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Pejigan Anderson de Bessen

APOSTILA CADERNO DE ORIXÁ

Lendas dos Orixás – Mais de 800 Cantigas para Orixás


(acompanha CD, Pendrive) - Qualidade de Orixás – Mais de 64
Sassaim, Cantigas para Vodun
(acompanha CD, Pendrive) Cargos do Candomblé Hierarquia e
muito mais.

Pejigan Anderson de Bessen

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Introdução

Olá Amigos esta apostila e resultado de anos de pesquisa e uma vida inteira no Candomblé, e não
tem a intenção de distorce, modificar ou ferir qualquer vertente ligada ao culto dos orixás o
Candomblé.

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SUMÁRIO

Lendas dos Orixás


Histórico do Candomblé
Cargos do Candomblé
Acomodando Exú
Cantigas de Rum para Exú
Festividade de Ogum
Cantigas de Rum para Ogum
Festividade de Oxossi
Cantigas de Rum para Oxossi
Cantigas de Rum para Ossaín
O Ato de Cantar folhas e Itan
Ervas e folhas
Sassaim, Cantigas
Festividade de Omolu, qualidades e Cantigas.
Cantigas de rum para Oxumarê(gbessen)
Festividade de Xangô, Roda de Xangô, Rezas e Cantigas de Rum
Cantigas de Rum para Oba
Cantigas de Rum para Iewá
Festividade de Oxum e Cantigas de Rum
Cantigas de Rum para Logum
Cantigas de Rum para Iemanjá
Cantigas de Rum para Nanã
Cantigas de Rum para Oxalá
Cantigas para saida de Iawo, cortejo dos Orixás, recolher e tirar orixás para sala.
Oye, Obrigação de 7 anos e confirmações
Algumas qualidades de Orixá
Hierarquia
Cantigas para Vodun

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Lendas dos Orixás

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Lenda de Exú

Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás.


Olorun quando o criou deu-lhe entre outras funções a de comunicador
e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que
se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer
alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos
tambores e dos cânticos estava muito alto, e que não ficava bem tanta
agitação.
Então eles pediram a Exú que parasse com aquela atividade
barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a
vontade de todos.
Um belo dia numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falto da
alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas
ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a
animar as festas, pois elas estavam muitas sem vida.
Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua
animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a
primeira pessoa que encontrasse.
Logo apareceu um homem de nome Ogan Exú confiou-lhe a missão
de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades
dos orixás. E daquele dia em diante, os homens que exercessem esse
cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados
Ogans.

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Lenda de Ogum

Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos.


Ele trazia sempre um rico espólio em suas
expedições, além de numerosos escravos. Todos
estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá,
seu pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas
ele tomou Irê. Antigamente esta cidade era formada
por sete aldeias por isto chamando ainda hojé Ogum
mejejê lodê Irê - “Ogum das sete partes de Irê”.
Ogum matou o rei Onirê e o substituiu pelo próprio
filho, conservando para si o título de Rei. Ele é
saudado como Ogum Onirê! - “Ogum Rei de Irê”.
Entretanto ele foi autorizado a usar apenas uma
pequena coroa "akorô". Daí ser chamado também de
Ogum Alakorô - “Ogum dono da pequena coroa”.
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou
a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê,
após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por
infelicidade no dia de sua chegada celebrava-se uma
cerimônia, na qual todo mundo devia guardar
silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia
que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-
lhe sinal de desprezo. Ogum cuja paciência é curta
encolerizou-se, quebrou as jarras com golpes de
espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia
tendo acabado, apareceu finalmente o filho de Ogum
e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e
feijão regados com dendê, tudo acompanhado de
muito vinho de palma.
Ogum arrependido e calmo lamentou seus atos de
violência e disse que já vivera bastante, que viera
agora o tempo de repousar.
Ele baixou então sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.

Lenda de Ogum
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos,
manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia que tinha o
poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas as tocassem em uma briga.

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Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua vez,
também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder
impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos,
brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete
partes e Oyá em nove partes, o recebeu o nome de Ogum Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe
transformada em nove.

Lenda de Ogum
Ogum tem estreita relação com o número sete, o que é explicado por duas lendas iorubanas. Na primeira, ele aparece como
o guerreiro - filho de Odudua, rei de Ifé - que conquista a cidade de Irê e assume o título de Oni (senhor ou rei). Em torno de
Irê havia sete aldeias, hoje desaparecidas. Por essa razão, acreditava-se que Ogum fosse composto por sete partes, uma para
cada aldeia conquistada. Em iorubano, sete é mejê, de onde resultou a expressão Ogum Mejê (O Ogum que são sete, ou o
Ogum composto de sete partes). É a ele, portanto, que o ponto é dedicado.

A outra lenda fala do casamento entre Ogum e Oyá. Ogum tinha uma vara mágica, feita de ferro (metal que lhe está
associado), que tinha a propriedade de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres que tocasse. Em sua
oficina de ferreiro, Ogum confeccionou uma vara igual e deu-a de presente a Oyá. Algum tempo depois, porém, Oyá fugiu
com Xangô e foi perseguida pelo furioso marido traído. Quando se encontraram, entraram em combate com suas varas
mágicas, dividindo-se Ogum em sete partes e Oyá em nove. Por isso ela é chamada de Iansã, termo composto de duas
palavras iorubanas: Iá ou Inhá (mãe) e messan (nove).

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Lenda de Odé
Olofin, rei de Ifé, resolveu preparar uma grande comemoração em seu reino para alegrar seus súditos que andavam muito
tristes. Seria a festa do inhame. Os festejos deveriam ser grandiosos e durar muitos dias para que todos comessem e
bebessem até se fartar. A cidade tornou-se colorida, vinha gente de muito longe para participar da festividade. Há muitos
anos nada se fazia ali, nem mesmo parecido com o que era anunciado. Num descuido imperdoável, o rei em sua euforia
esqueceu-se de algo muito importante. Deixou de convidar as Ia Mi Oxorongá, as mães feiticeiras, bruxas poderosas, donas
de grandes pássaros maléficos que ao serem soltos causavam doenças e morte por onde sobrevoassem. Enraivecidas por
terem sido ignoradas, resolveram vingar-se do rei. Ao romper do dia marcado para o inicio das comemorações mandaram
um de seus pássaros gigantes para a cidade. Este
pousou sobre o palácio e lá ficou observando tudo que
se passava, esperando que a festa começasse para
sobrevoá-la, espalhando assim, a morte. Era tão grande a
ave que a cidade ficou escura com a sombra que dela
se projetava. O rei ficou indignado aquilo acabaria com
sua festa e sua grande idéia se tornaria um fracasso.
Mandou então, que se convocassem os melhores
caçadores do reino para que eliminassem o intruso.
Dezenas de caçadores apresentaram-se com suas
flechas e tentaram durante dias matarem as aves
agourentas. Sem sucesso. O peito do pássaro parecia
de aço. Todas as flechas lançadas contra ele vergavam e
caiam no chão sem causar-lhe dano algum. Olofin, a
cada fracasso ficava mais irritado, e ordenava que cada
caçador pela sua incapacidade fosse morto
imediatamente. Após vários dias de tentativa apareceu
Oxotokanxoxô, um jovem caçador que tinha somente
uma flecha, mas que mesmo assim se propunha a
acabar com o problema. Todos riram diante de tanta audácia, mas o rei aceitou a oferta dizendo-lhe que se não conseguisse
seria morto como todos os outros. O rapaz confiante disse: – Se eu não conseguir que me façam em pedaços. A mãe do
jovem, que estava presente, ficou desesperada e foi consultar os babalaô para saber de que forma poderia ajudá-lo. O
adivinho lhe disse que seu filho estava a um passo da morte ou da riqueza, mas que ela tentasse fazer uma homenagem às
feiticeiras e rezar para que elas a aceitassem. Seguindo o conselho que o homem lhe dera, sacrificou uma galinha, ofereceu-
a as bruxas e abrindo seu peito colocou-a em campo aberto gritando: – Que o peito do pássaro aceite este presente! Nesse

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exato momento Oxotokanxoxô disparou sua única flecha. O pássaro distraiu-se com o grito da mulher e, contente com o
presente, abriu as asas deixando o peito descoberto. Sendo acertado em pleno coração pela flecha do rapaz, caiu morto
instantaneamente. O rei, satisfeitíssimo com o sucesso do trabalho, presenteou o rapaz com uma grande fortuna e ordenou
que todos o tratassem como herói. E o povo cantou e dançou em homenagem ao rapaz gritando sempre “Oxóssi”, que quer
dizer o caçador Oxô tem muita sorte.

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Ossaim recebera de Olodumaré o segredo das folhas. Ele sabia que algumas delas traziam à calma ou a vigor, outras, a
sorte, as glórias, as honras, ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes. Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma
planta, eles dependiam de Ossaim para manter a saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e imperioso, irritado com esta desvantagem, usou de um ardil para tentar
usurpar de Ossaim, a propriedade das folhas. Falou do plano à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos. Explicou-lhe que em
certos dias, Ossaim pendurava num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. "Desencadeie uma
tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.
Iansã aceitou a missão com muito gosto. O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando as
árvores, quebrando tudo por onde passava, e o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça
rolou para longe e todas as folhas voaram. Os orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas,
mas Ossaim permaneceu senhor do segredo de suas
virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas
para provocar sua ação. E, assim, continuou a reinar
sobre as plantas, como senhor absoluto. Graças ao
poder (axé) que possui sobre elas.

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Leda de Omolu
Nanã, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi perfeita, nascendo uma criança doente, com
muitas chagas recobrindo seu pequeno corpo. Ela não conseguia imaginar que maldição era aquela, que trouxe de suas
entranhas uma criatura tão infeliz!
Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia olhar para ela, resolveu deixá-la perto do mar. Se
a morte a levasse seria melhor para todos.
Iemanjá, que estava saindo do mar, viu aquele pequeno ser deitado nas areias da praia. Ficou olhando por algum tempo, para
ver se havia alguém tomando conta dele, mas ninguém aparecia. Então, a grande divindade das águas foi ver o que estava
acontecendo. Quando chegou mais perto, pôde compreender que aquela criança tinha sido abandonada por estar gravemente
enferma. Sentindo uma imensa compaixão por aquela pobre criatura, não pensou em mais nada, a não ser em adotá-lo como
a um filho.
Com seu grande instinto maternal, Iemanjá dispensou a ele todo o
carinho e os cuidados necessários para livrá-lo da doença. Ela
envolveu todo o corpo do menino com palhas, para que sua pele
pudesse respirar e, assim fechar as chagas.
Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa, e
ninguém a não ser sua querida mãe, tinham visto seu rosto. Era um
ser austero e misterioso, provocando olhares curiosos e assustados
de todos. Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob
aquelas palhas.
Oyá, certa vez o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois
queria desvendar de uma vez por todas, aquele mistério. Obaluayê
sem lhe dar a menor atenção, negou-se a fazê-lo. Ela que nunca se
deu por vencida resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força,
evocou o vento, fazendo voar as palhas que o protegiam.
Quando a poeira assentou Oyá pode ver um ser de uma beleza tão
radiante que só poderia ser comparado ao sol. Nem mesmo ela,
como orixá, conseguia erguer os olhos para ele. Assim, todos
entenderam que aquele mistério deveria continuar escondido.
Outra lenda nos mostra que esse poderoso Orixá, em suas andanças
pelo mundo, pode presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os
povos que Olorun criou e deu vida brigavam por um pedaço de
terra. Muitas pessoas morriam, para que seus líderes pudessem
conquistar extensões maiores para seu reinado. Os limites para
esses guerreiros eram insuperáveis, e as guerras não tinham mais
fim. Obaluayê não entendia o motivo destas guerras, já que Olorun
havia criado a terra para todos.
As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o devido valor à vida humana. Os homens só pensavam
em seus interesses materiais.
Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida é o maior tesouro que alguém pode ter.
O poderoso orixá traçou então, com seu cajado um grande círculo no chão, no centro dos conflitos. Colocou dentro dele
todo tipo de doença existente. Todo guerreiro, que por ali passasse, iria contrair algum tipo de doença.
De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram inclusive os líderes dos exércitos. Só isso conseguiu por fim às
guerras.
As doenças se transformaram em epidemias, deixando populações inteiras à beira da morte.
Um babalaô revelou o mau presságio, pedindo a todos que refletissem sobre o que estava acontecendo, por culpa deles
próprios. Obaluayê havia mandado essas mazelas para a terra, a fim de mostrar que, enquanto temos saúde e uma vida

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plena, não devemos nos preocupar excessivamente com coisas materiais. Desta vida nada se leva, a não ser o conhecimento
e a experiência que acumulamos.
Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram oferendas, conforme explicou o babalaô, conseguiram livrar-se de suas
enfermidades e restabelecer sua dignidade. Mas, infelizmente, nem todos agiram assim.
Talvez por isso existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há milhares de anos, tentando não se desligar da
natureza.

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Lenda de Oxumare
Nanã obcecada pela ideia de ter um filho de Oxalá concebeu o primogênito
Obaluaye, que Por sua terrível aparência Foi despresado por ela. Nanã
consulta Ifá, e este orixá lhe dessera, que numa segunda tentativa, ela daria a
luz a um filho lindíssimo, tão formoso quanto o arco-Iris. No entanto
preveniu-a sobre o fato que a criança jamais ficaria ao seu lado. Seu sonho
parecia realizado ate o momento do parto, quando deu a luz a um estranho
ser que recebe o nome de oxumare. Durante seis meses a criatura tomava
forma de arco-íris, cuja função era levar água para o castelo de Oxalá, que
morava em orun (no céu). Depois de cumprida atarefa ele voltava a terra por
outros seis meses, assumindo a forma de uma cobra. Com essa aparência, ao
morde a própria cauda, Dando a volta em torno da terra, ele teria gerado o
movimento de rotação, bem como o transito dos astros no espaço. É um
Orixá que representa polaridades contrarias como o masculino e o femnino,
bem o mal, a chuva e o tempo bom, o dia e a noite, respectivamente, através
das formas do arco-iris e serpente.

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Lenda de Xangô
Xangô era rei de Oió, o mais temido e respeitado de todos os reis. Mesmo assim, um dia seu reino foi atacado por uma
grande quantidade de guerreiros que invadiram a cidade violentamente, destruindo tudo e matando soldados e moradores
numa tremenda fúria assassina. Xangô reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia, porém, percebeu que a guerra
tornara-se um caminho sem volta. Já havia perdido muitos soldados e a única saída seria entregar sua coroa aos inimigos.
Resolveu então procurar por Orumilá e pedir-lhe um conselho para evitar a derrota quase certa. O adivinho mandou que ele
subisse uma pedreira e lá aguardasse, pois receberia do céu a iluminação do que deveria ser feito. Xangô subiu e quando
estava no ponto mais alto do terreno foi tomado
de extrema fúria. Pegando seu oxê, machado de
duas lâminas, começou a quebrar as pedras com
grande violência. Estas ao serem quebradas,
lançavam raios tão fortes que em instantes
transformaram-se em enormes línguas de fogo
que, espalhando-se pela cidade, mataram uma
grande quantidade de guerreiros inimigos. Os
que restaram apavorados procuraram os
soldados de Xangô e renderam-se
imediatamente pedindo clemência. Levados os
presos elegeram um emissário para servir-lhes
de porta voz. O homem escolhido foi logo se
atirando aos pés de Xangô. Desculpou-se
pedindo perdão. Humilhando-se, explicou que
lutavam, não por vontade própria, e sim forçada
por um monarca, vizinho de Oió, que tinha um
grande ódio de Xangô e os martirizava
impiedosamente. Xangô, altamente perspicaz,
enxergou nos olhos do guerreiro que ele falava
a verdade e perdoou a todos, aceitando-os como
súditos de seu reino. Assim tornou-se conhecido
como o orixá justiceiro que perdoa quando
defrontado com a verdade, mas que queima com
seus raios os mentirosos e delinqüentes.

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Lenda de Xangô
Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por
assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os
demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei,
alguém que cuida da administração, do poder e principalmente da justiça - representa a autoridade constituída no panteão
africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais
especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque
naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso
impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de
Caboclo.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que certo autoritarismo faça parte da sua figura
e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando
inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal.
Ele é o Orixá dos raios e dos trovões.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se
considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca
das pedras-deraio formado pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas principalmente
naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a
seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde
todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de
rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de
quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal
da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que
indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um
lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer
um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.
Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é
uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito,
uma intensa atividade amorosa.
Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo
sobre a cabeça; este fogo é ao mesmo tempo o duplo machado, e lembra certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os
iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando
através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô, portanto já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o
suficiente para não servir apenas como consultor.
Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a
figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta
ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua
cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o
grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.
Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito
que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.

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Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de
intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era
casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que
Xangô raptou.
No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de
Oyó (Nigéria), posto que conseguisse após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso,
sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se
e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia
das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Yemanjá como mãe.
Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia
encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos,
nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de
um modo geral.
Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o
progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial,
monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está
acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.
Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e
teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.

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Lenda de Oya
As pessoas dedicadas a yansã, nome sob o qual ela é mais conhecida no Brasil, usam colares de contas de vidro grená. A
quarta feira é o dia da semana consagrado a ela, o mesmo dia de Xangô, seu marido. Seus símbolos são como na África: os
chifres de búfalo e um Alfanje, colocados sobre seu peji. Ela recebe sacrifícios de cabras e oferendas de acarajé (àcàrá na
África). Ela detesta abóbora e a carne de carneiro lhe e proibida. Quando se manifesta sobre um dos iniciados, ela está
adornada com uma coroa semelhante à dos Reis africanos, cujas franjas de contas esconde seu rosto. Ela traz um alfanje em
uma das mãos e um espanta-moscas feito de cauda de cavalo no outra. Suas danças são guerreiras, e se Ogum está presente,
ela se engaia num duelo com ele, lembrança, sem dúvida,
de suas antigas divergências. Ela invoca também, através
de seus movimentos sinuosos e rápidos, as tempestades e
os ventos enfurecidos. Seus fiéis Saúdam-na gritando:
”Epa Heyi Oya!”. No Brasil, Oia é sincretizada com Santa
Bárbara e, em Cuba com Nuestra Señons de La
candelária. Certas Inhançãs chamadas Yànsàn de igbalè,
ligadas ao culto dos mortos, os Egúngún, quando dançam
parecem espulsar as almas errantes com seus braços
largamente abertos estendidos para frente. Oyá Vivia em
terras de Keto um caçador chamado Odulecê. Era o líder
de todos os caçadores.
Ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, que
por seus modos espertos e ligeiros era conhecida por Oyá.
Oyá tornou-se logo a predileta do velho caçador,
conquistando um lugar de destaque naquele povo.
Mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oyá muito
triste. A jovem pensou numa forma de homenagear o seu
pai adotivo.
Reuniu todos os instrumentos de caça de Odulecê e
enrolou-os num pano. Também preparou todas as iguarias
que ele tanto gostava de saborear. Dançou e cantou por
sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu
canto, fazendo com que se reunissem no local todos os
caçadores da terra.
Na sétima noite, acompanhada dos caçadores, Oyá embrenhou-se mata adentro e depositou ao pé de uma árvore sagrada os
pertences de Oyá.
Olorun, que tudo via, emocionou-se com o gesto de Oyá e deu-lhe o poder de ser guia dos mortos no caminho do Orun.
Transformou Odulecê em orixá e Oyá na mãe dos espaços dos espíritos.
Desde então todo aquele que morre tem seu espírito levado ao Orun por Oyá. Antes, porém deve ser homenageado por seus
entes queridos numa festa com comidas, cantos e danças.
Nasceu o ritual funerário do axexê.

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Lenda de Oba
Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre
de um lugar para o outro. Em Cosso fez-se rei e casou-se com oba.
Oba era sua primeira e mais importante esposa, oba passava o dia
cuidando da casa de xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava
tudo limpo. Uma vez Xangô viu Oyá lavando roupa na beira de
um rio e dela se namorou perdidamente. Com Oyá se casou, mas
se casou de novo. Oxum foi à terceira mulher. As três viviam às
turras pelo amor do rei, para deixar Xangô feliz, Oba presenteou-
lhe um cavalo-branco, Xangô gostou muito do cavalo, tempos
depois Xangô saiu para guerrea levando Oyá cosigo, seis meses se
passaram e Xangô continuava longe, Oba estava desesperada e foi
consultar orunmilá, Orunmilá aconselhou oba a oferecer em
sacrificiu um iruquerê, espanta-moscas feito com rabo de um
cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa. Para fazer a oferta
prescrita pelo oráculo. Oba encomendou a Eleguá um rabo de
cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o
rabo do cavalo-branco de Xangô, mais não cortou somente os
pêlos e sim a calda toda e o cavalo sangrou ate morrer. Quando
Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não encontrou,
deparou então com iruquerê amarrado no teto da casa e
reconheceu o rabo do cavalo desaparecido, soube pelas outras
mulheres da oferenda feita pela primeira esposa. Xangô ficou
irado e mais uma vez repudiou obá.

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Lenda de Ewa
O orixá Ewá é uma bela virgem que entregou o se corpo
jovem a Xangô, marido de Oyá despertando a ira da rainha dos
raios. Ewá refugiou-se nas matas inalcançáveis, sob a proteção
de Oxossi, e tornou-se uma guerreira valente e caçadora
habilidosa. As virgens contam com a proteção de Ewá, e, aliás,
tudo que é explorado conta com sua proteção: a mata virgem,
as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou
navegar, A própria Ewá, acreditam alguns só rodaria na
cabeça de mulheres virgens
(oque não se pode comprovar), pois ela mesma seria uma
virgem, a virgem damata virgem dos lábios de mel. Ewá
domina a vidência, atributo que deus de todos os oráculos,
Orunmilá lhe concedeu.

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Pejigan Anderson de Bessen

LENDA OXUM
Conta-nos uma lenda, que Oxum queria muito aprender os segredos e
mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Exú.
Exú, muito matreiro falou a Oxum que lhe ensinaria os segredos da
adivinhação, mas para tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú durante
sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a
ensinaria.
E, assim foi feito, durante sete anos Oxum foi aprendendo a arte da
adivinhação que Exú lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu acordo
de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os sete anos,
Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e
Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá.
Em um belo dia, Xangô que passava pelas propriedades.
Foi-se a tal ponto que Xangô, viu-se apaixonado por aquela linda mulher, e
perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo
na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a
companhia de Exú.
Xangô então irritado e contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua
companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de
imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as
regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de
convivência.
Chegando às terras de Xangô, Exú foi surpreendido por um canto triste e
melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta
torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão e permanência na
cidade do Rei.
Exú, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado
lhe cedeu uma poção de transformação para Oxum desvencilhar-se dos
domínios de Xangô. Exú, através da magia pode fazer chegar às mãos de sua
companheira a tal poção. Oxum tomou de um só gole a poção mágica e
transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar
em companhia de Exú para sua morada...
LENDA OXUM
Logo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum,
revoltada por não poder participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu poder e sua importância tornando
estéreis todas às mulheres, secando as fontes, tornando assim a terra improdutiva.
Olodumaré foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal a terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam
nas reuniões. Olodumaré perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi quando os Orixás lhe
disseram que não.
Explicou-lhes então, que sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nada daria certo.
Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e reuniões, e depois de muita insistência, Oxum resolve
aceitar. Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram resultados
positivos. Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as
mulheres da cidade.

OXUM

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Nome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú. Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro, riqueza e do amor. Oxum pertence
o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. Dona dos rios e
cachoeiras gosta de usar colares, joias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc. Exú avistou aquela linda donzela que
penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Oxum.

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Lenda de Logum
Olorun ao criar o mundo dividiu os reinos entre os orixás. No início tudo corria muito bem até que Oxum e Oxóssi
começaram a se desentender. As águas doces, durante as cheias, invadiam as matas e tornavam tudo um grande lodaçal.
Oxóssi não podia admitir isso, as plantas e animais morriam sem que ele pudesse fazer nada. Procurou por Oxum inúmeras
vezes para que ela tomasse uma atitude, em vão. Olorun que a tudo assistia resolveu separar definitivamente os reinos para
acabar com as brigas que estavam cada vez mais acirradas. Pouco tempo durou a tranquilidade do caçador, aos poucos a
vegetação foi minguando e a caça sumindo em virtude da falta de água. Resolveu então procurar o Criador pedindo que ele
fizesse algo. Olorun argumentou que ele mais nada poderia fazer, já havia tomado uma decisão e não voltaria atrás. A única
saída que via para o impasse seria as pazes entre os reinos, que ele procurasse por Oxum e pedisse trégua. Foi o que ele fez.
A princípio a mãe das águas recusou-se terminantemente a colaborar, se tudo aquilo estava acontecendo era por culpa dele
próprio, afinal era sempre ele quem reclamava. No entanto a insistência de Oxóssi tornou-se insuportável, não havia um só
dia em que ele não a procurasse. Cansada da velha discussão, cedeu. Assim passaram a conviver harmoniosamente. Com a
união de seus reinos a proximidade de ambos aumentou e com ela veio o amor. Os orixás apaixonaram-se loucamente e
dessa paixão nasceu Logunedé, uma criança linda que tinha a beleza da mãe aliada à força e valentia do pai. O menino
crescia feliz dividindo-se entre os reinos de seus pais quando nova briga instalou-se. Desta vez não houve como apaziguar
os ânimos, a separação era definitiva. Havia a criança, como resolver a questão da guarda? Procurado como o grande juiz
que era Olorun cravou o veredicto, que ela ficasse seis meses com cada um. Ambos brigaram muito, reclamaram, acharam
absurdo, mas contra a determinação não havia o que fazer e tiveram que aceitar. É por isso que Logunedé até hoje vive seis
meses ao lado de sua mãe nas profundezas das águas dos rios, cercado de mimos e atenção e outros seis ao lado do pai,
quando se torna um grande caçador e controla a vida animal e vegetal das matas.
Lenda de Iemanja
Yemonjá, por presidir à formação da individualidade, que como
sabemos está na cabeça, está presente em todos os rituais,
especialmente o Bori.
É a rainha de todas as águas do mundo, seja dos rios, seja do
mar. O seu nome deriva da expressão Yéyé Omó Ejá, que
significa mãe cujos filhos são peixes. Na África era cultuada
pelos egbá, nação Iorubá da região de Ifé e Ibadan onde se
encontra o rio Yemojá. Esse povo transferiu-se para a região
de Abeokutá, levando consigo os objectos sagrados da deusa,
e foram depositados no rio, Ogum o qual, diga-se de
passagem, não tem nada a ver com o Orixá Ogum, apesar de
no Brasil Yemonjá ser cultuada nas águas salgadas, a sua
origem é de um rio que corre para o mar. Inclusive, todas as
suas saudações, orikís e cantigas remetem a essa origem,
Odó Iyà, por exemplo, significa mãe do rio, já a saudação
Erù Iyà faz alusão às espumas formadas do encontro das
águas do rio com as águas do mar, sendo esse um dos locais
de culto a Yemonjá.
Yemonjá é a mãe de todos os filhos, mãe de todo mundo. É
ela quem sustenta a humanidade e, por isso, os órgãos que a
relacionam com a maternidade, ou seja, a sua vulva e seus
seios chorosos são sagrados.
Yemonjá é o espelho do mundo, que reflete todas as
diferenças, pois a mãe é sempre um espelho para o filho, um
exemplo de conduta. Ela é a mãe que orienta que mostra os

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Pejigan Anderson de Bessen

caminhos, que educa, e sabe sobre tudo explorar as potencialidades que estão dentro de cada um, como fez com os
guerreiros de Olofin, mostrando o quanto eram bons nos seus ofícios, mas dizendo, ao mesmo tempo, que a guerra maior é a
que travamos contra nós mesmos.
Yemonjá foi violentada pelo seu próprio filho, Orugan. Dessa relação incestuosa nasceram diversos Orixás e dos seus seios
rasgados jorraram todos os rios do mundo. Yemonjá acabou se desfizer nas suas próprias lágrimas e por se transformar num
rio que correu em direção ao oceano. Portanto, não é por acaso que as lágrimas e o mar têm o mesmo sabor.
Dissimulada, e ardilosa, Yemonjá faz uso da chantagem afectiva para manter os filhos sempre perto de si. É considerada a
mãe da maioria dos Orixás de origem Iorubá. É o tipo de mãe que quer os filhos sempre por perto, que tem uma palavra de
carinho, um conselho, um alívio psicológico. Quando os perde é capaz de se desequilibrar completamente.
Yemonjá é a mãe que não faz distinção dos seus filhos, sejam como forem, tenham ou não saído do seu ventre. Quando
humildemente criou, com todo amor e carinho, aquele menino cheio de chagas, fez irromper um grande guerreiro. Yemonjá
criou Omulu, o filho e senhor, o rei da terra, o próprio Sol…

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Lenda de Nanã
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à
criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já
existia, e liberou do “saco da criação” a terra, no ponto de contato
desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se
encontram os maiores fundamentos de Nana.
Senhora de muitos búzios, Nana sintetiza em si morte, fecundidade e
riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis, e para os
povos Jeje da região do antigo Daomé, significa “mãe”. Nessa região,
onde hoje se encontra a República do Benin, Nana é muitas vezes
considerada a divindade suprema e talvez por essa razão seja
frequentemente descrita como um orixá masculino.
Sendo a mais antiga das divindades das águas, ela representa a
memória ancestral do nosso povo: é a mãe antiga (Iyá Agbà) por
excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas por ser
a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe por todos os
outros orixás.
A vida está cercada de mistérios que ao longo da História atormentam
o ser humano. Porém, quando ainda na Pré-História, o homem se viu
diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento
ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo
que era certo no seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e
nesse momento Nana faz-se compreender, pois nos primórdios da
História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma
ideia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu
que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nanã.
Nana é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
Ela é a origem e o poder. Entender Nana é entender o destino, a vida e a trajectória do homem sobre a terra, pois Nanã é a
História. Nanã é água parada, água da vida e da morte.
Nanã é o começo porque Nanã é o barro e o barro é a vida. Nanã é a dona do axé por ser o orixá que dá a vida e a
sobrevivência, a senhora dos ibás que permite o nascimento dos deuses e dos homens.
Nanã pode ser a lembrança angustiante da morte na vida do ser humano, mas apenas para aqueles que encaram esse final
como algo negativo, como um fardo extremamente pesado que todo o ser carregue desde o seu nascimento. Na verdade,
apenas as pessoas que têm o coração repleto de maldade e dedicam a vida a prejudicar o próximo se preocupam com isso.
Aqueles que praticam boas ações vivem preocupados com o seu próprio bem, com a sua elevação espiritual e desejam ao
próximo o mesmo que para si, só esperam da vida dias cada vez melhores e têm a morte como algo natural e inevitável. A
sua certeza é a imortalidade da sua essência.
Nanã, a mãe maior, é a luz que nos guia, o nosso quotidiano. Conhecer a própria vida e o próprio destino é conhecer Nanã,
pois os fundamentos dos orixás e do Candomblé estão ligados à vida. A nossa vida é o nosso orixá.
É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nanã. Respeitada e
temida, Nanã, deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.

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Lenda de Oxalá
Aproximava-se o dia em que seria realizada no reino de Oyó, a época das comemorações em homenagem a Xangô, Rei de
Oyó, onde todos os Orixás foram convidados, inclusive Oxalufã. Antes de rumar a Oyó, Oxalufã consultou seu babalawo a
fins de saber como seria a jornada, o babalawo lhe disse: leves três mudas de roupas brancas, pois Exú irá dificultar seus
caminhos. E Oxalufã partiu sozinho. O adivinho aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e
sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que
acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida. Caminhado pela mata encontrou Exú tentando levantar um tonel de
Dendê as costas e pediu-lhe ajuda Oxalufã prontamente lhe ajudou, mas
Exú, propositalmente derramou o dendê sobre Oxalufã e saiu. Oxalufã banhou-se no rio, trocou de roupa e continuou sua
jornada. Mas adiante se encontrou novamente com Exú, que desta vez tentava erguer um saco de carvão a costas e pediu a
Oxalufã que lhe auxiliasse, novamente Oxalufã lhe ajudou e Exú repetiu o feito derramando o carvão sobre Oxalufã,
banhando-se no rio e trocando de roupa, Oxalufã prosseguiu sua jornada a Oyó, próximo já a Oyó, encontrou com Exú
novamente tentado erguer um tonel de melado e a estória se
repetiu. Nos campos de Oyó, Oxalufã encontrou com um
cavalo fugitivo dos estábulos de Xangô, e resolveu devolver ao
dono, antes de chegar à cidade, foi abordado pelos guardas que
o julgaram culpado pelo furto. Maltrataram e prenderam
Oxalufã. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro. Mas,
por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da
Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca.
As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram
o reino. Desesperado Xangô resolveu consultar um babalawô
para saber o que acontecia e o babalawô lhe disse: a vida está
aprisionada em seus calabouços, um velho sofria injustamente
como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.
Com essa resposta, Xangô foi até a prisão e lá encontrou
Oxalufã todo sujo e mal tratado. Imediatamente o levou ao
palácio e lá chamou todos os Orixás onde cada um carregava
um pote com água da mina. Um a um os Orixás iam
derrubando suas águas em Oxalufã para lavá-lo. O rei de Oyó
mandou seus súditos vestirem-se de branco. E que todos
permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeitosamente,
pedir perdão a Oxalufã. Xangô vestiu-se também de branco e
nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as festas
em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalufã e todo o povo saudava Xangô.

