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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me deu forças para nunca desistir dos
meus objetivos.
Agradeço à minha mãe por tudo que ela representa na minha vida, por ser essa
mulher guerreira e humilde, que sempre me motivou e acreditou nos meus sonhos; e
por ser tão presente apesar da distância, me aconselhando e motivando; sem ela não
teria conseguido chegar até aqui. Sem o seu apoio dele nada disso seria possível.
Agradeço a minha madrinha Claudia por todo o apoio e carinho.
Agradeço as amizades que fiz na universidade, foram de suma importância tê-
los comigo nessa jornada! Agradeço a Marcos, Mauricio, Claudius, Jaqueline,
Mhadyore, Iure, Carol, Leandro, Yure, Nilton, Wesley, Caique, Raydan, Jaidam.
Agradeço a Dona Zelia e a seu Mauricio, por me acolherem no início do curso.
Agradeço ao meu orientador, Profº Me. Adelson Ribeiro, pela dedicação,
paciência e contribuição para o meu crescimento acadêmico e pessoal.
Agradeço aos servidores Jaime e Marcio, por darem todo o suporte necessário
durante a realização dos experimentos.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia que me proporcionou
crescimento acadêmico e pessoal imensurável.
RESUMO
O Brasil é um dos maiores consumidores de óleo lubrificante do mundo, sendo que
os óleos minerais são um dos mais utilizados. Com todo esse consumo, é
descartado uma grande quantidade de óleo, que de forma recorrente são liberados
no meio ambiente poluindo rios e mares. Recentemente, surgiram vários estudos
buscando formas de reutilizar esse óleo, que mostraram resultados promissores.
Esse trabalho buscou verificar a viabilidade do uso de óleo 20W 50 usado como
base para novos fluidos de corte e os comparou com a viabilidade do óleo 20W 50
novo para a mesma aplicação, através do ensaio de pino sobre disco. Onde foram
estabelecidas três soluções a base de óleo novo e três soluções a base de óleo
usado, afim de analisar através do parâmetro de diferença de massa qual
composição apresenta o melhor desempenho. Ou seja, a menor diferença de massa.
Os estudos mostraram que a emulsão composta por 7% de óleo queimado e 93% de
água apresentou os melhores resultados. E comparando as emulsões a base de
óleo usado com as que são a base óleo novo, o segundo grupo apresentou
resultados melhores com uma média de 40% menos material removido.
Brazil is one of the largest consumers of lubricating oil in the world, with mineral oils being one
of the most used. With all this consumption, a large amount of oil is discarded, which are
recurrently released into the environment by polluting rivers and seas. Recently, several studies
have appeared to find ways to reuse this oil, which showed promising results. This work sought
to verify the viability of the 20W 50 oil used as a basis for new cutting fluids and compared them
with the viability of the new 20W 50 oil for the same application through the pin to disc test.
Where three solutions were established based on new oil and three solutions based on used
oil, in order to analyze through the parameter of mass difference which composition presents
the best performance. That is, the smallest difference in mass. The studies showed that the
emulsion composed of 7% of burned oil and 93% of water presented the best results. And by
comparing the used oil based emulsions with those being the new oil base, the second group
presented better results with an average of 40% less material removed.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
..................................................................................................................................29
3.2.1. Ensaio com fluido lubrificante a base de óleo mineral 20W 50 Havoline
...............................................................................................................................35
4.RESULTADOS ....................................................................................................... 37
5. CONCLUSÃO........................................................................................................ 42
5.1. Sugestões para trabalhos futuros......................................................... 42
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivos
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Tribologia
Para ter um entendimento sobre mecanismos e fenômenos de desgastes em
superfícies, é necessário o conhecimento de alguns aspectos muitos significativos,
tais como: Lubrificação e atrito. A Tribologia surgiu com o objetivo de suprir essas
necessidades que é definida como a ciência que estuda o comportamento do atrito,
do desgaste e da lubrificação das superfícies em contato e interagindo em movimento
relativo. O significado da palavra “Tribologia” foi derivado originalmente da língua
grega “Tribos” cujo significado é “esfregar, atrito” e “Logos” cujo significado é estudo,
daí a origem do termo ciência que estuda o atrito (MEDEIROS, 2010).
Nos casos em que se tem contato entre duas superfícies que estão em
movimento relativo, não podemos generalizar que temos como operação satisfatória
e desejável um baixo atrito, ou um alto atrito. Em alguns casos é de suma importância
ter baixo atrito, como no caso das articulações do quadril humano, ou nas articulações
de joelhos e cotovelos. À primeira vista, pode parecer que a tribologia busca reduzir
duas das desvantagens principais do contato entre sólidos, o atrito e o desgaste. Mas
a depender da aplicação, o atrito e/ou o desgaste são desejáveis. Como por exemplo
em sistemas mecânicos, como freios, embreagens, entre a pista de um rolamento e
as suas esferas ou entre o contato dos pneus de um veículo e a superfície do
pavimento (MEDEIROS, 2010).
