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OXALÁ-01

ORIXA FUNFUN

ORIXA FUNFUN
Oxalá Ajagemo: Para o qual durante a sua festa anual em Edé, dança-se e
representa-se com mímicas, um combate entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencedor.
Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo e mudo a quem o
negligencia.
Oxalá Alase ou Olúorogbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.
Oxalá Etéko: Caminha com Oxaguiã, é inquieto. Vive nas matas e come todo
o tipo de carne branca.
Oxalá Eteto Obá Dugbe: Outro guerreiro, ligado a Orixalá.
Oxalá Lejugbe: é muito confundido com
Oxalufan; por ser vagaroso e indeciso. Muito chegado a Ayrá. Come com Yemanjá e Oxalufan.
Come também
todo tipo de carne branca.
Oxalá Obatalá: É o mais velho dos orixás. O grande rei
branco; raiz de todos os outros Oxalás. Ele não é feito, faz-se Ayrá ou Oxum Opara. É o pai de
Oxalufan que por sua vez é o pai de Oxaguiã. Por ser muito grande
e poderoso, Obatalá não se
manifesta, sua palavra transforma-se imediatamente em realidade. Representa a massa, o ar, as
águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação dos novos seres, é o senhor dos
vivos e dos mortos.
Oxalá Okó: Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e a
fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época da
chegada dos escravos, não
deram muita importância a este orixá, considerando como orixá da agricultura, em seu lugar Ogum
e dos grãos Obaluaiyê. Quando se manifesta leva um cajado de madeira que revela sua relação
com as árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade.
É confundido com Oxalá, pois veste-se
de branco. Seu Opaxoró, no Brasil, é confeccionado em
madeira. Sendo um
Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.
Oxalá Olofon
Ajigúna Koari: Aquele que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan).
Oxalá Orinxalá,
Orixalá ou Obatalá: É casado com Yemanjá, suas imagens são colocadas lado a lado e cobertas
com traços e pontos desenhados com efum, no Ilésin, local de adoração, dizem que Yemanjá foi a
única mulher
de Orixalá um caso excepcional de monogamia entre orixás e eborás.
Oxalá Oxalufã
(Orixá Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô, a cerimónia de
saudações é de dezasseis em dezasseis dias. Orixá muito velho, de idade avançada, aleijado, lento,
movendo-se com muita dificuldade. Dança apoiado no opaxoró. Treme de frio e velhice. Detesta a
violência, disputas e brigas. Não come sal e nem dendê; odeia cores fortes, principalmente o
vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas; não suporta cavalos.

ORIXA FUNFUN

ORIXA FUNFUN
Oxalá Osoguiã ou Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo
templo principal se encontra em Ejigbô. Tomou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô uma de suas
características e o gosto pelo inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido de Orisa-Je-
Iyán ou Orisájiyan. A tradição exige que os habitantes de dois bairros Xolô e Oké Mapô lutem uns
contra os outros a golpes de varas. É o único que tem autorização de
enfeitar seus colares
brancos com pedras azuis, chamadas Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos, assim
como a fertilidade e o culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé, come com Ogunjá, Oxossi Inlé,
Airá, Exu, Oyá e Onira. Tem muito fundamento com Oyá pois, é o dono do Atori, fundamento que
lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Guian devem agradar muito a Oyá. Vem
pelos caminhos de Onira; tem ligação forte com Exu. Seus filhos devem evitar brigas e mentiras
e principalmente, não devem enganar a Ogum.
Oxalá Ogiyan Ewúlee Jiigbo: Senhor de Ejigbô
(conhecido pelo nome de Oxaguiã).

