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COLÈGIO FRIBURGO

ENSINO MÈDIO

FERNANDO FERNANDES
GIOVANNA DELECRODE MELO
RAFAELLA VITORIA
STHEFANY SANTANA

OS POVOS BRASILEIROS

SãO PAULO
2022
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SUMÁRIO

1. Matriz Tupi ---------------------------------------------------------------------------- 03

2. Matriz Lusa --------------------------------------------------------------------------- 04

3. Matriz Afro ---------------------------------------------------------------------------- 05

4. Encontros e Desencontros ------------------------------------------------------ 06


4.1 Primeiro Ato --------------------------------------------------------------------- 07
4.2 Segundo Ato -------------------------------------------------------------------- 07
4.3 Terceiro Ato -------------------------------------------------------------------- 07

5. Brasil Crioulo ------------------------------------------------------------------------ 08

6. Brasil Sertanejo --------------------------------------------------------------------- 08

7. Brasil Caipira ------------------------------------------------------------------------- 09

8. Brasil Sulino -------------------------------------------------------------------------- 10

9. Brasil Caboclo ----------------------------------------------------------------------- 10

10. Invenção do Brasil ----------------------------------------------------------------- 11


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1. Matriz Tupi

O Brasil foi formado a partir de uma Cultura sincrética, sociedade que nasceu da
união de culturas europeias e africanas. Existem cartas que falam da “ilha brasil”
deixadas por povos que já habitavam este território, os portugueses só assinaram
algo oficial onde dizia que tinham “descoberto”, porém já existiam povos indígenas
ocupando o espaço.Esses povos falavam várias línguas, tinham formas de viver
diferentes uns dos outros, chamavam essa terra de “Os Brasis”, existiam muitos
deles que se distribuíram do Foz do Oiapoque ao Sistema Fluvial Paraná Paraguai
Uruguai, e se dividiam em tribos algumas delas: macro-jê, macro-tupi, arawak,karib.
Acreditam que o povo Tupi-Guarani chegou à Amazônia, desceu até o pantanal, e
assim foram se distribuindo pelo litoral do território, ocupando boa parte dele. Eram
diversificados em sua cultura e tinham muitos conhecimentos sobre a natureza em
geral, pois viveram por muito tempo aqui. Moravam em aldeias, e todos sabiam o
que fazer para sobreviver durante toda sua vida, como seus alimentos e ferramentas
para pesca, e guerras. Os mesmos deixaram muitas referências para os
colonizadores, nomes de rios, espécies etc.
Os Tupinambás tinham uma boa convivência social, viviam em aldeias nas malocas ,
aprendiam a conviver e sobreviver se espelhando nos mais velhos. Os Morubixabas
eram autoridades, faziam comércios e pequenos favores, são os representantes da
tradição, experiência,um mediador, porém não dá ordens para ele é muito
importante a herança. Em geral tinham liberdade sexual, porém a mudança feminina
poderia acabar em espancamento, entretanto o fim do casamento era algo bem
aceito, e a homosexualidade era comum entre eles.
A divisão de tarefas era nítida desde sempre, o menino era formado para ser um
caçador e guerreiro, faziam arcos, flechas e canoas, já as meninas usavam
tanguinhas quando pequenas para mostrar que se tornaria uma mulher
trabalhadora. Elas cuidavam da roça, do preparo da comida e do vinho que animava
as festas deles. Não encontraram diferenças entre trabalho e arte, fazem tudo
perfeitamente com mínimos detalhes sempre.
A Poesia, a música, a dança e o vinho estavam na vida social dos tupinambás já que
se dedicavam bastante a festas e guerra. A atividade mais honrada eram esses
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conflitos, esse povo tinha muitas habilidades com suas armas, não existia guerra
entre eles,eram implacáveis com seus inimigos, porém existia uma ética onde quem
ganhava fazia o outro como prisioneiro e escravo. Eles comiam o prisioneiro
fisicamente, mas moralmente não por conta da covardia. Esse era o momento
máximo de festa da aldeia. O prisioneiro é levado a aldeia e lá se faz um ritual, onde
as mulheres e crianças começam e depois marcam o dia da festa. No dia da morte
do prisioneiro eles falam que vão matar o mesmo como uma forma de honrar todos
os que morreram pela tribo dele. Assim depois matam ele e comem as partes do
corpo, onde cada um fica com uma parte específica.
Herdamos dos índios frutos, árvores, ervas, o banho diário, e o testemunho que o
povo consegue viver pacificamente com todos ao seu redor e com a natureza,
podemos ser gratos a beleza natural que nem eles.

