saúde ou para o sucesso de
suas iniciativas.
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Omolu
Leda de Omolu
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Nanã, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi
perfeita, nascendo uma criança doente, com muitas chagas recobrindo
seu pequeno corpo. Ela não conseguia imaginar que maldição era aquela,
que trouxe de suas entranhas uma criatura tão infeliz!
Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia
olhar para ela, resolveu deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria
melhor para todos.
Iemanjá, que estava saindo do mar, viu aquele pequeno ser deitado nas
areias da praia. Ficou olhando por algum tempo, para ver se havia alguém
tomando conta dele, mas ninguém
aparecia. Então, a grande divindade
das águas foi ver o que estava
acontecendo. Quando chegou mais
perto, pôde compreender que
aquela criança tinha sido
abandonada por estar gravemente
enferma. Sentindo uma imensa
compaixão por aquela pobre
criatura, não pensou em mais nada,
a não ser em adotá-lo como
a um filho.
Com seu grande instinto maternal,
Iemanjá dispensou a ele todo o
carinho e os cuidados necessários
para livrá-lo da doença. Ela
envolveu todo o corpo do menino
com palhas, para que sua pele
pudesse respirar e, assim fechar
as chagas.
Obaluayê cresceu e continuou
usando aquele tipo de roupa, e
ninguém a não ser sua querida mãe, tinham visto seu rosto. Era um ser
austero e misterioso, provocando olhares curiosos e assustados de todos.
Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob aquelas palhas.
Oyá, certa vez o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois queria
desvendar de uma vez por todas, aquele mistério. Obaluayê sem lhe dar a
menor atenção, negou-se a fazê-lo. Ela que nunca se deu por vencida
resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força, evocou o vento, fazendo
voar as palhas que o protegiam.
Quando a poeira assentou Oyá pode ver um ser de uma beleza tão
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
radiante que só poderia ser comparado ao sol. Nem mesmo ela, como
orixá, conseguia erguer os olhos para ele. Assim, todos entenderam que
aquele mistério deveria continuar escondido.
Outra lenda nos mostra que esse poderoso Orixá, em suas andanças pelo
mundo, pode presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos que
Olorun criou e deu vida brigavam por um pedaço de terra. Muitas pessoas
morriam, para que seus líderes pudessem conquistar extensões maiores
para seu reinado. Os limites para esses guerreiros eram insuperáveis, e as
guerras não tinham mais fim. Obaluayê não entendia o motivo destas
guerras, já que Olorun havia criado a terra para todos.
As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o
devido valor à vida humana. Os homens só pensavam em
seus interesses materiais.
Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida
é o maior tesouro que alguém pode ter.
O poderoso orixá traçou então, com seu cajado um grande círculo no
chão, no centro dos conflitos. Colocou dentro dele todo tipo de doença
existente. Todo guerreiro, que por ali passasse, iria contrair
algum tipo de doença.
De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram inclusive os
líderes dos exércitos. Só isso conseguiu por fim às guerras.
As doenças se transformaram em epidemias, deixando populações
inteiras à beira da morte.
Um babalaô revelou o mau presságio, pedindo a todos que refletissem
sobre o que estava acontecendo, por culpa deles próprios. Obaluayê havia
mandado essas mazelas para a terra, a fim de mostrar que, enquanto
temos saúde e uma vida plena, não devemos nos preocupar
excessivamente com coisas materiais. Desta vida nada se leva, a não ser o
conhecimento e a experiência que acumulamos.
Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram oferendas, conforme
explicou o babalaô, conseguiram livrar-se de suas enfermidades e
restabelecer sua dignidade. Mas, infelizmente, nem todos agiram assim.
Talvez por isso existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há
milhares de anos, tentando não se desligar da natureza.
Lenda de Bessen
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Oxumare
Nanã obcecada pela ideia de ter um filho de Oxalá concebeu o
primogênito Obaluaye, que Por sua terrível aparência Foi despresado
por ela. Nanã consulta Ifá , e este orixá lhe dessera, que numa segunda
tentativa, ela daria a luz a um filho lindíssimo, tã o formoso quanto o
arco-Iris. No entanto preveniu-a sobre o fato que a criança jamais
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Lenda de Xangô
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Xangô
Xangô era rei de
Oió, o mais temido
e respeitado de
todos os reis.