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Lenda da Criação

Oxalá, "O Grande Orixá" ou "O Rei do Pano Branco". Foi o


primeiro a ser criado por Olorum, o deus supremo. Tinha um
caráter bastante obstinado e independente.
Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o
poder de sugerir (àbà) e o de realizar (àse). Para cumprir sua
missão, antes da partida, Olorum entregou-lhe o "saco da
criação". O poder que lhe fora confiado não o
dispensava,entretanto de
submeter-se a certas regras e de
respeitar diversas obrigações como os outros orixás. Uma
história de Ifá nos conta como. Em razão de seu caráter altivo,
ele se recusou fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exú, antes
de iniciar sua viagem para criar o mundo. Oxalá pôs-se a
caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá osorò
ou paxorô, cajado para fazer cerimônias. No momento de
ultrapassar a porta do Além, encontrou Exú, que entre as suas
múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações
entre os dois mundos. Exú descontente com a recusa do
Grande Orixá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se o
fazendo sentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede,
não teve outro recurso se não o de furar com seu paxorô, a
casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido refrescante dele
escorreu: era o vinho de palma. Ele bebeu-o ávida e
abundantemente. Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava e
caiu adormecido. Veio então Odudua, criado por Olorum
depois de Oxalá e o maior rival deste. Vendo o Grande Orixá
adormecido, roubou-lhe o "saco da criação", dirigiu-se à
presença de Olorum para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar
em que estado se encontrava Oxalá. Olorum exclamou: "Se ele
está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar o mundo!"
Odudua saiu assim do Além e encontrou diante de uma
extensão ilimitada de água.
Deixou cair à substância marrom contida no "saco da criação". Era terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a
superfície das águas. Aí, ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a
terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais, o que em iorubá se
diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome da cidade de Ilê Ifé. Odudua aí se estabeleceu, seguido pelos outros orixás, e
tornou-se assim o rei da terra. Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco da criação". Despeitado,
voltou a Olorum. Este como castigo pela sua embriaguez proibiu ao Grande Orixá, assim como aos outros de sua família, os
orixás funfun, ou "orixás brancos", beber vinho de palma e mesmo usar azeite-de-dendê. Confiou-lhe, entretanto, como
consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olorum, insuflaria a vida.
Por essa razão, Oxalá também é chamado de Alamorere, o "proprietário da boa argila".
Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que
se excedia, os homens saiam de suas mãos contrafeitas, deformadas, capengas, corcundas. Alguns, retirados do forno antes

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da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos. Todas as pessoas que entram
nessas tristes categorias são-lhe consagradas e tornam-se adoradoras de Oxalá.

Como Oxalá se Tornou o Pai da Criação

Iemanjá, a filha de olokum, foi escolhida por olorum para ser a mãe dos orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam
para esposa; então, o pai foi perguntar a orumilá com quem ela deveria casar. Orumilá mandou que ele entregasse um cajado
de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que
ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por orumilá para
marido de iemanjá. Os canditatos assim fez; no dia seguinte, o cajado de oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele
se tornou pai dos orixás.

Como Oxalá Aprendeu a Produzir a Cor Branca

Certa vez, quando os orixás estavam reunidos, oxalá deu um tapa em exu e o jogou no chão todo machucado; mas no
mesmo instante exu se levantou, já curado. Então oxalá bateu em sua cabeça e exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao
normal. Depois oxalá sacudiu a cabeça de exu e ela ficou enorme; mas exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou
normal. A luta continuou, até que exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as
cores de oxalá. Oxalá se esfregou
como exu fizera, mas não voltou ao
normal; então, tirou da cabeça o
próprio axé e soprou-o sobre exu, que
ficou dócil e lhe entregou a cabaça,
que oxalá usa para fazer os brancos.

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Histórico do Candomblé:
Originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época da colonização Brasileira. A presença das
religiões africanas é uma concequência imprevista do trafico dos escravos, que determinou afluência de cativos Gegês e
Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos da costa dita dos escravos e desenbarcados, principalmente na Bahia e em
pernanbuco. A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas ás formas de alienação e de extermínio haveria de
surpreender. A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuques simples divertimentos de negros
nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suas origens diversas e de seus sentimentos de diversão
recíproca. O candomblé se fundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos para os
senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de Angola. No momento da chegada
dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado destribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua
língua nacional. Mas o elemento africano resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os
santos católicos. Mesmo levando em conta a repressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, a
sonolência geral. Reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, a igreja católica estava
cançada do esforço despendido na criação de irmandades de negros, como tentativa de anular toda sua cultura, mas todos os
meses novos levam de escravos, adeptos ao culto aos Orixás, desenbarcavam na Bahia.
Candomblé é uma palavra derivada da língua bantu: Ca [KA] uso. Costume, ndomb=negro preto e lé= lugar, casa terreiro
e/ou pequeno atabaque, A reunião dos três vocábulos resulta em “lugar de costume dos negros”,por extensão, lugar de
tradições entre as quais, destacam-se, no sentido atual as praticas religiosas que incluem a música candomblé teve seus dias
de marginalidade. No periudo do estado novo, por exemplo, entre 1937 e 1945, foi proibido por lei, seus adeptos
perseguidos e presos pela policia. Quando se fala em candomblé um dos aspectos mais destacados é o sincretismo entre
religiosidade africana e catolicismo. Todavia, em geral, a tal religiosidade africana é vista como algo monolítico,
homogênio. Trata-se de uma visão esteriotipada da África e de seus povos. O sincretismo do candomblé, na verdade, tem
sua origem na própria África, onde existiu, na época da colonização, e antes, e atualmente, uma enorme diversidade de
povos e culturas inteira gentes. O panteão africano reúne mais de 400 divindades. No candomblé forjado em terras
Brasileiras, esse panteão, atualmente é composto de 16 orixás (ou Òrìsà em ioruba) principais, numa significativa
condensação das forças metafisicas que levou mais de uns séculos para se definir no processo de integração das diferentes
nações cujos representantes chegaram ao Brasil durante o período da escravisão. Não obstante, “correndo por fora”, contam-
se ainda, outros 14 Orixás reconhecidos em diferentes centros de culto. Entre as nações que contribuíram na formação do
panteão principal relacionaram-se: os bauntu, nativos de Angola, Moçambique, Congo: gana, Benin, Nigéria (Ioruba e
Nagô): Sudaneses, da Costa do Marfim, os Ewe, muitos, muçulmanos; os fon e os Ashanti. Todos esses, falando línguas
diferentes e cultuando seus próprios deuses. Percussiva (À tarde, 1980). Outra interpretação informa que Kandombele
significa “adorar” (Ngunz´tala, 2006). Hoje reconhecido como religião.
Liturgia do Candomblé
A pesar das contradições do Candomblé, especialmente no que se refere ao número dos Orixás, a teologia não é complicada:
um Deus criadoe de todas as coisas e deuses menores regentes da Natureza, da personalidade e da vida dos Homens. Entre
tanto, a liturgia, ou seja, as práticas rituais, de iniciação, cultos e sobre tudo o oráculo, esta liturgia é extremamente
complexa. O Candomblé não é uma religião ‘ caseira’, Um católico, depois de ser catelizado, depois de aprender princípios
básicos, pode se sentir perfeitamente livre (apesar das admostrações do vaticano) para dispensar a freqüência às missas,
pode rezar o terço em casa, até acompanhando pela a televisão ( rede vida ). Um muçulmano também: estende seu tapete
cinco vezes ao dia para orar voltado para Meca em qualquer lugar. O budista segue o caminho do meio, medita sobre as oito
verdades do Buda Sakyamuni e tudo está bem. “Os evangélicos, não obstante a insistência dos pastores para que freqüentem
a igreja, uma vez que tomam consciência da força da fé em Deus-Jesus Cristo (a técnica) pode igualmente” dar um tempo
das reuniões. É verdade que Judeus e hinduístas são mais cobrados em suas obrigações religiosas, porem nada que se
compare á rígida disciplina exigida dos adeptos do candomblé.

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Origem de candomblé
A origem do Candomblé se deu na cidade de Ife na áfrica o Candomblé é uma religião que teve origem na cidade de Ifè, na
África, e foi trazida para o Brasil pelos negros Iorubas.
Seus deuses são bem escolhidos pelos Orixàs para cuidar deles e ajudá-los. Embora sejam consideradas autoridades dentro
da roça, não podem ser Mães de Santo, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vêm os
Ogãs, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de Santo nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto
é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes
que estão recolhidos para fazer o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que "rasparam o Santo", ou
melhor, raçoaram a cabeça para um Santo a pedido deste.
Às vezes o Santo, ou Orixà, incorpora em determinadas pessoas, mas não há necessidade que haja esta "incorporação” para
que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode se sabido com certeza através do jogo de
búzios do Pai ou Mãe de Santo que jogam búzios.
O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a
conhecem a fundo. É necessária dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da seita. Seus
preceitos são todos os fundamentos e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita
energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.

Os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país. Essú, Ògún, Osossi, Osanyin, Obalúayé, Òsùmàré, Nàná
Buruku, Sàngó, Oya, Obá, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.
O Pai ou a Mãe de Santo é a autoridade máxima dentro do Candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que
os cultuem na terra. Os Orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente
levadas à religião, até que assumem o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser
um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são
iluminadas pelos Orixàs para que cumpram seu destino.
Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os
Orixàs são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente
moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.
Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é
normalmente um filho ou filha da casa. Depois vêm as Ekedes, são mulheres bem escolhidas pelos Orixàs para cuidar
deles e ajudá-los. Embora sejam consideradas autoridades dentro da roça, não podem ser Mães de Santo, visto que sua
função já foi determinada e não há como mudar.

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Pejigan Anderson de Bessen

Origem de candomblé Ifé

A antiga cidade de Ifé, ao sudom este da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como a capital religiosa e
artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da
legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis
iorubás. A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo,
enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer
historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota (argila modelada e cozida ao
fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em pérola.
Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaceu no palácio real, mostrando os
vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele
que possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi
preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado. A maior parte das descobertas das
obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas
descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas: - BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma
superfície de 250 ha, ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza -
BOSQUETE SAGRADO D'IWINRIN: enterra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte
extremamente.
“O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas".

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Pejigan Anderson de Bessen

Cargos do Candomblé...

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Pejigan Anderson de Bessen

Babalorixá e Iyalorixá

É o cargo mais alto dentro de uma casa de Santo (Ilê). É o Zelador ou Zeladora, aquele que cuida dos orixás, que inicia os
noviços. Suspende e comfirma Ogans, apresenta e comfirma Ekedis, Olossães, Axoguns, etc. Obabalorixá ou Iyalorixá e o
ponto de equilíbrio, a cabeça de uma casa. O zelador ou Zeladora trabalha co o uma espécie de guia mentor espiritual,
aconslhando, discutindo, desenvolvendo métodos para o melhor andamento da casa. É dele ou dela a palavra final sobre
tudo oque será realizado, pois é o Zelador (Babalorixá) ou Zeladora (Iyalorixá), aquele que está
mais próximo do Orixá regente da casa. Todos os filhos, Ogans, Ekedis etc., volta-se para ele, pois os orixás da cabeça
destes, servem ao Orixá regente da casa, numa situação de humildade que deve ser aconpanhada pelos demais Fato que nem
sempre acontece, pois existem aqueles que deixam a importância dos seus
cargos subirem á cabeça extrapolando a sua autoridade. O babalorixá ou Iyalorixá é o ponto de equilíbrio, pois ele ou ela
é o formando dos demais cargos existentes no culto. O tempo exacto para que alguém assuma o cargo de babalorixá ou
Iyalorixá é de sete anos de iniciado, pois antes disso a pessoa não se encontra capacitada para iniciar outras pessoas no
culto. É o único cargo onde o tempo devido deve ser respeitado, para que haja harmonia.

Babá-Kekerê ou iyá-Kekerê Significa pai pequeno ou Mãe pequena. São os segundos dentro da hierarquia de uma casa de
Santo. São os substituto eventuais do Babalorixá ou Iyalorixá. Eles têm a função de orientar, educar, mostrar o melhor
caminho aos filhos da Casa. São os supervisores gerais do bom funcionamento e cabe a eles, em primeira instância.
Inspecionar a conduta, higiene e necessidades dos flhos de santo. É o pai ou Mãe-Pequena que assume, caso o Zelador ou
Zeladora esteja fora ou incorporado com o orixá. Neste caso exercem a mesma função do Zelador ou Zeladora, procurando
manter bem equilibrado o Axé. Cabe também a eles a manutenção da casa, para que não haja falhas no sistema. A sua é da
mais alta importância, pois na condição de substituto direto, é quem recebe todas as cargas e distúrbios que por ventura
aconteçam. Para exercer o cargo de Baba-Kekerê ou Iyá-Kekerê é preciso que a pessoa seja feita (iniciado) e que tenha um
mínimo de sete anos de feito, pois neste cargo exige-se experiência e muita tranquilidade humildade, entendimento e
resignação, além de sabedoria, competência e calma.

Ogan Não pode ser considero, tão somente, o tocador de atabaque. O Ogan é uma figura importante dentro de uma casa de
Santo, pois ele atua como uma espécie de fiscal, ajudando na coordenação dos rituais. É da competência do Ogan a
manutenção e preparação dos couros para os atabaques; coordenar os toques, entoando as cantigas dentro das sequências
corretas. É também função do Ogan Juntamente com o Babalorixá ou Iyalorixá, entoar as rezas feitas nas obrigações e
demais rituais. O Ogan principal e o Alabê, uma espécie de chefe dos Oagns, que coordena, trabalha e atua na boa conduta
dos demais tocadores. O Ogan passa por dois estágios: o periudo de suspensão, quando ele é indicado pelo o Santo da casa,
eo da confirmação, quando ele passa pelas obrigações de ronco.

Ekedi A Ekedi em seu papel de Mãe exerce a função de dama de Honra do Orixá e regente da casa. É dela a função de zelar,
acompanhar, dançar, cuidar das roupas e apretechos do Orixá da casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos
visitantes. É uma espécie de “noiva” que atua sempre ao lado do Orixá e que também cuida dos objetos pessoais do
Babalorixá oou Iyálorixá. O cargo de Ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos Orixás incorporados no Egbê
(Barracão ou sala de festividades) e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas

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Pejigan Anderson de Bessen

daqueles que “desciram”. O precedimento para se torna Ekedi é o seguinte: Primeiramente ela é apresentada, não suspensa,
como o Ogan- e logo depois será confirmada, com as obragações de roncó.

Olossãe ou Babalossãe É outro cargo da maior importância dentro do Axé, pois cabe a ele-e digo “ele”, pois se trata de um
cargo estritamente masculino o recolhimento e escolha da ervas que vão entrar nos rituais. O Babalossãe é que procura rezar
cata e macera as ervas, num ritual de grande importância, pois sem folhas nada pode ser feito dentro de uma casa de Santo.

Axogun Cargo masculino. É aquele que cuida dos animais a serem sacrificados para os Orixás e aquele que os sacrifica. É
ele que vai cuidar da alimentação dos animais, do seu banho (ossé) antes dos oros. Cabe a ele também separar os Axés
(miúdos), além de tratar do couro e passa-los para os Ogans. Para se chegar ao cargo de Axogun é preciso ter aquilo que se
chama “mão de faca”, que é a autoridade para fazer os sacrifícios animais. Diga-se de passagem, os Ogans também actua
como Axoguns, desde que tenham a “mão de faca”.

Yabassé Cargo feminino. É aquela que cuida, separa ingredientes e executa a comida do Santo. Chamada a cozinheira do
Axé é dela a obrigação de ver aquilo que o Santo mais gosta e executar os trabalhos de cozinha. A Yabassé faz também a
comida que será oferecida aos visitantes nos dias de festa da casa. Para exercer esse cargo é preciso que a mulher seja
iniciada no Santo e receba a autorização do Pai ou Mãe de Santo para ser a cozinheira oficial.

Dagã Cargo feminino. É aquela que vai cuidar da casa de Exú. Está sempre presente na cerimônia do Padê (que é a reunião
para despachar Exú, ou seja, Levá-lo para fora para que tome conta dos trabalhos). É a Dagã que vai tratar dos Exús da casa,
mantendo sempre tudo limpo, aceso abastecido com os ingredientes da preferncia de Exú, tais como Oti (cachaça), epô pupa
(Azeite de dendê) oyn (mel), etc...

Ebomi São aqueles feitos com mais de sete anos de iniciação. Trabalham para a manutenção da casa, alémde ajudar os mais
novos na conduta e procurando ajudar em tudo o que é possível.

Vodunci São aqueles feitos com mais de três anos. Estão no período de apredizagem sobre os fundamentos da casa. Cuidam
de tudo, desde a limpeza até as obrigações.

Abian É o iniciante. Aquele que está dando os primeiros passos no Candomblé e terá o seu futuro, em nível de culto,
decidido pelo Pai ou Mãe de Santo, Ajuda no que é possível.

Iá-Efun É um cargo feminino. Cabe à Iá-efun o preparo do atim, ou seja, dos pós que irão dar o desenho da família. É
aquela que irá pintar a/o Yawô com as cores e formas daquela determinada tribo. Para assumir este cargo é preciso ser
iniciada no Santo e ter, no mínimo, sete anos de feitura.

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Pejigan Anderson de Bessen

Peji-Runtó Nos rituais são utilizados muitos elementos, tais como: pembas, temperos, facas, navalha, tesoura, além do Obi
e Orogbô, ervas, favas, toalhas, entre outras coisas. O Peji-Runtó é aquele que vai preparar a mesa, digamos assim. É aquele
que vai dar condições ao Babalorixá de desempenhar as suas tarefas, podendo concentrar-se ao máximo, sem preocupação
de que este ou aquele elemento esteja faltando ao ritual. O trabalho do peji-Runtó torna-se, assim, muito importante para o
bom desempenho e andamento dos rituais.

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Pejigan Anderson de Bessen

Atabaque a Origem:
Atabaque (ou Tabaque) é um instrumento musical de percussão. O nome é de origem árabe:at-tabaq (prato). Constitui-se
de um tambor cilíndrico ou ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode. É tocado com
as mãos, com duas baquetas, ou por vezes com uma mão e uma baqueta, dependendo do ritmo e do tambor que está sendo
tocado. Pode ser usado em kits de percussão em ritmos brasileiros, tais como o samba e o axé music. No candomblé é
considerado objeto sagrado.

A História:
O atabaque chegou ao Brasil através dos escravos africanos, é usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do
Candomblé e da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras e influênciados pela tradição africana. De uso tradicional
na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás, Nkisis e Voduns. O atabaque é feito em madeira e aros
de ferro que sustentam o couro. Nos terreiros de candomblé, os três atabaques utilizados são chamados de “rum”, “rumpi”
e “lé”. O rum, o maior de todos, possui o registro grave; o do meio, rumpi, em o registro médio; o lé, o menor, possui o
registro agudo. O trio de atabaques executa, ao longo do xirê, uma série de toques que devem estar de acordo com os orixás
que vão sendo evocados em cada momento da festa. Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e são usados
unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos blocos de afoxés. O som é o
condutor do Axé do Orixá. Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma
(nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos
atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no rum que o Orixá
vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o rumpi e
o Le. Os atabaques são chamados de Ilubatá ou Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações
adotaram também os nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de serem denominação Jeje. Essa é a diferença
entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações
artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade. O som do atabaque é o mesmo tam-tam de todos os
povos primitivos do mundo. No tempo de Manuel Querino (intelectual, afro-descendente e lider abolicionista), havia várias
espécies de tabaques que na época se chamavam: pequenos Batá, grandes Ilú e os atabaques de guerra, bàtá koto, que
desempenharam grande papél nos levantes de escravos, na Bahia no começo do século XIX, o que determinou a proibição
expressa de sua importação desde 1835.

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Pejigan Anderson de Bessen

Esta apostila é escrita de uma forma simplificada para fácil entendimento dos cânticos.
Sendo de minha parte uma contribuição e compromisso com o orixá e o Candomblé, passando a
diante um aprendizado.

Cânticos dos Orixás


com Pejigan Anderson de Bessen

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Pejigan Anderson de Bessen

Acomodando Exú e Cantando Xirê

Acomodando exú
O ato de acomodar exú antes do xirê já se faz a muitos e muitos anos, nas casas tradicionais de candomblé Ioruba. Para
assim dar satisfação a exú para que nada aconteça de errado e que seja uma festividade de paz e alegria, e exú sera sempre
nosso protetor mensageiro.

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Pejigan Anderson de Bessen

Acomodando Exú

Ebarabô... agô mojubá, Eleba coxé
E Barabô… agô mojubá
E mabé kó ikó, e Barabõ agô mojuba Legbara exú lonã


Bara o bebe tiriri lonã
Exú tiriri


Bara Lagiki, Exu lode ewá
Alaie…


Oke oke Odara…
Odara Apakarebó


Exú o…
Exu o lonã, Omo ofo ori balé


Exú má dobe, kinijan
Exú má dobe kinijan


Laroie... a ogo a ogo


Xon xó Obé, Xon xó Obé
Odará Kolo rí ebó laro ye, Xon xó Obé
Odará Kolo rí ebó…

A cantiga a seguir se apresenta o Ipádê acompanhado de uma quartinha com água aos quatro cantos da casa, ao Pepele dos
atabaques e a cominheira mostrando a oferenda a ser feita a exú e acomodá-lo despachando o ipade. Leva se o Ipade ao
portão ao som deste cântico de n° 9 e assim despachar o ipade no portão em seguida despachar a água da quartinha e antes
de retorna ao barracão encher novamente a quartinha com água, Os responsáveis deverão retornar ao som do mesmo cântico
que ainda deve estar sento entoado para dar seguimento a este oro.


Bara já un tan, Bara Ilê
Bara já un tan, Bara unló

Canta se para apresentar a quartinha com água aos quatro canto do barracão, ao Pepele dos Atabaque e a comi-eira e em
seguida ir ao portão despachar a água, simbolizando despachar toda negatividade. Os responsáveis deverão retornar ao som
do mesmo cântico que ainda deve estar sento entoado para dar seguimento a este oro.

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Pejigan Anderson de Bessen

10°
Erun lé, Omim Lá yó

Este cântico de n° 11 Canta se para o Babalorixá ou Iyalorixá A soprar o Atin da casa de axé
simbolizando a limpeza e purificação e que esta tudo pronto para o xirê dos orixás. O Atin e a soprado nos quatro cantos da
casa na porta do barracão e cumieira.

11°
Inxé Inxé Atin Ala are

Com a satisfação dada a exú proseguimos com um lindo xire, Tudo que for dar para Orixá tem que dar antes para exú.
Porque exú e caminho, exú e a alegria, exú e nosso protetor.

Cantando Xirê dos Orixás


Os Cânticos do xirê eu canto de 3 a 7 cantigas dependendo da ocasião e obrigações feituras etc.
A sequência dos cânticos dos orixá do xirê, é conforme a cada axé ou cada casa, esta é a sequência que faço a 30 anos.
Xirê Ogun


Ogun ajo e mariwo…
Ogun Akorô ajo e mariwo…
Ogun pá, lé pá lonã. Ogun Ajo e mariwo má tu yeye


Ogun Nita oré oré… Ogun nita oré oré
A oxossí okorin nlode, ogun nita oré oré


Awá xirê Ogun ô…
erun jojo…
Aw[a xirê Ogun ô
erun jojo erun jejé…


Alakoro Lein, alakoro lé un ô
ae ae ae Alakoro lé un ô


Mege mege…
A… Ogum Mege ire


Akoro... Ogun de…
Akoro... Ogun de…
Pá Ogun Mege Akoro Ogun de…
Pá Ogun Mege Akoro Ogun de…

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Pejigan Anderson de Bessen


Akoro Bragada, Ogun Bragada
Akoro Bragada e Ogun Bragada
Ogun bragada e Ogun Bragada Ogun bragada e Ogun Bragada
Xirê Oxossí


Olowõ guiri guiri bodê
O… guiri guiri bodê, awá nisso omorode
Odé mo ofá axé loberin


Araye Odé arere okê, e orixá erro omo ofá akueran
Araye Odé arere okê, e orixá erro omo ofá akueran

Orixá ero omo ofá akueran, Odé inxe ewe erro omo ofá Akueran
Araye Odé arere okê, e orixá erro omo ofá akueran


Omorodé xe bê irokô ara awara lá ejo
Omorodé xe bê irokô ara awara lá ejo
araye Ode arere e… omorodé xe bê Irokô
ara wara lá ejo


Odé kó omorode, Odé kó omorode
Odé arere, odé ko omorode mi mawô
Odé ko omorode o nie.

Xirê Ossain


A Bebe ní bó, a Bebe ni bó ª…
e… abebe, abebe ni bó, abebe ni bó
e… a bebe


Ata akoro oju ewe, ata akoro o imo kossun
Ata akoro oju ewe, ata akoro o imo kossun

A jáun ná fururu, A jáun ná fururu
a izo ara inã a jáun ná fururu

Xirê Omolu

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Pejigan Anderson de Bessen


Ago lona ke a xá oro
ago lele


Omolu kwê olore, awurê fun obó


Awa te tete, jagun xare lonin, elé iko
xala are, xala re loni, elé ikó

Xirê Oxumarê


Oxumarê… lele marê oxumarê, lele marê awáraka, lele marê oxumarê wo


Oxumarê wõ… Odan só dan…
Oxumarê wõ… Odan só dan…
lele marê oxumarê, oxumarê wô.


Ko bé giró, dan ko bé giro…
Oxumarê…
ko bé giró, dan ko bé giró
Oxumarê…

Xirê Nanã


Obí Nana yó, o luwó bó, Nana yó


Obi Nana ewá, ewá ewá aye


O luwô savala jõ, O luwõ oké ajo…
savala jõ, O luwõ oké ajo… Olore…

Xirê Irokô


Irokõ possun mado bê, hun elo a man gê erô
Irokõ possun mado bê, hun elo a man gê erô

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Pejigan Anderson de Bessen


Eró a eró possun, a eró a eró possun


Irokõ a popo ojo, awo égue bade temi,
alado igui igui a popo ojo ará nibõ Odé de ban
Irokõ a popo ojo, awo égue bade temi,
alado igui igui a popo ojo ará nibõ Odé de ban

Odé de ban, Odé de ban, ará nibõ Odé de ban


Odé de ban, Odé de ban, ará nibõ Odé de ban
Odé de ban, Odé de ban, ará nibõ Odé de ban

Xirê Xangô


Oba ni xá ero ke odô, oberi oman,
oba ni xá erro ke odô, oba kosso aro


Ayra yra, ayra… ayra yra oba kosso
Ayra yra, ayra… ayra yra oba kosso


Oba Kosso ara aye… Ayra yra


O lô kosso e godo pá… Ilosse bó emim
oba afonjá o nilé ni mo obá, Ilosse bó emim

Xirê Iansã


Oya koro un le, oguere gue, Oya koro un lá o garaga
Obirin xalá koro un le oguere gue, oya ko mure ló


O mu yan yan, ya oro.. o mu yan yan


Dani Abá dalá odo iawô, o mu yan yan
Dani Abá dalá odo iyá, o mu yan yan


Dani abô… dani abô fara ajô
Dani abõ eloyá, dani abô fara ajô

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Pejigan Anderson de Bessen

Xirê Obá


Obá la ajá bá ojé… Obá la ajá bá ojé
Erun ofá faro man, obá la ajá bá ojé


Oluwo, obá lebe lebe, oba sabá wô
Obá un to dele sari ejó


Obá Ile kó, Ajaunsi, Obá Ile kó Ajaunsi
Olu Obá sá mo Obá, Obá Ile kó Ajaunsi

Xirê Ewá


Iewá iewá mo ajo… iewá iewá,
Iewá iewá mo ajo… iewá iewá
Mo oyo omo lece… iewá iewá mo ajo, iewá iewá


Ni fá toto lobe iewá e…
o lu aye...
Ni fá toto lobe iewá e…
o lu aye…
Ni fá toto lobe iewá e…
o lu aye…
Ni fá toto lobe iewá Iabá, o iabá e…
Ni fá toto lobe iewá Iabá, o iabá e…


Iewá, iewá izo, iewá xeke xe dan

Xirê Oxum

Ie ie ie ie ie o. Alode iyá, iyá axé tori efan
Oxum ko oju Iaba wô, alode iyá, iya axé tori efã


Un ye, un ye, oja are, orun axé tori efan


Mabô iyá, iyá abô iyá, Mabô iyá, iyá abô iyá.
Omim xexe Omibu… Mabô Iyá, iyá abô iyá.

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Pejigan Anderson de Bessen

Xirê Logun

Ako ofare, ako ofare Logun ô.
E ako ofá. Ijo ijo logun e ako ofá
Ako ofare, ako ofare Logun ô.
E ako ofá. Ijo ijo logun e ako ofá


Ae ae Odé logun, Odé logun ibain…
ae ae Odé logun, Odé Logun Apanan, ae ae Odé logun


Logun dele okê, e e e ee
Logun dele okê, e e e ee
Logun dele okê, e e e ee
Logun aro aro, Ofá lá logun, Ofá lá logun
Logun aro aro, Ofá lá logun, Ofá lá logun

Xirê Ibeji

Fara fara beji ré, beji ré
Fara fara beji ré, beji ré


Fara beji fara, fara beji fara
Fa.. fa… fara beji fara


Beji fara na we, Beji fara na we.
Ewa, ewa Beji fara na we

Xirê Iemanjá

A oio Iba Ubá, Ibá Ubá. A oio Iba uba
xare ni ilu axe


Iyá Lode, Iyá lode lode Iba uba


Iemanjá Saba… Soba .mi re le
Iemanjá Saba… Soba .mi re le
Soba .mi re le... Soba .mi re le

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Pejigan Anderson de Bessen

Run de Exú


Ago e ni bibi o… Ago e ni bibi o
kinin jan ele má tá ko. Kinin jan exu má tá ko.


Bara laro ye ago, Bara Lagiki ago…
Ago ago… ago ago… ago nile ago.


Moju ba o, moju ba orixá…
axé… mojuba orixá.


Ago muju ba ibá lá a yeo, ago mojuba orixá


Ago nile ago… Ago nile ago…
Ago nile ago… Ago nile ago…
Ago nile ago ia… Ago nile ago ia…
Ago nile ago ia… Ago nile ago ia…


Exú o… elebara ae… Exú o… elebara ae
E lebara Mofori bale, ele barabo…


Ebarabô... agô mojubá, Eleba coxé
E Barabô… agô mojubá
E mabé kó ikó, e Barabõ agô mojuba Legbara exú lonã


E Barabô… e Barabô exú lonan, Bara bara fun awo. Ekó ni sié
E Barabô… e Barabô exú lonan, Bara bara fun awo. Ekó ni sié
Bara bara fun awo. Ekó ni sié… Bara bara fun awo. Ekó ni sié


Bara Loju bara, loju bara…
Ara Leguê

10°
Ke ié, ke ié un beté ló bara lejá…
a ió ló ogun beté bara lejá

11°
Ago nile mofori balé, ago nile orixá bata ago nile, ago nile

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Pejigan Anderson de Bessen

12°
Eni mo, eni mo. Ago etá metá
Eni mo, eni mo. Ago etá metá
oci ibore lece ká, ago ago iyá a kó lá, iá made, ia made
ia made lé orixá. Iá lece kinin do ió kere bo aci.
Oci ibore lain lain, oci ibore lain lain

13°
Bara o bebe tiriri lonan
exú tiriri

14°
Bara Lagiki, Exu lode ewá
Alaie…

15°
A pade lonan moju ba. O jinxé
awa axé awo, awa axé awo, awa axé awo moju ba o jinxé

16°
O ni saba tá. Ago nile, ago nile Omo ofo ori balé

17°
Exu o lonã, Omo ofo ori balé

18°
Xorokê odará, Odará apakarebô

19°
E dan dá re exú alaketu

20°
Exú Legba o… kinin jan

21°
A exú legbá xé keté

22°
A ogo ogo laro ye

23°
Xon xó Obé, Xon xó Obé
Odará Kolo rí ebó laro ye, Xon xó Obé, Odará Kolo rí ebó…

24°
Exú aju o lonan ké in o… Odará…
Laro exú aju o lonan ké in o, Odará exú awo.

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Pejigan Anderson de Bessen

25°
Bara le wá, lebara exú aju o lonan ké in o

26°
Bara le xorô, bara le xorô lonan

27°
Xorokê xorokê lonan… Odara Xorokê…
Odara Xorokê lonan, Odara Xorokê

28°
Adan dara mada o… ewe a dan dara mada
Adan dara mada o… ewe a dan dara mada
Exú onan firi adan… Adan dara mada
Exú onan firi adan… Adan dara mada

39°
Elebara le wá, exú aláye

40°
Elebara Vodun azon kere kere

41°
E … Elebara, e Lebara exú aláye

42°
E Leba nise… e Leba nise…
Azi kire ni exú e leba nise…
Azi kire ni exú e leba nise…

43°
Azi kire ni exú, exú kabi kabi

44°
Ketú kê… ketú exú.
Exú alaketu

45°
Bara ketú ce já, ketú bara
Exú kó bá exú,
Bara ketú ce já ketú bara, exú kó báré kó

46°
O lonan wá bara ketú, O lonan wá…

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Pejigan Anderson de Bessen

47°
Ele bá kó… ele bákó lonan.
Ele bá kó… ele bákó lonan
Ele bá kó… ele bákó lonan
Ele bá kó… ele bákó lonan
A laroye massa gio, ele bá kó lonan
A laroye massa gio, ele bá kó lonan
A laroye massa gio, ele bá kó lonan

48°
Exú a indó oré, emanjá gan gá odô

49°
Alaketu re, ketú bara, exú má ló

48
Pejigan Anderson de Bessen

A festividade de Ogun
Umas das tradicionais festa de ogun é baseada em um acontecimento em que se distribui o pão de Ogun. Simbolizando a
fartura que nunca falte nosso alimento. Uma vez ao ano algumas casa promovem esta festividade dando a devida oferenda a
Ogun na semana da festa, com bichos, comida seca em sua copança, e já se organizam para festa de Ogun em que em um
cesto de palha forrado com folhas de mariwô e assim colocado varias qualidades de pão simbolizando a fartura, o mais
comum é o pão de Santo Antônio em que quando algumas pessoas ganham este pão, levam para a casa e colocam no pote de
farinha, arroz ou feijão para que nunca falte nosso alimento.

