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A evolução humana é um tema controverso, uma vez que pode ser contrária às
concepções de muitas pessoas. Além disso, quando apresentada, ela pode ser
compreendida como o caminho principal pelo qual a evolução biológica se
desenvolveu: formas “inferiores” evoluindo para formas “superiores”, com o
“progresso” sendo em direcção à espécie humana. O termo "humano" no contexto da
evolução humana, refere-se ao género Homo, mas os estudos da evolução humana
usualmente incluem outros hominídeos, como os australopitecos.
Os géneros diversas espécies de Homo evoluíram e agora estão extintas, estas incluem o
Homo erectos, que habitou a Ásia, e o Homo neanderthalensis, que habitou a Europa.
Homo se afastou dos Australopitecos entre 2,3 e 2,4 milhões de anos na África.
A evolução humana desde a sua separação inicial do último ancestral comum entre
humanos e chimpanzés é caracterizada por várias alterações morfológicas, de
desenvolvimento, fisiológicas e comportamentais. Destas, as adaptações mais
significativas são o bipedalismo, aumento do tamanho do cérebro, a ontogenia
prolongada (gestação e infância) e a redução do dimorfismo sexual. A relação entre
essas mudanças é objecto de debate constante. Outas alterações morfológicas
significativas incluem a evolução da ação de segurar e agarrar com firmeza (força e
precisão), uma mudança que ocorreu primeiramente no H. erectus.
Objectivos
Geral
Falar de evolução dos hominoides
Específicos
Citar fases da evolução dos hominoides;
Descrever a filogenia dos hominoides;
Explicar a separação do ramo de hominídeo.
Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho de pesquisa foi necessário a consulta em várias
obras de vários autores, para complementar os conhecimentos sobre a pesquisa
recorreu-se também a debates entre colegas.
As primeiras fases da evolução dos hominoides
Para a compressão da evolução dos hominoídeos é necessário conhecer a ordem da
evolução dos primatas assim como suas subdivisões.
Sahelantropus tchadensis
Os restos de um hominídeo de 7 milhões de anos, considerado o mais antigo
representante da humanidade conhecido e próximo aos mais recentes antepassados
comuns do chimpanzé e do homem. Foram desenterrados por uma missão de
paleontólogos franco-chadiana no norte do deserto do Chade (África saheliana).
Este representa o mais completo crânio com uma capacidade entre 320 e 380cc.
Apresenta também uma série de características símias primitivas como pequena caixa
craniana e por outro lado características dentárias de hominídeos modernos.
Orrorin tugenensis
Também chamado Homem do Milênio, foi descoberto por pesquisadores franceses e
quenianos chefiados pelo paleontólogo Martin Pickford, do Collège de France. Ao
anunciar a descoberta, eles exibiram em Nairóbi, capital do Quénia, um fémur esquerdo
perfeitamente conservado. O osso mostra que o Homem do Milênio tinha pernas fortes,
isso o capacitava a andar erecto, pelo comprimento dos ossos, calcula-se que o
hominídeo era da altura de um chimpanzé.
Mas os dentes e a estrutura da mandíbula encontrados, segundo
Pickford, o remetem directamente ao homem moderno, a dentição
é bem similar à nossa: pequenos caninos e molares completos.
Ardipithecus ramidus e Ardipithecus ramidus kadabba
Hominídeo datado em 4,4-4,5 milhões de anos. Foi descoberto por Tim White em 1994
na região de Middle Awash na Etiópia. Originalmente incluído entre os
Australopitecineos, mas posteriormente verificaram que diferem muito dos
Australopitecos, inclusive descartando a hipótese de serem antecessores.
Foram encontrados vários ossos de 17 espécimes (mandíbula de uma criança, dentes,
fragmento da base de um crânio, três ossos de um braço esquerdo de um indivíduo.
Análises posteriores levaram as seguintes conclusões:
Não pode ser comprovado o bipedalismo, vivia em Florestas
Provavelmente esta espécie é co-irmã dos australopitecos
Não é um ancestral dos hominídeos (provavelmente esteja mais ligado a linhagem
dos chimpanzés.
