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O EGITO

A ECONOMIA

A economia no Antigo Egito era baseada na agricultura. O rio Nilo, com suas
cheias, era uma dádiva dos deuses para os egípcios. As terras
cultivadas pertenciam ao Faraó, considerado pelo seu povo rei, Deus
e senhor absoluto, mas eram controladas pelos sacerdotes, escribas
e chefes militares que administravam os trabalhadores livres e os
escravos que ali cultivavam a terra.

Uma das características da economia egípcia era o poder


centralizador do Estado na figura do Faraó. A pedido do Imperador,
os artesãos eram requisitados para a construção de templos e para a
fabricação de armas para o exército. Com isso o comércio externo
tornou-se possessão do Estado, pois só ele dispunha de material em
demasia para a exportação.

Era comum o cultivo do linho, do algodão, da vinha, dos cereais e da


oliveira. Os animais mais utilizados nesse período foram o boi e o
asno, mas existia a criação de carneiros, cabras e gansos. O uso do
cavalo só ocorreu no nono império, e o camelo, animal símbolo da
civilização egípcia, só foi utilizado na época de Ptolomeu. Apesar de a
agricultura ser a principal base econômica, já existiam em pequena
quantidade indústrias de cerâmicas, de mineração e têxteis.

Os povos egípcios comercializavam através do Mediterrâneo, ao que


tudo indica, foram os precursores. A matéria-prima para a construção
dos barcos vinha da Fenícia e o pagamento era baseado na troca de
objetos de arte e metais preciosos. O Egito também mantinha
relações comerciais com a Arábia e a Índia.

Os gregos forneciam plantas que serviriam como uma das matérias


primas utilizadas no processo de mumificação. Através de uma
feitoria concedida na margem esquerda do Delta, os
estabelecimentos comerciais que ali existiam efetuavam trocas, como
o vinho, o azeite, a cerâmica e alguns produtos metalúrgicos pelo
trigo que faltava em suas cidades de origem. As pequenas operações
comerciais internas eram feitas por troca direta, não existiam moedas,
porém circulavam objetos de cobre e de ouro com peso estável.
A principal atividade econômica dos egípcios era a agricultura. Os egípcios
cultivavam trigo, cevada, linho, algodão, legumes, frutas e papiro,
planta com a qual faziam um papel de boa qualidade.
Eles não trabalhavam apenas com a agricultura, também com a criação de
bois, cabras, carneiros, patos e também com a mineração de ouro,
pedras preciosas, que chegou a ser usada para facilitar o comércio
externo.
Eles produziam armas, barcos, cerâmica, tijolos, vidro, cobre, bronze, etc.
Tudo isso era feito na indústria artesanal que eles construíram.
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Os egípcios não conheciam o dinheiro, por isso, eles compravam e vendiam


através de trocas. Essa atividade atingiu seu apogeu no Novo
Império, quando se intensificaram os contatos comerciais com a ilha
de Creta, Palestina, Fenícia e Síria.
A civilização egípcia se desenvolveu no nordeste da África, em uma região
conhecida como Crescente Fértil. Formada por diversos povos, entre
eles os hamíticos, os semitas e os núbios, a civilização teve seu
crescimento fortemente ligado aos recursos hídricos fornecidos
pelo Rio Nilo. Com a sedentarização dos seres humanos, eles
passaram a se organizar em núcleos para desenvolver atividades
produtivas. A atividade agrícola passou a fazer parte do cotidiano do
homem. Houve a domesticação do animais, a invenção dos primeiros
arados e a construção de canais de irrigação.

Com o tempo, as formas de poder foram estruturadas, as hierarquias foram


estabelecidas e as primeiras comunidades humanas foram se
formando. Nesse contexto, surgiu a civilização egípcia, uma das mais
antigas do mundo, que se destacou pela forma de organização de um
Estado forte, capaz de comandar milhares de pessoas. Os egípcios
ocuparam um território que fazia fronteiras com o Mar Mediterrâneo,
ao norte; com o Deserto da Líbia, a oeste; com o Deserto Oriental
Africano, a leste; e com a primeira catarata do Nilo, ao sul.