Nesta apostila tentarei por os cânticos como se fosse a própria festividade quando durante o xirê se chama ogun, quando
ogun distribui o pão e quando ogun chama seus orixás convidados e quando se tira ogun para o rum com o cortejo
convidado
1° Parte da festividade
Dar se satisfação a exú antes do Xirê, acomodando exú para que a festividade aconteça em paz e harmonia.
2° Parte da festividade
Canta se o Xirê normalmente anunciando a festividade aos orixá, Na forma que eu apredi e faço canto o xirê até o orixá
Iemanja cantando em média de 3 a 7 cantigas para cada Orixá.
Na Hora que se esta cantando para Iyemanja, Canta se para chamar o Orixá Ogun, existe varias cantigas para assim chamar
ogum.
Eu canto…
- Kó Iyá, Kó Iyá o luayê.. Kó Iyá, Kó Iyá
Apos a chegada de Ogun canta se um pouco para ele dançar 3 ou 7 cantigas e depois recolhe se ogun, para vestilo com a
devida roupa de mariwô e saira para distribui o presente
(o pão de Ogun) neste tempo e dado um intervalo até que ogun fique pronto.
3° Parte da festividade
Apos o intervalo Ogun já se encontra arrumado tudo pronto para chamar ogum para distribuir seu presente (o pão de Ogun),
ate onde aprendi não existe uma cantiga para tirar o pão de ogun.
No acontecimento em que deu origem a este ato, segundo relatos, ogun simplesmente pegou o cesto de pão e distribuiu no
barracão e a cantiga entoada na hora era…
- Varule possu dá ká iya, varule posso Nado, ae… Varule possu nado
Em outros lugares também já ouvi a seguinte cantiga…
– Orí Ofo, firiri, orí ofo firiri. Pade onan ke odo, ori ofo firiri

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Pejigan Anderson de Bessen

Eu canto assim para tirar ogun para distribui o pão a cada pessoa…
Ogun sai para o barracão distribuindo o pão

Varule possu dá ká iya, varule posso Nado, ae… Varule possu nado

depois de todos terem recebido o presente canto para ogun dançar …



Orí Ofo, firiri, orí ofo firiri. Pade onan ke odo, ori ofo firiri

Mariwõ lá axô Mariwô… Mariwõ lá axô Mariwô… Ogun dê

Obí cosso bõ alê o… Mariwõ lá oré… Akorô kõ tobõ, Mariwõ lá oré

4° Parte da festividade
Apos todo procedimento escrito a sima feito é ora de Ogun chamar os orixás convidados e canto assim para chamar os
orixás …

- Ogun já, ocí ajá… Fara Ogun Já…


então ao som deste cantico ogun vai em frente um a um de seus convidados e dançando transmiti sua energia com gestos
dança e suor, e assim os orixás sem fazen presente na sala de candomblé na festa de nosso grande pai ogun…

Apos a chegada de todoso os orixás canta se uma cantiga de cada orixá ali presente para porder recolher um a um, para
arrumar as vestimentas para o grande cortejo, o rum dos orixás. Esta festividade esta escrita de uma forma resumida, da
forma que conduzo a festividade, obs existe depois o carrego que ocorre dia depois da festividade…
Os canticos entoados a sima estara na ultima faixa
Cd de cantigas de rum Ogun

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Cantigas de Rum Ogun



Ago ago, ogun Damassa o , okê bé un já…
Aká Ajá Ogun Massa okê bé un já
Aká ajá Ló ní Ogun Massa o, okê bé un já.
Aká Ajá Ogun Massa okê bé un já

Xá lá arê… Ogun Onirê Orê guedê,
Ogun O nire Kó murá ajo, akaro o onirê orê guedê

Akoró bragada, Ogun Bragada, Ogun bragada e, ogun Bragada.
Ogun Bragada e. Ogun Bragada, Ogun Bragada e. Ogun Bragada

A Ogun megê irê…
a Ogun megê irê… Megê okê

Akoro… Okô odê… Akoro… Okô odê… fá alá Ogun Megê Akoro Okõ Odê

Já bebe já, bebe já, Ogun Onirê

Bí bá, Bí bá, Bí bá ogun o… Akoro Ló okó mí

Akoro ló okó mí… Alá ho ho Ogun dê…

Obí coto bõ alê o… Mariwõ lá oré… Akorô kõ tobõ, Mariwõ lá oré
10°
Obí kosso… Obí kosso nile Ogun, A wuro duro odo njé
Obí kosso… Obí kosso nile Ogun, A wuro duro odo njé
Obí kosso… Obí kosso nile Ogun, A wuro duro odo njé
Obí kosso… Obí kosso nile Ogun, A wuro duro odo njé
A wuro duro odo njé, A wuro duro odo njé
A wuro duro odo njé, A wuro duro odo njé

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Pejigan Anderson de Bessen

11°
Awá nile kó masse iawô… awa nile
12°
awá dê lodê, Ogun já akorô um belé.
E … zzawá dê lodê akoro um belé
13°
To… Ogun to lode adá un belé,
Opá otun, ka fibo Ogun Já Akoro um Belá
14°
Erun lé, oní jojo, Erun lé, oni jojo…
Oni awá pá ajá, erun lé oní jojo,
Oni awá pá ajá, erun lé oní jojo
15°
Akoro pá lá atin, apá ajá… Alá pá ajá are …
Akoro apá ajá, Alá pá ajá are
16°
Ogun pá, lele pá, Ogun pá oja are
17°
Pá ní Ogun… pá Megê, Ogun mege mege
18°
Akoro man inbé bragada Ogun…
E… Ogun Onire bragada Ogun ae…
19°
Taní oju kê ará awá, tani oju kê ará awá… E …
Ogun Onire tani oju kê ará awá
20°
Obé kó han, Ará awá obé kó han
21°
Xarin xarin xá Ogun o, Onire xaco balé
22°
Mariwõ lá axô Mariwô… Mariwõ lá axô Mariwô… Ogun dê

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Pejigan Anderson de Bessen

23°
Ogun korí iá… korí ia de
24°
O inan koro xirê inan
25°
Inan alá koro inan...
26°
Ogun xê kule unde, xe kule
27°
Ká tá, ká tá Ogun megê, Ogun megê onan bobo
28°
Ogun perere tá no posso kete, Ogun perere tá no posso ke tá.
29°
Oba le le godo, Ogun Onirê
30°
Onirê Onirê, Onirê Adabí Oba.
31°
Onirê Onirê, Onirê Onirê… Arere mariwô, Ogun Baba alaguede
32°
Ogun já, ocí ajá… Fara Ogun Já…
33°
Ogun Akoro man… Moju ba o… Ogun Akoro… Moju ba o…
34°
Olowo oro kô mode imoro, mó ein inan inan, modê imá atá, imá atá kinin má tá ará, aro... ke mí má mora. Oro abede orun,
eleri kí, eleri kí orun apele já, oni sá ká , enissa orun oba, mode in Ogun okê in jará. Tan tá jara, tan tá jara, in jará. Tan tá
jara, tan tá jara
35°
Lá gué, lá guedé, lá gué, lá guedé,
Ogun toto lobirin, lá gué, lá guedé a, Ogun to nirê

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Pejigan Anderson de Bessen

36°
Ogun Ajo.. mariwô ní sé ewá, ewá alare o…
37°
Ogun fé lebe lé… mariwô lé.. o lé e mariwô
38°
Ogun Onire… Onire Ogun… Alákoro onire… abade orun…

39°
Ogun de… arere, ile ire Ogun já, akoro ade arere, ire ile ogun já o
40°
Tá ní bobo ogun o… ire ilê sá guede,
ocí e, a iyá odé, Ogun akoro lé un o…
41°
Ogun tana tana de… tana de, tana de o
42°
Ogun kissa ajo. Okê só e… ará awá... awá. Oni ie,
Ogun kissa ajo. Okê só e… ará awá... awá
Ogun Akoro
43°
Ogun Akoro bobo ure o… A gogo uro uro, ajá le o, o dide ocí nirê
Ogun alá koro, bobo uré, agogo ajale bobo ure o

Cantiga para recolher Ogun


44°
Bá un ló, ló ló, Bá un ló, ló lein, kê mí sale ko já lo odô,
oba ade, omo oré fi tó, a e, e ª ilê adabí omo oré bá un ló

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Oxossí e sua festividade

Quartinhas de Oxóssi
As quartinhas de Oxóssi trata-se de uma cerimônia destinada à Iya Apaoka ou Ìyá Nbanba no ciclo da festa à Oxóssi. Esta
festa a princípio era de exclusividade do Terreiro do Gantois, festejada no mês de junho "Corpus Christi, da qual foi
introduzida na época de Tia Pulcheria da qual era iniciada e consagrada à Ode Ajaiyn Pako.
Em tempos atuais vemos esta festa tanto em São Paulo, assim como no Rio de Janeiro, mas na Bahia somente o Gantois à
realiza. São inúmeras quartinhas e vasos das mais variadas formas, com arranjos de flores, mas apenas dentro de uma das
quartinhas está o maior segredo de Iya Apaoka e Ajaiyn Pako e somente um membro do Terreiro devidamente preparado
poderá carregá-la.
Este é um dos maiores segredos ainda de posse do Terreiro do Gantois. Para que seja realizada esta cerimônia, deverá o
Terreiro ter o Igbo Ode ou melhor "o pomar de Oxóssi" onde estão “acomodadas” várias Divindades, Entidades e Deidades.
Uma festa sagrada que naquela época salvou as pessoas desta comunidade da “Clava da Morte”.
Já o Batèté consiste em pequenos cubos de inhame cará cortados e imersos no dendê com uma pitadinha de iyó. Na hora que
vai começar os sacrifícios de Oxóssi todos os presentes ajoelham-se diante do Babalorisa, abre a boca e recebe um pedaço
do inhame na boca. Cantigas são entoadas para que o rei receba suas oferendas.

Abado de Osoosi
ABADO
Dá-se nome de, Abado ao feijão fradinho torrado, alimento preferido do Orisá Oxóssi e a comida de milho de galinha cozida
e temperada com cebola, dendê e camarão seco e enrolada na folha da banana como se enrola o ekó e após fechada enfia-se
uma fatia de coco no orifício superior do ekó ficando metade para dentro e metade para fora. Segundo os antigos do Asé
Ketu, Oxossí nas suas grandes caçadas levava consigo dentro de um embornal (Bolsa de couro) grandes quantidades de
Abado, pois esse alimento supria-o longos dias dentro das grandes matas em busca de caças. O Abado também é apelidado
pelos Ketu de “biscoito de Oxóssi”, é dito ainda pelos antigos e constatado por várias casas que realmente o Ato de oferecer
Abado a Oxóssi propicia fartura, e resolução de grandes problemas.
No Ritual das Quartinhas de Oxóssi não poderá faltar esse prato.
Modo de Preparo do Abado
Catar o feijão Fradinho, lavar e pôr de molho com 2 colheres cheias de sal, pôr uma frigideira no fogo, e ir torrando aos
poucos os grãos até que fiquem bem pintadinhos de torrado. É oferecido a
Oxóssí em Najés ou Alguidares, forre o chão onde serão postos essas vasilhas com muita folha de Jarrinha, São Gonçalinho
e Espinho Cheiroso.

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Pejigan Anderson de Bessen

Obs: O Ritual de Abado pode se dar internamente com intentos particulares para propiciar vantagens em algo específico,
como
Arrumando o cesto do Abado Folhas de Panacéia forrando o najé que estará o Abado, no meio um akasá, 1 Orobo por cima
do Abado e 1 Ofá. Sai ainda na cabeça de outro Oxóssi um cesto forrado com folhas da Fortuna e dentro do cesto uma
vasilha de asoso (axoxo) com 17
Espigas de milho com a palha desfiada, no meio do asoso 1 Ofá, 1 Orobo e 1 bola do Boi.
Cantigas do Abado Ritmo - Agueré
1 – O nlê Abado, Abado nlê awá xó, o nlê Abado, Abado nlê Abado Odé
Obs - Cantar esta cantiga de nº1 varias vezes
2 - E... Abado, e... Abado, Abado Baba Odé, Abado Baba Odé
Ritmo – Adabí
3 – Omorodé Lain lain, omorodé korajô, Abado Lokô Koizo, Omorode luaye
4 - Omorodé Lonin, Omorodé Luaye
5 – Omorodé Ko sile, Arô le omo ifá, Omorodé Ko sile, Arô le omo ifá, Kó yá, kó yá luaye, arolê kô mo ifá
Ao final das cantigas do Abado faz-se a Reza de Oxóssi para só então
Pôr o Orixá para dentro retornando depois para o hun.

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Pejigan Anderson de Bessen

Cantigas de Rum Oxossí



Olo sí lé imolé, Odé oju o, xé bi kan bí kan, Odé imolé…
Odé Oju o… xé bá kan mode arolê

Oguere le, oguere le, Odé aro, oguere le,
oguere le lofi wá e, oguere le aloro okê

Odé nita, omo nile ajo, Odé nita omo nile ajo…
nita mo nile ajo, nita mo nile ajo

Erin lé, erin lé o. Ocí ori inlé

É ma o, ire bí kó fun o… a san guere…
a iyá Odé oní ie. Bó kó fun o… a san guere olori pê

É má o ire… é má o ire… benin ko o, ko o…
axé guere guede iyá Odé o ni ie. Benin ko o, ko o, axé guere quede iyá Odé o lore.

Ke min, ke min… a gon gon laro… ke mim ke mim, a gon gon laro…
Iru ofá… ago lonan e arere a gogo o nilá awá axé.

Agogo miro, lece miro o, oro imolé

E pé ní ko o… Odé pá, Odé. E pé ní ko o… Odé pá Odé…
arole oju ará ko, e pé ní ko o.. e pé níko de, orí pá o…
10°
Ero ocí imole ke ajo, erro ocí imole ke ajo…
ini a Ará ae… erro ocí imole ke ajo

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Pejigan Anderson de Bessen

11°
O lele kó le, omo oro odé,
12°
Ofá e in Odé bíria… biria biria biria
13°
Odé karere, Odé karere Odé… Odé sí, Odé karere
14°
Odé arole, Odé se pá. Odé arole, Odé se pá.
Odé se pá.Odé se pá.
15°
Axó erin, kó omorodé, Axó erin, kó omorodé,
kó omorodé kó omorodé
16°
Okê a … Okô Odé
17°
Ofá ará le le fibô ká fibô, Ofá ará Lewá kó xé, omorodé
18°
Ero si bode… ero si bode… arole ero si bode, ero si bode
19°
Ará awá orixá kó ofárá o… arole un lô.
Ará awá orixá kó ofárá o… arole un lô.
Ará awá orixá kó ofárá o… arole un lô.
Arole ko mora ajo…
ará awá … arole ko morajo oluwo
20°
Odé kó morodé, Odé kó morodé… Odé arere…
Odé kó morodé mima o, Odé kó morodé o ni e.
21°
Arole ko, mora ajo, é un feré, e un pá o.

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Pejigan Anderson de Bessen

22°
Arole ipe já odõ, arole… Arole ipe já odõ, arole…
Arole ipe já odõ, arole… Arole ipe já odõ, arole…
23°
Otin re, ere otin a lele bare…
Otin re, ere otin a lele bare…
Otin re, ere otin a lele bare…
Otin re alore ko murajo, a lele bare
24°
Odé bí ewe, Odé bí ewe Baba.
25°
O ní a loju bó… O ní a loju bó boró.
26°
Epé gí, Orí onile o.. ada ocí ilé ibô.
Ocí o nilé agan, ocí ile ibô akueran
27°
Omorodé O igena ewa o… Olua e…
Omorodé o igena ewa, odé ko kê.
28°
Ní Odé pé mí o… ní Odé pé mí o…
ní Odé o mu ian ian, ní Odé pé mí o.
29°
Okô o, kô o… Odé alá more...
Okô o, kô o… Odé alá more...
Bá iyá lojá guiri le Odé, Okõ o kô de…
30°
Mo ofá, mo ofá, omo nile ojo … O mu ian ian…
xé da murajo, omo nile ojo, o mu ian ian
31°
Un xe kun te, omo nile ojo … O mu ian ian…
xé da murajo, omo nile ojo, o mu ian ian

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Pejigan Anderson de Bessen

32°
Omorodé lain lá… Omorodé kora ajo, Abado loko o iso… Omorodé luae.
33°
Omorodé kó sile, alore mo ifá.
Omorodé kó sile, alore mo ifá.
Omorodé kó sile, alore mo ifá.
Omorodé kó sile, alore mo ifá.
Kó ia, kó ia o luae, alore mo ifá
Kó ia, kó ia o luae, alore mo ifá

34°
Omorodé e… omorodé ki sa ajo,
Omorodé e… omorodé ki sa ajo
35°
Omorodé uni uni, Omorodé uni uni,
Uni uni Odé ibain Omorodé ki sa ajo
36°
Mabo xé inxé irokô, mabo ia, mabo ia.
37°
Biri biri bó xé, Mabo ia, mabo ia lokô.
38°
Ainda aro.. ainda aro erun molé,
ainda aro lece miro, ainda aro erun molé
39°
Sáre ewá Odé tá afará…
40°
Odé in Odé tá afá, má un, a un
41°
Odé bpa mirá, Bá miro.
42°
Odé ará ae…

60
Pejigan Anderson de Bessen

43°
Kini, kini a Odé… A odé un pen bê.

44°
Ara awará tá fá Odé, ara awará tá fá ojo…
ará awará e… Ara awará tá fá Odé
45°
awá awá awá odé nile wá, odé kí tipo.
46°
Akole mada ko. Akole mada kole
47°
Awo io, awe de, odé ba mi sabo ia.

Cantiga para Recolher Oxossí


48°
Oxê dada Oxé, ará ketu ká bó.

61
Pejigan Anderson de Bessen

Rum de Ossain e Sassain


Rum de Ossain

Peregun alá wá tin tun o… Peregun alá wá tin tun o…
Peregun alá wá tin tun o… Peregun alá wá tin tun o…
Baba peregun alá awá mere… Peregun alá wá tin tun


Ewe Felé, le ewá atori o… Ewe Felé, le ewá atori .
A egué um malé… a esá bá ke min baró. A esá bá, já bá kossu o... felé le ewá tori.


Al egué... eji mo kosso


Firiri ewá atori o… ewe firiri ewá atorí,
Firiri ewá atori o… ewe firiri ewá atorí,
A ixé un male, a esá bá bain baró…
a esá bá já bá kossu oju alá forin kan. Firiri le ewá atori.
Baba petun, Firiri le ewá atori. Baba petun, Firiri le ewá atori. Baba petun


Ewe Pé lé pe nin topé o… ewe pé lé pe nin topé,
Ewe Pé lé pe nin topé o… ewe pé lé pe nin topé,
Akó felebe, akó felebe, akaka lewá ko felebe, fele penin topé o.


Abebe ní bó, Abebe ní bó…
e abebe, abebe ní bó, abebe ní bó, e abebe.


Atá koro oju ewe, atá koro imo kossun.

Oja una fururu, oja una fururu,
a ijo ará inan, oja una fururu


Ofá ein ofá gogo… Ofá ein ofá gogo...
Ofá ein ofá gogo lece, Ofá ein ofá gogo…

10°
Bo fura… bo fun jé. Bo fura in ofá gogo

11°
Mojé ipê mo soró o… Mojé ipê mo soró o...
Mojé ipê mo soró o… Mojé ipê mo soró o…
gibe lo pewá, gibe lo pewá ia mim, mojé ipê mo soró

62
Pejigan Anderson de Bessen

12°
Já ori pepe, ope ni o pele pe.

13°
Adarun bó, moju baro… adarun bó, moju baro.
Ati loko, moju baru lo ia, adarun bó moju baru

14°
Mariwô… Ki ló ofo ginxé

15°
A ijí ko pele, a ipê o… a ijí ko pele a ipê o, a ipê malé…
tororo igui igui, tororo e bagan,

16°
A ijí ko pele, ijí ko pele a ipê male.
A ijí ko pele, ijí ko pele a ipê male.
Ipê male tororo,
tororo Ipê male tororo, Ipê male,
tororo Ipê male tororo, Ipê male

17°
A foman bí kán, xen xen.

18°
A ibõ, a ibô lonan

19°
A indo man, Otin a idun.

20°
A indo ke, otin orixá

21°
Pá ará mí zan zá, no bê, pá ará mo zan zá no bê o…

63
Pejigan Anderson de Bessen

Sassayin,Sassaim ou Sasanha é o nome que se dá ao ritual do Candomblé para retirar a energia vital das folhas e extrair o
seu sangue (sumo), "Sangue de origem vegetal", no sentido de purificar e alimentar os objetos sagrados e o corpo dos
iniciados, possibilitando o equilíbrio e a renovação das energias. O orixá Osanyin dono dos segredos de todas as folhas é
saudado em todas as cantigas
O ato de cantar as folhas sagradas ou rezar as folhas, com cantigas específicas para cada folha, reconhecidas pelo nome da
folha (ewe) e seu conteúdo que é o atributo da folha, utilizado principalmente na preparação do abô, chamada de água
sagrada na.feitura de santo

Em uma casa de candomblé, um dos elementos principais e que requer grande sabedoria são as folhas. As folhas quando
chegam na casa devem primeiramente descansar por algum tempo, depois devem ser bem lavadas, são colocadas sobre a ení
(estei…ra) para que o Babalorixá ou Iyalorixá possa rezá-las com cântigas das folhas ou de cada fôlha especificamente. O
Bàbá ou Ìyá abrirá um Obí, confirmará as folhas escolhidas, mastigará o obí espargindo-os sobre as folhas com seu hálito,
sua saliva, seu axé, suas palavras mágicas, para logo depois soltar as folhas para macerar. Vale ressaltar que após a
masseração, o banho descansa um pouco e o que sobrou do banho, já cuado, irá para o ojúbo de Òsanyìn da casa, e todos
igbá Orixás pertinentes a pessoa. Todas as obrigações, além da iniciação, em que tiver sacrifício de animais serão sempre
precedidos dessa liturgia sagrada sendo um orô obrigatório, sempre com louvação a Pai Òsányìn, no qual chamamos
comumente de Sasányìn ou seja Asá Òsányìn. “Korin Ewé”, isto é, cantar Folhas em louvar a Òsányìn, aos Bàbás, Ìyás,
ancestrais, aos ègbóns, sua raiz e àse, Ogans e Ekedis, aos Orixás e ojubós da casa, a Òrúnmìlà e por fim a Òsàlá. O
primeiro korín ewé entoado é o Pèrègún ou o Akokô, consideradas as primeiras folhas ou as folha ancestralizada e mais
velha: asà o, erù ejé.

Itam Osanyn
Osanyin recebera de Olodumare o segredo das folhas. Ossanyin sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.
Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes. Os outros orixás não tinham poder sobre
nenhuma planta. Eles dependiam de Ossanyin para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou de um ardil para
tentar usurpar Osanyin a propriedade das folhas. Falou dos planos à sua esposa Iansã, explicou-lhe que, em certos dias,
Osanyin pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. Desencadeie uma
tempestade bem forte num desses dias, disse-lhe Xangô. Iansã aceitou a missão com muito gosto. O vento soprou a
grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado,
soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Osanyin permaneceu "senhor/senhora do
segredo" de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação. E assim, continuou a reinar
sobre as plantas como senhor absoluto, graças ao poder (axé) que possui sobre elas.
Orixás, Ervas e folhas
Apesar do axé de todas as folhas pertencer a Ossain, todos os orixás possuem suas próprias folhas, algumas para usos
iniciáticos, outras para banhos, outras para pós, algumas tão quentes ou tão frias, que seu uso não é recomendável, algumas
somente para feitiços, etc. Cada tipo de folha pode pertencer a mais de um orixá.
CLASSIFICAÇÃO:
1) São divididas por elementos, a saber:
EWÉ AFÉEFÉ – folhas de ar
EWÉ INÓN – folhas de fogo
EWÉ OMIN – folhas de água
EWÉ ILÉ ou IGBÓ – folhas de terra

64
Pejigan Anderson de Bessen

Essa divisão remonta à classificação dos orixás por elementos, apesar de sabermos que os orixás podem ter, e efetivamente
possuem, folhas pertencentes a todos os elementos. A chave é o equilíbrio. Só para lembrar, a divisão dos orixás por
elementos é:
ORIXÁS DE FOGO: Exú, Ogum, Xangô, Oyá.
ORIXÁS DE TERRA: Ogum (o ferro), Oxóssi, Omolú/Obaluaê, Nanã.
(lama = terra + água), Oxumarê e Logun.
ORIXÁS DE ÁGUA: Iemonjá, Oxum, Nanã, Oxumarê, Logun, Obá, Yewá, Oxalá (nas chuvas finas).
ORIXÁS DE AR: Oyá, Oxalá (nas nuvens e no céu), Oxumarê (no arcoíris).

Devemos ter em mente que esta classificação é genérica, pois não leva em consideração que, em suas qualidades, os orixás
se relacionam com outros orixás e, conseqüentemente, com outros elementos. Por exemplo, Oyá Onira = fogo + ar + água =
água fervente ou vapor d’água; Ogum Alagbedê = fogo + ar = ferreiro do céu; Odé Inle = terra + ar + água, etc. Por isso, é
aconselhável o uso equilibrado dos quatro elementos num amaci/abô/omieró, principalmente no que diz respeito aos rituais
iniciáticos.

Outra classificação diz respeito à polaridade das folhas, determinada normalmente por seu formato, onde temos:

EWÉ APA ÒTÚN X EWÉ APA ÒSÍ


Folhas da direita Folhas da esquerda
Masculinas Femininas
Formas alongadas/fálicas Formas arredondadas/uterinas
Geralmente, de fogo ou ar Geralmente de água ou terra
Também se considera as condições de: excitação (gùn) ou calma (èrò) geradas pelas folhas, que é de extrema importância.
GUN X ÈRÒ
Folhas de fogo ou terra, que Folhas de ar ou água, que
Facilitam a possessão e exci- abrandam o transe e acal-
tam o orixá e a pessoa. mam o orixá e a pessoa.
Volta-se a frisar, o equilíbrio é fundamental.
Em banhos (amacis – banhos frescos, ou abôs – banhos de fundamento do axé) é necessário analisar as condições da pessoa
e de seu orixá. Se o banho é para pessoa /orixá muito calmo, usam-se algumas folhas GUN, para equilibrar a energia. Se for
ao contrário, usa-se algumas folhas ÈRÒ.
Geralmente, usam-se 7 folhas para banhos de Exú e 16 para os banhos de orixás, mantendo-se sempre a harmonia e o
equilíbrio dentre os elementos já descritos.
Nos abôs ou amacis de iniciação, procuramos sempre usar oito folhas fixas e 8 que variam de acordo com o orixá pessoal do
novo iaô. Em nossa casa, as folhas fixas são:
Peregun – masculina, gùn, terra
Colônia – masculina, èrò, terra
Oriri – feminina, èrò, água
Macassá – feminina. gùn, água
Cana do Brejo – masculina, gùn, ar

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Carurú s/Espinho – feminina, èrò, terra


Beti Branco – feminino, èrò, água/ar
Elevante – feminino, gùn, água
OBS: Todo banho (seja amaci ou abô) com fins rituais deve ser de erva fresca, colhida na parte da manhã com os
devidos cuidados e rituais, quinado e devidamente rezado e imantado com uma vela acesa durante a sua preparação.
DIVISÃO DAS FOLHAS POR ORIXÁS
OBS: As folhas grifadas em itálico são as de uso mais freqüente em banhos, iniciações ou lavagens de assentamentos e
afins.
EXÚ
Picão, cambará, erva do diabo ou figueira do inferno, aroeira vermelha, dormideira, pimentas (quaisquer), arruda, olho de
gato, carrapicho, tiririca, alfavacão, perpétua, sapê, cansanção, trombeta roxa, urtiga, maconha, branda-fogo ou folha de
fogo, vassourinha ou mastruz, mamona vermelha, corredeira, coroa de cristo, cana de açúcar, arrebenta cavalo, bico de
papagaio, azevinho, carurú ou bredo com espinho, tento de Exú, comigo ninguém pode, assafétida, erva de bicho,
espinheiro, erva grossa, losna, hortelã pimenta, mandacaru, cacto, palmatória de Exú, pau d’alho, fortuna, patchouli, babosa,
assa peixe, avinagueira, barba de diabo, fedegoso, garra de diabo ou garra de Exú ou unha de Pomba Gira, Jamelão,
jurubeba, sempre viva, tinhorão roxo.

OGUM
Romã, milho, aroeira branca, akoko, alumã, visgo, sumaúma, cipó chumbo (Ogunjá), lírio do brejo, pinhão branco ou roxo,
tiririca, sapê, capixaba, espada de São Jorge, lança de São Jorge, abre-caminho, guiné, guiné pipiu, cajazeiro, dendezeiro ou
màriwò, babosa, oficial de sala, folhas de inhame cará, dandá da costa (capim e raiz), mangueira (principalmente espada),
vence demanda ou vence tudo, peregum verde, agrião do brejo ou erva botão ou pimenta d’água), carurú sem espinho,
araçá, costela de adão, eucalipto, goiabeira, espinheira santa, São Gonçalinho, alfavaquinha, beldroega, camboatá, canela de
macaco, capim limão, cordão de frade ou São Francisco, erva tostão, erva de bicho, língua de vaca, losna, mutamba, pé de
pinto, mal me quer, coqueiro, carrapeteira.

OXÓSSI
Folhas de milho, folhas de coqueiro, murici, akoko, São Gonçalinho (principalmente os mais guerreiros), visgo, pinhão
branco e roxo, carrapicho, chifre de veado, dandá da costa, sapê, taioba (principalmente Odé Inle), rama de leite, lágrima de
Nossa Senhora, guiné, guiné pipiu, acácia ou chuva de ouro, folhas de guaximba ou língua de galinha, jasmim manga,
carqueja, jurubeba, capim limão, cordão d e frade ou São Francisco, caiçara, guapo, colônia, alecrim do mato ou do campo,
araçá, cajueiro, cipó caboclo, erva curraleira, espinheira santa, juremeira, nicurizeiro, erva passarinho, chapéu de couro, assa
peixe, alfavaca, carurú sem espinho, cana fita, capeba, groselha, ingá, língua de vaca, peregum verde, pitanga.

OSSAIN
OBS: Apesar de todo axé das folhas, e por conseqüência, todas as folhas, pertencerem a Ossain, as folhas de fundamento do
orixá e de uso mais comum para ele são:
Baunilha de nicuri ou nicurizeiro, tira teima, umbaúba branca, aroeira, akoko, cipó milomi ou jarrinha, balainho de velho,
aridan (folhas e favas), pimenta da costa, cipó chumbo, bejerecum (folhas e favas), dandá da costa, andará (folhas e favas),
sapê, hibisco vermelho ou branco dobrado, trombeteira, quebra-pedra, erva pombinho, mamona, rama de leite, lágrima de

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Nossa Senhora, erva vintém, pitangueira, jurubeba, ingá, obi, guapo, orobô, patioba, peregum (verde ou rajado), barba de
São Pedro ou sene, carrapicho, erva pita, araçá, jureminha, cacau, café, carobinha, chapéu de napoleão (folhas), erva
andorinha, losna, olho de boi (folhas), louro, alecrim, alfavaquinha, amendoeira, beldroega, canela de macaco, erva tostão,
folhas de ficus, folhas de fumo, mal me que, língua de galinha ou guaximba.

OMOLÚ/OBALUAÊ
Pata de vaca branca, erva passarinho, sete sangrias, rabujo, sabugueiro, cipó chumbo, jenipapo, alfavaca, canela de velho,
melão de São Caetano, quebra pedra, erva moura, gervão, mostarda, cipó cabeludo, transagem, juá de capote, fedegoso,
maria preta, olhos de santa luzia ou marianinha, coreana, coroa de cristo, babosa, barba de velho, jequitirana, cordão de
frade ou de São Francisco, vassourinha, barba de boi, erva pita, erva de Sta. Maria, carobinha, cinco chagas, copaíba,
coqueiro de purga ou de catarro, erva andorinha, erva de bicho, erva grossa, pau d’alho, kitoko, velame, viuvinha, cana do
brejo, alumã, beldroega vermelha, crisântemo, confrei.

OXUMARÊ
Erva passarinho, língua de galinha ou guaximba, dormideira, amendoim, folha da riqueza (fortuna ou dólar ou dinheiro em
penca), jibóia, folhas de batata doce, maria preta, bananeira, vitória régia, oxibatá, tomateiro, trancinha de Oxumarê, melão
de São Caetano, coqueiro de Vênus, mutamba, parietária, rama de leite, cipó milomi ou jarrinha, arrozinho, melancia,
ojuorô, samambaia de poço ou pente de cobra, folhas trepadeiras, de um modo geral.

IROKO
Gameleira branca ou Iroko, abiu, barba de velho, cajueiro, colônia, jaqueira, mãe boa, cipó milomi, noz moscada, folhas de
fruta pão, graviola, bananeira, mangueira, castanha do Pará, erva pita, árvores centenárias de grande porte.

XANGÔ
Fortuna, cambará, romã, umbaúba branca ou vermelha, tamarindo, jaqueira, erva de São João, alfavaca, xanan (aipim ou
carurú sem espinho – para Barú), erva tostão, pimenta de macaco, carurú sem espinho ou Oyó, branda fogo ou folha de
fogo, azedinha ou avinagueira, campainha, jaborandi, crista de galo, gerânio cheiroso, capim fino, flamboyant, carrapeteira,
cinco chagas, capim limão, alibé de Xangô (folhas e favas), orobô, castanha do Pará, vence demanda, oxibatá vermelho,
urucum, cascaveleira ou xique-xique, cajueiro, camboatá, cruzeirinho, manjerona, negra-mina, salsaparrilha, iroko ou
gameleira branca, kitoko, lírio vermelho, lírio branco, elevante, aroeira, beijo vermelho, capeba, erva prata, jarrinha ou cipó
milomi, malva, para-raio, panacéia, mangericão roxo, pena de Xangô.
OYÁ
Pata de vaca rosa, fedegoso, aroeira, dormideira, pinhão branco e roxo, bambú (folhas), maravilha, trombeta rosa, erva
tostão, erva prata, espada de Sta. Bárbara, lança de Sta. Bárbara, branda fogo ou folha de fogo, campainha, mutamba,
gerânio cheiroso, taquari, fruta pão, para-raio, flamboyant, quiabo, amora, maracujá, cinco chagas, oxibatá rosa ou
vermelho, crista de galo, erva santa, jaborandi, peregum rajado, língua de vaca, umbaúba vermelha, carurú sem espinho,
canela de macaco, capeba, erva passarinho, cipó milomi ou jarrinha, malva rosa, negra mina, parietária, rama de leite, taioba
branca.

