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TÓPICO: SHELF SYSTEM

COMO ANCORAGEM EM ORTODONTIA


DAVID ALEXANDER RODRÍGUEZ PEÑA

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO


São Paulo 2023
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

DAVID ALEXANDER RODRÍGUEZ PEÑA

TÓPICO: SHELF SYSTEM COMO ANCORAGEM EM ORTODONTIA

São Paulo
2023
DAVID ALEXANDER RODRÍGUEZ PEÑA

TÓPICO: SHELF SYSTEM COMO ANCORAGEM EM ORTODONTIA

Artigo Científico elaborado para o


aprofundamento teórico e prático de pesquisa
para a conclusão do curso de pós-graduação
em Ortodontia. Pela disciplina de Projeto de
Pesquisa, orientados pela Roque Corrêa do
Amaral Filho

_______________________________________

Atribuição de professor orientador.

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO


São Paulo2023
SHELF SYSTEM COMO ANCORAGEM EM ORTODONTIA

DAVID ALEXANDER RODRÍGUEZ PEÑA

BANCA AXAMINADORA

__________________________

___________________________

___________________________

São Paulo-Brasil

2023

III
RESUMO

A prateleira vestibular mandibular ou prateleira mandibular é a zona ou região


apropriada para a inserção de mini-implantes, pois fornece osso de boa qualidade
e quantidade para a inserção de parafusos ósseos, porém considera-se conhecer
suas dimensões anatômicas para ser fixado em um posição segura e alcançar uma
boa estabilidade. Os últimos avanços na osseointegração permitiram o uso de mini-
implantes para ancoragem ortodôntica. A utilização destes em ortodontia permite
implicar o suporte de ancoragem intraoral rígida com a movimentação dentária. O
objetivo deste documento é caracterizar a prateleira mandibular como a área
anatômica mais adequada para a inserção de mini-implantes no tratamento
ortodôntico.

Palavras-chave: prateleira vestibular mandibular, espessura óssea, ancoragem,


mini-implante.

IV
ABSTRACT

The mandibular buccal shelf or mandibular shelf is the appropriate zone or region
for the insertion of mini-implants since it provides good quality and quantity of bone
for the insertion of bone screws, however it is considered to know its anatomical
dimensions to be fixed in one position. safe and achieve good stability. The latest
advances in osseointegration have enabled the use of mini-implants for orthodontic
anchorage. The use of these in orthodontics allows implicating rigid intraoral
anchorage support with tooth movement. The objective of this document is to
characterize the mandibular shelf as the most appropriate anatomical area for the
insertion of mini-implants in orthodontic treatment.

Keywords: mandibular buccal shelf, bone thickness, anchorage, mini implant.

V
INDICE

Tabla de contenido

ÍNDICE P.

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 6
2. METODOLOGÍA. ...................................................................................................................... 7
4. CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................................................ 8
4.1. prateleira mandibular. .......................................................................................... 8
4.2 ancoragem em ortodontia. ................................................................................. 12
4.3 Alguns estudos privados.................................................................................... 16
5. DISCUSIÓN. ........................................................................................................................ 19
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS. .............................................................................................. 20
7 BIBLIOGRAFÍA .................................................................................................................... 21

VI
ÍNDICE DE FIGURAS
P.
Figura 1. Prateleira bucal…………………………………………………………….13
Figura 2. Mini-implante colocado na prateleira mandibular……………………13
Figura 3. Componentes de um implante…………………………………………...14

VII
1. INTRODUÇÃO

Muitas vezes, a questão da pré-avaliação dos sistemas de ancoragem é


negligenciada e, por isso, alguns dos tratamentos levam a um resultado inesperado
e insatisfatório para o paciente, apresentando consequências em determinadas
ocasiões, principalmente como fraturas, instabilidade do sistema de ancoragem,
osseointegração desfavorável e suporte inadequado.

Por isso, a conservação da ancoragem em tratamentos ortodônticos sempre foi um


objetivo interessante, principalmente quando o planejamento de um tratamento
envolve a mobilização simultânea de uma série de dentes. É assim que a plataforma
vestibular mandibular (MBS) fornece boa qualidade e quantidade de osso para a
colocação de parafusos ósseos ortodônticos (OBS). Mesmo havendo diferentes
relatos de pacientes tratados, existem inúmeras variáveis na escolha do local
correto para a colocação do OBS na SBM. Há também variabilidade anatômica
nesta área que deve ser considerada. Espessura do osso cortical, largura do osso,
profundidade de colocação e proximidade com os nervos são fatores essenciais ao
planejar e inserir mini-parafusos ortodônticos.