ORIXA FUNFUN

Na mitologia yoruba, Olorun é o deus supremo do povo yoruba, que criou as


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divindades ou semideus chamados Orixás, guardiões dos elementos da
natureza, para representar todos os seus domínios aqui no aye. (em yoruba Òrìsà; em espanhol
Oricha; em inglês Orisha). Também existem orixás intermediários entre os homens e o Deus
africano, mas não são considerados deuses, são considerados ancestrais divinizados após à
morte. Cultuados no Brasil, Cuba, República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e
Tobago, Estados Unidos, México e Venezuela.
Na mitologia há menção de 600 orixás primários,
divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do
Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole,
e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem
branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como
Obaluayê e Xangô).
Exu, orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e
das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
Ogum, orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
Oxóssi, orixá da caça e da fartura.
Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca
Xangô, orixá do
fogo e trovão, protetor da justiça.
Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com
Xangô.
Obaluaiyê, orixá das doenças epidérmicas e pragas, orixá da cura.
Oxumaré, orixá da
chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
Ossaim, orixá das Folhas sagradas, conhece o segredo
de todas elas.
Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do rio Níger
Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro, jogo de búzios, e protetora dos recém nascidos.
Iemanjá,
orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos orixás.
Nanã, orixá feminino dos
pântanos e da morte, mãe de Obaluaiê.
Yewá, orixá feminino do Rio Yewa, considerada a deusa
da beleza, da adivinhação e da fertilidade.
Obá, orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de
Xangô, é a deusa do amor.
Axabó, orixá feminino da família de Xangô
Ibeji, divindade protetor
dos gêmeos
Irôco, orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
Egungun, Ancestral
cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
Iyami-Ajé, é a sacralização da figura
materna, a grande mãe feiticeira.
Omulu, Orixá da morte.
Onilé, orixá do culto de Egungun
Onilê,
orixá que carrega um saco nas costas e se apóia num cajado.
Oxalá, orixá do Branco, da Paz, da
Fé.
OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos
corpos humanos.
Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, orixá da adivinhação
e do
destino, ligado ao Merindilogun.
Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de
Oranian e dos yoruba.
Oranian, orixá filho mais novo de Odudua
Baiani, orixá também chamado
Dadá Ajaká
Olokun, orixá divindade do mar
Olossá, Orixá dos lagos e lagoas
Oxalufon, Qualidade
de Oxalá velho e sábio
Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro
Orixá Oko, orixá da
agricultura
ÊPA ORIXALÁ

        É o primeiro orixá criado por Olorum (Deus Supremo). Ele também é conhecido pelos nomes de
Orixalá e Obatalá. A missão específica de Oxalá foi criar o mundo. Segundo as lendas, ele é o pai de
todos os Orixás. Portanto, está acima de todos na hierarquia divina.

         Pesquisadores associam Oxalá ao elemento ar. Isso se deve ao fato de ele representar o céu – o
princípio de tudo. Segundo a lenda, o céu, ao tocar o mar, teria criado os demais orixás que receberam
a incumbência de cuida de todos os seres do planeta. No entanto, outra fonte diz que Oxalá foi casado
com Yemanjá, e essa união deu origem aos orixás. Assim como outras crenças dizem que Oxalá teve
filhos orixás com Nana Buruku – Iroko, Oxumarê e Obaluaiê (Conhecido como Omulu). 

         Oxalá é representado pela cor branca, que também é associada a tudo o que se refere a
Umbanda. Para Oxalá, o branco significa a serenidade, a calma, o silêncio, indicando que ele não gosta
de violência, disputas ou barulho, assim como não gosta de cores fortes. Oxalá é homenageado por
todos os praticantes e cultuado como a figura do pai, demonstrando sabedoria a autoridade, mas
também é sensível e tem a capacidade de demonstrar sua força, poder e conhecimentos sem usar de
violência – através da argumentação.

         Conta à lenda que Oxalá viu – se em desavença com Exu – o senhor dos caminhos. O que
aconteceu foi que Oxalá recusou – se várias vezes a fazer as oferendas que Exu exigia. Então, Exu
vingou – se fazendo com que Oxalá sentisse uma sede anormal. Para matar a sede, Oxalá furou a
casca de uma palmeira com seu cajado (Opaxorô) e bebeu o líquido, uma espécie de vinho, embriagou
– se e dormiu.

         Odudua, seu irmão mais jovem e grande rival, roubou a sacola mágica e apresentou – se a
Olorum, que lhe deu a tarefa da criação. Conta a lenda que no caminho entre orum e o mundo, Odudua
encontra uma grande extensão de água, onde o camaleão jogou terra. Essa foi se acumulando até ficar
mais alta que a linha da água, formando ilhas, enfim, a Terra. Odudua teria se estabelecido então na
cidade de Ilé Ifé, com mais quinze Orixás.

