Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
2012
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
São Paulo
2012
RODRIGO, Daniel da Silva.
Análise comparativa das propriedades da blenda copolímero acrilonitrila butadieno estireno
(ABS) com policarbonato (PC) e compósito ABS com fibra de vidro. /
Daniel Rodrigo da Silva – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste,
São Paulo, 2012.
59 p.
Aprovado em:
Banca Examinadora
Sou grato a todos que verdadeiramente torceram por mim e sempre me apoiaram
nos momentos mais difíceis durante todo o curso.
Agradeço aos meus pais Jorge Pereira e Izilda Cavalcanti por me ajudarem desde o
início. Agradeço a minha irmã Kelly, pelos conselhos que pode me dar e os
momentos de descontração durante todos esses anos de curso.
RESUMO
A problemática é como diminuir a flexibilidade de uma peça plástica sem alterar sua
geometria e não afetar as características de utilização e os requisitos de um projeto?
ABSTRACT
With the introduction of more and more plastic in product development, where
materials are required of good mechanical properties, chemical and many times also
must have good looks and low weight depending on the application, the ABS / PC
has been a material with properties attractive mainly for the automotive sector. But
for one or another specific application or even the ABS / PC can meet all
requirements. In designs where one needs a good processability, dimensional
stability and rigidity mainly as is the case this work is necessary for an optimization of
already existing materials. The objective of this work is to study and compare the
mechanical properties of materials and molded parts in PC + ABS and ABS with
fiberglass.
The problem is how to reduce the flexibility of a plastic part without changing its
geometry and not affect the usability features and requirements of a project?
For this work we will use the method of literature for literature review covering the
topic about materials and reinforced ABS / PC-based books, journal articles, web
sites and more.
2. Capítulo .............................................................................................................. 15
1. Introdução
A problemática é como diminuir a flexibilidade de uma peça plástica sem alterar sua
geometria e não afetar as características de utilização e os requisitos de um projeto?
O ensaio de tração foi o método escolhido para obter estas informações devido ao
fácil acesso e por ser o mais popular entre todos os outros. Segundo
(CANEVAROLO JUNIOR, 2006) as curvas tensão x deformação apresentam
diferenças de acordo com o tipo de ensaio utilizado, ou seja, para um mesmo
polímero é possível obter curvas diferentes se realizado ensaios diferentes. Por este
motivo somente após a análise dos dados obtidos, será feita a escolha do material.
14
No terceiro capitulo o foco são nos componentes que formam os materiais que aqui
serão comparados, ABS/PC e ABS com fibra de vidro, portanto é citado a respeito
do ABS, as características dos monômeros deste material, o processo de obtenção
das resinas de ABS e suas propriedades. Em seguida o estudo se refere ao
policarbonato, os processos para sua obtenção e suas propriedades. A carga
reforçante fibra de vidro também é abordada, citando sua obtenção, tipos de vidro e
as propriedades que elas proporcionam aos materiais no qual são incorporadas.
Ainda no terceiro capitulo é mencionado também a respeito da blenda ABS/PC e o
material reforçado ABS com fibra de vidro.
Para o quarto capítulo ficou o estudo de caso, onde foram injetados corpos de prova
e realizado ensaios de tração. Dos ensaios foram gerados gráficos de
tensão/deformação para então comparar o desempenho dos materiais quando
solicitado à esforços externos. Foram injetadas amostras das peças do projeto no
qual este trabalho tem como hipótese melhorar a rigidez somente com a escolha do
material mais adequado e assim realizar um teste final e obter resultados
qualitativos.
15
2. Capítulo
2.1. Polímero
Polímero é uma macromolécula composta por dezenas de milhares de unidades
repetitivas que são denominados meros e que são interligadas entre si por uma
ligação covalente. Os meros são formados a partir da polimerização dos
monômeros, ou seja, monômero é a matéria prima para a produção dos polímeros,
consiste em uma molécula simples que deve ser pelo menos bifuncional. Segundo
(CANEVAROLO JUNIOR, 2006) os polímeros podem ser classificados em três
grandes classes que são: Plásticos, Borrachas e Fibras, de acordo com o tipo do
monômero, o número médio de meros por cadeia e o tipo de ligação covalente.
