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 Ewá



 Dia: Sábado
 Data: 13 de dezembro
 Metal: Ouro, prata e cobre.
 Cor: Vermelho maravilha, coral e rosa
 Comida: Banana inteira feita em azeite de dendê com farofa do
mesmo azeite, feijão fradinho.
 Símbolo: Ejô ( cobra ) e espada, Ofá (lança ou arpão), cabaça com
cabo alongado enfeitado com palha da costa, palmeira de leque,
espingarda.
 Elementos: florestas, céu rosado, astros e estrelas, água de rios e
lagoas.
 Região da África: Mahi ou Egbado
 Pedras: rubí e quartzo rosa
 Folhas: Teteregun (cana do brejo), folha de Santa Luzia, Ojú Orô,
Osibatá
 Odú que rege: Obeogundá
 Domínios: beleza, vidência (sensibilidade, sexto sentido),
criatividade
 Saudação: Ri Ro Ewá

Orígem e História

Ewá é uma bela virgem que entregou seu corpo jovem a Xangô, marido de
Oya, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas
inalcançáveis, sob a proteção de Oxossi, e tornou-se guerreira valente e
caçadora abilidosa.

Conseguiu frustrar a vingança de Oyá, afastou de si a morte certa. É isso o


que mostra um de seus mais belos Orikís:

Era mais do que o medo...Era o medo...


Era a noite, na noite do medo...
Era o vento, era a chuva, era o céu, era o ar...
Era a vingança de Oyá...EpaHei!
Assustava o escuro da noite e assustava a luz azulada dos raios...
O silêncio se ouvia da noite nos pés medrosos
Que corriam sobre as poças de água na areia batida.
Até o silêncio fugia do rugido do trovão...
Era o medo, era mais do que o medo de Ewá
Correndo com os pés descalços sobre as poças de areia batida.
O mar lambia seus pés,
Querendo tragá-la por sua boca faminta de coisas vivas.
A noite engolia em sua goela escura e a vomitava no clarão dos raios...
A luz azulada dos raios brilhando no corpo nú e úmido de Ewá.....

As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado


conta com a sua proteção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos
onde não se pode nadar ou navegar. A própria Ewá acreditam alguns, só
rodaria na cabeça de mulheres vírgens (o que não se pode comprovar), pois
ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem dos lábios de mel.

Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá


lhe concedeu.

Na África, o rio Yewá é a morada dessa deusa, mas sua orígem gera
polêmicas. A quem diga que, a exemplo de Oxumaré, Nanã, Omulú e
Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi e foi assimilada pelos
Iorubás e inserida em seu panteão. Havia um Orixá feminino oriundo das
correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Orixá estava concentrada
em uma cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de
perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina.

Ewá seria a ressignificação de Dan ou uma de suas metades --A outra seria
Oxumaré. Existem, porém, os que defendem que Ewá já pertencia à
mitologia Nagô, sendo originária na cidde de Abeokutá. Estes, certamente,
por desconhecer o panteão Jeje --No qual o Vodun Eowa, da família
Danbirá, seria o correspondente da Ewá dos Nagô, --Confundem Ewá com
uma qualidade de Yemonjá. Erram porque Ewá é um Orixá independente,
mas sua orígem não se esclarece sequer entre os Jeje, pois em respeitados
templos de Voduns afirma-se que Eowa é Nagô.

Eowá foi uma cobra muito má e por isso foi mandada embora. Acabou
encontrando abrigo entre os Iorubás, que a transformaram em uma cobra
boa e bela, --A metade feminina de Oxumaré. Por esse motivo, Oxumaré e
Ewá, em qualquer ocasião, dançam juntos.
Ewá transforma-se na névoa

Euá era filha de Nanã, também filhos de Nanã eram Obaluaê, Oxumarê e
Ossaim, esses irmãos regiam o chão da Terra. A terra, o solo, o subsolo, era
tudo prosperidade de Nanã e sua família.

