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DANIELA SOUSA SILVA

USO DO PEEK EM PRÓTESES SOBRE IMPLANTES: REVISÃO DE LITERATURA

FORTALEZA

2022
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DANIELA SOUSA SILVA

USO DO PEEK EM PRÓTESES SOBRE IMPLANTES: REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade São Leopoldo
Mandic, como requisito para obtenção de
Título de Implantodontista
Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Clessius
Ferreira Xavier

FORTALEZA

2022
2

Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso em ____/____/_____ ao curso de

Graduação em Xxxxxxxxxxxx

____________________________________

Coordenador: Titulação e nome completo

_____________________________________

Orientador: Titulação e nome completo


3

Dedicatória (s) (opcional)


4

Agradecimento (s) (opcional)


5

Epígrafe (s) (opcional)


6

RESUMO
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi realizar um revisão de literatura sobre
Revisão de literatura
meteodologia
Resultado
Conclusão
7

ABSTRACT
8

Lista de ilustrações
9

Lista de tabelas
10

Lista de abreviaturas e siglas


11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 12
2 PROPOSIÇÃO....................................................................................................... 14
3 METODOLOGIA.....................................................................................................15
4 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................16
4 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 25
5 CONCLUSÃO...........................................................................................................0
REFERÊNCIAS...........................................................................................................1
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1 INTRODUÇÃO

A polieteretercetona, conhecida como PEEK define-se por um polímero

sintético, de cor similar ao dente que vem sendo utilizado há muitos anos na

ortopedia, que tem como principal propriedade o modulo de elasticidade semelhante

ao osso humano, possuindo também propriedades análogas aos tecidos dentários

esmalte e dentina. Pelas suas propriedades, vem sendo amplamente utilizado na

odontologia desde 1992, principalmente na confecção de elementos protéticos.

(Schmidlin et al. 2010)

Este material pode ser produzido através de métodos como prensagem a

vácuo ou fresagem realizada através de meios digitais e vem sendo amplamente

recomendado como material de estrutura para próteses dentárias fixas devido a sua

dureza e demais propriedades. (Bezerra, et al. 2020). Pode ser encontrado com sua

estrutura modificada por técnicas de mistura, preenchimento ou reforçado com fibra

para que se obtenha um material mais rígido e adequado para uso odontológico

devido aos produtos químicos inorgânicos presentes na sua composição. (Jaros, et

al. 2018)

Stock e colaboradores (2016) afirmaram que o PEEK possui grande

versatilidade e vem sendo visto como uma possibilidade de inúmeras formas de

utilização, podendo ser usado na confecção de pilares protéticos, estruturas de

protocolo, entre inúmeras variações de elementos protéticos.

De acordo com Carvalho et al. (2017), o PEEK tem baixos valores de

solubilidade e absorção de água quando comparado a materiais como o

polimetilmetacrilato (PMMA) o que lhe permite ser uma opção para reabilitações que

necessitem de funcionalidade a longo prazo.


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O PEEK se apresenta como um novo material de características excelentes

que vem demonstrando cada vez mais resultados satisfatórios relacionados à sua

biocompatibilidade, peso, não sofre corrosão, baixa absorção de água, transparência

radiológica e capacidade não alergênica. (Broggini, et al. 2008)

Na literatura são encontrados inúmeros artigos, por vezes contraditórios sobre

os benefícios e utilização do PEEK. Este trabalho se demonstrou necessário para

que uma análise literária fosse realizada com propósito de sanar as dúvidas sobre

as reais características e benefícios do material em seu uso na reabilitação oral

sobre implantes.
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2 PROPOSIÇÃO

O objetivo geral desse estudo é fazer uma revisão de literatura sobre a

performance clínica do uso do peek com barra sobre implantes em PEEK e como

objetivo específico avaliar de avaliar a resistência do peek sobre estruturas de

próteses sobre implantes.

O problema do estudo: Qual a previsibilidade do uso do peek como

infraestrutura de prótese sobre implante, unitárias e múltiplas?


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4 REVISÃO DE LITERATURA

Bayer et al. (2012) analisaram se o desempenho clinico de clipes

retentores de overdenture feitos de PEEK se mostram superiores aos feitos de poli-

oximetileno (POM). Um total de 30 pacientes receberam próteses totais com barras

redondas sobre dois implantes na técnica de consultório. Dois tipos de matrizes de

clipe foram utilizados na técnica de boca dividida. As forças de retenção foram

medidas separadamente para ambos os materiais na linha de base quando as

próteses foram inseridas e após 1, 3 e 6 meses. Simultaneamente, em cada

momento, o paciente e o dentista julgaram a retenção como boa, ou muito alta ou

muito baixa. Como conclusão obtiveram que ambos os materiais são bons e

atendem aos requisitos necessários de grampos retentivos em barras de

overdenture.