2.2. Copolímero
A resina de ABS que neste trabalho será abordada se enquadra como um
copolímero, o critério para que um determinado material polimérico seja considerado
com tal, se deve ao fato de conter na mesma cadeia molecular dois ou mais meros
diferentes. Os copolímeros podem ser classificados em quatro tipos de acordo com
a disposição desses meros na cadeia principal conforme a seguir:
2.3. Compósitos
Segundo (LEVY, CLAUDIO, 2006) os compósitos abrangem uma grande classe de
materiais como os polímeros reforçados com fibras e outros aditivos, os materiais
híbridos como as ligas metálicas, concretos estruturais e qualquer outro que em sua
composição exista duas fases distintas que podem ser classificadas como matriz e
reforço. Portanto, a principal característica de um compósito é a presença de dois ou
mais componentes formando um único material a nível macroscópico onde é
possível distinguir as duas fases matriz e reforço. Normalmente o reforço é disposto
na forma de filamentos, a matriz caracteriza uma forma aglutinante que possibilita a
interação entre eles quando esforços são solicitados, ou seja, quando submetidos a
17
Isto ajuda a explicar a notável diferença de resistência à flexão das peças que neste
trabalho foram analisadas. As peças em ABS+PC apresentam visivelmente mais
flexibilidade do que as injetadas em ABS com fibra de vidro, que por ser um material
aditivado com cargas reforçantes o que aumenta o módulo de elasticidade,
apresenta maior resistência à deformação e flexão, tornando a peça mais rígida.
Se o reforço for composto por fibras, é possível que a disposição das mesmas na
matriz possa ser em feixes paralelos entre si, orientando o esforço em multidireções,
multicamadas, camadas isoladas ou lâminas.
(...) a orientação das fibras em relação aos esforços aplicados,
considerando-se o fato de serem contínuas ou não, influenciam
significativamente nas propriedades mecânicas dos compósitos.
Desta forma, arranjos distintos e combinações de fibras conferem aos
compósitos diferentes características e propriedades. (LEVY,
CLAUDIO, 2006, 05).
Segue abaixo a figura 5 ilustrando uma maneira para a classificação dos compósitos
naturais e sintéticos:
18
As diferentes disposições das fibras em uma matriz são ilustradas na figura 6, o ABS
com fibra de vidro estudado neste trabalho se enquadra na figura c:
Figura 6 - Disposição das fibras em materiais compósitos.
2.4. Aditivos
A busca por novos materiais objetivando a redução nos custos de fabricação
e a substituição dos tradicionais como o vidro, os metais e a madeira, possibilitaram
a utilização e a expansão dos materiais poliméricos nos diferentes ramos da
industria. Esta evolução ocorreu graças a utilização dos aditivos que proporcionou o
desenvolvimento de novos polímeros e a melhoria continua de outros já existentes
no mercado. Os aditivos tem exercido uma grande função no desenvolviemnto de
novos materiais contribuindo desde a polimerização até a otimização das
propriedades finais dos polímeros, atráves da escolha e dosagem ideal é possível
desenvolver materiais para aplicações especifícas. Sem dúvida, a utilização dos
aditivos proporcionou um amplo campo de aplicação para os materiais poliméricos e
se tornou um item indispensável.
Aditivo - todo e qualquer material adicionado a um polímero visando
a uma aplicação específica. A característica dos polímeros de
aceitarem uma grande variedade de aditivos é fundamentalmente
importante, não só para melhorar suas propriedades físico-químicas,
mas também para seu apelo visual, permitindo uma vasta gama de
aplicações, tanto novas quanto substituindo materiais tradicionais.
(CANEVAROLO JUNIOR, 2006, 25).
• plastificantes
• estabilizantes
• cargas
• antiestáticos
• nucleantes
• lubrificantes
• pigmentos
• espumantes
• retardantes de chama
• modificadores de impacto
Neste trabalho será abordado sobre as cargas, um tipo de aditivo que é muito
utilizado em blendas como no caso do ABS com fibra de vidro. O objetivo de
adicionar a fibra de vidro no ABS é conferir ao material maior rigidez, uma vez que a
peça aqui estudada era composta de ABS com Policarbonato e apresentava muita
flexibilidade. Este tipo de aditivo é classificado como aditivo modificador.
