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UXUM

Oh! mamãe Oxum, proteja-me, faça que o amor seja constante em minha vida, e que eu
possa amar toda a criação de Olorum. Proteja-me de todas as mandingas e
feitiçarias. Dai-me o néctar de sua doçura e que eu consiga tudo o que desejo: a
serenidade para agir de forma consciente e equilibrada.

Que eu seja como suas águas doces que seguem desbravadoras no curso dos rios,
entrecortando pedras e se precipitando as cachoeiras, sem parar nem ter como voltar
a traz, apenas seguindo meu caminho. Purifique minha alma e meu corpo com suas
lágrimas de alento. Inunda-me com sua beleza, sua bondade e seu amor, enchendo
minha vida de prosperidade. ORA YE YE Ô Oxum!”.

OXÓSSI

Oração a Oxóssi de Proteção


Oxóssi Meu Pai, caçador do plano espiritual, protetor na força e na fé, elevo meu
pensamento a Vós, para pedir por Vossa proteção para minha casa.
Com teu arco e tua flecha certeira, defendei-me das ofensas, das desgraças, da
miséria, da fome e das pestes.
Protegei-me Meu Pai Oxóssi, todos os dias de minha vida! Okê Arô!
Compreendendo a força espiritual que emana de Vós eu não temerei nada se estiver
coberto com Vosso Axé!
Okê Arô Oxóssi!
Forte Oração a Oxóssi de Prosperidade e Proteção
“Senhor das matas e da vida silvestre, neste momento, Pai, sou sua flecha.
Sou a força do seu arco, sou tudo o que é, a agilidade, a sabedoria.
Faça de mim, soberano caçador, uma pessoa de sucesso, e que haja fartura em minha
casa.
Dê a mim sabedoria para agir, paz para construir meus ideais, força para seguir
sempre.
Oxóssi, rei das matas, da lua, do céu azul, que seja eu leve como o pássaro que
voa, livre como o cavalo que corre, forte como o carvalho na mata, direto como a
sua flecha.
E que eu vença e seja feliz sempre!!!
Okê Arô, Oxóssi!!!”

ASSENTAMENTOS DE ODÉIgba oxosse ou assentamento deosse como é chamado popularmente


pelo povo de santo,são construídos de duas formas, todavia as duas formas são
semelhantes no que se refere aum artefato deferro em forma de arco e flecha
denominado deofá e umotá de cor escura.DiferençaOofá é fixado numa haste do mesmo
metal, com base arredondada para que o conjuntopossa ficar em pé dentro de
umaalguidá ou qualquer outro recipiente de barro. A grandediferença é que alguns
assentamentos são confeccionados com uma mistura especial deargamassa, contendo
vários elementos do reino animal, vegetal e mineral comofolhasagrada,oguê,iruexin,
rabo detatu,chifre deveado e o ofá fixado nesta mistura sagrada.

ODÉ AKUERAN - OXUN, OMOLU, OGUN E YEMANJAMATERIAL NECESSÁRIO



1 ALGUIDAR DE BARRO NÚM 2

ORÍ

WAJI

7 FAVAS DE OXOSSI

7 MOEDAS

3 OBI

1 OTÁ

AZEITE DE DENDE

OSUN

FERRAMENTAS DE BRONZE OU METAL AMARELO

7 BÚZIOS

7 FOLHAS DE OXOSSI

3 OROGBOANIMAIS PARA SACRIFÍCIO – CABRITO / GALO CARIJÓ / GALINHA DA ANGOLA
/MARRECO / POMBO BRANCOBEBIDA - ÁGUA DE FLOR DE LARANJEIRA / MELAÇO / ÁGUA / MELADO
COM ÁGUA /CALDO DE CANA / ALUÁ / GIMCOMIDAS – AXOXO / RAPADURA RALADA / PADÊ DE
GEMA DE OVOARMAÇÃO DO ASSENTAMENTO : NO ALGUIDAR DE BARRO COLOCAR A FERRAMENTA EOS
DEMAIS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O ASSENTAMENTO. EM SEGUIDA SÃOSACRIFICADOS OS ANIMAIS

ÌYÈROSÙN – é um pó esbranquiçado natural da arvore ÌRÒSÙN- Eucleptes Franciscana F,


através da ação de cupins que produzem o pó ou serragem.

