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Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

JULIANE DIAS DA HORA

Polipropileno Aditivado com Talco para Melhoria de


Propriedades Mecânicas

SÃO PAULO
2009
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

JULIANE DIAS DA HORA

Polipropileno aditivado com talco para melhoria


de propriedades mecânicas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência parcial para obtenção do grau
de Tecnólogo em Produção com Ênfase em
Plásticos na Faculdade de Tecnologia da Zona
Leste.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Rosário

São Paulo
2009
HORA, Juliane Dias
Polipropileno aditivado com talco para melhoria de propriedades
mecânicas / Juliane Dias da Hora
São Paulo: Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, 2009.

47f.

Trabalho de conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da


Zona Leste, 2009.

Palavras chaves: Polipropileno, termoplásticos, talco,


propriedades.
HORA, Juliane Dias

Polipropileno aditivado com talco para melhoria


de propriedades mecânicas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência parcial para obtenção do grau de Tecnólogo
em Produção com Ênfase em Plásticos na Faculdade de
Tecnologia da Zona Leste.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Rosário

COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________
Prof. Dr. Francisco Rosario.
Universidade Federal de São Carlos.

_________________________________
Profª.Dra. Elisângela Corradini.
Universidade Federal de São Carlos.

_________________________________
Prof.ª Simone Dulce
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

São Paulo, ____ de________ de 2009.


A Deus, aos meus pais e aos amigos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar saúde e inteligência para


concretizar esse importante objetivo da minha vida.
Agradeço também aos meus pais e irmãos por darem todo o apoio
necessário nesta difícil etapa.
Ao meu orientador Professor Doutor Francisco Rosário por dividir um
pouco do seu conhecimento, e auxiliar em todas as etapas do projeto.
Também sou muito agradecida a Professora Maria Aparecida Colombo,
pelas idéias e esclarecimentos de dúvida no trabalho.
Aos amigos e aos colegas do curso, que em todos os momentos me
apoiaram e acreditam na minha capacidade e sempre me animaram para não
desistir.
E a todos que não impediram a concretização deste estudo.
“O gênio, esse poder que deslumbra os olhos humanos, não é
outra coisa senão a perseverança bem disfarçada”.
Goethe
HORA, Juliane Dias, Polipropileno aditivado com talco para melhoria de
propriedades mecânicas, 48f., trabalho de conclusão de curso, Faculdade de
Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2009.

RESUMO

Neste projeto, procurou-se fazer comparação entre as propriedades dos


compósitos de polipropileno carregado com talco, em busca de um produto
final com melhores propriedades mecânicas e baixo custo de produção. Foram
realizadas pesquisas bibliográficas em livros, revistas, artigos e teses. Neste
trabalho, com a adição de cargas minerais, procurou-se o melhoramento das
propriedades mecânicas do composto; redução do tempo de ciclo de injeção. E
dentre outras vantagens, o reforço planar ou lamelar das partículas de talco
alinhadas no compósito, evitando que a resistência à tração seja sacrificada e
também foi utilizado na redução da contração do material moldado. O uso de
polipropileno carregado com talco é bastante comum. Este apresenta algumas
desvantagens, como dispersão, distribuição e orientação das lamelas na matriz
polimérica, influenciando assim as propriedades reológicas no processamento
desses compostos, bem como afetam as suas propriedades físicas e químicas.

Palavras chaves: Polipropileno, termoplásticos, talco, propriedades.


HORA, Juliane Dias, Polypropylene with Talcum Powder Additive for
Mechanical Properties Improvement. 48f., trabalho de conclusão de curso,
Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2009.

Abstract

In this Project, it was intended to be drawn a comparison between the


properties of polypropylene composites with talcum powder, in search of a final
product with better mechanical properties and lower production cost.
Bibliographic researches were made using books, magazines, articles and
thesis. In this task, with the addition of mineral loads, it was meant to be
obtained the improvement of the composites mechanical properties; time
reduction of the injection cycle. And among other advantages, the
reinforcement, either plane or lamellar of powder particles that were aligned in
the composite, avoiding that the tensile resistance get sacrificed and also used
in the reduction of contraction in the molded material. The use of polypropylene
loaded with powder is quite common. It also shows some disadvantages, such
as dispersion, distribution and orientation of lamellas in the polymeric matrix,
causing influence on the rheological properties in these composites processing,
as well as affecting the physical and chemical properties.

Key Words: Polypropylene, thermoplastics, talcum powder, properties.


Sumário

1. Introdução .......................................................................................... 13
2.Polipropileno........................................................................................ 15
2.1 Tipos de Polipropileno ...................................................................... 16
2.2 Propriedades .................................................................................... 19
2.3 Processo de Obtenção ..................................................................... 20
2.4 Principais aplicações do polipropileno .............................................. 21
3.Talco ................................................................................................... 24
3.1 Mineralogia ....................................................................................... 24
3.2 Propriedades físicas ......................................................................... 26
3.3 Morfologia......................................................................................... 26
3.4 Formas de obtenção e beneficiamento ............................................ 28
3.5 Utilização do mineral ........................................................................ 28
3.6 Propriedades Mecânicas .................................................................. 30
3.6.1 Ensaio de Tração .......................................................................... 30
3.6.2 Ensaio de Impacto ......................................................................... 31
3.6.3 Ensaio de Dureza .......................................................................... 31
4. Principais aditivos aplicados em polipropileno ................................... 32
4.1 Absorvedores de raios UV................................................................ 32
4.2 Modificadores de Impacto ................................................................ 32
4.3 Agentes antiestáticos ....................................................................... 33
4.4 Retardantes de chama ..................................................................... 34
5. Adição de talco em termoplásticos ..................................................... 35
5.1 Influência do talco ............................................................................ 39
5.2 Principais aplicações do polipropileno com talco na indústria
automobilística .................................................................................................. 41
6. Considerações Finais ......................................................................... 43
Referências ............................................................................................ 44
Lista de Tabelas

Tabela 1 – Propriedades gerais do polipropileno isotático ...................................... 18