No que diz respeito ao consumo, segundo (RABELLO, 2000) os aditivos
representam aproximadamente 20% em peso de todos os plásticos disponíveis no
22
configurá-lo de diversas maneiras uma vez que cada aditivo busca uma função
específica.
2.5. Cargas
Após a crise do petróleo nas décadas de 60 e 70, os materiais poliméricos
que já haviam conquistado algum desenvolvimento tecnológico, tornaram-se
supervalorizados. As empresas transformadoras ao tentar reduzir o impacto que
este aumento provocou nos custos adotaram um antigo procedimento adicionando
cargas em materiais poliméricos, porém sem a intenção de reforçá-los. Com o
passar do tempo, a visão de utilizar cargas apenas para o enchimento foi se
tornando ultrapassada, vendo que era possível agregar valores muito maiores do
que o de simplesmente fazer volume no material.
"Cargas (fillers) podem ser definidas como materiais sólidos, não solúveis,
que são adicionados aos polímeros em quantidades suficientes para diminuir os
custos e/ou alterar suas propriedades físicas" (RABELLO, 2000, 173).
As cargas podem aumentar a viscosidade do material fundido e prejudicar o
processamento, diminuem a resistência ao impacto e aumentam a propagação de
trincas. Por outro lado, segundo (RABELLO, 2000) as cargas quando adicionada ao
material, proporciona melhoria na estabilidade dimensional e diminui a retração do
mesmo durante o resfriamento. Porém, a peça que neste trabalho é examinada, ao
ser injetado em ABS com fibra de vidro apresentou contração do material que,
resultaram em variações no dimensional de até 1,5mm.
Através da curva tensão/deformação é possível visualizar os efeitos das cargas em
um material polimérico. No caso de um material dúctil como o PP, a carga reduz a
tenacidade mas aumenta o módulo de elasticidade conforme o gráfico 2, ou seja, o
material se torna mais rígido e mais suscetível a quebrar:
Gráfico 2 - Curva tensão/deformação do PP e PP com fibra de vidro.
Tabela 4 - Características ideiais das cargas em função dos requisitos dos compóstos.
2.6. Blendas
Diferentes do conceito de copolímero onde um determinado polímero é
composto por meros diferentes, às blendas são constituídas pela mistura mecânica
de dois polímeros. A mistura de polímeros diferentes possibilita a criação de novos
materiais com propriedades superiores aos de cada componente separadamente. As
principais razões pelas quais as blendas poliméricas são desenvolvidas estão
relacionadas ao desempenho do material em aplicações comunmente específicas,
onde se exige do polímero alta resistência mecânica, boa tenacidade e estabilidade
dimensional. Outra vantagem está relacionada à viabilização comercial, que devido
ao baixo custo e a facilidade para a obtenção das blendas comparada com todo o
processo e custo envolvido durante a síntese de um novo polímero, a
comercialização se torna muito atrativa, ou seja, as blendas favorecem ao
desenvolvimento de novos materiais com ótimas propriedades e custo reduzido. Do
ponto de vista ambiental as blendas poliméricas também contribuem para a
reciclagem.
A blenda de dois ou mais polímeros descartáveis pode resultar num
material de baixíssimo custo e com propriedades bem interessantes,
sendo também uma alternativa inteligente para o aproveitamento do
lixo. (WIEBECK, HARADA, 2005, 164).
Existem métodos experimentais regidos por normas como a ABNT, ASTM e ISO
para se avaliar a miscibilidade e compatibilização das blendas. As mais utilizadas
são os ensaios mecânicos, a microscopia eletrônica e análises térmicas, porém
neste trabalho não será aprofundado a respeito destes métodos.
3. Capítulo
3.1. ABS
Obtido através da copolimerização entre os monômeros acrilonitrila,
butadieno e o estireno, o ABS apresenta uma característica de equilíbrio entre as
propriedades mais almejadas para alguns setores da indústria, sendo elas a fácil
moldabilidade, alta resistência mecânica e média resistência à temperatura, segundo
(WIEBECK, HARADA, 2005). O componente que apresenta uma função similar aos
elastômeros, o butadieno, é responsável pela flexibilidade e resistência ao impacto.