O principal objetivo desta revisão bibliográfica é identificar e caracterizar as áreas


anatômicas mais adequadas para a inserção ou instalação de mini-implantes como
dispositivos de ancoragem, permitindo assim maior percentual de sucesso clínico
no tratamento ortodôntico, focando principalmente no platô vestibular mandibular
(prateleira mandibular).

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2. METODOLOGÍA.

Este documento foi feito a partir da busca bibliográfica de artigos nas bases de
dados PUBMED, Scielo, Sciencedirect, entre outras, que foram publicados entre
2007 e 2022, nos idiomas inglês e espanhol, a fim de avaliar as áreas seguras para
o uso de mini-implantes e dependendo do local onde forem colocados, serão as
características destes.

3.JUSTIFICAÇÃO

É de extrema importância fazer uma revisão dos estudos relacionados aos


procedimentos de ancoragem na prateleira mandibular quanto à modificação do
ângulo de inserção, comprimentos diferentes e materiais de confecção dos mini-
implantes que são utilizados como ancoragem, pois isso proporcionará ao
ortodontista com a possibilidade de utilizar o mini-implante com as melhores
características mecânicas presentes, de acordo com as necessidades do paciente
com a confiança de que seus tratamentos serão otimizados, obtendo resultados em
funcionalidade, estética e tempo com a máxima eficiência dos mini-implantes .

Anteriormente, a forma de estabelecer a ancoragem ao longo de um tratamento


ortodôntico, comprometia-se em utilizar o maior número possível de dentes na
mecânica de ancoragem, limitar a movimentação de outro pequeno número de
dentes e contar com a colaboração do paciente para a ancoragem. bem como
aparelhos intraorais ou extraorais que se mostraram desconfortáveis e antiestéticos.
No entanto, havia deficiências no uso dessas opções, o que levou os ortodontistas
a reconsiderar alternativas.

7
4. CONTEXTO HISTÓRICO

Para entender a terminologia utilizada no desenvolvimento do tema, é importante


conhecer alguns conceitos-chave que são articulados ao longo do documento:

Prateleira bucal: É a área em que as medições de estudo para densidade óssea e


cortical são feitas. É também uma superfície plana localizada na mandíbula
vestibular posterior aos dentes ou rebordo alveolar que fornece suporte.

Cortical mandibular: Revestimento externo duro do osso que oferece um resultado


em milímetros para poder observar se possui uma cortical ideal (maior que 2,5mm).
A cortical externa será mais espessa e em geral as corticais têm maior espessura
ao se aproximar da região dos molares.

Densidade óssea: resultante da área da prateleira bucal em relação à carga


mineral dada em unidades Hounsfield para ver se é ideal (maior que 400UH).
Estimativa para estabelecer um risco de fratura devido à baixa mineralização do
osso, isso estima a resistência dos ossos.

Miniparafusos: Também conhecidos como micro-implantes, esses parafusos são


pequenas fixações de titânio e aço que são inseridas temporariamente no osso
maxilar durante um tratamento.

4.1. prateleira mandibular.

A prateleira mandibular é um osso alveolar vestibular da mandíbula, que consegue


se estender desde a área da linha oblíqua externa até a região do primeiro molar
até o terceiro molar inferior. A prateleira vestibular mandibular tem sido sugerida
como uma área de implantação confiável, para obter ancoragem em retração do

8
arco mandibular completo, correção de apinhamento severo, protrusões e más
oclusões esqueléticas sem extrações ou cirurgia ortognática.

Estudos recentes indicam que a prateleira vestibular mandibular ou prateleira


mandibular é a zona ou região propícia à inserção de mini-implantes, entretanto é
importante conhecer suas dimensões anatômicas para fixá-los em posição segura
e obter boa estabilidade. Estudos têm mostrado que a inclinação da prateleira
vestibular mandibular se achata da região anterior para a região posterior. Quanto
mais plana a inclinação, mais viável será a instalação do parafuso ósseo
ortodôntico. No entanto, o nível dessa inclinação tem sua variação entre os
indivíduos. Portanto, é de suma importância entender a relação entre a inclinação
da plataforma vestibular mandibular e o longo eixo dos molares.

