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MATERIAIS COMPÓSITOS

MATRIZES POLIMÉRICAS

Andreia Pinto, nº46115, andreia.p.martins@ubi.pt


Mariana Pereira, nº45619, mariana.f.pereira@ubi.pt
Miguel Caldeira, nº45798, miguel.caldeira@ubi.pt

Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica, Universidade da Beira Interior, 6200-001 Covilhã

Abílio Silva - UBI


abilio@ubi.pt
Trabalho de Análise e Síntese

ÍNDICE
0. RESUMO ................................................................................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 3
2. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................................................... 5
2.1. CFRP’S (COMPÓSITOS COM REFORÇO DE FIBRA DE CARBONO) ..................................... 5
DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL ......................................................................................... 5
PROCESSO DE FABRICO – SÍNTESE ............................................................................................. 5
SUMÁRIO DE PROPRIEDADES (TABELA E/OU FIGURAS) ....................................................... 6
2.2. GFRP’S (COMPÓSITOS COM REFORÇO DE FIBRA DE VIDRO) ............................................ 7
DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL ......................................................................................... 7
PROCESSO DE FABRICO – SÍNTESE ............................................................................................. 8
NOMENCLATURA ............................................................................................................................ 8
SUMÁRIO DE PROPRIEDADES (TABELA E/OU FIGURAS) ....................................................... 8
2.3. COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS DE ARAMIDA (FIBRAS KEVLAR) .............. 10
DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL ....................................................................................... 10
PROCESSO DE FABRICO – SÍNTESE ........................................................................................... 10
NOMENCLATURA .......................................................................................................................... 10
SUMÁRIO DE PROPRIEDADES (TABELA E/OU FIGURAS) ..................................................... 10
3. EXEMPLOS DE APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA .............................................................................. 11
3.1. FIBRAS DE CARBONO ................................................................................................................ 11
3.2. GFRP’S ........................................................................................................................................... 11
3.3 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS DE ARAMIDA (KEVLAR) .............................. 12
4. CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 14
5.BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................... 15

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA AERONÁUTICA 2020/2021 1


Trabalho de Análise e Síntese

0. RESUMO
A presente monografia procura explorar conteúdo científico-tecnológico dedicado a
materiais compósitos de matriz poliméricas. O trabalho pretende introduzir conceitos
fundamentais, exemplos, propriedades e aplicações da supracitada classe de materiais,
aprofundando e solidificando o conhecimento que os alunos envolvidos na elaboração da pesquisa
têm da área estudada.
Delineou-se, aquando da seleção das propriedades a abordar, que seria aprofundado o
estudo da tensão limite de elasticidade, bem como a densidade e o módulo de elasticidade dos
materiais tratados.
Foi ainda considerado prioritário o enquadramento da área abordada no contexto do
mestrado integrado frequentado pelos alunos, debruçando-se a exploração da utilidade e aplicação
dos materiais principalmente sobre a sua vertente aeronáutica – destacaram-se, por serem as de
mais comum uso neste setor, as fibras de carbono, as fibras Kevlar – nome comercial das fibras
aramidas produzidas pela DuPont (empresa multinacional americana ilustre no campo da produção
química) e as fibras de vidro.
Proceda-se então para o referido trabalho de síntese.

Palavras-chave: Engenharia Aeronáutica; Materiais Compósitos;

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Trabalho de Análise e Síntese