1. Matriz Lusa
Portugal tem as fronteiras mais antigas da europa, é um país de pescadores e
navegadores onde tinha uma boa tecnologia naval porém com contribuições de
outros povos da península, eram avançados nesse quesito pela necessidade de
sobrevivência de se deslocar e se alimentar. Era uma economia agropastoril,
praticavam cultos e oferendas aos Deuses.
Os fenícios invadiram a península trazendo o ferro, as primeiras formas de escrita e
o conceito de cidade, já os gregos e cartagineses tinham como pontos fortes a
navegação e o comércio. Os Romanos invadiram a península e forçam os povos
que vivem lá a falar latim, de uma forma “suja”, como resultado a língua espanhola e
portuguesa.
Alguns povos, como bárbaros, dominaram a península até os Árabes invadiram, os
mesmos que ensinaram os europeus, a cultura latina e grega, como os algarismos e
os textos de Aristóteles e Platão.
Portugal esteve sob domínio mulçomano onde habitavam comerciantes, músicos e
camponeses com raízes árabes, mantendo sua língua e parte de sua cultura. Até
hoje usamos alguns elementos desse povo(mouros), como o algodão, a laranjeira, a
cana de açúcar, o azulejo, decorações de madeira,a telha, e o pandeiro. A paisagem
de portugal uma boa parte é composta por elementos tradicionais desse povo, e
também alguns costumes da época como o mercantilismo, e o uso de acessórios
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com pedras de valor tiveram influência. Uma nova realidade se criou, com uma
língua diferente, e a criação de uma nação a partir de dois grandes momentos, a
expulsão dos mouros e o combate aos castelhanos, assim se formando Portugal.
O Príncipe Dom Henrique acreditava que houve um tempo do pai, onde se fala no
velho testamento e depois teve o tempo do meio, do filho de que fala o novo
testamento. O príncipe dizia que chegaria o ano em que os homens vão construir o
paraíso na terra, construir o mundo como um projeto, o tempo do espírito santo,
assim criando a festa do espírito Santo onde eles comemoravam o futuro, para que
pudessem viver em um dia que houver no mundo a idade do espírito santo, e havia
toda uma reparação quanto a essa festa, onde tinham banquetes gratuitos nas ruas,
e todos que estavam nas cadeias eram livres. Essa festa foi se expandindo por
todas as terras que eram descobertas, tendo como o objetivo a felicidade do homem
com muita fartura. Mas atualmente não é bem assim que acontece, pois são coisas
que as pessoas deveriam ter acesso sempre não uma vez no ano.
O português é língua oficial do país, cria a primeira universidade e Lisboa vira
metrópole internacional, com uma centralização no sagrado e no econômico.
Os lusiados tinham audácia, exploravam, se aventuravam e diziam que só o saber
era o viver da experiência feita. Dom Henrique fez um programa para conhecer o
mundo com expedições, eles descobrem novas terras. Os homens eram respeitados
por sua valentia, Vasco da Gama conhece as índias e assim deu a chance a mais
expedições dando conhecimento a muitas coisas novas, como animais, línguas
novas, novas plantas, assim desembarcando em portugal muitos povos novos. O
produto real de portugal encontrado aqui no brasil foi o povo nação, onde já tinham
suas culturas e costumes.