Mesmo assim, um
dia seu reino foi
atacado por uma
grande quantidade
de guerreiros que
invadiram a cidade
violentamente,
destruindo tudo e
matando soldados
e moradores numa
tremenda fúria
assassina. Xangô
reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia,
porém, percebeu que a guerra tornara-se um caminho sem
volta. Já havia perdido muitos soldados e a única saída
seria entregar sua coroa aos inimigos. Resolveu então
procurar por Orumilá e pedir-lhe um conselho para evitar a
derrota quase certa. O adivinho mandou que ele subisse
uma pedreira e lá aguardasse, pois receberia do céu a
iluminação do que deveria ser feito. Xangô subiu e quando
estava no ponto mais alto do terreno foi tomado de
extrema fúria. Pegando seu oxê, machado de duas lâminas,
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Lenda de Xangô
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de
seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na
floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela
também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo
buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia das gerações
humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é
filho de Oxalá, tendo Yemanjá como mãe.
Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e
chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia
encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos,
lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas
campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade
no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez,
organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso
social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer.
Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o
espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de
liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela,
nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais
importante que o medo.
Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda
que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que
enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se
no poder.
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Oyá
Lenda de Inhançã
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Lenda
de
Oba
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Lenda de Oba
Xangô era um conquistador de
terras e de mulheres, vivia
sempre de um lugar para o
outro. Em Cosso fez-se rei e
casou-se com oba. Oba era sua
primeira e mais importante
esposa, oba passava o dia
cuidando da casa de xangô,
moía a pimenta, cozinhava e
deixava tudo limpo. Uma vez
Xangô viu Oyá lavando roupa na
beira de um rio e dela se
namorou perdidamente. Com
Oyá se casou, mas se casou de
novo. Oxum foi à terceira
mulher. As três viviam às turras
pelo o amor do rei, para deixar
Xangô feliz, Oba presenteou-lhe
um cavalo branco, Xangô gostou
muito do cavalo, tempos depois
Xangô saiu para guerrea levando Oyá cosigo, seis meses se
passaram e Xangô continuava longe, Oba estava desesperada e foi
consultar orunmilá, Orunmilá aconselhou oba a oferecer em
sacrificiu um iruquerê, espanta-moscas feito com rabo de um
cavalo, mandou por o iruquerê no teto da casa. Para fazer a
ofertaprescrita pelo o oráculo. Oba encomendou a Eleguá um rabo
de cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o
rabo do cavalo branco de Xangô, mais não cortou somente os pêlos
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Lenda de Ewa
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Lenda de Ewa
O orixá Ewá é uma bela virgem que entregou o se
corpo jovem a Xangô , marido de Oyá despertando a ira
da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas
inalcançá veis, sob a proteçã o de Oxossi, e tormou-se
uma guerreira valente e caçadora habilidosa. As
virgens contam com a proteçã o de Ewá , e, aliá s, tudo
que é explorado conta com sua proteçã o: a mata
virgem, as moçã s virgens, rios e lagos onde nã o se pode
nadar ou navegar, A pró pria Ewá , acreditam alguns só
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Lenda de Oxum
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OXUM
Nome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú . Segunda
mulher de Xangô , deusa do ouro, riqueza e do amor.
A Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo
controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem.
Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jó ias, tudo
relacionado à vaidade, perfumes, etc.
Exú avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos
cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi
declarar sua grande admiraçã o para com Oxum.
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Lenda de
Logum
Lenda de Logum
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Lenda de Iemanjá
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Lenda de Iemanja
Yemonjá, por presidir à
formação da individualidade,
que como sabemos está na
cabeça, está presente em
todos os rituais,
especialmente o Bori.
É a rainha de todas as águas
do mundo, seja dos rios, seja
do mar. O seu nome deriva
da expressão Yéyé Omó Ejá,
que significa mãe cujos filhos
são peixes. Na África era
cultuada pelos egbá, nação
Iorubá da região de Ifé e
Ibadan onde se encontra o
rio Yemojá. Esse povo
transferiu-se para a região de Abeokutá, levando consigo os
objectos sagrados da deusa, e foram depositados no rio, Ogum o
qual, diga-se de passagem, não tem nada a ver com o Orixá Ogum,
apesar de no Brasil Yemonjá ser cultuada nas águas salgadas, a
sua origem é de um rio que corre para o mar. Inclusive, todas as
suas saudações, orikís e cantigas remetem a essa origem, Odó Iyà,
por exemplo, significa mãe do rio, já a saudação Erù Iyà faz alusão
às espumas formadas do encontro das águas do rio com as águas
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Lenda de Nanã
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Lenda de Nanã
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma
divindade de origem simultânea à criação
do mundo, pois quando Odudua separou a
água parada, que já existia, e liberou do
“saco da criação” a terra, no ponto de
contato desses dois elementos formou-se
a lama dos pântanos, local onde se
encontram os maiores
fundamentos de Nana.
Senhora de muitos búzios, Nana sintetiza
em si morte, fecundidade e riqueza. O seu
nome designa pessoas idosas e
respeitáveis, e para os povos Jeje da
região do antigo Daomé, significa “mãe”.