Tabela 2 – Dados da segmentação do mercado nacional de polipropileno em
2003 ....................................................................................................... 22
Tabela 3 – Propriedades físicas do polipropileno puro, com 20% e 40% de talco....37
Tabela 4 – Agentes Nucleantes poliméricos para polipropileno .............................. 39
Tabela 5 – Temperatura de cristalização, fusão cristalina e o grau de
cristalinidade normalizado da matriz de polipropileno (homo e
copolímero) nos compostos de polipropileno e PP/talco ....................... 40
Lista de Figuras

Figura 1 – Polimerização do polipropileno .............................................................. 15


Figura 2 – Os três principais tipos de taticidade do polipropileno homopolímero ... 17
Figura 3 – Imagem de microscopia com luz polarizada da estrutura esferulítica
do polipropileno........................................................................................17
Figura 4 – Taticidade do polipropileno ..................................................................... 19
Figura 5 – Processo de obtenção do polietileno e polipropileno utilizando catalisador
do tipo Ziegler Natta................................................................................21
Figura 6 – Aplicação do fio de polipropileno............................................................ 23
Figura 7 – Estrutura cristalina do talco......................................................................25
Figura 8 – Estrutura cristalina do talco – Planos de clivagem .................................. 25
Figura 9 - Talco lamelar (macrocristalino) e talco compacto (microcristalino) ......... 27
Figura 10 - Textura lamelar do talco – aumentada em 2000x .................................. 27
Figura 11 - Importância da lamelaridade em polímeros ........................................... 35
Figura 12 - Curvas de fluxo de compostos termoplásticos carregados com talco ... 38
Figura13 - Fotomicrografias das estruturas esferulíticas observadas em: a)
Polipropileno puro; b) Polipropileno com agentes nucleantes ............... 40
Figura 14 – Pára-choque e painel de polipropileno com talco ................................. 41
1. Introdução

Um material é modificado para determinada aplicação, quando se


observa que se faz necessário algumas melhorias tanto em suas propriedades
mecânicas, quanto para redução de custos.
E uma das maneiras de fazer estas modificações das propriedades
mecânicas do material, é através de adição de cargas.
O problema encontrado é, ao adicionar o mineral talco no polímero, suas
propriedades serão melhoras e será possível manter o baixo custo?
Os termoplásticos têm sido muito utilizados no mercado de uma forma
em geral, e um deles que tem crescido constantemente no mercado é o
polipropileno encontrado com grande variedade de massa molar e
cristalinidade.
Ele recebe adição de cargas tanto para enchimento, quanto para reforço
devido algumas de suas limitações, como baixa resistência mecânica, pouca
resistência à abrasão entre outras.
Com isso o mineral que tem sido bastante utilizado para suprir essas
limitações é o talco.
Devido sua textura lamelar, o talco tem sido admitido como mineral de
reforço, pois suas propriedades naturais como alta lamelaridade, alta
resistência térmica e elétrica ele é considerado expecional para uso em
plásticos.
Pois confere aos plásticos qualidades que são fundamentais sendo elas:
isolamento elétrico, aumento da capacidade de absorver impacto, aumento do
fator de rigidez e resistência a tensão.
Mas mesmo com todas as qualidades que o talco confere aos
termoplásticos, ele também apresenta algumas desvantagens quando é
utilizado sendo elas: baixa resistência à tração, redução no índice de fluidez e
ainda reduz o brilho do produto acabado.
O objetivo foi estudar todas essas propriedades, observando onde é
possível obter-se melhora e onde há uma perda dessas propriedades.
Para se obter essas respostas, foram feitas pesquisar em livros, artigos,
teses e sites especializados neste assunto, como o da empresa Magnesita S.A,
que é responsável por grande parte da extração do mineral utilizado neste
trabalho.
Com isso foi possível observar onde se concentra uma das principais
aplicações deste composto aditivado, que é a indústria automobilística, onde
80% da produção do mineral são destinados a este mercado.
Devido seu fácil processamento, e a possibilidade de design inovador, e
ainda a produção de peças com geometrias complexas e com alta exigência
estrutural e térmica.
No capitulo dois será comentado o surgimento do polipropileno, seu
processo de obtenção e suas principais aplicações.
No capitulo três será comentado sobre o talco, suas propriedades
físicas, suas diversas utilizações e alguns ensaios mecânicos.
No capitulo quatro, serão apresentados os principais aditivos aplicados
em polipropileno.
No capitulo cinco será comentado sobre a adição do talco em
termoplásticos.
E no capitulo seis as considerações finais.
2.Polipropileno

Neste capítulo será mostrado o surgimento do polipropileno, formas de


obtenção e sua importância como matéria prima.
Desde seu surgimento em 1954, o polipropileno se tornou umas das
resinas termoplásticas mais importantes da atualidade, continuando ainda
como a resina de maior crescimento. (MONTENEGRO, 1996)
Segundo Trombini (2004) o polipropileno é obtido através da
polimerização do monômero propileno usando um sistema catalítico
estereoespecífico do tipo Ziegler-Natta.
Este termo estereoespecífico do catalisador se dá pela característica de
controlar a configuração do grupo metila nas cadeias poliméricas de forma
ordenada.
Os processos de polimerização ocorrem através de: solução; suspensão
em um solvente (Slurry); massa (bulk); e a fase gasosa, sendo está a de
tecnologia mais moderna.
A resina termoplástica propilênica é obtida a partir do propileno que é um
gás hidrocarboneto, onde sua produção ocorre principalmente através do refino
do petróleo.

Figura 1: Polimerização do Polipropileno


Fonte: Trombini (2004, p.10)
Em seu estado natural, a resina é semi-translucida e leitosa e de
excelente coloração, podendo posteriormente ser aditivado ou pigmentado.
Este produto é usado nos casos onde é necessária uma maior resistência
química. (ALBUQUERQUE, 2000).