Ele é espalhado sobre o OPON- IFÁ, onde o BÀBÁLÁWÓ faz a marcação dos ODÚ e
posteriormente, após ritual próprio, esse ÌYÈROSÙN que foi encantando, poderá ter
diversas utilidades.
É empregado em beberagens, banhos, sabão para banho, em diversas formas para
proteção e sorte, podendo ainda dependendo a situação ser espalhado sobre oferendas
aos ÒRÌSÁ ou a ÒRÚMÌLÁ.
Mas somente terá valor litúrgico se for preparado por um BÀBÁLÁWÓ.

OSÙN- é um pó vermelho, extraído do Pterocarpus Erinaceus,árvore Baphia nitida


Leguminosae Papilionoideae, normalmente o compramos em pequenas bolas.
Utilizado no ritual de Iniciação para a maioria dos ÒRÌSÁ principalmente para as
ÌYÁBA.
Porém é interdição para todos os ÒRÌSÁ FUNFUN, ou em Iniciações dos Omo ÒRÌSÁ Kon
de OBÀTÁLÁ.
Este pó vermelho traz a vida ao iniciado, simbolizando a cor do ÈJÈ PUPA, ou seja,
a vida que renascera para os ÌYÀWÓ.
Existem EBO e banhos onde se faz uso do Osùn, para a sorte, prosperidade,
fertilidade, para afastar doenças, recuperação de vida e para o amor.
O pó de Osùn é associado ao ÀSE do sangue vermelho dentro do reino vegetal

WÀJÌ- é um pó azul escuro, é um componente muito importante em uma Iniciação, pois


junto com outros elementos litúrgicos, ajudam a proteger o ORÍ (cabeça) dos ÌYÀWÓ
contra as ÌYÁMI ÀJÉ, pois a pintura feita nos ÌYÀWÓ impedem que as ELEYÉ (ave
ligada às ÌYÁMI) que pousasse no ORÍ destes pois se caso isto ocorrer será muito
ruim para a vida deste ÌYÀWÓ.
Este pó está relacionado a força espiritual.
Este pó WÀJÌ como o pó de OSÙN é interdição para todos os ÒRÌSÁ FUNFUN, ou em
Iniciações dos Omo ÒRÌSÁ Kon de ÒÒSÁÁLÀ.
O WÀJÌ representa a cor preta (DUNDUN), representa o sangue azul extraído de
folhas, o
ÈLÚ índigo, feito pelo processo de fermentação das folhas do Lonchucarpos sp.
árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae, que é conhecido pelo nome de
Índigo Africano ou Índigo YORÙBÁ.
Para os Yorùbás o processo de fabricação deste corante era complexo exigia grande
pericia, sendo assim existiam prescrições e proibições.
Um pano tingido de índigo significava riqueza abundancia e fertilidade.

EFUN- é um pó esbranquiçado feito do barro branco encontrado no fundo do rio, foi o


primeiro condimento utilizado antes da introdução do sal.
É um “giz” branco empregado na pintura Iniciática de todos os ÒRÌSÀ principalmente
para os ÒRÌSÁ FUNFUN.
Este pó pode ser utilizado também em banhos.
EFUN na língua YORÙBÁ quer dizer cal, giz.
No culto a OBÀTÁLÁ- ÒÒSÁÁLÀ na África o EFUN é representado por bolos redondos de
giz que se chamam SÉSÉ- EFUN.
EFUN também significa cal, e cal é ” lime ” em inglês, que também é limo.
O chamado LIMO da COSTA para representar ÒÒSÁÁLÀ acaba sendo confundido devido ao
uso errôneo da palavra.
O EFUN simboliza o dia, por isso, quando em pó, seja soprado ou friccionado seco
sobre o ORÍ dos Omo ÒRÌSÁ Kon, é utilizado com o objetivo de ampliar, vitalizar,
iluminar, clarear, despertar e intensificar.
Já o EFUN molhado com água pura ou com o ÈJÈ do ÌGBÍN é utilizado para acalmar,
tranquilizar, adormecer, suavizar, abrandar, aliviar, proteger.
Por isso que a cabeça do ÌYÀWÓ em reclusão deve permanecer coberta de pó de EFUN no
dia, e durante a noite coberta com WÀJÌ com pequenas marcas de EFUN.
Muito usado em EBO elaborados para aos ÒRÌSÁ FUNFUN
Este pó é considerado sagrado, traz o equilíbrio, tranquilidade, paz e paciência.

Tipos dos EFUN.