Fragmentos fósseis descobertos entre 1997 e 2001, datados de 5,2 a 5,8 milhões de
anos, foram denominados, Ardipithecus ramidus kadabba. (Haile-Selassie 2001)
Os fósseis foram encontrados no deserto central da Etiópia, essa área representa uma
das mais férteis do mundo para busca de fósseis humanos.
Australopithecus anamensis
Esta espécie de hominídeo foi descoberta em 1994 por Maeve Leakey em Kanapoi e
Allia Bay, situados ao norte no Quénia. Foi denominado Australopithecus anamensis de
"anam " que significa " lago " no idioma local de Turkana. Os fósseis (9 de Kanapoi e
12 de Allia Bay) incluem mandíbulas superiores e inferiores, fragmentos cranianos, e as
partes superiores e inferiores de um osso de perna (tíbia).
A dentição parece menos com a de um macaco que nos A. ramidus, tendo esmalte
espesso nos molares, mas caninos relativamente grandes. A tíbia implica que o
anamensis era maior que o ramidus e o afarensis, com um peso calculado de 46 a 55
quilogramas. Sua anatomia tipicamente humana implica que o anamensis tinha postura e
locomoção bípede.
Australopithecus afarensis
Até recentemente, o hominídeo mais antigo conhecido, e que possui evidência
anatómica diagnóstica suficiente, era o Australopithecus afarensis, cujos fósseis foram
achados na Etiópia, Tanzânia, e Quênia, sendo a maioria, datado entre 2.9 e 3.9 milhões
de anos.
O principal aspecto divergente é o relacionado a interpretação de Johanson, explicando
a diversidade de tamanho entre a multidão de fósseis de A. afarensis através do
dimorfismo sexual, enquanto outros antropólogos acreditam que na verdade tais fósseis
pertencem a duas, e talvez até mais espécies. Foram encontrados mais de 300
espécimes, e o mais espectacular destes achados era o esqueleto parcial denominado "
Lucy " e além disso, foram achados restos de 13 indivíduos em um único local e tal
achado foi denominado " A Primeira Família". O Trabalho continuou na região até o
início da década de 80, mas foi suspenso
durante quase uma década.
Apesar de possuir postura bípede como um humano moderno, eles tiveram braços
longos. A relação do osso de braço superior (úmero) para osso de perna superior
(fémur) em A.afarensis está virtualmente igual ao de um Chimpanzé (95%) do que um
humano moderno ( 70%.)
Dimorfismo sexual em termos de tamanho de corpo é bastante pronunciado nesta
espécie, com os machos aproximadamente duas vezes maiores que as fêmeas e
consideravelmente mais alto.
Australopithecus african
O Primeiro australopitecineo foi descoberto por Raymond Dart em 1924, O fóssil da
região de Taung era um indivíduo jovem mais parecido a um macaco que possuía face,
parte do crânio, a mandíbula completa e um molde do cérebro.
Para caminhar e correr eficazmente em ambiente aberto perto do Equador, os
hominídeos teriam que ter um sistema de difusão de calor eficiente para prevenir o
superaquecimento causado pelo esforço muscular. Portanto uma importante
característica foi a selecção de um tecido epitelial (pele) com sistema refrescante, onde a
água evapora na superfície da pele, refrescando-a. Para trabalhar efectivamente, a pele
tem que estar desnuda. Para sobreviver debaixo do sol equatorial de África, uma pele
desnuda teria que ser protegida por uma quantia considerável de melanina, pigmento
escuro que protege o tecido da luz ultravioleta.
Australopithecus aethiopicus
Alan Walker encontrou um crânio em 1985 no lado ocidental do Lago Turkana ao norte
da Tanzânia, e o denominou Australopithecus aethiopicus. O crânio era o mais robusto
dos descobertos até o momento, contudo foi datado em 2,5 milhões de anos. Os
enormes molares, anatomia da face e demais características não indicam um final de
linhagem evolutiva. Como esta descoberta afecta a forma da árvore genealógica dos
hominídeos permanece até hoje em discussão.
