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Ananias Alberto Vilanculos

Dilma Orlando Matiue


Jéssica Maria Francisco Nhanombe

CARBOHIDRATOS: Composição e classificação


DETERGENTES: Aplicação e impacto sobre meio ambiente
Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Ensino de Biologia

Universidade Save
Massinga
2023
2

Ananias Alberto Vilanculos


Dilma Orlando Matiue
Jéssica Francisco Nhanombe

CARBOHIDRATOS: Composição e classificação


DETERGENTES: Aplicação e impacto sobre meio ambiente

Trabalho de Química Orgânica II, a


ser apresentado na Faculdade de
Ciências Naturais e Exactas para
fins avaliativos, sob orientação de:

MSc.: Fernando Comé

Universidade Save
Massinga
2023
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Índice
CAPITULO I..............................................................................................................................5

1.0.Introdução.............................................................................................................................5

1.1 Objectivos.............................................................................................................................5

1.1.1 Geral...................................................................................................................................5

1.1.2 Específicos.........................................................................................................................5

1.2 Metodologia..........................................................................................................................5

CAPITULO II.............................................................................................................................6

2.0.Carbohidratos........................................................................................................................6

2.1.Composição...........................................................................................................................6

2.2.Funções.................................................................................................................................6

2.3.Classificação dos carbohidratos............................................................................................6

2.3.1.Monossacarídeos................................................................................................................6

2.3.1.1.Ciclização dos Monossacarídeos....................................................................................8

2.4.Oligossacarídeos...................................................................................................................9

2.4.1.A Maltose.........................................................................................................................10

2.4.2.Sacarose...........................................................................................................................10

2.4.3.Lactose.............................................................................................................................11

2.5.Polissacarídeos....................................................................................................................11

2.5.1.Amido..............................................................................................................................12

2.5.2.Amilose............................................................................................................................12

2.5.3.Amilopectina....................................................................................................................12

2.5.4.Glicogênio........................................................................................................................12

2.5.5.Quitina..............................................................................................................................13

2.6.Detergentes.........................................................................................................................13

2.7.Aplicações dos detergentes.................................................................................................14


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2.8.Impacto ambiental de detergentes.......................................................................................16

CAPITULO III..........................................................................................................................18

3.0.Conclusão............................................................................................................................18

3.1.Referências bibliográficas...................................................................................................19
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CAPITULO I

1.0. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Química Orgânica II, lecionada na Unisave
e tem como objectivo demonstrar de uma maneira geral e explicativa os Carbohidratos, sua
composição e classificação, também abordar-se-á sobre Detergentes, sua aplicação bem como
o seu impacto no meio ambiente. Carbohidratos são moléculas orgânicas que apresentam C,
H, O na sua composição. Mais da metade do carbono orgânico do planeta está armazenado em
apenas duas moléculas de carbohidratos: amido e celulose. Ambos são polímeros do
monômero glicose, diferenciando-se apenas pela forma na qual estão ligados. Os açúcares de
6C são os mais abundantes na natureza, mas açúcares de 5C, ribose e desoxirribose, ocorrem
no RNA e DNA, respectivamente.

O conceito moderno de agentes tensioativos, ou surfactantes inclui os sabões, os detergentes,


os emulsificadores, os agentes umectantes e os agentes penetrantes. Esta actividade de
modificar as propriedades de uma camada superficial que separa duas fases em contacto está
relacionada com a estrutura dos tensioativos que possuem na mesma molécula uma parte
polar, solúvel em água (hidrofílida) e uma parte não polar, insolúvel em água (hidrofóbica).

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral
 Falar dos Carbohidratos e detergentes.

1.1.2. Específicos
 Conceituar carbohidratos;
 Indicar a composição dos carbohidratos;
 Classificar os carbohidratos;
 Explicar a aplicação dos detergentes;
 Descrever o impacto ambiental dos detergentes.

1.2 Metodologia
Para esta pesquisa bibliográfica de natureza científica, será feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrónicos, como livros,
artigos científicos, páginas de website.
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CAPITULO II

2.0. Carbohidratos
São compostos de função mista do tipo poliálcoolaldeído ou poliálcool-cetona e outros
compostos que, por hidrólise, dão poliálcoois-aldeídos e/ou poliálcoois-cetonas.