A prateleira vestibular mandibular (MBS) é uma área sugerida para a instalação dos
chamados parafusos de ancoragem ortodôntica (OAS). É o osso alveolar vestibular
da mandíbula desde a região do primeiro molar até o rebordo oblíquo externo e é
protegido pelo osso cortical mais espesso da mandíbula. É assim que os parafusos
de ancoragem ortodôntica conseguem se fixar extrarradicularmente nessa região e
não alteram a distalização.

Mais recentemente, a prateleira vestibular mandibular (MBS) foi sugerida como um


local de colocação de mini-parafusos extra-alveolares. Esta plataforma vestibular
está localizada bilateralmente em direção à face vestibular das raízes dos primeiros
e segundos molares e anterior à linha oblíqua externa do ramo mandibular,
fornecendo quantidade e qualidade óssea suficiente. o local correto de inserção em
sua estrutura devido às variações anatômicas locais e suas características em
termos de espessura cortical e altura óssea.

Implantar dispositivos nessa área permite a utilização de unidades mais longas e de


maior diâmetro, que toleram ser inseridas paralelamente ao eixo axial dos molares

9
sem interferir nas raízes dentárias. O local adequado para dispositivos de
ancoragem temporária na prateleira mandibular manifesta-se vestibularmente ao
ponto de contato dos primeiros e segundos molares inferiores, cerca de 5 ou 7 mm
abaixo da crista alveolar e deve ser colocado com uma orientação de 30° em relação
ao osso superfície. A qualidade óssea deve ser avaliada adequadamente, pois osso
denso pode exigir pré-perfuração. Sugere-se o uso de mini-implantes com diâmetro
de 2 mm em osso cortical denso, para evitar torque de inserção excessivo, uma
eventual complicação como fratura do mini-implante e perfuração óssea prévia. A
densidade óssea tem se destacado como fator chave para a ancoragem
estacionária e em função disso, os mini-implantes também terão maior estabilidade
durante o tratamento ortodôntico com taxa de sucesso em torno de 85%. É
importante levar em consideração o local apropriado, (a espessura da prateleira
mandibular e seu osso cortical), para reduzir os danos ósseos, radiculares e
periodontais ao colocá-los.

A escolha ideal das áreas de inserção é complexa; é essencial inseri-los onde for
conveniente em relação à biomecânica e anatômica, sem danificar as estruturas
circundantes, como as raízes dentárias. Portanto, o córtex ósseo desempenha um
papel significativo no que diz respeito aos sistemas de ancoragem no osso
mandibular, pois precisa ter uma espessura adequada para a inserção dos sistemas
de ancoragem, suficiente como densidade óssea, o que garante avaliar a resistência
e estabilidade do osso na área da prateleira bucal para prevenir eventuais fraturas
que possam ocorrer durante os tratamentos.

10
Figura 1. Prateleira bucal

Fuente: Chang C., Huang C., Roberts W.E. 3D Cortical bone anatomy of the
mandibular buccal shelf: a CBCT study to define sites for extra-alveolar bone screws
to treat class III maloc-clusion. Int J Orthod Implan. 2016; 41:.74-82.

Figura 2. Mini-implante colocado na prateleira mandibular.

Fuente: Chang et al. 2015.

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Figura 3. Partes que compõem um implante.

Fuente: Castro, 2018. Comportamiento biomecánico de dos tipos de mini-implantes


en el shelf mandibular: análisis de elementos finitos
(Comportamento biomecânico de dois tipos de mini implantes na prateleira
mandibular: análise de elementos finitos.)

4.2 ancoragem em ortodontia.

Na Ortodontia, historicamente existem âncoras que são utilizadas ao longo dos


tratamentos. Mesmo quando foi mencionada a sua eficiência, as referidas âncoras
apresentam certas limitações, além de requererem a cooperação do paciente e por

12
outro lado, causam efeitos colaterais, uma vez que atuam tanto no tecido ósseo
quanto nos dentes.

A ancoragem é a firmeza à movimentação indesejada dos dentes e é de grande


importância, durante todo o tratamento ortodôntico. Os dentes são usados como
ancoragem, sua carga reativa é determinada de acordo com a magnitude da força,
a direção, o tipo e a duração dos momentos e as forças praticadas por meio do
sistema de força biomecânica para o movimento ativo do dente. Isso deve ser
examinado, pois a ancoragem periodontal pode não ser bem-sucedida. Portanto, é
importante o uso de ferramentas como os mini-implantes que conseguem reforçar
a ancoragem, reduzindo assim os movimentos indesejados.

