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(PEQ-UFS)
UTILIZANDO BIOSSURFACTANTES
(2013)
ii
UTILIZANDO BIOSSURFACTANTES
Química.
(Fevereiro - 2013)
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CDU 665.6:604.2:661.185
iii
iv
v
vi
e minha filhinha
Bianca.
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por tudo que tenho, tudo que sou e tudo que vier a ser.
A meu esposo Sylvio Soares e a minha filha Bianca, vocês são presente de Deus para
minha vida.
Aos meus irmãos Charles e Ana que mesmo distante torceram por mim.
pesquisa.
E a todos os meus amigos, que estiveram comigo nesse período de luta e conquista.
Enfim, agradeço a muitos outros, aos quais, juntamente com esses, eu serei eternamente
grata.
viii
RESUMO
Os biossurfactantes são compostos orgânicos que podem ser utilizados como redutores das
altas tensões interfaciais entre o óleo e a água contidos em rochas reservatório, e com isso
Curbelo (2006) para análise da recuperação do óleo. Como resultado das análises propostas
que o Bacillus subtilis possui um grande potencial para utilização em processo MEOR.
ABSTRACT
The biosurfactants are organic compounds which can be used as reducing the high
interfacial tension between the oil and the water contained in reservoir rocks, and thereby
increasing the rate of oil recovery. In order to evaluate the mobility of oil in porous media,
we analyzed the characteristics of the medium and fluid, simulating the actual conditions
of pressure and temperature in the production of oil in a well, following the methodology
described by Silva (2011) for production of biosurfactant and Curbelo (2006) for analysis
of oil recovery. As a result of analysis proposed for biosurfactant study, the critical micelle
concentration (CMC) was determined with a value of 50mg / L, showing stability against
high temperature and high salt concentrations. The porous media studied showed a
porosity of around 40% and a permeability of 27.69 mD. In the analysis of oil recovery
results were satisfactory, showing a partial recovery factor of 19.36% and total factor
retrieval 49.62 with the injection of biosurfactant. Therefore, it is concluded that Bacillus
SUMÁRIO
Página
1 – INTRODUÇÃO ………………………………………………………….... 01
PETRÓLEO .................................................................................................... 23
3 – METODOLOGIA ………………………………………………………… 33
LISTA DE TABELAS
Página
da porosidade ....................................................................................................... 39
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 2.1 – Diagrama dos métodos de recuperação de óleo (SEN, 2008) ......... 07
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 - Introdução 2
1 – INTRODUÇÃO
ser encontrada nos estados líquidos e gasosos, a depender do tamanho das suas moléculas e
Na natureza, quando encontrado, está presente nos poros das rochas, chamadas de
rochas reservatório, cuja extração consiste num dos principais desafios da indústria
petrolífera, uma vez que apenas uma pequena fração consegue ser retirada por elevação
recuperação:
1) Método primário, onde o poço tem pressão suficiente para elevar o óleo contido
na rocha.
exemplo água, fazendo com que a pressão no reservatório aumente e o óleo seja
recuperado.
desta matéria prima em escala mundial, torna-se necessário a melhoria dos métódos de
Capítulo 1 - Introdução 3
biossurfactante aponta como uma das técnicas mais promissoras, pois trata-se de uma
de tal forma que gere um aumento na mobilidade do petróleo no meio poroso, fazendo com
De acordo com a literatura, esse fator de recuperação produzido pela ação dos
e salinidade que são caracteristicas inerentes aos poços produtores, fato apresentado por
do óleo em meio poroso. Assim, visando alcançar a meta deste trabalho foram traçados os
biossurfactante);
bibliográficas utilizadas neste estudo. Ressaltamos que este trabalho inseri-se na lacuna da
químicos.
CAPÍTULO 2
REVISÃO DA LITERATURA
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 6
2 – REVISÃO DA LITERATURA
Esta categoria inclui petróleos leves, médios e pesados, assim como os óleos
a refinação do petróleo, tais como óleos de xisto crus, óleos de xisto enriquecidos e
também como base para fabricação dos mais variados produtos, dentre os quais destacam-
medicamentos.
petrólifera, tendo em vista a forma na qual este óleo se encontra na Natureza, ou seja,
Os hidrocarbonetos, portanto, ocupam espaços porosos nas rochas, sejam eles entre
grãos ou fraturas, o que torna a sua extração um processo bastante complexo e que na
maioria das vezes requer técnicas específicas para obtenção da máxima capacidade
oferecidas pelo sistema CO2-EOR, uma das técnicas avançadas utilizadas na recuperação
(2) Que fatores têm facilitado ou dificultado a implantação em larga escala de CO2-
EOR? e,
noutros locais mostra que o CO2-EOR é bem sucedida em campos de petróleo, que:
EOR.