CONHECENDO MAIS OXALA

Oxalá ou Obatala, o Orixá, o Rei da Roupa Branca ou, ainda, o Grande Orixá é o mais importante dos
deuses Yorubá. Foi orimeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus Supremo, que lhe conferiu o poder de
sugerir, Axé, e de realizar, Axé, razão pela qual é saudado com o título de Alabalaxé.
Oxalá tinha um caráter bastante obstinado e independente, o que lhe causaria inúmeros problemas. Foi
o encarregado, porOlodumaré, de criar o mundo e o Deus Supremo entregou-lhe, antes da partida, o
saco da criação. O poder que Oxalá havia recebido não o dispensava de respeitar certas regras e de se
submeter a diversas obrigações. Em razão do seu caráter altivo, ele recusou-se a fazer alguns
sacrifícios e oferendas a Exu, antes de iniciar sua viagem para ir criar o mundo. Oxalá se pôs a
caminho apoiado numa grande bengala de estanho, seu OpaOxorô ou Paxorô, o bastão para fazer as
cerimônias

No momento de ultrapassar a porta para sair do além, encontrou Exu que, entre as suas múltiplas
obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos, o que seria criado e o outro.
Exu, descontente com a recusa do grande Orixá emfazr\er as oferenda pedidas, vingou-se fazendo-
lhesentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso se não o de furar o
seu Paxarô a casca do tronco de um dendezeiro. Um l[iquido refrecante dele escorreu: era o vinho de
palma. Oxalá bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, não sabia mais onde estava e caiu
adormecido. Veio, então,Odudúa, criado por Olodumaré depois de Oxalá, e grande rival deste,. Vendo o
grande Orixá adormecido, roubou-lhe o saco \da criação, dirigiu-se a presença de Olodumaré para
mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá.Olodumaré exclamou: "Se ele
está neste estado, vá você,Odudúa! vá criar o mundo!" Odudúa saiu, assim, do Outro-Mundoe se
encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância marrom contida no saco
da criação. Era terra. Formou-se, antão, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Onde
ciscava, cobria as águas e a terra ia-se alargando cada vez mais. Isto em Yorubá se
diz ile nfé,expressãoque deu origem ao nome da cidade de Ilê/Ifé. Odudúaaí se estabeleceu, seguido
pelos outros Orixás e tornou-se o rei da Terra.

Quando Oxalá acordou não mais encontrou, ao seu lado, o saco da criação. Despeitado, voltou
a Olodumaré. Este, como castigo pela sua embriaguez, proibiu a o grande Orixá, de beber vinho de
palma e, mesmo, de usar azeite de dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar
no barro o corpo dos seres humanos aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida.
Por esta razão, Oxalá é também chamado de Olomanrere, o "proprietário da boa agila". Pôs-se a
modelar corpo dos homens mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma, e nos
dias em que se excedia, os homens saíam de suas mãos contrafeitos, deformados, capengas,
corcundas. Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se
tristemente pálidos, eram os albinos. Todas \as pessoas que entram nestas tristes categorias são-lhe
consagrados e tornam-se adoradores de Oxalá. Oxalá - Obatalá é casado com Yemowo. Suas estátuas
são colocadas lado a lado - cobertas com traços e pontos feitos com giz - no Ilessin, local de adoração
deste casal, no templo Idetá-ilé, no quarteirãoItapa, em Ifé.

Yemowo foi, segundo dizem, a única mulher de Oxalá. Um caso excepcional de monogamia entre os
Orixás e Eboras, muito inclinados, já o vimos anteriormente, a ter aventuras amorosas múltiplas e a
renovar facilmente seus votos matrimoniais. 