2.1 Tipos de Polipropileno

Alguns tipos de polipropileno são desenvolvidos para suprir algumas


aplicações específicas do material. Os principais são: polipropileno
homopolímero, polipropileno copolímero, copolímero randômico, e polipropileno
com vários tratamentos.
Abaixo segue explicações dos principais polipropilenos:
Homopolímero (HOMO) – obtido exclusivamente da
polimerização do propeno. Apresenta excelente característica de
brilho e rigidez.
Copolímeros Heterofásicos (HECO) – incorporando certa
porcentagem de monômero de etileno ao processo de obtenção,
produz-se material com excelente resistência ao impacto e
flexibilidade, sendo largamente utilizado na produção de peças
automobilísticas, móveis e aplicações industriais.
Copolímeros Random (RACO) – incorporando de forma
específica algumas cadeias de etileno no processo de obtenção,
produz-se um material que alia excelentes propriedades óticas (brilho
e transparência) a boa resistência e menor temperatura de fusão.
Estes produtos são largamente utilizados na produção de utilidades
domésticas, embalagens e filmes flexíveis. (DIAZ, 1999, p.2).

O polipropileno homopolímero é formado por uma cadeia carbônica


linear com um radical metila (-CH3) alternando sua posição e criando assim os
diferentes tipos de taticidade. (NETO, 2003).
Os três principais tipos de taticidade são: Atático, isotático e sindiotático.
Abaixo a figura mostra esses principais tipos e como estão dispostas
suas cadeias.
Figura 2: Os três principais tipos de taticidade do polipropileno homopolímero.
Fonte: Neto (2003, p. 47).

O polímero é chamado de isotático, quando os radicais de um polímero


estão posicionados de um único lado da cadeia principal,e ele cristaliza
principalmente sob a forma de estruturas esferulíticas, mostrado na figura
abaixo. (OTA, 2004).

Figura 3: Imagem de microscopia com luz polarizada da estrutura esferulítica do


polipropileno.
Fonte: NETO (2003, p.48).
O polipropileno isotático por ter seu caráter cristalino, é solúvel apenas
em temperaturas elevadas acima de 80°C, e em determinados solventes tais
como: xileno, tetralina, hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos clorados.
Segundo Trombini (2004) suas propriedades mecânicas são largamente
influenciadas por sua cristalinidade, devido sua temperatura de fusão cristalina
ser relativamente alta, comparado com outros polímeros, sua fase cristalina lhe
confere certa resistência mecânica até altas temperaturas. Por outro lado a
utilização do polipropileno é limitada por sua fragilidade na faixa de transição
vítrea.
Podemos observar as propriedades gerais do polipropileno isotático na
tabela abaixo.

Tabela 1: Propriedades gerais do polipropileno isotático.


Fonte: TROMBINI (2004, p.16).

Entretanto o polímero é chamado de sindiotático quando os radicais da


cadeia principal estão dispostos de forma alternada, porém quando estes
radicais não seguem nenhuma configuração periódica, ou seja, quando esta
disposta de forma randômica, o polímero é chamado de atático. (OTA, 2004).
Abaixo a figura representa os dois tipos de taticidade descritos no texto
anterior.

Figura 4: Taticidade do Polipropileno


Fonte: Trombini (2004, p.12).

2.2 Propriedades

A resina do polipropileno é de baixa densidade e oferece bom equilíbrio


de propriedades térmicas, químicas e elétricas acompanhadas de resistência
moderada. As propriedades de resistência podem ser melhoradas ou
aumentadas significativamente através de reforços de fibra de vidro, já a
tenacidade pode ser melhorada em diferentes estágios e pode ter seu peso
molecular modificado com borrachas.
Segundo Albuquerque (2000) uma das grandes vantagens em se utilizar
a resina de polipropileno é pelos seus pontos fortes sendo eles:
ƒ Boa resistência ao impacto;
ƒ Boa resistência química;
ƒ Boa estabilidade térmica
ƒ Regular resistência ao atrito;
ƒ Alta resistência ao entalhe;
ƒ Soldável e moldável;
ƒ Fácil usinagem;
ƒ Comprovadamente atóxico;
ƒ E baixo custo dentre os plásticos.

Segundo Neto (2003) uma grande parte dos polipropilenos é produzido


por diversos processos sendo eles: injeção, sopro ou por extrusão, a partir de
compostos reforçados e sem reforços. Outros processos aplicáveis aos
polipropilenos são moldagens de espumas e as estampagens em estado sólido
ou escoamento á quente de chapas reforçadas com fibra de vidro.
Para Trombini (2004) o polipropileno é um material versátil, devido suas
boas propriedades físicas, aliadas ao baixo custo de produção, além de
receber cargas ou ser modificado pela mistura com elastômeros. Pode ser
reforçado com fibras de reforço ou modificado por cargas minerais reforçantes
ou inertes.

2.3 Processo de Obtenção

Segundo Santos (2006) por volta de 1950, o polímero de propileno não


tinha nenhum grande interesse comercial, por ser um óleo de baixo peso
molecular. Mas em 1954, com a descoberta de Giulio Natta e Karl Ziegler dos
catalisadores, foi então possível à síntese de polipropileno isotático.
“Karl Ziegler descobriu que os sais de metais de transição catalisavam a
polimerização de etileno, quando na presença de compostos de alquilalumínio
que agem como cocatalisadores ou ativadores”. (Santos, 2006, p.2)
Após isso Giulio Natta utilizou o conceito de estereoseletividade na
polimerização de α - olefinas e dienos, otimizando assim os catalisadores de
Ziegler, obtendo-se assim o polipropileno isotático.
Foi observado por Natta que o propileno e α – olefinas de cadeias
longas podiam ser encadeadas de maneira regular, resultando assim em
blocos de unidades com arranjos espaciais definidos. Este alinhamento teve
considerável influência nas propriedades funcionais do material.
O arranjo estatístico leva a um polipropileno amorfo, que flui a
temperatura ambiente, ao passo que o polipropileno estereorregular é cristalino
e possui ponto de fusão de 165°C.
E foi em 1963 que Ziegler e Natta ganharam o prêmio Nobel por sua
grande descoberta, fazendo com que assim houvesse uma explosão na
comercialização do polipropileno.
Portanto se em 1950, ninguém conhecia polipropileno cristalino, já em
1960 houve uma produção de 50.000(cinqüenta mil) toneladas para vários tipos
de aplicações.
Abaixo segue o processo para obtenção do Polietileno e do Polipropileno
utilizando catalisador do tipo Ziegler-Natta.

Figura 5: Processo de obtenção do Polietileno e Polipropileno utilizando catalisador do


tipo Ziegler Natta.
Fonte: Site Plásticos Carone (2000 s.p.).

