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CENTRO PAULA SOUZA

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE SUZANO


Ensino Técnico Integrado ao Médio de Química

Laís Graciano Souza Barros


Marianna Bertoletti de Siqueira

SÍNTESE DA HIDROXIAPATITA A PARTIR DA CASCA DE OVOS


PARA PRODUÇÃO DE CIMENTO ÓSSEO

Suzano
2021
Laís Graciano Souza Barros
Marianna Bertoletti de Siqueira

SÍNTESE DA HIDROXIAPATITA A PARTIR DA CASCA DE OVOS


PARA PRODUÇÃO DE CIMENTO ÓSSEO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Técnico em Química da Escola Técnica
Estadual de Suzano, orientado pelo Professor
Cesar Tatari, como requisito obrigatório para
obtenção do título de técnico em Química.

Suzano
2021
Laís Graciano Souza Barros
Marianna Bertoletti de Siqueira

SÍNTESE DA HIDROXIAPATITA A PARTIR DA CASCA DE OVOS


PARA PRODUÇÃO DE CIMENTO ÓSSEO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Técnico em Química da Escola Técnica
Estadual de Suzano, orientado pelo Professor
Cesar Tatari, como requisito obrigatório para
obtenção do título de técnico em Química.

APROVADO EM ____ / ____ / ____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________
Primeiro Membro

____________________________________
Segundo Membro

____________________________________________

Terceiro Membro
AGRADECIMENTOS

Ao fazer uma retrospectiva do caminho percorrido que levou até o término deste
trabalho de conclusão de curso, gostaríamos de manifestar nossa imensa gratidão:

Aos professores por dedicar seu trabalho com tanto carinho, paciência e entusiasmo.
Esse amor ao lecionar, trouxe um sentimento especial que nos inspirou a alcançar
sonhos e objetivos. Os ensinamentos foram muito além da relação entre mestre e
aluno, e com certeza iremos levar esse aprendizado para toda vida. Nos tornamos
fruto do comprometimento de pessoas incríveis, e ressaltamos aqui, todo nosso
respeito e admiração. Um agradecimento especial ao professor Cesar Tatari, nosso
orientador e aliado no desenvolvimento deste trabalho.

Agradecimento aos nossos familiares, pelo apoio, compreensão e incentivo nos


momentos de dificuldade e exclusiva dedicação à realização deste trabalho de
conclusão de curso, e pela força que nos ofereceram ao longo deste período.

Aos amigos, que a vida nos proporcionou, que participaram direta ou indiretamente
do processo de desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, agradecemos pelo apoio
e amizade incondicional.

Aos colegas da turma de 2019 do ETIM de Química da ETEC de Suzano, com quem
convivemos intensamente ao longo desses três anos de curso, pela troca de
experiências que nos permitiram o crescimento acadêmico e pessoal. Em especial à
aluna Bárbara Fernandes, pelo companheirismo, manifestações de amparo e ajuda
mútua. Agradecemos pela amizade especial!

E finalmente a Deus que nos fortaleceu a cada dia para chegar ao final desse desafio,
sem sua graça nada disso seria possível.
“A ciência nunca resolve um problema sem criar
pelo menos outros dez.”
George Bernard Shaw
RESUMO

O presente estudo analisou a possibilidade do uso da casca de ovo, como fonte


alternativa, no desenvolvimento de itens resultante do processo de calcinação. O ovo
é um alimento mundialmente consumido e, por conseguinte gera grande quantidade
de casca residual. Sua rica composição em cálcio, proporciona a criação de novos
produtos que atuam na resolução, e mediação de problemas da sociedade. Para a
realizar a mudança de fase do Carbonato de Cálcio (CaCO 3) para o Óxido de Cálcio
(CaO), é executado a calcinação, e posteriormente é realizado uma mistura de Ácido
fosfórico (H3PO4), obtendo como resultado a Hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2),
substância desejada neste experimento para a produção de cimento ósseo. Os
cimentos ósseos poliméricos (PMMA) ou cerâmicos (fosfatos e silicatos de cálcio)
destacam-se para aplicações em cirurgias ortopédicas e odontológicas, tais como:
reconstrução óssea, artoplastia. O cimento ósseo apresenta características que o
qualificam cada vez mais a ser utilizado, tendo em vista sua bioatividade e capacidade
de reabsorção no organismo. Sendo a Hidroxiapatita o principal componente do
cimento ósseo, reage com um gel, produzido a partir de Carbopol, polímero acrílico
muito utilizado para estabilizar emulsões e dar viscosidade, essa substância foi a
alternativa encontrada para a substituição do PMMA, uma vez que esse polímero
também apresenta características acrílicas, produzindo o cimento ósseo.
Palavras-chave: Casca de ovo; Calcinação; Cálcio; Cimento Ósseo; Hidroxiapatita.
ABSTRACT

