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Das sociedades

recolectoras às primeiras
sociedades produtoras
História
O processo de
hominização
• Os seres humanos já existem desde há mais de
4 milhões de anos. Primeiramente, eram
denominados de Australopitecos. Estes
humanos nasceram em África e eram muito
pouco desenvolvidos. Mesmo assim, eles
iniciaram um longo e lento processo de
evolução física e intelectual a que se deu o
nome de hominização. Foi a partir deste
processo que originaram os homo sapiens
sapiens, a espécie de ser humano que todos
nós somos.
• Durante este processo, o ser humano foi
ganhando importantes conquistas no que diz
respeito ao seu desenvolvimento, como a
bipedia, o fabrico de instrumentos, o domínio do
fogo, o desenvolvimento da linguagem, etc.
O processo de
hominização
• Os Australopitecos foram a primeira
espécie de seres humanos na Terra. Estes
surgiram há cerca de 4 milhões de anos a.
C. em regiões do leste de África. Não
mediam mais do que 1,20 m e o tamanho
dos seus cérebros era muito pequeno,
mas conseguiram várias conquistas, como
a bipedia (capacidade de andar com as
duas pernas), a verticalidade, a libertação
das mãos e a produção de instrumentos
muito simples.
O processo de
hominização
• Com o desenvolvimento físico e intelectual
dos Australopitecos, surgiram, há cerca de
2,5 milhões de anos a. C., os Homo
habilis. Estes acabaram por se deslocar
por todo o continente africano, excluindo
as ilhas. Apesar disto, eles não mediam
mais do que 1,40 m, não desenvolveram
muito o tamanho do crânio nem
conseguiram muitas conquistas. Mesmo
assim, já produziam instrumentos de pedra
lascada, como os seixos talhados.
O processo de
hominização
• Há cerca de 1 milhão de anos a.C., surgiram
os Homo erectus. Estes mediam, em média,
1,65 m e acabaram por se deslocar para
zonas longe de África, como a Europa
Ocidental, Médio Oriente, Índia e também
para algumas regiões da Indonésia. Os homo
erectus possuíam um crânio maior do que os
homo habilis, mas também mais alargado,
contrastando, este último aspeto, com os
homo sapiens sapiens. Esta espécie de
humanos conseguiu alcançar importantes
conquistas, como, por exemplo, o domínio do
fogo, o aperfeiçoamento no fabrico de
instrumentos (um exemplo é o biface) e o
desenvolvimento da linguagem.
O processo de
hominização
• Passados 800 mil anos, surgiram,
praticamente na mesma altura, o Homem
de Neandertal e o Homo sapiens. O
Homo sapiens acabou, passados alguns
milhares de anos, por extinguir o Homem
de Neandertal em conflitos entre eles.
Estes dois mediam entre 1,50 m e 1,70 m
e acabaram por se alastrar por todo o
continente africano, europeu e asiático e
por algumas regiões da Oceânia. Tinham
um crânio semelhante ao homo erectus
mas iniciaram rituais mágicos e, por sua
vez, o culto aos mortos.
O processo de
hominização
• Há cerca de 35 mil anos a.C., surgiram
os Homo sapiens sapiens. Esta é a
espécie a que todos nós pertencemos.
Mede, em média, 1,60 m e acabaram por
se deslocar para todos os continentes que
existem na atualidade. Os homo sapiens
sapiens possuem um crânio maior do que
as outras espécies, mas também menos
alargado. Esta espécie de humanos
conseguiu alcançar
importantes conquistas, como, por
exemplo, o fabrico de instrumentos em
osso, como o arpão, mas também as
primeiras manifestações artísticas de arte
rupestre.
Paleolítico: as primeiras
conquistas da
humanidade
• Ao longo de milhares de anos, os
hominídeos foram-se espalhando pelos
continentes, devido ao aumento da
população e à constante deslocação das
pessoas. A primeira espécie a sair de
África foi o homo erectus, seguindo para
continentes como a Ásia ou a Europa.