Foi realizado um estudo com objetivo de avaliar a resistência à fratura de

coroas de resina composta implantossuportadas em pilares temporários de PEEK e

titânio sólido e analisar os tipos de falhas. Pilares PEEK mostram boa resistência a

fratura em coroas provisórias semelhante aos pilares temporários de titânio, exceto

em incisivos centrais. Não foi encontrada diferença significativa entre os diferentes

tipos de pilares. PEEK apresentaram resistência à fratura significativamente menor

do que aquelas sobre pilares temporários de titânio. Os tipos de falhas mais

frequentes foram fraturas coesivas das coroas de resina composta (75 de 104),

seguidas de afrouxamento do parafuso (18 de 104). Coroas provisórias em pilares

de PEEK mostraram resistência à fratura semelhante aos pilares temporários de

titânio, exceto para incisivos centrais e coroas provisórias em resina composta em

centrais superiores feitas sobre pilares em PEEK fraturaram bem abaixo das forças
16

de carga mastigatória anteriores medidas relatadas em aproximadamente 206N.

(Santing et al. 2012)

Kaleli et al. (2018) analisaram o comportamento biomecânico de

cerâmicas de matriz de resina e pilares personalizados em PEEK em relação aos

termos de distribuição de tensões sobre os implantes e osso periférico. A

distribuição de tensão na coroa, implante e pilares foi avaliada através da análise de

tensão, e a distribuição de tensão no osso periférico foi examinada através das

análises de tensão principal máxima e mínima. Determinaram que as alterações de

materiais usados na restauração e nos pilares não afetaram a distribuição de

tensões no implante e no osso periférico.

Vários materiais são utilizados como pilares de implantes, tais como

titânio, ouro, zircônia, alumina e vidro. Materiais poliméricos de alta resistência como

o PEEK também são recomendados como pilares em muitas restaurações

suportadas por implantes. São observados menos biofilmes bacterianos em

comparação com os pilares de titânio e zircônio. Pesquisas demonstraram que o

PEEK pode ser usado como um material imediato e definitivo de pilares e estruturas

protéticas. (Jaros, et al. 2018)

Maló et al. (2018) realizaram um estudo a curto prazo que buscava

determinar o sucesso de próteses hibridas de PEEK e resina acrílica sobre

implantes de arco completo em all-on-4. Foram observados 37 pacientes com idade

média de 60 anos, com 49 proteses hibridas de resina acrílica e PEEK. Como

resultados, Dois pacientes com duas próteses maxilares perderam o seguimento.

Um paciente com reabilitação de arco completo duplo fraturou a estrutura PEEK

mandibular, resultando em uma taxa de sobrevivência protética de 98%. Nenhum

implante foi perdido. A remodelação óssea marginal média após 1 ano de


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acompanhamento foi de 0,37 mm. Complicações técnicas relacionadas à adesão da

faceta ocorreram em seis pacientes e foram resolvidas em todos os pacientes (com

exceção do paciente com falha protética) através da criação de retenções

mecânicas e troca do primer adesivo. Complicações mecânicas ocorreram em três

pacientes e cinco próteses consistindo em afrouxamento do parafuso protético e

fratura dos dentes de resina acrílica (paciente com falha protética). Concluíram que

dentro das limitações esse tipo de prótese pode apresentar uma opção de

tratamento válida, mas que seria necessário uma analise a longo prazo para melhor

determinação do sucesso da técnica.

Jaros et al. (2018) realizaram uma análise comparativa sobre o

comportamento biomecânico de barras de níquel-cromo e PEEK na confecção de

próteses sobre all-on-4. Os implantes e componentes foram representados em

modelos geométricos tridimensionais (3D) e submetidos a três tipos de carga: axial,

oblíqua e carga em todos os dentes. Os dados foram analisados de acordo com as

áreas de atuação do sistema: osso peri-implantar, implante, intermediários,

parafusos intermediários, parafusos de próteses e barras. Considerando por fim que

o PEEK é um material promissor para uso em odontologia, mas que existe a

necessidade de mais estudos para a validação da técnica.

Com objetivo de comparar as resistências à fratura e os tipos de fratura

de titânio, zircônia e pilares de implantes de polieteretercetona (PEEK) reforçados

com cerâmica suportando coroas cerâmicas, a pesquisa obteve como resultados

que todas as amostras sobreviveram após o envelhecimento e que resistências à

fratura foram significativamente maiores no grupo titânio em comparação com os

grupos zircônia e PEEK reforçado por cerâmica. pesquisa determinou que os pilares

de PEEK reforçados com materiais cerâmicos podem ser uma boa alternativa em
18

restaurações de implantes unitários de região anterior, mas foi determinada a

necessidade de mais estudos in vitro e clínicos para avaliar o desempenho a longo

prazo desse tipo de alternativa de PEEK reforçado por cerâmica. (Atsu et al. 2019)

Tekin et al. (2019) realizaram um estudo comparativo sobre as tensões

nos ossos peri-implantares, implantes, coroas, pilares e parafusos após o

carregamento através da análise de elementos finitos usando os materiais poliéter-

