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Disciplina: História Professor: Paulo André

Série/Turma: 1º Ano – Automação Industrial/Eletromecânica.

OS FENÍCIOS

Os fenícios se estabeleceram na costa leste do Mar Mediterrâneo, em uma estreita faixa


de terra entre o mar e as montanhas, na região do atual Líbano, por volta do quarto milênio
a.C. Artesãos hábeis, eles empregavam metais, madeira e marfim na confecção de armas,
jóias, cerâmicas e objetos de vidro transparente e colorido. Os fenícios também fabricavam
tecidos muito famosos na Antiguidade, tingidos com a púrpura. Eles obtinham o produto de
um molusco muito comum no litoral do mediterrâneo, o murex.
Os fenícios importavam tecidos, vestimentas e tapetes da Mesopotâmia; marfim, ébano,
essências aromáticas e ouro da Arábia; e cavalos da Ásia Menor. Navegadores exímios, os
fenícios foram para a Península Ibérica em busca de prata, ferro, estanho e chumbo e
chegaram às Ilhas Britânicas e a costa do Mar do Norte. Também realizavam viagens em
torno da África e no Oriente Médio, as cargas eram transportadas em caravanas de camelos,
em carroças e navios. Os fenícios navegavam em mar aberto a grande distância da costa,
inclusive durante a noite, quando se orientavam pela observação da constelação da Ursa
Menor, conhecida na antiguidade como Estrela Fenícia.
Inicialmente, os mercadores praticavam o escambo, ou seja, faziam trocas de
mercadorias sem o uso de mercadorias sem o uso do dinheiro. Por volta do século VII a.C.
surgiram as primeiras moedas. Elas eram cunhadas em ouro, prata e bronze e, em pouco
tempo, tornaram-se eficientes instrumentos facilitadores do comércio e símbolo de riqueza.
As cidades-Estado fenícias

Não existia na Fenícia um Estado unificado, nos moldes daquele que se desenvolveu no
Egito. As cidades eram independentes entre si, apesar de compartilharem uma língua, uma
cultura e adorararem alguns deuses em comum, como Astarte, divindade feminina. No
entanto, cada cidade tinha seu deus principal, chamado Baal.
O comércio e o artesanato propiciaram o crescimento de poderosas cidades, com
destaque para as cidades de Sidon, Biblos, Tiro, Beritus e Ugarit. Elas estenderam suas rotas
comerciais por todo o Mediterrâneo, estabelecendo feitorias e colônias em pontos
estratégicos, como Cartago, no norte da África, Sicília, ao sul da Península Itálica, e Cádiz, no
sul da Espanha.
Cada cidade era governada por uma monarquia hereditária com funções religiosas. O rei
era auxiliado. Por funcionários palacianos. Há referências a cargos nas cidades como
“governador” e “comandante de campo”, respectivamente com funções administrativas e
militares. Acredita-se que também existia um conselho em cada cidade, com funções
deliberativas. Como os mercadores detinham grandes riquezas, é provável que também
tivessem poder político, atuando nesse conselho.
Cada cidade cuidava exclusivamente de seus próprios negócios. Para defender seus
interesses, possuíam monarcas, cujo trono era passado de pai para filho. Como os textos
bíblicos mostram, os monarcas eram também os que mais lucravam. Mas justiça se faça: boa
parte do sucesso dos fenícios no comércio se deveu à política de boa vizinhança de seus reis.
Os reis fenícios aceitavam até pagar tributos, desde que tivessem livre iniciativa no comércio.
Outra estratégia dos monarcas era permitir que estrangeiros viessem morar em suas cidades,
com pleno direito de abrir qualquer negócio uma autêntica raridade naquela época.
A elite dessas cidades era formada pelos ricos comerciantes, sacerdotes e construtores
de navios, os armadores. Mas os fenícios também desenvolveram uma importante atividade
artesanal. Além dos navios, eram produtores de joias e tecidos, principalmente os tingidos de
púrpura, uma tintura extraída de um molusco, o múrice. Os tecidos tingidos de púrpura foram
admirados e utilizados pelas elites de todos os grandes impérios da Antiguidade.
Entre os séculos XII e IX a.C., as cidades fenícias alcançaram grande desenvolvimento
dominando o Mar Mediterrâneo, o Mar Negro e o Mar Cáspio. Mas a partir do século VIII
a.C a fenícia foi sucessivamente anexada aos Impérios Assírio, Babilônico, Persa e
Macedônico.