2.4 Principais aplicações do polipropileno

Segundo Diaz (1999) as interessantes combinações de propriedades


levaram a um amplo uso dos artigos produzidos com polipropileno, como por
exemplo: embalagem para massas (macarrão), biscoitos, salgadinhos, snacks,
condimentos, embalagens industriais e para confecção, componente em
embalagens laminadas, peças técnicas da indústria automobilística,
eletrodomésticos, eletroeletrônica, móveis de jardim, cordas trançadas de
polipropileno e algodão utilizadas por fabricantes de bolsas promocionais para
botiques, confecções e chaveiros.
Segundo o site Plásticos Carone (2000), o polipropileno ainda é
empregado em diversos formatos e tipos desde os mais simples feitos em
vacuum forming, utilizados em embalagens com pouco uso e temporários, até
os mais elaborados feitos em sopro e injeção normalmente usados para
acondicionar líquidos de diversos tipos como xampu, cremes de beleza e
produtos de limpeza em geral.
E devido sua resistência à fadiga, é muito empregado em caixotes e
engradados plásticos para transporte de bebidas, frutas e alimentos.
E no processo de extrusão encontramos o polipropileno sendo utilizado
para fabricação de filmes para confecções e embalagens flexíveis, onde são
possíveis simples impressões, até os mais elaborados como os que recebem
acoplamentos com outros plásticos.
Abaixo segue tabela com dados da segmentação do mercado nacional
de Polipropileno.

Tabela 2: Dados da segmentação do mercado nacional de polipropileno em 2003.


Fonte: Trombini (2004 p.9)
O fio de polipropileno também é muito utilizado na fabricação de objetos
que devem ter boa resistência mecânica e seja imune ao efeito da água, por
esse motivo o encontramos em vários tipos de sacarias de grãos, sacolas,
forros de móveis e mantas para estabilização e reforço de solo, feitos
normalmente com o fio contínuo.
E com o fio descontínuo é muito usado na fabricação de utilidades
domésticas e industriais, como vários tipos de escovas e vassouras.
Podemos encontrar em diversas cores e várias espessuras de fio que
permite sua aplicação desde uma simples escova de roupa macia, até em um
vassourão de rua, graças a sua resistência a abrasão, que garante um produto
com longa vida de uso.

Figura 6: Aplicações do fio de polipropileno


Fonte: Site Plásticos Carone (2000 s.p.).
3.Talco

3.1 Mineralogia

A palavra talco provém do termo “talk”, da língua árabe. Além de


designar um mineral do grupo dos silicatos, ele denomina um conjunto de
materiais, minerais e rochas que tem propriedades semelhantes. (SABINO,
2007).
Embora a terminologia técnica defina talco como um mineral, o que
se observa na prática é a sua atribuição simultânea à rocha talcosa, à
espécie mineralógica e ao produto comercial industrializado. Alguns
talcos contêm minerais acessórios em proporções variadas, tais como
serpentina, clorita, tremolita, antofilita, diopsídio, quartzo, pirofilita e
outros. Desta forma, muitos produtos industriais são classificados no
Brasil como talco, embora o mineral magnesiano talco nem sempre
seja o principal componente. (CARVALHO, 2000 apud CAMARA,
2003, p.29).

O talco é uma matéria prima mineral de largo uso na indústria moderna.


Sua composição química, estrutura cristalina e textura podem lhe conferir
aplicações tão nobres ou mesmo de carga inerte. (SHIMABUKURO, 1979 apud
PONTES, ALMEIDA, 2008).
Segundo Camara (2003), o mineral talco é um filossilicato de magnésio
hidratado com fórmula estrutural do mineral talco puro Mg3(Si2O5)2(OH)2 ou
3MgO.4SiO2.H2O pertencendo ao grupo das cloritas.
O talco é um mineral cristalino e de hábitos caracterizados como tabular,
radiado, compacto ou lamelar, sendo este último o de ocorrência mais comum
na subclasse dos filossilicatos.
A estrutura do talco é formada de camada tripla ou tipo “sanduíche”,
onde uma folha de hidróxido de magnésio (brucita) está colocada entre duas
folhas pseudo-hexagonais, compostas unitariamente por tetraedros de SiO4 -4.
A estrutura da folha de brucita, Mg3(OH)6, consiste na coordenação de
íons hidroxila por íons magnésio no centro de um octaedro regular, onde as
camadas de talco, que pode se estender indefinidamente em todas as direções
do plano basal, paralelo ás folhas de sílica, se interliga apenas através de
fracas ligações de van der Waals.
Abaixo a figura mostra a estrutura cristalina do talco.
Figura 7: Estrutura cristalina do talco
Fonte: Camara (2003, p.31).

Devido à baixa energia das ligações de van der Waals criam-se planos
de clivagem basal perfeito (001), segundo os quais o mineral talco se fratura
preferencialmente sob ação mecânica.
A seguir a figura mostra a estrutura cristalina do talco sobre o plano de
clivagem.

Figura 8: Estrutura cristalina do talco – Planos de clivagem


Fonte: Camara (2003, p.32)
3.2 Propriedades físicas

Segundo Sabino (2007) o talco é um mineral monoclínico, raramente


cristalizado, possui estrutura lamelar fibrosa ou compacta, onde apresenta as
seguintes características físicas, óticas e mecânicas.
• É inodoro;
• Insolúvel em água, em ácidos fracos e em álcalis;
• Não é explosivo ou inflamável;
• Dureza de 1 na escala de mineral de mohs;
• Densidade de 2,7 á 2,8 g/cm3;
• Cor branca, verde maçã, cinza, rosa e amarelo claro;
• Untuoso ao tato;
• É um mal condutor de eletricidade.

Conforme Câmara (2003) a ocorrência de talco na natureza exibe


aspectos macroscópicos diferentes que são classificados segundo sua textura,
segue abaixo os tipos principais:
a) maciço ou compacto: encontra-se na natureza com cores
variadas e com aspecto de rochas maciças;
b) pulverulentos: possuem aspecto semelhante ao caulim,
sendo desagregados facilmente e de fácil moagem;
c) lamelares: onde apresentam aspecto semelhante as micas,
com tamanho de cristal variável, desde a faixa de 100µm até
dimensões bem maiores, de alguns milímetros, raramente
podem atingir alguns centímetros, onde possuem fácil
clivagem, e difícil moagem.

