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Curso de Odontologia

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA:


ELASTÔMEROS

2017
1 INTRODUÇÃO

Os elastômeros foram desenvolvidos principalmente para aplicação


nas industrias, todavia sua competência para Odontologia foi logo notada.
Atualmente, tais materiais são muito utilizados para moldagem. Eles se difundiram
bastante no mercado, pois conseguem superar duas desvantagens dos
hidrocolóides: baixa resistência ao rasgamento e baixa estabilidade dimensional.
(McCabe, 2006)

Os materiais de moldagem elastoméricos são caracterizados como polímeros


que são usados numa temperatura acima da sua temperatura de transição vítrea,
Tg. Tais materiais tornam-se mais e mais fluidos, conforme sua temperatura
aumenta acima da temperatura de transição vítrea. (VAN NOORT, 2010)

Existem, no geral, segundo McCabe (2006) quatro tipos de elastômeros:

 Polissulfetos;
 Poliéters
 Silicone de adição;
 Silicone de condensação.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 POLISSULFETOS

O polímero de polissulfeto, possui um peso molecular de 2.000 a 4.000, com


grupamentos terminais e pendentes de mercaptana (–SH). Estes materiais também
são conhecidos como borrachas tiocol, pois elas são derivadas dos tióis, que são
análogos sulfúricos de álcoois (p. ex., etanotiol, CH3CH2SH, em vez de
etanol,CH3CH2OH). (VAN NOORT, 2010)

Os grupamentos de mercaptanas são oxidados por um acelerador para


possibilitar tanto o alongamento da cadeia como a criação de ligações cruzadas. Tal
reação causa um rápido aumento do peso molecular do polímero, fazendo com aque
a pasta seja convertida em borracha. A água é um subproduto da reação. (VAN
NOORT, 2010)

Típico polissulfeto. Fonte: Van Noort, 2010, p.185

Os polissulfetos são, no geral, apresentados na forma de duas pastas,


acomodadas dentro de tubos. Uma pasta é rotulada como base e a outra como
catalisadora. A viscosidade da pasta é determinada por cada fabricante, entretanto,
três graduações de consistência de pasta estão disponíveis para uso: leve, regular e
pesada, sendo que o que diferencia uma da outra é o conteúdo de carga. (McCabe,
2006)

A reação de presa ocorre na mistura das duas pastas, os grupamentos


terminais tiol pendentes nas cadeias do pré-polímero reagem com o dióxido de
chumbo, resultando em ligações cruzadas. A reação de presa do material, é, na
verdade, uma reação de polimerização por condensação. (McCabe, 2010)

A figura a seguir, retirada de Van Noort (2010, p.185) ilustra a reação de


presa do polissulfeto:
2.2 POLIÉTERES

Uma característica interessante dos materiais de moldagem à base de


poliéter é que eles são desenvolvidos especificamente para a profissão
odontológica. Eles foram introduzidos no final da década de 1960. (VAN NOORT,
2010)

Estes materiais são geralmente apresentados na forma de duas pastas.


Sendo uma pasta base contendo o polímero e cargas inertes e umas pasta
catalisadora contendo um iniciador da reação junto com óleos que são responsáveis
por formar a pasta e cargas está acondicionada num tubo menor. (McCabe, 2006)

Estrutura de um polieter. Fonte: Van Noort (2010, p. 185)

O polímero toma presa pela reação com os grupamentos terminais imina. Não
existe nenhum subproduto associado a esta reação, que é uma razão pela qual o
material possui boa estabilidade dimensional. Contudo, ele tende a absorver água
durante a armazenagem e, portanto, deve ser mantido em ambiente seco;
certamente, não se deve nunca colocar o polímero num mesmo pacote com uma
moldagem em alginato. (VAN NOORT, 2010, p.185)

A imagem a seguir, retirada de Van Noort (2010, p.185) ilustra a reação de


presa do poliéter.
2.3 SILICONE DE ADIÇÃO

São materiais disponíveis na forma de duas pastas. Cada pasta contém um


polímero de silicone líquido e carga, e uma das pastas contém um catalisador. Numa
das pastas está contido um pré-polímero de polidimetilsiloxano, em que alguns dos
grupamentos metil foram substituídos por hidrogênio. A outra pasta contém um pré-
polimero, em que alguns dos grupamentos metil foram substituídos por grupamentos
vinílicos. (McCabe, 2006)

A reação de presa ocorre por meio de um catalisador de platina e um silanol.


Uma característica importante desta reação de presa é que não existe subproduto.