éter-cetona (PEEK), que são alternativas a pilares de titânio e restaurações

suportadas por metal e tentar reduzir o nível de reabsorção do colo. Observou-se

que o material PEEK reduz as tensões causadas pela força aplicada sobre si mesmo

durante todos os ensaios. Em todos os grupos, os pilares PEEK e as coroas PEEK

reduziram o estresse no pilar. A diferença mais significativa é observada nas

tensões nas coroas e parafusos. Quando as tensões na coroa são examinadas, o

uso da coroa PEEK reduz as tensões sobre si mesmo e o uso do pilar PEEK

aumenta as tensões na coroa. Concluíram que a tensão no sistema de implantes

pode ser alterada com o uso de diferentes materiais protéticos, sendo o uso de

coroa em PEEK um redutor das tensões sobre si mesma e o uso do pilar PEEK

causa um aumento das tensões exercidas sobre a coroa.

Foi realizada a avaliação do comportamento biomecânico de diferentes

materiais de estruturas em próteses mandibulares fixas sobre implantes usando uma

análise 3D. As estruturas de PEEK e polimetilcetacrilato (PMMA) apresentaram os

maiores valores de deformação total, apresentando diminuição das tensões de von

Mises nas estruturas, implantes e pilares, mas com uma alta tensão de tração no

osso trabecular que atingiu valores críticos. As estruturas PEEK reforçadas por fibra

de carbono atingiram seu limite de falha, enquanto as estruturas zircônia, cobalto-

cromo e titânio exibiram tensões principais na região óssea dentro dos limites
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fisiológicos. Do ponto de vista biomecânico, as estruturas de PEEK e

Polimetilmetacrilato apresentaram maior deformidade sobre cargas, enquanto

titânico, cobalto-cromo e zircônia demonstraram resultados superiores. (Sirandoni et

al. 2019)

Comparando a distribuição de tensões e deformações sobre os implantes,

pilares e parafusos do pilar usando metal e cerâmica, zircônia, PEEK e Trinia foi

possível determinar que estruturas metalocerâmicas e a base de Trinia

apresentaram menor distribuição de tensões, enquanto metalocerâmica associada a

PEEK demonstraram menor deformação sobre os implantes e componentes, no

futuro então sendo possível que o uso de Trinia e PEEK associados a

metalocerâmica possam ser materiais promissores. (Chand et al. 2020)

Um estudo conduzido por Bezerra, et al. (2020) observaram que o uso de

pilares personalizados de PEEK aumenta o estresse e não é adequado para uso

posterior em indivíduos com hábitos parafuncionais.

De acordo com Galvão et al. (2020) quando usado como pilar, o PEEK

mostra menor resistência à fratura que as ligas de titânio.

Tretto et al. (2020) em um estudo comparativo com objetivo de avaliar a

tensão e a deformação em implantes dentários com diversos tipos de materiais,

foram observados modelos tridimensionais que simulavam a situação clínica e

concluíram que pilares como o PEEK, menos rígidos, quando associados a

implantes de titânio ocasionam maior tensão no implante e nos tecidos peri-

implantares, causando maior deformação aos tecidos e sugerindo assim um maior

risco de insucesso.
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Um estudo prospectivo foi realizado durante três anos com a finalidade de

avaliar o sucesso de reabilitações implantossuportadas em técnica All-on-4 com

prótese de PEEK associado a resina acrílica, obtendo como conclusão do estudo

que após três anos de acompanhamento, esse método pode ser uma solução

reabilitadora legítima, fornecendo uma potencial alternativa que pode trazer

benefícios em relação a absorção de choques dos implantes, promovendo um

melhor resultado biológico a longo prazo. (Nobre et al. 2020)

Mayinger et al. (2020) tendo como objetivo investigar a molhabilidade e o

envelhecimento artificial do PEEK e dos componentes de Cromo Cobalto após

armazenamento em água e envelhecimento artificial. Foram utilizadas 15 amostras e

50 medições foram feitas em cada amostra para força de retenção a nível de

envelhecimento. Após o período de teste, foi observado que o grupo de controle

cobalto-cromo apresentou maior retenção do que o PEEK e estabeleceram que

dentre os materiais testados, embora o componente de cromo-cobalto tenha

apresentado valores mais elevados no envelhecimento, tanto os variados tipos de

PEEK e o CoCr apesar das diferenças, apresentam retenção suficiente para serem

utilizados de forma igual nos procedimentos reabilitadores sobre implantes.

Paratelli et al. (2020) realizaram uma busca literária a fim de determinar a

eficácia do uso do PEEK em próteses sobre implantes, os estudos identificados não

permitiram estimar a sobrevida em longo prazo nem as taxas de sucesso para

nenhum dos componentes protéticos. Os resultados permitiram apenas uma

avaliação preliminar de curto prazo das estruturas PEEK IFDP, que apresentaram

sobrevivência satisfatória, mas taxas de sucesso alarmantes ao longo do primeiro

ano de serviço. Concluíram que devido à escassez de evidencias sobre a viabilidade

do uso do material, o uso ainda não pode ser endossado, portanto sugeriram que os
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dentistas venham a seguir os protocolos sugeridos na literatura para melhorar o

desempenho mecânico e diminuir o número de insucessos. Sugeriram também que

pesquisas de alta qualidade sejam realizadas para uma melhor compreensão da

eficácia do uso do material.

