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Contributos das primeiras

civilizações
História
As primeiras civilizações-
condições naturais e
desenvolvimento económico
• Por volta do quinto milénio a.C., as terras
férteis próximas dos rios Tigre, Eufrates, Indo,
Amarelo e Nilo atraíram comunidades de
agropastoris. Com isto, houve uma maior
concentração populacional, surgindo os
primeiros núcleos urbanos.
• As terras destas áreas eram muito férteis, mas
era necessário tomar medidas para tornar os
terrenos produtivos: drenar os campos,
desbravar a terra, contruir diques e barragens
para suportar as águas dos rios durante as
cheias e construir canais para irrigar os campos
nos meses de seca.
As primeiras civilizações-
condições naturais e
desenvolvimento económico
• Nesta altura, a descoberta da metalurgia foi
muito importante para o fabrico de armas e
instrumentos agrícolas mais modernos. Com isto,
foi possível a acumulação de excedentes, o que
promoveu o desenvolvimento do comércio.
• Isto tudo levou ainda à divisão da sociedade em
estratos sociais. As comunidades eram
governadas por um indivíduo, com amplos
poderes: legislativo, militar e religioso. Existiam
ainda os sacerdotes, que dirigiam o palácio dos
governantes e o templo, os guerreiros, os
comerciantes, os artesãos, os camponeses e os
escravos.
As primeiras civilizações-
condições naturais e
desenvolvimento económico
• A necessidade de registar as colheitas, as leis, as
trocas comerciais e os impostos levou estas
civilizações a desenvolverem as primeiras formas
de escrita e de cálculo. Na Suméria, por exemplo,
desenvolveram a escrita cuneiforme (escrita feita
com auxílio a uma cunha) e no Egito a escrita
hieroglífica (escritas pictográficas).
• Com esta invenção, surgiu um novo estrato social,
os escribas. A escrita tornou-se um valioso
testemunho do passado, marcando, segundo a
historiografia tradicional, o fim da Pré-História e o
início da História.
A civilização egípcia
• A Civilização Egípcia desenvolveu-se por volta de
3100 a.C., ao longo das margens do rio Nilo, entre
os Desertos da Líbia e da Arábia.
• As cheias no rio Nilo, que ocorriam entre julho e
outubro, inundavam as margens e deixavam um
depósito de limo negro, tornando as terras muito
férteis para a agricultura. Isto foi muito
importante para a prosperidade desta civilização.
• Para aproveitar e controlar as águas das cheias, os
egípcios construíam canais, diques e barragens
para irrigar os campos de cultivo em meses de
seca.
A civilização egípcia
• No antigo Egito, as principais atividades
económicas eram, sem dúvida, a agricultura e
a criação de gado. Cultivavam cereais, como a
cevada e o trigo, legumes e árvores de fruto,
como a figueira e a tamareira. Nas margens do
rio crescia o linho, utilizado para vestuário, e o
papiro, utilizado como suporte para a escrita.
• Desenvolveram também a pecuária, criando
gado caprino, bovino e suíno, e praticaram a
pesca.
• Com isto, pode-se perceber que a riqueza da
civilização egípcia dependia muito do rio Nilo.
A civilização egípcia
• Os Egípcios dedicaram-se ao
artesanato, desenvolvendo a metalurgia, a
ourivesaria, a cerâmica, a tecelagem e a
construção naval.
• A acumulação de excedentes e a navegabilidade
do Nilo também favoreceram as trocas comerciais
com outros povos., entre os quais os Sumérios. O
rio, para além de navegável, facilitava o comércio
interno e externo. Exportavam produtos
provenientes da agricultura e artesanato, e
importavam, matérias-primas, como metais,
madeira, resina e especiarias.
A civilização egípcia
• O faraó era considerado um deus vivo,
descendente dos deuses. O seu poder era
absoluto e sacralizado.
• O faraó administrava o Egito, através de um
grande número de funcionários. Era o sumo
sacerdote, dirigindo os cultos e as cerimónias
religiosas, o chefe do exército e o juiz
supremo.
• O faraó utilizava a serpente sagrada (Uraeus),
protetora do faraó, uma pera postiça, símbolo
do poder sacralizado, e o septo real e o
chicote, símbolos da governação e da justiça.
A civilização egípcia
• A sociedade egípcia estava dividida em estratos,
definidos com base na função, riqueza e poder.
