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NOVE NOITES

Nove noites é um romance, de Bernardo Carvalho, pertencente à


literatura contemporânea brasileira. Nessa obra ficcional, um homem tenta
descobrir o motivo do suicídio de um personagem real — o antropólogo
americano Buell Quain —, ocorrido no Brasil, em 1939, durante o Estado Novo.

Desse modo, o livro conta com dois narradores: Manoel Perna (amigo de
Quain) e um narrador não identificado (possivelmente, o próprio autor). Manoel
Perna relata as nove noites em que vivenciou uma forte amizade com o
protagonista. Já o narrador não identificado, em 2001, relata a sua investigação
acerca da vida e da morte do antropólogo.

Resumo da obra Nove noites


 É uma obra da literatura contemporânea brasileira.

 Seu autor é o escritor e jornalista Bernardo Carvalho.

 O livro parte de um fato: o suicídio do antropólogo Buell Quain.

 A morte de Buell Quain ocorre no Brasil, durante o Estado Novo.

 A obra apresenta dois narradores-personagens que narram em


épocas distintas.

 O primeiro narrador é Manoel Perna, amigo do antropólogo morto.

 O segundo narrador não é identificado, mas se confunde com o


autor.

1.
O narrador diz como foi a chegada de Buell Quain em Carolina, e como
só ele percebeu o brilho triste no olhar do antropólogo. Além disso, falou
como sua morte o abalou de formas extremas.
O Dr. Buell deixou uma carta que o autor guardou para entregar ao
verdadeiro destinatário. Porém, já se passaram anos e ninguém veio
buscá-la, com medo do que pode acontecer à carta e ela nunca ser
entregue, ele decide enviá-la.
2.
Buell morreu no dia em que Einstein escreveu a carta sobre a
possibilidade da bomba atômica, ou seja, ele perdeu toda a segunda
guerra e seus horrores.
Além disso, o autor parece mudar para alguém que acabou se
deparando com o nome de Buell em uma linha de jornal ao indicar um
outro antropólogo que havia morrido entre os índios.
Esse novo autor, começa a ficar obcecado pelo caso de Buell e procura
a autora do jornal, e bom, ela desconfia mesmo de suas intenções, já
que é algo inusitado de ocorrer. Mas acaba cedendo e lhe dando todas
as informações necessárias.
Outrora, nos é revelado que Buell havia acabado de terminar um
trabalho de campo mal finalizando, e saiu de lá desolado e o autor
levanta a possibilidade de Buell ter visto isso como grande motivo de seu
suicídio.
Nos é revelado, também, sua relação com sua professora, Benedict,
que acolhia alunos específicos: com um senso de mundo diferente e que
não fosse padrão estadunidense.
Depois disso, é apresentado sua família, mãe e pai médicos e irmã mais
nova e revelado as circunstâncias do divórcio dos seus pais, depois de
sua morte.
3.
O retorno do primeiro autor, que conhecia Quain pessoalmente, foi um
dos destinatários da sua carta e agilizou a papelada referente ao seu
suicídio.
Ele diz ter ficado com a carta de alguém, que não sabia até notar o
nome da pessoa em uma correspondência trocada com Quain, e que
estava esperando por ela esse tempo todo esse tempo.o.