bastante nos últimos anos, principalmente por apresentar baixo custo, devido ao menor
suplementado com hidrocarbonetos. Três cepas isoladas foram selecionadas como maiores
da água 72-30 mN/m, exibiram atividade emulsionante e não foram afetados por exposição
pela primeira vez que as cepas de Bacillus são capazes de degradar as grandes cadeias de
designado por armadilha e é, geralmente, ocupado pelos aquíferos no seio dos quais se
encontram o petróleo e o gás. No caso dos hidrocarbonetos serem compostos por gás e
petróleo, o gás, menos denso, encontra-se por cima do petróleo, mais denso.
Porém, este caso é pouco frequente. O mais frequente é existirem, no subsolo, uma
rocha-reservatório, de maneira geral, é composta por grãos ligados uns aos outros por um
material, que recebe o nome de cimento. Também existe entre os grãos outro material
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 11
muito fino chamado matriz. Normalmente existe comunicação entre os poros de uma
rocha. Porém, devido à cimentação, alguns poros podem ficar totalmente isolados.
quantidades dos fluidos existentes no meio poroso, a sua distribuição, a capacidade desses
fluidos se moverem e, mais importante de todas, a quantidade de fluidos que pode ser
extraída.
2.2.1 - Porosidade
rocha tem em armazenar os fluidos, seja esses espaços ocupados por gás ou líquido.
, (2.1)
(2.2)
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 12
exprime a relação entre o volume dos poros interconectados e o volume total da rocha, que
Porosidade %
10-15 Baixa
15-20 Média
20-25 Boa
Ainda segundo Gustavo (2007), a porosidade em uma rocha reservatório pode ser
classificada como:
dolomitos); e,
2.2.2 - Saturação
A saturação é percentual do volume poroso ocupado por cada fluido, seja ele, gás,
(NAVEIRA, 2007)
Thomas (2004) expressa essas relações através das equações apresentadas abaixo:
(2.6)
Figura 2.2 - Representação esquemática do espaço poroso preenchido por água, gás e óleo
(Gustavo, 2007)
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 15
A distribuição dos fluidos na rocha vai depender da afinidade dos fluidos com a
limite da pressão sobre a filtração em relação aos reservatórios de baixa permeabilidade foi
petróleo sem água para reservatórios de baixa saturação de petróleo. A água produzida
petróleo, onde a água produzida estabilizou-se. Os resultados mostraram que, quanto maior
a saturação inicial de água, mais curto é o tempo de produção com água produzida estável.
quando este foi próximo do limite do pseudo gradiente de pressão. A recuperação mudou
pouco e até mesmo ocorreu sem alteração, com o gradiente de injecção/produção, quando
este era muito maior do que o pseudo gradiente da pressão limiar. Houve uma correlação
pressão de injeção / produção foi menos do que o gradiente de pressão pseudo limiar.
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 16
Para que em uma rocha, os hidrocarbonetos contidos dentro dos poros sejam
extraídos, devem existir condições para que esses fluidos possam se movimentar através
dos poros e chegar aos poços por meio dos quais poderão alcançar a superfície.
cheios de estrangulamentos, mais estreitos e mais tortuosos forem esses canais porosos,
maior será o grau de dificuldade para os fluidos se moverem no seu interior. Por outro
lado, poros maiores e mais conectados oferecem menor resistência ao fluxo de fluidos
(THOMAS, 2004).
Quando existe apenas um único fluido saturando a rocha, esta propriedade recebe o nome
produzida por um Bacillus mojavensis (PTCC 1696). Uma cepa de Bacillus mojavensis
(PTCC 1696), que foi isolada a partir de um campo de petróleo iraniano foi utilizado para
Nouy mostrou que este biotensioativo é capaz de reduzir a tensão superficial dos meios de
comunicação e a tensão interfacial entre fase aquosa e n-hexadecano para 26,7 e 0,1 mN /
lipopeptídico.
ser considerado como uma técnica de recuperação de petróleo das formações de carbonato.
produzido por Bacillus para recuperação avançada de petróleo pode ser usado até mesmo
(2.7)
a seção reta (área aberta ao fluxo) é representada por “A”. Segundo a equação, a vazão “q”
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 18
Permeabilidade (md)
1 Baixíssima
1-10 Baixa
10-100 Regular
100-1000 Boa
recristalização.