Nanã queria o melhor para seus filhos, queria que Euá casasse com alguém
que a amparasse. Nanã pediu a Orunmilá bom casamento para Euá. Euá era
linda e carinhosa, mas ninguém se lembrou de oferecer sacrifício algum
para garantir a empreitada.

Vários príncipes ofereceram-se prontamente a desposar Euá, eeram tantos


os pretendentes que logo uma contenda entre eles se armou. A concorrência
pela mão da princesa transformou-se em pugna incessante e mortal. Jovens
se digladiavam até a morte.

Vinham de muito longe, lutavam como valentes para conquistar sua beleza,
mas a cada vencedor, Euá não se decidia. Euá não aceitava o pretendente,
vinham novos candidatos e outros combates, euá não conseguia decidir-se,
ainda que tão ansiosa estivesse para casar-se e acabar de vez com o
sangramento campeonato.

Tudo estava feio e triste no reino de Nanã, a terra seca, o sol quase apagara,
só a morte dos noivos imperava. Euá foi então à casa de Orunmilá para que
ele a ajudasse a resolver aquela situação desesperadora e pôr um fim àquela
mortandade.

Euá fez os ebós encomendados por Ifá, os ventos mudaram, os céus se


abriram, o sol escaldava a terra e, para o espanto de todos, a princesa
começou a desintegrar-se. Foi desaparecendo, perdendo a forma, até
evaporar-se completamente e transformar-se em densa e branca bruma.

E a névoa radiante de Euá espalhou-se pela Terra.

E na névoa da manhã Euá cantarolava feliz e radiante.

Com força e expressões inigualáveis cantava a bruma.

O Supremo Deus determinou então que Euá zelasse pelos indecisos


amantes, olhasse seus problemas, guiasse suas relações.

Ewá é escondida por seu irmão Oxumarê.


Filha de Nanã também é Ewá. Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a
terra. É o encontro do céu com o mar. Euá era bela e iluminada, mas era
solitária e tão calada. Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá
que lhe arranjasse um amor, que arranjasse um casamento para Ewá. Mas
ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no
horizonte, mandando sol com a magia que guarda na cabeça adô. Nanã
porém, insistia em casar a filha.

Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê. O Arco-Íris escondeu Ewá no
lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás do
horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la. Assim os dois irmãos
passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra. Onde ela faz a noite
com seu adô.

Ewá transforma-se numa fonte e sacia a sede dos filhos.

Havia uma mulher que tinha dois filhos, aos quais amava mais do que tudo.
Lavando as crianças, ela ia todos os dias à floresta em busca de lenha,
lenha que ela recolhia e vendia no mercado para sustentar os filhos. Seu
nome era Ewá e esse era seu trabalho, ia ao bosque com seus filhos todo
dia.

Uma vez, os três estavam no bosque entretidos quando Ewá percebeu que
se perdera. Por mais que procurasse se orientar, não pôde Ewá achar o
caminho de volta. Mais e mais foram os três se embrenhando na floresta.
As duas crianças começaram a reclamar de fome, de sede e de cansaço.
Quanto mais andavam, maior era a sede, maior era a fome. As crianças já
não podiam andar e clamavam à mãe por água. Ewá procurava e não
achava nenhuma fonte, nenhum riacho, nenhuma poça d’água. Os filhos já
morriam de sede e Ewá se desesperava. Ewá implorou aos deuses, pediu a
Olodumare.

Ela deitou-se junto aos filhos moribundos e, ali onde se encontrava, Ewá
transformou-se numa nascente d’água. Jorrou da fonte água cristalina e
fresca e as crianças beberam dela. E os filhos de Ewá sobreviveram.
Mataram a sede com água de Ewá. A fonte continuou jorrando e as águas
se juntaram e formaram uma lagoa. A lagoa extravasou e as águas mais
adiante originaram um novo rio. Era o rio Ewá, o Odô Ewá.
Ewá é presa no formigueiro por Omulu.

