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NOVE NOITES

Esta obra tem como base um fato real, o suposto suicidio do antropólogo americano Buell
Quain. Ele cometeu suicidio aos 27 anos de idade, no dia 02 de agosto de 1939. O narrador,
Manoel Perna, identifica-se como amigo do morto, que “se matou sem explicações
aparentes, num ato intempestivo e de uma violência assustadora”. No dia 09 de agosto, 20
índios entraram na cidade para comunicar a morte de doutor Quain e entregar ao narrador
os pertences do morto. Antes de praticar a tal ação, Buell deixou 7 cartas com instruções
após sua morte, uma delas foi endereçada a Manoel Perna, um engenheiro que conviveu
com o antropólogo por nove noites, em Carolina. As demais cartas foram endereçadas para
sua orientadora, Ruth Benedict da Universidade de Columbia; a Heloísa Alberto Torres,
diretora do Museu Nacional do RJ; ao capitão Ângelo Sampaio, delegado de polícia; ao seu
pai, Eric Quain e ao seu cunhado.

Manoel compoe a narrativa seis anos após a morte de Quain, e guarda uma carta do morto,
que espera, durante todos esses anos, que ela seja entregue a esse destinatário ainda não
identificado. Depois desse acontecimento, a história dá um salto no tempo e vai para 12 de
maio de 2001, quando um segundo narrador lê o nome de Buell Quain pela primeira vez em
um artigo de jornal. Esse segundo narrador entra em contato com a autora do artigo e faz
pesquisas no Brasil e Estados Unidos. O segundo narrador conta a história do protagonista
antes de sua vinda para o Brasil.

O segundo narrador busca entender o mistério do suicidio de Quain. De acordo com relatos
de pessoas que conviveram com ele, inclusive o narrador Manoel e os índios, informaram
que ele ficava transtornado quando recebia cartas de seus familiares, por causa do divorcio
de seus pais, uma suposta traição de sua mulher com seu cunhado (apesar de não ser
casado). Há também relatos, da sua professora da Universidade de Columbia e da diretora
do Museu Nacional que o seu transtorno era ligado a uma doença contagiosa, inclusive, nas
cartas remetidas a elas, o antropólogo solicitava que as mesmas fossem desinfetadas. No
dia de seu suicidio Quain estava acompanhado por dois índios, João e Ismael.

A narrativa nos dá a entender que o Buell Quain tinha algum envolvimento afetivo com
alguém, uma mulher ou com o próprio fotógrafo. Todavia, não há nada concreto ou uma
resposta exata sobre o assunto. No final do livro, nós temos o desfecho do que seria a
oitava carta deixada pelo antropólogo (ficção), bem como a certeza que não há uma
resposta certa com relação ao motivo de seu suicídio.

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