4.
É apresentado que Buell trocou correspondência com uma tal de Dona
Júlia, assistente da diretora do Museu, Heloísa. O autor investigativo,
que pesquisa a morte de Buell depois de 62 anos, vai atrás da filha
desta mulher em busca de saber mais sobre a relação dos dois.
A filha conta que eles tiveram um flerte e que antes de entrar no avião,
Buell tratou de deixar claro suas sérias intenções em assumir um
compromisso com Dona Júlia, apesar de ser casado.
Entretanto, o autor consegue ligar o nome de Dona Júlia a uma outra
correspondência que Quain trocou com sua amiga e disse coisas
horrendas sobre os brasileiros, os índios e até mesmo de Dona Júlia.
Não sei mais o que esperar de um cara que escreve tais palavras.
5.
Nos é apresentado o lado humilde de Buell, tal qual se fingia de comum
e deixava o amigo lhe pagar o almoço com a bolsa de estudos, mas era
ele quem dava a bolsa de estudos.
Nos é dito também que levou amigos para comer um restaurante de luxo
enquanto morava em um hotel de quinta e também sobre um período em
que ficou, de fato, passando por dificuldades.
Além disso, o autor discorre sobre Ruth sendo acusada de ter
participada, de certa forma, da morte Buell para que ele doasse os
fundos para sua pesquisa. Algo inverossímil.
O autor ainda questiona o fato de Buell ser casado, já que só se deparou
com isso em um documento de autorização para expedição.
Ele levanta hipótese de Buell ter mentido ser casado para conseguir
melhor sua autorização para entrar entre os Trumai, já que o preconceito
da época tinha medo do que um homem solteiro poderia fazer com as
índias.
O autor começa a se encontrar com as pessoas que conheciam Quain,
para extrair qualquer informação relevante. Mas é um pouco difícil pois
os amigos íntimos do antropólogo já havia falecido. De qualquer forma,
nada muito relevante é encontrado em suas buscas.
6.
Retorna o autor antigo, que conheceu Quain e ele se questiona
novamente dos motivos para o homem ter tomado tal decisão.
Divagando sobre sua infância e crescimento.
7.
É apresentado o fato de que Quain teria se afastada de um dos seus
estudo de campo por uma infecção no ouvido. Mas fontes mostram que,
muito provavelmente, o homem teria contraído sífilis. É apresentado
também a história de uma índia que teve sífilis e eu levanto a hipótese
(sem teoria nenhuma nem prova) que ele possa ter contraído dessa
forma. Não sei mais o que pensar do caráter dele.
8.
O autor antigo retorna e conta sobre um filme que assistiu com o Buell e
como foi a abertura de um novo mundo para o antropólogo, que logo
correu para uma ilha do Pacífico Sul para ver esse tal paraíso. Voltou
contando suas descobertas para o autor, que se diz incapaz de imaginar
as coisas que ouvia.
9.
É contado como foi a visita de Buell aos violentos e perigosos Trumai,
que, na verdadeira visão do estudioso, somente foi chata e sem sal.
Nada de muito incrível parece ter acontecido.

10.4.

