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ÍNDICE GERAL

I. ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS .................................................................... 2


II. LISTA DE SÍMBOLOS E DE ABREVIATURAS ................................................ 3
III. RESUMO ............................................................................................................ 4
IV. OBJECTIVOS ..................................................................................................... 5
V. METODOLOGIAS ................................................................................................. 6
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7
2. O PLÁSTICO NA CONSTRUÇÃO....................................................................... 8
2.1. Introdução ........................................................................................................ 8
2.2. Evolução Histórica do Plástico ........................................................................ 8
2.3. Conceito do Plástico ...................................................................................... 10
2.4. Uso do Plástico .............................................................................................. 11
2.4.1. Exemplos de Plásticos e seu Uso ........................................................... 11
2.5. Fabricação...................................................................................................... 14
2.5.1. Aditivos .................................................................................................. 17
2.6. Classificação dos Plásticos ............................................................................ 19
2.6.1. Termoplásticos ....................................................................................... 19
2.6.2. Termorrígidos (Termofixos) .................................................................. 19
2.6.3. Elastômeros (Borrachas) ........................................................................ 20
2.7. Principais Plásticos ........................................................................................ 20
2.8. Propriedades do Material plástico ................................................................. 21
2.8.5. Propriedades Físicas ............................................................................... 22
2.8.5.1.1. Propriedades Mecânicas ..................................................................... 22
2.8.5.1.2. Propriedades Térmicas ....................................................................... 27
2.8.6. Propriedades Químicas ........................................................................... 28
2.9. Principais aplicações do Plástico na Construção ........................................... 31
2.9.1. Plásticos nas Instalações Hidráulicas Prediais ....................................... 32
2.9.2. Plásticos nas Instalações Elétricas ......................................................... 33
2.9.3. Fechamento de Fachadas – Esquadrias e Portas .................................... 34
2.9.3. Fechamento de Coberturas – Telhas ...................................................... 36
2.9.4. Pisos, Revestimentos e Forros................................................................ 38
2.9.6. Tintas e Vernizes .................................................................................... 40
3.10. Fábricas de Processamento do Plástico no País ......................................... 43
3.10.6. Politejo de Moçambique, Lda. ............................................................... 43
3.10.7. Riplex ..................................................................................................... 44
3.10.8. Topack Moçambique, SARL ................................................................. 45
3.11. Normas Europeias Harmonizadas de Sistemas de Tubagens de Plástico .. 46
4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 49
5. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 50

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I. ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1: Esquema de obtenção de plásticos a partir do petróleo. ............................... 16


Figura 2: Comportamento tensão-deformação para diferentes classes de materiais
poliméricos ................................................................................................................... 23
Figura 3: Exemplo aplicação de Plásticos nas Instalações Elétricas ............................ 34
Figura 4: Janelas com esquadrias de PVC. .................................................................. 36
Figura 5: Telha de polipropileno (PP). ......................................................................... 38
Figura 6- Piso de PVC.................................................................................................. 40
Figura 7- Uso do tubo de PVC para a conexão da pia de loisa para o esgoto.............. 41
Figura 8- Calha pluvial de PVC. .................................................................................. 42
Figura 4: Vantagens e Desvantagens da utilização do Plástico na Construção ........... 43

Tabela 1: Principais aditivos usados na fabricação de plásticos e sua função. ............ 18


Tabela 2: Principais Tipos de Plásticos ........................................................................ 20

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II. LISTA DE SÍMBOLOS E DE ABREVIATURAS

CPVC Policloreto de Vinila Clorado


EN Norma Europeia
et al. e outros
Ind. quim. Indústrias Químicas
ISO International Organization for Standardization
kgf quilogramas forças
m metro
m2 metro quadrado
m3 metro cúbico
mm milímetro
Mpa Mega Pascal
NP Norma Portuguesa
PC Policarbonato
PE Polietileno/Procedimento Específico/ Procedimento de Ensaio
PEAD Polietileno de Alta Densidade
PEBD Polietileno de Baixa Densidade
PET Polietileno Tereftalato
PEX Polietileno reticulado
PP Polipropileno
PPR Copolímero
PS Poliestireno
PVA Acetato de polivinila
PVC Cloreto de Polivinilo
PVDC Policloreto de Vinilideno
UV Ultra-Violeta
VCM Cloreto de Vinilo

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III. RESUMO

Os materiais plásticos têm sido cada vez mais solicitados na Construção Civil, e
de forma concomitante, a eficiência desses materiais está invadindo os projetos de
edifícios, buscando substituir materiais considerados até então, de maior nobreza como
o aço, a madeira, o barro e o concreto na execução das obras. Para ter-se ideia da
importância dos plásticos na construção civil, estes materiais detêm seu segundo maior
mercado neste setor, perdendo apenas para o de embalagens, quanto à utilização como
matéria-prima.

Os plásticos desempenham um papel de importância crescente na construção civil,


quer quantitativa quer qualitativamente. Os materiais plásticos têm um leque vasto de
aplicações, por exemplo, o revestimento de pavimentos, acabamento interior de paredes,
canalizações, artigos sanitários, colas e mástiques, estores, corrimãos, acessórios de
iluminação, puxadores, fechos, caixilharias ou em cofragens.

Palavras-chaves: Materiais Plásticos, Propriedades dos Plásticos, Polímeros.

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IV. OBJECTIVOS

Objectivo Geral

 Estudo particular do Plástico na área da Construção.

Objectivos Específicos

 Apresentar conceitos básicos em relação a Plásticos;


 Apresentar a classificação dos Plásticos;
 Descrever a aplicação e propriedades do plástico na construção civil;
 Descrever as vantagens e desvantagens do uso do plástico na construção;
 Levantar dados sobre Ensaios, a história, bem como o seu desenvolvimento e
como ocorreu a sua introdução na área industrial.

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V. METODOLOGIAS

Como ponto de partida, foi realizado uma revisão bibliográfica sobre o tema em
estudo. Paralelamente, foram recolhidas informações com recurso a meios electrónicos.
Após a pesquisa deu-se a confrontação de dados para dotá-lo de pontos importantes.
Finalmente uma leitura minuciosa e crítica para possíveis correcções quer ortográficas
bem como gramaticais.

Como qualquer investigação, a sequência do percurso não foi linear e esteve


sujeito a constante «vai e vens», ajustamentos, correcções, e eliminações de aspectos
que não dizem respeito ao tema em estudo.

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1. INTRODUÇÃO

A definição de plásticos é uma variedade de matérias tanto orgânicas,


semissintéticos ou sintéticos sólidos, que são moldáveis em quase qualquer forma. Isto
os torna um dos materiais mais comumente utilizados no planeta, crucial na produção
de artigos diários, bem como a sua utilização comercial em construção. Os plásticos
começam como simples polímeros naturais com a sua base de compostos de átomos de
carbono e principalmente adição de átomos de nitrogénio, enxofre e de oxigénio, a
maneira pela qual estes átomos estão ligados entre si determina as propriedades e
características do plástico.

Cada vez mais os plásticos estão substituindo outros materiais, logo, é


imprescindível que o produto polimérico apresente um desempenho mecânico
satisfatório durante a vida útil projetada para uma determinada aplicação. Os plásticos
são bastante importantes no nosso quotidiano, ele é responsável por grandes avanços e
traz uma série de benefícios para sociedade moderna, mas também traz problemas
ambientais ao mundo moderno.

Contudo, o objetivo primordial deste trabalho, é trazer aspectos relacionados com


os Materiais Plásticos tendo como foco a relevância deste material na área de
Construção Civil.

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2. O PLÁSTICO NA CONSTRUÇÃO

2.1. Introdução

O plástico está presente em cada aspecto da construção civil. É só observar cada


elemento de uma casa: telhas, calhas, forro de telhado, sistema de ventilação, janelas,
fachadas, revestimentos, pisos, sistemas de hidráulica, caixa d´água. Além da parte
estrutural, é nítida a contribuição do plástico para o design de móveis e objetos e para o
conforto em colchões e estofados.

2.2. Evolução Histórica do Plástico

A designação “plástico” origina-se do grego Plassein e exprime a característica


dos materiais quanto a amoldabilidade (mudança de forma física). Adota-se este termo
para identificar materiais que podem ser moldados por intermédio de alterações de
condições de pressão e calor, ou por reações químicas.

Tudo começou por volta de 1860 quando o inglês Alexandre Pakers iniciou seus
estudos com o nitrato de celulosa, um tipo de resina que ganhou o nome de “Parkesina”.
O material era utilizado em estado sólido e tinha como características principais
flexibilidade, resistência a água, cor opaca e fácil pintura. Em 1862, ocasião da
Exposição Internacional de Londres, Pakers apresentou as primeiras amostras do que
podemos considerar o antecessor da matéria-plástica, ponto central de uma grande
família de polímeros que nos dias de hoje contém centenas de componentes.

No mesmo ano, o tipógrafo americano John Wesle Hyatt (1837 - 1920) soube de
um concurso em Albany, no estado de Nova York (EUA), lançado pela empresa Phelan
and Collander, que produzia bolas de bilhar. Quem fosse capaz de desenvolver um
material que pudesse substituir o marfim, que estava ficando raro na fabricação das bolas

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de bilhar, ganharia dez mil dólares. A partir disso, Hyatt começou a pesquisa do marfim
artificial ou qualquer novo material que pudesse satisfazer as expectativas da empresa.