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho debruça-se sobre conteúdo científico e tecnológico inerente a materiais
compósitos de matriz polimérica.
Considerou-se premente a abordagem desta classe de materiais, ponderando a relevância
que assume dentro da indústria aeronáutica – sabia-se já, não só por referenciação feita pelos
docentes em contexto de aula, mas também por algum contacto que os alunos tiveram previamente
com a área, do quão comum e pertinente é o uso de materiais compósitos de matriz polimérico no
fabrico de aeronaves.
Outro parâmetro tido em consideração na seleção do tema do trabalho de análise e síntese
foram as propriedades do material suprarreferido. Coadunadas com a frequência do uso destes
compósitos na construção aeronáutica, a baixa densidade, elevada rigidez, resistência dinâmica e
à corrosão, e estabilidade dimensional, bem como a rotura faseada e a facilidade de moldagem
justificaram a escolha de materiais compósitos de matriz polimérica como o tema a explorar no
trabalho de análise e síntese a elaborar.
Um material compósito resulta da conjugação de dois ou mais materiais, de natureza
diferente, macroscopicamente distinguíveis, com uma interface que os separa, e cujas
propriedades, por se combinarem, são superiores às de cada um dos materiais isolados. Outra
definição de um material compósito é aquele que conjuga dois materiais em fases distintas: - a
matriz (que garante a ligação) e o reforço (que garante a resistência, e é constituída por folhas,
partículas ou fibras).[1,2]
Os materiais compósitos admitem diferentes matrizes, cujo tipo os diferencia e categoriza:
os de matriz polimérica, de matriz cerâmica, ou os de matriz metálica. Será aprofundado no
presente trabalho o estudo dos materiais compósitos de matriz polimérica.
Esta categoria de materiais caracteriza-se pela sua capacidade de suportar qualquer forma
de reforço (folha, partícula ou fibra). [1]
A integração de diferentes reforços irá, naturalmente, ampliar características e propriedades
distintas do material: por exemplo, o uso de fibras (o reforço abordado no presente trabalho)
aumenta a sua tenacidade (energia por unidade de volume necessária para levar um material até à
ruína). [3]
Este tipo de compósito destaca-se ainda, portanto, pela absorção das deformações a que for
sujeita, e a resistência que confere quando sujeita a pressão.
Por superarem em qualidade os materiais de que são compostos, os compósitos tornaram-
se prediletos em extensos setores de produção, não sendo o setor aeronáutico uma exceção.
Apresentam-se nas imagens abaixo exemplos da utilização recorrente de materiais
compósitos na indústria aeronáutica.

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Figura 1 - compósitos na indústria aeronáutica


[4]

Figura 2 - compósitos na indústria aeronáutica [4]

Figura 3 - compósitos na indústria aeronáutica [4]

Podemos, desta forma, deduzir o papel crucial que os compósitos de matriz polimérica
assumem dentro de um contexto industrial e de produção.
Analisar-se-ão então as propriedades e aplicações do material supramencionado, de forma
a, através de estudo de material e trabalho científico existente, melhor se compreender o uso e o
destaque atribuídos ao mesmo.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. CFRP’S (COMPÓSITOS COM REFORÇO DE FIBRA DE CARBONO)

DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL

As fibras de carbono são fibras sintéticas principalmente compostas por filamentos de


carbono. Possuem propriedades mecânicas semelhantes a materiais mais comuns como o aço,
possuindo no entanto a leveza de materiais como o plástico. [1,2]
As fibras de carbono são geralmente empregues em aplicações que requeiram uma boa
relação de resistência e peso, sendo regularmente utilizadas nas indústrias aerospacial, automóvel,
civil, e em material desportivo de alta performance.[1,2]

PROCESSO DE FABRICO – SÍNTESE

Para produzir fibra de carbono é necessário recorrer-se a um método denominado pirólise


- o mesmo consiste em decompor materiais ricos em carbono através da exposição a altas
temperaturas. É de seguida necessário esticar o polímero (normalmente poliacrilonitrila (PAN)),
utilizando vapor, e tornando-o paralelo ao eixo das fibras. Ocorre então uma oxidação a
temperaturas entre os 200 e os 300 graus Celsius, donde se prossegue para uma carbonização a
temperaturas que podem variar entre os 1000 e os 2500 graus Celsius.
É após todo este processo que as fibras são tecidas em fitas, que são depois cortadas e
colocadas em camadas e cobertas com resina para que se unam umas às outras.
O resultado tem agora que ganhar a forma pretendida - existem vários processos para o
fazer, sendo no entanto o mais comum a moldagem (manual, por compressão e por injeção). [1, 2,
7]

Figura 4 - (Rolo de fibra de carbono; Fonte: TecMundo)

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Figura 5 - (Máquina para produção de compósitos; Fonte: Wikipédia

Existem vários processos para tornar estas fibras ainda mais resistentes; o mais comum é a
grafitização a temperaturas superiores a 1800 graus celsius. [1,7]