Fonte: Van Noort, 2010, p.187

2.4 SILICONE DE CONDENSAÇÃO

Esses materiais são baseados em um polímero de polidimetil siloxano com


grupamentos terminais de hidroxila. A formação de ligações cruzadas é obtida pelo
uso de um tetraetil silicato (TES), de forma que três cadeias poliméricas podem ser
unidas. Três grupamentos funcionais são necessários para formar uma cadeia de
reações cruzadas, já que a funcionalidade de dois apenas dá origem ao
alongamento da cadeia. O subproduto desta reação é um álcool (R-OH). (VAN
NOORT, 2010, p.186)
O material vem na forma de uma pasta base contendo silicona fluido e uma carga, e
uma pasta ativadora de tetraetil silicato (agente de ligação cruzada). É importante
que a quantidade de pasta ativadora usada seja cuidadosamente controlada.
Quantidade insuficiente de TES promove uma reação de presa incompleta, deixando
o material com propriedades mecânicas reduzidas, tais como alta deformação
permanente. Ao contrário, o excesso de TES também promove reação de presa
incompleta, deixando muitos grupamentos terminais etil não reagidos. (VAN
NOORT, 2010, p. 186)

3 RELATO DE AULA PRÁTICA

Na aula prática foi realizada a verificação do tempo de presa do silicone de


condensação de consistência fluida/leve. O procedimento foi feito da seguinte forma:

1. Sobre a placa de vidro foi manipulada as duas pastas (leve e catalisadora)


com tiras do mesmo tamanho;
2. Espatular por 45 segundos;
3. Verificar a presa do material com a espátula LeCron.

Na aula prática foi realizado o procedimento de moldagem com silicone de


condensação, a atividade foi realizada em dupla da seguinte maneira:
1. Adaptar a moldeira na boca do colega;
2. Preparar o silicone de condensção de consistência pesada para moldagem;
3. Colocar o material na moldeira;
4. Levar a boca do colega cuidadosamente;
5. Moldar a arcada e esperar o tempo de presa do material;
6. Remover o molde;
7. Remover os sulcos com ajuda da espátula LeCron para confecção da
moldeira individual;
8. Preparar o material de consistência leve/fluida e com auxilio da seringa para
elastômeros acomoda-lo na moldeira e na arcada do paciente a ser moldada;
9. Levar a moldeira a boca do colega cuidadosamente e esperar o tempo de
presa;
10. Remover a moldeira;
11. Realizar a desinfecção do molde;
12. Vazar o gesso e esperar o tempo de presa do mesmo;
13. Recortar o modelo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela a seguir podem ser observados os resultados da verificação do


tempo de trabalho e presa do silicone de condensação:

Tempo de trabalho 2,44

Tempo de presa 4,50

Com base no exposto, é possível perceber que o material fica impropil para
manipulação a partir de dois minutos e quarenta e quatro segundos, sendo o
mesmo, o tempo de trabalho. E ambém é possível notar que o material toma presa
por, aproximadamente, cinco minutos.

5 CONCLUSÃO E RESPOSTAS

O ângulo de contato da água destilada sobre moldes de silicone são de


aproximadamente 100º, o que torna este grupo o mais hidrofóbico, isso pode fazem
com que os modelos de gesso apresentem bolhas, para diminuir esse efeito pode
ser usado um material surfactante, em spray por exemplo. Os poliéteres são os mais
hidrofílicos.

Os silicones de adição ou polivinilsiloxano apresentam reação química dos


grupos vinil cuja ligação cruzada é feita pelos grupos hidretos ativados por um
catalisador de sais de platina. Não ocorre formação de subprodutos, por isso, é um
material que apresenta excelente estabilidade dimensional. Caso a proporção
correta não seja utilizada ou impurezas estiverem presentes pode ocorrer a
liberação de hidrogênio. Mesmo não sendo considerado um subproduto o hidrogênio
pode contribuir para o surgimento de microbolhas negativas no gesso. Por isso é
importante que se aguarde 1 hora antes de vazar o gesso nesse material.
(BOTEGA, 2010)

Silicone por condensação, por adição e polissulfetos podem ser desinfetados


com todos os desinfetantes registrados na EPA sem perda da qualidade de
superfície ou precisão, se o tempo de desinfecção for curto. Os moldes devem ser
imersos pelo tempo especificado para cada desinfetante. Após a desinfeção o molde
deve ser removido, lavado e preenchido com gesso assim que possível. Já os
poliéteres são mais sucetiveis a alterações dimensionais, portanto não devem ser
deixados imersos por mais de 10 minutos. (ANUSAVICE, 2013)
6 IMAGENS

7 REFERÊNCIAS

1. NOORT, R. V. Introdução aos materiais dentários. Rio de Janeiro: Elsevier,


2010.
2. ANUSAVICE. K. J. P. Phillips – Materiais dentários. 12ªed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
3. CHAIN, MARCELO. Materiais Dentários. Artes médicas: São Paulo, 2013.
4. CRAIG, materiais dentários restauradores. Edição de Ronald L. Sakaguchi,
John M. Powers; Tradução de Cintia Garcia Cardoso. 13.ed. Rio de Janeiro,
RJ: Elsevier, 2012

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