2.1. Composição
Biomoléculas constituídas principalmente por C, H e O, mas podem conter N, P ou S em sua
composição. Para a maioria dos carboidratos, a fórmula geral é: CnH2nOn , daí o nome
"carboidrato", ou "hidratos de carbono“.

2.2.Funções
 Fonte de energia;
 Reserva de energia;
 Estrutural.

2.3.Classificação dos carbohidratos


Os carboidratos são classificados em três classes, de acordo com o número de unidades de
poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas. Classificam-se em monossacarídeos,
oligossacarídeos e polissacarídeos.

2.3.1. Monossacarídeos
Monossacarídeos são os carboidratos formados por uma única unidade de poliidroxialdeído
ou poliidroxicetona. Exemplos: glicose, galactose, manose, frutose, entre outros. Apresentam
de 3 a 9 carbonos em sua estrutura. A estrutura segue a proporção de um carbono para cada
dois hidrogênios e um oxigênio: Cn(H2O)n.

Os monossacarídeos são classificados em duas famílias: aldoses e cetoses. Essa classificação


é baseada na posição da carbonila (C=O) na cadeia do monossacarídeo. O monossacarídeo do
tipo aldose apresenta a carbonila na extremidade da cadeia, conferindo a esse monossacarídeo
uma função orgânica do tipo aldeído. O monossacarídeo do tipo cetose apresenta a carbonila
em qualquer posição da molécula que não a extremidade da cadeia, conferindo a ele uma
função orgânica do tipo cetona.

Fórmula Geral: CnH2nOn


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Quanto ao número de carbono, os monossacarídeos são classificados em: trioses, tetroses,


pentoses, hexoses e heptoses. Um monossacarídeo do tipo triose apresenta três átomos de
carbono, uma tetrose possui quatro, uma pentose tem cinco, uma hexose conta seis e uma
heptose apresenta sete. Uma aldose contendo três carbonos é denominada aldotriose; para
quatro carbonos, aldotetrose; para cinco carbonos aldopentose e para seis carbonos
aldohexose.Para cada uma dessas aldoses, existe uma cetose correspondente: cetotriose (3C),
cetotretose (4C), cetopentose (5C), cetohexose (6C), e cetoheptose (7C).

Os monossacarídeos mais simples são as trioses (3 átomos de carbono): gliceraldeído e


diidroxiacetona

Um carbono com a função orgânica é chamado de grupo carbonila. Na extremidade: aldeídos


(aldoses) (aldotrioses; aldotetroses; aldopentose; aldohexoses…). Outra posição: cetona
(cetoses) (cetotriose; cetotretose; cetopentose).

Com exceção da diidroxiacetona, todos os monossacarídeos possuem átomos de carbono


assimétricos (quirais). Para o gliceraldeído, o C2 é o centro assimétrico que origina dois
estereoisômeros: o D-gliceraldeído e L-gliceraldeído. São enantiômeros (imagens
especulares) um do outro, o que é chamado de projeção de Fischer
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Estereoisómeros são divididos em dois grupos que diferem na configuração do centro quiral
mais distante do grupo carbonila: D isômeros e L isômeros

2.3.1.1. Ciclização dos Monossacarídeos


Os monossacarídeos com cinco ou mais átomos de carbono ciclizam-se, formando anéis pela
reação de grupos alcoólicos com os grupos carbonilas dos aldeídos ou cetonas para formar o
que chamamos de hemiacetais e hemicetais respectivamente. A reação de ciclização
intramolecular torna os monossacarídeos produtos mais estáveis. O carbono carbonila (C1 das
aldoses ou C2 das cetoses) dos monossacarídeo cíclico é designado carbono anomérico e se
cosntitui em um centro de assimetria adicional com duas configurações possíveis. No caso da
glicose, as duas formas resultantes são α-D-glicose e β-D-glicose. No anômero α, o grupo OH
ligado ao carbono anomérico (C1) está abaixo do plano do anel; ao anômero β está projetado
acima do plano do anel. As formas α e β são anômeras.

Ciclização da frutose e ribose


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2.4. Oligossacarídeos
Os monossacarídeos podem ligar-se entre si para formar moléculas contendo algumas
unidades de monossacarídeos unidas covalentemente, os oligossacarídeos (oligo=alguns).Esse
tipo de ligação covalente entre monossacarídeos ocorre quando o grupo hidroxila (ROH)
ligado ao carbono anomérico de um deles reage com outra hidroxila (R’-OH) do outro
monossacarídeo. Essa ligação é denominada de ligação glicosídicas. Esse tipo de ligação
glicosídicas é chamado de O-glicosídicas, uma vez que um açúcar está ligado a um átomo de
oxigênio da outra molécula de açúcar.