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 19
poroso se move (NAVEIRA, 2007). Por exemplo, se em um meio poroso estão fluindo
água e óleo, tem-se permeabilidade efetiva à água e permeabilidade efetiva ao óleo. Assim,
Figura 2.3 - Curva de permeabilidade efetiva versus saturação da água (THOMAS, 2004)
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 20
processa de tal forma que os fluidos produzidos (óleo e água) são coletados na face oposta.
Enquanto o volume de óleo injetado é suficientemente pequeno, o óleo não forma uma fase
contínua e não consegue fluir (sua permeabilidade efetiva é nula). Nesta fase, apenas a
água é produzida.
espaço para a água se deslocar, fazendo com que sua permeabilidade efetiva seja inferior à
denominada de “crítica”, o óleo começa a fluir, iniciando um fluxo bifásico água – óleo. À
medida que a injeção de óleo continua e a sua saturação aumenta, cresce, enquanto
decresce. O experimento termina quando a saturação de água atinge um valor tal que ela
saturado com óleo no qual injeta-se continuamente água. A água começa a fluir somente
quando a sua saturação irredutível for atingida. Quanto ao óleo, a saturação vai
decrescendo até atingir a chamada “saturação de óleo residual” ( ), quando então pára de
fluir.(THOMAS, 2004)
ou mais frequentemente durante o seu percurso aéreo, ou arrancados no estado sólido por
abrasão do material geológico existente ao longo das condutas eruptivas. Este trabalho
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 21
postula que materiais altamente polidispersos têm uma distribuição de tamanho efetivo que
controla a permeabilidade.
efetiva, implica que nem todos os clastos participam da rede permeável, resistindo ao
escoamento de gás e que os clastos menores do que a dimensão mínima eficaz passaram
por um elutriador. O estudo mostra que, quando este conceito é acoplado a uma equação
densidades).
a deposição e elutriação, este equilíbrio sugere uma ligação de primeira ordem entre a
piroclásticos densos.
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 22
2.2.5 - Mobilidade
efetiva e a sua viscosidade. Por exemplo, a mobilidade do óleo (fluido deslocado) é dada
for a razão de mobilidade menor será a eficiência de deslocamento de óleo, uma vez que,
devido à sua maior mobilidade, o fluido injetado tenderá a “furar” o banco de óleo, criando
mobilidade da solução injetada ( ) é descrita pelo fator de resistência dado pela Equação
definido como a relação entre a mobilidade da água antes e depois da injeção da solução
(2.8)
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 23
(2.9)
Biodegradabilidade;
carbono pode vir dos hidrocarbonetos, carboidratos e/ou lipídios, que pode ser
aplicações em alimentos;
De uma maneira geral, eles podem ser divididos em dois grandes grupos:
segundo grupo inclui, além dos ácidos graxos, fosfolipídeos e lipídeos neutros, os
BANAT, 1997).
A Tabela 2.3 apresenta uma classificação dos biossurfactantes de acordo com o tipo
potencial para aplicações industriais e pode ser usado na recuperação de óleo a partir de
anaerobiose por subtilis LBBMA 155 e BacilIus subtilis spizizenii LBBMA 258 pode
observar que eles são efetivos na mobilização de óleo pesado em núcleos porosos de areia
MICROORGANISMO
TIPO DE BIOSSURFACTANTE
ENVOLVIDOS
Glicolipídeos
Rhamnolipídeos Pseudômonas aeruginosa
Soforolipídeos Torulopsis bombicola, T. apícola
Trehalolipídeos Rhodococcus erythropolis,
Mycobacterium sp
Lipopeptídeos e lipoproteínas
Peptídeo-lipídeo Bacillus licheniformis
Viscosina Pseudomonas fluorescens
Serrawetina Serratia marcescens
Surfactna Bacillus subtilis
Subtilisina Bacillus subtilis
Gramicidina Bacillus brevis
Polimixina Bacillus polymyxa
Ácidos graxos, lipídeos neutros e fosfolipídeos
Ácidos graxos Corynebacterium lepus
Lipídeos neutros Nocardia erythropolis
Fosfolipídeos Thiobacillus thiooxidans
Surfactantes poliméricos
Emulsan Acinetobacter calcoaceticus
Biodispersan Acinetobacter calcoaceticus
Liposan Candida lipolytica
carboidrato-lipideo-proteína Pseudômonas fluorescens
Mana-lipídeo-proteína Candida tropicalis
Surfactantes particulados
Vesículas Acinetobacter calcoaceticus
Células Varias bactérias
Fonte: DESAI & BANAT, 1997 apud Nitschke, 2004.