3. Matriz Afro

Os primeiros africanos que chegaram ao Brasil vieram da costa ocidental africana ao


norte do Equador, foi o chamado ciclo da Guiné, depois foram os Bantos (Os
homens) vindos da região da Angola e do Congo, da África Central Atlântica. Os
Bantus possuem uma longa história produziam objetos de cerâmica, praticavam
agricultura e criavam gado, haviam domesticado várias plantas e dominavam as
técnicas da metalurgia, além disso, antes da chegada dos europeus na áfrica os
Bantus já se ordenam em estados, conheciam comércio, a moeda e a escravidão.
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No século XVIII, houve uma alteração no contingente negro da nossa população,
enquanto traficantes de escravos de outras regiões brasileiras permaneciam nas
rotas de Angola e do Congo, a Bahia passou a enviar navios para a costa de Mina e
em seguida para o Golfo de Benin, começou a receber ondas sucessivas de Jejês,
de Nagoas e em menor escala de Hauçás. A expressão Jeje designava grupos
étnicos do antigo Daomê, como agente Fon, a expressão Nagô referia-se a grupos
étnicos de língua Iorubá, esses agrupamentos vieram para dar a definição única da
fisionomia biológica e cultural do povo baiano, recifense e de São Luís do Maranhão.

Os Jejes trouxeram seus voduns, os Nagôs trouxeram seus Orixás e seus Oriquis.
No início do século XIX os Hauçás chegaram ao Brasil onde foram chamados de
Malês, promovendo insurreições sanguinárias contra a escravidão. No Brasil, os
Iorubanos foram chamados de Nagôs. Entre os grupos iorubanos os deuses variam
de região para região, no império de Oió, por exemplo, quem estava no centro era
Xangô Deus do Trovão, além de Oió outros pequenos reinos dos iorubás tornaram
referência preciosas para nós brasileiros, como Queto, a terra de Oxossi e Ire, a
terra de Ogum, regiões que conheciam a metalurgia, um alto grau de urbanização,
uma produção estética sofisticada e a economia monetária bem antes de qualquer
contato com europeus.

4. Encontros e Desencontros
A cultura brasileira é uma cultura de retalhos, os povos indigenas fizeram uma fusão
cultural com portugueses, com negros vindos da África. Dessa sementeira humana
nasceu o pelo povo na ação de 150 milhões que somos hoje, cultural e
linguísticamente unificada, certa e segura de sua própria identidade nacional. O
Brasil é resultante da fusão de milhões de povos desencontrados, fusão genética,
uma vez que a mestiçagem aqui sempre se fez sem freios sem nenhuma noção que
fosse crime ou pecado, fusão também espiritual confluência que aqui se deu dos
patrimônios culturais das nossas diversas matrizes, tudo isso, nos formou como um
povo mestiço na carne e no espírito.
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4.1 Primeiro Ato

Logo de início, os portugueses não deram muita importância para as terras hoje
brasileiras, eles estavam muito mais interessados na Ásia e suas imensas
promessas de riquezas, nossa história começa extraoficialmente através de acasos,
acidentes, aventuras individuais e iniciativas particulares. No Brasil, dois núcleos de
povoamento e mestiçagem se destacaram nesse período inicial, foram os que
tiveram como chefes e patriarcas Diogo Álvares Caramuru e João Ramalho. Diogo
naufragou no Brasil, no período de 1510, ao chegar aqui ele escolheu um lugar para
ficar, constituindo uma aldeia chamada de euro tupinambá, e assim foi uma das
maneiras que o que chamamos Brasil começou.

4.2 Segundo Ato

De acordo com a divisão do mundo entre portugueses e espanhóis decretada pela


igreja, Portugal podia invadir, conquistar, subjugar terras e bens dos nativos
brasileiros e escravizá-los. As notícias da exuberância tropical logo atiçaram
diversos comerciantes e piratas holandeses e franceses, preocupados os
portugueses desembarcaram na Bahia em 1531 para explorar o litoral e interior e
defender o território brasileiro. A criação das vilas piratininga em São Vicente deu
início a colonização oficial do país. Portugal queria transformar o Brasil em uma
colônia produtiva, a economia passa de regida pelo escambo para ser regida pela
escravidão.