Oxalá é considerado, tanto no Brasil como na África, como sendo o maior dos Orixás. Seus adeptos
usam colares de contas brancas e vestem-se, igualmente, de branco. Sexta-feira é o dia da semana
que lhe é consagrado. É sincretizado com o Senhor do Bonfim, sem outra razão aparente se não a de
ter um enorme prestígio, na Bahia, e inspirar, fervorosa devoção aos habitantes de todas as categorias
sociais. Diz-se, na Bahia, que existem dezesseis Oxalás, sendo, porém, dois os mais
evocados:Oxalufan e Oxagiyan.

O primeiro, Oxalufan, ue foi o rei de Ifan, é um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com
dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo.
Ele apoia seus passos cabaleantes sobre um Paxorô, grande bastão de metal branco, encimado pela
imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Em contraste,Oxagiyan, que
foi rei de Ejigbo, é um guerreiro jovem e valente. Ele gostava, exageradamente, de inhame triturado no
pilão, prato denominado Yan, em Yorubá, o que lhe valeu o apelido de "o Orixá que come inhame
pilado", expressão equivalente, emYorubá, a Orixá je iyan, que daria origem ao nome Oxagiyan. Quando
as iaôs deste orixá dançam, elas brandem um pilão e um escudo numa das mãos e, na outra, uma
espada. Saúdam-se estes dois Oxalás gritando-se Epa Babá, "Viva o Pai"ou, então,Exé eee!, "Boa
Atividade".

Existe uma lenda, contada na Bahia, e ainda difundida na África sendo que, em Cuba, uma versão
muito próxima foi recolhida porLydia Cabrera - segundo a qual "Oxalufan rei de Ifan tinha decidido fazer
uma visita a Xangô, rei de Oyo, seu vizinho e amigo. Antes de partir, Oxalufan consultou
um Babalaô para saber se sua viagem se realizaria em boas condições . O Babalaôrespondeu que ele
seria vítima de um desastre, não devendo, portanto, realizar a viagem. Oxalufan, porém, tinha um
caráter obstinado e persistiu em seu projeto. O Babalaô lhe confirmou que a viagem seria muito
penosa, que teria de sofrer numerosos revezes e que, se não quisesse perder a vida, não devia nunca
recusar os serviços que, por acaso, lhe fossem pedidos, nem reclamar das conseqüências que disso
resultasse. Deveria, também, levar três roupas brancas para trocar.
Oxalufan se pôs a caminho e, como fosse velho, ia lentamente apoiado em seu cajado de estanho
Encontrou, logo depois, ExuElopo Pupa, "

Exu-dono-do-azeite-de-dendê", sentado à beira da estrada com um barril de azeite de dendê ao seu


lado. Após uma troca de saudações, Exu pediu a Oxalufan que o ajudasse a colocar o barril sobre a sua
cabeça. Oxalufan concordou e, durante a operação, Exu derramou de propósito, maliciosamente, o
conteúdo do barril sobre Oxalufan, pondo-se a zombar dele. Este não reclamou, seguindo as
recomendações do Babalaô. Lavou-se no rio próximo, pôs uma roupa nova e deixou a velha como
presente. Continuou a andar, com esforço, e foi vítima, ainda, por duas vezes, de tristes aventuras
com Exu-Eledu, "Exu-proprietário-do-carvão-de-madeira" e Exu Aladi, "Exu-proprietário-do-óleo-de-
amêndoa-de-palma".

Oxalufan, sem perder a paciência, lavou e trocou de roupa após cada uma das experiências. Chegou,
finalmente, à fronteira do reino de Oyo, e lá encontrou um cavalo que havia fugido, pertencente à
Xangô. No momento em que Oxalufan quis amansar o animal, dando-lhe espigas de milho, e tendo a
intenção de levá-lo ao seu Senhor, os servidores de Xangô, que estavam à procura do animal, chegaram
correndo. Pensando que o homem idoso fosse um ladrão, caíram sobre ele com golpes de cacete, e
jogaram-no na prisão. Sete anos de infelicidade se abateram no reino de Xangô. A seca comprometia a
colheita, as epidemias acabavam com os rebanhos, as mulheres ficavam estéreis.