This study analyzed the possibility of using eggshell as an alternative source in the
development of items resulting from the calcination process. Egg is a food consumed
worldwide and therefore generates a large amount of residual shell. Its rich
composition in calcium, allows the creation of new products that act in the resolution
and mediation of society's problems. In order to carry out the phase change from
Calcium Carbonate (CaCO3) to Calcium Oxide (CaO), calcination is performed, and
then a mixture of phosphoric acid (H3PO4) is carried out, resulting in Hydroxyapatite
(Ca10(PO4))6(OH)2), desired substance in this experiment for the production of bone
cement. Polymeric bone cements (PMMA) or ceramics (calcium phosphates and
silicates) stand out for applications in orthopedic and dental surgeries, such as: bone
reconstruction, arthroplasty. Bone cement has characteristics that make it more and
more suitable for use, given its bioactivity and resorption capacity in the body. As
Hydroxyapatite is the main component of bone cement, it reacts with a gel, produced
from Carbopol, an acrylic polymer widely used to stabilize emulsions and give viscosity,
this substance was the alternative found to replace PMMA, since this polymer also
presents acrylic characteristics, producing bone cement.
Keywords: Eggshell; Calcination; Calcium; Bone Cement; Hydroxyapatite.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos biomateriais ................................................................ 22


Tabela 2 - Aplicações clínicas dos biomateriais ....................................................... 23
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Consumo per capita de ovos no Brasil (unidade por habitante) ............. 16
Gráfico 2 - Produção brasileira de ovos (unidade) .................................................... 16
Gráfico 3 - Produção de ovos em milhões, 2017 ...................................................... 17
Gráfico 4 - Composição química da casca (%) ......................................................... 19
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável .........................................14


Figura 2 - ODS 9 ........................................................................................................15
Figura 3 - ODS 12 ......................................................................................................15
Figura 4 - Composição do ovo ...................................................................................18
Figura 5 - Estrutura molecular da Hidroxiapatita ........................................................20
Figura 6 - Introdução do Cimento Ósseo ..................................................................21
Figura 7 - Higienização com hipoclorito de sódio .......................................................24
Figura 8 - Lavagem com água corrente .....................................................................24
Figura 9 - Trituração das cascas ................................................................................25
Figura 10 - Peneiração das cascas ........................................................................... 25
Figura 11 - Cadinho na mufla .....................................................................................26
Figura 12 - Dissolução do Óxido ................................................................................27
Figura 13 - Sistema montado ....................................................................................27
Figura 14 - Filtragem da solução ...............................................................................28
Figura 15 - Papel filtro retirado da estufa ..................................................................28
Figura 16 - Carbopol diluído em água .......................................................................29
Figura 17 - Hidroxiapatita e gel .................................................................................29
Figura 18 - Hidroxiapatita após retirada do papel filtro .............................................30
Figura 19 - Cimento ósseo ........................................................................................30
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABPA Associação Brasileira de Proteína Animal