O controle da ancoragem é importante no tratamento ortodôntico, pois é essencial


para a elaboração do plano de tratamento e suas possibilidades biomecânicas. No
entanto, é a parte mais difícil do tratamento; portanto, é fundamental superar as
limitações da mecânica ortodôntica de acordo com a ancoragem para alcançar os
objetivos esperados do tratamento.

Desta forma, a ancoragem em ortodontia tem um papel significativo e é assim que


os mini-implantes atualmente são inseridos rotineiramente no osso alveolar, entre
as raízes dos dentes, que em eventualidades não expõe espaço suficiente para seu
correto posicionamento, gerando prejuízos. em áreas anatômicas contíguas.
Mesmo com a intenção de instalá-los em espaços limitados, seu tamanho
(comprimento/diâmetro) é reduzido, causando acidentes como fraturas durante sua
inserção ou perda de estabilidade por impossibilitar o suporte de forças devido ao
pouco contato ósseo e/ou osso inadequado qualidade da área de inserção.

13
• Tipo de âncora.

Assim como os mecanismos de ancoragem tradicionais, os mini-implantes têm


avançado notavelmente. Além de serem práticos para o ortodontista devido ao seu
design simples, facilidade de uso e rapidez com que possibilita a execução do
movimento desejado, geram uma diminuição no tempo clínico do tratamento
ortodôntico, intensificando a relação custo-benefício.

O uso de mini-implantes para obter máxima ancoragem tem aumentado nos


tratamentos ortodônticos. Essa ancoragem tem sido caracterizada como
temporária, fácil inserção; apresentando a possibilidade de ser utilizado em diversas
áreas, facilitando múltiplas aplicações biomecânicas e clínicas.

Os mecanismos de ancoragem temporária também se distinguem como micro-


parafusos, micro-implantes, sistema de ancoragem esquelética (SAS) e aparelhos
de ancoragem temporária (TADs). No entanto, talvez pela sua simplicidade, o termo
mais utilizado internacionalmente é mini-implante. Quanto à inserção dos mini-
implantes, corresponde a ser temporária. Para sua colocação sugere-se
contemplações anatômicas. Quanto à seleção adequada do local de implantação,
é imprescindível o conhecimento indispensável da anatomia cirúrgica e do tipo
ósseo. Neste processo também é aconselhável o uso de tomografia
computadorizada.

Atualmente, o uso de mini-implantes ortodônticos como ancoragem esquelética


tornou-se popular, pois oferecem uma grande diversidade de aplicações clínicas,
reduzindo o tempo de tratamento e limitando movimentos dentários indesejados.
Também facilitam a aplicação de forças diretamente no osso. Entre os benefícios
dos mini-implantes estão seu pequeno tamanho, baixo custo e fácil exclusão. É

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extremamente importante considerar que tanto a qualidade quanto a quantidade de
osso na área de colocação são fatores definitivos de estabilidade primária.

Los mini-implantes han pasado de ser últimadamente una de las opciones de


tratamiento más frecuentes en Ortodoncia, teniendo como provecho su facilidad de
uso, la relación entre costos y beneficios, asimismo el beneficio de ofrecer un
anclaje absoluto que facilita controlar los movimientos involuntarios de os dentes.
Assim, os mini-implantes foram incorporados nas últimas duas décadas como um
novo instrumento de ancoragem para movimentos ortodônticos, ampliando o leque
de possibilidades para diversos tipos de tratamentos, dadas as amplas vantagens
clínicas. Dispositivos de ancoragem temporários são elementos de trabalho
utilizado para corrigir problemas de má oclusão dentária e esquelética. Da mesma
forma, os mini-implantes possibilitam a correção de mordida profunda, mordida
aberta, protração, retração, intrusão, extrusão, alinhamento e como ancoragem em
expansão palatina rápida, entre outras aplicações clínicas.
Já foi dito que os mini-implantes são dispositivos normalmente utilizados em
tratamentos ortodônticos como alternativa à ancoragem temporária que permitem
melhorar a direção das forças aplicadas e, em certos casos, reduzir o tempo de
tratamento, mas também deve ser especificado que o os miniparafusos
extraalveolares são aqueles em que se aplica a maior quantidade de força, o que
facilita uma ampla variabilidade de movimentos dentários para a correção de más
oclusões severas sem a necessidade de extrações ou cirurgia ortognática, dessa
forma conservadora consegue-se uma retração total do alvéolo. arcada dentária
mandibular.