Desenvolvimento do alfabeto

A necessidade de organizar e controlar melhor as atividades comerciais, como anotar


entradas, saídas, encomendas e preços dos produtos, levou os fenícios a desenvolverem
símbolos para facilitar a comunicação. Se você é usuário de salas de bate-papo na internet e
de redes sociais, deve ter seus próprios códigos de comunicação. Pois bem, assim como você,
os fenícios também criaram códigos para facilitar e administrar seus negócios.
A escrita desenvolvida pelos fenícios deu origem ao alfabeto, que é a decomposição de
palavras em sons, cada um deles representado por um signo ou letra. Desenvolvido pelos
fenícios, tinha 22 signos que representavam as consoantes. As vogais, como em outras línguas
semitas, não eram representadas. Os gregos adotaram o alfabeto fenício e acrescentaram as
vogais. Mais tarde, ele foi adaptado pelos romanos na elaboração do alfabeto latino, que é
atualmente o sistema de escrita alfabética mais utilizada no mundo ocidental.
Apesar de terem desenvolvido e difundido o alfabeto, poucos textos fenícios chegaram
até nós. O que conhecemos de sua história baseia-se principalmente em documentos escritos
por outros povos e nas informações trazidas pelas pesquisas arqueológicas.
Ruínas de Cartago, a principal cidade construída pelos fenícios no Norte da África

Comerciantes e Navegadores
Desenvolvimento Náutico e as Rotas Comerciais

Em razão dos negócios comerciais, os fenícios desenvolveram técnicas de navegação


marítima, tornando-se os maiores navegadores de Antiguidade.

Representação de um barco fenício.

No progresso de suas atividades comerciais, os fenícios tiveram expressivo destaque


no desenvolvimento de embarcações que pudessem lhes colocar em contato com as diversas
civilizações do mar Mediterrâneo. Utilizavam em seus barcos a combinação de remos e
velas, o que lhes proporcionava maior velocidade. Em suas viagens, orientavam-se durante o
dia pelo sol e durante a noite pela Ursa Maior.
O deslocamento pelo mar acabou firmando uma ampla rede de rotas comerciais que
garantia a circulação dos vários produtos que despertavam o interesse da poderosa classe
mercante mantenedora desse tipo de atividade econômica. Comerciavam todas as
"mercadorias" imagináveis e isso fez com que navegassem a lugares muito distantes para a
época. Comerciavam com grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo,
guardando em segredo as rotas marítimas que descobriam.
Considerável parte dos produtos comercializados pelos fenícios provinha de suas
oficinas artesanais, que dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, jóias de ouro e
de prata, estátuas religiosas), à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura de
tecidos (merecem destaque os tecidos de púrpura). Por sua vez, importavam de várias regiões
produtos como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos e cereais. Tiro era a
principal cidade que se dedicava ao comércio de escravos, adquirindo prisioneiros de guerra
e vendendo-os aos soberanos do Oriente próximo.
A marinha fenícia era uma das mais poderosas do mundo antigo. Suas embarcações,
dotadas de aríetes de proa, quilha estreita e vela retangular, eram velozes e mais fáceis de
manobrar. As mercadorias negociadas eram todas estocadas no porão dos navios e protegidas
em grandes vasos de argila preenchidos com areia. Dessa maneira, os fenícios conseguiam
preservar as mercadoria e minimizar as perdas materiais ocorridas durante o transporte.
Além de se preocuparem com a acomodação dos bens comercializados, os fenícios
também tinham de enfrentar a cobiça de outros navegantes que cruzavam a extensão do Mar
Mediterrâneo. A pirataria e os saques já eram práticas comuns ao comércio marítimo daquela
época. Por isso, algumas embarcações se deslocavam com a proteção de outros navios de
guerra equipados com remos e aríetes capazes de interceptar a ação de uma embarcação
pirata. Em cada ponto comercial espalhado pelo Mar Mediterrâneo havia grandes habitações
que abrigavam os marinheiros, artesãos e comerciantes envolvidos nessa movimentada
atividade econômica. Quando as condições climáticas impediam as viagens pelo mar, tais
abrigos poderiam servir de pouso durante meses inteiros a uma determinada tripulação. Foi
por meio dessa impressionante estrutura envolvida é que os fenícios se destacaram no campo
comercial.

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