CaCO3 Carbonato de cálcio
CaO Óxido de cálcio
Ca(OH)2 Hidróxido de cálcio
Ca10(PO4)6(OH)2 Hidroxiapatita
DHA Ácido docosahexanóico
EPA Ácido eicosapentaenóico
FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
HAP Hidroxiapatita
H3PO4 Ácido fosfórico
KH2PO4 Fosfato de potássio monobásico
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12
2.0 RELEVÂNCIA DO TEMA ................................................................................ 12
2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 12
2.2 Objetivo específico ....................................................................................... 13
2.3 Justificativa ................................................................................................... 13
2.4 Hipótese ....................................................................................................... 15
3.0 EMBASAMENTO TEÓRICO ........................................................................... 16
3.1 Consumo e produção de ovos ..................................................................... 16
3.2 Composição da casca do ovo ...................................................................... 18
3.3 Hidroxiapatita ............................................................................................... 19
3.4 Cimento ósseo ............................................................................................. 21
3.5 Biomateriais ................................................................................................. 22
4.0 PROCEDIMENTO ........................................................................................... 24
4.1 Higienização................................................................................................. 24
4.2 Secagem ...................................................................................................... 24
4.3 Armazenamento ........................................................................................... 24
4.4 Trituração ..................................................................................................... 24
4.5 Peneiração ................................................................................................... 25
4.6 Calcinação ................................................................................................... 26
4.7 Dissolução.................................................................................................... 26
4.8 Mistura dos reagentes .................................................................................. 27
4.9 Filtragem ...................................................................................................... 27
4.10 Preparação do gel ........................................................................................ 28
4.11 Mistura e moldagem ..................................................................................... 29
5.0 RESULTADO E DISCUSSÕES ...................................................................... 30
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 31
12

1.0 INTRODUÇÃO
Como consequência do desenvolvimento tecnológico tem-se investido cada vez mais
em inovação. Esses benefícios se estendem principalmente na área da saúde, e
graças a esses avanços o inimaginável se tornou possível, proporcionando uma
qualidade e expectativa de vida maior as pessoas.
Em razão das inúmeras possibilidades, um simples resíduo como a casca do ovo pode
atuar na confecção de biocerâmicas, que induzem respostas biológicas ao sistema
ósseo devido a presença de cálcio. Dentre os biomateriais, as biocerâmicas de fosfato
de cálcio ganham evidência devido às suas propriedades como ausência de
toxicidade, ausência de reações a corpos estranhos e em alguns casos a habilidade
de se ligar com o tecido hospedeiro (KAWACHI, et al., 2000).
A medida que a população mundial se expande, bem como sua demanda de consumo,
a indústria necessita aprimorar o mercado e reduzir os impactos dos materiais
envolvidos. Considerando as aplicações dos fosfatos de cálcio como a Hidroxiapatita
presente nesse estudo, o ovo se torna uma alternativa sustentável e economicamente
viável.
Concomitante com o desenvolvimento tecnológico, a crescente produção de bens de
consumo e o desejo por lucro, procura-se caminhos alternativos para a preservação
dos recursos naturais do planeta. A sociedade contemporânea está passando por uma
conscientização ambiental em massa, e com novos preceitos surgindo, exige-se
produtos e serviços, de mesma qualidade, mas produzidos com um impacto biológico
reduzido.
A presente pesquisa teve como objetivo o estudo da praticabilidade da obtenção da
Hidroxiapatita (HAP), a partir das cascas de ovos residuais, como fonte alternativa de
cálcio para produção de cimento ósseo. A casca de ovo de galinha é um material que
contém aproximadamente, 94% de Carbonato de Cálcio, substância essencial na
síntese da Hidroxiapatita (HESTER, et al., 2013).

2.0 RELEVÂNCIA DO TEMA


2.1 Objetivo geral
 Reutilizar a casca de ovos descartados, como matéria-prima para a síntese
da Hidroxiapatita (HAP).
13

2.2 Objetivo específico


 Executar a produção ministrando os conhecimentos e métodos encontrados
na literatura;
 Valorizar o resíduo no desenvolvimento de novos produtos;
 Realizar a calcinação;

