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Já no ano de 1412, quase 700 anos depois, João I, rei de Portugal, planeja uma cruzada
contra os mulçumanos, obtém do Papa Martinho V a autorização da guerra santa e a
permissão do uso da Cruz dos Cruzados, levanta fundos com banqueiros italianos, com a igreja
e com os nobres portugueses vendendo títulos e terras e assim se prepara para o confronto.
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Gana e Oadem compravam seda e outros produtos pagando com ouro numa negociação que
ficou conhecida como comércio mudo, pois não havia intérpretes para os idiomas falados.
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Foi então que as expedições encontraram as primeiras imagens do orixá Exu. No início
Exu foi confundido com o deus grego Priapo, devido ao tamanho do pênis representado nas
imagens. Até se pensou que os gregos haviam colonizado aquelas terras na antiguidade, mas
logo em seguida Exu foi identificado como o demônio pelos representantes da igreja devido à
representação da força animal que ele leva na cabeça, os chifres, e assim, todo aquele povo
deveria ser cristianizado e o inimigo do Senhor ser destruído e banido das novas terras de Sua
Majestade Dom João I.
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O Grego Priapo e o Africano Exu
O caminho marítimo para as minas foi descoberto por Fernão do Pó, também
descobridor das ilhas de São Tomé e Príncipe e que acreditava ter feito a volta no continente
africano e ali construiu a fortaleza de São Jorge da Mina abrindo caminho para Diogo Cão, que
tentando dar a volta ao continente africano descobriu Moçambique.
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Fernão do Pó e Diogo Cão
Dessa forma, o orixá Exu foi confundido erroneamente com um demônio, lembrando
aqui que as religiões africanas não possuem a figura do demônio em seus credos, o demônio
faz parte da crença cristã e não da africana.
Assim como o orixá Exu sofreu a sincretização com o demônio cristão, outras
interferências ocorreram entre o candomblé nativo e o cristianismo, como o conceito do
pecado, por exemplo, que é inexistente no candomblé. Deu-se a partir daí uma catequização
com muita pólvora e muito chumbo, argumentos portugueses para forçar uma conversão
religiosa com nítidos interesses econômicos no continente africano.
Saravá.
Bibliografia
Crowley, Roger – Conquistadores, Como Portugal Forjou o Primeiro Império Global; Editora
Crítica, 2016
Imagens: Wikipédia