-O EFUN mineral: é um pó retirado do barro, que são encontrados na natureza em
várias cores, também chamada de tabatinga
-O EFUN vegetal: é um pó retirado de frutos: OBÌ, ORÓGBÓ, ARIDAN, PICHURIN, NÓS-
MOSCADA e folhas.
A mistura do EFUN mineral e o EFUN vegetal recebe o nome de ATIN e só deve ser
preparada pela ÌYÁLÓÒRÌSÀ ou a ÌYÁ EFUN.
-O EFUN animal: é o pó retirado de ossos e cartilagem dos ossos dos animais
utilizados em sacrifícios aos ÒRÌSÁ.
Este pó só pode ser feito pelo BÀBÁLÓRÌSÀ ou pelo BÀBÁ EFUN.
Estas cores destes pós representam:
– OSÙN o crepúsculo
– WÀJÌ o anoitecer
– EFUN o amanhecer
Estes pós são originários do Continente Africano, mas os encontramos facilmente
aqui no Brasil, não existindo a substituição deles por outros que em nada se
equivalem a eles na Veiculação e Transmissão do verdadeiro ÀSE exemplo:
– OSÙN não é o urucum (que também é um pó comum)
– WÀJÌ não é o anil (que é um pó químico)
– EFUN não um giz ( giz feito de pó comum)

O axé encontra-se numa grande variedade de elementos do reino animal, vegetal e


mineral. Encontra-se em elementos da água, doce e salgada e da terra. Acha-se
contido nas substâncias essenciais de seres, animados ou não.

Elbein dos Santos (1986) apresenta uma classificação do axé em categorias: sangue
vermelho, sangue branco e sangue preto. O sangue vermelho, no reino animal
compreende o sangue propriamente dito, animal e humano, aí incluído o fluxo
menstrual; no reino vegetal, inclui o epo, azeite de dendê, o osun, pó vermelho
extraído de pterocarpus erinacesses e o mel, sangue das flores. O sangue branco
incluem no reino animal, o hálito, o plasma, o sêmen, a saliva, o suor e outras
secreções; no reino vegetal, a seiva, o sumo, o álcool e as bebidas brancas
extraídas de palmeiras e de alguns vegetais, o ori, manteiga vegetal e oiyerosun,
pó esbranquiçado extraído do irosun; no reino mineral, os sais, o giz, a prata, o
chumbo, etc.
O sangue preto compreende, no reino animal, as cinzas de animais; no vegetal, o
sumo escuro de certas plantas, o ilu, índigo extraído de diferentes tipos de
árvores, pó azul escuro chamado wáji; no reino mineral, o carvão, ferro, etc.
Para poder atuar, o axé deve ser transmitido através de uma combinação particular
que contém representações materiais e simbólicas do branco, do vermelho e do preto,
do Aiyê e do orun, competindo ao oráculo à definição da composição necessária do
axé a ser implantado ou restituído.
O sangue – animal, vegetal ou mineral – é substância indispensável para a
restauração da força. Todo ritual, seja uma oferenda, um processo iniciativo ou uma
consagração, realiza implante da força ou revitalização.

O que vive, para poder realizar-se ou realizar, precisa de axé e, não sendo a fonte
inesgotável, a reposição se faz necessária e é obtida através da prática ritual que
reatualiza a força do tempo primordial, o tempo da criação!
A importância da regularidade dos ritos reside no fato de que a presença das
entidades sobrenaturais é favorecida pela atividade ritual, ocasião privilegiada da
transferência e redistribuição do axé. Este, oriundo das mãos e do hálito dos mais
antigos, na relação interpessoal, é recebido através do corpo e atinge níveis
profundos, incluídos os da personalidade, através do sangue mineral, vegetal e
animal das oferendas.
Primeiramente, gostaria de citar que existem diferenças entre efun e pemba, osùn e
urucum, wàji e anil, estes primeiros facilmente importados do continente Africano,
não havendo a necessidade de substituí-los.
Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afros
brasileiros. É muito mais conhecido pelos leigos e na Umbanda como pemba,
nomenclatura utilizada pela nação angola.
No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN
AGBÉ: efun – (um tipo de argila branca), osùn – um tipo de pó vermelho, obtido da
árvore Baphia nitida e Peterocarpus osun ambas Leguminosae Papilionoideae e o wáji
– um tipo de pó azul, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae.
Cada uma destas cores está relacionada com determinados Odus e existem vários
significados para as pinturas, poderei citar as três principais, a saber: As três
representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun) o crepúsculo (osùn) e o
anoitecer (wàji). Essas pinturas também representam uma forma de proteção contra as
forças maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que
pousem sobre as pessoas e uma das principais características destas pinturas, tem
como objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da
iniciação.

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