Ewá era uma caçadora de grande beleza, que cegava com veneno quem se
atrevesse a olhar para ela. Ewá casou-se com Omulu, que logo demonstrou
ser marido ciumento.
Um dia, envenenado pelo ciúme doentio. Omulu desconfiou da fidelidade
da mulher e a prendeu num formigueiro. As formigas picaram Ewá quase
até a morte e ela ficou deformada e feia.Para esconder sua deformação, sua
feiúra, Omulu então a cobriu com palha-da-costa vermelha. Assim todos se
lembrariam ainda como Ewá tinha sido uma caçadora de grande beleza.

Ewá livra Orunmilá da perseguição da morte.

Orunmilá era um babalaô que estava com um grande problema. Orunmilá


estava fugindo da morte, de Icu, que o queria pegar de todo jeito. Orunmilá
fugiu de casa para se esconder. Correu pelos campos e ela sempre o
perseguia obstinada. Correndo e correndo, Orunmilá chegou ao rio. Viu
uma linda mulher lavando roupa. Era Ewá lavando roupa junto à margem.
”Por que corres assim, senhor? De quem tentas escapar?” Orunmilá só
disse: ”hã, hã”. Foges da morte? Adivinhou Ewá. ”Sim”, respondeu ele.

Ewá então o acalmou. Ela o ajudaria. Ewá escondeu Orunmilá sob a tábua
de lavar roupa, que na verdade era um tabuleiro de Ifá, com fundo virado
para cima.E continuou lavando e cantando alegremente. Então chegou Icu,
esbaforida. Feia, nojenta, moscas envolvendo-lhe o corpo, sangue
gotejando pela pele, um odor de matéria putrefata empestando o ar. A
morte cumprimentou Ewá e perguntou por Orunmilá. Ewá disse que ele
atravessara o rio e que àquela hora devia estar muito, muito longe, muito
alem de outros quarenta rios.

Ewá tirou Orunmilá de sob a tábua e o levou para casa são e salvo.
Preparou um cozido de preás e gafanhotos servido com inhames bem
pilados. À noite Orunmilá dormiu com Ewá e Ewá engravidou. Ewá ficou
feliz pela sua gravidez e fez muitas oferendas a Ifá. Ewá era uma mulher
solteira e Orunmilá com ela se casou. Foi uma grande festa e todos
cantavam e dançavam. Todos estavam felizes. Ewá cantava: ”Orunmilá me
deu um filho”. Orunmilá cantava: ”Ewá livrou-me da morte”. Todos
cantavam: ”Ewá livra de Icu”. Todos cantavam: ”Ewá livra de Icu”.

Ewá casa-se com Oxumarê.


Ewá andava pelo mundo, procurando um lugar para viver. Ewá viajou até a
cabeceira dos rios e aí junto às fontes e nascentes escolheu sua morada.
Entre as águas Ewá foi surpreendida pelo encanto e maravilha do Arco-Íris.
E dele Ewá loucamente se enamorou. Era Oxumarê que a encantava. Ewá
casou-se com Oxumarê e a partir daí vive com o Arco-Íris, compartilhando
com ele os segredos do universo.

Ewá atemoriza Xangô no cemitério.

Numa manhã coberta de neblina, sem suspeitar onde se encontrava, Xangô


dançava com alegria ao som de um tambor. Xangô dançava alegremente
em meio à névoa quando apareceu uma figura feminina enredada na
brancura da manhã. Ela perguntou-lhe por que dançava e tocava naquele
lugar. Xangô, sempre petulante, respondeu-lhe que fazia o que queria e
onde bem lhe conviesse.

A mulher escutou e respondeu-lhe que ali ela governava e desapareceu aos


olhos de Xangô. Mas ela lançou sobre Xangô os seus eflúvios e a névoa
dissipou-se, deixando ver as sepulturas. Xangô era poderoso e alegre, mas
temia a morte e os mortos, os eguns. Xangô sentiu-se aterrorizado e saiu
dali correndo.