Em um estudo comparativo entre PEKK, PEEK, titânio e zircônia como

elementos compositores de estruturas protéticas sobre all-on-4, foi observado que

as estruturas como PEKK e PEEK ao redor de implantes dentários receberam

maiores valores de tensão principal, mas menos valores de tensão sobre o osso

cortical. Concluíram que o uso de materiais mais rígidos para esse tipo de prótese é

mais eficaz na redução do estresse aos implantes dentários e no osso presente

quando implantes distais estão inclinados a 30º. (Dayan e Geckili, 2021)

Um comparativo foi realizado sobre do envelhecimento na resistência à

fratura, falhas e perdas de torque em restaurações sobre pilares de zircônia e PEEK

reforçada com cerâmica em base de titânio, observando que resistência à fratura

das restaurações de zircônia foi significativamente maior do que as restaurações à

base de PEEK, as perdas de torque não foram significativamente diferentes após o

envelhecimento, efeito da carga de fratura foi significativamente maior para o grupo

de zircônia demonstrando como conclusão que o PEEK reforçado por cerâmica

apresenta resistência aceitável, percentual de falha aceitável e resistentes ao

processo de envelhecimento. (Ghodsi et al. 2021)

Uma pesquisa comparativa entre componente acessório de PEEK e O-

rings convencionais foi realizado, a mostras de PEEK, poliacetal e materiais de O-

ring de Teflon foram preparados para análise de rugosidade, dureza superficial e

resistência à compressão. Para o ensaio de resistência à fadiga, novos corpos de

prova à base de resina acrílica foram submetidos a 2880 ciclos de inserção e


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remoção. Houve diferença significativa na dureza entre os materiais, o PEEK

apresentou a maior resistência à compressão entre os materiais. Para a resistência

à fadiga, apenas o poliacetal apresentou diferença entre o momento inicial e os

momentos subsequentes. O poliacetal apresentou maior resistência à fadiga do que

o Teflon e o PEEK. Em relação à deformação interna dos attachments, foi observada

diferença significativa entre os materiais. Por fim, foi determinado que o PEEK

possui resultados promissores em relação às propriedades físico-quimicas

necessárias para o uso em overdentures quando comparados à outros materiais

convencionais, inclusive demonstrou resultados comparáveis ao grupo de controle o-

rings em termo de retenção. (Silva et al. 2021)

Priester et al. (2021) investigaram as vantagens do uso de barras

protéticas fresadas em PEEK na reabilitação de overdentures mandibulares sobre

implantes inclinados. Concluiram que o uso de barras fresadas em PEEK pode ser

uma alternativa viável em detrimento do uso de metal convencional, pois foram

observados resultados clínicos e protéticos favoráveis para os pacientes após um

ano da instalação.

Souza et al. (2021) realizaram uma busca na literatura sobre a

distribuição de tensão nos pilares compostos por PEEK reforçados com fibra de

carbono e obtiveram o resultado de que a incorporação de 30% de fibra de carbono

aumenta o modulo de elasticidade e a resistência da matriz de PEEK. O aumento de

até 60% de fibras curtas de carbono também revelaram uma melhora na distribuição

das tensões e concluíram que a rigidez e a resistência dos compostos de PEEK

podem ser melhorados pelas redes de fibras de carbono, revelando que essa

composição química é um fator chave para a melhoria do uso do PEEK.


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Foi investigada a veracidade e o ajuste marginal de próteses ficas

parafusadas sobre implante em arco completo desenhadas via CAD-CAM feitas de

PEEK, PEKK e Titânio, em que por fim foi concluído que as estruturas compostas

pelos três tipos de materiais apresentaram lacunas clinicamente aceitáveis e podem

sim ser considerados como recomendação para uso. O fresamento mais especifico

não resultou em nenhuma melhoria para ajuste marginal nos casos estudados.

(Abou-Ayash et al. 2021)

Taha e Sabet (2021) realizaram um estudo in vitro com objetivo de avaliar

o comportamento de amortecimento da força dependente do material de coroas

suportadas por implantes fabricadas a partir de diferentes materiais de desenho

assistido por computador e fabricação assistida por computador (CAD-CAM)

cimentados a pilares de implante sob diferentes condições. Determinaram que

materiais com mais resiliência como PEEK ou cerâmicas infiltradas com polímeros

apresentam melhor absorção de forças do que materiais rígidos como zircônia e

cerâmica de dissilacato de lítio, em contrapartida materiais menos rígidos

apresentam um comportamento inferior no quesito cimentação, mas sugeriram que

mais estudos são necessários para investigar o efeito dos materiais protéticos nas

tensões do osso peri-implantar e no completo coroa-pilar-implante.