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 27
surfactina, capaz de reduzir a tensão superficial da água de 72,3 para 27 mN/m e a tensão
interfacial óleo-água de injeção para valores abaixo de 0,01 mN/m, com CMC variando
entre 25 e 180 mg L-1 (COOPER,1981; LIN et al., 1994; MORIKAWA et al., 2000;
similar, porém há evidências de diferenças quanto aos seus aminoácidos e ácidos graxos
desses compostos (MORIKAWA et al., 2000). Na Figura 2.4 está representada a estrutura
da surfactina.
a tensão superficial e interfacial (COOPER et al., 1981; LIN 1996; SEN et al.,1997). Sua
hidróxi, sendo que esta pode variar de 13-15 átomos de carbono (SULLIVAN, 1998;
tetradecanóico ligado por ligação lactona, tal como os demais (BARROS et al., 2007a.).
regulados por dois sistemas de quorum sensing, sendo que um deles possui habilidade para
Em outros estudos, Sepahy (2005) observou que Bacillus spp., isolados de amostra
de petróleo e água de injeção, não variaram a taxa de crescimento até 50 ºC, mas acima
surfactina foi proporcional ao número final de células viáveis. O autor descreve ainda a
núcleos porosos de areia. A pesquisa demonstrou que Bacillus subtilis é, em princípio, uma
substratos de baixo custo verificou que o processo fermentativo com óleo residual de
contaminada em cerca de 81%, quando comparados com outras fontes de carbono como a
vinhaça e a glicose.
petróleo e podem ser utilizados como bons substitutos dos agentes surfactantes sintéticos,
Nos estudos realizados por Amani at al (2010) utilizando também Bacillus subtilis
também apresentaram em seus estudos uma remoção em torno de 22% para parafina
que tendem a se distribuir nas interfaces entre fases fluídas com diferentes graus de
2002).
aquosa ou a concentração mínima requerida para atingir mais baixa tensão superficial ou
(MULLIGAN, 2005; CHRISTOFI & IVSHINA, 2002). Sendo assim, pode-se dizer que a
CMC é uma importante característica dos surfactantes no que diz respeito à avaliação de
surfactantes químicos comerciais, foi encontrada uma CMC de 40mg/l que reduziu a
De acordo com os estudos apresentados por Gudina at. al. (2012) uma das cepas de
Bacillus, a #309 foi a que apresentou a menor CMC com valor correspondente a 0,02g/L,
por rotas químicas, entretanto, este trabalho inseri-se na lacuna dos estudos sobre a
Capítulo 2 – Revisão da Literatura 32
utilização de biossurfactantes, que são produtos obtidos por rota biológica que tem grande
METODOLOGIA
Capítulo 3 – Metodologia 34
3 – METODOLOGIA
3.1.1 – Microrganismos
3.1.2 – Inóculo
Para preparação do inóculo foi seguida a metodologia apresentada por Silva (2011)
contido em erlenmeyer de 50 mL, o qual foi incubado a 30ºC, 120 rpm durante 24 h. Esta
etapa visa a ativação e renovação das células microbianas e foi denominada de pré-inóculo.
atingir o inóculo, a mistura foi incubada nas mesmas condições do pré-inóculo 12h.
3.1.3 – Fermentação
ajustado para 6,0 com NaOH à 2%, posteriormente foi adicionado 7% do inoculo e a
mistura foi incubada nas condições de 128 rpm, 35º C por 48h (SILVA, 2011).
acidificado até pH 2,0 com H2SO4 concentrado e deixado por 12 horas a 4ºC para
temperatura ambiente e o biossurfactante bruto foi seco em estufa a 40°C até atingir peso
SIGMA modelo KSV 700. Para a realização dos ensaios foi utilizada 30 mL da solução de
biossurfactante para cada análise (26ºC). As concentrações das soluções variaram de 200
mg/L até concentrações com valores de tensão superficial próximos aos da água (γH2O =
duas horas e a tensão superficial foi medida no Tensiômetro SIGMA modelo KSV 700.