Mis tarde Xangô foi à casa de Orunmilá se consultar e o velho disse-lhe


que aquela era Ewá, a dona do cemitério. Ele estava dançando na casa dos
mortos. Xangô sentia pavor da morte e desde então nunca mais entrou num
cemitério, nem ele nem seus seguidores.

Ewá se desilude com Xangô e abandona o mundo dos vivos.

Ewá filha de Obatalá, viva enclausurada em seu palácio. O amor de


Obatalá por ela era possessivo. A fama de sua beleza chagava a toda parte,
inclusive aos ouvidos de Xangô. Mulherengo como era, Xangô planejou
seduzir Ewá. Empregou-se no palácio para cuidar dos jardins. Um dia Ewá
apareceu na janela e deslumbrou-se com o jardineiro. Ewá nunca vira um
homem assim tão fascinante.

Xangô deu muitos presentes a Ewá. Deu-lhe uma cabaça enfeitada com
búzios, com uma obra por fora e mil mistérios por dentro, um pequeno
mundo de segredos, um adô. E Ewá entregou-se a Xangô. Ele fez Ewá
muito infeliz até que ela renegou sua paixão.
Decidiu se retirar do mundo dos vivos e pediu ao pai que a enviasse a um
lugar distante, onde homem algum pudesse vê-la novamente. Obatalá deu
então a Ewá o reino dos mortos, que os vivos temem e evitam. Desde então
é ela quem domina o cemitério. Ali ela entrega a Oyá os cadáveres dos
humanos, os mortos que Obaluaê conduz a orixá Oco, e que orixá Oco
devora para que voltem novamente à terra, terra de Nanã de que foram um
dia feitos. Ninguém incomoda Ewá no cemitério.

Ewá é expulsa de casa e vai morar no cemitério.

Ewá era filha de Obatalá e vivia com seu pai em seu palácio. Era uma
jovem linda, inteligente e casta. Ewá nunca havia demonstrado interesse
por homem algum. Um dia, chegou ao reino um jovem de nome Boromu.
Dias depois todos já cochichavam que Ewá estava enamorada do forasteiro.
Obatalá riu-se da história pois, confiava em sua filha. Obatalá garantiu que
ela ainda era uma flor nova e não queria experimentar desse encanto.

Passado algum tempo, Ewá mudou.Tornou-se Ewá triste, distante,


distraída. Obatalá fez tudo para fazer a filha novamente feliz. Obatalá
enviou a filha à terra dos homens Ele não sabia que Ewá carregava um
filho em seu ventre. Uma noite, Ewá sentiu as dores do parto e fugiu do
palácio. Refugiou-se na mata, onde teve o filho. O rei foi informado do
sumiço de Ewá e mobilizou todo o reino para encontrar sua filha. Boromu
soube da fuga e partiu para procurá-la. Acabou por encontrar Ewá
desfalecida no chão de terra, coberta apenas por uma saia bordada com
búzios. Ewá despertou e contou-lhe o ocorrido. Fugira com vergonha de
apresentar-se ao rei. Ewá sentiu então falta do rebento e perguntou por ele a
boromu.

Boromu, querendo que Ewá retornasse ao palácio, escondera o recém-


nascido na floresta. Mas quando o procurou já não mais o encontrou. Pois,
perto do lugar onde deixou o filho, vivia Iemanjá. E Iemanjá escutou o
pranto do bebê, recolheu-o e prometeu criá-lo como se fosse filho seu. Ewá
nunca mais encontrou seu filho.

Tempos depois, Ewá foi ao palácio pedir perdão ao pai, mas o rei ainda
estava irado e a expulsou de casa. Naquele dia Ewá partiu envergonhada.
Cobriu o seu rosto com a mesma saia bordada de búzios e foi viver no
cemitério, longe de todos os seres vivos. Nunca mais viu seu filho. Ele foi
criado por Iemanjá, que deu a ele o nome de Xangô. Ninguém sabe quem é
a mulher do cemitério. De onde vem e por que ali está. Tudo o que ocorreu
é o seu segredo.
Características dos filhos de Ewá

Pessoas de beleza exótica, diferenciam-se das demais justamete por isso.