Nessa região, onde hoje se encontra a
República do Benin, Nana é muitas vezes
considerada a divindade suprema e talvez
por essa razão seja frequentemente
descrita como um orixá masculino.
Sendo a mais antiga das divindades das
águas, ela representa a memória ancestral
do nosso povo: é a mãe antiga (Iyá Agbà)
por excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas
por ser a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe
por todos os outros orixás.
A vida está cercada de mistérios que ao longo da História
atormentam o ser humano. Porém, quando ainda na Pré-História, o
homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu
um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão
apontava para aquilo que era certo no seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e
nesse momento Nana faz-se compreender, pois nos primórdios da
História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a
uma ideia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo
entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu
os mistérios de Nanã.
Nana é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
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Lenda de Oxalá
Lenda de Oxalá
Aproximava-se o dia em que seria realizada no reino de Oyó, a
época das comemorações em
homenagem a Xangô, Rei de
Oyó, onde todos os Orixás
foram convidados, inclusive
Oxalufã. Antes de rumar a
Oyó, Oxalufã consultou seu
babalawo a fins de saber
como seria a jornada, o
babalawo lhe disse: leves três
mudas de roupas brancas,
pois Exú irá dificultar seus
caminhos. E Oxalufã partiu
sozinho. O adivinho
aconselhou-o então a levar
consigo três panos brancos,
limo-da-costa e sabão-da-
costa, assim como a aceitar e
fazer tudo que lhe pedissem
no caminho e não reclamar
de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não
perder
a vida. Caminhanda pela mata encontrou Exú tentando levantar um
tonel de Dendê as costas e pediu-lhe ajuda Oxalufã prontamente
lhe ajudou, mas
Exú, propositalmente derramou o dendê sobre Oxalufã e saiu.
Oxalufã banhou-se no rio, trocou de roupa e continuou sua jornada.
Mas adiante se encontrou novamente com Exú, que desta vez
tentava erguer um saco de carvão a costas e pediu a Oxalufã que
lhe auxiliasse, novamente Oxalufã lhe ajudou e Exú repetiu o feito
derramando o carvão sobre Oxalufã, banhando-se no rio e trocando
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Lenda da Criação
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Histórico do Candomblé:
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Liturgia do Candomblé
A pesar das contradiçõ es do Candomblé, especilmente no que se refere
ao nú mero dos Orixá s, a teologia nã o é complicada: um Deus criadoe
de todas as coisas e deuses menores regentes da Natureza, da
personalidade e da vida dos Homens. Entre tanto, a liturgia, ou seja, as
prá ticas rituais, de iniciaçã o, cultos e sobre tudo o orá culo, esta liturgia
é extremamente complexa. O Candomblé nã o é uma religiã o ‘ caseira’,
Um cató lico, depois de ser catelizado, depois de aprender princípios
bá sicos, pode se sentir perfeitamente livre (apesar das admoestraçõ es
do vaticano) para dispensar a freqü ência à s missas, pode rezar o terço
em casa, até acompanhando pela a televisã o ( rede vida ).
Um muçulmano também: estende seu tapete cinco vezes ao dia para
orar voltado para Meca em qualquer lugar. O budista segue o caminho
do meio, medita sobre as oito verdades do Buda Sakyamuni e tudo está
bem. “Os evangélicos, nã o obstante a insistência dos pastores para que
freqü entem a igreja, uma vez que tomam consciência da força da fé em
Deus-Jesus Cristo (a técnica) pode igualmente” dar um tempo das
reuniõ es. É verdade que Judeus e hinduístas sã o mais cobrados em
suas obrigaçõ es religiosas, porem nada que se compare á rígida
disciplina exigida dos adeptos do candomblé.
Origem de candomblé
A origem do Candomblé se deu na cidade de Ife na áfrica o
Candomblé é uma religião que teve origem na cidade de Ifè, na
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Cargos do
Candomblé...
Babalorixá e Iyalorixá
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Babá-Kekerê ou iyá-Kekerê
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Ogan
Nã o pode ser considero, tã o somente, o tocador de atabaque. O Ogan é
uma figura importante dentro de uma casa de Santo, pois ele atua
como uma espécie de fiscal, ajudando na
coordenaçã o dos rituais. É da competência
do Ogan a manutençã o e preparaçã o dos
couros para os atabaques; coordenar os
toques, entoando as cantigas dentro das
sequências corretas. É também funçã o do
Ogan-Juntamente com o Babalorixá ou
Iyalorixá , entoar as rezas feitas nas
obrigaçõ es e demais rituais. O Ogan
principal e o Alabê, uma espécie de chefe dos
Oagns, que coordena, trabalha e atua na boa
conduta dos demais tocadores. O Ogan
passa por dois está gios: o periudo de
suspensã o, quando ele é indicado pelo o
Santo da casa, eo da confirmaçã o, quando ele
passa pelas obrigaçõ es de ronco.