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OXUM
Erva capitão ou abebê d’Oxum, picão, melão d’água, cipó milomi ou jarrinha, lavanda, vassourinha de relógio, pimentinha
d’água ou oripepê, bem me quer, mangericão branco, melão, aguapé, elevante, hibisco, beti cheiroso ou aperta ruão, beti
branco, sândalo, carurú sem espinho, cana de jardim, brilhantina, trevo de quatro folhas, mal me quer ou calêndula, erva
cidreira, pata de galinha, capim fino, jambeiro rosa, erva vintém, erva doce, pitangueira, mãe boa, macassá ou catinga de
mulata, girassol (pétalas), erva de Sta. Luzia, oxibatá amarelo ou branco, oriri, vassourinha d’Oxum, canela, alface, assa
peixe, cabelo de Vênus, flor de ouro ou botão de orunmilá, cajueiro, cravo, dinheiro em penca, dólar, jasmim, tapete
d’Oxum, poejo, colônia, lótus, melissa, flor de laranjeira, alfazema, lírio, agoniada, amor do campo, capeba, malva branca,
parietária, rama de leite.

LOGUN
Combinação das folhas de Oxóssi e Oxum (verificar os caminhos para haver o equilíbrio) + Coqueiro de Vênus, chifre de
veado, comigo ninguém pode verde, peregum rajado.

YEWÁ
Maravilha, batata de purga, cana de jardim ou bananeira de jardim, oxibatá lilás, tomateiro, dormideira.

OBÁ
Vitória régia, oxibatá vermelho, tangerina, rosa vermelha.

IBEJI
Sapoti, flamboyant, quiabo, cana de açúcar, maracujá, bananeira, abacaxi, araruta, poejo, uva.

IEMONJÁ
Melão d’água, coqueiro, lírio do brejo, melancia, mangericão branco, elevante, maricotinha, beti branco, beti cheiroso, erva
da jurema, erva prata, carurú sem espinho, capeba, pariparoba, taioba branca, mostarda, lágrima de Nossa Senhora, salsa de
praia, azedinha do brejo ou erva saracura, mãe boa, macassá, emília, pandano (Iamacimalé), oxibatá branco, vassourinha,
árvore da felicidade (Iamacimalé), colônia, agrião d’água, camboatá (Iamacimalé), rosa branca, uva, verbena, umbaúba
branca, algas, panacéia, alfazema, macela, aguapé, condessa, dandá do brejo, malva branca, papo de peru, rama de leite,
araçá da praia.
NANÃ
Pata de vaca branca ou rosa ou lilás, erva passarinho, espelina falsa, língua de galinha ou guaximba, taioba, aguapé, melão
de São Caetano, baronesa ou jacinto d’água, mostarda, cipó cabeludo, maria preta, balaio de velho, marianinha, xaxim,
azedinha do brejo, mãe boa, batatinha, guacuri, oxibatá lilás, arnica do campo, manacá, quaresmeira, viuvinha, umbaúba
branca e roxa, vassourinha, alfavaca roxa, avenca, broto de feijão, cana do brejo, capeba, cipreste, cipó milomi ou jarrinha,
macaé, rama de leite.

OXALÁ
Fortuna, coqueiro, tamarindo, dama da noite, trombeta branca, oripepê, manjericão branco, erva de bicho ou folha de igbi,
guando, boldo ou tapete d’Oxalá, beti branco, beti cheiroso ou aperta ruão, erva prata, mamona branca, brilhantina,

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parietária, mutamba, lágrima de Nossa Senhora, beldroega, trevo de quatro folhas, algodão, alecrim, fruta pão, mamoeiro,
cabaceira, graviola, dendezeiro, salvia, língua de galinha ou guaximba, erva vintém, azedinha do brejo, gameleira branca,
folha de inhame cará, macaé, cinco chagas, ingá, macassá, saião, emília, bananeira, guapo, língua de vaca, oxibatá branco,
oriri, chapéu de couro, carurú sem espinho, cana do brejo, amendoeira, bálsamo, espinheira santa, benjoim, erva doce,
colônia, lírio branco, jasmim ou junquilho, mirra, noz moscada, pixurin, uva verde, maria sem vergonha branca, oliveira,
elevante, beldroega, louro, malva branca, paineira.

PRINCIPAIS ERVAS E SUAS CARACTERÍSTICAS (entre parênteses, nome africano):

Pata de vaca (ABÀFÈ)


Orixás: Omolú/Obaluaê (branca), Nanã (branca, rosa e lilás) e Oyá (rosa)
Elementos: terra/feminina/gùn
Terapêutica: a branca é usada no combate ao diabetes, afecções renais e elefantíase.

Folha de Fortuna (ÀBÁMODÁ)


Orixás: Exú, Oxalá, Xangô e orixás fun fun.
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: refrigerante, diurética e sedativa. Combate cefaléias, nevralgias, dor de dente, coqueluche e afecções das vias
respiratórias. Eficiente contra as doenças de pele, feridas purulentas, furúnculos, úlceras e dermatoses.

Nicurizeiro ou Baunilha de Nicuri (ÀBÀRÁ ÒKÉ)


Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: abalos do sistema nervoso, histeria, hipocondria, melancolia, convulsões, coqueluches, tosses rebeldes.
Erva Capitão (ABÈBÈ ÒSUN)
Orixás: Oxum
Elementos: água, feminino/èrò
Terapêutica: com as raízes – afecções do baço, fígado, intestinos, diarréias, reumatismo e sífilis. Com toda a planta, em uso
externo – elimina sardas e manchas de pele (emplastros). Das folhas c/leite, faz-se um calmante leve e tônico cerebral.
Picão (ABÉRÉ)
Orixás: Exú (em pó ou para feitiços) e Oxum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: chá – hepatite, febres, males do fígado, rins e bexiga.

Cambará (ÁBITÓLÁ)
Orixás: Exú e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: infusão – doenças respiratórias, tosses, bronquites, rouquidão e resfriados.

Erva Passarinho (ÀFÒMÓN)

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Pejigan Anderson de Bessen

Orixás: Oxóssi, Omolú/Obaluaê, Nanã, Oxumarê


Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: chás – gripes, resfriados, pneumonias e bronquites.

Romã (ÀGBÀ)
Orixás: Xangô e Ogum
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: Chá da casca – gargarejos p/garganta. Xarope do fruto – amidalites, afecções urinárias, gastrites, cólicas
intestinais, hemorróidas.

Milho (ÀGBÀDÓ)
Orixás: Ogum e Oxóssi
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: o cabelo – problemas renais.

Umbaúba (ÀGBAÓ)
Orixás: Branca – Iemonjá, Ossain e Nanã; Roxa – Xangô, Oyá e Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: frutos: asma e bronquites – chá das folhas: hipertensão, doenças respiratórias, cardíacas, renais e diabetes.

Melão d’Água (AGBÉIE)


Orixás: Iemonjá e Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: para mulheres com dificuldades de engravidar.

Fedegoso (ÀGBÒLÀ)
Orixás: Exú, Oyá e Omolú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Coqueiro (ÀGBON)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Iemonjá e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: água de coco – contra desidratação, problemas intestinais, náuseas, vômitos e enjôos de gravidez.

Tamarindo (ÀJÀGBAÓ)
Orixás: Xangô e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: higiene bucal (folhas maceradas) - dor de dentes (chá) – digestivo e laxante (polpa do fruto) – as folhas
debaixo do travesseiro proporcionam sono tranqüilo aos agitados e insones.

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Aroeira (ÀJÓBI)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Xangô e Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: anti-reumático, bronquites, feridas, tumores, inflamações, corrimentos, diarréias e gastrites.

Acocô (AKÓKO)
Orixás: Ossain, Ogum, Oxóssi
Elementos: terra/masculino/ èrò
Terapêutica: desconhecida

Cipó Milomi ou Jarrinha (AKONIJÈ)


(É uma das folhas do orô da “voz” do orixá)
Orixás: Ossain, Oxum, Nanã, Iemonjá, etc.
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: antídotos p/veneno de cobra, abortivo

São Gonçalinho (ALÉKÈSÌ)


Orixás: Ogum e Oxóssi
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: chá – calmante, depurativo, antiinflamatório e analgésico. Macerado – uso externo: picadas de cobra e de
insetos.

Dama da Noite (ÀLÚKERÉSÉ)


Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: em banhos – reumatismo e inflamações cutâneas.

Boldo Paulista ou Alumã (ÀLÚMÓN)


Orixás: Ogum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: sumo: enjôos provocados por má digestão ou problemas hepáticos.
Língua de Galinha ou Guaximba (ÀLÙPÀYÍDÀ)
Orixás: Ogum, Oxumarê e Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Sete Sangrias (ÀMÙ)


Orixás: Omolú e Nanã
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: arteriosclerose, hipertensão, palpitações cardíacas, inflamações da mucosa intestinal, doenças venéreas e
afecções de pele.

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Balainho de Velho (AMÚNIMÚYÈ)


(É uma das folhas que “tiram a consciência” do iaô e facilitam o transe)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Dormideira ou Sensitiva (ÁPÉJÈ)


(É uma das folhas que “tiram a consciência” do iaô e facilitam o transe)
Orixás: Exú, Oyá, Oxumarê (Frekwen) e Yewá
Elementos: fogo/masculino/èrò
Terapêutica: chá: fígado, flatulência, dores de cabeça de origem digestiva e purgativo – gargarejo: alivia dores de dente.

Erva de São João (ÀRÚNSÁNSÁN)


Orixás: Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: cólicas intestinais provocadas por aerofagia, diarréias, reumatismo, artrose, antidepressivo, antiinflamatório,
analgésico e cicatrizante.

Alfazema ou Lavanda (ÀRÙSÒ)


Orixás: Oxum e Iemonjá
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: febres infantis.

Vassourinha de Relógio (ÀSARÁGOGO)


Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Malva Branca (ÀSIKÙTÀ ou EFIN)


Orixás: Oxalá, Iemonjá, Oxum e Oxóssi (Inle)
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: emoliente, contra picadas de vespas.

Sabugueiro (ÀTÒRÌNÀ)
Orixás: Omolú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: chá: afecções bronco-pulmonares, excitante, sudorífero, febrífugo, combate gripes, resfriados, anginas,
inflamações de pele, furúnculos, queimaduras e erisipelas.

Cipó Chumbo (AWÓ PUPÁ)


Orixás: Ossain, Omolú, Ogum (Ogunjá), Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: afecções pulmonares, gripes e resfriados fortes, anginas, faringites e amidalites. Reduzido a pó é aplicado em
úlceras e feridas como cicatrizante (uso externo).

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Taioba (BÀLÁ)
Orixás: Oxum e Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: cicatrizante de feridas e úlceras, usado externamente.

Oripepê ou Pimenta d’água (AWÙRÉPÉPÉ)


(É uma das folhas do orô da “voz” do orixá)
Orixás: Exú (flores), Oxum e Oxalá (folhas)
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: folhas: escorbuto, anemia e dispepsia – extrato das flores: dores de dente – xarope das folhas: expectorante
infantil

Lírio Branco ou Lírio do Brejo (BALABÁ)


Orixás: Iemonjá, Oxum, Ogum e Oxalá
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: raízes: anti-reumático e purgativo.

Pimenta de Macaco ou Canela de Macaco ou Erva Biriba ou Bejerecum (BEJEREKUN)


Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: estimulante, combate flatulência, antiinflamatório.

Pinhão Branco (BÒTUJÉ FUNFUN)


Orixás: Ogum, Oxóssi, Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: suco viscoso dos galhos: hemostático e coagulante, cura feridas.

Pinhão Roxo (BÒTUJÉ PUPÁ)


Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: a mesma do pinhão branco.

Jenipapo (BUJÈ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: fruto: digestivo, diurético e afrodisíaco – casca do tronco: anemia, crescimento exagerado do fígado e do baço.

Carrapicho (DÁGUNRÓ)
Orixás: Exú, Ogum, Oxóssi, Ossain, Oxum
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Dandá da Costa ou Tiririca (DANDÀ)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Ossain, Oxumarê e Nanã
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: desconhecida

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Alfavaca (EFÍNFÍN)
Orixás: Exú (a roxa), Xangô, Omolú e Oxalá
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: diurético, anti-séptico, calmante, azias, tosses, gripes e resfriados leves, temperos de comida.

Manjericão Branco (EFÍNRÍN ou EFÍNRÍN KÊKERÊ)


Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: gases, cólicas intestinais, diarréias, afecções das vias urinárias e/ou respiratórias, gengivites, amidalites,
faringites, estomatites, aftas e tempero de comida.

Manjericão Roxo (EFÍNRIN PUPÁ)


Orixás: Xangô (Ayrá), Oyá e Oxoguiã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: a mesma do manjericão branco.

Aguapé (EJÀ OMODÉ)


Orixás: Oxum, Iemonjá e Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Melão de São Caetano (EJÌNRÌN)


Orixás: Oxumarê, Omolú, Yewá e Nanã
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: preventivo de gripes e febres (pequenas quantidades de chá fraco), leucorréia, cólicas de vermes ou menstruais
(chá). Pomada supurativa das sementes. A planta toda é purgativa, ajuda contra hemorróidas e diabetes e é abortiva.

Maravilha (ÈKÈLÈYÍ)
Orixás: Oyá e Yewá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: sardas, dores de ouvido, cólicas abdominais, diarréias, disenteria, leucorréia e sífilis.

Elevante ou Levante ou Alevante (ERÉ TUNTÚN)


Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Erva de Bicho ou Folha de Igbi (ERÓ IGBIN)


Orixás: Omolú e Oxalá
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: inchações e picadas de insetos.

Erva Tostão (ÉTINPÓNLÁ)


Orixás: Xangô e Oyá
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: raízes c/vinho: diurético e regularizador renal e hepático.

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Pejigan Anderson de Bessen

Maricotinha (ETÍTÁRÉ)
Orixás: Iemonjá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: inflamações oculares, dores de ouvido, afecções de bexiga, uretra ou rins, febres, expectorante suave, diurético
e antidiabético.

Guando (ÈWÁ IGBÓ)


Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: afecções urinárias, intoxicações, faringites, estomatites, gengivites, dor de dente, afecções hepáticas e
pulmonares.
Folha da Riqueza ou Erva Periquito (EWÉ AJÉ)
Orixás: Oxumarê e Iemonjá
Elementos: água/masculino/gùn
Terapêutica: diurético.

Boldo ou Tapete d’Oxalá (EWÉ BABÁ)


Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: fígado, rins e estomago.
Quebra Pedra (EWÉ BÍYEMI)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: cálculos renais.

Erva Pombinha ou Andorinha (EWÉ BOJUTÒNA)


Orixás: Ossain e Oxumarê
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: vaso dilatador, hepatite B, diurético, eliminador de glicose e ácido úrico, cálculos renais e icterícia.

Beti Branco (EWÉ BEYÍ FUNFUN)


Orixás: Iemonjá, Oxalá e todos os orixás fun fun.
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: diurético e cicatrizante.

Jibóia (EWÉ DAN)


Orixás: Oxumarê
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Erva Prata (EWÉ DÍGÍ)


Orixás: Oyá, Iemonjá e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Erva Moura ou Maria Preta (EWÉ ÈGÙNMÒ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn

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Terapêutica:emoliente, calmante, para lavagem de chagas e erupções cutâneas, reumatismo e caspa.

Carurú ou Bredo s/Espinho (TÈTÈ)


Orixás: todos
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: escorbuto, cortes, feridas, males do fígado, afecções urinárias, cistite, retenção de urina. As flores ajudam a
curar tosses rebeldes.

Branda Fogo ou Folha de Fogo (EWÉ INÓN ou INÁN)


Orixás: Exú, Xangô e Oyá
Elementos: fogo/fem inino/gùn
Terapêutica: palpitações cardíacas, afecções urinárias e genitais, sífilis, erupções cutâneas, feridas, coceiras, moléstias de
pele.

Abre Caminho (EWÉ LOROGÚN)


Orixás: Ogum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Parietária (EWÉ MONÁN)


Orixás: Oyá e Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: irritações e inflamações urinárias, cicatrizante e doenças de pele.

Transagem (EWÉ ÒPÁ)


Orixás: Omolú, Oxumarê e Nanã
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: adstringente, contra febres, otites e incontinência urinária, dor de dentes, depurativo sanguíneo, inflamações
uterinas.

Algodão (EWÉ ÒWÚ)


Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: desordens menstruais ou pós-parto, inflamações e dores uterinas, aumentar o leite materno.

Alecrim (EWÉRÉ)
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: má digestão, gases, reumatismo, encefalia e tempero de comida.

Corredeira (FALÁKALÁ)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: inflamações oculares.

Fruta Pão (GBÈRÈFÚTÚ)


(é uma das folhas utilizadas para se tirar “mão de Vumbi”)

76
Pejigan Anderson de Bessen

Orixás: Iroko/Tempo e Oxalá


Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: folhas: diarréias – raiz: vermífugo – fruto: tumores e furúnculos.

Salsa de Praia (GBÒRÒ AYABÀ)


Orixás: Iemonjá e Olokun
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica:reumatismo, nevralgias, catarro crônico e blenorragia.
Para Raio (IGÍ MÉSÀN)
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: folhas: abortivo, laxante, estimulante intestinal – frutos: hemorróidas, vermes – lenho: feridas, erisipelas e
doenças de pele.

Dendezeiro (MÀRÌWÓ ou IGI ÒPÈ)


Orixás: Ogum e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: azeite: externamente, contra angina, erisipela e filariose. Internamente, contra dores de cabeça e cólicas
abdominais (quantidades mínimas).

Salvia (IKIRIWÍ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: chá: gripes e resfriados, febres, afecções leves do estomago, vômitos, escorbuto, corrimentos purulentos da
uretra, cólicas menstruais, debilidades sexuais, antiabortivo, antidiabético e regulador da pressão.

Erva Vintém (ILERÍN ou OKÓWÓ)


Orixás: Ossain, Oxum e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.

Erva de Santa Maria (IMI IYÍN)


Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: aerofagia, afecções pulmonares, vermes, insetívoro (pulgas, percevejos, etc.).

Gameleira Branca ou Irôco (ÌRÓKÒ)


Orixás: Iroko/Tempo, Xangô e Oxalá
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: sumo dos galhos: expulsa lombrigas, é depurativo, contra sífilis e reumatismo.

Barba de Velho (IRÙNGBÒN)


Orixás: Omolú
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: abscessos, hemorróidas, reumatismo.

77
Pejigan Anderson de Bessen

Pitanga (ÍTÀ)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: adstringente, anti-reumático, diarréias e febres infantis, gripes e resfriados, tosses.

Mãe Boa (ÌYÁBEYÍN)


Orixás: Oxum, Iemonjá e Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: reposição de proteínas.
Aperta Ruão (ÌYÈYÈ)
Orixás: Oxum e Oxalá
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: gravidez difícil, problemas uterinos, feridas crônicas, blenorragias crônicas, cistites, diarréias, diurético.

Arrebenta Cavalo (KANAN-KANAN ou EWÉ BÓBO)


Orixás: Exú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: afecções urinárias, renais ou hepáticas, febres, dores na coluna, abscessos, furúnculos, inflamações e manchas
na pele.

Carqueja (KÀNÉRÌ)
Orixás: Oxóssi
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: males do estomago.

Jurubeba (KISIKISI ou IGBÁ IGÚN ou IGBÁ ÀJÀ)


Orixás: Oxóssi e Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: garrafadas fortificantes, icterícias, moléstias do fígado, rins e baço.

Catinga de Mulata ou Macassá (MAKASÀ)


Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: banhos contra febre infantil.

Cordão de Frade ou Cordão de São Francisco (MOBORÒ)


Orixás: Oxóssi e Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: dores nevrálgicas, reumatismo, problemas de estomago, asma, problemas urinários, hemorragias uterinas,
relaxante da musculatura lisa. Em excesso é abortivo.

Saião ou Folha da Costa (ÒDÚNDÚN)


Orixás: Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: doenças pulmonares, alivia dores e inchaços, cicatrizante, úlceras e distúrbios estomacais.

78
Pejigan Anderson de Bessen

Guapo (ÒJÈ DÚDÚ)


Orixás: Oxóssi, Ossain e Oxalá
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: calmante, cicatrizante, gripes e resfriados, doenças pulmonares, reumatismo, nevralgias. Deve ser evitado pelos
cardíacos.

Erva de Santa Luzia (OJÚORÓ)


Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: amadurecer abscessos, asma, doenças de pele, inflamações oculares.

Samambaia de Poço ou Pente de Cobra (ÒMUN)


Orixás: Oxumarê
Elementos: água/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Vence Demanda ou Vence Tudo (OSÈ OBÁ)


Orixás: Ogum e Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Oxibatá (ÒSÍBÀTÀ)
(É usada para conter e tranqüilizar sexualmente o iaô no roncó e para tirar mão de “Vumbi”)
Orixás: Oxalá e Iemonjá (branca), Oxum (amarelo), Oyá, Obá e Yewá (rosa), Nanã (lilás)
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: afrodisíaco, abortivo, disenterias, diarréias, moléstias da pele.

Pau d’Água ou Pau d’Alho ou Peregum ou Coqueiro de Vênus (PÈRÈGÚN)


Orixás: Verde: Ogum e Ossain. Rajado: Oxumarê, Ossain e Logun.
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: maceradas, em banhos ou compressas para reumatismo.

Oriri (RIN-RIN)
Orixás: Oxum e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: irritações e inflamações oculares e suave tônico cardíaco.
Chapéu de Couro (SÉSÉRÉ)
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: diurético, inflamações renais e na garganta, ulcerações de pele.

Arnica (TAMANDÍ)
Orixás: Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: doenças de estomago, tombos e quedas (alivia os hematomas).

Cana do Brejo (TÈTÈRÈGÙN)

79
Pejigan Anderson de Bessen

Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: doenças renais.

Colônia (TÓTÓ)
Orixás: Oxum, Oxalá, Ogum, Oxóssi e Iemonjá
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: infusão das flores: acalma medos e histerias – folhas: sedativo, enxaquecas (emplastro), dores de cabeça (no
álcool) – chá: hipertensão, palpitações cardíacas, sedativo leve.

Amendoeira
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: macerada em álcool: bursites, tendinites, dores reumáticas e musculares e sacudimentos e purificação de
pessoas com problemas mentais.

Assa Peixe
Orixás: Oxóssi e Oxum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: bronquites, pneumonias, gripes, tosses rebeldes, afecções respiratórias.

Camboatá
Orixás: Oyá, Xangô, Iemonjá (Iamacimalé)
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: casca em chá: asma e tosses convulsivas.

Canela de Velho
Orixás: omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: perturbações digestivas e menstruais.

Carobinha
Orixás: Ossain e Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: afecções de pele, vias urinárias e doenças venéreas

Cipó Caboclo
Orixás: Oxóssi
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: banhos: linfatites crônicas, edemas e elefantíase.

Costela de Adão
Orixás: Ogum (Ogunjá)
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida

80
Pejigan Anderson de Bessen

Coqueiro de Purga ou Coquinho de Catarro


Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: purgativo, sífilis, inflamações, inchações, febres, problemas menstruais.

Erva Curraleira ou Cânfora


Orixás: Oxóssi
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: depurativo, doenças venéreas, ulcerações e erupções de pele, dermatoses.

Espinheira Santa
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: estômago e intestino.

Erva Grossa ou Fumo Bravo


Orixás: Exú e Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: bronquites, gripes fortes e febres intermitentes.

Jaborandi
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: queda de cabelo

Manacá
Orixás: Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: anti-reumático, abortivo, anti-sifilítico, depurativo, purgativo e diurético.

Manjerona
Orixás: Xangô
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: estimulante do apetite, digestivo, cólicas, flatulência e afrodisíaco.

Negra-Mina ou Nega Mina


Orixás: Xangô
Elementos: fogo/masculino/èrò
Terapêutica: estimulante, reumatismo, cólicas, nevralgias, tosses.

Quaresmeira
Orixás: Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida.

Pimenta (ÁTÁARÉ)
Orixás: Exú e Ossain

81
Pejigan Anderson de Bessen

Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: tempero de comidas.

Perpétua (ÈKÈLEGBARA)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: males respiratórios, febres, tosses.

Cansanção (ÈSÌSÌ)
Orixás: Exú e Xorokê
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: em compressas: alívio das dores de queimaduras e contusões – chá: catarro das visa respiratórias, menstruação
irregular, hemorragias, leucorréia, escrofulose e hemoptises.

Urtiga (EWE KANAN)


Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: erisipela (a seiva do caule). As folhas provocam queimaduras que se transformam em ulcerações.

Mamona Branca (EWE LÁRÀ FUNFUN)


Orixás: Oxalá
Elementos: Ar/feminino/èrò
Terapêutica: água das folhas cozidas com sal: inchaços nos pés – sementes: óleo de rícino, que é purgativo e indicado para
prisão de ventre.

Tento ou Olho de Exú (WÉRÉNJÉJÉ)


Orixás: Exú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: doenças dos olhos (em quantidades mínimas do pó das sementes) – das folhas e raízes maceradas: afecções
urinárias, pulmonares e do ventre.
Patchouli
Orixás: Exú e Oxum
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida.
Mangueira (ÒRÓ ÒYÌNBÓ)
Orixás: Ogum e Iroko/Tempo
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: folhas: bronquite asmática, estomatite, gengivite e contusões – chá do lenho: leucorréia e diarréia.
Língua de Vaca (EWE GBÚRE OSUN ou SANA)
Orixás: Xangô (Barú) e Oxum
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: complemento alimentar

Rama de Leite (EWE OGBÓ)


(É uma das folhas que “tiram a consciência” da iaô e facilitam o transe)
Orixás: Oxóssi, Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò

82
Pejigan Anderson de Bessen

Terapêutica: epilepsia

Aridan (ÀRÌDAN)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida
Noz de Cola (OBÌ)
Orixás: Ossain e Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: tônico para o coração, reconstituinte e estimulante do sistema nervoso.

Orobô (ORÓGBÓ)
Orixás: Ossain, Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: bronquites

Carrapeteira (ÌPÈSÁN)
Orixás: Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: combate febres, tosses, gota, afecções sifilíticas e conjuntivite. Em doses elevadas, é abortiva.

Barba de Boi ou Malva Rasteira (TÓ)


Orixás: Omolú
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Batata Doce (EWE KÚKÚNDÙNKÚ ou EWE ORÍ)


Orixás: Oxumarê
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: folhas: emolientes. Cozidas servem para tumores e inflamações na boca e na garganta usadas em gargarejo –
tubérculo (raiz): alimentação.
Jaqueira (APÁÒKÁ)
Orixás: Xangô, Iroko/Tempo/Oxumarê
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: estimulante, antidiarréico, antitussígeno e expectorante.

Flamboyant (IGI ÒGUN BÈRÈKÈ)


Orixás: Xangô, Oyá e Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: lenho das vagens em chá: hipertensão, palpitações cardíacas e sedativo suave.

Bem-Me-Quer (BÁNJÓKÓ)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.

Chifre de Veado (DÁGUNRÓ)

83
Pejigan Anderson de Bessen

Orixás: Oxóssi e Logun


Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Cana ou Bananeira de Jardim (EWE ÌDÒ)


Orixás: Oxum e Yewá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: expectorante, diurético, vomitivo e abortivo.

Vitória Régia (EWE OMÍ OJÚ)


Orixás: Obá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica:desconhecida

Sapoti (NEKIGBÉ)
Orixás: Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: frutos: contra desnutrição – sementes trituradas: afecções renais – casca do tronco em decocto: diarréias,
verminoses e febre.

Poejo
Orixás: Oxum e Ibeji
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: gripes, catarro infantil, excitante, gases, cólicas intestinais infantis, falta de menstruação e dores histéricas.

Capeba (EWE IYÁ)


Orixás: Iemonjá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: estimulante, diurético, afecções das vias renais, febres, gastrites, debilidades orgânicas, furúnculos, abscessos,
prisão de ventre, ingurgitamento do fígado e baço, ulcerações sifilíticas, hemorróidas e reumatismo.
Baronesa ou Jacinto d’Água (ERESÍ MOMIN PALA)
Orixás: Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.

Noz Moscada
Orixás: Oxalá
Elementos: Ar/feminino/èrò
Terapêutica: estimulante gástrico, afrodisíaco e tempero de comidas.

Pixurim
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: dispepsias, problemas gástricos, cólicas, diarréias e picadas de insetos.
Sassaim Cânticos

84
Pejigan Anderson de Bessen

1.
BOBO IRÔ, ERUM EFUN A XEN XEN, BOBO AKIKAN

2.
BOBO IRÔ, JÁ KÓ SAIN IWÔ, BOBO IRO ITÁ EXE
BOBO IRÔ, JÁ KÓ SAIN IWÔ, BOBO IRO EJÍ EXE
BOBO IRÔ, JÁ KÓ SAIN IWÔ, BOBO IRO ITÁ LOGUN EXE

3.
TETE KÓ MATÉ WÔ, TÁ INXÓ LINÉ

4.
IGUI IGUI OTÁ OMIM WÔ, IGUI IGUI OTÁ OMIM
IGUI IGUI OTÁ OMIM WÔ, IGUI IGUI OTÁ OMIM.
ALÁDO IGUI IGUI DOJUMAN, IGUI IGUI OTÁ OMIM

5.
A DAN DARA MADÁ WÔ, EWE A DAN DARA MADÁ.
A DAN DARA MADÁ WÔ, EWE A DAN DARA MADÁ.
EXÚ ANAN FIRI ADAN, A DAN DARA MADÁ WÔ

6.
EWE E OGUM MAN, EWÁ ASSÁ E OGUM MAN LONAN, EWE E OGUM MAN ENI LOPE EWÁ OGUM MAN
LONAN

7.
EWE E ASSIM SSÁ, EWÁ ASSÁ E ASSIM SSÁ LÁ AWÁ, EWE E ASSIM SSA´ENI LOPE EWÁ, EWÁ SSIM SSÁ LÁ
AWÁ
8.
OGUM TANA TANA ADÊ, TANA ADÊ TANA DEWÔ

9.
OFÁ EIN OFÁ GÔGÔ, OFÁ EIN OFÁ GÔGÔ,
OFÁ EIN OFÁ GÔGÔ LECE, OFÁ EIN OFÁ GÔGÔ
10.
BOBURÁ, BOFUN JÉ, BOBURA IN OFÁ GÔGÔ

11.
AGÔGÔ MIRÔ LECÉ MIRO WÔ, EWE IMOLÉ

12.
BÍ EWE, BÍ EWE, BÍ EWE BABA
ODO BÍ EWE, ODÔ BÍ EWE BABA.

85
Pejigan Anderson de Bessen

13.
ONIN IYÁ LOJU BÓ, ONIN IYÁ LOJU BÓ BORÓ. LOJU BÓ , LOJU BÓ BORÓ

14.
ODÉ AROLÊ ODECE PÁ, ODÉ AROLÊ ODECE PÁ,
ODECE PÁ, ODECE PÁ

15.
AXA WERIN OMORODE, AXA WERIN OMORODE,
OMORODE, OMORODE

16.
AFI PAPURU, AFI PAPURU, ATIPO ALÁ AFÍ PAPURU
AFI PAPURU, AFI PAPURU, ATIPO ALÁ AFÍ PAPURU
ITÁ WÔ WÔ, O ITÁ OMAN, ATIPO ALÁ AFI PAPURU,
ORO EJÍ WÔ WÔ, ORO EJÍ OMAN ATIPO ALÁ AFÍ PAPURU

17.
KUN KUNRUN MA KUNRUM, TIBIRIM CÍ ABÍ MÁ TINJÉ, TIBIRIM CÍ

18.
ODÕ OJU MÃ EKÁ UNRÓ, GODO GODO LÁ ODÍ,
ODÕ OJU MÃ EKÁ UNRÓ, GODO GODO LÁ ODÍ WÔ

19.