Xangô, tendo consultado um Babalaô soube que toda esta desgraça provinha da injusta prisão de um
velho homem. Apósseguidas buscas e diversas perguntas, Oxalufan foi levado à sua presença e ele
reconheceu seu amigo Oxalá. Xangô, desesperado pelo que havia acontecido, pediu-lhe perdão e deu
ordem aos seus súditos para que fossem todos vestidos de branco e guardando silêncio em sinal de
respeito, buscar água três vezes seguidas a fim de lavar Oxalufan. Este, voltou em seguida à Ifan,
passando por Ejigbo para visitar seu filho Oxagiyan, que feliz por rever seu pai, organizou grandes
festas com distribuição de comidas a todos os habitantes do lugar".
Esta lenda é comemorada todos os anos, na Bahia, em certos terreiros, particularmente naqueles de
origem Ketu, provenientes dos candomblés da Barroquinha. O ciclo dessas festas se estende por
várias semanas.

Numa sexta-feira, dia da semana que no Brasil é consagrado a Oxalá, os Axés do deus são retirados do
seu Peji e levados em procissão até uma pequena cabana, feita de palmas trançadas e simbolizando a
viagem de Oxalufan, sua ida a prisão e seu cativeiro.
Na sexta-feira seguinte, ou seja, sete dias após, representando os sete anos de incarceração, tem lugar
a cerimônia da "Água de Oxalá", águas para lavar Oxalá. Todos os que participam da cerimônia chegam
de véspera, à noite. O maior silêncio é observado a partir da quinta-feira, ao findar do dia, estendendo-
se até a manhã do dia seguinte. Os participantes vão, antes da aurora, pegar a "Água de Oxalá", todos
vestidos de branco e com a cabeça coberta com um pano igualmente branco.

Formam um longo cortejo que vai em silêncio, procedidas por uma das mais antigas mulheres
dedicadas a Oxalá, que agita sem parar um pequeno sino de metal branco, chamado Adjá. Fazem três
viagens até a fonte sagrada. Nas duas primeiras. a água é derramada sobre os Axés de Oxalá. Esta
parte do ritual é realizada como lembrança das pessoas do reino de Oyó que foram, em silêncio de
vestidas de branco, buscar água paraOxalufan se lavar. Na terceira vez, que corresponde ao nascer do
dia, os vasos cheios d'água são arrumados em volta do Axé de Oxalá. A proibição de falar é sustada,
cânticos acompanhadospelo ritmos dos tambores são entoados, e transes de possessão de produzem
entre as filhas de Oxalá como testemunhos da satisfação do deus.
No domingo seguinte, tem lugar uma cerimônia, pouco importante mas, exatamente uma semana
depois, realiza-se uma procissão que leva os Axés de Oxalá ao seu Peji, simbolizando a volta
de Oxalufan ao seu reino.
O terceiro domingo, finalizando o ciclo das cerimônias, é chamado de "Pilão de Oxagiyan" e evoca as
preferências gastronômicas desse personagem. Distribuições de comidas são realizadas em seu
nome, a fim de festejar a volta do pai. Neste dia, uma procissão leva ao barracão pratos contendo
inhame pilado e milho cozido, sem sal e sem azeite de dendê, mas com limo da Costa. Pequenas
vara de Atorí, chamadas Ixans, são entregues aos Oxalás manifestados, às pessoas ligadas ao terreiro
e aos visitantes importantes. Uma roda se forma, onde as dançarinas se passam curvados diante dos
Orixás que lhes dão, na passagem, um ligeiro golpe de vara; por seu lado, os que foram assim tocados,
dão e recebem, golpes de vara de assistência.
Uma versão sincretizada da água de Oxalá é a lavagem do chão da basílica do Senhor do Bonfim que
acontece, todos os anos, na Bahia, na quinta-feira precedente ao domingo do Bonfim. Alguns piedosos
católicos tinham o hábito de lavar, zelosamente o chão da igreja. Um ato de devoção que não é
particular a este templo. No Bonfim, porém, tomou um caráter diferente. Os descendentes de Africano,
movidos por um sentimento de devoção, tanto ao Cristo como ao deus africano, fizeram uma
aproximação entre as duas lavagens: a dos Axés de Oxalá e aquela do solo da igreja que leva o nome
católico do mesmo Orixá. Os devotos aparecem em grande número a fim de participar da lavagem, na
quinta-feira do Bonfim.