Ekedi
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Olossãe ou Babalossãe
É outro cargo da maior importâ ncia dentro do Axé, pois cabe a ele-e
digo “ele”, pois se trata de um cargo estritamente masculino
o recolhimento e escolha da ervas que vã o entrar nos rituais.
O Babalossã e é que procura rezar
cata e macera as ervas, num ritual
de grande importâ ncia, pois sem
folhas nada pode ser feito dentro
de uma casa de Santo.
Axogun
Cargo masculino. É aquele que
cuida dos animais a serem
sacrificados para os Orixá s e
aquele que os sacrifica. É ele que vai cuidar da alimentaçã o dos
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
animais, do seu banho (ossé) antes dos oros. Cabe a ele também
separar os Axés (miú dos), além de tratar do couro e passa-los para os
Ogans. Para se chegar ao cargo de Axogun é preciso ter aquilo que se
chama “mã o de faca”, que é a autoridade para fazer os sacrifícios
animais. Diga-se de passagem, os Ogans também actua como Axoguns,
desde que tenham a “mã o de faca”.
Yabassé
Cargo feminino. É aquela que cuida, separa ingredientes e executa a
comida do Santo. Chamada a cozinheira do Axé é dela a obrigaçã o de
ver aquilo que o Santo mais gosta e executar os trabalhos de cozinha. A
Yabassé faz também a comida que será oferecida aos visitantes nos
dias de festa da casa. Para exercer esse cargo é preciso que a mulher
seja iniciada no Santo e receba a autorizaçã o do Pai ou Mã e de Santo
para ser a cozinheira oficial.
Dagã
Cargo feminino. É aquela que vai cuidar da casa de Exú . Está sempre
presente na cerimô nia do Padê (que é a reuniã o para despachar Exú ,
ou seja, Levá -lo para fora para que tome conta dos trabalhos). É a Dagã
que vai tratar dos Exú s da casa, mantendo sempre tudo limpo, aceso
abastecido com os ingredientes da preferncia de Exú , tais como Oti
(cachaça), epô pupa (Azeite de dendê) oyn (mel), etc...
Ebomi
Sã o aqueles feitos com mais de sete anos de iniciaçã o. Trabalham para
a manutençã o da casa, alémde ajudar os mais novos na conduta e
procurando ajudar em tudo o que é possível.
Vodunci
Sã o aqueles feitos com mais de três anos. Estã o no período de
apredizagem sobre os fundamentos da casa. Cuidam de tudo, desde a
limpeza até as obrigaçõ es.
Abian
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
Iá-Efun
É um cargo feminino. Cabe à
Iá -efun o preparo do atim,
ou seja, dos pó s que irã o dar o
desenho da família. É aquela que irá
pintar a/o Yawô com as cores e
formas daquela determinada tribo. Para assumir este cargo é preciso
ser iniciada no Santo e ter, no mínimo, sete anos de feitura.
Peji-Runtó
Nos rituais sã o utilizados muitos elementos, tais como: pembas,
temperos, facas, navalha, tesoura, além do Obi e Orogbô , ervas, favas,
toalhas, entre outras coisas. O Peji-Runtó é aquele que vai preparar a
mesa, digamos assim. É aquele que vai dar condiçõ es ao Babalorixá de
desempenhar as suas tarefas, podendo concentrar-se ao má ximo, sem
preocupaçã o de que este ou aquele elemento esteja faltando ao ritual.
O trabalho do peji-Runtó torna-se, assim, muito importante para o bom
desempenho e andamento dos rituais.
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
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Cantigas de Orixás com Pejigan Anderson de Bessen
1. Doné é a
mãe-de-
santo,
cargo
feminino
na casa
Jeje,
similar à
Yalorixá.
Os vodun-ses da
família de Dan
são chamados
de Megitó,
enquanto que
da família de
Kaviuno, do
sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de
Doné
No Jeje-Mina.
1. Toivoduno
2. Noche
Atabaque a Origem:
Atabaque (ou Tabaque) é um instrumento musical de percussão.
A História:
O atabaque chegou ao Brasil através dos escravos africanos, é
usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do Candomblé e
da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras e influênciados
pela tradição africana.
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Qualidades de Orixás
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Kàré- ou Orèlú eré, é ligado à s á guas e a Oxum e logun Edé e como eles
exercem as mesmas forças a funçõ es... Usa azul e um Banté dourado.
Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé. Bom caçador, mora
sempre perto das fontes.
Ínsèéwé ou Oni Sewè- É o Senhor da floresta, ligado as folhas e a
Ossain, com quem vive na matas. Veste Azul claro, e banda de palha da
costa, usa capacete quase tampando seu rosto.
Ìnfamí ou Infain- Odé funfun, ligado a Oxaguian e Oxalufã , só usa
branco e come abado.
Ajénìpapò- Odé ligado as Iyamis Osorogá , aquele que pode se
aproximar e também a Oyá , o dono do Irukere. Poderemos ainda
encontrar: Odé Etetú ; Odé Isanbò , Odé Ominò n, Odé Oberun Já .
Otokán Sósó-Embora muitas veses seja citado como uma qualidade,
nã o é qualidade, é um oríkí que significa o caçador que só tem uma
flecha. Ele nã o precisa de mais nenhuma flecha porque jamais erra o
alvo. Titulo que Oxossí recebeu ao matar o pá ssaro de Iyami Eléye. Nã o
fazendo parte do rol dos caçadores que possuíam várias flechas, Oxossí
era aquele que só tinha uma flecha, Os demais erraram o alvo tantas
vezes quantas flechas possuíam, mas, Oxossí com apenas uma flecha foi
o ú nico que acertou o pá ssaro de íyamim, ferindo-o com um tiro
certeiro no peito. Por essa razã o é que ele nã o recebe mel, pois o mel é
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Qualidades de
Orixás-Omolu
Akavan: tem ligaçã o com Oyá ,
veste estampado.
Azonsu ou Ajunsu: Tem
fundamento com Oxumaré, Oxum e
Oxalá . Carrega lança
e veste branco. Azoane: É jovem, veste
vermelho, palha vermelha tem caminhos com Iroko, Oxumaré, Iemanja
e Oyá . Arawe - Jagun: Tem fundamento com Oyá e Oxalá .
Ajoji- Jagun: tem fundamento com Ogum e Oxaguiam.
Avimanje: Tem fundamento com Nanã e Ossain e Odé.
Ajoji-Segí/Jagun: Tem ligaçã o com Yemanjá e Oxumare/ Nanã .
Afomam: Veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças.
Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe.
Tem caminhos com Oxumaré, Ogum de quem é conpanheiro, dança
cavando a terra com intoto para depositar os corpos que lhe
pertencem. Agbagba Jagun: Tem fundamento
com Oyá . Itubé Jagum: É jovem e
guereiro; leva na mã o uma lança chamada okó ; Tem caminhos com
Ogunjá , oxaguiam, Ayrá , Exú e Oxalufan. Nã o come feijã o preto e é o
ú nico que come Igbin (Caracol). Ípòpò: Tem
forte fundamento com Nanã , usa Biokô . Tetu/Etetu
Jagun: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Oyá . Veste de branco,
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Qualidades de
Orixás-
Oxumaré
Dan- Corresponde ao nome Jeje
de Oxumaré e, no Alekétu,
constitui uma qualidade deste
ú timo: é a cobra que participou
da criaçã o. É uma qualidade
benéfica, ligada à chuva, à
fertilidade e a abundancia: gosta
de ovos e de azeite de dendê.
Com tipo humano, é generoso e
até perdulá rio.
Dangbé- É um Oxumaré mais
velho que seria o pai de Dan;
governa os movimentos dos
astros. Menos agitado que Dan
possui grande intuinçã o e pode
ser um divino esperto.
Becém- Dono do terreiro do
Bogun, veste-se de branco e leva
uma espada. Becém é um nobre e generoso guerreiro, um tipo
ambicioso, combativo de Oxumaré, menos afetado e menos superficial
que Dan. Aido Wedo - Também e uma qualidade de Oxumaré
conhecida no Bogun. Azunodor- É o príncipe de branco
que reside no Baobá , relacionado com os antepassados; come frutas e
“leva tudo de Dois”. Frekuen- É o lado feminino dew Oxumaré,
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Qualidades de
Orixás-Xangô
Alufan: É idêntico a um Airá .
Confundido com Oxalufan. Veste
branco e suas ferramentas sã o
prateadas. Alafim: É o dono do
palá cio real, governate de Oyó .
Ligado a Oxaguiam.
Afonjá: É o dono do talismã
má gico dado por Oyá a mando
de Obatalá ; come com Yemanjá
sua mã e. Patrono de um dos
terreiros mais tradicionais da
Bahia, o Axé Opô Afonjá , é o Xangô da casa real de Oyó .
Aganju: Veste marrom, Xangô guerreiro, feiticeiro, estreita ligaçã o com
Yemanjá e os Ogbonis.