MOJÉ WIPE MOSSORO WÔ, MOJÉ WIPE MOSSORO WÔ,


MOJÉ WIPE MOSSORO WÔ, MOJÉ WIPE MOSSORO WÔ,
IPE LOPE EWÁ, IPE LOPE WÁ IYÁ MIM, MOJÉ WIPE MOSSORO,
IPE LOPE EWÁ, IPE LOPE WÁ IYÁ MIM, MOJÉ WIPE MOSSORO

20.
ARÁ BALÉ DOJO MAN WÔ, ARÁ BALÉ DOJOMAN,
ARÁ BALÉ DOJO MAN WÔ, ARÁ BALÉ DOJO MAN
KUN KUN KUN KUN ORO OJÍ EWE, ARÁ BALE E DOJO MAN

21.
KI KÁ AKÍ KÁ OYÁ BALÉ WÔ, KI KÁ AKÍ KÁ OYÁ BALÉ
KI KÁ AKÍ KÁ OYÁ BALÉ WÔ, KI KÁ AKÍ KÁ OYÁ BALÉ
OYÁ BÍ KOSSUN OYÁ BÍ KKOSI ILÉ, KI KÁ AKÍ KÁ OYÁ BALÉ

86
Pejigan Anderson de Bessen

22.
KI KÁ AKÍ KA AJAMBURUKU,
KI KÁ AKÍ KA AJAMBURUKU,
AJAMBURUKU BABA TERUM LÉ
KI KÁ AKÍ KA AJAMBURUKU

OBS,Nesta sassain de numero 22 fazemos um ato de estalar os dedos a sima da cabeça para frente simulando mandar pra
longe toda negatividade

24.
ÓPÓ OLÓ OSSAIN ISSI BUN, KUKURU ITÍ ÁKAKÁ
ÓPÓ OLÓ OSSAIN ISSI BUN BABA, KUKURU ITÍ ÁKAKÁ

25.
IRU AJÉ IKIROKÔ, KILOXÉ MOBERÉ
IRU AJÉ IKIROKÔ BABA, KILOXÉ MOBERÉ

26.
IROKÔ A POPO OJO, AL EGUÊ BADE CEMIM,
ALADO IGUI IGUI E POPO OJO ARA NIBÔ ODÉ DEBAN
IROKÔ A POPO OJO, AL EGUÊ BADE CEMIM,
ALADO IGUI IGUI E POPO OJO ARA NIBÔ ODÉ DEBAN,
ODÉ DEBAN, ODÉ DEBAN, ARÁ NIBÔ ODÉ DEBAN

27.
ERÓ IROKÔ ISO, ERÓ IROKÔ ISO

28.
TI NU ALE NO CREDE WÁ, TI NU ALE NO CRELE WÁ,
TI NU ALE NO CREDE WÁ, TI NU ALE NO CRELE WÁ. OFERE OFERE IBÍ AKÁ, KAN JERELE JERELE KÊ ODO
OXÍBATÁ O LU ODÔ KE OMIN TI NU ALE NO CRELE WÁ

29.
KUN KUNRUN MA KUNRUM, TIBIRIM CÍ ABÍ MÁ TINJÉ, TIBIRIM CÍ

30.
ERÊ EWE O JEJE, ERÊ EWE O JEJE IDAN KOBARE EWÁ, IBARI BABA IBÁ WO, IBÁRÍ EWE IBÁ WÔ,
DANBORO MADE EWÁ, AXÉ BARA AYÊ

31.
JÁ ORI PEPE, OPENI O PELEPE, JÁ ORI PEPE, O PENI O PÊ XANGÔ

87
Pejigan Anderson de Bessen

32.
XERE XERE AWÁ MIM MAN XERE
XERE XERE AWÁ MIM MAN XERE
BÁERÓ KÓ KOLOBÓ YÓ XERÊ
BÁERÓ KÓ KOLOBÓ YÓ XERÊ
IYÁ MIN OMAN MAN LE KAN XERE
IYÁ MIN OMAN MAN LE KAN XERE
BÁ IYÁ DUN DUN MAN LEKAN XERE
BÁ IYÁ DUN DUN MAN LEKAN XERE

33.

TUN TUN TUN TUN, TUN TUN MININ ,


INAN KE TIJO OFÁ REGAN, INAN KE TIJO AWÔ LECÉ,
KOMA KOMA KOMA LECE ORIXÁ

34.
EWE JIN AWÁ TEJIN, EWE JIN AWÁ TEJIN
OMO OLUFAN AGANJU AYÊ EWE JIN AWÁ TEJIN

35.
ONI CEBE EWÁ, ONI CEBE EWÁ
BABA EBÔ ONI CEBE EWÁ

36.
EWE DUN DUN BABATERUN LÉ, EWE DUN DUN BABA TERUN LÉ
BABA TERUN LÉ MALÉ TERUN LÉ EWE DUN DUN BABA TERUN LÉ

37.
XÁ WELE BABA TETE NUN,
XÁ WELE BABA TETE NUN
BABA TETE NUN, MALÉ TETE NUN

38.
IPÊ SSAIN EWE LARÁ, TAMI WARÁ AJÉ KESSU
IPÊ SSAIN EWE LARÁ, TAMI WARÁ AJÉ KESSU

39.
lOUVOR A OSSAIN
EWE NIN A SAFO OJÉ, EWE NIN E ORIXÁ
EWE NIN A SAFO OJÉ BABA, EWE NIN E ORIXÁ

40.
EWE BOBO AKI XEGUN, EWE BOBO AKI XEGUN...
EWE BIKAN BABA SAKO OJÉ, EWE BOBO AKI XEGUN

88
Pejigan Anderson de Bessen

41.
A IBÔ, KÓ IYÁ, KÓ IYÀ, KÓ IYÁ IBÔ
42.
OFERÉ JEJE WÔ, EWE OFERE
OFERÉ JEJE WÔ, EWE OFERE

43.
ONI TAFARÁ ODÉ, ERÊ MINA,
KIMI KIMI OJU ORÔ, ERÊ MINA, TA AFÁ OJÔ, ERÊ MINA

44.
OFERÉ OFÁ ENIN EJÁ, OFERE OFÁ ENIN EJÁ
TETE ROMIM OJU ORÔ O XIBATA,
ABADÔ OJU ORÔ E LU AWÔ, OFERE OFÁ ENIN EJÁ

45.
BAIN CEMIM CEMIM, LOIN LOIN LOIN
IGUI WERE ATÁ IROKÔ,
IGUI WERE ATÁ IRONIN

46.
XÉ NIN XÉ, XÉ NIN XÉ, XÉ NIN XÉ ABAIN TOLÁ
IYÁ TORI BOXÊ XÉ NIN XÉ, UNJÍ TORI BOXÊ XÉ NINI XÉ

47.
REZA PARA JOGAR O OMIM EM SIMA DAS FOLHAS, ENIN, E IWAO
O FERE O FERE OBATIXO FERE, OBATIXO FERE
O FERE O FERE OBATIXO FERE,
OBATIXO FERE AJÉ A KIKAN OBA TIXO FERE

48.
REZA PARA JOGAR O OMIM TORO DE ACASSA OU CANJICA EM SIMA DAS FOLHAS, ENIN, E IWAO
KILOFUN OMORE, OMIM TORO
KILOFUN OMORE, OMIM TOROLOROGUM,
OMIM TOROLOROGUM KILOFUN OMORE

49.

REZA DO OMIM

TETERO OMIM ADOJO NIPÁ WÔ.


TETERO OMIM ADOJO NIPÁ ONI PÁ KUN.

89
Pejigan Anderson de Bessen

AFEXO

TORO AFEXÔ, ODARA KOBA LÁ YÓ,


TORO AFEXÔ AWO ELÉ KÓ MA LÓ

51.

REZA

AXÉ KOBÉ LEXÉ TA NI MÓXERO EWÁ,


AXÉ KOBÉ LEXÉ TA NI MÓXERO EWÁ
BÁ INXE BÁ INXE KOTUN, BÁ INXE BÁ INXE KOTUN
ORIXÁ IRUMOLÉ AXÉ KOBÉ LEXÉ TA NI MÓXERO EWÁ,

52.
LAKA LAKA LA OMAN,
LAKA LAKA LA OMAN

53.

REZA FECHAR SASSAIM

TIRI TIRI TIN TIN MARIWÔ, JA KOSSAN ALE MARIWÔ

asà o, erù ejé.

Algumas cantigas que se podem cantar em rum (folhas) para Ossaim

54.
BOROGODO BOROGODO, BOROGODO UN CIDE EWÁ, BARAGADA OSSAIM IRE. BOROGODO BOROGODO
BABA, BARAGADA OSSAIM IRE BOROGODO NO CIDE EWA, BARAGADA OSSAIM IRE

55.
ATARUN BÓ MOJUBARU, ATARUN BÓ MOJUBARU
ATI LOKO MOJUBARU LOYÁ, ATARUMBO MOJUBARU

56.
MARIWÔ, KILOFO NINXE

57.
A IJÍ KOPELE A IPE WÔ, A IJÍ KOPELE APE WO,
A IPÊ MALÉ, TORORO IGUI IGUI TORORO É BAGAN

90
Pejigan Anderson de Bessen

Rum de Omolu e Sua Festividade


Festa de Omolú/Obaluaiê
Olubajé
O Olubajé é a festa anual em homenagem a Obaluaiê, onde as comidas são servidas na folha de mamona. Rememorando um
itan (mito) onde todos os orixás para se acertarem com Obaluaiê, por motivos de ter sido chacoteado numa festividade feita
por Xangô por sua maneira de dançar.
Nessa festividade, todos os orixás participam, com exceção de Xangô e principalmente Ossaim, Oxumarê, Nanã, que são de
sua família. Iansã tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira,
sobre a qual serão colocadas as comidas.
Olubajé é ritual específico para o orixá Obaluaiê, indispensável nos terreiros de candomblé, no sentido de prolongar a vida e
trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé. No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da
culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários orixás, simbolizando a Vida, sobre uma folha chamada
“Ewe Ilará” conhecida popularmente como mamona assassina, altamente venenosa simbolizando a Morte (iku).
Opanijé
Opanijé, no candomblé é um toque sagrado, entoado para o orixá Obaluaiê, Omolu geralmente tocado para a divisão da
comida ritual chamada Olubajé, quando todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para
pedir saúde e longevidade. O orixa dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação com os mortos (Ikú) e o seu
domínio sobre a terra.
A origem da palavra é a língua yorubá, onde significa “aceitar comer” (opa – aceita), (nijé – comer). Sua dança o orixá
dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.

Qualidades
Afoman /Akavan: Tem ligação com Exú.
Arinwarun (ou wariwaru): É um título de xapanan.
Azonsu / Ajansu / Ajunsu: Tem fundamentos com Òşàlà, Òşùmàrè e Ògún. É extrovertido. É ligado ao tempo, as estações
do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva
uma pulseira de aço.
Azoani: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Òşùmàrè, Yèmọnja e Ọya.
Arawe / Arapaná: Tem fundamento com Ọya.
Ajoji / Ajagun: Tem fundamentos com Ògún e Oşoguian.
Avimaje / Ajiuziun: Tem fundamento com Nana e Ọ̀ sónyìn.
Ahosuji / Segí: Tem ligação com Yèmọnja e Òşùmàrè / Besén.
Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste de amarelo e preto.
Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Òşùmàrè e Ọya, de quem é companheiro, dança cavando a
terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.

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Pejigan Anderson de Bessen

Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um Òrìsá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém, pois
não tem como cultua-lo. Antigamente recebia sacrifícios humanos, por tratar-se de um Òrìsá antropófago, come a carne e
destroi os ossos. Foi esse OMOLÚ que brigou com OSOGUIAN. Caso apareça um ÌYÀWÒ desse Òrìsá, faz-se AZUANI
ou ÒSUN. Da-se comida a terra. Esse Òrìsá é ABIKU, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Sòmente se
assenta. Come com YEWÀ, Ọya e YKU. Seus assentos são cultuados ao lado de NÀNÁ e Yèm ọnja. Pega-se um pouco de
terra de cemitério e pôe-se no assento. Êle presta obediência a ÒSUN, por quem se apaixonou.Mora só e não aceita a faca,
assim como NÀNÁ. Come porco preto, frangos, pombos de cor e galinha d’angola. Come no campo que tenha barro.
Quando se faz o ÌYÀWÒ desse santo, todos os Òrìsás viram, exceto SÀNGÓ. Leva-se os bichos e as comidas de Yèm ọnja,
NÀNÁ e ÒÒSÀÀLÀ, bastante epo, acarajés, feijão preto com ovos cozidos, deburus ( a mesma coisa se faz com YEWÀ ) .
Tudo dêle é com dendê. Sua comida : feijão preto com um ôvo cozido no meio, deburus ao redor ( feitos com milho de
galinha ) , 9 ovos crus, 9 velas e 9 monsenhor. Pede-se a uma pessoa de ÒGÚN, Ọya ou OMOLÚ para apanhar várias
folhas de mamona. Faz-se um buraco redondo de dois palmos, acende-se as velas ao redor e canta-se as rezas se
fundamentos. Sacrifica-se o porco depois da reza, copa-se o bicho ali mesmo, pega-se as galinhas pucha-se os ORIS e
coloca-se dentro, enfeitando com as comidas e cobrindo com as folhas de mamona. Já fora do campo, passa-se as folhas de
mamona e os ovos, jogando-os e não olhando para trás. Para os assentos só se leva os bichos de penas. Além do campo dá-
se comida lá fora, no assento dêle. Sete dias depois é que se faz o ÌYÀWÒ com outra qualidade de OMOLÚ. Ficam assim,
dois assentos, um lá fora, de INTOTO e outro de AZUANI.
Posun/Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come
diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com È şù e com a terra, dança com garras na mão.
Tem caminhos com Intoto, Iroko e Ọya.
Savalu / Sapekó: Tem forte fundamento com Nanã.
Tetu / Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ògún e Ọya. Veste de branco, preto e vermelho.
Sincretismo Religioso
Dia de Omolú/Obaluaiê é dia 16 de Agosto
Omolú/Obaluaiê é comemorado em 16 de Agosto devido ao sincretismo com São Roque
É sincretizado como São Roque na forma de Obaluaiê, o jovem. Na forma mais velha de Omulú, é sincretizado como São
Lázaro.
Omulú é sincretizado com São Roque, que é um santo da Igreja Católica, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e
cirurgiões.
A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo protetor de múltiplas comunidades em todo o
mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos
cães.
A festa em homenagem a Omolú/Obaluaiê é celebrada em 16 de Agosto. Dia de Omolú e características dos filhos
Saudação de Omolu/Obaluaiê é ATOTÔ!
O dia da semana cosnagrado a Obaluaiê é segunda-feira e a saudação é ATOTÔ!
O dia da semana consagrado a Omolú/Obaluaiê é segunda-feira, as cores são o preto e o amarelo, ou marrom escuro e
amarelo e o vermelho. Sua saudação é Atotô!
Uma das características mais marcantes dos filhos de Omolú/Obaluaiê é que seus eles parecem ter mais idade do que
realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem uma idade bastante avançada.

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Pejigan Anderson de Bessen

Os filhos de Omolú/Obaluaiê são doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal-humorados. Quando querem, fazem e
ajudam a todos sem exceção.
Os filhos deste orixá sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o
nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas
maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.
Pipoca é a oferenda principal de Omolú/Obaluaiê
Os devotos de Omolú/Obaluaiê lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua
homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.
Doburu é a comida ritual mais apreciada pelos orixás Obaluaiêe Omolú. É o milho de pipoca estourado em uma panela, em
alguns lugares com óleo, em outros com areia. Nesse último caso, é preciso peneirar a areia dessa pipoca depois de pronta.
Ao final, a pipoca é colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitada com pedacinhos de côco.
Lenda de Omolú/Obaluaiê
Doente e com o corpo coberto de feridas, Omolú retorna para aldeia onde nasceu e encontra todos os orixás em festa, mas
envergonhado de seu aspecto não entra na festa e fica escondido observando os orixás. Ogum percebe que Omolú não veio
dançar e compreende a razão, e resolve ir para o mato fazer um capuz de palha da costa para cobrir Omolú da cabeça aos
pés.
Feito isto, Omolú entrou na festa, mas mesmo assim não dançava com os orixás. Foi quando Iansã se aproxima e com seu
vento sopra a roupa de palha de Omolú e suas feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos
vêem Omolú como um rapaz bonito, sadio e brilhante como Sol.

Cantigas para Oferecer Olubajé.


Depois de Acomodado Exú antes do Xirê, ter feito o xirê em que mediante ao xirê, Omolu e os Orixás se fez presente no
terreiro.
Tudo devera já estar organizado os orixás com suas Roupas para assim sair para o salão com os alimentos que serão
servidos. A cantiga a entoar é...
1 – Olubajé Ajê unbó, Olubajé Ajê unbó, Aê Ajê unbó, Olubajá Ajê unbó, Aê Ajê unbó, Olubajá Ajê unbó
Depois que todos arriaram os alimentos no centro do barracão ou em um local especifico para este preceito. Em cima de
uma esteira coloca-se as comidas uma a uma calmamente, feito isto para os atabaque e os cânticos, em que todos ficam em
sileicio para reza ao Rei.
Reza.
Agó Igenã, ewá ká ló igenã, Urê urê Igenã, Omolu Ará aye Igenã, ewá ká ló Igenã, Urê urê Igenã.
Após ter feito a reza de Omolu canta-se para servi os alimentos, até que todos as pessoas presente tenha recebido o seu
ageun.
1 – Olubajé Ajê unbó, Olubajé Ajê unbó, Aê Ajê unbó, Olubajá Ajê unbó, Aê Ajê unbó, Olubajá Ajê unbó

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Após todos terem recebido seu ajeun, canta-se para suspender a mesa de Olobajé.
2 – Omolu que belojá, Kolobó xé, Ajeun bó, Kolobó xé, Ajeun bó, Kolobó xé, Ajan Bura Aye
Depois desta cantiga de nº 2 em que já foram levados os alimentos que restaram. Dar-se prosseguimento a festividade de
Omolu.

Cantiga Omolu

Opá nijé, opá nijé, opá nijé orô

Isô isô isô sarrun, isô isô isô lonã

Boro goro, Boro goro sarrun, sarrun jí kó, a sarruun jê
Cantigas no Ritmo – Egô

Omolu Kwê Olorê, Awurê fun obó
Awá têtê tê, omo xarê lonin, elé ikô, Xalá rê, xalá rê lonin, elé ikô

Axarê loní, Odô bá ewá, Odô Banbá, Ae, okê bá ewá, oké báissá

Omolu Bê fará ayê, Omolu bê fará wô.

Tawá bé Okorin, Bácí lotun, Tawá bé Okorin, Axó Dudu olo igenã olowô tawá bé okorin. O nin yá, o igenã, axó dundu olo
igenã olowô tawá bé Okorin.

Jí madagô, Baba gará mada gô, o mu yã mu yã, onin yê, aun jí, mujá mujá bê
10°
Awo epô, ará aye, awo epô a um guelê,

11°
Fará Ganzan fará sabá, fará ganzan, Fara ganzan fará omo sabá, fara ganzan.

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12°
Fará legue jô, leguejô lece orixá
13°
A ijô, omo olorun, aibê balé.
14°
Mafá mafá, jurê mafá, ará ayê jô jô, ará ayê ojó nilê, ará ayê jô jô.
15°
Jí o oluaê omo Afomã abá ikô, Afomã abá ikô, abá ikô, Afomã abá ikõ
16°
Iru Iyá, iru iawô baba sarê jojá godo derê, o ní yê, ará ayê erun yá, erun yawô,
17°
Baba serê loja, erun yá, erun yawô
18°
Agô bá ewá, daní ibó, daní ixo eré, daní ibó daní ixó eré, jinxé ofara jô kolê.
19°
Obá in ó eromã, obá in ó eromã, obá in yá e... obá in ó eromã
20°
Ofó orin balé, ofó orin mawá, mojé mojé, Ofó orin balé, ofó orin mawá, mojé mojé
21°
O nilê wá, lecé orixá, ofé irê, O nilê wá, lecé orixá, ofé irê, O nilê wá, lecé orixá, ofé irê, O nilê wá, lecé orixá, ofé irê, sins
in, kolô, o kolobó sin sin, sin sin kô, okolobó, kolobó sin sin, sins in kô.
Esta cantiga de nº24 vira do ritmo adabí para Vamunha
22 °
E Bara Lokô, Bara Lokô, E Bara Lokô, Bara Lokô, E Bara Lokô, Bara Lokô, E Bara Lokô, Bara Lokô, Omolu Ará ayê Pá
zuê titun, Pá zuê, Omolu Ará ayê Pá zuê titun, Pá zuê.
23°
Xaxará Balé fun lá wô, balé, balé

24°
Orun yé, oriun, Ajagun oriun

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25°
Kolê Nipó derê, Xa orô lexé ará awá.
26°
Vodun sarrun nixé, Kô Munha dô sarrun nixé, Vodun ko Munha dô, Vodun ko Munha dô
27°
Agô Lonin, Omo lujá o Lonin
Indispensável falar de jeje quando se trata de Omolu por ser de região da Homei, Sapata. Apesar de se tratar de costumes de
nossas casas de candomblé de Alaketú o Olubajé.
Ritmo Sató
28°
Ará e... Bokú nã, Ará e...Bokú nã, Azauane Odô bí ae, Azauane odô bí awõ.
29°
E Dan Home, Danbalá a Irokô, E Dan Home, Danbalá a Irokô, Azauane Dan Home, Danbalá a Irokô

30°
Omolu pele pê, Omolu pele pê Babarê wá, Omolu pele pê, Baba Ní kojú,
Omolu pele pê Babarê wá
31°
Agô yê agô, hunbondo lenin, mavo hum jebó hanun, Agô yê dena gô, Sapatá Ajunssun mavo hum jebó hanun, Agô yê agô,
idô lo yê Mavo hun jebó hanun
32°
Makó bô itoto toyê, makó bô ni hun jinxé, Makó bô itoto toyê, makó bô ni hun jinxé. Ajunssum Kodidé, Ajunssun Kodidé
33°
É um má lokó wó, é um má lokó wó, Ajussun sapatá, lokó wó, é um má lokó wó
34°
Ajunssun, Bada e ,,, pó ejí Bada e, Azon nawe ro ,
pó ejí Bada e, e naó nawero e naó, e naó nawe ro o hunde

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Pejigan Anderson de Bessen

As cantigas a seguir são no ritmo batá


35°
Jó jó, jó mado bê, jó zun zun zun, jó mado bê
36°
Crê demí crê dewá, crê demí crê dewá, ae ae crê demí cr~e dewá
37°
Ejí lê pipokan, ejí lê pipokan, ae ae ejí lê pipokan

Nesta cantiga de nº 38 a seguir Omolu simula a morte e vida em frente ao atabaque, em que vagarosamente caminha até a
frente do atabaque e vagarosamente vai se deitando ao chão, rola duas vez para um lado e duas vezes para outro lado e
permanece deitado até para o cântico e os atabaques.
38º
Maceto, maceto, maceto Omolu
Depois de estar deitado e coberto com o pano branco canta-se para Omolur viver mostrando que ele venceu Iku.
Ritmo – Vamunha
39° Ae ae apá ará pá, ae ae apá ará wô
40°
Aká kê bá walê, aká kê báwá, Aká kê bá walê, aká kê báwá, aká kê báwá, aká kê báwá, Aká kê bá walê, aká kê báwá, Kulê
kulê xaorô, Kulê kulê xaorô, Kulê kulê xaorô, Kulê kulê xaorô

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Rum de Oxumarê


Oxumarê… lele marê, Oxumarê. Lele marê awáraká,
lele marê Oxumarê o…


Oxumarê o … o Dan só Dan… Oxumarê o … o Dan só Dan…
lele marê Oxumarê, Oxumarê o…


Alá koro le e min araká, koro lé un o.


Beré loja olo Dan marê io…


Boro lojá, omo Dan mare ió…


Guere guere san je… guere guere san je, Oxumarê o…
guere guere san je, Oxumarê o…


Guere guere Dan kê… Guere guere Dan kê, Oxumarê o.


kó be giro… Dan kó be giro… Oxumarê


Le sí kó, le sí kó mafu. Já ho ho.

10°
Oxumarê lo kwere, lo kwere, e lo kwere

11°
Oxumarê kofé un Dan, Fé un Dan dá.

12°
Ma Dan í, Ma Dan ibô, e e e.
Ma Dan í, Ma Dan ibô, fí o… fí o kwé

13°
A ho bobo agué lecí, a hun gélé po kan.
A ho bobo agué lecí, a hun gélé po kan. Vodun má ió kwe

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Pejigan Anderson de Bessen

14°
Bena ió loyé, e e e bena ió…

15°
Araká mobó orun, o Dan de o… Oxumarê o…
Araká mobó orun, o Dan de o… Oxumarê o…
Araká mobó orun, o Dan de o… Oxumarê o…
O ní iá ferun jé… ferun jé, O ní iá ferun jé… ferun jé

16°
Ele mina dodo vodun as hun ae… ele mina dodo vodun sá hun a
Ele mina dodo vodun as hun ae… ele mina dodo vodun sá hun ª

17°
A hun Dan hun Dan.

18°
Mina hun já hun, kwere, vodun tó, kwere
Mina hun já hun, kwere, Vodun Batá, kwere

19° Ato de Oxumarê

A Idan choro, choro a idan…

19°
Konlofé ló dide, Dan lejo.

20°
Dan kororo, e Dan home. Dan kororo e Dan kojo

21°
Dan e Mahun kwe le, hun kwe, hun kwe le Dan

22°
Lerin lerin lerin, Bessen frekwen ná do, Bessen Frekwen na do…

23°
Ae Dan ko ro ko, Dan ko ro ko kwe ni ko jare o

24°
Danbala kaya já hun bá tokwe

25°
Bessen nu mawá Do hun, ozan nu mawá Doido.
E e e ero, E e e erro… Aki lewpa Kossana ko.
Kossana ko vodun. Bessen nu mawá do hum

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Pejigan Anderson de Bessen

26°
O gui iji um moió bó oió, O gui iji a un de, a unde,
O gui iji um moió bó oió, O gui iji a un de, a unde, ae nana wero.. lode a, o gui iji um moió bó oió na wero lodea. O gui iji
im moió bó oió.

27°
Torode… abí oman

28°
Torode… Danko dan Home

29°
Torode… awani a home

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Pejigan Anderson de Bessen

Rum de Xangô / Roda de Xangô / e Amalá.

DIA: Quarta-Feira
CORES: Vermelho (ou marrom) e branco
COMIDA: Amalá
SÍMBOLOS: Oxés (machados duplos), Edún-Àrá, xerê
ELEMENTOS: Fogo (grandes chamas, raios), formações rochosas.
DOMÍNOS: Poder estatal, justiça, questões jurídicas.
SAUDAÇÃO: Kawó Kabiesilé!!

Para iniciar este Módulo algumas rezas ao Rei

1 – Oba kawòó o
Ó Rei, meus cumprimentos.
Oba kawòó o
Ó Rei, meus cumprimentos.
O, o, Kabíyèsílè
Sua majestade, o Rei mandou construir uma casa.
Oba ni kólé Oba séré
O Rei do sere, o Rei prometeu e traz boa sorte,
Oba njéje
o dono do pilão.
Se´re aládó Bongbose O (wo) bitiko
Bamboxé abidikô, meus cumprimentos (ao)
Osé Kawòó
Oxé, sua majestade.
O, o, Kábíyèsilé
Meus cumprimentos

2 – Ó níìka, ó Níìka
Ele é cruel, ele é cruel (o trovão ).
Áwè jè atètú
Eu jejuo para o punidor.
Badé, badé ìyá Tèmi
Badé, badé, meu espírito sofre
Ó níìka, ó níìka árá ìn álàde o
Ele é cruel, o trovão é cruel sim. O dono da coroa é cruel.
Ó níìka àwe jé atètu

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Pejigan Anderson de Bessen

Ele é cruel, ele é cruel(o trovão )Eu jejuo para o punidor.


Aira ma sá re awo, ariwo, ale odó
Airá(o trovão), verdadeiramente voa e cai ruidosamente.
Ma sè
Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).
Aira ma sá re awo, ariwo, ale odó
Airá(o trovão), verdadeiramente voa e cai ruidosamente.
Ma sè
Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).
Yèyé, kèrè-kèrè lo ni joko ayagba
O pássaro vagarosamente senta e chora para as grandes mães.
Ale odó ma sè
Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).A reza diz que o trovão é cruel, implorando a
Badé...
"ele é a voz estrepitosa e aterrorizante do Trovão, é a força que deflagra a carga irregular dos raios".
Os nagôs dizem ser
Badé é um vodum, isto é, de origem jêje
e que os jêjes do maranhão, dizem que é um orixá nagô e que, quando ele se apresenta na
Casa –das –Minas
Fala por sinais para não revelar os segredos dos nagôs.
Os pássaros lembram as feiticeiras que ameaçam os seres humanos, é necessário implorar as grandes mães senhora dos
pássaros, para que não flagelem os homens.
Airá
Também é mencionado no texto sagrado, recolhido entre os que se originam do axé de IÁ Nasô
Este orixá ocupa um lugar especial nesta comunidade, estando ligado a primeira na nominação...
Axé Airá Intilé.

Novamente o Adjarim anuncia que o


Rei Xangô
Continuará sendo louvado, e uma nova reza começa:

3 - Oba ìrú l´òkò


O Rei lançou uma pedra.
Oba ìrú l´òkò
O Rei lançou uma pedra.
Ìyámasse kò wà
Iyámasse cavou ao pé de uma grande
Ìrà oje
árvore e encontrou.
Aganju ko má nje lekan

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Pejigan Anderson de Bessen

Aganju vai brilhar, então , mais uma vez como trovão.


Árá l´okò láàyá
Lançou uma pedra com força (coragem)
Tóbi òrìsà,
O Grande Orixá do orum (terra dos ancestrais) vigia.
Oba só òrun
O Rei dos trovões, está no pé
Árá oba oje
de uma grande árvore ( pedra de raio )A oração saúda o Rei dos trovões, como sendo
Aganju, o
Alafin de Oió, filho de Ajaká
e sobrinho de Xangô
Iamassê
Considerada sua mãe é quem revela aos mortais, que a pedra de raio, símbolo do seu poder, é encontrada ao pé de uma
grande árvore. O brilho dos raios e o barulho dos trovões lembram que Aganju vigia do
orum, terra dos ancestrais, seus súditos fiéis.
O Adjarim
Marca um novo momento,
Obaladô
Levanta-se e se dirige a casa de
Xangô
Pousan do no chãoda mesma uma gamela cheia de
Amalá
, a comida predileta deste orixá.
Béè ni je a! pá bo
Sim, comer (amalá) dentro (de uma gamela) com satisfação, de uma só vez,adorando.
Je bío oni a!Pá bo
Comer, nascer dele, dentro (de uma gamela) com satisfação, de uma só vez,adorando.
E ni pá léèrín àdá bá lài
Cortado muitas vezes (o quiabo),sempre com cutelo, dentro da gamela
Ìmó wá mònà mòwé
Procurar conhecimento,
Kó je nà mímò àsé
Certamente torna inteligente.
Kó je nà mímò àsé
A comida (amalá) faz adquirir
Kó je nà mímò àsé
E aumenta o conhecimento do Axé. A reza indica que, ao se desfrutar da comida sagrada, descobre-se o axé, isto é, a força,
que dá conhecimento e sabedoria aos que delas usufruem. Nos últimos acordes da reza, os ogans de Xangô pousam os xeres
e acendem a fogueira. Várias vozes gritam...

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Pejigan Anderson de Bessen

Kawòó Kàbíyèsilè!!! Kawòó Kàbíyèsilè!!!


Meus cumprimentos à sua majestade!!!
A RODA DE XANGÔ….
Alguns minutos decorrem entre as imagens fortes do fogo e o início do xiré do Rei de Oió
No barracão. O ritmo da Hamunha
Convida a todos, os da casa e os convidados a iniciarem a roda de Xangô

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Pejigan Anderson de Bessen

Roda de Xangõ


Adupê wô, Oba dode, A dupê wô Oba dode


Adupê ní mo Oba, ikú alê, Adupê ní mo Oba ikú alê
Adupê ní mo Oba ikú alê, Adupê ní mo Oba ikú alê
O o Obá Nilé Adupê nimo Obá, Ikú alê, O o Obá Nilé Adupê nimo Obá, Ikú alê


Emanjá lá fô, emanjá lá fô, Arô Oba inã, arô oba inã adupê cajá larô, arô a ocí aja lê wô fele fele.

4,1°
Xanba Xanba dide aroko
Obá eró si o


Orô ní Dadá, Agô lain, orô ní Dadá, agô lain


Dadá, Dá mossó kun mã, Dadá, Dá mossó kun mã, fele um fele omo olorun, Baba furi wó ló okan agô lain.


Barí iguí dí adê, Bariô lá, Barí iguí dí adê, Bariô lá, Barí iguí dí adê, Bariô lá, Barí iguí dí adê, Bariô lá,, Barí a... pelé, Barí o
lowô wô. Barí a... pelé, Barí o lowô wô.


Fura ginã, Oba fura ginã, fura ginã ará lokê sajô


Ibá Orixá, Ibá wô onilê, onilé, o nilé mojubá wô.


E pá bô, e pá bô a tan gá alá, epá bô, e pá bô a tan gá alá. A tan gá alá tori ilé e pá bô erun jé jé.

10°
Omo ecí e kobê lê kô inã, Omo ecí e kobê lê kô inã,
Érun jé jé lodo lokô, Omo ecí e kobê lê kô inã,

105
Pejigan Anderson de Bessen

11°
ká o … ká o da home. Ká o kabi e sí e xangô da home

Ritmo - Adabí
12°
Oní ká serunbó olorun, Acará jé, Oní ká serunbó olorun, Acará jé Agutan, yetú Adê wá lona, Oniká cí irê lê, Ocí Ará in Iyá
Lodê. Bará Orixá Ocí Aró okõ, Ará in Iyá Lodê. Bará Orixá Ocí Aró okõ, Ará in Iyá Lodê. Bará Orixá Ocí Aró okõ

13°
Xerê um o ló fé incí, xerê um o ló fé incí, Obá alá ayê belo run, xerê um o ló fé incí.

14°
A wurá wurê, a wurê wurá, a wurá wur^w a wurê wurá, Obá dupê obála jô, Obará orixá obá alayê.

15°
o Lôwô ôco, má bô má bô, e co má bó, Lô wô ôco má bô má bô Alafim cojé pá.°

16°
Kó má cin, có berê có inã e có inã, Kó má cin, có berê có inã
Lodõ lokô

17°
Kekerê kê, keri abó, otim orelê, orô ojú masse, kere kô, kerê uwá, inxé Jocõ Iyá orô ojú masse.

18°
Ayrá Oju , Okerê cê, ará, okerê cê.

19°
Kiní sá Fonjá Oba lajô

20°
Aijô lokô Oyó nilê, Kilo oxê irô, Irí iguí ibá dodê

21°
Obá wô, ilê ilê godo ilê Kosso

22°
Obá wô, Obá wô kô inã, lere lere kokê, Obá wô kô inã.

106
Pejigan Anderson de Bessen

23°
Obá sá arê wá, Gogo um jé jé, Godo Godo Káwõ dere ce Obá sá arê wá.