Em muitos casos, o desgaste é prejudicial, ocasionando um aumento contínuo
da folga entre as partes que se movimentam ou a uma indesejável liberdade de
movimento. A perda de material por desgaste de pequenas quantidades relativas é
capaz de causar a completa falha de máquinas grandes e complexas. Entretanto, altas
taxas de desgaste são desejáveis em muitas aplicações, como em operações de
lixamento e polimento (MEDEIROS, 2010).
2.1.1. Histórico
Apesar de o termo “tribologia” ser relativamente novo, o interesse por esse
tema é mais antigo que os primeiros registros históricos. Durante o período Paleolítico
(idade da pedra lascada) chifres e ossos eram usados para cavar buracos ou para
produzir fogo através do atrito e que rochas eram utilizadas como recipientes onde
colocavam cereais e carnes para moerem. Alguns registros mostram o uso de rodas
no ano de 3500 a.C. comprovando o interesse dos nossos ancestrais em reduzir o
atrito nos movimentos de translação. Já no período Mesolítico (período de transição
entre o Paleolítico e o Neolítico, compreende aproximadamente 10.000 a 3.000 a.C.),
as civilizações egípcias utilizaram rodas e trenós para o transporte de blocos pesados,
e lubrificantes para diminuir o atrito e o desgaste (BHUSHAN, 1999).
16
Figura 2: Pintura rupestre que demonstra o uso de fluidos pelos egípcios para a redução de
atrito no transporte de uma imagem 1.800 anos a.C. (LAYARD, 1853).
Figura 3: Tribômetros desenvolvidos por Da Vinci para determinar a força de atrito: (a) em
superfícies horizontais e inclinadas, (b) efeito da área aparente, (c) efeito do uso de uma polia,
e (d) o torque num cilindro (SINATORA, 2005).
As soluções para os problemas tribologicos são obtidas para sólidos que tem
uma geometria conhecida e propriedades mecânicas conhecidas, enquanto as
irregularidades reais da superfície nas partes de uma máquina são muito variadas e
suas propriedades estão longe de ser ideais. Portanto, só é possível obter soluções
próximas da realidade, mas que graças as ferramentas estatísticas que temos
disponíveis é possível calcular uma média para toda a superfície em estudo e essa
aproximação é suficiente para a resolução dos problemas de engenharia em estudo
(KRAGELSKY, 1981).
Quando duas superfícies são colocadas em contato uma contra a outra, é
estabelecido entre elas uma ligação, conhecida como área aparente de contato. No
entanto toda e qualquer superfície possui as “áreas altas” da superfície, também
conhecidas como asperezas. No caso em que duas superfícies estão em contato, o
contato real deve ser relacionado ao contato microscópico, pois por melhor que seja
o acabamento superficial do corpo, dificilmente a superfície será perfeitamente lisa.
Este contato promove a formação de “junções” de asperezas, que determinam a
intensidade da força de atrito produzida, figura 4 (MEDEIROS, 2010).
Quando duas superfícies ásperas influenciadas por uma força normal entram
em contato, os picos da superfície oposta para fazer o contato primeiro são aqueles
para os quais a soma das alturas é a maior. À medida que a carga é aumentada,
novos pares de picos opostos com uma soma cada vez menor de alturas entrarão em
contato. Uma vez em contato, os picos da superfície ficam deformados. Esta
deformação em a principio é elástica. Quando a carga excede uma certa magnitude
crítica, no entanto, a deformação se transformará em deformação plástica ou, melhor,
elástico-plástica, porque o material sob um Pico permanentemente deformado irá
deflexionar elasticamente (KRAGELSKY, 1981).
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Figura 4: Desenho esquemático de uma vista da região de interface entre duas superfícies,
demonstrando a área aparente e a área real de contato (modelo de atrito por crescimento de
junção) (MEDEIROS, 2010).
Como a área de contato real é muito menor que a área de contato aparente,
pode haver aumento proporcional da área se for aplicado de uma força externa no
sentido normal à superfície, e como consequência há deformação dos picos das
heterogeneidades superficiais ou asperezas e um dos corpos que entra em
movimento em relação ao outro. E como consequência disso vai encontrar uma
resistência ao seu movimento, esta força pode ser definida como força de atrito, e sua
magnitude depende das junções de asperezas em contato entre as duas superfícies
(MEDEIROS, 2010).
Segundo a norma ASTM G40, a força de atrito (F) é uma força de resistência
tangencial a região em contato de duas superfícies quando, sob a ação de uma força
externa, há uma tendência de uma superfície se mover em relação à outra. O
20
coeficiente de atrito (μ) é a razão adimensional entre a força de atrito (F) e a força
normal aplicada (C), assim (ASTM G40-99, 1999):
𝐹
𝐹=
𝐹
Equação 1: Coeficiente de atrito em função da força de atrito e da força normal aplicada
2.2. Desgaste
De acordo com Medeiros (2010), todo tipo de lubrificante deve ter as seguintes
propriedades:
3.MATERIAL E MÉTODOS
Após a conclusão de cada ensaio, a esfera utilizada foi substituída por outra
nova para que sua parte que foi desgastada não viesse a interferir nos resultados do
teste seguinte.
