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Curso de toque e cânticos Pejigan Anderson de Bessen

Modulo 7
Saída de Iawô /
Obrigação de 7 anos (Deká)
Confirmação de
Ogan e Ekedjí

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Saída de Iawô
A saída de Iawô é a continuação da Iniciação do noviço em que é realizada a
festividade para que todos possam ver e assistir, ser testemunha da aquela feitura, em
alguns axés o yawô não dar o orunkó na sala na festividade, sendo assim somente a
festa para apresentar seu Orixá e não o seu nome. Em outros axés sim seguido de um
preceito anterior ao nome que tem 3 saídas. Obs. varia de axé para axé, e de raiz para
raiz em que, cada um segue seus costumes e tradições. Neste modulo mostro o mais
usado e é o que eu faço dentro do (Alaketu)
Primeira saída em que o Iawô saída na sala de candomblé acompanhado de seu
Babalorixá, Ekedjí e sua mãe Criadeira que carrega a sua enin para saudar o Ilê, e fazer
reverência a Onilé, Cumeeira, Arí Axé e o Peji dentro dos preceitos de iniciação
conforme em seu axé.

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Iawô Filho do segredo

A iniciação é um rito de passagem, uma morte simbólica que transforma um homem


comum em um instrumento do Orisa, em um "elegun", pessoa sujeita ao transe de
possessão, a emprestar seu corpo para que Orisa viva entre nós mais uma vez, por um
período de horas ou dias. O iniciando passa por ritos complexos, de isolamento e
segregação, de silencio absoluto, entre muitos segredos, de oferendas de alimentos,
de curas ( segredos sagrados que definem os futuros sacerdotes), simbolizando uma
volta ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá, não um homem comum, mas o
instrumento de um Orisa, que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará,
aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros crentes.
Sua apresentação , já com sua nova personalidade e seu novo nome, ao público do
Templo e da cidade, transforma-se então em uma festa de cores e de beleza
inenarrável, aonde todos comparecem desejosos de compartilhar Axé (palavra que
define nossa Religião : A/Awa: nós, xé: realizar, Axé – nós realizamos). Por várias vezes
o neófito é apresentado ao povo, vestido e pintado com cores próprias do Orisa ao
qual é consagrado, ao som dos tambores e de ritmos e cantigas tão antigos quanto a
vida dos homens neste mundo. E a cada troca de roupas, mais o Axé se espalha pelo
Templo, culminando com a vinda dos Orisa, que vêm brincar e falar com seus filhos
diletos, demonstrando sua satisfação por mais uma etapa cumprida.
Cada item tem seu significado nesta hora. A pena vermelha, chamada "ekodide", que o
elegun carrega em sua cabeça, simboliza realeza, honra, status adquirido pelo fato de
ele ter se iniciado para ser um novo sacerdote dedicado ao culto daquele Orisa. As
pinturas em cor branca, azul e vermelha, feitas a partir de substâncias vegetais e
minerais, são os símbolos dos líquidos vitais de animais, plantas e do próprio ser
humano, essenciais para a nova vida do iniciado.
A melhor roupa vestida por ele, por sua família, e por todos os presentes, demonstram
o respeito e o apreço por Orisa. Como se fossem se apresentar frente a reis, nada
menos que o melhor é permitido, uma vez que muitos reis são os representantes de
nossos Orisa neste mundo, descendentes diretos que aqui ficaram para perpetuar sua
força vital. Isto se estende aos alimentos e bebidas, cuja qualidade é severamente
observada, aos animais oferecidos, às contas para a confecção de colares, e a todos
objetos que compõem o Ebo. O bom não é suficiente, só o melhor é dado para o Orisa.
Por muitos dias o neófito irá carregar consigo um colar especial de sagração no
pescoço, simbolizando seu amor, devoção e sujeição ao Orisa. Neste período também
cumprirá resguardo sexual, porque esta energia não pode ser desperdiçada, toda sua
força energética deve estar centrada em Orisa. Comerá comidas especiais, dormirá no
chão, em uma esteira, aprenderá com os mais velhos as orações e cânticos de seu