Rum de Xangõ / Aira

24°
Ará ní lé ki loke ni xe… kinin lorin, a gon gon la ron fun ala are ooo.
O ginxé o luae … o gin xé o luae kiniba kiniba Obá xere awá loko, aganju ke ajo o nile o

25°
Alá do, kinibá, kinibá ará oxe… kinibá aganju inxó lá awure
Alá do, kinibá, kinibá ará oxe, kionibá xerê alado awure

26°
Aganju Ijo lá ni o… Aganju ijo lá ni o…
Oba xerê, Oba xerê ewa o… Aganju ijo lá nio

27°
E oxê oxê ará awá, Oba te ni oba… oba koto boa ale,
E oxê oxê ará awá, Oba te ni oba

28°
Xin kí mo oyó, omoro obá bojurê, Xin kí mo oyó, omoro obá fé in cí, omoro obá bojurê, omoro obá fé in cí. omoro obá
bojurê, omoro obá fé in cí.

29°
Obá xin kí mo oyó xerê, Alado bí moro obá bojurê, xin kí mo oyó e... omoro obá Bojurê

30°
Kên yé, Kên yé Obá torô Baru lejô, A mã jô torô obá, torô obaru lejô.

31°
Kên yé, kên yé bô Irokô, Irô Ití, dupê Aladô, bô Irokô, Irokô Obá kên kê, Kên yé kên yé, bô Irokô, Irokô Obá ken kê xeré
Alado omorobá, bô Irokô Obá Kên kê.

32°
A ilê kô, a ilê kô, Agodô pá, Godo Ban bá, A ilê kô Agô awô, A ilê kô Xangô Awô. A ilê kô, a ilê kô, Agodô pá, Godo Ban
bá, A ilê kô Agô awô, A ilê kô Xangô Awô, Obá xirê kê, omoro obá, agodô, xirê kê omoro obá.

107
Pejigan Anderson de Bessen

33°
Baní Beru já, Obé Loko, imo imo oxê, Agodô nijé Obé lokõ imo imo oxé, Bari lú xé, obá dê, Bari lú xé, obá dê

34°
Obá nissí ilé doru bé wo, Obá nissí lé doru bê, Obá nissí ilé doru bé wo, Obá nissí lé doru bê, Obá Alá wô, Alado oxá, Obá
nisspi lé doru bê.

35°
Ará oxé ará, Ará oxê alácoró, O ní wá da bere,da bere jokô inã, da berê jokô inã, obá lá da kejô,Arayn Xangô, Iro Miua, Iro
miua axó gun sun ade wá, axé axé mo bá, axé axé obá irô, Aganju xalá bí orô, obá Baru xalá bí orô, axé axé mo bá, obá
kerê, ,kerê kerê, jocô inã.

36°
En pê, em pê belo já, kolê kolê bô axe, Xangô kolê bô axe...

37°
Ilo odo Godo, godo pá. Iloce bó emim, Obá Afonja O nilé ni moba iloce bó emin

38°
Kinin popo oro omode io… kinabá oro omode inxe kinin popo
39°
E e e … E lo fiwá, lo bí wá oré mi obá...

40°
Kí teré, okê Odô, Obá lajô, Obá tani mobá, lé wô, Obá alá ayê wô

41°
Un yé, Obá dê kó, O Baní tá wê xê, Un yé, Obá dê kó, O Baní tá wê xê, e ní adá bá, o Bani tá wê xê Obá kum beru lo.

42°
werê werê, ojé massa, Obá bí oxê berí omã.

43°
Obá, obá in obá Kosso, Obá, obá in obá kosso, Kí lo oxê wá comurajô, Awá Oyó obá nilê, awá oyó obá nilê, Awá Oyó obá
nilê, awá oyó obá nilê,

44°
Obá iso, Awá Oyó obá nilê, awá oyó obá nilê

108
Pejigan Anderson de Bessen

45°
O ní yê, Obá dodê erun jé jé, O ní yê, Obá dodê erun jé jé, Ikó a kó Ayrá Ibona oba dodê erun jé jé o nilé awô. O ní yê, Obá
dodê erun jé jé, O ní yê, Obá dodê erun jé jé,Ayra Ibona ará aye wô obá dodê erun jé jé.

46°
Omo nilê, ayra lê omo nilê, Ayrá yrá omo nilê ayra omo nilê ayra yra

47°
Mabõ tin tin, mabõ ié ié, mabô tin tin oya ilu,
Oba alá Xangô iru eté ayrá o, oba kosso

48°
Ayrá o… ayra… Ayrá o… ayra
Xangô ope la ope, ayrá o ayrá… Xangô ope lá ope

49°
Ayrá Lokê bá Yamim, Manjá Orô, Ayrá yrá.

50°
Irin lé ní fobá ke ...Oba in, Obala axé Oba…
Obá to tode lowo… Oba in, Obala axé Oba…
Obá to da niló sun...Oba in, Obala axé Oba…
Obá to batá re wao ...Oba in, Obala axé Oba…
Obá toto aro … Oba in, Obala axé Oba…Oba in, Obala axé Oba…Oba in, Obala axé Oba…
Oba in, Obala axé Oba…
Irin lé choro, ilé ejé Oba in, Obala axé Oba…
Obá to da nilé ke o … Oba in, Obala axé Oba…
Dada ajká ilê… Oba in, Obala axé Oba…
Ago Oba ni ka o … Oba in, Obala axé Oba…
Obá toto aro … Oba in, Obala axé Oba…
Oba in, Obala axé Oba…Oba in, Obala axé Oba…
Oba in, Obala axé Oba…

51°
Ayrá intile ni ko oju, kopo bó weré…
Ayrá intile ni ko oju, kopo bó weré…
ni ko oju, kopo bó weré…ni ko oju, kopo bó weré…

109
Pejigan Anderson de Bessen

52°
Obá obá obé mu xarin, Oba ayrá lo oju.
Obá obá obé mu xarin, Oba ayrá lo oju.
Obá nixo nilé omo opere omo xarin obá toto aro,
Obá obá obé mu xarin, Oba ayrá lo oju.
Obá obá obé mu xarin, Oba ayrá lo oju.
Obá nixo nilé omo opere omo xarin obá toto aro.
obá toto aro … obá toto aro… obá toto aro… obá toto aro

53°
Ayrá obona ore le ko e… ayrá o le, o le le ko e

54°
Un jire … Ayra o intilé a yabá …
Un jirio nilé, nilé Baba rewá

55°
Ayrá orele, ayra orele, ibona orele Ayrá orele

56°
O ní yá, omo Orixá Lonin, yá omo Orixalá, O ní yá, omo Orixá Lonin, yá omo Orixalá. Ayrá Orê guedê pá, Orê guedê,
Ayrá Orê guedê pá, Orê guedê O ní yá, omo Orixá Lonin, yá omo Orixalá, O ní yá, omo Orixá Lonin, yá omo Orixalá. Ayrá
wô Jaocí pá, a Jaocí, Ayrá wô Jaocí pá, Ajaocí, O ní yá, omo Orixá Lonin, yá omo Orixalá, O ní yá, omo Orixá Lonin, yá
omo Orixalá. Ayrá wô Jaburá ká, Ajaburá, Ayrá wô Jaburá ká.

57°
Made olá oman dan doré… Made olá oman dan doré…
Bi oman alade ará awo pade win, ní oman alade, kiti pá oro ni o… ako fi tá e. Ara awara fita e.
58°
Ogun alá ara awo, mode in male odô,
ayrá irunmole obá nin xe, kiniba irá.
Ogun alá ara awo, mode in male odô,
ayrá irunmole obá nin xe, kiniba irá
ayrá irunmole obá nin xe, kiniba irá
ayrá irunmole obá nin xe, kiniba irá

59°
Ayrá apá ade, Ayrá apá ade, ayrá ayrá… ayrá apá ade

110
Pejigan Anderson de Bessen

60°
Loko ni pá ara, pá bo. Loko ni pá ara, pá bo.
Ayrá mojé, loko ni pá ara pá bo

61°
Ko dide o.. are mun, ko dide…
Ko dide o.. are mun, ko dide…
Jo bí enirê, Baba eran kê, Baba kolofin xé nun Boró.
Are mun Ko omo nijá, kun kó obá lonin o…
Bé un si, bé un si, kun kó obá lonin o…
Bé un si, bé un si, kun kó obá lonin o…
Bé un si, bé un si, kun kó obá lonin o…

62°
Ko dide o.. are mun, ko dide…
Ko dide o.. are mun, ko dide…
Jo bí enirê, Baba eran kê, Baba kolofin xé nun Boró.
Are mun Ko omo nijá, kun kó obá lonin o…
Bé un si, bé un si, kun kó obá lonin o…
Bé un si, bé un si, kun kó obá lonin o…
Bé un si, bé un si, kun kó obá lonin o…

63°
Ko dide o.. are mun, ko dide…
Ko dide o.. are mun, ko dide…
Jo bí enirê, Baba eran kê, Baba kolofin xé nun Boró.
Are mun Ko omo nijá, kun kó obá lonin o…
Bé amin, bé aman, Baba oxe kini foba ke
Bé amin, bé aman, Baba oxe kini foba ke
Bé amin, bé aman, Baba oxe kini foba ke
Bé amin, bé aman, Baba oxe kini foba ke

64°
Iyá Masse lofin Xangô, Iyá Masse lofin Xangô…
Iyá erun gán Oio Obá Obitiko… Iyá erun gán Oio Obá Obitiko
Orixá Ejá Ibo … Ejá oro din din
Ejá oro din din, Ejá oro din din, Ejá oro din din

111
Pejigan Anderson de Bessen

65°
Bí oye, bi oye… Oba ninxé bí oye

66°
Aláfin eró, a ilê to to to a ire…

67°
Ka o minin legue se minin, Xangô minin Dada o minin.

68°
Eró omim Dada, eró omim a Dada e…
69°
Ayê lê wô, Ayrá le, Ayê lê wô, Ayê lê wô, Ayrá le, Ayê lê wô, Godo um A Godo pá Xangô kó, wá kó awô

70°
Ará awá mim Xangô, Ará awá... mim Xangô, Nilê xirê Obá. Ará awá mim Xangô, Ará awá mim Xangô

71°
Omo obá nilê, Obá Xangô awô.

72°
Káwô... Kabieci lê, Káwô... Kabieci lê, Káwô... Kabieci lê Káwô... Kabieci lê. Lokê lokê imobá, Aguaju xolô, Imobá, Ayrá
kó mum imobá, loci loci imobá a manssí.

73°
áwô... Kabieci lê, Káwô... Kabieci lê, Káwô... Kabieci lê Káwô... Kabieci lê…
Omo ofo egi kolê, orixá ni mobá, loci loci loci, lá bi oman dó mansi

74°
Mo Mo orin morí yé Baba Kilô oxê káwô

75°
Xo bi oman. Tin xó...Xo bi oman. Tin xó..
Xo bi oman. Tin xó.. Obá ri oman tá na bena io

112
Pejigan Anderson de Bessen

76°
Ará wará orixa nilê ayrá ojú, Ará wará orixa nilê ayrá ojú, A ojí ri Onilé, Obá alá to..ki .
Obá alá totó arô. Tó e torí Obá ala jo, Xangô To orí obá,
Tó e torí Obá ala jo, Xangô To orí obá,Tó e torí Obá ala jo, Xangô To orí obá,

Esta sequência de Cantigas são as que eu canto quando Xangô roda seu Amalá
Cantiga Para Roda Amalá e que em alguns axé Xangô Oferece o Amalá aos seus adeptos

77°
Mala Mala Odô jan jan, Malá Odô bí
Cantar esta cantiga até termina o orô.

Esta sequência a seguir complemento ao cântico de Amalá

78°
Ajaká mabé kawô, Ajakbá mabé kawô, ae Baba Ajaká mabé kawô

79°
Xangô e tá bí alá ará e...

80°
Toco lá Ojarê, Ará ayê, Toco lá Ojarê, Ará ayê,

82°
/ Ará wará ojú onilê ayrá ojú, Ará wará ojú onilê ayrá ojú, A ojí Onilé, Obá totó, Obá totó arô arô. Tó e torí Obá awá tô,
Xangô To orí obá, Tó e torí Obá awá tô, Xangô To orí obá, Tó e torí Obá awá tô, Xangô To orí obá, Tó e torí Obá awá tô,
Xangô To orí obá.

Para finalizar o hum do grande Rei eu canto alguns Ijexá em sua Homenagem.

83°
Obá e Godo, Oro imolé, Obá e Godo, Oro imolé,
Obá e Godo, Oro imolé, Obá e Godo, Oro imolé,
Oro imolé wõ... um malá oro imelé um malá
Oro imolé wõ... um malá oro imelé um malá Oro imolé wõ... Um malá oro imelé um malá

84°
E mã mã xorô alabé, e mã mã xorô, e ni mã mã jô, orô imolé, godo godo ará ayê, arerê, e mã mã xorô, e ni mã mã jô, orõ
imolé

113
Pejigan Anderson de Bessen

85°
Godo Godo Araín Xorô, Ijé mí Orô, A Obá Ixorô, Ijé mí orô.

Cantiga para recolher.

86°
Odara o. Nlê kê obá xirê

114
Pejigan Anderson de Bessen

Cânticos dos Orixás


com Pejigan Anderson de Bessen
Rum de Ianã e festividade

Esta apostila é escrita de uma forma simplificada para fácil entendimento dos cânticos.
Sendo de minha parte uma contribuição e compromisso com o orixá e o Candomblé, passando a diante um aprendizado.

Cantiga para Oyá Rodar o Acarajé ?

Quando falamos em rodar acarajé, quer dizer que Oyá sai para a sala com seu cesto de Acarajé para distribuir aos
convidados. Este também é um preceito de continuação aos oros internos tendo como várias intenções às positivas.

Cantiga que canto para Oyá sair com seu Acarajé para sala.

1 – Acarajé muxê kun tê, muxê muxê kubtê, Oyá korô muxê kuntê, muxê muxê kuntê

Depois de ter terminado de oferecer o Acarajé aos convidados Oyá dança Agumas cantigas antes de entrar ao Honkó, para
pôr sua roupa de luxo para saída do hum.

Ritmo – Quebra prato (Adáró)

115
Pejigan Anderson de Bessen

1
Oya de o… Mariwo

2
Oya de Mariwo, Oya Akará ewe mariwo

3
Iaba omin xoro odo, omim xoro, odo ie… Oya iya la fun akará ló tá ió. Okan to kan. O ile be o… Okan to kan o ile be o…
oya ko iyámim lece orun lece oya, oya alaba ojé, oya alaba ojé, Oya mim xoro, odo ie…

4
Ae dogán, akara o, o motum balé mariwo… akarajé mariwo. Ae dogán oya koro o motumbalé, oya koro o motumbalé
mariwo… akarajé mariwo…

5
Já di manã, já di bada, já di manã oya bagan.

6
A ori oman ade ewá lode… A ori oman ade ewá lode a… A ori oman ade Afu lele, A ori oman ade Oya Funan,
A ori oman ade egbalé, A ori oman ade…

Ago Beromã… le o, le o… Ago Beromã le o le o… tete orun ajé ni o. Iyabá inxo ló. Legué ni o. Ajalá alá toto aro. Ibá
iyamim ago. Oya messa orun.
Depois de ter dançado e se recolhido para ser colocada a sua roupa para o hum.

Cantigas de hum para Oyá Ritmo – Adabí

8
Oya bá oro oro, Oya pe lé epé míro

9
Oya lebe o… E ló oya lebe lebe

10
Oya salun bó. Salun bó bó leyé leyé

11
Salun bó bó leyé leyé, Salun bó bó leyé leyé,
Oya salun bó. Salun bó bó leyé leyé

12
Da ni ago eloya, Dani ago fara jo, Dani ago, Dani ago fara jo

13
Eloya kobé lajo, eloya kobé lajo

116
Pejigan Anderson de Bessen

14
E run oya dide, erun oya dide,
erun oya… erun oya dide

15
Oya lokó bena jó. Oya kara ilá.

16
Ojida mu ian oya bí iguidi, Oya Messan Orun

17
Afun lé ié adê o… afun lé lé,
Afun lé ié adê o… afun lé lé
Eloyá kó beló odo. A fun lé lé, oya banba loyá, a fun lé lé

18
Iru zambe lokerê a fun lé lé, eloya kó belo odô, a fun lé lé

19
Oya pá adá, oya olori pá o,
Oya pá adá, oya olori pá o
Oya pá adá olori igena ewá o

20
oya pá muda muda biri biri, oya lode wo

21
Oya pra mura iru meje, oya pra já,
oya pra mura Oya pá ajá, Oya pá adá

22
kopa kopa meje, kopa kopa pramura, kopa kopa pramura

21
Eloya kopa meje, meje meje zan zan.
22
awo Iansã.

23
Mo foru balé ke ibá, Mo foru balé ke ibá,
Olorun awo. Mo foru balé ke ibá,
Olorun awo.

24
Oya dê di mokun, kó xemi, xirê awo, gá in, gá in loko, ko xemi xirê awo
gá in, gá in loko, ko xemi xirê awo

117
Pejigan Anderson de Bessen

25
Oya dê mokun ijé bé gá in gá

26
Banbá le un leyé, Banbá le un leyé,
oya salumbó, salumbo le un leyé

27
Pé peié afé lodo, tá un afé o
Pé peié afé lodo, tá un afé o
Pé peié afé lomim, tá un afé o
Pé peié afé lomim, tá un afé o

28
Awo dein o, awo awo tori jan jan

29
Te te awo iya bale te te aman. Oya te te, oya te te oya

30
Tete loya, kini jan te te loya kini jan

31
Tete ju massere ló. Tete ju oya, kó massere ló tete ju oya

32
te te te mado oya, mado oya, te te te
mado oya awo, mado oya awo

33
Oya oya ko majo oya, oya massere ló,
Eloya ko majo oya, oya massere ló

34
Awo filó dederé.

35
Xere in tete ió, xere in xé in agán

36
Koro o, koro o. Oya koro

37
Ajimuda sare ewa.

118
Pejigan Anderson de Bessen

38
Ajimuda sare wá, agama sá

39
Ke ibá keke ibá, oya deo

40
Ke ibá oke iyabá. Oya koke o
41
E Madi iya alaba e, madi iya labae má po.
E mapo e madi iya alaba e

42
Oya mure le awo, oya oya unbe ló

43
Oya koro oro, oya akara le

44
Oya nile ko maro, oya nile ko maro.
Oya nile o, oya nile ko maro, oya nile o, oya nile ko maro

45
A guie aguie loya, oya oya o

46
olorun lo fori kan bele, oya tokan moji kan bere o.
Mobé lorun, oya adê fori kan bele

47
Oni ilá arabo…Oni ilá arabo eloya…

48
Akulé jo kô, Akulé jo kô arabo Eloya

49
Oni Iyá Bó Iyá e… O ni Iyá Bó Iyá…
Oni Iyá Bó Iyá e… O ni Iyá Bó Iyá…
Oya Akara o … Ini Iyá bó iyá e…
Oya Akara o … Ini Iyá bó iyá

50
Eloya… Eloya.Oba xirê, oba xare lojá eloya

51
A xare loni Oba o luae a ijo

119
Pejigan Anderson de Bessen

52
Tori Balé torio

53
Iya Bomim o lu odo eloya o.

54
Edi mama ju o mature oya tenun molé.
Ara awara, ara e iaba godo

55
Oya bain, oya jinxé mado loya
Oba tero oba, oba tere oba,
oya jinxé mado loya, oba tere oba, oba tere oba

Cantiga para recolher Oya.

56
Selebe, sele a un ló selebe, oya moke jô.

120
Pejigan Anderson de Bessen

Rum de Obá

Abê un awo, abê un wá,


A ileko, Obá o, Abê un wá, a ileko

2
Obá Ileko, Ajaunci, Obá Ileko Ajaunci.
Olo wo obá sá mo obá, Obá ileko Ajaunci

3
Obá lajá, ba ojé, Obá lajá ba ojé,
erun ofá, faro man, obá lajá ba ojé

4
Li nun o, Obá lebe lebe, Obá saba o…
Obá Ogun To dere sari ejó

5
Ferere ko ferere

6
Olowo guri o, Ajara má run, ofé odan

7
Alakoro, Alakoro kini sagun
Alakoro, Alakoro kini sagun

8
Obá Sá gun, Obá sá gun, Sá gun lete

9
Ará wará bamim wá

10
Obá fun fun fun run, guere, guere, guere ewa o

11
Aja ibô mim o… ata kula kuntun obá lá aja

12
Obá e e a, Obá e e a
Obá e e a, Obá e e a
Obá e e a, Obá e e a
Obá e e a, Obá e e a
Obá tan tan, Obá tan tan
Obá tan tan Obá nile

121
Pejigan Anderson de Bessen

13
ferere kon ferere

14
Onin já lapá o man, ferere kon fere

15
Ofá weré, ofá…
Ofá weré, ofá weré

16
Odé in Obá tá afá, maun a un
Odé in Obá tá afá, maun eran

17
Adabí

Iyá meji, meji, iyá lokõ, lokô

18
Obá tunde, Obá tunde,
erun obé odá, obá loko

19
Ara wara ke mafá, ke mafá obá tunde

20

Aloja

kon kon kon bí awo

21
Tode tode
Obá unde

22
E E, E A, E E, E A,
Obá adê, Obá dele
Obá adê, Obá dele

23
Xere xere man, xere ma kabo
Xere xere man, xere ma kabo
kole kole obá, xere ma kabo
kole kole obá, xere ma kabo

122
Pejigan Anderson de Bessen

Adaró

24
Obá to kere, dabí eró

Rum de Ewá

1
Olowo Dide Bami wa o
2
Iewá o… O ni wá bere, bí ewe o
Olo iewá ní ofere, Olo iewá oní ofere o

3
Iewá Iewá oní ofere
Iewá Iewá oní ofere o

4
Iewá iewá mo ajo, iewá iewá
Iewá iewá mo ajo, iewá iewá
Mo Oió ló omo lecé…
ewá iewá mo ajo, iewá iewá

5
Iewá ni ni Iyabá wure o…
Oni toto iewá to oju.
A inxé kê a Iyabá oluae

6
Iewá ixexe, ixexe
Iewá ixexe, ixexe
Ara massa ocí labure
Iewá ixexe, ixexe

7
Ká maji o lu odan,
iewá iewá pá moro

8
Iewá iewá ijo, iewá
xeke sodan

123
Pejigan Anderson de Bessen

9
Iewá lewin, béri oman.
Lewin lewá

10
Iewá lewin obéri oman
Iewá lewin,

11
Iewá ko loko wo, bami muxe

12
Oniwá bere, bi ewe o
Iewá lewin aka moré
Iewá lewin abere o

13
Mawá mawá o ni lojá
Mawá mawá o ni lojá
o ni iyá e mo tin tin
o ni iyá e mo tin tin

Mawá mawá o ni lojá


Mawá mawá o ni lojá
o ni iyá e mo tin tin
o ni iyá e mo tin tin

Bá lá pe ju pe to to
ale awá lado

14
Abí aman lojo
Abí aman lewin
lewin lewin o lo ojo
Abi aman lewin

15
Iewá massa a massa
a murele o

16
Odo oro ojo, odo oro ojo
Iewá tako oro man.
Odoro ojo apere

124
Pejigan Anderson de Bessen

17
Iewá iewá ni wa o
Dani ago tafara awa

18
E mo ofo tala mim je kiti po
e mo ofo igena tawá.

19
A xen xen yen
Adá gui oman

20
Agolo Ode
Aféri oman

Caça para Iewá

21

Ani pe titi lejua…


Oni tafará Odé…

22
A un kó iewá, iewá
Oni Odé o

23
Sare iewá, Iewá tafára

24
Iewá, Iewá afá Ojí,
Garu garu.
Iewá iewá afá Ojí
Iewá Odé Tafára

25
Nile iewá die
Oni a polode.
A jo nilé
OnI a polode

125
Pejigan Anderson de Bessen

26
Nile ewe, nile ewe
Oni Apá ado
Olo Iewá má de win
Oni Apa Ado

27
Tozala, Tozala, Tozala
Naje bó.
Tozala Iewá Bessen
Tozala naje bó

28
Iewá Tina Peleke
Iewá tina tina
Iewá tina tina
Iewá tina peleke

29
Iewá to bi ieie
Iewá to bi ieie
Iewá tako loman
Iewá tobi ieie

30
Mabo mabo
mabo tori dodo

31
Iewá digui ie axe bere

32
Kossana kalade
run nare …
Kossana kalade
run nare ..
Dan itá iro
mina kobo sana
kalade run nare minado
33
Sake lesa, sake lesa
kossana are vodun arawá
sobo un dena vodun sasa koke
má kossare o

126
Pejigan Anderson de Bessen

34
Lewá lewá aze
Lewá lewá aze
Dan home a kaia vodun
Dan home a haia vodun
lewá lewá aze

35
Nibo Nibo me huntó…
Iewá Iewá…
Nibo Nibo me huntó…
Iewá araká

127
Pejigan Anderson de Bessen

Rum de Oxum e festividade

Ipeté de Oxum ou Peté de Oxum é o nome da comida de Oxum, e foi adotado o mesmo nome para a festa que se faz
à Oxum anualmente em muitas casas de candomblé, em todo Brasil.

Conta uma Lenda que

Oxum encontrava-se com problemas no ventre e isso lhe causava dificuldades para engravidar, mas era do desejo de Oxum
engravidar; diante dessa dificuldade ela decide consultar Orunmilá. Orunmilá diante do problema de Oxum lhe ofereceu
uma ajuda, indagando que ela deveria seguir um preceito e nesse preceito ela deveria oferecer comida a todas as Oxuns,
todas as irmãs; Oxum lhe disse que era impossível, pois cada uma comia uma coisa e sem muito pensar Orunmilá lhe
respondeu:

– Se esforce, tens que criar um prato onde todas irão comer!

Oxum então responde:

– Mas como?

Orunmilá de pronto lhe responde:

– Você procurar uma estrada que parece não ter fim, caminhará e caminhará, algum tempo depois encontrará um homem
que lhe presenteará com um fruto! Oxum ficou meio desconfiada, mas era a única maneira de se livrar do
problema. Então Oxum no primeiro raiar do sol, no dia seguinte, saiu a procura dessa estrada, passou por matas, rios,
caminhos de pedras e ventanias... Mas no fim encontrou a estrada, e tornou-se a caminhar, parou e descansou, mas voltou a
caminhar… Até que avista um homem, parado na estrada, esse Homem era Ogún. Ogún ficou espantado de ver
Oxum ali, pois todos sabiam que oxum não saía de seus rios para quase nada, ficava sempre no rio esperando os presentes e
se banhando… ela não gostava de sair de seu palácio de águas e naquele momento ela estava ali em uma estrada quente e
sem acomodação! Com esse espanto de Ogúm ele lhe pergunta:

– O que lhe traz a quí Oxum?

E Oxum conta a Ogún o que lhe passava. Então Ogún vai até a beira da estrada e colhe um fruto chamado Ixú e entrega a
Oxum e lhe diz para preparar uma comida chamada Ipeté, a comida que acalma! e entregue as suas irmãs.

Oxum lhe pergunta:

– O que quer em troca?

E Ogún muito encantado com a beleza de Oxum lhe responde:

– Nada! Você só terá apenas que sustentar sobre o seu Orí e sob a panela de Ipeté a folha de Abre-Caminho, e não esqueças
de acomodar todos os Okutas de suas irmãs sobre o Ipeté.

Oxum ouviu atentamente as recomendações de Ogún e seguiu as suas orientações; pouco tempo depois nascia Logún-edé
(O filho querido de Oxum).

128
Pejigan Anderson de Bessen

“A partir desse Itán, Todos os anos é servido em ritual a comida Ipeté à Oxum, e abaixo da panela dessa comida e
colocado as folhas de Abre-Caminho, sem esquecer de acomodar os Okutás sob o Ipeté. Também não podemos esquecer
que por causa dessa lenda, o Único Orixá Boró (homem) que pode carregar a panela de Ipeté é Logún-Edé…”

Cantiga Ipeté / Ritmo – Ijexá

1 - Ipeté Ajále, amu an, Ajeun Jeró, Ipeté Ajáre, Ipeté Ajále, amu an, Ajeun Jeró, Ipeté Ajále, Ipeté Ajáre, amu an, Ajeun
Jeró, Ipeté Ajále, Ipeté Ajále, amu an, Ajeun Jeró, Ipeté Ajále. Ipeté mu an, um an, Ipeté mu an, um an, Ipeté mu an, um an,
Ipeté mu an, um an,

Cantar esta cantiga até todos serem servidos por Oxum. A seguir algumas cantigas em comemoração antes do seu hum
de luxo.

2- Oro mima... Oro mima Yó, Oro mima Yó Abadô o Ye yewô.

3 – Yá yá Oxum, Oxum murelê wô.

4 – Lewá lewá lewá, Oxum ladê ewá, Omim xoro odô

Depois de ter cantado algun ijexás Oxum se recolhe e se prepara para seu hum.

129
Pejigan Anderson de Bessen

Cantigas de Rum Para Oxum

1
Tala ade, omim iya tala ade ilaré…
Omim Iya tala ade
Tala ade, omim iya tala ade ilaré…
Omim Iya tala ade

O lele pá, tala ade…


O lele pá, tala ade...

2
Oxum Adolá, Imole doin,
Oxum Adolá, Iabá Imole doin,

3
Ie ie ie Oromio,

4
Edo oxum mabé, alá oro.

5
Lade Coju Dide o, Iyámin toro efan coja adê

6
Orí ifá meja, orí jabo efan, orí ifá meja orí jabo,,,
un yé un yé, orí ifá meja orí jabo

7
Ye ye ye, ye ye o, kó ma kunkó la…
Ye ye ye, ye ye o, kó ma kunkó la axó, kó ma kunkó la…

8
Yê yê, yê yê yê yê wô, Iyá lodê ewá, Iya axé torí efan,
Oxum, kojú Iyabá wô, Iyá lodê ewá Iyá axé torí efan.
9
Um yé um yé, Ojá are, Orun Axé torí efan

10
Mabô Iyá, Iyá bô Iyá, Mabô Iyá, Iyá bô Iyá,
Omin jéjé Ominibu, Mabõ Iyá, Iyá bô Iyá.

11
Iyá Ominibu, O nirô, Orixá Orele.

130
Pejigan Anderson de Bessen

12
Fibô Loyá, Iabá, Fibô loyá bá, Oxum,
Lé fibô. Lé fibô loyá iya Oxum.

13
Gué gué Oxum, Omim xorô Odô, A imã imã

14
nifá were, nifá were onirô, Yá omim tá wexê

15
Oxum dê, Yá ní dê, kení jó yá jobá Oxum dê, Imolé jinxê. Oxum dê, Yá ní dê, kení jó yá jobá Oxum dê, Imolé jinxê. Oxum
dê, Imolé jinxê. Oxum dê, Imolé jinxê.

16
Lobê warê, ará yê yê, Iyá xorô.

17
Arolê popê omim lajô, Iabá sí ajilé, al eguê, al egué, elé mina sim sim. Arolê popê omim lajô, Iabá sí ajilé, al eguê, al egué,
elé mina sim sim. Oxum Karê, sim sim, Oxum Opará, sim sim, yê yê okê, sim sim

18
Odé Bacilotun bí aman, moio guidi,
ká morojé, moio bí oye. Moio … moio moio bí oye, moio guidi ká morojé, moio bí oye
19
Nesta cantiga oxum, agradece dota oferenda a ela feita, dançando passa a mão em sua barriga simulando dizer que esta
satisfeita

- Odé Bacilotun moio bí erê man. Moio bí oye,


moio guidi bí omo ere eja. Moio bí oye, omo jarê

20
Oxum Nilá To kejo, olye ye ye karé Oxum,
O ni Iya beko ma in ma. Unji Oxum Manjá Kerê

21
O ni Iyá bere… O ní Iyá bere o.
O ní Iyá bere o. O ní Iyá Beko ma in ma
O ni Iya beko ma in ma. Unji Oxum Manjá Kerê
Unji Oxum Manjá Kerê, O ni Iya beko ma in ma
Unji Oxum Manjá Kerê, O ni Iya beko ma in ma

22
Mo bura… mo bura lo odo bí yé yé,
mo bura iyá ló oxum. Mo bura Lo odo bí yé yé

131
Pejigan Anderson de Bessen

23
Seregue seregue, O Iabá um seregue.

24
Axé bo mim, alá Okan, Oxum alé insí,

25
A mu yã, mu yã, Ofá bebé ixo orô, ibí fá bebé.

26
Nifá were, nifá were o miro, iyá omim tawe exe

27
Ie ie ko omo ori odé, idé Oxum…
Ie ie o, ie ie o,
ie ie, ie ie, ie ie ko omo ori idé, mo ori idé Oxum

28
Ebore emin ofere miuá, axe bobo
Ebore emin ofere miuá, axe bobo
kini ján, kini ján, kini jan, kini Jan
axe bobo
kini ján, kini ján, kini jan, kini Jan axe bobo
kini ján, kini ján, kini jan, kini Jan, axe bobo

29
Elo xerin Opará, elo xerin Iyá panda
ewere, ewere, ewe elo xerin Iyá panda

30
Fá bebé ixo oro, Fá bebé ixo oro
ewere, ewere, ewe Fá bebé ixo oro

31
Opará fere jebé, Opará fere jebé, yê yê wô Opará, Opará fere jebé.

32
Ofá ká uma karé ejo, Ofá ká uma karé ejo,
were, ewere, ewe Ofá ká uma karé ejo

32
Alákoro obode, Ye ye koro obode,
were, ewere, ewe Alakoro obode

33
Ofá mim ewe, A ijo erê mun sin sin

132
Pejigan Anderson de Bessen

34
Ofá mi lo ke, ma boia, ma boia lode

35
A Ijo e … a ijo lé kobé lonan

36
Ae mure ejo, ae mure ejo, jingue, le jingue mure ejo
jingue, le jingue mure ejo

37
Ije ilá, ije mi oro, oxum oxobo

38
Ará awá ará o. Isso molé odo, ara wará isso molé, isso molé o

39
Orí Bebé ewa o, o miro
ara awa, awá o miro
Orí Bebé ewa o, o miro
ara awa, awá o miro

Ori bebé omo olorun omirô.


Ará awá, awá omirô.
Ori bebé omo olorun omirô.
Ará awá, awá omirô.