Hyatt obteve sucesso em 1870, aperfeiçoando a celuloide, uma versão comercial


do nitrato de celulosa com adição de piroxilina, cânfora, álcool, polpa de papel e
serragem. Nasceu, então, a primeira matéria plástica artificial. Neste mesmo ano foi
inaugurada a primeira fábrica da nova matéria-prima, batizada de Albany Dental Plate
Company, nome que provém do fato da celuloide ter sido utilizada primeiramente por
dentistas.

Três anos mais tarde (1872), a Dental Plate Company mudou para Celluloid
Manufacturing Company. Esta foi a primeira vez que o nome celulóide foi registrado.
Por sua facilidade de trabalho, a celulóide foi um sucesso e nos anos posteriores acabou
definindo a nomenclatura das matérias plásticas que eram criadas a partir da celulóide.

Em 1920, Hermann Staudinger iniciou seus estudos teóricos de estrutura e


propriedade dos polímeros naturais (celulosa e isoprene) e sintéticos. Staudinger mostrou
que os polímeros são constituídos de moléculas em forma de longas cadeias formadas a
partir de moléculas menores, por meio da polimerização. Anteriormente, se acreditava
que os plásticos eram compostos de anéis de moléculas ligados. Porém, as teorias de
Staudinger não foram bem aceitas por todos os cientistas e a discussão continuou durante
os anos 20.

Por volta dos anos 30 nasceu o poliestireno, que tem como material base o eteno
e o benzeno. Mas sua produção comercial só foi iniciada em 1936, na Alemanha.

Em 1949 foi inaugurada a primeira fábrica de poliestireno, a Bakol S.A, em São Paulo.
Logo foi iniciada a produção comercial do poliestireno de alto impacto. No início dos
anos 60, F.H. Lambert desenvolveu o processo para moldagem de poliestireno
expandido. O plástico substitui com vantagens uma série de matérias-primas utilizadas
pelo homem há milhares de anos, como vidro, madeira, algodão, celulose e metais.
Além disso, ao substituir matérias-primas de origem animal, como couro, lã e marfim,
possibilitou o acesso a bens de consumo pela população de baixa renda.

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Depois da descoberta do poliestireno, polietileno, PVC, poliamidas (Nylon) e poliéster,
o conhecimento dos mecanismos de polimerização contribuiu, nos últimos anos, para o
nascimento de outros materiais plásticos com características físico-mecânicas e de alta
resistência ao calor, os chamados tecno polímeros ou polímeros para engenharia

A partir de 1945, as matérias-primas plásticas entraram com tudo na casa das


pessoas, independentemente de condição social. Foi um fenômeno, pois, na época, o aço
predominava.

A substituição progressiva dos materiais tradicionais pelas novas substâncias


sintéticas mudou o conceito de forma, ergonomia e utilidade dos objetos que o homem
estava acostumado a manusear em seu dia-a-dia.

Com a introdução do plástico no mercado mundial novas demandas foram


surgindo, como produtos descartáveis, artigos para o lazer, eletroeletrônicos entre
outros. Nos dias de hoje, o plástico é considerado essencial para o progresso da
humanidade, o aperfeiçoamento das tecnologias de transformação viaja na mesma
intensidade da história dos polímeros.

2.3. Conceito do Plástico

Segundo MARCZAK (2004) o termo plástico é usado para definir todo material
constituído por resinas sintéticas que tem, por sua vez, a sua matéria-prima de origem
natural, como o álcool, o gás natural, o carvão, e principalmente o petróleo, pós todas
são ricas em carbono, o átomo que constitui as matérias polímeras.

Chamam-se “plásticos” os materiais artificiais formados pela combinação do


carbono com o oxigênio, hidrogênio e outros elementos orgânicos ou inorgânicos que,
embora sólidos no seu estado final, em alguma fase de sua fabricação apresentam-se sob
condição de líquidos, podendo, então, ser moldados na forma desejada. O termo
“artificiais” diferencia de outros materiais como vidro, borracha e outros que também
são moldados em alguma etapa da fabricação.

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2.4. Uso do Plástico

O termo “matéria plástica” soa, à pessoa menos avisada, como algo vulgar, vindo
quase sempre ao pensamento objetos de baixo custo. Mas, muito ao contrário do que se
possa julgar, o maior emprego dos plásticos não é na fabricação de quinquilharias, pois
somente 10% da produção mundial são usados para esse fim. Os restantes 90% são
usados em indústrias as mais importantes, como aeronáutica, a mecânica, a
automobilística, etc.

Nos três últimos anos, nos Estados Unidos, a indústria da construção civil tem
sido explosivamente a maior consumidora de plásticos, e o mesmo fenómeno tem-se
repetido em vários outros países onde o plástico está rapidamente tomado lugar de
destaque junto a outras matérias tradicionalmente empregados. A construção civil tem-
se constituído nos últimos anos, como o mais importante mercado dentre todos os
atendidos pela indústria plástica (BAUER 2008).

Segundo PETRUCCI (1976) materiais plásticos são um grupo de materiais


capazes de serem moldados nas mais diversas formas, por deformação plástica. Estes
materiais têm com característica principal a existência de monômeros (grupos de
átomos, molécula) que, em grande escala formam as macromoléculas que serão os
polímeros. Complementarmente, segundo a definição de REMY, GAY, GONTHIER
(2002), os plásticos são produtos químicos que têm como componente básico as resinas.

2.4.1. Exemplos de Plásticos e seu Uso

2.4.1.1.1. O PVC

É o plástico de maior utilização, notadamente em tubos e conexões para água,


esgoto e eletricidade, peças de arremate como torneiras, chuveiros, perfis para azulejos,
espaçadores, etc. Também como coberturas para solucionar problemas de luminosidade
em telhados de barracões e outros.

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Embora seja muito importante utilizarmos materiais reciclados dentro da
construção civil, um estudo de sustentabilidade do material envolve mais do que isto.
Precisamos estar preocupados com a durabilidade do material, os impactos causados
pela sua extração do meio ambiente, e sua industrialização, podemos dizer que o ciclo
de vida deste material é muito importante quando pretendemos compara-lo a outros
materiais.

2.4.1.1.2. O PS

Que tem superfícies brilhantes e polidas, resiste pouco ao calor e é quebrado


devido à pouca flexibilidade, bastante utilizado em aparelhos de iluminação mais
económicos. Existe o poliestireno de alto impacto, mais resistente, utilizado na
fabricação de assentos sanitários, bancos, e peças hidráulicas (sifões, válvulas e outras).

2.4.1.1.3. O Poliestireno expandido (isopor)

Tem baixo custo e é de fácil trabalhabilidade, é flexível e tem fracas propriedades


mecânicas e baixa resistência ao calor. Grande utilização sob a forma de folhas em rolos,
para protecção de paredes, lajes e materiais contra a chuva, cobertura de equipamentos,
formação de pequenos lagos para represamento, etc.

2.4.1.1.4. O náilon

É um dos plásticos mais nobres e de melhores qualidades. Usado como reforço de


telhas plásticas, em buchas de flexão e como ferragens para armários (dobradiças,
trincos, puxadores, etc.).

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2.4.1.1.5. O fiberglass

É a combinação de vidro com resina poliéster ou com epóxi e melaninas.

Convenientemente projetado, forma uma estrutura semelhante ao concreto


armado onde a resina seria o concreto e as fibras de vidro as armaduras. Pela facilidade
de moldagem é bastante utilizado na fabricação de banheiras, pisos de box, pias, reforços
com conexões de PVC, reparos em tubulações de ferro fundido, como telhas e também
como fundido, como telhas e também como camada impermeabilizante em lajes.

2.4.1.1.6. Os acrílicos

São plásticos nobres, de qualidades ópticas e aparências semelhantes ao mais fino


vidro. Podem ser leitosos, utilizados para difusão de luz nos aparelhos de iluminação,
em domos de iluminação zenital, box de banheiros, etc.

2.4.1.1.7. As resinas alquidicas, fenólicas e vinilicas

São largamente utilizadas nas indústrias de tintas e vernizes, principalmente o


PVA. Resinas vinilicas associadas com outros elementos, por exemplo o amianto, geram
material destinado a piso de pequena espessura (Paviflex). As resinas fenólicas são
empregadas nos laminados plásticos (fórmica) e no revestimento de chapas de madeira
modificada (duraplac).

As resinas epox: são aplicadas principalmente como revestimento por sua dureza e
resistência para concreto.

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2.4.1.1.8. O hypalon

É revestimento aplicado a rolo, pincel ou pulverização sobre vários tipos de


superfícies, impermeabilizando. O neoprene possui diversas aplicações, como gaxetas,
para vedação de paredes e esquadrias, em juntas de expansão e como base antivibratoria.

2.4.1.1.9. O neoprene

São elastômeros ou borrachas sintéticas usadas para impermeabilização,


apresentando boas qualidades de resistência as intempéries, a luz solar e ao calor.

2.4.1.1.10. Os silicones

São obtidos a partir do silício e especialmente indicados para protecção de


superfícies sujeitas a intempéries.