Turksayar e Atsu (2021) realizaram um estudo com o objetivo avaliar a

resistência à fratura de pilares de implantes de zircônia (Zr), polieteretercetona

reforçada (PEEK) e polieteretercetona (PEKK) restaurados com coroas

vitrocerâmicas após envelhecimento termomecânico. A resistência à fratura dos

pilares PEKK foi significativamente menor do que os pilares de zircônia e PEEK

reforçado. Não foi detectada discrepância significativa entre os pilares reforçados de

PEEK e zircônia. E afirmaram que após o envelhecimento termomecânico, os pilares


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de PEEK reforçados apresentaram resistência semelhante aos pilares de zircônia à

fratura. A resistência de todos os pilares vistos no estudo foi positiva sobre as forças

oclusais fisiológicas de região anterior oral, mas sugeriram que mais estudos são

necessários antes de considerar o PEEK uma alternativa para pilares protéticos.

Priester et al. (2021) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o

desempenho de coroas de PEEK comparando coroas com base na combinação de

PEEK (coroa primária) + PEEK (coroa secundária) com os pares ZrO2 (coroa

primária) + PEEK (coroa secundária) e liga de CoCr (coroa secundária) + PEEK

(coroa secundária). A força máxima de retenção no caso de PEEK + PEEK foi maior

em comparação com os demais pares de materiais testados. Determinaram que o

desempenho do PEEK em componentes comparados aos materiais de uso comum

não demonstraram nenhuma perda de retenção e a força dessa retenção oferece

mais segurança contra possíveis insucessos durante o reparo ou reembasamento

das coroas, mas sugeriram mais estudos comparativos para uma melhor definição.

Blanch-Martínez et al. (2021) realizaram uma busca na literatura dos

artigos publicados entre 2007 e 2020 com objetivo conhecer as características deste

material e assim avaliar suas vantagens e desvantagens em suas possíveis

aplicações em próteses sobre implantes dentários. Os autores analisaram 148

artigos e afirmaram que o PEEK é capaz de oferecer maior leveza e estética

satisfatória, se mostrando também biocompatível e com modulo de elasticidade mais

parecido com as estruturas naturais do que outros materiais utilizados em próteses

sobre implantes, mas determinaram que mais estudos são necessários para uma

melhor conclusão sobre o tema.

Ding et al. (2021) analisaram o potencial estéticos e semelhança de cores

do PEEK com os elementos dentários, bem como propriedades de tração e flexão,


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concluindo que o PEEK modificado por outras substancias pode se aproximar

esteticamente das colorações dentárias e que o PEEK tem grande potencial de uso

odontológico devido às suas propriedades positivas nos quesitos de tração e flexão

de forças.

Kwan e Kwan (2021) em um estudo de série de casos clínicos com

objetivo de avaliar o uso clínico do polímero PEEK como material de uso de próteses

dentárias acompanharam 166 implantes instalados em 20 pacientes. Todos as

próteses e PEEK provisórios funcionaram como pretendido durante todo o período

de tratamento individual. Os autores concluíram que o PEEK pode ser uma

alternativa para o uso de próteses sobre implantes provisórias, mas que

complicações protéticas foram vistas com frequência durante o estudo, mas que

foram resolvidas intraoralmente com facilidade.

Yu et al. (2021) realizaram um estudo com finalidade de avaliar o

comportamento biomecânico de diferentes materiais estruturais em prótese

mandibular fixa implantossuportada usando análise tridimensional. As simulações

foram divididas em seis grupos de acordo com os materiais da estrutura: titânio puro,

liga de cobalto-cromo, liga de ouro, zircônia, poliéter éter cetona (PEEK) e PEEK

reforçado com fibra de carbono. Uma carga oblíqua de 300 N com um ângulo de 75°

em relação ao plano oclusal foi aplicada do lado lingual nas cúspides vestibulares

dos dois pré-molares e primeiros molares. As tensões nos implantes, ossos

circundantes e estruturas foram analisadas e comparadas entre os materiais da

estrutura tanto quantitativa como qualitativamente. Após a análise os autores

apresentaram que as próteses mandibulares fixas sobre implantes confeccionadas

com materiais protéticos de zircônia e materiais metálicos apresentaram mais


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vantagens na distribuição de tensões ao redor dos implantes do que os materiais a

base de PEEK.

Visando investigar o comportamento físico e mecânico do PEEK antes e

após a termociclagem para determinar o potencial do material como componente

protético em próteses dentárias removíveis implanto-suportadas observou-se que o

polímero é o componente protético de maior durabilidade para utilização nesse tipo

de próteses sobre implante. (Valente et al. 2021)

Huang et al. (2021) com objetivo de avaliar o efeito dos materiais do pilar

e da coroa nas distribuições de tensões em complexo implante-prótese curto (6 mm)

e complexo implante-prótese padrão (10 mm) usando análise de elementos finitos

3D obtiveram como resultados que usando o pilar PEEK, o estresse foi melhor

disperso com coroas PEEK, em comparação com coroas em polímero infiltrado com

cerâmica. Os efeitos dos pilares e coroas de diversos materiais sobre implantes

curtos determinaram que os pilares de PEEK apresentam melhor dispersão de

estresse em coroas PEEK, determinando que os materiais de PEEK são

considerados adequados para as próteses retidas por híbridos de em implantes

dentários curtos, mas consideraram que são necessários ensaios clínicos in vivo

comparando esses materiais para fortalecer as evidências.