2.3 Justificativa
Por ser um alimento mundialmente utilizado em vários processos, o ovo gera uma
quantidade muito expressiva de casca. Visamos reduzir o desperdício desse bem com
amplas propriedades tecnológicas, reaproveitar e converter o descarte desses
resíduos em hidroxiapatita sintética, um material que pode ser utilizado na
reconstrução ou reparo de partes do organismo humano. O produto desse
experimento, auxilia tanto em aplicações médicas quanto dentais, devido a sua
biocompatibilidade, bioatividade, afinidade química e biológica com os tecidos ósseos
(GOUVEIA, 2006). Além de ser economicamente viável, este projeto se alinha aos
Objetivos de Desenvolvimento sustentável (ODS), especificamente das propostas 9
(Indústria, inovação e infraestrutura) e 12 (Consumo e produção responsáveis), que
buscam o fortalecimento da pesquisa científica, e diminuição de resíduos por meio da
prevenção, reciclagem e reuso.
Os ODS, fazem parte de uma agenda mundial que foi aprovada pela ONU
(Organização das Nações Unidas) no mês de setembro de 2015, durante a Cúpula
das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. A agenda é composta por
17 objetivos, ilustrados em (figura 1), com 169 metas para serem cumpridas até o ano
de 2030
Na agenda estão calculadas ações mundiais, podemos então dividir os temas em 4
tópicos:
 Social: possui relação com as necessidades humanas, saúde, educação,
melhoria na qualidade de vida e justiça.
 Ambiental: tratando da preservação e conservação do meio ambiente.
 Econômica: tratando do uso e o esgotamento dos recursos naturais, a
produção de resíduos, o consumo de energia, entre outros.
 Institucional: diz respeito às capacidades de colocar os ODS em prática.
14

Segue abaixo o quadro dos ODS.


Figura 1 - Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: ODS Brasil. Disponível em: <https://blog.waycarbon.com/2015/10/conheca-os-17-objetivos-


do-desenvolvimento-sustentavel-da-onu/>

O ODS 9, objetivo ilustrado em (figura 2), busca a construção de estruturas resilientes


e modernas, ao fortalecimento industrial de forma eficiente, ao fomento da inovação,
com valorização da micro e pequena empresa e inclusão dos mais vulneráveis aos
sistemas financeiros e produtivos.
Segue objetivos, segundo o site dos ODS.
 9.4 - Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-
las sustentáveis, com eficiência aumentada no uso de recursos e maior adoção
de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente adequados;
com todos os países atuando de acordo com suas respectivas capacidades.
 9.5 - Fortalecer a pesquisa científica, melhorar as capacidades tecnológicas de
setores industriais em todos os países, particularmente nos países em
desenvolvimento, inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando
substancialmente o número de trabalhadores de pesquisa e desenvolvimento
por milhão de pessoas e os gastos público e privado em pesquisa e
desenvolvimento.
15

Figura 2 - ODS 9.

Fonte: <https://voluntariadoempresarial.com.br/ods-ideias-de-acoes-voluntarias/>

O ODS 12, objetivo ilustrado em (figura 3), busca a promoção da eficiência do uso de
recursos energéticos e naturais, da infraestrutura sustentável, do acesso a serviços
básicos. Além disso, o objetivo prioriza a informação, a gestão coordenada, a
transparência e a responsabilização dos atores consumidores de recursos naturais
como ferramentas chave para o alcance de padrões mais sustentáveis de produção e
consumo.
 12.2 - Até 2030, alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos
naturais
 12.5 - Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da
prevenção, redução, reciclagem e reuso
Figura 3 - ODS 12.

Fonte: <https://voluntariadoempresarial.com.br/ods-ideias-de-acoes-voluntarias/>

2.4 Hipótese
Na contemporaneidade há maiores preocupações com a produção sustentável, e com
isso há uma consciência coletiva para a preservação do meio ambiente. Essa é uma
questão que movimenta esse projeto de pesquisa, visto que a produção da
hidroxiapatita é realizada a partir de cascas de ovos residuais, gerando por
consequência uma quantidade reduzida de detrito do meio ambiente. Também há um
questionamento se o desenvolvimento do processo vai ser o suficiente para oferecer
maior qualidade possível, uma vez que, o uso é principalmente destinado a aplicações
médicas.
16

3.0 EMBASAMENTO TEÓRICO


3.1 Consumo e produção de ovos
O ovo é um alimento de baixo custo altamente consumido, apodera-se da quinta
posição no ranking das proteínas de origem animal mais produzidas mundialmente.
Como demonstrado nos gráficos 1 e 2, em dez anos o Brasil vem apresentando
crescentes números, principalmente na sua produção que em 2020 apenas 0,3% foi
destinado para exportações (ABPA, 2020).