Capítulo 3 – Metodologia 37
3.3.1 – Petróleo
O Petróleo utilizado como base desse estudo foi coletado do campo de Carmopolis,
Sergipe, Brasil e foi gentilmente cedido pela PETROBRAS. Essa amostra é de um óleo
leve.
Para os ensaios foi utilizado um vaso de aço carbono com 7,0 cm de diâmetro
A fase aquosa (salmoura) utilizada para saturação do meio poroso foi uma solução
a 2% em peso de NaCl.
Esta solução foi utilizada para simular a salmoura do reservatório, uma vez que esta
apresenta alguns sais em sua composição e, também, para evitar a obstrução dos poros e,
A fase oleosa utilizada foi uma solução de petróleo e querosene na razão de 2:3 em
volume, respectivamente. A mistura foi feita de forma a diminuir a viscosidade, pois o óleo
é altamente viscoso e com isso seu escoamento no sistema seria mais difícil (CURBELO,
2006).
Capítulo 3 – Metodologia 38
3.3.4 – Porosidade
desejada (3,5 kgf/cm²) indicada no manômetro 1, a válvula 1 é então fechada, esta pressão
é equivalente ao volume total de ar que está distribuído pela cilindro 1 com volume
conhecido.
O sistema inicial foi montando com 2 cilindros de volumes conhecidos, onde foram
e o monômetro 1 indicou uma pressão final (P2) menor que (P1), neste caso o volume
meio poroso).
porosidade
porosidade do meio poroso estudado pelo porosímetro de acordo com a equação 3.1:
(3.1)
Essa etapa tem por objetivo injetar os fluidos (salmoura, óleo) de forma a saturar e
(2007).
quantidade de salmoura que ficou no meio poroso foi determinada por balanço de
massa.
2ª Etapa: Com o meio poroso totalmente saturado com salmoura, observado pela
vazão constante e uniforme no meio poroso, foi injetado óleo na mesma pressão,
ao óleo (Ko) e à água (Kw) e o volume de óleo que ficou no meio poroso é
Capítulo 3 – Metodologia 41
chamado óleo original “in place” (OOIP) também determinado por balanço de
massa;
injetada salmoura pela 2ª vez. Nesta etapa uma pequena quantidade de óleo é
recuperada, ficando grandes quantidades retidas nos poros da rocha devido às altas
regulares de tempo e a massa de óleo presente na fase aquosa foi determinada através do
teor de óleos e graxas medida no equipamento Horiba oil content Analyzer, Tomando por
base o princípio do enunciada pelo Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater (1992).
Uma vez realizada a extração do óleo na amostra, o teor de óleos e graxas (TOG)
biossurfactante (método especial - ME). Essa metodologia foi empregada por Albuquerque
(3.2)
crítica (CMC). A concentração de 80 mg/l foi injetada com o objetivo de se obter uma
(3.3)
Capítulo 3 – Metodologia 43
Onde:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Capítulo 4 – Resultados e Discussões 45
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base na Figura 4.1, podemos observar a CMC encontrada foi de 50mg/L sem
a presença de meio salino. Este valor corresponde aos valores encontrados na literatura,
que segundo Mulligan (2001), os biossurfactantes possuem CMC entre 0,001 – 2 g/L e Xia
at all (2011) encontrou o mesmo valor para bacillus subtilis no estudo comparativo para
petróleo.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões 46
fase de formação de micelas, logo, o valor da concentração utilizado nos experimentos foi
de 65 mg/L de biossurfactante.
físicas dos fluidos. De posse desses resultados foi possível determinar as propriedade do
meio poroso como, permeabilidade e fator de resistência. A Tabela 4.1 mostra os valores
estudo é considerado um óleo leve, pois o Grau API encontra-se acima de 30, segundo a
classificação da Agencia Nacional de Petróleo (ANP), óleos com grau API maior que 31
pertencem a classe dos óleos leves; entre 22 e 30 Grau API são médios e Grau API abaixo
de 21 são pesados. O que demonstra que o fluido analisado possui uma facilidade no
escoamento.
subtilis B20, em seu estudo sobre a produção de Bacillus subtilis B20 usando diferentes
concentração salina.
água, mesmo em um meio com uma concentração salina considerável. Para o sistema de
Capítulo 4 – Resultados e Discussões 49
60%.