As ligações glicosídicas podem assumir várias formas, uma vez que o carbono anomérico de
um monossacarídeo pode estar na configuração α ou β. Além disso, a ligação pode envolver
um grupo–OH ligado a qualquer um dos carbonos do segundo monossacarídeo, como o
carbono 4 (C-4) ou o carbono 6 (C-6).

Várias combinações diferentes são encontradas na natureza. Porisso, os grupos –OH são
enumerados de modo que possam ser distinguidos (esse sistema de enumeração segue aquele
dos carbonos aos quais os grupos –OH estão ligados), e a notação do tipo de configuração do
carbono anomérico também deve ser mencionada ao se especificar a ligação glicosídicas entre
os monossacarídeos. Dessa maneira, podemos ter, por exemplo, uma ligação glicosídicas
entre duas moléculas de monossacarídeos na forma α (1→4) ou na forma α (1→6).

Os dissacarídeos, formados a partir da união de duas moléculas de monossacarídeos, são os


Oligossacarídeos mais simples que ocorrem na natureza.
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Os Oligossacarídeos são importantes no reconhecimento e na adesão celular, ocorrendo


principalmente como cadeias nas proteínas de membrana (glicoproteínas) e em glicolipídeos
inseridos na bicamada de fosfolipídeos da membrana celular.

2.4.1.A Maltose
É obtida a partir da hidrólise do amido e consiste de dois resíduos de glicose em uma ligação
glicosídica α (1- 4) onde C1 de uma glicose liga-se ao C4 de outra glicose. O segundo resíduo
de glicose da maltose contém um átomo de carbono anomérico livre (C1), sendo assim
classificamos o mesmo como um açúcar redutor.

2.4.2.Sacarose
A sacarose (açúcar comum extraído da cana) é um constituído pela união de uma a-D-glicose
com α, β -D-frutose pela ligação glicosídica α, β (1-2) indicando que a ligação ocorre entre os
carbonos anoméricos de cada açúcar (C1 na glicose e C2 na frutose). A sacarose é um açúcar
não-redutor por não ter terminação redutora livre.

2.4.3.Lactose
A lactose é encontrada apenas no leite, sendo formada pela união do C1 da β-D-galactose com
o C4 da D-glicose, em uma ligação glicosídica β (1-4) Apresenta capacidade redutora por
possuir carbono anomérico livre na glicose.
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2.5. Polissacarídeos
Quando vários monossacarídeos são ligados entre si, o polímero resultante é denominado
polissacarídeo. Os polissacarídeos podem ser formados a partir de unidades repetitivas de um
único tipo de monossacarídeo (ou monômero) e, nesse caso, o polissacarídeo é chamado de
homopolissacarídeo. Se o polímero é formado a partir de mais de um tipo de monossacarídeo,
ele é denominado heteropolissacarídeo.

Quando há mais de um tipo de monômero, frequentemente, somente dois tipos de


monossacarídeos ocorrem em uma sequência repetitiva. Assim, a caracterização completa de
um dado polissacarídeo inclui a especificação dos monômeros constituintes e, se necessário, a
sequência dos mesmos, além do tipo da ligação glicosídicas presente. Veremos que o tipo da
ligação glicosídicas é uma característica fundamental para a função biológica dos
polissacarídeos, os quais podem ter um papel estrutural ou como reserva energética.

2.5.1. Amido
É um homopolissacarídeo depositado nos cloroplastos das células vegetais como grânulos
insolúveis. É a forma de armazenamento de glicose nas plantas e é empregado como
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combustível pelas células do organismo. É constituído por uma mistura de dois tipos de
polímeros da glicose:

2.5.2. Amilose
São polímeros de cadeias longas de resíduos de α-D-glicose unidos por ligações glicosídicas α
(1-4).

2.5.3. Amilopectina
É uma estrutura altamente ramificada formada por resíduos de α-D-glicose unidos por
ligações glicosídicas α(1-4), mas também, por várias ligações α(1-6) nos pontos de
ramificação, que ocorrem entre cada 24 e 30 resíduos. Esses polímeros têm tantas
extremidades não redutoras quantas ramificações, porém apenas uma extremidade redutora

2.5.4. Glicogênio
É a forma mais importante forma de polissacarídeo de reserva da glicose das células animais.
A estrutura do glicogênio assemelha-se à da amilopectina, exceto pelo maior número de
ramificações que ocorrem em intervalos de 8 -12 resíduos de glicose ( na amilopectina os
intervalos das ramificações são de 24-30 resíduos de glicose). Essa estrutura altamente
ramificada, torna suas unidades de glicose, mais facilmente mobilizáveis em períodos de
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necessidade metabólica. O glicogênio está presente principalmente nos músculos e no fígado,


onde ocorre na forma de grânulos.