4.3 Terceiro Ato

O tráfico de escravos foi um negócio internacional, comerciantes africanos e


brasileiros se associaram a um empreendimento altamente lucrativo que por séculos
movimentou a economia de ambos paises. A junção entre negras e os brancos
geravam mulatos. Esses mulatos juntamente com os indios que não eram negros,
muito menos brancos, foi o que se conjugou para formar os brasileiros.

“Todo brasileiro tras na alma, quando nao na alma e no corpo, a sombra ou pelo ou
menos a pinta do indigena ou do negro, principalmente do negro, na ternura, na
mimica excessiva, nas musicas, no andar, na fala, no canto de ninar menino
pequeno. Somos um povo novo feito de povos milenares.” - Gilberto Freyre.
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Todo povo é um povo mestiço, todo e qualquer povo é o encontro de várias culturas,
a contribuição de várias diferenças é o que dá originalidade para qualquer cultura.

5. Brasil Crioulo

Nasce em torno da economia do açúcar, da produção agrícola e artesanal na região


de Pernambuco à Bahia onde os negros importados eram quem produzia o açúcar.
Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais são as verdadeiras províncias culturais negras.
Trouxeram consigo muita "bagagem" como novo vocabulário (palavras que nos
representa muito melhor que outras portuguesas e que são usadas até hoje),
padrões rítmicos (novos estilos de dançar e alguns instrumentos musicais como
cuíca e berimbau) e ingredientes de valores nutritivos (vegetais, azeite de dendê,
pimenta malagueta, quiabo e banana, e as técnicas para o preparo do peixe e da
galinha). Alguns até chegaram a importar objetos de cultos religiosos e vestimentas
típicas. Usavam os momentos de "folga" para cantarem e louvarem à seus Orixás
mesmo com todo o sofrimento das senzalas. O carnaval do Rio, o candomblé da
Bahia e o culto de Iemanjá, são as matrizes mais vigorosas da cultura brasileira.

6. Brasil sertanejo

A caatinga, com suas características fortes e a temperatura alta, clima muito seco e
quente é também um lugar muito difícil. Com solo muito raso que não absorve água.

A caatinga é um lugar que exige muita adaptação ao território. E lá, entre todas as
dificuldades, foi construída uma cultura espiritual própria, mas não apenas isso,
também foi construído lá uma cultura material, de gados, importantíssima para o
nosso país.

Na caatinga e depois nos cerrados desenvolveu sua economia pastoril, associado a


produção açucareira como fornecedora de carne, couros, e de bois de serviço.
Sempre foi uma economia pobre e dependente. As atividades pastoris conformaram
não só a vida, mais a própria figura do homem do gado.
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Os sertanejos são fruto entre os ameríndios e os brancos mistos, que se deslocaram
de São Paulo e Bahia, fazendo avançar a fronteira agrícola.

Quando falamos em cultura nordestina, já vem à cabeça música, em Santo, em


Padre Cícero. Mas na verdade, a vivência no sertão é dura, tendo que se virar toda
a hora com o que encontrar, sendo que estão vivendo culturalmente a natureza. E
começou no século XVIII, com os corais do Piauí. Onde tudo começou, o Piauí que
começou a grande extração extensiva de gado.

A cultura nordestina segue a tradição medieval, com suas roupas de entrar no mato,
chapéus de couro para proteger do sol e seus facões em mãos, usados como arma.

