Você está na página 1de 7

Aula 15 – Escalas e projeções cartográficas; mapas temáticos.

Geoprocessamento

O geoprocessamento é a etapa do SIG (Sistema de Informação Geográfica)


que seleciona as informações de imagens de satélites e de fotografias aéreas para a
representação cartográfica.

Computadores com softwares específicos transformam as imagens em


informações sobre características físicas (dimensão, forma, cor), temperatura e
composição química dos elementos em estudo. Essas informações são
transformadas em banco de dados sobre os mais diferentes temas, como uso do solo,
dados geológicos e topografia, entre outros.

O geoprocessamento permite analisar esses elementos separadamente ou em


conjunto para elaborar mapas, planejar intervenções em determinada área ou
monitorar qualquer modificação na paisagem, como nos casos de devastação de
florestas, queimadas, poluição de rios, determinação da extensão de áreas alagadas
por enchentes etc. Permite, ainda, resgatar informações passadas, pois existem
imagens de satélites artificiais arquivadas que podem fornecer dados sobre aspectos
estudados.

Mapas

A Cartografia atual conta com todos os recursos do SIG para elaborar mapas
digitalizados e mapas convencionais bastante precisos. Um mapa é considerado de
boa qualidade quando apresenta medidas precisas e informações corretas – as
posições de seus elementos devem ser proporcionais à realidade. A seleção de
informações que compõe um mapa deve ser relevante e significativa para o objetivo
com que foi elaborado ou para o tema representado.

Quanto maior a quantidade de informações em um mapa, maior a diversidade


de símbolos, linhas e cores presentes nele, o que pode dificultar a leitura e a
interpretação. Além disso, é imprescindível que os símbolos utilizados no mapa sejam
bem diferenciados e acompanhados de legenda explicativa para facilitar a
compreensão da informação que eles representam.
A leitura e a interpretação de mapas são fundamentais para compreender o
espaço geográfico. Após a leitura do título, deve-se verificar o que o mapa está
representando e sua posição no espaço geográfico. Observa-se, então, a legenda e
a localização dos símbolos no mapa, etapa que demanda mais tempo e atenção. A
escala também deve ser observada para o cálculo de distâncias entre pontos e para
a verificação das dimensões reais dos elementos representados.

Mapas Temáticos

Os mapas temáticos são os mais utilizados em Geografia. Eles representam


graficamente um determinado tema, como atividades industriais, atividades agrícolas,
jazidas minerais, população, regiões climáticas, relevo etc. Cada tema abordado tem
a sua representação cartográfica correspondente. A escolha do modo como as
informações serão representadas dependerá do tipo de dado a ser destacado no
mapa.

Por exemplo: um mapa dos climas do Brasil pode apresentar simplesmente a


distribuição territorial dos diferentes tipos climáticos ou destacar a distribuição das
temperaturas médias ou das chuvas; um mapa de relevo representará as diferentes
unidades de relevo; um mapa político mostrará os limites territoriais dos estados por
linhas e a superfície de cada um por cores diferentes.

Dependendo do tipo de informação priorizada num mapa temático, ele pode


ser físico, político, econômico, demográfico ou histórico.

Um mapa físico inclui aspectos naturais, como a hipsometria (ou altimetria) –


que representa as altitudes de um terreno – e a hidrografia – que mostra rios e lagos
em um terreno. A representação das altitudes (mapa hipsométrico), por exemplo, é
feita pela gradação de cores: verde (para representar as baixas altitudes), tons claros
e escuros de amarelo e laranja (médias altitudes), marrom e vermelho-escuro
(maiores altitudes). Assim, são estabelecidos intervalos de altitude para a aplicação
das cores.

Um mapa político traz como principais informações os limites territoriais das


unidades políticas representadas e suas denominações. Esse tipo de mapa é
elaborado para definir os limites governamentais de países, estados e municípios.
Os mapas econômicos apresentam as diferentes atividades produtivas de
determinada região, em conjunto ou isoladamente. Pode-se representar a localização
industrial, a agropecuária, os recursos minerais, a produção de energia, a rede de
transporte etc.

Os mapas demográficos ilustram a distribuição da população em um território,


com a diferenciação das áreas de grande, média e baixa concentração populacional.
Eles podem ser mais específicos e apresentar dados como a localização de
comunidades indígenas, cidades mais populosas, deslocamentos populacionais com
indicação de fluxos migratórios etc.

