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1. Introdução

Materiais poliméricos são bastante utilizados actualmente e em algumas situações de maneira


indevida. Os polímeros apresentam uma performance inigualável se comparada com outros
materiais e com custo relativamente baixo.

Podem ser obtidos através do processo de polimerização que consiste em reacções com moléculas
de massa molar menor. O número de repetições da unidade monomérica denomina-se grau de
polimerização e permite estimar a massa molar da macromolécula.

A maioria dos polímeros produzidos industrialmente contém mais de um tipo de unidades de


repetição (monómeros), nas quais se arranjam aleatoriamente, em blocos ou em sequências
mistas. Quando existem duas unidades em uma cadeia polimérica o termo co-polímero é usado
para descrever a macromolécula.

O presente trabalho tem como objectivo o estudo dos poliésteres: estrutura dos poliésteres,
síntese do poliéster, propriedades físicas e químicas do poliéster e aplicações dos poliésteres.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Estudar os poliésteres.

1.1.2. Específicos

 Conhecer a estrutura do poliéster,


 Descrever as reacções de polimerização dos poliésteres,
 Indicar as aplicações dos poliésteres.

1.2. Metodologias

Para a realização do presente trabalho com vista ao alcance dos objectivos preconizados,
constituiu-se como metodologia básica a pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa consistiu na
consulta de várias obras literárias e de alguns artigos em Internet e que as tais referências
bibliográficas se encontram na última página do trabalho.
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2. O Poliéster

O Poliéster é uma fibra têxtil de grande importância comercial e é obtida a partir do poli (etileno
tereftálato) (PET). Os poliésteres existem na natureza, mesmo assim o seu nome é usado para se
referir a produtos sintéticos, como o plástico. Desses sintéticos, pode-se destacar o polietileno
tereftálato.

Fig1: Fórmula química do polietileno tereftálato

As resinas poliéster contêm grupos ésteres e são obtidas através da reacção de condensação
com um biálcool e um biácido, como reagentes de partida. Essas resinas são convenientemente
classificadas em dois tipos gerais: poliéster saturado e poliéster insaturados (DE CASTRO,
2003).

2.1. Poliésteres saturados

São obtidos pela reacção entre um biálcool e um biácido saturado, resultando num produto
termoplástico, cuja cadeia molecular é composto apenas por simples ligação entre os átomos de
carbono, o que caracteriza a flexibilidade dos produtos obtidos com poliéster saturado. A resina
poliéster termoplástico mais conhecida e mais utilizada actualmente é polietileno tereftálato
(PET).

O polietileno tereftálato resulta da condensação entre o ácido teraftálico e o etilenoglicol, a uma


temperatura de 280ºC. O álcool metílico formado é destilado e o éster diglicólico é pré –
condensado no decurso desta operação (VASCONCELOS, 2005).
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Fig2: Reacção de condensação do PET

As forças de atracção entre os átomos e moléculas vizinhas são da ordem de grandeza das forças
de Van der Waals, não havendo evidência estrutural da existência de forças de atracção fortes
entre moléculas. Assim, o elevado ponto de fusão da fibra não deve ser atribuído a forças de
atracção fortes entre as moléculas, mas sim à rigidez do anel aromático e às ligações éster.

O polímero é extrudido por fusão (260 ºC) e depois da extrusão, os filamentos sofrem um
estiramento para orientar as macromoléculas segundo o eixo da fibra. É durante o processo de
estiragem que se obtém a cristalinidade do poliéster (VASCONCELOS, 2005).

A cinética de reacção depende das características dos monómeros, como os grupos funcionais
primários, secundários ou terciários, a concentração, proporção e solubilidade, a presença de
catalisador e a temperatura. Devido a reacção ser reversível, a H2O formada e removida do
meio reaccional por destilação, para evitar a hidrólise do grupo éster formado. A larga
variedade de monómeros permite a formulação de resinas para a obtenção de diferentes estruturas
de poliéster, com uma excelente extensão de propriedades e desempenho (BATISTA, 2004).