Mais tarde, o homo sapiens sapiens,
devido à última glaciação, que provocou a
descida nos níveis médios das águas do
mar, permitindo a ligação de todos os
continentes, chegou à Oceânia e à
América.
Paleolítico: as primeiras
conquistas da
humanidade
• Durante o Paleolítico (período da Pré-História
em que as comunidades humanas produziam
instrumentos com recurso à técnica da pedra
lascada), os hominídeos tinham um modo de
vida recoletor, isto é, viviam do que a
Natureza lhes dava. Isto fez com que os
hominídeos iniciassem algumas práticas
simples como a recolha de sementes, folhas e
frutos, a pesca, a caça, a construção de
instrumentos de ossos e dentes, de vestuário
com peles de animais e de abrigos com
troncos, peles e folhas e o domínio do fogo.
• Com isto, estas espécies conseguiram
desenvolver também a linguagem.
Paleolítico: as primeiras
conquistas da
humanidade
• Com a modernização dos instrumentos e
das técnicas de caça, ao longo de
milhares de anos, foi permitido a estes
hominídeos caçarem animais de maiores
dimensões, como mamutes, auroques e
cavalos.
• Porém, quando estes recursos acabavam
numa determinada região, os hominídeos
tinham de se descolar para outros lugares,
em busca de alimentos. Com isto, é mais
que evidente que estas comunidades
praticavam o nomadismo.
Paleolítico: as primeiras
conquistas da
humanidade
• Ao longo do tempo, as necessidades dos
hominídeos forma aumentando, havendo,
por isso, a necessidade de fabrico de
instrumentos.
• O Homo habilis foi a primeira espécie a
fabricar instrumentos muito simples, como
os seixos talhados. O Homo erectus
aperfeiçoou-os, construindo bifaces, por
exemplo. Já os homo sapiens sapiens
acabaram por fabricar instrumentos mais
modernos, como os arpões ou os arcos e
flechas, importantes para a caça.
Paleolítico: as primeiras
conquistas da
humanidade
• Os arqueólogos admitem, através do
estudo de vestígios materiais, que o Homo
erectus foi o primeiro hominídeo a dominar
o fogo.
• Esta conquista foi, sem dúvida, uma das
conquistas mais importantes para toda a
humanidade, pois tornou o ser humano
menos dependente da Natureza, facilitou a
caça e a confeção de alimentos, aqueceu
e iluminou as grutas, permitiu afugentar
predadores e também o desenvolvimento
da linguagem.
Manifestações artísticas
das comunidades
recolectoras
• Segundo os arqueólogos, os
caçadores-recolectores recorriam a ritos
mágicos na tentativa de influenciarem as
forças da Natureza. Por isso, praticavam
danças e cânticos, pintavam os corpos e
faziam sacrifícios de animais.
• Para além disso, estas sociedades,
nomeadamente o Homem de Neandertal,
também enterravam os mortos com
objetos pessoais, comida e flores, levando
a acreditar que praticavam ritos
funerários.
Manifestações artísticas
das comunidades
recolectoras
• No Paleolítico, surgiram dois tipos de arte,
que foram influenciados pelos ritos mágicos:
a arte rupestre e a arte móvel.
• A arte rupestre consiste em pinturas ou
gravuras feitas no interior de grutas e nas
rochas ao ar livre, representando, quase
sempre, animais, o que evidencia que
desejavam sorte nas caçadas. Em Foz Coa e
no Escoural, em Portugal, encontram-se
evidências desta arte.
• Já a arte móvel consiste em estatuetas de
mulheres designadas "Vénus", que se julga
estar ligado à fertilidade.
Neolítico: as primeiras
sociedades
agropastoris
• Entre 10000 a 8000 a.C., a Terra sofreu
alterações climáticas que melhoraram as
condições de vida das comunidades
humanas. O clima ficou mais quente e
húmido, ocorrendo degelo em muitos lugares
do planeta, tornando o solo mais fértil, o que
levou ao aparecimento de outras espécies de
animais e plantas.