A aplicação do silicone confere ao tijolo, reboco ou concreto uma tensão


superficial sensivelmente menor que a da água. Esta, sem ter sua tensão que superficial
rompida, escorre sobre a superfície sem encharca-la. Essa aplicação tem o nome de
hidrofugação. Como mastique os silicones são utilizados em vedação de juntas as mais
diversas.

2.5. Fabricação

Os Combustíveis fósseis originaram-se há milhões de anos em decorrência da


transformação dos resíduos vegetais e animais por conta da pressão e pelo calor.
Consequentemente, levando em consideração o tempo de formação, os combustíveis
fosseis não são renováveis. Entre estes combustíveis não renováveis se encontra o
Petróleo.

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No processo de fabricação do plástico convencional, o petróleo é extraído e
enviado para uma refinaria, onde se separam as variadas substâncias presentes no
combustível. A nafta é o derivado do petróleo empregado para a fabricação do plástico.
Sendo assim, os materiais plásticos contam com moléculas da nafta e passam por um
cuidadoso processo de refinamento o petróleo é transformado em resina plástica, as
resinas passam por processos específicos, que dependem do tipo de plástico que se
deseja fabricar. Os plásticos mais empregados são aqueles que recebem o nome de
termoplásticos, ou seja, que ficam moles quando passam por aquecimento e podem ser
transformados em diversos tipos de produtos.

Segundo PIATTI e RODRIGUES (2005) as substâncias utilizadas como matéria-


prima na preparação de plásticos são obtidas principalmente a partir do petróleo e são
denominadas monômeros.

O petróleo é constituído por uma mistura de compostos orgânicos, principalmente


hidrocarbonetos. Através do processo de destilação fracionada do óleo cru, que ocorre
nas refinarias, são obtidas várias frações o gás liquefeito, a nafta, a gasolina, o
querosene, o óleo diesel, as graxas parafínicas, os óleos lubrificantes, o piche.

A fração da qual são obtidos os monômeros é a nafta, que submetida a um


processo de craqueamento térmico (aquecimento na presença de catalisadores), dá
origem a várias substâncias, entre elas, etileno, propileno, butadieno, buteno,
isobutileno, denominados petroquímicos básicos. Estes, por sua vez, são transformados
nos chamados petroquímicos finos, tais como polietileno, polipropileno, policloreto de
vinila etc. Na etapa subsequente, os petroquímicos finos são modificados quimicamente
ou transformados em produtos de consumo.

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Figura 1: Esquema de obtenção de plásticos a partir do petróleo.

Petróleo

(100%)

Diesel e óleo para Nafta Outros


aquecimento (70%)
(20%) (10%)

Gaseificação Matéria-prima para


ind. quim (7%)
(13%)

Polímeros Outros produtos


químicos (3%)
(4%)

Polietileno (PE) Poliuretano Polipropileno Poliamida (PA) Poliestireno


Cloreto de (PUR) (PP) (PS)
polivinila (PVC)
Poliéster (UP)

Fonte: Michael, 1995.

As reações que levam à formação dos plásticos são chamadas polimerizações,


uma polimerização é uma transformação química na qual moléculas pequenas,
denominadas monômeros, juntam-se para formar moléculas gigantes, as
macromoléculas.

A produção de plástico ocorre em fábricas grandes onde os materiais plásticos são


moldados em estruturas utilizáveis, são introduzidos aditivos para influenciar ou alterar
as propriedades dele, por exemplo, tornando o plástico mais forte ou mudando a cor.
Estas empresas usam vários métodos, dependendo do produto desejado e do resultado
final, um dos métodos mais comuns de fabricação de plástico é a moldagem.

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Existem diversas variações sobre o método de moldagem, incluindo moldagem
por injeção e fundição. Uma maquinaria pesada é empregada pelas empresas para
assegurar que esses métodos são realizados em grande escala, a fim de proporcionar
estes plásticos para o uso industrial. A moldagem permite grandes folhas de fibras de
plástico para serem produzidos para empresas de construção, bem como detalhamento
sobre intrincados brinquedos de plástico e kits de modelagem.

A maioria dos processos de moldagem do plástico começa como pelotas de resina


que são derretidas a altas temperaturas, quando mantida sob esta temperatura e pressão
adequada o plástico é deixado a arrefecer e solidificar no molde desejado. Mais uma
vez, qualquer forma ou estrutura pode ser produzida dependo apenas do molde ou
fundição que o plástico é colocado em estado liquefeito. A conversão é um processo
semelhante, no entanto ligeiramente modificada para produzir o plástico desejado sem
atingir a temperatura de fusão. Isto é particularmente vantajoso para os plásticos com
um ponto de fusão excecionalmente elevado.

No método de fundição, a resina é aquecida a cerca de dois terços do ponto de


fusão de plásticos, permitindo ainda que o plástico se torne moldável. Fundição também
é aplicada quando intrincados detalhes são necessários. No entanto, este processo tem
suas limitações, pois a matriz só irá produzir entre 25 e 100 produtos quando ela começa
a se desgastar. Este tende a ser um processo de fabricação de plástico de custo eficaz
embora, como toda a resina de plástico é usada no molde e muito pouco material precisa
ser removido.

2.5.1. Aditivos

Os aditivos podem modificar as características de um plástico.

De acordo com PIATTI e RODRIGUES (2005) os plásticos são leves se


comparados com a madeira, metais e cerâmicas. Além disso, os plásticos são facilmente
processáveis a temperaturas baixas se comparadas com a temperatura de processamento
de outros materiais tais como o aço e o alumínio. Portanto, o consumo de energia é
relativamente baixo, o que se reflete no custo de fabricação.

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Muitas outras propriedades tornam o plástico um material versátil: baixa
condutibilidade elétrica e térmica; alta resistência ao ataque químico de substâncias tais
como o oxigênio, ácidos, bases etc. Uma outra vantagem é que as resinas plásticas
podem ser facilmente misturadas com outras substâncias que podem lhes conferir novas
propriedades, sendo possível alterar cor, cheiro, elasticidade, resistência a impactos,
resistência ao calor e à luz etc., ampliando as possibilidades de aplicações, estas
substâncias são denominadas aditivos.

Tabela 1: Principais aditivos usados na fabricação de plásticos e sua função.

ADITIVO FUNÇÃO
Plastificante Aumentar a flexibilidade
Estabilizante térmico Evitar a decomposição por aquecimento
Estabilidade UV Evitar a decomposição causada por raios UV solares
Retardador de chamas Reduzir a inflamabilidade
Lubrificante Reduzir a viscosidade
Aumentar a resistência ao desgaste por abrasão e
Carga
reduzir o custo do material
Minimizar a oxidação provocada por oxigénio e
Antioxidante
ozono atmosféricos
Pigmentos Conferir a cor desejada
Antiestético Evitar eletrização por atrito
Conferir odores desejados, mascarar odores
Aromatizante
indesejados
Biocida Inibir a degradação por microrganismos
Fonte: CALLISTER (2002).

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2.6. Classificação dos Plásticos

Há diversas maneiras de se dividir os plásticos, a classificação1 conforme as


características mecânicas talvez seja a mais importante. Ela, decorre, na verdade, da
configuração específica das moléculas do polímero. São correntemente divididos em
três tipos principais que são os Termoplásticos, Termorrígidos (Termofixos) e os
Elastômeros (Borrachas).

2.6.1. Termoplásticos

São os chamados plásticos, constituindo a maior parte dos polímeros comerciais.


A principal característica desses polímeros é poder ser fundido diversas vezes.
Dependendo do tipo do plástico, também podem dissolver-se em vários solventes. Logo,
sua reciclagem é possível, uma característica bastante desejável nos dias de hoje.

As propriedades mecânicas desse tipo de material plástico, variam conforme o


plástico: sob temperatura ambiente, podem ser maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis. Os
mais conhecidos são o polietileno, o Náilon e o Policloreto de Polivinila (PVC).

2.6.2. Termorrígidos (Termofixos)

São rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura, uma vez
pronto não mais se fundem. O aquecimento do polímero acabado a altas temperaturas
promove decomposição do material antes de sua fusão. Logo, sua reciclagem é
complicada.

Segundo BAUER (2008) os Plásticos Termofixos, o processo de moldagem


resulta da reação química irreversível entre as moléculas do material, tornando-o duro e

1
Classificação dos materiais plásticos disponível em http://techne.pini.com.br/engenharia-
civil/205/artigo310744-1.aspx (acesso 30/05/2017 - 17 horas).

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quebradiço, não podendo ser moldado outra vez. A resina epóxi e as melaminas são
alguns exemplos.

2.6.3. Elastômeros (Borrachas)

Classe intermediária entre os Termoplásticos e os Termorrígidos, não são fusíveis,


mas apresentam alta elasticidade, não sendo rígidos como os Termofixos. Reciclagem
complicada pela incapacidade de fusão, de forma análoga aos Termorrígidos. Alguns
exemplos são o neoprene (policloropreno), o butil (isobutileno-isopreno), o teflon e os
silicones (polisiloxano).