Sociedade egípcia

Com uma estrutura social bastante rígida, a sociedade egípcia era


organizada com base em critérios religiosos e econômicos. O modelo
de organização tinha como objetivo trabalhar em função das
necessidades do Estado, personificado no faraó. O topo da camada
hierárquica era ocupado pelo faraó, que para além da função chefe de
Estado, tinha status de divindade e era considerado a encarnação do
deus Hórus.
Na posição intermediária estavam as camadas privilegiadas que faziam
parte do Estado: os sacerdotes, que tinham a incumbência organizar
os cultos e festividades religiosas; nobres, oficiais militares e altos
funcionários, que ficavam responsáveis pela administração e
arrecadação; e os escribas, responsáveis pela escrita e contabilidade
do reino e por fiscalizar as obras coletivas.
A base da estrutura social era formada por: soldados, que tinha a
responsabilidade de garantir a hegemonia do poder faraônico através
das armas; camponeses e artesãos, responsáveis pelas colheitas e
organização das obras públicas; e por fim, os escravos, que eram
capturados em guerras e, geralmente, que trabalhavam em troca de
água e comida.
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A civilização egípcia desenvolveu conhecimentos nas áreas de matemática e


astronomia. Entre os conhecimentos mais utilizados pelos egípcios
estavam: raiz quadrada, frações, cálculos da área do círculo e do
trapézio. Esses conhecimentos foram fundamentais para prever as
cheias do Nilo, dividir as terras, bem como para calcular os impostos e
as construções hidráulicas.
Eles desenvolveram também conhecimentos na área de anatomia
humana que foram fundamentais para feitos na medicina como
realização de cirurgias, o tratamento de doenças do estômago, do
coração e de fraturas. Os estudos do campo da anatomia foram
favorecidos graças às práticas de mumificação, utilizada pela
civilização egípcia. Os egípcios também desenvolveram os seguintes
sistemas de escrita: 

• Hieroglífica – escrita sagrada, utilizada nos túmulos e templos; 


• Hierática – uma versão simplificada da escrita hieroglífica; 
• Demótica – escrita popular, utilizada pelos escribas.

História do alto e baixo e Egito.

Os primeiros núcleos da civilização egípcia formaram os nomos que se


dividiram em dois reinos: Baixo Egito e Alto Egito. Por volta de 3200
a.C., o rei do Alto Nilo, Menés, conquistou o Baixo Egito e unificou os
dois reinos.

Com a unificação dos reinos, Menés se tornou o primeiro faraó egípcio,


dando início ao período dinástico, que se dividiu em Antigo
Império, Médio Império e Novo Império. No antigo Egito, além de o
faraó cumprir a função de chefe administrativo, militar, juiz supremo e
sacerdote, ele representava a encarnação dos próprios deuses.

A história do Egito Antigo foi marcada por crises e conflitos. Ao longo desses
três períodos, a civilização egípcia teve seu auge, porém viu o seu
declínio a partir do século VII a.C., quando o Egito foi invadido por
vários povos e perdeu o seu antigo esplendor.

Antigo Império
O Antigo Império teve início quando Menés se tornou o primeiro faraó. Entre
3200 a.C. e 2300 a.C, ele estabeleceu a supremacia sobre os 42
nomos e implantou a capital em Tínis, no Alto Egito. Nesse período,
os faraós governavam com poder absoluto. Eles eram considerados
deuses vivos, detinham poder sobre todas as pessoas e eram donos
de todas as terras.

O período foi marcado pelo apogeu da civilização egípcia, na qual realizaram


expedições para exploração mineral nas minas do Sinai e Mar
Vermelho. Além disso, fundaram acampamentos estratégicos e uma
frota marítima, adquirindo ouro, cobre, turquesa, madeira de cedro,
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mirra, malaquita e eletro. Durante esse período houve avanços nos


campos da arquitetura, arte e tecnologia. O Antigo Império ficou
conhecido como a época das grandes pirâmides, pois foi quando
foram erguidas as pirâmides de Gizé, entre 2700 e 2600 a.C., pelos
faraós Quéops, Quéfrem e Miquerinos.

Depois de anos de supremacia o poder dos faraós foi se desgastando. Por


volta de 2300 a.C., o Egito passou por uma crise social provocada por
conflitos e disputas internas. Com a diminuição do poder do faraó,
governantes regionais chamados nomarcas começaram a desafiar a
autoridade faraônica. 