• Por volta desta altura, a procura de alimentos
atraiu as pessoas para zonas do Crescente
Fértil, como a Mesopotâmia, onde havia o
crescimento de cevada e trigo. Com isto, o
ser humano começou a aprender a plantar
alimentos (agricultura) e a domesticar
animais, como a cabra, o carneiro e o porco.
Neolítico: as primeiras
sociedades
agropastoris
• A agricultura e a domesticação de animais
revelaram um grande progresso nas
comunidades humanas, pois deixaram de ter
um modo de vida recolector e passaram a ter
um modo de vida produtor, pois produziam o
que necessitavam para sobreviver.
• Mesmo assim, esta mudança no modo de
vida das comunidades não ocorreu em todo o
lado. Só em regiões como a América
ocidental, Próximo Oriente, Médio Oriente e
Sudoeste asiático é que as pessoas
passaram a ter um modo de vida produtor,
ocorrendo a mudança nas restantes regiões
noutras alturas.
Neolítico: as primeiras
sociedades
agropastoris
• Com a agricultura, os povos não tinham de
andar de lugar em lugar à procura de
alimentos, pois esta atividade dava-lhes
sempre sustento. Com isto, estas
comunidades iniciaram a sedentarização.
• Esta mudança exigiu a produção de novos
instrumentos, como o machado, a enxada, a
foice, o arado e a enxó, maior parte feitos de
pedra polida, o que deu nome ao Neolítico.
Para além disso, também surgiu a cestaria e a
cerâmica, para armazenar alimentos, a
moagem dos cereais e a tecelagem. Passados
alguns anos, foram criadas a roda e a vela,
importantes para o desenvolvimento dos
transportes.
Neolítico: os
aldeamentos e a
diferenciação social
• A sedentarização conduziu à formação dos
primeiros aldeamentos, construídos em
planaltos, zonas junto a lagos ou em
planícies aluviais. Os primeiros vestígios
de aldeamentos neolíticos são os de
Jericó e de Çatal Huyuk, situados no
Próximo Oriente.
• As casas podiam ser construídas em
pedra, tijolo, madeira ou argila e os
telhados cobertos de colmo ou junco.
Muitas das aldeias eram muralhadas, para
proteger as colheitas, ou então contruídas
sobre paliçadas, junto às margens de rios
ou de lagos.
Neolítico: os
aldeamentos e a
diferenciação social
• A necessidade de gerir tantas pessoas e
tarefas nas aldeias levou a uma divisão do
trabalho. Com isto, surgiram agricultores,
ocupados da agricultura, pastores, que
criavam o gado, artesãos, responsáveis
pela cestaria, cerâmica e tecelagem,
guerreiros, que protegiam as aldeias, e
sacerdotes, que orientavam as práticas
religiosas.
• A divisão do trabalho conduziu à
diferenciação social, com a importância de
cada indivíduo a ser determinada pela
função, riqueza, idade ou género.
Manifestações artísticas
das comunidades
agropastoris
• No Neolítico, a vida das populações
continuou muito ligada à Natureza, porque
a sua sobrevivência dependia da
abundância das colheitas. Por isso, terão
prestado culto à terra, desenvolvendo os
cultos agrários.
• Os cultos agrários seriam dedicados à
"deusa-mãe", representada por estatuetas
de figuras femininas de formas
exageradas, que simbolizavam a
fecundidade da terra, numa associação da
terra à mulher, também ela fonte de vida.
Manifestações artísticas
das comunidades
agropastoris
• A sedentarização implicou a organização da
vida em comunidade. É neste contexto que
surgem os monumentos megalíticos: as
antas ou dólmens e os menires.
• As antas ou dólmens são monumentos
funerários, compostos por pedras colocadas
na vertical, sobre as quais se apoiava uma
pedra na horizontal. Já os menires são
blocos de pedras colocados na vertical e que
estão relacionados com os astros e com a
Natureza. Se forem colocados em linha reta
denominam-se alinhamentos. Se forem
colocados em círculo denominam-se
cromeleques.

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