3.3 Morfologia

A lamela individual de talco possui variações de tamanho de 1 a 100


micrometros, dependendo da ocorrência, o tamanho individual da lamela é que
determina o grau de lamelaridade do talco. (CAMARA, 2003).
O grau de lamelaridade do talco é determinado pelo tamanho da lamela
individual, para ser altamente lamelar ele deve possuir grandes lamelas
individuais, enquanto em um talco com baixo grau de lamelaridade, também
chamado de compacto ou microcristalino, as lamelas são bem menores.

Figura 9: Talco lamelar (macrocristalino) e talco compacto (microcristalino).


Fonte: Camara (2003, p.32)

Uma das características mais importantes das partículas de talco é sua


forma em lâminas delgadas ou lamelas adquiridas durante as etapas de
cominuição da rocha original. (CIMINELLI, 1986).
Abaixo a figura mostra a textura lamelar do talco, aumentada em 2000
vezes.

Figura 10: Textura lamelar do talco – aumentada 2000 x.


Fonte: CIMINELLI (1986, p.7).
É justamente devido a esta textura lamelar, que o talco é admitido como
mineral de reforço em várias aplicações plásticas. (CIMINELLI, 1986).

3.4 Formas de obtenção e beneficiamento

Normalmente, a lavra de talco é conduzida a céu aberto, utilizando-se


pequenas quantidades de explosivos para evitar desagregação excessiva do
minério. (SOUZA, 1988 apud PONTES, ALMEIDA, 2008).
Portanto, após ser lavrado a céu aberto, o mineral talco passa por um
sistema de separação em peneiras, lavagem e seleção manual. (CAMARA,
2003)
Segundo Camara (2003) as próximas etapas de produção consistem no
tratamento físico e químico dos minérios, e os processos de concentração do
talco, e preparam as matérias-primas para as etapas subseqüentes de redução
e classificação do tamanho das partículas.
As especificações e os critérios de fabricação irão depender de cada um
dos produtos e a aplicação que cada um se destina.
Segundo Santos (1984) são observadas alterações nas propriedades
físicas e químicas do mineral puro quando são encontrados impurezas,
podendo sofrer alterações quanto à reatividade, abrasividade e brancura
podendo assim comprometer a amplitude da aplicação.
As principais impurezas encontradas são: serpentina, dolomita,
magnesita, calcário, tremolita, clorita, óxidos de ferro e etc. Para diminuir essas
impurezas tem sido utilizados amido, quebracho e silicato de sódio.
(ANDREWS, 1986 apud PONTES, ALMEIDA, 2008).

3.5 Utilização do mineral

O mineral talco tem sido muito utilizado para uso industrial, devido suas
propriedades tecnológicas, e por suas características cristaloquímicas.
(PONTES, ALMEIDA, 2008).
Devido suas propriedades naturais como alta lamelaridade, alta
resistência térmica e elétrica, o mineral talco é considerado expecional para o
uso em plásticos. Ele confere aos plásticos qualidades que são consideradas
fundamentais no diversos usos, sendo eles:
• Estabilidade dimensional;
• Isolamento elétrico;
• Aumento de capacidade de absorver impacto;
• Aumento da resistência química e calor;
• Aumento do fator de rigidez;
• E da dureza e resistência à tensão.

Segundo Camara (2003) estudos foram realizados e mostram que o


rápido crescimento da indústria plástica, trouxe um aumento significativo do
consumo de talco em polipropileno, polietileno de alta e baixa densidade, PVC
e em plásticos termorrígidos.
Conforme Campos (2001) uma das principais utilizações do talco é como
carga e também reforço na produção de artefatos diversos, como na fabricação
de baquelite e artigos de polipropileno. E na área de massa plástica para o uso
em funilaria e marmoraria é exigido um talco com baixo teor de Fe2O3 (dióxido
de ferro) com restrições quanto à granulometria.
A granulometria utilizada pela indústria de plástico está de 1 a 20µm, e a
tendência é que a faixa granulométrica seja cada vez mais fina.
Segundo Lobato (2007) são encontradas algumas dificuldades quando
se opta pelo talco ultrafino, sendo eles:
• O transporte, pois uma massa menor é acondicionada em cada
carregamento do caminhão;
• No consumidor final, é preciso uma área mais ampla para a
estocagem;
• Processamento reduz-se a taxa de fluxo de calor para o
polímero.

E umas das possíveis soluções para estas dificuldades é a compactação


desse talco ultrafino.
E algumas das vantagens dessa compactação são: redução de riscos de
inclusão de ar na resina, melhora no fluxo de calor para o polímero e a
otimização do espaço necessário para estocagem.
As grandes aplicações do mineral talco são na indústria automobilística,
mecânica e eletrônica, pois confere estabilidade dimensional superior ao
produto acabado, e ainda reduz à absorção de água e a contração na
moldagem, aumentando assim à resistência a deflexão térmica.
Já na indústria de eletrônicos é utilizado na fabricação de carcaças de
computadores e de outros eletrodomésticos pelas suas características
estéticas e todas suas propriedades mecânicas já mencionadas.

3.6 Propriedades Mecânicas

Segundo o site Poliuretanos (2009) as propriedades mecânicas são


definidas como a resposta dos materiais as influências mecânicas externas,
manifestadas pela capacidade de desenvolverem deformações reversíveis e
irreversíveis, e resistirem à fratura. Essas características são avaliadas por
meio de ensaios.
Existem diversos tipos de ensaios onde são realizadas segundo normas
técnicas, que asseguram a confiabilidade do ensaio.
Alguns desses ensaios são para medir a resistência ao impacto, tração e
dureza.