As cadeias moleculares do poliéster são bastante rígidas como consequência da presença dos
grupos ésteres do poli (etileno tereftálato) que garantem à fibra um elevado grau de cristalinidade
(VASCONCELOS, 2005).
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2.2. Poliésteres insaturados

Resinas de poliésteres insaturados consistem basicamente de um polímero alquídico, contendo


insaturações vinílicas dissolvidas em um monómero reactivo, normalmente o monómero de
estireno. É obtido pela reacção de condenação entre um ácido insaturado, um ácido saturado e
um biálcool, resultando num produto termófixo, cuja cadeia molecular é composta por simples e
duplas ligações entre átomos de carbono. É diluído num monómero vinílico, inibido, para
facilitar a sua utilização. Inicialmente encontra-se no estado liquida e após a adição de
promotores transforma-se no estado sólido, caracterizando uma estrutura termófixas irreversível
(VASCONCELOS, 2005).

2.3. Principais tipos de resina

Tipos de Estruturas
resinas

Ortostáticos Resina mais comum de menor custo para usos básicos, não nobres.

Isoftálica Possui resistência mecânica pouco superior à ortoftálica, porém baixa resistência
a UV.

Tereftálica Melhores características mecânicas, químicas e térmicas que as anteriores, porém,


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tem alto custo.

Bisfenólica Possui melhores resistência química, térmica e mecânica que as resinas ftálicas.

2.4. Mecanismo de reticulação dos poliésteres insaturados

 A reação catalítica envolve três estágios: iniciação, propagação e terminação. Para dar início à
reacção de reticulação utiliza-se um agente iniciador (R•), que usualmente é o peróxido de
metiletil cetona;
 O agente iniciador gera radicais livres nas ligações insaturadas do estireno e do poliéster,
possibilitando a formação das ligações cruzadas e gerando uma rede interconectada de
cadeias polimérica.
 A conversão de resinas não reticuladas em uma rede é o que denominaremos de processo de
cura. A cinética do processo de cura depende de fatores como temperatura e incidência de luz.
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2.5. Propriedades mecânicas

 Temperatura de fusão = 249oc


 Moderada resistência a tracção e fricção;
 Baixa absorção de humidade;
 Moderada resistência ao corte;
 Moderada tenacidade;
 Boa resistência ao impacto;
 As fibras de poliéster são pouco elásticas, a sua recuperação ao alongamento é menor quando
comparada com a poliamida. No entanto, a recuperação à deformação por flexão é excelente
devido à rigidez intrínseca destas fibras. Daqui resulta a alta resistência à formação de rugas
nos artigos de PES (VASCONCELOS, 2005).
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2.6. Propriedades Químicas

 As fibras de poliéster são altamente hidrófobas. A retenção da água varia entre 2 – 5%.
 O poliéster apresenta uma excelente resistência aos ácidos inorgânicos (H2SO4, HCl, HNO3,
H3PO4) em concentrações diluídas. A acção dos ácidos na fibra depende da concentração,
temperatura e tempo de actuação. Esta acção pode traduzir-se na perda de resistência da fibra
ou na sua dissolução (concentrações de H2SO4 > 83%).
 Estas fibras incham e dissolvem-se em fenóis, ácido cloroacético e alguns hidrocarbonetos
clorados a altas temperaturas.
 Devido ao carácter hidrófobo, à elevada cristalinidade, à orientação relativamente elevada das
regiões desordenadas, as fibras de PES são difíceis de tingir. O tingimento é feito a altas
temperaturas (120 – 130 ºC) ou a 100 ºC na presença de “carriers”.
 Devido ao elevado grau de orientação, as fibras de PES possuem uma adequada resistência às
bases, especialmente às que são utilizadas na lavagem. As bases fortes atacam a superfície da
fibra e as bases fracas penetram no interior da fibra, modificando as suas propriedades físicas.

Esta reacção química do NaOH com o PET é iniciada pelo ataque nucleófilo dos iões hidróxidos
sobre os carbonos dos grupos carbonilo deficientes de electrões conduzindo à quebra das ligações
éster ao longo das cadeias produzindo grupos carboxilo e hidroxilo na superfície da fibra. Na
presença de uma base, a reação continua em virtude do ácido libertado ser imediatamente
convertido num anião carboxilato (PINTO, 2019).