Australopithecus boisei
Em 1959, Mary Leakey fez a primeira descoberta de hominídeos na África Oriental no
Desfiladeiro de Olduvai na Tanzânia, que se assemelharam aos A. robustus da África do
Sul. Após a reconstituição do crânio a partir de centenas de fragmentos, verificou-se que
este espécime era "mais robusto" que seus parentes meridionais. No princípio, foi
denominado Zinjanthropus boisei, mas depois passou a Australopithecusa boisei.
Porém o nome do género ainda está em discussão, já que há uma percepção comum, é
que essa espécie robusta de australopithecus difere suficientemente do tipo de grácil,
para garantir um nome de gênero diferente, e portanto, é chamado Paranthropus boisei
Australopithecus robustus
Foi encontrado o crânio (acima) de um jovem A. robustus em uma caverna, a
Swartkranz, na África do Sul em 1949. Os dois buracos no topo do crânio eram um
mistério até que perceberam que pareciam perfurações feitas pelos caninos de um
leopardo. Tudo indicam que estes hominídeos viveram entre os grandes predadores das
planícies africanas, e provavelmente representaram o papel de presa, também é possível
que o A. robustus seja predado pelos ancestrais humanos que eram onívoros.
Os crânios maiores com a crista dorsal proeminente devem pertencer a machos. Os
espécimes menores encontrados representam fêmeo dimorfismo sexual.
Adaptações anatómicas
Os pés de primatas, argumentam que as origens e a evolução da locomoção bípede
podem ser melhor compreendidas quando se estabelecem relações entre a estrutura e
função dos ossos dos pés de ancestrais hominídeos e primatas existentes. Isto se deve à
especialização destas estruturas e sua importância no desenvolvimento da bipedia, já
que, neste modo de locomoção, os pés passam a ser a única estrutura em contacto
directo com o solo e, consequentemente, sofreram pressões selectivas em relação à
eficiência do equilíbrio e da propulsão.
Os hominídeos bípedes têm uma pelve mais curta, porém mais larga, em forma de
tigela, devido a isso, o que leva a uma desvantagem aos hominídeos não bípedes: o
canal de nascimento dos hominídeos bípedes é menor do que nos hominídeos não
bípedes, embora tenha havido um alargamento se compararmos os australopitecíneos
com os humanos modernos para permitir a passagem de recém-nascidos devido ao
aumento do tamanho do crânio, mas isso é limitado à porção superior, pois um aumento
adicional poderia dificultar o movimento bipedal normal.
Mudanças anatómicas
A evolução humana desde a sua separação inicial do último ancestral comum entre
humanos e chimpanzés é caracterizada por várias alterações morfológicas, de
desenvolvimento, fisiológicas e comportamentais. Destas, as adaptações mais
significativas são o bipedalismo, aumento do tamanho do cérebro, a ontogenia
prolongada (gestação e infância) e a redução do dimorfismo sexual. A relação entre
essas mudanças é objeto de debate constante. Outas alterações morfológicas
significativas incluem a evolução da ação de segurar e agarrar com firmeza (força e
precisão), uma mudança que ocorreu primeiramente no H. erectus
Dimorfismo sexual
Dimorfismo é definido como “a existência de dois ou mais tipos distintos de morfo-
fisiologias dentro de uma mesma espécie”, nesse sentido, o dimorfismo sexual diz
respeito às diferenças biológicas entre fêmeas e machos, abrangendo características
diversas, não somente ligadas ao sistema reprodutivo em si.
Comportamento Sexual
Notável atestado de parentesco directo entre humanos, chimpanzés e gorilas.
Vários aspectos fisiológicos e comportamentais apontam para uma descendência
comum.
Somente as fêmeas humanas, gorilas e chimpanzés não apresentam ciclo estral
(período de “cio”).