SUMÁRIO DE PROPRIEDADES (TABELA E/OU FIGURAS)

É de notar que o valor da tensão limite de elasticidade dos CFRP varia num intervalo muito
grande; Isto deve-se ao elevado número de processos de fabrico, tamanhos das fibras e possíveis
disposições essas mesmas fibras, fazendo assim com que existam muitos tipos de fibras de carbono
com propriedades mecânicas diferentes,
Um bom exemplo desta extensão de valores é a densidade do compósito - estão presentes
na tabela abaixo os valores médios de tensão limite de elasticidade e de densidade de um compósito
de fibra de carbono com matriz de epóxi, bem como os valores para o aço e liga de alumínio
utilizados no setor aeroespacial, para que possa ser feita uma comparação dos valores que o
compósito assume em cada um dos casos.

Tabela 1 - propriedades mecânicas de CFRP'S

Material Densidade (g/cm3) Tensão limite de


elasticidade [MPa]
CFRP (matriz de epóxi) 1.41 1230
Aço (4130) 7.85 435
Alumínio (7075) 2.81 503

Analisando os valores da tabela, podemos facilmente concluir que a fibra de carbono


oferece uma resistência muito maior que o aço e que o alumínio, possuindo também uma densidade
muito menor; É assim possível produzir peças feitas com fibras de carbono com uma resistência
muito maior e com um peso significativamente menor do que as mesmas peças em qualquer um
dos dois metais supracitados.
Analisando o trabalho dos compósitos à temperatura, é de notar que as CFRP conseguem
manter as propriedades mecânicas originais a temperaturas entre -50 e 250 graus Celcius.

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Não obstante, compósitos que apresentem uma matriz de epóxi conseguem suportar
temperaturas até aos 500 graus celsius sem que se perca uma quantidade significativa das suas
propriedades mecânicas. Aquando da utilização de uma matriz de carbono, estas fibras podem
suportar até 2200 graus celsius sem que ocorra a mesma perda. [5, 6]
Todas estas características fazem das fibras de carbono um material excecional; No
entanto, como todos os materiais, tem as suas desvantagens: são elas o elevado custo de produção
- as fibras de carbono são difíceis e caras de produzir, podendo ser entre 5 a 20 vezes mais caras
de sintetizar que uma liga de alumínio ou aço; São também difíceis de produzir em grande escala,
o que favorece o elevado custo.
Outro ponto negativo da fibra de carbono é a sua baixa capacidade térmica – esta fibra não
é capaz de suportar temperaturas tão elevadas como um aço ou titânio, não podendo portanto ser
usado, por exemplo, no motor de um avião. [4]

2.2. GFRP’S (COMPÓSITOS COM REFORÇO DE FIBRA DE VIDRO)

DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL

Tal como todas as fibras, a fibra de vidro é usada como elemento de reforço e é responsável
pelas propriedades mecânicas do compósito, sendo uma das mais utilizadas.

Esta é composta por uma aglomeração de finíssimos filamentos de vidro não rígidos e
extremamente flexíveis que, quando adicionada uma resina, se transforma num composto
denominado de PRFV (polímero reforçado com fibra de vidro), mas que vulgarmente se denomina
também de fibra de vidro.[1]
Listam-se então como propriedades das fibras de vidro a elevada resistência à tração e
compressão, o baixo custo de produção (quando comparado com outras fibras), a elevada
resistência química e ao fogo, bem como as boas propriedades de isolamento acústico, térmico e
elétrico.
Há, porém, algumas inconveniências no emprego deste compósito, tais como módulo de
elasticidade reduzido, a elevada massa específica, a sensibilidade à abrasão e a temperaturas
elevadas, bem como a baixa resistência à fadiga.[2]

Figura 6-Diversas configurações de tela de fibra


de vidro[2]

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PROCESSO DE FABRICO – SÍNTESE

O processo de fabrico de fibras de vidro resume-se à fusão de vidro que é posteriormente


distribuído por canais que o conduzem a fieiras onde se mantém uma temperatura de 1250 graus
Celsius, permitindo assim o seu escoamento por gravidade e dando origem a fios com algumas
décimas de mm de diâmetro (3 a 20 µm para fibras comerciais).
Após saírem da fieira, as fibras são arrefecidas em duas fases distintas: na primeira, por
radiação, e na segunda por pulverização de água.[2][3]