Kortam et al. (2022) realizaram um estudo teve com objetivo de avaliar os

resultados clínicos e protéticos de próteses fixas metalocerâmicas e poliéter éter

cetona (PEEK) suportadas por quatro implantes maxilares e opostas por próteses

parciais removíveis de extensão distal. Trinta participantes com rebordos maxilares

edêntulos e rebordos mandibulares de extensão distal receberam quatro implantes

de acordo com o conceito de tratamento All-on-4. Os implantes foram imediatamente

carregados por próteses fixas de acrílico. Após 6 meses, os pacientes receberam


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estruturas metálicas cobertas com dentes de porcelana (grupo metal) ou estrutura

PEEK revestida com dentes compostos (grupo PEEK). Os autores consideraram que

a estrutura de PEEK modificada através de estratificação com resina composta pode

ser uma alternativa à estrutura de próteses sobre implantes do tipo All-on-4. O

acompanhamento de 3 anos demonstrou eficácia no uso desse material, porem

apresentaram também um aumento na taxa de fratura das facetas da prótese e da

gengiva artificial.

Foi realizada uma busca na literatura com objetivo de revisar o PEEK

como uma restauração provisória de implantes de longo prazo para aplicações com

foco em implantodontia. O PEEK vem demonstrando ter propriedades adequadas na

sua utilização em componentes de implantes dentários e coroas provisórias de longa

duração, sendo o PEEK reforçado por fibras de carbono em 30 a 50% um material

adequado para o uso em diversos componentes de implante na odontologia.

(Suphangul et al. 2022)

Wang et al. (2022) realizaram um estudo comparativo entre o material

PEEK e titânio fabricados por meio CAD-CAM para próteses totais fixas sobre

implantes em um acompanhamento de até cinco anos. Não houve diferença

significativa na taxa de sobrevida cumulativa da prótese entre os grupos PEEK

(93,1%) e titânio (93,5%). As complicações mecânicas mais comuns foram fratura da

faceta artificial em ambos os grupos PEEK (13,8%) e titânio (16,7%). Bruxistas

apresentaram maior prevalência de complicações mecânicas do que não bruxistas.

As complicações biológicas incluíram sangramento à sondagem (13,8% para o

grupo PEEK; 16,1% para o grupo titânio), inflamação de tecidos moles (3,4% para o

grupo PEEK; 3,2% para o grupo titânio) e disfunção temporomandibular (6,5% para

o grupo titânio). A perda óssea vertical foi significativamente menor no grupo PEEK
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(0,70 mm) do que no grupo titânio (0,96 mm). Os fumantes apresentaram

prevalência significativamente maior de complicações biológicas do que os não

fumantes. Concluíram que dentro de todas as limitações, as estruturas de PEEK

podem proporcionar um bom prognostico para pacientes edêntulos, mas afirmaram

ainda haver a necessidade de validação do método a longo prazo.

Um estudo visando a possibilidade de utilização do PEEK como

alternativa não metálica aos pilares de titânio que apresentam limitações estéticas e

dificuldade de customização. Os pilares dos implantes feitos de titânio foram

melhores em todos os testes mecânicos. A perda de torque dos pilares de titânio foi

de aproximadamente 10%, enquanto o PEEK mostrou uma perda de torque

significativamente maior de até 50%. Além disso, 91,6% dos pilares de titânio não

apresentaram microinfiltração, enquanto não houve nenhum espécime de pilares de

PEEK sem microinfiltração, uma vez submetidos à carga dinâmica. Como conclusão,

os pilares de titânio se mostraram superiores em todos os testes realizados, porém

os pilares em PEEK podem ser ótimas alternativas para restaurações provisórias

sobre implantes de longo prazo, especialmente em área anterior em pacientes sem

parafunções. (Ortega-Martinez et al. 2022)

Comparando a resposta dos tecidos moles a pilares feitos em titânio,

zircônia, zircônia revestida e PEEK. Os pilares dos diferentes materiais não

apresentaram diferenças significativas em relação aos parâmetros clínicos,

contagem de bactérias patogênicas ou concentrações de citocinas pró-inflamatórias.