2.7. Principais Plásticos

Certos plásticos se destacam por seu baixo preço e grande facilidade de


processamento, o que incentiva seu uso em larga escala. São os chamados plásticos,
materiais baratos e usados em aplicações de baixo custo, são o equivalente aos aços de
baixo carbono na siderurgia. Os principais plásticos são (vide tabela 2):

Tabela 2: Principais Tipos de Plásticos

PRINCIPAIS PLÁSTICOS
TERMOPLÁSTICOS TERMOFIXOS ELASTÔMEROS

 PE  Resinas fenoplásticas  Policloropreno (neoprene)


 PS  Resinas aminopláticas  Isobutileno-isopreno
 PET Resina alquídica (butyl)
 PP  Resinas epóxi (Araldite  Politetrafluoretileno
 PVC e poliéster) (teflon, viton)
 PVA  Melaminas  Estireno-butadieno (SBR)
 VCM  Silicones  Poliuretana (adiprene)

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 Acetato de vinila  Polisiloxano (silicones)
 Acrilonitrila (orlon)  Polietileno cloros
 Náilon sulfonado (hypalon)
 Acrílicos.

Fonte: PETRUCCI, Eládio G. R. Materiais de Construção. 2ª ed. Porto Alegre: Editora


Globo, 1976, p. 400 – 411

2.8. Propriedades do Material plástico

2.8.1. Densidade

Os polímeros apresentam uma densidade relativamente baixa se comparados a


outros materiais. A faixa de variação de densidade destes materiais estende-se de
aproximadamente 0,9 g/cm3 até 2,3 g/cm3. Mais leves que metais ou cerâmica.
Exemplo: o PE é 3 vezes mais leve que o alumínio e 8 vezes mais leve que o aço.

2.8.2. Condutibilidade elétrica

Em geral os polímeros são maus condutores de energia elétrica. A resistência


elétrica dos polímeros é dependente da temperatura e diminui com o aumento da
temperatura. A razão para a baixa condutibilidade elétrica é a mesma para a térmica, a
falta de elétrons livres. Observando esta propriedade os polímeros são altamente
indicados para aplicações onde se requeira isolamento elétrico.

Pode-se, ainda, melhorar sua condutibilidade elétrica introduzindo-se pós


metálicos nesses materiais. A adição de cargas especiais condutoras (limalha de ferro,
negro de fumo) pode tornar polímeros fracamente condutores, evitando acúmulo de
eletricidade estática, que é perigoso em certas aplicações.

21
2.8.3. Porosidade

O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso


confere baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos. Esse
largo espaçamento entre moléculas faz com que a difusão de gases através dos plásticos
seja alta. Em outras palavras: esses materiais apresentam alta permeabilidade a gases,
que varia conforme o tipo de plástico.

2.8.4. Permeabilidade a luz

Os termoplásticos amorfos, como o PC, PMMA, PVC bem como a resina UP,
não se diferenciam consideravelmente em sua transparência do vidro que chega a 90%,
isto corresponde a um nível de transmissão de 0,9.

Porém uma desvantagem dos polímeros é que influencias do meio ambiente,


como por exemplo, atmosfera ou variação de temperatura, pode causar turbidez e com
isso, piora a transparência.

2.8.5. Propriedades Físicas

Uma propriedade física tem a característica de poder ser avaliada sem que a
composição ou integridade da substância respectiva seja afetada. Dentre elas se incluem
as propriedades mecânicas, térmicas, elétricas e ópticas. Neste trabalho abordaremos
apenas as propriedades mecânicas e térmicas.

2.8.5.1.1. Propriedades Mecânicas

As propriedades mecânicas são determinadas por ensaios rotineiros de amostras


selecionadas como sendo representativas do produto, mostrando como, por exemplo, a

22
capacidade desses materiais desenvolverem deformações reversíveis e irreversíveis, e
resistirem à fratura frágil.

Aqui iremos abordar apenas algumas das propriedades mecânicas mais


importantes: resistência a tração, alongamento na ruptura, modulo de elasticidade,
resistência a compressão, resistência a flexão, resistência ao impacto, dureza e
resistência a fricção.

Em geral, verifica-se a existência de três diferentes comportamentos de tensão-


deformação para os polímeros, conforme pode ser verificado no gráfico a seguir:

Figura 2: Comportamento tensão-deformação para diferentes classes de materiais


poliméricos

Fonte: ROCHA, B., (2010), Polímeros, Trabalho acadêmico: Materiais da Indústria


Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, p.09.

A curva (a) ilustra o comportamento tensão-deformação apresentado por um


polímero frágil, mostrando que este sofre fratura enquanto se deforma elasticamente. O
comportamento apresentado pelo material plástico, curva (c), é semelhante àquele

23
encontrado para muitos materiais metálicos; a deformação inicial é elástica, a qual é
seguida por escoamento e por uma região de deformação plástica. Finalmente, a
deformação apresentada pela curva (d) é totalmente elástica; essa elasticidade, típica da
borracha (grandes deformações recuperáveis são produzidas, mesmo sob pequenos
níveis de tensão), é apresentada por uma classe de polímeros conhecida como
elastômeros.

2.8.5.1.1.1. Resistência à tração

A resistência a tração ou tenacidade, geralmente é medida através de um ensaio


de tração, onde um corpo de prova é submetido a um esforço que tende a alongá-lo ou
esticá-lo até a sua ruptura. O ensaio é normalmente realizado num corpo de prova de
formas e dimensões padronizadas, para que os resultados obtidos possam ser
comparados ou, se necessário, reproduzidos. Este é fixado numa máquina de ensaios
que aplica esforços crescentes na sua direção axial, sendo medidas as deformações
correspondentes. Os esforços ou cargas são mensurados na própria máquina, e,
esporadicamente, o ensaio ocorre até a ruptura do material.

A resistência à tração dos materiais plásticos tende a ser muito baixa,


normalmente são menores que 10 kgf/mm², diferentemente dos metais que apresentam
resistências muito elevadas até 100 kgf/mm².

2.8.5.1.1.2. Alongamento na ruptura

O alongamento na ruptura representa o aumento percentual do comprimento do


corpo de prova sob tração, no momento da ruptura. Polímeros, no geral, apresentam um
alto percentual de alongamento na ruptura (até 90%).

O elevado alongamento na ruptura é uma das vantagens dos polímeros sobre os


materiais metálicos e cerâmicos, onde o percentual de alongamento é muito pequeno,
não passando de algumas unidades.

24
O método usado para determinar o alongamento na ruptura é o mesmo utilizado
no ensaio de resistência a tração.

2.8.5.1.1.3. Módulo de elasticidade

O modulo de elasticidade é estimado através da razão entre a tensão e a


deformação, dentro do limite elástico, em que a deformação é totalmente reversível, e
proporcional a tensão. Também conhecido como módulo de Young, e se aplica tanto a
tração quanto a compressão, referindo-se à área transversal no início do ensaio. Os
polímeros de alta cristalinidade, ou aqueles que apresentam estruturas rígidas
aromáticas, ou ainda os polímeros reticulados, revelam módulos de elasticidade mais
elevados. Os módulos dos polímeros em geral não excedem 500 kgf/mm², enquanto que,
para as fibras podem atingir 1500 kgf/mm².

2.8.5.1.1.4. Resistência à compressão

Nos testes de resistência à compressão é determinada a força, a uma velocidade


de deformação constante, necessária para comprimir ou romper um corpo de prova
colocado entre duas placas paralelas controladas. As resinas termorrígidas apresentam
uma superioridade sobre as termoplásticas na resistência a compressão, porém ainda
muito inferior à dos materiais de engenharia convencional.

A resistência à compressão é de 560 kgf/cm² a um valor pouco superior ao da


madeira comum, enquanto que a resistência à flexão apresenta variação entre 120
kgf/cm² e 1410 kgf/cm².

2.8.5.1.1.5. Resistência à flexão

A resistência à expressa a tensão máxima aplicada na superfície de uma barra


quando a mesma está sendo sujeita a um dobramento. A resistência a flexão é usada

25
com materiais rígidos, isto é, aqueles que não vergam excessivamente sob a ação da
carga.

2.8.5.1.1.6. Resistência ao impacto

A capacidade de um determinado material absorver energia do impacto está


relacionada com a sua resistência e ductilidade. O ensaio de resistência ao choque das
informações sobre a capacidade do material absorver e dissipar essa energia. Como
resultado do ensaio de choque obtém-se a energia absorvida pelo material até sua fratura,
caracterizando assim o comportamento dúctil-frágil.

O ensaio de resistência ao choque caracteriza o comportamento dos materiais


quanto à transição do comportamento dúctil para frágil em função da temperatura.

São frágeis às baixas temperaturas porque a rotação dos átomos na molécula


requer energia térmica. A maioria dos polímeros apresenta transição dúctil-frágil que é
geralmente abaixo do ambiente.

2.8.5.1.1.7. Dureza

É uma propriedade mecânica relacionada à resistência que um material, quando


pressionado por outro material ou por marcadores padronizados, apresenta ao risco ou
à formação de uma marca permanente. A dureza depende diretamente das forças de
ligação entre os átomos, íons ou moléculas e do estado do material (processo de
fabricação, tratamento térmico, etc.). Os materiais poliméricos são, em geral, menos
duros do que os materiais cerâmicos, vítreos e metálicos.