Era uma sociedade estratificada, cujo topo era
ocupado pelo faraó e família. A organização da
pirâmide social do antigo Egito era a seguinte:
• Os altos funcionário. Exerciam funções militares e
políticas.
• Os sacerdotes. Administravam os templos e
presidiam os cultos.
• Os escribas. Dedicavam-se à escrita, registando
impostos, leis e documentos ligados à
administração. Também escreviam contos.
A civilização egípcia
• Os soldados. Defendiam o território e poderiam
receber terras do faraó.
• Os artesãos, comerciantes e camponeses. Era o
estrato mais numeroso e a base da economia.
Viviam do trabalho e pagavam impostos ao faraó
e aos estratos privilegiados.
• Os escravos. Desempenhavam os trabalhos mais
difíceis. Todavia, no antigo Egito, a escravatura
não terá sido muito elevada. Por exemplo, a
construção das pirâmides não terá sido feita só
por escravos, mas também por camponeses que,
no período de cheias do rio, não podiam cultivar.
A civilização egípcia
• Os Egípcios praticavam o politeísmo, ou seja,
adoravam vários deuses, acreditando que os
protegiam na vida terrena e na vida eterna.
• A maior parte dos deuses estavam ligados à
Natureza, rituais da morte e à passagem para a
vida eterna. Os principais eram Amon-Rá, o
deus-Sol, Osíris, deus do reino dos mortos, Hórus,
o deus do céu, Maat, a deusa da justiça, e Thot, o
deus da sabedoria. Estes deuses podiam ser
representados na forma antropomórfica (com
forma humana), híbrida (representados com
cabeça de animal e corpo humano) e animal.
A civilização egípcia
• Outras das características da religião egípcia era a
crença na vida para além da morte, o que levou
esta civilização a criar técnicas de preservação
dos corpos, como o embalsamamento ou a
mumificação. Na mumificação, extraíam-se os
órgãos internos, desidratava-se o corpo com
natrão e, depois, envolviam-no em faixas de
linho. Estas técnicas foram desenvolvidas porque
os egípcios acreditavam que a alma necessitava
do seu corpo para o voltar a habitar. Esta crença
também justifica a representação da cara do
morto no sarcófago, para facilitar, à alma, a
identificação do defunto.
A civilização egípcia
• Concluído o processo de mumificação, a
múmia era colocada num sarcófago que era
depositado num túmulo: mastaba, hipogeu ou
pirâmide. Como se tratava de um processo
muito dispendioso, existiam diferentes opções
de mumificação, conforme o estrato social a
que pertencia o indivíduo. Contudo, grande
parte da população egípcia era sepultada no
deserto sem ser embalsamada, passando por
uma espécie de mumificação natural (as
elevadas temperaturas secavam os corpos).
A civilização egípcia
• A arquitetura egípcia caracteriza-se pela
monumentalidade, durabilidade e
grandiosidade das suas construções. Os
Egípcios construíram templos monumentais
dedicados ao culto dos deuses mas também
monumentos funerários, como mastabas,
pirâmides e hipogeus. As mastabas,
normalmente retangulares, e as pirâmides
eram os túmulos dos faraós. Os hipogeus,
apesar de terem a mesma função, eram
escavados na rocha e com acesso escondido
para evitar o roubo das múmias.
A civilização egípcia
• Na pintura, os temas religiosos, a vida dos faraós e as
cenas do quotidiano são o que mais predominava.
Era possível encontrar estas pinturas nas paredes e
nos tetos de monumentos funerários. Na pintura da
figura humana, os Egípcios aplicavam a lei da
frontalidade: a cabeça e os membros de perfil e os
olhos e o tronco de frente.
• A escultura apresentava-se imponente e inexpressiva
em estátuas de deuses e faraós mas expressiva em
estátuas de sacerdotes e escribas.
• Nas artes decorativas, os Egípcios produziam joias
em ouro e pedras preciosas, peças de cerâmica e de
marfim e mobiliário.
A civilização egípcia
• A Civilização egípcia destacou-se em diversas
áreas do conhecimento, o que se tornou numa
herança para a civilização ocidental.
• Uma das invenções mais importantes foi a
escrita figurativa, os hieróglifos, dominada por
sacerdotes e escribas. Esta surge em paredes
de templos, pirâmides e dos obeliscos e em
papiros. Posteriormente, os Egípcio
desenvolveram a escrita hierática, usada em
documentos oficiais, e a demótica, usada
para anotações mais simples e correntes.