Médio Império
O Médio Império foi marcado pela recuperação do poder dos faraós que
estava enfraquecido devido a ação dos nomarcas. Por volta do ano
2000 a.C., os príncipes tebanos derrotaram os nomarcas e
transferiram a capital egípcia para Tebas. Assim, eles conseguiram
restabelecer a paz interna e reorganizar o exército. Nesse período
houve a conquista de regiões ricas em cobre e ouro como a Palestina
e a Núbia.
Entre 1800 e 1700 a.C. houve uma invasão no território egípcio, na qual
povos vindos da Ásia usaram armas de ferro e de cavalos nos
combates, tomaram o poder e permaneceram dominando o Egito até
1580 a.C.
Novo Império 
O Novo Império teve início com a expulsão dos hicsos pelos príncipes de
tebas e a restauração do poder dos faraós em 1580 a.C. O período foi
marcado pela tentativa de reforma religiosa, promovida por Amenófis
IV. Com o objetivo político de diminuir o poder sacerdotal que
ameaçava o poder do faraó, ele unificou todos os deuses, que foi
simbolizado pelo disco solar – Aton.
Após a morte de Amenófis IV, o império foi assumido por Tutankamon e, em
seguida, por Ramsés II e Tutmósis III, que foram os últimos grandes
faraós do Novo Império. Tutmósis III retomou a política imperialista,
entrou em guerra com os hititas e assinou a paz com os assírios. Com
morte do último grande faraó, a civilização egípcia entrou em
decadência e houve uma série de invasões no Egito. Primeiro pelos
assírios, em seguida pelos persas, depois pelos macedônicos e, por
fim, romanos.

Principais atividades

A agricultura foi a principal atividade econômica do Egito Antigo.


Porém, os egípcios também se dedicaram ao artesanato, pecuária,
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pesca, caça e extração mineral. Praticaram também o comércio


exterior com outros povos.

Agricultura e o sistema de produção

O vale fértil do rio Nilo ofereceu excelentes condições para a prática


da agricultura. Os egípcios plantaram, principalmente, cevada (cereal
usado para fazer cerveja e outras bebidas alcoólicas), trigo, azeitona,
algodão, legumes e hortaliças (repolho, pepino, lentilha, nabo,
rabanete) e lótus (planta aquática). O papiro também era cultivado,
pois os egípcios o usaram para fabricar uma espécie de papel
(também tinha o nome de papiro), pequenas embarcações e cestos.

Os egípcios usaram o arado, puxado por bois ou homens, para ajudar


na plantação das sementes. Os egípcios construíram um eficiente
sistema de irrigação, formado por canais e diques.
 
A agricultura seguia o modelo de produção coletivo e era controlada pelo
Estado.
 
Cultivo de trigo no Egito Antigo: cereal era uma dos principais alimentos dos
egípcios.

 
Pecuária

Os egípcios criaram animais para o fornecimento de carne e também


para o transporte de cargas. Criaram bois, cabras, burros e porcos.
Algumas espécies de aves também foram criadas como, por exemplo,
gansos, patos e pombos.

Pesca e caça

A pesca era realizada no rio Nilo, que oferecia grandes quantidades


de tilápia, carpa e pescada. Os peixes eram comercializados e
serviam como importante fonte de alimentação para os egípcios.

Os egípcios também caçavam animais como, por exemplo, antílopes,


coelhos, crocodilos e até hipopótamos.

Artesanato

As atividades artesanais eram importantes na vida da sociedade


egípcia. Os artesãos usavam como matéria-prima: papiro, metais,
pedras, madeiras e marfim. Fabricavam móveis, joias, objetos de
couro e cestos e potes de cerâmica. A atividade de fabricação de
tecidos também era importante na economia egípcia.

Extração Mineral
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Os principais minerais extraídos no Egito Antigo foram: cobre,


chumbo, ouro e pedras (construção, decoração e semipreciosas).

Comércio interno e externo

As primeiras moedas começaram a circular no Egito Antigo por volta


do século V a.C. Antes disso, a troca de mercadorias era o recurso
mais utilizado.

Os egípcios estabeleceram uma importante rede de comércio exterior.


Comercializavam com a Núbia, a Palestina, Biblos, Creta e Grécia.
 