O estireno proporciona boa fluidez, brilho e dureza, e a, acrilonitrila é a responsável
pela resistência térmica, química e rigidez. Através do balanceamento destes três
componentes, obtêm-se excelentes relações de custo/desempenho. Este material
pode ser comercializado colorido, com carga reforçante como a fibra de vidro que
aqui é estudada, e na forma de blendas com polímeros como PC, PBT, PA e muitos
outros. Outros setores onde é comum o uso do ABS são os da eletroeletrônica,
eletrodomésticas, brinquedos, etc.
Seu amplo campo de aplicação esta relacionado geralmente a peças sujeitas a
grandes esforços mecânicos, transporte de fluídos sob altas pressões como tubos
de ABS que podem suportar até 100ºC. Segundo (WIEBECK, HARADA, 2005)
devido a suas propriedades antirressonantes, este material é muito requisitado na
fabricação gabinetes para rádios, televisores, gravadores e aparelhos similares.
As propriedades visuais como não manchar, boa aparência, alto brilho e estabilidade
dimensional aumentam o valor da resina e equilibrando estas características o
campo de aplicação se torna ainda maior, atendendo finalidades gerais como:
gabinetes para telefones, componentes automotivos, equipamentos esportivos e
uma grande variedade de componentes para utensílios domésticos, máquinas de
escritório e equipamentos industriais. O ABS é aplicado onde a tenacidade é
importante e é dispensado altas temperaturas de distorção que seria suportado por
outro material como o PC segundo (WIEBECK, HARADA, 2005).
Butadieno- podendo ser obtido por até três métodos diferentes, segue abaixo as
características do butadieno:
o butadieno 1,3 é um produto químico muito reativo, empregado em
várias sínteses, como na copolimerização com o estireno (proporção
3: 1) em emulsão, que conduz à formação de um copolímero com
excelentes propriedades elásticas, conhecidas como borrachas de
SBR(...). À temperatura ambiente, o butadieno é um gás com ponto
de ebulição de -4,4 °C Polimeriza-se sob a ação de sabões ativados e
modificados, sob temperaturas de 5 a 35°C e pressão relativamente
baixa. Contém ligações insaturadas, podendo sofrer reações de
adição (vulcanização). (WIEBECK, HARADA, 2005, 53).
Estireno- este monômero pode ser obtido por diversas maneiras, a comunmente
mais utilizada consiste na desidrogenação do etil benzeno. A seguir, características
do estireno:
O estireno possui ponto de ebulição de 145,2°C e ponto de
congelamento igual a -30,6°C Na presença de catalisadores como
peróxido de benzoíla e com aquecimento, polimeriza-se formando um
produto sólido, duro, amorfo, vítreo e de baixa resistência ao impacto,
com temperatura de deformação próxima de 95°C. (WIEBECK,
HARADA, 2005, 52).
3.2. Policarbonato
O policarbonato (PC) caracteriza-se por ser um dos materiais mais tenazes e
versáteis dos plásticos de engenharia e por apresentar boa transparência e uma
resistência como a do aço conforme (WIEBECK, HARADA, 2005). Por combinar
propriedades similares aos dos vidros e dos metais além de apresentar fácil
processamento como os termoplásticos e às propriedades de longo prazo dos
termofixos, suas aplicações vão desde lentes para óculos e lanternas de automóveis
até equipamentos hospitalares podendo ser esterelizado já que resistência a altas
temperaturas é um dos seus pontos fortes. A estrutura amorfa do PC faz com que
ele apresente uma baixa e precisa contração na moldagem, gerando peças com
excelente estabilidade dimensional. Quando moldada, reproduz com perfeição a
superfície do molde, produzindo peças com excelente acabamento, do brilhante ao
texturizado. Em termos de processamento é bastante versátil, podendo ser injetado,
extrudado e soprado. Este material tem ganhado mercado substituindo a utilização
de vidros e metais em determinadas aplicações para iluminação, embalagens,
eletrodomésticos, meios de transporte e componentes eletrônicos.
O histórico do policarbonato revela que sua primeira aparição foi em 1930 por W. H.