A civilização egípcia
• Os conhecimentos de Astronomia permitiram-lhes
organizar um calendário com 365 dias, o dia em 24
horas e a hora em 60 minutos.
• A Matemática e a Geometria foram outras áreas em
que os Egípcios se destacaram. Este conhecimento
permitiu-lhes resolver problemas do quotidiano,
como a medição das áreas dos campos, o
recebimento de impostos e a realização de obras
complexas, como as pirâmides.
• A prática da mumificação desenvolveu o
conhecimento na Medicina, como conhecer o corpo
humano, identificar doenças e fazer medicamentos a
partir de ervas e plantas.
A civilização
hebraica
• Por volta de 2000 a.C., os Hebreus viviam na
Mesopotâmia, num modo de vida nómada.
• Segundo o Antigo Testamento (conjunto de
livros dos Hebreus que constitui a parte da
Bíblia antes da morte de Cristo), Abraão, o
patriarca do povo Hebraico, conduziu os
Hebreus desde a cidade de Ur até Canaã (atual
Palestina), a Terra Prometida, designação da
terra dada por Deus a este povo. Porém, a
fome nesta região conduziu estas populações
para o Egito, onde enfrentaram a escravatura.
A civilização
hebraica
• Mais tarde, os Hebreus regressariam à Palestina,
guiados por Moisés. Esta viagem é conhecida
por Êxodo. Foi nesta viagem que Moisés terá
recebido os Dez Mandamentos, um conjunto de
textos bíblicos que constituem os principais
princípios da religião hebraica.
• Por volta do primeiro milénio a.C., as tribos
uniram-se e fundaram o reino de Israel, com
capital em Jerusalém. Os reinados de David e
Salomão foram os mais prósperos, tendo sido o
último o responsável pela construção do templo
de Jerusalém, ainda hoje o principal local de
culto da religião judaica.
A civilização
hebraica
• Pouco depois da morte de Salomão, o reino de
Israel dividiu-se em dois: Israel, a Norte, e
Judá, a Sul. Os dois reinos foram invadidos por
outros povos, como os Romanos, o que levou
os Hebreus a dispersarem-se pelo mundo,
iniciando a Diáspora, um movimento que levou
à formação de comunidades judaicas por
vários países.
• Como já se conseguiu observar, os Hebreus
acreditavam num Deus único, desenvolvendo
assim uma nova religião, baseada no
monoteísmo. O monoteísmo está também na
origem do Cristianismo e do Islamismo.
A civilização fenícia
• A Fenícia desenvolveu-se durante o 1º milénio
a.C., no Mediterrâneo Oriental, parte do atual
território da Síria, do Líbano e de Israel. Esta
região estava dividida em cidades-estado
independentes, sendo as de Ugarit, Biblos,
Sídon e Tiro as mais importantes. A sua
localização geográfica (relevo montanhoso e
próxima do mar), influenciaram a sua
organização política e económica, permitindo
que a população desenvolvesse uma
importante atividade marítima através do
Mediterrâneo.
A civilização fenícia
• Com um solo pouco fértil, os Fenícios dedicaram-se
à pesca, ao artesanato e ao comércio marítimo.
Graças às árvores de cedro, os fenícios tinham
madeira abundante para a construção naval.
• A intensa atividade comercial no Mediterrâneo
resultou na exportação de armas, vidros, vasos
cerâmicos, adornos e tecidos tingidos de púrpura
(tinta extraída de um molusco, o murex), e da
importação de metais, perfumes, joias, cavalos e
cereais. Devido a esta atividade comercial, os
Fenícios estabeleceram rotas comerciais e
fundaram feitorias e colónias no Norte de África,
na Península Ibérica e em ilhas do Mediterrâneo.
A civilização fenícia
• A atividade marítima e mercantil exigiu dos
Fenícios o desenvolvimento de áreas como o
cálculo, a navegação pelos astros e a escrita.
• Como já se conseguiu observar, os Sumérios
foram os primeiros a inventar a escrita, e os
egípcios também desenvolveram a sua escrita. A
inovação fenícia consistiu em criar um alfabeto
fonético composto por 22 sinais que
correspondem aos sons das consoantes: a escrita
alfabética. Esta escrita facilitou, e muito, as trocas
comerciais e a comunicação com outros povos. A
escrita fenícia foi também o maior legado desta
civilização para o mundo ocidental.

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