Os plásticos são geralmente muito mais macios do que outros materiais. Com
exceção do poliuretano, que apresenta boa resistência à abrasão, comparado a outros
materiais mais duros. Por esse motivo, os plásticos tendem a ser riscados por outros
materiais mais duros e abrasivos

26
2.8.5.1.1.8. Resistência à fricção

A resistência a fricção, ou resistência ao deslizamento, é uma propriedade


importante para os materiais de engenharia. A força friccional se opõe à força de
deslizamento, e depende do acabamento da superfície do material. Pode ser representada
pelo coeficiente de atrito, que é a razão entre a força de fricção e a carga aplicada
normalmente à superfície de duas placas superpostas entre as quais se desenvolve o
atrito. Para a maioria dos plásticos, o valor desse coeficiente varia entre 0,2 e 0,8.

2.8.5.1.2. Propriedades Térmicas

As propriedades térmicas são avaliadas em função do fornecimento ou remoção


de energia térmica (calor) a um determinado material.

2.8.5.1.2.1. Calor específico

Pode definir-se calor específico como sendo a quantidade de energia térmica


necessária para elevar de 1°C a unidade de massa do material. Os plásticos apresentam
valores de calor específico entre 0,2 e 0,5 cal/g°C (a água apresenta um calor específico
de 1,0 cal/g°C, enquanto os metais apresentam calor específico abaixo de 0,1 cal/g°C),
devido em parte à mobilidade dos segmentos moleculares.

2.8.5.1.2.2. Condutividade térmica

Define-se condutividade térmica como a quantidade de calor transmitida através


de uma espessura, numa direcção normal à superfície de área, devido a uma variação de
temperatura. Ao contrário dos metais, os polímeros são típicos maus condutores de
calor, tendo uma condutividade térmica baixa, variando na faixa de 0,15 a 0,5 W/mK.

A condutividade térmica dos polímeros é cerca de mil vezes menor que a dos
metais. Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento
térmico, particularmente na forma de espumas.

27
2.8.5.1.2.3. Expansão térmica

À medida que um material é aquecido, suas partículas (átomos ou moléculas)


vibram mais rapidamente, fazendo com que o mesmo se expanda e aumente seu volume.
A expansão térmica é a propriedade que mede o volume adicional para acomodar as
partículas. Materiais poliméricos expandem bastante com o aumento da temperatura,
apesar de existirem algumas exceções, como o PET.

2.8.6. Propriedades Químicas

Dentre as principais propriedades químicas entre os polímeros estão as


diretamente relacionadas com suas aplicações, tais como: resistência à oxidação, ao
calor, à radiação ultravioleta, à água, a ácidos e bases, a solventes e a reagentes
químicos.

2.8.6.1. Resistência à Corrosão

Esta é uma propriedade muito importante nos materiais poliméricos. Esta


resistência é mais encontrada nas macromoléculas saturadas, como por exemplo, as das
poliolefinas (polietileno, por exemplo). Nos polímeros insaturados, mais comumente
nos elastômeros, esta oxidação pode ocorrer através das insaturações, com a quebra das
mesmas. Isto causa o rompimento das cadeias, diminuindo seu tamanho, causando a
consequente diminuição na resistência mecânica do polímero. Outro fator causador da
diminuição da resistência à oxidação é a presença de átomos de carbono terciário na
cadeia, sendo essa tanto saturada quanto insaturada.

É importante salientar as ligações químicas presentes nos materiais plásticos


(covalentes/Van der Walls) lhes conferem maior resistência à corrosão por oxigênio ou
outros produtos químicos do que no caso dos metais (ligação metálica). De maneira

28
geral, os polímeros são atacados por solventes orgânicos que apresentam estrutura
similar a eles, ou seja, similares diluem similares.

2.8.6.2. Resistência à Degradação Térmica

A exposição ao calor em presença de ar é o maior causador de degradação entre


os polímeros, dependendo da estrutura do polímero, envolvendo reações químicas às
vezes bastante complexas. Estas reações ocorrem pela formação de radicais livres na
molécula, frequentemente com a ação do oxigênio, pela quebra das ligações covalentes
nas cadeias insaturadas ou que contenham carbonos terciários. Nestes pontos da
macromolécula ocorre mais facilmente a formação de hidroperóxidos, de rápida
decomposição, que causam o rompimento das ligações covalentes carbono-carbono. E
conjunto com a alteração das propriedades, é comum ocorrer mudança de coloração da
peça, pela oxidação.

Os polímeros clorados são mais sensíveis à degradação térmica durante o


processamento, devido à fragilidade das ligações carbono-cloro, quês são de fácil
ruptura.

2.8.6.3.Resistência a Ácidos

Em geral, o contato de materiais poliméricos com ácidos, mesmo em meio


aquoso, pode causar a destruição das moléculas poliméricas se nelas existirem
grupamentos sensíveis à reação de ácidos. Por exemplo, as resinas melamínicas e os
produtos celulósicos sofrem alteração em meio ácido, mesmo quando diluído.

2.8.6.4.Resistência a Bases

As soluções alcalinas, usualmente em meios aquosos, costumam ser bastante


agressivas a polímeros que apresentem certos grupamentos, como grupos carboxila,
hidroxila fenólica e ésteres, usualmente ácidos. Portanto, as resinas fenólicas e

29
epoxídicas, assim como os poliésteres insaturados, são facilmente atacadas por produtos
alcalinos.

2.8.6.5.Resistência a Solventes e Reagentes

O principal fator do qual depende a solubilidade é a interação entre as moléculas


do soluto e do solvente. Quando as moléculas do solvente são mais afins com as do
polímero do que com as próprias, pode ocorrer a sua penetração entre as cadeias
macromoleculares, gerando interações físico-químicas. Outras formas de interação
intermolecular, como ligações hidrogênio, ligações dipolo-dipolo, ou até mesmo forças
de Van der Waals, permitem a dissolução dos polímeros.

Os polímeros pouco polares possuem afinidade maior com solventes pouco


polares, assim como polímeros polares apresentam maior afinidade com solventes
polares. Quando as moléculas do polímero apresentam maior afinidade entre si do que
com o solvente, não se dissolvem.

Quando a macromolécula é muito cristalina, ocorre a diminuição da solubilidade


do material, pois os cristalitos dificultam a penetração dos solventes. Se o polímero tem
estrutura reticulada, adquirida após a cura, a macromolécula torna-se gigantesca e a
dispersão molecular se torna impossível.

A existência de estrutura aromática ou saturada aumenta a resistência a solventes


e reagentes.

2.8.6.6.Inflamabilidade

A inflamabilidade é uma propriedade muito importante, pois à medida que é


aquecido o material sofre progressivas transformações, primeiramente físicas, depois
químicas, culminando com a decomposição total do material em produtos voláteis.

30
Os materiais poliméricos apresentam comportamento diferente dos materiais
clássicos de engenharia. Se o polímero contiver aditivos minerais, como óxido de titânio
e caulim, a combustão total deixa cinzas, nas quais se encontram aqueles aditivos.

Em outros materiais de engenharia, como cerâmicas, vidros e metais, não ocorre


essa combustão. A facilidade de queima é uma grande desvantagem dos polímeros
orgânicos.

Conforme as características químicas do polímero há uma facilidade maior ou


menor de queima. Aqueles de fácil decomposição, como nitrato de celulose, queimam
tão rapidamente que nem permitem a quantificação da sua inflamabilidade. Já os
polímeros termofixos, como as resinas fenólicas, são de mais difícil combustão, e por
isso utilizado em peças para instalações elétricas.

Quando o polímero apresenta anéis aromáticos e ausência de cadeias parafínicas,


há um grande retardamento na inflamabilidade, sem manutenção da chama: forma-se
um resíduo negro, grafítico, e com pouca liberação de fumaça. A existência de grupos
éster favorece a liberação de dióxido de carbono por aquecimento, causando o auto-
retardamento da chama.

2.9. Principais aplicações do Plástico na Construção

Na construção civil os materiais plásticos, como o PVC, CPVC, PPR e o PEX,


vêm se consolidando para instalações hidros sanitárias como alternativa aos tubos e
conexões metálicos. Entre as vantagens agregadas estão o menor custo, a maior
durabilidade, a facilidade de instalação em campo e a possibilidade de execução de
instalações hidráulicas, o que induz à menor necessidade de mão-de-obra. Em especial
no caso do PVC, termoplástico mais aproveitado pela construção civil o avanço tem
extrapolado os limites das paredes.

O PVC é o plástico que possui maior número de utilizações na construção, isso se


deve, principalmente ao seu baixo custo. É obtido a partir do acetileno e cloreto de
hidrogénio. Seu uso maior é na fabricação de tubulações de água, esgoto e eletricidade.
Possui inúmeras vantagens sobre canalizações metálicas.

31
Os tubos para água, por terem que trabalhar sob pressão, são os que devem
apresentar melhor qualidade, atualmente, são fabricados três tipos:

1º) O de pressão, para redes adutoras;

2º) O pesado, para instalações prediais e que pode ser rosqueado;

3º) O leve, de menor espessura, para pequenas pressões e que deve ser colado.

O PVC ocupa cada vez mais espaço na construção, este material tem substituído
alumínio e madeira na fabricação esquadrias de janelas e portas.

