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OYA MESAN ORUN

África
Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, país que faz
parte da Iorubalândia, atualmente chamado de rio Níger.

No entanto, não se trata de uma divindade das águas, mas da Senhora dos ventos, raios e
tempestades, dona dos bambus, sendo suas oferendas feitas em bambuzais. Seu elemento
é o fogo, seu metal é o cobre. Também chamada de Oya-Yánsàn.

O seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por saber lidar com os eguns, é ela que
os encaminha, manifesta-se nos rituais de Àsèsè ou Axexê em português.
Foi esposa de Ogum, porém fugiu com Xangô, seu amante.
Oyá é aquela que divide com Xangô o axé de soltar fogo pela boca e o acompanha nas
batalhas, tendo alcançado ao seu lado grandes vitórias.
Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.

Brasil
Oyá é um Orixá feminino africano, cultuado no candomblé e nas religiões afro-brasileiras, sua
saudação é Iyá Mesan Orun mãe dos nove oruns (espaços do céu) e Èpa heyi!. Identificada
no jogo do merindilogun pelos odu odi, ossá e owarin e representado materialmente e
imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado Igba oya.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará
solicitando auxílio nas mais diversas questões, principalmente as ligadas à justiça, por sua
proximidade com Xangô e proteção, em especial contra os eguns.
No candomblé sua cor é o vermelho, leva chifres de búfalo na cintura e utiliza o irukerê (é
um símbolo de nobreza, muito usado na África para espantar moscas), instrumento ritual
feito de rabo de boi ou cavalo com o qual direciona os eguns, os espíritos dos mortos. Por
sua atuação junto aos eguns está intimamente ligada aos mistérios da morte (Iku) e aos
orixás nanã, Omolu e Obaluayê. Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma
divindade da Mitologia Yoruba associada aos ventos e tempestades, fazendo parceria com
Xangô, o senhor dos trovões.
Yansan, Iansã ou Inhansã outro nome pela qual é conhecida e cultuada principalmente por
sua ligação com a morte, pois compete somente a Inhansã o poder de conduzir os eguns
(espíritos dos mortos), para longe ou perto dos seres vivos. Iansã é associada a
sensualidade. Orixá dos ventos e das tempestades, foi esposa de Ogum, o qual deixou por
amor a Xangô; dos Orixás femininos é a mais guerreira e imponente. Iansã aprendeu com
Ogum a usar as armas e teve suas primeiras experiencias em batalhas com Ogum.
Em sua dança faz menção aos movimentos rápidos e repentinos dos ventos, usando um
irukerê (cetro pequeno feito de cauda de boi ou cavalo) para espantar maus espíritos.
Qualidade de Oya
* Oya igbale
* 1 Oyà Gbale Funán
* 2 Oyà Gbale Fure
* 3 Oyà Gbale Guere
* 4 Oyà Gbale Toningbe
* 5 Oyà Gbale Fakarebo
* 6 Oyà Gbale De
* 7 Oyà Gbale Min
* 8 Oyà Gbale Lario
* 9 Oyà Gbale Adagangbará
* Oya Kala
* Oya Akolasun
* Oya Basun
* Oya Pada
* Oya Funan
* Oya Sonan
* Oya Jebe
* Oya Tanan
* Oya Nita
* Oya Oníra
* Oyà Biniká
* Oyà Seno
* Oyà Abomi
* Oyà Gunán
* Oyà Bagán
* Oyà Kodun
* Oya Maganbelle
* Oyà Bagbure
* Oyà Tope
* Oyà Sayò

Símbolos
* Saudação: Eparrei Oia!
* Dia: Quarta-feira.
* Cores: Marrom, vermelho, rosa e branco.
* Símbolos: irukerê, espada de cobre.
* Proibições: Abóbora, arraia e carneiro.

Sete folhas mais usadas para Oya


* Ewê inãn
* Botujé
* Ewê diji
* Okpá orô
* Ewê mensã
* Tanaposó
* Akoko

Arquétipo
Segundo a mitologia, os filhos de Iansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não
escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa a Oiá é a agressão, de qualquer
espécie, aos seus filhos. O agressor terá um adversário até à morte.
Os filhos de Iansã são pessoas propensas a dar grandes guinadas em suas próprias vidas,
a qualquer momento, sem se importarem com ninguém. Não gostam de se prender a
ninguém pois são livres como o vento.
Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã próximo de si (como madrinha por exemplo ou
“mãe”) aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem
muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham,
trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente essas
mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

Lenda
Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até
que chegou Omolú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.
Inhansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha
cobrindo o rosto (e que deixava Inhansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar.
Inhansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de
Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.
O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente
era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando
a Iansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E Inhansã tornou-se
assim mais poderosa e adorada.

Saudações
Oya o, Oya alágbara Oh, Oya, a poderosa.
Oya a dan bina láàrin òrù, aláse biribiri Oya que brilha como fogo durante a madrugada e
que possui intensa força
Oya o, Oya aláse Oh, Oya, que possui o axé.
Oya, olòre mi à jí ki, Oya, a minha benfeitora a ser louvada pela manhã.
A towo efòn gbe. Oya, que tem a força para carregar o chifre do búfalo.
Oya o, Oya aláse Oya, oh, Oya, aquela que possui axé.
Oya, tó gesin Ogún w’òlú Oya, que entrou na cidade montada num cavalo de guerra.
Oya alágbara, Oya, a poderosa.
Oya, à rèmo rè lékùn owó, Oya, que tranquiliza os filhos, dando-lhes dinheiro.
Oya, à rèmo rè lékùn àláfíà Oya, que tranquiliza os filhos dando-lhes àláfíà.
Oya o, Oya aláse, Oya Oh Oya, que possui o axé, Oya.
Oya alágbara inú aféfé. Oya, a poderosa que vive no vento.
Oya o Oh, Oya.
Oya alágbara obìnrín Ogun, Oya, a mulher guerreira e poderosa, esposa de Ogun
Egun dúdú orí odò Oya, orixá poderoso, sentada no pilão.
Oya a bá ní sòrò má tan ní je Oya, que fala conosco sem nos enganar.
Oya o, Oya aláse Oya, oh, Oya, aquela que possui o axé.
Oya a birun lórí bí adé e, Oya, cuja trança é bonita como uma coroa.
Oya o Oh, Oya.
Oya aláse, Oya Oya, que possui o axé, Oya.
Oya to wo èwù ilikè. Oya, que veste roupa feita de contas preciosas.
Oya o Oh, Oya.
Oya aláse, Oya Oya, aquela que possui o axé, Oya.
(A Mitologia dos Orixás Africanos, Síkírù Sàlámì – King

Cultura afro-brasileira
Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de
Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de
Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa,
procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé, além das festas nos terreiros, o
caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
Segundo a liturgia católica, Santa Bárbara era uma adolescente de 15 anos muito bela e
cheia de personalidade. Quando viajava, seu pai a trancava na torre para que ela não
arranjasse pretendentes, pois queria ganhar um belo dote casando-a com um homem rico.
No candomblé, ela é Iansã, divindade dos ventos, raios e tempestades. Segundo as lendas
yorubanas, Iansã foi mulher de Ogum. Ela o abandonou para viver com Xangô, divindade
dos trovões e da justiça.
O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e
baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa
Bárbara em Salvador.

Em 4 de dezembro de 2008, os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco


horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos
Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu
as ruas do Centro Histórico de Salvador. O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros,
cuja corporação tem a santa como padroeira. A imagem da santa entrou na sede dos
bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu
em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.

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