Da mesma forma, não foram detectadas diferenças significativas em relação à

morfologia dos tecidos moles ou alteração do nível ósseo. Comparado aos pilares de

titânio, significativamente menos células inflamatórias mononucleares foram

detectadas na mucosa em pilares feitos de zircônia revestidos com cerâmica de


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feldspato. Foi obtido como conclusão que todos os materiais examinados exibiram

respostas de tecido mole semelhantes em comparação ao titânio. Nenhum material

apresentou resposta inflamatória precoce dos tecidos moles. Porém, devido ao curto

período de observação é necessário que pesquisas a longo prazo com o assunto

sejam realizadas. (Enkling et al. 2022)

Villefort et al. (2022) comparando as propriedades da poliétercetona

(PEKK) e polieteretercetona (PEEK), obtiveram como resultados que existiram

semelhanças na resposta mecânica tanto na estrutura para o tecido peri-implantar,

quanto para o estresse gerado nos implantes e pilares. O parafuso protético e a

base protética concentraram mais estresse com PEEK do que com PEKK, enquanto

a estrutura protética apresentou comportamento oposto, concluindo que as

principais diferenças entre os dois materiais são no uso em parafusos protéticos e

bases acrílicas, a absorção dos choques pelo PEKK demonstra menor concentração

de tensão nos componentes, demonstrando um menor risco de fratura, em

contrapartida menor concentração de tensão foi visualizada em estruturas de PEEK.


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4 DISCUSSÃO

Foi realizada uma busca na base de dados PUBMED com a utilização dos

descritores: PEEK; Dental Implants; Prothesis Os descritores foram utilizados

através do cruzamento de operadores booleanos. O período estabelecido de busca

foram artigos publicados nos últimos 10 anos. Foram encontrados 197 artigos que

passaram por análise.

Foram inclusos na análise apenas artigos que possuíssem ligação direta

as propriedades e uso do PEEK em próteses sobre implantes, artigos de ensaio

clínico, estudos in vitro, revisões de literatura e relatos de caso, que estivessem

publicados em inglês, português ou espanhol nos últimos dez anos. Foram inclusos

37 artigos na análise, sendo excluídos 160 artigos. Os artigos inclusos passaram por

uma leitura e análise detalhada para incorporar esta revisão de literatura.

Dentre os artigos analisados foram observados quatro artigos analisando

diretamente a confecção de próteses do tipo overdenture sobre estruturas

confeccionadas em PEEK, Bayer et al. (2012) mostraram que o desempenho clinico

de clipes retentores de overdenture feitos de e os feitos de poli-oximetileno (POM)


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são bons materiais e atendem aos requisitos necessários de grampos retentivos em

barras de overdenture. Silva et al. (2021) determinaram que o PEEK possui

resultados promissores em relaçã convencionais o às propriedades físico-quimicas

necessárias para o uso em overdentures quando comparados à outros materiais

convencionais, inclusive demonstrou resultados comparáveis ao grupo de controle o-

rings em termo de retenção, Priester et al. (2021) acrescentaram que que o uso de

barras fresadas em PEEK pode ser uma alternativa viável em detrimento do uso de

metal convencional, pois foram observados resultados clínicos e protéticos

favoráveis para os pacientes após um ano da instalação. Valente et al. (2021)

reiteraram que o polímero apresenta grandes vantagens mecânicas e físicas,

considerando inclusive que esse talvez seja o material mais adequado para

estruturas de próteses totais removíveis suportadas sobre implante, com boa

durabilidade e desempenhando a sua função positivamente.

Quanto à análise de estruturar de próteses do tipo protocolo, fixas sobre

implantes, Abou-Ayash et al. (2021) determinaram que estruturas compostas pelos

três tipos de materiais PEEK, PEKK e titânio podem sim ser considerados como

recomendação para uso e que o tipo de fresamento não possui influência no

resultado. Wang et al. (2022) determinaram em concordância que as próteses feitas

sobre estruturas de PEEK e titânio apresentam resultados similares e satisfatórios

com lacunas clinicamente aceitáveis, podendo ser ambos boas opções de uso. Maló

et al. (2018) mostraram sucesso de próteses hibridas de PEEK e resina acrílica

sobre implantes de arco completo em all-on-4, informação reiterada por Nobre et al.

(2020) e Kortam et al. (2022), nos levando a crer que essa também seja uma

possibilidade em termos de durabilidade, mecânica e função. Jaros et al. (2018) nos

deram outra possibilidade favorável de tratamento fazendo uso de PEEK associadas


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a níquel-cromo na confecção deste tipo de prótese, também com resultados clínicos

favoráveis. Em contrapartida, Dayan e Geckili (2021) mostraram composições de

estruturas protéticas sobre all-on-4 usando PEKK e PEEK, e concluíram que ao

redor de implantes dentários foram vistos valores maiores de tensão principal, mas

menos valores de tensão sobre o osso cortical. Yu et al. (2021) nos levam à dúvida

da real eficácia do uso destas possibilidades quando expressaram que os materiais

protéticos de zircônia e materiais metálicos apresentaram mais vantagens na

distribuição de tensões ao redor dos implantes do que os materiais a base de PEEK.