Os mapas históricos retratam eventos históricos, como atividades econômicas,


a ocupação humana de determinado território, a evolução de um processo de
devastação de uma floresta em certo período e outros, que podem ser em escala
nacional, continental ou mundial.

Anamorfose

Anamorfose é uma técnica cartográfica utilizada para representar diversos


temas (economia, demografia e ambiente) por meio de recursos gráficos que indicam
a grandeza do fenômeno destacado. São mapas estilizados que preservam as
posições das unidades geográficas (municípios, países, continentes), mas alteram a
forma, o tamanho e a proporção dessas áreas. Esses elementos variam conforme os
dados que se quer representar, com o objetivo de gerar uma visualização quantitativa
dos dados ou das informações.
Representação Topográfica

Nos mapas ou cartas topográficos são usadas as curvas de nível, linhas que
ligam os pontos de igual altitude de uma determinada superfície representada,
considerando o nível médio do mar como marco 0 (zero metro). Os algarismos que
acompanham cada linha indicam as suas cotas de altitude.

Com a representação da topografia por curvas de nível podemos visualizar o


terreno cortado por uma série de planos horizontais, delineados por curvas que
possuem uma mesma distância vertical (equidistância). Duas curvas que se
aproximam indicam que o declive (inclinação) é maior, ou seja, o terreno é mais
íngreme; se, ao contrário, as curvas se afastam, o declive é mais suave, ou seja, o
terreno é menos íngreme.

Para obter visualização gráfica de um determinado plano do terreno, em um


mapa ou uma carta, pode-se construir um perfil topográfico ou perfil de relevo. Para
isso, escolhe-se o trecho a ser representado, traça-se, no mapa, um segmento de
reta e constrói-se um gráfico cartesiano. As cotas de altitude são indicadas no eixo y
(ordenada), de acordo com a escala escolhida. No eixo x (abscissa), a escala adotada
pode ser a mesma do segmento a ser projetado. Cada cota de curva de nível que
cortar o segmento deve ser transportada para o gráfico e indicada por um ponto.
Ligando-se os pontos, obtém-se o perfil que permite ao observador visualizar as
formas do terreno num plano horizontal, como se estivesse de frente ao trecho (AB)
selecionado. Observe a construção de um perfil topográfico.

Escala cartográfica

Para reproduzir a superfície da Terra ou parte dela em um mapa, seja em uma


folha de papel, seja na tela de um computador, é preciso representar o espaço de
maneira reduzida. É possível manter as proporções dos elementos de um mapa
utilizando uma escala, que é a relação entre as dimensões da área na superfície
terrestre e sua representação em uma superfície plana menor. As escalas podem ser
numéricas ou gráficas.

Escala Numérica

A escala numérica (ou aritmética) pode ser representada por uma fração
ordinária (1/500.000) ou uma razão (1:500.000). Na escala de 1:500.000 (lê-se “um
para quinhentos mil”), a área representada é reduzida 500 mil vezes.
Em toda escala numérica, as unidades indicadas no numerador e no
denominador devem ser lidas em centímetros (cm). Isso significa que 1 cm no mapa
representa 500.000 cm no terreno, ou seja, 1 cm representa 5 quilômetros (km).

Assim, com o auxílio de uma régua, pode-se calcular a distância real entre dois
pontos num mapa elaborado na escala 1:500.000 (1 cm = 5 km). Se a distância entre
duas cidades em linha reta no mapa é de 3 cm, a distância real, em linha reta, entre
elas é de 15 km.

Escala Gráfica

A escala gráfica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais.
No exemplo da figura 5, cada centímetro no mapa equivale a 10 quilômetros no
terreno. Portanto, a escala numérica correspondente a essa escala gráfica é
1:1.000.000.

Na escala gráfica, a distância no mapa e a distância correspondente no terreno


são estabelecidas diretamente, sem necessidade de cálculo, como ocorre com a
escala numérica.

Escala Maior e Escala Menor

Qual das duas escalas é a maior: 1:37.000 ou 1:74.000? Acertou quem pensou
na escala 1:37.000. Uma área representada na escala 1:37.000 foi reduzida 37 mil
vezes; já uma área representada na escala 1:74.000 foi reduzida 74 mil vezes.
Portanto, quanto maior for o denominador, menor será a escala. O
detalhamento de informações é maior na escala 1:37.000 do que na 1:74.000. Assim,
quanto maior a escala (denominador menor), maior a riqueza de detalhes fornecida
pela representação. Veja nos exemplos das figuras 6 e 7.

Você também pode gostar