O autor antigo volta e narra como foi que Buell contou sobre sua visita
aos Trumai e... uau.
Estou em um misto de admiração e desespero. Admiração por esse
excelente livro que me faz sentir sensações nunca antes acessadas, e
desesperado ao imaginar tudo isso, acontecendo à um homem. Algo tão
comum mas tão real, tão pesaroso. De fato, estou intrigada.
11.
Volta o novo autor, que não parece tão novo assim, contando suas
histórias de infância com seu pai, louco por aeronáutica e que o fez
passar por algumas presepadas aéreas.
Depois, retorna ao assunto Buell Quain, contando sobre suas viagens
com seu próprio pai.
Mas retornando para a infância do autor, ele conta sobre as varias vezes
que esteve em perigo de vida por conta de seu pai e até da primeira vez
que visitou a aldeira e de quão traumática foi essa experiência.
Depois disso, ele começa a ir atrás dos Kraho e um índio que diz ter
conhecido Buell. Ele chega à essa aldeia depois de tantos dias e passa
pela casa do antigo autor, mencionando-o algumas vezes.
O índio conta com detalhes como foi a morte de Quain (definitivamente,
uma cena horrível, me causou arrepios) e levanta a possibilidade de que
ele teria se matado após ter sido traído pela mulher com seu irmão.
Segundo relatos, Quain recebeu cartas e as queimou e foi essa a razão
de seu suicídio.
Mas irmão e cunhado são iguais na língua dos índios. Levanta-se a
hipótese de Buell ter uma relação ambígua com a irmã...
Em uma das cartas suicidas, Buell diz a Ruth Benedict que deixe parte
do seu dinheiro para a irmã, que estava necessitada. Em contrapartida,
a irmã responde a professora dizendo que não precisava e que não
sabia de onde o irmão havia tirado aqui. Além disso, demonstrou receios
em ter dito algo de errado em alguma de suas cartas e que tenha
causado a morte de seu irmão.
Passamos a entender a história do autor novo e sua convivência
engraçada entre os Kraho.
12.
O autor antigo volta e conta sobre as noites que Buell o procurava para
falar. Parecia ter medo e estar sendo perseguido, mas não contava por
quem.
13.
O autor novo retornar com a hipótese de Buell estar realmente fugindo
de algo e que as respostas deverias estar numa das 7 cartas (embora,
ele levante a possibilidade de uma 8ª carta, o que me lembra o autor
antigo falando sobre “a carta para você”)
14.
O autor antigo volta e começa a contar sobre quando Buell contou sobre
a sua viagem a Ilha do Pacífico. Ele conta sobre chegar da praia e se
deparar com um desconhecido (fica vago o gênero) e esse
desconhecido tira uma foto dele. Então, ele fica absurdamente
espantado com seu reflexo na imagem e nos é revelado que esse
desconhecido é o “você”.
15.
O autor novo diz sobre as cartas estranhas que encontrei de Dona
Heloísa para Quain, falando sobre precisar de confiança nele, que queria
ter sabido antes “as coisas que ele andava fazendo” e que não queria
saber de nenhum escândalo dele. Isso tudo, abre espaço para minha
imaginação correr solta sobre os tipos de imoralidades que Buell andava
fazendo.
Buell rebate que não fez nada disso. Que seu controle de bebida e sua
vida sexual são impecáveis.
16.
Aparentemente, segundo o autor antigo, esse desconhecido era um
amigo do peito de Quain, e que teriam discutidos por causa de uma
mulher. E que na noite seguinte da discussão, Buell veio para o Brasil e
aquele foi o fim da amizade.
Ele também conta sobre a última noite em que ele e Buell beberam
juntos e relata alguns comportamentos estranhos e coisas estranhas que
o Dr. Quain havia feito e dito. Isso me faz questionar a sua saúde
mental.
17.
Havia 8 anos da morte de Quain e finalmente, um colega relata:
Obrigava-se a homossexualidade com negros e disso, tinha horror.
Mistério desvendado.
18.
É isso e o autor antigo volta para confirmar: Quain era gay.
Era e isso era horrorizado na sua percepção. E com as confissões
daquelas nove noites em que bebeu com o autor antigo, foi revelando
aos poucos. Por isso, ele protegeu com tanto afinco a carta endereçada
“à você” – sabemos agora se tratar do amigo fotógrafo, com quem ele
pode ter tido um caso? – e o autor antigo a guardou porque tinha medo
do que ela revelava e se ela revelasse seu segredo, as autoridades
podiam presumir que podia ter tentado algo contra os índios – talvez,
sim? Segunda a carta da dona Heloísa? – e podiam presumir que os
índios teriam o matado.
Um novo fato é acrescentado: somente a carta “para você”, a carta para
o pai e para o cunhado são lacradas. Mas por quê?
19.
O autor novo descreve a morto de Manoel Perna, o autor antigo. Morreu
no rio, tentando salvar a neta.
Ele descreve o lento processo da morte de seu pai, que acabou
desfalecendo aos poucos com uma doença rara no leito do hospital.
Mas o que mais me intriga é a importância dada a história do americano
que dividia o leito com o pai, de uns 80 anos (a idade bate com a da
Buell), e que diz sempre estar esperando alguém. Me pergunto se esse
não seria o “você”. Outra coisa, o velho começou a chamar o autor de
Bill Cohen, estranhamente parecido com a pronúncia de Buell Quai,
não? E disse algo sobre “sabia que não estava morto” e morreu ali.
Tudo é confirmado com uma investigação pesada da parte do autor
novo. Aquele homem era mesmo o fotógrafo amigo de Quain, e o autor
vai atrás do filho dele, tentando encontrar mais alguma informação que
comprovasse o que já desconfiava.
Depois de muitas buscas, tentativas e determinação, ele descobre que o
filho do fotógrafo, na verdade, é o filho de Buell com a tal moça, e que o
fotógrafo assumiu.
O fotógrafo ainda disse que o verdadeiro pai do menino tinha ido para o
Brasil e morrido lá, enquanto tentava voltar para ele.
Acaba com ele voltando para o Brasil, ironicamente, dividindo o assento
de avião com um jovem etnólogo indo estudar os índios do Brasil.

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