Carothers e F.J. Natta, porém por hidrolisarem rapidamente e apresentarem baixa
temperatura de fusão não teve de início um grande reconhecimento comercial. Em
1941 Whinfield e Dickson trabalhavam na Calico Printer Association - Inglaterra,
descobriram uma fibra derivada do Poli(tereftalato de etileno) - PET, cujo êxito fez
33
com que pesquisas fossem realizadas a fim de obter polímeros com núcleos
aromáticos na cadeia principal.
Enquanto isto, independente das pesquisas desenvolvidas na Europa, nos Estados
Unidos haviam tentativas para se obter uma resina termorrígida que possuísse boa
estabilidade ao calor e a hidrólise. A empresa General Electric e sua equipe de
desenvolvimento obtiveram durante estas tentativas um subproduto que era o
policarbonato de bisfenol A. Dessa forma, em 1958 o policarbonato de bisfenol A era
fabricado, ao mesmo tempo, na Alemanha pela Bayer e nos Estados Unidos pela
General Electric sobre os nomes comercias de Macrolon e Lexan, respectivamente.
Hoje em dia existem diferentes tipos de policarbonatos, onde são alterados a massa
molar, presença de um segundo componente poli-hidroxílico, incorporação de
aditivos o que é muito comum, e a presença de ramificações na cadeia molecular.
Abaixo na figura 12 a estrutura do mero da macromolécula de policarbonato.
Figura 12 - Méro da macromolécula de policarbonato.
Módulo de flexão e resitência ao impacto para o policarbonato são muito altas e são
suas principais características. Embora apresente grande resistência ao impacto e
grande flexibilidade, o policarbonato é um material duro e rígido e caso seja
submetido a um impacto muito forte o mesmo sofre uma deformação plástica antes
de quebrar. Possui resistência a tração e compressão próximas uma da outra e seu
alongamento é cinco vezes maior que o permitido por ABS e outros materiais. O
gráfico 4 mostra a tensão/deformação do policarbonato.
39
O material pode ser reforaçado com cargas de reforço, e assim configurar suas
propriedades de acordo com a necessidade desejada. Isso contribui para que o
campo de aplicação do policarbonato se torne maior.
As resinas de PC podem ser melhoradas ou reforçadas mediante a
adição de outros componentes. Uma formulação com fibra de vidro,
por exemplo, aumenta consideravelmente sua resistência e amplia
suas aplicações, especialmente na indústria da construção civil.
Comparados aos termoplásticos comuns, os policarbonatos
reforçados com aproximadamente 30% de fibra de vidro, apresentam
maior módulo de elasticidade, resistência à tração e compressão,
dureza e estabilidade à ação do calor, melhores propriedades de
isolamento térmico, menor contração na moldagem e menor
coeficiente de dilatação térmica. A resistência ao choque é menor que
aquela da resina pura, sem aditivos. Como a resistência à abrasão é
maior, isso permite seu uso na fabricação de engrenagens.
(WIEBECK, HARADA, 2005, 118).
• Fibra de vidro E e S;
• Fibra de carbono de alta resistência;
• Fibra de carbono de alto módulo;
• Fibras aramidas;
• Fibras de polietileno (UHMWPE);
• Fibras de boro;
• Fibras cerâmicas;
• Fibras naturais: rami, juta, sisal, coco e etc.
Cada uma destas fibras possibilita que os materiais tenham suas propriedades
melhoradas e específicas, oferecendo aos projetistas a opção de configurarem os
materiais de acordo com as necessidades do projeto. A tabela 6 mostra as
propriedades de algumas fibras:
Tabela 6 - Principais prorpriedades dos tipos diferentes de fibras de vidro.
tambor rotativa sobre vácuo, também são pulverizadas com um agente que aglutina
e protege, juntadas para formar o fio e finalmente são secadas.
A fibra do tipo "E" é a mais utilizada como reforço nos materiais compósitos de
matriz polimérica, devido ao aumento na resistência mecânica e outras propriedades
que ela proporciona. Sua indicação é para uso geral, e com o passar dos anos a
fibra do tipo "E" sofreu algumas modificações para que sua resitência ao ataque de
ácidos e álcalis fosse melhorada. Destas melhorias surgiu a fibra de vidro tipo "E-
CR". Para melhorar o módulo de elasticidade ou Young, foi adicionado berílio em
sua composição dando origem a fibra tipo "M", porém o uso de berílio inviabiliza a
aplicação comercial, desenvolveu-se então o tipo "S", disponível de alta e média
perfomance. O tipo "S" pode ter resitência superior à "E" de até 40% e é utilizada na
industria aeronáutica e aeroespacial segundo (WIEBECK, HARADA, 2005).