É fundamental fazer todos os esforços para evitar a proximidade das raízes


dentárias durante a colocação dos mini-implantes. Em particular, atenção especial
deve ser dada à seleção da área para a correta inserção destes. Se a área não
atender aos requisitos anatômicos em termos de eventual lesão radicular, uma
mudança no local de colocação do parafuso deve ser considerada.

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Esses mini-implantes são pequenos pinos compostos de titânio ou liga de titânio
com 1,2 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento. Eles são projetados com uma
superfície leve para que não osseointegrem. São utilizados em Ortodontia como
ancoragem temporária. Eles também têm sido usados como ancoragem esquelética
para distalizar e protrair molares, para intruir molares e incisivos, para o fechamento
de espaços edêntulos extensos que seriam impossíveis com os métodos
ortodônticos tradicionais. Os mini-implantes são facilmente extraídos uma vez que
o procedimento é feito. Por se tratar de uma técnica relativamente nova, é
fundamental que o clínico consiga decidir bem em quais casos vai utilizar os mini-
implantes e os locais de sua colocação.

Anatomicamente, a estabilidade inicial dos mini-implantes está sujeita à qualidade


e quantidade de osso cortical e à espessura dos tecidos moles. Portanto, a retenção
máxima do mini-implante será alcançada nas áreas onde os tecidos moles são mais
finos e o córtex é mais espesso.

Atualmente, os mini-implantes tornaram-se ferramentas amplamente utilizadas na


ortodontia devido ao seu pequeno tamanho, flexibilidade de localização de
colocação e resistência mecânica; Da mesma forma, mini-parafusos conseguem
proporcionar ancoragem esquelética absoluta, permitindo movimentação eficiente
dos dentes.

4.3 Alguns estudos privados.

Em um estudo realizado por Basáñez et al., as medidas foram feitas em três áreas
diferentes da plataforma vestibular mandibular: mesialmente, em direção ao sulco
central e distalmente aos segundos molares. As medições da espessura óssea
foram obtidas perpendicularmente 3, 5 e 7 mm abaixo da crista óssea em direção
ao córtex externo da mandíbula. A altura óssea foi medida a 3 mm da crista óssea
perpendicular ao córtex externo da base da mandíbula. Em conclusão, a região
distal ao segundo molar é a mais adequada para a colocação de

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miniparafusos extra alveolares em termos de espessura óssea. Indivíduos
hipodivergentes e classe III apresentam maior espessura óssea na região da
plataforma vestibular mandibular.

Por outro lado, Parinyachaiphun et al., mediram a espessura do osso cortical em


dois locais: ponto de contato entre o primeiro e o segundo molar inferior; e aspecto
mesial do segundo molar na mandíbula. Eles concluíram que a espessura do osso
cortical na face mesial do segundo molar parece mais espessa do que no ponto de
contato primeiro/segundo molar. O lado mesial do segundo molar inferior foi
considerado um local seguro para a inserção do parafuso de ancoragem ortodôntico
MBS, porque sua inclinação era mais plana e essa região fornece mais distância da
raiz do molar do que o local do ponto de contato do primeiro/segundo molar.

Em outro estudo em que a tomografia computadorizada de feixe cônico avançada


por Gandhi, Upadhyay, Tadinada, Yadav é usada no ano de 2021, são incluídos
678 indivíduos, que foram divididos em grupos de acordo com o estado de
crescimento, tipo facial e sexo. As varreduras foram importadas para o programa de
reconstrução e alinhadas em 3 etapas separadas. As medições são feitas em 6
cortes coronais diferentes: raiz distal do primeiro molar inferior, raiz mesial do
segundo molar e raiz distal do segundo molar (bilateralmente). As raízes dos
molares inferiores foram usadas como referência para medir a largura e o teto do
canal alveolar inferior para medir a altura da área da plataforma vestibular. A
confiabilidade intra-observador foi avaliada medindo-se a largura e a altura do MBS
em 20 indivíduos selecionados aleatoriamente. O estudo conclui que a região
adequada para o mini-implante na plataforma vestibular mandibular (MBS) é a zona
vestibular da raiz distal dos segundos molares inferiores. Os pacientes
hipodivergentes têm mais largura e menos altura de SBM em relação aos pacientes
hiperdivergentes. Os mini-implantes MBS não são recomendados para pacientes
em crescimento devido à proximidade com as raízes em desenvolvimento.