Gráfico 1 - Consumo per capita de ovos no Brasil (unidade por habitante).


2010 148
2011 162
2012 161
2013 168
2014 182
2015 191
2016 190
2017 192
2018 212
2019 230
2020 251

Fonte: ABPA, 2020

Gráfico 2 - Produção brasileira de ovos (unidade).

2010 28.851.931.850

2011 31.554.292.134

2012 31.775.108.157

2013 34.120.752.431

2014 37.245.133.102

2015 39.511.378.639

2016 39.181.839.294

2017 39.923.119.357

2018 44.487.496.586

2019 49.055.709.215

2020 53.533.542.389

Fonte: ABPA, 2020


17

O mercado internacional de ovos está em uma continua expansão, levando em


consideração um rápido crescimento da população mundial, o consumo de ovos,
consequentemente, segue a mesma linha de crescimento contínuo

A China retém o primeiro lugar no ranking de maior produtor e consumidor de ovos do


mundo. Considerando o gráfico 3, com dados coletados da FAO em 2017, percebe-
se que a produção internacional de ovos é altamente concentrada.

Gráfico 3 - Produção de ovos em milhões, 2017.

China 537.000
EUA 107.000
Índia 88.137
México 55.418
Brasil 50.943
Rússia 44.351
Japão 43.353
Indonésia 33.940
Turquia 19.282
Paquistão 17.083
França 15.917
Ucrânia 15.351
Suíça 957

Fonte: FAO

No mundo a produção e consumo de ovos possui uma expansão mais acelerada em


países emergentes, em contrapartida, nos países desenvolvidos a taxa de expansão
segue parcialmente estáveis.

Considerando dados estatísticos, nos últimos 50 anos a fabricação mundial primária


de ovos catalogou uma expansão de cerca de 5 vezes, valor superior ao constatado
do nível demográfico, permitindo um aumento na oferta alimentar (FAO, 2018). Dados
também apontam que entre 2016 e o final do século XXI, a produção primaria de ovos
deverá aumentar cerca de 102% (FERNANDES, et al., 2019).
18

3.2 Composição da casca do ovo


O ovo pode ser considerado uns dos alimentos mais completos da dieta humana, além
de possuir vantagens nutricionais, trata-se de uma proteína de baixo custo,
contribuindo na melhoria da alimentação, principalmente, da população em situação
de vulnerabilidade.
Apresenta ácidos graxos essenciais de cadeia longa em sua composição, tais como:
ácido araquidônico, ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexanóico (DHA).
EPA e DHA, são ácidos graxos presentes no Ômega 3, que retêm benefícios que
reduzem os riscos de doenças cardiovasculares e auxiliam na melhoria dos processos
cognitivos (FRAEYE, 2012).
Sendo um recipiente biológico, constitui-se de materiais orgânicos e inorgânicos,
reunindo partes como a casca, a membrana da casca, a gema e a clara, com exceção
de partes com proporções menores, em comparação, como o disco germinativo, a
calaza, a câmara de ar e cutícula. A casca por sua vez, representa 12% da composição
total do ovo, tendo como principal função a proteção, para que o desenvolvimento do
embrião ocorra sem interferências externas, podendo ser dita como uma embalagem
que envolve um conteúdo.
Figura 4 - Composição do ovo.

Fonte: CALEFFI, Franciele, 2018.

A casca dispõe de um alto nível de porosidade, permitindo a troca gasosa, entrada e


saída de CO2 (Dióxido de Carbono). A casca do ovo de galinha é composta por 94%
de Carbonato de Cálcio (CaCO3), 1% de Carbonato de Magnésio (MgCO3), 4% de
matéria orgânica, especialmente as proteínas como glicoproteínas, mucoproteínas,
19

colágeno e mucopolissacarídeos (HESTER, et al., 2013). Além de outros minerais


como Fósforo, Magnésio, Cobre, Zinco, Manganês e Ferro (RICHARDS, 1997).
Indicado no Gráfico (4).

