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Adoxu: O Que É E Sua Importância Na Iniciação

Na Iniciação (de santo) Òsù (adoxé, Adoxu) é um amalgamado de substâncias secretas,


algumas in-natura, outras secas, algumas torradas mas tudo isto reduzidos a pó, este
conhecido como iye. Ele serve de veículo para transmitir o Àse do Òrìsà a ser consagrado no
futuro iniciado dentro do Candomblé de Nação (culto ao Òrìsà).

O òsù será formado pelos elementos constitutivos e carrega não somente o àse mas a
individualização de cada Òrìsà, sendo assim há uma expressiva diferença entre os òsù, cada
qual leva suas substâncias distintas e específicas, ou seja, um diferente do outro. É a
preparação mística de uma base apta a receber o Òrìsà. Tutelar quando ele se manifestar no
iniciado. Para que possa veicular o àse pretendido, deve ser consagrado ritualisticamente em
um odo (almofariz/pilão) devidamente preparado para este tipo de cerimônia.

O almofariz, onde os remédios e elementos sagrados são triturados é considerado um objeto


sagrado feito apenas com determinados tipos de madeira. Simboliza as duas forças
fundamentais: o almofariz representa o pólo feminino, enquanto o pilão representa o pólo
masculino. O que se obtém destes dois é o terceiro elemento "O elemento criado, o elemento
procriado". O ritual para o preparo do òsù, onde são recitados a cerimônia adúrà (rezas) são de
competência única e exclusiva dos Babálorisá, Ìyalorisá , Ìyalasé Òsùpin.

Em determinado estágio da iniciação, a Ìyalasé transfere esta massa do almofariz e a fixa em


formato cônico, sobre o crânio raspado do noviço, mais especificamente em um pequeno
corte ritualístico denominado de gbéré, por intermédio de um ciclo ritual que culmina quando
esta profere algumas palavras, afim de consagrar o òsù.

Estas palavras são conhecidas como ofò. Uma vez sacralizado corretamente e por quem de
direito, o òsù fortalece o Àse do Òrìsà consagrado no iniciado e este passa ser chamado de
Adòsù. O denominação Adosu (Adoxu) , resulta na forma contraída das palavras: A – dá – òsù,
o que poderíamos interpretar como: "Aquele que carrega o òsù" ou "O Portador do òsù".

De suma importante lembrar, que a gramática Yorùbá na prática de sua linguagem é comum
usar o sinal diacrítico o "apóstrofo". Consiste em que, se numa mesma frase a palavra termina
com uma vogal e a palavra seguinte começa com uma vogal, uma destas duas vogais sofre
supressão, então duas ou mais palavras tornam-se apenas uma.

O Adósù é um símbolo de submissão ao grande Aláàfin (o soberano da cidade de Òyó). Os seus


seguidores, portam este tufo de cabelo, que situa-se no alto da cabeça para que todos possam
visualizar, o mesmo ocorre com os iniciados que carregam este símbolo para que sejam
reconhecidos como os seguidores e submissos de Sàngò em território Yorùbá, sabe-se que é
um dos símbolos mais importantes e sagrados para os iniciados desta divindade, origem
Yorùbá.

O mesmo símbolo é usado em algumas religiões da cultura Afro-brasileira.


Mais sobre O Adósù. (Adoxu)

A galinha de Angola, chamada Etun ou Konkém no Candomblé; ela é o maior símbolo de


individualização e representa a própria iniciação. A Etun é adoxu (adosú), ou seja, é feita nos
mistérios do Òrìsà. Ela já nasce com Èsú, por isso se relaciona com o começo e com o fim, com
a vida e a morte, por isso está no Bori e no Asèsè.

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