7. Brasil Caipira

Moradores da paulistânia (região de São Paulo, grande parte de Minas, Goiás e


grande parte do Mato Grosso) que veio de uma mistura entre o português e o
índigena, é um dos tipos do homem rural brasileiro. A cultura caipira se deu com
novas práticas de agropecuária e de agricultura (criando porco, criando vacas,
fazendo toucinho, fazendo queijo, plantando milho) depois que acabou o ouro
nessas regiões da paulistânia. Essa cultura nasceu de intercâmbio com a cultura
erudita, com a cultura portuguesa. O mundo bandeirante era uma grande empresa
econômica, e quando esses Bandeirantes se "sedentarizaram", deixaram de ter
contato com o mercado, tornaram-se caipiras. A área caipira foi muito transformada.
Milhares de quilômetros de florestas foram derrubados para a plantação de café, e
muitos escravos foram importados, principalmente da África, para essa prática. Os
negros ao chegarem como escravos em São Paulo trouxeram muitos elementos da
cultura africana, e assim, em muitas regiões se encontram alguns caipiras praticando
atividades dessa cultura como a congada e o batuque. O caipira isolado dos centros
urbanos, vive em função das necessidades comunitárias do bairro (porção de
território em que as pessoas não tem contato imediato mas que todos se sentem
vivendo em uma mesma comunidade). Viviam do lazer, da pesca e da caça (dieta
que se aproxima da dieta do Índio, da dieta do primitivo).
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8. Brasil Sulino

O Brasil Sulino é o Brasil dos gaúchos, dos açucenos, dos engenhos que Portugal
mandou buscar para colocar presença portuguesa e dos gringos. O Brasil sulino
surge a civilização pelas mãos dos jesuítas espanhóis, antes havia os guaranis que
faziam a guerra e o ritual antropofágico, que acreditavam na terra sem males e
migravam a sua procura, os jesuítas introduziram as missões, o tupi e o que queria
reinventar o humano entre os ameríndios. A missão jesuítica nasceu de um
cristianismo que pretendia universalizar sua linguagem e normas, para além da
conquista territorial, era a conquista espiritual da Terra do Brasil, fixava-se o índio
numa aldeia espaço cristão para uma reforma no índio. Para o jesuíta, o índio ideal
era o índio que não fosse índio. Essa tal reforma no indígena, resultou em um
grande exito mercantil e em milhares de índios preparados para o trabalho
disciplinado, sobre essas missões prósperas, enormes depósitos de índios
destribalizados desencadeou a fúria dos paulistas, eles chegaram a tirar mais de
300 mil catecúmenos para vender para trabalhar nos engenhos de açúcar no
nordeste.

Os espanhóis levaram gado ao pantanal, e esse gado começou a se multiplicar


prodigiosamente, e o povo foi se adaptando à pecuária, vivendo da pecuária. Então
foi surgindo o gaúcho, como um cavaleiro tal como o sertanejo nordestino, mas de
um gado sem dono, um gado sem valor. Assim se criou a própria cultura, com sua
própria vestimenta.

Os gaúchos não se identificavam com os espanhóis, nem com os portugueses, do


mesmo modo como já não se consideravam indígenas, era uma etnia nascente,
aberta a agregação de índios, destribalizados pela ação missionária ou pela
escravidão, de novos mestiços e de brancos pobres, esses eram os gaúchos
originais uniformizados culturalmente pelas atividades pastoris, bem como pela
unidade de língua, costumes e usos comuns. Os gaúchos se expandiram para o
campo, assim como o gado e o sul do Brasil foi sendo ocupado. O brasileiro de
origem germânica, italiana e polonesa, introduzidos como imigrantes pelo governo
brasileiro, ativaram e modernizaram a economia sulina.
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9. Brasil Caboclo

Muitos índios e poucos portugueses, misturados pelos jesuítas, eis a origem do


nosso caboclo, que habita no lugar de beleza incomparável, beleza só nossa e de
alguns vizinhos, a beleza Amazônica. O chamado jardim da terra, de uma extensão
intensa. A chegada dos europeus representou uma catástrofe,as doenças que
trouxeram mataram muitos indígenas. A partir de 1880 ocorreu a primeira grande
transformação , que marcou o seu maior florescimento econômico. A borracha abriu
um ciclo econômico vinculado com a exportação, com a Europa. Lá é que eram
drenados todos os recursos. O seringueiro levava uma vida desgraçada e que
conheceu uma nova forma de exploração, o sistema de aviamento.

Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o cenário acabou mudando. A


Malásia domina o mercado da borracha e aqui ocorre a debandada. Empresários se
suicidam, casa e palácios começam a ruir e Manaus, a primeira cidade brasileira a
ter telefone, energia elétrica e bondes, na década de cinquenta, nem energia elétrica
mais tinha. Um novo período de desastres se abriu com o projeto dos militares
golpistas, que queriam integrar a Amazônia, loteando-a para os grandes grupos
internacionais. A contradição é percebida e os povos da floresta se organizam. A
morte de Chico Mendes representa simbolicamente todo este conflito.

10. A invenção do Brasil

Brasil, um país tropical, um país do povo, um país misto entre raças.

A beleza do Brasil é tão grande, que os europeus viam aqui como um paraíso
perdido. Portugal tinha um projeto nas terras ultramarinas, mas esse processo foi
sendo radicalmente subvertido pelas pela realidade natural dos trópicos, pela força
das culturas ameríndias e pela presença negra africana.

O que caracteriza o Brasil um milagre de ser uma nação unificada, mesmo havendo
tantas diferenças entre as nações. Houve lutas em toda parte, porque eram
diferentes, povos diferentes, destinados a ser diferentes, mas, o poder central
sempre foram os generais e as armas. A guerra dos cabanos, que assumiu tantas
vezes o caráter de um genocídio. Ali se enfrentaram a população antiga da
Amazônia que aspirava viver autonomamente e a estreita camada dominante do uso
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brasileiro, com seu projeto de ocupação do país. Cem mil caboclos foram mortos
para manter a unidade, para que a Amazônia fosse ligada ao Brasil.

Os cabanos ganharam muitas batalhas, chegaram a assumir o poder central na


região, ocupando Belém, Pará entre outras cidades, mas viviam o antigo privilégio
dramático de não perder batalha alguma, isso é o que sucedeu, e foram dizimados.

Palmares é um caso do enfrentamento, ali, negros fugidos dos engenhos de açúcar


das vilas, organizaram-se para si mesmo, se juntando-os. Negros com alegria de
serem gentes próprias, negros que se localizavam ali em Palmares. Já tinham até se
esquecido da África. Eles foram socialistas, fizeram sociedade comunitária, tudo
pertencia a todos. Mas nunca foram tão primitivos, eram desorganizados e estavam
condenados a mesma coisa dos outros, a perder as batalhas. Sua destruição, foi
requisito de sobrevivência da sociedade escravista, seja para reaver escravos
fugidos. Mas também para preparar-se contra o que poderia vir a ser uma ameaça
pior do que as invasões estrangeiras. Foram muitas lutas, enfrentamento de Lusos-
Índios, rebeliões negras, lutas pela independência nacional.

Passada a independência os combates prosseguiram, revoltas republicanas como a


Sabinada e a Farroupilha. E com tudo isso se passando, a guerra está formada, D.
Sebastião vem, o rei, vem com seu exército, matar os patrões e os donos de terras.

As crenças diversas, acabaram se concentrando na figura do Conselheiro. Juntando


sertanejos de Canudos. Esse povo que ficava com o conselheiro comiam o que
podiam plantar e se continuasse não iria ter ninguém que produzissem para eles.
Que cada sertanejo queria seu pedaço de terra então inventaram que aqueles caras
eram monarquistas e levaram os exércitos, matando todos, até não sobrar nem mais
um homem, nem uma mulher, nem uma criança.

Quando vemos tudo isso da história, do processo brasileiro, sabemos que muitas
coisas deram certo, mas também muitas coisas deram errado, e se algo se
desviasse e não fosse como foi, iria nos afetar até nos dias de hoje. O Brasil é isso,
é história, é tradição, é luta.
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