No setor de coberturas, as telhas de plástico surgiram inicialmente como


substitutas das telhas de vidro, visando-se a solução do problema de iluminação natural
em grandes áreas de telhado. De início, a pouca resistência do material aos raios solares
provocava seu rápido descolamento, apresentando as chapas, em poucos meses,
rachaduras e quebras provocadas pelo dessecamento BAEUR (2008).

2.9.1. Plásticos nas Instalações Hidráulicas Prediais

A qualidade das instalações hidráulicas prediais, no seu conceito mais amplo, é


fundamental para a qualidade da edificação como um todo. O usuário final deseja que a
instalação hidráulica predial possa suprir as suas necessidades com baixo custo,
durabilidade, manutenção fácil e barata. Por outro lado, o construtor ou o empreendedor
de uma edificação deve procurar componentes e sistemas com qualidade, baixo custo,
facilidade de execução e também de manutenção. (Manual OPP/TRIKEM, 1998, p. 08).

Os polímeros podem ser usados para instalações prediais de água, esgoto


sanitário e captação e condução de águas pluviais.

Em instalações hidráulicas prediais de água, há uma utilização cada vez maior


dos seus componentes produzidos em polímeros. No caso do PVC, segundo o manual
TRIKEM (1988), é utilizado basicamente para a condução ou manuseio de água à
temperatura ambiente e no caso da condução de água quente são indicadas às tubulações
de CPVC, semelhante ao PVC, porém com maior estabilidade em relação à água quente.

32
As tubulações baseadas em PVC são indicadas para aplicações em edificações
residenciais, comerciais e industriais.

Segundo ACETOZE (1996), e VANDERGORIN (1987) as características dos


componentes, em PVC, são que estes possuem juntas estanques (soldadas ou
rosqueadas), tem menor custo de material e de mão-de-obra em relação aos materiais
tradicionalmente utilizados, são resistentes à corrosão, a lisura das paredes internas
resulta em maior velocidade do fluxo e menos formação de depósito, não são condutores
de eletricidade, coeficiente de expansão térmica muito maior que outros matérias, são
praticamente imunes ao ataque de bactérias e fungos, possuem densidade menor que
materiais tradicionais como cerâmica e ferro galvanizado.

2.9.2. Plásticos nas Instalações Elétricas

Dentre os componentes elétricos, podem ser citados os eletrodutos para a


passagem de fios e cabos, internamente às paredes das construções; perfis para
instalações elétricas aparentes; fios e cabos com isolamento; e componentes terminais
da instalação (caixas, espelhos, tomadas, interruptores e outros). Estes componentes
elétricos são bastante difundidos por permitir um bom isolamento elétrico e por
minimizar os efeitos de curto-circuito originados dos fios descascados. Há ainda, os
dutos e súbditos responsáveis pela passagem de calor.

Os fios são filamentos formados por um condutor e os cabos, formados por vários
condutores. No caso destes componentes em PVC, podem ser utilizados em instalações
elétricas, telefônicas, antenas de televisão e FM, localizados em edificações
residenciais, comerciais e industriais e subestações transformadoras.

Os eletrodutos poliméricos são destinados ao alojamento e proteção dos fios


elétricos e podem ser rígidos ou flexíveis e possuem em comum a elevada resistência à
compressão, o que permite que sejam embutidos em lajes, paredes e pisos.

Os dutos e subdutos de PVC são utilizados em instalações subterrâneas de redes


elétricas e de telefonia, ou seja, têm a função de proteger cabos e fibras óticas. Conforme

33
já mencionado existem ainda outros componentes como os relés e interruptores
normalmente confecionados em PPO

Dentre as características dos polímeros empregados na confeção dos diferentes


materiais apresentados podemos destacar segundo ACETOZE (1996) que são auto-
extinguíveis, ou seja, se não houver presença de chama externa, o fogo se apaga
naturalmente, em alguns casos o PVC pode ser tratado com aditivos resistentes a ação
da luz solar para instalações de fiação externa, não sofrem corrosão e são imunes às
composições das argamassas e concretos no caso dos eletrodutos, possuem baixa
densidade, são bons isolantes elétricos, acompanham as acomodações do solo no caso
dos dutos e subdutos.

Figura 3: Exemplo aplicação de Plásticos nas Instalações Elétricas

Fonte: CALLISTER (2002).

2.9.3. Fechamento de Fachadas – Esquadrias e Portas

Os perfis de esquadrias de PVC foram lançados na Alemanha entre 1955 e 1960


e atualmente representam uma parcela significativa das esquadrias vendidas nos
mercados europeus e americano. As primeiras tentativas de produção e comercialização

34
de esquadrias sintéticas, no Brasil, datam de meados da década de setenta quando ainda
se importava o PVC, e a partir de 1979 inicia-se no Brasil a produção, em maior escala,
das esquadrias de PVC, basicamente com tecnologia alemã e austríaca.
Atualmente o PVC domina 50% do mercado de esquadrias da Europa e supera os 30%
nos EUA, sendo que no Brasil permanece estacionado na casa dos 5%. Segundo os
fabricantes de esquadria de PVC a construção, em geral, vai demorar mais alguns anos
até assimilar os benefícios desta tecnologia por dois motivos básicos: excesso de
tradicionalismo e desconhecimento quanto à redução no consumo de energia elétrica,
proporcionado pelo uso do PVC.

A janela é um componente construtivo que pode ser discutido sob diversos


pontos de vista, ou seja, para o arquiteto e projetista ela representa um elemento que
corta a fachada, interrompe sistemas de divisórias ou tetos e requer detalhamento
especial de suas interfaces em conjunto com estes sistemas. Na opinião do construtor,
a janela é um elemento onde o funcionamento de vários matérias e componentes devem
estar em harmonia, ou então, na opinião do usuário, a janela traz luz natural, ar fresco
e uma vista do exterior. Em suma, independente de qualquer ponto de vista, a janela é
um componente de fachada que filtra as condições externas para as internas e, ainda
tem possibilidades de ser operável e oferecer certo grau de transparência à luz natural.

Os parâmetros básicos para o comportamento das janelas são o bom


desempenho durante o uso e a durabilidade ao longo do tempo. Estes fatores devem ser
garantidos por um sistemático controlo de qualidade, iniciado ainda na fase do projeto
através da tipologia e do material que constituem a janela.
A implantação de janelas de PVC no projeto e construção de edifícios tem sido
realizada obedecendo a certas exigências da qualidade como segurança, habitabilidade,
durabilidade e qualidade dos dispositivos complementares. Ao se comparar o custo de
esquadrias fabricadas com materiais distintos, no caso o PVC e o alumínio deve-se
considerar determinados aspetos como o desempenho da esquadria; se a esquadria é
fornecida com vidro e persiana; o custo de instalação da esquadria e do vidro, entre
outros aspetos.

A fabricação das portas de PVC baseia-se na mesma formulação utilizada para


a fabricação de janelas em PVC rígido. Atualmente a porta sanfonada em PVC rígido

35
é um produto bem-sucedido devido à sua facilidade de limpeza, instalação e
funcionamento, cujas funções são dividir e decorar os ambientes. Quando recolhidas
ocupam pouco espaço e podem ser instaladas em paredes que já receberam acabamento.
Ainda podemos citar as persianas e venezianas que são perfis que formam um sistema
para escurecimento, proteção e resguardo dos ambientes que possuem caixilhos. As
persianas são constituídas de cortinas rígidas ou semi-rígidas de PVC, que podem ser
recolhidas. As venezianas são elementos fixados em perfis de janelas ou porta-balcão,
fazendo parte integrante do caixilho. É muito comum mesclar o uso de PVC com outros
materiais nas venezianas como o alumínio.

Figura 4: Janelas com esquadrias de PVC.


Fonte: EFFTING (2014).

2.9.3. Fechamento de Coberturas – Telhas

As telhas plásticas utilizadas atualmente, são as telhas de PVC rígido, aplicadas


em combinação com outros tipos de telhas; além das telhas de policarbonato, fibra de
vidro e polipropileno, fabricadas no Brasil.

No caso das telhas de PVC, podem ser utilizadas em edificações residenciais,


comerciais e industriais, mas são especialmente indicadas para locais onde se deseja a
passagem de luz natural, diminuindo assim a necessidade de luz artificial, durante o
período diurno. Essa aplicação só é possível graças às propriedades do PVC neste caso

36
de apresentarem-se translúcidos ou opacos, com grande resistência química e
apresentarem boa absorção acústica e térmica.

As telhas de fibra de vidro, também chamadas de fiberglass ou vitrofibra, e com


sigla GRP ou RP, é na verdade um material que combina fibras de vidro e resina, ou
seja, as fibras de vidro reforçam um laminado de poliéster conferindo-lhe ótimas
propriedades. As características das telhas de fibra de vidro são baixo peso, permitindo
fácil manuseio na aplicação e economia no transporte; alta resistência mecânica; boa
resistência química; menor custo de acabamento; boa resistência a fortes intempéries,
dispensa manutenções e oferece facilidade de reparos, no caso de danificação de uma
estrutura. Essas telhas são caracterizadas por serem totalmente translúcidas, sendo
projetadas para diversas funções como iluminação zenital, cobertura, divisão,
decoração ou fechamento de ambientes.