Os Faraós eram os reis que governavam o Antigo Egito. Embora o termo


não fosse tão utilizado na época, hoje se trata todos os monarcas do
Império Egípcio como faraós, mas é preciso lembrar que todos esses
governantes tinham suas características próprias apresentando uma
diversidade muito grande de intenções enquanto ocupavam o trono.
A palavra faraó tem sua origem no hebraico e significa “casa elevada”,
inicialmente o termo servia para representar o palácio real e só depois
que foi apropriado pela figura do monarca. A palavra ficou muito
conhecida através do livro do Êxodo na bíblia, que popularizou a
denominação do monarca do Egito. A imagem de tal rei mais comum
que se tem é decorrente daquela que é transmitida pelos filmes de
Hollywood, com o faraó cercado de escravos e de mordomias, mas na
prática era bem diferente, o líder do Egito tinha que desenvolver
várias funções e governava com o auxílio de uma equipe.
Os faraós eram os administradores máximos do Egito, cabiam a eles os
cargos de chefe do exército, primeiro magistrado e sacerdote
supremo. Para completar a máquina administrativa do Império, os
faraós eram auxiliados por escribas, que eram responsáveis pela
burocracia; generais e oficiais do exército, encarregados das guerras;
uma espécie de primeiro-ministro, chamado de Tjati, e os sacerdotes,
encarregados das práticas e crenças religiosas.
Segundo a mitologia egípcia, o deus Hórus havia governado o Egito por
muito tempo, só depois que se estabeleceu o primeiro governo
humano, no qual o monarca era um descendente direto de Hórus. A
suposta linhagem divina tornava o faraó um ser sagrado no Egito,
acreditava-se que seu sangue era composto pelos traços divinos do
deus Hórus. A tradição aponta Menes como o primeiro faraó do Egito
Antigo, o qual teria sido responsável por unificar o reino dividido, o
que teria acontecido por volta de 3.100 a.C., embora haja suspeita
entre os historiadores da existência de uma linhagem anterior.
Houve no Antigo Egito algo em torno de trinta dinastias, dentre as quais
algumas tiveram trocas constantes de monarca, devido às crises
políticas ou mesmo invasões de povos estrangeiros. Entre tantos
faraós na história do Egito, alguns se tornaram especialmente
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reconhecidos no mundo todo e alguns exerceram governos


extremamente marcantes e importantes. Assim, alguns merecem
citações.

Tutmés I foi o primeiro faraó a ser enterrado no Vale dos Reis.

 Tutmés III realizou 17 bem sucedidas campanhas militares e conseguiu


afirmar a hegemonia do Egito no Oriente Médio, conquistando a
Núbia, grande fornecedora de ouro, e tributando os povos
dominados. 

Amenófis III teve um reinado de paz e prosperidade e foi responsável por


grandes trabalhos arquitetônicos.

 Amenófis IV mudou seu nome para Akhenaton e implementou no Egito a


crença em uma religião criada por ele que era monoteísta, era casado
com Nefertiti. Tutankhamon tornou-se faraó com 9 anos de idade e
faleceu com apenas 18 anos, restaurou o culto aos antigos deuses. É
muito famoso porque sua tumba foi encontrada intacta. 

Queóps foi o responsável pela construção de uma das pirâmides de Gizé,


enquanto Quéfren foi por outra. Também houve reinados de
mulheres no Antigo Egito, embora as mulheres fossem submissas na
sociedade os egípcios preferiam ser governados por elas,
supostamente possuidoras de sangue divino, do que por homens que
não o possuíssem. Entretanto a representação das rainhas muitas
vezes era acompanhada por barbas longas, como símbolo de
sabedoria. Em outros casos, como aconteceu com Hatshepsut, o
reinado feminino era apagado da história do Egito por causa da
insatisfação dos egípcios de serem governados por mulheres.

Em geral os reinados não duravam muito por causa das muitas guerras ou
das crises políticas. Quando um faraó completava 30 anos no trono
realizava-se uma festa para mostrar que o mesmo ainda tinha forças
para continuar liderando o Império.
Se o primeiro faraó no Egito envolve ainda desconfianças, o último é
consenso. Ptolomeu XV era filho de César e Cleópatra VII e
pertencente à dinastia Lágida, identificado como o último faraó. O
Egito foi invadido por vários povos e também dominado por Roma,
não mais conseguiram se tornar um império independente.

O Faraó era quem governava o Egito. Ele tinha todos os poderes sobre
a sociedade egípcia. Além disso, era reconhecido como um deus.
Não existia nenhum tipo de eleição ou processo para a escolha de um
faraó, pois o poder era passado de pai para filho. O faraó ficava com
a maior parte dos impostos recolhidos e a sua família era muito rica.
Os membros da família real moravam em palácios de alto luxo. Era
comum o faraó ordenar a construção de pirâmides para que seu
corpo e riquezas fossem colocados após a morte.
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Sacerdotes
Na categoria poder, os sacerdotes só estavam abaixo do faraó. Eles
organizavam os rituais, festas e atividades religiosas no Egito Antigo.
Os sacerdotes tinham muito conhecimento sobre as características e
as funções de cada deus egípcio. Organizavam os templos e os
rituais depois da morte do faraó. Alguns sacerdotes, após a morte,
chegaram a ser mumificados e tiveram seus corpos depositados em
pirâmides.
Chefes Militares
Os chefes militares faziam a guarda do território egípcio. Em tempos de
guerra ganhavam evidência na sociedade. Eles tinham que organizar
o exército para que vencesse a guerra, pois uma derrota podia custar
a vida do chefe militar.
Escribas 
A função dos escribas era escrever hieroglífica e demótica, a escrita
egípcia. Eles registravam os principais fatos da sociedade e
principalmente da vida do faraó. Os escribas escreviam em um papel
confeccionado de fibras da planta papiro, nas paredes das pirâmides
e em placas de pedra. Além disso, eles controlavam as taxas
cobradas pelo faraó.
Povo Egípcio
A maior parte da sociedade era constituída
por artesãos, lavradores, pastores e comerciantes. Essa classe
tinha que trabalhar muito para ganhar o suficiente para sobreviver. Às
vezes era chamado pelo faraó para trabalhar em obras públicas, sem
receber nenhuma recompensa
Escravos
Os escravos eram povos capturados em guerra. Trabalhavam sem receber
salários. Recebiam apenas roupas velhas e comida para
sobrevivência. Muitas vezes recebiam castigos em forma de punição.

