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GEOPROCESSAMENTO AMBIENTAL

SISTEMA UNIVERSAL TRANSVERSA DE


MERCATOR (UTM)

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1. Avaliar o sistema de projeções cartográficas e, especificadamente, o sistema Universal Transversa de Mercator

(UTM).

1 Introdução
Nesta aula, vamos entender como reconhecer o sistema de coordenadas geográficas e identificar o sistema de

projeções, conhecido como UTM.

Bons estudos!

As tecnologias que se desenvolveram ao longo dos últimos dois mil anos mapearam e interpretaram todo o

planeta.

Isto tem aplicação prática em nosso dia a dia.

Para exemplificar, imagine que alguém rouba seu carro.

Neste caso, basta entrar em contato com a empresa seguradora, que ela desliga seu sistema de controle e

informa sua localização geográfica.

Mas como funciona o sistema?

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Acionando o GPS (Global Positioning System), um sistema de localização que fornece as coordenadas geográficas

e a altitude de um lugar, a partir de sinais captados por satélites artificiais que giram em torno da Terra.

O GPS utiliza o sistema de coordenadas geográficas para dar a localização do carro.

Qualquer ponto da superfície da Terra pode ser localizado com exatidão com o auxílio

de coordenadas.

Nesse sentido, esta aula objetiva auxiliar no reconhecimento do sistema de coordenadas geográficas e na

identificação do sistema de projeções, conhecido como UTM.

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2 Sistema Universal Transversa de Mercator (UTM)
As projeções permitem representar uma superfície esférica (a Terra) em uma superfície plana (o mapa) com

menos distorções do que aquelas provocadas com o simples achatamento da esfera.

De acordo com Tamdijan e Mendes (2004), o termo deriva do processo usado para a elaboração dos mapas.

Baseia-se na utilização de uma fonte de luz dentro de um globo transparente.

A luz projeta as sombras dos meridianos, paralelos e outras características geográficas sobre uma superfície

colocada tangencialmente ao globo.

Delineiam-se, assim, as figuras resultantes dessas sombras, como podemos observar na imagem abaixo.

Esse princípio da Geometria permitiu que muitos mapas fossem criados.

As sombras projetadas no plano facilitaram a visualização e a interpretação do globo terrestre.

Então, pode-se dizer que, atualmente, existem mais de duas centenas de formas de projeção, diferentes

variações.

Para entender essa diversidade, vamos analisar pelo menos três tipos dessas projeções.

São elas:

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Nesta aula, vamos dar atenção especial à projeção cilíndrica.

3 Projeção cilíndrica
Para Tamdijan e Mendes (2004), quando se projeta a sombra das linhas imaginárias sobre um cilindro que

envolve o globo terrestre, a esfera da Terra é transferida para uma superfície plana, onde são marcadas as

coordenadas geográficas dos continentes e oceanos.

Veja nesta figura:

Mas para que as projeções cilíndricas são utilizadas?

De acordo com Tamdijan e Mendes (2005), elas são muito utilizadas para representar planisférios.

Já os paralelos e os meridianos são projetados sobre um cilindro, que posteriormente é planificado (Sai do 3-D

para 2-D).

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Um bom exemplo desse tipo de projeção é a de Mercator, em que os meridianos e os paralelos são linhas retas

que se cortam em ângulos retos.

Corresponde a um tipo cilíndrico pouco modificado.

Nela as regiões polares aparecem muito exageradas.

É possível perceber isso no mapa a seguir...

Perceba que a Groenlândia, próximo ao polo norte, adquire proporções bem maiores do que a realidade da ilha

dinamarquesa, em pleno continente americano.

De acordo com seus críticos, a projeção de Mercator mantém as formas dos continentes, mas não respeita as

proporções reais.

Veja que as regiões polares aparecem muito exageradas.

Há quem diga que esse fator favorece as desigualdades econômicas, pois amplia de maneira desigual, e aumenta

mais o hemisfério norte, colocando a Europa no centro do mapa (eurocentrismo).

Outra projeção muito utilizada para planisférios é a de Arno Peters, que data de 1973.

Sua base também é cilíndrica equivalente e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos

decrescentes desde o equador até os polos, como podemos observar na imagem.

As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, resultando na

representação das massas continentais.

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Sucede ainda um significativo achatamento no sentido leste - oeste e a deformação no sentido norte - sul, na

faixa compreendida entre os paralelos 60o norte e sul, e acima destes até os polos, dando a impressão de

alongamento da Terra.

Como a distorção era a mesma para todos os países, muitas nações subdesenvolvidas enxergaram nessa projeção

uma forma de igualdade com os países desenvolvidos.

Graças a essa técnica, os países de grandes dimensões, localizados na zona intertropical (México, Brasil, Congo,

Índia, dentre outros), deixaram de ter seus territórios subestimados, como ocorria em outras projeções.