Nos estudos realizados por Amani et al. (2010) adicionaram várias quantidades de
resistir bem à concentração de sal até 25 g / L. No entanto, a amostra de B. cereus foi mais
biossurfactante produzido por um Bacillus mojavensis (PTCC 1696) pode concluir que o
PTCC 1696 foi capaz de reduzir a tensão superficial para 26,7 mN/m em baixa
concentrações, e o fator importante para este estudo é que esse biossurfactante pode ser
solução foi submetida a diferentes condições. Foi observado uma estabilidade na faixa de
temperaturas entre 4 e 100°C, mostrando que a tensão superficial não variou muito (Figura
Esse resultado satisfatório, considerando-se que a temperatura média dos poços está
produzida por quatro bacilos diferentes, mantêm-se estáveis durante nove dias a 80 º C.
Desai e Banat (1997) observaram que o tratamento térmico em alguns biossurfactantes não
Resultados parecidos foram apresentados por Vaz et. al. (2012), onde foram
C) durante duas semanas e verificou-se ser tão estável como os surfactantes químicos
4.3.1 - Porosidade
fluido que o meio poderia conter. Com os dados dos volumes dos cilindros apresentados na
A partir da equação da curva representada pela Figura 4.4, foi possível determinar o
tem uma capacidade muito boa em armazenar o fluido seja ele, líquido ou gás.
Cilindro 1, 2 e 3 1 2408,38
injetado 507,74 ml, e foram coletada 10 amostras onde foi observada vazão constantes, e o
volume da salmoura foi determinado pela diferença do que foi injetado e do que saiu,
1 30 1,6 1,67
2 30 1,1 5,66
3 30 0,8 5,13
4 38 0,4 2,96
5 32 0,3 2,4
6 30 0,3 2,75
7 30 0,5 5,5
8 29 0,3 3,5
9 29 0,25 3,5
10 3 0,2 3,55
Com esses dados foi possível determinar qual o percentual do volume poroso
ocupado pela água. Como o volume poroso foi igual a 226,86, e o colume retido no meio
poroso foi também igual a 226,73, temos um meio saturado 100% com salmoura. Do ponto
de vista da capacidade de escoamento quanto maior for a saturação mais fácil será o
escoamento.
existia apenas a água no meio poroso. A Figura 4.5 representa a permeabilidade da água
classificação apresentada por Gustavo (2007), esse valor representa uma permeabilidade
regular, ou seja, o meio poroso estudado no sistema consegue permitir o fluxo de fluido
com facilidade.
em que cada fluido existente na rocha consegue se mover. A Figura 4.6 apresenta a
portanto, apenas a água é produzida, a medida em que a injeção de óleo continua, sua
diminua.
biossurfactantes utilizadas foram 65mg/l e 80mg/l. sendo que primeiro foi injetada a de 65
experimentos prosseguiram até uma determinada concentração onde não foi mais possível
Na primeira etapa, o meio poroso ficou saturado com 226 ml de água; Com a
passagem do óleo, na 2ª etapa, 209,99 ml de óleo ficou retido mais 16,01 ml de água
(total= 226 ml). Na 3ª etapa, com a passagem da salmoura foi retirado 78,29 ml de óleo,
portanto ficaram 131,7 ml de óleo, denominado de óleo residual, para ser recuperado pela
injeção de biossurfactante.
poroso, 25,5 ml foram recuperados, portanto o fator de recuperação parcial (FRP) referente
Somando todas as etapas (MC e ME), tem-se um fator de recuperação total (FRT)
de :
biossurfactante tem uma melhor recuperação, mostrando o seu potencial para ser utilizado
do óleo no meio poroso proporciona uma recuperação que não seria alcançada pela água,
(substância polar) e ao mesmo tempo com substâncias apolar como a água, fazendo com
eficiência de recuperação.
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Capítulo 5 – Conclusões e Sugestões 60
5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Com base nos resultados apresentados, podemos concluir que na etapa de produção
concentrações salinas. Com relação a CMC foi encontrado um valor de 50 mg/L que foi
fluido.
biossurfactante, especialmente para o óleo residual, quando comparado com a água sem a
bom fator econômico, visto que a recuperação de óleos residuais em poços são de alto
custo.
óleo residual que a água sem a presença deste, contribuindo para o aumento na eficiência
utilizando biossurfactante, o qual muitas vezes têm diversos fatores ainda sem um
encerrasse em se mesmo, muito pelo contrário, optou-se por abrir/ampliar o caminho para
- utilizar outros meios porosos, como por exemplo o próprio testemunho, para se ter
dados em condições mais próximas das reais condições do meio onde se encontra o
petróleo.
BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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