Possuem tendência a duplicidade: Em algumas ocasiões podem ser bastante
simpáticas, em outras são extremamente arrogantes; às vezes aparentam ser
bem mais velhas ou parecem meninas, moças ingênnuas e puras. Apegadas
à riqueza, gostam de ostentar, de roupas bonitas e vistosas, sempre
acompanham a moda, adoram elogios e galanteios.

São pessoas altamente influenciáveis, que agem conforme o ambiente e as


pessoas que a cercam, assim, podem ser contidas damas da alta sociedade
quando o ambiente requisitar ou mulheres populares, falantes e alegres em
lugares menos sofisticados. São vivas e atentas, mas sua atenção está
canalizada para determinadas pessoas ou ocasiões, o que as leva a se
desligar do resto das coisas. Isso aponta certa distração e dificuldade de
concentração, especialmente em atividades escolares.

EUÁ

É considerada no culto como filha ou irmã gêmea de Nanã, enquanto Nanã


é a chuva transformada com terra em lama, Euá é a chuva clara que cai do
céu, o lado branco do arco-íris.

Ligada aos rios e marés, águas calmas e claras.

Rege as transformações e a alegria, semelhantes à leveza das nuvens e da


chuva.

Euá, como a lua, tem um reino cheio de imprevistos e miragens.

Senhora dos disfarces, das artes, da música e da poesia.

A mãe protetora dos artistas. Dona do rio e da lagoa.

Orixá AIABÁ muito arisca e de culto raro.


Atributos ou conceitos de OIÁ e de OXUM estão contidos em EUA:
Transformação, caça, guerra, feminilidade, disfarce, poder, pioneirismo,
praticidade e beleza.

Euá só se mostra para quem ela quer e quando bem entende.

E assim procede, por que seu humor não é dos melhores.

Algumas lendas [ ver lenda dos orixás ], retratam Euá como uma mulher
correta , vistosa e bastante bela , que detesta fuxicos e que falem alto perto
de seus assentos .

Não suporta ouvir palavras de baixo-calão ou ditos ofensivos.

Protege as donzelas e mulheres que não conseguem engravidar.

Embora em determinadas lendas é casada e mãe de filhos, ela é considerada


como orixá da castidade, amante da solidão e do silêncio.

Envaidece ao olhar seu belo reflexo nas águas dos rios onde mora, mas não
admite ser tocada por homem algum.

Euá é vingativa e ressentida. Suas explosões são sem retorno, quando


enfurecida.

Senhora das poções e venenos. Nas matas Euá confunde os invasores e


caçadores com sons de pássaros, gargalhadas e chocalhos de cascavéis.
Cria cheiro de fumaça que não existe.

Por isso, o principal pedido que se faz a Euá, em época de grande


necessidade, é de que sejamos invisível para os inimigos, que
desapareçamos perante olhos e ouvidos dos nossos desafetos.

Euá ensina o homem a arte de tornar idêntico o que na realidade é


semelhante: idêntico é ilusão. E ela é senhora das ilusões.

Euá se transforma em galinha que espalha sementes pela terra por perceber
que o pé de galinha propiciaria a tarefa de arar a terra.

Senhora das artes, das possibilidades, da sensibilidade, da solidão, e do


desapego mundano.

Jamais come galinha, nem pimenta-da-costa.

Suas obrigações são sempre arriadas por mulheres, jamais por homem.
Olodumarê-Olórum, encarregou sua filha Euá de ser a senhora da
sabedoria e visão, a decifradora - comunicadora dos símbolos existentes,
que juntam e separam o ORUM do AIÊ.

Euá, que é 'ewarí', senhora da percepção, estabelece a diferença entre o


masculino e o feminino, separando o dia da noite, o claro do escuro, o
quente do frio e assim por diante.