3.6.1 Ensaio de Tração

Segundo o site Comtron (2009) o ensaio de tração consiste em avaliar


as diversas propriedades mecânicas dos materiais.
Onde o procedimento experimental consiste na deformação de uma
amostra de determinado material até a fratura. Essa fratura ocorre devido à
aplicação de tração, gradativamente crescente e uniaxialmente ao longo do
eixo mais comprido de um corpo de prova.
Durante o ensaio, a deformação do corpo de prova fica confinada a
região central, que é mais estreita e possui uma seção reta uniforme ao longo
do seu comprimento.
E os resultados desses ensaios de tração normalmente são registrados
por um computador, mostrando gráficos na forma de carga ou força em função
do alongamento. Os valores e suas representações dependem do tamanho da
amostra a ser testada, pois a carga aplicada para o alongamento será
determinada através disso.
Para minimizar esses fatores geométricos, a carga e o alongamento são
normalizados de acordo com os seus respectivos parâmetros de tensão e
deformação.

3.6.2 Ensaio de Impacto

Segundo o site Artigonal (2009), o ensaio de impacto é usado para medir


quanto um material pré – estabelecido tende a se comportar de maneira frágil.
Ele consiste em medir a quantidade de energia absorvida por uma
amostra de material quando submetida a uma ação de um esforço com valor
desconhecido.
O ensaio consiste em duas categorias, como teste realizado em alta e
baixa velocidade.

3.6.3 Ensaio de Dureza

Segundo o site Comtron (2009) define-se dureza como sendo a


resistência que um material oferece a sofrer uma deformação plástica na sua
superfície.
Existem vários ensaios para avaliar essas propriedades do material mais
o ensaio de Rockwell é o mais utilizado, devido sua rapidez e a facilidade de
execução e na isenção de erros humanos. Onde se torna mais fácil a detecção
de pequenas diferenças de dureza e pequena tamanho de impressão.
4. Principais aditivos aplicados em polipropileno

4.1 Absorvedores de raios UV

Segundo Rabello (2000) os absorvedores ultravioletas são aditivos que


agem com a principal função de absorver a radiação na faixa do ultravioleta,
não permitindo que o polímero ou suas impurezas o façam.
Cada polímero de acordo com sua constituição química apresenta maior
sensibilidade a um determinado comprimento de onda, daí o estabilizante
ultravioleta deve ser específico para cada material, para absorver
preferencialmente radiação na faixa mais prejudicial a um determinado
polímero.
Principais classes dos absorventes ultravioletas são benzofenonas e as
benzotiazolas.
A ação da benzofenona é absorver a radiação e converter em calor.
Existem também os bloqueadores de raios Ultra Violetas, também são
chamados de “agentes de ocultação”, ou UV “screeners”, atuam basicamente
na superfície do material.
Estes tipos de bloqueadores agem refletindo ou absorvendo radiação UV
na superfície do produto, impedindo assim a transmissão para o interior da
peça.
Com isso a degradação fica restrita as camadas superficiais e as
conseqüências para o comportamento mecânico são menores.
Alguns exemplos de aditivos que atuam com este mecanismo são
basicamente pigmentos (como negro de fumo e dióxido de titânio) e cargas
minerais (como o talco).

4.2 Modificadores de Impacto

Alguns polímeros possuem algumas limitações com relação à baixa


resistência ao impacto em temperatura abaixo da temperatura ambiente, com
isso utilizam-se modificadores de impacto, para suprir essas limitações, e são
utilizados os seguintes métodos:
Adição de partículas de borracha através de mistura mecânica;
Polimerização do polímero vítreo na presença do componente
elastomérico, obtendo-se um copolímero do tipo enxertado (grafting), neste tipo
de reação, o grau de enxerto é normalmente baixo.
Segundo Rabello (2000) os modificadores de impacto são borrachas e
apresentam uma baixa miscibilidade com o polímero.
O comportamento mecânico do polímero tenacificado por borracha está
intimamente relacionado com a sua morfologia. Aspectos como tamanho de
partícula, concentração (normalmente de 5 – 15% em peso) e grau de adesão
entre as fases define a eficiência do aditivo.
Os principais utilizados são a EPM (borracha de etileno-propileno) e
EPDM (borracha de etileno-propileno-monômero-diênico).

4.3 Agentes antiestáticos

Geralmente os produtos plásticos acumulam cargas elétricas estáticas


superficiais, causando vários problemas como:
• Acumulo de poeira;
• Choque elétrico;
• Danos eletrostáticos em computadores ou componentes
elétricos;
• Entre outros.

Com isso, são desenvolvidos os chamados agentes antiestáticos, que


alteram as propriedades elétricas do produto, reduzindo a resistência elétrica
de sua superfície a um valor que permite rápida dissipação da carga
eletrostática. (RABELLO, 2000).
Importante observar sobre a quantidade na hora da aplicação, para não
ter volumes excessivos na mistura, pois podem trazer resultados adversos ao
esperado. Como por exemplo, uma superfície escorregadia, ação lubrificante
excessiva (ocasionando dificuldade de processamento), degradação térmica, e
etc.

4.4 Retardantes de chama

Segundo SENAI (2001) os polímeros como os materiais orgânicos, são


maiores ou em menor grau, inflamáveis.
Isto ocorre, pois, durante o aquecimento há a liberação de pequenas
moléculas que atuam como combustíveis em presença de fogo, sendo em
algumas situações essencial evitar a combustão.
Conforme Trombini (2004) os retardantes de chama são adicionados aos
polímeros com função de reduzir ou atrasar a propagação de chama através da
massa ou da superfície de materiais poliméricos.
São utilizados em aplicações onde se exige maior nível de
segurança, os anti-chamas devem atender aos seguintes requisitos:
• Fornecer efeito durável com pequenas quantidades adicionadas;
• Ter fácil incorporação;
• Não ter efeitos corrosivos nos equipamentos de mistura e
processamento;
• Não afetar negativamente as propriedades mecânicas do
polímero;
• Não decompor ou reagir com o polímero durante o
processamento;
• Não alterar a estabilidade do polímero;
• Não apresentar toxidade e gerar pouca fumaça.

