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Topografia

A palavra topografia significa


“discrição de um lugar”, do
grego “topus” – lugar;
“graphein” – descrever.
Carta Topográfica
Pode definir-se carta topográfica como uma
representação gráfica da superfície da terra ou
parte dela desenhada num plano e com uma
determinada escala. Os pormenores naturais e
artificias do terreno são representados por
símbolos, linhas e cores.
O desenho topográfico consiste na representação
gráfica de um terreno através de um processo de
projecção sobre um plano horizontal tentando
evidenciar e esclarecer as formas de relevo, os
acidentes naturais e os acidentes artificiais.

O desenho topográfico é assim uma forma de


cartografia e os métodos utilizados são
caracterizados pela dimensão da área abrangida.
Cartografia
– levantamentos do terreno e obtenção de detalhes para
Cartografia confecção de carta topográfica;

Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a ciência


que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos
mapas.
PROJECÇÕES CARTOGRÁFICAS
A representação de zonas da superfície da Terra implica o cálculo das
coordenadas de pontos na sua superfície. Quando se trata de zonas
extensas o cálculo dessas coordenadas tem de ter em consideração a
curvatura da Terra, e é do domínio da Geodesia. Quanto à sua
representação plana, ela só é possível através de sistemas de projecção
cartográficas, sendo este assunto do domínio da Cartografia.
Representação do terreno
•A cartografia topográfica representa o terreno
nos seus detalhes de altimetria e de planimetria,
desenhados na posição de projecção vertical sobre o
plano horizontal.
Para a representação planimétrica numa carta usam-
se sinais convencionais, que representam
determinados aspectos no terreno, designados por
acidentes naturais e artificiais.
Como exemplos de acidentes naturais
referem-se os cursos de água, ravinas, árvores
e de acidentes artificiais os caminhos,
canais, construções e poços.
A ESCALA traduz a relação entre a distância no mapa e a
correspondente distância na realidade, ou seja, indica-
nos quantas vezes a realidade foi reduzida.
Como sabes, para representar a superfície da Terra no seu
todo ou em parte numa folha de papel temos de reduzir a
realidade. Por exemplo, se quiseres representar Portugal
Continental numa folha de papel A4 tens de reduzir a
dimensão do país cerca de 1,9 milhões de vezes.
A escala pode ser representada de duas
formas distintas:

Escalas NUMÉRICAS

Escalas GRÁFICAS
ESCALAS NUMÉRICAS:
A escala numérica é representada sob a forma de
fracção. O numerador é sempre a unidade (1) e
indica a distância no mapa, e o denominador a
distância real (número de vezes que a realidade foi
reduzida para ser cartografada) correspondente,
sempre em centímetros (cm).

A escala numérica pode ser representada de três


formas diferentes.
ESCALAS GRÁFICAS:
A escala gráfica é representada sob a forma de um segmento
de recta, normalmente subdividido em secções e ao longo do
qual são registadas as distâncias reais correspondentes às
dimensões do segmento. Nalguns mapas essas distâncias
surgem na escala métrica europeia ( fig. 1) e noutros
conjugam-se as unidades de medida europeias com as anglo-
saxónicas (fig. 2) - em milhas ( utilizadas pelos ingleses e
americanos).

Fig. 1 - Escala gráfica em Km ( escala métrica) Fig. 2 - Escala gráfica em Km e milhas


Ex.: Na escala 1: 100 000 - "1 cm" representa a
distância no mapa enquanto que o "100 000
cm" representa a distância real. Isto significa
que 1 cm no mapa corresponde a 100 000 cm
na realidade, ou seja 1 km
Exemplo da utilização dos dois tipos de escalas na
mesma situação

Escala Escala
gráfica numérica
Vantagens e desvantagens da utilização das
escalas gráficas e numéricas...