40
Erô omim, Abebê Oxum,
Erô omim abebê eledá
Erô omim, Abebê Oxum,
Erô omim abebê eledá.
Iyá Ijimum Aká eledá,
Erô omim, abebé Oxum

41
O wuró, werê, werê werê o wuró,
Aladê, yê yê wô

42
Iyá Ponda nilê Oxum, Iyá Ijimum nilê Oxum,
Olorê, Iyá Panda nilê Oxum, olorê.

133
Pejigan Anderson de Bessen

43
Oxum tami ladê, o nilê wá, ará awá omiro,
Iyá Oxum Olorun, Modupé, orí bebé wô,
o nilê wá, ará awá omirô.

44
Liro e mando oxum liro e, Liro e mando oxum liro e,
xeke xeke mabo ojo, mabo oxum miro owo

45
Ibá lowo Ibá xó kum, adê wá, Ibá lowo, ibá xó kun, adê wá,
Awá cilé, ibá ewá, ibá oyo, ibá xó kum, adé wá

Cantigas ritmo – Ijexá


46
Yê yê mimá, Iyá orô, irunmolé eguê, Yá malé odô, com um a dilé, a e cô, al eguê, Iyá lodê Iyá wô, roum Iyá yê yê wô, Iyá
malé Odô, Oxum A jilé

47
Yê yê mimá orô, O yê yê mimá orô, Oxum mimá orô, o yê yê mimá orô

48
Yê yê mimá orô, O yê yê orô, o yê yê orô

49
Lojó atin dolá yá lojó, Oxum carê, Lojó atin dolá yá lojó, Ará awá Baba wô.

50
Iyá mim Orunmilá, awurê axé unjilá

51
ji jixare arerê bocun, jíxé bobo fí wô Baba Alá orê wô

52
Orí kô oju, Orí mamã fá yé yé, sim sim

53
Orí orê wá, orí orê wá, korõ korô, Oxum mi lokô coma deró

54
Tamila dê, bô irokô irokô, Baba alá orê. Tamila dê, bô irokô irokô, Baba alá Okan.

55
Ilá burê, o gué gué, Omolocun wô wô, Omoro bá wô, awá dê omorodé.

134
Pejigan Anderson de Bessen

56
Orobí má, orobí má ió, orobí má ió, Iyá Bado o ye ye o
Orobí má, orobí má ió, orobí má ió, Iyá Bado o ye ye o
Iyá iyá Oxum ará ye ye o
Iyá iyá Oxum ará ye ye o

57
Semi semi, semi semi Iyá omim iyá talade
Iyá omim iyá talade o, Iyá omim iyá talade,Ará Ie ie Okê o

58
Oro imolé inxe alá oro, e morio

59
e e morio, e e morio e morio, e mori páo

Rum de Logun Edé

1
Ile ako fare, ako fare Logun o,
e ako ofá, ijo ijo Logun.
Ile ako fare, ako fare Logun o,
e ako ofá, ijo ijo Logun.
Odé Logun, e Ako ofá,
Ibáin e ako ofá,
Apanan e ako ofá
2
Odé Logun Ibáin, ae ae Odé Logun,
Odé Logun Apanan ae ae Odé Logun
3
Logun de, Le kokê, e e e, e e
Logun de, Le kokê, e e e, e e
Logun Aro aro, Fá alá Logun, Fá alá Logun
4
Ara ká bobo erê o, ae abá essa,
Logun e e e, ae abá essa,
Logun e ea

135
Pejigan Anderson de Bessen

5
Logun a Olorin, Logun fá alá un afexo

6
Logun Edê un ofá, e Logun Oya

7
Logun Ede Logun Aro, Loci
Ibain Odé Logun Afoxé Iroko
8
A e Baila axe, Ode Baila axe ae Baila axe

9
Lorokê, lorokê
Lorokê, Lorokê erê

10
Lorokê lorokê, Iyá mi kekerê
Iyá Baba Logun o, Iyá Maman Xoro

11
O liro wo, omo xinxé, lorogun léria

12
Logun Odé koia koia, Logun Odé Koia koia
Ijo ijo firi mo Iyá, Logun Odé Koia koia

Barravento

13
Logun Ibá o, Logun de

14
Made made Io Odé ewá o, Made made Io Odé Ixo oro

15
Odé deré apá xauana, xauana, Odé deré apá xauana o…
Odé deré apá xauana, xauana, Odé deré apá xauana o…

Odé deré ocí logun, Odé deré Ofá alá logun edé

16
Bere bere Obá xuanan wá anan, Odé kaku Odé Ibá ie ie o

17
Obá nlá erun, Obá nlá erun, e e …
Obá nlá erun

136
Pejigan Anderson de Bessen

18

E e Logun Obá nlá, Logun Obá nlá,


Logun Obá nlá lokô

19
Ina kó de pá, Ina kó de pá,
Baba choro Ina kó de pá

20
Odé Kokê erê no are ejô, firi ewá kaka

21
Odé Loni erun ará..
Oxum lele loci kán le fun.
Oxum ado lá feré o, o nin ján
Omo oro Odé e lua o.

22
Oke erun kikan erun ao...

Rum de Iemanja

1
E mi fara e luae, e mi fara e luae
Iyá Olokun fara Ojubonan, Iyá Olokun fara Ojubonan
E mi fara e luae

2
Omim a guere, aguere ewa o
Omom a guere, a guere ewé
Omim a guere, aguere ewa o
Omom a guere, a guere ewé

Iyá omim mo yó, mo yó lecé


omim aguere, aguere ewé

3
Kinin jé, Ijé Lodo…
Emanjá o, a kota bele be, Iyá Oro min o.
Kinin jé, Ijé Lodo…
Emanjá o, a kota bele be, Iyá Oro min o

4
Ta ni moxe ke, Emanjá o, orele Emanjá

137
Pejigan Anderson de Bessen

5
Ogum o, Emanjá
Ogum O, Emanjá
Iyá Lode ocí jare ewá

Ogum o, Emanjá
Ogum O, Emanjá

6
A Iyá nixe, Ori Odo Emanja are

7
Iyá Lode… Iyá Lode lode Ibauba

8
Iyá o yo, Ibauba… Ibauba
Iyá o yo Ibauba axó lenin e luman xe

9
E ká maro, mirun bá, kó xare lodo

10
Emanjá saba… saba mire le
Emanjá saba… saba mire le
saba mire le… saba mire le

11
Saba Iyá Lode…
Orixá Ian Ian

12
Ma ma Jobe Orixá Ibe
Orixá Ian

13
Fara meje, fara ajá
Fara meje, fara ajá
Iyá… Iyá fara meje, fara ajá

14
Aka ibo, aka ocí Emanjá Ajaunci

15
Emanjá Locé bí aro
Emanjá locé bí aro
A esá bá i lossa Emanjá locé bí aro

138
Pejigan Anderson de Bessen

16
Issu lebe lbe
Ara awará isso ara awá
Issu lebe lbe
Ara awará isso ara awá

Issu kojá ade


Issu weré, isso hojá ade

17
Lari o … oke
Lari o … oke
Lari oke Emanjá
Lari o oke

18

Iyá arabô la io…


Emanjá Arabô la io Emanja
Iyá arabô la io…
Emanjá Arabô la io Emanja

Iyá Lode lece, ocí é Emanjá


Iyá kotá lode lece a o yo
Oro fin axá weré o

Axá weré, axá weré o


Oro fin axá weré o

19
Emanjá Ogum
Ogum pan já are aro o yo
pade ló oxé, Emanjá Ogum
Aro o yo oye
Pade ló xé o

20
Marele mare bodo, xare nan
Marele mare bodo xare nan
Oni Iyá… ara ae, marele mare bodo xare nan

21
Kini Loja are, olo odo, kini loja are o
E a o yo, kini loja are o

139
Pejigan Anderson de Bessen

22
Ta nu boja are, tá na bo ací
Ta nu boja are olu Odo, tá na bo ací

23
Assussana odo Oye
Assussana odo Oye assussana ado.

24
Akutan ado oye
Akutan Odo Iyá akutana ado.

25
A o yo ague, Emanjá mire le

26
Olodo ofí olu odo
Iyá kekerê
Olodo ofí olu odo
Iyá kekerê

Ajala ajala, Iyá kekerê

27
Emanjá un to, manja are

140
Pejigan Anderson de Bessen

Rum de Nanan

1
Un jí Nana Yó o lobó
Nanan yó

2
A un jí nanan Iewá o
Odara o, awo lecé

3
Un ji nanan Iewá…
Iewá Iewá e

4
Sava lajo, oluwo oke ajo.
Sava lajo, oluwo oke ajo olore.

5
Abalo olo olo
o ni vodun sale jua
abalo olo olo
abalo olo olo

6
Ibiri xaxara lebe
ibiri xaxara
Ibiri nana yó
nana yó o luobo xen xen

7
O lore xala re, kamura dide
O lore xala re bacilotun kamura dide

8
Akari ibo ibale ibain
Akari ibo ibale ibain
Ibain awá nile
Akari ibo ibale ibain

9
Iji lá o, ibi si eko fomim
o luae ae a ipece
Ibi si ko, ibi si eko fomim
o luae ae a ipece

141
Pejigan Anderson de Bessen

10
Nanan e di mokossun
Omorode e di moje o…
11
Al Egue de di mokossun

12
Obaluae… Obaluae
e di nanan beko baba
orixá mori bode

Rum de Oxalá

Cantigas para tirar oxalá em sua festividade para sala

1
Agoa Baba oremi o Dudua
Agoa Baba oremi o Dudua
É um ma guere ago lonan
ago, ago lonan
Ago lonan o kini baba made o
ago, ago lonan

2
Dide dide kose jo joko
Dide dide kose jo joko
orixá bájo, bain xe, ae bain xe
Orixá bájo bain xe

3
Axo fun fun bo emi, alá fun fun orixá lá,
ae ajale wo, axo fun fun orixá

4
Orixá weré wé…
mora baba e e, mora baba xirê ewá o
mora baba igbi ewê

5
Ago baba oje baba ikán mo okán
Ago baba oje baba ikán mo okan oxirê o loye baba oje
baba ikán mo okán karere

6
E alá, e alá … alá aye alá, baba mo ori o alá

142
Pejigan Anderson de Bessen

7
Ajale mo ori mo oio afori kán, Ajale mo ori mo oio afori kán
e ago firiri
Ajale mo ori mo oio afori kán
e ago firiri

8
I Danko baba ebo, sare ewa ele mo oio, a I Danko
baba elegi, sare ewa ele mo oio a Idanko…

9
Obere kete, obere kete baba ibá ala do igena o bere kete baba

10
I Danko mo Dan Agué mare olori ipe baba a I Danko
I Danko mo Dan Agué mare a I Danko

11
Ebo … Baba ebo… Baba ebo, ebo alá…
Orrixá Nlá tá alá bori o ebo

12
Ago alá, alá ossun, ossun kekere
Ago alá, alá ossun, ossun kekere ilê

13
Oba oba oba, teni ie, ajale keke oba oba o teni ie
Baba ió po lá odará alá epe, oba alá epe, baba fun mi lá yê, a e.

14
Buru Kán Buru ká, Baba buru kán lein, Baba eleji xerê ewá o
Baba Buru kán xen ken xen

15
Baba oje un erun ié, ajale baba oje un erun ié e uni uni
Baba oje un erun ié oje baba ipê.

16
Ajagunan baba awo, ajagunan
Ajagunan baba awo, ajagunan
Ilê mo oxo baba olorogun, ajagunan baba awo

17
Baba e, e pá. Baba kambi o, kambi oxoguian orixalá e pá

143
Pejigan Anderson de Bessen

18
A kaka un bó, oko wo

19
Kon Barere, kon Barere sim,
kon barere.

20
A un kó, a un kó lowó a un kó, a koko ode

21
Ajagunan obiti oro, Ajagunan ibi itiode

22
Xalare ile ewá atori, baba olori ipê.

23
Olori ipê, olori ipê o…
awá axo in olori ipê
24
Ajunssin, ajunssin ogun.
Oroli ipê o

25
Ala ipê ipê alá…
Alá ipê o…

26
Ipê fun fun, ipê ode o.
Olori ipê o

27
Baba oro, Baba oro
Baba o kafugian, Baba o orixalá

28
Ori omo dide, xala ori omo dide xalá.
E … Ori ommo dide xalá

29
Danko, Danko, alakoro baba

30
Orixá Danko bí eró kode…
Bi eró, bi eró, bi eró

144
Pejigan Anderson de Bessen

31
E ban ká alá, e ban ká alá…
o inan koro ban ká alá, e ban ká alá

32
inan koro o lua pe wô
o lua pe wô, o lua pe wô
inan koro o lua pe wô

33
Olorun, Kinin minin jeje o…
Orixá guian ke já abô.
Ago Ajagunan Olorun obá tá ke wá o
Olorun obé béjé un lê
Olorun obé béjé un lê
Olorun Obá tá sá oman
Olorun Obá tá ke awo

34
Ma kanse, ma kanse
Baba epê

35
O furu furu orele airalá
Baba ké iye elegibo.
Ilê efan odun wá baba.
Legiborele mojuba wo oro ará
e mao, e mao alá exe, ele mao lesse okan baba
ele mao é baba meré ió
é mao, é mao alá exe

36
A idaro mo ti Igbi wo.
Mojuba ibá bá bojure
baba alá axé o
Mojuba ibá bá bojure

37
Maboxé, maboxé…
Baba ebo, maboxé

38
Sare wá, ewá abá awo, a sare wá…
e agutan, Baba sare wá ewá abá awo,
Obá guian bá awo ajagunan

145
Pejigan Anderson de Bessen

39
Kó un baba dide o kó un baba dide
Oxoguian dide o, kó um baba dide

40
Ajale go bele, irinian go bele, ipe já ago bele
Ago bele olu odo, e nin fara wo wo, oberi oman
E nin fara wo wo
Olu odo, e nin fara wo wo oberi oman
e nin fara wo wo
O luodo oxalá, enin fara wo wo oberi omam

41
O nissa a wure … sá wurá ajé
o nissa a wure oberi omam, o nissa a wure
sá wurá ajé o baba, o nissa a wure oberimam

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Cantigas para Saídas de Orixás / Cantigas para recolher Orixás / Cortejo de Orixás.

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Pejigan Anderson de Bessen

Cantigas cortejo de Orixás


1 – Orun yen yen olerí wô, orun yen yen, Orun yen yen olerí, wô orun yen yen. Omin Orô Odô Mojubare, Baba Odê eró,
Omin Orô Odô Mojubare, Baba Odê eró. Yá Massemale Murelê wô, orun yen yen olerí wô.
2 – Erun pô pô, erun yen yen, Baba mi kopê mí wô.
3 – Agogo mi fá orun awô, o leri wô, agogô mi fá Odará o leri wô
4 – Baba Já koto apá odê, Baba Mo kun abó
5 – Orixá kê mi sebe wá.
6 – Ibá Ilê Kossa arê, Ibá Ilê Kossa arê, Ko omo orê jé, Ko omo
oré jô, ko má arô, Obá ejô e ...
7 - Olorê xalarê, Camurá Didê, Olorê xalarê Bací lotun, Alaketurê.

Cantiga para recolher Orixás de Yawô a pôs o (hum)


– Ae Yawô keerê, um Pá depo vodun ocí de wá
Esta cantiga a seguir serve para todos os Orixás - Ritmo Vamunha
– Vere Vamunha Varun vere, Ma hun wá hun
Esta cantiga a seguir para recolher Oxum – Ritmo Egô
- Iabá ke ni jó, jobá um belé, ke ni jó ibá wô
Esta cantiga a seguir para recolher Oxum – Ritmo Ijexá
- Oxum pê bá mi olô, Oxum axô pê bá mi olô, xau erê ye ye wô Oxum Axô pê bá mi olô.
Esta cantiga a seguir para recolher Oyá – Ritmo Adabí

– Sele bé, sele bé a um ló, sele bé, Oyá mokê jô.



Esta cantiga a seguir para recolher Xangô - Ritmo Alojá
- Odara wô, nilê kê, Obá xirê
Esta cantiga a seguir para recolher Oxossí – Ritmo Adabí
- Ocí edá um ló, Akorô pá, Alore kô omo Ajô, Ocí edpa um ló, akorô pá, Akorô pá e…
Esta cantiga a seguir para recolher Oxossí – Ritmo Adabí
Oxe dada oxe Alaketu kabó
Esta cantiga a seguir para recolher Ogum – Ritmo Vamunha

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Pejigan Anderson de Bessen

– Ilá Ogum pá, nilê awá nají, Ogum Onirê ibê nado, Ogum Onirê Bá ilê bá um lô, werê werê ewê Ogum Onirê Bá ilê
Bá um ló.

Esta cantiga a seguir para recolher Ogum – Ritmo Ijexá
- Ogum Kó ibê ewá narê, Ibe Edé Anarê
Esta cantiga a seguir para recolher Todos os Orixás – Ritmo Vamunha.
- Kolê mina kolê tê. Ké ké omim nagô
Esta cantiga a seguir para recolher Todos os Orixás – Ritmo Vamunha
Ae ipopo odê, ipopo odê, ipopo odê ibá um ló.

Cantigas para Saída de Orixás

- Agô lonan o e, dide má dá agô, agô lonan, Agô lonan e, dide má dá agô, Agô agô lonan, Agô lonan e, dide má dá agô, Agô
agô lonan. Oro lá yó, oro wá xinxé wô, Agô lonan e, dide má dá agô, agô lonan

- Odurô bê wá golonan e, E é um bó kê wá wô.

Cantigas para tirar Orixás Ogum, Oxossí, Omolu, Ossaim, Oxoguian Ritmo Adabí
- Ago e bibi wô, ago e bibi wô, kinijá e mata kô, kinijá e mata kô
Cantigas para tirar Orixás Yabás - Ritmo Jinká
– Nilê nilê nilê mata kô, IABA Oxum mata kô nilê, Agô nilê agô, agô nilê agô. - Nilê nilê nilê mata kô, Yá Iemanjá
mata kô nilê, Agô nilê agô, agô nilê agô. - Nilê nilê nilê mata kô, Yá Iabá mata kô nilê, Agô nilê agô, agô nilê agô.

Nomes dos ritmos e significados
-Adabí Significa Bater para nascer
-Adarrum direcionado a todos os Orixás
-Aguere traduzido diz lentidão, Toque de Oxossí
-Alujá Significado Perfuração toque dedicado a Xangô
-Bravun Dedicado a Oxumarê
-Huntó Ritmo de Origem fon, para Bessen e de mais vodun.
- Igbin Significado Caracol o toque descreve a viagem de um Ancião, toque para Oxalufã

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-Ijesa Dedicado a Oxum


-Ilu Termo Iorubano que significa Tambor
-Bata Significa Tambor para o culto Egungun e Xangô e alguns outros Orixás
-Okorin,Ewe Original de Irawo cidade onde se cultua Ossain, Significado é Canção das folhas
-Oguele Ritmo destinado a Obá e executado para os cânticos de Ewá
-Opanije Dedicado a Obaluayê Significado matar e comer
-Sato Oxumare,Nanã
Significado Manifestação do Sagrado
-Tonibobé significado pedir e adorar com justiça, tocado para Xangô

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Cânticos
Saída de Iawô /

Obrigação de 7 anos (Deká) Confirmação de Ogan e Ekedjí


Saída de Iawô
A saída de Iawô é a continuação da Iniciação do noviço em que é realizada a festividade para que todos possam ver e
assistir, ser testemunha da aquela feitura, em alguns axés o yawô não dar o orunkó na sala na festividade, sendo assim
somente a festa para apresentar seu Orixá e não o seu nome. Em outros axés sim seguido de um preceito anterior ao nome
que tem 3 saídas. Obs. varia de axé para axé, e de raiz para raiz em que, cada um segue seus costumes e tradições. Neste
modulo mostro o mais usado e é o que eu faço dentro do (Alaketu)
Primeira saída em que o Iawô saída na sala de candomblé acompanhado de seu Babalorixá, Ekedjí e sua mãe Criadeira que
carrega a sua enin para saudar o Ilê, e fazer reverência a Onilé, Cumeeira, Arí Axé e o Peji dentro dos preceitos de iniciação
conforme em seu axé.

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Pejigan Anderson de Bessen

Iawô Filho do segredo


A iniciação é um rito de passagem, uma morte simbólica que transforma um homem comum em um instrumento do Orisa,
em um "elegun", pessoa sujeita ao transe de possessão, a emprestar seu corpo para que Orisa viva entre nós mais uma vez,
por um período de horas ou dias. O iniciando passa por ritos complexos, de isolamento e segregação, de silencio absoluto,
entre muitos segredos, de oferendas de alimentos, de curas ( segredos sagrados que definem os futuros sacerdotes),
simbolizando uma volta ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá, não um homem comum, mas o instrumento de um Orisa,
que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará, aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros crentes.
Sua apresentação , já com sua nova personalidade e seu novo nome, ao público do Templo e da cidade, transforma-se então
em uma festa de cores e de beleza inenarrável, aonde todos comparecem desejosos de compartilhar Axé (palavra que define
nossa Religião : A/Awa: nós, xé: realizar, Axé – nós realizamos). Por várias vezes o neófito é apresentado ao povo, vestido
e pintado com cores próprias do Orisa ao qual é consagrado, ao som dos tambores e de ritmos e cantigas tão antigos quanto
a vida dos homens neste mundo. E a cada troca de roupas, mais o Axé se espalha pelo Templo, culminando com a vinda dos
Orisa, que vêm brincar e falar com seus filhos diletos, demonstrando sua satisfação por mais uma etapa cumprida.
Cada item tem seu significado nesta hora. A pena vermelha, chamada "ekodide", que o elegun carrega em sua cabeça,
simboliza realeza, honra, status adquirido pelo fato de ele ter se iniciado para ser um novo sacerdote dedicado ao culto
daquele Orisa. As pinturas em cor branca, azul e vermelha, feitas a partir de substâncias vegetais e minerais, são os símbolos
dos líquidos vitais de animais, plantas e do próprio ser humano, essenciais para a nova vida do iniciado.
A melhor roupa vestida por ele, por sua família, e por todos os presentes, demonstram o respeito e o apreço por Orisa. Como
se fossem se apresentar frente a reis, nada menos que o melhor é permitido, uma vez que muitos reis são os representantes
de nossos Orisa neste mundo, descendentes diretos que aqui ficaram para perpetuar sua força vital. Isto se estende aos
alimentos e bebidas, cuja qualidade é severamente observada, aos animais oferecidos, às contas para a confecção de colares,
e a todos objetos que compõem o Ebo. O bom não é suficiente, só o melhor é dado para o Orisa.
Por muitos dias o neófito irá carregar consigo um colar especial de sagração no pescoço, simbolizando seu amor, devoção e
sujeição ao Orisa. Neste período também cumprirá resguardo sexual, porque esta energia não pode ser desperdiçada, toda
sua força energética deve estar centrada em Orisa. Comerá comidas especiais, dormirá no chão, em uma esteira, aprenderá
com os mais velhos as orações e cânticos de seu Orisa. É um tempo de amor, dedicação e aprendizado, um reaprender a
viver, uma inserção do sagrado no cotidiano, uma experiência que não pode ser descrita, mas sim vivida.
E a possessão faz parte de tudo isso, um ser dominado; um compartilhar corpo e espírito com Orisa; um ser o deus e voltar a
ser o homem; sem a menor possibilidade de interferência, em que a perda de vontade própria e a submissão são aprendidos
sem que se ensine ou aprenda, por instinto e memória ancestral. Algo de tribal, algo de divino, algo de humano, algo de
fantástico. Ser para saber.
E, ao fim de tudo, o elegun reaprende os atos do dia a dia, retoma sua vida diária, mas para ele estará em primeiro lugar e
sempre o Orisa. E, conhecendo através do oráculo sagrado, o Ifá, suas interdições, as proibições que Orisa e ancestrais lhe
deram durante sua iniciação, ele conhecerá seu lugar na rígida hierarquia tribal, familiar e religiosa e viverá melhor sendo
um "omo awo", filho do segredo, do que sendo tão somente um ser humano.
Fonte de pesquisa - Orossi. Jose Antonio de Almeida. Toluaye. Lokanfu.

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1º Saída de Iawô. Ritmo Egô


1- Kê awô... kê Ajô... A já wê nin, kê awô, kê awô, kê Ajô, Kê awô kê Ajô awô belé.

Depois de ter se apresentado ao Ilê com seu Adobá lê, aos pejis sagrados, Antes de entrar para o Hon có. Canta-se...
2 – A já wê nin, A já wê nin, Olorun Orixá Kójá Berê.

2º Saída de Iawô. (Acodidé) ritmo egô


3 - Acodidé ikó fé Iawô. Ofere ejé... Nesta cantiga o Iawô sai na para dar uma volta saudando o axé com seu Jinká,
apresentando seu Acodidé. Mostrando orgulhosamente que é iniciado. Depois dos preceitos na sala, o iawô volta ao Hom
có, para se preparar para 3º saída e dar seu nome. OBS como eu disse anteriormente, em alguns axés o iawô não dá o nome
na sala com sua roupa de luxo.

3º Saída do Iawô – ritmo Jinká

4 - Odurô Dê wá Agô Olonã e... E... é um bó kê awô Odurô Dê wá Agô Olonã e... E... é um bó kê awô

Após ter saudado a casa ao som desta cantiga o Iawô para em frente ao atabaque para que seja feita ás honras para que sei
nome seja dito ao axé, esta hora o Babalorixá ou Ialorixá escolhe um convidado que tenha suas obrigações em dia com seus
7 anos de iniciado concluído para ser padrinho de orun kó do Iawô. E após o Iawô ter dado seu orun kó canta-se

Ritmo - Egô
5 - A inan inan, Kê nífá ojí, orixá zuelo

E todos os noviços presente na sala sem seus 7 anos dado. Se entregam aos seus orixás em sinal de respeito e reverencia
a iniciação ali apresentada ao público e ao orun.

6 – Erun popo erun, nhé nhé, Baba mí kó pê mio


7 – Agogo ifá orun awô, o lé Yô, Agogo ifá Odará, O lé Yô.

Depois destas cantigas em que o Orixá do Iawô dança após o nome dado canta-se para entrar para o hon kó, para
colocar sua rouba de rum para sua última Saida.
Cantiga para recolher o Iawô após o, orun kó
8 - Iawô um bolonã, Iawô um bolonã, Orixá jé jé, Iawô um Bolonan
Após todos estes oros a parte final para completar a saída do Iawô que é, a Saída de luxo do Orixá em que dançara o seu
hum.

Cantiga para orixá do Iawô sair para dançar seu hum


ritmo Jinká
9 - Agô lonan e, Didê ma adá agô, Agô, Agô lonan.
E assim o Orixá estará presente para dançar, comemorando a iniciação de seu (Elegun).
Iawô
São os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos, e serão subordinados pelas pessoas
de Cargos/Posto da casa. E deve obediência aos seus mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Ser
Iyawo, além de outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos,
para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome orùnkò. O Mòócan e
os Delègún são os comprovantes e o diploma

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Pejigan Anderson de Bessen

Obrigação de 7 anos
(Odun Ijé) ou Odun Ejé (a pronúncia do acento é fechada). É uma das maiores obrigações de uma casa de Candomblé, que
todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá receber posto, cargo, título e
direitos de independência do seu babalorixá.
Só quando fizer a obrigação de sete anos Odun ejé é que será considerado um Egbomi.
A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá
abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de
búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamado Odu Ijê
com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.
Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos
recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para
ajudar a Iyalorixá.
Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma
nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e
iniciar um novo Ile axé.
- OIYE - quer dizer título independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo
seu babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do
babalorixá onde fez a obrigação.
- DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes,
jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, ou Vodum dependendo da nação etc. Na nação Jeje receberá
um Húnjèbé é o Título de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbòme, é o diploma dado pelo Voduno para
dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns.

OGAN / EKEDJÍ
Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa,
serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá
estiver em transe.
Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um
determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através
do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.
Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é
que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no
final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.
Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21
dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para
trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê. Normalmente o Ogan e a Ekedi não cumprem o mesmo

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resguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos necessários ao último. Quando iniciados, equivalem ao Ebômi em
idade de santo, tendo, portanto, os 7 anos de idade perante os Iaôs.
Cantigas de Oye. Obs iniciados que não tomaram sua obrigação de 7 anos não dançam oye. Oye e quem tem posto de
Oloyê, Adjoyê e Egbomi. (Tradição hierarquia)
Esta cantiga pode ser cantada após a entrega da cuia ou deká, quando se comprovado que serás um Babalorixá ou
Iálorixá.

Esta cantiga não se canta para Ogan ou Ekedji.

1- Para Iálorixá ritmo Jinká


Ialorixá Alá durê wá ossá, awá nibô, Iyá Odurê xaxa ará.

2- Para Babalorixá ritmo Jinká


Babalorixá Awá durê wá ossá, awá ossá a odurê xaxa ará

Ás cantigas a seguir consagra Ogans Ekedjis e Egbomi

1 - Lô Oyê, lo oyê ocí lobê wá e, awá wá axé, awá axé, awá axé ô awô.

2 - Ibá Ibá awá, um axé um awô, Ibá ibá awá, um axé um awô, lô Oyê, lô oyê, um axé um awô.
3 – O bô bô, Orí lu Odô, o lorê, Já rin, mã a ijená, o lorê, o Lufã kaka ibí, o lorê Iemanjá borí ossun, o lorê, Bô bô nilê ní wá.
Nilê wô wô, nilê wô wô nilê wá, lokerê lê. Bô bô nilê ní wá. Nilê wô wô, nilê wô wô nilê wá, lokerê lê.

4 – Awá dê, odô ní wô, Awá dê, odô ní wô ocí leké, Odun bô bô, ladi jí, ocí relê, Awá dê odô ní wô, ocí leké.

5 – O ni yê, awá rêrê, o ní yê, awá rêrê a oyê, e iyá iyá sessu Ialorixá lê wá, ará atala, ketu lajê, e iyá iabá Emanjá kokê odô
wá rêrê a oyê.

6 – Eró tin kó ae, awá dele arô oyo, eró tin kó ae awá denan, awá dele arô oyo o ní yê.

7 – Agôgô urô urô, awá já lê wô, otin dé, ocí erelê Ogum alá koró, bôbô uré, bôbô uré wô A já lê, bô bô urê wô.

8 – Lece kô mafu, lece Orixá, Lece kô mafu, lece Orixá, Orixá weré wé, lece kô mafu, lece Orixá O ní yê.

9 – O fura Jenan, Odé Ká wurê, Omolu ará ayê.

Depois que eu canto esta sequência de cantigas, gosto de cantar para a raiz que nos cede este título (Alaketu)

Ritmo - Adabí
10 – Alá IMORA Bací lotun, Alá imora o luwô, Alaketurê, Alá imora
Em que todos que são de Ketu se cumprimentam, após tocasse a Vamunha para recolher os iniciados para se aprontarem
para seu hum

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Qualidades de Orixás

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Qualidades de Orixás– Exú


Exú Agbà: O ancestral, epíteto referente à sua antiguidade. Exú Igbá Ketá: O Exú da terceira
cabaça.
Exú Okòtò: O Exú do caracol
o infinito.
Exú Oba Babá Exú: O rei pai de todos
os Exú s.
Exú odàrà: O Senhor da felicidade
ligado a Orinxa`lá .
Exú Òsíjè: O mensageiro divino.
Exú Elérú: O Senhor do
carrego ritual.
Exú Enú Gbáríjo: A boca coletiva dos
Orixá s.
Exú Elegbárà: O Senhor do porder
má gico.
Exú Bara: Senhor do corpo.
Exú L´onan: O Senhor dos caminhos.
Exú OL`Obé: O Senhor da Faca.
Exú El`Ébo: O Senhor das oferendas.
Exú Alàfia: O Senhor da satisfaçã o
Pessoal.
Exú Oduso: O Senhor que vigia os
Odú s.

Exú que acompanha vários


Orixás
Exú Akesan: acompanha Oxumaré,
etc.
Exú jelu ou Ijelu: acompanha Oxalufã .
Exú Ína: responsável pela cerimô nia do Ipade regulamentando o ritual.
Exú Onan: acompanha Oxum, Oyá , Ogum, responsável pela porteira do Ketu.
Exú Ajonan: tinha o seu culto forte na antiga regiã o Ijesa.
Exú Lálú: acompanha Odé, Ogum, Oxalá etc...
Exú Igbárábò: acompanha Yemanjá , Xangô , etc...
Exú Tiriri: acompanha Ogum.
Exú Fokí ou Bàra Tòkí: acompanha Oyá e vá rios Orixá s. Exú
Lajìkí: acompanha Omolu Nanã etc...
Exú Síjídì: acompanha Osogiyan.
Exú Langìrì: Acompanha Osogiyan.
Exú Àlé: Acompanha Omolu.
Exú Alakeù: Acompanha Oxò ssi.
Exù Órò: Acompanha Odé, Logum.
Exú Tòpá/Eruè: Acompanha Ossayin.
Exú Aríjídi: Acompanha Oxum.
Exú Ijedé: Acompanha Logun.
Exú Asaná: Acompanha Oxum.

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Exú Jinà: Acompanha Oxumarè.


Exú Ijenà: Acompanha Ewà .
Exú Jeresú: Acompanha Obaluaiye.
Exú Iroko: Acompanha Iroko.

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Qualidades de Orixás – Ogum


Ogum Meje- ou Mejeje, aquele que toma conta das sete entradas da cidade de Irê, ligado a
Exú , o guardiã o das casas de Ketu.
Ogun Je Ajá ou Ogum Já como foi conhecido- Um de seus nomes em razã o de ter a
preferência em receber cã es (só na Á frica) como oferenda, tem ligaçã o com Oxaguiam e
Yemanjá .
Ogum Àmènè ou Omini-tem ligaçã o
com Oxum, ligado aos Ijexá s, sua
conta é verde clara.
Ògum Akoró. É o Ogum que usa o
mariwò como coroa, sua roupa é o
mariwó , toma conta da casa do
Oxalá , muito ligado a Oxossi e nã o
come mel.
Ogum Onire- É o titulo de Ogum
filho de Onire, qundo passou a reina
em Ire, o Senhor de Irê.
Ogum Wàrí: é o dono dos metais
dourados, ligado a Oxum, por isso o
mais requintado dentre todos os
Oguns. Há vá rios nomes de Ogum
fazendo alusã o à s cidades de Ondo,
Ekiti onde também há seu culto etc.
O Orixá possui vá rios nomes na
Á frica como no Brasil e com isso
ganha as suas particularidades e costumes. Teremos títulos em Damassá , Lonan, Oluponã .
Igbô -Igbô ,Erotó , etc.