Egito Antigo: economia

A agricultura era a atividade econômica fundamental do Egito Antigo. No


entanto, os egípcios também faziam trabalhos voltados para o
artesanato, pecuária, pesca, caça e extração mineral.

Agricultura e o sistema de produção


A área fértil às margens do rio Nilo ofereceu excelentes condições para a
agricultura. Os egípcios colhiam diversos itens das áreas no entorno
do rio. O papiro, papel usado pelos escribas, também era
cultivado. Para maior eficiência na plantação eles usavam o arado,
equipamento puxado por bois ou homens, para ajudar na plantação
das sementes. Os egípcios fizeram também um sistema de irrigação
constituído por canais e diques.

Pecuária
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Os egípcios tinham uma criação de bois, cabras, burros e porcos para o


consumo de carne e para o transporte de cargas.
Na história da humanidade, variadas civilizações e culturas, com suas
respectivas singularidades, enriqueceram o manancial de toda a
nossa experiência existencial. Uma das civilizações mais importantes
que irromperam na Antiguidade, há cerca de 4.000 anos antes de
Cristo, foi a civilização egípcia. O Egito Antigo desenvolveu-se às
marges do rio Nilo, no Nordeste da África, nas regiões chamadas de
Vales Férteis, em virtude dos compostos orgânicos presentes nas
terras próximas ao rio citado.
A antiga civilização egípcia fez-se presente no seio das grandes civilizações
que se desenvolveram na Europa, no Médio Oriente e na Península
Arábica. São vários os relatos de povos antigos sobre o Egito, desde
hebreus e fenícios até gregos e romanos. As grandes pirâmides do
Vale de Gizé (localizadas perto da cidade do Cairo) e os hieróglifos,
ou a escrita hieroglífica, são, até os dias de hoje, exaustivamente
estudados por especialistas. As pirâmides perpassaram por muitos
momentos históricos, como a batalha de Napoleão Bonaparte travada
próximo a elas nos fins do século XVIII.
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Tradicionalmente, a história do Egito Antigo é estudada em seis fases
principais.
 Período Pré-Dinástico: começou por volta de 4000 a.C., quando os
nomos (pequenos estados) foram estabelecidos em torno da
econômica agrícola, artesanato e uso de metais.

 Período do Antigo Império: teve início em 2780 a.C e ficou marcado


pela unificação política do império sob a égide dos faraós.

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Período intermediário: quando houve a recuperação do poder pelos
nomos.

 Médio Império: estendeu-se até 1.785 a.C.

 Novo período intermediário: caracterizou-se pela invasão dos hicsos,


que se estabeleceram no delta do Nilo até por volta de 1580 a.C.

 Alto Império: de 1580 a 1200 a.C., foi marcado tanto pela expulsão dos
hicsos quanto pela guerra intensa com diversos povos.
Todas essas fases foram marcadas por personalidades específicas e
eventos singulares, como o cativeiro dos hebreus. Depois, houve o
Período Helenístico, marcado pela expansão e domínio da civilização
grega comandada por Alexandre, o Grande.
Após o domínio Helenístico, o Egito não teve mais um desenvolvimento
autônomo, sendo subordinado por outras civilizações, como ocorreu
na época de Cleópatra, em que o Egito tornou-se uma província dos
romanos.
Não existia no antigo Egito uma palavra para arte ou artista, além de que
não havia diferença entre um escultor, ou um pintor, e um carpinteiro
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ou um oleiro, sendo todos igualmente artesãos. A sua habilidade e