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Orisa. É um tempo de amor, dedicação e aprendizado, um reaprender a viver, uma


inserção do sagrado no cotidiano, uma experiência que não pode ser descrita, mas sim
vivida.
E a possessão faz parte de tudo isso, um ser dominado; um compartilhar corpo e
espírito com Orisa; um ser o deus e voltar a ser o homem; sem a menor possibilidade
de interferência, em que a perda de vontade própria e a submissão são aprendidos
sem que se ensine ou aprenda, por instinto e memória ancestral. Algo de tribal, algo
de divino, algo de humano, algo de fantástico. Ser para saber.
E, ao fim de tudo, o elegun reaprende os atos do dia a dia, retoma sua vida diária, mas
para ele estará em primeiro lugar e sempre o Orisa. E, conhecendo através do oráculo
sagrado, o Ifá, suas interdições, as proibições que Orisa e ancestrais lhe deram durante
sua iniciação, ele conhecerá seu lugar na rígida hierarquia tribal, familiar e religiosa e
viverá melhor sendo um "omo awo", filho do segredo, do que sendo tão somente um
ser humano.

Fonte de pesquisa - Orossi. Jose Antonio de Almeida. Toluaye. Lokanfu. 

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1º Saída de Iawô. Ritmo Egô


1- Kê awô... kê Ajô... A já wê nin, kê awô, kê awô, kê Ajô, Kê awô kê Ajô awô belé.

Depois de ter se apresentado ao Ilê com seu Adobá lê, aos pejis sagrados, Antes de
entrar para o Hon có. Canta-se...
2 – A já wê nin, A já wê nin, Olorun Orixá Kójá Berê.

2º Saída de Iawô. (Acodidé) ritmo egô


3 - Acodidé ikó fé Iawô. Ofere ejé... Nesta cantiga o Iawô sai na para dar uma volta
saudando o axé com seu Jinká, apresentando seu Acodidé. Mostrando orgulhosamente
que é iniciado. Depois dos preceitos na sala, o iawô volta ao Hom có, para se preparar
para 3º saída e dar seu nome. OBS como eu disse anteriormente, em alguns axés o
iawô não dá o nome na sala com sua roupa de luxo.

3º Saída do Iawô – ritmo Jinká

4 - Odurô Dê wá Agô Olonã e... E... é um bó kê awô Odurô Dê wá Agô Olonã e... E... é
um bó kê awô

Após ter saudado a casa ao som desta cantiga o Iawô para em frente ao atabaque para
que seja feita ás honras para que sei nome seja dito ao axé, esta hora o Babalorixá ou
Ialorixá escolhe um convidado que tenha suas obrigações em dia com seus 7 anos de
iniciado concluído para ser padrinho de orun kó do Iawô. E após o Iawô ter dado seu
orun kó canta-se

Ritmo - Egô
5 - A inan inan, Kê nífá ojí, orixá zuelo

E todos os noviços presente na sala sem seus 7 anos dado. Se entregam aos seus
orixás em sinal de respeito e reverencia a iniciação ali apresentada ao público e ao
orun.

6 – Erun popo erun, nhé nhé, Baba mí kó pê mio

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7 – Agogo ifá orun awô, o lé Yô, Agogo ifá Odará, O lé Yô.

Depois destas cantigas em que o Orixá do Iawô dança após o nome dado canta-se
para entrar para o hon kó, para colocar sua rouba de rum para sua última Saida.
Cantiga para recolher o Iawô após o, orun kó
8 - Iawô um bolonã, Iawô um bolonã, Orixá jé jé, Iawô um Bolonan
Após todos estes oros a parte final para completar a saída do Iawô que é, a Saída de
luxo do Orixá em que dançara o seu hum.

Cantiga para orixá do Iawô sair para dançar seu hum


ritmo Jinká
9 - Agô lonan e, Didê ma adá agô, Agô, Agô lonan.
E assim o Orixá estará presente para dançar, comemorando a iniciação de seu
(Elegun).
Iawô
São os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos,
e serão subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obediência aos seus
mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Ser Iyawo, além de
outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por
doutrinas e fundamentos, para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e
nascem na vida espiritual com um novo nome orùnkò. O Mòócan e os Delègún são os
comprovantes e o diploma