Apenas um retardante de chama não tem condições de atender a todos


estes requisitos para todos os plásticos em todas as aplicações, portanto, é
comum a utilização de combinações de aditivos anti - chama, sendo necessário
à escolha de uma formulação adequada para cada polímero e sua aplicação
específica.
Segundo o site Romanplast (2009) os retardantes de chama são muito
utilizados na fabricação de fios e cabos.
5. Adição de talco em termoplásticos

Conforme Machado (2009) et. al. o mineral talco é adicionado aos


termoplásticos por mistura mecânica, pois neles existem agentes de ligação
(silanos) que servem como ponte entre o talco e o polímero melhorando muito
o desempenho do produto acabado.
A grande utilização do mineral talco na produção de compostos de
polipropileno deve-se principalmente á compatibilidade da sua baixa polaridade
com a baixa polaridade da resina, com isso ele é facilmente disperso no
composto. E quanto mais lamelar, mais ele é apropriado para uso como carga,
pois com essa lamelaridade é promovido um aumento no fator de rigidez,
aumento na temperatura de deflexão e alta estabilidade dimensional.

Figura 11: Importância da lamelaridade em polímeros


Fonte: Camara (2003, p.44).

Conforme Barbosa (1995) a rigidez é uma característica importante, a


estrutura lamelar do talco tem resultados favoráveis em aplicações específicas
na área de polímeros. Para isso, a influência depende do teor de carga,
tamanho e forma de partícula, e da natureza química.
Outro aspecto importante é a baixa abrasão nos equipamentos de
processamento, e sua fácil processabilidade.
Segundo Câmara (2003) no polipropileno o mineral talco é utilizado para
incrementar a resistência mecânica, onde são obtidos através de talco com
maior vazão e razão de forma, e resistência a risco.
Para utilizar em polipropileno o talco não deve conter clorita - pois reduz
a estabilidade térmica e acelera a cura natural, carbonato – devido ser
abrasivos promovem desgaste acentuado dos equipamentos utilizados no
processo, e pontos pretos – ocorridos do processo de obtenção vindo das
minas.
E ainda a coloração final do polipropileno dependerá basicamente da cor
do talco usado e da sua brancura.
Conforme Oliveira e Souza (2006), os resultados obtidos em estudos,
mostram que a adição de talco no polipropileno apresenta resultados que
podem caracterizá-lo não apenas como carga de enchimento, mas como um
elemento reforçante.
Devido o talco ser um não condutor, ele é utilizado na fabricação de
isolantes elétricos, pois apresentam baixa condutividade, alta estabilidade e
alta resistência ao choque térmico. (CAMARA, 2003).
Mesmo com todas as vantagens citadas, o talco apresenta algumas
desvantagens quando utilizado como reforço:
• Diminuição da resistência à tração e do alongamento na ruptura;
• Influência negativa sobre a estabilidade termooxidativa em certos
polímeros;
• Redução no índice de fluidez;
• Certos tipos contem altas quantidades de carbonato de magnésio
(abrasivo);
• Para contato com alimentos, os tipos de talco contendo asbestos
e metais pesados, não são adequados.
O talco confere ao produto acabado uma superfície acetinada e seu
acabamento final é melhor, desde que haja boa dispersão. Isso tudo, apesar de
reduzir o brilho.
Quando utilizado o mineral talco com partículas micronizadas, mostram
efeito de nucleação no polipropileno e em outros polímeros semicristalinos,
podendo alterar a quantidade e até o tipo de cristalização.
Abaixo a Tabela mostra dados das propriedades físicas do polipropileno
puro com adição de 20% e 40% de talco.

Tabela 3: Propriedades físicas do polipropileno puro, com 20% e 40 % de talco.


Fonte: Barbosa (1995, p.36).

Com base nos dados da Tabela acima, é possível observar que algumas
melhoras foram alcançadas com a adição de talco.
Como por exemplo, o módulo de elasticidade sob flexão com a adição
de 40% teve uma boa melhora com relação ao polipropileno puro.
Já a resistência à tração no escoamento obteve melhora ao ser
adicionado com 20% de talco, e o resultado não foi favorável com adição de
40%.
Os fatores como a dispersão e a distribuição e orientação das lamelas
na matriz polimérica influenciam as propriedades reológicas no processamento
desses compostos, bem como afetam as suas propriedades físicas e químicas.
A reologia do polímero puro é modificada com adição de talco, na região
de baixa taxa de cisalhamento, incorporando uma intensa pseudoplasticidade e
tixotropia ao composto. Nesta região, a viscosidade passa a aumentar à
medida que se reduz a taxa de cisalhamento. À medida que se aumenta o teor
de talco, este efeito se torna mais pronunciado, cuja hipótese se fundamenta
na coagulação das partículas de talco num arranjo tridimensional.
A forma das curvas de fluxo para o polímero puro e para a matriz
polimérica carregada é idêntica na região de altas taxas de cisalhamento.
Abaixo o quadro mostra a curva de taxa de cisalhamento.

Figura 12: Curvas de fluxo de compostos termoplásticos carregados com talco.


Fonte: Barbosa (1995, p.37).

Existe apenas uma separação entre as curvas, cuja distância é função


do teor de sólidos, finura, geometria de empacotamento e afinidade das
partículas de talco com as moléculas do polímero.
Os processos de mistura e extrusão, fornecem ótimas condições de
cisalhamento, garantindo a desaglomeração das partículas do talco, de modo
que estas sejam molhadas e dispersas pelo liquido, substituindo todo ar incluso
e absorvido. O equipamento deve ser suficientemente potente para atender a
forte demanda de torque na região de baixa taxa de cisalhamento. A cinética
de dispersão é acelerada com a redução na viscosidade.
Um melhor controle da viscosidade na região de baixa taxa de
cisalhamento pode corrigir alguns defeitos de acabamento, como por exemplo,
fosqueamento, presença de manchas e estrias (linhas de fluxo e de solda).
5.1 Influência do talco

O talco é um aditivo muito usado como agente nucleante em


composição de polipropileno, principalmente com o objetivo de melhorar as
propriedades mecânicas do composto.
Segundo Paoli (2009), os agentes nucleantes são usados para iniciar
(nuclear) um processo de cristalização, ou na formação de fases cristalinas na
massa polimérica. Aumentando assim o grau de cristalinidade e reduzindo o
tamanho dos cristalinos.
Seu principal efeito é aumentar a transparência e o brilho do material
aditivado. Também aumenta a rigidez do material e reduz o tempo do ciclo de
moldagem, pois aumenta a velocidade de cristalização.
Na tabela abaixo mostram os dados referentes à porcentagem de
concentração do agente nucleante (Conc. % m/m), temperatura de fusão
cristalina (Tm), índice de espalhamento de luz (LSI) e a temperatura (T).

