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iniciação no culto aos orixás representa um renascimento, um novo começo. A pessoa está nascendo novamente, nascendo para o
orixá, para o mundo espiritual e para uma vida em busca da realização pessoal (pessoal, não material ou financeira), em algumas casas
inclusive a pessoa recebe até um novo nome pelo qual será chamada dentro da comunidade do Candomblé. 

A iniciação é um processo extremamente complexo e individual. Diversos são os motivos que levam uma pessoa a iniciação, os mais
comuns são:

• O orixá dizer que a pessoa necessita de iniciação através do oráculo de Ifá;

• A pessoa entrar em um transe profundo (como um desmaio) durante uma cerimônia aos orixás, que significa que o orixá está pedindo a
iniciação. Nesse caso, o sacerdote consulta o jogo de búzios para saber qual é o caso, qual o orixá e suas condições, se pode esperar ou
se é um caso urgente. Normalmente são feitos acordos com o orixá até a pessoa ter condições financeiras e férias de seu trabalho para
poder se iniciar;

• A pessoa ter um carinho e apreço pela religião e pelos orixás, encontrado no culto um local em que sinta que é o seu lugar e se sentir
acolhida, e decidir se iniciar de coração e por amor aos orixás;

• Alguma doença difícil de ser curada e com grande risco de morte que necessite da iniciação para resolvê-la;

Obrigação é uma palavra corrente no candomblé. Em quase todo terreiro há sempre alguém se preparando para dar uma obrigação ou já
recolhido para tal. O termo é usado comumente em referência a rituais realizados após a feitura (iniciação), mas em um sentido mais
amplo fala de um modo próprio de construir e cuidar de vínculos ao longo do tempo, que é característico do candomblé

O candomblé é uma religião de matriz africana de caráter iniciativo em que são cultuadas divindades conhecidas como orixás, voduns ou
inquices. Estas se fazem presentes de diversas formas na vida de um terreiro. Quando manifestados (rodantes) e durante as festas
celebradas em sua homenagem dançam ao som dos atabaques e cantigas que evocam seus feitos e qualidades. Expressam sua vontade
no jogo de búzios (procedimento divinatório).

Obrigação é justamente o termo que fala da trajetória de crescimento dos filhos de santo no candomblé. Define, por assim dizer, etapas
dessa trajetória e permite identificar cada adepto segundo o cumprimento dessas etapas. Assim, filhos de santo devem dar obrigações, em
geral de 1, 3, 7, 14 e 21 anos após a sua feitura - submetendo-se a ritos que marcam a idade de iniciação e que têm uma estrutura
semelhante a ela, envolvendo também período de reclusão, oferendas e uma festa pública.

A obrigação fortalece, assim, seu vínculo com os orixás e permite-lhe subir na hierarquia do terreiro. Em linhas gerais, essas mudanças
ganham expressão no corpo: nas vestimentas, nos adereços, movimentos e gestos e modos de tratamento a que têm direito tanto a filha
ou filho quanto o seu santo. A obrigação de 7 anos é, dentre todas, a que produz uma transformação mais decisiva: com ela, a filha
ou filho de santo deixa de ser iaô (noviça) para ingressar no grupo dos “mais velhos” ou ebomis.

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