Obrigação de 7 anos

(Odun Ijé) ou Odun Ejé (a pronúncia do acento é fechada). É uma das maiores


obrigações de uma casa de Candomblé, que todos os iniciados serão
obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá
receber posto, cargo, título e direitos de independência do seu babalorixá.
Só quando fizer a obrigação de sete anos Odun ejé é que será considerado
um Egbomi.
A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa
obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não.
A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de
búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para

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iniciar Iaôs) no Ketu é chamado Odu Ijê com Oyê, em outras nações é


chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.
Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça
da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua
filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um
posto para ajudar a Iyalorixá.
Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes
pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for
homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será
levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.
- OIYE - quer dizer título independência, são pessoas que já tomaram seus
sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser
independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também
um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação.
- DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé,
atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar
pessoas no Orixá, ou Vodum dependendo da nação etc. Na nação Jeje
receberá um Húnjèbé é o Título de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um
amuleto do Egbòme, é o diploma dado pelo Voduno para dar continuidade do
aprendizado dos fundamentos dos Voduns.

OGAN / EKEDJÍ

Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas


pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois
ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver
em transe.
Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos
os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas
durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é
confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do
Ogan ou da Ekedi na festa.
Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma
das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o
iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final
terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.

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Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com
o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na
roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e
vem dormir na roça até terminar o período de Quelê. Normalmente o Ogan e a Ekedi
não cumprem o mesmo resguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos
necessários ao último. Quando iniciados, equivalem ao Ebômi em idade de santo,
tendo, portanto, os 7 anos de idade perante os Iaôs.

Cantigas de Oye. Obs iniciados que não tomaram sua obrigação de 7 anos não
dançam oye. Oye e quem tem posto de Oloyê, Adjoyê e Egbomi. (Tradição hierarquia)
Esta cantiga pode ser cantada após a entrega da cuia ou deká, quando se
comprovado que serás um Babalorixá ou Iálorixá.

Esta cantiga não se canta para Ogan ou Ekedji.

1- Para Iálorixá ritmo Jinká


Ialorixá Alá durê wá ossá, awá nibô, Iyá Odurê xaxa ará.

2- Para Babalorixá ritmo Jinká


Babalorixá Awá durê wá ossá, awá ossá a odurê xaxa ará

Ás cantigas a seguir consagra Ogans Ekedjis e Egbomi

1 - Lô Oyê, lo oyê ocí lobê wá e, awá wá axé, awá axé, awá axé ô awô.

2 - Ibá Ibá awá, um axé um awô, Ibá ibá awá, um axé um awô, lô Oyê, lô oyê, um axé
um awô.

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3 – O bô bô, Orí lu Odô, o lorê, Já rin, mã a ijená, o lorê, o Lufã kaka ibí, o lorê Iemanjá
borí ossun, o lorê, Bô bô nilê ní wá. Nilê wô wô, nilê wô wô nilê wá, lokerê lê. Bô bô
nilê ní wá. Nilê wô wô, nilê wô wô nilê wá, lokerê lê.

4 – Awá dê, odô ní wô, Awá dê, odô ní wô ocí leké, Odun bô bô, ladi jí, ocí relê, Awá dê
odô ní wô, ocí leké.

5 – O ni yê, awá rêrê, o ní yê, awá rêrê a oyê, e iyá iyá sessu Ialorixá lê wá, ará atala,
ketu lajê, e iyá iabá Emanjá kokê odô wá rêrê a oyê.

6 – Eró tin kó ae, awá dele arô oyo, eró tin kó ae awá denan, awá dele arô oyo o ní yê.

7 – Agôgô urô urô, awá já lê wô, otin dé, ocí erelê Ogum alá koró, bôbô uré, bôbô uré
wô A já lê, bô bô urê wô.

8 – Lece kô mafu, lece Orixá, Lece kô mafu, lece Orixá, Orixá weré wé, lece kô mafu,
lece Orixá O ní yê.

9 – O fura Jenan, Odé Ká wurê, Omolu ará ayê.

Depois que eu canto esta sequência de cantigas, gosto de cantar para a raiz que nos
cede este título (Alaketu)

Ritmo - Adabí
10 – Alá mí maró, Bací lotun, Alá mí maró o luwô, Alaketurê, Alá mi maró.
Em que todos que são de Ketu se cumprimentam, após tocasse a Vamunha para
recolher os iniciados para se aprontarem para seu hum.

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