Os pilares para implantes unitários também são foco importante quando

pesquisas são realizadas sobre PEEK. Kaleli et al. (2018) nos mostraram que pilares

personalizados em PEEK não apresentam alterações na distribuição de tensão

sobre os implantes quando o material é usado em coroas e pilares unitários,

informação que foi reiterada por Turksayar e Atsu (2021), Priester et al. (2021) e

Huang. Quanto ao biofilme bacteriano e sua adesão, Jaros et al. (2018) nos

mostraram que esse tipo de microbiota tem menos adesão ao polímero PEEK

quando comparado a outros materiais mais rígidos. E quanto a cimentação, o

polímero se mostra inferior como foi visto em Taha e Sabet et al. (2021). O

composto entre Trinia e PEEK também foi apresentado por Chand et al. (2020)

como um material, sendo comparado a pilares metálicos, cerâmicos e em zircônia.

Em termos de molhabilidade e envelhecimento de pilares, o PEEK também se

apresentou similar aos pilares em cromo-cobalto como boas opções, podendo ser

utilizados de formas similares como determinaram Mayinger et al. (2020),

informação essa confirmada por Ghodsi et al. (2021). A associação do PEEK à

quantidades percentuais relativamente grandes de fibras de carbono também foi


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uma possibilidade promissora, apresentando aumento de resistência e

características mecânicas do polímero, como afirmaram Souza et al. (2021).

Em contrapartida ao que foi descrito no parágrafo anterior, Tekin et al.

(2019) nos leva a questionar o que foi proposto anteriormente quando declararam

que os pilares em PEEK são capazes de aumentar as tensões exercidas sobre as

coroas, ocasionando também mais tensão sobre os implantes. Tretto et al. (2020)

confirmaram a afirmação quando determinaram que materiais menos rígidos como

PEEK ocasionam maior tensão nos implantes. Bezerra et al. (2020) mostraram que

o estresse aumenta quando o PEEK é utilizado em pilares personallizados, bem

como foi reiterado por Galvão et al (2020) que nos levaram a questionar a

resistência do PEEK quando expõe que esse material não tem boa resistência a

fraturas.

Em relação a coroas provisórias sobre PEEK, o polímero pode ser uma

possibilidade de material a ser utilizado, mesmo com as limitações conhecidas, um

bom prognostico pode ser visto nesse tipo de reabilitação, como concordaram Kwan

e Kwan (2021). Santing et al. (2012) nos mostra as limitações desse tipo de

restauração para dentes anteriores, pois não consideraram que sejam resistentes às

forças mastigatórias normais de região anterior. Ortega-Martinez et al. (2022)

também consideraram como uma boa alternativa, mas sugeriram que o material

titânio seja superior.

PEEK reforçado por materiais cerâmicos são uma boa alternativa também

com resultados positivos como nos mostraram, considerando que o polímero seja

superior a zircônia na confecção de pilares como foi mostrado por Atsu et al. (2019),

bem como a confecção de coroas totalmente em PEEK pode ser uma alternativa em

termos de estética e similaridade com os dentes naturais como mostraram Ding et


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al. (2021). O comparativo entre o polímero e outros materiais realizado por Sirandoni

et al. (2019) nos mostraram que ainda há a necessidade de muitos estudo para uma

determinação real das qualidades do PEEK quando apresentaram resultados que o

material apresenta maior deformidade em comparação aos outros materiais

utilizados para a mesma finalidade.

De modo geral, ainda existe uma escassez muito grande de informações

sobre esse material, não podendo ainda o seu uso ser endossado. Paratelli et al.

(2020) sugeriram que sugeriram que os dentistas venham a seguir os protocolos já

confirmados na literatura para melhorar o desempenho mecânico e diminuir o

número de insucessos, mas Blanch-Martínez et al. (2021) consideraram o polímero

um material biocompativel, leve e esteticamente satisfatório quando usado em

próteses unitárias. Suphangul et al. (2022) afirmaram que o material possui

propriedades adequadas na sua utilização em componentes de implantes dentários

e coroas provisórias de longa duração, sendo o PEEK reforçado por fibras de

carbono em 30 a 50% uma forma de uso adequada do PEEK. Villefort et al. (2022)

confirmaram que esse material é um material possível ser utilizado no dia-a-dia

clinico, com bons resultados e mecânica favorável. Quanto aos tecidos moles, o

PEEK também apresentou boa aceitação na mucosa oral quando utilizado nas

várias formas de reabilitação, sendo reiterada a sua biocompatibilidade por Enkling

et al. (2022).
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5 CONCLUSÃO

O PEEK demonstrou ser um excelente material na confecção de pilares

para coroas fixas sobre implantes unitários, estruturas de barra de dentaduras totais

sobre implantes e também estruturas de próteses do tipo overdenture. Foi

apresentado como uma possibilidade na confecção de coroas provisórias, mas ainda

não está claro quanto a coroas definitivas.

O PEEK é um material biocompatível, não tendo sido encontrado nenhum

relato sobre rejeição dos tecidos sobre o polímero, mas a sua ação em termos de

estresse aos tecidos peri-implantares e aos implantes ainda precisa ser investigado.

O polímero apresenta boa resistência mecânica (overdenture, paecial,

total protocolo) e física, bem como se apresenta como um material flexível para

diversos usos na odontologia.

Mais pesquisas são necessárias para uma melhor compreensão das suas

características e para que seu uso possa ser endossado cientificamente.


1

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