Agodo: aquele que usa dois Oxês. Veste marrom, ligado a Yemanjá .
Baru: Veste-se de marrom/preto. Ligaçã o com Yemanjá em tapá é Exú ,
o ú nico que nã o pode comer Amalá .
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Qualidade
de Orixás-
Oyá
Oyá Petu- Ligada a Xangô e até
confunde-se com ele,
Oyá dos raios.
Oyá Onira- Rainha da Cidade
de Ira, a doce guerreira ligada
as á guas de Oxum, veste rosa.
Oyá Bagan-Oyá com
fundamento com Oxossí,
Ossaim, guerreira dos ventos
das matas.
Oyá Senó ou Sinsirá- Oyá
raríssima, ligada a Yemanjá
e Airá .
Oyá Topé- mora no tempo
ligado a Oxum e Exú (alguns axés têm como igbalé) Oyá
Ijibé ou Ijibí- Veste branca ligada a Oxalá ao vento frio. Oyá
Kará- Veste a cor vermelha, ligada a Xangô , ao fogo, aquela que carrega
o ajerê fervendo na cabeça. Oyá leié- O vento e dos
pá ssaros, veste estampado, ligada a ewá .
Oyá Biniká- A senhora do vento quente, ligada a Oxumaré e Omolu.
Oyás de culto Igbalé:
Oyá Egunita-Igbalé, aqui vive com os mortos/eguns/veste branco e
mariwo, ligada a Oxalá , Nanã , e ao vento do banbuzal.
Oyá Funan- Igbalé, a que encaminha os mortos/eguns/veste branco e
mariwo, ligada a Oxalá , Nanã e ao cenntro do banbuzal.
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Qualidades de Orixás-Obà
Obà Gideo. Obà Rewa. Em
qualquer das suas qualidades é uma guerreira
destemida, mas recentida. Veste-se de vermelho,
branco e dourado. Carrega espada e escudo. Gosta
de Acarajé, Aberém, feijão fradinho, cabras,
galinhas e coquéns. Recebe culto ás quarta feiras e
os seus filhos são em pequeno número.
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Qualidades
de Orixás-
Ewà
Weá Gebeuyin: A primeira
a surgir no mundo. Veste
vermelho maravilha e
amarelo claro. Come com
Omolu. Oyá e Oxum. Nas
tempestades ela pode se
transformar numa
serpente azulada.
Ewá gyran: É a deusa dos
raios do sol. Controla os raios solares para que eles nã o destruam a
terra. É a formaçã o do arco- Iris duplo que aparece em torno do sol.
Metade é Ewá e a outra é Bessem. Platina, rubi Ouro e bronze vã o em
seu assentamento. Come com Omolu, Oxum e
Oxossí. Ewá
Awò: A senhora dos mistérios do jogo de Bú zios. Divindade pouco
cultuada no Brasil tem enrredo com Oyá , Oxossí e
Ossaim. Ewá Bamio: A senhora das pedras
preciosas, ligada a Ossaim. Ewá Fagemy: A senhora dos
rios encantados, ela é
quem tem o poder de fazer surgir o arco-iris
e tem por obrigaçã o sustentalo no céu. Ligada
a Aira, Oxum e Oxalá .
Ewá Salamim: A senhora guerreira, jovem, habitante
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Qualidades de Orixás-Oxum
Divindade calma, veste-se sempre de cores claras, de preferência
amarelas que é a sua cor consagrada; porém, dependendo da qualidade,
òsun guerreira pode vestir-se de cor de rosa, òsun velha de branco e
azul claro; òsun Ijimu, por exemplo, usa uma saia azul claro, òja e adé
cor de rosa. Òsun leva na mão direita seu leque ritual, o abèbé de latão
ou qualquer outro metal dourado, com uma sereia, um peixe ou até
mesmo uma pequena pomba no centro.
O número de òsun sendo de zesseis, o colar terá dezesseis fios,
dezesseis firmas (ou duas, ou quatro) que podem ser de divindades com
as quais ela tem afinidade, ou com as quais sua filha estiver relacionada:
Òsòsi, Sàngó, Yémánjá, por exemplo. Òsun dança os ritmos ijesa, com
passos miúdos, segurando
graciosamente a saia.
O toque Ijèsà é ritmado como o balanço das águas tranqüilas, e muito
apreciado pelos fiéis. Quando estão Presentes Òsòsi e Logun Edé
acompanham òsun. Ògún também dança com òsun os ritmos Ijèsà,
assim como òsányín. No terreiro jeje do Bogun, òsun (ÍYÁLODE) dança o
bravum como Naná. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas
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jóias, anéis e pulseiras. No dia do deká de uma filha de Yasan (Oya Bale)
daquela casa, òsun manifestou-se para disputar Sàngó, empurrando-a e
dançando, provocante, diante do deus do trovão.