Figura 7- Processo de fabrico de fibras de vidro[3]

NOMENCLATURA

Existem diferentes tipos de fibras de vidro; alguns deles estão referenciados abaixo:

Tabela 2-tabela de nomenclatura dos diferentes tipos de fibras de vidro[3]

Tipo Designação Propriedades e/ou características


E Elétrica Baixa condutibilidade elétrica
S Força Alta resistência
C Química Alta durabilidade química
M Módulo Elevado módulo de elasticidade
A Alcalina Elevada resistência alcalina
Baixa constante dielétrica
D Dielétrica

SUMÁRIO DE PROPRIEDADES (TABELA E/OU FIGURAS)

Para que se fizesse listagem e exploração de propriedades das fibras de vidro, o grupo de
trabalho baseou-se num estudo da revista ‘Engevista’.
É na mesma referido que, para a realização do estudo, foi necessário proceder ao fabrico
de cinco corpos de prova diferentes, que foram sujeitos a vários testes para que se obtessem as
propriedades físicas e mecânicas deste compósito.

Catalogam-se abaixo os resultados[4]:

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Figura 2-tabela de nomenclatura e descrição dos diferentes corpos de prova[4]

Tabela 3-Tabela de propriedades dos diferentes corpos de prova[4]

Corpo de prova Densidade Tensão limite de Módulo de


[g/cm3] elasticidade [MPa] elasticidade [GPa]
CPR 1,1815 18,48 1,92
CPM_02 1,2262 48,24 2,58
CPM_03 1,2424 48,35 2,77
CPP_02 1,2315 38,03 2,92
CPP_03 1,2458 37,47 3,17

Figura 8- gráfico de força em função da deformação dos diferentes corpos de prova[4]

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2.3. COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS DE ARAMIDA (FIBRAS KEVLAR)

DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL

As fibras de aramida, também conhecidas por Kevlar (nome comercial com o qual foram
patenteados pela DuPont aquando da sua descoberta), são compostas por materiais orgânicos
sintéticos constituídos por elementos como carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio.
As mesmas resultam da extrusão e trefilação de um tipo de nylon com estrutura molecular
formada por cadeias de benzeno e amida.
A fibra Kevlar apresenta uma espessura que varia tipicamente entre 12μm e 15μm. Dois
dos tipos mais encontrados no mercado são a Kevlar® 29 (indicadas no uso de coletes à prova de
balas, fios e cabos, por serem mais dúcteis), e a Kevlar® 49, (cuja aplicação tem uma vertente
maioritariamente aeronáutica, pela sua maior rigidez).[1]

Enumeram-se como as vantagens da recorrência a esta família de


fibras a sua baixa massa específica, bem como a sua elevada resistência à
tração e ao impacto e a sua baixa condutividade elétrica, a sua elevada
resistência química (exceto a ácidos e bases concentrados), à abrasão e ao fogo
(apresentando ainda uma conveniente capacidade de autoextinção), a sua
elevada durabilidade e o seu excelente comportamento sob temperaturas Figura 9-Tela de fibra
elevadas de serviço. de aramida[2]

As fibras aramidas apresentam no entanto alguns entraves, sendo exemplos a sua baixa
resistência à compressão, a degradação lenta sob luz ultravioleta, e a elevada absorção de
humidade, bem como a má adesão às resinas e o custo relativamente elevado.[2]

PROCESSO DE FABRICO – SÍNTESE

As fibras de aramida são produzidas por uma mistura de polímeros e ácidos que é mantida
a temperaturas baixas (entre -50 e 80 graus Celsius), e é posteriormente extraída para cilindros
com temperaturas de 200 graus Celsius, lavada e seca em bobinas e, finalmente, trefilada, para
aumentar a sua resistência e rigidez.[1][3]

NOMENCLATURA

Existem diferentes tipos de fibras de aramida, sendo alguns alguns exemplos a Kevlar®
29, a Kevlar® 49, a Kevlar® 119, a Kevlar® 129, a Kevlar® 149 e a Kevlar® KM 2;
Apresentam-se abaixo as propriedades de algumas destas fibras.[4]

