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Muitos Yaôs nascem para esta Yaba, Yemonjá Asagbá, chamada também de
Assabá, Chabá ou Sobá.
Vamos entender a importância desta Yabá:
Uma luz brilhante veio à Terra e essa luz desceu na casa de Yemonjá. Diante de
Yemonjá aquela grande luz começou a falar em uma voz potente e poderosa, mas a
voz não podia ser ouvida com os ouvidos, ela era sentida pela alma. A voz de Deus
emanava dentro de Yemonjá e ela podia ouvir palavras dentro de sua cabeça...
Era Olorum, o Deus pai. Ele disse-lhe:
Yemonjá ficou tão furiosa que até pensou em ir para Irê e trazer Ogun arrastado pelos
seus cabelos, ela iria ensinar-lhe uma lição, já que ele devia obediência a ela.
Esú sempre gostou de Yemonjá e tentava acalma-la abanando-a com o Abebé.
Através de Esú, ela mandou um recado para Ogun dizendo:
"Ogun filho de Oduduwa e Yemú, a Olorisá Yemonjá Asagbá está convocando sua
presença imediatamente."
Mas a resposta foi um simples e direto: "NÃO IREI".
No momento em que Yemonjá mais uma vez estava com raiva, a filha que ela teve
com o Orisá Olokê veio acalma-la, era a feiticeira Osun, veio e pegou a mão de
Yemonjá e disse:
"Mãe, eu irei trazê-lo para que coma junto conosco."
Os Orisás entreolharam-se incapazes de acreditar no que ouviam, a Yabá Osun iria
entrar na floresta de Irê para forçar Ogun a vir a presença de Yemonjá Asagbá? Todos
duvidavam dela, não acreditavam que Osun pudesse vencer a petulância de Onirê.
Osun desceu do palácio e foi em direção a Ibú Nibé, a grande Floresta, levava uma
talha cheia de onyi (mel) em suas mãos. Osun encontrou Ogun dormindo dentro do
tronco oco de uma grande árvore, ela sabia que era ele por causa do cheiro de Oti
(cachaça) vindo de dentro do tronco.
Ela mergulhou os dedos no mel e passou nos lábios de Ogun, o enfeitiçando para
mudar a sua personalidade e o tornar mais doce e maleável e enquanto ela passava o
mel ela cantava:
"Eu sou a doçura sobre a terra, aqueles que me provaram nunca hão de me
esquecer..."
Foi assim que Osun foi capaz de convencer Ogun para segui-la de volta para o reino,
onde os outros pensavam que Osun falharia, mas para o choque de todos, Osun
entrou no salão de mãos dadas com Ogun e eles dançaram diante de Yemonjá para
honra-la.
Osun demonstrou quão grande ela era em seus feitiços.
Os Orisás indagaram a Osun como pudera dobrar o temperamento de Ogun por meio
gentilezas e ela lhes respondia que "A Água sempre acha uma passagem, nada a
segura ou é mais forte que ela".
A Yabá Osun trouxe grande felicidade para todos os Orisás e a festa começou.
Havia muita comida e bebida, mas os Orisás começaram a abusar do Oti e a festa
estava a ponto de virar uma baderna, pois haviam se esquecido da razão para que
tinham se reunido, isso que enfureceu Yemonjá!
Ela ficou tão furiosa com seus irmãos Orisás, que teve vontade de parar a festa, pois
sabia que Olorum não aceitaria aquela baderna como ato de ação de graças a ele,
porém o banquete havia sido realizado em sua honra, era para agradar Olorum.
No momento em que a festa estava no auge, a terra começou a tremer, os ventos
sopravam com força e uma luz brilhou no meio de todos os convidados, uma luz tão
forte que cegava os que lhe encaravam. Apenas Yemonjá e Osun entenderam o que
estava acontecendo e então se prostraram diante da luz em posição "foribalé".
Os outros Orisás estavam muito espantados e não sabiam o que dizer ou fazer. Foi
então que ouviram uma bela voz saindo da luz e voz disse:
"Yemonjá você deu uma festa em minha honra e isso me deixou muito satisfeito. Eu
tive que vir participar, pois sei que sua casa é também minha casa. Sei o quanto
sofreu em sua vida Yemonjá e ver que após tudo, ainda tens amor por mim, me da
muita felicidade."
Todos os Orisás ficaram perplexos, fazia muito tempo que Olorum não descia ao Ayê
e naquele dia ele tinha vindo para honrar Yemonjá e disse ainda que Yemonjá lhe
trouxe felicidade.
Todos os Orisás colocaram as suas cabeças no chão em honra a Yemonjá Asagbá.
Por ordem de Olorum, Yemonjá agora tem autoridade sobre todos os Orisás e ela que
com auxilio de Esu e Obatala faz o Elegun nascer e ser Yaô de seu Orisá.
Sem Yemonjá não ha Yaô.
Que todos se curvam a Yemonjá, pois o cargo dela não foi dado por homens e sim por
Deus e Deus nunca deixará de reconhecer os puros corações.
Asé!