Dizem que há dezesseis òsun; obtive dados sobre as seguintes:
- ÒSUN ABALÔ é uma velha Òsun, de culto antigo, considerada Iyá
Ominibú, tem ligação com Oyá, Ogun e Oxóssi, veste-se
de cores claras, usa abebé e alfange.
- ÒSUN IJÍMU ou Ijimú é outro tipo de Òsun velha. Veste-se de azul
claro ou cor de rosa. Leva abèbé e alfange, tem ligação com as Iyamís, é
responsável por todos os Otás dos rios.
- ÒSUN ABOTÔ também uma velha oxum de culto antigo, ligada as
Iyamís, feiticeira, carrega abebe e alfange, tem ligação
com Nanã, Oyá de culto Igbalé.
- ÒSUN OPARÁ ou Apará seria a mais jovem das Òsun, e um tipo
guerreira que acompanha Ògún, vivendo com ele pelas estradas; dança
com ele quando se manifestam juntos numa festa; leva uma espada na
mão e pode vestir-se de cor de marrom
avermelhado, a Senhora da Espada.
- ÒSUN AJAGURA ou Ajajira, outra òsun guerreira que leva espada,
jovem, tem ligação com Yemanjá e Xangô
- YEYE OKE Oxun jovem guerreira, muito ligada
a Oxóssi, carrega ofa e erukere
- YEYE ÌPONDÁ é também uma òsun Guerreira ligada a Ibuálàmò. Yeye
Pondá é rainha da cidade que leva seu nome Ìponda, leva uma espada e
veste-se de amarelo ouro e branco quando acompanha Oxaguiã.
- YEYE OGA são uma òsun velha e muito
guereira, carrega abebe e alfange
- YEYE KARÉ é um osun jovem e guereira, ligada a
Odé Karè, Logun edé.
- YEYE IPETU é uma Oxum de culto muito antigo, no interior
da floresta, na nascente dos rios, ligada a Ossaiyn.
- YEYE AYAALÁ- é talvez a mais ancestral dentre todas, veste-se de
branco, ligada a Orunmilá e as iyamis, considerada a avó.
-YEYE OTIN- Oxum com estreita ligação com Ínlè, ligada a
caça e usa ofá e abebé.
-YEYE IBERÍ ou merimerin- Oxum nova, concentra a vaidade e toda
beleza e elegância de uma oxum, dizem que era Oxum de
mãe menininha do Gantois.
-YEYE MOUWÒ- oxum ligada a Olokun e Yemanjá, grande poder das
iyamís, veste-se de cores claras e usa abebé e ofange.
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Qualidades de
Orixás-Logun
Edè Apanan - Todos comem
com ÈSÙ e ÒSÓÒSÌ. Seus
fundamentos estão em sua mãe de
criação ONIRA, sem ela LOGUN
não caminha. Edè Lokó - Tem
fundamento com ÈSÙ.
Edè Ibain - É de outro caçador
homenageado e cultuado como
Logun, esse caçador inclusive é o
verdadeiro proprietário dos chifres
tão importantes no culto.
Logun Edé (ló gunèdè) é o orixá da
riqueza e da fartura, filho de Oxum e
Oxó ssi, deus da guerra e da á gua. É , sem dú vida, um dos mais bonitos
orixá s do Candomblé, já que a beleza é uma das principais
características dos seus pais. Caçador habilidoso e
príncipe soberbo, Logun Edé reú ne os domínios de Oxó ssi e Oxum e
quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua
paternidade. Apesar de sua histó ria, é
preciso esclarecer que Logun Edé nã o muda de sexo a cada seis meses,
ele é um orixá do sexo masculino. Sua dualidade se dá em nível
comportamental, já que em determinadas ocasiõ es pode ser doce e
benevolente como Oxum e em outras, sério e solitá rio como Oxó ssi.
Logun Edé é um orixá de contradiçõ es; nele os opostos se alternam, é o
deus da surpresa e do inesperado. Na Nigéria, a cidade de Logun Edé
chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e pró speras da Á frica, mas o seu
culto na regiã o está em via de extinçã o.
Na Á frica negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ó lò lú n Ode – o
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Qualidades de
Orixás-Yemanjá
Yemanja Asagba ou Sobá: Ligada
a Airá , Lufã e Orunmilá , fia
algodã o, usa corrente de prata no
tornozelo, carrega abebé e sua
energia é a espuma branca do mar,
veste branco com prata.
Yemanjá Akurá: Vive nas
espumas do mar e coberta de algas
marinhas. Muito rica e pouco
vaidosa. Adora carneiro, ligada a
Nanã veste branco aperolado.
