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2
Eu tenho papai
Que me dá de comê
Eu tenho mamãe
Que me dá de bebê
3
Quem me dá de comê
Também come
Quem me dá de bebê
Também bebe
Este último cântico se refere aos "meninos", diante de cujo altar se realiza o
banquete infantil.
Se, por acaso, a comida acaba, antes que as crianças se saciem, surgem mulheres
trazendo novos pratos e cantando:
Ainda tem mais, Dois-Dois.
2
Jambururu
aérê-ê-ê
o makundê que São Cosme recebeu!
3
Sumbo no Cacunda
Angola
caruru milongá
ai-ai
Levanta por Nossa Senhora
Levanta por Ziniapombo
cacurucá-ê
Aqui termina a festa das crianças, seguindo-se então a dos adultos. A excitação
provocada pelos cânticos possibilita a sua continuação pelo resto da tarde — as
mulheres batendo palmas, os homens arranhando a faca no prato, todos cantando, entre
outras, as seguintes quadras:
Eu vi São Cosme
Na beira d'água
Comendo arroz
E bebendo água
Cosme e Damião
Menino vadio
Vai jogar espada
Na beira do rio
Cosme e Damião
Sua casa cheira
A cravos e rosa
E a flor de laranjeira
(Carneiro, Edison. "O caruru de Cosme e Damião". Província de São Pedro; revista de
difusão literária e cultural. Porto Alegre, Livraria do Globo, nº 5, junho de 1946, p.79-
81)