destreza em fazer objetos de carácter decorativo, doméstico, utilitário
ou ritual é que os distinguia do resto da população trabalhadora,
amplamente agrícola. As oficinas eram na sua maioria reais, isto é,
pertenciam ao principal encomendador de objetos artísticos, o faraó.
Além deste, também os templos e os altos funcionários, alta nobreza
cortesã ou regional, tinham acesso às obras produzidas nas oficinas
artesanais. Cada vez mais, ao longo da história egípcia antiga, as
oficinas foram-se multiplicando, servindo uma clientela cada vez
maior e mais diversificada. As oficinas tornaram-se até concorrenciais
em todo o Vale do Nilo. Ourivesaria e joalharia, metalurgia, cerâmica
e olaria, marcenaria, pedreiros e canteiros, escultura ou pintura, entre
outros mesteres artesanais, foram ativos e disseminados por todo o
território, desde os alvores da civilização egípcia.
Os artífices, ou artesãos, trabalhavam quase sempre em equipa, em
oficina dir-se-ia, sob as ordens de um capataz e, muitas vezes, de um
escriba. Muitos artesãos, depois de trabalharem nas obras reais,
desde a construção até à decoração dos edifícios funerários,
residenciais, comemorativos ou religiosos, regressavam às suas
aldeias ou cidades e aí se dedicavam ao fabrico de objetos de uso
quotidiano ou laboral, além dos ofícios de assistência e reparação,
como o dos ferreiros, carpinteiros, etc.
Libertados da sujeição quase absoluta ao faraó ao longo do Império
Antigo (c. 2660-c. 2180 a. C.), os artesãos começaram cada vez mais
a trabalhar por conta própria, embora o faraó e a alta nobreza e
administração, além do clero, continuassem a ser os seus maiores
compradores. Os particulares fora daqueles segmentos tornaram-se
também comitentes de obras artesanais. Apareceram ainda os
primeiros agrupamentos de artesãos, organizados ou por ofícios ou
por localidades, do tipo “confrarias”, muitas vezes dirigidas ou
tuteladas por altos funcionários. Criou-se assim, a partir do Primeiro
Período Intermédio (c. 2180-c. 2040 a. C.), uma hereditariedade
quase dinástica no mundo dos artesãos, com a transmissão familiar
de técnicas e estabelecimentos. Mas produzindo obras anónimas,
quase sem exceção, controladas e fiscalizadas por funcionários reais
ou da administração regional, mas sempre em nome e para glória do
deus vivo, o faraó. Os artesãos, com o decorrer dos tempos,
tornaram-se, os mais abastados, membros de uma classe
social relativamente alta, a par de escribas e funcionários de nível
intermédio, produzindo não apenas para os tradicionais comitentes
mas também para proveito próprio e ulteriores trocas com outros
artesãos. Os detentores de ofícios artesanais, porém, nunca lograram
obter uma constante e generalizada boa imagem entre todos os
Egípcios, sendo alvo de chacota ou crítica muitas vezes. Alguns
conheceram, ainda, uma situação económica confortável, visível nos
seus belos e sumptuosos túmulos.
Conhecem-se hoje as autobiografias de alguns artesãos, que nos dão
a conhecer alguma da realidade do mester, a sua posição social,
atividades, entre outros aspetos do ofício. A arqueologia também nos
tem revelado outras dimensões do trabalho artesanal no Antigo Egito,
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ao exumar os bairros de artífices junto ao Vale dos Reis, em Tebas,


em cujos túmulos trabalharam, ou em Guiza (Gizé), junto
às Pirâmides e Esfinge, onde se têm descoberto as instalações de
trabalho e dormitório de todos os operários que trabalharam na sua
edificação, decoração ou manutenção. Mênfis, Tebas, cidades
históricas, capitais até, do Antigo Egito, ou Abydos, Heliópolis, além
dos vários santuários ao longo do Nilo, seriam as maiores
concentrações de oficinas, artesãos e das suas “confrarias” no Egito
Antigo

A antiga religião egípcia consistia nas crenças e nas práticas que eram
realizadas pelos egípcios no Egito Antigo. A crença religiosa dos
egípcios era de extrema relevância e influenciava consideravelmente
a vida das pessoas. Por serem politeístas, os antigos egípcios
acreditavam em vários deuses.
Duas características muito importantes da religiosidade dos egípcios eram
os conceitos maat e heka. O primeiro conceito definia a importância
de viver uma vida correta, de forma a manter a existência harmônica
no universo. O conceito de Heka estava relacionado à mágica e
afirmava a importância dela tanto na criação do universo quanto na
manifestação do poder dos deuses.
Os deuses do panteão egípcio eram representados de três diferentes
maneiras:
 Antropomórfica: forma humana.