O objetivo dos ensaios é fornecer um parâmetro comparativo de desgaste em função
da diferença de massa, antes e depois da realização do ensaio. Onde as únicas coisas
que mudam de um ensaio para o outro são os fluidos ensaiados, as cargas utilizadas
e as rotações usadas. Os fluidos produzidos possuem funções lubrificantes e
refrigerantes.
35
4.RESULTADOS
Este capitulo é destinado a analisar e tratar os dados obtidos pela realização
dos procedimentos descritos no capítulo anterior, através do parâmetro de massa
perdida.
Massa Diferença de
Composição Massa final (g)
inicial(g) massa(g)
OQ 30,5939 30,5926 0,0013
7%
ON 30,6405 30,6394 0,0011
OQ 30,6268 30,6260 0,0008
20%
ON 30,6260 30,6254 0,0006
OQ 30,7081 30,7080 0,0001
35%
ON 30,7080 30,7075 0,0005
Diferença de
Composição Massa inicial (g) Massa final (g) massa(g)
OQ 30,6503 30,6496 0,0007
7%
ON 30,6496 30,6490 0,0006
OQ 30,7839 30,7819 0,0020
20%
ON 30,6729 30,6717 0,0012
OQ 30,5247 30,5240 0,0007
35%
ON 30,5833 30,5827 0,0006
Diferença de
Composição Massa inicial (g) Massa final (g) massa(g)
OQ 30,949 30,9483 0,0007
7%
ON 30,7461 30,7457 0,0004
OQ 30,722 30,7207 0,0013
20%
ON 30,5893 30,5887 0,0006
OQ 30,6887 30,6875 0,0012
35%
ON 30,6542 30,6473 0,0009
Para as composições com 7% de óleo foi obtido 0,7 mg para OQ e 0,4 mg para
ON. Para as composições com 20% de óleo foi obtido 1,3 mg para o óleo usado e 0,6
mg para o óleo novo. Já para as composições com 35% de óleo houve uma perda de
massa de cerca de 1 mg em cada.
A partir dos dados contidos na tabela 4, pode-se notar que, a composição ON7
obteve a menor perda de massa. Apresentando uma diferença de massa de
0,0004 g. A composição OQ20 apresentou a maior perda de massa com 0,0013g.
Diferente das outras combinações, os melhores resultados apresentados foram por
fluidos a base de óleo novo.
Para as composições com 7% de óleo foi obtido 2,3 mg para OQ e 1,7 mg para
ON. Para as composições com 20% de óleo foi obtida uma perda de cerca de 3,3
mg em cada composição. Já para as composições com 35% de óleo houve uma
perda de massa de cerca de 3,2 mg.
1.5
0.5
OQ7 (mg) ON7 (mg) OQ20 (mg) ON20 (mg) OQ35 (mg) ON35 (mg)
1.6
1.4
1.2
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
Como pode ser observado no gráfico 2, os resultados para testes com óleo
usado apresentaram uma média de material removido de 1,4916mg, enquanto os
testes com óleos novos apresentaram uma média de 1,2000 mg de material perdido,
o que representa uma diferença percentual de 40% menos material removido.
Deve-se lembrar que a arruela e a esfera possuem massas muito pequenas e
com pouco tempo de experimento os dois se aquecem. Desta forma, verificou-se que
para a carga maior e principalmente quando associada a maior rotação o poder
refrigerante do fluido (7%) oferece menor perda de massa das arruelas quando se
comparada aos experimentos realizados com maior quantidade de óleo (exceto no
primeiro caso). Este fato corrobora com a literatura uma vez que os fluidos comerciais
indicam diluições da ordem de 19 partes de água para uma de óleo (Boreal BL YPF
Brasil), por exemplo, a 40 partes de água pra uma de óleo para o rocol ULTRACUT
370. Deve-se considerar ainda que nos experimentos realizados o que se deforma
incialmente são os filmes galvanizados dúcteis de zinco.
42
5. CONCLUSÃO
A ideia inicial de testar o óleo havoline 20W 50 usado foi por conta de sua
fuligem que possui efeito lubrificante. Mas pelos resultados obtidos não se verificou
vantagem.
Outro ponto importante é que não se verificou vantagem por conta da presença
de muitas partículas metálicas presentes no óleo queimado, oriundas do motor, estas
certamente contribuíram com um incremento no desgaste das arruelas.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Anais do 13º, 2007.
SINATORA, A. Tribologia: um resgate histórico e o estado da arte. Prova e
Erudição. São Paulo, 2005.
STANDARD, A. S. T. M. et al. Standard test method for wear testing with a pin-on-
disk apparatus. Annual Book of ASTM Standards, G99-05, v. 3, 2000.