SUMÁRIO DE PROPRIEDADES (TABELA E/OU FIGURAS)

Tabela 4-Propriedades das fibras de aramida[4][1]


Tipos de fibras Densidade[g/cm3] Tensão limite de elasticidade [MPa] Módulo de elasticidade [GPa]
Kevlar® 29 1,43 2920 71
Kevlar® 49 1,45 3000 112
Kevlar® 119 1,44 3100 55
Kevlar® 129 1,45 3400 97

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3. EXEMPLOS DE APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA

3.1. FIBRAS DE CARBONO

Figura 10 - (Materiais que constituem o A350-XWB; Fonte: Airbus)

Os CFRP’s são também usados na indústria automóvel, permitindo construir, por exemplo,
carros de fórmula 1 extremamente leves e eficientes. São também frequentemente empregues na
engenharia civil para reforçar estruturas de cimento que estão sujeitas a forças elevadas.

3.2. GFRP’S

As fibras de vidro comportam uma vasta gama de aplicações, desde a indústria


aeroespacial, à automóvel, civil, ou naval.
Na indústria aeroespacial, a fibra de vidro desempenha um papel de significativa
importância, ponderadas as suas propriedades físicas e mecânicas vantajosa - é utilizada em
partes de aviões, helicópteros, satélites e até mesmo em partes de foguetões . [5]
Um exemplo de uma aeronave que utiliza fibras de vidro em muitos dos seus
componentes é o recente Boeing 787-Dreamliner, cujo esquema se apresenta abaixo:

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Figura 11 - (Esquema Boeing 787; Fonte: Machining 4.0 )

A fibra de vidro é também utilizada na indústria automóvel para, por exemplo, reforçar
para-choques.
É também muito utilizada na indústria da construção civil, principalmente como isolante
térmico ou acústico.

3.3 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS DE ARAMIDA (KEVLAR)

As fibras de aramida são amplamente utilizadas em várias indústrias, tendo-se por


exemplo a aeroespacial: muitos aviões recentes utilizam estas fibras em várias peças (nas portas
dos trens de aterragem, no interior da aeronave, nas nacelas dos motores, nos pneus ou nas pás
das hélices de um helicóptero). [5]
Um exemplo de uma aeronave que utiliza fibras de aramida é o Airbus a320,
representado no esquema abaixo, onde se encontram assinaladas a amarelo as partes produzidas
em fibra de aramida.

Figura 12 - (materiais compósitos no airbus a320; Fonte: ResearchGate)

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Estas fibras são igualmente comuns na indústria automóvel - por exemplo, em correias de
transmissão, juntas de motores, partes de carros de fórmula 1, pneus ou até mesmo discos e
pastilhas de travão. [5]
As fibras de aramida adotam também uma relevância considerável no setor da defesa,
principalmente na produção de coletes à prova de bala que protegem militares, policias e outros
por todo o mundo, podendo também ser usadas em uniformes no reforço de veículos militares.
[5]

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4. CONCLUSÃO

Pela exposição feita no trabalho, é agora possível ter-se uma melhor perceção dos motivos
pelos quais os materiais compósitos de matriz polimérica adotaram uma posição de tanta
proeminência na indústria e fabrico de material sujeito a altos níveis de corrosão e provação física.
É previsível que, com o já verificável incremento na frequência com que é requerido o uso,
não só de aeronaves, mas também de ferramentas ou corpos mais resistentes e duráveis tangendo
diferentes campos e propósitos de trabalho, se intensifique e amplie o emprego de compósitos de
matriz polimérica no sector, visando aumentar exponencialmente a resistência, qualidade, e tempo
de vida do produto fornecido – assim, o aumento desta exigência de mercado torna expectável uma
maior exploração e estudo científicos do potencial e das propriedades mecânicas e térmicas de
materiais compósitos de matriz polimérica, ocorrendo provavelmente um boom científico e de
produção no setor, com um público alvo ainda assim fulcralmente composto pelos fabricantes de
partes de aeronaves, onde o material adota um papel de magnitude considerável.