Yemanjá Atarammogba: Vive
naespuma da ressaca da maré,
guerreira ligada a Xangô , veste
branco e nuances de cores claras.
Yemanjá Iyaoyó ou Awoyó:
É uma das mais velhas, possui
ligaçã o com Oxalá , Oxumaré e
Xangô , e veste branco e cristal, responsavel pelas marés. Yemanjá
Maleleo ou Maylewo: Esta Yemanjá vive nos grandes lagos, tímida,
nã o se pode tocar no rosto do Iyawò , veste verde claro. Yemanjá
Iyágunté: Mã e do rio ó gun, esta yemanjá guerreira usa espada e tem
ligaçã o com Ogum e Oxaguian, carrega abebé, veste azul claro. Yemanjá
Sessu, Iyá sessu: Voluntariosa e respeitá vel ligada a Babá Olokun, vive
na á guas agitadas da costa come inhame, suas contas sã o verde
translucido, veste verde e branco.
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Qualidades
de Orixás-
Nanã
Nanã Abenegi: Dessa
Nanã nasceu o Ibá Odu,
que é a cabaça que trá s
Oxumaré, Oxossí Olodé,
Oyá e Yemanjá . Nanã
Adjàosi: É a guerreira
agreciva que veio de Ifé, à s
vezes confundida com Obà ,
Mora nas á guas doces e veste-se de azul. Nanã Ajapá ou Dejapá: É a
guardiã que mata, vive no fundo dos pâ ntanos, é um Orixá bastante
temido, ligado a lama, a morte, e aterra. Veio de Ajapá . Esta ligada aos
mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira;
cuida dos velhos e dos doentes, toma conta
dos moribundos. Nela predomina a
razã o.
Nanã Asainan ou Asenà n: Provisoriamente sem dados inerentes
a este caminho do Orixá Nanã .
Nanã Buruku ou Búkùú: Também é chamada
Olú Waiye (senhora da terra), ou Oló wo (senhora do dinheiro) ou
ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à á gua doce dos
pâ ntanos, usa um ibiri azul.
Nanã Iyabahin ou Lànbaiyn: Provisoriamente
sem dados inerentes a este Orixá Nanã .
Nanã Obaia oi Obáiyá: É ligada a á gua e a lama. Mora nos pâ ntanos;
usa contas cristal veste lilá s e veio do Baribae.
Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de
Oxalá . Associada aos pâ ntanos profundos e ao fogo. É dona do
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universo, a verdadeira mã e do
Omolu Intoto. Veste musgo e
cristal. Nanã Savè: Veste-se de
azul e branco, e usa uma coroa de
bú zios. Nanã Ybain: É a
mais temida. Orixá da varíola. Usa
cor vermelha, é a principal, come
direto na lagoa, dando origem a
outros caminhos. Para chamá -la, a
Ekedji tem que ir batendo com
seus otá s para
fazê-la pegar suas filhas.
Nanã Oporá: Veio de Ketu,
coberta de Osù n vermelho, É a mã e de Obaluaiyê, ligada a terra,
temida, agreciva e irascível. Nanã Xala: Muito ligada a Oxalá e ao
branco.
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Qualidades de
Orixás-Oxalá
Osolifon, Orixá Olúfon:
Velho e sá bio, cujo templo é
em Ifó n, pouco distante de
Oxogbô . Seu culto permanece
ainda relativamente bem
preservado nessa cidade
tranqü ila, um nú cleo de
sacerdotes, os Ìwèfà méfà
(Aá jè, A ` swa, Olú win, Gbò gbò ,
Alá ta, e Ajíbó dù ) Ligados ao
culto de Orixá s Olú fó n e uns
vinte oló yè, os dignitá rios
portadores de títulos, que
fazem parte da corte do rei
local, Obà Olú fò n. Conhecemos
alguns Orixá s funfun que
segundo verger seria 154, dos quais citamos alguns; Babá Ifurú;
Babá Okim; Baba Akanjáprikú;
Babá R´Oko; Babá Efejó;
Babá Ajalá;
Babá Ajagemo;
Babá Olokun.
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Orixás
Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.
Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que
criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba). A centenas
de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um
pequeno número que é invocado em cerimônias:
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Hierarquia
As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto,
em yoruba Olóyès, Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são:
O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é
o de Iyálorixá (mãe-de-santo) ou Babalorixá (pai-de-santo). São
pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São
sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o
conhecimento para tal função. Quando a pessoa escolhida através
do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto,
terá que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da
casa para obter o conhecimento necessário.
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Oloye
Ase
Apostila curso de
Toque e Cânticos.
Ministrado por Pejigan
Anderson de Bessen.
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Encomendas: (21)98179-6382
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