Cio-estado fisiológico das fêmeas dos mamíferos que as dispõe para o acasalamento
quando ocorre a ovulação.
Separação do ramo Hominidio
Novas ideias sobre a filogenia dos hominoides.
Oposição ulnar
A oposição ulnar - o contato entre o polegar e a ponta do dedo mindinho da mesma mão
- é único ao gênero Homo,[72] incluindo os neandertais, os hominínios de Sima de los
Huesos e os humanos anatomicamente modernos.[73][74] Em outros primatas, o
polegar é curto e incapaz de tocar a ponta do dedo mindinho.[75] A oposição ulnar
facilita o agarrar com precisão e força da mão humana, subjacentes a todas as
habilidades de manipulação.
Outras mudanças
Várias outras mudanças também caracterizaram a evolução dos seres humanos, entre
elas uma maior importância na visão, em vez de no olfato; um período de
desenvolvimento juvenil mais longo e maior dependência infantil; um intestino menor;
o metabolismo basal mais rápido;[76] perda de pelos do corpo; evolução das glândulas
sudoríparas; uma mudança na forma da arcada dentária em formato de U para um
formato parabólico; desenvolvimento de um queixo (encontrado apenas no Homo
sapiens); desenvolvimento de processos estiloides; e o desenvolvimento de uma laringe
descendente.
Separação do ramo do hominídeo
Fim do Período Cretáceo (70 a 65 Milhões) – Fim da Era Secundária
Aparece na América do Norte o mais antigo ancestral direto da ordem dos primatas, um
pequeno mamífero noturno, insetívoro e parcialmente frutívoro, do gênero Purgatorius.
O desenvolvimento das plantas superiores floríferas possibilitou aos primatas,
essencialmente frutívoros e folífagos, conquistarem este novo nicho ecológico.
Por uma combinação de restrição na variabilidade genética e a explosão catastrófica de
um enorme meteorito na Terra, os dinossauros desaparecem em torno dos 65 milhões de
anos. Esse evento possibilitou aos mamíferos (e primatas) ocupar os diversos nichos
sem concorrências e expandir-se com grande variedade.
Período Paleoceno (65 a 53 Milhões) – Início da Era Terciária
Começa o aquecimento gradual de todo o planeta.
Aparece a primeira subordem (Plesiadapiformes) de primatas conhecidos (primatas
arcaicos), do gênero Plesiadapis. Semi-arborícolas, frutívoros e insetívoros, com 0,5 a 3
kg, viveram nas florestas da Europa e da América do Norte e extinguiram-se sem deixar
descendência.
Período Eoceno (53 a 34 Milhões) – Expansão dos Primatas modernos
Foi o período mais quente da Era Terciária, onde as florestas tropicais ocupavam até o
círculo Ártico.
Surgem, nas florestas de palmeiras e sequóias da Europa, os primeiros verdadeiros
primatas, da subordem dos Prosímios, o gênero Adapis. Arborícolas, pesando cerca de
1,5 kg, se alimentavam de folhas e frutos. São os ancestrais da infraordem dos
Lemuriformes, do gênero Lemur dos dias atuais (os lóris, indris e gálagos da África e
sul da Ásia e os lêmures de Madagascar, na África).
Surgem também, no mesmo habitat, na Europa e América do Norte, os primatas da
infraordem dos Omomiíformes, o gênero Necrolemur. Arborícolas noturnos, pesavam
cerca de 300 gramas e se alimentavam de folhas, frutos e insetos. São os ancestrais da
infraordem dos Tarsiiformes, do gênero Tarsius dos dias atuais (társios ou macacos
tarsióides do sul da Ásia).