3.4. ABS/PC
Com o objetivo de melhorar algumas propriedades do ABS, diversos trabalhos
foram realizados na criação de blendas, onde outros termoplásticos foram
misturados com o ABS. As misturas mais bem sucedidas são: ABS/PVC rígido,
ABS/PC, ABS/PA e outros segundo (WIEBECK, HARADA, 2005).
A combinação das propriedades do PC com as do ABS resultam em um material
com as melhores propriedades dos dois componentes. Facilidade no
processamento, alta resistência ao calor e impacto, são exemplos das propriedades
que podem ser obtidas através da mistura.
A blenda de ABS/PC foi desenvolvida para suprir o vazio de mercado em termo de
custo/desempenho existente entre esses dois polimeros. Possui assim, propriedades
intermediárias a ambos e por ser um material amorfo, apresenta boa estabilidade
dimensional e baixa contração na moldagem.
As principais características deste material são: alta resistência ao impacto e a
temperatura, baixa absorção de umidade, brilho superficial, boa processabilidade e
estabilidade ao UV superior ao ABS comum.
As propriedades dos diferentes tipos de blenda ABS/PC são determinadas
principalmente por:
4. Capítulo
Figura 19 - Mensagem gerada ao tentar tracionar o corpo de prova ABS com fibra de vidro no
laboratório da FATEC-ZL.
O ensaio de tração para o ABS com fibra de vidro foi realizado no laboratório da
UNICAMP com a ajuda do Prof. Dr. Manuel Canté Venceslau.
A peça que gerou o estudo de caso faz parte de um produto fornecido pela empresa
PRODATA MOBILITY BRASIL. O produto consiste em um validador que é composto
de um pequeno gabinete de aço inox e possui um painel frontal de vidro.
A peça que é ilustrada na figura 20 tem como objetivo alojar o painel de vidro, e foi a
respeito do material desta peça que é desenvolvido este trabalho. O vidro contém
uma arte serigrafada na superfície que fica em contato com a peça de plástico. A
fixação do painel nesta peça é através de uma resina, quando a cura da resina está
totalmente completa, a peça de plástico que suporta o vidro não pode ser flexionada,
pois o vidro não acompanha a flexibilidade do plástico e o silkscreen é danificado
pela resina . As primeiras amostras da peça de plástico eram em ABS/PC, porém o
material apresentou muita flexibilidade ocasionando no problema citado a cima.
Figura 20 - Projeto da peça MOLDURA PLÁSTICA DO VIDRO V7XXMG_SC
Stress (MPa)
80
70
60
50
1
2
40 3
4
30 [5]
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Strain (%)
Specimen Peak Load Peak Stress Break Load Break Stress Calculated
# Percent
N MPa N MPa Elongation
Tabela 13 - Principais propriedades mecânicas de blendas ABS/PC com diferentes teores dos
componentes.
O teste realizado visa demonstrar a rigidez das peças quando submetidas a uma
carga. O teste foi realizado da seguinte forma:
1. As peças foram apoiadas apenas pelas extremidades, ficando sem apoio na
região central.
A peça em ABS com fibra vidro apresentou menos deformação que a peça em ABS
com policarbonato, a deformação foi de 1,5cm conforme a figura - 25.
5. Considerações finais
Além dos motivos citados acima, a comparação dos resultados obtidos nos ensaios
de tração, confirma que o ABS com fibra de vidro é o mais apropriado para
aplicações onde é exigida alta rigidez. Foram selecionados os principais dados dos
ensaios e realizado a média dos resultados para comparar uma com a outra:
Estas características comprovam que o ABS com fibra de vidro se torna mais rígido,
passando a se comportar como um material frágil devido ao seu alto módulo de
elasticidade e reduzido o alongamento.
59
1. Referências bibliográficas
CANEVAROLO JUNIOR, Sebastião. Ciência dos polímeros. 2ª. ed. São Paulo:
Artliber Editora, 2006.