2.5.5. Quitina
É o principal componente estrutural do exoesqueleto de invertebrados como insetos e
crustáceos e portanto é o segundo mais abundante polissacarídeo depois da celulose. A quitina
é constituída de resíduos de N-acetilglicosamina em ligações b(1-4) e forma longas cadeias
retas que exerce papel estrutural. Se diferencia quimicamente da celulose quanto ao
substituinte em C2, que é um grupamento amina acetilado em lugar de uma hidroxila.

2.6. Detergentes
Detergentes são substâncias cujas moléculas têm uma cabeça polar e uma cauda apolar. A
cabeça polar geralmente tem uma carga eléctrica, positiva ou negativa, e a cauda apolar é
formada por uma cadeia de átomos de carbono. A cabeça polar atrai água e repele óleo. A
cauda apolar atrai óleo e repele água.

Detergentes por definição são substâncias inorgânicas ou orgânicas que apresentam a


propriedade de reduzir a tensão superficial da água, favorecendo o seu espalhamento e
emudecimento das superfícies, promovendo um contacto mais íntimo entre a água e o objecto
a ser limpo (Mcmurry, 2005).

Através dos séculos realizaram-se várias tentativas no sentido de auxiliar a água em sua
função detergente. Os primeiros processos que se tem notícia, baseados no atrito,
empregavam argilas e cinzas. Dos tensioativos conhecidos, o sabão foi o primeiro a ser
produzido comercialmente. O sabão, cuja época e local exacto de aparecimento são ignorados,
é o marco de entrada no campo dos detergentes. As matérias-primas para sua manufatura
eram substâncias alcalinas (obtidas das cinzas de plantas) e gorduras animais. A arte secular
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de fabricar sabão somente recebeu impulso definitivo quando da descoberta do processo


Leblanc de fabricação de soda em 1790. Esse processo libertou os saboeiros do uso de cinzas
de barrilha (planta mediterrânea cujas as cinzas são ricas em óxidos alcalinos) simplificando
os métodos, melhorando a qualidade e aumentando a produção.

2.7. Aplicações dos detergentes


A acção do detergente é sempre a mesma, nas limpezas de derramamento de petróleo, de
óleos, de graxas, na cozinha ou como champô.
Essa propriedade do detergente, de se misturar tanto com a água quanto com óleos e gorduras,
é muito importante. Ela está presente não só em produtos de limpeza, mas também em vários
outros. Por exemplo, para deixar o sorvete, o bolo, o bombom de chocolate, o quindim mais
cremoso, e até a pasta de dente mais cremosa, colocam-se substâncias que têm a propriedade
de se misturar com a água e com óleo ou gordura. É claro que para cada caso usa-se uma
substância diferente (Mcmurry, 2005).

A água sozinha não consegue remover a gordura dos materiais. Isso acontece porque a água é
polar, conforme mostrado na imagem abaixo, em virtude da diferença de eletronegatividade
que existe entre os átomos de hidrogénio e oxigénio de suas moléculas. Por outro lado, a
gordura é apolar e, por isso, a água não dissolve as gorduras.

A água possui tensão superficial, que é uma espécie de película ou membrana elástica que se
forma na superfície da água, que a impede de penetrar em tecidos e outros materiais para
remover a sujeira. As moléculas de água atraem-se em todas as direções por meio de ligações
de hidrogénio, mas as moléculas da superfície só interagem com moléculas do lado e abaixo,
criando uma diferença de forças de coesão, que faz com que as moléculas da superfície
contraiam-se e formem essa tensão superficial (Mcmurry, 2005).
Os sabões e detergentes possuem sais de ácidos graxos, que são longas moléculas formadas
por uma parte apolar (que é hidrofóbica–hidro = água; fobos=aversão) e uma extremidade
polar (hidrófila–hidro = água; filos = amigo). Abaixo temos uma estrutura típica de um sabão:
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Geralmente, os detergentes são sais de ácidos sulfónicos de cadeia longa