As telhas de polipropileno (PP) fazem parte de uma nova tecnologia que está
sendo produzida em coberturas a partir de polímeros, e que consiste num sistema de
módulos com encaixes, formadas por agrupamentos de até seis telhas de PP,
reproduzidas com o mesmo design de telhas tradicionais.

O acrílico (polimetacrilado de metila) apresenta grandes vantagens em suas


características como a excelente transparência (transmite 90% da luz incidente), boa
resistência a intempéries, mesmo sem estabilizantes, funcionamento contínuo até 75°C,
não estilhaça, é brilhante e apresenta coeficiente de dilatação elevado. Entretanto o
acrílico apresenta combustibilidade.

O PC (policarbonato) apresenta uma séria de vantagens como ótima resistência


mecânica a fluência e ao impacto (250 vezes maior que o vidro e 30 vezes maior que o
acrílico) boa resistência à deformação, mesmo com altas temperaturas (até 140°C), bom
isolamento elétrico, não propaga chama, e boa resistência química. Graças a estas
propriedades, o PC tem ganhado destaque nos últimos anos dentro do setor de
construção civil.

37
Figura 5: Telha de polipropileno (PP).
Fonte: EFFTING (2014).

2.9.4. Pisos, Revestimentos e Forros

Os pisos vinílicos são materiais produzidos a partir do PVC e apresentados no


mercado através de placas, pisos semiflexíveis ou mantas que são adaptados para
aplicação em qualquer ambiente interno como residências.

De acordo com SIMÕES e LEITE (1997), o piso vinílico é composto por resina
de PVC ou de copolímeros de cloreto de vinila ou ambos, plastificantes, estabilizantes,
aditivos, cargas inertes e pigmentos. No caso das mantas flexíveis pode haver a
associação das mesmas a uma manta de fibra de vidro, que aumenta a estabilidade
dimensional do produto. Na categoria dos pisos semiflexíveis, há ainda ladrilhos que
podem ser constituídos por fibra de amianto. Os pisos vinílicos podem apresentar as
características interessantes, tais como: oferecem facilidade, economia e rapidez na sua
aplicação, são versáteis, podendo ser aplicados em diferentes ambientes, resistência
comprovada com relação à dureza e impacto, boa resistência a agentes químicos com
bases, sais e ácidos.

Podemos ainda mencionar os papéis de parede confecionados em PVC. As

38
características mais importantes de um papel de parede em PVC na opinião de
ACETOZE (1995) são: a capacidade de suportar a lavabilidade, a estabilidade da cor,
e a instalação fácil, rápida e econômica.

Existem ainda com menos frequência às telas em vinil, confecionadas a partir


de uma base de tela de algodão recoberto com película de PVC, com espessura de 0,10
mm e gramatura de 175 g/m2. São produtos de última geração e apresentam boa
resistência à ação mecânica, são laváveis e mantêm-se inalterados com o passar do
tempo.
O forro pode ser descrito como uma barreira utilizada no interior das
edificações, entre a cobertura e os ambientes, com uma diversidade de funções como
acabamento interior, isolamento térmico, absorções sonoras, delimitação espacial e
ocultação de redes de instalação.

Os painéis mais utilizados são os de gesso, fibras vegetais, resinas sintéticas


(principalmente PVC e acrílico), de madeira e de metal. Entre as propriedades dos
polímeros utilizados na confeção de painéis para forro de teto podemos destacar a
instalação mais limpa e eficiente, a facilidade de limpeza, a baixa densidade, o ótimo
isolamento acústico e elétrico, e um bom desempenho térmico devido às cavidades
internas que formam vazios de ar.

39
Figura 6- Piso de PVC.
Fonte- EFFTING (2014).

2.9.6. Tintas e Vernizes

Por muitos séculos as tintas foram usadas apenas por seu aspeto estético. Mais
tarde quando foram introduzidas em países onde as condições climáticas eram mais
severas, passaram a ser elaboradas dando importância ao aspeto proteção.

De maneira simplista podemos afirmar que as tintas são uma composição


líquida, geralmente viscosa, constituída de um ou mais pigmentos dispersos em um
aglomerante líquido, que ao sofrer um processo de cura, quando estendida em película
fina, forma um filme opaco e aderente ao substrato. Esse filme tem a finalidade de
proteger e melhorar esteticamente às superfícies. Sendo assim podemos isolar quatro
componentes principais da tinta: resina, pigmento, aditivo e solvente.
A homogeneização destes componentes básicos resulta em um líquido viscoso
que ao ser aplicado nas superfícies atua como um sistema de proteção, após a cura,
contra o desgaste provocado por corrosão.

No caso da construção, além de proteger as superfícies de paredes, muros, tetos,

40
pisos, claraboias, esquadrias, entre outros, contra diversas intempéries e ataques
químicos, a tinta é também uma solução que envolve um acabamento bonito, durável e
de baixo custo. Como importantes propriedades das tintas podemos citar um baixo
módulo de elasticidade, uma grande resistência a intempéries, e ótima aderência ao
substrato onde é aplicada.

3. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE MATÉRIAS PLÁSTICOS EM NA


CIDADE DE PEMBA

Figura 7- Uso do tubo de PVC para a conexão da pia de loisa para o esgoto.
Fonte- Imagem tirada pelo grupo.

41
Figura 8- Calha pluvial de PVC.
Fonte- Imagem tirada pelo grupo

42
3.9. Vantagens e Desvantagens da utilização do Plástico na Construção2

Figura 9: Vantagens e Desvantagens da utilização do Plástico na Construção

UTILIZAÇÃO PLÁSTICO NA CONSTRUÇÃO


VANTAGENS DESVANTAGENS
 Apresenta baixo peso específico  Fraca resistência aos esforços de
 São bons isolantes elétricos tração
 Possibilidade de coloração como parte  Fraca resistência ao impacto
integrante do material  Fraca resistência dilatação
 Apresenta baixo custo  Deformação sob carga
 Facilidade de adaptação à produção em  Rigidez
série, massa e processos  Resistência ao calor
industrializados  Resistência às intempéries
 O fato de serem imunes à corrosão

3.10. Fábricas de Processamento do Plástico no País

3.10.6. Politejo de Moçambique, Lda.

A Politejo de Moçambique, Lda., foi criada em 1998, e emprega 31 trabalhadores


e teve um volume de negócios de 2 milhões de dólares em 2011. Esta empresa é detida
a 100% por um grupo ibérico (Português e Espanhol) com o mesmo nome, que tem
empresas em Espanha, Portugal, Angola, Moçambique e Brasil. Esta produz tubos para
construção civil e obras públicas, transportes, abastecimento de água, drenagem e
agricultura.

2
Vantagens e Desvantagens da utilização do Plástico disponível em
http://www.tudoengcivil.com.br/2014/10/plasticos-materiais-de-construcao-civil.html (acesso
30/05/2017 - 17 horas).

43
Atualmente, a empresa é líder na produção de plástico em Moçambique (poliéster
e PVC), sendo as importações provenientes da África do Sul a sua principal
concorrência. Politejo Moçambique, Lda usa o LEM (Laboratório de Engenharia de
Moçambique) para o controlo de qualidade, seguindo os padrões europeus e Sul-
Africanos. Para tubos de esgoto e saneamento esta empresa segue o padrão europeu
1301, para transportar água potável segue o padrão europeu 1201, para tubos que
transportam águas residuais segue padrão SABS 966 da África do Sul.

3.10.7. Riplex

Emprega 30 pessoas na produção de garrafas de plástico e recipientes, e película


de plástico (para embalagem). Tem um volume de negócios anual atual de cerca de 1
milhão de dólares.

O proprietário e fundador, Rajendra Dhirajal, montou um negócio de retalho de


vestuário em 1988, que operava a uma escala muito pequena. Em 1992, em conjunto
com seu irmão, pediram um empréstimo com o objetivo de produzir garrafas para
vinagre, cuja oferta local era tão reduzida que estavam a ser utilizadas garrafas de
cerveja no seu lugar. Os seus esforços para aumentar o financiamento foram sucedidos
em 1993, quando o Banco Mundial concordou em adiantar os irmãos um empréstimo
de cerca de 500.000 dólares a seis anos.

Atualmente, a empresa importa PET (para refrigerantes) e PVC, Polietileno e


Polipropileno (para garrafas para cosméticos e detergentes) na forma granular de
França, Quênia e África do Sul. Possui instalações para moldagem por sopro, injeção,
moldagem e produção de películas. Esta empresa fornece garrafas plásticas
personalizadas e recipientes para compradores industriais na área de Maputo (ou seja,
os compradores fornecem os moldes e matrizes), e vende película de plástico para
empresas por todo Moçambique.

A Riplex tem poucos concorrentes nesta área. A única grande empresa de


plásticos, Topack, está fortemente focada em outras áreas (como caixas para os
produtores de bebidas), embora algumas empresas muito pequenas (chineses e indianas)
iniciaram negócios informais nos últimos anos.

44
Em 2011, a Riplex começou a produzir rótulos, usando 12 máquinas de cor de alta
qualidade e agora fornece etiquetas para produtores locais de marcas internacionais.