Ela é o poder sobre a percepção de todos os seres, com o dom de fazer


aparecer e desaparecer coisas, quer estejam na terra [AIÊ ]ou se encontrem
no [ORUM], o céu.

Ao lado de IROCO, princípio masculino que forma a ponte entre o céu e a


terra, ela é guardiã da fronteira que separa o 'aiê' do 'orum', impedindo que
os dois se fundam novamente o que seria um caos.

Ela é a eternidade, a dona do saber dos dois mundos, aquela que liga o
conhecimento entre 'orum' e 'aiê', que organiza e classifica o contato entre
os dois.

Euá também participa na escolha difícil do ori, quando solicitada.

Também do formato físico.

Euá é a dona do saber dos dois mundos por direito próprio responsável
pela passagem perceptiva de um estado para outro, proporcionando a
suavização das mensagens, cifrando-as, impregnado-as de símbolos,
quebrando muitas vezes a seqüência lógica.

A Euá foi dado o poder de comunicar-se entre os seres de vários níveis,


bons, maus, e de ser guardiã da sabedoria, a padroeira da inteligência
perceptiva.

Considerada filha de OBATALÁ e ODUDUA, as duas metades da cabaça


que compõem o ORUM e AIÊ.

Euá é casta e tímida, vive distante da companhia dos homens.

Dona das fantasias e dos sonhos.

Ela classifica a síntese dos seus genitores, classifica e separa os dois


mundos, tal qual o 'opaxorô ' propiciando a coexistência dos opostos que se
atraem e se completam.
Os poderes de Euá ligados a transformação, aos sentidos e aos sonhos
estão diretamente relacionados com o elemento ar, o sopro vital de
OBATALÁ .

Há mitos que atribuem a esse orixá feminino a condição de esposa de


Oxumarê, o arco-iris que brilha nos ares.

Como filha de Odudua, entretanto Euá também pertence ao elemento terra.

Consome epô com prazer.

Em alguns mitos, Euá mora no cemitério e é bastante ligada a OBALUAÊ


e Nanã, o senhor da terra e a aiabá da morte.

Neste mito é responsável pela transformação de tudo que é vivo em matéria


morta, em cadáver.

Também se apresenta como caçadora solitária.

Caça com ODÉ, disputando com o atirador, o manejo do arco e flecha.

Ajudou o chefe caçador com disfarces imitando animais.

Euá também pertence a água, na condição de dona das águas da chuva,


águas caídas do céu, o domínio de OXUMARÊ.

Há mitos que dizem que ela habita nas fontes e nascentes dos rios límpidos,
seu espelho, proibido para os homens.

Seus filhos e filhas não aceitam falsidade. A sinceridade é regra de vida.


Difícil trato social.

Dizem o que pensam sem se preocupar com a conseqüência.

Conservadoras na maneira de arrumar sua casa, com bom gosto e


simplicidade.

Sensíveis, espirituosos, briguentos, mas não teimosos, destemidos, com


bom tom de voz.

Amantes do que é belo. Estudiosos, persistentes, extremamente exigentes,


com tendência para a vida intelectual e artística.

Ouvido excelente para o aprendizado de música e idiomas.


São carentes, necessitam de sentir de volta o afeto que dão em abundância.

São de aparência geralmente magros e irrequietos. Seus filhos têm


dificuldades para expressar suas reais vontades e sentimentos.
Temperamento calmo, quase lerdo.

Não são de muito reclamar e são ótimas no serviço que requerem paciência,
como as atividades repetitivas e as tarefas domésticas.

Quando mulheres casadas, apagada e devotada, tímida, se afasta dos


homens. Além de respeitar demais seu companheiro, torna a união eterna.

ELEMENTO> água

COR : vermelha

FERRAMENTA : adô, espada de cobre

CONTAS: amarela forte com riscas vermelhas

DIA: quarta-feira

SAUDAÇÃO: rirró

ANIMAL: cabra, conquém, pombos

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