Assim, a parte apolar dessas moléculas presentes nos sabões e detergentes interage com a
gordura, enquanto a extremidade polar interage com a água, agrupando-se na forma de
pequenos glóbulos, denominados de micelas, em que as partes hidrofílidas ficam voltadas
para a parte de fora da micela em contado com as moléculas de água, e a gordura fica na parte
interna, em contacto com a parte apolar ou hidrofóbica. A cabeça polar e as moléculas de
água atraem-se fortemente agrupando-se na forma de pequenos glóbulos, denominados de
micelas. A cauda apolar ou parte hidrofóbica é parecida com o óleo; ela não é atraída pela
água, mas é atraída pelo óleo. Então, ela penetra na gotícula de óleo enquanto a cabeça polar
fica na água. Podemos imaginar uma gotícula de óleo com muitas moléculas de detergente
espetadas nela. A cauda apolar fica dentro da gotícula e a cabeça polar, fora, na água. Temos
uma gotícula com grande número de cabeças polares ou partes hidrofílidas, que têm carga
eléctrica, na superfície. Como todas as gotículas têm essas mesmas cargas eléctrica na
superfície, elas se repelem. Dessa forma, as gotículas de óleo não podem juntar-se, e essa
mistura de água e óleo é estável. Isto significa que água e óleo agora não se separam. Esta é
uma emulsão (Solomons, 2005).
Quando se tenta lavar com água um objecto engordurado, ela simplesmente passa por cima da
gordura e não limpa nada. Isso acontece porque as moléculas de água não atraem as de
gordura. Quando se usa um detergente e se agita ou esfrega, a gordura é quebrada em
pequenas gotículas, que não se juntam porque têm moléculas de detergente espetadas nelas.
Agora a água pode arrastar as gotículas de gordura e, assim, lavar o objecto.

Fig.1: Esquema do mecanismo da limpeza usando sabão


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O processo de formação de micelas é denominado emulsificação. Dizemos que o sabão actua


como emulsificante ou emulsionante, ou seja, ele tem a propriedade de fazer com que o óleo
se disperse na água, na forma de micelas. Os detergentes sintéticos actuam da mesma maneira
que os sabões, porém diferem deles na estrutura da molécula.
Sabões são sais de ácido carboxílico de cadeia longa, e detergentes sintéticos, na grande
maioria, são sais de ácidos sulfónicos de cadeia longa. Actualmente existem muitos outros
tipos de detergentes com estruturas diferentes, mas que, invariavelmente, possuem uma longa
cadeia apolar e uma extremidade polar (Solomons, 2005).

Os detergentes sintéticos podem ser aniónicos ou catiónicos, dependendo da carga do ião


orgânico responsável pela limpeza.

2.8. Impacto ambiental de detergentes


Diariamente, sabões e detergentes usados nas residências atingem o sistema de esgotos e
acabam indo parar em rios e lagos. Lá, com o movimento das águas, formam uma camada de
espuma na superfície, que impede a entrada de oxigénio, essencial para a vida dos peixes. As
aves aquáticas também são muito prejudicadas com a poluição da água por sabões e
detergentes. Elas possuem um revestimento de óleo em suas penas e bóiam na água graças à
camada de ar que fica presa debaixo delas. Quando esse revestimento é removido, essas aves
não conseguem mais boiar e se afogam. Após algum tempo, esses resíduos de sabões são
decompostos sob a acção dos microrganismos que vivem no ambiente aquático. A esse
processo damos o nome de biodegradação (Peruzzo & Canto, 2003.
Sabões são fabricados a partir de substâncias presentes na natureza viva (os óleos e as
gorduras) e existem muitos microrganismos capazes de degradá-los. Todo sabão é
biodegradável. Já os detergentes sintéticos podem ou não ser biodegradáveis. Experiências
mostram que os detergentes de cadeia carbónica não-ramificada são biodegradáveis, ao passo
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que os de cadeia ramificada não são. A legislação actual exige que os detergentes sejam
biodegradáveis. Em certas regiões a água é rica em iões Ca 2+ e/ou Mg2+. Esse tipo de água é
chamado de água dura. Nela, os sabões não actuam de modo satisfatório, pois ocorre uma
reação entre esses catiões e o anião do sabão, formando um precipitado (composto insolúvel).
Isso pode diminuir ou até mesmo anular completamente a eficiência da limpeza.