Gráfico 4 - Composição química da casca (%)

1% 1%

4%

94%

Carbonato de Cálcio Carbonato de Magnésio Matéria Orgânica Outros Minerais

Fonte: HESTER et al. 2013; RICHARDS, 1997; adaptado.

Encontra-se na casca aproximadamente 2 a 2,5g de Cálcio. A condição nutricional da


galinha interfere diretamente na qualidade do ovo, em virtude de que a formação da
casca é principalmente de Carbonato de Cálcio, sua deficiência resulta em uma casca
de ovo fina ou mole. Torna-se evidente a importância desse mineral na alimentação
da ave (BURLEY, et al., 1989).

3.3 Hidroxiapatita
Dentre os fosfatos de cálcio empregados na área biomédica, a HAP vem sendo
bastante estudada devido à semelhança à fase mineral dos ossos (CUNHA, et al.,
2006). É um componente orgânico na formação do esmalte do dente, e em implantes,
na área odontológica, pode ser utilizado como constituinte químico no
desenvolvimento do osso para sustentação do pino de titânio. Essas aplicações não
se restringem a recobrimentos de implantes metálicos, enxertos de cavidades ósseas
e agentes liberadores de drogas. Os materiais nanoestruturados promovem benefícios
20

biológicos a adesão de osteoblastos, a osteointegração e a deposição de fosfatos de


cálcio na superfície dos mesmos (CUNHA, et al., 2006).
A HAP possuí estrutura hexagonal (indicado na figura 2) com grupo espacial P63/m, e
razão Ca/P, igual a 1,67 (MAVROPOULOS,1999). O termo “hidroxi” se refere ao grupo
OH, enquanto o termo “apatita” se designa a uma família de compostos com estrutura
similar. Possuem fórmula geral R5Y(XO4)3, onde R = Ca, Mg, Pb, Mn; Y = F, Cl, Br e
OH e X = P, As, V (VALENTE,1999).
Figura 5 - Estrutura molecular da Hidroxiapatita.

Fonte: KAY et al, 1964

A Hidroxiapatita, possui propriedades de biocompatibilidade, aceitação do biomaterial


pelo corpo, e biofuncionalidade, habilidade do material desempenhar a função
desejada, que acrescentadas a sua alta habilidade de adsorver e absorver fazem com
que a hidroxiapatita torne-se exímio auxiliador para a ação prolongada de drogas
anticancerígenas no tratamento de tumores ósseos, permitindo que a recuperação da
doença seja realizada com a liberação gradual da droga no organismo (FULMER, et
al., 1992).

Correspondente à sua grande afinidade por proteínas, a hidroxiapatita pode ser


aplicada como adsorvente em cromatografia líquida (AKAZAWA et al., 1996), sua
capacidade de adsorção tem conexão com sua estrutura porosa.
21

A HAP caracteriza um material de baixo custo que poderia ser utilizado na contenção
de poluição ambiental. Estuda-se a sua utilização como catalisador na decomposição
de compostos orgânicos clorados poluentes, procedentes das indústrias metalúrgicas
e da incineração do detrito industrial (NISHIKAWA, 1992). Seguindo a linha ambiental
a HAP manifesta alta capacidade de remoção de metais pesados (MA, et al., 1993).

3.4 Cimento ósseo


Os cimentos de fosfato de cálcio são indicados para o preenchimento de defeitos no
osso poroso, auxiliando na neoformação óssea, podendo ser utilizado para
assentamento ósseo, em fraturas e perdas ósseas. Indicado especialmente para uso
médico e odontológico (SANTOS, 2018).

Figura 6 - Introdução do cimento ósseo.