 Zoomórfica: forma animal.

 Antropozoomórfica: forma humana e animal ao mesmo tempo.


Entre os principais deuses egípcios, podem ser destacados Hórus, Rá (deus
sol), Ísis (deusa da fertilidade), Anúbis (deus dos
mortos), Maat (deusa da justiça) e Bastet (deusa dos gatos e da
fertilidade). Cada deus exercia uma função diferente, bem como
possuía sacerdotes específicos responsáveis por sua adoração.
Os sacerdotes no Egito Antigo poderiam ser tanto homens quanto mulheres.
Em geral, as sacerdotisas prestavam culto a uma deusa, e os
sacerdotes a um deus, no entanto, isso não era uma regra obrigatória.
Os sacerdotes do Egito enfrentavam um longo processo de
capacitação e podiam constituir famílias como qualquer outra pessoa.
Esses religiosos eram responsáveis pela adoração dos deuses e pela
manutenção do templo, assim como pela realização dos festivais
religiosos. Os sacerdotes também cumpriam um papel com a
comunidade local, realizando funerais, casamentos e fazendo o papel
de curandeiros. A adoração aos deuses nos templos era restrita a
eles

A crença na vida após a morte e a mumificação


Um elemento central na religião dos egípcios era a crença na continuidade
da vida após a morte. Os egípcios acreditavam que a vida terrena era
apenas uma etapa de uma jornada que continuaria e que, por isso,
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seria necessário levá-la da maneira mais justa possível. Os atos


realizados em vida, inclusive, eram extremamente importantes, pois
definiriam o destino de cada pessoa.
De acordo com essa religião, cada pessoa que morria teria suas ações
julgadas em um tribunal presidido por Osíris, um dos principais
deuses egípcios. A crença egípcia afirmava que o coração seria
pesado em uma balança com uma pena, e o resultado definiria o
acesso ao paraíso.
Esse era um ato simbólico, uma vez que o coração representava as ações
em vida de cada pessoa, e a pena representava a justiça e era o
símbolo da deusa Maat. Caso o coração fosse mais leve que a pena,
a pessoa teria acesso ao paraíso. Caso contrário, a alma dessa
pessoa seria devorada por uma entidade monstruosa.
A crença na vida após a morte também explicava a preocupação dos
egípcios com a conservação dos corpos, uma vez que a continuidade
da vida estava condicionada a sua preservação na terra. Desse ponto
de vista, era necessário que os corpos fossem cuidados, por isso os
egípcios mumificavam seus mortos.
A mumificação era realizada em um longo processo que se estendia por
aproximadamente 70 dias. O processo mais conhecido era restrito
apenas à nobreza egípcia, a única que tinha condições financeiras de
pagar por ele. Durante a mumificação, primeiramente, os órgãos eram
retirados, e o corpo era limpo e banhado com óleos e resinas
especiais para, em seguida, ser enfaixado. No túmulo, eram
colocados alimentos e uma série de objetos, como joias e estátuas.

A escrita do antigo Egito


A escrita do antigo Egito era organizada em forma de hieróglifos, mas
existiam outras duas formas de escrita: escrita hierática (escrita em
formato cursivo para fins comerciais) e a escrita demótica (mais
simplificada e mais popular).
A+
A-
escrita do antigo Egito era chamada de hieroglífica (vem do grego
“hieróglifo”, que significa sinal sagrado) e era primitivamente
pictográfica, isto é, cada símbolo representava um objeto. Essa
escrita era constituída de mais de seiscentos caracteres.
Além da escrita hieroglífica, os egípcios usavam dois outros sistemas de
escritas. A escrita hierática, que era organizada em formato cursivo e
usada para fins comerciais; e a escrita demótica, que foi usada nos
últimos períodos, pois era uma forma mais simples e mais popular da
escrita hierática.
O francês Jean-François Champollion (considerado o pai da egiptologia),
professor de História da Universidade de Grenoble, na França, foi
quem conseguiu pela primeira vez, em 1822, traduzir um texto em
hieróglifos, gravado na famosa pedra de Roseta. A pedra foi
encontrada na cidade de Roseta, por acaso, durante uma expedição
de Napoleão Bonaparte, em 1799, ao Egito.
A pedra de Roseta possuía, além da escrita hieroglífica, uma escrita em
caracteres demóticos e outra escrita em grego antigo. Na pedra havia
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um decreto do Rei Ptolomeu V e o que possibilitou a sua


interpretação foi a comparação da escrita grega com as escritas
correspondentes em demótico e em hieróglifos. Através dessa
descoberta iniciou-se uma nova fase no estudo da história do Egito, a
partir do século XVIII

