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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA
E LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA ESPANHOLA

MINI GLOSSÁRIO1

PALAVRAS DE ORIGEM AFRICANA INCORPORADAS À LÍNGUA


PORTUGUESA BRASILEIRA

COLÍDER, 2020

1 - Material desenvolvido pelas acadêmicas, Débora de Souza Silva Gizoni e Ketlen Paula Lima
Camargo, do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua e Literaturas de Língua
Portuguesa e Língua Espanhola, UNEMAT/UAB de Colíder-MT. E-mails: debora.gizoni@unemat.br /
ketlen.camargo@unemat.br
A

Acarajé: bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e servido


com camarões secos e outros recheios.

Angu: massa de farinha de milho ou de mandioca. Expressão popular “angu-de-


caroço”: coisa complicada.

Banguela: desdentado. Os escravos trazidos do porto de Benguela, em Angola,


costumavam limar ou arrancar os dentes superiores.

Banzo: tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal.

Cachaça: aguardente, bebida alcóolica feita a partir da cana-de-açúcar.

Cafuné: carinho, geralmente feito com a mão na cabeça da outra pessoa com intenção
de acalmar e demonstrar afeto.

Dendê: fruto de uma palmeira (dendezeiro), de onde é extraído o azeite de dendê,


largamente utilizado na culinária típica brasileira, especialmente na região Nordeste do
país.

Dengo: gesto de carinho; manha, birra.

Encabular: envergonhar-se; ficar vexado por algum motivo.

Engabelar: enganar; iludir jeitosamente; trapacear; engodo; embuste.

Fubá: da língua banta quimbundo, é uma farinha feita com milho ou arroz. Feijão e
angu – creme feito apenas com fubá e água – eram a base da alimentação dos africanos
e afro-brasileiros. Hoje, vários pratos e quitutes são preparados com o ingrediente,
sendo o bolo de fubá o mais querido entre os brasileiros.

1 - Material desenvolvido pelas acadêmicas, Débora de Souza Silva Gizoni e Ketlen Paula Lima
Camargo, do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua e Literaturas de Língua
Portuguesa e Língua Espanhola, UNEMAT/UAB de Colíder-MT. E-mails: debora.gizoni@unemat.br /
ketlen.camargo@unemat.br
Fuzuê: festa; confusão; turbilhão nas águas de um rio.

Garapa: caldo da cana; bebida formada pela mistura de mel-açúcar-água.

Gogó: pomo-de-adão; garganta; laringe.

Hã: interjeição de surpresa, espanto ou de admiração entre os Iorubás; manifestação de


incompreensão; não entendimento.

Iaiá: Tratamento dado às moças e meninas na época da escravidão. Na Luanda antiga,


era o tratamento respeitoso que as filhas e netas dos escravos davam às patroas.

Inhame: planta medicinal e alimentícia com raiz parecida com o cará.

Jagunço: capanga; combatente das forças de Antônio Conselheiro na Guerra de


Canudos; cangaceiro.

Jiló: fruto verde de gosto amargo.

Lenga-lenga: conversa, narrativa ou discurso enfadonho.

Lero-lero: conversa fiada; palavreado vazio.

Muvuca: mvúka, de origem banta e língua quicongo, significa aglomeração ruidosa de


pessoas como forma de lazer, celebração.

Muamba: do quimbundo muhamba, que era um cesto comprido usado para transportar
cargas em viagem.

1 - Material desenvolvido pelas acadêmicas, Débora de Souza Silva Gizoni e Ketlen Paula Lima
Camargo, do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua e Literaturas de Língua
Portuguesa e Língua Espanhola, UNEMAT/UAB de Colíder-MT. E-mails: debora.gizoni@unemat.br /
ketlen.camargo@unemat.br
Nenê: criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do Umbundo “nene”, que
quer dizer pedacinho, cisco.