Tabela 4: Agentes nucleantes poliméricos para polipropileno.


Fonte: Paoli (2009, p.23)

Segundo Botelho (2007) muitos polímeros que são cristalizados a partir


do estado líquido formam estruturas esferulíticas, e o polipropileno é um deles.
O esferulito consiste de um agregado de cadeias paralelas (lamelas) que
se irradiam a partir de um ponto central (ponto de nucleação) nas três direções,
formando esferas.
A figura abaixo mostra duas fotomicrografias comparando a estrutura
esferulítica observada no polipropileno puro e no polipropileno aditivado com
um agente nucleante.

Figura 13: Fotomicrografias das estruturas esferulíticas observadas em: a) PP puro; b)


PP com agente nucleante.
Fonte: Botelho (2007).

Segundo Magnesita (2007) o efeito do talco na matriz do polipropileno


homopolímero é mais acentuado, e quanto maior o teor de talco, maior é a
temperatura de cristalização (ou seja, ocorre à antecipação do início do
processo de cristalização com a adição do talco) e menor é o valor dos
intervalos de temperaturas de “super-resfriamento”. O mesmo comportamento
é observado para a matriz do copolímero, ainda que em escala menor.
C o m p ó s it o s T c (°C ) T m (°C ) G C
N o r m a liz a d o

P P re f. 1 1 6 ,0 1 6 3 ,7 5 3 ,8 % 4 7 ,7
PP Homopolimero

10% T 1 2 5 ,0 1 6 4 ,3 5 7 ,8 % 3 9 ,3

20% T 1 2 7 ,0 1 6 4 ,2 5 9 ,6 % 3 7 ,2

30% T 1 2 7 ,5 1 6 5 ,0 6 2 ,7 % 3 7 ,5
40% T 1 2 7 ,7 1 6 4 ,6 5 8 ,7 % 3 6 ,9

P P re f. 1 2 1 ,0 1 6 6 ,9 2 8 ,4 % 4 5 ,9
PP Copolimero

10% T 1 2 4 ,5 1 6 7 ,0 2 9 ,6 % 4 2 ,5
20% T 1 2 5 ,3 1 6 7 ,3 2 8 ,4 % 4 2 ,0
30% T 1 2 5 ,5 1 6 7 ,5 2 8 ,1 % 4 2 ,0

40% T 1 2 5 ,6 1 6 7 ,6 2 8 ,8 % 4 2 ,0

Tabela 5: Temperaturas de cristalização, fusão cristalina e o grau de cristalinidade


(GC) normalizado da matriz de PP (homo e copolímero) nos compostos de PP e
PP/Talco.
Fonte: Magnesita (2007).
Segundo Magnesita (2007) observa-se que a temperatura de fusão
cristalina em ambos os casos, é pouco influenciada, apresenta pouca variação.
O grau de cristalinidade total também sofre pouca influência, no caso do
Polipropileno copolímero, porém para o Polipropileno homopolímero o aumento
de cristalinidade total da matriz é considerável. Esse aumento influencia
diretamente nas propriedades mecânicas do composto final.

5.2 Principais aplicações do polipropileno com talco na indústria


automobilística

Segundo Magnesita (2007) na indústria automobilística, o composto de


polipropileno é o plástico que mais cresce. Atualmente, mais de 80% da
produção são destinados para o setor e utilizados para aplicação específica
(fabricação de pára-choques, painéis, portas, forros e peças do motor, entre
outros itens). Além das vantagens citadas anteriormente, este composto possui
diferenciais como alto desempenho, custo baixo, menor consumo de energia,
baixo odor, melhoria na segurança e no desempenho, economia de energia por
tornar o veículo mais leve e o fato de ser reciclável.

Figura 14: Pára-choque e painel de polipropileno com talco


Fonte: Magnesita (2007, p.26)
Segundo Oliveira (2006) os automóveis brasileiros carregam cerca de 40
kg de polipropileno, 35 dos quais na forma de composto da resina. Destes 35
kg, mais de 70% é formado por compostos de Polipropileno. Não à toa, o
Polipropileno predomina nos pára-choques dos veículos nacionais e tem larga
aplicação nos painéis de instrumentos.
A alta produtividade, a menor densidade e comportamento acústico,
entre outros, contribuem para o uso dos compostos de Polipropileno em
aplicações de engenharia na indústria automobilística, em detrimento dos
metais. As características de fácil processamento (baixa temperatura, facilidade
de fluxo e tensões residuais reduzidas) possibilitam design inovador, bem como
a produção de peças com geometrias complexas e com alta exigência
estrutural e térmica.
Mesmo com tanto avanço, ainda há problemas para serem resolvidos
como o esbranquiçamento encontrado nos pára-choques de polipropileno de
alguns veículos. A causa é a formulação inadequada.
O pára-choque fica esbranquiçado pela degradação superficial do
composto. O motivo pode ser aditivação imprópria para exposição ao sol, ou
uso de cargas minerais com alto teor de óxidos metálicos, que também podem
afetar o desempenho do material.
6. Considerações Finais

O principal objetivo deste trabalho foi analisar se as propriedades


mecânicas do polipropileno podem ser melhoradas quando se adiciona o
mineral talco em sua composição.
Foi possível observar que algumas das principais propriedades
mecânicas como resistência ao impacto e aumento de rigidez são alcançados
quando se aditiva o polipropileno, por outro lado outras características como
índice de fluidez, e resistência à tração tem resposta negativa.
Já as condições de processamento são favoráveis, pois se tem uma
redução nos tempos de ciclo de moldagem por injeção.
Devido ao seu formato lamelar, as partículas do talco tendem a se
orientar na direção do fluxo de preenchimento da cavidade (paralelamente a
superfície do moldado). Como resultado, o compósito reforçado com talco
aumenta a rigidez (módulo elástico) e a temperatura de termo-distorção (HDT),
quando comparado com o polímero virgem.
Portanto é possível concluir que ainda deve ser feito estudos mais
aprimorados para encontrar possíveis soluções que possam corrigir essas
propriedades que ainda mostram respostas negativas no processo de
aditivação do polímero.
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