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5.BIBLIOGRAFIA

INTRODUÇÃO
[1] http://disciplinas.ist.utl.pt/qgeral/mecanica/MatComp.pdf
[2] Abílio P. Silva, Caderno Teórico de Ciência dos Materiais; UBI - Universidade da Beira
Interior, Tipografia, ISBN: 978-989-654-427-0, 2018
[3] http://disciplinas.ist.utl.pt/qgeral/mecanica/MatComp.pdf
[4] https://estudomec.info/files/SM_5.Compositos.pdf

FIBRAS DE CARBONO
https://www.airbus.com/content/dam/corporate-
topics/publications/backgrounders/techdata/general-information/Airbus-A350-XWB-Airframe-
Composite-guide-for-firefighters.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comp%C3%B3sito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_de_carbono
https://www.oxyblack.com/index.php/pt/compositos/o-que-sao

https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=laser-infravermelho-fibras--de-
carbono&id=010170100406#.YKZvIqhKhPY

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADmero_de_fibra_de_carbono_refor%C3%A7ado~
https://www.tecmundo.com.br/quimica/76017-fibra-carbono-feito-funciona-material-
incrivel.htm
[1]Anabela Mendes Moreira. Materiais compósitos. 2008
[2] Abílio P. Silva, Caderno Teórico de Ciência dos Materiais; UBI - Universidade da Beira
Interior, Tipografia, ISBN: 978-989-654-427-0, 2018.
[3] Denis Rodrigues Da Rocha. ESTRUTURAS DE AERONAVES: ANÁLISE DO AUMENTO
DA UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS COMPÓSITOS. 2020. MIGUEL
[4]Clayton Pereira da Silva Santos; Jorge Ricardo Ribeiro Bichara. Estudo Experimental das
Propriedades Mecânicas para Compósito em Fibra de Carbono e Matriz Epóxi Pipefix (CFRP –
Carbon Fiber Reinforced Polymer). 2015
[5]http://www.matweb.com/search/datasheet_print.aspx?matguid=39e40851fc164b6c9bda29d79
8bf3726
[6] Xavier Gabrion; Vincent Placet; Frédérique Trivaudey; Lamine Boubakar. About the
thermomechanical behaviour of a carbon fibre reinforced high-temperature thermoplastic
composite. 2017
7]Rosangela M. de Carvalho; Lauro T. Kubota; Jarbas J. Rohwedder. Fibras de carbono:
aplicações em eletroanalítica como material eletródico. 1999

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FIBRAS DE VIDRO

[1]https://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_de_vidro
[2] MOREIRA, Anabela Mendes. Materiais compósitos. Área de construção, 2009.
[3] Abílio P. Silva, Caderno Teórico de Ciência dos Materiais; UBI - Universidade da Beira
Interior, Tipografia, ISBN: 978-989-654-427-0, 2018
[4]Vieira, P. R., Vieira, J., & Carvalho3, E. M. (2016). Análise das propriedades de compósitos
poliméricos reforçados com fibra de. Engevista, V.18, 363-374.
[5] SHIVANAGERE, Abhay; SHARMA, S.; GOYAL, P. Modelling of glass fibre reinforced
polymer (Gfrp) for aerospace applications. Journal of Engineering Science and Technology,
2018, 13.11: 3710-28.

FIBRAS DE ARAMIDA

[1]CARNEIRO, Luiz Antonio Vieira; TEIXEIRA, A. M. A. J. Propriedades e características dos


materiais compósitos poliméricos aplicados na Engenharia de Construção. Revista Militar de
Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro, 2008, 25.3: 54-66.
[2]MOREIRA, Anabela Mendes. Materiais compósitos. Área de construção, 2009.
(http://www.estt.ipt.pt/download/disciplina/2932__Compositos_MC1.pdf)
[3] Abílio P. Silva, Caderno Teórico de Ciência dos Materiais; UBI - Universidade da Beira
Interior, Tipografia, ISBN: 978-989-654-427-0, 2018
[4]BUFFON JUNIOR, Sérgio João, et al. Influência de invólucros de poliuretana e do número de
lâminas no desempenho balístico de blindagens de Kevlar® XP S103. 2018. Master's Thesis.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
[5] https://www.dupont.com/brands/kevlar.html

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