Fonte: <http://intermedic.com.br/files/downloads/80094170061_CALLOS.pdf>

A correspondência e similaridade morfológica e química entre este biomaterial e a


parte mineral dos tecidos ósseos, sendo o cimento substituído, com o tempo, por
tecido ósseo novo, e com a vantagem de não desencadear processos inflamatórios e
de corpos estranhos, com eventual expulsão do material implantado, tendo em vista
sua bioatividade e biocompatibilidade com os tecidos ósseos (MACHADO, 2007).
Permitindo assim a Osteocondução, processo que permite o crescimento de tecido
novo, proveniente do hospedeiro, levando como guia o material transplantado
(ALENCAR, et al., 2010).
22

3.5 Biomateriais
O termo “biomaterial” teve como data de origem 1982, sendo utilizado para
caracterizar qualquer substância ou combinação de substancias, naturais ou
sintéticas, que possam ser utilizadas em aplicações biomédicas, que interajam com
sistemas biológicos e substitua, aumente ou trate qualquer tecido, órgão ou função do
corpo (VON RECUM, et al., 1995 e PEREIRA, 2006).
Os biomateriais possuem utilidades no ramo médico e odontológico, são utilizados em
implantes e próteses, em implantes pode-se aplicar tanto em tecidos moles, como as
próteses de silicone, quanto para ossos e dentes, como os implantes de raiz de
dentes. Os biomateriais podem ser utilizados também para a fabricação de
dispositivos para a liberação de medicamentos e curativos. Eles podem ser
classificados em quatro classes de acordo com a compatibilidade que apresentam
com os tecidos adjacentes (tabela 1).

Tabela 1 - Classificação dos biomateriais


CLASSE DEFINIÇÃO EXEMPLOS
Biotolerante Implantes separados do osso Polímeros sintéticos e grande
adjacente por uma camada de maioria dos metais
tecido mole ao longo da
interface. Não há contato na
osteogênese.
Bioinerte Implantes em contato direto Alumina, zircônia, titânio,
com o tecido ósseo, ocorrendo tântalo, nióbio e carbono.
participação na osteogênese.
Bioativo Ocorre interação entre o Ca-fosfato, vitro-cerâmicas e
implante e o tecido ósseo, hidroxiapatita.
interferindo diretamente na
osteogênese.
Bioreabsorvíveis Materiais que, após certo Fosfato tricálcico (TCP) e o
período de tempo em contato PLLA (poli-L-ácido láctico)
com os tecidos, acabam sendo
degradados, solubilizados ou
fagocitados pelo organismo.
Fonte: KAWATY, et al., 1998. Adaptado

Os biomateriais são divididos em quatro tópicos, segue tabela explicativa (tabela 2).
23

Tabela 2 - Aplicações clínicas dos biomateriais


BIOMATERIAL VANTAGENS DESVANTAGENS APLICAÇÕES
Polímeros Elasticidade, fácil Baixa resistência Suturas, artérias,
fabricação, baixa mecânica, veias; maxilofacial,
densidade degradação tendão artificial;
dependente do oftalmologia
tempo
Metais e ligas Alta força de tensão, Baixa Fixação ortopédica
alta resistência a biocompatibilidade, (parafusos, pinos,
desgaste, energia de corrosão em meio placas, fios, hastes);
deformação alta fisiológico, perda das implantes dentários
propriedades
mecânicas com
tecidos conectivos
moles, alta
densidade
Cerâmicas e vidros Boa Baixa força de Ossos, juntas,
biocompatibilidade, tensão, baixa dentes, válvulas,
resistência à resistência tendões, vasos
corrosão, inércia, mecânica, baixa sanguíneos e
alta resistência à elasticidade, alta traqueias artificiais
compressão densidade
Compósitos Boa Material de Válvula cardíaca
biocompatibilidade, fabricação (carbono ou grafite
inércia, resistência à incompatível pirolítico), implantes
corrosão, alta força de juntas de joelho
de tensão (fibra de carbono
reforçada com
polietileno de alta
densidade)
Fonte: BATH e SANTOS, 2002. Adaptado

Por ser o principal elemento presente na fase mineral dos ossos, as cerâmicas de
fosfato de cálcio se destacam entre as denominadas biocerâmicas, por se ausentarem
de toxicidade local ou sistêmica, de respostas a corpos estranhos ou inflamações, e
aparente habilidade de se ligar ao tecido hospedeiro (KAWACHI, et al., 1998).
Os primeiros relatos sobre utilização de cerâmicas como biomateriais se reportam em
1894, quando Dreesman utiliza o gesso como substituto para o osso. Entretanto, esse
material se caracteriza por uma resistência mecânica muito baixa e de rápida
24

reabsorção do organismo, resultando assim, no seu descarte de uso em implantes


(KRIEGER, 2003).