Até os dias de hoje não sabemos ao certo qual é a origem da escrita egípcia,
se foi organizada pelos próprios Egípcios ou se sofreu alguma
influência dos povos mesopotâmicos.
Desenvolveram tres tipos de escritas diferentes, a hieroglifica que se baseia
na utilização da impressão, em seguida a escrita hierática, que é uma
forma simplificada da hieroglifica, e a demótica que é utilizada para
escritos de menor importância.
No caso, iremos focar na escrita Hieroglifica que tem a origem de seu nome
derivado das palavras gregas “hierós” que quer dizer sagrado e
“glyphein” que quer dizer escrita. Como a propria origem do nome nos
expõe, podemos encontrar um certo ar de sagrado proporcionado
pelos egípcios em relação a essa escrita.
O desenvolvimento da mesma proporcionou uma grande produção literária
de temas cotidianos e até mesmo explicações de mitos e rituais
religiosos.
A importancia dessa escrita para com o Império Egipcio é inegável. Por se
tratar um império de uma grande massa territorial a escrita foi a peça
chave para tal adminstração, apesar de ser um privilégio para poucos
dentro da sociedade faraônica.
Quem dominava a leitura e a escrita dos hieroglifos eram conhecidos
como Escribas, que obtinham uma posição de destaque perante a
sociedade. Sua formação acontecia em uma escola onde os mais
bem preparados conseguiam cargos de fundamental importância
dentro do estado. Dentre as suas funções estavam contabilizar
impostos, fiscalizar ações públicas e avaliar propriedades. Em troca
desses serviços, como não havia um desenvolvimento monetário
nesse periodo na região, o escriba recebia algumas mercadorias
como suprimentos agricolas, carne, sal ou um outro serviço em troca.
Compreender tal escrita não era uma tarefa muito facil. Era preciso muito
conhecimento. Até os pesquisadores da atualidade tem uma certa
dificuldade na leitura de algumas fontes históricas. Todo o
conhecimento sobre ela é muito “recente”. Todos os estudos da
mesma tiveram início no século XIX quando Napoleão realizou a
invasão do Egito e demonstrou um certo interesse por essa cultura.
Dessa maneira, através de estudos científicos, ela começa a ser
desvendada. Um exemplo do “recente” interesse da humanidade é
que entre uma das fontes históricas achadas que é denominada de
“pedra de roseta” foram encontradas algumas inscrições em grego,
hieróglifo e demótico.
A partir de incentivo de Napolão a desvendar essa escrita e a partir de
descobrimentos recentes é que foi possível realizar a leitura de outros
variados documentos que contam muito da civilização Egípcia.
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Sumario

 Civilização do nilo
Egito
Economia
A civilização egípcia
Sociedade egípcia
Hierografia
Hierarquia
Demótica
 Antigo egito
Historia do alto e baixo Egito
Antigo império
Médio império
Novo império
 Faraó e seus colaboradores
Agricultura e o sistema de Produção
Pecuária
Pesca e caça
 Oficios da cidade
Artesanato
Extração mineral
Os faraós
Sacerdotes
Chefes militares
 Escrita egipcia
Escribas
Povo egípcio
Escravos
 Religião
A crença na vida após a morte e a mumificação
A escrita do antigo egito
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REFERENCIAS

  Por Jefferson Evandro Machado Ramos


Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP
(1994).
Fonte: História do Mundo -
https://www.historiadomundo.com.br/egipcia/economia-egipcia.htm
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/civilizacao-
egipcia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Faraó
http://www.historiadomundo.com.br/egipcia/faraos-do-egito.htm
Texto originalmente publicado
em https://www.infoescola.com/civilizacao-egipcia/faraos/
Arquivado em: Civilização Egípcia
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/egito-
antigo.htm
Porto Editora – Ofícios Artesanais do Antigo Egito na
Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-10
22:14:17]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$oficios-
artesanais-do-antigo-egito
– BAINES, John; MALIK, Jaromir. Cultural Atlas of Ancient
Egypt. London: Andromeda Oxford Limited, 2008.
– HART, George. The British Museum Pocket Dictionary of
Ancient Egyptian Gods and Goddesses. British Museum Press,
2001.
– SHAW, Ian. The Oxford Illustrated History of Ancient
Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000.
Sites / Referências:
– http://www.reshafim.org.il/ad/egypt/

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