Esta festa é, atualmente, uma das mais populares da Bahia. Neste dia, as baianas, vestidas de branco,
cor de Oxalá, vêm em cortejo à Igreja do Bonfim. Trazem à cabeça potes contendo água para lavar o
chão da Igreja e flores para enfeitar o altar. São acompanhadas por uma multidão, onde sempre
figuram as autoridades civis do Estado da Bahia e da Cidade de Salvador.

O arquétipo da personagem dos devotos de Oxalá é aquele das pessoas calmas e dignas de confiança;
das pessoas respeitáveis e reservadas, dotadas de força de vontade inquebrantável que nada pode
influenciar. Em nenhuma circunstância modificam seus planos e seus projetos, mesmo a despeito das
opiniões contrárias, racionais, que os alertam para possíveis conseqüências desagradáveis dos seus
atos. Tais pessoas no entanto, sabem aceitar, sem reclamar, os resultados amargos daí decorrentes.
O imenso respeito que o Grande Orixá inspira às pessoas do candomblé revela-se plenamente quando
chega ao momento da dança de Oxalufan. Com esta dança, fecha-se geralmente anoite, e os outros
Orixás presentes vêm cercá-lo esustentá-lo, levantando a bainha de sua de sua roupa para evitar que
ele a pise e venha a tropeçar. Oxalufan, e aqueles que os escoltam, seguem o ritmo da orquestra que
interrompem a cadência em intervalos regulares, levando-os a dançar alguns passos hesitantes,
entrecortados de paradas, no decorrer do quais o conjunto de Orixás abaixa o corpo, deixa cair os
braços e a cabeça, por um breve momento, como se estivessem cansados e sem forças. Não é raro
ver pessoas que, vindas como espectadoras, deixam-se tomar pelo ritmo, dançam e agitam-se em
seus lugares, acompanhando o desfalecer do corpo e a retomada dos movimentos, conjuntamente
com os Orixás, num afã de comunhão com o Grande Orixá, aquele que foi, em tempos remotos, o Rei
dos Igbos, longe, bem longe, em Iluayé, a Terra da África.

Osolufon, Orixá Olúfon, velho e sábio, cujo templo é


em Ifón, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece
ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, Um núcleo de sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, A
´swa, Olúwin, Gbògbó, Aláta, e Ajíbódù) ligados ao culto de Orixá Olúfón e uns vinte olóyè, os dignitários
portadores de títulos, que fazem parte da corte do rei local, Obà Olúfón. Conhecemos alguns Orixás funfun que
segundo Verger seriam 154, dos quais citamos alguns:

Babá Ifurú; Babá Okim; Babá Akanjáprikú; Babá R’Oko; Babá Efejó; Babá Ajalá; Babá Ajagemo; Babá Olokun.
Osogiyan ou Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se encontra em
Ejigbô. Ganhou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô, Babá Ejigbô, uma de suas características e o
gosto pelo
inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido de Oisa-Je-Iyán ou Orisájiyan, Oxaguian no Brasil.
Conhecemos alguns Orixás
guerreiros funfun Elemoxós, são eles: Babá Ajagúna; Babá Lejubé; Babá Apejá; Babá
Epê; Babá Akíre; Babá Dankó; Babá Dugbé;Babá Olójo

Encontraremos diversos nomes, títulos, qualidades diversas de Oxalá: Bábá Aláse, Arowú, Oníkì, Onírinjá, Jayé,
Ròwu, Olóba, Olúofin, Oko, Éguin, Obanijitá, Oluorogbô, Ibô,  etc.

Willian Bascom observa que o ritual da adoração de todos esses Orixás


funfun é tão semelhante que, e, alguns
casos, é difícil saber se, se trata de divindades distintas ou simplesmente de nomes e manifestações diferentes
de Orisanlá.

Oxalá compõe com qualquer outro Orixá, por ser universal e singular, apazigua energias trazendo
tranquilidade  a qualquer um em qualquer situação, na vida e na morte.

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