Para resolver esse problema, os fabricantes adicionam ao produto uma substância conhecida
como agente sequestra-te, cuja função é precipitar os iões Ca2+ e Mg2+ antes que eles
precipitem o sabão (Santos, 2015).
Um dos agentes sequestrastes mais usados é o tripolifosfato de sódio Na 5P3O10. Há, no
entanto, um inconveniente no uso desses agentes. Eles são nutrientes de algas e, quando vão
parar num lago, favorecem a proliferação delas. Esse crescimento exagerado impede a entrada
de luz solar; assim, as algas do fundo morrem (por falta de luz) e começam a apodrecer. Esse
apodrecimento consome oxigénio da água, o que, por sua vez, acarreta a morte dos peixes.
Esse processo é chamado de eutrofização do lago (do grego eu, "bem", e trophein, "nutrir")
(Peruzzo & Canto, 2003).

Fig.: Espuma formada em um rio poluído

CAPITULO III

3.0. Conclusão
Após realização do trabalho, concluiu-se que, os são moléculas relativamente simples que
podem ser ligadas de várias maneiras para formar moléculas maiores, como o amido. Essa
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forma de reserva de carbohidratos é o principal recurso de energia em muitos alimentos,


incluindo o pão, o arroz e as massas. De acordo com a natureza química de seu grupo
carbonilo e pelo número de seus átomos de carbono, o açúcar pode ser uma aldose, se o grupo
carbonilo for um aldeído. Se o grupo carbonilo for uma cetona, será uma cetose.

Os tensioativos são compostos constituídos de uma longa cadeia carbónica, sensivelmente


insolúvel em água (hidrofóbica), porém solúvel em óleos e gorduras, acompanhadas de um
maior ou menor grupo de átomos com poderosa atracão pela água.
A biodegradabilidade dos sabões e não dos detergentes pode ser explicada por
suas cadeias carbônicas, isto é, os microrganismos produzem enzimas que conseguem
quebrar apenas moléculas lineares.  As cadeias
ramificadas, que caracterizam os detergentes, não conseguem ser reconhecidas pelas
enzimas e, portanto, passam praticamente inalterados por esgotos e por estações de tratamento
de efluentes. Os detergentes e sabões também diferem bastante quanto aos seus
comportamentos em águas duras e águas ácidas.  Os primeiros não perdem sua ação
tensoativa, enquanto que os sabões podem até perder seu poder de limpeza.  Isto ocorre
nos sabões porque os íos Ca2+ e Mg2+ presentes na água dura formam um precipitado
insolúvel.   Entretanto, os detergentes agridem mais a pele, por retirarem até mesmo a sua
gordura natural presente, o que pode causar o seu ressecamento.

3.1. Referências bibliográficas


1.0 Albert L. Lehninger David L. Nelson M. C.. princípios de bioquímica Ed. Sarvier, 2007
19

2.0 Bioquímica Básica em imagens <http://www.ufpel.edu.br/iqg/db/Apresenta


%E7%F5es_PPT/02%20Glic%EDdeos%20PDF.pdf > 31/03/10
3.0 Brasil, Anna M.; Santos, Fátima.(2004) Equilíbrio ambiental e resíduos na sociedade
moderna. São Paulo: Faarte Editora Ambiental,
4.0 Lehninger, A.L. (1995) princípios da bioquímica. 2ª ed. São Paulo, Sarvier.
5.0 Mcmurry, John. (2005). Química orgânica.  v.1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning

6.0 Motta, V.T.(sd). Bioquímica básica. Capitulo 5. Autolab-análises clínicas


7.0 Peruzzo, F.M. & Canto, E.L.(2003).Química na abordagem do quotidiano. Editora
Moderna
8.0 Solomons, T. W. Graham; Fryhle, Graig B. (2005). Química orgânica. 8ª Edição,
9.0 Stryer, L. (1996). Bioquímica. 4ª ed.Rio de Janeiro. Guanabara-koogan.
10.0 Voet. D., Voet, J.D., Pratt, C.W. (2000). Fundamentos da bioquímica. Porto Alegre,
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11.0 www.quimicasemsegredos.com acessado em 20 de Abril de 2023

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