4.0 PROCEDIMENTO
4.1 Higienização
A película da casca é responsável pelo odor desagradável, e para higienizar os ovos
recém utilizados é necessário borrifar uma solução de hipoclorito de sódio (água
sanitária), seguido de uma lavagem com água corrente.

Figura 7 - Higienização com hipoclorito de sódio.

Figura 8 - Lavagem com água corrente.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

4.2 Secagem
A fim de um armazenamento correto, é realizado a secagem na estufa.

4.3 Armazenamento
Após esses processos iremos acondicionar as cascas secas em um recipiente plástico
com tampa, para que não haja contato com o meio externo até a etapa seguinte.

4.4 Trituração
Para reduzir o volume de casca, a mesma é direcionada ao liquidificador para ser
triturada.
25

Figura 9 - Trituração das cascas.

Fonte: Acervo pessoal, 2021

4.5 Peneiração
Antes de ser encaminhado para a mufla, a casca do ovo é peneirada para reter as
partículas de tamanho indesejado.

Figura 10 - Peneiração das cascas.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


26

4.6 Calcinação
Para que ocorra mudança do carbonato de cálcio à óxido de cálcio, é realizado a
calcinação, onde as cascas são submetidas à uma temperatura de 800 oC na mufla.

Figura 11 - Cadinho na mufla.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

4.7 Dissolução
O óxido obtido a partir da calcinação é transferido para um béquer de 500mL e em
seguida solubilizado em água destilada.
Figura 12 - Dissolução do Óxido.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


27

4.8 Mistura dos reagentes


A Hidroxiapatita foi obtida seguindo a reação abaixo:

10 Ca(OH)2(aq) + 6 H3PO4(aq)  1 Ca10(PO4)6(OH)2(s) + 18 H2O(l)

Utilizando a quantidade citada na metologia, fez- se o uso de 20g de CaO, para


aproximadamente 15 mL de ácido Fosfórico.

Para controlar a adição dos reagentes e o pH da solução, é montado um sistema com


o agitador magnético, pHmetro e bureta.

Figura 13 - Sistema montado.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

4.9 Filtragem
É realizada uma filtragem simples da solução, logo após é encaminhada a estufa,
onde a HAP fica retida no papel filtro e então é feito sua retirada.
Figura 14 - Filtragem da solução.
28

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

Figura 15 - Papel filtro retirado da estufa.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

4.10 Preparação do gel


Para dar início a essa etapa, pesou-se 0,5g do polímero Carbopol diluídos em 50mL
de água. Posteriormente, adicionou-se algumas gotas de Trietanolamina espessando
ainda mais o gel.
29

Figura 16 - Carbopol diluído em água.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

4.11 Mistura e moldagem


Por fim, para produzir o cimento ósseo juntou-se o fosfato de cálcio com o gel,
moldando no formato desejado.

Figura 17 - Hidroxiapatita e gel

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


30

5.0 RESULTADO E DISCUSSÕES


Após a produção da Hidroxiapatita, observa-se alguns aglomerados sólidos, mas,
apresenta-se majoritariamente em pó, possibilitando a liga com Carbopol, um
polímero acrílico. A secagem do produto foi realizada posteriormente, apresentando
rigidez, uma das características para a produção do Cimento Ósseo. Apesar de testes
clínicos não serem opções viáveis, conforme a literatura, foi possível realizar a síntese
da Hidroxiapatita para a produção de Cimento Ósseo.

Figura 18 - Hidroxiapatita após retirada do papel filtro.


Figura 19 - Cimento ósseo.

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Diante dos resultados expostos, foi destacado que o uso da casca do ovo - como fonte
alternativa de cálcio - para a produção do cimento ósseo, realizado a partir da
Hidroxiapatita – uma biocerâmica de fosfato de cálcio – e com a incorporação de um
gel efetuado a base de Carbopol e Trietanolamina, é possível e é viável, devido ao
baixo custo da matéria prima e quantidade muito expressiva de casca residual gerada.
31

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