Orixá: divindade de religiões afro-brasileiras; divindade secundária do culto jejênago,


medianeira que transmite súplicas dos devotos suprema; divindade desse culto; ídolo
africano.

Ogum ou Ogundelê: deus das lutas e das guerras.

Quiabo: fruto do quiabeiro, verde e peludo, comestível, cuja forma é piramidal.

Quizumba: confusão; briga.

Requenguela: encolhido, temido, fraco sem substância.

Samba: dança cantada de origem africana de compasso binário da língua de Luanda.

Senzala: alojamento dos escravos.

Tagarela: pessoa que fala muito.

Tutu: iguaria de carne de porco salgada, toicinho, feijão e farinha de mandioca.

Urucubaca: azar; má sorte; diz-se também de uma praga rogada por pessoa inimiga. A
palavra "urucubaca" é de origem banto, e os negros a usavam no tempo da escravidão
como sinônimo de feitiçaria, bruxaria, magia negra, palavras que por causa da Igreja
Católica e dos senhores, eles não poderiam pronunciar.

Urucungo: instrumento musical de origem africana, constituído por um arco que retesa
um fio de arame, tendo como caixa de ressonância uma cabaça com abertura circular;

1 - Material desenvolvido pelas acadêmicas, Débora de Souza Silva Gizoni e Ketlen Paula Lima
Camargo, do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua e Literaturas de Língua
Portuguesa e Língua Espanhola, UNEMAT/UAB de Colíder-MT. E-mails: debora.gizoni@unemat.br /
ketlen.camargo@unemat.br
recebe também o nome de berimbau-de-barriga ou simplesmente berimbau, e, no Pará,
marimba.

Vatapá: o vatapá é de origem africana, e chegou ao Brasil por intermédio dos africanos
iorubás com o nome de ehba-tápa. É um prato típico da cozinha nordestina e muito
divulgado pela Bahia onde em seu feitio acrescentam o azeite de dendê. Também é
popular no Amazonas, no Amapá, no Pará e em Rondônia, onde a receita sofre
variações como a ausência de amendoim e de outros ingredientes comuns na versão
tradicional.

Winda: nome próprio feminino, suaíli que significa "a caçadora".

Xendengue: de compleição miúda e franzina; magro. Etimologia: vem do quimbundo


ndenge.

Xodó: amor; sentimento profundo que se demonstra por algo ou alguém; carinho.

Yemanjá ou Iemanjá - (Yemọjá na Nigéria, Yemayá em Cuba ou ainda Dona Janaína


no Brasil) é o orixá do povo Egba, divindade da fertilidade originalmente associada aos
rios e desembocaduras. O nome deriva da contração da expressão em iorubá Yèyé omo
ejá ("Mãe cujos filhos são peixes") ou simplesmente Yemọjá em referência a um rio
homônimo cultuado nos primórdios do culto deste orixá.

Zabumba: do conguês bumba, bater. No banto designa pancada, tambor grande,


bumbo. Seu significado mais comum em português é tambor confeccionado de pedaços
de madeira colados, alternados com suportes de metal, em formato cilíndrico, tocado
por varetas, macetas ou baquetas, sobre uma ou duas membranas esticadas. A zabumba
está presente em muitos ritmos, sobretudo nos nordestinos.

Zunzum: boatos; cochichos; mexericos.

1 - Material desenvolvido pelas acadêmicas, Débora de Souza Silva Gizoni e Ketlen Paula Lima
Camargo, do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua e Literaturas de Língua
Portuguesa e Língua Espanhola, UNEMAT/UAB de Colíder-MT. E-mails: debora.gizoni@unemat.br /
ketlen.camargo@unemat.br
1 - Material desenvolvido pelas acadêmicas, Débora de Souza Silva Gizoni e Ketlen Paula Lima
Camargo, do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua e Literaturas de Língua
Portuguesa e Língua Espanhola, UNEMAT/UAB de Colíder-MT. E-mails: debora.gizoni@unemat.br /
ketlen.camargo@unemat.br

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