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Da mesma forma, Fayed, M. et al., no ano de 2010 em seu estudo ¨Ótimos locais
para a colocação de mini-implantes ortodônticos avaliados por tomografia
computadorizada Conical Beam¨ propõem locais ideais para posicionar os mini-
implantes na maxila e mandíbula. com auxílio no mapeamento dimensional de áreas
interrradiculares e espessura da cortical óssea em função da idade e sexo nas
medidas anatômicas avaliadas. Tomografias computadorizadas de feixe cônico de
100 indivíduos (46 homens, 54 mulheres) divididos em duas faixas etárias (13-18
anos) e (19-27 anos) foram utilizadas nesta investigação. As maiores espessuras
corticais vestibular e lingual na mandíbula estão localizadas entre os primeiros e
segundos molares. De acordo com o estudo, gênero e idade afetam as medidas
anatômicas em algumas áreas da maxila e mandíbula.

Por fim, Elshebiny et al., em 2018, realizaram um estudo anatômico da plataforma


vestibular mandibular em uma população de pacientes brancos, levando em
consideração o local de inserção dos miniparafusos ortodônticos. As medições
foram feitas em tomografias de feixe cônico de trinta pessoas (18 meninas, 12
meninos; idade média, 14,5 ± 2 anos). Na profundidade do osso, foi medido em 2
níveis de distância, a 4 e 8 mm da UAC (junção amelocementária). O nervo alveolar
inferior foi traçado digitalmente. Miniparafusos (1,6 × 10 mm) foram virtualmente
instalados na plataforma bucal e as profundidades de inserção e as relações com o
nervo foram anotadas. Houve um impacto muito importante tanto na espessura do
osso cortical quanto na largura do osso nas áreas de inserção.

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5. DISCUSIÓN.

É importante conhecer a caracterização óssea e a variabilidade anatômica da


lâmina óssea mandibular de acordo com o padrão de crescimento vertical exposto
pelos pacientes para obter uma referência adequada durante a colocação dos mini-
implantes extralveolares e, assim, evitar o contato com qualquer raiz dentária ou
outra estrutura anatômica.

Segundo Rossi et al., em estudo avançado explicam que existem diferentes áreas
para a colocação de mini-implantes e que recentemente a plataforma mandibular
tem sido proposta como área ótima para a inserção de mini-implantes ortodônticos
(MIO), que é determinada como um "platô" ósseo que vai bilateralmente pela
vestibularidade do primeiro e segundo molares e anterior à linha oblíqua do ramo
mandibular. Esta região tem mostrado em vários estudos os maiores valores de
espessura.1

Esses mini-implantes extralveolares na Ortodontia permitem ampliar as


oportunidades de ancoragem, uma vez que não mais obedece à localização de um
espaço inter-radicular adequado para sua colocação, mas áreas extra-radiculares
como a borda infrazigomática e a plataforma mandibular podem ser utilizadas. A
técnica utilizada pelo Dr. Chris Chang através destes mini-implantes é uma das
mais populares em cursos e congressos de maior renome mundial na
especialidade e que, vem revolucionandondo fazer em muitas das possibilidades
detratamentos ortodônticos que sendo devidamente cirúrgicos encontram nesta
técnica um a título de compensação e camuflagem adequada. Esses mini-implantes
possibilitamo desenvolvimento de outras técnicas biomecânicase técnicas que
antes eram complexas de serem executadas.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A plataforma mandibular é sugerida como área de fixação dos mini-implantes, por


estar localizada a uma distância adequada das áreas anatômicas vulneráveis a
lesões, além de permitir a inserção destes com desenho ideal para a quantidade e
qualidade de sua morfologia óssea. Isso facilita que os mini implantes que são
colocados nessas áreas, suportem forças maiores sem perder a estabilidade,
expandindo seu uso para situações mais complexas.

Assim, o sucesso do tratamento ortodôntico está em grande parte ligado ao controle


da âncora. Por outro lado, a plataforma bucal mandibular (EBM) possui maior
espessura da cortical óssea em relação aos demais locais da mandíbula, portanto
a inserção de parafusos na EBM deve proporcionar maior estabilidade primária e
sucesso do implante.

Portanto, pode-se concluir que a área da plateleira mandibular é um local seguro,


pois há uma maior espessura da cortical, o que gera uma estabilidade primária
muito boa do mini implante com o tecido ósseo.

20
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