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Qualidades de Orixás – Odé


Íbualámó-É velho caçador. Nasce nas á guas mais profundas
do rio Inrilé. Sua vestimenta é branca com
bandas, saiote e capacete de palha da costa.
Tem ligaçã o com Omolú e Oxum. Seu
assentamento e diferente de todos. Ínlè-É o
novo caçador tem seu culto as margens do rio
Irinlé, conhecido como caçador d Ele fantes o
marfin é sua conta, tem ligaçã o com Oxuns,
Oxaguiã e Yemanjá .
Dana dana´Tem fundamento com Exú e Ossain.
É ele o Orixá que entra na mata da morte e sai
sem temer Egun e a pró pria morte. Veste Azul
claro, muito impetuoso e foge a toa. Akueran-
Tem como fundamento com Ogum e Ossaim.
Muita de suas comidas sã o oferecidas cruas. Ele
é o dono da fartura. Ele mora nas profundezas
das matas. Veste-se de Azul claro e tiras
vermelhas; Suas contas sã o verde claro.
Otin-Guerreiro e muito agressivo, vive intocado
na mata, ligado a Ogum. Usa Azul claro, leva
capangas, roupas de couro de leopardo.
Kóifé- Nã o se faz no Brasil e na Á frica, pois
muito seus fundamentos estã o extintos. Seus
eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos
os dias banho das folhas. Veste vermelho, leva
na mã o uma espada e uma lança. Come com
Ossain e vive muito escondido dentro das
matas, sozinho. Suas contas sã o azuis claras, usa
capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe
cobre todo o rosto. Assenta-se Koifé e faz-se
Ybo, Ynlé ou Oxum care: trinta dias apó s, faz-se
toda a matança.
Kàré- ou Orèlú eré, é ligado à s á guas e a Oxum e
logun Edé e como eles exercem as mesmas
forças a funçõ es... Usa azul e um Banté dourado.
Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé.
Bom caçador, mora sempre perto das fontes.
Ínsèéwé ou Oni Sewè- É o Senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem vive na
matas. Veste Azul claro, e banda de palha da costa, usa capacete quase tampando seu rosto.
Ìnfamí ou Infain- Odé funfun, ligado a Oxaguian e Oxalufã , só usa branco e come abado.
Ajénìpapò- Odé ligado as Iyamis Osorogá , aquele que pode se aproximar e também a Oyá , o
dono do Irukere. Poderemos ainda encontrar: Odé Etetú ; Odé Isanbò , Odé Ominò n, Odé
Oberun Já . Otokán Sósó-Embora muitas veses seja citado como uma qualidade, nã o é
qualidade, é um oríkí que significa o caçador que só tem uma flecha. Ele nã o precisa de mais
nenhuma flecha porque jamais erra o alvo. Titulo que Oxossí recebeu ao matar o pá ssaro de
Iyami Eléye. Nã o fazendo parte do rol dos caçadores que possuíam vá rias flechas, Oxossí era
aquele que só tinha uma flecha, Os demais erraram o alvo tantas vezes quantas flechas

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Pejigan Anderson de Bessen

possuíam, mas, Oxossí com apenas uma flecha foi o ú nico que acertou o pá ssaro de íyamim,
ferindo-o com um tiro certeiro no peito. Por essa razã o é que ele nã o recebe mel, pois o mel é
um dos elementos fabricado pelas abelhas, que sã o tidas como animais pertecentes a Oxum,
mas, também à s Ìyami Eléye. Entã o é è èwò ( proibiçã o) para Oxossi. Por essa razã o também, é
que se dá para Oxossí o peito das aves, como reminiscência desses Ìtà n.

Qualidade de Orixás- Ossaim


Kó si ewé, Kó si Ò rìsà , ou seja, sem folhas nã o há Orixá , elas sã o imprescindíveis aos rituais do
Candomblé. Cada Orixá possui suas pró prias folhas, mais só Ossaim (Ò sanyìn) conhece os seus
segredos, só ele sabe as palavras (ofó ) que despertam o seu poder, a sua força. Ossaim
desempenha uma funçã o fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua
presença, nenhuma cerimô nia pode
realizar-se, pois ele tem o axé que
desperta o poder do ‘ sangue verde das
folhas. Ossaim é o grande feiticeiro, que
por meio das folhas pode realizar curas e
milagres, pode trazer progresso e riqueza,
É nas folhas que esta a cura para todas as
doenças do corpo ou espírito. Por tanto,
precisamos lutar por sua preservaçã o,
para que consequências desastrosas nã o
atinjam os seres humanos.
A floresta e a casa de Ossaim, que divide
com outros
Orixá s do mato, como Ogum e Oxossí, o
seu territó rio por excelência, onde as
folhas crescem em seu estado puro,
selvagem, sem a interferência do homem;
é também o territó rio do medo, do
desconhecido, motivo pelo qual nenhum
caçado deve penetrar na floresta na mata sem deixar na estrada algumas oferendas, como
alho, fumo ou bebida. Medo que? Medo dos encantamentos das florestas, medo do poder de
Ogum, de Oxossí, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que nã o permitem a
pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talves
jamais encontrem o caminho de volta. Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por
causar terror em pessoas que entram na floresta que fuma cachimbo (figura bastante pró xima
ao Saci-pererê), possui o olho pequeno o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha
pequena e a outra grande ( ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o
pró prio Ossaim, que, segundo dizem, também possuem uma ú nica perna. Nã o se pode por isso
confundi Ossaim com o Saci-pererê, que é um personagem do folclore Brasileiro. Ossaim é
Orixá de grande fundamento, que possui uma so perna porque a á rvore, base de todas as
folhas possui um só tronco. De acordo com a hiató ria desse Orixá , há uma rivalidade entre
Ossaim e Orunmilá , que reflete, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegù n- mestre em
medicina natural que dominava o poder das folhas- e os Babalawó - sacerdotes versados no
profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo. Ossaim é um Orixá
originá rio da regiã o de Iraó , na Nigéria, muito pró xima com a fronteira com o antigo Daomé.
Nã o faz parte, como muitos pensam do panteã o Jeje assimilado pelos Nagô s, como Nanã ,
Omolú , Oxumaré e Ewá . Ossaim é um Deus originá rio da etinia Ioruba. Contudo, é evidente

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Pejigan Anderson de Bessen

que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Á gue é o seu nome, por isso Ossaim
dança bravun e Sato, a exemplo dos deuses do antigo Daomé. Uma fusã o latente refere-se ao
sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um Orixá do sexo masculino. Entre tanto,
como feiticeiros e estudiosos das plantas, nã o tiveram tempo de relacionamentos amorosos.
Sabe-se que foi parceiro de Iansã , mas o controvertido relacionamento com Oxossi, que
niguem pode afirmar se foi ou nã o amoroso, é o mais comentado. Na verdade, Ossaim e Oxossi
possui inú meras afinidades: ambos sã o Orixá s do mesmo espaço, da floresta, do mato, das
folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da terra.

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Qualidades de Orixás-Omolu
Akavan: tem ligaçã o com Oyá , veste estampado.
Azonsu ou Ajunsu: Tem fundamento com
Oxumaré, Oxum e Oxalá . Carrega lança e veste
branco.
Azoane: É jovem, veste vermelho, palha
vermelha tem caminhos com Iroko, Oxumaré,
Iemanja e Oyá . Arawe - Jagun: Tem
fundamento com Oyá e Oxalá .
Ajoji- Jagun: tem fundamento com Ogum e
Oxaguiam.
Avimanje: Tem fundamento com Nanã e
Ossain e Odé.
Ajoji-Segí/Jagun: Tem ligaçã o com Yemanjá e
Oxumare/ Nanã .
Afomam: Veste a estopa e carrega duas bolsas
de onde tira as doenças. Veste de amarelo e
preto. Todas as plantas trepadeiras
pertencem-lhe. Tem caminhos com Oxumaré,
Ogum de quem é companheiro, dança cavando
a terra com intoto para depositar os corpos
que lhe pertencem.
Agbagba Jagun: Tem fundamento com Oyá .
Itubé Jagum: É jovem e guereiro; leva na mã o
uma lança chamada okó ; Tem caminhos com
Ogunjá , oxaguiam, Ayrá , Exú e Oxalufan. Nã o
come feijã o preto e é o ú nico que come Igbin
(Caracol).
Ípòpò: Tem forte fundamento com Nanã , usa
Biokô .
Tetu/Etetu Jagun: É jovem e guerreiro. Come
com Ogum e Oyá . Veste de branco, usa biokô .
Agòrò: Veste branco, usa biokô com franjas de
palha.

Dizem que são 14 qualidades ou caminhos de


Obaluaiye/Omolu/Jagun/ Sakpata. Teremos
ainda Vários nomes, títulos e qualidades
parecidas: Ajágùnsí, Topodún, Janbèlé, Paru,
Polipojí, Akarejebé, Aruajé, Ahojé, Ahoye,
Olutapá, Sapatá, Ainon wari warún, etc.
Qualidades de Orixás- Oxumaré
Dan- Corresponde ao nome Jeje de Oxumaré e, no Alekétu, constitui uma qualidade deste
ú timo: é a cobra que participou da criaçã o. É uma qualidade benéfica, ligada à chuva, à
fertilidade e a abundancia: gosta de ovos e de azeite de dendê. Com tipo humano, é generoso e
até perdulá rio. Dangbé- É um Oxumaré mais velho que seria o pai de Dan; governa os
movimentos dos astros. Menos agitado que Dan possui grande intuiçã o e pode ser um divino
esperto. Becém- Dono do terreiro do Bogun, veste-se de branco e leva uma espada. Becém é

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Pejigan Anderson de Bessen

um nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo de Oxumaré, menos afetado e


menos superficial que Dan. Aido Wedo - Também e uma qualidade de Oxumaré conhecida no
Bogun. Azunodor- É o príncipe de branco que reside no Baobá , relacionado com os
antepassados; come frutas e “leva tudo de Dois”. Frekuen- É o lado feminino dew Oxumaré,
representado pela serpente mais
venenosa. O lado masculino de
Oxumaré é geralmente representado
pelo o arco-iris. O Orixá possui ainda
vá rios outros nomes na Á frica como no
Brasil, que como acontesse com tosos os
outros Orixá s, se referem a cidades,
lendas ou cultos específicos de uma
determinada região, e com isso ganha
suas particularidades e costumes;
alguns desses outros nomes: Akemin,
Botibinan, Besserin, Bafun, Makor,
Arrolo, Danbale, Foken, Darrame,
Araka, Averecy, Akoledura e Bakilá. É
muitas vezes discutida também a sua
natureza andrógina, ou se quisermos, a
sua dupla natureza masculina ou
feminina.
Qualidades de Orixás-Xangô
Alufan: É idêntico a um Airá .
Confundido com Oxalufan. Veste
branco e suas ferramentas sã o
prateadas. Alafim: É o dono do
palá cio real, governa-te de Oyó .
Ligado a Oxaguiam. Afonjá: É o dono do talismã má gico dado por Oyá a mando de Obatalá ;
come com Yemanjá sua mã e. Patrono de um dos terreiros mais tradicionais da Bahia, o Axé
Opô Afonjá , é o Xangô da casa real de Oyó . Aganju: Veste marrom, Xangô guerreiro, feiticeiro,
estreita ligaçã o com Yemanjá e os Ogbonis.
Agodo: aquele que usa dois Oxês. Veste marrom, ligado a Yemanjá .
Baru: Veste-se de marrom/preto. Ligaçã o com Yemanjá em tapá é Exú , o ú nico que nã o pode
comer Amalá .
Obain: Veste-se marrom e ligado a Oyá .
Oranfé: É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade de Ifé. Obalube: É o grande rei,
ligado a Oba, Oxum e Oyá .
Os airás são mais velhos, fazem parte da familha da dinastia Ifé/ Oió, suas contas são
brancas rajadas de vermelho ou marrom.
Airá Intilè- Veste branco/azul claro, aquele que carrega lufan nas costas.
Airá Igbonam: É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de
junho de cada ano, acontece afogueira de airá , rito em que ibonã dança sempre acompanhado
de inhançã , dançando e cantando sobre as brasas escaldantes da fogueira.
Airá Modé: É o eterno companheiro de Oxaguiã , só veste branco e nã o come dendê, sua conta
leva segui. Airá Adjaosí: Velho guerreiro veste branco, ligado a Yemanjá . Poderemos encontrar
vá rios nomes/ títulos ainda para o mesmo Xangô : Oloroké; Jakutá ; Dadá ; Ajaká ; Oeonian;
Orugã ; Bayanì seria sua irmã e um quinto Airá chamado Detá ,

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Qualidade de Orixás-Oyá
Oyá Petu- Ligada a Xangô e até confunde-se com ele, Oyá dos raios.
Oyá Onira- Rainha da Cidade de Ira, a doce guerreira ligada as á guas de Oxum, veste rosa. Oyá
Bagan-Oyá com fundamento com Oxossí,
Ossaim, guerreira dos ventos das matas.
Oyá Senó ou Sinsirá- Oyá raríssima, ligada
a Yemanjá e Airá .
Oyá Topé- mora no tempo ligado a Oxum e
Exú (alguns axés têm como igbalé) Oyá
Ijibé ou Ijibí- Veste branca ligada a Oxalá
ao vento frio.
Oyá Kará- Veste a cor vermelha, ligada a
Xangô , ao fogo, aquela que carrega o ajerê
fervendo na cabeça.
Oyá leié- O vento e dos pá ssaros, veste
estampado, ligada a ewá .
Oyá Biniká- A senhora do vento quente,
ligada a Oxumaré e Omolu. Oyás de culto
Igbalé:
Oyá Egunita-Igbalé, aqui vive com os
mortos/eguns/veste branco e mariwo,
ligada a Oxalá , Nanã , e ao vento do
banbuzal.
Oyá Funan- Igbalé, a que encaminha os
mortos/eguns/veste branco e mariwo,
ligada a Oxalá , Nanã e ao cenntro do
banbuzal. Oyá
Padá-Igabalé, a que ilumina ocaminho aos
mortos/eguns/veste branco, mariwo ligada
a Oxalá , Nanã ao Banbuzal.
Oyá Tanan-Igbalé a quela que recebe no
portal os mortos/egun/veste branco e
mariwo, ligada a Oxalá , Nanã ao Banbuzal
teremos ainda vários outros nomes, títulos e qualidades diversas, entre elas: Oyá Lodé,
Tonin`bé, Fakarebó, Adagambara, filiabá, Iyá Popo, Iyá Kodun, Abomì, etc.

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Qualidades de Orixás-Obà
Obà Gideo.
Obà Rewa. Em qualquer das suas
qualidades é uma guerreira destemida,
mas recentida. Veste-se de vermelho,
branco e dourado. Carrega espada e
escudo. Gosta de Acarajé, Aberém, feijão
fradinho, cabras, galinhas e coquéns.
Recebe culto ás quarta feiras e os seus
filhos são em pequeno número.

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Qualidades de Orixás-Ewà
Weá Gebeuyin: A primeira a surgir no mundo. Veste vermelho maravilha e amarelo claro.
Come com Omolu. Oyá e Oxum. Nas
tempestades ela pode se transformar
numa serpente azulada.
Ewá gyran: É a deusa dos raios do sol.
Controla os raios solares para que eles
nã o destruam a terra. É a formaçã o do
arco- Iris duplo que aparece em torno do
sol. Metade é Ewá e a outra é Bessem.
Platina, rubi Ouro e bronze vã o em seu
assentamento. Come com
Omolu, Oxum e Oxossí.
Ewá Awò: A senhora dos mistérios do
jogo de Bú zios. Divindade pouco cultuada
no Brasil tem enredo com
Oyá , Oxossí e Ossaim.
Ewá Bamio: A senhora das pedras
preciosas, ligada a Ossaim.
Ewá Fagemy: A senhora dos rios
encantados, ela é
quem tem o poder de fazer surgir o arco-
iris
ne tem por obrigaçã o sustentalo no céu.
Ligada a
Aira, Oxum e Oxalá .
Ewá Salamim: A senhora guerreira,
jovem, habitante
das florestas, muito feminina e charmosa,
ligada a
Odé e Yemanjá .

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Qualidades de Orixás-Oxum
Divindade calma, veste-se sempre de cores claras, de preferência amarelas que é a sua
cor consagrada; porém, dependendo da
qualidade, òsun guerreira pode vestir-se
de cor de rosa, òsun velha de branco e
azul claro; òsun Ijimu, por exemplo, usa
uma saia azul claro, òja e adé cor de
rosa. Òsun leva na mão direita seu leque
ritual, o abèbé de latão ou qualquer outro
metal dourado, com uma sereia, um peixe
ou até mesmo uma pequena pomba no
centro.
O número de òsun sendo de zesseis, o
colar terá dezesseis fios, dezesseis
firmas (ou duas, ou quatro) que podem
ser de divindades com as quais ela tem
afinidade, ou com as quais sua filha
estiver relacionada: Òsòsi, Sàngó,
Yémánjá, por exemplo. Òsun dança os
ritmos ijesa, com passos miúdos,
segurando graciosamente a saia.
O toque Ijèsà é ritmado como o balanço
das águas tranquilas, e muito apreciado
pelos fiéis. Quando estão Presentes
Òsòsi e Logun Edé acompanham òsun.
Ògún também dança com òsun os ritmos Ijèsà, assim como òsányín. No terreiro jeje do
Bogun, òsun (ÍYÁLODE) dança o bravum como Naná. Ela se banha no rio, penteia seus
cabelos, põe suas jóias, anéis e pulseiras. No dia do deká de uma filha de Yasan (Oya
Bale) daquela casa, òsun manifestou-se para disputar Sàngó, empurrando-a e dançando,
provocante, diante do deus do trovão.
Dizem que há dezesseis òsun; obtive dados sobre as seguintes:
- ÒSUN ABALÔ é uma velha Òsun, de culto antigo, considerada Iyá Ominibú, tem ligação
com Oyá, Ogun e Oxóssi, veste-se de cores claras, usa abebé e alfange.
- ÒSUN IJÍMU ou Ijimú é outro tipo de Òsun velha. Veste-se de azul claro ou cor de rosa.
Leva abèbé e alfange, tem ligação com as Iyamís, é responsável por todos os Otás dos
rios.
- ÒSUN ABOTÔ também uma velha oxum de culto antigo, ligada as Iyamís, feiticeira,
carrega abebe e alfange, tem ligação
com Nanã, Oyá de culto Igbalé.
- ÒSUN OPARÁ ou Apará seria a mais jovem das Òsun, e um tipo guerreira que
acompanha Ògún, vivendo com ele pelas estradas; dança com ele quando se manifestam
juntos numa festa; leva uma espada na mão e pode vestir-se de cor de marrom
avermelhado, a Senhora da Espada.
- ÒSUN AJAGURA ou Ajajira, outra òsun guerreira que leva espada, jovem, tem ligação
com Yemanjá e Xangô
- YEYE OKE Oxun jovem guerreira, muito ligada
a Oxóssi, carrega ofa e erukere
- YEYE ÌPONDÁ é também uma òsun Guerreira ligada a Ibuálàmò. Yeye Pondá é rainha
da cidade que leva seu nome Ìponda, leva uma espada e veste-se de amarelo ouro e

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Pejigan Anderson de Bessen

branco quando acompanha Oxaguiã.


- YEYE OGA são uma òsun velha e muito
guereira, carrega abebe e alfange
- YEYE KARÉ é um osun jovem e guereira, ligada a
Odé Karè, Logun edé.
- YEYE IPETU é uma Oxum de culto muito antigo, no interior
da floresta, na nascente dos rios, ligada a Ossaiyn.
- YEYE AYAALÁ- é talvez a mais ancestral dentre todas, veste-se de branco, ligada a
Orunmilá e as iyamis, considerada a avó.
-YEYE OTIN- Oxum com estreita ligação com Ínlè, ligada a
caça e usa ofá e abebé.
-YEYE IBERÍ ou merimerin- Oxum nova, concentra a vaidade e toda beleza e elegância
de uma oxum, dizem que era Oxum de
mãe menininha do Gantois.
-YEYE MOUWÒ- oxum ligada a Olokun e Yemanjá, grande poder das iyamís, veste-se de
cores claras e usa abebé e ofange.
-YEYE POPOLOKUN- oxum de culto raro, ligado aos lagos e lagoas,
-YEYE OLÓKÒ- Oxum guerreira , vive na floresta nos grandes poços de água, padroeira
do pôço.

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Qualidades de Orixás-Logun

Edè Apanan - Todos comem com ÈSÙ e ÒSÓÒSÌ. Seus


fundamentos estão em sua mãe de criação ONIRA, sem
ela LOGUN não caminha. Edè Lokó - Tem fundamento
com ÈSÙ.
Edè Ibain - É de outro caçador homenageado e cultuado
como Logun, esse caçador inclusive é o verdadeiro
proprietário dos chifres tão importantes no culto.
Logun Edé (ló gunèdè) é o orixá da riqueza e da
fartura, filho de Oxum e Oxó ssi, deus da guerra e da
á gua. É , sem dú vida, um dos mais bonitos orixá s do
Candomblé, já que a beleza é uma das principais
características dos seus pais. Caçador habilidoso e
príncipe soberbo, Logun Edé reú ne os domínios de
Oxó ssi e Oxum e quase tudo que se sabe a seu
respeito gira em torno de sua paternidade.
Apesar de sua histó ria, é preciso esclarecer que
Logun Edé nã o muda de sexo a cada seis meses, ele é
um orixá do sexo masculino. Sua dualidade se dá em
nível comportamental, já que em determinadas
ocasiõ es pode ser doce e benevolente como Oxum e
em outras, sério e solitá rio como Oxó ssi. Logun Edé é
um orixá de contradiçõ es; nele os opostos se
alternam, é o deus da surpresa e do inesperado. Na
Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilesa e é
uma das mais ricas e pró speras da Á frica, mas o seu
culto na regiã o está em via de extinçã o. Na Á frica
negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ó lò lú n
Ode – o guerreiro caçador – o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de
Oxó ssi. E se observarmos a cantiga de Oxó ssi, veremos que expressã o Omo ode, ou seja, filho
do caçador é constante, podendo inferir certa ló gica nas histó rias contadas pelos africanos.

Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé sã o, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxó ssi que se
consideram os pais de Logun Edé.
A histó ria revela que Oxó ssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e pediu a
ela posse do menino:
- Oxum, por amor a você, quer que Logun Edé fique comigo, vou ensiná -lo a caçar. Comigo ele
aprenderá os segredos da floresta.
Mas Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxó ssi ele nã o
poderia separar-se de seu filho entã o declarou:
- Logun Edé viverá seis meses com sua mã e e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da
caça. Ele será Oxó ssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: uma princesa
na floresta e um caçador sobre as ondas!

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Pejigan Anderson de Bessen

Características dos filhos de Logun Edé


Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade,
gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme, elegâ ncia. Tem também características em
comum com Oxó ssi, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objectividade e segurança.
No entanto, há características de Logun Edé que nã o pertencem nem a Oxum nem a Oxó ssi. Na
verdade, ele reú ne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial. A superficialidade é a
marca dos filhos de Logun Edé, porque eles, ao contrá rio dos filhos de Oxó ssi e de Oxum nã o
têm certeza do que sã o nem do que querem. As qualidades de Oxum e de Oxó ssi amenizam-se
em Logun Edé, mas em compensaçã o, os defeitos sã o exagerados. Dessa forma, os filhos de
Logun Edé sã o extremamente soberbos arrogantes e prepotentes.
Mas algo nã o se pode negar: os filhos de Logun Edé sã o bonitos e possui olho-de-gato, algo que
atrai e repele ao mesmo tempo. Sã o do tipo ‘bonitinho, mas ordiná rio’. Sã o mandõ es, os donos
da verdade, os mais belos, cujo ego nã o cabe em si. Melhor nã o lhes fazer elogios em sua
presença, a nã o ser que queira ver sua imensa cauda de pavã o abrindo-se em leque. Quando
têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-
se pessoas muito agradáveis.

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Qualidades de Orixás-Yemanjá
Yemanja Asagba ou Sobá: Ligada a Airá , Lufã e Orunmilá , fia algodã o, usa corrente de prata
no tornozelo, carrega abebé e sua energia é a espuma branca do mar, veste branco com prata.
Yemanjá Akurá: Vive nas espumas do mar e
coberta de algas marinhas. Muito rica e
pouco vaidosa. Adora carneiro, ligada a Nanã
veste branco aperolado.
Yemanjá Atarammogba: Vive naespuma da
ressaca da maré, guerreira ligada a Xangô ,
veste branco e nuances de cores claras.
Yemanjá Iyaoyó ou Awoyó:
É uma das mais velhas, possui ligaçã o com
Oxalá , Oxumaré e Xangô , e veste branco e
cristal, responsável pelas marés.
Yemanjá Maleleo ou Maylewo: Esta
Yemanjá vive nos grandes lagos, tímida, nã o
se pode tocar no rosto do Iyawò , veste verde
claro. Yemanjá Iyágunté: Mã e do rio ó gun,
esta yemanjá guerreira usa espada e tem
ligaçã o com Ogum e Oxaguian, carrega abebé,
veste azul claro. Yemanjá Sessu, Iyá sessu:
Voluntariosa e respeitável ligada a Babá
Olokun, vive na á guas agitadas da costa come
inhame, suas contas sã o verde translucido,
veste verde e branco.
Teremos ainda outras Yemanjás com
nomes, títulos ecultos extintos:
Yemanjá Olossá ou Oloxá: Ligada a oxum e
Nanã . Veste verde claro e suas contas sã o
branco cristal. É a Yemanjá mais velha da
terra de Egbado, nã o há iniciados no Brasil.
Yemanjá Iya Massê : Que é a mã e de Xangô .
Yemanjá Iyakú, Iya Ewá, Iya Tapá, Iya
Tonà, etc.

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Pejigan Anderson de Bessen

Qualidades de Orixás-Nanã
Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que trá s Oxumaré, Oxossí Olodé,
Oyá e Yemanjá . Nanã Adjàosi: É a
guerreira agressiva que veio de Ifé, à s
vezes confundida com Obà , Mora nas
á guas doces e veste-se de azul. Nanã
Ajapá ou Dejapá: É a guardiã que
mata, vive no fundo dos pâ ntanos, é um
Orixá bastante temido, ligado a lama, a
morte, e aterra. Veio de Ajapá . Esta
ligada aos mistérios da morte e do
renascimento. Destaca-se como
enfermeira; cuida dos
velhos e dos doentes, toma conta dos
moribundos.
Nela predomina a razã o.
Nanã Asainan ou Asenà n:
Provisoriamente sem dados inerentes a
este caminho do Orixá Nanã .
Nanã Buruku ou Búkùú: Também é
chamada
Olú Waiye (senhora da terra), ou Oló
wo (senhora do dinheiro) ou ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à á gua doce
dos pâ ntanos, usa um ibiri azul.
Nanã Iyabahin ou Lànbaiyn: Provisoriamente
sem dados inerentes a este Orixá Nanã .
Nanã Obaia oi Obáiyá: É ligada a á gua e a lama. Mora nos pâ ntanos; usa contas cristal veste
lilá s e veio do Baribae. Nanã Omilaré: É
a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Oxalá . Associada aos pâ ntanos profundos
e ao fogo. É dona do universo, a verdadeira mã e do Omolu Intoto. Veste musgo e cristal.
Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de bú zios. Nanã Ybain:
É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha, é a
principal, come direto na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá -la, a Ekedji tem
que ir batendo com seus otá s para fazê-la pegar suas filhas.
Nanã Oporá: Veio de Ketu, coberta de Osù n vermelho, É a mã e de Obaluaiyê, ligada a terra,
temida, agreciva e irascível. Nanã Xala: Muito ligada a Oxalá e ao branco.
Teremos ainda outros nomes, títulos ou qualidades; Inselè, Sùsùré, Elegbé, Biodún, Ikúrè,
Asaiyó, etc.

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Pejigan Anderson de Bessen

Qualidades de Orixás-Oxalá
Osolifon, Orixá Olúfon: Velho e sá bio, cujo templo é em Ifó n, pouco distante de Oxogbô . Seu
culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, um nú cleo de
sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aá jè, A ` swa, Olú win, Gbò gbò , Alá ta, e Ajíbó dù ) Ligados ao culto de
Orixá s Olú fó n e uns vinte oló yè, os dignitá rios portadores de títulos, que fazem parte da corte
do rei local, Obà Olú fò n. Conhecemos
alguns Orixá s funfun que segundo
verger seria 154, dos quais citamos
alguns; Babá Ifurú;
Babá Okim;
Baba Akanjáprikú;
Babá R´Oko;
Babá Efejó;
Babá Ajalá;
Babá Ajagemo;
Babá Olokun.

Osogiyan ou Oxaguian (Orixá


Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro,
cujo templo principal se encontra em
Ejigbô . Ganhou o título de Eleejigbô
rei de Ejigbô , Babá Ejigbô , uma de
suas características e o gosto pelo
inhame pilado chamado Iyá n, que lhe
valeu o apelido de Oisa-je-Iyá n ou
Orisá jiyan, Oxaguian no Brasil.
Conhecemos alguns Orixá s
guerreiros funfun Elemoxó s, sã o eles;
Baba Ajaguna; Babalejubé; Baba
Apejá; Baba Epê; Babá Akire; Babá
Dankó; Babá Dugbé; Babá Olòjó.
Encontramos títulos, nomes e
qualidade diversas de Oxalá: Babá
Aláse; Onìkí; Arowú; Jayé, Ròwu Olóba;
Olúofin, Oko; É guin; Obanijitá; Oluorogbô; Ibô, etc. Willian Bascom observa que o ritual da
adoraçã o de todos esses Orixá s funfun é tã o semelhante que, em alguns casos, é didicil saber-
se, setrata de divindades dintintas ou simplismente de nomes e manifestaçõ es diferentes de
Orisanla. Oxalá compõ e com qualquer outro Orixá , por serem universal e singular apaziguara
energias trazendo tranquilidade a qualquer um, em qualquer situaçã o, na vida e na morte.

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Pejigan Anderson de Bessen

Orixás

Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba. Olorun também


chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà
em yoruba). A centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um
pequeno número que é invocado em cerimônias:

Exu, Orixá guardiã o dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas,
mensageiro divino dos orá culos.
Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.

Oxó ssi, Orixá da caça e da fartura.

Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca

Xangô , Orixá do fogo e trovã o, protetor da justiça.

Ayrà , Usa branco, tem profundas ligaçõ es com Oxalá e com Xangô .

Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas


e pragas, Orixá da Cura.

Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.

Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.

Oyá ou Iansã , Orixá feminino dos ventos, relâ mpagos, tempestades, e do Rio Niger

Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de bú zios, e do amor.

Iemanjá , Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mã e de muitos Orixá s.

Nanã Orixá feminino dos pâ ntanos, e da morte, mã e de Obaluaiê.

ewá , Orixá feminino do Rio ewa.

Obá , Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô

Axabó , Orixá feminino da


família de Xangô

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Pejigan Anderson de Bessen

Ibeji, Orixá s gêmeos

Irô co, Orixá da á rvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).

Egungun, Ancestral cultuado apó s a morte em Casas separadas dos Orixá s.

Iyami-Ajé, é a sacralizaçã o da figura materna, a grande mã e feiticeira.

Onilé, Orixá do culto de Egungun

Oxalá , Orixá do Branco, da Paz, da Fé.

Orixá Nlá ou Obatalá , o mais respeitado, o pai de quase todos os orixá s, criador do mundo e
dos corpos humanos.

Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhaçã o e do destino.

Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.

Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua

Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká

Olokun, Orixá divindade do mar

Olossá , Orixá dos lagos e lagoas

Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sá bio

Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro

Orixá Oko, Orixá da agricultura

Na Á frica cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro.
Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şà ngó em Oyó , Yemoja na regiã o
de Egbá , Iyewa em Egbado, Ò gú n em Ekiti e Ondo, Ò şun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode,
Erinlé em Ilobu, Ló gunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşà á là -Obà tá lá em Ifé, subdivididos

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Pejigan Anderson de Bessen

em Oşà lú fon em Ifon e Ò şá giyan em Ejigbo No Brasil, em cada templo religioso sã o


cultuados todos os Orixá s, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado
para cada Orixá , nas casas menores sã o cultuados em um ú nico quarto de santo (termo
usado para designar o quarto onde sã o cultuados os Orixá s).

Hierarquia

As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto, em yoruba Olóyès,


Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são: O cargo de autoridade máxima dentro de
uma casa de candomblé é o de Iyálorixá (mãe de santo) ou Babalorixá (pai de santo).
São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após
muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função. Quando a pessoa
escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá
que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o
conhecimento necessário.

Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.

Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.

Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.

Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais.

Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira supervisiona e ajuda na iniciação

Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação


(significado: egbon mi, “meu irmão mais velho”).

Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas de santo

Iaô: filha de santo que já entra em transe.

Abiã ou abian: novato.

Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe).

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Pejigan Anderson de Bessen

Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe).

Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe).

Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe). Na Casa Branca do


Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá"
e na Angola, é chamada de "makota de angúzo". "Ekedi" é nome de origem
Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do
Brasil.

Ser Ogan é ser... Humilde, respeitador respeitado, para assim pelo o Orixá ser
abençoado, por pais e filhos amado e amigos considerado.
Ser Ogan é compreender, entender e aconselhar, com amor cantar e tocar. Ser Ogan é
ser do bem não inveja ninguém, nem criticar se é certo ou errado. Ser Ogan é fazer de
seu aprendizado uma forma boa de ser reconhecido e considerado.

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