3.10.8. Topack Moçambique, SARL

A Topack Moçambique, SARL produz uma vasta gama de veículos pesados de


produtos plásticos, esta emprega 145 pessoas e teve um facturamento de 9,2 milhões
dólares em 2011. É um membro do grupo Topack.

Em setembro de 1995, a empresa de plásticos estatais Emplana foi privatizada,


levando à formação de cinco novas empresas. Uma participação de 80% da maior das
cinco empresas foi adquirida pelo grupo Topack, que traça as suas origens à fundação,
em 1978 do fabricante plástico Português Topack-Industria de Plásticos SA. Antes da
privatização, o ativo imobilizado da empresa estatal estava em grande parte obsoleto,
este foi vendido para sucata, quando o grupo Topack adquiriu a empresa. Os novos
proprietários, depois de terem adquirido os ativos de 700 mil dólares, investiram mais 4
milhões de dólares em novas máquinas e equipamentos, incluindo uma máquina para
fazer grades de plástico para a indústria de bebidas (uma das principais linhas de
produtos da Topack, a um custo de 1.5 milhões de dólares).

As linhas de produtos da Topack são classificados em cinco grupos:

 Produtos de moldagem por injeção incluem caixas para a indústria de


bebidas, baldes para uso industrial, paletes, móveis de jardim e produtos
domésticos;
 Filmes de extrusão incluem película de embalagem para a indústria
alimentar e uma variedade de sacos de plástico para os retalhistas;
 Produtos de insuflação incluem enlatados e garrafas de polietileno de alta
densidade e recipientes para alimentos, óleos comestíveis e indústrias
automóveis;
 Produtos de tubo de extrudido incluem tubos de irrigação e pré- formas
para garrafas.

45
3.11. Normas Europeias Harmonizadas de Sistemas de Tubagens de Plástico

CÓDIGO DA NORMA APLICABILIDADE


NP EN 15342:2014  Materiais plásticos
 Materiais plásticos reciclados
 Caracterização dos materiais reciclados de
poliestireno (PS)
EN 13245-2:2008  Materiais plásticos – Perfis de policloreto de
vinilo não plastificado (PVC-U) para aplicações
em edifícios – Parte 2: Perfis de PVC-U e PVC-
EU para acabamentos de paredes e tetos
NP 4480:2008 (Ed. 1) Tubos e acessórios de plástico para aplicações sem
pressão - Utilização de materiais não virgens de
PVC-U, PP e PE.
NP EN 1329-1:2002 (Ed. 1) Sistemas de tubagens em plástico para esgoto
(temperatura baixa e elevada) no interior do edifício
- Policloreto de vinilo não plastificado (PVC-U) -
Parte 1: Requisitos para os tubos, os acessórios e o
sistema.
NP EN 1401-1:2010 (Ed. 2) Sistemas de tubagens de plástico enterrados para
drenagem e esgoto sem pressão - Poli (cloreto de
vinilo) não plastificado (PVC-U) - Parte 1:
Requisitos para tubos, acessórios e sistema.
NP EN 1453-1:2004 (Ed. 1) Sistemas de tubagens em plástico de tubos de parede
estruturada para esgoto (temperatura baixa e
elevada) no interior do edifício - Policloreto de vinilo
não plastificado (PVC-U) - Parte 1: Requisitos para
os tubos e o sistema.
NP EN 12200-1:2006 (Ed. 1) Sistemas de tubagens de plástico para águas pluviais
para uso externo e acima do solo - Policloreto de
vinilo não plastificado (PVC-U) - Parte 1:
Especificações para tubos, acessórios e sistema.

46
NP ENV 1401-3:2002 (Ed. 1) Sistemas de tubagens em plástico enterrados para
drenagem e esgoto sem pressão - Policloreto de
vinilo não plastificado (PVC-U) - Parte 3: Guia para
a instalação.
NP EN ISO 1452-1:2010 (Ed. Sistemas de tubagens de plástico para abastecimento
1) de água, para drenagem e saneamento, enterrado e
aéreo, com pressão - Policloreto de vinilo não
plastificado (PVC-U) - Parte 1: Generalidades (ISO
1452-1:2009).
NP EN ISO 1452-2:2011 (Ed. Sistemas de tubagens de plástico para abastecimento
1) de água, para drenagem e saneamento, enterrado ou
aéreo, com pressão. Policloreto de vinilo não
plastificado (PVC-U) - Parte 2: Tubos (ISO 1452-
2:2009).
NP EN ISO 1452 - Sistemas de tubagens de plástico para abastecimento
5:2011(Ed.1) de água para drenagem e saneamento, enterrado e
aéreo, com pressão - Policloreto de vinilo não
plastificado (PVC-U) - Parte 5: Aptidão ao uso do
sistema.
NP EN 13476: 2008 Sistemas de Tubagens em Plástico, enterrados, sem
pressão, para drenagem e saneamento. Sistemas de
tubagens de parede estruturada de poli (cloreto de
vinilo) não plastificado (PVC-U), polipropileno (PP)
e polietileno (PE).
NP EN 1329: 2002 Sistemas de tubagens em plástico para esgoto
(temperatura baixa e elevada) no interior do edifício.
Poli (cloreto de vinilo) não plastificado (PVC-U).
NP EN 12201: 2004 Sistemas de Tubagens em plástico para
Abastecimento de Água. Polietileno (PE).
NP EN 911 Sistemas de tubagens em plástico. Juntas com anel
de estanquidade e juntas mecânicas para tubagens
termoplásticas com pressão. Método de ensaio da
estanquidade sob pressão hidrostática externa.

47
NP EN 1716 Sistemas de tubagens em plástico. Tomadas em
carga em polietileno (PE). Ensaio de resistência ao
impacto da montagem de tomada em carga.
NP EN ISO 7686 Tubos e acessórios de plástico. Determinação da
opacidade.
NP EN ISO 11469 Materiais plásticos. Identificação e marcação
genéricas de produtos em materiais plásticos.

48
4. CONCLUSÃO

Desde as primeiras aplicações de materiais plásticos pelo homem, o avanço no


campo da pesquisa e também das tecnologias de processamento dos mesmos, permitiu
que os plásticos fossem empregados em diversos segmentos da indústria, aproveitando-
se de suas propriedades, e adequando-as às necessidades de cada aplicação.

Na construção civil este avanço permitiu, entre outras coisas, a substituição de


materiais clássicos como o vidro e a madeira, exibindo, à primeira vista a promessa de
diminuição do impacto ambiental gerado pela extração destes produtos naturais. Por
outro lado, muitos plásticos são gerados a partir de outras fontes naturais, como o
petróleo, que também constitui uma fonte de matéria-prima não renovável, sendo que a
maioria dos produtos naturais, desde que extraídos de forma sustentável, podem ser
plenamente renováveis.

Contudo, conclui-se que os plásticos constituem uma fonte importantíssima de


materiais para a solução de problemas técnicos de projeto mas sua aplicação deve ser
orientada de forma sustentável, coexistindo com soluções a partir de materiais naturais
de forma a permitir o equilíbrio do meio ambiente.

Como qualquer outro tipo de material, também é possível adicionar aditivos ao


plástico para melhorar suas características físico-químicas e sua aparência, facilitar o
seu processamento ou conferir-lhe características específicas. No entanto, os plásticos
possuem características que diferem muito de outros materiais utilizados em
construções civis. Dentre as principais características, estão: baixo peso, alta resistência
à corrosão, baixa condutividade térmica e elétrica, facilidade de conformação, boa
resistência às soluções salinas e ácidas, boa aparência. Possuem densidade variando
entre 0,92 e 2,70.

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5. BIBLIOGRAFIA

BAUER, L. A. F., (2008), Matérias de Construção, v. 2, 5ª ed., Rio de Janeiro.

DINIZ, A. N., ZELAYA, L. G., A Fabricação do Plástico Biodegradável em


Usinas de Etanol Brasileiras e sua Vantagem na Logística.

EFFTING, C., (2014), Apostila - Polímeros na construção civil, Aula 8,


1°Semestre.

GOMES, R. O, (2014), Caracterização de Propriedades Mecânicas de Plásticos


Biodegradáveis à base de Amido, Rio de Janeiro.

HIPOLITO, I. S., HIPOLITO, R. S., LOPES, G. A., (2013), Apostila - Polímeros


na Construção Civil.

MICHAELI, W et al., (1995), Tecnologia dos Plásticos, 1ª ed., São Paulo: Editora
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PARENTEL, R. A., PINHEIRO, L. M., (2008), Plásticos Reciclados para


Elementos Estruturais, São Carlos, v. 10, n. 47, p. 75-95.

PASSATORE, C. R., (2013), Química dos Polímeros, São Paulo, 1°Semestre.

PIATTI, T. M., RODRIGUES, R. A. F., (2005), Plásticos: Características, usos,


produção e impactos ambientais, ed. EDUFAL, Maceió.

PEREIRA, F. S. G., (2009), Apostila - Polímeros: Fundamentos Científicos e


Tecnológicos, Recife.

SUTTON, J., (2014), Mapa Empresarial de Moçambique.

TEXEIRA, A. G., CARON, B., (2013), Tipos de Plásticos e suas Propriedades,


UFPR: Brasil.

WASILKOSKI, C. M., (2006), Comportamento Mecânico dos Materiais


Poliméricos, Curitiba.

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