Período Oligoceno (34 a 23 Milhões) – Expansão dos Símios
Começa a ocorrer uma queda gradual da temperatura na Terra, formando uma calota
polar no Polo Sul. As estações passam a ser mais bem definidas fora das áreas tropicais,
provocando o desaparecimento dos primatas na Europa. Os movimentos tectônicos
criam uma grande falha no leste da África. Surgem os primeiros primatas da subordem
dos Símios ou Antropoides, da qual pertencem todos os primatas modernos, incluindo o
homem. Aparecem no Egito, Marrocos e Argélia macacos quadrúpedes arborícolas da
infraordem dos Parapithecóides, o gênero urge o gênero Branisella, da infraordem dos
Platirrinos (macacos com cauda ou símios do novo mundo). São os mais antigos
primatas da América do Sul, descendentes dos Parapithecóides da África que emigraram
acidentalmente no Eoceno para a América do Sul (novo mundo) em jangadas naturais
através do oceano Atlântico, que na época tinha apenas mil quilômetros de distância
entre a África e a América do Sul.
Surgem no norte da África os primeiros macacos “modernos” da infraordem dos
Catarrinos (da qual pertencem todos os primatas modernos, incluindo o homem), do
gênero Aegyptopithecus. Foram os primeiros a apresentar as características dos
Catarrinos: nariz mais estreito e dentição “moderna” de 32 dentes.
1a Metade do Período Mioceno (23 a 16 Milhões) – Expansão dos macacos
Hominoides
Com excepção do Saara, toda a África era coberta por florestas. Há cerca de 16 milhões
de anos, violentas forças subterrâneas provocaram fortes movimentos tectônicos e o
afundamento de enormes blocos que fizeram surgir na grande falha no leste da África o
hoje denominado Rift Valley (Vale do Afundamento), com mais de seis mil quilômetros
de extensão no sentido norte-sul (do Líbano à Moçambique). Os macacos hominoides se
expandem por toda a África. A ligação da África com a Ásia, através do surgimento de
um istmo, permitiu a migração da fauna e possibilitou a evolução dos macacos
hominoides.
Os primeiros representantes da superfamília Hominoides foram os macacos
quadrúpedes, do gênero Dendropithecus, que habitavam as florestas da África, nas
árvores e no solo, e pesavam cerca de 9 kg.
Os representantes do gênero Proconsul foram os primeiros macacos hominoides a
apresentar a face mais curta e uma caixa craniana mais globulosa. Viveram na África e
pesavam de 18 a 50 kg.
2a Metade do Período Mioceno (16 a 5,5 Milhões) – Macacos Hominoides povoa a
Eurásia
A África e a Ásia se juntam, ocorrendo o mesmo com as Américas. As florestas
tropicais apresentam um forte crescimento na banda meridional da Eurásia. Enquanto
alguns macacos hominoides permanecem na África, outros vão povoar a Europa e a
Ásia.
Surgem no leste da África, Europa e Ásia os macacos hominoides do género
Silvapithecus ou Ramapithecus. Pesavam de 40 a 80 kg, apresentavam um focinho
menor do que os outros antropoides e talvez uma dieta menos exclusivamente
vegetariana.
Surgem na África os macacos hominoides do gênero Kenyapithecus, que já
apresentavam uma adaptação a ambientes de florestas com grandes clareiras. Ocorrem
na África novas movimentações tectônicas no Rift Valley, forçando a emersão de rocha
liquefeita e criando a elevação dos planaltos.
Período Plioceno (5,5 Milhões a 1,6 Milhão) – Fim da Era Terciária – Surgem os
Hominídeos
A geografia da Terra vai se tornando praticamente igual ao que hoje conhecemos.
Ocorrem os ciclos glaciares e os níveis dos oceanos tornam-se inconstantes. Os macacos
hominoides desaparecem da Europa. Na África, a alternância de períodos frios e quentes
provoca a sucessão de épocas secas e úmidas e faz com que a savana progrida. Os
macacos hominoides ultrapassam o Rift Valley em direção ao oeste tropical. Os
hominídeos se expandem por toda a África e provavelmente Ásia e Europa.