Então, você já percebeu que qualquer mapa, que consiste em uma representação em 2-D, ao demonstrar

um trecho da superfície da Terra, que está em 3-D, apresenta distorções, certo?

Porém, nos processos de licenciamento ambiental, temos que ver os cartogramas e buscar aqueles que

apresentam as menores distorções.

Para isso, os cartógrafos criaram um sistema de divisão da Terra em pequenas porções, para evitar distorções.

Então, vamos conhecer o sistema UTM.

4 Sistema Universal Transverso de Mercator (UTM)


Para a aplicação nos estudos de cartografia, de geoprocessamento e de sensoriamento remoto, é fundamental

aprender sobre o sistema Universal Transverso de Mercator (UTM).

Este sistema é baseado na projeção cilíndrica transversa proposta nos EUA, em 1950, com o objetivo de abranger

todas as longitudes.

Sabe quais são as principais diferenças entre a projeção de Mercator e o sistema UTM?

É que, no primeiro, o cilindro é paralelo ao eixo de rotação da Terra esférica, enquanto que, no segundo, o

cilindro é perpendicular ao eixo de rotação da Terra elipsoidal.

O Sistema Universal Transverso de Mercator foi criado para atender a situações REAIS e LOCAIS.

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A primeira diferença, em relação à projeção cilíndrica normal, é que o cilindro está na horizontal.

O mundo é dividido em 60 fusos, em que cada um se estende por 6º de longitude, que garantem a menor

distorção possível.

Os fusos são numerados de 1 a 60. Cada um com 6º de longitude (ou 500 Km).

Começando no fuso 180º a 174º W e continuando para Leste.

Onde se inicia a contagem?

A contagem dos fusos da projeção UTM se inicia no antemeridiano ao meridiano de Greenwich, portanto no

meridiano de 180º.

No território brasileiro, o sistema de UTM sempre aumenta, conforme nos deslocamos para o leste.

Exemplo:

Cada fuso, na linha do equador, apresenta, aproximadamente, 670 km de extensão leste - oeste.

Vamos ver na prática...

Observe que, em vez de os dados dos meridianos serem dados em graus, são dados em números “fechados”.

Estes números estão marcados em quilômetros — 596 km, em relação ao ponto 0.

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Aliás, o ponto 0 está bem a oeste e vai crescendo para o leste.

Retomando...

No território brasileiro, o sistema de UTM sempre aumenta, conforme nos deslocamos para leste.

E quando nos dirigimos para sul, o sistema de UTM aumenta ou diminui?

Bem, no sistema de coordenadas geográficas, em graus, o Equador equivale à latitude 0 e conforme nos

aproximamos do polo, as latitudes vão aumentando.

No sistema UTM (em quilômetros), a situação é um pouco diferente: a coordenada no equador vale dez mil

quilômetros.

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Quando nos dirigimos para o sul, os números da UTM diminuem.

Mas qual o efeito prático da UTM?

É a mais indicada para o mapeamento topográfico de grande escala e é o sistema de projeção adotado para o

Mapeamento Sistemático Brasileiro.

E esta é a parte importante!

Para ver um exemplo, observe a figura ao lado.

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Observe que tanto nas abscissas quanto nas ordenadas, devemos acrescentar três zeros (000). Então, o que você

lê como 7.460, na verdade é 7.460.000, correto?

Lembre-se sempre disso!

Como já vimos, o equador tem valor de 10.000.000 km e os valores decrescem, conforme você se dirige para o

sul. É isto que você observa? Verifique que a praia da Barra da Tijuca está com valor Sul maior que o valor da

praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Atenção

A contagem dos fusos da projeção UTM se inicia no antemeridiano ao meridiano de Greenwich, portanto, no

meridiano de 180º. Contudo, dentro do território brasileiro, os valores estarão crescendo para o leste.

Saiba mais
Projeções cartográficas. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia
/projecoes-cartograficas.htm
Assista aos seguintes vídeos:
Projeções cartográficas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YJ9NW7nnloU
Sistema UTM. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Pf7r_InFqcE

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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• Conceito e diferença de geoprocessamento e GIS;
• Relação das aplicabilidades do geoprocessamento.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Avaliou o funcionamento do sistema UTM;
• Reconheceu como se localizar nos novos cartogramas.

Referências
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia. Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática,

2005.

MOREIRA, Igor. Construindo o espaço do homem. São Paulo: Ática, 2001.

SANTA ISABEL. A latitude e a longitude. Disponível em: http://santa_isabel.tripod.com/tecnica/orientacao

/latitude_longitude.html

TAMDIJAN, James Onning; MENDES, Ivan Lazzari. Geografia geral e do Brasil: estudos para compreensão do

espaço. Ensino Médio. São Paulo: FTD, 2004.

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