Fig3: Mecanismo da reacção de


hidrólise do poliéster em meio
alcalino.
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A lavagem doméstica acontece sobretudo em soluções aquosas alcalinas, estando por isso, os
tecidos de poliéster submetidos à hidrólise reduzida da superfície, o que torna a superfície da
fibra mais hidrófila e menos propensa para a retenção e rede posição de manchas de óleo e
gordura. O impacto das soluções de lavagem doméstica é observado após vários ciclos de
lavagem, uma vez que as condições em que se efectua são menos agressivas em comparação com
as condições utilizadas na indústria (PINTO, 2019).

A velocidade da hidrólise superficial depende da concentração de base e da temperatura. Se estas


variáveis forem adequadamente combinadas, podem conseguir-se efeitos de acabamento
positivos pois a eliminação da camada superficial produz uma superfície ligeiramente ondulada,
que confere aos artigos um toque mais suave (VASCONCELOS, 2005).

2.7. Aplicação dos poliésteres

 As fibras de poliéster são muito utilizadas em vestuário e aplicações industriais. No caso do


vestuário, é muito usado em misturas com outras fibras, principalmente o algodão mas
também a viscose e lã.
 Na indústria são utilizadas na fabricação de peças moldadas, com ou sem fibra de vidro, tais
como: piscinas, barcos, banheiras, tanques, telhas, domo, botões, bijuterias, assentos
sanitários, móveis para jardim, massa plástica, mármore sintético, etc.
 As resinas poliéster insaturadas, quando reforçadas com fibras de vidro são a base para
algumas das mais frequentes aplicações de materiais poliméricos, como: produtos náuticos,
partes de veículos automotores, parte de aeronaves, painéis de construção e dutos, dentre
outros (DE CASTRO, 2003).
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3. Conclusão

As resinas poliéster contêm grupos ésteres e são obtidas através da reação de condensação com
um diálcool e um diácido, como reagentes de partida. Essas resinas são convenientemente
classificadas em dois tipos gerais: poliéster saturado, insaturados.

O componente básico desses plásticos é a resina, um material que pode amolecer e fluir, e que
ainda pode ser moldado. A reação de polimerização pode ser iniciada devido à presença de
iniciadores, luz ou calor, formando um material polimérico. Quando a reação de polimerização
resulta em ligações cruzadas entre os componentes, o material resultante apresenta-se rígido e
com boa resistência mecânica. Neste caso específico a resina é denominada de termofixa, não as
fibras de permitindo moldagens posteriores com o fornecimento de calor ou agentes químicos. As
resinas termoplásticas, por outro lado, permitem moldagem posterior.

Algumas resinas podem ser formadas por vários componentes para apresentar uma ou outra

característica, ou vários tipos de comportamentos intermediários. poliéster são muito utilizadas


em vestuário, têxtil lar e aplicações industriais. No caso do vestuário, é muito usado em misturas
com outras fibras, principalmente o algodão mas também a viscose e lã.
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4. Referências bibliográficas

1. VASCONCELOS, A. J. C, Obtenção de Tecidos de Poliéster de Baixo Peso por tratamento


Enzimático, 2005.
2. DE CASTRO, A. J, Resina poliéster: caracterização e estudo das condições de cura e
propriedades mecânicas, 2003.
3. PINTO, C. M. L, Melhoria das Propriedades do Poliéster através da Funcionalização com
Poli (álcool de vinilo), 2019.
4. BATISTA, M. A. J, Síntese de poliésteres e caracterização de revestimentos
poliéster/melanina após degradação em intemperismo acelerado, 2004.

Índice
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1. Introdução.....................................................................................................................................3

1.1. Objectivos..................................................................................................................................3

1.1.1. Geral.......................................................................................................................................3

1.1.2. Específicos..............................................................................................................................3

1.2. Metodologias.............................................................................................................................3

2. O Poliéster....................................................................................................................................4

2.1. Poliésteres saturados..................................................................................................................4

2.2. Poliésteres insaturados...............................................................................................................6

2.3. Principais tipos de resina...........................................................................................................6

2.4. Mecanismo de reticulação dos poliésteres insaturados.............................................................7

2.5. Propriedades mecânicas.............................................................................................................8

2.6. Propriedades Químicas..............................................................................................................9

2.7. Aplicação dos poliésteres........................................................................................................10

3. Conclusão...................................................................................................................................11

4. Referências bibliográficas..........................................................................................................12

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