Escala gráfica Escala numérica

Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens

Mantêm-se a Imprópria para


proporcionalidade Menor Maior reduções,
quando surgem precisão/rigorosa precisão/rigorosa ampliações
reduções, ampliações
Consoante o grau de redução efectuado para
realizar o mapa vamos ter mapas de
diferentes escalas. Vamos considerar duas
grandes categorias de mapas atendendo ao
grau de redução; os Mapas de grande escala
e os Mapas de pequena escala.
•Mapas de grande escala - são mapas que se
aproximam muito da realidade, ou seja, não foram
muito reduzidos.
Têm escalas compreendidos entre 1/10 000 e
1 / 100 000.
Estes mapas representam pequenas áreas de
território mas com uma grande riqueza a nível do
pormenor. 
•Mapas de pequena escala - são mapas em que a
realidade foi muito reduzida.
Têm escalas inferiores a 1 / 100 000.
Estes mapas representam vastas áreas de territórios
mas com pouca riqueza de pormenor.
Estes mapas servem sobretudo para termos uma
visão de conjunto acerca dos fenómenos que se
passam a nível mundial, como é o caso da distribuição
mundial do climas.
COMO CALCULAR DISTÂNCIAS REAIS

1. Identifica a escala presente no mapa - 1/21 000 000.


2. Mede com a régua a distância entre os lugares que
queres saber.

Exemplo :Lisboa - Londres ( 9cm )


3. Usa a regra da proporcionalidade para calcular
a distância real.
1cm 9cm
-------------------- = --------
21000000cm X

x = 21000000 x 9:1
X=189.000.000 cm X= 1890Kms
Planimetria e Altimetria
Ao conjunto de métodos usados para recolher o dado
necessário para o traçado da planta dá-se o nome de
Topometria, que pode ser dividida em Planimetria e
Altimetria. A Planimetria trata da representação, em
projecção horizontal, dos detalhes existentes na
superfície.
A Altimetria é medição da altura relativa
dos pontos, parte que envolve o relevo,
elemento de capital importância para
projectos de uso e ocupação do solo.
A Planialtimetria é a combinação da
Planimetria e Altimetria, sendo, portanto o
estudo mais completo.
Planimetria
A Planimetria é a parte da Topografia que estuda
os métodos e procedimentos que serão utilizados
na representação do terreno. Adoptando-se uma
escala adequada, todos os pontos de interesse são
projectados ortogonalmente sobre um plano
(plano horizontal de referência), sem
preocupação com o relevo.
Altimetria
A Altimetria é parte da Topografia que estuda os
métodos e procedimentos que levam a
representação do relevo. Para tal, é necessário
medir apropriadamente o terreno, calcular as
alturas (cotas ou altitudes) dos pontos de interesse e
representá-los em planta mediante uma convenção
altimétrica adequada.
(m)
A representação do relevo é muito importante
para projectos de engenharia;
• Necessidade de constar na planta topográfica
não somente os pormenores planimétricos,
como também os elementos altimétricos que
representam o relevo (elevações e depressões).
•O relevo da superfície terrestre é uma feição
contínua e tridimensional;
• Existem diversas maneiras para representar o
mesmo, sendo as mais usuais as curvas de nível e
os pontos cotados.
Pontos Cotados
É a forma mais simples de representação;
Conjunto de pontos com valores de cota ou altitude
representam a superfície de uma determinada porção da
Terra;
São representados os pontos referentes aos principais
acidentes do relevo: cruzamentos de vias, picos de morros,
fundos de vale, etc.;
Constitui o elemento básico para o traçado das curvas de
nível através de métodos de interpolação.
Método dos pontos cotados
Cálculo da altura de todos os pontos de interesse do
terreno, lançados em planta segundo coordenadas
topográficas (x;y) ou UTM (N;E), sendo registados, ao
lado dos pontos, o número correspondente a sua altura
relativa (cota) ou absoluta (altitude).
Planta de pontos cotados
Método das curvas de nível
Curvas de nível: forma mais tradicional para a
representação do relevo;
• Podem ser definidas como linhas que unem pontos
com a mesma cota ou altitude;
• Representam em projecção
ortogonal a interseção da
superfície do terreno
com planos horizontais
• A diferença de cota ou altitude entre duas curvas
de nível é denominada de equidistância vertical,
obtida em função da escala da carta, tipo do
terreno e precisão das medidas altimétricas;
• A equidistância vertical depende do rigor que a
finalidade exige;
• Quanto menor o seu valor, melhor será a
representação do terreno (maiores detalhes do
terreno);
• Para trabalhos que exijam maior precisão (por
exemplo distribuição de água), as curvas são
determinadas de 0,50 em 0,50 metros.
Método das curvas de nível
Neste tipo de representação considera-se o terreno
cortado por superfícies de nível equidistantes, e
projectam-se sobre a superfície de referência as
linhas de intersecção das superfícies de nível com o
terreno, linhas estas a que chama curvas de nível.
Junto a cada curva de nível é indicada a sua cota.
Algumas características das curvas de nível:

As curvas de nível são "lisas", ou seja não


apresentam canto
Duas curvas de nível nunca se cruzam
Duas curvas de nível nunca se encontram e
continuam em uma única curva;
Quanto mais próximas as curvas estão entre si,
mais inclinado é o terreno que representam;
Quanto mais distantes as curvas estão entre si,
mais plano é o terreno que representam;
Em regra geral, as curvas de nível cruzam os
cursos de água em forma de "V", com o vértice
apontando para a nascente.;
Representação do relevo de um terreno por
curvas de nível
A representação do relevo
com curvas de nível é muito
sugestiva.
À distância constante entre
as curvas de nível dá-se o
nome de equidistância
natural.
• As curvas de nível podem ser classificadas em
curvas mestras ou principais e secundárias;
• As mestras são representadas com traços
diferentes das demais (mais espessos, por
exemplo), sendo todas numeradas;
• As curvas secundárias complementam as
informações.
Curvas Mestras

Curvas Secundárias
Com base nas curvas de nível podemos construir
perfis topográficos do relevo. O perfil
topográfico é uma representação gráfica de um
corte vertical do terreno segundo uma direcção
previamente escolhida.
Um dos processos para construir um perfil
topográfico é o seguinte:

Sobre o mapa topográfico traça uma recta,


que corresponde à secção transversal , cujo
perfil pretendemos construir.
Orienta sobre o mapa um folha de papel
milimétrico ou quadriculado de maneira que
o eixo horizontal sobre o qual se vai
construir o perfil seja paralelo à linha recta
que traçaste no mapa.
• Projecta-se sobre o eixo horizontal a intersecção
de cada curva de nível com a linha recta, tendo
em conta a cota de altitude correspondente.
• Traça um eixo vertical, que representa a altitude
ou cotas.
Recorrendo ao eixo vertical
localiza e marca o valor de
cada curva de nível
projectada.
• Depois de marcados todos os
pontos correspondentes às
curvas de nível projectadas,
unem-se dando origem a um
perfil topográfico.
Relevo cortado por planos horizontais paralelos e
equidistantes
Métodos de Representação
Para qualquer que seja o método utilizado deve-se
satisfazer as seguintes condições:
• Realçar da melhor maneira possível as formas do terreno
(proximidade com o real);
• Permitir a determinar com precisão a cota ou altitude de
um ponto qualquer do terreno, a partir de sua
representação na carta topográfica;
• Representar declives e aclives e permitir sua
determinação.
Representação por Cores Hipsométricas

Diferenciação
das
diferentes
altitude
através cores
Medição de áreas na carta
Método de decomposição em figuras
parcelares
Método dos trapézios
Método de Simpson
Método Mecânico
Planímetro
Alinhamentos
Orientação
A palavra ORIENTAÇÃO significa, em sentido
restrito, a procura da direcção do Oriente (onde o
sol nasce); em sentido mais amplo, consiste na
fixação de um rumo qualquer na superfície
terrestre. Orientar-nos é, pois, saber onde nos
encontramos e para onde nos pretendemos dirigir.
Para tal fim foram estabelecidas quatro direcções
principais, os pontos cardeais e, entre elas, pontos
intermediários denominados colaterais, estão os sub-
colaterais. A direcção correspondente ao nascer do sol
é o oriente ( nascente, leste ou levante), a direcção
oposta é o Ocidente( Poente, Oeste ou Ocaso).
Exactamente nos pontos intermediários dessas
direcções ficam o Norte e o sul. Em resumo: Norte, Sul,
Leste e Oeste, pontos cardeais.
Veremos a seguir alguns processos de orientação:

Rosa dos ventos


É uma representação gráfica dos pontos
cardeais, colaterais e sub-colaterais. O gráfico é
E graduado em toda a sua margem, totalizando
360º (trezentos e sessenta graus).
PONTO CARDEAIS:
N - NORTE
S - SUL
N E OU L - ESTE OU LESTE (NASCENTE)
NNO NNE
O - OESTE (POENTE)
NO
NE
PONTOS COLATERAIS:
ONO ENE NE - Nordeste
SE - Sudeste
SO -Sudoeste
O L NO –Noroeste

ESE PONTOS SUBCOLATERAIS


OSO
NNE - Norte-nordeste
ENE - Este - nordeste
SO SE
ESE - Este - sudeste
SSE SSE - Sul-sudeste
SSO
S SSO - Sul-sudoeste
OSO - Oeste-sudoeste
ONO - Oeste-noroeste
NNO - Norte-noroeste
Orientação - Pela bússola
Simples, prática e de pequeno volume, a bússola é
um instrumento destinado a medir ângulos
horizontais, bem como para orientação. Ela nos
indica pelo principio da física terrestre uma direcção
aproximada constante, que o Norte Magnético. Dessa
forma vemos que a bússola nos fornecerá sempre o
Norte Magnético (NM), e que o azimute medido por
ela será o Az magnético.
Orientação - Pelo sol
Sistema de Orientação quase perfeito e muito
simples, podendo ser aprendido por qualquer
pessoa em quase todas as idades; é a Orientação
pelo Sol.
De madrugada, o sol aparece sempre do mesmo
lado, ou seja, no nascente ou Leste. Ao entardecer,
ele desaparece no lado oposto, ou seja, o poente ou
Oeste.
Veja como é feita, na prática, a Orientação pelo
Sol:
• Estendemos o braço direito para o lado em
que o Sol nasce, isto é, para o nascente ou
Leste;

• estendemos o braço esquerdo para o lado em


que o Sol desaparece, isto é, para o poente ou
Oeste;

• à nossa frente fica o Norte;

• às nossas costas fica o Sul.


Apontando-se o braço direito para o nascente do
sol, teremos a frente, o norte, á esquerda o oeste e
a retaguarda o sul. Ficando de frente para o
nascente do sol, teremos a esquerda o oeste e a
retaguarda o Norte , à direita o sul e
consequentemente o oeste a retaguarda.
Observação: A lua segue de uma forma geral o
movimento do sol. De acordo com os quartos da
lua, podemos ter a direcção Norte. No seu
movimento aparente no céu, semelhante ao do
sol, dá-nos uma indicação aproximada dos pontos
cardeais empregando o mesmo processo descrito
anteriormente, especialmente na fase da lua cheia.
ORIENTAÇÃO PELO SOL COM O RELÓGIO

Para o Hemisfério Norte (onde se encontra Portugal) o


método a usar é o seguinte: mantendo o relógio na
horizontal, com o mostrador para cima, procura-se
uma posição em que o ponteiro das horas esteja na
direcção do sol. A bissectriz do menor ângulo formado
pelo ponteiro das horas e pela linha das 12h define a
direcção Norte-Sul.
No caso do Hemisfério Sul, o método é
semelhante, só que, neste caso, é a linha das 12h
que fica na direcção do sol, fazendo-se depois do
mesmo modo a bissectriz entre o ponteiro das
horas e a linha das 12h.
No caso do horário de verão, em que o adiantamento
do horário legal em relação ao horário solar é maior,
deve-se dar o devido desconto. Há dois processos: o
primeiro consiste em desviar um pouco (alguns graus)
a linha Norte-Sul para a direita; o segundo processo
resume-se a "atrasar" a hora do relógio de modo a se
aproximar mais da hora solar.
No caso de o relógio ser digital, o problema
resolve-se desenhando um relógio no chão,
com um ramo ou mesmo com a vara.,
começando-se por desenhar primeiro o
ponteiro das horas, que é o que deve ficar
apontado para o sol (no Hemisfério Norte).

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