A passagem (evolução) de Australopithecus para Homo é a prova cabal de que é a
pressão seletiva do ambiente que determina as variações na evolução das diferentes
partes do corpo. No gênero Australopithecus a pélvis, as extremidades, a forma da
fileira de dentes e o padrão de cúspides dos molares são muito semelhantes aos do
homem moderno, mas as gigantescas mandíbulas, a face prognata e o cérebro pequeno
eram muito semelhantes aos dos macacos antropoides. Essa dualidade morfológica, o
meio caminho entre o macaco antropoide e o homem, ficou patente na descoberta do
homem de Java.
Período Plistoceno (1,6 Milhão a 10 mil anos) – Início da Era Quaternária –
Expansão do homem e declínio dos primeiros hominídeos
A geografia da Terra já é igual ao que é hoje. As grandes variações climáticas
(glaciações) provocam a extinção de várias espécies de mamíferos, incluindo os
hominídeos. Somente a espécie Homo erectus sobrevive e se expande por toda a África
e povoa todo o velho mundo (Ásia, Europa e Extremo Oriente) entre 1,6 e 1 milhão de
anos atrás.
Europa – Surgem os primeiros indivíduos do gênero Pré-neandertaliano, com 60 a 70 kg
e 1,55 a 1,65 m de altura, que povoaram as montanhas frias da Europa por mais de 100
mil anos. Deles descenderam os indivíduos da espécie Homo sapiens neanderthalensis
ou o homem de Neanderthal, que povoaram a Europa e parte da Ásia a partir de 100 mil
anos atrás.
Novas ideias sobre filogenia dos hominoides
Genética e cultura
Muitas pressões selectivas diferentes afectaram a evolução humana. Um desses factores
que vem sendo estudado é o papel da cultura em Homo sapiens. Assim como temos uma
herança genética, a herança cultural é bastante marcante em nossa espécie e também
pode ser alvo da selecção natural, a teoria da coevolução gene-cultura é um ramo da
genética populacional que estuda justamente como esses dois tipos de transmissão de
heranças podem afectar um ao outro e portanto moldar a evolução humana.
É possível estudar a coevolução entre genes e cultura por meio de análises genómicas,
partindo da premissa de que a cultura tem interferência na evolução humana. Para tal,
alguns estudos podem focar em genes candidatos que sofreram selecção positiva nos
últimos 100,000 anos, normalmente associados a fenótipos que podem ser atrelados a
prática culturais, mas também é possível realizar uma análise a nível genómico, por
meio de observações do polimorfismo de nucleotídeo único em diferentes populações,
possibilitando inferências sobre as diferentes selecções envolvidas na evolução de
fenótipos.
A transmissão cultural pode estar directamente ligada a uma selecção sexual, resultando
em pressões selectivas locais de características físicas claramente visíveis, como é o
caso dos pigmentos da pele e cabelos. Há evidências da teoria também dentro da
antropologia e arqueologia. Eles trazem exemplos de como práticas culturais humanas
podem mudar o meio e, portanto, as pressões selectivas que sofremos, levando à
mudança da frequência de alelos de uma população.
Um dos métodos mais promissores para os estudos ligados à história e evolução das
populações humanas é o sequenciamento do DNA mitocondrial. O principal motivo
para tal está intrinsecamente ligado às propriedades desse material genético, já que
apresenta diversas cópias, é transmitido maternalmente, não sofre recombinação
genética, é uma molécula pequena, tem uma organização génica constante e alta taxa de
mutações.
Persistência da láctase
Em conjunto com o surgimento das glândulas mamárias, mamíferos desenvolveram a
capacidade de hidrólise da lactose, carbohidrato encontrado no leite, para que a
absorção de carbohidratos menores (galactose e glicose) pelo intestino delgado fosse
possível, uma vez que a lactose não é digerida por nosso trato digestivo. A hidrólise
realizada pela enzima láctase é essencial para a fase de aleitamento, em que a prole
alimenta-se estritamente de leite. Durante o desenvolvimento, essa enzima sofre
decréscimo em sua expressão, chegando a taxas muito baixas ao atingir a vida adulta.
No entanto, diferentemente de outros mamíferos, humanos apresentam a persistência
dessa enzima durante a fase adulta.